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<p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>I Simulado OAB</p><p>Código de Ética e Estatuto da OAB</p><p>Priscila Ferreira</p><p>Questão 01.</p><p>Na Universidade de Direito "X", estudantes discutiam a</p><p>possibilidade de um advogado realizar uma intervenção</p><p>pontual e sumária durante uma audiência no tribunal.</p><p>Com base no Estatuto da Advocacia, assinale a</p><p>alternativa correta:</p><p>a) É direito do advogado usar da palavra, pela ordem,</p><p>mediante intervenção pontual e sumária, para dar voz de</p><p>prisão ao magistrado, se este cometer crime em</p><p>flagrante.</p><p>b) É direito do advogado usar da palavra, pela ordem,</p><p>mediante intervenção pontual e sumária, para devolver</p><p>xingamentos feitos pela parte contrária.</p><p>c) É direito do advogado usar da palavra, pela ordem,</p><p>mediante intervenção pontual e sumária, para retificar</p><p>tese jurídica apresentada em sustentação oral.</p><p>d) É direito do advogado usar da palavra, pela ordem, em</p><p>qualquer tribunal judicial ou administrativo, órgão de</p><p>deliberação coletiva da administração pública ou</p><p>comissão parlamentar de inquérito, mediante</p><p>intervenção pontual e sumária, para esclarecer equívoco</p><p>ou dúvida surgida em relação a fatos, a documentos ou</p><p>a afirmações que influam na decisão.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão versa sobre os Direitos do Advogado.</p><p>De acordo com o art. 7º, inciso X do Estatuto da</p><p>Advocacia e da OAB (EAOAB), é direito do advogado usar</p><p>da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou</p><p>administrativo, órgão de deliberação coletiva da</p><p>administração pública ou comissão parlamentar de</p><p>inquérito. Essa intervenção pontual e sumária tem o</p><p>propósito de esclarecer equívocos ou dúvidas surgidas</p><p>em relação a fatos, documentos ou afirmações que</p><p>influam na decisão.</p><p>Diante do exposto, a LETRA “D” é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - Não existe tal previsão no Estatuto da</p><p>Advocacia.</p><p>Letra B (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - Não existe tal previsão no Estatuto da</p><p>Advocacia.</p><p>Letra C (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - Não existe tal previsão no Estatuto da</p><p>Advocacia.</p><p>Letra D (item da árvore: 5.1)</p><p>CORRETA - É a exata previsão do art. 7º, inciso X do</p><p>EAOAB. Segundo esse artigo, é direito do advogado usar</p><p>da palavra, pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou</p><p>administrativo, órgão de deliberação coletiva da</p><p>administração pública ou comissão parlamentar de</p><p>inquérito. Essa intervenção pontual e sumária tem o</p><p>propósito de esclarecer equívocos ou dúvidas surgidas</p><p>em relação a fatos, documentos ou afirmações que</p><p>influam na decisão.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 7º, X do EAOAB, é direito do</p><p>advogado usar da palavra, pela ordem, em qualquer</p><p>tribunal judicial ou administrativo, órgão de deliberação</p><p>coletiva da administração pública ou comissão</p><p>parlamentar de inquérito, mediante intervenção pontual</p><p>e sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida</p><p>em relação a fatos, a documentos ou a afirmações que</p><p>influam na decisão.</p><p>Gabarito: Letra D.</p><p>Questão 02.</p><p>Marcela é advogada, mas está licenciada devido a uma</p><p>doença mental considerada curável. No entanto, ela</p><p>ingressou em determinado processo para ajudar um</p><p>cliente, mesmo sem procuração. De acordo com o</p><p>Estatuto da Advocacia, assinale a alternativa correta:</p><p>a) O advogado pode atuar sem procuração para adoção</p><p>de medidas urgentes. No entanto, o ato praticado por</p><p>Marcela no período do licenciamento é nulo.</p><p>b) O advogado não pode atuar sem procuração.</p><p>c) O advogado pode atuar sem procuração para adoção</p><p>de medidas urgentes. O ato praticado por Marcela no</p><p>período do licenciamento é válido.</p><p>https://t.me/preparaoab2024</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>d) O advogado só pode atuar sem procuração no período</p><p>de licenciamento.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão versa sobre a Atividade da Advocacia e o</p><p>Mandato Judicial.</p><p>Questionamento 1: O advogado pode atuar sem</p><p>procuração?</p><p>Conforme o art. 5º, §1º do EAOAB, o advogado,</p><p>afirmando urgência, pode atuar sem procuração,</p><p>obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias,</p><p>prorrogável por igual período.</p><p>Questionamento 2: É válido o ato praticado no período</p><p>de licenciamento?</p><p>O art. 4º do EAOAB estabelece que são nulos os atos</p><p>privativos de advogado praticados por pessoa não</p><p>inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e</p><p>administrativas. O parágrafo único do mesmo dispositivo</p><p>dispõe que são também nulos os atos praticados por</p><p>advogado impedido – no âmbito do impedimento –</p><p>suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade</p><p>incompatível com a advocacia.</p><p>Diante do exposto, a LETRA “A” é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 7.1)</p><p>CORRETA – É o nosso gabarito com base no art. 4º e 5º,</p><p>§1º do EAOAB, olha só:</p><p>Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado</p><p>praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo</p><p>das sanções civis, penais e administrativas.</p><p>Parágrafo único. São também nulos os atos praticados</p><p>por advogado impedido – no âmbito do impedimento –</p><p>suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade</p><p>incompatível com a advocacia.</p><p>Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele,</p><p>fazendo prova do mandato.</p><p>§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem</p><p>procuração, obrigando-se a apresentála no prazo de</p><p>quinze dias, prorrogável por igual período.</p><p>Letra B (item da árvore: 7.1)</p><p>CORRETA - Conforme o art. 5º, §1º do EAOAB, o</p><p>advogado, afirmando urgência, pode atuar sem</p><p>procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de</p><p>quinze dias, prorrogável por igual período.</p><p>Letra C (item da árvore: 7.1)</p><p>INCORRETA - O ato praticado por Marcela no período do</p><p>licenciamento é nulo.</p><p>Letra D (item da árvore: 7.1)</p><p>INCORRETA - O ato praticado por Marcela no período do</p><p>licenciamento é nulo.</p><p>Comentário Curto</p><p>Conforme o art. 5º, §1º do EAOAB, o advogado,</p><p>afirmando urgência, pode atuar sem procuração,</p><p>obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias,</p><p>prorrogável por igual período.</p><p>O art. 4º do EAOAB estabelece que são nulos os atos</p><p>privativos de advogado praticados por pessoa não</p><p>inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e</p><p>administrativas. O parágrafo único do mesmo dispositivo</p><p>dispõe que são também nulos os atos praticados por</p><p>advogado impedido – no âmbito do impedimento –,</p><p>suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade</p><p>incompatível com a advocacia.</p><p>Gabarito: Letra A.</p><p>Questão 03.</p><p>A advogada Soraia participou de um programa televisivo</p><p>em que houve um debate sobre uma causa de grande</p><p>repercussão. Durante o programa, ela se manifestou</p><p>sobre essa causa, bem como sobre o método de trabalho</p><p>utilizado pelo advogado que atua nela. Com base no</p><p>exposto, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Ao participar de programa televisivo em que haja</p><p>debate a respeito de determinada causa, um advogado</p><p>poderá manifestar-se a respeito dela, bem como do</p><p>método de trabalho usado, ainda que a causa esteja sob</p><p>patrocínio de outro advogado.</p><p>b) O advogado que eventualmente participar de</p><p>programa de televisão ou de rádio, de entrevista na</p><p>imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por</p><p>qualquer outro meio, para manifestação profissional,</p><p>deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos,</p><p>educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>pessoal ou profissional, permitidos pronunciamentos</p><p>sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de</p><p>profissão.</p><p>c) Quando o advogado é convidado para manifestação</p><p>pública, por qualquer modo e forma, visando ao</p><p>esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve</p><p>o advogado evitar insinuações com o sentido de</p><p>promoção pessoal ou profissional, bem como o debate</p><p>de caráter sensacionalista.</p><p>d) É permitido ao advogado insinuar-se para reportagens</p><p>e declarações públicas.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso: Aqui temos uma questão sobre</p><p>de dinheiro ou bens para admissibilidade de</p><p>recurso administrativo. Logo, no caso do problema em</p><p>questão, a Administração Tributária deverá emitir uma</p><p>Certidão Positiva com Efeito de Negativa de Débitos</p><p>quanto ao referido ICMS inadimplido, estando correta,</p><p>assim, a LETRA C, que é o gabarito da questão.</p><p>Letra A (item árvore: 13.2 e 17.3)</p><p>INCORRETA</p><p>A admissão da impugnação administrativa não pode ser</p><p>condicionada à exigência de realização de depósito ou</p><p>arrolamento prévios de dinheiro ou bens, pois tal</p><p>condicionamento é inconstitucional, nos termos da</p><p>Súmula Vinculante nº 21.</p><p>Letra B (item árvore: 17.3)</p><p>INCORRETA</p><p>Apesara de não ter ocorrido o pagamento, a</p><p>Administração Tributária não deverá emitir uma</p><p>Certidão Positiva quanto ao referido ICMS inadimplido,</p><p>mas sim uma Certidão Positiva com Efeito de Negativa</p><p>de Débitos, já que e exigibilidade do crédito foi suspensa</p><p>por força da impugnação administrativa tempestiva.</p><p>Letra C (item árvore: 17.3)</p><p>CORRETA</p><p>De fato, a Administração Tributária deverá emitir uma</p><p>Certidão Positiva com Efeito de Negativa de Débitos</p><p>quanto ao referido ICMS inadimplido, já que e</p><p>exigibilidade do crédito foi suspensa por força da</p><p>impugnação administrativa tempestiva.</p><p>Letra D (item árvore: 17.3)</p><p>INCORRETA</p><p>A Administração Tributária não deverá emitir uma</p><p>Certidão Negativa de Débito, pois essa só deve ser</p><p>emitida quando não há débitos pendentes de</p><p>pagamento. Como há, no caso, débitos cuja exigibilidade</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>está suspensa por força de impugnação administrativa, a</p><p>certidão a ser emitida é uma Certidão Positiva com Efeito</p><p>de Negativa de Débitos.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o disposto no inciso III do art. 151 do CTN,</p><p>a impugnação administrativa tempestiva suspende a</p><p>exigibilidade do crédito tributário. E de acordo com o</p><p>disposto no art. 206 do CTN, a certidão de que conste a</p><p>existência de créditos cuja exigibilidade esteja suspensa</p><p>(dentre outras hipóteses) tem os mesmos efeitos da</p><p>Certidão Negativa. Trata-se da Certidão Positiva com</p><p>Efeito de Negativa de Débitos (observe que ela tem o</p><p>mesmo efeito da negativa, mas não é a negativa em si,</p><p>sendo considerada, pois, uma certidão de regularidade</p><p>fiscal). Por fim, de acordo com a Súmula Vinculante nº</p><p>21, é inconstitucional a exigência de depósito ou</p><p>arrolamento prévios de dinheiro ou bens para</p><p>admissibilidade de recurso administrativo. Logo, no caso</p><p>do problema em questão, a Administração Tributária</p><p>deverá emitir uma Certidão Positiva com Efeito de</p><p>Negativa de Débitos quanto ao referido ICMS</p><p>inadimplido.</p><p>Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 26.</p><p>Baseados em inquérito conclusivo da Polícia Federal, os</p><p>Auditores Fiscais da RFB (Receita Federal do Brasil)</p><p>identificaram que a empresa LSD Ltda. auferiu renda não</p><p>declarada nos três exercícios imediatamente anteriores,</p><p>decorrente do tráfico ilícito internacional de</p><p>entorpecentes. A partir dessas apurações os auditores</p><p>constituíram o respectivo crédito tributário exigindo, da</p><p>empresa, o pagamento do IRPJ - Imposto sobre a Renda</p><p>da Pessoa Jurídica. Sobre a hipótese, é correto afirmar</p><p>que:</p><p>A) O tráfico ilícito de entorpecentes, por ser crime</p><p>devidamente tipificado em lei penal, não pode ocasionar</p><p>a tributação da renda dele decorrente, mas somente o</p><p>confisco.</p><p>B) O crédito tributário constituído pelos Auditores Fiscais</p><p>é um lançamento por homologação.</p><p>C) Como tributo não é sanção de ato ilícito, a renda</p><p>decorrente da atividade ilícita da empresa não está</p><p>sujeita à incidência do IRPJ - Imposto sobre a Renda da</p><p>Pessoa Jurídica.</p><p>D) A atividade da empresa, mesmo que ilícita, gerou a</p><p>aquisição de renda que está sujeita à incidência do IRPJ -</p><p>Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão gira em torno do seguinte aspecto: renda</p><p>obtida de atividade ilícita está sujeita à incidência do IR -</p><p>Imposto sobre a Renda? Adicionalmente, que espécie de</p><p>lançamento fora constituído pelos auditores federais?</p><p>No caso:</p><p>> Auditores Fiscais da RFB - Receita Federal do Brasil</p><p>identificaram que determinada empresa auferiu renda</p><p>decorrente de tráfico ilícito internacional de</p><p>entorpecentes.</p><p>> E que apesar de ter auferido essa renda, não a declarou</p><p>à RFB - Receita Federal do Brasil.</p><p>> Por isso os auditores constituíram o respectivo crédito</p><p>tributário exigindo, da empresa, o IRPJ - Imposto sobre a</p><p>Renda da Pessoa Jurídica sobre tais rendimentos.</p><p>> Eis o cerne da questão: essa renda, decorrente de</p><p>atividade ilícita, está sujeita à incidência do IR - Imposto</p><p>sobre a Renda? Adicionalmente, que espécie de</p><p>lançamento fora constituído pelos auditores federais?</p><p>A resposta é dada pelos arts. 118, inciso I, e 149, inciso II,</p><p>ambos do CTN:</p><p>CTN: Art. 118. A definição legal do fato gerador é</p><p>interpretada abstraindo-se:</p><p>I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados</p><p>pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem</p><p>como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;</p><p>(...).</p><p>CTN: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de</p><p>ofício pela autoridade administrativa nos seguintes</p><p>casos:</p><p>I - quando a lei assim o determine;</p><p>II - quando a declaração não seja prestada, por quem de</p><p>direito, no prazo e na forma da legislação tributária;</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>(...).</p><p>De acordo com o art. 118, inciso I, do CTN, a definição</p><p>legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da</p><p>validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos</p><p>contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da</p><p>natureza do seu objeto ou dos seus efeitos, instituindo</p><p>aquilo que a doutrina designa como Princípio do</p><p>“Pecunia Non Olet” ou da Interpretação Objetiva do Fato</p><p>Gerador, que permite a tributação da renda advinda de</p><p>atividades ilícitas. O que o art. 3º do CTN veda, ao afirmar</p><p>que tributo não é sanção de ato ilícito, é que uma</p><p>exigência tributária tenha como fato gerador (verbo +</p><p>complemento que, uma vez praticado, desencadeia o</p><p>dever de pagar um tributo) uma atividade ilícita, como,</p><p>por exemplo, “traficar entorpecentes”. Exigir tributo</p><p>cujo fato gerador é “auferir renda” (o que é permitido</p><p>pelo art. 118, inciso I, do CTN)) difere totalmente de</p><p>exigir tributo sobre “traficar entorpecente” (o que é</p><p>vedado pelo art. 3º do CTN). Em paralelo, de acordo com</p><p>o art. 149, inciso II, do CTN, o lançamento é efetuado e</p><p>revisto de ofício pela autoridade administrativa quando</p><p>a declaração não seja prestada, por quem de direito, no</p><p>prazo e na forma da legislação tributária. Assim, se trata,</p><p>no caso, de lançamento de ofício ou direito, e não por</p><p>homologação. Portanto, no caso do problema em</p><p>questão, a atividade da empresa, mesmo que ilícita,</p><p>gerou a aquisição de renda que está sujeita à incidência</p><p>do IRPJ - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica,</p><p>estando correta, assim, a LETRA D, que é o gabarito da</p><p>questão.</p><p>Letra A (item árvore: 9.8)</p><p>INCORRETA</p><p>Apesar de o tráfico ilícito de entorpecentes ser crime</p><p>devidamente tipificado em lei penal, a renda dele</p><p>decorrente está sujeita à incidência do IR (imposto sobre</p><p>a Renda), por força do Princípio do “Pecunia Non Olet”</p><p>ou da Interpretação Objetiva do Fato Gerador.</p><p>Letra B (item árvore: 9.8)</p><p>INCORRETA</p><p>Como o crédito tributário em questão foi constituído</p><p>pelos Auditores Fiscais, é um lançamento de ofício (ou</p><p>direto), e não por homologação (ou “autolançamento”),</p><p>que é aquele declarado pelo próprio contribuinte.</p><p>Letra C (item árvore: 9.8)</p><p>INCORRETA</p><p>De fato, tributo não é sanção de ato ilícito, o que impede</p><p>que a conduta “traficar entorpecentes” (verbo +</p><p>complemento) seja descrita em lei como fato gerador de</p><p>tributo, o que é diferente de exigir tributo quando o fato</p><p>gerador seja “auferir renda”, mesmo que a atividade da</p><p>qual decorre a renda seja ilícita.</p><p>Letra D (item árvore: 9.8)</p><p>CORRETA</p><p>De fato, a atividade da empresa, mesmo que ilícita,</p><p>gerou a</p><p>aquisição de renda que está sujeita à incidência</p><p>do IRPJ - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, por</p><p>força do Princípio do “Pecunia Non Olet” ou da</p><p>Interpretação Objetiva do Fato Gerador.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 118, inciso I, do CTN, a definição</p><p>legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da</p><p>validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos</p><p>contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da</p><p>natureza do seu objeto ou dos seus efeitos, instituindo</p><p>aquilo que a doutrina designa como Princípio do</p><p>“Pecunia Non Olet” ou da Interpretação Objetiva do Fato</p><p>Gerador, que permite a tributação da renda advinda de</p><p>atividades ilícitas. Em paralelo, de acordo com o art. 149,</p><p>inciso II, do CTN, o lançamento é efetuado e revisto de</p><p>ofício pela autoridade administrativa quando a</p><p>declaração não seja prestada, por quem de direito, no</p><p>prazo e na forma da legislação tributária. Assim, se trata,</p><p>no caso, de lançamento de ofício ou direito, e não por</p><p>homologação. Portanto, no caso do problema em</p><p>questão, a atividade da empresa, mesmo que ilícita,</p><p>gerou a aquisição de renda que está sujeita à incidência</p><p>do IRPJ - Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica.</p><p>Assim, a LETRA D é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 27.</p><p>Após fortes chuvas que caíram na Região Sul do Brasil,</p><p>destruindo várias cidades e deixando milhares de</p><p>desabrigados, o que levou, inclusive, à publicação de um</p><p>Decreto Estadual de Calamidade Pública por um dos</p><p>Estados-membros afetados, o Presidente da República</p><p>editou, em seguida, uma Medida Provisória instituindo</p><p>empréstimo compulsório para arcar com as despesas</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>extraordinárias, decorrentes dessa calamidade pública.</p><p>Sobre a hipótese, é correto afirmar que:</p><p>A) O empréstimo compulsório não pode ser instituído</p><p>para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, sendo cabível, no caso, a criação de</p><p>um imposto estadual extraordinário.</p><p>B) O empréstimo compulsório não pode ser instituído</p><p>para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, sendo cabível, no caso, a criação de</p><p>um imposto federal extraordinário.</p><p>C) O empréstimo compulsório pode ser instituído para</p><p>atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, e pode ser criado por Medida</p><p>Provisória.</p><p>D) O empréstimo compulsório pode ser instituído para</p><p>atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, mas deve ser criado por Lei</p><p>Complementar.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão gira em torno dos seguintes aspectos: o</p><p>empréstimo compulsório não pode ser instituído para</p><p>atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública? Pode ser instituído por Medida</p><p>Provisória ou deve ser por meio de Lei Complementar?</p><p>Ou as despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, devem ser custeadas por imposto</p><p>extraordinário? Estadual ou federal?</p><p>No caso:</p><p>> Ocorreu uma calamidade pública, decorrente de fortes</p><p>chuvas que caíram na Região Sul do Brasil.</p><p>> Em razão disso o Presidente da República editou uma</p><p>Medida Provisória instituindo empréstimo compulsório</p><p>para arcar com as despesas extraordinárias, decorrentes</p><p>dessa calamidade pública.</p><p>> Eis o cerne da questão: a instituição do empréstimo</p><p>compulsório em questão está correta? Ou deveria ter</p><p>sido instituído um imposto extraordinário?</p><p>A resposta é dada pelos arts. 62, § 1º, III, 148, I e 154, II,</p><p>todos da CF/88:</p><p>CF/88: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o</p><p>Presidente da República poderá adotar medidas</p><p>provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de</p><p>imediato ao Congresso Nacional.</p><p>§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre</p><p>matéria:</p><p>(...)</p><p>III – reservada a lei complementar;</p><p>(...).</p><p>CF/88: Art. 148. A União, mediante lei complementar,</p><p>poderá instituir empréstimos compulsórios:</p><p>I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes</p><p>de calamidade pública, de guerra externa ou sua</p><p>iminência;</p><p>(...)</p><p>Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes</p><p>de empréstimo compulsório será vinculada à despesa</p><p>que fundamentou sua instituição.</p><p>CF/88: Art. 154. A União poderá instituir:</p><p>(...)</p><p>II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos</p><p>extraordinários, compreendidos ou não em sua</p><p>competência tributária, os quais serão suprimidos,</p><p>gradativamente, cessadas as causas de sua criação.</p><p>De acordo com o inciso I do art. 148 da CF/88, a União</p><p>pode instituir empréstimo compulsório para arcar com</p><p>despesas extraordinárias decorrentes de calamidade</p><p>pública, desde que o faça por meio de Lei</p><p>Complementar. Ainda, de acordo com o art. 62, § 1º,</p><p>inciso III, da CF/88, é proibida a edição de Medida</p><p>Provisória para dispor sobre matéria reservada à Lei</p><p>Complementar, como, no caso, o empréstimo</p><p>compulsório. Assim, o empréstimo compulsório pode ser</p><p>instituído para atender a despesas extraordinárias,</p><p>decorrentes de calamidade pública, mas não pode ser</p><p>instituído por Medida Provisória. Também não é possível</p><p>instituir, no caso, imposto extraordinário, pois esse</p><p>tributo só pode ser instituído pela União – nunca por</p><p>Estado, Município ou Distrito Federal – na iminência ou</p><p>no caso de guerra externa; calamidade pública não</p><p>permite a instituição de imposto extraordinário, nos</p><p>termos do art. 154, inciso II, da CF/88. Portanto, no caso</p><p>do problema em questão, o empréstimo compulsório</p><p>pode ser instituído para atender a despesas</p><p>extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, mas</p><p>deve ser instituído por Lei Complementar, estando</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>correta, assim, somente a LETRA D, que é o gabarito da</p><p>questão.</p><p>Letra A (item árvore: 4.4)</p><p>INCORRETA</p><p>O empréstimo compulsório pode sim ser instituído para</p><p>atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, não sendo cabível, no caso, a criação</p><p>de um imposto estadual extraordinário.</p><p>Letra B (item árvore: 4.4)</p><p>INCORRETA</p><p>O empréstimo compulsório pode sim ser instituído para</p><p>atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, não sendo cabível, no caso, a criação</p><p>de um imposto federal extraordinário.</p><p>Letra C (item árvore: 4.4)</p><p>INCORRETA</p><p>Apesar de o empréstimo compulsório poder ser</p><p>instituído para atender a despesas extraordinárias,</p><p>decorrentes de calamidade pública, não pode ser criado</p><p>por Medida Provisória, mas somente por meio de Lei</p><p>Complementar.</p><p>Letra D (item árvore: 4.4)</p><p>CORRETA</p><p>De fato, o empréstimo compulsório pode ser instituído</p><p>para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, e deve ser criado por meio de Lei</p><p>Complementar.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o inciso I do art. 148 da CF/88, a União</p><p>pode instituir empréstimo compulsório para arcar com</p><p>despesas extraordinárias decorrentes de calamidade</p><p>pública, desde que o faça por meio de Lei</p><p>Complementar. Ainda, de acordo com o art. 62, § 1º,</p><p>inciso III, da CF/88, é proibida a edição de Medida</p><p>Provisória para dispor sobre matéria reservada à Lei</p><p>Complementar. Também não é possível instituir, no</p><p>caso, imposto extraordinário, pois esse tributo só pode</p><p>ser instituído pela União – nunca por Estado, Município</p><p>ou Distrito Federal – na iminência ou no caso de guerra</p><p>externa, nos termos do art. 154, inciso II, da CF/88.</p><p>Portanto, no caso do problema em questão, o</p><p>empréstimo compulsório pode ser instituído para</p><p>atender a despesas extraordinárias, decorrentes de</p><p>calamidade pública, mas deve ser instituído por Lei</p><p>Complementar.</p><p>Assim, a LETRA D é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 28.</p><p>A pessoa jurídica XYZ prestou serviços tributáveis pelo</p><p>ISS (Imposto Sobre Serviços) no exercício de 2020, mas</p><p>deixou de declarar e recolher o imposto devido. No</p><p>momento da ocorrência desse fato gerador a alíquota do</p><p>imposto era de 3% sobre o preço do serviço e a alíquota</p><p>da multa pela não declaração</p><p>e recolhimento do imposto</p><p>era de 50% sobre o valor do imposto devido. Ocorre que</p><p>em julho de 2021 foi aprovada uma lei Municipal que</p><p>reduziu a alíquota do ISS sobre a atividade exercida pela</p><p>pessoa jurídica XYZ para 2% e que reduziu a alíquota da</p><p>referida multa para 25%. Posteriormente, em meados de</p><p>2022, os auditores fiscais do Município identificaram</p><p>aquela falta de declaração e de recolhimento do</p><p>imposto, cujo fato gerador ocorreu em 2020. Com base</p><p>na hipótese, considerando as disposições da CF/88 e do</p><p>CTN, o lançamento de ofício a ser realizado pelos</p><p>auditores fiscais estará correto se:</p><p>A) A alíquota do imposto for de 3% e a alíquota da multa</p><p>for de 50%.</p><p>B) A alíquota do imposto for de 2% e a alíquota da multa</p><p>for de 25%.</p><p>C) A alíquota do imposto for de 3% e a alíquota da multa</p><p>for de 25%.</p><p>D) A alíquota do imposto for de 2% e a alíquota da multa</p><p>for de 50%.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão gira em torno do seguinte aspecto: qual o</p><p>percentual de alíquota de tributo e de multa a serem</p><p>exigidos de um contribuinte? O percentual vigente no</p><p>momento da ocorrência do fato gerador ou o percentual</p><p>vigente no momento do lançamento?</p><p>No caso:</p><p>> Determinada contribuinte prestou serviços no</p><p>exercício de 2020.</p><p>> Tais serviços estão sujeitos à incidência do ISS (Imposto</p><p>Sobre Serviços).</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>> Contudo, a referida contribuinte deixou de declarar e</p><p>recolher o imposto devido.</p><p>> No momento da ocorrência do fato gerador (isto é, em</p><p>2020) a alíquota do imposto era de 3% sobre o preço do</p><p>serviço e a alíquota da multa pela não declaração e</p><p>recolhimento do imposto era de 50% sobre o valor do</p><p>imposto devido.</p><p>> Mas, posteriormente, no ano de 2021, foi aprovada</p><p>uma lei Municipal que reduziu a alíquota do ISS para 2%</p><p>e multa para 25%.</p><p>> Depois, somente em 2022, os auditores fiscais do</p><p>Município identificaram aquela falta de declaração e de</p><p>recolhimento do imposto, cujo fato gerador ocorreu em</p><p>2020.</p><p>> Por terem apurado isto, farão o respectivo lançamento</p><p>de ofício.</p><p>> Eis o cerne da questão: quais percentuais devem ser</p><p>aplicados? À título de imposto e à título de multa?</p><p>A resposta é dada pelo art. 150, inciso III, alínea “a”, da</p><p>CF/88 e pelos arts. 105 e 106 do CTN:</p><p>CF/88: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias</p><p>asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos</p><p>Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:</p><p>(...)</p><p>III - cobrar tributos:</p><p>(...)</p><p>a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início</p><p>da vigência da lei que os houver instituído ou</p><p>aumentado;</p><p>(...).</p><p>CTN: Art. 105. A legislação tributária aplica-se</p><p>imediatamente aos fatos geradores futuros e aos</p><p>pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência</p><p>tenha tido início mas não esteja completa nos termos do</p><p>artigo 116.</p><p>CTN: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:</p><p>(...)</p><p>II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:</p><p>a) quando deixe de defini-lo como infração;</p><p>b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer</p><p>exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido</p><p>fraudulento e não tenha implicado em falta de</p><p>pagamento de tributo;</p><p>c) quando lhe comine penalidade menos severa que a</p><p>prevista na lei vigente ao tempo da sua prática..</p><p>(...).</p><p>De acordo com o art. 150, inciso III, alínea “a”, da CF/88</p><p>e o art. 105 do CTN, é vedada a cobrança de tributos em</p><p>relação a fatos geradores ocorridos antes do início da</p><p>vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.</p><p>Trata-se do constitucionalmente consagrado Princípio da</p><p>Irretroatividade da Lei Tributária. Dele decorre a</p><p>importantíssima regra de que, no Direito Tributário,</p><p>aplica-se – para o tributo, atenção – a lei vigente no</p><p>momento da ocorrência do fato gerador. Contudo, a</p><p>irretroatividade em questão possui exceções previstas</p><p>no art. 106 do CTN, quando uma lei de natureza</p><p>tributária poderá ser aplicada retroativamente. Dentre</p><p>essas exceções encontra-se aquela prevista na alínea “c”</p><p>do inciso II, que determina a aplicação retroativa</p><p>quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado,</p><p>lhe comine penalidade menos severa que a prevista na</p><p>lei vigente ao tempo da sua prática. Portanto, a</p><p>legislação que estipula penalidade menos severa do que</p><p>aquela vigente no momento da prática da conduta</p><p>infracional será aplicada retroativamente, desde que o</p><p>contribuinte ainda não tenha sido autuado (ato não</p><p>julgado definitivamente). Trata-se do Princípio da</p><p>Retroatividade da Lei Mais Benigna. Mas atenção: só</p><p>retroagirá os efeitos da lei que dispõe sobre a alíquota</p><p>da penalidade. A lei que dispõe sobre a alíquota do</p><p>imposto nunca poderá ser aplicada retroativamente,</p><p>ainda que mais benéfica. Dessa forma, na hipótese acima</p><p>deve ser aplicada a alíquota prevista na lei vigente no</p><p>momento da ocorrência do fato gerador quanto ao</p><p>imposto e a lei mais benigna quanto à alíquota da multa,</p><p>isto é, essa última de forma retroativa. Portanto, no caso</p><p>do problema em questão, o lançamento de ofício a ser</p><p>realizado pelos auditores fiscais estará correto se a</p><p>alíquota do imposto for de 3% (vigente no momento da</p><p>ocorrência do fato gerador) e a alíquota da multa for de</p><p>25% (prevista na lei infracional posterior mais benigna),</p><p>estando correta, assim, a LETRA C, que é o gabarito da</p><p>questão.</p><p>Letra A (item árvore: 6.3)</p><p>INCORRETA</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Considerando que o percentual de alíquota a ser</p><p>aplicado para o imposto é aquele vigente no momento</p><p>da ocorrência do fato gerador e que o percentual da</p><p>multa é aquele mais benigno, podendo ser aplicado o</p><p>percentual previsto em lei posterior ao momento da</p><p>infração, então o lançamento de ofício a ser realizado</p><p>pelos auditores fiscais estará correto se a alíquota do</p><p>imposto for de 3% (vigente no momento da ocorrência</p><p>do fato gerador) e a alíquota da multa for de 25%</p><p>(prevista na lei infracional posterior mais benigna).</p><p>Letra B (item árvore: 6.3)</p><p>INCORRETA</p><p>Considerando que o percentual de alíquota a ser</p><p>aplicado para o imposto é aquele vigente no momento</p><p>da ocorrência do fato gerador e que o percentual da</p><p>multa é aquele mais benigno, podendo ser aplicado o</p><p>percentual previsto em lei posterior ao momento da</p><p>infração, então o lançamento de ofício a ser realizado</p><p>pelos auditores fiscais estará correto se a alíquota do</p><p>imposto for de 3% (vigente no momento da ocorrência</p><p>do fato gerador) e a alíquota da multa for de 25%</p><p>(prevista na lei infracional posterior mais benigna).</p><p>Letra C (item árvore: 6.3)</p><p>CORRETA</p><p>Considerando que o percentual de alíquota a ser</p><p>aplicado para o imposto é aquele vigente no momento</p><p>da ocorrência do fato gerador e que o percentual da</p><p>multa é aquele mais benigno, podendo ser aplicado o</p><p>percentual previsto em lei posterior ao momento da</p><p>infração, então o lançamento de ofício a ser realizado</p><p>pelos auditores fiscais estará correto, de fato, se a</p><p>alíquota do imposto for de 3% (vigente no momento da</p><p>ocorrência do fato gerador) e a alíquota da multa for de</p><p>25% (prevista na lei infracional posterior mais benigna).</p><p>Letra D (item árvore: 6.3)</p><p>INCORRETA</p><p>Considerando que o percentual de alíquota a ser</p><p>aplicado para o imposto é aquele vigente no momento</p><p>da ocorrência do fato gerador e que o percentual da</p><p>multa é aquele mais benigno, podendo ser aplicado o</p><p>percentual previsto em lei posterior ao momento da</p><p>infração, então o lançamento de ofício a ser realizado</p><p>pelos auditores fiscais estará correto se a alíquota do</p><p>imposto for de 3% (vigente no momento da ocorrência</p><p>do fato gerador) e a alíquota da multa for de 25%</p><p>(prevista na lei infracional posterior mais benigna).</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 150, inciso III, alínea “a”, da CF/88</p><p>e o art. 105 do CTN, é vedada a cobrança de tributos em</p><p>relação a fatos geradores ocorridos antes do início da</p><p>vigência da lei que os houver instituído ou aumentado.</p><p>Trata-se do constitucionalmente consagrado Princípio da</p><p>Irretroatividade da Lei Tributária. Dele decorre a</p><p>importantíssima regra de que, no Direito Tributário,</p><p>aplica-se – para o tributo, atenção – a lei vigente no</p><p>momento da ocorrência do fato gerador. Contudo, a</p><p>irretroatividade em questão possui exceções previstas</p><p>no art. 106 do CTN, quando uma lei de natureza</p><p>tributária poderá ser aplicada retroativamente. Dentre</p><p>essas exceções encontra-se aquela prevista na alínea “c”</p><p>do inciso II, que determina a aplicação retroativa</p><p>quando, tratando-se de ato não definitivamente julgado,</p><p>lhe comine penalidade menos severa que a prevista na</p><p>lei vigente ao tempo da sua prática. Portanto, no caso do</p><p>problema em questão, o lançamento de ofício a ser</p><p>realizado pelos auditores fiscais estará correto se a</p><p>alíquota do imposto for de 3% (vigente no momento da</p><p>ocorrência do fato gerador) e a alíquota da multa for de</p><p>25% (prevista na lei infracional posterior mais benigna).</p><p>Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 29.</p><p>Pedro, residente e domiciliado no Município de São</p><p>Paulo/SP, doou um imóvel de sua propriedade para Júlia,</p><p>residente e domiciliada no Município do Rio de</p><p>Janeiro/RJ. O imóvel em questão está localizado no</p><p>Município Curitiba/PR e a respectiva escritura de doação</p><p>foi celebrada perante tabelião localizado no Município</p><p>de Florianópolis/SC. Com base na situação narrada, é</p><p>correto afirmar que a transmissão desse imóvel está</p><p>sujeita à incidência:</p><p>A) Do ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis</p><p>ou Doações), devido ao Estado de São Paulo.</p><p>B) Do ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis</p><p>ou Doações), devido ao Estado do Paraná.</p><p>C) Do ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens</p><p>Imóveis), devido ao Município de Curitiba/PR.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>D) Do ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens</p><p>Imóveis), devido ao Município de Florianópolis/SC.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão gira em torno dos seguintes aspectos: qual</p><p>imposto incide sobre a transmissão de um imóvel à título</p><p>de doação? ITBI ou ITCMD? Para qual entidade</p><p>federativa é devido o imposto?</p><p>No caso:</p><p>> Pedro é residente e domiciliado no Município de São</p><p>Paulo/SP.</p><p>> Ele doou um imóvel de sua propriedade para Júlia, que</p><p>é residente e domiciliada no Município do Rio de</p><p>Janeiro/RJ.</p><p>> O imóvel doado está localizado no Município</p><p>Curitiba/PR.</p><p>> A respectiva escritura de doação foi celebrada perante</p><p>tabelião localizado no Município de Florianópolis/SC.</p><p>> Eis o cerne da questão: qual o imposto incidente e a</p><p>qual entidade federativa é devido?</p><p>A resposta é dada pelo art. 155, inciso I, § 1º, inciso I e</p><p>pelo art. 156, inciso II, da CF/88:</p><p>CF/88: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito</p><p>Federal instituir impostos sobre:</p><p>I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens</p><p>ou direitos;</p><p>(...)