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Capacidade de Campo

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52
DETERMINAR A CAPACIDADE DE CAMPO DE UM SOLO 
 
O solo é um reservatório de água para as plantas, e todas as 
práticas de manejo de água em agricultura visam à manutenção de seu 
nível de água em condições ideais para o desenvolvimento das culturas. 
Entre 1931-1949, Veihmeyer e Hendrickson introduziram 
definitivamente o conceito hoje conhecido como capacidade de campo. 
De acordo com esses autores, a capacidade de campo é a quantidade de 
água retida pelo solo depois que o excesso tenha drenado e a taxa de 
movimento descendente tenha decrescido acentuadamente, o que 
geralmente ocorre dois a três dias depois de uma chuva ou irrigação em 
solos permeáveis de estrutura e textura uniformes. Essa definição mostra 
claramente que a capacidade de campo (CC) se refere a um 
comportamento dinâmico do perfil do solo no que concerne à 
distribuição de água e não a uma característica intrínseca. O resultado – 
a quantidade de água retida no solo e que pode ser expressa em massa de 
água retida, por unidade de massa de matriz (kg.kg-1), volume de água 
retido por unidade de volume do solo (m3.m-3) ou uma altura de água 
(cm, mm) – depende das condições iniciais de molhamento do solo e das 
condições de contorno do sistema solo-água. Trata-se de um processo 
dinâmico, variável no espaço e no tempo. 
Sabe-se que a água utilizada pelas plantas é retida por forças 
variáveis e sua utilização depende e corresponde a determinadas 
pressões de extração e sucção. Se uma planta se desenvolve num solo 
que não está recebendo água desde um certo tempo, ela começa a 
murchar, primeiro nas horas quentes do dia, mas recobra sua 
turgescência durante a noite; se a escassez de água permanece, a planta 
se apresenta definitivamente murcha, pois sua força de sucção não é 
mais suficiente para extrair água do solo. A esta força de sucção 
denomina-se ponto de murcha permanente (PMP). 
O ponto de murcha permanente, junto com a capacidade de 
campo, constitui uma importante informação da umidade do solo 
relacionada com a prática de irrigação. Portanto, é fundamental o 
conhecimento técnico da capacidade de campo e do ponto de murcha 
permanente para um melhor planejamento e execução de trabalhos de 
irrigação. 
A capacidade de campo pode ser determinada através do método 
direto (in situ) e indireto (no laboratório). 
 53
CONDIÇÕES DE CAMPO 
Procura-se escolher uma área mais ou menos uniforme com 
relação a declividade, cor, microrelevo, etc., de tamanho 2,0 m2, 
procedendo-se uma limpeza, com auxílio de uma enxada retira-se 
resíduos orgânicos não decompostos e em fase de decomposição, pedras, 
etc. Procura-se dividir a área de tal maneira a ser ter uma área útil de 1,0 
m2. Após a demarcação da área, coloca-se água uniformemente 
distribuída na área total (2,0 m2), até que o solo fique saturado, em 
seguida cobre-se a área com um plástico, a fim de evitar perdas por 
evaporação. 
Vinte e quatro horas após o encharcamento da parcela, retiram-
se amostras com duas repetições nas profundidades 10 a 15 cm e 25 a 30 
cm, procurando-se retirar as amostras diagonalmente opostas uma da 
outra na área útil considerada. As amostras devem ser retiradas, com 
auxílio de um trado, diariamente, durante um período de sete dias, 
colocando-se em latinhas de tara conhecida, determinando-se logo em 
seguida o peso do solo úmido de cada amostra e colocando-se em estufa 
por um período de 48 horas a 105-110oC para determinar o peso do solo 
seco das amostras, de modo a quantificar a água retida em cada ponto. 
 
Exemplo de cálculo: profundidade de 10 a 15 cm 
Tara da latinha: 59,23 g 
Peso da amostra úmida: 321,90 g 
Peso da amostra seca: 249,44 g 
 
Cálculo da quantidade de água retida (g): (peso amostra úmida + tara) – 
(peso da amostra seca + tara) 
Cálculo da quantidade de água retida: 321,90 – 249,44 = 72,46 g 
 
Cálculo da porcentagem de água retida na profundidade de 10 a 15 cm: 
W% = (Pa/Ps) x 100 
Onde: W% é a porcentagem de água na profundidade de 10 a 15 cm; Pa 
é a quantidade de água existente na profundidade de 10 a 15 cm 
e Ps é o peso da amostra de solo seco (105oC). 
 
Então: W% = (72,46/190,2) x 100 = 28,09%. 
 
