Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Prática dos procedimentos especiais
Prof. Guilherme Andrade
Descrição
Você vai conhecer as principais características de três procedimentos
especiais de extrema importância prática no cotidiano jurídico, quais
sejam, a ação monitória, as ações possessórias e os embargos de
terceiro.
Propósito
Estudar os procedimentos especiais, principalmente a ação monitória,
as ações possessórias e os embargos de terceiro, é fundamental para
profissionais do direito, pois são procedimentos frequentemente usados
na resolução de questões jurídicas cotidianas.
Preparação
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
1 of 61 04/08/2024, 19:05
Preparação
Tenha em mãos o Código de Processo Civil.
Objetivos
Módulo 1
Ação monitória
Identificar conceitos, características e regras do procedimento da
ação monitória.
Módulo 2
Ações possessórias
Reconhecer os conceitos de posse e de possuidor, bem como as
diversas espécies de ações possessórias e seus respectivos
requisitos.
Módulo 3
Embargos de terceiro
Analisar a utilidade dos embargos de terceiro, a legitimidade para a
propositura da ação e as consequências de seu julgamento.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
2 of 61 04/08/2024, 19:05
propositura da ação e as consequências de seu julgamento.
Introdução
O tradicional estudo jurídico foca no procedimento comum, no
cumprimento de sentença e nas execuções de títulos executivos
extrajudiciais, deixando de lado diversos procedimentos
especiais de grande importância prática.
Existem diversos desses procedimentos especiais a serem
estudados no processo civil, no entanto, a ação monitória, as
ações possessórias e os embargos de terceiro têm grande
recorrência nos processos judiciais, motivo pelo qual é
imprescindível conhecer as principais características de cada um
deles.
Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.

Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
3 of 61 04/08/2024, 19:05
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
1 - Ação monitória
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car conceitos,
características e regras do procedimento da ação monitória.
Aspectos gerais da ação
monitória
Neste vídeo, o especialista fará uma introdução sobre o que é a ação
monitória e esclarecerá se ela é um procedimento impositivo ou uma
faculdade ao autor.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
4 of 61 04/08/2024, 19:05
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
O que é ação monitória?
A ação monitória é uma ação cujo procedimento especial é um meio-
termo entre uma ação de conhecimento e uma ação de execução de
título executivo extrajudicial. Acompanhe a definição de ambos para
melhor entendimento:
Em um processo de conhecimento, o autor vai discutir a própria
existência do direito afirmado, para, caso sejam julgados procedentes
seus pedidos, executar a sentença transitada em julgado que lhe servirá
de título executivo, nos termos do art. 515, I, do Código de Processo Civil
(CPC).
Em uma ação de execução de título executivo extrajudicial, o processo
já se inicia com a adoção do rito executivo, uma vez que a petição inicial
já vem instruída com um dos títulos executivos extrajudiciais previstos
em lei, conforme dispõem os arts. 798, I, a, 783 e 786, todos do CPC).
Na ação monitória, busca-se facilitar a obtenção de um título executivo
com a adoção de uma técnica de cognição sumária, que prevê uma
espécie de liminar para a determinação de pagamento imediato, quando
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
5 of 61 04/08/2024, 19:05
o autor tiver instruído sua petição inicial com prova escrita, sem eficácia
de título executivo, que demonstre a existência do direito de o credor
exigir do devedor capaz o pagamento de quantia em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer, não fazer ou entregar coisa (arts.
700 e 701 do CPC), e que prevê que, caso não haja o pagamento ou a
defesa do devedor seja rejeitada, a decisão liminar será convertida em
título executivo judicial (arts. 701, §2º, e 702, §8º, do CPC).
Faculdade do autor
A adoção do procedimento monitório é facultativa, isto é, caso queira, o
autor pode optar por ajuizar uma ação de conhecimento de cobrança
em vez de ajuizar a ação monitória, conforme o art. 785 do CPC:
Art. 785. A existência de título
executivo extrajudicial não impede a
parte de optar pelo processo de
conhecimento, a fim de obter título
executivo judicial.
(art. 785 do CPC)
O art. 785 do CPC trata da facultatividade do ajuizamento da ação de
execução de título executivo extrajudicial quando autor tiver um título
executivo extrajudicial. Utilizando-se o mesmo raciocínio, se o autor
contar com uma prova escrita que demonstre a existência de um
crédito, na forma do art. 700 do CPC, nada impede que, em vez de
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
6 of 61 04/08/2024, 19:05
crédito, na forma do art. 700 do CPC, nada impede que, em vez de
ajuizar uma ação monitória, ajuíze uma ação de cobrança pelo
procedimento comum.
Cabimento da ação
monitória
Neste vídeo, o especialista explicará o cabimento da ação monitória, o
requisito da prova documentada e se é possível utilizá-la conta a
Fazenda Pública ou incapaz.
Admissibilidade
Veja o que determina o art. 700 do CPC quanto à admissibilidade da
ação monitória:
Art. 700. A ação monitória pode ser
proposta por aquele que afirmar,
com base em prova escrita sem
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
7 of 61 04/08/2024, 19:05
com base em prova escrita sem
eficácia de título executivo, ter
direito de exigir do devedor capaz:
I. o pagamento de quantia em
dinheiro;
II. a entrega de coisa fungível ou
infungível ou de bem móvel ou
imóvel;
III. o adimplemento de obrigação de
fazer ou de não fazer.
(art. 700 do CPC)
Analisando o dispositivo legal, percebe-se que é admissível o
ajuizamento da ação monitória quando o devedor contar com uma prova
escrita, sem eficácia de título executivo, que demonstre a existência do
direito de o credor exigir do devedor capaz o pagamento de quantia em
dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer, não fazer ou entregar
coisa.
A lei não especifica o que vem a ser prova escrita, não existindo um
conceito legal predefinido.
No entanto, além do documento escrito propriamente, no qual conste,
de forma expressa e clara, a existência do crédito, pode ser considerada
prova escrita, para fins do ajuizamento da ação monitória, qualquer
documento que contenha elementos indiciários da materialização de
uma dívida. Não é necessário que o documento seja estreme de dúvida,
bastando existir indícios da materialização da dívida.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
8 of 61 04/08/2024, 19:05
Pessoa acessando sua caixa de e-mail.
Nesse sentido, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça (STJ) que “a
prova hábil a instruir a ação monitória, isto é, apta a ensejar a
determinação da expedição do mandado monitório – a que aludem os
arts. 1.102-A do CPC/1.973 e 700 do CPC/2.015 –, precisa demonstrar a
existência da obrigação, devendo o documento ser escrito e suficiente
para, efetivamente, influir na convicção do magistrado acerca do direito
alegado, não sendo necessária prova robusta, estreme de dúvida, mas
sim documento idôneo que permita juízo de probabilidade do direito
afirmado pelo autor” (AgInt no AREsp 2.251.889/SE, relator ministrodo cônjuge devedor (50%) e,
em caso de alienação integral do imóvel, o resguardo de
sua meação sobre o produto da alienação, conforme
determina o art. 843 do CPC. Deverá requerer também
que, ao fim, sejam julgados procedentes seus pedidos
para, confirmando a decisão liminar, desconstituir a
penhora de 50% dos valores penhorados na conta-
corrente conjunta, no valor equivalente a R$ 15 mil, bem
como para reduzir a penhora do imóvel, para que recaia
apenas sobre a quota-parte do cônjuge devedor (50%) e
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
58 of 61 04/08/2024, 19:05
que, em caso de alienação integral do imóvel, seja
resguardada sua meação sobre o produto da alienação,
nos termos do que dispõe o art. 843 do CPC. Ainda na
parte final dos pedidos, a autora deverá requerer a
condenação do embargante ao pagamento das
despesas processuais e de honorários advocatícios,
bem como a produção de todas as provas admitidas em
direito.
Deverá por fim, atribuir à causa o valor de R$ 1.015 mil,
que se refere ao proveito econômico pretendido pela
parte autora, consubstanciado nos R$ 15 mil
penhorados na conta e na metade do valor do imóvel.
