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ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 1 ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 2 ESCOLA DE ENFERMAGEM FRIEDERIKE FLIEDNER 10º Edição Revisada-2023 Jefferson de Assis Benedicto Mestrando – Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local Graduado - Biólogo e Professor Pós-Graduado – Gestão Educacional Pós-Graduado - Marketing Revisão Ortográfica Cláudia de Fátima Lacerda Graduada em Letras Capa e Diagramação Jefferson de Assis Benedicto “A grande maioria dos acidentes poderiam ser evitados, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples de primeiros socorros podem diminuir o sofrimento da vítima, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas.” Autor Desconhecido ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 3 HISTÓRIA DO RESGATE A assistência e o transporte de pessoas constituem uma preocupação da raça humana já há muitos séculos. Um dos exemplos que podemos citar a esse respeito é por sinal bastante conhecido por nós que é a “Parábola do Bom Samaritano, do Novo Testamento, onde o Fariseu ferido é atendido e transportado até um abrigo por um viajante caridoso, natural da região da Samária”. De maneira mais concreta, já na Idade Média, nos chega à primeira descrição de uma carruagem para transporte de feridos e enfermos construídos pelos Anglos Saxões, por volta de 900 D.C, já os Normandos utilizaram liteiras conduzidas por homens ou animais, destinada ao transporte de doentes, isto ocorrido nos idos do ano de 1100 D.C .Em 1300 D.C os ingleses já usavam pesadas carruagens para socorrer pacientes. A idéia de socorrer acidentados ao mesmo tempo em que provia à vítima cuidados iniciais com a finalidade de manter-lhe a vida até chegar a um hospital com maiores recursos, foi de um jovem francês, estudante de Medicina, que viveu na época da Revolução Francesa, e adquiriu experiências tratando de pessoas feridas por ocasião das agitações populares que eclodiram naquela época, por volta do ano de 1795. O nome deste jovem era Dominique Jean Larrey. Nos próximos 100 anos que se seguiram pouco houve de avanço, sendo relatado algo na Guerra Civil Americana, e na 1ª Guerra Mundial através de voluntários. Um avanço maior e definitivo em termos de doutrina veio acontecer somente na Guerra da Coréia, através do transporte de feridos de guerra com o uso de helicópteros e posteriormente na Guerra do Vietnã, onde se conseguiu uma rapidez maior n o atendimento, sendo conseguido o recorde de 16mim da frente de batalha até a sala de cirurgia do hospital. Porém verificou-se que isto foi utilizado pessoal não Médico treinado em Atendimento Pré-Hospitalar a Emergências e com isso se conseguiu uma diminuição em 50% no número de morte e de 70% no número de seqüelas. Com o término da guerra o pessoal empregado durante aquele conflito foi empenhado na “Guerra das Ruas” onde o número de mortes por ano superava e ainda hoje supera em muito o número de mortos em toda a guerra do Vietnã. Com isto o pessoal treinado não Médico, foi aproveitado e em 1973 foi criado legalmente o Emergency Medical Service (SEM). Sistema similar, utilizando também pessoa não médico treinado é hoje utilizado em 10 dos mais desenvolvidos paises da atualidade com ótimos resultados. PRIMEIROS SOCORROS Na verdade estaremos abordando técnicas de atendimento pré-hospitalar, ou seja, procedimentos que o socorrista deve adotar no local do acidente tendo como prioridade o suporte básico de vida. Consideramos suporte básico de vida a garantia de manutenção da respiração e circulação da vítima. Em outras palavras o socorrista deve manter a vítima respirando e com o coração proporcionando o bombeamento do sangue para os diversos sistemas do corpo humano. As Técnicas apresentadas são desenvolvidas para a realidade do local da ocorrência que antecede a entrega da vítima no ambiente hospitalar. Assim sendo, o socorrista deve ter bom senso e não ultrapassar os seus limites técnicos e físicos. Finalizando, esperamos que as informações que seguem possam auxiliar na conduta do socorrista e na preservação da vida humana. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 4 ANATOMIA •CABEÇA •PESCOÇO •TRONCO •MEMBROS •CABEÇA •PESCOÇO •TRONCO •MEMBROS •CABEÇA •PESCOÇO •TRONCO •MEMBROS DIVISÃO DO CORPO HUMANO Cabeça Pescoço Tronco Membros Superior Parte livre Inferior Parte livre ANATOMIA SISTÊMICA 01 Sistema Esquelético – junturas 07 Sistema Urinário 02 Sistemas Muscular 08 Sistema Genital Masculino e Feminino 03 Sistemas Nervoso 09 Sistema Endócrino 04 Sistema Respiratório 10 Sistema Sensorial 05 Sistema Digestório 11 Sistema Tegumentar 06 Sistemas Circulatórios ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 5 SISTEMA ESQUELÉTICO È constituído por cerca de 206 ossos que de acordo com suas dimensões são classificados em longo, curto, pneumático, laminar e irregular. Função: Sustentação e conformação do corpo; Proteção dos órgãos internos, como coração, pulmão, sistema nervoso central; Local de armazenamento de (Ca) Cálcio e (F) Fósforo; Local de Produção de células sangüíneas (na medula óssea); Sistema de alavanca que movimentada pelos músculos, permitem o deslocamento do corpo no todo ou partes. Osso Longo – Comprimento predomina sobre a largura e espessura. Ex.: tíbia, fêmur, úmero. Osso Curto – Há uma equivalência entre as dimensões. Ex.: ossos do carpo e tarso. Osso pneumático – Contém ar em suas cavidades. Ex.: Frontal Osso laminar – O comprimento e largura predominam sobre a espessura. Osso irregular – Não tem nenhuma semelhança com figuras geométricas. Ex.: ossos da coluna vertebral. Junturas ou articulações: são estruturas que servem para unir dois os mais ossos. Elas também permitem a realização de movimentos. Movimentos: Flexão Extensão Rotação. ATLAS ÁXIS REGIÃO LOMBAR (5 VÉRTEBRAS) Forâmen (buraco vertebral) DISCO INTERVERTEBRAL Região Sacral (5 vértebras soldadas) Região coccigiana (4 vértebras soldadas) REGIÃO CERVICAL (7 VÉRTEBRAS) REGIÃO TORÁXICA (12 VÉRTEBRAS) ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 6 ESQUELETO FRENTE ESQUELETO COSTAS ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 7 SISTEMA MUSCULAR Os músculos são elementos ativos do movimento do corpo. A musculatura não apenas torna possível o movimento como determina a posição e a postura do esqueleto. Componentes Musculares: a) Ventre - é a parte carnosa, vermelha. b) Tendão - tecido conjuntivo resistente de cor branca, fixa o músculo nos ossos, em forma de fita. c) Aponeurose - igual ao tendão só que em forma de leque. Tipos de Músculos: Esquelético Liso Cardíaco SISTEMA NERVOSO É constituído por inúmeras células nervosas. A célula nervosa é chamada de neurônio. Função: Coordenar e controlar as funções de todos os sistemas do organismo. Integrar o organismo com o meio ambiente interpretando e respondendo adequadamente a eles. Obs.: Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade do indivíduo como: caminhar, falar, rir, etc., e muitas outras ocorrem sem que a pessoa tenha consciência delas, como: sensação de frio, sensação da saliva, aumento ou diminuição da pupila. Sistema Nervoso Central Encéfalo: - Cérebro – é responsável pela interpretação da sensibilidade, pensamento, idéia, memória, locomoção, outros. - Cerebelo – pelo equilíbrio e tônus muscular. - Tronco encefálico – responsável pela respiração, temperatura corporal, defecção, vômito. Medula: A medula espinhal é um cordão nervoso alongado. É uma extensão do encéfalo e situa-se na região que vai da base do crânio, em que fica o bulbo, e termina num filamento inserido na base do cóccix. A medulapara se saber se ele está ou não contaminado pelo vírus da raiva; - Em caso de morte do animal, deve-se enviar a cabeça do mesmo a uma repartição do serviço público de saúde; - Procurar o órgão de saúde da cidade e comunicar a ocorrência; - O tratamento anti-rábico (vacina) será necessário se o animal: Morrer por qualquer motivo em menos de 10 dias após a mordedura; Desaparecer em menos de 10 dias após a mordedura; For desconhecido; Desenvolver a raiva ou outra doença. - Será desnecessário o tratamento anti-rábico se o animal, após 10 dias de observação, estiver sadio. TRANSPORTE DE ACIDENTADOS ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 46 O transporte de uma vítima deve ser precedido pela análise e estabilização dessa vítima para que seu estado não seja agravado. A vítima deve ser transportada de forma confortável e movimentada o menos possível. Para isso, utiliza-se a maca. O transporte somente deve ser feito sem análise do estado da vítima quando houver risco de mal maior ao acidentado, como é o caso da vítima em locais de incêndio, enfumaçados, com risco de explosão ou de desabamento. MÉTODOS DE TRANSPORTE TRANSPORTE POR UM SOCORRISTA Apoio pelo ombro: 0 acidentado está consciente e pode andar com alguma ajuda. Neste caso, socorrista deve passar o braço da vítima por trás do seu pescoço, segurando-a pelo pulso. Com o braço livre, circundá-la pela cintura e andar com cuidado. Estar preparado para trocar de técnica, caso as condições do local e ou do acidentado se agravem. Nas costas: 0 acidentado está consciente e não pode ficar parado em pé. Neste caso, o socorrista deve posicionar-se de pé, com as costas voltadas para a vítima. Passar os braços da vítima por sobre os ombros e, agachando-se, passar o seu braço por fora das pernas da vítima, retornando pela face interna da perna. Levantar e segurar os pulsos da vítima com as mãos. Nos braços: Para acidentado consciente ou inconsciente. Trata-se de um método tradicional semelhante ao modo como bebês são conduzidos. É uma posição cômoda para a vítima, porém, penosa para o socorrista. Portanto, só deve ser empregada quando a vítima é leve e a distância pequena. Coloca-se um braço na altura do tórax do acidentado, envolvendo-o pelas costas, e o outro na porção próxima aos joelhos, pela face posterior, erguendo em seguida a vítima. Se ela estiver consciente, pedir que passe o braço em torno do pescoço do socorrista, para maior segurança. Esta técnica é muito utilizada para transporte de crianças. Transporte de bombeiros: Para acidentados conscientes ou inconscientes, sem traumatismos nos membros, colocar a vítima deitada de costas para o chão e com os joelhos flexionados. 0 socorrista deve prender os pés da vítima com os seus próprios e puxá-la pelos braços. Tão logo a vítima fique em posição semi-ereta, o socorrista deve se colocar por baixo da vítima, deixando que o abdome dela descanse sobre os seus ombros. 0 socorrista ergue-se devagar, envolvendo as pernas da vítima com um dos seus braços e, com a mão livre, segura o pulso da vítima na frente do seu tórax. Transporte por arrastamento: Consiste em puxar o acidentado que pode estar consciente ou não. O arrasto pode ser feito pelas axilas, pelos pés, pelas roupas ou colocando a vítima sobre um cobertor. Estes métodos são de emprego restrito e quando não há possibilidade de utilização de outro. TRANSPORTE POR DOIS SOCORRISTAS Apoio pelos ombros: Quando a vítima estiver consciente e puder andar, os socorristas se posicionarão um de cada lado da vítima, passando cada braço dela ao redor dos seus pescoços, e segurando-a pelo pulso. Com o braço livre, os socorristas circundam as costas da vítima, segurando-a pela cintura e andando com cuidado. Transporte pelos braços e pernas: Para acidentados conscientes ou inconscientes, sem fraturas nos ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 47 membros. 0 socorrista deve ajoelhar-se junto às costas da vítima e, apoiando a cabeça dela no seu peito, passar os braços por baixo de suas axilas, cruzando-os na altura do peito da vítima. Ao mesmo tempo, o outro socorrista, de cócoras, segura as pernas da vítima na altura do joelho, colocando cada perna ao lado de sua própria cintura. Este movimento é realizado com as costas do segundo socorrista voltadas para a vítima. 0s dois erguem-se ao mesmo tempo transportam a vítima. Este método pode ser empregado com o auxílio de uma cadeira. Utilizando uma cadeira comum: Colocar a vítima sentada na cadeira. Um socorrista segura à cadeira pelo encosto. Outro socorrista segura à cadeira por baixo do assento e na parte da frente. Ambos erguem a cadeira e transportam a vítima. TRANSPORTE POR TRÊS SOCORRISTAS Para vítimas conscientes ou inconscientes, principalmente para aquelas com suspeita de fratura de coluna. Consiste em colocar as mãos por baixo do acidentado, nas regiões do pescoço, dorsal, cintura, joelhos e tornozelos. 0 socorrista incumbido de carregar o pescoço e costas comanda os demais, para que executem os movimentos de modo uniforme. Para facilitar os movimentos, o braço da vítima deve estar cruzados na altura do diafragma. Os socorristas podem andar de frente ou lateralmente. A vítima também poderá ser transportada lateralmente, bastando que os socorristas dobrem os braços, fazendo o corpo de a vítima ficar contra os respectivos tórax. Este método também é utilizado para se colocar a vítima na maca. Neste caso, antes de levantar o acidentado, a maca já deverá estar posicionada ou, então, um quarto socorrista coloca-a sob o paciente, quando este for erguido. QUEIMADURAS: PRIMEIROS SOCORROS ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 48 QUEIMADURAS – CLASSIFICAÇÃO PELO AGENTE CAUSAL ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 49 FÍSICO CALOR LÍQUIDOS SUPERAQUECIDOS SÓLIDOS SUPERAQUECIDOS OU INCANDESCENTES VAPORES (GASES) QUENTES ÁGUA QUENTE LÍQUIDOS QUENTES OBJETOS SUPERAQUECIDOS SUBSTÂNCIA INFLAMÁVEL (FOGO / CHAMA / COMBUSTÃO) ÁLCOOL, GASOLINA, THINNER FOGOS DE ARTIFÍCIO EXPLOSIVOS NÃO EXPLOSIVOS ELETRICIDADE CORRENTE ELÉTRICA RAIOS DISTÚRBIOS CAUSADOS PELO EXCESSO DE EXPOSIÇÃO AO SOL (RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE) QUEIMADURAS SOLARES (RAIOS ULTRAVIOLETAS) INSOLAÇÃO INTERMAÇÃO RADIAÇÃO IONIZANTE APARELHOS DE RX RAIOS NUCLEARES FRIO CONGELAMENTO HIPOTERMIA SUBSTÂNCIA QUÍMICA ÁCIDOS OU BASES PRODUTO QUÍMICO LIQUIDO PRODUTO QUÍMICO EM PÓ AGENTES BIOLÓGICOS ANIMAL VEGETAL QUEIMADURAS - PRIMEIROS SOCORROS ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 50 Assim como prevenir acidentes, prestar socorro de forma adequada também é indispensável. A oferta dos primeiros socorros pode garantir a vida da pessoa vítima de queimadura, desde que a ação seja feita corretamente. 