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Arquivo Consolidado - Evolução da Economia

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Temas
	1. Grécia e Roma: As Primeiras Manifestações
	2. As Manifestações Escolásticas da Idade Média
	3. O Mercantilismo: Um Momento de Transição
	4. O Liberalismo do Século XVIII: A Economia como Ciência
	5. A Escola Fisiocrata
	6. A Escola Clássica
	7. O Século XIX e as Reações às Escolas Liberais
	8. A Escola Histórica Alemã
	9. A Escola Socialista
	10. Outras Manifestações Registradas no Século XIX
	11. A Crise de 1930 e o Keynesianismo
	12. Keynes: Época e Obras
	13. Impacto da General Theory
	14. Intervencionismo Moderado
Grécia e Roma: As primeiras manifestações
Historia econômica grega
 	A expansão colonial constituiu uma razão importante para o grande desenvolvimento da indústria e do comércio nos séculos VII e VI a.C.. No século VII a.C. foi adotada a cunhagem de moedas para facilitar o comércio, a riqueza, antes representada por terras e rebanhos passou a ser medida em dinheiro, tanto em moedas como em papel. Sendo que os instrumentos de crédito eram de uso comum. Haviam bancos, tanto privados como públicos, os quais recebiam depósitos, abriam contas-correntes para os seus clientes, emitiam cartas de crédito e colaboravam no financiamento de negócios. E fundaram-se companhias comerciais com grandes capitais, as quais se empenhavam em grandes transações. Desenvolveu-se gradativamente uma classe média industrial e comercial próspera, que ganhou proeminência na política da cidade-estado.
	O dinheiro converteu-se numa instituição necessária e aceita tanto na vida privada como na pública. Com o aumento dos custos do governo, tornaram-se necessários os impostos e as taxas alfandegárias. A maioria das rendas provinha de tributos pagos por povos aliados e dependentes, de regalias das minas de prata de Ática, de impostos indiretos, taxas e aluguéis de casas e terras.
	Nas áreas colonizadas e na própria Grécia, a agricultura foi a indústria básica e fonte da maior parte dos produtos básicos. Também teve destaque a indústria têxtil, uma das mais desenvolvidas. Os gregos desenvolveram perícia notável em muitas profissões, entre as principais pode-se citar os artífices, inclusive marceneiros, pedreiros, sapateiros, etc. A divisão do trabalho e especialização era uma prática industrial muito comum usada durante séculos no Egito.
Aristóteles: Ele via a Economia como sendo dividida em duas partes: a Economia propriamente dita ou ciência da administração da vida doméstica, a qual é natural e apropriada porque o Estado é formado de famílias; e a ciência do abastecimento, que trata da arte da aquisição. Esta é a atividade antinatural - artificial - e de obtenção de riqueza que ele chamou crematística. A sua maneira de tratar o conceito de riqueza pode ser considerada clássica. Diz que ''a riqueza pode ser definida como um número de instrumentos a serem usados em uma família ou em um Estado''. Não julgava ter grande importância para o indivíduo, à exceção do propósito de realizar a ''boa forma de vida'', limitando o seu significado aos objetos úteis, materiais, possuídos pelo homem.
	Em A Ética, trata das funções do dinheiro; e as considera uma espécie de veículo ou meio, um repositório de valor e um “padrão com o qual o mundo concorda”, que entrou em uso porque as coisas necessárias à vida não eram facilmente transportáveis. Então concordou-se em empregar nas transações “algo intrinsecamente útil e facilmente aplicável aos propósitos da vida, como, por exemplo, o ferro, a prata e coisas similares”. 
Xenofonte: Em O economicus mostrou compreensão clara do significado da riqueza como algo relacionado com as necessidades de alguém. O dinheiro não representará riqueza caso não sirva a um propósito útil no entendimento a uma necessidade do seu dono.
	 No ensaio Os Meios e Modos de Aumentar as Receitas de Atenas, interessou-se em remediar '' a pobreza do homem comum''. Acreditava que os residentes estrangeiros - metecos - podiam constituir uma frutífera fonte de rendas por intermédio do melhor comércio por eles motivado. Deveria-se dar os passos necessários para atrair maior número dos mesmos a Atenas, concedendo privilégios e isenções especiais principalmente aos mercadores e não estar sujeitos a impostos por classe. 
Platão: Acreditava haver necessidade de organizar comercialmente a sociedade através da divisão do trabalho e, como conseqüência, a especialização. O trabalho era visto por ele como um “meio necessário de produção”. O Estado Ideal, por sua vez, deveria ser justo e, portanto, dividido em classes. Complementa ainda que a única moeda existente deve possuir caráter simbólico e pequena denominação, também condena a usura. 
Historia econômica romana
	Com a expansão de Roma cresceram progressivamente as despesas governamentais. Os impostos foram aumentados, chegando a tais níveis que se tornaram danosos para os cidadãos. Como resultado, a pilhagem e o saque das conquistas pareceram oportuníssimos e Roma começou a construir o seu império. Os primeiros filósofos políticos de Roma foram Catão, Varrão, Columela e Paládio, embora não tenham deixado escritos notáveis na área de economia.
	 O comércio foi inicialmente realizado pelos métodos de escambo, porém em meados do século IV a.C. o Estado introduziu cunhagem oficial da moeda, sendo estas de prata e bronze. Com ela surgiram os agiotas, que enriqueceram com os altos juros. Os mercadores que praticavam um intenso comércio viram a necessidade da criação de bancos pra realizar suas transações. Nesses bancos eram formadas grandes companhias para a arrecadação de impostos e receber contratos governamentais. As ações dessas companhias eram vendidas diariamente, desenvolvendo um negócio semelhante ao da moderna bolsa de valores.
A Escolástica: Pensamento Filosófico Que Influenciou A Economia
A escolástica é um pensamento filosófico do início do séc. IX que teve notada influência cristã. Surgiu na época das chamadas “trevas” da idade média, época de estagnação das artes e da economia segundo a visão renascentista. Porém foi nessa época que surgiram as bases da cultura moderna através de um notório desenvolvimento intelectual e artístico.
 A partir do séc. IX houve um aumento demográfico em virtude de um longo período de paz posterior à época que ocorreram as invasões bárbaras. Esse aumento se desenvolveu em uma velocidade bem maior do que até então se presenciara. Nesse período ocorreu a marginalização dos servos que eram excedentes para o feudo e também dos nobres que não tinham posses, considerados sem-terras. Por outro lado, isso aumentou a oferta de mão-de-obra e, consequentemente, a atividade comercial.
Devido à rápida expansão de tal atividade a Igreja estava perdendo seu controle ideológico sobre os comerciantes da época. Para assegurar, então, sua influência e primazia sobre o pensamento econômico, esta instituiu um novo conceito sobre a economia, conceito este que condenava a usura, as práticas comerciais viciosas e reclamava salários justos. Os únicos negócios que permitiam a cobrança de juros eram os que proporcionassem algum risco para o comerciante e ainda assim o juro deveria ser equivalente ao risco do negócio. Se não existisse o risco, o juro era considerado extorsão.
