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Hist_ria_e_Antropologia_-_Aula_8_-_Rep_blica_Velha

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REPÚBLICA VELHA
História e Antropologia Jurídica
Professor José Walter Lisboa Cavalcanti
Faculdade
 Metropolitana
da Grande Recife
CASTRO, Flávia Lages de. História do Direito: Geral e Brasil. 6.ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008
Proclamação e Constituição de 1891
A idéia de República não era objetivo ideológico da maioria da população brasileira.
A proclamação pegou a maioria de surpresa.
Outros seguiram a idéia por não terem outra saída.
Uma parte da elite considerava que o governo monárquico não mais atendia a seus interesses, principalmente depois da abolição.
Os latifundiários desejavam maior apoio do governo, já que a monarquia estava empenhada em ajudar os “Barões do Café”
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Proclamação e Constituição de 1891
Alguns latifundiários ficaram apáticos e decepcionados por causa da abolição, sem ressarcimento, faliram muitos deles. Consideraram uma traição do Governo.
Todo o movimento da República não era popular. O povo apoiava o Regime Monárquico, por causa da abolição da escravatura.
A Proclamação da República nasceu de um golpe militar, em virtude do descontentamento do Exército
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Proclamação e Constituição de 1891
Sabendo do seu poder, e com o apoio e aplausos de uma parte da classe dominante, o exército derruba o governo.
Montou-se, em 15 de novembro de 1889, o Governo Provisório, decretando o regime republicano federalista
O governo assegura a continuidade da administração pública (civil e militar) e da Justiça.
“Assegurou” ainda o respeito aos direitos individuais e os acordos e compromissos anteriores
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Proclamação e Constituição de 1891
Trechos do documento dirigido ao povo brasileiro após a Proclamação da República:
“Concidadãos! O povo, o Exército e a Armada Nacionaes, em perfeita comunhão de sentimentos com os nossos concidadãos residentes nas províncias, acabam de decretar a deposição da dinastia imperial e consequentemente a extinção do systema monarquico representativo”...
... “Fica, porém, abolida, desde já, a vitaliciedade do Senado, e bem assim abolido o Conselho de Estado. Fica dissolvida a Câmara dos Deputados.”
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Proclamação e Constituição de 1891
O Brasil passa a chamar-se Estados Unidos do Brasil
Instalou-se o sistema federativo, autorizando os estados a elegerem seus constituintes
O Governo Provisório continuou a indicar os governadores enquanto as providências não fossem tomadas
Continuou a legislar, enquanto não fosse reunida a Assembléia Constituinte
Caberia ao Governo Provisório o comando das forças armadas
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Proclamação e Constituição de 1891
Trechos do Decreto:
“O Governo Provisório da Republica dos Estados Unidos do Brazil decreta:
Art. 1º - Fica proclamada provisoriamente e decretada como a forma de governo da nação brazileira a República Federariva...
Art. 9º - Ficam egualmente subordinadas ao Governo Provisório da República todas as repartições civis e militares até aqui subordinadas ao governo central da nação brazileira
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Proclamação e Constituição de 1891
Esse Decreto demonstra, claramente, a instituição de uma Ditadura Militar
Ditadura apoiada pelo Exército e sem oposição, pois nenhum órgão legislativo estava funcionando e a Constituição não valia
A Família Real foi banida, muitos foram presos, inclusive por prisões cautelares
Criou-se a Comissão Militar de Sindicância, um Tribunal de Exceção
Tinha direito de decretar a morte
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Proclamação e Constituição de 1891
Eram criminosos por sedição (insatisfação, indisciplina inveja, revolta, motim, rebelião) :
“Os indivíduos que conspirassem contra a República e o seu governo; que aconselharem ou promoverem por palavras escritas ou atos, a revolta civil e a indisciplina militar; que tentarem o suborno ou a aliciação de qualquer gênero sobre os soldados e oficiais, contra seus deveres para com os superiores e a forma republicana; que divulgarem nas fileiras do Exército e da Armada noções falsas e subversivas, tendentes a indispô-los com a República; que usarem de embriaguez para insubordinar os ânimos dos soldados.
