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História_e_Antropologia_-_Aula_2_-_Oriente_Próximo

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História e Antropologia Jurídica
Faculdade Metropolitana da Grande Recife
Professor José Walter Lisboa Cavalcanti
ORIENTE PRÓXIMO
Egito, Hebreus e Mesopotâmia
PRINCIPAIS FATORES HISTÓRICOS
SURGIMENTO DAS CIDADES;
INVENÇÃO E DOMÍNIO DA ESCRITA;
ADVENTO DO COMÉRCIO.
Os mais antigos documentos escritos de natureza jurídica surgem por volta de 3100 a.C. no Oriente Próximo (Egito e Mesopotâmia)
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POVOS DO ORIENTE PRÓXIMO
EGITO
Não transmitiu códigos ou livros jurídicos, mas desenvolveu um sistema jurídico individualista
MESOPOTÂMIA
Foi a região que conheceu as primeiras formulações do direito. Redigiram textos jurídicos equiparados a “códigos”, com regras até certo ponto abstratas
HEBREUS
Não tiveram grande desenvolvimento do direito, mas registraram na Bíblia preceitos morais e jurídicos vigentes até os dias atuais
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GEOGRAFIA, POLÍTICA e ECONOMIA
Civilizações nascidas em torno dos rios Tigre, Eufrates e Nilo;
Solo próprio à agricultura e navegação fluvial desenvolvida;
O Egito era monárquico, cujo poder era do Faraó;
A Mesopotâmia se organizava em cidades-estado;
O comércio era essencial, principalmente para a Mesopotâmia;
O Egito era rico em ouro, cobre, marfim e pobre em madeira;
A Mesopotâmia, carecia dessas riquezas (exceto cobre)
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EGITO - introdução
Possuíam política extremamente organizada
O território era governado pelo Faraó e dividido em várias regiões administrativas, dirigidas por Chefes de Polícia;
Poder Judiciário era concentrado nos Sacerdotes
No caso do Tribunal Supremo, que julgava casos mais graves, os JUÍZES eram indicados pelas cidades
Características do processo egípcio
Acusação como dever cívico;
Polícia repressiva e auxiliar da instrução
Instrução pública e escrita
Julgamento secreto e decisão simbólica
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EGITO – breve história
Possui uma história de mais de 40 séculos
Nasce cerca de 3000 anos a.C., tendo como limites o Mar Mediterrâneo, Líbia, Sudão e Mar Vermelho
Sua principal característica
Ser cortado por cerca de 1000Km pelo rio Nilo, que garantia fertilidade e abundância alimentar
Poder Político concentrado nas mãos do Faraó
Comparado ao próprio “deus”, possuindo o dever de garantir ordem, prosperidade e soberania do Egito
Na questão jurídica
Os costumes foram superados pelo direito escrito, sendo a principal fonte do direito (embora não houvessem Códigos)
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EGITO – Características do Direito
Limitação de direito aos proprietários de terras
Pelo poder absoluto do Faraó, a nobreza feudal some e crescem as pequenas propriedades, tomando pouco a pouco certa autonomia à centralidade do Faraó
O Rei governava com seus funcionários
Havia um “Conselho de Ministros”, formado pelos chefes administrativo e presidido por um “vizir”
Já existiam os departamentos funcionais e seus servidores remunerados, com possibilidade de ascenção na carreira
O processo era escrito (pelo menos parcialmente)
Existiam chancelarias para registras, em atas, os julgamentos e os registros de estado civil
Não foram encontrados textos legais do Egito antigo 
Todavia, há uma grande quantidade de referências a eles
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EGITO – Principais institutos
CÓDIGO
Não foram encontrados, mas tinham um direito extremamente evoluído
CONTRATOS
A lei superava os costumes e o direito individualista era autônomo e livremente celebrado. Deviam ser escritos (escribas)
FAMÍLIA
Não havia privilégios entre os iguais. Marido e mulher, filhos e filhas eram iguais
TESTAMENTO
