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Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Unidade 1
Contabilidade de custos: conceitos e sua gestão
Aula 1
Introdução à gestão de custos
Introdução
Olá, estudante!
Nesta aula você vai entender que as operações anteriores ao século XVIII eram relativamente simples, época
em que a contabilidade possuía ênfase apenas no aspecto �nanceiro e na apuração dos custos das
mercadorias vendidas. Toda a produção era realizada por artesãos que, por sua vez, não constituíam
pessoas jurídicas e não apuravam e nem mensuravam os custos de forma adequada. Você vai compreender
também que os custos são entendidos pelo consumo avaliado em dinheiro de produtos e serviços de
produção, que constitui o objetivo da empresa ou o equivalente monetário dos produtos aplicados ou
consumidos no processo de produção. Vamos em frente, consulte seus materiais de apoio para
complementar o aprendizado neste importante assunto que é a compreensão dos custos organizacionais. 
Conceitos e delimitação da contabilidade de custos
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Muitas dúvidas surgem quando pensamos em custos, sejam relacionadas a seu conceito e �nalidade, seu
objetivo e sua importância na tomada de decisões, como terminologias, classi�cações, entre outras que
normalmente fazem parte das operações e dos processos dentro das organizações.
Vamos entender melhor. A contabilidade é um sistema de informação cuja �nalidade é captar a circulação
dos �uxos de valores econômico-�nanceiros da empresa que constituem seu ciclo de exploração. Assim, a
contabilidade tem como propósito básico identi�car e registrar os acontecimentos econômicos das
unidades empresariais para, posteriormente, comunicar a informação aos distintos indivíduos ou grupos
interessados. Para isso, ela dispõe de algumas disciplinas contábeis, como a contabilidade �nanceira, a
contabilidade gerencial e a contabilidade de custos.
Figura 1 | Estrutura da disciplina da contabilidade. Fonte: elaborada pelo autor.
A contabilidade �nanceira é uma disciplina contábil que fornece fundamentalmente informação para
terceiros. A contabilidade gerencial é outra disciplina contábil cujo conteúdo e funções estão voltados para o
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
âmbito interno da organização. Por sua vez, a contabilidade de custos se apresenta como um subconjunto
ou parte da contabilidade gerencial, como uma área de suporte. Na prática, os gestores utilizam
informações contábeis para a avaliação de desempenho das diversas unidades de negócios, áreas e
subáreas das empresas, e, dessa forma, a contabilidade de custos fornece informações que auxiliam a
introdução ou supressão de produtos ou serviços com base em avaliações de viabilidade �nanceira gerada
por cada um deles, produzidos nas operações da empresa (SALOTTI et al., 2019). Em outras palavras, a
contabilidade de custos é responsável por obter a informação dos custos. Por exemplo, o custo de uma
diária em um hotel inclui várias despesas, como lavagem e processamento de roupas, limpeza, produtos,
energia, entre outras.
Mas atenção, gastar não signi�ca desembolsar. Gastar corresponde ao fato gerador do investimento, dívida,
custo ou despesa (MONTORO, 2018). Gasto é todo sacrifício �nanceiro que a empresa absorve para a
obtenção de um produto ou serviço. Quando esse gasto atribui um benefício futuro, esse benefício é
chamado de investimento, então, o gasto de um recurso para adquirir um equipamento é chamado de
investimento. Assim, podemos entender por custo todo gasto em um bem ou serviço que será utilizado na
produção de um produto, como matérias-primas, pessoal de produção e outros gastos relacionados, como
fretes, seguros etc. (MONTORO, 2018).
O custo é necessariamente todo gasto utilizado na produção de algum produto ou serviço, como a energia
elétrica, por exemplo. Por sua vez, as despesas são todos bens ou serviços consumidos direta ou
indiretamente para a obtenção de receitas, como uma resma de papel A4 utilizada nas empresas. Por �m, as
perdas são todos os recursos (gastos) que não contribuíram para gerar resultados, sendo contabilizado
como perdas. Como você pode compreender, a contabilidade se divide em algumas disciplinas, a exemplo
da gerencial, e a contabilidade custos surge como sustentação justamente para a contabilidade gerencial,
com avaliação e análises de dashboards e informações relacionadas a custos, auxiliando na tomada de
decisões estratégicas nas empresas.
Contabilidade de custos alinhada à gestão: objetivos da avaliação de custos
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Como você percebeu, para que sejam mensurados os custos, precisa haver o consumo, evidenciado pelo
uso de produtos (materiais, embalagens, entre outros) e serviços (água, energia elétrica, mão de obra, taxas,
entre outros). Assim, sua mensuração passa por uma análise técnica para aferir se de fato há a incidência
de custos no contexto econômico de determinada atividade, e, por isso, naturalmente costuma se constituir
em um processo complexo de avaliação.
Esse processo se torna mais complexo quando é necessário avaliar os diversos componentes agregados no
processo produtivo, como alguns materiais e mão de obra, que necessariamente precisam possuir seus
custos mensurados e avaliados.
Mas qual o objetivo dessa avaliação? Imagine que sua empresa vai contratar e pagar por um marceneiro
para a produção de um armário. Esse valor entra como custo de aquisição de um mobiliário ou uma despesa
na contratação de uma mão de obra? A despesa apenas é reconhecida quando a empresa compra a
matéria-prima e contrata a mão de obra, caso contrário, o gasto é reconhecido como custo de investimento
por se tratar da compra de um ativo imobilizado (mobiliário).
 O objetivo da contabilidade de custos é determinar os custos dos produtos elaborados ou dos serviços
prestados pela empresa, fornecendo informação de custos para a formação dos estados �nanceiros. Dessa
forma, podemos entender que a contabilidade de custos tem o objetivo de determinar os custos e lucros da
empresa para determinado período, calcular o valor e os custos de estoques, auxiliar na formação do preço
de venda, auxiliar na elaboração do orçamento e estabelecer procedimentos que permitam a determinação,
o controle, a análise e gestão dos custos organizacionais.
Um bom exemplo para a racionalização de custos de estoques nas empresas é a utilização da solução VMI
(Vendor Managed Inventory), em que os fornecedores �cam responsáveis pela gestão dos estoques,
visando otimizar estoques e reduzir custos, especialmente com custos de reposição (cotação, negociação e
compra) e armazenamento. Desse modo, a contabilidade de custos precisa �car vinculada à gestão da
empresa, de forma autônoma e independente, cabendo a ela analisar os custos gerais, o reconhecimento
dos custos, estabelecer os padrões de custos, analisar a lucratividade dos produtos e serviços ofertados,
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
revelar oportunidades de expansão e de economia, otimizar a gestão de custos de forma sustentável e
propiciar oportunidades de geração de caixa.
A seguir, como você pode observar, é possível avaliar os custos por meio de ferramentas e dashboards,
como o de rentabilidade em relação ao custo de aquisição para a empresa (métrica quanto maior, melhor).
Figura 2 | Dashboard de análise de custos. Fonte: elaborada pelo autor.
É essencial que você compreenda o papel e importância da contabilidade de custos na gestão da empresa e,
consequentemente, nas tomadas de decisões. É a contabilidade de custos que irá de�nir, analisar e tomar
decisões baseadas em dashboards de custos, com o objetivo de dar à alta direção da empresa dados e
informações que viabilizem ganhos e, especialmente, reduzam desperdícios. Por isso, e como você pode
entender, podemos descrever que o principal objetivo da contabilidade de custos é de avaliar os custos
organizacionais e auxiliar a alta direção na tomada de decisões. Em outras palavras, a contabilidade de
custos alinhada à gestão. 
Custos na tomada de decisão
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Em 1959, no estado do Rioessas ações são consumidas pelos produtos e serviços que foram
gerados por elas. Também conhecido como Activity-Based Costing, esse método faz rastreamento dos
custos de todas as fases das operações executadas pelas empresas. Com ele, os gestores veri�cam
como as etapas in�uenciam o consumo dos recursos e a geração das receitas. Essa técnica é mais
complexa, porém se destaca em e�ciência.
Método de custeio variável: também conhecido como método de custeio direto. Para Martins e Rocha
(2015), esse método de custeio se destaca dos demais pela sua simplicidade e praticidade, pois
somente considera como custos de fabricação aquilo que é variável, direto e indireto. O cálculo do
método de custeio variável se baseia apenas nos gastos variáveis para de�nir os preços de venda dos
produtos. Desse modo, incluem-se os gastos que variam de acordo com o faturamento e o volume de
produção.
 
Os três métodos de custeio supracitados são os mais utilizados, de forma geral, nas empresas. Um pouco
mais adiante iremos nos aprofundar nas particularidades e na metodologia de cálculo de cada um deles. 
Entendendo a diferença entre os sistemas de custeio
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Você estudou anteriormente que os métodos de custeio são formas de as empresas incorporarem os
custos de produção aos seus produtos ou serviços.
Os custos são diretamente ligados ao lucro da organização, dessa forma, é imprescindível que toda
empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, considere seus custos para atingir a lucratividade
esperada.
Muitas empresas somente dão atenção ao faturamento, mas um ponto que deve ser dado atenção, além do
faturamento, é a rentabilidade da operação empresarial. Para ter informações claras sobre rentabilidade, é
fundamental uma boa gestão de custos, que passa por uma escolha de um dos sistemas de custeio
e�cientes.
Como falado anteriormente, os principais sistemas de custeio são:
Método de custeio por absorção: o método de custeio por absorção é muito utilizado na indústria, pois
grande parte delas necessita ter uma visão geral de seus custos. O método de custeio que oferece
uma visão sistêmica de todos os custos envolvidos na linha de produção é o custeio por absorção,
pois ele consiste na apropriação de todos os custos à produção do período (VICECONTI; NEVES, 1998;
LEONE, 2000; CREPALDI, 2009; MARTINS, 2010).
Método de custeio ABC: esse método de custeio considera das atividades desempenhadas para a
composição do seu custo do produto. O custeio baseado em atividade é um método também muito
utilizado pela indústria, pois com a crescente complexidade da produção industrial das últimas
décadas outros métodos de custeio podem não atender a determinadas indústrias. Deve-se deixar
claro que se a indústria optar em utilizar esse método de custeio deve usar também o método de
custeio por absorção de forma cumulativa para atendimento ao �sco.
Método de custeio variável: esse método de custeio é o mais utilizado pelas empresas comerciais, por
dar uma visão mais detalhada da rentabilidade isolada do produto com foco em margem de
contribuição. Dessa forma, a empresa comercial saberá por qual valor vender determinado produto
para atingir a lucratividade almejada. Esse método consiste na apropriação de todos os custos
variáveis aos produtos, enquanto os custos �xos são considerados no resultado do período, junto com
as despesas. Sendo assim, nesse método de custeio os estoques serão compostos apenas pelos
custos variáveis (FREZATTI et al. 2009; CREPALDI, 2009; MARTINS, 2010).
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Nessa linha, a empresa terá custos de seus produtos ou serviços diferentes, a depender do método de
custeio utilizado e isso, consequentemente, impactará em sua margem de contribuição.
Abordagem comparativa entre os sistemas de custeio
Traremos aqui uma abordagem prática do sistema de custeio por absorção e do sistema de custeio variável.
Para isso, iremos utilizar o seguinte exemplo:
Determinada indústria tem a seguinte movimentação:
Quadro 1 | Quantitativo produzido e vendido
Período Produção Venda Estoque �nal
Ano 1 60.000 40.000 20.000
Ano 2 50.000 60.000 10.000
Ano 3 70.000 50.000 30.000
Ano 4 40.000 70.000 -
Fonte: elaborado pelo autor.
Custos variáveis: R$ 30,00/unidade
Custos �xos: R$ 2.100.000,00/ano
Preço de venda: R$ 75,00/unidade
No custeio por absorção, como ele absorve todos os custos, o custo do produto �ca da seguinte maneira:
Ano 1 – Custo direto de R$ 30,00 + Custo indireto de R$ 35,00 (R$ 2.100.000/60.000 unidades) = R$ 65,00
Ano 2 – Custo direto de R$ 30,00 + Custo indireto de R$ 42,00 (R$ 2.100.000/50.000 unidades) = R$ 72,00
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Ano 3 – Custo direto de R$ 30,00 + Custo indireto de R$ 30,00 (R$ 2.100.000/70.000 unidades) = R$ 60,00
Ano 4 – Custo direto de R$ 30,00 + Custo indireto de R$ 52,50 (R$ 2.100.000/40.000 unidades) = R$ 82,50
Observe que a estrutura de gastos da empresa foi a mesma. O único ponto que mudou foi o nível de
produção. Dessa maneira, se o nível de produção mudar no custeio por absorção e a estrutura de gastos
permanecer a mesma o valor do custo do produto irá mudar de um período para o outro.
Já no custeio variável o custo do produto se apresenta da seguinte forma:
Ano 1 – Custo direto de R$ 30,00 = R$ 30,00
Ano 2 – Custo direto de R$ 30,00 = R$ 30,00
Ano 3 – Custo direto de R$ 30,00 = R$ 30,00
Ano 4 – Custo direto de R$ 30,00 = R$ 30,00
Pode-se observar que se o custo direto permanecer inalterado o valor do custo do produto pelo método do
custeio variável não varia com a variação da produção.  
Videoaula: Tipos de sistemas de custeio
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo
aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem
conexão à internet.
No vídeo desta aula será explicada a metodologia dos sistemas de custeio, a de�nição dos sistemas de
custeio, assim como as suas características individuais.  Você também irá encontrar as formas de uso do
sistema de custeio corretas, que impactam nas operações da organização.
Aproveite!
Saiba mais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Todos os métodos de custeio têm vantagens e desvantagens. Leia, o artigo Os métodos de custeio:
vantagens, desvantagens e sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela
literatura, que aborda as particularidades e aplicabilidades na literatura dos sistemas de custeios mais
comuns.
ABBAS, K.; GONÇALVES, M. N.; LEONCINE, M. Os métodos de custeio: vantagens, desvantagens e sua
aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura. Contexto - Revista do
Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da UFRGS, v. 12, n. 22, p. 145-159, 2012.:.
 
Referências
http://www.spell.org.br/documentos/ver/47707/os-metodos-de-custeio--vantagens--desvantagens-e-sua-aplicabilidade-nos-diversos-tipos-de-organizacoes-apresentadas-pela-literatura/i/pt-br
http://www.spell.org.br/documentos/ver/47707/os-metodos-de-custeio--vantagens--desvantagens-e-sua-aplicabilidade-nos-diversos-tipos-de-organizacoes-apresentadas-pela-literatura/i/pt-br
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
CREPALDI, S. Curso básico de contabilidade de custos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
FREZATTI, F.; ROCHA, W.; NASCIMENTO, A.; JUNQUEIRA, E. Controle gerencial: uma abordagem de
contabilidade gerencial no contexto econômico, comportamental e sociológico. São Paulo: Atlas, 2009.
LEONE, G. Custos: planejamento, implementação e controle. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valores para administração. São Paulo: Atlas, 2001.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e margens analisados sob diferentes
perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010.
VICECONTI, P.; NEVES, S. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 5. ed. São Paulo: Frase
Editora, 1998.
Aula 2
Sistema de custeio por absorção
Introdução
DisciplinaANÁLISE DE CUSTOS
Caro, estudante,
Em qualquer organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte os gestores necessitam ter uma visão
clara de todos os custos envolvidos na produção e como isso afeta a lucratividade da empresa.
Analisar de forma detalhada a lucratividade da organização é perfeitamente possível. Uma das ferramentas
utilizadas para isso são os sistemas de custeio, que são utilizados para apropriar os custos da produção aos
produtos produzidos.
Na literatura há diversos sistemas de custeio a serem escolhidos de acordo com a estratégia da empresa.
Nesta aula iremos desvendar o sistema de custeio por absorção, suas particularidades, suas vantagens e
desvantagens, e sua forma de cálculo. 
Visão geral do sistema de custeio por absorção
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
O custeio por absorção, de acordo com Martins e Rocha (2015), se trata de um critério de custeio em que
são apropriados todos os custos de produção, sejam �xos, variáveis, diretos ou indiretos, e tão somente os
custos de produção aos produtos produzidos.
Como visto anteriormente, os custos diretos são alocados de forma direta aos objetos de custeio já que
podem ser mensurados em cada produto. Já os custos indiretos precisam de critérios de rateios por não
serem mensurados diretamente em cada produto.
Para Martins e Rocha (2015), o método de custeio por absorção é o mais utilizado pelas empresas e surgiu
por volta de 1920, seguindo o método dos princípios contábeis geralmente aceitos. Dessa forma, ao ser
publicada a Lei 6.404/76, também conhecida como Lei das SA (Lei das Sociedades Anônimas), indicou o
custeio por absorção como o único método aceito pela legislação �scal do Brasil para �ns de valorização
dos estoques.
Nos sistemas de custeio, seja ele qual for, o que será discutido, trabalhado e analisado é o comportamento
do custo variável, pois o comportamento dos demais custos permanecem padronizados. De acordo com
Slomski (2006), os críticos do sistema de custeio por absorção condenam a sua aplicação por considerarem
o processo de rateio arbitrário, não alocando corretamente o custo a ser atribuído ao bem ou serviço
produzido.
Martins e Rocha (2015) argumentam que as pequenas empresas geralmente não fazem rateios dos custos
indiretos, na maioria dos casos pelo fato de ser um processo dispendioso e seu custo não ser compensado
quando comparado aos benefícios advindos da distribuição em termos gerenciais. Quando a empresa
começa a crescer e atinge determinado porte, sua administração já deseja fazer rateio para apurar os custos
de tal maneira que gera informações para tomada de decisões estratégicas. 
Custeio por absorção: vantagens e desvantagens
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
O custeio por absorção é o método de custeio que absorve todos os custos produtivos, sejam eles variáveis,
�xos diretos ou indiretos.
Para Martins (2003), a metodologia de aplicação do processo de custeio por absorção contempla três
passos básicos:
1º passo: deve-se separar os gastos do período entre custos e despesas, visto que as despesas não
podem ser alocadas aos produtos, pelo fato de pertencerem ao período em que acorrem.
2º passo: apropriação dos custos diretos, por meios da identi�cação dos custos que estão
diretamente relacionados com os produtos.
3º passo: apropriação dos custos indiretos, por meio de bases de rateio, já que esses tipos de custos
não são identi�cáveis diretamente aos produtos.
As vantagens e desvantagens do custeio variável do método do custeio por absorção são muito relativas,
uma vez que o que determina se a aplicação desse tipo de custeio é ou não viável é o nível de análise que se
deseja fazer e qual tipo de informação se deseja disponibilizar.
No custeio por absorção, todos os custos (variáveis, �xos, diretos e indiretos) do sistema produtivo são
levados em conta para o cálculo do custo unitário, mostrando a estrutura total de custos. Isso pode ser
vantajoso se o gestor tem a necessidade da informação de todos os custos de forma geral, mas se torna
desvantajoso se a necessidade é focar em determinado tipo de custo, por exemplo, os custos variáveis.   
A seguir podemos ter uma visão geral das vantagens e desvantagens do custeio por absorção:
Vantagens
O custeio por absorção está totalmente de acordo com os princípios de contabilidade geralmente
aceitos e com a legislação �scal brasileira, e deve ser usado quando as empresas buscam o uso do
sistema de custos integrado à contabilidade.
O custeio por absorção é considerado menos custoso de se implementar, pois não exige as
separações dos custos de produção em �xos e variáveis.
Oferece uma visão geral dos custos da empresa, por englobar todos os custos de gestão, sejam �xos,
variáveis, diretos ou indiretos.
Possibilita um planejamento de longo prazo por possuir informações completas de todos os itens.
De�ne com maior precisão o custo �nal de cada produto.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Sua complexidade é baixa, podendo ser utilizado em alguma apresentação externa, como, por
exemplo, a tomada de crédito.
 
Desvantagens
Em uma visão mais gerencial, a separação entre custos em variável e �xo, o que não ocorre no custeio
por absorção, pode representar um aspecto de competitividade, uma vez que os custos �xos não se
alteram no curto prazo e podem ser trabalhados em um nível mais estratégico, enquanto os custos
variáveis permitem uma gestão mais em curto prazo (BORNIA, 2009).
O rateio, segundo alguns críticos, apresenta uma das principais desvantagens do sistema de custeio
por absorção, uma vez que é arbitrariamente escolhido e aplicado, distorcendo uma apuração mais
precisa de custos e resultados.
No custeio por absorção, a absorção unitária dos custos indiretos só poderá ser calculada no �nal do
período analisado, gerando certa demora, pois no custeio por absorção todos os custos de produção
do período necessitam ser analisados.
Além das desvantagens apresentadas, Martins e Rocha (2015) apresentam algumas críticas contra o
sistema de custeio por absorção:
Os custos �xos, independentemente de haver ou não produção de determinado produto, são devidos
dentro de determinada faixa. Dessa forma, esses custos devem ser encarados como custos da
estrutura organizacional, que apenas dão suporte para a produção ocorrer dentro da organização.
No custeio por absorção há a necessidade de fazer o processo de rateio justamente por não ser
possível alocar todos os custos diretamente ao produto, pois os custos �xos não pertencem a um ou
outro produto de forma especí�ca. Deve-se ressaltar que além de o processo de rateio se dar com
certo grau de arbitrariedade, a escolha do método também ocorre de forma arbitraria e subjetiva.
O valor do custo �xo ao produto depende, além do critério de rateio, do volume de produção. A ideia central
dessa crítica é que o custo �xo absorvido pelo produto pode variar, a depender do nível de produção dele
mesmo ou de outros produtos ou serviços.
Passo a passo de como calcular o custo do produto pelo método de custeio por
absorção
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Aprendemos até aqui que o custeio por absorção é o método de custeio que aloca todos os custos ao
produto, sejam eles �xos, variáveis, diretos ou indiretos, sendo que esse último necessita passar por um
processo de rateio, pois não é possível o alocar diretamente ao produto produzido.
Nesse momento, você vai aprender como se aplica o método de custeio por absorção passo a passo:
1° passo – Separar custos de despesas
O primeiro passo é identi�car todos os gastos da empresa, para, em seguida, separar o que é custo e o que é
despesa.
Nesse ponto, é importante frisar, como visto anteriormente, que no método de custeio por absorção são
considerados somente os custos e que as despesas são lançadas diretamente no resultado do exercício.
Por esse motivo, deve-se ter, de forma muita clara, o que é custo e o que é despesa.
2° passo – Apropriação dos custos diretos
Nesse passo, é necessário que sejam identi�cados os custos diretos, ou seja, os que estão ligados
diretamente com a produção dedeterminado produto.
Podemos citar como exemplo de custos diretos a mão de obra direta e a matéria-prima utilizadas para
produzir determinado produto.
Lembre-se de que essa apuração considera todos os custos da empresa pelo fato de o método de custeio
por absorção alocar todos os custos (variáveis, �xos, diretos e indiretos) ao produto produzido.
Para exemplo, iremos utilizar uma empresa que produz camisetas, cujos custo direto para produzir uma
unidade de camiseta, considerando tecido, linha e mão de obra, é de R$ 20 por unidade.
Assim, o custo direto de uma camiseta é R$ 20,00.
3° passo – Apropriação dos custos indiretos
Nesse momento, é necessário saber os custos indiretos de cada produto.
Aqui é que aplicamos o critério de rateio para chegar em um valor de custo indireto unitário, já que o custo
indireto não pode ser diretamente alocado ao produto.
Um critério de rateio muito utilizado é o critério de unidade, que corresponde ao processo de pegar o total
dos custos indiretos e dividir pelo total de produtos.
No 2° passo, calculamos o custo direto de uma camiseta (R$ 20,00).
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Entretanto, é necessário saber os custos que permitem que a organização funcione e não estão
relacionados diretamente aos produtos.
Digamos que a empresa de camisetas também gastou com aluguel do galpão da produção conta de luz e
água da produção, e limpeza e manutenção de equipamentos, totalizando um custo no período de R$
6.000,00 para a produção de 550 camisetas.
Então, para chegar ao custo indireto unitário, basta fazer a divisão de R$ 6.000,00 por 550 unidades, que
resultará em R$ 10,91.
Assim, a empresa terá:
Quantidade de camisetas produzidas: 550 unidades.
Custo direto unitário: R$ 20,00 por camiseta.
Custos indiretos unitários: R$ 10,91 por camiseta.
Totalizando um custo do produto de R$ 30,91 (custo direto unitário R$ 20,00 + custo indireto unitário
R$ 10,91).
Entendido o método de custeio por absorção, é necessário deixar claro que, apesar de ser o único método
aceito pela legislação brasileira, para atender à real necessidade da organização pode haver a necessidade
de se utilizar outro método de custeio em paralelo, tal como o custeio baseado em atividade (custeio ABC)
ou o custeio variável.
Videoaula: Sistema de custeio por absorção
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo
aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem
conexão à internet.
Neste vídeo iremos abordar um método de custeio muito utilizados pelas empresas, que é o método de
custeio por absorção. Iremos conceituar esse método de custeio, suas vantagens e desvantagens, o motivo
pelo qual recebe muitas críticas e como é sua forma de cálculo. Também vamos falar o que é o rateio, que é
um ponto-chave nesse sistema de custeio.
Saiba mais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Todos os métodos de custeio têm suas vantagens, desvantagens e limitações, e com o custeio por
absorção não seria diferente, dessa forma, no artigo Desmisti�cando as limitações do uso do Custeio por
Absorção é explanado de forma mais clara as limitações do custeio por absorção.]
SEVERIANO FILHO, C.; MELO, J. F. M. Desmisti�cando as limitações do uso do Custeio por
Absorção. Contabilidade Vista & Revista, v. 17, n. 3, p. 11-24, 2006.
 
Referências
http://www.spell.org.br/documentos/ver/25308/desmistificando-as-limitacoes-do-uso-do-custeio-por-absorcao/i/pt-br
http://www.spell.org.br/documentos/ver/25308/desmistificando-as-limitacoes-do-uso-do-custeio-por-absorcao/i/pt-br
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
BORNIA, A. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. LEI No 6.404, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1976. Sociedades por Ações. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 15 dez 2023.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2015.
SLOMSKI, V. Manual de contabilidade pública: um enfoque na contabilidade municipal. São Paulo: Atlas,
2006. 
Aula 3
Sistemas de custeio ABC
Introdução
Olá, estudante
Nesta aula você aprenderá os conceitos relacionados ao método de custeio por atividade, método esse em
que primeiro a empresa identi�ca as atividades que realiza e, em seguida, faz a alocação dos recursos
consumidos por cada atividade. Desse modo, nesse método de custeio o custo do produto é composto nos
recursos realmente consumidos e nos esforços realmente realizados para se obter determinado item ou
serviço.
Também serão apresentados nesta aula os pontos fortes do método de custeio baseado em atividade e as
fragilidades, pois assim como outros métodos de custeio, o ABC também tem alguns pontos positivos e
pontos de melhoria. 
Contextualizando o método de custeio baseado em atividade
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
O surgimento do método de custeio baseado em atividade (ABC) se deu em meados da década de 1980. De
acordo com Kaplan e Anderson (2004), o método de custeio baseado em atividade foi criado como uma
ferramenta capaz de ajudar na tomada de melhores decisões em design e variedade dos produtos, preço e
atividade operacional.
Segundo Jericó (2010), o sistema de custeio ABC foi desenvolvido nos anos 80 por conta dos anseios
organizacionais da época, que, de forma geral, podemos resumir como sendo relacionados à necessidade
de se ter uma ferramenta que suprisse as de�ciências informacionais dos sistemas de custeio tradicionais,
bem como a necessidade de se ter uma sistema com a capacidade de fornecer informações mais precisas
no que tange aos custos indiretos, com o intuito de melhorar a qualidade do processo de tomada de
decisão.
O objetivo central do método de custeio ABC é avaliar a precisão das atividades desenvolvidas em uma
empresa (tanto comercial, como serviços, ou até mesmo industrial) utilizando os chamados direcionadores
para alocar as despesas e custos indiretos de uma forma mais realista aos produtos e serviços. O método
de custeio baseado em atividade parte do pressuposto que não é o produto ou serviço que consome
recursos, e sim os recursos são consumidos pelas atividades e estas, por sua vez, são consumidas pelos
produtos ou serviços.
Segundo a linha de pensamento de Khodadadzadeh (2015), o método de custeio baseado em atividade é o
método pelo qual as atividades de uma empresa são identi�cadas. Nesse método, os gastos de recursos
são atribuídos às atividades para, posteriormente, os custos serem alocados a todos os produtos ou
serviços de acordo com o consumo real de cada atividade. O método de custeio ABC é mais e�ciente na
alocação dos custos indiretos do que o método de custeio por absorção. O método ABC é normalmente
utilizado para custear e monitorar diferentes atividades, o que envolve o rastreamento do consumo de
recursos em sua na execução.
Nessa linha, a implantação do método de custeio ABC pode ajudar a identi�car produtos ou serviços que
não são rentáveis e removê-los do portfólio da empresa, assim como ajudar na correção da preci�cação de
produtos e serviços que estejam preci�cados inadequadamente. 
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Os sistemas de gerenciamento de custos baseados em atividades fornecem às empresas informações
gerenciais e não apenas informações contábeis tradicionais, pois o seu foco é voltado para as atividades e
envolve questões sistêmicas da empresa (COOPER; KAPLAN, 1991).
Segundo Kaplan e Anderson (2004), visto que o método de custeio ABC utiliza direcionadores de atividades
para alocação dos custos, pode-se apresentar como procedimento padrão para a sua implantação a
identi�cação das diversas atividades executadas na organização, como também a identi�cação dos
recursos que são utilizados para a sua realização.
Vantagens e desvantagens do método de custeio baseado em atividade
Um ponto já falado anteriormente foi que o método de custeio ABC utiliza direcionadorespara alocação dos
custos às atividades. Os direcionadores de custos, também chamados de drivers, nada mais são de os
processos que de�nem o volume de trabalho que será alocado a cada atividade para encontrar o seu custo
e, respectivamente, estabelecer o volume de atividade necessária para a produção de um produto ou
prestação de determinado serviço.
Os direcionadores de custos necessários para a implantação do método de custeio ABC são subdivididos
em duas categorias:
Direcionadores de custos de recursos: são aqueles que estabelecem uma relação entre os recursos
utilizados e as atividades desempenhadas. Dessa forma, esses tipos de direcionadores identi�cam os
recursos necessários para cada atividade.
Direcionadores de custos de atividade: indicam o volume de atividade necessário para a produção de
um produto ou a prestação de um serviço.
As categorias de direcionadores de custos seguem o esquema a seguir para cada uma das atividades
realizadas:
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Figura 1 | Etapas de direcionadores de custos. Fonte: elaborada pelo autor.
No custeio ABC, cada recurso utilizado é direcionado para uma ou mais atividades, como, por exemplo, a
utilização de uma empilhadeira para a armazenagem de matéria-prima no estoque da empresa, mas
também utilizada na logística de entrega da organização.
As duas atividades supracitadas podem ainda ter outros recursos em comum, tais como mão de obra que,
na sua totalização, entregam como resultado o produto acabado ou o serviço pronto para venda. Nesse
caso, é possível analisar o custo de cada produto como objeto de custo.
Não diferente de outros métodos de custeio, o método de custeio por atividade também apresenta
vantagens e desvantagens.
De acordo com Allain e Laurin (2018), as vantagens do uso do sistema de custeio ABC podem ser
apresentadas como sendo a versatilidade, pois o método de custeio ABC se adequa às mais diversas
realidades e tipos de organizações, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte e dos mais variados
campos de atuação. O custeio ABC também pode ser utilizado para distintas �nalidades, seja contábil ou
gerencial, pois fornece informações uniformes e consistentes de todos os processos da organização.
A entrega de uma melhor qualidade referente às informações dos custos de produção ou da prestação de
serviços quando comparados aos demais métodos de custeio também é uma vantagem do método de
custeio ABC é, pois apresenta uma reduzida necessidade de rateios arbitrários, e faz a identi�cação de quais
produtos consomem mais recursos e, consequentemente, seus gastos.
Segundo Kaplan e Anderson (2004), a literatura também apresenta alguns pontos negativos em relação ao
método de custeio ABC, que podem ser apresentados como sendo elevados investimentos e recursos, o
que, por muitas vezes, pode levar à implantação parcial ou incompleta em algumas empresas. Outro ponto
que pode até inviabilizar a implantação desse método é a resistência a mudanças por parte dos
colaboradores, visto que esse método exige controles rigorosos e impacta severamente os processos
empresariais. O custeio ABC também é um método que, para ser implantado, requer um demorado processo
de entrevistas, para o entendimento de todo o processo fabril. Por �m, o método de custeio ABC também é
considerado um método complexo e que leva tempo para a sua apuração.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Aprendendo passo a passo como calcular o custo de produtos e serviços no custeio
ABC
Aprendemos até aqui que o custeio baseado em atividade é o método de custeio que aloca todos os custos
ao produto de acordo com as atividades desenvolvidas, utilizando para isso direcionadores de custos.
Nesse momento, visualizaremos como se aplica o método de custeio baseado em atividade passo a passo:
Vamos utilizar exemplo de uma indústria hipotética que apresenta uma relação de custos indiretos que
totalizam R$120.000,00. Essa indústria fabricou 15.000 unidades do produto A, que é vendido por R$ 15,00 e
8.550 unidades do produto B que, por sua vez, é vendido por R$ 25,00. Por meio de um levantamento de
informações feito junto aos setores e uma análise de dados junto ao setor contábil, foi identi�cado que
esses cursos indiretos se referiam às seguintes atividades com maior relevância:
Dados das atividades
Recebimento de materiais – R$ 15.000,00
Estocagem de materiais – R$ 25.000,00
Controle de estoque – R$ 20.000,00
Mistura de materiais (máquina) – R$ 35.000,00
Supervisão de processo (engenharia) – R$ 25.000,00
Totalizando as atividades em R$ 120.000,00.
 
