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Processos psíquicos e suas alterações
Os processos psíquicos e suas principais alterações na consciência, atenção, orientação, sensopercepção,
vivência de tempo e espaço, juízo, pensamento, afetividade e volição.
Prof. Diogo Bonioli Alves Pereira
1. Itens iniciais
Propósito
Conhecer as principais funções psíquicas abordadas pela psicopatologia e suas alterações é importante para
elaboração de planos de intervenção clínica, bateria de avaliação psicológica e processos de psicodiagnóstico
em todos os contextos de atuação do psicólogo.
Objetivos
Reconhecer as alterações da consciência, da atenção e da orientação.
Analisar as alterações da sensopercepção e da vivência do tempo e do espaço.
Avaliar as alterações do juízo de realidade e do pensamento.
Identificar as alterações da afetividade e da volição.
Introdução
O assunto deste conteúdo requer, primeiramente, a compreensão de alguns termos devido à delimitação de
alguns aspectos etimológicos das palavras que direcionam as terminologias utilizadas nas alterações mentais,
para depois entendermos as alterações psicopatológica intrínsecas às funções. Durante o estudo, você
perceberá termos técnicos, que podem ser ouvidos em alguns consultórios médicos, na avaliação psicológica
ou nos laudos clínicos dos profissionais da área de saúde. E, ao finalizar, você confirmará o quanto seu
vocabulário profissional se tornou mais enriquecido, tornando-se capaz de conversar com colegas da sua
profissão e das outras profissões que poderão fazer parte de uma futura equipe multidisciplinar.
Embora as dimensões biológicas e genéticas tenham fatores causais na saúde mental, precisamos
compreender que as dimensões psicológicas e emocionais também têm igual importância. Dedicar-se a este
estudo trará enormes ganhos para sua vivência profissional, pois, à medida que você dominar os conceitos
trabalhados, mais bem compreendido será pelos seus pares, obtendo mais êxito nos planos terapêuticos, com
melhor desempenho clínico. Assim, dividimos este conhecimento em quatro partes: as alterações da
consciência, da atenção e da orientação; alterações da sensopercepção e da vivência do tempo e do espaço;
alterações do juízo de realidade e do pensamento; e alterações da afetividade e da volição.
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1. Alterações de consciência, atenção e orientação
Definições de consciência
Costuma-se evocar como característica definidora dos seres humanos a sua capacidade de ter consciência.
Alguns autores nomeiam e apresentam esse processo como o único que nos torna humanos e, portanto,
capazes de sermos imersos nas qualidades de tempo e espaço. Logo, elaborar um conceito de consciência é
de extrema importância. 
A ciência neuropsicológica toma o conceito consciência como estado vígil, estado de vigilância,
acordado, lúcido. Para esse campo, a consciência tem uma ligação com o Sistema Ativador Reticular
Ascendente (SARA).
Em relação à Psicologia, por um lado, temos uma dimensão do conceito de consciência psicológica que
chamamos de consciência subjetiva, isto é, a forma como a atividade psíquica de um sujeito está voltada para
a realidade, é o modo como ele percebe e conhece a sua realidade e os objetos à sua volta. Trata-se da
relação do Eu com o ambiente. Por outro lado, a consciência objetiva pode ser definida como a soma total das
experiências de um sujeito.
Alterações normais da consciência
Não ficamos conscientes o tempo todo, nem temos consciência de todos os estímulos que nos cercam. Essa
variação da consciência acontece enquanto estamos acordados, quando escolhemos nossos objetos de
atenção e inibimos os outros, quando nosso corpo se adapta às diversas necessidades internas e externas.
Podemos dizer que existem três alterações normais da consciência:
Os ritmos circadianos.
O sono.
O sonho.
Os ritmos circadianos
Comumente conhecido como relógio biológico, os ritmos circadianos ou ciclos circadianos, são oscilações
fisiológicas naturais que organizam a temporalidade do nosso corpo para que ele consiga executar suas
diversas funções, tais como sentir fome, frio, sede, acordar ou ficar atento. Os ritmos circadianos são
autossustentados no período de 24 horas e é o que promove respostas eficientes aos desafios do ambiente
físico e social; adapta o organismo às mudanças externas de luminosidade, temperatura ou dor; possibilita o
processo de homeostase e imprime conjunção aos processos de funcionamento dos circuitos orgânicos.
Em outras palavras, ritmo circadiano permite
modular as diferenças entre os ambientes que
uma pessoa frequenta, suas necessidades
orgânicas e a otimização de energia para suas
tarefas de trabalho e da vida social. Quem tem
dificuldades quantitativas em funções que
dependem do ritmo circadiano poderá ter
transtornos psicológicos decorrentes dessas
perturbações. Dessa maneira, o humor, a
vontade, a atenção e outras funções mentais
de uma pessoa que, por exemplo, sofre de
insônia possuem profundas alterações que
causam sofrimento físico e mental para o
sujeito.
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O sono
O segundo tipo de alteração de que vamos falar é do sono. É um estado especial da consciência, que ocorre
de forma recorrente e cíclica nos organismos superiores. É um estado comportamental e uma fase fisiológica
normal e necessária ao organismo. Duas características importantes: o sono é endógeno, isto é, seus motivos
são internos do próprio organismo, e cíclico. 
Comentário
Durante o sono, o organismo restabelece funções importantes para seu funcionamento, mas ele pode
ser normal ou ter traços anormais. Conhecer esses traços é muito importante para avaliar se o seu
paciente “está dormindo bem ou não”, isto é, se tem um sono normal ou anormal. 
O sonho
O sonho sempre despertou a curiosidade e o fascínio dos seres humanos. Pela Psicanálise, o sonho passou
ser considerado como um escriba do inconsciente que possibilita a um conteúdo reprimido vir à consciência
com vias de ser realizado (FREUD, 1996).
A indicação para o tratamento dos sonhos anormais deve ser dirigida sob a lógica das abordagens
teóricas escolhida pelo profissional de Psicologia.
Do ponto de vista neuropsicológico, o sonho tem por função manter o sono, pois a manutenção deste último é
de suma importância para o restabelecimento das funções orgânicas e cognitivas.
Alterações patológicas da consciência
As alterações patológicas são classificadas como quantitativas, sindrômicas e qualitativas. As alterações
quantitativas da consciência podem ser subdivididas em rebaixamento do nível da consciência e perda
abrupta da consciência. 
Veja a seguir, como as alterações patológicas da consciência podem ser apresentadas: 
Alterações da consciência.
Alterações quantitativas
As alterações quantitativas estão associadas ao rebaixamento do nível da consciência e podem acontecer de
maneira gradual, isto é, em forma de rebaixamento gradual ou de modo abrupto.
Perdas graduais da consciência
Por definição e natureza, o rebaixamento do nível da consciência acontece de forma progressiva que varia
desde o estado desperto até o coma profundo. Chamamos o estado entre ambos os extremos de graus de
rebaixamento da consciência e são definidos em quatro alterações, em grau crescente, tomando o primeiro
como mais próximo do estado vígil e o último como ausência de toda atividade consciente, vejamos!
Obnubilação
1º Grau de rebaixamento do nível da consciência. É a alteração da
consciência leve ou moderada. Manifesta-se semelhante a um estado de
sonolência, a consciência apresenta-se turva. Tem uma diminuição de
clareza das sensações e lentidão para compreender e se concentrar. A
atenção apresenta-se diminuída, dirigindo-se apenas para o desejo de
dormir e o paciente não consegue integrar todas as informações
ambientais. Este primeiro grau já pode ser observado pelo
eletroencefalograma.
Torpor
2º Grau de rebaixamento do nível da consciência. Aqui, o paciente está
claramente sonolento e só responde se for chamado de forma enérgica,
porém, retornando ao estado de sonolência anterior. O paciente ainda
teme específicos para aprender a localizar
cada um dos sintomas em seus processos psicológicos e saber exemplificar e detectá-los nos transtornos.
Tudo isso é um processo que exige paciência, memorização e dedicação, mas acreditamos que a perfeição
virá com exercício e o tempo.
Podcast
Neste podcast, o professor Diogo reflete sobre a importância de o psicólogo conhecer e dominar a
nosologia em psicopatologia.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Pesquise o site da GCS (Glasgow Coma Scale), a organização que produz, pesquisa e mantém as atualizações
da Escala de Coma de Glasgow. Lá você poderá encontrar as escalas mais atuais, referências de artigos
técnicos e vídeos explicando como realizar a testagem de modo correto.
 
Para aumentar seus conhecimentos sobre os sentimentos, suas organizações, definições e linguagens,
recomendamos a leitura do livro A Linguagem dos Sentimentos, escrito por David Viscott e publicado pela
editora Summus Editorial. É um livro que já foi editado várias vezes e merece atenção pela profundidade
teórica e fácil linguagem.
Referências
ARISTÓTELES [384-322 A.C]. Órganon: Categorias, Da interpretação, Analíticos anteriores, Analíticos
posteriores, Tópicos, Refutações sofísticas. Tradução: Edson Bini. 3. ed. São Paulo: Edipro, 2016.
 
CASTRO, R. E. V. Delírio: quadro clínico e principais diagnósticos diferenciais. PEBMED. Consultado na internet
em: 6 out. 2021.
 
CHENIAUX, E.; A ABEP. Manual de psicopatologia. Tradução: ABMES. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabra Koogan,
2018.
 
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 3. ed. ed. Porto Alegre: Artmed,
2019.
 
FREUD, S. Obras psicológicas completas de Sigmund Freud: edição padrão brasileira. Em: A interpretação dos
sonhos (I). Tradução: Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
 
LAPLANCHE,J.; PONTALIS, J-B. L. Vocabulário da psicanálise. Tradução: Pedro Tamen. São Paulo: Martins
Fontes, 1992.
 
OLIVEIRA, N. COVID-19 pode deixar sequelas no sistema nervoso central, diz estudo. CNN Brasil. Consultado
na internet em: 27 out. 2021.
