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Prof. Cleiton Nunes DCA/UFLA Toxicantes de ocorrência natural em alimentos Componentes não nutricionais Produzem efeitos indesejáveis Podem ocasionar simples moléstias e até a morte Podem estar presentes em determinados alimentos crus ou mal processados, ou até mesmo, em alimentos cozidos e adequadamente processados Origem • Acidental • Intencional • Natural Substâncias tóxicas em alimentos níveis de tolerância Toxicidade DL50 mg/kg Toxina botulínica A 0,00001* HCN 3** Cafeína 250** NaCl 4.000* Etanol 10.000* *humanos,** ratos Inibidores de proteases Inibidores de proteases: • Base proteica • Peso molecular entre 6.000 e 20.000 • De 2 a 7 pontes de dissulfeto • De 70 a 180 resíduos de aminoácidos Ocorrência: • Grãos de leguminosas (soja, feijão, amendoim) • Cereais (trigo, centeio, cevada) • Tubérculos (batata inglesa) Efeitos no organismo Hipertrofia pancreática: contínua liberação de enzimas digestivas Redução da taxa de crescimento: perda fecal de proteína secretada pelo pâncreas Eliminação: • Processamento térmico do alimento • Estabilidade térmica depende da estrutura da molécula (PM, pontes de S) Inibidor de Kunitz PM ~ 21.500 181 resíduos de aminoácidos 2 pontes de dissulfeto capacidade para inibir tripsina Inibidores de proteases tripsina Inibidor de Bowman-Birk: PM ~7.975 71 resíduos de aminoácidos 7 pontes dissulfeto capacidade para inibir tripsina e quimotripsina quimotripsina tripsina Inibidores de proteases Glicosídeos cianogênicos • Compostos químicos que liberam HCN após a ação de certas enzimas • Formados por uma porção glicídica (geralmente a glucose) e uma cianidrina Ocorrência: • Inúmeras espécies vegetais utilizadas como alimento • sementes amarga de amêndoa, damasco, pêssego, mandioca • parte comestível é menos rica R’ R’’ Beta, 1-6 glicose cianidrina glicosídica Glicosídeos cianogênicos Toxicidade: • Compostos cianogênicos por si só não são tóxicos, mas sim o HCN liberado a partir deles • Reação: contato substrato/enzima durante trituração (processamento ou mastigação) • CN- liga ao Fe3+ do HEME da Hb, inibindo transporte de elétrons e gases na respiração confusão mental, paralisia muscular, dor na respiração, morte por asfixia DL humanos via oral: 0,5 a 3,5mg/kg de peso vivo Peq. Quant. de CN- podem ser eliminadas pela ação da enzima rodanase presente no fígado CN- + S2O3 2- SCN- + SO3 2- Glicosídeos cianogênicos Glicosídeos cianogênicos Processamentos para remoção dos cianogênicos Descascamento Imersão em água Maceração Secagem Cozimento Glicosinolatos Ocorrência: Crucíferas: nabo, repolho, brócolis, couve, couve-flor, mostarda, rabanete, espinafre Toxicidade: suprime a função da glândula tireóide, por interferir com a captação de iodo Associada à baixa ingestão de iodo, pode causar bócio Prevenção O cozimento destrói a enzima tioglicosidase Entretanto a microbiota intestinal produz tioglicosidase Glicosinolatos ram Glicoalcalóides Ocorrência: Peculiares à família Solanaceae: berinjela, batata, tomate Pós-colheita: menor teor entre 4 e 10°C. maior teor entre 8 e 15°C e exposição à luz Batatas esverdeadas: até 100 mg/100g Batatas germinadas: 100 x ou mais Toxicidade: DL - homem (3-6mg/kg pc) Inibidores da colinesterase, provocando desordens neurológicas Ruptura da membrana celular no trato gastrointestinal Prevenção: Procedimentos de cozimento não alteram os níveis existentes Fervura em água contendo 0,3% de ácido acético remove acima de 80% Decomposição entre 260-270°C. 70-80°C acima da temperatura de fritura solanina chaconina Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos Origem: Carnes: cocção a altas temperaturas (frigideiras) ou contato direto com fogo (churrasqueiras) teor e diversidade depende das condições do processamento do teor de gordura Vegetais: deposição atmosférica, torrefação (café) Toxicidade: Após ingestão HAPs são metabolizados para derivados intermediários responsáveis pelo efeito carcinogênico Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos Nitratos Ocorrência: NO3 - nutriente para vegetais: beterraba, aipo, alface, rabanete, ervilhas, batatas Conservantes em carnes: salsicha, mortadela, presunto, bacon e carne em conserva Nitrosaminas já foram encontradas legumes, cereais, lacticínios, bebidas alcoólicas fermentadas, peixes e carnes NO3 - + 2H+→ NO2 2- + H2O NO2 - + 2H+ → H2NO2 + → H2O + NO + Nitrosaminas Condições: Meios ácidos: meio gástrico Temperaturas altas: fruturas Enz. Diazoalcano Alquildiazohidróxido Alquildiazônio Íon carbonio Hidroxinitrosamina DNA Nitratos Toxicidade: Relacionada à ação carcinogênica das nitrosaminas Prevenção: Quantidades em carnes controlados por legislação Antinutrientes Lactose: Principal carboidrato presente no leite. É metabolizada pela enzima lactase em glicose e galactose ~70% da população é intolerante à lactose Baixos níveis de lactase no intestino Desconforto intestinal Processos industriais tratam o leite com lactase ~95% da lactose é hidrolisada para glicose e galactose Antinutrientes Flatulentos: Ausência da enzima α-galactosidase no estômago Enzima que hidrolisa os oligossacarídeos rafinose e estaquinose Esses carboidratos são metabolizados pela microbiota intestinal Resultando em gás carbônico, hidrogênio e metano Provocando flatulência (náuseas, dores abdominais e diarreia) Leguminosas: feijão, ervilhas, lentilhas e soja gal glu fru gal gal glu fru Antinutrientes Ácido fítico: Forte quelante de minerais essenciais como o Ca, Mg, Fe, Zn Formação de complexos pouco solúveis Inibe certas enzimas interagindo com a proteína Dietas ricas em ácido fítico podem levar a deficiência desses minerais Alimento (seco) % fitato Linhaça 2,15 – 2,78 Soja 1,00 – 2,22 Milho 0,75 – 2,22 Amendoim 1,05 – 1,76 Feijão 0,89 – 1,57 Trigo 0,39 – 1,35 Aveia 0,42 – 1,16 Pão integral 0,43 – 1,05 Arroz polido 0,14 – 0,60
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