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<p>40</p><p>Assim, nascemos propensos à cooperação social: essa é</p><p>a nossa força. Provavelmente, os poucos genes que nos dife-</p><p>renciam dos chimpanzés são responsáveis pelos circuitos neu-</p><p>rais que coordenam as funções relacionadas à vida social. Sua</p><p>expressão, entretanto, deve ser modulada pela sociedade que</p><p>nós próprios construímos.</p><p>Roberto Lent</p><p>Instituto de Ciências Biomédicas Universidade Federal do</p><p>Rio de Janeiro (Adaptado de: h ttp://cienciahoje.org.br/coluna/</p><p>inteligencia-cultural/)</p><p>Reescrevendo o trecho “coordenam as funções relacionadas à</p><p>vida social”, o emprego do acento grave é obrigatório em:</p><p>a) coordenam as funções relacionadas à suas propriedades</p><p>básicas</p><p>b) coordenam as funções relacionadas à mesmo tipo de</p><p>característica</p><p>c) coordenam as funções relacionadas à integração individual</p><p>d) coordenam as funções relacionadas à determinações legais</p><p>88. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão:</p><p>Receita de Ano Novo</p><p>Para você ganhar belíssimo Ano Novo</p><p>cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,</p><p>Ano Novo sem comparação com todo o</p><p>tempo já vivido</p><p>(mal vivido talvez ou sem sentido)</p><p>para você ganhar um ano</p><p>não apenas pintado de novo,</p><p>remendado às carreiras,</p><p>mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;</p><p>novo até no coração das coisas menos percebidas</p><p>(a começar pelo seu interior)</p><p>novo, espontâneo que de tão perfeito</p><p>nem se nota,</p><p>mas com ele se come, se passeia,</p><p>se ama, se compreende, se trabalha,</p><p>você não precisa beber champanha</p><p>ou qualquer outra birita,</p><p>não precisa expedir nem receber mensagem</p><p>[...]</p><p>Não precisa</p><p>fazer lista de boas intenções</p><p>para arquivá-las na gaveta.</p><p>Não precisa chorar arrependido</p><p>pelas besteiras consumidas</p><p>nem parvamente acreditar</p><p>que por decreto de esperança</p><p>a partir de janeiro as coisas mudem</p><p>e seja tudo claridade, recompensa,</p><p>justiça entre os homens e as nações,</p><p>liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,</p><p>direitos respeitados, começando</p><p>pelo direito augusto de viver.</p><p>Para ganhar um Ano Novo</p><p>que mereça este nome</p><p>você, meu caro, tem que merecê-lo,</p><p>tem que fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,</p><p>mas tente, experimente, consciente.</p><p>É dentro de você que o Ano Novo</p><p>cochila e espera desde sempre.</p><p>Carlos Drummond de Andrade.</p><p>In: Discurso de primavera e algumas sombras, 1978.</p><p>“Às carreiras” é uma locução adverbial que admite a crase obri-</p><p>gatória. Há caso de crase obrigatória também em:</p><p>a) O vício prejudica a mente.</p><p>b) O fumo é prejudicial a saúde.</p><p>c) Isso não tem nada a ver comigo.</p><p>d) Passaram o dia inteiro a estudar.</p><p>89. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão.</p><p>Satélite utiliza rede para capturar lixo espacial</p><p>Desde 4 de outubro de 1957, quando a União Soviética</p><p>lançou o primeiro satélite artificial para o espaço, milhares de</p><p>objetos foram lançados para fora de nosso planeta. É tanta</p><p>coisa colocada em órbita da Terra que as últimas estimativas</p><p>indicam 7,5 mil toneladas de objetos fora de uso entulhando</p><p>os arredores do planeta, colocando em risco novas missões</p><p>espaciais.</p><p>Muitas são as ideias para limpar essa quantidade de lixo</p><p>espacial, incluindo armas a laser. Uma iniciativa da Universi-</p><p>dade de Surrey, no Reino Unido, acaba de fazer, com sucesso,</p><p>O primeiro teste para pôr em prática um satélite que funciona</p><p>como lixeiro espacial.</p><p>A 300 quilômetros de altitude, o RemoveDebris (Remo-</p><p>vedor de detritos), como foi batizado, lançou uma rede para</p><p>capturar um objeto do tamanho de uma caixa de sapatos que</p><p>estava entre seis e oito metros a sua frente.</p><p>“Funcionou exatamente como esperávamos”, disse à BBC</p><p>o professor Guglielmo Aglietti, diretor do Centro Espacial de</p><p>Surrey. “O alvo estava girando como você esperaria que um</p><p>lixo não cooperativo se comportasse, mas você pode ver cla-</p><p>ramente que a rede o captura, e estamos muito felizes com a</p><p>maneira como o experimento foi feito.”</p><p>É verdade que o lixo em questão tinha acabado de ser</p><p>lançado pelo próprio satélite, mas foi somente o primeiro de</p><p>quatro testes a serem desempenhados pelo satélite. Ainda</p><p>esse ano, a ideia é que coloquem em ação um sistema de</p><p>câmeras para rastrear o lixo espacial. Em seguida, será a vez</p><p>de um outro sistema de captura, que utiliza um arpão, ser</p><p>testado.</p><p>Por fim, uma espécie de rede de arrasto, como as utilizadas</p><p>por pescadores, será lançada para capturar tudo que encon-</p><p>trar em seu caminho pela alta atmosfera. Depois de cumprida</p><p>a missão, o satélite, que custou US 17 milhões, entrará em rota</p><p>de colisão com a Terra e vai se desintegrar junto com todo o</p><p>lixo conforme mergulha na atmosfera.</p><p>(por Redação Galileu, em 19/09/2018) Disponível em >https://</p><p>revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/ noticia/2018/09/satelite-u-</p><p>tiliza-rede-para-capturar-lixo-espacial veja- video.html> Acesso em</p><p>25/09/2018. Adaptado.</p><p>No trecho “disse à BBC o professor Guglielmo Aglietti” (4º pará-</p><p>grafo), há ocorrência de crase.</p><p>A frase em que deve ocorrer a crase, das alternativas a seguir, é:</p><p>a) No entanto, nem todos obedeciam a professora de História.</p><p>b) Ela estava a observar tudo o que ocorria naquele momento.</p><p>c) Era a que mais se aproximava do perfil exigido pela empresa.</p><p>d) Tudo isso nada tinha a ver com os temas do debate da</p><p>faculdade.</p><p>Æ CONCORDÂNCIA (VERBAL E NOMINAL)</p><p>90. (SELECON – 2019) Texto III</p><p>Envelhecimento e proteção social (fragmento)</p><p>A satisfação das necessidades individuais dos homens</p><p>e mulheres idosas representa um dos grandes desafios da</p><p>agenda pública, pois supõe considerar as especificidades</p><p>de cada gênero. Nessa direção, com a conquista da longevi-</p><p>dade, sobressai em todo o mundo o processo de feminização</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>41</p><p>do envelhecimento, uma vez que as mulheres constituem a</p><p>maioria da população idosa em todas as regiões do mundo.</p><p>As condições(A) estruturais e econômicas são responsá-</p><p>veis(B) pelas desigualdades(C) entre os sexos(D), implicando</p><p>situações(E) que alteram inclusive as condições de renda,</p><p>saúde e a própria dinâmica familiar e impactando as de- man-</p><p>das por políticas públicas e prestação de serviços de proteção</p><p>social (Berzins, 2003, p. 28). De acordo com a autora, viver mais</p><p>não tem sido necessariamente sinônimo de viver melhor. As</p><p>mulheres, apesar de mais longevas, acumulam desvantagens</p><p>(violências, discriminações, salários inferiores aos dos homens</p><p>e dupla jornada de trabalho, além da solidão).</p><p>Maria do Rosário Fátima e Silva (Serviço Social & Sociedade, São</p><p>Paulo, n. 126, p. 215-234, maio/ago. 2016)</p><p>No segundo parágrafo, o verbo “alterar” encontra-se no plural</p><p>por concordar com:</p><p>a) “condições”</p><p>b) “responsáveis”</p><p>c) “desigualdades”</p><p>d) “sexos”</p><p>e) “situações”</p><p>91. (SELECON – 2019)</p><p>Saúde é um estado de completo bem-estar físíco,</p><p>mental e socíal</p><p>Quando se fala em melhoria de saúde, a primeira coisa</p><p>que vem à mente é a tecnologia com seu enorme potencial de</p><p>transformar a maneira como lidamos com a saúde até hoje.</p><p>As inovações se multiplicam em todas as especialidades e nos</p><p>mais diversos campos, como genômica, robótica, nanotecno-</p><p>logia, big data, telemedicina etc., oferecendo novas possibili-</p><p>dades em diagnóstico, tratamento ou prevenção de doenças.</p><p>A sofisticação tecnológica é responsável por grandes sal-</p><p>tos na medicina e seus avanços têm contribuído para que as</p><p>pessoas possam viver cada vez mais e melhor. Neste sentido,</p><p>é natural que tenha destaque e seja admirada. Mas isso não</p><p>pode ser impeditivo para que tenhamos uma visão mais ampla</p><p>sobre a saúde e comecemos a prestar atenção em outros</p><p>fatores igualmente impactantes, seja pelo potencial de gerar</p><p>doenças ou de não permitir que as pessoas tenham uma vida</p><p>saudável. Saúde não é somente ausência de enfermidade, e</p><p>sim um estado de completo bem-estar físico, mental e social.</p><p>A partir dessa definição, dada pela própria Organização</p><p>Mundial de Saúde, é impossível pensar em melhoria de saú-</p><p>de sem um olhar mais amplo que considere outros elemen-</p><p>tos impactantes. Não se pode elevar o padrão de saúde sem</p><p>melhorar as condições de saneamento básico e moradia, sem</p><p>reduzir</p><p>brancos</p><p>aumentou significativamente entre 1870 e 2010.</p><p>Em um período de cerca de cinco ou seis gerações, essa</p><p>proporção passou de pouco mais de 25% para cerca de 66%.</p><p>A título de comparação, no caso brasileiro , esse número em</p><p>2019 foi aproximadamente 52%.</p><p>Em ambos os casos, para progredir na convergência de</p><p>rendimentos e na redução das disparidades, será necessá-</p><p>rio avançar no enfrentamento da discriminação e da lacuna</p><p>educacional.</p><p>Em uma análise, usando os dados de 1979 de pesquisa</p><p>realizada por Roland Flyer, da Universidade de Harvard, os</p><p>homens negros americanos ganhavam 39,4% a menos do que</p><p>os homens brancos. Já as mulheres negras apresentavam ren-</p><p>dimentos cerca de 13,1% menores do que as brancas.</p><p>No entanto, quando levamos em consideração o desem-</p><p>penho educacional obtido em outro teste, esse diferencial caiu</p><p>para 10,9% entre os homens e para 12,7% entre as mulheres.