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<p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>Autor:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>19 de Dezembro de 2022</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>1</p><p>Sumário</p><p>Apresentação da aula ............................................................................................................. 3</p><p>Sistema Nervoso ..................................................................................................................... 4</p><p>Funcionamento do Sistema Nervoso .................................................................................. 5</p><p>Sistema Nervoso Periférico ..................................................................................................... 9</p><p>Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático e Simpático ................................................ 11</p><p>Transmissão Colinérgica ................................................................................................ 14</p><p>Transmissão Noradrenérgica ......................................................................................... 19</p><p>Principais fármacos que atuam no SNP ............................................................................ 23</p><p>Fármacos que atuam sobre a transmissão colinérgica .................................................. 23</p><p>Fármacos que atuam sobre a transmissão noradrenérgica ........................................... 32</p><p>Sistema Nervoso Central ...................................................................................................... 39</p><p>Conceitos Básicos ............................................................................................................. 39</p><p>Mediadores Químicos ....................................................................................................... 40</p><p>Principais Classes de fármacos que atuam no SNC .......................................................... 49</p><p>Ansiolíticos/Hipnóticos .................................................................................................. 49</p><p>Antiepiléticos/Anticonvulsivantes .................................................................................. 56</p><p>Antidepressivos ............................................................................................................. 65</p><p>Antipsicóticos ................................................................................................................ 72</p><p>Anestésicos Gerais ......................................................................................................... 78</p><p>Opioides ........................................................................................................................ 82</p><p>Considerações Finais ........................................................................................................ 86</p><p>Lista de Questões ................................................................................................................. 87</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>2</p><p>GABARITO ............................................................................................................................ 96</p><p>Questões Comentadas ......................................................................................................... 97</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>3</p><p>APRESENTAÇÃO DA AULA</p><p>Olá caros alunos!</p><p>Chegamos a mais uma aula do nosso curso e espero que todos tenham gostado do</p><p>conteúdo preparado com carinho para vocês. Vamos em frente!</p><p>Hoje seguimos aprofundando os estudos da Farmacologia. Os temas desta disciplina</p><p>são recorrentes nos editais de concursos públicos. Na presente aula, iremos abordar os</p><p>temas de Farmacologia do Sistema Nervoso.</p><p>A ideia é começarmos cada subitem relembrando alguns conceitos básicos da</p><p>matéria, trabalhando com imagens e esquemas que nos ajudarão a compreender melhor o</p><p>conteúdo aqui abordado. Vale ressaltar, que o conteúdo é muito extenso, assim como nas</p><p>demais aulas de Farmacologia. Entretanto, não precisa ficar preocupado pois trouxe o que</p><p>pode ser cobrado na sua prova de forma objetiva e simples.</p><p>Nas aulas dos blocos de Farmacologia, iremos abordar muitos conceitos, classes de</p><p>fármacos que, por vezes, vão requerer memorização. Uma primeira dica que dou para vocês</p><p>é: leiam com atenção e na segunda leitura façam a marcação dos pontos mais importantes</p><p>de cada subitem. Vale lembrar que fazer questões é uma excelente alternativa para testar</p><p>seu conhecimento e nortear sua revisão para os pontos que necessitam de reforço.</p><p>Para a elaboração da aula foram utilizadas duas obras principais na área de Farmacologia:</p><p>§ Farmacologia Básica e Clínica de Katzung:</p><p>Katzung, B.G. Farmacologia Básica e Clínica. 13ª ed. Editora Artmed. Porto Alegre. 2017.</p><p>§ As Bases Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman:</p><p>Brunton, L.L.; Chabner, B.A.; Knollmann, B.C. As Bases Farmacológicas da Terapêutica de</p><p>Goodman e Gilman. 13ª ed. Editora AMGH. Porto Alegre. 2018.</p><p>Vamos caminhar juntos com explicações e comentários importantes que irão nos</p><p>auxiliar a compreender melhor cada subitem da nossa aula de hoje. Por último, com auxílio</p><p>das questões, vamos compreender como tais assuntos são cobrados pelas bancas</p><p>organizadoras, revisando o conteúdo estudado e percebendo quais pontos precisamos</p><p>revisar.</p><p>Vamos juntos? Hoje é um lindo dia para estudar Farmacologia ;)</p><p>Boa aula. Prof. Rafaela Gomes.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>4</p><p>SISTEMA NERVOSO</p><p>O Sistema Nervoso (SN) é sistema mais complexo do organismo responsável pelo</p><p>controle do funcionamento do corpo humano. O sistema nervoso tem a capacidade de</p><p>detectar mudanças do ambiente que possam impactar no corpo e produzir respostas para</p><p>esses eventos. Dessa forma, quando você encosta em superfície muito quente, o SN recebe</p><p>o sinal e a partir da identificação do sinal produz a resposta para que você se afaste e</p><p>interrompa o contato.</p><p>Precisamos compreender, portanto, a relevância do SN no controle de ações</p><p>voluntárias, involuntárias, nos movimentos, na memória, na percepção sensorial e no</p><p>aprendizado.</p><p>O SN pode ser dividido em Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso</p><p>Periférico (SNP). O SNC é composto pelo encéfalo (cérebro, cerebelo e bulbo) e pela</p><p>medula espinhal. Enquanto o SNP é composto por nervos e gânglios nervosos.</p><p>Mas quais funções estão relacionadas a cada uma das subdivisões do SN? O SNC é</p><p>responsável por funções voluntárias e involuntárias, funções orgânicas e regulação de outras</p><p>diversas atividades essenciais a vida. Por outro lado, o SNP é responsável pela transmissão</p><p>das informações da periferia para o SNC. Tal comunicação ocorre através de dois</p><p>subsistemas que compõem o SNP: Sistema Nervoso Autônomo (controle involuntário de</p><p>órgãos e funções) e Sistema Nervoso Somático (controle voluntário dos movimentos).</p><p>Vamos analisar o esquema a seguir para visualizar melhor as divisões do SN, que serão</p><p>importantes para compreendermos a ação dos fármacos que atuam sobre cada um dos</p><p>sistemas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>5</p><p>Funcionamento do Sistema Nervoso</p><p>No SN, as diversas funções serão controladas e reguladas através da ocorrência de</p><p>sinapses (transmissão de sinal entre neurônios). Neste contexto, o neurônio que transmite</p><p>o sinal é denominado neurônio pré-sináptico e o que recebe o sinal é caracterizado como</p><p>neurônio pós-sináptico.</p><p>A sinapses podem ser químicas, quando a chegada do potencial de ação no neurônio</p><p>pré-sináptico gera liberação de neurotransmissores (substâncias químicas) que vão interagir</p><p>com receptores presentes no neurônio</p><p>que não é degradada pela MAO e tem a capacidade de</p><p>deslocar a noradrenalina das vesículas de armazenamento. Portanto,</p><p>permanece armazenada nas vesículas no lugar da noradrenalina. No</p><p>momento da liberação do neurotransmissor na fenda sináptica será liberada</p><p>no lugar da noradrenalina. Entretanto, como não possui afinidade pelos</p><p>receptores adrenérgicos (α1) localizados na membrana do neurônio pós-</p><p>sináptico reduz o efeito simpático. Além disso, atua sobre os receptores α2</p><p>pré-sinápticos inibindo a liberação de noradrenalina através do processo de</p><p>retroalimentação negativa. A metildopa atravessa a BHE por isso pode gerar</p><p>redução do efeito simpático no SNC (sedação). Além disso, apesar de</p><p>ultrapassar a barreira placentária não gera redução da frequência cardíaca</p><p>fetal, portanto, é o fármaco de escolha par o tratamento da hipertensão</p><p>gestacional ou hipertensão prévia. A hipotensão postural é um efeito</p><p>adverso comum.</p><p>Clonidina – agonista que se liga de forma seletiva nos receptores α2</p><p>adrenérgicos, portanto, promove inibição da liberação de noradrenalina. A</p><p>clonidina ultrapassa BHE podendo gerar sedação. Ademais, ultrapassa a</p><p>barreira placentária e pode promover a redução da frequência cardíaca do</p><p>feto. Sendo assim, seu uso não é recomendado para gestantes. A</p><p>hipotensão postural é um efeito adverso comum.</p><p>Guanfacina – agonista seletivos dos receptores α2A. Apesar do efeito</p><p>hipotensor, na prática clínica seu uso é recomendado para o tratamento do</p><p>Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Os efeitos</p><p>adversos relacionados ao uso desse medicamento são: síncope, hipotensão</p><p>e sedação consequência da redução do efeito simpático.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>35</p><p>§ Agonistas β1 seletivos – os receptores β1 estão distribuídos no tecido cardíaco</p><p>(coração) e nas glândulas salivares. O principal uso clínico relacionado aos fármacos</p><p>agonistas β1 seletivos está relacionado ao seu efeito sobre o coração. Nesse caso, o</p><p>agonista promove aumento da frequência cardíaca (efeito cronotrópico positivo) e</p><p>aumento da força de contração (efeito ionotrópico positivo) sem causar efeito</p><p>vasoconstritor. A dobutamina é um exemplo de fármaco agonista β1 seletivo, cujo o uso</p><p>intravenoso é indicado no tratamento de urgências e emergências do quadro da</p><p>insuficiência cardíaca (IC). Na IC, o coração não consegue bombear o sangue com</p><p>eficiência, dessa forma, ocorre comprometimento na oferta de nutrientes e oxigênio para</p><p>tecidos e órgão periféricos. Portanto, é necessária intervenção farmacológica com</p><p>substância que produza efeito positivo sobre o coração sem gerar outros efeitos.</p><p>§ Agonistas β2 seletivos – os receptores β2 estão distribuídos por vários tecidos e órgãos.</p><p>O principal uso clínico relacionado aos fármacos agonistas β2 seletivos está relacionado</p><p>ao relaxamento que produz sobre a musculatura lisa dos brônquios (ação</p><p>broncodilatador) e do útero. A sua principal indicação clínica é para o tratamento da</p><p>asma que ocorre através do efeito broncodilatador. O salbutamol (oral, intravenoso,</p><p>inalatório), fenoterol (inalatório), salmeterol (inalatório), terbutalina (intravenoso) são</p><p>exemplos de fármacos agonistas empregados na terapia farmacológica de pacientes</p><p>asmáticos. Vale destacar que o uso sistêmico aumenta o risco de ocorrência de efeitos</p><p>adversos (taquicardia, tremores). Esses fármacos também podem ser utilizados no</p><p>manejo do trabalho de parto prematuro, pois cessam a contração uterina através do</p><p>relaxamento da musculatura lisa do útero.</p><p>Antagonistas adrenérgicos</p><p>Os antagonistas adrenérgicos são fármacos que bloqueiam os receptores do Sistema</p><p>Nervoso Simpático. Dessa forma, os efeitos obtidos são contrários aos observados a partir</p><p>da ativação do sistema nervoso simpático (“luta e fuga”).</p><p>Nesse caso, os antagonistas atuam sobre os receptores α e β adrenérgicos, não</p><p>existem fármacos disponíveis que sejam antagonistas de ambos os receptores (α e β). Sendo</p><p>assim, teremos antagonistas α adrenérgicos não seletivos e β adrenérgicos não seletivos.</p><p>Além dessas duas classes, também temos os fármacos que irão atuar seletivamente sobre</p><p>um subtipo de receptor adrenérgico reduzindo as chances de ocorrência de efeitos adversos</p><p>e toxicidade.</p><p>Vamos abordar os antagonistas adrenérgicos:</p><p>§ Antagonistas α-adrenérgicos não seletivos – esses fármacos são antagonistas dos</p><p>receptores α1 e α2 adrenérgicos. O uso clínico está relacionado ao seu efeito</p><p>vasodilatador, algumas desses antagonistas já foram empregados no tratamento da</p><p>hipertensão arterial e da doença vascular periférica. A fenoxibenzamina e a fentolamina</p><p>são exemplos antagonistas α-adrenérgicos não seletivos. Vale ressaltar que esses</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>36</p><p>fármacos também atuam sobre outros receptores (muscarínicos, histamínicos,</p><p>serotoninérgicos). Tal fato confere amplo espectro de efeitos adversos aos fármacos, por</p><p>não são mais utilizados. Entretanto, existe uma condição clínica específica na qual a</p><p>fenoxibenzamina é empregada, no preparo cirúrgico de pacientes com feocromocitoma.</p><p>O feocromocitoma é um tumor que células cromafins da glândula suprarrenal e secreta</p><p>catecolaminas. Acontece que durante a manipulação do tumor que ocorre durante a</p><p>cirurgia de retirada pode ocorrer liberação exacerbada de grandes quantidades de</p><p>catecolaminas, a fenoxibenzamina é empregada com intuito de bloquear os receptores</p><p>alfa e reduzir o risco de efeitos desregulados da ativação do sistema simpático.</p><p>§ Antagonistas α1 seletivos – os fármacos são antagonistas α1 seletivos apresentam a</p><p>vantagem de serem úteis no tratamento da hipertensão arterial devido ao seu efeito</p><p>vasodilatador sobre os vasos sanguíneos. Por ser uma ação seletiva, impede o bloqueio</p><p>do processo de retroalimentação negativa que é importante para evitar efeito adversos</p><p>obtidos com antagonistas não seletivos como a taquicardia produzida pelo aumento da</p><p>liberação de noradrenalina nas vias simpáticas. A prazosina, doxazosina, terazosina são</p><p>exemplos de fármacos antagonistas α1 seletivos que são empregados na prática clinica</p><p>como anti-hipertensivos. Os antagonistas seletivos também geram relaxamento da</p><p>musculatura lisa da bexiga e da cápsula da próstata, em função desse efeito também são</p><p>utilizados com sucesso no tratamento da retenção urinária relacionada à hiperplasia</p><p>prostática benigna. Só que nesse último uso, existe o problema da ocorrência de</p><p>hipotensão como efeito adverso. Por isso, foi desenvolvida a tansulosina, fármaco que</p><p>atua como antagonista seletivo para o subtipo α1A dos receptores α, que apresenta</p><p>maior especificidade de ação sobre o tecido da bexiga tendo menor risco de hipotensão</p><p>associado.</p><p>§ Antagonistas α2 seletivos – a ioimbina é um exemplo de fármaco antagonista α2</p><p>seletivo, entretanto essa classe não é empregada na prática. O efeito esperado pela ação</p><p>desses antagonistas seria o aumenta do estímulo sobre as vias simpáticas.</p><p>§ Antagonistas β adrenérgicos – esses fármacos também podem ser denominados β-</p><p>bloqueadores. São amplamente empregados como fármacos anti-hipertensivos, efeito</p><p>alcançado através do bloqueio dos receptores β1 presentes no tecido cardíaco. O</p><p>antagonismo exercido sobre esses receptores gera redução da frequência cardíaca e da</p><p>força de contração que acarreta redução do débito cardíaco e consequente redução da</p><p>pressão arterial. Mas qual seria a vantagem dos antagonistas β adrenérgicos sobre os</p><p>antagonistas α1 seletivos que também podem ser utilizados como anti-hipertensivos.</p><p>Nesse caso não há efeito sobre os vasos, portanto, continuam responsivos a alterações</p><p>da pressão sanguínea, fato que reduz o risco de hipotensão. O atenolol, nebivolol,</p><p>carvedilol são β-bloqueadores β1 seletivos. Enquanto o propranolol é β-bloqueador não</p><p>seletivo que atua em β1 e β2. O bloqueio</p><p>não seletivo aumenta risco de ocorrência do</p><p>efeito adverso que é a broncoconstrição. Por isso, o uso de fármacos não seletivos é</p><p>contra indicado para paciente asmáticos ou com DPOC. O timolol é um β-bloqueador</p><p>que pode ser utilizado no tratamento do glaucoma, pois gera redução da pressão</p><p>intraocular. O mecanismo através do qual exerce esse efeito ainda não está</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>37</p><p>completamente elucidado, porém parece envolver os receptores β1. Nesse caso, existe</p><p>risco de broncoconstrição a partir da absorção pela mucosa ocular.</p><p>Bom pessoal, já estamos finalizando nosso estudo acerca dos fármacos que atuam</p><p>sobre a transmissão do noradrenérgica. Entretanto para que você possa gabaritar todas as</p><p>questões que surgirem do assunto, trouxe algumas outras substâncias que tem ação sobre</p><p>a transmissão noradrenérgica.</p><p>Mecanismo Efeito Substância</p><p>Inibição da liberação de NA</p><p>pelas</p><p>terminações nervosas simpáticas</p><p>Bloqueador</p><p>Adrenérgico Guanetidina</p><p>Bloqueio do transportador</p><p>de monoaminas vesicular</p><p>Bloqueador adrenérgico</p><p>(impede o armazenamento</p><p>da NA nas vesículas)</p><p>Reserpina</p><p>(INSTITUTO AOCP – Prefeitura de João Pessoa-PB – 2018) Sobre a ação das drogas nas</p><p>divisões simpática e parassimpática do sistema nervoso autônomo (SNA), assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>a) O efeito de uma droga parassimpatomimética poderia ser incrementado com a associação</p><p>de uma droga simpatomimética.</p><p>b) Drogas simpatomiméticas e parassimpatolíticas apresentam efeito farmacológico</p><p>semelhante, mas agem por diferentes mecanismos.</p><p>c) Anticolinesterásicos são anticolinérgicos de ação indireta.</p><p>d) O aumento da frequência cardíaca é um dos efeitos de drogas simpatolíticas e</p><p>parassimpatomiméticas.</p><p>Comentários:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>38</p><p>A alternativa A está incorreta. O efeito das drogas parassimpaticomiméticas e</p><p>simpaticomiméticas é o oposto e não se incrementam. Na verdade, nesse caso existe um</p><p>antagonismo fisiológico.</p><p>A alternativa B está correta. Drogas simpatomiméticas e parassimpatolíticas apresentam</p><p>efeito farmacológico semelhante, mas agem por diferentes mecanismos.</p><p>A alternativa C está incorreta. Os fármacos anticolinesterásicos são agonistas colinérgicos</p><p>de ação indireta e não anticolinérgicos como descrito na alternativa.</p><p>A alternativa D está incorreta. O aumento da frequência cardíaca é um dos efeitos de drogas</p><p>simpaticomiméticas e parassimpatolíticas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>39</p><p>SISTEMA NERVOSO CENTRAL</p><p>Conceitos Básicos</p><p>O SNC é composto pelo encéfalo e pela medula espinhal. Nesse contexto, o encéfalo</p><p>é responsável pela resposta aos sinais provindos da periferia, funções relacionadas ao</p><p>aprendizado, pensamento, emoções, imaginação, comportamento e criatividade,</p><p>basicamente todas as funções relacionadas às características individuais de uma pessoa. Por</p><p>outro lado, a medula está envolvida na comunicação com a periferia.</p><p>Pelo que foi descrito acima já fica claro que o funcionamento do SNC é bem</p><p>complexo, portanto, já podem imaginar que a compreensão dos detalhes envolvidos nos</p><p>mecanismos de ação dos fármacos que atuam nesse sistema também não é simples. Vale</p><p>destacar que alguns mecanismos não estão completamente elucidados, trarei o exposto nas</p><p>referências bibliográficas consultadas para construção do nosso material.</p><p>O que precisamos entender é que o cérebro humano é formado por mais de 100</p><p>bilhões de neurônios que se interconectam através de milhares sinapses, perfazendo redes</p><p>neurais de conjuntos de neurônios funcionais que modulam o fluxo de informações nas</p><p>regiões distintas do cérebro e entre elas.</p><p>E como ocorre a transmissão sináptica? A comunicação entre dois neurônios pode</p><p>ocorrer através de sinapse elétrica ou química. A sinapse elétrica é caracterizada pela</p><p>ocorrência de potencial de ação que irá se propagar pelos neurônios. Enquanto, a sinapse</p><p>química depende da liberação de neurotransmissores na fenda sináptica para que possam</p><p>agir nos receptores específicos presentes na membrana do neurônio pós-sináptico</p><p>desencadeando respostas diversas.</p><p>Como estudamos na nossa aula sobre farmacodinâmica, existem diversos tipos de</p><p>receptores que irão desencadear respostas distintas. Portanto, os neurotransmissores</p><p>liberados na fenda sinápticas podem atuar sobre: canais iônicos controlados por ligantes,</p><p>receptores acoplados a proteína G, receptores tirosina quinase, receptores nucleares ou</p><p>mesmo agir sobre proteínas e enzimas presentes na membrana celular.</p><p>Os neurotransmissores podem agir sobre os canais iônicos controlados por ligantes</p><p>desencadeando resposta excitatória ou inibitória rápida que ocorre em milissegundos ou</p><p>pode gerar uma resposta lenta quando, por exemplo, atua nos receptores acoplados a</p><p>proteína G. Nesse caso, como já estudamos, a resposta depende de cascata de sinalização</p><p>que envolve(m) segundo(s) mensageiro(s).</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>40</p><p>O neurotransmissor que produz uma resposta lenta, pode ser denominado de</p><p>neuromodulador quando regula funções celulares que englobam a excitabilidade celular e</p><p>a liberação de outro neurotransmissor. Vale destacar que o processo de neuromodulação</p><p>está associado a plasticidade sináptica, reposta adaptativa do SN em reposta aos estímulos</p><p>recebidos.</p><p>Os mediadores no SNC também podem atuar como fatores neurotróficos que</p><p>regulam, os parâmetros funcionais dos neurônios bem como crescimento e morfologia dos</p><p>mesmos. Nesse caso os mediadores, em geral, são liberados em células não-neuronais, mas</p><p>atuam sobre o SNC em receptores de tirosina quinase, acarretando em transcrição gênica.</p><p>Os mediadores que promovem efeitos neurotróficos de longo prazo também regulam a</p><p>plasticidade sináptica.</p><p>O mesmo neurotransmissor pode agir em receptores distintos como</p><p>neurotransmissor, neuromodulador ou fator neurotrófico. O efeito que será promovido</p><p>depende do tipo de reposta gerada a partir da interação do mediador com o receptor.</p><p>Mediadores Químicos</p><p>Pessoal, achei interessante, antes de entrar no estudo dos fármacos que agem sobre</p><p>o SNC, abordamos os principais mediadores químicos envolvidos nas vias do SNC. A maioria</p><p>dos fármacos empregados na farmacologia do SNC vão atuar sobre a ação de algum</p><p>neurotransmissor ou neuromodulador e também podem agir sobre alguma via neuronal</p><p>específica.</p><p>Dessa forma, acredito que ficará mais fácil para vocês compreenderem os</p><p>mecanismos de ação que iremos estudar mais a frente.</p><p>Os principais mediadores químicos/neurotransmissores do SNC são: glutamato,</p><p>GABA, glicina, acetilcolina, dopamina, noradrenalina (norepinefrina), serotonina, purinas</p><p>(ATP, adenosina entre outras) e outros mediadores (óxido nítrico, melatonina, canabinoides</p><p>e ácido araquidônico).</p><p>Glutamato</p><p>O glutamato é o principal aminoácido excitatório do SNC que pode ser obtido a</p><p>partir da glutamina ou da glicose. O glutamato é armazenado em vesículas no neurônio pré-</p><p>sináptico e sua liberação ocorre através de processo de exocitose dependente de cálcio.</p><p>Após a sua liberação na fenda sináptica pode ser convertido em glutamina por reação</p><p>metabolizada pela enzima glutamina -sintetase. Uma vez recaptado pelo neurônio pré-</p><p>sináptico, pode ser transformado em glutamato pela reação catalisada pela enzima</p><p>glutaminase.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>41</p><p>O glutamato, por sua vez, pode agir sobre receptores ionotrópicos e</p><p>metabotrópicos. Dentre os receptores ionotrópicos, existem</p><p>três subtipos de receptores</p><p>baseados nos agonistas seletivos: AMPA, NMDA e KA (ácido caínico/caianato).</p><p>Os receptores AMPA são encontrados em todos os neurônios sendo permeáveis a</p><p>Na+ e K+, entretanto não são permeáveis a Ca2+. Os receptores KA são semelhantes aos</p><p>receptores AMPA, mas em algumas combinações podem ser permeáveis ao Ca2+. Vale</p><p>ressaltar que atividade de ambos geram respostas rápidas.</p><p>O receptor de NMDA controla canais iônico não seletivo para cátions, portanto este</p><p>são permeáveis a Ca2+, Na+ e K+. Nesse caso, quando ativado, ocorre influxo de Ca2+ e Na+</p><p>e efluxo de K+, podendo ser constitutivamente bloqueado pelo Mg2+. Esse tipo receptor</p><p>gera reposta mais lenta quando comparada aos receptores anteriormente citados e</p><p>podendo estar associada a plasticidade sináptica.</p><p>E quanto aos receptores metabotrópicos? O glutamato age sobre receptores</p><p>acoplados a proteína Gq que vão a partir da interação levar a ativação da enzima fosfolipase</p><p>C, convertendo o PIP2 em IP3 e DAG que aumentam as concentrações de Ca2+ intracelular.</p><p>Vale destacar que esse receptor está associado a plasticidade sináptica e ao processo</p><p>excitotoxicidade neuronal.</p><p>GABA</p><p>O GABA é o principal aminoácido (neurotransmissor) inibitório do SNC que pode ser</p><p>obtido a partir da glutamato através de reação catalisada pela enzima descarboxilase do</p><p>ácido glutâmico presente nos neurônios que produzem o GABA. Após a sua liberação na</p><p>fenda sináptica, pode ser convertido em glutamato novamente por reação metabolizada</p><p>pela enzima GABA-transaminase ou sofrer recaptação pelos neurônios GABAérgicos ou</p><p>astrócitos.</p><p>Os receptores GABA podem ser divididos em dois principais tipos: GABAA e GABAB</p><p>O receptor GABAA vai mediar o componente rápido associado ao potencial inibitório</p><p>pós-sináptico. Esse tipo de receptor é ionotrópico permeável ao íon cloreto (Cl-). Sua</p><p>ativação através da interação com ligante promove influxo de cloreto que reduz a</p><p>excitabilidade celular.</p><p>Por outro lado, o receptor GABAB está associado ao componente lento do potencial</p><p>inibitório pós-sináptico. Trata-se de receptor metabotrópico acoplado a proteína Gi que</p><p>quando ativado inibe a enzima adenililciclase e reduz a formação do AMPc intracelular.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>42</p><p>Glicina</p><p>A Glicina é um aminoácido (neurotransmissor) inibitório do SNC que pode ser obtido</p><p>a partir da serina através de reação catalisada pela enzima serina-hidroximetiltransferase. A</p><p>glicina é armazenada em vesículas, após a liberação a ação pode ser cessada pela</p><p>recaptação do neurônio pré-sináptico e de astrócitos.</p><p>Os receptores de glicina são canais iônicos regulados por ligante permeáveis a íons</p><p>Cl-, assim como os receptores GABAA.</p><p>Acetilcolina</p><p>A acetilcolina foi o primeiro neurotransmissor do SNC a ser identificado e é</p><p>encontrado em diversas regiões. Recapitulando, a acetilcolina é sintetizada a partir da</p><p>colina. A colina será transportada para o meio intracelular do neurônio pré-sináptico através</p><p>de transportadores específicos. No meio intracelular ocorre a reação de acetilação da colina,</p><p>catalisada pela enzima colina-acetiltransferase. Nesse caso a acetil-coenzima A funciona</p><p>como doador do grupo acetil.</p><p>Uma vez sintetizada, a acetilcolina será armazenada em vesículas no interior no</p><p>neurônio pré-sináptico e será liberada na fenda sináptica por meio de exocitose a partir da</p><p>chegada do potencial de ação no terminal do axônio. A sua ação é cessada a partir da</p><p>reação de hidrólise catalisada pela enzima acetilcolinesterase. Lembrem-se que outros</p><p>mecanismos estão envolvidos na redução da quantidade de acetilcolina presente na fenda</p><p>sináptica como a retroalimentação negativa (feedback negativo).</p><p>A acetilcolina no SNC irá atuar tanto em receptores muscarínicos como nos</p><p>receptores nicotínicos. Todos os subtipos de receptores muscarínicos (M1, M2, M3, M4 e M5)</p><p>estão presentes nos neurônios pós-sinápticos do SNC e são responsáveis pela regulação</p><p>diversas funções: cognitivas sensoriais, motoras, comportamentais, tendo efeito</p><p>especificamente sobre o estado de alerta, sobre o aprendizado e a memória de curto prazo.</p><p>Os receptores nicotínicos, por sua vez, estão presentes no neurônio pré-sináptico e</p><p>estão relacionados aos efeitos centrais da nicotina.</p><p>Dopamina</p><p>A dopamina (DA) é um neurotransmissor, neuromodulador e precursor da</p><p>noradrenalina (NA) no SNC. A DA pode ser obtida a partir da L-tirosina, através de reação</p><p>catalisada pela enzima tirosina hidroxilase que produz dopa. A dopa será convertida em</p><p>dopamina pela enzima dopa-descarboxilase. Mas se a DA é precursora da NA, ela será</p><p>convertida ainda no neurônio pré-sináptico? Não, pois o os neurônios dopaminérgicos não</p><p>expressam a enzima que metaboliza a reação de conversão da DA em NA.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>43</p><p>A DA é armazenada em vesículas no neurônio pré-sináptico e será liberada na fenda</p><p>sináptica a partir do potencial de ação. Nesse caso, a ação da DA será interrompida pela</p><p>extensa recaptação promovida por transportador específico de monoaminas presente na</p><p>membrana do neurônio pré-sináptico. As enzimas monoaminoxidase (MAO) e catecol-O-</p><p>metiltransferase (COMT) metabolizam a DA nos metabólitos: ácido diidroxifenilacético</p><p>(ADHFA) e ácido homovanílico (AHV), respectivamente, que serão excretados na urina.</p><p>Existem cinco vias dopaminérgicas, entre elas três que são principais e relevantes</p><p>para que possamos compreender os efeitos da dopamina no organismo e nos diversos</p><p>tecidos. Vamos abordar quais vias estão relacionadas a quais funções.</p><p>Via dopaminérgica nigroestriada ou nigroestriatal – via que modula função</p><p>motora e os movimentos voluntários. Vale destacar que já foi denominada</p><p>de via extrapiramidal pois está relacionada a ocorrência de efeitos</p><p>extrapiramidais associados a ação os antipsicóticos sobre os receptores</p><p>dopaminérgicos D2 no estriado.</p><p>Via dopaminérgica mesolímbica/mesocortical – via relacionada ao sistema</p><p>de recompensa, emoção e está envolvida em diversos comportamentos</p><p>como euforia intensa, sensação de prazer e a sensação resultante do uso</p><p>abusivo de substâncias psicoativas. A sua hiperativação pode ser associada</p><p>a alguns sintomas positivos do quadro da esquizofrenia como alucinações e</p><p>delírio.</p><p>Via dopaminérgica túbero-hipofisário – via relacionada a regulação da</p><p>secreção de hormônios hipofisários. Controla, por exemplo, a secreção de</p><p>prolactina que é reduzida pela ação da dopamina. Como veremos no</p><p>subtópico sobre os fármacos antipsicóticos, esses atuam como antagonistas</p><p>dos receptores dopaminérgicos, portanto, geram efeitos adversos como</p><p>hiperprolactinemia. Além disso, também pode atuar sobre a secreção de</p><p>hormônio do crescimento, nesse caso a dopamina aumenta a liberação do</p><p>hormônio.</p><p>Além das vias citadas acima, a dopamina também pode agir nos receptores</p><p>D2 presentes na zona do gatilho quimiorreceptora que está associada ao</p><p>centro do vômito. Dessa forma, fármacos que atuam como agonistas dos</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>44</p><p>receptores D2 podem apresentar efeitos adversos como náusea e vômito.</p><p>Por outro lado, algumas substâncias antagonistas dos receptores D2 podem</p><p>atuar como antieméticos.</p><p>A dopamina pode agir nos cincos subtipos existentes de receptores dopaminérgicos</p><p>(D1, D2, D3, D4 e D5). Lembrando que esses receptores podem estar distribuídos pelo</p><p>organismo e tanto em neurônios pré-sinápticos como em neurônios pós-sinápticos.</p><p>§ D1 – esse tipo subtipo de receptor está presente na maioria das áreas inervadas pelas</p><p>vias dopaminérgicas. A sua ativação gera a ativação da adenililciclase,</p><p>consequentemente aumentando o AMPc no neurônio pós-sináptico. Está distribuído no</p><p>córtex</p><p>cerebral (controle do humor), sistema límbico (controle da emoção e</p><p>comportamento) e via nigroestriada (modula a secreção de prolactina).</p><p>§ D2 – esse tipo subtipo de receptor está amplamente distribuído pelas vias</p><p>dopaminérgicas incluindo córtex cerebral, sistema límbico, via nigroestriada e</p><p>hipotálamo e hipófise. A sua ativação, em geral, gera a inibição da adenililciclase,</p><p>consequentemente reduzindo os níveis de AMPc no neurônio pós-sináptico.</p><p>§ D3 – esse tipo subtipo de receptor está distribuído pelo sistema límbico, via nigroestriada</p><p>e hipotálamo e hipófise. A sua ativação, em geral, gera a inibição da adenililciclase,</p><p>consequentemente reduzindo os níveis de AMPc no neurônio pós-sináptico.</p><p>§ D4 – esse tipo subtipo de receptor está distribuído pelas vias dopaminérgicas incluindo</p><p>córtex cerebral, sistema límbico e via nigroestriada. A sua ativação, em geral, gera a</p><p>inibição da adenililciclase, consequentemente reduzindo os níveis de AMPc no neurônio</p><p>pós-sináptico.</p><p>§ D5 – esse tipo subtipo de receptor é o menos abundante no SNC, assim como o receptor</p><p>D1, sua ativação gera a ativação da adenililciclase, consequentemente aumentando o</p><p>AMPc no neurônio pós-sináptico. Está distribuído principalmente no sistema límbico e</p><p>via nigroestriada.</p><p>Destaque-se que os receptores dopaminérgicos não estão presentes só no SNC, por</p><p>isso a dopamina exerce diversos efeitos na periferia. Sendo assim, fármacos que atuem</p><p>sobre esses receptores se não forem seletivos apresentam efeitos adversos relacionados a</p><p>sua ação sobre os receptores periféricos.