Liberdade total, salvaguardada a cota filial
COISA
Alienabilidade de quaisquer bens (móveis ou imóveis)
PENAL
Pouco severo, mas com algumas penas cruéis
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HEBREUS – Introdução
Os hebreus são semitas que viviam em tribos nômades
Por volta do século XII a.C., acontece o êxodo, comandado por Moisés, e os hebreus vão para a Palestina
Possuem um direito religioso
O direito era dado por Deus, pois eram de fé monoteísta
Direito imutável, que só Deus pode alterá-lo
Podia haver interpretação, mas sem modificar os fundamentos basilares
A Bíblia é o livro sagrado dos hebreus
Dividia-se em três partes:
PENTATEUCO ou THORA – Lei escrita
PROFETAS – Aspectos históricos
HAGIÓGRAFOS – Costumes e tradições
Há semelhança entre os Códigos de Hammurabi e da Aliança
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HEBREUS – Breve história
A Bíblia
Principal Fonte do Direito
Principal referência da história hebraica
Filhos de Jacó e escravidão
Deram origem as 12 tribos e formaram o povo hebreu
Migraram pra o Egito e foram escravizados por quatro séculos
Moisés
Comandou o êxodo hebreu e recebeu as tábuas dos Dez Mandamentos
Davi
Transformou Jerusalém num centro religioso e atingindo grande prosperidade. Posteriormente se dividindo em dois reinos: Israel e Judá
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HEBREUS – Características do Direito
Havia tribunais especiais
TRIBUNAL DOS TRÊS
Julgava alguns delitos e todas as causas de interesse pecuniário
TRIBUNAL DOS VINTE E TRÊS
Recebia as apelações e os processos criminais relativos a crimes punidos com a pena de morte
SINÉDRIO (Tribunal dos setenta)
Magistratura suprema dos hebreus
Tinha como incumbência interpretar as leis e julgar senadores, profetas, chefes militares, cidades e tribos rebeldes.
Dividiam a cidade em quatro partes, cada qual inspecionada por um Prefeito de Polícia
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HEBREUS – Principais institutos
FAMÍLIA
Estrutura patriarcal e poder paterno vitalício
Diferença entre filhos e filhas, podendo estas serem vendidas pelos pais como escravas
CASAMENTO
Podia-se comprar a esposa ou trocá-la por serviços
Havia repúdio à mulher, mas não ao homem
SUCESSÃO
Somente o primogênito homem tinha direito à sucessão
PENAL
Dominado pela religiosidade. 
A pena capital era por lapidação e havia prisão flagelação, excomunhão e a pena de talião
Delitos contra a divindade e o homem, honestidade, propriedade e contra a honra
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MESOPOTÂMIA – Introdução
Significa “entre rios”, pois está localizada entre os rios Tigre e Eufrates – hoje Iraque e Kuwait
Houve grande desenvolvimento do Direito, advindo os mais antigos documentos legislativos escritos
O sistema jurídico é conhecido como DIREITO CUNEIFORME
Cidades-estado
Regiões controladas exclusivamente por uma cidade, com diversidade étnica, mas com língua única (ACÁDICA)
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MESOPOTÂMIA – Breve história
Crescente fértil
O termo foi criado pelo arqueólogo James Henry, em referência ao fato de o arco formado pelas diferentes zonas assemelhar-se a uma Lua crescente
Há relatos desde 4.000 anos antes da era Cristã, tendo sido a região onde apareceram os primeiros escritos
Alteração do direito e do poder
Ocorriam constantes alterações de poder entre uma cidade-estado e outra. Assim, o direito evoluía rapidamente, pois havia imposição de costumes e novas normas.
Habitantes da região
Sumérios, acadianos, babilônicos e assírios
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MESOPOTÂMIA – Características do direito
Os “códigos” mesopotâmicos
Não há que se comparar com os códigos atuais, pois eram ajuntamentos de casos acontecidos
Não possuíam características abstratas ou genéricas
Ur-nammu (aproximadamente 2.040 a.C.)