</p><p>Flyer também encontrou efeitos do desempenho educacio-</p><p>nal sobre o desemprego, o encarceramento e a saúde. Desse</p><p>modo, o pesquisador advoga que o principal problema racial</p><p>americano recente é procurar diminuir a lacuna da performan-</p><p>ce educacional.</p><p>a violência urbana, os acidentes de trânsito, o consu-</p><p>mo abusivo de álcool ou o tabagismo e também sem tratar da</p><p>questão nutricional.</p><p>Combater a desnutrição em todas as suas formas é um</p><p>dos maiores desafios que todos os países enfrentam porque</p><p>quase um terço da população no mundo sofre, pelo menos,</p><p>de uma forma de desnutrição, como deficiência de vitaminas</p><p>e minerais, ou ainda de excesso de peso ou obesidade. A ONU</p><p>considera a questão tão séria que mantém um plano de traba-</p><p>lho global prevendo ações para melhoria das condições nutri-</p><p>cionais nos próximos dez anos.</p><p>No Brasil, de acordo com dados recentes, um terço das</p><p>crianças está acima do peso. Entre os jovens de 13 a 17 anos,</p><p>o índice de obesidade já chega a 7,8%. Excesso de peso é fator</p><p>de risco para doenças crônicas do coração, hipertensão e dia-</p><p>betes, responsáveis por 78% dos óbitos no Brasil.</p><p>Parte desse problema ocorre, ou se agrava, porque substi-</p><p>tuímos alimentos e cereais in natura, ou minimamente proces-</p><p>sados, por produtos industrializados prontos para o consumo,</p><p>em geral consumindo excesso de calorias, açúcar, sódio e</p><p>outros ingredientes menos saudáveis. Além disso, não pratica-</p><p>mos atividades físicas como é recomendável.</p><p>Um novo olhar sobre a saúde é responsabilidade dos gover-</p><p>nantes, dos gestores em saúde e também de cada indivíduo.</p><p>Cláudio Lottenberg Disponível em https:/lveja.abril.com.br/ blog/</p><p>letra-de-medicol s au de-e-um-e sta do-d e-c om p leto-b e m-est ar-fi s</p><p>i co-m e nt al-esocial/( Acesso em 2010512019). Adaptado.</p><p>A frase correta quanto à concordância verbal encontra-se na</p><p>seguinte opção:</p><p>a) No Brasil, atualmente, 7,8% de adolescentes e jovens na fai-</p><p>xa etária de 13 aos 17 anos situa-se em grupo considerado</p><p>de risco, com excesso de peso.</p><p>b) Tendo em vista a qualidade de vida da população de antiga-</p><p>mente, quantos cuidados não teria as nossas bisavós diante</p><p>de tanta oferta de produtos industrializados?</p><p>c) Dentre as pessoas mais saudáveis às menos preocupadas,</p><p>talvez não se encontre quem não tenha comido alimentos</p><p>industrializados na vida, para não falar daquelas que não</p><p>têm ideia do mal que causam.</p><p>d) Modelos mais avançados, sofisticados e eficientes de apa-</p><p>relhos para exames na área médica, como costumava ser</p><p>o tomógrafo quando surgiu, está presente nos melhores</p><p>hospitais.</p><p>92. (SELECON – 2019)</p><p>Atividade física pode evitar 10 mil casos de câncer ao</p><p>ano no Brasil</p><p>Cerca de 10 mil novos casos de câncer, entre eles o de</p><p>mama e o de cólon, poderiam ser evitados no Brasil se houves-</p><p>se mais adesão à prática da atividade física entre a população.</p><p>Os resultados fazem parte de uma pesquisa feita no Departa-</p><p>mento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da</p><p>USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard, a</p><p>Universidade de Cambridge e a Universidade de Queensland.</p><p>Um artigo sobre o assunto foi publicado na revista científica</p><p>internacional Cancer Epidemiologyem julho de 2018.</p><p>Os dados sobre a falta de atividade física da população bra-</p><p>sileira são alarmantes. A última pesquisa realizada pelo Institu-</p><p>to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, mostra</p><p>que aproximadamente metade das pessoas sequer atingiu a</p><p>recomendação mínima preconizada pela Organização Mun-</p><p>dial da Saúde (OMS) para a prática por semana, ou seja, 150</p><p>minutos de atividade moderada ou 75 minutos em ritmo mais</p><p>intenso.</p><p>As mulheres estão em desvantagem em relação aos</p><p>homens. É maior o número de mulheres que não se</p><p>exercitam, cerca de 51 %, enquanto os homens, é de 43%.</p><p>O de mama e o de cólon são os cânceres mais comuns e</p><p>que poderiam ser evitados caso houvesse a prática regular de</p><p>atividade física entre a população, segundo Leandro Fórnias</p><p>Machado Rezende, um dos autores da pesquisa.</p><p>A prática regularda atividade física inftuencia no contro-</p><p>le de peso e no nível de gordura, além de atuar diretamen-</p><p>te sobre hormônios e marcadores inftamatórios. A falta dela</p><p>aumenta o risco de incidência de alguns tipos de câncer, prin-</p><p>cipalmente os que foram objetos de estudo, o de mama e o</p><p>de cólon. A pesquisa trouxe mais detalhes sobre o assunto:</p><p>os pesquisadores concluíram que até 8.600 casos de câncer</p><p>em mulheres e 1.700 casos de câncer em homens poderiam</p><p>ter sido evitados simplesmente com o aumento dos exercícios</p><p>semanais. Conforme afirma Rezende, esses casos correspon-</p><p>dem a 19% da incidência de câncer de cólon e 12% de câncer</p><p>de mama no Brasil.</p><p>De acordo com Rezende, os pesquisadores que trabalha-</p><p>ram nesse estudo acreditam que os números possivelmente</p><p>podem estar subestimados, já que há estudos recentes suge-</p><p>rindo uma possível relação de atividade física com a redução</p><p>do risco de até 13 tipos de câncer.</p><p>(Por Redação - Editorias: Ciências da Saúde - URL Curta: jornal.usp.</p><p>brnp=184111) Disponível em >https:lljornal.usp.br/ciencias/ciencias-</p><p>-da-saude/ atividade-fi sica-pode-evitar-1 O-mil-casos-de-cancer-ao-a-</p><p>nono- brasil/ Acesso em 18/0512019. Adaptado.</p><p>42</p><p>Na frase “É maior o número de mulheres que não se exercitam,</p><p>cerca de 51 %, enquanto os homens, é de 43%.”, o verbo exercitar</p><p>concorda com o substantivo mulheres.</p><p>A concordância verbal NÃO está correta na seguinte frase:</p><p>a) Nem muito calor nem muito sol faz bem à saúde de todos.</p><p>b) Saúde e educação são assuntos em destaque nos noticiários.</p><p>c) O diretor do hospital foi um dos que mais participou do</p><p>evento.</p><p>d) A multidão invadiu o espaço de forma desordenada e</p><p>acelerada</p><p>93. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão.</p><p>Ética</p><p>Adolfo Sanchez Vásquez</p><p>Nas relações cotidianas dos indivíduos entre si, surgem</p><p>continuamente problemas como estes: devo cumprir a pro-</p><p>messa x que fiz ontem ao meu amigo y, embora hoje perceba</p><p>que o cumprimento me causará certos prejuízos? Devo dizer</p><p>sempre a verdade ou há ocasiões em que devo mentir? Quem,</p><p>numa guerra de invasão, sabe que o seu amigo z está cola-</p><p>borando com o inimigo, deve calar, por causa da amizade, ou</p><p>deve denunciá-lo como traidor? Podemos considerar bom o</p><p>homem que se mostra caridoso com o mendigo que bate à sua</p><p>porta e, durante o dia — como patrão —, explora impiedosa-</p><p>mente os operários e os empregados da sua empresa? Se um</p><p>indivíduo procura fazer o bem e as consequências de suas</p><p>ações são prejudiciais àqueles que pretendia favorecer, por-</p><p>que lhes causa mais prejuízo do que benefício, devemos julgar</p><p>que age corretamente de um ponto de vista moral, quaisquer</p><p>que tenham sido os efeitos de sua ação? (...)</p><p>Em situações como essas que acabamos de enumerar, os</p><p>indivíduos se defrontam com a necessidade de pautar o seu</p><p>comportamento por normas que se julgam mais apropriadas</p><p>ou mais dignas de ser cumpridas. Estas normas são aceitas</p><p>intimamente e reconhecidas como obrigatórias: de acordo</p><p>com elas, os indivíduos compreendem que têm o dever de</p><p>agir desta ou daquela maneira. Nestes casos, dizemos que o</p><p>homem age moralmente e que neste seu comportamento se</p><p>evidenciam vários traços característicos que o diferenciam de</p><p>outras formas de conduta humana. Sobre este comportamento,</p><p>que é o resultado de uma decisão refletida e, por isto, não</p><p>puramente espontânea ou natural, os outros julgam, de acordo</p><p>também com normas estabelecidas, e formulam juízos como</p><p>os seguintes: “X agiu bem mentindo naquelas circunstâncias”;</p><p>“Z devia denunciar o seu amigo traidor” etc.</p><p>Dessa maneira temos, pois, de um lado, atos e formas</p><p>de comportamento dos homens em face de determinados</p><p>problemas, que chamamos morais, e, do outro lado, juízos</p><p>que aprovam ou desaprovam moralmente os mesmos atos.</p><p>Mas, por sua vez, tanto os atos quanto os juízos morais pres-</p><p>supõem certas normas que apontam o que se deve fazer.</p><p>Assim, por exemplo, o juízo: “Z devia denunciar o seu amigo</p><p>traidor”, pressupõe a norma “os interesses da pátria devem ser</p><p>postos acima dos da amizade”. Por conseguinte, na vida real,</p><p>defrontamo-nos com problemas práticos do tipo dos enume-</p><p>rados, dos quais ninguém pode eximir-se. E, para resolvê-los,</p><p>os indivíduos recorrem a normas, cumprem</p><p>determinados</p><p>atos, formulam juízos e, às vezes, se servem de determinados</p><p>argumentos ou razões para justificar a decisão adotada ou os</p><p>passos dados.</p><p>Tudo isso faz parte de um tipo de comportamento efeti-</p><p>vo, tanto dos indivíduos quanto dos grupos sociais e tanto de</p><p>ontem quanto de hoje.(...)</p><p>A este comportamento prático-moral, que já se encontra</p><p>nas formas mais primitivas da comunidade, sucede posterior-</p><p>mente — muitos milênios depois — a reflexão sobre ele. Os</p><p>homens não só agem moralmente (isto é, enfrentam determi-</p><p>nados problemas nas suas relações mútuas, tomam decisões</p><p>e realizam certos atos para resolvê-los e, ao mesmo tempo,</p><p>julgam ou avaliam de uma ou de outra maneira estas decisões</p><p>e estes atos), mas também refletem sobre esse comportamen-</p><p>to prático e o tomam como objeto da sua reflexão e do seu</p><p>pensamento. Dá-se assim a passagem do plano da prática</p><p>moral para o da teoria moral; ou, em outras palavras, da moral</p><p>efetiva, vivida, para a moral reflexa.