</p><p>Os receptores dopaminérgicos D1 podem agir modulando a vasodilatação renal e</p><p>aumentando a contratilidade miocárdica. Por isso que a dopamina pode ser empregada no</p><p>tratamento do choque cardiogênico.</p><p>Além disso, vale salientar que os principais receptores dopaminérgicos presentes no</p><p>SNC são receptores D1 e D2 que estarão envolvidos no mecanismo de ação de alguns</p><p>fármacos. A ativação dos receptores D4 está relacionada ao perfil de efeitos adversos de</p><p>fármacos antipsicóticos.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>45</p><p>Noradrenalina</p><p>A noradrenalina já foi abordada anteriormente na nossa aula. Ressalte-se que, no</p><p>sistema nervoso central (SNC), a noradrenalina irá atuar sobre os mesmos receptores</p><p>adrenérgicos também já citados. Vamos relembrá-los rapidamente:</p><p>§ Receptores α1 – acoplados a proteína Gq, portanto, ocorre ativação da enzima</p><p>fosfolipase C, aumentando a produção dos segundos mensageiros IP3 e DAG. Como</p><p>resultado dessa ativação temos aumento de Ca 2+ e ocorrência de despolarização da</p><p>membrana.</p><p>§ Receptores α2 – acoplados a proteína Gi, portanto, agem inibindo a adenililciclase e</p><p>reduzindo os níveis de AMPc intracelular. Dessa forma, ocorre aumento da condutância</p><p>do K+ que gera hiperpolarização da célula. Vale lembrar que estão presentes na</p><p>membrana do neurônio pré-sináptico e são responsáveis pelo feedback negativo de</p><p>noradrenalina, ou seja, quando ativados reduzem a liberação de mais noradrenalina na</p><p>fenda sináptica.</p><p>§ Receptores β – acoplados a proteína Gs, portanto, agem estimulando a adenililciclase e</p><p>aumentando os níveis de AMPc intracelular.</p><p>No SNC, a ação da noradrenalina está associada ao controle do humor e do</p><p>despertar, ao sistema de “alerta” e regulação da pressão sanguínea. Além disso, também</p><p>está relacionada a memória e processos de aprendizado.</p><p>Serotonina</p><p>A serotonina (5-hidroxitriptamina - 5-HT) é um neurotransmissor relevante a nível do</p><p>SNC, mas que também atua em outros tecidos periféricos, principalmente no TGI. A</p><p>serotonina é obtida através de duas etapas e a partir do aminoácido triptofano (obtido a</p><p>partir da dieta). Na primeira etapa da síntese da 5-HT, o triptofano será metabolizado em</p><p>5-hidroxitriptofano através da reação catalisada pela enzima triptofano descarboxilase. Na</p><p>segunda etapa, através da ação da aminoácido-aromático-descarboxilase (AADC), a 5-HT é</p><p>obtida a partir da descarboxilação do 5-hidroxitriptofano.</p><p>Mas professora, o que acontece com a 5-HT após a sua síntese? Assim como outros</p><p>neurotransmissores, a 5-HT será armazenada em vesículas presentes nos neurônios</p><p>serotoninérgicos pré-sinápticos. O neurotransmissor será liberado na fenda sináptica a partir</p><p>de potencial de ação. Após ser liberada na fenda, a 5-HT pode atuar sobre os diversos tipos</p><p>de receptores serotoninérgicos ou pode ser recaptada pelo neurônio pré-sináptico.</p><p>Na membrana do receptor serotoninérgico existe um transportador específico de</p><p>serotonina (SERT), responsável por esse mecanismo de recaptação. No meio intracelular do</p><p>neurônio, temos a enzima monoaminoxidase (MAO) que pode metabolizar a 5-HT em ácido</p><p>5-hidroxiindolacético, que será eliminado pela urina.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>46</p><p>Mas qual resposta é desencadeada a partir da interação da serotonina com</p><p>receptores serotoninérgicos? Vamos abordar de forma resumida os subtipos de receptores</p><p>de serotonina, pois são muitos, a maior família que iremos estudar, no total são 14 subtipos</p><p>de receptores.</p><p>A ação da serotonina está associada a diferentes efeitos sobre o organismo incluindo:</p><p>aumento ou redução do apetite, regulação do humor e emoções, modulação do sono e</p><p>despertar, controle da temperatura corporal, controle do vômito, controle de vias sensitivas</p><p>e respostas comportamentais.</p><p>Os receptores serotoninérgicos em sua maioria estão acoplados a proteínas G. A</p><p>exceção é o subtipo 5-HT3 que é um tipo de canal iônico regulado por ligante. Vamos</p><p>abordar brevemente os subtipos.</p><p>§ 5-HT1A (aumenta o apetite), 5-HT1B, 5-HT1D, 5-HT1E, 5-HT1F – acoplados a proteína Gi,</p><p>portanto, agem inibindo a adenililciclase e reduzindo os níveis de AMPc intracelular.</p><p>§ 5-HT2A (presente nas plaquetas, ativação gera agregação plaquetária), 5-HT2B (presente</p><p>no TGI), 5-HT2C (reduz o apetite) – acoplados a proteína Gq, portanto, agem ativam a</p><p>enzima fosfolipase C, aumentando a produção dos segundos mensageiros IP3 e DAG.</p><p>Além disso, os subtipos 5-HT2A e 5-HT2C ativam também a enzima fosfolipase A2.</p><p>§ 5-HT3 – canal iônico ativado por ligante (serotonina), sua ativação gera despolarização</p><p>neuronal. Estão presentes no TGI e no SNC e relacionados com reposta no centro do</p><p>vômito.</p><p>§ 5-HT4 – acoplado a proteína Gs, portanto, agem estimulando a adenililciclase e</p><p>aumentando os níveis de AMPc intracelular. Estão presentes no TGI e está associado</p><p>com aumento da motilidade.</p><p>§ 5-HT5A – acoplado a proteína Gi, portanto, agem inibindo a adenililciclase e reduzindo os</p><p>níveis de AMPc intracelular. Por outro lado, a ação do subtipo 5-HT5B ainda não está</p><p>esclarecido.</p><p>§ 5-HT6 e 5-HT7 (presente no TGI) –acoplados a proteína Gs, portanto, agem estimulando</p><p>a adenililciclase e aumentando os níveis de AMPc intracelular.</p><p>Purinas</p><p>As purinas são exemplos de neurotransmissores que também podem atuar sobre o</p><p>SNC: Nesse caso, podemos citar alguns exemplos de purinas que atuam a nível central</p><p>como: ATP (trifosfato de adenosina), adenosina, UTP (uridina trifosfato) e UDP (uridina</p><p>difosfato).</p><p>O processo de liberação de ATP ocorre junto com outros neurotransmissores. O ATP</p><p>também é armazenado dentro de vesículas nos neurônios pré-sinápticos. Entretanto,</p><p>também pode ser liberado a partir do comprometimento da função do neurônio, nessa</p><p>condição o ATP será liberado de forma direta pelo neurônio. Vale destacar, que níveis</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>47</p><p>exacerbados de ATP podem geram neurotoxicidade. Esse tipo de liberação gerada pelo</p><p>comprometimento funcional ocorre, por exemplo, no acidente cardiovascular cerebral</p><p>(AVC).</p><p>Em quais receptores o ATP irá atuar? Bom pessoal, o ATP irá agir em dois tipos de</p><p>receptores, receptores P2X (ionotrópicos)</p><p>e P2Y (metabotrópicos). Nesse caso, a ação sobre</p><p>os receptores P2X gera uma resposta rápida, como já abordamos na aula de</p><p>farmacodinâmica. Enquanto que a ação sobre os receptores P2Y desencadeia uma resposta</p><p>mais lenta, portanto, age como neuromodulador.</p><p>A adenosina, por sua vez, atua sobre os receptores de adenosina (A1, A2A, A2B e A3)</p><p>acoplados a proteína G. A ação da adenosina sobre esses receptores pode estimular a</p><p>liberação de outros neurotransmissores que produzam efeitos neuroprotetores,</p><p>anticonvulsivantes e sedativos.</p><p>A adenosina pode ser obtida através de duas vias, a partir da conversão do ADP. Por</p><p>outro lado, também pode ser obtida a partir do ATP liberado em condições patológicas</p><p>específicas.</p><p>A purinas podem ser metabolizadas através de reação de hidrólise catalisada por</p><p>enzimas ectonucleotidases. Dessa forma, ocorre a degradação das purinas e consequente</p><p>interrupção da sua ação. No SNC, a ação das purinas está associada a diversas funções</p><p>como: alimentação, comportamento locomotor, memória e processo de aprendizagem.</p><p>Outros mediadores do SNC</p><p>Além dos mediadores citados anteriormente, existem outras substâncias que também</p><p>podem atuar como mediadores do SNC. Como eles são menos cobrados e não são tão</p><p>relevantes para compreendermos o mecanismo de ação dos fármacos que atuam sobre o</p><p>SNC, vou aborda-los de forma resumida, focando no conteúdo importante para nosso</p><p>estudo.</p><p>§ Óxido nítrico – no SNC é produzido pela reação metabolizada enzima óxido nítrico</p><p>sintase neuronal (nNOS). Vale destacar que existem outros dois tipos de enzima óxido</p><p>nítrico sintase (eNOS – oxido nítrico sintase endotelial, presentes nas células endoteliais</p><p>dos vasos sanguíneos e a produção de óxido nítrico gera vasodilatação; iNOS – forma</p><p>induzível, diferente das demais formas que são constitutivas, está isoforma é produzida</p><p>a partir de uma reposta inflamatória). A modulação da função neuronal realizada pelo</p><p>óxido nítrico pode produzir respostas inibitórias e excitatórias. O óxido nítrico quando</p><p>em concentrações elevadas pode gerar neurotoxicidade causada pela formação de</p><p>peroxinitrito.</p><p>§ Melatonina – obtida a partir da 5-HT, sua liberação é maior durante a noite pois está</p><p>relacionada a intensidade da luminosidade. A principal atividade relacionada a</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>48</p><p>melatonina é regular o nosso “relógio biológico”. A melatonina vai agir sobre os</p><p>receptores de melatonina (MT1 e MT2). Alguns autores abordam a existência de um</p><p>subtipo de receptor de melatonina MT3, mas sua existência e ação ainda não está</p><p>completamente elucidada.</p><p>§ Canabinoides – são lipídeos neuromoduladores que agem sobre receptores</p><p>canabinoides acoplados a proteína G (CB1 – SNC e CB2 – sistema imune). Vale destacar</p><p>que existem algumas substâncias endógenas que vão atuar sobre esses receptores que</p><p>são os endocanobinoides (lipídeos anandamida e 2-araquidonoilglicerol (2-AG)). A ação</p><p>dos canabinoides é cessada a partir da captação pelos neurônios pré-sinápticos e</p><p>metabolismo através de reação de hidrólise. A ação dos canabinoides sobre seus</p><p>receptores está associada ao efeito neuromodulador sobre processos como a reposta</p><p>ao estresse, ansiedade e sensação de dor.</p><p>§ Ácido araquidônico – são lipídeos neuromoduladores que estão envolvidos na</p><p>plasticidade neuronal. O ácido araquidônico é obtido através de hidrólise de</p><p>fosfolipídeos de membrana. A produção e consequente liberação dos metabólitos do</p><p>ácido araquidônico pode ocorrer pelos neurônios ou pelos astrócitos.</p><p>(IESES – Prefeitura de São José do Cerrito-SC – 2019) Os fármacos que atuam no sistema</p><p>nervoso central (SNC) possuem grande valor na terapêutica, pois podem exercer efeitos</p><p>psicológicos e fisiológicos específicos, como alívio da dor, reduzir a temperatura corporal,</p><p>suprimir o movimento desordenado, induz o sono ou o despertar, reduz o apetite ou a</p><p>tendência ao vômito. Indique o neurotransmissor envolvido no ritmo sono/vigília, emoção,</p><p>humor, aprendizagem, funções neuroendócrinas, regulação cardiovascular e regulação da</p><p>temperatura:</p><p>a) Dopamina.</p><p>b) Serotonina.</p><p>c) Noradrenalina.</p><p>d) Acetilcolina.</p><p>Comentários:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>49</p><p>A alternativa C está correta. Pessoal, essa questão pode parecer complexa pois pede que</p><p>identifique dentre os neurotransmissores presentes nas alternativas, qual está envolvido nas</p><p>funções descritas no enunciado. Como abordamos na nossa aula, a maioria das funções do</p><p>organismo envolve mais de um neurotransmissor agindo possivelmente em receptores</p><p>distintos. Entretanto, dentre as opções, a noradrenalina é o neurotransmissor que está</p><p>envolvido tanto no estado de alerta (vigília) e também no sono. Além disso, tem relação com</p><p>funções neuroendócrinas, emoção, humor, aprendizagem e regulação cardiovascular e de</p><p>temperatura.</p><p>Principais Classes de fármacos que atuam no SNC</p><p>Pessoal, nesse tópico trouxe as principais classes de fármacos que agem no SNC e</p><p>que são cobradas pelas bancas de concursos públicos. Dessa forma, trouxe informações</p><p>como nome dos principais fármacos, mecanismos de ação, principais efeitos adversos,</p><p>limitações de uso, indicações clínicas e algumas interações medicamentosas relevantes.</p><p>Vocês vão observar que o conteúdo novamente é muito extenso, mas trouxe os temas</p><p>de forma resumida para que você possa focar no que de fato será cobrado na sua prova.</p><p>Estudem todos os subtópico e aproveitem as questões para testar os seus conhecimentos.</p><p>Ansiolíticos/Hipnóticos</p><p>O termo “ansiedade” pode ser aplicado a distúrbios mentais distintos. A diferença</p><p>entre a ansiedade patológica e a ansiedade tida como “normal” ainda não está claramente</p><p>definida. Em geral, episódios de ansiedade leves e transitórios são comuns no cotidiano e</p><p>não requerem intervenção farmacológica. Entretanto, quando esses episódios se tornam</p><p>contínuos e intensos, de forma que comprometem a realização de tarefas cotidianas, pode</p><p>ser necessário o emprego de tratamento farmacológico.</p><p>A ansiedade é um estado desagradável de apreensão, tensão, inquietação que</p><p>engloba comportamentos de defesa, hiperatividade autonômica, aumento do estado de</p><p>vigilância, tensão motora, secreção de corticosteroides endógenos e emoções negativas.</p><p>Tais repostas ocorrem de forma exacerbadas a partir de situações estressantes ou estímulos</p><p>ameaçadores de maneira antecipada, independente de estímulo externo real.</p><p>Como assim professora, independente do estímulo externo real? As vezes a pessoa</p><p>começa a apresentar os sintomas da ansiedade antes mesmo de ter contato com o objeto</p><p>ou antes de se deparar com a circunstância que gera o estado de ansiedade. As pessoas</p><p>que têm fobia de andar de avião, por exemplo, podem apresentar a crise de ansiedade</p><p>antes mesmo de chegar ao aeroporto.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>50</p><p>Percebam que o estado de ansiedade pode ser secundário a estados mórbidos</p><p>orgânicos, como infarto agudo do miocárdio. Além disso, também pode ser secundário a</p><p>circunstâncias específicas como um procedimento cirúrgico, ou seja, ansiedade</p><p>circunstancial.</p><p>Antes de iniciarmos nosso estudo acerca dos fármacos ansiolíticos, vamos</p><p>brevemente falar sobre os principais transtornos de ansiedade.</p><p>Os principais transtornos de ansiedade são:</p><p>§ Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) – estado de ansiedade excessiva e</p><p>permanente sem causa definida.</p><p>§ Transtorno de ansiedade social – medo relacionado à interação com outros indivíduos.</p><p>§ Fobia – medo exacerbado de circunstâncias específicas ou objetos. Exemplo: pessoas</p><p>com medo de lugares fechados.</p><p>§ Transtorno do pânico ou síndrome do pânico – crises súbitas de medo incontrolável que</p><p>envolvem</p><p>sintomas como: taquicardia, dor no peito, falta de ar, sudorese dentre outros.</p><p>§ Transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) – transtorno provocado pela lembrança</p><p>de situação estressante vivenciada.</p><p>§ Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) – comportamentos compulsivos e repetitivos</p><p>ocasionados por ansiedade sem razão.</p><p>A primeira classe que iremos abordar é a classe dos benzodiazepínicos (BZD), que</p><p>ainda são bem utilizados como ansiolíticos e devido a ação sedativa também podem ser</p><p>empregados como hipnóticos para indução do sono e/ ou tratamento da insônia. Vale</p><p>ressaltar que ao longo das últimas décadas outros fármacos como antidepressivos e</p><p>agonistas dos receptores 5-hidroxirtiptamina (5-HT)1A (Exemplo: buspirona) passaram a ser</p><p>primeira escolha no tratamento da ansiedade, por não apresentarem efeitos hipnóticos.</p><p>Os fármacos betabloqueadores podem ser empregados para tratar alguns sintomas</p><p>físicos da ansiedade como: taquicardia, sudorese e palpitações. Todavia, não tem nenhum</p><p>efeito sobre os sintomas psíquicos.</p><p>Benzodiazepínicos</p><p>§ Mecanismos de ação: os BZD atuam de forma seletiva sobre os receptores GABAA, eles</p><p>atuam no sítio alostérico. Relembrando que o sítio alostérico é um sítio diferente do sítio</p><p>de ligação (sítio ortostérico) do agonista endógeno (GABA). O GABA é o principal</p><p>neurotransmissor inibitório do SNC. Ao se ligar ao sítio alostérico, o BZD aumenta a</p><p>afinidade do receptor pelo GABA, aumentando consequente o influxo de Cl – através do</p><p>canal. Vale ressaltar que os BZD aumentam a FREQUÊNCIA de abertura dos canais</p><p>iônicos.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>51</p><p>§ Principais efeitos dos BZD:</p><p>- Redução da ansiedade e agressividade – em doses baixas os BZD atuam como</p><p>ansiolíticos. Entretanto, na maioria das vezes, as ações ansiolíticas podem ser</p><p>acompanhadas de efeitos sedativo-hipnóticos, vantajosos no estado da ansiedade</p><p>que leva a insônia.</p><p>- Efeito hipnótico/sedativo – a maioria dos BZD apresentam efeito sedativo e em</p><p>doses altas podem gerar hipnose.</p><p>- Relaxamento muscular – em doses elevadas os BZD podem agir reduzindo o</p><p>tônus muscular através de ação central sobre os receptores GABAA. Tal efeito</p><p>pode ser interessante no aumento do tônus muscular característico da ansiedade.</p><p>- Amnésia anterógrada – relacionada a incapacidade temporária de lembrar de</p><p>eventos que ocorrem durante a ação do fármaco. Exemplo: Midazolam –</p><p>empregado durante exames de endoscopia permanece sedado durante a</p><p>realização do exame e não se recorda do procedimento.</p><p>- Efeitos anticonvulsivantes – diversos BZD possuem atividade anticonvulsivante.</p><p>Alguns fármacos como diazepam (administração intravenosa) e lorazepam são</p><p>suficientemente seletivos para serem empregados na clínica para o tratamento de</p><p>convulsões.</p><p>§ Principais fármacos:</p><p>- Midazolam – sedativo/hipnóticos em procedimentos desconfortáveis.</p><p>- Diazepam – ansiolítico, anticonvulsivante (controle do estado epiléptico),</p><p>relaxante muscular</p><p>- Clonazepam – ansiolítico, anticonvulsivante</p><p>- Lorazepam – ansiolítico/hipnótico, anticonvulsivante</p><p>- Alprazolam – ansiolítico (tratamento do distúrbio do pânico), antidepressivo</p><p>- Oxazepam, Temazepam, Lormetazepam, Flurazepam, Nitrazepam,</p><p>Clordiazepóxido.</p><p>Sítio ortostérico</p><p>Local de ligação do agonista</p><p>Agonista promove resposta.</p><p>Ex: GABA</p><p>Sítio Alostérico</p><p>Local diferente do local de</p><p>ligação do agonista</p><p>Agonista aumenta</p><p>(modulador positivo - Ex:</p><p>BZD) ou diminui (modulador</p><p>negativo) a afinidade pelo</p><p>agonista (Ex: GABA).</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>52</p><p>§ Principais efeitos adversos dos BZD:</p><p>- Sedação – relacionado ao efeito depressor do SNC</p><p>- Confusão</p><p>- Depressão respiratória grave – quando associados a outras substâncias</p><p>depressoras do SNC ou quando utilizado em paciente com quadro de asma ou</p><p>Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).</p><p>- Perda de memória</p><p>- Redução do estado de alerta e tempo de reação atrasado – pacientes que fazem</p><p>uso de doses altas de BZD devem evitar dirigir automóveis devido ao</p><p>comprometimento de algumas funções como coordenação motora fina.</p><p>Os BZD são bem absorvidos através da administração pela via oral devido as suas</p><p>características lipofílicas sendo distribuídos pelo organismo, alcançando o SNC. Vale</p><p>destacar que podem ser administrados por outras vias como a IV.</p><p>No que diz respeito a duração da ação, esses fármacos podem ser divididos em ação:</p><p>longa, intermediária/média e curta. Esse tipo de classificação muda de acordo com a</p><p>referência bibliográfica utilizada e com os parâmetros estabelecidos para tempo de duração</p><p>da ação de cada divisão.</p><p>A maioria dos BZD será metabolizado no fígado podendo gerar metabólitos ativos</p><p>que contribuem para aumentar o tempo de meia-vida desses fármacos. Em geral, sofrem</p><p>reação de oxidação e/ou conjugação (glicuronidação). Vale ressaltar que o lorazepam sofre</p><p>metabolismo extra-hepático, sendo preterido para pacientes com função hepática</p><p>comprometida e apresenta menor riso de interação com outros fármacos.</p><p>Devido a sua alta lipossolubilidade podem se depositar no tecido adiposo, fato que</p><p>contribui para a duração da ação. O acúmulo dos fármacos no tecido adiposo pode</p><p>prolongar a ação. Esse efeito é preocupante em pacientes idosos, com maior percentual de</p><p>gordura corpórea, pois o uso dos BZD pode gerar maior sedação, aumento do risco de</p><p>queda, confusão mental e depressão respiratória.</p><p>Os BZS podem gerar dependência física e psicológica quando administrados por</p><p>longos períodos e em doses elevadas. Nesse caso, a interrupção abrupta do tratamento</p><p>pode gerar uma síndrome de abstinência associada a sintomas como: ansiedade, agitação,</p><p>insônia, tremores e convulsões (raramente). Portanto é recomendado o desmame gradual</p><p>dos fármacos com redução controlada e progressiva da dose até a retirada completa</p><p>amenizando/evitando o efeito rebote da retirada abrupta.</p><p>Por outro lado, os BZD também podem gerar tolerância, quadro caracterizado pela</p><p>necessidade de doses cada vez mais altas para alcançar os mesmos efeitos. A tolerância</p><p>pode estar associada a redução do número de receptores disponíveis para ação dos</p><p>fármacos, que se desenvolve a partir do uso contínuo.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>53</p><p>A associação dos BZD com outros fármacos depressores do SNC deve ser</p><p>acompanhada e monitorada, assim como seu uso combinado ao uso do álcool que também</p><p>atua como depressor do SNC. Nesse caso, pode ocorrer efeito sinérgico que resulte em</p><p>grave depressão respiratória. Assim como outros medicamentos sedativos/hipnóticos, há</p><p>risco de abuso.</p><p>Os BZD são menos perigosos que outros fármacos sedativos/hipnóticos como os</p><p>barbitúricos, pois raramente são letais, a menos que associados a outras substâncias</p><p>depressoras. No caso de superdosagem, pode ser empregado o antagonista do receptor</p><p>benzodiazepínico, o flumazenil. O flumazenil, antagonista competitivo, desloca os BZD do</p><p>seu local de ligação inibindo seu efeito inibitório.</p><p>Vale destacar os fármacos zolpidem (imidazopiridina), zaleplona e eszopiclona, que</p><p>são considerados fármacos hipnóticos não benzodiazepínicos. Apesar de não apresentarem</p><p>semelhança química estrutural com a classe compartilham de mecanismo de ação</p><p>semelhante. Tais fármacos também atuam sobre os receptores GABAA, porém em</p><p>subunidade distinta aumentando a afinidade do receptor pela GABA, consequentemente</p><p>seu efeito inibitório. O zolpidem e demais exemplos citados não apresentam ação</p><p>ansiolítica, sendo utilizados como hipnóticos que reduzem tempo de indução do sono e</p><p>qualidade do sono, agindo sobre o quadro da insônia.</p><p>Outros fármacos como antidepressivos podem ser empregados no tratamento da</p><p>ansiedade, mas abordaremos essas</p><p>classes no subtópico de antidepressivos. Entretanto,</p><p>vale destacar a eficácia da buspirona no tratamento crônico da TAG.</p><p>A Buspirona age através do estímulo sobre os receptores 5-HT1A, atuando como</p><p>agonista parcial, promovendo efeito inibitórios pois inibe a adenililciclase impedindo a</p><p>formação de AMPc. Portanto, apresenta mecanismo de ação diferente dos BZD. Os seus</p><p>efeitos ansiolíticos, em geral, apenas serão observados semanas após o inicio do tratamento</p><p>farmacológico devido ao seu início de ação lento. Não é empregado no tratamento de curta</p><p>duração ou para outros transtornos de ansiedade.</p><p>Os efeitos adversos da Buspirona incluem cefaleia, náusea, tontura e vômito. Como</p><p>vantagem não gera tolerância, dependência ou síndrome de abstinência. Além disso, não</p><p>apresenta efeitos colaterais como sedação e comprometimento da coordenação motora fina</p><p>como os BZD, sendo uma boa opção para o tratamento do TAG.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>54</p><p>Existem diversos subtipo de receptores 5-HT, por exemplo, a classe dos</p><p>fármacos que incluem o sumatriptano e naratriptano agem como agonistas</p><p>do subtipo 5-HT1D e são utilizados na crise de enxaqueca. Portanto, fiquem</p><p>atentos para evitar confusão na hora da prova. Gravem que:</p><p>Agonista 5-HT1A – A de ansiedade é a buspirona</p><p>Agonista 5-HT1D – D de dor de cabeça (crises de enxaqueca) é o</p><p>sumatriptano e naratriptano</p><p>Barbitúricos</p><p>Os barbitúricos são fármacos que já foram muito utilizados como sedativos/hipnóticos</p><p>no passado, mas atualmente não são mais empregados. Entretanto, ainda podem ser</p><p>utilizados em outros distúrbios e podem aparecer na sua prova. Portanto vamos aborda-los</p><p>de forma objetiva.</p><p>§ Mecanismos de ação: os barbitúricos também sobre os receptores GABAA, porém em</p><p>sítio alostérico distinto dos BZD, potencializando a ação do GABA. Os barbitúricos</p><p>aumentam a afinidade do receptor pelo GABA, aumentando consequente o influxo de</p><p>Cl – através do canal. Vale ressaltar que os barbitúricos aumentam o tempo de abertura</p><p>dos canais iônicos.</p><p>Benzodiazepínicos - Aumentam a frequência de abertura dos canais de</p><p>cloreto sem alterar o tempo em que ficam abertos;</p><p>Barbitúricos – Prolongam o tempo de abertura dos canais de cloreto sem</p><p>alterar a frequência de abertura.;</p><p>§ Principais efeitos dos Barbitúricos:</p><p>- Depressão do sistema nervoso central (uso anestésico) – em doses baixa, os</p><p>barbitúricos geram sedação. Por outro lado, em doses altas podem causar hipnose</p><p>seguida de anestesia, coma e morte. O tiopental, que é um barbitúrico de ação</p><p>curta, já foi muito empregado por via IV para indução de anestesia, mas</p><p>atualmente já foi substituído por outros fármacos.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>55</p><p>- Depressão respiratória – a dose excessiva de barbitúrico pode gerar grave</p><p>depressão respiratória podendo ser letal. Observem que, diferente dos BZD, os</p><p>barbitúricos, em altas doses, podem ser letais, mesmo sem associação à outras</p><p>substâncias depressoras do SNC.</p><p>- Anticonvulsivantes – o fenobarbital é utilizado no controle das convulsões tônico-</p><p>clônica, mas devido aos efeitos depressores não é o fármaco de escolha. Em geral,</p><p>é utilizado no tratamento do estado epiléptico refratário a outros fármacos.</p><p>§ Principais fármacos:</p><p>- Tiopental – anestésico</p><p>- Fenobarbital – anticonvulsivante (controle do estado epiléptico refratário)</p><p>- Pentobarbital, Secobarbital e Amobarbital.</p><p>Assim como os BZD, os barbitúricos causam tolerância e dependência, sendo a</p><p>superdosagem muito perigosa em função do seu potencial letal em altas doses. Outro ponto</p><p>relevante a respeito dos barbitúricos é em função da sua atividade indutora sobre algumas</p><p>enzimas hepáticas. Como atuam aumentando o metabolismo de outros fármacos, que</p><p>servem de substrato para essas enzimas hepáticas, apresentam alto risco de interação</p><p>medicamentosa.</p><p>§ Principais efeitos adversos dos Barbitúricos:</p><p>- Sedação – relacionado ao efeito depressor do SNC</p><p>- Confusão</p><p>- Depressão respiratória grave, sonolência, dificuldade de concentração, náusea e</p><p>vômitos (raros).</p><p>(Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2019) Os benzodiazepínicos são considerados fármacos</p><p>seguros, pois possuem um índice terapêutico elevado, ou seja, mesmo em altas doses são</p><p>raramente fatais, a menos que outros depressores do sistema nervoso central sejam</p><p>associados. Embora considerados seguros, podem precipitar o aparecimento de efeito</p><p>adverso em pacientes que possuam:</p><p>a) gastrite</p><p>b) doença pulmonar obstrutiva crônica</p><p>c) epilepsia tônico-clônica</p><p>d) dislipidemia</p><p>Comentários:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>56</p><p>A alternativa B está correta, pois como estudamos um dos principais efeitos adversos</p><p>relacionados aos BZD é a depressão respiratória. Em geral, esse quadro ocorre a partir da</p><p>interação dos BZD com outros fármacos depressores, mas pode ocorrer em pacientes</p><p>asmáticos ou que tenham Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).</p><p>(IBFC-SESACRE-2019) Os benzodiazepínicos são um dos grupos mais importantes no</p><p>tratamento de estados de ansiedade e insônia. Sobre estes, assinale a alternativa correta.</p><p>a) midazolam, clordiazepóxido e zolpidem</p><p>b) clonazepam, diazepam e zolpidem</p><p>c) tiopental, lorazepam e midazolam</p><p>d) clordiazepóxido, midazolam e diazepam</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta, pois o zolpidem é um fármaco hipnótico não</p><p>benzodiazepínico da classe das imidazopiridinas. Apesar do efeito semelhante o zolpidem</p><p>não tem estrutura química semelhante aos BZD.</p><p>A alternativa B está incorreta, idem alternativa A.</p><p>A alternativa C está incorreta, pois o tiopental é um barbitúrico de ação curta cujo efeito</p><p>ocorre em sítio de ligação alostérico distinto do BZD. Além disso, aumenta o tempo de</p><p>abertura dos canais de cloreto e não a frequência de abertura.</p><p>A alternativa D está correta, pois clordiazepóxido, midazolam e diazepam são exemplos de</p><p>fármacos benzodiazepínicos.</p><p>Antiepiléticos/Anticonvulsivantes</p><p>A epilepsia se caracteriza como um conjunto de diferentes tipos de convulsões e</p><p>síndromes que se originam a partir da exacerbação da transmissão nervosa (descarga</p><p>repentina, excessiva e sincronizada dos neurônios cerebrais) em determinada região do</p><p>cérebro, gerando crises epilépticas. O local do cérebro onde ocorre esses disparos anormais</p><p>e a região pela qual essa descarga anormal se propaga, definem os sintomas</p><p>desencadeados pela crise epilética.</p><p>Esse tipo de atividade elétrica anormal pode gerar uma variedade de eventos. Caso</p><p>a descarga anormal envolva a região do córtex motor, pode gerar convulsão. Por outro lado,</p><p>ataques que se originam no lobo parietal ou occipital podem ocasionar alucinações visuais,</p><p>auditivas e olfatórias. O evento também pode se disseminar para periferia, assim como,</p><p>pode causar perda de consciência.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>57</p><p>Então a epilepsia pode acometer uma região ou mais regiões do cérebro?</p><p>Sim, na verdade pode afetar só algumas regiões ou todo o cérebro. É dessa forma</p><p>que serão diferenciados os tipos de crises de epilepsia. Sendo assim, temos as crises parciais</p><p>(focais) que acometem apenas uma porção do cérebro, em geral, apenas parte de um lobo</p><p>de um hemisfério. Por outro lado, também temos as crises generalizadas, que irão acometer</p><p>a totalidade de ambos os hemisférios cerebrais, ou seja, o cérebro todo.</p><p>Na crise parcial (focal), o padrão dos sinais de cada tipo de crise depende da região</p><p>afetada pela descarga neuronal e da extensão pela qual a descarga elétrica se espalhou</p><p>para os demais neurônios do cérebro. Existem dois tipos de crises parciais:</p><p>§ Crise parcial simples</p><p>– gerada por um grupo de neurônios hiperativos com atividade</p><p>elétrica anormal, na maioria das vezes, fica restrita a região única no cérebro. O indivíduo</p><p>afetado não perde a consciência ou percepção, podendo apresentar atividade anormal</p><p>em um dos membros ou em grupo, muscular controlado pela região afetada. A atividade</p><p>anormal pode se espalhar e o indivíduo pode apresentar distúrbios sensoriais.</p><p>§ Crise parcial complexa – nesse tipo de crise o indivíduo apresenta alteração de</p><p>consciência. Tais crises pode envolver alucinações sensoriais, distorção mental e</p><p>disfunção motora caracterizada por diarreia e/ou micção. Vale ressaltar que uma crise</p><p>simples pode se alastrar gerando crise complexa. Além disso, uma crise complexa pode</p><p>evoluir para uma convulsão generalizada secundária (crise parcial secundariamente</p><p>generalizada).</p><p>Na crise generalizada, a descarga autônoma envolve a totalidade de ambos os</p><p>hemisférios, ou seja, afeta o cérebro todo, causando convulsões e perda de consciência.</p><p>Existem diferentes tipos de crises generalizadas em função do evento que as origina:</p><p>§ Crise tônico-clônica (grande mal) – ocorre em duas fases subsequentes. Inicialmente,</p><p>temos a fase tônica caracterizada por forte contração muscular contínua. Na fase tônica,</p><p>o espasmo extensor rígido pode vir acompanhado por grito involuntário, perda de</p><p>consciência, estado cianótico, face congesta e costuma ocorrer diarreia e/ou micção e</p><p>salivação. Em seguida, tem-se a fase clônica, na qual ocorre contração intercalada com</p><p>relaxamento. Após a crise, o indivíduo acometido pode passar por período de confusão</p><p>e exaustão, recuperando-se aos poucos da depleção de glicose e dos estoques</p><p>energéticos.</p><p>§ Crise de ausência (pequeno mal) – ocorre geralmente em crianças, podendo perdurar</p><p>até a puberdade. Esse tipo de crise é bem diferente das demais, envolve a perda de</p><p>consciência do indivíduo de forma abrupta e por certo período de tempo. A crise de</p><p>ausência funciona como se o indivíduo “desligasse” por algum tempo, perdendo a</p><p>consciência e ficando totalmente alheio ao que acontece ao seu redor. O</p><p>comportamento característico do pequeno mal é a pessoa ficar olhando para ponto fixo</p><p>no vazio durante a crise, sem nenhum tipo de interação.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>58</p><p>§ Crise tônicas – crise que, em geral, dura cerca de 60 segundos. Esse tipo de crise é</p><p>caracterizado pelo aumento dos tônus dos músculos extensores.</p><p>§ Crise atônica – crise caracterizada pela perda súbita e abrupta do tônus muscular</p><p>gerando ataques de quedas.</p><p>§ Crises clônicas e mioclônicas – caracterizadas por episódios curtos de contração</p><p>muscular. Na maioria das vezes ocorre ao despertar, como breves espasmos dos</p><p>membros. A consciência do indivíduo é mais comprometida na crise clônica quando</p><p>comparada a crise mioclônica.