</p><p>§ 1º O imposto previsto no inciso I:</p><p>I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos,</p><p>compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito</p><p>Federal;</p><p>(...).</p><p>CF/88: Art. 156. Compete aos Municípios instituir</p><p>impostos sobre:</p><p>(...)</p><p>II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato</p><p>oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física,</p><p>e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia,</p><p>bem como cessão de direitos a sua aquisição;</p><p>(...)</p><p>§ 2º O imposto previsto no inciso II:</p><p>(...)</p><p>II - compete ao Município da situação do bem.</p><p>(...).</p><p>De acordo com o art. 155, inciso I, da CF/88, aos Estados</p><p>compete instituir (e cobrar) impostos sobre a</p><p>transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens</p><p>ou direitos (ITCMD). E de acordo com o art. 156, inciso II,</p><p>da CF/88, aos Municípios compete instituir impostos</p><p>sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por</p><p>ato oneroso, de bens imóveis (ITBI). Observe, assim, que</p><p>a transmissão de um imóvel pode estar sujeita ao ITCMD</p><p>ou ao ITBI (um ou outro, mas nunca os dois). Se a</p><p>transmissão ocorreu por ato oneroso entre pessoas</p><p>vivas, o imposto devido será o ITBI, devido ao Município</p><p>da localização do imóvel (§ 2º, inciso II, do art. 156 da</p><p>CF/88). Mas, se a transmissão ocorreu por ato NÃO</p><p>oneroso entre pessoas vivas (doação), além de causa</p><p>mortis, o imposto devido será o ITCMD, devido ao Estado</p><p>da localização do imóvel (§ 1º, inciso I, do art. 155 da</p><p>CF/88). Portanto, no caso do problema em questão,</p><p>como se trata de uma doação, é devido o ITCMD, e como</p><p>o imóvel objeto dessa doação está localizado do Estado</p><p>do Paraná, o imposto é devido ao Estado do Paraná,</p><p>estando correta, assim, a LETRA B, que é o gabarito da</p><p>questão.</p><p>Letra A (item árvore: 19.1 e 20.2)</p><p>INCORRETA</p><p>Como se trata de uma doação, é devido o ITCMD, e como</p><p>o imóvel objeto dessa doação está localizado do Estado</p><p>do Paraná, o imposto é devido ao Estado do Paraná.</p><p>Letra B (item árvore: 19.1 e 20.2)</p><p>CORRETA</p><p>De fato, é devido o ITCMD (já que houve uma doação de</p><p>bem imóvel) ao Estado do Paraná (Estado onde</p><p>localizado o imóvel).</p><p>Letra C (item árvore: 19.1 e 20.2)</p><p>INCORRETA</p><p>Como se trata de uma doação, é devido o ITCMD, e como</p><p>o imóvel objeto dessa doação está localizado do Estado</p><p>do Paraná, o imposto é devido ao Estado do Paraná.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Letra D (item árvore: 19.1 e 20.2)</p><p>INCORRETA</p><p>Como se trata de uma doação, é devido o ITCMD, e como</p><p>o imóvel objeto dessa doação está localizado do Estado</p><p>do Paraná, o imposto é devido ao Estado do Paraná.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 155, inciso I, da CF/88, aos Estados</p><p>compete instituir (e cobrar) impostos sobre a</p><p>transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens</p><p>ou direitos (ITCMD). E de acordo com o art. 156, inciso II,</p><p>da CF/88, aos Municípios compete instituir impostos</p><p>sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por</p><p>ato oneroso, de bens imóveis (ITBI). Observe, assim, que</p><p>a transmissão de um imóvel pode estar sujeita ao ITCMD</p><p>ou ao ITBI (um ou outro, mas nunca os dois). Se a</p><p>transmissão ocorreu por ato oneroso entre pessoas</p><p>vivas, o imposto devido será o ITBI, devido ao Município</p><p>da localização do imóvel (§ 2º, inciso II, do art. 156 da</p><p>CF/88). Mas, se a transmissão ocorreu por ato NÃO</p><p>oneroso entre pessoas vivas (doação), além de causa</p><p>mortis, o imposto devido será o ITCMD, devido ao Estado</p><p>da localização do imóvel (§ 1º, inciso I, do art. 155 da</p><p>CF/88). Portanto, no caso do problema em questão,</p><p>como se trata de uma doação, é devido o ITCMD, e como</p><p>o imóvel objeto dessa doação está localizado do Estado</p><p>do Paraná, o imposto é devido ao Estado do Paraná.</p><p>Assim, a LETRA B é a correta e gabarito da questão.</p><p>Direito Administrativo</p><p>Igor Maciel</p><p>Questão 30.</p><p>Carina foi aprovada em concurso público para trabalhar</p><p>em uma Sociedade de Economia Mista Federal, cuja</p><p>maior parte do lucro advém de acionistas, não utilizando</p><p>recursos públicos para despesas pessoais e de custeio</p><p>próprio.</p><p>Passados três anos de sua posse, ela ficou com dúvida</p><p>sobre o regime jurídico aplicado à sua função. Ao buscar</p><p>sua opinião como advogado, você informa que:</p><p>A) Carina já tem direito à estabilidade de servidor</p><p>público, pois já passaram 3 anos de estágio probatório.</p><p>B) Carina já deveria ser considerada estável, pois o</p><p>estágio probatório tem duração de 2 anos.</p><p>C) Carina, por ser empregada de uma Sociedade de</p><p>Economia Mista, é regida pelo regime celetista, onde não</p><p>se aplica o estágio probatório.</p><p>D) Carina, por ser empregada de uma Sociedade de</p><p>Economia Mista, é regida pela CLT, mas deve respeitar o</p><p>prazo de 2 anos de estágio probatório para só assim</p><p>poder ser demitida.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Trata-se de questão envolvendo o regime jurídico</p><p>aplicado aos empregados públicos.</p><p>Tendo em vista que Carina foi aprovada para emprego</p><p>público, aplica-se o regime celetista, que é incompatível</p><p>com a estabilidade prevista no Art. 41 da CF/88, nos</p><p>termos do Art. 173, §1º, II, da CF/88.</p><p>Art. 41. São estáveis, após três anos</p><p>de efetivo exercício,</p><p>os servidores nomeados para cargo de provimento</p><p>efetivo em virtude de concurso público.</p><p>Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta</p><p>Constituição, a exploração direta de atividade</p><p>econômica pelo Estado só será permitida quando</p><p>necessária aos imperativos da segurança nacional ou ao</p><p>relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.</p><p>§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa</p><p>pública, da sociedade de economia mista e de suas</p><p>subsidiárias que explorem atividade econômica de</p><p>produção ou comercialização de bens ou de prestação de</p><p>serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 19, de 1998)</p><p>II -a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas</p><p>privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis,</p><p>comerciais, trabalhistas e tributários.</p><p>Nesse caso, a estabilidade adquirida após três anos de</p><p>serviço público não alcança os empregados públicos, que</p><p>devem obedecer ao disposto na Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho (CLT).</p><p>Letra A</p><p>INCORRETA</p><p>Carina não tem direito à estabilidade, pois é regida pelo</p><p>regime celetista.</p><p>Letra B</p><p>INCORRETA</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Carina é regida pelo regime celetista, que não segue a</p><p>disposição de estágio probatório, sendo este legalmente</p><p>de três anos.</p><p>Letra C</p><p>CORRETA</p><p>Carina foi aprovada para emprego público e aplica-se o</p><p>regime celetista, que é incompatível com a estabilidade</p><p>prevista no Art. 41 da CF/88, nos termos do Art. 173, §1º,</p><p>II, da CF/88.</p><p>Letra D</p><p>INCORRETA</p><p>Carina é regida pelo regime celetista, que não segue a</p><p>disposição de estágio probatório de três anos, pois não</p><p>tem garantia de estabilidade.</p><p>Comentário Curto</p><p>Tendo em vista que Carina foi aprovada para emprego</p><p>público, aplica-se o regime celetista, que é incompatível</p><p>com a estabilidade prevista no Art. 41 da CF/88, nos</p><p>termos do Art. 173, §1º, II, da CF/88.</p><p>Gabarito: C</p><p>Questão 31.</p><p>Márcio, funcionário público federal, após cometer falta</p><p>grave, foi encaminhado para sindicância. Após a</p><p>comissão analisar os fatos e as provas, observou-se a</p><p>necessidade de demissão do funcionário, necessitando,</p><p>para isso, a abertura de processo administrativo.</p><p>Com a instauração do mesmo, foi enviada intimação,</p><p>informando data, hora e local que Márcio deveria</p><p>comparecer para exercer seu direito ao contraditório e</p><p>ampla defesa. Ocorre que, neste tempo, Márcio estava</p><p>de férias e só tomou ciência da intimação após retornar</p><p>de viagem, quando a encontrou na sua caixa de correios.</p><p>Preocupado, Márcio procura você, na qualidade de</p><p>advogado, para informar se a citação referida pode ser</p><p>considerada válida, gerando o reconhecimento da</p><p>verdade dos fatos. Você o orienta que:</p><p>A) Sim, a intimação pode ser considerada válida, sendo</p><p>inclusive aplicado o reconhecimento da verdade dos</p><p>fatos.</p><p>B) Não, a intimação é inválida, pois deveria ser enviada</p><p>com aviso de recebimento, não podendo ser aplicado o</p><p>reconhecimento da verdade dos fatos por violar a ampla</p><p>defesa.</p><p>C) Sim, nesse caso, como já havia sido iniciada a</p><p>sindicância e Márcio já tinha ciência da investigação, ele</p><p>deveria ter comparecido na hora e local agendado, mas</p><p>não pode ser reconhecida a verdade dos fatos.</p><p>D) Não é válida a intimação sem assinatura de</p><p>recebimento, mas, tendo em vista que o processo</p><p>originou de uma sindicância e Márcio já tinha ciência da</p><p>investigação, no caso específico pode ser aplicado o</p><p>reconhecimento da verdade dos fatos.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Não, a intimação não foi válida, pois nos termos do artigo</p><p>26, §3º, da lei 9.784/99, as intimações deverão ser</p><p>realizadas pela via postal com aviso de recebimento.</p><p>Assim, a intimação de Márcio deixada na caixa dos</p><p>correios sem comprovação de recebimento não foi</p><p>válida.</p><p>Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o</p><p>processo administrativo determinará a intimação do</p><p>interessado para ciência de decisão ou a efetivação de</p><p>diligências.</p><p>§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no</p><p>processo, por via postal com aviso de recebimento, por</p><p>telegrama ou outro meio que assegure a certeza da</p><p>ciência do interessado.</p><p>Ademais, a lei que disciplina o processo administrativo</p><p>disciplinar não aceita o reconhecimento da verdade dos</p><p>fatos pelo desatendimento à intimação, o que por si só</p><p>violaria o princípio do contraditório e ampla defesa, nos</p><p>termos do artigo 27, caput e parágrafo único da lei</p><p>9.784/99.</p><p>Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o</p><p>reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a</p><p>direito pelo administrado.</p><p>Letra A</p><p>INCORRETA</p><p>A intimação não é válida, pois não foi com aviso de</p><p>recebimento, não aplicando a verdade dos fatos mesmo</p><p>que desatendida a intimação.</p><p>Letra B</p><p>CORRETA</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>A intimação é inválida, pois deveria ser com aviso de</p><p>recebimento, sendo que o reconhecimento da verdade</p><p>dos fatos viola a ampla defesa, não sendo aplicado pelo</p><p>desatendimento à intimação.</p><p>Letra C</p><p>INCORRETA</p><p>A intimação não é válida, pois não foi com aviso de</p><p>recebimento, não aplicando a verdade dos fatos mesmo</p><p>que desatendida a intimação.</p><p>Letra D</p><p>INCORRETA</p><p>A intimação não é válida, pois não foi com aviso de</p><p>recebimento, não aplicando a verdade dos fatos mesmo</p><p>que desatendida a intimação.</p><p>Comentário Curto</p><p>A intimação deve ser feita com aviso de recebimento; ao</p><p>contrário, não é considerada válida. Ademais, mesmo</p><p>que desatendida a intimação, a verdade dos fatos não</p><p>pode ser aplicada.</p><p>Gabarito: B</p><p>Questão 32.</p><p>Município X, com o objetivo de construir uma escola de</p><p>educação básica, desapropriou um terreno de</p><p>propriedade de Ângela, por ser o único com localização</p><p>e medidas suficientes para a construção planejada,</p><p>pagando prévia e justa indenização. No entanto, durante</p><p>o andamento do projeto, foi decidido construir uma</p><p>Unidade de Pronto Atendimento especializada no</p><p>tratamento de crianças com diagnósticos de Transtornos</p><p>e Deficiências.</p><p>Ainda inconformada com a perda de sua propriedade,</p><p>Ângela procura você para verificar a possibilidade de</p><p>retrocessão de seu imóvel, uma vez que o motivo da</p><p>desapropriação foi alterado. Como advogado, você</p><p>informa que:</p><p>A) Sim, pois no momento em que ocorre a tredestinação,</p><p>a desapropriação perde a eficácia, possibilitando a</p><p>retrocessão para a proprietária.</p><p>B) Sim, pois ocorrendo a tredestinação, a retrocessão</p><p>pode ser requerida a qualquer momento antes do início</p><p>das obras.</p><p>C) Não, pois após a desapropriação não há possibilidade</p><p>de reverter a propriedade, que permanecerá com o</p><p>Município.</p><p>D) Não, pois com a tredestinação, o Município manteve</p><p>o interesse público na desapropriação e a alteração de</p><p>destinação foi justificada, não sendo possível a</p><p>retrocessão.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Quando há desapropriação por interesse público e</p><p>ocorre tredestinação mantendo o interesse público, não</p><p>cabe retrocessão, pois a tredestinação é legítima. A</p><p>retrocessão seria possível apenas se o terreno fosse</p><p>desapropriado e a construção não tivesse interesse</p><p>público, o que permitiria ao proprietário pagar o valor</p><p>atual da coisa e retomar a propriedade, tornando a</p><p>tredestinação ilícita.</p><p>De acordo com o artigo 5º, §6º, I do Decreto Lei 3.365/41</p><p>e o art. 519 do Código Civil, se comprovada a</p><p>inviabilidade ou perda do interesse público em manter a</p><p>destinação inicial do bem, o expropriante deve destinar</p><p>a área não utilizada para outra finalidade pública.</p><p>Assim, no caso narrado, Ângela não teria direito à</p><p>retrocessão pois a tredestinação preservou o interesse</p><p>público.</p><p>Letra A</p><p>INCORRETA</p><p>A tredestinação é lícita se mantiver o interesse público.</p><p>Letra B</p><p>INCORRETA</p><p>Mesmo com a tredestinação, se ela mantiver o interesse</p><p>público, não cabe retrocessão.</p><p>Letra C</p><p>INCORRETA</p><p>A retrocessão é possível apenas se a tredestinação for</p><p>ilícita, ou seja, se o imóvel desapropriado for utilizado</p><p>sem interesse público ou social.</p><p>Letra D</p><p>CORRETA</p><p>Por</p><p>manter o interesse público na tredestinação do bem</p><p>expropriado, não é aplicável a retrocessão.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Comentário Curto</p><p>No caso descrito, Ângela não teria direito à retrocessão</p><p>porque a tredestinação preservou o interesse público.</p><p>Gabarito: D</p><p>Questão 33.</p><p>Álvaro, um senhor que reside na divisa entre o Estado</p><p>Alfa e o Estado Beta, utiliza um terreno lindeiro ao seu,</p><p>de propriedade do Estado Alfa, para cultivar tubérculos</p><p>há mais de quinze anos. É dessa atividade que ele extrai</p><p>a renda necessária para sustentar sua humilde família.</p><p>Recentemente, Álvaro recebeu a visita de</p><p>representantes do Estado Alfa, que reivindicaram a</p><p>retirada do plantio, argumentando que o terreno seria</p><p>utilizado para outra finalidade de interesse público.</p><p>Preocupado com a situação e considerando o longo</p><p>tempo de uso pacífico do terreno, Álvaro busca você</p><p>como advogado para verificar a possibilidade de usucapir</p><p>o terreno. Como advogado, você responde:</p><p>A) Não, pois os bens públicos não podem ser objeto de</p><p>usucapião.</p><p>B) Sim, é possível usucapir o terreno, considerando que</p><p>já se passaram quinze anos de posse mansa e pacífica.</p><p>C) Não, pois para que ocorra usucapião seria necessário</p><p>possuir o terreno de forma mansa e pacífica por pelo</p><p>menos vinte anos.</p><p>D) Sim, pois o tempo mínimo de posse para usucapião de</p><p>imóvel rural é de dez anos.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Os bens públicos são imprescritíveis, o que significa que</p><p>não podem ser adquiridos por usucapião,</p><p>independentemente das circunstâncias.</p><p>Portanto, mesmo que Álvaro tenha ocupado o terreno</p><p>de forma pacífica por mais de quinze anos, ele não</p><p>poderá se apropriar do bem através do instituto da</p><p>usucapião, uma vez que se trata de um bem público</p><p>pertencente ao Estado Alfa. Isso é claramente vedado</p><p>pelo artigo 102 do Código Civil.</p><p>Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a</p><p>usucapião.</p><p>Letra A</p><p>CORRETA</p><p>Os bens públicos não podem ser usucapidos.</p><p>Letra B</p><p>INCORRETA</p><p>Os bens públicos não são passíveis de usucapião, não</p><p>importando o tempo de posse.</p><p>Letra C</p><p>INCORRETA</p><p>A usucapião de bens públicos é vedada, não importando</p><p>o tempo de posse.</p><p>Letra D</p><p>INCORRETA</p><p>Os bens públicos não são passíveis de usucapião,</p><p>independentemente do tempo de posse.</p><p>Comentário Curto</p><p>Álvaro não poderá se apropriar do terreno através de</p><p>usucapião, pois os bens públicos são imprescritíveis,</p><p>conforme o art. 102 do Código Civil.</p><p>Gabarito: A</p><p>Questão 34.</p><p>Gentil, cidadão do Estado de Gentileza, solteiro e</p><p>separado, morava com sua mãe e trabalhava para</p><p>garantir o sustento de seus filhos, pelos quais detinha a</p><p>guarda. Certo dia, ao se deslocar para o trabalho, foi</p><p>atropelado na calçada por um carro de propriedade do</p><p>Estado, dirigido por um servidor público estadual.</p><p>Gentil foi encaminhado para o hospital e precisou se</p><p>afastar do trabalho, o que gerou preocupação pois não</p><p>tinha outra fonte de renda para prover o sustento de</p><p>seus filhos, além de não poder arcar com os gastos de</p><p>remédios e curativos dos ferimentos decorrentes do</p><p>atropelamento.</p><p>Nessa situação, Gentil procura você a fim de averiguar se</p><p>cabe alguma responsabilidade do Estado no caso, sendo</p><p>a ele respondido que:</p><p>A) Sim, o Estado deverá responder de forma objetiva,</p><p>pois é responsável pelo dano causado por seus agentes</p><p>quando estes estão no exercício da função, não havendo</p><p>necessidade de comprovar dolo ou culpa.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>B) Sim, o Estado poderá responder, mas nesse caso deve-</p><p>se comprovar dolo ou culpa pois a responsabilidade é</p><p>subjetiva.</p><p>C) Não, no caso narrado deve-se responsabilizar</p><p>diretamente o motorista sem necessidade de qualquer</p><p>comprovação, pois o atropelamento ocorreu na calçada,</p><p>não sendo aplicada nenhuma responsabilidade ao</p><p>estado.</p><p>D) Sim, mas o Estado responde de forma subsidiária, caso</p><p>não seja comprovada responsabilidade subjetiva do</p><p>motorista, com a apuração de dolo ou culpa.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Aplica-se no caso a teoria do risco administrativo, onde</p><p>o Estado responde de forma objetiva pelos danos que</p><p>seus agentes causarem no exercício de suas funções,</p><p>necessitando apenas comprovar ato, dano e nexo de</p><p>causalidade, conforme dispõe o artigo 37, §6º da CF/88.</p><p>Assim, não há necessidade de comprovar dolo e culpa do</p><p>agente no momento da ocorrência do dano, pois esses</p><p>requisitos serão analisados posteriormente, cabendo ao</p><p>Estado o direito de regresso se confirmada a</p><p>responsabilidade do servidor.</p><p>Art. 37. A administração pública direta e indireta de</p><p>qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito</p><p>Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de</p><p>legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e</p><p>eficiência e, também, ao seguinte:</p><p>§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito</p><p>privado prestadoras de serviços públicos responderão</p><p>pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,</p><p>causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso</p><p>contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.</p><p>Assim, Gentil poderá responsabilizar o Estado</p><p>objetivamente pelo atropelamento.</p><p>Letra A</p><p>CORRETA</p><p>O Estado pode ser responsabilizado objetivamente pelo</p><p>atropelamento.</p><p>Letra B</p><p>INCORRETA</p><p>Não há necessidade de comprovação de dolo ou culpa</p><p>pois trata-se de responsabilidade objetiva, sendo</p><p>necessário apenas comprovar ato, dano e nexo causal.</p><p>Letra C</p><p>INCORRETA</p><p>O motorista só poderá ser responsabilizado em ação</p><p>regressiva do Estado se comprovado dolo ou culpa do</p><p>agente.</p><p>Letra D</p><p>INCORRETA</p><p>O Estado responde objetivamente e, posteriormente, se</p><p>comprovado dolo e culpa do agente, caberá a este a</p><p>responsabilização por ação regressiva do Estado.</p><p>Comentário Curto</p><p>Aplica-se no caso a teoria do risco administrativo, onde</p><p>o Estado responde de forma objetiva pelos danos que</p><p>seus agentes causarem no exercício de suas funções,</p><p>necessitando apenas comprovar ato, dano e nexo de</p><p>causalidade.</p><p>Gabarito: A</p><p>Direito Ambiental</p><p>Fabiano Melo</p><p>Questão 35.</p><p>A sociedade empresária Gama resolveu investir na</p><p>produção industrial de organismos geneticamente</p><p>modificados (OGM). Para tanto, contratou a empresa</p><p>Alfa, que realiza pesquisas tecnológicas sobre</p><p>organismos geneticamente modificados, apesar de ela</p><p>não possuir o Certificado de Qualidade em</p><p>Biossegurança, emitido pela Comissão Técnica Nacional</p><p>de Biossegurança. Durante o desenvolvimento dos</p><p>produtos para a sociedade empresária Gama, a empresa</p><p>Alfa realizou experiências em uma área rural, acabando</p><p>por contaminar o meio ambiente.</p><p>Diante disso, o Ministério Público ajuizou ação civil</p><p>pública contra a sociedade empresária Gama e a</p><p>empresa Alfa pelos danos ambientais.</p><p>Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.</p><p>A) Apesar de não ter causado os danos ambientais, a</p><p>sociedade empresária Gama poderá ser responsabilizada</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>ambientalmente por investir em uma empresa que não</p><p>possui o Certificado de Qualidade em Biossegurança.</p><p>B) A sociedade empresária Gama não poderá ser</p><p>responsabilizada pelos danos ambientais, pois não foi a</p><p>responsável pela ocorrência dos danos, ainda que não</p><p>tenha solicitado o Certificado de Qualidade em</p><p>Biossegurança.</p><p>C) A responsabilidade da sociedade empresária Gama</p><p>está condicionada à análise de sua culpabilidade</p><p>decorrente da ausência de verificação do Certificado de</p><p>Qualidade em Biossegurança da empresa Alfa.</p><p>D) A responsabilidade da sociedade empresária Gama</p><p>pelos danos ao meio ambiente é subsidiária, devido a</p><p>não ser a poluidora direta, e está limitada à culpabilidade</p><p>pela ausência de solicitação do Certificado de Qualidade</p><p>em Biossegurança.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: A</p><p>A questão versa sobre a responsabilidade civil em</p><p>matéria ambiental por danos causados ao meio</p><p>ambiente, no caso, decorrente de práticas que envolvam</p><p>organismos geneticamente modificados. O diploma legal</p><p>que regulamenta a questão é a Lei 11.105/2005,</p><p>que</p><p>estabelece normas de segurança e mecanismos de</p><p>fiscalização de atividades que envolvam organismos</p><p>geneticamente modificados (OGM) e seus derivados.</p><p>Nesse sentido, conforme o artigo 20 da Lei 11.105/2005,</p><p>os responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a</p><p>terceiros responderão, solidariamente, por sua</p><p>indenização ou reparação integral, independentemente</p><p>da existência de culpa. A responsabilidade, portanto, é</p><p>objetiva, bastando o nexo de causalidade. Mas, no caso</p><p>em questão, há um adicional, que é o fato das duas</p><p>empresas serem responsabilizadas, tanto a empresa Alfa</p><p>– causadora dos danos – quanto a sociedade empresária</p><p>Gama – que é a contratante. A responsabilização da</p><p>sociedade empresária Gama, que não foi a causadora</p><p>dos danos ambientais, decorre do fato de dela não ter</p><p>exigido o Certificado de Qualidade em Biossegurança,</p><p>emitido pela Comissão Técnica Nacional de</p><p>Biossegurança, que é uma exigência para todas as</p><p>pessoas jurídicas que manejam OGM. Há, inclusive,</p><p>disposição legal expressa, conforme a art. 2º, § 4º, da Lei</p><p>11.105/2005: “As organizações públicas e privadas,</p><p>nacionais, estrangeiras ou internacionais, financiadoras</p><p>ou patrocinadoras de atividades ou de projetos referidos</p><p>no caput deste artigo devem exigir a apresentação de</p><p>Certificado de Qualidade em Biossegurança, emitido</p><p>pela CTNBio, sob pena de se tornarem co-responsáveis</p><p>pelos eventuais efeitos decorrentes do descumprimento</p><p>desta Lei ou de sua regulamentação”. No caso, não há o</p><p>Certificado de Qualidade em Biossegurança por parte da</p><p>empresa Alfa. Além disso, no sistema jurídico brasileiro,</p><p>o poluidor pode ser direto, que é aquele que causou o</p><p>dano, ou indireto, que é aquele que contribuiu para a</p><p>degradação (art 3º, IV, da Lei 6.938/1981). Portanto, a</p><p>sociedade empresária Gama pode ser inserida no polo</p><p>passivo da ação civil pública em matéria ambiental, na</p><p>qualidade de poluidora indireta.</p><p>Letra A. Correta. A sociedade empresária Gama poderá</p><p>ser responsabilizada porque investiu em uma empresa</p><p>que não possui o Certificado de Qualidade em</p><p>Biossegurança e, no caso, conforme a Lei 11.105/2005,</p><p>se tornou corresponsável pelos eventuais efeitos</p><p>decorrentes do descumprimento da legislação.</p><p>Letra B. Incorreta. A sociedade empresária Gama deveria</p><p>ter exigido o Certificado de Qualidade em Biossegurança</p><p>por parte da empresa Alfa. Ao não fazer, se tornou</p><p>corresponsável.</p><p>Letra C. Incorreta. A responsabilidade civil em matéria</p><p>ambiental é de natureza objetiva e, portanto, não é</p><p>necessário adentrar em aspectos sobre culpabilidade.</p><p>Letra D. Incorreta. A responsabilidade civil em matéria</p><p>ambiental é de natureza objetiva, independentemente</p><p>da existência de culpa e solidária, ao teor do art. 20 da</p><p>Lei 11.105/2005.</p><p>Questão 36.</p><p>Fabiano é um agricultor, dono de uma pequena</p><p>propriedade rural no Estado X. Com a perspectiva de</p><p>expandir suas atividades econômicas, ele decidiu</p><p>explorar, com propósitos comerciais, a vegetação da</p><p>área de reserva legal de seu imóvel. Contudo, ele está</p><p>com dúvidas sobre a legalidade dessa possibilidade e</p><p>resolveu consultar um advogado ambiental antes de</p><p>tomar uma decisão.</p><p>Diante dessa situação, assinale a alternativa correta.</p><p>A) Não é possível a exploração econômica da reserva</p><p>legal, pois há vedação expressa no Código Florestal.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>B) É possível a exploração econômica da reserva legal</p><p>com propósitos comerciais, desde que se obtenha</p><p>autorização do órgão competente.</p><p>C) A exploração econômica da reserva legal depende da</p><p>elaboração de um estudo prévio de impacto ambiental,</p><p>que deve ser submetido ao órgão competente.</p><p>D) A exploração econômica da reserva legal é permitida</p><p>apenas sem propósito comercial e desde que o manejo</p><p>florestal seja aprovado.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: B</p><p>A questão versa sobre a possibilidade de exploração</p><p>econômica da reserva legal. Segundo a Lei 12.651/2012</p><p>(Código Florestal), admite-se a exploração econômica da</p><p>Reserva Legal mediante manejo sustentável,</p><p>previamente aprovado pelo órgão competente do</p><p>Sisnama. No manejo sustentável da vegetação florestal</p><p>da Reserva Legal, serão adotadas práticas de exploração</p><p>seletiva nas modalidades de manejo sustentável sem</p><p>propósito comercial para consumo na propriedade e de</p><p>manejo sustentável para exploração florestal com</p><p>propósito comercial.</p><p>Letra A. Incorreta. O Código Florestal expressamente</p><p>admite a exploração econômica da reserva legal, desde</p><p>que realizada mediante manejo sustentável.</p><p>Letra B. Correta. O art. 22 do Código Florestal dispõe que</p><p>manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva</p><p>Legal com propósito comercial depende de autorização</p><p>do órgão competente.</p><p>Letra C. Incorreta. A elaboração de estudo prévio de</p><p>impacto ambiental tem como pressuposto atividade</p><p>causadora de significativa degradação ambiental. No</p><p>caso, o manejo florestal é em pequena propriedade e</p><p>sem exigência desse estudo.</p><p>Letra D. Incorreta. A exploração econômica de reserva</p><p>legal é permitida tanto com propósito comercial quanto</p><p>sem propósito comercial, e desde que com o manejo</p><p>sustentável.</p><p>Direito Civil</p><p>Paulo Sousa</p><p>Questão 37.</p><p>Daniel, 16 anos, é exímio desenhista e começou a</p><p>produzir e vender camisetas a pessoas próximas, de seu</p><p>colégio e de sua família. Em menos de seis meses, o</p><p>negócio cresceu exponencialmente e ele abriu um site</p><p>vendas. Sua renda é tão alta que lhe permite arcar com</p><p>suas despesas, sustentar seus pais e aplicar no tesouro</p><p>direto.</p><p>Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta.</p><p>a) Cessou para Daniel, ainda que menor, a incapacidade.</p><p>b) Daniel é absolutamente incapaz.</p><p>c) Daniel é relativamente capaz, devendo ser assistido</p><p>por seus pais em todos os contratos assinados em</p><p>decorrência de sua atividade negocial.</p><p>d) Daniel foi emancipada por ter renda própria aos 16</p><p>anos e a sua emancipação torna os seus pais</p><p>irresponsáveis pelos atos praticados por ele.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: A</p><p>Comentários longo</p><p>A emancipação, assim, é a aquisição da plena capacidade</p><p>antes da idade legal prevista, sem que isso altere a</p><p>menoridade do emancipado, evidentemente.</p><p>Quando isso ocorre? Segundo o art. 5º, parágrafo único,</p><p>nas seguintes hipóteses:</p><p>I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do</p><p>outro, mediante instrumento público,</p><p>independentemente de homologação judicial, ou por</p><p>sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver</p><p>dezesseis anos completos;</p><p>II - pelo casamento;</p><p>III - pelo exercício de emprego público efetivo;</p><p>IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;</p><p>V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela</p><p>existência de relação de emprego, desde que, em função</p><p>deles, o menor com dezesseis anos completos tenha</p><p>economia própria.</p><p>Há na doutrina quem classifique as causas de</p><p>emancipação pela forma: voluntária (inc. I, primeira</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>parte), legal (incs. II, III, IV e V) ou judicial (inc. I, segunda</p><p>parte, e, eventualmente, no caso do inc. II).</p><p>Primeiro, tenha em mente que emancipação e</p><p>menoridade são coisas distintas. O menor emancipado</p><p>continua sendo menor, apesar de possuir plena</p><p>capacidade civil. Tanto continua menor que a</p><p>“capacidade penal” ainda não lhe é plena, havendo aí</p><p>situação de inimputabilidade decorrente da</p><p>menoridade, ainda que civilmente capaz ele seja.</p><p>Em outros termos, a aquisição de capacidade civil antes</p><p>da maioridade não altera a inimputabilidade do menor.</p><p>Ainda assim, tem impacto a legislação penal, conforme</p><p>previsão do art. 27 do CP/1940, pelo qual os menores de</p><p>18 anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos</p><p>às normas estabelecidas na legislação especial.</p><p>Pelo mesmo motivo, pode-se ser plenamente capaz, mas</p><p>ainda não se poder dirigir, já que a obtenção da CNH</p><p>depende da imputabilidade penal, não da capacidade</p><p>civil.</p><p>O inc. I traz duas situações distintas. A primeira</p><p>(“concessão dos pais”) é chamada de emancipação</p><p>voluntária; a segunda</p><p>(“por sentença do juiz”) é chamada</p><p>de emancipação judicial. As demais hipóteses previstas</p><p>nos outros incisos são causas especiais de emancipação.</p><p>O STJ já pacificou o entendimento de que a emancipação</p><p>voluntária, por si só, não torna os pais irresponsáveis</p><p>pelos atos praticados pelo filho menor. Assim, os pais</p><p>continuam civilmente responsáveis pelos atos praticados</p><p>pelos filhos menores, mesmo que sejam eles</p><p>plenamente capazes, em virtude da emancipação, para</p><p>todos os efeitos na ordem civil (REsp 122.573/PR).</p><p>Comentários curto</p><p>A alternativa A está correta. É a exata previsão do art. 5º,</p><p>parágrafo único, inc. V: “Cessará, para os menores, a</p><p>incapacidade: pelo estabelecimento civil ou comercial,</p><p>ou pela existência de relação de emprego, desde que, em</p><p>função deles, o menor com dezesseis anos completos</p><p>tenha economia própria”.</p><p>A alternativa B está incorreta. No caso apresentado, a</p><p>incapacidade foi cessada pelo advento da independência</p><p>financeira de Daniel.</p><p>A alternativa C está incorreta. Conforme dito</p><p>anteriormente, Daniel é considerado totalmente capaz.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois O STJ já pacificou o</p><p>entendimento de que a emancipação voluntária, por si</p><p>só, não torna os pais irresponsáveis pelos atos praticados</p><p>pelo filho menor (REsp 122.573/PR).</p><p>Questão 38.</p><p>Luiz Antônio, idoso, viúvo, pai de Fernando e Lucas,</p><p>maiores e capazes, sentindo-se perto da morte, por meio</p><p>de testamento, dispõe gratuitamente do próprio corpo</p><p>em prol da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,</p><p>para estudos em curso médico. Excepciona, porém, o</p><p>coração, em relação ao qual pleiteia seja enterrado no</p><p>túmulo de sua falecida esposa, com quem foi casado por</p><p>quarenta e cinco anos. Os filhos de Luiz Antônio não</p><p>concordam com a disposição do corpo de seu pai. Neste</p><p>caso, a disposição:</p><p>a) não é válida, porque a disposição do próprio corpo</p><p>após a morte somente pode ser feita com a concordância</p><p>dos herdeiros de Antônio, tendo em vista que ele é</p><p>idoso.</p><p>b) é válida, por ter objetivo científico, ser gratuito e por</p><p>não ser defesa a disposição parcial do corpo após a</p><p>morte.</p><p>c) não é válida, pois a disposição gratuita do próprio</p><p>corpo, embora seja possível para fins científicos, não</p><p>pode ocorrer de forma parcial, mas apenas no todo.</p><p>d) é válido porque a disposição do próprio corpo após a</p><p>morte é ato discricionário do indivíduo, para qualquer</p><p>finalidade ou objetivo, gratuitamente ou não.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: B</p><p>Comentário longo</p><p>O art. 13, do CC limita atos de disposição do próprio</p><p>corpo, quando eles importem diminuição permanente</p><p>da integridade física, ou contrariarem os bons costumes,</p><p>às situações em que há exigência médica. Excetuam-se</p><p>os casos de transplante de órgãos (art. 13, parágrafo</p><p>único) e de disposição gratuita do próprio corpo, no todo</p><p>ou em parte, para depois da morte, com objetivo</p><p>científico ou altruístico (art. 14). Esses atos, porém,</p><p>podem ser livremente revogados a qualquer tempo (art.</p><p>14, parágrafo único).</p><p>O Enunciado 277 do CJF, afiança a validade da disposição</p><p>gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>altruístico, para depois da morte, fixando o</p><p>entendimento de que a manifestação expressa do</p><p>doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos</p><p>familiares. Assim, a aplicação do art. 4º da Lei</p><p>9.434/1997 ficou restrita à hipótese de silêncio do</p><p>potencial doador.</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa A está incorreta, pois o fato de Luiz Antônio</p><p>ser idoso, não o impede de realizar a disposição em</p><p>testamento, desde atenda os requisitos legais.</p><p>A alternativa B está correta, conforme dispõe o art. 14,</p><p>do CC: “Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou</p><p>altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no</p><p>todo ou em parte, para depois da morte”.</p><p>A alternativa C está incorreta, a disposição pode ocorrer</p><p>de forma parcial ou total, conforme o art. 14,</p><p>supracitado.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois a disposição somente</p><p>pode ser gratuita.</p><p>Questão 39.</p><p>José viajava sozinho no seu automóvel, da sua casa até o</p><p>município vizinho, a trabalho, quando iniciou uma forte</p><p>chuva. Em razão da quantidade de chuva e de forte</p><p>correnteza, uma barragem que ficava situada próximo à</p><p>rodovia rompeu-se, levando o carro em que José estava.</p><p>Passado um mês de intensas buscas, o corpo de José</p><p>nunca foi encontrado. Diante dessa situação, é correto</p><p>afirmar:</p><p>a) Pode ser declarada a morte presumida, com a</p><p>decretação de ausência, desde logo.</p><p>b) Pode ser declarada a morte presumida, sem</p><p>decretação de ausência, somente após um ano de</p><p>buscas.</p><p>c) Pode ser declarada a morte presumida, sem prévia</p><p>decretação de ausência, devendo o juiz fixar uma data</p><p>provável do falecimento.</p><p>d) Pode ser declarada a morte presumida, sem prévia</p><p>decretação de ausência, devendo o juiz fixar a data</p><p>provável do falecimento no último dia das buscas.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Letra C</p><p>Comentário longo</p><p>Nem sempre se poderá atestar a morte de uma pessoa,</p><p>inequivocamente. Em regra, isso ocorrerá porque para</p><p>se atestar a morte de uma pessoa é necessário... uma</p><p>pessoa. Mas quando pessoa não há, como se faz? Para</p><p>solucionar esse problema, o Direito Civil se vale de um</p><p>dos meios de prova permitidos, a presunção, ou seja,</p><p>presume-se a morte da pessoa.