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<p>FICHAMENTO DE TEXTO</p><p>NOME: Bruna Pires de Camargo Domingues</p><p>RA: N5707G5</p><p>DATA: 28/08/2024</p><p>O texto examina o impacto das instituições carcerárias na sociedade e</p><p>como elas operam dentro do "dispositivo da criminalidade" descrito por Michel</p><p>Foucault e Gilles Deleuze. Essas instituições não apenas controlam e punem,</p><p>mas também moldam a percepção social sobre a criminalidade e os indivíduos</p><p>encarcerados. O sistema penal é abordado como uma engrenagem complexa</p><p>de discursos, práticas e instituições que contribuem para a estigmatização e o</p><p>medo social. Essa estrutura não é uma solução para o crime, mas um reflexo</p><p>das dinâmicas de controle social mais amplas.</p><p>O criminólogo Jock Young defende que a resposta penal não resolve os</p><p>problemas de criminalidade, mas revela um controle social mais profundo e</p><p>abrangente. A penalidade é vista como um sintoma de uma sociedade que utiliza</p><p>o sistema jurídico para controlar e estigmatizar os indivíduos, em vez de abordar</p><p>as causas subjacentes da criminalidade. Esse controle é exercido por meio de</p><p>uma complexa rede de instituições e práticas que perpetuam a marginalização e</p><p>a exclusão social.</p><p>Além disso, o texto critica o papel dos psicólogos dentro do sistema</p><p>prisional. Embora os psicólogos tenham a função de elaborar laudos e</p><p>avaliações, muitas vezes suas práticas acabam reforçando o sistema punitivo</p><p>em vez de oferecer uma verdadeira alternativa terapêutica. A produção de laudos</p><p>muitas vezes se torna uma mera formalidade que não contribui para a</p><p>reabilitação efetiva dos detentos, mas sim para a manutenção do controle e da</p><p>disciplina dentro das instituições carcerárias.</p><p>REFERÊNCIA: RAUTER, C. Clínica e estratégias de resistência: perspectivas para o</p><p>trabalho do psicólogo em prisões. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 19, n. 2, p. 42-47,</p><p>Aug. 2007.</p><p>TEXTO 2</p><p>O texto também menciona mudanças legislativas, como a Lei n.º</p><p>10.792/2003, que eliminou a exigência de exames criminológicos para certos</p><p>benefícios. Apesar dessa alteração legal, a prática de elaboração de laudos</p><p>pelos psicólogos não sofreu uma transformação significativa. A crítica aponta</p><p>para a necessidade de uma revisão mais profunda nas práticas e abordagens</p><p>utilizadas pelos profissionais da psicologia no sistema prisional.</p><p>A questão central é a necessidade de uma abordagem mais eficaz e crítica</p><p>dentro do sistema penal. Em vez de simplesmente seguir procedimentos</p><p>burocráticos, é crucial que os psicólogos e outros profissionais envolvidos</p><p>adotem estratégias de resistência e atuem contra as condições carcerárias</p><p>precárias e a lógica punitiva predominante. A mudança deve vir de um</p><p>reconhecimento da inadequação das práticas atuais e da busca por alternativas</p><p>que realmente contribuam para a reabilitação e a justiça.</p><p>Por fim, o texto sugere que uma revisão crítica das práticas carcerárias e</p><p>da atuação dos profissionais de saúde mental é essencial para transformar o</p><p>sistema penal. É fundamental adotar uma abordagem que vá além da mera</p><p>conformidade com as normas estabelecidas e que busque efetivamente</p><p>promover a justiça e a reabilitação dos indivíduos envolvidos. Essa</p><p>transformação requer um compromisso com a crítica social e a implementação</p><p>de estratégias que desafiem a lógica punitiva e promovam mudanças</p><p>substanciais no sistema carcerário.</p>