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Abordagens Clássicas e Contemporâneas sobre Superpopulação e Território

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Abordagens Clássicas e Contemporâneas sobre Superpopulação e Território
Maria da Conceição Borges Andrade
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Objetivo: Interpretar criticamente as abordagens concernentes à superpopulação e território.
Sumário:
1. Geografia e espaço geográfico
2. Superpopulação: abordagens
		2.1 Malthusiana.
2.2 Neomalthusiana
2.3 Eco-neomalthusiana
2.4 Marxiana
2.5 Reformista
3. Território: abordagens 
3.1 Jurídico-política-relacional
3.3 Econômica
4. Gestão e Ordenamento territorial
5. Considerações Finais
6. Referências
7. Avaliação 
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Geografia e espaço geográfico
Objeto: Sociedade Humana mediante Espaço Geográfico
Sociedade
Natureza
Técnica
Espaço geográfico
Espaço banal
Organização Espacial
Território Usado
Paisagem
Região
Lugar
Território
Sistema
 de Objetos
Sistema 
de Ações
Forma
Função
Escala
Processo
Estrutura
Tempo
Totalidade
Santos, 1985, 2003
Santos, 1996
Santos, 1978
Categorias Internas
Categorias Externas
Trialética
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População, Território e Superpopulação
População: Conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que vivem num mesmo espaço, sendo “base e sujeito de toda atividade humana” (Damiani, 2006).
Território: Produto da interação de agentes que atuando no e através do espaço geográfico, realizam e impõem seus projetos (políticos e econômicos) e suas intenções, mediante relações de poder, controle, domínio e uso de uma determinada extensão (contínua ou não) do mesmo. 
Superpopulação: Estado de um espaço geográfico cujos recursos são insuficientes para suprir as necessidades da população. 
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Superpopulação
Fatores: 
Tamanho (população absoluta).
Densidade (população relativa).
Razão: População/recursos sustentáveis disponíveis.
Distribuição e uso dos recursos.
Causas: 
Crescimento da taxa de nascimento,
Declínio na taxa de mortalidade, 
Imigração, 
Insustentabilidade ambiental, 
Depleção dos recursos.
Resultado: 
Competição por recursos
Redução da qualidade de vida. 
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Superpopulação X Território
Território A
População : 10
Recursos: 9
População Ótima: 200
Sobrepopulação: 1
Situação: Superpopulação
Território B
População: 100
Recursos: 200
População Ótima: 200
Sobrepopulação: 0
Situação: Subpopulação
Ambiente
Superpopulação
Relativa
Absoluta
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2000
1900
1800
I C.Petróleo
Eco 92
II C.Petróleo
Muro Berlim
II Guerra
I Guerra
Depressão
R. Russa
R. Francesa
I Revolução Industrial
II Revolução Industrial
III Revolução Industrial
R.Verde
Ótimo
 Populacional
Transição
 Demográfica
Neomalthusiana
Econeo
malthusianismo
Malthusiana
Marxiana
Reformista
Culturalista
Território X Superpopulação 
Técnico-científico-inform.
Técnico
Demangeon
Sorre
George
La Blache
Acumulação
 Fordista
Acumulação
 Flexível
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Malthusiana (anti-utópico; empirismo lógico)
Homem: abstração
Crescimento populacional: causa superpopulação e seus males (miséria, fome, doenças, guerras, competição).
Bem estar das massas: melhoria temporária. 
Superpopulação Absoluta (superpovoamento): 
Lei Natural: Crescimento demográfico X meios de subsistência.
Impede desenvolvimento econômico.
Igualdade social: 
Estimular nascimentos e pobreza (“mal necessário”). 
Propostas: 
Equilibrar crescimento demográfico X produção dos meios de subsistência. 
“Ótimo da população”: 
recursos para todos.
Controlar natalidade:
sujeição moral e casamento tardio
rebaixamento salarial.
População (PG))
Alimentos(PA)
Gráf3
		1		1
		2		2
		4		3
		8		4
		16		5
		32		6
		64		7
		128		8
		256		9
População
Alimentos
anos
milhões
População X alimentos: crescimento
Plan1
		
		
		
		
		
		
								População		Alimentos
								1		1
								2		2
								4		3
								8		4
								16		5
								32		6
								64		7
								128		8
								256		9
Plan1
		
