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<p>0</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>Sumário</p><p>ACENTUAÇÃO GRÁFICA ......................................................................................................................................... 1</p><p>ORTOGRAFIA .............................................................................................................................................................. 2</p><p>MORFOLOGIA ............................................................................................................................................................. 8</p><p>REGÊNCIA VERBAL ................................................................................................................................................ 16</p><p>REGÊNCIA NOMINAL ............................................................................................................................................. 20</p><p>CRASE ......................................................................................................................................................................... 22</p><p>CRASE E CONCORDÂNCIA .................................................................................................................................. 26</p><p>CONCORDÂNCIA VERBAL ................................................................................................................................... 28</p><p>CONCORDÂNCIA NOMINAL ................................................................................................................................ 32</p><p>SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO............................................................................................................ 36</p><p>ORAÇÕES COORDENADAS ................................................................................................................................. 42</p><p>ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS ........................................................................................................ 47</p><p>INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO TEXTUAL............................................................................................ 53</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>1</p><p>ACENTUAÇÃO GRÁFICA</p><p>Regras que não mudaram com o Novo Acordo Ortográfico</p><p>1 - Todas as palavras proparoxítonas (que têm o acento tônico na antepenúltima</p><p>sílaba) são acentuadas: árvore, lâmpada, têmpora, esplêndido, lápide, sôfrego,</p><p>hambúrgueres etc.</p><p>Os exemplos citados acima são chamados, também, de proparoxítonas reais.</p><p>Fique ligado!!!</p><p>Alguns gramáticos defendem a ideia de que palavras como série, mágoa ou tê-</p><p>nue são exemplos de proparoxítonas. Assim, seriam separadas da seguinte forma:</p><p>sé-ri-e, má-go-a e tê-nu-e. Tais gramáticos costumam chamar esses vocábulos,</p><p>também, de proparoxítonas eventuais ou proparoxítonas acidentais.</p><p>2 - Acentuam-se as palavras paroxítonas (que têm o acento tônico na penúltima</p><p>sílaba) terminadas em:</p><p>A) ditongo crescente ou decrescente: sério, ânsia, Mário, mágoa, espontâneo,</p><p>viáveis, cárie, amáveis, jóquei, jóqueis, quisésseis etc.</p><p>B) -ão, -ãos, -ã, -ãs: órfão, órfãos, órfã, órfãs; ímã, ímãs, órgão, órgãos.</p><p>C) -i, -is: júri, júris, lápis, biquíni, biquínis, táxi, táxis etc.</p><p>D) -on, -ons: próton, prótons, nêutron, nêutrons, elétron, elétrons, íon, íons, píton,</p><p>pítons.</p><p>E) -um, -uns, -us: álbum, álbuns, bônus, Vênus, médium, médiuns, fórum, fóruns,</p><p>quórum.</p><p>F) l, n, r, x, ps: amável, fácil, hífen, pólen, dólar, revólver, hambúrguer, Félix, tórax,</p><p>tríplex, látex, bíceps, fórceps.</p><p>3 - As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos acentuados são os que termi-</p><p>nam em A, E, O (seguidas, ou não, de “S”) e em ÉU(S), ÉIS, ÓI(S):</p><p>Oxítonas: vatapá, cajá, Pará, você, vocês, café, cipó, paletós, mocotó, avô, mantê-</p><p>los, propô-lo, manifestá-la, chapéu, chapéus, papéis, corrói, anzóis etc.</p><p>CUIDADO: REGRA SOMENTE PARA AS OXÍTONAS.</p><p>Oxítonas terminadas em -ÉM e -ÉNS são sempre acentuadas.</p><p>TERMINAÇÃO EXEMPLO</p><p>-ém Porém, também, amém etc.</p><p>2</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>-éns Reféns, armazéns, parabéns</p><p>etc.</p><p>Monossílabas: cá, fé, é, és, pó, pôs, mês, ré, sós, mês, fê-la, pô-los, dá-las, céu, céus,</p><p>réis, réu, réus, dói, róis etc.</p><p>4 - Acento nas vogais i e u em posição de HIATO: Para serem acentuadas, as vo-</p><p>gais I e U precisam preencher as seguintes condições:</p><p>a) ser tônicas;</p><p>b) ser precedidas de vogal;</p><p>c) formar sílaba sozinha ou com S.</p><p>Exemplos: aí, caí, juízes, caído, Luís, incluí-lo, caíste, baú, saúde, gaúcho, bala-</p><p>ústre.</p><p>Basta falhar uma dessas condições para não mais haver acento: vai, cai, juiz,</p><p>caindo, Luiz.</p><p>Exceções:</p><p>- Rainha, fuinha, lagoinha, moinho etc.</p><p>Obs: Para que se caracterize a exceção, é necessário existir o dígrafo NH</p><p>depois da vogal</p><p>ORTOGRAFIA</p><p>PALAVRAS E EXPRESSÕES HOMÓFONAS</p><p>Algumas palavras ou expressões, muitas vezes, são bastante parecidas na ortogra-</p><p>fia e são, até iguais na pronúncia. Chamamos, portanto, palavras e expressões ho-</p><p>mófonas. A seguir, apresento uma lista de tais palavras e expressões que podem</p><p>aparecer em sua prova.</p><p>01 - Abaixo/ A baixo</p><p>- Abaixo revela o sentido de lugar menos elevado, inferior.</p><p>● Para João, era inaceitável que ocupasse uma posição abaixo da de suas verda-</p><p>deiras pretensões.</p><p>- A baixo significa “para baixo”.</p><p>● Quando percebemos, lá estava o brinquedo sendo levado correnteza a baixo.</p><p>● Ele me olhou de cima a baixo.</p><p>02 - A cerca de/ Acerca de/ Cerca de/ Há cerca de.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>3</p><p>- “A cerca de” ou “cerca de” retrata o sentido de “aproximadamente, mais ou</p><p>menos”.</p><p>● O parque foi construído a cerca de quinhentos metros do condomínio.</p><p>● O tempo estimado pelo profissional foi cerca de três semanas para a conclusão</p><p>das obras.</p><p>- Acerca de corresponde ao sentido de “a respeito de, sobre”.</p><p>● Durante a reunião muito se discutiu acerca da problemática ambiental.</p><p>- Há cerca de relaciona-se ao sentido de tempo decorrido, haja vista que o verbo</p><p>haver se encontra na sua forma impessoal.</p><p>● Há cerca de três anos não visito meus familiares.</p><p>03 - Acima / A cima</p><p>- Acima retrata o sentido de “um lugar mais elevado, superior”.</p><p>● Conforme é possível perceber, na lista de aprovados seu nome se encontra</p><p>acima do meu.</p><p>Pelé está, em vários aspectos, acima de Maradona.</p><p>- A cima significa “para cima”.</p><p>●Todos os convidados me olharam de baixo a cima.</p><p>● Ele foi jogado a cima do muro da casa.</p><p>04 - A fim/ Afim/ Afinal</p><p>- A fim de encontra-se relacionado ao sentido de “finalidade, objetivo pretendido”.</p><p>● A fim de evitar maiores contratempos, ele resolveu afastar-se de sua amiga.</p><p>- Afim classifica-se como um adjetivo variável, cuja significância se atribui à seme-</p><p>lhança, afinidade.</p><p>● Como na antiga grade havia matérias afins, pude adiantar bastante o meu curso.</p><p>- Afinal: por fim; finalmente; em resumo.</p><p>● Afinal, nosso parecer está de acordo com todas informações.</p><p>05 - A menos de/ Há menos de</p><p>- A menos, classifica-se como locução prepositiva ou conjuntiva, e retrata o sen-</p><p>tido de tempo futuro, distância aproximada ou condição.</p><p>● Encontramo-nos a menos de dois quilômetros do destino almejado.</p><p>● A menos de um mês estaremos de férias.</p><p>● A menos que não chova, iremos à praia.</p><p>4</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- Há menos de significa “aproximadamente, mais ou menos”, conjuntamente ao</p><p>verbo haver, que, estando de forma impessoal, denota tempo decorrido.</p><p>● Ele saiu de casa há menos de dois anos.</p><p>06 - Ao encontro de/ De encontro a</p><p>- Ao encontro de revela o sentido de a favor de.</p><p>● As propostas dos candidatos vão ao encontro do que espera a população.</p><p>- De encontro a significa oposição, ideia contrária.</p><p>● Suas opiniões vão de encontro às minhas.</p><p>07 - Ao invés de/ Em vez de</p><p>- Ao invés denota o sentido de “ao contrário de”</p><p>● Ao invés de calar-se, continuou discutindo com seu superior.</p><p>● Quis calor, ao invés de</p><p>(tanto)... que, (tamanho)... que, de sorte que, de maneira que, de forma que.</p><p>Exemplos:</p><p>- O médico foi tão competente, que o paciente recuperou-se em uma semana.</p><p>- Tamanha era raiva do injustiçado, que atirou contra todos e depois se matou.</p><p>- Ele fala tanta mentira, que ninguém o suporta.</p><p>- Ele bebeu a tal ponto que perdeu a noção de onde estava.</p><p>C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão, ou seja, indica</p><p>uma contraposição, uma oposição, uma ressalva. É iniciada por uma conjunção</p><p>subordinativa concessiva ou por uma locução conjuntiva subordinativa conces-</p><p>siva. São elas: embora, conquanto, não obstante, apesar de que, se bem que,</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>51</p><p>mesmo que, posto que, ainda que, em que pese, a despeito de que, malgrado,</p><p>por mais que, sem que.</p><p>Exemplos:</p><p>- Conquanto a vida sempre ofereça muitos obstáculos, nunca devemos nos dei-</p><p>xar abater.</p><p>- O homem é um ser dotado de inteligência e capacidade, não obstante nem</p><p>todos as aproveitem para o bem de si e dos outros.</p><p>- Malgrado muitos estejam satisfeitos com a mudança de governo, eu continuo</p><p>sem nenhuma confiança em nada.</p><p>- Todos chegaram bem cedo, apesar de que a prova só começasse às dez da</p><p>manhã.</p><p>- A despeito de que muitos ativistas se esforcem, a natureza continua sendo de-</p><p>vastada dia a dia.</p><p>- Mesmo que ele traga todos os documentos, não há mais tempo hábil para sua</p><p>inscrição.</p><p>D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição, ou seja, indica</p><p>valor semântico de dependência em que há forte teor duvidoso, incerto e hipoté-</p><p>tico. É iniciada por uma conjunção subordinativa condicional ou por uma locução</p><p>conjuntiva subordinativa condicional. São elas: se, a menos que, desde que, caso,</p><p>contanto que, A + infinitivo.</p><p>E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. É iniciada</p><p>por uma conjunção subordinativa conformativa ou por uma locução conjuntiva</p><p>subordinativa conformativa. São elas: como, conforme, segundo, consoante.</p><p>Exemplos:</p><p>52</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- Segundo revelou o IBGE, brasileiros estudam mais hoje do que na década pas-</p><p>sada</p><p>- Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura.</p><p>- Como combinamos ontem, eis os documentos.</p><p>F) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente,</p><p>o verbo fica subentendido. É iniciada por uma conjunção subordinativa compara-</p><p>tiva. São elas: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como.</p><p>Exemplo:</p><p>- Pedro gostava mais de literatura francesa do que de Alemã.</p><p>- João era mais esforçado (do) que o irmão.</p><p>G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É iniciada por uma</p><p>conjunção subordinativa temporal ou por uma locução conjuntiva subordinativa</p><p>temporal. São elas: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo</p><p>que, mal, sempre que, até que, antes que, ao + infinitivo.</p><p>Exemplos:</p><p>- Assim que a aula terminar, vamos à sala de estudos.</p><p>- Ao terminar essa discussão, sairemos daqui.</p><p>H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É iniciada por uma con-</p><p>junção subordinativa final ou por uma locução conjuntiva subordinativa final. São</p><p>elas: a fim de que, para que, porque, para + infinitivo.</p><p>Exemplos:</p><p>- Alguns brasileiros procuram economizar no fim do ano para que consigam</p><p>comprar mais em janeiro.</p><p>- A fim de sair mais cedo, o funcionário adiantou os compromissos.</p><p>- Ele falava mais alto, para que todos pudessem ouvi-lo.</p><p>- Aqui estamos para estudar.</p><p>I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. É iniciada por</p><p>uma locução conjuntiva subordinativa proporcional. São elas: à proporção que, à</p><p>medida que, ao passo que, tanto mais...mais, tanto menos...menos.</p><p>Exemplo:</p><p>- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos.</p><p>- Ao passo que ganhava fama, ficava mais rico.</p><p>- Tanto menos fumava, menos adoecia.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>53</p><p>DICA FINAL 01</p><p>LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES PARECIDAS:</p><p>a) Porquanto = Porque = Ideia de CAUSA/EXPLICATIVA.</p><p>b) Conquanto = Embora = ideia de CONCESSÃO.</p><p>c) Contanto que = Caso = ideia de CONDIÇÃO.