Logo Passei Direto
Buscar

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

<p>Concurso Nacional Unificado</p><p>CNU</p><p>Bloco 7 - Gestão Governamental e Administração Pública</p><p>Conhecimentos Gerais</p><p>NV-015JN-24-CNU-BLOCO-7-GES-GOV-ADM</p><p>Cód.: 7908428807399</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos</p><p>pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial ou total,</p><p>por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por escrito da</p><p>editora Nova Concursos.</p><p>Esta obra é vendida sem a garantia de atualização futura. No caso</p><p>de atualizações voluntárias e erratas, serão disponibilizadas no site</p><p>www.novaconcursos.com.br. Para acessar, clique em “Erratas e</p><p>Retificações”, no rodapé da página, e siga as orientações.</p><p>Dúvidas</p><p>www.novaconcursos.com.br/contato</p><p>sac@novaconcursos.com.br</p><p>Obra</p><p>CNU - Concurso Nacional Unificado</p><p>Bloco 7 - Gestão Governamental e Administração Pública</p><p>Conhecimentos Gerais</p><p>Autores</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS • Aline Melo Borges e Renato Philippini</p><p>DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA • Ana Philippini, Bianca Capizzani, Leandro</p><p>Campos, Roberta Piuco, Samara Kich e Yago Junho</p><p>ÉTICA E INTEGRIDADE • Aline Costa, Bruno Lira, Caroline Matos, Leandro Campos, Maríllia Cunha,</p><p>Rebecca Costa Santos e Ricardo Reis</p><p>DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE • Ana Philippini, Fernando Zantedeschi, Maria Clara Iunes e</p><p>Renato Philippini</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL • Ana Philippini e Leandro Campos</p><p>FINANÇAS PÚBLICAS • Isadora Terra e Leandro Campos</p><p>Edição: Janeiro/2024</p><p>ISBN: 978-65-5451-291-6</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>PIRATARIA</p><p>É CRIME!</p><p>Todos os direitos autorais deste material são reservados e</p><p>protegidos pela Lei nº 9.610/1998. É proibida a reprodução parcial</p><p>ou total, por qualquer meio, sem autorização prévia expressa por</p><p>escrito da Nova Concursos.</p><p>Pirataria é crime e está previsto no art. 184 do Código Penal,</p><p>com pena de até quatro anos de prisão, além do pagamento</p><p>de multa. Já para aquele que compra o produto pirateado</p><p>sabendo desta qualidade, pratica o delito de receptação, punido</p><p>com pena de até um ano de prisão, além de multa (art. 180 do CP).</p><p>Não seja prejudicado com essa prática.</p><p>Denuncie aqui: sac@novaconcursos.com.br</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>APRESENTAÇÃO</p><p>Um bom planejamento é determinante para a sua preparação</p><p>de sucesso na busca pela tão almejada aprovação. Por isso, pen-</p><p>sando no máximo aproveitamento de seus estudos, este livro</p><p>foi organizado de acordo com o Edital nº 06/2024 focado para</p><p>o Bloco - 7 - Gestão Governamental e Administração Pública -</p><p>Conhecimentos Gerais do Concurso Nacional Unificado – CNU.</p><p>O conteúdo programático foi sistematizado em um sumário,</p><p>facilitando a busca pelos temas do edital, no entanto, nem sem-</p><p>pre a banca organizadora do concurso dispõe os assuntos em</p><p>uma sequência lógica. Por isso, elaboramos este livro abor-</p><p>dando os principais itens do edital e reorganizando-os quando</p><p>necessário, de uma maneira didática para que você realmente</p><p>consiga aprender e otimizar os seus estudos.</p><p>Ao longo da teoria, você encontrará boxes – Importante e Dica</p><p>– com orientações, macetes e conceitos fundamentais cobrados</p><p>nas provas, e seção Hora de Praticar, trazendo exercícios gaba-</p><p>ritados de bancas variadas devido à indisponibilidade de ques-</p><p>tões relativas à organizadora do certame.</p><p>A obra que você tem em suas mãos é resultado da competência</p><p>de nosso time editorial e da vasta experiência de nossos profes-</p><p>sores e autores parceiros – muitos também responsáveis pelas</p><p>aulas que você encontra em nossos Cursos Online – o que será</p><p>um diferencial na sua preparação. Nosso time faz tudo pensan-</p><p>do no seu sonho de ser aprovado em um concurso público.</p><p>Intensifique ainda mais a sua preparação acessando os conteú-</p><p>dos complementares disponíveis on-line para este livro em nos-</p><p>sa plataforma: Gestão Governamental E Governança Pública:</p><p>Estratégia, Pessoas, Projetos E Processos, Gestão Governamen-</p><p>tal E Governança Pública: Riscos, Inovação, Participação, Logís-</p><p>tica E Patrimônio , Políticas Públicas E Noções De Estatística,</p><p>Administração Financeira E Orçamentária, Contabilidade Públi-</p><p>ca E Compras Na Administração Pública e Comunicação, Gestão</p><p>Documental, Transparência E Proteção De Dados disponíveis em</p><p>PDF para download.</p><p>Agora é com você!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>CONTEÚDO ON-LINE</p><p>Para intensificar a sua preparação para concursos, oferecemos em nossa plataforma on-</p><p>line materiais especiais e exclusivos, selecionados e planejados de acordo com a proposta</p><p>deste livro. São conteúdos que tornam a sua preparação muito mais eficiente.</p><p>CONTEÚDO COMPLEMENTAR:</p><p>•	 Gestão Governamental E Governança Pública: Estratégia, Pessoas, Projetos E Processos – disponível em PDF para</p><p>download.</p><p>•	 Gestão Governamental E Governança Pública: Riscos, Inovação, Participação, Logística E Patrimônio – disponível</p><p>em PDF para download.</p><p>•	 Políticas Públicas E Noções De Estatística – disponível em PDF para download.</p><p>•	 Administração Financeira E Orçamentária, Contabilidade Pública E Compras Na Administração Pública – disponí-</p><p>vel em PDF para download.</p><p>•	 Comunicação, Gestão Documental, Transparência E Proteção De Dados – disponível em PDF para download.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>SUMÁRIO</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS ........................................................................................................9</p><p>INTRODUÇÃO ÀS POLÍTICAS PÚBLICAS: CONCEITOS E TIPOLOGIAS ......................................... 9</p><p>CICLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS ................................................................................................... 10</p><p>AGENDA E MONITORAMENTO: SEUS PLANOS, PROJETOS E PROGRAMAS ..............................................10</p><p>FORMULAÇÃO ..................................................................................................................................................11</p><p>PROCESSOS DE DECISÃO ................................................................................................................................11</p><p>IMPLEMENTAÇÃO ............................................................................................................................................11</p><p>AVALIAÇÃO .......................................................................................................................................................12</p><p>INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS EM DIREITOS HUMANOS COMO POLÍTICAS DE</p><p>ESTADO ............................................................................................................................................... 13</p><p>FEDERALISMO E DESCENTRALIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL ......................... 14</p><p>ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE PROGRAMAS NACIONAIS ................................15</p><p>DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO - DEMOCRACIA E CIDADANIA ...........21</p><p>ESTADO DE DIREITO E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988: CONSOLIDAÇÃO DA</p><p>DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO POLÍTICA E PARTICIPAÇÃO</p><p>e controle, momento em que as</p><p>técnicas de controle público foram cessadas pelo Estado.</p><p>Não obstante a tudo isso, ainda durante o regime</p><p>militar surgiram lutas sociais escondidas do governo,</p><p>uma vez que o Estado não permitia esse tipo de mani-</p><p>festação, e que, posteriormente, culminaram na cria-</p><p>ção de movimentos sociais como o MST e a CUT, além</p><p>do congresso de refundação da UNE (1979), as lutas</p><p>sindicais no ABC paulista, entre outros.</p><p>O crescimento exponencial dessas manifesta-</p><p>ções acabou por derrubar o regime militar e imple-</p><p>mentar a redemocratização no Brasil, com a criação</p><p>da Assembleia Nacional Constituinte para a criação</p><p>de uma nova Constituição Federal, mais próxima às</p><p>lutas sociais e manifestações populares que vinham</p><p>acontecendo.</p><p>Chegou até o Regimento Interno Constituinte um</p><p>manifesto com mais de 400 mil assinaturas, reivin-</p><p>dicando maior participação popular nas normas a</p><p>serem criadas na Constituição.</p><p>Ademais, os trabalhos da Assembleia Nacional</p><p>Constituinte tiveram a participação de vários institu-</p><p>tos representativos da sociedade, além da contribui-</p><p>ção do próprio povo, diretamente, o que foi ressaltado</p><p>pelo presidente da assembleia, Ulysses Guimarães, no</p><p>seu discurso em 5 de outubro de 1988, quando da pro-</p><p>mulgação da Lei Maior, de 1988, no seguinte sentido:</p><p>[...] pela presença, pois diariamente cerca de dez</p><p>mil postulantes franquearam, livremente, as onze</p><p>entradas do enorme complexo arquitetônico do</p><p>Parlamento, na procura dos gabinetes, Comissões,</p><p>galerias e salões. Há, portanto, representativo</p><p>e oxigenado sopro de gente, de rua, de praça de</p><p>favela, de fábrica, de trabalhadores, de cozinhei-</p><p>ras, de menores carentes, de índios, de posseiros,</p><p>de empresários, de estudantes, de aposentados, de</p><p>servidores civis e militares, atestando a contempo-</p><p>raneidade e autenticidade social do texto que ora</p><p>passa a vigorar.</p><p>Sendo assim, com a aceitação dos diversos anseios</p><p>da sociedade para uma maior participação política e</p><p>social, a Constituição foi chamada de Cidadã, exata-</p><p>mente porque coloca o bem-estar do cidadão como o</p><p>objetivo principal a ser alcançado pela referida Carta</p><p>Constitucional.</p><p>O art. 1º, da Constituição, prevê que a República</p><p>Federativa do Brasil se constitui em Estado democráti-</p><p>co de direito, o que se traduz em princípio de sobera-</p><p>nia popular que, por sua vez, impõe a participação do</p><p>povo nas decisões políticas na gestão da coisa pública.</p><p>Entretanto, essa participação popular não se resu-</p><p>me no exercício do voto ou à criação das instituições,</p><p>mas deve buscar, efetivamente, o desenvolvimento do</p><p>Estado através do princípio democrático a fim de atin-</p><p>gir os direitos fundamentais da pessoa humana.</p><p>Assim, o cidadão não é apenas um mero eleitor, mas,</p><p>sim, um agente que irá participar, propor, implementar</p><p>e controlar as políticas públicas, através dos instrumen-</p><p>tos criados pela Constituição Federal, de 1988.</p><p>Nesse sentido, estão aqui alguns tópicos de par-</p><p>ticipação popular na gestão da coisa pública, sem</p><p>pretender esgotar os itens existentes na Constituição</p><p>Federal, de 1988, mas trazendo apenas alguns deles.</p><p>O inciso XXXIII, art. 5º, traz obrigação de os órgãos</p><p>públicos prestarem informações de interesse particu-</p><p>lar, ou de interesse coletivo ou geral, no prazo da lei:</p><p>Art. 5º […]</p><p>XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos</p><p>públicos informações de seu interesse particular,</p><p>ou de interesse coletivo ou geral, que serão presta-</p><p>das no prazo da lei, sob pena de responsabilidade,</p><p>ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível</p><p>à segurança da sociedade e do Estado;</p><p>O inciso XXXIV, do art. 5º, traz o direito de petição</p><p>aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra</p><p>ilegalidade ou abuso de poder:</p><p>Art. 5º […]</p><p>XXXIV - são a todos assegurados, independente-</p><p>mente do pagamento de taxas:</p><p>a) o direito de petição aos Poderes Públicos em</p><p>defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso</p><p>de poder;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>22</p><p>Já o inciso LXXIII, do art. 5º, trata da legitimidade</p><p>de qualquer cidadão para propor ação popular, em</p><p>defesa de direito difuso, objetivando anular ato lesivo</p><p>ao patrimônio público ou de entidade de que o Esta-</p><p>do participe, à moralidade administrativa, ao meio</p><p>ambiente e ao patrimônio histórico e cultural:</p><p>Art. 5º […]</p><p>LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para</p><p>propor ação popular que vise a anular ato lesi-</p><p>vo ao patrimônio público ou de entidade de que o</p><p>Estado participe, à moralidade administrativa, ao</p><p>meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,</p><p>ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de</p><p>custas judiciais e do ônus da sucumbência;</p><p>Os §§ 3º e 4º, do art. 18, tratam, respectivamente, da</p><p>previsão de aprovação da população, mediante ple-</p><p>biscito, em caso de incorporação, subdivisão ou des-</p><p>membramento de estados, bem como às populações</p><p>dos municípios envolvidos, para a criação, a incorpo-</p><p>ração, a fusão e o desmembramento de municípios:</p><p>Art. 18 […]</p><p>§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, sub-</p><p>dividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a</p><p>outros, ou formarem novos Estados ou Territórios</p><p>Federais, mediante aprovação da população direta-</p><p>mente interessada, através de plebiscito, e do Con-</p><p>gresso Nacional, por lei complementar.</p><p>§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmem-</p><p>bramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual,</p><p>dentro do período determinado por Lei Comple-</p><p>mentar Federal, e dependerão de consulta prévia,</p><p>mediante plebiscito, às populações dos Municípios</p><p>envolvidos, após divulgação dos Estudos de Via-</p><p>bilidade Municipal, apresentados e publicados na</p><p>forma da lei.</p><p>O § 3º, do art. 31, trata da colocação das contas dos</p><p>municípios à disposição dos cidadãos, que poderão</p><p>questionar-lhes a legitimidade e a legalidade:</p><p>Art. 31 […]</p><p>§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante ses-</p><p>senta dias, anualmente, à disposição de qualquer</p><p>contribuinte, para exame e apreciação, o qual pode-</p><p>rá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.</p><p>O art. 37, em seu inciso I, § 3º, estabelece a obriga-</p><p>toriedade da Administração Pública direta e indireta</p><p>de criar mecanismos para receber reclamações relati-</p><p>vas à prestação dos serviços públicos em geral:</p><p>Art. 37 […]</p><p>§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do</p><p>usuário na administração pública direta e indireta,</p><p>regulando especialmente:</p><p>I - as reclamações relativas à prestação dos serviços</p><p>públicos em geral, asseguradas a manutenção de ser-</p><p>viços de atendimento ao usuário e a avaliação perió-</p><p>dica, externa e interna, da qualidade dos serviços;</p><p>O art. 58 trata, em seus incisos II e IV, § 2º, respec-</p><p>tivamente, da realização de audiências públicas das</p><p>comissões do Legislativo com entidades da socieda-</p><p>de civil, bem como da viabilização de corregedorias</p><p>e ouvidorias, no âmbito do Legislativo, para receber</p><p>petições, reclamações, representações ou queixas de</p><p>qualquer pessoa contra atos ou omissões das autori-</p><p>dades ou entidades públicas:</p><p>Art. 58 […]</p><p>§ 2º […]</p><p>II - realizar audiências públicas com entidades da</p><p>sociedade civil;</p><p>[…]</p><p>IV - receber petições, reclamações, representações</p><p>ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omis-</p><p>sões das autoridades ou entidades públicas;</p><p>O § 2º, art. 61, trata da legitimidade dos cidadãos</p><p>para iniciativa de leis:</p><p>Art. 61 […]</p><p>§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela</p><p>apresentação à Câmara dos Deputados de projeto</p><p>de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do</p><p>eleitorado nacional, distribuído pelo menos por</p><p>cinco Estados, com não menos de três décimos por</p><p>cento dos eleitores de cada um deles.</p><p>Por sua vez, o § 2º, do art. 74, trata da legitimida-</p><p>de ao cidadão, partido político, associação ou sindi-</p><p>cato, para denunciar irregularidades ou ilegalidades</p><p>perante o Tribunal de Contas da União:</p><p>Art. 74 […]</p><p>§ 2º Qualquer cidadão,</p><p>partido político, associação</p><p>ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei,</p><p>denunciar irregularidades ou ilegalidades perante</p><p>o Tribunal de Contas da União.</p><p>O art. 130-A, em seu § 5º, trata da criação de ouvi-</p><p>dorias do ministério público, em âmbito federal e</p><p>estadual, para receber reclamações e denúncias de</p><p>qualquer interessado contra membros ou órgãos do</p><p>ministério público:</p><p>Art. 130-A […]</p><p>§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias</p><p>do Ministério Público, competentes para receber</p><p>reclamações e denúncias de qualquer interessado</p><p>contra membros ou órgãos do Ministério Público,</p><p>inclusive contra seus serviços auxiliares, represen-</p><p>tando diretamente ao Conselho Nacional do Minis-</p><p>tério Público.</p><p>O art. 194, em seu inciso VII, do parágrafo único,</p><p>trata da participação da comunidade na gestão admi-</p><p>nistrativa das ações de seguridade social:</p><p>Art. 194 […]</p><p>Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos</p><p>termos da lei, organizar a seguridade social, com</p><p>base nos seguintes objetivos:</p><p>[…]</p><p>VII - caráter democrático e descentralizado da</p><p>administração, mediante gestão quadripartite,</p><p>com participação dos trabalhadores, dos empre-</p><p>gadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos</p><p>colegiados.</p><p>O inciso III, art. 198, deu origem aos Conselhos de</p><p>Assistência Social:</p><p>Art. 198 […]</p><p>III - participação da comunidade.</p><p>O § 1º, art. 227, trata sobre a participação das enti-</p><p>dades não governamentais nos programas de assis-</p><p>tência integral à saúde das crianças e adolescentes:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>23</p><p>Art. 227 […]</p><p>§ 1º O Estado promoverá programas de assistên-</p><p>cia integral à saúde da criança, do adolescente e do</p><p>jovem, admitida a participação de entidades não</p><p>governamentais, mediante políticas específicas e</p><p>obedecendo aos seguintes preceitos: […]</p><p>O caput, art. 230, fala sobre a participação da socie-</p><p>dade no amparo às pessoas idosas:</p><p>Art. 230 A família, a sociedade e o Estado têm o</p><p>dever de amparar as pessoas idosas, assegurando</p><p>sua participação na comunidade, defendendo sua</p><p>dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito</p><p>à vida. […]</p><p>Por fim, o art. 74, do ADCT, trata da participação de</p><p>representantes da sociedade civil no Conselho Consul-</p><p>tivo e de Acompanhamento do Fundo de Combate e</p><p>Erradicação da Pobreza:</p><p>Art. 79 (ADCT) É instituído, para vigorar até o ano</p><p>de 2010, no âmbito do Poder Executivo Federal, o</p><p>Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, a ser</p><p>regulado por lei complementar com o objetivo de</p><p>viabilizar a todos os brasileiros acesso a níveis dig-</p><p>nos de subsistência, cujos recursos serão aplicados</p><p>em ações suplementares de nutrição, habitação,</p><p>educação, saúde, reforço de renda familiar e outros</p><p>programas de relevante interesse social voltados</p><p>para melhoria da qualidade de vida.</p><p>Parágrafo único. O Fundo previsto neste artigo</p><p>terá Conselho Consultivo e de Acompanhamento</p><p>que conte com a participação de representantes da</p><p>sociedade civil, nos termos da lei.</p><p>É importante ressaltar que a democracia não se</p><p>traduz em um conceito estanque, a considerar deter-</p><p>minados requisitos para que ela exista ou não em</p><p>determinado Estado.</p><p>Em verdade, a democracia é algo dinâmico e que</p><p>cresce cada vez mais. Desse modo, é fácil vislumbrar-</p><p>mos que, em épocas passadas, alguns direitos que</p><p>temos hoje poderiam até não existir; ainda assim,</p><p>podemos considerar que vivemos alguns períodos</p><p>democráticos, sendo que esses referidos direitos vêm</p><p>sendo somados a outros criados anteriormente com o</p><p>passar do tempo.</p><p>A democracia é, portanto, a soma de todos esses</p><p>direitos alcançados com o passar dos séculos, e que</p><p>não cessará no futuro; logo, chegaremos a novos direi-</p><p>tos e institutos, a fim de implementarmos e aprimo-</p><p>rarmos ainda mais o regime democrático.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CARVALHO, J. M. Os Bestializados: O Rio de Janei-</p><p>ro e a República que não foi. São Paulo: Compa-</p><p>nhia das Letras, 1996.</p><p>ROCHA, E. A Constituição Cidadã e a institucionali-</p><p>zação dos espaços de participação social: avanços</p><p>e desafios. Instituto de Pesquisa Econômica Apli-</p><p>cada, 2008. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/</p><p>participacao/images/pdfs/participacao/outras_pes-</p><p>quisas/a%20constituio%20cidad%20e%20a%20</p><p>institucionalizao%20dos%20espaos%20de%20par-</p><p>ticipao%20social.pdf. Acesso em: 14 jan. 2024.</p><p>MACEDO, P. S. N. Democracia participativa na</p><p>Constituição Brasileira. Revista de Informação</p><p>Legislativa do Senado, [s.l.], v. 45, n. 178, p. 181-</p><p>193, abr./jun. 2008. Disponível em: http://www2.</p><p>senado.leg.br/bdsf/handle/id/176529. Acesso em: 14</p><p>jan. 2024.</p><p>DIVISÃO E COORDENAÇÃO DE</p><p>PODERES DA REPÚBLICA</p><p>Inicialmente, cumpre esclarecer que, embora a</p><p>norma constitucional se refira ao tema como orga-</p><p>nização dos poderes, o poder é uno, indivisível, e</p><p>pertence ao Estado brasileiro. Na realidade, o que se</p><p>organiza não são os poderes, mas, sim, as principais</p><p>funções do Estado, ou seja, a função de legislar, de</p><p>administrar e de julgar.</p><p>Assim, para que tais funções possam ser exercidas</p><p>da melhor maneira possível, cada uma delas é atribuí-</p><p>da a um órgão. Tem-se, portanto, a organização dos</p><p>três poderes, ou seja, do Poder Legislativo, do Executi-</p><p>vo e do Judiciário, de modo que cada um deles possua</p><p>as competências previstas na CF, de 1988.</p><p>Trata-se da teoria criada por Montesquieu, que</p><p>determina a composição e divisão do Estado. Ela obje-</p><p>tiva que cada poder seja independente e harmônico</p><p>entre si, como forma de dividir as funções do Estado</p><p>entre Poder Executivo, Legislativo e Judiciário. Esse</p><p>entendimento chamamos de teoria da separação dos</p><p>poderes.</p><p>Cada um dos órgãos possui as funções para as</p><p>quais foram criados, ou seja, as funções típicas.</p><p>O Poder Legislativo tem a capacidade de fazer</p><p>emendas, alterar e revogar leis, além da função de</p><p>fiscalização; já o Poder Executivo tem a função de</p><p>administrar o Estado; por fim, o Poder Judiciário é</p><p>aquele cuja função é jurisdicional — por exemplo, a</p><p>aplicação do direito em um caso concreto através de</p><p>um processo judicial.</p><p>LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO</p><p>Elabora as leis Administra o</p><p>Estado Aplica as leis</p><p>z Senadores</p><p>e deputados</p><p>federais</p><p>z Deputados</p><p>estaduais</p><p>z Vereadores</p><p>z Presidente da</p><p>República</p><p>z Governadores</p><p>do Estado</p><p>z Prefeitos</p><p>z Supremo</p><p>Tribunal Federal</p><p>z Tribunais</p><p>superiores</p><p>z Tribunais</p><p>z Juízes</p><p>Observa-se, no entanto, que, para que todos esses</p><p>órgãos possam exercer suas atribuições de forma</p><p>independente, é permitido a eles realizarem funções</p><p>atípicas, ou seja, exercer as funções tidas como típi-</p><p>cas dos outros órgãos. Assim, se tipicamente compete</p><p>ao Poder Legislativo legislar e fiscalizar, atipicamente</p><p>ele pode administrar (exemplo: conceder férias, licen-</p><p>ças, entre outros, a seus servidores) e julgar (exem-</p><p>plo: o Senado Federal julga o presidente da República</p><p>por crime de responsabilidade). Do mesmo modo, se</p><p>tipicamente compete ao Poder Executivo adminis-</p><p>trar, atipicamente ele pode legislar (exemplo: decre-</p><p>tos autônomos) e julgar (exemplo: analisar processo</p><p>administrativo). Por fim, se tipicamente compete ao</p><p>Poder Judiciário a aplicação da lei, atipicamente ele</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>24</p><p>pode administrar (exemplo: conceder férias, licenças,</p><p>entre outros, a seus servidores) e legislar (exemplo: os</p><p>regimentos internos dos tribunais).</p><p>Cumpre esclarecer que, como nenhum desses</p><p>órgãos (poderes) exerce apenas as funções típicas,</p><p>existe um sistema de interferências recíprocas, em</p><p>que cada um deles exerce suas competências e, tam-</p><p>bém, controla o exercício</p><p>dos outros. Trata-se do</p><p>denominado sistema de freios e contrapesos (checks</p><p>and balances).</p><p>Além disso, para garantir a independência e har-</p><p>monia dos três poderes, a norma constitucional veda</p><p>que qualquer um deles delegue atribuição ou exerça</p><p>funções que não são suas, exceto quando a própria</p><p>Constituição previr de forma diversa. Exemplo: os</p><p>deputados federais (Poder Legislativo) podem exercer</p><p>funções no Poder Executivo como ministros de Estado</p><p>sem que isso enseje a perda do mandato. O deputado</p><p>se afasta do cargo eletivo para exercer o cargo polí-</p><p>tico, podendo retornar àquele a qualquer momen-</p><p>to. Outro exemplo é a possibilidade de o Congresso</p><p>Nacional delegar ao presidente da República a atri-</p><p>buição de legislar e aprovar projetos de lei por meio</p><p>de lei delegada.</p><p>Há de se mencionar, ainda, que cada um desses</p><p>órgãos possui garantias e impedimentos constitucio-</p><p>nalmente previstos para o exercício de suas funções.</p><p>Trata-se das garantias institucionais.</p><p>A seguir, iniciaremos o estudo específico de cada</p><p>um dos poderes.</p><p>PODER EXECUTIVO</p><p>O Poder Executivo está consagrado nos arts. 76 a</p><p>91, da Constituição, e tem como função a solução e a</p><p>administração de casos concretos e individualizados,</p><p>de acordo com as leis gerais e abstratas elaboradas</p><p>pelo Legislativo, ou seja, tem a função típica de admi-</p><p>nistrar e gerenciar o Estado. Entretanto, também</p><p>pode exercer funções legislativas através das medidas</p><p>provisórias e leis delegadas.</p><p>Federal</p><p>Conforme já abordado anteriormente, o nosso país</p><p>é regido pelo sistema presidencialista, em que as fun-</p><p>ções de chefe de Estado estão na figura do presiden-</p><p>te da República, conforme o art. 76, da CF. No âmbito</p><p>federal, o Poder Executivo é representado pelo pre-</p><p>sidente da República com o auxílio dos ministros de</p><p>Estado.</p><p>Art. 76 O Poder Executivo é exercido pelo Presi-</p><p>dente da República, auxiliado pelos Ministros de</p><p>Estado.</p><p>O presidente da República e seu vice têm um man-</p><p>dato de quatro anos e são eleitos pelo sistema majori-</p><p>tário absoluto.</p><p>No sistema majoritário absoluto, ganha a elei-</p><p>ção o candidato que conseguir a maioria de votos (o</p><p>primeiro número inteiro depois da metade do total)</p><p>avaliados em primeiro ou em segundo turno, sendo:</p><p>z Primeiro turno: realizado no primeiro domingo de</p><p>outubro;</p><p>z Segundo turno: realizado no último domingo de</p><p>outubro.</p><p>Conforme a alínea “a”, inciso VI, § 3º, art. 14, da CF,</p><p>de 1988, o presidente da República deve ter a idade</p><p>mínima de 35 anos e ser brasileiro nato (conforme</p><p>expõe o inciso I, § 3º, art. 12, da CF, de 1988).</p><p>Art. 14 A soberania popular será exercida pelo</p><p>sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,</p><p>com valor igual para todos, e, nos termos da lei,</p><p>mediante:</p><p>§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:</p><p>I - a nacionalidade brasileira;</p><p>II - o pleno exercício dos direitos políticos;</p><p>III - o alistamento eleitoral;</p><p>IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;</p><p>V - a filiação partidária;</p><p>VI - a idade mínima de:</p><p>a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-</p><p>-Presidente da República e Senador;</p><p>A Constituição consolidou o direito do povo de</p><p>eleger seus representantes, pelo sufrágio universal e</p><p>voto secreto.</p><p>Por conseguinte, ainda se tratando do art. 14, este</p><p>consagra que é possível uma reeleição para um perío-</p><p>do subsequente. Entretanto, atualmente, não é mais</p><p>possível um terceiro mandato seguido. Sobre esse</p><p>aspecto, é importante frisar que a reeleição não é uma</p><p>cláusula pétrea, podendo ser retirada da Constituição.</p><p>§ 5º O Presidente da República, os Governadores de</p><p>Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os</p><p>houver sucedido, ou substituído no curso dos man-</p><p>datos poderão ser reeleitos para um único perío-</p><p>do subsequente.</p><p>Importante!</p><p>O § 3º, art. 12, da CF, relaciona os cargos privati-</p><p>vos de brasileiro nato:</p><p>§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:</p><p>I - de Presidente e Vice-Presidente da República;</p><p>II - de Presidente da Câmara dos Deputados;</p><p>III - de Presidente do Senado Federal;</p><p>IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;</p><p>V - da carreira diplomática;</p><p>VI - de oficial das Forças Armadas.</p><p>VII - de Ministro de Estado da Defesa.</p><p>Estadual e Distrital</p><p>No âmbito estadual, o chefe do Executivo é o gover-</p><p>nador do respectivo estado-membro, com mandato de</p><p>quatro anos, também eleito pelo sistema majoritário</p><p>absoluto. Ele tem como auxiliares diretos os secretá-</p><p>rios estaduais — no Distrito Federal, os secretários</p><p>distritais.</p><p>O governador de estado deve ser cidadão brasilei-</p><p>ro, com idade mínima de 30 anos, conforme determi-</p><p>na a alínea “b”, inciso VI, § 3º, art. 14, da CF, de 1988.</p><p>VI - a idade mínima de:</p><p>b) trinta anos para Governador e Vice-Governador</p><p>de Estado e do Distrito Federal;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>25</p><p>Municipal</p><p>No âmbito municipal, o Poder Executivo é comandado pelo prefeito, que deve ser cidadão brasileiro e, con-</p><p>forme o inciso VI, § 3º, art. 14, da CF, ter idade mínima de 21 anos. O mandato é de quatro anos, contando com o</p><p>auxílio dos secretários municipais. Eleito pelo sistema majoritário absoluto para municípios com mais de 200 mil</p><p>eleitores, e pelo sistema majoritário simples ou relativo para municípios com até 200 mil eleitores.</p><p>No sistema majoritário simples ou relativo, ganha a eleição o candidato que conseguir a maioria dos votos</p><p>válidos, ou seja, ganha o mais votado em um só turno. Exemplo: 100 mil votos válidos. O processo eleitoral é reali-</p><p>zado no primeiro domingo de outubro, sendo o sistema utilizado, também, para a eleição de senadores. Se houver</p><p>empate, ganha o mais idoso.</p><p>Dica</p><p>z Município com mais de 200 mil eleitores: sistema de eleição majoritário absoluto;</p><p>z Município com até 200 mil eleitores: sistema de eleição majoritário simples ou relativo.</p><p>Ainda quanto às eleições municipais, a Emenda Constitucional (EC) nº 111, de 2021, incluiu os §§ 12 e 13. Veja:</p><p>§ 12 Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões locais apro-</p><p>vadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data das eleições,</p><p>observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 111,</p><p>de 2021)</p><p>§ 13 As manifestações favoráveis e contrárias às questões submetidas às consultas populares nos termos do § 12</p><p>ocorrerão durante as campanhas eleitorais, sem a utilização de propaganda gratuita no rádio e na televisão. (Incluí-</p><p>do pela Emenda Constitucional nº 111, de 2021)</p><p>Em resumo:</p><p>PODER EXECUTIVO</p><p>FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL</p><p>z Presidente da República + vice =</p><p>mandato de quatro anos</p><p>z Auxiliares diretos: ministros do</p><p>Estado</p><p>z Sistema de eleição majoritário</p><p>absoluto</p><p>z Governador do estado + vice =</p><p>mandato de quatro anos</p><p>z Auxiliares diretos:</p><p>� Estado: secretários estaduais</p><p>� Distrito Federal: secretários</p><p>distritais</p><p>z Sistema de eleição majoritário</p><p>absoluto</p><p>z Prefeito + vice = mandato de</p><p>quatro anos</p><p>z Auxiliares diretos: secretários</p><p>municipais</p><p>z Sistemas de eleição:</p><p>� Majoritário absoluto: municípios</p><p>com mais de 200 mil eleitores</p><p>� Majoritário simples ou relativo:</p><p>municípios com menos de 200 mil</p><p>eleitores</p><p>Ordem de Substituição ou Sucessão Presidencial</p><p>O presidente será eleito com um vice-presidente, companheiro de chapa. A eleição do presidente implica na</p><p>eleição do vice com ele registrado.</p><p>O vice-presidente tem a função de auxiliar o presidente sempre que convocado para missões especiais, bem</p><p>como será o substituto no caso de impedimento do presidente (art. 79, da CF).</p><p>Ainda, conforme determina o art. 80, da CF, em caso de impedimento concomitante do presidente e do vice,</p><p>ou em caso de vacância dos respectivos cargos, serão chamados</p><p>ao exercício da presidência os presidentes da</p><p>Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF), sucessivamente, nessa ordem.</p><p>ORDEM DE SUBSTITUIÇÃO OU SUCESSÃO PRESIDENCIAL</p><p>Temporário</p><p>Presidente da Câmara dos</p><p>Deputados</p><p>Presidente do Senado</p><p>Federal</p><p>Presidente do STF</p><p>Vice-presidente</p><p>Definitivamente ou</p><p>temporário-interinamente</p><p>Definitivo</p><p>Conforme consagra o art. 81, da CF, vagando os cargos de presidente e vice, far-se-á eleição em 90 dias para se</p><p>complementar o mandato, depois de aberta a última vaga. Ainda, caso ocorra a vacância nos últimos dois anos</p><p>do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita, pelo Congresso Nacional, em 30 dias depois</p><p>da última vaga.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>26</p><p>É importante perceber que o dispositivo em</p><p>comento só é aplicado se não houver definitivamente</p><p>presidente nem vice-presidente.</p><p>Nos dois casos, de vacância antes (direta) e depois</p><p>(indireta) de dois anos de mandato, serão eleitos novos</p><p>presidentes e novos vice-presidentes para completar</p><p>o mandato, o que chamamos de mandato-tampão.</p><p>É possível haver eleição indireta nas demais esfe-</p><p>ras federativas também, como para governador e</p><p>prefeito.</p><p>É importante ressaltar, ainda, que a Emenda Cons-</p><p>titucional nº 111, de 2021, alterou a redação do art. 82,</p><p>estabelecendo que o mandato do presidente da Repú-</p><p>blica terá início em 5 de janeiro do ano seguinte ao de</p><p>sua eleição. Veja:</p><p>Art. 82 O mandato do Presidente da República é de</p><p>4 (quatro) anos e terá início em 5 de janeiro do ano</p><p>seguinte ao de sua eleição.</p><p>Crimes de Responsabilidade</p><p>Os crimes de responsabilidade têm previsão tanto</p><p>na Constituição Federal como na Lei nº 1.079, de 1950,</p><p>que define os crimes de responsabilidade e regula o</p><p>respectivo processo de julgamento. Um exemplo de</p><p>crime de responsabilidade seria o caso de o presiden-</p><p>te da República cometer improbidade administrativa</p><p>ou não obedecer a uma decisão do STF.</p><p>A Lei nº 1.079, de 1950, foi recepcionada pela</p><p>Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamen-</p><p>tal (ADPF) nº 378, que teve por objeto central a análise</p><p>da compatibilidade do rito de impeachment de presi-</p><p>dente da República, previsto na Lei nº 1.079, de 1950,</p><p>com a Constituição, de 1988.</p><p>O crime de responsabilidade se trata de um ilícito</p><p>político administrativo, definido em lei especial fede-</p><p>ral, que pode ser cometido no desempenho de funções</p><p>e, como consequência, resultar no impedimento para</p><p>o exercício das funções públicas. Trata-se de um resul-</p><p>tado obtido por meio do processo de impeachment.</p><p>O art. 85, da CF, dispõe sobre crimes de responsabi-</p><p>lidade, ou seja, sobre atos do presidente da República</p><p>que atentem contra a Constituição Federal e, especial-</p><p>mente, contra a existência da União, do livre exercício</p><p>do ministério público e dos poderes constitucionais</p><p>dos estados e DF, dos direitos políticos, individuais e</p><p>sociais, da segurança interna do país, da probidade na</p><p>administração, da lei orçamentária e do cumprimento</p><p>das leis e decisões judiciais.</p><p>Qualquer cidadão é legitimado ativo para pro-</p><p>por a acusação contra o presidente da República</p><p>na Câmara dos Deputados pela prática de crime de</p><p>responsabilidade.</p><p>Art. 85 São crimes de responsabilidade os atos</p><p>do Presidente da República que atentem contra a</p><p>Constituição Federal e, especialmente, contra:</p><p>I - a existência da União;</p><p>II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder</p><p>Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes</p><p>constitucionais das unidades da Federação;</p><p>III - o exercício dos direitos políticos, individuais e</p><p>sociais;</p><p>IV - a segurança interna do País;</p><p>V - a probidade na administração;</p><p>VI - a lei orçamentária;</p><p>VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.</p><p>Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em</p><p>lei especial, que estabelecerá as normas de proces-</p><p>so e julgamento.</p><p>Crimes Comuns Cometidos pelo Presidente da</p><p>República</p><p>Os crimes comuns cometidos pelo presidente da</p><p>República abrangem todas as infrações penais — por</p><p>exemplo, caso o presidente da República venha a</p><p>cometer crime de homicídio. No entanto, dependerá</p><p>de autorização da Câmara dos Deputados o recebi-</p><p>mento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal.</p><p>Importante lembrar que o presidente não dispõe</p><p>da imunidade material, a qual somente se estende</p><p>aos membros do Poder Legislativo, ou seja, o presi-</p><p>dente não é inviolável por suas palavras e opiniões,</p><p>mesmo que no exercício de suas funções.</p><p>Processo de Impeachment</p><p>O processo de impeachment é previsto na Cons-</p><p>tituição Federal, nos arts. 52 e 86, e na Lei nº 1.079,</p><p>de 1950, que define os crimes de responsabilidade e</p><p>regula o respectivo processo de julgamento.</p><p>O processo de impeachment tem duas fases: a</p><p>primeira é o chamado juízo de admissibilidade, e a</p><p>segunda é o julgamento. Veja a seguir.</p><p>z Primeira Fase: Juízo de Admissibilidade</p><p>� Acusação: significa estabelecer autoria e mate-</p><p>rialidade — quem fez o quê?</p><p>� Exemplo: presidente da República cometeu</p><p>crime de responsabilidade ao realizar a impro-</p><p>bidade administrativa (pedaladas fiscais) ou ao</p><p>não obedecer a decisões do STF;</p><p>� Recebimento: Câmara dos Deputados, por dois</p><p>terços dos membros (dois terços = 63% = 342</p><p>deputados).</p><p>z Segunda Fase: Julgamento</p><p>O julgamento é feito pelo Senado Federal, por dois</p><p>terços dos membros (dois terços = 64 senadores).</p><p>A segunda fase tem início quando recebidas as</p><p>acusações — o presidente da República fica suspenso</p><p>por 180 dias de suas funções.</p><p>O julgamento é presidido pelo presidente do</p><p>Supremo Tribunal Federal. Caso decorra o prazo de</p><p>180 dias sem a conclusão do julgamento, cessará o</p><p>afastamento do presidente, sem prejuízo do regular</p><p>prosseguimento do processo.</p><p>Condenado, o presidente perderá o cargo e fica-</p><p>rá inabilitado por oito anos para exercício de função</p><p>pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais</p><p>cabíveis (parágrafo único, do art. 52, da CF).</p><p>Se condenado, nem função honorífica o presidente</p><p>poderá exercer (ser mesário de eleições ou jurado de</p><p>júri, por exemplo). Confira o que dispõe o art. 86, da CF:</p><p>Art. 86 Admitida a acusação contra o Presidente</p><p>da República, por dois terços da Câmara dos Depu-</p><p>tados, será ele submetido a julgamento perante o</p><p>Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais</p><p>comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes</p><p>de responsabilidade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>27</p><p>§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:</p><p>I - nas infrações penais comuns, se recebida à</p><p>denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal</p><p>Federal;</p><p>II - nos crimes de responsabilidade, após a instau-</p><p>ração do processo pelo Senado Federal.</p><p>§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o</p><p>julgamento não estiver concluído, cessará o afasta-</p><p>mento do Presidente, sem prejuízo do regular pros-</p><p>seguimento do processo.</p><p>§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenató-</p><p>ria, nas infrações comuns, o Presidente da Repúbli-</p><p>ca não estará sujeito a prisão.</p><p>§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu</p><p>mandato, não pode ser responsabilizado por atos</p><p>estranhos ao exercício de suas funções.</p><p>CRIME DE RES-</p><p>PONSABILIDADE CRIME COMUM</p><p>Denúncia Qualquer cidadão</p><p>Caso seja ação</p><p>penal pública,</p><p>será a Procurado-</p><p>ria-Geral da Repú-</p><p>blica (PGR)</p><p>Quem</p><p>recebe</p><p>Dois terços da</p><p>Câmara dos</p><p>Deputados</p><p>Dois terços da</p><p>Câmara dos</p><p>Deputados</p><p>Julga-</p><p>mento Senado Federal STF</p><p>PODER LEGISLATIVO</p><p>É o Poder responsável por fazer, emendar, alterar</p><p>e revogar leis, consagrado nos arts. 44 a 75,</p><p>da Cons-</p><p>tituição. Assim, a função típica do Poder Legislativo é</p><p>legislar, ou seja, elaborar as normas jurídicas gerais</p><p>e abstratas, bem como administrar e julgar, em sua</p><p>função atípica.</p><p>Dica</p><p>Exemplo de função atípica: controle de contas</p><p>públicas, autorização para instauração de pro-</p><p>cessos contra certas autoridades, julgamento de</p><p>crimes de responsabilidade etc. A fiscalização</p><p>contábil conta com o auxílio do Tribunal de Con-</p><p>tas da União — TCU (arts. 70 a 74, CF) e com o</p><p>dos tribunais de contas dos estados e do Distrito</p><p>Federal (art. 75, CF, de 1988).</p><p>Federal</p><p>No âmbito nacional, temos o Congresso Nacional,</p><p>que é denominado bicameral, pois é composto pelas</p><p>duas casas: a Câmara dos Deputados e o Senado Fede-</p><p>ral — esse aspecto também é chamado de bicameralis-</p><p>mo federativo, uma vez que a composição é formada</p><p>por representantes dos estados e do Distrito Federal.</p><p>Câmara dos Deputados</p><p>É composta por representantes do povo, eleitos</p><p>pelo sistema proporcional para mandatos de quatro</p><p>anos, sendo permitidas sucessivas reeleições.</p><p>No sistema proporcional, o eleitor escolhe ser</p><p>representado por determinado partido e, preferen-</p><p>cialmente, pelo candidato escolhido. Entretanto, caso</p><p>o candidato escolhido não seja eleito, o voto será</p><p>somado aos demais votos da legenda, compondo a</p><p>votação do partido ou coligação.</p><p>Cada estado será representado de acordo com a sua</p><p>população, ou seja, quanto mais populoso, maior será</p><p>o número de representantes do ente federado nessa</p><p>casa. Ainda, conforme o § 1º, art. 45, da CF, nenhuma</p><p>unidade da Federação terá menos de oito ou mais</p><p>de 70 deputados, com exceção dos territórios (que,</p><p>atualmente, não existem mais), que poderiam eleger</p><p>quatro deputados federais.</p><p>Senado Federal</p><p>É composto por representantes dos estados e do</p><p>Distrito Federal, eleitos pelo sistema majoritário sim-</p><p>ples. Cada estado e o Distrito Federal elegem o núme-</p><p>ro fixo de três senadores, com mandatos de oito anos.</p><p>Ainda, cada senador será eleito com dois suplentes</p><p>(art. 46, da CF).</p><p>z Funcionamento do Congresso Nacional</p><p>Conforme o art. 57, da CF, o Congresso Nacio-</p><p>nal reunir-se-á na capital federal de 2 de fevereiro</p><p>a 17 de julho, e de 1º de agosto a 22 de dezembro,</p><p>período denominado sessão legislativa — ou seja, é</p><p>o período em que o congresso se reúne anualmente</p><p>para a realização de suas atividades.</p><p>Podemos ter, portanto:</p><p>� Sessão legislativa ordinária: período de ativida-</p><p>de normal do Congresso (mencionado acima);</p><p>� Sessão legislativa extraordinária: trabalho rea-</p><p>lizado durante o recesso parlamentar, median-</p><p>te convocação.</p><p>Atenção! Não confundir sessão legislativa com</p><p>legislatura: legislatura é o período de quatro anos de</p><p>execução das atividades do Congresso Nacional. Vide</p><p>parágrafo único, art. 44, da CF:</p><p>Art. 44 O Poder Legislativo é exercido pelo Con-</p><p>gresso Nacional, que se compõe da Câmara dos</p><p>Deputados e do Senado Federal.</p><p>Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração</p><p>de quatro anos.</p><p>Cuidado com o § 3º, do art. 57, da CF, que dispõe</p><p>sobre as reuniões, referentes à sessão conjunta, que</p><p>ocorrerão em quatro casos. Veja:</p><p>Art. 57 O Congresso Nacional reunir-se-á, anual-</p><p>mente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de</p><p>julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro.</p><p>§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão</p><p>transferidas para o primeiro dia útil subseqüen-</p><p>te, quando recaírem em sábados, domingos ou</p><p>feriados.</p><p>§ 2º A sessão legislativa não será interrompida</p><p>sem a aprovação do projeto de lei de diretrizes</p><p>orçamentárias.</p><p>§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constitui-</p><p>ção, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal</p><p>reunir-se-ão em sessão conjunta para:</p><p>I - inaugurar a sessão legislativa;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>28</p><p>II - elaborar o regimento comum e regular a cria-</p><p>ção de serviços comuns às duas Casas;</p><p>III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-</p><p>-Presidente da República;</p><p>IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.</p><p>Em relação ao inciso III, § 3º, art. 57, guarde que:</p><p>a sessão acontece no primeiro ano do mandato do</p><p>presidente.</p><p>z Mesas do Congresso Nacional</p><p>As Mesas são os órgãos diretivos da Câmara dos</p><p>Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacio-</p><p>nal. As Mesas têm responsabilidade de administrar</p><p>suas casas; seus membros são eleitos pelos próprios</p><p>parlamentares.</p><p>A composição da Mesa do Congresso Nacional pode</p><p>ser alterada por regimentos; ela conta com mandatos</p><p>de dois anos, devendo ser presidida pelo presidente</p><p>do Senado; os demais cargos devem ser exercidos,</p><p>alternadamente, pelos ocupantes de cargos equiva-</p><p>lentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal,</p><p>conforme determina o § 5º, art. 57, da CF. Ainda, a pre-</p><p>sidência é exercida pelo presidente do Senado. Veja</p><p>as atribuições para as Mesas nos seguintes artigos da</p><p>CF: §§ 1º e 2º, art. 50; §§ 2º e 3º, art. 55; incisos II e III,</p><p>art. 103.</p><p>Art. 50 A Câmara dos Deputados e o Senado Fede-</p><p>ral, ou qualquer de suas Comissões, poderão con-</p><p>vocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares</p><p>de órgãos diretamente subordinados à Presidência</p><p>da República para prestarem, pessoalmente, infor-</p><p>mações sobre assunto previamente determinado,</p><p>importando crime de responsabilidade a ausência</p><p>sem justificação adequada.</p><p>§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer</p><p>ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados,</p><p>ou a qualquer de suas Comissões, por sua ini-</p><p>ciativa e mediante entendimentos com a Mesa</p><p>respectiva, para expor assunto de relevância de</p><p>seu Ministério.</p><p>§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do</p><p>Senado Federal poderão encaminhar pedidos</p><p>escritos de informações a Ministros de Estado</p><p>ou a qualquer das pessoas referidas no caput</p><p>deste artigo, importando em crime de responsabi-</p><p>lidade a recusa, ou o não - atendimento, no prazo de</p><p>trinta dias, bem como a prestação de informações</p><p>falsas.</p><p>[…]</p><p>Art. 55 Perderá o mandato o Deputado ou</p><p>Senador:</p><p>I - que infringir qualquer das proibições esta-</p><p>belecidas no artigo anterior;</p><p>II - cujo procedimento for declarado incompa-</p><p>tível com o decoro parlamentar;</p><p>III - que deixar de comparecer, em cada sessão</p><p>legislativa, à terça parte das sessões ordiná-</p><p>rias da Casa a que pertencer, salvo licença ou</p><p>missão por esta autorizada;</p><p>IV - que perder ou tiver suspensos os direitos</p><p>políticos;</p><p>V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos</p><p>casos previstos nesta Constituição;</p><p>VI - que sofrer condenação criminal em sentença</p><p>transitada em julgado.</p><p>§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar,</p><p>além dos casos definidos no regimento interno, o</p><p>abuso das prerrogativas asseguradas a membro do</p><p>Congresso Nacional ou a percepção de vantagens</p><p>indevidas.</p><p>§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do</p><p>mandato será decidida pela Câmara dos Deputa-</p><p>dos ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta,</p><p>mediante provocação da respectiva Mesa ou de</p><p>partido político representado no Congresso Nacio-</p><p>nal, assegurada ampla defesa.</p><p>§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a</p><p>perda será declarada pela Mesa da Casa res-</p><p>pectiva, de ofício ou mediante provocação de</p><p>qualquer de seus membros, ou de partido político</p><p>representado no Congresso Nacional, assegurada</p><p>ampla defesa.</p><p>[…]</p><p>Art. 103 Podem propor a ação direta de incons-</p><p>titucionalidade e a ação declaratória de</p><p>constitucionalidade:</p><p>I - o Presidente da República;</p><p>II - a Mesa do Senado Federal;</p><p>III - a Mesa da Câmara dos Deputados.</p><p>O presidente da Mesa é o presidente da sua res-</p><p>pectiva casa, portanto cabe a ele declarar a perda de</p><p>mandato (art. 55, da CF).</p><p>Estadual e Distrital</p><p>Os âmbitos estadual e distrital são compostos pela</p><p>assembleia legislativa por meio dos deputados esta-</p><p>duais, eleitos pelo sistema proporcional (26 deputa-</p><p>dos por estado), com mandatos de quatro anos, sendo</p><p>aplicadas as regras da Constituição sobre sistema elei-</p><p>toral, inviolabilidade,</p><p>imunidades, remuneração, per-</p><p>da de mandato, licença, impedimentos e incorporação</p><p>às Forças Armadas. Ainda, o subsídio dos deputados</p><p>estaduais será fixado por lei de iniciativa da assem-</p><p>bleia legislativa (art. 27, da CF).</p><p>Municipal</p><p>Na esfera municipal, temos os vereadores, eleitos</p><p>pelo sistema proporcional, com mandatos de quatro</p><p>anos — sistema unicameral. O número de vereadores</p><p>que ocupa a câmara municipal é definido de acordo</p><p>com o número de habitantes da respectiva cidade,</p><p>conforme o inciso IV, art. 29, da CF.</p><p>Dica</p><p>Os vereadores apenas gozam da imunidade</p><p>material.</p><p>Estatuto do Congressista</p><p>Denomina-se Estatuto do Congressista o conjunto</p><p>de regras que disciplinam as imunidades e as prer-</p><p>rogativas de foro, de serviço militar, de vencimentos</p><p>e de isenção do dever de testemunhar, bem como as</p><p>incompatibilidades. Trata-se das normas disciplina-</p><p>das nos arts. 53 a 56, da CF, de 1988.</p><p>Imunidade Parlamentar</p><p>Inicialmente, há de se ter em mente que as imuni-</p><p>dades são prerrogativas inerentes à função desempe-</p><p>nhada com o objetivo de garantir a independência e</p><p>o exercício da função atribuídos constitucionalmente.</p><p>Portanto, não se trata de privilégios, mas de garantias</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>29</p><p>destinadas ao livre desempenho da função e da não</p><p>ingerência dos demais órgãos (independência dos</p><p>poderes). É por esse motivo que as imunidades não</p><p>podem ser renunciadas, pois não pertencem às pes-</p><p>soas, mas ao cargo desempenhado.</p><p>A imunidade parlamentar, também conhecida</p><p>como imunidade legislativa, consiste nas prerrogati-</p><p>vas outorgadas pela CF, de 1988, aos membros do Con-</p><p>gresso Nacional para que eles possam exercer suas</p><p>funções com independência e liberdade. A imunidade</p><p>parlamentar se divide em material e formal. Veja a</p><p>seguir.</p><p>z Imunidade Material</p><p>A imunidade material, também denominada de</p><p>real ou substantiva, diz respeito a opiniões, palavras</p><p>e votos. Trata-se da absoluta inviolabilidade, uma vez</p><p>que os parlamentares são imunes civil e penalmente</p><p>quanto às suas opiniões, palavras e votos, desde que</p><p>no exercício da atividade parlamentar. Todos os</p><p>parlamentares possuem esse direito.