</p><p>São quatro as possibilidades de se presumir a morte de</p><p>uma pessoa atualmente. Três delas previstas no CC/2002</p><p>e uma na legislação especial. Uma das hipóteses</p><p>previstas no CC/2002 exige prévia declaração de</p><p>ausência; duas das hipóteses previstas no CC/2002 e a</p><p>hipótese da legislação especial não exigem.</p><p>Quando haverá presunção de morte sem prévia</p><p>declaração de ausência? Em resumo, em situações em</p><p>que a morte é altamente provável, ainda que não</p><p>comprovada, segundo o art. 7º do CC/2002. Porém, para</p><p>tanto, nesses casos somente poderá ser requerida a</p><p>decretação de morte presumida depois de esgotadas as</p><p>buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data</p><p>provável do falecimento:</p><p>1. se for extremamente provável a morte de quem</p><p>estava em perigo de vida (inc. i do art. 7º), como nos</p><p>casos de acidentes aéreos no mar, desaparecido durante</p><p>uma nevasca numa expedição de montanhismo, um</p><p>jornalista em uma zona de distúrbio civil;</p><p>2. se alguém, desaparecido em campanha ou feito</p><p>prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o</p><p>término da guerra (inc. II do art. 7º);</p><p>3. no caso de pessoas desaparecidas entre 02/09/1961 a</p><p>05/10/1988 (Regime Militar de exceção vigente no país,</p><p>incluindo período pré-Golpe e pós-Golpe), sem notícias</p><p>delas, detidas por agentes públicos, envolvidas em</p><p>atividades políticas ou acusadas de participar dessas</p><p>atividades (Lei nº. 9.140/1995).</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 7º, I e</p><p>parágrafo único: “Art. 7º. Pode ser declarada a morte</p><p>presumida, sem decretação de ausência: I - se for</p><p>extremamente provável a morte de quem estava em</p><p>perigo de vida. Parágrafo único. A declaração da morte</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida</p><p>depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo</p><p>a sentença fixar a data provável do falecimento.”</p><p>A alternativa B está incorreta, pois a lei exige que a</p><p>declaração da morte presumida ocorre após encerradas</p><p>as buscas, mas não fixa o prazo de um ano para tanto.</p><p>A alternativa C está correta, pois está de acordo com o</p><p>art. 7º, I e parágrafo único.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois o juiz deve fixar uma</p><p>data provável do falecimento, mas a lei não exige que</p><p>seja no último dia das buscas.</p><p>Questão 40.</p><p>Lucas, adolescente com 17 anos, possui deficiência</p><p>mental permanente, que o impede de exprimir a sua</p><p>vontade de forma clara e inteligível. Sua mãe, Clara,</p><p>trabalha o dia todo, deixando Lucas aos cuidados de seu</p><p>irmão, José. Contudo, sem que Clara soubesse, José fez</p><p>com que Lucas se tornasse viciado em drogas ilícitas,</p><p>pois</p><p>este era traficante e usava a casa de sua irmã para</p><p>cometer o crime e, para que Lucas não contasse nada à</p><p>sua mãe, o viciou. Clara somente veio a perceber o que</p><p>estava acontecendo tempos depois, indo embora com o</p><p>seu filho e deixando o seu irmão para trás. Sobre a</p><p>capacidade de Lucas, é correto afirmar que ele é:</p><p>a) relativamente incapaz em relação à idade e ao vício</p><p>em tóxicos. Absolutamente incapaz em relação à</p><p>deficiência mental permanente.</p><p>b) relativamente incapaz em relação a todas as situações</p><p>indicadas.</p><p>c) pelas circunstâncias, absolutamente incapaz em</p><p>relação a todas as situações narradas.</p><p>d) relativamente incapaz em relação à idade;</p><p>absolutamente incapaz em relação ao vício em tóxicos e</p><p>à deficiência mental permanente.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Letra B</p><p>Comentário longo</p><p>A partir da Lei 13.146/2015, a Lei Brasileira de Inclusão</p><p>da Pessoa com Deficiência, ou Estatuto da Pessoa com</p><p>Deficiência – EPD, a incapacitação absoluta tem como</p><p>único critério a idade. Segundo o art. 3º somente são</p><p>absolutamente incapazes os menores de 16 anos. No</p><p>caso de incapacidade absoluta, há a representação do</p><p>incapaz pelos pais, tutores ou curadores, que exercem os</p><p>atos em nome da pessoa. Em geral, os pais serão os</p><p>representantes do menor, por facilidade.</p><p>Eventualmente, porém, na ausência dos pais, o</p><p>absolutamente incapaz será representado pelo tutor.</p><p>Na incapacidade relativa, por outro lado, a limitação é</p><p>parcial, pois se entende que o discernimento é maior.</p><p>Aqui, a limitação da capacidade não tem como único</p><p>critério a idade, mas também a “saúde”. O art. 4º,</p><p>igualmente modificado pelo EPD, estabelece quais são os</p><p>casos de incapacidade relativa:</p><p>I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;</p><p>II - os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;</p><p>III - aqueles que, por causa transitória ou permanente,</p><p>não puderem exprimir sua vontade;</p><p>IV - os pródigos.</p><p>Comentários curto</p><p>A alternativa B está correta, pois todas as situações</p><p>tornam Lucas relativamente incapaz, conforme o art. 4º</p><p>e incisos, do CC: " Art. 4 o São incapazes, relativamente</p><p>a certos atos ou à maneira de os exercer: I - os maiores</p><p>de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios</p><p>habituais e os viciados em tóxico; III - aqueles que, por</p><p>causa transitória ou permanente, não puderem exprimir</p><p>sua vontade; IV - os pródigos". Fique atento, pois a</p><p>deficiência em si não é causa de incapacidade, no caso</p><p>de Lucas, ele é relativamente incapaz pois não consegue</p><p>exprimir sua vontade.</p><p>Questão 41.</p><p>Marcos, ao completar 18 anos de idade, resolveu vender</p><p>alguns pertences que não considerava mais apropriados</p><p>para a sua idade. Um desses itens era um videogame de</p><p>valor elevado, que alienou para seu vizinho Caio, menor</p><p>impúbere, que gastou toda a sua mesada que estava</p><p>guardado há alguns meses para comprar o item. O</p><p>contrato de compra e venda foi realizado sem o</p><p>conhecimento dos pais de Caio. Neste caso, de acordo</p><p>com o Código Civil, o negócio jurídico celebrado é:</p><p>a) Nulo, porque Caio é reputado absolutamente incapaz.</p><p>b) Anulável, porque Caio é reputado relativamente</p><p>incapaz.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>c) Nulo, mas, pode ser convalidado se os pais de Caio</p><p>confirmarem seu ato.</p><p>d) Válido, pois não havia qualquer óbice para o contrato</p><p>celebrado entre as partes.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Letra A</p><p>Comentário longo</p><p>A incapacidade absoluta está exposta no art. 3º do</p><p>CC/2002. Qual a consequência da violação do art. 3º?</p><p>Prevê o art. 166, inc. I, a nulidade de atos praticados por</p><p>absolutamente incapazes.</p><p>Por razões biológicas e históricas, até os 16 anos é a</p><p>pessoa incapaz, não podendo praticar qualquer ato</p><p>jurídico. A realização desses atos se dá pelo</p><p>representante. Cuidado! Sua prova pode questionar se</p><p>todos os atos praticados pelo absolutamente incapaz são</p><p>nulos. Se você ler o art. 166, inc. I, sem o devido cuidado,</p><p>pode dizer que sim.</p><p>Mas a doutrina, por razões práticas, vai dizer que o ato</p><p>praticado pelo absolutamente capaz, caso seja de</p><p>pequena monta, é válido, ou os absolutamente</p><p>incapazes não poderiam celebrar qualquer tipo de</p><p>negócio. É só imaginar uma pessoa com 13 anos. Quer</p><p>dizer que a entrada de cinema que ela comprou é nula?</p><p>Ou a roupa pela qual pagou no shopping? Obviamente</p><p>que não.</p><p>Contudo, no caso apresentado, trata-se da compra e</p><p>venda de um vídeo game de valor elevado, ou seja, não</p><p>foi algo de pequena monta. Portanto, nulo o negócio</p><p>jurídico.</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa A está correta, pois os negócios celebrados</p><p>por absolutamente incapaz, conforme as disposições do</p><p>CC/2002, são nulos: “Art. 166. É nulo o negócio jurídico</p><p>quando: I - celebrado por pessoa absolutamente</p><p>incapaz”.</p><p>A alternativa B está incorreta. A priori, Caio, por ser</p><p>impúbere, é reputado absolutamente incapaz, nos</p><p>termos do art. 3º do CC/2002 (“São absolutamente</p><p>incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil</p><p>os menores de 16 (dezesseis) anos”). Ademais, o negócio</p><p>jurídico celebrado por absolutamente incapaz é nulo e</p><p>não anulável: “Art. 166. É nulo o negócio jurídico</p><p>quando: I - celebrado por pessoa absolutamente</p><p>incapaz”.</p><p>A alternativa C está incorreta. O negócio celebrado em</p><p>razão da incapacidade de Caio é nulo, portanto,</p><p>impossível a sua confirmação, conforme dispõe o art.</p><p>169 do CC/2002: “O negócio jurídico nulo não é</p><p>suscetível de confirmação, nem convalesce pelo decurso</p><p>do tempo”.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois a incapacidade de</p><p>Caio é óbice para a realização do negócio jurídico,</p><p>tornando-o, portanto, nulo.</p><p>Questão 42.</p><p>Carlos abriu um restaurante no imóvel que locou de</p><p>Sonia, idosa de 95 anos. O combinado entre as partes era</p><p>de que o pagamento seria feito em todo dia 10 de cada</p><p>mês. Em 23/03/2024, Sonia faleceu e, em 09/04/2024</p><p>ainda não havia sido aberto o inventário. Sem saber a</p><p>quem pagar, Carlos buscou orientação para que não</p><p>ficasse inadimplente e pudesse permanecer com seu</p><p>restaurante funcionando. Diante do exposto e segundo</p><p>o Código Civil de 2002, o locatário poderá pagar por meio</p><p>de:</p><p>a) Pagamento com sub-rogação.</p><p>b) Imputação ao pagamento.</p><p>c) Consignação em pagamento.</p><p>d) Novação da dívida.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Letra C</p><p>Comentários longo</p><p>Há situações nas quais o devedor quer pagar, mas é</p><p>impossibilitado, por empecilho criado pelo credor,</p><p>culposamente ou não. O direito de efetuar o pagamento</p><p>mediante consignação surge apenas a partir da recusa do</p><p>credor em receber, ou a partir de outros obstáculos</p><p>alheios ao devedor, reconhecido pelo direito como</p><p>ensejadores de tal fato. O art. 335 descreve apenas de</p><p>modo exemplificativo os casos em que cabe a</p><p>consignação, porém não os esgota. Em linhas gerais,</p><p>cabe a consignação em pagamento se (evidentemente</p><p>que se trata de rol exemplificativo, apenas):</p><p>I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar</p><p>receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no</p><p>lugar, tempo e condição devidos;</p><p>III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido,</p><p>declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de</p><p>acesso perigoso ou difícil;</p><p>IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente</p><p>receber o objeto do pagamento;</p><p>V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.</p><p>A consignação dá-se mediante depósito judicial</p><p>(consignação de natureza processual) ou extrajudicial</p><p>(consignação de natureza material) da prestação para</p><p>liberação do devedor. Ou seja, há duas espécies de</p><p>consignação distintas, previstas no art. 334:</p><p>Extrajudicial</p><p>Só pode ser feita quando se tratar de obrigação de dar</p><p>pecuniária</p><p>Judicial</p><p>Tem aplicação para todas as obrigações de dar e</p><p>subsequentemente à consignação extrajudicial recusada</p><p>pelo credor</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa A está incorreta, pois o caso não se</p><p>enquadra em nenhuma das hipóteses do art. 346 do</p><p>CC/2002: “Art. 346. A</p><p>sub-rogação opera-se, de pleno</p><p>direito, em favor: I - do credor que paga a dívida do</p><p>devedor comum; II - do adquirente do imóvel</p><p>hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como</p><p>do terceiro que efetiva o pagamento para não ser</p><p>privado de direito sobre imóvel; III - do terceiro</p><p>interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser</p><p>obrigado, no todo ou em parte”.</p><p>A alternativa B está incorreta, pois a situação hipotética</p><p>não se trata da imputação ao pagamento prevista no art.</p><p>352 do CC/2002: “Art. 352. A pessoa obrigada por dois</p><p>ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem</p><p>o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se</p><p>todos forem líquidos e vencidos”.</p><p>A alternativa C está correta, conforme pois a situação</p><p>está de acordo com o previsto no art. 335, inc. III, do</p><p>CC/2002: “Art. 335. A consignação tem lugar: III - se o</p><p>credor for incapaz de receber, for desconhecido,</p><p>declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de</p><p>acesso perigoso ou difícil”.</p><p>A alternativa D está incorreta, pois o caso hipotético não</p><p>encontra fundamento naquilo que prevê o art. 360 e</p><p>incisos do CC/2002: “Art. 360. Dá-se a novação: I -</p><p>quando o devedor contrai com o credor nova dívida para</p><p>extinguir e substituir a anterior; II - quando novo devedor</p><p>sucede ao antigo, ficando este quite com o credor; III -</p><p>quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é</p><p>substituído ao antigo, ficando o devedor quite com</p><p>este”.</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente</p><p>Gustavo Cordeiro</p><p>Questão 43.</p><p>Carlos Alberto, aos seus 16 anos, praticou ato infracional</p><p>equiparado ao furto de uma bicicleta de um colega de</p><p>sala. Ao fim da instrução processual, o juiz da vara da</p><p>infância e da juventude julgou procedente a</p><p>representação, aplicando a medida socioeducativa de</p><p>liberdade assistida, pelo prazo mínimo de seis meses. O</p><p>adolescente iniciou o cumprimento da medida aos 17</p><p>anos e 9 meses. No dia em que completou 18 anos,</p><p>Carlos Alberto procurou você para que, na condição de</p><p>advogado(a), requeira a extinção da medida</p><p>socioeducativa, em razão de sua maioridade. À luz do</p><p>Estatuto da Criança e do Adolescente e do entendimento</p><p>dos Tribunais Superiores, assinale a alternativa correta</p><p>sobre a providência mais adequada ao caso de Carlos</p><p>Alberto:</p><p>a) Com a maioridade de Carlos, ele se torna imputável,</p><p>respondendo apenas por infrações penais, logo, a</p><p>medida socioeducativa de liberdade assistida que</p><p>cumpre por atos infracionais praticados durante sua</p><p>adolescência deverá ser extinta;</p><p>b) É possível a extinção da liberdade assistida em razão</p><p>da maioridade de Carlos, porque apenas semiliberdade e</p><p>internação poderão perdurar até que o agente complete</p><p>os 21 anos;</p><p>c) A liberdade assistida poderá ser fixada pelo prazo</p><p>máximo de seis meses, portanto, embora não seja</p><p>possível a extinção da medida socioeducativa em razão</p><p>da maioridade, essa medida perdurará, no máximo, por</p><p>mais três meses;</p><p>d) A superveniência da maioridade penal não interfere</p><p>na aplicabilidade de medida socioeducativa em curso,</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>inclusive na liberdade assistida, enquanto não atingida a</p><p>idade de 21 anos.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: D</p><p>Alternativa A: Esta alternativa está incorreta. A Súmula</p><p>n. 605 do STJ é clara ao afirmar que a superveniência da</p><p>maioridade penal não interfere na aplicabilidade de</p><p>medida socioeducativa em curso. Portanto, Carlos</p><p>Alberto deve continuar cumprindo a medida</p><p>socioeducativa de liberdade assistida, mesmo após ter</p><p>completado 18 anos, enquanto não atingir a idade de 21</p><p>anos.</p><p>Alternativa B: Esta alternativa também está incorreta.</p><p>Conforme a Súmula n. 605 do STJ, a maioridade penal</p><p>não interfere na aplicabilidade de qualquer medida</p><p>socioeducativa em curso, incluindo a liberdade assistida.</p><p>Portanto, não é correto afirmar que apenas as medidas</p><p>de semiliberdade e internação podem perdurar até os 21</p><p>anos. A liberdade assistida também pode continuar até</p><p>essa idade.</p><p>Alternativa C: Esta alternativa está incorreta. O Art. 118,</p><p>§2º, do ECA estabelece que a liberdade assistida será</p><p>fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo ser</p><p>prorrogada, revogada ou substituída por outra medida.</p><p>Portanto, não há um prazo máximo fixo de seis meses, e</p><p>a medida pode ser prorrogada conforme necessário. A</p><p>medida socioeducativa de liberdade assistida não é</p><p>automaticamente extinta após seis meses, podendo</p><p>continuar até Carlos Alberto completar 21 anos.</p><p>Alternativa D: Esta alternativa está correta. Está em</p><p>consonância com a Súmula n. 605 do STJ, que claramente</p><p>afirma que a maioridade penal não interfere na apuração</p><p>de ato infracional nem na aplicabilidade de medida</p><p>socioeducativa em curso, incluindo a liberdade assistida,</p><p>enquanto o adolescente não atingir a idade de 21 anos.</p><p>Portanto, Carlos Alberto deve continuar cumprindo a</p><p>medida socioeducativa de liberdade assistida até o seu</p><p>término ou até completar 21 anos.</p><p>Questão 44.</p><p>Enzo, de 15 anos, tem um grande sonho: conhecer os</p><p>parques da Disney em Orlando (EUA), onde residem seus</p><p>tios maternos. Eles o convidaram para passar quinze</p><p>dias, durante suas férias escolares, na Flórida, porém,</p><p>seus pais, Beatriz e Juarez, que são divorciados,</p><p>trabalham durante o mês de julho e não o</p><p>acompanharão. Beatriz, mãe de Enzo, então, procura</p><p>você, como advogado(a), para buscar orientação sobre a</p><p>possibilidade de seu filho viajar ao exterior. Assinale a</p><p>alternativa correta sobre qual a recomendação a ser</p><p>dada, conforme a disciplina do Estatuto da Criança e do</p><p>Adolescente:</p><p>a) por ter menos de 16 anos, Enzo não poderá, em</p><p>hipótese nenhuma, viajar ao exterior sem, ao menos, a</p><p>presença de um dos pais;</p><p>b) Enzo poderá realizar essa viagem internacional sem os</p><p>pais, desde que haja autorização judicial;</p><p>c) A única hipótese legal que permitiria que Enzo viajasse</p><p>ao exterior seria acompanhado de ambos os pais;</p><p>d) Enzo poderia viajar ao exterior na companhia de sua</p><p>mãe Beatriz, caso o seu pai Juarez autorizasse</p><p>expressamente por documento, sem a necessidade de</p><p>firma reconhecida.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: B</p><p>Alternativa A: Esta alternativa está incorreta. Esta</p><p>alternativa está incorreta. O Art. 84 do ECA prevê que a</p><p>autorização é dispensável se o adolescente viajar na</p><p>companhia de um dos pais, desde que haja autorização</p><p>expressa do outro com firma reconhecida. Portanto,</p><p>Enzo pode viajar ao exterior na companhia de sua mãe,</p><p>Beatriz, desde que o pai, Juarez, autorize expressamente</p><p>com documento e firma reconhecida.</p><p>Alternativa B: Esta alternativa está correta. Segundo o</p><p>Art. 84 do ECA, a viagem ao exterior pode ser realizada</p><p>sem a companhia dos pais, desde que haja autorização</p><p>judicial. Como Enzo não estará acompanhado de</p><p>nenhum dos pais, será necessário obter uma autorização</p><p>judicial para que ele possa viajar sozinho e encontrar os</p><p>seus tios maternos.</p><p>Alternativa C: Esta alternativa está incorreta. Esta</p><p>alternativa está incorreta. O Art. 84 do ECA dispensa a</p><p>autorização judicial se a criança ou adolescente estiver</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>acompanhado de ambos os pais ou responsável, ou se</p><p>estiver acompanhado de um dos pais com a autorização</p><p>expressa do outro com firma reconhecida. Portanto, não</p><p>é necessário que ambos os pais estejam presentes para</p><p>que Enzo possa viajar ao exterior.</p><p>Alternativa D: Esta alternativa está incorreta. O Art. 84</p><p>do ECA exige que, para que a autorização do outro pai</p><p>seja válida, ela deve ser expressa por documento com</p><p>firma reconhecida. Portanto, a autorização do pai,</p><p>Juarez, precisa ter firma reconhecida para que Enzo</p><p>possa viajar ao exterior na companhia de sua mãe</p><p>Beatriz, sem necessidade de autorização judicial.</p><p>Direito do Consumidor</p><p>Igor Maciel</p><p>Questão 45.</p><p>Vanderlúcia, zeladora de uma escola privada na sua</p><p>cidade, utiliza o aplicativo, no seu aparelho celular, do</p><p>Banco $$, instituição credenciada que recebe sua</p><p>remuneração. Através do aplicativo ela faz todos os</p><p>pagamentos</p><p>o</p><p>Princípio da Publicidade.</p><p>O art. 43 do Código de Ética e Disciplina (CED) estabelece</p><p>que o advogado que eventualmente participar de</p><p>programa de televisão ou rádio, de entrevista na</p><p>imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por</p><p>qualquer outro meio, para manifestação profissional,</p><p>deve ter objetivos exclusivamente ilustrativos,</p><p>educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção</p><p>pessoal ou profissional, sendo vedados</p><p>pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por</p><p>seus colegas de profissão.</p><p>O parágrafo único do referido dispositivo dispõe que,</p><p>quando o advogado é convidado para manifestação</p><p>pública, por qualquer modo e forma, visando ao</p><p>esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve</p><p>evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal</p><p>ou profissional, bem como o debate de caráter</p><p>sensacionalista.</p><p>Diante do exposto, a LETRA C é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 1.1)</p><p>INCORRETA - Em verdade, são vedados</p><p>pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por</p><p>seus colegas de profissão.</p><p>Letra B (item da árvore: 1.1)</p><p>INCORRETA - São vedados pronunciamentos sobre</p><p>métodos de trabalho usados por seus colegas de</p><p>profissão.</p><p>Letra C (item da árvore: 1.1)</p><p>CORRETA – Nos termos do art. 43, PU do CED, quando o</p><p>advogado é convidado para manifestação pública, por</p><p>qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de</p><p>tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar</p><p>insinuações com o sentido de promoção pessoal ou</p><p>profissional, bem como o debate de caráter</p><p>sensacionalista.</p><p>Letra D (item da árvore: 1.1)</p><p>INCORRETA - Conforme o art. 42, V do CED, é vedado ao</p><p>advogado insinuar-se para reportagens e declarações</p><p>públicas.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 43, PU do CED, quando o advogado</p><p>é convidado para manifestação pública, por qualquer</p><p>modo e forma, visando ao esclarecimento de tema</p><p>jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar</p><p>insinuações com o sentido de promoção pessoal ou</p><p>profissional, bem como o debate de caráter</p><p>sensacionalista.</p><p>Gabarito: Letra C.</p><p>Questão 04.</p><p>O advogado João foi preso em flagrante delito por crime</p><p>inafiançável e o advogado José, por decisão judicial.</p><p>Ambas as prisões ocorreram por motivos ligados ao</p><p>exercício da advocacia. À luz do quadro apresentado,</p><p>considerando o disposto no Estatuto da Advocacia,</p><p>podemos afirmar que:</p><p>a) É direito de João e José a presença de representante</p><p>da OAB no momento da prisão.</p><p>b) É direito apenas de José a presença de representante</p><p>da OAB no momento da prisão.</p><p>c) É direito apenas de João a presença de representante</p><p>da OAB no momento da prisão.</p><p>d) É direito de João e José apenas a comunicação</p><p>expressa à seccional da OAB.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso:</p><p>O art. 7º, inciso IV do EAOAB dispõe que é direito do</p><p>advogado ter a presença de representante da OAB,</p><p>quando preso em flagrante, por motivo ligado ao</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>exercício da advocacia, para lavratura do auto</p><p>respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a</p><p>comunicação expressa à seccional da OAB; é importante</p><p>ainda saber que o advogado somente poderá ser preso</p><p>em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em</p><p>caso de crime inafiançável, segundo o §3º do mesmo</p><p>dispositivo.</p><p>José não foi preso em flagrante. Logo, não tem direito a</p><p>presença de representante da OAB no momento da</p><p>prisão, João tem!</p><p>Diante do exposto, a LETRA C é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - O art. 7º, inciso IV dispõe que é direito do</p><p>advogado ter a presença de representante da OAB,</p><p>quando preso em flagrante, por motivo ligado ao</p><p>exercício da advocacia. José não foi preso em flagrante.</p><p>Letra B (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - José não foi preso em flagrante.</p><p>Letra C (item da árvore: 5.1)</p><p>CORRETA – De fato, apenas João tem direito a presença</p><p>de representante da OAB no momento da prisão, nos</p><p>termos do art. 7º,IV e §3º do EAOAB.</p><p>Letra D (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - João tem direito a presença de</p><p>representante da OAB no momento da prisão.</p><p>Comentário Curto</p><p>Questão interessante sobre a prisão do advogado!</p><p>O art. 7º, inciso IV dispõe que é direito do advogado ter</p><p>a presença de representante da OAB, quando preso em</p><p>flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia,</p><p>para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade</p><p>e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional</p><p>da OAB; é importante ainda saber que o advogado</p><p>somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de</p><p>exercício da profissão, em caso de crime inafiançável.</p><p>Logo, apenas João tem direito a presença de</p><p>representante da OAB no momento da prisão.</p><p>Gabarito: Letra C.</p><p>Questão 05.</p><p>Após atuar brilhantemente em determinada causa, a</p><p>advogada Maria não recebeu os honorários contratuais</p><p>e sucumbenciais. Ficou com muitas dúvidas sobre a</p><p>execução das referidas verbas e resolveu consultar o</p><p>Código de Ética da OAB. Com base na situação hipotética,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>a) Os honorários da sucumbência e os honorários</p><p>contratuais, pertencendo ao advogado que houver</p><p>atuado na causa, poderão ser por ele executados,</p><p>assistindo-lhe direito autônomo para promover a</p><p>execução do capítulo da sentença que os estabelecer ou</p><p>para postular, quando for o caso, a expedição de</p><p>precatório ou requisição de pequeno valor em seu favor.</p><p>b) Apenas os honorários da sucumbência, pertencendo</p><p>ao advogado que houver atuado na causa, poderão ser</p><p>por ele executados, assistindo-lhe direito autônomo</p><p>para promover a execução do capítulo da sentença que</p><p>os estabelecer ou para postular, quando for o caso, a</p><p>expedição de precatório ou requisição de pequeno valor</p><p>em seu favor.</p><p>c) Apenas os honorários contratuais, pertencendo ao</p><p>advogado que houver atuado na causa, poderão ser por</p><p>ele executados, assistindo-lhe direito autônomo para</p><p>promover a execução do capítulo da sentença que os</p><p>estabelecer ou para postular, quando for o caso, a</p><p>expedição de precatório ou requisição de pequeno valor</p><p>em seu favor.</p><p>d) No caso de substabelecimento, sem ajuste entre as</p><p>partes, a verba correspondente aos honorários da</p><p>sucumbência será repartida entre o substabelecente e o</p><p>substabelecido, 50% para cada.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão aborda os Honorários, especialmente a</p><p>Execução!</p><p>Segundo o art. 51 do CED, os honorários da sucumbência</p><p>e os honorários contratuais, pertencendo ao advogado</p><p>que houver atuado na causa, poderão ser por ele</p><p>executados, assistindo-lhe direito autônomo para</p><p>promover a execução do capítulo da sentença que os</p><p>estabelecer ou para postular, quando for o caso, a</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>expedição de precatório ou requisição de pequeno valor</p><p>em seu favor.</p><p>Diante do exposto, a LETRA A é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 10.1)</p><p>CORRETA – É a exata previsão do art. 51 do CED. Olha só:</p><p>Art. 51. Os honorários da sucumbência e os honorários</p><p>contratuais, pertencendo ao advogado que houver</p><p>atuado na causa, poderão ser por ele executados,</p><p>assistindo-lhe direito autônomo para promover a</p><p>execução do capítulo da sentença que os estabelecer ou</p><p>para postular, quando for o caso, a expedição de</p><p>precatório ou requisição de pequeno valor em seu favor.</p><p>Letra B (item da árvore: 10.1)</p><p>INCORRETA – Vale para os honorários da sucumbência e</p><p>os honorários contratuais!</p><p>Letra C (item da árvore: 10.1)</p><p>INCORRETA – Vale para os honorários da sucumbência e</p><p>os honorários contratuais!</p><p>Letra D (item da árvore: 10.1)</p><p>INCORRETA – Nos termos do §1º do art. 51 do CED, no</p><p>caso de substabelecimento, a verba correspondente aos</p><p>honorários da sucumbência será repartida entre o</p><p>substabelecente e o substabelecido, proporcionalmente</p><p>à atuação de cada um no processo ou conforme haja sido</p><p>entre eles ajustado.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 51 do CED, os honorários da</p><p>sucumbência e os honorários contratuais, pertencendo</p><p>e transações que precisa. Porém, certo dia,</p><p>ao tentar pagar sua conta de energia, o aplicativo foi</p><p>bloqueado e não mais retornou ao funcionamento. Ela</p><p>esperou alguns dias sem sucesso e, temendo o</p><p>vencimento da fatura e a cobrança de juros, pediu para</p><p>sair mais cedo do trabalho, para que pudesse ir ao banco</p><p>resolver tal questão. Ela chegou à agência da instituição</p><p>às 12 horas, pegou sua senha de número 36, e ficou</p><p>aguardando durante 3 horas e 20 minutos, até que foi</p><p>chamada para atendimento, quando o banco já estava</p><p>encerrando seu horário de funcionamento. Enquanto</p><p>esperava na fila, ouviu de um senhor que havia uma lei</p><p>municipal que determinava que o tempo máximo de</p><p>espera na fila era de 1 hora e aquela demora toda era</p><p>uma situação absurda com os consumidores. Ela, então,</p><p>consultou você, na qualidade de advogado, que deverá</p><p>informar corretamente que:</p><p>A) O simples descumprimento do prazo estabelecido em</p><p>legislação específica para a prestação de serviços</p><p>bancários não gera por si só dano moral in reipsa.</p><p>B) Essa lei municipal é inconstitucional, pois não</p><p>compete aos Municípios legislar sobre a definição do</p><p>tempo máximo de espera de clientes em filas de</p><p>instituições bancárias, cuja atribuição é da União.</p><p>C) O Código de Defesa do Consumidor (CDC) possui</p><p>dispositivo expresso limitando o tempo de espera em</p><p>instituições bancárias em 40 minutos.</p><p>D) O descumprimento da lei municipal que estabelece</p><p>parâmetros para a adequada prestação do serviço de</p><p>atendimento presencial em agências bancárias não é</p><p>capaz de configurar dano moral de natureza coletiva,</p><p>apenas individual.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão aborda o tema da responsabilização por danos</p><p>morais por excessivo tempo de espera em fila de</p><p>estabelecimento bancário.</p><p>O Código de Defesa do Consumidor não possui nenhuma</p><p>norma limitando o tempo de espera em instituições</p><p>bancárias. Todavia, diversos Municípios aprovam leis</p><p>que estabelecem um limite em suas legislações locais, a</p><p>fim de regular a questão.</p><p>Sobre o tema, o STF:</p><p>Compete aos Municípios legislar sobre assuntos de</p><p>interesse local, notadamente sobre a definição do tempo</p><p>máximo de espera de clientes em filas de instituições</p><p>bancárias. (STF. Plenário. RE 610221 RG, Rel. Min. Ellen</p><p>Gracie, julgado em 29/04/2010 (Repercussão Geral –</p><p>Tema 272))</p><p>No entanto, o atraso em virtude de uma fila, por si só,</p><p>não tem o condão de ofender direito de personalidade</p><p>do consumidor dos serviços bancários.</p><p>O mero transcurso do tempo, por si só, não impõe um</p><p>dever obrigacional de ressarcimento, por não configurar,</p><p>de plano, uma prática abusiva a acarretar uma</p><p>compensação pecuniária, como pressupõe a teoria do</p><p>desvio produtivo, que considera a perda de tempo útil</p><p>uma espécie de direito de personalidade irrenunciável</p><p>do indivíduo. Sob tal perspectiva, qualquer atraso na</p><p>prestação de serviços poderia atrair a tese. Contudo, o</p><p>controle do tempo, por mais salutar que seja, depende</p><p>de fatores por vezes incontroláveis e não previsíveis,</p><p>como parece óbvio. Há atendimentos mais demorados</p><p>que não são passíveis de fiscalização prévia e, por vezes,</p><p>até mesmo eventos de força maior, que podem ensejar</p><p>atrasos.</p><p>Assim, definiu o STJ, em recurso repetitivo:</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>O simples descumprimento do prazo estabelecido em</p><p>legislação específica para a prestação de serviços</p><p>bancários não gera por si só dano moral in reipsa. (STJ.</p><p>2ª Seção.REsp 1.962.275-GO, Rel. Min. Ricardo Villas</p><p>Bôas Cueva, julgado em 24/4/2024 (Recurso Repetitivo –</p><p>Tema 1156))</p><p>Por outro lado, cumpre esclarecer que o STJ também</p><p>possui julgado afirmando que:</p><p>O descumprimento da lei municipal que estabelece</p><p>parâmetros para a adequada prestação do serviço de</p><p>atendimento presencial em agências bancárias é capaz</p><p>de configurar dano moral de natureza coletiva.</p><p>A condenação em danos morais coletivos cumprirá sua</p><p>função de sancionar o ofensor, inibir referida prática</p><p>ilícita e, ainda, de oferecer reparação indireta à</p><p>sociedade, por meio da repartição social dos lucros</p><p>obtidos com a prática ilegal com a destinação do valor da</p><p>compensação ao fundo do art. 13 da Lei nº 7.347/85.</p><p>(STJ. 3ª Turma. REsp 1.737.412/SE, Rel. Min. Nancy</p><p>Andrighi, julgado em 05/02/2019)</p><p>Letra A</p><p>CORRETA.</p><p>Entende o STJ que “o simples inadimplemento</p><p>contratual, consubstanciado no atraso na entrega do</p><p>imóvel, não é capaz por si só de gerar dano moral</p><p>indenizável, devendo haver, no caso concreto,</p><p>consequências fáticas que repercutam na esfera de</p><p>dignidade da vítima.” (STJ. 3ª Turma. REsp 1654843/SP,</p><p>Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em</p><p>27/02/2018.)</p><p>Letra B</p><p>INCORRETA.</p><p>Para o STF: “Compete aos Municípios legislar sobre</p><p>assuntos de interesse local, notadamente sobre a</p><p>definição do tempo máximo de espera de clientes em</p><p>filas de instituições bancárias.˜ (STF. Plenário. RE 610221</p><p>RG, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 29/04/2010</p><p>(Repercussão Geral – Tema 272))REsp 1.341.138-SP, Rel.</p><p>Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 09/05/2018)</p><p>Letra C</p><p>INCORRETA.</p><p>O Código de Defesa do Consumidor não possui nenhuma</p><p>norma limitando o tempo de espera em instituições</p><p>bancárias.</p><p>Letra D</p><p>INCORRETA.</p><p>O STJ também possui julgado afirmando que: “O</p><p>descumprimento da lei municipal que estabelece</p><p>parâmetros para a adequada prestação do serviço de</p><p>atendimento presencial em agências bancárias é capaz</p><p>de configurar dano moral de natureza coletiva. A</p><p>condenação em danos morais coletivos cumprirá sua</p><p>função de sancionar o ofensor, inibir referida prática</p><p>ilícita e, ainda, de oferecer reparação indireta à</p><p>sociedade, por meio da repartição social dos lucros</p><p>obtidos com a prática ilegal com a destinação do valor da</p><p>compensação ao fundo do art. 13 da Lei nº 7.347/85.”</p><p>(STJ. 3ª Turma. REsp 1.737.412/SE, Rel. Min. Nancy</p><p>Andrighi, julgado em 05/02/2019)</p><p>Comentário Curto</p><p>Definiu o STJ, em recurso repetitivo, que: O simples</p><p>descumprimento do prazo estabelecido em legislação</p><p>específica para a prestação de serviços bancários não</p><p>gera por si só dano moral in reipsa. (STJ. 2ª Seção.REsp</p><p>1.962.275-GO, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,</p><p>julgado em 24/4/2024 (Recurso Repetitivo – Tema</p><p>1156).</p><p>Gabarito: A</p><p>Questão 46.</p><p>Jordania ingressou com a instauração de processo de</p><p>repactuação de dívidas, a fim de realizar audiência</p><p>conciliatória de superendividamento. Na audiência, não</p><p>houve êxito na conciliação em relação a três dos oito</p><p>credores de Jordania. O juiz, a pedido da consumidora,</p><p>instaurou processo de superendividamento para</p><p>repactuação das dívidas remanescentes e apresentação</p><p>de plano judicial compulsório para os três credores cujos</p><p>créditos não integraram o acordo celebrado. Nessa</p><p>situação, é correto afirmar:</p><p>A) Como não houve êxito na conciliação em relação a</p><p>esses três credores, o juiz, a pedido do consumidor,</p><p>instaurará processo por superendividamento para</p><p>revisão e integração dos contratos e repactuação das</p><p>dívidas remanescentes mediante plano judicial</p><p>compulsório e procederá à citação de todos os credores,</p><p>ainda que seus créditos tenham integrado o acordo</p><p>porventura celebrado.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>B) Serão assegurados aos credores, no mínimo, o valor</p><p>de 50% (cinquenta por cento) do principal, corrigido</p><p>monetariamente pelo IPCA, com o pagamento da</p><p>primeira parcela na data em que o consumidor tiver pago</p><p>mais de 50% (cinquenta por cento) do plano de</p><p>pagamento consensual, e preverá a liquidação total da</p><p>dívida em, no máximo, 7 (sete) anos, em parcelas</p><p>mensais iguais e sucessivas.</p><p>C) Os credores terão assegurado, no mínimo, o valor do</p><p>principal devido, corrigido monetariamente por índices</p><p>oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida,</p><p>após a quitação do plano de pagamento consensual, em,</p><p>no máximo, 5 (cinco) anos, sendo a primeira parcela</p><p>devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,</p><p>contado da sua homologação judicial, e o restante</p><p>do</p><p>saldo será devido em parcelas mensais iguais e</p><p>sucessivas.