O tópico mais importante discutido por esse pensamento foi a fixação do PREÇO JUSTO de um determinado bem, “preço justo é aquele bastante baixo para poder o consumidor comprar, sem extorsão, e suficientemente elevado para ter o vendedor interesse em vender e poder viver de maneira decente”¹. O preço justo era dado de acordo com o custo da matéria prima e o tempo levado com a produção por parte do produtor e de acordo com o salário justo (era o salário que permitisse o trabalhador e sua família viver dignamente possibilitando seu desenvolvimento). Era o princípio da troca justa ou princípio do equilíbrio. A aplicação efetiva deste conceito era fiscalizada pelas Hansas, que eram as ligas (ou associações) de comerciantes de um mesmo ofício, por exemplo, a Hansa Teutônica, que contava com cerca de noventa cidades do Mar do Norte até o Mar Báltico, entre elas Gênovae Veneza.
A sistematização desses princípios tornou-se, então, um pensamento filosófico com forte cunho religioso: A Escolástica. Este pensamento ganhou a designação de escolástica por ser a filosofia ensinada nas escolas da época, pelos mestres denominados escolásticos.
O principal expoente desse pensamento, e também responsável pela sua sistematização, foi Santo Tomás de Aquino. Sua obra conciliava o aristotelismo com o cristianismo, refletia a estrutura do mundo feudal e tinha notada preocupação com a propriedade privada, a usura, o preço justo e com os sistemas salariais da época. Devido a esses temas, as obras de Santo Tomás serviram de pressuposto para o controle ideológico da Igreja sobre as atividades econômicas.
A escolástica consolidou-se como uma formalização do ponto de vista econômico da Igreja, tendo Santo Tomás de Aquino como o seu divisor de águas. Mesmo antes de Santo Tomás, durante o período chamado pré-tomista já havia um pensamento escolástico no qual imperava o pensamento teológico de Santo Agostinho, que ficou conhecido por Escolástica Teológico-Agostiniana. Tinha bases essencialmente teológicas, sem a conciliação com a razão – contrário a como se apresentava o pensamento de Santo Tomás. Entretanto só na Escolástica tomista foi que a Igreja reconheceu uma ideologia forte o bastante para difundir em um princípio regulador de conduta.
O Mercantilismo como momento de transição
1. MERCANTILISMO E ABSOLUTISMO, CONTEXTO HISTÓRICO, PAÍSES QUE PRATICARAM E OS PRINCIPAIS DEFENSORES TEÓRICOS.
	O mercantilismo foi a política econômica dos Estados nacionais modernos, que buscavam um desenvolvimento financeiro maior que o de outros países para alcançar hegemonia e respeito internacional e para manter a própria soberania.
No final da Idade Média os reis se aliaram à burguesia, buscando unificar seus Estados, que estavam divididos em feudos ou principados e centralizar o poder político, que estava fragmentado entre os senhores feudais. Enquanto isso os burgueses desejavam melhores condições para comercializar, ou seja, uma moeda única, um sistema de pesos e medidas unificado e melhorias na segurança interna dos reinos.
	O período que compreende-se entre o século XVI até a segunda metade do século XVIII foi marcado por grandes transformações intelectuais, religiosas, comportamentais, políticas e econômicas. No período medieval a Igreja controlava até mesmo a atividade econômica e condenava algumas práticas como a usura (cobrança de juros). Na Era Moderna essas restrições não mais existiam, pois os comerciantes tiveram o apoio do Estado e da comunidade para comercializar e lucrar. A atividade econômica foi expandida e exaltada, possibilitando a transição de uma economia regional para uma economia nacional.
Os países que adotaram a prática do mercantilismo e construíram o pensamento econômico nesse período foram: Holanda, França, Inglaterra, Áustria, Alemanha e Itália (esses dois últimos ainda não estavam unificados), e principalmente Espanha e Portugal, pois foram os pioneiros das Grandes Navegações, tendo conquistado e explorado primeiramente o Novo Mundo (através da Bula Inter Coetera e do Tratado de Tordesilhas).
	Entre os teóricos que defenderam o mercantilismo podemos destacar Satis-Ortiz e Antônio Serra na Península Ibérica, Jean Baptiste Colbert na França, Thomas Mun na Inglaterra e Philip Wilhelm von Hornick na Alemanha. Tais pensadores defendiam sempre a busca por auto-suficiência interna de seus Estados, obtenção de pagamentos por meio de metais preciosos, balança comercial favorável e protecionismo alfandegário. 
2. AS CINCO CARACTERÍSTICAS DO MERCANTILISMO
	 Balança comercial favorável: exportar mais do que importar;
 Metalismo: acumular ouro e prata;
 Protecionismo alfandegário: criação de impostos e taxas para barrar a entrada de produtos estrangeiros;
 Exploração das colônias através do pacto colonial: a colônia só poderia ter relações comerciais com sua respectiva metrópole, que buscava, além de metais preciosos e matérias-primas, novos mercados consumidores para suas manufaturas;
 Intervencionismo do Estado na economia;
3. CRÍTICAS AO MERCANTILISMO
	Do ponto de vista social, as críticas ao mercantilismo foram baseadas no fato de que a produção existia exclusivamente para o crescimento econômico do Estado, nunca para a melhoria nas condições de vida da população, além do apego demasiado ao lucro, onde o lucro de um país significava o prejuízo de outro e da brutal exploração dos territórios colonizados.
	Ainda podemos apontar para a crítica da doutrina econômica que surge no século XVIII com a Revolução Industrial e instaura o mercantilismo liberal defendendo a idéia de que a riqueza de um Estado soberano e forte não deveria limitar-se aos estoques de metais preciosos, pois o trabalho e as terras são o princípio ativo da riqueza.
O Liberalismo Do Século XVIII – A Economia como Ciência
Apesar de a vida econômica existir desde os primórdios da sociedade, o mesmo não aconteceu com o pensamento econômico, que começou a ser trabalhado aproximadamente no século XVIII. Na Grécia a vida econômica inicialmente era doméstica, com o início das navegações começou a se dar mais importância ao comércio. A filosofia ditava o mínimo de pensamento econômico existente na época, aparecendo os resquícios das correntes do individualismo, intervencionismo e do socialismo. Na Roma antiga o pensamento econômico era subordinado à política, a partir daí se deu mais importância as riquezas, pelo fato de serem importantes para a dominação dos povos. O comércio se expande com as navegações, que ganharam mais importância no período. No começo da Idade Média, com o estabelecimento do feudalismo, a economia se restringia a uma pequena região, ou seja, debaixo dos olhos do senhor feudal. A partir do século XI, com a decadência do feudalismo, a economia ganhou uma relevância inter-regional com a libertação das cidades pelas Cartas de Franquia, pelo surgimento das feiras (como a de Flandres e Champagne) e pelas Cruzadas.
No século XVIII o pensamento econômico começou a florescer com a Escola Fisiocrata, com a qual surgiram os primeiros contornos de um pensamento científico em relação à economia. Esta escola tinha como principal preceito a harmonização dos interesses individuais e os gerais, que embasará o pensamento liberal. Apesar de a fisiocracia levar em conta a economia como um problema fundamental buscava também a completa e total organização da vida das sociedades, levando em conta a ordem natural dos fenômenos econômicos e a ordem providencial dessa ordem natural. Adam Smith deu relevância quase total à economia, retirou o cunho providencial e impôs à economia um caráter científico, surgindo a partir daí a Escola Liberal.