Considerações �nais
Estudamos os procedimentos especiais da ação monitória, das ações
possessórias e dos embargos de terceiro, que são os principais
procedimentos especiais do cotidiano forense. Analisamos as principais
características de cada um dos procedimentos, demonstrando, além da
previsão legal, o entendimento dos tribunais superiores sobre diversas
questões controvertidas.
O profissional do direito da atualidade deve conhecer e estudar os
procedimentos especiais da ação monitória, das ações possessórias e
dos embargos de terceiro. Sua grande incidência prática nas lides do dia
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
59 of 61 04/08/2024, 19:05
a dia torna imprescindível que o advogado conheça as peculiaridades de
cada rito, orientando adequadamente seu cliente.
Explore +
• Para saber mais sobre ação monitória, leia o livro Ação monitória,
de Ozéias J. Santos, cuja sétima edição foi lançada em 2022 pela
editora Rumo Jurídico.
• Para aprofundar seus conhecimentos sobre ações possessórias,
pesquise o livro Ações possessórias e petitórias, de Gilberto
Ferreira Marchetti Filho, publicado pela editora Contemplar em
2022.
• Para ampliar seus estudos sobre embargos de terceiro, consulte o
livro Embargos de terceiro, de Donaldo Armelin, publicado pela
editora Saraiva em 2017.
Referências
CÂMARA, A. F. O novo processo civil brasileiro. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2017.
NEVES, D. A. A. Manual de direito processual civil. Volume único. 9. ed.
Salvador: Juspodivm, 2017.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
60 of 61 04/08/2024, 19:05
Salvador: Juspodivm, 2017.
THEODORO JÚNIOR, H. Curso de direito processual civil –
procedimentos especiais. Volume II. 50. ed. revista, atualizada e
ampliada. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
O que você achou do conteúdo?
Relatar problema
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
61 of 61 04/08/2024, 19:05
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 24 de abril de 2023, DJe de
27 de abril de 2023).
Assim, de acordo com a REsp 1.381.603/MS, relator ministro Luis Felipe
Salomão, Quarta Turma, julgado em 6 de outubro de 2016, DJe de 11 de
novembro de 2016 – Informativo 593, a doutrina e jurisprudência
admitem como prova escrita para fins do ajuizamento da ação
monitória:
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
9 of 61 04/08/2024, 19:05
monitória:
Cheque
De acordo com a Súmula 299 do STJ.
Contrato de abertura de crédito
O contrato deve ser de abertura de crédito em conta-corrente
acompanhado do demonstrativo de débito, de acordo com a
Súmula 247 do STJ.
E-mail
O e-mail no qual conste evidência da existência de dívida.
A prova escrita mencionada pelo art. 700 do CPC não exige que o
devedor tenha participado de sua formação. Sendo assim, a doutrina e a
jurisprudência admitem como prova escrita:
Faturas
As faturas referentes à prestação de serviços, acompanhadas
por planilha orçamentária (REsp 1.025.377/RJ, DJe de 4 de
agosto de 2009, e REsp 925.584/SE, relator ministro Luis Felipe
Salomão, julgado em 9 de outubro de 2012).
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
10 of 61 04/08/2024, 19:05
Notas
Notas fiscais (AgRg no AREsp 763.885/RS, relator ministro Luis
Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 27 de outubro de
2015, DJe de 5 de novembro de 2015).
Duplicatas protestadas
Duplicata sem aceite protestada (AgInt no AREsp 1.336.763/
PA, relator ministro Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma,
julgado em 19 de novembro de 2018, DJe de 22 de novembro
de 2018).
Duplicatas sem protesto
Duplicatas sem aceite, sem protesto, mas com comprovante de
entrega de mercadoria ou de prestação de serviços (AgRg no
AREsp 559.231/PE, relator ministro Marco Buzzi, Quarta Turma,
julgado em 10 de março de 2015, DJe de 17 de março de
2015).
Prova documentada
Algumas vezes, o credor pode não ter a prova escrita exigida pelo art.
700 do CPC para fins do ajuizamento da ação monitória.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
11 of 61 04/08/2024, 19:05
Imagine a situação em que o credor emprestou determinada quantia em
dinheiro para o devedor na frente de duas testemunhas, mas não
formalizou esse empréstimo em um contrato escrito.
Nessas hipóteses, o credor pode ajuizar uma ação probatória autônoma,
na forma do art. 381, III, do CPC, a fim de que as testemunhas sejam
ouvidas, e a prova produzida em audiência possa comprovar a
existência da dívida e justificar o ajuizamento da ação monitória,
conforme estabelece o §1º do art. 701 do CPC.
Ação monitória contra a
Fazenda Pública
Muito já se discutiu a respeito da admissibilidade do ajuizamento da
ação monitória contra a Fazenda Pública. No entanto, mesmo antes do
CPC de 2015, a jurisprudência já havia consolidado esse entendimento,
conforme se extrai da Súmula 339 do STJ (“É cabível ação monitória
contra a Fazenda Pública”).
Atualmente, o CPC de 2015 não deixa qualquer dúvida quanto ao
cabimento de ação monitória contra a Fazenda Pública, prevendo
apenas que, sendo concedida a liminar determinando a expedição de
mandado de pagamento monitório (art. 701 do CPC), caso a Fazenda
Pública não efetue o pagamento ou não apresente sua defesa
(embargos monitórios), a decisão liminar que determinou a expedição
de mandado de pagamento monitório será convertida,
automaticamente, em título executivo judicial, e o processo seguirá, a
partir de então, o rito do cumprimento de sentença contra a Fazenda
Pública previsto nos arts. 534 e 535 do CPC, cuja forma de pagamento é
por meio de precatório ou requisição de pequeno valor, conforme
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
12 of 61 04/08/2024, 19:05
por meio de precatório ou requisição de pequeno valor, conforme
estabelece o §4º do art. 701 do CPC.
Homem analisando documento em frente ao seu computador.
Ação monitória contra
incapaz
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
13 of 61 04/08/2024, 19:05
Em razão da especificidade e celeridade do rito, a ação monitória não
poderá ser utilizada quando o devedor for incapaz, conforme se extrai
do caput do art. 700 do CPC.
Procedimento inicial
Neste vídeo, o especialista tratará dos aspectos iniciais do
procedimento da monitória, tais como eventuais requisitos da petição
inicial, o papel da liminar e a finalidade da citação do réu.
Petição inicial
Na petição inicial da ação monitória, além dos requisitos previstos no
art. 319 do CPC e da prova escrita demonstrativa da dívida, é
imprescindível que o autor a instrua com o demonstrativo do débito
atualizado e, tratando-se de pedido de entrega de coisa (móvel ou
imóvel) ou de obrigação de fazer, com o valor atualizado da coisa ou o
proveito econômico pretendido, sob pena de indeferimento da petição
inicial, conforme se extrai da redação do art. 700, §2º, do CPC.
Se a prova escrita que embasa a ação monitória for um cheque, o STJ
tem o entendimento consolidado de que é dispensável expor, nos
fundamentos da petição inicial, o negócio jurídico que deu origem ao
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
14 of 61 04/08/2024, 19:05
fundamentos da petição inicial, o negócio jurídico que deu origem ao
crédito, conforme se extrai da Súmula 531. No entanto, tal entendimento
deve ficar restrito a cheques e outros documentos que demonstrem,
claramente, o débito de um devedor em relação ao credor e respectiva
promessa de pagamento.
Homem preenchendo folha de talão de cheques.
Isso porque o documento escrito que serve de lastro ao ajuizamento da
ação monitória não precisa ser prova robusta da dívida, bastando que
tenha indícios quanto à existência do débito, como pode ocorrer nos
casos em que a existência da dívida está registrada em um e-mail.
Nos casos em que a existência da dívida está registrada em um e-mail, é
mais do que recomendável que o autor da petição inicial exponha sua
causa de pedir, fazendo menção aos fatos que deram origem à dívida, a
fim de que o magistrado possa analisar se, realmente, aquele
documento (o e-mail) comprova a existência do crédito do autor.
Liminar de mandado de
pagamento monitório
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
15 of 61 04/08/2024, 19:05
Ao analisar a petição inicial, se o juiz entender que o direito do autor é
evidente, isto é, se entender que a prova escrita que instruiu a petição
inicial demonstra, claramente, um crédito do autor em relação ao réu,
deferirá, de forma liminar, a expedição de mandado de pagamento
monitório, determinando que o réu efetue o pagamento do débito no
prazo de 15 dias, acrescido de honorários advocatícios de 5% sobre o
valor atribuído à causa, conforme se extrai do art. 701 do CPC.