</p><p>A imunidade material está consagrada no art. 53,</p><p>do Texto Constitucional, que prevê que deputados e</p><p>senadores são invioláveis civil e penalmente. Veja:</p><p>Art. 53 Os Deputados e Senadores são invioláveis,</p><p>civil e penalmente, por quaisquer de suas opi-</p><p>niões, palavras e votos.</p><p>§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedi-</p><p>ção do diploma, serão submetidos a julgamento</p><p>perante o Supremo Tribunal Federal.</p><p>§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros</p><p>do Congresso Nacional não poderão ser pre-</p><p>sos, salvo em flagrante de crime inafiançável.</p><p>Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vin-</p><p>te e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo</p><p>voto da maioria de seus membros, resolva sobre a</p><p>prisão.</p><p>A imunidade é uma espécie de proteção aos par-</p><p>lamentares no exercício de suas funções, para que</p><p>eles tenham ampla liberdade de expressão e debate</p><p>de ideias nas questões de interesse de seus represen-</p><p>tados. Ainda, a imunidade material é absoluta, o que</p><p>significa que as palavras e opiniões do parlamentar</p><p>ficam excluídas de ação condenatória.</p><p>Por exemplo, determinado senador, ao discutir</p><p>temas políticos com outro parlamentar, profere pala-</p><p>vras de injúria e acusa o parlamentar de praticar</p><p>fatos definidos como crime. Nesse caso, o parlamentar</p><p>ofendido não pode mover processo contra o senador,</p><p>pois as ofensas proferidas estão relacionadas ao exer-</p><p>cício da atividade parlamentar.</p><p>Portanto, o congressista é protegido da incrimina-</p><p>ção civil ou penal pelos chamados crimes de opinião</p><p>ou palavra. Como consequência, a imunidade mate-</p><p>rial exclui a própria natureza delituosa do fato,</p><p>visto que não haverá responsabilização penal e civil</p><p>do parlamentar por suas opiniões, palavras e votos,</p><p>sendo afastado, inclusive, o pedido de interpelação</p><p>judicial (pedido de explicações). Salienta-se, por neces-</p><p>sário, que a imunidade material é absoluta (todas as</p><p>palavras e opiniões são excluídas de ação repressiva</p><p>ou condenatória), permanente (aplica-se, mesmo</p><p>após extinto o mandato, para os fatos que ocorreram</p><p>na vigência do encargo) e de ordem pública (guarda</p><p>relação com a função exercida, e não com a pessoa do</p><p>parlamentar).</p><p>Cumpre esclarecer, no entanto, que o parlamentar</p><p>só será protegido quando as manifestações se derem</p><p>no exercício do mandato, uma vez que a imunida-</p><p>de material está ligada à ideia de desempenho do</p><p>mandato (prática in officio) e em razão do manda-</p><p>to (prática propter officium). Consequentemente, as</p><p>palavras, votos e opiniões sem nenhuma relação com</p><p>o desempenho da função não são alcançados pela</p><p>inviolabilidade.</p><p>Dicas sobre a imunidade material:</p><p>� Dentro da casa legislativa: absoluta, salvo no</p><p>caso de quebra de decoro parlamentar;</p><p>� Fora da casa legislativa: relativa (limitada aos</p><p>atos relacionados ao exercício do mandato).</p><p>Ademais, o parlamentar não pode renunciar à</p><p>imunidade ou ao foro privilegiado.</p><p>Conforme o inciso VIII, art. 29, da CF, de 1988, os</p><p>vereadores têm essa proteção, mas somente na cir-</p><p>cunscrição do município.</p><p>Art. 29 O Município reger-se-á por lei orgânica,</p><p>votada em dois turnos, com o interstício mínimo de</p><p>dez dias, e aprovada por dois terços dos membros</p><p>da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos</p><p>os princípios estabelecidos nesta Constituição, na</p><p>Constituição do respectivo Estado e os seguintes</p><p>preceitos:</p><p>[...]</p><p>VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opi-</p><p>niões, palavras e votos no exercício do mandato e</p><p>na circunscrição do Município;</p><p>z Imunidade Formal</p><p>Também denominada de processual, formal ou</p><p>adjetiva, é uma imunidade relativa. Na imunidade</p><p>formal, há a possibilidade de suspensão da prisão e</p><p>do processo para a maioria absoluta dos membros da</p><p>respectiva casa. Consiste no julgamento pelo STF, des-</p><p>de a expedição do diploma. Note que os vereadores</p><p>não podem ser presos, salvo em flagrante de crime</p><p>inafiançável.</p><p>Importante!</p><p>A diplomação ocorre antes da posse, pois é um</p><p>ato que comprova que o candidato foi eleito e</p><p>está apto para tomar posse da carreira. É neste</p><p>ato que ocorre a entrega do documento (diplo-</p><p>ma) pela justiça eleitoral.</p><p>Art. 53 Os Deputados e Senadores são invioláveis,</p><p>civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,</p><p>palavras e votos.</p><p>[...]</p><p>§ 3º Recebida à denúncia contra o Senador ou</p><p>Deputado, por crime ocorrido após a diploma-</p><p>ção, o Supremo Tribunal Federal dará ciência</p><p>à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido</p><p>político nela representado e pelo voto da maioria de</p><p>seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o</p><p>andamento da ação.</p><p>§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa</p><p>respectiva no prazo improrrogável de quarenta e</p><p>cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>30</p><p>§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição,</p><p>enquanto durar o mandato.</p><p>§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obriga-</p><p>dos a testemunhar sobre informações recebidas ou</p><p>prestadas em razão do exercício do mandato, nem</p><p>sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles rece-</p><p>beram informações.</p><p>§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputa-</p><p>dos e Senadores, embora militares e ainda que em</p><p>tempo de guerra, dependerá de prévia licença da</p><p>Casa respectiva.</p><p>§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores</p><p>subsistirão durante o estado de sítio, só podendo</p><p>ser suspensas mediante o voto de dois terços dos</p><p>membros</p><p>da Casa respectiva, nos casos de atos pra-</p><p>ticados fora do recinto do Congresso Nacional, que</p><p>sejam incompatíveis com a execução da medida.</p><p>Caso seja determinada a prisão de algum depu-</p><p>tado ou senador após a diplomação, os autos serão</p><p>enviados para a respectiva casa, para que, pelo voto</p><p>da maioria de seus membros, seja resolvido sobre a</p><p>prisão; assim, poderá ser determinada a sustação do</p><p>andamento da ação até o final do mandato.</p><p>Cumpre mencionar, ainda, que a imunidade for-</p><p>mal impede a condução coercitiva do parlamentar</p><p>que se nega a comparecer em interrogatório.</p><p>Prerrogativa de Foro</p><p>Outra garantia prevista no Estatuto do Congressis-</p><p>ta é a prerrogativa de foro. Ela encontra-se estabeleci-</p><p>da no § 1º, art. 53, que assim estabelece:</p><p>Art. 53 […]</p><p>§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição</p><p>do diploma, serão submetidos a julgamento peran-</p><p>te o Supremo Tribunal Federal.</p><p>Por prerrogativa de foro depreende-se a compe-</p><p>tência do STF em julgar os parlamentares por todas</p><p>as infrações penais a eles imputadas, incluindo os ilí-</p><p>citos tipificados como contravenção penal, bem como</p><p>aqueles sujeitos à competência de ramos especializa-</p><p>dos da Justiça, como, por exemplo, os crimes eleitorais</p><p>e os crimes dolosos contra a vida.</p><p>Importante destacar que o suplente apenas goza</p><p>de imunidade e de prerrogativa de foro se estiver</p><p>substituindo o parlamentar titular.</p><p>Dever de Testemunhar</p><p>O Estatuto do Congressista estabelece, ainda, que</p><p>os parlamentares não se encontram obrigados a pres-</p><p>tar depoimento na condição de testemunha caso a</p><p>informação recebida ou prestada seja obtida em razão</p><p>do mandato. É o que estabelece o § 6º, art. 53.</p><p>Art. 53 […]</p><p>§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obriga-</p><p>dos a testemunhar sobre informações recebidas ou</p><p>prestadas em razão do exercício do mandato, nem</p><p>sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles rece-</p><p>beram informações.</p><p>Incorporação às Forças Armadas</p><p>No caso de guerra declarada, existem regras ati-</p><p>nentes à incorporação de brasileiros civis ao Exército,</p><p>Marinha ou Aeronáutica previstas na Lei nº 6.880, de</p><p>1980, também denominada de Estatuto dos Militares.</p><p>No entanto, considerando a importância da função</p><p>parlamentar, o § 7º, art. 53, da CF, de 1988, estabelece</p><p>que, no caso dos deputados e senadores, a incorpo-</p><p>ração depende de licença prévia da respectiva Casa</p><p>Legislativa, ou seja, da autorização desta.</p><p>Art. 53 […]</p><p>§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputa-</p><p>dos e Senadores, embora militares e ainda que em</p><p>tempo de guerra, dependerá de prévia licença da</p><p>Casa respectiva.</p><p>Estado de Sítio</p><p>Outra garantia prevista no Estatuto do Congressis-</p><p>ta é que a imunidade material e formal dos parlamen-</p><p>tares subsiste no período de exceção constitucional.</p><p>Ressalta-se que, ao contrário de toda a população</p><p>que terá direitos suspensos e limitados na vigência</p><p>do estado de sítio, os deputados e senadores somente</p><p>terão suas garantias suspensas no caso de voto de dois</p><p>terços dos membros da casa. No entanto, a imunidade</p><p>que poderá ser suspensa é apenas aquela decorren-</p><p>te dos atos praticados fora da casa legislativa e desde</p><p>que sejam incompatíveis com a execução da garantia.</p><p>Art. 53 […]</p><p>§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores</p><p>subsistirão durante o estado de sítio, só podendo</p><p>ser suspensas mediante o voto de dois terços dos</p><p>membros da Casa respectiva, nos casos de atos pra-</p><p>ticados fora do recinto do Congresso Nacional, que</p><p>sejam incompatíveis com a execução da medida.</p><p>Deveres Parlamentares</p><p>O Estatuto do Congressista estabelece, no art. 54, os</p><p>deveres dos deputados e senadores, que são:</p><p>Art. 54 Os Deputados e Senadores não poderão:</p><p>I - desde a expedição do diploma:</p><p>a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídi-</p><p>ca de direito público, autarquia, empresa pública,</p><p>sociedade de economia mista ou empresa conces-</p><p>sionária de serviço público, salvo quando o contra-</p><p>to obedecer a cláusulas uniformes;</p><p>b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego</p><p>remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis</p><p>“ad nutum”, nas entidades constantes da alínea</p><p>anterior;</p><p>II - desde a posse:</p><p>a) ser proprietários, controladores ou diretores de</p><p>empresa que goze de favor decorrente de contrato</p><p>com pessoa jurídica de direito público, ou nela exer-</p><p>cer função remunerada;</p><p>b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis</p><p>“ad nutum”, nas entidades referidas no inciso I, “a”;</p><p>c) patrocinar causa em que seja interessada qual-</p><p>quer das entidades a que se refere o inciso I, “a”;</p><p>d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato</p><p>público eletivo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>31</p><p>Verifica-se, no dispositivo, que existem direitos</p><p>que o parlamentar adquire desde a sua diplomação;</p><p>a outros, no entanto, o parlamentar somente fará jus</p><p>após a posse.</p><p>Perda do Mandato</p><p>O art. 55 cuida das hipóteses que geram a perda do</p><p>mandato parlamentar. Veja o dispositivo:</p><p>Art. 55 Perderá o mandato o Deputado ou Senador:</p><p>I - que infringir qualquer das proibições estabeleci-</p><p>das no artigo anterior;</p><p>II - cujo procedimento for declarado incompatível</p><p>com o decoro parlamentar;</p><p>III - que deixar de comparecer, em cada sessão</p><p>legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da</p><p>Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por</p><p>esta autorizada;</p><p>IV - que perder ou tiver suspensos os direitos</p><p>políticos;</p><p>V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos</p><p>previstos nesta Constituição;</p><p>VI - que sofrer condenação criminal em sentença</p><p>transitada em julgado.</p><p>§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar,</p><p>além dos casos definidos no regimento interno, o</p><p>abuso das prerrogativas asseguradas a membro do</p><p>Congresso Nacional ou a percepção de vantagens</p><p>indevidas.</p><p>§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do man-</p><p>dato será decidida pela Câmara dos Deputados ou</p><p>pelo Senado Federal, por maioria absoluta, median-</p><p>te provocação da respectiva Mesa ou de partido</p><p>político representado no Congresso Nacional, asse-</p><p>gurada ampla defesa.</p><p>§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a per-</p><p>da será declarada pela Mesa da Casa respectiva, de</p><p>ofício ou mediante provocação de qualquer de seus</p><p>membros, ou de partido político representado no</p><p>Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.</p><p>§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a pro-</p><p>cesso que vise ou possa levar à perda do mandato,</p><p>nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos</p><p>até as deliberações finais de que tratam os §§ 2º e</p><p>3º.</p><p>Em contrapartida, o art. 56 elenca as hipóteses que</p><p>não ensejam a perda do mandato.</p><p>Art. 56 Não perderá o mandato o Deputado ou</p><p>Senador:</p><p>I - investido no cargo de Ministro de Estado, Gover-</p><p>nador de Território, Secretário de Estado, do Distri-</p><p>to Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou</p><p>chefe de missão diplomática temporária;</p><p>II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de</p><p>doença, ou para tratar, sem remuneração, de inte-</p><p>resse particular, desde que, neste caso, o afasta-</p><p>mento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão</p><p>legislativa.</p><p>§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga,</p><p>de investidura em funções previstas neste artigo ou</p><p>de licença superior a cento e vinte dias.</p><p>§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-</p><p>-se-á eleição para preenchê-la se faltarem mais de</p><p>quinze meses para o término do mandato.</p><p>§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador</p><p>poderá optar pela remuneração do mandato.</p><p>Comissões</p><p>Comissões são os grupos de parlamentares reu-</p><p>nidos para a discussão sobre diversos assuntos. Por</p><p>exemplo, cabe às comissões a convocação de minis-</p><p>tros de Estado para a prestação de informações sobre</p><p>assuntos inerentes às suas atribuições. Veja o art. 58,</p><p>da CF.</p><p>Art. 58 O Congresso Nacional e suas Casas terão</p><p>comissões permanentes e temporárias,</p><p>consti-</p><p>tuídas na forma e com as atribuições previstas no</p><p>respectivo regimento ou no ato de que resultar sua</p><p>criação.</p><p>§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão,</p><p>é assegurada, tanto quanto possível, a representa-</p><p>ção proporcional dos partidos ou dos blocos parla-</p><p>mentares que participam da respectiva Casa.</p><p>§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua com-</p><p>petência, cabe:</p><p>I - discutir e votar projeto de lei que dispensar,</p><p>na forma do regimento, a competência do Plenário,</p><p>salvo se houver recurso de um décimo dos mem-</p><p>bros da Casa;</p><p>II - realizar audiências públicas com entidades</p><p>da sociedade civil;</p><p>III - convocar Ministros de Estado para prestar</p><p>informações sobre assuntos inerentes a suas</p><p>atribuições;</p><p>IV - receber petições, reclamações, representa-</p><p>ções ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou</p><p>omissões das autoridades ou entidades públicas;</p><p>V - solicitar depoimento de qualquer autoridade</p><p>ou cidadão;</p><p>VI - apreciar programas de obras, planos nacio-</p><p>nais, regionais e setoriais de desenvolvimento e</p><p>sobre eles emitir parecer.</p><p>Comissão Parlamentar de Inquérito — CPI</p><p>A comissão parlamentar de inquérito é uma inves-</p><p>tigação, conduzida pelo Poder Legislativo, que serve</p><p>para ouvir depoimentos e esclarecimentos sobre fatos</p><p>relevantes da vida pública. Também pode ocorrer</p><p>durante o recesso parlamentar, ou seja, apura fato cer-</p><p>to por prazo determinado. A CPI tem prazo de dura-</p><p>ção de 120 dias — se for o caso, ele pode ser prorrogado</p><p>por até 60 dias, mediante deliberação do Plenário.</p><p>Para a criação da CPI, é necessário um terço de</p><p>votos favoráveis dos deputados ou senadores, em</p><p>conjunto ou separadamente, ou seja, pelo menos 171</p><p>votos de deputados federais ou 27 votos de senado-</p><p>res. Depois de encerrada, se for o caso, o ministério</p><p>público intervém e promove a responsabilização civil</p><p>e criminal dos infratores.</p><p>Conforme o § 3º, art. 58, da CF, as comissões terão</p><p>poderes de investigação próprios das autoridades</p><p>judiciais. Veja:</p><p>§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que</p><p>terão poderes de investigação próprios das</p><p>autoridades judiciais, além de outros previstos</p><p>nos regimentos das respectivas Casas, serão cria-</p><p>das pela Câmara dos Deputados e pelo Senado</p><p>Federal, em conjunto ou separadamente, mediante</p><p>requerimento de um terço de seus membros, para</p><p>a apuração de fato determinado e por prazo certo,</p><p>sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas</p><p>ao Ministério Público, para que promova a respon-</p><p>sabilidade civil ou criminal dos infratores.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>32</p><p>A seguir, veja uma lista referente ao que pode e ao</p><p>que não pode ser realizado pela CPI.</p><p>z A CPI pode:</p><p>� convocar ministro de Estado;</p><p>� tomar depoimento de autoridade federal, esta-</p><p>dual ou municipal;</p><p>� ouvir suspeitos (que têm direito ao silêncio</p><p>para não se incriminar) e testemunhas (que</p><p>têm o compromisso de dizer a verdade e são</p><p>obrigadas a comparecer);</p><p>� ir a qualquer ponto do território nacional para</p><p>investigações e audiências públicas;</p><p>� prender em flagrante delito;</p><p>� requisitar informações e documentos de repar-</p><p>tições públicas e autárquicas;</p><p>� requisitar funcionários de qualquer Poder para</p><p>ajudar nas investigações, inclusive policiais;</p><p>� pedir perícias, exames e vistorias, inclusive</p><p>busca e apreensão (vetado em domicílio);</p><p>� determinar ao Tribunal de Contas da União a</p><p>realização de inspeções e auditorias;</p><p>� quebrar sigilo bancário, fiscal e de dados (inclu-</p><p>sive telefônico, ou seja, extrato de conta e não</p><p>escuta ou grampo).</p><p>z A CPI não pode:</p><p>� condenar;</p><p>� determinar medida cautelar, como prisões,</p><p>indisponibilidade de bens, arresto, sequestro;</p><p>� determinar interceptação telefônica e quebra</p><p>de sigilo de correspondência;</p><p>� impedir que o cidadão deixe o território nacio-</p><p>nal e determinar apreensão de passaporte;</p><p>� expedir mandado de busca e apreensão</p><p>domiciliar;</p><p>� impedir a presença de advogado do depoente</p><p>na reunião (advogado pode: ter acesso a docu-</p><p>mentos da CPI; falar para esclarecer equívoco</p><p>ou dúvida; opor a ato arbitrário ou abusivo;</p><p>ter manifestações analisadas pela CPI até para</p><p>impugnar prova ilícita).</p><p>Sobre a admissibilidade da instauração de CPI, em</p><p>2020 determinado deputado federal insurgiu contra</p><p>ato por meio do qual o presidente da Câmara dos</p><p>Deputados indeferiu pedido de instauração de CPI</p><p>destinada a investigar a metodologia de elaboração e</p><p>divulgação de pesquisas e os reflexos no resultado das</p><p>eleições. Assim, ao analisar o mandado de segurança,</p><p>o STF considerou que: “É atribuição do Presidente da</p><p>Câmara aferir o preenchimento dos requisitos atinen-</p><p>tes à instauração de comissão parlamentar de inqué-</p><p>rito” (MS 33.521, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em</p><p>15.05.2020, Dje em 24.06.2020).</p><p>Tribunais de Contas</p><p>O Tribunal de Contas da União tem como função</p><p>auxiliar o Congresso Nacional no controle externo,</p><p>referente à fiscalização. É um órgão independente,</p><p>composto por nove ministros, aos quais competem as</p><p>seguintes funções (art. 71, da CF):</p><p>z “Apreciar as contas prestadas anualmente pelo</p><p>Presidente da República”, ou seja, é função do TCU,</p><p>mediante parecer prévio (deve ser elaborado no</p><p>prazo de 60 dias), analisar as contas anuais do pre-</p><p>sidente da República.</p><p>� Exemplo: análise das demonstrações contábeis</p><p>consolidadas da União (também chamadas de</p><p>balanços gerais da União);</p><p>z “Julgar as contas dos administradores e demais res-</p><p>ponsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da</p><p>administração direta e indireta”.</p><p>� Exemplo: é função do TCU julgar as contas das</p><p>autarquias;</p><p>z “Apreciar, para fins de registro, a legalidade dos</p><p>atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na</p><p>administração direta e indireta”.</p><p>� Exemplo: apreciar a legalidade de ato de</p><p>admissão da empresa brasileira de Correios,</p><p>mediante prorrogação de concurso público;</p><p>z Implementar, autonomamente, da Câmara dos</p><p>Deputados, do Senado Federal, de comissão técni-</p><p>ca ou de inquérito,</p><p>[...] inspeções e auditorias de natureza contábil,</p><p>financeira, orçamentária, operacional e patrimo-</p><p>nial, nas unidades administrativas dos Poderes</p><p>Legislativo, Executivo e Judiciário.</p><p>� Exemplo: apurar denúncias referente à legali-</p><p>dade de atos administrativos;</p><p>z “Fiscalizar as contas nacionais das empresas supra-</p><p>nacionais de cujo capital social a União participe”.</p><p>� Exemplo: o Brasil tem acordo realizado com o</p><p>governo do Iraque; nesse sentido, a União par-</p><p>ticipa do denominado Banco Brasileiro Iraquia-</p><p>no S.A. (BBI);</p><p>z “Fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repas-</p><p>sados pela União mediante convênio, acordo, ajuste</p><p>ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao</p><p>Distrito Federal ou a Município”.</p><p>� Exemplo: fiscalização do repasse dos recursos</p><p>federais transferidos aos estados;</p><p>z “Prestar as informações solicitadas pelo Congresso</p><p>Nacional”.</p><p>� Exemplo: emitir pronunciamento conclusivo</p><p>sobre os projetos de lei relativos ao plano plu-</p><p>rianual, às diretrizes orçamentárias e ao orça-</p><p>mento anual;</p><p>z “Aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade</p><p>de despesa ou irregularidade de contas, as sanções</p><p>previstas em lei”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>33</p><p>� Exemplo: verificada fraude comprovada à lici-</p><p>tação, o tribunal poderá proibir o sancionado</p><p>de participar de licitação na Administração</p><p>Pública federal por até cinco anos;</p><p>z “Assinar prazo para que o órgão ou entidade adote</p><p>as providências necessárias ao exato cumprimento</p><p>da lei, se verificada ilegalidade”.</p><p>� Exemplo: verificada a ilegalidade de uma lici-</p><p>tação, o tribunal determina o prazo de 15 dias</p><p>para que o responsável adote as providências</p><p>necessárias (alegações de defesa ou, se for o</p><p>caso, adequação do contrato à lei);</p><p>z “Sustar, se não atendido, a execução do ato impug-</p><p>nado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputa-</p><p>dos e ao Senado Federal”.</p><p>� Exemplo: caso verificada a ilegalidade de uma</p><p>licitação e o responsável não responder no pra-</p><p>zo às alegações de sua defesa ou, se for o caso,</p><p>não adequar o contrato à lei, o TCU pode sustar</p><p>a execução ato impugnado, entretanto, o TCU</p><p>não tem poder para anular contrato admi-</p><p>nistrativo, mas, se for o caso, pode comunicar</p><p>à autoridade administrativa para que o faça;</p><p>z “Representar ao Poder competente sobre irregulari-</p><p>dades ou abusos apurados”:</p><p>� Exemplo: conforme abordado acima, o TCU</p><p>comunica ao Congresso Nacional sobre as irre-</p><p>gularidades e abusos apurados para que, se for</p><p>o caso, anule o contrato administrativo ou a</p><p>licitação.</p><p>É interessante ressaltar que os Ministros do Tribu-</p><p>nal de Contas da União devem cumprir alguns requi-</p><p>sitos. Veja:</p><p>Art. 73 […]</p><p>§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União</p><p>serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam</p><p>os seguintes requisitos:</p><p>I - mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de</p><p>idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional</p><p>nº 122, de 2022)</p><p>II - idoneidade moral e reputação ilibada;</p><p>III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis,</p><p>econômicos e financeiros ou de administração</p><p>pública;</p><p>IV - mais de dez anos de exercício de função ou de</p><p>efetiva atividade profissional que exija os conheci-</p><p>mentos mencionados no inciso anterior.</p><p>Do Processo Legislativo</p><p>É o conjunto de atos a serem observados para a</p><p>produção, criação, modificação ou revogação de nor-</p><p>mas, realizado pelos órgãos competentes.</p><p>A iniciativa pode ser parlamentar (quando outor-</p><p>gada aos membros do Congresso Nacional — Câmara</p><p>dos Deputados ou Senado Federal) ou extraparlamen-</p><p>tar (quando conferida aos demais órgãos ou pessoas</p><p>que não integram o Congresso Nacional, por exemplo,</p><p>através da iniciativa popular).</p><p>No processo legislativo de elaboração e criação de</p><p>normas, o Senado Federal só será a casa iniciadora</p><p>se o projeto for apresentado por senadores ou suas</p><p>comissões.</p><p>z Medida provisória: tem iniciativa na Câmara dos</p><p>Deputados — § 8º, art. 62, da CF;</p><p>z Iniciativa popular: a CF exige a subscrição de, no</p><p>mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído</p><p>por, pelo menos, cinco estados, com não menos de</p><p>0,3% dos eleitores de cada um deles, e será apre-</p><p>sentado perante a Câmara dos Deputados — § 2º,</p><p>art. 61, da CF. A tramitação é a mesma do projeto</p><p>de lei ordinária:</p><p>� Exemplo: iniciativa popular para lei comple-</p><p>mentar — lei da ficha limpa.</p><p>Os projetos de lei começam a tramitar na Câmara</p><p>dos Deputados, com exceção de quando são apresen-</p><p>tados por Senador ou comissão do senado. Nestes</p><p>dois casos, começam pelo Senado. Caso o projeto seja</p><p>aprovado por uma Casa, ele será revisto pela outra,</p><p>em um só turno de discussão e votação (em cada Casa).</p><p>z Se tiver sido iniciada a tramitação na câmara</p><p>(regra), o projeto segue para o Senado, onde será</p><p>analisado e votado. Se for alterado, volta para a</p><p>câmara, que analisa apenas as alterações, podendo</p><p>mantê-las ou recuperar o texto original;</p><p>z Em seguida, vai para sanção ou veto do presidente</p><p>da República;</p><p>� Atenção: se tiver vindo do Senado (exceção) e</p><p>for aprovado sem alterações, segue para san-</p><p>ção ou veto do presidente da República;</p><p>z O contrário também acontece: o Senado tem a ini-</p><p>ciativa e envia o texto para a câmara:</p><p>� se for alterado, volta para o Senado, que analisa</p><p>as mudanças da câmara, podendo mantê-las ou</p><p>recuperar o texto original;</p><p>� em seguida, vai para sanção ou veto do presi-</p><p>dente da República.</p><p>Entenda: na casa revisora, o projeto pode ser rejei-</p><p>tado (arquivado), se aprovado, depois de ser enviado</p><p>para o presidente dar a sanção ou veto, ou emendado.</p><p>Importante!</p><p>z Lei Ordinária: a votação para aprovação será</p><p>por maioria simples;</p><p>z Lei Complementar: a votação para aprovação</p><p>será por maioria absoluta;</p><p>z Emenda Constitucional: a votação para apro-</p><p>vação será por três quintos dos membros.</p><p>Deliberação</p><p>A deliberação é a competência exclusiva do pre-</p><p>sidente da República, após concluída a votação.</p><p>Ocorre apenas no processo das leis ordinárias e</p><p>complementares.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>34</p><p>z Sanção: concordância com o projeto de lei apre-</p><p>sentado, podendo ser expressa (assinatura) ou</p><p>tácita (quando o presidente não se manifesta sobre</p><p>no prazo de 15 dias). Vide § 1º, art. 66, da CF;</p><p>� Sanção expressa: se ocorrer a subscrição do</p><p>projeto de lei — ou seja, quando o presidente</p><p>da República manifesta concordância ao proje-</p><p>to de lei aprovado pelo Congresso Nacional, no</p><p>prazo de 15 dias úteis;</p><p>� Sanção tácita: caso não ocorra veto (discor-</p><p>dância) no prazo de 15 dias. Ou seja, o presi-</p><p>dente não se manifesta dentro do prazo; assim,</p><p>entende-se pela sua concordância com o proje-</p><p>to de lei, que fica sendo considerado aprovado;</p><p>z Veto: é a discordância do presidente com o projeto</p><p>de lei aprovado, que deve ser manifestado, obri-</p><p>gatoriamente de maneira expressa (diferente da</p><p>sanção tácita, que ocorre com a inércia do presi-</p><p>dente dentro do prazo de 15 dias), e pode ser total</p><p>ou parcial. O Chefe de Estado tem prazo de 15 dias</p><p>para se apresentar e, ainda, deve, no prazo de 48</p><p>horas, comunicar os motivos do veto ao presidente</p><p>do Senado Federal.</p><p>O veto, portanto, será expresso, motivado, forma-</p><p>lizado, superável e supressivo, podendo ser total, que</p><p>atinge todo o projeto, ou parcial, que atinge somente</p><p>alguns dispositivos.</p><p>Art. 66 A Casa na qual tenha sido concluída a vota-</p><p>ção enviará o projeto de lei ao Presidente da Repú-</p><p>blica, que, aquiescendo, o sancionará.</p><p>§ 1º Se o Presidente da República considerar o</p><p>projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou</p><p>contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou</p><p>parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, conta-</p><p>dos da data do recebimento, e comunicará, dentro</p><p>de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado</p><p>Federal os motivos do veto.</p><p>§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto inte-</p><p>gral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.</p><p>§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do</p><p>Presidente da República importará sanção.</p><p>O veto pode ser derrubado:</p><p>§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, den-</p><p>tro de trinta dias a contar de seu recebimento, só</p><p>podendo ser rejeitado pelo voto da maioria abso-</p><p>luta dos Deputados e Senadores.</p><p>§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto envia-</p><p>do, para promulgação, ao Presidente da República.</p><p>§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido</p><p>no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da</p><p>sessão imediata, sobrestadas as demais proposi-</p><p>ções, até sua votação final.</p><p>§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta</p><p>e oito horas pelo Presidente da República, nos casos</p><p>dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulga-</p><p>rá, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao</p><p>Vice-Presidente do Senado fazê-lo.</p><p>O veto pode ser derrubado pelo Congresso Nacio-</p><p>nal, em sessão conjunta, no prazo de 30 dias, só</p><p>podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta</p><p>dos deputados e senadores. Após, o projeto será reen-</p><p>viado ao presidente para a promulgação.</p><p>VETO</p><p>PRESIDENTE SENADO FEDERAL</p><p>30 dias</p><p>Sessão Conjunta</p><p>Deputado Federal</p><p>+</p><p>Senadores</p><p>O Congresso Nacional deve apreciar o veto dentro do prazo</p><p>máximo de 30 dias em sessão conjunta, podendo rejeitá-lo pelo</p><p>voto secreto da maioria absoluta dos deputados e senadores.</p><p>Congresso Nacional decide não manter o Veto.</p><p>Envia novamente o texto ao presidente.</p><p>Promulgação e Publicação</p><p>z Promulgação: é competência do presidente da Repú-</p><p>blica e deve ser realizada no prazo de 48 horas após a</p><p>sanção ou depois de derrubado o veto;</p><p>z Publicação: é realizada no Diário Oficial, o que</p><p>é obrigatório para levar a conhecimento geral a</p><p>existência da lei.</p><p>Espécies Normativas</p><p>Agora, vamos ao estudo de cada uma das espécies</p><p>normativas enumeradas no art. 59, da Constituição</p><p>Federal.</p><p>z Emenda Constitucional</p><p>Conforme o art. 60, da CF, de 1988, a emenda consti-</p><p>tucional é um mecanismo para alteração da Constitui-</p><p>ção. Assim, as emendas possuem a mesma hierarquia</p><p>que a Constituição Federal, sendo que as emendas são</p><p>a única maneira de modificar a Constituição.</p><p>Além disso, o § 1º, do mencionado dispositivo,</p><p>determina que a Constituição não poderá ser emen-</p><p>dada na vigência de intervenção federal, de estado de</p><p>defesa ou de estado de sítio.</p><p>Ademais, não podem ser objeto de deliberação as</p><p>propostas de emenda constitucional que objetivem</p><p>abolir as denominadas cláusulas pétreas, consagradas</p><p>no § 4º, art. 60, da CF, de 1988, veja:</p><p>§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de</p><p>emenda tendente a abolir</p><p>I - a forma federativa de Estado;</p><p>II - o voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>III - a separação dos Poderes;</p><p>IV - os direitos e garantias individuais.</p><p>A matéria constante de proposta de emenda rejei-</p><p>tada ou havida por prejudicada não pode ser objeto</p><p>de nova proposta na mesma sessão legislativa.</p><p>Note que este assunto é muito cobrado em pro-</p><p>vas pelo fato de o art. 60, da CF, de 1988, determinar</p><p>os critérios de elaboração e votação de uma emenda</p><p>constitucional. É nesse artigo, também, que estão loca-</p><p>lizadas as chamadas cláusulas pétreas, veja:</p><p>Art. 60 A Constituição poderá ser emendada</p><p>mediante proposta:</p><p>I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câma-</p><p>ra dos Deputados ou do Senado Federal;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>35</p><p>II - do Presidente da República;</p><p>III - de mais da metade das Assembléias Legisla-</p><p>tivas das unidades da Federação, manifestando-</p><p>-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus</p><p>membros.</p><p>§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na</p><p>vigência de intervenção federal, de estado de defesa</p><p>ou de estado de sítio.</p><p>§ 2º A proposta será discutida e votada em cada</p><p>Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, con-</p><p>siderando-se aprovada se obtiver, em ambos, três</p><p>quintos dos votos dos respectivos membros.</p><p>§ 3º A emenda à Constituição será promulgada</p><p>pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado</p><p>Federal, com o respectivo número de ordem.</p><p>§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de</p><p>emenda tendente a abolir</p><p>I - a forma federativa de Estado;</p><p>II - o voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>III - a separação dos Poderes;</p><p>IV - os direitos e garantias individuais.</p><p>§ 5º A matéria constante de proposta de emen-</p><p>da rejeitada ou havida por prejudicada não pode</p><p>ser objeto de nova proposta na mesma sessão</p><p>legislativa.</p><p>Chamamos a atenção para os incisos do § 4º, pois</p><p>essas cláusulas jamais poderão ser alteradas.</p><p>A emenda constitucional é um mecanismo para</p><p>alteração da Constituição, sendo que as emendas pos-</p><p>suem a mesma hierarquia que a Constituição Federal</p><p>no ordenamento jurídico e necessitam de um proce-</p><p>dimento especial para aprovação, até porque a CF, de</p><p>1988, é de difícil mudança, ou seja, é também classifi-</p><p>cada como uma constituição rígida.</p><p>Conforme o art. 60, da CF, de 1988, a Constituição</p><p>poderá ser emendada mediante proposta de um terço,</p><p>no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados</p><p>ou do Senado Federal, do presidente da República e</p><p>de mais da metade das Assembleias Legislativas das</p><p>unidades da Federação, manifestando-se, cada uma</p><p>delas, pela maioria relativa de seus membros.</p><p>No que tange à votação da emenda constitucional,</p><p>o § 2º, art. 60, da CF, dispõe que, para a norma ter sta-</p><p>tus de emenda constitucional e, consequentemente</p><p>obter hierarquia das demais normas e estar ao lado</p><p>da Constituição, é necessário um procedimento de</p><p>votação junto ao Congresso Nacional. Neste caso, cada</p><p>Casa vai votar e deve ter um número mínimo de par-</p><p>lamentares que aprovam a emenda.</p><p>§ 2º A proposta será discutida e votada em cada</p><p>Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, con-</p><p>siderando-se aprovada se obtiver, em ambos, três</p><p>quintos dos votos dos respectivos membros.</p><p>O Congresso Nacional é composto por duas Casas:</p><p>a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.</p><p>CONGRESSO</p><p>NACIONAL</p><p>Câmara dos Deputados Composição:</p><p>513 deputados</p><p>Senador Federal Composição:</p><p>81 senadores</p><p>Ou seja, se a Câmara dos Deputados é composta</p><p>por 513 deputados, para fins de resultado de votação,</p><p>quando a Constituição menciona 3/5 dos votos, enten-</p><p>da a referência ao voto de 308 deputados. Já o Senado</p><p>Federal, como é composto por 81 senadores, os 3/5 se</p><p>referem ao voto de 49 senadores.</p><p>CÂMARA DOS</p><p>DEPUTADOS SENADO FEDERAL</p><p>1º e 2º turnos de</p><p>votação</p><p>3/5 = 60% dos votos: 308</p><p>deputados</p><p>1º e 2º turnos de</p><p>votação</p><p>3/5 = 60% dos votos: 49</p><p>senadores</p><p>Entenda:</p><p>z 3/5 é o mesmo que 60% dos votos;</p><p>z 3/5 em dois turnos = duas votações na Câmara dos</p><p>Deputados e duas votações no Senado Federal;</p><p>z Duas casas = votação no Senado e na câmara.</p><p>Por fim, a emenda à Constituição será promulgada</p><p>pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado</p><p>Federal, com o respectivo número de ordem.</p><p>Conforme art. 67, da CF, de 1988:</p><p>A matéria constante de projeto de lei rejeitado</p><p>somente poderá constituir objeto de novo projeto,</p><p>na mesma sessão legislativa, mediante proposta</p><p>da maioria absoluta dos membros de qualquer das</p><p>Casas do Congresso Nacional.</p><p>Iniciativa para a Apresentação de Proposições</p><p>A iniciativa configura-se como o primeiro ato do</p><p>processo legislativo, de forma que incumbe a apresen-</p><p>tação, ao Poder Legislativo, de uma proposição para</p><p>se regulamentar uma matéria determinada.</p><p>Nesse sentido, conforme o Regimento Interno da</p><p>Câmara dos Deputados (RICD), em seu art. 109, a ini-</p><p>ciativa poderá originar-se entre os parlamentares</p><p>— de maneira individual ou coletiva — a partir de</p><p>comissões, tribunais, Defensoria Pública, bem como</p><p>do presidente da República, do procurador-geral da</p><p>República ou dos cidadãos.</p><p>Art. 109 [...]</p><p>§ 1º A iniciativa de projetos de lei na Câmara será,</p><p>nos termos do art. 61 da Constituição Federal e des-</p><p>te Regimento:</p><p>I - de Deputados, individual ou coletivamente;</p><p>II - de Comissão ou da Mesa;</p><p>III - do Senado Federal;</p><p>IV - do Presidente da República;</p><p>V - do Supremo Tribunal Federal;</p><p>VI - dos Tribunais Superiores;</p><p>VII - do Procurador-Geral da República;</p><p>VIII - dos cidadãos.</p><p>Ainda, a Constituição, de 1988, estabelece o mesmo</p><p>regramento em seu art. 61. Vejamos:</p><p>Art. 61 A iniciativa das leis complementares e</p><p>ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão</p><p>da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou</p><p>do Congresso Nacional, ao Presidente da Repúbli-</p><p>ca, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>36</p><p>Superiores, ao Procurador-Geral da República e</p><p>aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta</p><p>Constituição.</p><p>§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da</p><p>República as leis que:</p><p>I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças</p><p>Armadas;</p><p>II - disponham sobre:</p><p>a) criação de cargos, funções ou empregos públicos</p><p>na administração direta e autárquica ou aumento</p><p>de sua remuneração;</p><p>b) organização administrativa e judiciária, matéria</p><p>tributária e orçamentária, serviços públicos e pes-</p><p>soal da administração dos Territórios;</p><p>c) servidores públicos da União e Territórios, seu</p><p>regime jurídico, provimento de cargos,</p><p>CIDADÃ .................................... 21</p><p>DIVISÃO E COORDENAÇÃO DE PODERES DA REPÚBLICA ........................................................... 23</p><p>PRESIDENCIALISMO COMO SISTEMA DE GOVERNO ................................................................... 53</p><p>NOÇÕES GERAIS ...............................................................................................................................................53</p><p>CAPACIDADES GOVERNATIVAS ......................................................................................................................54</p><p>ESPECIFICIDADES DO CASO BRASILEIRO .....................................................................................................54</p><p>EFETIVAÇÃO E REPARAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS: MEMÓRIA, AUTORITARISMO E</p><p>VIOLÊNCIA DE ESTADO .................................................................................................................... 54</p><p>PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS PNDH-3 (DECRETO Nº 7.037, DE 2009) ..... 57</p><p>COMBATE ÀS DISCRIMINAÇÕES, DESIGUALDADES E INJUSTIÇAS ........................................... 62</p><p>DE RENDA ..........................................................................................................................................................62</p><p>REGIONAL .........................................................................................................................................................63</p><p>RACIAL ..............................................................................................................................................................63</p><p>ETÁRIA ...............................................................................................................................................................65</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>DE GÊNERO........................................................................................................................................................65</p><p>DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, MEIO AMBIENTE E MUDANÇA CLIMÁTICA .................... 65</p><p>ÉTICA E INTEGRIDADE ....................................................................................................79</p><p>PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS DO SERVIÇO PÚBLICO, SEUS DIREITOS E DEVERES À</p><p>LUZ DO ARTIGO 37 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, E DO CÓDIGO DE ÉTICA</p><p>PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL</p><p>(DECRETO Nº 1.171, DE 1994) .......................................................................................................... 79</p><p>GOVERNANÇA PÚBLICA E SISTEMAS DE GOVERNANÇA (DECRETO Nº 9.203, DE 22</p><p>DE NOVEMBRO DE 2017) .................................................................................................................. 90</p><p>GESTÃO DE RISCOS E MEDIDAS MITIGATÓRIAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................... 93</p><p>INTEGRIDADE PÚBLICA (DECRETO Nº 11.529, DE 2023) .............................................................. 96</p><p>TRANSPARÊNCIA E QUALIDADE NA GESTÃO PÚBLICA, CIDADANIA E EQUIDADE SOCIAL ...100</p><p>GOVERNO ELETRÔNICO E SEU IMPACTO NA SOCIEDADE E NA ADMINISTRAÇÃO</p><p>PÚBLICA - LEI Nº 14.129, DE 2021 .................................................................................................103</p><p>ACESSO À INFORMAÇÃO - LEI Nº 12.527, DE 2011 .....................................................................112</p><p>TRANSPARÊNCIA E IMPARCIALIDADE NOS USOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NO</p><p>ÂMBITO DO SERVIÇO PÚBLICO......................................................................................................131</p><p>DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE ...................................................... 137</p><p>DIVERSIDADE DE SEXO, GÊNERO E SEXUALIDADE .....................................................................137</p><p>DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL ....................................................................................................................139</p><p>DIVERSIDADE CULTURAL ..............................................................................................................................139</p><p>DESAFIOS SOCIOPOLÍTICOS DA INCLUSÃO DE GRUPOS EM SITUAÇÃO DE</p><p>VULNERABILIDADE .........................................................................................................................141</p><p>CRIANÇAS E ADOLESCENTES ......................................................................................................................141</p><p>IDOSOS ...........................................................................................................................................................142</p><p>LGBTQIA+ .......................................................................................................................................................142</p><p>PESSOAS COM DEFICIÊNCIAS .....................................................................................................................143</p><p>PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA, POVOS INDÍGENAS E COMUNIDADES QUILOMBOLAS ......................144</p><p>DEMAIS MINORIAS SOCIAIS .........................................................................................................................147</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL ..................................................................155</p><p>PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E NORMAS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>(ARTIGOS DE 37 A 41 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988) ...................................................155</p><p>ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL</p><p>(DECRETO LEI Nº 200, DE 1967) ....................................................................................................168</p><p>AGENTES PÚBLICOS: REGIME JURÍDICO ÚNICO (LEI Nº 8.112, DE 1990 E SUAS</p><p>ALTERAÇÕES) ...................................................................................................................................176</p><p>FINANÇAS PÚBLICAS ...................................................................................................193</p><p>ATRIBUIÇÕES ECONÔMICAS DO ESTADO ....................................................................................193</p><p>FUNDAMENTOS DAS FINANÇAS PÚBLICAS, TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO ............................199</p><p>FINANCIAMENTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS: ESTRUTURA DE RECEITAS E DESPESAS DO</p><p>ESTADO BRASILEIRO .......................................................................................................................214</p><p>NOÇÕES DE ORÇAMENTO PÚBLICO ..............................................................................................226</p><p>PLANO PLURIANUAL (PPA) E LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) ............................................227</p><p>LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) ...............................................................................................................228</p><p>FEDERALISMO FISCAL NO BRASIL ................................................................................................229</p><p>LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 2000) ........................232</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>P</p><p>O</p><p>LÍ</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>P</p><p>Ú</p><p>B</p><p>LI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>9</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>INTRODUÇÃO ÀS POLÍTICAS</p><p>PÚBLICAS: CONCEITOS E TIPOLOGIAS</p><p>Políticas públicas são programas governamen-</p><p>tais que definem ações do Poder Público, das quais</p><p>podemos extrair muitos aspectos, entre eles o foco do</p><p>Estado</p><p>estabilidade</p><p>e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Cons-</p><p>titucional nº 18, de 1998)</p><p>d) organização do Ministério Público e da Defen-</p><p>soria Pública da União, bem como normas gerais</p><p>para a organização do Ministério Público e da</p><p>Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal</p><p>e dos Territórios;</p><p>e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da</p><p>administração pública, observado o disposto no</p><p>art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitu-</p><p>cional nº 32, de 2001)</p><p>f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídi-</p><p>co, provimento de cargos, promoções, estabilidade,</p><p>remuneração, reforma e transferência para a reser-</p><p>va. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de</p><p>1998)</p><p>[...]</p><p>z Iniciativa de Deputado</p><p>A iniciativa ampla é uma prerrogativa dos depu-</p><p>tados, ou seja, significa que haverá a possibilidade de</p><p>apresentação sobre a maioria das matérias que são</p><p>objeto de regulação legislativa.</p><p>Destarte, a iniciativa dos deputados poderá ser</p><p>de maneira individual ou coletiva. A escolha mais</p><p>comum é de maneira individual, porém, em alguns</p><p>casos em específico, o regimento exige o apoio de</p><p>outros parlamentares para integrar a iniciativa, como</p><p>ocorre no caso de proposta de emenda à constituição</p><p>(PEC), que depende de, no mínimo, 1/3 dos deputados.</p><p>Por outro lado, a iniciativa coletiva poderá ser</p><p>voluntária ou obrigatória, haja vista que, quando</p><p>uma proposição exige uma iniciativa em coletivida-</p><p>de, ou seja, precisa-se de apoio, estará diante de uma</p><p>iniciativa coletiva obrigatória. Ainda, entretanto,</p><p>haverá casos em que dois ou mais deputados poderão</p><p>apresentar uma proposição, configurando em uma</p><p>iniciativa coletiva voluntária. Assim, o primeiro sig-</p><p>natário, independente da natureza da iniciativa, será</p><p>considerado como o autor para fins de competências</p><p>regimentais, conforme determina o art. 102, do Regi-</p><p>mento Interno da Câmara dos Deputados, de 1989.</p><p>z Iniciativa Popular</p><p>Por conseguinte, a Lei Maior determina que a ini-</p><p>ciativa popular poderá ser exercida através da apre-</p><p>sentação do projeto de Lei à Câmara dos Deputados,</p><p>contanto que esteja assinado por, no mínimo, 1% dos</p><p>eleitores do Brasil, distribuídos por, pelo menos, cinco</p><p>estados brasileiros em que o quórum de eleitores não</p><p>seja inferior a 0,3%.</p><p>Art. 61 [...]</p><p>§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela</p><p>apresentação à Câmara dos Deputados de projeto</p><p>de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do</p><p>eleitorado nacional, distribuído pelo menos por</p><p>cinco Estados, com não menos de três décimos por</p><p>cento dos eleitores de cada um deles.