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Conceito e Elementos das Sociedades

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SOCIEDADES aula 01
CONCEITO – A primeira visão que se deve ter quando se estudam as sociedades é a da sua dupla dimensão; existem enquanto contrato e enquanto ente dotado de personalidade jurídica. Sob o primeiro enfoque, pode-se conceituar a sociedade com o auxílio do texto legal do Código Civil:
ART. 981 C.C “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha entre si dos resultados”.
NATUREZA JURÍDICA – Capitaneada por Túlio Ascarelli, os contratos como os de sociedade são plurilaterais, onde não há qualquer limitação quanto ao número de partes, na medida em que o interesse individual de cada contratante é convergente à realização de uma mesma finalidade. 
ELEMENTOS a Hits. Todos os direitos reservados.
Página 9
No contrato de sociedade, há presença de elementos gerais e específicos, que serão
estudados a seguir.
2.1.3.1. Elementos gerais
São aqueles inerentes a qualquer ato jurídico: capacidade das partes, licitude do
objeto e forma prevista ou não-defesa em lei.
2.1.3.2. Elementos específicos
São as exigências previstas no art. 997 do Código Civil:
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou
público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas
naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;
II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo
compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus
poderes e atribuições;
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.
Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado,
contrário ao disposto no instrumento do contrato.
Os incisos do artigo anterior prevêem todos os elementos específicos do contrato de
sociedade, à exceção de um: o elemento subjetivo do contrato, ligado à vontade das partes, denominado em latim como affectio societatis.
Gerais - São aqueles inerentes a qualquer ato jurídico: capacidade das partes, licitude do objeto e forma prevista ou não-defesa em lei.
b)Específicos – Pluralidade (social); contribuição capital (dinheiro, bens); participação nos resultados; affectio societatis (O affectio societatis diz respeito ao intuito dos sujeitos de se associarem na busca de um resultado comum. Essa vontade de “estar no mesmo barco dos outros” é um aspecto que não está presente em outras modalidades contratuais) e art. 997.
PERSONALIDADE JURÍDICA
Teorias
Finalidade
a) teoria da ficção legal – a personificação da sociedade é uma realidade criada tão-só no plano jurídico, decorrente exclusivamente do Direito. Retirando-se o texto normativo, nada existe de fato.
b) teoria da realidade – a atribuição de personalidade a uma sociedade existe num plano que antecede o Direito, que apenas a reconhece e dá determinados efeitos jurídicos. Defende que a atividade conjunta dos sócios, a existência de bens destinados a essa finalidade e a prática de atos em função da atividade em comum constituem uma realidade distinta da dos sócios individualmente considerados. Para essa teoria, pessoas humanas e sociedades existem da mesma maneira.
c) teoria institucionalista, da realidade técnica ou da realidade jurídica – existe uma realidade criada pela atividade dos sócios a qual o Direito, por objetivos técnicos de melhor regular a sua conduta e suas relações com terceiros, opta por tratar esse complexo de atos e de bens como se uma pessoa fosse. É uma técnica direcionada aos objetivos da personificação, que são, basicamente, dois:
Unificar relações que seriam plurais; uma sociedade despersonalizada, numa relação com terceiros, acaba por relacioná-los, diretamente a seus sócios, ainda que haja certa unificação de interesses entre eles (conforme visto anteriormente). Outorgando-se personalidade à sociedade, as relações se dão somente entre ela e terceiros, simplificando a sua regulação;
Garantir separação patrimonial entre os sócios e a pessoa jurídica; novamente, numa sociedade despersonalizada, há confusão patrimonial entre os bens particulares dos sócios e aqueles destinados à atividade empresarial, impedindo qualquer tentativa de limitação de responsabilidade.