</p><p>d) Portanto = Logo = ideia de CONCLUSÃO.</p><p>e) Entretanto = Mas = ideia de ADVERSIDADE.</p><p>f) No entanto = Contudo = ideia de ADVERSIDADE.</p><p>DICA FINAL 02</p><p>LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES MISTAS:</p><p>a) Porque: causal/explicativa.</p><p>b) Desde que: condicional/temporal</p><p>c) Não obstante: adversativa/concessiva.</p><p>d) Ao passo que: proporcional/concessiva.</p><p>e) Como: causal/conformativa/comparativa.</p><p>f) Conforme: conformativa/proporcional.</p><p>INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO TEXTUAL</p><p>Compreensão X Interpretação</p><p>A compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no</p><p>texto. Tudo está à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações;</p><p>citações de estudiosos, políticos, advogados etc. discordâncias ou concordâncias</p><p>do autor entre outras. Ou seja, a compreensão de textos consiste em analisar o</p><p>que realmente está escrito, diz respeito àquilo que chamo de “a verdade do texto”;</p><p>ou seja, aquilo que o texto afirma, mesmo que seja algo do qual você discorde, é</p><p>uma verdade incontestável.</p><p>Os comandos (enunciados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguin-</p><p>tes:</p><p>Segundo o texto...</p><p>O autor/ narrador do texto diz que....</p><p>O texto informa que...</p><p>No texto, há uma crítica sobre...</p><p>Tendo em vista o texto....</p><p>De acordo com o texto...</p><p>O autor defende que....</p><p>O autor afirma que...</p><p>Na opinião do autor do texto...</p><p>54</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>Se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele,</p><p>trata-se de uma questão de interpretação.</p><p>A interpretação de texto consiste em saber o que se infere do que está escrito,</p><p>tem a ver com o que podemos chamar de “vazios textuais”, que todo texto deixa</p><p>para o leitor.</p><p>E como vamos saber que a questão é de interpretação? Agora, a nossa banca vai</p><p>alternar, normalmente, os seguintes verbos: infere-se, depreende-se, conclui-se,</p><p>deduz-se. Detalhe: Todos esses verbos significam a mesma coisa, ou seja, são si-</p><p>nônimos.</p><p>Os comandos de interpretação são, na maioria das vezes, os seguintes:</p><p>- Depreende-se/infere-se/conclui-se de texto que...</p><p>- O texto permite deduzir que...</p><p>- É possível subentender-se a partir do texto que...</p><p>- Qual a intenção do autor quando afirma que...</p><p>- O texto possibilita o entendimento de que...</p><p>- Com o apoio do texto, infere-se que...</p><p>- O texto possibilita deduzir que...</p><p>Os anônimos</p><p>Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se</p><p>existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos</p><p>de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre</p><p>as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade. O espelho tentou mu-</p><p>dar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve.</p><p>A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o levar a Branca de Neve</p><p>para a floresta, mata-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recom-</p><p>pensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende da com-</p><p>paixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia</p><p>não constam em nenhuma versão do conto (...)</p><p>(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses, fragmento)</p><p>Após a leitura, marque a opção incorreta:</p><p>a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira oscila em sua atividade.</p><p>b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa brasileira omite a realidade a</p><p>fim de ganhar algum bônus com os poderosos.</p><p>c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem</p><p>um caráter exemplar de cidadão.</p><p>d) Deduz-se do texto que toda a história depende da compaixão de um lenha-</p><p>dor.</p><p>e) É possível concluir do texto que o lenhador não matou a Branca de Neve por</p><p>que ela era muito bonita.</p><p>frio naquela tarde quente de setembro.</p><p>- Em vez exprime a ideia de substituição, “em lugar de’.</p><p>● Em vez de viajar nas férias, optou por descansar em casa.</p><p>● Em vez de cerveja, pediu um sorvete no restaurante.</p><p>08 - A par/ Ao par</p><p>- A par significa estar ciente de algo, informado sobre um determinado assunto.</p><p>● Quando ela resolveu se abrir, seus pais já estavam a par de tudo.</p><p>- Ao par indica o sentido de equivalência cambial.</p><p>● O euro e o dólar já estiveram ao par por algum tempo.</p><p>09 - Demais/ De mais</p><p>- Demais, caracterizado como advérbio de intensidade, se equivale a muito, ex-</p><p>cessivamente.</p><p>● Nossa! A meu ver você parece egoísta demais.</p><p>Como pronome indefinido corresponde a “os restantes, os outros”.</p><p>● Ele foi o único que se sobressaiu entre os demais.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>5</p><p>- De mais caracteriza-se como o oposto do termo “de menos”, indicando quanti-</p><p>dade.</p><p>● Há alunos de mais nesta sala.</p><p>● Ele trouxe presentes de mais nesta última viagem.</p><p>10 - Há/ A</p><p>- Há, depreendendo o sentido de impessoalidade (por isto permanece sempre na</p><p>terceira pessoa do singular), revela o sentido de existir ou fazer.</p><p>● Nesta sala há verdadeiros talentos na área de exatas.</p><p>-O A , tanto pode indicar tempo futuro (que se conta de hoje para o futuro) ou</p><p>apenas se revelar como uma preposição.</p><p>● Daqui a alguns meses concluiremos nossa pesquisa.</p><p>● Não entregue esta encomenda a ela.</p><p>11 - Mas/ Mais</p><p>- Mas integra a classe das conjunções, revelando o sentido de ideia contrária, opo-</p><p>sição.</p><p>● Não pôde comparecer ao aniversário, mas enviou o presente.</p><p>- Mais pode ser classificado como advérbio de intensidade ou pronome indefinido.</p><p>● Clarice foi a aluna que mais se destacou durante a apresentação.</p><p>12 - Mau/ Mal</p><p>- Mau pertence à classe dos adjetivos, podendo ser utilizado quando significar o</p><p>contrário de “bom”.</p><p>● Ele é um mau aluno. (Poderíamos substituí-lo por bom)</p><p>- Mal pode adquirir os seguintes valores morfológicos:</p><p>advérbio de modo – podendo ser substituído por “bem”.</p><p>● Carlos foi mal sucedido durante o tempo em que atuou nesta profissão.</p><p>conjunção subordinativa temporal – denota o sentido de “assim que, quando”.</p><p>● Mal chegavam à casa de praia, já começavam as discussões.</p><p>substantivo – neste caso, sempre aparece precedido de artigo ou qualquer ou-</p><p>tro determinante.</p><p>● Este mal só pode ser resolvido com a chegada dele.</p><p>13 - Onde/ Aonde</p><p>6</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- Onde é utilizado mediante o emprego de verbos que indicam sentido estático,</p><p>permanente.</p><p>● Gostaria muito de saber onde ele mora.</p><p>● Ele guardou os livros onde ninguém esperava.</p><p>● A polícia vistoriou o terreno onde havia drogas e armas escondidas.</p><p>- Aonde é utilizado com verbos que indicam movimento, e que exijam a preposi-</p><p>ção “a”, a saber: ir, voltar, retornar, dirigir-se e conduzir-se.</p><p>● Aonde vais com tamanha pressa?</p><p>● A praça aonde nós voltamos estava, pouco depois, cheia de barracas de artesa-</p><p>nato.</p><p>14 - Se não/ Senão</p><p>- Se não equivale a caso não, indicando, assim, uma probabilidade.</p><p>● Se não chover, iremos ao cinema amanhã.</p><p>- Senão equivale a “caso contrário”, “mas” ou “com a exceção de”.</p><p>● Espero que estejas bem preparado, senão não conseguirás obter bom resultado.</p><p>● Não trouxe livros sobre o assunto, senão apenas folhetos explicativos.</p><p>● Não ia ao cinema, senão quando o filho lhe implorava.</p><p>15 - Na medida em que/ À medida que</p><p>- Na medida em que exprime dois valores:</p><p>ideia literal de medida, quantidade.</p><p>● O médico depositava a amostra de sangue na medida em que o enfermeiro ha-</p><p>via preparado.</p><p>ideia de causa, pois é uma locução adverbial causal.</p><p>● Na medida em que não conseguiu resolver a prova, ficou bem nervoso.</p><p>- À medida que indica proporção, simultaneidade.</p><p>● À medida que o tempo passa, ficamos mais experientes ou mais inflexíveis.</p><p>16 - Tampouco/ Tão pouco</p><p>- Tampouco equivale a “também não”.</p><p>● Quem não respeita a si próprio, tampouco respeita a seus semelhantes.</p><p>- Tão pouco equivale a muito pouco.</p><p>● Como posso me divertir se ganho tão pouco?</p><p>17 - À(S) CUSTA(S) : “às expensas de” ou “com sacrifício”.</p><p>● Conseguiu a solução para o processo à custa de muito empenho.</p><p>● Fulano vivia às custas da esposa.</p><p>Obs.: Alguns gramáticos consideram “às custas de” expressão errada. Contudo, o</p><p>Dicionário Houaiss aceita-a tranquilamente.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>7</p><p>18 - ANEXO / INCLUSO / APENSO / EM ANEXO</p><p>Como são adjetivos, concordam sempre com os substantivos que acompanham.</p><p>Ex.: Envio anexas as provas do processo.</p><p>Ex.: A foto está anexa ao documento.</p><p>Ex.: Seguem inclusos os valores dos honorários.</p><p>Ex.: Chegaram apensos os pedidos do promotor.</p><p>- Em anexo: expressão invariável.</p><p>Ex.: Segue em anexo o formulário para preenchimento.</p><p>19 - A NÍVEL DE / EM NÍVEL DE / NO NÍVEL DE</p><p>A nível de = expressão popular, evite-a.</p><p>Em nível de = plano; condição.</p><p>Ex.: Tudo será resolvido em nível federal.</p><p>No nível de = paridade; igualdade.</p><p>Ex.: Estes documentos normativos estão no mesmo nível dos anteriores.</p><p>20 - A PRINCÍPIO / EM PRINCÍPIO</p><p>A princípio = no começo, no início, inicialmente.</p><p>Ex.: A princípio, ele parecia ser um homem honesto e prestativo.</p><p>Em princípio = em tese, antes de mais nada, antes de tudo.</p><p>Ex.: Em princípio, concordamos com as informações prestadas pelo reclamante.</p><p>Uso dos porquês</p><p>1 – Por que (separado e sem acento)</p><p>Essa composição apresenta três empregos distintos, a saber:</p><p>a) Quando for locução adverbial interrogativa, significado de “por qual razão” ou</p><p>“por qual motivo”. Pode aparecer em frases interrogativas diretas ou indiretas.</p><p>Exemplos:</p><p>- Por que você não vai ao cinema conosco?</p><p>- Juro que não sei por que ela foi embora.</p><p>b) Quando for a soma da preposição “por” mais o pronome indefinido “que”,</p><p>equivalendo a “por qual”.</p><p>- Agora percebo por que razão ela não falou comigo.</p><p>c) Quando for a junção da preposição “por” mais o pronome relativo “que”. Nesse</p><p>caso, poderá ser substituído pelas seguintes estruturas: pelo qual, pela qual, pe-</p><p>los quais ou pelas quais.</p><p>Exemplos:</p><p>8</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- Os assuntos por que o jovem se interessava tinham muita relevância.</p><p>- A dificuldade por que passei me ajudou a vencer na vida.</p><p>2 - Por quê (separado e com acento)</p><p>Usado em frases interrogativas diretas ou indiretas, quando vier antes de pausas</p><p>representadas por sinais gráficos de pontuação. Essa estrutura significa “por qual</p><p>motivo” ou “por qual razão”.</p><p>Exemplos:</p><p>- Ela chegou tarde por quê?</p><p>- Agora você sabe por quê, certo?</p><p>- Ela chora muito e eu não sei por quê.</p><p>3 – Porque (junto e sem acento)</p><p>É conjunção causal ou explicativa, com valor aproximado de “pois” ou “uma vez</p><p>que”.</p><p>Exemplos:</p><p>- Ela foi à praia porque queria relaxar.</p><p>- Porque houve uma pandemia, o planeta se reestruturou.</p><p>4 – Porquê (junto e com acento)</p><p>É um substantivo e tem significado de “o motivo”. Vem acompanhado de artigo,</p><p>pronome ou numeral.</p><p>Exemplos:</p><p>- O porquê de ela não ter ido à festa ainda é um mistério.</p><p>- Diga-me dois porquês para não fazer o que devo.</p><p>MORFOLOGIA</p><p>As classes de palavras</p><p>Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça.</p><p>Quando essas palavras se organizam para formar um texto, adquirem significa-</p><p>ções específicas: nomear seres, indicar características, qualidades, fazer conexões</p><p>etc. De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão</p><p>agrupadas em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes grama-</p><p>ticais, a saber: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,</p><p>preposição, conjunção e interjeição.</p><p>1 - SUBSTANTIVOS</p><p>São as palavras que dão nome aos seres e às coisas em geral.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>9</p><p>Como identificá-los em um texto? Os substantivos, em tese, virão acompanhados</p><p>de um determinante (artigo, pronome, numeral,</p><p>são os pronomes “quem”, “quanto”, “qual”, “que” usados</p><p>na formulação de frases interrogativas diretas ou indiretas.</p><p>Exemplos:</p><p>- Quem vai gabaritar o simulado hoje?</p><p>- Quantos alunos têm gramática?</p><p>- Que é isso?</p><p>- O que houve com você?</p><p>- Qual é o resultado desse problema?</p><p>- Não entendi por que ela ficou chateada.</p><p>Pronomes possessivos</p><p>O nome sugere, claramente, a sua função: indicar relação de posse. São estes:</p><p>Meus (s), minha (s), teu (s), tua (s), seu (s), nosso (s), nossa (s),</p><p>vosso (s), vossa(s).