</p><p>Quando se verifica essa passagem, que coincide com os</p><p>inícios do pensamento filosófico, já estamos propriamente</p><p>na esfera dos problemas teórico-morais ou éticos. À diferen-</p><p>ça dos problemas prático-morais, os éticos são caracterizados</p><p>pela sua generalidade. Se na vida real um indivíduo concreto</p><p>enfrenta uma determinada situação, deverá resolver por si</p><p>mesmo, com a ajuda de uma norma que reconhece e aceita</p><p>intimamente, o problema de como agir de maneira a que sua</p><p>ação possa ser boa, isto é, moralmente valiosa.</p><p>Será inútil recorrer à ética com a esperança de encontrar</p><p>nela uma norma de ação para cada situação concreta. Aética</p><p>poderá dizer-lhe, em geral, o que é um comportamento pau-</p><p>tado por normas, ou em que consiste o fim — o bom — visado</p><p>pelo comportamento moral, do qual faz parte o procedimento</p><p>do indivíduo concreto ou o de todos.(...)</p><p>Sem dúvida, esta investigação teórica não deixa de ter con-</p><p>sequências práticas, porque, ao se definir o que é o bom, se</p><p>está traçando um caminho geral, em cujo marco os homens</p><p>podem orientar a sua conduta nas diversas situações particu-</p><p>lares. Neste sentido, a teoria pode influir no comportamento</p><p>moral-prático.</p><p>(ÉTICA. VÁSQUEZ, A. S., Ética, Ed. Civilização Brasileira, R. J., 95.</p><p>Adaptado)</p><p>Em “os indivíduos recorrem a normas, cumprem determinados</p><p>atos”, os verbos encontram-se concordando com o seu sujeito</p><p>(os indivíduos), por isso mesmo, flexionam- se na terceira pes-</p><p>soa do plural.</p><p>Em relação à concordância, NÃO está correta a flexão verbal na</p><p>seguinte frase:</p><p>a) Neste ano, restaram cerca de trinta vagas para a saúde.</p><p>b) A maior parte destas salas não tinha pintura, nem piso.</p><p>c) Nenhum nem outro funcionário tinham direito a férias.</p><p>d) Acreditam as meninas ainda em conto de fadas e duendes.</p><p>Æ COERÊNCIA. COESÃO (ANÁFORA, CATÁFORA,</p><p>USO DOS CONECTORES - PRONOMES</p><p>RELATIVOS, CONJUNÇÕES ETC)</p><p>94. (SELECON – 2020) Leia o texto para responder às questões</p><p>Publicidade de alimentos e obesidade infantil: uma</p><p>reflexão necessária</p><p>A epidemia de obesidade e doenças crônicas é um pro-</p><p>blema que atinge, de maneira crescente, o mundo inteiro. E</p><p>tornou-se consenso entre as principais organizações e pes-</p><p>quisadores em saúde pública que a regulação da publicidade</p><p>de alimentos é uma das estratégias necessárias para comba-</p><p>tê-la. As campanhas de marketing não apenas influenciam</p><p>as escolhas alimentares na infância, mas também buscam</p><p>fidelizar consumidores desde a mais tenra idade. O objeto</p><p>preferencial são os alimentos ultraprocessados, feitos a partir</p><p>de ingredientes industriais, com pouco ou nenhum produto</p><p>fresco, e, geralmente, com alta quantidade de açúcar, gordura</p><p>e/ou sódio.</p><p>Em 2010, a Organização Mundial da Saúde recomendou a</p><p>redução da exposição das crianças à propaganda de alimentos,</p><p>sobretudo aqueles com alta quantidade de açúcar, sal e gordu-</p><p>ra. Em 2012, a Organização Pan-Americana da Saúde aprofun-</p><p>douse no tema e também apresentou recomendações de ações</p><p>concretas por parte dos governos para reduzir a exposição das</p><p>crianças à publicidade de alimentos. Para especialistas, a autor-</p><p>regulamentação do setor não tem funcionado.</p><p>A mais recente publicação sobre obesidade do periódi-</p><p>co Lancet, divulgada em fevereiro deste ano, indica que, até</p><p>o momento, as iniciativas de regulação da propaganda não</p><p>foram suficientes. Desde os avanços conquistados na pro-</p><p>teção da amamentação, com a eliminação de anúncios que</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>43</p><p>apresentam substitutos do leite materno, poucas ações efetivas</p><p>foram implementadas para frear o massivo marketing da indús-</p><p>tria de alimentos para crianças em todo o mundo.</p><p>No Brasil, apesar da proibição da publicidade abusiva (dire-</p><p>cionada à criança) prevista no Código de Defesa do Consumidor</p><p>(CDC) desde 1990, a falta de regulamentação específica para</p><p>alimentos prejudica a efetivação da lei. Em 2010, a movimen-</p><p>tação internacional em torno do tema motivou a elaboração da</p><p>primeira regulação sobre publicidade de alimentos em geral,</p><p>por parte da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).</p><p>A regulação, no entanto, foi suspensa logo após sua publica-</p><p>ção, devido à pressão de diversas associações da indústria de</p><p>alimentos. A Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos</p><p>para Lactentes e Crianças de Primeira</p><p>Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL) contribuiu</p><p>muito para a proteção ao aleitamento materno, porém aguarda</p><p>regulamentação, desde 2006, o que compromete a fiscalização</p><p>e o cumprimento da lei.</p><p>Alguns avanços também precisam ser reconhecidos, como</p><p>a Resolução 163/2014 do Conselho Nacional dos Direitos da</p><p>Criança e do Adolescente (Conanda), que regulamentou a pro-</p><p>paganda abusiva, descrevendo todos os casos em que o Código</p><p>do Consumidor deve ser aplicado. Porém, os órgãos de fisca-</p><p>lização ainda não possuem força suficiente para colocá-la em</p><p>prática, também por conta da grande pressão das associações</p><p>da indústria e de publicidade. Assim como na suspensão da</p><p>resolução da Anvisa, esses segmentos fazem pressão contra</p><p>a resolução do Conanda, alegando que esses órgãos não têm</p><p>competência legal para regular a publicidade ou que as regras</p><p>ferem a liberdade de expressão das empresas. Argumentos</p><p>que já foram refutados por renomados juristas e contestados</p><p>pelas evidências científicas na área da saúde pública.</p><p>O novo Guia Alimentar para a População Brasileira, publi-</p><p>cado pelo Ministério da Saúde em 2014, reconhece a influência</p><p>e coloca a publicidade de alimentos como um dos obstáculos</p><p>para a alimentação saudável. O guia destaca que a regulação é</p><p>necessária, pois a publicidade estimula o consumo de alimentos</p><p>ultraprocessados, induzindo a população a considerá-los mais</p><p>saudáveis, com qualidade superior aos demais, e frequente-</p><p>mente associá-los à imagem de bem-estar, felicidade e sucesso.</p><p>Independentemente do tipo de alimento, a propaganda</p><p>direcionada a crianças se aproveita da vulnerabilidade de indi-</p><p>víduos em fase de desenvolvimento para incentivar o consumo.</p><p>Por isso, não deve ser permitida. Ainda temos um longo cami-</p><p>nho pela frente para alcançar a garantia dos direitos à alimen-</p><p>tação adequada e saudável e os direitos dos consumidores.</p><p>Ana Paula Bortoletto (https://epoca.globo.com/vida/noti-</p><p>cia/2015/03/publicidade-dealimentos-e-obesidade-infantil-buma-refle-</p><p>xao-necessariab.html) Adaptado.</p><p>Segundo a discussão apresentada no texto, um aspecto a ser</p><p>considerado acerca da publicidade dirigida às crianças se refe-</p><p>re a:</p><p>a) sugerir regulação</p><p>b) propor supressão</p><p>c) indicar motivação</p><p>d) apontar satisfação</p><p>95. (SELECON – 2020) Considere a frase a seguir e responda à</p><p>questão</p><p>“As campanhas de marketing não apenas influenciam as</p><p>escolhas alimentares na infância, mas também buscam fide-</p><p>lizar consumidores desde a mais tenra idade.” (1º parágrafo)</p><p>O conectivo que melhor une essa frase à anterior no texto é:</p><p>a) porque</p><p>b) contudo</p><p>c) apesar de</p><p>d) ainda que</p><p>96. (SELECON – 2020) Em “para combatê-la” (1º parágrafo), o</p><p>pronome retoma a seguinte expressão:</p><p>a)</p><p>saúde</p><p>b) epidemia</p><p>c) publicidade</p><p>d) organizações</p><p>97. (SELECON – 2020)</p><p>A mobilidade da criança</p><p>O que significa a mobilidade para os pequenos habitantes</p><p>das cidades brasileiras? Para parte deles, o ir e vir está sempre</p><p>relacionado ao carro. Das janelas dos automóveis, eles enxer-</p><p>gam reflexos da cidade, mas não participam dela.</p><p>Para a maior parcela, que se locomove a pé e de transpor-</p><p>te coletivo, há insegurança, medo e a certeza de que o pedes-</p><p>tre é considerado um intruso, um invasor do espaço. Além de</p><p>aprender que precisa atravessar a rua correndo porque o tem-</p><p>po do semáforo é insuficiente e o pedestre não é respeitado, a</p><p>criança brasileira se acostuma a caminhar em calçadas muito</p><p>estreitas e até em ruas sem a presença delas. As décadas de</p><p>planejamento urbano focado no carro tornaram as ruas um</p><p>território de guerra – o fato de que o Brasil é o quarto país</p><p>do mundo em mortes no trânsito fala por si só. Pesquisadores</p><p>internacionais há tempos discutem os efeitos da “imobilidade”</p><p>e da violência no trânsito no desenvolvimento físico, cogniti-</p><p>vo, motor e social das crianças. Exercer a independência numa</p><p>cidade segura é fundamental para o crescimento saudável.</p><p>Nos países em que as crianças andam de bicicleta e a pé com</p><p>segurança, como na Holanda e na Dinamarca, por exemplo,</p><p>os acidentes são praticamente inexistentes e a infância é um</p><p>período de feliz interação na sociedade.</p><p>Sobrepeso e falta de luz solar Segundo a urbanista e arqui-</p><p>teta espanhola Irene Quintáns, os urbanistas usam a presen-</p><p>ça de crianças no espaço público como indicador de sucesso</p><p>urbano. “A ausência delas nas ruas aponta as falhas das nossas</p><p>cidades”, ela diz.</p><p>Moradora da capital paulista há sete anos e mãe de dois</p><p>filhos, Irene acredita que privar os pequenos de caminhar não</p><p>é positivo. “Uma criança que fica circunscrita à locomoção no</p><p>carro tende a ficar insegura para se movimentar. Ela também</p><p>tem mais dificuldade em perceber o outro. Isso se chama</p><p>empatia e é muito importante para a vida em sociedade. Há</p><p>ainda a questão do sedentarismo, do sobrepeso e da falta de</p><p>luz solar. Crianças que caminham para a escola têm mais con-</p><p>centração para desenvolver atividades complexas”.