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Sumário 
Inflamação ..................................................................................................................................... 3 
Mecanismo inflamatório - Inflamação aguda ........................................................................... 5 
Fase vascular ......................................................................................................................... 6 
Fase celular .......................................................................................................................... 10 
Mecanismos efetores (ação) ............................................................................................... 14 
Resposta inflamatória sistêmica ......................................................................................... 18 
Exsudato – Infiltrado inflamatório ...................................................................................... 19 
Mecanismo inflamatório - Inflamação crônica ....................................................................... 23 
Etapas da reação inflamatória crônica ................................................................................ 24 
Fase celular .......................................................................................................................... 25 
Destruição tecidual ............................................................................................................. 31 
Reparação ............................................................................................................................ 31 
Imunopatologia (desordens inflamatórias) ............................................................................. 34 
Hipersensibilidade: .............................................................................................................. 34 
Autoimunidade (auto-resposta) .......................................................................................... 37 
Imunodeficiência – falha imunológica ................................................................................ 39 
Alterações de crescimento e neoplasias ..................................................................................... 39 
Anormalidade do crescimento e diferenciação celular .......................................................... 39 
Neoplasias ............................................................................................................................... 50 
Diferenciação celular (grau de anaplasia) ........................................................................... 53 
Classificação e tipos de neoplasias ...................................................................................... 54 
Etiologia e patogenia – Transformação neoplásica ............................................................ 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Inflamação 
Direcionada para entender o processo (reação) inflamatório nos animais em geral. Um 
dos objetivos é conhecer os aspectos benéficos e prejudiciais, compreender o mecanismo 
básico, diferenciar a reação aguda x crônica e identificação macroscópica dos tipos de exsudatos. 
Um animal sofreu uma infecção por um vírus, com isso, vai iniciar uma patogenia 
(período de incubação/ período pré-patente), patogenia significa todos os locais no animal que 
patógeno vai passar até chegar ao seu local alvo, nesse período ele vai multiplicando e 
circulando pelo organismo do animal. Pode ser contida pelo sistema imunológico, seja pela 
imunidade celular ou humoral, se o processo de patogenia é interrompido não há 
desenvolvimento da doença. 
Outro animal também infectado por um vírus, mas que teve falha do sistema 
imunológico, chegou até o fígado, causando lesão (significa uma alteração na morfologia e 
funcionalidade de um tecido em um órgão) e produzindo inflamação. A lesão pode manifestar 
de 3 formas: a apresentação clinica é a mais comum, mas pode haver doença de natureza 
subclínica (animal possui lesão, mas não apresenta sinal clínico) ou a morte. Com a evolução 
clínica, pode se recuperar (próprio organismo incitado pela inflamação ou diagnóstico e 
tratamento – convalescença) ou chegar à morte. A inflamação é uma espécie de substituta da 
imunologia, então muitos mecanismos da imunologia ocorrem na inflamação. 
 
Inflamação: “é uma resposta de tecidos vascularizados a agressões que atraem células 
e moléculas de defesa (circulação sanguínea) para os locais onde ocorreram na tentativa de 
destruir e proteger o indivíduo” (Robbins Basic Pathology, 2017). 
Aspectos benéficos da inflamação 
 Diluir e/ou inativar toxinas (substâncias) químicas e biológicas. 
 Destruir ou sequestrar patógenos, corpos estranhos e células neoplásicas. 
 Substituir o tecido necrótico (reparação). 
 Aumento de temperatura (hipertermia) e/ou dor. 
Aspectos benéficos da inflamação 
 Falha funcional > sinal clínico (doenças) - Interferência no desenvolvimento (médio a 
longo prazo): corporal; produtivo; 
 Morte 
Estímulos que induzem resposta inflamatória – agressão: 
 Físicos: traumas (atropelamento, coice), calor, frio, radiação UV; 
 Químicos: micotoxinas, pesticidas, plantas tóxicas; 
 Patógenos: vírus, bactérias, fungos, parasitas; **mais frequente 
 Corpo estranho: prego, plástico, fibra vegetal; 
 Autoimunidade: anticorpos, celular. 
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Pode ser atravessando a parede intestinal, passando pelo sistema linfático, pelo sistema sanguíneos, as vezes pode passar por um linfonodo e se multiplicas ali, até chegar em algum órgão alvo.
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no caso é o órgão alvo do exemplo
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pode ser micro ou macroscópica
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quanto maior a distribuição pelo tecido parenquimatoso mais grave é a lesão
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piora nos sinais clínicos ou aparecimento de outros
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sequestrar significa tentar conter o agente (microorganismo ou corpo estranho) como por exemplo criando um abcesso
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tecido fibroso, não volta ao normal
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indicativo de inflamação e lesão
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diminui a produção de leite, carne
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não tem poder de multiplicação, mas pode causar a possibilidade de entrada de agentes infeciosos secundários, mas sua presença por si só causa inflamação por ser reconhecido como um corpo estranho
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Sinais cardeais da inflamação: 
 Calor 
 Rubor 
 Inchaço 
 Dor 
 Perda de função 
Quando se fala de sangue, se remeta a 
dois sistemas: hematopoiético e cardiovascular, 
nesse sentido, é necessário compreender como 
é a relação entre o sangue e o sistema 
cardiovascular. 
O sangue é composto por uma grande parte líquida, o plasma, e por elementos 
figurados, compostos de células (eritrócitos – transporte de O2 e leucócitos – defesa do 
organismo), plaquetas, proteínas. Na periferia, existe o plasma e essa separação entre a parte 
sólida e a liquida do sangue é denominada fluxo laminar do sangue. É importante para entender 
como ocorre o extravasamento de substancias, proteínas e células para o tecido. 
A resposta de inflamação ocorre em tecidos vascularizados, precisa de vasos íntegros 
para que essa passagem de substancias possa ocorrer. Boa parte do sangue circula dessa forma, 
com exceção da microcirculação e do coração. Quando se observaque é a mais conhecida, a imunodeficiência (falha) e a 
desorientação (autoimune). 
Hipersensibilidade: 
Alguns indivíduos tendem a apresentar uma doença muito mais acentuada que em 
outros, ainda que tenha a mesma doença, mecanismo. Há os seguintes tipos: 
 Hipersensibilidade Tipo I: também denominada como alergia clássica, é mediada pela 
junção IgE + mastócitos. Os sinais são resultantes da resposta alérgica – anafilaxia – 
asma, alergia alimentar, picada de abelhas. Pode ser uma reação local ou sistêmica. 
 
 Exemplo: atopia/dermatite atópica – altos níveis de IgE e eosinófilos, causando 
prurido e alopecia. 
 Mecanismo: na 1ª exposição, o antígeno é apresentado tanto para a célula T 
quanto para célula B, que surge a produção de IgE. Do ponto de vista clinico e 
patológico, é um processo praticamente silencioso. Em seguida, o anticorpo vai 
se ligar ao mastócito, que vai desencadear o processo em parte do tempo. A 
partir de uma 2ª exposição, o antígeno vai se ligar ao anticorpo, que se liga ao 
mastócito e inicia todo o processo de reação onde a célula estiver. Em algumas 
situações pode ter a participação do eosinófilo. Isso pode criar problema de 
constrição, problemas no musculo liso, causar destruição direta do tecido, 
produzir o elemento mais significativo desse processo, que é a vasodilatação, 
mediada pelo mastócito. 
 
 Obs: se esse mecanismo ocorre em alguns órgãos específicos, podem causar 
problemas locais como na parte superior do sistema digestivo, causando vomito 
e diarreia; na pele (sistema tegumentar), causando avermelhamento e prurido; 
no sistema respiratório, causando espirro. O preocupante é quando esse 
processo ocorre de forma sistêmica, quando diversas redes de capilares 
produzem um choque, quando há uma grande desproporção entre volume de 
sangue e a pressão para realizar as funções. 
 A reação anafilática é um processo inflamatório curto, muitas vezes, 
hiperagudo, dependendo da quantidade de mastócitos que são sensibilizados 
pela IgE. É difícil descobrir a origem, é um processo muito rápido, portanto 
deve-se ter em mente que há possibilidade de os animais apresentarem esse 
quadro de anafilaxia e poder levar até ao óbito. 
 Hipersensibilidade Tipo II: caracterizado pelo processo de citotoxicidade pela ação de 
anticorpos. Tanto no I como no II, a presença de Ac é um elemento muito importante 
para estimular essa citotoxicidade. Essa palavra se refere às células degranulando, 
jogando para o ambiente extracelular os conteúdos já vistos no mecanismo de ação, que 
em resumo, são enzimas lisossomais associados com as espécies reativas tanto do O2 
quanto do N2 que causam muita destruição tecidual. 
 Os componentes que fazem esse processo podem ser tanto o anticorpo IgM 
quanto o IgG. Os antígenos que vão produzir esse tipo de resposta podem ser 
qualquer um, incluindo agentes infecciosos ou não infecciosos. 
 Os primeiros relatos estão relacionados com a transfusão de sangue, em que 
pessoas recebiam sangue de outras e apresentavam reação de 
hipersensibilidade. 
 Mecanismo: há duas formas relacionadas ao tipo II, pode ser (A) iniciado com a 
presença do antígeno, que na 1ª exposição estimula a formação de Ac da 
mesma forma que na hipersensibilidade tipo I. Quando esse Ac se liga ao Ag, ele 
pode ativar o sistema complemento, desencadeando o complexo de ataque à 
membrana (CAM). Quando o C3B se liga à parede, principalmente de estruturas 
infecciosas, ele cria poros na superfície desses microrganismos, o que leva à 
destruição desses agentes, mas muitas vezes podem se ligar às células do 
próprio corpo. A outra forma (B) ocorre a partir dos anticorpos, que podem 
percorrer dois caminhos: criar o mecanismo da fagocitose ou estimular a 
destruição pela ação da célula infectada, cujo Ac se ligou à ela, estimulando um 
linfócito do tipo NK. O grande problema desse mecanismo de hipersensibilidade 
é a estimulação desse anticorpo para células citotóxicas (NK cell). 
 
