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<p>1</p><p>Manual de Tronco Comum</p><p>Teoria Geral de</p><p>Administração Pública</p><p>Código: A0017</p><p>Universidade Católica de Moçambique (UCM)</p><p>Centro de Ensino à Distância (CED)</p><p>1</p><p>Direitos de autor (copyright)</p><p>Este manual é propriedade da Universidade Católica de Moçambique (UCM), Centro de Ensino à</p><p>Distância (CED) e contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou reprodução deste</p><p>manual, no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos,</p><p>mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Universidade</p><p>Católica de Moçambique – Centro de Ensino à Distância). O não cumprimento desta advertência é</p><p>passível a processos judiciais.</p><p>Elaborado Por: Egídio Paulo Manganhela Simango</p><p>Bacharel em Ciências Sociais</p><p>Licenciado em Administração Pública</p><p>Pós-Graduação em Ciência Política: Governação e Relações Internacionais</p><p>Universidade Católica de Moçambique (UCM)</p><p>Centro de Ensino à Distância (CED)</p><p>Rua Correia de Brito No 613 – Ponta-Gêa</p><p>Beira – Sofala</p><p>Telefone: 23 32 64 05</p><p>Cell: 82 50 18 440</p><p>Moçambique</p><p>Fax: 23 32 64 06</p><p>E-mail: ced@ucm.ac.mz</p><p>Website: www.ucm.ac.mz</p><p>Agradecimentos</p><p>A Universidade Católica de Moçambique (UCM) – Centro de Ensino à Distância (CED) e o autor do</p><p>presente manual, Egídio Simango, agradecem a colaboração de todos que directa ou indirectamente</p><p>participaram na elaboração deste manual. À todos sinceros agradecimentos.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 i</p><p>Índice</p><p>Visão geral 1</p><p>Benvindo a Sociologia Geral ............................................................................................ 1</p><p>Objectivos do curso .......................................................................................................... 1</p><p>Quem deveria estudar este módulo ................................................................................... 2</p><p>Como está estruturado este módulo .................................................................................. 2</p><p>Ícones de actividade .......................................................................................................... 3</p><p>Acerca dos ícones .......................................................................................... 3</p><p>Habilidades de estudo ....................................................................................................... 3</p><p>Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4</p><p>Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 5</p><p>Avaliação .......................................................................................................................... 5</p><p>Unidade N0 01-A0017 7</p><p>Tema: ................................................................................................................................ 7</p><p>Conceito de Administração Pública .................................................................................. 7</p><p>Introdução ................................................................................................................ 7</p><p>Sumário ............................................................................................................................. 8</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 11</p><p>Unidade N0 02-A0017 12</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 12</p><p>Órgãos da Administração Pública ......................................................................... 12</p><p>Introdução .............................................................................................................. 12</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 13</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 15</p><p>Unidade N0 03-A0017 17</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 17</p><p>Administração Pública e Privada .................................................................................... 17</p><p>Introdução .............................................................................................................. 17</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 18</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 20</p><p>Unidade N0 04-A0017 21</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 21</p><p>O Estado ................................................................................................................ 21</p><p>Introdução .............................................................................................................. 21</p><p>ii Índice</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 22</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 25</p><p>Unidade N0 05-A0017 26</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 26</p><p>As Funções do Estado ........................................................................................... 26</p><p>Introdução .............................................................................................................. 26</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 27</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 29</p><p>Unidade N0 06-A0017 29</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 29</p><p>A Política e sua Relação com ................................................................................ 29</p><p>Administração Pública .......................................................................................... 29</p><p>Introdução .............................................................................................................. 30</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 31</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 32</p><p>Unidade N0 07-A0017 33</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 33</p><p>A Legislação e sua Relação com ........................................................................... 33</p><p>Administração Pública .......................................................................................... 33</p><p>Introdução .............................................................................................................. 33</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 34</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 35</p><p>Unidade N0 08-A0017 36</p><p>Tema: ..............................................................................................................................</p><p>o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 011-A0017</p><p>Tema:</p><p>Administração Pública como Poder</p><p>Introdução</p><p>Já nos referimos anteriormente que a</p><p>Administracao Pública versa sobre a satisfacão de</p><p>necessidades colectivas e ela tem de realizar, pois,</p><p>é do interesse público. Para que eficazmente a</p><p>Administração Pública satisfaça as necessidades</p><p>colectivas ela deve dispor de meios para impedir</p><p>que os particulares resistam `as suas vontades.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Entender a necessidade da Administração</p><p>Pública estar dotada de poder.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 57</p><p> Conhecer os diferentes tipos de autoridade.</p><p>Sumário</p><p>A manifestação do poder pela Administração</p><p>Pública torna-se imperiosa na medida em que nem</p><p>sempre os cidadãos poderão interpretar da melhor</p><p>maneira a sua intenção. Pode-se entender o</p><p>interesse público como o interesse geral, de todos,</p><p>mas em contrapartida continuar a existir cidadãos</p><p>a não acatarem voluntariamente `as suas decisões.</p><p>É nesta perspectiva que a Administração Pública</p><p>passa a se caracterizar como poder.</p><p>O poder é a possibilidade de alguém eficazmente</p><p>impor aos outros o respeito da própria conduta ou</p><p>a capacidade de um indivíduo ou grupo modificar</p><p>o comportamento de outros indivíduos ou grupo</p><p>(DE AMARAL).</p><p>Para o Estado poder satisfazer as necessidades</p><p>colectivas, garantir a sua conservação e</p><p>organização os seus órgãos devem estar dotados</p><p>58 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>de poder. A própria lei é que faculta este poder aos</p><p>órgãos de Administração Pública para estes</p><p>imporem `a generalidade dos cidadãos.</p><p>Sendo o Estado o garante da ordem legal e</p><p>normativa, ele deve regular o comportamento dos</p><p>cidadãos. O Estado deve ter uma acção imperativa</p><p>sobre os cidadãos e estes devem obedecer.</p><p>A necessidade de utilização do poder deriva da</p><p>resistência do cidadão em acatar uma decisão da</p><p>Administração Pública.</p><p>As decisões administrativas serão mais</p><p>consentidas quanto mais legítimas se mostrarem,</p><p>significando que entre o poder e a legitimidade</p><p>existe uma relação de eficácia. O poder do Estado</p><p>deve ser consentido pelos cidadãos, e para tal, ele</p><p>deve ser legítimo. Não sendo legítimo, menor</p><p>também será o seu consentimento. A utilização do</p><p>poder por parte do Estado será em situações de</p><p>resistência de uma decisão administrativa</p><p>(HENRIQUES & CABRITO).</p><p>Estudo efectuado por Max Weber sobre a</p><p>dominação, concluiu que existem 3 tipos de</p><p>autoridades</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 59</p><p> Autoridade Carismática, legitimada</p><p>pela qualidade pessoal do chefe;</p><p> Autoridade Tradicional, legitimada</p><p>por uma ideia de continuidade; e</p><p> Autoridade Legal-Racional,</p><p>legitimada pela razão e pela Lei.</p><p>O cidadão ao consentir a uma decisão</p><p>administrativa é porque se trata de uma autoridade</p><p>legal, a legitimidade está na lei. O cidadão</p><p>obedece a lei, regularmente aprovada. É neste tipo</p><p>de autoridade que encontramos o poder da</p><p>Administração Pública, pois, o cidadão obedece a</p><p>lei.</p><p>A Administracão Pública é um verdadeiro poder</p><p>porque define, de acordo com a lei, a sua própria</p><p>conduta e dispõe de meios necessários para impor</p><p>o respeito dessa conduta.</p><p>Os particulares devem acatar `as decisões da</p><p>Administração Pública sob pena de, sem</p><p>necessidade de sentença judicial, estes serviços</p><p>imporem coercivamente o que decidiu. A</p><p>executoriedade de um acto administrativo não é</p><p>suspenso porque a discussão está seguindo nos</p><p>Tribunais. A isto se chama de privilégio de</p><p>execução prévia na medida em que a</p><p>60 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Administração Pública antecipadamente executa a</p><p>sua decisão, independentemente do caso estar a</p><p>correr nos Tribunais.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual seria a grande preocupação da Sociologia</p><p>como ciência?</p><p>Resposta: Como ciência, a Sociologia tem de</p><p>obedecer aos mesmos princípios gerais válidos</p><p>para todos os ramos de conhecimento científico,</p><p>apesar das peculiaridades dos fenômenos sociais</p><p>quando comparados com os fenômenos de</p><p>natureza e, consequentemente, da abordagem</p><p>científica da sociedade.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 61</p><p>Unidade N0 012-A0017</p><p>Tema:</p><p>Submissão da Administração Pública às</p><p>Leis</p><p>Introdução</p><p>A Administração Pública tem como finalidade</p><p>única prosseguir o interesse público mas para tal</p><p>ela não faz de forma arbitrária mas dentro de um</p><p>conjunto de regras previamente estabelecidas em</p><p>que os cidadãos devem acatar. As relações em que</p><p>a Administração estabelece com os cidadãos, a sua</p><p>organização e funcionamento é dentro de um</p><p>quadro legal permitindo assim a transparências</p><p>das suas decisões.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>62 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Objectivos</p><p> Compreender as necessidades de Administração</p><p>Pública estar sujeita às normas jurídicas.</p><p> Compreender que nem sempre a Administração</p><p>Pública estava sujeita às normas jurídcas.</p><p>Sumário</p><p>A única razão da existência da Administração</p><p>Pública é o de satisfazer as necessidades</p><p>colectivas. A satisfação dessas necessidades não</p><p>são feitas de forma arbitrária mas dentro de um</p><p>conjunto de normas previamente estabelecidas.</p><p>As normas jurídicas que regem o funcionamento e</p><p>a relação da administração com os cidadãos</p><p>correspondem a uma dupla necessidade: Justiça</p><p>para os cidadãos e a eficiência para a própria</p><p>administração (DE AMARAL).</p><p>As normas jurídicas no funcionamento da</p><p>administração e na sua relação com os particulares</p><p>não existiu sempre, pois, houve momentos em que</p><p>a administração funcionava que até lesava os</p><p>interesses dos particulares.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 63</p><p>Com os regimes liberais, as leis aparecem como</p><p>condição para as liberdades dos cidadãos. A</p><p>administração deveria mover-se dentro dos limites</p><p>traçados pela lei votadas na assembleia, isto é, ela</p><p>estava dependente da lei para o seu</p><p>funcionamento.</p><p>É daí que surge o princípio da legalidade, segundo</p><p>a qual:</p><p>Nenhum órgão ou agente da Administração</p><p>Pública tem a faculdade de praticar actos que</p><p>possam contender com interesses alheios se não</p><p>em virtude de uma norma geral anterior.</p><p>Portanto, ao conjunto de normas, sejam leis,</p><p>decretos ou regulamentos, estando em vigor em</p><p>dado momento no país, e que são obrigatórias aos</p><p>cidadãos, consideramos de legalidade.</p><p>O princípio da legalidade tem limites, significando</p><p>que nem toda actividade administrativa está</p><p>subordinada as leis. Os actos políticos e técnicos</p><p>não são regulados por lei. Significa que há um</p><p>domínio de liberdade de escolha em que o agente</p><p>da administração toma uma decisão que não seja</p><p>vinculada a lei e sem ferir a mesma. A isto se</p><p>chama de discricionaridade administrativa. A este</p><p>64 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>domínio de liberdade de decisão, pode ser sobre a</p><p>oportunidade de agir, sobre o objecto, assim como</p><p>a forma do acto. Ao passo que para as normas que</p><p>pautam a actividade administrativa chama-se</p><p>vinculada na medida em o agente toma a decisão</p><p>com base num conjunto de normas previamente</p><p>estabelecido Idem</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual a necessidade de Administração Pública</p><p>estar sujeita às normas jurídicas?