Prévia do material em texto
<p>Ergonomia no Trabalho em Abatedouros e Frigoríficos</p><p>LOGO</p><p>2</p><p>Instrutor</p><p>Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa</p><p>Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa</p><p>Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa</p><p>Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa</p><p>aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa</p><p>José Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa</p><p>3</p><p>Conteúdo</p><p>01</p><p>02</p><p>03</p><p>04</p><p>05</p><p>06</p><p>Introdução</p><p>Base Legal</p><p>O que é Ergonomia</p><p>O trabalho em Abatedouros e Frigoríficos</p><p>Como melhorar a Ergonomia no Trabalho</p><p>Conclusão</p><p>4</p><p>PARTE 01</p><p>Introdução</p><p>5</p><p>A produção de alimentos à base de carne ou mesmo cortes para churrasco depende do trabalho dos abatedouros e frigoríficos.</p><p>Nesses locais ocorre o abate e processamento de bovinos, suínos, aves, pescados e outras espécies animais menos convencionais (como jacarés, por exemplo) onde são produzidos os cortes de carne e derivados de origem animal não necessariamente comestíveis, usados na indústria.</p><p>NR 36</p><p>7</p><p>Os abatedouros também podem ser chamados de matadouros.</p><p>Nesses locais, existe o abate, manipulação e equipamentos para a conservação da carne.</p><p>8</p><p>Nos frigoríficos ou matadouros-frigoríficos, além do abate e processamento de carne, existem instalações especiais de refrigeração.</p><p>9</p><p>Da atividade do frigorífico são gerados subprodutos e/ou resíduos como couros, sangue, ossos, gorduras, aparas de carne, tripas, animais ou partes condenadas pela inspeção sanitária.</p><p>10</p><p>Esses subprodutos e/ou resíduos possuem destinações como:</p><p>• Couro é utilizado em outras indústrias como de calçados, roupas, móveis, dentre outros.</p><p>• Sangue é utilizado em embutidos como morcela.</p><p>11</p><p>• Tripas passam por limpeza e secagem para comercialização para produção artesanal de embutidos (salame, linguiça, queijo-de-porco) ou usadas quando os embutidos são feitos na própria indústria.</p><p>12</p><p>Raspas de couro, ossos e tendões são usados na produção de gelatina.</p><p>13</p><p>Veja que são diversos produtos e a importância econômica do setor é enorme.</p><p>14</p><p>Para que esse importante trabalho seja produtivo e saudável, são necessários cuidados com o ambiente de trabalho, principalmente quanto à ergonomia, os quais serão tratados ao longo desta apostila.</p><p>15</p><p>PARTE 02</p><p>Base Legal</p><p>16</p><p>Tratando da saúde e segurança do trabalho, existem as Normas Regulamentadoras ou NRs, criadas pelo Ministério do Trabalho.</p><p>17</p><p>Das trinta e oito NRs, a NR 36, de Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados, trata sobre o trabalho nos locais onde ocorre a produção e processamento de produtos cárneos de origem animal.</p><p>18</p><p>Na NR 36, trata-se sobre ergonomia no trabalho em frigoríficos, cuidados quanto à refrigeração, dentre outros aspectos. Menciona-se a necessidade de uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) para ajustar esses aspectos ergonômicos a cada ambiente de trabalho, visto que existem várias atividades repetitivas a serem desempenhadas.</p><p>19</p><p>PARTE 03</p><p>O que é Ergonomia</p><p>20</p><p>O trabalho é uma parte muito importante na vida das pessoas, mas precisa ser feito de forma que não cause lesões e doenças ao trabalhador. Foi pensando nisso que surgiram os estudos em Ergonomia, assunto que mencionamos algumas vezes até aqui e que você vai entender melhor a partir de agora.