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<p>SEMINÁRIO VI - IMPOSTO SOBRE A RENDA</p><p>PESSOA JURÍDICA</p><p>Questões</p><p>1.	A respeito do imposto de renda pessoa jurídica, responda às seguintes questões:</p><p>(a)	Quais as formas de apuração e de recolhimento do IRPJ determinados pelo legislador ordinário? Diferencie-as.</p><p>Inicialmente, vale lembrar que, nos moldes do art. 43 do Código Tributário Nacional (CTN), o imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.</p><p>Além disso, a Lei n° 9.430/1996, que dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências, estabelece, em seu art. 1º, que a partir do ano-calendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário, observada a legislação vigente.</p><p>Desta forma, a legislação estabelece as seguintes formas de apuração e recolhimento do IRPJ:</p><p>a) Lucro real:</p><p>O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento. A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração em observância às disposições das leis comerciais.[footnoteRef:1] [1: Art. 258 do Decreto n° 9.580/2018:</p><p>“Art. 258. O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas por este Regulamento. (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 6º, caput).</p><p>§ 1º A determinação do lucro real será precedida da apuração do lucro líquido de cada período de apuração em observância às disposições das leis comerciais.</p><p>§ 2º Os valores que, por competirem a outro período de apuração, forem, para efeito de determinação do lucro real, adicionados ao lucro líquido do período de apuração, ou dele excluídos, serão, na determinação do lucro real do período de apuração competente, excluídos do lucro líquido ou a ele adicionados, respectivamente.”]</p><p>Ressalte-se que, o art. 259 do Decreto n° 9.580/2018, o lucro líquido do período de apuração é a soma algébrica do lucro operacional, das demais receitas e despesas, e das participações, e deverá ser determinado em observância aos preceitos da lei comercial.</p><p>Já os arts. 260 e 261 do Decreto n° 9.580/2018, estabelecem as adições e exclusões, respectivamente, para ajustes do lucro líquido.</p><p>Ainda, de acordo com as disposições contidas nos arts. 217, 218, 219 e 229[footnoteRef:2] do Decreto n° 9.580/2018, bem como com o art. 54 e 55[footnoteRef:3] da Instrução Normativa RFB n° 1.700/2017, as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real podem adotar, como forma de pagamento do IRPJ: [2: “Art. 217. O imposto sobre a renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.</p><p>§ 1º Nas hipóteses de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do imposto sobre a renda devido será efetuada na data do evento, observado o disposto no art. 232.</p><p>§ 2º Na extinção da pessoa jurídica, pelo encerramento da liquidação, a apuração da base de cálculo e do imposto sobre a renda devido será efetuada na data desse evento.</p><p>Art. 218. A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto sobre a renda na forma estabelecida nesta Seção deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano.</p><p>Parágrafo único. Nas hipóteses de que tratam os § 1º e § 2º do art. 217 , o lucro real deverá ser apurado na data daquele evento.</p><p>Art. 219. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto sobre a renda e do adicional, em cada mês, determinados sobre a base de cálculo estimada.</p><p>Parágrafo único. A opção será manifestada com o pagamento do imposto sobre a renda correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade, observado o disposto no art. 229.</p><p>Art. 229. A adoção da forma de pagamento do imposto sobre a renda prevista no art. 217 , pelas pessoas jurídicas sujeitas ao lucro real, ou aquela referida no art. 218 , será irretratável para todo o ano-calendário.”] [3: “Art. 54. A adoção do pagamento trimestral do IRPJ e da CSLL a que se refere o caput do art. 31, pelas pessoas jurídicas que apurarem o imposto pelo lucro real e a contribuição pelo resultado ajustado, ou a opção pela forma de pagamento por estimativa a que se referem os arts. 32 a 47, será irretratável para todo o ano-calendário.</p><p>§ 1º A opção pelo pagamento por estimativa será manifestada com o pagamento do IRPJ correspondente ao mês de janeiro do ano-calendário, ainda que intempestivo, ou com o levantamento do respectivo balanço ou balancete de suspensão.</p><p>§ 2º No caso de início de atividades a opção de que trata o § 1º será manifestada em relação ao 1º (primeiro) mês de atividade da pessoa jurídica.</p><p>Art. 55. O IRPJ e a CSLL apurados ao final de cada trimestre serão pagos em quota única até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração.</p><p>§ 1º À opção da pessoa jurídica, o IRPJ e a CSLL poderão ser pagos em até 3 (três) quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos 3 (três) meses subsequentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponderem.</p><p>§ 2º Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o imposto ou a contribuição de valor inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração.</p><p>§ 3º As quotas do imposto e da contribuição serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Selic, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do 1º (primeiro) dia do 2º (segundo) mês subsequente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.</p><p>§ 4º A 1º (primeira) quota ou quota única, quando paga até o vencimento, não sofrerá acréscimos.”]</p><p>- Pagamento trimestral, mediante apuração de lucro real trimestral definitivo: A apuração deverá ser feita partindo-se do resultado líquido de cada trimestre (encerrado nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro do ano-calendário), determinado por meio de levantamento de balanço com observância das normas estabelecidas pela legislação comercial e fiscal.</p><p>O imposto apurado ao final de cada trimestre, deve ser (i) pago em quota única, até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração, ou (ii) à opção da pessoa jurídica, pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes ao do encerramento do período de apuração a que corresponder, observando-se os valores mínimos das quotas, bem como os acréscimos previstos na legislação em referência.</p><p>- Pagamento mensal por estimativa e apuração anual do lucro real: Alternativamente, a pessoa jurídica pode optar pelo pagamento mensal do IRPJ calculado por estimativa, o que implica a obrigatoriedade de apuração do lucro real anual em 31 de dezembro. Esta opção é manifestada pela empresa com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro do ano-calendário, ainda que intempestivo, sendo que, no caso de início de atividades, a opção será manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao primeiro mês de atividade da pessoa jurídica.</p><p>Nesta situação, o imposto devido mensalmente deve ser pago (i) até o último dia útil do mês subsequente àquele a que se referirem</p><p>/ RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 04.10.2021; AgInt no REsp. n. 1.927.310 / RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 28.06.2021; AgInt no REsp. n. 1.910.522 / RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 21.06.2021; AgInt no REsp. n. 1.902.018 / RS, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 18.05.2021. Precedentes da Primeira Seção:</p><p>AgInt nos EREsp. n. 1.660.363/SC, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 29.03.2022; AgInt nos EREsp. n. 1.899.902 / RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 03.05.2022.</p><p>2. Na sistemática hoje em vigor há uma via de duas mãos, pois as variações monetárias podem ser consideradas como receitas (variações monetárias ativas) ou despesas (variações monetárias passivas).</p><p>Isto significa que quando são negativas geram dedução da base de cálculo do IRPJ e da CSLL devidos. Assim, o pleito do CONTRIBUINTE se volta apenas contra a parte do sistema que lhe prejudica (variações monetárias ativas), preservando a parte que lhe beneficia (variações monetárias passivas). Ora, fosse o caso de se reconhecer o seu pleito, haveria que ser declarada a inconstitucionalidade de toda a sistemática, tornando impossível a tributação de aplicações financeiras. Tal não parece ser solução viável, principalmente diante do recente julgamento em sede de repercussão geral pelo STF do RE n. 612.686/SC, Plenário, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28.10.2022 (Tema n. 699) onde foi decidido pela constitucionalidade da incidência do IRRF e da CSLL sobre as receitas e resultados decorrentes das aplicações financeiras dos fundos fechados de previdência complementar.</p><p>3. Como os juros de mora não se equivalem a rendimentos de aplicações financeiras - tais rendimentos mais se assemelham aos juros remuneratórios - é clara a distinção entre o que se discute nos presentes autos e o que foi discutido nos precedentes em sede de repercussão geral do Supremo Tribunal Federal - STF os quais reconheceram a não incidência de imposto de renda apenas sobre juros de mora, seja em razão da mora no atraso do pagamento de remuneração laboral, seja em razão da mora proveniente da repetição de indébito tributário (RE n. 855.091 / RS, Tema n. 808: "Não incide imposto de renda sobre os juros de mora devidos pelo atraso no pagamento de remuneração por exercício de emprego, cargo ou função";</p><p>e RE n. 1.063.187 / SC, Tema n. 962: "É inconstitucional a incidência do IRPJ e da CSLL sobre os valores atinentes à taxa Selic recebidos em razão de repetição de indébito tributário").</p><p>4. O caso dos autos também não guarda qualquer semelhança com a tributação do lucro inflacionário, vedada pela jurisprudência deste STJ (v. g. AgRg nos EREsp. n. 436.302 / PR, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22.08.2007). Isto porque a tributação do lucro inflacionário é aquela estabelecida especificamente nos arts.</p><p>4º e 21 a 26, da Lei n. 7.799/89, que levava em consideração a incidência de correção monetária nas demonstrações financeiras das pessoas jurídicas envolvendo não apenas seus rendimentos, mas todos os seus bens. Tal sistemática foi revogada pelo art. 4º, da Lei n. 9.249/95, que vedou a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações financeiras. A distinção foi reconhecida no seguinte precedente: AgInt nos EREsp. n. 1.899.902 / RS, Primeira Seção, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 03.05.2022.