</p><p>Resposta: A necessidade de Administração</p><p>Pública estar sujeita às normas jurídicas é para</p><p>garantir justiça aos cidadãos e para a eficiência da</p><p>administração</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 65</p><p>Unidade N0 013-A0017</p><p>Tema:</p><p>O Papel das Estruturas</p><p>Tradicionais e suas</p><p>Influências na Administração Pública</p><p>Introdução</p><p>Nas sociedades africanas ao se estudar a</p><p>Administração Pública é imperioso que se</p><p>relacione esta com a Autoridade tradicional, pois,</p><p>não se pode eficazmente desenvolver actividades</p><p>administrativas, sobretudo nas zonas rurais, sem</p><p>interagir com esta estrutura. São estas estruturas</p><p>que, dentro do seu território, mobilizam as</p><p>populações para as diversas actividades,</p><p>contribuindo de certo modo para a melhoria das</p><p>condições das suas vidas. A Autoridade</p><p>Tradicional tem uma relação de</p><p>complementaridade com a Administração Pública</p><p>na medida em que esta é que tem o contacto</p><p>directo com as comunidades.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>66 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Objectivos</p><p> Compreender a influência das estruturas</p><p>tradicionais na Administração Pública</p><p>moçambicana.</p><p>Sumário</p><p>A Autoridade tradicional é uma instituição sócio-</p><p>política tradicional que faz parte da cultura e</p><p>tradição africana. A Autoridade Tradicional inclui</p><p>os chefes tradicionais, os curandeiros, os</p><p>adivinhos, os ervanários, os oficiantes de rituais e</p><p>os transmissores de cultura. A chefia tradicional é</p><p>mais notória nas zonas rurais e ele é responsável</p><p>pelo território linhageiro (CUEHELA).</p><p>A autoridade tradicional possui uma legitimidade</p><p>que lhe é dada pela comunidade, e somente pela</p><p>comunidade. Só a comunidade pode-lhe retirar</p><p>esta legitimidade, segundo a tradição. Aqueles que</p><p>assumem o poder tradicional tornam-se chefes</p><p>legítimos porque, simbolicamente, estabelecem</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 67</p><p>uma relação entre os vivos e os mortos. São os</p><p>Chefes Tradicionais que, por simbolismo,</p><p>presidem ou solicitam as cerimónias que reforçam</p><p>e tornam mais legítima a sua autoridade.</p><p>A estrutura tradicional muitas vezes funcionam</p><p>com Leis não escritas, que se chama de Direito</p><p>Consuetudinário, que vem da prática ou da</p><p>experiência tradicional, e tem muita força ou</p><p>validade nas comunidades rurais. Ele está baseado</p><p>na tradição. Na maioria das comunidades</p><p>moçambicanas, o Direito costumeiro é o mais</p><p>funcional e prático. Assume, muitas vezes, um</p><p>lugar de igualdade com Direito Moderno. Aliás, o</p><p>Direito Consuetudinário ou costumeiro é, em</p><p>muitos países, como na Inglaterra, a base para a</p><p>elaboração de Leis escritas, porque ele reflecte as</p><p>normas e regras específicas de cada comunidade</p><p>Idem.</p><p>São as autoridades tradicionais a quem se reserva</p><p>o direito de solicitar, realizar ou dirigir</p><p>cerimónias. As cerimónias são práticas que</p><p>contribuem para a manutenção do equilíbrio nas</p><p>comunidades. As cerimónias variam no tipo e na</p><p>forma da sua realização. Cada linhagem ou família</p><p>pode realizar cerimónias, fazendo seus cultos</p><p>68 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>específicos mas quando o assunto é do interesse</p><p>do território linhageiro, este direito cabe ao chefe</p><p>da linhagem real. Para a realização e direcção de</p><p>cerimónias a condição principal é a legitimidade,</p><p>porque sem ela, nenhuma cerimónia pode ter</p><p>validade ou surtir efeito, segundo a tradição.</p><p>Portanto, o mais importante não são os resultados</p><p>dessas cerimónias, mas sim o seu significado</p><p>simbólico para as comunidades.</p><p>Entre outros deveres, os Chefes Tradicionais</p><p>devem velar pelo bom ambiente e harmonia da</p><p>comunidade; velar pelos limites do território</p><p>linhageiro; intervir na resolução de certos</p><p>conflitos da comunidade, quando não tenham</p><p>solução nos níveis familiares e linhageiro;</p><p>promover e orientar cerimónias de interesse geral</p><p>da comunidade; requerer a colaboração do</p><p>concelho de anciãos; assegurar que a terra seja</p><p>património da comunidade, um bem de todos para</p><p>o uso de todos.</p><p>Em qualquer sociedade, encontramos mudanças,</p><p>havendo elementos culturais que se perdem e</p><p>outros que persistem e continuam. Isso</p><p>caracterizou igualmente a autoridade tradicional,</p><p>em cada fase de desenvolvimento social, cultural e</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 69</p><p>económico das comunidades e do Estado. Nesta</p><p>conformidade, pelas mudanças sociais dentro da</p><p>sociedade africana, e principalmente pelo</p><p>colonialismo, a autoridade tradicional viu alterado</p><p>o seu mecanismo de inserção na comunidade,</p><p>quando passou a colaborar com as autoridades</p><p>coloniais. Os Chefes Tradicionais, voluntária ou</p><p>involuntariamente, passaram a trabalhar para a</p><p>Administração colonial e transformaram-se em</p><p>subalternos do regime colonial, uma espécie de</p><p>auxiliares da Administração, fazendo a ligação</p><p>entre a Administração colonial e a comunidade e</p><p>passaram a usar a designação de Régulos.</p><p>Este processo de colaboração das autoridades</p><p>tradicionais com o regime colonial é</p><p>deliberadamente designado de instrumentalização,</p><p>porque efectivamente muitos Chefes Tradicionais</p><p>passaram a perder aquele prestígio que as</p><p>comunidades lhes conferiam. ibidem</p><p>Aparentemente, não há diferença entre Chefe</p><p>Tradicional e Régulo, uma vez que eles são</p><p>pessoas locais que assumem um poder tradicional</p><p>dentro das comunidades. A diferença maior está</p><p>na legitimidade e na legalidade do poder de um e</p><p>do outro. Quem confere legitimidade ao Chefe</p><p>70 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Tradicional é a própria comunidade. Quem</p><p>confere a legalidade ao Régulo era a</p><p>administração colonial.</p><p>Um verdadeiro Chefe Tradicional tem a</p><p>colaboração de um Concelho de anciãos e de</p><p>outros membros da elite da autoridade tradicional</p><p>mas os Régulos rodeavam-se por corpo de polícias</p><p>locais (os Cipaios e Cabos de Terra), chefes de</p><p>grupos e de povoações e isto não fazia parte da</p><p>tradição; daí muitas vezes, a sua violência de</p><p>conduta, e não aceitação das suas acções pelos</p><p>membros da comunidade.</p><p>Os Chefes Tradicionais foram relegados a um</p><p>plano secundário depois da Independência, ou</p><p>seja, perderam o elo de ligação com a</p><p>Administração. Alguns ex-Régulos foram mesmo</p><p>perseguidos devido a sua ligação com a opressão</p><p>às comunidades.</p><p>Quando eclode a guerra dos 16 anos, uma das</p><p>partes da contenda, usou os Régulos de forma a</p><p>melhor poder dominar o seu adversário,</p><p>reconhecido que é o papel destes na mobilização</p><p>das comunidades.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 71</p><p>Hoje, depois de estudos efectuados, concluiu-se</p><p>por bem fazer uma reflexão mais profunda e</p><p>entender que de facto o papel do Chefe</p><p>Tradicional é de líder comunitário e papel do</p><p>Régulo foi uma criação da Administração</p><p>colonial. Já existem dispositivos legais que</p><p>valorizam o papel da estrutura tradicional na</p><p>dinamização das comunidades e em várias outras</p><p>actividades de carácter público com vista a criação</p><p>de uma harmonia dentro das comunidades.</p><p>Actualmente a autoridade tradicional é</p><p>reconhecida pelos vários dispositivos legais em</p><p>Moçambique, contribuindo desta forma para a</p><p>dinamização das relações entre estes e as</p><p>comunidades. As estruturas tradicionais</p><p>complementam as actividades da Administração</p><p>Pública na medida em que estas procuram dentro</p><p>do seus territórios satisfazer as necessidades das</p><p>comunidades.</p><p>72 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Como é que a autoridade tradicional influencia</p><p>a Administração Pública?</p><p>Resposta: A autoridade tradicional influencia a</p><p>Administração Pública na medida em estas</p><p>estrurturas tem um domínio sobre as comunidades</p><p>dentro do seu território. A estrutura tradicional</p><p>relaciona-se com a Administração Pública através</p><p>da sua inserção nas comunidades.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 73</p><p>Unidade N0 14-A0017</p><p>Tema:</p><p>Sistemas Administrativos</p><p>Introdução</p><p>Aos sistemas administrativos</p><p>referimos aos modos</p><p>jurídicos de organização, funcionamento e</p><p>controle da Administração Pública. A forma de</p><p>organização da administração não teve a mesma</p><p>característica ao longo dos tempos. O Direito</p><p>Comparado mostra claramente que elas diferem</p><p>no tempo e no espaço na medida em que cada país</p><p>seguiu seu sistema e em contextos diferentes.</p><p>Partiu-se de uma situação em que os cidadãos não</p><p>gozavam de garantias jurídicas para uma situação</p><p>em que surgem os Tribunais com independência</p><p>de controlar os actos administrativos.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Saber diferenciar os sistemas administrativos.</p><p> Compreender as razões históricas que levaram a</p><p>74 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>passagem do sistema tradicional para os</p><p>modernos.</p><p>Sumário</p><p>A estruturação da Administração Pública varia em</p><p>função do tempo e do espaço, tal como acontece</p><p>com os sistemas políticos e com os sistemas</p><p>judiciais. Significa que os modos jurídicos de</p><p>organização, funcionamento e controle da</p><p>Administração Pública não são os mesmos em</p><p>todas as épocas e países (CAETANO).</p><p>Há duas grandes distinções que se pode fazer em</p><p>relação aos sistemas administrativos ou de</p><p>Administração Pública. Temos o sistema</p><p>tradicional que vigorou na Europa até aos séculos</p><p>XVII e XVIII e os sistemas modernos que se</p><p>implantaram à posterior. Dentro dos sistemas</p><p>modernos, há que fazer novas subdivisões na</p><p>medida em que a eforma como o sistema estava</p><p>estruturado na Inglaterra é diferente da forma</p><p>como estava estruturado na França.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 75</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Quais os sistemas administrativos que</p><p>conhece?</p><p>Resposta: Os sistemas administrativos são o</p><p>tradicional e o moderno.</p><p>Unidade N0 15-A0017</p><p>Tema:</p><p>Sistema Tradicional</p><p>Introdução</p><p>A Europa viveu durante muitos séculos regidos</p><p>pelo sistema tradicional de administração. Este</p><p>sistema limitava as liberdades dos cidadãos na sua</p><p>relação com a administração, saíndo sempre</p><p>76 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>sacrificada na medida em que estes não</p><p>beneficiavam de protecção dos actos ilegais</p><p>praticados pela administração. A forma como a</p><p>administração estava organizada, como</p><p>funcionava e a relação que os cidadãos tinham</p><p>com a administração fazia com que estes órgãos</p><p>estivessem com poderes exorbitantes sobre eles.</p><p>Não havia órgãos independentes a fazer o controle</p><p>dos actos administrativos.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer as características do sistema</p><p>tradicional</p><p> Conhecer os pontos fracos do sistema</p><p>tradicional para os cidadãos.</p><p>Sumário</p><p>O sistema administrativo tradicional vigorou na</p><p>Europa até aos séculos XVII e XVIII, tinha</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 77</p><p>duas características essenciais. A primeira era a</p><p>indiferenciação das funções administrativas das</p><p>jurisdicionais e, consequentemente, inexistência</p><p>de uma separação rigorosa entre os órgãos do</p><p>poder executivo e do poder judicial. Os órgãos</p><p>de administração julgavam e administravam</p><p>sem distinção; e não havia subordinação da</p><p>Administração Pública ao Princípio da</p><p>Legalidade e, como consequência, havia</p><p>insuficiência do sistema de garantias jurídicas</p><p>dos particulares face às decisões da</p><p>administração. Portanto, não havia Estado de</p><p>Direito (CAETANO).</p><p>Portanto, os poderes estavam concentrados na</p><p>mesma figura e a administração não funcionava</p><p>regida por normas jurídicas. Desta forma, os</p><p>cidadãos estavam desprovidos de um sistema</p><p>de garantias jurídicas que podessem lhes</p><p>proteger em situação de ilegalidades da</p><p>administração.</p><p>Só com o fim do absolutismo é que esta forma</p><p>do cidadão se relacionar com a administração</p><p>terminou.</p><p>Surge a Grande Revolução na Inglaterra, em</p><p>1688, e a Revolução Francesa em 1789. Foram</p><p>estes dois grandes acontecimentos que levaram</p><p>78 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>ao fim do absolutismo na Europa e surgir os</p><p>sistemas modernos de administração.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Quais as características do sistema tradicional?</p><p>Resposta: O sistema tradicional caracteriza-se por</p><p>não haver separação de poderes e não haver</p><p>Estado de Direito.</p><p>2 - Quais os grandes acontecimentos que</p><p>marcaram a passagem do sistema tradicional para</p><p>os modernos?</p><p>Resposta: Os grandes acontecimentos que</p><p>marcaram a passagem do sistema tradicional para</p><p>os modernos é a grande revolução na Inglaterra e a</p><p>revolução francesa.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 79</p><p>Unidade N0 16-A0017</p><p>Tema:</p><p>Sistemas Modernos</p><p>Introdução</p><p>Os sistemas administrativos modernos surgem</p><p>como forma de dar mais liberdades e justiça aos</p><p>cidadãos na sua relação com a administração e</p><p>tornar os actos administrativos mais transparentes.</p><p>É com estes sistemas que os cidadãos passam a ter</p><p>onde recorrer dos actos administrativos ilegais da</p><p>administração, pois, surgem os tribunais como</p><p>órgãos independentes que fiscalizam a</p><p>administração. Passa a se estabelecer uma relação</p><p>jurídica entre os cidadãos e a administração. Tanto</p><p>no sistema do tipo britânico, assim como no</p><p>sistema do tipo francês surgem a separação de</p><p>poderes e o estado de direito como forma de dar</p><p>garantias jurídicas aos cidadãos.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>80 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Objectivos</p><p> Compreender as razões que levaram a passagem</p><p>do sistema tradicional para o moderno.</p><p> Compreender o que de mais valia o sistema</p><p>moderno traz para os cidadãos.</p><p>Sumário</p><p>Com a Grande Revolução na Inglaterra, em 1688,</p><p>e a Revolução Francesa, em 1789, surgem os</p><p>sistemas modernos de administração ou sistemas</p><p>administrativos modernos.</p><p>Marcelo CAETANO considera que os sistemas</p><p>modernos seguiram vias distintas, pois, com a</p><p>Revolução na Inglaterra surge uma determinada</p><p>forma de organização da administração que é</p><p>distinta da que surgiu na França com a Revolução</p><p>Francesa.</p><p>Na Inglaterra surge o sistema administrativo do</p><p>tipo britânico ou de administração judicial e na</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 81</p><p>França surge o sistema administrativo do tipo</p><p>francês ou de administração executiva.