Custos diretos
Produto A
– Material direto: R$ 3,15
– Mão de obra direta: R$ 6,00
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Produto B
– Material direto: R$ 4,10
– Mão de obra direta: R$ 9,00
Por meio de um levantamento estatístico foram identi�cados os direcionadores de custos dessas atividades
e sua aplicação em cada um dos produtos:
Direcionadores:
Número de lotes inspecionados e estocados – produto A: 15 | produto B: 5.
Nº de horas-máquina em processamento de produto – produto A: 12.000 | produto B: 8.000.
Atividades dispendidas pelos engenheiros – produto A: 45%| produto B: 55%.
A partir das informações citadas anteriormente, vamos seguir o passo a passo para encontrar os custos dos
produtos com o método de custeio ABC.
 
1° passo – Atribuição dos direcionadores às atividades
Recebimento de materiais à N° de lotes inspecionados e estocados.
Estocagem de materiais à N° de lotes inspecionados e estocados.
Controle de estoque à N° de lotes inspecionados e estocados.
Mistura dos materiais (máquinas) à N° de horas-máquina em processamento de produtos.
Supervisão dos processos (engenharia) à Atividades dispendidas pelos engenheiros.
2° passo – Alocação dos direcionadores por produto de acordo com a proporção
A contabilidade da companhia fez um levantamento e concluiu que os engenheiros trabalham 45% para o
produto A e 55% para o produto B. Os demais direcionadores seguiram a alocação de forma proporcional.
N° de lotes inspecionados e estocados
– 15 do produto A e 5 do produto B, totalizando 20.
– Proporção produto A = 15/20 = 0,75 ou 75%.
– Proporção produto B = 5/20 = 0,25 ou 25%.
 
N° de horas-máquina em processamento de produtos
– 12.000 do produto A e 8.000 do produto B, totalizando 20.000.
– Proporção produto A = 12.000/20.000 = 0,60 ou 60%.
– Proporção produto B = 8.000/20.000 = 0,40 ou 40%.
 
3° passo – Alocação dos custos indiretos de fabricação aos produtos, de acordo com as atividades e os
pesos calculados pelos direcionadores
 
Recebimento de materiais (direcionador: N° de lotes inspecionados e estocados): Total de R$
15.000,00
– Produto A = R$ 15.000,00 x 75% = R$ 11.250,00
– Produto B = R$ 15.000,00 x 25% = R$ 3.750,00
 
Estocagem de materiais (direcionador: N° de lotes inspecionados e estocados): Total de R$ 25.000,00
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
– Produto A = R$ 25.000,00 x 75% = R$ 18.750,00
– Produto B = R$ 25.000,00 x 25% = R$ 6.250,00
 
Controle de estoques (direcionador: N° de lotes inspecionados e estocados): Total de R$ 20.000,00
– Produto A = R$ 20.000,00 x 75% = R$ 15.000,00
– Produto B = R$ 20.000,00 x 25% = R$ 5.000,00
 
Mistura de materiais (direcionador: N° de horas-máquina em processamento de produtos): Total de R$
35.000,00
– Produto A = R$ 35.000,00 x 60% = R$ 21.000,00
– Produto B = R$ 35.000,00 x 40% = R$ 14.000,00
 
Supervisão de processo (direcionador: atividades despendidas pelos engenheiros): Total de R$
25.000,00
– Produto A = R$ 25.000,00 x 45% = R$ 11.250,00
– Produto B = R$ 25.000,00 x 55% = R$ 13.750,00
Custo indireto total do produto A = R$ 77.250 e do produto B = R$ 45.750
 
4° Passo – Apropriação dos custos diretos
Materiais diretos (Vr Unit. MD x Quant.)
– Produto A = R$ 3,15 x 15.000 = R$ 47.250
– Produto B = R$ 4,10 x 8.550 = R$ 35.055
MOD (Vr. Unit Hr x Quant.)
– Produto A = R$ 6,00 x 15.000 = R$ 90.000
– Produto B = R$ 9,00 x 8.550 = R$ 76.950
Custo indireto total do produto A = R$ 137.250 (R$ 47.250 + R$ 90.000) e do produto B = R$ 112.005,00 (R$
35.055 + R$ 76.950).5° Passo – Demonstração do custo unitário
Produto A
– Custo total = R$ 137.250 (Custos diretos) + R$ 77.250 (Custos indiretos) = R$ 214.500
– Quantidade produzida = 15.000
– Custo unitário = R$ 214.500/15.000 = R$ 14,30
 
Produto B
– Custo total = R$ 112.005 (Custos diretos) + R$ 42.750 (Custos indiretos) = R$ 154.755
– Quantidade produzida = 8.550
– Custo unitário = R$ 154.755/8.550 = R$ 18,10
 
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Então chegamos ao valor do produto A de R$ 14,30 e do produto B de 18,10.
 Perceba que quando utilizamos o custeio baseado em atividades temos muitos mais passos a seguir
quando comparado aos outros métodos de custeio, daí vem a complexidade e o alto grau de investimentos
falados no bloco de desvantagens desse método. 
Videoaula: Sistemas de custeio ABC
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo
aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem
conexão à internet.
No vídeo desta aula você vai conhecer o conceito do método de custeio por atividade, suas particularidades
ligadas à produção de produtos e serviços e o motivo pelo qual esse método não é muito utilizado pelas
empresas. Também serão apresentadas as vantagens e desvantagens do sistema de custeio ABC.
Saiba mais
Todos os métodos de custeio devem, ou deveriam, atender à legislação �scal e suprir a empresa com
informações gerenciais, mas, na prática, não é isso que acontece. Desse modo, no artigo A Contabilidade de
Custos como instrumento de informação gerencial - Um enfoque no Sistema de Custeio ABC você
encontrará mais informações a respeito da contabilidade gerencial e o método de custeio baseado em
atividade, pois é um método que não é aceito pelo �sco:
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
PEREIRA FILHO, A. D.; AMARAL, H. F. A Contabilidade de Custos como instrumento de informação gerencial -
Um enfoque no Sistema de Custeio ABC. Contabilidade Vista & Revista, v. 9, n. 2, p. 3-14, 1998.
 
Referências
ALLAIN, E.; LAURIN, C. Explaining implementation di�culties associated with activity-based costing through
system uses. Journal of Applied Accounting Research, v. 19, n. 1, p. 181-198, 2018.
COOPER, R.; KAPLAN, R. Pro�t priorities from activity-based costing. Harvard Business Review, v. 69, n. 3, p.
130-135, 1991.
JERICÓ, M. de C.; CASTILHO, V. Gerenciamento de custos: aplicação do método de custeio baseado em
atividades em centro de material esterilizado. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 44, n.
3, p. 745-752, 2010.
KAPLAN, R.; ANDERSON, S. Time-driven activity-based costing. Harvard Business Review, v. 82, 2004.
KHODADADZADEH, T. A state-of-art review on activity-based costing. Accounting, Vancouver, v. 1, n. 2, p. 89-
94, 2015.
Aula 4
Sistema de custeio variável
Introdução
http://www.spell.org.br/documentos/ver/25082/a-contabilidade-de-custos-como-instrumento-de-informacao-gerencial---um-enfoque-no-sistema-de-custeio-abc/i/pt-br
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Nessa aula você estudará os conceitos relacionados ao método de custeio variável, método esse que aloca
ao produto somente os custos variáveis, para, então, proceder ao cálculo da margem de contribuição,
indicador esse primordial para a empresa atingir a lucratividade almejada.
Também serão apresentadas nesta aula as fragilidades e os pontos fortes do método de custeio variável,
pois assim como outros métodos o custeio variável também há alguns pontos positivos e pontos de
melhoria.
E para �nalizar a aula, você vai aprender como é feito o cálculo do custo do produto pelo método de custeio
variável passo a passo.
Vamos lá!
Conhecendo o custeio variável
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Nesta aula você vai aprender o conceito de custeio variável que, na visão de Martins e Rocha (2015) nada
mais é que o método de custeio que consiste na apropriação somente dos custos e despesas variáveis,
diretos ou indiretos, aos objetos de custeio. Nesse caso, os valores dos custos �xos são considerados como
elementos do resultado do exercício e não como custos integrantes dos produtos ou serviços produzidos
pela empresa. Dessa forma, os custos �xos são excluídos do custo de produção por serem independentes
da quantidade produzida.
Munaretto e Diedrich (2007) assinalam também que o custeio variável consiste num sistema de custeio no
qual o objeto de custo é valorizado apenas com os custos variáveis, quer sejam diretos ou indiretos ao
objeto de custo, sendo os custos �xos considerados como elementos do resultado do período em que
ocorrem e não como custos integrantes dos produtos ou serviços produzidos pela empresa, sendo, por esse
motivo, na valorização dos estoques de produto acabado, apenas considerados os custos variáveis
industriais.
Com o custeio variável surge um novo conceito, a margem de contribuição, que pode ser de�nida como a
diferença entre a receita e os gastos variáveis (custo variável e despesa variável). Referindo-se à margem de
contribuição, Leone (2010, p. 126) explica que "é a diferença entre a receita proporcionada pelo produto,
processo, serviço, atividade ou qualquer outro segmento da empresa e os seus custos diretos e variáveis".
Segundo Martins e Rocha (2015), margem de contribuição é a parcela do preço de venda que ultrapassa os
custos e despesas variáveis e que contribuirá (daí o seu nome) para a absorção dos custos �xos e, ainda,
para formar o lucro.
Para Leone (2010), os seguintes pontos são características do custeio variável:
Alocam ao produto todo gasto variável, seja ele custo ou despesa. Nessa linha, segregam os custos e
despesas, que variam com o volume de produção daqueles que não sofrem esse tipo de in�uência.
Tratam os custos gerais �xos de produção como custos do período e não do produto, excluindo-os do
valor da produção em andamento e dos estoques de produtos acabados e levando-os para o resultado
do período como se fossem despesas.
Determinam a margem de contribuição, abatendo das vendas os custos e as despesas variáveis.
Proporcionam lucro bruto, ou direto, maior do que pelo custeio por absorção, pois o custo do produto
no método de custeio por absorção tende a ser maior por conta do rateio dos custos indiretos.
Apresentam lucro �nal menor do que no custeio por absorção quando as vendas forem menores do
que a produção do período, ou seja, há existência de estoques não vendidos, estoques esses contendo
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
parte do custo indireto rateado.
Igualam o lucro �nal ao apurado pelo custeio por absorção quando a produção for igual às vendas, ou
seja, sem estoques no �nal do período.
Possibilitam a comparação dos custos dos produtos em bases unitárias, independentemente do
volume de produção.
Facilitam a elaboração e o controle de orçamentos.
Possibilitam a determinação e o controle de padrões.
Fornecem mais instrumentos de controle gerencial.
Você pode notar as valiosas características do método de custeio variável, mas, como todo método de
custeio, além de apresentar vantagens ele também apresenta desvantagens, que iremos tratar mais
adiante. 
Particularidades do custeio variável
O custeio variável é um sistema de custeio que apenas imputa aos produtos ou serviços os custos variáveis
industriais e, por isso, apenas esses custos serão considerados para efeitos de valorização dos inventários
de produtos acabados. Nesse sistema de custeio, os custos �xos, são totalmente considerados custos do
período em que ocorrem. Assim, no custeio variável, os custos �xos são excluídos do custo de produção,
por serem independentes da quantidade produzida. Face a essa caraterística de tal sistema de custeio,
apenas quando a quantidade produzida iguala a quantidade vendida o resultado líquido demonstrado pelo
método de custeio variável se iguala ao resultado pelo método de custeio por absorção.
Munaretto e Diedrich (2007) também apontam que o custeio variável consiste num sistema de custeio no
qual o objeto de custo é valorizado apenas com os custos variáveis, quer sejam diretosou indiretos ao
objeto de custo, sendo os custos �xos considerados como elementos do resultado do período em que
ocorrem e não como custos integrantes dos produtos ou serviços produzidos pela empresa, sendo por esse
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
motivo, na valorização dos estoque de produto acabado, apenas considerados os custos variáveis
industriais.
Segundo Martins e Rocha (2015), o custeio variável é muito utilizado pelas empresas (de forma gerencial, já
que não é aceito pela legislação �scal) ao objeto de custo. Os custos �xos são considerados como
elementos do resultado do período em que ocorrem e não como custos integrantes dos produtos ou
serviços produzidos pela empresa, sendo, por esse motivo, na valorização dos estoques de produto
acabado, apenas considerados os custos variáveis industriais.
Segundo os mesmos autores, existem três grandes problemas na apropriação dos custos �xos aos
produtos, assim como é feito pelo método de custeio por absorção:
A natureza própria dos custos �xos que existem independentemente da produção, tendendo a se
tornarem cada vez mais encargos do que sacrifício para a produção.
O fato de os custos �xos não corresponderem a um ou outro produto, por isso serem distribuídos por
um critério de rateio caracterizado pela arbitrariedade no processo, podendo transformar produtos
rentáveis em não rentáveis e vice-versa.
Os custos �xos podem sofrer variação de acordo com o aumento ou diminuição no volume produzido.
Por exemplo, se o volume de produção de determinado produto é aumentado, isso faz com que o
custo �xo por unidade diminua.
Não diferente dos outros métodos de custeio, o custeio variável também apresenta vantagens e
desvantagens.
Como vantagens, pode-se elencar a possibilidade de mensuração de forma simplista e objetiva. Nessa linha,
alterações de estoque ou outros detalhes não irão impactar no cálculo do lucro líquido de exercício. Dessa
forma, é possível que os gestores tenham muito mais clareza na hora de tomar decisões, também como
vantagem pode-se apresentar a possibilidade de calcular a margens de contribuição de cada produto de
forma simples e rápida. Ao ter a margem de contribuição unitária em mãos e entender esse indicador, é
possível atuar para aumentar a rentabilidade da empresa.
Como desvantagens pode ser apresentada a não aceitação pela legislação �scal. É necessário que seja um
método inteiramente gerencial. Outro ponto de desvantagem é que as informações do custeio variável são
bem aplicadas em problemas cujas soluções são de curto alcance no tempo. Para obter soluções de longo
prazo, normalmente as informações do custeio variável não são recomendadas.
Assim, apesar de ser tão comum e e�ciente no Brasil, o método de custeio variável não é perfeito e
apresenta algumas desvantagens.
Metodologia de cálculo do custeio variável
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Agora vamos abordar a metodologia de cálculo do método de custeio variável por meio do seguinte
exemplo:
Determinada companhia apresentou os seguintes dados:
Quadro 1| Dados de produção
Produção: 1.000 unidades totalmente acabadas
Custos variáveis R$ 20.000,00
Custos �xos R$ 12.000,00
Despesas variáveis de vendas R$ 4.000,00
Despesas �xas R$ 6.000,00
Vendas líquidas 800 unidades a R$ 60,00 cada R$ 48.000,00
Fonte: elaborado pelo autor
Passo 1– Identi�car o custo total do período:
No Quadro 1 podemos identi�car essa informação, pois, para a composição do custo do produto no custeio
variável, somente é considerado o custo variável, e o valor do custo total do período é de R$ 20.000,00.
Passo 2 – Cálculo do custo unitário do produto:
Como já temos o custo total do período, então dividimos pela quantidade produzida, ou seja, R$
20.000,00/1.000 unidades = R$ 20,00.
Passo 3 – Construir a demonstração do resultado do exercício:
Com base nesses cálculos e nos princípios adotados pelo custo variável, temos a seguinte DRE:
 
Quadro 2 | DRE pelo método de custeio variável
Demonstração do Resultado do Exercício
Receita de vendas líquidas (800 x 60) R$   48.000,00
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
( - ) Custos variáveis (800 x 20) -R$  16.000,00
( - ) Despesas variáveis -R$     4.000,00
( = ) Margem de contribuição R$   28.000,00
( - ) Custos �xos -R$  12.000,00
( - ) Despesas �xas -R$     6.000,00
( = ) Lucro operacional líquido R$   10.000,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Observe que tudo que é variável (custos variáveis e despesas variáveis) �ca acima da margem de
contribuição. O custo variável que foi carregado na DRE é correspondente somente às quantidades vendidas,
ou seja, 800 unidades. Os custos correspondentes às outras 200 unidades que foram fabricadas e não
foram vendidas encontram-se no estoque da empresa.
Videoaula: Sistema de custeio variável
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No vídeo desta aula abordaremos a de�nição do sistema de custeio variável, suas características
fundamentais, suas particularidades, assim como suas vantagens e desvantagens.
Saiba mais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A contabilidade analítica, numa perspectiva da gestão dos custos, apresenta diferentes formas de classi�car
e analisar, trazendo riscos para a atividade empresarial. O artigo O custeio variável e o risco do negócio
explana o sistema de custeio variável e o risco do negócio.
TEIXEIRA, A. B. S. D.; DANIEL, N. M. O custeio variável e o risco do negócio. Revista de Contabilidade e
Controladoria, v. 8, n. 1, p. 8-25, 2016.
 
Referências
http://www.spell.org.br/documentos/ver/69734/o-custeio-variavel-e-o-risco-do-negocio
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
MUNARETTO, L. F.; DIEDRICH, M. Custeio variável integrado ao custeio baseado em atividades: estudo de
caso em indústria de embalagem para presentes. Revista Universo Contábil, [s. l.], v. 3, n. 1, p. 70-86, jul.
2007.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e margens analisados sob diferentes
perspectivas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
LEONE, G. G.; LEONE, R. J. G. Curso de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2010. 
Aula 5
Revisão da unidade
Desvendando os sistemas de custeio
Caro estudante,
Nessa unidade você observou os sistemas de custeio mais utilizados, que, segundo Medeiros e Candido
(2016), são conceituados como sendo fontes geradoras de informação especí�cas que contribuem para a
gestão dos custos, colaborando para a tomada de decisões. Cada método possui qualidades e limitações
especí�cas, e a empresa deve analisar qual se dispõe melhor às necessidades de informações e às
particularidades das atividades executadas.
Os métodos são ferramentas utilizadas para determinar o valor dos objetos de custeio, reduzir custos,
melhorar os processos, eliminar desperdícios, decidir entre produzir ou terceirizar e eliminar, criar e
aumentar, ou diminuir, a linha de produção de certos produtos (ABBAS; GONÇALVES; LEONCINE, 2012).
Apesar de cada método de custeio ter características únicas, alguns métodos são completamente
comparáveis, tais como o método de custeio por absorção e o método de custeio variável. Dessa forma,
vamos calcular o custo pelos dois métodos de custeio e os comparar por meio do seguinte exemplo:
Uma empresa hipotética apresenta os seguintes dados:
Quadro 1 | Dados da empresa hipotética 
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Preço de venda               20,00
Gastos variáveis unitários  
Matéria-prima                  9,00
Mão de obra                  2,00
Custos gerais de produção                  3,00
Despesas operacionais                  1,00
Gastos �xos  
Custo gerais de produção     150.000,00
Despesas operacionais     100.000,00
Fonte: elaborado pelo autor.
Importante: digamos que a empresa produziu 100.000 unidades e vendeu 90.000 unidades.
Cálculo do custo do produto pelo método do custeio por absorção
Como você notou anteriormente, o custeio por absorção aloca todos os custos ao produto, sejam eles
diretos, indiretos,�xos ou variáveis. Desse modo, temos:
Custo do produto = Matéria-prima R$ 9,00 + Mão de obra R$ 2,00 + Custos gerais de produção R$ 3,00 +
Rateio dos custos gerais de produção¹ R$ 1,50 (R$150.000,00/100.000) = R$ 15,50.
Observe que o custo �xo total é sempre dividido pela quantidade produzida.
Cálculo do custo do produto pelo método do custeio variável
O custeio variável aloca ao produto somente o que é custo variável, assim, o custo do produto �caria da
seguinte forma:
Custo do produto = Matéria-prima R$ 9,00 + Mão de obra R$ 2,00 + Custos gerais de produção R$ 3,00 = R$
14,00.
E a demonstração do resultado do exercício, como �caria?
Demonstração do resultado do exercício pelo método de custeio por absorção:
 
Tabela 1 | DRE - Custeio por absorção
Receita (90.000 Unidades x R$ 20,00)    1.800.000,00
CMV (90.000 Unidades x R$ 15,50)    1.395.000,00
Lucro Bruto        405.000,00
Despesas Operacionais        100.000,00
Despesas Variáveis (90,000 Unidades x R$ 1,00)          90.000,00
Lucro Operacional Líquido        215.000,00
                         Fonte: elaborada pelo autor.
Demonstração do resultado do exercício pelo método de custeio variável:
Tabela 2 | DRE - Custeio variável
Receita (90.000 Unidades x R$ 20,00)    1.800.000,00
CMV (90.000 Unidades x R$ 14,00)    1.260.000,00
Despesas Variáveis (90,000 Unidades x R$ 1,00)          90.000,00
Margem de Contribuição        450.000,00
Custos Fixos        150.000,00
Despesas Fixas        100.000,00
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Lucro Operacional Líquido        200.000,00
Fonte: elaborada pelo autor.
Observe que a diferença entre o lucro operacional líquido entre os dois sistemas de custeio é justamente o
custo �xo absorvido pelas unidades que não foram vendidas (10.000 unidades x R$ 1,50 = R$ 15.000,00) e
estão no estoque.
Videoaula: Revisão da unidade
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Neste vídeo iremos apresentar a revisão de toda a unidade, iniciando pelo conceito de métodos de custeio e
os principais utilizados na literatura e no âmbito corporativo, ou seja, o custeio por absorção, o custeio por
atividade e o custeio variável, cada um com suas características, vantagens e desvantagens.
 
Estudo de caso
O Hospital Cincinato Braga possui uma área que presta serviço na linha de check-ups padronizados.
Os dados para o próximo ano são os seguintes:                                                                           
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
1. Volume de serviços
Previsto – 4.000 unidades                                                    
Capacidade – 5.000 unidades                                                         
2. Receitas e custos previstos
Preço de venda unitário – 100,00                                                    
Custo médio unitário – 76,00                                               
Custo variável unitário – 64,00                                                        
Custo �xo total – 48.000,00                                                                                                
Uma empresa local está interessada em oferecer aos seus funcionários um programa de exames periódicos
gratuitos e, para isso, necessita de 500 exames anuais.                                                   
O preço constante da proposta é de R$ 70,00.                                          
O hospital utiliza o método de custeio variável.
Pede-se: O Hospital Cincinato Braga deve aceitar a proposta?      
________
Re�ita
Em operação normal, a empresa vende seu produto a R$ 100,00 e a proposta é o cliente pagar somente R$
70,00 pelo mesmo produto.
A empresa deve aceitar a proposta?
Em uma análise super�cial voltada somente para o preço, qualquer pessoa diria que o Hospital Cincinato
Braga não deveria aceitar a proposta.
Porém, com uma análise mais profunda envolvendo análise de custo de estrutura, a escolha pode mudar.
Observe o seguinte ponto: O hospital Cincinato poderá aceitar a proposta sem alterar sua capacidade de
operação, desta forma os custos �xos (ou custos de estrutura) se manterão inalterados.
Olhando por essa ótica será mesmo que não é vantajoso para o hospital aceitar essa proposta?
Vamos para a resolução.
Videoaula: Resolução do estudo de caso
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Primeiramente, vamos fazer uma estruturação das informações:
Tabela 3 | Informações gerais
Descrição Unidades Proposta
Previsto 4.000 500
Capacidade 5.000  
     