 
PEREIRA, D.; CAMPOS, L.M. Cognição social: crenças e sistemas de crenças. São Paulo: D7 Editora, 2020.
 
VANDENBOS, G. R. (ed.). Dicionário de Psicologia da APA. Porto Alegre: Artmed, 2010.
 
VOLTAIRE. Dicionário filosófico. Tradução: Ciro Mioranza; Tradução: Antonio Geraldo Silva. Sâo Paulo: Lafonte,
2018.
	Processos psíquicos e suas alterações
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Alterações de consciência, atenção e orientação
	Definições de consciência
	Alterações normais da consciência
	Os ritmos circadianos
	O sono
	Comentário
	O sonho
	Alterações patológicas da consciência
	Alterações quantitativas
	Perdas graduais da consciência
	Obnubilação
	Torpor
	Sopor
	Coma
	Perdas abruptas da consciência
	Lipotimia
	Síncope
	Alterações sindrômicas
	Delirium
	Atenção
	Estado Onírico
	Amência
	Alterações qualitativas
	Foco
	Margem
	Estados crepusculares
	Estado segundo
	Dissociação da consciência
	Transe
	Estado hipnótico
	Definições de atenção
	Psicologia da atenção
	Natureza da atenção
	Direção da atenção
	Amplitude da atenção
	Alterações quantitativas da atenção
	Hipoprosexia
	Hiperprosexia
	Aprosexia
	Alterações qualitativas da atenção
	Distração ou rigidez da atenção
	Distraibilidade ou labilidade da atenção
	Definições de orientação
	Orientação alopsíquica
	Orientação autopsíquica
	Orientação somatopsíquica
	Alterações da orientação
	Desorientação por redução do nível da consciência
	Desorientação apática
	Desorientação histérica
	Desorientação por desagregação
	Tipos de desorientação
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Alterações Sindrômicas da consciência
	Conteúdo interativo
	Alterações Qualitativas da consciência
	Conteúdo interativo
	A paraprosexia
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Alterações da vivência de tempo e espaço e da sensopercepção
	Definições da vivência de tempo e espaço
	Alterações da vivência do tempo e ritmo
	Ilusão da duração de tempo
	Atomização do tempo
	Inibição da sensação de fluir do tempo
	Desintegração do tempo
	Alterações da vivência de espaço
	Espaço exterior
	Espaço interior
	Definições da sensopercepção
	Alterações da sensopercepção
	Hiperestesia
	Hipoestesia
	Anestesia
	Analgesia
	Disestesia
	Parestesia
	Alterações qualitativas da sensopercepção
	Ilusão
	Atenção
	Alucinação
	Alucinações auditivas
	Alucinações musicais
	Alucinações visuais
	Alucinações olfativa e gustativa
	Alucinações cenestésicas e cinestésicas
	Alucinação autoscópica
	Alucinação hipnagógicas e hipnopômpicas
	Alucinose
	Pseudoalucinação
	Alterações qualitativas da sensopercepção e transtornos associados
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	As alterações no tempo e ritmo
	Conteúdo interativo
	Hiper e hipoestesia, Anestesia, Disestesia e Parestesia
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Alterações do pensamento e do juízo de realidade
	Elementos e processos do pensamento
	Conceitos
	Juízo
	Raciocínio
	Alterações dos elementos do pensamento
	Alterações do pensamento com causa nos conceitos
	Desintegração dos conceitos
	Condensação dos conceitos
	Saiba mais
	Alterações do pensamento com causa nos juízos
	Alterações do pensamento com causa no raciocínio
	Pensamento mágico
	Pensamento deirístico
	Pensamento inibido
	Pensamento vago
	Pensamento prolixo
	Pensamento concreto
	Pensamento deficitário
	Pensamento demencial
	Pensamento confusional
	Pensamento desagregado
	Pensamento obsessivo
	Pensamento ruminativo perseverativo
	Processos do pensamento
	Curso do pensamento
	Forma do pensamento
	Conteúdo do pensamento
	Alterações dos processos do pensamento
	O juízo de realidade
	Erro simples
	Juízo delirante
	Erros psicopatológicos
	Atenção
	Delírios
	Dimensão do delírio
	Estrutura do delírio
	Simples
	Complexos
	Não sistematizados
	Sistematizados
	Temas do delírio
	Grupo: delírios de perseguição
	Grupo: mecanismos de projeção
	Grupo: delírios depressivos
	Grupo: tipos menos frequentes
	O juízo de realidade e suas alterações
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Alterações do pensamento com causa no raciocínio
	Conteúdo interativo
	Alterações da forma do pensamento
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Alterações da afetividade e da volição
	A afetividade: conceitos e alterações
	Humor
	Emoção
	Sentimento
	Afeto
	Paixão
	Alterações da afetividade
	Alterações do humor
	Disforia
	Hipotimia
	Hipertimia
	Euforia
	Elação
	Irritabilidade
	Puerilidade
	Alterações da emoção
	Fobia ou fobia simples
	Fobia social
	Agorafobia
	Claustrofobia
	Pânico
	Alterações dos sentimentos
	Apatia
	Anedonia
	Sensação de falta de sentimento
	Alterações da paixão
	Ciúmes
	Inveja
	Dependência amorosa
	Volição: conceitos e alterações
	Intenção
	Deliberação
	Decisão
	Execução
	Alterações da vontade
	Hipobulia
	Abulia
	Impulsividade
	Compulsividade
	Impulsos e compulsões agressivas auto / heterodestrutivas
	Impulsos e compulsão de ingestão
	Impulsos e compulsões relacionados ao comportamento sexual
	Outros impulsos e compulsões
	Outras alterações da vontade
	A volição e suas alterações
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Definição básicas da afetividade
	Conteúdo interativo
	Diferenças entre medo, fobia ansiedade e angústia
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	5. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciasuma lucidez moral e sobre a intimidade.
Sopor
3º Grau de rebaixamento do nível da consciência. É um estado profundo
de turvação da consciência. O paciente só consegue ficar desperto após
um estímulo mais enérgico que no torpor. Existe inibição da motricidade e
o eletroencefalograma é globalmente lentificado com predominância de
ondas delta e teta.
Coma
4º Grau de rebaixamento do nível da consciência. Esse é o grau mais
profundo do rebaixamento do nível da consciência e se refere à perda
completa da consciência. A característica principal é a ausência
voluntária da consciência e, mesmo diante de um estímulo muito
enérgico, o rebaixamento não é revertido para a atividade desperta. O
estado de coma é subdivido em quatro graus de intensidade: semicoma,
coma superficial, coma profundo e coma dépassé, mais comumente
conhecido como morte cerebral.
Perdas abruptas da consciência
Os motivos das perdas abruptas da consciência são múltiplos, pois podem estar associados a causas
orgânicas ou psicológicas. Os quadros que mais produzem perdas abruptas da consciência são hipotensão
ortostática, hipoglicemia, crise dissociativa, crises convulsivas, como epilepsia, e síncopes por diversas
causas. Essas perdas abruptas podem ser transitórias, reversíveis ou irreversíveis, e são chamadas de
lipotimia e síncope.
Lipotimia
É uma perda parcial e rápida da consciência e
experimentada como uma sensação de
desmaio.
Síncope
É um colapso que provoca uma perda completa
e abrupta da consciência.
O termo desmaio é um termo genérico utilizado pelos médicos ou pelo senso comum para designar os
estados de síncope ou lipotimia. Igualmente, trata-se de uma perda abrupta da consciência, embora seja mais
reconhecido quando se trata de uma síncope.
Alterações sindrômicas
As alterações sindrômicas também são conhecidas como alterações psicopatológicas associadas ao
rebaixamento do nível da consciência. Um conjunto de sinais e sintomas psicopatológicos podem se formar a
partir do rebaixamento do nível da consciência. Isso se chama quadro sindrômico e conhecê-lo é muito
importante para delimitar o número possível de suas causas e facilitar o raciocínio clínico.
No caso do rebaixamento do nível da consciência, um paciente pode apresentar três síndromes:
Delirium
Estado onírico
Amência
Delirium
É um termo utilizado para designar a maior parte das síndromes confusionais mais agudas. Isso quer dizer que
o paciente aparenta estar confuso, seus pensamentos ambíguos e com conteúdo quase absurdo e sem lógica,
desatenção, distorções perceptuais, rebaixamento da memória e compreensão. Esse quadro interrompe o
• 
• 
• 
ciclo circadiano, desregula as funções psicomotoras e pode apresentar um estado emocional de perplexidade,
medo e irritabilidade.
Atenção
Para diferenciar o delirium, de um delírio ou alucinação, temos que conhecer a sua causa (nosologia) que
no delirium é sempre fisiopatológica. Assim, delirium é um rebaixamento de nível da consciência e o
delírio implica uma alteração do juízo. Importante destacar também que o delirium tem um início agudo,
podendo apresentar alterações no EEG (em 80% dos casos). 
Estado Onírico
Igualmente chamado de orinoide, refere-se a uma alteração da consciência em que o paciente percebe uma
turvação semelhante a um sonho muito real. Predomina-se um caráter cênico, com imagens complexas, com
detalhes, com traços de fantástico e, às vezes, terríficas.
Por ser uma atividade alucinatória visual, é comum os pacientes manifestarem gritos, sudorese e agitação
motora.
Amência
É um quadro de confusão mental, também decorrente do rebaixamento do nível da consciência, mas que se
difere dos outros estados pela total incoerência do pensamento e uma perplexidade típica de um sintoma
alucinatório. Atualmente, alguns profissionais preferem aplicar o termo delirium para os estados de amência.
Alterações qualitativas
Normalmente, podemos perceber todas as informações (externas ou internas) que se encontram dentro do
nosso campo da consciência. Nele contamos dois constructos: o foco e a margem.
Foco
É a parte central da consciência, a parte
iluminada.