</p><p>A estruturação destes dois sistemas apresentam</p><p>técnicas administrativas diferentes, no que se</p><p>refere a organização administrativa, controle</p><p>jurisdicional da administração, direito regulador</p><p>da administração, execução das decisões</p><p>administrativas e garantias jurídicas dos</p><p>administrados.</p><p>Estes dois sistemas apresenta as diferenças que</p><p>anteriormente enumeramos mas também apresenta</p><p>elementos em comum como a separação de</p><p>poderes e estado de direito Idem.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – O que há em comum entre os sistemas</p><p>modernos?</p><p>Resposta: Entre os sistemas modernos existe em</p><p>comum o facto dos dois haver separação de</p><p>poderes e Estado de Direito.</p><p>82 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 17-A0017</p><p>Tema:</p><p>Sistema do Tipo Britânico ou de</p><p>Administração Judicial</p><p>Introdução</p><p>O sistema do tipo britânico, considerado de</p><p>administração judicial, pois, em princípio, os</p><p>órgão de administração não podem executar uma</p><p>decisão em que o cidadão remeteu às análises</p><p>judiciais. Neste sistema a administração não tem</p><p>prerrogativas de executar decisão que um cidadão</p><p>não concorda. A administração não tem autoridade</p><p>própria. O cidadão pode suspender a execução de</p><p>uma decisão submetendo ao Tribunal.</p><p>Ao completar esta unidade,</p><p>você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer as características do sistema do tipo</p><p>britânico.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 83</p><p> Saber porque este sistema é de administração</p><p>judicial.</p><p>Sumário</p><p>O sistema de tipo britânico ou de administração</p><p>judicial, continua Marcelo CAETANO,</p><p>caracteriza-se pela:</p><p> Separação de poderes;</p><p> Estado de Direito;</p><p> Quanto a organização administrativa é</p><p>descentralizado;</p><p> Quanto ao Direito regulador, a</p><p>Administração Pública rege-se pelo Direito</p><p>Comum, portanto, os órgãos assim como os</p><p>funcionários se regem pelo mesmo Direito</p><p>que os cidadãos anónimos. Aqui ninguém</p><p>dispõe de privilégios ou de prerrogativas de</p><p>autoridade pública;</p><p>84 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p> Quanto ao controle jurisdicional, a</p><p>Administração Pública está sujeita ao</p><p>Tribunal Comum;</p><p> Quanto a execução das decisões</p><p>administrativas, a administração não pode</p><p>executar as suas decisões por autoridade</p><p>própria. A administração não pode aplicar</p><p>meios coersivos caso o cidadão não acate</p><p>voluntariamente a uma sua decisão. Nesta</p><p>situação só a decisão do Tribunal é que deve</p><p>prevalecer através de uma sentença. As</p><p>decisões unilaterais da Administração</p><p>Pública não tem força executória;</p><p> Quanto as garantias jurídicas dos</p><p>administrados, os particulares dispõem de</p><p>um sistema de garantias contra as</p><p>ilegalidades e abusos da Administração</p><p>Pública.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 85</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Porque consideramos que o sistema do tipo</p><p>britânico é de administração judicial?</p><p>Resposta: Consideramos que o sistema do tipo</p><p>britânico é de administração judicial porque ela</p><p>não executa as suas decisões por autoridade</p><p>própria; ela depende da sentença judicial, caso o</p><p>cidadão não acate voluntariamente.</p><p>Unidade N0 18-A0017</p><p>Tema:</p><p>Sistema do Tipo Francês ou de</p><p>Administração Executiva</p><p>Introdução</p><p>O sistema do tipo francês, considerado de</p><p>administração executiva, pois, em princípio, os</p><p>86 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>órgão de administração podem executar as suas</p><p>decisões, independentemente dela estar a correr</p><p>nos Tribunais. Neste sistema a administração tem</p><p>prerrogativas de executar decisões que o cidadão</p><p>não concorda. A administração tem autoridade</p><p>própria.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer as características do sistema do tipo</p><p>francês.</p><p> Saber porque este sistema é de administração</p><p>executiva.</p><p>Sumário</p><p>O sistema de tipo francês ou de administração</p><p>executiva, continua Marcelo CAETANO,</p><p>caracteriza-se pela:</p><p> Separação de poderes;</p><p> Estado de Direito;</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 87</p><p> Quanto a organização administrativa, era</p><p>centralizado;</p><p> Quanto ao Direito regulador, a</p><p>Administração Pública rege-se pelo Direito</p><p>Administrativo, portanto os órgão e agentes</p><p>administrativos não estão na mesma posição</p><p>que os cidadãos, daí que a administração</p><p>dispõe de poderes de autoridade que lhes</p><p>permite impor as suas vontades aos</p><p>particulares, nascendo deste modo um</p><p>conjunto de normas jurídicas de Direito</p><p>Público, que é o Direito Administrativo;</p><p> Quanto ao controle jurisdicional, ela está</p><p>sujeita ao Tribunal Comum;</p><p> Ela goza do privilégio de execução prévia.</p><p>A administração possui um conjunto de</p><p>poderes “exorbitantes” sobre os cidadãos.</p><p>Portanto a administração executa as suas</p><p>decisões por autoridade própria,</p><p>contrariamente ao sistema britânico. Às</p><p>decisões da administração francesa, mesmo</p><p>que o cidadão não acate voluntariamente,</p><p>este órgão pode, por si só, empregar meios</p><p>coercivos, inclusive a polícia, para impor o</p><p>respeito da sua decisão. Mesmo que o</p><p>88 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>cidadão recorra ao Tribunal esta decisão não</p><p>é suspença, pois, os exorbitantes poderes</p><p>que a administração detem neste sistema</p><p>não lhe impede de continuar a executar.</p><p> Quanto as garantias jurídicas dos</p><p>administrados, assim como no sistema</p><p>britânico, no sistema francês, os</p><p>administrados tem um conjunto de garantias</p><p>jurídicas contra os abusos e ilegalidades da</p><p>Administração Pública. Essas garantias são</p><p>efectivadas através dos Tribunais</p><p>Administrativos, que são os órgãos que</p><p>fazem a fiscalização dos actos</p><p>administrativos neste sistema.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Porque consideramos que o sistema do tipo</p><p>francês é de administração executiva?</p><p>Resposta: Consideramos que o sistema do tipo</p><p>francês é de administração executiva porque ela</p><p>tem autoridade própria de executar as suas</p><p>decisões; ela não depende da sentença judicial.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 89</p><p>Unidade N0 19-A0017</p><p>Tema:</p><p>Evolução dos Sistemas</p><p>Administrativos Modernos</p><p>Introdução</p><p>O s sistemas administrativos modernos surgem</p><p>com a grande revolução na Inglaterra e a</p><p>revolução francesa, nos séculos XVII e XVIII,</p><p>com características distintas, na Inglaterra e na</p><p>França. Com a evolução que vai ocorrendo no</p><p>século XX, muito do que era considerado de</p><p>diferente foi se aproximando, tornando-se menos</p><p>diferentes sob ponto de vista técnico</p><p>administrativo.</p><p>90 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Compreender que os dois sistemas modernos</p><p>administrativos passaram a ser mais próximos.</p><p>Sumário</p><p>Os sistemas modernos quando surgiram</p><p>apresentavam grandes diferenças no que diz</p><p>respeito ao funcionamento e organização da</p><p>Administração Pública. Estes sistemas, o do tipo</p><p>britânico e o do tipo francês, não pararam no</p><p>tempo, pois, a evolução ocorrida no século XX</p><p>veio a determinar uma certa aproximação entre os</p><p>dois sistemas em alguns aspectos.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 91</p><p>Em relação `a organização administrativa a</p><p>administração britânica tornou-se mais</p><p>centralizada, devido ao crescimento da burocracia</p><p>central, a criação de vários serviços locais do</p><p>Estado e a transferência de serviços antes</p><p>executados ao nível municipal para os órgãos de</p><p>nível regional. A administração francesa foi</p><p>perdendo o carácter de centralizado, aceitando a</p><p>autonomia dos corpos intermédios, a eleição livre</p><p>dos órgãos autárquicos e uma vasta reforma</p><p>descentralizadora, transferindo-se importantes</p><p>funções do Estado para as regiões (CAETANO).</p><p>Quanto ao controle jurisdicional da administração,</p><p>na Inglaterra surgiram `as centenas os chamados</p><p>tribunais administrativos mas não a semelhança</p><p>dos tribunais existentes na França, pois, o controle</p><p>na Inglaterra ainda é feito pelo tribunal comum.</p><p>Os tribunais administrativos que surgiram na</p><p>Inglaterra não eram verdadeiros tribunais mas sim</p><p>órgãos administrativos independentes, criados</p><p>juntos da administração central para decidir</p><p>questões de direito administrativo. Na França,</p><p>aumenta significativamente as relações entre os</p><p>particulares e o Estado, submetidas `a fiscalização</p><p>dos tribunais comuns. Aparentemente existe uma</p><p>92 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>aproximação mas os controles jurisdicionais</p><p>continuam os mesmos. Na França pelo tribunal</p><p>administrativo e na Inglaterra pelos tribunais</p><p>comuns ou judiciais;</p><p>Quanto ao direito regulador, na Inglaterra</p><p>aumenta-se o intervencionismo económico do</p><p>Estado devido a transição do Estado liberal para o</p><p>Estado social de Direito. Na França, devido a</p><p>natureza da sua actividade económica, as</p><p>empresas públicas passam a funcionar nos moldes</p><p>do direito comercial, portanto, sob</p><p>a égide do</p><p>direito privado e não administrativo;</p><p>Quanto à execução das decisões administrativas,</p><p>surge na Inglaterra os tribunais administrativos,</p><p>que não são verdadeiros tribunais mas sim órgãos</p><p>administrativos independentes, criados juntos da</p><p>administração central para decidir questões do</p><p>direito administrativo. As suas decisões são</p><p>imediatamente obrigatórias aos cidadão carecem</p><p>de homologacão judicial. Por seu turno, a</p><p>administração francesa concede aos particulares a</p><p>possibilidade de obter dos tribunais</p><p>administrativos a suspensão da eficácia das</p><p>decisões unilaterais da administração.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 93</p><p>Quanto às garantias jurídicas dos administrados,</p><p>na França os tribunais administrativos ganham</p><p>mais poderes face à administração. Eles já podem</p><p>ir mais longe do que a mera anulação de actos</p><p>ilegais. Na França, assim como na Inglaterra,</p><p>adoptaram da mais recente instituição de</p><p>protecção dos particulares, o Provedor de Justiça.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual a instituição moderna que surgiu nos dois</p><p>sistemas modernos que vem dar mais garantias</p><p>jurídicas aos cidadãos?</p><p>Resposta: A instituição moderna que vem dar mais</p><p>garantias jurídicas aos cidadãos é o Provedor de</p><p>Justiça.</p><p>94 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 020-A0017</p><p>Tema:</p><p>Princípio da Prossecução do Interesse Público</p><p>Introdução</p><p>A Administração Pública surge para prosseguir o</p><p>interesse público mas ela não pode ser feita de</p><p>qualquer maneira, ela deve-se guiar por certos</p><p>valores e regras e não de forma arbitrária. O</p><p>princípio da prossecução do interesse público é o</p><p>guia da Administração Pública, pois, ela move-se</p><p>com vista a implementar o interesse geral.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 95</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer o princípio motor da Administração</p><p>Pública.</p><p> Compreender que o interesse público não é</p><p>definido pela Administração Pública.</p><p>Sumário</p><p>A administração Pública actua, move-se e</p><p>funciona para prosseguir o interesse público e para</p><p>tal ela faz dentro do respeito de certos limites e</p><p>valores. O princípio motor da Administração</p><p>Pública é o da prossecução do interesse público.</p><p>O interesse público como o interesse geral de uma</p><p>determinada comunidade, o bem comum. Para ele,</p><p>o interesse público representa a esfera das</p><p>necessidades a que a iniciativa privada não pode</p><p>96 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>responder e que são vitais para as comunidades na</p><p>sua totalidade (CAETANO).</p><p>Este princípo tem numerosas consequências</p><p>práticas, tais como:</p><p> A Lei é que define o interesse público; não</p><p>pode ser a Administração Pública a definir,</p><p>salvo se Lei a habilitar para o efeito;</p><p> A noção de interesse público é de conteúdo</p><p>variável; o que ontem foi considerado</p><p>conforme ao interesse público, hoje poderá</p><p>ser contrário e o que hoje é tido como</p><p>inconveniente, pode amanhã ser considerado</p><p>vantajoso. Não é possível definir o interesse</p><p>público de uma forma rígida e inflexível;</p><p> Definido o interesse público pela Lei, a sua</p><p>prossecução pela Administração é</p><p>obrigatória;</p><p> Se um órgão da Administração praticar um</p><p>acto que não tenha por motivo determinante</p><p>o interesse público, este acto estará viciado</p><p>por desvio de poder, e por conseguinte, o</p><p>acto é ilegal, anulável contenciosamente;</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 97</p><p> A prossecução do interesse privado em vez</p><p>do interesse público, por parte de qualquer</p><p>órgão ou agente de Administração no</p><p>exercício das suas funções, constitui</p><p>corrupção, e como tal acarreta um conjunto</p><p>de sanções, quer administrativas, quer</p><p>penais, para quem assim proceder; e</p><p> A obrigação de prosseguir o interesse</p><p>público exige da Administração que adopte</p><p>em relação a cada caso concreto as melhores</p><p>soluções possíveis do ponto de vista</p><p>administrativo (técnico financeiro).</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Quem define o interesse público?</p><p>Resposta: O interesse público é definido pela Lei.</p><p>98 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 021-A0017</p><p>Tema:</p><p>Princípio da Legalidade</p><p>Introdução</p><p>A Administração Pública ao prosseguir o interesse</p><p>público deve fazer guiando-se por certas regras.</p><p>Na história da Administração Pública, ela nem</p><p>sempre funcionou regida por normas jurídicas. O</p><p>princípio da legalidade teve, ao longo da história,</p><p>diversas formas de ser interpretada, passando pela</p><p>limitação de acção dos órgãos de administração</p><p>em relação aos cidadãos até à protecção do</p><p>interesse público</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Compreender a história do princípio da</p><p>legalidade.</p><p> Compreender que nem sempre a administração</p><p>estava sujeita às normas jurídicas.