</p><p>Mesmo com todas as dificuldades já citadas, é importan-</p><p>te usar o transporte público, caminhar e participar da vida na</p><p>cidade. Na próxima vez que levar seus filhos à escola, reflita:</p><p>por que ir de carro? Que tal descobrir a cidade ao lado deles,</p><p>trocando ideias sobre o que vocês veem? Assim, eles apren-</p><p>dem a ser cidadãos e a viver o coletivo, enquanto exigimos que</p><p>o poder público priorize a proteção das nossas crianças.</p><p>(https://www.metrojornal.com.br/colunistas/2018/10/11/ mobilida-</p><p>de-da-crianca.html)</p><p>No segundo parágrafo, a última frase expressa, em relação à</p><p>anterior, uma relação de:</p><p>a) contraposição</p><p>b) ponderação</p><p>c) retificação</p><p>d) conclusão</p><p>98. (SELECON – 2020) Leia os textos para responder às questões</p><p>Os desafios da conservação da água no Brasil</p><p>Um dos países com maior disponibilidade de recursos</p><p>hídricos do mundo, o Brasil tem problemas com seus indica-</p><p>dores de água. O acesso à água tratada e à coleta e tratamento</p><p>de esgoto no país é desigual. As áreas urbanas tendem a ter</p><p>índices melhores, enquanto áreas irregulares e afastadas são</p><p>44</p><p>mais prejudicadas. Além de políticas públicas que assegurem</p><p>o atendimento, que é dificultado pela distribuição desequili-</p><p>brada da água e da população no território brasileiro, outro</p><p>imbróglio é a conservação do próprio recurso, que enfrenta</p><p>desafios.</p><p>Falta de saneamento</p><p>Um dos maiores vilões da qualidade da água no Brasil é a</p><p>oferta de saneamento básico. Pouco mais da metade da popu-</p><p>lação brasileira, 52,4%, tinha coleta de esgoto em 2017, e ape-</p><p>nas 46% do esgoto total é tratado, de acordo com o Sistema</p><p>Nacional de Informação sobre Saneamento.</p><p>Dessa forma, um grande volume de esgoto não coletado</p><p>ou não tratado é despejado em corpos d’água, provocando</p><p>problemas ambientais e de saúde. “Essa falta de infraestrutura</p><p>de saneamento básico tem um impacto brutal na qualidade</p><p>das águas de todo o país”, diz o especialista Carlos.</p><p>Não só a carência de coleta e de tratamento de esgoto é</p><p>problemática, mas também a poluição causada por indústrias</p><p>e pela agricultura, como o lançamento de agrotóxicos.</p><p>Desmatamento, em especial no Cerrado</p><p>O desmatamento de matas ciliares, que acontece em todas</p><p>as bacias hidrográficas do Brasil, altera a quantidade e a qua-</p><p>lidade dos corpos hídricos. Essa vegetação protege o solo, aju-</p><p>da na infiltração da água da chuva e na alimentação do lençol</p><p>freático e permite a recarga dos aquíferos.</p><p>Sua retirada aumenta o assoreamento, a perda do solo, a</p><p>erosão e a taxa de evaporação da água. Segundo José Francis-</p><p>co Gonçalves Júnior, professor do Departamento de Ecolo-</p><p>gia da Universidade de Brasília (UnB), todos esses impactos</p><p>reunidos podem levar a uma indisponibilidade natural de</p><p>recursos hídricos.</p><p>Em outra frente, o desmatamento do Cerrado, considerado</p><p>a “caixa d’água do Brasil” por causa de sua posição estratégica</p><p>na formação de bacias hidrográficas, vem sendo devastado</p><p>pela expansão da fronteira agrícola. “Qualquer alteração no</p><p>Cerrado pode levar a uma degradação de inúmeras bacias</p><p>hidrográficas de extrema relevância para obtenção de recur-</p><p>sos hídricos brasileiros”, afirma Gonçalves.</p><p>Para o professor, o uso do solo do bioma teve um efeito</p><p>positivo na produtividade agrícola, mas a falta de uma regula-</p><p>ção mais firme tem levado a uma superexploração, com vários</p><p>danos. “Perda de território, de recarga de aquíferos, uma per-</p><p>da muito grande de nascentes e uma degradação e diminui-</p><p>ção da disponibilidade de água”, enumera.</p><p>(Disponível em https://www.dw.com/pt-br/os-desafios-daconser-</p><p>va% C3%A7%C3%A30-da-%C3%A 1 gua-no-brasil/a-4 7996980)</p><p>No sexto parágrafo, o pronome em “Sua retirada” retoma o</p><p>seguinte elemento do texto:</p><p>a) essa vegetação</p><p>b) água da chuva</p><p>c) lençol freático</p><p>d) osolo</p><p>99. (SELECON – 2020) “Segundo José Francisco Gonçalves Júnior,</p><p>professor do Departamento de Ecologia da Universidade de</p><p>Brasília (UnB), todos esses impactos reunidos podem levar a</p><p>uma indisponibilidade natural de recursos hídricos” (6° pará-</p><p>grafo). Na frase, o emprego do pronome “todos” tem a função de:</p><p>a) acrescentar ideia imprecisa</p><p>b) resumir referências anteriores</p><p>c) indicar motivo de divergências</p><p>d) particularizar elementos de um grupo</p><p>100. (SELECON – 2020)</p><p>Ciência e epidemia, construções coletivas</p><p>Vacinas, atuando por meio de agentes semelhantes ao</p><p>patógeno da doença, mas incapazes de causá-Ia, geram uma</p><p>memória imunológica que nos protege da doença, às vezes</p><p>por toda a vida. Mais que seu efeito individual, porém, importa</p><p>seu efeito comunitário. Se bem utilizadas, podem proteger até</p><p>quem não se vacinou.</p><p>Epidemias são fenômenos intrinsecamente sociais: con-</p><p>traímos as doenças infecciosas e as transmitimos para as</p><p>pessoas ao redor. E a reação do grupo determina o curso e a</p><p>gravidade do surto.</p><p>Se boa parte da população já tem imunidade contra deter-</p><p>minada doença, é mais difícil que um indivíduo infectado con-</p><p>tamine outras pessoas. Esse fenômeno, inicialmente estudado</p><p>em animais, é chamado de imunidade de rebanho.</p><p>Para a gripe, observa-se a proteção comunitária quando</p><p>cerca de 40% da população é imune ao vírus; para o sarampo,</p><p>a taxa fica por volta de 95%. Se um número suficiente de indiví-</p><p>duos for vacinado de modo a atingir a imunidade de rebanho,</p><p>então a população como um todo recebe proteção contra a</p><p>epidemia.</p><p>É nesse contexto que segue a busca por uma vacina para</p><p>a Covid-19. Calcula-se que atingiremos a imunidade de</p><p>rebanho quando entre 60 e 70% da população estiver</p><p>imune ao vírus. Há quem estime que a taxa seja menor,</p><p>dada a heterogeneidade da população.</p><p>De um modo ou de outro, várias pesquisas (inclusive bra-</p><p>sileiras) evidenciam que sem a vacina essas taxas não serão</p><p>alcançadas no curto prazo. Para agravar a situação, pairam</p><p>dúvidas sobre a imunidade a longo prazo para</p><p>a doença.</p><p>Essa é uma batalha que precisa ser travada com as armas</p><p>da ciência. Pela primeira vez na história, o público acompanha</p><p>tão de perto e com tanta expectativa a produção do conhe-</p><p>cimento científico. E esse processo pode às vezes parecer</p><p>caótico.</p><p>A ciência é um processo de construção coletiva, tão social</p><p>quanto a epidemia que ela tenta enfrentar. Esforços colossais</p><p>foram canalizados para o enfrentamento da Covid-19 - só de</p><p>vacinas temos 135 iniciativas, 22 delas sendo testadas em</p><p>humanos (duas das quatro que estão no último estágio de</p><p>ensaios em humanos estão sendo testadas no Brasil). Enquan-</p><p>to assistimos ao desenrolar dessa busca, vemos o fracasso</p><p>de projetos promissores e o questionamento de informações</p><p>antes tidas por favas contadas.</p><p>Esse processo de construção do conhecimento científico</p><p>costuma se estender por anos. Mas a urgência e a intensida-</p><p>de da pesquisa sobre a Covid-19 têm forçado adaptações e</p><p>aperfeiçoamento. A demanda do público por informação vem</p><p>estimulando estudiosos a melhorar o modo de comunicar</p><p>seus achados e também as discussões sobre a construção do</p><p>conhecimento. É um momento único: pela primeira vez expe-</p><p>rimentamos uma pandemia de tais proporções, com os atuais</p><p>níveis de conhecimento científico e recursos de comunicação.</p><p>Vamos torcer para que as pessoas, confrontadas com estu-</p><p>dos de resultados conflitantes, descubram um pouco mais a</p><p>respeito da formação do conhecimento científico. E, com sor-</p><p>te, passem a admirar a beleza e o esforço envolvido na cons-</p><p>trução da ciência.</p><p>Gabriella Cybis Folha de São Paulo, 15/07/2020 1.</p><p>No quinto parágrafo, a segunda frase estabelece com a primeira</p><p>uma relação de:</p><p>a) reforço de uma ideia</p><p>b) comparação de um caso</p><p>c) contradição de uma tese</p><p>d) exposição de uma alternativa</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>45</p><p>101. (SELECON – 2020) Texto I</p><p>Alimentação saudável é direito</p><p>Durante a época de nomadismo e nos primórdios do</p><p>sedentarismo, a base hegemônica da alimentação eram pro-</p><p>dutos frescos, pois não havia modos instituídos de conserva-</p><p>ção tanto em estado cru, e muito menos em preparados.</p><p>Eram então características a inexistência ou indisponibi-</p><p>lidade de sal e açúcar, o alto desempenho de atividade física, a</p><p>baixa disponibilidade de alimentos, a apropriação gradativa e</p><p>cumulativa de possibilidades alimentares ambientais locais e a</p><p>produção de alimentos centrada no auto consumo, quer seja</p><p>individual ou familiar ou ainda grupal.</p><p>A busca continuada e desenvolvimento de domínio sobre</p><p>conhecimentos acerca de formas de obter e preparar alimen-</p><p>tos levou ao emprego de condimentos naturais como sabori-</p><p>ficadores ou conservantes. Assim houve a formação do corpo</p><p>dos seres humanos, com reflexos no desenvolvimento de sua</p><p>inteligência e matriz metabólica.</p><p>Em pouco tempo, no entanto, se realizaram grandes</p><p>mudanças no estilo alimentação, intimamente relacionadas</p><p>com o modelo de desenvolvimento que vem sendo adotado.</p><p>Os resultados deletérios são visíveis e mensuráveis, como a</p><p>incidência de sobrepeso e obesidade como problemas de saú-</p><p>de pública e a prevalência de doenças não transmissíveis como</p><p>diabetes, hipertensão e doenças coronarianas.</p><p>É nesse quadro que se coloca o tema da alimentação</p><p>adequada e saudável enquanto direito humano conforme</p><p>orienta tratado internacional para a promoção do Direito</p><p>Humano à Alimentação Adequada, assinado por 151 países,</p><p>inclusive o Brasil.