</p><p>Agora que já sabemos quais os principais tipos de crises, vamos abordar as principais</p><p>classe de fármacos antiepilépticos. Pessoal, aqui vale destacar que alguns autores irão</p><p>abordar esses fármacos como anticonvulsivantes. Fiquem ligados. ;)</p><p>Nesse caso, a escolha do tratamento farmacológico se baseia em diversos fatores</p><p>como o tipo de crise, a idade do paciente e as características dos fármacos. Mas como os</p><p>fármacos antiepilépticos atuam? Atuam como depressores do SNC, reduzindo a</p><p>excitabilidade da célula neuronal que como vimos está alterada na epilepsia.</p><p>Sendo assim, os principais fármacos antiepilépticos irão agir através de três</p><p>mecanismos de ação: aumento da transmissão GABAérgica (potencialização do efeito</p><p>inibitório que promove hiperpolarização celular), redução da transmissão excitatória (na</p><p>maioria das vezes envolve o neurotransmissor glutamato) e alteração das condutâncias</p><p>iônicas (inibição dos canais de sódio – impede despolarização da membrana; inibição dos</p><p>canais de cálcio do tipo T – relacionados ao mecanismo da crise de ausência).</p><p>Os principais fármacos empregados nas crises parciais (focais) e crises tônico-clônicas</p><p>generalizadas (crise generalizadas) são: barbitúricos, fenitoína, carbamazepina e ácido</p><p>valpróico (valproato).</p><p>Barbitúricos/ Benzodiazepínicos</p><p>Os barbitúricos, como já abordamos anteriormente, atuam sobre os receptores</p><p>GABAA em sítio alostérico e aumentam a afinidade do receptor pelo neurotransmissor</p><p>inibitório GABA. Vale lembrar que os barbitúricos prolongam o tempo de abertura dos</p><p>canais, enquanto os BZD aumentam a frequência de abertura (Lembrem-se que atuam em</p><p>sítios alostéricos distintos). Dessa forma, agem sobre a transmissão GABAérgica,</p><p>potencializando seu efeito inibitório (prolongamento da hiperpolarização da membrana que</p><p>leva a redução do limiar de excitação neuronal).</p><p>Mas professora, se os barbitúricos podem ser empregados como fármacos</p><p>antiepilépticos, os BZD também são empregados? Então pessoal, os BZD, geralmente, só</p><p>serão utilizados na crise epiléptica ou no estado do mal epilético. O estado do mal</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>59</p><p>epiléptico é caracterizado pela ocorrência de crises graves e ininterruptas que geram</p><p>emergências médicas e exigem intervenção imediata.</p><p>Vale destacar que os BZD não têm efeito específico sobre as crises epilépticas e</p><p>causam efeitos adversos, como sedação, alterações da coordenação motora e podem gerar</p><p>tolerância e dependência. Entretanto, são eficazes no tratamento das crises epilépticas</p><p>(estado do mal epiléptico).</p><p>O diazepam, por exemplo, é o fármaco de escolha no estado do mal epilético tônico-</p><p>clônico generalizado, que pode ser potencialmente fatal. Nesse caso, o diazepam é</p><p>administrado por via intravenosa, mas como seu efeito não é prolongado, pode ser</p><p>necessário administrar outro fármaco após seu intervalo de ação. O diazepam é a BZD de</p><p>escolha no tratamento das crises epilépticas, mas outros como lorazepam podem ser</p><p>utilizados.</p><p>Dentre os barbitúricos, vamos destacar o fenobarbital que é um dos antiepilépticos</p><p>mais antigo e seguros. Todavia, atualmente, outras alternativas com menor efeito sedativo</p><p>têm sido preferidas no tratamento das crises. Em geral, os barbitúricos são empregados no</p><p>tratamento das crises parciais e das crises tônico-clônicas generalizadas.</p><p>O fenobarbital parece também agir reduzindo as respostas excitatórias (glutamato)</p><p>contribuindo para sua ação antiepiléptica. Nesse contexto vamos falar da primidona (ou 2-</p><p>desoxifenobarbital), fármaco que após o metabolismo origina o fenobarbital e</p><p>feniletilmalonamida, que são compostos ativos.</p><p>Outros barbitúricos como o tiopental e pentobarbital podem ser empregados</p><p>também devido a sua ação antiepiléptica. Os barbitúricos são considerados fármacos de</p><p>escolha para o tratamento de convulsões em lactentes.</p><p>Fenitoína (Hidantoínas)</p><p>A fenitoína é um dos anticonvulsivantes não sedativos mais antigos da classe das</p><p>hidantoínas. A fenitoína pode ser empregada na clínica para o tratamento de crises parciais,</p><p>tônico-clônicas generalizadas e estado do mal epiléptico.</p><p>§ Mecanismos de ação: atua sobre os canais de sódio voltagem dependente. A fenitoína</p><p>se liga seletivamente ao estado inativo do canal retardando a recuperação do canal. Nas</p><p>células acometidas pela crise epilética ocorre redução do limiar excitatório celular; sendo</p><p>assim, a despolarização celular acontece a partir da entrada de quantidades menores do</p><p>íon Na+. Em função dessa redução, a despolarização ocorre de maneira precipitada e</p><p>prolongada durante a crise. Durante esse período de despolarização, vários potencias</p><p>de ação são disparados. Após o potencial de ação, o canal de sódio passa por processo</p><p>de recuperação a fim de reestabelecer o potencial de repouso da membrana. A fenitoína,</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>60</p><p>por sua vez, mantem</p><p>a célula hiperpolarizada, conformação inativa, retardando o</p><p>processo de recuperação do canal. Os fármacos que atuam sobre a função dos canais</p><p>de sódio agem seletivamente nas células neuronais com limiar excitatório reduzido.</p><p>Dessa forma, atuam especificamente sobre os canais envolvidos nas crises.</p><p>§ Principais efeitos adversos da Fenitoína:</p><p>- Diplopia – alteração da posição/movimento dos olhos que gera visão dupla</p><p>- Ataxia – comprometimento do equilíbrio ou coordenação motora</p><p>- Hiperplasia gengival – crescimento anormal da gengiva por cima dos dentes</p><p>- Hirsutismo – crescimento exacerbado de pelos em mulheres</p><p>- Osteomalacia – uso a longo prazo (enfraquecimento dos ossos devido a alteração</p><p>no metabolismo da vitamina D)</p><p>- Neuropatia periférica – uso a longo prazo</p><p>A fenitoína é um indutor enzimático por isso pode estar relacionada em interações</p><p>medicamentosas com fármacos que servem de substrato para as enzimas que ela induz.</p><p>Além disso, tem alta afinidade pelas proteínas plasmáticas. Lembram que os fármacos</p><p>podem ser encontrados livres na circulação sanguínea ou ligados a proteínas plasmática?</p><p>Portanto, fármacos com alta afinidade podem ser deslocados por outros de alta ligação,</p><p>aumentando a concentração do fármaco livre e consequentemente os riscos de toxicidade.</p><p>O metabolismo da fenitoína segue cinética de ordem zero, ou seja, após o aumento</p><p>da concentração plasmática ocorre saturação e a capacidade máxima do fígado de</p><p>metabolizar o fármaco é atingida. Sendo assim, aumento de dose mesmo que pequeno</p><p>(dentro da faixa posológica terapêutica), pode resultar em alterações grandes na</p><p>concentração do fármaco ocasionando risco de sintomas de toxicidade.</p><p>A fosfenitoína é o pró-fármaco de escolha para administração intramuscular (IM), visto</p><p>que a fenitoína pela via IM pode gerar necrose e lesão tecidual. Além disso, a fosfenitoína</p><p>pode ser empregada por via intravenosa (IV) para o tratamento do estado do mal epiléptico.</p><p>Outros exemplos de hidantoínas são a mefenitoína e a etotoína, também utilizadas</p><p>no tratamento de crises parciais e crise tônico-clônicas generalizadas. A etotoína pode ser</p><p>utilizada em pacientes com sensibilidade a fenitoína, porém, são necessárias doses mais</p><p>altas. A mefenitoína, por sua vez, produz o metabólito ativo nirvanol, responsável pelo efeito</p><p>anticonvulsivante.</p><p>Carbamazepina</p><p>A carbamazepina é um composto tricíclico (iminodibenzil) que pode ser empregado</p><p>no tratamento de transtornos bipolares e da neuralgia do trigêmeo. Além disso, se mostrou</p><p>eficaz como antiepiléptico para o tratamento de crises parciais e crises tônico-clônicas</p><p>generalizadas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>61</p><p>§ Mecanismos de ação: assim como a fenitoína, em concentrações terapêuticas, atua</p><p>bloqueando os canais de sódio regulados por voltagem, inibindo os disparos repetitivos</p><p>de alta frequência característicos das crises epiléticas.</p><p>§ Principais efeitos adversos da Carbamazepina:</p><p>- Diplopia – alteração da posição/movimento dos olhos que gera visão dupla</p><p>- Ataxia – comprometimento do equilíbrio ou coordenação motora</p><p>- Desconforto gastrointestinal discreto, instabilidade, hiponatremia (idosos)</p><p>A carbamazepina está disponível para administração por via oral, sua absorção é lenta</p><p>e com biodisponibilidade variável. Trata-se de um potente indutor enzimático que pode</p><p>induzir seu próprio metabolismo em altas concentrações. Além disso, induz o metabolismo</p><p>e aumenta a excreção de outros fármacos (fenitoína, ácido valpróico, etossuximida e</p><p>clonazepam).</p><p>A carbamazepina possui discreta ação anticolinérgica, que pode ser preocupante em</p><p>indivíduos com glaucoma em função do risco de aumento da pressão intraocular. Vale</p><p>ressaltar que tal ação não é relevante em paciente com crises epilépticas que não tenham</p><p>glaucoma.</p><p>Temos dois pró-fármacos relacionados a carbamazepina que são: oxcarbazepina e</p><p>eslicarbazina (acetato de eslicarbazepina). Ambos geram o mesmo metabólito ativo S(+)-</p><p>licarbazina (eslicarbazina).</p><p>Ácido valproico/valproato de sódio</p><p>O ácido valpróico faz parte de uma série de ácido graxos carboxílicos que apresentam</p><p>atividade antiepilépticas, podendo ser encontrado na forma do sal (valproato de sódio). Em</p><p>função do amplo espectro de possíveis mecanismos de ação, pode ser empregado em</p><p>diversos tipos de crises como crises parciais, tônico-clônicas generalizadas, crises</p><p>mioclônicas e crises de ausência.</p><p>§ Mecanismos de ação: atua bloqueando os canais de sódio regulados por voltagem,</p><p>inibindo os disparos repetitivos de alta frequência característicos das crises epilépticas;</p><p>efeito inibitório sobre a GABA-transaminase, responsável pela degradação do GABA no</p><p>cérebro; bloqueia os canais de cálcio do tipo T neurônios talâmicos (eficaz na crise de</p><p>ausência).</p><p>§ Principais efeitos adversos do Ácido valpróico:</p><p>- Náuseas, vômito, dor abdominal e pirose – início do tratamento de forma gradual</p><p>para evitar a ocorrência de sintomas gastrointestinais.</p><p>- Sedação (em associação com a fenitoína)</p><p>- Tremor fino (níveis mais altos)</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>62</p><p>- Ganho de peso, aumento do apetite e queda de cabelo (incomuns e reversíveis)</p><p>- Teratogênico</p><p>O ácido valpróico apresenta moderada a alta afinidade pelas proteínas plasmática,</p><p>portanto pode deslocar fármacos como fenitoína. Além disso, atua como inibidor</p><p>enzimático, reduzindo o metabolismo de diversos fármacos inclusive outros antiepilépticos</p><p>como fenitoína, carbamazepina e fenobarbital resultando em aumento da concentração</p><p>dessas substâncias. O valproato de sódio pode reduzir significativamente a excreção da</p><p>lamotrigina.</p><p>A lamotrigina, uma feniltriazina, com atividade antiepiléptica que atua pelo mesmo</p><p>mecanismo de ação da fenitoína. Sendo amplamente empregada para o tratamento de</p><p>crises parciais, podendo também ser utilizada nas crises mioclônicas e de ausência em</p><p>crianças.</p><p>O amplo espectro de ação da lamotrigina pode estar relacionado ao mecanismo de</p><p>ação adicional ainda não completamente esclarecido. Os principais efeitos adversos</p><p>incluem: cefaleia, tontura, diplopia, náuseas sonolência e exantema cutânea (reação de</p><p>hipersensibilidade principalmente em crianças). A dose deve ser reduzida na administração</p><p>concomitante com o ácido valpróico devido à redução da sua depuração.</p><p>Etossuximida</p><p>A etossuximida é um fármaco especificamente empregado no tratamento das crises</p><p>de ausência. Vale destacar que, juntamente com o ácido valproico, são os fármacos de</p><p>escolha para crise de ausência, mais efetivos que a lamotrigina.</p><p>§ Mecanismos de ação: bloqueia os canais de cálcio do tipo T neurônios talâmicos. Na</p><p>crise ausência, acredita-se que correntes de Ca+ do tipo T geram uma corrente nos</p><p>neurônios talâmicos responsáveis pela ocorrência de uma descarga cortical rítmica</p><p>característica desse tipo de crise. Portanto, o bloqueio desse tipo de corrente confere a</p><p>atividade terapêutica ao fármaco.</p><p>§ Principais efeitos adversos da Etossuximida:</p><p>- Desconforto gastrointestinal – náuseas, vômito e dor abdominal e pirose</p><p>- Letargia transitória e fadiga</p><p>A etossuximida pode reduz a depuração do ácido valproico quando utilizados em</p><p>associação por isso pode ser necessário ajuste de dose.</p><p>Na tabela abaixo trouxe exemplos de outros fármacos que apresentam atividade</p><p>antiepilépticas e seus respectivos mecanismo de ação, bem como, algumas observações</p><p>relevantes a respeito das substâncias.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>63</p><p>Fármaco(s) Mecanismo de ação Observações</p><p>Tiagabina Inibidor da captação de GABA,</p><p>nos neurônios, atua inibindo</p><p>preferencialmente a isoforma do</p><p>transportador 1 (GAT-1).</p><p>Prolonga a ação inibitória do</p><p>GABA.</p><p>Empregada no</p><p>tratamento a adjuvante</p><p>das crises parciais, pode gerar</p><p>convulsões em pacientes não</p><p>epilépticos.</p><p>Vigabatrina Inibidor irreversível da enzima</p><p>responsável (GABA-T – GABA</p><p>transaminase) pela degradação</p><p>do GABA, resultando no</p><p>aumento da concentração do</p><p>GABA no cérebro</p><p>Geralmente utilizada no tratamento de</p><p>crises parciais refratárias a outros</p><p>fármacos e nos espasmos infantis. Está</p><p>relacionada a perda leve ou moderada</p><p>do campo visual me 30-50% dos</p><p>pacientes que pode ser irreversível e</p><p>aumenta de acordo com a exposição</p><p>aos fármacos.</p><p>Topiramato Possui diversos mecanismo de</p><p>ação que envolvem o bloqueio</p><p>de canais de sódio regulados</p><p>por voltagem, reduz as correntes</p><p>de cálcio nos canais de Ca2+</p><p>ativados por alta voltagem (Tipo</p><p>L) e potencializa a ação do</p><p>GABA em sítio diferente dos</p><p>BZD e barbitúricos.</p><p>Pode ser empregado no tratamento de</p><p>crises parciais, crises tônico-clônicas</p><p>generalizadas, espasmos infantis e</p><p>crises de ausência. Aprovado para o</p><p>tratamento da enxaqueca. Os efeitos</p><p>adversos incluem sonolência, fadiga,</p><p>tontura, retardo cognitivo, parestesias,</p><p>nervosismo e confusão.</p><p>Gabapentina</p><p>e</p><p>Pregabalina</p><p>Análogos do GABA, mas que</p><p>não atuam sobre os receptores</p><p>do GABA. Apresentam</p><p>afinidade pela subunidade α2δ</p><p>dos canais de cálcio regulados</p><p>por voltagem. Gera redução da</p><p>liberação do neurotransmissor</p><p>excitatório (glutamato).</p><p>Eficazes no tratamento das crises</p><p>parciais e tônico-clônicas</p><p>generalizadas. Apresentam baixo</p><p>potencial de interação medicamentosa</p><p>por isso a Gabapentina pode ser</p><p>fármaco de escolha para os idosos.</p><p>Além disso, ajustes de dose são</p><p>necessários em caso de</p><p>comprometimento da função renal pois</p><p>são principalmente excretadas pela via</p><p>renal.</p><p>Lacosamida Prolonga a inativação lenta dos</p><p>canais de Na+ regulados por</p><p>voltagem e limita as descargas</p><p>repetidas sustentadas</p><p>(mecanismo semelhante a</p><p>fenitoína e carbamazepina)</p><p>Tratamento adjuvantes das crises de</p><p>inicio parcial com ou sem</p><p>generalização. Apresenta baixo</p><p>potencial de interação medicamentosa</p><p>pois não age sobre as enzimas</p><p>hepáticas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>64</p><p>Percebam que diversos fármacos antiepilépticos/anticonvulsivantes têm</p><p>potencial de indutor ou inibidor enzimático. Tal característica confere alto</p><p>potencial de ocorrência de interações medicamentosas. Para conseguir</p><p>determinar qual a consequência da interação, lembrem-se que os indutores</p><p>aumentam o metabolismo, em geral, reduzindo a concentração dos</p><p>fármacos substratos. Por outro lado, os fármacos inibidores reduzem o</p><p>metabolismo, aumentado a concentração dos fármacos substratos das</p><p>enzimas.</p><p>(INSTITUTO AOCP - EBSERH - 2017) Qual é o Benzodiazepínico considerado a primeira</p><p>escolha no tratamento de emergência do estado de mal epiléptico?</p><p>a) Fenitoína.</p><p>b) Diazepam.</p><p>c) Clonazepam.</p><p>d) Fenobarbital.</p><p>e) Ácido valpróico.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa B está correta, pois como estudamos o diazepam é o BZD de escolha no</p><p>tratamento da emergência do estado do mal epiléptico. Os BZD presentes na forma de</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>65</p><p>solução injetável são a opção de tratamento indicado nesses casos através da administração</p><p>intravenosa.</p><p>Antidepressivos</p><p>A depressão é uma doença psiquiátrica que engloba componentes biológicos e</p><p>emocionais. Pode se manifestar de duas formas: transtorno depressivo maior (unipolar) e</p><p>transtorno do humor bipolar (bipolar).</p><p>O transtorno depressivo maior (depressão maior) se caracteriza pelo humor</p><p>deprimido e/ou perda de interesse e prazer na maioria das atividades por certo período de</p><p>tempo. Por outro lado, o transtorno do humor bipolar é caracterizado pela alternância entre</p><p>episódios depressivos e episódios de mania. A mania é marcada por comportamento de</p><p>entusiasmo, raiva, autoconfiança, exuberância e ações impulsivas.</p><p>Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS)</p><p>Os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) são uma classe de</p><p>fármacos antidepressivos que inibem seletivamente a recaptação de serotonina. Vale</p><p>ressaltar que atualmente são a primeira escolha no tratamento do transtorno depressivo</p><p>maior.</p><p>Apresentam amplo espectro de ação, podendo ser empregados não apenas na</p><p>depressão maior, mas também no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada</p><p>(TAG), transtorno do pânico, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT), transtorno</p><p>obsessivo compulsivo (TOC) e bulimia (transtorno de alimentação).</p><p>§ Mecanismos de ação: inibição seletiva dos transportadores de serotonina (SERT)</p><p>presente no neurônio pré-sináptico, aumentando a concentração do neurotransmissor</p><p>na fenda sináptica e prolongado a transmissão serotoninérgica. Os ISRS atuam em sítio</p><p>alostérico diferente do local de ligação da serotonina. O efeito antidepressivo também</p><p>envolve a modulação do receptor, reduzindo a expressão dos SERT. Sendo assim,</p><p>contribui para o aumento da neurotransmissão serotoninérgica. Em função disso,</p><p>geralmente, os efeitos dos ISRS podem levar algumas semanas após o início do</p><p>tratamento para serem observados.</p><p>§ Principais fármacos:</p><p>- Fluoxetina – maior tempo de meia-vida</p><p>- Paroxetina</p><p>- Citalopram</p><p>- Escitalopram</p><p>- Sertralina</p><p>- Fluvoxamina – uso aprovado para o TOC</p><p>§ Principais efeitos adversos dos ISRS:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>66</p><p>- Náuseas, diarreia, desconforto gastrointestinal – podem estar associados a</p><p>aumento da atividade serotoninérgica no TGI</p><p>- Disfunção sexual (perda da libido)</p><p>- Cefaleia, insônia e sonolência</p><p>- Ganho de peso – associado ao uso da paroxetina</p><p>- Efeito anorexígeno – associado ao uso da fluoxetina</p><p>Em associação aos fármacos da classe dos inibidores da monoaminoxidase (IMAO),</p><p>pode gerar reação adversa rara denominada de síndrome serotoninérgica potencialmente</p><p>fatal. Essa síndrome é caracterizada pela hiperestimulação dos receptores serotoninérgicos,</p><p>cujos sintomas podem incluir taquicardia, hipertermia, rigidez muscular, delírio e coma.</p><p>A vantagem dessa classe perante os demais antidepressivos é que carecem de</p><p>afinidade pelos receptores muscarínicos, histamínicos e alfa-adrenérgicos. Sendo assim, não</p><p>apresentam alguns efeitos adversos relacionados as demais classes e são relativamente</p><p>seguros.</p><p>Os ISRS também podem gerar interações farmacocinéticas com outros fármacos. A</p><p>fluoxetina e a paroxetina são inibidores potentes da enzima 2D6, podendo aumentar a</p><p>concentração dos fármacos substratos da enzima como é o caso dos antidepressivos</p><p>tricíclicos (aumentando toxicidade). Além disso, a fluoxetina e a fluvoxamina são inibidores</p><p>da CYP3A4, podendo gerar interação com diversas substâncias. O citalopram e</p><p>escitalopram podem ser considerados desprovidos desse tipo de interação farmacocinética</p><p>pois não atuam como inibidores ou indutores hepáticos.</p><p>Os ISRS têm potencial de causar a síndrome de interrupção a partir da retirada</p><p>abrupta do tratamento, especialmente os fármacos com meia-vida curta. A fluoxetina, por</p><p>exemplo, apresenta meia-vida longa pois produz o metabólito ativo norfluoxetina. Portanto,</p><p>tem menor potencial em gerar a síndrome de interrupção. A retirada gradual da terapia com</p><p>os ISRS evita o aparecimento da síndrome, cujos sintomas incluem agitação, irritabilidade,</p><p>cefaleia, alterações do sono, tontura e parestesia.</p><p>Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN)</p><p>Os inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSN) são uma classe de</p><p>fármacos antidepressivos que atuam como inibidores tanto da recaptação de serotonina</p><p>quanto da norepinefrina. Esses fármacos podem ser empregados no tratamento da</p><p>depressão maior e no TAG. Além disso, têm aplicação em alguns distúrbios da dor,</p><p>incluindo</p><p>pós-sináptico (transmissão do sinal). Além disso, as</p><p>sinapses também podem ser elétricas, na qual ocorre a transmissão de um sinal elétrico</p><p>proveniente do neurônio pré-sináptico que irá gerar reposta no neurônio pós-sináptico.</p><p>O potencial de ação é o sinal elétrico obtido a partir do estímulo de um neurônio que</p><p>se propaga ao longo do neurônio e que permite que o sinal seja transmitido ao próximo</p><p>neurônio. Mas professora, explica melhor esse conceito de potencial de ação? Calma, pois</p><p>vamos abordar detalhadamente esse conceito, pois sua compreensão é relevante para</p><p>entender o funcionamento do Sistema Nervoso.</p><p>Primeiro, precisamos relembrar que existe uma distribuição desigual de íons no meio</p><p>extracelular e intracelular das células nervosas. Nesse caso, temos diversos íons envolvidos</p><p>como: Na+, K+, Ca2+ e Cl-. Como os íons possuem cargas, essa repartição irregular dos íons</p><p>entre os meios acaba gerando uma diferença de carga elétrica, com isso temos o potencial</p><p>de membrana.</p><p>No estado de repouso, a membrana do neurônio é permeável aos íons K+, porém</p><p>apresenta certa impermeabilidade aos íons Na+. Desta forma, a concentração de íons Na+ é</p><p>Sistema</p><p>Nervoso</p><p>SNC</p><p>Composto pelo encefálo e medula</p><p>espinhal, responsável por funções</p><p>orgânicas no SNC e funções</p><p>voluntárias e invonlutárias na</p><p>periferia.</p><p>SNP</p><p>Sistema Nervoso Autônomo -</p><p>composto por nervos e glânglios</p><p>nervosos, responsável pelo</p><p>controle involutário de orgãos e</p><p>funções.</p><p>Sistemas Nervoso Somático -</p><p>composto por nervos, responsável</p><p>pelo controle voluntário dos</p><p>movimentos (musculatura</p><p>esquelética).</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>6</p><p>maior no meio extracelular, enquanto a concentração de íons K+ tende a ser maior no meio</p><p>intracelular. Sendo assim, o meio extracelular apresenta maior concentração de íons, o que</p><p>lhe confere aparente carga positiva em relação ao meio intracelular. Concordam que com</p><p>essa diferença de cargas, forma-se um polo positivo fora da célula e negativo dentro da</p><p>célula? Então assim temos que o potencial de repouso do neurônio é de aproximadamente</p><p>de -70 mV (unidade de voltagem – mV).</p><p>A partir da ocorrência de um sinal elétrico ocorre abertura dos canais de sódio</p><p>voltagem dependentes, que estão presentes na membrana celular do neurônio. Então,</p><p>através dessa membrana, que no estado de repouso apresentava relativa impermeabilidade</p><p>aos íons Na+, ocorre rápido influxo de íons sódio a favor do gradiente de concentração (do</p><p>meio mais concentrado para o menos concentrado). Este processo é denominado de</p><p>despolarização, pois a entrada de íons sódio reduz a diferença entre as cargas presentes no</p><p>interior e exterior da célula.</p><p>Em seguida, ocorrem diversos eventos que fazem parte da tentativa de restabelecer</p><p>o potencial de repouso daquela célula. Portanto, temos o fechamento dos canais de sódio</p><p>e abertura dos canais de potássio, causando efluxo de íons potássio. Esse processo é</p><p>denominado de repolarização, pois a saída de íons potássio buscando restaurar o estado de</p><p>repouso.</p><p>Lembram que já abordamos o potencial de ação? Então, a despolarização e a</p><p>repolarização da célula geram o potencial de ação. Vale destacar que quando a célula</p><p>estiver no processo de repolarização, temos um período denominado refratário (durante</p><p>esse período não ocorre novo potencial de ação).</p><p>Mas será que sempre que ocorre despolarização da célula temos um potencial de</p><p>ação? Então, o potencial de ação só será gerado caso o potencial de limiar excitatório seja</p><p>alcançado. Desta forma, o início do potencial de ação depende da capacidade de vencer a</p><p>diferença de potencial existente na célula em repouso. A quantidade íons de sódio que</p><p>entram na célula devem ser suficientes para aumentar o potencial de membrana de tal forma</p><p>que promova a excitabilidade elétrica do neurônio.</p><p>A figura a seguir pode auxiliá-los a compreender a propagação de um potencial de</p><p>ação ao longo de um axônio.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>7</p><p>A partir do momento que o potencial de ação chega ao terminal do axônio podem</p><p>ocorrer dois tipos de eventos (ocorre um evento ou outro):</p><p>§ Sinapse química – após a abertura de canais de potássio, ocorre a abertura de canais de</p><p>cálcio voltagem dependentes. O influxo de cálcio na célula estimula a liberação de</p><p>neurotransmissores que permanecem armazenados em vesículas dentro dos neurônios</p><p>pré-sinápticos. Esses neurotransmissores livres na fenda sináptica podem atuar sobre</p><p>receptores específicos presentes na membrana do neurônio pós-sináptico</p><p>desencadeando um potencial de ação. Nesse caso, temos o fenômeno da sinapse</p><p>química.</p><p>§ Sinapse elétrica – o potencial de ação que foi gerado no neurônio pré-sináptico estimula</p><p>a geração de um potencial de ação no neurônio pós-sináptico. Nesse caso, temos o</p><p>fenômeno da sinapse química.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>8</p><p>Transmissão do Impulso nervoso</p><p>- O potencial de ação segue sentido único partindo dos dendritos, passando</p><p>pelo corpo celular em direção ao axônio. Como ocorre o período refratário,</p><p>no qual parte da membrana está tentando restaurar o potencial de repouso,</p><p>o potencial de ação segue em direção da membrana que está em estado de</p><p>repouso.</p><p>- Outro fenômeno relevante na transmissão do impulso nervoso é a</p><p>hiperpolarização. A célula na tentativa de restaurar o potencial de repouso</p><p>pode gerar saída excessiva (efluxo) de íons de potássio, gerando potencial</p><p>de membrana abaixo de -70 mV. O potencial pode, por exemplo, alcançar</p><p>-80 mV. Esse processo é denominado de hiperpolarização. A célula pode</p><p>restabelecer o potencial de repouso através da ativação da bomba de</p><p>Na+/K+.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>9</p><p>SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO</p><p>O SNP pode ser divido em dois subsistemas, o Sistema Nervoso Autônomo (SNA) e</p><p>o Sistema Nervoso Somático (SNS). O SNA, como já abordamos, é responsável pelo</p><p>controle involuntário de órgãos e funções.</p><p>Mas professora, o que seria esse controle involuntário? Vocês já pararam para refletir</p><p>como ocorre o controle dos seus batimentos cardíacos ou da sua respiração. Percebam que</p><p>esse tipo de controle ocorre sem que você emita de forma consciente comandos para seu</p><p>organismo. Ainda bem que existe o SNA para exercer essa regulação “inconsciente”,</p><p>imagina se além de estudar as aulas de farmacologia vocês ainda tivesse que enviar</p><p>comando para seu coração bater. Em função desse perfil de controle involuntário que</p><p>comanda o funcionamento de tecidos e órgãos, o SNA também pode ser denominado</p><p>sistema nervoso vegetativo, involuntário ou visceral.</p><p>O SNA, por sua vez, pode ser dividido em Simpático, Parassimpático e Entérico.</p><p>Vamos abordar cada um deles separadamente, em especial o Simpático e Parassimpático.</p><p>O outro subsistema do SNP é o Sistema Nervoso Somático (SNS), que é responsável</p><p>pelo controle dos movimentos voluntários e da percepção sensorial. Portanto, esse sistema</p><p>conta com inervação motora e sensorial.</p><p>O sistema somático conta com nervos eferentes que se originam no SNC e saem para</p><p>periferia, que enviam os comandos voluntários para tecido muscular (músculo esquelético).</p><p>Dessa forma, o SNC controle os movimentos voluntários dos músculos. Então, quando você</p><p>está na pista de dança, é através dos nervos eferentes que o SNC controla os seus passos</p><p>na dança.</p><p>Será que percepção sensorial, ocorre da mesma forma? Pessoal, nesse caso o</p><p>caminho é justamente ao contrário. O sinal externo tem que ser percebido por nervos</p><p>localizados nos órgãos sensitivos (periferia) e precisa ser transmitido até áreas específicas no</p><p>cérebro</p><p>neuropatias e fibromialgia.</p><p>Em geral, na clínica podem ser eficazes no tratamento da depressão maior de</p><p>pacientes que não responderam aos ISRS. Vale ressaltar que atuam com mecanismo</p><p>semelhante a classe dos antidepressivos tricíclicos (ADT), mas têm baixa afinidade pelos</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>67</p><p>receptores alfa-adrenérgicos, muscarínicos e histamínicos. Portanto, tendem a ser preferidos</p><p>em função da sua melhor tolerabilidade por apresentarem número reduzido de efeitos</p><p>adversos quando comparados aos ADT.</p><p>§ Mecanismos de ação: inibição dos transportadores de serotonina (SERT) e</p><p>transportadores de norepinefrina (NET), consequentemente aumentando a prolongado</p><p>a transmissão serotoninérgica e noradrenérgica no SNC. A maioria dos IRSN têm maior</p><p>afinidade pelo SERT do que pelo NET, inclusive a venlafaxina é um fraco inibidor do NET.</p><p>§ Principais fármacos:</p><p>- Venlafaxina – empregada no TAG, TEPT, transtorno de compulsão alimentar e</p><p>outros distúrbios.</p><p>- Desvenlafaxina (metabólito ativo da venlafaxina)</p><p>- Duloxetina – empregado na incontinência urinária de estresse, uso deve ser</p><p>evitado em paciente com disfunção hepática pois é extensamente</p><p>biotransformado no fígado.</p><p>- Levomilnaciprana (enantiômero ativo do IRSN racêmico milnaciprana).</p><p>- Milnaciprana – indicada para fibromialgia.</p><p>§ Principais efeitos adversos dos IRSN:</p><p>- Náuseas e constipação</p><p>- Disfunção sexual</p><p>- Cefaleia, tontura, insônia e sonolência</p><p>- Aumento da pressão arterial e frequência cardíaca – em doses elevadas de</p><p>duloxetina e venlafaxina</p><p>Em associação aos fármacos da classe dos inibidores da monoaminoxidase (IMAO),</p><p>também pode gerar síndrome serotoninérgica. Pode ocorrer algum tipo de interação com</p><p>fármacos que agem sobre a enzima hepática 2D6, pois a duloxetina e desvenlafaxina são</p><p>metabolizadas por essa enzima. Além disso, a levomilnaciprana é metabolizada pela</p><p>CYP3A4, podendo interagir com inibidores/indutores dessa enzima, podendo ser necessário</p><p>ajuste de dose.</p><p>Antidepressivos tricíclicos (ADT)</p><p>Os antidepressivos tricíclicos (ADT) são uma classe de fármacos antidepressivos que</p><p>atuam como inibidores tanto da recaptação de serotonina quanto da norepinefrina. Todos</p><p>os fármacos da classe apresentam um núcleo iminodibenzil (tricíclico) e apresentam estrutura</p><p>bem semelhante com pequenas modificações estruturais.</p><p>Os ADT são empregados no tratamento da depressão maior em caso de insucesso</p><p>das terapias com ISRS e IRSN. Além disso, também podem ser empregados no tratamento</p><p>da insônia e algumas condições dolorosas, como dores neuropáticas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>68</p><p>Esses fármacos são mais antigos e acabaram sendo substituídos em função da baixa</p><p>tolerabilidade aos seus efeitos adversos graves. O amplo espectro de efeitos adversos está</p><p>relacionado ao bloqueio de receptores colinérgicos, histamínicos, alfa-adrenérgicos e</p><p>serotoninérgicos.</p><p>§ Mecanismos de ação: inibição da recaptação de serotonina e norepinefrina, o que,</p><p>consequentemente, prolonga a transmissão serotoninérgica e noradrenérgica no SNC.</p><p>Existe uma variabilidade na afinidade pelo SERT e pelo NET, a clomipramina apresenta</p><p>baixa afinidade pelo NET. Por outro lado, a desipramina e nortriptilina são relativamente</p><p>mais seletivos quanto ao NET.</p><p>§ Principais fármacos:</p><p>- Imipramina (protótipo da classe)</p><p>- Desipramina (metabólito ativo da imipramina)</p><p>- Amitriptilina – maior efeito de ganho de peso e hipotensão</p><p>- Clomipramina – empregado no tratamento do TOC</p><p>- Doxepina – empregado em dose baixas no tratamento da insônia</p><p>- Nortriptilina (metabólito ativo da amitriptilina)</p><p>- Protriptilina</p><p>§ Principais efeitos adversos dos ADT:</p><p>- Boca seca (xerostomia); visão embaçada; retenção urinária; constipação;</p><p>confusão. (efeitos anticolinérgicos)</p><p>- Hipotensão ortostática; taquicardia reflexa; tonturas (efeitos do bloqueio dos</p><p>receptores alfa-adrenérgicos)</p><p>- Sedação (efeito anti-histamínico) – efeito pode ser vantajoso no tratamento de</p><p>paciente depressivos com insônia.