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 99</p><p>Sumário</p><p>A Administração para prosseguir o interesse</p><p>público não pode fazer de qualquer maneira, e</p><p>muito menos de maneira arbitrária: Tem de fazê-lo</p><p>com observância de um certo número de</p><p>princípios e regras.</p><p>O Princípio da Legalidade, é sem dúvida, um dos</p><p>mais importantes princípios gerais de Direito</p><p>aplicáveis à Administração Pública, e que, aliás,</p><p>se encontrava consagrado como princípio geral do</p><p>Direito Administrativo antes mesmo que a</p><p>Constituição o mencionasse explicitamente</p><p>(CAETANO).</p><p>O Princípio da Legalidade era tradicionalmente</p><p>definido da seguinte maneira:</p><p>Nenhum órgão ou agente da Administração</p><p>Pública tem a faculdade de praticar actos que</p><p>possam lesar ou contender com interesses alheios</p><p>se não em virtude de uma norma geral anterior.</p><p>100 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Esta definição consiste fundamentalmente numa</p><p>proibição: A proibição de a Administração Pública</p><p>lesar os Direitos ou interesses dos particulares,</p><p>salvo com base na Lei. O Princípio da Legalidade</p><p>aparecia encarado como um limite à acção</p><p>administrativa, limite este estabelecido no</p><p>interesse dos particulares.</p><p>A doutrina mais recente entende o Princípio da</p><p>Legalidade de outra maneira:</p><p>Os órgãos e agentes de Administração Pública só</p><p>podem agir com fundamento na Lei e dentro dos</p><p>limites por ela impostos.</p><p>O Princípio da Legalidade aparece agora definido</p><p>de uma forma positiva. Diz-se o que a</p><p>Administração Pública deve ou pode fazer, e não</p><p>apenas aquilo que ela está proibido de fazer. Em</p><p>segundo lugar, cobre e barca todos aspectos da</p><p>actividade administrativa e não apenas aqueles</p><p>que possam consistir na lesão dos Direitos ou</p><p>interesse dos particulares. O Princípio da</p><p>Legalidade visa também proteger o interesse</p><p>público, e não apenas o interesse dos particulares.</p><p>Em terceiro lugar, a Lei não é apenas um limite à</p><p>actuação da Administração, é também o</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 101</p><p>fundamento da acção administrativa. Quer isso</p><p>dizer que, hoje em dia, não há um poder livre de a</p><p>Administração fazer o que bem entender, salvo</p><p>quando a Lei lho proibir.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual a necessidade da administração estar</p><p>sujeita às normas jurídicas?</p><p>Resposta: A administração está sujeita às normas</p><p>jurídicas para garantir uma maior transparência na</p><p>sua organização e na sua acção em relação aos</p><p>cidadãos.</p><p>102 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 022-A0017</p><p>Tema:</p><p>Princípio da Igualdade</p><p>Introdução</p><p>A administração ao prosseguir o interesse público</p><p>tem-se relacionado com os cidadãos. É nesta</p><p>relação que a administração</p><p>não deve privilegiar,</p><p>prejudicar ou beneficiar um cidadão em razão da</p><p>cor, filiação partidária, ideológica, etc. O princípio</p><p>da igualdade pressupõe-se que se dê tratamento</p><p>igual a pessoas iguais e tratamento diferente a</p><p>pessoas diferentes.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 103</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer as características do princípio da</p><p>igualdade.</p><p> Saber diferenciar a obrigação da diferenciação</p><p>da proibição da discriminação.</p><p>Sumário</p><p>Nas suas relações com os particulares, a</p><p>Administração Pública deve reger-se pelo</p><p>Princípio da Igualdade, não podendo privilegiar,</p><p>beneficiar, prejudicar, privar de qualquer direito</p><p>ou isentar de qualquer dever nenhum administrado</p><p>em razão de ascendência, sexo, raça, língua,</p><p>território de origem, religião, convicção política</p><p>ou ideológica, instrução, situação económica ou</p><p>condição social.</p><p>A igualdade impõe que se trate de modo igual o</p><p>que é juridicamente igual e de modo diferente o</p><p>104 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>que é juridicamente diferente, na medida da</p><p>diferença (CAETANO).</p><p>O Princípio da Igualdade se protege</p><p>fundamentalmente em duas direcções:</p><p> Proibição da discriminação</p><p>Uma medida é discriminatória, e é, por</p><p>conseguinte, proibida por violação do</p><p>Princípio da Igualdade.</p><p> Obrigação da diferenciação</p><p>A obrigação da diferenciação parte da ideia</p><p>de que a igualdade não é absoluta.</p><p>O Princípio da Igualdade manda tratar por igual as</p><p>situações que forem juridicamente idênticas, mas,</p><p>como vimos, aceita tratamento desigual para as</p><p>situações que forem diferentes. Daí que haja, na</p><p>própria Constituição da República e nas Leis a</p><p>previsão e adopção de medidas administrativas</p><p>especiais de protecção em relação aos mais</p><p>desfavorecidos, em relação às classes mais pobres</p><p>da sociedade, ou em relação àqueles grupos de</p><p>pessoas que pela sua situação física ou social</p><p>careçam de uma protecção mais forte,</p><p>designadamente a protecção especial à infância, à</p><p>juventude, à terceira idade, aos trabalhadores, etc.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 105</p><p>É aí que decorre a necessidade de tratar</p><p>desigualmente o que deveria ser igual, as</p><p>chamadas discriminações positivas.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Quando consideramos que uma medida</p><p>administrativa é discriminatória?</p><p>Resposta: Consideramos que uma medida</p><p>administrativa é discriminatória quando viola o</p><p>princípio da igualdade.</p><p>Unidade N0 023-A0017</p><p>Tema:</p><p>Princípio da Publicidade</p><p>106 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Introdução</p><p>O princípio da publicidade tem a razão de</p><p>existência na medida em que as medidas</p><p>administrativas devem chegar ao conhecimento</p><p>dos cidadãos. Qualquer que seja a decisão</p><p>administrativa ao ser tomada, há mecanismos</p><p>legais que facilitam que ela chegue ao</p><p>conhecimento dos cidadãos. Significa que a</p><p>própria Lei estabele as formas como as medidas</p><p>chegam aos cidadãos.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer a importância do princípio da</p><p>publicidade para Administração Pública</p><p> Conhecer as formas de publicidade.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 107</p><p>Sumário</p><p>A publicidade é a operação pela qual as decisões</p><p>administrativas são levadas ao conhecimento dos</p><p>interessados. As formalidades de publicidade</p><p>permitem determinar o momento a partir do qual o</p><p>acto entra em vigor (CAETANO).</p><p>Distingue-se geralmente, como forma de</p><p>publicidade, a publicação da notificação.</p><p>A publicação é um modo de publicidade</p><p>impessoal, que é inserido numa colectânea oficial</p><p>(por exemplo, o Boletim da República). Em certos</p><p>casos, a Constituição da República, a Lei ou os</p><p>Regulamentos administrativos, impõem um</p><p>determinado modo de publicação. É o caso dos</p><p>Decretos e Despachos Presidenciais e dos</p><p>Decretos e Resoluções do Conselho de Ministros</p><p>que são publicados no Boletim da República.</p><p>Também é o caso das Deliberações e decisões das</p><p>Autarquias Locais. O n.º 1 do Artigo 13 da Lei</p><p>2/97, de 18 de Fevereiro, considera que as</p><p>Deliberações e decisões dos órgãos das Autarquias</p><p>são publicadas, mediante afixação, durante 30 dias</p><p>consecutivos, na Sede da Autarquia Local.</p><p>108 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>A notificação é a operação pela qual uma</p><p>autoridade administrativa informa oficial e</p><p>pessoalmente aos destinatários de uma decisão</p><p>administrativa. É um modo de publicidade</p><p>pessoal.</p><p>As medidas de publicidade são muito importantes</p><p>porque elas determinam normalmente o momento</p><p>da entrada em vigor da decisão administrativa e a</p><p>sua executoriedade.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual a importância do princípio da publicidade</p><p>para Administração Pública?</p><p>Resposta: O princípio da publicidade tem a</p><p>importância de levar ao conhecimento dos</p><p>cidadãos as decisões administrativas que são</p><p>tomadas.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 109</p><p>Unidade N0 024-A0017</p><p>Tema:</p><p>Princípio do Poder Discricionário</p><p>Introdução</p><p>Do poder discricionário se distingue o poder</p><p>vinculado. Enquanto que o vinculado, o agente de</p><p>administração age dentro de uma norma</p><p>previamente estabelecida, no poder discricionário</p><p>ele tem um domínio de liberdade de tomar</p><p>decisão. Não significa que seja uma decisão ilegal</p><p>mas ele tem a liberdade de optar pela melhor saída</p><p>110 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>sob ponto de vista técnico ou administrativo. O</p><p>poder vinculado está adstrito à Lei.</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer a diferença entre o poder vinculado do</p><p>poder discricionário</p><p> Compreender que o uso do poder discricionário</p><p>não é ilegal.</p><p>Sumário</p><p>O Poder Discricionário é aquele que o Direito</p><p>concede à Administração Pública para a prática de</p><p>actos administrativos com liberdade na escolha de</p><p>sua conveniência, oportunidade e conteúdo.</p><p>Distingue-se do poder vinculado pela maior</p><p>liberdade de acção que é conferida ao</p><p>Administrador. Se para a prática de um acto</p><p>vinculado, a autoridade pública está adstrita à Lei</p><p>em todos os seus elementos formadores, para</p><p>praticar um acto discricionário é livre, no âmbito</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 111</p><p>em que a Lei lhe concede essa faculdade</p><p>(CAETANO).</p><p>Como exemplo do exercício do Poder</p><p>Discricionário, temos a nomeação para o cargo,</p><p>em comissão de serviço, acto em que o</p><p>Administrador Público possui uma liberdade de</p><p>escolha, ou seja, pode nomear aquele que for da</p><p>sua total confiança, não se exigindo nenhuma</p><p>selecção prévia.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – A utilização do poder discricionário não é</p><p>violação à Lei?</p><p>Resposta: A utilização do poder discricionário não</p><p>é violação à Lei mas uma acção não regida por Lei</p><p>que vem dar solução a uma determinada situação.</p><p>REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA</p><p>112 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>AMARAL, D. Freita, Manual de Direito</p><p>Administrativo, Volume I;</p><p>CAUPERS, João, Introdução ao Direito</p><p>Administrativo, Âncora Editora, 2000;</p><p>CAETANO, Marcelo, Manual de Direito</p><p>Administrativo, Editora Coímbra, Tomo I;</p><p>Constituição da República de 1990;</p><p>FERNANDES, António José, Introdução à</p><p>Ciência Política, Porto Editora, 1995;</p><p>HENRIQUES, Víctor & CABRITO, Belmiro</p><p>Gil, Introdução à Política, Texto Editora,</p><p>1995;</p><p>MANUEL, Carlos, Textos de Apoio -</p><p>Seminários sobre Descentralização</p><p>Administrativa, 1995;</p><p>MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>ESTATAL, Documentos da Reforma dos</p><p>Órgãos Locais do Estado, 1992;</p><p>MECANISMO DE APOIO DE REVISÃO</p><p>DE</p><p>PARES, Relatório, 2010;</p><p>Lei 2/97, de 18 de Fevereiro</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 113</p><p>36</p><p>A Justiça ................................................................................................................ 36</p><p>Introdução .............................................................................................................. 36</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 37</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 38</p><p>Unidade N0 09-A0017 39</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 39</p><p>Evolução Histórica da Administração Pública em Moçambique ................................... 39</p><p>Introdução .............................................................................................................. 39</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 40</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 49</p><p>Unidade N0 010-A0017 49</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 49</p><p>Poder Local em Moçambique ................................................................................ 49</p><p>Introdução .............................................................................................................. 50</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 iii</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 50</p><p>Compete `as autarquias locais planificar, pressupondo-se que concebam planos a</p><p>médio e longo prazos; elaborar plano de desenvolvimento e de ordenamento do</p><p>território, e estes devem ser ratificados pelo Governo Central; elaborar planos de</p><p>estrutura e urbanização, planos de áreas prioritárias de desenvolvimento urbano e</p><p>de construção, e planos de zonas de protecção urbana e de áreas críticas de</p><p>recuperação e de reconversão urbanística. ............................................................ 54</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 55</p><p>Unidade N0 011-A0017 56</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 56</p><p>Administração Pública como Poder ................................................................................ 56</p><p>Introdução .............................................................................................................. 56</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 57</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 60</p><p>Unidade N0 012-A0017 61</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 61</p><p>Submissão da Administração Pública às Leis ................................................................. 61</p><p>Introdução ....................................................................................................................... 61</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 62</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 64</p><p>Unidade N0 013-A0017 65</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 65</p><p>O Papel das Estruturas Tradicionais e suas ........................................................... 65</p><p>Influências na Administração Pública ................................................................... 65</p><p>Introdução .............................................................................................................. 65</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 66</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 72</p><p>Unidade N0 14-A0017 73</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 73</p><p>Sistemas Administrativos ...................................................................................... 