</p><p>NR 36</p><p>21</p><p>A ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que adaptam o as condições de trabalho (máquinas, espaços e ferramentas) às características do ser humano.</p><p>22</p><p>Ela traz muitos benefícios ao trabalhador e à empresa, na medida que atende melhor às necessidades físicas, mentais e sociais dos trabalhadores.</p><p>23</p><p>Na figura ao lado, veja dois casos de ambiente de trabalho.</p><p>Em um deles, a postura do trabalhador e equipamentos favorecem a ocorrência de lesões e dores (indicadas em vermelho). No outro caso, a postura correta e o mobiliário tornam o trabalho mais saudável.</p><p>24</p><p>A ergonomia se aplica a uma variedade de ambientes de trabalho, incluindo fábricas, escritórios, hospitais, escolas, supermercados, atacadistas, mecânicas, trabalhos ao ar livre de limpeza urbana, dentre outros, e inclui os matadouros e frigoríficos.</p><p>25</p><p>Algumas das áreas de estudo da ergonomia incluem:</p><p>26</p><p>Design de produtos e equipamentos de trabalho</p><p>Design do ambiente de trabalho</p><p>Organização do trabalho</p><p>Avaliação de riscos</p><p>27</p><p>Design de produtos e equipamentos de trabalho:</p><p>A ergonomia busca desenhar produtos e equipamentos de trabalho que sejam fáceis de usar e que reduzam o esforço físico e mental dos trabalhadores</p><p>28</p><p>Design do ambiente de trabalho:</p><p>A ergonomia busca desenhar ambientes de trabalho que sejam confortáveis e seguros, incluindo iluminação, temperatura, ventilação, acústica, etc.</p><p>29</p><p>Organização do trabalho:</p><p>A ergonomia busca organizar o trabalho de maneira que seja eficiente e seguro, incluindo layout de fábricas, fluxo de trabalho, rotinas, etc.</p><p>30</p><p>Avaliação de riscos:</p><p>A ergonomia busca identificar e avaliar os riscos de lesões relacionadas ao trabalho, como a síndrome do túnel do carpo, lombalgias, tendinite, dentre outras, e propor medidas para minimizar esses riscos.</p><p>31</p><p>O objetivo das melhorias de Ergonomia é prevenir e reduzir os riscos de lesões relacionadas ao trabalho, melhorar a eficiência e a qualidade do trabalho e aumentar o bem-estar dos trabalhadores.</p><p>32</p><p>Existem algumas doenças comuns dentro dos ambientes de trabalho, chamadas de LER e DORT:</p><p>33</p><p>1</p><p>Lesões por esforços repetitivos (LER):</p><p>Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (DORT):</p><p>2</p><p>34</p><p>Lesões por esforços repetitivos (LER): um conjunto de doenças que atingem músculos, tendões e articulações dos membros superiores (braços, antebraços, mãos e ombros) e eventualmente os membros inferiores, com relação direta com as tarefas, ambientes e organização do trabalho.</p><p>35</p><p>Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, LER são a segunda causa de afastamento do trabalho no Brasil, atingindo 1 % dos trabalhadores da Região Sudeste. Costuma incidir mais na faixa etária entre trinta a quarenta anos.</p><p>36</p><p>1</p><p>Lesões por esforços repetitivos (LER):</p><p>Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (DORT):</p><p>2</p><p>37</p><p>Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho (DORT): inclui distúrbios inflamatórios e oriundos da compressão dos nervos. Os DORT surgem em atividades com sobrecarga física ou atividades com sobrecarga psíquica.</p><p>A necessidade de pensar a ergonomia e buscar soluções é algo bem antigo, que começou na Inglaterra, no século XVIII, com a Primeira Revolução Industrial. Com melhorias de ergonomia e outras medidas, é possível reduzir o surgimento de LER e DORT nos trabalhadores, baseando-se em anos de experiência e novas pesquisas no assunto.</p><p>Para que isso aconteça, é possível:</p><p>NR 36</p><p>39</p><p>• Fazer exercícios de aquecimento (ginástica laboral) antes do trabalho.