Dúvida quanto à idoneidade
de prova documental
Se, porventura, o juiz entender que a prova escrita não demonstra, nem
de forma indiciária, a existência do crédito, intimará o autor para
emendar a petição inicial, transformando-a em uma petição inicial de
uma ação de cobrança, que tramitará pelo procedimento comum,
conforme estabelece o §5º do art. 700 do CPC.
Citação do réu
Deferida a expedição do mandado de pagamento monitório na forma do
art. 701 do CPC, o réu será citado por qualquer dos meios admitidos no
procedimento comum, inclusive, se for o caso, por meio das citações
fictas (citação por hora certa e citação por edital), conforme dispõem o
§7º do art. 700 do CPC e a Súmula 282 do STJ (“Cabe a citação por
edital em ação monitória”).
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...16 of 61 04/08/2024, 19:05
Manifestação do réu
Neste vídeo, o especialista explicará quais são as respostas do réu na
ação monitória, discorrendo sobre o papel dos embargos monitórios e
seus principais aspectos.
Posturas do réu
Ao ser citado e intimado da determinação de pagamento mencionada
no art. 701 do CPC, o réu pode adotar três posturas diferentes.
Primeira postura
A primeira postura é satisfazer a obrigação. Se o réu efetuar o
pagamento do valor devido no prazo de 15 dias, acrescido do percentual
de 5% de horários advocatícios, a obrigação será satisfeita e o processo
será extinto sem a condenação do réu ao pagamento das custas,
conforme dispõe o art. 701, caput e §1º, do CPC.
Perceba que a lei concede uma benesse ao devedor para estimulá-lo a
efetuar o pagamento, autorizando que os honorários advocatícios que,
em regra, são de 10%, sejam de 5% sobre o valor da causa, bem como
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
17 of 61 04/08/2024, 19:05
em regra, são de 10%, sejam de 5% sobre o valor da causa, bem como
isentando o réu do pagamento de custas.
Destaca-se que a lei admite que o réu efetue o pagamento parcelado, da
mesma forma que ocorre no processo de execução de título executivo
extrajudicial, conforme determinam o §5º do art. 701 e o art. 916 do
CPC. Dessa forma, ao ser citado para efetuar o pagamento no prazo de
15 dias, o réu poderá, depositando o equivalente a 30% do valor cobrado,
acrescido de custas e de honorários de advogado, requerer que o
restante da dívida seja pago em até seis parcelas mensais.
Segunda postura
A segunda atitude que o réu pode tomar ao ser citado e intimado da
determinação de pagamento liminar é permanecer inerte. Nessa
hipótese, a decisão que concedeu a liminar e determinou a expedição do
mandado de pagamento monitório é convertida, automaticamente (de
pleno direito), em título executivo judicial, e o procedimento passará a
seguir o rito do cumprimento de sentença, conforme estabelece o §2º
do art. 701 do CPC.
Dessa forma, como não houve o pagamento do valor estabelecido no
mandado de pagamento monitório, o credor deverá requerer o
cumprimento de sentença, a fim de que o devedor seja intimado a pagar
a quantia devida no prazo de 15 dias, sob pena do pagamento de multa
de 10% e mais honorários advocatícios de 10%, nos termos do art. 513
do CPC.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
18 of 61 04/08/2024, 19:05
Mulher recebendo notificação judicial.
Terceira postura
Como última postura, o devedor poderá se opor à ação monitória,
oferecendo embargos monitórios, conforme estabelece o art. 702 do
CPC.
Embargos monitórios
De acordo com o art. 702 do CPC, “independentemente de prévia
segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo
previsto no art. 701, embargos à ação monitória”.
Os embargos à ação monitória são a defesa do réu no
procedimento monitório, os quais poderão ser opostos,
nos mesmos autos, independentemente de garantia do
juízo, isto é, independentemente de o réu depositar em
juízo o valor que lhe está sendo cobrado.
A decisão que concedeu o mandado de pagamento monitório de forma
liminar prevista no art. 701 fica suspensa até o julgamento dos
respectivos embargos monitórios, conforme dispõe o §4º do art. 701 do
CPC.
A doutrina majoritária entende que os embargos monitórios teriam
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
19 of 61 04/08/2024, 19:05
A doutrina majoritária entende que os embargos monitórios teriam
natureza jurídica de ação autônoma de impugnação, de forma
semelhante ao que ocorre com os embargos à execução de título
executivo extrajudicial. No entanto, o entendimento consolidado do STJ
é de que os embargos monitórios têm natureza jurídica de contestação
(REsp 1.713.099/SP, relatora ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma,
julgado em 9 de abril de 2019, DJe de 12 de abril de 2019), podendo o
réu se utilizar de todas as alegações defensivas que seriam admissíveis
no procedimento comum, conforme estabelece de forma expressa o
§1º do art. 701.
Dessa forma, o réu pode alegar, por exemplo, que a dívida não existe
porque o contrato não é válido ou por já ter efetuado o pagamento.
Poderá alegar também a prescrição e demais matérias de mérito, sem
prejuízo das defesas processuais.
Todavia, se o réu quiser alegar que o autor está pleiteando um valor
superior ao que é devido, deverá dizer o valor que entende correto,
apresentando uma planilha discriminada do respectivo valor, sob pena
de os embargos monitórios serem rejeitados liminarmente ou, se esse
não for o único fundamento, de não ser analisada a alegação de
excesso, conforme dispõem os §§2º e 3º do art. 702 do CPC.
Planilha de excel com valores discriminados em tela de computador.
Ademais, quando o réu se limitar a impugnar parte do valor
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
20 of 61 04/08/2024, 19:05
Ademais, quando o réu se limitar a impugnar parte do valor
(reconhecendo, dessa forma, a existência parcial do crédito), o juiz
poderá determinar que os embargos monitórios sejam autuados em
apartado (como se fosse um processo autônomo, mas vinculado ao
principal), situação em que haverá a conversão em título executivo
judicial da parcela incontroversa, prosseguindo o feito principal pelo rito
do cumprimento de sentença, sem prejuízo da análise dos embargos
monitórios, conforme o §7º do art. 702 do CPC.
Ressalta-se que o réu-embargante poderá oferecer reconvenção, não
sendo admitida, entretanto, a reconvenção à reconvenção em sede de
ação monitória, nos termos do §6º do art. 702 do CPC.
Depois da apresentação dos embargos, se não for o caso de
indeferimento ou rejeição liminar, o juiz mandará intimar o autor-
embargado para apresentar réplica no prazo de 15 dias, conforme
determina o §5º do art. 702 do CPC.
Oferecida a réplica, é possível a realização de prova oral em audiência
ou, mesmo, prova pericial, testemunhal, a fim de discutir a higidez da
prova escrita, situação em que, depois de produzida a prova (ou se ela
não for necessária), o juiz prolatará sentença.
Sentença e recurso
Neste vídeo, o especialista abordará o conteúdo da sentença da ação
monitória, assim como quais são os recursos cabíveis nesse
procedimento.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
21 of 61 04/08/2024, 19:05
Sentença
Se o juiz, na sentença, acolher as alegações constantes nos embargos
monitórios e entender que a prova escrita não demonstra a existência
da dívida ou que ela está prescrita, prolatará sentença julgando
improcedente os pedidos constantes na ação monitória.
É evidente que, na sentença, o juiz poderá extinguir o processo sem
resolução de mérito, caso acolha alguma preliminar processual alegada
pelo réu, na forma do art. 337 do CPC. Por outro lado, se o juiz rejeitar os
embargos monitórios, constituir-se-á de pleno direito o título executivo
judicial, e o procedimento passará a seguir o rito do cumprimento de
sentença, conforme estabelece o art. 702, §8º, do CPC.
Mulher analisando informações em seu tablet.
Recurso
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
22 of 61 04/08/2024, 19:05
Recurso
Contra a sentença proferida no julgamento da ação monitória e dos
embargos monitórios, caberá apelação, nos termos do §9º do art. 702
do CPC.