</p><p>- Aumento de massa corporal</p><p>- Disfunção sexual</p><p>Os ADT, em caso de superdosagem podem gerar arritmia letais, crise convulsivas,</p><p>taquicardia ventricular e fibrilação. Portanto, o controle da dose deve ser maior pois a</p><p>superdosagem pode ser letal em muitos pacientes.</p><p>A associação dos ADT com fármacos que atuem sobre a enzima 2D6 pode gerar</p><p>interações farmacocinética pois essa classe é substrato da enzima. Além disso, alguns</p><p>indivíduos podem apresentar polimorfismo da CYP2D6, que resulta em metabolismo lento</p><p>dos ADT. Por fim, alguns anti-hipertensivos podem exacerbar a hipotensão postural gerada</p><p>pelos ADT.</p><p>Vale ressaltar que pode ocorrer síndrome de interrupção proeminente a partir da</p><p>retirada abrupta dos ADT caracterizada por sintomas de rebote colinérgico e sintomas</p><p>gripais. Lembrem-se que para evitar esse quadro, a retirada do medicamento deve ser feita</p><p>de forma gradual.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>69</p><p>Inibidores da monoaminoxidase (IMAO)</p><p>Os inibidores da monoaminoxidase (IMAO) foram os primeiros antidepressivos a</p><p>serem desenvolvidos. Entretanto, atualmente, raramente são utilizados na clínica devido a</p><p>alta incidência de efeitos adversos, que podem ser graves.</p><p>Os IMAO são empregados no tratamento da depressão maior, que não responde a</p><p>outras classes de antidepressivos. A selegilina, em específico, pode ser empregado no</p><p>tratamento da doença de Parkinson, como veremos ainda na aula de hoje.</p><p>§ Mecanismos de ação: atuam inibindo a enzima monoaminoxidase, aumentando o</p><p>conteúdo de monoaminas. Podem se ligar a enzima de forma irreversível ou reversível.</p><p>A enzima monoaminoxidase é uma enzima mitocondrial presente não somente no</p><p>cérebro, mas em outros tecidos, como fígado e intestino. Existem duas isoformas da</p><p>MAO, MAO-A e MAO-B. A MAO-A, em geral, está relacionada ao metabolismo da</p><p>norepinefrina e da serotonina, podendo metabolizar também a dopamina. Por outro</p><p>lado, a MAO-B está envolvida no metabolismo da dopamina e da serotonina. A MAO-A</p><p>está presente no intestino e é responsável pelo metabolismo da tiramina (monoamina</p><p>derivada da tirosina) proveniente dos alimentos presentes na dieta. A tiramina advinda</p><p>da dieta é convertida em norepinefrina. Portanto, os fármacos que inibem essa isoforma</p><p>(MAO-A), quando utilizados em associação com dietas ricas em alimentos que contém</p><p>tiramina (queijo, vinho), podem levar a aumento exacerbado dos níveis séricos de</p><p>tiramina e, consequente, aumento da pressão que pode resultar em crise hipertensiva.</p><p>§ Principais fármacos:</p><p>- Fenelzina (não seletiva)</p><p>- Tranilcipromina</p><p>- Selegilina (inibição seletiva irreversível da MAO-B) – aumento de dopamina,</p><p>empregada no tratamento da doença de Parkinson.</p><p>- Isocarboxazida</p><p>- Moclobemida (reversível)</p><p>- Eprobemida (reversível)</p><p>§ Principais efeitos adversos dos IMAO:</p><p>- Hipotensão ortostática</p><p>- Ativação, insônia e inquietação</p><p>- Aumento de massa corporal</p><p>- Disfunção sexual</p><p>A selegilina está presente em formulações transdérmicas e sublinguais evitando o</p><p>intestino e o fígado. Sendo assim, diminuem os riscos de interação com os alimentos e</p><p>aumentam a biodisponibilidade em comparação com a administração pela via oral. Vale</p><p>destacar que os IMAO administrados pela via oral sofrem metabolismo de primeira</p><p>passagem que pode comprometer significativamente sua biodisponibilidade.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>70</p><p>Os IMAO quando associados a outros antidepressivos serotoninérgicos como ISRS,</p><p>IRSN e ADT podem gerar interação farmacodinâmica grave. Esse tipo de interação pode</p><p>levar a ocorrência da</p><p>síndrome serotoninérgica como já citamos anteriormente que pode</p><p>ser fatal. Portanto, em caso de troca da terapia de farmacológica deve ser dado um intervalo</p><p>de pelo duas semanas entre a suspensão da terapia anterior (agente serotoninérgico ou</p><p>IMAO) e o início do novo tratamento (agente serotoninérgico ou IMAO).</p><p>Outra interação grave relacionada aos IMAO é a interação com os alimentos ricos em</p><p>tiramina ou substratos da MAO. Lembrem-se que as IMAO podem atuar sobre a MAO</p><p>presente em outros tecidos como o intestino, assim impedindo a degradação da tiramina</p><p>nesse tecido. Portanto, ocorre aumento dos níveis séricos de tiramina que intensificam os</p><p>efeitos noradrenérgicos periféricos resultando em elevação da pressão arterial, podendo</p><p>ocasionar hipertensão maligna, acidente vascular ou infarto agudo do miocárdio em</p><p>indivíduos que ingerem alta quantidade de alimentos ricos em tiramina (queijo, vinho tinto,</p><p>salsichas).</p><p>Os pacientes que fazem uso dos IMAO devem ser orientados a seguir dieta com baixo</p><p>teor de alimento contendo tiramina e serem alertados quanto ao risco de utilizarem</p><p>medicamentos contendo pseudoefedrina e fenilpropranolamina que tem efeito</p><p>simpaticomimético.</p><p>A superdosagem de IMAO pode ser grave e gerar efeitos como sintomas psicóticos,</p><p>confusão, delírio, febre entre outros. A síndrome de interrupção súbita de tais</p><p>medicamentos também produz efeitos semelhantes como delírio, confusão, psicose e</p><p>excitação.</p><p>Antidepressivos tetracíclicos e unicíclicos</p><p>A classe dos antidepressivos tetracíclicos e unicíclicos vai incluir fármacos que não se</p><p>encaixam nas classes apresentadas anteriormente, mas que podem ser empregados como</p><p>antidepressivos.</p><p>Nesse caso, podemos destacar a bupropiona que tem estrutura unicíclica, seu</p><p>mecanismo de ação parece estar relacionado ao aumento da atividade da norepinefrina e</p><p>dopamina. Tal efeito pode ocorrer devido a liberação pré-sináptica de catecolaminas, mas</p><p>a bupropiona não tem efeito sobre a serotonina. A bupropiona é empregada no tratamento</p><p>da depressão maior.</p><p>A bupropiona tem sido administrada em indivíduos que estão passando pelo</p><p>processo de abandono do tabagismo pois parece ter efeito benéfico em reduzir o desejo</p><p>de fumar. Além disso também atua reduzindo as variações de humor e o ganho de peso</p><p>que ocorrem durante a abstinência da nicotina. Por fim, parece ter algum efeito benéfico</p><p>sobre a perda de peso.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>71</p><p>A mirtazapina, a amoxapina e maprotilina são antidepressivos que possuem estrutura</p><p>tetracíclica. A mirtazapina gera aumento da liberação de norepinefrina ao agir como</p><p>antagonista dos receptores α2 pré-sinápticos, atua como antagonista dos receptores 5-HT2</p><p>e 5-HT3 e dos receptores H1 (efeitos sedativos). A amoxapina e maprotilina, por sua vez,</p><p>têm efeitos semelhantes ao ADT e não são muito empregados na clínica.</p><p>A bupropiona e a mirtazapina são um dos poucos antidepressivos que não</p><p>apresentam efeitos de disfunção sexual.</p><p>Vale ressaltar que os efeitos dos antidepressivos demoram cerca de duas a quatro</p><p>semanas para serem observados pois, além do aumento da transmissão monoaminérgica, é</p><p>necessária certa modulação dos receptores para obtenção dos efeitos.</p><p>Os antidepressivos podem ser utilizados para o tratamento THB, porém, geralmente</p><p>são empregados em associação com outros fármacos que atuem como estabilizador do</p><p>humor. Nesse caso, podemos citar o uso do lítio, principal estabilizador de humor, que</p><p>controla as oscilações de humor que são características do distúrbio bipolar. Entretanto,</p><p>outros fármacos antiepilépticos como: carbamazepina, ácido valpróico e gabapentina</p><p>podem ser utilizados com bons resultados e redução dos efeitos adversos.</p><p>(MSCONCURSOS - Prefeitura de Piraúba - MG - 2017) Sobre os medicamentos</p><p>antidepressivos e sua ação, relacione a primeira coluna com a segunda e assinale a</p><p>alternativa que contém a sequência correta, de cima pra baixo.</p><p>a) 1,1,2,2 e 1.</p><p>b) 1,1,2,2 e 2.</p><p>c) 1,2,2,2 e 1.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>72</p><p>d) 1,2,2,2 e 2.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está correta, pois o Citalopram, a Fluoxetina e a Sertralina são fármacos da</p><p>classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina, então número 1. Enquanto que</p><p>a amitriptilina e clomipramina são antidepressivos tricíclicos que inibem a recaptação de</p><p>serotonina e norepinefrina, então número 2. Portanto, a numeração fica 1,1,2,2 e 1.</p><p>(INSTITUTO AOCP - UFC - 2014) A fluoxetina atua no sistema nervoso central e é indicada</p><p>no tratamento da depressão. Este medicamento</p><p>a) atua de modo seletivo sobre os receptores GABA.</p><p>b) é inibidor da monoamina oxidase.</p><p>c) inibe os receptores α2 e ß1.</p><p>d) atua em canal GABAérgico, aumentando o influxo de cloreto.</p><p>e) é um inibidor seletivo da recaptação da serotonina.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa E está correta, como vimos a fluoxetina faz parte dos inibidores seletivos de</p><p>recaptação de serotonina, aumentando os níveis do neurotransmissor na fenda sináptica.</p><p>Sendo assim, ocorre estímulo da transmissão serotoninérgica.</p><p>Antipsicóticos</p><p>O termo “psicose” está relacionado a diversos distúrbios mentais que englobam</p><p>delírios, alucinações (auditivas, visuais, táteis ou olfatórias) e desorganização do</p><p>pensamento. Dentre os transtornos psicóticos, podemos destacar a esquizofrenia que é um</p><p>dos mais graves e debilitantes.</p><p>A esquizofrenia é um tipo de psicose crônica particular que é caracterizada por</p><p>ilusões, alucinações (pacientes frequentemente escutam vozes) e transtorno pronunciado</p><p>do pensamento. Trata-se de um transtorno com forte componente genético relacionado a</p><p>alta heritabilidade, em geral, iniciando ao final da puberdade e início da vida adulta do</p><p>indivíduo.</p><p>As principais manifestação clínicas do quadro da esquizofrenia podem ser divididas</p><p>em dois grandes grupos de sintomas, os positivos e os negativos. Os sintomas positivos são</p><p>caracterizados por alucinações, distúrbios de pensamento e comportamento incluindo</p><p>comportamento agressivo e delírios (paranoia). Por outro lado, os sintomas negativos são</p><p>mais incapacitantes e são caracterizados por déficit cognitivo, retraimento social e respostas</p><p>emocionais sem contraste.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>73</p><p>Existem diversas hipóteses relacionadas a explicação dos mecanismos e aspectos</p><p>envolvidos na esquizofrenia. Entretanto, seu mecanismo ainda não está completamente</p><p>elucidado. A hipótese serotoninérgica da esquizofrenia aponta que a estimulação dos</p><p>receptores serotoninérgico, especificamente dos receptores 5- HT2A e 5-HT2C, está</p><p>relacionada aos efeitos alucinatórios da doença.</p><p>A hipótese dopaminérgica da esquizofrenia, por sua vez, indica que a exacerbação</p><p>da neurotransmissão dopaminérgica límbica desempenha papel relevante na psicose.</p><p>Apesar de não explicar todos os aspectos do transtorno, a maioria dos antipsicóticos</p><p>empregados na clínica atuam sobre os receptores dopaminérgicos, em especial os</p><p>receptores D2 pós-sinápticos do SNC.</p><p>Além das hipóteses citadas, ainda podemos incluir a envolvimento das vias</p><p>transmissoras glutamatérgicas e colinérgicas no contexto do quadro da esquizofrenia. Tal</p><p>fato é importante para compreender o mecanismo de ação dos fármacos antipsicóticos.</p><p>Vale destacar que os demais distúrbios psicóticos incluem principalmente sintomas</p><p>positivos como: alucinações, alterações comportamentais e pensamento perturbado. Sendo</p><p>assim, nem toda a psicose é caracterizada como esquizofrenia. Lembrando que o quadro da</p><p>esquizofrenia envolve diversos sintomas, inclusive negativos, que são mais complexos e</p><p>intensos que os apresentados nos demais quadros de psicose.</p><p>Os sintomas positivos parecem</p><p>estar relacionados a exacerbação da</p><p>neurotransmissão dopaminérgica, por isso, a maioria dos fármacos antipsicóticos atuam</p><p>interferindo na resposta dopaminérgica (antagonistas dopaminérgicos).</p><p>Os antipsicóticos podem ser empregados no tratamento de diversos quadros clínicos</p><p>como: depressão maior associada a componente psicótico, transtorno obsessivo compulsivo</p><p>(TOC), psicose associada a doença de Parkinson, Síndrome de Tourette, Doença de</p><p>Huntington dentre outros.</p><p>Os fármacos antipsicóticos podem ser divididos em duas principais categorias:</p><p>antipsicóticos típicos (primeira geração) e antipsicóticos atípicos (segunda geração).</p><p>Antipsicóticos típicos (primeira geração)</p><p>Os antipsicóticos de primeira geração foram os primeiros a serem desenvolvidos e</p><p>por atuarem sob diversos receptores distintos apresentam amplo espectro de efeitos</p><p>adversos. Em geral, atuam sobre os sintomas positivos e podem ser empregados no</p><p>tratamento desses sintomas tanto da esquizofrenia como de outros distúrbios psicóticos</p><p>menores.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>74</p><p>§ Mecanismos de ação: atuam bloqueando os diversos receptores como os</p><p>dopaminérgico D1 e D2. Ademais, também são inibidores competitivos de receptores α</p><p>-adrenérgicos, muscarínicos, histamínicos (H1) e serotoninérgicos (5-HT2A). Vale destacar</p><p>que os efeitos adversos são atribuídos a essa ação bloqueadora sobre diversos</p><p>receptores. Por outro lado, a ocorrência de efeitos extrapiramidais parece estar</p><p>relacionada ao antagonismo dos receptores D2 na via estriada.</p><p>Mas professora o que são efeitos extrapiramidais (EEP)? Então pessoal, o sistema</p><p>extrapiramidal é formado por rede de neurônios no SNC que está ligada ao sistema motor,</p><p>responsável pela coordenação dos movimentos. Portanto, os efeitos extrapiramidais surgem</p><p>como transtornos do movimento resultantes de doenças ou distúrbios que afetam esse</p><p>sistema. Lembrando que as reações extrapiramidais podem estar relacionadas ao consumo</p><p>de fármacos como os antipsicóticos que atuam como antagonistas dopaminérgicos.</p><p>§ Principais antipsicótico típicos (primeira geração):</p><p>- Clorpromazina - associado a sedação e ganho de peso</p><p>- Levomepromazina</p><p>- Trifluoperazina</p><p>- Tioridizina - associado ao prolongamento do intervalo QT (cardiotoxicidade) e</p><p>sedação</p><p>- Flufenazina</p><p>- Haloperidol - antipsicótico típico mais empregado</p><p>- Tiotixeno</p><p>- Pimozida</p><p>Antipsicóticos atípicos (segunda geração)</p><p>Os antipsicóticos de segunda geração são fármacos mais recentes que atuam</p><p>principalmente sobre os receptores serotoninérgicos e dopaminérgicos apresentando</p><p>número menor de efeitos adversos e menor risco de ocorrência de EEP. Entretanto,</p><p>apresentam maior risco de ocorrência de reações adversas metabólicas como aumento da</p><p>massa corporal.</p><p>§ Mecanismos de ação: atuam bloqueando principalmente receptores dopaminérgico e</p><p>serotoninérgico. Atuam no controle de sintomas positivos e negativos.</p><p>§ Principais antipsicótico atípicos (segunda geração):</p><p>- Clozapina – ganho de peso, diabetes, hipercolesterolemia e pode reduzir o limiar</p><p>convulsivo de acordo com a dose.</p><p>- Olanzapina – ganho de peso, diabetes, hipercolesterolemia e pode reduzir o limiar</p><p>convulsivo de acordo com a dose.</p><p>- Quetiapina</p><p>- Risperidona – hiperprolactinemia</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>75</p><p>- Sertindol</p><p>- Ziprasidona – prolonga o intervalo QTc</p><p>- Zotepina</p><p>- Aripiprazol</p><p>- Paliperidona</p><p>§ Principais efeitos adversos dos antipsicóticos típicos e atípicos:</p><p>- Xerostomia (boca seca) - associado ao bloqueio dos receptores muscarínicos</p><p>- Retenção Urinária - associado ao bloqueio dos receptores muscarínicos</p><p>- Constipação intestinal - associado ao bloqueio dos receptores muscarínicos</p><p>- Hipotensão postural (ortostática) - associado ao bloqueio dos receptores α-</p><p>adrenérgicos</p><p>- Disfunção sexual - associado ao bloqueio dos receptores α-adrenérgicos</p><p>- Galactorreia - associado ao bloqueio dos receptores α-adrenérgicos. Alguns</p><p>antipsicóticos típicos mais antigos como a risperidona e paliperidona geram</p><p>hiperprolactinemia (aumento da liberação de prolactina) que pode gerar síndrome</p><p>da amenorreia-galactorreia resultando em edema de mamas com dor e lactação</p><p>nas mulheres. Por outro lado, nos homens pode gerar perda de libido,</p><p>infertilidade e impotência.</p><p>- Ganho de peso (aumento de massa corporal) - possivelmente associado ao</p><p>bloqueio dos receptores H1 + 5-HT2. Vale destacar que a maioria dos</p><p>antipsicóticos está associado ao ganho de peso, inclusive sendo motivo para não</p><p>adesão ao tratamento. O aumento de peso é muito comum no tratamento com</p><p>clozapina e olanzapina e pode acarretar no desenvolvimento de hiperglicemia e</p><p>hiperlipidemia. Sendo assim, parâmetros metabólicos devem ser monitorados ao</p><p>longo do tratamento.</p><p>- Sedação - associado ao bloqueio dos receptores histamínicos H1</p><p>Voltando a abordar os EEP, basicamente todos os antipsicóticos atuam como</p><p>antagonistas dos receptores dopaminérgicos D2 na via nigroestriada então podem gerar</p><p>EEP. Sendo assim, o que irá definir o risco maior ou menor de causar disfunção do sistema</p><p>extrapiramidal será a afinidade do fármaco pelo receptor dopaminérgico (D2).</p><p>Vamos abordar os principais EEP gerados pelos antipsicóticos a partir do</p><p>estímulo na via nigroestriatal:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>76</p><p>Discinesia tardia – síndrome de ocorrência tardia observada, em geral,</p><p>semanas ou anos após o início do tratamento. A discinesia afeta</p><p>principalmente pacientes que utilizam antipsicóticos atípicos e a detecção</p><p>precoce é importante para definir redução da dose e/ou troca do</p><p>medicamento. Os pacientes acometidos apresentam movimentos</p><p>involuntários, repetitivos, rápidos e indolores da face, língua, boca,</p><p>pálpebra, mandíbulas ou membros. Vale ressaltar, que esse tipo de</p><p>manifestação é mais comum em pacientes idosos e está diretamente</p><p>relacionada a afinidade dos fármacos pelo receptor D2, quanto maior</p><p>afinidade maior será o risco de desenvolver discinesia tardia.</p><p>Síndrome de Parkinson típica (Parkinsonismo) – sintomas típicos da doença</p><p>de Parkinson como: bradicinesia (lentidão dos movimentos voluntários),</p><p>tremores variáveis, rigidez e marcha arrastando os pés. Esses sintomas</p><p>podem ocorrer dias ou meses após o início do tratamento. A síndrome pode</p><p>ser tratada através do emprego de fármacos antiparkinsonismo e em geral</p><p>é reversível com a suspensão do antipsicótico.</p><p>Acatisia – caracterizada por inquietação incontrolável (tremores,</p><p>irritabilidade associados a incapacidade de se manter parado). Os sintomas</p><p>podem ocorrer dias ou meses após o início do tratamento e pode ser tratada</p><p>com fármacos anti-histamínicos com propriedade anticolinérgicas e que</p><p>apresentam efeito sedativo.</p><p>Distonia aguda – caracterizada por espasmos musculares que podem afetar</p><p>o pescoço (torcicolo), dorso e inclusive a face. Os sintomas podem ocorrer</p><p>horas ou dias após o início do tratamento, acometendo mais pacientes</p><p>jovens e o tratamento é semelhante ao empregado na acatisia.</p><p>A potência dos fármacos antipsicóticos está relacionada com sua interação com os</p><p>receptores D2. Portanto, todos os antipsicóticos apresentam afinidade pelo receptor</p><p>atuando como antagonistas de D2. A partir do efeito antagonista aumentam a expressão de</p><p>receptores na célula neuronal, fato que também está associado ao efeito antipsicótico.</p><p>Os fármacos da segunda geração (atípicos) apresentam menor afinidade pelo</p><p>receptor D2 em comparação aos de primeira geração (típicos), melhorando a tolerabilidade</p><p>ao tratamento. Além disso, apresentam maior afinidade pelos receptores muscarínicos, tal</p><p>fato modula a liberação da dopamina na região estriada. Sendo assim, os antagonistas</p><p>muscarínicos reduzem a disponibilidade</p><p>de dopamina, consequentemente seus efeitos na</p><p>via nigroestriatal e as reações extrapiramidais.</p><p>A clozapina é um antipsicótico de segunda geração que pode servir como alternativa</p><p>para pacientes resistentes a tratamentos antipsicóticos anteriores. Apresenta efeitos sobre</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>77</p><p>diversos receptores inclusive muscarínicos e ação antagonista sobre receptores</p><p>dopaminérgicos (D4). A clozapina possui efeito adversos específico que é a agranulocitose,</p><p>distúrbio grave que pode ser fatal e exige acompanhamento através de hemogramas</p><p>periódicos.</p><p>A olanzapina é outra opção para os casos de resistência tendo ação semelhante a</p><p>clozapina, mas não apresenta risco significativo de desenvolvimento de agranulocitose. Vale</p><p>ressaltar que a clozapina e a olanzapina também podem gerar ganho de peso, diabetes e</p><p>hipercolesterolemia.</p><p>(IBFC - Polícia Científica - PR - 2017) Analise as afirmativas abaixo sobre o mecanismo de</p><p>ação dos fármacos antipsicóticos, e assinale a alternativa correta.</p><p>I. Os fármacos antipsicóticos são antagonistas ou agonistas parciais nos receptores D2</p><p>de dopamina e não bloqueiam outros receptores de monoamina.</p><p>II. A potência dos antipsicóticos, em geral, corre paralela à atividade dos receptores</p><p>D2, mas atividades em outros receptores podem reduzir os efeitos extrapiramidais</p><p>adversos.</p><p>III. A atividade nos receptores muscarínicos, H1 e α pode determinar o perfil de efeitos</p><p>colaterais.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) I, II e III.</p><p>b) I, apenas.</p><p>c) I e III, apenas.</p><p>d) I e II, apenas.</p><p>e) II e III, apenas.</p><p>Comentários:</p><p>A afirmativa I está incorreta, pois os antipsicóticos bloqueiam outro diversos receptores</p><p>como histamínicos, serotoninérgicos e alfa-adrenérgicos inclusive a interação com tais</p><p>receptores está relacionada a incidência de vários efeitos adversos como boca seca,</p><p>constipação, hipotensão e sedação.</p><p>A afirmativa II está correta, pois como abordamos a potência dos fármacos antipsicóticos</p><p>está diretamente relacionada a atividade sobre os receptores dopaminérgicos D2. A</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>78</p><p>interação com esses receptores na via nigroestriatal pode levar a ocorrência de EEP que</p><p>limitam o uso dos antipsicóticos, porém a ação em outros receptores como os muscarínicos</p><p>pode reduzir esses efeitos.</p><p>A afirmativa III está correta. A atividade dos antipsicóticos sobre receptores muscarínicos</p><p>(boca seca), histamínicos (sedação) e alfa-adrenérgicos (hipotensão) pode determinar o perfil</p><p>dos efeitos adversos dos antipsicóticos.</p><p>Portanto, a alternativa correta é a letra E (II e III, apenas).</p><p>Anestésicos Gerais</p><p>Os fármacos anestésicos gerais atuam gerando estado reversível de depressão do</p><p>SNC, causando perda de consciência e de reposta a estímulo (dor). Por outro lado, os</p><p>anestésicos locais não geram perda de consciência, atuam bloqueando a condução do</p><p>impulso sensitivo da periferia até o SNC, através da administração local.</p><p>Os anestésicos gerais promovem vantagens para pacientes que irão realizar</p><p>procedimentos cirúrgico,s pois o estado anestésico envolve: sedação (redução da</p><p>ansiedade), perda de consciência (amnésia), analgesia, relaxamento da musculatura e</p><p>supressão dos reflexos autônomos aos estímulos nocivos.</p><p>Entretanto, uma única substância não é capaz de promover todos esses efeitos</p><p>benéficos e requeridos durante o processo de anestesia geral. Em geral, vários fármacos são</p><p>utilizados em associação para alcançar a “anestesia ideal”. Dessa forma, é possível obter os</p><p>efeitos vantajosos de cada anestésico e minimizar possíveis efeitos adversos (técnica da</p><p>anestesia balanceada).</p><p>A escolha da melhor técnica de anestesia ocorre de acordo com diversos fatores</p><p>como o tipo de procedimento a ser realizado e características inerentes ao paciente.</p><p>A anestesia geral ocorre em três estágios: indução, manutenção e recuperação. A</p><p>indução é o intervalo de tempo entre a administração do anestésico até a instalação da</p><p>anestesia. Em seguida, vem o período da manutenção que é caracterizado pela anestesia</p><p>sustentada. Por fim, temos o estágio da recuperação que compreende o intervalo de tempo</p><p>entre a interrupção da anestesia até o paciente recobrar a consciência e reflexos.</p><p>Os anestésicos gerais potentes utilizados na clínica podem ser administrados pela via</p><p>intravenosa ou inalatória. Os anestésicos inalatórios podem ser administrados com auxílio</p><p>de equipamentos vaporizadores.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>79</p><p>Os anestésicos gerais vão atuar sobre a modulação de diversos receptores, atuam</p><p>sobre os receptores GABAA inibitórios, potencializando a sensibilidade desses receptores</p><p>ao seu ligante o neurotransmissor inibitório GABA. Além disso, também podem agir sobre</p><p>os receptores de glicina, outro neurotransmissor inibitório do SNC, potencializando seu</p><p>efeito inibitório através da ativação de canais de cloreto.</p><p>Anestésicos Intravenosos</p><p>Dentre os anestésicos intravenosos empregados na clínica podemos destacar a classe</p><p>dos barbitúricos (tiopental, metoexital), propofol, etomidato e cetamina.</p><p>Os barbitúricos tiopental e metoexital atuam através da interação com receptores</p><p>GABAA potencializando seu feito inibitório, parece ter alguma relação com bloqueio da</p><p>resposta excitatória, mas não está esclarecido.</p><p>Vale ressaltar que o tiopental apresenta índice terapêutico estreito, ou seja, a dose</p><p>eficaz do fármaco é próxima da sua dose tóxica. Sendo assim, o fármaco deve ser</p><p>administrado com cautela principalmente em paciente com algum tipo de</p><p>comprometimento hepático ou renal, pois os processos de biotransformação e excreção</p><p>estão comprometidos. Além disso, o tiopental apresenta efeito acumulativo ao se distribuir</p><p>através da gordura corporal, fato que contribuiu para duração prolongada da ação</p><p>anestésica e maior risco de toxicidade.</p><p>Os barbitúricos são potentes anestésicos, mas carecem de efeito analgésico. Em</p><p>geral, são associados a outros fármacos analgésicos. Os efeitos adversos incluem náuseas,</p><p>laringoespasmos e broncoespasmos. Esses fármacos já foram em grande parte substituídos</p><p>por outros com melhor margem de segurança, pois possuem rápida metabolização e com</p><p>menos efeitos adversos como propofol e etomidato. Os barbitúricos produzem pouco</p><p>relaxamento muscular podendo ser necessário terapia adjuvante para facilitar o processo de</p><p>intubação.</p><p>O propofol é um anestésico intravenoso muito utilizado para indução e manutenção</p><p>da anestesia. Atua com mecanismo de ação semelhante ao já descrito anteriormente gera</p><p>depressão respiratória, redução pronunciada da pressão arterial sistêmica e redução da</p><p>pressão intracraniana. O propofol não possui efeito acumulativo, portanto, é útil na</p><p>anestesia em procedimentos cirúrgicos mais simples.</p><p>O etomidato é um anestésico intravenoso hipnótico, mas sem efeito analgésico. A</p><p>indução rápida e possui ação curta, geralmente é empregado em pacientes com problemas</p><p>cardiovasculares. O etomidato ao contrário dos demais anestésicos gerais intravenosos não</p><p>possui efeito hemodinâmicos significativos (alterações da pressão arterial, frequência e</p><p>débito cardíaco).</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>80</p><p>A administração do etomidato não é realizada por infusão contínua devido aos seus</p><p>efeitos endócrinos. O etomidato pode gerar supressão adrenocortical como efeito adverso,</p><p>diminuindo os níveis de cortisol e aldosterona no plasma que a longo prazo é perigoso.</p><p>Por outro lado, o mecanismo de ação principal da cetamina ocorre a através da</p><p>inibição dos receptores NMDA, bloqueando a resposta excitatória gerada pelo glutamato</p><p>ao se ligar nos receptores. Ademais, a cetamina dentre os anestésicos intravenosos</p><p>apresenta menor risco de depressão respiratória e produz analgesia significativa.</p><p>A cetamina produz um tipo de indução denominada de “anestesia dissociativa”, na</p><p>qual o paciente permanece “parecendo acordado” (olhos permanecem abertos com</p><p>niastagmo lento) mas não sente dor e tem amnésia. Por fim, lembra que abordamos que os</p><p>demais anestésicos produziam redução dos parâmetros hemodinâmicos? Então a cetamina</p><p>diferente dos demais, aumenta a frequência e a pressão arterial e também pode aumentar</p><p>a pressão intracraniana.</p><p>Anestésicos Inalatórios</p><p>Os anestésicos inalatórios atuam principalmente sobre os receptores de glicina</p><p>presentes na medula espinhal e tronco encefálico, potencializando a ação da glicina. Vale</p><p>ressaltar que em baixas doses, os anestésicos inalatórios bloqueiam os receptores</p><p>nicotínicos de acetilcolina contribuindo para efeitos benéficos na anestesia como a amnésia</p><p>e analgesia.</p><p>O anestésico, para ser considerado ideal, deve ter início de ação rápida e</p><p>recuperação rápida após a interrupção. Entretanto, no que diz respeito a potência, quanto</p><p>mais lipossolúvel mais potente será o anestésico. Mas lembrem-se que fármacos</p><p>lipossolúveis se distribuem amplamente e inclusive se acumulando no tecido adiposo.</p><p>Portanto, têm amplo tempo de recuperação que gera o efeito indesejado denominado de</p><p>“ressaca”.</p><p>§ Principais anestésicos inalatórios:</p><p>- Halotano</p><p>- Sevoflurano</p><p>- Isoflurano</p><p>- Desflurano</p><p>- Enflurano</p><p>- Óxido nitroso – anestésico gasoso (mecanismo de ação relacionado ao bloqueio</p><p>dos receptores NMDA)</p><p>- Xenônio – anestésico gasoso (mecanismo de ação relacionado ao bloqueio dos</p><p>receptores NMDA)</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>81</p><p>§ Principais efeitos adversos dos anestésicos inalatórios:</p><p>- Nefrotoxicidade – Enflurano e Sevoflurano podem gerar metabólitos nefrotóxicos</p><p>- Hepatoxicidade – Halotano. A maioria dos anestésicos é excretado na forma</p><p>inalterada pelos pulmões. Entretanto, o halotano é metabolizado pelo fígado</p><p>gerando o metabólito tóxico, ácido trifluoroacético que se liga de forma covalente</p><p>as proteínas hepáticas, formando complexo que servem de alvo para ação de</p><p>anticorpos que irão atacar as células hepáticas. Tal efeito adverso é mais comum</p><p>no uso repetitivo do halotano.</p><p>- Hipertermia maligna – afeta indivíduos que tem pré-disposição genética e são</p><p>suscetíveis. A hipertermia maligna é um distúrbio caracterizado pelo aumento da</p><p>temperatura corporal (hipertermia – pode gerar degradação de proteínas que</p><p>levam a morte celular e conferem risco de vida), rigidez muscular,</p><p>hiperpotassemia, taquicardia e acidose metabólica que pode ser fatal. O</p><p>mecanismo envolvido no desenvolvimento do distúrbio parece estar relacionado</p><p>ao aumento exacerbado do cálcio intracelular, por isso, o fármaco (dantroleno),</p><p>que pode ser empregado no tratamento da hipertermia maligna, age impedindo</p><p>a liberação do cálcio do retículo sarcoplasmático.</p><p>- Efeitos cardíacos – redução da pressão arterial, redução do débito cardíaco e</p><p>arritmia cardíaca (halotano)</p><p>- Depressão respiratória</p><p>(UPENET/IAUPE - SES-PE - 2014) Qual dos seguintes anestésicos de inalação tem maior</p><p>probabilidade de hepatotoxicidade?</p><p>a) Óxido nítrico.</p><p>b) Halotano.</p><p>c) Metoxiflurano.</p><p>d) Isoflurano.</p><p>e) Enflurano.</p><p>Comentários:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>82</p><p>A alternativa B está correta. Pessoal, como vimos o halotano produz um metabólito tóxico</p><p>trifluoroacético a partir da biotransformação hepática. Esse metabólito se liga de forma</p><p>covalente as proteínas hepáticas formando um complexo que se torna alvo de anticorpos</p><p>levando ao dano hepático. Vale lembra que a maioria dos anestésicos inalatórios acaba</p><p>sendo eliminado pelos pulmões na forma inalterada ou tem pequena parcela metabolizada.</p><p>O halotano pode levar a ocorrência de hepatite por halotano. A alternativa A traz como</p><p>opção o óxido nítrico que não é anestésico e sim o óxido nitroso. Na alternativa C, o</p><p>Metoxiflurano é nefrotóxico e não hepatotóxico. Enquanto as opções trazidas nas</p><p>alternativas D e E são de anestésicos cuja o metabolismo é mínimo portanto não geram</p><p>hepatoxicidade.</p><p>Opioides</p><p>Os opioides agem no controle da dor (analgesia). Como vamos abordar melhor na</p><p>nossa aula sobre a farmacologia e farmacoterapia da dor, o controle da dor é um desafio na</p><p>prática clínica. A percepção da dor é subjetiva e a análise médica se baseia no relato da</p><p>paciente.</p><p>O evento doloroso ocorre em resposta a evento indesejável a lesão tecidual, cirurgia</p><p>ou doença crônica. A dor é conduzida através de um sinal que parte da periferia para o SNC</p><p>através dos nervos aferentes nociceptivos, os principais são os nociceptores polimodais.</p><p>Os nociceptores polimodais são fibras C não mielinizadas que possuem terminações</p><p>sensitivas nos tecidos periféricos que tem capacidade de captar sinais variados relacionados</p><p>a estímulos dolorosos sejam químicos, térmicos ou mecânicos. Entretanto, os tecidos</p><p>possuem outros mecanismos sensitivos que irão identificar estímulos químicos, térmicos ou</p><p>mecânicos não dolorosos.