</p><p>• Usar técnicas adequadas de movimentação de cargas, levantando objetos pesados com as pernas ao invés de usar as costas, evitar torcer o corpo na movimentação ou se abaixar dobrando os joelhos ao invés de dobrar a coluna.</p><p>• Realizar pausas evitando tensionar demais os músculos ou os nervos.</p><p>40</p><p>• Manter uma postura correta, com costas eretas, alinhamento de cabeça, ombros e quadril.</p><p>• Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como luvas, joelheiras, capacetes, cintos lombares, reduzindo o risco de lesões.</p><p>41</p><p>Além disso, algumas empresas vêm lançando as academias corporativas ou Corporate Fitness.</p><p>Esses espaços servem para treinamento físico dos empregados, o que melhora a qualidade de vida deles e proporciona benefícios às empresas como a redução de assistência médica.</p><p>42</p><p>Uma das formas de evitar LER, DORT e outras doenças que podem acontecer em decorrência do trabalho é a realização da ginástica laboral. Ela seria parte do pré-trabalho, antes de começar o serviço propriamente dito. A Ginástica Laboral teve seus primeiros registros em 1925, na Polônia.</p><p>43</p><p>Os operários se exercitavam com uma pausa adaptada a cada ocupação. Mais tarde, na década de 1960, países como Alemanha, Suécia, Bélgica, Japão e Estados Unidos da América tiveram suas primeiras experiências. A Nasa, Agência espacial dos EUA, fez uma pesquisa com 259 voluntários, obtendo resultados significativos.</p><p>44</p><p>Já no Brasil, os primeiros registros de ginástica laboral foram em 1901, sem esse nome, e de maneira formal, em 1973. A Fábrica de Tecidos Bangu e o Banco do Brasil foram pioneiros, com a criação da Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB).</p><p>45</p><p>Segundo o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), a elaboração de um programa de ginástica laboral é tarefa que pode ser realizada por profissionais das áreas de Educação Física e de Fisioterapia.</p><p>Esse programa de ginástica é muito importante para que os exercícios feitos sejam efetivos e ajudem a combater doenças.</p><p>46</p><p>Algumas empresas contrataram consultorias para a elaboração dos programas de ginástica laboral, de profissionais habilitados, e depois deram continuidade com funcionários próprios, chamados de multiplicadores.</p><p>47</p><p>Essa é uma prática perigosa, visto que não são profissionais da área, e pode gerar problemas trabalhistas às empresas por desvio de função.</p><p>48</p><p>Para elaborar o programa de ginástica laboral, o profissional vai conhecer a empresa, sua rotina, instalações, normas de segurança e riscos ambientais. É importante observar as estatísticas (números) das causas de afastamento, queixas frequentes e até a qualidade de vida.</p><p>49</p><p>Mais do que exercícios, pode ser necessário buscar atividades motivacionais dentro do programa.</p><p>A ginástica laboral pode ser de dois tipos, preparatória ou compensatória:</p><p>50</p><p>Preparatória: feita antes ou nas primeiras horas do início do trabalho, com duração de cinco a dez minutos. A ginástica laboral preparatória é constituída de aquecimentos ou alongamentos específicos para determinadas estruturas corporais envolvidas.</p><p>51</p><p>Uma pessoa que digita muito no computador (que trabalha nos escritórios do Frigorífico) pode ter uma ginástica preparatória com exercícios usando uma barra e estendendo as mãos, por exemplo. O objetivo é de aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e tendões.</p><p>52</p><p>Compensatória: ginástica laboral feita no meio da jornada de trabalho, sendo uma pausa ativa para executar exercícios de compensação. Ela é praticada no ambiente de trabalho mesmo, em meio às máquinas, mesas de escritório ou refeitório.