  Valor unitário Proposta
Preço de venda unitário             100,00              70,00
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Custo médio unitário              76,00               64,00
Custo variável unitário              64,00               64,00
Custo �xo total         48.000,00                           -  
Fonte: elaborada pelo autor
O custo �xo só está carregado no cenário 1. Isso se deve ao fato de o custo �xo ser um custo de estrutura,
ou seja, se a empresa vender 1.000 unidades, 3.000 unidades ou 4.500 unidades vai incorrer no mesmo
custo �xo de R$ 48.000,00.
Vamos agora para a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Tabela 4 | Demonstração do Resultado do Exercício
MC: Margem de Contribuição
Fonte: elaborada pelo autor.
Fazendo a comparação entre as duas DREs (uma não aceitando a proposta e a outra aceitando a proposta),
você pode notar que, quando o Hospital Cincinato Braga aceita a proposta dos 500 exames incrementais por
R$ 70,00, tem um aumento do lucro operacional de R$ 3.000,00, devendo, dessa forma, aceitar a proposta. 
Resumo visual
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Referências
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
ABBAS, K.; GONÇALVES, M. N.; LEONCINE, M. Os métodos de custeio: vantagens, desvantagens e sua
aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura. ConTexto –Contabilidade em
Texto, v. 12, n. 22, p. 145-159, 2012.
LEONE, G. S. G. Custos: planejamento, implementação e controle. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e margens analisados sob diferentes
perspectivas. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E.; ROCHA, W. Métodos de custeio comparados: custos e margens analisados sob diferentes
perspectivas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MEDEIROS, R. F.; CANDIDO, C. M. Análise de custos de uma clínica odontológica. Revista Borges, n. 1, p. 20-
39, 2016.
MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valores para administração. São Paulo: Atlas, 2001.
Piñon, Manuel. Gran Cursos: A importância do conhecimento dos sistemas de custeio para o trabalho do
Auditor-Fiscal da Receita Federal. 2019.
VICECONTI, P. E. V; NEVES, S. Contabilidade de custos: um enfoque direto e objetivo. 5. ed. São Paulo: Frase
Editora, 1998.
,
Unidade 3
Ferramentas para gestão de custos
Aula 1
Análise de custo x volume x lucro
Introdução
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Nesta aula exploraremos as interações �nanceiras vitais para o sucesso de qualquer empreendimento.
Iniciaremos com os fundamentos da relação entre custos, volume de produção ou vendas e o tão almejado
lucro.
A análise de custo x volume x lucro é uma ferramenta poderosa para entender como as decisões
operacionais afetam os resultados �nanceiros de uma empresa. Ao compreender a relação entre os custos
�xos e variáveis e o impacto do volume de produção ou vendas podemos identi�car o ponto de equilíbrio, no
qual a receita é igual aos custos, e também como a lucratividade varia em diferentes cenários.
Com base nas informações relacionadas à análise da relação custo x volume x lucro, os gestores
empresariais são capazes de tomar decisões mais informadas e estratégicas, impulsionando o sucesso
�nanceiro dasempresas. Vamos embarcar nessa jornada de conhecimento e descoberta juntos!
Do Planejamento à estratégia: explorando a análise de custo x volume x lucro
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A análise de custo x volume x lucro (CVL) tem como premissa básica a compreensão da relação entre os
custos de produção, o volume de vendas e o lucro obtido pela empresa. Ela busca responder questões
essenciais, como: Qual é o nível de atividade necessário para que a empresa atinja o ponto de equilíbrio
�nanceiro?, ou ainda: Como variações no volume de vendas impactam os resultados �nanceiros?
Conforme de�ne Santos (2017, p. 66), “de um lado, a empresa tem o mercado e a concorrência atuando em
um mesmo mercado e, de outro lado, a empresa necessita de informações de custos para analisar
concomitantemente os re�exos de aumento e/ou redução de custos, preços, volumes e mix de produtos”.
Por esse motivo, é necessário, por parte dos gestores, compreender as variáveis utilizadas para a
concretização do lucro da empresa.
Se pensarmos sob o ponto de vista de controle, por muitas vezes a empresa, como uma indústria, por
exemplo, não sabe com exatidão quando venderá seus produtos e a que preço, mas pode projetar tais
vendas. Por outro lado, ela possui informações que lhe permitem mensurar os custos de produção ou ainda
o volume de produtos que serão fabricados em determinado período, ainda que os preços de custo e o
volume de vendas possam variar no período.
A análise CVL se apresenta como um instrumento de gestão utilizado para planejamento e projeção não
somente dos aspectos produtivos (custo e volume), mas também dos aspectos relacionados ao resultado
(lucro) da empresa. Assim, o CVL possibilita prever o impacto na empresa “de alterações ocorridas (ou
previstas) no volume vendido (quanto ao número de unidades), nos preços de venda vigentes (como
descontos ou majorações) e nos valores de custos e despesas (quer sejam �xos, quer variáveis)” (WERNKE,
2019, p. 114).
Por ser um instrumento de gestão empresarial, à medida que se permite projetar cenários, a análise de CVL
utiliza três instrumentos que abordam os custos �xos e variáveis para a produção (custos), o quantitativo de
unidades produzidas (volume) e resultado esperado (lucro), a partir da observação da margem de
contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança.
A margem de contribuição, conforme Wernke (2019, p. 115), “pode ser conceituada como o valor (em $) que
cada unidade comercializada contribui para, inicialmente, pagar os gastos �xos mensais da empresa e,
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
posteriormente, gerar o lucro do período. Já o ponto de equilíbrio “é o nível de vendas no qual o lucro é nulo”
(BORNIA, 2019, p. 58), ou seja, é o nível de atividade em que as receitas são iguais aos custos totais (�xos e
variáveis), resultando em lucro zero, representando o momento em que a empresa cobre todos os seus
custos e começa a gerar lucro.
Por �m, a margem de segurança, conforme Veiga e Santos (2016, p. 125), “representa o volume de vendas
que supera as vendas calculadas no ponto de equilíbrio”, ou seja, mostra a capacidade da empresa de
enfrentar variações nas vendas sem prejuízos. 
A utilização dessas metodologias, a partir da análise de custo x volume x lucro, permite que os gestores
realizem projeção de lucros em diferentes cenários, auxiliando a gestão na tomada de decisões estratégicas,
como ajustes de preços, aumento de produção ou redução de custos, podendo ajustar os custos de
produção, os volumes de produtos fabricados e os preços de vendas às especi�cidades presentes em cada
cenário projetado.
Desvendando a relação �nanceira: análise de custo x volume x lucro
Um fator importante relacionado à análise de custo x volume x lucro (CVL) é que essa ferramenta ajuda aos
gestores a compreenderem a relação existente entre os custos, o volume de vendas e o lucro, sendo, por
esse motivo, utilizada para �ns de tomada de decisões sobre elementos como: preços, produção, marketing
e outros aspectos da empresa.
A análise CVL permite que os gestores possam identi�car como determinadas variáveis irão se comportar
caso haja alteração na outra, ou seja, para realizar a análise CVL, o gestor precisa saber como os custos se
comportam quando há mudanças nas atividades de negócios (por exemplo, nos custos de produção e no
volume de vendas). Em outras palavras, “a análise CVL permite ao gestor observar como os custos se
comportam em resposta a mudanças no volume ou na atividade” (JIAMBALVO, 2013, p. 93).
Para tanto, é importante destacar que a CVL é baseada no conceito de que o lucro é a diferença entre o
preço de venda e o custo total. O custo total é dividido em custos �xos e custos variáveis. Os custos �xos
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
são aqueles que não variam com o volume de produção, como o aluguel, os salários dos funcionários �xos e
os impostos. Os custos variáveis são aqueles que variam com o volume de produção, como o custo das
matérias-primas, a mão de obra variável e a energia elétrica.
Além dos elementos relacionados aos custos �xos e variáveis, a análise CLV também observa o preço de
venda, ou seja, o valor que a empresa cobra por seus produtos ou serviços e o volume de vendas,
caracterizado pela quantidade de produtos ou serviços que a empresa vende em determinado período de
tempo. As variações que possam ocorrer nos custos, preço e volume de vendas são elementos que
in�uenciam o lucro da empresa, sendo, por esse motivo, objetos da análise CVL. A análise, quando
observada pela ótica do lucro, pode ser feita usando a seguinte fórmula:
Lucro = preço de venda * volume de vendas – custos totais
Sendo que os custos totais podem ser calculados usando a seguinte fórmula:
Custos totais = custos �xos + custos variáveis
A partir desses elementos, a análise CVL pode ser usada para calcular os elementos a seguir:
Margem de contribuição: é a diferença entre o preço de venda e o custo variável unitário. É uma
medida da lucratividade de cada unidade vendida, sendo representada desta forma:
– Margem de contribuição unitária = preço – custos variáveis unitários.
Ponto de equilíbrio: volume de vendas no qual a empresa não tem lucro nem prejuízo. Ele pode ser
calculado usando a seguinte fórmula:
– Ponto de equilíbrio = custos �xos / (preço de venda – custo variável unitário)
Margem de segurança: É a diferença entre o volume de vendas atual e o ponto de equilíbrio. É uma
medida do risco de a empresa ter prejuízo, sendo medida de forma percentual deste modo:
– Margem de segurança (%) = (vendas – ponto de equilíbrio) / vendas
A análise CVL fundamenta-se para orientar a tomada de decisões estratégicas dos gestores. A
compreensão da inter-relação entre custos, volume de vendas e lucro permite prever e avaliar o impacto de
mudanças em diferentes variáveis, como preços, produção e marketing, além de calcular elementos como
margem de contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança, possibilitando aos gestores identi�car
cenários de lucratividade e riscos.
Análise de custo x volume x lucro: projeções estratégicas para o sucesso empresarial
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Para ilustrar a aplicação prática da análise de custo x volume x lucro (CVL), consideremos o exemplo de uma
pequena indústria de calçados. A empresa produz sapatos de alta qualidade, que são comercializados a um
preço médio de R$ 200 por par. A capacidade produtiva é de 1.000 pares de sapatos por mês, sendo que
toda a produção é vendida. Além disso, a empresa possui custos �xos mensais de R$ 50.000, que incluem
aluguel da fábrica, salários da equipe administrativa e despesas gerais. Além disso, os custos variáveis por
par de sapatos são de R$ 100, que englobam os materiais utilizados e a mão de obra direta.
Para calcular a margem de contribuição unitária, subtraímos os custos variáveis do preço de venda:
Margem de contribuição unitária = preço de venda – custos variáveis unitários
Margem de contribuição unitária = R$ 200 – R$ 100
Margem de contribuição unitária = R$ 100
A interpretação emrelação à margem de contribuição é que ela representa o valor que cada par de sapatos
vendido contribui para cobrir os custos variáveis e gerar lucro para a empresa. Nesse caso, a margem de
contribuição unitária é de R$ 100 por par de sapatos (R$ 200 de preço de venda – R$ 100 de custos
variáveis). Com a margem de contribuição unitária em mãos, podemos determinar o ponto de equilíbrio
operacional:
Ponto de equilíbrio = Custos Fixos / (Preço de Venda - Custo Variável Unitário)
Ponto de equilíbrio = R$ 50.000 / (R$ 200 - R$ 100)
Ponto de equilíbrio = R$ 50.000 / R$ 100
Ponto de equilíbrio = 500 pares de sapatos
Portanto, a empresa precisa vender 500 pares de sapatos para cobrir seus custos �xos e não ter prejuízo.
Agora, vamos calcular a margem de segurança da empresa, que é a diferença entre o volume de vendas
atual e o ponto de equilíbrio, expressa em percentual:
Margem de segurança (%) = (vendas – ponto de equilíbrio) / vendas
Margem de segurança (%) = (1.000 – 500) / 1.000
Margem de segurança (%) = 50%
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A margem de segurança é de 50%, o que signi�ca que as vendas podem diminuir em até 50% antes de a
empresa operar com prejuízo.
A partir dessas informações, a análise do custo x volume x lucro pode ser feita usando a seguinte fórmula:
lucro = preço de venda * volume de vendas – custos totais.
Entretanto, para calcular o lucro precisamos encontrar os custos totais primeiro. Os custos totais são a
soma dos custos �xos e dos custos variáveis. No exemplo, os custos �xos mensais são de R$ 50.000 e os
custos variáveis por par de sapatos são de R$ 100, logo:
Custos totais = custos �xos + (custos variáveis unitários * volume de vendas)
Custos totais = R$ 50.000 + (R$ 100 * 1.000)
Custos totais = R$ 50.000 + R$ 100.000
Custos totais = R$ 150.000
Agora que temos o valor dos custos totais, podemos calcular o lucro:
Lucro = preço de venda * volume de vendas – custos totais
Lucro = R$ 200 * 1.000 – R$ 150.000
Lucro = R$ 200.000 – R$ 150.000
Lucro = R$ 50.000
Portanto, o lucro da empresa de calçados é de R$ 50.000 por mês.
Esses dados embasam decisões estratégicas que contribuem para a rentabilidade e o sucesso �nanceiro do
negócio, permitindo ajustar preços, produção e marketing de forma mais precisa e vantajosa. A análise CVL
é uma ferramenta valiosa para a gestão empresarial, possibilitando maximizar lucros, minimizar riscos e
melhorar o desempenho global da organização.
Videoaula: Análise de custo x volume x lucro
Este conteúdo é um vídeo!
Para assistir este conteúdo é necessário que você acesse o AVA pelo computador ou pelo
aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem
conexão à internet.
Descubra neste vídeo como os custos, o volume de produção ou vendas e o lucro estão interligados.
Observe a importância de entender como funciona o ponto de equilíbrio operacional e como tomar decisões
estratégicas embasadas na análise custo x volume x lucro. Prepare-se para uma abordagem concisa, porém
completa, desse tema essencial para o sucesso empresarial. Assista agora e potencialize seus
conhecimentos em análise de custo x volume x lucro!
Saiba mais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A análise de custo x volume x lucro é uma ferramenta indispensável na gestão �nanceira nas empresas, pois
examina a relação entre os custos, o volume de produção ou vendas e o lucro obtido pela empresa. Essa
análise possibilita tomar decisões estratégicas embasadas em projeções de lucratividade em diferentes
cenários, além de auxiliar gestores e empreendedores a otimizar a rentabilidade do negócio e alcançar
resultados �nanceiros sólidos.
A leitura do Capítulo 4, de Bornia (2019), e do Capítulo 8, de Wernke (2019) o ajudarão a compreender como
custo x volume x lucro estão interrelacionados e ajudam a empresa a atingir seus objetivos econômicos e
operacionais.
BORNIA, A. C.   Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas, 3ª edição. Grupo GEN, 2010.
WERNKE, Rodney. Análise de custos e preço de venda 2ED. [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2018
Referências
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522485048/pageid/68
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788553131860/pageid/127
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed. São Paulo: Grupo GEN,
2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522485048/. Acesso
em: 22 jul. 2023.
JIAMBALVO, J. Contabilidade gerencial. 3. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2013. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2446-2/. Acesso em: 15 ago. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/. Acesso em: 22 jul.
2023.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. A. Contabilidade de custos: gestão em serviços, comércio e indústria. São Paulo:
Grupo GEN, 2016. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/. Acesso em: 22 jul. 2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 22 jul. 2023.
Aula 2
CVL simples e CVL composto
Introdução
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522485048/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2446-2/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Nesta aula exploraremos os conceitos fundamentais da análise custo x volume x lucro (CVL) e suas
diferentes vertentes. O CVL é uma ferramenta importante para entender como os custos, o volume de
produção e as receitas afetam o lucro de uma empresa.
Primeiramente conheceremos o CVL simples, que se concentra em uma única linha de produtos ou serviços,
revelando como alterações no volume de produção in�uenciam diretamente o lucro. Em seguida,
veri�caremos o CVL composto, que envolve múltiplas linhas de produtos ou serviços, cada um com custos e
margens especí�cas. Compreenderemos como as interações entre diferentes produtos afetam o ponto de
equilíbrio e o lucro global da empresa.
Por �m, exploraremos o CVL composto do mix de produtos, que analisa como a combinação de produtos
vendidos impacta o resultado �nanceiro, ajudando as empresas a tomar decisões estratégicas sobre a
oferta de produtos. Vamos começar!
Custo x volume x lucro: explorando a dinâmica �nanceira dos negócios
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A abordagem gerencial da metodologia de análise da relação custo x volume x lucro (CVL) é uma ferramenta
essencial para a compreensão da relação entre custos, volume de produção e lucro em um cenário
empresarial. Conforme Santos (2017, p. 66), “custo, preço e volume são os fatores medidos no planejamento
e na análise de variação do lucro, uma vez que o preço de venda geralmente é de controle limitado, mas
custo e volume possuem elementos mais controláveis e normalmente seu relacionamento é mais
solicitado”.
O CVL simples concentra-se em um único produto ou serviço, analisando como o volume de produção afeta
os custos e as receitas, levando em consideração o ponto de equilíbrio. O ponto de equilíbrio é o momento
em que as receitas igualam os custos, não gerando lucro nem prejuízo. A partir desse ponto, a empresa
passa a obter lucro, uma vez que as receitas superam os custos (MARTINS, 2018, p. 243; VEIGA; SANTOS,
2016, p. 118).
Com base no CVL simples, é possível calcular a margem de contribuição, que “representa o valor disponível
para cobrir os custos �xos e gerar lucro após a venda de cada unidade do produto” (CREPALDI; CREPALDI,
2023, p. 174). Essa análise é crucial para determinar a lucratividade do negócio em diferentes cenários de
volumede produção.
Já o CVL composto leva em consideração diversos produtos ou serviços, cada um com seus custos e
margens de contribuição especí�cos. Isso permite uma visão mais abrangente e complexa das operações
de uma empresa. Entretanto, conforme observa Padoveze (2014), há di�culdades para se encontrar o ponto
de equilíbrio em quantidade para mais de um produto. Nesse contexto, é necessário compreender a
interação entre diferentes produtos e como suas combinações podem afetar o resultado �nanceiro global.
Essa análise é especialmente valiosa em indústrias com múltiplas linhas de produtos, como empresas que
fabricam diversos modelos de carros, por exemplo. Ao aplicar o CVL composto, os gestores podem
identi�car quais produtos são mais lucrativos e quais podem precisar de ajustes para aumentar sua
rentabilidade.
O CVL composto do mix de produtos aprofunda a análise do CVL composto, considerando não apenas as
interações entre os produtos, mas também as diferentes proporções em que são vendidos. Isso é
particularmente relevante quando se tem um portfólio diversi�cado de produtos ou serviços.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Para tanto, conforme Ribeiro (2017, p. 464), no caso do CVL composto a solução é calcular um “ponto de
equilíbrio global em quantidades utilizando para o cálculo a margem de contribuição ponderada e, em
seguida, com base na mesma proporção de participação de cada margem de contribuição em relação ao
seu total, calcular as quantidades a serem produzidas por produto”. O autor ainda complementa que “uma
vez conhecido o ponto de equilíbrio por produto em unidades, bastará multiplicar pelo preço de venda para
se conhecer o ponto de equilíbrio por produto em valor” (RIBEIRO, 2017, p. 464).
Compreender o mix de produtos permite que a empresa identi�que a combinação ideal que maximize a
rentabilidade geral. Por meio dessa abordagem, é possível explorar quais produtos têm maior margem de
contribuição e quais têm maior demanda no mercado, resultando em estratégias mais e�cazes de
preci�cação e posicionamento de mercado.
Custo x volume x lucro: desvendando a essência da gestão �nanceira
A aplicação do CVL simples, composto e composto do mix de produtos proporciona uma visão holística do
cenário empresarial, capacitando os gestores a agirem com e�ciência, inovarem e crescerem em um mundo
cada vez mais competitivo, pois, ao entender como os custos se relacionam com o volume de produção e
como isso impacta o lucro, os gestores podem ajustar suas operações e estratégias para se adaptarem às
demandas do mercado e maximizar a rentabilidade.
O CVL simples é o ponto de partida para compreender a relação entre custos, volume de produção e lucro
em um cenário mais simples, focado em um único produto ou serviço. Nesse contexto, o ponto de equilíbrio
desempenha um papel crucial, representando o momento em que as receitas são iguais aos custos totais,
resultando em lucro zero.
Dessa forma, quando a empresa trabalha com volume de vendas abaixo do seu ponto de equilíbrio signi�ca
que não está conseguindo cobrir seus custos e despesas totais, encontrando-se no campo de prejuízo. No
campo oposto, “quando o volume de vendas supera o estágio do ponto de equilíbrio está no campo de lucro”
( ).
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A análise do ponto de equilíbrio pode ser veri�cada, conforme Veiga e Santos (2016, p. 126), “a partir do
ponto de vista contábil (momento em que a receita total se iguala ao total de custos e despesas),
econômico (momento em que as receitas se igualam aos custos e despesas, adicionado ao custo de
oportunidade) e �nanceiro (momento em que as receitas se igualam aos custos e despesas com efetivo
desembolso)”.
 O Quadro 1 resume as três análises do ponto de equilíbrio:
Quadro 1 | Diferentes análises e formulações para o ponto de equilíbrio
 
Tipo de ponto de equilíbrio Fórmula
Contábil PEC = (custos �xos + despesas �xas)/margem
contribuição unitária
Econômico PEE = (custos �xos + despesas �xas + custo de
oportunidade)/margem contribuição unitária
Financeiro PEF = (custos �xos + despesas �xas - despesas
sem reembolso)/margem contribuição unitária
Fonte: adaptado de Veiga e Santos (2016).
Além disso, ao analisar o CVL simples, é possível calcular a margem de contribuição, que é a diferença entre
as receitas e os custos variáveis associados a cada unidade vendida. Conforme Padoveze (2014, p. 294), “a
margem de contribuição representa o lucro variável, sendo a diferença entre o preço de venda unitário e os
custos e as despesas variáveis por unidade de produto ou serviço”. Dessa forma, a margem de segurança
permite que a empresa identi�que o lucro para cada unidade vendida e para o total vendido.
Entretanto, a análise do CVL simples pode não ser aplicável à realidade da maioria das empresas, pois ela
frequentemente envolve múltiplos produtos ou serviços, cada um com custos e margens de contribuição
distintas. É aqui que entra o CVL composto, que oferece uma visão mais abrangente e complexa das
operações.
Elevando ainda mais a complexidade da análise, o CVL composto do mix de produtos foca nas proporções
em que cada produto é vendido. Essa abordagem estratégica permite que a empresa identi�que a
combinação ideal de produtos que maximize a rentabilidade geral. Para realizar a análise, pode ser utilizado
o Índice de Margem de Contribuição Ponderada (IMCp), que nada mais é do que a média ponderada das
margens de venda de cada produto multiplicada pela sua margem de contribuição. O Quadro 2 apresenta a
formulação para o IMCp.
Quadro 2 | Apresentação do Índice de Margem de Contribuição Ponderada (IMCp)
Conceito Fórmula
Índice de Margem de Contribuição Ponderada
(IMCp)
IMCp = (% vendas1 x M.C.1) + (% vendas2 x M.C.2) +
(% vendas3 x M.C.3) +... (% vendasn x M.C.n)
 
Em que:
 
% vendas => é o peso nas vendas de cada produto individualmente na empresa, em relação ao total.
M.C. => é a margem de contribuição de cada produto individualmente.
Fonte: adaptado de Crepaldi e Crepaldi (2023) e Leone e Leone (2010).
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Ao compreender o mix de produtos, os gestores podem tomar decisões mais inteligentes sobre preci�cação
e posicionamento de mercado. Identi�car quais produtos têm maior margem de contribuição e quais têm
maior demanda ajuda a determinar as ofertas mais atraentes e, consequentemente, a obter maior
lucratividade.
CVL simples e CVL composto: desvendando a dinâmica �nanceira dos negócios
Uma indústria de tecnologia produz diversos itens. Utilizando o CVL simples, pode-se calcular o ponto de
equilíbrio para cada produto, identi�cando em quais volumes de vendas cada item começa a gerar lucro. Já
com o CVL composto, a análise pode ser expandida para considerar o desempenho �nanceiro de todos os
modelos em conjunto, permitindo comparar sua rentabilidade global. Com o CVL composto do mix de
produtos, a empresa pode avaliar a proporção em que cada modelo é vendido e, assim, ajustar estratégias
de marketing, produção e preci�cação para otimizar os resultados �nanceiros.
Suponha que se deseje analisar o desempenho de seu produto "smartphone x" por meio do CVL simples. Os
dados são:
Preço de venda do smartphone X: $500
Custo variável por unidade (componentes, mão de obra etc.): $250
Custos �xos (salários, aluguel etc.): $50.000 por mês
Calculando o ponto de equilíbrio em quantidade:
Ponto de equilíbrio (em unidades) = custos �xos / margem de contribuição por unidade
Ponto de equilíbrio = $50.000 / ($500 - $250) = 200 unidades
Isso signi�ca que é necessário vender, pelo menos, 200 unidades do smartphone x por mês para cobrir
todos os seus custos e começar a gerar lucro.
Agora, deseja-se analisar o desempenho �nanceiro geral de todos os seus produtos (smartphone x, tablet y
e laptop z) por meio do CVL composto. Os dados são:
Mix de vendas mensais (proporção de vendas):
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Smartphone X: 50%
Tablet Y: 30%
Laptop Z: 20%
 
Margem de contribuição por unidade:
Smartphone x: $250
Tablet y: $150
Laptop z: $400
Calculando o ponto de equilíbrio globalde Janeiro, ocorreu a 1ª Jornada de Administração Hospitalar. Na ocasião,
Thomaz Raposo a�rmou que calcular o custo do paciente-dia era praticamente impossível, porém não seria
aconselhável abrir mão desse controle e ter pelo menos uma estimativa para saber o mais precioso índice
dos gastos hospitalares (PAVAN e PAVAN, 2019).
Assim, é imprescindível entender e compreender como os custos estão inseridos e como são avaliados
dentro das empresas. Nos hospitais, por exemplo, é fundamental calcular o custo do paciente-dia, que, por
sua vez, leva em consideração os custos imputados nos cuidados prestados durante a internação do
paciente. O custo do paciente-dia é um dos principais indicadores que auxiliam as instituições de saúde a
tomarem decisões. Assim como no hospital é em qualquer empresa.
Portanto, a contabilidade de custos atua em duas funções bastante relevantes no controle e na tomada de
decisão, fornecendo dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão e
alimentando informações sobre valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo
prazo das medidas de corte de produtos, �xação de preços de venda, opção de compra ou fabricação etc.
Observe, a seguir, a demonstração das contas de gestão ao �nal do exercício em um complexo hoteleiro, por
exemplo:
Quadro 1 | Demonstração de contas
Gastos Receitas
Compras 120.000 Variação dos estoques 2.000
Energia elétrica 60.000 Vendas 200.000
Pessoal 90.000 Prestação de serviços 50.000
Amortização 40.200    
Total gastos 310.200 Total receitas 252.000
Fonte: elaborado pelo autor.
Como você pode perceber, o hotel possui um resultado negativo de R$ 58.200/ano, então é necessário
tomar decisões para que ele possa reverter o cenário e passe a dar lucros. O papel da análise e avaliação
dos custos é fundamental para auxiliar nessas tomadas de decisões. Com isso, as empresas passaram a
entender que precisam racionalizar o uso do fator trabalho, aumentar a e�ciência, adaptar a produção às
novas tecnologias, explorar e expandir novos negócios, e tudo isso passa, sobretudo, por redução de custos
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ANÁLISE DE CUSTOS
e eliminação de desperdícios (PAVAN e PAVAN, 2019). Assim, é comum você ver de pequenas a grandes
empresas utilizando a contabilidade de custos de forma estratégica, justamente nas funções de controle e
de tomada de decisões, conforme modelo de gestão estratégica a seguir:
 
Figura 3 | Papel dos custos na estratégia empresarial. Fonte: elaborada pelo autor.
Dessa forma, podemos dizer que esse é o cenário das empresas, potencializado pelas mudanças
provocadas pelo mercado e perspectivas dos clientes, o aumento da competitividade e oferta de produtos e
serviços. Diante disso, as organizações passaram a dar ênfase na busca pelas melhorias operacionais, em
uma estratégia de e�ciência dos custos e o preço como elemento decisivo nas tomadas de decisões. 
Videoaula: Introdução à gestão de custos
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Neste vídeo, você vai entender que na contabilidade de custos normalmente há algumas di�culdades no
entendimento acerca da de�nição e reconhecimento dos termos gastos, custos, despesa, investimento e
perdas. Assim, é comum encontrar algumas dúvidas nesse reconhecimento de custos. Essas são as
terminologias de custos que precisam ser entendidas e compreendidas no processo de análise e avaliação
na contabilidade custos.
 
Saiba mais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A contabilidade de custos está cada vez mais atribuída à tomada de decisões nas empresas, especialmente
em virtude de sua importância na redução de desperdícios. No capítulo A gestão estratégica de custos, você
vai entender e compreender como a contabilidade de custos pode ser usada como ferramenta estratégica
de gestão.
PAIM, W. M. Análise de Custos. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2016.
Como o custo está atribuído diretamente ao consumo, nada mais importante do que avaliar o consumo para
analisar os custos inseridos. No artigo Custos e benefícios para o consumidor na ação da reciclagem, você
vai entender e compreender os custos e benefício de uma atividade de reciclagem.
CASTANHO, S. C. R; SPERS. E. E.; FARAH.O. E. Custos e benefícios para o consumidor na ação da
reciclagem. RAM. Revista de Administração Mackenzie. 2006.
Por �m, gerenciar os custos com materiais médicos hospitalares representa um grande desa�o para todas
as instituições de saúde, sejam públicas ou privadas. Leia a matéria sobre o aumento de custos nesse
segmento para entender melhor sua composição e evolução, assim como os principais desa�os que a
instituições possuem para gerenciá-lo.
SANGLARD, I. O aumento do custo da saúde no Brasil em 2023. Saúde Business. 2023.
 
Referências
https://biblioteca-virtual-cms-serverless-prd.s3.us-east-1.amazonaws.com/ebook/analisede-custos-1664472668755.pdf
https://www.scielo.br/j/ram/a/J9hH64kqQGYgG6zkbXBC5Ps/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/ram/a/J9hH64kqQGYgG6zkbXBC5Ps/?lang=pt
https://www.saudebusiness.com/mercado/o-aumento-do-custo-da-saude-no-brasil-em-2023
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
MONTORO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
PAVAN, F. R.; PAVAN, P. A. R. Gestão de custos hospitalares: uma abordagem gerencial. Campinas: Editora
Auster, 2019.
SALOTTI, B. M. et al. Contabilidade �nanceira. São Paulo: Atlas, 2019. 
Aula 2
Classi�cação dos custos e das despesas
Introdução
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Nesta aula você vai estudar os conceitos, entendimentos e classi�cações dos custos e entender que a
tarefa de classi�car os custos geralmente é uma análise exaustiva para a sua imputação, considerando suas
particularidades. Quando você vai comprar uma refeição, uma roupa ou um eletrodoméstico, ou ainda
contratar o serviço de uma diarista ou de um marceneiro, seja produto ou serviço, todos eles possuem um
valor monetário tomado por base uma análise no custo de produção. Esse é o processo de valoração e
envolve custo histórico, valor razoável, valor atual, valor de uso, custo de venda, custo amortizado, valor
contábil e valor residual. As particularidades dos custos são sua procedência, variabilidade e sua relação
com o objeto, classi�cando-se em custos e despesas, custos diretos e indiretos, custos �xos e variáveis.
Vamos em frente, consulte seus materiais de apoio para complementar o conteúdo da aula. 
Custos: entendendo e compreendendo seus conceitos
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
É quase sempre complexo o entendimento de quando tentamos de�nir e conceituar custos e despesas, por
isso é fundamental que você compreenda que o termo “despesa” está vinculado a todo gasto com produto
ou serviço consumido, direta ou indiretamente, para a obtenção de receitas (MARTINS, 2018). Por exemplo,
um imposto ou taxa que você paga para manter um empreendimento são despesas, assim como qualquer
produto que seja utilizado como fonte de recurso para obter receitas ou resultados. Tratando-se de custos,
eles possuem uma ampla variedade de aplicações para serem considerado como absolutos, ou seja, em
função do processo de cálculo, a informação que a empresa deseja obter, as etapas de obtenção, de sua
vinculação com o produto, dos inputs que o geram, entre outros, nos deparamos com diferentes
classi�cações de custos, tanto em relação à sua variabilidade como em relação ao objeto. Assim, isso é
fundamental para a contabilidade de custos, visando apropriar e registrar corretamente os custos. A seguir,
você pode entender a classi�cação dos custos por empresas de um mesmo grupo empresarial:
Quadro 1 | Análise da classi�cação e variabilidade dos custos
Bloco 1
  Empresa 1 Empresa 2
   
1 Custos diretos R$ 64.000 R$ 59.000
2 Custos indiretos R$ 172.000 R$ 164.000
3 Custos �xos R$ 116.000 R$ 62.000
4 Custos variáveis R$ 118.000 R$ 155.000em quantidade:
Ponto de equilíbrio global (em unidades) = custos �xos / margem de contribuição ponderada por unidade.
Para calcular a margem de contribuição ponderada, multiplicamos a margem de contribuição de cada
produto pela proporção de suas vendas e somamos os resultados:
Margem de contribuição ponderada = (50% * $250) + (30% * $150) + (20% * $400) = $125 + $45 + $80 =
$250.
Ponto de equilíbrio global = $50.000 / $250 = 200 unidades.
Nesse exemplo, a indústria precisa vender um total de 200 unidades de todos os produtos combinados para
atingir o ponto de equilíbrio e começar a obter lucro.
Para analisar o CVL composto do mix de produtos, a indústria quer determinar a proporção ideal em que
cada produto deve ser vendido para maximizar a rentabilidade global. Suponha que as metas da empresa
sejam as seguintes:
Vender pelo menos 250 unidades de smartphone x por mês.
Vender pelo menos 150 unidades de tablet y por mês.
Vender pelo menos 100 unidades de laptop z por mês.
Nesse caso, pode-se utilizar o índice de margem de contribuição ponderada (IMCp) para encontrar a
combinação ideal de vendas:
 