“Depois de desprender-se dos princípios tradicionais e religiosos que visavam ao equilíbrio orgânico na sociedade e do homem completo, a economia libertava-se do próprio homem. Este, que o Renascimento colocara no centro do mundo, passa a não ter mais interesse e a economia a viver sobre si, por si, para si.” (Alceu Amoroso Lima) 
Smith preconizou a sistematização dos princípios econômicos, formulando leis e princípios próprios, acentuou o princípio do liberalismo econômico, formulando assim os preceitos para uma economia de produção, o que contrastava com a economia medievalista de consumo. Estavam lançadas as bases para o individualismo econômico, o que sustenta até hoje o capitalismo. Tal visão econômica, influenciou a Revolução Francesa, Revolução Industrial e a Guerra de Independência dos Estados Unidos. A concretização das idéias liberais ocorreu com a publicação em 1776, da obra “The Wealth of Nations” de Adam Smith. Os princípios liberais eram: as virtudes do individualismo, o indivíduo como objeto principal do interesse social; o automatismo das forças de mercado, a ordem natural das atividades econômicas; interesse individual, ou livre iniciativa, como mola propulsora da economia; livre concorrência, a qual solucionaria os interesses conflitantes. A expressão característicado liberalismo “laissez-faire, laissez-passer, le monde vá de lui même” sustenta a idéia de que deve-se deixar o mundo fluir economicamente por si só, pois seria regido pela “mão invisível” do mercado. O agente econômico ao buscar satisfazer seu interesse individual, indiretamente contribuiria para o interesse coletivo de maneira mais eficaz do que se esse fosse realmente o objetivo. 
Do ponto de vista filosófico, os princípios liberais são materialistas e naturalistas, tiveram contribuição do Iluminismo do século em que surgiu. Otimista na ótica de Smith e pessimista nas idéias de Malthus e David Ricardo, antimetafísico e positivista. Na ótica econômica, o liberalismo é individualista e capitalista, prioriza o interesse pessoal, a propriedade privada e a livre concorrência (que seria perfeita), se apóia na luta de classes, favorece a mais-valia e o industrialismo. No plano jurídico – político o liberalismo é contratual, preconiza a igualdade dos cidadãos perante a lei e a atuação mínima do Estado na economia. Houve a fusão de um liberalismo econômico com um liberalismo político, defendendo apenas a produção de produtos essenciais pelo Governo.
Como a concorrência verificou-se, na prática, imperfeita foi por água abaixo a tese de que o mercado se auto-regularia beneficiando a todos, quando na realidade a produção se destinava aos detentores do poder aquisitivo, e não para quem realmente necessitava. Além do que, a economia mostrou-se instável, oscilando entre períodos de expansão e retração, caracterizados pelas crises.
A Escola Fisiocrática
	A Escola Fisiocrática surgiu na França no início do século XVIII. Foram os fisiocratas que formularam a primeira teoria econômica, e por isso essa é considerada a primeira escola econômica científica. A fisiocracia representou uma reação iluminista ao mercantilismo, que considerava o comércio e a industria nascente como a principal fonte de riqueza.
	A Escola Fisiocrática se baseia em dois princípios. Como o próprio nome indica (physis, natureza; kratos, governo), eles acreditavam na existência de uma “ordem natural” criada por Deus, que regiam as ações humanas e também as relações sociais e econômicas. Então as atividades econômicas deveriam seguir seu curso sem a ação estatal, de acordo com o lema “laissez faire, laissez passer” (deixai fazer, deixai passar). O governo das sociedades e as leis naturais deveriam estar harmonizados.
	O segundo princípio do pensamento fisiocrata era a atribuição dada à agricultura de que esta era a única forma de gerar nova riqueza, que esta era a única fonte original de nova riqueza, já que ela possibilitava uma margem de lucro grande em relação a um investimento pequeno. Toda população viveria do vínculo com o produto agrícola em diferentes proporções.
	Na atividade agrícola estes pensadores viam a possibilidade exclusiva de produção de excedente, a este excedente deram o nome de produto líquido. A indústria e o comércio eram vistos com estéreis; ganham, mas não produzem. Os produtos industrializados se originariam da transformação dos excedentes; transformados, mas não ampliados.
	Em relação aos impostos os fisiocratas argumentavam que um “imposto único” deveria ser aplicado sobre o produto líquido da agricultura, livrando assim o povo da grande quantidade de impostos aos quais estavam submetidos. O comércio e as demais ocupações não teriam o reinvestimento dos fundos arrecadados, que deveriam voltar ao setor agrícola.
	Quem lançou as teses fisiocratas e foi o principal representante da Escola Fisiocrática, foi o médico da corte François Quesnay. Ele era um entusiasta do poder curativo da natureza. Sua obra que tornou esta linha de pensamento conhecida foi o “Quadro Econômico”, um quadro didático que representava as relações entre as classes econômicas e sociais, assim como o fluxo econômico entre elas. Quesnay, através de suas teses, influenciou a formação de conceitos como equilíbrio econômico, capital fixo e capital circulante.
	Os fisiocratas, mesmo subestimando a atividade comercial e industrial, defendiam a liberdade de trabalho, de comércio, a livre concorrência, acreditavam que a liberdade gera bom preço. Foram eles também que prepararam o caminho da Revolução Francesa, mostraram uma dinâmica social, a necessidade de reformas fiscais, e proporcionaram, através da ordem natural, uma alternativa ao absolutismo, favorável à livre iniciativa. Com o desenvolvimento da indústria a escola fisiocrática foi substituída por uma nova teoria conhecida como escola clássica.
Escola Clássica
	A escola clássica teve sua origem na Inglaterra em 1776 com a publicação da obra A Riqueza das Nações de Adam Smith. É considerada a primeira escola moderna do pensamento econômico visto que surgiu em meio a grandes revoluções (Independência norte-americana, revolução industrial) que contribuíram consideravelmente para a mudança de pensamento político, social e econômico da sociedade. O Estado, que antes detinha poder para intervir na economia de forma arbitraria passou a perder o controle econômico para a burguesia. Trata-se, portanto de um esforço de revisão das ideias mercantilistas que visavam a não intervenção do Estado na economia sendo que este seria capaz de se auto-regular. 
	O escocês Adam Smith é considerado “o pai da economia moderna” além de ser o maior teórico do liberalismo econômico. Sua teoria se baseava na ideia de que a riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos apenas pelo seu próprio interesse promoviam o enriquecimento econômico e também as inovações. Para os indivíduos promoverem esse enriquecimento seria necessário uma “liberdade natural” que consistia em abolir todas as preferências fisiocráticas (enfoque excessivamente agrário) e restrições mercantilistas (concepção metalista). Além de que, todos os homens, enquanto não violarem as leis da justiça, ficarão perfeitamente livres para promover seus interesses a sua própria maneira, por sua operosidade e capitais, em concorrência com outros homens, ou classes de homens. Smith teorizou ainda sobre a chamada “mão invisível”, termo utilizado para mostrar que mesmo sem uma entidade governamental centralizada cada um, em beneficio próprio e de acordo com interesses individuais, acabaria por contribuir, mesmo que indiretamente, para o bem comum. A expressão laissez-faire tornou-se símbolo do liberalismo na versão mais pura de capitalismo de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência. Então, a partir desses ideais surge o liberalismo econômico – que além de abranger a concepção de “liberdade natural” e “mão invisível” apresenta como instituições básicas a liberdade de empreender, a livre concorrência e a propriedade privada dos meios de produção.