</p><p>A definição abaixo reproduzida foi proposta ao debate nas</p><p>conferências de Segurança Alimentar e Nutricional e consta do</p><p>Relatório Final do Grupo de Trabalho do CONSEA. Ao extrapo-</p><p>lar os atributos biológicos do alimento, se dispondo a avançar</p><p>na direção dos preceitos sociais, políticos e ambientais, ofere-</p><p>ce, generosamente, nova dimensão ao ritual da alimentação.</p><p>“A alimentação adequada e saudável é a realização de um</p><p>direito humano básico, com a garantia ao acesso permanente</p><p>e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimen-</p><p>tar adequada aos aspectos biológicos e sociais dos indivíduos,</p><p>de acordo com o ciclo de vida e as necessidades alimentares</p><p>especiais, pautada no referencial tradicional local. Deve aten-</p><p>der aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação, prazer</p><p>e as dimensões de gênero e etnia. E também às formas de pro-</p><p>dução ambientalmente sustentáveis, livres de contaminantes</p><p>físicos, químicos, biológicos e de organismos geneticamente</p><p>modificados.”</p><p>Os bons hábitos alimentares, com a natureza e com os</p><p>diferentes grupos sociais e o direito ao prazer no ato de comer</p><p>devem ser compatibilizados.</p><p>A construção deste modo de se alimentar deverá ocorrer</p><p>por meio de processos interativos, educativos e participati-</p><p>vos, que integrem a inclusão dos indivíduos e das coletivida-</p><p>des, considerando suas diferenças como parte integrante do</p><p>processo.</p><p>Uma proposta deve buscar a satisfação das necessidades</p><p>biológicas, superando a ideia de “ração adequada”. E preciso</p><p>oferecer sabor, enaltecer os rituais e valorizar costumes e tra-</p><p>dições. Uma alimentação saudável, ambientalmente correta</p><p>e socialmente justa, é constituída a partir de conhecimentos</p><p>científicos e saberes práticos, devendo contemplar alguns pre-</p><p>ceitos fundamentais.</p><p>Roberto Naime</p><p>(Extraído de: https://www.ecodebate.com.br/2019/07/30/alimen-</p><p>tacaosaudavel-e-direito-artigo-de-roberto-naime/).Adaptado.</p><p>“Eram então características...”. As expressões que completam</p><p>essa frase se organizam por:</p><p>a) gradação</p><p>b) enumeração</p><p>c) ponderação</p><p>d) restituição</p><p>102. (SELECON – 2019)</p><p>Furto de flor</p><p>Carlos Drummond de Andrade</p><p>Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício</p><p>cochilava, e eu furtei a flor.</p><p>Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo</p><p>senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor</p><p>não é para ser bebida.</p><p>Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelan-</p><p>do melhor sua delicada composição. Quantas novidades há</p><p>numa flor, se a contemplarmos bem.</p><p>Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conser-</p><p>vá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por</p><p>sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para</p><p>o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.Já murcha, e</p><p>com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depo-</p><p>sitá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento</p><p>e repreendeu-me.</p><p>- Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!</p><p>Carlos Drummond de Andrade.</p><p>Contos plausíveis. Rio de Janeiro, José Olympio, 1985. p. 80.</p><p>Em “sua delicada composição”, o pronome possessivo sua refe-</p><p>re-se a:</p><p>a) água</p><p>b) casa</p><p>c) flor</p><p>d) vaso</p><p>103. (SELECON – 2019)</p><p>Texto I</p><p>A violência que bate à porta (fragmento)</p><p>Segundo dados do Relatório Mundial 2019, divulgados</p><p>recentemente pela ONG Human Rights Watch, 64 mil homicí-</p><p>dios aconteceram no Brasil em 2017. são dois mil a mais que</p><p>em 2016. Este crescimento não foi freado em 2018, pelo con-</p><p>trário. Os dados já apresentados por Ongs e Instituições mos-</p><p>tram que o número de assassinatos segue crescendo a passos</p><p>largos. O crime, cada vez mais, sai da marginalidade e assola</p><p>toda a sociedade, sem distinguir classes sociais. Estados para-</p><p>ram nos últimos meses (Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte,</p><p>Ceará, e por aí vai) na mão de criminosos e a população se vê à</p><p>mercê desta realidade que bate à porta.</p><p>O retrato atual é esse e os noticiários teimam em nos lem-</p><p>brar que o filho morto hoje pode ser o nosso amanhã. Esta sen-</p><p>sação de insegurança aumenta a busca por segurança privada.</p><p>A Pesquisa Nacional sobre Segurança Eletrônica, realizada pela</p><p>Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de</p><p>Segurança (Abese), afirma que houve um crescimento nas resi-</p><p>dências que investiram em sistemas de segurança nos últimos</p><p>12 meses.</p><p>Mas quem deve cuidar da segurança do cidadão? E quem</p><p>não tem dinheiro para investir em sistemas? É protegido por</p><p>quem?</p><p>Os sistemas privados de segurança servem para inibir a</p><p>ação de criminosos, mas isto não pode ser a única solução. O</p><p>Estado precisa</p><p>ser cobrado e deve agir. Para deter o crime orga-</p><p>nizado, é necessário muito mais esforço público do que portões</p><p>e muros altos.</p><p>Marco Antônio Barbosa Hoje em Dia, 01/03/2019 (Extraí-</p><p>do e adaptado de: hojeemdia.com.br/opinião)</p><p>Em “São dois mil a mais que em 2016”, termos da frase anterior</p><p>são omitidos. A frase em que um desses termos está correta-</p><p>mente apresentado é:</p><p>a) Pessoas são dois mil a mais que em 2016</p><p>b) São dois mil relatórios a mais que em 2016</p><p>c) São dois mil a mais que aconteceram em 2016</p><p>d) São dois mil a mais que casos em 2016</p><p>e) São dois mil em 2015 a mais que em 2016</p><p>46</p><p>104. (SELECON – 2019)</p><p>Texto II</p><p>… e cheio de perigos virtuais</p><p>E tal como no mundo real, no qual há aquelas pessoas</p><p>mal-intencionadas, a internet também possui perigos e exi-</p><p>ge precauções. No mundo real, usamos diversos tipos delas.</p><p>Instalamos fechaduras nas portas das nossas casas e carros e</p><p>as trancamos para ter maior segurança pessoal e dos nossos</p><p>bens. Usamos cortinas nas nossas janelas para, além da cla-</p><p>ridade, ter mais privacidade em relação a vizinhos e pedes-</p><p>tres. Não saímos por aí contando para qualquer desconhecido</p><p>como foi aquela aventura amorosa ou quais são os hábitos</p><p>dos nossos familiares. E ainda evitamos que nossos filhos</p><p>tenham contatos com pessoas que não conhecemos sem a</p><p>nossa presença ou de alguém da nossa confiança.</p><p>Do mesmo modo, também devemos nos proteger e ser</p><p>precavidos no mundo virtual. E isso vale para empresas e</p><p>governos. Com o progressivo crescimento da digitalização dos</p><p>negócios, tornou-se mais frequente a ocorrência de crimes e</p><p>golpes virtuais. E os seus tipos são tão variados quanto a cria-</p><p>tividade humana permite, indo desde roubo de informações</p><p>sensíveis (políticas, estratégicas, segredos industriais etc.),</p><p>sequestro de dados, controle remoto de dispositivos pessoais</p><p>para finalidades ilegais…</p><p>BRASIL, país digital (Extraído de: brasilpaisdigital.com.br/</p><p>seguranca-e-cidadania- no-mundo-digital). Adaptado</p><p>Observe a seguinte frase do primeiro parágrafo do Texto II e</p><p>responda à questão.</p><p>“Usamos cortinas nas nossas janelas para além, da claridade,</p><p>ter mais privacidade em relação a vizinhos e pedestres.”</p><p>A expressão “além da” indica valor de:</p><p>a) acréscimo</p><p>b) oposição</p><p>c) conclusão</p><p>d) alternativa</p><p>e) consequência</p><p>105. (SELECON – 2019)</p><p>Texto III</p><p>Envelhecimento e proteção social (fragmento)</p><p>A satisfação das necessidades individuais dos homens</p><p>e mulheres idosas representa um dos grandes desafios da</p><p>agenda pública, pois supõe considerar as especificidades</p><p>de cada gênero. Nessa direção, com a conquista da longevi-</p><p>dade, sobressai em todo o mundo o processo de feminização</p><p>do envelhecimento, uma vez que as mulheres constituem a</p><p>maioria da população idosa em todas as regiões do mundo.</p><p>As condições estruturais e econômicas são responsáveis</p><p>pelas desigualdades entre os sexos, implicando situações que</p><p>alteram inclusive as condições de renda, saúde e a própria</p><p>dinâmica familiar e impactando as de- mandas por políticas</p><p>públicas e prestação de serviços de proteção social (Berzins,</p><p>2003, p. 28). De acordo com a autora, viver mais não tem</p><p>sido necessariamente sinônimo de viver melhor. As mulheres,</p><p>apesar de mais longevas, acumulam desvantagens (violências,</p><p>discriminações, salários inferiores aos dos homens e dupla jor-</p><p>nada de trabalho, além da solidão).</p><p>Maria do Rosário Fátima e Silva (Serviço Social & Socie-</p><p>dade, São Paulo, n. 126, p. 215-234, maio/ago. 2016)</p><p>Em “Nessa direção, com a conquista da longevidade”, a palavra</p><p>“com” expressa o mesmo valor semântico observado no conec-</p><p>tivo destacado em:</p><p>a) Ainda que as dificuldades cotidianas sejam cotidianas</p><p>grandes, é possível superar o obstáculo estrutural.</p><p>b) A condição de vida da população melhora, à proporção que</p><p>os investimentos são aplicados.</p><p>c) As pessoas têm vivido melhor o envelhecimento,apesar de</p><p>a rede de atendimento ter sofrido perdas significativas.</p><p>d) A mídia vem divulgando uma visão positiva sobre a terceira</p><p>idade, já que essa população é economicamente ativa.</p><p>e) O avanço científico possibilitou incrementos nos níveis</p><p>de saúde, desse modo a população idosa tem ganhado</p><p>visibilidade.</p><p>106. (SELECON – 2019)</p><p>TEXTO I</p><p>Onde o plástico é proibido no mundo</p><p>O planeta produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico</p><p>nos últimos 65 anos, e apenas 9% foram recicladas. Preocupa-</p><p>ções com o meio ambiente e a poluição dos mares impulsio-</p><p>nam medidas em vários países, inclusive no Brasil.