 Hipersensibilidade Tipo III: mediada por complexo antígeno-anticorpo. O 
imunocomplexo é uma estrutura que se forma quando o Ac se liga com parte do 
antígeno ou do microrganismo. Quando ele se forma, principalmente por doenças 
repetidas/recidivantes, a formação dele pode gerar uma grande produção. A parte 
pesada do Ac é um grande sinalizador de agressão, então quando há essa formação, um 
antígeno foi neutralizado, mas muitas vezes, não é destruído e pode acumular esses 
imunocomplexos. É comum se depositarem em vários locais do organismo, 
principalmente em partes vasculares ou redes capilares, locais como rins (sistema 
glomerular), fígado, baço. Essa reação é chamada reação de “Arthus” e tem a ver com 
essa sensibilização que leva a essa formação desse complexo antígeno-anticorpo. A 
partir desse complexo, haverá o mesmo mecanismo que o anterior, com a diferença que 
na hipersensibilidade tipo II não há formação de grande quantidade de imunocomplexo, 
diferente do tipo III. Há doenças que ocorrem pela deposição de imunocomplexos, 
principalmente crônicas. 
 Após a formação desse imunocomplexo em grande quantidade, o mecanismo 
ocorre tanto pela ativação do complemento, quanto pela degranulação e/ou 
fagocitose. 
 Na foto a seguir, é possível observar várias células endoteliais e bem no meio há 
o imunocomplexo aderido sobre essas células. Há no começo substancias roxas, 
que são os antígenos, em seguida os Ac específicos para os Ag, a formação do 
imunocomplexo e assim o acumulo sob a célula endotelial. A partir do momento 
que ele acumula, ele informa às células que existe agressão, o neutrófilo libera 
as suas enzimas, destruindo as células que estão mais escuras no desenho. O 
grande diferencial é o excesso de imunocomplexos, típico de doenças como 
toxoplasmose, leishmaniose, tuberculose, doenças crônicas. 
 
 Hipersensibilidade Tipo IV: tanto o III como IV são processos mais crônicos de reação de 
hipersensibilidade. Este tipo depende muito de linfócitos Th1 e macrófagos a partir da 
formação de um infiltrado inflamatório granulomatoso. 
 
 Nesse tipo, diferente do que acontece na reação crônica, é a grande quantidade 
de reação no indivíduo, quanto mais linfócitos ativados, mais vai ocorrer 
liberação de degranulados por parte dos linfócitos T. É um processo que vai 
ocorrendo em escala cada vez maior em doenças crônicas, como doenças 
produzidas por Rhodococcus, Leishmaniose, Mycobacterium, etc. 
 Lembrando que a diferença entre III e IV está relacionada a como ela se forma, 
na IV há exsudato granulomatoso, com o processo acentuado de resposta 
inflamatória, sendo bem grave e quanto maior a estimulação, maior a 
destruição. 
 A doença mais estudada relacionada a esse mecanismo é a tuberculose, causada 
pelo Mycobacterium. Essa bactéria facilita o processo de fagocitose, mas não é 
destruída. Isso vai estimular a formação de granuloma e o processo de ativação 
celular (visto na aula de inflamação crônica). Assim, a degranulação vai ocorrer, 
liberando enzimas no meio extracelular e isso irá causar lesão tecidual. 
 
 
 
Autoimunidade (auto-resposta) 
 Quando os leucócitos vão agir ou reagir contra estruturas do próprio indivíduo, 
indicando um erro no processo de detecção do que é ou não é próprio. Esse mecanismo está 
envolvido com a capacidade de avaliar quem é ou não é antígeno, que quebra a ideia da 
tolerância. Um antígeno precisa de uma estrutura mínima para ser classificado e quando as 
células são estimuladas por algum motivo podem produzir proteínas diferentes daquelas 
produzidas primariamente. Essas proteínas são, muitas vezes, totalmente diferentes do ponto 
de vista genético para aquele indivíduo, então quando isso ocorre, isso gera um autoantígeno. 
Esse mecanismo ainda não é muito conhecido, o que se sabe é por exemplo o que ocorre com 
as células da pele, que produzem proteínas que fazem junção intercelular, de tanto contato da 
epiderme com o meio externo (radiação, substancias químicas), esse contato com substânciasexternas/exógenas faz uma estimulação exagerada nas células da epiderme e elas acabam 
apresentando ou criando proteínas que não eram para ser criadas. 
 As doenças autoimunes podem ser classificadas em duas formas: 
 Através de autoanticorpos 
 Ação direta de linfócitos T 
 Um exemplo clássico que ocorre tanto em animais como em humanos é a Myasthenia 
gravis, que é uma doença debilitante, progressiva e se caracteriza pela perda da função 
muscular. No desenho a seguir, à esquerda, há o processo normal, é possível ver a parte final de 
um axônio, a parte muscular esquelética e a liberação de acetilcolina para se ligar nos receptores 
para Ach na célula muscular e assim criar a contração muscular. À direita, mostra a ação dessa 
doença, que gera anticorpos contra os receptores de acetilcolina, então diferentemente da 1ª 
imagem, há os anticorpos se ligando aos receptores para acetilcolina. A ligação do anticorpo ao 
antígeno se modificou e se gerou um anticorpo contra ele, produzindo uma resposta 
inflamatória e a célula muscular vai ser destruída. 
 
 Outra doença que tem relação com esse processo é a Diabetes tipo I, em que há 
formação de autoanticorpos contra as células β. O linfócito T reconhece essa célula como 
estranha, começando a degranulação/citotoxicidade, levando a sua destruição. 
 
Imunodeficiência – falha imunológica 
 Esse é o 3º tipo de desordem inflamatória e representa a incapacidade, a falha de defesa 
que as células podem apresentar, sendo denominada imunodeficiência ou falha imunológica. 
Pode ocorrer em duas formas: primaria ou secundaria. 
 A primaria é aquela em que os indivíduos apresentam erros na formação genética 
principalmente de leucócitos ou das células tronco que geram esses leucócitos. Existe um erro 
primário na atividade dessas células e é mais comum em humanos, não há muitos casos 
relatados em animais. 
 A secundária envolve alguma alteração que influencia na capacidade imunológica ou 
inflamatória e de todos os elementos, o que mais influencia na capacidade de defesa é a 
nutrição. Qualquer animal que tenha uma doença nutricional tende a ter deficiência 
imunológica, pois os nutrientes são direcionados aos sistemas mais prioritários na fisiologia do 
indivíduo, como o cérebro, coração, pulmão. Por outro lado, há doenças que afetam 
diretamente o sistema imune, que estão relacionadas com a destruição da medula óssea (aplasia 
– ausência de crescimento). A medula óssea é um local que tem muitas células que multiplicam 
os leucócitos e outras células, como as do sangue. Quando há lesões nessas células, como ocorre 
em cães com cinomose e leishmaniose por exemplo, eles podem destruir as células da medula 
e o animal apresentar um quadro de leucopenia (redução de leucócitos – diminuição da 
capacidade de resposta do indivíduo). As células da medula vão sendo substituídas por tecido 
adiposo, a medula óssea vai perdendo seu papel de multiplicação e geração celular. Em bovinos, 
há um tipo de intoxicação pela planta Pteridium aquilinum, que quando ingerem quantidade 
igual ou superior a 10g/kg de peso vivo, podem desenvolver uma forma aguda dessa intoxicação 
e há alguns princípios dessa planta que tem a capacidade de destruir a medula óssea e causar 
aplasia. A leucopenia é muito perigosa para qualquer animal. 
 
Alterações de crescimento e neoplasias 
Anormalidade do crescimento e diferenciação celular 
 Todo indivíduo é organizado por diversos sistemas orgânicos e cada um deles é formado 
por órgãos, que por sua vez são compostos por populações de células, as quais são combinações 
de células. Exemplo disso é o fígado, que é uma estrutura formada por lobos e dentro de cada 
estrutura há diferentes lóbulos. Macroscopicamente há uma estrutura bem definida, se aprende 
a visualizar as características normais: peso, tamanho, forma. 
 