</p><p>Como podem cair nas provas:</p><p>Os possessivos femininos no singular permitem, quando há situação de crase, a</p><p>sua facultatividade.</p><p>- Ele disse tudo à minha família. (a minha família)</p><p>- A direito à tua privacidade é fundamental (a tua privacidade).</p><p>- Esse fato diz respeito à sua vida. (a sua vida)</p><p>Pronomes demonstrativos</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>15</p><p>Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou alguém. Servem para pre-</p><p>cisar dados, pessoas ou fatos que ocorram num texto.</p><p>Estes(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso,</p><p>aquilo, o, a, os, as.</p><p>- Essas pessoas não merecem confiança.</p><p>- Aquele livro é antigo.</p><p>- Muitos brasileiros estão confusos; os que têm norte são poucos.</p><p>Pronomes relativos</p><p>Os pronomes relativos são aqueles que se relacionam com outros elementos do</p><p>texto, a saber: substantivos (na maioria das vezes).</p><p>que, quem, onde e cujo (a)(s).</p><p>Como podem cair em provas:</p><p>A) Lembre-se de que o pronome QUE pode ser transformado em o qual, os quais,</p><p>a qual e as quais.</p><p>- Os livros de Machado de Assis, que são muito bem conceituados, têm um bom</p><p>preço.</p><p>- Os livros de Machado de Assis, os quais são muito bem conceituados, têm um</p><p>bom preço.</p><p>B) O pronome ONDE só se refere a um lugar: rio, praça, casa, bolso, quintal etc.</p><p>FRASES CORRETAS</p><p>- Ele conheceu a praça onde havia muitas barracas com comidas exóticas.</p><p>Obs: Onde = em que = no qual, na qual, nos quais, nas quais.</p><p>- Ele conheceu a praça em que havia muitas barracas com comidas exóticas.</p><p>- Ele conheceu a praça na qual havia muitas barracas com comidas exóticas.</p><p>C) O pronome QUEM sempre se refere a uma pessoa e sempre é preposicionado.</p><p>- Esta é a mulher por quem o meu amigo se apaixonou.</p><p>- O professor a quem ele se referiu faltou ontem.</p><p>- Nós vimos o médico de quem o enfermeiro falou mal.</p><p>16</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>D) O pronome CUJO(A)(S) estabelece relação de posse e não pode ser trocado pelo</p><p>QUE.</p><p>- Os livros cujas capas estavam rasgadas eram raros.</p><p>- A mulher cuja preocupação é cuidar dos filhos tem o respeito de todos.</p><p>As frases abaixo estão completamente erradas:</p><p>- Os livros cujas as capas estavam rasgadas eram raros.</p><p>- A mulher cuja é preocupada com os filhos tem o respeito de todos.</p><p>- As ideias cuja nos ensinam as coisas fortalecem o homem.</p><p>REGÊNCIA VERBAL</p><p>Conceito</p><p>Ocorre quando o termo regente (um verbo) se liga ao seu termo regido (o com-</p><p>plemento verbal) por meio de uma preposição ou não. Aqui, é fundamental o co-</p><p>nhecimento das transitividades verbais. Os verbos podem assumir as seguintes</p><p>transitividades:</p><p>a) Verbo transitivo direto (vtd)</p><p>b) Verbo transitivo indireto (vti)</p><p>c) Verbo transitivo direito e indireto/ bitransitivo (vtdi)</p><p>d) Verbo intransitivo (vi)</p><p>Instalando o “aplicativo”</p><p>APLICATIVO</p><p>LADO A LADO B</p><p>Quem + Verbo + Verbo Algo ou Alguém</p><p>a, de, em, para, com, por</p><p>RODADA 01</p><p>- Todos os generais deixaram o castelo.</p><p>- As crianças quebraram os brinquedos.</p><p>- Isso muda o mundo.</p><p>- Resolveram os problemas os cientistas.</p><p>Verbo Predicação/ Regência</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>17</p><p>Enganar</p><p>Exonerar</p><p>Burlar</p><p>Perder</p><p>Beber</p><p>Demitir</p><p>Imprimir</p><p>RODADA 02</p><p>- O povo concorda com a imprensa.</p><p>- Em Deus confiam os cristãos.</p><p>- O aluno recorreu ao diretor.</p><p>- De mantimentos carecem os desabrigados.</p><p>- Essas obras contribuem para o progresso.</p><p>Uma pausa necessária</p><p>O que são verbos pronominais?</p><p>-João Marcelo apaixonou-se por Lúcia França.</p><p>A maioria dos verbos pronominais é transitiva indireta.</p><p>Verbo pronominal Preposição</p><p>Interessar-se</p><p>Referir-se</p><p>Contentar-se</p><p>Queixar-se</p><p>Arrepender-se</p><p>Ater-se</p><p>Lembrar-se</p><p>Ex.:</p><p>- O homem se arrependeu dos seus pecados.</p><p>- O jornal refere-se aos casos de irregularidade.</p><p>- Todos se interessam por liberdade.</p><p>RODADA 03</p><p>- O político entregou a obra ao povo.</p><p>- O político entregou ao povo a obra.</p><p>- O professor apresentou o filho aos amigos.</p><p>- O governo preveniu os brasileiros da nova pandemia.</p><p>18</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>CUIDADO!</p><p>Alguns verbos se parecem muito com VTDI, mas não o são.</p><p>- A médica receitou o remédio ao paciente.</p><p>- A médica trocou o remédio do paciente.</p><p>Nas frases acima, os dois verbos são bitransitivos? Antes de responder, veja as</p><p>construções a seguir:</p><p>- A médica receitou [ ] ao paciente.</p><p>- A médica trocou [ ] do paciente.</p><p>RODADA 04</p><p>Verbos intransitivos</p><p>- Têm sentido completo.</p><p>- As frases podem parar neles.</p><p>- O paciente tossiu.</p><p>- O amor existe.</p><p>- O salário saiu.</p><p>Verbos que não gostam de gente</p><p>- Ocorreu uma briga.</p><p>- Acontecem crimes banais.</p><p>- Surgiu uma dúvida.</p><p>- Sucedeu um crime.</p><p>Veja que interessante</p><p>Pedro comprou (70% de sentido) Os seus livros (30% de sentido)</p><p>Maria crê (70% de sentido) em Deus (30% de sentido)</p><p>José disse (70% de sentido) a verdade aos pais (30% de sentido)</p><p>Rosa chegou (100% de sentido)</p><p>CONTUDO, CUIDADO!</p><p>Algumas frases podem induzir você a interpretar certas estruturas de forma er-</p><p>rada, a saber:</p><p>- O homem chorou Ø.</p><p>- O homem chorou ao entardecer.</p><p>- O homem chorou de raiva.</p><p>- O homem em casa.</p><p>- O homem chorou para comover a família.</p><p>- O homem chorou com os amigos.</p><p>- O homem chorou por duas horas.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>19</p><p>Conclusões</p><p>a) Nem tudo que é introduzido por preposição é objeto indireto;</p><p>b) Quando o verbo exige a preposição, tem-se um objeto indireto.</p><p>c) Quando o verbo aceita a preposição, tem-se um adjunto adverbial.</p><p>- Aquela criança não gosta de sapatos. (o verbo exige a preposição “de”)</p><p>- Aquela criança dormiu de sapatos. (o verbo não exige a preposição “de”, mas a</p><p>aceita).</p><p>Só para lembrar:</p><p>Tipo de Verbo Exigência</p><p>VTD Objeto Direto (OD)</p><p>VTI Objeto Indireto (OI)</p><p>VTDI OD e OI</p><p>VI Ø</p><p>Obs: “Ø” quer dizer que não vai aparecer nem OD nem OI na frase.</p><p>Verbos de ligação</p><p>Os verbos de ligação são aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma qualifica-</p><p>ção. A estrutura qualificadora cumprirá a função sintática de Predicativo do Su-</p><p>jeito. Logo, esses verbos servem para indicar estados ou qualidades do sujeito. São</p><p>estes:</p><p>- Ser, estar, permanecer, ficar, andar (= estar), viver (= estar), tornar-se, continuar,</p><p>parecer.</p><p>Detalhe 01: Esses verbos não podem ser usados no “aplicativo”, pois não têm</p><p>transitividade. Você, deve, portanto, memoriza-los como verbos de ligação.</p><p>Combinado?</p><p>Detalhe 02: Verbos de ligação não têm, nunca, objeto direto ou mesmo indireto.</p><p>Exemplos?</p><p>- O planeta está confuso.</p><p>- Parecem confusas as análises do ministro.</p><p>- São confusas as análises do ministro.</p><p>- Tornou-se complexa a situação do prefeito.</p><p>- O clima, depois da reunião, ficou pesado.</p><p>- O prefeito anda preocupado.</p><p>- Aquele candidato vive mal-humorado.</p><p>20</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>O predicativo do sujeito só existe se houver verbo de ligação?</p><p>- A moça deixou o auditório satisfeita.</p><p>Essa estrutura permite as seguintes reescritas:</p><p>- A moça, satisfeita, deixou o auditório.</p><p>- Satisfeita, a moça deixou o auditório.</p><p>Mas tenha cuidado:</p><p>- A moça satisfeita deixou o auditório.</p><p>Não confunda predicativo do sujeito com adjunto adverbial</p><p>- O jovem chegou cansado.</p><p>- O jovem chegou bem.</p><p>Veja as seguintes variações:</p><p>- A jovem chegou cansada.</p><p>- A jovem chegou longe.</p><p>- Os bebês dormiram perfumados.</p><p>- Os bebês dormiram bastante.</p><p>- As mães saíram lindas.</p><p>- As mães saíram logo.</p><p>REGÊNCIA NOMINAL</p><p>Verbos supostamente de ligação</p><p>São, aqueles que, pela morfologia (pela aparência), lembram verbos de ligação.</p><p>Contudo, não conseguem dar ao sujeito qualificação alguma.</p><p>Exemplos:</p><p>- Os senadores ainda estão em Fortaleza.</p><p>- Os policiais permanecem no local do crime.</p><p>- A mãe ficou com as crianças.</p><p>Note que “em Fortaleza”, “no local do crime” indicam ideia de lugar, e não de es-</p><p>tado. Logo, são Adjuntos Adverbiais de lugar. Quando isso ocorre, o verbo não</p><p>pode mais ser considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e, assim, as-</p><p>sume o caráter de verbo intransitivo.</p><p>REGÊNCIA NOMINAL</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>21</p><p>Estuda as relações em que os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios – exi-</p><p>gem complemento para que os sentidos da frase fiquem estabilizados. Essa rela-</p><p>ção entre o nome e seus complementos é estabelecida pela presença de preposi-</p><p>ção e gera uma função sintática chamada complemento nominal.</p><p>Antes, vamos fazer uma comparação:</p><p>Lucas obedece aos pais.</p><p>Lucas tem obediência aos pais.</p><p>Lucas é obediente aos pais.</p><p>Exemplos:</p><p>1 – O fiel expôs a sua crença em Deus.</p><p>2 – A médica chegou desgostosa com as condições de trabalho.</p><p>3 – Ele fez a tarefa contrariamente aos pedidos da mãe.</p><p>Muitos nomes podem aceitar mais de uma preposição</p><p>1 – Pedro tem amor por todos os seus filhos.</p><p>2 – Pedro tem amor a todos os seus filhos.</p><p>3 – Eu tenho ódio a gente arrogante.</p><p>4 – Eu tenho ódio contra gente arrogante.</p><p>5 – Eu tenho ódio de gente arrogante.</p><p>6 – Eu tenho ódio para com gente arrogante.</p><p>Uma curiosidade: nomes x prefixos.</p><p>Dependente de.</p><p>Inclusão ou inserção em.</p><p>Convívio com.</p><p>Demitido de.</p><p>Desapego de ou a.</p><p>Intercalado entre.</p><p>Supremacia sobre.</p><p>Convivência com.</p><p>Veja a tabela abaixo:</p><p>Preposição Nomes</p><p>a acessível, adequado, alheio, análogo,</p><p>apto, avesso, benefício, cego, con-</p><p>forme, desatento, desfavorável, desleal,</p><p>equivalente, fiel, grato, guerra, hostil,</p><p>idêntico, inerente, nocivo, obediente,</p><p>odioso, oposto, peculiar, pernicioso,</p><p>22</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>próximo (de), superior, surdo (de), visí-</p><p>vel.</p><p>de amante, amigo, ansioso, ávido, capaz,</p><p>cobiçoso, comum, contemporâneo,</p><p>curioso, devoto, diferente, digne, do-</p><p>tado, duro, estreito, fértil, fraco, ino-</p><p>cente, menor, natural, nobre, orgu-</p><p>lhoso, pálido, passível, pobre, pródigo</p><p>(em), temeroso, vazio, vizinho.</p><p>com afável, amoroso, aparentado, compatí-</p><p>vel, conforme, cruel, cuidadoso, des-</p><p>contente, furioso (de), ingrato, liberal,</p><p>misericordioso, orgulhoso, parecido (a),</p><p>rente (a, de).</p><p>contra desrespeito, manifestação, queixa.</p><p>em constante, cúmplice, diligente, enten-</p><p>dido, erudito, exato, fecundo, fértil,</p><p>fraco (de), forte, hábil, indeciso, lento,</p><p>perito, sábio, último (de, a), único.</p><p>entre convênio, união.</p><p>para apto, bom, essencial, incapaz, inútil,</p><p>pronto (em), útil.</p><p>para com afável, amoroso, capaz, cruel, intole-</p><p>rante, orgulhoso.</p><p>por ansioso, querido (de), responsável, res-</p><p>peito (a, de)</p><p>sobre dúvida, influência, triunfo.</p><p>NOMES QUE ADVÊM DE VERBOS</p><p>1 – Ele avançou 200 metros.</p><p>1.1 – O avanço de 200 metros ocorreu em seguida.</p><p>2 – O convidado gostou daquilo que foi oferecido pelo chef árabe.</p><p>2.1 – O gosto por gastronomia árabe é comum no Brasil.</p><p>3 – O motorista respeitou o passageiro.</p><p>3.1 – O respeito ao passageiro é uma regra moral.</p><p>4 – Ele não confia em você.</p><p>4.1 – A confiança em você mudou tudo.</p><p>CRASE</p><p>Teoria</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>23</p><p>O uso do acento grave é produto da fusão de duas vogais idênticas: a + a : à (fusão).</p><p>O primeiro “a” é uma preposição, e o segundo “a” é um artigo.</p><p>Obs: o artigo “a” pode, também, aparecer no plural (“as”).</p><p>Uma estatística</p><p>- 85% das ocorrências de acento grave se dão por fusão.</p><p>- 15% das ocorrências de acento grave se dão por “acento diferencial”</p><p>Os 85% têm como base a seguinte tabela:</p><p>ANTES DURANTE DEPOIS</p><p>VTI SUB. FEM</p><p>VTDI AQUILO, AQUELE (A)(S)</p><p>NOME A QUAL, AS QUAIS</p><p>Detalhando a tabela:</p><p>ANTES PREPOSIÇÃO FUSÃO ARTIGO DEPOIS</p><p>VTI A À OU ÀS A OU AS SUB. FEM</p><p>VTDI A À A -QUILO,</p><p>-QUELE (A)(S)</p><p>NOME A À(S) A(S) -QUAL,</p><p>-QUAIS</p><p>Vamos testar os princípios:</p><p>1 – O brasileiro recorreu ........................... medicação errada.