</p><p>Ainda nesse viés, o regimento estabelece a forma</p><p>na qual deve ocorrer essa apresentação das assina-</p><p>turas, sob pena de, caso não sejam cumpridas as exi-</p><p>gências, haja o indeferimento pela incompatibilidade</p><p>formal. Vejamos o dispositivo a seguir:</p><p>Art. 252 A iniciativa popular pode ser exercida pela</p><p>apresentação à Câmara dos Deputados de projeto</p><p>de lei subscrito por, no mínimo, um centésimo do</p><p>eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cin-</p><p>co Estados, com não menos de três milésimos dos</p><p>eleitores de cada um deles, obedecidas as seguintes</p><p>condições:</p><p>I - a assinatura de cada eleitor deverá ser acompa-</p><p>nhada de seu nome completo e legível, endereço e</p><p>dados identificadores de seu título eleitoral;</p><p>II - as listas de assinatura serão organizadas por</p><p>Município e por Estado, Território e Distrito Fede-</p><p>ral, em formulário padronizado pela Mesa da</p><p>Câmara;</p><p>III - será lícito a entidade da sociedade civil patro-</p><p>cinar a apresentação de projeto de lei de iniciativa</p><p>popular, responsabilizando-se inclusive pela coleta</p><p>das assinaturas;</p><p>IV - o projeto será instruído com documento hábil</p><p>da Justiça Eleitoral quanto ao contingente de eleito-</p><p>res alistados em cada Unidade da Federação, acei-</p><p>tando-se, para esse fim, os dados referentes ao ano</p><p>anterior, se não disponíveis outros mais recentes;</p><p>V - o projeto será protocolizado perante a Secre-</p><p>taria-Geral da Mesa, que verificará se foram cum-</p><p>pridas as exigências constitucionais para sua</p><p>apresentação;</p><p>VI - o projeto de lei de iniciativa popular terá a mes-</p><p>ma tramitação dos demais, integrando a numera-</p><p>ção geral das proposições;</p><p>VII - nas Comissões ou em Plenário, transformado</p><p>em Comissão Geral, poderá usar da palavra para</p><p>discutir o projeto de lei, pelo prazo de vinte minu-</p><p>tos, o primeiro signatário, ou quem este tiver indi-</p><p>cado quando da apresentação do projeto;</p><p>VIII - cada projeto de lei deverá circunscrever-se</p><p>a um único assunto, podendo, caso contrário, ser</p><p>desdobrado pela Comissão de Constituição e Jus-</p><p>tiça e de Cidadania em proposições autônomas,</p><p>para tramitação em separado; (Inciso com redação</p><p>adaptada à Resolução nº 20, de 2004, conforme</p><p>republicação determinada pelo Ato da Mesa nº 71,</p><p>de 2005);</p><p>IX - não se rejeitará, liminarmente, projeto de lei de</p><p>iniciativa popular por vícios de linguagem, lapsos</p><p>ou imperfeições de técnica legislativa, incumbindo</p><p>à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidada-</p><p>nia escoimá-lo dos vícios formais para sua regular</p><p>tramitação; (Inciso com redação adaptada à Reso-</p><p>lução nº 20, de 2004, conforme republicação deter-</p><p>minada pelo Ato da Mesa nº 71, de 2005)</p><p>X - a Mesa designará Deputado para exercer, em</p><p>relação ao projeto de lei de iniciativa popular, os</p><p>poderes ou atribuições conferidos por este Regi-</p><p>mento ao Autor de proposição, devendo a escolha</p><p>recair sobre quem tenha sido, com a sua anuência,</p><p>previamente indicado com essa finalidade pelo pri-</p><p>meiro signatário do projeto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>37</p><p>Diante disso, a partir da apresentação do projeto</p><p>por meio de iniciativa popular, haverá a tramitação</p><p>semelhante aos demais, porém a votação ocorrerá</p><p>obrigatoriamente em Plenário, possuindo o regime</p><p>prioritário de tramitação, permitindo uma votação</p><p>mais célere, conforme estabelece os dispositivos do</p><p>RICD.</p><p>Art. 151 Quanto à natureza de sua tramitação</p><p>podem ser: [...]</p><p>II - de tramitação com prioridade:</p><p>a) os projetos de iniciativa do Poder Executivo, do</p><p>Poder Judiciário, do</p><p>Ministério Público, da Mesa, de Comissão Perma-</p><p>nente ou Especial, do Senado Federal ou</p><p>dos cidadãos;</p><p>b) os projetos:</p><p>1 - de leis complementares e ordinárias que se des-</p><p>tinem a regulamentar</p><p>dispositivo constitucional, e suas alterações;</p><p>2 - de lei com prazo determinado;</p><p>3 - de regulamentação de eleições, e suas alterações;</p><p>4 - de alteração ou reforma do Regimento Interno.</p><p>[...]</p><p>Art. 24 Às Comissões Permanentes, em razão da</p><p>matéria de sua competência, e às demais Comis-</p><p>sões, no que lhes for aplicável, cabe: [...]</p><p>II - discutir e votar projetos de lei, dispensada a</p><p>competência do Plenário, salvo o disposto no § 2º</p><p>do art. 132 e excetuados os projetos: [...]</p><p>c) de iniciativa popular; [...]</p><p>z Iniciativa da PEC</p><p>As Propostas de Emenda à Constituição possuem</p><p>uma iniciativa mais restrita em relação aos projetos</p><p>de lei, de forma que, para que haja a sua apresenta-</p><p>ção, somente poderá ser realizada da seguinte forma:</p><p>� 1/3 da Câmara dos Deputados ou do Senado</p><p>Federal;</p><p>� presidente da República;</p><p>� mais da metade das Assembleias Legislativas</p><p>das unidades da Federação, manifestando-se a</p><p>maioria relativa de seus membros.</p><p>Câmara dos Deputados</p><p>Votação em dois turnos,</p><p>necessária aprovação de</p><p>3/5 dos membros</p><p>PEC Rejeitada</p><p>Se rejeitada, será</p><p>arquivada e não poderá</p><p>ser objeto de nova</p><p>proposta na mesma</p><p>sessão legislativa</p><p>PEC Aprovada</p><p>Segue para promulgação</p><p>pela Mesa da Câmara</p><p>dos Deputados e Senado</p><p>Federal</p><p>Senado Federal</p><p>Votação em dois turnos,</p><p>necessário aprovação de</p><p>3/5 dos membros</p><p>Aprovada</p><p>Para tanto, as propostas de emenda somente ocor-</p><p>rerão em tempos de paz, sem que esteja em vigência</p><p>o estado de defesa ou estado de sítio, de forma</p><p>que,</p><p>também, não poderá propor a abolição das cláusulas</p><p>pétreas, positivadas no § 4º, art. 60, da Constituição</p><p>Federal, de 1988.</p><p>Art. 60 A Constituição poderá ser emendada</p><p>mediante proposta:</p><p>I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câma-</p><p>ra dos Deputados ou do Senado Federal;</p><p>II - do Presidente da República;</p><p>III - de mais da metade das Assembléias Legislati-</p><p>vas das unidades da Federação, manifestando-se,</p><p>cada uma delas, pela maioria relativa de seus mem-</p><p>bros. [...]</p><p>§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de</p><p>emenda tendente a abolir:</p><p>I - a forma federativa de Estado;</p><p>II - o voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>III - a separação dos Poderes;</p><p>IV - os direitos e garantias individuais.</p><p>[...]</p><p>Assim como a CRFB, de 1988, dispõe sobre quan-</p><p>do se propõe e do que poderão versar as propostas, o</p><p>regimento também dispõe a respeito das mesmas con-</p><p>dições, em seu art. 201, a seguir:</p><p>Art. 201 A Câmara apreciará proposta de emenda</p><p>à Constituição:</p><p>I - apresentada pela terça parte, no mínimo, dos</p><p>Deputados; pelo Senado Federal; pelo Presidente da</p><p>República; ou por mais da metade das Assembléias</p><p>Legislativas, manifestando-se cada uma pela maio-</p><p>ria dos seus membros;</p><p>II - desde que não se esteja na vigência de estado de</p><p>defesa ou de estado de sítio e que não proponha a</p><p>abolição da Federação, do voto direto, secreto, uni-</p><p>versal e periódico, da separação dos Poderes e dos</p><p>direitos e garantias individuais.</p><p>z Sugestão da Sociedade Civil Organizada</p><p>Em se tratando de possibilidades de apresentação de</p><p>projetos, além da iniciativa popular, outra maneira de</p><p>participação social no processo legislativo é por inter-</p><p>médio da Comissão de Legislação Participativa (CLP).</p><p>Esta comissão, por sua vez, é responsável por receber</p><p>as sugestões legislativas de entidades civis, ou seja, de</p><p>associações e órgãos de classe, sindicatos e entidades</p><p>organizadas da sociedade civil, exceto partidos políticos.</p><p>Ainda nesse viés, caso haja a aprovação da suges-</p><p>tão legislativa pela comissão, esta se transformará em</p><p>uma proposição legislativa, de iniciativa da CLP, pas-</p><p>sando a tramitar nos moldes das regras regimentais.</p><p>Ademais, a sociedade civil organizada poderá</p><p>apresentar à CLP as sugestões legislativas nos seguin-</p><p>tes moldes:</p><p>� sugestões de projeto de lei complementar; lei</p><p>ordinária; decreto legislativo; resolução da</p><p>câmara dos deputados; consolidação;</p><p>� sugestões de requerimento;</p><p>� sugestões de indicação;</p><p>� sugestões de emenda;</p><p>� sugestões de proposta de emenda à constituição;</p><p>� sugestões de requerimento de convocação;</p><p>� sugestões de requerimento de criação de comis-</p><p>são parlamentar de inquérito;</p><p>� sugestões de emendas ao orçamento.</p><p>z Lei Complementar</p><p>É a lei criada para complementar as normas cons-</p><p>titucionais e as hipóteses de regulamentação estão</p><p>taxativamente previstas na Constituição Federal.</p><p>Devem ser aprovadas por maioria absoluta, em ape-</p><p>nas um turno de votação nas duas casas do Congresso</p><p>Nacional. Conforme o art. 69, da CF.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>38</p><p>Art. 69 As leis complementares serão aprovadas</p><p>por maioria absoluta.</p><p>Dica</p><p>A lei complementar só vai existir quando for</p><p>autorizada pela Constituição Federal.</p><p>z Lei Ordinária</p><p>É um ato normativo relativo às normas gerais e</p><p>tem incidência quando não há previsão específica.</p><p>Trata sobre matéria não abrangida pela lei comple-</p><p>mentar, sua aprovação se dá por maioria simples, ou</p><p>seja, pela maioria dos votos de cada casa em um tur-</p><p>no de votação, estando presente a maioria dos seus</p><p>membros.</p><p>A apresentação do projeto de lei, qual seja, a ini-</p><p>ciativa, pode ser reservada ou geral e devidamente</p><p>fundamentada e justificada.</p><p>Projeto de iniciativa geral, como, por exemplo, a</p><p>iniciativa popular, é uma matéria não reservada a</p><p>órgãos (autoridades). Já o projeto de iniciativa reser-</p><p>vada é aquele apresentado por determinadas autori-</p><p>dades, como, por exemplo, o § 1º, art. 61, da CF, que</p><p>elenca as leis que serão de iniciativa do presidente da</p><p>República.</p><p>z Medida Provisória</p><p>Espécie normativa com força de lei. No caso de</p><p>relevância e urgência, o presidente da República</p><p>poderá editar no prazo máximo de 60 dias (prorro-</p><p>gando uma vez só pelo mesmo período), de acordo</p><p>com o art. 62, da CF, e com a EC 32, de 2001.</p><p>O Congresso Nacional poderá aprovar com ou sem</p><p>alteração do texto, rejeição expressa ou rejeição tácita</p><p>(uma vez rejeitada, a MP perde seu efeito). Deve ser</p><p>apreciada pela Câmara dos Deputados em 45 dias.</p><p>Caso não seja apreciada dentro do prazo, entra em</p><p>regime de urgência.</p><p>Caso seja aprovada, o prazo determinado é de 60</p><p>dias, podendo ser prorrogado uma vez por mais 60</p><p>dias.</p><p>Se não for</p><p>apreciada em</p><p>35 dias, entre</p><p>em regime de</p><p>urgência</p><p>Câmara dos</p><p>Deputados</p><p>deve apreciar</p><p>no máximo em</p><p>45 dias</p><p>Editada pelo</p><p>presidente da</p><p>República</p><p>Não cabe medida provisória de matéria reservada</p><p>à lei complementar. Ainda, há um rol de matérias que</p><p>não podem ser objeto de edição de medida provisória,</p><p>conforme o § 1º, do art. 62, da CF, veja:</p><p>Art. 62 Em caso de relevância e urgência, o Pre-</p><p>sidente da República poderá adotar medidas pro-</p><p>visórias, com força de lei, devendo submetê-las de</p><p>imediato ao Congresso Nacional.</p><p>§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias</p><p>sobre matéria:</p><p>I - relativa a:</p><p>a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, par-</p><p>tidos políticos e direito eleitoral;</p><p>b) direito penal, processual penal e processual civil;</p><p>c) organização do Poder Judiciário e do Ministério</p><p>Público, a carreira e a garantia de seus membros;</p><p>d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,</p><p>orçamento e créditos adicionais e suplementares,</p><p>ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;</p><p>II - que vise à detenção ou sequestro de bens, de pou-</p><p>pança popular ou qualquer outro ativo financeiro;</p><p>III - reservada a lei complementar;</p><p>IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo</p><p>Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto</p><p>do Presidente da República.</p><p>z Lei Delegada</p><p>O presidente da República solicita ao Congresso</p><p>Nacional delegação para legislar sobre determina-</p><p>do tema, o que se dará por resolução do Congresso</p><p>Nacional. Tal resolução fixará os limites, por exemplo,</p><p>a Lei nº 13, de 1992, que institui gratificações de ativi-</p><p>dade para os servidores civis do Poder Executivo.</p><p>Entenda: quando se fala em solicitar delegação ao</p><p>Congresso Nacional, isso significa que o presidente da</p><p>República pede autorização ao Congresso Nacional</p><p>para legislar sobre determinados assuntos.</p><p>Não serão delegados os atos de competência exclu-</p><p>siva do Congresso Nacional e os de competência</p><p>privativa da Câmara dos Deputados e do Senado</p><p>Federal, pois é matéria reservada à lei complemen-</p><p>tar. Veja o § 1º, art. 68, da CF:</p><p>Art. 68 As leis delegadas serão elaboradas pelo Pre-</p><p>sidente da República, que deverá solicitar a delega-</p><p>ção ao Congresso Nacional.</p><p>§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de</p><p>competência exclusiva do Congresso Nacional,</p><p>os de competência privativa da Câmara dos Depu-</p><p>tados ou do Senado Federal, a matéria reservada</p><p>à lei complementar, nem a legislação sobre:</p><p>I - organização do Poder Judiciário e do Ministério</p><p>Público, a carreira e a garantia de seus membros;</p><p>II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais,</p><p>políticos e eleitorais;</p><p>III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e</p><p>orçamentos.</p><p>z Decreto Legislativo</p><p>Matérias de competência exclusiva do Congresso</p><p>Nacional como, por exemplo, resolver sobre tratados,</p><p>acordos ou atos internacionais que acarretem encar-</p><p>gos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacio-</p><p>nal. Vide § 3º, art. 62, da CF.</p><p>Art. 62 Em caso de relevância e urgência, o Pre-</p><p>sidente da República poderá adotar medidas pro-</p><p>visórias, com força de lei, devendo submetê-las de</p><p>imediato ao Congresso Nacional.</p><p>§ 3º As medidas provisórias,</p><p>ressalvado o dispos-</p><p>to nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição,</p><p>se não forem convertidas em lei no prazo de sessen-</p><p>ta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez</p><p>por igual período, devendo o Congresso Nacional</p><p>disciplinar, por decreto legislativo, as relações</p><p>jurídicas delas decorrentes.</p><p>z Resolução</p><p>Trata-se das competências privativas de cada casa</p><p>do Congresso Nacional. É importante ressaltar que</p><p>essa não está sujeita à sanção ou veto, sendo promul-</p><p>gada pela própria Mesa da Casa que a editou.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>39</p><p>PODER JUDICIÁRIO</p><p>O poder judiciário está consagrado no texto cons-</p><p>titucional do art. 92 ao 126, da CF, e tem o objetivo de</p><p>exercer a jurisdição — administrar justiça, aplicar o</p><p>direito com o objetivo de solucionar conflito de inte-</p><p>resses —, bem como, no âmbito de sua função atípica,</p><p>atividade administrativa, como exemplo.</p><p>Art. 92 São órgãos do Poder Judiciário:</p><p>I - o Supremo Tribunal Federal;</p><p>I-A o Conselho Nacional de Justiça;</p><p>II - o Superior Tribunal de Justiça;</p><p>II-A - o Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes</p><p>Federais;</p><p>IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;</p><p>V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;</p><p>VI - os Tribunais e Juízes Militares;</p><p>VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito</p><p>Federal e Territórios.</p><p>§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacio-</p><p>nal de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na</p><p>Capital Federal.</p><p>§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais</p><p>Superiores têm jurisdição em todo o território</p><p>nacional.</p><p>Para ilustrar, podemos citar o inciso I-A, art. 92,</p><p>da CF, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de</p><p>2004, que cria como órgão do poder judiciário, tam-</p><p>bém, o “Conselho Nacional de Justiça”.</p><p>Art. 92 São órgãos do Poder Judiciário:</p><p>I-A o Conselho Nacional de Justiça.</p><p>Observe que o dispositivo traz todos os órgãos que</p><p>compõem o Poder Judiciário, cada qual com função e</p><p>competência própria. Dele, depreende-se que não são</p><p>órgãos do Judiciário:</p><p>z turmas recursais;</p><p>z tribunais marítimos;</p><p>z tribunais de contas, a justiça desportiva (TJD);</p><p>z Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD);</p><p>z justiça arbitral;</p><p>z funções essenciais à justiça (Defensoria Pública,</p><p>Advocacia Pública, ministério público e advocacia</p><p>privada).</p><p>A denominada primeira instância é composta</p><p>pelos juízes federais, juizados especiais federais (JEF),</p><p>juízes estaduais, juizado especial cível e criminal (JEC/</p><p>JECRIM), auditorias militares, juízes militares, juntas</p><p>eleitorais e juízes do trabalho.</p><p>Já em segunda instância, temos os tribunais regio-</p><p>nais federais, os tribunais de justiça, os tribunais</p><p>regionais eleitorais e os tribunais regionais do traba-</p><p>lho e, em caso de guerra, o Tribunal Militar.</p><p>O Tribunal Militar tem previsão apenas para os</p><p>tempos de guerra. Em tempos de paz, a reaprecia-</p><p>ção das decisões das auditorias militares compete ao</p><p>Superior Tribunal Militar.</p><p>Além disso, estados-membros cujo efetivo da polí-</p><p>cia militar e dos bombeiros for superior a 20 mil inte-</p><p>grantes, poderá constituir Tribunal de Justiça Militar.</p><p>Importante esclarecer que o princípio do duplo</p><p>grau de jurisdição não se encontra previsto expressa-</p><p>mente nem implicitamente. Ele existe nas leis proces-</p><p>suais, nos Códigos de Processo Penal e Processo Civil.</p><p>Não são todos os casos que estão sujeitos ao duplo</p><p>grau de jurisdição. Por exemplo, no julgamento com</p><p>prerrogativa de foro, que ocorre diretamente perante</p><p>o STF, não há possibilidade de reanálise da decisão.</p><p>Como Tribunais Superiores, temos o Supremo Tri-</p><p>bunal Federal (STF), o Superior Tribunal de Justiça</p><p>(STJ), o Superior Tribunal Militar (STM), o Tribunal</p><p>Superior Eleitoral (TSE) e o Tribunal Superior do Tra-</p><p>balho (TST). Cabe destacar que estes não são conside-</p><p>rados órgãos de 3ª instância propriamente ditos. São</p><p>tribunais com competências específicas, tanto originá-</p><p>rias como recursais, fixadas pela própria CF, de 1988.</p><p>O STF é considerado o órgão máximo do Poder</p><p>Judiciário. A ele compete julgar as ações diretas de</p><p>inconstitucionalidade, apreciar pedidos de extradição</p><p>requeridos por Estado estrangeiro, julgar pedido de</p><p>habeas corpus, entre outras competências.</p><p>O STJ é o órgão competente para julgar as causas</p><p>infraconstitucionais, ou seja, aquelas não relaciona-</p><p>das diretamente à CF, de 1988, sendo também respon-</p><p>sável por uniformizar e padronizar a interpretação da</p><p>norma em todo o país, além de apreciar os recursos</p><p>vindos da justiça comum (estadual e federal) e dos Tri-</p><p>bunais de Justiça Militar dos Estados-Membros, entre</p><p>outras competências.</p><p>O STM tem competência para julgar originalmente</p><p>ou em grau de recurso os crimes militares, quer prati-</p><p>cados pelos integrantes das Forças Armadas (Marinha,</p><p>Exército e Aeronáutica) quer praticados por civis. Ele</p><p>é composto tanto por militares como por civis, o que</p><p>se denomina escabinato.</p><p>O TSE é o órgão máximo da Justiça Eleitoral. Cabe a</p><p>ele, entre outras atribuições previstas no Código Elei-</p><p>toral, julgar os recursos decorrentes das decisões dos</p><p>Tribunais Regionais Eleitorais, inclusive sobre maté-</p><p>ria administrativa.</p><p>O TST é o órgão máximo da Justiça do Trabalho. Ele</p><p>tem a função de uniformizar as decisões sobre ações</p><p>trabalhistas, consolidando a jurisprudência (repeti-</p><p>ção de decisões judiciais sobre um mesmo tema).</p><p>No que se refere ao Conselho Nacional de Justiça</p><p>(CNJ), observa-se que ele está inserido como órgão do</p><p>Poder Judiciário. Trata-se de órgão de controle inter-</p><p>no, cuja função é fiscalizar a atuação administrativa e</p><p>financeira do Poder Judiciário. No entanto, o CNJ exer-</p><p>ce a fiscalização em todos os órgãos do Poder Judiciá-</p><p>rio com exceção do STF, uma vez que é o próprio STF</p><p>que fiscaliza o CNJ.</p><p>COMPOSIÇÃO DOS TRIBUNAIS SUPERIORES</p><p>z STF: 11 ministros;</p><p>z STM: 15 ministros;</p><p>z TSE: sete ministros;</p><p>z TST: 27 ministros;</p><p>z STJ: 33 ministros;</p><p>z CNJ: 15 membros.</p><p>Idades Mínima e Máxima de Ingresso</p><p>z STF: mínima de 35 e máxima de 70 anos;</p><p>z STJ: mínima de 35 e máxima de 70 anos;</p><p>z TST: mínima de 35 e máxima de 70 anos;</p><p>z CNJ: não há condição de idades mínima e máxima;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>40</p><p>z TSE: mínima de 35 anos e não há idade máxima.</p><p>Observação: para os membros do TSE, não há idade</p><p>compulsória. Dos sete membros, três vêm do STF, dois</p><p>do STJ e dois são advogados. Já quanto ao STM, a idade</p><p>para os ministros civis é de mais de 35 anos, não fixan-</p><p>do a idade máxima. Ou seja, não há limite etário para os</p><p>ministros militares.</p><p>É importante destacar que em 17 de maio de 2022, a</p><p>Constituição Federal de 1988 foi alterada pela Emenda nº</p><p>122, cuja trouxe a faixa etária máxima de setenta anos</p><p>para o ingresso dos ministros dos tribunais superiores.</p><p>Assim, a referida emenda buscou equilibrar o notá-</p><p>vel saber jurídico com a experiência necessária e vita-</p><p>lidade para o exercício da função, ampliando, assim, a</p><p>experiência e conhecimento dos ministros, permitindo</p><p>que possam contribuir por mais tempo para o Estado</p><p>Democrático de Direito através de suas decisões.</p><p>Posto isto, de acordo com a Constituição Federal, com-</p><p>pete ao CNJ zelar pela autonomia do Poder Judiciário e</p><p>pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, definir</p><p>os planos, metas e programas de avaliação institucional</p><p>do Poder Judiciário, receber reclamações, petições ele-</p><p>trônicas e representações contra membros ou órgãos</p><p>do Judiciário. Além disso, o CNJ é responsável por julgar</p><p>processos disciplinares e melhorar práticas</p><p>e celeridade,</p><p>publicando semestralmente relatórios estatísticos refe-</p><p>rentes à atividade jurisdicional em todo o país. É com-</p><p>posto por membros do ministério público, advogados e</p><p>representantes da sociedade civil.</p><p>O Poder Judiciário, por sua vez, é dividido em duas</p><p>esferas: Justiça Federal (Comum — art. 109, da CF) e</p><p>a Justiça Estadual (Especializada — incisos I e II, art.</p><p>111, art. 118, art. 124, do art. 98).</p><p>Com previsão no art. 92, da CF, de 1988, veja os</p><p>órgãos que compõem o Poder Judiciário:</p><p>z STF: Supremo Tribunal Federal;</p><p>z CNJ: Conselho Nacional de Justiça;</p><p>z STJ: Superior Tribunal de Justiça;</p><p>z TJ: Tribunal de Justiça (Estados);</p><p>z TRF: Tribunal Regional Federal (Justiça Federal);</p><p>z TST: Tribunal Superior do Trabalho;</p><p>z TRT: Tribunal Regional do Trabalho;</p><p>z TSE: Tribunal Superior Eleitoral;</p><p>z TRE: Tribunal Regional Eleitoral;</p><p>z STM: Superior Tribunal Militar.</p><p>ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO</p><p>STF</p><p>STF</p><p>TJ TRF TRT TRE JUÍZES</p><p>MILITARES</p><p>Juízes</p><p>Estaduais</p><p>Juízes</p><p>Federais</p><p>Juiz</p><p>EleitoralJuízes do</p><p>Trabalho</p><p>TST TSE STMESTADUAL FEDERAL</p><p>JUSTIÇA COMUM</p><p>JUSTIÇA ESPECIALIZADA</p><p>CNJ</p><p>Outrossim, o art. 93 estabelece diretrizes e princí-</p><p>pios para a carreira dos juízes em território brasileiro;</p><p>dessa forma, cabe a explicação de cada inciso perten-</p><p>cente ao dispositivo mencionado.</p><p>Art. 93 Lei complementar, de iniciativa do Supre-</p><p>mo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da</p><p>Magistratura, observados os seguintes princípios:</p><p>I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o</p><p>de juiz substituto, mediante concurso público de</p><p>provas e títulos, com a participação da Ordem dos</p><p>Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se</p><p>do bacharel em direito, no mínimo, três anos de ati-</p><p>vidade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à</p><p>ordem de classificação; (Redação dada pela Emen-</p><p>da Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>Conforme estabelecido no primeiro inciso, para o</p><p>ingresso na carreira de magistratura é necessário rea-</p><p>lizar um concurso público, onde haverá a concessão,</p><p>caso aprovação, do título de juiz substituto, de manei-</p><p>ra que, além de provas objetivas e descritivas, tam-</p><p>bém há a fase de avaliação de títulos. Nesse sentido,</p><p>a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), participa de</p><p>todas as fases do concurso, de maneira que se exige</p><p>que o candidato tenha, no mínimo, três anos de ativi-</p><p>dade jurídica, e que as nomeações sigam a ordem de</p><p>classificação dos candidatos.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>II - promoção de entrância para entrância, alterna-</p><p>damente, por antigüidade e merecimento, atendi-</p><p>das as seguintes normas:</p><p>a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por</p><p>três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lis-</p><p>ta de merecimento;</p><p>b) a promoção por merecimento pressupõe dois</p><p>anos de exercício na respectiva entrância e integrar</p><p>o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüida-</p><p>de desta, salvo se não houver com tais requisitos</p><p>quem aceite o lugar vago;</p><p>c) aferição do merecimento conforme o desempe-</p><p>nho e pelos critérios objetivos de produtividade e</p><p>presteza no exercício da jurisdição e pela freqüên-</p><p>cia e aproveitamento em cursos oficiais ou reco-</p><p>nhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente</p><p>poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto funda-</p><p>mentado de dois terços de seus membros, conforme</p><p>procedimento próprio, e assegurada ampla defesa,</p><p>repetindo-se a votação até fixar-se a indicação;</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,</p><p>de 2004)</p><p>e) não será promovido o juiz que, injustificadamen-</p><p>te, retiver autos em seu poder além do prazo legal,</p><p>não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido</p><p>despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Cons-</p><p>titucional nº 45, de 2004)</p><p>A evolução de cargo, ou seja, promoção de uma</p><p>instância (entrância) para outra, é feita de forma</p><p>alternada, levando em consideração a antiguidade e</p><p>o mérito. Existem, para tanto, regras específicas para</p><p>a promoção por mérito, pois inclui critérios como o</p><p>desempenho, produtividade e participação em cursos</p><p>de aperfeiçoamento. Dessa forma, as alíneas subse-</p><p>quentes dispõem as normas que devem ser seguidas,</p><p>tal como aquele juiz que estiver na lista de merecimen-</p><p>to por cinco vezes alternadas, ou três consecutivas,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>41</p><p>deverá ser promovido de forma compulsória. De</p><p>maneira consecutiva, ainda há a determinação que,</p><p>para a promoção, ainda que conste o merecimento, é</p><p>necessário que haja dois anos de exercício na respecti-</p><p>va instância e que este se encontre como quinta parte</p><p>da lista de antiguidade desta, ou seja, é necessário que</p><p>ele esteja inserido no quadro de juízes mais antigos de</p><p>sua instância, podendo tal regra ser afastada somente</p><p>nos casos em que houver a vaga e não houver pessoas</p><p>aptas com os requisitos mencionados.</p><p>Em continuidade, as alíneas ainda mencionam a</p><p>aferição do merecimento com base no desempenho e</p><p>pelos critérios objetivos de produtividade e presteza</p><p>no exercício da jurisdição, assim como será verificada</p><p>a sua frequência e aproveitamento em cursos oficiais</p><p>ou reconhecidos de aperfeiçoamento. Outrossim, em</p><p>se tratando da antiguidade, haverá uma apuração</p><p>onde o tribunal somente poderá recusar o juiz mais</p><p>antigo pelo voto fundamentado de 2/3 de seus mem-</p><p>bros, em procedimento específico, garantida a ampla</p><p>defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação.</p><p>Ainda, urge saltar sobre a última alínea, que prevê a</p><p>não promoção de juiz que, de maneira injustificada,</p><p>retiver autos em seu poder além do prazo legal, não</p><p>podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despa-</p><p>cho ou decisão.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>III - o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á</p><p>por antigüidade e merecimento, alternadamente,</p><p>apurados na última ou única entrância; (Redação</p><p>dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>(Vide ADIN 3392)</p><p>IV - previsão de cursos oficiais de preparação,</p><p>aperfeiçoamento e promoção de magistrados,</p><p>constituindo etapa obrigatória do processo de</p><p>vitaliciamento a participação em curso oficial ou</p><p>reconhecido por escola nacional de formação e</p><p>aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada</p><p>pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>Os incisos III e IV falam sobre o acesso aos tribu-</p><p>nais de segunda instância, de forma que haverá a</p><p>promoção por meio da antiguidade ou por mérito,</p><p>a depender da última ou única instância de atuação</p><p>do juiz. Também, há a previsão de cursos oficiais de</p><p>preparação, aperfeiçoamento e promoção para os</p><p>magistrados, de forma que o cumprimento destes</p><p>deve ser obrigatório para a obtenção da vitaliciedade</p><p>na carreira.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superio-</p><p>res corresponderá a noventa e cinco por cento do</p><p>subsídio mensal fixado para os Ministros do Supre-</p><p>mo Tribunal Federal e os subsídios dos demais</p><p>magistrados serão fixados em lei e escalonados, em</p><p>nível federal e estadual, conforme as respectivas</p><p>categorias da estrutura judiciária nacional, não</p><p>podendo a diferença entre uma e outra ser supe-</p><p>rior a dez por cento ou inferior a cinco por cento,</p><p>nem exceder a noventa e cinco por cento do subsí-</p><p>dio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,</p><p>obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts.</p><p>37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada pela Emenda Cons-</p><p>titucional nº 19, de 1998)</p><p>Em se tratando dos subsídios dos ministros dos</p><p>Tribunais Superiores, há a vinculação de uma porcen-</p><p>tagem do subsídio dos ministros do STF, de forma que</p><p>outros magistrados são definidos por lei, escalonados</p><p>com base nas categorias da estrutura judiciária e com</p><p>limites específicos.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão</p><p>de seus dependentes observarão o disposto</p><p>no art.</p><p>40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº</p><p>20, de 1998)</p><p>Conforme o dispositivo supracitado, o art. 40, da</p><p>CF, de 1988, estabelecerá as regras de aposentadoria</p><p>dos magistrados, bem como disporá sobre a pensão</p><p>para seus dependentes.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>VII - o juiz titular residirá na respectiva comarca,</p><p>salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>VIII - o ato de remoção ou de disponibilidade do</p><p>magistrado, por interesse público, fundar-se-á em</p><p>decisão por voto da maioria absoluta do respectivo</p><p>tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, asse-</p><p>gurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 103, de 2019)</p><p>A menos que haja determinação diversa, os juízes</p><p>titulares devem residir na comarca onde atuam. Além</p><p>disso, a remoção ou disponibilidade de magistrados</p><p>por interesse público deve ser decidida por voto de</p><p>maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conse-</p><p>lho Nacional de Justiça, com garantia de ampla defesa.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>VIII-A - a remoção a pedido de magistrados de</p><p>comarca de igual entrância atenderá, no que cou-</p><p>ber, ao disposto nas alíneas “a”, “b”, “c” e “e” do</p><p>inciso II do caput deste artigo e no art. 94 desta</p><p>Constituição; (Redação dada pela Emenda Consti-</p><p>tucional nº 130, de 2023)</p><p>VIII-B - a permuta de magistrados de comarca de</p><p>igual entrância, quando for o caso, e dentro do mes-</p><p>mo segmento de justiça, inclusive entre os juízes de</p><p>segundo grau, vinculados a diferentes tribunais, na</p><p>esfera da justiça estadual, federal ou do trabalho,</p><p>atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas</p><p>“a”, “b”, “c” e “e” do inciso II do caput deste artigo e</p><p>no art. 94 desta Constituição; (Incluído pela Emen-</p><p>da Constitucional nº 130, de 2023)</p><p>Posto isto, para que haja a remoção, a pedido do</p><p>próprio magistrado, para comarcas de instâncias simi-</p><p>lares, haverá a necessidade de obediência às regras</p><p>específicas, que consideram critérios como antigui-</p><p>dade, mérito, tempo de exercício na entrância, entre</p><p>outros. Também, seguirão regras específicas aqueles</p><p>magistrados que estiverem com intenção de permutar</p><p>entre as comarcas, ou seja, trocar de lugar um magis-</p><p>trado com o outro.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judi-</p><p>ciário serão públicos, e fundamentadas todas as</p><p>decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limi-</p><p>tar a presença, em determinados atos, às próprias</p><p>partes e a seus advogados, ou somente a estes, em</p><p>casos nos quais a preservação do direito à inti-</p><p>midade do interessado no sigilo não prejudique o</p><p>interesse público à informação; (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>42</p><p>X - as decisões administrativas dos tribunais serão</p><p>motivadas e em sessão pública, sendo as disciplina-</p><p>res tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus</p><p>membros; (Redação dada pela Emenda Constitucio-</p><p>nal nº 45, de 2004)</p><p>Todos os julgamentos realizados dentro do Poder</p><p>Judiciário devem ser públicos, assim como todas as</p><p>decisões devem ser fundamentadas; no entanto, em</p><p>cada ato judicial, a lei poderá limitar a presença de</p><p>outras pessoas. Assim sendo, as decisões administrati-</p><p>vas dos tribunais devem ser motivadas e tomadas em</p><p>sessão pública, de modo que as decisões disciplinares</p><p>requerem o voto da maioria absoluta dos membros do</p><p>tribunal.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>XI - nos tribunais com número superior a vinte e</p><p>cinco julgadores, poderá ser constituído órgão</p><p>especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte</p><p>e cinco membros, para o exercício das atribuições</p><p>administrativas e jurisdicionais delegadas da com-</p><p>petência do tribunal pleno, provendo-se metade das</p><p>vagas por antigüidade e a outra metade por eleição</p><p>pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>XII - a atividade jurisdicional será ininterrupta,</p><p>sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais</p><p>de segundo grau, funcionando, nos dias em que não</p><p>houver expediente forense normal, juízes em plan-</p><p>tão permanente; (Incluído pela Emenda Constitu-</p><p>cional nº 45, de 2004)</p><p>Um órgão especial poderá ser constituído em tribu-</p><p>nais onde se tenha mais de 25 julgadores, de maneira</p><p>que a escolha dos membros deste órgão deverá seguir</p><p>regras específicas. Ademais, a atividade jurisdicional</p><p>é ininterrupta, posto que é vedada em juízos e tribu-</p><p>nais de segunda instância as férias coletivas, deven-</p><p>do se recorrer aos juízes em plantão permanente nos</p><p>dias sem expediente forense normal.</p><p>Art. 93 [...]</p><p>XIII - o número de juízes na unidade jurisdicional</p><p>será proporcional à efetiva demanda judicial e à</p><p>respectiva população; (Incluído pela Emenda Cons-</p><p>titucional nº 45, de 2004)</p><p>XIV - os servidores receberão delegação para a</p><p>prática de atos de administração e atos de mero</p><p>expediente sem caráter decisório; (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>XV - a distribuição de processos será imediata, em</p><p>todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>Por fim, os últimos incisos do art. 93 dispõem que o</p><p>número de juízes em uma unidade jurisdicional deve</p><p>ser diretamente proporcional às demandas judiciais</p><p>e à população a ser atendida. Além disso, os servido-</p><p>res poderão receber delegações para a prática de atos</p><p>administrativos e de mero expediente, sem o caráter</p><p>decisório. Ainda, a distribuição de processos deve ser</p><p>imediata em todos os graus de jurisdição, garantindo</p><p>a eficiência na tramitação de casos judiciais.</p><p>Importante!</p><p>CNJ não tem competência jurisdicional.</p><p>Quinto Constitucional</p><p>Art. 94 Um quinto dos lugares dos Tribunais</p><p>Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e</p><p>do Distrito Federal e Territórios será composto de</p><p>membros, do Ministério Público, com mais de dez</p><p>anos de carreira, e de advogados de notório saber</p><p>jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez</p><p>anos de efetiva atividade profissional, indicados em</p><p>lista sêxtupla pelos órgãos de representação das</p><p>respectivas classes.</p><p>Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribu-</p><p>nal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Exe-</p><p>cutivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá</p><p>um de seus integrantes para nomeação.</p><p>Conforme o art. 94, da CF, um quinto dos lugares</p><p>dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos</p><p>Estados e do Distrito Federal e Territórios são compos-</p><p>tos de membros do ministério público e advogados.</p><p>Composto por membros:</p><p>1/5</p><p>TJ</p><p>TRF</p><p>Ministério Público:</p><p>com +10 anos de carreira</p><p>JUSTIÇA ESPECIALIZADA</p><p>ADVOGADOS:</p><p>notório saber jurídico e reputação</p><p>ilibada + 10 anos de efetiva</p><p>atividade jurídica</p><p>A indicação dos profissionais é feita por meio de</p><p>nomeações, feitas através de uma lista (lista sêxtu-</p><p>pla) pelos órgãos de representação das respectivas</p><p>classes. Enviada esta lista para o tribunal, este esco-</p><p>lherá três nomes (lista tríplice) de sua preferência e</p><p>enviará ao Poder Executivo. Entenda:</p><p>Chefe do Poder</p><p>Executivo</p><p>decide qual</p><p>dos três nomes</p><p>será escolhido</p><p>no prazo de 20</p><p>dias</p><p>Lista Tríplice</p><p>Tribunal</p><p>escolhe três</p><p>nomes e exclui</p><p>os demais</p><p>Lista Sêxtupla</p><p>OAB indica seis</p><p>nomes</p><p>A Emenda Constitucional nº 45, de 2004, inseriu o</p><p>quinto constitucional na Justiça do Trabalho, nos Tri-</p><p>bunais Regionais do Trabalho (I, art. 115, da CF) e no</p><p>Tribunal Superior de Justiça (art. 111-A, da CF).</p><p>GARANTIAS CONSTITUCIONAIS DOS</p><p>MAGISTRADOS</p><p>Art. 95 Os juízes gozam das seguintes garantias:</p><p>I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será</p><p>adquirida após dois anos de exercício, dependendo</p><p>a perda do cargo, nesse período, de deliberação do</p><p>tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais</p><p>casos, de sentença judicial transitada em julgado;</p><p>II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse</p><p>público, na forma do art. 93, VIII;</p><p>III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o dis-</p><p>posto nos</p><p>arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III,</p><p>e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitu-</p><p>cional nº 19, de 1998)</p><p>Parágrafo único. Aos juízes é vedado:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>43</p><p>I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro car-</p><p>go ou função, salvo uma de magistério;</p><p>II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou</p><p>participação em processo;</p><p>III - dedicar-se à atividade político-partidária.</p><p>IV - receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios</p><p>ou contribuições de pessoas físicas, entidades públi-</p><p>cas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas</p><p>em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,</p><p>de 2004)</p><p>V - exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual</p><p>se afastou, antes de decorridos três anos do afas-</p><p>tamento do cargo por aposentadoria ou exonera-</p><p>ção. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de</p><p>2004)</p><p>A Constituição Federal, em seu art. 95, assegura</p><p>aos magistrados as garantias da vitaliciedade, inamo-</p><p>vibilidade e irredutibilidade de subsídios. Trata-se das</p><p>garantias institucionais da função judiciária.</p><p>z Vitaliciedade: só pode ser demitido depois do</p><p>trânsito em julgado da decisão judicial:</p><p>� no primeiro grau de jurisdição, somente é</p><p>adquirida depois de dois anos de estágio pro-</p><p>batório, que se inicia com o efetivo exercício da</p><p>posse;</p><p>� no segundo grau de jurisdição, este benefício se</p><p>dá com o efetivo exercício (quando o nome des-</p><p>te magistrado já está no quinto constitucional).</p><p>z Inamovibilidade: proibição de remoção do magis-</p><p>trado de um cargo para outro, salvo por motivo de</p><p>interesse público, mediante voto da maioria abso-</p><p>luta do respectivo tribunal, assegurada a ampla</p><p>defesa;</p><p>z Irredutibilidade de subsídios: assegura que o</p><p>magistrado não tenha diminuído o valor de seus</p><p>subsídios, salvo imposição constitucional.</p><p>Vale lembrar que tais garantias são asseguradas</p><p>também aos membros do ministério público e con-</p><p>selheiros e ministros dos tribunais de contas. Além</p><p>disso, cabe ressaltar que os magistrados também têm</p><p>foro especial por prerrogativa de função, sendo julga-</p><p>dos, originalmente, por tribunais indicados na Consti-</p><p>tuição Federal. Veja:</p><p>AUTORIDADE INFRAÇÃO ÓRGÃO</p><p>JULGADOR</p><p>Juízes Esta-</p><p>duais e do DF</p><p>Comum/res-</p><p>ponsabilidade</p><p>TJ</p><p>Inciso III, art. 96</p><p>Juízes Fede-</p><p>rais, bem como</p><p>Juízes da Jus-</p><p>tiça Militar e do</p><p>Trabalho</p><p>Comum/res-</p><p>ponsabilidade</p><p>TRF</p><p>“a”, inciso I, art.</p><p>108</p><p>Membros:</p><p>TJ, TRF, TRE e</p><p>TRT</p><p>Comum/res-</p><p>ponsabilidade</p><p>STJ</p><p>“a”, inciso I, art.</p><p>105</p><p>1 RE 549.560, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 22.3.2012, DJe 30.5.2014.</p><p>2 AP 937 QO, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 03.05.2018, DJe 11.12.2018.</p><p>AUTORIDADE INFRAÇÃO ÓRGÃO</p><p>JULGADOR</p><p>Membros</p><p>dos Tribunais</p><p>Superiores:</p><p>STJ, TST, TSE e</p><p>STM</p><p>Comum/res-</p><p>ponsabilidade</p><p>STF</p><p>“c”, inciso I, art.</p><p>102</p><p>Ministros STF Comum</p><p>STF</p><p>“b”, inciso I, art.</p><p>102</p><p>Ministros STF Responsabili-</p><p>dade</p><p>Senado Federal</p><p>Inciso II, art. 52</p><p>O foro especial, por prerrogativa de função, não se</p><p>estende a magistrados aposentados1. Conforme Súmu-</p><p>la nº 451, do STF, a competência especial por prerroga-</p><p>tiva de função não se estende ao crime cometido após</p><p>a cessação definitiva do exercício funcional.</p><p>O foro por prerrogativa de função se aplica apenas</p><p>aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e</p><p>relacionados às funções desempenhadas.</p><p>Note que, após o final da instrução processual, com</p><p>a publicação do despacho de intimação para apresen-</p><p>tação de alegações finais, a competência para proces-</p><p>sar e julgar ações penais não será mais afetada em</p><p>razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou</p><p>deixar o cargo que ocupava, por qualquer que seja o</p><p>motivo2.</p><p>COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS</p><p>O art. 96, da CF, de 1988, trata sobre a competên-</p><p>cia de cada instância judiciária, tanto dos tribunais,</p><p>quanto do Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunais</p><p>Superiores, Tribunais de Justiça. Em suma, o artigo</p><p>estabelece as atribuições exclusivas de cada órgão, no</p><p>que diz respeito à administração e organização, bem</p><p>como ao julgamento de magistrados e membros do</p><p>ministério público em determinados casos. Vejamos a</p><p>seguir as disposições:</p><p>Art. 96 Compete privativamente:</p><p>I - aos tribunais:</p><p>a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus</p><p>regimentos internos, com observância das nor-</p><p>mas de processo e das garantias processuais das</p><p>partes, dispondo sobre a competência e o funcio-</p><p>namento dos respectivos órgãos jurisdicionais e</p><p>administrativos;</p><p>b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares</p><p>e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando</p><p>pelo exercício da atividade correicional respectiva;</p><p>c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os</p><p>cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;</p><p>d) propor a criação de novas varas judiciárias;</p><p>e) prover, por concurso público de provas, ou de</p><p>provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,</p><p>parágrafo único, os cargos necessários à adminis-</p><p>tração da Justiça, exceto os de confiança assim defi-</p><p>nidos em lei;</p><p>f) conceder licença, férias e outros afastamentos</p><p>a seus membros e aos juízes e servidores que lhes</p><p>forem imediatamente vinculados;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>44</p><p>II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais</p><p>Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao</p><p>Poder Legislativo respectivo, observado o disposto</p><p>no art. 169:</p><p>a) a alteração do número de membros dos tribunais</p><p>inferiores;</p><p>b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração</p><p>dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes</p><p>forem vinculados, bem como a fixação do subsídio</p><p>de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribu-</p><p>nais inferiores, onde houver; (Redação dada pela</p><p>Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)</p><p>c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;</p><p>d) a alteração da organização e da divisão</p><p>judiciárias;</p><p>III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes esta-</p><p>duais e do Distrito Federal e Territórios, bem como</p><p>os membros do Ministério Público, nos crimes</p><p>comuns e de responsabilidade, ressalvada a compe-</p><p>tência da Justiça Eleitoral.</p><p>Art. 97 Somente pelo voto da maioria absoluta de</p><p>seus membros ou dos membros do respectivo órgão</p><p>especial poderão os tribunais declarar a incons-</p><p>titucionalidade de lei ou ato normativo do Poder</p><p>Público.</p><p>OUTRAS DISPOSIÇÕES</p><p>A respeito da criação de órgãos judiciais, o art. 98,</p><p>da Constituição Federal, de 1988, dispõe o propósito</p><p>de lidar com questões judiciais de menor complexi-</p><p>dade e infrações penais de menor potencial ofensivo,</p><p>visando à eficiência e à simplificação do sistema de</p><p>justiça.</p><p>Art. 98 A União, no Distrito Federal e nos Territó-</p><p>rios, e os Estados criarão:</p><p>I - juizados especiais, providos por juízes togados,</p><p>ou togados e leigos, competentes para a concilia-</p><p>ção, o julgamento e a execução de causas cíveis de</p><p>menor complexidade e infrações penais de menor</p><p>potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral</p><p>e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas</p><p>em lei, a transação e o julgamento de recursos por</p><p>turmas de juízes de primeiro grau;</p><p>II - justiça de paz, remunerada, composta de cida-</p><p>dãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto,</p><p>com mandato de quatro anos e competência para,</p><p>na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de</p><p>ofício ou em face de impugnação apresentada, o</p><p>processo de habilitação e exercer atribuições conci-</p><p>liatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras</p><p>previstas na legislação.</p><p>§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados</p><p>especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renume-</p><p>rado pela Emenda</p><p>Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>(Vide ADIN 3392)</p><p>§ 2º As custas e emolumentos serão destinados</p><p>exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às</p><p>atividades específicas da Justiça. (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>Com base na redação do diploma constitucional,</p><p>os órgãos judiciais, chamados de “juizados especiais”</p><p>devem ser criados pela União, pelo Distrito Federal e</p><p>pelos Estados, de forma que devem ser compostos por</p><p>juízes togados (com formação jurídica) ou por juízes</p><p>togados e leigos (cidadãos sem formação jurídica), e</p><p>são responsáveis por conciliar, julgar e executar cau-</p><p>sas cíveis de menor complexidade, bem como infra-</p><p>ções penais de menor potencial ofensivo.</p><p>Ademais, o processo nos juizados especiais deve</p><p>seguir procedimentos orais e sumaríssimos, que são</p><p>mais ágeis e simplificados em relação ao processo</p><p>tradicional. Assim, nas hipóteses previstas em lei, há</p><p>a permissão da transação, ou seja, o acordo entre as</p><p>partes, e o julgamento de recursos por turmas de juí-</p><p>zes de primeiro grau.</p><p>Em continuidade, a justiça de paz também será</p><p>criada pela União, pelo Distrito Federal e pelos Esta-</p><p>dos, de maneira que é composta por cidadãos eleitos</p><p>pelo voto direto, universal e secreto, com um man-</p><p>dato de quatro anos. Dessa maneira, a justiça de paz</p><p>possui competência para, de acordo com a legislação,</p><p>celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face de</p><p>impugnação apresentada, o processo de habilitação</p><p>(documentação necessária para o casamento) e exer-</p><p>cer funções conciliatórias, sem caráter jurisdicional,</p><p>podendo também desempenhar outras atribuições</p><p>previstas em lei.</p><p>Quanto ao que está disposto no § 1º, deste mesmo</p><p>artigo, há a determinação de uma criação de juizados</p><p>especiais no âmbito da Justiça Federal (ou seja, para</p><p>lidar com questões envolvendo a União), que deve ser</p><p>regulamentada por lei federal específica. Ainda, no §</p><p>2º, as custas e emolumentos estão definidos de forma</p><p>a serem destinados exclusivamente ao custeio dos ser-</p><p>viços afetos às atividades específicas da justiça, uma</p><p>vez que estabelece que devem ser usados exclusiva-</p><p>mente para financiar os serviços relacionados às ati-</p><p>vidades específicas do sistema de justiça. Para tanto,</p><p>isso garante que as taxas cobradas não sejam usadas</p><p>para outros fins e sejam direcionadas para a manu-</p><p>tenção do próprio sistema judicial.</p><p>Art. 99 Ao Poder Judiciário é assegurada autono-</p><p>mia administrativa e financeira.</p><p>A autonomia administrativa e financeira assegu-</p><p>rada ao Poder Judiciário é estabelecida pela redação</p><p>do art. 99, da CF, de 1988. Dessa forma, há o estabe-</p><p>lecimento desta nas duas searas, significando que o</p><p>Judiciário possuirá a capacidade de gerenciar seus</p><p>próprios assuntos internos e de lidar com suas finan-</p><p>ças sem interferência direta de outros poderes, como</p><p>o Executivo e o Legislativo. Outrossim, da mesma</p><p>maneira que os outros poderes elaboram as suas pro-</p><p>postas orçamentárias, os tribunais, que compõem</p><p>o Poder Judiciário, também as realizarão, posto que</p><p>possuem a responsabilidade diante de suas próprias</p><p>contas, planos de gastos e investimentos para um</p><p>determinado período financeiro, que geralmente se</p><p>dá de forma anual. Para tanto, isso deve ser feito den-</p><p>tro dos limites legais, estipulados e previstos dentro</p><p>da Lei de Diretrizes Orçamentárias.</p><p>Art. 99 [...]</p><p>§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orça-</p><p>mentárias dentro dos limites estipulados conjunta-</p><p>mente com os demais Poderes na lei de diretrizes</p><p>orçamentárias.</p><p>Ainda, o encaminhamento das propostas orçamen-</p><p>tárias irá variar de acordo com a esfera de atuação,</p><p>dado que, na União, os presidentes do Supremo Tri-</p><p>bunal Federal e dos Tribunais Superiores são respon-</p><p>sáveis por encaminhar as propostas, com a aprovação</p><p>dos respectivos tribunais.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>45</p><p>Também, nos estados, Distrito Federal e nos terri-</p><p>tórios, a responsabilidade recai sobre os presidentes</p><p>dos tribunais de justiça, com a aprovação dos respec-</p><p>tivos tribunais.</p><p>Art. 99 [...]</p><p>§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os</p><p>outros tribunais interessados, compete:</p><p>I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo</p><p>Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a</p><p>aprovação dos respectivos tribunais;</p><p>II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e</p><p>Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justi-</p><p>ça, com a aprovação dos respectivos tribunais.</p><p>§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminha-</p><p>rem as respectivas propostas orçamentárias dentro</p><p>do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamen-</p><p>tárias, o Poder Executivo considerará, para fins</p><p>de consolidação da proposta orçamentária anual,</p><p>os valores aprovados na lei orçamentária vigente,</p><p>ajustados de acordo com os limites estipulados na</p><p>forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>Se as propostas de orçamento não estiverem em</p><p>conformidade com os limites estabelecidos no § 1º</p><p>deste mesmo artigo, ou seja, se os valores ou despesas</p><p>previstas no orçamento excederem os limites defini-</p><p>dos, poderá haver a indicação de gastos excessivos.