1 – AGENTE FÍSICO A - CALOR: ESCALDADURA OU DERRAMAMENTO DE LÍQUIDOS SUPERAQUECIDOS CONTATO COM SÓLIDOS SUPERAQUECIDOS OU INCANDESCENTES 1º Avaliar a segurança do local do acidente 2º Remoção da fonte da queimadura: afastando a vítima da fonte de calor ou retirando a fonte de calor Retire acessórios, como pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura, e esses objetos podem ficar presos. As vestes devem ser retiradas, desde que não aderidas à pele; do contrário só devem ser removidas sob anestesia no momento do debridamento da ferida. 3º Resfriamento da área queimada: Esfrie imediatamente a área queimada com água corrente fria de torneira ou ducha (agua pura e limpa), com a finalidade de neutralizar a ação do calor, durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos, caso seja necessário. Se puder mergulhar a queimadura na água fria (temperatura ambiente), melhor. A agua promove a limpeza da ferida, removendo agentes nocivos. A água fria é capaz de interromper a progressão do calor, limitando o aprofundamento da lesão, se realizado nos primeiros segundos ou minutos, de aliviar a dor, mesmo se aplicado após alguns minutos, assim como pode reduzir o edema. Em queimaduras extensas diminuir o tempo, risco de hipotermia. O resfriamento não é recomendável em queimaduras superiores a 15% da Superfície Corporal Queimada (SCQ) no adulto e 10% em criança, devido ao risco de hipotermia. 4º Evitar a hipotermia: Resfriar a queimadura mas aquecer a vítima. Após o resfriamento, pode ser protegida com gazes, compressas ou toalhas de algodão limpas e úmidas, em seguida coberta por plástico ou outro material impermeável, e pôr fim a vítima deve ser envolvida com manta ou cobertor; Isole ou proteja a área queimada com um pano limpo ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 51 Não alimente a vítima Encaminhe imediatamente a vítima para o hospital B - SUBSTÂNCIA INFLAMÁVEL (ÁLCOOL, GASOLINA, THINNER) 1º. Avaliar a segurança do local do acidente 2º Remoção da fonte da queimadura: afastando a vítima da chama Se as vestes estiverem em chamas a vítima deve rolar-se no solo e nunca correr ou ser envolvida em cobertores, que podem ativar as chamas. Retire acessórios, como pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura, e esses objetos podem ficar presos. As vestes devem ser retiradas, desde que não aderidas à pele; do contrário só devem ser removidas sob anestesia no momento do debridamento da ferida. 3º Resfriamento da área queimada: Esfrie imediatamente a área queimada com água corrente fria de torneira ou ducha (agua pura e limpa), com a finalidade de neutralizar a ação do calor, durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos, caso seja necessário. A agua promove a limpeza da ferida, removendo agentes nocivos. A água fria é capaz de interromper a progressão do calor, limitando o aprofundamento da lesão, se realizado nos primeiros segundos ou minutos, de aliviar a dor, mesmo se aplicado após alguns minutos, assim como pode reduzir o edema. Em queimaduras extensas diminuir o tempo, risco de hipotermia. O resfriamento não é recomendável em queimaduras superiores a 15% da Superfície Corporal (SC) no adulto e 10% em criança, devido ao risco de hipotermia. 4º Evitar a hipotermia: Resfriar a queimadura mas aquecer a vítima. Após o resfriamento, pode ser protegida com gazes, compressas ou toalhas de algodão limpas e úmidas, em seguida coberta por plástico ou outro material impermeável, e pôr fim a vítima deve ser envolvida com manta ou cobertor; Isole ou proteja a área queimada com um pano limpo Não alimente a vítima Encaminhe imediatamente a vítima para o hospital Em caso de incêndio Acione os bombeiros e saia de perto do fogaréu. Nos prédios, prefira sempre as escadas, pois a energia é cortada em casos de grandes incêndios. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 52 Num local com bastante fumaça, cubra o nariz e a boca com um pano úmido que funciona como um filtro de ar. Caminhe o mais próximo do chão E deixe tudo para trás – nada é mais essencial que sua vida C - FOGOS DE ARTIFÍCIO: 1º. Avaliar a segurança do local do acidente 2º Remoção da fonte da queimadura: afastando a vítima ou remover a fonte de calor Retire acessórios, como pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura, e esses objetos podem ficar presos. As vestes devem ser retiradas, desde que não aderidas à pele; do contrário só devem ser removidas sob anestesia no momento do debridamento da ferida. 3º Resfriamento da área queimada: Esfrie imediatamente a área queimada com água corrente fria de torneira ou ducha (agua pura e limpa), com a finalidade de neutralizar a ação do calor, durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos, caso seja necessário. A agua promove a limpeza da ferida, removendo agentes nocivos. A água fria é capaz de interromper a progressão do calor, limitando o aprofundamento da lesão, se realizado nos primeiros segundos ou minutos, de aliviar a dor, mesmo se aplicado após alguns minutos, assim como pode reduzir o edema. Em queimaduras extensas diminuir o tempo, risco de hipotermia. O resfriamento não é recomendável em queimaduras superiores a 15% da Superfície Corporal (SC) no adulto e 10% em criança, devido ao risco de hipotermia. 4º Evitar a hipotermia: Resfriar a queimadura mas aquecer a vítima. Após o resfriamento, pode ser protegida com gazes, compressas ou toalhas de algodão limpas e úmidas, em seguida coberta por plástico ou outro material impermeável, e pôr fim a vítima deve ser envolvida com manta ou cobertor; Isole ou proteja a área queimada com um pano limpo Não alimente a vítima Encaminhe imediatamente a vítima para o hospital. Em todos os casos, encaminhar o paciente para um hospital. EXPLOSIVOS: o Além da queimadura, existe nesse tipo de trauma a laceração e a perda de tecidos associados à lesão. É bastante comum a amputação dos ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 53 dedos e até mesmo da mão, e a lesão das estruturas ósseas, entre outros traumas, com presença de hemorragia o Caso haja lesão da mão ou dos dedos, eleve o braço para diminuir a hemorragia D – ELETRICIDADE - FIOS E TOMADAS DESCOBERTAS: São provocadas por descargas elétricas. 1º - Avaliar a segurança do local do acidente. 2º - Remoção da fonte de eletricidade: Remoção da fonte de eletricidade: deve-se providenciar a interrupção da corrente antes do contato com a vítima; ou Desligue a fonte de energia (chave elétrica) ou Afaste a fonte de energia (fio elétrico) ou a vítima usando materiais não condutores e secos como a madeira, o plástico, panos grossos ou borracha, antes de socorrer a vítima. Identifique se o trauma foi por fonte de alta tensão, por corrente alternada ou contínua e se houve passagem de corrente elétrica com ponto de entrada e saída. 3º - Chame uma ambulância, ligando para o 192 ou 193; 4º - Aguarde uns segundos e inicie os procedimentos de socorro, considerando que a vítima ainda está energizada e poderá assim, transmitir o choque ao socorrista. 5º - Avalie os traumas associados (queda de altura e outros traumas). 6º - Avalie se ocorreu perda de consciência ou parada cardiorrespiratória (PCR) no momento do acidente. 7º - Deve-se desapertar as roupas e ficar atento aos sinais vitais, ainda que a vítima tenha recuperado a pulsação e a respiração. Em casos de choques, essas variações de quadro são comuns, e pode ser necessária nova intervenção de reanimação. 8º - Observe se a pessoa está consciente e respirando; Se estiver consciente: acalme a vítima até a chegada da equipe médica; Se estiver inconsciente, mas respirando: deite-a de lado, colocando-a em posição lateral de segurança. Se estiver inconsciente e não respirando: inicie a massagem cardíaca. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 54 E - DISTÚRBIOS CAUSADOS PELO EXCESSO DE EXPOSIÇÃO AO SOL (RADIAÇÃO SOLAR – RADIAÇÃO NÃO IONIZANTE) 1 º - QUEIMADURAS SOLARES As queimaduras solares resultam de exposição excessiva breve (aguda) a raios ultravioleta (UV) geralmente dos raios solares. Uma queimadura semelhante pode ser produzida por uma superexposição a outras fontes de UV como lâmpadas de bronzeamento, ou profissionalmente, em soldadores. Os sintomas usuais são pele avermelhada e quente ao toque, sensação de ardor e leve tontura. Tipicamente há uma vermelhidão inicial (eritema), seguida por vários graus de dor, ambos proporcionais em severidade à duração e intensidade da exposição. Asqueimaduras solares podem ser de 1º ou 2º grau. COMO AGIR: Compressas de água fria, banho frio, cremes hidratantes e medicamentos anti- inflamatórios não esteroides aliviam a dor até que a queimadura solar seja curada. Queimaduras mais graves podem ser tratadas com pomadas específicas Caso haja bolhas, não romper, pois há risco de contrair infecções. 2º INSOLAÇÃO A insolação é uma condição séria provocada pelo excesso de exposição ao sol e ao calor intenso. Ela acontece quando a temperatura corporal ultrapassa os 40º C, fazendo com que o mecanismo de transpiração falhe e o corpo não consegue se resfriar. O quadro de insolação merece especial atenção porque com o aumento rápido da temperatura corporal, a pessoa acaba perdendo muita água, sais e nutrientes importantes para manutenção do equilíbrio do organismo. Causas (Ex.): Passar muito tempo exposto ao sol sem protetor solar (na praia, no clube, na piscina etc). Praticar atividades extenuantes, ou seja, que causam esgotamento, enfraquecimento físico. https://pt.wikipedia.org/wiki/UV https://pt.wikipedia.org/wiki/Eritema ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 55 Usar excesso de roupas, especialmente no calor. Ficar sem se hidratar por muito tempo A insolação causa sintomas que vão aparecendo aos poucos. Os primeiros sinais são: dores de cabeça; tontura; náusea; pele quente e seca; pulso rápido; temperatura elevada; distúrbios visuais; confusão mental. Dependendo do tempo de exposição ao sol, os sintomas podem ser mais graves e podem incluir, entre outras coisas: respiração rápida e difícil; palidez (às vezes desmaio); convulsão; temperatura do corpo muito elevada; extremidades arroxeadas; fraqueza muscular; coma; morte. COMO AGIR EM CASOS DE INSOLAÇÃO: O objetivo inicial é baixar a temperatura corporal, lenta e gradativamente; e hidratar bastante o organismo. Para isso, siga os seguintes passos: Remover a pessoa para um local fresco, à sombra e ventilado; Remover o máximo de peças de roupa; Se estiver consciente, a pessoa deverá ser mantida em repouso e recostada (cabeça elevada); Pode-se oferecer bastante água fria ou gelada ou qualquer líquido não alcoólico; Se possível, deve-se borrifar água fria em todo o corpo da pessoa, delicadamente; Podem ser aplicadas compressas de água fria na testa, pescoço, axilas e virilhas; Tão logo seja possível, a pessoa deverá ser imersa em banho frio ou envolta em panos ou roupas encharcadas. Em casos graves, procure atendimento médico de emergência. 3º INTERMAÇÃO Intermação é uma situação semelhante à insolação, mas esta é mais grave e pode levar à morte. Acontece em ambiente fechado e com temperatura elevada, durante muito tempo, sem ventilação para dissipar o calor. É uma emergência clínica com alto risco de morte. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 56 A intermação é provocada pela exposição excessiva ao calor, acarretando o aumento da temperatura corporal e o mau resfriamento do corpo, perda da termorregulação. Sintomas de intermação: Aumento da temperatura corporal para 40 ou 41º C; Respiração fraca; Pulso rápido. O que causa intermação: As causas da intermação estão relacionadas ao mau resfriamento do corpo. Algumas situações que podem causar isso são: Excesso de atividade física em ambiente quente e úmido; Exposição solar prolongada utilizando roupas inadequadas, que pode ocorrer em militares de serviço ao sol, mineiros e operários, por exemplo. Os indivíduos mais propensos são os bebês, idosos, pessoas acamadas e em pacientes com doenças mentais ou cardiopatias graves. O QUE FAZER: Realizar o imediatamente o resfriamento do corpo da pessoa e uma boa hidratação, para isso deve-se remover a vítima ao hospital com urgência. Levar a pessoa para um local fresco, à sombra e ventilado Remover o máximo de peças de roupa Manter a vítima em repouso, posição dorsal, com a cabeça e ombros elevados Dar água fria ou gelada ou qualquer líquido não alcoólico para que a vítima beber, se estiver consciente. Borrifar ou aplicar compressas de água fria (não gelada) no corpo da vítima A intermação quando não é logo tratada pode levar a complicações musculares, insuficiência renal, pulmonar, cardíaca e hemorragias e em casos mais graves pode levar à morte. F – RADIAÇÃO IONIZANTE – EXPOSIÇÃO RADIOATIVA A radiação é uma forma de energia que é enviada através de partículas de alta velocidade ondas eletromagnéticas. As radiações ionizantes são definidas como as com energia suficientemente alta para deslocar os elétrons de sua trajetória, criando íons; formas dessa energia incluem raios-x, partículas ß, partículas A e nêutrons. As radiações ionizantes são emitidas por materiais radioativos, que podem ser naturais ou podem ser produzidos pelo homem, com máquinas como reatores nucleares. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 57 A exposição à radiação pode provir de fontes naturais, exposições médicas terapêuticas ou diagnósticas ou exposições acidentais a indivíduos ou a grandes populações. As consequências da exposição à radiação são dependentes da dose e também dependem se a exposição é em corpo inteiro ou apenas parte do corpo. Acima de uma certa dose de radiação, a probabilidade de lesão aumenta rapidamente para próximo de 100%. A síndrome cutânea pode ocorrer precocemente de 1 a 2 dias após a exposição, mas pode levar anos até se tornar totalmente manifesta. - As lesões precoces incluem eritema, edema e descamação seca da pele. - Lesões mais avançadas incluem bolhas, ulcerações e onicólise (separação gradual e indolor da unha da mão ou do pé do leito ungueal). O QUE FAZER: Em primeiro lugar, em casos de exposição aguda, a radiação no caso de exposição acidental ou na forma de ataque intencional, as primeiras medidas são em relação à proteção do público, limitar a propagação do dano, monitorar, determinar e eliminar as fontes radioativas. Minimização da exposição à radiação e contaminação dos profissionais da saúde Atendimento aos indivíduos expostos. Manutenção das vias aéreas pérvias Reposição eletrolítica e de volume em pacientes desidratados Controle de convulsões Cuidar de lesões traumáticas graves ou condições que ameaçam a vida primeiro G - LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO A exposição prolongada a temperaturas ambientais muito baixas sem a devida proteção pode provocar um problema geral ao nível do funcionamento do organismo (hipotermia) ou problemas locais em determinadas partes do corpo (congelamento). 1º HIPOTERMIA ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 58 A progressiva perda de calor do corpo e a consequente diminuição da temperatura interna do organismo abaixo dos seus valores normais, por volta dos 37°C. Considerada francamente grave se forem menores que 33°C, provocando um certo risco de morte iminente se se situarem abaixo dos 27°C. O QUE FAZER: -Tentar aquecer a vítima o mais depressa possível e na adoção das medidas adequadas. - Proporcione à vítima suficiente calor (1) e se lhe administre bebidas quentes (2), se consciente. - Aquecer gradualmente a vítima segundo as possibilidades disponíveis, no mínimo aconchegando-a o melhor possível e até fornecendo calor através do próprio contato corporal. - Caso se encontre num abrigo, em primeiro lugar, deve-se retirar as roupas húmidas e substituí-las por secas, abrigá-la com mantas e situá-la perto de uma fonte de calor (3), oferecendo-lhe, se estiver consciente, bebidas quentes e alimento energético (por exemplo, açúcar). - Caso a situação seja grave e se conte com os meios apropriados, o método mais simples para aquecer a vítima, enquanto se espera pela ajuda médica, consisteem submergi- la numa banheira com água morna e ir acrescentando gradualmente água quente até se alcançar cerca de 40.0 a 42°C (4). 2º CONGELAMENTO O congelamento corresponde à destruição local dos tecidos do corpo expostos a temperaturas muito baixas, inferiores a 00 ºC, e tem os mesmos fatores de predisposição que a hipotermia. Embora o congelamento possa afetar qualquer parte do corpo, o problema manifesta-se, sobretudo, nas extremidades, tais como os membros, sobretudo os dedos das mãos e dos pés, e também no nariz, orelhas, queixo e bochechas. O frio provoca uma diminuição da circulação que favorece uma insuficiente assimilação de oxigénio e a consequente interrupção das reações químicas celulares, o que, adicionado à formação de microcristais de água nas próprias células e tecidos intersticiais, pode conduzir à necrose ou morte dos tecidos afetados, sobretudo da pele, tecido subcutâneo e músculos subjacentes. Sinais de congelamento: • Área da pele branca ou acinzentada; • Pele invulgarmente firme; • Formigamento. O QUE FAZER: ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 59 Ao primeiro sinal de vermelhidão ou dor em qualquer zona da pele, sair do frio e proteger a pele exposta. Deve –se tratar as partes afetadas com suavidade, devendo-se evitar as massagens, sobretudo com neve, e os pequenos golpes, devido ao fato de os tecidos danificados se encontrarem muito frágeis, não se devendo igualmente rebentar as vesículas ou bolhas que se tenham formado. Em primeiro lugar, deve-se retirar toda a roupa ou acessórios que comprimam a zona afetada, como luvas, sapatos, meias ou anéis. Em seguida, deve-se proceder ao aquecimento lento e gradual da vítima com os meios disponíveis e, no caso de a zona afetada ser uma mão, colocando-a em contato com o próprio corpo, sob uma axila ou entre as pernas (1). Caso a vítima se encontre num abrigo, é preferível submergir a parte afetada em água morna e aumentar gradualmente a temperatura da água até um máximo de 42°C a 44°C, durante um período de meia hora a uma hora (2). Caso a zona afetada seja o nariz e as orelhas, em vez do banho, deve-se rodear a zona com uma compressa úmida de 38°C a 42°C. Á medida que a vítima vai recuperando, a zona afetada costuma provocar alguma dor, um sinal positivo, pois evidencia o aumento do fluxo sanguíneo. 2 – QUEIMADURA QUÍMICA. - LESÕES POR SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS São queimaduras provocadas por substância química em contato com a pele ou mesmo através das roupas. Queimaduras químicas podem ocorrer quando uma pessoa toca uma substância perigosa, tem contato com roupas ou outros objetos contaminados, ou a inala ou engole junto com comida, água ou remédios. ÁCIDOS são substâncias que em contato com a água liberam íons H+ (íon hidrogênio), provocando alterações de pH para a faixa de 0 (zero) a 7 (sete). H2SO4: Ácido sulfúrico ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 60 Sua inalação pode causar irritação ao trato respiratório e mucosas das membranas. Irritação do nariz e garganta, fadiga respiratória e edema pulmonar. Quando em contato com a pele pode causar queimaduras e destruição dos tecidos. Quando em contato com os olhos, mesmo que seja só o vapor, pode turvar a visão e até causar cegueira. Já quando ingerido, queima o aparelho digestivo, podendo levar ao óbito. HCN: Cianeto de hidrogênio É extremamente tóxico, mesmo sendo em pequenas quantidades. Quando ingerido ou inalado, pode provocar morte, pois ele é capaz de inibir o consumo de oxigênio das células, levando a uma asfixia. Por ingestão, a dose letal é de 1mg. HCl: Ácido clorídrico (também conhecido como ácido muriático) Quando ingerido, causa graves queimaduras na boca, esôfago e estômago. Irrita muito a via respiratória superior. Se inalado, ocorrem edemas nos pulmões. Na pele, causa queimaduras e quando entra em contato com os olhos, os irritam muito e também as pálpebras. Se não for removido imediatamente, causa dano visual prolongado ou permanente, ou pior, perda total da visão. HClO4: Ácido perclórico Provoca queimaduras, quando em contato com a pele. Se for inalado, queima as mucosas e os pulmões. Nos olhos, é capaz de queimá-los e deixar cego. Se ingerido, queima o esôfago e estômago, podendo até perfurá-los. HNO3: Ácido nítrico Mesmo em pequenas concentrações é muito corrosivo, gerando queimaduras em contato com a pele ou com os olhos. Sua inalação pode causar edema nos pulmões, podendo levar a morte. Quando a exposição é crônica, pode afetar a dentição e ocasionar doenças respiratórias crônicas. H3PO4: Ácido fosfórico Se ingerido puro, por exemplo, gera queimaduras na boca, na traqueia e no estômago; se inalado, provoca irritação no sistema respiratório e dificuldade de respirar; o contato dérmico leva a queimaduras e irritação. H2S: Sulfeto de hidrogênio (ácido sulfídrico) Irrita muito o sistema respiratório. Sua gravidade está relacionada com a concentração e duração da exposição. Causa a sensação de queimadura, tosse, dificuldade na respiração, dor de cabeça e até náuseas BASES são substâncias que em contato com a água, liberam íons OH- (hidroxila ou oxidrila), provocando alterações de pH para a faixa de 7 (sete) a 14 (quatorze). NH4OH: Hidróxido de amônio (amoníaco) Sua inalação leva a dificuldade respiratória, broncoespasmos, queima a mucosa nasal, faringe e laringe. Causa dor no peito, edema pulmonar, salivação e retenção de urina. Sua ingestão causa náusea, vômitos, inchaço nos lábios, boca e laringe. Quando https://www.infoescola.com/anatomia-humana/traqueia/ https://www.infoescola.com/sistema-digestivo/estomago/ https://www.infoescola.com/biologia/sistema-respiratorio/ https://www.infoescola.com/medicina/tipos-de-queimaduras/ ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 61 está concentrado, na pele, provoca profundas queimaduras e necrose dos tecidos. Nos olhos causa irritação na córnea e cegueira temporária ou permanente. NaOH: Hidróxido de sódio (soda caustica) Sua ação é muito corrosiva sobre os tecidos da pele, olhos e mucosas. Só se torna inflamável quando em contato com certos metais. A gravidade de sua ação depende de sua concentração e tempo de exposição. Na pele e nos olhos causa queimaduras e também quando ingerido, queimando o trato digestivo. KOH: Hidróxido de potássio (potassa caustica) É uma base muito forte, muito corrosiva, causando queimaduras, cicatrizes e cegueira devida sua alta reatividade. Quando ela é ingerida, pode causar danos graves e permanentes ao sistema gastrointestinal. Quando em contato com olhos, queima as córneas e pode levar a cegueira. No contato com a pele, pode corroê-la e queimá-la seriamente. A ingestão de soda cáustica (base) continua sendo a maior fonte de queimaduras químicas em crianças. As pequenas pilhas, as baterias de relógios e de aparelhos eletrônicos representam perigo por possuir conteúdo corrosivo. O socorrista deve se proteger para evitar o contato com o agente químico. A – SUBSTANCIA LIQUIDA 1º - INGESTÃO A simples suspeita de ingestão de substância corrosiva (soda cáustica, amônia, limpa alumínio, limpa forno, baterias e pilhas) deve ser considerada uma emergência, mesmo que a vítima se apresente sem sintomas. O maior número de informações deve ser obtido a respeito da substância e da quantidade ingerida. A face e a boca devem ser lavadas com água fria na tentativa de remover qualquer partícula cáustica residual. Manter a vítima em jejum (não oferecer nem água) e não induzir vômitos até que seja avaliada por médico do serviço de referência. Pode ser necessária a realização de endoscopia digestiva. Procure imediatamente atendimento médico, pois as baterias contêm conteúdo corrosivo que podemcausar perfuração do tubo digestivo. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 62 2º CONTATO DIRETO Identifique o agente causador da queimadura: ácido, base ou composto orgânico. Remova a substância química que está causando a queimadura, utilizando luvas e um pano limpo, por exemplo; Retire todas as roupas ou acessórios contaminados pela substância química (a lesão é progressiva) QUEIMADURAS OCULARES.: irrigue exaustivamente os olhos no mínimo 30 minutos. Não alimente a vítima Encaminhe imediatamente a vítima para o hospital B – SUBSTANCIA QUÍMICA EM PÓ Muitas substâncias químicas usadas na indústria e nos conflitos armados podem causar queimaduras. Da mesma forma, o cimento úmido, se deixado sobre a pele, pode causar uma queimadura grave. Identifique o agente causador da queimadura: ácido, base ou composto orgânico. Remova a seco previamente o excesso do produto com escova ou panos em caso de queimadura por substância em pó. A agua dilui o produto aumentando a extensão da queimadura. Eliminar todas as partículas ou pós secos. Retire todas as roupas ou acessórios contaminados pela substância química (a lesão é progressiva) Diluir a substancia em de água corrente por, pelo menos, 30 minutos. Em alguns casos pode ser mais prático tomar um banho frio; Aplique uma gaze ou atadura limpa sem apertar muito. Outra opção é colocar um pouco de papel filme sobre o local, mas sem apertar muito; Não alimente a vítima Acione o Serviço de Emergência 3 – QUEIMADURA POR AGENTES BIOLÓGICOS A - ANIMAIS 1º LAGARTA (taturana, marandová, mandorová, mondrová, ruga, oruga, bicho-peludo): É uma das fases do ciclo biológico de mariposas e borboletas (lepidóptero). Os acidentes provocados por lagartas, popularmente chamados de “queimaduras”, têm evolução benigna na maioria dos casos. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 63 Família Megalopygidae (lagartas “cabeludas”) - As cerdas pontiagudas e curtas contêm as glândulas de veneno, entremeadas por outras longas, coloridas e inofensivas; Família Saturniidae (lagartas “espinhudas”) - vivem em grupos, possuem cerdas urticantes em forma de espinhos, semelhantes a pequenos pinheiros verdes distribuídos no dorso da lagarta. Nesta família se inclui o gênero Lonomia, com ampla distribuição em todo o País, causador de acidentes hemorrágicos. Possuem cerdas urticantes em forma de espinhos, As lagartas do gênero Lonomia são as que têm maior relevância para a saúde pública, pois podem ocasionar acidentes graves ou mortes, pela inoculação do veneno no organismo, que se dá por meio do contato das cerdas urticantes com a pele. Somente a fase larval (lagartas) desses animais é capaz de produzir efeitos sobre o organismo; as demais (pupa, ovo e adultos) são inofensivas, exceto as mariposas fêmeas adultas do gênero Hylesia (Saturniidae), que apresentam cerdas no abdômen. Em contato com a pele, essas cerdas podem causar dermatite papulopruriginosa. O Brasil é o único país produtor do Soro Antilonômico (SALon)., específico para o tratamento dos envenenamentos moderados e graves causados por essas lagartas. Dependendo da lagarta, os sintomas podem tratados com medidas para alívio da dor, como compressas frias ou geladas. Nos casos de suspeita de acidente com Lonomia, o paciente deve ser levado ao serviço de saúde mais próximo, para que o profissional de saúde avalie a necessidade de administração do soro antilonômico. O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE Lavar o local da picada com água corrente fria e sabão; Levar o indivíduo imediatamente ao serviço de saúde mais próximo para que possa receber o tratamento em tempo oportuno; A identificação da lagarta causadora do acidente pode ajudar no diagnóstico. Portanto, se for possível, é recomendado levar a causadora ao serviço de saúde; . ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 64 2º ACIDENTES COM ÁGUAS-VIVAS E CARAVELAS CARAVELAS AGUA VIVA As ocorrências de queimaduras com animais marinhos são recorrentes Os primeiros sintomas são vermelhidão, ardência e dor intensa no local afetado, que podem durar de 30 minutos a 24 horas. O veneno tem ação tóxica na pele humana, podendo causar inflamação extensa e até necrose. Em casos mais graves, pode provocar ainda arritmias cardíacas, alteração no tônus vasculares e insuficiência respiratória por congestão pulmonar. Há também relatos de dor de cabeça, náuseas, vômitos, febre e espasmos musculares. Em geral, a gravidade depende da extensão da área atingida. O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTE É importante é que a pessoa saia logo da água. Dependendo do grau da queimadura, a dor é forte e a pessoa pode ter problema de respiração. Então a primeira coisa é sair da água e lavar a região Na areia, é preciso ter cuidado com o que será usado na pele, para não agravar o quadro. “Não se deve friccionar com toalha, pois isso vai irritar a pele e favorecer a penetração do veneno. O ideal é lavar com água salgada, a do mar, de preferência gelada ou vinagre. O vinagre pode neutralizar o veneno e ajudar a diminuir a dor. Os tentáculos do animal devem ser retirados com o uso de luvas e pinça. Jamais lavar com água doce nessas queimaduras. As águas- vivas e as caravelas têm pequenas espículas que vão liberar o veneno justamente com esse contato. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 65 Para avaliação do envenenamento, é importante o auxílio médico, o mais rápido possível. Se necessário, o paciente poderá receber medicamentos, como corticoides tópicos e analgésicos. PREVENÇÃO DE QUEIMADURAS I - CUIDADOS BÁSICOS COM AS CRIANÇAS As crianças menores de 5 anos correm mais riscos devido a vários fatores como possuírem pele mais fina, tempo de reação, pouca agilidade e principalmente a curiosidade. Por isso, alguns cuidados devem ser observados: o Não prepare alimentos quentes com a criança nos braços ou no colo o Mantenha as crianças longe da cozinha, principalmente na hora do preparo das refeições. A maior parte das queimaduras causadas por líquidos superaquecidos ocorrem nesse intervalo de tempo o Não deixe ao alcance das crianças substâncias inflamáveis utilizadas para limpeza, como o álcool. Guarde-as em local seguro. Por produzirem chama, quando em combustão, essas substâncias servem de atrativo para as crianças, especialmente na época das festas juninas o Não deixe crianças soltar fogos de artifício às crianças, principalmente do tipo explosivo. Além das queimaduras, eles causam lesões graves nas mãos, nem sempre passíveis de recuperação o Não deixe fios e tomadas descobertos porque podem causar lesões graves nas mãos e boca das crianças o Não exponha a criança ao sol por muito tempo, principalmente entre 10 h e 15 horas. 1 - CRIANÇAS ABAIXO DE 1 ANO: o Não segure a criança no colo enquanto estiver ingerindo líquido quente ou cozinhando o Evite aquecer a mamadeira ou os alimentos no forno de micro-ondas, pois o aquecimento não é uniforme o Teste a água do banho com o dorso da mão ou com termômetro, antes de molhar a criança o Mantenha objetos aquecidos, como ferros de passar e pranchas de cabelo, além de cigarros, longe do alcance da criança o Mantenha produtos de limpeza fora do alcance das crianças o Use protetor nas tomadas elétricas ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 66 2 - CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 1 E 3 ANOS: o Nunca deixe a criança sozinha na banheira. Elas podem ligar a água quente, cair ou se afogar rapidamente o Ensine a criança a não puxar objetos como toalha de mesa, fios e outros o Deixar os cabos das panelas voltados para o lado interno do fogão. Não permitir a presença de criançaspróximas ao fogão e churrasqueiras 3 - CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 3 E 5 ANOS: o Nessa idade, elas podem começar a ser treinadas na prevenção de incêndios e queimaduras pois já têm idade para reconhecer o som de um detector de fumaça o Use apenas isqueiros com dispositivo protetor de acendimento acidental o Ensine à criança as diferenças entre brinquedo e palito de fósforo 4 - CRIANÇAS COM IDADE ENTRE 5 E 12 ANOS: o Planeje e pratique as saídas em caso de incêndio o Converse sobre a segurança na cozinha o Ensine a elas como usar o micro-ondas, forno elétrico e aquecedores o Mantenha líquidos inflamáveis fora de vista e de acesso 5 - CUIDADOS GERAIS: o Evite fumar, principalmente deitado o Utilize cinzeiros fundos e com proteção lateral o Em queimaduras elétricas, retire o fio da tomada ou desligue a energia geral. Nunca toque na vítima enquanto ela estiver em contato com a eletricidade. Toda vítima de queimadura elétrica deve ser levada ao hospital o Evite manipular álcool próximo a cigarros, charutos, fósforos acesos, churrasqueiras e fogueiras o Não utilize álcool líquido diretamente sobre o fogo, na forma de jato, devido ao risco de explosão o Investigue vazamentos de gás. Feche a válvula do botijão antes de sair de casa e antes de ir dormir o Mantenha o botijão de gás longe do calor direto e sempre na vertical o Manipule os fogos de artifício com cuidado o Evite o uso de bronzeadores caseiros o Nunca considere uma queimadura, um acidente sem importância o Fogo e bebida não combinam. Evite. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 67 6 - ATENÇÃO: O QUE NÃO FAZER EM CASO DE QUEIMADURA: o Nunca aplique produto caseiro como sal, açúcar, pó de café, pasta de dente, pomadas, ovo, manteiga, óleo de cozinha ou qualquer outro, pois eles podem complicar a queimadura e dificultar um diagnóstico mais preciso. As soluções caseiras para diminuir a dor e a ardência das queimaduras podem piorar e até causar infecção no local atingido o Não tente tratar a vítima sem ter o conhecimento científico necessário para a cura da lesão o Não aplique gelo diretamente sobre o local, pois isso pode piorar a queimadura o Se houver roupa grudada na região da queimadura, não remova. Apenas corte a mesma ao redor da lesão o Nunca fure as bolhas o Não demore em pedir auxílio especializado, em caso de dúvida, sempre procure o hospital. Quando mais tardio for o início do tratamento, pior. o Queimaduras na face, genitália, mãos e pés são sempre consideradas graves, devendo ser procurado atendimento hospitalar imediatamente o Evite também pomadas ou remédios naturais, assim como qualquer medicação que não for prescrita por médicos o Em caso de ingestão de produtos cáusticos ou queimaduras em boca e olhos, lavar o local com bastante água corrente e procurar atendimento médico imediato o Não toque a área afetada o Não respirar a fumaça em caso de incêndios. Lembre-se que a inalação de fumaça pode causar queimaduras nos pulmões e brônquios, mesmo que não haja queimadura externa visível. o Caso o ambiente esteja com muita fumaça, pode-se diminuir a inalação com um pano molhado próximo do nariz e boca e se locomovendo de agachado, com o nariz bem próximo ao chão, onde a concentração de fumaça é menor o Não tente retirar pedaços de roupa grudados na pele. Se necessário, recorte em volta da roupa que está aderida à pele queimada o Não cubra a queimadura com algodão Ligue para os serviços de socorro do SAMU (192) ou do Corpo de Bombeiros (193). ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 68 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Queimaduras: saiba como prevenir e cuidar CORPO DE BOMBEIROS DE MINAS GERAIS http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/27193-queimaduras-saiba-como-prevenir-e-cuidar.html Qui, 22 de Novembro de 2012 09:44 10/02/2020 00:24 Primeiro atendimento em queimaduras: a abordagem do dermatologista* Everton Carlos Siviero do Vale An. Bras. Dermatol. vol.80 no.1 Rio de Janeiro Jan./Feb. 2005 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962005000100003 10/02/2020 01:50 MINISTÉRIO DA SAÚDE – SAÚDE DE A a Z https://saude.gov.br/saude-de-a-z/insolacao 10/02/2020 02:08 CARTILHA PARA TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA DAS QUEIMADURAS https://www.inem.pt/2019/01/11/queimaduras-pelo-frio/ 10/02/2020 0755 Queimaduras - 07/11/2014 às 17h46 Sociedade Brasileira de Pediatria http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/27193-queimaduras-saiba-como-prevenir-e-cuidar.html http://www.bombeiros.mg.gov.br/component/content/article/27193-queimaduras-saiba-como-prevenir-e-cuidar.html http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962005000100003#nota http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962005000100003 https://saude.gov.br/saude-de-a-z/insolacao https://www.inem.pt/2019/01/11/queimaduras-pelo-frio/ ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 69 https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/queimaduras/ 10/02/2020 14:32 TOXICIDADE ACIDOS E BASES Passei Direto https://www.passeidireto.com/arquivo/5614627/toxicidade-acidos-e-bases 10/02/2020 14:40 Acidentes por animais peçonhentos - Lagartas Ministério da Saúde. Publicado: Terça, 02 de Maio de 2017, 12h49 Última atualização em Quarta, 11 de Abril de 2018, 10h5 https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos-lagartas 10/02/2020 18:46 Acidentes com águas-vivas e caravelas: conheça os primeiros socorros Ministério da Saúde –Ppromoção da Saúde. Publicado: Segunda, 23 de Janeiro de 2017, 12h16, Última atualização: 23/01/17 18h18 http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52259-acidentes-com-aguas-vivas-e-caravelas-conheca-os- primeiros-socorros 10/02/2020 20:29 - ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DE RCP E ACE - AMERICAN HEART ASSOCIATION - 2015 - A PRIMEIRA RESPOSTA – MANUAL DO SOCORRO BÁSICO DE EMERGÊNCIA - 2002 - A PRIMEIRA RESPOSTA – MANUAL DO SOCORRO BÁSICO DE EMERGÊNCIA – 2005 - PROTOCOLO OPERACIONAL DE ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR – 2005 - APOSTILA DE CURSO TÉCNICO EM EMERGÊNCIS MÉDICAS - 2006 - MANUAL DE FUNDAMENTOS – CORPO DE BOMBEIROS SÃO PAULO - PRIMEIROS SOCORROS – SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL - DIFUSÃO DO ENSINO ATUAL – ESTUDO UNIVERSAL – 2000 –BIOLOGIA - AMERICAN HEART ASSOCIATION - 2005 - SITE – WWW.DRGATE.COM.BR - SITE – WWWWEBCIENCIA.COM.BR - SITE – WWW.GEOCITIES.COM.COM.BR - SITE – WWW.BOMBEIROEMERGENCIA.COM.BR - SITE – WWW.COREN-RG.ORG.BR - SITE – WWW.COREN-MG.COM.BR https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/queimaduras/ https://www.passeidireto.com/arquivo/5614627/toxicidade-acidos-e-bases https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/acidentes-por-animais-peconhentos-lagartas http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52259-acidentes-com-aguas-vivas-e-caravelas-conheca-os-primeiros-socorros http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/52259-acidentes-com-aguas-vivas-e-caravelas-conheca-os-primeiros-socorroslocaliza-se dentro da coluna e tem a função básica de conduzir estímulos ou encéfalo (via sensitiva) e as respostas do encéfalo (via motora), através dos nervos espinhas. Nervos: Formam o sistema nervoso periférico, que são ramificações nervosas que alcançam todas as células do organismo, colocando o individuo em contato com o meio ambiente, pois permite a comunicação direta com o sistema nervoso central. SNA: Sistema Nervoso Autônomo. Formado pelo Simpático e o Parassimpático. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 8 SISTEMA RESPIRATÓRIO É um sistema básico dos seres vivos, pois o O2 (oxigênio) é importante para energia celular. Obtemos o O2 do ar que respiramos. Função: Responsável pela respiração, isto é: - Fornecimento de O2 para ser distribuído pelo sangue a todas as células do corpo; - Eliminação de CO2 (gás carbônico) do organismo. SISTEMA DIGESTÓRIO Este sistema tem a propriedade de digerir e absorver alimentos, como também remover do organismo certos resíduos não aproveitáveis. Nota-se que a faringe é comum tanto no Sistema Digestivo quanto no Sistema Respiratório. Em determinado trecho, passa por ela tanto o ar quanto o alimento. Função: - Mastigação - Deglutição - Digestão dos alimentos - Absorção dos nutrientes - Eliminação de substancias que não foram aproveitadas pelo organismo. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 9 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior. É constituído por um órgão central que é o coração, por tubos que são os vasos sanguíneos por onde passa o sangue. Função: A função básica é de conduzir material nutritivo (nutrientes) e o oxigênio (02) a todas as células do nosso organismo. Recolher do organismo substâncias tóxicas e em excesso que serão filtradas nos rins. Constituição: - Coração – trabalha como uma bomba contrátil propulsora, para mandar sangue a todas as partes do corpo. Sístole – Movimento de contração do músculo cardíaco. Diástole – Movimento de relaxamento do músculo cardíaco. Grande Circulação: Através da Artéria Aorta para todas as partes do corpo, entregando o oxigênio as células e recebendo CO2. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 10 Pequena Circulação: vai para os pulmões através das artérias pulmonares, para a eliminação do CO2 e inclusão de 02. Sangue - Responsável em levar para todas as células do organismo substâncias nutritivas e hormônios, de que as células necessitam para viver e exercer suas funções; - O sangue recebe o oxigênio nos pulmões para levá-lo às células, e recebe das células o gás carbônico e leva para os pulmões para que seja eliminado; - Recebem também, das células do corpo, resíduos ou escórias e deixa nos rins que os eliminará através da urina; - O sangue é responsável pelo equilíbrio térmico; - Responsável pela defesa do corpo. VASOS SANGÜNEOS Artérias - São vasos sangüíneos que recebem o sangue sob pressão do coração para qualquer parte do corpo; - Elas pulsam; - Suas paredes são espessas; - Quando cortadas o sangue esguicha; - Maiores e mais profundas no corpo. - Veias - São vasos sangüíneos que levam o sangue de qualquer parte do corpo para o coração; - Elas não pulsão; - Quando cortadas o sangue escorre; - Suas paredes são finas e flácidas; - Maiores e mais superficial no corpo. Capilares -São vasos sangüíneos de calibre reduzido, podendo assim alcançar as áreas mais profundas ou superficiais de todo o corpo. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 11 SISTEMA URINÁRIO Este sistema é responsável pela formação da urina e eliminação para fora do organismo. Função: Principal função dos rins é filtrar o sangue, retirando dela substâncias tóxicas e em excesso pra serem eliminados do organismo. Constituição: Rins, Ureteres, Bexiga, Uretra. SISTEMA GENITAL MASCULINO E FEMINO Masculino Função: Produção de espermatozóide para fecundação. Constituição: Pênis, Testículo, Conduto deferente, Vesícula Seminal, Próstata, Uretra. Feminino Função: Amadurecimento do óvulo e recepção do espermatozóide para a fecundação. Constituição: Vagina, Útero, Tubas Uterinas, Ovários. SISTEMA SENSORIAL Os órgãos do sentido colocam o organismo humano em contato com o mundo exterior. Constituição: 1- Olho – para visão. 