</p><p>53</p><p>Os exercícios envolvidos são de descontração muscular e relaxamento, para reduzir a fadiga e prevenir LER, DORT e outras doenças.</p><p>54</p><p>Existem vários benefícios associados à prática da ginástica laboral, tais como:</p><p>55</p><p>• Combater LER e DORT.</p><p>• Evitar o sedentarismo, estresse, depressão e ansiedade.</p><p>• Melhorar a flexibilidade, força, coordenação, ritmo, agilidade e resistência.</p><p>• Reduzir a sensação de fadiga ao final da jornada.</p><p>• Favorecer o relacionamento social e o trabalho em equipe.</p><p>56</p><p>• Desenvolver a consciência corporal.</p><p>• Reduzir as despesas por afastamento médico à empresa.</p><p>• Reduzir acidentes e lesões.</p><p>• Aumenta a produtividade e a qualidade do trabalho.</p><p>57</p><p>É muito importante contatar um profissional especializado para a definição das séries de exercícios da ginástica laboral. Alongamentos, dentro das séries de exercícios, objetivam recuperar a flexibilidade devido à inatividade ou a algum ferimento.</p><p>58</p><p>Algumas dicas ajudam a obter o máximo rendimento nos alongamentos:</p><p>• Não fazer movimentos abruptos.</p><p>• Fazer pelo menos dez minutos de alongamento lento antes e durante o trabalho.</p><p>• Não tenha pressa e faça movimentos de forma suave, lenta, inclusive enquanto estiver trocando de exercício.</p><p>59</p><p>• Fique na mesma posição de alongamento por trinta segundos, pelo menos.</p><p>• Ao alongar, o normal é sentir uma resistência suave. Se houver sinal de dor, não é normal: é preciso reduzir a intensidade.</p><p>• Respire de forma profunda e lenta, mantendo a respiração durante o alongamento.</p><p>• Faça alongamentos de maneira frequente, sendo melhor fazer seis séries ao longo do dia do que trinta e seis em uma vez só.</p><p>60</p><p>• Em caso de contusão aguda é melhor evitar alongar, pelo menos até recomendação de especialista.</p><p>• Em caso de dores que durem mais de dois dias ou piora dos sintomas após os alongamentos, deve-se consultar um médico.</p><p>61</p><p>PARTE 04</p><p>O trabalho em abatedouros e frigoríficos</p><p>62</p><p>A matéria-prima do trabalho em abatedouros e frigoríficos não é produzida junto à fábrica.</p><p>O gado bovino ou outros animais são criados por produtores rurais e, vendidos e transportados (geralmente por caminhões) até o local de abate.</p><p>NR 36</p><p>64</p><p>Desde o século XVI, na Europa, começaram os primeiros registros sobre preocupação com bem-estar animal. Na legislação brasileira sobre o tema, o decreto-lei 24.645 de julho de 1934 é pioneiro.</p><p>65</p><p>Mais do que um simples trato adequado no manejo, ele é necessário para a qualidade dos produtos e para a segurança do trabalhador no setor de matadouro. São animais diferentes, com diferentes tipos de manejo pelos produtores.</p><p>66</p><p>Alguns serão mais dóceis, enquanto outros podem ser bastante arredios. Além disso, o transporte aumenta o nível de estresse dos animais e a separação deles dos seus grupos originais traz desorientação, visto que também são animais sociais.</p><p>67</p><p>Os animais que chegam ficam confinados por um pequeno período. Não há alimentação, apenas hidratação e uma inspeção ante-mortem. É feito um banho de aspersão e depois os animais são encaminhados em um brete para o local de abate.</p><p>68</p><p>Antes de que ocorra o abate propriamente dito, os animais são insensibilizados. Esse procedimento serve para deixar o animal instantaneamente inconsciente. Com essa insensibilização, não haverá tempo para dor no abate.</p><p>69</p><p>A insensibilização dos bovinos usa técnicas como pistola de dardo cativo ou ferramenta pneumática (como na imagem anterior). Aves e suínos recebem corrente elétrica. Os passos a seguir descritos indicam como ocorrem os trabalhos com bovinos.