</p><p>Ok professora, mas o que define se o estímulo será conduzido pela via que identifica</p><p>sinais dolorosos ou pela via que identifica sinais dolorosos? A intensidade do estímulo que</p><p>irá definir por isso que a dor é subjetiva, cada indivíduo possui um limiar que permite</p><p>distinguir o sinal doloroso dos demais.</p><p>Sendo assim, um estímulo pode gerar dor em um indivíduo com limiar de nocicepção</p><p>menor, mas não gerar em outro que apresente limiar maior. Você já passou por alguma</p><p>situação que uma pessoa disse que sentiu muita dor com determinado estímulo e você disse</p><p>que já tinha sido submetido ao mesmo estímulo e não doeu? Pois é pessoal, provavelmente</p><p>o limiar dessa pessoa era menor do que seu. Então, para ela o sinal foi percebido como dor</p><p>enquanto que para você não.</p><p>Diversos mediadores químicos como: prostaglandinas, vanilóides e bradicinina</p><p>sinalizam o estimulo doloroso para os nervos nociceptivos. Sendo assim, o sinal gerado é</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>83</p><p>transmitido até o SNC e a partir da sinapse do neurônio aferente com o SNC ocorre</p><p>liberação de peptídeos (substância P) e glutamato.</p><p>Esses peptídeos endógenos produzidos atuam como agonistas que serão</p><p>reconhecidos pelos receptores opioides presentes nas células do SNC. A ativação dos</p><p>receptores opioides reduz a excitabilidade neuronal desencadeada pelo glutamato</p><p>(receptor AMPA) e outros peptídeos nos respectivos receptores. Portanto, o efeito da</p><p>ativação dos receptores opioides é a redução da transmissão nervosa pelas vias</p><p>nociceptivas, gerando ação analgésica.</p><p>Os opioides exógenos que vamos estudar nesse tópico agem sobre os receptores</p><p>opioide também gerando efeito analgésico. Além de reduzir a excitabilidade neuronal, os</p><p>opioides diminuem a liberação de neurotransmissores pelas fibras C, contribuindo para a</p><p>redução da nocicepção.</p><p>Existem três diferentes tipos de receptores opioides nas células humanas: µ (mu), k</p><p>(kappa) e δ (delta), sendo todos receptores acoplados à proteína G. Os receptores µ estão</p><p>mais estreitamente relacionados aos efeitos analgésicos dos opioides e desenvolvimento de</p><p>efeitos colaterais. Os receptores k estão presentes no SNC e SNP e também medeiam</p><p>efeitos analgésicos. Enquanto os receptores δ são mais relevantes na periferia.</p><p>Os receptores opioides formam uma família de receptores acoplados à proteína G,</p><p>mais especificamente Gi, atuam inibindo a ativação da enzima adenilil ciclase nos neurônios</p><p>pré-sinápticos, reduzindo a produção de AMPc, diminuindo a ativação de PKA, logo</p><p>reduzem a abertura dos canais</p><p>de cálcio (Ca+2) voltagem-dependentes. Além disso, atua</p><p>reduzindo a liberação de neurotransmissores, como o glutamato, que atuam na via da dor.</p><p>Por outro lado, ao haver ligação com um agonista opioide no neurônio pós-sináptico, são</p><p>capazes de levar à hiperpolarização celular, por estímulo da abertura dos canais de potássio</p><p>(K+), reduzindo assim o disparo de potencial de ação e o estímulo da dor.</p><p>Ativação de receptores µ (mu) na periferia acoplados a proteína Gi à¯</p><p>entrada de Ca+2 + ¯ liberação de neurotransmissores à ¯ ativação dos</p><p>receptores AMPA, NMDA à ¯ condução do estímulo nervoso à analgesia</p><p>Ativação dos receptores µ (mu) (pós-sináptico) à estimulam abertura de</p><p>canal de K+ à ­ hiperpolarização à ¯ condução do estímulo nervoso à</p><p>analgesia</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>84</p><p>§ Principais analgésicos opioides atuam como agonistas dos receptores opioides:</p><p>- Morfina</p><p>- Tramadol – agonista fraco de receptores µ (menor risco de efeitos adversos como</p><p>a depressão respiratória, menor risco de dependência e tolerância, porém menor</p><p>efeito analgésico)</p><p>- Codeína (empregado como antitussígeno – xarope)</p><p>- Heroína</p><p>- Meperidina</p><p>- Fentanil – ação curta (empregado amplamente em anestesia e sedação</p><p>controlada; adesivo transdérmico para tratamento da dor crônica pois é um</p><p>potente analgésico que pode tem risco de gerar depressão respiratória)</p><p>- Sulfentanil</p><p>- Alfentanil</p><p>- Metadona – maior tempo de meia-vida</p><p>- Nalbufina – agonista parcial (menor risco efeitos adversos, melhor margem de</p><p>segurança, menor risco de dependência, porém menor efeito analgésico)</p><p>- Butorfanol – agonista parcial</p><p>- Buprenorfina – agonista parcial</p><p>- Pentazocina – agonista parcial receptores µ</p><p>Levando em consideração os efeitos dos opioides nos principais sistemas, as reações</p><p>adversas mais comuns dos opioides são: confusão mental, sedação, náusea, vômito,</p><p>depressão respiratória, hipotensão, prurido, constipação, elevação da pressão nas vias</p><p>biliares, retenção urinária, dependência medicamentosa e tolerância. O quadro de</p><p>intoxicação aguda com fármacos opioides pode levar: coma, depressão respiratória grave,</p><p>hipotensão grave e convulsão.</p><p>Vale destacar que os efeitos adversos dos opioides são dose dependentes, isso é</p><p>preocupante quando relacionado ao fenômeno de tolerância, que exige doses maiores para</p><p>alcançar o mesmo efeito de analgesia. Sendo assim, aumenta a chance de ocorrência de</p><p>efeitos adversos graves na periferia pois a tolerância pode ocorrer só em alguns tecidos.</p><p>A rápida tolerância associada aos opioides é caracterizada pela redução do efeito</p><p>máximo do agonista a partir do uso contínuo que leva o indivíduo a consumir cada vez maior</p><p>quantidade do opioide. Além disso, temos a síndrome de abstinência e dependência</p><p>relacionadas ao uso dos opioides que também leva o indivíduo a consumir mais opioide</p><p>para evitar os sintomas desagradáveis da síndrome de abstinência.</p><p>Os sinais e sintomas da síndrome de abstinência a opioides incluem: inquietação,</p><p>irritabilidade, náusea, insônia, ansiedade, midríase, sudorese, taquicardia, vômito, diarreia.</p><p>A abstinência pode ser tratada através da substituição por opioide de ação prolongada</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>85</p><p>como a metadona pois isso facilita a retirada de forma lenta e gradativa. O protocolo de</p><p>retirada inclui a redução progressiva das doses associada ao aumento do intervalo entre a</p><p>administração das doses. Além disso, pode-se estimular a liberação de endorfina, com</p><p>técnicas como acupuntura, por exemplo, e estimulação elétrica transcutânea.</p><p>Outra classe de fármacos empregados na clínica que estão relacionados aos</p><p>receptores opioides são os antagonistas opioides. Esses fármacos são capazes de reverter</p><p>os efeitos dos opioides como analgesia e depressão respiratória. São empregados em caso</p><p>de intoxicação, ocorrência de reação adversa grave ou para cessar a ação do opioide após</p><p>analgesia cirúrgica. Os exemplos de antagonistas são a naloxona (ação curta) e naltrexona</p><p>(ação longa).</p><p>(Prefeitura do Rio de Janeiro - RJ - 2019) Dentre os analgésicos de ação central, o que</p><p>possui maior tempo de meia vida e é utilizado para o tratamento da síndrome de</p><p>abstinência aos opioides é a:</p><p>a) metadona.</p><p>b) fentanila.</p><p>c) morfina.</p><p>d) meperidina.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está correta. A metadona é um opioide empregado no tratamento da</p><p>síndrome de abstinência aos opioides em função do seu tempo de meia-vida prolongado,</p><p>permite que tenha uma ação longa.</p><p>A alternativa B está incorreta. A fentanila é um opioide de ação curta que é empregado</p><p>como anestésico para gerar analgesia e sedação em procedimentos cirúrgicos. Nesse caso</p><p>devido ao tempo de ação é necessário administração através de infusão continua.</p><p>A alternativa C está incorreta. A morfina pode gerar síndrome de abstinência e é um opioide</p><p>utilizado no tratamento da dor crônica e também na analgesia de procedimentos</p><p>operatórios.</p><p>A alternativa D está incorreta. A meperidina é utilizada para analgesia e pode ser</p><p>empregada no trabalho de parto pois não gera depressão respiratória no neonato.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>86</p><p>Considerações Finais</p><p>Turma, com isso finalizamos a nossa aula! Preparem-se para fazer as questões</p><p>propostas que irão auxiliar na fixação do conteúdo estudado na aula de hoje. Sugiro que</p><p>vocês façam as questões e anotem seus erros. Após revisão do conteúdo, refaçam as</p><p>questões, pois praticar nunca é demais e também auxilia na fixação para que você esteja</p><p>preparado. Aproveitei para adicionar algumas questões que trazem aprofundamento dos</p><p>temas abordados. Além disso, também adicionei algumas questões que vão nos auxiliar a</p><p>revisar o conteúdo. Para os que tem dificuldade com a farmacologia, sugiro que façam</p><p>muitas questões e revisem sempre as aulas pois são muitos detalhes relevantes. ;)</p><p>Aguardo vocês na próxima aula de farmacologia. Até lá!</p><p>Rafaela Gomes.</p><p>E-mail: profrafaelagomes@gmail.com</p><p>Instagram: @profrafaelagomes</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>87</p><p>LISTA DE QUESTÕES</p><p>1. (Instituto Excelência – Prefeitura de Rio Novo/MG – 2019) O objetivo do tratamento da</p><p>epilepsia é propiciar a melhor qualidade de vida possível para o paciente, pelo alcance de</p><p>um adequado controle de crises, com um mínimo de efeitos adversos. Sendo assim, o uso</p><p>de alguns anticonvulsivantes é indicado. Sobre a Carbamazepina é CORRETO afirmar:</p><p>a) É um receptor pós-sináptico do ácido gama-aminobutírico (GABA), o principal</p><p>neurotransmissor inibitório do SNC.</p><p>b) É um iminodibenzil que inibe os disparos neuronais corticais repetitivos, sustentados e de</p><p>alta frequência através do bloqueio dos canais de sódio voltagem-dependente. Também</p><p>possui uma discreta ação anticolinérgica.</p><p>c) Seu principal mecanismo de ação é o prolongamento da abertura dos canais de cloro,</p><p>dos receptores GABAA e consequente hiperpolarização da membrana pós-sináptica.</p><p>d) Na administração oral toda a absorção ocorre até que o fármaco chegue ao intestino</p><p>grosso.</p><p>e) Nenhuma das alternativas.</p><p>2. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ – 2019) Anestésico que, em doses usadas para a</p><p>indução, em geral aumenta a pressão arterial, a frequência e o débito cardíaco, sendo por</p><p>isso indicado para anestesiar pacientes que estão sob risco de hipotensão, é a:</p><p>a) naloxona</p><p>b) cetamina</p><p>c) dexmedetomidina</p><p>d) remifentanila</p><p>3. (COSEAC – UFF – 2019) Os medicamentos anticonvulsivantes atuam por vários</p><p>mecanismos moleculares. Os que modulam alostericamente o receptor GABA-A são:</p><p>a) gabapentina e pregabalina.</p><p>b) tiagabina</p><p>e vigabatrina.</p><p>c) levetiracetam e lacosamida.</p><p>d) topiramato e felbamato.</p><p>e) diazepam e fenobarbital.</p><p>4. (FCC – DPE-RS – 2017) Sobre neurotransmissão colinérgica e adrenérgica é correto</p><p>afirmar:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>88</p><p>a) A liberação de noradrenalina é controlada por retroalimentação autoinibitória, mediada</p><p>por receptores ALFA2. Dentre os agonistas seletivos de ALFA2 estão: clonidina, guanfacina</p><p>e metilnoradrenalina. Vários mecanismos de transporte no terminal nervoso adrenérgico são</p><p>sítios de ação de fármacos, incluindo antidepressivos tricíclicos que bloqueiam a</p><p>recuperação de noradrenalina para o citoplasma das células.</p><p>b) Um mecanismo de transporte no terminal nervoso de alta afinidade para acetilcolina é</p><p>localizado dentro da vesícula de armazenamento e pode ser inibido pela classe dos</p><p>alcalóides da reserpina. A reserpina bloqueia o acúmulo de acetilcolina nas vesículas,</p><p>resultando em bloqueio da transmissão. A reserpina, portanto, é eficaz na hipertensão, mas</p><p>pode causar grave depressão.</p><p>c) Carbidopa inibe a síntese de acetilcolina, pelo bloqueio da DOPA-descarboxilase, sendo</p><p>utilizada como adjuvante no tratamento do parkinsonismo com L-DOPA, a fim de evitar a</p><p>descarboxilação periférica. A metildopa dá origem a um falso transmissor que é um potente</p><p>agonista ALFA2, produzindo retroalimentação inibidora pré-sináptica e feito anti-</p><p>hipertensivo.</p><p>d) A liberação da acetilcolina ocorre quando um potencial de ação atinge o terminal e</p><p>desencadeia fluxo de íons Ca2+, o qual desestabiliza as vesículas de armazenamento.</p><p>Segue-se fusão das membranas, vesicular com neuronal, e expulsão do transmissor para a</p><p>fenda sináptica. A acetilcolina liberada pode se ligar aos colinoceptores e ser degradada por</p><p>uma acetilcolinesterase, resultando em colina que é lipossolúvel e permanece no espaço</p><p>extracelular.</p><p>e) As moléculas de noradrenalina, após serem liberadas das vesículas, ligam-se aos</p><p>adrenoreceptores onde são metabolizadas por várias enzimas, em especial pela</p><p>monoamino-oxidase. Dentre os bloqueadores de receptores ALFA1 e ALFA2 estão</p><p>fenoxibenzamina, fentolamina e tolazolina, indicada para doença vascular periférica e muito</p><p>empregada no controle da hipertensão.</p><p>5. (COSEAC – UFF-RJ – 2019) Os antidepressivos apresentam efeitos colaterais</p><p>relacionados ao bloqueio de receptores muscarínicos, alfa-1 e H1. Dos fármacos</p><p>relacionados abaixo, o que mais causa hipotensão e ganho de peso é:</p><p>a) nortriptilina.</p><p>b) amitriptilina.</p><p>c) maprotilina.</p><p>d) desipramina.</p><p>e) atomoxetina.</p><p>6. (UFSC – UFSC – 2019) Com relação à transmissão química e à ação de fármacos no</p><p>sistema nervoso central, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>89</p><p>I. Muitos dos fármacos neuroativos atualmente disponíveis são relativamente inespecíficos,</p><p>afetando vários alvos diferentes, sendo os principais os receptores, os canais iônicos e os</p><p>transportadores.</p><p>II. O GABA é o principal transmissor inibitório no cérebro. Há dois tipos principais de</p><p>receptores GABA: GABAA e GABAB. Os tranquilizantes benzodiazepínicos interagem com</p><p>os receptores GABAA.</p><p>III. Os fármacos psicotrópicos que atuam parcial ou principalmente na transmissão</p><p>noradrenérgica no sistema nervoso central incluem antidepressivos, cocaína e anfetamina.</p><p>IV. O fármaco fluoxetina, usado no tratamento da depressão, é inibidor seletivo da captura</p><p>de serotonina.</p><p>a) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.</p><p>b) Todas as afirmativas estão corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.</p><p>d) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.</p><p>e) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.</p><p>7. (COMPERVE – UFRN – 2018) Os antipsicóticos podem ser classificados quanto a sua</p><p>afinidade farmacodinâmica em típicos (atuam preferencialmente via bloqueio</p><p>dopaminérgico) e atípicos (atuam em vários receptores como dopaminérgicos,</p><p>serotoninérgicos, muscarínicos e histamínicos). Podem ser considerados como</p><p>antipsicóticos típicos:</p><p>a) levomepromazina, risperidona e trifluoperazina.</p><p>b) risperidona, clozapina e sulpirida.</p><p>c) flufenazina, pimozida e olanzapina.</p><p>d) clorpromazina, levomepromazina e haloperidol.</p><p>8. (COMPERVE – Prefeitura de NATAL-RN – 2018) Medicamentos com propriedades</p><p>parassimpaticomiméticas agem sobre o sistema nervoso autônomo e apresentam várias</p><p>utilidades clínicas. Podem atuar de forma direta como agonista ou inibindo o processo que</p><p>previne a hiperestimulação do receptor colinérgico. Um exemplo de fármaco</p><p>parassimpaticomimético de ação direta é.</p><p>a) neostigmina.</p><p>b) pilocarpina.</p><p>c) escopolamina.</p><p>d) galantamina.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>90</p><p>9. (COMPERVE – Prefeitura de Natal-RN – 2018) As doenças neurológicas afetam uma</p><p>parcela significativa da população mundial e a proporção de doentes está crescendo com</p><p>o envelhecimento da população. Nesse contexto, o farmacêutico tem um importante papel</p><p>no seguimento dos pacientes acometidos por essas patologias, devido à sua participação</p><p>nas equipes multidisciplinares, na elaboração de protocolos de dispensação de</p><p>medicamentos e na monitoração de pacientes. Acerca do tratamento de doenças</p><p>neurológicas, considere as afirmativas abaixo.</p><p>I. A amitriptilina, nas doses entre 25 e 75 mg ao dia, é útil nos quadros de dor crônica,</p><p>destacando-se a neuropatia diabética.</p><p>II. Nos casos de síndromes espáticas centrais, o biperideno, um agonista GABA, é uma</p><p>alternativa eficiente.</p><p>III. A meperidina pode ser empregada em caso de overdose provocada por opióides,</p><p>principalmente, quando há depressão respiratória.</p><p>IV. A gabapentina está indicada no tratamento da dor neuropática diabética e seu principal</p><p>efeito colateral é a sonolência.</p><p>Estão corretas as afirmativas</p><p>a) III e IV.</p><p>b) II e III.</p><p>c) I e II.</p><p>d) I e IV.</p><p>10. (Prefeitura de Fortaleza – CE – 2018) Os fármacos opioides são bastante utilizados em</p><p>dores intensas por serem potentes analgésicos. O mecanismo de ação principal desses</p><p>fármacos é:</p><p>a) a diminuição da produção de mediadores inflamatórios.</p><p>b) o aumento da atividade nociceptiva.</p><p>c) a abertura de canais de potássio e o fechamento dos canais de sódio, inibindo a condução</p><p>nervosa da dor.</p><p>d) a despolarização do neurônio.</p><p>11. (COMPERVE – SESAP-RN – 2018) Fármacos antipsicóticos como clorpromazina e</p><p>levomepromazina são indicados para o tratamento da esquizofrenia. Seu principal</p><p>mecanismo de ação consiste no antagonismo aos receptores dopaminérgicos no sistema</p><p>límbico. Contudo, o uso crônico de antipsicóticos é comumente associado a manifestações</p><p>extrapiramidais como parkinsonismo, distonia e acatisia. O biperideno pode ser empregado</p><p>em associação com o antipsicótico para prevenir essas manifestações devido a</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>91</p><p>a) sua ação noradrenérgica nos receptores do hipotálamo.</p><p>b) sua ação dopaminérgica nos receptores do sistema límbico.</p><p>c) seu efeito colinérgico nos receptores do núcleo da base.</p><p>d) seu efeito antimuscarínico nos receptores do corpo estriado.</p><p>12. (UFLA – UFLA-MG – 2018) Com relação ao mecanismo de ação dos antidepressivos</p><p>tricíclicos, é CORRETO afirmar que:</p><p>a) Inibem a monoaminoxidase no Sistema nervoso central.</p><p>b) Aumentam o influxo de “cloreto” nos canais GABAérgicos.</p><p>c) Inibem a recaptação de aminas no sistema nervoso central.</p><p>d) Inibem a degradação da acetilcolina no sistema nervoso central.</p><p>13. (INSTITUTO AOCP – Prefeitura de João Pessoa-PB – 2018) Após uma festa, mulher de</p><p>25 anos é levada inconsciente à emergência de um hospital,</p><p>sem coordenação motora, com</p><p>insuficiência respiratória e hálito alcoólico. Acompanhante relata que ela faz uso contínuo</p><p>de um medicamento para tratar a ansiedade. Quando associado ao álcool, qual fármaco</p><p>pode levar a uma severa depressão do sistema nervoso central?</p><p>a) Piroxicam.</p><p>b) Diazepam.</p><p>c) Diltiazem.</p><p>d) Aztreonam.</p><p>14. (INSTITUTO AOCP – Prefeitura de João Pessoa-PB – 2018) Homem de 30 anos é</p><p>admitido em uma Unidade de Pronto Atendimento com quadro de crise convulsiva e</p><p>precisa de tratamento com emergência. Qual droga e via de administração seriam</p><p>preferíveis para esse caso?</p><p>a) Tramadol - via subcutânea.</p><p>b) Amitriptilina - via oral.</p><p>c) Fenitoína - via intravenosa.</p><p>d) Haloperidol - via oral.</p><p>15. (NUCEPE – PC-PI – 2018) O Lítio enquadra-se como fármaco:</p><p>a) Antidepressivos tricíclicos.</p><p>b) Inibidores da captura de norepinefrina.</p><p>c) Fármaco para depressão bipolar e estabilizador do humor.</p><p>d) Inibidores da monoamino-oxidase.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>92</p><p>e) Inibidores não seletivos da captura de aminas.</p><p>16. (NUCEPE – PC-PI – 2018) A era dos benzodiazepínicos (BZD) foi instaurada após o</p><p>lançamento comercial do primeiro elemento da série, o clordiazepóxido, em 1960</p><p>(sintetizado em 1955). Outro protótipo dessa classe, de 3 a 10 vezes mais potente que o</p><p>primeiro, foi o diazepam, lançado em 1963. Desde então, foram sintetizados mais de 3000</p><p>compostos BZD, sendo 35 disponíveis para uso médico. Estudos clínicos iniciais</p><p>comprovaram sua eficácia nos transtornos ansiosos, além de ação hipnótica, amnéstica,</p><p>anticonvulsivante e relaxante muscular. Contudo, ao menos parte de sua popularidade no</p><p>meio médico se deveu à margem de segurança oferecida por essa classe de fármacos,</p><p>substituindo, assim, os barbitúricos como tranquilizantes e hipnóticos. Assim, os BZD logo</p><p>se tornaram os fármacos mais prescritos no mundo, nas décadas de 60 e 70, tendo</p><p>alcançado uma estabilidade e até redução no número de novas prescrições após medidas</p><p>de controle adotadas em vários países, a partir da metade da década de 70. Assinale a</p><p>alternativa que demonstra o mecanismo de ação dos Benzodiazepínicos.</p><p>a) Bloqueia os canais dependentes de cálcio, o que impede a excitabilidade do Sistema</p><p>Nervoso Central.</p><p>b) Inibe a recaptação do neurotransmissor GABA, aumentando sua permanência na fenda</p><p>sináptica o que leva a maior depressão do Sistema Nervoso Central.</p><p>c) Potencializa a ação do neurotransmissor GABA, desta forma, ocorre um maior influxo de</p><p>íons cloreto, provocando a depressão do Sistema Nervoso Central.</p><p>d) Inibe os canais dependentes de sódio, o que, por sua vez, impede o início do potencial</p><p>de ação deprimindo o Sistema Nervoso Central.</p><p>17. (NUCEPE – PC-PI – 2018) Julgue as afirmativas a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F)</p><p>e marque a alternativa CORRETA.</p><p>I - O etomidato é similar ao tiopental, porém metabolizado mais rapidamente e possui</p><p>menor risco de causar depressão cardiovascular.</p><p>II - A cetamina é um poderoso analgésico, análogo da fenciclidina e possui ação diferente</p><p>dos outros anestésicos intravenosos, provavelmente, devido ao seu efeito sobre os</p><p>receptores de glutamato tipo NMDA.</p><p>III - O propofol é um potente anestésico intravenoso com ação e distribuição lenta,</p><p>possuindo risco de causar bradicardia.</p><p>IV - O tiopental é um barbitúrico com alta lipossolubilidade, possui uma ação imediata</p><p>devido à rápida transferência, através da barreira hematoencefálica, possuindo curta</p><p>duração, em razão da redistribuição, principalmente para o sistema muscular.</p><p>a) V, F, F, F.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>93</p><p>b) F, F, F, V.</p><p>c) V, V, F, F.</p><p>d) V, V, F, V.</p><p>e) V, F, V, F.</p><p>18. (INSTUTO AOCP – UFC – 2014) A respeito do sistema nervoso autônomo e dos</p><p>fármacos que agem nele, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>a) Os medicamentos anticolinérgicos, no sistema nervoso autônomo, são antagonistas</p><p>competitivos da acetilcolina em receptores muscarínicos.</p><p>b) Existem dois tipos principais de receptores colinérgicos: os receptores nicotínicos e os</p><p>receptores muscarínicos.</p><p>c) Além da atropina e da escopolamina, diversos fármacos possuem propriedades</p><p>antimuscarínicas, incluindo antidepressivos tricíclicos, fenotiazinas e anti-histamínicos.</p><p>d) Os efeitos muscarínicos de utilização clínica dos anticolinesterásicos são os mesmos dos</p><p>agonistas colinérgicos.</p><p>e) Os agentes anticolinesterásicos irreversíveis bloqueiam a degradação da dopamina</p><p>durante minutos ou horas.</p><p>19. (FUNCAB – EMSERH – 2016) Marque a opção que contém um representante da classe</p><p>dos barbitúricos anticonvulsivantes.</p><p>a) Fenitoína.</p><p>b) Carbamazepina.</p><p>c) Fenobarbital.</p><p>d) Etossuximida.</p><p>e) Ácido Valpróico.</p><p>20. (PR4 UFRJ – UFRJ-RJ – 2016) O fármaco que atua no receptor GABAA, empregado no</p><p>tratamento da insônia em substituição aos benzodiazepínicos, é o(a):</p><p>a) Buspirona.</p><p>b) Zolpidem.</p><p>c) Clorazepato.</p><p>d) Estazolam.</p><p>e) Ramelteon.</p><p>21. (INSTITUTO AOCP – EBSERH – 2015) A toxicidade dos inseticidas organofosforados</p><p>está na capacidade de ligarem-se de forma irreversível à enzima acetilcolinesterase e</p><p>impedir seu papel fisiológico de metabolizar a acetilcolina, causando os graves sintomas do</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>94</p><p>excesso deste neurotransmissor no organismo humano. Os tratamentos destas intoxicações</p><p>acontecem exclusivamente em hospitais e consistem normalmente na administração de</p><p>medicamentos por vários dias (ex. atropina), que bloqueiam a ação da acetilcolina nos</p><p>receptores colinérgicos. Quanto aos receptores colinérgicos envolvidos no tratamento,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) A acetilcolina atua nos receptores muscarínicos, relaxando os músculos estriados</p><p>esqueléticos.</p><p>b) A acetilcolina atua nos receptores nicotínicos, contraindo os músculos estriados cardíacos.</p><p>c) A acetilcolina atua nos receptores nicotínicos, contraindo os músculos estriados</p><p>esqueléticos.</p><p>d) A acetilcolina atua nos receptores muscarínicos, relaxando os músculos lisos dos alvéolos.</p><p>e) A acetilcolina atua nos receptores nicotínicos, contraindo os músculos lisos dos alvéolos.</p><p>22. (IBFC – Polícia Científica-PR – 2017) A respeito da transmissão química e ação de</p><p>fármacos no sistema nervoso central, analise as afirmações abaixo.</p><p>I. Os processos básicos da transmissão sináptica no sistema nervoso central são</p><p>essencialmente similares aos que operam na periferia.</p><p>II. As células gliais, particularmente os astrócitos, participam ativamente da sinalização</p><p>química, funcionando essencialmente como “neurônios inexcitáveis”.</p><p>III. Os mediadores químicos, incluindo o glutamato, o óxido nítrico e os metabólitos do</p><p>ácido araquidônico são produzidos tanto pela glia quanto pelos neurônios.</p><p>IV. Muitos mediadores controlam alterações de longo prazo no cérebro, principalmente</p><p>afetando a transcrição do gene.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) I, II, III e IV.</p><p>b) I, II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, III e IV, apenas.</p><p>e) II e III, apenas.</p><p>23. (Prefeitura de Fortaleza-CE – 2018) Fármacos, como os benzodiazepínicos, são</p><p>frequentemente utilizados em idosos. Entretanto, seu uso deve ser evitado por:</p><p>a) Alterarem a reabsorção óssea.</p><p>b) Modificarem a função renal.</p><p>c) Induzirem hiperatividade e agitação com muito frequência.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>95</p><p>d) Serem relacionados ao aumento do risco de quedas, confusão e delírio.</p><p>24. (INSTITUTO AOCP – ITEP-RN – 2018) Várias são as drogas que atuam no Sistema</p><p>Nervo Central (SNC). São exemplos dessas drogas</p><p>os benzodiazepínicos e os</p><p>barbitúricos. Sobre essas drogas, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A absorção oral de drogas da classe dos benzodiazepínicos independe de fatores como</p><p>o grau de lipossolubilidade.</p><p>b) As drogas da classe dos barbitúricos são habitualmente absorvidas com muita rapidez</p><p>para o sangue após administração oral.</p><p>c) Quando utilizados no tratamento da ansiedade ou dos distúrbios do sono, os sedativo-</p><p>hipnóticos são, habitualmente, administrados por via intravenosa.</p><p>d) Drogas como a fluoxetina têm ação maior que os outros barbitúricos por conta se sua</p><p>lipossolubilidade.</p><p>e) A fenitoína é um exemplo de droga desses grupos.</p><p>25. (IBFC – Prefeitura de Divinópolis-MG – 2018) Os distúrbios do sono acometem milhares</p><p>de pessoas pelo mundo e, dentre eles a insônia tem a maior prevalência e afeta quase um</p><p>terço da população mundial em alguma fase da vida. O diagnóstico das causas deve ser</p><p>preciso para a definição do tratamento correto. Entre as causas podem ser citados os</p><p>transtornos de ansiedade. O tratamento envolve estratégias não medicamentosas e/ou</p><p>medicamentosas. Quanto ao tratamento medicamentoso, os benzodiazepínicos e</p><p>hipnóticos não benzodiazepínicos tem sido as drogas de escolha. No Brasil, também são</p><p>utilizados fitoterápicos, apesar de pouca efetividade comprovada (Tolentino; Kodaíra,</p><p>2016). Em relação ao tema, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. Sedativos são fármacos que reduzem a atividade e deprimem estados de excitação do</p><p>sistema nervoso central.</p><p>II. As aminas biogênicas tais como adrenalina, noradrenalina, dopamina e serotonina estão</p><p>entre os neurotransmissores associados aos quadros de ansiedade.</p><p>III. Os barbitúricos, que durante muito tempo, foram os fármacos de escolha são</p><p>moduladores ortostéricos dos receptores gabaérgicos.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente a afirmativa I está correta.</p><p>b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas II e II estão corretas.</p><p>d) Somente as afirmativas I e III estão corretas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>96</p><p>GABARITO</p><p>1. B 11. D 21. C</p><p>2. B 12. C 22. A</p><p>3. E 13. B 23. D</p><p>4. A 14. C 24. B</p><p>5. B 15. C 25. B</p><p>6. B 16. C</p><p>7. D 17. C</p><p>8. B 18. E</p><p>9. D 19. C</p><p>10. C 20. B</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>97</p><p>QUESTÕES COMENTADAS</p><p>1. (Instituto Excelência – Prefeitura de Rio Novo/MG – 2019) O objetivo do tratamento da</p><p>epilepsia é propiciar a melhor qualidade de vida possível para o paciente, pelo alcance de</p><p>um adequado controle de crises, com um mínimo de efeitos adversos. Sendo assim, o uso</p><p>de alguns anticonvulsivantes é indicado. Sobre a Carbamazepina é CORRETO afirmar:</p><p>a) É um receptor pós-sináptico do ácido gama-aminobutírico (GABA), o principal</p><p>neurotransmissor inibitório do SNC.</p><p>b) É um iminodibenzil que inibe os disparos neuronais corticais repetitivos, sustentados e de</p><p>alta frequência através do bloqueio dos canais de sódio voltagem-dependente. Também</p><p>possui uma discreta ação anticolinérgica.</p><p>c) Seu principal mecanismo de ação é o prolongamento da abertura dos canais de cloro,</p><p>dos receptores GABAA e consequente hiperpolarização da membrana pós-sináptica.</p><p>d) Na administração oral toda a absorção ocorre até que o fármaco chegue ao intestino</p><p>grosso.</p><p>e) Nenhuma das alternativas.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. Vamos primeiro destacar que a alternativa afirma que a</p><p>carbamazepina é um receptor, colocação completamente equivocada pois, como já</p><p>estudamos, a carbamazepina é antiepilético/anticonvulsivante, que atua bloqueando os</p><p>canais de sódio voltagem dependente inibindo os disparos repetitivos de alta frequência</p><p>característicos das crises epiléticas.</p><p>A alternativa B está correta. A carbamazepina é um iminodibenzil que bloqueia os canais de</p><p>sódio impedindo sua recuperação. Após o potencial de ação, o canal de sódio passa por</p><p>processo de recuperação a fim de reestabelecer o potencial de repouso da membrana. A</p><p>carbamazepina mantem a célula hiperpolarizada, conformação inativa, retardando o</p><p>processo de recuperação do canal. Os fármacos que atuam sobre a função dos canais de</p><p>sódio agem seletivamente nas células neuronais com limiar excitatório reduzido. Dessa</p><p>forma, atuam especificamente sobre os canais envolvidos nas crises. A carbamazepina</p><p>apresenta discreta ação anticolinérgica, sendo que tal ação não é relevante em paciente</p><p>com crises epilépticas que não tenham glaucoma.</p><p>A alternativa C está incorreta. O mecanismo da carbamazepina não envolve ação sobre os</p><p>receptores GABAA e consequente abertura dos canais de cloro. Os fármacos que podem</p><p>ser empregados como anticonvulsivantes e atuam sobre esse mecanismo são os</p><p>Benzodiazepínicos e os Barbitúricos.</p><p>A alternativa D está incorreta. Como já identificamos que alternativa B está correta então a</p><p>alternativa D consequentemente está incorreta.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>98</p><p>2. (Prefeitura do Rio de Janeiro – RJ – 2019) Anestésico que, em doses usadas para a</p><p>indução, em geral aumenta a pressão arterial, a frequência e o débito cardíaco, sendo por</p><p>isso indicado para anestesiar pacientes que estão sob risco de hipotensão, é a:</p><p>a) naloxona</p><p>b) cetamina</p><p>c) dexmedetomidina</p><p>d) remifentanila</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. A naloxona é um fármaco antagonista opioide que atua como</p><p>analgésico e não como anestésico.</p><p>A alternativa B está correta. A cetamina é um anestésico distinto dos demais pois não</p><p>apresenta como efeitos adversos a depressão cardiovascular e respiratória. Pelo contrário, a</p><p>cetamina pode induzir aumento da pressão arterial, inclusive aumento da pressão</p><p>intracraniana. A cetamina apresenta efeito anestésico através da interação com os</p><p>receptores glutamato e não induz depressão respiratória e cardiovascular. Portanto, é o</p><p>fármaco indicado para anestesia em pacientes hipotensos. Vale ressaltar que, em geral, os</p><p>anestésicos geram depressão cardiovascular e respiratória por isso seu uso em pacientes</p><p>hipotensos ou com problemas respiratórios deve feito com cautela.</p><p>A alternativa C está incorreta. A dexmedetomidina é um fármaco agonista alfa 2 seletivo</p><p>que pode ser empregado como sedativo porém não atua como anestésico. O fármaco atua</p><p>como sedativo e analgésico, apresenta menor risco de causar depressão respiratória quando</p><p>comparado aos analgésicos opioides e benzodiazepínicos sedativos como midazolam.</p><p>A alternativa D está incorreta. A remifentanila possui risco de causar depressão respiratória</p><p>e hipotensão. Além disso, trata-se de um opioide que pode ser empregado como sedativo</p><p>e analgésico, porém não é um anestésico.</p><p>3. (COSEAC – UFF – 2019) Os medicamentos anticonvulsivantes atuam por vários</p><p>mecanismos moleculares. Os que modulam alostericamente o receptor GABA-A são:</p><p>a) gabapentina e pregabalina.