Documento escrito mais antigo da história do direito
Costumes reduzidos a escrito e com predominância do direito penal
Penas pecuniárias X LEI DE TALIÃO (olho por olho, ...)
Eshunna (aproximadamente 1.930 a.C.)
Continha cerca de 60 artigos, contendo direito penal e civil
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MESOPOTÂMIA – Características do direito
Hammurabi (aproximadamente 1.694 a.C.)
Possui 282 artigos, de origem divina (inspirada por Deus)
É uma grande compilação das normas e costumes da época
Indica um sistema jurídico extremamente desenvolvido
O direito privado e o contrato eram dominantes
Em virtude do forte comércio mesopotâmico, os contratos e negócios jurídicos precisavam de regulação
A LEI DE TALIÃO é muito utilizada, buscando garantir retaliação por um ato praticado e evitar a justiça pelas próprias mãos
Retratou as desigualdades sociais, pois havia penas diferenciadas para classes sociais distintas
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MESOPOTÂMIA – Trechos de Hammurabi
Art. 1º - Se alguém acusa um outro, lhe imputa um sortilégio, mas não pode dar prova disso, aquele que acusou deverá ser morto.
Art. 3º - Se alguém em um processo se apresenta como testemunha de acusação e não
prova o que disse, se o processo importa perda de vida, ele deverá ser morto.
Art. 15 - Se alguém furta pela porta da cidade um escravo ou uma escrava da Corte, ou escravo ou escrava de um liberto, deverá ser morto.
Art. 16 - Se alguém acolhe em sua casa um escravo ou escrava fugidos da Corte ou de um liberto e depois da proclamação pública do mordomo, não apresenta, o dono da casa deverá ser morto.
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MESOPOTÂMIA – Trechos de Hammurabi
Art. 127 - Se alguém difama uma mulher consagrada ou a mulher de um homem livre e não pode provar, se deverá arrastar esse homem perante o Juiz e tosquiar-lhe a fronte.
Art. 128 - Se alguém toma uma mulher, mas não conclui contrato com ela, essa mulher não é esposa.
Art. 129 – Se a esposa de alguém é encontrada em contato sexual com um outro, deve-se amarrá-los e lançá-los n'água, salvo se o marido perdoar à sua mulher e o rei a seu escravo.
Art. 130 – Se alguém viola a mulher que ainda não conheceu homem e vive na casa paterna e tem contato com ela e é surpreendido, este homem deverá ser morto e a mulher irá livre.
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MESOPOTÂMIA – Trechos de Hammurabi
Art. 195 - Se um filho espanca seu pai, dever-se-lhe-á decepar as mãos.
Art. 196. Se alguém vazou um olho de um homem livre, ser-lhe-á vazado o olho.
Art. 198 – Se alguém arranca o olho de um liberto, deverá pagar uma mina.
Art. 199 – Se ele arranca um olho de um escravo alheio, ou quebra um osso ao escravo alheio, deverá pagar a metade do seu preço.
Art. 209 – Se alguém bate numa mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez siclos pelo feto.
Art. 210 – Se essa mulher morre, então se deverá matar o filho dele.
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MESOPOTÂMIA – Principais institutos
CONTRATOS
Graças a economia, troca e relações comerciais, os contratos eram tecnicamente avançados
FAMÍLIA
Sistema monogâmico e patriarcal (admitido o concumbinato)
A mulher tem liberdade na gestão de seus bens
Há repúdio da mulher, mas também do marido
O casamento era em regime de comunhão de bens
ADOÇÃO
Já havia previsão, com consequências severas pela ruptura dos vínculos
HERANÇA
Não havia primogenitura, mas este poderia escolher primeiro a sua parte.
As mulheres casadas não recebiam herança por causa do dote
PENAL
Muito severo . Havia pena máxima para diversos casos
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MACIEL, José Fábio Rodrigues e AGUIAR, Renan. História do Direito. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2009

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