 54
CONDIÇÕES DE LABORATÓRIO 
Pode-se utilizar amostras de solos coletadas nas áreas escolhidas 
para determinar a CC em campo, antes de molhar a área, 
correspondentes às profundidades de 10 a 15 cm e 25 a 30 cm. Essas 
amostras devem ser secas ao ar e depois passadas em peneiras de 2,0 
mm. Tubos de acrílico com 30 cm de comprimento e de 5 cm de 
diâmetro interno devem ser cheios, uniformemente, com as amostras de 
solo, até dois centímetros da borda superior do tubo, deixando um 
espaço para colocação da água. Em cada coluna, adiciona-se água, com 
auxílio de um funil, sobre um disco de borracha para evitar a 
perturbação superficial das colunas. A água deve ser adicionada até 
atingir o meio da coluna (110 mL, em geral, é suficiente). Deve-se 
realizar pelo menos três amostras (24, 48 e 72 horas) com duas 
repetições. Após 24, 48 e 72 horas, as amostras devem ser coletadas a 
cada 2 cm, colocadas em latas previamente taradas e pesadas. Após as 
pesagens, levar em estufa a 105oC durante 48 horas. Depois de secas, 
pesar novamente e determinar a percentagem de umidade, seguindo o 
mesmo raciocínio utilizado para a CC a campo. 
 
Exemplo: 
Quadro 1. Teores de umidade encontrados pelo Método da Coluna na 
profundidade 10 a 15 cm 
 
Profundidade da amostra 10 a 15 cm 
24 horas 48 horas 72 horas 
Profundidade 
do solo na 
coluna (cm) Água (g) % umidade Água (g) % umidade Água (g) % umidade 
0-2 11,45 44,56* 15,5 42,01* 11,85 41,49* 
2-4 14,69 42,52* 13,72 38,40* 17,74 38,45* 
4-6 12,87 40,03* 13,47 38,25* 16,29 37,77* 
6-8 21,69 40,18* 11,72 38,00* 12,29 37,44* 
8-10 15,93 38,49* 14,98 37,01* 16,34 35,93* 
10-12 11,69 37,19* 10,93 36,25* 12,85 33,78* 
12-14 10,26 26,30 11,10 33,80 9,14 28,02 
14-16 2,70 5,77 8,67 25,90 3,97 26,00 
16-18 1,70 3,10 3,65 9,10 1,50 3,84 
18-20 0,56 2,22 0,98 2,53 0,89 2,32 
20-22 0,48 1,54 0,82 1,87 0,31 1,15 
22-24 0,41 1,53 0,78 1,77 0,72 1,91 
24-26 0,47 0,89 0,71 1,94 0,80 1,91 
Quadro 2 – Teores médios de umidade (de 0 a 12 cm) 
para o método das colunas em amostras de 
solo obtidas na profundidade de 10 a 15 cm 
 
Tempo (horas) % umidade 
24 40,49 
48 38,32 
72 37,47 
 
No presente exemplo, a CC foi melhor expressa na coluna determinada 
em 48 horas, sendo seu valor médio de 38,32%. (Para o cálculo da CC 
em cada repetição, tomam-se os valores dos teores de umidade que 
diferiram entre si em mais ou menos 1%. Calcula-se a sua média). 
 
CA PA CIDA DE DE CA MPO PELO
COLUNA DE SOLO
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 2 4 6 8 10 12 14
Profundidade
U
m
id
ad
e 
(%
)
 
 MÉTODO DA 
16 18 20 22 24 26
 (cm)
24 h
48 h
72 h
Figura 1 – Capacidade de campo de um solo pelo método da coluna de 
solo realizado em laboratório. 
 55
 56
 
Exercício: Determinar a capacidade de campo de um solo dado em aula 
prática de acordo com os resultados obtidos no laboratório. 
 
Dados 24 h Dados 48 h Dados 72 h Umidade (%) 
Vasilha Tara (g) úmido seco úmido seco úmido seco 
Solo 
Prof. 
(cm) 24 h 48 h 72 h 
1 19,34 43,83 37,64 43,50 37,40 41,08 36,16 2 33,8 33,8 29,3 
2 17,43 46,16 39,18 46,57 39,09 48,31 40,97 4 32,1 34,5 31,2 
3 16,87 47,34 39,39 48,59 40,28 48,22 40,35 6 35,3 35,5 33,5 
4 16,12 50,10 41,13 48,80 40,23 46,42 38,78 8 35,9 35,5 33,7 
5 14,33 43,80 36,22 46,40 38,03 45,92 37,93 10 34,6 35,3 33,9 
6 15,26 48,00 39,48 45,99 37,95 44,83 37,50 12 35,2 35,4 33,0 
7 14,70 44,46 36,64 44,26 36,40 44,80 37,28 14 35,6 36,2 33,3 
8 18,18 49,13 41,11 47,77 39,90 48,83 41,05 16 35,0 36,2 34,0 
9 18,91 48,95 41,17 48,37 40,63 48,77 41,27 18 35,0 35,6 33,5 
10 18,47 48,00 40,28 48,28 40,61 48,03 40,58 20 35,4 34,6 33,7 
11 18,35 48,07 40,32 48,58 40,71 46,67 39,60 22 35,3 35,2 33,3 
12 17,52 47,17 39,67 45,84 38,79 45,43 38,67 24 33,9 33,1 32,0 
13 17,83 47,26 39,93 45,86 39,23 47,32 40,52 26 33,2 31,0 30,0 
14 18,88 47,85 40,8844,52 39,86 47,15 41,63 28 31,7 22,2 24,3 
15 23,56 103,22 88,77 89,60 86,50 91,27 86,80 30 22,2 4,9 7,1 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA: 
REICHARDT, K. Capacidade de campo. Campinas, R. bras. Ci. Solo, 
n.12, p.211-216, 1988.

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