	Outro teórico da escola clássica foi Thomas Malthus, que tinha como principal objetivo “indagar as causas que influenciam o progresso da riqueza”, frisando a relação entre a distribuição e produção, que segundo ele, são os dois grandes alimentos da riqueza. Destacou ainda, que a distribuição correta da população é tão necessária ao aumento continuo da riqueza como aos meios para produzi-la. Malthus sugeriu uma reforma agrária, pois pensava que ela exerceria efeito favorável sobre a procura no meio rural pelos seguintes motivos: as rendas aumentariam, o componente rural seria ampliado assim como a procura monetária. Thomas Robert Malthus utilizou a ideia da diminuição dos lucros para explicar os baixos padrões de vida. A população, segundo ele, tendia a aumentar geometricamente superando a produção de alimentos que aumentava aritmeticamente. A força de um rápido crescimento populacional contra uma limitada quantidade de terra significava depreciação dos valores da mão-de-obra. O resultado, ele dizia, era baixíssimos salários o que mantinha os padrões de vida da população que tinha renda superior ao nível de subsistência.
	John Stuart Mill ocupa um lugar relevante na história do pensamento econômico: de um lado, porque é na sua obra Principals of Political Economy que a escola clássica vaiencontrar a exposição mais clara e mais completa das suas teorias; de outro lado porque é igualmente com essa obra que uma nova preocupação se vai juntar ao pensamento clássico, como a busca da justiça social. Segundo ele, a elevação continua da renda provoca uma redução do lucro, redução esta que serve de incentivo a formação do capital. No entanto, desenvolve mais esta ideia e daí deduz que sendo o capital criador e estimulador da indústria provocara esta tendência à redução do lucro, em determinado momento, uma parada no desenvolvimento da produção e, em consequência, no crescimento da população. O processo econômico cessará, mantendo-se certo equilíbrio: terá sido atingido o estado estacionário. O pensamento de Mill apresenta-se assim, como uma transição entre a escola clássica e o socialismo. 
	Conclui-se, portanto, que a escola clássica teve não só uma importância na época e no local onde foi criada, mas contribuiu também no mundo todo servindo de base para a teoria vigente na sociedade atual – o neoliberalismo. Essas teorias geradas pela Escola Clássica foram de fundamental importância para a afirmação do capitalismo como o sistema econômico mais utilizado em todo o mundo desde a época de sua concepção.
O Século XIX e as reações às Escolas Liberais
	O Liberalismo surgiu em 1776 com Adam Smith, que colocava o trabalho como fonte de riqueza. O Estado não deveria intervir na economia, prevalecendo as leis naturais. Para a Escola Clássica o progresso econômico e social resulta exclusivamente da iniciativa individual, esse interesse próprio é o impulso que leva ao empreendimento, à produção e à satisfação das necessidades sociais. O que regularia as vontades individuais seria a concorrência, a lei da oferta e da procura. Enfim, o Liberalismo assenta sobre essa base: uma vez que o interesse individual coincide com o interesse geral, deve-se, na prática, deixar plena liberdade de ação aos interesses privados.
	A partir dessas idéias surgem os estados liberais, e com eles aumentaram as desigualdades sociais e econômicas, o trabalho transformou-se em mercadoria e ficou sujeito as oscilações da oferta e da procura, isso foi motivo pra varias correntes críticas ao liberalismo.
	Stuart Mill foi o elemento de transição entre a Escola Clássica e o Socialismo e Intervencionismo, incorporando na economia política clássica o interesse pela justiça social. Embora conservando-se fiel a ciência clássica buscou dar expansão as suas idéias sociais. Ao tentar realizar essa conciliação, estabeleceu uma distinção radical entre os fenômenos da produção e os da repartição. Os primeiros continuam subordinados a leis naturais e os segundos são regidos por leis contingentes, elaboradas pelos homens, que assim podem modificá-las.
	As origens do coletivismo devem ser buscadas em Saint-Simon, com suas críticas à propriedade privada, pretendendo uma economia dirigida e um governo econômico em lugar de um político. Concebe o mundo sob a forma de uma vasta oficina, na qual a produção organizada de modo a alcançar o máximo de expansão, asseguraria, com a prosperidade, a melhor organização social. O aperfeiçoamento contínuo da indústria constitui o objetivo da sua teoria, o socialismo industrialista.
	Outra corrente que procurou criticar a pratica liberal foi o socialismo associacionista, seus adeptos vêem no regime da livre concorrência a principal causa de um vicioso estado econômico e social, vão procurar suprimir esse regime respeitando sempre a liberdade, a solução para isso seria a transformação do meio econômico e social. O indivíduo isolado seria substituído pela associação deste novo ambiente. Um dos principais expoentes dessa corrente foi o industrial Robert Owen, que através de medidas de proteção ao trabalhador em sua fábrica chamou a atenção do mundo, recebendo milhares de pessoas que viam em sua fábrica uma nova maneira de tratar o operário.
	A esse socialismo idealista, dos pensadores utópicos, veio contrapor-se o socialismo realista, que nas obras de Engels e Marx, ficou conhecido como socialismo científico. 	Diferentemente do socialismo utópico de Owen, colocou em dúvida os sentimentos altruístas do homem e sua capacidade de dominar e dirigir as forças naturais que gerarem as forças econômicas da produção. Considerava o homem como função ou sujeito da história a ser comandada pela técnica da produção. Marx defendia que a própria história se move não pela força dos ideais, mas pela influência das condições materiais da vida, de cuja situação o espírito humano é apenas reflexo. Para ele as relações sociais estão intimamente ligadas as forças produtivas, sendo a infra-estrutura econômica (maneira de produzir) determina a superestrutura (direito, moral, arte, cultura e religião).
	A mais-valia foi transformada em bandeira de luta contra o capitalismo e a doutrina liberal. A pobreza, a recessão econômica, o desemprego e outras falhas comuns no processo distributivo das riquezas, a partir do estado liberal, mero espectador da ordem econômica e de um industrialismo opressor apenas visando o lucro, representaram motivos aos anseios crescentes, dos menos favorecidos, por uma justiça social e um estado mais presente na ordem econômica.
	Mas as críticas ao Liberalismo não vieram apenas do lado socialista, existiram críticos capitalistas, exemplo disso são os adeptos do intervencionismo. Para essa doutrina, o excesso de liberdade acarreta consequências econômicas indesejáveis mas sem sacrificar o próprio principio de liberdade, deve-se intervir mantendo o direito de propriedade privada. 
	Todas estas teorias contrárias ao liberalismo causaram grande tumulto no decorrer do século XIX, modificando o grau de intervenção do estado na economia e até chegando ao seu apogeu com o estopim da Revolução Russa, quando o socialismo se tornou realidade.
A Escola Histórica Alemã
	A Escola Histórica Alemã representou o pensamento que suplantou o liberalismo na Alemanha, a partir da metade do século XIX, época em que o socialismo e os movimentos operários ganhavam força e conquistavam terreno de forma ainda desconhecida na Europa. À época, poucos eram os representantes liberais naquele país, como o reformador Schulze-Delitsch – o qual fundaria um eficaz sistema de crédito – e Prince Smith, doutrinário defensor do livre-câmbio e considerava “ser absurdo supor que haja uma questão social” (RIST, 1976).
	Para GIDE e RIST (1976), a Escola Histórica situa-se no âmbito das escolas dissidentes ou descontentes com a política econômica na metade do séc. XIX e que reagiam à condição hegemônica alcançada pela escola liberal em meados do mesmo século. Em Stuart Mill, na Inglaterra, e Bastiat, na França, estavam os principais expoentes do pensamento liberal dominante. Considerada pela escola histórica como absorta em fórmulas que pouco diziam a respeito da sociedade e da economia real, a economia política da época foi bombardeada pelos estudiosos, que procuravam uma teoria econômica mais ligada à realidade. Encontrando na História um método – em voga na época – que permitiria essa abordagem, os economistas históricos foram a fundo nessa disciplina, de forma a aplicar como nunca antes os seus princípios nos estudos econômicos.