</p><p>70</p><p>ATENÇÃO PROFISSIONAL SST</p><p>Caso seu frigorífico trate de outros animais não descritos aqui, você pode adaptar o conteúdo.</p><p>71</p><p>A morte dos animais ocorre por hipovolemia, que é uma perda grande de sangue e que compromete o funcionamento de órgãos.</p><p>Logo após a insensibilização, os animais são pendurados e é feita a incisão (corte) dos grandes vasos que saem do coração, o que leva à sangria. Ela não deve ser feita sem a certeza de que a insensibilização foi bem-sucedida.</p><p>72</p><p>A sangria ocorre por três minutos, sem manipulação. O bovino segue na praia-de-vômito para ser retirado o conteúdo que escorre da boca. No final da canaleta de sangria são retiradas as orelhas e serrados os chifres. Os mocotós dianteiros podem ser tirados nesse momento ou no início da plataforma de esfola.</p><p>73</p><p>A esfola é a retirada do couro e separação da carne. Pode ser realizada com equipamentos de tração ou corte com facas.</p><p>São realizadas a esfola do traseiro, dianteiro, lateral da carcaça, e da cabeça, assim como a retirada dos mocotós traseiros, retirada do úbere (fêmeas) ou vergalho (machos). A oclusão (fechamento) do reto ocorre para evitar a contaminação da carcaça com material fecal.</p><p>74</p><p>Após, a carcaça é levada para a chamada área limpa. A cabeça é desarticulada, o cupim aberto e então ela é separada do pescoço. Também é feita a oclusão do esôfago, com o mesmo objetivo da feita no reto.</p><p>75</p><p>O conjunto cabeça e língua segue para inspeção. Ocorre a serragem do peito e a abertura da cavidade torácica para a evisceração – retirada dos órgãos internos da carcaça, separando as vísceras brancas (sistema digestório) das vermelhas (coração, pulmão, dentre outros).</p><p>76</p><p>É um momento crítico</p><p>e precisa de cuidado para evitar a contaminação. As vísceras vão para bandejas e seguem para a inspeção post mortem.</p><p>77</p><p>A formação das meias carcaças é feita com serras elétricas segundo o cordão espinhal. A cada corte é feita a higienização com produto esterilizador.</p><p>Então são inspecionados os rins e feita a toalete das meias carcaças, que consiste em:</p><p>78</p><p>• Retirada do excesso de gorduras.</p><p>• Remoção de coágulos sanguíneos e contusões.</p><p>• Remoção do diafragma e medula espinhal.</p><p>79</p><p>Essa toalete é feita com a utilização de facas. Com a divisão, as meias carcaças são carimbadas, é medida sua massa em [kg]. Ocorre a lavagem com jatos a 38 °C para tirar esquírolas ósseas, excesso e manchas de sangue e coágulos.</p><p>80</p><p>Após, as peças vão para refrigeração podendo chegar a, no máximo, 7 °C. As peças saem da refrigeração apenas para o devido transporte aos pontos de venda, onde ocorre a separação em peças menores.</p><p>81</p><p>No caso de vendas em peças a vácuo, mais procedimentos de corte e preparação são necessários.</p><p>Para o manejo de suínos no abate, há algumas diferenças. Como não é um animal que passe por retirada de couro e haja algum aproveitamento econômico, após a sangria, os animais passam por escaldagem. Esse procedimento serve para amolecer os pelos dos animais antes que os mesmos sejam removidos pela depilagem.</p><p>Na saída da depiladeira, os suínos vão para uma mesa onde são expostos os tendões e pendurados em uma nórea, suspendendo o animal. Chicoteadores de borracha são usados para remoção da umidade da superfície corporal e depois é feita a flambagem – descontaminação por aquecimento em forno próprio.