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Proclamação e Constituição de 1891
Em 1890, convocam-se as eleições para a Constituinte, após muitas pressões
Só podiam votar quem soubesse ler e escrever
Não muda muita coisa ao sistema eleitoral imperial
As mulheres eram proibidas de votar
A Constituinte foi eleita, mas estava ligada aos grandes latifundiários, desagradando o Governo Provisório
“Do Rio de Janeiro partiam para os Estados as listas com os nomes dos ‘candidatos’ a serem ‘eleitos’ senadores ou deputados”
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Proclamação e Constituição de 1891
Antes da Assembléia, o Governo traçou linhas gerais e secundárias da Constituição de 1891
Havia nomeado uma Comissão de 5 juristas
Após foi revista por Rui Barbosa
Dos 90 artigos da Constituição, 74 foram do projeto de Rui Barbosa
Não havia interesse de rejeitar os projetos, pois os desejo era apressar a votação para o Brasil ingressar no regime legal
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Proclamação e Constituição de 1891
Alguns pontos da Constituição
A República Federativa dos Estados Unidos do Brasil
Teve grande influência da Constituição Americana
Era República porque seria o “povo” quem governaria
Era Representativa porque os governantes seriam eleitos para representar os interesses do “povo”
Era federativa, pois os Estados teriam autonomia
Poder Executivo
Seria composto pelo Presidente, sendo o Vice-Presidente indicado pela Constituição como um mero substituto do Executivo e membro do Legislativo
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Proclamação e Constituição de 1891
Poder Judiciário
Montado baseando-se no sistema dual (Federal e Estadual)
A Justiça Federal ficou a cargo do Supremo Tribunal Federal
O Congresso poderia criar outros juízes e tribunais federais pelo país
É consagrada a utilização e uso da jurisprudência
Cria-se um Supremo Tribunal Militar
Poder Legislativo
Composto pela Câmara dos Deputados e pelo senado Federal
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Proclamação e Constituição de 1891
Sistema Eleitoral
Não era obrigatório o alistamento eleitoral
Não era necessário uma renda mínima
Não poderia o eleitor ser analfabeto, mas se soubesse desenhar o nome votaria
Não poderia o eleitor ser mendigo ou religioso, nem praça de pré, nem menores de 21 anos
Não excluía as mulheres, mas estas não votavam
Os não alistáveis eram inelegíveis
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Proclamação e Constituição de 1891
Novidades Constitucionais
Previu a mudança da Capital Federal para o Planalto Central
Previu o estabelecimento da separação entre Estado e Igreja, dando “liberdade” de culto no país
Só reconheceu o casamento civil
Constitucionalização do Habeas Corpus
Tratou da legalidade da prisão e do princípio da ampla defesa
Coroa o principio da Individualidade das Penas
Extingue as penas de Morte, banimento e de galés
Tratou de algumas questões de marcas e patentes
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Código Penal de 1890
Desde antes da Proclamação, se tentou reformar o Código de 1830, pois estava em desacordo com a nova realidade social, pós abolição
Campos Salles, Ministro da Justiça, retoma a idéia de refazer o Código Criminal
Foi elaborado às pressas, em 3 meses, sofrendo duras críticas
Muitas leis foram feitas para suprir as muitas falhas do Código
Diversas tentativas frustradas de reformá-lo aconteceu em anos subsequentes
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Código Penal de 1890
Pontos do Código Penal
Define de imediato o princípio da Legalidade e da Territorialidade, eliminando interpretações extensivas
Se explicam o que é CRIME e CONTRAVENÇÃO
As penas eram variadas
Prisão celular
Banimento
Reclusão
Prisão com trabalhos obrigatórios
Interdição
Suspensão e perda de de emprego público
multa
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Código Penal de 1890
Havia prisões especiais para pessoas menores de 21 anos
Prisão disciplinar, cumprida em estabelecimentos industriais especiais
Não poderia haver pena “infamante”
Proibiu-se as penas perpétuas
Passou a ser de 30 anos o máximo da penas no Brasil
Havia progressão de pena e livramento condicional
Definiu a imputabilidade dizendo:
Não são criminosos:
Os menores de 9 anos completos
Os maiores de 9 e menores de 14, se obrarem sem discernimento
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Código Penal de 1890
Era garantido o livre culto de religiões
O espiritismo e algumas se suas práticas não eram consideradas religião, por isso era
punível com pena de prisão celular e multa
Havia proibição do voto de cabresto, mas tornou-se um artigo hilário
havia previsão do falso testemunho 
Diferenciava-se as penas caso o falso testemunho fosse em procedimento civil, penal ou para condenação
Crime de estupro era diferenciado para mulheres “honestas” e prostitutas
Crimes de adultério continuam, como no código anterior
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Código Civil de 1916
Era premente a necessidade de codificar os vários ramos do direito que pudessem normatizar a vida do país.
Desde 1824, havia previsão de elaboração de um Código Criminal e de um Código Civil
O Brasil até então era subordino às Ordenações Filipinas
Para elaboração de um Código Civil devia haver uma definição de quem era cidadão
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Código Civil de 1916
Algumas tentativas, ainda no Império, de criar um Código Civil restaram frustradas
De 1867 a 1872, um projeto de Teixeira de Freitas, ficou parado. A partir daí, Nabuco de Araújo, tentou escrever o Código, mas morreu sem deixar nenhum texto.
Clóvis Beviláqua, da escola do Recife, contratado por Campos Sales, terminou seus trabalhos e encaminhou para a Câmara o projeto.
Em 1912, foi retomada a discussão; em 1915 ocorreu a aprovação final e em 1916, foi sancionado
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