	A escola histórica era composta, por um lado, por escritores inspirados nas ideias cristãs e que protestam contra o otimismo liberal e o “laissez-faire”, tendo como ingredientes a moralidade, caridade e o dogma cristão. Por outro, o intervencionismo toma, pela pressão dos problemas operários, força e extensão desconhecidas. No mesmo contexto histórico, há uma ressurgência do socialismo e uma série de reformas liberais por toda a Europa: “...esta ordem de sucessão (dos sistemas econômicos) não implica que cada doutrina antecedente tenha sido eliminada ou abafada pela que a seguiu. O advento da Escola Histórica, por exemplo, coincide com uma renovação da escola liberal e do otimismo” (1976, p. 15).
	Para BELL, a Escola Histórica alemã criticava o método de pesquisa dos economistas clássicos e propunha a supremacia do Estadoperante os interesses liberais individuais, conceito análogo ao de ROSSETI. O conceito Hegeliano de Estado e a Escola Histórica de Direito, que teve Savigny como precursor, foram influências preponderantes. Para Hegel, o Estado estava em primeiro lugar, portanto, os interesses individuais deveriam subordinar-se aos interesses coletivos e estes aos interesses do Estado. Essa teoria conflitava com as doutrinas do individualismo e dos direitos naturais. 
	A Escola Histórica foi dividida em dois grupos: Escola Histórica Primitiva e Posterior, caracterizados respectivamente pelo desenvolvimento da estrutura do método histórico e pela realização da pesquisa histórica real. O primeiro foi composto pelo trio Roscher, Hildemberg e Knies, e o segundo foi liderado por Schmoller.
	O método histórico, conforme definido em Grundriss e elaborado por Roscher, tinha como objetivo “simplesmente descrever o que as criaturas já produziram e sentiram no tocante a questões econômicas, descrever os objetivos que perseguiram e o grau de êxito que alcançaram – bem como apresentar as razões para que tenham sido escolhidos tais objetivos e para que tenha sido conseguido tal triunfo. Tal investigação só pode ser realizada se nos mantivermos em contato com as outras ciências da vida nacional, com a história jurídica e política, bem como com a história da civilização”. Os economistas clássicos não reconheciam a interdependência das várias ciências sociais.
	Características essenciais da Escola Alemã (SCHUMPETER, 1968)
	1) Relatividade: a investigação histórica detalhada mostra com maior clareza do que qualquer outro método de trabalho, quão insustentável é a ideia de que, em economia política, existem regras práticas universalmente aplicáveis. A Escola Histórica sempre defendeu este ponto de vista, tal qual o materialismo histórico de Marx.
	2) Unidade da vida social e de uma correlação inevitável de seus elementos: a investigação histórica levava a esta maneira de pensar por um caminho que certamente não é o único, porém o mais seguro. A forma lógica que este desejo adota PE o argumento da heteronomia da economia.
	3) Antirracionalismo: as ações dos homens obedecem a múltiplos motivos e considerá-las apenas do ponto de vista lógico só apresenta um interesse muito reduzido. As pessoas se comportam sob a influência de impulsos visivelmente ilógicos.
	4) Evolução: o conceito não foge à teoria, como demonstrado em Marx. Bem maior era a possibilidade de acreditar que, ao se tratar de questões de evolução, a história oferecesse tudo o que poderíamos desejar. Com ela, o processo de abstração pareceria bem mais difícil e seria igualmente menos fecundo do que no caso de meras reconstruções conceituais de situações. As teorias da evolução devem utilizar o método histórico.
	5) Interesse pelas correlações individuais: o importante é saber como se produzem os acontecimentos e como eles acabam se impondo às situações concretas, quais são suas causas reais e não os motivos gerais dos processos sociais, seja por não terem interesse, seja por sua evidência.
	6) Organicidade: a própria natureza dos trabalhos históricos detalhados faz com que não se possa expor sucintamente os resultados.
A Escola Socialista
É de suma importância saber a priori que a filosofia laissez-faire, a qual era defendida pelos fisiocratas, interveio muito no liberalismo econômico, este por sua vez propunha a não-intervenção do estado no sistema econômico. Outro ponto importante antes de começar com a prévia discussão sobre o tema proposto é a da que a filosofia laissez-faire foi severamente criticada pelas novas escolas do pensamento econômico da sua época (século XIX), como exemplo temos a escola alemã e a escola socialista, que foram estimuladas, no seu início, pelo conjunto de problemas sociais e econômicos.
Podemos agora começar a discussão do nosso tema. A escola socialista não foi exclusiva do século XIX, o desencadeamento das manifestações socialistas tiveram seu início no século XVI, com a obra Utopia de Tomas Morus, chanceler inglês contrário à instituição privada, sua obra, escrita e sátira, tinha como objetivo a condenação da sociedade da sua época, e a pretensão do autor era a criação de um Estado ideal.
Posteriormente, nos séculos XVII e XVIII, a literatura socialista era constituída pelas obras dos utopistas franceses e associativistas ingleses, podendo citar aqui Babeuf, Cabet, Saint-Simon, Fouriere também Proudhon, apesar de não promoverem muitas mudanças radicais no curso das atividades e da política econômica, Joseph pregou a eliminação da propriedade privada e negou as instituições sociais e políticas da sua época. 
Tem de ser citado Robert Owen, associativista inglês, que possuía como projeto principal a constituição de sistemas cooperativistas. Entre os associativistas destacam-se os nomes de John Gary, Thomas Hodgskin e Charles Hall. Estes eram mais realísticos que os utopistas franceses, e possuíam nas suas doutrinas um alicerce mais seguro. Geralmente identificados como socialistas ricardianos e pré-marxista por terem fundado suas teorias na convicção de que o trabalho seria o principal elemento do valor e, consequentemente não aceitavam o posicionamento social dos trabalhadores de sua época e condenavam o crescente distanciamento entre estes e os da classe dos empresários.
Todavia, os precursores de Karl Marx e Friederich Engels nada mais alcançaram que a contraposição das idéias pouco realizáveis às praticas liberais difundidas e realizadas no século em que viveram. Já a obra de Marx daria uma certa estrutura o pensamento socialista do século XIX; a estrutura teórica de sua obra apresentou-se mais bem desenvolvida. Marx conhecia o resultado que desejava obter e manipulou com sutileza e habilidade as idéias e premissas lógicas, até que estas produzissem de fato o produto desejado. Com tal intuito, ele construiu um engenhoso modelo que procurava demonstrar que as sociedades estavam sujeitas a uma constante transformação histórica e a de que era errado admitir que a ordem natural do sistema capitalista levaria à estabilização e ao crescimento econômico. Nesse sentido, Karl Marx foi um revolucionário e sua obra foi mais penetrante que a de todos os seus precursores no socialismo, poucas obras promoveram um impacto de tal magnitude e provocaram tais modificações na ordem econômica de várias nações como sua obra Das Kapital.
Em suma, a escola socialista tinha como objetivo uma nova ordem social mais justa , com mais equitativa repartição das riquezas e das oportunidades entre todos os participantes da produção, notadamente para os trabalhadores, já despojados dos seus instrumentos de produção.