 Crescimento: é o mecanismo de aumento no tamanho de uma célula/órgão em 
decorrência do aumento da síntese de componentes do tecido. Pode ocorrer em 4 tipos: 
1. Multiplicativo: ocorre aumento do número de células relacionado a divisões mitóticas. 
Ex: embriogênese. 
2. Auxético: ocorre o aumento no tamanho das células (individualizado), podendo ocorrer 
de forma específica em um órgão. Ex; musculo esquelético. 
3. Aposicional: ocorre aumento dos componentes intercelulares. Ex: osso e cartilagem. 
4. Padrão combinado: junção dos 3 (multiplicativo, auxético e aposicional). Ex: embrião. 
 
 Diferenciação: é o mecanismo em que uma célula adquire morfologia (fenótipo) e 
função especializada. Genoma > coordenação e seleção > expressão e repressão dos genes; 
 
É um processo fundamental que se inicia a partir do zigoto, se estende durante a 
embriogênese, permanece durante a vida fetal e depois do nascimento, algumas células ainda 
continuam esse processo e dependem de células desse tipo, principalmente as células lábeis, 
que estão em constante multiplicação/crescimento celular, e as células estáveis, que tem 
multiplicação mais controlada, como hepatócitos. Nas células permanentes isso não ocorre, já 
que não sofrem mais divisão celular, como o neurônio. 
A seguir vemos um exemplo importante da diferenciação celular do eritrócito. A célula 
inicial é denominada proeritroblasto, que apresenta um núcleo e com o passar do tempo vai 
perdendo-o, já que completou a sua função. Já no início, há produção das moléculas de 
hemoglobina e vão sendo armazenados e quando houver uma boa quantidade, o núcleo entra 
em involução até chegar a fase final com a célula diferenciada, o eritrócito/célula vermelha, que 
está pronta para realizar a função de transporte de gases. 
 
 
Classificação e nomenclatura 
 Conceitos iniciais 
 Doença congênita: o animal apresenta a alteração de desenvolvimento ao 
nascimento. Ex: um animal nasce sem parte da pele (não formação de epitélios), 
animal nasceu com duas cabeças. 
 Doença herdada geneticamente (doença hereditária): é aquela doença em que 
genes são transferidos de uma geração para outra. Ex: hipoplasia testicular em 
touros. 
 Obs: uma doença hereditária pode se expressar como uma doença congênita (não 
quer dizer que uma produziu a outra), como a polidactilia. Pode não ocorrer 
também, quando o animal nasce aparentemente sem problemas mas na fase adulta 
manifesta essa doença genética, como na hipoplasia testicular. 
Distúrbios do crescimento celular – anormalidades do crescimento e diferenciação 
1. Anomalia/mal formações: 
 Defeito no desenvolvimento de um órgão ou parte do corpo; 
 Tipos de anomalia: 
o Desenvolvimento retardado (atraso) 
a) Agenesia (aplasia): é a ausência parcial ou total de um órgão 
 
 
Obs: é comum a atresia anal, em que a porção final do reto não se formou, então não há a abertura do esfíncter 
próximo ao reto e abertura do ânus; e o animal deve ser submetido a correção cirúrgica. Pode ocorrer também atresia 
no corno uterino e prejudicar a gestação por parte de uma fêmea, no túbulo renal, entre outras estruturas tubulares. 
b) Hipoplasia: significa a diminuição da taxa de multiplicação celular 
(~50%), tendo como exemplo: hipoplasia cerebelar produzida 
pela doença chamada diarreia viral bovina - BVD (causada por um 
herpesvirus), que destrói as células do cerebelo; no caso dos 
bovinos, há um gene recessivo que acaba desencadeando na vida 
adulta a hipoplasia testicular. 
 
c) Fissuras na linha media da cabeça, tórax e abdômen: entender 
fissura como abertura; essa linha é formada durante a vida 
embrionária e fetal e caso não ocorra o fechamento, gera a fissura 
 
d) Fusão de órgãos pares: órgãos que durante a embriogênese não 
se separam ou não se formam duplamente. Ex: ciclopia (formação 
de um olho único), rins fusionados em equinos (forma de pata de 
cavalo – Ren arcuatus) 
o Desenvolvimento excessivo 
a) Aumento do número de partes 
 
 
2. Desvio ou deslocamento durante a formação 
a) Deslocamento de órgãos 
 Dextrocardia – transposição do coração para o lado direito 
b) Deslocamento/contato de tecidos 
 Dermóide:inclusão de uma massa que contém pele, pelos ou penas. É 
comum isso ocorrer no olho. 
 Cisto odontóide: inclusão de uma massa de esmalte dentário e 
cemento, como no musculo, na pele. 
 Fusão de caracteres sexuais: hermafrodita (indivíduo que possui tecido 
testicular e ovariano); Freemartin (comum quando há gestação gemelar 
de sexos opostos em placenta compartilhadas. Esse contato faz com 
que o hormônio de um entre em contato com outro e acabe 
influenciando as características morfológicas e reprodutivas, fazendo 
com que as fêmeas nasçam inférteis) 
3. Monstros ou aberrações 
É um distúrbio do desenvolvimento que envolve vários órgãos (partes) e causam 
uma distorção morfológica no indivíduo. 
 Duplicação de todos ou a maioria dos órgãos 
 Zigoto > produto de geminação incompleta 
 Classificação: 
 Gêmeos completamente separados – envolve atraso no desenvolvimento – 
agenesia (faltam órgãos nos dois indivíduos); 
 Gêmeos unidos 
o Cefalotoracópago – união da cabeça e tórax 
o Dicéfalo – duas cabeça separadas (pode envolver o pescoço, tórax e 
tronco). É uma alteração grave e os animais tendem ao óbito. 
 As três primeiras alterações apresentadas no conjunto podem ser denominadas de mal- 
formações. E geralmente causam alterações congênitas que são visualmente nítidos. A partir do 
surgimento, principalmente repetido, dessas alterações, tem que se investigar para verificar se 
existe a participação de algum agente etiológico (vírus, substâncias tóxicas). Fatores na própria 
gestação tais como: desnutrição, aumento de temperatura da fêmea, podem gerar algum tipo 
de alteração dessa natureza. As próximas alterações que vão ser citadas são mais corriqueiras. 
4. Tamanho ou volume 
Ocorrem geralmente após o nascimento, em raras exceções ocorrem durante a 
vida embrionária. O pulmão, por exemplo, tem sua organização estrutural composta 
pelo parênquima pulmonar, parte principal responsável pelas trocas gasosas 
realizada pelo epitélio respiratório dos alvéolos; há outros elementos estruturais 
como vasos sanguíneos, tecido nervoso, muscular, outras células, como 
fibroblastos, células sanguíneas, que participam junto com o parênquima da função 
do órgão. 
Na parte parenquimatosa, quem define a estrutura, a sua função é a população 
de células que esse tecido parenquimatoso possui. Essa população total surge por 
um equilíbrio entre a quantidade de células que nascem/surgiram através da divisão 
celular subtraídas pela quantidade de células que morrem ao longo do tempo 
(morte natural). [população total = número de células (divisão celular – morte 
celular*)]. 
Duas características afetam muito o tamanho do órgão, a primeira o número de 
células e a segunda o tamanho/volume das células que definem. Somado essas 
características ao volume estromal tem-se o tamanho do órgão. 
 
Alterações do volume celular: 
 Hipertrofia: aumento do volume é acompanhado por aumento das funções celulares 
Pode ser fisiológica (mais comum): 
o Muito associada a questões de trabalhos físicos (aumento da atividade celular). Ex: 
equinos tem maiores demandas de aumento de volume (hipismo). 
o Adaptativa: tem maior demanda fisiológica devido a situações de perda de tecidos 
ou células, como forma de compensação da ausência daquelas que morreram por 
doença, trauma, infecção. 
o Na célula muscular: o volume de qualquer célula muscular é definido pela 
quantidade de miofibrilas (proteínas contráteis). Em uma hipertrofia, o nº de 
miofibrilas aumenta assim como o volume da fibra muscular. Cada miofibrila é uma 
cadeia de aminoácidos. Ex: o musculo cardíaco tem seu tamanho dependente do 
fluxo de sangue que passa pelo coração, então se houver um problema circulatório 
no pulmão, por exemplo, pode ocasionar problemas no preenchimento das câmaras 
cardíacas, provocando mudança no tamanho das células desse órgão e geralmente 
é caracterizada por uma hipertrofia em virtude da dificuldade que cada câmara tem 
em bombear o sangue, porque a partir do momento que o fluxo é diminuído, a 
resposta por parte do coração é aumentar a sua demanda fisiológica pra aumentar 
a sua demanda fisiológica para aumentar o bombeamento, mas com o passar do 
tempo se torna uma patologia cardíaca. Ocorre a diminuição da parede do lado 
direito (hipertrofia excêntrica) e do lado esquerdo ocorre o aumento (hipertrofia 
concêntrica). Não necessariamente o animal apresentará hipertrofia concêntrica de 
um lado e excêntrica do outro. 
Na hipertrofia concêntrica pelo volume diminuído da câmara, o número de 
batimentos cardíacos vai ter que ser maior para compensar o volume a ser 
bombeado. Já na hipertrofia excêntrica a contração ventricular é mais lenta, devido 
a parede menos espessa- menor força de contração. São alterações desenvolvidas 
através do tempo pelos mais diversos fatores. Esse aumento de volume não resulta 
em aumento da função e consequentemente o animal desenvolve insuficiência 
cardíaca congestiva (do LE o sangue se acumula no pulmão e no LD se acumula nas 
vísceras anteriores ao coração - rim, fígado...). 
 