</p><p>Assim, o Poder Executivo terá a responsabilidade de</p><p>fazer os ajustes necessários no orçamento para que</p><p>ele se enquadre nos limites previamente definidos,</p><p>uma vez que tais ajustes são essenciais para consoli-</p><p>dar a proposta do orçamento anual, tornando-o viável</p><p>dentro dos limites permitidos.</p><p>Art. 99 [...]</p><p>§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este</p><p>artigo forem encaminhadas em desacordo com os</p><p>limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Exe-</p><p>cutivo procederá aos ajustes necessários para fins</p><p>de consolidação da proposta orçamentária anual.</p><p>(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>Durante a execução do orçamento, o governo não</p><p>poderá gastar ou assumir obrigações que ultrapassem</p><p>os limites definidos na Lei de Diretrizes Orçamen-</p><p>tárias (LDO), uma vez que esta é a responsável por</p><p>estabelecer os limites e as metas fiscais que o gover-</p><p>no deve seguir ao elaborar o orçamento para o ano</p><p>seguinte. No entanto, a exceção à regra está na neces-</p><p>sidade do governo, de forma que, caso seja necessário</p><p>gastar mais do que está previsto na LDO, haverá esta</p><p>possibilidade, mas somente se for previamente auto-</p><p>rizado pelo Legislativo. Dessa forma, isso é feito por</p><p>meio da abertura de créditos suplementares ou espe-</p><p>ciais, que são instrumentos financeiros que permitem</p><p>ao governo obter recursos adicionais para despesas</p><p>específicas que não estavam originalmente previstas</p><p>no orçamento.</p><p>Art. 99 [...]</p><p>§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício,</p><p>não poderá haver a realização de despesas ou a</p><p>assunção de obrigações que extrapolem os limites</p><p>estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias,</p><p>exceto se previamente autorizadas, mediante a</p><p>abertura de créditos suplementares ou especiais.</p><p>(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de</p><p>2004)</p><p>Por conseguinte, o art. 100, da CF, de 1988, estabele-</p><p>ce regras importantes relacionadas ao pagamento de</p><p>dívidas judiciais pelas Fazendas Públicas federal, esta-</p><p>duais, distrital e municipais. Nesse sentido, o caput do</p><p>referido dispositivo prevê que os pagamentos devi-</p><p>dos pelas dadas Fazendas Públicas, em decorrência</p><p>de sentenças judiciais, devem ser realizados exclusi-</p><p>vamente na ordem cronológica de apresentação dos</p><p>precatórios que, por sua vez, são títulos representati-</p><p>vos do valor que o governo deve pagar de acordo com</p><p>uma decisão judicial. Ademais, é estritamente proi-</p><p>bido casos ou pessoas específicas nas dotações orça-</p><p>mentárias e nos créditos adicionais para o pagamento</p><p>de precatórios. Isto é, o governo não pode priorizar o</p><p>pagamento de uma determinada dívida em detrimen-</p><p>to de outras,</p><p>seguindo um critério objetivo de ordem</p><p>cronológica.</p><p>Art. 100 Os pagamentos devidos pelas Fazendas</p><p>Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais,</p><p>em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclu-</p><p>sivamente na ordem cronológica de apresentação</p><p>dos precatórios e à conta dos créditos respectivos,</p><p>proibida a designação de casos ou de pessoas nas</p><p>dotações orçamentárias e nos créditos adicionais</p><p>abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda Cons-</p><p>titucional nº 62, de 2009) (Vide ADI 4425)</p><p>Os débitos de natureza alimentícia, como salários,</p><p>pensões, benefícios previdenciários e indenizações</p><p>por morte ou invalidez têm prioridade no pagamento</p><p>sobre outros tipos de dívidas.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreen-</p><p>dem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,</p><p>proventos, pensões e suas complementações, bene-</p><p>fícios previdenciários e indenizações por morte ou</p><p>por invalidez, fundadas em responsabilidade civil,</p><p>em virtude de sentença judicial transitada em jul-</p><p>gado, e serão pagos com preferência sobre todos os</p><p>demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no §</p><p>2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Consti-</p><p>tucional nº 62, de 2009).</p><p>Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares</p><p>tenham 60 anos de idade, sejam portadores de doença</p><p>grave ou pessoas com deficiência, terão preferência</p><p>no pagamento, até um determinado limite, sendo que</p><p>o restante é pago na ordem cronológica de apresenta-</p><p>ção do precatório.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titu-</p><p>lares, originários ou por sucessão hereditária,</p><p>tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam por-</p><p>tadores de doença grave, ou pessoas com deficiên-</p><p>cia, assim definidos na forma da lei, serão pagos</p><p>com preferência sobre todos os demais débitos,</p><p>até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para</p><p>os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido</p><p>o fracionamento para essa finalidade, sendo que o</p><p>restante será pago na ordem cronológica de apre-</p><p>sentação do precatório. (Redação dada pela Emen-</p><p>da Constitucional nº 94, de 2016)</p><p>Excetua-se os pagamentos de obrigações definidas</p><p>em leis como “de pequeno valor”, desde que sejam</p><p>decorrentes de sentenças judiciais transitadas em</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>46</p><p>julgado. Dito isto, o valor considerado como “pequeno</p><p>valor” poderá ser definido por leis próprias, variando</p><p>de acordo com as capacidades econômicas das entida-</p><p>des de direito público.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamen-</p><p>te à expedição de precatórios não se aplica aos</p><p>pagamentos de obrigações definidas em leis como</p><p>de pequeno valor que as Fazendas referidas devam</p><p>fazer em virtude de sentença judicial transitada em</p><p>julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucio-</p><p>nal nº 62, de 2009).</p><p>O pagamento de dívidas judiciais de pequeno valor</p><p>pelas Fazendas Públicas (União, estados, Distrito Fede-</p><p>ral e municípios) não depende da expedição de pre-</p><p>catórios que são ordens de pagamento emitidas pelo</p><p>Poder Judiciário. Ou seja, as dívidas de pequeno valor</p><p>podem ser pagas de forma mais rápida e simples, por</p><p>meio de requisições de pequeno valor (RPVs), que se</p><p>trata de ordens de pagamento expedidas pelo juiz da</p><p>causa, de modo que essas têm preferência sobre os</p><p>precatórios e devem ser pagas em até 60 dias após a</p><p>sua expedição.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser</p><p>fixados, por leis próprias, valores distintos às enti-</p><p>dades de direito público, segundo as diferentes</p><p>capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao</p><p>valor do maior benefício do regime geral de previ-</p><p>dência social. (Redação dada pela Emenda Consti-</p><p>tucional nº 62, de 2009).</p><p>As entidades de direito público devem prever no</p><p>seu orçamento anual uma verba que se destina ao</p><p>pagamento dos precatórios, que são as dívidas decor-</p><p>rentes de condenações judiciais definitivas. Assim,</p><p>esta verba deve ser suficiente para pagar os precató-</p><p>rios que foram apresentados até o dia dois de abril</p><p>do ano anterior ao da elaboração do orçamento, de</p><p>forma que os pagamentos destes mesmos precatórios</p><p>devem ser realizados até o final do ano seguinte ao da</p><p>apresentação, com a correção monetária dos valores.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das</p><p>entidades de direito público de verba necessária ao</p><p>pagamento de seus débitos oriundos de sentenças</p><p>transitadas em julgado constantes de precatórios</p><p>judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se</p><p>o pagamento até o final do exercício seguinte, quan-</p><p>do terão seus valores atualizados monetariamente.</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 114,</p><p>de 2021) (Vigência)</p><p>A respeito dos pagamentos, os parágrafos sub-</p><p>sequentes expõem as condições sobre orçamentos e</p><p>créditos, assim como imputa a responsabilidade ao</p><p>presidente do tribunal em razão de ato omissivo ou</p><p>comissivo que retarde ou tente frustrar a liquidação</p><p>regular de precatórios. Vejamos:</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos</p><p>serão consignados diretamente ao Poder Judiciá-</p><p>rio, cabendo ao Presidente do Tribunal que profe-</p><p>rir a decisão exequenda determinar o pagamento</p><p>integral e autorizar, a requerimento do credor e</p><p>exclusivamente para os casos de preterimento de</p><p>seu direito de precedência ou de não alocação orça-</p><p>mentária do valor necessário à satisfação do seu</p><p>débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação</p><p>dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).</p><p>§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por</p><p>ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frus-</p><p>trar a liquidação regular de precatórios incorrerá</p><p>em crime de responsabilidade e responderá, tam-</p><p>bém, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluí-</p><p>do pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).</p><p>§ 8º É vedada a expedição de precatórios complemen-</p><p>tares ou suplementares de valor pago, bem como o</p><p>fracionamento, repartição ou quebra do valor da</p><p>execução para fins de enquadramento de parcela do</p><p>total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 62, de 2009).</p><p>§ 9º Sem que haja interrupção no pagamento do</p><p>precatório e mediante comunicação da Fazenda</p><p>Pública ao Tribunal, o valor correspondente aos</p><p>eventuais débitos inscritos em dívida ativa contra</p><p>o credor do requisitório e seus substituídos deverá</p><p>ser depositado à conta do juízo responsável pela</p><p>ação de cobrança, que decidirá pelo seu destino</p><p>definitivo. (Redação dada pela Emenda Constitucio-</p><p>nal nº 113, de 2021)</p><p>§ 10 Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal</p><p>solicitará à Fazenda Pública devedora, para res-</p><p>posta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do</p><p>direito de abatimento, informação sobre os débitos</p><p>que preencham as condições estabelecidas no § 9º,</p><p>para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 62, de 2009). (Vide ADI 4425)</p><p>Outrossim, o credor de um precatório poderá ofe-</p><p>recer créditos que ele possui ou que ele comprou de</p><p>terceiros para quitar ou reduzir o valor do precatório.</p><p>Assim, esses créditos devem ser líquidos e certos, ou</p><p>seja, devem ter valor definido e exigibilidade reco-</p><p>nhecida. Esses créditos, para tanto, podem ser contra</p><p>o próprio ente devedor do precatório ou contra outra</p><p>pessoa jurídica de direito público. Diante disso, para</p><p>que o credor possa fazer a oferta, é necessário que</p><p>haja uma lei do ente devedor do precatório que per-</p><p>mita essa possibilidade, de modo que a Administração</p><p>Pública somente poderá agir conforme a permissibi-</p><p>lidade da lei. Assim, no caso da União, dada lei não é</p><p>necessária, pois a Constituição já autoriza essa forma</p><p>de pagamento e, a oferta, também dependerá da acei-</p><p>tação do ente devedor do precatório.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 11 É facultada ao credor, conforme estabelecido em</p><p>lei do ente federativo</p><p>devedor, com auto aplicabilida-</p><p>de para a União, a oferta de créditos líquidos e certos</p><p>que originalmente lhe são próprios ou adquiridos de</p><p>terceiros reconhecidos pelo ente federativo ou por</p><p>decisão judicial transitada em julgado para: (Redação</p><p>dada pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>Sendo assim, os créditos oferecidos pelo credor do</p><p>precatório podem ser usados para as seguintes finali-</p><p>dades, conforme está disposto nos incisos do § 11, do</p><p>art. 100 deste diploma legal. Vejamos:</p><p>Art. 100 [...]</p><p>I - quitação de débitos parcelados ou débitos ins-</p><p>critos em dívida ativa do ente federativo devedor,</p><p>inclusive em transação resolutiva de litígio, e,</p><p>subsidiariamente, débitos com a administração</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>47</p><p>autárquica e fundacional do mesmo ente; (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>II - compra de imóveis públicos de propriedade do</p><p>mesmo ente disponibilizados para venda; (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>III - pagamento de outorga de delegações de servi-</p><p>ços públicos e demais espécies de concessão nego-</p><p>cial promovidas pelo mesmo ente; (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>IV - aquisição, inclusive minoritária, de participa-</p><p>ção societária, disponibilizada para venda, do res-</p><p>pectivo ente federativo; ou (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>V - compra de direitos, disponibilizados para ces-</p><p>são, do respectivo ente federativo, inclusive, no</p><p>caso da União, da antecipação de valores a serem</p><p>recebidos a título do excedente em óleo em contra-</p><p>tos de partilha de petróleo. (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>Os valores dos precatórios e das RPVs devem ser</p><p>corrigidos pelo índice oficial de remuneração básica</p><p>da caderneta de poupança, desde a data da expedição</p><p>do ofício requisitório até o pagamento efetivo. Além</p><p>disso, esses valores devem receber juros simples no</p><p>mesmo percentual dos juros da poupança, como for-</p><p>ma de compensar o atraso no pagamento. Essa regra</p><p>vale para qualquer tipo de precatório ou RPV, seja de</p><p>natureza comum ou alimentar, de maneira que não</p><p>a permissão de juros compensatórios, que são aque-</p><p>les que visam reparar a perda do poder aquisitivo do</p><p>credor.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 12 A partir da promulgação desta Emenda Cons-</p><p>titucional, a atualização de valores de requisitó-</p><p>rios, após sua expedição, até o efetivo pagamento,</p><p>independentemente de sua natureza, será feita pelo</p><p>índice oficial de remuneração básica da caderneta</p><p>de poupança, e, para fins de compensação da mora,</p><p>incidirão juros simples no mesmo percentual de</p><p>juros incidentes sobre a caderneta de poupança,</p><p>ficando excluída a incidência de juros compensató-</p><p>rios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de</p><p>2009). (Vide ADI 4425)</p><p>Ademais, os §§ 13 a 17, do art. 100, da CF, de</p><p>1988, estabelece as demais disposições acerca dos</p><p>precatórios:</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 13 O credor poderá ceder, total ou parcialmen-</p><p>te, seus créditos em precatórios a terceiros, inde-</p><p>pendentemente da concordância do devedor, não</p><p>se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e</p><p>3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de</p><p>2009).</p><p>§ 14 A cessão de precatórios, observado o disposto</p><p>no § 9º deste artigo, somente produzirá efeitos após</p><p>comunicação, por meio de petição protocolizada,</p><p>ao Tribunal de origem e ao ente federativo devedor.</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 113,</p><p>de 2021)</p><p>§ 15 Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei com-</p><p>plementar a esta Constituição Federal poderá esta-</p><p>belecer regime especial para pagamento de crédito</p><p>de precatórios de Estados, Distrito Federal e Muni-</p><p>cípios, dispondo sobre vinculações à receita corren-</p><p>te líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).</p><p>§ 16 A seu critério exclusivo e na forma de lei, a</p><p>União poderá assumir débitos, oriundos de preca-</p><p>tórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios,</p><p>refinanciando-os diretamente. (Incluído pela Emen-</p><p>da Constitucional nº 62, de 2009)</p><p>§ 17 A União, os Estados, o Distrito Federal e os</p><p>Municípios aferirão mensalmente, em base anual,</p><p>o comprometimento de suas respectivas receitas</p><p>correntes líquidas com o pagamento de precatórios</p><p>e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emen-</p><p>da Constitucional nº 94, de 2016)</p><p>O § 18, do art. 100, e seus respectivos incisos, esta-</p><p>belecem sobre a receita corrente líquida que, para os</p><p>fins de pagamento dos precatórios e das RPVs, é o total</p><p>das receitas que o ente público arrecada em um perío-</p><p>do de 12 meses, considerando o segundo mês ante-</p><p>rior ao mês de referência. Essas receitas incluem as</p><p>tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias,</p><p>as contribuições, serviços, transferências correntes</p><p>e outras receitas correntes, inclusive aquelas que se</p><p>originam da exploração de recursos naturais. Nesse</p><p>sentido, as receitas devem ser descontadas das dupli-</p><p>cidades e das deduções previstas na lei.</p><p>Assim, as duplicidades tratam-se das receitas que são</p><p>contabilizadas mais de uma vez no mesmo período, por</p><p>exemplo, quando há transferências entre órgãos ou enti-</p><p>dades do mesmo ente público. Dessa maneira, as dedu-</p><p>ções são as parcelas que o ente público deve repassar aos</p><p>outros entes por determinação constitucional, ou seja, a</p><p>União deve repassar parte do que arrecada aos estados</p><p>e aos municípios. Além disso, também são deduzidas a</p><p>contribuição dos servidores para o custeio do seu siste-</p><p>ma de previdência e assistência social, bem como das</p><p>receitas provenientes da compensação financeira entre</p><p>os regimes de previdência.</p><p>Posto isto, a receita corrente líquida é importante</p><p>para o pagamento dos precatórios e das RPVs porque</p><p>ela define o valor máximo que o ente público deve</p><p>destinar anualmente para quitar essas dívidas judi-</p><p>ciais. Assim, a Emenda Constitucional nº 94, de 2016,</p><p>estabeleceu que esse valor deve ser equivalente a um</p><p>percentual da receita corrente líquida do exercício</p><p>anterior, de forma que varia conforme o ente público</p><p>e a natureza do precatório ou da RPV.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 18 Entende-se como receita corrente líquida, para</p><p>os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas</p><p>tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuá-</p><p>rias, de contribuições e de serviços, de transferên-</p><p>cias correntes e outras receitas correntes, incluindo</p><p>as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Fede-</p><p>ral, verificado no período compreendido pelo segun-</p><p>do mês imediatamente anterior ao de referência e</p><p>os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as dupli-</p><p>cidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Consti-</p><p>tucional nº 94, de 2016)</p><p>I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao</p><p>Distrito Federal e aos Municípios por determinação</p><p>constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucio-</p><p>nal nº 94, de 2016)</p><p>II - nos Estados, as parcelas entregues aos Muni-</p><p>cípios por determinação constitucional; (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)</p><p>III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e</p><p>nos Municípios, a contribuição dos servidores para</p><p>custeio de seu sistema de previdência e assistência</p><p>social e as receitas provenientes da compensação</p><p>financeira referida no § 9º do art. 201 da Constitui-</p><p>ção Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional</p><p>nº 94, de 2016)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>48</p><p>Aquele ente público que tiver um volume de dívi-</p><p>das judiciais em precatórios e RPVs acima da média</p><p>dos últimos cinco anos poderá se beneficiar do finan-</p><p>ciamento do valor excedente,</p><p>sem que isso seja consi-</p><p>derado como endividamento. Ou seja, o ente público</p><p>poderá contrair empréstimos ou emitir títulos para</p><p>pagá-los, sem que haja a superação do limite de com-</p><p>prometimento da sua receita corrente líquida. Esse</p><p>limite se define por um percentual da receita corren-</p><p>te líquida do exercício anterior, que varia conforme</p><p>o ente público e a natureza do precatório ou da RPV.</p><p>Nesse sentido, tal financiamento não estará sujei-</p><p>to aos limites do endividamento previstos na Consti-</p><p>tuição Federal, nem a qualquer outra restrição legal.</p><p>Além disso, não estará sujeito à vedação de vincula-</p><p>ção de receita, ou seja, o ente público poderá destinar</p><p>parte da sua receita para garantir o pagamento do</p><p>financiamento.</p><p>Assim, dada regra visa facilitar o pagamento dos</p><p>precatórios e das RPVs e reduzir o estoque das dívi-</p><p>das judiciais das entidades públicas, além de também</p><p>visar estimular a economia e a arrecadação tributá-</p><p>ria, pois permite ao ente público usar recursos finan-</p><p>ceiros para quitar seus débitos.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 19. Caso o montante total de débitos decorrentes</p><p>de condenações judiciais em precatórios e obri-</p><p>gações de pequeno valor, em período de 12 (doze)</p><p>meses, ultrapasse a média do comprometimento</p><p>percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco)</p><p>anos imediatamente anteriores, a parcela que exce-</p><p>der esse percentual poderá ser financiada, excetua-</p><p>da dos limites de endividamento de que tratam os</p><p>incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal</p><p>e de quaisquer outros limites de endividamento</p><p>previstos, não se aplicando a esse financiamento a</p><p>vedação de vinculação de receita prevista no inci-</p><p>so IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído</p><p>pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016)</p><p>Quando o precatório obtiver valor muito alto,</p><p>superior a 15% do total dos precatórios que ele deve</p><p>pagar em um ano, poderá parcelar este precatório em</p><p>até seis anos. Ou seja, o ente público deverá pagar 15%</p><p>do valor deste precatório até o final do ano seguinte</p><p>ao da expedição do ofício requisitório e o restante em</p><p>parcelas iguais nos cinco anos seguintes. Assim, estas</p><p>parcelas deverão ser corrigidas monetariamente e</p><p>acrescidas de juros de mora.</p><p>A regra, para tanto, visa evitar que um precatório</p><p>de grande valor comprometa a capacidade financeira</p><p>do ente público e prejudique o pagamento dos demais</p><p>precatórios. Além disso, esta regra também visa bene-</p><p>ficiar o credor desse precatório, que receberá uma</p><p>parcela maior no primeiro ano e terá a garantia de</p><p>recebimento das demais parcelas nos anos seguintes.</p><p>Ademais, outra possibilidade prevista nesse pará-</p><p>grafo é a realização de acordos diretos entre o ente</p><p>público e o credor do precatório, perante juízes auxi-</p><p>liares da conciliação de precatórios. Nesse caso, o cre-</p><p>dor poderá receber o valor do seu crédito com uma</p><p>redução máxima de 40%, desde que não haja nenhum</p><p>recurso ou defesa judicial pendente sobre esse crédi-</p><p>to e que sejam observados os requisitos definidos na</p><p>regulamentação editada pelo ente público.</p><p>Tal possibilidade visa estimular a negociação</p><p>entre as partes e acelerar o pagamento dos precató-</p><p>rios, reduzindo o estoque das atividades judiciais das</p><p>entidades públicas. Além disso, essa possibilidade</p><p>também tem como finalidade o benefício ao credor do</p><p>precatório, que poderá receber seu crédito de forma</p><p>mais rápida e segura.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 20 Caso haja precatório com valor superior a 15%</p><p>(quinze por cento) do montante dos precatórios</p><p>apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15%</p><p>(quinze por cento) do valor deste precatório serão</p><p>pagos até o final do exercício seguinte e o restante</p><p>em parcelas iguais nos cinco exercícios subsequen-</p><p>tes, acrescidas de juros de mora e correção mone-</p><p>tária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos</p><p>Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redu-</p><p>ção máxima de 40% (quarenta por cento) do valor</p><p>do crédito atualizado, desde que em relação ao</p><p>crédito não penda recurso ou defesa judicial e que</p><p>sejam observados os requisitos definidos na regula-</p><p>mentação editada pelo ente federado. (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 94, de 2016)</p><p>Dessa maneira, os demais entes federativos podem</p><p>usar valores que eles devem a outras pessoas jurídi-</p><p>cas de direito público por conta de sentenças judiciais</p><p>definitivas para amortizar dívidas que eles tenham</p><p>com essas pessoas jurídicas ou com outras entidades</p><p>públicas. Essas dívidas podem ser vencidas ou vincen-</p><p>das, ou seja, já vencidas ou que ainda vão vencer. Para</p><p>que isso possa acontecer, é preciso que ambas as par-</p><p>tes concordem com esta forma de pagamento.</p><p>Destarte, as pessoas jurídicas de direito público</p><p>são aquelas que exercem funções públicas e têm per-</p><p>sonalidade jurídica própria, como a União, os estados,</p><p>o Distrito Federal, os municípios, bem como as autar-</p><p>quias e fundações públicas. Ademais, as sentenças</p><p>judiciais definitivas são aquelas que não podem mais</p><p>ser modificadas por nenhum recurso.</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 21. Ficam a União e os demais entes federativos,</p><p>nos montantes que lhes são próprios, desde que</p><p>aceito por ambas as partes, autorizados a utilizar</p><p>valores objeto de sentenças transitadas em julgado</p><p>devidos a pessoa jurídica de direito público para</p><p>amortizar dívidas, vencidas ou vincendas: (Incluí-</p><p>do pela Emenda Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>Diante disso, os incisos do § 21, do art. 100, esta-</p><p>belecem as dívidas que podem ser amortizadas com</p><p>os valores das sentenças judiciais da seguinte forma:</p><p>Art. 100 [...]</p><p>I - nos contratos de refinanciamento cujos créditos</p><p>sejam detidos pelo ente federativo que figure como</p><p>devedor na sentença de que trata o caput deste arti-</p><p>go; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de</p><p>2021)</p><p>II - nos contratos em que houve prestação de garan-</p><p>tia a outro ente federativo; (Incluído pela Emenda</p><p>Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>III - nos parcelamentos de tributos ou de contribui-</p><p>ções sociais; e (Incluído pela Emenda Constitucio-</p><p>nal nº 113, de 2021)</p><p>IV - nas obrigações decorrentes do descumprimen-</p><p>to de prestação de contas ou de desvio de recursos.</p><p>(Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de</p><p>2021)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>49</p><p>Em se tratando da amortização, as regras estão dis-</p><p>postas nos incisos I e II, do § 22, do art. 100, da Consti-</p><p>tuição Federal, de 1988. Vejamos:</p><p>Art. 100 [...]</p><p>§ 22 A amortização de que trata o § 21 deste arti-</p><p>go: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 113, de</p><p>2021)</p><p>I - nas obrigações vencidas, será imputada primei-</p><p>ramente às parcelas mais antigas; (Incluído pela</p><p>Emenda Constitucional nº 113, de 2021)</p><p>II - nas obrigações vincendas, reduzirá uniforme-</p><p>mente o valor de cada parcela devida, mantida a</p><p>duração original do respectivo contrato ou parce-</p><p>lamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº</p><p>113, de 2021)</p><p>Com base no apresentado, o ente público, quando</p><p>possuir obrigações vencidas, deverá usar os valores</p><p>das sentenças para pagar primeiro as dívidas mais</p><p>antigas e, posteriormente, as mais recentes. Ademais,</p><p>nas obrigações vincendas, os valores das sentenças</p><p>devem ser usados para reduzir proporcionalmente o</p><p>valor de cada parcela futura da dívida, sem alterar o</p><p>prazo total do contrato ou do parcelamento.</p><p>Sendo assim, as regras visam facilitar o pagamen-</p><p>to das dívidas públicas e reduzir o estoque dos pre-</p><p>catórios e das RPVs, com finalidade de estimular a</p><p>economia e a arrecadação tributária, uma vez que é</p><p>permitido ao ente público usar recursos financeiros</p><p>para quitar seus débitos.</p><p>Supremo Tribunal Federal</p><p>Órgão máximo do Poder Judiciário, também deno-</p><p>minado como guardião da Constituição. É composto por</p><p>onze membros, nomeados pelo presidente da República,</p><p>conforme o parágrafo</p><p>na elaboração de suas metas e prioridades e o</p><p>gasto de orçamento, mobilizados para cumprir seus</p><p>compromissos constitucionais e de tratados interna-</p><p>cionais que a nação porventura tenha assinado e rati-</p><p>ficado (NUNES, 2020).</p><p>O foco desses planos governamentais varia de acor-</p><p>do com os interesses levantados pelos representantes</p><p>do governo naquele momento e naquele território.</p><p>Essas políticas públicas geralmente tratam de temas</p><p>como garantia da oferta de bens e serviços públicos,</p><p>transferências de renda (ou distribuição de renda) e</p><p>ações de regulação de elementos do mercado. Elas tam-</p><p>bém fomentam o desenvolvimento da nação em deter-</p><p>minadas regiões de prioridade e podem fortalecer o</p><p>próprio compromisso democrático de várias nações.</p><p>Para isso, existem ciclos de políticas públicas para</p><p>cumprir certas etapas para sua eficácia ser aumenta-</p><p>da. Esse ciclo se divide em 5 fases. São elas:</p><p>z Identificação do problema;</p><p>z Formação de agenda (cronologia das ações);</p><p>z Tomada de decisão;</p><p>z Implementação (colocar em prática as ações);</p><p>z Avaliação (quando findam as ações).</p><p>A esse respeito, também temos tipos de políticas públi-</p><p>cas e princípios, temas que veremos nos próximos tópicos.</p><p>TIPOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>Regulatórias</p><p>Criam e fiscalizam leis que atuam na garantia do</p><p>bem comum e de benefícios coletivos. Por meio das</p><p>políticas públicas regulatórias, impõe-se regras de</p><p>mercado, comportamento e conduta.</p><p>Geralmente, essas ações estão relacionadas a medi-</p><p>das preventivas, ou seja, gostariam de impedir um</p><p>problema que é previsto de acontecer. Exemplo: dimi-</p><p>nuir o número de mortes em acidentes automotivos,</p><p>evitando esses acidentes por meio de leis de trânsito.</p><p>Distributivas</p><p>As políticas públicas distributivas são desenvolvi-</p><p>das por meio do orçamento público. O principal dispo-</p><p>sitivo é a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS), que</p><p>revolucionou a forma de tratar assuntos da assistência</p><p>social nos municípios brasileiros, dando prioridade aos</p><p>serviços prestados no orçamento (Araújo, 2022).</p><p>A Lei Orgânica de Assistência Social trata principal-</p><p>mente das políticas de seguridade social, como benefí-</p><p>cios para pessoas que não estão mais em condições de</p><p>trabalhar com produtividade. Confira o art. 1º, da LOAS:</p><p>Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e</p><p>dever do Estado, é Política de Seguridade Social não</p><p>contributiva, que provê os mínimos sociais, realiza-</p><p>da através de um conjunto integrado de ações de</p><p>iniciativa pública e da sociedade, para garantir o</p><p>atendimento às necessidades básicas.</p><p>Essas políticas englobam o acompanhamento de</p><p>campanhas de vacinação, construção de escolas, rodo-</p><p>viárias, aeroportos e mais. O aluno deve conferir a</p><p>LOAS para melhor compreensão desse tipo de política.</p><p>Redistributivas</p><p>Por meio de fundos de impostos, as políticas públi-</p><p>cas redistributivas almejam a distribuição de renda</p><p>para a população vulnerável economicamente. Essas</p><p>famílias podem ser beneficiadas com alocamento de</p><p>bens e serviços, como descontos em contas de energia</p><p>elétrica e água tratada.</p><p>Outro exemplo desse tipo de política é a isenção de</p><p>IPTU em casas de bairros de baixa renda e o aumento</p><p>do imposto em bairros de classe alta.</p><p>Construtivas</p><p>Esse tipo de política pública ocorre com a estipu-</p><p>lação de regras para que cada cidadão participe na</p><p>construção de um Estado que beneficie a todos e para</p><p>que o Estado aplique ações específicas.</p><p>Podemos observar o tipo de política construtiva</p><p>em leis que dispõem responsabilidades sociais para as</p><p>esferas de administração pública, sendo municipais,</p><p>estaduais e da União.</p><p>Um exemplo é o programa de habitação do Gover-</p><p>no Federal Minha Casa Minha Vida (atual Programa</p><p>Casa Verde e Amarela), que é desenvolvido por meio</p><p>de lei que necessita de participação financeira do</p><p>cidadão para que tenha acesso ao benefício. Outra</p><p>possibilidade são as regras de proposição de eleições,</p><p>com ampla participação da população no processo</p><p>decisório. Portanto, essas políticas são feitas pelo Esta-</p><p>do em conjunto com ações do cidadão (ARAÚJO, 2022).</p><p>PRINCÍPIOS DAS POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>O tema das políticas públicas elaborou suas próprias</p><p>características de desenvolvimento e aplicação, pois não</p><p>são comparáveis com outras formas de ação do Estado.</p><p>Essas políticas giram em torno de princípios como</p><p>a necessidade de determinar, no desenvolvimento da</p><p>política, se ela será de caráter universal (para toda a</p><p>população, sem distinção de renda e grupo social, por</p><p>exemplo) ou se será focalizada (em uma camada espe-</p><p>cífica da população vulnerável).</p><p>Outra questão é o princípio da descentralização, que</p><p>define ações específicas do município e até de regiões</p><p>do município, para que os serviços prestados estejam</p><p>de acordo com as necessidades daquele grupo social.</p><p>Assim, as ações tornam-se mais eficazes, pois são volta-</p><p>das às características de um território específico.</p><p>Uma outra questão é definir se a política será espe-</p><p>cializada ou intersetorial.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>10</p><p>As políticas intersetoriais aplicam-se a problemas</p><p>sociais multidimensionais e de complexidade alta,</p><p>como a pobreza, que tem vários fatores e várias for-</p><p>mas de lidar com o problema que não possuem efi-</p><p>cácia comprovada. Esses pontos devem ser testados e</p><p>alterados com foco nos resultados.</p><p>Já a política especializada identifica um problema</p><p>como fenômeno que possui uma causa e um efeito,</p><p>sendo mais fácil delinear um serviço para melhorar a</p><p>situação problema.</p><p>Por fim, é importante lembrar que as políticas públi-</p><p>cas possuem o princípio da sociedade, que deve ter o</p><p>controle do Estado, com a garantia de um serviço público</p><p>democrático e feito para todos. Nesse sentido, o controle</p><p>social é realizado pela população, que define como o Esta-</p><p>do deve agir de acordo com as suas demandas principais.</p><p>É uma forma do cidadão fazer parte desse processo de</p><p>democratização da gestão pública (Marcelino, 2019).</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Diante da leitura deste material, é possível per-</p><p>ceber que as políticas públicas são formas de agir do</p><p>Estado em prol da melhora de vida da população, de</p><p>maneira focada e específica. É uma forma do cidadão</p><p>fazer parte da construção do Estado, de fiscalizá-lo e</p><p>de ser beneficiado por suas ações.</p><p>As políticas públicas mudam de acordo com o</p><p>governo dos territórios brasileiros, mas possuem leis</p><p>específicas que determinam que certas ações, como</p><p>a distribuição de renda, devem ser fomentadas inde-</p><p>pendentemente de questões político-partidárias.</p><p>Assim, são necessárias para a construção de uma</p><p>sociedade democrática com participação popular.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARAÚJO, F. Políticas Públicas. InfoEscola, 2022.</p><p>Disponível em: https://www.infoescola.com/socie-</p><p>dade/politica-publica/. Acesso em: 9 maio 2022.</p><p>BRASIL. Lei n° 8.742 de 7 de dezembro de 1993.</p><p>Dispõe sobre a organização da Assistência Social</p><p>e dá outras providências. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm.</p><p>Acesso em: 9 maio 2022.</p><p>MARCELINO, V. V. Princípios gerais das políticas</p><p>públicas. Jus.com.br, 2019. Disponível em: https://</p><p>jus.com.br/artigos/71599/principios-gerais-das-po-</p><p>liticas-publicas. Acesso em: 9 maio 2022.</p><p>NUNES, A. R. S. Políticas públicas. Enciclopédia Jurí-</p><p>dica da PUCSP, 2020. Disponível em: https://enci-</p><p>clopediajuridica.pucsp.br/verbete/376/edicao-1/</p><p>politicas-publicas#:~:text=Pol%C3%ADtica%20</p><p>p%C3%BAblica%20consiste%20em%20programa,-</p><p>se%20exterioriza%20mediante%20arranjos%20</p><p>institucionais. Acesso em: 9 maio 2022.</p><p>CICLOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>AGENDA E MONITORAMENTO: SEUS PLANOS,</p><p>PROJETOS E PROGRAMAS</p><p>O ciclo de políticas públicas é uma ferramenta (ou</p><p>recurso) de análise que divide o processo de elabora-</p><p>ção de uma política pública (PP) em fases.</p><p>Em outras palavras, o ciclo de políticas públicas</p><p>pode ser</p><p>único, art. 101, da CF, após aprova-</p><p>ção por maioria absoluta do Senado Federal.</p><p>Os 11 membros são denominados ministros do</p><p>Supremo Tribunal Federal e devem ser brasileiros natos,</p><p>com idade entre 35 e 70 anos, cidadão em pleno gozo</p><p>dos direitos, possuir notável saber jurídico e reputação</p><p>ilibada.</p><p>Art. 101 O Supremo Tribunal Federal compõe-se</p><p>de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com</p><p>mais de trinta e cinco e menos de setenta anos</p><p>de idade, de notável saber jurídico e reputação</p><p>ilibada.</p><p>Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribu-</p><p>nal Federal serão nomeados pelo Presidente da</p><p>República, depois de aprovada a escolha pela maio-</p><p>ria absoluta do Senado Federal.</p><p>Dica</p><p>Memorize: 11 ministros — é o mesmo número de</p><p>jogadores de um time de futebol.</p><p>Competência do Supremo Tribunal Federal</p><p>A competência está prevista nos arts. 102 e 103,</p><p>da Constituição, sendo dividida em competência ori-</p><p>ginária e competência recursal, sendo que, na com-</p><p>petência originária, o STF processa e julga em única</p><p>instância; na competência recursal, o STF aprecia a</p><p>matéria a ele chegada por meio de recurso ordinário</p><p>ou extraordinário.</p><p>Confira o que diz o art. 102, da CF, e preste atenção</p><p>aos itens destacados, pois são os que mais aparecem</p><p>em provas:</p><p>Art. 102 Compete ao Supremo Tribunal Fede-</p><p>ral, precipuamente, a guarda da Constituição,</p><p>cabendo-lhe:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) a ação direta de inconstitucionalidade de</p><p>lei ou ato normativo federal ou estadual e a</p><p>ação declaratória de constitucionalidade de</p><p>lei ou ato normativo federal;</p><p>b) nas infrações penais comuns, o Presidente da</p><p>República, o Vice-Presidente, os membros do Con-</p><p>gresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procu-</p><p>rador-Geral da República;</p><p>c) nas infrações penais comuns e nos crimes de</p><p>responsabilidade, os Ministros de Estado e os</p><p>Comandantes da Marinha, do Exército e da Aero-</p><p>náutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os mem-</p><p>bros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de</p><p>Contas da União e os chefes de missão diplomática</p><p>de caráter permanente;</p><p>d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das</p><p>pessoas referidas nas alíneas anteriores; o man-</p><p>dado de segurança e o habeas data contra atos</p><p>do Presidente da República, das Mesas da Câmara</p><p>dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de</p><p>Contas da União, do Procurador-Geral da Repúbli-</p><p>ca e do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>e) o litígio entre Estado estrangeiro ou orga-</p><p>nismo internacional e a União, o Estado, o Dis-</p><p>trito Federal ou o Território;</p><p>f) as causas e os conflitos entre a União e os</p><p>Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre</p><p>uns e outros, inclusive as respectivas entidades da</p><p>administração indireta;</p><p>g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;</p><p>i) o habeas corpus, quando o coator for Tribu-</p><p>nal Superior ou quando o coator ou o paciente for</p><p>autoridade ou funcionário cujos atos estejam</p><p>sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tri-</p><p>bunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma</p><p>jurisdição em uma única instância;</p><p>j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus</p><p>julgados;</p><p>l) a reclamação para a preservação de sua compe-</p><p>tência e garantia da autoridade de suas decisões;</p><p>m) a execução de sentença nas causas de sua</p><p>competência originária, facultada a delegação de</p><p>atribuições para a prática de atos processuais;</p><p>n) a ação em que todos os membros da magistra-</p><p>tura sejam direta ou indiretamente interessados,</p><p>e aquela em que mais da metade dos membros do</p><p>tribunal de origem estejam impedidos ou sejam</p><p>direta ou indiretamente interessados;</p><p>o) os conflitos de competência entre o Superior</p><p>Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre</p><p>Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer</p><p>outro tribunal;</p><p>p) o pedido de medida cautelar das ações dire-</p><p>tas de inconstitucionalidade;</p><p>q) o mandado de injunção, quando a elabora-</p><p>ção da norma regulamentadora for atribuição</p><p>do Presidente da República, do Congresso Nacional,</p><p>da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das</p><p>Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribu-</p><p>nal de Contas da União, de um dos Tribunais Supe-</p><p>riores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;</p><p>r) as ações contra o Conselho Nacional de Jus-</p><p>tiça e contra o Conselho Nacional do Ministé-</p><p>rio Público;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>50</p><p>II - julgar, em recurso ordinário:</p><p>a) o habeas corpus, o mandado de segurança,</p><p>o habeas data e o mandado de injunção decidi-</p><p>dos em única instância pelos Tribunais Superiores,</p><p>se denegatória a decisão;</p><p>b) o crime político;</p><p>III - julgar, mediante recurso extraordinário,</p><p>as causas decididas em única ou última ins-</p><p>tância, quando a decisão recorrida:</p><p>a) contrariar dispositivo desta Constituição;</p><p>b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou</p><p>lei federal;</p><p>c) julgar válida lei ou ato de governo local contesta-</p><p>do em face desta Constituição.</p><p>d) julgar válida lei local contestada em face de</p><p>lei federal.</p><p>§ 1º A arguição de descumprimento de preceito</p><p>fundamental, decorrente desta Constituição, será</p><p>apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na for-</p><p>ma da lei</p><p>§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas</p><p>pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas</p><p>de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias</p><p>de constitucionalidade produzirão eficácia contra</p><p>todos e efeito vinculante, relativamente aos demais</p><p>órgãos do Poder Judiciário e à administração públi-</p><p>ca direta e indireta, nas esferas federal, estadual e</p><p>municipal.</p><p>§ 3º No recurso extraordinário o recorrente</p><p>deverá demonstrar a repercussão geral das ques-</p><p>tões constitucionais discutidas no caso, nos termos</p><p>da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão</p><p>do recurso, somente podendo recusá-lo pela mani-</p><p>festação de dois terços de seus membros.</p><p>Assim, se tratando dos legitimados à propositu-</p><p>ra da ação direta de inconstitucionalidade e da ação</p><p>declaratória de constitucionalidade, temos o rol taxa-</p><p>tivo no art. 103, da CF, de 1988, da seguinte forma:</p><p>Art. 103 Podem propor a ação direta de incons-</p><p>titucionalidade e a ação declaratória de cons-</p><p>titucionalidade: (Redação dada pela Emenda</p><p>Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 13.105,</p><p>de 2015) (Vigência)</p><p>I - o Presidente da República;</p><p>II - a Mesa do Senado Federal;</p><p>III - a Mesa da Câmara dos Deputados;</p><p>IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câma-</p><p>ra Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada</p><p>pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)</p><p>V o Governador de Estado ou do Distrito Federal;</p><p>(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,</p><p>de 2004)</p><p>VI - o Procurador-Geral da República;</p><p>VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados</p><p>do Brasil;</p><p>VIII - partido político com representação no Con-</p><p>gresso Nacional;</p><p>IX - confederação sindical ou entidade de classe de</p><p>âmbito nacional.</p><p>§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser</p><p>previamente ouvido nas ações de inconstituciona-</p><p>lidade e em todos os processos de competência do</p><p>Supremo Tribunal Federal.</p><p>§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão</p><p>de medida para tornar efetiva norma constitucio-</p><p>nal, será dada ciência ao Poder competente para</p><p>a adoção das providências necessárias e, em se</p><p>tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em</p><p>trinta dias.</p><p>§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar</p><p>a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal</p><p>ou ato normativo, citará, previamente, o Advoga-</p><p>do-Geral da União, que defenderá o ato ou texto</p><p>impugnado.</p><p>§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45,</p><p>de 2004)</p><p>Súmula Vinculante</p><p>A súmula vinculante é um instrumento que rela-</p><p>ciona as principais e reiteradas decisões do Supremo</p><p>Tribunal Federal em matéria constitucional. Ela está</p><p>prevista no art. 103-A, da CF (incluído pela EC 45, de</p><p>2004), e na Lei nº 11.417, de 2006. Veja o que dispõe a</p><p>Constituição sobre o tema:</p><p>Art. 103-A O Supremo Tribunal Federal poderá,</p><p>de ofício ou por</p><p>provocação, mediante decisão de</p><p>dois terços dos seus membros, após reiteradas</p><p>decisões sobre matéria constitucional, aprovar</p><p>súmula que, a partir de sua publicação na impren-</p><p>sa oficial, terá efeito vinculante em relação aos</p><p>demais órgãos do Poder Judiciário e à admi-</p><p>nistração pública direta e indireta, nas esferas</p><p>federal, estadual e municipal, bem como proceder</p><p>à sua revisão ou cancelamento, na forma estabele-</p><p>cida em lei.</p><p>§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a inter-</p><p>pretação e a eficácia de normas determinadas, acer-</p><p>ca das quais haja controvérsia atual entre órgãos</p><p>judiciários ou entre esses e a administração pública</p><p>que acarrete grave insegurança jurídica e relevante</p><p>multiplicação de processos sobre questão idêntica.</p><p>§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em</p><p>lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmu-</p><p>la poderá ser provocada por aqueles que podem</p><p>propor a ação direta de inconstitucionalidade</p><p>§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que</p><p>contrariar a súmula aplicável ou que indevidamen-</p><p>te a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribu-</p><p>nal Federal que, julgando-a procedente, anulará o</p><p>ato administrativo ou cassará a decisão judicial</p><p>reclamada, e determinará que outra seja proferi-</p><p>da com ou sem a aplicação da súmula, conforme</p><p>o caso.</p><p>Note que a revisão, edição e cancelamento depen-</p><p>de da decisão de dois terços dos membros do Supremo</p><p>Tribunal Federal em sessão plenária, § 3º, art. 2º, da</p><p>Lei nº 11.417, de 2006.</p><p>Vale destacar que o art. 103-A é uma norma cons-</p><p>titucional de eficácia limitada (normas cuja aplicabili-</p><p>dade é mediata, indireta e reduzida).</p><p>A súmula terá efeito vinculante em relação aos</p><p>demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração</p><p>Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual</p><p>e municipal, bem como proceder à sua revisão ou can-</p><p>celamento, na forma estabelecida em lei.</p><p>Caso haja descumprimento de súmula vinculante,</p><p>o recurso cabível é reclamação ao STF, conforme art.</p><p>7º, da Lei nº 11.417, de 2006.</p><p>Art. 7º Da decisão judicial ou do ato administrativo</p><p>que contrariar enunciado de súmula vinculan-</p><p>te, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente</p><p>caberá reclamação ao Supremo Tribunal Fede-</p><p>ral, sem prejuízo dos recursos ou outros meios</p><p>admissíveis de impugnação.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>51</p><p>Ainda, podem propor (fazer a proposta, e não o julgamento) aprovação, revisão ou cancelamento dos legitima-</p><p>dos previstos no art. 3º, da Lei nº 11.417, de 2006.</p><p>Art. 3º São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante:</p><p>I - o Presidente da República;</p><p>II - a Mesa do Senado Federal;</p><p>III - a Mesa da Câmara dos Deputados;</p><p>IV - o Procurador-Geral da República;</p><p>V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;</p><p>VI - o Defensor Público-Geral da União;</p><p>VII - partido político com representação no Congresso Nacional;</p><p>VIII - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;</p><p>IX - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;</p><p>X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal;</p><p>XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais</p><p>Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.</p><p>§ 1º O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o</p><p>cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo.</p><p>Importante!</p><p>Existem órgãos que podem descumprir a súmula vinculante sem sofrer penalidades. São os seguintes:</p><p>z STF, de ofício para rever ou cancelar;</p><p>z processo legislativo — na sua função típica, ou seja, ao legislar. Cuidado: na sua função atípica, que seria</p><p>administrar e julgar, deve respeitar a súmula vinculante;</p><p>z presidente da República pode editar medida provisória contrária à súmula vinculante (pois, neste caso, ele</p><p>estaria legislando).</p><p>Superior Tribunal de Justiça</p><p>O STJ é composto por, no mínimo, 33 ministros, nomeados pelo presidente da República, sendo estes brasilei-</p><p>ros com mais de 35 e menos de 70 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois da aprovação pela</p><p>maioria absoluta do Senado Federal.</p><p>Art. 104 O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.</p><p>Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República,</p><p>dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de setenta anos de idade, de notável saber jurídico e</p><p>reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada</p><p>pela Emenda Constitucional nº 122, de 2022)</p><p>I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribu-</p><p>nais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;</p><p>II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do</p><p>Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.</p><p>Art. 94 Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e</p><p>Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de</p><p>notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em</p><p>lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.</p><p>Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos</p><p>vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.</p><p>Requisitos para escolha dos ministros:</p><p>z idade entre 35 e 65 anos;</p><p>z possuir notável saber jurídico e reputação ilibada;</p><p>z ser aprovado por:</p><p>� 1/3 de juízes dos Tribunais Regionais Federais (TRF);</p><p>� 1/3 de desembargadores dos Tribunais de Justiça estaduais (TJ);</p><p>� 1/3 divididos desta forma: 1/6 de advogados e 1/6 de membros MP, estaduais e do DF;</p><p>z indicados na forma do art. 94 da CF, de 1988 — quinto constitucional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>52</p><p>Competência STF x STJ</p><p>A seguir, organizamos um quadro comparativo das competências do STF e STJ, com fundamento nos arts. 102</p><p>e 105, da CF. Dê uma atenção especial a esses artigos, pois eles são de extrema importância. Cuidado para não</p><p>confundir as competências de cada órgão.