Na vigência do CPC de 1973, o STJ entendia que a referida apelação
deveria ser recebida no duplo efeito, isto é, no efeito devolutivo e no
efeito suspensivo (REsp 207.728/SP, relatora ministra Nancy Andrighi,
Terceira Turma, julgado em 17 de maio de 2001, DJe de 25 de junho de
2001, p. 169).
No entanto, oCPC de 2015 passou a prever que a oposição dos
embargos à ação monitória suspende a eficácia da decisão liminar que
determinou a expedição de mandado de pagamento monitório (art. 701,
CPC), tão somente, até o julgamento em primeiro grau (art. 702, §4º,
CPC).
Se a eficácia da decisão referida no §1º do art. 701 fica suspensa
apenas até a decisão de primeiro grau, isto é, até a sentença, é evidente
que apelação interposta será recebida apenas no efeito devolutivo, já
que a decisão mencionada no art. 701 voltará a ter efeito imediato, com
sua conversão em título executivo depois do julgamento dos embargos
monitórios.
Nesse sentido, o enunciado 134 do Conselho de Justiça Federal dispõe
que “a apelação contra a sentença que julga improcedentes os
embargos ao mandado monitório não é dotada de efeito suspensivo
automático”.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
23 of 61 04/08/2024, 19:05
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Marco emprestou R$ 20 mil para seu amigo Yves, que se
comprometeu a pagar a dívida no prazo de 60 dias. O negócio
jurídico não foi celebrado por escrito, mas, apenas, de forma verbal.
Transcorrido o prazo de 60 dias, Yves não honrou com o pagamento
da dívida, e Marco começou a pressionar seu amigo para que
honrasse com o compromisso assumido. Em determinada
oportunidade, Marco enviou um e-mail para Yves questionando o
motivo pelo qual não estava atendendo a suas ligações e a data em
que Yves efetuaria o pagamento da dívida de R$ 20 mil. Yves
respondeu o e-mail pedindo desculpas para Marco e reconheceu que
estava devendo aquela quantia, mas explicou que, naquele momento,
não tinha condições de efetuar o pagamento da dívida.
Inconformado, Marco ajuizou uma ação monitória contra Yves, com
base no e-mail, pleiteando os R$ 20 mil. O juiz deferiu a expedição do
mandado de pagamento monitório na forma do art. 701 do CPC,
determinando a citação do réu para efetuar o pagamento da dívida
no prazo de 15 dias. Citado, Yves apresentou embargos monitórios
alegando que o e-mail utilizado pelo autor Marco não poderia dar
ensejo ao ajuizamento da ação monitória por não se tratar de uma
prova escrita demonstrativa de uma dívida, conforme exige o art. 700
do CPC. Considerando as alegações formuladas nos embargos
monitórios, exponha, de forma fundamentada, se assiste razão ao
réu.
Digite sua resposta aqui
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
24 of 61 04/08/2024, 19:05
Exibir solução
Você deve saber que, de acordo com o art. 700, I, do
CPC, a ação monitória pode ser proposta por aquele que
afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de
título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o
pagamento de quantia em dinheiro.
Segundo o STJ, a prova hábil a instruir a ação monitória
precisa demonstrar a existência da obrigação, devendo
o documento ser escrito e suficiente para, efetivamente,
influir na convicção do magistrado acerca do direito
alegado, não havendo necessidade de prova robusta,
estreme de dúvida, mas sim de documento idôneo que
permita juízo de probabilidade do direito afirmado pelo
autor.
Nesse sentido, doutrina e jurisprudência admitem como
prova escrita para fins do ajuizamento da ação monitória
o correio eletrônico (e-mail), sendo certo que, no caso
em tela, o referido e-mail foi suficiente para demonstrar
a existência da dívida, tendo em vista que o próprio réu
reconhece sua existência, afirmando, tão somente, não
ter condições de efetuar o pagamento naquele
momento.
Sendo assim, não assiste razão ao réu.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
25 of 61 04/08/2024, 19:05
2 - Ações possessórias
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos de
posse e de possuidor, bem como as diversas espécies de ações
possessórias e seus respectivos requisitos.
Aspectos gerais das ações
possessórias
Neste vídeo, o especialista fará uma introdução sobre o papel das ações
possessórias e a figura do possuidor, a competência e a fungibilidade.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
26 of 61 04/08/2024, 19:05
Conceito de possuidor e
ações possessórias
O art. 1.196 do Código de Processo Civil (Código Civil), adotando a
teoria objetiva a respeito do conceito de posse, formulada por Rudolf
von Ihering, estabeleceu que “considera-se possuidor todo aquele que
tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à
propriedade”.
Por essa teoria, portanto, para ser considerado possuidor basta que a
pessoa disponha fisicamente da coisa ou que tenha a mera
possibilidade de ter esse contato, exercendo algum dos poderes
inerentes à propriedade, tais como a faculdade de usar, gozar ou dispor
da coisa, nos termos do art. 1.228 do CPC. Assim, é prescindível o
ânimo de ser dono para que alguém seja considerado possuidor, motivo
pelo qual podem ser incluídos nesse conceito o locatário ou o
comodatário.
O CPC de 2015 estipulou três espécies de ações para a proteção do
direito à posse, as quais, basicamente, diferenciam-se em razão da
efetiva ocorrência ou não da perda dessa posse. São elas:
De acordo com o art. 560 do CPC.
De acordo com o art. 560 do CPC.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
27 of 61 04/08/2024, 19:05
De acordo com o art. 561 do CPC.
Será cabível a ação reintegração de posse quando já tiver ocorrido o
esbulho possessório, isto é, a perda da posse. No entanto, se ainda não
ocorreu o esbulho, mas a posse está sendo turbada (incomodada ou
violentada) no momento do ajuizamento da ação, o autor deverá ajuizar
a ação de manutenção de posse. Nesse sentido, estabelece o art. 560
do CPC que “o possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de
turbação e reintegrado em caso de esbulho”.
Por outro lado, se o esbulho não ocorreu e se não está ocorrendo a
turbação da posse no momento do ajuizamento da ação, isto é, se há
apenas um justo receio que sua posse possa ser molestada, o
possuidor deverá ajuizar uma ação de interdito proibitório, conforme
dispõe o art. 567 do CPC.
Princípio da congruência X
Fungibilidade das ações
possessórias
Ao analisar as espécies de ações possessórias, bem como as hipóteses
de cabimento, percebe-se que as situações legitimadoras do
ajuizamento de cada ação demonstram situações fáticas que, muitas
vezes, são muito próximas e variantes no tempo.
Assim, por exemplo, imagine-se a situação em que um fazendeiro toma
ciência de que um grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra está se dirigindo para sua fazenda com intuito de se apossar dela.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
28 of 61 04/08/2024, 19:05
Nesse primeiro momento, o fazendeiro tem apenas um justo receio de
ter a posse de sua terra molestada, razão pela qual a ação correta a ser
ajuizada é a ação de interdito proibitório, nos termos do art. 567 do CPC.
Fazendeiro preocupado olhando ao horizonte em sua fazenda.
A situação fática relatada é cambiante, de modo que existe a
possibilidade de, no momento do ajuizamento da ação, ou, até mesmo,
quando o magistrado for analisar a petição inicial da ação de interdito
proibitório, o grupo já ter invadido a fazenda.
Para não deixar o legítimo possuidor desguarnecido de proteção
jurídica, o art. 554 do CPC prevê a fungibilidade entre as ações
possessórias, estabelecendo que “a propositura de uma ação
possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do
pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos
pressupostos estejam provados”.
Dessa forma, ainda que o autor tenha ajuizadouma ação de interdito
proibitório, requerendo apenas uma liminar para que os réus se
abstenham de molestar sua posse, o magistrado, verificando que já
ocorreu o esbulho, poderá conceder a reintegração de posse. Trata-se
de uma exceção do princípio da congruência previsto nos arts. 141 e
492 do CPC.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
29 of 61 04/08/2024, 19:05
Competência
De acordo com o art. 47, §2º, do CPC, “a ação possessória imobiliária
será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência
absoluta”. Por se tratar de competência absoluta, ainda que o réu não
tenha alegado a incompetência em sede de preliminar, o magistrado
poderá reconhecer a incompetência de ofício, caso verifique que a ação
possessória imobiliária não foi ajuizada no foro da situação da coisa,
nos termos do art. 64, §1º, do CPC.