Pode ser patológica: 
o Resposta a lesão: o local sofre lesão e ele é obrigado a se adaptar devido a uma 
lesão direta em um órgão. 
o No exemplo a seguir, há uma lesão na parede cardíaca e uma área de 
necrose/infarto do miocárdio e, compensatoriamente, a musculatura acaba 
aumentando e vai haver formação de fibrose no local. 
 
 Hipotrofia: diminuição do volume celular sem interferir nas funções celulares. É o estágio 
intermediário entre hipertrofia e atrofia. 
 Atrofia: diminuição do volume celular com interferência nas funções celulares. 
o A foto a seguir é uma microscopia de fibras musculares cortadas transversalmente, 
é possível ver o núcleo na periferia (musculo esquelético). O volume de cada fibra é 
diferente, as que estão com volume reduzido são caracterizadas pelo termo atrofia. 
 
Tipos de atrofia 
o Fisiológica > atrofia senilidade (volume > quantidade de células) 
ß Diminuição de estímulos hormonais e de fatores de crescimento, que causa a 
redução do volume celular dos órgãos, portanto o órgão como um todo 
também diminui (diminuição da divisão celular e o número de células que 
morrem afetam o tamanho do órgão). A função do órgão vai diminuindo. 
o Patológica: 
ß Nutricional: 
- Direta = falta de alimentos (demanda nutricional não é suprida causando a 
redução da produção de organelas). 
- Indireta = doença debilitante. animal recebe os nutrientes necessários, mas 
por causa de uma doença pré-existente sofre com a redução do metabolismo 
(mediadores inflamatórios - redirecionamento do fluxo de nutrientes). Ex: 
Leishmaniose 
ß Desuso: 
- Diminuição de atividade física 
- Imobilização – fratura 
ß Neurotrópica 
- O músculo esquelético é um órgão que é controlado de forma voluntária pelo 
SN, portanto cada fibra muscular tem uma placa motoro neuromuscular que 
mediante a liberação da acetilcolina causa a despolarização do músculo 
esquelético e a contração muscular. Então se houver a ruptura ou lesão que 
afete o funcionamento das fibras nervosas e dos nervos periféricos dessas 
fibras, isso pode ocasionar a diminuição ou ausência do controle dessas células 
musculares. 
5. Número ou massa total de células 
Conceito: toda alteração do nº de células afeta a população de células e vai 
afetar diretamente o tamanho ou volume de um órgão. Nesse caso, o parâmetro que 
define é o aumento do nº de células, para isso é necessário a divisão celular. 
A forma patológica dessa alteração é extremamente prejudicial ao indivíduo, 
mas também há uma forma fisiológica desse aumento de células. Esse aumento é 
denominado hiperplasia, que é o aumento da taxa de divisão celular acompanhado de 
diferenciação normal. 
 Fisiológica: 
 Tem relação grande com a necessidade de alguns órgãos evoluírem ou 
multiplicarem devido a controles regulatórios do indivíduo, principalmente após 
o nascimento. Um dos controles mais eficientes é o hormonal e o exemplo mais 
comum de hiperplasiaé o que ocorre com a glândula mamária. Todas as fêmeas 
seguem uma lógica reprodutiva que é o período do ciclo estral na qual existe 
gradativamente o estimulo hormonal para o desenvolvimento de características 
sexuais, sendo uma delas o desenvolvimento da glândula mamária. Inicialmente 
ocorre pelo estimulo do FSH e isso é continuado no final pela progesterona. Vai 
ser preparada ao longo do tempo caso haja prenhez para a produção de leite. 
Patológica: 
 Localizada: 
- Comum em animais idosos, com hiperplasia nodular em órgãos como fígado 
ou baço. Microscopicamente, essas células são semelhantes aos órgãos de 
origem, é provável que sejam resposta dos órgãos ao envelhecimento (tentativa 
de repor as células). Importante entender essa parte de diagnóstico diferencial 
pois pode se confundir com neoplasia. 
- Pode ser por estimulação excessiva hormonal, comum em cadelas que 
recebem medicamentos anticoncepcionais, que produzem um estimulo 
exagerado e estimulam o crescimento hiperplásico, como a hiperplasia 
endometrial cística (um dos primeiros estágios de neoplasia) -> progesterona; 
- Formação de papiloma, que é uma neoplasia geralmente benigna, causada 
pelo papilomavirus e acomete principalmente bovinos mais jovens. O vírus 
invade as células epiteliais da epiderme e produz uma resposta hiperplásica 
contra a presença do vírus e gera essa estrutura chamada papiloma. 
- A foto à direita há um aumento no nº de células devido ao fenômeno 
hiperplásico, decorrente de alguma agressão do meio externo em relação à 
pele. Isso pode ocorrer como resposta contra raios solares, substâncias 
químicas, ambientes muito ásperos no qual a pele é exposta. 
 
 
 
Quando se fala em aumento do tamanho de um órgão, é necessário 
compreender dois mecanismos que podem determinar esse aumento. No exemplo 
anterior, nota-se 4 células e pelo mecanismo da hiperplasia, se transformaram em 
8 células, mas o formato se manteve. Na hipertrofia, a quantidade é a mesma mas 
com volume aumentado (não confundir com tumefação celular e degeneração 
hidrópica, que apresentam células cheias de conteúdo e as tornaram maiores, 
diferentemente do conceito de hipertrofia), devido ao aumento das organelas. 
Também pode ocorrer a combinação de hiperplasia e hipertrofia. 
6. Formato ou estrutura tecidual 
 Da mesma forma que a hiperplasia, é uma alteração que afeta diretamente a 
célula e indiretamente o órgão. Também envolve parâmetro da divisão celular, 
mas principalmente alterações gênicas que geram pequenas mudanças que 
afetam no processo de multiplicação e principalmente diferenciação celular. 
 Metaplasia: quando as células de um tecido modificam seu estado de 
diferenciação, ou seja, há transformação de um tipo celular adulto para outro 
tipo celular adulto na mesma linhagem germinativa. Geralmente envolve a 
redução no nível de especialização (troca-se uma célula adulta mais 
especializada com outra menos especializada), é um processo reversível desde 
que a causa seja retirada. Essas agressões tem uma natureza crônica pra 
estimular esse processo de mudança metaplásica. Os tipos mais comuns de 
metaplasia envolvem dois folhetos: 
o Epitelial: existe um tipo muito comum chamado metaplasia escamosa, 
que ocorre no epitélio respiratório e tem como causador o processo de 
irritação por algum tipo de substância presente na fumaça ou cigarro. 
O epitélio respiratório é constituído por boa parte de epitélio 
pseudoestratificado colunar ciliado, que é caracterizado por ser 
simples, com cílios na superfície apical, cuja função é fazer com que o 
mecanismo de defesa funcione (mucociliar). Nesse caso, há uma 
mudança de um tecido simples cilíndrico por um estratificado 
pavimentoso, sendo uma mudança radical na estrutura da região na 
qual vai se perder a função de defesa mucociliar. Outra metaplasia 
escamosa comum principalmente em aves é a deficiência de Vit A, que 
gera tanto no esôfago quanto no epitélio de transição da bexiga a 
transformação também do epitélio estratificado pavimentoso. 
 
 
o Mesenquimal: transformação de um epitélio de origem mesenquimal 
que é uma célula muscular lisa em tecido ósseo ou cartilaginoso, bem 
comum em tumores mamários. A célula muscular lisa é convertida em 
célula óssea ou cartilaginosa, produzindo matriz extracelular que dá 
consistência a esse tumor mamário (podendo sentir na palpação). 
Displasia 
 Também está relacionado com alterações genicas e sua influência na multiplicação e 
diferenciação celular. É a mudança na arquitetura de um tecido, conjunto de células que estão 
com características morfológicas atípicas (tamanho, formato e orientação do tecido. 
 Há perda da uniformidade, das características normais de um tecido (para isso é 
necessário conhecer o normal); há muito pleomorfismo, que é a alteração de tamanho e 
formato celular; outro elemento frequente é a visualização de células em divisão celular 
(mitose). Tudo está diferente morfologicamente, o que difere da metaplasia, em que há 
mudança de tecido, mas esse que substituía tinha características normais. 
 O local mais comum que ocorre esse tipo de displasia são as superfícies, principalmente 
epiteliais, mas pode ocorrer em qualquer região orgânica, superfícies, órgão solido como fígado. 
Geralmente a displasia é classificada em 3 graus: leve, moderada e acentuada. De leve a 
moderada, esse processo pode ser reversível desde que o estímulo seja removido. Caso não 
tenha sido retirado, o processo será acentuado, a tendencia é que a mudança seja irreversível e 
pode tornar uma neoplasia. 
 A seguir, a foto à esquerda mostra um tecido normal e à direita, um tecido com várias 
células, nenhuma distinção, a camada de queratina praticamente inexistente, com celulas de 
tamanhos distintos, representando uma displasia. 
 