População
Alimentos
anos
milhões
População X alimentos: crescimento
Plan2
		
Plan3
		
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 Malthusiana: Avaliação Crítica 
Limitação: crescimento econômico e recursos.
Dinâmica populacional: determinante do desenvolvimento sócio-econômico.
Ideologia: 
Ocultar:
Formas concretas e históricas e suas manifestações sociais particulares; 
Desigualdade nas relações de troca entre diferentes países;
Contradições do sistema capitalista:
Superprodução de alimentos X fome 
Desperdício de alimentos: mercado
Legitimar o processo civilizatório capitalista:
Ações imperialistas;
Políticas: reacionária (interna) e agressiva (externa
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Neomalthusiana (analítico-quantitativa)
Pós-guerra: reformas urbanas e crescimento demográfico mundial (2 a 6 bilhões em 50 anos) 
Ênfase sócio-econômica
Desenvolvimento: condição para a transição da fecundidade.
Subdesenvolvimento X Superpopulação:
Investimentos não produtivo X investimentos produtivos
Desequilíbrio: mercado de trabalho X excesso de mão-de-obra: 
redução salarial e marginalização.
Ações governamentais e organizações supra-nacionais (FMI, Banco Mundial, ONU)
Políticas demográficas e econômicas
Controle natalidade: Planejamento Familiar 
Modelo: família nuclear com um filho
Métodos contraceptivos 
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Neomathusiana: Avaliação Crítica
Países ricos: manutenção dos preços dos alimentos (destruição, estocagem e limitação da produção).
Países pobres: programas de controle de natalidade e desrespeito aos direitos humanos (esterilização em massa).
Indústria farmacêutica: influência e favorecimento.
Ocorrência da transição da fecundidade:
Qualquer contexto sócio-econômico
Países com baixo grau de modernização
Superpopulação justifica (Harvey): 
Repressão de classe (étnica, colonial, neocolonial)
Consumismo
Desperdício
Desenvolvimento: Capitalismo e Imperialismo
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Econeomalthusiana (pós Eco/92)
Foco: desenvolvimento econômico e questões ambientais.
Superpopulação: degradação ambiental.
Redução do ritmo de crescimento dos países pobres ameaça o funcionamento dos sistemas naturais.
Proposta: reduzir população e preservar recursos ambientais.
Oculta:
Desequilíbrio no uso dos recursos mundiais
Produção da poluição.
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Consumo Energético
Poluição
População
Centro X Periferia
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Marxiana (Anti-capitalismo; Dialética materialista)
Homem: Agente transformador da sociedade
Reprodução das desigualdades sociais.
Contradições do processo civilizatório capitalista:
“Desenvolvimento desigual e combinado” 
Super-produção de alimento X baixo poder de compra do trabalhador
Desigualdades sociais X mobilização da sociedade
Exploração: recursos naturais e força de trabalho 
Superpopulação Relativa:
Resultado das desigualdades sociais 
Reprodução e acumulação capitalista:
regulação salarial e “exército de reserva”.
Pobreza: Impossível a apropriação dos recursos mediante força trabalho.
Igualdade social: Objetivo da revolução social
Crescimento populacional: conseqüência do subdesenvolvimento
Declínio da taxa de natalidade:
Alfabetização 
Inserção da mulher no mercado de trabalho
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Reformista
Revoluções industrial e tecnológica (agricultura e indústria) incrementaram:
Capacidade de produção
Resolveram o problema da sobrevivência humana
Pobreza:
Originada pela má distribuição de renda
Não ocasiona superpopulação
Estado deve implementar reformas sociais:
Incentivar tecnologia de produção
Distribuição eqüitativa da renda
Acesso universal às riquezas produzidas
Combate à pobreza
Equilibrar população X produção
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Marxiana: propostas
Eliminar estrutura de classes
Reduzir concentração de renda
Melhorar condições de vida da população
Incrementar investimento estatal: Saúde e Educação
Equilibrar População X forças produtivas e relações sociais de produção 
Melhorar distribuição de renda: Propriedade coletiva dos meios de produção.
Superpopulação relativa X Revolução tecnológica: 
Processo do trabalho
Produtividade
Revolução social e luta operária:
Socializar e coletivizar meios de produção
Garantir distribuição eqüitativa das riquezas. 
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Território
Abordagens
Materialista
Naturalista
Econômica
Idealista
Jurídico-Política-Relacional
Cultural
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Jurídico-político-relacional
Fundamento material do Estado (Ratzel, 1980)
Área de dominação estatal
Espaço vital
e fonte de recursos: 
Solo (natureza, recursos): dimensão física 
Estado: dimensão política 
Espaço ótimo:
Existência de um grupo humano
Território e atividade política (Freund, 1977)
Relações de poder (Raffestin, 1993) 