Ressalta-se, todavia, que nem todas as ações possessórias têm como
objeto um bem imóvel, podendo existir ação possessória de coisa móvel
(um veículo, por exemplo), situação em que o foro competente para
processar e julgar a ação será o domicílio do réu, nos termos do art. 46
do CPC.
Legitimidade e
procedimento
Neste vídeo, o especialista discorrerá sobre a legitimidade ativa e a
passiva nas ações possessórias, assim como sobre o procedimento
dessas ações.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
30 of 61 04/08/2024, 19:05
Legitimidade
A legitimidade para ajuizar a ação possessória pertence, obviamente, ao
possuidor, sendo ele direto ou indireto. Assim, por exemplo, em uma
situação em que existe um contrato de locação de um imóvel entre o
locador (possuidor indireto) e o locatário (possuidor direto), se, por
acaso, um terceiro esbulha esse imóvel, tanto o locador (possuidor
indireto) como o locatário (possuidor direto) podem ajuizar a ação de
reintegração de posse.
Da mesma forma, o possuidor direto pode ajuizar uma ação possessória
contra o possuidor indireto, por exemplo, na hipótese em que o
proprietário, mesmo no curso do contrato de locação, tente reaver
indevidamente e à força o imóvel, conforme estabelece o art. 1.197 do
CPC.
O detentor, todavia, não pode ajuizar ação possessória. Nos termos do
art. 1.198 do CPC, “considera-se detentor aquele que, achando-se em
relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome
deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas”. Um caseiro,
portanto, que conserva uma casa em nome e sob as ordens de seu
dono, é considerado um simples detentor, não podendo ajuizar a ação
possessória para defender a respectiva posse.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
31 of 61 04/08/2024, 19:05
Caseiro realizando reparos no telhado de uma casa.
Com relação à legitimidade passiva, será réu aquele que for apontado
pelo autor como esbulhador ou turbador, e essa figura pode recair até
mesmo sobre o poder público (estado ou município, por exemplo), não
sendo incomuns situações em que o poder público invade imóvel de
particular. A peculiaridade, todavia, é que não será admissível a
concessão de decisão liminar de reintegração ou manutenção de posse
contra o poder público sem o ouvir previamente, conforme dispõe o
parágrafo único do art. 562 do CPC.
Procedimento
O CPC criou um procedimento especial para as ações possessórias, que
está previsto a partir do art. 560. No entanto, esse procedimento
especial das ações possessórias somente será aplicado nas ações de
força nova (posse nova), isto é, aquelas ações ajuizadas no prazo de um
ano e um dia, contado da data da turbação ou do esbulho, conforme o
caput do art. 558 do CPC.
Ultrapassado o prazo de um ano e um dia da turbação ou do esbulho,
estaremos diante de uma ação de força velha (posse velha), a qual não
tramitará pelo procedimento especial previsto nos arts. 560 e seguintes
do CPC, mas sim pelo procedimento comum (arts. 318 e seguintes),
situação que, todavia, não perderá seu caráter possessório, nos termos
do que estabelece o parágrafo único do art. 558.
Ressalte-se que a diferença significativa entre o procedimento especial
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
32 of 61 04/08/2024, 19:05
Ressalte-se que a diferença significativa entre o procedimento especial
das ações possessórias e o procedimento comum é a liminar prevista
no art. 562 do CPC, a qual se trata de uma espécie de tutela de
evidência, que dispensa a demonstração do perigo da demora, bastando
que autor demonstre a presença dos requisitos no art. 561 do CPC,
especialmente, sua posse anterior e a turbação ou esbulho.
Isso quer dizer que, apenas nas ações de força nova, poderá conceder-
se a liminar prevista no art. 562 do CPC, que não poderá ser concedida
nas ações que tramitam pelo procedimento comum. No entanto, mesmo
que não seja admissível a concessão da tutela de evidência liminar
prevista no art. 562 do CPC, poderá ser concedida a tutela provisória de
urgência antecipada, desde que o autor demonstre a presença de seus
requisitos, quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo da demora
(art. 300 do CPC).
Nesse sentido, “o Superior Tribunal de Justiça tem entendimento de que
é possível a concessão de tutela antecipada em ação possessória de
força velha, desde que preenchidos os requisitos do art. 300 do CPC”
(AgInt no AREsp 1.089.677/AM, relator ministro Lázaro Guimarães –
desembargador convocado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região,
Quarta Turma, julgado em 8 de fevereiro de 2018, DJe de 16 de fevereiro
de 2018).
Petição inicial e liminar
Neste vídeo, o especialista abordará a petição inicial das ações
possessórias, a admissibilidade ou não de exceção de domínio, assim
como aspectos da concessão de liminar.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
33 of 61 04/08/2024, 19:05
Petição inicial
A petição inicial deverá ser destinada ao juízo cível da comarca do local
onde está situado o imóvel, caso se trate de bem imóvel, em
alinhamento com a redação do art. 47, §2º, do CPC (por exemplo,
excelentíssimo senhor doutor juiz de direito da vara cível da comarca de
tal município).
Além dos requisitos previstos no art. 319 do CPC, o autor deverá provar
que era, de fato, possuidor do imóvel, bem como a data da turbação ou
do esbulho, conforme dispõe o art. 561 do CPC.
Sobre a comprovação da posse, é imprescindível fazer duas
considerações, segundo a REsp 930.336/MG, relator ministro Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 6 de fevereiro de 2014, informativo 535:

Em primeiro lugar, deve o autor comprovar sua posse logo na petição
inicial, por meio de prova documental, utilizando-se de comprovantes de
residência, fotos etc. Isso porque, caso haja a efetiva comprovação da
posse, o juiz deferirá a liminar de reintegração ou manutenção de posse,
na forma do art. 562 do CPC.

Em segundo lugar, cumpre esclarecer que, mesmo que não esteja
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
34 of 61 04/08/2024, 19:05
Em segundo lugar, cumpre esclarecer que, mesmo que não esteja
comprovada a posse na petição inicial, o autor poderá fazê-lo durante o
curso do processo, mas, caso, ao fim do processo, o autor não tenha
logrado êxito em comprovar a posse, o processo deverá ser extinto com
resolução de mérito, fazendo coisa julgada material sobre a questão.
Exceção de domínio
A ação possessória visa discutir o direito à posse, e não o direito de
propriedade. Tanto é assim que há situações em que ação possessória
poderá ser ajuizada pelo possuidor direto em face do proprietário do
imóvel. Não por outro motivo, o CPC veda a alegação de exceção de
domínio, conforme se extrai da redação do art. 557 do CPC.
Dessaforma, em regra, é irrelevante a alegação e discussão quanto à
propriedade, interessando à ação possessória saber quem,
legitimamente, detém a posse do imóvel.
Há situações, porém, em que a discussão possessória tem por pano de
fundo o direito de propriedade.
Pense na hipótese em que duas pessoas estão discutindo a posse do
imóvel alegando que têm um título de propriedade legítimo, o que lhes
daria, consequentemente, o direito de possuir o imóvel de forma
legítima.
Nesse caso, para esclarecer quem tem a melhor posse, terá de ser
analisado o direito de propriedade, motivo pelo qual, além de permitido,
há necessidade do debate a respeito do direito de propriedade,
conforme estabelecido pelo enunciado da Súmula 487 do Supremo
Tribunal Federal (STF), segundo o qual “será deferida a posse a quem,
evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada”.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
35 of 61 04/08/2024, 19:05
Cumulação de pedidos
Nessa petição inicial, o autor também poderá formular, além do pedido
de proteção possessória, o pedido de condenação em perda e danos e
indenização dos frutos, conforme o art. 555 do CPC. Assim, por
exemplo, nas ações de reintegração de posse, é comum que o autor
formule um pedido de fixação de aluguel ou taxa de ocupação, em razão
do tempo de utilização do imóvel.