</p><p>D) O juiz poderá nomear administrador, mesmo que isso</p><p>onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias,</p><p>após cumpridas as diligências eventualmente</p><p>necessárias, apresentará plano de pagamento que</p><p>contemple medidas de temporização ou de atenuação</p><p>dos encargos.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do caso</p><p>A questão exige o conhecimento acerca do processo de</p><p>repactuação de dívidas.</p><p>Esse instituto está previsto no art. 104-B do CDC:</p><p>Art. 104-B. Se não houver êxito na conciliação em relação</p><p>a quaisquer credores, o juiz, a pedido do consumidor,</p><p>instaurará processo por superendividamento para</p><p>revisão e integração dos contratos e repactuação das</p><p>dívidas remanescentes mediante plano judicial</p><p>compulsório e procederá à citação de todos os credores</p><p>cujos créditos não tenham integrado o acordo</p><p>porventura celebrado.</p><p>§ 1º Serão considerados no processo por</p><p>superendividamento, se for o caso, os documentos e as</p><p>informações prestadas em audiência.</p><p>§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, os credores citados</p><p>juntarão documentos e as razões da negativa de aceder</p><p>ao plano voluntário ou de renegociar.</p><p>§ 3º O juiz poderá nomear administrador, desde que isso</p><p>não onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta)</p><p>dias, após cumpridas as diligências eventualmente</p><p>necessárias, apresentará plano de pagamento que</p><p>contemple medidas de temporização ou de atenuação</p><p>dos encargos.</p><p>§ 4º O plano judicial compulsório assegurará aos</p><p>credores, no mínimo, o valor do principal devido,</p><p>corrigido monetariamente por índices oficiais de preço,</p><p>e preverá a liquidação total da dívida, após a quitação do</p><p>plano de pagamento consensual previsto no art. 104-A</p><p>deste Código, em, no máximo, 5 (cinco) anos, sendo que</p><p>a primeira parcela será devida no prazo máximo de 180</p><p>(cento e oitenta) dias, contado de sua homologação</p><p>judicial, e o restante do saldo será devido em parcelas</p><p>mensais iguais e sucessivas.</p><p>Assim, os credores terão assegurado, no mínimo, o valor</p><p>do principal devido, corrigido monetariamente por</p><p>índices oficiais de preço, e preverá a liquidação total da</p><p>dívida, após a quitação do plano de pagamento</p><p>consensual, em, no máximo, 5 (cinco) anos, sendo a</p><p>primeira parcela devida no prazo máximo de 180 (cento</p><p>e oitenta) dias, contado da sua homologação judicial, e o</p><p>restante do saldo será devido em parcelas mensais iguais</p><p>e sucessivas, na forma do art. 104-B, §4º, do CDC.</p><p>Letra A</p><p>INCORRETA.</p><p>Com base no art. 104-B do Código de Defesa do</p><p>Consumidor: “Art. 104-B. Se não houver êxito na</p><p>conciliação em relação a quaisquer credores, o juiz, a</p><p>pedido do consumidor, instaurará processo por</p><p>superendividamento para revisão e integração dos</p><p>contratos e repactuação das dívidas remanescentes</p><p>mediante plano judicial compulsório e procederá à</p><p>citação de todos os credores cujos créditos não tenham</p><p>integrado o acordo porventura celebrado.”</p><p>Letra B</p><p>INCORRETA.</p><p>Os credores terão assegurado, no mínimo, o valor do</p><p>principal devido, corrigido monetariamente por índices</p><p>oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida,</p><p>após a quitação do plano de pagamento consensual, em,</p><p>no máximo, 5 (cinco) anos, sendo a primeira parcela</p><p>devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,</p><p>contado da sua homologação judicial, e o restante do</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>saldo será devido em parcelas mensais iguais e</p><p>sucessivas, na forma do art. 104-B, §4º, do CDC.</p><p>Letra C</p><p>CORRETA.</p><p>Os credores terão assegurado, no mínimo, o valor do</p><p>principal devido, corrigido monetariamente por índices</p><p>oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida,</p><p>após a quitação do plano de pagamento consensual, em,</p><p>no máximo, 5 (cinco) anos, sendo a primeira parcela</p><p>devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,</p><p>contado da sua homologação judicial, e o restante do</p><p>saldo será devido em parcelas mensais iguais e</p><p>sucessivas, na forma do art. 104-B, §4º, do CDC.</p><p>Letra D</p><p>INCORRETA.</p><p>O juiz poderá nomear administrador, desde que isso não</p><p>onere as partes, o qual, no prazo de até 30 (trinta) dias,</p><p>após cumpridas as diligências eventualmente</p><p>necessárias, apresentará plano de pagamento que</p><p>contemple medidas de temporização ou de atenuação</p><p>dos encargos, segundo art. 104-B, §3º, CDC.</p><p>Comentário Curto</p><p>Os credores terão assegurado, no mínimo, o valor do</p><p>principal devido, corrigido monetariamente por índices</p><p>oficiais de preço, e preverá a liquidação total da dívida,</p><p>após a quitação do plano de pagamento consensual, em,</p><p>no máximo, 5 (cinco) anos, sendo a primeira parcela</p><p>devida no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias,</p><p>contado da sua homologação judicial, e o restante do</p><p>saldo será devido em parcelas mensais iguais e</p><p>sucessivas, na forma do art. 104-B, §4º, do CDC.</p><p>Gabarito: C</p><p>Direito Empresarial</p><p>Alessandro Sanchez</p><p>Questão 47.</p><p>Paulo precisa de um veículo automotor para entregar os</p><p>produtos de seu estabelecimento aos clientes, mas não</p><p>tem numerário para adquiri-lo. Ele foi aconselhado por</p><p>sua advogada a celebrar um contrato de arrendamento</p><p>mercantil.</p><p>Assinale a opção que indica as faculdades do</p><p>arrendatário ao final desse contrato.</p><p>(Item 8.4)</p><p>a) Devolver o bem ao arrendador, renovar o contrato ou</p><p>exercer opção de compra.</p><p>b) Subarrendar o bem a terceiro ou exercer a opção de</p><p>compra.</p><p>c) Subarrendar o bem a terceiro, renovar o contrato ou</p><p>exercer a opção de compra.</p><p>d) Devolver o bem ao arrendador ou renovar o contrato.</p><p>Comentários</p><p>Análise do caso:</p><p>Paulo necessita saber acerca do funcionamento do</p><p>contrato de arrendamento mercantil. Assim, necessário</p><p>conhecimento acerca das opções para o arrendatário. No</p><p>caso, será possível adquirir o bem, renovar o contrato ou</p><p>simplesmente entregá-lo como se uma locação.</p><p>Comentários longo</p><p>A alternativa “A” está correta, já que estamos diante do</p><p>contrato de leasing (arrendamento mercantil) que prevê</p><p>as três hipóteses elencadas. Trata-se de um contrato</p><p>regulado pela lei 6.099/74, mas a maioria de suas regras</p><p>são atípicas.</p><p>A alternativa “B” está incorreta, pois, o</p><p>subarrendamento não é previsto para a espécie</p><p>contratual.</p><p>A alternativa “C” está incorreta, o subarrendamento não</p><p>é previsto para a espécie contratual.</p><p>A alternativa “D” está incorreta, ao bem da verdade,</p><p>incompleta, já que não consta a opção de aquisição do</p><p>bem.</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa “A” está correta, já que estamos diante do</p><p>contrato de leasing (arrendamento mercantil) que prevê</p><p>as três hipóteses elencadas. Trata-se de um contrato</p><p>regulado pela lei 6.099/74, mas a maioria de suas regras</p><p>são atípicas.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Questão 48.</p><p>Os atos do empresário individual impedido por exercer</p><p>atividade incompatível com a empresa serão</p><p>considerados:</p><p>(Item 2.3)</p><p>a) nulos;</p><p>b) anuláveis;</p><p>c) válidos;</p><p>d) ineficazes;</p><p>Comentários</p><p>Análise do caso</p><p>O Empresário individual pode exercer a sua função de</p><p>empresário, ainda que esteja sob impedimento. Nesse</p><p>caso, terá maiores problemas até perante os órgãos que</p><p>regem a função cujo impedimento é patente. O artigo</p><p>973 do Código civil, aponta responsabilidade para essa</p><p>hipótese, porém, não há o que se falar em nulidade ou</p><p>anulabilidade de seus atos.</p><p>Comentário longo</p><p>A alternativa C está correta. Nos termos do art. 973 do</p><p>Código Civil: “A pessoa legalmente impedida de exercer</p><p>atividade própria de empresário, se a exercer,</p><p>responderá pelas obrigações contraídas.”</p><p>As alternativas A, B e D estão incorretas. Os argumentos</p><p>são exatamente os mesmos. . Nos termos do art. 973 do</p><p>Código Civil: “A pessoa legalmente impedida de exercer</p><p>atividade própria de empresário, se a exercer,</p><p>responderá pelas obrigações contraídas.”</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa C está correta. Nos termos do art. 973 do</p><p>Código Civil: “Art. 973. A pessoa legalmente impedida de</p><p>exercer atividade própria de empresário,</p><p>se a exercer,</p><p>responderá pelas obrigações contraídas.”</p><p>Questão 49.</p><p>Rogerinho pretende iniciar empresa sem a presença de</p><p>sócios, isso aos dezesseis anos de idade. Foi orientado</p><p>que poderá constituir uma empresa nas formas de</p><p>Empresário Individual ou Sociedade Limitada Unipessoal.</p><p>Em relação ao que foi orientado, é correto afirmar que:</p><p>(Item 2.3)</p><p>a) em ambos os casos, Rogerinho poderá constituir uma</p><p>empresa com personalidade jurídica própria de pessoa</p><p>jurídica;</p><p>b) A Sociedade Unipessoal Limitada poderá ser</p><p>constituída, desde que o seu capital seja superior a 40</p><p>(quarenta) vezes o maior salário-mínimo do país;</p><p>c) A Sociedade limitada unipessoal poderá ser</p><p>constituída por pessoa jurídica;</p><p>d) A Sociedade limitada deve ser constituída por 2 (dois)</p><p>ou mais sócios;</p><p>Comentários</p><p>Análise do caso</p><p>Rogerinho precisa ser orientado acerca das opões</p><p>empresariais para a empresa individual. A grande</p><p>distinção entre o empresário individual e a sociedade</p><p>limitada unipessoal está na separação ou não de seu</p><p>patrimônio.</p><p>Comentário longo</p><p>A alternativa A está incorreta, pois o empresário</p><p>individual constitui empresa utilizando a sua própria</p><p>personalidade jurídica de pessoa natural.</p><p>A alternativa B está incorreta, já que a Sociedade</p><p>Limitada Unipessoal não possui tal restrição.</p><p>A alternativa C está correta. A sociedade limitada</p><p>unipessoal pode ser constituída por pessoas naturais ou</p><p>jurídicas, a despeito do que sempre ocorreu com a</p><p>sociedade pluripessoal.</p><p>A alternativa D está incorreta, tudo em vista de recente</p><p>alteração no artigo 1052 do Código Civil trouxe essa</p><p>possibilidade, mais especificamente a inclusão do §1º,</p><p>artigo 1052, a seguir: “Art. 1.052. Na sociedade limitada,</p><p>a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de</p><p>suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela</p><p>integralização do capital social. §1º A sociedade limitada</p><p>pode ser constituída por 1 (uma) ou mais pessoas.”</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa C está correta. A sociedade limitada</p><p>unipessoal pode ser constituída por pessoas naturais ou</p><p>jurídicas, a despeito do que sempre ocorreu com a</p><p>sociedade pluripessoal.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Questão 50.</p><p>O estabelecimento empresarial, segundo o código civil é:</p><p>(Item 3.5)</p><p>a) uma universalidade de fato, formada por bens</p><p>materiais e imateriais organizados por empresário ou</p><p>sociedade empresária;</p><p>b) uma universalidade autônoma com personalidade</p><p>jurídica própria;</p><p>c) o lugar onde o empresário desenvolve as suas</p><p>atividades e relação sinonímia com o ponto empresarial;</p><p>d) exclusiva e unicamente vinculado ao lugar onde o</p><p>empresário ou sociedade empresário desenvolve as suas</p><p>atividades;</p><p>Comentários</p><p>Análise do caso</p><p>Comentário longo</p><p>A alternativa A está correta, na forma do artigo 1142 do</p><p>Código Civil. Art. 1.142. Considera-se estabelecimento</p><p>todo complexo de bens organizado, para exercício da</p><p>empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.</p><p>Além disso, a doutrina majoritária o considera uma</p><p>universalidade de fato, assim como as diversas bancas</p><p>examinadoras de concurso, já que é formado pela</p><p>vontade do particular empresário ou sociedade</p><p>empresária na organização de seus bens.</p><p>A alternativas B está incorreta, já que o estabelecimento</p><p>não é eleito em nosso país no rol das pessoas jurídicas</p><p>elencadas no artigo 44 do Código Civil.</p><p>As alternativas C e D estão incorretas. O Estabelecimento</p><p>não é sinônimo de ponto empresarial. Além disso, o</p><p>estabelecimento não se resume ao imóvel da empresa, e</p><p>isso sem dizer no fato de que o lugar não é elemento do</p><p>estabelecimento empresarial.</p><p>Comentário curto</p><p>A alternativa A está correta. A doutrina majoritária o</p><p>considera uma universalidade de fato, assim como as</p><p>diversas bancas examinadoras de concurso, já que é</p><p>formado pela vontade do particular empresário ou</p><p>sociedade empresária na organização de seus bens.</p><p>Direito Processual Civil</p><p>Vanderlei Jr.</p><p>Questão 51.</p><p>Anderson e Eliana estiveram casados por dezoito anos.</p><p>Devido a divergências irreconciliáveis, decidiram se</p><p>divorciar e iniciaram o processo na 3ª Vara de Família de</p><p>Dois Rios, onde residiam. Na ocasião, optaram por não</p><p>dividir os bens, majoritariamente imóveis localizados em</p><p>Araras. Dois anos depois, Eliana mudou-se para Terras</p><p>Verdes. Nesse ínterim, Anderson sofreu um</p><p>atropelamento grave que resultou em lesões cerebrais,</p><p>incapacitando-o de expressar sua vontade. Sua irmã,</p><p>Marilda, residente em Itupé, foi designada sua curadora,</p><p>e Anderson passou a viver em Ituiuti, cidade próxima.</p><p>Diante dessa situação, Eliana decidiu iniciar o processo</p><p>de partilha dos bens. Considerando o entendimento</p><p>atual do Superior Tribunal de Justiça, é correto afirmar</p><p>que a ação de partilha de bens deve ser proposta em:</p><p>A) Terras Verdes, considerando que Eliana é a autora da</p><p>ação.</p><p>B) Araras, considerando que os bens do casal estão</p><p>localizados lá.</p><p>C) Ituiuti, considerando a incapacidade atual de</p><p>Anderson.</p><p>D) Dois Rios, considerando que foi o local onde a ação de</p><p>divórcio foi ajuizada.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: D</p><p>A: Errada – A ação de partilha de bens deve ser proposta</p><p>em Dois Rios, considerando que foi o local onde a ação</p><p>de divórcio foi ajuizada.</p><p>B: Errada – A ação de partilha de bens deve ser proposta</p><p>em Dois Rios, considerando que foi o local onde a ação</p><p>de divórcio foi ajuizada.</p><p>C: Errada – A ação de partilha de bens deve ser proposta</p><p>em Dois Rios, considerando que foi o local onde a ação</p><p>de divórcio foi ajuizada.</p><p>D: Certa – A incapacidade superveniente de uma das</p><p>partes, após a decretação do divórcio, não tem o condão</p><p>de alterar a competência funcional do juízo prevento.</p><p>Assim, a ação de partilha posterior ao divórcio deve</p><p>tramitar no juízo que decretou o divórcio, mesmo que</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>um dos ex-cônjuges tenha mudado de domicílio e se</p><p>tornado incapaz.</p><p>Dessa forma, não se aplica no caso a regra do art. 50 do</p><p>CPC/2015, que prevê a competência do domicílio do</p><p>incapaz (competência territorial especial). Isso porque a</p><p>competência funcional, decorrente da acessoriedade</p><p>entre as ações de divórcio e partilha, possui natureza</p><p>absoluta. Por outro lado, a competência territorial</p><p>especial conferida ao autor incapaz, apesar de ter como</p><p>efeito o afastamento das normas gerais previstas no</p><p>diploma processual, possui natureza relativa.</p><p>Comentário longo:</p><p>A questão exige conhecimento acerca da jurisprudência</p><p>do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pede a candidato</p><p>que assinale o item correto, no tocante à competência</p><p>para processar e julgar ação de partilha de bens. Neste</p><p>sentido, tome nota do julgado abaixo:</p><p>CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE PARTILHA</p><p>POSTERIOR AO DIVÓRCIO. INCAPACIDADE</p><p>SUPERVENIENTE DE UMA DAS PARTES. PREVENÇÃO</p><p>ORIUNDA DE CONEXÃO SUBSTANCIAL COM A AÇÃO DO</p><p>DIVÓRCIO. COMPETÊNCIA FUNCIONAL DE NATUREZA</p><p>ABSOLUTA. FORO DE DOMICÍLIO DO INCAPAZ.</p><p>COMPETÊNCIA TERRITORIAL ESPECIAL DE NATUREZA</p><p>RELATIVA.</p><p>1. Há entre as duas demandas (ação de divórcio e ação</p><p>de partilha posterior) uma relação de conexão</p><p>substancial, a qual, inevitalmente, gera a prevenção do</p><p>Juízo que julgou a ação de divórcio.</p><p>2. A prevenção decorrente da conexão substancial se</p><p>reveste de natureza absoluta por constituir uma</p><p>competência funcional.</p><p>3. A competência prevista no art. 50 do CPC/15 constitui</p><p>regra especial de competência territorial, a qual protege</p><p>o incapaz, por considerá-lo parte mais frágil na relação</p><p>jurídica, e possui natureza relativa.</p><p>4. A ulterior incapacidade de uma das partes (regra</p><p>especial de competência relativa) não altera o Juízo</p><p>prevento, sobretudo quando o próprio incapaz opta por</p><p>não utilizar a prerrogativa do art. 50 do CPC/15.</p><p>5. Conflito de competência conhecido para declarar</p><p>como competente o Juízo de Direito da Vara Cível de</p><p>Barbacena - MG.</p><p>[STJ - 2ª Seção - CC 160.329/MG - Rel.ª.: Min.ª.: Nancy</p><p>Andrighi - D.J.: 27.02.2019]</p><p>Deste modo, a competência</p><p>é de Dois Rios, Comarca</p><p>onde foi ajuizada ação de divórcio.</p><p>Comentário Curto: A incapacidade superveniente de</p><p>uma das partes, após a decretação do divórcio, não tem</p><p>o condão de alterar a competência funcional do juízo</p><p>prevento.</p><p>Assim, a ação de partilha posterior ao divórcio deve</p><p>tramitar no juízo que decretou o divórcio, mesmo que</p><p>um dos ex-cônjuges tenha mudado de domicílio e se</p><p>tornado incapaz.</p><p>Não se aplica, no caso a regra do art. 50 do CPC/2015,</p><p>que prevê a competência do domicílio do incapaz</p><p>(competência territorial especial). Isso porque a</p><p>competência funcional, decorrente da acessoriedade</p><p>entre as ações de divórcio e partilha, possui natureza</p><p>absoluta. Por outro lado, a competência territorial</p><p>especial conferida ao autor incapaz, apesar de ter como</p><p>efeito o afastamento das normas gerais previstas no</p><p>diploma processual, possui natureza relativa.</p><p>Assim, a assertiva "D" é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 52.</p><p>O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas é um</p><p>mecanismo processual que pode ser acionado pelas</p><p>partes envolvidas, pelo juiz responsável pelo caso</p><p>principal, pelo Ministério Público ou pela Defensoria</p><p>Pública. Esse incidente é utilizado quando há repetição</p><p>de uma mesma controvérsia jurídica em múltiplos</p><p>processos, apresentando o risco de decisões</p><p>conflitantes, o que pode comprometer a isonomia e a</p><p>segurança jurídica. Sobre o Incidente de Resolução de</p><p>Demandas Repetitivas, é correto afirmar que:</p><p>A) A instauração do incidente exige a existência de uma</p><p>grande quantidade de processos sobre a mesma</p><p>questão, independentemente do risco de violação da</p><p>isonomia e da segurança jurídica.</p><p>B) O incidente de resolução de demandas repetitivas é</p><p>aplicável a recursos, remessas necessárias ou qualquer</p><p>causa de competência originária.</p><p>C) Cabe agravo interno contra a decisão do órgão</p><p>colegiado que, em juízo de admissibilidade, rejeita a</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>instauração do incidente de resolução de demandas</p><p>repetitivas.</p><p>D) É inadmissível a instauração de mais de um incidente</p><p>de resolução de demandas repetitivas sobre a mesma</p><p>questão de direito em tribunais de segundo grau</p><p>diferentes.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: B</p><p>A: Errada - Para que o Incidente de Resolução de</p><p>Demandas Repetitivas (IRDR) seja cabível, é necessário</p><p>que haja, simultaneamente, a repetição de processos</p><p>com controvérsias sobre a mesma questão</p><p>exclusivamente de direito, bem como o risco de violação</p><p>à isonomia e à segurança jurídica, conforme disposto no</p><p>artigo 976, incisos I e II, do CPC.</p><p>B: Certa – Nos termos do art. 978, parágrafo único, do</p><p>CPC, o órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e</p><p>de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a</p><p>remessa necessária ou o processo de competência</p><p>originária de onde se originou o incidente.</p><p>C: Errada – A decisão proferida no juízo de</p><p>admissibilidade do IRDR é irrecorrível, seja ela positiva</p><p>ou negativa. Essa irrecorribilidade, evidentemente, não</p><p>se estende à oposição de embargos declaratórios,</p><p>recurso sui generis, que visam aperfeiçoar a decisão,</p><p>tornando-a mais clara e inteligível.</p><p>D: Errada - Ao contrário: é admissível. É admissível a</p><p>instauração de mais de um incidente de resolução de</p><p>demandas repetitivas versando sobre a mesma questão</p><p>de direito perante tribunais de 2º grau diferentes.</p><p>Comentário longo:</p><p>A questão exige conhecimento acerca do Incidente de</p><p>Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR), e, neste</p><p>ponto, o art. 976 e seguintes do CPC aborda que:</p><p>‘’Art. 976. É cabível a instauração do incidente de</p><p>resolução de demandas repetitivas quando houver,</p><p>simultaneamente:</p><p>I - efetiva repetição de processos que contenham</p><p>controvérsia sobre a mesma questão unicamente de</p><p>direito;</p><p>II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.</p><p>(...)</p><p>Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão</p><p>indicado pelo regimento interno dentre aqueles</p><p>responsáveis pela uniformização de jurisprudência do</p><p>tribunal.</p><p>Parágrafo único. O órgão colegiado incumbido de julgar</p><p>o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o</p><p>recurso, a remessa necessária ou o processo de</p><p>competência originária de onde se originou o</p><p>incidente..’’</p><p>Ademais, vale frisar ainda que a decisão proferida no</p><p>juízo de admissibilidade do IRDR é irrecorrível, seja ela</p><p>positiva ou negativa. Essa irrecorribilidade,</p><p>evidentemente, não se estende à oposição de embargos</p><p>declaratórios, recurso sui generis, que visam aperfeiçoar</p><p>a decisão, tornando-a mais clara e inteligível, bem como</p><p>é admissível a instauração de mais de um incidente de</p><p>resolução de demandas repetitivas versando sobre a</p><p>mesma questão de direito perante tribunais de 2º grau</p><p>diferentes.</p><p>Desta forma, nos termos do art. 978, parágrafo único, do</p><p>CPC, o incidente de resolução de demandas repetitivas é</p><p>aplicável a recursos, remessas necessárias ou qualquer</p><p>causa de competência originária.</p><p>Comentário Curto: Nos termos do art. 978, parágrafo</p><p>único, do CPC, o órgão colegiado incumbido de julgar o</p><p>incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o</p><p>recurso, a remessa necessária ou o processo de</p><p>competência originária de onde se originou o incidente.</p><p>Assim, a assertiva "B" é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 53.</p><p>Jurandir, vizinho da sede da empresa Z, entrou com uma</p><p>ação de obrigação de fazer, exigindo que a empresa</p><p>construa um muro de concreto para reduzir o ruído das</p><p>máquinas. Sobre a citação da empresa Z para que</p><p>participe do processo, assinale a alternativa correta:</p><p>A) A empresa Z é obrigada a manter cadastro nos</p><p>sistemas de processos eletrônicos para receber citações</p><p>e intimações, que serão feitas preferencialmente por</p><p>esse meio, no prazo de até 5 (cinco) dias úteis a partir da</p><p>decisão que determinar a citação.</p><p>B) A empresa Z deve confirmar o recebimento da citação</p><p>eletrônica em até 5 (cinco) dias úteis, sob pena de a</p><p>citação ser realizada pelo correio.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>C) Cabe a Jurandir escolher a forma de citação, que deve</p><p>ser preferencialmente feita pelo correio ou por oficial de</p><p>justiça.</p><p>D) Se a empresa Z não confirmar, sem justa causa, o</p><p>recebimento da citação eletrônica dentro do prazo legal,</p><p>isso será considerado um ato atentatório à dignidade da</p><p>justiça, sujeito a multa de até 5% (cinco por cento) do</p><p>valor da causa.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: D</p><p>A: Errada - Nos termos do art. 246, do CPC, a citação será</p><p>feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de</p><p>até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a</p><p>determinar, por meio dos endereços eletrônicos</p><p>indicados pelo citando no banco de dados do Poder</p><p>Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional</p><p>de Justiça.</p><p>B: Errada – Nos termos do art. 246, §1º-A, inciso I, do</p><p>CPC, a ausência de confirmação, em até 3 (três) dias</p><p>úteis, contados do recebimento da citação eletrônica,</p><p>implicará a realização da citação pelo correio.</p><p>C: Errada – Nos termos do art. 246, do CPC, a citação será</p><p>feita preferencialmente por meio eletrônico, no prazo de</p><p>até 2 (dois) dias úteis, contado da decisão que a</p><p>determinar, por meio dos endereços eletrônicos</p><p>indicados pelo citando no banco de dados do Poder</p><p>Judiciário, conforme regulamento do Conselho Nacional</p><p>de Justiça.</p><p>D: Certa - Nos termos do art. 246, §1º-C, do CPC,</p><p>considera-se ato atentatório à dignidade da justiça,</p><p>passível de multa de até 5% (cinco por cento) do valor da</p><p>causa, o ato de deixar de confirmar no prazo legal, sem</p><p>justa causa, o recebimento da citação recebida por meio</p><p>eletrônico.</p><p>Comentário longo:</p><p>No sistema processual brasileiro, a citação eletrônica é</p><p>um meio preferencial para comunicar atos processuais a</p><p>pessoas jurídicas, como a empresa Z. Se a empresa não</p><p>confirmar o recebimento da citação eletrônica no prazo</p><p>legal e não apresentar justa causa para a ausência dessa</p><p>confirmação, tal conduta é considerada um ato</p><p>atentatório à dignidade da justiça. Esta infração pode</p><p>acarretar a aplicação de uma multa de até 5% do valor</p><p>da causa, conforme previsto no Código de Processo Civil,</p><p>assegurando que as empresas cumpram com suas</p><p>obrigações processuais de forma diligente e contribuam</p><p>para a celeridade e eficiência do processo judicial.</p><p>Vejamos a legislação pertinente:</p><p>''Art. 246. A citação será feita preferencialmente por</p><p>meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis,</p><p>contado da decisão que a determinar, por meio dos</p><p>endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco</p><p>de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento do</p><p>Conselho Nacional de Justiça.</p><p>(...)</p><p>§ 1º-A. A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias</p><p>úteis, contados do recebimento da citação eletrônica,</p><p>implicará a realização da citação:</p><p>I - pelo correio;</p><p>(...)</p><p>§ 1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da</p><p>justiça, passível de multa de até 5% (cinco por cento) do</p><p>valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem</p><p>justa causa, o recebimento da citação recebida por meio</p><p>eletrônico.''</p><p>Dessa forma, se a empresa Z não confirmar, sem justa</p><p>causa, o recebimento da citação eletrônica dentro do</p><p>prazo legal, isso será considerado um ato atentatório à</p><p>dignidade da justiça, sujeito a multa de até 5% (cinco por</p><p>cento) do valor da causa.</p><p>Comentário Curto: Nos termos do art. 246, §1º-C, do</p><p>CPC, considera-se ato atentatório à dignidade da justiça,</p><p>passível de multa de até 5% (cinco por cento) do valor da</p><p>causa, o ato de deixar de confirmar no prazo legal, sem</p><p>justa causa, o recebimento da citação recebida por meio</p><p>eletrônico.</p><p>A assertiva "D" é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 54.</p><p>Josenildo, Marilda e Plínio decidiram abrir um negócio</p><p>juntos. Para começar a empresa, obtiveram um</p><p>empréstimo de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Após</p><p>alguns meses, a empresa enfrentou dificuldades</p><p>financeiras e não conseguiu pagar o empréstimo. O</p><p>banco entrou com uma ação judicial para cobrar a dívida,</p><p>citando apenas Josenildo. Josenildo apresentou</p><p>contestação e a sentença foi julgada improcedente,</p><p>condenando o banco ao pagamento dos honorários</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>sucumbenciais. Diante dessa situação hipotética,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>A) A sentença improcedente se aplica a Josenildo,</p><p>Marilda e Plínio, mas se fosse procedente, atingiria</p><p>apenas Josenildo.</p><p>B) A sentença, por ter sido proferida apenas em favor de</p><p>Josenildo, não pode beneficiar Marilda e Plínio.</p><p>C) Trata-se de um limite objetivo da coisa julgada, na</p><p>qual apenas a parte integrante da ação se beneficia dela.</p><p>D) Independentemente de ser procedente ou</p><p>improcedente, a sentença se aplica a todos os sócios.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: A</p><p>A: Certa - Nos termos do art. 117, do CPC, os</p><p>litisconsortes serão considerados, em suas relações com</p><p>a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no</p><p>litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões</p><p>de um não prejudicarão os outros, mas os poderão</p><p>beneficiar.</p><p>B: Errada - A sentença improcedente se aplica a</p><p>Josenildo, Marilda e Plínio, mas se fosse procedente,</p><p>atingiria apenas Josenildo.</p><p>C: Errada – A sentença improcedente se aplica a</p><p>Josenildo, Marilda e Plínio, mas se fosse procedente,</p><p>atingiria apenas Josenildo.</p><p>D: Errada – A sentença improcedente se aplica a</p><p>Josenildo, Marilda e Plínio, mas se fosse procedente,</p><p>atingiria apenas Josenildo.</p><p>Comentário longo:</p><p>A questão exige conhecimento acerca da Lei n.</p><p>13.105/2015 (Código de Processo Civil – CPC) e pede ao</p><p>candidato que assinale o item correto. Primeiramente,</p><p>vale expor, ainda que de maneira breve, sobre o</p><p>litisconsórcio, que pode ser classificado em unitário e</p><p>simples. A respeito do tema, temos que:</p><p>Litisconsórcio unitário e simples: nessa espécie de</p><p>classificação leva-se em consideração o destino dos</p><p>litisconsortes no plano do direito material, ou seja, é</p><p>analisada a possibilidade de o juiz, no caso concreto,</p><p>decidir de forma diferente para cada litisconsorte, o que</p><p>naturalmente determinará diferentes sortes a cada um</p><p>deles diante do resultado do processo. Será unitário o</p><p>litisconsórcio sempre que o juiz estiver obrigado a decidir</p><p>de maneira uniforme para todos os litisconsortes, e</p><p>simples sempre que for possível uma decisão de</p><p>conteúdo diverso para cada um dos litisconsortes.</p><p>Veja que no caso trazido pela banca, trata-se de</p><p>litisconsórcio unitário, porque o juiz está obrigado a</p><p>decidir de maneira uniforme para Josenildo, Marilda e</p><p>Plínio.</p><p>Considerando que o Banco ajuizou ação apenas contra</p><p>Josenildo, a sentença de improcedência beneficia à</p><p>Marilda e Plínio, entretanto, se fosse de procedência</p><p>atingiria somente a Josenildo, incidindo a regra do art.</p><p>117, CPC:</p><p>''Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas</p><p>relações com a parte adversa, como litigantes distintos,</p><p>exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e</p><p>as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os</p><p>poderão beneficiar.''</p><p>Assim, a sentença improcedente se aplica a Josenildo,</p><p>Marilda e Plínio, mas se fosse procedente, atingiria</p><p>apenas Josenildo.</p><p>Comentário Curto: Nos termos do art. 117, do CPC, os</p><p>litisconsortes serão considerados, em suas relações com</p><p>a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no</p><p>litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões</p><p>de um não prejudicarão os outros, mas os poderão</p><p>beneficiar. Assim, a sentença improcedente se aplica a</p><p>Josenildo, Marilda e Plínio, mas se fosse procedente,</p><p>atingiria apenas Josenildo.</p><p>Assim, a assertiva "A" é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 55.</p><p>A tutela provisória é uma medida judicial de caráter</p><p>sumário e não definitivo. É considerada sumária porque</p><p>se baseia em um exame preliminar da causa, exigindo</p><p>apenas um juízo de probabilidade, e não de certeza. Não</p><p>é definitiva porque pode ser revogada ou modificada a</p><p>qualquer momento. Geralmente, a tutela provisória não</p><p>é permanente e pode ser substituída por outra decisão</p><p>judicial.</p><p>Em relação às disposições sobre a tutela provisória no</p><p>Código de Processo Civil, assinale a alternativa correta.</p><p>A) Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter</p><p>antecedente se o autor não deduzir o pedido principal no</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>prazo legal, sendo vedado à parte renovar o pedido,</p><p>mesmo que sob novo fundamento.</p><p>B) A tutela de urgência será concedida quando houver</p><p>elementos que evidenciem a probabilidade do direito e</p><p>o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo,</p><p>independentemente de caução, salvo nos casos de</p><p>concessão liminar.</p><p>C) A decisão que concede a tutela antecipada em caráter</p><p>antecedente não fará coisa julgada, mas a estabilidade</p><p>dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que</p><p>a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada</p><p>por uma das partes.</p><p>D) A tutela de evidência será concedida</p><p>independentemente da demonstração de perigo de</p><p>dano ou de risco ao resultado útil do processo na</p><p>hipótese de abuso do direito de defesa, podendo o juiz</p><p>decidir liminarmente.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: C</p><p>A: Errada - Ao contrário do que alega o item, é possível,</p><p>sim, que a parte requeira novo pedido, desde que sob</p><p>novo fundamento, conforme previsão do artigo 309,</p><p>parágrafo único, do CPC.</p><p>B: Errada – Nos termos do art. 300, §1º, do CPC, para a</p><p>concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o</p><p>caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para</p><p>ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer,</p><p>podendo a caução ser dispensada se a parte</p><p>economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.</p><p>C: Certa – Nos termos do art. 304, §6º, do CPC, a decisão</p><p>que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a</p><p>estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por</p><p>decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em</p><p>ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º do</p><p>referido artigo.</p><p>D: Errada -</p><p>Nesse caso o juiz deve ouvir a parte contrária,</p><p>nos termos do art. 311, incisos I, II e III e parágrafo único,</p><p>do CPC.</p><p>Comentário longo:</p><p>A questão abordou a temática quanto a tutela provisória</p><p>tratada no Código de Processo Civil. E neste sentido,</p><p>temos que:</p><p>''Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando</p><p>houver elementos que evidenciem a probabilidade do</p><p>direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do</p><p>processo.</p><p>§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode,</p><p>conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória</p><p>idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa</p><p>vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte</p><p>economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.</p><p>(...)</p><p>Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do</p><p>art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder</p><p>não for interposto o respectivo recurso.</p><p>(...)</p><p>§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com</p><p>o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela</p><p>antecipada estabilizada nos termos do caput.</p><p>§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos</p><p>enquanto não revista, reformada ou invalidada por</p><p>decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º.</p><p>(...)</p><p>§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa</p><p>julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só</p><p>será afastada por decisão que a revir, reformar ou</p><p>invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das</p><p>partes, nos termos do § 2º deste artigo.</p><p>Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter</p><p>antecedente, se:</p><p>(...)</p><p>Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia</p><p>da tutela cautelar, é vedado à parte renovar o pedido,</p><p>salvo sob novo fundamento.</p><p>Art. 311. A tutela da evidência será concedida,</p><p>independentemente da demonstração de perigo de</p><p>dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:</p><p>I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o</p><p>manifesto propósito protelatório da parte;</p><p>II - as alegações de fato puderem ser comprovadas</p><p>apenas documentalmente e houver tese firmada em</p><p>julgamento de casos repetitivos ou em súmula</p><p>vinculante;</p><p>III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em</p><p>prova documental adequada do contrato de depósito,</p><p>caso em que será decretada a ordem de entrega do</p><p>objeto custodiado, sob cominação de multa;</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>IV - a petição inicial for instruída com prova documental</p><p>suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a</p><p>que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida</p><p>razoável.