Índice de Margem de Contribuição Ponderada (IMCp) = (50% * $250) + (30% * $150) + (20% * $400) = $125 +
$45 + $80 = $250.
Para determinar a quantidade a ser produzida de cada produto, dividimos o IMCp pela margem de
contribuição de cada produto individualmente:
Quantidade smartphone X = $250 / $250 = 1 unidade
Quantidade tablet y = $250 / $150 ≈ 1,67 unidades (arredondado para 2 unidades)
Quantidade laptop z = $250 / $400 ≈ 0,625 unidades (arredondado para 1 unidade)
Portanto, deve-se vender aproximadamente uma unidade do smartphone X, duas unidades do Tablet y e uma
unidade do laptop z para atingir a combinação ideal e maximizar sua rentabilidade.
Por meio dessas análises, as organizações podem ajustar suas estratégias de venda, produção e
preci�cação para otimizar seus resultados �nanceiros e alcançar maior lucratividade.
Videoaula: CVL simples e CVL composto
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Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Neste vídeo, você veri�cará a análise de custo x volume x lucro (CVL), abordando os principais conceitos do
CVL simples, CVL composto e CVL composto do mix de produtos. A compreensão desses conceitos é
fundamental para auxiliar os gestores empresariais no processo de tomada de decisões estratégicas e no
sucesso dos negócios. Assista agora e desvende os segredos desse importante conhecimento em análise
de custos.
Saiba mais
No universo dos negócios, compreender como os custos, o volume de produção e as receitas se inter-
relacionam é essencial para o sucesso. O CVL simples foca em um único produto ou serviço, permitindo
identi�car o ponto de equilíbrio e a margem de contribuição. Já o CVL composto analisa diversos produtos
ou serviços, considerando suas particularidades e efeitos combinados nas �nanças da empresa. O CVL
composto do mix de produtos examina como diferentes combinações de produtos impactam a lucratividade
geral.
A leitura dos capítulos 22 e 23 de Martins (2018) o ajudarão a compreender como o CVL simples e o CVL
composto contribuem para a empresa atingir seus objetivos econômicos e operacionais. Acesse nos links a
seguir:
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018
Referências
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597018080/epubcfi/6/68%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter22%5d!/4
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/. Acesso em: 29 jul. 2023.
LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G. Curso de contabilidade de custos. 4. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2010. E-
book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522488704/. Acesso em: 29
jul. 2023.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/. Acesso em: 26 jul. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/. Acesso em: 29 jul. 2023.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/. Acesso em: 27 jul. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/.Acesso em: 22 jul.
2023.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. A. Contabilidade de custos: gestão em serviços, comércio e indústria. São Paulo:
Grupo GEN, 2016. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/.Acesso em: 22 jul. 2023.
Aula 3
Administração de gastos e decisões
Introdução
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522488704/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Nesta aula abordaremos o tema relacionado à área de Administração de Gastos e Decisões, que é um
conjunto de práticas estratégicas que visam controlar, monitorar e otimizar os recursos �nanceiros de uma
empresa. O estudo deste tema é importante para entender como os gestores podem tomar decisões
conscientes e embasadas, considerando o impacto das escolhas no orçamento e nas operações.
O processo de administração de gastos e decisões compreende desde a identi�cação e classi�cação dos
custos, passando pela alocação adequada de recursos, até a análise de resultados e possíveis melhorias.
Dessa forma, compreender cada fase desse processo é essencial para a tomada de decisões estratégicas.
Também estudaremos as ferramentas de gerenciamento de gastos e decisões, como orçamentos, análise
de custos-volumes-lucros, custeio baseado em atividades, entre outras. Vamos juntos nesta jornada de
conhecimento!
Administração de gastos e decisões: conceitos, teorias e ferramentas para uma
gestão �nanceira e�ciente
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A administração de gastos e decisões envolve a coordenação e o controle dos recursos �nanceiros
disponíveis, a �m de garantir o equilíbrio entre receitas e despesas, visando ao alcance dos objetivos
organizacionais. Trata-se de uma abordagem estratégica que analisa os custos envolvidos nas operações e
busca tomar decisões conscientes para otimizar a e�ciência e a rentabilidade da empresa.
De acordo com Ribeiro (2017, p. 13), “o processo de administração de tomada de decisões surge na década
de 1950, a partir da contabilidade gerencial, área derivada da contabilidade de custos, uma vez que os
gestores empresariais necessitavam de informações cada vez mais úteis ao processo decisório”.
Dessa forma, o gerenciamento de gastos e decisões, conforme Padoveze (2014, p. 84), “abrange a utilização
de modelos decisórios gerais e especí�cos para a tomada de decisão, tanto de caráter genérico como para
temas pontuais”, ou seja, trata-se de uma abordagem estruturada que envolve a análise criteriosa de
informações �nanceiras, operacionais e estratégicas, a �m de embasar as escolhas dos gestores.
O processo de gerenciamento de gastos e decisões, conforme Santos (2017, p. 250), “compreende as
etapas de planejamento, execução, relatório e avaliação”. O planejamento envolve o plano que deverá
acontecer ao longo de um período de tempo, como um mês, semestre ou ano, por exemplo. A etapa de
execução englobao que de fato ocorreu ao longo desse período de tempo. O relatório evidenciará a
distância entre o planejamento e execução e, por �m, a avaliação compreenderá a realização de ações que
busquem corrigir eventuais distorções ocorridas, ou ainda, potencializar resultados positivos.
Assim, para que o processo de tomada de decisão seja pautado em elementos objetivos e que contribuam
para o sucesso empresarial, a tomada de decisão bem sustentada deve ser feita com base no seguinte
�uxo: dados informação conhecimento tomada de decisão. Os dados devem ser convertidos em
informação a �m de facilitar a compreensão e o entendimento. Desse modo, com base no conhecimento
cientí�co, “a informação será digerida e transformada no combustível necessário para a decisão gerencial”
(SANTOS, 2017, p. 250).
As ferramentas de gerenciamento de gastos e decisões podem ser de�nidas como “instrumentos que
permitem a gestão e�caz de custos, sendo aplicadas no processo de controle, análise e acompanhamento
de seus controles internos, possibilitando, assim, atitudes e procedimentos tempestivos” (VEIGA; SANTOS,
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
2016, p. 113). Ou seja, essas ferramentas têm o propósito de facilitar o controle dos custos, permitindo que
a empresa identi�que onde estão sendo alocados os recursos e como estão sendo utilizados.
A partir da análise dos dados obtidos, os gestores podem tomar ações corretivas, caso necessário, ou
implementar medidas para otimizar os gastos e melhorar a e�ciência �nanceira da empresa. Estudamos nas
seções anteriores como a análise de custo x volume x lucro (CVL) apresenta importantes contribuições para
o processo de tomada de decisão, apresentando-se como um modelo que possibilita, conforme Wernke
(2018, p. 114), “prever o impacto no lucro do período ou no resultado projetado, de alterações ocorridas no
volume vendido, nos preços de venda vigentes e nos valores de custos e despesas”.
Sendo assim, com base em teorias sólidas, processos estruturados e ferramentas adequadas, os gestores
podem tomar decisões mais informadas e estratégicas, buscando a e�ciência e a maximização dos
resultados, elementos fundamentais para o crescimento sustentável e a competitividade no mercado atual.
Gerenciamento de gastos e decisões: estratégias para a sustentabilidade empresarial
O processo de gerenciamento de gastos e decisões, elemento constante da contabilidade gerencial, tem
como objetivo principal auxiliar os administradores em suas tomadas de decisões, com vistas a alcançar
maior produtividade com a “otimização dos recursos disponíveis, reduzindo custos e aperfeiçoando a
qualidade dos produtos fabricados, para melhorar a competitividade da empresa e, consequentemente,
alcançar resultados mais satisfatórios no desenvolvimento de suas atividades operacionais” (RIBEIRO, 2017,
p. 13)
Consequentemente, é possível compreender que tais atividades referem-se ao processo de coordenar,
monitorar e otimizar os recursos �nanceiros de uma empresa, com o objetivo de alcançar os melhores
resultados possíveis, ou seja, que “envolvem decisões que visam melhorar a produtividade, utilizar a
capacidade ociosa para atendimento de pedidos adicionais que envolvam a transferência da produção a
terceiros, ou mesmo encerrar ou manter uma linha de produtos e/ou segmentos” (OYADOMARI et al., 2023,
p. 163).
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Nesse contexto, o processo de gerenciamento de gastos e decisões envolvem etapas como a identi�cação
e análise dos gastos, tomadas de decisão e monitoramento. Inicialmente, a identi�cação dos gastos envolve
a identi�cação de todos os gastos da empresa, tanto �xos quanto variáveis. Isso pode ser feito por meio de
um sistema de controle de gastos, que pode ser manual ou automatizado.
Já a análise dos gastos é realizada após identi�cá-los.  É necessário analisá-los para identi�car áreas onde
podem ser reduzidos ou eliminados, o que pode ser feito através de uma análise de custos, que pode
identi�car os custos desnecessários ou excessivos. O processo de tomada de decisão é realizado após a
análise dos gastos. Após isso, é possível, por exemplo, tomar decisões sobre como melhor alocar os
recursos �nanceiros da empresa.
O processo de tomada de decisão pode também envolver a redução de custos, a otimização de processos
ou o investimento em novos projetos. Após a tomada de decisão, ocorre a etapa de monitoramento, uma vez
que monitorar os gastos da empresa regularmente é importante para garantir que eles estejam dentro do
orçamento. O processo de monitoramento pode ser feito por meio de relatórios �nanceiros, que podem
identi�car quaisquer desvios do orçamento.
O orçamento, enquanto ferramenta de gerenciamento de gastos e decisões, “exige que empresas façam
previsões de todos os custos e receitas associados com a produção, sendo utilizados tanto na etapa de
planejamento organizacional quanto na etapa de controle dos gastos realizados” (HANSEN; MOWEN, 2012,
p. 246). Além disso, o orçamento possibilita “o estabelecimento de metas �nanceiras para a empresa
(planejamento) e serve como guia para a alocação de recursos ao longo do período, ou seja, o controle”
(CREPALDI; CREPALDI, 2023, p. 314).
É importante ressaltar que a administração de gastos e decisões é uma prática contínua e dinâmica, que
requer �exibilidade para se adaptar a mudanças nas condições internas e externas da empresa. Por meio da
utilização e�ciente das ferramentas disponíveis e da aplicação dos princípios de controle, análise e
monitoramento, os gestores podem alcançar resultados mais satisfatórios no desenvolvimento de suas
atividades operacionais e garantir o crescimento sustentável da empresa.
Gerenciamento de gastos e decisões para a e�ciência operacional em uma indústria
de alimentos
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Para ilustrar o tema do gerenciamento de gastos e decisões, vamos considerar o caso �ctício de uma
indústria de alimentos que busca aprimorar sua e�ciência operacional e reduzir custos para enfrentar a
concorrência acirrada no mercado. O primeiro passo é identi�car todos os gastos da empresa. Utilizando um
sistema de controle de gastos, a equipe �nanceira da indústria coleta informações dos custos de matérias-
primas, mão de obra, energia, logística, entre outros. Ao analisar os dados, percebem que os custos com
transporte têm sido elevados devido a uma rota pouco e�ciente de distribuição de produtos.
Com a identi�cação dos gastos, a equipe de gestão realiza uma análise minuciosa dos números para
identi�car oportunidades de redução. Eles percebem que uma das linhas de produção consome uma
quantidade signi�cativa de energia durante as horas de pico, aumentando os custos operacionais.
Baseada nas análises, a empresa decide investir na atualização do maquinário da linha de produção, que
permitirá reduzir o consumo de energia e melhorar a e�ciência do processo. Além disso, a indústria opta por
terceirizar a distribuição de produtos, contratando uma empresa de logística especializada para otimizar as
rotas de entrega e reduzir os custos de transporte.
Com as decisões implementadas, a indústria monitora regularmente os resultados alcançados. O controle é
realizado por meio de relatórios �nanceiros e de desempenho, que mostram a economia de energia obtida
após a modernização da linha de produção e a redução signi�cativa nos gastos com transporte de
mercadorias.
Para garantir o sucesso das medidas tomadas, a empresa desenvolveu um orçamento detalhado, prevendo
os custos e as receitas associadas às mudanças implementadas. Além disso, antes de investir na
modernização do maquinário, foi realizada uma análise de investimentos que comprovaram a viabilidade
econômica do projeto.
Após alguns meses de implementação das decisões, a indústria de alimentos constata uma redução
signi�cativa nos custos de energia e de transporte. A modernização da linha de produção permitiu um
aumento na produtividade e uma economia de 20% nos gastos com energia. Além disso, a otimização das
rotas de entrega resultou em uma redução de 15% nos custosde transporte. O orçamento foi respeitado e
as mudanças mostraram-se �nanceiramente vantajosas, com retorno positivo dos investimentos realizados.
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ANÁLISE DE CUSTOS
O exemplo prático ilustra a aplicação do gerenciamento de gastos e decisões como uma estratégia para
otimizar a e�ciência operacional de uma empresa. Por meio da identi�cação e análise de gastos, seguidas
de decisões embasadas em dados e análises, a indústria de alimentos conseguiu reduzir custos e melhorar
sua competitividade no mercado. O processo de gerenciamento de gastos e decisões, aliado ao uso de
ferramentas como o orçamento e a análise de investimentos, possibilitou a tomada de decisões mais
informadas e estratégicas, garantindo o crescimento sustentável e a maximização dos resultados.
Videoaula: Administração de gastos e decisões
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Aprenda a tomar decisões estratégicas e conscientes, garantindo uma gestão �nanceira sólida e bem-
sucedida para o crescimento da empresa. Assista a este vídeo e potencialize sua capacidade de administrar
recursos com e�ciência, uma vez que a administração de gastos e decisões envolve a identi�cação e
classi�cação dos custos envolvidos no processo produtivo, até a análise de resultados e melhorias. Além
disso, você verá as ferramentas essenciais para um gerenciamento e�caz, como orçamentos, análise de
custos-volumes-lucros e custeio baseado em atividades.
Saiba mais
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ANÁLISE DE CUSTOS
O processo de gerenciamento de gastos e decisões em empresas tem como objetivo alcançar maior
e�ciência e maximização dos resultados. Essa abordagem envolve a identi�cação, análise e controle
criterioso dos custos envolvidos nas operações empresariais.
Nesse processo são percorridas etapas cruciais, desde a identi�cação dos gastos até a tomada de decisão
embasada em dados concretos. Há diversas ferramentas de gerenciamento utilizadas para auxílio, como o
orçamento empresarial e a análise de investimentos.
Com base nessas ferramentas, os gestores adquirem uma visão ampla da estrutura de gastos da empresa,
possibilitando escolhas estratégicas e o alcance de melhores resultados �nanceiros. A leitura do Capítulo 8,
de Hansen e Mowen (2012) o ajudará a compreender o papel do orçamento como instrumento de
planejamento e controle empresarial.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de Custos: Contabilidade e Controle. Cengage Learning
Brasil, 2012.
Além disso, o artigo de Lenz e Feil (2016) veri�ca como o orçamento empresarial é considerado por
empresas do Rio Grande do Sul como uma ferramenta essencial para auxiliar na tomada de decisões e no
estabelecimento de metas e responsabilidades a serem cumpridas.
LENZ, E. FEIL, A. A. Análise da utilização do orçamento empresarial como ferramenta de gestão industrial.
Revista do ICSA. Gestão e Desenvolvimento, Novo Hamburgo, a. XIII, v. 13, n. 2, p. 112-127, 2° sem. 2016. 
Referências
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/. Acesso em: 29 jul. 2023.
HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de custos: contabilidade e controle. São Paulo: Cengage Learning
Brasil, 2012. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/. Acesso em: 29 jul. 2023.
LENZ, E.; FEIL, A. A. A análise da utilização do orçamento empresarial como ferramenta de gestão industrial.
Revista Gestão e Desenvolvimento, [s. l.], v. 13, n. 2, p. 112-127, 2016. Disponível em:
https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistagestaoedesenvolvimento/article/view/408.Acesso em:
23 ago. 2023.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522109364/pageid/245
https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistagestaoedesenvolvimento/article/view/408
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/
https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistagestaoedesenvolvimento/article/view/408
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ANÁLISE DE CUSTOS
OYADOMARI, J. C. T. et al. Contabilidade gerencial: ferramentas para melhoria de desempenho empresarial.
São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559774456/.Acesso em: 29 jul. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/.Acesso em: 29 jul. 2023.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/.Acesso em: 27 jul. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/. Acesso em: 22 jul.
2023.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. A. Contabilidade de custos: gestão em serviços, comércio e indústria. Grupo GEN,
2016. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/. Acesso
em: 22 jul. 2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 29 jul. 2023.
Aula 4
Formação de preços
Introdução
Olá, estudante!
Entender como os preços são determinados é essencial para qualquer negócio bem-sucedido. Nesta aula,
vamos explorar três elementos-chave nesse processo.
Em primeiro lugar, abordaremos a formação de preços com base nos custos, pois é fundamental
compreender os diversos custos envolvidos na produção de um produto ou serviço, desde os custos diretos
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ANÁLISE DE CUSTOS
até os indiretos. A correta alocação e análise dos valores de custos são fundamentais para estabelecer um
preço competitivo e sustentável para as organizações.
Em seguida, mergulharemos na análise da demonstração de resultado. Essa ferramenta nos permite
compreender a estrutura de custos e receitas do negócio, possibilitando uma visão abrangente do
desempenho �nanceiro e embasando as decisões de preci�cação. Por �m, discutiremos o conceito de
mark-up. Essa é uma das abordagens mais utilizadas para calcular o preço de venda com base nos custos e
nas margens de lucro desejadas.
Vamos juntos conhecer a formação de preços!
Compreendendo a formação de preço, a partir dos custos, análise �nanceira e mark-up
A formação de preços de venda envolve o cálculo cuidadoso dos custos de produção, análise de dados
�nanceiros e estratégias comerciais para determinar o preço ideal de um produto ou serviço. Conforme
Padoveze (2010, p.  426) “o pressuposto básico é que o mercado está́ disposto a absorver os preços de
venda determinados pela empresa, que, por sua vez, são calculados em cima de seus custos reais ou
orçados”. Entretanto, embora seja uma metodologia sólida, “essa abordagem pode desconsiderar fatores
externos, como a demanda do mercado e a percepção de valor pelo cliente” (CREPALDI; CREPALDI, 2023, p.
293).
Por esse motivo, a formação de preços com base nos custos é uma abordagem que considera todos os
gastos diretos e indiretos associados à produção de um produto ou serviço. Os custos diretos englobam
materiais e mão de obra diretamente relacionados ao produto, enquanto os custos indiretos abrangem
despesas gerais, como aluguel e energia. A soma desses custos é combinada comuma margem de lucro
desejada para de�nir o preço de venda.
Além desta metodologia, a análise da demonstração de resultado também pode ser utilizada para a
formação de preços, uma vez que, ao examinar as receitas e os custos totais, incluindo os �xos e variáveis,
pode-se identi�car a margem de lucro líquido. Esse indicador é crucial na formação de preços, pois permite
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ANÁLISE DE CUSTOS
a compreensão profunda dos impactos �nanceiros das decisões tomadas. A análise da demonstração de
resultado também ajuda a identi�car possíveis oportunidades de redução de custos e aumento de e�ciência,
contribuindo para uma preci�cação mais competitiva.
A análise da demonstração de resultado para a formação de preços leva em consideração o cálculo do
mark-up, partindo do custo dos produtos vendidos. Segundo o autor, “o mark-up I parte do custo industrial, e
o multiplicador adotado determina o preço de venda antes dos impostos sobre a venda. O mark-up II parte
do preço de venda sem impostos para obter o preço de venda com impostos” (PADOVEZE, 2014, p. 332-
333). A Figura 1, a seguir, mostra essa relação.
Tabela 1 | Mark-up e a demonstração de resultados
Receita operacional
bruta (preço de venda
com impostos)
120,00
Mark-up II
 
(—) Impostos sobre a
venda (20,00)  
= Receita operacional
líquida
(Preço de Venda
sem Impostos)
100,00
 
Mark-up I
 
(—) Custo dos produtos
vendidos (custo
industrial por absorção)
(60,00)  
Materiais diretos 25,00  
Mão de obra direta 8,00  
Mão de obra indireta 12,00  
Despesas gerais 8,00  
Depreciações 7,00  
= Lucro Bruto 40,00  
(—) Despesas
operacionais e
�nanceiras
(28,00)  
Comerciais 12,00  
Administrativas 10,00  
Financeiras 6,00  
= Lucro líquido antes dos
impostos sobre o lucro 12,00  
(—) Impostos sobre o
Lucro (4,08)  
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ANÁLISE DE CUSTOS
= Lucro líquido após os
impostos sobre o lucro 7,92    
Fonte: Padoveze (2014).
A �gura nos mostra que a análise da demonstração de resultado para a formação de preço de venda, leva
em consideração o Mark-up, mas o que signi�ca este termo? O Mark-up é uma estratégia de preci�cação
que permite adicionar uma margem de lucro sobre os custos de produção para se chegar ao preço de venda,
sendo expresso como um percentual aplicado sobre o custo total do produto ou serviço.
Conforme de�ne Wernke (2018, p. 168), “o mark-up é um fator aplicado sobre o custo de compra de uma
mercadoria (ou sobre o custo total unitário de um bem ou serviço) para a formação do preço de venda
respectivo”. Sardinha (2013, p. 96) observa que o objetivo do mark-up é “permitir ao administrador ter
inicialmente uma visão global, tal qual olhasse a �oresta de cima, para depois empregar essa ferramenta a
casos individuais”.
Para abordar o problema, pode-se empregar um fator que, multiplicado ao custo do produto, determina o
preço de venda, caracterizada como mark-up multiplicador. Outra forma é de�nir um fator que, dividido ao
custo do produto, se encontra o preço da tarjeta de venda, sendo de�nida como mark-up divisor.
A ciência por trás dos preços: explorando custos, receitas e mark-up
No cenário atual, a formação de preços se tornou mais complexa, com avanços tecnológicos e a
globalização. Além disso, questões ambientais e de responsabilidade social também têm in�uenciado as
estratégias de preci�cação, levando em conta fatores como a sustentabilidade e a percepção do cliente
sobre marcas socialmente responsáveis.
Conforme Crepaldi e Crepaldi (2023, p. 293) o objetivo da formação do preço é “obter um valor de venda
su�ciente para cobrir todos os custos e despesas envolvidos e poder direcionar o lucro desejado”, ou seja, o
propósito fundamental é estabelecer um valor de venda que seja capaz de cobrir todos os custos e
despesas associados à produção do produto ou prestação do serviço. Além disso, a formação de preços
deve considerar a busca pelo lucro desejado pela empresa, permitindo que o empreendimento cresça,
invista em melhorias e seja �nanceiramente saudável.
Tal análise, conforme Crepaldi e Crepaldi (2023, p. 293), deve considerar, além de fatores relacionados a
custos, “o retorno do investimento realizado, a competitividade, a missão empresarial, a sobrevivência da
entidade, a elasticidade do mercado, bem como a �xação da marca, os estágios do ciclo de vida do produto
e a competitividade diante de seus principais concorrentes, conforme a teoria econômica”.
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ANÁLISE DE CUSTOS
Entretanto, por muitas vezes as empresas não possuem disponibilidade ou recursos para considerar
informações externas ao negócio, realizando a análise dos preços e venda com base em informações
internas, considerando os valores apresentados na demonstração de resultados e aplicando a técnica de
mark-up.
Na análise da demonstração de resultados para a formação de preços, a empresa deve examinar
cuidadosamente as receitas e os gastos totais da empresa, incluindo custos �xos e variáveis, despesas
�xas e despesas variáveis. Dessa forma, é possível identi�car a margem de lucro líquido obtida com a venda
dos produtos ou serviços, ou seja, a empresa poderá determinar o nível de lucro que será empregado no
preço de venda dos produtos, que seja su�ciente para pagar os custos e despesas da empresa, o que
também pode ser explorado a partir do mark-up.
O conceito de mark-up é representado como um “coe�ciente aplicado ao custo de um produto ou serviço
para estabelecer seu preço de venda, visando englobar diversos elementos, como os encargos tributários e
contribuições sociais ligados às vendas, as comissões sobre as vendas e a margem de lucro sobre as
vendas” (SANTOS, 2017, p. 161). Há duas abordagens para calcular o mark-up: o método do divisor e o do
multiplicador. Independentemente da abordagem escolhida, “o valor do preço de venda a ser adotado
permanecerá constante para ambas as modalidades de mark-up” (WERNKE, 2018, p. 169).
Conforme observa Sardinha (2013, p. 97), “enquanto no mark-up multiplicador a relação é a receita dividida
pelo custo das mercadorias a serem vendidas, no mark-up divisor essa relação é o custo das mercadorias a
serem vendidas sobre a receita”. O Quadro 1 apresenta as fórmulas referentes aos mark-up divisor e mark-
up multiplicador.
Quadro 1 | Fórmulas de mark-up divisor e mark-up multiplicador
Fórmula Legenda
Mark-up divisor = 1 – [(%DV + %CF + %DF +
%ML)/100]
 