</p><p>5. Tese proposta para efeito de repetitivo: "O IR e a CSLL incidem sobre a correção monetária das aplicações financeiras, porquanto estas se caracterizam legal e contabilmente como Receita Bruta, na condição de Receitas Financeiras componentes do Lucro Operacional".</p><p>6. Recurso especial não provido.</p><p>(REsp n. 1.986.304/RS, relator Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 8/3/2023, DJe de 24/4/2023.)</p><p>Anexo IV</p><p>RE 582.525</p><p>RE 582525</p><p>Órgão julgador: Tribunal Pleno</p><p>Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA</p><p>Julgamento: 09/05/2013</p><p>Publicação: 07/02/2014</p><p>Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA DEVIDO PELA PESSOA JURÍDICA (IRPJ). APURAÇÃO PELO REGIME DE LUCRO REAL. DEDUÇÃO DO VALOR PAGO A TÍTULO DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. PROIBIÇÃO. ALEGADAS VIOLAÇÕES DO CONCEITO CONSTITUCIONAL DE RENDA (ART. 153, III), DA RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR DE NORMAS GERAIS (ART. 146, III, A), DO PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA (ART. 145, § 1º) E DA ANTERIORIDADE (ARTS. 150, III, A E 195, § 7º). 1. O valor pago a título de contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária. 2. É constitucional o art. 1º e par. ún. da Lei 9.316/1996, que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ. Recurso extraordinário conhecido, mas ao qual se nega provimento.</p><p>Tema</p><p>75 - Dedução da CSLL na apuração da sua própria base de cálculo e da base de cálculo do IRPJ.</p><p>Tese</p><p>É constitucional a proibição de deduzir-se o valor da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL do montante apurado como lucro real, que constitui a base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ. Obs: Redação da tese aprovada nos termos do item 2 da Ata da 12ª Sessão Administrativa do STF, realizada em 09/12/2015.</p><p>ANEXO V</p><p>CARF - Acórdão n. 107-07.596</p><p>Número do Processo 10675.003870/2002-21</p><p>Contribuinte MARTINS COMERCIO E SERVICOS DE DISTRIBUICAO S/A</p><p>Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO</p><p>Data da Sessão 14/04/2004</p><p>Relator(a) Luiz Martins Valero</p><p>Nº Acórdão 107-07.596</p><p>Tributo / Matéria</p><p>IRPJ - AF- omissão receitas - demais presunções legais</p><p>Decisão</p><p>ACORDAM os Membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de</p><p>Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Luiz Martins Valero (Relator), Marcos Rodrigues de Mello e Marcos Vinicius Neder de Lima. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Natanael Martins, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.</p><p>Ementa(s)</p><p>IRPJ – INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS – GLOSA DE PREJUÍZOS – IMPROCEDÊNCIA – A denominada “incorporação às avessas”, não proibida pelo ordenamento, realizada entre empresas operativas e que sempre estiveram sob controle comum, não pode ser tipificada como operação simulada ou abusiva, mormente quando, a par da inegável intenção de não perda de prejuízos fiscais acumulados, teve por escopo a busca de melhor eficiência das operações entre ambas praticadas.</p><p>Anexo VI</p><p>CARF - Acórdão CSRF n. 01-05.413</p><p>Número do Processo 10675.003870/2002-21</p><p>Contribuinte MARTINS COMERCIO E SERVICOS DE DISTRIBUICAO S/A</p><p>Tipo do Recurso Recurso de Divergência do Procurador</p><p>Data da Sessão 28/02/2003</p><p>Relator(a) Dorival Padovan</p><p>Nº Acórdão CSRF/01-05.413</p><p>Tributo / Matéria</p><p>IRPJ - AF- omissão receitas - demais presunções legais</p><p>Decisão</p><p>ACORDAM os Membros da Primeira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Cândido Rodrigues Neuber, José Clovis Alves, Marcos Vinícius Neder de Lima e Manoel Antonio Gadelha Dias que davam provimento ao recurso. O Conselheiro Mário</p><p>Junqueira Franco Júnior apresentou declaração de voto.</p><p>Ementa(s)</p><p>IRPJ — INCORPORAÇÃO AS AVESSAS — GLOSA DE PREJUÍZOS — IMPROCEDÊNCIA — A denominada "incorporação às avessas", não proibida pelo ordenamento jurídico, realizada entre empresas operativas e que sempre estiveram sob controle comum, não pode ser tipificada como operação simulada ou abusiva, mormente quando, a par da inegável intenção de não perda de prejuízos fiscais acumulados, teve por escopo a busca de melhor eficiência das operações entres ambas praticadas.</p><p>Recurso especial negado.</p><p>Anexo VII</p><p>CARF – Acórdão nº 3401-005.228</p><p>Número do Processo 11065.724114/2015-03</p><p>Contribuinte VIA ITALIA COMERCIO E IMPORTACAO DE VEICULOS LTDA.</p><p>Tipo do Recurso RECURSO DE OFÍCIO</p><p>Data da Sessão</p><p>27/08/2018</p><p>Relator(a) LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO</p><p>Nº Acórdão 3401-005.228</p><p>Tributo / Matéria</p><p>Decisão</p><p>Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.</p><p>Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.</p><p>Rosaldo Trevisan - Presidente.</p><p>Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator.</p><p>Participaram do presente julgamento os conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Rosaldo Trevisan (Presidente).</p><p>Ementa(s)</p><p>Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário</p><p>Período de apuração: 01/02/2011 a 31/12/2011</p><p>PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO. DESCONSIDERAÇÃO DE ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS. FALTA DE REGULAMENTAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 116 CTN. ERRO DE FUNDAMENTAÇÃO.</p><p>O parágrafo único do art. 116 do CTN, introduzido pela Lei Complementar nº 104/2001, trata-se de regra anti-dissimulação, e prevê a possibilidade de desconsideração de atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária que até o momento não foi editada, não podendo, portanto, ser utilizado como fundamento da decisão.</p><p>Anexo VIII</p><p>ADI 2.588</p><p>Ementa: TRIBUTÁRIO. INTERNACIONAL. IMPOSTO DE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA. PARTICIPAÇÃO DE EMPRESA CONTROLADORA OU COLIGADA NACIONAL NOS LUCROS AUFERIDOS POR PESSOA JURÍDICA CONTROLADA OU COLIGADA SEDIADA NO EXTERIOR. LEGISLAÇÃO QUE CONSIDERA DISPONIBILIZADOS OS LUCROS NA DATA DO BALANÇO EM QUE TIVEREM SIDO APURADOS (“31 DE DEZEMBRO DE CADA ANO”). ALEGADA VIOLAÇÃO DO CONCEITO CONSTITUCIONAL DE RENDA (ART. 143, III DA CONSTITUIÇÃO). APLICAÇÃO DA NOVA METODOLOGIA DE APURAÇÃO DO TRIBUTO PARA A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS APURADA EM 2001. VIOLAÇÃO DAS REGRAS DA IRRETROATIVIDADE E DA ANTERIORIDADE. MP 2.158-35/2001, ART. 74. LEI 5.720/1966, ART. 43, § 2º (LC 104/2000). 1. Ao examinar a constitucionalidade do art. 43, § 2º do CTN e do art. 74 da MP 2.158/2001, o Plenário desta Suprema Corte se dividiu em quatro resultados: 1.1. Inconstitucionalidade incondicional, já que o dia 31 de dezembro de cada ano está dissociado de qualquer ato jurídico ou econômico necessário ao pagamento de participação nos lucros; 1.2. Constitucionalidade incondicional, seja em razão do caráter antielisivo (impedir “planejamento tributário”) ou antievasivo (impedir sonegação) da normatização, ou devido à submissão obrigatória das empresas nacionais investidoras ao Método de de Equivalência Patrimonial – MEP, previsto na Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/1976, art. 248); 1.3. Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade dos textos impugnados apenas em relação às empresas coligadas, porquanto as empresas nacionais controladoras teriam plena disponibilidade jurídica e econômica dos lucros auferidos pela empresa estrangeira controlada; 1.4. Inconstitucionalidade condicional, afastada a aplicabilidade do texto impugnado para as empresas controladas ou coligadas sediadas em países de tributação normal, com o objetivo de preservar a função antievasiva da normatização. 2. Orientada pelos pontos comuns às opiniões majoritárias, a composição do resultado reconhece: 2.1. A inaplicabilidade do art. 74 da MP 2.158-35 às empresas nacionais coligadas a pessoas jurídicas sediadas em países sem tributação favorecida, ou que não sejam “paraísos fiscais”; 2.2. A aplicabilidade do art. 74 da MP 2.158-35 às empresas nacionais controladoras de pessoas jurídicas sediadas em países de tributação favorecida, ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados (“paraísos fiscais”, assim definidos em lei); 2.3. A inconstitucionalidade do art. 74 par. ún., da MP 2.158-35/2001, de modo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até 31 de dezembro de 2001. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida e julgada parcialmente procedente, para dar interpretação conforme ao art. 74 da MP 2.158-35/2001, bem como para declarar a inconstitucionalidade da clausula de retroatividade prevista no art. 74, par. ún., da MP 2.158/2001.</p><p>(ADI 2588, Relator(a): ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 10-04-2013, DJe-027 DIVULG 07-02-2014 PUBLIC 10-02-2014 EMENT VOL-02719-01 PP-00001)</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>(este prazo aplica-se inclusive ao imposto relativo ao mês de dezembro, que deverá ser pago até o último dia útil do mês de janeiro do ano subsequente), e (ii) por ocasião do balanço anual (31 de dezembro), será determinado o imposto efetivamente devidos, os quais serão confrontados com os valores devidos por estimativa, sendo que, no caso de saldo positivo, deverá ser pago em quota única, até o último dia útil do mês de março do ano subsequente, ou, caso o saldo seja negativo, poderá ser objeto de restituição ou de compensação.</p><p>Ademais, frisa-se que a adoção de uma das formas citadas (lucro real trimestral ou pagamento por estimativa, com apuração anual) é irretratável para todo o ano-calendário.</p><p>Por fim, de acordo com o disposto nos arts. 623 e 624[footnoteRef:4] do Decreto n° 9.580/2018, o IRPJ deve ser calculado com base na alíquota de 15%, mais adicional de 10%, aplicável sobre a base cálculo do imposto devido com base no lucro real que ultrapassar a R$ 20.000,00, multiplicado pelo número de meses do respectivo período de apuração. [4: “Art. 623. A pessoa jurídica pagará o imposto sobre a renda à alíquota de quinze por cento sobre o lucro real, presumido ou arbitrado, apurado de conformidade com o disposto neste Regulamento.