Margem
É a parte da franja da consciência que, por não
ser iluminada, também é chamada de umbral.
Na margem estão os comportamentos automáticos e é onde acontecem as mensagens subliminares.
As alterações qualitativas da consciência acontecem nas variações do campo da consciência, de maneira que
o foco e a margem oscilam em suas qualidades e no modo de interpretar os conteúdos registrados por eles.
Conheça as cinco alterações qualitativas da consciência, a seguir:
Estados crepusculares
É um estado transitório como uma obnubilação leve da consciência, que
pode ser percebível, ou não, pelo paciente. A atividade e coordenação
motora automáticas permanecem mantidas, mas o foco da consciência
fica estreito, possibilitando ao indivíduo pensar poucas ideias e
sentimentos de cada vez. É comum apresentar comportamentos
explosivos e violentos, desordem emocional. Esses estados podem ser
observados com quadros de epilepsia, intoxicações por álcool, em
traumatismo craniano ou quadros dissociativos histéricos agudos.
Estado segundo
É um estado transitório com muitas semelhanças ao estado crepuscular.
Destaca-se como principal diferença a estranheza que o sujeito atribui às
suas funções psicomotoras. Justamente por não conseguir interpretar
suas ações motoras como da sua personalidade, cunhou-se o termo
estado segundo como uma segunda personalidade, mas descarta os
distúrbios clássicos de personalidade. A causa mais comum para exibição
desse estado são os choques emocionais intensos.
Dissociação da consciência
É um estado transitório em que o campo da consciência, o foco e a
margem são claramente divididos. Isso quer dizer que o paciente perde o
senso de unidade de sua personalidade, perdendo, assim, o senso da
realidade. Esse estado geralmente é ocasionado por acontecimentos de
intensa ansiedade e são comuns em pessoas com crise histérica e/ou
com diagnóstico de personalidade histriônica e borderline.
Transe
É um estado transitório, comumente associado com alguma causa
espiritual já conhecida pelo meio social, em que o paciente aparenta
estar dormindo, mas sob o efeito de uma atividade motora automática,
estereotipada e não voluntária. Nesse estado, o sujeito altera a margem
com o foco, de modo que a sua personalidade se move para a margem,
enquanto uma entidade toma-lhe o foco. Esse estado é semelhante ao
que se encontra nos fenômenos de incorporação nas religiões de
matrizes espíritas.
Estado hipnótico
É um estado transitório da consciência que, mediante uma sugestão, um
hipnotizador aumenta a atenção concentrada do indivíduo e estreita o
seu foco. Para um observador desatento, o estado de hipnose pode
parecer transe, mas estão ausentes os movimentos estereotipados e
automáticos; da mesma forma, a personalidade permanece no foco da
consciência, mas, dessa vez, estreitada e concentrada.
Definições de atenção
Podemos dizer que a atenção é a direção voluntária da consciência. É pela atenção que a consciência escolhe
seu objeto de foco, para obter maior clareza e nitidez, que poderá auxiliar a consciência a otimizar o seu
rendimento e alcançar maior desempenho do seu elemento de interesse. 
A atenção é complexa porque envolve o funcionamento de uma série de funções mentais elementares tais
como: selecionar, organizar, filtrar, inibir, alternar e sustentar um determinado objeto, interno ou externo, de
modo claro e vívido.
Psicologia da atenção
As funções psicológicas da atenção são avaliadas segundo a natureza, a direção e a amplitude. Observe a
tabela para melhor compreensão:
Funções Psicológica da Atenção Tipos
Natureza Atenção voluntária e atenção espontânea
Direção Atenção externa e atenção interna
Amplitude Atenção focal e atenção dispersa
Tabela: Funções Psicológica da Atenção.
Diogo Bonioli.
A seguir, entenda mais sobre as funções psicológicas de atenção:
Natureza da atenção
Divide-se em voluntária e espontânea. A atenção voluntáriaé a nossa capacidade de concentração e
está submetida à intencionalidade do sujeito em direcionar sua atenção para um objeto. A atenção
espontânea está relacionada ao interesse, portanto, tende ser momentânea e fortuita. Quando uma
pessoa tem dificuldade em concentrar-se, certamente passará a ser regida pela atenção espontânea,
isto é, alternará seu objeto de interesse diversas vezes.
Direção da atenção
Pode ser: interna ou externa. A atenção interna é aquela que se dirige para dentro do próprio sujeito.
Na atenção externa, o interesse maior está no mundo ou no corpo.
Amplitude da atenção
É dividida em focal e dispersa. A atenção focal é a função que mantém um objeto no centro da
consciência, isto é, no foco. A atenção dispersa é a função que se dedica ao campo da margem ao
foco, fazendo com que o campo da concentração seja menos delimitado.
Alterações quantitativas da atenção
As alterações quantitativas da atenção referem-se ao aumento ou à diminuição global da atenção. Dessa
maneira, altera as funções da natureza, da direção e da amplitude. São três as alterações quantitativas:
hipoprosexia, hiperprosexia e aprosexia. 
Agora, veja mais sobre as funções quantitativas de atenção:
Hipoprosexia
É a diminuição global da capacidade da atenção. Comum nos quadros de fadiga extrema, o quadro se
caracteriza pela dificuldade de perceber, compreender os estímulos, recuperar as informações da
memória e dificuldade em pensar, raciocinar e integrar estímulos.
Hiperprosexia
É o aumento global da capacidade da atenção, que gera a sensação de atenção acentuada. Comum
nos casos de fixação mental ou de mania.
Aprosexia
É a abolição total da capacidade da atenção, independentemente da intensidade do estímulo
aplicado. Comum nos quadros de demência e acidentes isquêmicos.
Alterações qualitativas da atenção
Essas alterações estão ligadas às alterações focais na atenção, isto é, em algumas capacidades específicas
associadas à função da atenção. As funções qualitativas são avaliadas com a utilização dos conceitos da
neuropsicologia e referindo-se diretamente à qualidade de vigilância (mobilidade) e de tenacidade.
Genericamente, costuma-se utilizar o termo
paraprosexia ou disprosexia para as alterações
acometidas na tenacidade e na mobilidade da
atenção. Entretanto, para uma vida anímica
saudável, uma pessoa tem que ter a
capacidade de: dar início e foco a uma
atividade consciente, sustentar a vigilância,
selecionar e inibir estímulos irrelevantes e
alternar o foco da atenção entre objetos.
Para empregar essas qualidades, usamos dois
conceitos da qualidade da atenção: a
tenacidade e a vigilância. A seguir, veja as definições das duas características (qualidades) opostas da
atenção:
Para conceituar a qualidade da atenção, utilizamos os termos hipertenacidade e hipotenacidade, referentes à
inflação e à diminuição da tenacidade, respectivamente; bem como hipervigilância e hipovigilância, que
apontam para aumento e diminuição da vigilância ou mobilidade da atenção.
O agrupamento dessas alterações gera as duas principais alterações qualitativas da atenção:
Distração ou rigidez da atenção
É um estado de hipertenacidade com
hipomobilidade da atenção. É um sinal de
superconcentração ativa da atenção sobre
determinados conteúdos com inibição de tudo
o mais.
Distraibilidade ou labilidade da atenção
É o contrário da distração. É um estado de
hipotenacidade com hipermobilidade da
atenção. Estado patológico de instabilidade
marcante e acentuada da atenção voluntária. O
indivíduo não consegue manter por longo
tempo sua atenção sobre um objeto.
Definições de orientação
A orientação é uma tecnologia essencial da consciência humana, que consiste na capacidade de situar a si
mesmo com relação ao ambiente, ao tempo, à sua atividade mental e sua experiência diante de estímulos
internos e externos. A orientação é extremamente fundamental para a sobrevivência, pois por ela se avalia
perigo externo, oscilações e mudanças no mundo ou no corpo, bem como a noção de planejamento e reflexão,
pois são duas posições que remetem ao tempo futuro e passado.
Como consequência da orientação, temos a organização mental. Pacientes organizados, isto é, com
nível intelectual dentro da normalidade e ausência de alucinação, são também chamados indivíduos
orientados.
Para compreender mais precisamente a capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente, podemos
classificar as funções da orientação em três instâncias: orientação alopsíquica, que se divide em orientação
temporal e espacial; orientação autopsíquica e orientação somatopsíquica.
Tenacidade 
É a capacidade de alguém sustentar sua
atenção em um estímulo por determinado
tempo.
Vigilância (ou mobilidade) 
É a capacidade de mudar o foco da
atenção diante da variação dos
estímulos.
Orientação alopsíquica
A orientação alopsíquica é a capacidade do paciente perceber o tempo e
espaço em que vive. Como é dividido em duas partes, dizemos que a 
orientação espacial se refere à capacidade de o paciente situar-se no
local exato em que está e sua geografia mais detalhada possível. E a 
orientação temporal é a capacidade de situar-se com relação à
percepção do tempo.
Orientação autopsíquica
Refere-se ao conhecimento que o indivíduo é capaz de emitir sobre si
mesmo, suas qualificações cíveis e dados particulares.
Orientação somatopsíquica
É a capacidade do indivíduo se referir como ele é afetado em relação ao
espaço em que vive. Essa orientação abrange informações sobre como
se sente naquele lugar em que está, se está sentido dor e onde, assim
como sua noção de integridade corporal.
Alterações da orientação
É comum que a desorientação aconteça, primeiro com relação ao tempo, depois em relação ao espaço e, por
fim, em relação a si mesmo. Em casos de recuperação do quadro de desorientação normal, ou seja, sem
sequelas, o paciente recobra de modo inverso a sua consciência.
 
Vamos conhecer alguns dos tipos de desorientação que podem ocorrer por lesões ou disfunções cerebrais:
1
Desorientação por redução do nível da consciência
É uma desorientação decorrente da turvação da consciência, impossibilitando o sujeito de
compreender a realidade, manter a atenção, utilizar a memória de curto prazo e a memória de
trabalho. Essa é a forma mais comum de desorientação, também conhecida por desorientação
confusa ou desorientação torporosa.