Controle: fluxos e acesso
Espaço de inclusão e exclusão 
Territorialidade (Raffestin, Soja, Sack):
Processo de constituição dos territórios
Estratégia espacial: 
afetar, influenciar, controlar (recursos e pessoas). 
controle de uma área. 
Fundamentos: Poder, Intenção, Controle, Apropriação e Identidade 
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Econômica
Recursos: fonte, acesso e controle (Godelier, 1984).
Conteúdo: técnicos e políticos
Uso (econômico) define o território (Santos,1994).
Território em si (forma)
Território usado = espaço geográfico = “arena de conflitos 
Intencionalidade dos agentes (locais ou remotos):
Hegemônicos (valor de troca, recurso, mercadoria)
Hegemonizados (valor de uso, refúgio, abrigo)
Estrutura global da sociedade
Complexidade do uso: Agente e objeto da ação.
Híbrido:
Território-zona (contigüidade)
Territórios-rede em rede (movimento e conexão)
Multi-escalar: territórios múltiplos e multiterritórios (Haesbaert, 2006) 
Resultante de: vetores locais X globais
Síntese (temporária): processos locais X globais.
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Ordenamento e Gestão Territorial
Conteúdos do Território:
Político: (macro-poderes e micro-poderes)
Integrador: Estado (gestor e distribuidor)
Ordenamento (Planejamento) do território:
Utilização sustentável dos recursos ambientais nos territórios.
Assimetria de poder dos agentes territorializados
Gestão do território: 
Diferentes escalas, agentes sociais, poder e capacidade de gestão. 
Países periféricos:
Iniqüidades territoriais e sociais: 
Lógica da globalização
Inserção (subalterna e dependente) na divisão internacional do trabalho
Mediação do Estado-nação
Materialização nos lugares
Absorção e reprocessamento (maior ou menor resistência).
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Esgotamento recursos ambientais
Corporações transnacionais: 
Exploração e gestão dos recursos
Pressão sobre recursos ambientais
Produção dos padrões mundiais de consumo: mídia
Populações dos países periféricos
Pouca pressão
Submissão ao modelo de desenvolvimento definido
grupos econômicos
países ricos.
Trabalhadores pouco qualificados
Exclusão do mercado de trabalho formal: informalidade
Vulnerabilidade à degradação ambiental
Exploração predatória dos recursos naturais.
Sobrevivência e reprodução dos grupos sociais
Depende de ações definidas exogenamente
Resultam:
Clandestinidade
Vulnerabilidade aos riscos
Má remuneração.
Precarização do trabalho.
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Considerações
Interpretação crítica das abordagens sobre superpopulação e território. 
1) Geografia e espaço geográfico
2) Abordagens da superpopulação:
Malthusiana (Neomalthusiana, Eco-neomalthusiana): 
Superpopulação absoluta: causa da pobreza,
Proposta: controle da natalidade,
Oculta: desigualdades sociais, legitimação processo civilizatório capitalista.
Marxiana (Reformista):
Superpopulação relativa: resultado da desigualdades sociais,
Proposta: revolução social para eliminar classes sociais; educação e melhoria condições de vida da população.
3) Abordagens sobre Território 
Jurídico-política-relacional. 
Espaço vital e ótimo de população, controle dos recursos 
Econômica:
Uso do território pelos atores sociais.
4) Gestão e Ordenamento territorial: 
minimizar a assimetria de poder entre os diferentes agentes.
Crescente irrelevância da crise social.
Agenda "ambiental": interesses exógenos países centrais.
Tensão escalar dos processos: dialética local-global.
Dificuldade para reorientar o padrão de consumo dos recursos naturais globais: Assimetria e consolidação do poder; falta alternativas;Corrupção
Desenvolvimento sustentável endógeno e equitativo para todos.
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Referências
BRÜ, J. Medio ambiente: poder y espetáculo. Barcelona: Icaria Editorial; 1997.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Editora Paz e Terra; 1999.
COX, K.R. Redefining "territory". Political Geography Quarterly N.10, p. 5-7, 1991. 
DAMIANI, A. L. População e geografia. São Paulo: Contexto, 1991.
HARVEY, D. População, Recursos e a Ideologia da Ciência. In: Seleções de Textos 7- Associação do geógrafos Brasileiros- Seção São Paulo, São Paulo, 1981.
RAFFESTIN, C. Por uma geografia do poder. São Paulo: Editora Ática; 1993.
SACK, R. Human territoriality. Cambridge: Cambridge University Press; 1986.
SANTOS, M. A natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996.
SINGER, P. Dinâmica populacional e desenvolvimento. São Paulo: Hucitec, 1976.
SOJA, E. Geografias pós-modernas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor; 1993.
VARGAS, H. C. População e meio ambiente na entrada do terceiro milênio: em busca de uma nova ética. Anais do XI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP. Belo Horizonte, 1998. (p. 3055- 3075). Em: http://www.abep.org.br/ Acesso em: 16/07/2003

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