</p><p>Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, à pessoa jurídica que explorar atividade rural de que trata a Lei nº 8.023, de 1990.</p><p>Art. 624. A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor resultante da multiplicação de vinte mil reais pelo número de meses do período de apuração fica sujeita à incidência de adicional de imposto sobre a renda à alíquota de dez por cento.</p><p>§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, inclusive, às hipóteses de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação.</p><p>§ 2º O disposto neste artigo aplica-se, igualmente, à pessoa jurídica que explorar a atividade rural de que trata a Lei nº 8.023, de 1990.</p><p>§ 3º Na hipótese prevista no art. 219 , a parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a vinte mil reais fica sujeita à incidência do adicional de que trata este artigo.”]</p><p>b) Lucro presumido:</p><p>Nos termos do art. 587 do Decreto n° 9.580/2018, a pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido. A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário.</p><p>A opção pelo regime de tributação com base do lucro presumido será manifestada com o pagamento da primeira ou da quota única do imposto sobre a renda devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-calendário. Neste sentido, o IRPJ apurado com base no lucro presumido será determinado por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário.</p><p>Importante ressaltar que, o lucro presumido, como o próprio nome sugere, é uma forma tributação do IRPJ em que o lucro é determinado com base na presunção, calculado a partir da incidência sobre a receita bruta, dos percentuais de 1,6%, 8%, 16% ou 32%, conforme a atividade (art. 33 da IN RFB n° 1.700/2018). Sobre esse resultado, ainda devem ser adicionados as demais receitas e os ganhos de capital, conforme determinado no art. 215 da IN RFB n° 1.700/2018.</p><p>Nesses termos, apurada a base de cálculo, será aplicada a alíquota do IRPJ, nos mesmos moldes determinados para o lucro real, mencionados anteriormente, considerando o trimestre, ou seja: a alíquota de 15% sobre a totalidade do lucro presumido apurado no trimestre, e a alíquota adicional de 10% sobre a parcela do lucro presumido trimestral que exceder a R$ 60.000,00 ou, no caso de início ou encerramento de atividades no trimestre, sobre o limite equivalente ao resultado da multiplicação de R$ 20.000,00 pelo número de meses do período de apuração.</p><p>c) Simples Nacional:</p><p>A Lei Complementar n° 123/2006, instituiu o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples Nacional.</p><p>De acordo com o art. 13 da LC n° 123/2006, o Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, do (i) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ, (ii) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, (iii) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, (iv) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS, (v) Contribuição para o PIS/Pasep, (vi) Contribuição Patronal Previdenciária - CPP para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica (exceto no caso da microempresa e da empresa de pequeno porte que se dedique às atividades de prestação de serviços referidas no § 5º-C do art. 18 da LC n° 123/2006), (vii) Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, e (viii) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.</p><p>Lembra-se que, o art. 3º, § 4° da LC nº 123/2006 , traz os impedimentos à opção pelo regime do Simples Nacional, observadas as disposições dos arts. 61-A a 61-D da mesma norma. Já o art. 17 da mesma LC, elenca as atividades que estão vedadas ao recolhimento dos impostos na forma do Simples Nacional.</p><p>Ainda, ressalta-se que o regime do Simples Nacional é opcional às ME’s ou EPP’s que se enquadrarem nos critérios da legislação. Neste sentido, o art. 6º da Resolução do Conselho Gestor do Simples Nacional (CGSN) n° 140/2018, dispõe que a opção pelo Simples Nacional deverá ser formalizada por meio do Portal do Simples Nacional na internet, sendo irretratável para todo o ano-calendário. Referida opção deve ser formalizada até o último dia útil do mês de janeiro e produzirá efeitos a partir do primeiro dia do ano-calendário da opção, em regra geral.</p><p>Quanto ao recolhimento dos tributos e contribuições no âmbito do Simples Nacional, deve-se lembrar que a base de cálculo para a determinação do valor devido mensalmente pela ME ou EPP será a receita bruta total mensal auferida (Regime de Competência) ou recebida (Regime de Caixa), conforme opção feita pelo contribuinte (art. 16 da Resolução CGSN n° 140/2018).</p><p>Já o valor devido mensalmente pela ME ou pela EPP optante pelo Simples Nacional será determinado mediante a aplicação das alíquotas efetivas sobre a receita bruta total mensal, de acordo com o disposto no art. 22 da Resolução CGSN n° 140/2018.</p><p>Assim, as alíquotas efetivas são calculadas a partir das alíquotas nominais constantes das tabelas dos Anexos I a V da Lei Complementar nº 123/2006. Isso significa que, cada anexo (que compõem grupos de atividades diferentes) terá uma alíquota específica relativa ao IRPJ, a depender do valor da receita bruta dos últimos 12 meses. Neste sentido, considerando a repartição dos tributos, especificamente em relação ao IRPJ, a depender da receita bruta da empresa, teremos:</p><p>- Atividades do Anexo I: alíquotas de 5,50% a 13,50%;</p><p>- Atividades do Anexo II: alíquotas de 5,50% a 8,50%;</p><p>- Atividades do Anexo III: alíquotas de 4,00% a 35,00%;</p><p>- Atividades do Anexo IV: alíquotas de 18,80% a 53,50%;</p><p>- Atividades do Anexo V: alíquotas de 25,00% a 35,00%.</p><p>Portanto, nesta sistemática do Simples Nacional, para se encontrar o valor a recolher relativo ao IRPJ, deverá ser verificado qual anexo a empresa estará enquadrada, e qual o valor da receita bruta em 12 meses, para se chegar ao valor da alíquota efetiva.</p><p>d) Lucro Arbitrado:</p><p>O art. 226 da IN RFB n° 1.700/2018 dispõe que o IRPJ devido será exigido a cada trimestre, no decorrer do ano-calendário, com base nos critérios do lucro arbitrado, quando:</p><p>I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração</p><p>na forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;</p><p>II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:</p><p>a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive a bancária; ou</p><p>b) determinar o lucro real;</p><p>III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o livro Caixa, na hipótese prevista no parágrafo único do art. 225;</p><p>IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido;</p><p>V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de cumprir o disposto no § 1º do art. 201;</p><p>VI - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, livro Razão ou fichas utilizadas para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário;</p><p>VII - o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária as informações necessárias para gerar o FCONT por meio do Programa Validador e Assinador da Entrada de Dados para o FCONT de que trata a Instrução Normativa RFB nº 967, de 15 de outubro de 2009, no caso de pessoas jurídicas sujeitas ao RTT e tributadas com base no lucro real; ou</p><p>VIII - o contribuinte não escriturar ou deixar de apresentar à autoridade tributária a ECF.</p><p>Ainda, o art. 604 do Decreto n° 9.580/2018 estabelece que quando conhecida a receita bruta, e desde que ocorridas as hipóteses previstas no art. 603 , o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto sobre a renda correspondente com base no lucro arbitrado, observado que (i) a apuração com base no lucro arbitrado abrangerá todo o ano-calendário, assegurada, ainda, a tributação com base no lucro real relativa aos trimestres não submetidos ao arbitramento, se a pessoa jurídica dispuser de escrituração exigida pela legislação comercial e fiscal que demonstre o lucro real dos períodos não abrangidos por aquela modalidade de tributação, e (ii) o imposto sobre a renda apurado na forma prevista no item (i) terá por vencimento o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento de cada período de apuração.</p><p>Ademais, quanto à alíquota, como já anteriormente mencionado, sobre o valor da base de cálculo, calcula-se o imposto mediante a aplicação (i) da alíquota normal de 15% sobre a totalidade da base de cálculo apurada, e (ii) da alíquota adicional de 10% sobre a parcela da base de cálculo que exceder ao limite equivalente a R$ 20.000,00, multiplicados pelo número de meses do período de apuração (R$ 60.000,00, na apuração trimestral).</p><p>(b)	Quais os requisitos para a tributação pelo lucro presumido?</p><p>Conforme mencionado na resposta à questão anterior, nos termos do art. 587 do Decreto n° 9.580/2018, a pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a doze meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido. A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano-calendário.</p><p>Desta forma, podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas, não obrigadas à apuração do lucro real (hipótese que será trabalhada na resposta à questão seguinte), e cuja receita bruta total no ano-calendário imediatamente anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 ou a R$ 6.500.000,00, multiplicado pelo número de meses de atividade do ano-calendário anterior, quando inferior a 12 meses. Também podem optar pela tributação com base no lucro presumido as pessoas jurídicas que iniciarem atividades.</p><p>(c)	Em que circunstâncias há obrigatoriedade de tributação pelo lucro real?