 
%DV = Despesas variáveis
%CF = Custos �xos
%DF = Despesas �xas
%ML = Margem de lucro
Mark-up multiplicador = 100%/(100% – %DV + %CF
+ %DF + %ML)
%DV = Despesas variáveis
%CF = Custos �xos
%DF = Despesas �xas
%ML = Margem de lucro
Fonte: adaptado de Ribeiro (2017).
O valor encontrado para o mark-up multiplicador será multiplicado pelo custo unitário do produto para
determinar o preço de venda. Da mesma forma, o valor encontrado para o mark-up divisor será o
denominador a ser aplicado ao custo unitário, ao qual também se encontrará o preço de venda. Ambas as
técnicas possibilitam chegar ao mesmo preço de venda.
Formação de preços vencedora: integrando custos, estratégia e mark-up
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ANÁLISE DE CUSTOS
Vamos considerar para a aplicação dos conceitos estudados uma empresa �ctícia do ramo de produtos
sustentáveis. A empresa que produz e comercializa produtos ecológicos, como ecobags, produtos de
limpeza biodegradáveis e itens de decoração sustentáveis. A empresa possui uma visão clara de
responsabilidade social e deseja praticar preços competitivos, que cubram os custos de produção e
permitam alcançar o lucro desejado.
Considerando que a empresa quer formar o preço de venda para uma ecobag, a equipe de produção e o
setor �nanceiro calculam detalhadamente os gastos com a produção, que incluem os custos e despesas.
Dessa forma, os gastos incluem o valor dos materiais utilizados, a mão de obra envolvida, as despesas de
logística e embalagem, bem como os gastos administrativos. Após essa análise, a empresa encontrou os
seguintes valores:
%DV = Despesas variáveis = 10%
%CF = Custos �xos = 32%
%DF = Despesas �xas = 5%
%ML = Margem de lucro =13%
Aplicando a fórmula do mark-up divisor, temos:
Mark-up divisor = 1 – [(%DV + %CF + %DF + %ML)/100]
Mark-up divisor = 1 – [(10 + 32 + 5 + 13)/100]
Mark-up divisor = 1 – (60/100)
Mark-up divisor = 1 – 0,60
Mark-up divisor = 0,40
Considerando que a empresa identi�cou o custo unitário de determinado produto sendo igual a R$ 20,00,
encontraremos o preço de venda dividindo o custo unitário pelo mark-up divisor:
Preço de venda: R$ 20,00/0,40 = R$ 50,00.
Assim, o preço de venda unitário do produto ecobag será igual a R$ 50,00. Esse valor consegue pagar todos
os gastos (custos e despesas) incorridos com a fabricação e ainda ter uma lucratividade de 13%.
Se a empresa tivesse optado pelo cálculo utilizando o mark-up multiplicador, chegaria no mesmo preço de
venda de R$ 50,00. Vamos realizar o cálculo para tirar a prova? A fórmula do mark-up multiplicador está
apresentada a seguir:
Mark-up multiplicador = 100/(100 – %DV + %CF + %DF + %ML)
Mark-up multiplicador = 100/[100 – (10 + 32 + 5 + 13)]
Mark-up multiplicador = 100/(100 – 60)
Mark-up multiplicador = 100/40
Mark-up multiplicador = 2,5
O resultado de 2,5 é o mark-up multiplicador. Multiplicando o custo unitário de R$ 20,00 pelo mark-up
multiplicador, encontra-se o preço de venda unitário:
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ANÁLISE DE CUSTOS
Preço de venda: R$ 20 × 2,5 = R$ 50,00.
Assim, percebe-se que tanto pelo método do mark-up multiplicador quanto pelo mark-up divisor a empresa
chega no preço de venda de R$ 50,00, que, como identi�camos anteriormente, está adequado para o
pagamento dos custos e despesas e gerar a margem de lucro.
Em uma análise estratégica, as empresas podem utilizar o mark-up na formação do preço de venda como
um elemento de diferenciação ou popularização de seus produtos. Por exemplo, empresas que buscam
maior competitividade podem optar por mark-ups menores, enquanto aquelas que se destacam em
qualidade e diferenciação podem usar mark-ups maiores. Essa abordagem, embora simples, requer uma
análise cuidadosa para garantir que os preços permaneçam atrativos para os clientes e para que a empresa
obtenha a margem de lucro desejada.
Assim, compreende-se que a formação de preços é uma atividade complexa que requer uma abordagem
estratégica e embasada em informações �nanceiras internas e externas. Com o uso adequado desses
conceitos, as empresas podem tomar decisões mais assertivas na de�nição de preços, garantindo o
sucesso �nanceiro e a sustentabilidade dos negócios em um cenário empresarial cada vez mais competitivo
e consciente.
Videoaula: Formação de preços
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Neste vídeo, exploraremos os pilares essenciais para determinar preços competitivos e lucrativos.
Aprenderemos como identi�car os custos envolvidos na produção e como a demonstração de resultados
auxilia na de�nição de preços. Você também irá conhecer o conceito de mark-up, uma poderosa ferramenta
para preci�cação e determinação do lucro. Prepare-se para dominar estratégias fundamentais para o
sucesso empresarial!
Saiba mais
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ANÁLISE DE CUSTOS
O processo de preci�cação de ativos envolve a compreensão e cálculo dos custos de produção incorridos
no processo de fabricação, abrangendo os custos diretos e os custos indiretos, permitindo uma análise
precisa do preço de venda dos produtos ou serviços. Desse modo, a demonstração de resultados é uma
ferramenta poderosa para entender a estrutura de custos e receitas, embasando decisões estratégicas na
formação de preços. O processo de preci�cação envolve também o conceito de mark-up utilizado pelas
empresas para estabelecer margens de lucro competitivas.
A leitura do capítulo 13 do livro Contabilidade de custos, de Padoveze (2014), o ajudará a compreender a
importância da formação do preço de venda, da utilização da demonstração de resultado para compreender
os custos e despesas, receita de vendas e margem de lucro, além da utilização do mark-up.
PADOVEE, Clóvis L. Contabilidade de custos. Cengage Learning Brasil, 2014.
Referências
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522113835/pageid/350
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ANÁLISE DE CUSTOS
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/. Acesso em: 29 jul. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. Grupo GEN,
2010. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/. Acesso
em: 4 ago. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/. Acesso em: 29 jul. 2023.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/. Acesso em: 27 jul. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/. Acesso em: 22 jul.
2023.
SARDINHA, J. C. Formação de preço: uma abordagem prática por meio da análise custo-volume-lucro. Grupo
GEN, 2013. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/.
Acesso em: 5 ago. 2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 29 jul. 2023.
Aula 5
Revisão da unidade
Ferramentas de gestão de custos para de�nição do volume de produção e preço de
vendas
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/
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ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Ao longo desta unidade identi�camos como a análise de custo x volume x lucro (CVL) é um modelo crucial
para entender a relação entre custos de produção, volume de vendas e lucro empresarial pois, de acordo
com Santos (2017, p. 66), “essa análise considera tanto as pressões do mercado quanto a necessidade de
informações de custos para avaliar impactos de mudanças nos custos, preços, volumes e mix de produtos”.
Aprendemos também que a análise CVL projeta cenários e utiliza ferramentas como margem de
contribuição, ponto de equilíbrio e margem de segurança. A margem de contribuição, conforme Wernke
(2019, p. 115), “é o valor que cada unidade vendida contribui para cobrir custos �xos e gerar lucro”. O ponto
de equilíbrio é o nível de vendas em que o lucro é zero, indicando que a receita iguala os custos totais (�xos
e variáveis). Por �m, a margem de segurança “revela a capacidade de a empresa lidar com variações nas
vendas sem prejuízos” (VEIGA; SANTOS, 2016, p. 125).
Além disso, de acordo com Santos (2017, p. 66), “essa análise considera custo, preço e volume como
fatores-chave para o planejamento e análise da variação de lucro, podendo ser compreendida a partir do
CVL simples e do CVL composto”. O CVL simples se concentra em um produto, avaliando como o volume de
produção impacta custos e receitas, destacando o ponto de equilíbrio. A margem de contribuição, de�nida
por Crepaldi e Crepaldi (2023, p. 174), “é calculada a partir do CVL simples, representando o valor após a
venda de cada unidade para cobrir custos �xos e gerar lucro”.
Já o CVL composto abrange múltiplos produtos, cada um com custos e margens especí�cas, e é valioso
para indústrias diversi�cadas. No entanto, como observaPadoveze (2014), “calcular o ponto de equilíbrio
para vários produtos pode ser complexo”. Ribeiro (2017, p. 464) sugere calcular um "ponto de equilíbrio
global em quantidades" usando a margem de contribuição ponderada e, em seguida, determinar as
quantidades por produto.
Tais instrumentos contribuem para o processo de administração de gastos e decisões, pois, de acordo com
Wernke (2018, p. 114), “o CVL permite prever o impacto das mudanças no lucro por variações em volume
vendido, preços de venda e custos”. Assim, a administração de gastos e decisões coordena recursos
�nanceiros para equilibrar receitas e despesas, visando metas organizacionais. Esse processo, delineado
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
por Santos (2017, p. 250), “abrange planejamento, execução, relatório e avaliação, transformando dados em
informação, contribuindo para o processo de tomada de decisão”.
Por �m, vimos que a formação de preços de venda implica calcular custos, analisar dados e estratégias para
de�nir preços. Segundo Padoveze (2010, p. 426), “essa abordagem considera que o mercado aceitará preços
baseados nos custos da empresa”. Porém, “essa metodologia pode negligenciar fatores externos, como a
percepção de valor pelo cliente” (CREPALDI; CREPALDI, 2023, p. 293).
Nesse contexto, a análise da demonstração de resultados auxilia na formação de preços, utilizando o mark-
up (multiplicador ou divisor) aplicado aos custos para determinar o preço de venda. Wernke (2018, p. 168)
descreve o mark-up como “fator sobre o custo de compra para formar o preço de venda”, enquanto Sardinha
(2013, p. 96) “realça sua utilidade como visão global e ferramenta para casos individuais”.
Esses conhecimentos permitem uma melhor compreensão dos processos produtivos, contribuindo para a
rentabilidade e diferenciação da empresa frente aos concorrentes.
Videoaula: Revisão da unidade
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Neste vídeo você perceberá como as ferramentas para gestão de custos, com base na análise de custo x
volume x lucro (CVL) são essenciais para as empresas, pois permitem entender como o CVL contribui para a
formação de preços de venda (para um único produto ou um mix de produtos), e são abordagens
estratégicas fundamentais para determinar preços competitivos. Descubra como essas ferramentas
in�uenciam decisões e otimizam a e�ciência �nanceira. Assista agora e fortaleça sua compreensão das
estratégias de gestão de custos.
Estudo de caso
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Após estudar e compreender todos os conceitos abordados nesta unidade, você foi contratado por uma
cafeteria muito popular em uma movimentada área comercial.
A cafeteria é conhecida por oferecer um café de alta qualidade, além de proporcionar um ambiente
confortável para os clientes. No entanto, a gerência da cafeteria está preocupada com a lucratividade e os
custos incorridos no processo de venda dos cafés e deseja compreender melhor esse processo para tomar
decisões mais informadas e para otimizar seus resultados �nanceiros.
Dessa forma, sua contratação se deu para que você pudesse ajudar a cafeteria a entender o processo de
produção e venda do café. Para isso, você recomenda aos proprietários da cafeteria a utilização da análise
custo x volume x lucro (CVL). A análise CVL permitirá à cafeteria identi�car qual a margem de contribuição
unitária de cada café vendido, bem como o ponto de equilíbrio e a margem de segurança para o negócio.
Para que os proprietários da cafeteria possam entender a importância da análise CVL, você explica que a
margem de contribuição unitária possibilitará identi�car as diferenças entre o preço de venda e os custos
variáveis por xícara de café, permitindo uma melhor preci�cação, possibilitando a realização de ações
promocionais em dias-chave da semana ou ainda a revisão dos custos, buscando outros fornecedores.
Já o ponto de equilíbrio permitirá aos proprietários identi�car qual número de xícaras de café a cafeteria
precisa vender para cobrir seus custos, ou seja, o momento em que a receita de vendas dos cafés pagam
todos os custos. Por �m, a margem de segurança permitirá identi�car a porcentagem de vendas acima do
ponto de equilíbrio, indicando a capacidade da cafeteria de enfrentar variações nas vendas sem prejuízo.
Além disso, a realização da análise CVL permitirá à empresa conhecer melhor o lucro na operação, uma vez
que também será apresentada essa informação após a realização da análise CVL. Assim, para que seja
possível a realização da análise CVL e do lucro da cafeteria, você apurou as seguintes informações:
Preço de venda por xícara de café: R$ 10.
Custos �xos mensais: R$ 6.000 (aluguel da loja e salários da equipe).
Custos variáveis por xícara de café: R$ 3 (grãos de café e açúcar).
Volume de vendas mensais: 1.000 xícaras de café
Agora chegou a sua vez! Coloque a mão na massa e ajude a cafeteria a entender os elementos da análise
CVL para que as decisões tomadas pelos proprietários possam ser realizadas de maneira segura e objetiva,
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
permitindo a realização de ações estratégicas que contribuam para a sustentabilidade do negócio e para a
diferenciação da cafeteria frente aos seus concorrentes. Vamos lá!
_______
Re�ita
As ferramentas para gestão de custos proporcionam às empresas a capacidade de re�etir sobre sua
e�ciência, estratégias e rentabilidade. Ao explorar essas ferramentas, surgem oportunidades de otimizar
processos, preci�car produtos com sabedoria e tomar decisões fundamentadas. A análise de custo x
volume x lucro incentiva a pensar como os custos in�uenciam os lucros e as vendas, levando à identi�cação
do ponto de equilíbrio e da margem de segurança.
Essa análise também ajuda a re�etir sobre a viabilidade de projetos e investimentos, a e�cácia de processos
e a competitividade no mercado. Ao monitorar o desempenho, as empresas podem identi�car
oportunidades de melhoria contínua. Além disso, ao compreender os custos, as empresas podem fornecer
maior valor aos clientes e aprimorar sua posição competitiva.
Re�etir sobre os custos não é apenas sobre números, mas entender como cada elemento contribui para o
todo. Essa compreensão auxilia a tomar decisões mais informadas, alinhando a estratégia com a realidade
�nanceira. O questionamento constante sobre onde os custos podem ser reduzidos e onde os investimentos
podem ser mais bem aplicados conduz ao crescimento sustentável.
Em última análise, você pode se questionar: como as ferramentas para gestão de custos convidam as
empresas a olharem além das operações cotidianas e contemplarem o quadro geral?
A partir deste contexto, como as empresas podem construir bases mais sólidas para o sucesso,
encontrando oportunidades onde antes havia desa�os, ao utilizar ferramentas para gestão de custos?
Videoaula: Resolução do estudo de caso
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A cafeteria oferece um café a um preço de venda de R$ 10. Além disso, você identi�cou que os custos �xos
mensais totalizam R$ 6.000, que correspondem ao aluguel da loja e salários da equipe de trabalho. Você
também identi�cou que os custos variáveis por xícara de café, como grãos de café e açúcar, somam R$ 3.
Isso signi�ca que, a cada xícara de café vendida, a cafeteria incorre em R$ 3 em custos variáveis. Por �m,
apurou que a cafeteria vende 1000 xícaras de café mensais.
Com esses números em mãos, você inicia a análise CVL com a determinação da margem de contribuição. A
margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e os custos variáveis por unidade. Nesse caso:
Margem de contribuição unitária = Preço de venda-custos variáveis unitários
Margem de contribuição unitária = R$ 10 - R$ 3
Margem de contribuiçãounitária = R$ 7
A margem de contribuição unitária de R$ 7 representa a contribuição de cada xícara de café para cobrir os
custos �xos e gerar lucro.
A próxima etapa é determinar o ponto de equilíbrio operacional. Isso é feito dividindo-se os custos �xos pela
margem de contribuição unitária:
Ponto de equilíbrio = Custos �xos/Margem de contribuição unitária
Ponto de equilíbrio = R$ 6.000/R$ 7
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Ponto de equilíbrio ≈ 857 xícaras de café
Portanto, a cafeteria precisa vender, aproximadamente, 857 xícaras de café para cobrir seus custos �xos e
atingir o ponto de equilíbrio, então não haverá lucro nem prejuízo.
Com o ponto de equilíbrio identi�cado, a equipe pode calcular a margem de segurança, que é a diferença
entre as vendas atuais e o ponto de equilíbrio, expressa em percentual:
Margem de segurança (%) = (vendas – ponto de equilíbrio) / vendas
Margem de segurança (%) = (vendas – 857) / vendas
Considerando que a cafeteria vende 1.000 xícaras de café por mês, calculando-se a margem de segurança,
temos:
Margem de segurança (%) = (1.000 - 857) / 1.000
Margem de segurança (%) ≈ 14.3%
Com essas informações, também é possível calcular o lucro da cafeteria com a seguinte equação:
Lucro = preço de venda * volume de vendas – custos totais
Lucro = R$ 10 * 1.000 - (R$ 6.000 + (R$ 3 * 1.000))
Lucro = R$ 10.000 – (R$ 6.000 + R$ 3.000)
Lucro = R$ 10.000 – R$ 9.000
Lucro = R$ 1.000
Nesse cenário, a cafeteria obteria um lucro de R$ 1.000. Assim, você demonstrou como a análise de custo x
volume x lucro (CVL) pode ser uma ferramenta essencial para decisões estratégicas e o alcance da
lucratividade sustentável para os negócios. Nesse caso, a cafeteria, ao enfrentar desa�os em termos de
preci�cação e estratégia de vendas, pode realizar a aplicação da análise CVL para obter informações
cruciais para orientar suas decisões.
Resumo visual
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Referências
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. 3. ed.  São Paulo: Grupo GEN,
2010. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522485048/. Acesso
em: 22 jul. 2023.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/. Acesso em: 29 jul. 2023.
HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de custos: contabilidade e controle. São Paulo: Cengage Learning
Brasil, 2012. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/. Acesso em: 29 jul. 2023.
LEONE, G. S. G.; LEONE, R. J. G. Curso de contabilidade de custos. 4. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2010. E-
book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522488704/. Acesso em: 29
jul. 2023.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/. Acesso em: 26 jul. 2023.
OYADOMARI, J. C. T. et al. Contabilidade gerencial: ferramentas para melhoria de desempenho empresarial.
São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559774456/. Acesso em: 29 jul. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil, 7ª edição. São
Paulo: Grupo GEN, 2010. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/. Acesso em: 4 ago. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/. Acesso em: 29 jul. 2023.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/. Acesso em: 27 jul. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/. Acesso em: 22 jul.
2023.
SARDINHA, J. C. Formação de preço: uma abordagem prática por meio da análise custo-volume-lucro. Grupo
GEN, 2013. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/. Acesso em: 5 ago. 2023.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. A. Contabilidade de custos: gestão em serviços, comércio e indústria. Grupo GEN,
2016. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/. Acesso
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522485048/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522488704/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559774456/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/
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ANÁLISE DE CUSTOS
em: 22 jul. 2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 29 jul. 2023.
,
Unidade 4
Gestão estratégica de custos
Aula 1
Gerenciamento do custeio ABC
Introdução
Olá, estudante! Vamos explorar uma área da contabilidade que nos permite compreender a estrutura de
gastos das organizações de forma mais detalhada e estratégica. Iniciaremos nossos estudos a partir dos
conceitos inerentes ao custeio baseado em atividades, também conhecido como custeio ABC (Activity-
Based Costing).
No gerenciamento do custeio ABC, aprenderemos como identi�car e rastrear os custos associados a cada
atividade especí�ca dentro da empresa. Essa abordagem diferenciada permite que as organizações tenham
uma visão mais clara e precisa do impacto de cada atividade em seus resultados.
Com a análise do custeio ABC, é possível identi�car quais atividades são mais relevantes e, assim, alocar de
forma mais e�ciente os recursos, otimizando processos e reduzindo custos desnecessários. Além disso,
veremos como o custeio ABC desempenha um papel crucial na gestão estratégica de atividades (ABM –
Activity-Based Management), integrando-se à estratégia da empresa para alcançar vantagens competitivas e
alcançar seus objetivos estratégicos.
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Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Gerenciamento do custeio ABC: integrando e�ciência e estratégia empresarial
O sistema de custeio baseado em atividades, também conhecido como custeio ABC, “tem como principal
característica ser um sistema de custeio que realiza a atribuição dos custos indiretos aos produtos por meio
de atividades” (RIBEIRO, 2017, p. 344). Assim, o custeio ABC pode ser compreendido como uma
metodologia que visa identi�car e alocar os custos de uma organização com base nas atividades que
consomem recursos, em vez de apenas nos produtos ou serviços �nais.
Essa visão do custeio ABC, conforme Martins (2018, p. 269), “se apresenta como uma visão exclusivamente
funcional e de custeio de produto, sendo conhecida como a primeira versão ou primeira geração do ABC”.
Entretanto, o sistema de custeio ABC pode ser utilizado para além dessa visão primária, como um
importante instrumento de gestão empresarial, ao que se aplica a nomenclatura de gerenciamento do
custeio ABC.
Além da visão voltada para produtos ou serviços, que podemos considerar como a primeira geração, o
sistema de custeio ABC pode também ser utilizado em nível de análise de custos, permitindo uma visão
gerencial dos processos. Esse tipo de utilização do sistema de custeio ABC em nível gerencial é classi�cado
como segundageração, pois possibilita uma análise além da visão de produto ou serviço.
A visão de gerenciamento do custeio ABC em segunda geração pode ser de�nida como a “utilização desse
sistema de custeio a partir de uma abordagem que observa tanto a visão econômica de custeio quanto a
visão de aperfeiçoamento de processos” (MARTINS, 2018, p. 269), sendo utilizada, portanto, como uma
ferramenta que auxiliará o gestor a melhorar o �uxo das atividades realizadas no processo em um processo
de reengenharia, para que o produto ou serviço prestado tenham um maior valor percebido pelos clientes.
Martins (2018, p. 271) ainda considera o sistema de custeio ABC sob o ponto de vista da terceira geração,
na qual “o foco de análise se dá sob a perspectiva do cliente, tanto para as necessidades internas de cada
departamento quanto pelas necessidades dos consumidores que comprarão o seu produto ou serviço
somente se perceberem um valor diferenciado”.
Aprofundando ainda mais a visão quanto à utilização do custeio ABC na gestão estratégica de atividade
(ABM), observa-se que o custeio e a gestão baseados em atividades (ABC/ABM) “têm por objetivo melhorar
a mensuração e a administração desses custos e despesas considerados �xos” (MARTINS, 2018, p. 193),
indicando que os custos não devem ser simplesmente direcionados às atividades que compõem o produto
ou serviço, mas sim devem ser analisados pelos gestores para identi�car se eles mesmos agregam ou
destroem valor a esse produto ou serviço.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Conforme observa Padoveze (2014, p. 254), a ideia central da ABM é ter “o foco da gestão econômica da
empresa por meio da avaliação da e�ciência, da produtividade e do desempenho das atividades,
contribuindo para que o olhar sobre os aspectos contábeis do processo de custeio tenham também
utilidade para o planejamento estratégico da empresa”.
Dessa forma, podemos compreender que o gerenciamento do custeio ABC é um importante instrumento de
decisão empresarial a partir do entendimento detalhado dos custos associados a cada atividade,
contribuindo para que as empresas possam aprimorar suas operações, aumentar sua competitividade e
garantir uma posição sólida em um cenário de negócios em constante mudança.
O ABC da e�ciência �nanceira: análise de custos e ABM
O gerenciamento do custeio baseado em atividades, mais conhecido como Custeio ABC (Activity-Based
Costing), é uma abordagem contábil que tem revolucionado a forma como as empresas analisam e
controlam seus custos. Conforme de�nem Veiga e Santos (2016, p. 71), “o custeio ABC passou a ser muito
utilizado na década de 1980, mas a�rma-se que já era utilizado na década de 1960 nos Estados Unidos”.
Desse  modo, o sistema de custeio ABC se apresenta como uma metodologia que visa identi�car e alocar os
custos de determinado produto ou serviço com base nas atividades que consomem recursos, em vez de
apenas os elementos de custos, como insumos e mão de obra, por exemplo. Em sua essência, o método
busca entender como cada atividade contribui para a geração de valor e como os recursos são utilizados ao
longo dessas atividades.
Entretanto, no contexto do gerenciamento do custeio ABC, a metodologia desse sistema de custeio é
aplicada como uma ferramenta de gestão, passando a ter uma visão mais ampliada das atividades que
compõem o processo. Essa segunda geração se divide em visão econômica (vertical) e visão de
aperfeiçoamento dos processos (horizontal). Conforme de�ne Martins (2018, p. 269), “a visão vertical de
custeio fornece basicamente os mesmos dados que já estavam contemplados na primeira versão do ABC”.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Podemos, então, compreender que a visão vertical aborda os elementos de custo relacionados às atividades
que compõem o processo de realização do produto ou serviço, mas não se limitando ao registro desses
custos apenas. Nessa visão de segunda geração, a análise econômica indicará o quanto os custos
direcionados para cada atividade estão com valores adequados ao planejamento da empresa para �ns de
gastos.
Já a visão horizontal, de aperfeiçoamento de processos, conforme Martins (2018, p. 269) “reconhece que
um processo é formado por uma sequência de atividades encadeadas, exercidas através de vários
departamentos da empresa”. Esse tipo de percepção permite que os processos sejam analisados,
custeados e aperfeiçoados através da melhoria de desempenho na execução das atividades.
A partir dessa perspectiva, os gestores podem identi�car atividades que agregam pouco valor ou que
consomem recursos em excesso, abrindo caminho para a otimização de processos e redução de custos.
Além disso, o ABC possibilita uma alocação mais precisa dos custos aos produtos ou serviços, fornecendo
uma base sólida para preci�cação e estratégias comerciais mais competitivas.
Além dessa visão de processo, a terceira geração da visão de gerenciamento do custeio ABC observa as
necessidades dos clientes, tanto internas quanto externas da empresa, ou seja, a visão do custeio ABC
“preocupa-se com as necessidades dos setores que direcionam as atividades do processo e preocupa-se
também com os diferenciais que são percebidos pelos consumidores, com base nas necessidades que
estes demandam” (MARTINS, 2018, p. 271).
O custeio ABC tem uma importante aplicação na gestão estratégica de atividades, também conhecida como
ABM (Activity-Based Management). Em termos práticos, “tanto o conceito ABM como o ABC acabam por se
restringir à avaliação do custo das atividades e à classi�cação de atividades que adicionam valor ou não aos
produtos e clientes” (PADOVEZE, 2014, p. 255).
O ABM permite que a empresa alinhe suas atividades operacionais às suas metas estratégicas,
identi�cando onde é possível investir recursos para gerar maior valor e vantagem competitiva. Essa
integração estratégica possibilita uma tomada de decisão mais orientada para o futuro, impulsionando o
crescimento sustentável e a maximização dos resultados.
Estratégia �nanceira inteligente: explorando o custeio ABC na gestão de atividades
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Para ilustrar a aplicação prática do gerenciamento do custeio ABC, consideremos o caso hipotético de uma
indústria de calçados que busca aprimorar sua e�ciência e competitividade no mercado. Inicialmente, o
sistema de custeio ABC irá realizar a identi�cação e classi�cação das atividades pertinentes ao processo
produtivo.
No primeiro passo, a empresa realiza uma análise minuciosa de suas atividades, identi�cando todas as
etapas do processo produtivo, desde a aquisição de matérias-primas até a entrega do produto �nal ao
cliente. As atividades são classi�cadas em categorias como "compra de matéria-prima", "produção de
componentes", "montagem do calçado", "embalagem", "distribuição", entre outras.
Com a lista de atividades em mãos, a empresa identi�ca os custos diretos e indiretos associados a cada
uma delas. Os custos diretos, como a mão de obra especí�ca para determinada atividade, são alocados de
forma direta. Já os custos indiretos, como aluguel de fábrica, energia elétrica e supervisão de produção, são
distribuídos de acordo com critérios de causalidade, como horas de trabalho ou consumo de recursos.
Com os custos devidamente alocados, a empresa realiza uma análise detalhada de cada atividade em
termos de custo e e�ciência. Por exemplo, pode-se observar que a atividade "montagem do calçado"
consome uma parcela signi�cativa dos custos indiretos, enquanto a atividade "embalagem" representa um
custo relativamente baixo em comparação. Essa análise ajuda a identi�car gargalos e oportunidades de
melhoria.
Com base nos resultados da análise, a gestão pode tomar decisões estratégicas fundamentadas. Por
exemplo, se a atividade "montagem do calçado" estiver consumindo muitos recursos sem agregar valor
signi�cativo ao produto, a empresa pode considerar a possibilidade de automatizar parte do processo para
reduzir custos e aumentar a e�ciência.
Para avançar em direção à terceira geração do ABC, a empresa pode adotar a gestão baseada em atividades
(ABM).Nesse estágio, a empresa coloca o foco no cliente, buscando entender quais atividades são
valorizadas pelos consumidores e quais podem ser aprimoradas para aumentar o valor percebido pelo
cliente.
Com o ABM em ação, a empresa pode realizar uma reengenharia de processos, buscando otimizar
atividades que realmente impactam a satisfação do cliente. Por exemplo, se o público-alvo valoriza calçados
com design diferenciado, a empresa pode investir mais na atividade de "desenvolvimento de design" para
agregar valor ao produto �nal.
Ao longo do tempo, a empresa colhe os frutos do gerenciamento do custeio ABC e da aplicação do ABM. Os
custos são mais bem distribuídos e controlados, os processos são otimizados, e o valor percebido pelo
cliente é ampliado. Com uma operação mais e�ciente e focada nas necessidades do mercado, a indústria de
calçados pode conquistar maior competitividade e sustentabilidade no cenário empresarial.
Em resumo, o gerenciamento do custeio ABC, aliado ao ABM, é uma poderosa abordagem que permite às
empresas entender melhor seus custos, melhorar processos, agregar valor aos produtos ou serviços e,
assim, se destacar em um mercado cada vez mais exigente e dinâmico. Essa metodologia contábil vai além
da simples alocação de custos e se torna uma ferramenta estratégica essencial para a tomada de decisões
assertivas e o sucesso empresarial.
Videoaula: Gerenciamento do custeio ABC
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Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Neste vídeo,  você será capaz de identi�car os principais aspectos relacionados ao gerenciamento do
custeio ABC, análise do custeio ABC e sua aplicação estratégica na gestão de atividades (ABM), uma vez
que a observação desse método de custeio oferece uma visão mais detalhada dos custos associados a
cada atividade especí�ca, auxiliando na tomada de decisões mais e�cientes e na alocação estratégica de
recursos, impulsionando o sucesso das organizações.
Saiba mais
A ABM, conforme Hansen e Mowen (2012, p. 475), “é uma abordagem integrada, no sistema como um todo,
que focaliza a atenção do gestor nas atividades com o objetivo de melhorar o valor ao cliente e o resultado
obtido ao fornecer este valor, ou seja, engloba tanto o custeio do produto como a análise de valor do
processo”.
Para entender de forma mais detalhada a importância que o gerenciamento do custeio ABC e o custeio ABC
na gestão estratégica de atividade (ABM), veri�que o capítulo 24, de Martins (2018).
MARTINS, E. Contabilidade de Custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book.
Bons estudos!
Referências
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597018080/epubcfi/6/72[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter24]!/4
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de custos: contabilidade e controle. São Paulo: Cengage Learning
Brasil, 2012. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/.
Acesso em: 29 jul. 2023
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/. Acesso em: 24 jul. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/. Acesso em: 24 jul. 2023.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/. Acesso em: 24 jul. 2023.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. A. Contabilidade de custos: gestão em serviços, comércio e indústria. Grupo GEN,
2016. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/. Acesso
em: 24 jul. 2023.
Aula 2
Análise de margem de contribuição
Introdução
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
A análise de margem de contribuição é um conceito fundamental para a tomada de decisões estratégicas,
uma vez que ela é um indicador que representa a diferença entre a receita de vendas de um produto ou
serviço e os custos variáveis associados à sua produção, ou seja, é o valor que contribui efetivamente para
cobrir os custos �xos e gerar lucro.
A análise da margem de contribuição permite aos gestores entender o desempenho �nanceiro de cada
produto ou serviço, identi�cando quais destes são os mais rentáveis e quais podem demandar ajustes em
sua estratégia de preci�cação ou produção. A análise da margem de contribuição se aplica também para
analisar um mix de produtos. Ao analisar o mix de produtos com base na margem de contribuição, pode-se
otimizar a alocação de recursos e esforços, concentrando-os naqueles que trazem maior retorno �nanceiro.
Bons estudos!
Desvendando a análise de margem de contribuição: estratégias para maximizar a
lucratividade empresarial
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ANÁLISE DE CUSTOS
A análise de margem de contribuição é uma abordagem fundamental na gestão �nanceira de empresas que
busca avaliar a lucratividade de produtos ou serviços e auxiliar nas tomadas de decisões estratégicas, uma
vez que esse indicador representa a parcela do preço de venda de um produto ou serviço que está disponível
para cobrir os custos e despesas variáveis da empresa, após descontados os custos diretos de produção.
Conforme Wernke, (2018, p. 115), compreende-se o conceito de margem de contribuição como “o valor (em
$) que cada unidade comercializada contribui para, inicialmente, pagar os gastos �xos mensais da empresa
e, posteriormente, gerar o lucro do período”. Em outras palavras, é o valor que efetivamente contribui para a
formação do lucro.
Considerando a margem de contribuição unitária como sendo a “diferença entre a receita bruta auferida na
venda de uma unidade de produto e o total dos custos variáveis incorridos na fabricação dessa unidade de
produto” (RIBEIRO, 2017, p. 437), conforme apresentado na fórmula a seguir:
MCU = RBU – CVU
em que:
MCU = Margem de contribuição unitária
RBU = Receita bruta unitária
CVU = Custos variáveis unitários
A margem de contribuição unitária, conforme Veiga e Santos (2016, p. 117), “contribui para amortizar os
custos �xos, pois quando atinge o total dos custos �xos é chamado de ponto de equilíbrio. Depois disso,
cada unidade produzida, vendida e recebida irá contribuir com o lucro antes do imposto de renda e da
contribuição social sobre o lucro”. Dessa forma, a análise da margem de contribuição, para a gestão
�nanceira, permite identi�car quais produtos ou serviços são mais rentáveis e quais podem não estar
gerando o retorno esperado.
O mix de produtos refere-se à composição do portfólio de produtos ou serviços oferecidos por uma
empresa, uma vez que di�cilmente uma empresa produz e vende um único produto ou serviço. Assim, ao
analisar o mix pelo critério da margem de contribuição, o gestor pode tomar decisões estratégicas para
otimizar a rentabilidade do negócio.
Para se realizar a análise da margem de contribuição para um mix de produtos, é necessário construir um
modelo de decisão de margem de contribuição que seja aplicável para múltiplos produtos e serviços.
Conforme orienta Padoveze (2014), esse modelo deve conter os mesmos elementos fundamentais do
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ANÁLISE DE CUSTOS
modelo básico, ou seja, os volumes e os dados unitários no formato de demonstração de resultados de um
período.
A utilização da análise da margem de contribuição tem como princípio estratégico realocar recursos e
esforços, dando maior ênfase aos produtos de alta margem de contribuição, que geram maior lucratividade,
e eventualmente reduzindo oueliminando produtos de baixa margem de contribuição ou margem negativa.
Essa abordagem contribui para a alocação e�ciente de recursos, maximizando o potencial de lucro e
sustentabilidade da empresa.
Além dos custos: entendendo a importância da análise de margem de contribuição na
tomada de decisões empresariais
A compreensão do conceito margem de contribuição, conforme Wernke, (2018, p. 115), “representa o valor
resultante da venda de uma unidade após serem deduzidos, do preço de venda respectivo, os custos e as
despesas variáveis (como matérias-primas, tributos incidentes sobre a venda e comissão dos vendedores)
associados ao produto comercializado”.
Conforme Sardinha (2013, p. 37), “o uso do custeio por contribuição gera duas vantagens para se
empregarem em análise: (1) a relação custos variáveis sobre receita (CV/R) se mantém constante; e, (2)
cada unidade adicional irá contribuir ao lucro com sua margem de contribuição unitária (MC)”.
Uma das abordagens para a análise da margem de contribuição se dá pela utilização da demonstração de
resultado, pois a estruturação desse demonstrativo possibilita separar os custos variáveis da receita de
vendas para encontrar a margem da contribuição, da margem de contribuição retiram-se os custos e
despesas �xas para identi�car o lucro operacional. O Quadro 1, a seguir, apresenta o esquema relacionado à
demonstração de resultado:
Quadro 1 | Análise da margem de contribuição a partir da demonstração de resultado
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ANÁLISE DE CUSTOS
Demonstração de resultado – Margem de contribuição
= Receita de vendas
(-) Custos variáveis
= Margem de contribuição
(-) Custos e despesas �xas
= Lucro operacional
Fonte: adaptado de Sardinha (2013).
Assim, é possível identi�car como a receita de vendas é consumida pelos custos variáveis, ou seja, como os
custos variáveis contribuem para a formação do lucro. A utilização do método de custeamento variável,
método pelo qual todos os custos variáveis são alocados aos bens ou serviços, sejam eles diretos ou
indiretos, “apresenta a vantagem de possibilitar que se encontre a margem de contribuição unitária de cada
produto, podendo servir como instrumento de decisão de curto prazo” (CREPALDI; CREPALDI, 2023, p. 174).
A análise da margem de contribuição pode também ser aplicada para identi�car a margem de contribuição
para o mix de produtos, sendo utilizada pelas empresas para a de�nição de quais produtos vendidos por
uma empresa apresentam maior retorno em relação ao lucro. Ela é utilizada estrategicamente pelas
empresas para orientar tanto a linha de produção quanto o esforço de vendas do mix de produtos que
apresente melhor margem de contribuição.
Esse ponto de vista é orientado por Santos (2017, p. 51), que observa a análise da margem de contribuição e
do ponto de equilíbrio “para identi�car a necessidade de alteração do mix de vendas, a partir do
comportamento do mercado, ou a alteração de políticas de vendas com relação ao lançamento de novos
produtos, bem como para a de�nição do mix de produtos, do nível de produção e preço do produto”.
Ao aplicar a margem de contribuição no mix de produtos, a empresa pode identi�car aqueles que
contribuem signi�cativamente para a margem de lucro global, permitindo que recursos e esforços sejam
direcionados de forma mais estratégica. Além disso, a análise da margem de contribuição e do ponto de
equilíbrio possibilita a identi�cação de produtos com baixa rentabilidade ou mesmo prejuízo.
Essa percepção permite que se reavalie a viabilidade de manter esses produtos no portfólio, podendo optar
por descontinuá-los ou reformular suas estratégias de venda e produção, ou seja, possibilita uma
reavaliação constante do portfólio da empresa, identi�cando produtos de baixa rentabilidade e permitindo
ajustes estratégicos para otimizar os resultados �nanceiros.
Desse modo, a análise da margem de contribuição é uma prática essencial para a gestão �nanceira e
estratégica das organizações, fornecendo informações valiosas para tomada de decisões de curto e longo
prazo, permitindo uma compreensão profunda de como os custos variáveis afetam a lucratividade. 
Lucratividade em foco: como a análise de margem de contribuição impulsiona o
sucesso dos negócios
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ANÁLISE DE CUSTOS
Para entender melhor como a análise de margem de contribuição pode ser aplicada na gestão �nanceira de
uma empresa, vamos considerar um exemplo prático, em que uma empresa fabrica e vende quatro produtos
diferentes: A, B, C e D. Os custos e despesas variáveis médias por unidade e o preço de venda médio por
unidade estão apresentados no Quadro 2, a seguir:
Quadro 2 | Custos e despesas variáveis médias por unidade e o preço de venda médio por unidade
- Produto A: Preço de venda (RBU) = R$ 30, Custos e despesas variáveis (CVU) = R$ 12
- Produto B: Preço de venda (RBU) = R$ 10, Custos e despesas variáveis (CVU) = R$ 5
- Produto C: Preço de venda (RBU) = R$ 60, Custos e despesas variáveis (CVU) = R$ 25
- Produto D: Preço de venda (RBU) = R$ 40, Custos e despesas variáveis (CVU) = R$ 15
Fonte: elaborado pelo autor.
Além disso, os custos �xos e despesas �xas totais somam R$210.000. A partir dessas informações, calcula-
se a margem de contribuição unitária (MCU) para cada produto. O Quadro 3 apresenta o cálculo para a MCU.
Quadro 3 | Cálculo da margem de contribuição unitária (MCU)
- MCU (Produto A) = R$ 30 - R$ 12 = R$ 18
- MCU (Produto B) = R$ 10 - R$ 5 = R$ 5
- MCU (Produto C) = R$ 60 - R$ 25 = R$ 35
- MCU (Produto D) = R$ 40 - R$ 15 = R$ 25
Fonte: elaborado autor.
Para analisar a margem de contribuição ponderada em percentual, utiliza-se a regra de três para encontrar
os valores percentuais que correspondem à contribuição de cada produto. O Quadro 4 apresenta o cálculo
para a margem de contribuição ponderada em percentual:
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ANÁLISE DE CUSTOS
Quadro 4 | Cálculo da margem de contribuição ponderada em percentual
- Produto A: 18 × 100/83 = 21,68675%
- Produto B: 5 × 100/83 = 6,02410%
- Produto C: 35 × 100/83 = 42,16867%
- Produto D: 25 × 100/83 = 30,12048%
- Total = 100%
Fonte: elaborado pelo autor.
A partir desse cálculo e, considerando hipoteticamente a simulação referente à fabricação de 100 unidades,
tem-se a margem de contribuição ponderada para esse quantitativo fabricado, calculado a partir do produto
do quantitativo de cada produto pela MCU de cada produto. O cálculo está apresentado no Quadro 5:
Quadro 5 | Margem de contribuição ponderada para a fabricação de 100 unidades
- Produto A: 21,68675 un × R$ 18 = R$ 389,55850
- Produto B: 6,02410 un × R$ 5 = R$ 30,12050
- Produto C: 42,16867 un × R$ 35 = R$ 1.476,91685
- Produto D: 30,12048 un × R$ 25 = R$ 753,01200
Totais: 100 un = R$ 2.649,60785
Fonte: elaborado pelo autor.
Então, a margem de contribuição ponderada para a fabricação de 100 unidades corresponderá a
R$2.649,60785. Logo, a margem de contribuição unitária ponderada será de R$26,49608. Com a MCU
ponderada, pode-se identi�car o ponto de equilíbrio contábil (PEC):
Para encontrar as quantidades de cada produto no PEC, aplica-se o mesmo percentual de participação da
MCU em relação à margem de contribuição total (MCT). O cálculo está apresentado no Quadro 6:
Quadro 6 | Cálculo do ponto de equilíbrio contábil por produto
Fonte: elaborado pelo autor.
Dessa forma, a empresa precisa vender aproximadamente 7.930 unidades no ponto de equilíbrio contábil
para cobrir seus custos e despesas �xas totais, no valor de R$ 210.000. Com base nessa análise, a empresa
pode tomar decisões estratégicas para otimizar seu mix de produtos focando nos produtos que contribuem
mais para a lucratividade e rentabilidade do negócio. Além disso, é possível de�nir metas realistas e elaborar
um plano �nanceiro mais embasado para alcançar o sucesso no mercado competitivo. O PEC encontrado
em unidades pode ser identi�cado em valores, conforme indica o cálculo apresentado no Quadro 7:
Quadro 7 | Cálculo do ponto de equilíbrio contábil em valores
PEC  =  R$ 210. 000 /R$ 26, 49608  ≈  7. 930 unidades
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ANÁLISEBloco 2
Empresa 3 Empresa 4  
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ANÁLISE DE CUSTOS
 