2
Desorientação apática
Decorrente de uma apatia, o indivíduo apresenta um desinteresse profundo, falta de motivação e
pouca resposta aos estímulos externos. É característica nos quadros de depressão grave.
3
Desorientação histérica
Trata-se de um caso de dissociação. É comum que aconteçam alterações na identidade e é
marcada pelo exagero, e pela incoerência dos sintomas e/ou suas causas.
4Desorientação por desagregação
É um fenômeno comumente encontrado em pacientes com esquizofrenia em estado crônico ou
avançado que desagrega os conceitos das palavras, inviabilizando com isso a formação e a fluidez
dos pensamentos, trazendo uma forma visivelmente desorganizada e incoerente sobre si e sobre as
coisas que o cercam.
Tipos de desorientação
Neste vídeo, será feita uma apresentação dos diversos tipos de desorientação que podem ocorrer por lesões
ou disfunções cerebrais, refletindo sobre os problemas de atenção ligados a TDHA e COVID.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Alterações Sindrômicas da consciência
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Alterações Qualitativas da consciência
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A paraprosexia
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A consciência é dotada de alterações normais e patológicas; da mesma forma que ninguém está o tempo
inteiro consciente de tudo, o ciclo de vida também possui oscilações que são endógenas,cíclicas e úteis para
a manutenção da vida. Quais são as alterações normais da consciência?
A
Os ritmos circadianos, o sono e a estado onírico.
B
Os ritmos circadianos, o sono e o sonho.
C
O sono, o estado onírico e o supor.
D
Estado crepuscular, o sono e o estado onírico.
E
Estado hipnótico, estado onírico e sono.
A alternativa B está correta.
Essas alterações normais são esperadas em todos os seres humanos e em determinada frequência. Os
estados crepusculares e hipnóticos são alterações qualitativas da consciência, portanto, das variações do
campo da consciência. O estado onírico, que nada tem a ver com o sonho fisiológico, é uma alteração
sindrômica ou psicopatológica associada ao rebaixamento do nível da consciência.
Questão 2
Atualmente, as demandas clínicas sobre a atenção têm comparecido aos consultórios de Psicologia por duas
causas distintas: dificuldades escolares e síndromes de pós-infecção por covid-19. Em ambos os casos, a
queixa desatenção é marcante. Em uma visão clínica, diagnosticar os aspectos psicopatológicos que
envolvem a desatenção impactará diretamente na conduta psicoterapêutica, demandando do avaliador uma
segurança no valor diagnóstico. No que se refere à falta de atenção, qual conceito psicopatológico sobre a
atenção está correto?
A
A distração é um estado de labilidade e hipotenacidade com hipermobilidade da atenção.
B
Tenacidade é a capacidade de mudar o foco da atenção diante da variação dos estímulos.
C
A distração é causada pela rigidez da atenção, sendo um sinal de superconcentração com hipertenacidade e
hipomobilidade da atenção.
D
A vigilância é a capacidade de alguém sustentar sua atenção em um estímulo por determinado tempo.
E
Disprosexia são os padrões de normalidade da atenção.
A alternativa C está correta.
É de extrema importância que um profissional de Psicologia saiba distinguir a causa da desatenção, sendo
comum ser confundido o hiperfoco com falta de atenção, inviabilizando um tratamento correto. A primeira
alternativa é incorreta porque se refere ao conceito de distraibilidade. A segunda alternativa é incorreta
porque se refere ao conceito de vigilância ou mobilidade da atenção. A quarta alternativa é incorreta
porque apresenta o conceito de tenacidade da atenção, em vez de vigilância, como é o enunciado de
resposta. A última alternativa é incorreta porque disprosexia é o termo geral para qualquer alteração da
atenção.
2. Alterações da vivência de tempo e espaço e da sensopercepção
Definições da vivência de tempo e espaço
A vivência de tempo-espaço é a percepção que um indivíduo tem do tempo e o seu senso de realidade. Cabe
a essa função neuropsicológica viabilizar que uma pessoa possa discriminar alguma coisa que aconteceu ou
pensou e alguma coisa que poderia estar acontecendo no momento presente. A partir dessa discriminação,
seríamos capazes de compreender o que é uma memória e de distingui-la de uma fantasia.
Alterações da vivência têmporo-espacial.
A coerência com que falamos e nos organizamos, bem como nossa identidade dependem da percepção de
tempo. A experiência do tempo, além de pessoal, ainda pode ser influenciada pelo nosso estado afetivo e de
humor. 
Podemos distinguir o tempo em dois: 
Com relação à percepção do espaço, também podemos distinguir em dois: 
Alterações da vivência do tempo e ritmo
O estado de vivência de tempo e ritmo pode ser compreendido nas seguintes dimensões: ilusão da duração
de tempo, atomização do tempo, inibição da sensação de fluir do tempo, desintegração do tempo. 
Tempo subjetivo 
É a experiência pessoal e é uma vivência
interior do indivíduo.
Tempo objetivo 
Refere-se ao tempo cronológico e é
exterior ao sujeito.
Espaço profano 
O espaço profano é caracterizado pela
liberdade de ações e comportamentos,
prevalência da informalidade e presença de
regras mínimas para favorecer a convivência.
Espaço sagrado 
É visto como significativo, desligado da
realidade exterior e tende a acompanhar
a sensação de que se está em outro
lugar muito diferente. O movimento
dentro do espaço sagrado é mais lento e
é mediado por rituais, ritos ou liturgia,
que caracterizarão o comportamento
formal e cerimonioso.
Ilusão da duração de tempo
É a descaracterização exagerada da percepção de tempo. Ocorre nos quadros de intoxicação por
alucinógenos, psicoestimulantes e em casos de excesso de informações.
Atomização do tempo
É a perda da capacidade de perceber a fluidez temporal com o estreitamento do registro das margens
do passado e do futuro. Há a sensação de viver em uma sequência de pontos presentes que não se
conectam entre si. Dessa maneira, não consegue compreender o devir, perde o senso da relação
causa-efeito, apresenta fuga de ideias e distraibilidade.
Inibição da sensação de fluir do tempo
É um comprometimento na sensação do avanço subjetivo no tempo, de modo que não consegue
sincronizar o tempo cronológico com o seu tempo interior. Esse quadro é muito comum nos ansiosos
e nos depressivos, que não conseguem vivenciar o tempo externo em consonância com o interno.
Desintegração do tempo
É a desvinculação da vivência com o tempo, de modo que o passado se apresenta como fragmento
estranho à própria pessoa.
Alterações da vivência de espaço
O estado de vivência de espaço pode ser compreendido em duas dimensões:
Espaço exterior
Também chamado de limite exterior demarca o
limite espacial que o paciente habita com
relação ao outro.
Espaço interior
Refere ao espaço do ego da pessoa com
relação à distância e vivência de espaço físico.
Nos estados maníacos, há uma vivência do um limite exterior dilatado e amplo que pode até ultrapassar o
limite do espaço alheio. No entanto, quando se trata de espaço interno e distância, o ego inflado parece
transformar o espaço de distância e os espaços físicos maiores.
Definições da sensopercepção
As informações do ambiente externo e do próprio corpo do sujeito são conhecidas por meio das sensações e
da interpretação que fazemos delas. O estudo desse aparato mental chama-se sensopercepção, que começa
pela forma de registro das estimulações e se estende para o modo como as pessoas vivenciam e interpretam
o tempo e o espaço.
Vandebos (2010, p. 832 e 695) define sensação e percepção da seguinde maneira:
Quando o estímulo que causa a sensação é externo e presente, utilizamos o termo imagem para designar que
a percepção é real. 
Quando tratamos de um estímulo que não está real, é oriundo da memória e que representa alguma coisa que
já foi apresentada como uma imagem à nossa sensação, damos o nome de representação. 
A terceira forma de experiência sensoperceptiva é a imaginação, uma atividade mental geralmente voluntária,
que utiliza representações para produzir ou criar novos objetos ou soluções de problema. 
Alterações da sensopercepção
Podemos dividir as alterações da sensopercepção em dois grandes grupos: alterações quantitativas e 
alterações qualitativas. Os conceitos apresentados são relativos à Psicologia.
Alterações quantitativas da sensopercepção.
A seguir, veja mais sobre cada uma das alterações quantitativas da sensopercepção: 
Hiperestesia
É a sensação anormalmente aumentada na intensidade e/ou na duração. Os indivíduos tendem a
perceber os estímulos mais acentuados do que a maioria. Essa alteração pode acontecer mediante a
forte emoção ou afeto, assim como nas intoxicações por alucinógeno. A alteração também pode ser
encontrada em hipertireoidismo, esquizofrenia aguda e nos quadros de mania.
Sensação 
“[...] a unidade irredutível de experiência
produzida por estimulação de um receptor
sensorial e a resultante ativação de um centro
cerebral específico produzindo a consciência
básica de um som, odor, cor, forma, gosto,
temperatura, sentido cinestésico, fome, sede,
náusea e excitação sexual.”
Percepção 
“[...] o processo ou o resultado de se
tornar consciente de objetos,
relacionamentos e eventos por meio dos
sentidos, que inclui atividade como
reconhecer, observar e discriminar”.
Sem essa função, os estímulos jamaisseriam integrados, organizados ou
significativos para alguém.
Hipoestesia
É o contrário da hiperestesia e caracterizada pela sensação anormalmente rebaixada que gera uma
percepção inferior ao que é normalmente experimentado.
Anestesia
É a noção de perda da sensação, que pode ser experimentada em forma de dormência ou perda total
da recepção de estímulo. Normalmente, é experimentada nas funções táteis.
Analgesia
É a perda da sensação dolorosa de áreas da pele e parte do corpo. Comum em quadro de humor
delirante e em crises de histeria.