</p><p>À medida que o mundo lentamente desperta para a escala</p><p>do problema da poluição plástica, um número crescente de</p><p>países e cidades tem introduzido proibições de certos pro-</p><p>dutos. As medidas não apenas podem ajudar a impedir que</p><p>plásticos poluam os ecossistemas marinhos, mas também</p><p>enfrentam o mito de que podemos nos livrar do problema</p><p>por meio da reciclagem.</p><p>Além do fato de que apenas 9% das 8,3 bilhões de tonela-</p><p>das de plástico produzidas entre 1950 e 2015 foram recicladas,</p><p>muitos dos produtos plásticos fabricados atualmente não são</p><p>realmente recicláveis.</p><p>(Extraído de: https:ltwww.dw.com/pt-br/ )</p><p>Leia o trecho a seguir e responda a questão.</p><p>“O planeta produziu 8,3 bilhões de toneladas de plástico nos</p><p>últimos 65 anos, e apenas 9% foram recicladas. Preocupações</p><p>com meio ambiente e a poluição dos mares impulsionam</p><p>medidas em vários países, inclusive no Brasil.”</p><p>A expressão que melhor indica a relação estabelecida entre as</p><p>duas frases é:</p><p>a) por isso</p><p>b) assim que</p><p>c) uma vez que</p><p>d) tanto quanto</p><p>107. (SELECON – 2019)</p><p>TEXTO II</p><p>O drama do degelo da Groenlândia em uma só foto</p><p>Uma imagem mostra as consequências da mudança</p><p>climática na região, que registrou até 17 graus Celsius na</p><p>semana passada, quando a temperatura máxima nesta</p><p>época é de 3,2 graus.</p><p>Os cientistas concordam que, embora a imagem seja sur-</p><p>preendente, não é inesperada. Ainda assim, a foto, tirada em</p><p>13 de junho por Steffen M. Olsen, deu a volta ao mundo. Nela</p><p>aparecem vários cães puxando um trenó no fiorde de Ingle-</p><p>field Bredning, no noroeste da Groenlândia, e se vê como os</p><p>animais estão caminhando sobre o gelo derretido. Embora o</p><p>verão já esteja muito próximo, nesta região da Terra as tempe-</p><p>raturas máximas em junho costumam ser de 3,2 graus Celsius,</p><p>segundo o pesquisador espanhol Andrés Barbosa, diretor de</p><p>campanhas no Àrtico. Na semana passada, a estação meteoro-</p><p>lógica mais próxima do aeroporto de Qaanaaq, no noroeste da</p><p>Groenlândia, registrou uma máxima de 17,3°C na quarta-feira,</p><p>12 de junho, e 15°C no dia seguinte.</p><p>O cientista que fez a foto contou que os caçadores e pes-</p><p>cadores locais se surpreenderam ao encontrar tanta água em</p><p>cima do gelo, especialmente no princípio da temporada. Embo-</p><p>ra não seja um fato isolado, nunca tinham visto tanto gelo der-</p><p>retido antes de julho.</p><p>Os sinais da mudança climática são cada vez mais eviden-</p><p>tes. As temperaturas superiores à média em quase todo o</p><p>oceano Ártico e Groenlândia durante o mês de maio fizeram</p><p>o gelo derreter antes do habitual, resultando no menor bloco</p><p>de gelo registrado em 40 anos, segundo os dados do Centro</p><p>Nacional de Neve e Gelo dos EUA.</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>47</p><p>As temperaturas registradas na semana passada na Groen-</p><p>lândia e em grande parte do Ártico foram impulsionadas por</p><p>um ar mais quente que subia do sul. “Este fato ocorre de vez</p><p>em quando, mas há evidências de que está se tornando mais</p><p>comum, embora seja uma área de pesquisa que evolui com</p><p>muita rapidez. Além disso, à medida que a atmosfera se tornar</p><p>mais calorosa haverá um maior derretimento”, afirma Ruth H.</p><p>Mottram, cientista do Instituto Meteorológico Dinamarquês e</p><p>colega de Steffen M. Olsen, o pesquisador que tirou a foto.</p><p>O autor da popular imagem revelou no Twitter que se</p><p>tratava de um “dia incomum” e que a imagem “para muitos</p><p>é mais simbólica que científica”. Os pesquisadores concordam</p><p>que o alarmante não é o aumento pontual das temperaturas,</p><p>e sim a tendência de alta que observam há anos. “Por causa</p><p>desse aumento</p><p>63% das geleiras da Groenlândia estão em</p><p>retrocesso, e já houve uma perda de 30% do gelo marinho”,</p><p>diz Barbosa.</p><p>Além disso, Mottram explica que, embora o degelo mari-</p><p>nho não contribua imediatamente para o aumento do nível do</p><p>mar, em longo prazo isso ocorre. Seus modelos de simulações</p><p>climáticas preveem que o gelo marinho se derreta, com conse-</p><p>quências para as populações locais e os ecossistemas do Árti-</p><p>co. “Também é provável que no futuro haja uma quantidade</p><p>cada vez maior de água que contribua para a elevação do nível</p><p>do mar a partir da Groenlândia”, conclui.</p><p>Belén Juaréz (Adaptado de: https:l/brasil.elpais.com/brasil[)</p><p>Leia o trecho a seguir e responda a questão.</p><p>Uma imagem mostra as consequências da mudança climática</p><p>na região, que registrou até 17 graus Celsius na semana passa-</p><p>da, quando a temperatura máxima nesta época é de 3, 2 graus.</p><p>A palavra “que” retoma o seguinte elemento:</p><p>a) uma imagem</p><p>b) as consequências</p><p>c) mudança climática</p><p>d) a região</p><p>108. (SELECON – 2019)</p><p>TEXTO I</p><p>Por que a dieta pode baixar a imunidade</p><p>Toda vez que começo uma dieta, mesmo com acompanha-</p><p>mento nutricional, percebo que minha imunidade fica mais</p><p>baixa. Será que estou restringindo alimentos importantes, e</p><p>isso estaria me deixando mais suscetível a doenças? Há como</p><p>emagrecer sem passar por isso?</p><p>A queda na imunidade ocorre porque seu corpo não está</p><p>recebendo os nutrientes de que precisa para funcionar em</p><p>equilíbrio. A falta de zinco, por exemplo, enfraquece o siste-</p><p>ma imune. O ideal é não adotar mudanças severas no padrão</p><p>alimentar, mas modificá-lo de forma consistente ao longo do</p><p>tempo. As dietas bruscas agridem o corpo e raramente trazem</p><p>resultados no futuro. Uma alimentação equilibrada – que inclui</p><p>deslizes ocasionais – é o único caminho para ter saúde. Se alia-</p><p>da a uma atividade física regular, pode fortalecer o sistema</p><p>imune.</p><p>Márcio Atalla (Disponível: http://revistaepoca.globo.com/Revista/</p><p>EpocalAdaptado).</p><p>“O ideal é não adotar mudanças severas no padrão alimentar,</p><p>mas modificá-lo de forma consistente ao longo do tempo”</p><p>Em “modificá-Io”, o pronome em destaque retoma a seguinte</p><p>expressão do texto:</p><p>a) o ideal</p><p>b) zinco</p><p>c) sistema imune</p><p>d) padrão alimentar</p><p>109. (SELECON – 2019)</p><p>Atividade física pode evitar 10 mil casos de câncer</p><p>ao ano no Brasil</p><p>Cerca de 10 mil novos casos de câncer, entre eles o de</p><p>mama e o de cólon, poderiam ser evitados no Brasil se houves-</p><p>se mais adesão à prática da atividade física entre a população.</p><p>Os resultados fazem parte de uma pesquisa feita no Departa-</p><p>mento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da</p><p>USP (FMUSP), em parceria com a Universidade de Harvard, a</p><p>Universidade de Cambridge e a Universidade de Queensland.</p><p>Um artigo sobre o assunto foi publicado na revista científica</p><p>internacional Cancer Epidemiologyem julho de 2018.</p><p>Os dados sobre a falta de atividade física da população bra-</p><p>sileira são alarmantes. A última pesquisa realizada pelo Institu-</p><p>to Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, mostra</p><p>que aproximadamente metade das pessoas sequer atingiu a</p><p>recomendação mínima preconizada pela Organização Mun-</p><p>dial da Saúde (OMS) para a prática por semana, ou seja, 150</p><p>minutos de atividade moderada ou 75 minutos em ritmo mais</p><p>intenso.</p><p>As mulheres estão em desvantagem em relação aos</p><p>homens. É maior o número de mulheres que não se exercitam,</p><p>cerca de 51 %, enquanto os homens, é de 43%.</p><p>O de mama e o de cólon são os cânceres mais comuns e</p><p>que poderiam ser evitados caso houvesse a prática regular de</p><p>atividade física entre a população, segundo Leandro Fórnias</p><p>Machado Rezende, um dos autores da pesquisa.</p><p>A prática regularda atividade física inftuencia no contro-</p><p>le de peso e no nível de gordura, além de atuar diretamente</p><p>sobre hormônios e marcadores inftamatórios. A falta dela</p><p>aumenta o risco de incidência de alguns tipos de câncer,</p><p>principalmente os que foram objetos de estudo, o de mama e</p><p>o de cólon. A pesquisa trouxe mais detalhes sobre o assunto:</p><p>os pesquisadores concluíram que até 8.600 casos de câncer</p><p>em mulheres e 1.700 casos de câncer em homens poderiam</p><p>ter sido evitados simplesmente com o aumento dos exercícios</p><p>semanais. Conforme afirma Rezende, esses casos correspon-</p><p>dem a 19% da incidência de câncer de cólon e 12% de câncer</p><p>de mama no Brasil.</p><p>De acordo com Rezende, os pesquisadores que trabalha-</p><p>ram nesse estudo acreditam que os números possivelmente</p><p>podem estar subestimados, já que há estudos recentes suge-</p><p>rindo uma possível relação de atividade física com a redução</p><p>do risco de até 13 tipos de câncer.</p><p>(Por Redação - Editorias: Ciências da Saúde - URL</p><p>Curta: jornal.usp.brnp=184111) Disponível em >https:ll-</p><p>jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/ atividade-fi sica-po-</p><p>de-evitar-1 O-mil-casos-de-cancer-ao-anono- brasil/ Acesso em</p><p>18/0512019. Adaptado.</p><p>Na frase “A falta dela aumenta o risco de incidência de alguns</p><p>tipos de câncer”, o pronome em destaque refere-se a:</p><p>a) pesquisa</p><p>b) marcadores inflamatórios</p><p>c) incidência de câncer de cólon</p><p>d) prática regular da atividade física</p><p>110. (SELECON – 2019)</p><p>Vacinas, para que as quero?</p><p>Em um momento em que os menos avisados suspeitam</p><p>das vacinas, as autoridades em saúde pública e imunologia</p><p>apresentam dados mostrando que, na realidade, as vacinas</p><p>precisam, sim, ser inoculadas com mais frequência. Esse é o</p><p>teor do artigo ‘Quanto tempo duram as vacinas?’, assinado por</p><p>Jon Cohen e publicado na prestigiosa revista Science em abril</p><p>de 2019 Nele, Cohen indaga, entre outros assuntos, por que</p><p>o efeito protetor das vacinas contra a gripe dura tão pouco</p><p>(em média, depois de 90 dias, a proteção começa a cair) e em</p><p>outras, como as da varíola e da febre amarela, a ação é bem</p><p>mais prolongada.