R$ 200.000 R$ 129.000  
R$ 198.000 R$ 46.000  
R$ 195.000 R$ 22.000  
R$ 193.000 R$ 122.000  
Fonte: elaborado pelo autor.
Em se tratando da variabilidade dos custos, eles são classi�cados em custos diretos e indiretos. Bruni e
Gomes (2010) a�rmam que custos diretos são aqueles gastos que podem ser facilmente vinculados aos
produtos, pois fazem parte dele ou possuem relação direta com seu processo produtivo. Dessa forma, os
custos diretos são aqueles que estão vinculados ao produto, bastando haver uma medida de consumo,
como quilograma de materiais consumidos, embalagens utilizadas, horas de mão de obra utilizadas e até
quantidade de energia consumida (MARTINS, 2018). Por outro lado, os custos indiretos são aqueles que não
oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira
estimada, muitas vezes arbitrária, como o aluguel de um imóvel, a supervisão, entre outros (MARTINS, 2018).
Como você pode perceber, ao contrário dos diretos, os custos indiretos não podem ser diretamente
associados ao produto e, normalmente, necessitam de rateios para serem corretamente apropriados a eles
(BRUNI; GOMES, 2010).
Em relação ao objeto, os custos podem ser classi�cados como variáveis e �xos. Nesse aspecto, Bruni e
Gomes (2010) a�rmam que custos variáveis são aqueles que variam de acordo com a quantidade produzida,
ou seja, têm relação diretamente proporcional com o volume de produção. Assim, estes são inerentes à
produção dos produtos e serviços e variam na mesma proporção do volume de atendimento. Por outro lado,
os custos �xos são os que não variam de acordo com as quantidades produzidas, pois independem do nível
de atividade ocorrida na empresa (BRUNI; GOMES, 2010). Pavan e Pavan (2019) ressaltam que os custos
�xos estão relacionados com a infraestrutura e não se alteram, mesmo havendo modi�cações no volume de
produção.
Como você pode compreender, há uma diferença na classi�cação em relação à variabilidade dos custos,
envolvendo custos �xos e variáveis, assim como uma diferença na identi�cação dos custos em relação ao
objeto, sendo eles classi�cados como custos diretos e indiretos.
Classi�cação dos custos: custos diretos e indiretos
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ANÁLISE DE CUSTOS
Para poder efetuar uma adequada imputação dos custos ao produto, normalmente é necessário efetuar uma
análise exaustiva de suas particularidades, sendo classi�cado em função dessas mesmas particularidades.
Vamos entender melhor. Você assume a gerência de uma pequena fábrica de roupas e em seu primeiro dia
são apresentados os seguintes custos: (1) custo do jeans consumido na fabricação das calças; (2) despesa
com o aluguel da fábrica; (3) mão de obra direta na fabricação; (4) mão de obra indireta na fabricação; (5)
despesas administrativas; (6) outros custos de fabricação. Assim, em seu primeiro dia de trabalho, o dono
da fábrica lhe pergunta: Quais são os nossos custos diretos e indiretos? Quais são os custos �xos e os
custos variáveis da fabricação de roupas? Em relação ao objeto, os custos diretos são aqueles que guardam
uma correlação de causalidade inequívoca e identi�cável ao objeto destino desses custos. Assim, em
consequência, sua atribuição se realizará diretamente sem a necessidade de aplicar nenhum método de
distribuição, como, por exemplo, a mão de obra direta, o custo do jeans, entre outros. Por outro lado, os
custos indiretos não guardam correlação de causalidade inequívoca e identi�cável com o objeto destino
desses custos. Eles estão vinculados à generalidade desses custos, exigindo a introdução de avaliações
subjetivas, não isentas de incertezas, para de�nir critérios que permitam sua atribuição por meio da
aplicação de algum método de distribuição, como, por exemplo, mão de obra indireta de fabricação e os
rateios (isso será estudado mais adiante).
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ANÁLISE DE CUSTOS
Figura 1 | Classi�cação dos custos totais. Fonte: adaptada de Martins (2000).
Os custos �xos são aqueles que tendem a permanecer �xos ao longo da produção da empresa como os
custos relacionados para manter a infraestrutura da empresa, a exemplo dos custos de manutenção do
sistema de informática, custos de locação de máquinas e equipamentos, taxas, impostos, depreciação,
entre outros. Contudo, geralmente os custos indiretos são classi�cados como custos �xos (MARTINS,
2000). Sobre os custos variáveis é importante compreender que eles possuem natureza variável relacionada
ao processo produtivo da empresa. Por exemplo, um centro cirúrgico de determinado hospital faz 20
cirurgias/dia e passará a fazer 50 cirurgias/dia, então todos os custos que serão impactados a maior são
chamados de custos variáveis (LOPES; OSHITA; MARTINS, 2020), tais como o consumo de água e energia
elétrica, as horas de funcionamento de todos os equipamentos (bisturis, foco cirúrgico, entre outros), na
folha de pagamento com as horas demandadas de médicos e enfermeiros, por exemplo. Dessa forma, é
fundamental que você entenda não apenas as classi�cações dos custos em diretos e indiretos, �xos ou
variáveis, mas sua natureza de identi�cação e classi�cação. Independentemente do porte da empresa ou de
seu segmento de atuação, é essencial a correta classi�cação e identi�cação dos custos inerentes às suas
atividades produtivas para sua análise e avaliação, gerenciamento de rentabilidade e tomada de decisões
estratégicas. 
Custos indiretos: auxiliando na tomada de decisão gerencial
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ANÁLISE DE CUSTOS
Os custos precisam ser corretamente classi�cados para facilitar a compreensão dos dados e auxiliar nas
análises e avaliações na formação dos preços e tomada de decisões. Por isso, é recomendável atribuir a
responsabilidade da mensuração desses custos de forma compartilhada a todos os gestores envolvidos
nos processos internos da empresa, colocando-os como gestores de centros de custos na organização
(LOPES; OSHITA; MARTINS, 2020). Desse modo, desde um simples produto até um complexo serviço, custos
precisam ser mensurados e é necessário compreender que métodos para apuração dos custos foram
estabelecidos no âmbito organizacional, auxiliando na tomada de decisões.
Vamos aplicar o conteúdo em um exemplo prático de uma indústria de fabricação de caixas que possui em
seu processo de fabricação três etapas: o corte, a montagem e a pintura. Os custos indiretos incorridos no
exercício são fornecidos para análise de custos, como você pode perceber no quadro a seguir:
Quadro 2 | Apropriação dos custos indiretos
Materiais R$ 30.000
Mão de obra R$ 10.000
Manutenção de máquinas R$ 1.000
Água R$ 300
Energia elétrica R$ 2.500
Fonte: elaborado pelo autor.
Em seguida, as empresas precisam identi�car e classi�car que critérios os custos serão imputados, ou seja,
que unidade de medida será utilizada para análise dos custos. Por vezes, esse processo se torna bastante
desa�ador. Assim, podemos imputar os custos com materiais por quilograma processado, a mão de obra
pelo número de empregados, a manutenção pelo número de máquinas instaladas, o consumo de água por
quilograma processado e a energia elétrica pelo número de máquinas instaladas. A contabilidade de custos
vai considerar ainda as áreas de operação, como depósito, corte, montagem, pintura e administração, como
você pode observar a seguir:
Quadro 3 | Critérios de alocação de custos
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ANÁLISE DE CUSTOS
Bloco 1
Critérios Depósito Corte Montagem
kg processados 0 5.000 4.000
nº empregados 2 10 15
nº máquinas 5 35 50
Bloco 2
Pintura Administração Total
6.000 0 15.000
20 8 55
40 0 130
Fonte: elaborado pelo autor.
Assim, com as informações dos custos totais e com a apuração das quantidades por critérios de�nidos, é
chegado o momento de você identi�car o custo indireto por cada critério que a empresa absorve em seus
resultados, conforme você pode perceber a seguir:
Quadro 4 | Apropriação dos custos por unidade
Critérios Custo/unidade
Materiais R$ 2,00
Mão-de-obra R$ 181,82
Reparação de máquinas R$ 7,69
Consumo deDE CUSTOS
- Produto A: 1.720 un × R$ 30 = R$ 51.600
- Produto B: 478 un × R$ 10 = R$ 4.780
- Produto C: 3.346 un × R$ 60 = R$ 200.760
- Produto D: 2.386 un × R$ 40 = R$ 95.440
 Total = R$ 352.580
Fonte: elaborado pelo autor.
Para determinar a contribuição total de cada produto no PEC, multiplica-se a quantidade vendida de cada
produto pela sua margem de contribuição unitária (MCU), conforme indica o Quadro 8:
Quadro 8 | Contribuição total de cada produto no PEC
- Contribuição total Produto A = 1.720 unidades × R$ 18 = R$ 30.960
- Contribuição total Produto B = 478 unidades × R$ 5 = R$ 2.390
- Contribuição total Produto C = 3.346 unidades × R$ 35 = R$ 117.110
- Contribuição total Produto D = 2.386 unidades × R$ 25 = R$ 59.650
Fonte: elaborado pelo autor.
Agora, organizam-se os produtos em ordem decrescente, do que mais gera lucro para o que menos gera
lucro:
1. Produto C: R$ 117.110
2. Produto D: R$ 59.650
3. Produto A: R$ 30.960
4. Produto B: R$ 2.390
Com base nesse ranking, �ca claro que o produto C é o mais lucrativo para a empresa, seguido pelo produto
D, produto A e, por �m, o produto B. Portanto, se a empresa decidir priorizar a fabricação e venda dos
produtos com base na lucratividade, ela deverá focar principalmente no produto C, pois ele gera a maior
contribuição para o lucro da empresa.
Essa análise auxilia a empresa a tomar decisões estratégicas mais assertivas, concentrando seus esforços
e recursos nos produtos que oferecem maior retorno �nanceiro. Ao conhecer o ranking de lucratividade dos
produtos, a empresa pode desenvolver estratégias de vendas, marketing e produção direcionadas para
maximizar seus resultados e alcançar um desempenho mais e�ciente no mercado.
Videoaula: Análise de margem de contribuição
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conexão à internet.
Neste  você terá a oportunidade de observar os conceitos relacionados à margem de contribuição, análise
da margem de contribuição e mix de produtos pelo critério da margem de contribuição. Esse conjunto de
ferramentas auxilia os gestores empresariais na otimização do processo de tomada de decisões,
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ANÁLISE DE CUSTOS
identi�cando produtos mais lucrativos, compreendendo os custos envolvidos no processo produtivo e
possibilitando uma gestão �nanceira mais e�ciente.
Saiba mais
A análise da margem de contribuição é uma poderosa ferramenta utilizada por gestores para avaliar o
desempenho econômico de produtos ou serviços em uma empresa. Com base nesse indicador, é possível
identi�car quais produtos ou serviços são mais rentáveis e quais podem demandar ajustes em sua
estratégia.
Ao aplicar a análise da margem de contribuição, os gestores podem tomar decisões mais assertivas,
concentrando recursos nos itens que trazem maior retorno �nanceiro. Essa abordagem permite uma gestão
�nanceira mais e�ciente e estratégica, impulsionando o sucesso e a lucratividade do negócio.
Saiba mais sobre a análise da margem de contribuição lendo o capítulo 6  do livro Contabilidade de Custos,
de Crepaldi e Crepaldi (2023).
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S.   Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023.
Referências
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559775026/epubcfi/6/30%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter06%5d!/4
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/. Acesso em: 5 ago. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/. Acesso em: 24 jul. 2023.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/. Acesso em: 24 jul. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/. Acesso em: 5 ago.
2023.
SARDINHA, J. C. Formação de preço: uma abordagem prática por meio da análise custo-volume-lucro. Grupo
GEN, 2013. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/.
Acesso em: 1 ago. 2023.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. A. Contabilidade de custos: gestão em serviços, comércio e indústria. São Paulo:
Grupo GEN, 2016. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/. Acesso em: 22 jul. 2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 31 jul. 2023.
Aula 3
Considerações sobre a relação CVL
Introdução
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante! A relação custo-volume-lucro (CVL) se apresenta como uma ferramenta utilizada pelos
gestores para compreender como os custos, o volume de produção e as receitas impactam o lucro de um
negócio.
Dessa forma, a utilização de relatórios de desempenho dos custos, volume e lucro possibilita a avaliação da
rentabilidade de um empreendimento para �ns de tomada de decisão. A utilização de relatórios permite a
análise dos custos �xos e variáveis, o volume de vendas e os lucros obtidos em diferentes níveis
operacionais.
Quanto ao comportamento dos gastos, entenderemos como os custos se comportam em relação ao volume
de produção, podendo ser classi�cados como custos �xos, que não variam com a produção, ou custos
variáveis, que se modi�cam conforme a quantidade produzida.
Por �m, discutiremos os fatores limitadores do ponto de equilíbrio, que determinam o nível de atividade
mínimo necessário para cobrir os custos e evitar prejuízos, orientando o processo produtivo e as estratégias
de vendas das empresas.
Bons estudos!
Considerações essenciais sobre a relação custo-volume-lucro (CVL)
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A relação custo-volume-lucro (CVL) é uma ferramenta que permite ao gestor compreender como os custos,
o volume de produção e as receitas estão interligados, fornecendo insights valiosos para a gestão e�ciente
e o planejamento de negócios. Vamos abordar, ao longo desta aula, as considerações fundamentais dessa
relação, a partir do relatório de desempenho dos custos, volume e lucro, do comportamento dos gastos e
dos fatores limitadores do ponto de equilíbrio.
O relatório de desempenho dos custos, volume e lucro apresenta uma análise abrangente dos custos �xos e
variáveis em relação ao volume de atividade, permitindo que os gestores tomem decisões informadas sobre
preci�cação, produção e estratégias comerciais. Ao analisar esse relatório, os gestores podem identi�car o
ponto de equilíbrio, que é o nível de atividade em que as receitas se igualam aos custos totais, resultando
em lucro zero.
Conforme Crepaldi e Crepaldi (2023, p. 203), “a análise do custo-volume-lucro é um instrumento utilizado
para projetar o lucro que seria obtido a diversos níveis possíveis de produção e vendas, bem como para
analisar o impacto sobre o lucro de modi�cações no preço de venda, nos custos e em ambos”. Além disso,
tal análise pode explorar diferentes cenários para determinar os efeitos de mudanças no volume de
produção ou variações nos custos �xos e variáveis.
Por esse motivo, “a observação do comportamento de gastos é utilizada para de�nir, de uma forma simples
e barata,qual é o ponto de equilíbrio ou qual é o volume de vendas que a empresa tem de obter a �m de
alcançar um lucro desejado” (SARDINHA, 2013, p. 320). Essa compreensão é vital para estimar como as
mudanças no volume afetarão os custos totais e, consequentemente, os lucros.
Desse modo, a análise de comportamento de gastos veri�ca a relação entre os custos �xos e variáveis para
determinação do ponto de equilíbrio e in�uencia a estrutura de custos da empresa. Cabe lembrar que os
custos �xos permanecem constantes, independentemente do volume de produção, enquanto os custos
variáveis aumentam à medida que a produção cresce.
Os fatores limitadores do ponto de equilíbrio referem-se às restrições que podem afetar a capacidade de
uma empresa de alcançar o ponto em que as receitas cobrem os custos, uma vez que “o comportamento
dos custos (quer sejam custos �xos ou custos variáveis) pode apresentar alterações quando considerados
os diversos níveis de ocupação da capacidade instalada” (WERNKE,  2018, p. 143).
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
 A compreensão dos fatores limitadores do ponto de equilíbrio é crucial para a tomada de decisões
estratégicas. Ao considerar esses limitadores, os gestores podem avaliar a viabilidade de diferentes níveis
de produção e identi�car oportunidades de maximizar os lucros. Esses fatores podem incluir limitações de
recursos, como disponibilidade de mão de obra, matéria-prima ou capacidade produtiva. Eles também
podem ser in�uenciados por aspectos externos, como a demanda do mercado ou a concorrência.
Desvendando a relação CVL: decisões, comportamento dos gastos e limitações
A relação entre custo x volume x lucro (CVL) permite aos gestores tomar decisões mais embasadas sobre a
composição de preços, sobre quais produtos devem ser privilegiados no processo de fabricação, além da
determinação de estratégias de mercado. Tais decisões ajudam a garantir que a empresa opere de maneira
rentável e sustentável, adaptando-se às variações de mercado e otimizando seus resultados �nanceiros no
longo prazo.
A relação CVL é uma ferramenta essencial para a gestão �nanceira e�caz e a tomada de decisões
estratégicas, uma vez que, conforme Crepaldi e Crepaldi (2023, p. 203), “a análise do custo-volume-lucro é
baseada no custeio variável e, por meio dela, pode-se estabelecer qual é a quantidade mínima que a
empresa deverá produzir e vender para que não incorra em prejuízo”.
A utilização do relatório de desempenho dos custos, volume e lucro é importante, pois, conforme Padoveze
(2014, p. 84), “a apuração do custo dos produtos é elemento fundamental para avaliar o desempenho dos
gestores responsáveis por áreas da empresa e seus respectivos produtos e serviços”. Assim, a utilização
desses relatórios possibilita ao gestor conhecer, de forma mais atenta, “as possíveis modi�cações nos
gastos com a produção, permitindo a formulação de hipóteses sobre o mix de produção e vendas previsto
para determinado período” (WERNKE, 2018, p. 143).
A análise do comportamento dos gastos envolve fatores para �ns de tomada de decisão que envolvem
desde a composição de preços até a priorização de produtos na fabricação, para assegurar operações
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
rentáveis, uma vez que essa análise observa como se comportam os custos �xos e variáveis e o impacto
destes na formação do preço de venda e no ponto de equilíbrio.
A análise do comportamento dos gastos auxilia o gestor na compreensão dos fatores limitadores da
utilização do ponto de equilíbrio. Nesse contexto, é necessário salientar que podem ocorrer eventos que
podem alterar o ponto de equilíbrio, “em decorrência de condições mercadológicas ou mesmo condições
relacionadas aos fatores de produção, uma vez que podem ocorrer fatores que impactam diretamente no
resultado �nal do ponto de equilíbrio” (WERNKE, 2018, p. 142).
Santos (2017, p. 55) também destaca limitações importantes na utilização do ponto de equilíbrio.
Primeiramente, o autor ressalta que “a consideração de mudanças nos preços sem levar em conta as
in�uências nos outros componentes é uma limitação, pois alterações em um componente podem afetar
outros”, ou seja, a alteração em determinado elemento de custo ou ainda no preço de venda causa impacto
nos demais componentes.
Além disso, a estabilidade dos custos estruturais �xos e a proporcionalidade do custo marginal em relação
ao volume também não são sempre representadas com precisão, uma vez que esses elementos estão
sujeitos a variações internas e externas. Ou seja, a natureza dinâmica dos negócios e as �utuações do
mercado podem impactar a consistência dos custos �xos ao longo do tempo.
Da mesma forma, o comportamento do custo marginal pode ser afetado por mudanças na e�ciência da
produção, nas condições do mercado ou na disponibilidade de recursos. Outra limitação à utilização do
ponto de equilíbrio se dá pela di�culdade na coleta e montagem dos dados para análise estatística, uma vez
que os dados constantes na fórmula do ponto de equilíbrio podem não conseguir capturar completamente a
dinâmica das empresas e a complexidade das operações diárias.
Maximizando a e�ciência com análise CVL: custos, equilíbrio e estratégias
A aplicação da análise dos relatórios de desempenho dos custos, volume e lucro (CVL) permite que os
gestores possam visualizar a relação entre esses três fatores, uma vez que o relatório mostra a receita total,
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
os custos totais, o lucro bruto, o lucro operacional e o lucro líquido. A estruturação do relatório também
mostra o ponto de equilíbrio, que é o nível de volume de vendas necessário para que a empresa não tenha
lucro nem prejuízo, possibilitando ao gestor tomar decisões que envolvam potencializar a e�ciência dos
fatores de produção, bem como orientar os esforços de venda para que a empresa supere o ponto de
equilíbrio e comece a ter lucratividade.
A observação do relatório de desempenho CVL possibilita à empresa realizar a análise da rentabilidade dos
investimentos nos produtos bem como a análise do ciclo de vida dos produtos, sendo que esse relatório
também é “utilizado para a avaliação do desempenho dos gestores responsáveis por todos os setores da
empresa (atividades, departamentos, centros de lucros e unidades de negócio), além de possibilitar a
análise do retorno dos investimentos especí�cos nos produtos” (PADOVEZE, 2014, p. 85).
A análise a partir dos custos permite a compreensão do comportamento dos gastos que a empresa tem em
seu processo produtivo, analisando os gastos sob a classi�cação de custos �xos e custos variáveis. Por
exemplo, suponha que a empresa de calçados esportivos deseje aumentar sua produção para atender à
crescente demanda do mercado. Ao entender que parte dos custos é �xa e parte é variável, os gestores
podem estimar os custos totais e calcular os preços de forma mais precisa.
A análise CVL pode se realizar também a partir do ponto de equilíbrio, momento em que a empresa iguala
receitas e custos. Entretanto, existem fatores limitadores do ponto de equilíbrio, uma vez que alterações nos
elementos que compõem o ponto de equilíbrio, como gastos ou margem de contribuição, podem ter
implicações em sua contraparte.
Com base no exemplo apresentado por Wernke (2018, p.142), é possível compreender que “o repasse aos
preços de venda do aumento no custo de compra de um produto poderá alterar sua demanda e,
consequentemente, interferir no resultado �nal”, ou seja, um produto que �ca mais caro por conta de um
aumento dos custos de produção pode afetar o interesse de compra por parte dos consumidores.
Em outra análise, podemos compreender que “a redução de custos �xos com salários (pela diminuição do
quadro de funcionários ou terceirização da linha de produção) pode acarretar menor qualidade no produto,
resultando em possível queda no faturamento mensal futuro, causando impactos no ponto de equilíbrio”
(WERNKE, 2018, p. 142).
Aplicando esse raciocínio ao exemplo dos calçados esportivos, suponha que uma escassez de matéria-
prima esteja afetando a produção. Isso poderiaalterar o ponto de equilíbrio, exigindo um volume de vendas
mais alto para cobrir os custos �xos e variáveis. Ao reconhecer essa limitação, os gestores podem buscar
alternativas de fornecimento ou ajustar os preços para compensar os custos adicionais.
Dessa forma, ao observar o relatório CVL, a empresa pode analisar a rentabilidade dos produtos e o seu
ciclo de vida, avaliando o desempenho de gestores e identi�cando o retorno de investimentos especí�cos
em produtos, objetivando o lucro nas operações e fazendo com que o processo de tomada de decisão seja
bem fundamentado.
Videoaula: Considerações sobre a relação CVL
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Neste vídeo, exploraremos o conceito vital custo-volume-lucro (CVL), em que, a partir do relatório de
desempenho, compreenderemos como os custos, volume de produção e lucro se interligam. Você também
compreenderá como o comportamento dos gastos impacta os custos �xos e variáveis afetando a
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
lucratividade. Por �m, mergulharemos nos fatores limitadores do ponto de equilíbrio, elemento determinante
para de�nir o nível de operação mínimo para cobrir custos. Prepare-se para entender como o CVL molda
decisões �nanceiras e estratégicas das empresas.
Saiba mais
Para mais informações sobre como o relatório de desempenho dos custos, volume e lucro revela insights da
saúde �nanceira de um negócio, além de como os gastos (divididos entre custos �xos e variáveis), que
in�uenciam os resultados, se comportam. Leia os capítulos indicados a seguir. Sua leitura possibilitará
também a compreensão do que são os fatores limitadores do ponto de equilíbrio, elemento utilizado para
determinar a produção mínima para cobrir custos.
Saiba mais sobre os benefícios e limitações do ponto de equilíbrio no contexto da relação custo x volume x
lucro lendo o capítulo 10 do livro Análise de custos e preço de venda, de Wernke (2018).
WERNKE, R.   Análise de custos e preço de venda 2ED .São Paulo: Editora Saraiva, 2018.
Além disso, leia na dissertação Análise de custo, volume e lucro aplicada a uma clínica de reabilitação
terapêutica em Campina Grande – PB, de Araújo (2023) como a análise CVL foi aplicada, auxiliando os
gestores no processo de gestão �nanceira deste tipo de empreendimento.
ARAÚJO, N. B.   Análise de custo, volume e lucro aplicada a uma clínica de reabilitação terapêutica em
Campina Grande-PB. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração) – Universidade
Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2023.
Referências
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788553131860/pageid/155
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30871
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30871
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
ARAÚJO, N. B. Análise de custo, volume e lucro aplicada a uma clínica de reabilitação terapêutica em
Campina Grande-PB. Trabalho de Conclusão de Curso ( Graduação em Administração) – Universidade
Federal de Campina Grande, Campina Grande, 2023, p. 27. Disponível em:
http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/30871. Acesso em: 2 set. 2023.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/. Acesso em: 5 ago. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/. Acesso em: 24 jul. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/. Acesso em: 5 ago.
2023.
SARDINHA, J. C. Formação de preço: uma abordagem prática por meio da análise custo-volume-lucro. Grupo
GEN, 2013. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/.
Acesso em: 1 ago. 2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 31 jul. 2023.
Aula 4
Análise de desempenho
Introdução
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Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Nesta aula falaremos sobre análise de desempenho no contexto de custos de produção, abordando a
avaliação de desempenho no seu gerenciamento, que se dá a partir da medição e controle e�ciente dos
gastos. Também investigaremos as complexas interações entre receitas e custos, revelando como esses
dois pilares sustentam o sucesso de uma empresa, possibilitando um resultado econômico positivo.
Para que os gestores possam compreender o comportamento de custos e receitas, como eles interagem
para formar o lucro, são utilizados indicadores operacionais e econômicos, que monitoram o processo
produtivo. Tais indicadores são ferramentas poderosas que orientam a avaliação da saúde �nanceira de
uma organização. Sua compreensão possibilita aos gestores a identi�cação de pontos de melhoria e
oportunidades de otimização no processo produtivo, fazendo com que haja maior lucratividade na empresa.
Vamos começar!
Explorando a análise de desempenho: estratégias �nanceiras para o sucesso
empresarial
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
A avaliação de desempenho, no contexto do gerenciamento de custos, é uma ferramenta que visa medir a
e�cácia da alocação de recursos �nanceiros. Desde seu surgimento, a análise de desempenho tem sido
usada para avaliar a e�ciência operacional e a e�cácia dos investimentos em projetos empresariais.
Dessa forma, a realização da avaliação de desempenho, enquanto instrumento de gestão estratégica de
custos “implica na comparação, por parte dos gestores, dos resultados reais do período orçamentário com
as expectativas que foram re�etidas no orçamento para avaliar quão bem a organização desempenhou à luz
de suas expectativas” (ATKINSON; KAPLAN; MATSUMURA; YOUNG, 2015, p. 52). Ou seja, a avaliação de
desempenho possibilita aos gestores uma visão concreta e objetiva de como a empresa se saiu em relação
ao planejamento inicialmente estabelecido.
Isso não apenas possibilita a identi�cação de áreas que superaram as expectativas, mas também aponta
setores que podem necessitar de ajustes para alinhar a execução à estratégia estipulada, possibilitando a
realização do processo de responsabilização (accountability), uma vez que quando os resultados reais são
comparados às projeções orçamentárias �ca claro quais áreas estão atingindo ou excedendo as metas, e
quais estão �cando aquém.
O processo de accountability pode ser de�nido como a responsabilidade que um indivíduo ou organização
assume por suas ações e decisões, compreendendo a prestação de contas de seus atos, cumprindo
obrigações delegadas pela empresa e sendo transparente em relação aos resultados e impactos de suas
atividades.
Tais análises possibilitam a avaliação de desempenho com base na análise de receitas e custos, que tem
como �nalidade principal determinar como as receitas e os custos se relacionam e in�uenciam no
desempenho �nanceiro da organização. Essa relação causa “impacto direto no processo de preci�cação,
bem como na produção do lucro operacional e do lucro líquido das empresas, contribuindo para a melhor
estratégia comercial, aquela que maximiza os lucros” (JÚNIOR, 2021, p. 6).
Ao analisar as receitas geradas pelas operações na venda e compará-las com os custos incorridos no
processo de fabricação, os gestores podem avaliara margem de lucro obtida. Essa análise detalhada
permite identi�car quais produtos, serviços ou áreas da empresa estão contribuindo positivamente para os
resultados e quais podem estar comprometendo a rentabilidade.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Perceba que a relação existente entre o processo de fabricação e o esforço de venda realizado pelas
empresas, no contexto da avaliação de desempenho implica, aos gestores, a utilização de indicadores
operacionais (ligados aos custos de produção) e econômicos (ligados à receita de vendas realizadas pelas
empresas. Os indicadores ou índices operacionais avaliam a e�ciência das atividades da empresa. Por sua
vez, os indicadores econômicos medem a rentabilidade da empresa em relação aos resultados obtidos com
os investimentos feitos para alcançar essa vantagem econômica.
Em suma, a avaliação de desempenho, no âmbito do gerenciamento de custos, é uma ferramenta que avalia
a alocação e�caz de recursos �nanceiros. Desde sua origem, essa análise tem avaliado a e�ciência
operacional e e�cácia de investimentos em projetos empresariais. Isso permite a comparação entre
resultados reais e expectativas, proporcionando  uma visão clara da performance.
Além de identi�car áreas que excedem expectativas, a análise aponta ajustes necessários para alinhar
execução à estratégia, promovendo accountability. A análise de receitas e custos é fundamental para a
avaliação, impacta a preci�cação, o lucro operacional e líquido, melhorando estratégias comerciais.
Indicadores operacionais focam em e�ciência, enquanto os econômicos medem rentabilidade, relacionando
produção e vendas.
Desvendando a avaliação de desempenho em custos: maximizando e�ciência e
rentabilidade
Em um ambiente empresarial complexo e desa�ador, a capacidade dos gestores de tomar decisões se torna
um fator crítico para o sucesso. Considerando a utilização de instrumentos de tecnologia da informação e
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
sistemas de informação, a disponibilidade de relatórios de avaliação de desempenho em diversas áreas da
empresa se revela fundamental.
Esse é o caso do setor de vendas, que desempenha um papel crucial para a continuidade das operações
pois, conforme Wernke (2018, p. 119), “é interessante que seja averiguado o comportamento, quanto à
rentabilidade, dos diversos segmentos nos quais a entidade compete”.
Juntamente com o setor de vendas, o setor de produção também desempenha um papel fundamental, pois
o processo de preci�cação de produtos e serviços, conforme Oyadomari et al. (2018, p. 186), “poderá ser
obtido com a aplicação do mark-up sobre a base de custos, uma vez que algumas empresas adotam o
modelo de contribuição para a avaliação de desempenho de seus negócios”.
Dessa forma, quanto maiores os custos maior poderá ser o preço de vendas, o que pode fazer com que a
empresa perca desempenho frente aos concorrentes, que oferecem produtos e serviços de qualidade
similar, porém com um preço mais atrativo. Esse fator justi�ca a medição do desempenho dos custos e das
receitas, pois há uma relação entre essas variáveis quando consideramos o mark-up, por exemplo.
Além disso, ao confrontarmos as análises de receitas com os custos de produção, elas causam impactos na
lucratividade da empresa, que é a relação entre os lucros e as vendas, “uma vez que das receitas de vendas
são consumidos os custos e despesas, resultando no lucro, que poderá ser maior ou menor, dependendo do
quanto esses custos e despesas compõem o preço de vendas e impactam no resultado (lucro ou prejuízo)
da empresa” (PADOVEZE, 2010, p. 203).
Nesse contexto, os indicadores operacionais e econômicos apresentam informações sobre a e�ciência das
operações de uma organização e sua viabilidade �nanceira. Esses indicadores auxiliam a identi�car áreas
onde melhorias podem ser implementadas para otimizar a e�ciência operacional.
Entretanto, os gestores nem sempre terão à disposição tais informações para �ns de tomada de decisão,
pois muitas vezes essa análise baseada em indicadores se pauta na análise das demonstrações contábeis.
Isso permite que os indicadores operacionais possam ser identi�cados com base no cálculo da margem de
contribuição, por exemplo, pois “a partir dele pode-se veri�car o grau de alavancagem operacional, uma
medida que diz como, a um dado nível de vendas, uma mudança percentual no volume de vendas afetará os
lucros” (PADOVEZE, 2010, p. 381).
Os indicadores econômicos, por outro lado, estão focados nos aspectos �nanceiros e na rentabilidade de
uma organização. Eles fornecem informações da saúde �nanceira geral da empresa e a capacidade dela de
gerar lucro e retorno sobre investimento. Caso os indicadores detectem problemas de continuidade, “a alta
administração terá condições ou informações para deter a deterioração da situação �nanceira, patrimonial e
de rentabilidade da empresa, procurando reverter a situação” (PADOVEZE, 2010, p. 213).
No entanto, a disponibilidade dessas informações nem sempre é garantida e muitas vezes requer análises
detalhadas das demonstrações contábeis para serem identi�cadas. Em última análise, os indicadores
oferecem uma visão holística da empresa, capacitando a alta administração a tomar medidas corretivas
caso problemas �nanceiros sejam detectados.
Além dos números: entendendo a accountability e indicadores na análise de
desempenho
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Imagine a seguinte situação: você é um gerente �nanceiro de uma empresa que produz e vende produtos
eletrônicos. A diretoria está ansiosa para avaliar o desempenho �nanceiro da empresa no último trimestre e
tomar decisões informadas para o próximo período. Nesse cenário, a avaliação de desempenho é uma
ferramenta vital que você usará para medir a e�cácia da alocação de recursos �nanceiros.
Para começar, você precisa comparar os resultados reais do último trimestre com as expectativas
orçamentárias que foram estabelecidas no início do período. Isso permitirá avaliar o quão bem a empresa se
saiu em relação ao planejamento inicial. Suponha que a expectativa era de um aumento de 15% nas vendas
e uma redução de 10% nos custos operacionais em relação ao trimestre anterior.
Ao analisar os números reais, você percebe que as vendas aumentaram apenas 8%, enquanto os custos
operacionais diminuíram 5%. Isso signi�ca que a empresa não atingiu as metas estabelecidas. A avaliação
de desempenho revela claramente que há uma margem para melhoria.
Além disso, a análise de receitas e custos é essencial para entender a dinâmica �nanceira da empresa. Ao
examinar os detalhes das vendas e compará-los com os custos incorridos na produção, você pode calcular a
margem de lucro obtida em cada produto. Digamos que um dos produtos de alta demanda, embora tenha
gerado muitas vendas, possui uma margem de lucro menor devido aos custos de produção. Isso destaca a
importância de considerar não apenas as vendas, mas também os custos associados a cada produto.
Essa análise minuciosa permite que você identi�que as áreas que estão superando as expectativas e
aquelas que precisam de ajustes. Por exemplo, você pode perceber que a equipe de P&D superou as
expectativas, resultando em produtos inovadores, mas também identi�ca que o departamento de logística
precisa reduzir os custos de transporte para melhorar a rentabilidade.
O processo de accountability também entra em jogo. Ao comparar os resultados reais com as projeções
orçamentárias, é possível atribuir responsabilidades. Você pode reconhecer os esforços da equipe de P&D
por superar as expectativas e discutir com a equipe de logística as estratégias para melhorar a e�ciência do
transporte.
Em suma, a avaliação de desempenho, na gestão de custos, não é apenas um conjunto de números, mas
sim uma ferramenta poderosa que orienta a tomada de decisões. No exemplo anterior, a análise permitiu
identi�car lacunas nas metas, otimizar a rentabilidade dos produtos e promover a responsabilidade. Ao
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
explorar indicadores operacionais, como custos de produção, e indicadores econômicos, comomargens de
lucro, você pode melhorar a e�ciência operacional e impulsionar os resultados �nanceiros da empresa.
Videoaula: Análise de desempenho
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A partir deste vídeo, será possível a compreensão da avaliação de desempenho no gerenciamento de
custos, observando a análise de receitas x custos. Você descobrirá a importância crucial dos indicadores
operacionais e econômicos para uma gestão �nanceira inteligente. Prepare-se para dominar esses
elementos vitais e impulsionar o sucesso de qualquer empreendimento.
Saiba mais
Desvendar a avaliação de desempenho é essencial. Essa abordagem estratégica destaca como gerenciar os
custos de forma efetiva, auxiliando na compreensão de como as receitas são consumidas pelos custos.
Desse modo, os indicadores operacionais e econômicos revelam se uma organização está funcionando de
maneira e�ciente, maximizando lucros e mantendo despesas sob controle.
Saiba mais sobre a importância dos indicadores de desempenho, com base na leitura do capítulo 2 do livro
Contabilidade Gerencial-Ferramentas para Melhoria de Desempenho Empresarial, de Oyadomari et al.
(2018).
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
OYADOMARI, J. C. T. et al.  Contabilidade gerencial: ferramentas para melhoria de desempenho empresarial.
São Paulo: Grupo GEN, 2018.
A partir da compreensão sobre a importância dos indicadores de desempenho leia, na dissertação Avaliação
do desempenho operacional de pequenas e médias empresas de confecção por meio da análise de custos e
dos indicadores de perdas do sistema Lean, de Pedroso (2017), como a análise de custos contribuiu para
uma melhor compreensão dos custos incorridos no processo de fabricação.
PEDROSO, S. D. S. Avaliação do desempenho operacional de pequenas e médias empresas de confecção por
meio da análise de custos e dos indicadores de perdas do sistema Lean. Dissertação (Mestrado pro�ssional
em Engenharia de Produção) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, 2017.
Referências
ATKINSON, A. A.; KAPLAN, R. S.; MATSUMURA, E. M.; YOUNG, S M. Contabilidade gerencial: informação para
tomada de decisão e execução da estratégia. 4. ed. São Paulo:  Grupo GEN, 2015. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597009316/. Acesso em: 12 ago. 2023.
JÚNIOR, L. A. S. Gestão de custos e análise de viabilidade �nanceira. São  Paulo: Editora Saraiva, 2021. E-
book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786589881261/.Acesso em: 12
ago. 2023.
OYADOMARI, J. C. T. et al. Contabilidade gerencial: ferramentas para melhoria de desempenho empresarial.
São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559774456/. Acesso em: 20 ago. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. Grupo GEN,
2010. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/. Acesso
em: 20 ago. 2023.
PEDROSO, S. D. S. Avaliação do desempenho operacional de pequenas e médias empresas de confecção por
meio da análise de custos e dos indicadores de perdas do sistema Lean. Dissertação (Mestrado pro�ssional
em Engenharia de Produção) – Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788597018226/epubcfi/6/30%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter2%5d!/4/2/4%4046:23
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/170280
https://lume.ufrgs.br/handle/10183/170280
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597009316/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786589881261/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559774456/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Alegre, 2017, p. 140. Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/170280. Acesso em: 20 ago.
2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 31 jul. 2023.
Aula 5
Revisão da unidade
Gestão estratégica de custos para o sucesso no mundo dos negócios
Olá, estudante!
No início desta unidade de estudos você pode compreender que o sistema de custeio baseado em
atividades, conhecido como custeio ABC, “atribui custos indiretos aos produtos por meio de atividades”
(RIBEIRO, 2017, p. 344). Esse método alocativo vai além do enfoque tradicional em produtos, considerando a
alocação de recursos baseada nas atividades consumidas. Há três gerações do ABC: “a primeira, centrada
nos produtos; a segunda, analítica de custos e gestão; e a terceira, focada no cliente” (MARTINS, 2018, p.
269, 271).
Aprofundando ainda mais a visão quanto à utilização do custeio ABC observa-se também a gestão baseada
em atividades (ABC/ABM), que tem por objetivo “melhorar a mensuração e a administração desses custos e
despesas considerados �xos” (MARTINS, 2018, p. 193), indicando que os custos não devem ser
simplesmente direcionados para as atividades que compõem o produto ou serviço, mas sim devem ser
analisados pelos gestores, para identi�car se eles agregam ou destroem valor a esse produto ou serviço.
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/170280
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Estudamos também que a análise de margem de contribuição representa “a parte do preço que cobre
custos e despesas variáveis após os custos diretos de produção” (WERNKE, 2018, p. 115), “ajudando a
identi�car produtos rentáveis e otimizar o mix de produtos, melhorando a rentabilidade, contribuindo para a
construção de um modelo de decisão aplicável a múltiplos produtos e contendo elementos fundamentais
como volumes e dados unitários” (PADOVEZE, 2014).
Tal análise realoca recursos para produtos de alta margem de contribuição, maximizando lucro e
sustentabilidade, ao eliminar ou reduzir produtos de baixa margem de contribuição (RIBEIRO, 2017), sendo
utilizada no contexto da relação custo x volume x lucro (CVL), com base na análise do relatório de
desempenho, que permite “observar a evolução de custos �xos e variáveis em relação ao volume de
atividade, permitindo decisões informadas sobre preci�cação, produção e estratégias” (CREPALDI;
CREPALDI, 2023, p. 203).
Esse tipo de análise in�uencia a estrutura de custos da empresa, especialmente a relação entre custos �xos
e variáveis, bem como permite “identi�car os fatores limitadores do ponto de equilíbrio, como restrições de
recursos e capacidade produtiva, fatores que impactam as decisões estratégicas e oportunidades de
maximização de lucros” (WERNKE, 2018, p. 143).
Por �m, você aprendeu como esses elementos são utilizados para a avaliação de desempenho no
gerenciamento de custos, sendo essa uma ferramenta “utilizada para medir a e�cácia da alocação de
recursos �nanceiros, avaliando a e�ciência operacional e e�cácia dos investimentos” (ATKINSON; KAPLAN;
MATSUMURA; YOUNG, 2015, p. 52). Ela compara resultados reais com expectativas orçamentárias,
fornecendo uma visão objetiva da performance e promovendo accountability. A análise de receitas e custos
é uma abordagem fundamental nesse processo, “in�uenciando a preci�cação, lucros operacionais e
líquidos, e maximizando estratégias comerciais” (JÚNIOR, 2021, p. 6).
A avaliação de desempenho ocorre a partir de indicadores operacionais que “medem a e�ciência das
atividades da empresa e de indicadores econômicos, que avaliam a rentabilidade em relação aos
investimentos realizados” (JÚNIOR, 2021, p. 6), permitindo comparações entre resultados reais e esperados,
destacando áreas de sucesso e apontando ajustes necessários, enquanto relaciona produção e vendas para
melhorar e�ciência e rentabilidade.
Videoaula: Revisão da unidade
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Descubra como a gestão de custos se torna uma ferramenta estratégica para otimizar a performance
empresarial. Neste vídeo, vamos explorar conceitos essenciais como análise de margem de contribuição,
relação custo-volume-lucro e avaliação de desempenho. Veremos como essas abordagens oferecem
recursos valiosos para a tomada de decisões, permitindo a maximização de lucros e a sustentabilidade dos
negócios em um cenário em constante mudança. Acompanhe para compreender como a gestão de custos
vai além do simples controle �nanceiro, moldando estratégias comerciais inteligentes.
Estudo de caso
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Você é um gestor em uma empresa industrial que fabrica diferentes tipos de produtos. Sua empresa
atualmente está enfrentando desa�os para maximizar seus lucros e precisa de sua expertise e habilidades
em gestão de custos para resolver essa situação.
Uma análise inicial revelou que a empresa está produzindo diversos produtos, mas nem todos estão
contribuindo igualmente para os lucros. Com base nos relatórios gerados pela controladoria, você pode
veri�car que alguns produtos têm margens de contribuição signi�cativamente mais altas do que outros.
Além disso, o relatório também apontou que a equipe de vendas está investindo esforços em produtos de
baixa margem, o que está afetando negativamente a rentabilidade geral.
Nesse cenário, você se encarregou de montar uma equipe que irá realizar uma análise de margem de
contribuição e também da avaliação de desempenho para determinar quais produtos são os mais rentáveis
e quais estão prejudicando os resultados da empresa. Essa análise permitirá identi�car quais produtos têm
margens de contribuição mais altas e entender como eles in�uenciam o lucro geral da empresa. Dessa
forma, sua tarefa, no treinamento da equipe é:
1. Explicar como calcular a margem de contribuição unitária para cada produto.
2. Explicar em que consiste a realização da análise de desempenho.
3. Explicar quais ações a equipe deverá tomar com base na análise de margem de contribuição e
avaliação de desempenho.
4. Explicar como a estratégia de focar nos produtos de alta margem pode in�uenciar o processo de
preci�cação, a lucratividade operacional e líquida da empresa, e como isso contribui para a
maximização dos lucros.
Lembre-se de que, ao resolver esse desa�o, você aplicará conceitos importantes de análise de margem de
contribuição, relação custo x volume x lucro e avaliação de desempenho para tomar decisões informadas e
estratégicas que podem impactar diretamente a saúde �nanceira e a sustentabilidade da empresa.
_________
Re�ita
Uma re�exão importante que pode ser obtida com base nesse cenário é a necessidade crítica de alinhar os
esforços da equipe de vendas com a estratégia de gestão de custos da empresa. A situação apresentada
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
revela um descompasso, e a equipe de vendas está direcionando seus esforços para produtos de baixa
margem, o que impacta negativamente a rentabilidade global da empresa.
Isso levanta a questão fundamental de como as decisões de vendas podem ter um impacto direto na saúde
�nanceira da organização. As equipes de vendas, muitas vezes focadas em metas de vendas e receita,
podem não estar cientes das implicações �nanceiras das vendas de produtos de baixa margem. Essa
lacuna de comunicação destaca a importância de uma colaboração estreita entre os departamentos de
vendas e �nanças.
Além disso, a análise de margem de contribuição e a avaliação de desempenho são ferramentas poderosas
que podem fornecer informações valiosas sobre quais produtos são os mais rentáveis e quais não estão
contribuindo de maneira signi�cativa para os lucros. Isso permite que os gestores tomem decisões
baseadas em dados sólidos e alinhadas com os objetivos �nanceiros da empresa.
Como os gestores podem explorar a interconexão entre diferentes áreas de uma empresa e ter uma visão
holística na gestão de custos?
Entendendo que as decisões tomadas em uma parte da organização podem ter rami�cações signi�cativas
em outras áreas, como uma abordagem integrada pode ser utilizada para otimizar a rentabilidade e o
desempenho �nanceiro geral da empresa?
Videoaula: Resolução do estudo de caso
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Para resolver o desa�o de maximizar os lucros na empresa industrial e apresentar um treinamento de
qualidade para sua equipe, é fundamental que tanto você quanto sua equipe possam compreender e aplicar
conceitos-chave da gestão de custos abordados ao longo desta unidade de estudos. Você pode, então,
abordar cada um dos pontos solicitados:
1. Cálculo da margem de contribuição unitária
A margem de contribuição unitária é a diferença entre o preço de venda unitário e os custos variáveis
unitários. Para calcular a margem de contribuição de cada produto, você deve subtrair os custos variáveis
(custos diretos relacionados à produção do item, como matéria-prima, mão de obra direta e custos de
produção variáveis) do preço de venda do produto, conforme demonstrado a seguir.
Margem de contribuição unitária = Preço de venda unitário – custos variáveis unitários
Essa fórmula fornecerá a margem de contribuição que cada produto gera para cobrir os custos �xos da
empresa e contribuir para o lucro.
2. Realização da análise de desempenho
A análise de desempenho envolve a comparação das margens de contribuição de todos os produtos
fabricados pela empresa. Assim, é importante que a equipe organize uma lista de produtos em ordem
decrescente de margem de contribuição, pois isso revelará quais produtos são os mais rentáveis e quais
estão contribuindo menos para o lucro.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
3. Ações com base na análise de margem de contribuição e avaliação de desempenho
Com base na análise de margem de contribuição e avaliação de desempenho, é possível de�nir estratégias
claras, como, por exemplo:
Foco nos produtos de alta margem: Peça para que a equipe concentre seus esforços de vendas e
marketing nos produtos de alta margem. Incentive a equipe de vendas a promover esses produtos para
maximizar a receita e o lucro.
Revisão dos produtos de baixa margem: Avalie os produtos de baixa margem que podem não ser
viáveis. Considere ajustar os preços, otimizar os processos de produção ou, se necessário,
descontinuar esses produtos.
Aumento da e�ciência operacional: Identi�que oportunidades de redução de custos em produtos com
margens mais baixas. Isso pode envolver negociações com fornecedores, melhoria nos processos de
produção ou redução de custos indiretos.
4. In�uência da estratégia de foco em produtos de alta margem
Focar em produtos de alta margem terá um impacto positivo signi�cativo na empresa:
Preci�cação estratégica: A empresa pode estabelecer preços mais competitivos para produtos de alta
margem, conquistando uma fatia maior do mercado sem sacri�car a lucratividade.
Lucratividade operacional e líquida: O aumento da margem de contribuição dos produtos de alta
margem impulsionará a lucratividade operacional, uma vez que esses produtos contribuirão mais para
cobrir os custos �xos. Isso, por sua vez, afetará positivamente a lucratividade líquida, pois mais lucro
permanecerá após a dedução de todas as despesas.
Em resumo, ao adotar uma estratégia orientada para produtos de alta margem, a empresa pode melhorar
sua saúde �nanceira, maximizar seus lucros e garantir sua sustentabilidade em longo prazo. Essa
abordagem envolve uma análise minuciosa de custos, avaliação de desempenho e ações decisivas para
otimizar os resultados �nanceiros.
Resumo visual
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Fonte: elaborada pelo autor.
Referências
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOSATKINSON, A. A.; KAPLAN, R. S.; MATSUMURA, E. M.; YOUNG, S. M. Contabilidade gerencial: informação para
tomada de decisão e execução da estratégia. 4. ed. São Paulo:  Grupo GEN, 2015. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597009316/. Acesso em: 12 ago. 2023.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/. Acesso em: 5 ago. 2023.
HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de Custos: contabilidade e controle. São Paulo: Cengage Learning
Brasil, 2012. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/.
Acesso em: 24 jul. 2023.
JÚNIOR, L. A. S. Gestão de custos e análise de viabilidade �nanceira. São Paulo: Editora Saraiva, 2021. E-
book.. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786589881261/. Acesso em: 12
ago. 2023.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/. Acesso em: 26 jul. 2023.
OYADOMARI, J. C. T et al. Contabilidade gerencial-ferramentas para melhoria de desempenho empresarial.
São Paulo: Grupo GEN, 2018. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018226/. Acesso em: 20 ago. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos. São Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/. Acesso em: 24 jul. 2023.
PADOVEZE, C. L. Contabilidade gerencial: um enfoque em sistema de informação contábil. 7. ed. São Paulo:
Grupo GEN, 2010. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/. Acesso em: 20 ago. 2023.
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/. Acesso em: 24 jul. 2023.
SANTOS, J. J. Manual de contabilidade e análise de custos. 7. ed. São Paulo: Grupo GEN, 2017. E-book.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/. Acesso em: 5 ago.
2023.
SARDINHA, J. C. Formação de preço: uma abordagem prática por meio da análise custo-volume-lucro. Grupo
GEN, 2013. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/.
Acesso em: 1 ago. 2023.
VEIGA, W. E.; SANTOS, F. A. Contabilidade de custos: gestão em serviços, comércio e indústria. São Paulo:
Grupo GEN, 2016. E-book. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597009316/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775026/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109364/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786589881261/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018080/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597018226/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522113835/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522486960/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547228392/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597010831/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522479610/
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/. Acesso em: 24 jul. 2023.
WERNKE, R. Análise de custos e preço de venda 2ED. São Paulo: Editora Saraiva, 2018. E-book. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/. Acesso em: 31 jul. 2023.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008357/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131860/água R$ 0,02
Energia elétrica R$ 19,23
Fonte: elaborado pelo autor.
O custo indireto depende de cálculos, rateios ou estimativas para ser apropriado em diferentes produtos e
serviços produzidos, portanto ele é apropriado indiretamente aos produtos e serviços (COURA, 2009). Após
a apropriação dos custos por unidades, a contabilidade dos custos registra dados e informações
importantes na gestão de cada unidade de negócio. De fato, a gestão de custos e preços se tornou um dos
elementos-chave para a tomada de decisão. 
Videoaula: Classi�cação dos custos e das despesas
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Na composição dos custos hospitalares podemos destacar medicamentos e materiais médicos,
hospitalares, descartáveis, alimentos, materiais de expediente, materiais de manutenção, gases, entre
outros. Mas surge a dúvida, serão esses custos �xos ou variáveis, diretos ou indiretos? Neste vídeo resumo,
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
você vai entender e compreender na prática as classi�cações de custos e suas imputações nas
contabilidades de custos das empresas.
Saiba mais
No artigo Custos não médicos diretos e indiretos relacionados ao glaucoma primário de ângulo aberto no
Brasil, você vai poder entender de que forma são apropriados os custos diretos e indiretos em um
procedimento médico em Juiz de Fora – MG.
FREITAS, S. M et al. Custos não médicos diretos e indiretos relacionados ao glaucoma primário de ângulo
aberto no Brasil. Revista Brasileira de Oftalmologia. 2019.
 