</p><p>b) tiagabina e vigabatrina.</p><p>c) levetiracetam e lacosamida.</p><p>d) topiramato e felbamato.</p><p>e) diazepam e fenobarbital.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. A gabapentina e pregabalina são fármacos anticonvulsivantes</p><p>que podem ser empregados no tratamento da epilepsia (crises parciais e tônico-clônica</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>99</p><p>generalizada) e também na terapia farmacológica de dores neuropáticas. As duas são</p><p>análogos do GABA, mas que não atuam sobre o receptor do GABA, atuam reduzindo a</p><p>liberação do neurotransmissor excitatório (glutamato). Conforme já estudamos, alguns</p><p>anticonvulsivantes apresentam alta risco de ocorrência de interações medicamentosas, vale</p><p>lembrar que a gabapentina apresenta baixo indicie de ocorrência</p><p>de interação podendo ser</p><p>utilizada com maior segurança em pacientes idosos, porém é necessário ajuste de dose em</p><p>pacientes com insuficiência renal.</p><p>A alternativa B está incorreta. A tiagabina e a vigabatrina são fármacos anticonvulsivantes</p><p>que atuam através da modulação do GABA, porém não sobre o receptor do GABA. A</p><p>vigabatrina atua sobre a enzima responsável pela degradação do GABA (GABA</p><p>transaminase) aumentando assim os níveis do GABA. Por outro lado, a tiagabina também</p><p>modula positivamente o GABA pois atua inibindo a captação do GABA.</p><p>A alternativa C está incorreta. O levetiracetam e a lacosamida são fármacos</p><p>anticonvulsivantes. O levetiracetam é um anticonvulsivante empregado no tratamento de</p><p>crises parciais, seu mecanismo de ação não está completamente esclarecido. A lacosamida,</p><p>por sua vez, prolonga a inativação lenta dos canais de sódio regulados por voltagem e limita</p><p>as descargas repetidas sustentadas características das crises epilépticas.</p><p>A alternativa D está incorreta. O topiramato e felbamato são fármacos anticonvulsivantes.</p><p>O topiramato possui diversos mecanismos de ação, dentre eles: o bloqueio de canais de</p><p>sódio regulados por voltagem, redução das correntes de cálcio nos canais de Ca2+ ativados</p><p>por alta voltagem e potencialização da ação do GABA em sítio diferente dos BZD e</p><p>barbitúricos. Sendo assim, pode ser empregado em crises parciais com ou sem</p><p>generalização e em crises de ausência. Vale destacar que o topiramato também pode ser</p><p>utilizado para o tratamento da enxaqueca. Por outro lado, o felbamato ainda não tem</p><p>mecanismo de ação completamente esclarecido, mas acredita-se que seja semelhante à de</p><p>outros anticonvulsivantes, também pode ser empregado em diversos tipos de crises.</p><p>A alternativa E está correta. O diazepam e o fenobarbital são fármacos anticonvulsivantes.</p><p>Bom pessoal, para conseguir acertar essa questão era mais fácil do que parece, apesar de</p><p>todas as alternativas trazerem exemplos de fármacos que podem ser empregados como</p><p>anticonvulsivantes, apenas a classe dos benzodiazepínicos e barbitúricos como estudamos</p><p>atuam modulando alostericamente o receptor GABA. Vamos lembrar que o diazepam é um</p><p>exemplo de benzodiazepínico que atua sobre um sítio alostérico, diferente do sitio de</p><p>ligação do GABA (sítio ortostérico) no receptor GABA-A, aumentando a frequência de</p><p>abertura dos canais de cloreto. Por outro lado, os barbitúricos, exemplo fenobarbital, atuam</p><p>em sítio alostérico distinto do sítio dos BZD aumentando o tempo de abertura dos canais.</p><p>4. (FCC – DPE-RS – 2017) Sobre neurotransmissão colinérgica e adrenérgica é correto</p><p>afirmar:</p><p>a) A liberação de noradrenalina é controlada por retroalimentação autoinibitória, mediada</p><p>por receptores ALFA2. Dentre os agonistas seletivos de ALFA2 estão: clonidina, guanfacina</p><p>e metilnoradrenalina. Vários mecanismos de transporte no terminal nervoso adrenérgico são</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>100</p><p>sítios de ação de fármacos, incluindo antidepressivos tricíclicos que bloqueiam a</p><p>recuperação de noradrenalina para o citoplasma das células.</p><p>b) Um mecanismo de transporte no terminal nervoso de alta afinidade para acetilcolina é</p><p>localizado dentro da vesícula de armazenamento e pode ser inibido pela classe dos</p><p>alcalóides da reserpina. A reserpina bloqueia o acúmulo de acetilcolina nas vesículas,</p><p>resultando em bloqueio da transmissão. A reserpina, portanto, é eficaz na hipertensão, mas</p><p>pode causar grave depressão.</p><p>c) Carbidopa inibe a síntese de acetilcolina, pelo bloqueio da DOPA-descarboxilase, sendo</p><p>utilizada como adjuvante no tratamento do parkinsonismo com L-DOPA, a fim de evitar a</p><p>descarboxilação periférica. A metildopa dá origem a um falso transmissor que é um potente</p><p>agonista ALFA2, produzindo retroalimentação inibidora pré-sináptica e feito anti-</p><p>hipertensivo.</p><p>d) A liberação da acetilcolina ocorre quando um potencial de ação atinge o terminal e</p><p>desencadeia fluxo de íons Ca2+, o qual desestabiliza as vesículas de armazenamento.</p><p>Segue-se fusão das membranas, vesicular com neuronal, e expulsão do transmissor para a</p><p>fenda sináptica. A acetilcolina liberada pode se ligar aos colinoceptores e ser degradada por</p><p>uma acetilcolinesterase, resultando em colina que é lipossolúvel e permanece no espaço</p><p>extracelular.</p><p>e) As moléculas de noradrenalina, após serem liberadas das vesículas, ligam-se aos</p><p>adrenoreceptores onde são metabolizadas por várias enzimas, em especial pela</p><p>monoamino-oxidase. Dentre os bloqueadores de receptores ALFA1 e ALFA2 estão</p><p>fenoxibenzamina, fentolamina e tolazolina, indicada para doença vascular periférica e muito</p><p>empregada no controle da hipertensão.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está correta. A noradrenalina é um neurotransmissor que atua sobre os</p><p>receptores ALFA2 presentes pré-sinápticos. Dessa forma, ocorre o processo denominado</p><p>retroalimentação negativa (regulação autoinibitória), a ligação da noradrenalina nos</p><p>receptores inibe a liberação de mais noradrenalina na fenda sináptica. Os exemplos citados</p><p>na alternativa são agonistas seletivos dos receptores ALFA2. Além disso, os antidepressivos</p><p>tricíclicos (ADT) são exemplos de fármacos que atuam sobre transportadores presentes na</p><p>membrana do neurônio pré-sináptico, inibindo a recaptação de neurotransmissores</p><p>excitatórios (noradrenalina e serotonina). Dessa forma, aumentam a disponibilidade desses</p><p>na fenda sináptica e aumentam a transmissão noradrenérgica e serotoninérgica.</p><p>A alternativa B está incorreta. A reserpina é um alcaloide que gera depleção de</p><p>monoaminas, atua bloqueando o transportador de monoaminas vesiculares como a</p><p>noradrenalina e a serotonina. Portanto, o erro da alternativa foi afirmar que a reserpina inibe</p><p>o mecanismo de transporte no terminal nervoso de alta finidade pela acetilcolina.</p><p>A alternativa C está incorreta. A carbidopa inibe a síntese de dopamina na periferia pois</p><p>inibi a enzima dopa-descarboxilase periférica. Em geral, é empregada no tratamento do</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>101</p><p>parkinsonianismo a fim de evitar que a levodopa (precursor da dopamina) seja degradado</p><p>na periferia. Dessa forma, a levodopa atravessa a BHE e no SNC é convertida em dopamina.</p><p>Vale ressaltar que a carbidopa não atravessa a BHE portanto, no SNC ocorre a conversão de</p><p>levodopa em dopamina.</p><p>A alternativa D está incorreta. A maior parte da alternativa está correta, entretanto, a colina,</p><p>ao ser degrada pela enzima acetilcolinesterase, produz colina e acetato. A colina, por sua</p><p>vez, será recaptada pelos neurônios pré-sinápticos para produzir acetilcolina. Portanto, não</p><p>permanece no espaço extracelular como mencionado na alternativa.</p><p>A alternativa E está incorreta. A alternativa E apresenta diversos erros. Inicialmente cita que</p><p>as moléculas de noradrenalina são metabolizadas a nível dos adrenoreceptores pela</p><p>monoamino-oxidase. Esse tipo de metabolismo ocorre dentro da célula do neurônio pré-</p><p>sináptico, após a captação da noradrenalina, que pode ser degradada pela enzima ou</p><p>reaproveitada em vesículas. Por outro lado, os fármacos fenoxibenzamina, fentolamina e</p><p>tolazolina são antagonistas não seletivos alfa adrenérgicos, porém não são indicados para</p><p>doença cardiovascular e para o controle da hipertensão devido a falta de seletividade a ao</p><p>risco aumentado de gerar potente vasodilatação e hipotensão.</p><p>5. (COSEAC – UFF-RJ – 2019) Os antidepressivos apresentam efeitos colaterais</p><p>relacionados ao bloqueio de receptores muscarínicos, alfa-1 e H1. Dos fármacos</p><p>relacionados abaixo, o que mais causa hipotensão e ganho de peso é:</p><p>a) nortriptilina.</p><p>b) amitriptilina.</p><p>c) maprotilina.</p><p>d) desipramina.</p><p>e) atomoxetina.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa B está correta. Pessoal, primeiro vamos relembrar que, como o próprio</p><p>enunciado aborda, os efeitos adversos relacionados</p><p>para que seja devidamente reconhecido e identificado. Tal processo ocorre quando</p><p>nossos sentidos como visão e olfato são ativados. Os órgãos sensitivos são dotados de</p><p>receptores sensoriais que tem capacidade de reconhecer sinais externos, as células os</p><p>traduzem em estímulos que são percebidos pelos nervos aferentes que o transmitem até o</p><p>córtex cerebral.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>10</p><p>Sentido/Percepção</p><p>Órgão/Aparelho</p><p>sensorial</p><p>Estrutura do SNP</p><p>Local do SNC</p><p>(recebe e traduz)</p><p>Visão Olho Nervo óptico Córtex Visual</p><p>Audição Ouvido Nervo Auditivo Córtex Auditivo</p><p>Olfato Nariz Nervo Olfativo Córtex Olfatório</p><p>Paladar Língua (papilas</p><p>gustativas)</p><p>Terminações</p><p>nervosas</p><p>Córtex Gustatório</p><p>Tato Pele Terminações</p><p>nervosas</p><p>Homúnculo</p><p>Sensitivo</p><p>Vale destacar que o SNA possui tanto inervação aferente como eferente. A inervação</p><p>aferente é responsável pela transmissão dos sinais captados pelos órgãos na periferia até o</p><p>SNC, por exemplo, sinais associados a lesões teciduais química, térmica ou mecânica. Por</p><p>outro lado, a inervação eferente é responsável pela transmissão de regulação das funções</p><p>periféricas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>11</p><p>Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático e Simpático</p><p>O SNA, como já abordamos, é responsável pelo controle involuntário de funções</p><p>orgânicas. Esse sistema transmite informações proveniente do SNC para os tecidos e</p><p>órgãos. Vale lembrar que o tecido muscular esquelético é exceção dessa premissa. Nesse</p><p>caso, a informação do SNC para o músculo esquelético é transmitida pelo sistema nervoso</p><p>somático através de nervos eferentes. Porém, fiquem atentos que essa exceção inclui apenas</p><p>o tecido muscular esquelético, como estudaremos, a musculatura de vísceras e órgão são</p><p>controladas pelo SNA.</p><p>Vamos focar nosso estudo, principalmente nos Sistemas nervosos Parassimpático e</p><p>Simpático. Mas como abordamos, o SNA também pode ser divido em sistema nervoso</p><p>Entérico. O controle e funcionamento do Sistema Entérico, diferente do Parassimpático e</p><p>Simpático, independe do SNC.</p><p>Mas vamos ao que interessa, quais são as funções que são controlas pelo SNA nos</p><p>tecidos e órgãos?</p><p>§ Função Cardíaca – frequência e contratilidade</p><p>§ Secreção exócrinas e algumas secreções endócrinas – glândulas salivares, lacrimais</p><p>§ Contração e relaxamento da musculatura lisa de vasos e órgãos</p><p>§ Metabolismo energético</p><p>Sistema</p><p>Nervoso</p><p>Periférico</p><p>Autônomo</p><p>Controle involuntário de</p><p>órgãos e funções</p><p>(nervos eferentes e</p><p>aferentes)</p><p>Subdividido em:</p><p>Parassimpático, Simpático</p><p>e Entérico</p><p>Somático</p><p>Controle de movimentos</p><p>voluntários</p><p>(tecido muscular - nervos</p><p>eferentes)</p><p>Percepção sensorial</p><p>(nervos aferentes)</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>12</p><p>A anatomia do SNA conta com dois tipos de neurônios eferentes (transportam</p><p>impulsos nervoso do SNC para tecidos e órgãos): neurônio pré-ganglionar e pós-ganglionar.</p><p>O corpo celular do neurônio pré-ganglionar se localiza no interior do SNC (encéfalo e</p><p>medula) e seu axônio se prolonga até gânglios específicos. A nível do gânglio que irá ocorrer</p><p>a sinapse com o neurônio pós-sináptico. O corpo celular do neurônio pós-sináptico se</p><p>localiza no interior do gânglio e seu axônio se prolonga deixando o gânglio até chegar no</p><p>órgão alvo (efetor). Observem o esquema para facilitar a compreensão:</p><p>Essa conformação é a básica que é comum entre o sistema Parassimpático e</p><p>Simpático, mas existem diferenças no que tange a origem da inervação e na localização dos</p><p>gânglios. Vamos analisar essas diferenças:</p><p>§ Parassimpático – os neurônios pré-ganglionares emergem do encéfalo através de nervos</p><p>craniais (controle de funções de estruturas da cabeça) e outros neurônios pré-</p><p>ganglionares emergem da região sacral da medula espinhal (inervam órgãos</p><p>abdominais). Nesse caso, os gânglios se localizam próximas ao órgão alvo, portanto, as</p><p>fibras pré-ganglionares são longas e as pós-ganglionares são curtas.</p><p>§ Simpático – os neurônios pré-ganglionares emergem das regiões torácica e lombar da</p><p>medula espinhal. Nesse caso, os gânglios se localizam próximas a medula, portanto, as</p><p>fibras pré-ganglionares são curtas e as pós-ganglionares são longas.</p><p>Vale destacar que as transmissões sinápticas que ocorrem tanto no sistema</p><p>Parassimpático ou Simpático, ocorre a partir da liberação de neurotransmissores que</p><p>interagem com receptores específicos. A primeira sinapse (entre os neurônios) ocorre no</p><p>gânglio e em ambos os casos (Parassimpático ou Simpático), o neurotransmissor liberado é</p><p>a acetilcolina que interage com receptores nicotínicos.</p><p>Por outro lado, na sinapse que ocorre entre o neurônio pós-ganglionar e o órgão alvo,</p><p>o neurotransmissor liberado será diferente entre os sistemas Parassimpático (acetilcolina) e</p><p>simpático (noradrenalina).</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>13</p><p>Receptores Nicotínicos</p><p>Os receptores nicotínicos são ionotrópicos, sendo canais iônicos</p><p>controlados pela acetilcolina. Nesse caso, não se esqueçam que a resposta</p><p>é rápida podendo ocorre em milissegundos. A despolarização que ocorre</p><p>a partir da ação da acetilcolina no receptor nicotínico ganglionar pode ser</p><p>denominada de potencial excitatório pós-sináptico rápido (PEPS).</p><p>Entretanto existem três tipos distintos de receptores nicotínicos, fiquem</p><p>atentos pois a resposta a ativação de cada será diferente.</p><p>- Ganglionares (neuronal periférico) – os que acabamos de abordar,</p><p>presentes nos gânglios do SNA tanto Parassimpático como Simpático.</p><p>- Musculares – estão presentes na junção neuromuscular relacionados a</p><p>atividade do Sistema Nervoso Somático.</p><p>- SNC (SNC neuronal) – distribuídos em várias regiões do cérebro.</p><p>Como já vimos, o neurotransmissor liberado pelo neurônio pós-ganglionar será</p><p>diferente entre os sistemas Parassimpático e Simpático. Na transmissão parassimpática, o</p><p>neurotransmissor liberado é a acetilcolina que vai atuar sobre os receptores muscarínicos</p><p>presente no órgão efetor. Enquanto que na transmissão simpática, ocorre liberação de</p><p>noradrenalina que irá interagir com os receptores adrenérgicos localizados no órgão alvo.</p><p>Entretanto, como na maioria das vezes temos algumas exceções a essa premissa, que vocês</p><p>precisam gravar para não errarem na hora da prova.</p><p>EXCEÇÃO</p><p>- Glândulas sudoríparas – a transmissão simpática ocorre a partir da</p><p>liberação de acetilcolina pelos neurônios pós-ganglionares que interagem</p><p>com receptores muscarínicos localizados na glândula e gera estímulo</p><p>simpático, gerando secreção.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>14</p><p>- Nervos nitrérgicos – exemplo de neurônios pós-ganglionares que liberam</p><p>óxido nítrico que atuam no tecido efetor.</p><p>- Medula suprarrenal – a transmissão simpática que ocorre na glândula não</p><p>segue a conformação que abordamos. Nesse caso, as fibras neuronais pré-</p><p>ganglionares que inervam a glândula. Enquanto que a neurônios pós-</p><p>ganglionares modificados que são responsáveis pela secreção de</p><p>catecolaminas.</p><p>O sistema parassimpático está relacionado com respostas de repouso e saciedade,</p><p>está associado a manutenção da homeostasia do organismo. Tal reposta ocorre a partir da</p><p>ação da acetilcolina. Por outro lado, o sistema simpático está relacionado com reposta de</p><p>“luta e fuga” em decorrência de situações estressantes ou traumáticas. Tal efeito ocorre</p><p>pela ação da noradrenalina.</p><p>Pessoal, o que precisamos entender é que maioria dos tecidos e órgãos são inervados</p><p>por ambos os sistemas, possuindo receptores muscarínicos e adrenérgicos.</p><p>aos antidepressivos estão relacionados</p><p>a sua afinidade por diversos receptores como muscarínicos, alfa adrenérgicos e histamínicos.</p><p>O ganho de peso associado aos antidepressivos pode ser relacionado a sua interação com</p><p>receptor H1 que gera efeito sedativo e aumento do apetite. Por outro lado, a hipotensão é</p><p>associada a interação com receptores alfa 1 adrenérgicos. Dentre os antidepressivos</p><p>apresentados nas alternativas da questão, a amitriptilina é a que possui maior afinidade</p><p>pelos receptores H1 e alfa adrenérgico. A nortriptilina também é um ADT, porém apresenta</p><p>menor afinidade pelo receptor histamínico portanto menor efeito de ganho de peso. (A</p><p>alternativa A está incorreta).</p><p>A alternativa C está incorreta. A maprotilina é um antidepressivo da classe dos tetracíclicos</p><p>que tem mecanismo de ação semelhante aos ADT, porém possuir menor afinidade pelos</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>102</p><p>receptores adrenérgicos e histamínicos conferindo menor risco de ocorrência dos efeitos</p><p>adversos citados.</p><p>A alternativa D está incorreta. A desipramina também tem menor afinidade e, portanto,</p><p>menor risco de ocorrência de efeitos adversos incluindo hipotensão e ganho de peso.</p><p>A alternativa E está incorreta. A atomoxetina é um fármaco considerado antidepressivo,</p><p>mas, em geral, é empregado no tratamento do TDAH.</p><p>6. (UFSC – UFSC – 2019) Com relação à transmissão química e à ação de fármacos no</p><p>sistema nervoso central, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.</p><p>I. Muitos dos fármacos neuroativos atualmente disponíveis são relativamente inespecíficos,</p><p>afetando vários alvos diferentes, sendo os principais os receptores, os canais iônicos e os</p><p>transportadores.</p><p>II. O GABA é o principal transmissor inibitório no cérebro. Há dois tipos principais de</p><p>receptores GABA: GABAA e GABAB. Os tranquilizantes benzodiazepínicos interagem com</p><p>os receptores GABAA.</p><p>III. Os fármacos psicotrópicos que atuam parcial ou principalmente na transmissão</p><p>noradrenérgica no sistema nervoso central incluem antidepressivos, cocaína e anfetamina.</p><p>IV. O fármaco fluoxetina, usado no tratamento da depressão, é inibidor seletivo da captura</p><p>de serotonina.</p><p>a) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas.</p><p>b) Todas as afirmativas estão corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas II e III estão corretas.</p><p>d) Somente as afirmativas I e IV estão corretas.</p><p>e) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.</p><p>Comentários</p><p>A afirmativa I está correta. Diversos fármacos neuroativos atualmente disponíveis no</p><p>mercado para o tratamento de diversos distúrbios de saúde mental atuam de forma</p><p>inespecífica no SNC. Dessa forma, acabam interagindo com vários receptores distintos e</p><p>diferente do alvo farmacológico. Vale relembrar que a inespecificidade dessas substâncias</p><p>confere amplo espectro de efeitos adversos. Portanto, no processo de desenvolvimento de</p><p>novos fármacos persiste a busca por substâncias mais específicas.</p><p>A afirmativa II está correta. Como abordamos na nossa aula, o GABA é o principal</p><p>neurotransmissor inibitório do SNC. O GABA atua sobre receptores GABAA e GABAB e os</p><p>benzodiazepínicos interagem especificamente com os receptores GABAA.</p><p>A afirmativa III está correta. Como estudamos na nossa aula, várias classes de</p><p>antidepressivos atuam sobre a transmissão noradrenérgica. A cocaína é uma droga de abuso</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>103</p><p>que atua bloqueando a captura de catecolaminas como a noradrenalina, portanto, atua</p><p>modulando a transmissão noradrenérgica. A anfetamina também age sobre a transmissão</p><p>noradrenérgica aumentando a liberação de catecolaminas, principalmente dopamina e</p><p>noradrenalina.</p><p>A afirmativa IV está correta. A serotonina é um exemplo de inibidor seletivo da recaptação</p><p>de serotonina (ISRS), que atua bloqueando o receptor responsável pela recaptação de</p><p>serotonina no neurônio pré-sináptico.</p><p>Portanto, a alternativa B está correta.</p><p>7. (COMPERVE – UFRN – 2018) Os antipsicóticos podem ser classificados quanto a sua</p><p>afinidade farmacodinâmica em típicos (atuam preferencialmente via bloqueio</p><p>dopaminérgico) e atípicos (atuam em vários receptores como dopaminérgicos,</p><p>serotoninérgicos, muscarínicos e histamínicos). Podem ser considerados como</p><p>antipsicóticos típicos:</p><p>a) levomepromazina, risperidona e trifluoperazina.</p><p>b) risperidona, clozapina e sulpirida.</p><p>c) flufenazina, pimozida e olanzapina.</p><p>d) clorpromazina, levomepromazina e haloperidol.</p><p>Comentários:</p><p>Vamos relembrar quais são os antipsicóticos típicos ou de primeira geração e os</p><p>antipsicóticos ou de segunda geração.</p><p>Os antipsicótico típicos (primeira geração) - atuam bloqueando os diversos receptores como</p><p>os dopaminérgico D1 e D2. Atuam no controle de sintomas positivos e a ocorrência de efeitos</p><p>extrapiramidais parece estar relacionada ao antagonismo dos receptores D2 na via estriada.</p><p>Exemplos: clorpromazina, levomepromazina, trifluoperazina, Tioridizina, flufenazina,</p><p>haloperidol, pimozida e tiotixeno.</p><p>Os antipsicótico atípicos (segunda geração) - atuam bloqueando principalmente receptores</p><p>dopaminérgico e serotoninérgico. Atuam no controle de sintomas positivos e negativos.</p><p>Exemplos: clozapina, olanzapina, quetiapina, risperidona, sertindol, ziprasidona, zotepina,</p><p>aripiprazol paliperidona e sulpirida.</p><p>A alternativa D está correta. Apresenta antipsicóticos típicos ou de primeira de geração.</p><p>8. (COMPERVE – Prefeitura de NATAL-RN – 2018) Medicamentos com propriedades</p><p>parassimpaticomiméticas agem sobre o sistema nervoso autônomo e apresentam várias</p><p>utilidades clínicas. Podem atuar de forma direta como agonista ou inibindo o processo que</p><p>previne a hiperestimulação do receptor colinérgico. Um exemplo de fármaco</p><p>parassimpaticomimético de ação direta é.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>==1365fc==</p><p>104</p><p>a) neostigmina.</p><p>b) pilocarpina.</p><p>c) escopolamina.</p><p>d) galantamina.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. A neostigmina é um fármaco parassimpaticomimético de ação</p><p>indireta pois atua inibindo a enzima acetilcolinesterase que degrada a acetilcolina. Dessa</p><p>forma, age reduzindo a degradação da acetilcolina, aumentando sua disponibilidade para</p><p>atuar nos receptores colinérgicos.</p><p>A alternativa B está correta. Como já estudamos, a pilocarpina é um exemplo de agonista</p><p>muscarínico que irá atuar principalmente nos receptores M3. A pilocarpina é empregada na</p><p>forma de colírio, promove miose (contração da pupila) e reduz a pressão intraocular.</p><p>A alternativa C está incorreta. A escopolamina não é fármaco parassimpaticomimético, pois</p><p>atua como antagonista muscarínico e não agonista. Sendo assim, é um fármaco</p><p>parassimpaticolítico que reduz a transmissão colinérgica.</p><p>A alternativa D está incorreta. A galantamina é um fármaco parassimpaticomimético de ação</p><p>indireta pois atua inibindo a enzima colinesterase que degrada a acetilcolina. Sendo assim,</p><p>é um agonista colinérgico indireto.</p><p>9. (COMPERVE – Prefeitura de Natal-RN – 2018) As doenças neurológicas afetam uma</p><p>parcela significativa da população mundial e a proporção de doentes está crescendo com</p><p>o envelhecimento da população. Nesse contexto, o farmacêutico tem um importante papel</p><p>no seguimento dos pacientes acometidos por essas patologias, devido à sua participação</p><p>nas equipes multidisciplinares, na elaboração de protocolos de dispensação de</p><p>medicamentos e na monitoração de pacientes. Acerca do tratamento de doenças</p><p>neurológicas, considere as afirmativas abaixo.</p><p>I. A amitriptilina, nas doses entre 25 e 75 mg ao dia, é útil nos quadros de dor crônica,</p><p>destacando-se a neuropatia diabética.</p><p>II. Nos casos de síndromes espáticas centrais, o biperideno, um agonista GABA, é uma</p><p>alternativa eficiente.</p><p>III. A meperidina pode ser empregada em caso de overdose provocada por opióides,</p><p>principalmente, quando há depressão respiratória.</p><p>IV. A gabapentina está indicada no tratamento da dor neuropática diabética e seu principal</p><p>efeito colateral é a sonolência.</p><p>Estão corretas as afirmativas</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>105</p><p>a) III e IV.</p><p>b) II e III.</p><p>c) I e II.</p><p>d) I e IV.</p><p>Comentários:</p><p>A afirmativa I está correta. A amitriptilina é um ADT que pode ser empregado no tratamento</p><p>de quadros de dor crônica como neuropatia diabética. Nesse caso, são utilizadas doses</p><p>baixas, entre 25 mg e 75 mg. Cabe Lembrar que no caso de uso na terapia farmacológica</p><p>da depressão, as doses são maiores chegando a 300 mg.</p><p>A afirmativa II está incorreta. O biperideno não é um agonista GABA, ele é um antagonista</p><p>muscarínico que pode ser empregado no tratamento da doença de Parkinson. Atua sobre</p><p>os receptores M1 do SNC.</p><p>A afirmativa III está incorreta. A meperidina é um analgésico opioide que pode ser</p><p>empregada para o tratamento de dores agudas pós cirúrgicas. Entretanto, não é utilizada</p><p>em caso de overdose provocada por opioides. Nesse caso, tem os antagonistas opioides</p><p>como a naloxona e naltrexona que podem reverter os efeitos inclusive a depressão</p><p>respiratória.</p><p>A afirmativa IV está correta. A gabapentina é um fármaco anticonvulsivante que atua como</p><p>análogo do GABA que além de pode ser empregada em crises epilépticas também pode</p><p>ser utilizada no tratamento de dores neuropáticas, como a dor neuropática diabética. O</p><p>efeito adverso mais comum com o uso da gabapentina é a sonolência.</p><p>10. (Prefeitura de Fortaleza – CE – 2018) Os fármacos opioides são bastante utilizados em</p><p>dores intensas por serem potentes analgésicos. O mecanismo de ação principal desses</p><p>fármacos é:</p><p>a) a diminuição da produção de mediadores inflamatórios.</p><p>b) o aumento da atividade nociceptiva.</p><p>c) a abertura de canais de potássio e o fechamento dos canais de sódio, inibindo a condução</p><p>nervosa da dor.</p><p>d) a despolarização do neurônio.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. Os opioides não atuam sobre a produção de mediadores</p><p>inflamatórios. Durante o processo de percepção do sinal nociceptivo da dor, ocorre</p><p>aumento da produção de mediadores inflamatórios, porém os opioides vão agir inibindo a</p><p>condução do sinal da dor.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>106</p><p>A alternativa B está incorreta. Nesse caso, é justamente o contrário. Os opioides vão atuar</p><p>reduzindo a atividade nervosa nociceptiva, consequentemente reduzindo a percepção da</p><p>dor.</p><p>A alternativa C está correta. Como abordamos na nossa aula, os opioides geram</p><p>hiperpolarização da célula interrompendo a propagação do impulso nervoso. Sendo assim,</p><p>geram abertura de canais de potássio, aumentando o influxo de potássio na célula. O</p><p>aumento de potássio intracelular, por sua vez, leva a fechamento os canais de sódio que</p><p>interrompe o processo de despolarização.</p><p>A alternativa D está incorreta. Como descrito na alternativa anterior, os opioides geram</p><p>hiperpolarização e não despolarização. A despolarização ocorre durante a propagação do</p><p>impulso nervoso.</p><p>11. (COMPERVE – SESAP-RN – 2018) Fármacos antipsicóticos como clorpromazina e</p><p>levomepromazina são indicados para o tratamento da esquizofrenia. Seu principal</p><p>mecanismo de ação consiste no antagonismo aos receptores dopaminérgicos no sistema</p><p>límbico. Contudo, o uso crônico de antipsicóticos é comumente associado a manifestações</p><p>extrapiramidais como parkinsonismo, distonia e acatisia. O biperideno pode ser empregado</p><p>em associação com o antipsicótico para prevenir essas manifestações devido a</p><p>a) sua ação noradrenérgica nos receptores do hipotálamo.</p><p>b) sua ação dopaminérgica nos receptores do sistema límbico.</p><p>c) seu efeito colinérgico nos receptores do núcleo da base.</p><p>d) seu efeito antimuscarínico nos receptores do corpo estriado.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa D está correta. Como abordamos na nossa aula, os antipsicóticos atuam como</p><p>antagonistas dos receptores dopaminérgicos D2 na via nigroestriada então podem gerar</p><p>efeitos extrapiramidais (EEP). Além disso, vale destacar que na região nigroestriatal, a</p><p>acetilcolina atua modulando a liberação de dopamina. Sendo assim, o biperideno que é</p><p>antagonista muscarínico vai atuar nos receptores do corpo estriado reduzindo a</p><p>disponibilidade de dopamina e assim prevenindo as manifestações extrapiramidais.</p><p>12. (UFLA – UFLA-MG – 2018) Com relação ao mecanismo de ação dos antidepressivos</p><p>tricíclicos, é CORRETO afirmar que:</p><p>a) Inibem a monoaminoxidase no Sistema nervoso central.</p><p>b) Aumentam o influxo de “cloreto” nos canais GABAérgicos.</p><p>c) Inibem a recaptação de aminas no sistema nervoso central.</p><p>d) Inibem a degradação da acetilcolina no sistema nervoso central.</p><p>Comentários:</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>107</p><p>A alternativa A está incorreta. A classe dos inibidores monoaminoxidase (IMAO) pode ser</p><p>utilizada como antidepressivo, entretanto, não é o mecanismo de ação dos antidepressivos</p><p>tricíclicos.</p><p>A alternativa B está incorreta. Os benzodiazepínicos e os barbitúricos são classes de</p><p>fármacos que atuam aumentando o influxo de cloreto nos canais GABAérgicos, mas não são</p><p>empregados como antidepressivos e sim como ansiolíticos e anticonvulsivantes.</p><p>A alternativa C está correta. Os antidepressivos tricíclicos (ADT) atuam inibindo a recaptação</p><p>de aminas no SNC. Inibem os transportadores de noradrenalina (NET) e de serotonina</p><p>(SERT).</p><p>A alternativa D está incorreta. Os fármacos anticolinesterásicos atuam inibindo a</p><p>degradação da acetilcolina no SNC. Esses fármacos são considerados agonistas colinérgicos</p><p>indiretos.</p><p>13. (INSTITUTO AOCP – Prefeitura de João Pessoa-PB – 2018) Após uma festa, mulher de</p><p>25 anos é levada inconsciente à emergência de um hospital, sem coordenação motora, com</p><p>insuficiência respiratória e hálito alcoólico. Acompanhante relata que ela faz uso contínuo</p><p>de um medicamento para tratar a ansiedade. Quando associado ao álcool, qual fármaco</p><p>pode levar a uma severa depressão do sistema nervoso central?</p><p>a) Piroxicam.</p><p>b) Diazepam.</p><p>c) Diltiazem.</p><p>d) Aztreonam.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. O piroxicam é um anti-inflamatório não esteroidal (AINE)| que</p><p>atua inibindo a COX-2, portanto, não produz efeito depressor sobre o SNC.</p><p>A alternativa B está correta. O diazepam é um benzodiazepínico que atua sobre os</p><p>receptores GABAA no sitio alostérico aumentando a frequência de abertura dos canais de</p><p>cloreto, consequentemente, gerando efeito depressor sobre o SNC. Em associação com o</p><p>álcool, os BZD podem levar a severa depressão do SNC. Vale lembrar que os BZD são</p><p>empregados como ansiolíticos, como relatado n o enunciado.</p><p>A alternativa C está incorreta. O diltiazem é um fármaco bloqueador dos canais de cálcio,</p><p>que pode ser empregado para redução da pressão arterial.</p><p>A alternativa D está incorreta. O aztreonam é um antibiótico da classe dos betalactâmicos</p><p>que pode ser empregado para o tratamento de infecções causadas por bactérias gram</p><p>negativa.</p><p>14. (INSTITUTO AOCP – Prefeitura de João Pessoa-PB – 2018) Homem de 30 anos é</p><p>admitido em uma Unidade de Pronto Atendimento com quadro de crise convulsiva e</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>108</p><p>precisa de tratamento com emergência. Qual droga e via de administração seriam</p><p>preferíveis para esse caso?</p><p>a) Tramadol - via subcutânea.</p><p>b) Amitriptilina - via oral.</p><p>c) Fenitoína - via intravenosa.</p><p>d) Haloperidol - via oral.</p><p>Comentários:</p><p>Pessoal, essa questão poderia ser resolvida tanto</p><p>pela análise das vias de administração</p><p>quanto pela análise dos fármacos. No caso de crise convulsiva, o tratamento deve ser</p><p>emergencial. Sendo assim, a via oral não seria uma opção devido a inviabilidade de</p><p>administrar o medicamento por essa via. Além disso, o fármaco demora para ser absorvido,</p><p>pois passa pelo efeito de primeira passagem. A via subcutânea também não é a opção</p><p>preferível, pois o fármaco deve ultrapassar a barreira do tecido adiposo para alcançar a</p><p>circulação sanguínea e ser distribuído. Por outro lado, a administração pela via intravenosa</p><p>garante uma ação imediata, portanto, é preferível na situação narrada no enunciado. Através</p><p>dessa análise, já fica claro que a alternativa correta é a C. Porém vamos analisar, cada um</p><p>dos fármacos apresentados.