73</p><p>Introdução .............................................................................................................. 73</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 74</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 75</p><p>Unidade N0 15-A0017 75</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 75</p><p>Sistema Tradicional ............................................................................................... 75</p><p>Introdução .............................................................................................................. 75</p><p>iv Índice</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 76</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 78</p><p>Unidade N0 16-A0017 79</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 79</p><p>Sistemas Modernos ................................................................................................ 79</p><p>Introdução .............................................................................................................. 79</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 80</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 81</p><p>Unidade N0 17-A0017 82</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 82</p><p>Sistema do Tipo Britânico ou de ........................................................................... 82</p><p>Administração Judicial .......................................................................................... 82</p><p>Introdução .............................................................................................................. 82</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 83</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 85</p><p>Unidade N0 18-A0017 85</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 85</p><p>Sistema do Tipo Francês ou de .............................................................................. 85</p><p>Administração Executiva ...................................................................................... 85</p><p>Introdução .............................................................................................................. 85</p><p>Sumário ...........................................................................................................................</p><p>86</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 88</p><p>Unidade N0 19-A0017 89</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 89</p><p>Evolução dos Sistemas .......................................................................................... 89</p><p>Administrativos Modernos .................................................................................... 89</p><p>Introdução .............................................................................................................. 89</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 90</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 93</p><p>Unidade N0 020-A0017 94</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 94</p><p>Princípio da Prossecução do Interesse Público ..................................................... 94</p><p>Introdução .............................................................................................................. 94</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 95</p><p>Exercícios ........................................................................................................................ 97</p><p>Unidade N0 021-A0017 98</p><p>Tema: .............................................................................................................................. 98</p><p>Princípio da Legalidade ......................................................................................... 98</p><p>Introdução .............................................................................................................. 98</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 v</p><p>Sumário ........................................................................................................................... 99</p><p>Exercícios ...................................................................................................................... 101</p><p>Unidade N0 022-A0017 102</p><p>Tema: ............................................................................................................................ 102</p><p>Princípio da Igualdade ......................................................................................... 102</p><p>Introdução ............................................................................................................ 102</p><p>Sumário ......................................................................................................................... 103</p><p>Exercícios ...................................................................................................................... 105</p><p>Unidade N0 023-A0017 105</p><p>Tema: ............................................................................................................................ 105</p><p>Princípio da Publicidade ...................................................................................... 105</p><p>Introdução ............................................................................................................ 106</p><p>Sumário ......................................................................................................................... 107</p><p>Exercícios ...................................................................................................................... 108</p><p>Unidade N0 024-A0017 109</p><p>Tema: ............................................................................................................................ 109</p><p>Princípio do Poder Discricionário ....................................................................... 109</p><p>Introdução ............................................................................................................ 109</p><p>Sumário ......................................................................................................................... 110</p><p>Exercícios ...................................................................................................................... 111</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 1</p><p>Visão geral</p><p>Benvindo `a Teoria Geral de</p><p>Administração Pública</p><p>O estudo da Administração Pública, como ciência autónoma, é</p><p>recente, tanto no mundo assim como em Moçambique.</p><p>Anteriormente a Administração Pública era associada ao Direito</p><p>mas hoje ela assumiu-se como uma ciência com seu próprio</p><p>objecto.</p><p>O manual de Teoria Geral de Administração Pública contém</p><p>conhecimentos gerais sobre a administração pública, no que</p><p>concerne `a sua natureza, organização, funcionamento e a sua</p><p>relação com os particulares, os cidadãos.</p><p>A administração pública, historicamente, foi evoluindo desde</p><p>períodos em que os cidadãos não gozavam de um sistema de</p><p>garantias jurídicas face `a administração até ao momento actual em</p><p>que estes podem recorrer dos actos ilegais da administração.</p><p>Com a Revolução Francesa surgem os sistemas modernos de</p><p>administração pública caracterizados pela separação de poderes e</p><p>Estado de Direito.</p><p>Objectivos do curso</p><p>Quando terminar o estudo da Teoria Geral de Administração Pública, o</p><p>estudante será capaz de:</p><p>2 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Objectivos</p><p> Dominar conhecimentos técnicos profissionais da</p><p>Administração Pública.</p><p> Reforçar a capacidade institucional da Administração Pública</p><p>no seu posto trabalho.</p><p> Ter gosto pela coisa pública.</p><p> Tornar-se capaz e motivado para desempenhar com sucesso as</p><p>suas actividades.</p><p>Quem deveria estudar este</p><p>módulo</p><p>Este módulo foi concebido para todos aqueles que frequentam os cursos à</p><p>distância, oferecidos pela Universidade Católica de Moçambique (UCM),</p><p>através do seu Centro de Ensino à Distância (CED).</p><p>Como está estruturado este</p><p>módulo</p><p>Todos os módulos dos cursos produzidos por UCM - CED encontram-se</p><p>estruturados da seguinte maneira:</p><p>Páginas introdutórias</p><p> Um índice completo.</p><p> Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os</p><p>aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.</p><p>Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de</p><p>começar o seu estudo.</p><p>Conteúdo do curso / módulo</p><p>O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma</p><p>introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo</p><p>actividades de aprendizagem, um resumo da unidade e uma ou mais</p><p>actividades para auto-avaliação.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 3</p><p>Outros recursos</p><p>Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista</p><p>de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos podem incluir</p><p>livros, artigos ou sites na internet.</p><p>Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação</p><p>Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de cada</p><p>unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para</p><p>desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes</p><p>elementos encontram-se no final do modulo.</p><p>Comentários e sugestões</p><p>Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários</p><p>sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários</p><p>serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo.</p><p>Ícones de actividade</p><p>Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das</p><p>folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo</p><p>de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma</p><p>nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.</p><p>Acerca dos ícones</p><p>Os icones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por</p><p>adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África</p><p>Ocidental,</p><p>datam do século XVII e ainda se usam hoje em dia.</p><p>Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada</p><p>um com uma descrição do seu significado e da forma como nós</p><p>interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao</p><p>longo deste módulo.</p><p>Habilidades de estudo</p><p>Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões</p><p>nomeadamente: o lado social, profissional e estudante, daí ser importante</p><p>planificar muito bem o seu tempo.</p><p>Procure reservar no mínimo 2(duas) horas de estudo por dia e use ao</p><p>máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se que é</p><p>necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui, a data, o</p><p>4 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem estudar (sozinho,</p><p>com colegas, outros).</p><p>Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não produz</p><p>bons resultados, use métodos mais activos, procure desenvolver suas</p><p>competências mediante a resolução de problemas específicos, estudos de</p><p>caso, reflexão, etc.</p><p>O manual contém muita informação, algumas chaves, outras</p><p>complementares, daí ser importante saber filtrar e apresentar a</p><p>informação mais relevante. Use estas informações para a resolução das</p><p>exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A tomada de</p><p>notas desempenha um papel muito importante.</p><p>Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano de</p><p>desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os seus pontos</p><p>fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.</p><p>Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o</p><p>responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,</p><p>organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.</p><p>Precisa de apoio?</p><p>Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra situação, o</p><p>material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida (falta de clareza,</p><p>alguns erros de natureza frásica, prováveis erros ortográficos, falta de</p><p>clareza conteudística, etc). Nestes casos, contacte o tutor, via telefone,</p><p>escreva uma carta participando a situação e se estiver próximo do tutor,</p><p>contacte-o pessoalmente.</p><p>Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o</p><p>estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o tutor,</p><p>usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.</p><p>Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de</p><p>problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado, numa fase</p><p>posterior contacte o coordenador do curso e se o problema for da natureza</p><p>geral, contacte a direcção do CED, pelo número 825018440.</p><p>Os contactos só se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas normais de</p><p>expediente.</p><p>As sessões presenciais são um momento em que você caro estudante, tem</p><p>a oportunidade de interagir com todo o staff do CED, neste período pode</p><p>apresentar dúvidas, tratar questões administrativas, entre outras.</p><p>O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta, busque</p><p>apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-me mutuamente,</p><p>reflictam sobre estratégias de superação, mas produza de forma</p><p>independente o seu próprio saber e desenvolva suas competências.</p><p>Juntos na Educação à Distância, vencendo a distância.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 5</p><p>Tarefas (avaliação e auto-</p><p>avaliação)</p><p>O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e auto-</p><p>avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é importante</p><p>que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues antes do período</p><p>presencial.</p><p>Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não</p><p>cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação do</p><p>estudante.</p><p>As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser</p><p>dirigidos ao tutor/docentes.</p><p>Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, contudo os</p><p>mesmos devem ser devidamente referenciados, respeitando os direitos do</p><p>autor.</p><p>O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8 (oito)</p><p>palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A honestidade ,</p><p>humildade científica e o respeito pelos direitos autorais devem marcar a</p><p>realização dos trabalhos.</p><p>Avaliação</p><p>Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e o</p><p>período presencial (20%). A avaliação do estudante é regulamentada com</p><p>base no chamado regulamento de avaliação.</p><p>Os trabalhos de campo por si desenvolvidos , durante o estudo individual,</p><p>concorrem para os 25% do cálculo da média de frequência da cadeira.</p><p>Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem para</p><p>os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.