Disestesia
É a sensação anormal de dor, picada ou formigamento em alguma parte do corpo da pessoa, a partir
de estímulos externos.
Parestesia
É um termo controverso entre a Neurologia e a Psicologia. Para a Neurologia, ela tem semelhança com
a analgesia, porém, no sentido psicológico, está associada à reação desproporcional e inadequada ao
estímulo. Diz-se que a parestesia é marcante nos transtornos de personalidade, nas perversões
sexuais, nas hipocondrias graves ou nos estados emocionais extremos. O que a diferencia da
disestesia é a ausência de estímulos externos.
Alterações qualitativas da sensopercepção
Este grupo é o mais importante para as avaliações psicológicas. Veja como ele se apresenta: 
Alterações qualitativas da sensopercepção.
Ilusão
É uma percepção deformada da imagem de um objeto real e presente. Comumente ocorrem em três
condições: rebaixamento do nível da consciência; fadiga grave ou na catatimia (estado afetivo acentuado). As
ilusões mais comuns são as visuais, que variam de sombras e vultos até movimentos de objetos, animais e
pessoas. As ilusões auditivas são a partir de estímulos sem clareza, nos quais o paciente tende a ouvir
palavras com conteúdo significativo, chamando seu nome ou de outra pessoa próxima.
Atenção
Nem toda ilusão é patológica! O valor diagnóstico para a diferenciação é a manutenção da ilusão, a
voluntariedade da evocação e a qualidade da deformação. Desse modo, as ilusões voluntárias costumam
ser removíveis, sendo assim, são normais; ao contrário, as ilusões involuntárias e irremovíveis são
consideradas patológicas. São ilusões normais as imagens eidéticas, as pareidolias, a imaginação e a
fantasia. As imagens eidéticas são as imagens formadas por poucos indivíduos, de modo voluntário que
repete toda a nitidez e clareza como se estivesse presente; as pareidolias são representações formadas
voluntariamente a partir de estímulos imprecisos do ambiente e, graças a essa função, conseguimos
perceber sósias e criar imagens nas nuvens; a imaginação são imagens que ganham movimentos,
produção e criação apenas no campo da representação e também é voluntário; por fim, a fantasia ou
fantasma são processos inconscientes de realização de um desejo que não pode ser cumprido na
realidade pelas condições morais ou impossibilidades têmporo-espaciais. 
Alucinação
É a percepção clara e definida de um objeto sem que esteja presente e seja real. Isso quer dizer que a
percepção acontece sem a presença de um estímulo sensorial correspondente. Neste caso, o paciente narra
com certeza subjetiva um objeto, de modo nítido e vívido, sem ter espaço para dúvidas ou incerteza. 
Acompanhe a seguir os tipos de alucinações na ordem da prevalência clínica: 
Alucinações auditivas
São as mais comuns e podem ser simples ou complexas:
Alucinações auditivas simples: são ouvidos apenas ruídos primários como zumbidos,
burburinhos, estalidos e cliques.
Alucinações auditivas complexas: são ouvidas vozes sem a presença de nenhum estímulo
sensorial. Geralmente ameaçam, insultam e depreciam o paciente.
Alucinações musicais
São percepções de tons musicais, melodias ou ritmos sem o estímulo externo correspondente. É
menos frequente, mas costumam ser encontradas nos grupos de transtornos neurológicos que
envolvam perda de audição (hipoacusia).
• 
• 
Alucinações visuais
São percepções de objetos nítidos e vívidos sem a presença de estímulos sensoriais. Essas
alucinações podem ser divididas em simples, escotomas, complexas, cenográficas ou liliputianas.
As alucinações visuais simples ou fotopsias são as percepções que envolvem ver cores, bolas
e pontos brilhantes.
Os estocomas são a manutenção de pontos cegos no campo visual normal, com manchas
escuras, absoltas, móveis ou imóveis.
As alucinações complexas, também chamadas de configuradas, incluem imagem de pessoas,
parte do corpo, entidades (demônios, santos ou fantasmas) e objetos inanimados.
As alucinações cenográficas são as alucinações complexas, que incluem uma cena inteira em
seu delírio.
As alucinações liliputianas são percepções de personagens pequenos entre objetos reais da
sua casa, comuns em pessoas portadoras de esquizofrenia que nunca tiveram uma crise com
desrealização, mas não são comuns na clínica.
Alucinações olfativa e gustativa
Também chamada de fantosmia (quando olfativa) ou fantageusias (quando gustativa). Ambos os
casos incluem a percepção sem a presença de estímuços e destacada da memória, lembrança ou
sensação.
Alucinações cenestésicas e cinestésicas
As alucinações cenestésicas (ou somáticas internas) e as alucinações cinestésicas (ou funcionais).
Essas alucinações são predominantes na esquizofrenia e têm uma diferença muito sutil. Enquanto a
primeira refere-se a sensações incomuns e anormais de parte do corpo; a segunda concede
movimentos corporais, como o corpo se movendo ou trocando de lugar, trazendo uma perturbação de
indesejabilidade dentro da alucinação.
Alucinação autoscópica
É uma alucinação em que o paciente enxerga a si mesmo como se estivesse fora do seu corpo. É um
fenômeno do duplo em que existe um eu fora e outro dentro do corpo. Em estados mais leves, esse
sintoma pode parecer com uma sensação de uma presença e evoluir para a duplo.
Alucinação hipnagógicas e hipnopômpicas
São alucinações que envolvem a transição do sono-vigília. As alucinações hipnagógicas são as que
ocorrem no momento de despertar e as hipnopômpicas nos momentos de dormir. Esses sintomas
podem ser índices ou sinais de paralisia do sono, cataplexia ou catalepsia.
Alucinose
Assim como nas alucinações, a percepção nas alucinoses não conta com um objeto real e presente
externamente; elas se diferenciam das alucinações por serem imediatamente criticadas pelo indivíduo, que
passa conceber o fenômeno como estranho ou patológico, e porque têm uma associação direta com lesões
• 
• 
• 
• 
• 
neurológicas, isto é, são marcadamente orgânicas. A síndrome do membro fantasma também é considerado
um fenômeno de alucinose, pois o paciente forma uma representação real de natureza orgânica.
Pseudoalucinação
Segundo Cheniaux (2018), as pseudoalucinações se diferenciam das alucinações verdadeiras por não
apresentarem corporeidade externa e, segundo o relato do paciente, só existirem “dentro da sua cabeça”.
Essa sensação indica que a alucinação acontece apenas no espaço subjetivo interno paciente, de modo que
abre o precedente da dúvida de o paciente estar ou não alucinando, por isso, pseudoalucinação. As
alucinações mais comuns são as visuais e auditivas.
Alterações qualitativas da sensopercepção e transtornos associados
Neste vídeo, o professor Diogo Bonioli nos ajudará a diferenciar e reconhecer as alterações qualitativas da
sensopercepção e os transtornos associados.
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Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
As alterações no tempo e ritmo
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Hiper e hipoestesia, Anestesia, Disestesia e Parestesia
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Quais são as alterações quantitativas da sensopercepção?
A
Hiperestesia e hipoestesia.
B
Ilusão e alucinação.
C
Hipnagógica e hipnopômpicas.
D
Espaço exterior e espaço interior.
E
Eidéticas e pareidolias.
A alternativa A está correta.
A presença dosufixo "-estesia" já indica um estado de atenção, acrescido da lógica de intensidade dos
prefixos hiper e hipo. Ilusão e alucinação são dois casos de alterações qualitativas. Hipnagógica e
hipnopômpicas são dois tipos de alucinações que podem acontecer ao acordar e ao dormir, portanto,
alterações qualitativas. Espaço exterior e espaço interior são campos de alteração da percepção de
espaço. Eidéticas e pareidolias são dois componentes da ilusão, portanto, uma alteração qualitativa da
sensopercepção.
Questão 2
Qual a diferença entre alucinose e alucinação?
A
Nas alucinoses, o indivíduo tem a sensação de isso só acontecer dentro da sua mente.
B
Nas alucinoses, a percepção da imagem de um objeto é deformada, mesmo estando ele presente.
C
Na alucinação, o objeto está presente, e na alucinose, o objeto está apenas na cabeça.
D
Na alucinação, são realizados os desejos inconscientes impedidos pelas condições morais.
E
Nas alucinoses, há uma associação direta ao orgânico e o sujeito tem um estranhamento diante das
percepções.
A alternativa E está correta.
Distinguir alucinose de alucinação é um diagnóstico diferencial que impacta na conduta terapêutica médica
e psicológica; e na assistência devida, pois determinaria, inclusive, o tipo de CAPS (Centros de Atenção
Psicossocial) que oferecerá melhor apoio para as suas necessidades. A primeira alternativa é incorreta,
porque refere-se ao conceito de pseudoalucinação. A segunda alternativa possui a descrição de ilusão, não
de alucinose. A terceira alternativa é incorreta, porque na alucinação o objeto não pode estar presente e a
sensação descrita posteriormente refere-se à pseudoalucinação. A quarta alternativa é incorreta, porque
diz respeito ao processo de fantasiar.
3. Alterações do pensamento e do juízo de realidade
Elementos e processos do pensamento
Compreendemos que não existe uma forma única de pensar e nem um modo absoluto capaz de construir
raciocínios que conduzam a conclusões verdadeiras. No campo da Filosofia, Aristóteles elencou e explicou os 
elementos básicos que estruturam o pensamento: os conceitos, os juízos e o raciocínio. Mais tarde, a
Psicopatologia definiu as características para analisar os processos do pensamento: curso, forma e conteúdo.
As alterações em cada uma das características nos elementos e nos processos eliciará uma psicopatologia
diferente e formará o diagnóstico diferencial.
Elementos e processos do pensamento
Vamos definir agora os elementos do pensamento: 
Conceitos
Surgem das percepções e representações, mas são totalmente cognitivos. Só podemos pensar e
conhecer o que é nomeado, atribuído de significado e comparado com outros conceitos.