</p><p>2 – O jornal se referia .................................cobrança indevida.</p><p>3 – O pai deu um presente ......................... filha.</p><p>4 – Eles são indiferentes .......................... miséria do povo.</p><p>5 – O combate ........................... Covid-19 é missão de todos.</p><p>6 – Os políticos se dedicam .............................. -queles homens do mal.</p><p>7 – Ele recorreu ............................ -quelas palavras feias.</p><p>8 – A ideia ............................ qual os ministros recorreram tinha brechas jurídicas.</p><p>9 - As iniciativas ................................... quais o jornal se referia eram dignas.</p><p>10 – As medidas, .................................. quais os políticos não aderiram, são muito valiosas.</p><p>OBSERVAÇÃO</p><p>As formas craseadas “à qual” e “às quais” podem ser substituídas por “a que”, sem</p><p>crase.</p><p>CASO ESPECIAL I</p><p>24</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>Em alguns casos, um “à” ou um “ás” é equivalente a “àquela(s). Nesses casos, o</p><p>substantivo feminino fica implícito no texto.</p><p>A novela que ele viu é semelhante à que passou nos anos de 1980.</p><p>[A novela que ele viu é semelhante àquela que passou nos anos de 1980.]</p><p>Suas críticas são idênticas às do meu pai.</p><p>[Suas ideias são idênticas àquelas do meu pai.]</p><p>CASO ESPECIAL II: as três “meninas rebeldes”.</p><p>As palavras “casa”, “terras” e “distância” só receberão o acento grave se estiverem</p><p>especificadas.</p><p>Sem especificação, ficam assim:</p><p>- Pedro não voltou a casa.</p><p>- Depois de dias, o jangadeiro voltou a terra.</p><p>- Fiz um curso a distância.</p><p>Mas, se estiverem com especificação, recebem o acento:</p><p>- Pedro não voltou à casa dos amigos da faculdade.</p><p>- Depois de dias, o jangadeiro voltou à terra de seus colonizadores.</p><p>- Fiz um curso à distância de 400km.</p><p>CASOS FACULTATIVOS</p><p>a) Antes de pronomes possessivos femininos no singular.</p><p>b) Antes de nomes próprios femininos.</p><p>c) Depois da preposição “até”.</p><p>a) Antes de pronomes possessivos femininos no singular</p><p>Ex.: Ele disse tudo à minha amiga. (a minha amiga)</p><p>Ex.: Convém à tua família enfrentar esse problema. (a tua)</p><p>Ex.: Ele disse tudo à minha professora e à tua mãe. (a minha/a tua).</p><p>Uma exceção, cuidado!!!</p><p>- O mestre recorreu à minha tese de doutorado e à tua.</p><p>- Isso diz respeito à sua saúde e à nossa.</p><p>(Todas as formas destacadas são obrigatórias por conta do paralelismo).</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>25</p><p>b) Antes de nomes próprios femininos:</p><p>1. Não especificados: Ele se referia à Ana/ a Ana.</p><p>2. Especificados: Ele se referia à Ana do 9º andar.</p><p>3. Famosos: Ele se referia a Ana Maria Braga.</p><p>c) Depois da preposição ATÉ.</p><p>- O turista irá até à praça velha. (ou “até a praça velha”)</p><p>- Vamos até à escola e depois voltamos. (ou “até a escola”)</p><p>Os 15% (o “acento diferencial”)</p><p>Ocorre, obrigatoriamente, uso do acento grave nas locuções adjetivas, adverbiais,</p><p>conjuntivas e prepositivas com núcleo substantivo feminino.</p><p>- Ele cheirava a manga.</p><p>- Ele cheirava à manga.</p><p>- O barco à vela ia muito longe no mar. (locução adjetiva)</p><p>- A criança sempre comia à vontade na casa dos avós. (locução adverbial)</p><p>- Deixou a capital do país às sete horas. (locução adverbial)</p><p>- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. (locução conjuntiva)</p><p>- Ele está à espera de um grande amor. (locução prepositiva).</p><p>VEJA OUTROS CASOS</p><p>à tarde, à chave, à míngua, à força, à noite, à escuta, à direita, à deriva, às claras, às</p><p>avessas, às escondidas, às moscas, à toa, à revelia, à beça, à luz, à esquerda, à larga,</p><p>às vezes, às ordens, às ocultas, às turras, à beira de, à sombra de, à exceção de, à</p><p>força de, à frente de, à imitação de, à procura de, à semelhança de, à proporção</p><p>que, à medida que, à zero hora, à uma hora, às duas horas, às oito e meia etc. (e</p><p>todas as horas precisas).</p><p>Observações necessárias</p><p>a) Caso a locução NÃO tenha núcleo feminino, não ocorrerá crase:</p><p>- O leão sempre mata a sangue-frio</p><p>- O quarto cheirava a óleo de cozinha.</p><p>- Ando muito a pé.</p><p>- Use sal e pimenta a gosto.</p><p>- Já estamos a bordo.</p><p>b) Ocorrerá crase quando a locução “à moda (de)” ou “à maneira (de)” estiver</p><p>implícita:</p><p>- Eles dançavam à Elvis Presley.</p><p>- Ele costumava sair das reuniões à francesa.</p><p>26</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- Adoro peixada à cearense.</p><p>c) Se as horas forem precisas, ocorre acento grave; do contrário, não.</p><p>- Nós saímos à uma hora.</p><p>- Eles irão sair daqui a uma hora.</p><p>- Às dez horas, os portões se fecham.</p><p>- Após as nove horas, eu posso chegar a qualquer momento.</p><p>CRASE E CONCORDÂNCIA</p><p>01. Outros foram enviados a campos de refugiados ou regiões inóspitas dentro</p><p>do próprio país, como ocorreu com a família de Mukasonga. (linhas 31 e 32). Assi-</p><p>nale a alternativa em que a substituição do segmento sublinhado tenha sido feita</p><p>de acordo com a norma culta. Não leve em conta alterações de sentido.</p><p>A) à Brasília</p><p>B) à terra firme</p><p>C) à casa</p><p>D) à Fortaleza de José de Alencar</p><p>E) à lugares desconhecidos</p><p>02. Assinale a alternativa em que o sinal indicativo de crase é facultativo.</p><p>A) O neto voltou à casa da avó.</p><p>B) Meu neto voltou à minha casa.</p><p>C) A avó, às vezes, deixa-o brincar na chuva.</p><p>D) A mãe devolveu as roupas àquela criança.</p><p>03. O uso do acento grave em “À frente de projetos como o Sirius — maior</p><p>projeto científico e tecnológico em desenvolvimento no Brasil [...]” (4º§) é de</p><p>uso obrigatório. Indique, a seguir, o fragmento em que o acento grave foi em-</p><p>pregado INCORRETAMENTE.</p><p>A) “Primeiro smartphone com leitor de digitais integrado à tela vai ser chinês.”</p><p>B) “Florianópolis vive hoje o temor de que 2017 termine com notícias semelhantes</p><p>às que estrearam o ano.”</p><p>C) “Uma garota de 9 anos teve o cabelo cortado à força por duas tias e duas primas</p><p>no último fim de semana.”</p><p>D) “Todo o atendimento ao público será realizado de segunda à domingo con-</p><p>forme determinado anteriormente.”</p><p>CONCORDÂNCIA VERBAL</p><p>Princípios</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>27</p><p>- Em geral, quem dita as regras do jogo é o sujeito. Ou seja, será o sujeito o termo</p><p>sintático responsável pelo “movimento” do verbo.</p><p>- “Movimento” quer dizer, na linguagem da gramática, flexão verbal.</p><p>- O verbo sofre seis (06) flexões: três no singular e três no plural.</p><p>Em provas de concurso, entretanto, as flexões que dominam são as da terceira do</p><p>singular e as da terceira do plural, ou seja, as bancas costumam exigir apenas duas</p><p>flexões.</p><p>Assim, o que elas mais gostam de fazer é pedir ao candidato para avaliar se um</p><p>verbo pode sair do singular e ir para o plural (ou vice e versa).</p><p>Exemplo:</p><p>- O movimento das comunidades modificou as regras daquele município.</p><p>( ) A substituição de “modificou” por “modificaram” mantém a correção grama-</p><p>tical.</p><p>Dica: pergunte ao verbo assim: “quem modificou as regras?”</p><p>1º ESCALÃO DE REGRAS</p><p>1- Somente o núcleo do sujeito é capaz de “acionar” (flexionar) o verbo ou a</p><p>locução verbal.</p><p>- O programa dos novos médicos brasileiros mudou as formas de gestão.</p><p>- As iniciativas da coordenadoria do projeto ambiental trouxeram ânimo ao povo</p><p>indígena.</p><p>Construções erradas:</p><p>- O programa dos novos médicos brasileiros mudaram as formas de gestão.</p><p>- As iniciativas da coordenadoria do projeto ambiental trouxe ânimo ao povo indí-</p><p>gena.</p><p>2- É comum que o sujeito seja distanciado do verbo ou da locução verbal com</p><p>o propósito de confundir o candidato.</p><p>- Um número cada vez mais crescente de alunos motivados pelas novas tecnolo-</p><p>gias digitais invade as salas de recrutamento de grandes empresas.</p><p>- A candidatura do ex-prefeito, segundo vários jornalistas importantes, ainda que</p><p>seja uma afronta aos milhões de eleitores lesados por sua má gestão, revela a falta</p><p>de rigor na legislação eleitoral.</p><p>3. É comum que o sujeito seja deslocado (daí a frase fica na “ordem indireta”)</p><p>para o meio ou o fim do período a fim de confundir o candidato.</p><p>28</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>No início do século 20, não passava dos 40 anos a expectativa de vida ao nascer</p><p>nos países da Europa mais desenvolvida.</p><p>A cada um dos envolvidos nos casos dedicou uma página o jornal.</p><p>CUIDADO!!!!</p><p>Se o verbo estiver anteposto ao sujeito composto, poderá concordar com o núcleo</p><p>mais próximo ou ir para o plural.</p><p>Nível básico:</p><p>- Deixou a cidade o pai e a mãe.</p><p>- Deixaram a cidade o pai e a mãe.</p><p>CONCORDÂNCIA VERBAL</p><p>Nível avançado:</p><p>- Embora modifique as regras a prefeitura e o governo do estado, ainda não se</p><p>mostrou eficaz o projeto de lei e a medida provisória.</p><p>- Embora modifiquem as regras a prefeitura e o governo do estado, ainda não se</p><p>mostraram eficazes o projeto de lei e a medida provisória.</p><p>Em outros cenários, a facultatividade seria impossível:</p><p>- Deixaram a cidade os primos e a sogra.</p><p>- Embora modifiquem as regras os vereadores e a cúpula do estado, ainda não se</p><p>mostraram eficazes os projetos de lei e a medida provisória.</p><p>4- Quando o sujeito for uma oração (ou seja, sua base for um verbo), lembre-</p><p>se de que o verbo fica, obrigatoriamente, na 3ª pessoa do singular.</p><p>Na ordem direta:</p><p>- Malhar de estômago vazio não ajuda a queimar gordura.</p><p>- Quem anula o seu voto dá as costas à democracia.</p><p>- Que as fake news mudaram o país é fato.</p><p>Na ordem indireta:</p><p>- Coube ao povo modificar as políticas públicas de segurança.</p><p>- É fundamental que todos busquem a tolerância.</p><p>- Perdeu a vergonha quem destruiu o sentido de povo.</p><p>Atenção!!!</p><p>Mesmo que haja dois, três, quatro etc. verbos no infinitivo, a regra do sujeito</p><p>oracional permanece.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>29</p><p>- Estudar muitas horas por dia e cuidar da dieta exige muita força e muita fé.</p><p>- A partir da Segunda Guerra Mundial, tornou-se possível prevenir e tratar diversas</p><p>enfermidades</p><p>5- Quando o sujeito estiver representado pelo pronome relativo “que”, con-</p><p>corde com o termo ao qual o pronome se refere.</p><p>- O estudioso apresentou os detalhes que fazem toda a diferença na hora de es-</p><p>tudar.</p><p>DICA DOS 4 SEGUNDOS</p><p>a) Busque o referente do QUE;</p><p>b) Modifique o número do referente;</p><p>c) Leia a frase novamente;</p><p>d) Verifique a concordancia;</p><p>e) Se estiver errada, o QUE será sujeito.</p><p>Vejamos outros exemplos:</p><p>- Nós gostamos de livros que mudam a nossa cabeça.</p><p>- Deixou a cidade a moça que salvou as crianças.</p><p>7- Quando o sujeito estiver na voz passiva sintética, cuidado para não con-</p><p>fundi-lo com o objeto direto.</p><p>Nível básico:</p><p>- Dominou-se o suspeito rapidamente.</p><p>- Vende-se casa.</p><p>Dedicam-se homenagens ao mártir daquele país.</p><p>Assim, veja como é fácil chancelar o erro.</p><p>- Comemora-se os dez anos da empresa. (Frase errada)</p><p>- Mostrou-se os erros daquele governo. (Frase errada)</p><p>- Estuda-se as narrativas populares. (Frase errada)</p><p>Nível avançado:</p><p>- Não se dá aos brasileiros a chance de crescer. (Frase certa)</p><p>- Devem-se explicar os casos de irregularidade. (Frase certa)</p><p>8- Quando o sujeito for indeterminado, há duas situações:</p><p>a) Verbo na 3ª pessoa do plural sem antecedente.</p><p>b) VTI, VI ou VL acompanhado do pronome “se” (índice de indeterminação do</p><p>sujeito) com verbo na 3ª pessoa do singular.</p><p>30</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>Exemplos:</p><p>- Destruíram os conceitos de gentileza.</p><p>- Mataram a democracia.</p><p>- Picharam as estátuas.</p><p>- Clonaram a minha senha.</p><p>Exemplos:</p><p>- Acredita-se em milagres.</p><p>- Gosta-se de festas juninas.</p><p>- Pouco se discordou dos depoimentos.</p><p>- Sempre se sofre muito no Brasil.</p><p>- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.</p><p>- Era-se desconfiado naquela cidade.</p><p>9- Quando a oração não tem sujeito, o verbo é chamado de impessoal e fica</p><p>sem “comando”; por isso, permanecerá na 3ª pessoa singular (e raras vezes no</p><p>plural).</p><p>- Havia muitas brigas naquela escola.</p><p>- Grandes eventos houve no auditório.</p><p>Cuidado!!!</p><p>O verbo EXISTIR, contudo, é pessoal e passa, automaticamente, a ter sujeito. Ou</p><p>seja, o objeto direto do verbo HAVER será, portanto, o sujeito do verbo EXISTIR.