</p><p>STF</p><p>ART. 102, DA CF</p><p>ADI, ADC e ADPF*</p><p>Crime comum:</p><p>Presidente da República + vice</p><p>Membros Congresso Nacional, Ministros e o PGR</p><p>Crime de comum e responsabilidade:</p><p>Ministros de estado, comandante Marinha, Exército e Aeronáutica, membros de tribunais superiores, TCU e chefes de</p><p>missão diplomática</p><p>HC quando coator for Tribunal Superior e o paciente for autoridade/funcionários quando atos estejam sujeitos juris-</p><p>dição STF</p><p>MS e HD contra atos do presidente da República, Mesa da Câmara dos Deputados e Senadores</p><p>Extradição</p><p>Litígio entre Estado estrangeiro e a União, o estado, o Distrito Federal ou o território*</p><p>Ações contra CNJ e CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público):</p><p>Extradição solicitada por estado estrangeiro</p><p>Revisão criminal e ação rescisória de seus julgados</p><p>Reclamação — preservação de sua competência</p><p>Ações contra CNJ e o CNMP</p><p>Competência em recurso Ordinário: habeas corpus, mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção,</p><p>decididos em única instância pelos Tribunais Superiores</p><p>Competência em Recurso Extraordinário: causas decididas em única ou última instância, caso decisão recorrida</p><p>contrariar dispositivo da Constituição Federal</p><p>STJ</p><p>ART. 105, DA CF</p><p>ADI, ADC e ADPF*</p><p>Crime comum:</p><p>Governador de estado e DF</p><p>Crimes comuns e de responsabilidade:</p><p>Desembargadores do TJ (estados e DF), membros do TCE e TCDF, dos TRF, TRE e TRT, dos conselhos do TCU e do</p><p>MPU*</p><p>HC quando coator ou paciente forem pessoas acima mencionadas, ou quando for tribunal sujeito à sua jurisdição,</p><p>ministro de estado ou comandante do Exército, Marinha e Aeronáutica, salvo competência da Justiça Eleitoral</p><p>Mandado de Segurança e Habeas Data contra ato de ministro de Estado, Comandantes do Exército, Marinha e Aero-</p><p>náutica, ou Ministros do STJ</p><p>Conflito de competência entre os Tribunais (salvo alínea “o”, inciso I, art. 102 = conflito entre STJ × Tribunais)</p><p>Revisão Criminal e Ação Rescisória de seus julgados</p><p>Reclamação — preservação de sua competência</p><p>Conflito entre autoridades administrativas e judiciárias da União, entre autoridades judiciárias de um estado e adminis-</p><p>trativas de outro ou do DF ou entre esses e a União</p><p>Mandado de Injunção quando a elaboração da norma for atribuição de autoridade Federal, salvo casos de competên-</p><p>cia do STF, Justiça Militar Eleitoral e do Trabalho</p><p>Competência em recurso Ordinário: Habeas Corpus decidido em única ou última instância pelos TRF ou TU dos Esta-</p><p>dos e DF quando denegatória</p><p>Mandado de Segurança decidido em única instância pelo TRF ou TU dos estados e DF, também quando denegatória a</p><p>decisão. Causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional de um lado, e, de outro, municí-</p><p>pio ou pessoa residente ou domiciliada no país</p><p>Competência em Recurso Especial: causas decididas em única ou última instância pelo TRF ou TJ dos estados ou DF,</p><p>quando decisão recorrida contrariar Lei Federal</p><p>Atenção para estas duas tabelas, pois elas são muito cobradas em provas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>53</p><p>É importante ressaltar que a Emenda Constitucio-</p><p>nal nº 125, de 2022, incluiu os §§ 2º e 3º, no art. 105,</p><p>portanto, muita atenção nas atualizações legislativas.</p><p>Veja a íntegra do art. 105, da CF:</p><p>Art. 105 Compete ao Superior Tribunal de Justiça:</p><p>I - processar e julgar, originariamente:</p><p>a) nos crimes comuns, os Governadores dos Esta-</p><p>dos e do Distrito Federal, e, nestes e nos de respon-</p><p>sabilidade, os desembargadores dos Tribunais de</p><p>Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os mem-</p><p>bros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Dis-</p><p>trito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais,</p><p>dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho,</p><p>os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas</p><p>dos Municípios e os do Ministério Público da União</p><p>que oficiem perante tribunais;</p><p>b) os mandados de segurança e os habeas data con-</p><p>tra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da</p><p>Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do pró-</p><p>prio Tribunal;</p><p>c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente</p><p>for qualquer das pessoas mencionadas na alínea</p><p>“a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua</p><p>jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da</p><p>Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalva-</p><p>da a competência da Justiça Eleitoral;</p><p>d) os conflitos de competência entre quaisquer tri-</p><p>bunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, “o”,</p><p>bem como entre tribunal e juízes a ele não vincula-</p><p>dos e entre juízes vinculados a tribunais diversos;</p><p>e) as revisões criminais e as ações rescisórias de</p><p>seus julgados;</p><p>f) a reclamação para a preservação de sua compe-</p><p>tência e garantia da autoridade de suas decisões;</p><p>g) os conflitos de atribuições entre autoridades</p><p>administrativas e judiciárias da União, ou entre</p><p>autoridades judiciárias de um Estado e administra-</p><p>tivas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as</p><p>deste e da União;</p><p>h) o mandado de injunção, quando a elaboração da</p><p>norma regulamentadora for atribuição de órgão,</p><p>entidade ou autoridade federal, da administração</p><p>direta ou indireta, excetuados os casos de compe-</p><p>tência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos</p><p>da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do</p><p>Trabalho e da Justiça Federal;</p><p>i) a homologação de sentenças estrangeiras e a con-</p><p>cessão de exequatur às cartas rogatórias;</p><p>II - julgar, em recurso ordinário:</p><p>a) os habeas corpus decididos em única ou última</p><p>instância pelos Tribunais Regionais Federais ou</p><p>pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e</p><p>Territórios, quando a decisão for denegatória;</p><p>b) os mandados de segurança decididos em única</p><p>instância pelos Tribunais Regionais Federais ou</p><p>pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e</p><p>Territórios, quando denegatória a decisão;</p><p>c) as causas em que forem partes Estado estrangei-</p><p>ro ou organismo internacional, de um lado, e, do</p><p>outro, Município ou pessoa residente ou domicilia-</p><p>da no País;</p><p>III - julgar, em recurso especial, as causas decidi-</p><p>das, em única ou última instância, pelos Tribunais</p><p>Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,</p><p>do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão</p><p>recorrida:</p><p>a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes</p><p>vigência;</p><p>b) julgar válido ato de governo local contestado em</p><p>face de lei federal;</p><p>c) der a lei federal interpretação divergente da que</p><p>lhe haja atribuído outro tribunal.</p><p>§ 1º Funcionarão junto ao Superior Tribunal de</p><p>Justiça:</p><p>I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoa-</p><p>mento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras</p><p>funções, regulamentar os cursos oficiais para o</p><p>ingresso e promoção na carreira;</p><p>II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exer-</p><p>cer, na forma da lei, a supervisão administrativa</p><p>e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e</p><p>segundo graus, como órgão central do sistema e</p><p>com poderes correicionais, cujas decisões terão</p><p>caráter vinculante.</p><p>§ 2º No recurso especial, o recorrente deve</p><p>demonstrar a relevância das questões de</p><p>direito federal infraconstitucional discutidas</p><p>no caso, nos termos da lei, a fim de que a admis-</p><p>são do recurso seja examinada pelo Tribunal,</p><p>o qual somente pode dele não conhecer com</p><p>base nesse motivo pela manifestação de 2/3</p><p>(dois terços) dos membros do órgão competen-</p><p>te para o julgamento.</p><p>§ 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste</p><p>artigo nos seguintes casos:</p><p>I - ações penais;</p><p>II - ações de improbidade administrativa;</p><p>III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500</p><p>(quinhentos) salários mínimos;</p><p>IV - ações que possam gerar inelegibilidade;</p><p>V - hipóteses em que o acórdão recorrido con-</p><p>trariar jurisprudência dominante o Superior</p><p>Tribunal de Justiça;</p><p>VI - outras hipóteses previstas em lei.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Portal CNJ,</p><p>[s.d.]. Disponível em: http://www.cnj.jus.br/sobre-</p><p>-o-cnj. Acesso em: 20 set. 2020.</p><p>BRASIL. Câmara dos Deputados — Centro de</p><p>Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento. 57ª</p><p>Legislatura. 2023 a 2027. Disponível em: https://</p><p>educacaoadistancia.camara.leg.br/clique_regi-</p><p>mento/card/210. Acesso em: 19 dez. 2023.</p><p>PRESIDENCIALISMO COMO SISTEMA</p><p>DE GOVERNO</p><p>NOÇÕES GERAIS</p><p>O presidencialismo tem como marco inicial a</p><p>eleição do primeiro presidente dos Estados Unidos,</p><p>George Washington, e a ratificação da constituição</p><p>americana, em 1789.</p><p>A experiência americana serviu como um modelo</p><p>de governo para os outros países, mostrando a neces-</p><p>sidade de um Poder Executivo forte e equilibrado,</p><p>eleito pelo próprio povo.</p><p>Nesse sentido, o presidencialismo passou a ser</p><p>adotado em vários países democráticos, em que o che-</p><p>fe de Estado e de governo é o próprio presidente, elei-</p><p>to pelo voto da maioria da população.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução,</p><p>cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>54</p><p>O presidencialismo também caracteriza a separa-</p><p>ção de Poderes e a independência entre o Executivo</p><p>(presidente da República) e o Legislativo (Câmara dos</p><p>Deputados e Senado).</p><p>Dessa forma, temos como principais característi-</p><p>cas do presidencialismo:</p><p>z o presidente exerce a função de chefe de Estado e</p><p>de chefe de governo;</p><p>z o presidente exerce um mandato fixo de quatro</p><p>anos;</p><p>z o mandato do presidente é exercido de forma inde-</p><p>pendente da maioria parlamentar ou da confiança</p><p>do Poder Legislativo;</p><p>z o presidencialismo apresenta uma clara separação</p><p>entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciá-</p><p>rio, evitando excesso de poder.</p><p>CAPACIDADES GOVERNATIVAS</p><p>Temos como capacidade governativa do presiden-</p><p>cialismo o atributo de formular e implementar as polí-</p><p>ticas públicas de forma eficiente para a sociedade.</p><p>Nesse sentido, alguns fatores externos podem</p><p>influenciar na capacidade governativa do presiden-</p><p>cialismo, como, por exemplo, a maturidade política</p><p>da população.</p><p>Como se trata de um sistema democrático de direi-</p><p>to, há, em uma mesma sociedade, diversas opiniões</p><p>políticas, e a capacidade da população de aceitar tal</p><p>pluralidade influencia diretamente no respeito da ins-</p><p>tituição democrática.</p><p>Além disso, a capacidade governativa está dire-</p><p>tamente ligada à responsabilidade do presidente de</p><p>responder por todos os seus atos frente à sociedade,</p><p>o que gera uma necessidade constante de clareza na</p><p>tomada de decisões do presidente e a primazia do</p><p>interesse público.</p><p>Dessa forma, ao ser eleito pelo povo para ocupar</p><p>um mandato de quatro anos, o presidente adquire a</p><p>capacidade de implementar políticas públicas e tomar</p><p>decisões, de forma autônoma e célere, especialmente</p><p>em situações de emergência.</p><p>ESPECIFICIDADES DO CASO BRASILEIRO</p><p>Em um contexto histórico, pode-se dizer que o</p><p>presidencialismo brasileiro tem sua origem na Procla-</p><p>mação da República, em 1889, em que houve uma rup-</p><p>tura com a monarquia para a instauração do governo</p><p>republicano no país.</p><p>Ocorre que, mesmo que os traços iniciais do pre-</p><p>sidencialismo no Brasil tenham dado início em 1889,</p><p>houve uma série de fatores na história do país que</p><p>marcaram uma crise desse sistema, como, por exem-</p><p>plo, a instauração de ditaduras.</p><p>Nesse sentido, pode-se dizer que a forma de governo</p><p>presidencialista está vigente no Brasil desde a promul-</p><p>gação da Constituição Cidadã, em 1988, a qual firmou</p><p>o Estado democrático de direito, assegurando o pleno</p><p>exercício da democracia e da cidadania para todos.</p><p>Muito embora o presidencialismo apresente uma</p><p>clara separação de Poderes, no Brasil o presidente</p><p>chega a enfrentar desafios quando a maioria dos par-</p><p>lamentares é de partidos diferentes.</p><p>Assim, embora seja possível o presidente pertencer</p><p>a um partido diferente do da maioria dos parlamen-</p><p>tares, podem existir desafios na aprovação de legis-</p><p>lações, o que demandará habilidades de negociação.</p><p>Dessa forma, a capacidade do presidente em fir-</p><p>mar alianças políticas com parlamentares e até mes-</p><p>mo presidentes de outros países é fundamental para</p><p>a implementação de políticas públicas e para o desen-</p><p>volvimento nacional.</p><p>Um dos desafios enfrentados nos últimos anos pelo</p><p>sistema presidencialista foram os episódios de insta-</p><p>bilidade política, em que foi enfrentado um processo</p><p>de impeachment, além de conflitos entre os Poderes</p><p>Executivo e Legislativo.</p><p>Assim, para que tais acontecimentos não venham</p><p>a se repetir ou se estender na história do país é fun-</p><p>damental que haja o fortalecimento das instituições</p><p>democráticas e a redução da polarização política.</p><p>Dessa forma, quanto mais conhecimento político</p><p>uma sociedade tiver, mais terá uma construção de</p><p>consensos e diálogos acerca do sistema eleitoral, polí-</p><p>tico e democrático, contribuindo para o desenvolvi-</p><p>mento social do país.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>HOBBES, T. Leviatã ou Matéria, Forma e Poder</p><p>de um Estado Eclesiástico e Civil. Trad. Rosina</p><p>D’Angina. 1ª ed. São Paulo: Martin Claret, 2014.</p><p>EFETIVAÇÃO E REPARAÇÃO DE</p><p>DIREITOS HUMANOS: MEMÓRIA,</p><p>AUTORITARISMO E VIOLÊNCIA DE</p><p>ESTADO</p><p>Para tratar do direito das vítimas de violência do</p><p>Estado, é preciso entender que o Estado é sujeito de</p><p>direito internacional, ou seja, é destinatário de direitos</p><p>e obrigações em um plano de igualdade, além de possuir</p><p>capacidade processual e responsabilidade internacional.</p><p>Deste modo, os Estados são responsáveis por todo</p><p>ato ou omissão que lhes seja imputável e do qual</p><p>resulte algum tipo de violação a uma norma ou obri-</p><p>gação internacional. Sua responsabilidade internacio-</p><p>nal funda-se em dois pontos:</p><p>z manter os compromissos assumidos; e</p><p>z reparar o mal injustamente causado.</p><p>Assim sendo, os países são responsáveis interna-</p><p>cionalmente por comportamentos que causem danos</p><p>aos direitos e interesses dos sujeitos de direito. Tra-</p><p>ta-se de um mecanismo regulador essencial para o</p><p>desenvolvimento da sociedade internacional.</p><p>Cumpre consignar que a responsabilidade pode</p><p>incidir tanto de forma direita, ou seja, no caso de atos</p><p>do próprio governo ou de seus agentes, como, por</p><p>exemplo, o excesso na atuação policial (ex.: aborda-</p><p>gem discriminatória ou uso excessivo da força), quan-</p><p>to de forma indireta, quando os atos são praticados</p><p>por particulares, de maneira que possa ser imputado</p><p>ao Estado, tendo, como base, o dever de prevenção</p><p>e repressão do ilícito por parte do Estado, tais como</p><p>pirataria, tráfico de drogas e escravos, genocídio,</p><p>entre outros.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>55</p><p>A Lei Maria da Penha é fruto da responsabilida-</p><p>de do Estado brasileiro, visto que, no ano de 2001, o</p><p>país foi condenado pela Comissão Interamericana de</p><p>Direitos Humanos da Organização dos Estados Ame-</p><p>ricanos (OEA) por negligência e omissão em relação à</p><p>violência doméstica sofrida por Maria da Penha Maia</p><p>Fernandes.</p><p>Os elementos da responsabilidade internacional</p><p>dos Estados são três:</p><p>z Ocorrência de ato ilícito: isto é, a violação de</p><p>deveres e obrigações internacionais (tratados,</p><p>convenções, costumes, princípios gerais do direito,</p><p>entre outros);</p><p>z Existência de relação causal: ou seja, de nexo que</p><p>liga o ilícito a quem é responsável por ele (como,</p><p>por exemplo, no caso de o indivíduo praticar o ato</p><p>na qualidade oficial de órgão do Estado ou com os</p><p>meios que dispõe em virtude de tal qualidade);</p><p>z Prejuízo ou dano: com relação ao aspecto moral</p><p>ou patrimonial.</p><p>Dentro do plano interno, existe a chamada respon-</p><p>sabilidade civil objetiva do Estado. Nos termos do § 6º,</p><p>do art. 37, da CF, de 1988, o Estado é responsável civil-</p><p>mente pelos atos praticados por seus agentes ou pelos</p><p>prestadores de serviço público de forma objetiva, isto</p><p>é, independentemente de culpa. Trata-se da chamada</p><p>Teoria do Risco Administrativo.</p><p>Em contrapartida, no plano internacional, existem</p><p>duas correntes. A primeira é a corrente subjetiva, ou</p><p>da Teoria da Culpa, que afirma que, para um Estado</p><p>ser responsável perante o direito internacional, pre-</p><p>cisa não apenas violar uma norma, mas violá-la com</p><p>intenção. Portanto, é necessário ter agido com dolo ou</p><p>culpa.</p><p>A segunda corrente é a objetiva, que é baseada na</p><p>Teoria do Risco. De acordo com essa posição, o Estado</p><p>é responsável, porque violou uma norma internacio-</p><p>nal, de maneira que sempre que existir o nexo cau-</p><p>sal entre o ilícito e o Estado haverá responsabilidade,</p><p>independentemente da sua intenção.</p><p>Neste sentido, é preciso separar a responsabili-</p><p>dade interna da responsabilidade internacional do</p><p>Estado, para se compreender o direito das vítimas em</p><p>decorrência dessas violências de Estado.</p><p>Como regra, a responsabilidade</p><p>civil do Estado por</p><p>ação ou omissão, de forma direta ou indireta, deve ser</p><p>apurada, primeiro, no plano interno, uma vez que só</p><p>é possível a apuração internacional após esgotados</p><p>todos os recursos internos disponíveis, salvo se tais</p><p>soluções forem consideradas ineficientes ou excessi-</p><p>vamente prolongadas.</p><p>Assim sendo, internamente, a CF, de 1988, consa-</p><p>grou a responsabilidade objetiva da Administração</p><p>Pública na modalidade risco administrativo, pelos</p><p>danos causados por atuação de seus agentes. Por con-</p><p>seguinte, são responsáveis todas as pessoas jurídicas</p><p>de direito público (União, estados, Distrito Federal,</p><p>municípios, autarquias e fundações públicas de direi-</p><p>to público), independentemente da atividade que</p><p>exerçam, assim como todas as pessoas jurídicas de</p><p>direito privado quando prestadoras de serviços públi-</p><p>cos, como, por exemplo, empresas que desempenham</p><p>serviço de transporte urbano, serviço de água e esgo-</p><p>to, serviço de energia elétrica, entre outros.</p><p>Em suma, só respondem quando prestam serviços</p><p>públicos. Deste modo, não estão abrangidas pela res-</p><p>ponsabilidade civil objetiva as empresas públicas e as</p><p>sociedades de economia mista exploradoras de ativi-</p><p>dade econômica. Ressalta-se que a responsabilidade</p><p>civil objetiva dessas empresas prestadoras de serviço</p><p>público existe mesmo em relação aos danos que sua</p><p>atuação cause a terceiros não usuários do serviço</p><p>público.</p><p>Exemplo: têm direito à reparação dos danos</p><p>no caso de acidente de trânsito tanto aquele que se</p><p>encontra dentro do transporte público (usuário) como</p><p>aquele que estava fora, mas sofreu danos (não usuá-</p><p>rio), bastando que o dano seja produzido pelo sujeito</p><p>na qualidade de prestador de serviço público.</p><p>Cumpre mencionar que o Estado poderá deixar de</p><p>responder ou ter a responsabilidade civil diminuída</p><p>se estiverem presentes as seguintes excludentes ou</p><p>atenuantes da responsabilidade:</p><p>z culpa exclusiva da vítima ou de terceiro;</p><p>z força maior;</p><p>z caso fortuito.</p><p>Importante!</p><p>No caso de culpa recíproca, a obrigação de inde-</p><p>nizar será proporcionalmente atenuada.</p><p>Alguns aspectos interessantes acerca da responsa-</p><p>bilidade civil objetiva do Estado:</p><p>É o princípio da igualdade dos ônus e encargos</p><p>sociais que fundamenta a responsabilidade objetiva</p><p>do Estado. É, portanto, o que justifica o pagamento de</p><p>uma contribuição de melhoria no caso de construção</p><p>de viaduto que gere valorização do imóvel e o paga-</p><p>mento de indenização pelo Estado aos proprietários</p><p>no caso de desvalorização.</p><p>A responsabilidade objetiva do Estado abrange</p><p>tanto os danos resultantes de atos lícitos (regulares</p><p>ou legais) quanto de ilícitos (irregulares ou ilegais).</p><p>Deste modo, a conduta de construir um viaduto é</p><p>lícita, mas, se causar danos a terceiros, o Estado será</p><p>responsabilizado.</p><p>No caso de omissão, a regra é que haja apuração</p><p>da culpa ou dolo pelo Estado, ou seja, a responsabi-</p><p>lidade civil objetiva do Estado dá-se pela prática de</p><p>atos comissivos (ações) de seus agentes, sendo situa-</p><p>ção excepcional no caso de omissão. Exemplo: STF, RE</p><p>272.839:</p><p>Morte de detento por colegas de carceragem. Inde-</p><p>nização por danos morais e materiais. Detento sob</p><p>a custódia do Estado. Responsabilidade objetiva.</p><p>Teoria do risco administrativo. Configuração do</p><p>nexo de causalidade em função do dever constitu-</p><p>cional de guarda (art. 5.º, XLIX). Responsabilidade</p><p>de reparar o dano que prevalece ainda que demons-</p><p>trada a ausência de culpa dos agentes públicos.</p><p>Para que exista a responsabilidade, é necessário</p><p>que o agente público aja na condição de agente públi-</p><p>co. Exemplo: o uso de arma da corporação por poli-</p><p>cial em atuação consiste em responsabilidade civil do</p><p>Estado; já em caso de briga sem qualquer relação com</p><p>o serviço não haverá a responsabilização do Estado,</p><p>mas apenas do agente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>56</p><p>O Estado deverá reparar o dano quando for viola-</p><p>do algum interesse jurídico patrimonial ou extrapatri-</p><p>monial de uma pessoa física ou jurídica.</p><p>Importante! São cumuláveis as indenizações por</p><p>dano moral, material e estético, mesmo que decorren-</p><p>tes de um mesmo fato, desde que as consequências de</p><p>cada tipo de dano possam ser claramente identifica-</p><p>das. Exemplo: atuação policial excessiva que causou a</p><p>hospitalização da pessoa (danos materiais em relação</p><p>aos gastos hospitalares e decorrentes), abalo psicoló-</p><p>gico (dano moral) e cicatrizes (dano estético).</p><p>No que tange à reparação do dano, existem duas</p><p>possibilidades. A primeira é na esfera administrativa,</p><p>em que a vítima celebra acordo amigável com o Esta-</p><p>do. A segunda é na esfera judicial, por meio de uma</p><p>ação indenizatória. O prazo prescricional para esta é</p><p>de cinco anos.</p><p>Por fim, cabe salientar que é possível ao Estado</p><p>ingressar com ação regressiva para cobrar do agente</p><p>público o valor que pagou ao terceiro. No entanto, ao</p><p>contrário do que ocorre com o Estado, a responsabili-</p><p>dade do agente é subjetiva, ou seja, para que ele seja</p><p>responsabilizado civilmente, é preciso demonstrar</p><p>que houve dolo ou culpa.</p><p>Para que o agente público seja responsabilizado,</p><p>é necessário que o Estado tenha sido condenado a</p><p>indenizar o particular. Ademais, a responsabilidade</p><p>do agente público em ação regressiva é de natureza</p><p>subjetiva, dependendo, portanto, da comprovação de</p><p>culpa ou dolo. Além disso, as ações de ressarcimen-</p><p>to movidas pelo Estado contra o agente público são</p><p>imprescritíveis, ao contrário das promovidas contra o</p><p>Estado, que prescrevem em cinco anos.</p><p>Em razão dessa imprescritibilidade, a obrigação</p><p>de ressarcir o Estado é transmitida aos herdeiros do</p><p>agente público, tendo, como limite, o valor do patri-</p><p>mônio transferido. Acresce, ainda, que o agente pode</p><p>responder mesmo após extinto seu vínculo com a</p><p>Administração Pública, como, por exemplo, no caso</p><p>de agente público demitido ou exonerado do serviço</p><p>público.</p><p>Se forem esgotados os recursos jurídicos internos e</p><p>o Estado der solução ineficiente ou se essa foi excessi-</p><p>vamente prolongada, cabe analisar a responsabilida-</p><p>de do Estado brasileiro no plano internacional.</p><p>O Sistema de Proteção Global dos Direitos Huma-</p><p>nos é de responsabilidade da Organização das Nações</p><p>Unidas (ONU). Para apurar a responsabilidade de seus</p><p>Estados-Membros, a ONU conta com dois tipos de</p><p>mecanismos. O primeiro compreende os mecanismos</p><p>convencionais de proteção dos direitos humanos, que</p><p>têm, como base, além da Carta da ONU, outros três</p><p>documentos:</p><p>z Declaração Universal dos Direitos Humanos</p><p>(1948);</p><p>z Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos</p><p>(1966);</p><p>z Pacto Internacional dos Direitos Econômicos,</p><p>Sociais e Culturais (1966).</p><p>No que se refere à responsabilidade do Estado, o</p><p>Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, em</p><p>sua Parte IV (arts. 28 a 45) estabelece a criação do</p><p>Comitê de Direitos Humanos, com a competência de</p><p>receber relatórios e comunicações entre os Estados no</p><p>que se refere às medidas adotadas para a consecução</p><p>dos direitos assegurados no Pacto.</p><p>Além disso, estabelece a responsabilidade dos</p><p>Estados no caso de violação dos direitos humanos,</p><p>devendo estes serem responsabilizados por meio de</p><p>uma acusação pública, com o escopo tanto de repri-</p><p>mir a ação ou omissão como de garantir a compensa-</p><p>ção pecuniária às vítimas (indenização). Não fosse só,</p><p>seu Primeiro Protocolo Facultativo estabeleceu meca-</p><p>nismos de petições individuais, de modo a assegurar à</p><p>vítima a proteção de seus direitos no caso de violação</p><p>por parte do Estado.</p><p>Do mesmo modo, o Pacto Internacional dos Direi-</p><p>tos Sociais, Econômicos e Culturais disciplina, em sua</p><p>Parte IV (arts. 16 a 25), a obrigatoriedade dos Estados</p><p>de apresentarem relatórios ao secretário-geral da ONU</p><p>a respeito das medidas adotadas e sobre os progressos</p><p>realizados, com o objetivo de assegurar a observância</p><p>dos direitos econômicos, sociais e culturais.</p><p>Há, ainda, em âmbito global, os mecanismos não</p><p>convencionais de proteção dos direitos humanos,</p><p>também denominados de extraconvencionais. Tra-</p><p>ta-se dos mecanismos não previstos originariamente</p><p>em tratados internacionais. São exemplos:</p><p>z as atuações do Conselho de Direitos Humanos da</p><p>ONU para investigar a situação dos direitos huma-</p><p>nos nos países signatários da Carta;</p><p>z as Resoluções do Conselho Econômico e Social para</p><p>coibir a violação dos direitos humanos, como no</p><p>caso da Resolução 1.235 (XLII) relativa à política de</p><p>discriminação racial e segregação e de apartheid;</p><p>z a Revisão Periódica Universal (sistema peer</p><p>review), que são os relatórios submetidos periodi-</p><p>camente pelos Estados sobre a situação dos direi-</p><p>tos humanos em seus territórios e que passam pela</p><p>avaliação mútua de outros países (ao que se deno-</p><p>mina escrutínio universal);</p><p>z as denúncias submetidas ao Conselho de Direitos</p><p>Humanos da ONU.</p><p>Além do Sistema de Proteção Global dos Direitos</p><p>Humanos, há o Sistema Regional de Proteção dos</p><p>Direitos Humanos. Dentro do Sistema Interamericano</p><p>de Proteção, a responsabilidade do Estado encontra-se</p><p>disciplinada no art. 1º, da Convenção Americana de</p><p>Direitos Humanos, também denominada de Pacto de</p><p>São José da Costa Rica, que assim dispõe:</p><p>Artigo 1º [...]</p><p>1. Os Estados Partes nesta Convenção compro-</p><p>metem-se a respeitar os direitos e liberdades nela</p><p>reconhecidos e a garantir seu livre e pleno exercício</p><p>a toda pessoa que esteja sujeita à sua jurisdição,</p><p>sem discriminação alguma por motivo de raça, cor,</p><p>sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de qual-</p><p>quer outra natureza, origem nacional ou social,</p><p>posição econômica, nascimento ou qualquer outra</p><p>condição social.</p><p>2. Para os efeitos desta Convenção, pessoa é todo</p><p>ser humano.</p><p>Para promover a observância e defesa dos direitos</p><p>humanos, o Pacto estabeleceu a Comissão Interameri-</p><p>cana de Direitos Humanos (CIDH). Trata-se, portanto,</p><p>de órgão de monitoramento para análise da responsa-</p><p>bilidade do Estado. Deste modo, qualquer brasileiro</p><p>pode reclamar à CIDH se houver violação do direito</p><p>previsto no Pacto de São José da Costa Rica e o Brasil</p><p>poderá ser responsabilizado internacionalmente pelo</p><p>fato.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>57</p><p>Ressalta-se ainda que, além da CIDH, o Pacto estabeleceu a Corte Interamericana de Direitos Humanos (Cor-</p><p>teIDH), à qual compete atuar como órgão judiciário para a proteção dos direitos humanos. Por conseguinte, a</p><p>CorteIDH julga as violações a esses direitos quando ocorridas nos Estados-Membros.</p><p>Suas decisões são finais (incontestáveis) e vinculantes, ou seja, devem ser cumpridas imediatamente. No entan-</p><p>to, por não possuir força executória, quando um país não cumpre a sentença, essa é submetida à Assembleia Geral</p><p>da OEA para adoção de medidas políticas contra o Estado infrator.</p><p>Além disso, a CorteIDH é dotada de poder de cautela, isto é, pode tomar medidas provisórias em casos de extre-</p><p>ma gravidade e urgência, com vistas a evitar danos irreparáveis às pessoas.</p><p>Importante!</p><p>Diferentemente da CIDH, a CorteIDH só pode ser acionada pelos Estados-Partes ou pela CIDH, ou seja, jamais</p><p>por indivíduos, os quais, entretanto, podem ofertar argumentos perante ela.</p><p>Vejamos algumas informações adicionais sobre os referidos órgãos:</p><p>SISTEMA INTERAMERICANO DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS</p><p>COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS</p><p>HUMANOS CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS</p><p>Sede: Washington</p><p>Composição: 7 membros; 4 anos de mandato; uma</p><p>recondução</p><p>Função: órgão de monitoramento para promoção e obser-</p><p>vância dos direitos humanos</p><p>Caráter de recomendação</p><p>Quem pode denunciar: qualquer indivíduo</p><p>Sede: São José da Costa Rica</p><p>Composição: 7 membros; 6 anos de mandato; uma recon-</p><p>dução</p><p>Competência consultiva e contenciosa</p><p>Função: órgão judiciário (julga as violações e emite parece-</p><p>res sobre a compatibilidade da norma de direitos humanos</p><p>e de direito nacional)</p><p>Quem pode denunciar: Estados-Partes e Comissão Intera-</p><p>mericana</p><p>Caráter vinculante</p><p>PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS PNDH-3 (DECRETO Nº 7.037, DE 2009)</p><p>A Política de Proteção dos Direitos Humanos é compreendida dentro de três programas de proteção. Trata-se</p><p>da implementação das recomendações feitas na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos de 1993, também</p><p>denominada Conferência de Viena.</p><p>Em síntese, no início da década de 90, houve a necessidade de se reafirmar os direitos humanos estabelecidos</p><p>pela Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Como consequência, os Estados que participaram da</p><p>Conferência de Viena, comprometeram-se em criar, no âmbito de sua legislação interna, políticas para promoção</p><p>e efetivação dos direitos humanos. Assim, em 1996 foi elaborado o Programa Nacional de Direitos Humanos – 1</p><p>(PNDH-1) pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso. Na sequência, em 2002, o mesmo presidente lançou o</p><p>Programa Nacional de Direitos Humanos – 2 (PNDH-2). Já sob a gestão do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi</p><p>aprovado o Decreto n 7.037, de 21 de dezembro de 2009, instituindo o Programa Nacional de Direitos Humanos – 3</p><p>(PNDH-3).</p><p>Dica</p><p>Já foi cobrado em concurso público o ano dos programas e o nome do presidente que instituiu o PNDH.</p><p>O presente estudo será voltado para a análise do Programa Nacional de Direitos Humanos – 3 (PNDH-3).</p><p>Antes de iniciar o estudo do PNDH-3, é preciso ter em mente que, para melhor compreendê-los, é primordial</p><p>entender a estrutura e as ideias mais importantes da legislação. Por esta razão, é extremamente importante ler</p><p>o texto de lei e tentar compreender os pontos mais importantes dos artigos, sem precisar, contudo, decorá-los.</p><p>Feitas essas considerações iniciais, bons estudos!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>58</p><p>ESTRUTURA DO PNDH-3</p><p>Art.1º Fica aprovado o Programa Nacional de</p><p>Direitos Humanos - PNDH-3, em consonância com</p><p>as diretrizes, objetivos estratégicos e ações progra-</p><p>máticas estabelecidos, na forma do Anexo deste</p><p>Decreto.</p><p>O art. 1o estabelece que o PNDH-3 é estabelecido</p><p>conforme as diretrizes, objetivos estratégicos e ações</p><p>programáticas que acompanham o decreto (fazem</p><p>parte do anexo do Decreto n 7.037, de 2009).</p><p>A estrutura do PNDH-3 é a seguinte:</p><p>z Eixos orientadores;</p><p>z Diretrizes;</p><p>z Objetivos estratégicos;</p><p>z Ações Programáticas.</p><p>Art. 2º O PNDH-3 será implementado de acordo</p><p>com os seguintes eixos orientadores e suas respec-</p><p>tivas diretrizes:</p><p>I - Eixo Orientador I: Interação democrática entre</p><p>Estado e sociedade civil:</p><p>a) Diretriz 1: Interação democrática entre Estado</p><p>e sociedade civil como instrumento b) Diretriz 2:</p><p>Fortalecimento dos Direitos Humanos como instru-</p><p>mento transversal das políticas públicas e de inte-</p><p>ração democrática; e</p><p>c) Diretriz 3: Integração e ampliação dos sistemas</p><p>de informações em Direitos Humanos e construção</p><p>de mecanismos de avaliação e monitoramento de</p><p>sua efetivação;</p><p>II - Eixo Orientador II: Desenvolvimento e Direitos</p><p>Humanos:</p><p>a) Diretriz 4: Efetivação de modelo de desenvolvi-</p><p>mento sustentável, com inclusão social e econômi-</p><p>ca, ambientalmente equilibrado e tecnologicamente</p><p>responsável, cultural e regionalmente diverso, par-</p><p>ticipativo e não discriminatório;</p><p>b) Diretriz 5: Valorização da pessoa humana como</p><p>sujeito central do processo de desenvolvimento; e</p><p>c) Diretriz 6: Promover e proteger os direitos</p><p>ambientais como Direitos Humanos, incluindo as</p><p>gerações futuras como sujeitos de direitos;</p><p>III - Eixo Orientador III: Universalizar direitos em</p><p>um contexto de desigualdades:</p><p>a) Diretriz 7: Garantia dos Direitos Humanos de</p><p>forma universal, indivisível e interdependente,</p><p>assegurando a cidadania plena;</p><p>b) Diretriz 8: Promoção dos direitos de crianças e</p><p>adolescentes para o seu desenvolvimento integral,</p><p>de forma não discriminatória, assegurando seu</p><p>direito de opinião e participação;</p><p>c) Diretriz 9: Combate às desigualdades estrutu-</p><p>rais; e</p><p>d) Diretriz 10: Garantia da igualdade na diversidade;</p><p>IV - Eixo Orientador IV: Segurança Pública, Acesso</p><p>à Justiça e Combate à Violência:</p><p>a) Diretriz 11: Democratização e modernização do</p><p>sistema de segurança pública;</p><p>b) Diretriz 12: Transparência e participação popu-</p><p>lar no sistema de segurança pública e justiça</p><p>criminal;</p><p>c) Diretriz 13: Prevenção da violência e da crimina-</p><p>lidade e profissionalização da investigação de atos</p><p>criminosos;</p><p>d) Diretriz 14: Combate à violência institucional,</p><p>com ênfase na erradicação da tortura e na redução</p><p>da letalidade policial e carcerária;</p><p>e) Diretriz 15: Garantia dos direitos das vítimas de</p><p>crimes e de proteção das pessoas ameaçadas;</p><p>f) Diretriz 16: Modernização da política de execu-</p><p>ção penal, priorizando a aplicação de penas e medi-</p><p>das alternativas à privação de liberdade e melhoria</p><p>do sistema penitenciário; e</p><p>g) Diretriz 17: Promoção de sistema de justiça mais</p><p>acessível, ágil e efetivo, para o conhecimento, a</p><p>garantia e a defesa de direitos;</p><p>V - Eixo Orientador V: Educação e Cultura em Direi-</p><p>tos Humanos:</p><p>a) Diretriz 18: Efetivação das diretrizes e dos prin-</p><p>cípios da política nacional de educação em Direitos</p><p>Humanos para fortalecer uma cultura de direitos;</p><p>b) Diretriz 19: Fortalecimento dos princípios da</p><p>democracia e dos Direitos Humanos nos sistemas</p><p>de educação básica, nas instituições de ensino supe-</p><p>rior e nas instituições formadoras;</p><p>c) Diretriz 20: Reconhecimento da educação não</p><p>formal como espaço de defesa e promoção dos</p><p>Direitos Humanos;</p><p>d) Diretriz 21: Promoção da Educação em Direitos</p><p>Humanos no serviço público; e</p><p>e) Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação</p><p>democrática e ao acesso à informação para conso-</p><p>lidação de uma cultura em Direitos Humanos; e</p><p>VI - Eixo Orientador VI: Direito à Memória e à</p><p>Verdade:</p><p>a) Diretriz 23: Reconhecimento da memória e da</p><p>verdade como Direito Humano da cidadania e</p><p>dever do Estado;</p><p>b) Diretriz 24: Preservação da memória histórica e</p><p>construção pública da verdade; e</p><p>c) Diretriz 25: Modernização da legislação relacio-</p><p>nada com promoção do direito à memória e à ver-</p><p>dade, fortalecendo a democracia.</p><p>Parágrafo único. A implementação do PNDH-3,</p><p>além dos responsáveis nele indicados, envolve par-</p><p>cerias com outros órgãos federais relacionados</p><p>com os temas tratados nos eixos orientadores e</p><p>suas diretrizes.</p><p>O PNDH é dividido em eixos. Cada um dos eixos</p><p>traz um aspecto motivacional, isto é, o motivo pelo</p><p>qual cada um dos eixos deve existir. Os eixos orien-</p><p>tadores são compostos por diretrizes. Dentro de cada</p><p>uma das diretrizes, há objetivos estratégicos, que, por</p><p>sua vez, contam com ações programáticas para conse-</p><p>cução destes objetivos. Portanto, esta é a forma como</p><p>o documento foi organizado.</p><p>De acordo com o art. 2º, a PNDH-3 é estruturada da</p><p>seguinte forma: 6 (seis) Eixos orientadores e 25 (vinte</p><p>e cinco) Diretrizes. Observa-se do anexo, no entanto,</p><p>que existem 82 (oitenta e dois) Objetivos estratégicos</p><p>e 521 (quinhentos e vinte e um) Ações Programáticas.</p><p>Portanto, são 634 (seiscentos e trinta e quatro)</p><p>pontos tratados na PNDH-3.</p><p>Os concursos públicos, de um modo geral, cobram</p><p>apenas os eixos e diretrizes. Os objetivos estratégicos</p><p>são muito pouco cobrados.</p><p>Eixo Orientador I</p><p>O Eixo Orientador I dispõe sobre a “Interação</p><p>democrática entre Estado e sociedade civil”. Trata-</p><p>-se da interação entre o Poder Público e a sociedade</p><p>para debates de ideias e deliberação de propostas para</p><p>consecução do pleno exercício da democracia. O obje-</p><p>tivo deste eixo é dar continuidade ao processo de inte-</p><p>gração e aprimoramento dos meios de participação</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>59</p><p>social existentes, além de estabelecer novos meca-</p><p>nismos de construção e monitoramento das políticas</p><p>públicas sobre Direitos Humanos no Estado brasilei-</p><p>ro. Busca-se a participação da sociedade no sentido de</p><p>exigir, pressionar, cobrar, propor, fiscalizar e criticar</p><p>as ações desenvolvidas pelo Estado.</p><p>O Eixo Orientador I é composto por três diretrizes.</p><p>Vejamos cada uma delas:</p><p>A Diretriz 1 trata da “Interação democrática</p><p>entre Estado e sociedade civil como instrumento</p><p>de fortalecimento da democracia participativa”.</p><p>Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Garantia da participa-</p><p>ção e do controle social das políticas públicas em</p><p>Direitos Humanos, em diálogo plural e transversal</p><p>entre os vários atores sociais;</p><p>z Objetivo estratégico II: Ampliação do controle</p><p>externo dos órgãos públicos.</p><p>A Diretriz 2 trata do Fortalecimento dos Direi-</p><p>tos Humanos como instrumento transversal das</p><p>políticas públicas e de interação democrática. Seus</p><p>objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Promoção dos Direitos</p><p>Humanos como princípios orientadores das políti-</p><p>cas públicas e das relações internacionais;</p><p>z Objetivo estratégico II: Fortalecimento dos ins-</p><p>trumentos de interação democrática para a pro-</p><p>moção dos Direitos Humanos.</p><p>Finalizando o Eixo Orientador I, a Diretriz 3 tra-</p><p>ta da “Integração e ampliação dos sistemas de</p><p>informação em Direitos Humanos e construção de</p><p>mecanismos de avaliação e monitoramento de sua</p><p>efetivação”. Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Desenvolvimento de meca-</p><p>nismos de controle social das políticas públicas de</p><p>Direitos Humanos, garantindo o monitoramento e</p><p>a transparência das ações governamentais;</p><p>z Objetivo estratégico II: Monitoramento dos com-</p><p>promissos internacionais assumidos pelo Estado</p><p>brasileiro em matéria de Direitos Humanos.</p><p>Eixo Orientador II</p><p>O Eixo Orientador II tem como tema o “Desenvol-</p><p>vimento e Direitos Humanos”, estando ligado ao</p><p>desenvolvimento sustentável, ao protagonismo cida-</p><p>dão e ao meio ambiente equilibrado. Sua finalidade</p><p>é propor instrumentos de desenvolvimento e reforço</p><p>das políticas públicas voltadas para a proteção dos</p><p>direitos humanos, tais como a redução das desigual-</p><p>dades sociais, concretizadas por meio de ações de</p><p>transferência de renda, estímulo à economia solidária</p><p>e ao cooperativismo, desenvolvimento de ações para</p><p>concretização da reforma agrária, incentivo à aqui-</p><p>cultura, pesca e extrativismo, bem como a promoção</p><p>do turismo sustentável.</p><p>O PNDH-3 inovou ao enquadrar o meio ambien-</p><p>te saudável e as cidades sustentáveis como temas de</p><p>direitos humanos.</p><p>Outra finalidade deste Eixo é o papel da equidade</p><p>no Plano Plurianual, como mecanismo de salvaguar-</p><p>dar a priorização orçamentária de programas sociais.</p><p>Ele é composto por três diretrizes. Vejamos cada uma</p><p>delas:</p><p>A Diretriz 4 trata da “Efetivação de modelo de</p><p>desenvolvimento sustentável, com inclusão social</p><p>e econômica, ambientalmente equilibrado e tecno-</p><p>logicamente responsável, cultural e regionalmen-</p><p>te diverso, participativo e não discriminatório”.</p><p>É importante saber que as diretrizes são numera-</p><p>das de 1 a 25 em ordem sequencial, ou seja, não são</p><p>numeradas por eixos.</p><p>A Diretriz 4 apresenta os seguintes objetivos:</p><p>z Objetivo estratégico I: Implementação de polí-</p><p>ticas públicas de desenvolvimento com inclusão</p><p>social;</p><p>z Objetivo estratégico II: Fortalecimento de mode-</p><p>los de agricultura familiar e agroecológica;</p><p>z Objetivo estratégico III: Fomento à pesquisa e à</p><p>implementação de políticas para o desenvolvimen-</p><p>to de</p><p>tecnologias socialmente inclusivas, emanci-</p><p>patórias e ambientalmente sustentáveis;</p><p>z Objetivo estratégico IV: Garantia do direito a</p><p>cidades inclusivas e sustentáveis.</p><p>A Diretriz 5 dispõe acerca da “Valorização da pes-</p><p>soa humana como sujeito central do processo de</p><p>desenvolvimento”. Ela é composta pelos seguintes</p><p>objetivos estratégicos:</p><p>z Objetivo estratégico I: Garantia da participação e</p><p>do controle social nas políticas públicas de desen-</p><p>volvimento com grande impacto socioambiental;</p><p>z Objetivo estratégico II: Afirmação dos princípios</p><p>da dignidade humana e da equidade como funda-</p><p>mentos do processo de desenvolvimento nacional;</p><p>z Objetivo estratégico III: Fortalecimento dos direitos</p><p>econômicos por meio de políticas públicas de defesa</p><p>da concorrência e de proteção do consumidor.</p><p>A Diretriz 6 busca “Promover e proteger os direi-</p><p>tos ambientais como Direitos Humanos, incluindo</p><p>as gerações futuras como sujeitos de direitos”. Ela</p><p>é composta por um objetivo estratégico:</p><p>z Objetivo estratégico I: Afirmação dos direitos</p><p>ambientais como Direitos Humanos.</p><p>Eixo Orientador III</p><p>O Eixo Orientador III tem como tema “Universa-</p><p>lizar direitos em um contexto de desigualdades”.</p><p>Seu objetivo é garantir os direitos de determinados</p><p>grupos, tais como mulheres, crianças e adolescentes,</p><p>negros, entre outros. Por esta razão, o eixo envol-</p><p>ve aspectos que tratam da diversidade e o acesso a</p><p>direitos iguais a pessoas que vivem em grupos muito</p><p>diversos.</p><p>Tratam-se dos objetivos estratégicos direcionados</p><p>à promoção da cidadania plena em conformidade com</p><p>a universalidade, indivisibilidade e interdependência</p><p>dos direitos humanos, como condições para sua efeti-</p><p>vação integral e igualitária. Este eixo é composto por</p><p>quatro diretrizes.</p><p>A Diretriz 7 trata da “Garantia dos Direitos</p><p>Humanos de forma universal, indivisível e inter-</p><p>dependente, assegurando a cidadania plena”. Seus</p><p>objetivos estratégicos são:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>60</p><p>z Objetivo estratégico I: Universalização do regis-</p><p>tro civil de nascimento e ampliação do acesso à</p><p>documentação básica;</p><p>z Objetivo estratégico II: Acesso à alimentação</p><p>adequada por meio de políticas estruturantes;</p><p>z Objetivo estratégico III: Garantia do acesso à ter-</p><p>ra e à moradia para a população de baixa renda e</p><p>grupos sociais com vulnerabilidades;</p><p>z Objetivo estratégico IV: Ampliação do acesso uni-</p><p>versal a sistema de saúde de qualidade;</p><p>z Objetivo estratégico V: Acesso à educação de qua-</p><p>lidade e garantia de permanência na escola;</p><p>z Objetivo estratégico VI: Garantia do trabalho de-</p><p>cente, adequadamente remunerado, exercido em</p><p>condições de equidade e segurança;</p><p>z Objetivo estratégico VII: Combate e prevenção ao</p><p>trabalho escravo;</p><p>z Objetivo estratégico VIII: Promoção do direito à</p><p>cultura, lazer e esporte como elementos formado-</p><p>res de cidadania;</p><p>z Objetivo estratégico IX: Garantia da participação</p><p>igualitária e acessível na vida política.</p><p>A Diretriz 8 dispõe sobre a “Promoção dos direi-</p><p>tos de crianças e adolescentes para o seu desenvol-</p><p>vimento integral, de forma não discriminatória,</p><p>assegurando seu direito de opinião e participa-</p><p>ção”. Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Proteger e garantir os</p><p>direitos de crianças e adolescentes por meio da</p><p>consolidação das diretrizes nacionais do ECA, da</p><p>Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa</p><p>dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Con-</p><p>venção sobre os Direitos da Criança da ONU;</p><p>z Objetivo estratégico II: Consolidar o Sistema de</p><p>Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes,</p><p>com o fortalecimento do papel dos Conselhos Tute-</p><p>lares e de Direitos;</p><p>z Objetivo estratégico III: Proteger e defender os</p><p>direitos de crianças e adolescentes com maior</p><p>vulnerabilidade;</p><p>z Objetivo estratégico IV: Enfrentamento da vio-</p><p>lência sexual contra crianças e adolescentes;</p><p>z Objetivo estratégico V: Garantir o atendimento</p><p>especializado a crianças e adolescentes em sofri-</p><p>mento psíquico e dependência química;</p><p>z Objetivo estratégico VI: Erradicação do trabalho</p><p>infantil em todo o território nacional;</p><p>z Objetivo estratégico VII: Implementação do Sis-</p><p>tema Nacional de Atendimento Socioeducativo</p><p>(SINASE).</p><p>A Diretriz 9 trata do “Combate às desigualdades</p><p>estruturais”. Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Igualdade e proteção dos di-</p><p>reitos das populações negras, historicamente afetadas</p><p>pela discriminação e outras formas de intolerância;</p><p>z Objetivo estratégico II: Garantia aos povos indí-</p><p>genas da manutenção e resgate das condições de</p><p>reprodução, assegurando seus modos de vida;</p><p>z Objetivo estratégico III: Garantia dos direitos das</p><p>mulheres para o estabelecimento das condições</p><p>necessárias para sua plena cidadania.</p><p>Por fim, a última diretriz do eixo, ou seja, a Dire-</p><p>triz 10, trata da “Garantia da igualdade na diversi-</p><p>dade”. Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Afirmação da diversidade</p><p>para construção de uma sociedade igualitária;</p><p>z Objetivo estratégico II: Proteção e promoção da</p><p>diversidade das expressões culturais como Direito</p><p>Humano;</p><p>z Objetivo estratégico III: Valorização da pessoa</p><p>idosa e promoção de sua participação na sociedade.</p><p>z Objetivo estratégico IV: Promoção e proteção dos</p><p>direitos das pessoas com deficiência e garantia da</p><p>acessibilidade igualitária;</p><p>z Objetivo estratégico V: Garantia do respeito à</p><p>livre orientação sexual e identidade de gênero;</p><p>z Objetivo estratégico VI: Respeito às diferentes</p><p>crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade</p><p>do Estado.</p><p>A Diretriz 9 e a Diretriz 10 tem como foco os grupos</p><p>vulneráveis que foram elencados: negros, indígenas,</p><p>mulheres, idosos, portadores de deficiência e comu-</p><p>nidade LGBT.</p><p>Eixo Orientador IV</p><p>O Eixo Orientador IV tem como tema a “Seguran-</p><p>ça Pública, Acesso à Justiça e Combate à Violência”,</p><p>tendo como ênfase a erradicação da tortura e redução</p><p>da letalidade policial e carcerária.</p><p>Trata-se da necessidade de padronizar procedi-</p><p>mentos operacionais, previr as ocorrências de abuso</p><p>de autoridade e violência institucional, bem como</p><p>conferir maior segurança a policiais e agentes peni-</p><p>tenciários. Esse eixo dispõe de sete diretrizes.</p><p>O Eixo Orientador IV é o mais cobrado em concur-</p><p>sos policiais, sendo as Diretrizes 11 a 17 as de maiores</p><p>incidências na prova.</p><p>A Diretriz 11 dispõe sobre a “Democratização e</p><p>modernização do sistema de segurança pública”.</p><p>Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Modernização do marco</p><p>normativo do sistema de segurança pública;</p><p>z Objetivo estratégico II: Modernização da gestão</p><p>do sistema de segurança pública;</p><p>z Objetivo estratégico III: Promoção dos Direitos</p><p>Humanos dos profissionais do sistema de seguran-</p><p>ça pública, assegurando sua formação continuada</p><p>e compatível com as atividades que exercem.</p><p>Busca-se a com o objetivo estratégico III a promo-</p><p>ção dos direitos humanos de quem está envolvido no</p><p>trabalho de segurança pública.</p><p>A Diretriz 12 trata da “Transparência e partici-</p><p>pação popular no sistema de segurança pública e</p><p>justiça criminal”. Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Publicação de dados do</p><p>sistema federal de segurança pública;</p><p>z Objetivo estratégico II: Consolidação de meca-</p><p>nismos de participação popular na elaboração das</p><p>políticas públicas de segurança.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>61</p><p>É importante saber que A participação popular na</p><p>elaboração das políticas de segurança</p><p>pública é um</p><p>dos meios de garantir a promoção e a efetividade dos</p><p>direitos humanos.</p><p>A Diretriz 13 dispõe sobre a “Prevenção da vio-</p><p>lência e da criminalidade e profissionalização da</p><p>investigação de atos criminosos”. Seus objetivos</p><p>estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Ampliação do controle de</p><p>armas de fogo em circulação no País;</p><p>z Objetivo estratégico II: Qualificação da investiga-</p><p>ção criminal;</p><p>z Objetivo estratégico III: Produção de prova peri-</p><p>cial com celeridade e procedimento padronizado.</p><p>z Objetivo estratégico IV: Fortalecimento dos ins-</p><p>trumentos de prevenção à violência;</p><p>z Objetivo estratégico V: Redução da violência moti-</p><p>vada por diferenças de gênero, raça ou etnia, idade,</p><p>orientação sexual e situação de vulnerabilidade;</p><p>z Objetivo estratégico VI: Enfrentamento ao tráfico</p><p>de pessoas.</p><p>A Diretriz 14 trata do “Combate à violência ins-</p><p>titucional, com ênfase na erradicação da tortura</p><p>e na redução da letalidade policial e carcerária”.</p><p>Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Fortalecimento dos mecanis-</p><p>mos de controle do sistema de segurança pública.</p><p>z Objetivo estratégico II: Padronização de procedi-</p><p>mentos e equipamentos do sistema de segurança</p><p>pública.</p><p>z Objetivo estratégico III: Consolidação de políti-</p><p>ca nacional visando à erradicação da tortura e de</p><p>outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou</p><p>degradantes;</p><p>z Objetivo estratégico IV: Combate às execuções</p><p>extrajudiciais realizadas por agentes do Estado.</p><p>Dica</p><p>Trata-se da diretriz de maior incidência nas pro-</p><p>vas. A letalidade policial, por exemplo, foi des-</p><p>taque no relatório sobre o Brasil elaborado pela</p><p>Anistia Internacional no ano de 2020. Segundo</p><p>o documento, o número de execuções extraju-</p><p>diciais cometidas por policiais aumentou apro-</p><p>ximadamente 1/3. Além disso, tal documento</p><p>destaca as lutas das pessoas por igualdade e</p><p>por direitos humanos.