</p><p>O art. 257 do Decreto n° 9.580/2018 prevê:</p><p>Art. 257. Ficam obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:</p><p>I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a doze meses;</p><p>II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, agências de fomento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades abertas de previdência complementar;</p><p>III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;</p><p>IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou à redução do imposto sobre a renda;</p><p>V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma estabelecida no art. 219;</p><p>VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultante de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);</p><p>VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio;</p><p>VIII - que tenham sido constituídas como sociedades de propósito específico, formadas por microempresas e empresas de pequeno porte, observado o disposto no art. 56 da Lei Complementar nº 123, de 2006; e</p><p>IX - que emitam ações nos termos estabelecidos no art. 16 da nº Lei 13.043, de 2014.</p><p>§ 1º As pessoas jurídicas não enquadradas no disposto no caput poderão apurar os seus resultados tributáveis com base nas disposições deste Título.</p><p>§ 2º As pessoas jurídicas de que tratam os incisos I, III, IV e V do caput poderão optar, durante o período em que submetidas ao Programa de Recuperação Fiscal - Refis, pelo regime de tributação com base no lucro presumido, observado o disposto no art. 523.</p><p>Portanto, as pessoas jurídicas enquadradas nas situações previstas nos incisos I a IX do art. 257 do Decreto n° 9.580/2018 estão obrigadas à tributação com base no lucro real.</p><p>Por outro lado, não estando enquadrada em uma das situações acima mencionadas, a pessoa jurídica poderá optar pelo lucro presumido.</p><p>Entretanto, frisa-se que, mesmo não estando obrigada à adoção do lucro real, caso queira, a empresa poderá optar por esse regime de tributação.</p><p>(d)	Há direito subjetivo do contribuinte ao arbitramento do lucro?</p><p>Como já trazido anteriormente neste trabalho, o art. 226 da IN RFB n° 1.700/2018 elenca as situações em que IRPJ devido será exigido com base nos critérios do lucro arbitrado.</p><p>Percebe-se que “o lucro arbitrado aplica-se somente às situações em que a mensuração da base de cálculo real do imposto mostra-se prejudicada em razão da omissão ou ausência de fé dos esclarecimentos prestados, declarações apresentadas ou documentos expedidos pelo sujeito passivo ou terceiro obrigado (conforme art. 148 do CTN).”[footnoteRef:5] [5: FERRAGUT, Maria Rita. Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito Tributário. Paulo de Barros Carvalho, Maria Leonor Leite Vieira, Robson Maia Lins (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível em: https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/271/edicao-1/imposto-sobre-a-renda-e-proventos-de-qualquer-natureza. Acesso em 04/06/2024, às 15h47.]</p><p>Ocorre que, como também já mencionado anteriormente, o art. 604 do Decreto</p><p>n° 9.580/2018, dispõe que, quando conhecida a receita bruta, e desde que ocorridas as hipóteses previstas na legislação, o contribuinte poderá efetuar o pagamento do imposto sobre a renda correspondente com base no lucro arbitrado, ou seja, uma situação em que o arbitramento é feito pelo próprio contribuinte, e não pelo Fisco.</p><p>Neste sentido, sobre o assunto, vale trazer as lições de Célia Maria de Souza Murphy[footnoteRef:6]: [6: MURPHY, Célia Maria de Souza. Imposto sobre a renda: Lucro Arbitrado. Pressupostos e casos polêmicos. Dissertação (Mestrado em Direito) – Direito Tributário, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010. p. 136/138. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/teste/arqs/cp134978.pdf. Acesso em 04/06/2024, às 16h50.]</p><p>Sendo assim, propugnamos que única e exclusivamente nas situações listadas é possível haver arbitramento do lucro da pessoa jurídica, isto é, somente na impossibilidade de apuração do lucro real ou presumido, e pelos demais motivos relacionados na lei, é cabível o arbitramento. Em qualquer outra circunstância, o lucro será real ou presumido (caso a pessoa jurídica atendas aos requisitos legais e tenha exercido a opção). E, nas hipóteses previstas para o arbitramento, não há escolha: o lucro deve ser obrigatoriamente arbitrado, na forma prevista em lei, ante a impossibilidade de ser apurado segundo qualquer um dos outros dois métodos.</p><p>(...)</p><p>Admitir que o sujeito passivo tem o direito de "optar" pela apuração do imposto sobre a renda pelo método do lucro arbitrado em qualquer circunstância seria ignorar a obrigatoriedade que toda pessoa jurídica tem de manter em ordem e apresentar à fiscalização sua documentação contábil e fiscal sempre que para tal tenha sido regularmente intimada. Caso o autoarbitramento do lucro fosse uma escolha, também o seria a manutenção da documentação contábil e fiscal, transformando em opção o cumprimento do Código Civil e das leis tributárias que obrigam o sujeito passivo a manter referida documentação em ordem e à disposição do fisco.</p><p>(...)</p><p>Ademais desses argumentos, EURICO DE SANTI aponta ainda o aspecto penal da omissão da escrita comercial e fiscal com o intuito de obter o benefício da redução do tributo:</p><p>"Além disso, convém advertir que a lei 8.137/90, que define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo, estipula no seu art. 2.° que a conduta de 'omitir declaração sobre rendas' (elemento objetivo do tipo) com o fim de 'eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento do tributo' (elemento subjetivo do tipo) subsume-se, perfeitamente, à conduta recomendada pela tese de autoarbitramento, ensejando a qualificação de 'crime contra a ordem tributária e a respectiva pena de seis meses a dois anos de reclusão".</p><p>Concordando com esse posicionamento, concluímos, com estas ponderações, que o sujeito passivo não é livre para fazer o autolançamento do imposto sobre a renda com base no autoarbitramento. Não pode utilizar-se do autoarbitramento como planejamento tributário, porque, com isso, viola a lei. Não pode omitir informações com o objetivo de eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributos.</p><p>Diante da interpretação sistemática das normas do direito posto, a pessoa jurídica só pode fazer o autolançamento com base no autoarbitramento nas circunstâncias em que a lei autoriza, ou seja, somente nos casos em que não possua escrituração contábil e fiscal ou esta seja imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, ou determinar o lucro real ou nas demais hipóteses previstas em lei. Procedendo indevidamente, sujeita-se ao lançamento com base em outro método de apuração, caso a autoridade fiscal verifique que o autolançamento foi feito ao arrepio da lei, além de submeter-se às sanções previstas na legislação tributária e penal.</p><p>Por outro lado, incorrendo em uma das hipóteses previstas para o arbitramento do lucro, sendo conhecida a receita bruta, o sujeito passivo pode fazer o autolançamento por meio do autoarbitramento. Não precisa aguardar até que haja uma ação fiscal para que, ao seu término, um agente da fiscalização faça o lançamento. (grifos nossos).</p><p>Deste modo, em concordância com o acima exposto, entendo que o contribuinte não possui o direito subjetivo ao arbitramento do lucro, sendo este possível apenas nas situações previstas na legislação.</p><p>Por fim, neste sentido também é o entendimento do CARF. Vejamos:</p><p>ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO</p><p>Ano­calendário: 2007, 2008, 2009</p><p>LUCRO ARBITRADO. IMPOSSIBILIDADE DE OPÇÃO PELO CONTRIBUINTE.</p><p>O arbitramento é medida excepcional. Nesse sentido, não existe permissivo legal a autorizar o arbitramento dos lucros por opção do contribuinte. a não ser quando configurada a absoluta impossibilidade de se determinar o resultado ajustado ou, se for o caso, o resultado presumido.</p><p>TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL</p><p>Aplica­se às exigências ditas reflexas o que foi decidido quanto à exigência matriz, devido à íntima relação de causa e efeito entre elas.</p><p>(Acórdão nº 1401­001.854 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária - Sessão de 12 de abril de 2017)</p><p>ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA ­ IRPJ</p><p>Ano­calendário: 2009</p><p>LUCRO ARBITRADO. IMPOSSIBILIDADE DE OPÇÃO PELO CONTRIBUINTE.</p><p>Não existe permissivo legal a autorizar o arbitramento dos lucros por opção do contribuinte. Arbitramento dos lucros, quer pela fiscalização, quer pelo contribuinte, deve ser precedido da ocorrência de qualquer das hipóteses do art. 47, da Lei nº 8.981/95. Mantém­se as autuações de IRPJ e CSLL pela sistemática do Lucro Real quando não caracterizada a existência das hipóteses legais.</p><p>MULTA AGRAVADA. INOCORRÊNCIA DOS REQUISITOS.</p><p>Constatado o atendimento à intimação por parte do contribuinte, justificando a não apresentação da documentação solicitada, mesmo que desacompanhada da documentação, demonstra o atendimento e impede a aplicação do agravamento da multa.</p><p>(Acórdão nº 1401­001.895 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária - Sessão de 18 de maio de 2017).</p><p>2.	Qual o conceito jurídico de permuta? Ela pode ser equiparada ao instituto da compra e venda? A permuta implica acréscimo patrimonial? Há incidência do imposto sobre a renda nas operações de permuta? Quais os impactos tributários sobre a operação de permuta trazidos pela Lei n. 12.973 de 2014? O regime de apuração (lucro real ou lucro presumido) influencia no tratamento tributário a ser dispensado às permutas imobiliárias para fins de incidência do IRPJ? (Vide Parecer COSIT/RFB nº 09/14, Parecer PGFN nº 454/92 e Anexo I).</p><p>De acordo com Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho[footnoteRef:7], temos o seguinte conceito para permuta: [7: GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil, Volume 4: Contratos. 2 ed. Unificada – São Paulo, Saraiva Educação, 2019. p. 400. ]</p><p>Troca ou permuta são expressões equivalentes, que contêm uma grande quantidade de sinônimos: câmbio, escambo, comutação, permutação. Até a palavra "mútuo" é elencada neste rol.</p><p>Abstraída esta última palavra, que tem um sentido próprio no campo do Direito, qualquer uma delas pode ser utilizada indistintamente, embora, por óbvio, sejam preferíveis as adotadas pelo Código, que dão nome a este capítulo, o que prestigiaremos na medida do possível e do estilo redacional.</p><p>Trata-se de uma das modalidades contratuais de mais antiga utilização, mesmo antes do desenvolvimento da compreensão do sistema normativo moderno, consistindo seu conceito, em síntese, em um negócio jurídico em que as partes se obrigam a entregar reciprocamente coisas, que não sejam dinheiro.