Juízo
A natureza dos juízos são os conceitos que, mantendo uma relação de continuidade, conjunção ou
negação, entre um ou mais, por meio de uma forma significativa, geram novos conhecimentos sem
nenhuma relação com as sensações, mas totalmente desenvolvidos pela linguagem.
Raciocínio
São os argumentos e as narrativas que justificam as relações entre os juízos e garantem o
encadeamento de conhecimentos decorrentes do agrupamento de outras ideias, por meio da
negação, correlação, comparação ou afirmação.
Alterações dos elementos do pensamento
As alterações dos elementos do pensamento podem ter causa nos conceitos, nos juízos e no raciocínio.
Vamos ver cada uma delas!
Alterações do pensamento com causa nos conceitos
As alterações dos elementos do pensamento podem ter causa nos conceitos, nos juízos e no raciocínio.
Vamos ver cada uma delas!
Desintegração dos conceitos
É quando acontece a perda ou transformação
anormal do conceito que as palavras trazem
sobre o seu sentido original.
Condensação dos conceitos
É a junção de um ou vários conceitos sobre
alguma coisa ou palavra que diverge do original.
Pode ser sob a forma de um neologismo
patológico ou desassociação de um conceito.
Saiba mais
Os neologismos são criações que se tornam populares a partir do emprego de palavras derivadas ou
formadas de outras já existentes, na mesma língua ou não, assim como também podem ser a criação de
novas palavras. No caso de patologias, essas palavras, criadas pelo paciente, só têm sentido para ele e,
frequentemente, são formadas a partir da sonoridade. Esse fenômeno é mais comum nos pacientes
psicóticos. 
Alterações do pensamento com causa nos juízos
Da mesma forma, as alterações do pensamento com causa nos juízos também podem ser divididas em dois
tipos:
Alterações do pensamento com causa no raciocínio
A alteração do pensamento com causa no raciocínio possui várias divisões. Falaremos sobre cada uma delas a
seguir:
Pensamento mágico
São associações subjetivas entre as ideias, comumente envolvendo atributo de causalidade. Dizemos
que são relações fortuitas e que obedecem a uma lógica associada ao sujeito e sem nenhuma relação
com a objetividade. Os pensamentos mágicos são normais em crianças. Patologicamente, os
pensamentos mágicos são vistos em quadros de TOC (transtorno obsessivo-compulsivo).
Juízo deficiente 
São juízos falsos, provenientes de uma
cognição empobrecida, por deficiência
intelectual ou retardo mental. Nesse caso, as
pessoas não conseguem realizar conclusões
elaboradas.
Juízo de realidade 
São os juízos que formam os delírios nos
portadores do espectro esquizofrênico e
as ideias deliroides daqueles que nunca
romperam surtos psicóticos ou
possuem transtornos de personalidade.
Aprofundaremos nosso conhecimento
nesta alteração adiante.
Pensamento deirístico
São frontalmente opostos ao pensamento crítico e realista, costumam ser tendenciosos aos desejos
do sujeito que os emite. São comuns nos transtornos de personalidade histriônica, esquizotípica,
borderline e narcisista.
Pensamento inibido
Pensamento com velocidade reduzida e número de conceitos, juízos e raciocínios rebaixados. O
sujeito com pensamento inibido parece lento e pouco produtivo.
Pensamento vago
São pensamentos que formam juízos e encadeamentos confusos, sem clareza e depauperados.
Pensamento prolixo
Caracteriza-se pela pessoa não conseguir chegar à conclusão sobre o tema que está no foco do
assunto, geralmente margeia o tema o tempo inteiro, podendo mesclar vários assuntos ao mesmo
tempo, mostrando incapacidade de gerar tese, antítese e síntese.
Pensamento concreto
Está presente nas pessoas que não conseguem diferenciar qualidade e quantidade, símbolos e fatos.
Essas pessoas não conseguem compreender figuras de linguagens, ironias ou duplo sentido, porque
os pensamentos estão diretamente associados ao mundo sensorial.
Pensamento deficitário
Está ligado ao juízo deficiente. São pensamentos com arquitetura pobre, com carência de conceitos e
com profunda limitação nos raciocínios que exigem abstrações.
Pensamento demencial
Deficiência nas elaborações de forma homogênea, tornando-se cada vez menos congruente e
desorganizado.
Pensamento confusional
É um quadro decorrente do rebaixamento do nível da consciência, em que o pensamento aparece
incoerente e tortuoso.
Pensamento desagregado
Não consegue manter uma coerência lógica entre os conceitos e os juízos. É típico durante os delírios
esquizofrênicos.
Pensamento obsessivo
São ideias repetitivas que afligem a consciência do sujeito, não são facilmente removidas do seu foco,
exceto se cumprirem um ritual que tem como objetivo reduzir a angústia.
Pensamento ruminativo perseverativo
São pensamentos repetitivos marcados por preocupações, pensamentos negativos e sem uma
imposição de um ritual para reduzir a angústia, ou seja, o paciente adota uma postura passiva.
Processos do pensamento
Referem-se ao modo de analisar o funcionamento e a fluidez do pensamento.
Curso do pensamento
É a velocidade e o ritmo com que o pensamento
flui.
Forma do pensamento
É a estrutura do pensamento que dá
sustentação para o interesse da pessoa.
Conteúdo do pensamento
É o tema ou o assunto do pensamento.
Alterações dos processos do pensamento
Segundo Cheniaux (2018), temos as seguintes alterações de acordo com a natureza:as alterações
quantitativas, que se referem ao curso do pensamento; e as alterações qualitativas, que se referem às formas
e aos conteúdos do pensamento.
Alterações do pensamento.
A tabela a seguir, apresenta a descrição das alterações do curso do pensamento.
Alteração do curso de
pensamento Descrição
Aceleração
As ideias são trocadas rapidamente, dificultando a compreensão
do interlocutor.
Lentificação
Pensamento tão lento que compromete a compreensão do
interlocutor e desmoraliza na elaboração de respostas.
Interceptação
Súbita interrupção do pensamento sem estímulos externos e/ou
internos coerentes. Exclusivos da esquizofrenia.
Roubo
O indivíduo tem a nítida percepção de que o seu pensamento foi
retirado de sua mente por algum motivo.
Fuga de ideias
É a aceleração do fluxo de modo a perturbar na associação dos
conceitos e dos juízos.
Tabela: Alterações do curso do pensamento. 
Diogo Bonioli
Vejamos as alterações da forma do pensamento:
Alteração da forma de
pensar Descrição
Afrouxamento
O pensamento se apresenta desarticulado, prejudicando uma
sequência entre as ideias.
Descarrilhamento
Troca de um assunto importante para outro menos importante
ou supérfluo.
Dissociação ou
incoerência do
pensamento
Perda das associações dos juízos, chegando ao tornar o
pensamento incompreensível.
Alteração da forma de
pensar Descrição
Desagregação
Perda das associações, restando fragmentos de pensamentos
irreconhecíveis por falta de articulação e racionalidade com
outros pensamentos.
Tabela: Alterações da forma do pensamento.
Diogo Bonioli
Seguimos para as alterações do conteúdo do pensamento:
Alteração do conteúdo
de pensamento Descrição
Persecutórios
É o pensamento recorrente e intenso de estar sendo perseguido
por algo que representa uma ameaça.
Depreciativos
É o pensamento com o conteúdo de ataques à autoestima, com
tópicos de desvalorização e vergonha.
Grandeza
Desejos intensos e desproporcionais de poder, riqueza, grandeza
e missão.
Religioso
Pensamentos em que predominam percepções de misticismo ou
mágicos, que extrapolam como manifestações religiosas de modo
jocoso ou incoerente.
Erótico
Apresenta ciúmes extremos, desejos sexuais incomuns ou
pensamentos eróticos.
Hipocondríaco
Preocupação de estar doente sem sintoma nenhum aparente.
Também apresenta receio de adoecer, sofrer e morrer.
Tabela: Alterações do conteúdo do pensamento.
Diogo Bonioli
O juízo de realidade
A palavra juízo tem seu significado estritamente ligado à capacidade de julgar com eficiência.
Existem dois tipos de erro: um erro psicologicamente aceito como normal ou erro simples; e outro
psicopatológico.
Erro simples
É normal, pode acontecer sob as condições de pressa no julgamento; é a aplicação de premissas
falsas ou falta de lógica.
Juízo delirante
É caracterizado pela presença de ideia prevalente com supervalorização das ideias errôneas, forte
convicção, alto grau de emoção e afeto, e a superestimação afetiva favorecendo a fixação obstinada.
É dividido em erros psicopatológicos e delírios.
Erros psicopatológicos
Caracterizam-se pela presença de ideias prevalentes, isto é, são ideias supervaloradas e com superestimação
afetiva, são claramente egossintônica (admissíveis para os valores do sujeito) e o paciente toma os erros
delirantes como convicções semelhantes aos dogmas religiosos e não busca ajuda por causa das suas ideias.
Atenção
Em alguns casos, um sujeito para defender seus juízos alterados pode chegar a demonstrar quadros de
ira e violência extrema contra aqueles que intentem contra sua ancoragem e passa a considerá-los como
inimigos. Outra característica nos transtornos de juízo de realidade proveniente do erro de raciocínio é a
tendência a dividir os grupos sociais em dois grupos de extremistas e que todos os que não pensam de
modo semelhante são automaticamente considerados inimigos. 
Os temas presentes nos erros psicopatológicos da realidade, em geral, são os preconceitos extremistas que
podem ser manifestados por meio do racismo, sexismo, etnocentrismo, classicismo e preconceito religioso.
Atualmente, enquadram-se nesse tipo de erro de realidade os que possuem transtornos de personalidade.