</p><p>Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz</p><p>poderá decidir liminarmente..''</p><p>Dessa forma, a decisão que concede a tutela antecipada</p><p>em caráter antecedente não fará coisa julgada, mas a</p><p>estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por</p><p>decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em</p><p>ação ajuizada por uma das partes.</p><p>Comentário Curto: Nos termos do art. 304, §6º, do CPC,</p><p>a decisão que concede a tutela antecipada em caráter</p><p>antecedente não fará coisa julgada, mas a estabilidade</p><p>dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que</p><p>a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada</p><p>por uma das partes.</p><p>Assim, a assertiva "C" é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 56.</p><p>Júnior entrou com uma ação de reparação de danos</p><p>materiais contra o Município de Taberna Azul. Na petição</p><p>inicial, ele alegou que o carro oficial do Prefeito colidiu</p><p>com o muro de sua casa, causando um prejuízo de vinte</p><p>salários-mínimos. O Município apresentou contestação,</p><p>e o juiz concedeu medidas antecipatórias no decorrer do</p><p>processo para evitar um dano de difícil ou incerta</p><p>reparação. Por fim, a ação foi julgada procedente,</p><p>condenando o Município ao pagamento do valor</p><p>solicitado por Júnior. O Município não apresentou</p><p>recurso contra a sentença.</p><p>Diante dessa situação e considerando que o Município</p><p>de Taberna Azul não promulgou lei municipal alterando</p><p>o valor das obrigações consideradas de pequeno valor,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>A) O valor deverá ser pago por meio de precatório, que</p><p>poderá ser fracionado, considerando a medida</p><p>antecipatória concedida pelo juiz.</p><p>B) Caso o valor não seja pago a Júnior no prazo máximo</p><p>de 60 (sessenta) dias, o juiz imediatamente determinará</p><p>o sequestro do montante suficiente ao cumprimento da</p><p>decisão, após a realização de audiência com o Município</p><p>de Taberna Azul.</p><p>C) Não houve o trânsito em julgado da ação, pois a</p><p>sentença, por ter sido proferida contra o Município de</p><p>Taberna Azul, está sujeita ao duplo grau de jurisdição.</p><p>D) Se o valor for depositado como obrigação de pequeno</p><p>valor, Júnior poderá realizar o saque pessoalmente, em</p><p>qualquer agência do banco depositário,</p><p>independentemente de alvará.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: D</p><p>A: Errada - Nos termos do art. 13, incisos I e II, §§2º e 3º,</p><p>inciso II, da Lei 12.153/2009, o valor não será pago por</p><p>meio de precatório. O pagamento só será efetuado</p><p>mediante precatório se o montante da condenação</p><p>exceder o valor definido como obrigação de pequeno</p><p>valor.</p><p>Ademais, as obrigações definidas como de pequeno</p><p>valor a serem pagas independentemente de precatório</p><p>terão como limite o que for estabelecido na lei do</p><p>respectivo ente da Federação. Assim, conforme</p><p>estabelecido na referida Lei, os valores serão de 30</p><p>(trinta) salários-mínimos, quanto aos Municípios.</p><p>Como a ação foi de vinte salários-mínimos, será pago por</p><p>requisição de pequeno valor, bem como não poderá ser</p><p>fracionado, pois são vedados o fracionamento, a</p><p>repartição ou a quebra do valor da execução, de modo</p><p>que o pagamento se faça, em parte, na forma</p><p>estabelecida no inciso I do caput do art. 13 da referida</p><p>Lei e, em parte, mediante expedição de precatório, bem</p><p>como a expedição de precatório complementar ou</p><p>suplementar do valor pago.</p><p>B: Errada - Nos termos do art. 13, inciso I, da Lei</p><p>12.153/2009, tratando-se de obrigação de pagar quantia</p><p>certa, após o trânsito em julgado da decisão, o</p><p>pagamento será efetuado no prazo máximo de 60</p><p>(sessenta) dias, contado da entrega da requisição do juiz</p><p>à autoridade citada para a causa, independentemente de</p><p>precatório, quando se tratar de requisição de pequeno</p><p>valor.</p><p>Ademais, nos termos do art. 13, § 1º, da Lei 12.153/2009,</p><p>desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente,</p><p>determinará o sequestro do numerário suficiente ao</p><p>cumprimento da decisão, dispensada a audiência da</p><p>Fazenda Pública.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>C: Errada – A sentença não está sujeita ao duplo grau de</p><p>jurisdição, vez que não haverá reexame necessário</p><p>quando se tratar de Juizado Especial da Fazenda Pública,</p><p>de acordo com o art. 11 da Lei 12.153/2009.</p><p>D: Certa – Nos termos do art. 13, parágrafo sexto, da Lei</p><p>12.153/2009, o saque do valor depositado poderá ser</p><p>feito pela parte autora, pessoalmente, em qualquer</p><p>agência do banco depositário, independentemente de</p><p>alvará.</p><p>Comentário longo:</p><p>A questão exige o conhecimento acerca da Lei</p><p>12.153/2009, a qual dispõe sobre os Juizados Especiais</p><p>da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito</p><p>Federal, dos Territórios e dos Municípios. A respeito do</p><p>tema, temos que:</p><p>O valor não será pago por meio de precatório. O</p><p>pagamento só será efetuado mediante precatório se o</p><p>montante da condenação exceder o valor definido como</p><p>obrigação de pequeno valor; (Art. 13, inciso II, da Lei</p><p>12.153/2009)</p><p>As obrigações definidas como de pequeno valor a serem</p><p>pagas independentemente de precatório terão como</p><p>limite o que for estabelecido na lei do respectivo ente da</p><p>Federação. Assim, conforme estabelecido na referida</p><p>Lei, os valores serão de 30 (trinta) salários-mínimos,</p><p>quanto aos Municípios; (Art. 13, §3º, inciso II, da Lei</p><p>12.153/2009)</p><p>São vedados o fracionamento, a repartição ou a quebra</p><p>do valor da execução, de modo que o pagamento se faça,</p><p>em parte, na forma estabelecida no inciso I do caput do</p><p>art. 13 da referida Lei e, em parte, mediante expedição</p><p>de</p><p>precatório, bem como a expedição de precatório</p><p>complementar ou suplementar do valor pago.; (Art. 13,</p><p>§4º, da Lei 12.153/2009)</p><p>Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o</p><p>trânsito em julgado da decisão, o pagamento será</p><p>efetuado no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,</p><p>contado da entrega da requisição do juiz à autoridade</p><p>citada para a causa, independentemente de precatório,</p><p>quando se tratar de requisição de pequeno valor. Art.</p><p>13, incisos I e II, da Lei 12.153/2009</p><p>Desatendida a requisição judicial, o juiz, imediatamente,</p><p>determinará o sequestro do numerário suficiente ao</p><p>cumprimento da decisão, dispensada a audiência da</p><p>Fazenda Pública; (Art. 13, parágrafo primeiro da Lei</p><p>12.153/2009)</p><p>A sentença não está sujeita ao duplo grau de jurisdição,</p><p>vez que não haverá reexame necessário quando se tratar</p><p>de Juizado Especial da Fazenda Pública; (Art. 11 da Lei</p><p>12.153/2009)</p><p>O saque do valor depositado poderá ser feito pela parte</p><p>autora, pessoalmente, em qualquer agência do banco</p><p>depositário, independentemente de alvará. (Art. 13,</p><p>parágrafo sexto, da Lei 12.153/2009)</p><p>Assim, nos termos do art. 13, parágrafo sexto, da Lei</p><p>12.153/2009, o saque do valor depositado poderá ser</p><p>feito pela parte autora, pessoalmente, em qualquer</p><p>agência do banco depositário, independentemente de</p><p>alvará.</p><p>Comentário Curto: A questão exige o conhecimento</p><p>acerca da Lei 12.153/2009, a qual dispõe sobre dispõe</p><p>sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito</p><p>dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos</p><p>Municípios. Assim, nos termos do art. 13, parágrafo</p><p>sexto da Lei 12.153/2009, o saque do valor depositado</p><p>poderá ser feito pela parte autora, pessoalmente, em</p><p>qualquer agência do banco depositário,</p><p>independentemente de alvará.</p><p>Assim, a assertiva "D" é a correta e gabarito da questão.</p><p>Direito Penal</p><p>Cristiano Rodrigues</p><p>Questão 57.</p><p>Em uma tarde de um domingo, Joelson, fazendeiro,</p><p>procurava por seu gado que havia fugido de sua</p><p>propriedade. Horas depois, um policial rodoviário</p><p>federal, que havia encontrado o gado, dirigiu-se à</p><p>propriedade de Joelson para devolvê-lo, nesse instante,</p><p>Joelson entregou-lhe uma determinada quantia em</p><p>dinheiro apenas a título de gratificação que foi</p><p>imediatamente aceita por ele. Nessa hipótese, é correto</p><p>afirmar que:</p><p>A) Houve configuração apenas de crime de corrupção</p><p>passiva.</p><p>B) Houve configuração de crimes de crimes de corrupção</p><p>ativa e passiva.</p><p>C) Houve configuração apenas de crime de corrupção</p><p>ativa.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>D) Não houve configuração de crime.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: A</p><p>Vejamos os dispositivos do CP:</p><p>Corrupção ativa</p><p>Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a</p><p>funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir</p><p>ou retardar ato de ofício:</p><p>Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.</p><p>Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se,</p><p>em razão da vantagem ou promessa, o funcionário</p><p>retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo</p><p>dever funcional.</p><p>Corrupção passiva</p><p>Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem,</p><p>direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou</p><p>antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem</p><p>indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:</p><p>Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa</p><p>§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em</p><p>consequência da vantagem ou promessa, o funcionário</p><p>retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o</p><p>pratica infringindo dever funcional.</p><p>§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou</p><p>retarda ato de ofício, com infração de dever funcional,</p><p>cedendo a pedido ou influência de outrem:</p><p>Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.</p><p>Note que não há que se imputar o crime de corrupção</p><p>ativa em razão da ausência da finalidade "para</p><p>determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício".</p><p>No presente caso, o ato de ofício já havia se realizado. Se</p><p>o funcionário tivesse recusado a regalia, não haveria</p><p>crime algum. Mas, para ele, o mero aceite, isso sim,</p><p>configura o crime de corrupção passiva, por se exigir,</p><p>apenas, a relação com o cargo.</p><p>A – Correta. O sujeito ativo, ou seja, o particular não teve</p><p>intenção alguma em oferecer ou prometer vantagem</p><p>indevida para o policial, com finalidade ilícita. Apenas</p><p>quis, de bom grado, presenteá-lo pela recuperação do</p><p>gado furtado. Por outro lado, o policial rodoviário federal</p><p>praticou o delito do art. 317, pois recebeu a vantagem. O</p><p>agente público não pode aceitar "presentes" pelo efetivo</p><p>exercício de sua função, por forçado princípio da</p><p>impessoalidade e pelo fato de o servidor conhecer as</p><p>leis.</p><p>B – Incorreta, conforme comentário do item “A”.</p><p>C – Incorreta, conforme comentário do item “A”.</p><p>D – Incorreta, conforme comentário do item “A”.</p><p>Questão 58.</p><p>Mévio foi denunciado pelo crime de roubo porque teria</p><p>subtraído, para si, mediante grave ameaça, o celular de</p><p>Maria, moradora de uma rua próxima à sua residência.</p><p>Ao ser citado do recebimento da denúncia, Mévio</p><p>decidiu comprar um celular novo, de modelo superior ao</p><p>de Maria, para devolvê-lo e pedir desculpas. Em seguida,</p><p>Mévio contratou você como advogado(a) para defende-</p><p>lo. Diante desses fatos, assinale a alternativa correta.</p><p>A) Poderá ser alegada tese de arrependimento posterior</p><p>para ter sua pena diminuída de um a dois terços.</p><p>B) Poderá ser alegada a tese de arrependimento eficaz</p><p>para ter sua pena diminuída de um a dois terços.</p><p>C) Poderá alegar a atenuante de pena pela reparação de</p><p>danos.</p><p>D) Nada influenciará na pena do agente, havendo apenas</p><p>reflexos civis.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: “C”</p><p>A questão aborda diversos institutos relacionados aos</p><p>efeitos na pena pela reparação do dano pelo agente, que</p><p>não devem ser confundidos.</p><p>A – Incorreta. O CP dispõe no art. 16 o seguinte: “Nos</p><p>crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à</p><p>pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o</p><p>recebimento da denúncia ou da queixa, por ato</p><p>voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois</p><p>terços”. Note, portanto, que além de ser necessário</p><p>crime sem violência ou grave ameaça, a reparação do</p><p>dano deve ser feita até o recebimento da denúncia.</p><p>B – Incorreta. O arrependimento eficaz tem previsão no</p><p>art. 15 do CP (“O agente que, voluntariamente, desiste</p><p>de prosseguir na execução ou impede que o resultado se</p><p>produza, só responde pelos atos já praticados”). Observe</p><p>que não se trata de causa de diminuição de pena, mas</p><p>sim do afastamento da tentativa do crime visado</p><p>inicialmente, respondendo o agente apenas pelos atos</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>praticados. O agente consumou integralmente o delito</p><p>de roubo.</p><p>C – Correta. No art. 65, III, “b”, está disposto o seguinte:</p><p>“procurado, por sua espontânea vontade e com</p><p>eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe</p><p>as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado</p><p>o dano”. A atenuante pela reparação do dano, além de</p><p>ser aceita aos crimes com violência ou grave ameaça,</p><p>deve ser feita até o julgamento, como foi o caso em</p><p>questão.</p><p>D – Incorreta, pois há reflexos penais, conforme</p><p>comentário do item C.</p><p>Questão 59.</p><p>João foi condenado em 20/09/2022 pela prática de lesão</p><p>corporal dolosa a uma pena de 2 anos de prisão, em</p><p>regime aberto. Na sentença, o magistrado anotou que</p><p>João ostentava condenação anterior por crime de lesão</p><p>corporal prevista no Código de Trânsito Brasileiro, que já</p><p>havia transitado em julgada em 2019, inclusive com</p><p>sentença extintiva de punibilidade em 2021 pelo</p><p>cumprimento de pena. Diante do contexto fático</p><p>narrado, assinale a alternativa correta:</p><p>A) O magistrado poderá converter a pena privativa de</p><p>liberdade em restritiva de direito, pois a pena é inferior</p><p>a 4 anos de prisão.</p><p>B) O magistrado não poderá converter a pena privativa</p><p>de liberdade em restritiva de direito, pois João é</p><p>reincidente.</p><p>C) Não é cabível pena restritiva de direito, mas o</p><p>magistrado</p><p>poderá conceder o benefício da suspensão</p><p>condicional da pena.</p><p>D) Não é cabível pena restritiva de direito, pois o agente</p><p>é reincidente, e nem a suspensão condicional da pena,</p><p>pois o crime foi praticado com violência.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: “C”</p><p>A questão abrange a aplicação da pena restritiva de</p><p>direitos em substituição à pena privativa de liberdade e</p><p>também da suspensão condicional da pena. Vejamos</p><p>cada um dos institutos no CP:</p><p>Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e</p><p>substituem as privativas de liberdade, quando:</p><p>I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a</p><p>quatro anos e o crime não for cometido com violência ou</p><p>grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena</p><p>aplicada, se o crime for culposo;</p><p>II – o réu não for reincidente em crime doloso;</p><p>III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e</p><p>a personalidade do condenado, bem como os motivos e</p><p>as circunstâncias indicarem que essa substituição seja</p><p>suficiente.</p><p>§ 2 Na condenação igual ou inferior a um ano, a</p><p>substituição pode ser feita por multa ou por uma pena</p><p>restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena</p><p>privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena</p><p>restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de</p><p>direitos.</p><p>§ 3 Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar</p><p>a substituição, desde que, em face de condenação</p><p>anterior, a medida seja socialmente recomendável e a</p><p>reincidência não se tenha operado em virtude da prática</p><p>do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)</p><p>§ 4 A pena restritiva de direitos converte-se em privativa</p><p>de liberdade quando ocorrer o descumprimento</p><p>injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena</p><p>privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo</p><p>cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o</p><p>saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.</p><p>§ 5 Sobrevindo condenação a pena privativa de</p><p>liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal</p><p>decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la</p><p>se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva</p><p>anterior.</p><p>Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não</p><p>superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois)</p><p>a 4 (quatro) anos, desde que</p><p>I - o condenado não seja reincidente em crime doloso</p><p>II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e</p><p>personalidade do agente, bem como os motivos e as</p><p>circunstâncias autorizem a concessão do benefício;</p><p>III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista</p><p>no art. 44 deste Código.</p><p>§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não</p><p>impede a concessão do benefício.</p><p>§ 2 A execução da pena privativa de liberdade, não</p><p>superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>a seis anos, desde que o condenado seja maior de</p><p>setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a</p><p>suspensão.</p><p>A – Incorreta, pois apesar de a pena ter sido inferior a 4</p><p>anos de prisão, o crime praticado por João foi com</p><p>violência, o que afasta a possibilidade de conversão da</p><p>pena privativa por restritiva de direitos.</p><p>B – Incorreta, pois a reincidência impeditiva da</p><p>conversão da pena privativa de liberdade em restritiva</p><p>de direito é aquela por crime doloso. O crime de lesão</p><p>corporal no CTB é crime culposo.</p><p>C – Correta. Os crimes praticados com violência ou grave</p><p>ameaça, apesar de não comportarem o benefício da</p><p>pena restritiva de direito por expressa vedação legal,</p><p>possibilitam o oferecimento da suspensão condicional da</p><p>pena.</p><p>D – Incorreta, nos termos do item C.</p><p>Questão 60.</p><p>Durante a realização do Tribunal do Júri, o advogado do</p><p>réu, acusado de feminicídio, sustentou a tese de que o</p><p>réu agiu em legítima defesa, pois no dia dos fatos, o réu,</p><p>ao adentrar em seu apartamento, teria se deparados</p><p>com a sua esposa realizando atos sexuais com um outro</p><p>homem. O advogado, para esclarecer a tese, explicou aos</p><p>jurados que a excludente de ilicitude deveria ser</p><p>reconhecida por eles, uma vez que o réu teria reagido</p><p>apenas para defender a injusta agressão à sua honra.</p><p>Subsidiariamente, o advogado sustentou que o réu agiu</p><p>sob erro a respeito da ilicitude do seu ato, pois acreditou</p><p>que naquele caso era lícito agir em legítima defesa.</p><p>Diante do contexto fático, é correto afirmar que:</p><p>A) O advogado sustentou a tese de erro de tipo essencial,</p><p>pois não poderia alegar a tese de legítima defesa da</p><p>honra, em face da reconhecida inconstitucionalidade.</p><p>B) O advogado sustentou a tese de erro acidental, sendo</p><p>permitido sustentar a tese de legítima defesa da honra</p><p>para excluir a ilicitude de sua conduta.</p><p>C) O advogado sustentou a tese de erro de tipo</p><p>permissivo, para sustentar a tese de legítima defesa da</p><p>honra para e a ilicitude de sua conduta.</p><p>D) O advogado sustentou a tese de erro de proibição</p><p>para afastar a culpabilidade, pois não poderia alegar a</p><p>tese de legítima defesa da honra,</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: “D”</p><p>Inicialmente, lembremos que o STF declarou</p><p>inconstitucional a arguição de legítima defesa da honra</p><p>no cenário do feminicídio, prestigiando o princípio</p><p>constitucional regente da dignidade da pessoa humana.</p><p>Vedou a sua utilização dessa tese inclusive no Tribunal</p><p>do Júri, sob pena de anulação do julgamento.</p><p>No tocante à tese subsidiária, necessário distinguir as</p><p>espécies de erro no direito penal.</p><p>O erro de tipo é aquele em que o agente se equivoca</p><p>quanto aos fatos, cujo erro lhe impede de conhecer uma</p><p>ou mais elementares da figura típica. O sujeito não sabe</p><p>o que faz. Há duas espécies de erro: essencial e acidental.</p><p>O erro de tipo essencial é aquele previsto no artigo 20 do</p><p>CP, do qual decorre o erro no tocante as elementares do</p><p>tipo penal. Se eu reputo como minha uma coisa móvel</p><p>pertencente a outrem, há erro de tipo essencial. Erro</p><p>sobre a elementar “alheia”. Pode ser, por sua vez, de</p><p>suas espécies:</p><p>a) Erro de tipo essencial escusável, Inevitável, Invencível</p><p>ou desculpável: não deriva de culpa (previsibilidade</p><p>objetiva), ou seja, mesmo que o agente tivesse agido</p><p>com cautela e prudência do homem médio, ainda assim</p><p>não poderia evitar a falsa percepção da realidade sobre</p><p>os elementos constitutivos do tipo penal. Exclui dolo e</p><p>exclui a culpa.</p><p>b) Erro de tipo essencial inescusável, evitável, vencível</p><p>ou indesculpável: o erro deriva de culpa do agente, ou</p><p>seja, se ele empregasse a cautela e a prudência do</p><p>homem médio, poderia evitar o erro, uma vez que seria</p><p>capaz de compreender o caráter criminoso do fato.</p><p>Exclui dolo, mas é punível a culpa caso prevista em lei tal</p><p>modalidade. O agente age de forma imprudente,</p><p>negligente ou imperita.</p><p>A natureza do erro (escusável ou inescusável) deve ser</p><p>aferida na análise do caso concreto, levando-se em</p><p>consideração as condições em que o fato foi praticado.</p><p>No erro acidental, por outro lado, é aquele que o erro</p><p>recai sobre dados diversos dos elementos constitutivos</p><p>do tipo penal, ou seja, é o erro que recai sobre as</p><p>circunstâncias, sejam elas qualificadoras, agravantes</p><p>genéricas e causas de aumento de pena, e sobre fatores</p><p>irrelevantes da figura típica. Trata-se do erro que recai</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>sobre dados secundários (não elementares) do tipo</p><p>penal incriminador. Nestes casos, a infração penal</p><p>subsiste totalmente, não afastando a responsabilidade</p><p>penal.</p><p>O erro de proibição ocorre quando há uma falsa</p><p>percepção da realidade sobre a proibição constante em</p><p>tipo penal incriminador (erra quanto ao conteúdo da</p><p>norma proibitiva porque desconhece a existência do tipo</p><p>ou porque não compreende o seu âmbito de incidência),</p><p>ou seja, quando o sujeito age desconhecendo que sua</p><p>conduta é ilícita. Não erra sobre o fato, mas sim sobre a</p><p>ilicitude.</p><p>São as seguintes classificações que constituem o erro de</p><p>proibição (Art.21CP):</p><p>i) justificável (desculpável, invencível ou inevitável): é</p><p>aquele erro que não poderia ter sido evitado pelo agente</p><p>(o sujeito</p><p>não tinha como saber a respeito da ilicitude do</p><p>fato). A potencial consciência da ilicitude será excluída e,</p><p>por consequência, a culpabilidade, sendo o agente isento</p><p>de pena.</p><p>ii) injustificável (indesculpável, vencível ou evitável): é o</p><p>erro que poderia ter sido evitado pelo agente caso</p><p>atuasse com maior diligência ou cuidado. Nesse caso, o</p><p>agente tinha meios para saber acerca da ilicitude do fato.</p><p>Não se exclui a potencial consciência da ilicitude, mas</p><p>permite ao juiz reduzir a pena de 1/6 a 1/3.</p><p>Não confunda com erro de tipo, no qual o agente se</p><p>equivoca quanto aos fatos, cujo erro lhe impede de</p><p>conhecer uma ou mais elementares da figura típica.</p><p>Lembre-se, aqui o sujeito não sabe o que faz.</p><p>O erro de proibição também incide quando incidir sobre</p><p>a existência ou alcance de uma excludente de ilicitude.</p><p>Ocorre quando a falsa percepção da realidade incide</p><p>sobre uma autorização contida em norma permissiva. O</p><p>sujeito sabe que sua conduta é proibida, mas crê que</p><p>está em seu favor alguma excludente de ilicitude.</p><p>Caso o agente não tenha consciência do caráter ilícito do</p><p>fato, incidirá a figura do erro de proibição. Para saber a</p><p>consequência penal do fato praticado, precisará</p><p>questionar se o agente tinha ou não a possibilidade de</p><p>conhecer o caráter ilícito do fato.</p><p>Em caso afirmativo, estaremos diante de um erro de</p><p>proibição evitável (ou inescusável), que reduzirá a pena</p><p>de 1/6 a 1/3.</p><p>Em caso negativo, o erro de proibição será inevitável (ou</p><p>escusável), o qual isentará de pena. Nesse caso, como</p><p>não há “potencial consciência da ilicitude”, não há</p><p>culpabilidade.</p><p>A – Incorreta. O erro de tipo essencial é aquele previsto</p><p>no artigo 20 do CP, do qual decorre o erro no tocante as</p><p>elementares do tipo penal.</p><p>B – Incorreta. No erro de tipo acidental, por outro lado,</p><p>é aquele que o erro recai sobre dados diversos dos</p><p>elementos constitutivos do tipo penal, ou seja, é o erro</p><p>que recai sobre as circunstâncias, sejam elas</p><p>qualificadoras, agravantes genéricas e causas de</p><p>aumento de pena, e sobre fatores irrelevantes da figura</p><p>típica.</p><p>C – Incorreta. O erro de tipo permissivo (art. 20 par.1o</p><p>CP) falsa percepção da realidade sobre a situação fática</p><p>de justificação em uma excludente de ilicitude, errando</p><p>sobre os fatos, da excludente de ilicitude. (existência de</p><p>agressão)</p><p>D – Correta. A tese subsidiária se enquadra na hipótese</p><p>de erro de proibição do Art. 21 CP como excludente de</p><p>culpabilidade (o agente erra quanto à existência da</p><p>excludente de ilicitude; acredita que podia agir em</p><p>legítima defesa, não sendo proibida sua conduta).</p><p>Questão 61.</p><p>Simprônio, de 40 anos, ao descobrir que sua esposa</p><p>viajaria a trabalho, compra uma arma de fogo de uso</p><p>restrito de um traficante de drogas residente do bairro</p><p>para matar seu enteado Mevinho, de 10 anos, na</p><p>ausência de sua mãe. No dia dos fatos, Mevinho pediu</p><p>permissão para brincar com os amigos na rua e</p><p>Simprônio autorizou, mas com a condição de ligar para</p><p>sua mãe para dizer que a amava. A mãe de Mevinho,</p><p>preocupada ao receber a ligação, decide voltar à sua</p><p>residência. Horas depois, Simprônio, que estava sentado</p><p>no sofá da sala com a arma enquanto esperava a chegada</p><p>de Mevinho, escuta um barulho na porta e dispara. Ao se</p><p>dirigir ao corpo caído no chão, Simprônio vê sua esposa</p><p>já morta no local e nota Mevinho ainda brincando na rua</p><p>com os amigos. No caso narrado, é correto afirmar que</p><p>Simprônio:</p><p>A) diante do erro de tipo acidental, responderá como se</p><p>tivesse atingido Mevinho, ou seja, pelo crime de</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>homicídio qualificado pela morte da criança e pelo uso</p><p>da arma de fogo.</p><p>B) diante da hipótese de aberratio criminis, deverá</p><p>responder como se tivesse atingido Mevinho, ou seja,</p><p>pelo crime de homicídio qualificado pela arma de fogo,</p><p>com aumento de pena por ter sido contra criança.</p><p>C) deverá responder pelo resultado efetivamente</p><p>causado, ou seja, pelo crime de feminicídio, pois trata da</p><p>hipótese de erro na execução.</p><p>D) deverá responder pelo resultado efetivamente</p><p>causado, ou seja, pelo crime de feminicídio, pois trata da</p><p>hipótese de erro sobre a pessoa.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: “A”</p><p>O erro de tipo é aquele em que o agente se equivoca</p><p>quanto aos fatos, cujo erro lhe impede de conhecer uma</p><p>ou mais elementares da figura típica. O sujeito não sabe</p><p>o que faz. Há duas espécies de erro: essencial e acidental.</p><p>O erro de tipo essencial é aquele previsto no artigo 20 do</p><p>CP, do qual decorre o erro no tocante as elementares do</p><p>tipo penal. Se eu reputo como minha uma coisa móvel</p><p>pertencente a outrem, há erro de tipo essencial. Erro</p><p>sobre a elementar “alheia”. Pode ser, por sua vez, de</p><p>suas espécies:</p><p>a) Erro de tipo essencial escusável, Inevitável, Invencível</p><p>ou desculpável: não deriva de culpa (previsibilidade</p><p>objetiva), ou seja, mesmo que o agente tivesse agido</p><p>com cautela e prudência do homem médio, ainda assim</p><p>não poderia evitar a falsa percepção da realidade sobre</p><p>os elementos constitutivos do tipo penal. Exclui dolo e</p><p>exclui a culpa.</p><p>b) Erro de tipo essencial inescusável, evitável, vencível</p><p>ou indesculpável: o erro deriva de culpa do agente, ou</p><p>seja, se ele empregasse a cautela e a prudência do</p><p>homem médio, poderia evitar o erro, uma vez que seria</p><p>capaz de compreender o caráter criminoso do fato.</p><p>Exclui dolo, mas é punível a culpa caso prevista em lei tal</p><p>modalidade. O agente age de forma imprudente,</p><p>negligente ou imperita.</p><p>A natureza do erro (escusável ou inescusável) deve ser</p><p>aferida na análise do caso concreto, levando-se em</p><p>consideração as condições em que o fato foi praticado.</p><p>No erro de tipo acidental, por outro lado, é aquele que o</p><p>erro recai sobre dados diversos dos elementos</p><p>constitutivos do tipo penal, ou seja, é o erro que recai</p><p>sobre as circunstâncias, sejam elas qualificadoras,</p><p>agravantes genéricas e causas de aumento de pena, e</p><p>sobre fatores irrelevantes da figura típica. Trata-se do</p><p>erro que recai sobre dados secundários (não</p><p>elementares) do tipo penal incriminador. Nestes casos, a</p><p>infração penal subsiste totalmente, não afastando a</p><p>responsabilidade penal. O erro de tipo acidental pode</p><p>ser:</p><p>Erro sobre a pessoa (error in persona);</p><p>Erro sobre o objeto;</p><p>Erro sobre sobre o nexo causal (aberratio causae);</p><p>Erro na execução (aberratio ictus)</p><p>Resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou</p><p>aberratio criminis).</p><p>A – Correta, conforme dispõe o art. 20 § 3º - O erro</p><p>quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não</p><p>isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as</p><p>condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa</p><p>contra quem o agente queria praticar o crime. Lembre-</p><p>se que o homicídio contra menor de 14 anos passou a ser</p><p>considerado qualificado com o advento da lei</p><p>14.344/2022.</p><p>B – Incorreta. Não se trata de resultado diverso do</p><p>pretendido (aberratio criminis) - 74 CP, que é aquele</p><p>ocorrido por acidente ou erro na execução (falha), que</p><p>sobrevém resultado diferente do que o agente quis.</p><p>Deseja cometer um tipo de crime, mas comete outro</p><p>crime diverso. Trata-se de uma relação entre crime x</p><p>crime. Ex: atiro pedra pra quebrar vidro (quero crime de</p><p>dano), mas, por erro na execução, atinjo pessoa,</p><p>lesionando-a. Queria dano, mas cometo lesão.</p><p>C – Incorreta. Não se trata de aberratio ictus, pois nesta</p><p>figura, prevista no art. 73 do CP, o agente, por erro na</p><p>execução, atinge outra pessoa ao invés da pretendida.</p><p>Ademais, para o art. 73, o agente deve responder pelo</p><p>delito pretendido.</p><p>D – Incorreta, pois no erro sobre a pessoa o sujeito</p><p>responde como se tivesse atingido a vítima virtual, ou</p><p>seja, a vítima pretendida (Mevinho).</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Questão 62.</p><p>No dia 01/02/2022, Maria foi denunciada pelo crime de</p><p>furto qualificado mediante fraude, com denúncia</p><p>recebida no dia 05/02/2022. Uma semana depois</p><p>(12/02/2022), o oficial de justiça citou pessoalmente a ré</p><p>do processo, que apresentou a defesa em 21/02/2022.</p><p>Diante desse cenário, indique a alternativa correta.</p><p>A) Com relação ao crime de furto qualificado, houve</p><p>interrupção da prescrição com o oferecimento da</p><p>denúncia, no dia 01/02/2022.</p><p>B) Com relação ao crime de furto qualificado, houve</p><p>suspenção da prescrição com o oferecimento da</p><p>denúncia em 01/02/2022.</p><p>C) Considera-se como marco interruptivo da prescrição a</p><p>decisão do recebimento da denúncia em 05/02/2022.</p><p>D) Considera-se como marco suspensivo da prescrição o</p><p>recebimento da denúncia em 05/02/2022.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: “C”</p><p>A questão versa sobre os marcos interruptivos da</p><p>prescrição, previstos no artigo 117 do CP:</p><p>Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:</p><p>I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa;</p><p>II - pela pronúncia;</p><p>III - pela decisão confirmatória da pronúncia;</p><p>IV - pela publicação da sentença ou acórdão</p><p>condenatórios recorríveis</p><p>V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;</p><p>VI - pela reincidência.</p><p>§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo,</p><p>a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente</p><p>a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que</p><p>sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos</p><p>demais a interrupção relativa a qualquer deles.</p><p>§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do</p><p>inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr,</p><p>novamente, do dia da interrupção</p><p>A – Incorreta, pois interrompe com o recebimento e não</p><p>com o oferecimento da denúncia.</p><p>B – Incorreta, pois a data do oferecimento não pode ser</p><p>considerada para surtir os efeitos penais sobre a</p><p>prescrição, de acordo com o art. 116 e 117 inc. I do CP.</p><p>C – Correta. A decisão de recebimento da denúncia</p><p>interrompe a fluência do prazo prescricional nos termos</p><p>do Art. 117 inc. I CP</p><p>D – Incorreta. O recebimento da denúncia não é causa</p><p>de suspenção, mas sim de interrupção do prazo</p><p>prescricional (Art. 117 inc. I CP)</p><p>Direito Processual Penal</p><p>Ivan Luís Marques</p><p>Questão 63.</p><p>Patrick, promotor de justiça atuante na Vara do Júri há</p><p>28 anos, valendo-se de sua experiência, decidiu dar aula</p><p>sobre o júri para passar aos jurados a ideia de que</p><p>conhece bem o Tribunal Popular. Em sua fala, assim se</p><p>pronunciou: “O Tribunal popular tem previsão</p><p>constitucional com os seguintes temas: o voto dos</p><p>senhores jurados é sigiloso e soberano; a defesa é ampla</p><p>e a sua competência veio definida na Carta Magna”. Em</p><p>sua vez de se manifestar, para demonstrar que o</p><p>promotor errou, aponte qual das afirmações de Patrick</p><p>pode ser rebatida perante os jurados:</p><p>A) A ampla defesa.</p><p>B) A soberania dos veredictos.</p><p>C) O sigilo das votações.</p><p>D) A previsão constitucional do Júri.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: A</p><p>CRFB/88. Art. 5º. (...) XXXVIII - é reconhecida a instituição</p><p>do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:</p><p>a) a plenitude de defesa;</p><p>b) o sigilo das votações;</p><p>c) a soberania dos veredictos;</p><p>d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos</p><p>contra a vida.</p><p>Questão 64.</p><p>Quatro amigos foram presos em flagrante delito</p><p>praticando um furto em um museu, mediante</p><p>rompimento de obstáculo e no período noturno. No caso</p><p>apresentado, poderá o juiz substituir a prisão preventiva</p><p>pela domiciliar apenas quando o(a) agente for:</p><p>a) homem maior de 65 anos de idade.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>b) mulher com filho até 14 anos de idade incompletos.</p><p>c) homem, caso seja o único responsável pelos cuidados</p><p>do filho de até 14 anos de idade incompletos.</p><p>d) mulher extremamente debilitada por motivo de</p><p>doença grave.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: D</p><p>Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela</p><p>domiciliar quando o agente for:</p><p>I - maior de 80 (oitenta) anos;</p><p>II - extremamente debilitado por motivo de doença</p><p>grave;</p><p>III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa</p><p>menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência;</p><p>IV - gestante;</p><p>V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade</p><p>incompletos;</p><p>VI - homem, caso seja o único responsável pelos</p><p>cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade</p><p>incompletos.</p><p>Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher</p><p>gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou</p><p>pessoas com deficiência será substituída por prisão</p><p>domiciliar, desde que:</p><p>I - não tenha cometido crime com violência ou grave</p><p>ameaça a pessoa;</p><p>II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou</p><p>dependente.</p><p>Questão 65.</p><p>Epaminondas e Afanásio, delegado de polícia e</p><p>procurador federal, respectivamente, se unem para</p><p>ceebrar acordo de colaboração premiada com Beuzebu,</p><p>líder da organização criminosa XPTO. Após todas as</p><p>tratativas, assinale a única alternativa que não contém</p><p>erro:</p><p>A) Carlos Moroso, juiz competente para homologar o</p><p>acordo assinado, poderia ter integrado a força tarefa.