</p><p>Além disso, lembra-se que, nos termos do art. 553, que se encontra no Capítulo II – Da Troca e da Permuta, do Título VI - Das Várias Espécies de Contrato, do Código Civil, aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações: I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará</p><p>por metade as despesas com o instrumento da troca; II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.</p><p>Entretanto, em que pese tal disposição legal supramencionada, não há, expressamente, um conceito previsto em norma jurídica para a permuta. Ainda, tal dispositivo do Código Civil não tem o condão de equiparar a permuta ao instituto de compra e venda para efeitos tributários, sendo equiparável apenas para efeitos civis. Nesse sentido, vale transcrever as lições de Rafael Palma Bifano e José Henrique Longo[footnoteRef:8]: [8: BIFANO, Rafael Palma; LONGO, José Henrique. Permuta imobiliária: a nova contabilidade e os desdobramentos tributários. In: RODRIGUES, Daniele Souto; MARTINS, Natanael (Coord.). Tributação atual da renda. São Paulo: Noeses, 2015.]</p><p>Essa nova redação seguiu sem fornecer o conceito do negócio jurídico de troca ou permuta e tampouco o equiparou à ocorrência de duas compras e vendas simultâneas e recíprocas. Em que pese não haver uma equiparação de institutos, o Código Civil utiliza-se das normas relativas à compra e venda para regular a permuta.</p><p>Essa disposição não tem o condão de definir o instituto da permuta como sendo equivalente ao da compra e venda, mas apenas lhe confere a aplicabilidade de algumas regras próprias desse outro negócio jurídico, de compra e venda, visto que ambos envolvem a entrega de coisa certa.</p><p>E, considerando que o contexto dessa norma é o Direito Civil, é razoável entender-se que tal equiparação tem como única função a de atribuir à permuta as normas de âmbito civil prescritas para a venda e compra. Estender a interpretação no sentido de que o texto do art. 533 do CC/2002 (aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda) equipara para fins tributários os dois institutos é promover distorção do instituto da permuta com propósito de alargar a previsão legal da hipótese de incidência.</p><p>Não se deve perder de vista que as principais características de uma permuta são a inexistência de preço e o pressuposto de equivalência econômica entre as coisas trocadas.</p><p>Desta forma, a permuta nada mais é que um negócio jurídico onde as partes entregam objetos, coisas específicas, uma à outra. Tal negócio jurídico poderá ser equiparado à compra e venda no âmbito das relações civis, não havendo, em princípio, equiparação no âmbito tributário, tendo em vista não haver pecúnia (dinheiro).</p><p>Assim sendo, pode-se dizer que a permuta, em regra, não implica em acréscimo patrimonial. Nesse sentido é o Parecer PGFN nº 454/92, o qual deixa claro que “na permuta pura e simples os contratantes não sio movidos pelo valor monetário ou, em outras palavras, preço dos bens envolvidos, mas sim pelo caráter hedonístico, ou seja, o valor intrínseco de utilidade que os bens permutados terão para cada uma das partes individualmente. E por isso que a doutrina afirma que em cada um dos patrimônios o que ocorre é mera substituição de um bem de uma natureza por outro de natureza diferente, independente de qualquer referência a preço de mercado, seja este amplo e aberto ou restrito e dirigido como ocorre no leilão.”.</p><p>Deste modo, em não havendo compensação financeira, apenas a mera troca de bens, por exemplo, não há que se falar em incidência do imposto de renda no caso de permuta.</p><p>Ocorre que, há previsão legal (art. 128, § 4º, II do Decreto n° 9.580/2018) de que, a permuta é considerada operação que importa a alienação, a qualquer título, de bens ou direitos ou a cessão ou a promessa de cessão de direitos à sua aquisição, sendo que, havendo ganho de capital, este estará sujeito à incidência do imposto de renda. Ressalta-se que, na determinação do ganho de capital fica excluída a permuta exclusivamente de unidades imobiliárias, objeto de escritura pública, sem recebimento de parcela complementar em dinheiro, denominada torna, exceto na hipótese de imóvel rural com benfeitorias. Ademais, na hipótese de permuta com recebimento de torna, deverá ser apurado o ganho de capital apenas em relação à torna (art. 132, II e § 2º, do Decreto n° 9.580/2018).</p><p>Ainda, quanto à Lei n° 12.973/2014, esta alterou o Decreto-Lei nº 1.598/1977 para dispor que na hipótese de operações de permuta envolvendo unidades imobiliárias, a parcela do lucro bruto decorrente da avaliação a valor justo das unidades permutadas será computada na determinação do lucro real pelas pessoas jurídicas permutantes, quando o imóvel recebido em permuta for alienado, inclusive como parte integrante do custo de outras unidades imobiliárias ou realizado a qualquer título, ou quando, a qualquer tempo, for classificada no ativo não circulante investimentos ou imobilizado.</p><p>Além disso, a Receita Federal do Brasil, no Parecer COSIT/RFB nº 09/14, entendeu que na operação de permuta de imóveis com ou sem recebimento de torna, realizada por pessoa jurídica que apura o imposto sobre a renda com base no lucro presumido, dedicada a atividades imobiliárias relativas a loteamento de terrenos, incorporação imobiliária, construção de prédios destinados à venda, bem como a venda de imóveis construídos ou adquiridos para a revenda, constituem receita bruta tanto o valor do imóvel recebido em permuta quanto o montante recebido a título de torna.</p><p>Assim, a Receita Federal do Brasil possui entendimento no sentido de que, em se tratando de pessoa jurídica tributada no lucro presumido, na operação de permuta de imóveis, ainda que não tenha havido o recebimento de torna, deverá ser considerada como receita bruta e tributada pelo IRPJ.</p><p>Entretanto, por outro lado, em decorrência do entendimento pacificado dos tribunais superiores, a PGFN, no Despacho nº 167, de 08 de abril de 2022, trazido no Anexo I deste trabalho, corroborou que “o contrato de troca ou permuta não deve ser equiparado, na esfera tributária, ao contrato de compra e venda, pois não haverá, em regra, auferimento de receita, faturamento ou lucro na troca. O art. 533 do Código Civil apenas ressalta que as disposições legais referentes à compra e venda se aplicam, no que forem compatíveis, com a troca no âmbito civil, definindo suas regras gerais. Como corolário, não havendo comprovação documental em sentido contrário, nem parcela complementar, o valor do imóvel recebido nas operações de permuta com outro imóvel não deve ser considerado receita, faturamento, renda ou lucro para fins do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS apurados pelas empresas optantes pelo lucro presumido.”</p><p>Referido despacho supramencionado dispensa a apresentação de contestação, o oferecimento de contrarrazões, a interposição de recursos, bem como a desistência dos já interpostos pela PGFN, em processos que discutam o tema em tela, visto que a jurisprudência já é pacificada em desfavor do Fisco.</p><p>Portanto, em se tratando de empresa tributada no lucro presumido, no caso de permuta de imóvel sem o recebimento de torna, ou parcela complementar, o valor do imóvel não deve ser considerado como receita ou lucro, e consequentemente, não deverá ser tributado pelo IRPJ. Por outro lado, caso haja o recebimento de torna, apenas o valor relativo à torna deverá ser considerado para fins de tributação do IRPJ.</p><p>3.	Com relação à base de cálculo do IRPJ pergunta-se:</p><p>(a)	“Entradas” e “ingressos” são sinônimos de “receita”? Que se entende por “receita”? A atualização monetária das aplicações financeiras pode ser entendida como uma receita? Justifique.</p><p>De acordo com Ricardo Mariz de Oliveira, “receita é qualquer ingresso ou entrada de direito que se incorpore positivamente ao patrimônio, e que represente remuneração ou contraprestação de atos, atividades ou operações da pessoa titular do mesmo, ou remuneração ou contraprestação do emprego de recursos materiais, imateriais ou humanos existentes no seu patrimônio ou por ele custeados”.[footnoteRef:9] [9: OLIVEIRA, Ricardo Mariz de. Cofins: conceitos de receita e faturamento. In: “Sistema Constitucional Tributário – Dos fundamentos teóricos aos ‘hard cases’ – Estudos em Homenagem ao Ministro Luiz</p><p>Fux” - Livraria do Advogado Editora, Porto Alegre, 2013, p. 415. Disponível em https://www.marizadvogados.com.br/wp-content/uploads/2018/03/NArt.06-2013.pdf. Acesso em 06/06/2024, as 17h21.]</p><p>Ainda sobre o assunto, vale mencionar o estudo de Rodrigo Maito da Silveira e Mateus Tiagor Campos[footnoteRef:10]: [10: SILVEIRA, Rodrigo Maito da; CAMPOS, Mateus Tiagor. Tratamento Tributário do Reembolso de Despesas no Bojo da Prestação de Serviços. Revista Direito Tributário Atual nº 52. ano 40. p. 321-340. São Paulo: IBDT, 3º quadrimestre 2022.]</p><p>Embora o IRPJ e a CSLL, em princípio, recaiam sobre a renda, assim entendido o acréscimo patrimonial verificado em determinado espaço temporal, em linha com a materialidade prevista no art. 433 do Código Tributário Nacional – CTN (Lei n. 5.172/1966), é fato que o art. 444 desse mesmo diploma normativo prevê, como modalidade de apuração do lucro tributável, o chamado lucro presumido, cujo dimensionamento parte da aplicação de percentuais de presunção fixados em lei5 (margens de lucro presumidas, conforme tipo de atividade) sobre a receita bruta da pessoa jurídica.</p><p>O art. 43 também faz referência a receitas e rendimentos, mas numa acepção que deve ser entendida como manifestação ou elemento indicativo de renda ou de acréscimo patrimonial. Renda e provento de qualquer natureza são inquestionavelmente formados a partir de uma “receita” ou de um “rendimento”, motivo pelo qual a menção que o art. 43 do CTN faz a esses termos deve ser entendida no contexto da materialidade do imposto e à luz do texto constitucional.</p><p>(...)</p><p>Desta forma, sob a ótica contábil, os requisitos para que ingressos sejam reconhecidos como receitas podem ser assim delimitados: (i) sejam resultados financeiros positivos das atividades das empresas, (ii) decorram diretamente do incremento de ativos ou diminuição de passivos; e (iii) sejam agregadas ao patrimônio líquido, representando ganho real da empresa voltado à manutenção de suas atividades no curto e/ou longo prazo.