 Outro local comum de ocorrer a displasia principalmente em cães de grande porte, 
equinos, suínos, é a displasia coxofemoral. Na foto a seguir, observa-se o acetábulo do quadril e 
o côndilo do fêmur. No acetábulo, há uma área mais escura e uma área irregular (superfície da 
cartilagem articular). Nesse caso, a maior parte das vezes o problema é genético, sendo mais 
difícil prevenir e tratar esse tipo de problema. 
 
 
 O animal do caso anterior tinha 6 meses de idade e quando nasceu e começou a se 
alimentar, já começou a desenvolver todo esse ciclo. Então ele foi desenvolvendo essa 
Osteodistrofia fibrosa devido ao excesso do paratormônio que surgiu devido ao aumento do 
nível de P em relação ao Ca, decorrente de problemas de filtração e excesso de eliminação de 
Ca ou da não eliminação de P (ou os dois fatores). Nota-se que não se trata de um tumor, mas 
uma alteração metabólica óssea relacionada com excesso de hormônio relacionada com 
displasia renal. 
Na parte superior do desenho a seguir, há uma sequência de células desde tecido normal 
até neoplasia. No começo, o núcleo é amarelo e pequeno e vai alterando gradativamente. Na 
parte inferior também há a sequência do tecido. 
 
 
Neoplasias 
Alterações pré-neoplásicas 
 São processos anteriores e fundamentais para saber como se forma. À esquerda, há um 
tecido normal (com características histológicas normais, apresentando membrana basal e 
células cubicas com núcleo centralizado, tecido simples). À direita, há um tecido neoplásico, que 
apresentam algumas células normais e outras com formato diferente (poligonais, arredondados, 
de tamanhos distintos), que destruíram a membrana basal e invadiram o espaço abaixo. 
No meio, vemos a alteração preneoplásica, conhecida como hipertrofia, que é o 
aumento do volume celular devido ao aumento da formação de organelas. Para que essa grande 
formação ocorra, é necessário manter uma grande estimulação do DNA. Esse mecanismo pode 
facilitar o surgimento de um erro e chegar ao estágio neoplásico. Uma 2ª situação é a chamada 
hiperplasia, em que há mais de uma camada, um epitélio estratificado, devido ao aumento de 
divisões celulares; as células possuem o mesmo formato; mas esse aumentopode facilitar ainda 
mais o surgimento de neoplasias. 
Outra alteração é a metaplasia, que também se torna estratificada, mas com tamanhos 
diferentes, também esta relacionada com o aumento de divisões celulares, facilitando o 
surgimento de neoplasia. Por último, pode ocorre a displasia, na qual as células apresentam 
formatos diferentes do normal, que demonstra erros na divisão celular, pode ser um processo 
reversível desde que a causa seja eliminada; é um estágio muito próximo ao neoplásico e é o 
que mais facilita o surgimento de neoplasias. 
 
Tumor 
 Toda aquela massa que ocupa espaço. É o aumento de uma determinada região ou 
tecido. Ex: inflamação, neoplasia. 
Neoplasia 
 A ciência que estuda as neoplasias é chamada oncologia. A palavra câncer vem do latim 
karcinos (crustáceo, caranguejo), estão mais relacionadas às neoplasias malignas. As neoplasias 
podem ser de natureza benigna ou maligna, variam conforme o grau de alteração genética. 
 Neoplasia é um “novo crescimento” no qual as células normais sofrem alterações 
genéticas “irreversíveis”, que as tornam não responsivas aos mecanismos de controles e 
regulação do crescimento e diferenciação celular. 
A regulação se restringe a 3 grandes mecanismos: sistema nervoso (impulsos nervosos), 
sistema endócrino (controle hormonal para produzir feedback positivo ou negativo) e fatores 
de crescimento (produzidas dentro da própria célula – autócrina – ou de célula para célula – 
parácrino). 
¸ Neoplasia benigna = proliferação anormal e autônoma, devido à alteração no DNA 
(genes) que regulam o crescimento e diferenciação (geralmente há maiores alterações 
de crescimento que diferenciação). É um processo que lembra a hiperplasia, mas em 
grau muito superior. 
¸ Neoplasia maligna (câncer) = proliferação celular anormal, autônoma e descontrolada 
devido a alteração no DNA (genes) que regulam o crescimento e diferenciação. O fato 
de ser mais alterada faz com que haja mudanças em como as células se comportam, é 
mais descontrolado devido a essa alteração mais acentuada no processo de divisão 
celular. 
Estrutura do tumor (neoplasia): 
¸ Parênquima 
ß População de células tumorais 
¸ Estroma 
ß Tecido conjuntivo: cria condições para que a nutrição chegue às células 
parenquimatosas. As vezes, a taxa de multiplicação da célula do tumor é tão 
rápida, que o tecido conjuntivo não consegue nutrir as novas células, que 
acabam morrendo e geram a morte celular por hipóxia. Suporte: estimulados 
pelas células parenquimatosas via fatores de crescimento, como fibroblasto 
associado ao câncer (CAF). Para que o CAF consiga produzir, precisa de uma boa 
circulação de sangue (angiogênese ou neovascularização); 
ß A foto a seguir mostra a relação de células que são capazes de controlar e gerar 
esse fibroblasto associado ao câncer. 
 
ß Todas essas células são capazes de controlar o CAF, que é capaz de controlar 
todo o crescimento e proliferação do tumor, dando condições para ele; facilita 
e cria condições para invasão em metástases pela célula tumoral; cria a 
angiogênese; torna o tumor mais resistente a medicamento (quimioterápicos); 
regula o metabolismo do ambiente no qual a massa tumoral como um todo está 
envolvida. 
ß Na foto a seguir à esquerda, há um caso normal, com células epiteliais 
(marrom), vaso sanguíneo, vaso linfático, outro vaso sanguíneo com 
fibroblastos próximos. À direita, há a alteração no microambiente, a célula azul 
é a célula neoplásica que surgiu dessa célula marrom; isso obrigou a modificar 
toda a estrutura. A célula roxa é o CAF, que está revestindo perifericamente a 
massa de células parenquimatosas azuis. As “barrinhas” são a matriz 
extracelular, que é importante para facilitar essa invasão. 
 
 
Na foto anterior do cão, observa-se um tumor praticamente na região inguinal, próximo ao 
membro posterior. Imaginando que ele tenha sido levado ao medico veterinário, que pelo 
exame físico e palpação, perceba o que é. Vai fazer um exame macroscópico dessa massa, 
medindo o diâmetro, altura, circunferência, avaliar se é solido, firme, amolecido ou cheio de 
liquido. Na grande maioria das vezes, esse exame físico só vai direcionar o procedimento. Ao 
decidir fazer uma biopsia (necessário anestésico), com o bisturi, vai cortar uma amostra dessa 
massa e vai colocar em solução de formol a 10% para fixar o tecido; de preferência deve pegar 
a transição da massa com o tecido normal e esse fragmento retirado (3x3 ou 4x4 cm) deve ser 
acondicionado no formol para conservação e depois ser processado no laboratório. Em seguida, 
é feito um corte histológico no qual é feita uma lâmina de hematoxilina eosina que será 
observada no microscópio. Supondo que o diagnostico morfológico tenha resultado em lipoma 
e nesse mesmo laudo, a seguinte descrição histopatológica: “proliferação de adipócitos bem 
diferenciados”. Trata-se de uma neoplasia benigna. 
Diferenciação celular (grau de anaplasia) 
01) Célula bem diferenciada: significa que é muito 
similar ao formato e arranjo tecidual; 
02) Célula mal diferenciada: as células neoplásicas 
parecem pouco com as células do tecido 
original. 
03) Indiferenciada: não é possível identificar pelas 
características pelas características celulares 
Obs: quanto mais indiferenciadas, geralmente 
são neoplasias de natureza maligna. 
Aspectos epidemiológicos das neoplasias 
1. Exposição ambiental 
ß Uso de medicamentos (hormônios). Ex: megestrol, anticoncepcional, é um 
análogo da progesterona, que é responsável pela manutenção da gestação. 
Quando são submetidas ao uso constante, cria um estimulo na glândula 
mamária, podendo levar a neoplasias mamárias em animais (tipo de tumor mais 
comum em animais) 
ß Pesticidas: uso em geral, principalmente pelo uso do ‘Roundup’, cujo composto 
principal é o glifosato, é um herbicida e é o produto mais usado no mundo com 
o objetivo de eliminar plantas invasoras. Exposição a longo prazo que pode 
favorecer o desenvolvimento de neoplasias. 
ß Outros: metais pesados, grãos com micotoxinas (ex: soja). 
Obs: dependem muito do tempo e quantidade de exposição; 
2. Idade 
ß Cães e gatos: tendem a surgir aos 7-8 anos de idade 
3. Fatores genéticos > epigenética -> conhecer o histórico! 
Classificação e tipos de neoplasias 
1. Histogênese 
 Tecido original 
2. Comportamento biológico 
 Benigno ou maligno 
Histogênese 
 Quando se começa a estudar embriologia, se destaca a 
formação dos 3 folhetos embrionários (endoderme, ectoderme e 
mesoderme), que a partir deles surgirão dois tipos de 
classificação utilizada na patologia para definir a origem tecidual. 
Componentes que fazem parte dos 3 tipos de folheto vão dar 
origem a um tipo de tecido: tecido epitelial. Já a mesoderme 
originará a parte mesenquimal, que também vai auxiliar na 
classificação de neoplasias. Existe ainda uma 3ª forma de origem 
neoplásica, quando uma neoplasia possui componentes tanto de 
origem mesenquimal quanto de epitelial (origem mista), comum 
ocorrer na glândula mamária. 
 Origem epitelial 
 