</p><p>Sempre!!!</p><p>- Existiam muitas brigas naquela escola.</p><p>- Grandes eventos existiram no auditório.</p><p>- Faz trinta dias que o edital saiu.</p><p>- Há doze anos que ele deixou o país.</p><p>- Neva na serra gaúcha.</p><p>- Chove muito em Londres.</p><p>- Já amanheceu!</p><p>Exceções</p><p>- Muitos flocos bonitos nevavam naquela cidade europeia.</p><p>- Choviam péssimas notícias nos jornais.</p><p>- Eram seis horas quando a polícia chegou.</p><p>- São dez horas.</p><p>- Hoje são 15 de julho.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>31</p><p>10- Quando o sujeito é formado por expressão partitiva, percentual ou fracio-</p><p>nária.</p><p>Para termos que indiquem ideia partitiva ou fracionária, quando possuírem ex-</p><p>pressão especificativa pluralizada, admite-se que o verbo vá para o plural ou fique</p><p>no singular.</p><p>Ex.:</p><p>- A maioria dos médicos deixou o hospital.</p><p>- A maioria dos médicos deixaram o hospital.</p><p>- A menor parte dos alunos bebia.</p><p>- A menor parte dos alunos bebiam.</p><p>- Grande parte da equipe errou.</p><p>- Grande parte da equipe errou.</p><p>- A minoria dos policiais está preocupada.</p><p>- A minoria dos policiais estão preocupados.</p><p>Caso a palavra partitiva vier encabeçada por uma porcentagem, a concordân-</p><p>cia também se dará com o número percentual ou com o adjunto.</p><p>DETALHE:</p><p>De 0,0% até 1,9% significa SINGULAR. De 2,0 até o infinito, PLURAL.</p><p>Ex.:</p><p>- 30% da empresa receberam críticas.</p><p>- 30% da empresa recebeu críticas.</p><p>- 1,8% dos brasileiros pedia a intervenção militar.</p><p>- 1,8% dos brasileiros pediam a intervenção militar.</p><p>Caso não haja adjunto no plural, a concordância se dará normalmente com o</p><p>número percentual.</p><p>Ex.:</p><p>- 25% chegaram aos seus objetivos.</p><p>- 1,6% desistiu da prova.</p><p>Exceção:</p><p>Caso surja o artigo “OS” (ou outro determinante, como ESSES, ESTES, AQUELES)</p><p>antes dos percentuais, o verbo irá, OBRIGATORIAMENTE, para o PLURAL.</p><p>- Os 10% da comunidade requereram novas eleições.</p><p>32</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- Esses 15% da pesquisa não representam muita coisa.</p><p>Caso o sujeito seja formado por um numeral em forma de fração, concorde</p><p>com o numerador ou com o adjunto.</p><p>- ¼ dos alunos não entregou o trabalho.</p><p>- ¼ dos alunos não entregaram o trabalho.</p><p>- Dois quintos da cidade questionaram a prefeitura.</p><p>- Dois quintos da cidade questionou a prefeitura.</p><p>CONCORDÂNCIA NOMINAL</p><p>Regra geral</p><p>O adjetivo e as palavras adjetivas (artigos, numerais e pronomes) concordam em</p><p>gênero e número com o substantivo a que se referem.</p><p>- As minhas revistas novas estão no quarto.</p><p>Casos especiais I</p><p>1º. Caso:</p><p>Quando o adjetivo é posposto a vários substantivos do mesmo gênero, ele vai para</p><p>o plural ou concorda com o substantivo mais próximo.</p><p>- O caju e o abacaxi maduro parecem bons.</p><p>- O caju e o abacaxi maduros parecem bons.</p><p>2º. Caso:</p><p>Se os substantivos forem de gêneros diferentes, o adjetivo pode ir para o plural</p><p>masculino ou pode concordar com o substantivo mais próximo.</p><p>- O caju e a manga madura estavam em falta no mercado.</p><p>- O caju e a manga maduros estavam em falta no mercado.</p><p>Se os substantivos estivessem no plural:</p><p>- Os cajus e as mangas maduras estavam em falta no mercado.</p><p>- Os cajus e as mangas maduros estavam em falta no mercado.</p><p>Mais um exemplo:</p><p>- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigo foram varridos pelo temporal.</p><p>- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar antigos foram varridos pelo temporal.</p><p>Cuidado!</p><p>A concordância nominal não apenas ocorre no nível morfossintático, mas tam-</p><p>bém no semântico.</p><p>- João comprou uma casa e um carro esportivo.</p><p>- Lucas tem um gato e um cão valente.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>33</p><p>3º. Caso:</p><p>Quando o adjetivo posposto funciona como predicativo, vai obrigatoriamente</p><p>para o plural e concorda com o sujeito.</p><p>- O caju e a laranja são azedos.</p><p>- A cidade, o hospital, a lanchonete e o bar estão devastados.</p><p>Cuidado!</p><p>- Os livros e as revistas são antigas. ( Certo ou Errado?)</p><p>Casos especiais II</p><p>1º. Caso:</p><p>Quando o adjetivo vem anteposto aos substantivos, concorde com o mais pró-</p><p>ximo.</p><p>- Ele era dotado de extraordinária coragem e talento.</p><p>- No hospital, percebi os cansados médicos e enfermeiras.</p><p>2º. Caso:</p><p>Quando o adjetivo anteposto funciona como predicativo, pode concordar com o</p><p>substantivo mais próximo ou pode ir para o plural.</p><p>- Estava deserta a casa e o barraco.</p><p>- Estavam desertos a casa e o barraco.</p><p>3º Caso</p><p>Quando há apenas um substantivo e mais de um adjetivo. Nesses casos, há duas</p><p>possibilidades de estrutura:</p><p>1ª . Possibilidade:</p><p>- O produto conquistou o mercado europeu e o americano.</p><p>2ª . Possibilidade:</p><p>- O produto conquistou os mercados europeu e americano.</p><p>Veja outros exemplos:</p><p>- Esse autor aderiu à escrita clássica, à moderna e à contemporânea.</p><p>- Esse autor aderiu às escritas clássica, moderna e contemporânea.</p><p>- O país desenvolveu a cultura da leitura e a do estudo.</p><p>- O país desenvolveu as culturas da leitura e do estudo.</p><p>Casos especiais III</p><p>1º. Caso: as palavra bastante, meio, pouco, caro, barato e junto.</p><p>- Função adjetiva: Variável - refere-se a substantivo.</p><p>- Função adverbial: Invariável - refere-se a verbo, adjetivo e a advérbio.</p><p>- Eles viram bastantes pessoas na rua.</p><p>- Eu comprei bastantes livros de história.</p><p>- Ana está bastante feliz com a sua aprovação.</p><p>- Os alunos parecem bastante lúcidos.</p><p>34</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- A aluna deixou a festa meio tonta.</p><p>- As médicas estavam meio nervosas.</p><p>- Ele não é homem de meias palavras.</p><p>- As meias entradas estão suspensas.</p><p>- Só tenho poucas horas para resolver tudo.</p><p>- As alunas estão pouco ansiosas para a apresentação.</p><p>- As roupas foram caras ou baratas?</p><p>- As roupas custaram caro.</p><p>- Nós sempre buscamos fazer junto os nossos projetos.</p><p>- Elas sempre buscam fazer juntas os seus projetos.</p><p>- Eles sempre buscam fazer juntos os seus projetos.</p><p>2º. Caso:</p><p>As palavras quite, obrigado, anexo (incluso ou apenso), obrigado, mesmo, pró-</p><p>prio e leso são adjetivos. Devem, portanto, concordar com o nome a que se refe-</p><p>rem.</p><p>- Nós estamos quites com o banco.</p><p>- Tu pareces quite com a secretaria.</p><p>- Ela mesma fez o café.</p><p>- As crianças mesmas fizeram o café da manhã.</p><p>- Os alunos próprios decidiram tudo.</p><p>- “Muito obrigada!”, disse a filha.</p><p>- Muito obrigados, mestre!”, disseram os alunos.</p><p>- Seguem anexos os formulários.</p><p>- Vai a ficha anexa ao e-mail.</p><p>- As documentações seguem em anexo.</p><p>- Estão inclusas todas as regras.</p><p>- Vão apensos os contratos.</p><p>EXERCÍCIOS</p><p>01. A frase em que a concordância nominal está correta é:</p><p>A) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco tempo eram o melhor sinal</p><p>da prosperidade familiar.</p><p>B) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se encontravam os doen-</p><p>tes.</p><p>C) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele cultivava na sua pacata</p><p>e linda chácara do interior.</p><p>D) Esse livro e caderno antigos não são meus, mas poderão ser importantes para</p><p>a pesquisa que estou fazendo.</p><p>02. Todas as alternativas, abaixo, estão corretas quanto à concordância nominal,</p><p>exceto:</p><p>A) Conserve limpas as mãos e os pés.</p><p>B) O jovem, ao completar dezenove anos, deve estar quite com o serviço militar.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>35</p><p>C) As edições extras dos jornais sempre trazem notícias interessantes.</p><p>D) No café da manhã deste hotel, servem-se geleia e pão torrados.</p><p>E) Deste lado da rua há menos casas, por isso precisamos ficar mais alerta.</p><p>03. Assinale a alternativa errada no que diz respeito ao atendimento à norma</p><p>culta:</p><p>A) O escritor e</p><p>o mestre alemães admiravam o belo quadro.</p><p>B) Estudaram o idioma francês e o espanhol.</p><p>C) O ministro e os deputados alagoanos votaram contra o projeto.</p><p>D) Considero fácil as questões e testes propostos na prova.</p><p>04. Está perfeitamente correta a concordância nominal apenas na frase:</p><p>A) Eles se moviam meios cautelosos.</p><p>B) O relógio da igreja bateu meio-dia e meio.</p><p>C) José era tal quais os avós.</p><p>D) Os resultados falam por si só.</p><p>05. “Fazia ............................... elogios, embora as saudações fossem agora ........................ en-</p><p>fáticas para uns e talvez ............................... evasivas para outros”.</p><p>A opção que completa corretamente as lacunas da frase acima é:</p><p>A) bastante / menos / meio;</p><p>B) bastantes / menas / meia;</p><p>C) bastante /menos / meia;</p><p>D) bastantes / menas / meio;</p><p>E) bastantes / menos / meio.</p><p>06. Assinale a alternativa em que a concordância nominal está de acordo com a</p><p>norma culta.</p><p>A) A moça mesmo me disse que andava meia aborrecida com a vida.</p><p>B) O Presidente visitou as novas instalações da escola. Sua Excelência estava bem</p><p>disposto e bem-humorado.</p><p>C) A declaração de bens foi mandada anexo ao processo.</p><p>D) Sabemos que é necessário a paciência de mãe para suportar manha de criança.</p><p>E) Consegui comprar o que queria: um carro zero e um terreno próximos à praia.</p><p>07. Todas as alternativas estão corretas quanto à concordância nominal, exceto</p><p>em:</p><p>a) Todos os executivos da empresa optaram por champanha francês.</p><p>b) Homens e mulheres sindicalizados reivindicavam segurança no trabalho.</p><p>c) É proibido entrada de pessoas não identificadas naquele recinto.</p><p>d) O garimpeiro comemorou a descoberta de quinhentas gramas de ouro.</p><p>36</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>e) Durante o debate, a plenária permaneceu meio silenciosa.</p><p>SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO</p><p>Termos da oração</p><p>01 – Essenciais</p><p>- Sujeito</p><p>- Predicado</p><p>02 – Termos integrantes:</p><p>- Objeto direto</p><p>- Objeto indireto</p><p>- Complemento nominal</p><p>- Agente da passiva</p><p>03 – Termos acessórios:</p><p>- Adjunto adnominal</p><p>- Adjunto adverbial</p><p>- Aposto</p><p>- Vocativo*</p><p>O que as bancas pedem:</p><p>a) Reconhecimento de cada uma das estruturas</p><p>b) Entendimento do que ocorre na frase quando um termo é suprimido ou deslo-</p><p>cado</p><p>c) Discernimento quando um termo é trocado por outro no texto.</p><p>d) Crítica à norma culta quando certos procedimentos ferem o padrão gramatical.</p><p>e) Diálogo dos termos com outros aspectos do padrão culto, a saber: pontuação,</p><p>colocação pronominal, regência, concordância etc.</p><p>Sujeito</p><p>Palavra ou expressão que pratica, sofre ou pratica e sofre (ao mesmo tempo) a</p><p>ação verbal. O sujeito pode também simplesmente receber uma qualidade, sem</p><p>desenvolver ação verbal alguma.</p><p>a) Simples</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>37</p><p>Quando possui apenas um núcleo (geralmente um substantivo). Esse núcleo traz</p><p>a ideia principal do sujeito:</p><p>- O funcionamento dos dois hemisférios cerebrais é necessário tanto para as ativi-</p><p>dades artísticas como para as científicas.</p><p>- A pandemia mudou o mundo.</p><p>b) Composto</p><p>Quando possui mais de um núcleo:</p><p>- Os crimes de estelionato e o tráfico de drogas exigem mais atenção das autori-</p><p>dades.</p><p>- Deixaram a cidade o médico, o enfermeiro e os seus assistentes.</p><p>c) Subentendido, elíptico, oculto, desinencial, implícito, não expresso, em eli-</p><p>são.</p><p>Neste caso, sabemos que ele existe, porém não está explícito na oração. A forma</p><p>pela qual o reconhecemos é pela terminação verbal (desinência) ou pelo contexto.</p><p>- Compramos novos computadores para a empresa.</p><p>- Tens um cigarro aí?</p><p>- Deixe seus livros ali.</p><p>- Deixa teus livros ali.</p><p>d) Indeterminado.</p><p>Quando ele não está expresso e não podemos reconhece-lo pela terminação do</p><p>verbo ou mesmo pelo contexto.</p><p>Há, portanto, duas regras específicas para reconhecermos os casos de sujeito in-</p><p>determinado:</p><p>1º) Quando o verbo está na terceira pessoa do plural, sem que se notem ante-</p><p>cedentes no texto:</p><p>- Quebraram a mesa da sala.</p><p>- Roubaram a santa da igreja.</p><p>Obs: Na sentença a seguir, note que o sujeito da estrutura destacada não é</p><p>indeterminado.</p><p>- Muitos policiais aderiram à greve da última semana. Provavelmente, devem exi-</p><p>gir melhores condições de trabalho para todos.