Outras manifestações registradas no século XIX
	Com a ineficiência das teorias clássicas para lidar com os novos problemas econômicos que surgiam, era necessário o aparecimento de novas teorias com bases mais sólidas e que pudessem explicar tais fenômenos econômicos.
	Desta forma, entre 1870 à 1929, houve uma conscientização dos economistas frente as dificuldades que enfrentavam e surgiu uma nova manifestação: o marginalismo. Os marginalistas propunham um novo instrumento para explicar a influência de certos recursos escassos entre os usos alternativos. 
	Estas idéias não podem ser consideradas como revolucionárias, apesar de terem sido rapidamente difundidas, pois apenas complementavam e aprimoravam idéias antes elaboradas por economistas clássicos como Ricardo, Galiani e Condillac ou até mesmo idéias elaboradas por Aristóteles acerca da relação entre o valor e a utilidade, definindo que o valor de certo bem é relativo a sua utilidade.
	A utilidade pode ser entendida como a propriedade de que certos produtos ou serviços podem saciar as necessidades humanas e seus desejos.
	Com tal definição, Adam Smith aponta uma crítica à utilidade, salientando que certas coisas consideradas úteis não possuem valor econômico algum, como por exemplo o ar e certas coisas inúteis possuem um valor expressivo.
	Em Galiani podemos encontrar a resposta para este problemaapontado por Smith, onde afirma que o valor é uma relação entre a utilidade e a escassez. Assim, o ar não possui valor econômico algum por ser ilimitado ou mesmo o valor do pão, alimento extremamente necessário, é de baixo custo por ser um bem encontrando em grandes quantidades. A teoria da utilidade tornou-se assim uma alternativa quanto a teoria valor-custo ou também a valor-trabalho.
	Condillac seguiu esta mesma base de valor-utilidade, no entanto, aprimorando-a com tal afirmação: “... o valor de um bem depende de sua utilidade em relação às necessidades subjetivas dos que o utilizam...”, desta forma, por se tratar de vontades individuais, os valores tendem a crescer ou decrescer segundo a intensidade dessas vontades. Portanto, a relação entre valor e escassez se torna proporcionalmente direta e indireta em relação ao valor e a abundância.
	Diversas escolas foram criadas, estando abaixo algumas delas:
- A Escola de Viena (ou Escola psicológica Austríaca) desenvolveu-se a partir de 1870 com a teoria de Karl Menger e Stanley Jevons, baseada no princípio da utilidade decrescente. O valor de um bem é medido em escalas de grau de importância individual. Fundamentando o valor sobre a utilidade de um bem que existe em quantidade limitada (noção de margem) e sobre o nível de satisfação que o mesmo causa ao sujeito. 
Bonhm-Bawerk (1851-1914) apresenta a teoria subjetiva do valor onde tenta conciliar as desvantagens da restrição do consumo com as vantagens de futuras expansões de produção. Dizia que o homem tende a supervalorizar os desejos presentes e subestima as necessidades futuras. Com isso se submete a pagar juros, para satisfazer sua necessidade de compra.
- A Escola de Lausanne ( ou Escola Matemática).
Fundada por Léon Walras, constitui um sistema matemático para demonstrar o equilíbrio geral
em que há interdependência das atividades econômicas. Estas devem ser vista como um todo e não isoladamente.
- A escola de Cambridge e a teoria do equilíbrio parcial
Alfred Marshall (1842-1924) fez uma síntese neoclássica, conciliou o princípio clássico do custo de produção com o princípio da utilidade marginal, o valor do trabalho com a capacidade de satisfazer as necessidades. E introduziu o elemento tempo como fator de analise.
	Uma de suas maiores contribuições foi a teoria do equilíbrio parcial, um modelo matemático que estuda um setor ou mercado isoladamente (ex: setor agricultura, industria, etc..)
	O mercado deve ter um funcionamento eficaz, otimizado, os produtos devem ser vendidos em melhores preços e condições.
Oposições ao neoclassicismo:
Escola Institucionalista – Thorstein Veblen (1857 -1929). Afirmava que os padrões de consumo não eram resultado de calculo racional do homem, mas sim do hábito de comprar determinados produtos (modismo, marca). O Estado deveria interferir e tributar produtos desnecessários.
Economia do Bem Estar – Arthur C. Pigou (1877-1959)
O governo deve interferir, com tributos e subsídios para corrigir as divergências entre produtos. A concorrência tende a produzir uma melhor alocação dos recursos.
A Crise de 1929 e Keynesianismo
	Durante a Primeira Guerra Mundial, a economia norte-americana estava em pleno desenvolvimento devido a grande exportação de armamentos aos países envolvidos pela guerra. Os EUA, como permaneceram neutros na guerra, aproveitaram o período pós-guerra para lucrar em cima dos países destruídos, enviando alimentos e produtos industrializados, principalmente para os países europeus. 
	Entre 1918 e 1928 os EUA cresceram estupendamente na economia, essa prosperidade levou ao conhecido “modo de vida americano” (american way of life). Havia emprego, os preços caiam e era disponibilizado incentivo de créditos. A Europa começa então a se restabelecer e importar cada vez menos, começando assim a faltar compradores para os produtos norte - americanos. Sendo assim, os EUA começaram a declinar, os empregos diminuir e a população extinguem os gastos supérfluos cada vez mais, tornando a oferta maior que a procura. Houve com isso a paralisação do comércio, a diminuição dos lucros que acabou gerando a queda de ações na bolsa de valores em Nova Iorque.
	Em 24 de Outubro a bolsa Nova Iorque despenca. Foram postas à venda 16 Milhões de títulos a preços insignificantes, mesmo assim não alcançaram compradores. A quinta-feira negra deixou o país à beira do caos, grandes bancos particulares e decretaram sua falência, pessoas muitos ricas passaram da noite para o dia para a classe pobre, gerando incerteza da população quanto ao futuro do país.
	As altas taxas alfandegárias contribuíram para difundir a crise para outros continentes já que diversos paises mantinham relações comerciais com os EUA. Os efeitos foram sentidos em todo o mundo. No Brasil, contribui para o golpe de 1930, que levou Getúlio Vargas à presidência do país. O café por ser o principal produto de exportação brasileiro tendo como seu comprador majoritário os Estados Unidos - com o advento da crise - perdeu valor no mercado causando enormes estoques e obrigando o governo queimá-lo para que seu preço não fosse desvalorizado.
	Diagnosticou-se que a causa da crise era o liberalismo econômico: A quebra da bolsa ocorrera porque faltavam freios à economia. Influenciado pelas idéias do economista John Keynes, segundo as quais os governos devem intervir pontualmente na economia, o presidente norte - americano Franklin Roosevelt, juntamente com o Congresso, criou e aprovou uma série de leis - O New Deal - que forneceriam ajuda sociais as famílias, empregos através de parcerias com o governo, empresas e consumidores; reformaram ainda o sistema econômico e governamental de modo a evitar que uma recessão desse âmbito voltasse novamente a ocorrer.
	Em 1937 o numero de desempregado havia sido reduzido quase à metade, a renda nacional crescera 70% e a produção industrial, 64%. Porém, a crise no país só seria totalmente sanada na Segunda Grande Guerra, quando aumentaria a intervenção estatal e se intensificariam as exportações.
	No setor industrial, a principal medida foi a redução da jornada do trabalho. Percebendo que o fator básico que gerou a crise econômica havia sido a superprodução, Henry Ford estabeleceu a jornada de oito horas. Além disso, foi responsável por uma importantíssima inovação técnica: a linha de montagem. Essa inovação permitiu a redução dos custos e, sobretudo, aumento da produtividade.