</p><p>48</p><p>Alguns especialistas argumentam que certos vírus sofrem</p><p>altas taxas de mutação e geram novos clones, que, por serem</p><p>ligeiramente diferentes dos originais, não seriam reconhecidos</p><p>pelas células do sistema imune. Mas, a coisa não é tão sim-</p><p>ples assim.</p><p>Ao estudar a caxumba (que ainda afeta os humanos), por</p><p>exemplo, os epidemiologistas descobriram que a recorrência</p><p>da doença acontece com mais frequência em uma determina-</p><p>da faixa etária (entre 18 e 29 anos de idade). Se a reinfecção</p><p>dependesse apenas de mutações, todas as idades deveriam</p><p>ser igualmente afetadas. Assim, o enigma perdura.</p><p>No entanto, o consenso entre os imunologistas especializa-</p><p>dos em vacinas é que, de fato, precisamos de mais exposição</p><p>aos agentes infecciosos ou às próprias vacinas. Em outras pala-</p><p>vras, no caso da gripe, teríamos que tomar doses seguidas da</p><p>vacina a fim de aumentar seu efeito protetor. Em razão desses</p><p>achados, os pesquisadores chegaram até a criticar a decisão</p><p>da Organização Mundial da Saúde (OMS) de recomendar que</p><p>a vacina contra a febre amarela devesse ser inoculada apenas</p><p>uma vez, isto é, seria uma vacina vitalícia.</p><p>A necessidade da exposição constante aos agentes infec-</p><p>ciosos vai de encontro à hipótese do biólogo norte-america-</p><p>no Jared Diamond que, em seu livro Armas, germes e aço,</p><p>defende a ideia de que, ao longo da história, o sucesso dos</p><p>conquistadores se deveu, em parte, ao fato de eles serem</p><p>originalmente cosmopolitas e, dessa maneira, terem adquiri-</p><p>do resistência imunológica aos agentes infecciosos da época.</p><p>Mesmo resistentes, seriam portadores desses agentes, o que</p><p>manteria a memória imunológica. Já os conquistados, grupo</p><p>formado por populações menores, sucumbiriam ao confron-</p><p>to por não serem capazes de se defender tanto dos invasores</p><p>humanos quanto daqueles microscópicos.</p><p>Embora o avanço nessa área seja promissor, o mecanismo</p><p>que torna uma vacina mais duradoura ou não ainda segue sem</p><p>resposta. Como afirma Cohen em seu artigo, “essa é uma per-</p><p>gunta de um milhão de dólares!” (aproximadamente, o valor</p><p>do prêmio Nobel).</p><p>A despeito disso, ninguém deveria duvidar do poder das</p><p>vacinas Muito pelo contrário A tendência atual no tratamento</p><p>de doenças crônicas, como o câncer e a artrite reumatoide, é</p><p>a imunoterapia.</p><p>Um dia, quem sabe, teremos vacinas contra</p><p>todos esses males.</p><p>Franklin Rumjanek</p><p>(Disponível em: http://cienciahoie.orq.br/artiqo/</p><p>vacinaspara- que-as-guero/)</p><p>Em “Mas, a coisa não é tão simples assim” (2° parágrafo), o uso</p><p>da palavra “coisa” é informal, pelo seguinte motivo</p><p>a) indicar um ser aparentemente desconhecido</p><p>b) expressar referência muito genérica</p><p>c) apresentar grafia incomum</p><p>d) possuir origem imprecisa</p><p>111. (SELECON – 2019) Leia o texto para responder às questões</p><p>A importância da memória na formação da identidade</p><p>do indivíduo</p><p>As histórias e experiências vividas ajudam na construção da</p><p>personalidade</p><p>Dos momentos mais marcantes aos acontecimentos coti-</p><p>dianos, tudo o que acontece em nossas vidas fica armazena-</p><p>do em nosso cérebro. Conforme explica a psicanalista Susan</p><p>Guggenheim, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro</p><p>(UERJ), são as lembranças que ajudam o ser humano a definir</p><p>o seu lugar no mundo. “A memória permite ao sujeito que ele</p><p>dê algum sentido ao seu estar no mundo nos momentos em</p><p>que ele se interroga sobre quem é e o que realizou. Evidente-</p><p>mente, nem tudo é lembrado, pois existe uma seletividade das</p><p>experiências recordadas”, conta a psicanalista.</p><p>Para o neurocientista Gilberto Xavier, da Universidade de</p><p>São Paulo (USP), uma pessoa sem memória não tem identida-</p><p>de. “O próprio conceito de quem eu sou depende da minha</p><p>história, pois somos frutos dela. Se uma pessoa não consegue</p><p>lembrar da sua história, ela não é nada. Para se ter uma ideia,</p><p>se observarmos dois irmãos gêmeos idênticos, que são iguais</p><p>geneticamente, eles acabam se distinguindo pela personalida-</p><p>de. Essa diferença é fruto da história de cada um deles e de</p><p>suas heranças culturais, fatores determinantes para a indivi-</p><p>dualidade de cada ser humano”, explica Gilberto.</p><p>Susan Guggenheim lembra que a memória humana vem</p><p>sendo estudada ao longo de séculos por meio de inúmeras</p><p>descrições, classificações e medidas. “Entretanto, quem pri-</p><p>meiro percebeu a dinâmica do seu funcionamento nas situa-</p><p>ções do cotidiano, bem como sua importância nos sintomas</p><p>neuróticos, foi Sigmund Freud. Já em seus primeiros trabalhos,</p><p>ele observou os diversos mecanismos inconscientes que são</p><p>utilizados pelos sujeitos a fim de lidarem com as situações</p><p>traumáticas. Além disso, ele percebeu que as pessoas histéri-</p><p>cas sofriam de reminiscências”, afirma Susan.</p><p>Susan Guggenheim lembra que a memória humana vem</p><p>sendo estudada ao longo de séculos por meio de inúmeras</p><p>descrições, classificações e medidas. “Entretanto, quem pri-</p><p>meiro percebeu a dinâmica do seu funcionamento nas situa-</p><p>ções do cotidiano, bem como sua importância nos sintomas</p><p>neuróticos, foi Sigmund Freud. Já em seus primeiros trabalhos,</p><p>ele observou os diversos mecanismos inconscientes que são</p><p>utilizados pelos sujeitos a fim de lidarem com as situações</p><p>traumáticas. Além disso, ele percebeu que as pessoas histéri-</p><p>cas sofriam de reminiscências”, afirma Susan.</p><p>E qual a importância da memória coletiva na construção</p><p>da sociedade? Respondendo a essa pergunta, a psicanalista</p><p>lembra que a memória coletiva, seja construída pelos grupos</p><p>sociais, ou por toda uma sociedade, desperta nas pessoas a</p><p>sensação de pertencimento a um determinado grupo por</p><p>terem vivenciado os mesmos “momentos históricos”. “Este</p><p>sentimento de poder recordar experiências em comum é uma</p><p>das características que distinguem uma geração da outra”,</p><p>conta a professora.</p><p>Formação da memória</p><p>O professor Gilberto lembra que o cérebro é constituído</p><p>por aproximadamente 87 bilhões de neurônios, que se comu-</p><p>nicam entre si por meio de um processo químico chamado</p><p>sinapse, criando uma infinidade de combinações. “Quando</p><p>aprendemos algo, criamos novos circuitos cerebrais, que na</p><p>verdade são novas combinações entre os neurônios. Toda vez</p><p>que vivenciamos uma experiência, ou assimilamos uma infor-</p><p>mação, alteramos nossos circuitos cerebrais. Essa alteração na</p><p>atividade dos circuitos nervosos é que gera a memória, que</p><p>pode ser visual, auditiva, ou olfativa”, explica o professor.</p><p>Disponível em: http://redeglobo.globo.com/acao/noticia/ 2013/03/impor-</p><p>tancia-da-memoria-na-formacao-daidentidade- do-individuo.html</p><p>Com base no trecho a seguir, responda a questão.</p><p>“Respondendo a essa pergunta, a psicanalista lembra que a</p><p>memória coletiva, seja construída pelos grupos sociais, ou por</p><p>toda uma sociedade, desperta nas pessoas a sensação de per-</p><p>tencimento a um determinado grupo por terem vivenciado os</p><p>mesmos ‘momentos históricos”.</p><p>Na expressão “a psicanalista”, a palavra “a” assume a função de:</p><p>a) remeter a elemento já apresentado</p><p>b) generalizar o uso de um termo</p><p>c) anunciar nova especialidade</p><p>d) antecipar outra definição</p><p>112. (SELECON – 2019) Em “ajudam o ser humano a definir o</p><p>seu lugar no mundo” (1º parágrafo), a expressão destacada está</p><p>adequadamente substituí da pelo pronome correspondente</p><p>em:</p><p>a) ajudam o ser humano a definir-lhe</p><p>b) ajudam o ser humano a definir-o</p><p>c) ajudam o ser humano a defini-lo</p><p>d) ajudam o ser humano a definir-lhes</p><p>LÍ</p><p>N</p><p>G</p><p>U</p><p>A</p><p>P</p><p>O</p><p>RT</p><p>U</p><p>G</p><p>U</p><p>ES</p><p>A</p><p>49</p><p>113. (SELECON – 2019)</p><p>TEXTO II</p><p>Disponível em: https://twitter.com/Metropoles</p><p>Na fala da personagem, no último quadrinho, ocorre uma elipse</p><p>corretamente preenchida em:</p><p>a) Não quero ser a última competidora</p><p>b) Não quero ser a última estudante</p><p>c) Não quero ser a última esposa</p><p>d) Não quero ser a última vítima</p><p>114. (SELECON – 2018) Leia o texto a seguir e responda à questão.</p><p>Satélite utiliza rede para capturar lixo espacial</p><p>Desde 4 de outubro de 1957, quando a União Soviética</p><p>lançou o primeiro satélite artificial para o espaço, milhares de</p><p>objetos foram lançados para fora de nosso planeta. É tanta</p><p>coisa colocada em órbita da Terra que as últimas estimativas</p><p>indicam 7,5 mil toneladas de objetos fora de uso entulhando</p><p>os arredores do planeta, colocando em risco novas missões</p><p>espaciais.</p><p>Muitas são as ideias para limpar essa quantidade de lixo</p><p>espacial, incluindo armas a laser. Uma iniciativa da Universi-</p><p>dade de Surrey, no Reino Unido, acaba de fazer, com sucesso,</p><p>O primeiro teste para pôr em prática um satélite que funciona</p><p>como lixeiro espacial.</p><p>A 300 quilômetros de altitude, o RemoveDebris (Remo-</p><p>vedor de detritos), como foi batizado, lançou uma rede para</p><p>capturar um objeto do tamanho de uma caixa de sapatos que</p><p>estava entre seis e oito metros a sua frente.</p><p>“Funcionou exatamente como esperávamos”, disse à BBC</p><p>o professor Guglielmo Aglietti, diretor do Centro Espacial de</p><p>Surrey. “O alvo estava girando como você esperaria que um</p><p>lixo não cooperativo se comportasse, mas você pode ver cla-</p><p>ramente que a rede o captura, e estamos muito felizes com a</p><p>maneira como o experimento foi feito.”