</p><p>38</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>2º) Quando o verbo (VTI, VI ou VL) está na terceira pessoa do singular acom-</p><p>panhado do pronome “se” (índice de indeterminado do sujeito):</p><p>- Pouco se discordou dos depoimentos prestados ontem.</p><p>- Sempre se sofre muito no Brasil, pois a ignorância é implacável.</p><p>- Assiste-se a um novo momento cultural no Brasil.</p><p>- Era-se desconfiado naquela cidade.</p><p>Um caso pouco conhecido</p><p>Quando um verbo está no infinitivo, seu sujeito também é indeterminado, inde-</p><p>pendentemente de sua regência.</p><p>- Trabalhar muitas horas por dia exige muita disposição.</p><p>- Fazer exercícios faz bem à saúde.</p><p>e) Sujeito inexistente ou oração sem sujeito.</p><p>Ocorre quando os verbos são impessoais.</p><p>I- Verbos que indicam fenômenos da natureza: nevar, chover, trovejar, relam-</p><p>pejar, etc.</p><p>- Neva muito na Suiça.</p><p>- Trovejou bastante hoje.</p><p>- Já amanheceu.</p><p>- É madrugada.</p><p>II – Verbo “Haver” no sentido de “Existir”.</p><p>- Havia muitos indícios de corrupção naquele dossiê.</p><p>- Pode haver greves demoradas até o fim do mês.</p><p>III – Verbo “Fazer” indicando tempo decorrido (tempo retroativo):</p><p>- Faz dois meses que os políticos corruptos foram presos.</p><p>- Amanhã fará seis dias que o país adotou as novas medidas.</p><p>Obs: no presente do indicativo, é possível substituir “faz” por “há”.</p><p>f) Sujeito oracional</p><p>Quando o sujeito é formado por uma estrutura verbal. Trata-se de uma oração</p><p>subordinada substantiva subjetiva ou de uma oração reduzida de infinitivo.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>39</p><p>- Quem promoveu enorme baderna ontem deixou a cidade.</p><p>- Arriscar tudo uma vez na vida é muito sedutor.</p><p>O PREDICADO</p><p>a) Predicado verbal é aquele que tem como núcleo um verbo.</p><p>- Os jogadores andam pelo gramado.</p><p>- A polêmica trouxe irritação na escola.</p><p>b) Predicado nominal é aquele que tem como núcleo um nome (substantivo,</p><p>adjetivo ou locução adjetiva). Tipo de predicado que exige verbo de ligação.</p><p>- Ela é esnobe.</p><p>- Estão falidos os discursos moralistas.</p><p>- O presidente anda nervoso.</p><p>- A vida é um espirro.</p><p>c) Predicado verbo-nominal é aquele que tem dois núcleos: um verbo e um</p><p>nome.</p><p>- Os jogadores andam pelo gramado cansados.</p><p>- A aluna deixou o auditório preocupada.</p><p>- O professor fez a chamada distraída.</p><p>Atenção às reescrituras:</p><p>- Os jogadores, cansados, andam pelo gramado.</p><p>- Cansados, os jogadores andam pelo gramado.</p><p>- A aluna, preocupada, deixou o auditório.</p><p>- Distraído, o professor fez a chamada.</p><p>02 – Termos integrantes</p><p>Objeto direto</p><p>Complemento verbal (geralmente não preposicionado) que estabiliza a carên-</p><p>cia semântica do verbo.</p><p>- Estes livros trazem a cultura do velho mundo.</p><p>- A chuva castiga a cidade de Petrópolis.</p><p>- Os professores leram os jornais de Pernambuco.</p><p>40</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>Objeto indireto</p><p>Complemento (sempre preposicionado) que estabiliza a carência semântica</p><p>do verbo.</p><p>- O deputado, segundo jornais locais, discordou dos vereadores.</p><p>- Concordou com os vereadores o presidente da câmara.</p><p>Complemento nominal</p><p>Elemento (sempre preposicionado) que estabiliza os sentidos de um nome (subs-</p><p>tantivo, adjetivo ou advérbio).</p><p>- Este povo é pobre de cultura.</p><p>- O combate à dengue começa na casa de cada brasileiro.</p><p>- Houve uma manifestação contra o governo.</p><p>Agente da passiva</p><p>Termo que representa quem pratica a ação verbal na voz passiva. É sempre</p><p>preposicionado.</p><p>- O livro foi descrito pelo crítico.</p><p>(Na voz ativa: O crítico descreveu o livro.)</p><p>- Os assuntos vêm sendo discutidos pela população.</p><p>(Na voz ativa: A população vem discutindo os assuntos.)</p><p>- Os brasileiros são cercados de muitos impostos.</p><p>(Na voz ativa: Muitos impostos cercam os brasileiros.)</p><p>Termos acessórios</p><p>Adjunto</p><p>adnominal</p><p>Termo acessório cujo objetivo é apoiar os substantivos, determinando-os, especi-</p><p>ficando-os e/ou adjetivando-os. As classes de palavras que podem desempenhar</p><p>a função de adjunto adnominal são artigos, adjetivos, numerais e pronomes adje-</p><p>tivos.</p><p>- Duas meninas vestiam calças e camisetas verdes.</p><p>- O jogo de futebol foi transmitido.</p><p>- Aquele espetáculo coreográfico foi suspenso até segunda ordem.</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>41</p><p>- Este menino comprou dois brinquedos.</p><p>- O primeiro amor nunca se esquece.</p><p>Adjunto adverbial</p><p>O adjunto adverbial é um termo acessório da oração que obrigatoriamente ex-</p><p>prime valor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo ou um ad-</p><p>vérbio. Pode vir preposicionado ou não.</p><p>- Ana dormiu aqui ontem.</p><p>- A aluna deixou a sala de aula bem.</p><p>- Ele está muito satisfeito.</p><p>- Talvez eu vá amanhã.</p><p>- Pedro estudava para a prova.</p><p>- Ela deixou o bar com os amigos.</p><p>- Nós saímos bastante cedo.</p><p>Aposto</p><p>Serve para explicar, esclarecer, elucidar, discriminar ou mesmo enumerar um</p><p>termo que venha antes ou depois. Nesta função, os sinais gráficos, na maioria das</p><p>vezes, são decisivos.</p><p>Aposto explicativo</p><p>É aquele que explica um termo anterior ou posterior a ele. É marcado pelo uso de</p><p>vírgulas, travessões, parênteses ou dois pontos. Exemplo:</p><p>- Ele contou histórias sobre Hagar, o terrível homem de histórias horrendas.</p><p>- Helena, a professora do 4º ano, estava triste.</p><p>- A morte, angústia dos vivos, ocorre ao acaso.</p><p>- A morte - angústia dos vivos – ocorre ao acaso.</p><p>- A presidente do conselho (Carmen Lúcia Lima) vem sendo bastante questio-</p><p>nada ultimamente.</p><p>- Candidato pelo Partido da Paz, Jorge Lucas Neto compareceu ontem ao fórum.</p><p>Aposto enumerativo</p><p>É aquele utilizado para enumerar dados relacionados a um termo base.</p><p>- Aquele funcionário tinha muitos problemas: fumo, álcool e farras.</p><p>- Tenho três amigos: José, Marcos e André.</p><p>- A pesquisa analisou dois grupos – crianças e adolescentes.</p><p>Aposto especificativo</p><p>É aquele que especifica o termo a que se refere. Não é acompanhado de vírgulas.</p><p>- O professor João Lucas é muito criativo.</p><p>42</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>- A empresa Gol é uma das mais criticadas.</p><p>- O livro Cinquenta tons de cinza causou frisson entre as mulheres.</p><p>Aposto Resumidor (Recapitulativo)</p><p>É o aposto que resumo toda a oração.</p><p>- Trocar fraldas, amamentar, colocar para dormir, acordar à noite, tudo exige paci-</p><p>ência.</p><p>- Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.</p><p>Aposto Resumidor (Recapitulativo)</p><p>É o aposto que resume toda a oração.</p><p>- Trocar fraldas, amamentar, colocar para dormir, acordar à noite, tudo exige paci-</p><p>ência.</p><p>- Vento, chuva, neve, nada o impediu de cumprir sua missão.</p><p>Aposto oracional</p><p>É o aposto que possui um verbo.</p><p>- Desejo uma única coisa: que plantem novas árvores.</p><p>- Ele me disse apenas esta verdade: que nossa sociedade acabou;</p><p>Vocativo</p><p>É o nome do termo sintático que serve para nomear um interlocutor a que se di-</p><p>rige a palavra (chama a atenção da frase).</p><p>- “Tenho certeza, amigos, de que isso vai acabar bem.”</p><p>- “José, venha cá.”</p><p>- “Vamos logo sair desta casa, João!”</p><p>- “Camila, saia saí!”</p><p>- “Olhe aqui, Isabel!”</p><p>- “Deus, tenha piedade de nós!”</p><p>ORAÇÕES COORDENADAS</p><p>Princípios:</p><p>São estruturas independentes.</p><p>Podem ser ligadas, ou não, por conjunção.</p><p>São, portanto, sindéticas ou assindéticas.</p><p>Demonstrando os princípios:</p><p>A criança comeu todo o lanche. A criança estava faminta. (orações independentes)</p><p>A criança comeu todo o lanche, pois estava faminta.</p><p>(período composto sindético)</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>43</p><p>A criança comeu todo o lanche: estava faminta.</p><p>(período composto assindético)</p><p>Períodos sindéticos versus períodos assindéticos</p><p>Obs.: as conjunções funcionam como um GPS de sentidos: elas orientam como</p><p>o leitor deve interpretar a frase. Daí sua impotência.</p><p>SINDÉTICOS: quando vêm introduzidos por conjunção.</p><p>- A prefeitura negou a fraude e mostrou provas a seu favor.</p><p>- Joana deu à luz um lindo bebê, portanto estava muito feliz.</p><p>- Comemoramos muito o título, pois a conquista foi espetacular.</p><p>ASSINDÉTICOS: quando não vêm introduzidos por conjunção:</p><p>Obs.: nesse caso, como o leitor não tem o “GPS”, ele fica, por um momento, sem</p><p>orientação, sem entender direito o texto. A frase não costuma ser agradável ao</p><p>leitor, por isso desperta a suspeita de que esteja gramaticalmente errada. Con-</p><p>tudo, não está.</p><p>- A prefeitura negou a fraude, mostrou provas a seu favor.</p><p>- Joana deu á luz um lindo bebê; estava muito feliz.</p><p>- Comemoramos muito o título: a conquista foi espetacular.</p><p>Obs.: costuma-se usar uma (01) vírgula nas assindéticas aditivas e alternativas,</p><p>ponto e vírgula nas conclusivas e dois pontos nas explicativas. Isso, contudo, não</p><p>é uma regra, é um costume seguido por muitos bons redatores. A vírgula e o</p><p>ponto e vírgula podem isolar todas as coordenadas assindéticas. Por outro lado,</p><p>é quase um consenso que só as explicativas podem ser isoladas por dois pontos.</p><p>Classificação das orações coordenadas sindéticas</p><p>1. Aditivas</p><p>Expressam uma adição, uma sequência de informações:</p><p>- Eles deixaram a festa e procuraram um bar aberto.</p><p>- A tese parecia lógica, e os argumentos faziam sentido.</p><p>- Hoje, não cozinho nem lavo a louça.</p><p>- O filho não só mostra obediência, mas também tira boas notas.</p><p>CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ATIVAS</p><p>e</p><p>nem (= e não)</p><p>44</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>(não só) ..., mas também</p><p>(não só) ... como também</p><p>(não apenas) ..., mas ainda</p><p>(não somente) ... senão também</p><p>(não somente) ... bem como</p><p>Que (= e)</p><p>2. Adversativas</p><p>Expressam a valor de oposição, constante, restrição ou mudança de assunto:</p><p>- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; porém aquela semana foi de muita</p><p>chuva. (oposição)</p><p>CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ADVERSATIVAS</p><p>Mas</p><p>Porém</p><p>Contudo</p><p>Entretanto</p><p>Todavia</p><p>No entanto</p><p>Em contrapartida</p><p>Senão</p><p>Ainda assim</p><p>Exceto</p><p>Salvo</p><p>Não obstante</p><p>CUIDADO!</p><p>Pontuações possíveis para um mesmo período:</p><p>- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana, PORÉM, foi de</p><p>muita chuva. (construção culta).</p><p>- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana foi, PORÉM, de</p><p>muita chuva.</p><p>- Ele pensou em, pelo menos, um dia de sol; aquela semana foi de muita chuva,</p><p>PORÉM. (construção cultíssima)</p><p>- O homem foi picado por uma cascavel, entretanto passa bem. (contraste)</p><p>- Adorei o seu jantar, mas use menos pimenta da próxima vez. (restrição)</p><p>- Corrupção é o tema do dia, mas vamos falar de futebol. (a conjunção “mas” indica</p><p>mudança de assunto).</p><p>Quando a conjunção, MAS não pode substituir suas correspondentes</p><p>PORTUGUÊS</p><p>ELI CASTRO</p><p>45</p><p>- O governo usa, cada vez mais, de falsas informações; a maioria da população,</p><p>entretanto, não percebe o descalabro. (USO CORRETO).</p><p>- O governo usa, cada vez mais, de falsas informações; a maioria da população,</p><p>mas, não percebe o descalabro. (USO INCORRETO).</p><p>3. Alternativas</p><p>Expressam alternância de ideias ou revezamento de ações:</p><p>- Venha logo ou perderá a sua vaga.</p><p>- Ora bebiam, ora comiam.</p><p>- Quer em casa, quer no trabalho ele sempre arranja confusão.</p><p>- Talvez chegue cedo, talvez demore muito.</p><p>CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ALTERNATIVAS</p><p>Ou...ou</p><p>Ora...ora</p><p>Quer...quer</p><p>Seja...seja</p><p>Já...já</p><p>Nem...nem</p><p>Talvez...talvez</p><p>4. Conclusivas</p><p>Expressam ideia de conclusão, consequência, ou seja, dizem o inevitável:</p><p>- A humanidade não tem vacina contra o coronavírus, portanto estamos todos</p><p>vulneráveis uma nova onda de contaminação.</p><p>- O novo contratado saiu-se muito bem no primeiro mês; merece, pois, toda a con-</p><p>fiança da empresa.</p><p>- Os cães passaram três dias sem comer, por conseguinte estão famintos.</p><p>- Os preços dos carros caíram muito na última década, logo é normal o aumento</p><p>dos engarrafamentos nas grandes cidades.</p><p>- Os preços dos carros caíram muito na última década, é, logo, normal o aumento</p><p>dos engarrafamentos nas grandes cidades.</p><p>CONJUNÇÕES COORDENATIVAS</p>CONCLUSIVAS 
Logo 
Portanto 
Por conseguinte 
Por isso 
Assim 
Então 
Pois (posposto ao verbo) 
 