	O keynesianismo conhecido também como “Estado de Bem Estar social”, é uma teoria político-econômica criada por John Maynard Keynes em seu livro “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda” que consiste na intervenção do Estado na economia e teve por objetivo tentar reverter a depressão e a crise social de 1929, conduzindo a um sistema de pleno emprego. Assim, atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantam à população um padrão mínimo de vida.
Keynes: Época e obras.
	John Maynard Keynes nasceu em Cambridge no dia 5 de junho de 1883 e grandiosamente foi o mais importante economista da primeira metade do século 20 e considerava a teoria como principal guia para diretrizes de políticas econômicas.
	Suas idéias inovadoras chocaram com as doutrinas econômicas vigentes, além de terem um enorme impacto na política fiscal de muitos governos. Seu pai foi secretário da Universidade de Cambridge, cuja obra Escopo e Método de Economia Política (1891) é uma obra clássica e continua sendo útil sobre o assunto metodológico até os dias atuais, lançou em seu filho o gérmen para a vocação de economista. Na época de sua educação Keynes despontou para a matemática, além de estudar os clássicos, Filosofia e Economia, sendo esta última disciplina ministrada e conduzida por líderes como Henry Sidwick e Alfred Marshall.
	Para Keynes a economia como ciência pura era pouco interessante em relação a economia em serviço de políticas, por esse motivo ele sempre esteve envolvido em alguma posição em serviços públicos, notadamente vocacionado em questões de comércio e de finanças. A sua contribuição na teoriae na prática foi um período de guerras e entre guerras , onde esses anos foram marcados pelas interrupções nas relações de comércio durante a 1ª Guerra Mundial. Como consequência seguiu-se a inflação, a instabilidade das taxas de câmbio e os desequilíbrios e desconfianças nos pagamentos e como último ''problema'' ocorre a deflação - é a redução do nível geral de preços, de forma persistente (vários meses consecutivos) e aplicada à generalidade dos produtos – e a demissão em massa internacionalmente. Em relação a época da irrupção da Segunda Guerra Mundial, Keynes dedicou-se a questões relativas às finanças de guerra e ao restabelecimento final do comércio internacional e de moedas estáveis. Suas idéias sobre estes assuntos foram mostrados no Plano Keynes, que dizia a respeito do estabelecimento de uma autoridade monetária internacional, na qual porpôs em 1943. Embora seu plano tenha sido rejeitado de momento, posteriormente foi adotada em 1944 na conferência de Bretton Woods (da qual foi líder na delegação britânica), assim mostrou-se claramente que Keynes era uma grande influência mundialmente.
	Em relação a política econômica, Keynes discordava da lei de Say e não acreditava que a produção de mercadorias gerariam, sempre e obrigatoriamente, demanda suficiente para outras mercadorias. Pensou que poderia ocorrer crises de superprodução, como ocorreu na década de 30 e assim o livre mercado pode, durante os períodos recessivos, não gerar demanda bastante para garantir o pleno emprego dos fatores de produção devido ao entesouramento (guardar; ajuntar em tesouro) das poupanças. Nessa ocasião seria aconselhável que o Estado criasse déficits fiscais para aumentar a demanda efetiva e instituir uma situação de pleno emprego. O objetivo de Keynes, ao defender a intervenção do Estado na economia não é acabar com o sistema capitalista de produção. Segundo sua convicção o capitalismo é o sistema mais eficiente que a humanidade já conheceu, até mesmo incluindo o socialismo. O objetivo é o aperfeiçoamento do sistema, de modo que se una o altruísmo social (através do Estado) com os instintos do ganho individual (através da livre iniciativa privada). Acreditava que a intervenção estatal na economia é necessária porque essa união não ocorre por vias naturais, mas graças a problemas do livre mercado. Sendo assim ficou responsável pelo que retorno do que ficou sendo conhecido como a Economia Política.
	Em relação as suas obras, o primeiro livro que lançou foi em 1913 chamado Indian Currency and Finance, em que tratava de problemas monetários e que foi considerado uma obra prima pelos monetaristas da época. Seu segundo livro foi lançado em dezembro de 1920 e que se chamava Economics Consequences os the Peace ( As consequências Econômicas da Paz) que foi escrito como reação indignada à postura dos aliados imediatamente após voltar de Paris. As Conseqüências Econômicas da Paz, é ao mesmo tempo um panfleto político que ataca a moralidade do tratado quando comparado às condições que regularam o acordo das partes armadas com o fim definitivo das hostilidades. A principal explicação da popularidade e do êxito do livro é “a combinação liberal de sentido humanitário com realismo econômico – um apelo potencializado pelo estilo elegante e um dom difícil de explicar para a mot juste, a frase investigativa'', resumindo, Keynes lançou algumas sementes de seu revolucionário pensamento econômico. Após o sucesso do seu segundo livro, dedicou-se obstinadamente aos problemas econômicos de sua época, nos anos de 1921, 1922 e 1923, onde publicou A Treatise on Probability, Revision od the Treaty e A Tract on Monetary Reform que baseia-se em exemplos de processo de produção do Reino Unido, outros países da Europa e dos Estados Unidos, com isso Keynes desmistificava o curso de uma próspera economia mundial, registrava as fissuras na base produtiva, através das quais o capital social está perdido, provocando um estado de alerta das crises econômicas e a partir de uma perspectiva universal, apresenta sua reforma monetária, propondo uma teoria de que guarda o valor do dinheiro e a conseguir a sua tão estabilidade na economia mundial. No período de 1925–1930 publicou as seguintes obras: A Short View of Russia (1925), The Economic Consequences of Mr. Churchill (1925), The End of Laissez-faire e, a mais importante A Tratise of Money (1930). 	Em 1930 o mundo entrou em uma grande depressão e o desemprego tornou-se um grande e constante problema, então nesse período dedicou-se a reflexões sobre os graves problemas do sistema capitalista e como não acreditava no laissez-faire e do automobilismo auto-regulador das economias de mercado, procurou encontrar a terapêutica exata que possibilitasse a recuperação dos países abalados pela crise. Em 1935, a solução para a crise foi encontrada e Keynes acreditava fortemente em suas próprias idéias, em uma carta em que escreveu a Bernard Shaw mostrava convincente em que prognosticava a revolução que sua obra provocaria no meio econômico, a carta é a seguinte: ''Para que você compreenda meu estado de espírito é necessário saber que julgo estar escrevendo um livro sobre Teoria Econômica, que revolucionará em grande parte – não imediatamente, mas, creio, no curso dos próximos dez anos – o modo pelo qual o mundo vê esses problemas. Não posso esperar que você ou qualquer outra pessoa acredite nisso agora. Mas, eu mesmo não tenho apenas esperança de que tal prognóstico seja verdadeiro – no íntimo, tenho certeza''. 
	Em fevereiro de 1936 ele publicou a sua obra revolucionária The General Theory od Employment, Interest and Money (Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda) que é considerada uma das mais importantes obras de literatura econômica, tendo lançado as bases conceituais da macroeconomia. Além do aspecto de incrementar o nascente estudo da macroeconomia, o livro também desafia conceitos tradicionais da Economia clássica, como o da visão a longo prazo dos ciclos econômicos, o não-intervencionismo estatal da economia e o valor das políticas monetária e fiscal. E confirmou-se o seu prognóstico na qual a General Theory promoveu o que se chama hoje de revolução keynesiana(se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é auto-regulador como pensavam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo espírito ambicioso dos empresários).