 Origem mesenquimal 
 
 Origem mista 
 
 
Comportamento biológico (benigno x maligno) 
 Uma neoplasia benigna por vezes é um processo de transição até uma neoplasia 
maligna. Para avaliar esse comportamento, é utilizada a noção de avaliação macroscópica 
associada à avaliação microscópica de amostras dessa neoplasia. Com isso, deve-se medir o 
tamanho, avaliar a consistência, a textura, o aspecto externo (se há área de necrose, erosão na 
superfície), verificar se é pedunculada ou não, se a base onde está implantada é sólida. Há casos 
em que se sente que há um osso dentro da neoplasia, isso é uma característica importante ser 
descrita, ou quando há muito liquido também é possível descrever. 
 A avaliação microscópica pode ser feita pela avaliação citológica, usando uma seringa 
ou uma agulha e fazendo uma punção nessa massa, a seguir fazer uma coloração direta dessas 
células para verificar se há ou não uma característica neoplásica direta. A vantagem é que éum 
processo bem mais rápido que um processamento típico histopatológico, em que a amostra tem 
que permanecer em formol, passar 48h, tem que ser processado, até ser feita a lâmina de 
hematoxilina e eosina. A desvantagem é que muitas vezes as células saem muito isoladas e 
algumas delas podem não contribuir para o diagnóstico. A histopatologia é muito mais 
condizente para entender o comportamento do que a citologia. 
 Para entender esse comportamento, é necessário compreender a diferenciação celular, 
que abrange a morfologia: 
-> Tecido adulto (macro e microscopia) 
-> Neoplasia: grau de diferenciação benigna x maligna 
 Microscopia: 
o Anaplasia ou atipia celular: 
ß Quanto mais anaplásico, mais atipia, ou seja, mudanças estruturais e 
morfológicas nas células. Então, quanto mais erros tiverem, menor a 
diferenciação, portanto, tende-se a ter neoplasia de comportamento 
maligno. Quanto maior a diferenciação, mais chances de ser benigna. 
ß Anisocitose: uma característica que é avaliada microscopicamente e ajuda 
a compreender isso é o tamanho das células, quanto mais diferente for a 
célula, vai ser chamado anisocitose. Quanto maior for a variação, maior o 
grau de anisocitose. 
ß Pleomorfismo: outra característica é o formato celular, se as células 
possuem formatos diferentes se trata de uma neoplasia mal diferenciada 
(maligna) 
ß Anisocariose: outra característica envolve tamanho, forma e distribuição 
de cromatina. 
ß Cariomegalia: em relação ao núcleo muito grande (células gigantes) 
ß Núcleo hipercromático: coloração intensa da cromatina. Neoplasias que 
tem alta taxa de divisão celular geralmente tem concentração de 
cromatina muito maior que as células que tem pouca divisão celular. 
Nesses casos, o núcleo fica extremamente azulado ou enegrecido devido 
à quantidade de cromatina pigmentada pelo corante. 
ß Mitoses: numerosas a bizarras. Não é uma coisa comum ou fácil de se ver 
em um tecido adulto normalmente. Em uma neoplasia, a tendencia é ver 
uma quantidade muito maior de mitoses e se elas fogem do padrão 
normal de uma divisão celular (a migração dos polos celulares, a divisão 
da célula), passa a ter um formato bizarro, que é uma característica 
maligna. 
A imagem a seguir mostra diversas características de mal diferenciação. As setas pretas mostram 
as irregularidades dos núcleos; a amarela mostra uma célula com diversos núcleos no 
citoplasma. Essas alterações celulares são tão grandes que não é possível saber qual tecido 
original é somente olhando a microscopia. É um exemplo cujo tecido está indiferenciado. 
 
 
Principais aspectos entre tumores benignos e malignos 
1. Taxa de crescimento 
 Células tumorais (malignas) são praticamente imortais, diferente de outras células 
que tem tempo de vida mais curto. Essas células malignas conseguem bloquear um 
gene que controla a vida, o gene da apoptose, permitindo que ela continue se 
multiplicando. 
 Índice mitótico x taxa apoptose (baixa): dá a possibilidade de surgir um tecido 
volumoso naquele local 
2. Disseminação do tumor 
 Invasão: a partir do momento que a célula se torna neoplásica, ela pode ganhar 
características que permitem invadir tecidos vizinhos. É uma capacidade de 
malignidade, porque permite que essa célula possa invadir e competir por 
nutrientes com outras células de outros lugares. 
 Metástase: outra característica de malignidade. Toda neoplasia inicia em 
determinado tecido, que é chamado local primário. Se essas células começarem a 
invadir e conseguirem chegar a órgãos distantes do tecido de origem, se passa a ter 
uma neoplasia secundaria em um órgão distante e, quando isso ocorre, se trata de 
uma metástase. Ex: pode surgir na glândula mamaria e dali um pequeno conjunto 
de células neoplásicas podem invadir o organismo, circular pelo sistema sanguíneo 
e chegar ao pulmão (local secundário). 
 Então todo tumor vai se iniciar em local primário e vai tentar invadir ou infiltrar 
localmente. Para isso, as células não podem estar em adesão a nada, nem entre 
células, entre elas ou tecido conjuntivo. Por exemplo, as células epiteliais em geral 
possuem muita junção do tipo GAP (desmossomos) que as unem, então estão 
intimamente grudadas umas as outras. Se for uma neoplasia em tecido de origem 
epitelial, para que as células possam invadir, elas têm que perder essa 
característica. No caso de tecido mesenquimal, a ligação geralmente é com tecido 
conjuntivo ou com a matriz extracelular. Por exemplo, o condrócito está 
intimamente ligado à matriz cartilaginosa, então para ele poder invadir tecidos 
vizinhos, ele precisa se soltar ou não produzir tanta matriz para conseguir chegar 
em outros locais próximos. Para isso, ele precisa fazer o processo de migração e 
geralmente envolve uma transição entre células, principalmente epiteliais (que não 
são moveis) com mesenquimais (transição epitélio-mesenquimal – EMT). Se 
comparar queratinócito da epiderme com fibroblasto (célula mesenquimal), elas 
são muito diferentes, porque a mobilidade no ultimo é mais comum de ocorrer, já 
está adaptado para a movimentação. Após conseguir se movimentar, seja ela 
epitelial ou mesenquimal, ela consegue invadir (intravasamento) vasos sanguíneos 
ou linfáticos e a célula consegue produzir algumas substâncias que degradam 
porque vai entra do meio extracelular para dentro do tecido vascular ou linfático. 
Quando ela entra na via hematógena que é mais rápida que a linfática, pode-se 
denominar o conjunto de células como sendo um êmbolo neoplásico. Lembrando 
que embolo é toda partícula que é capaz de movimentar dentro da corrente 
sanguínea, seja bactéria, tecido adiposo ou neoplasia nesse caso. Esse êmbolo vai 
poder circular pela rede sanguínea para regiões mais distantes do local primário. 
Quando chega em um órgão e ultrapassa a parede do vaso (extravasamento), as 
células adquirem a capacidade de implantar, se prender a algum tecido, começar a 
se multiplicar, obter sua nutrição e criar seu microambiente tumoral, sendo este o 
mecanismo da metástase. Ocorre apenas nas neoplasias malignas. Ex: 
adenocarcinoma – glândula mamaria; osteossarcoma – osso. 
3. Invasão/infiltração local + metástase 
 Na 1ª imagem do epitélio respiratório, surgiram algumas células que vão 
apresentar malignidade, há submucosa, uma região com células musculares, vasos 
linfáticos; em seguida, as células começaram a proliferar. Por último, criou-se uma 
espécie de nódulo, uma superfície aumentada para a parte luminal do sistema 
respiratório, enquanto que para o interior da parede do órgão, as células estão 
invadindo (intravasamento). 
 