ATRIBUTOS
Falar em atributos da personalidade, aqui, significa falar das conseqüências da
personificação das sociedades. São elas:
a) capacidade jurídica – possibilidade de atuar na ordem jurídica enquanto sujeito de direito. No entanto, o fenômeno da personificação não esgota toda a subjetividade, uma vez que há entes despersonalizados que são sujeitos de direito (ex.: massa falida, espólio, sociedade irregular, Câmara de Vereadores); capacidade patrimonial; capacidade judiciária; 
Os demais atributos decorrem do primeiro:
nome (firma ou denominação);
nacionalidade
domicílio 
patrimônio
CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES aula 02
QUANTO À NATUREZA (EMPRESARIALIDADE)
a) empresária – é aquela que exerce atividade empresarial, conforme o art. 966 do Código Civil. São sociedades empresariais: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade em conta de participação, sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade por ações e sociedade em comandita por ações. Quando há uma sociedade em nome coletivo, em comandita simples ou limitada, não necessariamente há uma sociedade empresária, pois o que define essa característica é a atividade, não o modelo societário adotado. Por outro lado, as sociedades anônimas, por ações e em comandita por ações são, obrigatoriamente, empresários coletivos.
b) simples – (não empresária) é aquela que desenvolve atividade econômica especulativa, mas excluída do conceito de empresário do Código Civil:
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
2. QUANTO À PERSONIFICAÇÃO
a) não-personificadas – aquelas que não têm o seu contrato registrado na Junta Comercial.
a1) em comum – aquela que o Direito regula após a sua constituição, mas antes do seu registro na Junta Comercial. É uma sociedade não-personificada momentânea;
a2) em conta de participação – é do próprio modelo societário a ausência de personificação. É a “verdadeira sociedade anônima”, que sequer nome possui; existente só no plano do contrato, vincula apenas os sócios entre si. Para terceiros, ela não produz efeitos. Ocorre quando um dos sócios age perante outrem em nome próprio (sócio ostensivo), por sua conta e risco, mas divide os lucros com o sócio participante (oculto). Ex.: cacauicultor, envergonhado de vender suas bananas na feira, combina com alguém para vendê-las, dividindo os lucros em 60% para si, o produtor (sócio participante), e 40% para o intermediário (sócio ostensivo).
b) personificadas – todas as demais sociedades empresárias.
3. QUANTO À RESPONSABILIDADE
Esse aspecto se refere à responsabilidade dos sócios, não da sociedade, uma vez que
toda pessoa natural ou jurídica responde integralmente com seu patrimônio para satisfazer toda e qualquer obrigação. Quando os bens da sociedade (o patrimônio, não o capital) não são suficientes para o adimplemento das obrigações contraídas, os sócios podem ou não ser responsabilizados subsidiariamente por elas.
a) limitada – a responsabilidade dos sócios possui limiteestabelecido;
b) ilimitada – a responsabilidade subsidiária dos sócios não possui limite;
c) mista – possui sócios de responsabilidade limitada e ilimitada.
4. QUANTO AO AFFECTIO SOCIETATIS
Essa classificação refere-se ao motivo que levou os sócios a se associarem entre si.
a) sociedade de pessoas – atributos pessoais (aptidão para o negócio, seriedade, honradez, confiança mútua etc.) direcionam o affectio societatis. Ex.: sociedade limitada a qual estabelece em seu contrato que, havendo morte de um dos sócios, seus herdeiros não assumem seu posto na sociedade.
b) sociedade de capital – o concurso de somas monetárias (não importando a figura dos sócios) é o motivo determinante. É o caso das sociedades anônimas – pois basta comprar ações para se associar, além de o ato constitutivo (estatuto) não conter os nomes dos sócios – e de algumas sociedades contratuais (aquelas que possuem o contrato social como ato constitutivo). 
Nessa última hipótese é mais difícil se perceber o motivo determinante, pois se trata de elemento subjetivo do contrato de sociedade. Quando, na mobilidade do quadro social, for necessária a anuência dos demais sócios, tem-se uma sociedade de pessoas. Se não, a sociedade é de capital. A distinção é importante, pois os sócios de uma sociedade de capital jamais respondem subsidiariamente por dívidas desta.
5. QUANTO AO CAPITAL (não trabalhado em sala)
O capital está previsto no contrato social ou no estatuto, bem como a forma como
será integralizado pelos sócios. Em regra, as sociedades têm capital fixo, demandando, para que seja aumentado ou diminuído, alterações em seu ato constitutivo. As cooperativas, no entanto, possuem capital variável, flutuando conforme a entrada e saída de sócios, que levam consigo o capital investido quando deixam a sociedade (o que não ocorre nas de capital fixo, pois nestas, quem entra, compra as quotas ou ações de quem saiu, mantendo a quantidade de capital, mesmo com as mudanças no quadro social). Outro exemplo de sociedade dessa categoria é a de capital autorizado (cujo ato constitutivo prevê que, a critério da administração, pode haver aumento ou redução de capital, sem necessidade de assembleia para sua aprovação). Há quem entenda, todavia, se tratar de sociedade de capital fixo, cuja
variação é pré-aprovada.
6. QUANTO À REGULARIDADE (não trabalhado em sala)
a) regular – aquela que, além de registrar seu ato constitutivo na Junta Comercial, mantém em ordem sua escrituração empresarial.
b) irregular – aquela que não tem seus atos registrados na Junta Comercial, ou os tem de forma defeituosa.
A principal conseqüência da irregularidade da sociedade é a ausência de
personalidade jurídica, com todas as implicações que advém dessa circunstância.
7. QUANTO AO PRAZO
a) por prazo determinado – as sociedades que têm seu prazo previsto no ato constitutivo.
b) por prazo indeterminado – aquelas que não estabelecem termo final para o contrato.
A escolha por uma das duas deverá obedecer às regras gerais dos negócios jurídicos
com ou sem termo final. A única questão pertinente exclusivamente às sociedades é referente à prorrogação do seu prazo ou conversão em prazo indeterminado; para que a alteração seja válida, deve ocorrer dentro do limite temporal previamente delimitado (ou seja, antes do termo final) - não se pode deixar vencer esse prazo. Caso isso ocorra, estar-se-á diante de outra sociedade (possivelmente irregular).
TIPOS SOCIETÁRIOS MENORES
As sociedades simples não são empresárias (CC. Art. 982), mas as normas relativas a esse tipo societário se aplicam subsidiariamente às sociedades em nome coletivo (art. 1.040), comandita simples (arts. 1.040 a 1.046), em conta de participação (art. 996) e até mesmo às limitadas (se o contrato social não elege a LSA para diploma de regência supletiva – art. 1.053), Em decorrência, revestem-se as normas sobre as sociedades simples de caráter geral para o direito das sociedades. 
NOME COLETIVO
. Pessoa física - é formada obrigatoriamente por pessoas físicas
. Responsabilidade - todos os sócios respondem de forma ilimitada.
. Nome -O nome empresarial deste tipo de associação consiste em firma ou razão social composta pelo nome pessoal de um ou mais sócios e deve vir acompanhado da expressão,"e Companhia" ou "& Companhia", por extenso ou abreviadamente ("e Cia" ou "& Cia") quando não houver referência a todos os sócios
. Administração - sócio, é somente ele que pode administrar.
Na sociedade em nome coletivo, todos os sócios são pessoas físicas e responsáveis solidários pelas obrigações sociais. A exploração de atividade econômica por esse tipo de associação de esforços, portanto, não preserva nenhum dos sócios dos riscos inerentes ao investimento empresarial. Se a empresa não resultar frutífera – eventualidade que nenhum empreendedor ou investidor afasta seriamente -, isso poderá significar a ruína total dos sócios e de sua família, uma vez que os patrimônios daqueles podem ser integralmente comprometidos no pagamento dos credores da sociedade. Só o sócio ser administrador da sociedade.
COMANDITA SIMPLES
. Comanditados – Pessoas físicas com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais
. Comanditários – Pessoa física ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor de sua quota. Estão sujeitos a determinadas restrições. Eles não podem ter o seu nome empregado na firma da sociedade nem praticar ato de gestão, sob pena de responderem pelas obrigações sociais como se comanditados fossem
. Firma - A sociedade em comandita simples deverá adotar o nome empresarial através de firma sempre terá que adotar o tempo "e comapanhia", pois os sócios comanditários não têm seus nomes utilizados na formação do nome empresarial, pois não possuem responsabilidade ilimitada pelas obrigações da sociedade. É possível, também, a inclusão do ramo da atividade. 
EX: Fernanda R. &Thiago Neves & Cia, Livros; Thiago Neves e companhia
. Administração -os sócios comanditados contribuem com capital e trabalho, além de serem responsáveis pela administração da empresa
A sociedade em comandita simples é composta por sócios de duas categorias: os comanditados, necessariamente pessoas físicas com responsabilidade solidária e ilimitada pelas obrigações sociais, e o comanditário, pessoa física ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor de sua quota. O perfil de empreendedor estaria relacionado à primeira, e o de investidor, à segunda, fosse o tipo societário utilizado com frequência hoje em dia. O contrato social discrimina os sócios pertencentes a cada categoria. 
Da Sociedade em Comandita Simples
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor de sua quota.
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários.
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste Capítulo.
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações dos sócios da sociedade em nome coletivo.
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar sujeito às responsabilidades de sócio comanditado.
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais.
Art. 1.048. Somente após averbada a modificação do contrato, produz efeito, quanto a terceiros, a diminuição da quota do comanditário, em conseqüência de ter sido reduzido o capital social, sempre sem prejuízo dos credores preexistentes.
Art. 1.049. O sócio comanditário não é obrigado à reposição de lucros recebidos de boa-fé e de acordo com o balanço.
Parágrafo único. Diminuído o capital social por perdas supervenientes, não podeo comanditário receber quaisquer lucros, antes de reintegrado aquele.
Art. 1.050. No caso de morte de sócio comanditário, a sociedade, salvo disposição do contrato, continuará com os seus sucessores, que designarão quem os represente.
Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade:
I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044;
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das categorias de sócio.
Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração.
LIMITADA AULA 04
CONCEITO
HISTÓRICO
DIFERENÇA ENTRE COTA E AÇÃO
REGIME LEGAL
NATUREZA
CONTRATO (GERAL, ESPECIAL)
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
CONCEITO - Embora seja motivo de controvérsias a elaboração de um conceito unitário para a sociedade limitada, há uma idéia estruturada a esse respeito para fixar sua noção. Sociedade limitada é aquela que tem o seu capital divido em quotas (unidades)59, e cujos sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. Perante terceiros, o sócio da limitada responde pela totalidade do capital social (ou seja, mesmo aquele que contribua somente com 1% do capital social – R$ 1.000,00, por exemplo –, responderá pelos R$ 100.000,00 do capital subscrito, porque a obrigação, perante terceiros, é solidária. O sócio que paga a dívida na totalidade tem direito de regresso contra os demais, na parte que cabe a cada um, proporcional à participação no capital social).
HISTÓRICO - Assim, no final do século XIX, nasceu, na Alemanha (espalhando-se, pouco depois, para Portugal, França e demais países europeus, até chegar ao Brasil, em 1919), a sociedade por quotas de responsabilidade limitada, com a estrutura bastante semelhante à adotada hoje no Código Civil – denominada somente como sociedade limitada. É um modelo que serve tanto para a pequena quanto à grande sociedade empresarial.
DIFERENÇA ENTRE COTA E AÇÃO
Quanto à diferença entre quotas e ações, devemos observar, primeiramente, que ambas conferem direitos e obrigações aos sócios, porém, as quotas não podem ser convertidas em entidade patrimonial autônoma, do mesmo modo que não podem constituir-se em valor mobiliário incorporado em título de crédito. Enquanto a transmissibilidade em relação às quotas é acidental, em relação às ações é essencial.
REGIME LEGAL
	Está tipificada no Código Civil nos arts. 1.052 a 1.087
Da Sociedade Limitada
Seção I
Disposições Preliminares
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples.
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.
NATUREZA
As sociedades limitadas possuem dois tipos básicos de natureza jurídica, sendo ela de pessoas ou de capital, onde as primeiras dizem respeito aquelas sociedades menores onde os sócios convivem nos atos do cotidiano. Enquanto as sociedades de capital se limita as quotas de capital que cada sócio investe onde não se verifica neste tipo societário o elemento affectio societatis (Osmar Brina Corrêa –Lima, 2006, pág. 29). A este respeito Mônica Gusmão menciona o seguinte: 
                                
Vem de muito a discussão acerca da natureza jurídica da sociedade limitada, se sociedade de pessoas ou de capital. Sendo certo que não pode haver sociedade sem sócios e capital, o que define se uma sociedade é de pessoas ou é de capital é a prevalência dos sócios sobre o capital, ou vice –versa. O que conta é o grau de dependência da sociedade em relação aos sócios. (GUSMÃO, 2009, pág. 236).
CONTRATO (GERAL, ESPECIAL)
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
Cada sócio tem o dever de integralizar a quota do capital social que subscreveu
- Pode-se dizer que a quota subscrita corresponde ao montante prometido individualmente pelos sócios, para a formação do capital social; a integralizada, ao já entregue à sociedade, pelo sócio, em cumprimento ao acordado no contrato social.
- o sócio tem, perante a sociedade, o dever de integralizar a quota subscrita, ou seja, de transferir do seu patrimônio para o social dinheiro, bens ou crédito, nos termos do compromisso contratual assumido junto aos demais sócios.
- o sócio que não cumpre, no prazo, a obrigação de integralizar a quota é chamado de remisso. A sociedade pode cobrar-lhe o devido, em juízo, ou expulsá-lo. Nesta última hipótese, deve restituir ao remisso as entradas feitas, deduzidas as quantias correspondentes aos juros de mora, cláusula penal expressamente prevista no contrato social e despesas. 
- Os sócios respondem apenas pelo valor das quotas com que se comprometem, no contrato social (CC, srt. 1.052). Esse é o limite de sua responsabilidade.
- Uma vez não integralizado o capital social, os sócios podem ser atingidos, em seus patrimônios, para atendimento de obrigação da limitada, no limite do contrato, independentemente da imputação de qualquer ato irregular ou fraudulento. 
- A responsabilidade dos sócios pela integralização do capital social é subsidiária, e pressupõe o anterior exaurimento do patrimônio social, no processo de falência. Na repressão a irregularidades e na proteção ao crédito fiscal e do INSS, a responsabilização é direta.
Aula 05
RESPONSABILIDADE
Infração
Desconsideração da pessoa jurídica
DEVERES DO SÓCIO
Integralização
Lealdade (sócio não pode competir com sociedade)
DIREITOS
Resultados
Deliberações
Fiscalização
Retirada
Preferência
EXPULSÃO
ADMINISTRAÇÃO
Resignação
CONSELHO FICAL
Minoritário 1/5
DELIBERAÇÕES
Forma (reunião, assembleia)
Quórum
RESPONSABILIDADE
Em regra, assim como nas demais sociedades personificadas, só se pode falar em responsabilidade dos sócios por dívidas da sociedade na inexistência de patrimônio suficiente desta para o adimplemento das obrigações – o que vale dizer que a responsabilidade do sócio é sempre subsidiária. Em acontecendo essa responsabilidade dos sócios, pode ela ser limitada ou ilimitada – no caso deste modelo societário, ela é limitada ao total do capital social subscrito, pelo qual respondem solidariamente os sócios, que, posteriormente, entre si, fazem a partilha da responsabilidade assumida perante terceiros de acordo com a sua respectiva participação no capital social.
- Os sócios respondem apenas pelo valor das quotas com que se comprometem, no contrato social (CC, srt. 1.052). Esse é o limite de sua responsabilidade.
INFRAÇÃO
DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
A desconsideração é aplicada quando a personalidade jurídica é usada de forma ilícita, em caso de abuso ou confusão patrimonial do sócio com a sociedade, além de outras situações específicas, como: crime ambiental; nas hipóteses do art. 28 do Código de Defesa do Consumidor; em matéria tributária, quando o sócio administrador ou procurador age em descumprimento a lei ou contrato social. Aqui, o sócio, simplesmente por sua condição, não tem responsabilidade subsidiária pelas dívidas tributárias da sociedade, que só ocorre quando o não pagamento dos tributos é decorrente do ato contrário à lei ou contrato social/estatuto (ex.: distribuição de lucro sem recolhimento de tributos).
CCivil: (teoria maior)
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
CDConsumidor: (teoria menor)
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei,fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
DEVERES DO SÓCIO
Integralização do capital
O primeiro e principal dever dos sócios é a integralização do capital social. Se um deles não a realizou, pode ter suas quotas transferidas a terceiros ou ser, simplesmente, excluído do quadro social, com conseqüente redução do capital subscrito da sociedade.
Lealdade
É a conduta vinculada ao elemento formador do contrato de sociedade, o affectio societatis – uma sintonia entre a atuação do sócio e a natureza do contrato de sociedade, ligada à convergência de objetivos dos sócios. Em especial, se refere à proibição de concorrência do sócio à sociedade.
DIREITOS DOS SÓCIOS
5.1. Participação nos resultados
É o principal direito dos sócios, inerente à sua condição. A titularidade das quotas
(que dá o status de sócio), por si só, tem duas dimensões: uma referente ao direito pessoal de participar dos resultados, deliberações, fiscalização, e outra patrimonial, relativa ao direito de, em caso de dissolução total ou parcial da sociedade, participar da partilha do patrimônio social, na proporção da participação no capital social.
5.2. Participação nas deliberações
A sociedade delibera por meio das deliberações dos sócios, na forma estabelecida no
contrato social, e na proporção da participação de cada um no capital social.
5.3. Fiscalização
Todo sócio tem o direito de fiscalizar a conduta dos administradores. Há, inclusive, um
enunciado legal que consolidou uma posição objeto de discussão anteriormente; no caso da sociedade limitada, o sócio pode exigir, a qualquer momento, se o contrato social não estabelecer época própria (ex.: trinta dias após o fim do exercício social), acesso à documentação da sociedade. A controvérsia se refaz na questão de a lei ter estendido em demasia esse direito, pois poderia o sócio querer exercê-lo semanalmente, por exemplo. Deve-se conceber tal direito dentro da razoabilidade, uma vez que não há direitos absolutos. Não seria concebível o acesso várias vezes ao ano à documentação e escrituração da sociedade sem que haja fatos concretos ou circunstância que o legitime.
5.4. Retirada
Há, também, o direito de se retirar da sociedade quando houver modificação no
contrato social. O sócio não pode dissolver parcialmente a sociedade a qualquer momento de forma imotivada. Faz-se, então, um balanço patrimonial referente ao momento da retirada, e, então, o sócio recebe, na forma estabelecida pelo ato constitutivo, o seu percentual do patrimônio líquido da sociedade, conforme sua participação no capital subscrito. Outra forma de o sócio sair da sociedade é alienando suas quotas, mas submetendo-se ao regime estabelecido no contrato social.
5.5. Preferência
É exercida em caso de aumento do capital social, consubstanciando-se no direito que
os sócios têm, nesse caso, de subscrição do aumento (na mesma porcentagem da
participação individual no capital; sócio participa com 10% do capital tem preferência de subscrição de 10% do aumento previsto). Visa-se, desse modo, a preservar a proporção da participação dos sócios no capital social.
EXPULSÃO
O sócio minoritário que não cumpre com os seus deveres pode ser expulso da sociedade. Em relação ao sócio remisso (aquele que não integraliza o capital social), as conseqüências já foram mencionadas. Descumprimento de qualquer outro dever também pode ensejar a expulsão do sócio da sociedade. Se houver previsão de exclusão, no contrato social, decorrente de ato do sócio contrato às suas cláusulas, independentemente de medida judicial, pode-se procedê-la, por deliberação da maioria do capital social. A lei não se reporta ao sócio majoritário, uma vez que, como representa a maioria do capital, só por “autoflagelação” ele poderia ser excluído. O único caminho para o sócio minoritário excluir o sócio majoritário, quando este pratica ato atentatório à lei ou ao contrato social, é a via judicial.
ADMINISTRAÇÃO
Pode ser administrador tanto o sócio quanto o não-sócio. Exerce, assim como nasociedade simples, duas funções, gestão e presentação. As responsabilidades, aqui, também são as mesmas: ser fiel ao contrato social, não exceder os seus poderes de presentação (caso contrário, desobedecendo a lei ou o contrato social, se vinculará diretamente ao terceiro envolvido na relação com a sociedade), além de prestar contas.
6.1. Designação
O administrador é designado no próprio contrato social ou em documento apartado.
Há diferenças: no primeiro caso, o administrador só pode ser destituído por deliberação de dois terços do capital social; no segundo caso, basta a maioria do capital para suscitar a destituição.
6.2. Conselho fiscal
O Código Civil prevê a possibilidade de a sociedade limitada instituir um conselho
fiscal. Antes, a instauração era decorrente da autonomia da vontade, pois o Decreto n.º 3.708/1919 não regulava esse conselho fiscal; hoje a previsão é expressa.
A função do conselho fiscal é fiscalizar, de maneira permanente, as atividades da
sociedade. Esse escopo de fiscalização não compete com a prerrogativa dos sócios
mencionada anteriormente, embora a ponha noutro contexto.
É assegurado aos sócios minoritários, que representarem pelo menos 1/5 (um quinto) do capital social, ou seja, 20% (vinte por cento), o direito de eleger, separadamente, um dos membros do Conselho Fiscal e o respectivo suplente. 
O objetivo do legislador é garantir a presença de uma pessoa de confiança dos sócios minoritários para a fiscalização e informação de eventuais problemas ou discordância quanto a decisões do Conselho Fiscal, no que se refere à aprovação das contas da administração.
DELIBERAÇÕES
A sociedade limitada, em regra, delibera com a maioria do capital social. Pode a
deliberação ocorrer sob forma de reunião ou de assembléia. O contrato social pode optar por qualquer das duas, mas se o quadro social for constituído por mais de dez sócios, o Código Civil impõe a deliberação sob forma de assembléia.
Reunião x Assembléia
A assembléia tem regras de funcionamento definidas no Código (que não podem ser
dispostas de maneira diferente no contrato social), em especial no aspecto de publicidade da convocação. Numa sociedade com muitos sócios, há que se garantir que todos tenham ciência da designação da data da deliberação. Já no caso de reunião, o contrato social é soberano para estabelecer tais regras.
Mesmo em se tratando de assembléia como forma definida, por convenção ou por
força de lei, pode a sociedade deliberar em reunião, quando todos os sócios estiverem
presentes, ou declararem, por escrito, estarem cientes de local, data, hora e ordem do dia. Afinal, institui-se o regime de assembléia para se garantir que todos os sócios tenham a faculdade de participar e ter ciência das deliberações.
Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010,
serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto no contrato
social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em
lei ou no contrato.
§ 1º A deliberação em assembléia será obrigatória se o número dos sócios
for superior a dez.
§ 2º Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3º do art.
1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito,
cientes do local, data, hora e ordem do dia.
Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade das
publicações determinadas em lei, de acordo com o disposto nos parágrafos
deste artigo.
§ 3º O anúncio de convocação da assembléia de sócios será publicado por
três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a
da realização da assembléia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira
convocação, e de cinco dias, para as posteriores.
7.2. Quorum
No regime do Decreto n.º 3.708/1919, o quorum exigido era, sempre, a maioria
simples do capital da sociedade (e não a maiorianumérica dos sócios). Hoje a situação mudou – e, com isso, muitas críticas se desferem contra o regramento atual, o “engessamento do Código Civil”.
a) Unanimidade
A lei exige unanimidade para a designação de administrador não-sócio, enquanto
ainda não for integralizado o capital, e para dissolução da sociedade com prazo determinado.
b) Maioria de três quartos
É exigida em caso de alteração do contrato social, incorporação, fusão, dissolução (em caso de sociedade sem termo final) e cessação do estado de liquidação.
c) Maioria de dois terços
É necessária para destituição de administrador sócio designado no contrato social,
salvo disposição contratual diversa, e designação de administrador não-sócio (depois de integralizado o capital).
d) Maioria absoluta
A lei a exige em caso de designação ou destituição de administrador em documento
diverso do contrato social, fixação de remuneração dos administradores, requerimento de recuperação judicial, expulsão extrajudicial do sócio por justa causa (se estiver prevista no contrato; caso contrário, só há expulsão por via judicial).
e) Maioria simples (maioria dos presentes)
É necessária nos demais casos previstos na lei ou no contrato, se este não exigir
maioria mais elevada.

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