</p><p>B) Beuzebu renunciará, na presença de seu defensor, ao</p><p>direito ao silêncio.</p><p>C) O prêmio acordado na assinatura da colaboração</p><p>deverá ser entregue ao réu ao final do processo,</p><p>necessariamente.</p><p>D) A presença do advogado só será peremptória após o</p><p>recebimento da denúncia.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: B</p><p>Lei 12.850/2013. Art. 4º, § 14. Nos depoimentos que</p><p>prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu</p><p>defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao</p><p>compromisso legal de dizer a verdade. (Vide ADI 5567).</p><p>O que essa ADI trouxe sobre esse tema?</p><p>Termo "renúncia", previsto na lei n. 12.850/13, que deve</p><p>ser interpretado não como forma de esgotamento da</p><p>garantia do direito ao silêncio, que é irrenunciável e</p><p>inalienável, mas sim como forma de "livre exercício do</p><p>direito ao silêncio e da não autoincriminação pelos</p><p>colaboradores".</p><p>Questão 66.</p><p>A empresa - Tigrinho do Pé Quente - fabrica meias de lã</p><p>e vende seus produtos pela internet. Michel, cliente da</p><p>loja virtual, começa a agredir a empresa com</p><p>comentários de ódio na internet, difamando a</p><p>confecção. Para evitar que esse conteúdo possa atingir</p><p>seus lucros, a pessoa jurídica ajuíza queixa-crime contra</p><p>Michel, que contrata você para ser advogado de defesa.</p><p>No dia seguinte à citação do querelado, veículos de</p><p>comunicação noticiam que a querelante fechou as</p><p>portas, sem deixar sucessor. A respeito dessa situação,</p><p>marque a alternativa que apresenta a tese correta a ser</p><p>alegada pelo advogado do réu:</p><p>A) Absolvição pela inexistência de parte autora.</p><p>B) Decadência do direito de queixa-crime.</p><p>C) Perempção da ação penal privada.</p><p>D) Renúncia ao direito de queixa-crime.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: C</p><p>CPP. Art. 60. Nos casos em que somente se procede</p><p>mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal</p><p>(...) IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta</p><p>se extinguir sem deixar sucessor.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Questão 67.</p><p>Zelda, irritada com o descaso de Link, decide dar uma</p><p>lição em seu marido. Contrata Ganon para matá-lo. A</p><p>execução não dá certo por circunstâncias alheias à</p><p>vontade do executor. Ganon foi identificado por</p><p>testemunhas e é preso uma semana depois com a arma</p><p>do crime. A respeito do caso concreto, responda:</p><p>A) Ganon vai a Júri e Zelda será julgada no Juizado de</p><p>Violência Doméstica.</p><p>B) Zelda vai a Júri como mandante do crime, e Ganon</p><p>será julgado na Vara Criminal comum pela ausência de</p><p>morte.</p><p>C) A conduta de Ganon será julgada pelo júri e Zelda</p><p>praticou fato atípico.</p><p>D) Ambos serão julgado pelo Tribunal do Júri, mesmo</p><p>Link não tendo morrido.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: D</p><p>A competência constitucional do júri prevalece sobre</p><p>qualquer outra decorrente da matéria, ficando atrás</p><p>apenas do foro de prerrogativa de função quando a</p><p>função também está prevista na CRFB/88.</p><p>O júri julga crimes dolosos contra a vida, consumados ou</p><p>tentados.</p><p>Questão 68.</p><p>Januário, delegado de polícia, valendo-se da autorização</p><p>judicial para busca e apreensão de um computador de</p><p>titularidade de Fred, já no interior do quarto do suspeito,</p><p>coloca em seu armário 500 gramas de maconha. Jair,</p><p>policial que acompanhava</p><p>ao advogado que houver atuado na causa, poderão ser</p><p>por ele executados, assistindo-lhe direito autônomo</p><p>para promover a execução do capítulo da sentença que</p><p>os estabelecer ou para postular, quando for o caso, a</p><p>expedição de precatório ou requisição de pequeno valor</p><p>em seu favor.</p><p>Gabarito: Letra A.</p><p>Questão 06.</p><p>A advogada Juliana atuou por 5 anos em determinada</p><p>causa da cliente Márcia. Após os 5 anos, Márcia resolveu</p><p>revogar o mandato por interesse pessoal e afirmou que</p><p>está desobrigada do pagamento de verbas honorárias</p><p>contratadas. À luz do quadro apresentado, assinale a</p><p>alternativa correta:</p><p>a) A revogação do mandato judicial por vontade do</p><p>cliente o desobriga do pagamento das verbas honorárias</p><p>contratadas e de sucumbência.</p><p>b) A revogação do mandato judicial por vontade do</p><p>cliente não o desobriga do pagamento das verbas</p><p>honorárias contratadas, mas retira o direito do advogado</p><p>de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba</p><p>honorária de sucumbência.</p><p>c) A revogação do mandato judicial por vontade do</p><p>cliente não o desobriga do pagamento das verbas</p><p>honorárias contratadas, assim como não retira o direito</p><p>do advogado de receber o quanto lhe seja devido em</p><p>eventual verba honorária de sucumbência, calculada</p><p>proporcionalmente em face do serviço efetivamente</p><p>prestado.</p><p>d) A revogação do mandato judicial por vontade do</p><p>cliente não o desobriga do pagamento de eventual verba</p><p>honorária de sucumbência, mas retira o direito do</p><p>advogado de receber o quanto lhe seja devido em verba</p><p>honorária contratual.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão versa sobre os Honorários Advocatícios.</p><p>De acordo com o art. 17 do CED, a revogação do mandato</p><p>judicial por vontade do cliente não o desobriga do</p><p>pagamento das verbas honorárias contratadas, assim</p><p>como não retira o direito do advogado de receber o</p><p>quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de</p><p>sucumbência, calculada proporcionalmente em face do</p><p>serviço efetivamente prestado.</p><p>Diante do exposto, a LETRA C é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 10.1)</p><p>INCORRETA – Não o desobriga!</p><p>Letra B (item da árvore: 10.1)</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>INCORRETA – Não retira o direito do advogado de</p><p>receber o quanto lhe seja devido em eventual verba</p><p>honorária de sucumbência.</p><p>Letra C (item da árvore: 10.1)</p><p>CORRETA – É o nosso gabarito! É a exata previsão do art.</p><p>17 do CED!</p><p>Letra D (item da árvore: 10.1)</p><p>INCORRETA – Não retira o direito do advogado de</p><p>receber o quanto lhe seja devido em verba honorária</p><p>contratual.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 17 do CED, a revogação do mandato</p><p>judicial por vontade do cliente não o desobriga do</p><p>pagamento das verbas honorárias contratadas, assim</p><p>como não retira o direito do advogado de receber o</p><p>quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de</p><p>sucumbência, calculada proporcionalmente em face do</p><p>serviço efetivamente prestado.</p><p>Gabarito: Letra C.</p><p>Questão 07</p><p>Bruna e Marta são amigas e moram em São Paulo. Bruna</p><p>é ocupante de função de direção e gerência em</p><p>determinada instituição financeira. Marta é militar na</p><p>ativa. À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa</p><p>correta.</p><p>a) A atividade de Bruna é incompatível com o exercício</p><p>da advocacia. Marta está apta para exercer a atividade</p><p>da advocacia.</p><p>b) Marta e Bruna são impedidas de exercerem a</p><p>atividade da advocacia.</p><p>c) A atividade de Bruna é incompatível com o exercício</p><p>da advocacia. A atividade de Marta a impede de exercer</p><p>a advocacia.</p><p>d) As atividades de Bruna e Marta são incompatíveis com</p><p>a advocacia.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A incompatibilidade refere-se à proibição total do</p><p>exercício da advocacia. Se o fator for de cunho</p><p>temporário, o advogado deverá licenciar-se de suas</p><p>atividades. Se for em caráter definitivo a sua</p><p>incompatibilidade frente ao exercício da advocacia, ao</p><p>advogado caberá solicitar o cancelamento de sua</p><p>inscrição na OAB. Importante salientar que a</p><p>incompatibilidade permanece ainda que o ocupante de</p><p>cargo ou função, por exemplo, esteja afastado de suas</p><p>atividades, como ocorre em uma licença remunerada.</p><p>Nesse sentido, confira o art. 28 do EAOAB:</p><p>Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa</p><p>própria, com as seguintes atividades:</p><p>VI - militares de qualquer natureza, na ativa;</p><p>VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em</p><p>instituições financeiras, inclusive privadas.</p><p>Perceba que, de fato, as atividades de Bruna e Marta são</p><p>incompatíveis com a advocacia.</p><p>Diante do exposto, a LETRA D é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 11.1)</p><p>INCORRETA – Marta também exerce atividade</p><p>incompatível com o exercício da advocacia.</p><p>Letra B (item da árvore: 11.1)</p><p>INCORRETA - Em verdade, é hipótese de</p><p>incompatibilidade, não impedimento.</p><p>Letra C (item da árvore: 11.1)</p><p>INCORRETA – As duas apresentam hipóteses de</p><p>incompatibilidade, não impedimento.</p><p>Letra D (item da árvore: 11.1)</p><p>CORRETA – De fato, as atividades de Bruna e Marta são</p><p>incompatíveis com a advocacia, segundo o art. 28, VI e</p><p>VIII do EAOAB.</p><p>Comentário Curto</p><p>As atividades de Bruna e Marta são incompatíveis com a</p><p>advocacia, segundo o art. 28, VI e VIII do EAOAB, confira:</p><p>Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa</p><p>própria, com as seguintes atividades:</p><p>VI - militares de qualquer natureza, na ativa;</p><p>VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em</p><p>instituições financeiras, inclusive privadas.</p><p>Gabarito: Letra D.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Questão 08.</p><p>Algumas Subseções estão em conflito com determinado</p><p>Conselho Seccional. Elas reivindicam algumas</p><p>competências para atribuições mais amplas. Diante do</p><p>conflito de competências, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Os conflitos de competência entre subseções e entre</p><p>estas e o Conselho Seccional são por este decididos, com</p><p>recurso voluntário ao Conselho Federal.</p><p>b) Os conflitos de competência entre subseções e entre</p><p>estas e o Conselho Seccional são decididos pelo Conselho</p><p>Federal, sem direito a recurso.</p><p>c) Os conflitos de competência entre subseções e entre</p><p>estas e o Conselho Seccional são por estas decididos,</p><p>com recurso voluntário ao Conselho Seccional.</p><p>d) Os conflitos de competência entre subseções e entre</p><p>estas e o Conselho Seccional são por este decididos, sem</p><p>direito a recurso.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>Questão bem interessante sobre os Órgãos</p><p>componentes da Ordem dos Advogados (OAB).</p><p>Segundo o art. 119, do RGEOAB, os conflitos de</p><p>competência entre subseções e entre estas e o Conselho</p><p>Seccional são por este decididos, com recurso voluntário</p><p>ao Conselho Federal.</p><p>Diante do exposto, a LETRA A é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 13.1)</p><p>CORRETA – De fato, os conflitos de competência entre</p><p>subseções e entre estas e o Conselho Seccional são por</p><p>este decididos, com recurso voluntário ao Conselho</p><p>Federal. É a previsão do art. 119 do RGEOAB.</p><p>Letra B (item da árvore: 13.1)</p><p>INCORRETA – Em verdade, são decididos pelo Conselho</p><p>Seccional, com recurso voluntário ao Conselho Federal.</p><p>Letra C (item da árvore: 13.1)</p><p>INCORRETA - São decididos pelo Conselho Seccional,</p><p>com recurso voluntário ao Conselho Federal.</p><p>Letra D (item da árvore: 13.1)</p><p>INCORRETA – Há recurso voluntário ao Conselho Federal.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 119, do RGEOAB, os conflitos de</p><p>competência entre subseções e entre estas e o Conselho</p><p>Seccional são por este decididos, com recurso voluntário</p><p>ao Conselho Federal.</p><p>Gabarito: Letra A.</p><p>Filosofia do Direito</p><p>Jean Vilbert</p><p>Questão 09.</p><p>Agostinho de Hipona (354-430) se interessou por</p><p>filosofia pelas obras de Cícero. Entre outras</p><p>contribuições, reviveu as ideias platônicas para o estudo</p><p>das relações entre Estado, os cidadãos, e a lei.</p><p>Segundo Agostinho de Hipona, qual é a meta do Estado</p><p>para assegurar que o povo viva uma vida digna?</p><p>A) Promover a obediência estrita</p><p>a diligência, localiza a droga e</p><p>dá voz de prisão a Fred. A respeito dessa situação,</p><p>aponte a alternativa correta:</p><p>A) essa prisão é lícita, pois é caso de flagrante próprio.</p><p>B) essa prisão é ilícita, pois o flagrante foi forjado.</p><p>C) essa prisão é lícita, pois cabe flagrante próprio em</p><p>diligência de busca e apreensão.</p><p>D) essa prisão é ilegal pois o Supremo Tribunal Federal</p><p>descriminalizou a posse de maconha.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: B</p><p>O delegado colocou a droga no armário de forma</p><p>intencional e criminosa e isso gera a ilicitude da prisão</p><p>em flagrante. O flagrante forjado sempre será ilegal, o</p><p>que torna incorretas as alternativas A e C.</p><p>A letra D está errada porque o julgamento do STF ainda</p><p>não terminou e quando terminar terá relação apenas</p><p>com o art. 28 da Lei 11.343 de 2006.</p><p>Direito do Previdenciário</p><p>Rubens Mauricio</p><p>Questão 69.</p><p>Juarez, segurado empregado na empresa Abastados</p><p>Ltda, recebe sua remuneração dividida em diversas</p><p>rubricas, devidamente discriminadas em seu holerite</p><p>mensal. Dentre essas parcelas, Juarez constatou que</p><p>algumas delas integram e outras não integram a base de</p><p>cálculo de sua contribuição previdenciária.</p><p>Assinale, dentre as alternativas abaixo, qual é a única</p><p>parcela que deve integrar seu salário de contribuição:</p><p>a) O valor das diárias para viagens, quando excedente a</p><p>cinquenta por cento da remuneração mensal do</p><p>empregado.</p><p>b) parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que</p><p>paga em dinheiro, na forma da legislação própria.</p><p>c) as importâncias recebidas a título de férias</p><p>indenizadas e respectivo adicional constitucional.</p><p>d) importâncias pagas em dinheiro, a título de auxílio-</p><p>alimentação.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: D</p><p>a) Alternativa incorreta. Nos termos do art. 214, § 9º, V,</p><p>"m", do Decreto 3.048/99, não integram o salário de</p><p>contribuição as diárias para viagem, qualquer se seja seu</p><p>valor, desde que devidamente comprovada.</p><p>b) Alternativa incorreta. Nos termos do art. 214, § 9º, VI,</p><p>do Decreto 3.048/99, não integram o salário de</p><p>contribuição a parcela recebida a título de vale-</p><p>transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da</p><p>legislação própria.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>c) Alternativa incorreta. Nos termos do art. 214, § 9º, IV,</p><p>do Decreto 3.048/99, não integram o salário de</p><p>contribuição as importâncias recebidas a título de férias</p><p>indenizadas e respectivo adicional constitucional,</p><p>inclusive o valor correspondente à dobra da</p><p>remuneração de férias de que trata o art. 137 da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho.</p><p>d) Alternativa correta. Nos termos do art. 214, § 9º, V,</p><p>"m", do Decreto 3.048/99, deverão integrar o salário de</p><p>contribuição as importâncias pagas a título auxílio-</p><p>alimentação, pois é vedado o seu pagamento em</p><p>dinheiro.</p><p>Questão 70.</p><p>Humberto (35 anos de idade e desempregado há 5 anos)</p><p>e Helena (32 anos de idade), foram casados por 18</p><p>meses. Nenhum deles possuía qualquer invalidez ou</p><p>deficiência. Em 20/04/2024, Helena, que era segurada</p><p>obrigatória do Regime Geral de Previdência Social há 2</p><p>anos, veio a óbito como consequência de uma cirrose</p><p>hepática. Humberto fez o requerimento de pensão por</p><p>morte ao INSS e já está recebendo o benefício requerido.</p><p>Segundo o Decreto 3.048/99, assinale a afirmativa que</p><p>indica a duração da pensão por morte de Humberto.</p><p>a) Humberto terá direito a pensão por morte por prazo</p><p>vitalício, pois já tinha 45 anos completos na data do</p><p>óbito.</p><p>b) Humberto não terá direito a pensão por morte, pois</p><p>não era mais segurado do RGPS na data do óbito.</p><p>c) Humberto terá direito a pensão por morte apenas por</p><p>4 meses.</p><p>d) Humberto terá direito a pensão por morte até</p><p>completar 45 anos.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: C</p><p>a) Alternativa incorreta. Humberto não terá direito a</p><p>pensão por morte vitalícia, pois não tinham pelo menos</p><p>2 anos de casamento ou união estável, nos termos do</p><p>art. 114, V, "b".</p><p>b) Alternativa incorreta. Humberto terá direito a pensão</p><p>por morte por apenas 4 meses, nos termos do art. 114,</p><p>V, "b", mesmo não sendo segurado do RGPS. Quem</p><p>precisa ser segurado é o(a) cônjuge falecido (a).</p><p>c) Alternativa correta. Humberto terá direito a pensão</p><p>por morte apenas por 4 meses, pois era casado com</p><p>Helena apenas há 18 meses, não era inválido ou tinha</p><p>qualquer deficiência. Ademais, a morte não decorreu de</p><p>acidente de qualquer natureza ou de doença profissional</p><p>ou do trabalho. Para receber por períodos superiores a 4</p><p>meses, Helena precisaria ter vertidas, ao menos, dezoito</p><p>contribuições mensais e terem, no mínimo, dois anos de</p><p>casamento ou união estável, nos termos do art. 114, V,</p><p>"b" e "c".</p><p>d) Alternativa incorreta. Não existe previsão legal de</p><p>pagamento da pensão por morte até que este complete</p><p>45 anos de idade. As regras para o pagamento da pensão</p><p>por morte para o cônjuge ou o companheiro ou a</p><p>companheira estão estabelecidos no art. 114, V, do</p><p>Decreto 3.048/99.</p><p>Direito do Trabalho</p><p>Priscila Ferreira</p><p>Questão 71.</p><p>Desde sua admissão na empresa "XPTO Ltda." em 2020,</p><p>Joaninha costumava chegar ao trabalho 10 minutos</p><p>antes do horário normal para vestir o uniforme, apesar</p><p>de poder fazê-lo em casa. Da mesma forma, ela</p><p>permanecia na empresa por mais 10 minutos após o</p><p>expediente para retirar o uniforme. Em dezembro de</p><p>2023, após ser demitida, Joaninha entrou com uma</p><p>reclamação trabalhista contra seu ex-empregador,</p><p>reivindicando o pagamento de horas extras referentes</p><p>aos 20 minutos diários utilizados para vestir e tirar o</p><p>uniforme. Com base na CLT, assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Joaninha tem direito às horas extras postuladas, visto</p><p>que o período excedente era utilizado para a troca de</p><p>uniforme.</p><p>b) Joaninha tem direito às horas extras postuladas, já que</p><p>o período corresponde a 20 minutos diários.</p><p>c) Joaninha tem direito ao pagamento dos 20 minutos</p><p>sem o adicional de 50%.</p><p>d) Joaninha não tem direito às horas extras postuladas,</p><p>visto que o período não será computado nem</p><p>descontado como jornada extraordinária.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>A: Errada - A alternativa "a" está incorreta. Apesar do</p><p>tempo utilizado para a troca de uniforme ser</p><p>considerado como à disposição do empregador em</p><p>alguns casos, a análise deve levar em conta a existência</p><p>ou não do empregador para que a troca de uniforme</p><p>acontecesse na empresa, conforme artigo 4º da CLT. E no</p><p>caso em tela, não existia qualquer exigência do</p><p>empregador neste sentido.</p><p>B: Errada - O fato de o período corresponder a 20</p><p>minutos diários não é suficiente por si só para garantir o</p><p>pagamento de horas extras. No mais, não existia</p><p>exigência de que a troca de uniforme ocorresse na</p><p>empresa.</p><p>C: Errada - A alternativa "c" está incorreta porque, se o</p><p>período for considerado como horas extras, deve haver</p><p>o pagamento do adicional de 50%, conforme previsto no</p><p>artigo 59 da CLT. O pagamento dos 20 minutos sem o</p><p>adicional é incoerente com a legislação, que prevê o</p><p>adicional sobre as horas extras trabalhadas.</p><p>D: Correta - A alternativa "d" é a correta. Conforme a CLT</p><p>e a jurisprudência consolidada, o tempo gasto para vestir</p><p>e tirar o uniforme configura tempo à disposição do</p><p>empregador se houver exigência de que a troca ocorra</p><p>nas dependências da empresa. O artigo 4º da CLT define</p><p>o tempo à disposição como aquele em que o empregado</p><p>está aguardando ou executando ordens do empregador.</p><p>Portanto, Joaninha não tem direito às horas extras pelo</p><p>tempo diário de 20 minutos gastos na troca do uniforme,</p><p>já que não existia obrigatoriedade de a troca ocorrer na</p><p>empresa.</p><p>Comentário Longo:</p><p>A alternativa "d" é a correta, considerando que Joana</p><p>não tem direito às horas extras postuladas, conforme o</p><p>disposto no artigo 4º, §2º da Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho (CLT). Este artigo determina que não serão</p><p>computados como tempo à disposição do empregador,</p><p>nem para efeito de remuneração, os períodos em que o</p><p>empregado estiver mudando de roupa, quando</p><p>não</p><p>houver obrigatoriedade de que a troca ocorra nas</p><p>dependências da empresa.</p><p>No caso específico de Joana, não há menção de uma</p><p>exigência formal da empresa "XPTO Ltda." para que a</p><p>troca de uniforme ocorra dentro do local de trabalho. A</p><p>própria legislação prevê que, na ausência dessa</p><p>obrigatoriedade, o tempo gasto pelo empregado para</p><p>vestir e tirar o uniforme não deve ser considerado como</p><p>tempo de serviço efetivo.</p><p>Dessa forma, os 20 minutos diários utilizados por Joana</p><p>para a troca de uniforme, antes e após o expediente, não</p><p>se configuram como tempo à disposição do empregador</p><p>e, portanto, não são elegíveis para pagamento de horas</p><p>extras.</p><p>Assim, a alternativa “d” se revela como a correta e</p><p>gabarito da questão.</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>Comentário Curto: A alternativa "d" é correta, pois Joana</p><p>não tem direito às horas extras postuladas. Conforme o</p><p>artigo 4º, §2º da CLT, o tempo gasto para vestir e tirar o</p><p>uniforme não é computado como tempo à disposição do</p><p>empregador, nem para efeito de remuneração, se não</p><p>houver exigência de que a troca ocorra nas</p><p>dependências da empresa. No caso de Joana, não há</p><p>indicação de tal obrigatoriedade, portanto, os 20</p><p>minutos diários usados para a troca de uniforme não</p><p>devem ser remunerados como horas extras.</p><p>Assim, a alternativa “d” se revela como a correta e</p><p>gabarito da questão.</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>Questão 72.</p><p>Alair e Lobato trabalham para a Companhia XWZ, tendo</p><p>sido contratados na mesma data e exercendo a mesma</p><p>função. No entanto, Tobias, presidente da empresa,</p><p>discrimina Alair devido à sua origem nordestina,</p><p>resultando em um salário menor para Alair em</p><p>comparação a Lobato. Assinale a alternativa que indica o</p><p>valor da multa devida a Alair, caso ele entre com uma</p><p>ação trabalhista buscando a equiparação salarial.</p><p>a) O valor do novo salário devido pela Companhia XWZ a</p><p>Alair.</p><p>b) O valor total devido a título de diferenças salariais no</p><p>período imprescrito.</p><p>c) Cinco vezes o valor do novo salário devido pela</p><p>Companhia XWZ a Alair.</p><p>d) Dez vezes o valor do novo salário devido pela</p><p>Companhia XWZ a Alair.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>A: A alternativa "A" está incorreta. A legislação vigente,</p><p>especificamente o artigo 461, §§ 6º e 7º da CLT,</p><p>estabelece penalidades mais rigorosas para casos de</p><p>discriminação por motivos de sexo, raça, etnia, origem</p><p>ou idade. O valor do novo salário não corresponde à</p><p>multa prevista na CLT para esses casos de discriminação.</p><p>B: A alternativa "B" também está incorreta. Segundo a</p><p>CLT, em casos de discriminação, o empregado tem</p><p>direito ao pagamento das diferenças salariais devidas,</p><p>mas a legislação também prevê uma multa específica,</p><p>conforme estipulado no artigo 461, § 7º da CLT.</p><p>C: A alternativa "C" está incorreta, pois, embora a CLT</p><p>preveja o pagamento de multa específica devida em</p><p>casos de discriminação, o artigo 461, § 7º da CLT aponta</p><p>que a multa corresponde a 10 vezes o valor do novo</p><p>salário devido, além das diferenças salariais e</p><p>indenização por danos morais.</p><p>D: A alternativa "d" é a correta. Conforme o artigo 461,</p><p>§§ 6º e 7º da CLT, em casos de discriminação por motivo</p><p>de sexo, raça, etnia, origem ou idade, o empregador</p><p>deve pagar, além das diferenças salariais devidas e a</p><p>indenização por danos morais, uma multa</p><p>correspondente a 10 vezes o valor do novo salário devido</p><p>ao empregado discriminado. Portanto, a alternativa "d"</p><p>está em total conformidade com a legislação trabalhista</p><p>vigente, sendo a mais precisa e correta para o cenário</p><p>apresentado.</p><p>Comentário Longo: Conforme o artigo 461, §§ 6º e 7º da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em casos de</p><p>discriminação por motivo de sexo, raça, etnia, origem ou</p><p>idade, o empregador deve pagar, além das diferenças</p><p>salariais devidas e a indenização por danos morais, uma</p><p>multa correspondente a 10 vezes o valor do novo salário</p><p>devido ao empregado discriminado.</p><p>Neste contexto, a alternativa "d" está correta, pois</p><p>reconhece que o empregado discriminado, além de</p><p>receber as diferenças salariais acumuladas e a</p><p>indenização por danos morais, tem direito a uma multa</p><p>significativa. Essa multa, correspondente a 10 vezes o</p><p>valor do novo salário, visa reforçar a gravidade da</p><p>discriminação e assegurar que os empregadores</p><p>cumpram rigorosamente as normas de igualdade e não-</p><p>discriminação estabelecidas pela CLT.</p><p>Assim, a alternativa “d” se revela como a correta e</p><p>gabarito da questão.</p><p>Comentário Curto: A alternativa "d" é a correta de</p><p>acordo com o artigo 461, §§ 6º e 7º da CLT, que prevê</p><p>multa de 10 vezes o valor do novo salário devido ao</p><p>empregado discriminado. As demais alternativas não</p><p>atendem plenamente às exigências legais para casos de</p><p>discriminação.</p><p>Assim, a alternativa “d” se revela como a correta e</p><p>gabarito da questão.</p><p>Questão 73.</p><p>João Pedro trabalhava há 6 meses na Soluções de Vida</p><p>Ltda., em São Paulo/SP, quando recebeu aviso-prévio em</p><p>2023 devido à redução de clientes e necessidade de</p><p>diminuir o quadro de empregados. No 20º dia do aviso,</p><p>a empresa venceu uma grande licitação e retratou o</p><p>aviso-prévio, necessitando dos serviços de João Pedro,</p><p>que continuou trabalhando sem questionar. Três meses</p><p>depois, João Pedro pediu demissão para estudar para um</p><p>concurso público, informando que indenizaria o aviso-</p><p>prévio. Dez dias após, João Pedro se arrependeu e pediu</p><p>a retratação do aviso-prévio, que foi aceita pelo</p><p>empregador. Dois meses depois, devido a uma</p><p>divergência pontual, ambas as partes concordaram em</p><p>realizar o distrato do contrato de trabalho, com aviso-</p><p>prévio trabalhado, que foi cumprido.</p><p>Considerando esses fatos e o que prevê a CLT, assinale a</p><p>afirmativa correta.</p><p>a) Pela Lei somente pode haver uma retratação por</p><p>contrato de trabalho, e ela precisa ser expressa, não se</p><p>admitindo a forma tácita.</p><p>b) João Pedro terá direito ao aviso-prévio integral e as</p><p>verbas deverão ser pagas até cinco dias contados a partir</p><p>do término do contrato, sob pena de multa.</p><p>c) Em razão da natureza jurídica da extinção, João Pedro</p><p>receberá metade do aviso-prévio, indenização de 20%</p><p>sobre o FGTS e não terá direito a seguro-desemprego.</p><p>d) O ex-empregado poderá sacar até 80% do FGTS</p><p>depositado e não haverá necessidade de homologação</p><p>da ruptura contratual.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>A: Errada - A alternativa "A" está incorreta. A legislação</p><p>trabalhista não estabelece um limite para o número de</p><p>retratações de aviso-prévio que podem ocorrer durante</p><p>a vigência de um contrato de trabalho. Além disso,</p><p>conforme art. 489, p. único, da CLT, permite-se que a</p><p>retratação do aviso-prévio seja tácita, como no caso em</p><p>que João Pedro continuou trabalhando sem questionar</p><p>após a empresa retratar o aviso-prévio.</p><p>B: Errada - A alternativa "B" também está incorreta. Ao</p><p>término do contrato, as verbas rescisórias devem ser</p><p>pagas em até dez dias. No mais, a alternativa não aborda</p><p>a especificidade do distrato acordado entre João Pedro e</p><p>a empresa.</p><p>C: Errada - A alternativa "C" também está incorreta. Em</p><p>caso de distrato, o empregado tem direito a metade do</p><p>aviso-prévio apenas se este for indenizado. Se o aviso-</p><p>prévio for trabalhado, não haverá redução. Além disso, o</p><p>seguro-desemprego não é devido e a indenização sobre</p><p>o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço será</p><p>de apenas metade do valor normalmente pago,</p><p>conforme art. 484-A, da CLT.</p><p>D: Correta - A alternativa "D" é a correta. De acordo com</p><p>a CLT, em casos de rescisão por acordo entre</p><p>empregador e empregado (distrato), o empregado pode</p><p>sacar até 80% do saldo do FGTS depositado, conforme</p><p>art. 484-A, da CLT. Além disso, não há necessidade de</p><p>homologação da ruptura contratual</p><p>Comentário Longo: No caso específico de João Pedro, ele</p><p>e a Soluções de Vida Ltda. optaram pelo distrato após</p><p>uma divergência pontual. De acordo com a legislação</p><p>aplicável:</p><p>• João Pedro</p><p>pôde sacar até 80% do saldo do FGTS</p><p>depositado em sua conta vinculada.</p><p>• Ele não tinha direito ao seguro-desemprego.</p><p>• A rescisão do contrato não necessitou de</p><p>homologação, tornando o processo mais simples e</p><p>direto.</p><p>• O aviso-prévio foi trabalhado integralmente, conforme</p><p>acordado entre as partes, sem a necessidade de redução</p><p>ou indenização parcial.</p><p>As demais alternativas apresentadas na questão não</p><p>estão corretas, pois não consideram todos os aspectos</p><p>legais e procedimentos específicos previstos na CLT para</p><p>rescisão por acordo mútuo (distrato):</p><p>• A alternativa "A" sugere um limite e forma de</p><p>retratação que não correspondem à legislação vigente.</p><p>• A alternativa "B" aborda de forma inadequada a</p><p>questão das verbas rescisórias sem considerar o distrato.</p><p>• A alternativa "C" incorretamente apresenta a</p><p>indenização do FGTS e o aviso-prévio em desacordo com</p><p>a CLT.</p><p>Portanto, a alternativa "D" está correta ao afirmar que,</p><p>em caso de distrato, João Pedro poderá sacar até 80% do</p><p>FGTS depositado e que não há necessidade de</p><p>homologação da ruptura contratual. Esse comentário</p><p>detalha a base legal e a aplicação prática das disposições</p><p>da CLT, demonstrando porque esta alternativa é a</p><p>correta.</p><p>Comentário Curto: A alternativa "D" é a correta. Segundo</p><p>a CLT, em casos de rescisão por acordo entre</p><p>empregador e empregado (distrato), o empregado pode</p><p>sacar até 80% do saldo do FGTS depositado. Além disso,</p><p>não é necessária a homologação da ruptura contratual.</p><p>As outras alternativas estão incorretas, pois não</p><p>consideram corretamente as disposições legais sobre a</p><p>retratação do aviso-prévio, o pagamento das verbas</p><p>rescisórias e os direitos do empregado em caso de</p><p>distrato.</p><p>Questão 74.</p><p>Sandy Lima formaliza contrato de trabalho com a</p><p>sociedade empresária “Music Show”, sendo fixada</p><p>determinada jornada de trabalho. Nos termos da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho, havendo duração do</p><p>regime de trabalho de até vinte e seis horas semanais, é</p><p>possível um acréscimo suplementar de até:</p><p>a) duas horas</p><p>b) quatro horas</p><p>c) seis horas</p><p>d) oito horas</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “C”</p><p>A: Errada - Nos termos do Artigo 58-A, inciso II da CLT,</p><p>em sede de jornada por tempo parcial permite-se uma</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>jornada de até 26 horas semanais, com a possibilidade</p><p>de acréscimo de até 6 horas suplementares por semana.</p><p>B: Errada - Nos termos do Artigo 58-A, inciso II da CLT,</p><p>em sede de jornada por tempo parcial permite-se uma</p><p>jornada de até 26 horas semanais, com a possibilidade</p><p>de acréscimo de até 6 horas suplementares por semana.</p><p>C: Certa - Nos termos do Artigo 58-A, inciso II da CLT, em</p><p>sede de jornada por tempo parcial permite-se uma</p><p>jornada de até 26 horas semanais, com a possibilidade</p><p>de acréscimo de até 6 horas suplementares por semana.</p><p>D: Errada - Nos termos do Artigo 58-A, inciso II da CLT,</p><p>em sede de jornada por tempo parcial permite-se uma</p><p>jornada de até 26 horas semanais, com a possibilidade</p><p>de acréscimo de até 6 horas suplementares por semana.</p><p>Comentário Longo: O trabalho em regime de tempo</p><p>parcial é uma modalidade específica de contrato de</p><p>trabalho prevista pela Consolidação das Leis do Trabalho</p><p>(CLT), que possui particularidades distintas em relação</p><p>ao regime de tempo integral. Este tipo de contrato é</p><p>regulado pelo artigo 58-A da CLT, como se observa:</p><p>"Considera-se trabalho em regime de tempo parcial</p><p>aquele cuja duração não exceda 30 (trinta) horas</p><p>semanais, sem a possibilidade de horas suplementares</p><p>semanais."</p><p>Neste regime, o contrato de trabalho estabelece que o</p><p>empregado trabalhará até 30 horas por semana, sem a</p><p>permissão para realizar horas extras.</p><p>Em um segundo modelo, enquadrado no Artigo 58-A,</p><p>inciso II da CLT, o contrato permite uma jornada de até</p><p>26 horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de</p><p>até 6 horas suplementares por semana. Isso significa</p><p>que, além das 26 horas contratadas, o empregado pode</p><p>trabalhar até 6 horas extras semanalmente, totalizando</p><p>um máximo de 32 horas de trabalho por semana.</p><p>Neste sentido, o enunciado aponta a duração do regime</p><p>de trabalho de até vinte e seis horas semanais, e</p><p>questiona a possibilidade de acréscimo suplementar,</p><p>quando será de até seis horas, conforme Artigo 58-A,</p><p>inciso II da CLT.</p><p>Assim, a alternativa “c” é a correta e gabarito da questão.</p><p>Comentário Curto: Nos termos do Artigo 58-A, inciso II</p><p>da CLT, o contrato permite uma jornada de até 26 horas</p><p>semanais, com a possibilidade de acréscimo de até 6</p><p>horas suplementares por semana. Isso significa que,</p><p>além das 26 horas contratadas, o empregado pode</p><p>trabalhar até 6 horas extras semanalmente, totalizando</p><p>um máximo de 32 horas de trabalho por semana.</p><p>Assim, a alternativa “c” é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 75.</p><p>A empresa, Ferritina Ltda, do setor industrial, após uma</p><p>reestruturação financeira, a diretoria decide reduzir o</p><p>salário de alguns funcionários para equilibrar as finanças</p><p>da empresa. Os trabalhadores afetados questionam a</p><p>legalidade dessa medida, argumentando que ela viola o</p><p>princípio da irredutibilidade salarial. Considerando a</p><p>legislação brasileira sobre salário-mínimo,</p><p>irredutibilidade salarial e garantia de salário, qual das</p><p>seguintes afirmações melhor reflete os direitos dos</p><p>trabalhadores nesse contexto?</p><p>a) A empresa tem o direito de reduzir temporariamente</p><p>o salário dos funcionários, ainda que inferior ao mínimo,</p><p>desde que a medida seja necessária para evitar</p><p>demissões em massa e seja acordada por meio de</p><p>negociação coletiva com o sindicato da categoria.</p><p>b) A irredutibilidade salarial é um princípio constitucional</p><p>que proíbe a redução do salário, salvo nos casos</p><p>expressamente previstos em lei ou nos casos de acordo</p><p>ou convenção coletiva de trabalho.</p><p>c) Os trabalhadores têm o direito de recusar a redução</p><p>salarial proposta pela empresa, e a medida só pode ser</p><p>aplicada mediante autorização expressa dos</p><p>empregados e respeitando o valor mínimo estabelecido</p><p>pela legislação como salário-mínimo nacional.</p><p>d) A garantia do salário-mínimo é um direito</p><p>constitucional assegurado a todos os trabalhadores, e</p><p>qualquer redução salarial que resulte em remuneração</p><p>inferior ao salário-mínimo nacional é considerada ilegal</p><p>e passível de punição pela legislação trabalhista, exceto</p><p>se chancelado pelo sindicato da categoria profissional.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “B”</p><p>A: Errado - A alternativa "A" está incorreta. Embora a</p><p>negociação coletiva permita ajustes salariais, a redução</p><p>não pode resultar em salário inferior ao mínimo</p><p>legalmente estabelecido. Além disso, a negociação</p><p>coletiva deve ser conduzida com o sindicato, não de</p><p>forma unilateral pela empresa.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>B: Certo - A alternativa "B" está correta. A Constituição</p><p>Federal estabelece que a irredutibilidade salarial é um</p><p>princípio constitucional, permitindo a redução salarial</p><p>apenas em casos previstos em lei ou através de acordo</p><p>ou convenção coletiva de trabalho, garantindo a</p><p>proteção dos trabalhadores contra reduções arbitrárias</p><p>de salário.</p><p>C: Errado - A alternativa "C" está parcialmente correta,</p><p>pois os trabalhadores podem recusar a redução salarial.</p><p>Contudo, a medida pode ser aplicada se acordada por</p><p>negociação coletiva, independentemente da autorização</p><p>individual dos empregados, desde que respeite o salário-</p><p>mínimo.