</p><p>A alternativa A está incorreta. O tramadol é um analgésico opioide que é empregado como</p><p>analgésico e não é empregado como anticonvulsivante. Já discutimos que a via subcutânea</p><p>não é preferível nesse caso.</p><p>A alternativa B está incorreta. A amitriptilina é um fármaco antidepressivo tricíclico (ADT)</p><p>que atua através do bloqueio dos transportadores da noradrenalina e serotonina. Esse</p><p>fármaco não é empregado como anticonvulsivante. Já discutimos que a via oral não pode</p><p>ser empregada nesse caso.</p><p>A alternativa C está correta. A fenitoína é um anticonvulsivante da classe das hidantoínas,</p><p>que age aumentando o limiar de excitabilidade dos neurônios que está reduzido nas crises</p><p>convulsiva. Já discutimos que a via intravenosa é a preferível nesse caso.</p><p>A alternativa D está incorreta. Os Haloperidol que é antipsicótico típico que atua sobre os</p><p>sintomas positivos e age através de antagonismo dos receptores dopaminérgicos, mas não</p><p>é empregado como anticonvulsivante.</p><p>15. (NUCEPE – PC-PI – 2018) O Lítio enquadra-se como fármaco:</p><p>a) Antidepressivos tricíclicos.</p><p>b) Inibidores da captura de norepinefrina.</p><p>c) Fármaco para depressão bipolar e estabilizador do humor.</p><p>d) Inibidores da monoamino-oxidase.</p><p>e) Inibidores não seletivos da captura de aminas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>109</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa C está correta. O lítio é um fármaco para depressão bipolar e estabilizador do</p><p>humor que pode ser empregado em associação com outros fármacos. Pessoal, essa questão</p><p>estava bem tranquila.</p><p>16. (NUCEPE – PC-PI – 2018) A era dos benzodiazepínicos (BZD) foi instaurada após o</p><p>lançamento comercial do primeiro elemento da série, o clordiazepóxido, em 1960</p><p>(sintetizado em 1955). Outro protótipo dessa classe, de 3 a 10 vezes mais potente que o</p><p>primeiro, foi o diazepam, lançado em 1963. Desde então, foram sintetizados mais de 3000</p><p>compostos BZD, sendo 35 disponíveis para uso médico. Estudos clínicos iniciais</p><p>comprovaram sua eficácia nos transtornos ansiosos, além de ação hipnótica, amnéstica,</p><p>anticonvulsivante e relaxante muscular. Contudo, ao menos parte de sua popularidade no</p><p>meio médico se deveu à margem de segurança oferecida por essa classe de fármacos,</p><p>substituindo, assim, os barbitúricos como tranquilizantes e hipnóticos. Assim, os BZD logo</p><p>se tornaram os fármacos mais prescritos no mundo, nas décadas de 60 e 70, tendo</p><p>alcançado uma estabilidade e até redução no número de novas prescrições após medidas</p><p>de controle adotadas em vários países, a partir da metade da década de 70. Assinale a</p><p>alternativa que demonstra o mecanismo de ação dos Benzodiazepínicos.</p><p>a) Bloqueia os canais dependentes de cálcio, o que impede a excitabilidade do Sistema</p><p>Nervoso Central.</p><p>b) Inibe a recaptação do neurotransmissor GABA, aumentando sua permanência na fenda</p><p>sináptica o que leva a maior depressão do Sistema Nervoso Central.</p><p>c) Potencializa a ação do neurotransmissor GABA, desta forma, ocorre um maior influxo de</p><p>íons cloreto, provocando a depressão do Sistema Nervoso Central.</p><p>d) Inibe os canais dependentes de sódio, o que, por sua vez, impede o início do potencial</p><p>de ação deprimindo o Sistema Nervoso Central.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa C está correta. Os benzodiazepínicos atuam no sítio alostérico dos receptores</p><p>GABAA, aumentando a frequência de abertura dos canais de cloreto. O GABA é o principal</p><p>do neurotransmissor inibitório do SNC e se liga aos receptores GABAA e GABAB (sítio</p><p>ortostérico) e consequentemente abrem os canais, aumentando o influxo de íons cloreto.</p><p>Os BZD ao se ligarem no sítio alostérico aumentam afinidade do receptor pelo GABA,</p><p>potencializando seu efeito inibitório.</p><p>17. (NUCEPE – PC-PI – 2018) Julgue as afirmativas a seguir como verdadeira (V) ou falsa (F)</p><p>e marque a alternativa CORRETA.</p><p>I - O etomidato é similar ao tiopental, porém metabolizado mais rapidamente e possui</p><p>menor risco de causar depressão cardiovascular.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>110</p><p>II - A cetamina é um poderoso analgésico, análogo da fenciclidina e possui ação diferente</p><p>dos outros anestésicos intravenosos, provavelmente, devido ao seu efeito sobre os</p><p>receptores de glutamato tipo NMDA.</p><p>III - O propofol é um potente anestésico intravenoso com ação e distribuição lenta,</p><p>possuindo risco de causar bradicardia.</p><p>IV - O tiopental é um barbitúrico com alta lipossolubilidade, possui uma ação imediata</p><p>devido à rápida transferência, através da barreira hematoencefálica, possuindo curta</p><p>duração, em razão da redistribuição, principalmente para o sistema muscular.</p><p>a) V, F, F, F.</p><p>b) F, F, F, V.</p><p>c) V, V, F, F.</p><p>d) V, V, F, V.</p><p>e) V, F, V, F.</p><p>Comentários:</p><p>A afirmativa I é verdadeira. O etomidato apresenta ação mais curta que tiopental, pois</p><p>possui rápida metabolização. Sendo assim, apresenta menor risco de causar efeitos adversos</p><p>como a depressão cardiovascular e respiratória que o tiopental. Vale ressaltar ambos</p><p>fármacos anestésicos intravenosos.</p><p>A afirmativa II é verdadeira. A cetamina diferente de outros anestésicos, atua inibindo os</p><p>receptores NMDA. Sendo assim, bloqueia a resposta excitatória obtida através da interação</p><p>do Glutamato com o receptor NMDA. Além do efeito anestésico também produz analgesia.</p><p>A afirmativa III é falsa. O propofol é um anestésico intravenoso, entretanto, possui ação</p><p>rápida e distribuição rápida. O fármaco é rapidamente metabolizado e distribuídos aos</p><p>tecidos e órgãos. O propofol apresenta a vantagem de não se acumular no tecido adiposo.</p><p>A afirmativa IV é falsa. A afirmativa IV traz um trecho retirado do livro de Farmacologia do</p><p>Rang & Dale, mas está incorreto por afirmar que a ação do tiopental é imediata. Percebam</p><p>que a própria afirmativa descreve que é necessário rápida transferência pela BHE para ter</p><p>ação então não pode ser imediata.</p><p>18. (INSTUTO AOCP – UFC – 2014) A respeito do sistema nervoso autônomo e dos</p><p>fármacos que agem nele, assinale a alternativa INCORRETA.</p><p>a) Os medicamentos anticolinérgicos, no sistema nervoso autônomo, são antagonistas</p><p>competitivos da acetilcolina em receptores muscarínicos.</p><p>b) Existem dois tipos principais de receptores colinérgicos: os receptores nicotínicos e os</p><p>receptores muscarínicos.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>111</p><p>c) Além da atropina e da escopolamina, diversos fármacos possuem propriedades</p><p>antimuscarínicas, incluindo antidepressivos tricíclicos, fenotiazinas e anti-histamínicos.</p><p>d) Os efeitos muscarínicos de utilização clínica dos anticolinesterásicos são os mesmos dos</p><p>agonistas colinérgicos.</p><p>e) Os agentes anticolinesterásicos irreversíveis bloqueiam a degradação da dopamina</p><p>durante minutos ou horas.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está correta. Os medicamentos anticolinérgicos atuam como antagonistas</p><p>competitivos da acetilcolina em receptores muscarínicos. Sendo assim, agem bloqueando a</p><p>ativação do sistema nervoso parassimpático.</p><p>A alternativa B está correta. A transmissão colinérgica ocorre a partir da interação da</p><p>acetilcolina dom receptores muscarínicos e nicotínicos. Lembrando que os receptores</p><p>muscarínicos estão localizados nos tecidos que sofrem ação do sistema nervoso</p><p>parassimpático (SNP). Por outro lado, os receptores estão localizados nos gânglios do</p><p>sistema nervoso autônomo (parassimpático e simpático).</p><p>A alternativa C está correta. A atropina e escopolamina são exemplos de fármacos com</p><p>propriedades antimuscarínicas. Os antidepressivos tricíclicos também possuem efeito</p><p>antimuscarínicos no SNC, e apresentam efeitos adversos relacionados a essa atividade. A</p><p>clorpromazina é um antipsicótico do grupo das fenotiazinas que têm efeito antimuscarínicos.</p><p>Por fim, alguns anti-histamínicos de primeira geração apresentam atividade</p><p>antimuscarínicas.</p><p>A alternativa D está correta. Como já abordamos anteriormente, os anticolinesterásicos</p><p>podem ser considerados agonistas colinérgicos indiretos pois atuam aumentando a</p><p>disponibilidade da acetilcolina.</p><p>A alternativa E está incorreta. Os agentes anticolinesterásicos irreversíveis bloqueiam a</p><p>degradação da acetilcolina e não da dopamina. Vamos relembrar que anticolinesterásicos</p><p>reversíveis e irreversíveis, os irreversíveis vão bloquear a enzima de forma irreversível.</p><p>Entretanto, pode ser possível reverter esse bloqueio com o uso de pralidoxima que pode</p><p>reativar a enzima. Além disso, a atropina, antagonista muscarínico pode ser empregado para</p><p>reduzir os efeitos colinérgicos exacerbados obtidos a partir dos anticolinesterásicos.</p><p>19. (FUNCAB – EMSERH – 2016) Marque a opção que contém um representante da classe</p><p>dos barbitúricos anticonvulsivantes.</p><p>a) Fenitoína.</p><p>b) Carbamazepina.</p><p>c) Fenobarbital.</p><p>d) Etossuximida.</p><p>e) Ácido Valpróico.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>112</p><p>Comentários:</p><p>Pessoal, nessa questão todas as alternativas trazem exemplos de fármacos</p><p>anticonvulsivantes, porém, apenas uma alternativa apresenta um exemplo de fármaco da</p><p>classe dos barbitúricos como solicita o enunciado. Vamos analisar todas as alternativas.</p><p>A alternativa A está incorreta. A fenitoína é anticonvulsivante da classe hidantoínas que age</p><p>através aumento do limiar de excitação dos neurônios cujo o limiar se encontra reduzido nas</p><p>crises epilépticas. Essa ação ocorre a partir do efeito sobre os canais de sódio que são</p><p>responsáveis pelo processo de despolarização da célula durante a transmissão do impulso</p><p>nervoso.</p><p>A alternativa B está incorreta. A carbamazepina assim como atuam através de mecanismo</p><p>de ação semelhantes ao das hidantoínas que abordamos na alternativa anterior. Vale</p><p>destacar que esses fármacos vão agir sobre as células cujo o limiar de excitabilidade se</p><p>encontra alterado (epilepsia).</p><p>A alternativa C está correta. O fenobarbital é um exemplo de anticonvulsivante da classe</p><p>dos barbitúricos que atuam sobre os receptores GABAA. Os barbitúricos agem sobre o sítio</p><p>alostérico diferente do sítio alostérico no qual atuam os BZD. Lembrando que eles</p><p>aumentam a afinidade do receptor pelo GABA, aumentando o tempo de abertura do canal.</p><p>Sendo assim, potencializam o efeito inibitório do GABA.</p><p>A alternativa D está incorreta. A etossuximida é um dos anticonvulsivantes de escolha no</p><p>tratamento das crises de ausência, atua bloqueando os canais de cálcio do tipo T nos</p><p>neurônios talâmicos. Vamos relembrar que o mecanismo de descarga relacionado a esse</p><p>tipo de crise envolve os canais de cálcio do tipo T.</p><p>A alternativa E está incorreta. O ácido valpróico, que também pode estar disponível na</p><p>forma do sal (valproato de sódio), também atua bloqueando os canais de cálcio do tipo T</p><p>nos neurônios talâmicos podendo ser empregado no tratamento das crises de ausência.</p><p>Além disso, age prolongando a inativação lenta dos canais de sódio.</p><p>20. (PR4 UFRJ – UFRJ-RJ – 2016) O fármaco que atua no receptor GABAA, empregado no</p><p>tratamento da insônia em substituição aos benzodiazepínicos, é o(a):</p><p>a) Buspirona.</p><p>b) Zolpidem.</p><p>c) Clorazepato.</p><p>d) Estazolam.</p><p>e) Ramelteon.</p><p>Comentários:</p><p>Pessoal, o enunciado pede o fármaco que pode ser utilizado no tratamento da insônia em</p><p>substituições aos benzodiazepínicos.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>113</p><p>A alternativa A está incorreta. A buspirona não é fármaco benzodiazepínico, mas não é</p><p>empregado no tratamento da insônia e nem atua sobre os receptores GABAA. A buspirona</p><p>pode ser utilizada como ansiolítico no tratamento farmacológico do transtorno da ansiedade</p><p>generalizada (TAG). Vale relembrar que seu mecanismo de ação está relacionado ao</p><p>agonismo parcial de receptores 5-HT1A.</p><p>A alternativa B está correta. O zolpidem é um fármaco que pode ser empregado como</p><p>hipnótico, também age sobre os receptores GABAA, mas não é considerado um BZD. O</p><p>zolpidem atua sobre subunidade específica do receptor GABAA diferente do sítio dos BZD.</p><p>Sendo assim, não apresenta efeitos ansiolíticos, mas melhora a qualidade do sono e reduz</p><p>o tempo de indução do sono. Portanto, é empregado no tratamento da insônia em</p><p>substituição aos BZD.</p><p>A alternativa C está incorreta. O Clorazepato é um exemplo de BZD empregado como</p><p>ansiolítico.</p><p>A alternativa D está incorreta. O Estazolam é um exemplo de BZD empregado no</p><p>tratamento da insônia.</p><p>A alternativa E está incorreta. O Ramelteon não é fármaco benzodiazepínico e não atua</p><p>sobre os receptores GABAA. Entretanto, pode ser empregado no tratamento da insônia e</p><p>age como agonista dos receptores de melatonina.</p><p>21. (INSTITUTO AOCP – EBSERH – 2015) A toxicidade dos inseticidas organofosforados</p><p>está na capacidade de ligarem-se de forma irreversível à enzima acetilcolinesterase e</p><p>impedir seu papel fisiológico de metabolizar a acetilcolina, causando os graves sintomas do</p><p>excesso deste neurotransmissor no organismo humano. Os tratamentos destas intoxicações</p><p>acontecem exclusivamente em hospitais e consistem normalmente na administração de</p><p>medicamentos por vários dias (ex. atropina), que bloqueiam a ação da acetilcolina nos</p><p>receptores colinérgicos. Quanto aos receptores colinérgicos envolvidos no tratamento,</p><p>assinale a alternativa correta.</p><p>a) A acetilcolina atua nos receptores muscarínicos, relaxando os músculos estriados</p><p>esqueléticos.</p><p>b) A acetilcolina atua nos receptores nicotínicos, contraindo os músculos estriados cardíacos.</p><p>c) A acetilcolina atua nos receptores nicotínicos, contraindo os músculos estriados</p><p>esqueléticos.</p><p>d) A acetilcolina atua nos receptores muscarínicos, relaxando os músculos lisos dos alvéolos.</p><p>e) A acetilcolina atua nos receptores nicotínicos, contraindo os músculos lisos dos alvéolos.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. A ação da acetilcolina sobre os músculos estriados</p><p>esqueléticos ocorre a partir da interação com receptores nicotínicos e não muscarínicos. O</p><p>efeito da acetilcolina sobre esses músculos gera contração muscular e não relaxamento.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>114</p><p>A alternativa B está incorreta. Vamos relembrar a ação colinérgica sobre os músculos</p><p>estriados cardíacos ocorre a partir da interação da acetilcolina com os receptores</p><p>muscarínicos (M2) presentes no tecido. Nesse caso, o efeito da acetilcolina sobre esses</p><p>músculos gera relaxamento muscular e não contração. Portanto, não tem porque citar a ação</p><p>os receptores nicotínicos.</p><p>A alternativa C está correta. A ação da acetilcolina sobre os músculos estriados esqueléticos</p><p>ocorre a partir da interação com receptores nicotínicos. O músculo esquelético é inervado</p><p>pelo sistema somática, a ação colinérgica nesse caso desencadeia eventos celulares que</p><p>geram contração muscular.</p><p>A alternativa D está incorreta. A ação da acetilcolina ocorre sobre receptores</p><p>muscarínicos</p><p>presentes no músculo liso dos brônquios (não tem músculo liso nos alvéolos), levando a</p><p>broncoconstrição.</p><p>A alternativa E está incorreta. A explicação é semelhante da alternativa anterior.</p><p>22. (IBFC – Polícia Científica-PR – 2017) A respeito da transmissão química e ação de</p><p>fármacos no sistema nervoso central, analise as afirmações abaixo.</p><p>I. Os processos básicos da transmissão sináptica no sistema nervoso central são</p><p>essencialmente similares aos que operam na periferia.</p><p>II. As células gliais, particularmente os astrócitos, participam ativamente da sinalização</p><p>química, funcionando essencialmente como “neurônios inexcitáveis”.</p><p>III. Os mediadores químicos, incluindo o glutamato, o óxido nítrico e os metabólitos do</p><p>ácido araquidônico são produzidos tanto pela glia quanto pelos neurônios.</p><p>IV. Muitos mediadores controlam alterações de longo prazo no cérebro, principalmente</p><p>afetando a transcrição do gene.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) I, II, III e IV.</p><p>b) I, II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, III e IV, apenas.</p><p>e) II e III, apenas.</p><p>Comentários:</p><p>A afirmativa I está correta. Os processos básicos da transmissão sinápticas no sistema</p><p>nervoso central ocorre basicamente da mesa forma na periferia. Vale lembrar que a</p><p>transmissão sináptica pode ocorrer a partir da interação de neurotransmissor ativando um</p><p>receptor presente no neurônio pós-sináptico ou a partir da transmissão de impulso elétrico</p><p>que propaga a despolarização pelo neurônio seguinte.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>115</p><p>A afirmativa II está correta. Pode-se consideras que os astrócitos funcionam como</p><p>“neurônios inexcitáveis” pois atuam na sinalização química e na produção de mediadores.</p><p>Vale destacar que os astrócitos regulam o meio externo dos neurônios, através da remoção</p><p>de neurotransmissores e íons presentes em excesso no meio.</p><p>A afirmativa III está correta. Os mediadores químicos: glutamato, óxido nítrico e os</p><p>metabólitos do ácido araquidônico são produzidos tanto pelos neurônios quanto pela glia.</p><p>A afirmativa IV está correta. Diversos mediadores controlam alterações de longo prazo no</p><p>cérebro, principalmente afetando a transcrição gênica. Dessa forma, regulam a morfologia</p><p>dos neurônios, o seu crescimento e as suas propriedades funcionais. Tais mediadores</p><p>podem promover a transcrição gênica ao atuarem sobre receptores de tirosina quinase.</p><p>Sendo assim, controlam a plasticidade sináptica (reposta adaptativa do sistema nervoso em</p><p>respostas aos estímulos).</p><p>Portanto, a alternativa A está correta.</p><p>23. (Prefeitura de Fortaleza-CE – 2018) Fármacos, como os benzodiazepínicos, são</p><p>frequentemente utilizados em idosos. Entretanto, seu uso deve ser evitado por:</p><p>a) Alterarem a reabsorção óssea.</p><p>b) Modificarem a função renal.</p><p>c) Induzirem hiperatividade e agitação com muito frequência.</p><p>d) Serem relacionados ao aumento do risco de quedas, confusão e delírio.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa D está correta. Os fármacos benzodiazepínicos são lipossolúveis, portanto,</p><p>podem ser acumular no tecido adiposo. Os pacientes idosos tendem a ter maior índice de</p><p>massa corpórea que aumenta com a idade, por isso nesses pacientes pode ocorrer acumulo</p><p>de BZD no tecido adiposo. Tal acúmulo aumenta o risco de ocorrência de efeitos adversos</p><p>e de toxicidade. Além disso, tem-se um aumento da ação sedativa, esses fatores podes</p><p>aumentar o risco de quedas, confusão e delírios como apresentado na alternativa D.</p><p>24. (INSTITUTO AOCP – ITEP-RN – 2018) Várias são as drogas que atuam no Sistema</p><p>Nervo Central (SNC). São exemplos dessas drogas os benzodiazepínicos e os</p><p>barbitúricos. Sobre essas drogas, assinale a alternativa correta.</p><p>a) A absorção oral de drogas da classe dos benzodiazepínicos independe de fatores como</p><p>o grau de lipossolubilidade.</p><p>b) As drogas da classe dos barbitúricos são habitualmente absorvidas com muita rapidez</p><p>para o sangue após administração oral.</p><p>c) Quando utilizados no tratamento da ansiedade ou dos distúrbios do sono, os sedativo-</p><p>hipnóticos são, habitualmente, administrados por via intravenosa.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>116</p><p>d) Drogas como a fluoxetina têm ação maior que os outros barbitúricos por conta se sua</p><p>lipossolubilidade.</p><p>e) A fenitoína é um exemplo de droga desses grupos.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. Vamos relembrar que no processo de absorção de fármaco</p><p>administrado pela via oral, fatores como a lipossolubilidade do fármaco irão influenciar o</p><p>processo farmacocinético de absorção. Nesse caso, o fármaco deve ultrapassar membranas</p><p>para que seja absorvido, portanto, o seu grau lipossolubilidade deve ser alto o suficiente</p><p>para que permita seu transporte através das barreiras celulares até que alcance seu local de</p><p>ação.</p><p>A alternativa B está correta. As drogas da classe dos barbitúricos são habitualmente</p><p>absorvidas com muita rapidez para o sangue após administração oral. Vamos relembrar que</p><p>os fármacos que atuam a nível do SNC precisam ser lipossolúveis, de tamanho pequeno</p><p>para que possa atravessar a barreira hemato encefálica (BHE). Tais características são as</p><p>mesmas que facilitam o transporte de moléculas através das barreiras celulares. Sendo</p><p>assim, esses fármacos são rapidamente absorvidos para a circulação sanguínea após</p><p>administração oral.</p><p>A alternativa C está incorreta. Os sedativos-hipnóticos, quando em empregados na terapia</p><p>farmacológica dos transtornos de ansiedade e nos distúrbios do sono, são utilizados pela</p><p>via oral. Nesse caso, são utilizados pelos pacientes em casa com orientação de profissional</p><p>capacitado. Sendo assim, devem ser administrados pela via mais prática e fácil, que não é a</p><p>intravenosa.</p><p>A alternativa D está incorreta. A fluoxetina é um inibidor seletivo da recaptação de</p><p>serotonina, não é um barbitúrico, como descrito na alternativa.</p><p>A alternativa E está incorreta. A fenitoína é um anticonvulsivante da classe das hidantoínas,</p><p>portanto, não faz parte da classe dos BZD e nem dos barbitúricos.</p><p>25. (IBFC – Prefeitura de Divinópolis-MG – 2018) Os distúrbios do sono acometem milhares</p><p>de pessoas pelo mundo e, dentre eles a insônia tem a maior prevalência e afeta quase um</p><p>terço da população mundial em alguma fase da vida. O diagnóstico das causas deve ser</p><p>preciso para a definição do tratamento correto. Entre as causas podem ser citados os</p><p>transtornos de ansiedade. O tratamento envolve estratégias não medicamentosas e/ou</p><p>medicamentosas. Quanto ao tratamento medicamentoso, os benzodiazepínicos e</p><p>hipnóticos não benzodiazepínicos tem sido as drogas de escolha. No Brasil, também são</p><p>utilizados fitoterápicos, apesar de pouca efetividade comprovada (Tolentino; Kodaíra,</p><p>2016). Em relação ao tema, analise as seguintes afirmativas:</p><p>I. Sedativos são fármacos que reduzem a atividade e deprimem estados de excitação do</p><p>sistema nervoso central.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>117</p><p>II. As aminas biogênicas tais como adrenalina, noradrenalina, dopamina e serotonina estão</p><p>entre os neurotransmissores associados aos quadros de ansiedade.</p><p>III. Os barbitúricos, que durante muito tempo, foram os fármacos de escolha são</p><p>moduladores ortostéricos dos receptores gabaérgicos.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Somente a afirmativa I está correta.</p><p>b) Somente as afirmativas I e II estão corretas.</p><p>c) Somente as afirmativas II e II estão corretas.</p><p>d) Somente as afirmativas I e III estão corretas.</p><p>Comentários:</p><p>A afirmativa I está correta. Os sedativos são fármacos atuam como depressores do sistema</p><p>nervoso central (SNC). Os BZD e os barbitúricos são exemplos de fármacos sedativos que</p><p>atuam potencializando o efeito inibitório</p><p>do GABA. Entretanto, existem fármacos que agem</p><p>impedindo excitação do SNC.</p><p>A afirmativa II está correta. Como estudamos os quadros dos transtornos de ansiedade</p><p>estão relacionados ao aumento da transmissão principalmente de noradrenalina e</p><p>serotonina, mas também pode incluir outras aminas biogênicas tais como dopamina.</p><p>A afirmativa III está incorreta. Os barbitúricos são fármacos que atuam em sitio alostérico</p><p>do receptor GABA e não sítio ortostérico como descrito na afirmativa.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>Sendo assim, os</p><p>dois sistemas coexistem, a ação de um sistema irá predominar sobre o outro em função da</p><p>resposta do tecido/órgão frente a determinada situação. Vale ressaltar que as ações dos</p><p>sistemas são opostas e os neurotransmissores são considerados antagonistas fisiológicos.</p><p>Transmissão Colinérgica</p><p>A transmissão nervosa que tem como neurotransmissor a acetilcolina é denominada</p><p>transmissão colinérgica. Como já abordamos, a ativação do sistema nervoso Parassimpático</p><p>ocorre a partir da interação da acetilcolina (Ach) com receptores muscarínicos que estão</p><p>presentes no órgão alvo.</p><p>O receptor muscarínico é um receptor do tipo metabotrópico, acoplado a proteína</p><p>G. Existem cinco subtipos de receptores muscarínicos (M1 a M5) que estão distribuídos pelo</p><p>organismo, inclusive é comum que o mesmo órgão ou tecido apresente mais de um subtipo</p><p>de receptor muscarínico.</p><p>Vamos estudar que a resposta produzida pode variar de um subtipo para outro. Mas</p><p>professora, se um tecido pode apresentar mais de um subtipo qual resposta será</p><p>desencadeada? Acontece que subtipos específicos predominam em certos tecidos e assim</p><p>determinam a resposta obtida naquele tecido.</p><p>Pessoal, preciso que vocês memorizem que os receptores muscarínicos pares (M2 e</p><p>M4) são acoplados a proteína Gi, ou seja, a partir da interação com agonista (Ach) ocorre</p><p>inibição da enzima adenililciclase e consequente redução dos níveis de AMPc intracelular.</p><p>Resumindo, os receptores pares estão relacionados a resposta inibitória.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>15</p><p>Os receptores ímpares (M1, M3 e M5), por sua vez, são acoplados a proteína Gq, ou</p><p>seja, a interação com agonista estimula a enzima fosfolipase C que produz IP3 (inositol</p><p>trifosfato) e DAG (diacilglicerol). A ativação dessa via, por fim, gera aumento da</p><p>concentração de cálcio intracelular e também pode ativar a enzima proteína quinase C.</p><p>Resumindo, os receptores impares estão relacionados a resposta estimulatória.</p><p>Vamos analisar os efeitos produzidos pela Ach ao interagir com receptores</p><p>muscarínicos no tecido alvo:</p><p>§ Contração da musculatura lisa das vísceras – receptores M3, ocorre ao aumento da</p><p>concentração de cálcio intracelular a partir da ação do segundo mensageiro IP3. O</p><p>inositol trifosfato vai atuar em receptores específicos no retículo endoplasmático levando</p><p>a liberação do reservatório de cálcio intracelular. O aumento de cálcio promove</p><p>contração muscular.</p><p>§ Efeito inibitório sobre o tecido cardíaco – receptores M2, ocorre inibição da enzima</p><p>adenililciclase e consequente redução dos níveis de AMPc intracelular. Sendo assim,</p><p>temos um efeito inibitório que gera redução da frequência cardíaca e força de contração</p><p>do músculo cardíaco.</p><p>§ Estimulação das secreções glandulares – receptores M3, ocorre ao aumento da</p><p>concentração de cálcio intracelular a partir da ação do segundo mensageiro IP3 que gera</p><p>liberação das secreções.</p><p>§ Estimulação da secreção ácida pelas células parietais do estômago – receptores M1,</p><p>ocorre estímulo da via da fosfolipase C que estimula o aumento da secreção pelas células</p><p>parietais.</p><p>§ Relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos – prestem atenção nesse efeito,</p><p>a ativação parassimpática gera vasodilatação. Entretanto, não existem receptores</p><p>muscarínicos nos vasos sanguíneos. Então, como será que essa resposta acontece? Bem,</p><p>existem receptores M3 presentes nas células endoteliais que recobrem o interior dos</p><p>vasos sanguíneos. A ação da Ach sobre esses receptores induz a liberação de óxido</p><p>nítrico (ON) por essas células, o ON se difunde até a musculatura lisa dos vasos e age</p><p>como potente vasodilatador.</p><p>§ Contração da musculatura ocular – receptores M3, ocorre ao aumento da concentração</p><p>de cálcio intracelular a partir da ação do segundo mensageiro IP3. O inositol trifosfato vai</p><p>atuar em receptores específicos no retículo endoplasmático levando a liberação do</p><p>reservatório de cálcio intracelular. O aumento de cálcio promove contração do músculo</p><p>constritor da pupila que causa constrição da pupila (miose). Além disso, produz redução</p><p>da pressão intraocular, pois promove melhora do fluxo do humor aquoso em indivíduos</p><p>que apresentam pressão aumentada.</p><p>§ Depressão do SNC e efeito antiemético – através da ação sobre receptores muscarínicos</p><p>presentes no SNC. O efeito antiemético, possivelmente, está relacionado ao efeito da</p><p>Ach sobre receptores muscarínicos presentes na zona do gatilho quimiorreceptora.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>16</p><p>Efeitos da estimulação colinérgica no Sistema Nervoso Parassimpático</p><p>Pessoal, gravem bem os principais efeitos que ocorrem a partir da</p><p>estimulação colinérgica no sistema parassimpático, pois dessa forma será</p><p>mais fácil memorizar os efeitos dos fármacos que atuam sobre a SNP. Acho</p><p>mais fácil memorizar quais receptores estão presentes predominantemente</p><p>em cada tecido e qual resposta é desencadeada a partir da sua ativação.</p><p>Receptores pares – resposta inibitória</p><p>Receptores ímpares – resposta estimulatória</p><p>Receptores M1 – células parietais do estomago</p><p>Receptores M2 – tecido cardíaco (coração)</p><p>Receptores M3 – musculatura lisa das vísceras, glândulas, musculatura ocular</p><p>e células endoteliais.</p><p>O fármaco agonista irá gerar estimulação colinérgica, enquanto, o fármaco</p><p>antagonista gera inibição.</p><p>Vamos exemplificar para eu fique mais claro;)</p><p>Um fármaco agonista irá atuar gerando contração da musculatura das</p><p>vísceras, constrição da pupila (miose)e redução da frequência e da</p><p>contratilidade cardíaca. Por outro lado, um fármaco antagonista irá gerar,</p><p>justamente efeitos opostos aos descritos. Dessa forma, teríamos um fármaco</p><p>antagonista gerando relaxamento da musculatura das vísceras, relaxamento</p><p>do musculo constritor da pupila (midríase) e aumento da frequência e da</p><p>contratilidade cardíaca.</p><p>Essa dica pode te auxiliar na hora da prova. Se tiver com dúvidas não hesite</p><p>em escrever essas informações no caderno de questões de forma resumida</p><p>e rápida pra não perder o ponto da questão. ;)</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>17</p><p>Bom já estudamos como ocorre a estimulação colinérgica no sistema nervoso</p><p>parassimpático, entretanto, precisamos também abordar como ocorre a produção da</p><p>acetilcolina, como a transmissão colinérgica cessa incluindo a degradação do</p><p>neurotransmissor.</p><p>Mas professora qual a relevância desses processos? Alguns fármacos que agem sobre</p><p>o sistema nervoso periférico, atuam sobre esses processos que citei.</p><p>Como ocorre a síntese da acetilcolina? Inicialmente a colina é transportada do meio</p><p>extracelular para o meio intracelular (neurônio pré-sináptico) através de transportadores</p><p>específicos presentes na membrana. Em seguida, ocorre a reação de acetilação da colina, o</p><p>doador do grupo acetil é a acetil-coenzima A, a enzima que catalisa essa reação é enzima</p><p>colina-acetiltransferase. Após ser sintetizada, a acetilcolina será armazenada no interior de</p><p>vesículas presentes no neurônio pré-sináptico.</p><p>Lembram que já abordamos que a partir do impulso nervoso, potencial ação, ocorre</p><p>abertura de canais de cálcio que permitem a sinapse química culminando na liberação do</p><p>neurotransmissor na fenda sináptica. Pois bem, exatamente o que ocorre nesse caso. A partir</p><p>do impulso nervoso que alcança o axônio ocorre fusão das vesículas com a membrana</p><p>levando a liberação da acetilcolina (exocitose).</p><p>Após a liberação na fenda sináptica, a Ach irá atuar nos receptores muscarínicos</p><p>presentes no neurônio pós-sináptico. Vale destacar que a quantidade de Ach liberada é</p><p>muito grande, pois muitas vesículas são liberadas. Em função disso, deve existir algum</p><p>mecanismo que controle a resposta colinérgica, para que esta não seja muito exacerbada.</p><p>Se toda a acetilcolina presente na fenda sináptica ativar a transmissão colinérgica, teremos</p><p>resposta desproporcional.</p><p>Sendo assim, existem mecanismo de modulação e controle para que essa resposta</p><p>não seja muito exagerada. Vamos abordar cada um desses mecanismos.</p><p>§ Enzima acetilcolinesterase – essa enzima é responsável pela degradação da acetilcolina</p><p>produzindo acetato e colina que pode ser recaptada pelo neurônio pré-sináptico. A</p><p>acetilcolinesterase está presente em grandes quantidades na fenda sináptica das</p><p>sinapses rápidas (receptores nicotínicos) e a degradação ocorre em milissegundos. Vale</p><p>destacar que nas sinapses lentas (receptores muscarínicos), a degradação realizada pela</p><p>acetilcolinesterase é mais lenta. A acetilcolinesterase é um tipo de colinesterase presente</p><p>no SNC. Entretanto, a colinesterase circulante no plasma sanguíneo é a</p><p>butirilcolinesterase. Observe que a função de ambas é semelhante. As colinesterases</p><p>podem ser encontradas em outros tecidos do organismo, mas nesse caso se encontram</p><p>ligada a proteínas, permanecendo próximas a membrana das células ou das sinapses</p><p>colinérgicas.