</p><p>Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões</p><p>presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da média</p><p>de frequência, determinam a nota final com a qual o estudante conclui a</p><p>cadeira.</p><p>A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de: (a) admissão ao exame,</p><p>(b) nota de exame e, (c) conclusão do módulo.</p><p>Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 3 (três) trabalhos; 2 (dois)</p><p>testes escritos e 1 (um) exame escrito.</p><p>6 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Não estão previstas quaisquer avaliação oral.</p><p>Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão utilizadas</p><p>como ferramentas de avaliação formativa.</p><p>Durante a realização das avaliações , os estudantes devem ter em</p><p>consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de</p><p>cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as recomendações, a</p><p>indicação das referências utilizadas, o respeito pelos direitos do autor,</p><p>entre outros.</p><p>Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.</p><p>Consulte-os.</p><p>Alguns feedbacks imediatos estão apresentados no manual.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 7</p><p>Unidade N0 01-A0017</p><p>Tema:</p><p>Conceito de Administração Pública</p><p>Introdução</p><p>Ao falarmos de Administração Pública é preciso</p><p>ter presente um conjunto de necessidades</p><p>colectivas que são assumidas como tarefa</p><p>fundamentais a serem executadas por órgãos</p><p>específicos. Portanto, há necessidades colectivas</p><p>que são criadas pelas próprias sociedades e elas</p><p>devem ser satisfeitas. O conceito de</p><p>Administração Pública varia em função da</p><p>perspectiva em que ela é apresentada. Temos o</p><p>sentido orgânico (órgãos) e sentido material</p><p>(actividades).</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>8 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Objectivos</p><p> Conceituar a Administração Pública;</p><p> Identificar o objecto de estudo da Administração</p><p>Pública; e</p><p> Diferenciar os vários sentidos da expressão</p><p>Administração Pública.</p><p>Sumário</p><p>Já nos referimos anteriormente que o conceito de</p><p>Administração Pública varia em função da</p><p>perspectiva que se pretende. O ponto comum é a</p><p>satisfação de um conjunto de necessidades</p><p>colectivas, e que para tal, são criados serviços.</p><p>Para poder satisfazer estas necessidades colectivas</p><p>são necessários meios materiais e humanos.</p><p>Portanto, onde quer que exista e se manifeste com</p><p>intensidade suficiente uma necessidade colectiva</p><p>aí surgirá um serviço público destinado a</p><p>satisfaze-la.</p><p>Ao se referir ao conceito de Administração</p><p>Pública, há uma contraposição entre organização</p><p>(dimensão estática) e actividades/materiais</p><p>(dimensão dinâmica) (CAETANO).</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 9</p><p>Ao sistema de órgãos, serviços e agentes de</p><p>Estado, bem como das demais pessoas colectivas</p><p>públicas, que asseguram em nome da</p><p>colectividade a satisfação regular e contínua das</p><p>necessidades colectivas de segurança, cultura e</p><p>bem-estar referimo-nos à Administração Pública</p><p>no sentido orgânico, de organização ou subjectivo.</p><p>Aqui refere-se às pessoas colectivas públicas</p><p>dotadas de personalidade</p><p>jurídica e serviços</p><p>públicos. A Administração Pública nesta</p><p>perspectiva não se resume à organização dos</p><p>serviços centrais do Estado, como os Governos</p><p>Centrais, os Ministérios, etc., inclui também os</p><p>serviços locais que desenvolvem de forma</p><p>descontinuada funções de interesse geral. É</p><p>necessário também referir que a Administração</p><p>Pública não se limita ao Estado, pois, existem</p><p>outras entidades e organismos que também</p><p>desenvolvem a actividade administrativa.</p><p>Às actividades típicas dos serviços públicos e</p><p>agentes administrativos desenvolvida no interesse</p><p>geral da colectividade, com vista à satisfação</p><p>regular e contínua das necessidades colectivas de</p><p>segurança, cultura e bem-estar, obtendo para o</p><p>efeito os recursos mais adequados e utilizando as</p><p>10 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>formas mais convenientes, referimo-nos à</p><p>administração pública no sentido material ou</p><p>objectivo, como sinónimo de actividades</p><p>administrativas. Aqui refere-se às actividades</p><p>contínuas, permanentes e regulares desenvolvidas</p><p>pelos poderes públicos com vista à satisfação das</p><p>necessidades colectivas.</p><p>Destas distinções da Administração Pública</p><p>poderá ter notado a diferença na grafia.</p><p>Pretendendo uma precisão terminológica dos</p><p>conceitos, a Administração Pública escrita com</p><p>iniciais maiúsculas é no sentido orgânico e escrita</p><p>com iniciais minúsculas é no sentido material (DE</p><p>AMARAL)</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 11</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual é o principal objecto de estudo da</p><p>Administração Pública?</p><p>Resposta: O principal objecto de estudo da</p><p>Administração Pública é a satisfação das</p><p>necessidades colectivas.</p><p>2 – Quais os principais sentidos da Administração</p><p>Pública?</p><p>Resposta: Os principais sentidos da Administração</p><p>Pública são: Orgânico e material.</p><p>12 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 02-A0017</p><p>Tema:</p><p>Órgãos da Administração Pública</p><p>Introdução</p><p>Convém notar que nem todos os órgãos que</p><p>concorrem para satisfação das necessidades</p><p>colectivas tem a mesma origem ou natureza. Uns</p><p>são criados e geridos directamente pelo Estado,</p><p>outros são entregues à entidades autónomas e</p><p>outros são entidades tradicionais de origem</p><p>religiosa e assumida pelo Estado. O comum é que</p><p>todos tem como objecto a satisfação de</p><p>necessidades colectivas.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Aprofundar o conhecimento sobre o objecto da</p><p>Administração Pública; e</p><p> Conhecer os diferentes órgãos que satisfazem as</p><p>necessidades colectivas.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 13</p><p>Sumário</p><p>A Administração Pública não consiste</p><p>fundamentalmente na organização dos serviços</p><p>Centrais do Estado, como o Governo, os</p><p>Ministérios, as Direcções Gerais, etc, mas tudo</p><p>isto pertence à Administração Pública. Esta é uma</p><p>parte da Administração Pública no seu conjunto.</p><p>Existem órgãos e serviços locais que desenvolvem</p><p>de forma desconcentrada funções de interesse</p><p>geral. A Administração Pública não se limita ao</p><p>Estado, inclui-o e comporta muitas outras</p><p>entidades e organismos. Para ele, nem toda</p><p>actividade administrativa é actividade estadual, na</p><p>medida em que ao lado do Estado existem muitos</p><p>outros órgãos que também desenvolvem a</p><p>Administração Pública (CAETANO).</p><p>Os Municípios, as Freguesias, Regiões</p><p>Autónomas, Universidades, Instituições Públicas,</p><p>Empresas Públicas, etc., são órgãos com</p><p>14 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>personalidade própria que localmente concorrem</p><p>para a satisfação de necessidades colectivas.</p><p>Os Municípios surgem antes do Estado. As</p><p>primeiras manifestações da administração pública</p><p>começaram ao nível local. Hoje o Estado</p><p>simplesmente regula o estatuto jurídico dos</p><p>municípios (DE AMARAL).</p><p>A actividade administrativa pública é</p><p>desenvolvida, em parte, no âmbito do Estado e em</p><p>parte, fora deste. Daí nasce a distinção entre a</p><p>administração estadual e a administração</p><p>autónoma. A administração estadual é</p><p>desenvolvida por órgãos e serviços da própria</p><p>pessoa colectiva pública Estado – administração</p><p>directa, mas também pode ser prosseguida por</p><p>pessoas colectivas distintas do Estado –</p><p>administração indirecta. A administração</p><p>autónoma é constituída por pessoas colectivas que</p><p>não foram criadas pelo Estado mas prosseguem</p><p>interesses públicos próprios das colectividades</p><p>(CAUPERS).</p><p>Portanto, a noção de administração pública é bem</p><p>mais ampla do que o conceito de Estado.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 15</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Quais os órgãos que prosseguem a actividade</p><p>administrativa pública?</p><p>Resposta: A Administração Pública pode ser</p><p>desenvolvida directamente pelo Estado ou através</p><p>de outras pessoas colectivas públicas, como os</p><p>Municípios.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 17</p><p>Unidade N0 03-A0017</p><p>Tema:</p><p>Administração Pública e Privada</p><p>Introdução</p><p>A Administração Pública e privada tem em</p><p>comum o facto de ambas manejarem recursos com</p><p>vista a atingir um determinado objectivo mas elas</p><p>diferem-se em vários aspectos, a considerarem:</p><p>Objecto que cada uma incide, fim que cada uma</p><p>visa prosseguir e os meios que cada uma utiliza.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Diferenciar a Administração Pública da privada,</p><p>quanto ao objecto, fim e meio.</p><p>18 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Sumário</p><p>A Administração Pública tem características</p><p>próprias e especificas, daí que torna-se impossível</p><p>reger-se pelos mesmos princípios que a</p><p>administração privada. A Administração Pública</p><p>é um instrumento do poder político na medida em</p><p>que as suas organizações públicas encontram-se</p><p>dependentes das vontades políticas dos</p><p>representantes da colectividade e tem uma</p><p>sobrevivência dependendo de dotações</p><p>orçamentais; ao passo que a administração</p><p>privada depende essencialmente do mercado</p><p>(CAUPERS).</p><p>Há 3 diferenças entre Administração Pública e</p><p>privada: objecto, fim e meio (CAETANO).</p><p>Considera que quanto ao objecto a Administração</p><p>Pública incide sobre as necessidades colectivas e</p><p>administração privada sobre necessidades</p><p>individuais ou particulares. Para uma necessidade</p><p>ser considerada de colectiva ela deve atingir a</p><p>generalidade do público. Só a colectividade é que</p><p>pode assumir as necessidades colectivas como</p><p>tarefas principais por satisfazer, ao passo que as</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 19</p><p>necessidades individuais, porque não atingem a</p><p>generalidade da colectividade, são assumidas de</p><p>forma particular, pela administração privada.</p><p>A Administração Pública, quanto ao fim,</p><p>prossegue sempre o interesse público ou colectivo.</p><p>Os serviços públicos só podem prosseguir o</p><p>interesse publico, ao passo que a administração</p><p>privada tem em vista interesses particulares ou</p><p>pessoais. São fins sem vinculação necessária ao</p><p>interesse geral da colectividade.</p><p>A Administração Pública traduz-se na satisfação</p><p>de necessidades colectivas, pelo que ela deve</p><p>realizar sem encontrar resistências dos</p><p>particulares. É nesta perspectiva que a Lei permite</p><p>que os serviços públicos utilizem meios coercivos</p><p>para impor-se aos particulares, sem depender do</p><p>seu consentimento, fazendo mesmo contra a sua</p><p>vontade. O que caracteriza a Administração</p><p>Pública é o seu comando unilateral, sob forma de</p><p>acto normativo (regulamento administrativo) ou</p><p>decisão concreta e individual (acto administrativo)</p><p>e não na forma de contrato administrativo. Ao</p><p>passo que na administração privada, há uma</p><p>igualdade entre as partes, na medida em que</p><p>usam</p><p>20 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>os mesmos meios jurídicos. Sendo os particulares</p><p>iguais entre si, ninguém pode impor ao outro a sua</p><p>própria vontade, salvo se for decorrente de um</p><p>acordo previamente estabelecido. Portanto, o</p><p>contrato é que caracteriza o funcionamento da</p><p>administração privada. A administração privada</p><p>não pode, como meio, usar a autoridade, na</p><p>medida em que a Lei não a permite.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Diferencie Administração Pública da privada.</p><p>Resposta: A Administração Pública diferencia-se</p><p>da privada quanto ao objecto, fim e meio.</p><p>2 - Qual a diferença quanto ao fim?</p><p>Resposta: A diferença quanto ao fim é que a</p><p>Administração Pública prossegue o interesse</p><p>público e administração privada o interesse</p><p>individual ou particular.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 21</p><p>Unidade N0 04-A0017</p><p>Tema:</p><p>O Estado</p><p>Introdução</p><p>Dos vários órgãos que satisfazem necessidades</p><p>colectivas temos o Estado como o principal, que</p><p>em paralelo com outros contribuem para o bem</p><p>estar da sociedade. O Estado é uma pessoa</p><p>colectiva diferente das outras. Não se pode falar</p><p>de Estado sem falar de um povo, de um território e</p><p>do poder político. O poder político é exercido</p><p>sobre o povo, dentro do território.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Conhecer a diferença entre o Estado e outras</p><p>pessoas colectivas que satisfazem necessidades</p><p>colectivas.</p><p>22 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p> Conhecer os elementos do Estado.</p><p>Sumário</p><p>Quando se fala de Estado, ela suscita várias</p><p>interpretações, quer no plano internacional, quer</p><p>no constitucional, assim como no administrativo.</p><p>Na acepção administrativa, o Estado aparece</p><p>como pessoa colectiva pública que desempenha</p><p>actividades administrativas. As questões</p><p>constitucionais e internacionais não contam no</p><p>plano administrativo. Aqui o que mais conta é a</p><p>distribuição das competências pelos diferentes</p><p>órgãos (centrais e locais) e a separação entre o</p><p>Estado e as demais pessoas colectivas, como é o</p><p>caso das autarquias locais (CAETANO).</p><p>O Estado e as autarquias locais tem em comum o</p><p>facto de ambas prosseguirem o bem comum e este</p><p>deve ser satisfeito. As primeiras manifestações da</p><p>Administração Pública foi no âmbito local,</p><p>portanto, nos Municípios, pois, não havia a noção</p><p>de Estado. O Estado compreendia entidades</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 23</p><p>tradicionais, sem personalidade jurídica, reservada</p><p>aos monarcas. Com o desenvolvimento da técnica</p><p>e as preocupações económicas da vida, o Estado</p><p>passou a intervir cada vez mais na vida social e</p><p>alargando desse modo a sua administração</p><p>(AMARAL).</p><p>Portanto, o Estado é uma pessoa colectiva</p><p>autónoma, permanente, com património próprio</p><p>diferente das outras pessoas colectivas públicas</p><p>que integram a administração. O Estado é</p><p>separado das autarquias locais na medida em que</p><p>são pessoas colectivas públicas diferentes, cada</p><p>um gozando da sua personalidade jurídica,</p><p>património próprio, direitos, obrigações,</p><p>atribuições, competências, finanças e pessoal</p><p>próprio (CAETANO).