 
 
 
 
 46 
PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
5. Explicativas 
Indicam uma justificativa ou uma explicação ao fato expresso na primeira oração: 
- Ele foi à praia, pois estava muito estressado. 
- Vista-se logo, que seu pai já está chegando. 
- A jovem chegou muito tarde ao trabalho, porquanto seu carro quebrara no ca-
minho. 
- Ela mudou a cor do cabelo, porque vivia uma nova fase de sua vida. 
 
PORQUE, QUE, POIS, PORQUANTO 100% EXPLICATIVOS 
Terão o seu primeiro verbo no modo imperativo. 
Ou 
Não se notará relação de causa e efeito entre as orações. 
 
CONJUNÇÕES COORDENATIVAS EXPLICATIVAS 
Que 
Porque 
Porquanto 
Pois (anteposto ao verbo) 
 
PARTICULARIDADES 
Com relação às orações coordenadas ainda se deve levar em conta que: 
1) As orações coordenadas sindéticas aditivas podem estar correlacionadas atra-
vés das expressões: (não só) ..., mas também. (não somente) ..., mas ainda, (não só) 
... como também. Exemplo: 
 
- Não só se dedica aos esportes, como também à música. 
- Não só fez o gol do título, mas também se sagrou artilheiro do campeonato. 
 
2) A conjunção que pode ter valor: 
a) Aditivo: 
- Ela varre que varre a sala, e não se cansa. (Varre e varre.) 
- Esse menino fala que fala! Não para um instante! (Fala e fala.) 
b) Adversativo: 
- Todos receberão os salários hoje, que não você. 
- Os funcionários da tesouraria, que não os diretores, estão dispensados depois 
das três da tarde. 
3) A conjunção E pode assumir valor adversativo ou conclusivo, também: 
- Ele come muito, e não engorda. 
- Ela passou no concurso e estava muito feliz. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
47 
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS 
São estruturas dependentes e funcionam como adjetivos. Obviamente, referem-
se a substantivos. 
 
A origem dessas orações: 
1 – O time vitorioso. 
2 – O time das vitórias. 
3 – O time que vence os campeonatos. 
4 – O time que vence os campeonatos deixa sua torcida feliz. 
 
Classificação das orações adjetivas 
Adjetiva Restritiva Adjetiva Restritiva 
Não há sinal ou sinais gráficos em sua 
estrutura. 
Sua intepretação permite que o leitor 
“enxergue” dois grupos no contexto: 
um explícito (com sentido de particu-
larização) e outro implícito. 
Adjetiva Explicativa Adjetiva Explicativa 
É marcada por vírgula(s), travessão(-
ões) ou parênteses. 
Sua interpretação só permite que o lei-
tor “enxergue” um único grupo (com 
sentido de generalização) ou individu-
alize um único ser ou um grupo no 
contexto. 
 
Exemplos: 
- O aluno que se dedica aos estudos passa. 
- O jornal denunciou os políticos corruptos que são filiados ao MDB. 
- O aluno, que é uma peça fundamental da escola, deve estar disposto a apren-
der. 
- O jornal denunciou os políticos corruptos, que são filiados ao MDB. 
- Michel Temer – que já foi o presidente do país – é visto, por muitos, como um 
golpista. 
 
Vejamos outros exemplos: 
- A informação que recebi era uma “fake News”. 
- Conheci a igreja onde meu pai foi batizado. 
- João é um filho por quem tenho muita admiração. 
- Visitei a cidade cujos habitantes eram estranhos. 
- Temo tudo quanto me assusta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS 
A origem dessas orações 
Essas orações recebem esse nome porque exercem função própria dos substan-
tivos. Os substantivos desempenham, majoritariamente, as funções sintáticas. Daí 
essas orações representam as seguintes funções: objeto direto, objeto indireto, su-
jeito, predicativo, complemento nominal e aposto. 
São introduzidas por conectivos específicos: 
que, se quem, quanto e como. 
 
Obs.: dos cinco conectivos, somente “que” e “se” podem ser chamados de con-
junção integrante. 
 