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>18</p><p>§ Efeito feedback negativo (retroalimentação negativa) – a própria acetilcolina ao interagir</p><p>com receptores presentes no neurônio pré-sináptico bloqueia a liberação do conteúdo</p><p>de novas vesículas na fenda sináptica. Dessa forma, promove o efeito de</p><p>retroalimentação negativa. Tal efeito pode ocorrer com outros neurotransmissores como</p><p>a noradrenalina.</p><p>§ Bloqueio por despolarização (receptores nicotínicos) – a partir do estímulo persistente</p><p>dos receptores do neurônio pós-sinápticos ocorre o fenômeno de bloqueio por</p><p>despolarização que resulta na redução do potencial excitatório pós-sináptico rápido</p><p>(PEPS). Simplificando, significa que estimulou tanto o receptor que ele perdeu</p><p>temporariamente a capacidade de resposta.</p><p>Vamos rapidamente abordar como esses mecanismos podem estar relacionados ao</p><p>mecanismo de ação de fármacos que agem sobre a transmissão colinérgica. Existem alguns</p><p>fármacos que irão atuar inibindo a enzima acetilcolinesterase, dessa forma, aumentam a</p><p>disponibilidade da acetilcolina na fenda sináptica potencializando e prolongando seus</p><p>efeitos sobres os receptores nicotínicos (musculares, ganglionares e SNC) e muscarínicos.</p><p>No que diz respeito ao bloqueio por despolarização, fármacos que desencadeiam a</p><p>ocorrência desse fenômeno acarretam na redução da transmissão colinérgica ou bloqueio</p><p>da resposta.</p><p>(IBADE - Prefeitura de Santa Luzia D`Oeste-RO - 2020) Algumas atividades necessárias para</p><p>a vida como débito cardíaco, distribuição do fluxo sanguíneo e digestão, estão sob controle</p><p>do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). Os principais transmissores do SNA são Acetilcolina</p><p>e a Noradrenalina. Considere as seguintes afirmações:</p><p>I- Os Receptores Nicotínicos Da Acetilcolina (nAChR) são diretamente acoplados aos canais</p><p>catiônicos e medeiam transmissão sináptica excitatória rápida na junção neuromuscular; II-</p><p>Os nAChR musculares e neuronais diferem em sua estrutura molecular e farmacológica; III-</p><p>Os nAChR são receptores acoplados à proteína G.</p><p>Em relação aos Receptores Nicotínicos Da Acetilcolina, é correto afirmar que:</p><p>a) apenas a I está correta.</p><p>b) apenas a II está correta.</p><p>c) apenas a III está correta.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>19</p><p>d) apenas as I e II estão corretas.</p><p>e) apenas as I e III estão corretas.</p><p>Comentários:</p><p>A afirmativa I está correta. Os receptores nicotínicos da acetilcolina (nAChR) são diretamente</p><p>acoplados aos canais catiônicos e medeiam transmissão sináptica excitatória rápida na</p><p>junção neuromuscular. Vale destacar que a resposta é rápida podendo ocorre em</p><p>milissegundos. A despolarização que ocorre a partir da ação da acetilcolina no receptor</p><p>nicotínico ganglionar pode ser denominada de potencial excitatório pós-sináptico rápido</p><p>(PEPS).</p><p>A afirmativa II está correta. Os nAChR musculares e neuronais diferem em sua estrutura</p><p>molecular e farmacológica.</p><p>A afirmativa III está incorreta. Os receptores nicotínicos de acetilcolina são receptores</p><p>ionotrópicos (canais iônicos controlados pela acetilcolina) e não metabotrópicos (acoplados</p><p>a proteína G).</p><p>Transmissão Noradrenérgica</p><p>A transmissão nervosa que tem como neurotransmissor a noradrenalina é</p><p>denominada transmissão noradrenérgica. Como já abordamos, a ativação do sistema</p><p>nervoso Simpático ocorre a partir da interação da noradrenalina com receptores</p><p>adrenérgicos que estão presentes no órgão alvo.</p><p>A ativação do sistema simpático está associada a respostas do tipo “luta ou fuga”.</p><p>Imagine-se diante de uma situação de estresse em que você começa a ficar nervoso e</p><p>precisa se evadir do local, que tipos de reações ocorrem? Você começa a ter taquicardia</p><p>(aumento da frequência cardíaca e força de contração do coração), visão embaçada</p><p>(dilatação da pupila), dor de barriga (relaxamento da musculatura lisa do TGI), dentre outras</p><p>reações.</p><p>A noradrenalina age sobre receptores adrenérgicos que são metabotrópicos, ou seja,</p><p>acoplados a proteína G. Existem subtipos diferentes de receptores adrenérgicos, temos os</p><p>receptores alfa adrenérgicos (α1 e α2) e os beta adrenérgicos (β1, β2 e β3). Vale ressaltar</p><p>que os receptores α1, por sua vez, podem ser subdivididos em outros quatro subtipos.</p><p>Assim como os receptores muscarínicos que abordamos na transmissão colinérgica,</p><p>os receptores adrenérgicos estão distribuídos pelo organismo em diversos tecido e órgãos.</p><p>Pessoal, preciso que vocês memorizem que os receptores alfa-1 adrenérgicos (α1)</p><p>estão acoplados a proteína Gq, ou seja, a interação com agonista estimula a enzima</p><p>fosfolipase C que produz IP3 (inositol trifosfato) e DAG (diacilglicerol). A ativação dessa via,</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>20</p><p>por fim, gera aumento da concentração de cálcio intracelular e também pode ativar a enzima</p><p>proteína quinase C.</p><p>Os receptores alfa-2 adrenérgicos (α2), por sua vez, estão acoplados a proteína Gi,</p><p>ou seja, a partir da interação com agonista (NA) ocorre inibição da enzima adenililciclase e</p><p>consequente redução dos níveis de AMPc intracelular. Esses receptores estão presentes na</p><p>membrana do neurônio pré sináptico e ativam o processo de retroalimentação negativa</p><p>(feedback negativo).</p><p>Por fim, os receptores beta-adrenérgicos (β1, β2 e β3) estão acoplados a proteína</p><p>Gs, ou seja, a partir da interação com agonista (NA) ocorre estimulação da enzima</p><p>adenililciclase e consequente aumento dos níveis de AMPc intracelular. Todos os receptores</p><p>beta-adrenérgicos atuam gerando estimulação da enzima adenililciclase e consequente</p><p>aumento dos níveis de AMPc intracelular. Sendo assim, a reposta esperada seria</p><p>estimulatória, entretanto, como o AMPc ativa proteínas quinases distintas que controlam</p><p>diversas funções, o efeito produzido pela NA depende do tecido em que estão localizados.</p><p>Em alguns tecidos, como cardíaco, a ativação adrenérgica gera contração (reposta</p><p>estimulatória), enquanto que no músculo liso de outros tecidos induz relaxamento com</p><p>consequente vasodilatação.</p><p>Vamos analisar os efeitos produzidos pela NA ao interagir com receptores</p><p>adrenérgicos no tecido alvo:</p><p>§ α1 – presente nos vasos sanguíneos das vísceras, brônquios, TGI, esfíncteres</p><p>gastrintestinais, útero, esfíncter da bexiga, vias seminais e músculo radial. Efeitos</p><p>produzidos pela NA: vasoconstrição, relaxamento do músculo liso gastrintestinal, contração</p><p>dos esfíncteres gastrintestinais e da bexiga, secreção salivar e glicogenólise hepática.</p><p>§ α2 – presente nos vasos sanguíneos, TGI, ilhotas pancreáticas, plaquetas e SNC. Efeitos</p><p>produzidos pela NA: relaxamento da musculatura TGI, redução</p><p>da secreção de insulina,</p><p>agregação plaquetária, redução da liberação de catecolaminas pelos neurônios pré-</p><p>sinápticos e regulação dos estímulos simpáticos do SNC, recaptação de NA nas sinapses.</p><p>§ β1 – presente no coração e glândula salivar. Efeitos produzidos pela NA: aumento da</p><p>frequência cardíaca e força de contração do músculo cardíaco (efeito cronotrópico e</p><p>inotrópico positivo), secreção de amilase.</p><p>§ β2 – presente nos vasos sanguíneos da musculatura esquelética e cardíaca, brônquios,</p><p>TGI, útero, detrusor da bexiga, vias seminais e músculo ciliar. Efeitos produzidos pela</p><p>NA: vasodilatação, broncodilatação, relaxamento da musculatura lisa do útero, do TGI, do</p><p>músculo detrusor da bexiga, das vias seminais e do músculo ciliar (midríase).</p><p>§ β3 – presente nos músculos esqueléticos e na gordura. Efeitos produzidos pela NA:</p><p>termogênese no músculo esquelético e lipólise e termogênese na gordura.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>21</p><p>Pessoal, não se esqueçam que a transmissão simpática que ocorre na glândula</p><p>sudorípara é uma exceção. Nesse caso a ativação do sistema simpático, não ocorre pela</p><p>ação da NA sobre receptores adrenérgicos e sim pela ação da acetilcolina sobre receptores</p><p>muscarínicos (M3).</p><p>Bom já estudamos como ocorre a estimulação noradrenérgica no sistema nervoso</p><p>simpático, entretanto, precisamos também abordar como ocorre a produção da</p><p>noradrenalina, como a transmissão noradrenérgica cessa incluindo a degradação das</p><p>catecolaminas.</p><p>Como ocorre a síntese da noradrenalina?</p><p>A noradrenalina será obtida a partir de várias reações enzimáticas que produzem</p><p>catecolaminas, sendo que a catecolamina produzida na etapa anterior serve de substrato</p><p>para a produção da catecolamina seguinte.</p><p>- Primeira etapa: conversão da L-tirosina em dopa (diidroxifenilalanina) pela enzima</p><p>tirosina hidroxilase (presente somente nos neurônios catecolaminérgicos);</p><p>- Segunda etapa: conversão da dopa em dopamina pela enzima dopa descarboxilase;</p><p>- Terceira etapa: conversão da dopamina em noradrenalina pela enzima dopamina β-</p><p>hidroxilase (presente nas vesículas sinápticas).</p><p>A conversão da noradrenalina em adrenalina ocorre na medula suprarrenal, através</p><p>de reação catalisada pela enzima feniletanolamina N-metiltransferase.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>22</p><p>A noradrenalina será armazenada em alta concentração nas vesículas presentes nos</p><p>neurônios pré-sinápticos. A partir do aumento do cálcio intracelular (potencial de ação abre</p><p>canais cálcio dependentes de voltagem), ocorre a exocitose e liberação fisiológica da</p><p>noradrenalina na fenda sináptica. Vale destacar que a liberação da noradrenalina também</p><p>pode ocorrer a partir da ação de substâncias simpaticomiméticas (tiramina, anfetaminas) que</p><p>agem diretamente em receptores presentes nos neurônios pré-sinápticos (processo</p><p>independente de cálcio).</p><p>O término da transmissão noradrenérgica pode ocorrer a partir da sua captação por</p><p>receptores presentes na membrana do neurônio pré-sináptico (NET – transportador de</p><p>norepinefrina). No meio intracelular, a NA pode seguir dois caminhos distintos: degradação</p><p>enzimática que ocorre tanto nas células neuronais como nos tecidos periféricos ou</p><p>estocagem em vesículas que ocorre apenas nas células neuronais, que tem a capacidade de</p><p>armazenar o neurotransmissor em vesículas pré-sinápticas.</p><p>As enzimas monoaminoxidase (MAO) e catecol-O-metiltransferase (COMT) são</p><p>responsáveis pela degradação da noradrelina. Ressaltando que para que ocorra o</p><p>metabolismo a noradrenalina deve estar dentro da célula. A MAO pode ser encontrada em</p><p>células neuronais, tecidos periféricos (rim) eq principalmente no fígado. Enquanto, a COMT</p><p>apresenta concentrações significativas em tecidos periféricos, principalmente nos rins.</p><p>A MAO catalisa a reação de conversão das aminas presente nas monoaminas em</p><p>aldeídos. Nesse caso, pode atuar sobre as catecolaminas (monoaminas que apresentam o</p><p>grupo catecol – dopamina, noradrenalina e adrenalina). Existem duas isoformas da MAO</p><p>(MAO-A e MAO-B), cada isoforma será seletiva para monoaminas específicas. A COMT, por</p><p>sua vez, catalisa a reação de inserção de um grupo metila no grupo catecol.</p><p>Vamos rapidamente abordar como esses mecanismos podem estar relacionados ao</p><p>mecanismo de ação de fármacos que agem sobre a transmissão adrenérgicas. Os fármacos</p><p>podem atuar diretamente sobre os receptores adrenérgicos agindo como agonistas ou</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>23</p><p>antagonistas. Além disso, também podem atuar sobre o metabolismo enzimático das</p><p>catecolaminas e sobre os transportadores que participam da captura desses</p><p>neurotransmissores retirando-os da fenda sináptica.</p><p>Principais fármacos que atuam no SNP</p><p>Fármacos que atuam sobre a transmissão colinérgica</p><p>As principais classes de fármacos que atuam sobre a transmissão colinérgica são:</p><p>§ Agonistas muscarínicos</p><p>§ Antagonistas muscarínicos</p><p>§ Agonistas nicotínicos</p><p>§ Bloqueadores ganglionares</p><p>§ Bloqueadores neuromusculares</p><p>§ Anticolinesterásicos</p><p>Agonistas muscarínicos</p><p>Os agonistas muscarínicos são substâncias que mimetizam a ação da acetilcolina e</p><p>atuam estimulando os receptores muscarínicos. Os agonistas muscarínicos ou agentes</p><p>colinérgicos de ação direta apresentam efeitos prolongados quando comparados a Ach.</p><p>Os efeitos esperados a partir da ação dos agonistas muscarínicos são aqueles</p><p>associados a ativação do sistema nervoso parassimpático, certo? Então, como já</p><p>abordamos, esses efeitos seriam: olhos (contração do esfíncter da pupila – miose; contração</p><p>do músculo ciliar – visão para perto), coração (diminuição da frequência cardíaca –</p><p>cronotropismo negativo; redução da força de contração – ionotropismo negativo), vasos</p><p>sanguíneos (vasodilatação – ON), pulmão (contração dos músculos brônquios –</p><p>broncoconstrição; estimulação da secreção brônquica), TGI (aumento da motilidade e</p><p>relaxamento dos esfíncteres – diarreia), Bexiga (contração do detrusor e relaxamento do</p><p>trígono e esfíncter – micção), Glândulas (estímulo de secreções sudoríparas, lacrimais e</p><p>salivares).</p><p>§ Principais fármacos:</p><p>- Carbacol – éster sintético de colina</p><p>- Betanecol – éster sintético de colina</p><p>- Metacolina</p><p>- Pilocarpina – alcaloide de ocorrência natural</p><p>Os agonistas muscarínicos, em geral, não apresentam seletividade por subtipos de</p><p>receptores muscarínicos. Sendo assim, seu uso terapêutico acaba sendo restrito devido ao</p><p>a risco de ocorrência de efeitos adversos decorrentes da ativação colinérgica.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>24</p><p>O carbacol é empregado em procedimentos oftalmológicos como colírio para gerar</p><p>constrição da pupila e redução da pressão intraocular, efeito que auxilia em procedimentos</p><p>cirúrgicos como a cirurgia de catarata.</p><p>A pilocarpina também pode ser empregada como colírio empregado no tratamento</p><p>do glaucoma, quadro clínico no qual ocorre aumento da pressão intraocular. A partir do</p><p>efeito de constrição pupilar (miose), ocorre melhora no fluxo do humor aquoso, reduzindo</p><p>a pressão intraocular.</p><p>O betanecol, por sua vez, pode ser empregado no tratamento da retenção urinária.</p><p>Como vimos, o agonista vai agir gerando micção, efeito requerido em alguns distúrbios</p><p>urinários como a retenção urinária não obstrutiva pós-operatória e atonia neurogênica.</p><p>Nesse caso, o uso será sistêmico então apresenta maior risco de ocorrência de efeitos</p><p>adversos (miose, cefaleia, sudorese, hipotensão e dor abdominal).</p><p>Outro exemplo de agonista muscarínico é a metacolina, mas essa não é empregada</p><p>na clínica, somente em teste de broncoprovocação para medir a reatividade brônquica</p><p>de</p><p>pacientes asmáticos.</p><p>Antagonistas muscarínicos</p><p>Os antagonistas muscarínicos são substâncias que bloqueiam os receptores</p><p>muscarínicos e bloqueiam os efeitos da acetilcolina. Nesse caso, diferente dos agonistas,</p><p>alguns antagonistas apresentam certa seletividade para os subtipos de receptores</p><p>muscarínicos.</p><p>Os efeitos esperados a partir da ação dos antagonistas muscarínicos são aqueles</p><p>associados ao bloqueio da descarga autonômica parassimpática, certo? Então, como já</p><p>abordamos, esses efeitos seriam: olhos (relaxamento do esfíncter da pupila – midríase;</p><p>paralisia do músculo ciliar – ciclopegia), coração (aumento da frequência cardíaca –</p><p>cronotropismo positivo; aumento da força de contração – ionotropismo positivo), pulmão</p><p>(relaxamento dos músculos brônquios – broncodilatação; redução da secreção brônquica),</p><p>TGI (redução da motilidade e contração dos esfíncteres), Bexiga (relaxamento do detrusor e</p><p>contração do trígono e esfíncter – retenção), Glândulas (redução de secreções sudoríparas,</p><p>lacrimais e salivares).</p><p>Pessoal, irei abordar os principais antagonistas muscarínicos com auxílio de uma</p><p>tabela listando principiais efeitos, aplicações clínicas e possíveis efeitos adversos.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>25</p><p>Antagonista</p><p>muscarínico</p><p>Efeito</p><p>Aplicação Clínica/ Efeito adverso</p><p>(EA)</p><p>Atropina Alcaloide da beladona,</p><p>apresenta alta afinidade pelos</p><p>receptores muscarínicos. Sendo</p><p>assim, atua em todos os</p><p>subtipos de receptores</p><p>muscarínicos, provocando</p><p>aumento da frequência cardíaca</p><p>e força de contração do</p><p>coração, broncodilatação,</p><p>redução das secreções</p><p>salivares, sudoríparas, lacrimais</p><p>e brônquicas, dilatação da</p><p>pupila.</p><p>Exame de retina – causa midríase</p><p>e ciclopegia (colírio) mas pode</p><p>causar aumento da pressão</p><p>intraocular em pacientes com</p><p>glaucoma de ângulo fechado;</p><p>Bradicardia sinusal – aumenta</p><p>frequência e força de contração</p><p>do coração; Tratamento do</p><p>envenenamento por</p><p>anticolinesterásicos – antídoto</p><p>por via intravenosa;</p><p>Escopolamina Antagonista competitivo não</p><p>seletivo. Sendo assim, atua em</p><p>todos os subtipos de receptores</p><p>muscarínicos, provocando</p><p>aumento da frequência cardíaca</p><p>e força de contração do</p><p>coração, relaxamento da</p><p>musculatura lisa das vísceras,</p><p>broncodilatação, redução das</p><p>secreções salivares, sudoríparas,</p><p>lacrimais e brônquicas,</p><p>dilatação da pupila.</p><p>Antiemético (cinetose – enjoo de</p><p>movimento) – Bromidrato de</p><p>hioscina, disponível na forma de</p><p>adesivo transdérmico ou</p><p>intramuscular para uso pós-</p><p>operatório. O bromidato</p><p>ultrapassa facilmente a BHE,</p><p>pode causar sedação. EA:</p><p>xerostomia, visão turva,</p><p>taquicardia;</p><p>Antiespasmódico (cólica e dores</p><p>abdominais) – Butilbrometo de</p><p>escopolamina, não ultrapassa</p><p>com facilidade a BHE, menor</p><p>efeito sedativo.</p><p>Ipratrópio/</p><p>Tiotrópio</p><p>São derivados quaternários da</p><p>atropina. Antagonistas</p><p>competitivos não seletivos.</p><p>Sendo assim, atua em todos os</p><p>subtipos de receptores</p><p>muscarínicos, provocando</p><p>aumento da frequência cardíaca</p><p>e força de contração do</p><p>coração, relaxamento da</p><p>musculatura lisa das vísceras,</p><p>broncodilatação, redução das</p><p>secreções salivares, sudoríparas,</p><p>Broncodilatador – redução de</p><p>broncoespasmos, pode ser</p><p>empregado em pacientes com</p><p>asma ou doença obstrutiva</p><p>pulmonar crônica (DPOC).</p><p>Utilizada pela via inalatória</p><p>(aerossol), EA: tosse e</p><p>xerostomia.</p><p>O Tiotrópio é um análogo que</p><p>de duração mais longa podendo</p><p>ser administrado uma vez ao dia.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>26</p><p>lacrimais e brônquicas,</p><p>dilatação da pupila.</p><p>Tropicamida Antagonista não seletivo,</p><p>porém empregado na forma de</p><p>colírio gerando efeito de</p><p>relaxamento da musculatura da</p><p>pupila – midríase</p><p>Uso oftálmico – duração da ação</p><p>menor que da atropina</p><p>Ciclopentolato Antagonista não seletivo,</p><p>porém empregado na forma de</p><p>colírio gerando efeito de</p><p>relaxamento da musculatura da</p><p>pupila – midríase e paralisia do</p><p>músculo ciliar – ciclopegia</p><p>Uso oftálmico – ciclopegia e</p><p>midríase, ação mais longa que da</p><p>Tropicamida e mais curta que da</p><p>Atropina; empregado no</p><p>tratamento de alguns estados</p><p>inflamatórios do olho e como</p><p>auxiliar diagnóstico</p><p>Pirenzepina Atua especificamente sobre os</p><p>receptores M1 presentes nas</p><p>células parietais do estômago,</p><p>reduzindo a secreção ácida</p><p>Tratamento da úlcera péptica –</p><p>desuso</p><p>Dicloverina Antagonista competitivo não</p><p>seletivo. Sendo assim, atua em</p><p>todos os subtipos de receptores</p><p>muscarínicos, provocando</p><p>aumento da frequência cardíaca</p><p>e força de contração do</p><p>coração, relaxamento da</p><p>musculatura lisa das vísceras,</p><p>broncodilatação, redução das</p><p>secreções salivares, sudoríparas,</p><p>lacrimais e brônquicas,</p><p>dilatação da pupila.</p><p>Antiespasmódico – Síndrome do</p><p>intestino irritável e na doença</p><p>diverticular do colón.</p><p>Diciclomina/</p><p>Glicopirrolato</p><p>Antagonistas competitivos dos</p><p>receptores M3 – relaxamento da</p><p>musculatura lisa do TGI</p><p>Síndrome do intestino irritável,</p><p>diarreia leve – EA: retenção</p><p>urinária, taquicardia, confusão.</p><p>Galamina Antagonista seletivo, pouco</p><p>potente, dos receptores M2</p><p>Não é empregado na clínica</p><p>devido a risco de taquicardia</p><p>grave em função da seletividade</p><p>cardíaca (receptores M2)</p><p>Oxibutinina/</p><p>Darifenacina/</p><p>Tolterodina/</p><p>Solifenacina</p><p>Antagonista competitivos</p><p>seletivos dos receptores M3 –</p><p>relaxamento da musculatura lisa</p><p>das vísceras.</p><p>Tratamento da incontinência –</p><p>inibe a micção, empregado na</p><p>incontinência com urgência e</p><p>espasmos pós-operatório</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>27</p><p>Percebam que muitos fármacos não são seletivos, fato que restringe seu uso devido</p><p>ao risco aumentado de efeitos adversos/toxicidade. Nesse caso, a ação ocorre em mais de</p><p>um subtipo de receptor muscarínico. Sendo assim, as aplicações clínicas dos fármacos não</p><p>seletivos são restritas e principalmente para uso local.</p><p>Entretanto, abordamos também fármacos seletivos para os receptores M3 e que são</p><p>empregados para uso clínico específico que envolve o relaxamento da musculatura lisa das</p><p>vísceras.</p><p>Agonistas nicotínicos</p><p>Os agonistas nicotínicos ou gangliomiméticos atuam gerando estímulos nos</p><p>receptores nicotínicos ganglionares e receptores nicotínicos das placas motoras terminais.</p><p>Nesse caso, a partir do estímulo dos neurônios pós-ganglionares presentes nos</p><p>gânglios periféricos, temos a ativação do sistema nervoso parassimpático e simpático. O</p><p>efeito obtido inicialmente está relacionado ao estímulo de ambos os gânglios autônomos,</p><p>seguido por efeito depressor. Dessa forma, temos aumento da atividade simpática no tecido</p><p>cardíaco (taquicardia), vasoconstrição periférica, midríase, aumenta da salivação, aumento</p><p>do motilidade do TGI, sistema respiratório (inicialmente estímulo mas depois pode ter</p><p>parada respiratória em função da dessensibilização dos receptores), redução do apetite</p><p>(estimula o centro da saciedade), queda de temperatura cutânea (devido a vasoconstrição),</p><p>aumento do metabolismo hepático, liberação de diversos hormônios (cortisol, vasopressina).</p><p>O principal agonista nicotínico é a nicotina obtida a partir das folhas de tabaco. A</p><p>nicotina pode ser absorvida pelas mucosas e pele íntegra e tende a acumular-se no fígado,</p><p>rins e cérebro. O seu metabolismo, em geral, ocorre predominantemente no fígado e</p><p>eliminada pela via renal.</p><p>A nicotina pode causar dependência e com a parada abrupta gerar síndrome de</p><p>abstinência caracterizada por sintomas como irritabilidade, impaciência, dificuldade de</p><p>concentração e disforia.</p><p>O uso terapêutico da nicotina está associado ao tratamento da dependência de</p><p>indivíduos fumantes, através de doses reduzidas de nicotina (adesivos transdérmicos,</p><p>gomas) diminuindo os efeitos da síndrome de abstinência.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>28</p><p>Antagonistas nicotínicos</p><p>Os antagonistas nicotínicos serão divididos em dois tipos de agentes diferentes:</p><p>bloqueadores ganglionares e os bloqueadores neuromusculares. Essa divisão existe, pois</p><p>os receptores nicotínicos estão presentes nos gânglios autônomos (parassimpático e</p><p>simpático) e na junção neuromuscular.</p><p>Os fármacos bloqueadores ganglionares não apresentam seletividade pelos gânglios</p><p>autônomos e do Sistema Nervoso Entérico. Dessa forma, agem inibindo completamente os</p><p>impulsos nervosos do SNA nos receptores nicotínicos. Sendo assim, seu efeito é complexo</p><p>e imprevisível, cujos efeitos esperados podem incluir: paralisia do TGI, hipotensão, perda</p><p>dos reflexos cardiovasculares, inibição das secreções, comprometimento da micção dentre</p><p>outros.</p><p>Os principais fármacos bloqueadores ganglionares são a tubocurarina, hexametônio</p><p>e trimetafano. Esses fármacos (hexametônio, trimetafano) já foram empregados para o</p><p>tratamento da pressão arterial, em função da sua capacidade de gerar hipotensão.</p><p>Entretanto, esse uso já está obsoleto.</p><p>O trimetafano é único exemplo ainda empregado na clínica para produzir hipotensão</p><p>controlada em curtos períodos (ação curta) durante alguns procedimentos cirúrgicos.</p><p>Os fármacos bloqueadores neuromusculares são empregados na clínica como</p><p>adjuvantes do processo anestésico, em função da capacidade de gerar paralisia da</p><p>musculatura, facilitando a intubação do paciente.</p><p>Os bloqueadores neuromusculares podem agir através de dois mecanismos de ação</p><p>distintos:</p><p>§ Bloqueadores não despolarizante – agem através antagonismo competitivo com a Ach</p><p>nos receptores nicotínicos presentes na junção neuromuscular. A ação desses fármacos</p><p>ocorre no sistema nervoso somático motor e são empregados em associação com</p><p>anestésicos ou fármacos sedativos. Exemplos de bloqueadores não despolarizantes:</p><p>atracúrio, vancurônio, vecurônio, rocurônio e mivacúrio. A diferença existente entre eles</p><p>reside no tempo de início da ação e duração do efeito (relacionada ao metabolismo do</p><p>fármaco. Na tabela abaixo trago informações a respeito do tempo de início de ação e</p><p>duração do efeito.</p><p>Fármaco Início da ação Duração de Ação</p><p>Atracúrio Intermediária Intermediária (</p><p>alquila). Caso a enzima já tenha perdido esse</p><p>grupamento não é possível regenerar. Além disso, destaco que a pralidoxima não alcança o</p><p>SNC, portanto não reverte os efeitos gerados no SNC.</p><p>Bom pessoal, já estamos finalizando nosso estudo acerca dos fármacos que atuam</p><p>sobre a transmissão do colinérgica. Entretanto, para que você possa gabaritar todas as</p><p>questões que surgirem do assunto, trouxe algumas outras substâncias que tem ação sobre</p><p>a transmissão colinérgica.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>31</p><p>(FUNDEP – UFVJM-MG – 2017) Em relação aos fármacos que atuam no sistema nervoso</p><p>autônomo, assinale a alternativa CORRETA.</p><p>a) A pilocarpina, ao se ligar no receptor muscarínico, induz bradicardia e aumento da</p><p>velocidade de condução do estímulo elétrico, particularmente no nódulo atrioventricular,</p><p>efeitos que podem ser revertidos pela amiodarona.</p><p>b) A atropina é um fármaco regenerador da acetilcolinesterase, empregado no tratamento</p><p>da intoxicação por inseticidas organofosforados.</p><p>c) O ciclopentolato é um fármaco anticolinérgico que promove miose e paralisação de</p><p>acomodação (ciclopegia), e apresenta capacidade de reduzir a pressão intraocular.</p><p>d) A escopolamina é um fármaco antimuscarínico que atravessa facilmente a barreira</p><p>hematoencefálica deprimindo a atividade do sistema nervoso central, empregado na prática</p><p>clínica como antiemético.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa A está incorreta. A pilocarpina é um fármaco agonista muscarínico que atua</p><p>principalmente sobre os receptores muscarínicos M3. Dessa forma, possui efeito por</p><p>exemplo sobre a musculatura que gera constrição pupilar. Entretanto, os receptores</p><p>muscarínicos presentes no tecido cardíaco são os receptores M2, que quando estimulados</p><p>geram bradicardia. Além disso, a amiodarona é um fármaco que atua sobre receptores</p><p>adrenérgicos, sendo empregada no tratamento de arritmias cardíacas.</p><p>A alternativa B está incorreta. O fármaco empregado como regenerador de</p><p>acetilcolinesterase, que é empregado no tratamento da intoxicação por inseticidas</p><p>Mecanismo Efeito Substância</p><p>Bloqueio da liberação de Ach</p><p>causando redução da contração muscular</p><p>Anticolinérgico Toxina Botulínica</p><p>Bloqueio da captação de colina com</p><p>consequente depleção na</p><p>síntese de Ach</p><p>Anticolinérgico Hemicolínio</p><p>Bloqueio do armazenamento de</p><p>Ach em vesículas</p><p>Anticolinérgico Vesamicol</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>32</p><p>organofosforados é a pralidoxima. A atropina com antagonista muscarínico pode ser</p><p>utilizado para reverter efeitos produzidos pela exacerbação da transmissão colinérgica.</p><p>A alternativa C está incorreta. O ciclopentolato é um fármaco antagonista muscarínico que</p><p>produz midríase em não miose como descrito na alternativa. De fato, gera ciclopegia</p><p>resultado da paralisia do músculo constritor da pupila. Entretanto não reduz a pressão</p><p>intraocular.</p><p>A alternativa D está correta. A escopolamina é um fármaco antimuscarínico que atravessa</p><p>facilmente a barreira hematoencefálica deprimindo a atividade do sistema nervoso central,</p><p>empregado na prática clínica como antiemético para o tratamento da cinetose (enjôo de</p><p>movimento).</p><p>(INSTITUTO AOCP – Prefeitura de João Pessoa-PB – 2018) Prestes a entrar em cirurgia, um</p><p>paciente recebeu atracúrio por via intravenosa como complemento à anestesia. O</p><p>atracúrio é um fármaco que causa paralisia muscular por bloqueio não despolarizante, ou</p><p>seja, atua como antagonista competitivo dos receptores de acetilcolina. Qual tipo de</p><p>fármaco pode ser usado para reverter seu efeito?</p><p>a) Antibióticos aminoglicosídeos.</p><p>b) Bloqueadores ganglionares.</p><p>c) Anticolinesterásicos.</p><p>d) Bloqueadores neuromusculares despolarizantes.</p><p>Comentários:</p><p>A alternativa C está correta. Pessoal, questão bem tranquila. Só lembrar que os</p><p>Bloqueadores não despolarizante, são antagonistas competitivos reversíveis dos receptores</p><p>nicotínicos, na junção neuromuscular. Dessa forma, podemos reverter seus efeitos através</p><p>do uso de fármacos anticolinesterásico pois aumentam a concentração de acetilcolina que</p><p>pode deslocar o antagonista do receptor</p><p>Fármacos que atuam sobre a transmissão noradrenérgica</p><p>As principais classes de fármacos que atuam sobre a transmissão noradrenérgica são:</p><p>§ Agonistas adrenérgicos (agonistas α1, α2, β1 e β2)</p><p>§ Antagonistas adrenérgicos (antagonistas α não-seletivos, antagonistas α1, α2,</p><p>antagonistas α e β e antagonistas β-adrenérgicos ou β-bloqueadores)</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>33</p><p>Agonistas adrenérgicos</p><p>Os agonistas adrenérgicos são fármacos que estimulam os receptores do Sistema</p><p>Nervoso Simpático. Dentre os agonistas, temos aqueles que não são seletivos, portanto,</p><p>atuam sobre receptores α e β adrenérgicos.</p><p>E quais seriam os efeitos esperados a partir da ação desses agonistas não seletivos?</p><p>Os efeitos obtidos a partir da ativação do sistema nervoso simpático que estão associados</p><p>a respostas do tipo “luta ou fuga”. Esses efeitos são: aumento da frequência e força de</p><p>contração cardíaca, relaxamento da musculatura do TGI e contração dos esfíncteres</p><p>gastrintestinais e da bexiga, broncodilatação e midríase.</p><p>Os agonistas não seletivos, como a noradrenalina e adrenalina, são empregados no</p><p>manejo clínico da parada cardiovascular e do choque. Em geral, os demais agonistas</p><p>utilizados na prática clínica são seletivos para receptores adrenérgicos específicos.</p><p>Vamos abordar os agonistas seletivos:</p><p>§ Agonistas α1 seletivos – os receptores α1 adrenérgicos estão distribuídos por diversos</p><p>tecidos e órgãos, como já vimos anteriormente. Entretanto, seu principal uso clínico dos</p><p>agonistas α1 seletivos se relaciona ao efeito vasoconstritor produzido por esses</p><p>fármacos. A fenilefrina e a oximetazolina, estão disponíveis como soluções orais e sprays</p><p>nasais que são empregados como antigripais, devido a vasoconstrição que produzem na</p><p>mucosa nasal com consequente redução da congestão. A fenilefrina, inclusive, está</p><p>presente em comprimidos utilizados como antigripais. Em caso de uso sistêmico dessas</p><p>substâncias, principalmente a fenilefrina, podem ocorrer efeitos adversos como arritmia</p><p>e devido a vasoconstrição sistêmica. O uso local, dependo da dose administrada</p><p>(sobredose) e do tempo de uso também geram absorção sistêmica.</p><p>§ Agonistas α2 seletivos – os receptores α2 adrenérgicos estão distribuídos nos vasos</p><p>sanguíneos, ilhotas pancreáticas, plaquetas, no TGI e SNC. O uso clínico dos agonistas</p><p>α2 seletivos se relaciona a seus efeitos inibitórios sobre o sistema simpático. Lembram</p><p>que os receptores α2 estão presentes na membrana dos neurônios pré-sinápticos e são</p><p>responsáveis pelo processo de retroalimentação negativa? Dessa forma, quando</p><p>ativados pelo agonista suspendem a liberação de transmissores adrenérgicos e,</p><p>consequentemente, reduzem o efeito simpático. Os fármacos seletivos possuem ação</p><p>central com efeitos periféricos, atuam reduzindo o estímulo das vias simpáticas do SNC</p><p>para a periferia. A clonidina, guanfacina e a metildopa são exemplos de fármacos</p><p>agonistas α2 seletivos, que são empregados no tratamento da hipertensão arterial</p><p>sistêmica. A brimonidina é um exemplo da classe utilizada para outra aplicação clínica,</p><p>seu uso local é recomendando no tratamento do glaucoma em função da capacidade de</p><p>reduzir a pressão intraocular.</p><p>Rafaela Gomes</p><p>Aula 01</p><p>Farmácia p/ Concursos - Curso Regular</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>39471799600 - Naldira Luiza Vieria</p><p>34</p><p>Agonistas α2 seletivos</p><p>Metildopa – penetra no neurônio pré-sináptica através do processo de</p><p>captura específico de catecolaminas. No meio intracelular será metabolizada</p><p>originando a α-metilnoradrenalina. A α-metilnoradrenalina é um falso</p><p>neurotransmissor</p>

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