Neoplasia – Característica macroscópicas 
 Pode ser simples ou múltipla 
 Tamanho variado, desde milímetros a centímetros, medindo o perímetro, diâmetro e 
peso. 
 As neoplasias benignas são bem delimitadas, durante a palpação você percebe que é 
uma massa isolada que não tem relação anatômica com estruturas vizinhas. No entanto, 
ela pode ser difícil de diferenciar, seja por palpação ou exame de imagem, o que indica 
que não há margem de segurança e que houve uma invasão dos tecidos vizinhos. 
 A superfície da neoplasia pode ter áreas e necrose, pode apresentar contornos de 
vegetação como pólipos, formações verrucosas de algumas neoplasias da pele, 
geralmente envolvem nódulos que vão apresentar um formato expansivo e quanto 
maior a neoplasia e mais rápido for seu crescimento, maior a tendencia de necrose na 
sua superfície e na sua parte 
interna (porque quanto mais 
rápido a célula se divide, a 
velocidade de mitose pode ser 
superior à capacidade do 
estroma em nutrir essas células) 
 A consistência varia muito: solida, esquirrosas (dura – comum em tecido ósseo ou 
cartilaginoso), macias, císticas ou necrose. 
Neoplasia – Classificação quanto ao comportamento 
 
Neoplasia – Classificação quanto à nomenclatura 
 
 Histogênese – epitelial 
 
 Histogênese – mesenquimal 
 
 
O carcinoma é uma neoplasia cutânea, que geralmente ocorre nos queratinócitos, que sãocélulas da epiderme, envolvendo a face do animal. Além disso, pode haver na região facial, o 
crescimento de um tumor de origem mesenquimal da pele, já que há estruturas mesenquimais 
na pele, como fibroblastos, linfócitos. 
 
 
Etiologia e patogenia – Transformação neoplásica 
 Lembrando que todas as células do corpo possuem um núcleo e dentro dele existe 
material físico que são os cromossomos, que, por sua vez, é uma condensação de uma dupla fita 
de DNA. Todas as características, formatos, funções que existem em uma célula ou indivíduo 
surgem de genes que estão sequencialmente organizados nessa dupla fita. Quando se fala de 
neoplasia, se trata de um erro de um tipo de alteração que ocorre nessa fita de DNA. Todas as 
células do corpo possuem a mesma fita de DNA, o que vai mudar entre as células são quais genes 
estão expressos ou que conseguem expressar através da produção de algum tipo de proteína e 
aqueles genes que não estão expressos porque estão bloqueados em determinada célula que 
não necessita produzir. 
 No esquema ao lado, observa-se inicialmente uma célula normal adulta, que irá receber 
um tipo de lesão/agressão na sequência gênica do DNA, em que o tipo de agressão é 
considerado não letal, ou seja, produz erros/mudanças na sequência de DNA, mas não é grave 
ao ponto de levar à morte. É um tipo de alteração muito sutil e delicada na estrutura do DNA. 
Com esse tipo de lesão, vai criar a possibilidade de gerar uma célula e, por isso, o termo 
mutação, porque dessa célula que tinha determinada 
característica, vai gerar uma nova célula que a principio 
difere no DNA. Essa nova célula é chamada clone 
neoplásico, porque é uma célula derivada da célula 
original, mas no núcleo já apresenta alteração gênica 
suficiente para produzir e replicar isso adiante. A partir 
desse clone, irão surgir subclones neoplásicos e o 
crescimento de uma massa neoplásica a partir daí, 
independente de ser benigna ou maligna. 
 Dentro do DNA, existem genes que tem papel fundamental na regulação de dois 
processos muito importantes: multiplicação e diferenciação celular. Há o conjunto de genes 
chamado de proto-oncogenes. Por outro lado, existem dois grupos muito importantes de genes 
que tem o papel contrário a esses proto-oncogenes, sendo um chamado de genes supressores 
de tumores e outro de genes de reparo do DNA. Esses dois últimos são chamados de 
antioncogenes, que tentam corrigir ou evitar que os proto-oncogenes criem uma neoplasia, 
evitam que o erro perdure. Quanto maior a repetição da exposição, pode chegar um momento 
em que esses genes não consigam reparar os proto-oncogenes e aí surgir a neoplasia. 
 Entre uma célula normal e uma célula de tumor maligno, existem 3 etapas importantes: 
iniciação, promoção e progressão. Existem substancias chamadas iniciadoras, as quais vão criar 
a lesão gênica no DNA da célula. Em seguida, surgirá a célula iniciada (mais escura em relação 
às demais – já é o clone neoplásico). A 2ª etapa é a promoção, que é a proliferação das células 
em geral, principalmente das células iniciadas e vai desenvolver uma lesão pré-neoplásica ou 
neoplasia benigna. A última etapa já apresenta condição pronta de células multiplicando, alto 
índice de mitose, falhas na diferenciação celular, faltando apenas um passo para se tornar uma 
neoplasia maligna (depende da ação de proto-oncogene). Deve-se entender a promoção como 
a etapa final em que as células ainda são controladas pelo indivíduo/reguladas pelos fatores de 
crescimento e a progressão é a partir do momento em que esse controle não existe. 
 Iniciação: uma alteração irreversível do material genético; 
 Promoção: o crescimento seletivo de células iniciadas para se formar um tumor benigno 
ou alteração pré-neoplásica. 
 Progressão: o desenvolvimento gradual de recursos de malignidade devido a uma 
combinação de alterações genéticas e epigenéticas. 
Etiopatogenia 
1. Proto-oncogenes: 
 Presente em todas as células 
 Função: controladores e promotores do crescimento e diferenciação celular 
 Agressão “gênica” – autonomia celular 
2. Genes supressores de tumores (antioncogenes) 
 Função: inibem o crescimento e diferenciação celular; controlam os processos 
de divisão celular; “freiar” o processo de descontrole de modo a evitar neoplasia 
3. Genes de reparo do DNA 
 Função: realização de pequenos reparos no DNA, evita “erros morfológicos” nos 
genes. 
Em resumo, qualquer substancia exógena que 
entre no individuo e entre em contato com o 
DNA, é um potente agressor, incluindo a 
própria agressão intrínseca ao indivíduo. Há 3 
principais grupos controladores: 
antioncogenes, genes de reparo e genes da 
apoptose. Se eles forem bloqueados ou 
alterados geneticamente por uma agressão, o 
proto-oncogene será também agredido e irá 
gerar um clone neoplásico, que tem uma 
sequência do DNA alterado, se transformando 
em oncogene. O oncogene pode produzir suas 
oncoproteínas, que serão destituídas de controle. 
 
 O esquema anterior mostra o crescimento de um tumor sólido. No começo, há uma 
célula normal e entre ela e a 2ª célula, ocorreram aqueles eventos transformadores 
mencionados anteriormente (iniciação, promoção e progressão). A partir da célula normal, 
surge uma única célula denominada clone neoplásico (no desenho já descrito como célula 
tumoral). A partir desse clone, ocorreram diversas multiplicações, surgindo diversas variantes 
(todas bolinhas de cores diferentes apresentam DNA diferente do 1º clone). Pelas cores, 
observa-se que se formou um tumor sólido com DNA muito diferentes. A cada 30 processos de 
duplicação vai gerar uma massa aproximada de 10^9 células (equivale 1g), que seria uma 
estrutura já volumosa, possível de se detectar em exame. Se continuar multiplicando com mais 
10 duplicações, chegará a 10^12 (1 kg). 
 Uma consequência comum das neoplasias é a chamada síndrome paraneoplásica, que 
são as condições em que um animal apresenta sinais clínicos sistêmicos, por vezes, sinais muito 
diferentes entre si e que são oriundos de substâncias produzidas por massas tumorais. Existem 
diversos tumores que podem produzir 3 mediadores inflamatórios muito importantes (TNF-α, 
IL-1 e IL-6) que interferem no metabolismo, levando a um emagrecimento progressivo até ficar 
caquético. Outro exemplo é o tumor benigno na tireoide; tumor benigno de células beta no 
pâncreas, em virtude do excesso de produção de insulina, gerando um constante estado de 
hipoglicemia.um vaso seccionado 
transversalmente, é possível ver seu interior, com a parte central com elementos sólidos e a 
parte periférica o plasma. O organismo separa esses dois grupos graças às forças 
hemodinâmicas: uma delas é a pressão hidrostática gerada pelo coração, cujo sentido da força 
sai do centro do capilar para a periferia; a outra é a pressão coloido-osmótica/oncótica, que 
parte da periferia do vaso para o centro. O antagonismo dessas duas forças é que leva a essa 
separação, vai ser importante no mecanismo inflamatório quando houver extravasamento. 
 