</p><p>Qualquer transação realizada pela pessoa jurídica que apresente as características acima elencadas – resultado financeiro positivo, com modificação de ativos ou passivos, e agregação ao patrimônio líquido – enseja o reconhecimento de uma receita.</p><p>Desta forma, em suma, a receita é aquilo que irá incorporar positivamente ao patrimônio da empresa. Assim sendo, nem toda “entrada” ou “ingresso” será sinônimo de receita, apenas aqueles acresçam ao patrimônio.</p><p>Ademais, o art. 208 do Decreto n° 9.580/2018, dispõe que a receita bruta compreende (i) o produto da venda de bens nas operações de conta própria, (ii) o preço da prestação de serviços em geral, (iii) o resultado auferido nas operações de conta alheia, e (iv) as receitas da atividade ou do objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos itens anteriores. Já o § 1º do mesmo artigo estabelece que a receita líquida será a receita bruta diminuída de devoluções e vendas canceladas, de descontos concedidos incondicionalmente, de tributos sobre ela incidentes, e de valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404/1976, das operações vinculadas à receita bruta.</p><p>Referente à atualização monetária das aplicações financeiras, o STJ firmou entendimento, no Tema Repetitivo 1160 (REsp 1986304/RS, trazido no Anexo III deste trabalho), de que “O IR e a CSLL incidem sobre a correção monetária das aplicações financeiras, porquanto estas se caracterizam legal e contabilmente como Receita Bruta, na condição de Receitas Financeiras componentes do Lucro Operacional.”</p><p>Portanto, a atualização monetária das aplicações financeiras é caracterizada como receita bruta, devendo haver a incidência do IRPJ, nos moldes do entendimento pacificado do STJ.</p><p>(b)	As despesas reembolsadas por clientes integram a receita bruta dos escritórios e empresas que trabalham com bens e direitos de terceiros (como escritórios de advocacia, contabilidade, empresas de cobrança etc.) que adotam o lucro presumido? Esses reembolsos podem ser tributados pelo IRPJ? (Vide anexos II e III).</p><p>Em relação aos reembolsos de clientes, nos casos de escritórios de advocacia, contabilidade, cobrança, entre outras, o CARF possui o entendimento de que estes “integram a receita bruta, ou seja, a receita bruta é representada pelo valor total contratado (honorários e reembolsos)”, como se pode observar no Acórdão nº 1803-002.463, trazido no Anexo II deste trabalho. Deste modo, estão sujeitos à tributação pelo IRPJ.</p><p>Entretanto, deverá ser analisada cada situação específica, uma vez que existem reembolsos que não representam acréscimo no patrimônio da empresa, caso em que não haveria que se falar em integração na receita bruta, tampouco em incidência do IRPJ.</p><p>A própria Receita Federal do Brasil, em que pese não se tratar expressamente de despesas reembolsadas por clientes, na Solução de Consulta n° 149/2021, entendeu que, observados alguns requisitos, os valores recebidos por pessoa jurídica centralizadora relativos a contratos de rateio de custos e despesas das demais pessoas jurídicas ligadas, são considerados reembolsos, não devendo ser considerados como receita para fins do IRPJ apurado com base no lucro presumido.[footnoteRef:11] [11: “SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 149, DE 21 DE SETEMBRO DE 2021</p><p>(Publicado(a) no DOU de 28/09/2021, seção 1, página 45)</p><p>Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ</p><p>REEMBOLSO. RATEIO DE CUSTOS E DESPESAS. EMPRESAS LIGADAS. LUCRO PRESUMIDO. RECEITA BRUTA.</p><p>São considerados reembolsos, os valores recebidos por pessoa jurídica centralizadora relativos a contratos de rateio de custos e despesas das demais pessoas jurídicas ligadas, desde que:</p><p>a) as despesas reembolsadas comprovadamente correspondam a bens e serviços recebidos e efetivamente pagos;</p><p>b) as despesas objeto de reembolso sejam necessárias, usuais e normais nas atividades das empresas;</p><p>c) o rateio se realize através de critérios razoáveis e objetivos, previamente ajustados, devidamente formalizados por instrumento firmado entre os intervenientes;</p><p>d) o critério de rateio esteja de acordo com o efetivo gasto de cada empresa e com o preço global pago pelos bens e serviços, em observância aos princípios técnicos ditados pela Contabilidade;</p><p>e) a empresa centralizadora da operação de aquisição de bens e serviços aproprie como despesa tão-somente a parcela que lhe cabe de acordo com o critério de rateio, assim como deverão proceder de forma idêntica as empresas descentralizadas beneficiárias dos bens e serviços, e contabilizar as parcelas a serem ressarcidas como direitos de créditos a recuperar, orientando a operação conforme os princípios técnicos ditados pela Contabilidade.</p><p>f) a empresa centralizadora da operação de aquisição de bens e serviços, assim como as empresas descentralizadas, mantenham escrituração destacada de todos os atos diretamente relacionados com o rateio das despesas administrativas;</p><p>g) não haja qualquer margem de lucro no reembolso;</p><p>h) não configure pagamento por serviços prestados pela empresa centralizadora.</p><p>Os reembolsos auferidos pela pessoa jurídica centralizadora decorrente do rateio de custos e despesas, desde que cumpridas as condições do item anterior, não são considerados receitas para fins do IRPJ apurado com base no lucro presumido.</p><p>Dispositivos Legais: Lei nº 9.430, de 1996, art. 25; Lei nº 9.249, de 1995, art. 15; Decreto-lei nº 1.598, de 1977, art. 12.</p><p>SOLUÇÃO DE CONSULTA PARCIALMENTE VINCULADA À SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 23 DE 23 DE SETEMBRO DE 2013.</p><p>(...)” ]</p><p>Além disso, vale trazer novamente as lições de Rodrigo Maito da Silveira e Mateus Tiagor Campos[footnoteRef:12]: [12: SILVEIRA, Rodrigo Maito da; CAMPOS, Mateus Tiagor. Tratamento Tributário do Reembolso de Despesas no Bojo da Prestação de Serviços. Revista Direito Tributário Atual nº 52. ano 40. p. 321-340. São Paulo: IBDT, 3º quadrimestre 2022.]</p><p>O tema da imposição de tributos sobre ingressos definidos como “reembolsos” realizados no bojo de prestações de serviços</p><p>tem se mostrado controvertido, com as autoridades fiscais atribuindo a tais valores a natureza de receitas tributáveis em casos específicos, ainda que as operações realizadas e a pactuação firmada entre as partes não corroborem tal entendimento.</p><p>Reembolsos correspondem a dispêndios recuperáveis relativos a gastos assumidos em nome e benefício do cliente, dissociáveis da prestação de serviços original, tangenciais à causa fundamental da pactuação realizada e não necessariamente descritos no contrato firmado entre as partes (como não integrantes do preço dos serviços). O tratamento contábil dos reembolsos se dá mediante o seu registro em contas de ativos e passivos, sem produção de resultado financeiro ao prestador de serviços, razão pela qual não ensejam o reconhecimento de receitas ou despesas, e, consequentemente, não devem servir como base para a incidência de qualquer tributo.</p><p>Considerando os conceitos contábeis aplicáveis, não se pode confundir a figura de receitas – rendimentos indissociáveis dos serviços prestados, consubstanciados em resultados financeiros positivos, albergados no patrimônio líquido da empresa com efeitos de longo prazo – com meros reembolsos – ingressos financeiros meramente destinados à recomposição patrimonial por dispêndios não vinculados diretamente às operações pactuadas.</p><p>Desta forma, a par do entendimento do CARF, mencionado acima, entendo que em se tratando de efetivo reembolso, ou seja, o valor que é de responsabilidade do cliente, mas é arcado pela empresa prestadora de serviços, não há que se falar em tratamento deste como receita, uma vez que não apresenta acréscimo patrimonial e, deste modo, não há incidência do IRPJ.</p><p>(c)	O art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 9.316/96 prevê a impossibilidade de dedução do valor correspondente à CSLL para efeito da determinação do lucro real, compondo, portanto, a base de cálculo do IRPJ. A inclusão desse valor se coaduna com o conceito constitucional de renda? A exigência legal de adição da CSLL, registrada como custo ou despesa ao lucro líquido, se afigura como hipótese de ficção jurídica apta a alterar o critério quantitativo da regra-matriz de incidência do IRPJ? Esta disposição legal viola algum princípio constitucional do imposto incidente sobre a renda? (Vide anexo IV).</p><p>O art. 1º da Lei n° 9.316/1996 dispõe da seguinte forma:</p><p>Art. 1º O valor da contribuição social sobre o lucro líquido não poderá ser deduzido para efeito de determinação do lucro real, nem de sua própria base de cálculo.</p><p>Parágrafo único. Os valores da contribuição social a que se refere este artigo, registrados como custo ou despesa, deverão ser adicionados ao lucro líquido do respectivo período de apuração para efeito de determinação do lucro real e de sua própria base de cálculo.</p><p>Isto posto, lembra-se que, o art. 153, III, da CF/88, determina que compete à União instituir impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza. O referido imposto será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei.</p><p>Ainda, vale lembrar da regra-matriz de incidência do imposto de renda. Conforme bem explanado por Ângela Maria da Mota[footnoteRef:13], temos a seguinte estruturação da regra-matriz de incidência do imposto de renda: [13: PACHECO, Ângela Maria da Mota. Ficções tributárias identificação e controle. São Paulo: Noeses. Capítulo VIII, item 8.1, p. 340.</p><p>]</p><p>Módulo Exigibilidade do Crédito Tributário</p><p>Hipótese/Descritor</p><p>1) Critério material: adquirir renda.</p><p>2) Critério temporal: último dia do ano: 31/12 (ou último dia do semestre: 30/06 e 31/12, ou último dia do trimestre: 31/03; 30/06; 30/09 e 31/12).</p><p>3) Critério espacial: qualquer local dentro do Território Nacional (coincidente com o âmbito de validade da Lei).</p><p>Consequente/Prescritor</p><p>4) Critério quantitativo:</p><p>4.1.: base de cálculo: o lucro real, obtido no período (anual, semestral ou trimestral) (lucro presumido por opção do contribuinte).