	Faleceu no dia 21 de Abril de 1946, dez anos após a publicação da sua obra revolucionária, a The General Theory of Employment, Interest anda Money.
Impacto da General Theory
	Primeiramente, para termos um entendimento melhor, de qual foi o impacto causado pela Teoria Geral de John Maynard Keynes, precisamos expor qual era seu propósito e em que ambiente ela foi concebida para então mostrar seus resultados que repercutem até os dias atuais.
	A grande depressão dos anos 30 chegou a níveis caóticos nas economias ocidentais, nos Estado Unidos o produto interno bruto, caiu de 103,1bilhões de dólares (1929) para 55,6 bilhões (1933), em 1929 os desempregados somavam 1.550 000 milhões, elevando-se para 14 milhões nos quatro anos seguintes. Assim houve a constatação de que as velhas teorias econômicas clássicas, estas que defendiam o mercado livre e diziam que o mercado poderia se reestruturar sem intervenção do Estado, estavam desatualizadas e não surtiam mais seus efeitos nessa nova realidade. 
	Havia então a necessidade de uma nova saída para os tempos de crise, assim em fevereiro de 1936 o inglês John Maynard Keynes publicou sua mais conhecida obra, The General Theory of Employment, Interest and Money, esta que até hoje é denominada como “Revolução Keynesiana”.
	Antes mesmo de publicar esta obra, Keynes já previa o impacto que ela iria causar, como dissera na carta que escreveu para Bernard Shaw em 1935, onde relatava que ele tinha plena certeza de que a obra que estava por fazer revolucionaria por completo o modo de pensar econômico futuro. Keynes era um defensor das teorias clássicas até então, e por isso disse também que sua nova obra, de inicio poderia até parecerum verdadeiro equivoco, para alguns.
	Certamente o impacto que a obra de Keynes causou no século passado pode ser comparado com a influência que as teorias de Adam Smith e de Karl Marx exerceram nos séculos XVII e XIX; Adam Smith mostrou-se contra o sistema mercantilista, Marx foi contra o Estado capitalista, assim Keynes que possuía uma visão lógica e prática mostrou-se contra a laissez faire (deixar de fazer) que até então era o carro chefe das escolas clássicas e contrariava uma possível intervenção do Estado na economia e no mercado.
	O ponto de partida da teoria de Keynes foi o estudo dos determinantes do nível de emprego e da renda nacional, onde verificou que o Estado deveria participar moderadamente da atividade econômica, onde aplicaria os investimentos suplementares, e estes, se tornariam os Cães de fila, arrastando consigo toda a economia, seriam usados para a expansão da renda, do emprego e o reequilíbrio econômico. 
	A vitoria de Keynes sobre os clássicos traduz o triunfo desse intervencionismo moderado, além de constituir certo meio termo entre a liberdade econômica absoluta e total controle do estado sobre a economia.
	Logo de início a General Theory produziu os mais fervorosos debates nos meios acadêmicos, políticos e entre os pensadores econômicos devido ao impacto que ela causou. Não é de se estranhar que muitos conservadores tinham receio em aceitar essa nova teoria, uma vez que para eles, as teorias clássicas ofereciam conforto e eram de mais fácil compreensão, porém muitos visualizavam a teoria keynesiana como uma esperança e salvação para a crise em que estavam imersos.
	O impacto causado pela General Theory na metade do século realmente foi exorbitante, principalmente no ocidente, ou seja, Europa e Estados Unidos. Esse impacto repercute até os dias atuais, pois além de virar um marco econômico mundial, tornou-se também um marco histórico, mas sabemos que é comum no meio das teorias, as novidades sofrerem certo tipo de aversão e repúdio antes de serem tomadas como verdades absolutas. 
	Hoje ainda ocorrem vários tipos de debates nesse sentido, porém não como os do século passado, ficando restrito mais aos meios acadêmicos e econômicos, tendo em vista que ainda existem economistas que se julgam anti-keynesianos, mas são poucos e quase na totalidade são absorvidos e pelas correntes políticas modernas, as quais na maioria seguem as doutrinas de Keynes. 
	Por tudo isso, pode-se concluir que a economia capitalista e globalizada de nosso tempo só se faz possível devido ao surgimento da General Theory, pois nem poderíamos garantir, se os Estados da época de seu surgimento, ainda estariam em pé, ou, se seriam desintegrados, em virtude dos efeitos das diversas crises que continuariam a aparecer, caso não adotassem a teoria keynesiana.
Intervencionismo Moderado
	A revolução industrial proporcionou, entre outros aspectos, teses novas para o mundo econômico, como é o exemplo do Liberalismo de Adam Smith, que apareceu nesse contexto para combater o mercantilismo (forte influência do Estado na economia). Posteriormente surge a doutrina socialista de Marx e Engels com uma nova perspectiva sobre a sociedade capitalista, a condição do trabalhador e o grau de intervenção do Estado na economia.
	Com o advento do socialismo a filosofia da Escola liberal perdeu em partes sua força, entretanto foi preciso que a grande crise de 1930 mostrasse as fragilidades desse sistema. Nesse contexto aparece com grande expressão a “General Theory” de John Maynard Keynes.
	Keynes afirmava que o Estado deveria buscar formas de conter o desequilíbrio na economia e baixar o desemprego, deveria aplicar grandes remessas de capital na realização de investimentos que aquecessem a economia fortemente, paralelamente, linhas de crédito a baixo custo deveriam ser concedidas a fim de que houvesse investimentos também no setor privado e assim, os empregos aumentariam e garantiriam o consumo de todo esse investimento. Assim estaria caracterizado o papel do Estado de Interventor moderado da economia, de modo que seria um meio termo entre liberalismo (nenhuma intervenção) e socialismo (total intervenção).
	Com medo da crise, e de possíveis novas, o intervencionismo moderado começou a ter influência em diversos Estados e é possível notá-lo pelas seguintes características: Controle da moeda e do crédito pelo governo; Aplicação de uma política tributária e de seguro social com fins econômicos; Realização da política de grandes obras públicas (estímulo ao investimento privado).
	As idéias de Keynes, que provaram que é impossível uma economia prosperar-se seguramente desvinculada do poder regulador do Estado, permaneceram fortes na política dos países ocidentais até meados dos anos 70, os mesmos, tomaram posteriormente rumos novos com o surgimento do pensamento neoclássico.
	O Brasil, através do Direito econômico, dispõe de meios para regular o monopólio, oligopólio, fusões e incorporações, tentando impedir a concorrência desleal e a manipulação de preços.
	A lei Antitruste (8884/94) enuncia: “A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação do mercado, a eliminação da concorrência e o aumento arbitrário dos lucros”. A mesma também criou no país o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) que tem o papel tutelador da prevenção e repressão de abusos de poder econômico.
	A Constituição Federal brasileira trás no seu artigo 174 uma norma que assegura o poder do Estado na economia, diz o mesmo que “Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”
Fatores determinantes à Intervenção Estatal na Economia
O aumento da interferência governamental nas economias liberais se fundamenta em uma série extensa de fatores, dentre os quais os mais significativos são:
Agravamento das Oscilações da Atividade Econômica.
Aperfeiçoamento da tecnologia de Defesa.
Avanço da Legislação Social.
Revolução das Expectativas da Sociedade.
Aceleração do processo de desenvolvimento.
Correção dos vícios do sistema de preços.
Condições históricas diversas, como taxas de expansão populacional.

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