Delírios
Nos delírios também encontramos as ideias prevalentes, no entanto, elas aqui são egodistônicas (não são
admissíveis para os valores do sujeito), mas igualmente apresentam dificuldades emocionais e de
personalidade.
Geralmente, o conteúdo do delírio é impossível, incomum e
impróprio, dotado de convicção extraordinária, certeza
subjetiva e absoluta, sendo impossível removê-la por meio
de experiência objetiva. São vivenciados como claros e
óbvios, embora, algumas vezes, sejam bizarros ou
implausíveis. Os delírios podem ser estudados por sua
dimensão, estrutura, mecanismo e tema.
Dimensão do delírio
A dimensão do delírio pode ser subdivida da seguinte
forma:
Dimensão do Delírio.
Estrutura do delírio
A estrutura do delírio pode ser subdivida da seguinte forma:
1
Simples
São monotemáticos, isto é, todo o delírio está em apenas um tema.
2
Complexos
São pluritemáticos, possuem vários temas ao mesmo tempo.
3
Não sistematizados
São aplicados para os pacientes que sofrem com quadros confusionais, demenciais e com
deficiência intelectual.
4 Sistematizados
Comuns em quadros de paranoia, são típicos em pessoas com altos níveis de inteligência, pois são
ideias marcadas com vários detalhes e justificativas para encadear as ideias delirantes.
Temas do delírio
Os delírios também são classificados por temas ou conteúdo. Podemos dividi-los em quatro grandes grupos:
Temas do Delírio.
A seguir, vamos falar sobre os quatro grandes grupos dos temas dos delírios e seus desdobramentos:
Grupo: delírios de perseguição
Delírio persecutório: o sujeito tem uma convicção de que está sendo perseguido por alguém ou algum
grupo, conhecidos ou desconhecidos. Esse delírio pode incluir desejo de matá-lo, prejudicá-lo física
ou mentalmente.
Delírio de referência: a pessoa experimenta como se tudo o que acontecesse no mundo fosse
referente a si mesmo, acreditando que falam dela ou dirigem palavras ofensivas, xingamentos ou
atributos que a desqualifiquem.
Grupo: mecanismos de projeção
Delírio de relação: provoca conexões inexistentes, intensas e implausíveis entre os fatos vivenciados
ou sabidos.
Delírio de influência: sensação intensa de que está sendo controlado ou influenciado por forças
externas.
Delírio de grandeza: a pessoa crê ser alguém muito especial, com dotes e poderes acima do normal.
Apresenta autoestima exageradamente aumentada.
Delírio místico ou delírio religioso: É dotado de um tema que envolve sacralidade, religiosidade ou
mística.
Delírio de ciúmes: atribui crueldade e intensidade no modo em que ocorrem as traições e infidelidades
do seu cônjuge.
Delírio erótico ou erotomania: O sujeito afirma que tem um relacionamento com alguma pessoa
famosa ou de grande importância para si mesmo.
Delírio de falsa identificação: o paciente acredita que pessoas com quem se relaciona foram trocadas
por seus duplos ou sósias que o enganam para alguma intenção adversária.
Grupo: delírios depressivos
Delírio de reinvindicação: o paciente afirma ser vítima de terríveis injustiças e discriminações, briga
por seus direitos em intermináveis disputas.
Delírio de ruínas: o sujeito acredita que o mundo está imerso em desgraças, misérias ou alvo de um
apocalipse.
Delírio de culpa: a pessoa afirma ser culpada de tudo o que possa ter acontecido de ruim no mundo e
na vida das pessoas.
Delírio de negação de órgãos: o indivíduo alucina que seu corpo está morto ou algum órgão está
destruído, seco ou apodrecendo.
Delírio hipocondríaco: a pessoa tem convicção de que está com uma doença incurável e de que os
exames estão errados ou adulterados.
Grupo: tipos menos frequentes
Delírio de reforma: percepção delirante de que veio fazer uma grande alteração no mundo ou na
sociedade.
Delírio de invenção: o indivíduo afirma ter realizado uma descoberta incrível que poderá mudar o
mundo ou fazercoisas inimagináveis.
Delírio cenestopático: é experimentado um conjunto de sensações desagradáveis nos órgãos
internos, por meio de alteração de temperatura, peso e dor.
Delírio de infestação: paciente apresenta uma crença delirante em que está sendo invadido por
vermes, piolhos, pulgas, ácaros, insetos ou pequenos organismos (vivos ou robóticos), através da sua
pele.
Delírio mitomaníaco: a pessoa descreve situações fantásticas, narrativas fabulosas e impossíveis,
dotado de convicção, riqueza de detalhes, porém claramente inverossímeis.
O juízo de realidade e suas alterações
Neste vídeo, será feita uma discussão da importância do juízo de realidade e suas principais alterações.
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Alterações do pensamento com causa no raciocínio
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Alterações da forma do pensamento
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Verificando o aprendizado
Questão 1
As alterações que ocorrem nos elementos do pensamento são
A
aceleração e lentificação do pensamento.
B
interceptação e roubo do pensamento.
C
desintegração e condensação dos conceitos.
D
fuga de ideias e dissociação.
E
desagregação e descarrilhamento.
A alternativa C está correta.
Para responder a esta questão, você deve se lembrar de que os elementos do pensamento são: conceitos,
juízos e raciocínio. Neste caso, apenas a letra C refere-se a conceitos; as outras alternativas se dirigem às
alterações nos processos dos pensamentos: curso, forma e conteúdo.
Questão 2
O juízo falso pode ser um erro simples, um juízo delirante ou um delírio. A diferença de um juízo delirante para
um erro simples é
A
presença de angústia e sentimento de tristeza que se manifesta por uma supervalorização das ideias corretas,
emoção e afeto de medo, e a superestimação afetiva que desfavorecem a fixação obstinada.
B
interceptação e roubo do pensamento durante conversas, defesa de tese e explicações conceituais originais.
C
ausência de ideia prevalente, desvalorização das ideias, falta de convicção, baixo grau de emoção e afeto.
D
presença de ideia prevalente, supervalorização das ideias errôneas, forte convicção, alto grau de emoção e
afeto, e a superestimação afetiva que implicará na fixação obstinada.
E
são vivências claras e óbvias de representações que ninguém vê, apenas o esquizofrênico.
A alternativa D está correta.
Devemos nos lembrar de que o erro simples pode ser facilmente removido, enquanto no juízo delirante,
mantém-se uma fixação obstinada ao seu objeto de preconceito.
4. Alterações da afetividade e da volição
A afetividade: conceitos e alterações
A afetividade, segundo Mira y López (1974 como citado em DALGALARRONDO, 2019, p. 148), é “a fronteira
entre a percepção e a afeição, entre a sensação e o sentimento, entre o saber e o sentir, é a mesma fronteira
entre o Eu e o não Eu”. Diz respeito a algo que afeta a totalidade do indivíduo. 
A psicopatologia clássica distingue cinco tipos básicos de vivência afetiva (DALGALARRONDO, 2019): 
Humor
Também chamado de estado ânimo ou tônus afetivo, é a síntese de todos os afetos presentes na
consciência de uma pessoa, formando a base e o fundamento na experiência psíquica. Características
do humor: é difuso; pode oscilar entre os polos como alegria e tristeza; tem base somática.
Emoção
É a reação afetiva súbita, de curta duração, desencadeada diante de um estímulo e é acompanhada
de alterações corporais, que perturbam a unidade psíquica do sujeito. Características da emoção:
intensa, aguda, global e de curta duração.
Sentimento
É um estado afetivo com menor intensidade, menores reações somáticas, e arbitrário por estar
intimamente ligado às funções cognitivas e à cultura.
Afeto
É a forma de sentir-se afetado emocionalmente diante de uma ideia ou representação mental. 
Paixão
É um estado afetivo extremamente intenso, com duração maior, e amplitude pelo psiquismo do
sujeito, fazendo com que toda a sua atenção e o seu interesse se voltem para um só objeto, ficando
prejudicados o pensamento lógico e a imparcialidade. 
Alterações da afetividade
Vejamos as alterações em cada tipo básico: 
Alterações do humor
Para qualquer forma de alteração do humor, seja inibição ou exaltação, utilizamos o termo genérico: distimia.
Distimia
O termo distimia pode ser usado para qualquer forma de alteração do humor, e também para a hipotimia.
1 Disforia
Distimia do chamado mau humor.
2
Hipotimia
Humor dos estados depressivos (tristeza profunda, desesperança e angústia). Também é chamado
de distimia por alguns autores.
3
Hipertimia
Humor dos estados maníaco (extrema alegria exaltação, que pode ser euforia ou elação).
4
Euforia
Estado patológico de alegria intensa e desproporcional às sensações.
5
Elação
Estado mais intenso da euforia, apresenta as características da euforia, além de expansão do ego,
sensação de grandeza e de poder sobre o mundo.
6
Irritabilidade
Encontra-se implicado em reatividade acima do normal, em que o sujeito também se apresenta
desagradável, hostil e agressivo.
7
Puerilidade
Humor infantilizado, rudimentar e regredido.
Alterações da emoção
O que caracteriza uma emoção patológica é a sua incapacidade de preservar a própria vida e a
desproporcionalidade. 
Vamos diferenciar medo, fobia, ansiedade e angústia: 
 Definição Objeto Sintomas 
Medo 
Reação fisiológica normal
diante de um risco de
vida.
Existe, está no
presente, é preciso e
proporcional ao
estímulo. Medo de algo
ou alguma coisa.
Fuga ou luta.
 Definição Objeto Sintomas 
Fobia 
Reação fisiológica do
medo eliciado por um
objeto que, naturalmente,
não causaria risco de
morte.
Existe, mas é visto
como mais terrível do
que o normal.
Fuga ou luta.
Ansiedade 
Estado de humor
desconfortável, negativo e
inquieto com relação ao
futuro.
Existe como um
problema e está no
futuro.
Inclui reações
fisiológicas como
dispneia, taquicardia,
vaso constrição,
inquietação.