Liminar – tutela de
evidência
Nos termos do que dispõe o art. 562 do CPC, se a petição inicial estiver
devidamente instruída, isto é, se o autor tiver comprovado sua posse e o
esbulho e a turbação, o juiz deferirá a liminar de reintegração ou de
manutenção de posse.
Audiência de justi�cação
Pode ser, todavia, que o Juiz entenda não estar provada a posse do
autor, situação em que, em vez de indeferir, de plano a liminar, deverá
marcar uma audiência de justificação, de acordo com o que determina a
parte final do art. 562.
A audiência de justificação servirá para que o autor
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
36 of 61 04/08/2024, 19:05
possa, como o nome já indica, justificar sua posse, isto
é, possa comprovar sua posse, seja por meio de novos
documentos, seja por meio de testemunhas. Ressalte-
se que o réu também será citado para comparecer a
essa audiência de justificação, podendo também levar
documentos e testemunhas.
Se, depois da audiência de justificação, o juiz entender que o autor,
agora sim, comprovou sua posse e o esbulho (ou turbação), será
concedida a liminar de reintegração/manutenção de posse, nos termos
do art. 563 do CPC.
Contestação e procedimento
comum
Neste vídeo, o especialista discorrerá sobre a contestação nas
possessórias, a incidência do procedimento comum e a possível
utilização dos litígios coletivos possessórios.
Contestação
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
37 of 61 04/08/2024, 19:05
A contestação da ação possessória deverá ser apresentada no prazo de
15 dias. O termo inicial para a apresentação da contestação vai variar.
Se, por acaso, tiver sido deferida a liminar de reintegração/manutenção
de posse na forma do art. 562, o dia do começo do prazo é o dia da
juntada aos autos do mandado de citação, na forma do art. 231, II, do
CPC (lembrando que o dia do começo do prazo deve ser excluído – art.
224 do CPC). Se, porventura, o juiz tiver marcado a audiência de
justificação, o prazo para contestar será contado da intimação da
decisão que deferir ou não a medida liminar, nos termos do parágrafo
único do art. 564 do CPC.
Costuma-se dizer que a ação possessória tem natureza dúplice, pelo
fato de o réu poder formular, em sede de contestação, e
independentemente de reconvenção, a proteção possessória quando
entender que, na verdade, sua posse que está sendo violada pelo autor,
nos termos do art. 556 do CPC.
Confira as matérias de defesa mais comuns de serem alegadas:



Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
38 of 61 04/08/2024, 19:05
Procedimento comum
Depois da apresentação da contestação, o processo continuará
seguindo, agora, pelo procedimento comum, podendo, se for o caso, ser
realizada audiência de instrução de julgamento para a oitiva de
testemunhas e das partes, bem como determinada a realização de
perícia para fins de apuração da indenização pelas benfeitorias.
Litígios coletivos
possessórios
O CPC de 2015 trouxe algumas previsões específicas para situações em
que tiver um grande número de pessoas no polo passivo. Para fins de
nosso estudo, basta a leitura atenta dos §§ 1º a 3º do art. 554 e do art.
565 do CPC.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?

Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
39 of 61 04/08/2024, 19:05
Edison alugou um imóvel de sua propriedade para Felipe. Ainda
durante o prazo de locação, os dois tiveram uma discussão por
razões políticas via WhatsApp. Revoltado com a opinião de Felipe,
Edison, sabendo que Felipe estava passando o fim de semana fora
de casa, invadiu o imóvel que constituía objeto do contrato de
locação e impediu o retorno de Felipe ao local. Por tal motivo, Felipe
ajuizou ação de reintegração de posse contra Edison, alegando o
esbulho possessório por parte do locador e pedindo a liminar de
reintegração de posse. Antes mesmo da apreciação do requerimento
da liminar pelo juiz, Edison apresentou contestação aos autos
argumentando que não assistiria razão a Felipe, não sendo possível
pedir a reintegração de posse contra o próprio proprietário do imóvel.
Diante da situação narrada e considerando verdadeiros todos os
fatos mencionados, explique, de forma fundamentada, se a liminar
de reintegração de posse deve ser deferida.
Digite sua resposta aqui
Exibir solução
Você deve saber que, inicialmente, cumpre ressaltar que,
de acordo com o art. 560 do CPC, “o possuidor tem
direito a ser mantido na posse em caso de turbação e
reintegrado em caso de esbulho”. Além disso, segundo o
art. 1.196, “considera-se possuidor todo aquele que tem
de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
40 of 61 04/08/2024, 19:05
inerentes à propriedade”.
No caso em análise, Felipe é considerado legítimo
possuidor do imóvel de propriedade de Edison, pois, em
razão de um contrato de locação, passou a utilizar e
gozar do imóvel para fins de moradia, razão pela qual
pode defender sua posse contra quem a turbe ou a
esbulhe, nos termos do art. 1.210 do Código Civil e do
art. 560 do CPC.
Nesse ponto, vale ressaltar que, de acordo com o art.
1.197 do CPC, “a posse direta, de pessoa que tem a
coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de
direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem
aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender
sua posse contra o indireto”.
Dessa forma, Felipe, locatário, é considerado possuidor
direto do imóvel e pode defender sua posse contra o
proprietário e possuidor indireto do imóvel, Edison, o
qual esbulhou a posse do primeiro de forma ilegítima.
Sendo assim, estando demonstrada a legítima posse do
autor Felipe e que o réu Edison invadiu o imóvel objeto
do contrato de locação apenas por discussões políticas,
restou comprovado o esbulho possessório por parte do
locador, o que autoriza a concessão de liminar de
reintegração de posse na forma do art. 562 do CPC.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
41 of 61 04/08/2024, 19:05
3 - Embargos de terceiro
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a utilidade dos
embargos de terceiro, a legitimidade para a propositura da ação e as
consequências de seujulgamento.
Conceito
Os embargos de terceiro são uma ação de conhecimento, ajuizada por
um terceiro estranho ao processo, com o objetivo de evitar (ameaça) ou
desconstituir o chamado esbulho judicial de algum bem de que seja
proprietário. Isto é, os embargos de terceiro têm por objetivo evitar ou
desconstituir ato de constrição judicial (penhora, arresto, sequestro,
busca e apreensão etc.) praticado no processo principal que tenha
atingido algum bem de posse ou propriedade de um terceiro estranho ao
processo, conforme dispõe o art. 674 do Código de Processo Civil
(CPC).
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
42 of 61 04/08/2024, 19:05
Legitimidade
Neste vídeo, o especialista analisará o papel dos embargos de terceiro e
as principais questões sobre sua legitimidade passiva e ativa.
Legitimidade ativa
A legitimidade para o ajuizamento dos embargos de terceiro pertence
àquele possuidor ou proprietário que teve seu bem constrito em um
processo principal do qual não faz parte. Vale ressaltar que a
legitimidade para a apresentação dos embargos de terceiro estende-se
até mesmo ao proprietário fiduciário, que é aquele que detém a
propriedade fiduciária (espécie de direito real de garantia para
pagamento de um débito), mas que nunca teve a posse direta do bem,
conforme o §1º do art. 674 do CPC.
Assim, por exemplo, imagine que alguém penhora um imóvel de um
devedor para pagamento de uma dívida, mas esse imóvel, antes, já havia
sido alienado fiduciariamente para a instituição financeira, como
garantia do pagamento do financiamento para a aquisição do próprio
imóvel. Nessa situação, essa instituição financeira poderá ajuizar
embargos de terceiro, a fim de questionar a penhora, pois o imóvel lhe
foi alienado fiduciariamente, motivo pelo qual não pode ser objeto de
penhora.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
43 of 61 04/08/2024, 19:05
Conceito de penhora de imóvel.
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem o entendimento
pacífico de que “como a propriedade é do credor fiduciário, inviável
recair a penhora sobre o próprio imóvel para saldar dívida do devedor
fiduciante, ressalvando-se, contudo, a possibilidade de constrição dos
direitos decorrentes do contrato de alienação fiduciária pelas vias
ordinárias” (AgInt no REsp 1.485.972/SC, relator ministro Marco Buzzi,
Quarta Turma, julgado em 14 de junho de 2021, DJe de 17 de junho de
2021).