No artigo Gestão de custos no serviço público: proposta de metodologia para análise e controle em
Unidades de Alimentação e Nutrição, você vai conhecer uma metodologia de apropriação de custos por
Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN), inclusive, esquematizações para a obtenção dos custos com
cada origem de despesa por refeição.
PEREIRA, L. C. A; FLOR, T. B. M. CALAZANS, D. L.M .S.  Gestão de custos no serviço público: proposta de
metodologia para análise e controle em Unidades de Alimentação e Nutrição. UFRN. Revista Ciência Plural.
2019.
 
No artigo Gestão dos custos em uma propriedade leiteira familiar do sul de Minas Gerais, entenda a
classi�cação e apropriação dos custos na gestão de empresas.
BASSOTO, L. C.;MACHADO, L. K. C. Gestão dos custos em uma propriedade leiteira familiar do sul de Minas
Gerais, entenda a classi�cação e apropriação dos custos na gestão de empresas. Forscience. Formiga, v. 8,
n. 2, e00528, 2020.
Referências
https://doi.org/10.5935/0034-7280.20190121
https://doi.org/10.5935/0034-7280.20190121
https://doi.org/10.5935/0034-7280.20190121
https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/17706/11969
https://periodicos.ufrn.br/rcp/article/view/17706/11969
https://www.researchgate.net/publication/347783237_Gestao_dos_custos_em_uma_propriedade_leiteira_familiar_do_sul_de_Minas_Gerais
https://www.researchgate.net/publication/347783237_Gestao_dos_custos_em_uma_propriedade_leiteira_familiar_do_sul_de_Minas_Gerais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
BRUNI, A. L.;  GOMES, S. M. S. Controladoria: conceitos, ferramentas e desa�os. Salvador: EDUFBA, 2010.
COURA, B. et al. Gestão de custos em saúde. Rio de Janeiro: Editora FGV,
2009.
LOPES, C. B. de C.; OSHITA, M. G. B.; MARTINS, D. G. de L. Gestão de custos hospitalares. Curitiba: Unipar,
2020.
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
MARTINS, D. Custos e orçamentos hospitalares. São Paulo: Atlas, 2000.
PAVAN, F. R.; PAVAN, P. A. R. Gestão de custos hospitalares: uma abordagem gerencial. Campinas: Editora
Auster, 2019. 
Aula 3
Elementos formadores dos custos de produtos e serviços
Introdução
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Nesta aula você vai aprender e entender que materiais são os bens adquiridos pela empresa, a �m de serem
consumidos progressivamente durante o processo de operação de suas atividades. Assim, podemos a�rmar
que os materiais são bens com forma física e, portanto, recursos necessários para armazenagem e
distribuição no processo de venda visando à obtenção dos recursos �nanceiros para manter as operações
da empresa. A avaliação desses materiais ocorre aplicando-se o preço de aquisição, formado basicamente
pelo preço de compra, pelos gastos adicionais que se produzem até que os bens se encontrem no estoque
(transporte, seguro etc.) e pelos descontos comerciais obtidos depois do recebimento da nota de compra,
derivados de defeitos de qualidade por descumprimento do prazo de entrega, pelo alcance de determinado
volume de pedidos ou demais causas similares, implicando, assim, a redução do preço de aquisição.
Custos de materiais e de mão de obra: conceitos e classi�cações
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Nas empresas, além dos custos de aquisição de mercadorias, há os custos de formação, produção e
transformação dos estoques de matérias-primas em produtos acabados. Tais custos incluem os custos de
matéria-prima (MAT), os custos de mão de obra direta (MOD) utilizada na produção e os demais custos
indiretos de fabricação (CIF), compostos por gastos de energia elétrica, água, aluguéis, depreciação de
máquinas e equipamentos, impostos e taxas (SALOTTI et al., 2019). O Manual de Contabilidade Aplicada ao
Setor Público (MCASP) dispõe que o custo de transformação de um produto envolve a mão de obra direta e
a alocação sistemática de custos indiretos de produção, variáveis ou �xos, que sejam incorridos na
produção. Esses custos indiretos, classi�cados em variáveis ou �xos, devem ser imputados na produção
�nal, por exemplo, em uma melhoria de um empreendimento imobiliário, custos com paisagismo, drenagem,
assentamento de tubulação para conexões e instalações, entre outros (BRASIL, 2021).
Para os custos de materiais, são encontrados diversos itens com nomenclaturas próprias, divergindo em
conceitos um dos outros. Por isso eles precisam ser classi�cados de formas distintas, principalmente, com
relação à importância de sua participação no produto (matéria-prima e materiais secundários) e segundo
sua relação com o produto (diretos e indiretos), como você pode perceber no Quadro 1:
Quadro 1 | Custos dos materiais
Matéria-prima Materiais que por meio de transformação física
acabam se incorporando ao produto terminado.
Materiais secundários
Materiais que não tenham relevância e
materialidade na composição física do produto
principal, e que não tenham identi�cação física
vinculada a ele.
Diretos
Materiais que possam ser identi�cáveis com um
pedido ou produto especí�co. Desse modo,
constituindo-se como parte integrante direta do
custo do produto.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Indiretos
Materiais que, apesar de serem utilizados nas
atividades produtivas, e consequentemente,
integrantes do produto principal, não são
identi�cados claramente, sendo necessário recorrer
a métodos de distribuição de custos.
Fonte: elaborado pelo autor.
Por sua vez, os recursos humanos participam na atividade empresarial desenvolvendo algumas funções
fundamentais da empresa, ou seja, no abastecimento da matéria-prima, na sua transferência e distribuição
para outras seções produtivas e transformação do produto, assim como na tarefa de comercialização e
administração da organização. Na análise, o planejamento e o controle dos recursos humanos, tanto na
parte relacionada ao desenvolvimento de seu trabalho quanto na vertente salarial, o custo de pessoal na
empresa é um elemento básico para a obtenção do custo do produto. O custo de pessoal implica confrontar
a avaliação econômica da mão de obra em um dado período sobre a produção, a comercialização e a
administração da empresa. Assim, compreenda que essa ideia signi�ca que haverá um componente técnico
ou físico, tempo empregado na produção, na comercialização e na administração, retribuição da mão de
obra. Certamente, o mais complexo é o componente técnico ou físico, isso porque a quanti�cação da
participação que o custoda mão de obra representa no custo do produto pressupõe medir o esforço que
cada trabalhador dedicará à produção. No Quadro 2, entenda a classi�cação do custo de mão de obra em
relação ao produto (mão de obra direta e indireta) e ao seu comportamento (mão de obra variável e �xa):
Quadro 2 | Classi�cação dos custos de mão de obra
Mão de obra direta
Tem relação direta com um produto quando se
pode determinar o tempo em que um trabalhador
investe na produção de um produto.
Mão de obra indireta
Quando não possui relação direta com a produção,
ou seja, tornando-se necessário algum método de
imputação subjetiva que nos permita imputar esse
custo ao produto �nal.
Mão de obra variável
Quando a retribuição do pessoal depende do nível
de atividade que se tenha realizado no exercício
econômico.
Mão de obra �xa
Quando a retribuição não se encontra vinculada ao
nível de atividade. Trata-se de salários vinculados
ao tempo, ou seja, ganha-se pelas horas
trabalhadas, independentemente da produção
realizada.
Fonte: elaborado pelo autor.
É fundamental que você compreenda a formação dos custos dos materiais e os custos da mão de obra,
suas classi�cações e aplicabilidades, pois contabilizar e registrar os custos corretamente impactam
diretamente na gestão �nanceira e na tomada de decisões gerenciais da empresa.
Custos de materiais e de mão de obra: particularidades para de�nir o custo
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Com relação ao custo da mão de obra, mais especi�camente em obras diretas ou indiretas, a situação ideal
é que o pessoal seja direto, já que se evitará a realização de distribuições, não isentas de certa subjetividade,
para poder atribuir o custo da mão de obra aos produtos. A empresa conseguirá fazer com que a mão de
obra seja direta se tiver sido implantado um sistema de controle de tempo das tarefas realizadas e da
presença no posto de trabalho. Para efetuar a avaliação da mão de obra no produto, é preciso conhecer o
tempo dedicado por parte de cada trabalhador à fabricação do produto, como você pode perceber no plano
de trabalho a seguir (Quadro 3):
Quadro 3 | Plano de trabalho
Bloco 1
Data Produto Tarefa Hora início
       
       
Bloco 2
Hora Fim Horas Custo/hora Custo total
       
       
Fonte: elaborado pelo autor.
As matérias-primas são os materiais principais e essenciais que entram em maior quantidade de fabricação
do produto. Por exemplo, a madeira em um processo de fabricação de móveis planejados (SANTOS et al.,
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
2006). Os materiais secundários, ou peças de reposição, são materiais que entram em menor quantidade na
fabricação do produto, como, por exemplo, cola ou verniz (SANTOS et al., 2006). As embalagens são os
materiais destinados a embalar o produto principal antes que ele saia da área de produção (SANTOS et al.,
2006), ou seja, são materiais destinados a resguardar os produtos ou mercadorias a serem comercializadas.
Há ainda itens que compõem o custo dos materiais, quando estes ingressam na empresa, e que precisam
fazer parte dos custos dos materiais.
Segundo Salotti (2019), além do preço de compra, devem ser incluídos nesses custos os impostos de
importação e outros tributos não recuperáveis, gastos com transporte, seguro, manuseios e outros
diretamente atribuíveis à aquisição do produto �nal.
Assim, podemos considerar como custo �nal do produto (1) o preço de compra acrescido de todas as
despesas, como fretes, seguros e outros, e; (2) os impostos de aquisição de materiais, como IPI, ICMS, PIS e
COFINS), podendo integrar ou não o valor dos materiais, dependendo do segmento de atuação da empresa e
de sua forma de tributação (SANTOS et al., 2006). O princípio orientador para a determinação dos custos
dos materiais é o de que esse custo corresponde ao preço de compra acrescido dos impostos, como IPI ou
ICMS, fretes e despesas acessórias. Embora os custos de pedir, armazenar, �scalizar e distribuir, também
sejam custos relevantes, na prática são considerados custos indiretos dos materiais (MARTINS, 2000).
Assim, se o custo de materiais corresponder ao preço de compra acrescido de todas essas despesas, pode-
se utilizar como parâmetro geral para contabilizar o custo de material a mesma metodologia. Por exemplo,
imagine a aquisição de um produto a R$ 2.750,00, em que o frete tenha custado R$ 120,00 e o IPI e ICMS
juntos totalizem R$ 63,00. Assim, o custo unitário desse material precisará ser registrado a R$ 2.933,00. 
Custos de materiais: métodos de avaliação
As empresas dispõem de alguns métodos de avaliação dos custos dos materiais, assim, você vai conhecer
três métodos com conceitos, dinâmicas e �nalidades distintas. O primeiro deles, e o mais usado nas
empresas, é o custo médio, também chamado de custo médio ponderado. O custo médio é um método de
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
avaliação que se baseia na aplicação dos custos médios no lugar dos custos efetivos, ou seja, cada entrada
(compra) de produto feita no estoque é feita pelo cálculo do custo médio dos produtos já estocados
(SANTOS et al., 2006; MONTORO, 2018). Para Martins (2000), as principais vantagens de se utilizar o custo
médio ponderado é a de oferecer custos mais reais e úteis à administração da empresa e estar de acordo
com a legislação do imposto de renda (Decreto nº 1.598/77, Art. 14, §2º) no que diz respeito à preci�cação
dos estoques e do lucro tributável. Vamos a um exemplo prático. Suponha que determinado hospital tenha
em seu estoque o produto Pancrelipase, 10.000 UI, cápsula, pelo valor unitário de R$ 0,95. A primeira compra
foi realizada no dia 25 de fevereiro, na quantidade de 9.000 unidades, e a segunda aquisição, em 2 de março,
na quantidade de 5.000 unidades. Desse modo, o valor adquirido foi de R$ 0,84. No entanto, como você pode
perceber no Quadro 4, no dia 10 de março, o estoque de uma farmácia satélite do hospital requisitou 11.000
unidades do produto (LOPES; OSHITA; MARTINS, 2020).
Quadro 4 | Método do custo médio
Bloco 1
  Entrada
Data Qtd. V. Unit. V. Total
25/02 9000 0,95 8550
02/03 5000 0,84 4200
- - - -
10/03 - - -
Bloco 2
Saída Saldo
Qtd. V. Unit. V. Total Qtd.
- - - 9000
- - - 5000
- - - 14000
11000 0,91 10010 3000
Bloco 3
Saldo
V. Unit. V. Total
0,95 8550
0,84 4200
0,91 12750
0,91 2730
Fonte: Lopes, Oshita e Martins (2020, p. 10).
Por outro lado, no método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai) de avaliação, o princípio é de que o
custo deve ser carregado pelo valor efetivo do material consumido na produção, pressupondo que os
primeiros materiais a serem utilizados na produção sejam aqueles mais antigos no estoque. Em outras
palavras, os custos dos produtos requisitados na produção serão aqueles registrados nas primeiras
compras efetuadas (SANTOS et al., 2006; LOPES; OSHITA; MARTINS, 2020). Para Martins (2000), a principal
vantagem é que o custo do produto é identi�cado com as unidades físicas do estoque, entretanto, ele
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
somente deve ser usado quando os custos forem altos e de grande volume físico, assim como baixo
movimento de entrada.
No método UEPS (último que entra, último que sai), toma-se que todo lote mais recente, seja o mais
signi�cativo para a apuração do lucro, por isso o último lote/custo a entrar é o primeiro a sair (SANTOS et al.,
2006). Como o método PEPS, o registro das saídas é feito pelo custo efetivo de sua entrada, ao contrário do
custo médio ponderado.
Como você pode perceber, as empresas dispõem de alguns métodos de avaliação dos custos de materiais,
assim como atenção à legislação vigente, por isso é fundamental conhecer e compreender o conceito, a
dinâmica dos métodos e, principalmente, suas �nalidades.
Videoaula: Elementos formadores dos custos de produtos e serviços
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Neste vídeo resumo você vai entender que a determinação dos custos geralmente é muitocomplexa nas
organizações e o princípio norteador é o valor de compra em cada uma delas. Você já compreendeu
também que os custos de materiais precisam ser acrescidos de algumas taxas, como impostos, fretes e
outros, porém nos perguntamos, mas como as empresas avaliam e calculam seus custos internamente nos
estoques? Neste vídeo resumo você vai compreender os três métodos de avaliação dos custos de materiais.
Saiba mais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
No painel de custeio administrativo, você vai conhecer um projeto de transparência, simplicidade e e�ciência
na administração pública que serve como ferramenta da informação que possibilita análises comparativas
das despesas de custeio administrativo da administração pública.
SANTOS, F. B. Painel de Custeio Administrativo: um projeto de transparência, simplicidade e e�ciência. 
Escola Nacional de Administração Pública (Enap). 2018. Secretaria de Gestão (SEGES/MP)
 
No trabalho Gestão �nanceira para micro e pequenas empresas: análise da aplicação das ferramentas de
gestão e seus impactos, você vai entender a dinâmica prática de utilização dos métodos de avaliação dos
custos de materiais PEPS, UEPS e do custo médio.
NEVES FILHO, J. B. O. Gestão �nanceira para micro e pequenas empresas: análise da aplicação das
ferramentas de gestão e seus impactos.  PUC Goiás. Escola de Direito, Negócios e Comunicação. 2022.
 