</p><p>Assim, o Estado torna-se como pessoa colectiva</p><p>pública distinta de outras pessoas colectivas e, por</p><p>conseguinte, há um conjunto de consequências</p><p>que advêm desta situação como, a definição</p><p>constitucional das suas atribuições e competências</p><p>e dos seus órgãos; distinção entre órgãos e</p><p>representantes do Estado; existência de</p><p>funcionários do Estado, com categorias distinta</p><p>24 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>dos outros órgãos com personalidades próprias e</p><p>delimitação do património do Estado. Ao se referir</p><p>às atribuições do Estado é necessário ter em conta</p><p>a diferença radical que separa este das outras</p><p>pessoas colectivas públicas, pois, para o Estado</p><p>não há um diploma legal que as enumera como</p><p>acontece com outras pessoas colectivas públicas</p><p>em que existem textos legais. O ponto comum</p><p>entre o Estado e as outras pessoas colectivas</p><p>públicas é que as suas atribuições resultam da Lei,</p><p>tratando-se de Estado Moderno. Portanto, é na</p><p>Constituição da República que se pode encontrar</p><p>as mais importantes atribuições dos Estados idem.</p><p>Para puder desenvolver as suas atribuições, o</p><p>Estado deve estar dotada de uma organização que</p><p>possibilita a prossecução dos interesses comuns da</p><p>sociedade. Daí que surgem os órgãos do Estado,</p><p>em que Max Weber considera como uma</p><p>instituição que detém o monopólio da violência</p><p>legítima, uma vez que os cidadãos devem</p><p>obedecer as decisões destes órgãos</p><p>(FERNANDES, 1995).</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 25</p><p>Dos órgãos do Estado, temos os centrais e os</p><p>locais, que são distintos dos órgãos de poder local</p><p>como anteriormente referimos.</p><p>São 3 os elementos que corporizam o Estado: o</p><p>povo, o território e o poder político. O povo é o</p><p>elemento básico na constituição do Estado, pois</p><p>ele é o elemento humano e imprescindível `a</p><p>existência de um Estado. O povo constitui-se</p><p>como Estado quando está num determinado</p><p>território onde exerce a função política. O povo</p><p>fixado num território só ascende a categoria de</p><p>Estado quando passa a exercer o poder político.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – O que há em comum entre o Estado e outras</p><p>pessoas colectivas públicas?</p><p>Resposta: O Estado e outras pessoas colectivas</p><p>satisfazem necessidades colectivas</p><p>26 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 05-A0017</p><p>Tema:</p><p>As Funções do Estado</p><p>Introdução</p><p>Consideramos de Funções do Estado ao conjunto</p><p>de actividades desenvolvidas por este com vista a</p><p>realização dos seus fins. Referimos anteriormente</p><p>que são fins da Administração Pública a satisfação</p><p>do interesse público, geral ou colectivo.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 27</p><p>Objectivos</p><p> Identificar as funções do Estado.</p><p> Relacioanar as actividades públicas do Estado</p><p>com a Administração Pública.</p><p>Sumário</p><p>Dizer que funções do Estado são o conjunto de</p><p>actividades desenvolvidas por este para satisfazer</p><p>os seus interesses, remete-nos a ideia de querer</p><p>perceber quais as actividades do Estado. Não há</p><p>um consenso entre os estudiosos desta matéria em</p><p>relação às actividades do Estado.</p><p>Não há consenso em relação às actividades</p><p>desenvolvidas pelo Estado na medida em que elas</p><p>são controversas, dependendo do prisma</p><p>ideológico em que ela é analisada (HENRIQUES</p><p>& CABRITO).</p><p>28 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>É nestes termos que alguns autores marxistas</p><p>distinguem as funções do Estado em 3</p><p>modalidades, nomeadamente, a técnico-</p><p>económica, que actua ao nível do sector</p><p>económico; a política, que actua ao nível da luta</p><p>política de classes; e a ideológica com a</p><p>finalidade de inserir os homens nas actividades</p><p>práticas que suportam a estrutura do Estado. As</p><p>funções técnico-económica e ideológica</p><p>subordinam-se à função politica na medida em que</p><p>para os marxistas o Estado desempenha um papel</p><p>aglutinador da sociedade.</p><p>Autores como Marcello CAETANO tipificam as</p><p>Funções do Estado com base no Direito. Deste</p><p>modo dividem-nas em jurídicas e não jurídicas. As</p><p>jurídicas englobam as funções legislativas e a</p><p>justiça e a não jurídica é a politica.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 29</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Quais as funções do Estado?</p><p>Resposta: O Estado tem como função jurídica e</p><p>não jurídica. Jurídica (legislativa e justiça) e não</p><p>jurídica (política).</p><p>Unidade N0 06-A0017</p><p>Tema:</p><p>A Política e sua Relação com</p><p>Administração Pública</p><p>30 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Introdução</p><p>Existindo o povo dentro do Estado, estas tem</p><p>necessidades que devem ser satisfeitas. Os órgãos</p><p>existem para satisfazer necessidades das</p><p>populações. As populações não apresentam de</p><p>forma individual as suas necessidades. Há</p><p>mecanismos de recolha de informação até a sua</p><p>satisfação. A política, entanto que actividade</p><p>pública do Estado, aparece para identificar as</p><p>necessidades das populações e por sua vez a</p><p>administração implementa.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p>1 - Conhecer o papel da função política entanto</p><p>que actividade pública do Estado.</p><p>2 - Relacionar a função política com a</p><p>Administração Pública.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 31</p><p>Sumário</p><p>Sendo a política a actividade pública do Estado,</p><p>ela tem como fim único definir o interesse geral da</p><p>colectividade. Enquanto que a política identifica</p><p>as opções que uma determinada sociedade</p><p>enfrenta, a Administração Pública existe para</p><p>realizar este interesse definido pela política. A</p><p>administração aparece para pôr em prática aquilo</p><p>que foi definido ou identificado pela política, daí</p><p>que ela sofre influência directa da política. Ela tem</p><p>uma natureza executiva. A função política, a que</p><p>muitos autores preferem considerar de função</p><p>governativa, está mais ligada ao elemento do</p><p>Estado povo. Esta função existe para identificar as</p><p>aspirações do povo. O Estado ou outros órgãos</p><p>que satisfazem as necessidades colectivas</p><p>aguardam que a função política traga o que</p><p>identificou para esta implementar.</p><p>32 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual a relação entre a função política e a</p><p>Administração Pública?</p><p>Resposta: A relação que existe entre a função</p><p>política e a Administração Pública é que a política</p><p>identifica as necessidades da colectividade e a</p><p>Administração Pública põ em prática estas</p><p>necessidades identificadas.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 33</p><p>Unidade N0 07-A0017</p><p>Tema:</p><p>A Legislação e sua Relação com</p><p>Administração Pública</p><p>Introdução</p><p>A vida em sociedade é regulada por Lei. Existindo</p><p>um povo dentro do Estado, as suas relações devem</p><p>ser previamente regradas. A Lei é aplicada para o</p><p>funcionamento da administração e também para</p><p>esta se relacionar com os particulares. A função</p><p>legislativa surge para definir as normas jurídicas a</p><p>que depois todos devem obedecer, quer seja o</p><p>cidadão, quer seja a administração.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>34 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Objectivos</p><p>Conhecer o papel que a função legislativa</p><p>desempenha para a sociedade.</p><p>Conhecer a relação que esta função</p><p>desempenha com a Administração Pública.</p><p>Sumário</p><p>A função legislativa não difere da politica.</p><p>Quando nos referimos ao Estado considerou-se</p><p>que há um povo, um território e o poder político.</p><p>As relações interpessoais que são estabelecidas</p><p>entre as pessoas e estas com as instituições é</p><p>dentro de um quadro legal previamente</p><p>estabelecido. Portanto, é através da função</p><p>legislativa, que o Estado cria as normas jurídicas</p><p>de carácter geral e impessoal, define opções,</p><p>objectivos e normas abstractas. A Administração</p><p>Pública aplica e põe em prática aquilo que a</p><p>função legislativa definiu. A Administração</p><p>Pública é subordinada à Lei na medida em que</p><p>toda actividade administrativa rege-se por normas.</p><p>Estas normas vão regular toda a actividade do</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 35</p><p>Estado e a sua relação com os particulares. A</p><p>administração não funciona de forma arbitrária.</p><p>A faculdade de legislar na história da</p><p>administração mostra que nem sempre apareceu</p><p>separada do poder executivo. É com a separação</p><p>de poderes que o órgão administrativo deixou de</p><p>definir as Leis (DE AMARAL).</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual a relação entre a função legislativa e</p><p>Administração Pública?</p><p>Resposta: A função legislativa define as normas</p><p>jurídicas que vão regular a vida em sociedade e do</p><p>funcionamento da Administração Pública.</p><p>36 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Unidade N0 08-A0017</p><p>Tema:</p><p>A Justiça</p><p>Introdução</p><p>Com a Revolução Francesa surge a separação de</p><p>poderes e a justiça deixa de estar ligada aos órgão</p><p>de administração e passa a ser feita por órgãos</p><p>independentes. Embora exista normas jurídicas</p><p>que regulam a vida em sociedade, existem pessoas</p><p>que violam estas normas, podendo levar a situação</p><p>de instabilidades sociais. A justiça surge para</p><p>fazer com que os cidadãos beneficiem dos</p><p>mesmos direitos, independentemente da cor, raça,</p><p>filiação partidária, etc.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 37</p><p>Objectivos</p><p>Compreender o papel da justiça para a</p><p>sociedade.</p><p>Compreender a independência da justiça em</p><p>relação a outros órgãos.</p><p>Sumário</p><p>A justiça visa aplicar o Direito em casos</p><p>concretos, julgando. A justiça aguarda que os</p><p>conflitos apareçam e através dos Tribunais, com</p><p>Juízes independentes, julgam. A justiça assim</p><p>como a administração dependem da função</p><p>legislativa para o seu funcionamento.</p><p>Embora esteja previsto uma legislação que regula</p><p>a vida em sociedade, a justiça sempre deve existir,</p><p>pois, ela deve aplicar as sanções aos</p><p>prevaricadores.</p><p>A faculdade de julgar nem sempre esteve</p><p>independente do órgão executivo, pois com a</p><p>38 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>concentração de poderes, os detentores deste</p><p>administrava e ao mesmo tempo julgava. A</p><p>separação de poderes é um fenómeno dos séculos</p><p>XVIII, com a Revolução francesa. Só com os</p><p>Estados modernos é que ela aparece separada do</p><p>executivo (DE AMARAL).</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Antes da separação de poderes como era</p><p>aplicado a justiça?</p><p>Resposta: Antes da separação de poderes a justiça</p><p>era feita pelos órgão de administração de forma</p><p>concentrada, retirando assim o sistema de</p><p>garantias jurídicas dos cidadãos face à</p><p>administração.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 39</p><p>Unidade N0 09-A0017</p><p>Tema:</p><p>Evolução Histórica da Administração</p><p>Pública em Moçambique</p><p>Introdução</p><p>A Administração Pública em Moçambique</p><p>atravessou vários momentos, começando pelo</p><p>período da colonização, independência e pós-</p><p>independência. Com a Independência em 1975,</p><p>depois de 500 anos de colonização, a partir de</p><p>1977, o país atravessa um período de guerra de 16</p><p>anos que dilacerou todo o território nacional. Só</p><p>com o fim da guerra é que Moçambique se abre à</p><p>economia de mercado e ao multipartidarismo. A</p><p>Administração Pública moçambicana foi</p><p>influenciada pelo sistema político vigente desde a</p><p>colonização até aos dias de hoje.</p><p>40 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Compreender as diferentes fases da</p><p>Administração Pública moçambicana.</p><p> Conhecer o tipo de Administração Pública que</p><p>Moçambique adoptou depois da Independência</p><p>e o actual.</p><p>Sumário</p><p>No passado colonial, a estrutura administrativa</p><p>moçambicana era essencialmente baseada no</p><p>princípio da centralização, isto é, no princípio da</p><p>reserva do poder de decisão administrativa aos</p><p>órgãos superiores da administração. Os comandos</p><p>derivavam essencialmente de um centro,</p><p>que era a</p><p>metrópole colonial e mais tarde na capital da</p><p>Província Ultramarina. A natureza autoritária do</p><p>regime colonial português aliada à necessidade de</p><p>forte domínio sobre as Províncias Ultramarinas</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 41</p><p>conduziu a que as estruturas municipais então</p><p>existentes fossem simples extensão do poder</p><p>central (MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO</p><p>ESTATAL, DOCUMENTO DA REFORMA DOS</p><p>ÓRGÃOS LOCAIS, 1992).</p><p>Com a Independência em 1975, conseguida</p><p>através de uma luta violenta, a FRELIMO</p><p>pretendia edificar uma sociedade unida, pacífica e</p><p>igualitária, mas tal não chegou a acontecer, pois, o</p><p>país viu-se mergulhado numa guerra civil brutal</p><p>que deixou um rasto de destruição em todo pais. A</p><p>partir de 1975, a FRELIMO adoptou políticas</p><p>Marxistas-Leninistas, alinhado com a ex-União</p><p>Soviética e seus aliados e um Estado socialista</p><p>monopartidário.</p><p>A ideologia marxista adoptada pela FRELIMO</p><p>entrou em conflito com os lideres comunitários,</p><p>que eram os chefes tradicionais, considerados de</p><p>ilegais e consequentemente destituídos; os</p><p>habitantes das zonas rurais, afectados de forma</p><p>adversa pelas políticas do Governo culminaram</p><p>com a guerra civil em larga escala entre o</p><p>Governo monopartidário da FRELIMO e a</p><p>Resistência Nacional de Moçambique</p><p>(RENAMO), constituída em 1976/7 sob a direcção</p><p>42 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>da Rodésia, aproveitando-se do ressentimento</p><p>popular (RELATÓRIO DO MECANISMO</p><p>AFRICANO DE REVISÃO DE PARES, 2010).</p><p>A organização básica e constitucional do Estado</p><p>moçambicano no pós independência resultou,</p><p>simultaneamente, de ruptura e de continuidade,</p><p>em relação aos modelos anteriormente seguidos,</p><p>(MANUEL).