</p><p>A Diretriz 15 trata da “Garantia dos direitos das</p><p>vítimas de crimes e de proteção das pessoas amea-</p><p>çadas”. Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Instituição de sistema</p><p>federal que integre os programas de proteção;</p><p>z Objetivo estratégico II: Consolidação da política de</p><p>assistência a vítimas e a testemunhas ameaçadas;</p><p>z Objetivo estratégico III: Garantia da proteção de</p><p>crianças e adolescentes ameaçados de morte;</p><p>z Objetivo estratégico IV: Garantia de proteção</p><p>dos defensores dos Direitos Humanos e de suas</p><p>atividades.</p><p>A Diretriz 16 trata da “Modernização da políti-</p><p>ca de execução penal, priorizando a aplicação de</p><p>penas e medidas alternativas à privação de liber-</p><p>dade e melhoria do sistema penitenciário”. Esta</p><p>diretriz possui quatro objetivos estratégicos:</p><p>z Objetivo estratégico I: Reestruturação do sistema</p><p>penitenciário;</p><p>z Objetivo estratégico II: Limitação do uso dos ins-</p><p>titutos de prisão cautelar;</p><p>z Objetivo estratégico III: Tratamento adequado de</p><p>pessoas com transtornos mentais;</p><p>z Objetivo estratégico IV: Ampliação da aplicação</p><p>de penas e medidas alternativas.</p><p>A Diretriz 17 dispõe acerca da “Promoção de sis-</p><p>tema de justiça mais acessível, ágil e efetivo, para</p><p>o conhecimento, a garantia e a defesa dos direi-</p><p>tos”. Seus seis objetivos estratégicos são os seguintes:</p><p>z Objetivo estratégico I: Acesso da população</p><p>à informação sobre seus direitos e sobre como</p><p>garanti-los;</p><p>z Objetivo estratégico II: Garantia do aperfeiçoa-</p><p>mento e monitoramento das normas jurídicas para</p><p>proteção dos Direitos Humanos;</p><p>z Objetivo estratégico III: Utilização de modelos</p><p>alternativos de solução de conflitos;</p><p>z Objetivo estratégico IV: Garantia de acesso uni-</p><p>versal ao sistema judiciário;</p><p>z Objetivo estratégico V: Modernização da gestão e</p><p>agilização do funcionamento do sistema de justiça;</p><p>z Objetivo estratégico VI: Acesso à Justiça no cam-</p><p>po e na cidade.</p><p>Eixo Orientador V</p><p>Eixo Orientador V tem como escopo a “Educação</p><p>e cultura em Direitos Humanos”. Para elaboração</p><p>de tal eixo, houve a necessidade de estruturá-lo em</p><p>conformidade com o Plano Nacional de Educação em</p><p>Direitos Humanos (PNEDH), para consecução de uma</p><p>política nacional adequada.</p><p>O Eixo Orientador possui quatro diretrizes. A pri-</p><p>meira diretriz do eixo é a Diretriz 18, que trata da</p><p>“Efetivação das diretrizes e dos princípios da polí-</p><p>tica nacional de educação em Direitos Humanos</p><p>para fortalecer cultura de direitos”. Seus objetivos</p><p>estratégicos são:</p><p>z Objetivo estratégico I: Implementação do Pla-</p><p>no Nacional de Educação em Direitos Humanos</p><p>- PNEDH.</p><p>z Objetivo Estratégico II: Ampliação de mecanis-</p><p>mos e produção de materiais pedagógicos e didáti-</p><p>cos para Educação em Direitos Humanos.</p><p>A Diretriz 19 trata do “Fortalecimento dos prin-</p><p>cípios da democracia e dos Direitos Humanos nos</p><p>sistemas de educação básica, nas instituições de</p><p>ensino superior e outras instituições formadoras”.</p><p>Seus objetivos estratégicos são:</p><p>z Objetivo Estratégico I: Inclusão da temática de</p><p>Educação e Cultura em Direitos Humanos nas</p><p>escolas de educação básica e em outras institui-</p><p>ções formadoras;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>62</p><p>z Objetivo Estratégico II: Inclusão da temática da</p><p>Educação em Direitos Humanos nos cursos das</p><p>Instituições de Ensino Superior;</p><p>z Objetivo Estratégico III: Incentivo à transdiscipli-</p><p>nariedade e transversalidade nas atividades aca-</p><p>dêmicas em Direitos Humanos.</p><p>É interessante saber que a Diretriz 19 apresenta</p><p>os direitos humanos como um tema importante em</p><p>todos os níveis de ensino e cursos, cujo aprendizado é</p><p>essencial a todos os cursos, por trazer as noções bási-</p><p>cas de dignidade da pessoa humana.</p><p>A Diretriz 20 dispõe sobre o “Reconhecimento da</p><p>educação não formal como espaço de defesa e pro-</p><p>moção dos Direitos Humanos”. Seus dois objetivos</p><p>são:</p><p>z Objetivo Estratégico I: Inclusão da temática da</p><p>educação em Direitos Humanos na educação não</p><p>formal;</p><p>z Objetivo estratégico II: Resgate da memória por</p><p>meio da reconstrução da história dos movimentos</p><p>sociais.</p><p>A Diretriz 21 trata da “Promoção da Educação em</p><p>Direitos Humanos no serviço público” e tem como</p><p>objetivos estratégicos:</p><p>z Objetivo Estratégico I: Formação e capacitação</p><p>continuada dos servidores públicos em Direitos</p><p>Humanos, em todas as esferas de governo;</p><p>z Objetivo Estratégico II: Formação adequada e</p><p>qualificada dos profissionais do sistema de segu-</p><p>rança pública.</p><p>A última diretriz deste eixo é a Diretriz 22. Ela tra-</p><p>ta da “Garantia do direito à comunicação democrá-</p><p>tica e ao acesso à informação para consolidação</p><p>de uma cultura em Direitos Humanos”, tendo como</p><p>objetivos:</p><p>z Objetivo Estratégico I: Promover o respeito aos</p><p>Direitos Humanos nos meios de comunicação e o</p><p>cumprimento de seu papel na promoção da cultu-</p><p>ra em Direitos Humanos;</p><p>z Objetivo Estratégico II: Garantia do direito à co-</p><p>municação democrática e ao acesso à informação.</p><p>Eixo Orientador VI</p><p>Finalizando o PNDH-3, tem-se o Eixo Orientador</p><p>VI, cujo tema é “Direito à Memória e à Verdade”. Tal</p><p>eixo foi elaborado tendo como contexto o período do</p><p>regime militar (1964 e 1985) e se foca nos aspectos vol-</p><p>tados ao acesso às informações daquele período histó-</p><p>rico. Trata-se, portanto, de uma tentativa de resgate</p><p>da história nacional. Seu objetivo é assegurar o pro-</p><p>cessamento democrático e republicano desse período</p><p>histórico. Para tanto, possui três diretrizes.</p><p>A Diretriz 23 trata do “Reconhecimento da</p><p>memória e da verdade como Direito Humano da</p><p>cidadania e dever do Estado”. Para tanto, busca-se a</p><p>consecução do seguinte objetivo estratégico:</p><p>z Objetivo Estratégico I: Promover a apuração e o</p><p>esclarecimento público das violações de Direitos</p><p>Humanos praticadas no contexto da repressão</p><p>política ocorrida no Brasil no período fixado pelo</p><p>art. 8o do ADCT da Constituição, a fim de efeti-</p><p>var o direito à memória e à verdade histórica e</p><p>promover</p><p>a reconciliação nacional.</p><p>A Diretriz 24 dispõe acerca da “Preservação da</p><p>memória histórica e construção pública da ver-</p><p>dade”. Esta diretriz funda-se no seguinte objetivo</p><p>estratégico.</p><p>z Objetivo Estratégico I: Incentivar iniciativas de</p><p>preservação da memória histórica e de construção</p><p>pública da verdade sobre períodos autoritários.</p><p>Por fim, a Diretriz 25 trata da “Modernização da</p><p>legislação relacionada com promoção do direito à</p><p>memória e à verdade, fortalecendo a democracia”,</p><p>tendo como objetivo estratégico:</p><p>z Objetivo Estratégico I: Suprimir do ordenamen-</p><p>to jurídico brasileiro eventuais normas remanes-</p><p>centes de períodos de exceção que afrontem os</p><p>compromissos internacionais e os preceitos cons-</p><p>titucionais sobre Direitos Humanos.</p><p>DEMAIS REGRAS DO PNDH</p><p>Art. 3º As metas, prazos e recursos necessários</p><p>para a implementação do PNDH-3 serão definidos e</p><p>aprovados em Planos de Ação de Direitos Humanos</p><p>bianuais.</p><p>O art. 3º estabelece que as regras para cumprimen-</p><p>to do programa devem ser definidas e aprovadas a</p><p>cada dois anos em plano de ação próprio.</p><p>Art. 5º Os Estados, o Distrito Federal, os Municí-</p><p>pios e os órgãos do Poder Legislativo, do Poder</p><p>Judiciário e do Ministério Público, serão convida-</p><p>dos a aderir ao PNDH-3.</p><p>A última disposição acerca do PNDH-3 está disci-</p><p>plinada no art. 5º. Trata-se dos órgãos que podem ade-</p><p>rir ao programa.</p><p>COMBATE ÀS DISCRIMINAÇÕES,</p><p>DESIGUALDADES E INJUSTIÇAS</p><p>As discriminações, desigualdades e injustiças são</p><p>problemas sociais que atingem a todos, independente-</p><p>mente de sua classe social, raça, etnia, idade ou gêne-</p><p>ro. Essas desigualdades são fruto de uma sociedade</p><p>injusta e desigual, que privilegia uns em detrimento</p><p>de outros.</p><p>O combate a essas desigualdades é um desafio que</p><p>requer a ação de todos, desde o indivíduo até o Esta-</p><p>do. É preciso promover a igualdade de oportunidades</p><p>e condições para todos, independentemente de suas</p><p>características pessoais.</p><p>DE RENDA</p><p>A discriminação econômica ocorre quando indi-</p><p>víduos ou grupos são tratados de forma desigual com</p><p>base em sua condição socioeconômica. Isso pode</p><p>incluir a negação de oportunidades de emprego, edu-</p><p>cação, habitação adequada e acesso a serviços públi-</p><p>cos devido ao status financeiro ou ao nível de renda.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>63</p><p>A discriminação econômica está profundamen-</p><p>te ligada à desigualdade social e econômica em uma</p><p>sociedade e muitas vezes perpetua um ciclo de pobre-</p><p>za, marginalização e exclusão.</p><p>Uma das formas mais comuns de discriminação</p><p>econômica é a disparidade salarial, em que pessoas</p><p>que desempenham o mesmo trabalho recebem salá-</p><p>rios diferentes com base em características como gêne-</p><p>ro, raça ou origem étnica. Além disso, a discriminação</p><p>econômica também pode manifestar-se na falta de</p><p>acesso a crédito, empréstimos ou financiamento para</p><p>iniciar um negócio, o que limita as oportunidades de</p><p>crescimento econômico para grupos marginalizados.</p><p>REGIONAL</p><p>As desigualdades regionais também são um proble-</p><p>ma grave no Brasil. O Sudeste concentra a maior parte</p><p>da riqueza e do poder econômico do país, enquanto as</p><p>regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as mais pobres.</p><p>Essas desigualdades têm consequências negativas</p><p>para o desenvolvimento do país, pois impedem que as</p><p>regiões menos desenvolvidas alcancem seu potencial.</p><p>Algumas medidas para combater as desigualdades</p><p>regionais são: Investimentos em infraestrutura nas</p><p>regiões menos desenvolvidas; Incentivos à industria-</p><p>lização e ao desenvolvimento tecnológico nas regiões</p><p>menos desenvolvidas; Criação de programas de quali-</p><p>ficação profissional nas regiões menos desenvolvidas.</p><p>RACIAL</p><p>Inicialmente, há de se consignar que tanto biologi-</p><p>camente, como geneticamente, não existe a separação</p><p>de raças humanas. A divisão de raças é utilizada para</p><p>descrever um grupo de seres vivos que compartilham</p><p>características morfológicas homogêneas. Portanto, a</p><p>separação serve para diferenciar por critérios físicos</p><p>ou biológicos os seres, tendo, como base, as caracterís-</p><p>ticas fenotípicas iguais.</p><p>Sendo o genoma humano composto de mais de 25</p><p>mil genes, as diferenças mais aparentes entre os diver-</p><p>sos grupos humanos, tais como coloração da pele,</p><p>textura dos cabelos, formato do nariz, entre outros,</p><p>são insignificantes para dividir os seres humanos em</p><p>grupos homogêneos. Por exemplo: a diferença entre</p><p>um negro africano e um branco nórdico compreende</p><p>0,005% do genoma humano. Portanto, só existe uma</p><p>raça: a raça humana.</p><p>Na realidade, quando se fala em raças humanas,</p><p>o que existe é um conteúdo político e social fruto da</p><p>relação de poder. Isso porque as teorias raciais surgi-</p><p>ram como forma de tentar justificar a ordem social e</p><p>as relações de subordinação entre os povos. Por essa</p><p>razão, era útil que os seres humanos fossem subdividi-</p><p>dos em subespécies, de modo a sustentar um conjun-</p><p>to de relações de exclusão, encarceramento e morte</p><p>daqueles considerados hierarquicamente inferiores,</p><p>como, por exemplo, para justificar a colonização pelos</p><p>europeus dos povos africanos.</p><p>Trata-se, portanto, de uma estratégia desenvolvida</p><p>por meio de uma biopolítica da população em que as</p><p>raças tidas como inferiores deveriam ser eliminadas</p><p>ou escravizadas para a regeneração e purificação da</p><p>raça. Essa política foi utilizada diversas vezes na his-</p><p>tória, como, por exemplo, nas ações que culminaram</p><p>e buscaram justificar a escravidão de determinados</p><p>povos, como também nos extermínios nazistas antes</p><p>e durante a Segunda Guerra Mundial.</p><p>O termo “racismo” como decorrente do biopoder</p><p>e da guerra de raças pode abarcar tanto as diferen-</p><p>ças de cor, tipo físico e intelectual, bem como aquelas</p><p>decorrentes de exclusão, desigualdade social, encar-</p><p>ceramento e abandono.</p><p>Por conseguinte, era preciso ações com a finalida-</p><p>de de eliminar as distorções criadas por esses meca-</p><p>nismos de dominação, de maneira a implementar</p><p>políticas que resguardassem a igualdade tanto no seu</p><p>sentido formal como no seu sentido real (material).</p><p>Importante!</p><p>Existem dois tipos de igualdade: a formal e a</p><p>material. A igualdade formal consiste em tratar</p><p>a todos de maneira igual, independentemente de</p><p>qualquer condição. Já a igualdade material bus-</p><p>ca a igualdade de fato, para que todos tenham</p><p>os mesmos direitos e obrigações. Trata-se, por-</p><p>tanto, da igualdade efetiva, real, concreta ou</p><p>situada. Assim, a igualdade consiste em tratar</p><p>igualmente os iguais, com os mesmos direitos</p><p>e obrigações, e desigualmente os desiguais, na</p><p>medida de sua desigualdade.</p><p>A princípio, a Declaração Universal dos Direitos</p><p>Humanos trouxe um avanço histórico ao propor a</p><p>igualdade formal e o respeito às diferenças. Todavia,</p><p>com o decorrer dos anos, foi preciso aperfeiçoar esse</p><p>aparato jurídico especial de proteção e considerar as</p><p>categorias relativas ao gênero, idade, etnia, bem como</p><p>aquelas provenientes das relações de dominação e</p><p>biopoder, para atingir a igualdade material.</p><p>Como consequência, o sistema normativo interna-</p><p>cional passou a abarcar a proteção de pessoas ou gru-</p><p>pos de pessoas particularmente vulneráveis, como as</p><p>mulheres; crianças; idosos; pessoas com deficiência; e</p><p>pessoas vítimas de discriminação, quer por etnia quer</p><p>por aquilo que passou a ser denominado de raça.</p><p>Para dar amparo à política de não discrimina-</p><p>ção proveniente das relações de poder, em 1965 foi</p><p>aprovada pela Organização das Nações Unidas a Con-</p><p>venção Internacional sobre Eliminação de Todas as</p><p>Formas de Discriminação Racial.</p><p>A Convenção define discriminação racial da</p><p>seguinte forma:</p><p>Artigo I</p><p>Nesta Convenção, a expressão “discriminação</p><p>racial” significará qualquer distinção, exclusão,</p><p>restrição ou preferência fundadas na raça, cor, des-</p><p>cendência ou</p><p>conceituado como um modo de enxergar e</p><p>interpretar a vida de uma política pública.</p><p>O pioneiro na divisão do processo de políticas</p><p>públicas em estágios foi o cientista político estaduni-</p><p>dense Harold Lasswell, na década de 1950. Na con-</p><p>cepção de Lasswell, o ciclo de políticas públicas é um</p><p>processo de vários estágios, que constitui um processo</p><p>dinâmico, dividido em sete etapas:</p><p>z informação (coleta de dados);</p><p>z promoção (aprovação de medidas de política);</p><p>z prescrição (formulação de normas e medidas);</p><p>z invocação (justificação e especificação dos benefí-</p><p>cios e das sanções);</p><p>z aplicação (materialização das medidas);</p><p>z término ou cessação (criação das regras e institui-</p><p>ções conforme a política aprovada); e</p><p>z avaliação (análise crítica das ações governamentais).</p><p>A principal crítica que se faz à concepção de Las-</p><p>well é que ela foca demais nas decisões internas dos</p><p>governos (que é quem materializa das políticas públi-</p><p>cas), deixando de considerar as influências externas</p><p>sofridas pelo Estado pelos diversos atores (formais e</p><p>informais, como organizações não governamentais,</p><p>mídia etc.), que são cada vez mais comuns.</p><p>Depois de Laswell, uma série de estudiosos formu-</p><p>lou suas próprias abordagens, trocando ou misturan-</p><p>do os elementos da sequência. Algumas delas focam</p><p>mais nos participantes do processo decisório; outras,</p><p>no processo de formulação da política pública.</p><p>Atualmente, o foco das tipologias é na agenda, que</p><p>pode ser entendida, de modo simples, como sendo o</p><p>conjunto de questões (assuntos) sobre o qual o gover-</p><p>no e outros atores concentram sua atenção em deter-</p><p>minado momento.</p><p>Não existe, no entanto, consenso entre os autores</p><p>acerca do modelo adotado. Nesse sentido, existem</p><p>tipologias que adotam cinco, seis ou sete fases ao</p><p>estruturar o ciclo de políticas públicas.</p><p>O professor de políticas públicas e administração</p><p>pública, Leonardo Secchi, por exemplo, esquematiza</p><p>seu ciclo em sete fases, com os seguintes elementos:</p><p>z identificação do problema;</p><p>z formação da agenda;</p><p>z formulação de alternativas ou possibilidades;</p><p>z tomada de decisão: escolha das alternativas;</p><p>z implementação;</p><p>z avaliação; e</p><p>z extinção.</p><p>A cientista política Celina Souza, por sua vez, ela-</p><p>borou uma tipologia bastante usada, que adota um</p><p>modelo de seis fases, conforme ilustrado a seguir:</p><p>Definição da</p><p>agenda</p><p>Identificação</p><p>de alternativas</p><p>Avaliação das</p><p>opções</p><p>Seleção das</p><p>opções</p><p>Implementação</p><p>Avaliação</p><p>Fases do ciclo de políticas públicas em seis etapas, conforme Souza.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>P</p><p>O</p><p>LÍ</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>P</p><p>Ú</p><p>B</p><p>LI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>11</p><p>O ciclo é, também, comumente estruturado por</p><p>vários outros autores em um ciclo de cinco fases, con-</p><p>forme ilustra a figura a seguir:</p><p>Construção da</p><p>agenda</p><p>Formulação</p><p>Processo</p><p>decisórioImplementação</p><p>Avaliação</p><p>Fases do ciclo de políticas públicas (em cinco etapas).</p><p>Apesar de a imagem induzir que o ciclo é um pro-</p><p>cesso sequencial e lógico, as etapas acabam entrela-</p><p>çando-se umas com as outras.</p><p>Conforme indicado anteriormente, as diferenças</p><p>entre as tipologias são apenas uma questão de foco e</p><p>não interferem no entendimento do ciclo como um todo.</p><p>A seguir, estão detalhados os estágios do ciclo de</p><p>políticas públicas, conforme a tipologia adotada de</p><p>cinco fases.</p><p>CONSTRUÇÃO DA AGENDA</p><p>O primeiro estágio ou fase do ciclo de políticas</p><p>públicas é a construção da agenda.</p><p>A agenda, conforme já apontado anteriormente,</p><p>é uma lista dos assuntos que são identificados como</p><p>merecedores de atenção e ação por parte do gover-</p><p>no e da sociedade (lista dos problemas ou demandas</p><p>públicas que merecem ser resolvidas). Tais questões</p><p>surgem de problemas percebidos, de demandas da</p><p>sociedade ou de eventos que ganham destaque.</p><p>A fase da agenda e formulação envolve diferentes</p><p>atores ou grupos de interesse (indivíduos, organiza-</p><p>ções ou grupos que influenciam direta ou indiretamen-</p><p>te os conteúdos e resultados de uma política pública).</p><p>Os atores que cooperam para a produção de PP</p><p>podem ser:</p><p>z Formais/institucionais (aqueles que atuam de for-</p><p>ma direta na arena política): órgãos do Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário, e os partidos políticos; ou</p><p>z Informais/não institucionais: meios de comuni-</p><p>cação, empresariado, movimentos sociais etc.</p><p>Nesse sentido, os atores podem ser:</p><p>ATORES</p><p>GOVERNAMENTAIS</p><p>ATORES NÃO</p><p>GOVERNAMENTAIS</p><p>z Políticos e assessores</p><p>políticos</p><p>z Funcionários de car-</p><p>reira (“burocratas”)</p><p>z Magistrados</p><p>z Meios de comunicação</p><p>z Empresários</p><p>z Movimentos sociais</p><p>z Organizações Não</p><p>Governamentais etc.</p><p>FORMULAÇÃO</p><p>A fase de formulação consiste na elaboração de</p><p>alternativas ou possibilidades para o enfrentamento</p><p>do problema.</p><p>Nesta fase, formula-se a política pública e define-se</p><p>a estratégia a ser adotada. É, portanto, o estágio em</p><p>que acontecem as articulações, conflitos e negocia-</p><p>ções nas arenas de poder.</p><p>A formulação inclui a elaboração de métodos,</p><p>estratégias e ações para atingir os objetivos da política</p><p>pública. Os meios utilizados para alcançar os objeti-</p><p>vos propostos podem ser:</p><p>z a premiação;</p><p>z a coerção;</p><p>z a conscientização; ou</p><p>z soluções técnicas.</p><p>PROCESSOS DE DECISÃO</p><p>A fase de processo decisório consiste na escolha</p><p>das alternativas e das possibilidades vislumbradas na</p><p>fase de formulação, abandonando as que não foram</p><p>escolhidas. Em outras palavras, é o momento de deter-</p><p>minar as ações que serão implementadas, definindo-</p><p>-se os recursos necessários e o prazo temporal.</p><p>IMPLEMENTAÇÃO</p><p>A corrente majoritária de autores defende que a</p><p>fase de implementação é aquela em que se coloca em</p><p>prática o que foi idealizado e decidido (implementar,</p><p>pois, seria o mesmo que executar).</p><p>No entanto, vale mencionar que alguns outros</p><p>autores entendem que a etapa de implementação é</p><p>uma preparação para a execução.</p><p>Para atender ao que foi planejado e decidido, são</p><p>realizadas ações, atividades e projetos, cuja implemen-</p><p>tação pode ser feita seguindo dois diferentes modelos:</p><p>MODELO DE</p><p>IMPLEMENTAÇÃO DE</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>TOP-DOWN (DE CIMA</p><p>PARA BAIXO)</p><p>MODELO DE</p><p>IMPLEMENTAÇÃO DE</p><p>POLÍTICAS PÚBLICAS</p><p>BOTTOM-UP (DE BAIXO</p><p>PARA CIMA)</p><p>A implementação dá-se de</p><p>cima para baixo: primeiro</p><p>ocorre a tomada de decisão</p><p>pelos agentes políticos e,</p><p>em seguida, dá-se a execu-</p><p>ção por parte dos agentes</p><p>burocráticos</p><p>Neste modelo é clara a</p><p>distinção entre que toma</p><p>as decisões e quem são os</p><p>executores</p><p>Neste modelo, mais flexí-</p><p>vel, os agentes políticos e</p><p>outros atores atuam em</p><p>convergência</p><p>Os agentes burocráticos não</p><p>são meros executores, tendo</p><p>liberdade para decidir sobre</p><p>a implementação das PP e</p><p>participar, inclusive, da toma-</p><p>da de decisões</p><p>Vale mencionar que em ambos os modelos é possível</p><p>realizar adaptações durante a fase de implementação.</p><p>Além dos dois modelos apontados anteriormente,</p><p>alguns autores afirmam que, a partir dos anos 1990, a</p><p>maioria das políticas públicas passou a ser implemen-</p><p>tada por um modelo híbrido (juntando características</p><p>dos modelos top-down com as do bottom-up).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>12</p><p>AVALIAÇÃO</p><p>A etapa de avaliação corresponde às atividades de</p><p>monitoramento e medição da efetividade da política</p><p>pública. Engloba desde a coleta, passando pela análise</p><p>e interpretação das informações qualitativas e quanti-</p><p>tativas sobre os programas governamentais.</p><p>Em outras palavras, é por meio da avaliação que se</p><p>verifica se a PP alcançou ou não os objetivos pretendi-</p><p>dos (informações qualitativas) e quais foram os custos</p><p>dos programas e ações (informações quantitativas).</p><p>A avaliação está ligada à verificação</p><p>origem nacional ou étnica que tenha</p><p>por fim ou efeito anular ou comprometer o reco-</p><p>nhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de</p><p>condições, dos direitos humanos e das liberdades</p><p>fundamentais nos domínios político, econômico,</p><p>social, cultural ou em qualquer outro domínio da</p><p>vida pública.</p><p>[…]</p><p>Assim sendo, a Convenção não só proíbe a discri-</p><p>minação racial, como também qualquer distinção,</p><p>exclusão, restrição ou preferência fundada na raça,</p><p>cor, descendência ou origem nacional ou étnica que</p><p>tenha como objetivo anular ou comprometer o reco-</p><p>nhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de</p><p>condições de todos os direitos e liberdades humanas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>64</p><p>Além disso, a Convenção estabelece que os países</p><p>assumam os seguintes compromissos, observados os</p><p>princípios da liberdade de expressão, tais como:</p><p>z a criação de leis para tornar ilegais e punir a difu-</p><p>são de ideias fundadas na superioridade ou no</p><p>ódio racial, os incitamentos à discriminação racial,</p><p>os atos de violência ou a provocação a esses atos,</p><p>assim como, a assistência prestada a atividades</p><p>racistas, incluindo seu financiamento;</p><p>z a criação de leis para tornar ilegais e proibir as</p><p>organizações e as atividades de propaganda que</p><p>incitem a discriminação racial e tornar crime a par-</p><p>ticipação nessas organizações e nessas atividades.</p><p>Não obstante, a Convenção também estabeleceu a</p><p>criação do Comitê para a eliminação da discriminação</p><p>racial, com a função de receber e examinar comuni-</p><p>cações procedentes de indivíduos ou grupos sob sua</p><p>jurisdição que se consideram vítimas de violações aos</p><p>direitos contidos na Convenção cometidas por qual-</p><p>quer um dos Estados-Partes.</p><p>Em âmbito interno, a Lei nº 12.288, de 20 de julho</p><p>de 2010, também denominada de Estatuto da Igualda-</p><p>de Racial, trouxe uma ferramenta importante de polí-</p><p>tica de proteção aos direitos humanos. De acordo com</p><p>o art. 1º:</p><p>Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade</p><p>Racial, destinado a garantir à população negra a</p><p>efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa</p><p>dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos</p><p>e o combate à discriminação e às demais formas de</p><p>intolerância étnica.</p><p>Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:</p><p>I - discriminação racial ou étnico-racial: toda dis-</p><p>tinção, exclusão, restrição ou preferência baseada</p><p>em raça, cor, descendência ou origem nacional ou</p><p>étnica que tenha por objeto anular ou restringir o</p><p>reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade</p><p>de condições, de direitos humanos e liberdades fun-</p><p>damentais nos campos político, econômico, social,</p><p>cultural ou em qualquer outro campo da vida públi-</p><p>ca ou privada;</p><p>II - desigualdade racial: toda situação injustificada</p><p>de diferenciação de acesso e fruição de bens, servi-</p><p>ços e oportunidades, nas esferas pública e privada,</p><p>em virtude de raça, cor, descendência ou origem</p><p>nacional ou étnica;</p><p>III - desigualdade de gênero e raça: assimetria</p><p>existente no âmbito da sociedade que acentua a</p><p>distância social entre mulheres negras e os demais</p><p>segmentos sociais;</p><p>IV - população negra: o conjunto de pessoas que se</p><p>autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito</p><p>cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasilei-</p><p>ro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam</p><p>autodefinição análoga;</p><p>V - políticas públicas: as ações, iniciativas e progra-</p><p>mas adotados pelo Estado no cumprimento de suas</p><p>atribuições institucionais;</p><p>VI - ações afirmativas: os programas e medidas</p><p>especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa pri-</p><p>vada para a correção das desigualdades raciais e</p><p>para a promoção da igualdade de oportunidades.</p><p>Portanto, o objetivo do Estatuto é garantir à popu-</p><p>lação negra a efetivação do princípio da igualdade.</p><p>Dica</p><p>São importantes os conceitos trazidos no pará-</p><p>grafo único do dispositivo.</p><p>Racismo Institucional e Estrutural</p><p>Considera-se racismo institucional quando as ins-</p><p>tituições, tanto públicas como privadas, começam a</p><p>reproduzir, de forma direta ou indireta, comportamen-</p><p>tos de distinção, exclusão ou preferências entre as pes-</p><p>soas, tendo como base a raça, a cor, a origem nacional</p><p>ou étnica (descendência), com o objetivo de anular ou</p><p>restringir o gozo ou exercício dos direitos humanos.</p><p>Trata-se, portanto, do tratamento desigual entre</p><p>as pessoas, em especial entre brancos e pretos, que</p><p>ocorre dentro das instituições, como, por exemplo, a</p><p>utilização da coloração da pele como critério de con-</p><p>tratação para empregos ou a abordagem dos seguran-</p><p>ças de uma empresa restrita à cor da pele ou etnia.</p><p>Se o racismo institucional decorre das práticas</p><p>diretas ou indiretas de discriminação, exclusão e</p><p>preconceito dentro das instituições públicas ou pri-</p><p>vadas, o racismo estrutural caracteriza-se por estar</p><p>na estrutura da sociedade, quer de forma conscien-</p><p>te quer de forma inconsciente. Trata-se dos hábitos,</p><p>falas, situações, entre outros, decorrentes da estrutu-</p><p>ra social, histórica e cultural, que geram discrimina-</p><p>ção e preconceito.</p><p>O racismo estrutural é fruto do passado de escra-</p><p>vidão que afeta até hoje a sociedade. São exemplos:</p><p>poucos pretos e indígenas em cargos políticos ou de</p><p>chefia, e a perpetuação de expressões, como “inveja</p><p>branca”, “denegrir imagem”, “trabalhar como uma</p><p>doméstica”, “cor do pecado”, entre outras.</p><p>Percebe-se que, por vezes, essas situações ou falas</p><p>são tratadas com normalidade. Para pôr fim ao racis-</p><p>mo estrutural e institucional, foi elaborado o Estatuto</p><p>da Igualdade Racial.</p><p>Não confunda racismo institucional com política</p><p>afirmativa. As medidas afirmativas são programas e</p><p>políticas especiais adotados para a correção das desi-</p><p>gualdades raciais e para a promoção da igualdade de</p><p>oportunidades. Exemplo: uma determinada empresa,</p><p>observando a baixa incidência de pretos em cargos de</p><p>chefia, promove um processo de contratação voltado</p><p>para candidatos pretos.</p><p>Tais políticas fundam-se na tentativa de garantir a</p><p>igualdade material entre as pessoas, por meio da distri-</p><p>buição mais equitativa de bens sociais e da promoção</p><p>do reconhecimento da população afrodescendente.</p><p>Ressalta-se, ainda, que quando um país não atua</p><p>para acabar com o racismo presente na sociedade há</p><p>o denominado racismo de Estado.</p><p>Neste ponto, é importante mencionar que o Esta-</p><p>tuto da Igualdade Racial atribui responsabilidade</p><p>ao Estado brasileiro e à sociedade (responsabilidade</p><p>bipartite) para garantir a igualdade de oportunida-</p><p>des e reconhecer que todos os brasileiros têm direito</p><p>à participação na comunidade, na política, na econo-</p><p>mia, na educação, na cultura e no desporto, indepen-</p><p>dentemente da cor da pele ou etnia.</p><p>Cabe consignar, ainda, que a norma estabelece tal</p><p>participação da população preta em igualdade de con-</p><p>dições e oportunidades. Deste modo, o Estatuto afir-</p><p>ma que as ações devem ser promovidas da seguinte</p><p>forma:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>65</p><p>Art. 4o A participação da população negra, em</p><p>condição de igualdade de oportunidade, na vida</p><p>econômica, social, política e cultural do País será</p><p>promovida, prioritariamente, por meio de:</p><p>I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvi-</p><p>mento econômico e social;</p><p>II - adoção de medidas, programas e políticas de</p><p>ação afirmativa;</p><p>III - modificação das estruturas institucionais do</p><p>Estado para o adequado enfrentamento e a supera-</p><p>ção das desigualdades étnicas decorrentes do pre-</p><p>conceito e da discriminação étnica;</p><p>IV - promoção de ajustes normativos para aperfei-</p><p>çoar o combate à discriminação étnica</p><p>e às desi-</p><p>gualdades étnicas em todas as suas manifestações</p><p>individuais, institucionais e estruturais;</p><p>V - eliminação dos obstáculos históricos, sociocul-</p><p>turais e institucionais que impedem a represen-</p><p>tação da diversidade étnica nas esferas pública e</p><p>privada;</p><p>VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas</p><p>oriundas da sociedade civil direcionadas à promo-</p><p>ção da igualdade de oportunidades e ao combate às</p><p>desigualdades étnicas, inclusive mediante a imple-</p><p>mentação de incentivos e critérios de condiciona-</p><p>mento e prioridade no acesso aos recursos públicos;</p><p>VII - implementação de programas de ação afirma-</p><p>tiva destinados ao enfrentamento das desigualda-</p><p>des étnicas no tocante à educação, cultura, esporte</p><p>e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios</p><p>de comunicação de massa, financiamentos públi-</p><p>cos, acesso à terra, à Justiça, e outros.</p><p>Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa</p><p>constituir-se-ão em políticas públicas destinadas</p><p>a reparar as distorções e desigualdades sociais e</p><p>demais práticas discriminatórias adotadas, nas</p><p>esferas pública e privada, durante o processo de</p><p>formação social do País.</p><p>Importante!</p><p>Atente-se para o fato de que a promoção de</p><p>igualdade de oportunidade ocorrerá de forma</p><p>prioritária e não de forma exclusiva.</p><p>ETÁRIA</p><p>As desigualdades etárias são um problema cres-</p><p>cente no Brasil. A população está envelhecendo, mas</p><p>o mercado de trabalho não está se adaptando a essa</p><p>realidade. Os idosos são mais propensos ao desempre-</p><p>go, à pobreza e à exclusão social.</p><p>Algumas medidas para combater as desigualda-</p><p>des etárias são: Promoção da inclusão dos idosos no</p><p>mercado de trabalho; Investimentos em políticas de</p><p>assistência social para os idosos; Educação para a</p><p>valorização do envelhecimento.</p><p>DE GÊNERO</p><p>A discriminação de gênero pauta-se no funda-</p><p>mento de que há um gênero superior aos demais e</p><p>que detém de todos os direitos e poderes da socieda-</p><p>de. Na sociedade atual, uma sociedade que perpetua o</p><p>patriarcado, a discriminação de gênero ocorre majori-</p><p>tariamente com mulheres, seja no trabalho, na escola,</p><p>3  WCED - World Commission on Environment and Development. Our Common Future. Oxford: Oxford University Press, 1987</p><p>faculdade, em casa, na igreja, ou em qualquer outro</p><p>meio social que a mulher conviva.</p><p>Essa forma de discriminação pode manifestar-se de</p><p>várias maneiras, incluindo disparidade salarial entre</p><p>homens e mulheres, falta de representação em cargos</p><p>de liderança, estereótipos de gênero prejudiciais, vio-</p><p>lência doméstica, assédio sexual, entre outras.</p><p>A discriminação de gênero é profundamente</p><p>enraizada em normas culturais e sociais, muitas vezes</p><p>perpetuadas por preconceitos e estereótipos de gêne-</p><p>ro. As mulheres, em particular, enfrentam desigual-</p><p>dades sistemáticas em várias áreas, como educação,</p><p>emprego e participação política. Essas desigualdades</p><p>não apenas limitam o acesso das mulheres a oportu-</p><p>nidades, mas também restringem o desenvolvimento</p><p>social e econômico das comunidades em geral.</p><p>DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL,</p><p>MEIO AMBIENTE E MUDANÇA</p><p>CLIMÁTICA</p><p>DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL</p><p>O termo desenvolvimento sustentável teve a sua</p><p>primeira menção na Conferência das Nações Uni-</p><p>das para o Meio Ambiente realizada em Estocolmo</p><p>em 1972, contudo, o conceito ganhou importância</p><p>no documento denominado Relatório Brundtland</p><p>(WCED,1987)3 publicado em 1987 com o título de Our</p><p>Common Future (Nosso Futuro Comum).</p><p>O relatório foi resultado do trabalho da Comissão</p><p>Mundial sobre meio Ambiente e Desenvolvimento</p><p>criada em 1983 pela Assembleia Geral da ONU pre-</p><p>sidida pela primeira-ministra da Noruega – Harlem</p><p>Brundtland. O relatório Our Common Future denomi-</p><p>nou Desenvolvimento Sustentável como o “desenvol-</p><p>vimento que satisfaz as necessidades presentes,</p><p>sem comprometer a capacidade das gerações futu-</p><p>ras de suprir suas próprias necessidades”.</p><p>Ao apresentar este novo conceito de desenvolvimen-</p><p>to, a comissão questiona os modelos de desenvolvimen-</p><p>to baseados no simples consumo, nos quais os recursos</p><p>naturais representam insumos a serem retirados da</p><p>natureza. A partir do relatório, o desenvolvimento pas-</p><p>sa a ser entendido como um complexo de valores que</p><p>ultrapassam o simples crescimento econômico para sig-</p><p>nificar um processo que promova o desenvolvimento</p><p>das nações de forma socialmente justa, economica-</p><p>mente viável e ambientalmente adequada.</p><p>O entendimento do Desenvolvimento Sustentá-</p><p>vel, portanto, se desdobra em diferentes dimensões:</p><p>ambiental, econômica e social.</p><p>Sob a ótica ambiental, a aplicação do desenvolvi-</p><p>mento sustentável implica na utilização racional dos</p><p>recursos naturais de forma a permitir sua renovação</p><p>(para recursos renováveis) ou a sua manutenção por</p><p>gerações (para recursos não renováveis), na manuten-</p><p>ção de territórios de ambientes naturais em dimensão</p><p>significativa de forma a preservar a biodiversidade e</p><p>assegurar os serviços ambientais.</p><p>Sob a ótica econômica, o desenvolvimento susten-</p><p>tável aponta para o crescimento por meio de tecno-</p><p>logias sustentáveis voltadas para energia renovável,</p><p>da mudança nos padrões de produção que incluem a</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>66</p><p>reciclagem, a utilização de materiais biodegradáveis,</p><p>a redução do desperdício etc. Além disso, o desenvol-</p><p>vimento sustentável também é alicerçado nas mudan-</p><p>ças dos padrões de consumo da sociedade, a partir do</p><p>entendimento que os recursos naturais não podem</p><p>ser esvaídos desnecessariamente, então são propos-</p><p>tas mudanças de hábitos a respeito dos padrões de</p><p>produção, desperdício, tempo de vida dos produtos e</p><p>consciência social a respeito dos impactos do compor-</p><p>tamento consumista.</p><p>Sob a ótica social, o desenvolvimento sustentável</p><p>se volta à justiça social (repartição justa de das rique-</p><p>zas), ao acesso universal à educação e à saúde e ao</p><p>tratamento igualitário entre diferentes grupos sociais,</p><p>religiosos, étnicos etc.</p><p>Em 2015, 193 Estados-membros da ONU reuniram-</p><p>-se na sede da instituição em Nova Iorque e acordaram</p><p>tomar medidas para traçar um caminho sustentável</p><p>para o mundo. Adotaram uma nova agenda global:</p><p>a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.</p><p>A Agenda 2030, entendida como um plano de ação</p><p>que propõe estratégias globais de desenvolvimento</p><p>sustentável pelo período de 15 anos, lista os 17 Obje-</p><p>tivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS que con-</p><p>templam as dimensões social, ambiental e econômica</p><p>de forma integrada e indivisível ao longo de todas as</p><p>suas 169 metas (ONU, 20214).</p><p>Os ODS estabelecidos pelos Estados-membros fo-</p><p>ram os seguintes:</p><p>z Erradicação da Pobreza;</p><p>z Fome Zero e Agricultura Sustentável;</p><p>z Saúde e bem-estar;</p><p>z Educação de qualidade;</p><p>z Igualdade de Gênero;</p><p>z Água Potável e Saneamento;</p><p>z Energia Limpa e acessível;</p><p>z Trabalho decente e crescimento econômico;</p><p>z Indústria, inovação e infraestrutura;</p><p>z Redução das desigualdades;</p><p>z Cidades e Comunidades Sustentáveis;</p><p>z Consumo e produção responsáveis;</p><p>z Ação contra a mudança global do clima;</p><p>z Vida na Água;</p><p>z Vida Terrestre;</p><p>z Paz, Justiça e Instituições Eficazes;</p><p>z Parcerias e meios de implementação.</p><p>Princípio do Desenvolvimento Sustentável</p><p>O conceito do desenvolvimento sustentável, con-</p><p>cretizado pelo relatório Nosso Futuro Comum, teve</p><p>como desdobramento no ordenamento jurídico bra-</p><p>sileiro o estabelecimento do Princípio do Desenvol-</p><p>vimento Sustentável. Este princípio, consolidado no</p><p>Direito Ambiental, visa conciliar a proteção ambien-</p><p>tal e o desenvolvimento socioeconômico de maneira</p><p>a garantir a qualidade de vida das gerações presentes</p><p>e futuras. Para isso, deve atender às necessidades do</p><p>presente sem comprometer a possibilidade de exis-</p><p>tência digna das futuras gerações no que se denomina</p><p>a solidariedade intergeracional.</p><p>O Princípio do Desenvolvimento Sustentável tem</p><p>previsão implícita</p><p>no caput do art. 225 e no art. 170,VI</p><p>da CF, de 1988 e previsão expressa no Princípio 04 da</p><p>Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-</p><p>mento Sustentável aprovada na Conferência das Nações</p><p>Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento no</p><p>4  Nações Unidas Brasil. Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/91863-agenda-2030-para-</p><p>o-desenvolvimento-sustentavel Acesso em: 18 de maio de 2021.</p><p>Rio de Janeiro – ECO-92. O Princípio 04 da Declaração</p><p>do Rio determina que “Para se alcançar um desenvol-</p><p>vimento sustentável, a proteção ambiental deve consti-</p><p>tuir parte integrante do processo de desenvolvimento e</p><p>não pode ser considerada separadamente”.</p><p>Com este princípio, busca-se a coexistência da</p><p>livre-iniciativa (materializada pelo sistema capitalis-</p><p>ta e desenvolvimento econômico), da valorização do</p><p>trabalho humano que deve ser regrado pelos ditames</p><p>da justiça social de forma a respeitar a defesa do meio</p><p>ambiente. Portanto, com este princípio não se busca</p><p>impedir o desenvolvimento econômico, mas conci-</p><p>liar as necessidades humanas frente à capacidade de</p><p>sustentação/equilíbrio do meio ambiente.</p><p>NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE</p><p>Conservação e Preservação Ambiental</p><p>De acordo com a Organização das Nações Unidas</p><p>(ONU) o meio ambiente pode ser definido pelos com-</p><p>ponentes que o compõem juntamente aos efeitos que</p><p>esses componentes podem causar em seres vivos ou</p><p>nas atividades humanas. Ou seja, envolve o conjunto</p><p>de elementos químicos, físicos, biológicos e sociais do</p><p>planeta. Além disso, devemos lembrar que ele é com-</p><p>posto por: atmosfera, litosfera, hidrosfera e biosfera,</p><p>e que ele é caracterizado como um sistema em fun-</p><p>cionamento natural devido às interações entre essas</p><p>diferentes esferas.</p><p>Atmosfera</p><p>Biosfera</p><p>Litosfera</p><p>Hidrosfera</p><p>Disponível em : http://mbspricigo.blogspot.com/2011/10/as-esferas-</p><p>e-os-bimas-da-terra.html.</p><p>Acesso em: 07 ago. 2022</p><p>A atmosfera faz referência à camada gasosa que</p><p>envolve o planeta. A litosfera é uma camada superfi-</p><p>cial do planeta composta pelo solo e formada basica-</p><p>mente por rochas e minerais. A hidrosfera engloba a</p><p>parte aquática do planeta (rios, lagos, água da chuva e</p><p>subterrânea). E a biosfera envolve todos os ecossiste-</p><p>mas encontrados no planeta, com os fatores bióticos e</p><p>abióticos que os constituem.</p><p>É importante conhecermos as esferas do meio</p><p>ambiente, pois, assim, podemos favorecer a conserva-</p><p>ção e preservação do mesmo em tempos atuais, pen-</p><p>sando também nas próximas gerações que utilizarão</p><p>os recursos oferecidos pelo nosso planeta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>67</p><p>A conservação e a preservação ambiental</p><p>podem ser entendidas como um conjunto sistemático</p><p>de medidas e ações que visam manter ou atenuar as</p><p>atividades antrópicas que podem degradar os recur-</p><p>sos naturais. Um exemplo é a preservação dos ecossis-</p><p>temas, recursos hídricos, solos. Embora sejam termos</p><p>comumente utilizados como sinônimos, eles se dife-</p><p>renciam no modo de atuação e entendimento da for-</p><p>ma mais viável de desenvolvimento.</p><p>O movimento preservacionista defende a ideia</p><p>de que a natureza é o ponto central, tendo em vista</p><p>a proteção total do meio ambiente; esse valor não é</p><p>atribuído pelo homem, mas pelo próprio sistema, que</p><p>tem por si só um valor. Por outro lado, o conserva-</p><p>cionista prevê o uso racional dos recursos naturais,</p><p>ou seja, as ações de desenvolvimento devem ocorrer</p><p>tendo como princípio atenuar os possíveis impactos</p><p>ambientais associados ao desenvolvimento. O desen-</p><p>volvimento sustentável baseia-se nessa ideologia, pro-</p><p>pondo o crescimento fomentado na redução de danos</p><p>e atrelado ao crescimento econômico e tecnológico</p><p>dos meios produtivos.</p><p>O uso sustentável da biodiversidade visa encontrar</p><p>alternativas que envolvam um compartilhamento e</p><p>uma negociação sobre o uso da terra e dos recursos</p><p>naturais.5</p><p>A implementação de estações de tratamento de</p><p>água e esgoto gera impactos ambientais em virtude</p><p>da necessidade de ocupar áreas relativamente gran-</p><p>des e dos resíduos gerados para o seu funcionamen-</p><p>to. Também sofrem alterações em parâmetros físicos,</p><p>químicos e biológicos as águas que ficam a jusante do</p><p>lançamento do líquido que eflui dos sistemas.</p><p>Tipos de Mananciais</p><p>Mananciais são fontes de água doce que podem</p><p>servir como meio de abastecimento público, ou seja,</p><p>fornecimento de água para a população, possibilitan-</p><p>do o consumo humano e o desenvolvimento de ati-</p><p>vidades econômicas. Também são conhecidos como</p><p>nascentes e abrangem, por exemplo, rios, riachos,</p><p>lagos, canais, represas e lençóis freáticos.</p><p>Importante!</p><p>Segundo a NBR 12211, as condições sanitárias</p><p>da água do manancial abastecedor devem ser</p><p>adequadas e a vazão da água deve ser suficien-</p><p>te para atender a demanda da população que</p><p>vive na região. Também deve-se considerar as</p><p>condições futuras que os mananciais possam</p><p>apresentar, frente ao crescimento de agentes</p><p>poluidores.</p><p>Os mananciais são classificados em três grupos, de</p><p>acordo com a fonte ou a origem da água. Os grupos</p><p>são: manancial superficial, manancial subterrâ-</p><p>neo e água pluvial (da chuva). Sendo assim, podemos</p><p>acompanhar as descrições abaixo para saber como</p><p>distinguir os grupos de mananciais existentes.</p><p>5 OLIVEIRA, I. C. G.; FERREIRA, A. J. Gestão e Planejamento Ambiental: Desenvolvimento Sustentável, Conservação e Preservação. Revista Eletrô-</p><p>nica de Ciências Humanas, Saúde e Tecnologia, v. 6, n. 2, p. 33-45, 2017.</p><p>z Superficiais</p><p>São águas que apresentam maior facilidade para</p><p>captação pois ficam na superfície. Apesar disso, repre-</p><p>sentam menos do que 5% da água doce presente no</p><p>planeta Terra, sendo a maior parte da água doce</p><p>encontrada em fontes subterrâneas. Podemos citar</p><p>como mananciais superficiais os rios, os ribeirões, os</p><p>córregos, as represas e os lagos. Eles geralmente são</p><p>formados como consequência do acúmulo de água</p><p>que escorre sobre o solo, seja ela oriunda da chu-</p><p>va, do escoamento superficial da água, do degelo de</p><p>neve em montanhas e/ou dos afloramentos de fontes</p><p>subterrâneas.</p><p>Ainda que sejam águas de fácil obtenção, apresen-</p><p>tam maiores riscos de contaminação, pois ficam mais</p><p>expostas a fatores de poluição ambiental, tais como</p><p>lixo, esgoto e substâncias químicas. Assim, é necessá-</p><p>rio que sejam investidos cuidados redobrados duran-</p><p>te o tratamento dessa água antes da distribuição e</p><p>consumo, envolvendo tratamento por filtração segui-</p><p>do por desinfecção.</p><p>z Subterrâneos</p><p>São normalmente encontrados em fontes naturais,</p><p>filtrantes, galerias e poços. Podemos citar os lençóis</p><p>freáticos (não confinados, onde a água mantém a</p><p>pressão atmosférica) e os lençóis artesianos (confi-</p><p>nados, aqui a água está sob pressão, entre camadas</p><p>impermeáveis do solo).</p><p>A qualidade dessas águas é associada ao tipo de</p><p>solo em que elas são encontradas, afinal podem apre-</p><p>sentar altas concentrações de sais e outros constituin-</p><p>tes do solo em questão. Isso indica a necessidade de</p><p>tratamentos mais complexos para essas águas. Entre-</p><p>tanto, a contaminação da água subterrânea pode ser</p><p>menor, pois moléculas maiores que infiltram no solo</p><p>costumam ser retidas pelos poros do próprio solo ou</p><p>das rochas. Nesse caso, podemos até considerar que</p><p>ocorre uma espécie de filtração natural, favorecida</p><p>inclusive por camadas impermeáveis associadas ao</p><p>local.</p><p>Embora o trabalho para obtenção desse tipo de</p><p>água seja maior do que para águas superficiais, exis-</p><p>te uma grande vantagem na utilização delas, associa-</p><p>da ao tratamento mínimo necessário de preparação</p><p>antes do consumo, uma vez que apenas a etapa de</p><p>desinfecção se faz necessária.</p><p>z Pluviais</p><p>Aqui são consideradas as águas que sofrem pre-</p><p>cipitação durante as chuvas e</p><p>que são aproveitadas</p><p>para o consumo antes que atinjam a superfície, por</p><p>meio de superfícies preparadas. Temos como exem-</p><p>plos a própria chuva, a neve, o granizo e o orvalho.</p><p>Nesse caso, há riscos de contaminação à superfície de</p><p>captação, ao armazenamento e ao manejo da água.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>68</p><p>Importante!</p><p>A escolha do manancial mais adequado deve</p><p>levar em consideração a taxa de consumo</p><p>necessária, a previsão de crescimento da popu-</p><p>lação e a capacidade que o manancial escolhido</p><p>tem de satisfazer essa demanda.</p><p>Além de conhecer os diferentes tipos de manan-</p><p>ciais existentes, é necessário estar informado</p><p>sobre as observações que devem ser realizadas</p><p>na hora de decidir sobre a captação de água de</p><p>um local específico.</p><p>Captação da Água do Manancial</p><p>O manancial abastecedor é basicamente a fonte de</p><p>obtenção escolhida para a captação da água, com o obje-</p><p>tivo de retirá-la deste ponto e atender às necessidades de</p><p>consumo e aos parâmetros de qualidade estabelecidos.</p><p>O ideal é que seja possível dispensar o tratamento des-</p><p>sa água ou reduzir os custos deste tratamento ao menor</p><p>valor possível. No momento da escolha do manancial</p><p>abastecedor, são considerados os seguintes fatores:</p><p>quantidade e qualidade de água disponível, custo de</p><p>operação e necessidade de manutenção reduzida.</p><p>O principal problema que os mananciais vêm</p><p>sofrendo é relacionado à poluição, resultado de ativi-</p><p>dades humanas como a urbanização, a industrializa-</p><p>ção e o desmatamento, por exemplo. O aparecimento</p><p>de plantas aquáticas e a ocorrência de florações de</p><p>cianobactérias na zona de captação dos mananciais</p><p>superficiais também pode levar a prejuízos durante o</p><p>abastecimento de água, pois aumenta a complexidade</p><p>do trabalho realizado e também do tratamento neces-</p><p>sário na preparação da água para consumo. Além</p><p>disso, deve-se ainda estar atento à presença de subs-</p><p>tâncias nocivas liberadas por esses seres vivos, como,</p><p>por exemplo, a cianotoxina.</p><p>A captação da água superficial é feita por meio</p><p>de estruturas e dispositivos construídos no manan-</p><p>cial. No quesito de utilização de energia, as captações</p><p>podem ser realizadas por gravidade (ponto de origem</p><p>da água é mais alto do que o ponto de coleta) ou bom-</p><p>beamento (instalação de bombas que funcionam atra-</p><p>vés do gasto de energia mecânica). Em lagos e represas</p><p>são utilizadas torres de tomada que permitem regular</p><p>os níveis de entrada da água.</p><p>Quando a vazão é suficiente e o manancial não</p><p>está cheio de compostos poluentes, a captação ocor-</p><p>re normalmente. Em casos de vazão insuficiente para</p><p>o suprimento da demanda, em determinadas épocas</p><p>do ano se faz necessário o armazenamento por meio</p><p>de barragens ou reservatórios. Já em casos de insufi-</p><p>ciência do manancial utilizado, deve-se utilizar outro</p><p>manancial disponível ou então captar água de mais</p><p>de um manancial ao mesmo tempo, visando suprir as</p><p>necessidades da população.</p><p>A captação de água subterrânea é feita através do</p><p>aproveitamento das nascentes, ou por meio de poços</p><p>rasos ou profundos, escavados ou tubulares, barragens</p><p>subterrâneas e galerias de infiltração. Na captação de</p><p>água das chuvas, os meios utilizados são coberturas ou</p><p>telhados de edificação. A água é captada no telhado e</p><p>segue por tubulações fechadas até um reservatório de</p><p>água, conhecido como cisterna, que garante o forneci-</p><p>mento de água em períodos mais secos.