Dicas importantes: 
Somente uma dessas seis orações será antecipada por sinal gráfico (: - ,), a saber: 
a APOSITIVA. Somente duas dessas seis orações serão antecipadas por preposi-
ção (a, de, em para, com, por), a saber: a COMPLETIVA NOMINAL e a OBJETIVA 
INDIRETA. 
 
A origem dessas orações: 
1 – A polícia impediu a confusão 
Desenvolvendo 
2 – A polícia impediu ________ OBJETO DIRETO _______________ 
3 - _________________ SUJEITO ____________ impediu a confusão. 
 
Ou seja: 
- A polícia impediu que a confusão começasse. 
- Quem representava a lei impediu a confusão. 
 
Dica: substitua a oração subordinada iniciada por QUE, SE, COMO ou QUANTO 
por ISTO e as iniciadas por QUEM, por ELE(A). 
 
- ELA impediu a confusão. 
 
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta 
A oração subordinada substantiva objetiva indireta funciona como objeto indireto 
da oração principal. 
- A polícia discorda de que os bandidos ainda estejam escondidos na mata. 
- Os motoristas não obedecem a quem organiza as leis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
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Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal 
A oração subordinada substantiva completiva nominal funciona como comple-
mento nominal da oração principal. 
- O ministro tem a convicção de que os fatos serão esclarecidos. 
- Os números não são favoráveis a quem fez a declaração. 
 
Oração Subordinada Substantiva Apositiva 
A oração subordinada substantiva apositiva funciona como aposto da oração prin-
cipal. 
- Só queremos uma coisa: que você procure um outro lugar. 
- O propósito era este - que todos os brasileiros fossem comunicados antes. 
- Na vida, só tenho um propósito, que eu seja feliz a todo custo. 
 
Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta 
A Oração subordinada substantiva objetiva direta funciona como objeto direto da 
oração principal. 
- As professoras decidiram que a aula será adiada. 
- O médico não notou se tudo aquilo tudo era mesmo verdade. 
- O professor percebeu como tudo aconteceu. 
 
Obs.: quando o verbo da oração principal for o “fazer” (VTD), é facultativo o 
uso da preposição “com” por razões de eufonia. Veja: 
- Os problemas no governo fizeram (com) que os executivos corruptos fossem 
denunciados. 
 
Oração Subordinada Substantiva Predicativa 
A oração subordinada substantiva predicativa funciona como predicativo da ora-
ção principal. 
- O certo é que todos deixarão o país depois da crise. 
- O importante é como a cidade receberá todas as mudanças. 
- Que tudo um dia irá mudar é a nossa certeza. 
 
Oração Subordinada Substantiva Subjetiva 
A oração subordinada substantiva subjetiva funciona como sujeito da oração prin-
cipal. 
- É normal que a crise também chegue a outros países. 
- Trouxe os livros quem recebeu o aviso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS 
A origem dessas orações 
Essas orações desempenham função adverbial. Vamos ver como essas orações se 
originam: 
1 – Todos deixaram a praia no final da tarde. 
2 – Todos deixaram a praia quando a tarde caiu. 
 
A) Causal: funciona como adjunto adverbial de causa. A causa é uma espécie de 
“estopim”, que aciona uma consequência. É iniciada por uma conjunção subordi-
nativa causal ou por uma locução conjuntiva subordinativa causal. São elas: por-
que, porquanto, que, visto que, já que, sendo que, dado que, haja vista que, 
uma vez que, como, pois que, na medida em que, por + infinitivo. 
 
Obs.: A conjunção “como” deve ser usada apenas em início de período. 
Exemplos: 
- Já que os brasileiros vivem cada vez mais, a velhice vem se prolongando em 
nossa sociedade. 
- Ele não chegou cedo, porquanto o engarrafamento travou a cidade. 
- Dado que a cidade estava sem segurança pública, os bandidos tomavam conta 
de tudo. 
- Por saber muito, o bandido foi morto pela quadrilha. 
- Porque as cidades estão cada vez mais poluídas, muitas pessoas têm problemas 
respiratórios. 
 
B) Consecutiva: funciona como adjunto adverbial de consequência, ou seja, re-
presenta aquilo que não pode ser evitado, já que algo a obriga. É iniciada pela 
conjunção subordinativa consecutiva que. Na oração principal normalmente 
surge um advérbio de intensidade tão, tal, tanto, tamanho(a), a tal ponto: (tão)... 
que,(tanto)... que, (tamanho)... que, de sorte que, de maneira que, de forma que. 
 
Exemplos: 
- O médico foi tão competente, que o paciente recuperou-se em uma semana. 
- Tamanha era raiva do injustiçado, que atirou contra todos e depois se matou. 
- Ele fala tanta mentira, que ninguém o suporta. 
- Ele bebeu a tal ponto que perdeu a noção de onde estava. 
 
C) Concessiva: funciona como adjunto adverbial de concessão, ou seja, indica 
uma contraposição, uma oposição, uma ressalva. É iniciada por uma conjunção 
subordinativa concessiva ou por uma locução conjuntiva subordinativa conces-
siva. São elas: embora, conquanto, não obstante, apesar de que, se bem que, 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
51 
mesmo que, posto que, ainda que, em que pese, a despeito de que, malgrado, 
por mais que, sem que. 
 
Exemplos: 
- Conquanto a vida sempre ofereça muitos obstáculos, nunca devemos nos dei-
xar abater. 
- O homem é um ser dotado de inteligência e capacidade, não obstante nem 
todos as aproveitem para o bem de si e dos outros. 
- Malgrado muitos estejam satisfeitos com a mudança de governo, eu continuo 
sem nenhuma confiança em nada. 
- Todos chegaram bem cedo, apesar de que a prova só começasse às dez da 
manhã. 
- A despeito de que muitos ativistas se esforcem, a natureza continua sendo de-
vastada dia a dia. 
- Mesmo que ele traga todos os documentos, não há mais tempo hábil para sua 
inscrição. 
 
 
 
D) Condicional: funciona como adjunto adverbial de condição, ou seja, indica 
valor semântico de dependência em que há forte teor duvidoso, incerto e hipoté-
tico. É iniciada por uma conjunção subordinativa condicional ou por uma locução 
conjuntiva subordinativa condicional. São elas: se, a menos que, desde que, caso, 
contanto que, A + infinitivo. 
 
E) Conformativa: funciona como adjunto adverbial de conformidade. É iniciada 
por uma conjunção subordinativa conformativa ou por uma locução conjuntiva 
subordinativa conformativa. São elas: como, conforme, segundo, consoante. 
 
Exemplos: 
 
 
 
 
 
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PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
- Segundo revelou o IBGE, brasileiros estudam mais hoje do que na década pas-
sada 
- Construímos nossa casa, conforme as especificações dadas pela Prefeitura. 
- Como combinamos ontem, eis os documentos. 
 
F) Comparativa: funciona como adjunto adverbial de comparação. Geralmente, 
o verbo fica subentendido. É iniciada por uma conjunção subordinativa compara-
tiva. São elas: (mais) ... que, (menos)... que, (tão)... quanto, como. 
 
Exemplo: 
- Pedro gostava mais de literatura francesa do que de Alemã. 
- João era mais esforçado (do) que o irmão. 
 
G) Temporal: funciona como adjunto adverbial de tempo. É iniciada por uma 
conjunção subordinativa temporal ou por uma locução conjuntiva subordinativa 
temporal. São elas: quando, enquanto, sempre que, assim que, desde que, logo 
que, mal, sempre que, até que, antes que, ao + infinitivo. 
 
Exemplos: 
- Assim que a aula terminar, vamos à sala de estudos. 
- Ao terminar essa discussão, sairemos daqui. 
H) Final: funciona como adjunto adverbial de finalidade. É iniciada por uma con-
junção subordinativa final ou por uma locução conjuntiva subordinativa final. São 
elas: a fim de que, para que, porque, para + infinitivo. 
 
Exemplos: 
- Alguns brasileiros procuram economizar no fim do ano para que consigam 
comprar mais em janeiro. 
- A fim de sair mais cedo, o funcionário adiantou os compromissos. 
- Ele falava mais alto, para que todos pudessem ouvi-lo. 
- Aqui estamos para estudar. 
 
 I) Proporcional: funciona como adjunto adverbial de proporção. É iniciada por 
uma locução conjuntiva subordinativa proporcional. São elas: à proporção que, à 
medida que, ao passo que, tanto mais...mais, tanto menos...menos. 
Exemplo: 
- À medida que o tempo passa, mais experientes ficamos. 
- Ao passo que ganhava fama, ficava mais rico. 
- Tanto menos fumava, menos adoecia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
53 
DICA FINAL 01 
LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES PARECIDAS: 
a) Porquanto = Porque = Ideia de CAUSA/EXPLICATIVA. 
b) Conquanto = Embora = ideia de CONCESSÃO. 
c) Contanto que = Caso = ideia de CONDIÇÃO. 
d) Portanto = Logo = ideia de CONCLUSÃO. 
e) Entretanto = Mas = ideia de ADVERSIDADE. 
f) No entanto = Contudo = ideia de ADVERSIDADE. 
 
DICA FINAL 02 
LOCUÇÕES OU CONJUNÇÕES MISTAS: 
a) Porque: causal/explicativa. 
b) Desde que: condicional/temporal 
c) Não obstante: adversativa/concessiva. 
d) Ao passo que: proporcional/concessiva. 
e) Como: causal/conformativa/comparativa. 
f) Conforme: conformativa/proporcional. 
 
INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO TEXTUAL 
 
Compreensão X Interpretação 
 
A compreensão diz respeito àquela informação que está, explicitamente, no 
texto. Tudo está à vista do leitor: fatos citados; números percentuais; comparações; 
citações de estudiosos, políticos, advogados etc. discordâncias ou concordâncias 
do autor entre outras. Ou seja, a compreensão de textos consiste em analisar o 
que realmente está escrito, diz respeito àquilo que chamo de “a verdade do texto”; 
ou seja, aquilo que o texto afirma, mesmo que seja algo do qual você discorde, é 
uma verdade incontestável. 
 
Os comandos (enunciados) de compreensão são, na maioria das vezes, os seguin-
tes: 
 
Segundo o texto... 
O autor/ narrador do texto diz que.... 
O texto informa que... 
No texto, há uma crítica sobre... 
Tendo em vista o texto.... 
De acordo com o texto... 
O autor defende que.... 
O autor afirma que... 
Na opinião do autor do texto... 
 
 
 
 
 
 
 54 
PORTUGUÊS 
ELI CASTRO 
Se a informação estiver além do que o texto literalmente quis dizer, fora dele, 
trata-se de uma questão de interpretação. 
 
A interpretação de texto consiste em saber o que se infere do que está escrito, 
tem a ver com o que podemos chamar de “vazios textuais”, que todo texto deixa 
para o leitor. 
E como vamos saber que a questão é de interpretação? Agora, a nossa banca vai 
alternar, normalmente, os seguintes verbos: infere-se, depreende-se, conclui-se, 
deduz-se. Detalhe: Todos esses verbos significam a mesma coisa, ou seja, são si-
nônimos. 
 
Os comandos de interpretação são, na maioria das vezes, os seguintes: 
- Depreende-se/infere-se/conclui-se de texto que... 
- O texto permite deduzir que... 
- É possível subentender-se a partir do texto que... 
- Qual a intenção do autor quando afirma que... 
- O texto possibilita o entendimento de que... 
- Com o apoio do texto, infere-se que... 
- O texto possibilita deduzir que... 
 
Os anônimos 
 
Na história de Branca de Neve, a rainha má consulta o seu espelho e pergunta se 
existe no reino uma beleza maior do que a sua. Os espelhos de castelo, nos contos 
de fada, são um pouco como certa imprensa brasileira, muitas vezes dividida entre 
as necessidades de bajular o poder e de refletir a realidade. O espelho tentou mu-
dar de assunto, mas finalmente respondeu: “Existe”. Seu nome: Branca de Neve. 
 
A rainha má mandou chamar um lenhador e instruiu-o levar a Branca de Neve 
para a floresta, mata-la, desfazer-se do corpo e voltar para ganhar sua recom-
pensa. Mas o lenhador poupou Branca de Neve. Toda a história depende da com-
paixão de um lenhador sobre o qual não se sabe nada. Seu nome e sua biografia 
não constam em nenhuma versão do conto (...) 
 
(Adaptado de Luiz Fernando Verissimo, Banquete com os deuses, fragmento) 
 
Após a leitura, marque a opção incorreta: 
a) Segundo o texto, parte da imprensa brasileira oscila em sua atividade. 
b) Infere-se do texto que uma parte da imprensa brasileira omite a realidade a 
fim de ganhar algum bônus com os poderosos. 
c) É possível depreender, a partir do segundo parágrafo, que o lenhador não tem 
um caráter exemplar de cidadão. 
d) Deduz-se do texto que toda a história depende da compaixão de um lenha-
dor. 
e) É possível concluir do texto que o lenhador não matou a Branca de Neve por 
que ela era muito bonita.

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