</p><p>Ela resultou de ruptura, pois, contrariamente ao</p><p>que ocorria no sistema colonial, no pós</p><p>independência a organização do Estado não visava</p><p>propiciar a acumulação capitalista da burguesia</p><p>portuguesa, mas sim, a construção de uma</p><p>sociedade livre da exploração do homem pelo</p><p>homem, daí que a Constituição da República de</p><p>1975 tivesse como as seguintes linhas de força:</p><p> Uma política económica intervencionista, no</p><p>contexto da qual cabia ao Estado agir em</p><p>todos os sectores da vida económica com</p><p>vista a impedir que a acumulação do poderio</p><p>económico pudesse conduzir a dominação de</p><p>algumas camadas em detrimento de outras.</p><p>A actividade governamental foi no passado</p><p>dirigido no sentido de um amplo</p><p>intervencionismo em nome do princípio que</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 43</p><p>a intervenção do Estado é feita em nome do</p><p>interesse comum e favorecia a igualdade dos</p><p>cidadãos. A ideia é que o liberalismo</p><p>excessivo deixa desprotegido os mais fracos,</p><p>sejam eles pobres ou empresários com</p><p>menores capacidades de enfrentar a</p><p>concorrência;</p><p> Uma política social assistencialista visando</p><p>a realização efectiva dos direitos sociais,</p><p>como a saúde e educação que era assegurada</p><p>a todos independentemente dos seus</p><p>rendimentos;</p><p> Uma orientação nacionalista que pretendia</p><p>substituir os actores coloniais por novos</p><p>actores, os operários, camponeses e as</p><p>camadas mais pobres e desfavorecidas;</p><p> Uma orientação monopartidária em que há</p><p>a prevalência de princípios políticos sobre a</p><p>Lei; supremacia dos órgãos partidários na</p><p>vida institucional do país; exercício de</p><p>função de Presidente da República por</p><p>inerência das funções de Presidente do</p><p>Partido FRELIMO; composição do</p><p>Parlamento com base nos órgãos do Partido</p><p>FRELIMO, pois, o Comité Central é que era</p><p>o verdadeiro Parlamento; iniciativa de Lei</p><p>44 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>atribuída cumulativamente ao Comité</p><p>Central; subordinação das Forças Armadas</p><p>ao Partido FRELIMO; substituição</p><p>provisória do Presidente da República pelo</p><p>Comité Central em caso de impedimento,</p><p>morte ou incapacidade; prevalência de</p><p>critérios políticos partidários sobre critérios</p><p>meritocráticos, na selecção, recrutamento e</p><p>promoção dos funcionários, etc.</p><p>Por outro lado, ela resultou de continuidade, pois,</p><p>ela não surgiu do nada. Ele era a continuação de</p><p>um modelo de Estado que vinha sendo</p><p>implementado nas Zonas Libertadas. Desde a sua</p><p>fundação, a FRELIMO se constituiu em órgãos</p><p>Nacionais e Locais com claras atribuições de</p><p>natureza legislativa, executiva e judiciária. Neste</p><p>período, o Comité Central da FRELIMO realizava</p><p>funções legislativa, o Comité Executivo realizava</p><p>funções executivas e o Comité Político Militar</p><p>realizava as funções judiciárias. Os</p><p>Departamentos dirigidos pelos respectivos chefes</p><p>actuavam como órgãos da Administração Pública,</p><p>voltados para realização de actividades sectoriais.</p><p>As Zonas Libertadas com a organização que as</p><p>regia, constituía um Estado dentro de outro</p><p>Estado. Elas eram efectivamente um território com</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 45</p><p>população, exército e governo. O território já</p><p>independente tornou-se numa grande Zona</p><p>Libertada onde se manifestavam não apenas os</p><p>aspectos formais da estruturação e modo de</p><p>funcionamento de Estado, mas também a</p><p>substância de princípios e conceitos que formam a</p><p>elevada dignidade de Lei e princípios</p><p>fundamentais de organização do Estado.</p><p>Logo após a independência constituiu-se um</p><p>Conselho de Ministros a partir de membros do</p><p>Comité Central e do Comité Executivo da</p><p>FRELIMO. Não tinham ainda sido criados os</p><p>órgãos legislativos. O Conselho de Ministros</p><p>produzia Decretos com força de Lei (Decreto-Lei).</p><p>Paradoxalmente, concentra traços comuns e o</p><p>mais típico dessa semelhança é a centralização de</p><p>poder e a manutenção da divisão administrativa,</p><p>nomenclatura e a própria designação dos dirigente</p><p>de escalões territoriais correspondentes à</p><p>Província, Distrito e do Posto Administrativo.</p><p>Ao nível da Administração Pública decidiu-se</p><p>pelo escangalhamento do aparelho estatal colonial</p><p>e substitui-se pelos princípios marxistas,</p><p>nomeadamente a dupla subordinação e</p><p>46 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>centralismo democrático contido nas normas de</p><p>trabalho e disciplina.</p><p>No que se refere aos órgãos do Estado,</p><p>encontramos os centrais e os locais. Os centrais</p><p>eram os Ministérios, Comissões Nacionais e</p><p>Secretarias de Estado. Os locais são a reprodução,</p><p>a nível local, dos órgãos centrais. Tal como</p><p>ocorria a nível central, a nível local havia órgãos</p><p>legislativos, executivos e judiciais. Os órgãos</p><p>legislativo ou deliberativos não possuíam</p><p>quaisquer competência de legislar. Eles serviam</p><p>para aprovar as decisões tomadas a nível central</p><p>ou pelos órgãos locais do Partido e do Governo</p><p>Provincial. As decisões de natureza exclusiva</p><p>local eram muito poucas. Actualmente elas tem</p><p>vindo a crescer mercê do crescente movimento de</p><p>desconcentração e também da intervenção</p><p>crescente das ONGs.</p><p>Os órgãos do Estado, estruturados da maneira</p><p>como foi descrita, começaram a partir de 1979 a</p><p>apresentar sinais de crise que levaram o Partido</p><p>único a tomar algumas medidas correctivas.</p><p>Algumas medidas introduzidas não tiveram grande</p><p>impacto, pois, não foram acompanhadas da</p><p>necessária alteração estrutural, sobretudo ao nível</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 47</p><p>das linhas estratégicas que conduziram o país.</p><p>Apenas em 1990, no domínio ideológico, quando</p><p>a pressão política, económica e militar se abateu</p><p>sobre o país, se decidiu consagrar no texto</p><p>constitucional as transformações que já se faziam</p><p>sentir desde 1979 Idem.</p><p>A partir de 1992, o Governo de Moçambique</p><p>introduziu várias reformas económicas, sociais e</p><p>políticas com o objectivo de criar condições para o</p><p>desenvolvimento socioeconómico baseado no</p><p>pluralismo democrático, na realização de eleições</p><p>periódicas livres e justas, no Estado de Direito, no</p><p>respeito pelos direitos humanos e na redução</p><p>de</p><p>potenciais conflitos dentro dos Estados e entre</p><p>eles.</p><p>Nos finais da década 80, no mundo, ocorreram</p><p>mudanças sociopolíticas que permitiram a</p><p>introdução de amplas reformas políticas em</p><p>direcção `a democracia liberal. É nestes termos</p><p>que se realizaram em Moçambique as primeiras</p><p>eleições gerais e presidenciais em 1994, seguidas</p><p>de outras em 1999, 2004 e 2009, e as eleições</p><p>autárquicas em 1998, 2003 e 2008. Em 2009,</p><p>também realizaram-se as primeiras eleições para</p><p>as Assembleias Provinciais (RELATÓRIO DO</p><p>48 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>MECANISMO AFRICANO DE REVISÃO DE</p><p>PARES, 2010).</p><p>Com estas eleições democráticas, Moçambique</p><p>passa de um Estado centralizado para</p><p>descentralizado, com a participação dos cidadãos</p><p>na escolha dos seus dirigentes de forma livre e</p><p>transparente.</p><p>As reformas socioeconómicas permitiram a</p><p>passagem de uma economia centralizada para</p><p>economia de mercado, deixando o Estado de ser</p><p>único agente económico e a intervenção do sector</p><p>privado nos sectores sociais como a educação e a</p><p>saúde.</p><p>Portanto, o sistema político introduzido com as</p><p>reformas a partir da década 90 influenciou o</p><p>funcionamento da Administração Pública</p><p>moçambicana, pois ela, sob ponto de vista legal,</p><p>passou a ser menos dependente do partido único e</p><p>passou a ser uma administração para servir o</p><p>cidadão independentemente da sua filiação</p><p>política ou partidária.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 49</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual o tipo de Administração Pública que</p><p>Moçambique herdou do passado colonial</p><p>português?</p><p>Resposta: Moçambique herdou do passado</p><p>colonial português uma administração do tipo</p><p>centralizada.</p><p>2 - A partir de que momento é que Moçambique</p><p>passa à administração descentralizada?</p><p>Resposta: Moçambique passa à administração</p><p>descentralizada a partir de 1990, com a nova</p><p>Constituição da República, em que se pressupõe as</p><p>eleições gerais, autárquicas e para as Assembleias</p><p>Provinciais.</p><p>Unidade N0 010-A0017</p><p>Tema:</p><p>Poder Local em Moçambique</p><p>50 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>Introdução</p><p>O poder local entra na organização administrativa</p><p>moçambicana recentemente com as primeiras</p><p>eleições autárquicas em 1998. O poder local,</p><p>através dos Conselhos Municipais, contribuem</p><p>para a satisfação de necessidades colectivas em</p><p>paralelo com o Estado, pois, os órgãos de poder</p><p>local não constituem Estado.</p><p>Ao completar esta unidade, você será capaz de:</p><p>Objectivos</p><p> Compreender o poder local como pessoa</p><p>colectiva pública diferente do Estado.</p><p> Compreender a natureza do gradualismo na</p><p>implementação das autarquias em Moçambique.</p><p>Sumário</p><p>O poder local tem como objectivo organizar a</p><p>participação dos cidadãos na solução dos</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 51</p><p>problemas próprios da comunidade, promover o</p><p>desenvolvimento local, o aprofundamento e</p><p>consolidação da democracia, no quadro da</p><p>unidade do Estado moçambicano</p><p>(CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE</p><p>MOÇAMBIQUE, 1990).</p><p>Em 1996, a Assembleia da República aprovou</p><p>uma série de emendas à Constituição da República</p><p>com vista a definir o poder local.</p><p>Para a concretização do poder local, a</p><p>Constituição da República estipula a criação de</p><p>dois tipos de Autarquias Locais: Os Municípios e</p><p>Povoações. Os Municípios correspondem à</p><p>circunscrição territorial de Cidades e Vilas; as</p><p>Povoações correspondem à circunscrição</p><p>territorial de Sede do Posto Administrativo.</p><p>As Autarquias Locais são as Cidades, Vilas e</p><p>Sedes de Postos Administrativos que possuem</p><p>uma Assembleia e um Presidente eleitos e que</p><p>gozam de autonomia administrativa, financeira e</p><p>patrimonial.</p><p>As primeiras Assembleias Municipais e os</p><p>primeiros Presidente de Conselhos Municipais</p><p>foram eleitos em 1988, em 23 Cidades e 10 Vilas,</p><p>52 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>num processo gradual até englobar outras Vilas e</p><p>Postos Administrativos.</p><p>A proposta de municipalização das 10 das actuais</p><p>68 Vilas tem como fundamento o princípio do</p><p>gradualismo que se explica pela inexistência ou</p><p>insuficiência de condições económicas e sociais</p><p>necessárias e indispensáveis para implantação e</p><p>funcionamento da administração autárquica nas</p><p>Vilas em geral. Daí que estas 10 Vilas sejam</p><p>vistas como “acção piloto”. O passo a seguir será</p><p>a transformação de mais Vilas em Municípios e</p><p>realização de eleições, Ministério da</p><p>Administração Estatal.</p><p>Não foram criadas quaisquer Povoações e tudo</p><p>leva a crer que levará muitos anos até que tal seja</p><p>possível. Para as eleições de 2009 mais 10 Vilas</p><p>ascenderam à categoria de Municípios no âmbito</p><p>do gradualismo em curso.</p><p>As Vilas, Sedes de Posto Administrativo e zonas</p><p>rurais que ainda não ascenderam à categoria de</p><p>Municípios continuarão a ser governados como</p><p>até agora, ou seja por Administradores Distritais,</p><p>nomeados pelo Governo Central.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 53</p><p>Os primeiros órgãos de poder local eleitos</p><p>assumirão os seus poderes de forma gradual na</p><p>medida em que o processo de transferência de</p><p>competência do Estado para os órgãos de poder</p><p>local levará décadas até ficar completo. Considera</p><p>a Lei 2/97, de 18 de Fevereiro, que a transferência</p><p>de competência do Estado para as autarquias deve</p><p>operar de forma gradual para permitir a criação e</p><p>consolidação dos necessário requisitos de</p><p>capacitação técnica, humana e financeira destes</p><p>órgãos.</p><p>As autarquias locais tem como atribuições o</p><p>desenvolvimento económico e social local; meio</p><p>ambiente, saneamento básico e qualidade de vida;</p><p>abastecimento público; saúde e educação; cultura,</p><p>tempos livres e desporto; polícia autárquica;</p><p>urbanização, construção e habitação.</p><p>As autarquias locais tem autonomia financeira e</p><p>patrimonial. Significa que a Autarquia pode</p><p>elaborar, aprovar, alterar e executar planos de</p><p>actividade e orçamentos; ordenar e processar as</p><p>despesas orçamentais; dispor de receitas; elaborar</p><p>e aprovar as contas de gerência; realizar</p><p>investimento públicos; e gerir o património</p><p>público.</p><p>54 Erro! Utilize o separador Base para aplicar Heading 1 ao texto que pretende que apareça aqui.</p><p>A autarquia local tem autonomia administrativa.</p><p>Significa que as autarquias tem poderes para criar,</p><p>organizar e fiscalizar serviços.</p><p>Compete `as autarquias locais planificar,</p><p>pressupondo-se que concebam planos a médio e</p><p>longo prazos; elaborar plano de desenvolvimento</p><p>e de ordenamento do território, e estes devem ser</p><p>ratificados pelo Governo Central; elaborar planos</p><p>de estrutura e urbanização, planos de áreas</p><p>prioritárias de desenvolvimento urbano e de</p><p>construção, e planos de zonas de protecção urbana</p><p>e de áreas críticas de recuperação e de reconversão</p><p>urbanística.</p><p>As Autarquias Locais gozam de autonomia mas</p><p>não constituem Estados independentes. A</p><p>Constituição da República sublinha que o poder</p><p>local funciona no quadro da unidade do Estado</p><p>moçambicano e destaca os interesses superiores</p><p>do Estado. As Autarquias Locais agem no</p><p>interesse da população local sem prejuízo dos</p><p>interesses nacionais e da participação do Estado.</p><p>Os planos e as acções locais não podem</p><p>contradizer os planos e as políticas nacionais. Daí</p><p>a sujeição das as autarquias à tutela</p><p>administrativa do Estado.</p><p>Teoria Geral de Código: A0017 55</p><p>Exercícios</p><p>Auto-avaliação</p><p>1 – Qual a razão do princípio do gradualismo na</p><p>implementação do poder local em Moçambique?</p><p>Resposta: O princípio do gradualismo na</p><p>transferência de competências do Estado aos</p><p>Municípios deriva do facto de algumas cidades e</p><p>vilas autarcizadas não term condições sociais e</p><p>económicas para se auto-sustentarem.</p><p>56 Erro! Utilize</p>

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