No artigo a seguir, apresentado no XXIX Congresso Brasileiro de Custos, você vai compreender a
importância da avaliação de custos no gerenciamento de estoques nas indústrias no Rio Grande do Norte.
DANTAS, E. E.  et al.  Contribuição da gestão de estoque para  performance empresaria: estudo multicaso
em indústrias salineiras do Rio Grande do Norte. XXIXCongresso Brasileiro de Custos –João Pessoa, PB,
Brasil, 16a 18 de novembro de 2022.
Referências
BRASIL. TESOURO NACIONAL. Manual de contabilidade aplicada ao setor público (mcasp). 9. ed. Brasília,
2021. Disponível em: https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:41943. Acesso
em: 23/12/2023
LOPES, C. B. de C; OSHITA, M. G. B.; MARTINS, D. G. de L. Gestão de custos hospitalares. Curitiba: Unipar,
2020.
MARTINS, D. Custos e orçamentos hospitalares. São Paulo: Atlas, 2000.
MONTORO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizada. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
SANTOS, J. L. dos E. et al. Fundamentos da contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2006.
SALOTTI, B. M. et al. Contabilidade �nanceira. São Paulo: Atlas, 2019. 
https://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3459
https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/handle/123456789/4057
https://repositorio.pucgoias.edu.br/jspui/handle/123456789/4057
https://anaiscbc.abcustos.org.br/anais/article/view/4984/4997
https://anaiscbc.abcustos.org.br/anais/article/view/4984/4997
https://sisweb.tesouro.gov.br/apex/f?p=2501:9::::9:P9_ID_PUBLICACAO:41943
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Aula 4
Apuração dos custos dos produtos e dos serviços
Introdução
Olá, estudante!
Nesta aula você vai entender que para viabilizar a fabricação de um produto as empresas precisam adquirir
matéria-prima, aplicar a mão de obra necessária e contabilizar outros gastos gerais. Tudo isso faz parte da
formação dos custos dos produtos e serviços. Assim, você vai entender e compreender também as
principais características dos sistemas de custeio e a existência de sistemas que pressupõem a adoção de
elementos que in�uenciam na formação dos custos do produto e serviço, que suas combinações conduzem
para vários modelos que precisam ser de�nidos conforme a necessidade da empresa, e, ainda, que certas
combinações de elementos geram sistemas de custeio mais adequados a atender as �nalidades da
empresa. Por �m, vai entender o cálculo do custo de mercadoria vendida (CMV) e o custo padrão, assim
como sua comparação com o custo real de produção. 
Custos: etapas de geração de custos
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Determinar o custo do produto é uma etapa que fundamenta sua lógica operacional na consideração de que
os produtos consomem atividades e estas consomem recursos, sendo aqueles gerados de custos como o
nexo que relaciona diretamente o consumo que cada produto tenha realizado das distintas atividades
envolvidas em sua elaboração. Para Montoro (2018), toda empresa consome recursos quando paga uma
despesa, faz um investimento, adquire e paga por produtos para revenda, matérias-primas e serviços, paga
um empréstimo, entre outros. Assim, antes de buscar entender e compreender a formação dos custos dos
produtos e dos serviços, é essencial que haja a identi�cação e de�nição das atividades dessas empresas.
O primeiro passo a dar é identi�car e classi�car as atividades nas quais se estrutura a organização para
fabricar e comercializar o produto e o seu desenvolvimento temporal, com o objetivo de estabelecer os
processos de todas as atividades ao longo da cadeia de valor da organização, como você pode perceber na
Figura 1.
Figura 1 | Etapas para fabricação do produto na geração dos custos. Fonte: elaborada pelo autor.
No entanto, para de�nir operacionalidades na aplicação do modelo escolhem-se apenas aquelas atividades
que a empresa considere realmente relevantes para realizar sua gestão e seu controle, estabelecendo-se
diferentes níveis de detalhamento para cada atividade realizada. Em consequência, essa é a etapa crucial,
pois a escolha feita condicionará o desenvolvimento posterior do modelo e os resultados obtidos.
De�nidas e delimitadas as atividades relevantes em função dos objetivos e estratégia do negócio, o passo
seguinte é a atribuição dos recursos necessários à sua execução, estabelecendo-se o custo em que ela irá
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
incorrer para transformar as entradas (inputs) que recebe do processo anterior nas saídas (outputs) do
processo seguinte, ou seja, os diversos estados intermediários ou �nais dos outputs que acumulam o valor
da produção.
Semelhantes às atividades, seja para produto ou serviço, é igualmente importante determinar os fatores
geradores dos custos. Uma vez atribuídos os custos às atividades, e dependendo do nível de precisão
desejado para a informação dos custos dos produtos ou serviços, efetua-se a determinação de uma relação
de causalidade entre o consumo de recursos dentro da empresa e a produção obtida, ou seja, trata-se de
de�nir o gerador de custo mais representativo de cada atividade. No entanto, para não invalidar a
operacionalidade do modelo e evitar incorrer em um custo inviável, o número de geradores de custos não
deve ser excessivo.
Mas atenção! Entende-se como gerador de custos a unidade de medida que representa as diferentes
características das atividades realizadas, sendo o instrumento que irá transferir o custo das atividades aos
produtos e serviços pelo estabelecimento do número de geradores de custos consumidos para a produção
realizada ou serviços alcançados.
Dessa forma, o custo unitário do gerador de custos é determinado mediante a divisão do custo total da
atividade entre o número total de geradores de custos, sendo a relação a unir o consumo de fatores com as
atividades, isto é, o custo de cada gerador dentro de uma atividade especí�ca.
Elementos que in�uenciam na formação dos custos de produtos e serviços
O que devemos levar em consideração para chegar ao custo unitário do produto? Como você pode perceber
no Quadro 1, para calcular o custo unitário do produto ou serviço, é necessário o emprego de alguns
sistemas de custeio, porém, são quatro elementos básicos que in�uenciam e determinam a formação do
custo dos produtos e serviços:
Quadro 1 | Estrutura do custo de um produto ou serviço
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Forma: refere-se à modalidade de registro e
apresentação dos custos.
Sistemas monistas
Sistemas dualistas
Conteúdo: refere-se aos itens de custos a serem
apropriados aos produtos e serviços.
Sistema do custeio por absorção
Sistema do custeio direto/marginal
Sistema de custeio ABC
Insumos físicos: refere-se aos insumos físicos
utilizados como base para apropriação doscustos.
Insumos reais
Insumos normais
Insumos padrões
Valores monetários: refere-se aos valores
monetários empregados como base para a
avaliação dos custos.
Valores de mercado
Valores históricos
Valores padrões (custos predeterminados)
Fonte: Santos et al. (2006, p. 67)
Ao longo dos nossos estudos você entenderá e compreenderá diversos sistemas de custeio, no entanto,
nesse momento, é necessário entender o cálculo do custo unitário do produto. Esse cálculo pode envolver o
custeio integral ou parcial do produto. No custeio integral são levados em consideração todos os custos
�xos e variáveis, além de despesas, ou seja, imputando todos os custos envolvidos na produção, como você
pode observar no Quadro 2.
Quadro 2 | Esquema básico do custeio integral
a.    Consumo de matéria-prima MP (variável proporcional)
b.    Mão de obra direta MOD (variável)
c.     Custos indiretos de fabricação (a+b+c=d) CIF (variáveis e �xos)
d.    Custos de produção (d) CP
e.    Despesas indiretas da administração DIA (�xas)
f.      Despesas indiretas da distribuição DID (predominantemente �xas)
g.    Despesas diretas da venda (e+f+g=h) DIV (varáveis)
h.    Despesa total (h) DT
i.      Custo total do produto (d+h=i) CT
j.      Receita (j-i=k) R
k.     Resultado bruto (lucro ou prejuízo) RE
l.      Preço de venda (unitário) PV
Fonte: Santos et al. (2006, p. 70).
É importante ressaltar o reconhecimento das receitas e despesas no período. As receitas derivadas da
venda de produtos ou da prestação de serviços podem ser reconhecidas em diversos pontos, como no
momento em que o pedido é realizado na empresa, no momento da entrega do produto para o consumidor
ou no momento do pagamento pela compra realizada (que pode, inclusive, ser parcelada) (SALOTTI, 2019).
Assim, quando se busca o custo de fabricação, basta fazer o somatório da mão de obra direta (MOD) e o
custo indireto de fabricação (CIF). Desse modo, Santos et al. (2006) ressalta que esse conceito é muito
importante, pois ele representa a soma dos custos aplicados à matéria-prima para transformá-la em
produto. Do mesmo modo que a diferença entre o preço de venda e as despesas de vendas representa o
preço líquido do produto, conforme representado a seguir:
Você deve perceber, acima de tudo, que é muito importante compreender os modelos de custeio para de�nir
o custo do produto e serviço, e principalmente, qual melhor modelo a ser adotado para atender às
necessidades da empresa. 
PL = PV − DV
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Custo da mercadoria vendida (CMV) e o custo padrão
Além dos custos de aquisição dos estoques, há também os custos de formação, produção e transformação
dos estoques de matérias-primas em produtos acabados, considerando os custos destas matérias-primas
(MAT), valores de mão de obra direta (MOD) e demais custos indiretos de fabricação (CIF), compostos por
gastos gerais, como energia elétrica, água, entre outros. No entanto, o custo da mercadoria vendida (CMV)
pode ser expresso também considerando a parcela dos estoques que é vendida em um determinado
período. De uma forma mais simplista, o CMV pode ser expresso da seguinte forma:
Em que o estoque inicial (Ei) de um período, somado às compras (C), subtraído dos estoques adquiridos e
não vendidos no período, con�gura o estoque �nal (Ef) (SALOTTI, 2019). Assim, no Quadro 4, compreenda o
CMV de forma aplicada em determinada empresa:
Quadro 4 | Custo de mercadoria vendida (CMV)
Estoque inicial R$ 50.000
Compras R$ 30.000
(-) Devolução de compras (R$ 5.000)
(-) Estoque �nal (R$ 40.000)
CMV R$ 35.000
Fonte: Montoro (2018, p. 713).
Algumas empresas preferem trabalhar com o custo padrão para de�nir o custo padrão de suas atividades e
operações. Para Lopes, Oshita e Martins (2020), o custo padrão é um custo delimitado como “ideal” para
determinado produto ou serviço, levando-se em consideração todas as variáveis que possa in�uenciar na
formação desse custo. Por sua vez, Stark (2007) de�ne que o custo padrão é baseado na concepção de um
custo de produção de um bem ou serviço, pressupondo o uso dos melhores materiais, nível zero de
ociosidade de mão de obra, utilização de 100% da capacidade disponível e manutenção dentro do previsto x
realizado.
Vamos imaginar o custo padrão de uma matéria-prima como sendo: 1,5kg para cada unidade a R$ 10,00/kg.
A produção do período foi de 7.000 unidades, e nessa produção foram utilizados 10.000kg de matéria-prima,
sendo seu custo total de R$ 50.000,00. Durante o período, foram comprados 70.000kg de matéria-prima a R$
770.000,00. Considerando esses dados, entenda como �ca a variação do custo real em relação ao custo
padrão da matéria prima:
CMV = Ei + C − Ef
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Quadro 5 | Variação considerando o custo padrão
Preço padrão R$ 10,00/kg
Preço real R$ 11,00/kg (R$ 770.000,00/70.000 unidades)
Quantidade padrão 10.500kg (1,5kg/unidade x 7.000 unidades)
Quantidade real 10.000kg
Custo padrão R$ 105.000,00 (R$ 10,00/kg x 10.500kg)
Custo real R$ 110.000,00 (R$ 11,00/kg x 10.000kg)
Variação total (R$ 5.000), pois R$ 105.000,00 – R$ 110.000,00
Variação devido ao preço (R$ 10.000,00), pois (10.000kg x [R$10,00 – R$
11,00])
Variação devido à quantidade R$ 5.000,00 (R$ 10,00 x [10.000kg – 10.500kg])
Fonte: Santos et al. (2006, p. 80)
Portanto, a variação do custo total da matéria-prima (R$ 5.000,00) é explicada por uma ine�ciência na
compra (variação de preço) e um ganho na utilização da matéria-prima (variação de quantidade (SANTOS et
al., 2006). Assim, o custo padrão colabora para a �xação dos padrões desejados dos custos, orientando a
empresa na solução das diferenças de sua comparação com o custo real (STARK, 2007). Esse é o ponto
principal que você precisa compreender na utilização do custo padrão, pois ele serve para auxiliar na tomada
de decisões gerenciais, inclusive, das decisões estratégicas nas organizações. 
Videoaula: Apuração dos custos dos produtos e dos serviços
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Neste vídeo você vai entender que o custo do produto será obtido carregando os custos diretos ao produto,
atribuindo-lhe os custos que não possam ser carregados diretamente por meio das atividades que tenha
utilizado em função dos geradores de custos consumidos de cada uma delas. Assim, você vai compreender
a formação do custo pelo custeio integral com a imputação dos custos e das despesas vinculadas à
produção �nal do produto e serviço.
Saiba mais
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
No artigo Custo da mercadoria vendida como indicador de otimização e tomada de decisões em um serviço
de alimentação: o caso de uma pizzaria em Braga, você vai entender as principais causas e processos que
impactam na formação dos custos das mercadorias vendidas, com o objetivo de identi�car oportunidades
de melhoria e otimização de resultados �nanceiros nas empresas.
OLIVERIA, C. J. F. Custo da mercadoria vendida como indicador de otimização e tomada de decisões em um
serviço de alimentação: o caso de uma pizzaria em Braga. Universidade do Porto. Faculdade de Economia.
2022.  
 
No artigo O dilema dos métodos de custeio e das ferramentas de gerenciamento de custos: uma proposta
conceitual, você terá a oportunidade de conhecer os conceitos teóricos dos métodos de custeio e das
ferramentas de gestão de custos.
ARAUJO, M. B.; MARGEUIRO, E. A.; MORAIS, M. O. O dilema dos métodos de custeio e das ferramentas de
gerenciamento de custos: Uma proposta conceitual. Research, Society and Development, v. 10, n. 9,
e59710918638, 2021.
 
No artigo A gestão de compras em uma empresa do setor de comércio e serviços: utilizando o método do
custo padrão na homologação de fornecedores, você terá a oportunidade de conhecer a utilização do
método do custo padrão para o processo de seleção, avaliação e homologação de fornecedores,
comparando o custo padrão com os custos das propostas de venda.
TELLES, L.S.; LEAL, R. A gestão de compras em uma empresa do setor de comércio e serviços: utilizando o
método do custo padrão na homologação de fornecedores. ConTexto, Porto Alegre, v.19, n.41, p.74-89,
jan./abr. 2019.
 
Referências
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/144156/2/583126.pdf
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/144156/2/583126.pdf
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18638/16329
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/18638/16329
https://seer.ufrgs.br/index.php/ConTexto/article/view/93884/pdf
https://seer.ufrgs.br/index.php/ConTexto/article/view/93884/pdf
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
LOPES, C. B. de C; OSHITA, M. G. B.; MARTINS, D. G. de L. Gestão de custos hospitalares. Curitiba: Unipar,
2020.
MONTORO, E. Contabilidade geral e avançada esquematizada. 5. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
SALOTTI, B. M. et al. Contabilidade �nanceira. São Paulo: Atlas, 2019.
SANTOS, J. L. dos E. et al. Fundamentos da contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2006.
STARK, J. A. Contabilidade de custos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
Aula 5
Revisão da unidade
Classi�cação e avaliação dos custos e o custo-padrão
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Olá, estudante!
Atualmente, para desenvolver um sistema de gestão empresarial e�ciente, é necessário identi�car, analisar e
avaliar os dados e informações disponíveis, criando uma estrutura organizada de informações que auxiliam
a tomada de decisão. Dessa forma, você conseguiu entender que possuir um sistema de custos organizado
é essencial para as empresas estabelecerem estratégias e tomarem decisões com base em informações
con�áveis. Portanto, estamos falando de uma gestão de custos cujos métodos consistem em identi�car e
classi�car todos os gastos e receitas da empresa para produzir relatórios econômico-�nanceiros e
gerenciais.
No sistema convencional de informações �nanceiras, você aprendeu que gastos são todas as aplicações de
recursos desembolsadas ou não, que custos são os recursos aplicados na transformação de ativos, que
despesas são todos os recursos gastos em aplicações que não se transformam em ativos, mas que
contribuem para a geração de receitas, e, por �m, as perdas, que são recursos ou gastos que não
contribuem para gerar ativos ou receitas. Como você pode perceber na Figura 1, é necessário ir além e
entender como os custos e as despesas são classi�cadas no sistema de custos da empresa.
 
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Figura 1 | Classi�cação dos custos. Fonte: elaborada pelo autor.
Outro ponto fundamental, e que você teve a oportunidade de conhecer, são os principais métodos de
avaliação dos custos dos estoques das empresas: PEPS, UEPS e o custo médio. O PEPS (Primeiro que Entra,
Primeiro que Sai) preconiza que a saída dos estoques precisa ser feita pelos itens que entraram primeiro, o
UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai) preconiza justamente o contrário, e o custo médio preconiza que
as saídas devem ser feitas mediante o custo médio do estoque, calculado a cada entrada. Por �m, você
pôde compreender o custo padrão nas organizações, que naturalmente necessita de bastante cautela e
análise, pois ele é visto como o “custo ideal”. Com o passar dos anos, o tempo real, ou o custo real
operacional, começou a ser visto de uma forma diferente e moldou um novo entendimento do custo padrão,
por isso o custo padrão começou a ser estabelecido com base nas operações reais das atividades,
envolvendo os mesmos componentes, equipamentos, mão de obra etc.
Assim, perceba que o custo padrão deve dar ênfase nos resultados pretendidos, considerando a
operacionalização das atividades da instituição, ou seja, de�nir um custo padrão com metas para serem
cumpridas (LOPES; OSHITA; MARTINS, 2020). Assim, podemos dizer que é senso comum a constatação de
que o atual cenário organizacional carece de uma certeza: a necessidade de se implementar uma gestão de
custos e�ciente e e�caz para auxiliar na tomada de decisões estratégicas nas empresas e de dispor de
ferramentas e dashboards que auxiliem nesse processo. 
Videoaula: Revisão da unidade
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aplicativo. Você pode baixar os vídeos direto no aplicativo para assistir mesmo sem
conexão à internet.
Se, em um passado recente, os gestores de empresas acreditavam ser possível administrar com base em
dados e informações de custos estimados de forma super�cial e determinando os custos de produtos e
serviços de forma intuitiva, ou até mesmo utilizando ferramentas de gestão sem integração dos custos,
considerando o cenário atual, você perceberá neste vídeo que é uma certeza de que esses gestores estão
fadados ao fracasso por não empreenderem esforços para identi�car e avaliar corretamente todos os
custos da empresa
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Estudo de caso
Para contextualizar a sua aprendizagem, imagine que você foi contratado como o novo coordenador de
custos de uma pequena indústria têxtil. O proprietário da indústria pretende estabelecer uma gestão com
ênfase nos custos, pois ainda não possui um sistema de custos organizado e devidamente classi�cado que
permita a tomada de decisões a nível gerencial. Desse modo, é necessário conhecer o custo de cada
produto a ser produzido e você foi contratado justamente para essa função. Com base nas informações
disponíveis, serão apurados os custos diretos de fabricação de cada produto utilizando para tal os custos da
matéria-prima utilizada no processo produtivo e da mão de obra direta:
Quadro 1 | Custos e despesas diretas
Calças fabricadas no mês (unidades) 20.000
 Camisas fabricadas no mês (unidades) 30.000
 Jeans consumido na fabricação das calças 150.000
 Tecido consumido na fabricação das camisas 80.000
  Mão de obra direta utilizada na fabricação de
calças
30.000
  Mão de obra direta utilizada na fabricação de
camisas
16.000
 Apuração do custo direto de fabricação:  
 1 – Calças jeans  
 Jeans consumidos R$ 150.000
 Mão de obra direta utilizada R$ 30.000
Total dos custos diretos R$ 180.000
 ( / ) Calças fabricadas no mês 20.000
( = ) Custo unitário direto de cada calça R$ 9,00
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
 2 – Camisas  
 Tecido consumido R$ 80.000
 Mão de obra direta utilizada R$ 16.000
Total dos custos diretos R$ 96.000
 ( / ) Calças fabricadas no mês 30.000
 ( = ) Custo unitário direto de cada camisa R$ 3,20
Fonte: elaborado pelo autor.
Com base nas informações a seguir, são levantados os custos e despesas indiretas na fabricação de calças
e camisas da indústria:
Quadro 2 | Custos e despesas indiretas
 Custo com mão de obra indireta utilizada na
fábrica
R$ 10.000
 Despesa com aluguel do prédio da fábrica R$ 26.000
 Outros custos �xos com a fabricação R$ 40.000
 Despesas �xas com a comercialização dos
produtos
R$ 28.000
 Despesas administrativas �xas R$ 16.000
Total dos custos e despesas indiretos R$ 120.000
Fonte: elaborado pelo autor.
Para a alocação dos custos indiretos na produção dos produtos, você estabeleceu um parâmetro a ser
utilizado para apropriação dos custos e despesas indiretas, conforme quadro a seguir:
Quadro 3 | Alocação dos custos e despesas indiretas aos produtos
  Calças Camisas Total
 Custo com mão de obra
indireta utilizada na
fábrica
40% 60% 100%
  Despesa com aluguel
do prédio da fábrica
70% 30% 100%
 Outros custos fabris 80% 20% 100%
  Despesas �xas com a
comercialização dos
produtos
40% 60% 100%
  Despesas
administrativas
50% 50% 100%
Fonte: elaborado pelo autor.
Para calcular os custos e as despesas indiretas da produção, você precisará iniciar tomando notas dos
dados e informações anteriores. Dessa forma, aplicando os fatores de distribuição aos valores dos custos e
despesas, encontre o custo unitário total de cada um dos produtos produzidos pela indústria.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
______
Re�ita
Você perceberá que os custos e despesas diretos são aqueles que estão diretamente vinculados e
associados aos produtos, não necessitando de qualquerprocedimento para distribuição. Mas qual a
importância disso? Você verá que os custos e despesas indiretas são aquelas que não possui vinculação ou
associação direta com o produto, necessitando, portanto, de um procedimento ou modelo de rateio para sua
correta distribuição. Desta forma, é fundamental que você compreenda que todos os custos e despesas
diretas e indiretas estejam corretamente identi�cadas, e no caso dos custos e despesas indiretas, seja
estabelecido o método de rateio para se estabelecer o custo unitário total do produto.
Como poderia ser adotado o método de rateio na prestação de serviço de distribuição de gases medicinais
em um hospital? O método de rateio pode ser obtido por observação, análises, simulações ou até mesmo
algum meio ou ferramenta técnica, mas independente do modelo, ele precisa ser utilizado para atribuir e
alocar os custos e despesas indiretas ao produto, visando a de�nição do custo unitário total do produto.
Videoaula: Resolução do estudo de caso
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Como novo coordenador de custos da indústria têxtil, qual a melhor forma de se encontrar o custo total
unitário do produto considerando os custos e despesas diretas e indiretas?
É necessário que você compreenda que os custos e despesas indiretas apresentados não sugerem relação
direta com a produção do produto, assim, você precisará utilizar um modelo de rateio para encontrar e
alocar os custos e despesas indiretas ao cálculo do custo unitário total do produto. Assim, considerando
que estudos foram realizados por você para encontrar os parâmetros de rateio dos custos e despesas
indiretas, é chegado o momento de calcular o custo unitário total do produto.
Quadro 4 | Custo unitário total por produto
  Calças Camisas Total
 Custo com mão de obra
indireta utilizada na
fábrica
R$ 4.000 R$ 6.000 R$ 10.000
 Despesa com o aluguel
do prédio da fábrica
R$ 18.200 R$ 7.800 R$ 26.000
 Outros custos fabris R$ 32.000 R$ 8.000 R$ 40.000
  Despesas �xas com a
comercialização dos
produtos
R$ 11.200 R$ 16.800 R$ 28.000
  Despesas
administrativas
R$ 8.000 R$ 8.000 R$ 16.000
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Total dos custos
distribuídos por cada
produto
R$ 73.400 R$ 46.600 R$ 120.000
  ( / ) Quantidades
produzidas
20.000 30.000  
  ( = ) Custo unitário
indireto por cada
produto
R$ 3,67 R$ 1,55  
  ( + ) Custo unitário
direto por cada produto
R$ 9,00 R$ 3,20  
 ( = ) Custo unitário total
por cada produto
R$ 12,67 R$ 4,75  
Fonte: elaborado pelo autor.
Desse modo, após considerar todos os custos e despesas diretas e indiretas, e estabelecendo o parâmetro
de rateio, você encontra o custo unitário total do produto, sendo R$ 12,67 por cada calça e R$ 4,75 por cada
camisa produzida pela indústria têxtil.
Por �m, é importante buscar sempre de�nir rateios que possuam uniformidade de medida e cálculo ao longo
dos anos, e que eles não sejam arbitrários, assim como saber que gastos irrelevantes não precisam de
rateios.
Resumo visual
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Identi�cação e distribuição de custos diretos e indiretos. Fonte: elaborada pelo autor.
Referências
LOPES, C. B. de C.; OSHITA, M. G. B.; MARTINS, D. G. de L. Gestão de custos hospitalares. Curitiba: Unipar,
2020.
,
Unidade 2
Sistemas de custeio
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Aula 1
Tipos de sistemas de custeio
Introdução
Olá, estudante!
Uma gestão de custos e�ciente é primordial para tornar uma empresa lucrativa. Isso se deve ao fato de o
processo de custeio ser uma etapa fundamental da preci�cação, ou seja, se um produto ou serviço for
custeado de forma equivocada há uma grande probabilidade que esse produto resulte em uma operação
de�citária (não trazer lucro para a organização).
Do lado oposto, uma preci�cação feita de maneira e�ciente contribui para tornar uma empresa lucrativa, em
linha com seu planejamento estratégico.
Quando falamos em custo e preci�cação, não se pode deixar de falar dos principais sistemas de custeio,
sua metodologia e seu funcionamento que serão o foco dessa aula.
Visão geral dos sistemas de custeio
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Os métodos de custeio são métodos criados com o objetivo de facilitar o cálculo da apuração do custo de
um produto em uma linha de produção.
Um ponto que se deve deixar claro nesse momento é que a apuração do custo unitário de um produto é de
extrema importância, pois a partir dele é possível identi�car o preço ideal na etapa de preci�cação.
Infelizmente, ainda é muito comum encontrar organizações de todos os portes que não se atentam à
importância de uma gestão e�ciente de custos. Como consequência dessa falta de atenção, deixam de
atingir a rentabilidade almejada e muitas dessas empresas acabam fechando suas portas. Tudo isso devido
à falta de atenção com a gestão de custos.
Ao se utilizar métodos de custeio, o gestor terá a possibilidade de um acompanhamento, de forma clara, do
desempenho �nanceiro da organização e do custo de cada mercadoria, então terá informações su�cientes
para tomar decisões estratégicas.
À medida que uma organização cresce, seus processos operacionais ganham volume. Dessa forma, se
torna mais difícil acompanhar e controlar alguns tipos de informações. Entre essas informações estão os
custos atrelados aos produtos.
Para que essas informações não se percam e o gestor tenha uma visão clara da rentabilidade da
organização é de fundamental importância utilizar o método de custeio adequado, que, claro, pode variar
conforme cada tipo de empresa.
De acordo com Martins e Rocha (2015), há muitos métodos de custeio na literatura, mas é papel do gestor
da organização analisar e avaliar cada um deles considerando as necessidades e as prioridades da
organização, para, a partir daí, fazer a escolha do método de custeio mais interessante para a organização
de acordo com o seu objetivo.
Como falado anteriormente, os métodos de custeio são uma valiosa ferramenta que permitem identi�car
qual o real custo de um produto ou serviço. Os métodos de custeio são importantes, pois a correta
identi�cação do custo de um produto é fundamental para se ter ciência de todos os custos envolvidos em
cada etapa de um processo produtivo (seja ele de um produto ou serviço). A partir dessa informação,
calcula-se uma margem de lucro interessante para esse produto ou serviço de acordo com o objetivo da
organização.
Disciplina
ANÁLISE DE CUSTOS
Se essas premissas não forem atendidas, a empresa pode incorrer em uma preci�cação inadequada. Com
um processo de preci�cação inadequado, as probabilidades de a entidade ter sua lucratividade afetada
negativamente são enormes, pois a empresa pode estar cobrando por uma mercadoria menos do que
deveria cobrar. Dessa forma, ela pode se tornar inviável no longo prazo.
Cada produto/serviço de uma organização terá seu próprio preço de custo, preço esse que pode variar de
um período para outro, a depender dos preços dos insumos necessários para a sua produção. Nessa linha, é
de suma importância que os gestores acompanhem os valores praticados no mercado pelos seus
fornecedores.
Segundo Martins e Rocha (2015), os principais métodos de custeios apresentados na literatura são:
Método de custeio por absorção: como o próprio nome já diz, esse método de custeio absorve todos
os custos da operação produtiva da organização. Ele consiste em um dos métodos mais aplicados por
empresários por conta de sua simplicidade. É o único que consegue atender às exigências contábeis e
�scais com e�ciência, pois engloba todos os montantes relativos ao custo unitário das mercadorias
vendidas. Nele se considera cada custo variável, �xo, direto ou indireto oriundo do processo produtivo.
Método de custeio ABC: também conhecido por método de custeio baseado em atividade. Na linha de
pensamento de Crepaldi (2009), no custeio ABC, a partir da identi�cação das atividades
desempenhadas pela organização,

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