</p><p>NR 36</p><p>83</p><p>Finalizada a flambagem, chicoteadores de água removem pelos residuais. Uma última revisão por toalete manual é realizada, com uso de facas. Após, é feita a abertura de peito com cuidado para evitar a contaminação por material fecal.</p><p>84</p><p>A</p><p>Os suínos também passam por oclusão do reto, cortes ao redor dos testículos e desnuque.</p><p>85</p><p>B</p><p>. Após, de forma similar aos bovinos, é feita a remoção das vísceras brancas e a divisão de meia carcaça.</p><p>A</p><p>86</p><p>C</p><p>Os miúdos são retirados e a banha direcionada para o setor responsável por seu processamento.</p><p>A</p><p>B</p><p>87</p><p>D</p><p>Por fim, as carcaças são tipificadas quanto à espessura de toucinho e presença de músculo.</p><p>A</p><p>B</p><p>C</p><p>88</p><p>PARTE 05</p><p>Como melhorar a ergonomia no trabalho?</p><p>89</p><p>Condução ao abate</p><p>90</p><p>No brete, os trabalhadores precisam conduzir os animais para a local de abate. Como esse brete pode ser de altura igual ou maior do que os bovinos, geralmente o trabalhador fica sobre um piso lateral, onde fica mais alto do que os animais.</p><p>91</p><p>Na condução deles, infelizmente, algumas formas de manejo podem ser ergonomicamente inadequadas. Uma maneira é usar as mãos. Nessa forma, o trabalhador acaba se alongando demais para alcançar os animais e torcendo seu corpo.</p><p>92</p><p>Outra forma consiste no uso de bandeiras de qualquer material como sacos de ráfia, tecidos ou materiais que sejam flexíveis e gerem movimento. A bandeira precisa ter cabo com tamanho adequado e ser leve para permitir um trabalho ergonomicamente favorável.</p><p>NR 36</p><p>93</p><p>Veja na figura anterior que o profissional precisa projetar o corpo para frente. Também precisa esticar muito os braços para movimentar a bandeira.</p><p>A recomendação de manejo cuidadoso com os animais, além de bem-estar animal, evita acidentes. Podem ocorrer cortes, tombamento ou prensagem do trabalhador.</p><p>94</p><p>Alternância de posições</p><p>Quando vamos para dentro do ambiente de trabalho do frigorífico, já na área limpa, o ideal é que haja a alternância entre o trabalho em pé e sentado. Sempre que for possível, o ambiente de trabalho deve permitir essa alternância.</p><p>NR 36</p><p>96</p><p>Para o trabalho na posição sentada, a NR 36 indica um número mínimo de assentos. Podem ser fornecidos pelo menos um assento a cada três trabalhadores, ou o que for indicado na Análise Ergonômica do Trabalho.</p><p>97</p><p>Bancadas e equipamentos</p><p>98</p><p>Para trabalhos manuais, bancadas, esteiras, mesas, máquinas ou ainda as nórias (como a da figura abaixo) precisam atender a alguns requisitos.</p><p>99</p><p>São eles:</p><p>• Altura e superfície compatíveis com a atividade, altura dos olhos e altura do assento se o trabalho for sentado.</p><p>• Dimensões que evitem deslocamentos excessivos na posição de trabalho</p><p>• Não possuir rebarbas ou quinas vivas.</p><p>100</p><p>Durante os trabalhos, podem ser realizados serviços usando carrinhos manuais. Nesse caso, é importante que a altura dos pegadores seja adequada para a movimentação, em comparação ao porte de um indivíduo adulto.</p><p>101</p><p>Trabalho realizado sentado</p><p>102</p><p>Alguns trabalhos de frigorífico podem ser feitos na posição de trabalho sentado.</p><p>A preferência é do trabalho que possa ser alternado.</p><p>103</p><p>Quanto aos assentos, devem ter sistemas de ajuste da altura do assento que sejam de fácil manuseio.</p><p>O material utilizado deve permitir tanto o controle térmico como as necessidades higiênico-sanitárias.</p><p>104</p><p>Os pés precisam ter apoio adaptável ao comprimento das pernas do operador se, na posição sentado, não alcançar o piso. Esse apoio deve permir sobrepor toda a planta dos pés, mudança de posição e ter superfície antiderrapante. Em alguns casos, pode ser adquirido junto com a cadeira, ou ser um elemento separado.