</p><p>4.2.: alíquota: 15% até R$ 20.000 por mês; 25% acima do limite de R$ 20.000.</p><p>5) Critério pessoal:</p><p>5.1.: sujeito ativo: União.</p><p>5.2.: sujeito passivo: contribuinte pessoa jurídica que adquiriu lucro.</p><p>Conclusão:</p><p>Esta é a norma matriz do imposto sobre a renda, tal como pressuposta na Constituição (critério material) e, especificada no Código Tributário Nacional, Art. 43, III e Leis Ordinárias.</p><p>Percebe-se, assim, que em relação ao critério quantitativo, a base de cálculo é o lucro, o que traz discussão em relação à inclusão da CSLL (que não é receita) na base de cálculo do IRPJ, como determinado pelo art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 9.316/1996. Desta forma, o conceito constitucional de renda não estaria sendo observado.</p><p>Mais que isso, a discussão sobre a inconstitucionalidade do referido dispositivo legal (art. 1º, P.U, da Lei n° 9.316/1996) recai também em relação ao art. 146, III, “a” da CF/88, que traz a reserva de lei complementar para definição das bases de cálculo de impostos, ou ainda em relação ao princípio da capacidade contributiva, esculpido no art. 145, § 1° da CF/88.</p><p>Entretanto, em que pese todos os referidos questionamentos pelo contribuinte, o STF, no julgamento do RE 582.525 (Tema 75), trazido no Anexo IV deste trabalho, firmou a tese de que “é constitucional a proibição de deduzir-se o valor da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL do montante apurado como lucro real, que constitui a base de cálculo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ.”.</p><p>Portanto, o STF entendeu que o valor pago a título de contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL não perde a característica de corresponder a parte dos lucros ou da renda do contribuinte pela circunstância de ser utilizado para solver obrigação tributária. Assim, julgou como constitucional o art. 1º e par. ún. da Lei 9.316/1996, que proíbe a dedução do valor da CSLL para fins de apuração do lucro real, base de cálculo do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ.</p><p>Por fim, entendo equivocada a posição do STF, uma vez que a CSLL não é receita, não acresce ao patrimônio da empresa, sendo, em verdade, um ônus tributário.</p><p>4.	A legislação do imposto sobre a renda prescreve que a compensação dos prejuízos fiscais apurados é limitada à denominada trava de 30% (conforme artigo 261 do RIR/2018). Por outro lado, regula ainda a forma com que o direito à compensação subsiste, especialmente em face de eventos de cisão, incorporação ou fusão de sociedades (conforme artigos 584 e 585 do RIR/2018). Indaga-se:</p><p>(a)	é cabível a denominada “incorporação reversa” ou “incorporação às avessas”, isto é, a operação em que figura como incorporadora a sociedade detentora de prejuízos fiscais, realizada justamente para que estes não se percam?</p><p>(b)	trata-se de planejamento tributário lícito, ou seria, esse caso específico, hipótese de fraude ou simulação? Estaria essa operação proibida pelo parágrafo único do artigo 116 do Código Tributário Nacional? Justifique suas respostas. (Vide anexos V, VI e VII).</p><p>Para maior compreensão e didática, as duas questões serão respondidas conjuntamente.</p><p>Inicialmente, vale lembrar que o art. 261, III do Decreto n° 9.580/2018, dispõe que na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido do período de apuração o prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração anteriores, limitada a compensação a trinta por cento do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas neste Regulamento, desde que a pessoa jurídica mantenha os livros e os documentos exigidos pela legislação fiscal, comprobatórios do prejuízo fiscal utilizado para compensação, observado o disposto no art. 514 ao art. 521.</p><p>Ainda, a pessoa jurídica não poderá compensar os seus próprios prejuízos fiscais se, entre a data da apuração e da compensação, houver ocorrido, cumulativamente, modificação do seu controle societário e do ramo de atividade (art. 584 do Decreto n° 9.580/2018).</p><p>Ademais, a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida, sendo que, na hipótese</p><p>de cisão parcial, a pessoa jurídica cindida poderá compensar os seus próprios prejuízos, proporcionalmente à parcela remanescente do patrimônio líquido, nos termos do art. 585 do Decreto n° 9.580/2018, bem como do art. 210 da IN RFB n° 1.700/2017.</p><p>Isto posto, ressalta-se que, nos termos do disposto nos arts. 1.116 do Código Civil e 227 da Lei n° 6.404/1976, na incorporação, uma ou várias sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, devendo todas aprová-la, na forma estabelecida para os respectivos tipos.</p><p>Assim, em regra, na incorporação, a sociedade incorporadora (sucessora), sem prejuízos fiscais, não poderá compensar os prejuízos fiscais da sociedade incorporada (sucedida). Neste sentido, a “incorporação reversa” ou “incorporação às avessas” é justamente a situação em que, quem possui os prejuízos fiscais é a própria sociedade incorporadora (sucessora), e não a incorporada (sucedida).</p><p>Neste sentido, o CARF possui entendimento, conforme se pode observar nos acórdãos nº 107-07.596 e nº 01-05.413 (Anexos V e VI, respectivamente, deste trabalho), que a incorporação às avessas não é uma prática proibida e “não pode ser tipificada como operação simulada ou abusiva, mormente quando, a par da inegável intenção de não perda de prejuízos fiscais acumulados, teve por escopo a busca de melhor eficiência das operações entre ambas praticadas.”. Encontram-se também outros julgados recentes do CARF neste mesmo sentido.[footnoteRef:14] [14: “Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS E DA BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DE CSLL. INCORPORAÇÃO ÀS AVESSAS. GLOSA DA COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. ART. 513, RIR/99. É lícita a denominada �incorporação às avessas� para compensação de prejuízos fiscais da incorporadora, quando realizada entre empresas operativas, sob controle comum e tendo por objetivo uma melhor eficiência financeira na operação, desde que presentes os requisitos do artigo 513, do RIR/99. Não logrando êxito o recorrente em demonstrar a manutenção do controle societário, tampouco a ausência de mudança de ramo de atividade entre o período de apuração do prejuízo fiscal e da sua compensação, não merece acolhida a pretensão recursal. Recurso Voluntário conhecido e não provido.” (Acórdão nº 1301-005.767 – 1ª Seção de Julgamento / 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária / Sessão de 18 de outubro de 2021).]</p><p>Desta forma, entende-se ser cabível a chamada “incorporação às avessas” com a finalidade de compensação dos prejuízos fiscais, quando se tratar de empresas efetivamente operacionais/operativas, não se tratando de fraude ou simulação, sendo considerada, portanto, um planejamento tributário lícito. Ressalta-se que deve ser analisado caso a caso, uma vez que, em se tratando de empresa não operativa, poderá ser caracterizada a fraude ou simulação na referida operação.</p><p>Ademais, também não há que se falar em proibição desta operação pelo art. 116, parágrafo único do CTN, uma vez que, para a aplicação do referido dispositivo legal, os procedimentos devem estar previstos em lei ordinária, e, como esta ainda não foi editada, e, considerando que a atividade da administração é vinculada aos ditames legais, não se pode utilizar tal base como fundamento de desconsideração da “incorporação reversa”, conforme entendimento firmado pelo CARF, no Acórdão nº 3401-005.228, trazido no Anexo VII deste trabalho.</p><p>Por fim, o parágrafo único do art. 116 do CTN, que estabelece a possibilidade de a autoridade administrativa desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, visa, em princípio, combater atos fraudulentos, contrários à legislação. Ocorre que, ainda que fosse aplicável referido dispositivo, a “incorporação reversa” não possui proibição legal e, desta forma, não é contrário à lei, caso em que não haveria que se falar em enquadramento desta situação no parágrafo único do art. 116 do CTN.</p><p>5.	A Lei Complementar nº 104/2001 acrescentou um parágrafo segundo ao artigo 43 do CTN, dispondo que “na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto...”.</p><p>Indaga-se: o regime de tributação em bases universais abrangendo as controladas e coligadas no exterior, nos moldes em que prescrito pela Lei 12.973/2014, está de acordo com o ordenamento jurídico? Considerar em sua resposta a manifestação do STF a respeito do tema na ADI 2.588. (Vide anexo VIII)</p><p>Inicialmente, vale lembrar que a Medida Provisória nº 2.158-35/2001, em seu art. 74, determinava que, para efeito da determinação da base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da CSL, os lucros auferidos por controlada no exterior são considerados disponibilizados para a controladora no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados. Porém, esse dispositivo foi revogado pela Lei nº 12.973/2014, art. 117, IX.</p><p>Ainda, o acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da ADI nº 2.588/2001, trazida no Anexo VIII deste trabalho, em que se questionava a constitucionalidade do art. 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001, porquanto esse dispositivo legal considerava a disponibilização dos lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior à controladora ou coligada no Brasil na data do balanço em que tiverem sido apurados, momento em que os lucros deveriam ser incluídos na base de cálculo do IRPJ e da CSL.</p><p>Dessa forma, orientada pelos pontos comuns às opiniões majoritárias, a Suprema Corte reconheceu:</p><p>a) a inaplicabilidade do art. 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 às empresas nacionais coligadas a pessoas jurídicas sediadas em países sem tributação favorecida, ou que não sejam "paraísos fiscais";</p><p>b) a aplicabilidade do art. 74 da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 às empresas nacionais controladoras de pessoas jurídicas sediadas em países de tributação favorecida, ou desprovidos de controles societários e fiscais adequados;</p><p>c) a inconstitucionalidade do art. 74, parágrafo único, da Medida Provisória nº 2.158-35/2001 , de modo que o texto impugnado não pode ser aplicado em relação aos lucros apurados até 31.12.2001.