</p><p>É verdade que o lixo em questão tinha acabado de ser</p><p>lançado pelo próprio satélite, mas foi somente o primeiro de</p><p>quatro testes a serem desempenhados pelo satélite. Ainda</p><p>esse ano, a ideia é que coloquem em ação um sistema de</p><p>câmeras para rastrear o lixo espacial. Em seguida, será a vez</p><p>de um outro sistema de captura, que utiliza um arpão, ser</p><p>testado.</p><p>Por fim, uma espécie de rede de arrasto, como as utilizadas</p><p>por pescadores, será lançada para capturar tudo que encon-</p><p>trar em seu caminho pela alta atmosfera. Depois de cumprida</p><p>a missão, o satélite, que custou US 17 milhões, entrará em rota</p><p>de colisão com a Terra e vai se desintegrar junto com todo o</p><p>lixo conforme mergulha na atmosfera.</p><p>(por Redação Galileu, em 19/09/2018)</p><p>Disponível em >https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/</p><p>noticia/2018/09/satelite-utiliza-rede-para-capturar-lixo-espacial- veja-</p><p>video.html> Acesso em 25/09/2018. Adaptado.</p><p>Em: É verdade que o lixo em questão” (5º parágrafo), o trecho</p><p>em destaque retoma o seguinte termo do parágrafo anterior (4º</p><p>parágrafo):</p><p>a) a rede</p><p>b) o alvo</p><p>c) o experimento</p><p>d) a caixa de sapato</p><p>Æ LINGUAGEM FORMAL E INFORMAL</p><p>115. (SELECON – 2018)</p><p>Escrever é fácil?</p><p>Via de regra, nosso pensamento é caótico: funciona para</p><p>alimentar nossas decisões cotidianas,</p><p>mas não funciona se for</p><p>expresso, em voz alta ou por escrito, tal qual se encontra na</p><p>cabeça. Para entender o nosso próprio pensamento, precisa-</p><p>mos expressá-lo para outra pessoa. Ao fazê-lo, organizamos o</p><p>pensamento segundo um código comum e então, finalmente,</p><p>o entendemos, isto é, nos entendemos.</p><p>Todo professor conhece este segredo: você entende</p><p>melhor o seu assunto depois de dar sua aula sobre ele, e não</p><p>antes. Ao falar sobre o meu tema, tentando explicá-lo a quem</p><p>o conhece pouco, aumento exponencialmente a minha pró-</p><p>pria compreensão a respeito. Motivado pelas expressões de</p><p>dúvida e até de estupor dos alunos, refino minhas explicações</p><p>e, ao fazê-lo, entendo bem melhor o que queria dizer. Costu-</p><p>mo dizer que, passados tantos anos de profissão, gosto muito</p><p>de dar aula, principalmente porque ensinar ainda é o melhor</p><p>método de estudar e compreender.</p><p>Ora, do mesmo jeito que ensino me dirigindo a um grupo</p><p>de alunos que não conheço, pelo menos no começo dos meus</p><p>cursos, quem escreve o faz para ser lido por leitores que ele</p><p>potencialmente não conhece e que também não o conhecem.</p><p>Mesmo quando escrevo um diário secreto, o faço imaginan-</p><p>do um leitor futuro: ou eu mesmo daqui a alguns anos, ou</p><p>quem sabe a posteridade. Logo, preciso do outro e do leitor</p><p>para entender a mim mesmo e, em última análise, para ser e</p><p>saber quem sou.</p><p>Exatamente porque esta relação com o outro, aluno ou</p><p>leitor, é tão fundamental, todo professor sente um frio na</p><p>espinha quando encontra uma turma nova, não importa</p><p>há quantos anos exerça o magistério. Pela mesmíssima razão,</p><p>todo aluno não quer que ninguém leia sua redação enquan-</p><p>to a escreve ou faz questão de colocá-la debaixo da pilha de</p><p>redações na mesa do professor, não importa se suas notas são</p><p>boas ou não na matéria.</p><p>Escrever definitivamente não é fácil, porque nos expõe no</p><p>momento mesmo de fazê-lo. Quem escreve sente de repen-</p><p>te todas as suas hesitações, lacunas e omissões, percebendo</p><p>como o seu próprio pensamento é incompleto e o quanto ain-</p><p>da precisa pensar. Quem escreve de repente entende o quanto</p><p>a sua própria pessoa é incompleta e fraturada, o quanto ainda</p><p>precisa se refazer, se inventar, enfim: se reescrever.</p><p>Gustavo Bernardo (Adaptado de Conversas com um professor de</p><p>literatura. Rio de Janeiro: Rocco, 2013)</p><p>No trecho “todo professor sente um frio na espinha quando</p><p>encontra uma turma nova”, observa-se o seguinte aspecto em</p><p>relação aos usos da linguagem:</p><p>a) emprego de metalinguagem</p><p>b) confissão pessoal</p><p>c) registro informal</p><p>d) apelo ao leitor</p><p>Æ FIGURAS DE LINGUAGEM</p><p>116. (SELECON – 2017) Leia o texto para responder às questões</p><p>Densidade</p><p>No meio do caminho tinha uma pedra porosa. Dava para</p><p>ver seus grãos. Chegando mais perto, raios finíssimos de sol</p><p>atravessavam a pedra. Mais perto ainda, um turbilhão, um</p><p>pequeno redemoinho (uma galáxia minúscula) se movia lá</p><p>dentro, no Ieve corpo da pedra.</p><p>A pedra, no meio do caminho, era permeável: se chovesse,</p><p>ficava encharcada. O vento do meio-dia a deixava com sono</p><p>e sede. A neblina que às vezes baixava no fim da tarde inva-</p><p>dia a pedra, no seu corpo as nuvens trafegavam sem pressa.</p><p>Os sons passavam por ela e iam se extinguir em algum lugar</p><p>50</p><p>desconhecido. Na pequena galáxia dentro da pedra havia</p><p>pequenos planetas orbitando em torno de sóis de diamante.</p><p>(LISBOA, A. Caligrafias. Rio de Janeiro: Rocco, 2004)</p><p>No comentário “uma galáxia minúscula”, o sentido das palavras</p><p>mantém a relação caracterizada da seguinte maneira:</p><p>a) similar</p><p>b) antagônica</p><p>c) convergente</p><p>d) temporal</p><p>117. (SELECON – 2017) Em “O vento do meio-dia a deixava com</p><p>sono e sede”, a figura de linguagem que se apresenta e:</p><p>a) personificação</p><p>b) eufemismo</p><p>c) metonímia</p><p>d) antítese</p><p>Æ INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS (COMPREENSÃO)</p><p>118. (SELECON – 2021) Leia o texto para responder às questões</p><p>Texto l</p><p>Os clássicos estão morrendo?</p><p>Catástrofe espiritual. Foi assim que Cornel West, um dos</p><p>mais destacados intelectuais negros dos EUA, classificou a</p><p>decisão da Universidade Howard, talvez a mais importante ins-</p><p>tituição de ensino negra do país, de fechar seu departamento</p><p>de estudos clássicos.</p><p>West, que escreveu um contundente artigo de opinião para</p><p>o Washington Post, afirma que a noção de crimes do Ociden-</p><p>te se tornou tão central na cultura americana que ficou difícil</p><p>reconhecer as coisas boas que o Ocidente proporcionou, nota-</p><p>damente os clássicos, que são clássicos justamente porque</p><p>permitem uma conversação universal, abarcando pensadores</p><p>de diferentes eras e povos.</p><p>Diretores de Howard responderam, no New York Times.</p><p>Dizem que, ao contrário de universidades brancas de elite, a</p><p>instituição não tem dinheiro para tudo e teve de estabelecer</p><p>prioridades. Afirmam que os alunos de Howard não ficarão</p><p>sem ler Platão, Aristóteles e outros clássicos, apenas que não</p><p>haverá mais um departamento exclusivo dedicado a esses</p><p>pensadores.</p><p>Os clássicos estão morrendo? Morrer, eles não morrerão.</p><p>Haverá sempre, nas universidades e fora delas, uma legião de</p><p>estudiosos que garantirão que nosso conhecimento sobre</p><p>esses autores não só não regredirá como avançará. Eu receio,</p><p>porém, que o chamado cânon ocidental será cada vez mais</p><p>objeto de estudo de especialistas e menos um corpo de refe-</p><p>rências que todos os cidadãos educados reconheçam.</p><p>Isso é ruim, porque, assim como a concordância acerca do</p><p>que são fatos é fundamental para a ciência e a democracia, um</p><p>universo de noções comuns em que as pessoas possam se</p><p>apoiar para dialogar, trocar ideias e identificar-se é vital para</p><p>a constituição de uma sociedade. E é preferível que esse uni-</p><p>verso seja povoado por autores densos, que comportem inter-</p><p>pretações complexas e que resistiram ao teste do tempo a que</p><p>seja determinado pelos modismos simplificadores das guerras</p><p>culturais.</p><p>Hélio Scwartsman (Folha de S. Paulo, 04 de maio de 2021)</p><p>A pergunta apresentada no título se refere à seguinte discussão</p><p>do texto:</p><p>a) perda de importância motivada por conflitos geracionais</p><p>b) opção por autores de origem majoritariamente africana</p><p>c) decréscimo de vendas no setor de livrarias cultas</p><p>d) fechamento de um setor em curso universitário</p><p>119. (SELECON – 2021) De acordo com a definição proposta no</p><p>segundo parágrafo, os clássicos assumem a condição de:</p><p>a) ultrapassado</p><p>b) universal</p><p>c) regional</p><p>d) subjetivo</p><p>120. (SELECON – 2021) A organização interna do segundo e do</p><p>terceiro parágrafos é baseada em estratégia linguística com a</p><p>função de:</p><p>a) relatar um debate</p><p>b) descrever uma cena</p><p>c) narrar um evento</p><p>d) orientar uma ação</p><p>121. (SELECON – 2021) No ponto de vista assumido pelo autor</p><p>do texto, a preocupação em relação aos clássicos se caracteriza</p><p>por:</p><p>a) desapego aos modelos antiquados de pensamento</p><p>b) receio de se tornarem matéria apenas de especialistas</p><p>c) crítica à presença autoritária dessas referências na escola</p><p>d) contestação à menção de autores estritamente masculinos</p><p>122. (SELECON – 2021) Leia o texto para responder às questões</p><p>O declínio da desigualdade racial</p><p>As disparidades raciais fazem parte do nosso cotidiano e,</p><p>em determinados contextos, tendem a dificultar o processo de</p><p>desenvolvimento das nações. Apesar disso, existe crescente</p><p>conscientização sobre os desafios dessa agenda e progressi-</p><p>vo aumento da pressão para endereçá-la com o cuidado que</p><p>merece.</p><p>O caso dos Estados Unidos é emblemático. O viés racial</p><p>daquele país tende a se manifestar de forma explícita. A mor-</p><p>te de George Floyd, conjuntamente com a onda de protestos</p><p>antirracistas de 2020, pode dar a impressão de que a situação</p><p>racial não está evoluindo. Alguns acreditam que as relações</p><p>raciais lá são piores que a discriminação, relativamente implí-</p><p>cita, da sociedade brasileira.</p><p>De fato, os americanos ainda precisam enfrentar diversos</p><p>desafios. Porém, há progressos tanto na redução quanto no</p><p>diagnóstico empírico das disparidades.</p><p>De acordo com Robert Margo, da Universidade de Boston,</p><p>a razão da renda per capita dos negros sobre a dos</p>