</p><p>105</p><p>Uma cadeira para trabalho ergonômico não pode ser de modelos como de praia e jardim, destinadas ao descanso ou outras finalidades.</p><p>106</p><p>Além da cadeira, a posição da bancada de trabalho deve possuir altura compatível e permitir a movimentação do trabalhador.</p><p>107</p><p>Trabalho em pé</p><p>108</p><p>Para o trabalho feito exclusivamente em pé, a posição dos equipamentos diversos e nórias deve evitar que sejam necessárias amplitudes (aberturas) muito grandes para a movimentação, com elevação de ombros, extensão grande de braços e nuca, flexão ou torção do tronco.</p><p>109</p><p>Quando a atividade permite, deve haver barras de apoio para alternância dos pês. Se possível, também, assentos próximos ao local de trabalho para a realização das pausas, dimensionados pelo mínimo de 50 % de quem irá ter essas pausas.</p><p>110</p><p>Acionamento de comandos</p><p>111</p><p>Alguns comandos no trabalho de frigoríficos podem ser feitos por pedais. Um exemplo é o acionamento de torneira por pedal, como o equipamento da figura a seguir.</p><p>112</p><p>No caso de máquinas e equipamentos acionados por pedais ou comandos repetitivos por outras partes do corpo, a NR 36 sugere que seja feita a alternância de atividades. A posição do comando também deve favorecer a movimentação corporal.</p><p>NR 36</p><p>113</p><p>Acionamento de comandos</p><p>Para os postos de trabalho, a NR 36 exige:</p><p>• pisos com características antiderrapantes, obedecidas as características higiênico sanitárias legais;</p><p>• sistema de escoamento de água e resíduos;</p><p>NR 36</p><p>115</p><p>• áreas de trabalho e de circulação dimensionadas de forma a permitir a movimentação segura de materiais e pessoas;</p><p>• proteção contra intempéries quando as atividades ocorrerem em área externa;</p><p>• limpeza e higienização constantes.</p><p>116</p><p>Os estrados que ajustam a altura do plano de trabalho para atividades em pé, devem ter características de tamanho e estabilidade que permitam a movimentação segura.</p><p>Não podem ser usados equipamentos com materiais improvisados.</p><p>117</p><p>Também é recomendado o uso de guarda-corpo para proteger o trabalhador em altura mais elevada. Caso esse guarda-corpo for inviável, outras medidas de segurança em substituição precisam ser tomadas.</p><p>118</p><p>Manuseio dos produtos e paletização frigorífica</p><p>119</p><p>O manuseio dos produtos pode ser realizado, entretanto é preciso ter atenção quanto à massa, tamanho e posição desses produtos quando são retirados pelo trabalhador para esse manuseio e depois destinados ao próximo posto de trabalho.</p><p>120</p><p>O manuseio dos produtos pode ser realizado, entretanto é</p><p>preciso ter atenção quanto à massa, tamanho e posição desses produtos quando são retirados pelo trabalhador para esse manuseio e depois destinados ao próximo posto de trabalho.</p><p>121</p><p>Recursos como esteiras de movimentação horizontal ou outros para o transporte vertical favorecem o deslocamento.</p><p>Caixas, bandejas, engradados e outros devem ser posicionados para facilitarem a pega, não terem quinas ou arestas salientes e serem estáveis.</p><p>122</p><p>Se não for possível eliminar o transporte manual de grandes cargas, deve-se alternar os trabalhadores e espaçar a necessidade que cada um tenha de realizar esse esforço. Apesar de que não pareça, o arremesso de produtos, sem esticar os membros, também é danoso ao trabalhador.</p><p>123</p><p>Os produtos também podem passar pela paletização frigorífica, que é o agrupamento de caixas menores em paletes.</p><p>Alguns aspectos podem melhorar a ergonomia desse processo, como:</p><p>124</p><p>• Uso de mesa elevatória hidráulica para evitar agachamentos repetitivos.</p><p>• Acima de 1,80 m na pilha sobre o palete, adeque a altura da esteira e use uma plataforma elevada, evitando lesões de ombro.</p><p>125</p><p>• Cada unidade precisa seguir o limite de massa (em [kg]) adequado ao trabalhador.</p><p>• Quando a pilha estiver no começo, deve-se agachar ao invés de dobrar a coluna ou outras posturas inadequadas.</p><p>126</p><p>Na figura a seguir, vemos um exemplo de paletização com produto de formato irregular, uma manta de charque. Nesse caso, além de se abaixar, o trabalhador precisa cuidar da estabilidade da pilha para evitar que escorregue e cause acidentes quando ocorrer o transporte para outro local.</p><p>127</p><p>Pausas de Trabalho</p><p>128</p><p>Parte dos cuidados ergonômicos se refere à existência de pausas periódicas de trabalho. Todas as áreas do ambiente frigorífico precisam dispor de relógios digitais para que o trabalhador possa controlar quais seus horários de trabalho e de pausa para recuperação, principalmente em caso de atividades mais repetitivas.</p><p>129</p><p>PARTE 06</p><p>Conclusão</p><p>130</p><p>O trabalho em frigorífico envolve várias situações desafiadoras quanto à saúde e segurança do trabalho.</p><p>131</p><p>A cada etapa desse trabalho, cuidados ergonômicos são necessários: na chegada dos animais e encaminhamento até o brete, postura reta e não excessivamente alongada, na realização dos cortes e oclusões, que as partes dos animais estejam acessíveis e em posição adequada.</p><p>132</p><p>Ao final do ciclo, a paletização precisa ser feita visando estabilidade da carga e redução dos agachamentos.</p><p>NR 36</p><p>No ambiente de trabalho, sempre que possível, deve existir alternância entre as posições em pé e sentada.</p><p>Outra alternância a adotar é entre trabalho e recuperação, tanto por conta da entrada em áreas refrigeradas de baixa temperatura, como para amenizar efeitos da grande repetitividade dos movimentos adotados.</p><p>NR 36</p><p>134</p><p>Esse assunto é muito importante e não se esgota aqui. Esperamos que você aprenda mais e mais e tenha um trabalho sempre muito produtivo e, o melhor de tudo, saudável.</p><p>Grande abraço e obrigado por apoiar nosso trabalho!</p><p>Herbert Bento</p><p>Escola da Prevenção</p><p>Não esquece de apagar esse slide!</p><p>Parabéns, Profissional SST!</p><p>Com os materiais que você adquire da Escola da Prevenção você estará apto a se tornar um dos profissionais SST de mais destaque na sua região.</p><p>2024 Escola da Prevenção</p><p>Obrigado</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.svg</p><p>.MsftOfcThm_Text1_lumMod_85_lumOff_15_Fill_v2 {</p><p>fill:#262626;</p><p>}</p><p>image5.png</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.jpeg</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image14.png</p><p>image15.jpeg</p><p>image16.jpeg</p><p>image17.png</p><p>image18.png</p><p>image19.png</p><p>image20.jpeg</p><p>image21.png</p><p>image22.jpeg</p><p>image23.jpg</p><p>image24.png</p><p>image25.jpeg</p><p>image26.png</p><p>image27.jpeg</p><p>image28.jpeg</p><p>image29.jpeg</p><p>image30.jpeg</p><p>image31.jpeg</p><p>image32.jpeg</p><p>image33.jpeg</p><p>image34.png</p><p>image35.png</p><p>image36.png</p><p>image37.jpeg</p><p>image38.png</p><p>image39.jpeg</p><p>image40.jpeg</p><p>image41.png</p><p>image42.jpeg</p><p>image43.png</p><p>image44.jpeg</p><p>image45.jpeg</p><p>image46.jpeg</p><p>image47.jpeg</p><p>image53.png</p><p>image54.emf</p><p>© 2023 Escola da Prevenção</p><p>image55.jpeg</p><p>image48.jpeg</p><p>image49.emf</p><p>image50.jpeg</p><p>image51.png</p><p>image52.png</p>