</p><p>D: Errado - A alternativa "D" está incorreta. Embora a</p><p>garantia do salário-mínimo seja constitucional, a</p><p>redução salarial pode ser permitida mediante</p><p>negociação coletiva, e não apenas pela chancela do</p><p>sindicato. A simples aprovação do sindicato sem acordo</p><p>coletivo não é suficiente para validar a redução.</p><p>Comentário Longo: A questão da irredutibilidade salarial</p><p>é fundamental para a proteção dos trabalhadores,</p><p>garantindo que seu salário não possa ser reduzido</p><p>unilateralmente pelo empregador. Este princípio está</p><p>consagrado no artigo 7º, inciso VI, da Constituição</p><p>Federal,</p><p>que estabelece a impossibilidade de redução</p><p>salarial, exceto em casos previstos em lei ou através de</p><p>acordo ou convenção coletiva de trabalho.</p><p>No cenário descrito, a empresa Ferritina Ltda. decidiu</p><p>reduzir os salários de alguns funcionários como medida</p><p>de ajuste financeiro. No entanto, os trabalhadores</p><p>questionaram essa decisão, alegando violação do</p><p>princípio da irredutibilidade salarial. A Constituição</p><p>Federal é clara ao proibir a redução salarial, a menos que</p><p>seja através de negociação coletiva com o sindicato da</p><p>categoria, conforme previsto no artigo 7º, inciso VI.</p><p>A alternativa correta é a que destaca a impossibilidade</p><p>de redução salarial sem as devidas previsões legais ou</p><p>acordos coletivos. A negociação coletiva é um</p><p>mecanismo essencial para equilibrar os interesses dos</p><p>empregados e empregadores, garantindo que qualquer</p><p>ajuste nas condições de trabalho, incluindo a redução</p><p>salarial, seja feita de maneira justa e acordada por ambas</p><p>as partes.</p><p>Assim, a alternativa “b” é a correta e gabarito da</p><p>questão.</p><p>Comentário Curto: A alternativa correta é a "B". A</p><p>Constituição Federal, no artigo 7º, inciso VI, estabelece o</p><p>princípio da irredutibilidade salarial, que proíbe a</p><p>redução do salário dos trabalhadores, exceto nos casos</p><p>expressamente previstos em lei ou através de acordo ou</p><p>convenção coletiva de trabalho. Portanto, a empresa</p><p>Ferritina Ltda. só poderia reduzir os salários dos</p><p>funcionários mediante negociação coletiva com o</p><p>sindicato da categoria, garantindo a proteção dos</p><p>direitos trabalhistas.</p><p>Assim, a alternativa “b” é a correta e gabarito da</p><p>questão.</p><p>Direito Processual do Trabalho</p><p>Priscila Ferreira</p><p>Questão 76.</p><p>Murilo ajuizou reclamação contra seu ex-empregador</p><p>em 2024, tendo a assistência de seu sindicato de classe.</p><p>Depois que foi devidamente contestada e instruída, com</p><p>oitiva das partes e de várias testemunhas, adveio a</p><p>sentença que julgou improcedente o pedido. O juízo</p><p>indeferiu o requerimento de gratuidade de justiça feito</p><p>na petição inicial em razão do elevado salário que era</p><p>recebido por Murilo. As custas foram fixadas em R$</p><p>4.000,00, e os honorários sucumbenciais em favor dos</p><p>advogados do reclamado, em R$ 10.000,00. Dessa</p><p>sentença não houve interposição de recurso, transitando</p><p>em julgado.</p><p>Considerando esses fatos e a previsão da CLT, é correto</p><p>afirmar que</p><p>a) haverá solidariedade do sindicato na quitação dos</p><p>honorários advocatícios e das custas.</p><p>b) as custas serão rateadas igualmente entre o ex-</p><p>empregado e o sindicato.</p><p>c) somente pelo pagamento das custas o sindicato</p><p>responderá solidariamente.</p><p>d) o sindicato será subsidiariamente responsável pelo</p><p>pagamento dos honorários advocatícios.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “C”</p><p>A: Errada - A alternativa "A" está incorreta. Segundo o</p><p>artigo 790, §1º da CLT, quando o empregado é assistido</p><p>pelo sindicato e não obtém êxito na ação, o sindicato não</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>é solidariamente responsável pelo pagamento dos</p><p>honorários advocatícios sucumbenciais.</p><p>B: Errada - A alternativa "B" está incorreta. A legislação</p><p>não prevê que as custas processuais sejam rateadas</p><p>igualmente entre o ex-empregado e o sindicato. A</p><p>responsabilidade é solidária, e não dividida em partes</p><p>iguais, de modo que ambos são plenamente</p><p>responsáveis pelo total das custas.</p><p>C: Certa - De acordo com o artigo 790, §1º da CLT,</p><p>quando o empregado não obtém o benefício da justiça</p><p>gratuita ou isenção de custas, o sindicato que interveio</p><p>no processo responderá solidariamente pelo pagamento</p><p>das custas devidas. Portanto, tanto Murilo quanto o</p><p>sindicato são responsáveis pelo pagamento das custas</p><p>processuais de R$ 4.000,00.</p><p>D: Errada - A alternativa "D" está incorreta. A</p><p>responsabilidade solidária pelo pagamento das custas</p><p>processuais implica que o sindicato não responde apenas</p><p>subsidiariamente, mas solidariamente com o</p><p>empregado. Portanto, a responsabilidade do sindicato</p><p>não é subsidiária, mas sim solidária.</p><p>Comentário Longo:</p><p>De acordo com o artigo 790, § 1º da Consolidação das</p><p>Leis do Trabalho (CLT), quando o empregado não obtém</p><p>o benefício da justiça gratuita ou a isenção de custas, o</p><p>sindicato que tiver intervindo no processo responderá</p><p>solidariamente pelo pagamento das custas devidas. Este</p><p>dispositivo legal é claro ao estabelecer a</p><p>responsabilidade solidária do sindicato em tais</p><p>situações, garantindo que o pagamento das custas</p><p>processuais seja compartilhado entre o empregado e o</p><p>sindicato.</p><p>No caso de Murilo, a gratuidade de justiça foi indeferida</p><p>devido ao elevado salário que ele recebia, e as custas</p><p>processuais foram fixadas em R$ 4.000,00. Conforme o</p><p>dispositivo legal citado, o sindicato que o assistiu no</p><p>processo será solidariamente responsável pelo</p><p>pagamento dessas custas, juntamente com Murilo. Esta</p><p>responsabilidade solidária implica que tanto Murilo</p><p>quanto o sindicato são obrigados a garantir o pagamento</p><p>integral das custas processuais</p><p>Comentário Curto: De acordo com o artigo 790, § 1º da</p><p>CLT, quando o empregado não obtém o benefício da</p><p>justiça gratuita ou isenção de custas, o sindicato que</p><p>interveio no processo responderá solidariamente pelo</p><p>pagamento das custas devidas. Portanto, tanto Murilo</p><p>quanto o sindicato são responsáveis pelo pagamento das</p><p>custas processuais de R$ 4.000,00.</p><p>Questão 77.</p><p>Na ata da audiência da reclamação trabalhista movida</p><p>por Belarmino contra seu ex-empregador, foi registrado</p><p>que o reclamante estava acompanhado de seu</p><p>advogado, que foi devidamente identificado, já que seu</p><p>nome não constava na procuração anexada aos autos</p><p>com a petição inicial.</p><p>Considerando esses fatos e o entendimento consolidado</p><p>do TST, a referida ata equivale a:</p><p>a) a uma concessão escrita de poderes, mas que não</p><p>autoriza que o advogado assine eventual recurso.</p><p>b) ao mandato apud acta com poderes gerais e especiais,</p><p>autorizando que o advogado assine eventual recurso.</p><p>c) a uma concessão verbal de poderes ilimitados, mas</p><p>que não autoriza que o advogado assine eventual</p><p>recurso.</p><p>d) à outorga tácita de poderes para o foro em geral,</p><p>autorizando que o advogado assine eventual recurso.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>A: Errada - A juntada da ata de audiência, em que</p><p>consignada a presença do advogado, desde que não</p><p>estivesse atuando com mandato expresso, torna</p><p>dispensável a procuração deste, porque demonstrada a</p><p>existência de mandato tácito (apud acta). Neste sentido,</p><p>é admissível recurso firmado por advogado sem</p><p>procuração juntada aos autos, até o momento da sua</p><p>interposição, em caso de mandato tácito (Súmula n. 383,</p><p>TST).</p><p>B: Errada – Nos termos do art. 791, parágrafo terceiro,</p><p>da CLT, A constituição de procurador com poderes para</p><p>o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples</p><p>registro em ata de audiência, a requerimento verbal do</p><p>advogado interessado, com anuência da parte</p><p>representada. Neste sentido, o de mandato tácito (apud</p><p>acta) concede poderes para o foro geral, não</p><p>concedendo poderes especiais.</p><p>C: Errada - A presença do advogado na audiência, por si</p><p>só, não implica automaticamente no reconhecimento de</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>seus poderes. Esse reconhecimento só ocorre dentro do</p><p>contexto de mandato tácito, conforme estabelecido pelo</p><p>artigo 791, §3º da CLT e a Súmula 286 do TST. Portanto,</p><p>é necessário que haja circunstâncias que permitam</p><p>inferir que o reclamante conferiu poderes ao advogado</p><p>para representá-lo no processo, mesmo que seu nome</p><p>não conste na procuração anexada aos autos. Neste</p><p>sentido, é admissível recurso firmado por advogado sem</p><p>procuração juntada aos autos, até o momento da sua</p><p>interposição, em caso de mandato tácito (Súmula n. 383,</p><p>TST).</p><p>D: Certa - Conforme o artigo 791, §3º da CLT e a Súmula</p><p>286 do TST, a ata de audiência que registra a presença do</p><p>advogado do reclamante, mesmo que seu nome não</p><p>conste na procuração anexada aos autos, configura</p><p>mandato tácito.</p><p>Portanto, com base nesse</p><p>entendimento, a atuação do</p><p>advogado é reconhecida, suprindo a ausência de um</p><p>mandato expresso.</p><p>Comentário Longo: A presença do advogado na</p><p>audiência pode configurar mandato tácito, tornando</p><p>dispensável a procuração expressa, conforme a Súmula</p><p>383 do TST. Neste sentido, o artigo 791, §3º da CLT</p><p>estabelece que o mandato tácito (apud acta) confere</p><p>poderes para o foro em geral, desde que registrado em</p><p>ata de audiência com a anuência da parte representada,</p><p>mas não concede poderes especiais automaticamente.</p><p>Logo, a simples presença do advogado na audiência não</p><p>implica automaticamente no reconhecimento de seus</p><p>poderes; é necessário um contexto adequado, conforme</p><p>a Súmula 286 do TST e o artigo 791, §3º da CLT.</p><p>Comentário Curto: Conforme o artigo 791, §3º da CLT e</p><p>a Súmula 286 do TST, a ata de audiência que registra a</p><p>presença do advogado do reclamante, mesmo que seu</p><p>nome não conste na procuração anexada aos autos,</p><p>configura mandato tácito.</p><p>Portanto, com base nesse entendimento, a atuação do</p><p>advogado é reconhecida, suprindo a ausência de um</p><p>mandato expresso.</p><p>Questão 78.</p><p>Ronaldo Pelegrino ajuizou uma reclamação trabalhista</p><p>contra seu ex-empregador, e o pedido foi julgado</p><p>parcialmente procedente. O reclamado interpôs recurso</p><p>ordinário, mas, por um equívoco, recolheu as custas e o</p><p>depósito recursal em valor inferior ao devido. Quando</p><p>instado a se manifestar em contrarrazões, o advogado de</p><p>Ronaldo Pelegrino solicitou que o recurso fosse negado</p><p>por deserção devido ao recolhimento inadequado.</p><p>Considerando os fatos e o entendimento consolidado do</p><p>TST, assinale a afirmativa correta:</p><p>a) O magistrado, ao verificar o equívoco, deve conceder</p><p>um prazo de cinco dias para que o recorrente</p><p>complemente o recolhimento e comprove o valor</p><p>devido.</p><p>b) A complementação de preparo insuficiente aplica-se</p><p>apenas às custas, e não ao depósito recursal, portanto, o</p><p>advogado de Ronaldo Pelegrino está correto.</p><p>c) A insuficiência no depósito é equivalente à ausência de</p><p>recolhimento do preparo, resultando na declaração de</p><p>deserção do recurso, sem possibilidade de agravo de</p><p>instrumento.</p><p>d) É possível complementar o depósito recursal, mas não</p><p>as custas, pois se trata de um erro grosseiro.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “A”</p><p>A: Certa - A alternativa "A" está correta. De acordo com</p><p>a Orientação Jurisprudencial (OJ) nº 140 da SDI-I do TST,</p><p>se o recolhimento das custas e do depósito recursal for</p><p>insuficiente, o magistrado deve conceder ao recorrente</p><p>um prazo de cinco dias para complementar o valor e</p><p>comprovar o recolhimento. Esta medida visa garantir o</p><p>princípio da ampla defesa e do contraditório, permitindo</p><p>que o recorrente corrija o equívoco antes que o recurso</p><p>seja considerado deserto.</p><p>B: Errada - A alternativa "B" está incorreta. A</p><p>complementação de preparo insuficiente se aplica tanto</p><p>às custas quanto ao depósito recursal. A jurisprudência</p><p>consolidada do TST, por meio da OJ nº 140, estabelece</p><p>que ambos os recolhimentos podem ser</p><p>complementados, o que contraria a afirmação de que</p><p>apenas as custas podem ser complementadas.</p><p>C: Errada - A alternativa "C" também está incorreta. A</p><p>insuficiência no depósito recursal não equivale à</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>ausência de recolhimento do preparo. Conforme a OJ nº</p><p>140 do TST, o recorrente deve ser intimado a</p><p>complementar o valor insuficiente dentro do prazo de</p><p>cinco dias, antes de o recurso ser declarado deserto.</p><p>Portanto, a insuficiência no depósito não resulta</p><p>automaticamente em deserção.</p><p>D: Errada - A alternativa "D" está incorreta. Tanto o</p><p>depósito recursal quanto as custas podem ser</p><p>complementados em caso de recolhimento insuficiente.</p><p>O entendimento do TST, conforme a OJ nº 140, é que o</p><p>erro de valor pode ser corrigido dentro do prazo</p><p>estabelecido, o que inclui tanto as custas quanto o</p><p>depósito recursal.</p><p>Comentário Longo: A alternativa correta é a letra "A".</p><p>Segundo a Orientação Jurisprudencial (OJ) nº 140 da SDI-</p><p>I do TST, quando há recolhimento insuficiente das custas</p><p>processuais e do depósito recursal, o magistrado deve</p><p>conceder ao recorrente um prazo de cinco dias para</p><p>complementar o valor e comprovar o recolhimento</p><p>correto. Essa orientação garante que os princípios do</p><p>contraditório e da ampla defesa sejam respeitados,</p><p>permitindo a correção de equívocos antes que o recurso</p><p>seja considerado deserto. Portanto, a decisão de negar</p><p>seguimento ao recurso de imediato, como solicitado</p><p>pelo advogado de Rogério, seria contrária à</p><p>jurisprudência consolidada do TST.</p><p>Comentário Curto: A alternativa correta é a letra "A".</p><p>Segundo a OJ nº 140 da SDI-I do TST, em caso de</p><p>recolhimento insuficiente das custas processuais e do</p><p>depósito recursal, o magistrado deve conceder ao</p><p>recorrente um prazo de cinco dias para complementar o</p><p>valor. Isso garante os princípios do contraditório e da</p><p>ampla defesa, permitindo corrigir equívocos antes de</p><p>considerar o recurso deserto. Portanto, negar</p><p>seguimento ao recurso de imediato seria contrário à</p><p>jurisprudência do TST.</p><p>Questão 79.</p><p>Em uma reclamação trabalhista, um advogado, João, em</p><p>causa própria, solicitou o reconhecimento de vínculo</p><p>empregatício com o escritório de advocacia onde</p><p>trabalhava. O titular do escritório, Pedro, também em</p><p>causa própria, apresentou uma contestação e uma</p><p>reconvenção, refutando todos os pedidos de João e</p><p>exigindo a devolução de um empréstimo feito pelo</p><p>escritório a João (réu reconvindo).</p><p>Considerando esses fatos e a normatização da CLT acerca</p><p>de honorários, é correto afirmar que:</p><p>A) Haverá concessão de honorários na ação principal,</p><p>mas não na reconvenção.</p><p>B) Uma vez que ambas as partes se valeram do jus</p><p>postulandi, não haverá condenação em honorários</p><p>advocatícios.</p><p>C) Os honorários serão devidos na ação principal e na</p><p>reconvenção.</p><p>D) Os honorários serão devidos na reconvenção e fixados</p><p>entre 10% e 20% do valor atribuído à causa.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “C”</p><p>A: Errada - Segundo o art. 791-A, parágrafo quinto, da</p><p>CLT, a concessão de honorários advocatícios pode</p><p>ocorrer tanto na ação principal quanto na reconvenção,</p><p>desde que presentes os requisitos legais para sua</p><p>concessão.</p><p>B: Errada - Mesmo que as partes tenham se valido do jus</p><p>postulandi, isso não impede a condenação em</p><p>honorários advocatícios se houver sucumbência e se os</p><p>requisitos para a concessão de honorários estiverem</p><p>presentes.</p><p>C: Certa - De acordo com a CLT e a jurisprudência</p><p>consolidada, os honorários advocatícios são devidos</p><p>tanto na ação principal quanto na reconvenção, caso</p><p>haja sucumbência.</p><p>D: Errada - Os honorários podem ser fixados entre 5% e</p><p>15% do valor da condenação ou do proveito econômico</p><p>obtido, não se limitando exclusivamente à reconvenção.</p><p>Comentário Longo: A alternativa correta é a letra "C".</p><p>Conforme o artigo 791-A da CLT, os honorários</p><p>advocatícios são devidos tanto na ação principal quanto</p><p>na reconvenção, desde que presentes os requisitos para</p><p>sua concessão e haja sucumbência. A concessão de</p><p>honorários não é impedida pelo uso do jus postulandi</p><p>pelas partes, e os honorários podem ser fixados entre 5%</p><p>e 15% do valor da condenação ou do proveito econômico</p><p>obtido, não se limitando exclusivamente à reconvenção.</p><p>Comentário Curto: A alternativa correta é a letra "C".</p><p>Conforme o artigo 791-A da CLT, os honorários</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>advocatícios são devidos tanto na ação principal quanto</p><p>na reconvenção, desde que presentes os requisitos para</p><p>sua concessão e haja sucumbência. A concessão de</p><p>honorários não é impedida pelo uso do jus postulandi</p><p>pelas partes, e os honorários podem ser fixados entre 5%</p><p>e 15% do valor da condenação ou do proveito econômico</p><p>obtido, não se limitando exclusivamente à reconvenção.</p><p>Questão 80.</p><p>Perante a 54ª Vara do Trabalho de Belém-PA, tramita</p><p>uma reclamação trabalhista movida por Vanderlei, na</p><p>qual a reclamada, devidamente citada, apresentou</p><p>exceção de incompetência</p><p>territorial, requerendo o</p><p>envio do processo para uma das Varas de Marabá-PA,</p><p>local onde os serviços foram prestados. Na mesma Vara</p><p>de Belém, tramita também a reclamação trabalhista de</p><p>Priscilinha, em que o reclamado apresentou exceção de</p><p>incompetência territorial, solicitando o envio do</p><p>processo para uma das Varas de Porto Alegre-RS, local</p><p>onde os serviços foram prestados. O juízo da 54ª Vara do</p><p>Trabalho de Belém-PA acolheu ambas as exceções,</p><p>apesar da discordância dos reclamantes, determinando</p><p>o envio dos autos ao juízo distribuidor das localidades</p><p>competentes, Marabá-PA e Porto Alegre-RS,</p><p>respectivamente.</p><p>Considerando o entendimento consolidado do TST,</p><p>assinale a afirmativa correta:</p><p>a) De ambas as decisões não caberá recurso imediato,</p><p>porque se trata de decisão interlocutória.</p><p>b) Da decisão proferida no processo de Priscilinha não</p><p>caberá recurso imediato e, da de Vanderlei, caberá</p><p>recurso ordinário.</p><p>c) Caberá recurso ordinário em face de ambas as</p><p>decisões proferidas pela 54ª Vara do Trabalho de Belém-</p><p>PA.</p><p>d) Da decisão proferida no processo de Vanderlei não</p><p>caberá recurso imediato e, no de Priscilinha, caberá</p><p>recurso ordinário.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>A: Errada - Da decisão proferida no processo de</p><p>Vanderlei não caberá recurso imediato e, no de</p><p>Priscilinha, caberá recurso ordinário. Isso porque a</p><p>decisão que acolhe exceção de incompetência territorial,</p><p>com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto</p><p>daquele a que se vincula o juízo excepcionado, poderá</p><p>ser impugnada por meio de Recurso Ordinário, conforme</p><p>Súmula n. 214, "c", do TST.</p><p>B: Errada - Da decisão proferida no processo de</p><p>Vanderlei não caberá recurso imediato e, no de</p><p>Priscilinha, caberá recurso ordinário.</p><p>C: Errada - Da decisão proferida no processo de Vanderlei</p><p>não caberá recurso imediato e, no de Priscilinha, caberá</p><p>recurso ordinário. Isso porque a decisão que acolhe</p><p>exceção de incompetência territorial, com a remessa dos</p><p>autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se</p><p>vincula o juízo excepcionado, poderá ser impugnada por</p><p>meio de Recurso Ordinário, conforme Súmula n. 214, "c",</p><p>do TST.</p><p>D: Certa – A decisão que acolhe exceção de</p><p>incompetência territorial, com a remessa dos autos para</p><p>Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o</p><p>juízo excepcionado, poderá ser impugnada por meio de</p><p>Recurso Ordinário, conforme Súmula n. 244, “c”, do TST.</p><p>Contudo, diante da decisão que acolhe a exceção de</p><p>incompetência territorial, mas não implica em remessa</p><p>dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que</p><p>se vincula o juízo excepcionado, não importa no</p><p>cabimento de recurso imediato.</p><p>Comentário Longo: A decisão que acolhe exceção de</p><p>incompetência territorial, com a remessa dos autos para</p><p>Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o</p><p>juízo excepcionado, poderá ser impugnada por meio de</p><p>Recurso Ordinário, como se observa na Súmula n. 244,</p><p>“c”, do TST:</p><p>“Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da</p><p>CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso</p><p>imediato, salvo nas hipóteses de decisão:</p><p>(...)</p><p>c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com</p><p>a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto</p><p>daquele a que se vincula o juízo excepcionado,</p><p>consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.”</p><p>Contudo, diante da decisão que acolhe a exceção de</p><p>incompetência territorial, mas não implica em remessa</p><p>dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que</p><p>se vincula o juízo excepcionado, não importa no</p><p>cabimento de recurso imediato.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Assim, diante da decisão proferida no processo de</p><p>Vanderlei não caberá recurso imediato e, no de</p><p>Priscilinha, caberá recurso ordinário.</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>Comentário Curto: A decisão que acolhe exceção de</p><p>incompetência territorial, com a remessa dos autos para</p><p>Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o</p><p>juízo excepcionado, poderá ser impugnada por meio de</p><p>Recurso Ordinário, conforme Súmula n. 244, “c”, do TST.</p><p>Contudo, diante da decisão que acolhe a exceção de</p><p>incompetência territorial, mas não implica em remessa</p><p>dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que</p><p>se vincula o juízo excepcionado, não importa no</p><p>cabimento de recurso imediato.</p><p>Assim, diante da decisão proferida no processo de</p><p>Vanderlei não caberá recurso imediato e, no de</p><p>Priscilinha, caberá recurso ordinário.</p><p>Gabarito: Alternativa “D”</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>CONHEÇA NOSSOS CURSOS!</p><p>Curso para a 1ª fase:</p><p>http://bit.ly/Cursos-para-a-1ª-fase</p><p>CONHEÇA NOSSO SISTEMA DE QUESTÕES!</p><p>ASSINE: Estratégia Questões:</p><p>https://bit.ly/Sistemas-de-Questões</p><p>às leis estatais para</p><p>garantir a ordem pública.</p><p>B) Garantir que as leis terrenas estejam alinhadas com as</p><p>leis divinas, conforme prescritas pela Igreja.</p><p>C) Incentivar a participação democrática e a autonomia</p><p>dos cidadãos nas decisões políticas.</p><p>D) Assegurar a prosperidade econômica para que o povo</p><p>possa viver com dignidade.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Vamos analisar cada uma das opções à luz das ideias de</p><p>Santo Agostinho:</p><p>A) Promover a obediência estrita às leis estatais</p><p>(humanas) para garantir a ordem pública? Nada! Embora</p><p>a obediência às leis seja importante, Agostinho</p><p>enfatizava que as leis humanas frequentemente não são</p><p>adequadas às leis divinas, levando as pessoas ao pecado!</p><p>A obediência estrita às leis humanas, portanto, não é</p><p>(nem de longe) suficiente para assegurar uma vida</p><p>virtuosa.</p><p>B) Issooo! Em sua obra mais importante “Cidade de</p><p>Deus”, Santo Agostinho distinguiu dois reinos: civitas</p><p>Dei (cidade de Deus) e civitas terrea (cidade terrena –</p><p>onde predomina o pecado). Ele acreditava que a única</p><p>forma de fazer com que o povo ascendesse à cidade de</p><p>Deus era garantir a influência da Igreja no Estado, de</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>modo que as leis terrenas fossem adequadas às leis</p><p>divinas.</p><p>C) Agostinho não defendia a participação democrática</p><p>como meio de alcançar uma vida digna. No seu entender,</p><p>a maioria das pessoas não é apta para os assuntos</p><p>públicos e, logo, deve ser guiada/conduzida à vida digna.</p><p>Mais uma vez: ele enfatizava a importância da</p><p>conformidade com as leis divinas.</p><p>D) Embora a prosperidade econômica possa contribuir</p><p>para o bem-estar, Agostinho pregava que a verdadeira</p><p>vida digna e virtuosa dependia da aderência às leis</p><p>divinas, não simplesmente da prosperidade material.</p><p>Comentário Curto</p><p>A meta do Estado, segundo Santo Agostinho, é alinhar as</p><p>leis terrenas com as leis divinas para garantir uma vida</p><p>virtuosa ao povo.</p><p>Gabarito: B</p><p>Questão 10.</p><p>Em sua obra mais conhecida, “O conceito de direito”</p><p>(1961), Hart buscou responder a por que as pessoas</p><p>cumprem as regras jurídicas e no que estas se</p><p>assemelham ou se distinguem de uma ordem coercitiva</p><p>ou moral.</p><p>Segundo H.L.A. Hart em “O Conceito de Direito”, qual</p><p>é o critério de validade das normas jurídicas?</p><p>A) A conformidade com os princípios morais da</p><p>sociedade.</p><p>B) A aceitação social e institucional das regras dentro de</p><p>um sistema jurídico.</p><p>C) A capacidade de prevenir comportamentos imorais e</p><p>punir infratores.</p><p>D) A coerência lógica e racional das normas jurídicas</p><p>entre si.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Hart conceituou a moral como o conjunto de regras</p><p>sociais que condicionam comportamentos ao incentivar</p><p>certas condutas e reprovar outras. Como esse âmbito é</p><p>muito próximo do jurídico, pode acontecer, em alguns</p><p>casos, de as normas morais serem reproduzidas em</p><p>normas jurídicas (noção de justiça).</p><p>Ainda assim, direito e moral não se misturam (são</p><p>independentes) – mantém-se a pureza do direito. A</p><p>moral NÃO pode ser considerada critério de validade das</p><p>normas jurídicas. Poxa, mas então qual o critério?</p><p>Hart estabeleceu a institucionalização como critério de</p><p>validade do direito. Há um padrão mínimo de aceitação</p><p>daquilo que deve ser considerado válido juridicamente.</p><p>Vejamos o que as opções nos apresentam.</p><p>A) Seria a conformidade com os princípios morais da</p><p>sociedade? Nops! Hart argumenta que, embora as</p><p>normas morais possam influenciar as normas jurídicas, a</p><p>moral não pode ser considerada critério de validade das</p><p>normas jurídicas. Direito e moral são independentes.</p><p>B) A aceitação social e INSTITUCIONAL das regras dentro</p><p>de um sistema jurídico. Bingo! Hart estabelece que a</p><p>validade das normas jurídicas depende de um padrão</p><p>mínimo de aceitação social e institucional. Essa aceitação</p><p>constitui a base do critério de validade no sistema</p><p>jurídico, permitindo a institucionalização das normas.</p><p>C) A capacidade de prevenir comportamentos imorais e</p><p>punir infratores tem a ver com a capacidade estatal e</p><p>outros aspectos executórios... Embora a prevenção de</p><p>comportamentos imorais e a punição de infratores sejam</p><p>funções do direito, Hart não define isso como critério de</p><p>validade das normas jurídicas. A validade decorre da</p><p>aceitação institucional.</p><p>D) Muitas vezes há pouco coerência lógica e racional das</p><p>normas jurídicas entre si, mas ainda assim elas perfazem</p><p>direito... Isso não quer dizer que Hart minimiza a</p><p>importância da coerência lógica e racional no direito,</p><p>mas ele não a considera como o critério principal de</p><p>validade das normas jurídicas. O critério de validade está</p><p>na aceitação social e institucional.</p><p>Comentário Curto</p><p>Para H.L.A. Hart, a validade das normas jurídicas é</p><p>determinada pela aceitação social e institucional dentro</p><p>do sistema jurídico.</p><p>Gabarito: B</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Direito Constitucional</p><p>Diego Cerqueira</p><p>Questão 11.</p><p>Marcela, servidora pública do Município Gama, foi eleita</p><p>para o mandato eletivo de prefeita do próprio município.</p><p>À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Marcela deve ser afastada do respectivo cargo</p><p>público, sendo facultado optar pela remuneração.</p><p>b) Marcela deve ser afastada do respectivo cargo</p><p>público, não podendo optar pela remuneração.</p><p>c) Marcela não deve, necessariamente, ser afastada do</p><p>respectivo cargo público.</p><p>d) Havendo compatibilidade de horários, perceberá as</p><p>vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem</p><p>prejuízo da remuneração do cargo eletivo.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão trata sobre os Servidores Públicos e o</p><p>Mandato Eletivo.</p><p>Nossa Constituição previu a possibilidade de um servidor</p><p>público vir a exercer um mandato eletivo. E a previsão</p><p>consta no art. 38. Vejamos:</p><p>Art. 38. Ao servidor público da administração direta,</p><p>autárquica e fundacional, no exercício de mandato</p><p>eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:</p><p>I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou</p><p>distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou</p><p>função;</p><p>II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do</p><p>cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar</p><p>pela sua remuneração;</p><p>III - investido no mandato de Vereador, havendo</p><p>compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de</p><p>seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da</p><p>remuneração do cargo eletivo, e, não havendo</p><p>compatibilidade, será aplicada a norma do inciso</p><p>anterior;</p><p>IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o</p><p>exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será</p><p>contado para todos os efeitos legais, exceto para</p><p>promoção por merecimento;</p><p>V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de</p><p>previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no</p><p>ente federativo de origem.</p><p>Perceba que Marcela, servidora pública do Município</p><p>Gama, que foi eleita para o mandato eletivo de prefeita</p><p>do próprio município, deve ser afastada do respectivo</p><p>cargo público, sendo facultado optar pela remuneração.</p><p>Diante do exposto, a LETRA A é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 9.2)</p><p>CORRETA - É a exata previsão do art. 38, II da CRFB/88.</p><p>Segundo o referido dispositivo, o servidor público da</p><p>administração direta, autárquica e fundacional, no</p><p>exercício de mandato eletivo, investido no mandato de</p><p>Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,</p><p>sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.</p><p>Letra B (item da árvore: 9.2)</p><p>INCORRETA – Em verdade, Marcela pode optar pela</p><p>remuneração. Trata-se de uma faculdade concedida pelo</p><p>Constituinte</p><p>Letra C (item da árvore: 9.2)</p><p>INCORRETA – Pegadinha! Marcela deve ser afastada do</p><p>cargo que ocupa como servidora pública do Município</p><p>Gama</p><p>Letra D (item da árvore: 9.2)</p><p>INCORRETA – A hipótese descrita se aplica para o</p><p>exercício de mandato eletivo como vereador e não</p><p>quanto ao prefeito. (art. 38, III da CRFB/88)</p><p>Comentário Curto</p><p>Conforme o art. 38, II da CRFB/88, o servidor público da</p><p>administração</p><p>direta, autárquica e fundacional, no</p><p>exercício de mandato eletivo, investido no mandato de</p><p>Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função,</p><p>sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.</p><p>Gabarito: Letra A.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Questão 12.</p><p>Daniela tem pais japoneses, nasceu em Fortaleza-CE e</p><p>possui 30 anos de idade. Os pais de Daniela realizaram</p><p>alguns serviços para o Japão 10 anos antes do seu</p><p>nascimento. Com base na situação hipotética, Daniela é:</p><p>a) Brasileira nata e pode exercer o cargo de Senadora.</p><p>b) Brasileira naturalizada, já que seus pais são</p><p>estrangeiros, mas não pode exercer o cargo de Senadora.</p><p>c) Brasileira naturalizada e pode exercer o cargo de</p><p>Senadora.</p><p>d) Brasileira nata, mas não pode exercer o cargo de</p><p>Senadora.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>Questão bem interessante misturando os Direitos de</p><p>Nacionalidade e Direitos Políticos.</p><p>Questionamento 1: Daniela é brasileira nata?</p><p>Segundo o enunciado, Daniela tem pais japoneses,</p><p>nasceu em Fortaleza-CE e possui 30 anos de idade. Os</p><p>pais de Daniela realizaram alguns serviços para o Japão</p><p>10 anos antes do seu nascimento.</p><p>Perceba que os pais realizaram serviços para seu país de</p><p>origem 10 anos antes do seu nascimento, não estavam</p><p>prestando os serviços na época do seu nascimento.</p><p>Portanto, Daniela é brasileira nata, conforme o art. 12, I,</p><p>a da CRFB/88, olha só:</p><p>Art. 12. São brasileiros:</p><p>I - natos:</p><p>a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda</p><p>que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a</p><p>serviço de seu país.</p><p>Questionamento 2: Daniela pode exercer o cargo de</p><p>Senadora?</p><p>A resposta é não, porque a Constituição Federal exige a</p><p>idade mínima de 35 anos para ser Senadora. Confira a</p><p>previsão constitucional:</p><p>Art. 14 (...)</p><p>§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:</p><p>VI - a idade mínima de:</p><p>a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente</p><p>da República e Senador;</p><p>b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de</p><p>Estado e do Distrito Federal;</p><p>c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado</p><p>Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz de paz;</p><p>d) dezoito anos para Vereador.</p><p>Diante do exposto, a LETRA D é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - Realmente Daniela é brasileira nata, mas</p><p>não pode exercer o cargo de Senadora, porque a</p><p>CRFB/88 exige 35 anos de idade como idade mínima.</p><p>Letra B (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - Ela é brasileira nata, visto que, segundo o</p><p>art. 12, inciso I, “a” da CRFB/88, são brasileiros natos</p><p>os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que</p><p>de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a</p><p>serviço de seu país.</p><p>Letra C (item da árvore: 5.1)</p><p>INCORRETA - Daniela é brasileira nata e não pode exercer</p><p>o cargo de senadora! Ela não possui a idade mínima para</p><p>exercício do mandato eletivo.</p><p>Letra D (item da árvore: 5.1)</p><p>CORRETA – Olha que detalhe! Os pais de Daniela</p><p>realizaram serviços para seu país de origem 10 anos</p><p>antes do seu nascimento, não estavam prestando os</p><p>serviços na data do seu nascimento. Logo, Daniela é</p><p>considerada como brasileira nata, conforme o art. 12, I,</p><p>“a” da CRFB/88.</p><p>Além disso, vale destacar que a CRFB/88 exige a idade</p><p>mínima de 35 anos para ser Senadora. Como Daniela tem</p><p>30 anos apenas, ela não pode exercer o cargo, segundo</p><p>o art. 14, §3º, VI, “a” da CRFB/88.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 12, I, “a” da CRFB/88, são</p><p>brasileiros natos os nascidos na República Federativa do</p><p>Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes</p><p>não estejam a serviço de seu país. A CRFB/88 exige a</p><p>idade mínima de 35 anos para ser Senadora. Como</p><p>Daniela tem 30 anos, não pode exercer o cargo, segundo</p><p>o art. 14, §3º, VI, a da CRFB/88.</p><p>Gabarito: Letra D.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Questão 13.</p><p>Após uma grande discussão popular, foi editada, no</p><p>âmbito do Município Y, a Lei Municipal nº X, que versava</p><p>sobre Direito Civil. De acordo com o ordenamento</p><p>jurídico-constitucional vigente, podemos afirmar que a</p><p>Lei Municipal nº X:</p><p>a) é inconstitucional, já que o tema é de competência</p><p>privativa da União e pode ser objeto de Arguição de</p><p>Descumprimento de Preceito Fundamental.</p><p>b) é constitucional, já que o tema é competência</p><p>municipal.</p><p>c) é inconstitucional, já que o tema é de competência dos</p><p>Estados e pode ser objeto de Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade.</p><p>d) é inconstitucional, já que o tema é de competência</p><p>privativa da União e pode ser objeto de Ação Direta de</p><p>Inconstitucionalidade.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão mistura dois temas: Repartição de</p><p>Competências e Controle de Constitucionalidade.</p><p>Questionamento 1: O Município pode legislar sobre</p><p>Direito Civil?</p><p>Não. O tema é de iniciativa legislativa privativa da União,</p><p>nos termos do art. 22, I da CRFB/88.</p><p>Questionamento 2: Qual é ação de controle concentrado</p><p>de constitucionalidade cabível para impugnar a referida</p><p>lei?</p><p>A Lei é Municipal, logo, não cabe ADI. No referido caso,</p><p>cabe Arguição de Descumprimento de Preceito</p><p>Fundamental, prevista no art. 102, §1º da CRFB/88 e Lei</p><p>9.882/99. Está atendido o requisito da subsidiariedade</p><p>previsto no art. 4º, §1º da Lei nº 9.882/99. De acordo</p><p>com o Princípio da Subsidiariedade, só cabe ADPF se não</p><p>houver outro meio para sanar a lesividade.