</p><p>Destinação de Resíduos Sólidos</p><p>Consideramos resíduo tudo aquilo que não é</p><p>aproveitado em atividades humanas em residências,</p><p>comércios e indústrias. Esses resíduos são classifica-</p><p>dos como lixo e como materiais que não podem ser</p><p>jogados no lixo por serem tóxicos e/ou prejudiciais</p><p>ao ambiente. Eles são classificados como orgânicos e</p><p>inorgânicos. Os resíduos orgânicos têm origem em</p><p>matéria viva (restos de plantas, de alimentos, fezes) e</p><p>os inorgânicos provêm de matéria morta (plásticos,</p><p>vidros e metais).</p><p>Dentro do grupo de resíduos sólidos não aprovei-</p><p>tados temos: papel, papelão, plásticos, vidros, metais,</p><p>embalagens de diversos tipos, etc. Todos definidos</p><p>como material que geralmente pode ser reciclado,</p><p>principalmente em casos de realização de coleta sele-</p><p>tiva que visa separá-los em seus diferentes grupos.</p><p>Temos também o entulho como resíduo sólido pro-</p><p>veniente da limpeza de locais públicos, como ruas e</p><p>praças. E os resíduos sólidos especiais que incluem as</p><p>pilhas, os remédios velhos, o lixo hospitalar, metais</p><p>pesados, compostos radioativos e também aqueles</p><p>provenientes da prática industrial.</p><p>Normalmente costumamos pensar que todo esse</p><p>lixo vai direto para os aterros sanitários. Apesar de</p><p>pensarmos que o destino final do lixo se concentra</p><p>nesses aterros sanitários, existem outras destinações,</p><p>classificadas em etapas dos resíduos sólidos até que</p><p>alcancem o seu destino final.</p><p>Primeiramente, vamos descrever os tipos de resí-</p><p>duos sólidos que existem:</p><p>� Urbanos: gerados por residências, comércios e</p><p>por serviços de limpeza urbana;</p><p>� Industriais: produzidos por indústrias. Podem ser</p><p>sólidos, semissólidos, líquidos ou gasosos. Muitas</p><p>vezes contêm substâncias contaminantes e por isso</p><p>não são coletados pelo serviço público de limpeza</p><p>urbana;</p><p>� De construção civil: lixo produzido no traba-</p><p>lho em obras de construção, demolição, refor-</p><p>ma, pavimentação, tubulações, terraplanagem,</p><p>fábricas de blocos e tijolos, entre outros;</p><p>� Eletrônicos: abrangem insumos e sucatas des-</p><p>cartadas dentro da cadeia de produção e consu-</p><p>mo de eletrônicos;</p><p>� Hospitalares: produzidos por serviços de saú-</p><p>de humana e animal, tanto em serviços públi-</p><p>cos quanto privados. É classificado de acordo</p><p>com a origem do material, o estado da matéria e</p><p>com as características físicas, químicas e bioló-</p><p>gicas que apresenta. Esses resíduos não devem</p><p>ser descartados junto com o lixo comum, inclu-</p><p>sive pelo risco de prejuízo físico e de contami-</p><p>nação que apresentam. É o lixo descartado por</p><p>clínicas médicas, odontológicas e veterinárias,</p><p>por farmácias, laboratórios, funerárias, locais</p><p>de realização de acupuntura, estúdios de tatua-</p><p>gem, etc.</p><p>z Classificação dos Resíduos</p><p>Os resíduos devem sempre ser classificados em</p><p>recicláveis e não recicláveis. Após, os recicláveis</p><p>devem ser encaminhados para cooperativas e usinas</p><p>de reciclagem.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>69</p><p>Em relação aos resíduos não recicláveis, é necessá-</p><p>rio que haja uma separação de acordo com os tipos de</p><p>material, pois cada grupo de material deve ser enca-</p><p>minhado a um destino específico.</p><p>z Acondicionamento</p><p>Os resíduos devem ser colocados em recipientes</p><p>específicos, de acordo com o tipo de material em ques-</p><p>tão. Por exemplo, lixos hospitalares, de consultórios</p><p>e/ou laboratoriais devem ser colocados em caixas de</p><p>perfurocortantes, que é a forma correta para a coleta</p><p>de agulhas, lâminas e outros componentes que podem</p><p>apresentar riscos para a população.</p><p>z Coleta e Transporte</p><p>A coleta deve ser realizada por empresas privadas</p><p>que atuem diretamente com esse tipo de serviço, pela</p><p>administração pública ou pelas prefeituras — como é</p><p>o caso de caminhões compactadores que transportam</p><p>o lixo doméstico até os aterros sanitários.</p><p>Dessa forma, a destinação dos resíduos sólidos</p><p>descartados inclui a reutilização, a reciclagem, a</p><p>compostagem, a recuperação, o aproveitamento</p><p>energético, entre outras possibilidades. Dito isto, veja</p><p>brevemente sobre cada um desses destinos.</p><p>� Reutilização: forma de aproveitar os resíduos</p><p>sem que ocorram transformações</p><p>físicas, quí-</p><p>micas e/ou biológicas nos materiais;</p><p>� Reciclagem: trata-se da reintrodução dos resí-</p><p>duos nos processos de produção, com menor</p><p>utilização de matéria virgem e consequente-</p><p>mente uma economia da energia gasta duran-</p><p>te a produção dos materiais. Assim, o lixo</p><p>descartado é convertido em matéria-prima</p><p>(classificada como secundária) e em produtos</p><p>semelhantes aos que foram produzidos por</p><p>material virgem. Aqui podem ocorrer trans-</p><p>formações físicas, químicas e/ou biológicas</p><p>nos materiais. Para se tornar viável em larga</p><p>escala, é necessário adotar políticas voltadas à</p><p>regulamentação e incentivos ao setor. A coleta</p><p>seletiva é uma etapa de extrema importância</p><p>para que isso seja possível. Os materiais nor-</p><p>malmente passíveis de reciclagem são: papel,</p><p>vidro, metal, plástico, entulho e pneu;</p><p>� Compostagem: processo biológico que consis-</p><p>te no aproveitamento de material resultante da</p><p>decomposição da matéria orgânica, utilizando</p><p>restos de origem animal e vegetal. Muito utili-</p><p>zado em meios rurais, na agricultura, por ser</p><p>rico em fósforo e nitrogênio, além de aumen-</p><p>tar a retenção da umidade e favorecer o enrai-</p><p>zamento das plantas. Durante a triagem do</p><p>material deve-se ter cuidado para não incluir</p><p>componentes tóxicos ou perigosos ao meio</p><p>ambiente;</p><p>� Recuperação e aproveitamento energético:</p><p>inclui formas de reutilização através da trans-</p><p>formação do resíduo em energia. Inclui a inci-</p><p>neração, a pirólise, a gaseificação e a digestão</p><p>anaeróbica. A incineração consiste em um pro-</p><p>cesso que objetiva a redução do peso e do volu-</p><p>me do lixo, através de processos de combustão</p><p>6 Disponível em: https://www.ambiental.sc/saiba-mais/formas-de-tratamento-e-destinacao-dos-residuos-solidos/. Acesso em: 9 ago. 2022.</p><p>controlada em ambientes ricos em oxigênio. É</p><p>muito utilizada em casos de tratamento de lixos</p><p>hospitalares e industriais e pode ser associada</p><p>à produção de energia. A pirólise consiste em</p><p>uma técnica bem similar à incineração, porém,</p><p>acontece em ambientes com ausência de oxigê-</p><p>nio, citada nesse contexto devido a sua possi-</p><p>bilidade de reutilização através da geração de</p><p>energia;</p><p>� Aterro Sanitário: é considerado o destino final</p><p>de resíduos sólidos. O local escolhido deve ser</p><p>devidamente impermeabilizado e o material</p><p>deve ser confinado em camadas cobertas com</p><p>material inerte, geralmente solo, evitando</p><p>assim possíveis riscos e danos à saúde pública e</p><p>à segurança, bem como a ocorrência de impac-</p><p>tos ambientais. Os resíduos sólidos decompos-</p><p>tos em aterros sanitários podem gerar um gás,</p><p>conhecido como biogás. A legislação é bem</p><p>rigorosa com as regras para a existência des-</p><p>ses aterros sanitários, pois visa evitar danos ao</p><p>solo e ao lençol freático;</p><p>� Incineração: É o processo de redução de peso</p><p>e volume do lixo pela combustão controlada. A</p><p>incineração é utilizada, atualmente, no Brasil,</p><p>apenas para o tratamento de resíduos hospi-</p><p>talares e industriais. É bastante difundida em</p><p>países desenvolvidos e com pouca extensão ter-</p><p>ritorial e, normalmente, associada à produção</p><p>de energia.6</p><p>Vale ressaltar que a destinação final dos resíduos</p><p>não isenta o meio ambiente sofrer impactos, isto é,</p><p>não o mantém preservado (intacto), mas visa atenuar</p><p>os danos inerentes ao descarte do material. Os proces-</p><p>sos mencionados anteriormente têm como objetivo</p><p>conservar as áreas susceptíveis a degradação, e com</p><p>isso promover o uso racional dos recursos naturais.</p><p>MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AS SUAS</p><p>CONSEQUÊNCIAS</p><p>As mudanças climáticas ocorrem devido a causas</p><p>naturais ou mediante atividades humanas. De acordo</p><p>com o Painel Intergovernamental de Mudanças Cli-</p><p>máticas (IPCC), órgão das Nações Unidas responsável</p><p>por produzir informações científicas, é certo que o</p><p>aumento da temperatura na Terra tem sido causado</p><p>pela ação do homem.</p><p>Estima-se que, a partir da Revolução Industrial,</p><p>a temperatura global média tenha aumentado cerca</p><p>de 0,8 °C, sendo a maior parte desse aumento causa-</p><p>da pela atividade de queima de combustíveis fósseis</p><p>(gasolina, carvão mineral e outros) e desmatamento.</p><p>Tais atos são responsáveis pelo crescimento da con-</p><p>centração atmosférica de dióxido de carbono (CO2) e</p><p>outros gases de efeito estufa.</p><p>A fim de amenizar o problema, a Convenção Qua-</p><p>dro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima prevê</p><p>a contenção das concentrações de gases de efeito estu-</p><p>fa, buscando evitar interferências antrópicas perigo-</p><p>sas no sistema climático. Além disso, estudos apontam</p><p>que, para impedir danos maiores à natureza, à huma-</p><p>nidade e à economia global, é preciso limitar o aque-</p><p>cimento a menos de 2 °C acima do nível pré-Revolução</p><p>Industrial.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>70</p><p>Quanto ao efeito estufa, ele corresponde a uma</p><p>camada composta, principalmente, por gás carbôni-</p><p>co (CO2), metano (CH4), N2O (óxido nitroso) e vapor</p><p>d’água, gases que cobrem a superfície da Terra. Esse</p><p>fenômeno natural é imprescindível para a manuten-</p><p>ção da vida na Terra, pois, em sua ausência, o planeta</p><p>pode tornar-se muito frio, o que inviabilizaria a sobre-</p><p>vivência de diversas espécies.</p><p>Importante!</p><p>Naturalmente, parte da radiação solar que che-</p><p>ga à Terra é refletida, retornando para o espaço,</p><p>enquanto a outra parte é absorvida pelos ocea-</p><p>nos e pela superfície terrestre devido à camada</p><p>de gases em torno dela. A parte retida é a causa</p><p>do chamado Efeito Estufa (Figura 20). À medida</p><p>que a camada de gases estufa fica mais espes-</p><p>sa, mais calor é retido na Terra e, consequen-</p><p>temente, maior é a temperatura da atmosfera</p><p>terrestre e dos oceanos, ocasionando o chama-</p><p>do aquecimento global.</p><p>Figura 20: Efeito Estufa7</p><p>As Consequências do Aquecimento Global</p><p>São várias as consequências do Aquecimento Glo-</p><p>bal e algumas delas já podem ser sentidas em dife-</p><p>rentes partes do planeta. Os efeitos provenientes das</p><p>mudanças climáticas são problemas mundiais e atin-</p><p>gem todos os ecossistemas.</p><p>Estudos revelam que o significativo aumento da</p><p>temperatura média do planeta tem elevado o nível</p><p>do mar, devido ao derretimento das calotas polares.</p><p>Tal fato pode ocasionar o desaparecimento de ilhas e</p><p>cidades litorâneas densamente povoadas, alteração</p><p>no clima global e nas correntes oceânicas (Figura 21).</p><p>7 APROBIO, 2019. Disponível em: https://aprobio.com.br/noticia/voce-sabe-o-que-e-o-efeito-estufa. Acesso em: 11 maio 2021.</p><p>8 SBMT, 2019. Disponível em: https://www.sbmt.org.br/portal/relacao-explosiva-aquecimento-global-e-doencas-tropicais/. Acesso em: 11 maio</p><p>2021.</p><p>9 Blogspot, 2010. Disponível em: http://portalcienciaecultura.blogspot.com/2010/08/o-ciclo-do-carbono.html. Acesso em: 11 maio 2021.</p><p>Figura 21: Efeitos do aquecimento global8</p><p>Ainda, pode-se citar, como consequências do Aque-</p><p>cimento Global, a ocorrência de eventos climáticos</p><p>extremos, como tempestades tropicais, inundações,</p><p>ondas de calor, seca, nevascas, furacões, tornados e</p><p>tsunamis, os quais podem causar a extinção de espé-</p><p>cies de animais e de plantas.</p><p>No Brasil, acredita-se que a elevação do nível do</p><p>mar pode afetar regiões costeiras. Dentre os principais</p><p>desequilíbrios que as alterações climáticas podem</p><p>causar, destacam-se o aumento da frequência e inten-</p><p>sidade de enchentes e secas, expansão de vetores de</p><p>doenças endêmicas, mudança do regime hidrológico,</p><p>perdas na agricultura e ameaças à biodiversidade.</p><p>Entre as atividades humanas que favorecem o</p><p>aumento do aquecimento, por emitirem ampla quan-</p><p>tidade de CO2 e de gases formadores do Efeito Estufa,</p><p>estão a queima de combustíveis fósseis para a gera-</p><p>ção de energia, atividades industriais e transportes,</p><p>conversão do uso do solo, agropecuária, descarte de</p><p>resíduos sólidos e o desmatamento. O Brasil é um dos</p><p>líderes mundiais em emissões de gases de efeito estu-</p><p>fa (GEE) em decorrência das mudanças do uso do solo</p><p>e do desmatamento.</p><p>Vale destacar que as</p><p>áreas de florestas e os ecos-</p><p>sistemas naturais são grandes reservatórios e sumi-</p><p>douros de carbono, os quais absorvem e estocam CO2.</p><p>No entanto, quando ocorre um incêndio florestal ou</p><p>uma área é desmatada, esse carbono é liberado para a</p><p>atmosfera, contribuindo para o efeito estufa e o aque-</p><p>cimento global. Além disso, as emissões de GEE pela</p><p>agropecuária e geração de energia vêm aumentando</p><p>ao longo dos anos (Figura 22).</p><p>Fotossíntese</p><p>Água + Minerais</p><p>Água</p><p>Água</p><p>Lenha Vapor de água</p><p>Resíduos de</p><p>combustão</p><p>Calor</p><p>O2</p><p>CO2</p><p>Figura 22: Ciclo do carbono9</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>71</p><p>Conforme citado, os principais GEE são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso. O CO2</p><p>constitui mais de 70% das emissões de GEE, permanecendo ao redor da superfície terrestre por, no mínimo, cem</p><p>anos, causando, assim, impactos no clima ao longo de séculos. Já o CH4, embora emitido em menor quantidade,</p><p>seu potencial de aquecimento é vinte vezes superior ao do CO2. Quanto ao óxido nitroso e aos clorofluorcarbonos</p><p>(CFCs), suas concentrações na atmosfera são menores, mas o seu poder de reter calor é de 310 a 7.100 vezes maior</p><p>do que o CO2 (NAHUR; GUIDO; SANTOS, 2015; WWF, 2021).</p><p>Como vimos, a partir da Revolução Industrial, tanto os países desenvolvidos quanto os países em desenvolvi-</p><p>mento têm elevado, consideravelmente, suas emissões de GEE. Segundo dados mais recentes, em 2020, a China</p><p>ocupava o primeiro lugar do ranking, em seguida, pelos Estados Unidos; o Brasil aparecia em décimo segundo</p><p>lugar. Juntos, os 15 principais países geradores de poluição emitiam 73% de todas as emissões de CO2 do planeta.</p><p>Quadro 2: Os 15 países mais poluentes do planeta em 2020</p><p>POSIÇÃO PAÍSES EMISSÕES EM</p><p>2017(MTCO2) % DE EMISSÃO GLOBAL</p><p>1º China 10.668 30,2 %</p><p>2º Estados Unidos 4.713 13,4%</p><p>3º Índia 2.442 6,9%</p><p>4º Rússia 1.577 4,5%</p><p>5º Japão 1.031 2,9%</p><p>6º Irã 745 2,1%</p><p>7º Alemanha 644 1,8%</p><p>8º Arábia Saudita 626 1,8%</p><p>9º Coreia do Sul 598 1,7%</p><p>10º Indonésia 590 1,7%</p><p>11º Canadá 536 1,5%</p><p>12º Brasil 467 1,3%</p><p>13º África do Sul 452 1,3%</p><p>14º Turquia 393 1,1%</p><p>15º Austrália 392 1,1%</p><p>TOP 15 25.874 73,3%</p><p>RESTANTE DO MUNDO 9.390 26,7%</p><p>Fonte: Global Carbon Atlas, 202010</p><p>Aqui, cabe um questionamento: o que se pode fazer para combater o Aquecimento Global?</p><p>Existem inúmeras maneiras de diminuir as emissões dos gases de Efeito Estufa e, consequentemente, o</p><p>aumento do Aquecimento Global. Para isso, é necessário que ocorra, em caráter de urgência, a redução do des-</p><p>matamento, o investimento em reflorestamento e a conservação de áreas naturais, o incentivo ao uso de energias</p><p>renováveis, a utilização de biocombustíveis, a redução e o reaproveitamento de materiais, o investimento em</p><p>tecnologias de baixo carbono, entre outros. Tais medidas podem ser estabelecidas através de políticas nacionais e</p><p>internacionais de clima (ANELLI, 2011; WWF, 2021).</p><p>Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC)</p><p>Os países membros da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (United Nations Frame-</p><p>work Convention on Climate Change — UNFCCC), base de cooperação internacional, buscam estabelecer políticas</p><p>para reduzir e estabilizar as emissões de gases de efeito estufa em um nível no qual as atividades humanas não</p><p>interfiram seriamente nos processos climáticos.</p><p>Vale ressaltar que a primeira reunião aconteceu em 1992 durante a Eco 92, Conferência Internacional sobre</p><p>Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro. O texto da Convenção foi assinado e ratificado por 175 paí-</p><p>ses, os quais reconheceram a necessidade de um empenho global para o enfrentamento das questões climáticas.</p><p>10 Disponível em: http://www.globalcarbonatlas.org/en/CO2-emissions. Acesso em: 28 nov. 2022.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>72</p><p>Após seu estabelecimento e entrada em vigor, os representantes dos diferentes países passaram a se reu-</p><p>nir anualmente, a fim de discutir a sua implementação. Tais reuniões são chamadas de Conferências das Partes</p><p>(COPs).</p><p>Desta forma, os países desenvolvidos, por serem responsáveis históricos das emissões e por terem mais condi-</p><p>ções econômicas para arcar com os custos, seriam os primeiros a assumir as metas de redução até 2012 (NAHUR;</p><p>GUIDO; SANTOS, 2015; MMA, 2021; WWF, 2021).</p><p>No ano de 2012, durante a COP 18, em Doha, estava prevista a finalização do Protocolo de Quioto. Porém,</p><p>observou-se que diversos países não atingiram as metas e o Protocolo foi prorrogado até 2020.</p><p>Atenção: o Protocolo de Quioto constituiu um tratado internacional que estipulou as metas de reduções obri-</p><p>gatórias dos principais gases de efeito estufa para o período de 2008 a 2012. Embora tenha havido resistência por</p><p>parte de alguns países desenvolvidos, foi acordado o princípio da responsabilidade comum.</p><p>Essa é uma ferramenta de mercado que possibilita, aos países que tenham a obrigatoriedade de reduzir suas</p><p>emissões, a compra de créditos de carbono de um país que já tenha atingido a sua meta e, portanto, possui crédi-</p><p>tos excedentes para vender.</p><p>O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é um instrumento que integra o Protocolo de Quioto e permite</p><p>que os países desenvolvidos invistam em projetos para a redução de emissões de gases em países em desenvolvi-</p><p>mento. As emissões reduzidas são contabilizadas e geram créditos de carbono, que podem ser comercializadas no</p><p>comércio de emissões. O MDL inclui, ainda, a implantação de atividades para a redução dos gases do Efeito Estufa.</p><p>Cabe ressaltar que esses projetos são baseados em fontes renováveis e alternativas de energia, eficiência e</p><p>conservação de energia ou reflorestamento. Todos com o foco nas reduções de emissões adicionais àquelas que</p><p>ocorreriam na ausência do projeto, garantindo benefícios reais, mensuráveis e de longo prazo para a mitigação</p><p>da mudança do clima.</p><p>A Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD) é um plano de incentivo desenvolvi-</p><p>do no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em 2013, durante a Conferência</p><p>das Partes em Bali, na Indonésia. Seu principal objetivo é indenizar os países em desenvolvimento pela redução</p><p>de emissões dos GEE provenientes do desmatamento e da degradação florestal. Ou seja, a cada ano, caso o país</p><p>diminua significativamente suas emissões relativas a desmatamentos e degradações florestais, ele terá o direito</p><p>de receber uma indenização da UNCCC.</p><p>Além disso, leva-se em consideração o papel da conservação de estoques de carbono florestal, manejo susten-</p><p>tável de florestas e aumento de estoques de carbono florestal denominado REED+ (REED plus, em inglês) (MMA,</p><p>2016).</p><p>Felizmente, existe uma série de iniciativas sendo aplicadas tendo em vista tais mecanismos. No Brasil, o World</p><p>Wide Fund for Nature (WWF), organização não governamental internacional que atua nas áreas da conservação,</p><p>investigação e recuperação ambiental, em parceria com o governo do Acre, vem apoiando a construção do REDD</p><p>no âmbito do programa de pagamentos por serviços ambientais.</p><p>Neste sentido, pode-se concluir que o REDD é uma importante ferramenta para os países com florestas nativas,</p><p>a qual busca contribuir para a conservação, redução do desmatamento e das emissões de gases de efeito estufa</p><p>(Figura 23).</p><p>Comissão Nacional para REDD+</p><p>UNFCCC GCF</p><p>Outras</p><p>fontes</p><p>Estados Fundo</p><p>Amazônia</p><p>Políticas e</p><p>iniciativas</p><p>Internacional</p><p>Pagamentos por</p><p>resultados de REDD+</p><p>(USD/tCO2e)</p><p>Benefícios (recursos,</p><p>investimentos, direitos</p><p>de captação etc</p><p>Informação, metas</p><p>institucionais,</p><p>desembolso etc</p><p>Compensação</p><p>por resultados</p><p>nacionaisResultados (tCO2e)</p><p>Distribuição de benefícios</p><p>de acordo com regras</p><p>definidas nacionalmente</p><p>Nacional</p><p>Doméstico</p><p>Figura 23: Distribuição de benefícios REDD+11</p><p>Em suma, a distribuição de benefícios do REDD+ tem início assim que o país em desenvolvimento apresenta à</p><p>UNFCCC todos os elementos para a obtenção do reconhecimento de seus resultados de REDD+. Quando o processo</p><p>é finalizado, os resultados de REDD+ medidos em tCO2 serão inseridos no Lima Information Hub.</p><p>11 MMA, 2016. Disponível em: https://www.bio3consultoria.com.br/o-que-e-redd/. Acesso em: 11 maio 2021.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>73</p><p>Na decisão 9, da CP 19, a COP decidiu estabelecer o Lima REDD+ Information Hub na REDD+ Web Platform,</p><p>como um meio para publicar informações sobre os resultados das atividades de REDD+ e os correspondentes</p><p>pagamentos baseados em resultados. O Lima REDD+ Information Hub visa aumentar a transparência das infor-</p><p>mações sobre ações baseadas em resultados de REDD+.</p><p>Assim, quando o país está apto a captar recursos de pagamentos por resultados, os pagamentos são efetuados</p><p>por diversas fontes internacionais, em particular do Fundo Verde para o Clima (GCF na sigla em inglês).</p><p>A distribuição de benefícios, portanto, ocorre de acordo com regras definidas nacionalmente. Não há regras</p><p>e/ou exigências quanto ao uso desse recurso, uma vez que o pagamento se deu por ações executadas no passado</p><p>(MMA, 2016).</p><p>A Resposta à Emergência Climática</p><p>Em novembro de 2021, os representantes dos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) esti-</p><p>veram reunidos por 12 dias com o intuito de estabelecer novas metas e estratégias capazes de frear o avanço de</p><p>um inimigo comum: a emergência climática. Ocorreu, portanto, na Escócia, a 26ª Conferência das Partes sobre</p><p>a Mudança Climática (COP 26). A reunião foi marcada pelo terceiro encontro entre os 195 países signatários do</p><p>Acordo de Paris.</p><p>Após cinco anos desde a assinatura do Acordo climático, chegara, então, a hora de fazer um balanço do que foi</p><p>realizado nesse tempo em prol da redução de emissão de GEE. Até o final de 2020, 75 signatários, que represen-</p><p>tam 30% das emissões, submeteram à ONU suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs na sigla em</p><p>inglês), por meio de documentos que especificam as metas e medidas que serão implementadas a curto, médio e</p><p>longo prazo, para diminuir as emissões.</p><p>A percepção geral foi de que as iniciativas apresentadas pelos países foram insuficientes para frear o aumento</p><p>da temperatura do planeta. “Os governos estão longe do nível de ambição necessário para limitar as mudanças</p><p>climáticas a 1,5 °C e cumprir os objetivos do Acordo de Paris”, analisa o secretário-geral da ONU, António Guterres,</p><p>em comunicado publicado no dia 26 de fevereiro de 2021.</p><p>Neste sentido, a orientação dada a esses países foi de que, até a realização da COP 26, suas metas fossem refei-</p><p>tas, a fim de que contribuam, verdadeiramente, com o controle da emergência climática (Figura 24). Para o secre-</p><p>tário-geral, “a ciência é clara: para limitar o aumento da temperatura global em 1,5 °C, devemos cortar as emissões</p><p>globais em 45% até 2030, em relação aos níveis de 2010” (LOPES, 2021).</p><p>Figura 24: Retrato da emergência climática12</p><p>Assim, esperava-se que 2021 fosse um ano decisivo para o cumprimento do Acordo de Paris em prol da preven-</p><p>ção de uma verdadeira catástrofe, conforme prevê o Fórum Econômico Mundial. Nesse sentido, ao final da COP 26</p><p>ficaram acordados dois principais pontos:</p><p>z que os países desenvolvidos criariam um fundo de pelo menos US$ 100 bilhões para ajudar os países em</p><p>desenvolvimento e subdesenvolvidos a lidarem com os efeitos das mudanças que sentem em seus territórios,</p><p>bem como tentar diminuir o aumento da temperatura;</p><p>z a facilitação e regulamentação do mercado de compra de carbono, visando a diminuir as emissões.</p><p>No entanto, ambos os pontos têm sido criticados desde a assinatura do comprometimento entre os quase 200</p><p>países signatários da conferência. O primeiro, porque vários detalhes e prazos ficaram em aberto, deixando mar-</p><p>gem para o não cumprimento do compromisso (total ou parcialmente), além do valor de 100 bilhões de dólares</p><p>12 Globo, 2021. Disponível em: https://revistagalileu.globo.com/Um-So-Planeta/noticia/2021/04/por-que-2021-e-um-ano-decisivo-para-o-cumpri-</p><p>mento-do-acordo-de-paris.html. Acesso em: 11 maio 2021.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>74</p><p>ser visto como insuficiente para seus objetivos — cien-</p><p>tistas especialistas da área falam que o mínimo neces-</p><p>sário seria um valor na casa do trilhão.</p><p>Já o segundo ponto recebe críticas não necessaria-</p><p>mente pelas regras desenhadas na COP 26, mas pelo</p><p>fato de ser uma compensação de poluição que parece</p><p>ser contraditória. Isso porque permite que um país</p><p>muito poluente compre parte do “direito de poluir” de</p><p>um país menos poluente. Ou seja, em outras palavras,</p><p>é como se o planeta não fosse integrado e as popula-</p><p>ções não sofressem com os prejuízos locais por conta</p><p>de negociações financeiras.</p><p>Por outro lado, existia uma expectativa alta em</p><p>relação à COP 27 para rever e repensar alguns pon-</p><p>tos e ser mais propositiva e eficiente do que a COP 26.</p><p>Na COP 27, ocorrida no segundo semestre de 2022, no</p><p>Egito, foram conversados e/ou pré-decididos alguns</p><p>pontos principais:</p><p>z a criação do Fundo de Perdas e Danos, o qual deve</p><p>ser alimentado pelos países mais ricos para ser</p><p>destinado e utilizado aos países mais pobres que</p><p>sofrem com os desastres consequentes das mudan-</p><p>ças climáticas;</p><p>z manter a meta de limitar o aquecimento global a</p><p>1,5ºC, no máximo;</p><p>z o acordo de reduzir as emissões de metano, apoia-</p><p>do por quase 150 países;</p><p>z a discussão sobre os protestos ambientais e suas</p><p>lideranças;</p><p>z e a discussão sobre as regras para facilitação e</p><p>maior viabilização para o comércio de carbono (que</p><p>acabou não saindo muito do lugar devido à insatis-</p><p>fação dos que querem sua facilitação e à pressão</p><p>de ambientalistas sobre aspectos pouco transpa-</p><p>rentes e muito arriscados ambientalmente).</p><p>HORA DE PRATICAR!</p><p>1. (VUNESP — 2023) Analise a manchete e o subtítulo.</p><p>Autoridades gregas são flagradas abandonando</p><p>migrantes e refugiados africanos à deriva no mar</p><p>Grupo de 12 pessoas — entre elas um bebê e crianças</p><p>— impedido de entrar na Grécia, foi colocado em bote</p><p>inflável e deixado ao relento no Mar Egeu; Comissão</p><p>Europeia classificou o caso como “preocupante”.</p><p>(https://oglobo.globo.com, 19.05.2023. Adaptado.)</p><p>Ao impedir que migrantes e refugiados sejam rece-</p><p>bidos em território grego, as autoridades estão limi-</p><p>tando a possibilidade de ir e vir desses indivíduos e,</p><p>assim, desrespeitando seus direitos</p><p>a) sociais.</p><p>b) civis.</p><p>c) econômicos.</p><p>d) políticos.</p><p>e) étnico-raciais.</p><p>2. (VUNESP — 2013) Segundo a Constituição da Repúbli-</p><p>ca Federativa do Brasil de 1988, “todo poder emana do</p><p>povo, que o exerce por meio de representantes eleitos</p><p>ou diretamente”, nesse sentido, o exercício do poder é</p><p>atribuído</p><p>a) aos poderes executivo e legislativo, por serem escolhi-</p><p>dos pelo voto popular.</p><p>b) ao poder legislativo pela prerrogativa de criar leis.</p><p>c) ao Governo constituído a partir de eleições majoritá-</p><p>rias livres e diretas.</p><p>d) ao poder judiciário pela prerrogativa de garantir o cum-</p><p>primento das leis.</p><p>e) aos cidadãos pelo poder do voto e também pelos</p><p>mecanismos legais de democracia direta.</p><p>3. (FGV —</p><p>2012) O conceito de Esfera Pública tornou-</p><p>-se muito importante para a compreensão das lutas</p><p>sociais e da produção de legitimidade e consensos</p><p>nas sociedades contemporâneas</p><p>PORQUE</p><p>É nesse espaço que a esfera privada, ou seja, o siste-</p><p>ma de trocas que se denomina mercado, coloniza as</p><p>relações sociais, submetendo-as à lógica do capital. É</p><p>correto afirmar que</p><p>a) ambas as afirmativas são verdadeiras, e a segunda</p><p>justifica a primeira.</p><p>b) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.</p><p>c) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda é verdadeira.</p><p>d) ambas as afirmativas são falsas.</p><p>e) ambas as afirmativas são verdadeiras, mas a segunda</p><p>não justifica a primeira.</p><p>4. (VUNESP — 2023) Pode-se afirmar que o Estado</p><p>Federal</p><p>a) tem como alguns dos seus elementos essenciais a</p><p>necessária existência de Constituição Federal e o fato</p><p>de ser sempre um Estado composto.</p><p>b) é formado pela confluência de pelo menos três ordens</p><p>jurídicas.</p><p>c) pode ser dissolvido parcialmente, por meio da retirada</p><p>de um ou mais integrantes.</p><p>d) compõe-se de ordens jurídicas soberanas que se</p><p>unem em torno de um objetivo comum.</p><p>e) convive harmonicamente com uma espécie de</p><p>dupla soberania, compartilhada entre União e</p><p>Estados-membros.</p><p>5. (CEBRASPE- CESPE — 2022) Para caracterizar um</p><p>Estado federal, é necessário haver</p><p>a) hierarquia entre as ordens jurídicas dos diferentes</p><p>entes que o componham.</p><p>b) superposição de ordens jurídicas, uma corresponden-</p><p>te à União e outra, aos entes federados.</p><p>c) apenas descentralização do exercício do poder.</p><p>d) divisão territorial do Estado, para fins administrativos.</p><p>e) existência de entes subnacionais dotados de algum</p><p>grau de soberania.</p><p>6. (FCC — 2022) Em caso de vacância do cargo de Presi-</p><p>dente da República no último ano de mandato,</p><p>a) o Vice‐Presidente da República assumirá definitiva-</p><p>mente o cargo.</p><p>b) far‐se‐á eleição indireta, pelo Congresso Nacional, ain-</p><p>da que não esteja vago o cargo de Vice-Presidente da</p><p>República.</p><p>c) o Presidente do Senado Federal assumirá definitiva-</p><p>mente o cargo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>75</p><p>d) far‐se‐á nova eleição direta para os cargos de Presi-</p><p>dente e Vice-Presidente da República, ainda que não</p><p>esteja vago o cargo de Vice-Presidente.</p><p>e) o Presidente da Câmara dos Deputados assumirá pro-</p><p>visoriamente o cargo até a realização de novas elei-</p><p>ções na data prevista pela Constituição.</p><p>7. (CEBRASPE- CESPE — 2022) Entre as diretrizes do</p><p>eixo orientador relativo ao título Desenvolvimento e</p><p>Direitos Humanos, no Programa Nacional de Direitos</p><p>Humanos (PNDH-3), inclui-se a de</p><p>a) garantir os direitos humanos de forma universal, indivi-</p><p>sível e interdependente.</p><p>b) promover e proteger os direitos ambientais como</p><p>direitos humanos.</p><p>c) combater as desigualdades estruturais.</p><p>d) garantir a igualdade na diversidade.</p><p>e) promover os direitos de crianças e adolescentes para</p><p>o seu desenvolvimento integral.</p><p>8. (FGV — 2022) No Programa Nacional de Direitos</p><p>Humanos - PNDH-3 (Decreto nº 7.037/2009), está pre-</p><p>sente o Eixo Orientador II: “Desenvolvimento e Direitos</p><p>Humanos”.</p><p>Assinale a única diretriz a seguir que pertence a esse</p><p>Eixo II.</p><p>a) Promover e proteger os direitos ambientais como</p><p>Direitos Humanos, incluindo as gerações futuras</p><p>como sujeitos de direitos.</p><p>b) Integração e ampliação dos sistemas de informações</p><p>em Direitos Humanos e construção de mecanismos</p><p>de avaliação e monitoramento de sua efetivação.</p><p>c) Fortalecimento dos Direitos Humanos como instru-</p><p>mento transversal das políticas públicas e de intera-</p><p>ção democrática.</p><p>d) Garantia dos Direitos Humanos de forma universal,</p><p>indivisível e interdependente, assegurando a cidadania</p><p>plena.</p><p>e) Promoção dos direitos de crianças e adolescentes</p><p>para o seu desenvolvimento integral, de forma não</p><p>discriminatória, assegurando seu direito de opinião e</p><p>participação.</p><p>9. (FCC — 2015) O Decreto nº 7.037/2009, aprova o Pro-</p><p>grama Nacional de Direitos Humanos − PNDH-3 e dá</p><p>outras providências. No Eixo Orientador III − “Univer-</p><p>salizar direitos em um contexto de desigualdades”</p><p>− encontra-se na Diretriz 7: “Garantia dos Direitos</p><p>Humanos de forma universal, indivisível e interdepen-</p><p>dente, assegurando a cidadania plena”. Como ações</p><p>pragmáticas para a ampliação do acesso universal a</p><p>sistema de saúde de qualidade (Objetivo estratégico</p><p>IV) consta: “Expandir e consolidar programas de ser-</p><p>viços básicos de saúde e de atendimento domiciliar</p><p>para a população de baixa renda, com enfoque na</p><p>prevenção e diagnóstico prévio de doenças e deficiên-</p><p>cias, com apoio diferenciado às pessoas idosas, indí-</p><p>genas, negros e comunidades quilombolas, pessoas</p><p>com deficiência, pessoas em situação de rua, lésbi-</p><p>cas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, crianças</p><p>e adolescentes, mulheres” e também</p><p>a) “religiosos e romeiros”.</p><p>b) “lideranças e seus colaboradores”.</p><p>c) “estrangeiros e imigrantes”.</p><p>d) “expatriados e ex-detentos”.</p><p>e) “pescadores artesanais e população de baixa renda”.</p><p>10. (CEBRASPE- CESPE — 2023) A respeito dos direi-</p><p>tos da comunidade LGBTQIAPN+, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>a) Inexiste qualquer proteção criminal contra a homofo-</p><p>bia, a transfobia e a violência baseada na orientação</p><p>sexual e identidade de gênero, o que demonstra a falta</p><p>de empenho do Estado no combate à violência e cri-</p><p>mes de ódio contra as pessoas LGBTQIAPN+.</p><p>b) O direito à liberdade de expressão e associação é miti-</p><p>gado para as pessoas LGBTQIAPN+, pois a legislação</p><p>brasileira não permite a livre expressão da identidade</p><p>de gênero e orientação sexual, dado o risco de desna-</p><p>turalização da família tradicional.</p><p>c) O direito à identidade de gênero é uma reivindicação</p><p>histórica da comunidade LGBTQIAPN+, pois ainda</p><p>hoje não há jurisprudência que reconheça o direito de</p><p>as pessoas transgênero alterarem seu nome e gênero</p><p>nos documentos oficiais sem a necessidade de cirur-</p><p>gia ou tratamento médico.</p><p>d) O direito à adoção de filhos por casais LGBTQIAPN+</p><p>só é garantido mediante decisão judicial ou anuência</p><p>expressa dos genitores.</p><p>e) O casamento entre pessoas do mesmo sexo é legal</p><p>e deve ser reconhecido em todo o país, o que garante</p><p>aos casais LGBTQIAPN+ os mesmos direitos e prote-</p><p>ções legais concedidos aos casais heterossexuais.</p><p>11. (VUNESP — 2020) O Decreto nº 24.392/2018, que dis-</p><p>põe sobre o direito ao uso e ao tratamento pelo nome</p><p>social de pessoas travestis e transexuais nos registros</p><p>municipais tem, em suas considerações, que</p><p>a) toda pessoa, que assim desejar, tem o direito de indi-</p><p>car a alteração de seu nome nos registros realizados</p><p>nos órgãos públicos e privados.</p><p>b) é direito de toda pessoa a livre expressão de sua iden-</p><p>tidade de gênero, de forma que o nome não possa ser</p><p>indutor de constrangimentos ou preconceitos.</p><p>c) a diversidade sexual é detentora de direitos humanos</p><p>e que sua proteção requer ações paliativas no sentido</p><p>de assegurar o exercício da cidadania.</p><p>d) a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e</p><p>transexuais, mediante apresentação de justificativa,</p><p>terá seus nomes sociais reconhecidos.</p><p>e) a pessoa tem direito à livre expressão de sua sexuali-</p><p>dade, incluindo a manifestação do uso do nome social,</p><p>viabilizando a integração social.</p><p>12. (FCC — 2015) Sobre os direitos da população LGBT</p><p>(lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e</p><p>transgêneros), considere as assertivas:</p><p>I. No caso Atala Riffo, a Corte Interamericana afirmou,</p><p>pela primeira vez, que orientação sexual e identidade</p><p>de gênero são categorias protegidas pela Convenção</p><p>Americana de Direitos Humanos, após considerar dis-</p><p>criminatória decisão da Suprema Corte do Chile que</p><p>retirou da mãe a guarda das filhas em virtude de convi-</p><p>vência homoafetiva.</p><p>II. A ONU aprovou, recentemente,</p><p>a Declaração sobre</p><p>orientação sexual e identidade de gênero, que enuncia</p><p>especificadamente direitos da população LGBT.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>76</p><p>III. De acordo com a jurisprudência brasileira, o pedido de</p><p>transexual para modificar a designação do sexo e do</p><p>nome no registro civil somente pode ser feito após a</p><p>realização de cirurgia de redesignação de gênero.</p><p>Está correto o que se afirma APENAS em</p><p>a) III.</p><p>b) II.</p><p>c) I.</p><p>d) I e II.</p><p>e) II e III.</p><p>13. (FCC — 2023) Acerca de racismo e homotransfobia, o</p><p>Supremo Tribunal Federal entende que</p><p>a) é constitucional a lei estadual que veda a realização</p><p>de sacrifícios de animais em rituais de religiões de</p><p>matriz africana, uma vez que tais práticas configu-</p><p>ram submissão de animais a atos de crueldade, cuja</p><p>natureza perversa não permite sejam eles qualificados</p><p>como manifestação religiosa.</p><p>b) o direito à liberdade religiosa não é alcançado, nem</p><p>restringido ou limitado, pela criminalização da homo-</p><p>transfobia, não havendo que se falar em discurso de</p><p>ódio quando a opinião se reveste de liberdade de pen-</p><p>samento durante cultos, missas ou outras liturgias.</p><p>c) é constitucional o uso de ações afirmativas étnico-</p><p>-raciais na seleção para ingresso no ensino superior</p><p>público ou para incentivo a candidaturas de pessoas</p><p>negras para cargos eletivos, sendo obrigatório que as</p><p>metodologias de seleção levem em consideração cri-</p><p>térios étnico-raciais e socioeconômicos.</p><p>d) a pessoa transgênero tem direito fundamental subje-</p><p>tivo à alteração de seu prenome e de sua classifica-</p><p>ção de gênero no registro civil, independentemente de</p><p>cirurgia de redesignação, sendo vedada a expedição</p><p>de certidão de inteiro teor, em qualquer situação, que</p><p>permita a constatação de que houve a alteração de</p><p>prenome e gênero.</p><p>e) é lícito a um hospital recusar a doação de sangue</p><p>de um homem que relata ter habitualmente relações</p><p>sexuais com outros homens sem proteção, ainda que</p><p>não se possa tratar os homens que fazem sexo com</p><p>outros homens e/ou suas parceiras como sujeitos</p><p>perigosos, inferiores, restringindo deles a possibilida-</p><p>de de serem como são e de serem solidários.</p><p>14. (CEBRASPE-CESPE — 2023) Texto 1A08</p><p>Ativistas do movimento negro apresentaram denún-</p><p>cia ao MP/BA contra uma empresa multinacional de</p><p>tecnologia da informação por esta disponibilizar, em</p><p>sua loja virtual, download de um jogo eletrônico que</p><p>simula práticas da escravidão.</p><p>Segundo a página virtual da empresa, o objetivo do</p><p>jogo consiste em fazer um proprietário de escravos</p><p>“extrair lucros, impor castigos físicos, evitar rebeliões</p><p>e fugas” e, de acordo com as regras do jogo, o escra-</p><p>vocrata pode treinar seus escravos para aumentar seu</p><p>nível de maestria e renda, explorando 3 tipos de escra-</p><p>vos: trabalhadores, gladiadores e escravos de prazer.</p><p>“Compre-os e venda-os”, diz a regra.</p><p>Foram feitos milhares de downloads do referido jogo</p><p>em várias regiões do país e, nos comentários dos joga-</p><p>dores, há mensagens de ódio e satisfação com o teor</p><p>do jogo. Em relação à situação hipotética apresentada</p><p>no texto 1A08, assinale a opção correta com base no</p><p>que dispõe a Lei n.º 8.078/1990.</p><p>a) Não é cabível a propositura de ACP por meio de enti-</p><p>dades da sociedade civil organizada, pois não se veri-</p><p>fica concretamente danos causados ao consumidor,</p><p>à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos, bem</p><p>como não se observa nenhuma ofensa aos interesses</p><p>difusos, pois trata-se de liberdade de expressão, tendo</p><p>o jogo claro objetivo pedagógico e de entretenimento.</p><p>b) Com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial,</p><p>em 2010, o cabimento de ACP, disciplinada na Lei n.º</p><p>7.347/1985, deixou de ser instrumento hábil para a</p><p>tutela dos direitos da população negra em situações</p><p>de discriminação racial, não sendo aplicável também</p><p>aos casos de desigualdade étnica.</p><p>c) Trata-se de racismo estrutural bem como de ofensa</p><p>à honra subjetiva de crianças, adolescentes e jovens,</p><p>praticados pela empresa denunciada e que repercuti-</p><p>ram em todo o território nacional, não tendo a justiça</p><p>federal nos termos da lei, competência para atuar no</p><p>caso visto que a relação é de consumo.</p><p>d) A competência judicial funcional para processar e</p><p>julgar a causa deve observar a sede da empresa que</p><p>desenvolveu o jogo para determinar o local do dano</p><p>e o foro do lugar, portanto, ter conhecimento do local</p><p>onde a empresa está estabelecida é determinante</p><p>para a definição da competência funcional para pro-</p><p>cessar e julgar a suposta causa.</p><p>e) Trata-se de racismo estrutural e de ofensa à honra</p><p>subjetiva de crianças, adolescentes e jovens, que, pra-</p><p>ticados pela empresa denunciada, repercutiram em</p><p>todo o território nacional; nos termos da lei, se o dano</p><p>real ou potencial tiver alcance nacional ou regional, a</p><p>competência será do foro da comarca da capital do</p><p>estado ou do Distrito Federal.</p><p>15. (FGV — 2023) Considere um caso em que a União</p><p>patrocina financeiramente uma política de apoio a cer-</p><p>ta região do Brasil que está assolada por uma seca</p><p>crônica. A política adotada consiste em liberar o aces-</p><p>so das vítimas a um açude numa região vizinha para</p><p>levarem água gratuitamente. A política se destina a</p><p>todas as vítimas da seca naquela região. O argumento</p><p>central é de que tal política seria discriminatória.</p><p>Em relação a tal caso, é correto afirmar que:</p><p>a) não existe discriminação, uma vez que a política</p><p>é neutra porque trata todas as vítimas da seca de</p><p>maneira igualitária, sem impor ônus a nenhum grupo</p><p>específico;</p><p>b) a existência ou não de discriminação numa política</p><p>pública é uma avaliação de natureza apenas moral e</p><p>não há base legal que permita a judicialização desse</p><p>caso;</p><p>c) trata-se de um caso de discriminação direta, já que</p><p>produziu distinção que teve como efeito restringir o</p><p>exercício, em igualdade de condições, de um grupo ao</p><p>acesso à água;</p><p>d) é um caso de discriminação indireta, pois, apesar de</p><p>ser uma política neutra, ela acarreta uma desvanta-</p><p>gem particular às pessoas que não possuem recursos</p><p>para transportar a água;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>77</p><p>e) a situação caracteriza-se como discriminação múlti-</p><p>pla ou agravada, uma vez que acumula tanto a discri-</p><p>minação direta quanto a discriminação indireta.</p><p>16. (FCC — 2021) Os atos de discriminação, sob o enfo-</p><p>que da Teoria das Microagressões,</p><p>a) são ações incorretas baseadas em critérios de trata-</p><p>mento diferenciado legalmente proibidos.</p><p>b) ocorrem entre pessoas que possuem status sociais</p><p>distintos.</p><p>c) reproduzem práticas sociais que permitem a criação</p><p>de uma cultura pública igualitária.</p><p>d) envolvem algum aspecto jurídico ou a violação de</p><p>alguma norma jurídica.</p><p>e) expressam atitudes de desprezo e aversão por mem-</p><p>bros de minorias.</p><p>17. (FGV — 2022) “A luta democrática pelo Direito deve ser</p><p>uma luta pela aplicação do direito vigente, tanto quan-</p><p>to uma luta pela mudança do Direito”.</p><p>Essa afirmação refere-se:</p><p>a) ao conceito de “cidadania de papel”, que descreve o</p><p>conjunto de direitos adquiridos, mas não usufruídos;</p><p>b) à Constituição da República de 1988, que legitima a</p><p>ordem vigente;</p><p>c) ao formalismo elitista do Direito;</p><p>d) ao engessamento da norma jurídica, que limita o aces-</p><p>so à Justiça;</p><p>e) à universalização, generalização ou normalização</p><p>como mecanismo de dominação simbólica.</p><p>18. (CEBRASPE-CESPE — 2019) Acerca do exercício da</p><p>cidadania, assinale a opção correta.</p><p>a) Cidadania substantiva é a capacidade que o nacio-</p><p>nal detém para participar da vida política, seja como</p><p>eleitor ou como eleito,</p><p>observando as regras descritas</p><p>pela legislação eleitoral.</p><p>b) Cidadania democrática é a capacidade de se exercer,</p><p>ativamente, influência na vida política, seja formal,</p><p>seja informalmente, acatando-se os princípios da tole-</p><p>rância e da pluralidade de ideias.</p><p>c) Cidadania é um privilégio reconhecido somente àque-</p><p>les que detêm poder econômico para ocupar cargos</p><p>eletivos.</p><p>d) Cidadania é uma parcela do poder exercida ocasional-</p><p>mente por grupos paramilitares que procuram, parale-</p><p>lamente ao poder público, efetivar o bem comum em</p><p>certa comunidade.</p><p>e) Cidadania é a faculdade conferida a determinadas</p><p>pessoas para, querendo, exercer o seu direito de voto</p><p>nas diversas eleições.</p><p>19. (CEBRASPE-CESPE — 2019) O conjunto de direitos</p><p>que dá ao indivíduo a possibilidade de participar ati-</p><p>vamente da vida do governo e de atuar efetivamente a</p><p>partir de seu grupo social é denominado de</p><p>a) ética.</p><p>b) probidade.</p><p>c) integridade.</p><p>d) cidadania.</p><p>e) responsabilidade.</p><p>20. (CEBRASPE-CESPE — 2017) Considerando-se que o</p><p>exercício da cidadania deve basear-se na adoção da</p><p>conduta que de melhor forma promova o bem comum,</p><p>estará exercitando sua cidadania a pessoa que</p><p>a) cuidar, habitualmente, da conservação da área de</p><p>lazer e esportes de seu bairro, bem como de parques e</p><p>jardins públicos.</p><p>b) votar em candidato que prometa realizar, em troca do</p><p>voto, reparos no asfalto da rua onde ela reside.</p><p>c) conduzir seu carro na cidade, por motivos familiares,</p><p>nos dias em que, em razão de rodízio, estiver proibida</p><p>de fazê-lo.</p><p>d) lavar as calçadas da vizinhança, utilizando água enca-</p><p>nada, durante período de racionamento.</p><p>9 GABARITO</p><p>1 B</p><p>2 E</p><p>3 B</p><p>4 A</p><p>5 B</p><p>6 A</p><p>7 B</p><p>8 A</p><p>9 E</p><p>10 E</p><p>11 B</p><p>12 C</p><p>13 E</p><p>14 E</p><p>15 D</p><p>16 E</p><p>17 A</p><p>18 B</p><p>19 D</p><p>20 A</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>78</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>E</p><p>IN</p><p>TE</p><p>G</p><p>R</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>79</p><p>ÉTICA E INTEGRIDADE</p><p>PRINCÍPIOS E VALORES ÉTICOS DO</p><p>SERVIÇO PÚBLICO, SEUS DIREITOS</p><p>E DEVERES À LUZ DO ARTIGO 37 DA</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, E</p><p>DO CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL</p><p>DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL</p><p>DO PODER EXECUTIVO FEDERAL</p><p>(DECRETO Nº 1.171, DE 1994)</p><p>Seguimos nosso estudo abordando, agora, o tema</p><p>ética, princípios e valores. Fique atento aos detalhes;</p><p>este documento foi preparado para ajudá-lo a alcan-</p><p>çar um bom resultado no dia de sua prova. Tendo em</p><p>vista que a revisão dos conceitos é necessária, relem-</p><p>braremos a definição de ética e conheceremos os con-</p><p>ceitos de princípios e valores.</p><p>É importante destacar que a ética é uma área da</p><p>filosofia. É um estudo amplo, universal e atemporal.</p><p>Seu objeto de estudo são os princípios fundamentais</p><p>das ações e do comportamento humano. Ou seja,</p><p>podemos inferir que a ética é uma ciência.</p><p>A ética, como ciência, debruça-se no estudo da</p><p>moral, que está diretamente relacionada à conduta</p><p>das pessoas e à noção de certo e errado, que, por sua</p><p>vez, possui relação direta com os valores e princípios.</p><p>Vamos à nossa tabela de diferenças que pode nos</p><p>auxiliar na compreensão deste assunto:</p><p>ÉTICA MORAL</p><p>Baseia-se em princípios Estabelece condutas</p><p>Busca a permanência e</p><p>estabilidade</p><p>Mutável, temporal e</p><p>coletiva</p><p>Busca a universalidade Está contida na cultura</p><p>daquela sociedade</p><p>Estabelece regras</p><p>(verdades)</p><p>Executa as condutas</p><p>regradas</p><p>É uma ciência, portanto,</p><p>teórica Tem espírito prático</p><p>OS PRINCÍPIOS</p><p>Princípios são preceitos, normas ou valores funda-</p><p>mentais que orientam o comportamento humano em</p><p>determinado contexto. Eles são considerados univer-</p><p>sais e atemporais, sendo aplicáveis em diversas situa-</p><p>ções e culturas. Em síntese, os princípios podem ser</p><p>entendidos como regras básicas que regem o compor-</p><p>tamento humano em determinado contexto, estabe-</p><p>lecendo limites e orientando as ações dos indivíduos.</p><p>Apesar de os princípios serem conceitos abstratos,</p><p>eles têm por característica orientar a interpretação</p><p>da regra. Vejamos um exemplo que a Constituição</p><p>apresenta:</p><p>Art. 37 A administração pública direta e indire-</p><p>ta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,</p><p>do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá</p><p>aos princípios de legalidade, impessoalidade,</p><p>moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao</p><p>seguinte:</p><p>Princípios são vetores de interpretação</p><p>A Constituição, no caput, do art. 37, elenca</p><p>princípios, mas não apresenta uma medida para</p><p>cumprimento de cada princípio. Lembre-se: princí-</p><p>pios são vetores de interpretação, ou seja, determi-</p><p>nam sentido e direção. A norma, neste momento, não</p><p>define quais os limites da legalidade, impessoalidade,</p><p>publicidade ou eficiência. Por isso, os princípios são</p><p>abstratos. Esse papel de definir “os limites de aplica-</p><p>ção” dos princípios e de apresentá-los como valores</p><p>será exercido em um nível seguinte, por meio das</p><p>regras ou normas a serem estabelecidas.</p><p>Confira a definição de princípios nas palavras de</p><p>Francisco Amaral (2017):</p><p>[...] são pensamentos diretores de uma regulamen-</p><p>tação jurídica, critérios para a ação e para a consti-</p><p>tuição de normas e de institutos jurídicos [...] Como</p><p>diretrizes gerais e básicas, servem também para</p><p>fundamentar e dar unidade a um sistema ou a uma</p><p>instituição.</p><p>Importante!</p><p>Regras são prescrições de conduta claras e</p><p>objetivas. Já os princípios são juízos abstratos</p><p>de valor que orientam a interpretação e a apli-</p><p>cação das regras. A distinção entre princípios e</p><p>regras traduz uma diferenciação entre dois tipos</p><p>de norma.</p><p>OS VALORES</p><p>O direito recepciona em nosso ordenamento jurí-</p><p>dico os valores éticos e morais, apontando-os como</p><p>diretrizes importantes e como meios de aplicação das</p><p>normas. Assim, o direito deve ser interpretado mui-</p><p>to além das chamadas “normas jurídicas”, devendo</p><p>incorporar a moral em voga naquele momento ao</p><p>ordenamento jurídico.</p><p>Na ótica do direito, valores são princípios funda-</p><p>mentais que orientam e regem a conduta humana,</p><p>tanto no âmbito individual como no coletivo. São</p><p>exemplos de valores: a liberdade, a igualdade, a jus-</p><p>tiça, a solidariedade, a dignidade da pessoa humana,</p><p>a democracia, entre outros.</p><p>Lembre-se: valores são objeto de uma escolha</p><p>moral!