</p><p>Nesse sentido, Caio César Morato[footnoteRef:15] comenta que: [15: MORATO, Caio César. Tributação de lucros de controladas no exterior ainda pode ser contestada. Disponível em https://www.migalhas.com.br/depeso/244962/tributacao-de-lucros-de-controladas-no-exterior-ainda-pode-ser-contestada. Acesso em 07/06/2024, às 15h12.</p><p>]</p><p>Todavia, a decisão do STF não foi conclusiva em relação à constitucionalidade dessa forma de tributação nos casos em que as controladas ou coligadas estejam localizadas em países com os quais o Brasil tenha firmado tratado para evitar a bitributação, bem como nos casos de controladas em países com tributação regular.</p><p>Posteriormente, a lei 12.973/14 trouxe diversas modificações à sistemática da tributação dos lucros auferidos no exterior por meio de controladas e coligadas. Apesar de tornar a regra mais clara e abrangente, na prática a lei pouco modificou a tributação dos lucros auferidos pelas controladas no exterior.</p><p>A lei determina que a empresa controladora (ou equiparada) brasileira registre em subcontas da conta de investimento da controlada direta ou indireta, o resultado contábil positivo correspondente à variação dos lucros auferidos pela controlada, bem como suas controladas indiretas.</p><p>Assim, o que será tributado pelo IRPJ e pela CSLL é "a variação do valor do investimento equivalente aos lucros auferidos" pela controlada direta ou indireta, e não o lucro efetivamente auferido pela investidora brasileira ou, ao menos, o que lhe foi disponibilizado.</p><p>Assim sendo, a referida Lei n° 12.973/2014, regulamentou a tributação em bases universais a partir do art. 76 e seguintes, porém, não deu fim à celeuma quanto à tributação automática</p><p>do IRPJ sobre lucros auferidos por controladas no exterior quando estes não forem efetivamente distribuídos à controladora no Brasil.</p><p>Portanto, pode-se questionar as disposições em relação à tributação automática supramencionada, no sentido de estar em desacordo com o ordenamento jurídico, principalmente em relação ao conceito constitucional de renda.</p><p>Anexo I</p><p>DESPACHO PGFN Nº 167, DE 08 DE ABRIL DE 2022</p><p>(DOU de 11/04/2022, seção 1, página 18)</p><p>"Aprova, para os fins do art. 19-A, caput e inciso III, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, o PARECER PGFN/CRJ/COJUD SEI N° 8694/2021/ME (SEI nº 16442676)."</p><p>Aprovo, para os fins do art. 19-A, caput e inciso III, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, o PARECER PGFN/CRJ/COJUD SEI N° 8694/2021/ME (SEI nº 16442676), com as retificações propostas pela Nota SEI nº 1/2022/REDLIT/COJUD/CRJ/PGAJUD/PGFN-ME (SEI nº 23697123) que conclui o seguinte: "12. Ante o exposto, considerando a pacificação da jurisprudência no STJ e a consequente inviabilidade de reversão do entendimento desfavorável à União, a hipótese ora apreciada enquadra-se na previsão do art. 2º, inciso VII, da Portaria PGFN nº 502, de 2016, e art. 19, inciso VI, da Lei nº 10.522, de 2002, que dispensa a apresentação de contestação, o oferecimento de contrarrazões, a interposição de recursos, bem como a desistência dos já interpostos, em tema sobre o qual exista jurisprudência consolidada do STF em matéria constitucional ou de Tribunais Superiores em matéria infraconstitucional, em sentido desfavorável à Fazenda Nacional. 13. Propõe-se, assim, a inclusão do tema nos itens 1.12-CSLL, alínea "f"; 1.22-Imposto de Renda, alínea "ae"; e 1.31-PIS/COFINS, alínea "x", da lista relativa ao art. 2º, inciso VII, da Portaria PGFN nº 502, de 2016, nos seguintes termos: alínea) Base de cálculo do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS. Empresas do ramo imobiliário que apuram seus tributos pela sistemática do lucro presumido. Contrato de permuta, sem parcela complementar.</p><p>Resumo: O contrato de troca ou permuta não deve ser equiparado, na esfera tributária, ao contrato de compra e venda, pois não haverá, em regra, auferimento de receita, faturamento ou lucro na troca. O art. 533 do Código Civil apenas ressalta que as disposições legais referentes à compra e venda se aplicam, no que forem compatíveis, com a troca no âmbito civil, definindo suas regras gerais. Como corolário, não havendo comprovação documental em sentido contrário, nem parcela complementar, o valor do imóvel recebido nas operações de permuta com outro imóvel não deve ser considerado receita, faturamento, renda ou lucro para fins do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS apurados pelas empresas optantes pelo lucro presumido. Precedentes: REsp nº 1.733.560/SC, AgInt no REsp nº 1.758.483/SC, AgInt no REsp 1.796.877/SC, AgInt no AgInt no REsp nº 1.639.798/RS, AgInt no REsp 1.737.467/SC, AgInt no REsp 1.800.971/SC, AgInt no REsp nº REsp 1.868.026/PB, REsp nº 1.754.618/SC, REsp nº 1.798.211/RS, REsp nº 1.801.839/RS, REsp nº 1.850.377/SC, REsp nº 1.737.790/RS e REsp nº 1.738.667/SC. Data de início da vigência da dispensa: 08/04/2022. Referência: Parecer SEI nº 8.694/2021/ME."Encaminhe-se à Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil para ciência, consoante sugerido. Outrossim, restitua-se à Procuradoria-Geral Adjunta de Consultoria e Estratégia da Representação Judicial para adoção das providências pertinentes, em especial, aquelas apontadas no item 15 do PARECER PGFN/CRJ/COJUD SEI N° 8694/2021/ME (SEI nº 16442676).</p><p>RICARDO SORIANO DE ALENCAR</p><p>Procurador-Geral da Fazenda Nacional</p><p>Nota Normas: Este ato foi originalmente publicado sem a ementa.</p><p>Anexo II</p><p>CARF – Acórdão n. 1803-002.463</p><p>Número do Processo 15504.008239/2009-71</p><p>Contribuinte ROLIM, VIOTTI & LEITE CAMPOS ADVOGADOS</p><p>Tipo do Recurso RECURSO VOLUNTARIO</p><p>Data da Sessão 25/11/2014</p><p>Relator(a) CARMEN FERREIRA SARAIVA</p><p>Nº Acórdão 1803-002.463</p><p>Tributo / Matéria</p><p>Decisão</p><p>Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.</p><p>Acordam os membros do Colegiado, por voto de qualidade negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Vencidos os Conselheiros Arthur José André Neto, Fernando Ferreira Castellani e Meigan Sack Rodrigues que davam provimento ao recurso voluntário.</p><p>Carmen Ferreira Saraiva</p><p>Relatora e Presidente</p><p>Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Fernando Ferreira Castellani, Antônio Marcos Serravalle Santos, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.</p><p>Ementa(s)</p><p>Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ</p><p>Exercício: 2005,2006</p><p>NULIDADE. DEVER DE CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO LANÇAMENTO.</p><p>No caso de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento não há que se falar em nulidade do ato em litígio.</p><p>Cabe ao Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, na atribuição do exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil em caráter privativo, no caso de verificação do ilícito, constituir o crédito tributário, cuja atribuição é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.</p><p>PRODUÇÃO DE PROVAS. ASPECTO TEMPORAL.</p><p>A peça de defesa deve ser formalizada por escrito incluindo todas as teses de defesa e instruída com os todos os documentos em que se fundamentar, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legais.</p><p>LUCRO PRESUMIDO.OMISSÃO DE RECEITAS.</p><p>Caracteriza-se como omissão a falta de registro de receita, ressalvada à pessoa jurídica a prova da improcedência, oportunidade em que a autoridade determinará o valor dos tributos a serem lançados de acordo com o sistema de tributação a que estiver submetida no período de apuração correspondente.</p><p>Os reembolsos de despesas ou de custos integram a receita bruta, ou seja, a receita bruta é representada pelo valor total contratado (honorários e reembolsos).</p><p>DOUTRINA. JURISPRUDÊNCIA.</p><p>Somente devem ser observados os entendimentos doutrinários e jurisprudenciais para os quais a lei atribua eficácia normativa.</p><p>INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.</p><p>O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.</p><p>LANÇAMENTOS DECORRENTES.</p><p>Os lançamentos de PIS, de COFINS e de CSLL sendo decorrentes das mesmas infrações tributárias, a relação de causalidade que os informa leva a que os resultados dos julgamentos destes feitos acompanhem aqueles que foram dados à exigência de IRPJ.</p><p>Anexo III</p><p>Recurso Especial 1.986.304</p><p>RECURSO REPETITIVO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF, IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA - IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL. POSSIBILIDADE DE INCIDÊNCIA SOBRE RENDIMENTOS DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS E VARIAÇÕES PATRIMONIAIS DECORRENTES DE DIFERENÇA DE CORREÇÃO MONETÁRIA.</p><p>1. Impossível deduzir a inflação (correção monetária) do período do investimento (aplicação financeira) da base de cálculo do IRRF, do IRPJ ou da CSLL. Isto porque a inflação corresponde apenas à atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo, que é permitida pelo art. 97, §2º, do CTN, independente de lei, já que não constitui majoração de tributo. Outrossim, em uma economia desindexada, a correção monetária, pactuada ou não, se torna componente do rendimento da aplicação financeira a que se refere.</p><p>Incidem o art. 18, do Decreto-Lei n. 1.598/77 e o art. 9º, da Lei n. 9.718/98 - dispositivos que consideram tais variações monetárias como receitas financeiras - e a norma antielisiva do art. 51, da Lei n. 7.450/85, a abarcar todos os ganhos e rendimentos de capital.</p><p>Precedentes da Primeira Turma: AgInt no REsp. n. 1.976.120 / RS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 30.05.2022; AgInt no REsp. n. 1.973.479 / RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 02.05.2022;</p><p>AgInt no REsp. n. 1.899.551 / SC, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08.09.2021. Precedentes da Segunda Turma: AgInt no REsp.</p><p>n. 1.971.700 / RS, Rel. Min. Francisco Falcão, julgado em 13.06.2022; AgInt no REsp. n. 1.896.805</p>

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