 
O sistema cardiocirculatório funciona da seguinte forma: o coração quando bombeia o 
sangue, o sangue arterial inicia seu circuito pelas grandes artérias, como a aorta, vai seguindo 
pra vasos de médio e pequeno calibre, até chegarem às arteríolas. Esses conjuntos de vasos são 
compostos por 3 túnicas (grandes artérias até arteríolas), seguindo a mesma lógica do coração 
(endocárdio, miocárdio e epicárdio), com túnica intima, media, externa ou adventícia. 
Das arteríolas surge a microcirculação (rede de capilares), de 3 túnicas se reduz a uma 
com um delicado conteúdo estromal pericapilar, graças a essas estruturas esses vasos permitem 
o extravasamento do conteúdo para o interstício e vice-versa. O fluxo laminar só se desfaz na 
microcirculação, graças ao fato de seu calibre tão pequeno que não permite que o sangue seja 
separado em duas camadas, as células e proteínas ficam próximas a parede do vaso. 
Da microcirculação o líquido extravasado retorna (cerca 99%) para as vênulas e cerca de 
1% é drenado pelo sistema linfático. Das vênulas (retornam as três camadas), para as pequenas 
veias, médias veias e grandes veias, quando chega nas grandes veias a linfa retorna para as 
grandes veias já próximo ao coração, e então o sangue retorna para o coração. O fluxo laminar 
é recriado ao entrar no sistema venoso, mas a força é menor que a do lado arterial. 
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o local onde tem inflamação não executa a função fisiológica, não executa de forma correta
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Esse padrão estrutural existe para evitar a perda de forças (coleidosmótica e oncótica), além de perder conteúdo através do estravasamento.
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A microcirculação é o local de trocas, tanto substâncias saem do interior do vaso e vão para o interstício quanto sai do interstício e vão para o interior do vaso.
O fluxo laminar acaba na microcirculação porque ela não permite que as forças continuem.
 
Microcirculação: 
A arteríola tem duas saídas de conteúdo: a rede de capilares e uma anastomose (meta- 
arteríola), que comunica a arteríola diretamente com a vênula (não existem trocas nesse 
percurso). Do ponto de vista fisiológico, o sangue tende a passar pelos capilares. Nessa rede 
existe um mecanismo funcional: o sangue circula basicamente pelo capilar central, enquanto 
que os outros quatro capilares possuem um esfíncter pré capilar, que é uma estrutura de 
musculo liso que fica permanentemente contraído, fechando a abertura e obrigando o sangue 
a circular apenas pelo capilar central. 
A parte arteriolar é onde as substâncias saem de dentro do capilar central para o 
interstício e na parte venular, as substâncias retornam do interstício para o capilar central. Por 
isso essa região é tão importante com seu sistema de troca. No canto superior, as bolinhas 
representam hemácias. Uma irá passar pela meta-arteríola e a outra pelo capilar central. O fluxo 
laminar se desfaz dentro da rede capilar e se reorganiza a partir da vênula. 
 
 
Mecanismo inflamatório - Inflamação aguda 
A inflamação aguda é dividida em duas fases. Sendo a primeira chamada de fase 
vascular, na qual ocorrem alterações circulatórias (principalmente na microcirculação), e a 
segunda denominada de fase celular, caracterizada por alterações celulares (leucócitos). A 
primeira fase define a existência da segunda, se a fase vascular não ocorrer não existe fase 
celular. Essas duas fases juntas criam a ideia da palavra exsudativa (exsudação), porque delas 
surge exsudato (produto gerado tanto do extravasamento de componentes do vaso {plasma e 
proteínas} e do extravasamento de células). 
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Fase vascular 
Baseia-se em uma sequência de eventos, que ocorrem simultaneamente. Os primeiros 
eventos estão relacionados a alteração de fluxo e calibre - hiperemia ativa. A hiperemia ativa 
pode ser dividida em três estágios: vasodilatação, estase circulatória e extravasamento de 
líquido da microcirculação. 
Em relação a vasodilatação, a foto a seguir mostra o início da microcirculação, que é a 
última parte arterial, chamada arteríola e na qual se vê estruturas avermelhadas envoltas com 
núcleo, ou seja, unidades de músculo liso. Eles garantem a tensão e o calibre desse vaso 
arteríola. No primeiro momento, uma substancia mediadora vasoativa chamada histamina, 
liberada pelos mastócitos (célula perivascular) quando estimulados. Ao se ligar o receptor na 
musculatura lisa, esse musculo relaxa, tornando o calibre maior, permitindo um volume maior 
de sangue e consequentemente um aumento na concentração de calor e de sangue (eritema). 
O efeito direto da vasodilatação é que força a diminuição do fluxo de sangue, porque 
essa musculatura da arteríola ao relaxar, o sangue vai ocupar um espaço maior e ficar mais lento. 
Essa lentidão do fluxo sanguíneo é chamada estase 
vascular e ao ocorrer essa diminuição, vai gerar 
alteração das pressões hemodinâmicas. 
Como a arteríola vasodilatou, ela reduziu o 
fluxo de sangue antes da rede capilar, 
consequentemente esse sangue entra na rede 
capilar de forma mais lenta causando um maior 
extravasamento de líquido na microcirculação, 
pois a pressão hidrostática tem um aumento 
(aumento da pressão do centro para a periferia) 
forçando a passagem do plasma para o interstício. 
Esse extravasamento causa o edema (transudato). 
O desenho a seguir é uma representação complementar em que as células azuis são 
mastócitos e dentro deles há bolinhas vermelhas que são grânulos dessas aminas vasoativas, 
em especial a histamina. Elas vão relaxar os esfíncteres pré-capilares e permitir que o sangue 
passe pelos capilares periféricos da rede. Assim o volume de sangue na rede capilar, vênula e 
arteríola é muito maior. Não existe esfíncteres pós-capilares. 
 
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O próximo grande evento que vai ocorrer quase simultaneamente é o aumento da 
permeabilidade vascular, caracterizada por 4 etapas: contração endotelial, lesão endotelial 
direta, transocitose e exsudato. 
Sobre a lâmina basal, há o endotélio, que são bem justapostos. A contração endotelial 
ocorre para facilitar a entrada de um volume maior de liquido e elementos sólidos (proteínas) e 
células. Essa mudança no tamanho da célula ocorreu graças a algumas substâncias, uma delas é 
a histamina (principalmente) e duas outras são a bradicinina e leucotrienos. O papel dessas 
substâncias é comandar o sistema inflamatório, então a regulação feita por essas substâncias é 
fundamental nesse sistema, por isso são chamados de mediadores inflamatórios. Cada uma 
delas atua em ações intracelulares diferentes e a combinação delas é que garante que esse 
processo de contração celular seja bem feito. Elas alteram as características morfológicas 
através da mudança no citoesqueleto levando a diminuição de seu comprimento. É uma 
resposta bem rápida, considerando o início da agressão. 
 
 O 2º mecanismo que vai ocorrer dentro desse aumento da permeabilidade é a lesão 
endotelial direta. É caracterizada por modificação ou destruição da célula endotelial causada 
por alguma substância ou microrganismo (patógenos, toxinas, leucócitos), deixando um maior 
espaço entre as células determinandoo aumento da permeabilidade. Pode durar horas a dias e 
surge um pouco depois relacionado ao evento da contração endotelial. 
 
O 3º evento é um pouco menos importante que os dois primeiros, que é o fenômeno da 
transocitose, que é geralmente mediado pelo fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), 
que também é conhecido como mediador inflamatório. Essa substância pode induzir a célula 
endotelial a criar alguns vacúolos e carrear substâncias pelo interior da célula liberando-as no 
interstício (isso ocorre principalmente com proteínas e com o plasma). É um elemento que pode 
colaborar no processo de permeabilidade vascular, no qual a célula não é destruída como no 
evento anterior. 
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as células endoteliais
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15 a 30 minutos após o evento agressor ocorrer
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o leucócito pode entender que essa célula precisa ser destruída, porque ela pode, por exemplo, conter um vírus, ou alguma apresentação de alteração de membrana que justifique a sua destruição
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complementa o processo de aumento da permeabilidade vascular
 
Com o aumento da permeabilidade, além desse liquido que saiu na primeira fase, vai 
permitir a saída de elementos sólidos, então vai deixar o transudato e iniciar o exsudato (uma 
substância composta de plasma, proteínas e células). As características que diferenciam 
exsudato do transudato são: 
 Nível e quantidade de proteínas; 
 Quantidade de células; 
 Concentração dessa substância. 
 
 
O 3º evento vascular são os eventos relacionados a linfa e linfonodos, que realizam a 
drenagem linfática e são de extrema importância. A linfa é um líquido extraído do tecido 
intersticial em volta da rede capilar e que entra no capilar linfático. Quando os capilares 
linfáticos absorvem aquele liquido intersticial, que passa a ser chamado de linfa e dali é circulada 
em direção aos linfonodos, depois vasos linfáticos maiores até se comunicarem com os vasos 
venosos próximo ao coração. Essa linfa vai ser composta por muitos elementos relacionados ao 
tipo de agressão. Os linfonodos podem reagir criando um aumento de seu volume, causando a 
linfoadenomegalia, comum em doenças infecciosas e inflamatórias. Reação inflamatória no 
linfonodo é chamada linfadenite, por isso é importante no exame clínico comparar o tamanho 
dos linfonodos e avaliar se existe uma reação inflamatória dentro do linfonodo. Se atingir o vaso 
linfático, é denominada linfagite. O aumento do linfonodo pode ser simplesmente pelo aumento 
do volume de linfa, sem carrear algum tipo de microrganismo. