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4 - Correlações clínicas Berne - Transmissão sináptica

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Transmissão sináptica
Correlações clínicas
Berne
	 A importância do influxo de Ca2+ na terminação nervosa para iniciar a liberação de transmissor é ilustrada pela síndrome miastênica de Lambert-Eaton. Pacientes com essa síndrome têm fraqueza muscular e diminuição dos reflexos de estiramento. Esses pacientes produzem anticorpos contra os canais para Ca2+ em seus terminais nervosos motores. Consequentemente, o número de canais para Ca2+ decresce, havendo menor entrada de Ca2+ nas terminações nervosas e menos neurotransmissor sendo liberado em resposta a cada potencial de ação.
	 As assim chamadas alfa-toxinas do veneno de serpentes são responsáveis pela paralisação de suas presas. Essas toxinas se ligam a sítios de ligação de acetilcolina no receptor e impedem a ligação da acetilcolina, inibindo sua ação. Flechas envenenadas por imersão das pontas em curare, uma alfa-toxina extraída de certas plantas, são usadas por alguns índios sul-americanos para paralisar suas presas.
	 Pacientes com uma doença chamada miastenia grave são incapazes de manter a contração prolongada do músculo esquelético. Esses indivíduos têm anticorpos circulantes contra a proteína do receptor para a acetilcolina. Paciente com essa doença têm um menor número de receptores para acetilcolina na membrana plasmática pós-juncional e, consequentemente, os PPMs são menores. Os sintomas incluem fraqueza muscular e incapacidade de sustentar a contração muscular. Tratamentos com anticolinesterase aumentam acentuadamente a capacidade desses pacientes em manter contrações musculares.
	 Se um axônio motor é lesado, os receptores para acetilcolina, em todas as células musculares por ele inervadas, tendem a se dispersar por toda a membrana plasmática. As células musculares então se tornam sensíveis à acetilcolina aplicada em qualquer lugar da sua superfície; esse fenômeno é conhecido como super-sensibilidade de desnervação.
	 Déficits em vias envolvendo acetilcolina (vias colinérgicas) no cérebro têm sido implicados em algumas formas de demência senil (e..g, doença de Alzheimer). Tratamento com drogas anticolinesterásicas de ação prolongada, que penetram na barreira hematoencefálica, pode melhorar a função cognitiva em alguns indivíduos que sofrem dessa demência.
	 Neurônios que possuem altos níveis de dopamina são proeminentes nas regiões mesencefálicas, conhecidas como substância negra e tegumento ventral. Alguns dos axônios desses neurônios terminam no corpo estriado, onde participam do controle dos movimentos complexos. A degeneração de sinapses dopaminérgicas no corpo estriado ocorre na doença de Parkinson, e essa degeneração pode ser a maior causa do tremor muscular e rigidez que caracterizam essa doença. Tratamento de alguns pacientes com Parkinson com L-dopa, um precursor da dopamina, aumenta o controle motor.
	 Em contraste, a hiper-atividade da sinapse dopaminérgica pode ser envolvida em algumas formas de psicose. Clorpromazina e drogas anti-psicóticas relacionadas inibem os receptores de dopamina na membrana pós-sináptica e, assim, diminuem os efeitos da dopamina liberada pelas terminações pré-sinápticas.
	 Anestésicos gerais prolongam o tempo de abertura dos canais para cloreto dos receptores para GABA e, assim, prolongam a inibição de neurônios pós-sinápticos nas sinapses GABA-érgicas. Receptores para GABA podem ser o alvo principal dos anestésicos gerais.
	 O ópio e derivados são terapeuticamente úteis como potentes analgésicos (alívio da dor). Eles exercem seus efeitos analgésicos pela ligação a receptores opioides específicos. A ligação a seus receptores é inibida especificamente por um derivado da morfina, chamado naloxone.
	 Receptores para GABA-A são os alvos de duas maiores classes de drogas: benzodiazepínicos e barbitúricos. Benzodiazepinas (e.g., diazepam) são amplamente usadas como ansiolíticos e drogas relaxantes. Barbitúricos são usados como sedativos e anticonvulsivantes. Ambas classes de drogas se ligam a distintos sítios nos receptores para GABA e aumentam a probabilidade de abertura de canais para Cl-, em resposta ao GABA.
	 Toxinas produzidas por Clostridium botulinum causam uma doença conhecida como botulismo. Esse organismo produz várias toxinas que são proteases e que clivam especificamente as proteínas SNARE envolvidas na liberação de neurotransmissores. Toxinas botulínicas tipos B, D, F e G clivam a sinaptobrevina v-SNARE. A sintaxina t-SNARE é clivada por uma toxina botulínica tivo C, enquanto a SNAP-25, também uma t-SNARE, é clivada pelas toxinas botulínicas tipo A e E.

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