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>80</p><p>Veja um exemplo desse processo: inicialmente, estabelecemos um princípio, como a impessoalidade. Em segui-</p><p>da, temos que a impessoalidade é a igualdade no tratamento dos cidadãos. A igualdade é um valor, e vamos</p><p>respeitá-la. Nesse momento, só nos faltaria determinar uma norma de conduta, uma regra para seguirmos. Essa</p><p>definição de valor é feita informando às pessoas dos riscos em descumprir a impessoalidade. Ou seja, trazendo</p><p>esses conceitos para a prática, desrespeitar a impessoalidade é uma improbidade administrativa, que con-</p><p>figura crime e possui pena. Nesse momento, temos um princípio consistente, um valor definido e uma norma</p><p>apresentada. Segue esquema ilustrado:</p><p>Impessoalidade é um princípio</p><p>Igualdade é um valor</p><p>Disso, deriva uma norma de conduta</p><p>Descumprir a impessoalidade é</p><p>improbidade administrativa</p><p>Princípio</p><p>Os princípios são juízos de</p><p>valor. Ou seja, são abstratos</p><p>e possuem indefinição</p><p>Regra</p><p>O papel de definir e</p><p>determinar será exercido em</p><p>um nível seguinte por meio</p><p>das regras</p><p>Valor</p><p>Valores são ideias abstratas</p><p>que indicam aquilo que é</p><p>importante ou desejável em</p><p>determinado contexto</p><p>IMPESSOALIDADE:</p><p>PRINCÍPIOS</p><p>LEI DE</p><p>IMPROBIDADE</p><p>ADMINISTRATIVA:</p><p>GARANTIA DE</p><p>PRINCÍPIO</p><p>dos progra-</p><p>mas governamentais, ou seja, se eles são:</p><p>z Eficientes: qual relação de custo-benefício, se hou-</p><p>ve otimização de recursos e quais foram os resulta-</p><p>dos produzidos;</p><p>z Eficazes: se os objetivos e metas foram alcança-</p><p>dos, em relação aos destinatários; e</p><p>z Efetivos: se a política pública causou impactos na</p><p>realidade.</p><p>Vale ressaltar que a avaliação não é um fim em si,</p><p>mas uma fonte de informações que devem ser utiliza-</p><p>das na tomada de decisões.</p><p>A avaliação pressupõe o monitoramento, assim</p><p>compreendido como o acompanhamento sistemático</p><p>do desenvolvimento das ações por meio de indicadores,</p><p>medição do andamento e registro regular das observa-</p><p>ções feitas (geralmente no formato de relatórios).</p><p>Para a realização da avaliação, podem ser utiliza-</p><p>das diferentes metodologias. Nesse sentido, pode ser</p><p>de três tipos:</p><p>z Avaliação ex ante (avaliação diagnóstica ou pre-</p><p>ventiva): ocorre antes da implementação da polí-</p><p>tica pública e busca evitar falhas no que vai ser</p><p>implementado. Consiste em uma estimativa prévia</p><p>de eficiência e impacto;</p><p>z Avaliação pari passu (ou concomitante/forma-</p><p>tiva/simultânea): ocorre durante a implementa-</p><p>ção, assumindo a característica de uma forma de</p><p>supervisão direta. Visa descobrir e corrigir desvios</p><p>que acontecem no decurso da execução; e</p><p>z Avaliação ex post (ou posterior/somativa): ocorre</p><p>depois da implementação e tem como finalidade</p><p>apontar se houve o atingimento das metas.</p><p>A avaliação costuma ser classificada pelos autores</p><p>tendo em vista diferentes parâmetros. Os critérios</p><p>mais utilizados são:</p><p>z quanto ao agente avaliador;</p><p>z quanto à natureza ou função;</p><p>z quanto à metodologia;</p><p>z quanto ao conteúdo avaliado; e</p><p>z avaliação jurídica.</p><p>Avaliação Quanto ao Agente Avaliador</p><p>Tendo em vista o agente que realiza a avaliação,</p><p>pode ser de quatro tipos:</p><p>z Avaliação interna: realizada por agentes dire-</p><p>tamente envolvidos com a política pública. Tem,</p><p>como vantagem, a familiaridade do avaliador com</p><p>o objeto avaliado. Mas, por outro lado, possui a</p><p>desvantagem da perda de imparcialidade;</p><p>z Avaliação externa: realizada por especialistas</p><p>que não fazem parte do órgão/instituição respon-</p><p>sável pela política pública. Possui como vantagem</p><p>a maior objetividade e imparcialidade do ava-</p><p>liador. No entanto, possui o aspecto negativo do</p><p>menor acesso aos dados, tendo em vista a resistên-</p><p>cia dos agentes avaliados;</p><p>z Avaliação mista: combina características das</p><p>duas anteriores, buscando obter as vantagens de</p><p>ambas, sendo realizada tanto por agentes internos</p><p>quanto por indivíduos de fora;</p><p>z Avaliação participativa: realizada com a integra-</p><p>ção de gestores e beneficiários da política pública.</p><p>Avaliação Quanto à Natureza ou Função</p><p>Quanto à natureza ou função, a avaliação pode ser</p><p>de dois tipos:</p><p>z Avaliação somativa (ou avaliação de conteúdo):</p><p>tem foco no resultado. Fornece elementos para a</p><p>decisão de continuar ou não com as ações;</p><p>z Avaliação formativa: tem foco no processo, sen-</p><p>do direcionada ao monitoramento da execução,</p><p>permitindo que se mude a estratégia (por isso é</p><p>dito que possui caráter pedagógico).</p><p>Avaliação Quanto à Metodologia</p><p>Quanto à metodologia, a avaliação pode ser:</p><p>z Avaliação de metas: visa verificar se a PP está</p><p>tendo sucesso em atingir as metas e os objetivos</p><p>propostos;</p><p>z Avaliação de processos: busca verificar se um</p><p>processo pode ser realizado de forma mais simples</p><p>ou mais eficiente; e</p><p>z Avaliação de impacto: visa constatar os efeitos e</p><p>impactos da PP não só para os beneficiários dire-</p><p>tos, mas para toda a sociedade.</p><p>Avaliação Quanto ao Conteúdo Avaliado</p><p>Pode ser de três tipos:</p><p>z Avaliação conceitual: busca compreender a vali-</p><p>dade e coerência dos fundamentos teóricos que</p><p>fundamentam a política pública. Tem cunho filo-</p><p>sófico e auxilia a determinar se a PP está alinhada</p><p>com os objetivos propostos;</p><p>z Avaliação do processo de gestão e implementa-</p><p>ção: busca verificar como a política pública é geri-</p><p>da e executada; e</p><p>z Avaliação dos resultados: visa medir o nível de</p><p>atingimento da política pública, isto é, quanto aos</p><p>seus objetivos, metas e custos.</p><p>Avaliação Jurídica ou de Conformidade</p><p>A avaliação jurídica consiste em verificar se os atos</p><p>do gestor da política pública estão de acordo com a lei.</p><p>Por fim, diante do resultado da avaliação, uma</p><p>política pública pode:</p><p>z ser mantida;</p><p>z ser reestruturada; ou</p><p>z ser extinta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>P</p><p>O</p><p>LÍ</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>P</p><p>Ú</p><p>B</p><p>LI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>13</p><p>INSTITUCIONALIZAÇÃO DAS</p><p>POLÍTICAS EM DIREITOS HUMANOS</p><p>COMO POLÍTICAS DE ESTADO</p><p>A institucionalização das políticas de direitos</p><p>humanos como políticas de estado pode ser entendi-</p><p>da como compromisso do ente estatal em promover e</p><p>proteger os direitos fundamentais de todas as pessoas</p><p>de forma consistente e duradoura.</p><p>Em termos globais, as políticas de direitos huma-</p><p>nos passaram a fazer parte das agendas dos estados</p><p>depois das atrocidades cometidas durante a Segunda</p><p>Guerra Mundial, sobretudo com a criação da Organi-</p><p>zação das Nações Unidas, em 1945.</p><p>Depois da adoção da Declaração Universal dos</p><p>Direitos Humanos (DUDH), em 1948, a comunidade</p><p>internacional passou cada vez mais a debater o tema</p><p>dos direitos humanos.</p><p>No entanto, embora exista esse debate universal e</p><p>abstrato acerca dos direitos humanos entre os mem-</p><p>bros da comunidade internacional, as reivindica-</p><p>ções de direitos ocorrem em localizações geográficas</p><p>específicas, de modo que os esforços para proteger e</p><p>desenvolver os direitos humanos devem ser realiza-</p><p>dos no âmbito de cada Estado nacional.</p><p>Neste contexto, desde meados do século XX, a dis-</p><p>cussão sobre institucionalização dos direitos humanos</p><p>como política de Estado vem ganhando importância,</p><p>como forma de garantir o respeito, a proteção e a pro-</p><p>moção dos direitos humanos a nível nacional. A ideia</p><p>básica por trás da institucionalização é assegurar a</p><p>eficácia da implementação de políticas públicas de</p><p>direitos humanos em nível nacional.</p><p>No Brasil, a institucionalização das políticas de</p><p>direitos humanos como políticas de Estado tem suas</p><p>raízes nas graves violações às garantias fundamentais</p><p>que foram frequentes durante o regime autoritário,</p><p>que se instalou nos anos 1960 e durou até meados dos</p><p>anos 1980.</p><p>Foi nesse cenário, na década de 1970, que surgi-</p><p>ram as primeiras comissões de direitos humanos que,</p><p>ao revelar as condições degradantes das cadeias bra-</p><p>sileiras, passaram a chamar a atenção para a tortura</p><p>dos presos políticos.</p><p>No entanto, apesar das iniciativas dos anos 1970, as</p><p>questões de direitos humanos demoraram a ingres-</p><p>sar na agenda estatal, em grande parte por conta do</p><p>desinteresse da própria sociedade, mesmo com a vol-</p><p>ta do regime democrático.</p><p>O cenário da segurança pública nacional, marcado</p><p>pelo aumento da violência e criminalidade, levou a</p><p>sociedade brasileira, nos anos 1980 e 1990, a posicio-</p><p>nar-se contra a defesa dos direitos humanos, alegando</p><p>que tais direitos serviam mais aos criminosos do que</p><p>a suas vítimas.</p><p>Assim, ainda que a Constituição Federal, de 1988,</p><p>seja o marco legal para o começo do processo de ins-</p><p>titucionalização das políticas públicas de direitos</p><p>humanos, foi apenas em 1996, com a edição da pri-</p><p>meira versão do Plano Nacional de Direitos Huma-</p><p>nos (PNDH-1), que os direitos humanos assumiram</p><p>posição de destaque no âmbito das políticas públicas</p><p>do Estado brasileiro.</p><p>O PNDH-1 revestiu-se de especial importância por ter:</p><p>z reconhecido o dever do Estado em promover os</p><p>direitos humanos;</p><p>z adotado um conceito amplo de direitos humanos</p><p>(incluindo direitos econômicos, sociais e cultu-</p><p>rais); e</p><p>z reforçado o caráter universalista de tais direitos.</p><p>No entanto, a primeira versão do PNDH privilegiou</p><p>os direitos políticos, em especial as medidas relativas</p><p>à segurança pública,</p><p>Definimos os conceitos de princípios e valores e relacionamos esses pontos ao direito, que é o campo onde</p><p>vamos aplicá-los. Posteriormente, teremos outras oportunidades para aplicar os conceitos de ética, moral, princí-</p><p>pios, valores, regras jurídicas, regras morais e regras deontológicas, dentre outros.</p><p>DO REGIME DISCIPLINAR</p><p>O regime dos servidores públicos possui ampla previsão normativa. Além do renomado art. 37, da Constituição</p><p>Federal, no âmbito infraconstitucional temos a Lei nº 8.112, de 1990 (Estatuto dos Servidores Públicos Federais),</p><p>isto é, a legislação que institui o regime jurídico dos servidores públicos da União, autarquias, fundações, agências</p><p>reguladoras e associações, todas em âmbito federal. Bastante exigida em concursos públicos, convém salientar as</p><p>principais características a respeito do regime dos servidores públicos.</p><p>Dos Deveres</p><p>Iniciaremos com os deveres do servidor público. Sempre que tivermos uma lista objetiva no material de estu-</p><p>do, deveremos ficar atentos: a banca “adora” questões embasadas em pontos objetivos, pois isso diminui drasti-</p><p>camente a possibilidade de o edital ser alterado pelos eventuais recursos. Observemos o que vem disposto no art.</p><p>116.</p><p>Art. 116 São deveres do servidor:</p><p>I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;</p><p>II - ser leal às instituições a que servir;</p><p>III - observar as normas legais e regulamentares;</p><p>IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;</p><p>V - atender com presteza:</p><p>a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>ÉT</p><p>IC</p><p>A</p><p>E</p><p>IN</p><p>TE</p><p>G</p><p>R</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>81</p><p>b) à expedição de certidões requeridas para defesa</p><p>de direito ou esclarecimento de situações de inte-</p><p>resse pessoal;</p><p>c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.</p><p>VI - levar as irregularidades de que tiver ciência</p><p>em razão do cargo ao conhecimento da autoridade</p><p>superior ou, quando houver suspeita de envolvi-</p><p>mento desta, ao conhecimento de outra autoridade</p><p>competente para apuração;</p><p>VII - zelar pela economia do material e a conserva-</p><p>ção do patrimônio público;</p><p>VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;</p><p>IX - manter conduta compatível com a moralidade</p><p>administrativa;</p><p>X - ser assíduo e pontual ao serviço;</p><p>XI - tratar com urbanidade as pessoas;</p><p>XII - representar contra ilegalidade, omissão ou</p><p>abuso de poder.</p><p>O parágrafo único do artigo supracitado destaca</p><p>que, quando uma pessoa apresenta uma representa-</p><p>ção (conforme disposto no último tópico), esta deve</p><p>ser encaminhada pela via hierárquica. Ou seja, deve</p><p>seguir uma ordem de autoridade dentro do órgão ou</p><p>entidade em que ocorrem as irregularidades. Além</p><p>disso, a autoridade superior àquela contra a qual a</p><p>representação é formulada é quem irá apreciá-la e</p><p>tomar as medidas para a correção das irregularidades.</p><p>Nesse processo, é assegurado ao representado o</p><p>direito à ampla defesa, ou seja, o direito de se mani-</p><p>festar sobre os fatos apresentados e de demonstrar</p><p>provas e argumentos para contribuir para sua defesa.</p><p>Das Proibições</p><p>O artigo seguinte apresenta um rol exemplificativo</p><p>de condutas vedadas aos servidores públicos. Notare-</p><p>mos que algumas proibições são mais intuitivas, pois</p><p>são similares às vedações de um funcionário da ini-</p><p>ciativa privada. No entanto, é importante analisarmos</p><p>cuidadosamente essas condutas.</p><p>Art. 117 Ao servidor é proibido</p><p>I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem</p><p>prévia autorização do chefe imediato;</p><p>II - retirar, sem prévia anuência da autoridade</p><p>competente, qualquer documento ou objeto da</p><p>repartição;</p><p>III - recusar fé a documentos públicos;</p><p>IV - opor resistência injustificada ao andamento de</p><p>documento e processo ou execução de serviço;</p><p>V - promover manifestação de apreço ou desapreço</p><p>no recinto da repartição;</p><p>VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora</p><p>dos casos previstos em lei, o desempenho de atri-</p><p>buição que seja de sua responsabilidade ou de seu</p><p>subordinado;</p><p>VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de</p><p>filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou</p><p>a partido político;</p><p>VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo</p><p>ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou</p><p>parente até o segundo grau civil;</p><p>IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal</p><p>ou de outrem, em detrimento da dignidade da fun-</p><p>ção pública;</p><p>X - participar de gerência ou administração de</p><p>sociedade privada, personificada ou não personifi-</p><p>cada, exercer o comércio, exceto na qualidade de</p><p>acionista, cotista ou comanditário;</p><p>A vedação de que trata o último inciso não se apli-</p><p>ca aos seguintes casos, conforme disposto no parágra-</p><p>fo único do caput deste artigo:</p><p>I - Participação nos conselhos de administração</p><p>e fiscal de empresas ou entidades em que a União</p><p>detenha, direta ou indiretamente, participação no</p><p>capital social ou em sociedade cooperativa consti-</p><p>tuída para prestar serviços a seus membros; e</p><p>II - Gozo de licença para o trato de interesses parti-</p><p>culares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a</p><p>legislação sobre conflito de interesses.</p><p>Ainda a respeito do art. 117:</p><p>XI - atuar, como procurador ou intermediário,</p><p>junto a repartições públicas, salvo quando se tra-</p><p>tar de benefícios previdenciários ou assistenciais</p><p>de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou</p><p>companheiro;</p><p>XII - receber propina, comissão, presente ou van-</p><p>tagem de qualquer espécie, em razão de suas</p><p>atribuições;</p><p>Neste ponto, não temos apenas uma conduta proi-</p><p>bida, mas nos aproximamos rapidamente dos crimes</p><p>de corrupção passiva e ativa. Para o corrupto e cor-</p><p>ruptor, respectivamente:</p><p>XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de esta-</p><p>do estrangeiro;</p><p>XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;</p><p>A conduta de praticar usura consiste em efetuar</p><p>empréstimos cobrando lucros acima dos valores pra-</p><p>ticados pelo mercado. A conduta poderia, inclusive,</p><p>tipificar o crime de usura.</p><p>XV - proceder de forma desidiosa;</p><p>As condutas desidiosas são condutas descuidadas,</p><p>podendo ocorrer tanto em relação à técnica emprega-</p><p>da no serviço quanto ao zelo com os materiais.</p><p>XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da</p><p>repartição em serviços ou atividades particulares;</p><p>O uso indiscriminado do pessoal ou dos recursos</p><p>em atividades ou serviços particulares está previsto</p><p>também na Lei de Improbidade Administrativa como</p><p>causa de enriquecimento ilícito.</p><p>XVII - cometer a outro servidor atribuições estra-</p><p>nhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de</p><p>emergência e transitórias;</p><p>XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam</p><p>incompatíveis com o exercício do cargo ou função e</p><p>com o horário de trabalho;</p><p>XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais</p><p>quando solicitado.</p><p>Da Acumulação</p><p>Os servidores poderão acumular algumas funções,</p><p>todavia tal acúmulo ocorre em situações excepcio-</p><p>nais. A regra é a vedação da acumulação remunera-</p><p>da de cargos públicos. As exceções estão elencadas na</p><p>Constituição e são as seguintes:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>82</p><p>Art. 37 [...]</p><p>XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos</p><p>públicos, exceto, quando houver compatibilidade</p><p>de horários, observado em qualquer caso o dispos-</p><p>to no inciso XI:</p><p>a) a de dois cargos de professor;</p><p>b) a de um cargo de professor com outro técnico ou</p><p>científico;</p><p>c) a de dois cargos ou empregos privativos de profis-</p><p>sionais de saúde, com profissões regulamentadas;</p><p>XVII - a proibição de acumular estende-se a empre-</p><p>gos e funções e abrange autarquias, fundações,</p><p>empresas públicas, sociedades de economia mista,</p><p>suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta</p><p>com foco na redução da violên-</p><p>cia e da criminalidade, mas, por outro lado, deixou de</p><p>tratar de assuntos tais como a questão de gênero.</p><p>Como decorrência da PNDH-1, em 1997, o Estado</p><p>brasileiro tomou importante medida no sentido da</p><p>institucionalização das políticas públicas de direitos</p><p>humanos, com a criação da Secretaria Nacional de</p><p>Direitos Humanos (SNDH), inserida no âmbito do</p><p>Ministério da Justiça (MJ), substituindo a Secretaria</p><p>dos Direitos da Cidadania (SDC)</p><p>Em 1999, a SNDH foi reformulada e transforma-</p><p>da na Secretaria de Estado dos Direitos Humanos</p><p>(SEDH), cujo secretário passou a ter status de minis-</p><p>tro, o que levou a causa dos direitos humanos a tomar</p><p>assento, pela primeira vez, nas reuniões ministeriais.</p><p>Já em 2002, houve o lançamento de uma nova</p><p>versão revisada e aprimorada do PNDH. Adotando</p><p>as sugestões da IV Conferência Nacional de Direitos</p><p>Humanos, realizada em 1999, a segunda versão do</p><p>Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-2):</p><p>z reforçou as diretrizes estipuladas na primeira ver-</p><p>são do plano;</p><p>z ampliou os direitos a serem tutelados, especial-</p><p>mente no que diz respeito à proteção da livre</p><p>orientação e identidade de gênero, ao combate</p><p>ao trabalho infantil, à questão da violência intra-</p><p>familiar; à inclusão das pessoas com deficiência,</p><p>e a proteção das pessoas afrodescententes, com a</p><p>adoção de ações afirmativas com a finalidade de</p><p>promover a igualdade.</p><p>Também em 2002, foi criada a Secretaria de</p><p>Estado dos Direitos da Mulher (SEDIM), dentro da</p><p>estrutura do Ministério da Justiça, que recebeu a res-</p><p>ponsabilidade de realizar ações de proteção dos direi-</p><p>tos das mulheres, que até então encontravam-se sob a</p><p>responsabilidade da SEDH.</p><p>Em 2003, a SEDH saiu da estrutura do MJ e pas-</p><p>sou a ser um órgão da presidência da República, sob</p><p>a denominação de Secretaria Especial dos Direitos</p><p>Humanos, com a missão de articular e implementar</p><p>as políticas públicas de direitos humanos.</p><p>O terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos</p><p>(PNDH-3) foi aprovado em 2009, caracterizando-se</p><p>pela preocupação com os direitos civis e sociais. Den-</p><p>tre as novidades trazidas pelo documento, destacam-</p><p>-se as seguintes propostas:</p><p>z união estável entre pessoas do mesmo sexo;</p><p>z direito de adoção por casais homoafetivos;</p><p>z descriminalização do aborto;</p><p>z a concretização do caráter laico do Estado; e</p><p>z a instauração de uma Comissão Nacional da Ver-</p><p>dade, com o intuito de esclarecer as violações aos</p><p>direitos humanos realizadas por agentes públicos</p><p>durante o período de repressão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>14</p><p>Em 2010, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos</p><p>passou por outra modificação em seu status, passando a</p><p>ser um órgão essencial da presidência da República, sob</p><p>a nova denominação de Secretaria de Direitos Huma-</p><p>nos da Presidência da República (SDH/PR).</p><p>Por sua vez, em 2015, foi criado o Ministério das</p><p>Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Huma-</p><p>nos (MMIRDH), com a extinção e fusão da SDH/PR e</p><p>da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade</p><p>Racial e Secretaria de Políticas para as Mulheres.</p><p>Com a mudança de governo, o MMIRDH foi extinto</p><p>em 2016, sendo recriado em 2017 sob a denominação</p><p>de Ministério dos Direitos Humanos (MDH).</p><p>Em 2019, após nova mudança de governo, o MDH</p><p>foi transformado no Ministério da Mulher, Família</p><p>e Direitos Humanos (MMFDH). Nesta mudança des-</p><p>taca-se que a gestão da Fundação Nacional dos Povos</p><p>Indígenas (Funai), que se encontrava na esfera do</p><p>Ministério da Justiça, passou para a responsabilidade</p><p>do MMFDH.</p><p>Por fim, em 1º de janeiro de 2023, a pasta foi reno-</p><p>meada como Ministério dos Direitos Humanos e</p><p>Cidadania (MDHC). Dentre os principais programas</p><p>e estratégias do ministério estão:</p><p>z a garantia dos direitos das pessoas em situação de</p><p>rua;</p><p>z a melhoria da situação carcerária;</p><p>z o fortalecimento dos direitos humanos nas perife-</p><p>rias; e</p><p>z a modernização do Sistema de Proteção à Infância</p><p>e Adolescência (SIPIA).</p><p>Uma das principais bandeiras do MDHC durante o</p><p>quadriênio 2023-26 é o aprofundamento da institucio-</p><p>nalização das políticas públicas de direitos humanos,</p><p>cuja concretização passa pelo envolvimento de outros</p><p>ministérios e áreas do governo federal na promoção</p><p>dos direitos humanos.</p><p>Por fim, vale mencionar que, paralelamente à</p><p>estruturação do que se denomina atualmente de</p><p>Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, outros</p><p>órgãos e secretarias da estrutura federal também tra-</p><p>taram de políticas de direitos humanos em suas agen-</p><p>das, ainda que de forma secundária.</p><p>Nesse sentido, são exemplos de órgãos e secreta-</p><p>rias que trataram do tema direitos humanos, ainda</p><p>que de forma transversal e mais pontual, a Secretaria</p><p>Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial</p><p>(SEPPIR) e o Ministério da Justiça e Segurança Públi-</p><p>ca, por meio da Secretaria Nacional de Segurança e do</p><p>Departamento Penitenciário Nacional.</p><p>FEDERALISMO E DESCENTRALIZAÇÃO</p><p>DE POLÍTICAS PÚBLICAS NO BRASIL</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>A federação pressupõe que o poder é exercido</p><p>de forma descentralizada por unidades políticas</p><p>autônomas.</p><p>O modelo federativo está previsto no caput, art. 1º,</p><p>da Constituição Federal, de 1988, sendo um dos princí-</p><p>pios fundamentais da República Federativa do Brasil:</p><p>Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada</p><p>pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e</p><p>do Distrito Federal, constitui-se em Estado Demo-</p><p>crático de Direito e tem como fundamentos:</p><p>[...]</p><p>O caput, art. 18, da Constituição Federal, por sua</p><p>vez, reforça a adoção do princípio federativo ao afir-</p><p>mar que a organização político-administrativa da</p><p>República Federativa do Brasil inclui a União, os esta-</p><p>dos, o Distrito Federal e os municípios, todos dotados</p><p>de autonomia:</p><p>Art. 18. A organização político-administrativa da</p><p>República Federativa do Brasil compreende a União,</p><p>os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos</p><p>autônomos, nos termos desta Constituição.</p><p>[…]</p><p>Já a descentralização, que é um tema recorrente</p><p>e central no processo de redemocratização brasileiro,</p><p>significa que:</p><p>z ocorre a transferência de capacidades fiscais e</p><p>decisórias para instâncias subnacionais (estados e</p><p>municípios);</p><p>z é feito o deslocamento de responsabilidades relati-</p><p>vas à implementação e gestão de políticas públicas</p><p>do nível federal para outras esferas de governo; e</p><p>z ocorre a passagem de atribuições governamentais</p><p>para o setor privado.</p><p>Nesse sentido, vale apontar que o Brasil adota</p><p>o modelo cooperativo de federação, o que signifi-</p><p>ca dizer que existem competências comuns entre a</p><p>União, os estados e municípios para a consecução dos</p><p>direitos fundamentais, o que exige a ação conjunta e</p><p>harmônica entre os entes.</p><p>No entanto, desde meados da década de 1990, o</p><p>modelo brasileiro tem caracterizado-se por uma ten-</p><p>dência centralizadora, com o governo federal colo-</p><p>cando-se no centro do arranjo cooperativo e detendo</p><p>o controle do processo decisório, de forma que as</p><p>políticas públicas passaram a ser produzidas em nível</p><p>federal e a implementação ficou a cargo dos estados</p><p>e municípios (que passaram a ter menor autonomia).</p><p>Atenção! O arranjo brasileiro em relação às polí-</p><p>ticas públicas distingue claramente quem as formula</p><p>e quem as executa: o governo federal é o responsável</p><p>pela regulação, e os estados e municípios, por sua vez,</p><p>pela implementação. Nesse sentido, afirma-se que boa</p><p>parte do policy decision-making de grande parte das</p><p>políticas sociais concentra-se na União, enquanto o</p><p>policy-making fica sob a responsabilidade dos entes</p><p>supranacionais.</p><p>Assim, ainda que os governos estaduais e municipais</p><p>possuam importante papel no gasto das verbas públicas</p><p>e no fornecimento de serviços, suas decisões são forte-</p><p>mente impactadas pela regulação do governo federal.</p><p>Exemplos desta tendência centralizadora</p><p>são as</p><p>áreas de educação e assistência. Em relação à primei-</p><p>ra, o governo federal passou a reduzir a autonomia</p><p>dos municípios depois da criação do Fundo de Finan-</p><p>ciamento Federal (FUNDEF). Já em relação à área de</p><p>assistência, o mesmo impacto foi sentido pelos muni-</p><p>cípios depois da instituição do Sistema Único de Assis-</p><p>tência Social (SUAS).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>P</p><p>O</p><p>LÍ</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>P</p><p>Ú</p><p>B</p><p>LI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>15</p><p>Dentro de tal panorama, as ações de direitos</p><p>humanos também seguem tal modelo, de modo que</p><p>o ente federal assume a posição de elaborador das</p><p>políticas públicas e os estados e municípios estabele-</p><p>cem-se como atores da implementação.</p><p>Dica</p><p>Uma exceção à tendência de centralização das</p><p>políticas públicas pelo governo federal durante as</p><p>primeiras décadas do período de redemocratiza-</p><p>ção é a área de segurança pública, cujo desenho</p><p>das políticas ainda reflete a prevalência dos esta-</p><p>dos no que diz respeito ao processo de tomada de</p><p>decisões. No entanto, o governo federal, empos-</p><p>sado em 1º de janeiro de 2023, tem buscado alte-</p><p>rar tal panorama por meio do fortalecimento do</p><p>Ministério da Justiça e Segurança Pública.</p><p>ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS</p><p>SISTEMAS DE PROGRAMAS NACIONAIS</p><p>Os sistemas de programas nacionais reúnem, em</p><p>um mesmo sistema, políticas públicas com mesma</p><p>pertinência temática ou cuja implementação depen-</p><p>da, inicialmente, da adesão de entes subnacionais</p><p>(estados e municípios) ou de organizações da socieda-</p><p>de civil ou do setor privado.</p><p>Tais sistemas surgiram nos anos 1990, dentro da</p><p>tendência do Estado federal em centralizar as toma-</p><p>das de decisão relativas às políticas públicas.</p><p>Os sistemas de programas nacionais definem macro-</p><p>parâmetros nacionais para a implementação de políti-</p><p>cas públicas e baseiam-se no repasse de verbas federais</p><p>condicionadas à efetivação de agendas federais.</p><p>A intenção da criação desses sistemas é fomen-</p><p>tar, no âmbito de estados e municípios, agendas tidas</p><p>como prioritárias, assim como definir os parâmetros</p><p>mínimos de atendimento das políticas públicas por</p><p>parte dos entes supranacionais.</p><p>Os sistemas não adotam um modelo único, varian-</p><p>do em termos de formato institucional de instrumen-</p><p>tos disponíveis.</p><p>No âmbito do Ministério dos Direitos Humanos e</p><p>Cidadania, o Sistema Nacional de Direitos Humanos</p><p>(SNDH) agrupa, em um só sistema, as políticas públicas</p><p>relativas ao atendimento de pessoas em situação de vio-</p><p>lência, ameaçadas de morte ou com direitos violados.</p><p>Em 2023, dentro do SNDH, encontram-se congrega-</p><p>dos, entre outros, os seguintes sistemas:</p><p>z Sistema de Informação para a Infância e a Adoles-</p><p>cência, módulo Conselho Tutelar (SIPIA-CT): siste-</p><p>ma para a gestão de atendimentos realizados pelos</p><p>conselhos tutelares de todo o país;</p><p>z Sistema de Informação para a Infância e a Adoles-</p><p>cência, módulo Programa de Proteção a Crianças e</p><p>Adolescentes Ameaçados de Morte (SIPIA-PPCAAM):</p><p>sistema de gestão de atendimentos a crianças, ado-</p><p>lescentes e respectivas famílias ameaçadas de morte;</p><p>z Sistema de Informação para a Infância e a Ado-</p><p>lescência, módulo Sistema de Atendimento</p><p>Socioeducativo (SIPIA-SINASE): sistema de ges-</p><p>tão de atendimentos de adolescentes em cumpri-</p><p>mento de medidas socioeducativas em unidades</p><p>socioeducativas;</p><p>z Sistema Nacional de Atendimento às Mulheres</p><p>Vítimas de Violência (EVA);</p><p>z Sistema Nacional de Informações de Vítimas e Tes-</p><p>temunhas — SISNAVT.</p><p>HORA DE PRATICAR!</p><p>1. (VUNESP — 2023) Uma das formas de manifestação</p><p>das políticas públicas é a política social, principalmen-</p><p>te quando se vincula ao estado do bem-estar social.</p><p>Essa política social se materializa por meio de alguns</p><p>modelos, como, por exemplo, residual, meritocrático e</p><p>institucional. O modelo residual se caracterizaria por</p><p>encarar as políticas públicas como atuando</p><p>a) por merecimento, pelo princípio da solidariedade, e</p><p>por ações notadamente corporativas.</p><p>b) em um nível mais elevado, pelo princípio da justiça,</p><p>por ações redistributivas.</p><p>c) de forma meramente secundária, pelo princípio da</p><p>caridade, e por ações voltadas para a assistência</p><p>social e doações.</p><p>d) pelo modelo da seguridade social, pelo princípio da</p><p>justiça, por ações voltadas para a distribuição e não</p><p>redistribuição.</p><p>e) pelo modelo do seguro social, pelo princípio da solida-</p><p>riedade e por ações para a cobertura de grupos ocupa-</p><p>cionais por meio de uma relação contratual.</p><p>2. (FGV — 2023) Leia a descrição a seguir.</p><p>Esse princípio pressupõe atuação interdepartamental</p><p>e criação de fóruns horizontais de diálogo e tomada</p><p>de decisão, em que conhecimentos, recursos e técni-</p><p>cas acumuladas em cada espaço institucional pos-</p><p>sam atuar em sinergia visando a objetivos comuns e</p><p>à constituição de uma agenda que perpasse por públi-</p><p>cos como: criança e adolescente; juventude; mulheres;</p><p>pessoa idosa; pessoa com deficiência; população em</p><p>situação de rua; povos indígenas; ou por temas, como:</p><p>igualdade racial e gênero.</p><p>Adaptado de https://seplan.ma.gov.br/uploads /seplan/docs/</p><p>Manual-do-PPA-2020-2023</p><p>Assinale a opção que indica corretamente o princípio</p><p>de gestão da governança de políticas públicas descri-</p><p>to no trecho.</p><p>a) Integração.</p><p>b) Setorialidade.</p><p>c) Centralização.</p><p>d) Transversalidade.</p><p>e) Interdisciplinaridade.</p><p>3. (FGV — 2022) Em razão da correlação entre a imple-</p><p>mentação das políticas sociais e os padrões sociais</p><p>que podem emergir de sua projeção na realidade,</p><p>João, estudante de sociologia, passou a analisar os</p><p>sistemas de proteção social a partir de uma nova</p><p>dimensão.</p><p>A nova dimensão é fundada na desestruturação do</p><p>modelo clássico e apregoa o foco em objetivos espe-</p><p>cíficos, estando alicerçada no desenvolvimento de</p><p>políticas sociais cognominadas de ativas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>Usuário</p><p>Sublinhado</p><p>16</p><p>Considerando os balizamentos do texto, é correto afir-</p><p>mar que, na nova dimensão,</p><p>a) os desincentivos de ordem moral à obtenção das</p><p>prestações estatais devem ceder lugar a campanhas</p><p>de esclarecimento a respeito da verdadeira funciona-</p><p>lidade dessas prestações, valorizando- o dinamismo</p><p>estrutural do welfare state.</p><p>b) os assistidos devem ter suas justas expectativas aten-</p><p>didas sempre que legitimadas pelas escolhas realiza-</p><p>das a partir do processo democrático, assumindo um</p><p>papel ativo no processo de escolha estatal.</p><p>c) a lógica da ativação preconizada pela nova dimensão</p><p>evidencia o início de um processo de dependência ins-</p><p>titucional, no qual os assistidos não têm meios para o</p><p>aflorar de sua personalidade.</p><p>d) as políticas sociais, prosélitas do modelo de provi-</p><p>são, devem ser direcionadas por um novo paradigma,</p><p>calcadas numa racionalidade de retribuição dos seus</p><p>destinatários, transitando do welfare ao workfare.</p><p>e) a lógica da ativação preconiza uma participação</p><p>efetiva da sociedade no delineamento dos direi-</p><p>tos prestacionais a partir do workfare, lastreado na</p><p>solidariedade.</p><p>4. (CEBRASPE-CESPE — 2020) Assinale a opção que</p><p>apresenta o tipo de política pública que define as res-</p><p>ponsabilidades sobre a educação básica no Brasil.</p><p>a) setorializada</p><p>b) territorializada</p><p>c) vertical</p><p>d) horizontal</p><p>e) integrada</p><p>5. (FGV — 2019) Existem diversas tipologias para clas-</p><p>sificar as políticas públicas. Uma das tipologias uti-</p><p>liza o critério de impacto das políticas públicas nos</p><p>beneficiários.</p><p>Considerando esse critério, é correto afirmar que as</p><p>políticas do sistema previdenciário e a ampliação da</p><p>geração de energia elétrica são, respectivamente:</p><p>a) constitutiva e redistributiva;</p><p>b) distributiva e regulatória;</p><p>c) constitutiva e regulatória;</p><p>d)</p><p>redistributiva e distributiva;</p><p>e) redistributiva e regulatória.</p><p>6. (FCC — 2018) Sobre Políticas Públicas é correto</p><p>afirmar:</p><p>a) As Políticas de Saúde e de Assistência Social diver-</p><p>gem quanto aos princípios e diretrizes em função de</p><p>suas especificidades.</p><p>b) A questão social precisa ter visibilidade e entrar na</p><p>agenda política para demandar a criação e implemen-</p><p>tação da política pública.</p><p>c) A avaliação dos resultados de uma política pública</p><p>depende de sua completa implementação pelas esfe-</p><p>ras federal, estadual e municipal.</p><p>d) Como Política contributiva, a Assistência Social visa</p><p>reparar e superar as desigualdades sociais.</p><p>e) Em sua concepção teórica, a política pública tem um</p><p>ciclo que envolve sua criação, implementação, avalia-</p><p>ção e não extinção.</p><p>7. (CEBRASPE-CESPE — 2016) O uso e a ocupação do</p><p>solo, bem como o próprio zoneamento urbano, são</p><p>questões centrais nas cidades contemporâneas, rea-</p><p>lidade que assume dimensão ainda mais expressiva</p><p>em uma cidade do porte de São Paulo. Enfrentar esse</p><p>tema, tendo por pressuposto o respeito à convivência</p><p>democrática e aos princípios fundamentais de cidada-</p><p>nia, envolve a adoção de políticas públicas voltadas</p><p>para</p><p>a) a cobrança de valores mais altos do imposto predial</p><p>para as instituições não voltadas para os setores de</p><p>saúde e educação.</p><p>b) o estabelecimento de presídios nas áreas centrais da</p><p>cidade, como forma eficiente de combate à violência e</p><p>à impunidade.</p><p>c) a restrição do livre trânsito de pessoas não moradoras</p><p>de determinadas áreas.</p><p>d) a interdição do comércio e de atividades de serviços</p><p>em ruas e avenidas de elevado movimento de veículos</p><p>e de pedestres.</p><p>e) a necessidade de se planejar melhor a coexistência</p><p>harmoniosa de moradias, comércios, serviços e insti-</p><p>tuições diversas.</p><p>8. (FCC — 2013) Com relação à distinção entre corporati-</p><p>vismo e neocorporativismo,</p><p>a) no sistema corporativista clássico a organização</p><p>representativa dos interesses particulares é livre para</p><p>aceitar ou não suas relações com o Estado, contribuin-</p><p>do, portanto, para defini-las enquanto que no neocor-</p><p>porativismo clássico é o próprio Estado que impõe e</p><p>define estas relações a partir da concepção totalitária</p><p>de sociedade.</p><p>b) em um sistema corporativista clássico a organização</p><p>representativa dos interesses particulares é livre para</p><p>aceitar ou não suas relações com o Estado, contri-</p><p>buindo, portanto, para defini-las enquanto que no neo-</p><p>corporativismo é o próprio Estado que impõe e define</p><p>estas relações, com nítida influência nazista.</p><p>c) tanto em um sistema corporativista quanto neocorpo-</p><p>rativista é o próprio Estado que impõe e define as rela-</p><p>ções com a organização representativa dos interesses</p><p>particulares. A distinção entre ambos reside na influên-</p><p>cia da ideologia fascista no âmbito do corporativismo</p><p>e da ideologia neonazista no neocorporativismo.</p><p>d) em um sistema neocorporativista a organização repre-</p><p>sentativa dos interesses particulares é livre para acei-</p><p>tar ou não suas relações com o Estado, contribuindo,</p><p>portanto, para defini-las enquanto que no corporati-</p><p>vismo clássico é o próprio Estado que impõe e define</p><p>estas relações.</p><p>e) tanto em um sistema corporativista quanto neocorpo-</p><p>rativista a organização representativa dos interesses</p><p>particulares é livre para aceitar ou não suas relações</p><p>com o Estado, contribuindo, portanto, para defini-las. A</p><p>distinção entre ambos reside na influência da ideolo-</p><p>gia comunista no âmbito do corporativismo e da ideo-</p><p>logia neofascista no neocorporativismo.</p><p>9. (FGV — 2012) A respeito das políticas de ação afirma-</p><p>tiva, avalie as afirmativas abaixo:</p><p>I. Os Estados Unidos foram o primeiro país no mundo a</p><p>adotá-las.</p><p>II. Elas têm por objetivo precípuo beneficiar os negros,</p><p>que são vítimas de discriminação histórica.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>Usuário</p><p>Sublinhado</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>Usuário</p><p>Nota</p><p>Política Distributiva: benefícios para alguns, em detrimento de todos.</p><p>Política Redistributiva: benefícios para alguns, em detrimento de outros.</p><p>Sistema previdenciário: alguns recebem, enquanto outros pagam.</p><p>Ampliação da geração de energia elétrica: alguns serão beneficiados, enquanto todos pagam.</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>P</p><p>O</p><p>LÍ</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>P</p><p>Ú</p><p>B</p><p>LI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>17</p><p>III. As políticas implantadas no Brasil copiam o siste-</p><p>ma de cotas para negros hoje em vigor nos Estados</p><p>Unidos.</p><p>Assinale</p><p>a) se apenas as afirmativas I e II forem verdadeiras.</p><p>b) se apenas as afirmativas I e III forem verdadeiras.</p><p>c) se apenas as afirmativas II e III forem verdadeiras.</p><p>d) se todas as afirmativas forem verdadeiras.</p><p>e) se nenhuma afirmativa for verdadeira.</p><p>10. (FGV — 2022) A agenda em políticas públicas é o con-</p><p>junto de problemas públicos relevantes que podem se</p><p>tornar um programa específico de governo. A relati-</p><p>va falta de clareza da agenda de políticas públicas é</p><p>resultado da coexistência de várias agendas que nem</p><p>sempre coincidem.</p><p>Relacione os tipos de agenda com suas respectivas</p><p>definições:</p><p>1. Agenda da sociedade</p><p>2. Agenda do governo</p><p>3. Agenda de decisão</p><p>( ) problemas de curto e médio prazo que podem afetar</p><p>não só o governo, mas também os poderes Executivo,</p><p>Legislativo e Judiciário.</p><p>( ) questões que preocupam permanentemente diversos</p><p>atores políticos e sociais.</p><p>( ) problemas que um governo específico escolheu tra-</p><p>tar, consoante a ideologia partidária e os projetos</p><p>políticos.</p><p>Assinale a opção que indica a relação correta, na</p><p>ordem apresentada.</p><p>a) 1, 3 e 2.</p><p>b) 1, 2 e 3.</p><p>c) 2, 1 e 3.</p><p>d) 3, 1 e 2.</p><p>e) 3, 2 e 1.</p><p>11. (VUNESP — 2015) O processo de elaboração de polí-</p><p>ticas públicas pode ser compreendido como um ciclo,</p><p>no qual as diferentes fases sequenciais e interde-</p><p>pendentes de uma política pública podem ser visua-</p><p>lizadas. A fase denominada “formação da agenda”</p><p>corresponde à definição dos</p><p>a) critérios para a tomada de decisão.</p><p>b) destinatários de uma política pública.</p><p>c) temas ou problemas considerados relevantes.</p><p>d) mecanismos de avaliação a serem aplicados.</p><p>e) instrumentos disponíveis para a implementação.</p><p>12. (FGV — 2023) No desenvolvimento de uma política</p><p>pública podem existir diferentes formas de coprodu-</p><p>ção com o cidadão. Essa diferenciação ocorre em fun-</p><p>ção do tipo de participação e envolvimento do cidadão</p><p>ao longo do processo. Por exemplo, há políticas em</p><p>que a comunidade toma as iniciativas e se articula,</p><p>permanentemente, como microcosmo que age em</p><p>prol do bem comum, independentemente de o cida-</p><p>dão ser ou não solicitado ou convocado pelo poder</p><p>público.</p><p>Essa modalidade de coprodução envolve a participa-</p><p>ção do tipo:</p><p>a) por consulta;</p><p>b) passiva;</p><p>c) funcional;</p><p>d) interativa;</p><p>e) automobilização.</p><p>13. (CESGRANRIO — 2014) As políticas públicas percor-</p><p>rem quatro diferentes etapas: formulação, decisão,</p><p>implementação e avaliação.</p><p>A fase de implementação corresponde à(ao)</p><p>a) escolha de quem define a política, que passará por um</p><p>processo de trâmite democrático.</p><p>b) execução de atividades, de tal forma que as ações do</p><p>governo alcancem as metas preestabelecidas.</p><p>c) análise sistemática de questões associadas ao uso da</p><p>política, que subsidiem o gestor público.</p><p>d) mensuração do impacto sobre o bem-estar do públi-</p><p>co-alvo, quando da oferta de serviços.</p><p>e) cálculo de um indicador, a fim de escolher a melhor</p><p>solução, dependendo da capacidade dos gestores da</p><p>política.</p><p>14. (FGV — 2017) As avaliações administrativas combi-</p><p>nam diferentes tipos de atividades de monitoramen-</p><p>to e avaliação de impacto por parte dos gestores</p><p>públicos.</p><p>As opções a seguir apresentam tipos de avaliação de</p><p>políticas públicas, à exceção de uma. Assinale-a.</p><p>a) Avaliações de esforços: são tentativas de medir a</p><p>quantidade de insumos do programa envolvido na polí-</p><p>tica (pessoal, comunicação, transporte etc.) e devem</p><p>ser</p><p>calculados em termos dos custos monetários. Seu</p><p>propósito é estabelecer uma linha de base de dados.</p><p>b) Avaliações de desempenho: determina o que a políti-</p><p>ca pública está produzindo, muitas vezes independen-</p><p>temente dos objetivos definidos, produzindo</p><p>benchmark (ponto de referência) ou dados de desempenho, que são</p><p>utilizados como insumos para as avaliações mais abrangentes e</p><p>profundas.</p><p>c) Avaliações de processo: examinam os métodos orga-</p><p>nizacionais, incluindo as regras e os procedimentos</p><p>operacionais, utilizados para executar programas. Seu</p><p>objetivo normalmente é ver se um processo pode ser</p><p>simplificado e tornado mais eficiente.</p><p>d) Avaliações de eficiência: tentam avaliar os custos de</p><p>um programa e julgar se a mesma quantidade e quali-</p><p>dade de produtos poderiam ser alcançadas de forma</p><p>mais eficiente, ou seja, por um custo menor. Os insu-</p><p>mos e produtos são o alicerce desse tipo de avaliação.</p><p>e) Avaliações de adequação de desempenho (ou de</p><p>eficácia): são realizadas de forma ad hoc por atores</p><p>como a mídia, partidos políticos, grupos de interesse,</p><p>líderes comunitários e campanhas de relações públi-</p><p>cas ou lobby lançadas por organizações não governa-</p><p>mentais. Essas avaliações geralmente são realizadas</p><p>para oferecer aconselhamento independente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>Usuário</p><p>Realce</p><p>18</p><p>15. (FCC — 2013) O índice de Desenvolvimento Humano</p><p>(IDH), criado pelo Programa das Nações Unidas para o</p><p>Desenvolvimento (PNUD), em 1990, mensura a pobre-</p><p>za utilizando indicadores, tais como:</p><p>a) PIB per capita, índice de desemprego e esperança de</p><p>vida.</p><p>b) esperança de vida ao nascer, taxa de alfabetização de</p><p>adultos e PIB per capita.</p><p>c) valor da cesta básica, taxa de alfabetização de adultos</p><p>e índice de custo de vida.</p><p>d) esperança de vida ao nascer, renda mínima e nível de</p><p>escolaridade médio.</p><p>e) renda média, taxa de mortalidade até 1 ano de idade e</p><p>PIB per capita.</p><p>16. (VUNESP — 2023) Quanto às formas de avaliação/</p><p>monitoramento das políticas públicas, aquela que</p><p>acontece ao longo do processo de implementação,</p><p>para que os ajustes possam ser feitos durante esse</p><p>processo, é a avaliação</p><p>a) ex post.</p><p>b) ad hoc.</p><p>c) ex ante.</p><p>d) in itinere.</p><p>e) ad referendum.</p><p>17. (FGV — 2023) Os conselhos de gestão são espaços de</p><p>interação direta entre Estado e sociedade.</p><p>Sobre os conselhos de gestão, analise a afirmativas a</p><p>seguir.</p><p>I. São espaços públicos estatais que possibilitam a</p><p>representação de interesses coletivos na definição da</p><p>agenda pública.</p><p>II. Distinguem-se de outras manifestações da sociedade</p><p>civil, por ser sua estrutura legalmente definida e insti-</p><p>tucionalizada e por buscar a ação conjunta com o apa-</p><p>rato estatal.</p><p>III. O estatuto jurídico dos conselhos permite uma com-</p><p>pleta autonomia desse subsistema em relação à eco-</p><p>nomia e à política.</p><p>Está correto apenas o que se afirma em</p><p>a) I.</p><p>b) II.</p><p>c) III.</p><p>d) I e II.</p><p>e) II e III.</p><p>18. (VUNESP — 2015) Nos países recém-redemocratiza-</p><p>dos, que apresentam processos institucionais incom-</p><p>pletos, as dinâmicas dos processos políticos que</p><p>incidem sobre políticas públicas são comprometidas</p><p>a) pela gestão compartilhada e interinstitucional.</p><p>b) pelo caráter representativo do sistema político.</p><p>c) pelo papel desprivilegiado do chefe do executivo no</p><p>processo decisório.</p><p>d) pela fluidez institucional e pela ausência de padrões</p><p>de comportamento dos distintos atores envolvidos.</p><p>e) pela intermediação de interesses por instituições</p><p>informais, como o clientelismo, o fisiologismo e a</p><p>corrupção.</p><p>19. (CEBRASPE-CESPE — 2023) A Constituição Federal</p><p>de 1988 determinou mudanças na forma de interação</p><p>do Estado com a sociedade brasileira, introduzindo</p><p>as instituições participativas, com as incorporações</p><p>de cidadãos e de associações da sociedade civil na</p><p>deliberação de políticas públicas. Entre as instituições</p><p>participativas que podem auxiliar na elaboração das</p><p>políticas públicas incluem-se</p><p>I os conselhos nacionais.</p><p>II os conselhos municipais na definição do orçamento</p><p>público.</p><p>III as conferências nacionais.</p><p>IV as audiências públicas.</p><p>V as associações da sociedade civil.</p><p>Assinale a opção correta.</p><p>a) Apenas os itens I, III e V estão certos.</p><p>b) Apenas os itens II, III e IV estão certos.</p><p>c) Apenas os itens I, II, IV e V estão certos.</p><p>d) Todos os itens estão certos.</p><p>20. (VUNESP — 2015) A Constituição brasileira de 1988,</p><p>embora com alguns importantes senões, acabou con-</p><p>sagrando as teses e tradições nacional-estatistas com</p><p>um viés favorável às demandas dos trabalhadores e</p><p>das chamadas classes populares.</p><p>(Daniel Aarão Reis, Ditadura e democracia no Brasil. Adaptado</p><p>Entre as marcas da Constituição de 1988 que con-</p><p>firmam a afirmação feita no trecho citado, é correto</p><p>identificar</p><p>a) o fim do imposto sindical, até então descontado obri-</p><p>gatoriamente de todos os trabalhadores.</p><p>b) a jornada de trabalho de, no máximo, quarenta horas e</p><p>o pagamento em dobro das horas extras.</p><p>c) a inclusão da hipótese de desapropriação sem indeni-</p><p>zação das terras improdutivas para a reforma agrária.</p><p>d) a formulação dos direitos sociais, apresentados como</p><p>“direito de todos e dever do Estado”.</p><p>e) a exclusão de todas as formas de participação política</p><p>dos militares na vida republicana.</p><p>9 GABARITO</p><p>1 C</p><p>2 D</p><p>3 D</p><p>4 C</p><p>5 D</p><p>6 B</p><p>7 E</p><p>8 D</p><p>9 E</p><p>10 D</p><p>11 C</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>P</p><p>O</p><p>LÍ</p><p>TI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>P</p><p>Ú</p><p>B</p><p>LI</p><p>C</p><p>A</p><p>S</p><p>19</p><p>12 E</p><p>13 B</p><p>14 E</p><p>15 B</p><p>16 D</p><p>17 B</p><p>18 E</p><p>19 D</p><p>20 D</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>20</p><p>ANOTAÇÕES</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Fabricio Maia - 663.499.071-91, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua</p><p>reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>D</p><p>ES</p><p>A</p><p>FI</p><p>O</p><p>S</p><p>D</p><p>O</p><p>E</p><p>ST</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>D</p><p>IR</p><p>EI</p><p>TO</p><p>-</p><p>D</p><p>EM</p><p>O</p><p>C</p><p>R</p><p>A</p><p>C</p><p>IA</p><p>E</p><p>C</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>A</p><p>N</p><p>IA</p><p>21</p><p>DESAFIOS DO ESTADO DE</p><p>DIREITO - DEMOCRACIA E</p><p>CIDADANIA</p><p>ESTADO DE DIREITO E A</p><p>CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988:</p><p>CONSOLIDAÇÃO DA DEMOCRACIA,</p><p>REPRESENTAÇÃO POLÍTICA E</p><p>PARTICIPAÇÃO CIDADÃ</p><p>Através da promulgação da Constituição Federal,</p><p>de 1988, a população experimentou mudanças signifi-</p><p>cativas na consolidação da democracia brasileira, por</p><p>meio das diversas formas de representação política e</p><p>participação cidadã, criados pela referida Lei Maior.</p><p>No que diz respeito ao período anterior ao ano de</p><p>1988, alguns autores entendem que a população bra-</p><p>sileira era apática e não se confrontava diante das</p><p>arbitrariedades do Estado. No entanto, outros afir-</p><p>mam, como José Murilo de Carvalho, que identificar a</p><p>população como “bestializada” é injusto, uma vez que</p><p>existiam diversos movimentos populares, mesmo que</p><p>de forma tímida, tal como a Revolta da Vacina.</p><p>Ainda nessa época, a ligação entre o governo e a</p><p>Administração Pública com o povo era pequena, mes-</p><p>mo em períodos democráticos, existindo pouca intera-</p><p>ção entre representantes e representados.</p><p>Já no início dos anos de 1960, os movimentos</p><p>populares foram aumentando, tais como a luta pela</p><p>reforma agrária e a redução da tarifa dos ônibus, até</p><p>o surgimento da ditadura militar, que podou as lutas</p><p>que estavam crescendo gradativamente e ganhando</p><p>espaço entre a população, pela reivindicação de diver-</p><p>sos direitos frente ao Estado.</p><p>No período militar, as políticas públicas não con-</p><p>templavam qualquer participação popular na sua</p><p>implementação, gestão</p>

Mais conteúdos dessa disciplina