</p><p>Diante do exposto, a LETRA A é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 8.3)</p><p>CORRETA - Direito Civil é um tema é de iniciativa</p><p>legislativa privativa da União, nos termos do art. 22, I da</p><p>CRFB/88. Como se trata de Lei Municipal, cabe uma</p><p>Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental,</p><p>prevista no art. 102, §1º da CRFB/88 e Lei 9.882/99.</p><p>Letra B (item da árvore: 8.3)</p><p>INCORRETA - O tema não é de competência Municipal,</p><p>mas sim de competência privativa da União para legislar</p><p>sobre o assunto, nos termos do art. 22, I da CRFB/88.</p><p>Letra C (item da árvore: 8.3)</p><p>INCORRETA - O tema é de competência legislativa</p><p>privativa da União e não dos Estados.</p><p>Letra D (item da árvore: 8.3)</p><p>INCORRETA – Não pode ser objeto de ADI, tendo que</p><p>vista que é Lei Municipal. Nos termos do art. 102, I, “a”</p><p>da CRFB/88, compete ao STF julgar a ADI de lei ou ato</p><p>normativo federal ou estadual apenas.</p><p>Comentário Curto</p><p>O Direito Civil é um tema é de iniciativa legislativa</p><p>privativa da União, nos termos do art. 22, I da CRFB/88.</p><p>Portanto, não cabe ao Município editar norma sobre o</p><p>tema. Além disso, como se trata de Lei Municipal, cabe</p><p>Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental,</p><p>prevista no art. 102, §1º da CRFB/88 e Lei 9.882/99.</p><p>Gabarito: Letra A.</p><p>Questão 14.</p><p>Adolfo, Presidente da República, foi acusado de praticar</p><p>crime de responsabilidade previsto no art. 85, inciso III</p><p>da CRFB/88, já que atentou contra a Constituição e,</p><p>especialmente, contra o exercício dos direitos políticos.</p><p>À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Adolfo ficará afastado de suas funções a partir da</p><p>admissão da acusação por dois terços da Câmara dos</p><p>Deputados.</p><p>b) Adolfo ficará afastado de suas funções a partir da</p><p>admissão da acusação por maioria simples do Senado</p><p>Federal.</p><p>c) Adolfo ficará afastado de suas funções a partir da</p><p>admissão da acusação por três quintos da Câmara dos</p><p>Deputados.</p><p>d) Adolfo ficará afastado de suas funções a partir da</p><p>admissão da acusação por maioria absoluta do Senado</p><p>Federal.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão trata sobre o crime de responsabilidade</p><p>cometido pelo Presidente da República.</p><p>Nos moldes do art. 86, caput da CRFB/88, o Presidente</p><p>da República poderá ser julgado nos crimes comuns</p><p>perante o STF, e nos crimes de responsabilidade perante</p><p>o Senado Federal. Nas duas hipóteses, dependerá de</p><p>uma autorização prévia da Câmara dos Deputados.</p><p>A votação será aberta e, uma vez sendo admitida a</p><p>acusação por</p><p>2/3 dos membros da casa legislativa, o</p><p>processo será encaminhado ao Senado Federal, a fim de</p><p>que este órgão possa processar e julgar o Presidente da</p><p>República.</p><p>No final de 2015, analisando a ADPF 378 o STF consolidou</p><p>o entendimento que o Senado Federal realizará novo</p><p>juízo de admissibilidade da denúncia. Isso ocorrerá por</p><p>voto de maioria simples da casa legislativa.</p><p>O Chefe do Poder Executivo, no cometimento de crime</p><p>de responsabilidade, só ficará suspenso das suas</p><p>atribuições após a instauração do processo pelo Senado</p><p>Federal, conforme disposição do inciso II, do § 1º do art.</p><p>86 da CRFB/88.</p><p>Diante do exposto, a LETRA B é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 10.3)</p><p>INCORRETA - Em verdade, só ficará suspenso das suas</p><p>atribuições após a instauração do processo pelo Senado</p><p>Federal. Isso ocorrerá por voto de maioria simples da</p><p>casa legislativa.</p><p>Letra B (item da árvore: 10.3)</p><p>CORRETA - O Chefe do Poder Executivo, no cometimento</p><p>de crime de responsabilidade, só ficará suspenso das</p><p>suas atribuições após a instauração do processo pelo</p><p>Senado Federal, conforme disposição do inciso II, do §</p><p>1º do art. 86 da CRFB/88.</p><p>Letra C (item da árvore: 10.3)</p><p>INCORRETA - Adolfo só ficará suspenso das suas</p><p>atribuições após a instauração do processo pelo Senado</p><p>Federal.</p><p>Letra D (item da árvore: 10.3)</p><p>INCORRETA - O quórum é de maioria simples e não de</p><p>maioria absoluta.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o inciso II, do § 1º do art. 86 da CRFB/88,</p><p>o Chefe do Poder Executivo, no cometimento de crime</p><p>de responsabilidade, só ficará suspenso das suas</p><p>atribuições após a instauração do processo pelo Senado</p><p>Federal. Isso ocorrerá por voto de maioria simples da</p><p>casa legislativa. Trata-se de entendimento do Supremo</p><p>Tribunal na ADPF 378.</p><p>Gabarito: Letra B.</p><p>Questão 15.</p><p>Em determinada aula de Direito Constitucional na</p><p>Universidade X, o estudante Luiz afirmou que o PCO -</p><p>Poder Constituinte Originário daria origem a uma nova</p><p>ordem constitucional, que revogaria a integralidade da</p><p>ordem anterior. Considerando ordenamento jurídico-</p><p>constitucional vigente, assinale a alternativa que</p><p>representa as características do PCO:</p><p>a) poder político, inicial, incondicionado, permanente,</p><p>ilimitado juridicamente e autônomo.</p><p>b) poder jurídico, derivado, limitado (ou subordinado) e</p><p>condicionado.</p><p>c) poder jurídico, inicial, incondicionado, permanente,</p><p>ilimitado juridicamente e autônomo.</p><p>d) poder político, derivado, limitado (ou subordinado) e</p><p>condicionado.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>O Poder constituinte originário (PCO), também chamado</p><p>de 1º grau ou poder genuíno, é o poder de criar uma</p><p>nova Constituição, de instaurar um novo regime jurídico</p><p>constitucional.</p><p>Nesse sentido, há seis características fundamentais: é</p><p>um poder político, inicial, incondicionado, permanente,</p><p>ilimitado juridicamente e autônomo.</p><p>É um poder político, um poder de fato, extrajurídico. Diz-</p><p>se poder inicial, pois inicia uma nova ordem jurídica</p><p>constitucional (um poder de criar, de inaugurar).</p><p>Também é considerado um poder incondicionado, pois</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>não se submete a qualquer regra prefixada de</p><p>manifestação, seja quanto a forma, seja quanto ao</p><p>procedimento.</p><p>Não menos importante, o PCO é considerado ilimitado</p><p>juridicamente, tendo em vista que o limites impostos</p><p>pelo direito anterior não se aplicam a ele. A doutrina</p><p>aponta ainda ser um poder permanente, já que a edição</p><p>de uma nova Constituição Federal não esgota o referido</p><p>Poder. Inclusive é poder autônomo, pois define de forma</p><p>livre qual será o conteúdo da nova Constituição.</p><p>Diante do exposto, a LETRA A é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 1.6)</p><p>CORRETA - Realmente, o PCO é um poder político, inicial,</p><p>incondicionado, permanente, ilimitado juridicamente e</p><p>autônomo.</p><p>Letra B (item da árvore: 1.6)</p><p>INCORRETA - Não é jurídico, pois sua regulação não</p><p>decorre do texto constitucional, é político!</p><p>Letra C (item da árvore: 1.6)</p><p>INCORRETA - As características citadas são do PCD -</p><p>Poder Constituinte Derivado e não do Poder Constituinte</p><p>Originário.</p><p>Letra D (item da árvore: 1.6)</p><p>INCORRETA – Em verdade, é um poder inicial,</p><p>incondicionado, ilimitado juridicamente e autônomo.</p><p>Comentário Curto</p><p>O Poder constituinte originário (PCO), também chamado</p><p>de 1º grau ou poder genuíno, é o poder de criar uma</p><p>nova Constituição, de instaurar um novo regime jurídico</p><p>constitucional.</p><p>Nesse sentido, há seis características fundamentais: é</p><p>um poder político, inicial, incondicionado, permanente,</p><p>ilimitado juridicamente e autônomo.</p><p>Gabarito: Letra A.</p><p>Questão 16.</p><p>O Estado Beta, localizado no Sudeste do Brasil, está</p><p>passando por uma grave instabilidade que compromete</p><p>a paz social. Com base na situação hipotética, assinale a</p><p>alternativa correta:</p><p>a) O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho</p><p>da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar</p><p>estado de defesa.</p><p>b) O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho</p><p>da República e o Conselho de Defesa Nacional, solicitar</p><p>ao Congresso Nacional o estado de sítio.</p><p>c) O Presidente da República pode decretar estado de</p><p>defesa. O tempo de duração do estado de defesa não</p><p>será superior a quinze dias, podendo ser prorrogado uma</p><p>vez, por igual período, se persistirem as razões que</p><p>justificaram a sua decretação.</p><p>d) O Presidente da República pode decretar estado de</p><p>sítio. O tempo de duração do estado de defesa não será</p><p>superior a quinze dias, podendo ser prorrogado uma vez,</p><p>por igual período, se persistirem as razões que</p><p>justificaram a sua decretação.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão trata sobre o Estado de Defesa.</p><p>O art. 136 da CRFB/88 estabelece que o Presidente da</p><p>República pode, ouvidos o Conselho da República e o</p><p>Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa</p><p>para preservar ou prontamente restabelecer, em locais</p><p>restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social</p><p>ameaçadas por grave e iminente instabilidade</p><p>institucional ou atingidas por calamidades de grandes</p><p>proporções na natureza.</p><p>O § 2º do mesmo dispositivo estabelece que o tempo</p><p>de duração do estado de defesa não será superior a</p><p>trinta dias, podendo ser prorrogado uma vez, por igual</p><p>período, se persistirem as razões que justificaram a sua</p><p>decretação.</p><p>Diante do exposto, a LETRA A é o nosso gabarito!</p><p>Letra A (item da árvore: 17.1)</p><p>CORRETA - O art. 136 da CRFB/88 dispõe que o</p><p>Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da</p><p>República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>estado de defesa para preservar ou prontamente</p><p>restabelecer, em locais restritos e determinados, a</p><p>ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e</p><p>iminente instabilidade institucional ou atingidas por</p><p>calamidades de grandes proporções na natureza.</p><p>Letra B (item da árvore: 17.1)</p><p>INCORRETA - Em verdade, a hipótese é de decretação de</p><p>Estado de Defesa e não de Sítio, nos termos do art. 136,</p><p>caput da CRFB/88.</p><p>Letra C (item da árvore: 17.1)</p><p>INCORRETA - O § 2º art. 136 da CRFB/88 estabelece que</p><p>o tempo de duração do estado de defesa não será</p><p>superior a trinta dias (não quinze), podendo ser</p><p>prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as</p><p>razões que justificaram a sua decretação.</p><p>Letra D (item da árvore: 17.1)</p><p>INCORRETA - A hipótese é de decretação de Estado de</p><p>Defesa, não de Sítio. No mais, o tempo de duração do</p><p>estado de defesa não será superior a trinta dias (não</p><p>quinze).</p><p>Comentário Curto</p><p>Conforme o art. 136 da CRFB/88, o Presidente da</p><p>República pode, ouvidos o Conselho da República e o</p><p>Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa</p><p>para preservar ou prontamente restabelecer, em locais</p><p>restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social</p><p>ameaçadas por grave e iminente instabilidade</p><p>institucional ou atingidas por calamidades de grandes</p><p>proporções na natureza.</p><p>Gabarito: Letra A.</p><p>Direitos Humanos</p><p>Emerson Malheiro</p><p>Questão 17.</p><p>Ao verificar a ocorrência de transgressões reiteradas aos</p><p>direitos humanos por determinado Estado da federação,</p><p>em relação aos indivíduos restringidos em sua liberdade</p><p>e que se encontravam presos em uma de suas</p><p>penitenciárias, a organização não-governamental</p><p>Ômega consultou você, respeitada(o) advogada(o) sobre</p><p>a possibilidade de peticionar à Corte Interamericana de</p><p>Direitos Humanos, com o objetivo de descontinuar a</p><p>ilicitude, bem como responsabilizar os envolvidos. Você</p><p>respondeu, acertadamente, que:</p><p>a) As interações com o sistema interamericano de</p><p>direitos humanos devem ser feitas por intermédio do</p><p>Ministério das Relações Exteriores, que avaliará as</p><p>notícias a serem repassadas.</p><p>b) A organização não-governamental Ômega, a exemplo</p><p>do que se verifica com qualquer do povo, pode dirigir-se,</p><p>diretamente, a qualquer estrutura do sistema</p><p>interamericano de direitos humanos.</p><p>c) As violações aos direitos dos presos são preferíveis às</p><p>violações dos direitos das pessoas livres, considerando as</p><p>limitações de ordem econômica que assolam a República</p><p>Federativa do Brasil.</p><p>d) A organização não-governamental Ômega não pode</p><p>dirigir-se diretamente à Corte Interamericana de Direitos</p><p>Humanos.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: D</p><p>A alternativa “A” está ERRADA, pois não há necessidade</p><p>de atuação do Ministério das Relações Exteriores no</p><p>caso, tampouco a sua análise do caso. A alternativa “B”</p><p>está ERRADA porque só podem peticionar à Corte</p><p>Interamericana de Direitos Humanos os Estados e a</p><p>Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A</p><p>alternativa “C” está ERRADA, pois as violações aos</p><p>direitos dos presos não são preferíveis às violações dos</p><p>direitos das pessoas livres, independentemente das</p><p>limitações de ordem econômica que assolam a República</p><p>Federativa do Brasil. A alternativa “D” está CORRETA,</p><p>pois a organização não-governamental Ômega poderia</p><p>se dirigir apenas à Comissão Interamericana de Direitos</p><p>Humanos, a fim de obter um parecer consultivo.</p><p>Questão 18.</p><p>O Decreto n° 6.949/2009, que promulgou a Convenção</p><p>Internacional sobre os Direitos das Pessoas com</p><p>Deficiência e seu Protocolo Facultativo, prevê, dentre as</p><p>medidas de conscientização sobre as condições das</p><p>pessoas com deficiência e respeito por seus direitos e</p><p>dignidade:</p><p>a) Assegurar que as entidades privadas que oferecem</p><p>instalações e serviços abertos ao público ou de uso</p><p>público levem em consideração alguns aspectos relativos</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>à acessibilidade para pessoas com deficiência, ainda que</p><p>acarretem ônus desproporcional ou indevido.</p><p>b) Promover campanhas quinzenais e outras formas</p><p>apropriadas de assistência e apoio a pessoas com</p><p>deficiência, a fim de assegurar a essas pessoas o acesso</p><p>a informações.</p><p>c) Proibir a privação ilegal ou arbitrária da liberdade de</p><p>pessoas com deficiência e que toda privação de</p><p>liberdade esteja em conformidade com a lei, salvo se a</p><p>existência da deficiência justificar tal privação.</p><p>d) Fomentar em todos os níveis do sistema educacional,</p><p>incluindo neles todas as crianças desde tenra idade, uma</p><p>atitude de respeito para com os direitos das pessoas com</p><p>deficiência.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: D</p><p>A alternativa “A” está ERRADA porque, na forma do art.</p><p>2.º da Convenção, a pessoa com deficiência tem o direito</p><p>à adaptação razoável, ou seja, modificações e os ajustes</p><p>necessários e adequados que não acarretem ônus</p><p>desproporcional ou indevido, quando requeridos em</p><p>cada caso, a fim de assegurar que as pessoas com</p><p>deficiência possam gozar ou exercer, em igualdade de</p><p>oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos</p><p>humanos e liberdades fundamentais; ademais, são em</p><p>todos os casos e não apenas em alguns. A alternativa “B”</p><p>está ERRADA, pois o art. 9.º, [2] da Convenção não</p><p>estabelece a periodicidade quinzenal. A alternativa “C”</p><p>está ERRADA, porque o art. 14, [1], “b” da Convenção</p><p>determina que as pessoas com deficiência não sejam</p><p>privadas ilegal ou arbitrariamente de sua liberdade e que</p><p>toda privação de liberdade esteja em conformidade com</p><p>a lei, e que a existência de deficiência não justifique a</p><p>privação de liberdade. A alternativa “D” está CORRETA,</p><p>na forma do art. 8.º, [2], “b” da Convenção.</p><p>Direito Eleitoral</p><p>Savio Chalita</p><p>Questão 19.</p><p>Maria é portuguesa e reside há 5 anos ininterruptos no</p><p>Brasil. Embora estrangeira, é muito ativa nas iniciativas</p><p>relacionadas às discussões políticas de sua cidade.</p><p>Tamanha é sua atuação que vem sendo sondada por</p><p>partidos políticos para que dispute as próximas eleições</p><p>para o cargo de vereadora. Acerca do tema, assinale a</p><p>única alternativa correta.</p><p>a) Se Maria estiver em pleno gozo de seus direitos</p><p>políticos em Portugal, após alistar-se junto à Justiça</p><p>Eleitoral, poderá candidatar-se ao cargo de Vereadora.</p><p>b) Maria poderá se candidatar par qualquer cargo</p><p>público eletivo, sendo exigido apenas que resida no</p><p>Brasil há pelo menos 3 anos ininterruptos.</p><p>c) Maria poderá candidatar-se a todos os cargos eletivos</p><p>passíveis de serem ocupados por brasileiros</p><p>naturalizados, independentemente de filiação partidária</p><p>ou de ser escolhida em convenção partidária, caso seja</p><p>filiada.</p><p>d) A Constituição Federal relaciona os estrangeiros como</p><p>inalistáveis, razão pela qual a situação de Maria impõe</p><p>considerar impossibilidade de candidatura a qualquer</p><p>cargo público eletivo.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: A, art. 12, §3º, CF e Tratado da Amizade.</p><p>Questão 20.</p><p>Acerca da filiação partidária é possível afirmar que:</p><p>a) O Brasil admite a chamada candidatura avulsa, uma</p><p>vez que o conceito de sufrágio universal deve abranger</p><p>ampla possibilidade de participação política do cidadão</p><p>interessado no exercício de seus direitos políticos ativos</p><p>e passivo.</p><p>b) A filiação partidária, para fins de cumprimento da</p><p>condição de elegibilidade respectiva, deverá ocorrer com</p><p>antecedência mínima de 6 meses das eleições, assim</p><p>como o cumprimento da exigência relativa ao domicílio</p><p>eleitoral.</p><p>c) A filiação partidária apenas será considerada deferida</p><p>após manifestação expressa, neste sentido, pelo partido</p><p>político.</p><p>d) A candidatura avulsa somente será possível de ser</p><p>invocada pelo cidadão que se enquadra na condição de</p><p>“nacional equiparado”, vez que não se pode exigir o</p><p>vínculo de natureza política.</p><p>Comentários</p><p>Gabarito: B, art. 16, Lei 9096/95.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Direito Internacional</p><p>Emerson Malheiro</p><p>Questão 21.</p><p>“Os tratados são fontes cujo centro irradiador é o acordo</p><p>entre as vontades soberanas dos Estados. As convenções</p><p>são celebradas no âmbito dos organismos internacionais</p><p>que, reconhecidos, veem seus atos normativos</p><p>repercutirem no âmbito interno dos Estados.” (FERRAZ</p><p>JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do</p><p>direito: técnica, decisão, dominação. 4. ed. São Paulo:</p><p>Atlas, 2003, p. 240). Dadas as assertivas que se seguem,</p><p>assinale a alternativa correta em relação aos tratados</p><p>abaixo:</p><p>a) A Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de</p><p>Todas as Formas de Discriminação Racial não prevê o</p><p>dever dos Estados de considerar delitos puníveis por lei</p><p>qualquer difusão de ideias baseadas na superioridade ou</p><p>ódio raciais.</p><p>b) A Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos</p><p>ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes proíbe a</p><p>devolução ou extradição de uma pessoa para outro</p><p>Estado quando houver razões substanciais para crer que</p><p>a mesma corre perigo de ali ser submetida a tortura, mas</p><p>aceita, em nome da soberania, que o Estado efetue a</p><p>expulsão em tal situação.</p><p>c) O Direito Internacional do Meio Ambiente contempla</p><p>o direito humano ao meio ambiente equilibrado, sadio e</p><p>seguro, tal qual consta expressamente, de maneira</p><p>pioneira, no Pacto Internacional sobre Direitos</p><p>Econômicos, Sociais e Culturais.</p><p>d) Uma regra prevista em um tratado pode se tornar</p><p>obrigatória para Estados não partes, caso tal regra seja</p><p>também uma</p><p>regra consuetudinária de Direito</p><p>Internacional.</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: D</p><p>A alternativa “A” está ERRADA porque a Convenção das</p><p>Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de</p><p>Discriminação Racial prevê o dever dos Estados de</p><p>considerar delitos puníveis por lei qualquer difusão de</p><p>ideias baseadas na superioridade ou ódio raciais. A</p><p>alternativa “B” está ERRADA porque a Convenção Contra</p><p>a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis,</p><p>Desumanos ou Degradantes proíbe a devolução ou</p><p>extradição de uma pessoa para outro Estado quando</p><p>houver razões substanciais para crer que a mesma corre</p><p>perigo de ali ser submetida a tortura e também não</p><p>aceita, em nome da soberania, que o Estado efetue a</p><p>expulsão em tal situação. A alternativa “C” está ERRADA,</p><p>pois apesar de o Direito Internacional do Meio Ambiente</p><p>contemplar o direito humano ao meio ambiente</p><p>equilibrado, sadio e seguro, isso não consta</p><p>expressamente no Pacto Internacional sobre Direitos</p><p>Econômicos, Sociais e Culturais, que apresenta direitos</p><p>humanos de segunda dimensão. A alternativa “D” está</p><p>CORRETA.</p><p>Questão 22.</p><p>Um Tratado é um acordo entre os Estados Nacionais. É</p><p>prerrogativa da soberania de cada Estado poder pactuar</p><p>seguindo os ditames de direito internacional para sua</p><p>ratificação, adesão ou sucessão. Um Estado pode, ao</p><p>ratificar um tratado, formular reservas a ele, indicando</p><p>que, embora consinta em se comprometer com a maior</p><p>parte das disposições, não concorda em se comprometer</p><p>com certas disposições. No entanto, uma reserva não</p><p>pode derrotar o objeto e o propósito do tratado.</p><p>Tratados internacionais têm diferentes designações,</p><p>como pactos, cartas, protocolos, convenções e acordos.</p><p>Podemos afirmar que:</p><p>a) É necessário, para que os Estados ratifiquem os</p><p>tratados, que eles se comprometam sempre com as suas</p><p>disposições, ainda que gradativamente, que sejam</p><p>superiores à legislação interna, excetuando-se aquelas</p><p>de status constitucional.</p><p>b) Um tratado pode ser do tipo “por sucessão”, que</p><p>acontece em virtude de uma disposição específica do</p><p>tratado ou de uma declaração, considerando o caráter</p><p>autoexecutável da maioria dos tratados.</p><p>c) Um tratado só pode ser ratificado por um Estado que</p><p>o tenha assinado anteriormente – durante o período no</p><p>qual ele esteve aberto às assinaturas quando da sua</p><p>elaboração.</p><p>d) Um tratado é legalmente vinculativo para os Estados</p><p>que tenham consentido em se comprometer com suas</p><p>disposições.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>Comentários</p><p>GABARITO: D</p><p>A alternativa “A” está ERRADA, pois apesar de ser</p><p>necessário, para que os Estados ratifiquem os tratados,</p><p>que eles se comprometam sempre com as suas</p><p>disposições, o compromisso de cumprimento não deve</p><p>ser gradativo. A alternativa “B” está ERRADA porque não</p><p>há de se falar em tratado autoexecutável. A alternativa</p><p>“C” está ERRADA, pois apesar de um tratado só poder ser</p><p>ratificado por um Estado que o tenha assinado</p><p>anteriormente, isso não se resume ao período no qual</p><p>ele esteve aberto às assinaturas quando da sua</p><p>elaboração. A alternativa “D” está CORRETA.</p><p>Direito Financeiro</p><p>Rodrigo Martins</p><p>Questão 23.</p><p>Roberto, servidor público municipal responsável pela</p><p>gestão do contrato de fornecimento de merenda do</p><p>Município, empenhou e liquidou, mas não pagou até 31</p><p>de dezembro do ano a que se refere, determinada</p><p>despesa devidamente realizada. Com base na Lei Federal</p><p>nº 4.320/1964, essa despesa empenhada e liquidada,</p><p>mas não paga até 31 de dezembro do ano a que se</p><p>refere, é denominada:</p><p>A) Despesas de exercícios anteriores processadas.</p><p>B) Despesas de exercícios anteriores não processadas.</p><p>C) Restos a pagar processados.</p><p>D) Restos a pagar não processados.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão gira em torno do seguinte aspecto: qual a</p><p>denominação que a lei dá para as despesas empenhadas</p><p>e liquidadas, mas não pagas até 31 de dezembro do ano</p><p>a que se referem?</p><p>No caso:</p><p>> Roberto é servidor público municipal responsável pela</p><p>gestão do contrato de fornecimento de merenda do</p><p>Município.</p><p>> Cumprindo suas atribuições, fez o empenho e a</p><p>liquidação de determinada despesa, mas não a pagou</p><p>até 31 de dezembro do ano a que se refere.</p><p>> Eis o cerne da questão: qual a denominação que a lei</p><p>dá para esta despesa pendente de pagamento que já foi</p><p>empenhada e liquidada dentro do ano a que se refere?</p><p>A resposta é dada pelo art. 36 da Lei Federal nº 4.320/64:</p><p>Lei Federal nº 4.320/64: Art. 36. Consideram-se Restos a</p><p>Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia</p><p>31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não</p><p>processadas.</p><p>De acordo com o art. 36 da Lei Federal nº 4.320/64,</p><p>consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas</p><p>mas não pagas até o dia 31 de dezembro do ano a que se</p><p>referem, distinguindo-se as processadas das não</p><p>processadas. Restos a pagar processados são as</p><p>despesas empenhadas e não pagas até o encerramento</p><p>do exercício (ano) a que se referem, e que já foram</p><p>liquidação, isto é, a Administração empenhou e liquidou,</p><p>mas não pagou. Restos a pagar não processados são as</p><p>despesas empenhadas e não pagas até o encerramento</p><p>do exercício, mas que ainda não foram liquidadas, isto é,</p><p>a Administração somente e tão somente empenhou, não</p><p>liquidou e não pagou. Portanto, no caso do problema em</p><p>questão, essa despesa empenhada e liquidada, mas não</p><p>paga até 31 de dezembro do ano a que se refere, é</p><p>denominada restos a pagar processados, estando</p><p>correta, assim, a LETRA C, que é o gabarito da questão.</p><p>Letra A (item árvore: XXX)</p><p>INCORRETA</p><p>Despesas de exercícios anteriores processadas não é a</p><p>denominação dada por lei à despesa empenhada e</p><p>liquidada, mas não paga até 31 de dezembro do ano a</p><p>que se refere.</p><p>Letra B (item árvore: XXX)</p><p>INCORRETA</p><p>Despesas de exercícios anteriores não processadas não é</p><p>a denominação dada por lei à despesa empenhada e</p><p>liquidada, mas não paga até 31 de dezembro do ano a</p><p>que se refere.</p><p>Letra C (item árvore: XXX)</p><p>CORRETA</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>De fato, restos a pagar processados é a denominação</p><p>dada por lei às despesas empenhadas e já liquidadas, que</p><p>não foram pagas até o encerramento do exercício (ano)</p><p>a que se referem.</p><p>Letra D (item árvore: XXX)</p><p>INCORRETA</p><p>Restos a pagar não processados são as despesas</p><p>empenhadas e não liquidadas, também não pagas, até o</p><p>encerramento do exercício a que se referem, isto é, a</p><p>Administração somente e tão somente empenhou, mas</p><p>ainda não liquidou e não pagou dentro do exercício.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 36 da Lei Federal nº 4.320/64,</p><p>consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas</p><p>mas não pagas até o dia 31 de dezembro do ano a que se</p><p>referem, distinguindo-se as processadas das não</p><p>processadas. Restos a pagar processados são as</p><p>despesas empenhadas e não pagas até o encerramento</p><p>do exercício (ano) a que se referem, e que já foram</p><p>liquidação, isto é, a Administração empenhou e liquidou,</p><p>mas não pagou. Restos a pagar não processados são as</p><p>despesas empenhadas e não pagas até o encerramento</p><p>do exercício, mas que ainda não foram liquidadas, isto é,</p><p>a Administração somente e tão somente empenhou, não</p><p>liquidou e não pagou. Portanto, no caso do problema em</p><p>questão, essa despesa empenhada e liquidada, mas não</p><p>paga até 31 de dezembro do ano a que se refere, é</p><p>denominada restos a pagar processados.</p><p>Logo, a LETRA C é a correta e gabarito da questão.</p><p>Questão 24.</p><p>O Prefeito de determinado Município deseja obter</p><p>recursos para a realização de uma obra de canalização de</p><p>um córrego. Para tanto, pretende formalizar um</p><p>contrato cujo objeto é o recebimento antecipado de</p><p>valores devidos pela empresa ABC S.A., sociedade de</p><p>economia mista municipal responsável pela gestão do</p><p>sistema de água e esgoto da cidade, cujo acionista</p><p>majoritário o próprio Município. Com base na situação</p><p>narrada, é correto afirmar que a pretensão do Prefeito é:</p><p>A) Legalmente admitida, sendo que</p><p>o contrato que</p><p>pretende firmar não se enquadra como operação de</p><p>crédito.</p><p>B) Legalmente autorizada, pois o Município pode</p><p>validamente contratar operação de crédito com sua</p><p>própria empresa de economia mista.</p><p>C) Legalmente vedada, pois, apesar de não se tratar de</p><p>uma operação de crédito, os recursos destinados a</p><p>investimentos devem originar-se exclusivamente de</p><p>receita tributária.</p><p>D) Legalmente vedada, sendo que o contrato que</p><p>pretende firmar equipara-se a uma operação de crédito.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão gira em torno do seguinte aspecto: uma</p><p>entidade federativa pode firmar contrato com o objetivo</p><p>de receber antecipadamente valores devidos por uma</p><p>sociedade de economia mista cuja acionista majoritária</p><p>é a própria entidade federativo?</p><p>No caso:</p><p>> O Prefeito de determinado Município deseja realizar</p><p>uma obra.</p><p>> Como não ter recursos para executá-la, pretende</p><p>formalizar um contrato com uma sociedade de economia</p><p>mista municipal objetivando o recebimento antecipado</p><p>de valores a ele (Município) devidos.</p><p>> Eis o cerne da questão: esse tipo de conto é autorizado</p><p>ou não pela legislação?</p><p>A resposta é dada pelo art. 37, inciso II, da Lei</p><p>Complementar nº 101/2000 (LRF):</p><p>Lei Complementar nº 101/2000 (LRF): Art. 37.</p><p>Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:</p><p>(...)</p><p>II - recebimento antecipado de valores de empresa em</p><p>que o Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a</p><p>maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros</p><p>e dividendos, na forma da legislação;</p><p>(...).</p><p>De acordo com o art. 37, inciso II, da LRF, equiparam-se</p><p>a operações de crédito e estão vedados o recebimento</p><p>antecipado de valores de empresa em que o Poder</p><p>Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do</p><p>capital social com direito a voto. Portanto, no caso do</p><p>problema em questão, é correto afirmar que a pretensão</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>do Prefeito é legalmente vedada, sendo que o contrato</p><p>que pretende firmar equipara-se a uma operação de</p><p>crédito, estando correta, assim, a LETRA D, que é o</p><p>gabarito da questão.</p><p>Letra A (item árvore: XXX)</p><p>INCORRETA</p><p>A operação é legalmente vedada, pois equiparam-se a</p><p>operações de crédito e estão vedados o recebimento</p><p>antecipado de valores de empresa em que o Poder</p><p>Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do</p><p>capital social com direito a voto.</p><p>Letra B (item árvore: XXX)</p><p>INCORRETA</p><p>A operação é legalmente vedada, pois equiparam-se a</p><p>operações de crédito e estão vedados o recebimento</p><p>antecipado de valores de empresa em que o Poder</p><p>Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do</p><p>capital social com direito a voto.</p><p>Letra C (item árvore: XXX)</p><p>INCORRETA</p><p>A operação é legalmente vedada e se equipara sim,</p><p>também legalmente, a uma operações de crédito.</p><p>Letra D (item árvore: XXX)</p><p>CORRETA</p><p>De fato, a operação é legalmente vedada e o contrato</p><p>que o Prefeito pretende firmar se equipara a uma</p><p>operação de crédito.</p><p>Comentário Curto</p><p>De acordo com o art. 37, inciso II, da LRF, equiparam-se</p><p>a operações de crédito e estão vedados o recebimento</p><p>antecipado de valores de empresa em que o Poder</p><p>Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do</p><p>capital social com direito a voto. Portanto, no caso do</p><p>problema em questão, é correto afirmar que a pretensão</p><p>do Prefeito é legalmente vedada, sendo que o contrato</p><p>que pretende firmar equipara-se a uma operação de</p><p>crédito.</p><p>Logo, a LETRA D é a correta e gabarito da questão.</p><p>Direito Tributário</p><p>Rodrigo Martins</p><p>Questão 25.</p><p>A pessoa jurídica XPTO foi notificada para pagar créditos</p><p>tributários de ICMS (Imposto sobre a Circulação de</p><p>Mercadorias e Serviços) constituídos em seu nome,</p><p>relativos à venda de mercadorias que fez para o mercado</p><p>externo (exportação de mercadorias). Por entender que</p><p>esse tipo de operação é imune à incidência de impostos,</p><p>não pagou os débitos e ingressou, tempestivamente,</p><p>com impugnação administrativa, objetivando anular os</p><p>lançamentos. Ocorre que ela está na iminência de firmar</p><p>um contrato com a Administração Pública e, por isso,</p><p>precisará apresentar certidão de regularidade fiscal</p><p>relativa a tributos estaduais. Com base na situação</p><p>narrada, é correto afirmar que:</p><p>A) A admissão da impugnação administrativa pode ser</p><p>condicionada à exigência de realização de depósito ou</p><p>arrolamento prévios de dinheiro ou bens.</p><p>B) Como não houve o pagamento, a Administração</p><p>Tributária deverá emitir uma Certidão Positiva quanto ao</p><p>referido ICMS inadimplido.</p><p>C) A Administração Tributária deverá emitir uma</p><p>Certidão Positiva com Efeito de Negativa de Débitos</p><p>quanto ao ICMS inadimplido e impugnado.</p><p>D) A Administração Tributária deverá emitir uma</p><p>Certidão Negativa de Débito quanto ao ICMS</p><p>inadimplido, já que e exigibilidade do crédito foi</p><p>suspensa por força da impugnação administrativa</p><p>tempestiva.</p><p>Comentários</p><p>Comentário Longo</p><p>Análise do Caso</p><p>A questão gira em torno dos seguintes aspectos: a</p><p>admissão de impugnação administrativa pode ser</p><p>condicionada à exigência de realização de depósito ou</p><p>arrolamento prévios de dinheiro ou bens? Um crédito</p><p>tributário cuja exigibilidade esteja suspensa dá à</p><p>contribuinte o direito de obtenção de qual tipo de</p><p>certidão tributária?</p><p>No caso:</p><p>> Determinada pessoa jurídica foi notificada para pagar</p><p>créditos tributários de ICMS constituídos em seu nome.</p><p>I Simulado OAB – Exame XLI – 29/06/2024</p><p>> Por não concordar com a exigência tributária em</p><p>questão, ela não pagou os débitos e ingressou,</p><p>tempestivamente, com impugnação administrativa,</p><p>objetivando anular os referidos lançamentos.</p><p>> Ocorre que ela irá firmar um contrato com a</p><p>Administração Pública e, por isso, precisará apresentar</p><p>uma certidão de regularidade fiscal quanto a tributos</p><p>estaduais.</p><p>> Eis o cerne da questão: ela tem direito à uma certidão</p><p>de regularidade fiscal? De qual tipo? A admissão da</p><p>impugnação administrativa pode ser condicionada à</p><p>exigência de realização de depósito ou arrolamento</p><p>prévios de dinheiro ou bens?</p><p>A resposta é dada pelo art. 206, c/c o art. 151, inciso III,</p><p>ambos do CTN, e pela Súmula Vinculante nº 21:</p><p>CTN: Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito</p><p>tributário:</p><p>I - moratória;</p><p>II - o depósito do seu montante integral;</p><p>III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis</p><p>reguladoras do processo tributário administrativo;</p><p>IV - a concessão de medida liminar em mandado de</p><p>segurança.</p><p>V – a concessão de medida liminar ou de tutela</p><p>antecipada, em outras espécies de ação judicial;</p><p>(Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)</p><p>VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)</p><p>.</p><p>(...).</p><p>CTN: Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo</p><p>anterior a certidão de que conste a existência de créditos</p><p>não vencidos, em curso de cobrança executiva em que</p><p>tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade</p><p>esteja suspensa.</p><p>Súmula Vinculante nº 21: É inconstitucional a exigência</p><p>de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens</p><p>para admissibilidade de recurso administrativo.</p><p>De acordo com o disposto no inciso III do art. 151 do CTN,</p><p>a impugnação administrativa tempestiva suspende a</p><p>exigibilidade do crédito tributário. E de acordo com o</p><p>disposto no art. 206 do CTN, a certidão de que conste a</p><p>existência de créditos cuja exigibilidade esteja suspensa</p><p>(dentre outras hipóteses) tem os mesmos efeitos da</p><p>Certidão Negativa. Trata-se da Certidão Positiva com</p><p>Efeito de Negativa de Débitos (observe que ela tem o</p><p>mesmo efeito da negativa, mas não é a negativa em si,</p><p>sendo considerada, pois, uma certidão de regularidade</p><p>fiscal). Como a exigibilidade dos créditos em questão</p><p>está suspensa por força da impugnação administrativa</p><p>tempestivamente apresentada, a contribuinte terá</p><p>direito, portanto, a essa certidão de regularidade fiscal.</p><p>Por fim, de acordo com a Súmula Vinculante nº 21, é</p><p>inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento</p><p>prévios</p>

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