Angústia 
Reação associada à
condição humana e sua
existência, liberdade,
escolhas de vida.
Não se sabe ao certo e
está no passado.
Aperto no peito e na
garganta, com
sensação de
sufocamento.
Tabela: alterações da emoção.
Diogo Bonioli
Ainda, as alterações psicopatológicas do medo podem ser classificadas da seguinte forma:
Fobia ou fobia simples
É um medo desproporcional e intenso de um objeto que, certamente, não colocaria a vida da pessoa
em risco eminente de morte.
Fobia social
É o medo desproporcional a interações sociais.
Agorafobia
É o medo desproporcional de aglomeração e multidão, que possa impossibilitar sua mobilidade e de
encontrar a saída.
Claustrofobia
Medo desproporcional de espaços apertados e fechados.
Pânico
São crises agudas e intensas de ansiedade, com medo intenso de morrer, devido às reações
fisiológicas de taquicardia, sudorese e falta de ar. O paciente não sabe dizer como começou e a
sensação de despersonalização e desrealização segue por um tempo após o ataque.
Alterações dos sentimentos
Alterações psicopatológicas dos sentimentos são:
1 Apatia
Diminuição da capacidade subjetiva de excitar-se ou reagir emocionalmente a afetos. Os pacientes
narram que não têm dificuldade de sentir alegria ou tristeza.
2
Anedonia
É a percepção de ter perdido, total ou parcialmente, a capacidade de obter e sentir prazer.
3
Sensação de falta de sentimento
Percepção de incapacidade para sentir emoções, acompanhada de um sofrimento vindo dessa
perda. O paciente afirma estar vazio ou morto.
Alterações da paixão
São as alterações da paixão:
Ciúmes
É o medo de perder a pessoa ou o objeto amado. Quando os ciúmes se encontram em um quadro extremo,
podem ser vistos como crítica desproporcional à pessoa/ao objeto de desejo.
Inveja
É a sensação de raiva e desconforto emocional por outra pessoa ter ou ser o que se desejaria para simesmo.
A fonte da inveja está relacionada ao desejo egóico de merecimento que esconde uma ferida narcísica de
baixa autoestima e de medo de não ter sido aceito ou suficiente pelos objetos de seu amor infantil.
Dependência amorosa
É um estado afetivo da paixão, instável e marcado pelo excesso de tolerância ao objeto de necessidade e pela
dependência sexual. As pessoas que sofrem de dependência amorosa costumam sentirem-se consumidas,
com dificuldade de estabelecer os limites do ego.
Volição: conceitos e alterações
Volição é o mesmo que vontade e se trata de uma complexa relação entre os instintos, os afetos e o
pensamento. De modo geral, tratamos na psicopatologia clássica, o ato volitivo sob o querer ou o não querer
de alguém atravessado pelas influências afetivas, de aprendizagem, motivacionais ou inconscientes.
Dalgalarrondo (2019) apresenta a vontade como sendo um processo dotado de quatro etapas:
Intenção
É como uma inclinação e interesse sob um objeto.
Deliberação
Que é a avaliação consciente para decidir entre benefícios e malefícios da escolha.
Decisão
É a escolha consciente e total em direção à realização da vontade.
Execução
Sendo o processo psicomotor decorrente da decisão que foi aprovado e objeto de interesse do
sujeito.
Alterações da vontade
As alterações da vontade podem ser apresentadas das seguintes formas: 
Hipobulia
Diminuição da vontade do sujeito; associada a quadros de apatia, fadiga
extrema e dificuldade de decisão.
Abulia
Perda ou suspensão da vontade (diferente de indiferença ou estados de
exercícios espirituais).
Impulsividade
São atos psicomotores automáticos sem deliberação e decisão; são
egossintônicos e típicos em pessoas explosivas e com baixa tolerância à
frustração.
Compulsividade
Embora sejam atos psicomotores impulsivos, são egodistônicos, o
indivíduo tenta resistir, refrear ou adiar. Comumente, esses atos são
entendidos como invasivos e inclinados à repetição. Existe a
incapacidade de interromper a ação em andamento e existe o predomínio
para fugir do risco e do sofrimento.
Dalgalarrondo (2019, p. 179) descreveu alguns transtornos mentais que tinham a predominância em atos
compulsivos e atos impulsivos, adaptados a seguir.
Transtorno obsessivo-compulsivo
Transtorno dismórfico corporal
Transtorno de acumulação ou colecionismo
Tricotilomania
Transtorno de escoriação
Uso e dependência de substâncias
Uso e dependência de jogos e internet
Transtorno da personalidade borderline
Transtorno explosivo intermitente
Transtorno de personalidade antissocial
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
Transtorno disruptivo de regulação do humor
O comportamento de impulsividade e compulsividade tem uma dimensão mais ampliada como sinais de outros
transtornos. Para melhor agrupar, separamos em cinco grupos (DALGALARRONDO, 2019): 
Impulsos e compulsões agressivas auto / heterodestrutivas
Automutilação: impulso de machucar-se.
Frangofilia: impulsividade intensa de destruir coisas.
Piromania: impulsividade em atear fogo.
Impulsos e compulsão de ingestão
Bulimia: impulso de comer de forma rápida e grande quantidade de alimento, seguido do sentimento
de culpa, que faz expelir por vômitos ou laxantes a mesma quantidade ingerida.
Dipsomania: impulso de ingerir de forma rápida grande quantidade álcool até que fique desacordado
ou a ponto de amnésia.
Potomania: compulsão de beber água sem que tenha sede exagerada.
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Impulsos e compulsões relacionados ao comportamento sexual
Transtornos parafílicos.
Pedofilia: impulso sexual com crianças ou púberes.
Gerontofilia: impulso sexual com idosos, de modo desproporcional à idade.
Exibicionismo: impulso de mostrar os órgãos sexuais.
Voyerismo: impulso de obter prazer sexual olhando outra pessoa no ato da relação sexual.
Fetichismo: impulso sexual em partes de vestimentas ou partes do corpo.
Sadismo e masoquismo: excitação sexual causando ou sofrendo dor ou humilhação/dominação no
parceiro.
Zoofilia: impulso sexual dirigido a animais.
Necrofilia: impulso sexual dirigido a cadáveres.
Coprofilia: impulso sexual que obtém prazer com o uso de excrementos no ato sexual.
Uso de clisteres: utilização de objetos bizarros introduzidos nos órgãos sexuais.
Ninfomania ou satiríase: impulso sexual aumentado na mulher ou no homem geralmente causado pela
fase maníaca em um transtorno bipolar.
Outros impulsos e compulsões
Cleptomania: impulso de furtar objetos sem objetivo econômico.
Jogo patológico: compulsão em jogos de azar, apesar do prejuízo financeiro e social.
Compulsão por compras: impulso de comprar sem considerar a utilidade e possiblidade financeira,
normalmente, associado à busca de um alívio para a ansiedade e seguido de sentimento de culpa.
Outras alterações da vontade
Negativismo: comportamento opositor ou de resistência automática e obstinada a todos os pedidos
dirigidos a ele, não colabora com condutas médicas e se opõe a relacionamentos interpessoais.
Obediência automática: o sujeito atende a todas as solicitações de pessoas à sua volta, chegando a
perder autonomia e vontade.
Fenômenos de eco: impulso em repetir a última sílaba do interlocutor (ecolalia), gestos e atos
(ecopraxia), fazer reações mímicas ao outro (ecomimia) ou repetir sua escrita (ecografia).
Automatismo: é o impulso psicomotor automático e involuntário, como o movimento de lábios, e se
ajeitar com alguma estereotipia.
A volição e suas alterações
Neste vídeo, será feita uma reflexão sobre os conceitos básicos de volição e suas alterações.
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Vem que eu te explico!
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Definição básicas da afetividade
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Diferenças entre medo, fobia ansiedade e angústia
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Verificando o aprendizado
Questão 1
A afetividade diz respeito a algo que afeta a totalidade do indivíduo, e saber distinguir os conceitos que
circundam cada afeto é de extrema importância. Sobre as alterações nas emoções, existe a angústia que se
caracteriza por
A
não saber ao certo o objeto de causa, mas sabe-se que está no passado.
B
ser uma reação normal diante de um risco de vida que afeta o fisiológico.
C
ser acompanhado pelo sintoma de luta ou fuga.
D
ser explicado pela ansiedade de desempenho e pela ansiedade antecipatória.
E
ser dividido em pânico e agorafobia.
A alternativa A está correta.
A alternativa correta descreve o objetivo da angústia, da qual não se conhece com certeza a causa, mas
está relacionada ao passado. As letras B e C referem-se ao medo, e a letra E, ao quadro de fobia.
Questão 2
Vontade não é coisa que dá e passa! Na verdade, o ato volitivo é um processo que acontece em quatro
etapas. Assinale a alternativa que corresponde ao passo da deliberação da vontade:
A
É o interesse da pessoa.
B
É o momento em que inicia o processo psicomotor.
C
É a avaliação consciente dos prós e contras.
D
É a escolha consciente para a realização da vontade.
E
É o desinteresse do objeto que não será escolhido.
A alternativa C está correta.
A primeira alternativa refere-se à intenção; a segunda alternativa, à execução; a quarta alternativa é a
decisão; e a última alternativa é um processo de seleção mais atribuído para a atenção.
5. Conclusão
Considerações finais
Exploramos as definições básicas dos principais elementos da psicopatologia geral, como a consciência, a
atenção, a orientação, a vivência tempo-espaço, a sensopercepção, o pensamento, a afetividade e a vontade.
Dominar esses conceitos e saber localizar seus tipos e suas alterações conduzirão você a um
psicodiagnóstico mais claro, por meio de uma nosologia e conduta que possibilitarão auxiliá-lo no manejo dos
sintomas ou no processo de cura dos seus pacientes.
Almejamos que você possa se familiarizar com tantos nomes diferentes

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