2- Orelha – para a audição. 3- Língua – para a gustação. 4- Nariz – pra o olfato. 5- Pele – para o tato. SISTEMA TEGUMENTAR É um conjunto de estruturas superficiais chamada de pele que reveste todo o corpo e que se dispõe em camadas. Função: - Proteção do corpo às agressões do meio ambiente. - Participa do equilíbrio hídrico e térmico. - Armazenamento de energia. - Percepção sensorial de superfície: tato, dor, calor, frio, pressão. Constituição: a) Pele – Epiderme, Derme, Tecido subcutâneo. b) Anexos da pele – Glândulas sudoríparas, Glândulas sebáceas, Unhas, Pelas Glândulas mamaria. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 12 PRIMEIROS SOCORROS Definição de Primeiros Socorros São os procedimentos de emergência que devem ser aplicados a uma pessoa em perigo de vida, visando manter os sinais vitais e evitando o agravamento até que receba a assistência definitiva. Importância dos Primeiros Socorros A grande maioria dos acidentes poderiam ser evitados, porém, quando eles ocorrem, alguns conhecimentos simples de primeiros socorros podem diminuir o sofrimento da vítima, evitar complicações futuras e até mesmo salvar vidas. Objetivo dos Primeiros Socorros Proporcionar o atendimento à vítima no local do acidente tendo como prioridade o suporte básico da vida. Consideramos suporte básico da vida a garantia da manutenção da respiração e circulação da vítima. Fundamentos dos Primeiros Socorros - Manter a calma em situação de emergência; - Assimilar a vítima ao local do acidente; - Certificar-se de que há condições seguras para prestação do socorro sem risco para o socorrista; - Lembrar-se que um atendimento de emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde da vítima; - Ter em mente que a prestação de primeiros socorros não exclui a necessidade de atendimento médico. Importância do Atendente de Emergências Todos os seres humanos são possuidores de um forte espírito de solidariedade e é este sentimento que nos impulsiona para tentar ajudar as pessoas em dificuldades. Nestes trágicos momentos, após os acidentes, muitas vezes entre a vida e a morte, as vítimas são totalmente dependentes do auxilio de terceiros. Somente o espírito de solidariedade não basta, para se prestar os primeiros socorros com eficiência. Característica do Socorrista -Transmitir confiança, segurança e tranqüilidade aos acidentados que estiverem conscientes, informando que o auxílio já está a caminho; - Agir rapidamente, porém dentro dos seus limites; - Usar os conhecimentos básicos de primeiros socorros; - Às vezes será preciso saber improvisar. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 13 NOÇÕES BÁSICAS DE ENFERMAGEM SINAIS VITAIS Os sinais vitais revelam aspectos importantes das condições dos pacientes. A repetição dos sinais vitais auxilia na vigilância do paciente e identifica alterações no quadro do paciente. Sinais vitais: Temperatura – Pulso – Respiração – Pressão arterial a) Temperatura: A temperatura corporal representa um equilíbrio entre o calor produzido ou adquirido pelo corpo, e a quantidade perdida, este equilíbrio é mantido à custa de um sistema termorregulador que monitora e atua na manutenção da temperatura corpórea para o funcionamento normal das células e órgãos vitais. Temperatura bucal 36,2 a 37,0ºC Temperatura retal 36,4 a 37,2ºC Temperatura axilar 36,0 a 37,0ºC Temperatura abaixo donormal: Sub Normal 35,0 a 36,0ºC Hipotermia 34,0 a 35,0ºC Temperatura elevada: Estado Febril 37,5 a 37,9ºC Febre 38,0 a 38,9ºC Pirexia 39,0ºC Hiperpirexia 39,1 a 41,0ºC b) Respiração: É o movimento do tórax uniforme e regular durante o ato inspiratório, preferencialmente. Adulto Masculino / Feminino 10 a 20 mrpm Criança 20 a 30 mrpm Lactentes 30 a 40 mrpm c) Pulso: Corresponde ao movimento do sangue quando da sua passagem por uma arteira, criado pela contração do ventrículo esquerdo, que impulsiona o sangue ao longo das arteiras corporais. Freqüência cardíaca é o número de batimentos cardíacos por 1 minuto. Adulto masculino / feminino 60 a 100 bpm Criança 100 a 120 bpm Lactentes 120 a 140 bpm d) Pressão Arterial: É a pressão que o sangue exerce na parede das artérias. Pressão Sistólica: é a pressão máxima – 110 a 140 mmhg Pressão Diastólica: é a pressão mínima – 60 a 90 mmhg PONTOS ARTERIAIS ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 14 ATENDIMENTO DE PRIMEIROS SOCORROS 1) PRIORIDADES PRIMÁRIAS: - Parada cardiorespiratória; - Parada respiratória; - Obstrução respiratória; - Trauma crânio encefálico; - Trauma de tórax; - Trauma de abdome; - Grandes hemorragias (mais de 01 litro de sangue perdido internamente ou externamente). 2) PRIORIDADES SECUNDÁRIAS: - Trauma de coluna; - Trauma de bacia; - Grandes queimados; - Fratura de fêmur. 3) PRIORIDADES TERCIÁRIAS: - Ferimentos; - Fraturas de extremidades; -Queimaduras leves; O ATENDIMENTO A VÍTIMA É COMPREENDIDO DE: C – Checar – Consiste em verificar se o local é seguro e a situação em que a vítima se encontra e o número de vítimas. C – Chamar – O Socorrista não deve perder tempo, pois cada minuto perdido pode ser a diferença entre a vida e a morte para a vítima. O número a se chamado é o número 193 que é o número do Resgate do Corpo de Bombeiros. C – Cuidar – Enquanto o Socorrista aguarda a chegada do Resgate do Corpo de Bombeiros, ele deve se colocar ao lado da vítima e começar os cuidados até a chegada do sistema de emergência AVALIAÇÃO DA VÍTIMA ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 15 Avaliação da Cena: Após O Socorrista ter CHECADO o ocorrido, e CHAMADO SISTEMA DE EMERGÊNCIA, o Socorrista deverá começar a CUIDAR da vítima, para isto deve haver a AVALIAÇÃO DA CENA. Se o local for seguro então o trabalho do Socorrista fica mais facilitado. Caso o local não seja seguro o Socorrista deve procurar controlar este, e até mesmo remover o paciente do local se não houver como tornar este local seguro. Caso seja possível o local dever ser controlado, ou seja, tornando-o seguro através de isolamento ou mesmo controlando outros fatores de risco, então os cuidados para com a vítima poderão ser iniciados. Avaliação Inicial da Vítima: O objetivo é identificar problemas que ameacem eminentemente a vida da vítima e que necessitam de atendimento imediato. O socorrista irá verificar se foi um problema provocado por um acidente (trauma) ou um problema de saúde (Clínico). Paciente de Trauma: Neste caso deve ser verificado o que deu origem ao ocorrido e iniciar o exame da vitima ( histórico do ocorrido e exame físico visual da vítima). Após isto então o Socorrista deverá avaliar o mecanismo da lesão, verificando o que realmente ocorreu, principalmente através: - de relacionar a vitima ao acidente; - de relato de testemunhas. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 16 XABCDE DO TRAUMA: a história por trás do nome Em 1976, após sofrer um acidente com sua família, o cirurgião ortopédico Jim Styner pôde perceber as fragilidades dos cuidados em primeiros socorros de vítimas de traumas. Depois dessa experiência, o médico desenvolveu o protocolo ABCDE do trauma, que passou a ser empregado em diversas regiões do mundo a partir de 1978. Naquele ano, inclusive, foi ministrado o primeiro curso sobre o tema. A importância do método desenvolvido por Jim Styner não demorou a ser reconhecida pelas autoridades médicas. Isso porque a técnica se mostrou realmente eficaz. Com o passar do tempo, foi provado que só com esses cuidados é possível realmente estabilizar o paciente. Ou seja, o método deixa o paciente mais seguro em caso de transporte e para quaisquer outras intervenções que se façam necessárias. Mudança (a entrada do X): O famoso mnemônico do trauma “abcde” ganhou, na 9ª edição do PHTLS 2018, no capítulo 6 , mais uma letra: o x. O “x” é referente à hemorragia exsanguinante ou hemorragia externa grave. O atendimento pré-hospitalar nas situações de trauma sofreu, assim, uma substancial alteração. Passou a ser dado mais ênfase às grandes hemorragias externas, antes mesmo do controle cervical ou da abertura das vias aéreas! O ABCDE do Trauma e a padronização do atendimento O XABCDE é um mnemônico que padroniza o atendimento inicial ao paciente politraumatizado. Ele define, portanto, as prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de padronizar o atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de memorizar todos os passos que devem ser seguidos com o paciente em politrauma. Sendo assim, é fundamental que o conhecimento sobre esse método seja absorvido por quem atua na Saúde, principalmente, em hospitais. O XABCDE foi pensado para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo. O mnemônico pode ser aplicável a todas as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo tem como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de qualquer tipo de trauma. https://www.dicio.com.br/mnemonico/ ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 17 Condutas de segurança na fase pré-hospitalar Antes de iniciar a abordagem XABCDE ao paciente vítima de trauma, é necessário atentar-se a itens essenciais para salvaguardar a vida da equipe. São eles: avaliação da segurança da cena, uso de EPI’s, sinalização da cena (ex: dispor de cones de isolamento na pista). Significado das Letras ABCDE Você deve estar se perguntando: qual o significado das letras que compõem o termo XABCDE? A gente responde abaixo: (X) – Exsanguinação O X lembra que a contenção de hemorragia externa grave deve ser feita antes mesmo do manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são as hemorragias graves. (A) – Vias aéreas e proteção da coluna vertebral No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-85% das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para manutenção das vias aéreas utiliza-se das técnicas: “chin lift”: elevação do queixo, uso de aspirador de ponta rígida, “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula, cânula orofaríngea (Guedel). No A também, realiza-se a proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes, a equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que ela mova a cabeça para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. A imobilização deve ser de toda a coluna, não se limitando à coluna cervical. Para isso, uma prancha rígida deve ser utilizada. Atenção: considere uma lesão da coluna cervical em todo doente com traumatismos multissistêmicos! (B) – Boa Ventilação e Respiração No B, o socorrista deve analisar se a respiração está adequada e se atentar para: frequência respiratória, inspeção dos movimentos torácicos, cianose, desvio de traqueia e observação da musculatura acessória. Esses são parâmetros analisados nessa fase. Para tal, é necessário expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação, ausculta e percussão. É preciso, também, verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 18 (C) – Circulação com Controle deHemorragias No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. A maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. A hemorragia é a principal causa de morte no trauma, como já vimos. A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas, grandes hemorragias. Já o “C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos de hemorragia interna no trauma (pelve, abdômen e membros inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia como: tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e comprometimento do nível e qualidade de consciência. processo de coagulação e controle de hemorragias. (D) – Disfunção Neurológica No D, são feitas análises do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, da presença de hérnia cerebral e dos sinais de lateralização, bem como do nível de lesão medular. Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. Importante aplicar a escala de Glasgow atualizada. (E) – Exposição Total do Paciente No E, a análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia são as principais medidas realizadas. O socorrista deve analisar, entre outros pontos, sinais de trauma, sangramento e manchas na pele. Vale saber: a parte do corpo que não está exposta pode esconder a lesão mais grave que acomete o paciente. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 19 Vítima de Trauma com Lesão Grave: Neste caso deverá ser feito o EXAME FISICO da vítima que consiste em: 1 - Verifique se vítima está consciente: O objetivo é identificar problemas que ameacem eminentemente a vida da vítima. Pergunte: Oi tudo bem? Você pode me ouvir? Pode falar? IMPORTANTE: Se a vítima estiver caída ao solo, o socorrista deverá ajoelhar ao seu lado e manter sempre um, ou os dois joelhos no solo. 2 - Abrir vias aéreas Libere vias aéreas aplicando a técnica de hiperextensão do pescoço e protusão mandibular. IMPORTANTE: Se o mecanismo de lesão indicar possibilidade de trauma na coluna, aplique a tríplice manobra (jaw- thrust) e peça para outra pessoa, imobilizar a cabeça e o pescoço da vítima, impedindo movimentos que possam agravar a lesão. Em caso de lesão na coluna (vítima inconsciente, vítima de trauma e quando não se conhece o mecanismo da lesão), deveremos sempre usar o método de tríplice manobra, para não agravar uma possível lesão na coluna. 3 - Verifique a respiração Observe se o peito da vítima sobe e desce, colocando sua orelha próxima à boca da vítima. Ver, Ouvir e Sentir os movimentos respiratórios. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 20 Adulto: acima de 08 anos de idade Criança: de 01 a 08 anos de idade Bebê: menos de 01 anos de idade 4 - Verifique a Circulação Procure sentir pulso verificando a artéria carótida se for adulto ou criança, em caso de bebê verifique o pulso na artéria braquial. Procure por sangramentos graves observando todo o corpo da vítima. Procure por sinais de sangue nas roupas ou no chão. 5 - Exame Físico - Exame rápido da cabeça aos pés, a fim de verificar os problemas mais graves que a vítima possa ter. - A imobilização da cabeça deverá ser feita o tempo todo manualmente. - Palpe delicadamente o crânio para verificar depressões, sangramento, nódulos macios, duros ou moles, e assim por diante. - Palpe delicadamente o pescoço para verificar qualquer anormalidade na traquéia e nas vértebras cervicais. - Após o exame da região do pescoço, deverá ser colocado o colar cervical. - Aplique compressão na caixa torácica para descobrir quaisquer danos. Ao mesmo tempo, inspecione visualmente o tórax para verificar se há deformidades, ferimentos e expansão uniforme. - Verifique visualmente o abdome; em seguida, palpe cada quadrante para ver se há sensibilidade e deformidade ou áreas enrijecidas. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 21 - Coloque as mãos nos dois lados dos quadris e comprima para dentro e para baixo, verificando se há sensibilidade, crepitação ou rangido. - Verifique se há dor ou deformidades na parte superior da perna, palpe os joelhos para ver se há deformidade ou dor na patela (rótula). - Sinta a parte inferior da perna; palpe a tíbia, os tornozelos e os pés, verifique pulso distal e perfusão capilar. Se a vítima estiver consciente, verifique resposta motora e sensibilidade. - Palpe a clavícula e pergunte se há dor, palpe toda extensão dos braços e verifique pulso distal e perfusão capilar. Se a vítima estiver consciente, verifique resposta motora e sensibilidade. MONITORE SINAIS VITAIS Respiração Pulso Pressão Arterial Temperatura SAMPÚM O SAMPÚM consiste na verificação de: Sinais e sintomas Alergias Medicamentos que faz uso Problemas médicos anteriores Última alimentação oral Mecanismo da lesão TRANSPORTE O transporte deve ser iniciado assim que possível. É importante que não se perca mais do que 10 minutos desde a chegada no local até iniciar o transporte. O transporte deve ser realizado no mínimo utilizando prancha longa e colar cervical. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 22 EXAME FÍSICO DETALHADO Consiste no Exame Físico, porém feito de forma mais detalhada com a utilização de lanternas, esfigmomanômetro, estetoscópio, sendo que o oxigênio deve ser sempre utilizado em caso de traumas. Observe os olhos para ver se as pupilas estão reativas ou apresentam danos. -Verifique laceração ou obstruções na boca, observe simetria facial e alinhamento dos dentes. Verifique a presença de sangue ou de líquido claro (líquido cefalorraquidiano) no nariz e nos ouvidos. AVALIAÇÃO CONTINUADA Durante o transporte, ou enquanto o socorro adequado não chega, a vítima deve ser reavaliada a cada 05 minutos. Deverá ainda ser feita à comunicação e o preenchimento de documentação se for o caso. SEM LESÃO SIGNIFICATIVA (Trauma menor) Avaliação específica da lesão; Monitore sinais vitais; SAMPÚM; Transporte. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 23 ACIDENTE DE EMERGÊNCIAS CLÍNICAS Neste caso deve ser verificado o que deu origem ao ocorrido e iniciar o exame da vítima. VÍTIMA CONSCIENTE SAMPÚM Exame baseado na queixa do paciente Monitore sinais vitais Transporte Exame físico detalhado Avaliação continuada VÍTIMA INCONSCIENTE (Caso Clínico) Nível de consciência Exame físico da cabeça aos pés Monitore sinais vitais SAMPÚM Transporte Exame físico detalhado Avaliação continuada ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 24 OBSTRUÇÃO RESPIRATÓRIA A vítima de obstrução respiratória ficará muito nervosa e agitada pela impossibilidade de respirar e caracteristicamente vai segurar o pescoço e abrir amplamente a boca e ainda tentará falar e não conseguirá. Ao iniciar a manobra de respiração artificial, o socorrista pode se deparar com uma resistência ao tentar ventilar. Isso significa que, por algum problema, o ar insuflado não está conseguindo chegar aos pulmões da vítima. Não adianta prosseguir na análise primária, sem antes corrigir e eliminar a obstrução. Causas de obstrução respiratória Há muitos fatores que podem causar obstrução das vias aéreas, total ou parcialmente. Em nível de suporte básico da vida pode-se atuar e corrigir as mais comuns, que são: - Obstrução causada pela língua; - Obstrução causada por corpos estranhos. Em vítimas conscientes, o alimento é a principal causa de obstruçãodas vias aéreas. Quando esse acidente ocorre, a vítima fica muito nervosa e agitada pela impossibilidade de respirar e caracteristicamente vai segurar o pescoço e abrir amplamente a boca. Tentará falar e não conseguirá. Vítima Consciente Engasgada - Para constatar essa obstrução o socorrista deve questionar a vítima: “Você pode respirar?”; “Você pode falar?”; “Você está engasgado?”. - Se a vítima confirmar através de movimento afirmativo (como por exemplo, balançando a cabeça), à última pergunta, o socorrista deve imediatamente iniciar a manobra de Heimlich para vítimas conscientes para realizá-la, o socorrista deverá: - Posicionar-se atrás da vítima; - Colocar o cotovelo direito na crista ilíaca direita da vítima e fechar a mão direita; - Com a mão esquerda, encontrar a ponta do osso esterno da vítima e colocar a raiz do polegar da mão direita dois dedos abaixo desse ponto; - Envolver a mão direita com a mão esquerda; - Pressionar o abdome da vítima puxando-o para si e para cima cinco vezes. Essa compressão deve ser suficiente para erguer o calcanhar da vítima do solo; - Observar se a vítima expele o corpo estranho e volta a respirar normalmente. Em caso de insucesso, repetir a manobra; - Se a vítima for excessivamente obesa ou gestante, realizar as compressões no meio do osso esterno; ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 25 OBS. Deve-se tomar cuidado ao posicionar o braço ao redor da cintura da vítima para não ocasionar fratura de costela. Vítima Inconsciente Engasgada Bebê engasgado O método de desobstrução respiratória por corpo estranho em adultos e crianças não é o mesmo para bebês. Para realizar a manobra de Heimlich em bebês, o socorrista deverá, após falhar a segunda tentativa de ventilação: - Segurar o bebê com um dos braços, deixando as costas do pequeno voltadas para cima e a cabeça mais baixa que o tronco. - Dar cinco pancadas com a palma da outra mão entre a escápula do bebê. - Girar o bebê de modo que ele fique de frente, ainda mantendo a cabeça mais baixa do que o tronco, e efetuar cinco compressões torácicas através da pressão dos dedos indicador e médio sobre o osso esterno. - O ponto ideal para realizar a compressão é obtido colocando-se a ponta dos dedos cerca de um centímetro abaixo da intersecção entre o esterno e a linha imaginária que liga os dois mamilos. - Colocar o bebê em uma superfície plana e tentar retirar o corpo estranho, utilizando-se do dedo mínimo. - Proceder duas ventilações. Em caso de insucesso, repetir toda a seqüência. OBS. Não explorar cegamente as vias aéreas de bebês e crianças, pois existe o risco de empurrar o corpo estranho mais profundamente. Deve- se olhar atentamente o interior da boca da vítima, antes de tentar segurar e retirar o objeto que está causando a asfixia. - Verifique inconsciência; - Se a vítima estiver inconsciente, abra as Vias aéreas e verifique a Respiração. - Caso a vítima não respire, efetue duas insuflações boca a boca. - Se não conseguir ( o tórax não se elevar), repita a liberação das vias aéreas e as ventilações. - Se o ar não passar, efetue 05 compressões no abdome, se a vítima for adulto ou criança ( Manobra de Heimlich). - Após a manobra tente visualizar e remover o objeto estranho. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 26 Se não respira e persiste a obstrução repta os passos anteriores, até desobstrução, repita os passos anteriores, até a desobstrução, ou até a chegada de socorro adequado. PARADA RESPIRATÓRIA SINAIS DA PARADA RESPIRATÓRIA - Inconsciência; - Peito imóvel; - Ausência de saída de ar pelas vias aéreas; - Unhas e lábios azulados (cianóticos) PRIMEIROS SOCORROS PARA PARADA RESPIRATÓRIA - Estabelecer a inconsciência da vítima. - Encontrando-se sozinho, deve solicitar ajuda ao confirmar que a vítima está inconsciente. - Posicionar-se de modo adequado e abrir as vias aéreas, optando por um dos métodos vistos, de acordo com a necessidade. - Olhar os movimentos do tórax. - Ouvir os sons da respiração. - Sentir o ar exalado pela boca e pelo nariz. - Observar se a pele do rosto está pálida ou cianótica. - Utilizar três a cinco segundos para se certificar que a vítima respira. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 27 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA Quando o coração pára de bombear sangue para o organismo, as células deixam de receber oxigênio. Existem órgãos que resistem vivos, até algumas horas, porém, os neurônios do sistema nervoso central (SNC) não suportam mais do que seis minutos sem serem oxigenados e entram em processo de necrose. Desta forma, a identificação e a recuperação cardíaca devem ser feitas de imediato. Caso haja demora na recuperação cardíaca, o SNC pode sofrer lesões graves e irreversíveis, e a vítima pode, até mesmo, morrer. Identificação - Inconsciência - Ausência de respiração - Ausência de circulação Tratamento O socorrista deverá iniciar a massagem cardíaca externa o mais cedo possível. Para realizá-la deve: - Localizar o apêndice xifóide com o dedo indicador da mão esquerda. - Colocar dois dedos da mão direita ao lado do indicador da mão esquerda. - Após colocar os dois dedos, posicionar a palma da mão esquerda. - Posicionar a mão direita sobre a mão esquerda, cruzando os dedos. Os ombros do socorrista devem estar paralelos ao osso esterno da vítima e os seus braços estendidos totalmente. Somente a região hipotênar da palma da mão toca o esterno da vítima, evitando-se, dessa forma, pressionar as costelas. Em bebês, com idade variando de 0 a 1 ano, a pressão é realizada com dois dedos, posicionando-os na intersecção do osso esterno com uma linha imaginária ligando os mamilos, fazendo o esterno ser deslocado. Nos casos de parada respiratória e cardíaca simultaneamente, deve-se intercalar a respiração artificial com a massagem cardíaca, método conhecido como Reanimação Cardio-Pulmonar ou RCP. TABELA MASSAGEM CARDIORESPIRATÓRIA (RCP) VITÍMA ADULTO CRIANÇA Lactentes Posição das Maõs Tórax ( Centro do Peito, entre os mamilos) Imediatamente abaixo da linha dos mamilos. CICLO 1 SOCORRISTA 02 Insuflações - 30 Compressões – 5 Vezes CICLO 2 SOCORRISTA 02 Insuflações - 15 Compressões – 4 Vezes Observação: Não interromper a RCP por mais de 7 segundos, exceto se: - A vítima apresentar retorno de pulso e respiração; - A vítima tiver em condições de contar com recursos mais avançados e com pessoal apto para prosseguir no tratamento; - O socorrista estiver completamente exausto. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 28 American Heart Association (AHA) A American Heart Association (AHA) é responsável pela publicação científica Diretrizes para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE), que é a base dos protocolos de salvamento utilizados por profissionais de saúde, empresas e hospitais nos Estados Unidos e em todo o mundo. RCP REALIZADA POR LEIGOS Posição das Maõs Tórax ( Centro do Peito, entre os mamilos) Linha imaginaria dos mamilos CICLO 1 SOCORRISTA 100 a 120 compressões por minuto ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 29 ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 30 HEMORRAGIAS Hemorragia é a perda de sangue que acontece quando há rompimento de veias ou artérias, provocado por cortes, amputações, esmagamentos, fraturas, úlceras, tumores, etc. Uma grande hemorragia pode por a vida em perigo. É preciso estancá-la. O sangue de uma hemorragia pode sair com fluxo continuo e não muito intenso (sangramento venoso) ou pode esguichar em ondas que correspondem ao batimento do coração. A segunda situação e característica de ferimentoarterial e precisa de maior atenção. As hemorragias podem ser visíveis ou invisíveis: As visíveis são aquelas que o sangue se perde por meio externo. É o caso dos cortes ou esmagamentos, ou então quando o sangue sai através de orifícios naturais (nariz, ouvido, boca, ânus, uretra). Nas hemorragias invisíveis, o sangue se acumula dentro de cavidades do corpo. Elas se originam de ferimentos no fígado, baço, pulmão, cérebro, etc. Esses casos são de difícil diagnóstico, mas podem manifestar-se através do estado de choque. ATENÇÃO: A hemorragia abundante e não controlada pode causar a morte em 5 minutos. È bom não esquecer que algumas hemorragias invisíveis inicialmente (como as que se fazem para dentro do estomago) podem torna-se visíveis quando aparecem através do vomito ou da evacuação. TIPOS DE HEMORRAGIAS Hemorragia visível As hemorragias que ocorrem por feridas localizadas na superfície corporal devem ser estancadas sem perda de tempo. Não mexa dentro da ferida e nem coloque remédios. Trabalhe da seguinte maneira; comprima diretamente o ferimento, com firmeza, usando um pano limpo. Use uma tira de pano, uma gravata larga ou um cinto para amarrar à compressa e mantê-la no lugar. Não remova as compressas empapadas de sangue, pois isso dificulta o estancamento da hemorragia. Coloque tantas compressas secas quantas forem necessárias sobre as compressas empapadas de sangue. Caso não disponha de material para fazer uma compressa, comprima o ferimento com a mão, evitando a hemorragia abundante. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 31 Se o ferimento for nos braços ou pernas, sem fraturas, a hemorragia será controlada com mais facilidade levantando-se a parte ferida. Deve-se fazer, ao mesmo tempo, compressão e elevação. A pressão direta e a elevação dos membros são os melhores métodos para conter uma hemorragia. Deve-se colocar um pano limpo dobrado ou uma gaze sobre a ferida. Tenha cuidado para não apertar com muita força. Quando essas medidas não forem suficientes, pode-se comprimir a artéria afetada, em um ponto acima da lesão. As hemorragias abundantes que ocorrem quando a vítima teve braço ou perna amputados ou dilacerados podem ser controladas com o uso do torniquete. Para fazer um torniquete, você deve usar, de preferência, um pano com no mínimo 10 cm de largura. Qualquer material mais estreito pode causar outros danos à vítima. Hemorragia Nasal De todas as hemorragias que podem acontecer, a hemorragia nasal(epistaxe) é a mais comum, tanto em crianças quanto em adultos. Essa hemorragia é causada pelo rompimento dos vasos sanguíneos do nariz. As hemorragias nasais são geralmente casos sem maior gravidade. De qualquer forma, exigem atendimento imediato para que não se tornem mais sérias. Em primeiro lugar, procure acalmar a vítima e coloque-a na sombra. Sente-a numa cadeira, com o tronco ereto e a cabeça levemente inclinada para frente, e aperte-lhe a narina que sangra durante mais de 5 minutos, sem tirar a mão. Se, entretanto, a hemorragia não ceder procure socorro médico. ATENÇÃO: Oriente a vítima para não assuar o nariz. Hemorragia de esôfago, estômago ou duodeno. Nesses casos, a vítima geralmente apresenta náuseas, mal-estar e vômito de sangue (hematemese) de cor vermelho vivo ou escuro como borra de café. Pode ainda apresentar evacuações escuras e fétidas (melena). Se isso ocorrer o socorrista deve: - Colocar a vítima deitada, sem travesseiro, com a cabeça virada de lado. - Impedir a ingestão de líquidos. - Tentar evitar que a vítima entre em estado de choque, elevando-lhe as pernas. - Providenciar atendimento médico com urgência. Hemorragias dos Pulmões Quando há hemorragias dos pulmões ( hemoptise), o sangue de cor vermelho vivo e aspecto espumoso sai pela boca e pelo nariz, acompanhado de tosse. Nesses casos, deve-se procurar um médico imediatamente. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 32 Hemorragia por via vaginal Essa hemorragia (metrorragia) consiste na perda de sangue pela vagina, fora dos períodos menstruais. Pode ter varias causas: - Abortamento; - Gravidez nas trompas ( ectópica); - Estupro (violência sexual); - Acidentes; - Tumores; - Retenção de membranas placentárias no parto; - Ruptura uterina no parto. Nessa situação o socorrista deve: - Manter a vítima em repouso; - Elevar o quadril e pernas; - Providenciar socorro imediato. Hemorragia invisível Nesse caso, não se vê o sangue e a vítima corre serio risco de entrar em estado de choque. Ela pode apresentar alguns dos sinais e sintomas a seguir: - Pulso rápido e fraco; - Pele fria; - Suor abundante; - Palidez intensa; - Mucosas descoradas; - Sede; - Ansiedade e agitação; - Náusea e vômitos; - Sensação de frio e presença de tremores; - Respiração curta, rápida e irregular (dispineia); - Tontura e inconsciência. Nesses casos o socorrista deve: - Manter vítima deitada, com a cabeça voltada para o lado; - Afrouxar a roupa apertada; - Retirar da boca, caso haja, prótese ou goma de mascar; - Manter a vítima agasalhada, usando roupas, manta, coberto, etc; Observando a respiração e os batimentos cardíacos, se for necessário, providenciar a reanimação ou respiração artificial. ATENÇÃO: Procure atendimento médico imediatamente. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 33 ESTADO DE CHOQUE Falência hemodinâmica do sistema circulatório. ISQUEMIA É a diminuição do fluxo sangüíneo, podendo causar danos para algumas células, pois a quantidade de oxigênio necessária ao metabolismo celular é insuficiente, ocasionando risco de morte para algumas delas. Sensibilidade dos órgãos à Isquemia (Diminuição do fluxo de sangue) CCéérreebbrroo CCoorraaççããoo PPuullmmõõeess DDee 44 aa 66 mmiinnuuttooss PPâânnccrreeaass EEssttôômmaaggoo VVíísscceerraass RRiinnss DDee 4455 aa 9900 mmiinnuuttooss PPeellee MMúússccuullooss OOssssooss DDee 112200 aa 118800 mmiinnuuttooss Após os tempos referidos, com pouco ou sem sangue, começa a haver risco de sofrimento e morte celular dos órgãos discriminados acima. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 34 CLASSIFICAÇÕES DO ESTADO DE CHOQUE O Estado de Choque é um só, porém são vários os motivos que dão causa a ele. A classificação é diagnosticada, pelo motivo que deu causa a instauração do Estado de Choque. 1. Hipovolêmico Pode ocorrer devido a hemorragias graves (+de 1 litro de sangue perdido, interna ou externamente), nas queimaduras que atinjam mais de 10% da área corpórea, nas diarréias e nos vômitos (desidratação). Causa: Perda de volume circulante. 2. Cardiogênico Acontece nos casos de IAM (Infarto Agudo do Miocárdio), nas arritmias cardíacas e nas insuficiências cardíacas congestivas. Causa: Defeito na bomba do sistema. 3. Neurogênico Pode ocorrer quando existe lesão da medula espinhal e nas dores intensas. Causa: O excesso de adrenalina provoca dilatação dos vasos sangüíneos. 4. Séptico Ocorre nos casos de infecções graves. Causa: A toxina do agente infeccioso entra na célula causando a morte da mesma. 5. Anafilático Acontece uma reação de hipersensibilidade a medicamentos ou alimentos. Causa: O excesso de histamina provoca a dilatação dos vasos, pode ocorrer também edema de glote causando dificuldade respiratória e possível pane no sistema. As causas podem ser diferentes,porém o efeito é um distúrbio da circulação periférica que pode evoluir para a falência circulatória total. SINAIS E SINTOMAS Pele pálida, úmida e fria; Pulso fraco e rápido (> que 100 BPM); Respiração curta e rápida; Pressão Sistólica menor que 90mmHg; Perfusão capilar lenta ou nula; Tontura e desmaio; Sede, tremor e agitação; Rosto e peito vermelho, coçando, queimando, edemaciado, dificuldade respiratória, edemas de face e lábios, (são próprios da classificação anafilático). ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 35 Avaliando o Estado de Choque Choque compensado: O corpo tenta usar os mecanismos de defesa de costume para manter a função normal. Choque descompensado: O corpo desvia o sangue dos membros e do abdome, para o coração, cérebro e pulmões. Observe: Palidez e sudorese fria; Sinta: Pulso e perfusão periférica; Ouça: Pressão arterial. CONDUTA ► Posicione a vítima deitada, eleve os membros inferiores se não houver problemas cardíacos ou TCE; ► Posicione a vítima deitada, eleve o tronco se houver problemas cardíacos ou TCE; ► Afrouxe suas roupas; ► Aqueça a vítima ► Ministre oxigênio ► Em caso de choque anafilático, transporte imediatamente para o hospital. FRATURAS Quedas, pancadas, encontrões podem lesar nosso sistema osteoarticular, provocando fraturas, entorses ou luxações. Fratura Fratura é um tipo de lesão em que ocorre a quebra de algum osso. Essa lesão pode ser de dois tipos: fratura fechada e fratura aberta. Fratura fechada Ocorre quando não há rompimento da pele. Sinais - Dor intensa; - Deformação do local afetado, se comparado a parte normal do corpo. - Incapacidade ou limitação de movimentos - Edema no local; esse inchaço poderá ter cor arroxeada quando ocorrer rompimento de vasos e acumulo de sangue sob a pele (hematomas). - Crepitação, isto é, sensação que se tem quando, ao tocar o local afetado, percebe-se um atrito entre as partes fraturadas do osso. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 36 Primeiros socorros A providência mais recomendável a se tomar nos casos de fratura fechada e proceder à imobilização, impedindo o deslocamento dos ossos fraturados evitando maiores danos. Como imobilizar - Não tente colocar o osso no lugar; - Movimente-o o menos possível. - Mantenha o mesmo em uma posição o mais natura possível, sem causar desconforto à vítima. - Aplique gelo no local, cerca de 20 a 30 min, para aliviar a dor e retardar a evolução do edema. - Improvise talas com o material disponível no momento; revista grossa, madeira, galhos de árvore, guarda chuva, jornal grosso dobrado, etc. - Acolchoe as talas com panos ou qualquer outro material macio, afim de não ferir a pele. - Utilize talas cujo comprimento ultrapasse as articulações acima e abaixo do local da fratura e sustente o membro atingido. - Amarre as talas com tiras de pano em torno do membro fraturado. Não amarre no local da fratura. Para imobilizar uma perna, você deve utilizar duas talas longas. Elas tem de atingir sempre o joelho e o tornozelo, de modo a impedir qualquer movimento dessas articulações. Toda vez que for imobilizar um membro fraturado, deixe os dedos para fora, de modo a verificar qualquer alteração. Se estiverem inchados, roxos ou adormecidos, as tiras devem ser afrouxadas. Em alguns casos, como no da ruptura de antebraço, por exemplo, deve-se utilizar uma tipóia. Para fazer a tipóia, dobre um lenço em triangulo, envolvendo o antebraço no lenço, prenda as pontas atrás do pescoço. Muito cuidado deve ser tomado em relação à vítima com perna fraturada. Não deixe que ela tente andar. Se for necessário transportá-la improvise uma maca e solicite a ajuda de alguém para carregá-la. Nos casos de fraturas de clavícula, escapula ou braço, bem como de lesões nas articulações do ombro ou do cotovelo, deve-se imobilizar o osso afetado colocando o braço dobrado na frente do peito e sustentando-o com uma atadura triangular dobrada, e duas circulares. Pode-se improvisar essa imobilização com a roupa da própria vítima. Fratura aberta A fratura é aberta ou exposta quando o osso perfura a pele. Nesse caso, proteja o ferimento com gaze ou pano limpo antes de imobilizar, a fim de evitar a penetração de poeira ou qualquer outra substância que favoreça a infecção. Não tente colocar o osso no lugar. Evite qualquer movimento da vítima. Após cobrir e imobilizar a fratura procure socorro médico. Se não for palpado pulso no membro abaixo da fratura, a necessidade de assistência médica é ainda maior. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 37 Fraturas Especiais Há casos que exigem cuidados especiais. São as fraturas de crânio, coluna, costelas, bacia e fêmur. É muito importante que o socorrista saiba identificar os sintomas e os sinais prováveis de cada uma dessas fraturas. No entanto, nem sempre todos estão presentes. Fratura de crânio: dor local; vomito; inconsciência, parada respiratória; hemorragia pelo nariz, boca ou ouvido, deformidade local. Conduta: - Controle as alterações do padrão respiratório; - Monitore o pulso e pressão arterial; - Evite manobras que possam agravar possíveis lesões na coluna; - Imobilize a coluna cervical; - Esteja preparado para aspirar ou retirar secreções; - Não obstrua a saída do sangue ou líquor dos ouvidos e nariz; - Procure socorro adequado. Fratura de coluna: dor local; perda de sensibilidade; formigamento e perda de movimento dos membros (braços ou pernas). Todas as vítimas politraumatizadas deverão ser consideradas como portadoras de trauma de coluna. Os traumas de coluna mal conduzidos podem produzir lesões graves e irreversíveis de medula, com o comprometimento neurológico. Todo o cuidado deverá ser tomado com estas vítimas para não surgirem lesões adicionais. ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 38 Reconhecimento: - Associação do tipo de acidente com a possibilidade de lesão (considere vítima de queda de altura, mergulho no raso, acidente de desabamento como portadora de trauma de coluna); - Dor intensa na região posterior do tronco; - Presença de hematoma ou edema na região posterior do tronco; - Presença de deformação palpável ou visível na coluna; - Perda de sensibilidade e/ou mobilidade dos membros; - Priapismo (ereção peniana) sem estímulo sexual; - Perda do controle de urina e fezes. Conduta: O tratamento consiste em cuidados na imobilização e no transporte. Tem-se que tomar todas as precauções na manipulação da vítima para não converter um trauma de coluna em lesão medular. De maneira geral, o tratamento consiste em se evitar que a coluna flexione ou que a cabeça se mova (coluna cervical), a fim de que não se rompa a medula, devendo se observar os seguintes itens. - Mantenha as condições respiratórias; - Mantenha a cabeça alinhada com tração e aplique o colar cervical (próprio ou improvisado); - Se a vítima estiver deitada, coloque prancha longa, antes de removê-la; - Controle os sinais vitais. Fratura de costelas: dor localizada, respiração difícil e superficial, dor a cada movimento respiratório, deformação local. A fratura de costela pode produzir lesões internas, comprometendo a respiração. Conduta: - Aplicar, no mínimo, três faixas de imobilização, sem apertar em demasia; - Movimentar o mínimo possível à vítima; - Evitar movimentos bruscos ao transportar; - Transportar em prancha. Fratura de bacia ou fêmur: dor intensa na região da movimentação, perda de mobilidade dos membros inferiores (não obrigatório), hematoma localizado (não obrigatório). Conduta: - Com a vítima deitada de decúbito dorsal, coloque um cobertor ou outro material disponível, dobrado entre as pernas da vítima (se tiver disponível); - Prenda as pernas da vítima com faixas ou bandagens; - Transporte em prancha longa.ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 39 ENTORSES Os ossos do esqueleto humano estão unidos uns aos outros através dos músculos, e as superfícies de contato são mantidas umas ao encontro das outras por meio dos ligamentos Quando há um movimento brusco (além do normal) pode ocorrer estiramento e até ruptura dos ligamentos, o que chamamos de entorse. A vitima de entorse sente dor intensa na articulação afetada. Acompanhando a dor, surge o edema (inchação). Quando os vasos sanguíneos são rompidos, a pele da região pode apresentar, imediatamente, manchas arroxeadas. ATENÇÃO: Caso apareça mancha escura 24 ou 48 horas após o acidente, pode ter havido fratura. Providencie ajuda médica de imediato. As entorses mais comuns são as do punho, do joelho e do pé. O socorrista deve colocar gelo ou compressas frias no local e, a seguir, imobilizar a articulação afetada, como no caso de uma fratura. Pode-se ainda imobilizar a articulação enfaixando com o uso de ataduras ou lenços. Não se deve permitir que a vítima use a articulação machucada. É preciso continuar a aplicação de gelo nos dias seguintes ao acidente, sempre com a pele protegida por atadura ou toalha. Ao se manter a articulação imóvel e aplicar gelo várias vezes por dia, a articulação atingida, normalmente, se recupera em uma semana. Isso se não houver outras complicações, como derrame interno, ruptura de ligamentos ou mesmo fratura. Em alguns casos mais graves, a lesão ligamentar pode ser mais difícil de currar do que uma fratura. LUXAÇÕES Na luxação as superfícies articulares deixam de se tocar de forma permanente. Os principais sinais e sintomas de luxação são: dor, deformação no nível da articulação, impossibilidade de movimentação e hematoma. É comum ocorrer ao mesmo tempo uma fratura. O socorrista deve imobilizar a articulação luxada sem tentar colocá-la no lugar, e procurar socorro médico. Muitas vezes não é fácil identificar uma fratura. Quando ocorrer um acidente, após prestar os primeiros socorros, encaminhe a vítima ao médico, que podem pedir uma radiografia para confirmar o diagnóstico. ATENÇÃO: Não se deve fazer aplicação quente nem massagem no lugar afetado. INTOXICAÇÃO ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 40 A intoxicação ou envenenamento ocorre quando o indivíduo entra em contato, ingere ou aspira substâncias tóxicas de natureza diversa, que possam causar distúrbios funcionais ou sintomáticos, configurando um quadro clínico sério. A intoxicação pode resultar em doença grave ou morte em poucas horas, se a vítima não for socorrida em tempo hábil. A gravidade de envenenamento depende da suscetibilidade do indivíduo, da quantidade, tipo e toxicidade da substância introduzida no organismo e do tempo de exposição. VIAS DE PENETRAÇÃO - Pele: contato direto com plantas ou substâncias químicas tóxicas. - Vias digestivas: ingestão de qualquer tipo de substância tóxica, química ou natural. - Vias respiratórias: aspiração de vapores ou gases emanados de substâncias tóxicas. Identificação - Sinais evidentes na boca, pele ou nariz de que a vítima tenha introduzido substâncias tóxicas para o organismo. - Hálito com odor estranho. - Dor, sensação de queimação nas vias de penetração e sistemas correspondentes. - Sonolência, confusão mental e outras alterações da consciência. - Estado de coma alternado com períodos de alucinações e delírios. - Lesões cutâneas, queimaduras intensas com limites bem definidos. - Depressão da função respiratória. TRAMENTO DE INTOXICAÇÕES CONTATO (pele): Para substâncias líquidas, lavar abundantemente o local afetado com água corrente. Substâncias sólidas devem ser retiradas do local sem friccionar a pele, lavando-a a seguir com água corrente. INGESTÃO (vias digestivas): Não provocar vômito se a vítima estiver inconsciente, com convulsões, ou tiver ingerido venenos cáusticos (ácidos álcalis e derivados de petróleo). Quando os ácidos e álcalis são fortes, provocam queimaduras nas vias de penetração. Nestes casos, deve-se diluir a substância dando água para a vítima beber. VIAS AEREAS (Monóxido de Carbono)-(CO) A intoxicação por monóxido de carbono é um acidente muito comum em casos de incêndios e em locais fechados onde há queima de combustíveis, como, por exemplo, garagens de automóveis e banheiros com aquecedores domésticos. O CO é um gás bastante presente no dia-a-dia da população e suas características principais são não ter odor, nem gosto e cor, o que o torna extremamente perigoso. A intoxicação se dá com a combinação do gás CO com a hemoglobina do sangue, impedindo que este leve oxigênio para as células, isto é conhecida como asfixia química. O tratamento de casos agudos de intoxicação só podem ser feitos em hospitais. Sintomas - Dor de cabeça; ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 41 - Pele e lábios vermelhos (cor de cereja); - Náuseas e vômitos; - Respiração acelerada; - Vertigens e desmaios. Tratamento - Retirar a vítima do ambiente poluído por gases; - Liberar as vias aéreas da vítima. - Ministrar oxigênio, se possível. - Transportar urgente para hospital. Lembrar que, em qualquer incêndio, por menor que seja, há presença de CO no ambiente. Portanto, não entrar e não permitir que pessoas adentrem em áreas poluídas por gases sem proteção respiratória, através de máscara autônoma (EPR). Máscaras filtrantes e ingestão de leite são totalmente ineficazes neste caso. Ao atender vítimas de intoxicação; - Procure identificar o agente intoxicante para informar no atendimento hospitalar; - Mantenha os sinais vitais da vítima; - Evite o estado de choque; - Conduza a vítima a um hospital especializado com urgência. DESMAIO E VERTIGEM O desmaio consiste na perda transitória da consciência e da força muscular, fazendo com que a vítima caia ao chão. Pode ser causado por vários fatores, como a subnutrição, o cansaço, excesso de sol, stress. Pode ser precipitado por nervosismo, angústia e emoções fortes, além de ser decorrente de muitas outras doenças. Vertigem consiste nos sinais e sintomas que antecedem o desmaio. Identificação - Tontura; - Sensação de mal-estar; - Pele fria, pálida e úmida; - Suor frio; - Perda da consciência. Tratamento Diante de uma vítima que sofreu desmaio, devemos proceder da seguinte maneira: - Arejar o ambiente; - Afrouxar as roupas da vítima; - Deixar a vítima deitada e, se possível, com as pernas elevadas; - Não permitir aglomeração no local para não expor a vítima. CONVULÇÃO CRISE EPILÉTICA ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 42 A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central que se caracteriza por causar crises de convulsões (ataques) em sua forma mais grave. Os ataques ou convulsões se caracterizam por: - Queda abrupta da vítima. - Perda da consciência. - Contrações de toda a musculatura corporal. - Aumento da atividade glandular com salivação abundante e vômitos. - Pode ainda ocorrer o relaxamento dos esfíncteres com micção e evacuação involuntárias. Ao despertar, o doente não se recorda de nada do que aconteceu durante a crise e sente-se muito cansado, indisposto e sonolento. A conduta do socorrista no ataque epilético consiste, principalmente, em proteger o doente e evitar complicações. Deve-se deixar a vítima com roupas leves e desapertadas (as contrações musculares aumentam a temperatura corpórea) e virá-lo de lado para que não aspire às secreções ou o vômito para os pulmões. Um cuidado especial deve ser dado à boca, pois o doente pode ferir-se, mordendo a língua ou as bochechas. Para tanto, interpõe-se um calço (pedaço de pano, por exemplo) entre os dentes superiores e inferiores, impedindo que eles se fechem. Esta manobra, entretanto, deve ser cuidadosa, pois o socorrista poderá ser mordido, ou o objeto poderá causar obstrução respiratória. Cessada a crise, que dura de 1 a 5minutos, realizar assepsia na vítima, oferecer líquidos e mantê-la em repouso em ambiente adequado. É preciso que os curiosos sejam afastados do local, pois esta doença acarreta um grande senso de inferioridade e a presença de estranhos apenas contribui para a acentuação do problema psicológico. Deve-se orientar a vítima para voltar a procurar seu médico. ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS São acidentes causados por ofídios, escorpiões, aranhas, vespas, abelhas, cujo veículo inoculação, no corpo humano, se faz através de presas, ferrões, etc. A toxidade do veneno varia em função do tamanho e estado de nutrição do animal agressor, a quantidade de veneno inoculado, o peso e estado de saúde da vítima. Como socorrista, não será necessário que você seja capaz de classificar insetos, aranhas, artrópodes e ofídios em gênero e espécie. Envenenamento Ofídico O Brasil é o país que possui a mais rica variedade de ofídios do mundo, e as não venenosas existem em grande maioria. Como o que nos interessa são as que causam acidentes graves, portanto as venenosas vamos estudá-las sucintamente. As serpentes peçonhentas encontradas no Brasil pertencem aos gêneros Botrópico (Bothrops)- vulgarmente conhecidas como Jararacas, e deste gênero fazem parte a Urutu Cruzeiro, Jararacuçu, etc. Estas serpentes são responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos do Brasil e são encontradas em todo território nacional. Crotálico (Crotalus) – São as cascavéis, facilmente reconhecidas pelo “guizo” existente na ponta da cauda. Ocorrem nas Regiões Sul e Centro. Elapídicos (Micrurus) – Conhecidas vulgarmente como Corais. São encontrados na Região Centro, Sul, e Nordeste. Laquésico (Lachesis) – Serpentes pouco conhecidas, são chamadas de Surucucu ou Sucucutinga, não ocorrem na Região Sul, sendo encontras na Região Amazônica e Zona da Mata Nordestina. Envenenamento Ofídico ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 43 A maneira mais segura de se confirmar se um ofídio é do gênero venenoso, ou não, é a presença de Fosseta Loreal (pequeno oficio situado entre as narinas e os olhos das serpentes venenosas) e a Dentição. As venenosas possuem duas grandes presas ocas (semelhantes à agulha de injeção), para inocular o veneno. Todos os demais sinais, tais como: forma da cabeça, escamas, cauda, etc. não são definitivos, podendo ocorrer ou não no animal. Ao deparar-se com um acidente provocado por animal peçonhento, lembra-se de que, dificilmente, ele será fatal, imediatamente, ou em poucos minutos após a picada. Os casos fatais ocorrem um ou dois dias, após o acidente, e geralmente se dá por falta total de tratamento sorológico. Portanto mantenha a calma e aja da seguinte forma: - Procure identificar o animal agressor, se possível; - Se não conseguir identificar o animal agressor, trate como se o animal fosse venenoso. Ação do Veneno De modo geral, o veneno atual em todos os órgãos do corpo humano, mas sua ação é mais freqüente e ocasiona maiores complicações na área neurológicas(depressão ou parada respiratória), hematológicas (inoculação e hemorragias), nefrológicas ( insuficiência renal) e cardiovasculares ( hipotensão e choque). Porém, dependendo da espécie de serpente, o veneno acentua uma determinada forma de atuação. Sinais e Sintomas - Dor imediata no local; - Hemorragia no local da picada ou distante dele; - Inchaço no local da picada; - Dor muscular; - Sensação de “formigamento” no membro afetado; - Dificuldades em abrir os olhos; - Dificuldades em engolir; - Diarréia; - Hemorragia. PROCEDIMENTOS EM CASO DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS: - VRC, avaliação e tratamento; - Procure identificar o animal agressor (não perca tempo em fazer isso) se o capturar leve-o morto para o hospital; - Avalie sinais vitais; - Limpe o local com água ou solução de PVPI (degermante) - Mantenha o paciente deitado; - Em caso de acidente com Botrópico e se a vítima estiver com edema no local, eleve o membro, para aliviar o edema; - É importante que se faça um círculo em volta do local da picada com uma caneta, a fim de marcar o local da inoculação do veneno; - Trate o choque, caso necessário; ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 44 - Em caso de acidente com abelhas e/ou erucismo, faça raspagem local com bisturi; - Retire os ferrões um a um, com o cuidado de evitar a inoculação do veneno neles contido. Somente 1/3 do veneno é inoculado na vítima, o restante fica no aparelho inoculador. - Transporte para atendimento médico. ESCORPIÃO Os escorpiões do gênero Tytius são os causadores deste tipo de acidente. As principais espécies são o Tytius Bahiensis (Escorpião preto), Tytius Serrulatus (escorpião amarelo). Este último é atualmente o causador do maior número de mortes, principalmente quando acomete crianças abaixo de 07 anos de idade. Sinais e Sintomas - Dor intensa no local; - Náuseas e vômitos; - Dores abdominais; - Convulsões; - Entorpecimento e “formigamento” no membro afetado; - Espasmo do músculo do maxilar causando dificuldade de abrir a boca; - Contrações e espasmos musculares generalizados; - Choque; - Edema. Tratamento O mesmo que o tratamento para ofídicos. ARANHAS Acidentes leves e benignos causados por Armadeiras e Viúvas – Negras causam apenas dor discreta no local da picada, enquanto os provocados pela Tarântula e a Aranha-Marrom, provocam equimose local ou pequena necrose. Nos casos mais graves originados pelas aranhas Armadeira e Viúva-Negra, a dor é bem mais interna, e a vítima apresenta sudorese, náuseas, vômitos, hipertermia e hipertensão, evoluindo para como e choque. Casos graves originados por picadas de Aranha-Marrom produzem dor forte no local da picada, náuseas, vômitos, hipertermia e grandes equimoses no membro afetado, geralmente acompanhado por flictenas hemorrágicas. Tratamento O mesmo que o tratamento para ofídicos. ACIDENTES COM ABELHAS E VESPAS Este tipo de acidente apresenta manifestações clínicas distintas, sendo elas: Acidente envolvendo indivíduo não sensibilizado ao veneno acometido por poucas picadas: - Neste caso o quadro clínico limita-se a reação inflamatória local com pápulas eritematosas, dor e calor. Acidente envolvendo indivíduo previamente sensibilizado a um ou mais componentes do veneno: ESCOLA DE ENFERMAGEM DO HOSPITAL EVANGÉLICO 45 - Manifesta reação de hipersensibilidade imediata. É ocorrência grave, podendo ser desencadeada por apenas uma picada e exige a intervenção imediata do médico. O quadro clínico em geral manifesta-se por edema da glote e broncopasmo, acompanhado de choque anafilático Acidente envolvendo Múltiplas picadas: - Geralmente ocorre com abelhas do gênero Apis, quando o doente é atacado por enxame, em geral no campo. Ocorre inoculação de grande quantidade de veneno. Apresenta no quadro clínico dor generalizada, prurido intenso e agitação, podendo, posteriormente, evoluir para estado torporoso. Tratamento O mesmo que o tratamento para ofídicos, naquilo que couber. RAIVA Também chamado de hidrofobia (medo de água), é uma doença quase sempre fatal, que leva à morte, se não for tratada imediatamente. É provocada por um vírus que ataca o sistema nervoso. Seu período de incubação é de 40 a 50 dias. Às vezes pode aparecer mais precocemente (a partir do 10º dia). Poucas vezes aparece depois de 03 meses. Sinais e sintomas: - Inicialmente ocorrem pruridos no local da mordida, cefaléia e irritabilidade, além de intolerância a ruídos fortes; - Inicialmente Às vezes ocorrem sensações de medo. Podendo haver rouquidão e - Dificuldade para engolir. Após 01 ou 02 dias, aparece o período da excitação. Procedimentos: - Lavar o ferimento com água e sabão (porque o vírus tem uma camada de gordura que o protege e com o uso de sabão esta gordura é destruída) - Caso seja possível, o animal agressor deve ser capturado e deixado em observação pelo período de 10 dias,