É muito comum que as pessoas celebrem compromisso de compra e
venda de um imóvel, mas não levem esse contrato a registro perante o
cartório do registro geral de imóveis (RGI). Isso faz o promitente
comprador do imóvel poder vir a ter seu imóvel penhorado em razão de
uma dívida do antigo proprietário (promitente vendedor).
Com efeito, pode ser que o credor desse proprietário (promitente
vendedor), ao diligenciar a respeito da existência de bens penhoráveis,
verifique a existência de um imóvel registrado no RGI em nome do
devedor (promitente vendedor). E, como não há qualquer informação a
respeito de uma promessa de compra e venda desse bem, é natural que
o credor peça a penhora e alienação desse imóvel em juízo.
No entanto, se já houve a celebração da promessa de compra e venda
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
44 of 61 04/08/2024, 19:05
No entanto, se já houve a celebração da promessa de compra e venda
desse imóvel, com a transferência da posse para o promitente
comprador, o promitente comprador pode ajuizar embargos de terceiro
para defender sua posse, conforme autorizado pela Súmula 84 do STJ,
que estabelece que “é admissível a oposição de embargos de terceiro
fundados em alegação de posse advinda do compromisso de compra e
venda de imóvel, ainda que desprovido do registro”.
Homem analisando documento de forma concentrada.
Além dos legitimados anteriores, o CPC estende a legitimidade para o
ajuizamento dos embargos de terceiro, de forma expressa, a quatro
sujeitos, conforme se extrai da redação do art. 674, §2º. Sem prejuízo da
devida importância dos demais legitimados, o caso mais comum no
cotidiano forense é a apresentação dos embargos de terceiro pelo
cônjuge não contratante do devedor (art. 674, §2º, I, CPC), o que justifica
algumas considerações.
O inciso I do §2º do art. 674 do CPC outorga a legitimidade para o
cônjuge ou companheiro defender a posse de seus bens próprios ou de
sua meação. Isso porque o CPC estipula, nos arts. 1.643 e 1.644, a
responsabilidade solidária dos cônjuges quando apenas um deles
contrair dívidas em benefício da família. Nessas situações, é comum
que, ainda que não tenha celebrado o contrato, o cônjuge não
contratante tenha seus bens próprios ou sua meação penhorados para o
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
45 of 61 04/08/2024, 19:05
pagamento de dívida contraída pelo outro cônjuge, que celebrou o
negócio jurídico, nos termos do que dispõe o art. 790, IV, do CPC.
Sendo, portanto, penhorado algum bem seu de propriedade exclusiva ou
sua meação, o cônjuge poderá tanto opor os embargos à execução
como ajuizar uma ação de embargos de terceiro, a fim de comprovar
que a dívida não reverteu em benefício da família, o que afastaria sua
responsabilidade prevista nos arts. 1.643 e 1.644 do CPC.
Nesse sentido, entende o STJ que “a intimação do cônjuge enseja-lhe a
via dos embargos à execução, nos quais poderá discutir a própria causa
debendi e defender o patrimônio como um todo, na qualidade de
litisconsorte passivo do(a) executado(a) e a via dos embargos de
terceiro, com vista à defesa da meação a que entende fazer jus” (AgInt
no REsp 1.680.021/AL, relator ministro Mauro Campbell Marques,
Segunda Turma, julgado em 21 de novembro de 2017, DJe de 27 de
novembro de 2017).
Fachada do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília.
Ademais, mesmo que o cônjuge já tenha sido intimado da penhora
sobre o imóvel do cônjuge do devedor, na forma do art. 842 do CPC
(“Recaindo a penhora sobre bem imóvel ou direito real sobre imóvel,
será intimado também o cônjuge do executado, salvo se forem casados
em regime de separação absoluta de bens”), poderá ajuizar a ação de
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
46 of 61 04/08/2024, 19:05
embargos de terceiro, conforme estabelece a Súmula 134 do STJ,
segundo a qual “Embora intimado da penhora em imóvel do casal, o
cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro para defesa de
sua meação”.
Por fim, ressalta-se que, embora, nos embargos à execução ou nos
embargos de terceiro, tenha sido reconhecida a propriedade exclusiva
de seus bens ou a proteção de sua meação, isso não impedirá que o
imóvel que também pertence ao outro cônjuge devedor (ressalvados os
casos de imóveis considerados bem de família) seja integralmente
levado a leilão judicial, situação em que, do saldo apurado, será
reservada a quota-parte do cônjuge que não celebrou o negócio jurídico,
de acordo com o art. 843, caput e §2º, do CPC.
Legitimidade passiva
Dispõe o art. 677, §4º, do CPC que “será legitimado passivo o sujeito a
quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário
no processo principal quando for sua a indicação do bem para a
constrição judicial”.
Na leitura do dispositivo legal, note que a legitimidade passiva nos
embargos de terceiro será do exequente do processo principal que
conseguiu a penhora do bem. No entanto, se o executado ofereceu o
referido bem à penhora, na forma do art. 829, §2º, do CPC, haverá um
litisconsórcio entre o exequente e o executado.
Competência e prazo para o
ajuizamento
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
47 of 61 04/08/2024, 19:05conceitos?
Roberto, casado com Julia pelo regime da comunhão parcial de bens
desde 2010, era sócio-administrador da pessoa jurídica Nerd On-Line
Comércio de Eletrônicos Ltda., da qual não faz parte sua esposa.
Durante o exercício de atividades empresariais, a empresa Nerd On-
Line Comércio de Eletrônicos Ltda. vendeu diversos produtos
eletrônicos ao consumidor Bruno pelo valor de R$ 30 mil. Ocorre que
os produtos apresentaram diversos vícios, que não foram sanados
voluntariamente de forma extrajudicial pela referida empresa.
Por tal motivo, Bruno ajuizou ação indenizatória por danos materiais
e morais contra a empresa Nerd On-Line Comércio de Eletrônicos
Ltda., perante a 10ª Vara Cível da comarca da capital do estado X
(processo 123456-78.2023.8.19.0001), tendo o pedido sido julgado
procedente para condenar a empresa ré a restituir a quantia de R$ 30
mil a título de danos materiais, bem como a pagar indenização por
danos morais no valor de R$ 10 mil.
Transitada em julgado a sentença, Bruno iniciou o cumprimento de
sentença contra a empresa Nerd On-Line Comércio de Eletrônicos
Ltda., o qual, todavia, restou infrutífero ante a inexistência de bens
penhoráveis em nome da empresa. Sendo assim, Bruno instaurou o
incidente de desconsideração da personalidade jurídica da empresa
ré, com fundamento no §5º do art. 28 do CPC, pleiteando o
afastamento da personalidade jurídica da Nerd On-Line Comércio de
Eletrônicos Ltda., a fim de que fossem atingidos os bens do sócio-
administrador Roberto.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
54 of 61 04/08/2024, 19:05
administrador Roberto.
Depois de regular tramitação do incidente, o juízo da 10ª Vara Cível
deferiu a desconsideração da personalidade jurídica, a fim de que os
bens de Roberto passassem a responder pelo pagamento da dívida,
o que levou Bruno a pedir a penhora on-line dos valores
eventualmente encontrados em nome de Roberto. Feita a solicitação
de bloqueio, o juízo constatou a existência de uma quantia de R$ 30
mil depositada em conta conjunta em nome de Roberto e sua
esposa Julia, tendo Bruno insistido na realização do bloqueio integral
dos valores, ante a existência de solidariedade em relação aos
valores depositados em conta-corrente conjunta, o que foi deferido
pelo juízo da 10ª Vara Cível. Não bastasse isso, Bruno pediu a
penhora de um imóvel de veraneio situado no município de Búzios,
avaliado em R$ 2 milhões, adquirido pelo devedor Roberto no ano de
2012, quando já era casado com Julia, o que também foi deferido
pelo juízo, determinando-se a penhora integral do imóvel. Julia foi
regularmente intimada a respeito da penhora do imóvel, na forma do
art. 842 do CPC.
Mais de trinta dias úteis depois, mas antes da transferência dos
valores penhorados na conta-corrente e antes da alienação do
imóvel penhora, Julia procura um advogado para solucionar seus
problemas.
Imagine que você é o(a) advogado(a) de Julia e elabore a peça
processual cabível para a defesa dos interesses de sua cliente,
indicando seus requisitos e fundamentos, nos termos da legislação
vigente.
Digite sua resposta aqui
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
55 of 61 04/08/2024, 19:05
Exibir solução
Você deve saber que a peça correta para defender os
interesses de Julia é a petição inicial da ação de
embargos de terceiro.
O foro competente é o da 10ª Vara Cível da comarca da
capital do estado X, devendo ser requerida a distribuição
por dependência aos autos do processo principal
(processo 123456-78.2023.8.19.0001), na forma do art.
676 do CPC.
Julia deverá figurar como autora dos embargos de
terceiro e Bruno, como réu. As partes devem estar
devidamente qualificadas. A autora deverá indicar a
tempestividade dos embargos de terceiro, nos termos
do art. 675 do CPC. Ainda no começo da petição inicial,
a autora deverá mencionar que, mesmo que tenha sido
intimada da penhora sobre o imóvel, isso não impede
que ajuíze a ação de embargos de terceiro, conforme
estabelece a Súmula 134 do STJ, segundo a qual
“embora intimado da penhora em imóvel do casal, o
cônjuge do executado pode opor embargos de terceiro
para defesa de sua meação”.
Também no começo da petição inicial, a autora deverá
fazer um tópico alertando a respeito do requerimento de
suspensão liminar da constrição dos bens, ante a prova
sumária de sua qualidade de terceiro e da propriedade
dos valores depositados na conta-corrente e de sua
meação sobre o imóvel, conforme estabelecem os arts.
676 e 677 do CPC.
Na petição inicial, deverá ressaltar que não desconhece
que as dívidas contraídas por um dos cônjuges em
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
56 of 61 04/08/2024, 19:05
que as dívidas contraídas por um dos cônjuges em
benefício da família obrigam solidariamente ambos os
cônjuges, conforme dispõem os arts. 1.643 e 1.644 do
CPC. No entanto, deverá a autora alegar que a dívida
mencionada nos autos não foi revertida em favor da
família, já que diz respeito à responsabilidade civil de
uma pessoa jurídica da qual não faz parte, motivo pelo
qual não pode ter seus bens penhorados.
Nesse sentido, a autora deverá alegar que o exequente
não pode solicitar a penhora integral dos valores
depositados na conta-corrente conjunta, tendo em vista
que a solidariedade existente entre os titulares da conta
e a instituição financeira não se estende a terceiros, de
maneira que a obrigação pecuniária assumida por um
dos correntistas perante terceiros não poderá repercutir
na esfera patrimonial do cotitular da conta conjunta
solidária, caso inexistente disposição legal ou contratual
atribuindo responsabilidade solidária pelo pagamento da
dívida executada.
Dessa forma, a autora deverá mencionar o entendimento
consolidado do STJ de que “é presumido, em regra, o
rateio em partes iguais do numerário mantido em conta-
corrente conjunta solidária quando inexistente previsão
legal ou contratual de responsabilidade solidária dos
correntistas pelo pagamento de dívida imputada a um
deles. Não será possível a penhora da integralidade do
saldo existente em conta conjunta solidária no âmbito
de execução movida por pessoa (física ou jurídica)
distinta da instituição financeira mantenedora, sendo
franqueada aos cotitulares e ao exequente a
oportunidade de demonstrar os valores que integram o
patrimônio de cada um, a fim de afastar a presunção
relativa de rateio” (REsp 1.610.844/BA, relator ministro
Luis Felipe Salomão, Corte Especial, julgado em 15 de
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
57 of 61 04/08/2024, 19:05
Luis Felipe Salomão, Corte Especial, julgado em 15 de
junho de 2022, DJe de 9 de agosto de 2022).
Sendo assim, a autora deverá requerer a desconstituição
da penhora de 50% dos valores penhorados, no valor
equivalente a R$ 15 mil.
Com relação à penhora do imóvel, a autora deverá alegar
que a penhora foi indevida, uma vez que recaiu sobre a
totalidade do imóvel, sem resguardar sua meação de
50% sobre o bem imóvel. Com efeito, a parte autora
deverá ressaltar que o imóvel foi adquirido durante a
constância conjugal, razão pela qual 50% do imóvel é de
sua propriedade. Sendo assim, a autora deverá requerer
a redução da penhora para apenas a quota-parte do
cônjuge devedor (50%) e o resguardo, em caso de
alienação integral do imóvel, de sua meação sobre o
produto da alienação, nos termos do que dispõe o art.
843 do CPC.
Nos pedidos, a parte autora deverá requerer a
concessão de liminar para suspender os atos de
constrição ou, subsidiariamente, a desconstituição da
penhora de 50% dos valores penhorados na conta-
corrente conjunta, no valor equivalente a R$ 15 mil, bem
como a redução da penhora do imóvel, para que recaia
apenas sobre a quota-partedo cônjuge devedor (50%) e,
em caso de alienação integral do imóvel, o resguardo de
sua meação sobre o produto da alienação, conforme
determina o art. 843 do CPC. Deverá requerer também
que, ao fim, sejam julgados procedentes seus pedidos
para, confirmando a decisão liminar, desconstituir a
penhora de 50% dos valores penhorados na conta-
corrente conjunta, no valor equivalente a R$ 15 mil, bem
como para reduzir a penhora do imóvel, para que recaia
apenas sobre a quota-parte do cônjuge devedor (50%) e
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
58 of 61 04/08/2024, 19:05
que, em caso de alienação integral do imóvel, seja
resguardada sua meação sobre o produto da alienação,
nos termos do que dispõe o art. 843 do CPC. Ainda na
parte final dos pedidos, a autora deverá requerer a
condenação do embargante ao pagamento das
despesas processuais e de honorários advocatícios,
bem como a produção de todas as provas admitidas em
direito.
Deverá por fim, atribuir à causa o valor de R$ 1.015 mil,
que se refere ao proveito econômico pretendido pela
parte autora, consubstanciado nos R$ 15 mil
penhorados na conta e na metade do valor do imóvel.
Considerações �nais
Estudamos os procedimentos especiais da ação monitória, das ações
possessórias e dos embargos de terceiro, que são os principais
procedimentos especiais do cotidiano forense. Analisamos as principais
características de cada um dos procedimentos, demonstrando, além da
previsão legal, o entendimento dos tribunais superiores sobre diversas
questões controvertidas.
O profissional do direito da atualidade deve conhecer e estudar os
procedimentos especiais da ação monitória, das ações possessórias e
dos embargos de terceiro. Sua grande incidência prática nas lides do dia
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
59 of 61 04/08/2024, 19:05
a dia torna imprescindível que o advogado conheça as peculiaridades de
cada rito, orientando adequadamente seu cliente.
Explore +
• Para saber mais sobre ação monitória, leia o livro Ação monitória,
de Ozéias J. Santos, cuja sétima edição foi lançada em 2022 pela
editora Rumo Jurídico.
• Para aprofundar seus conhecimentos sobre ações possessórias,
pesquise o livro Ações possessórias e petitórias, de Gilberto
Ferreira Marchetti Filho, publicado pela editora Contemplar em
2022.
• Para ampliar seus estudos sobre embargos de terceiro, consulte o
livro Embargos de terceiro, de Donaldo Armelin, publicado pela
editora Saraiva em 2017.
Referências
CÂMARA, A. F. O novo processo civil brasileiro. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2017.
NEVES, D. A. A. Manual de direito processual civil. Volume único. 9. ed.
Salvador: Juspodivm, 2017.
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
60 of 61 04/08/2024, 19:05
Salvador: Juspodivm, 2017.
THEODORO JÚNIOR, H. Curso de direito processual civil –
procedimentos especiais. Volume II. 50. ed. revista, atualizada e
ampliada. Rio de Janeiro: Forense, 2016.
Clique no botão abaixo para fazer o download do
conteúdo completo em formato PDF.
Download material
O que você achou do conteúdo?
Relatar problema
Prática dos procedimentos especiais https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/39951/index.html?br...
61 of 61 04/08/2024, 19:05
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()
javascript:CriaPDF()

Mais conteúdos dessa disciplina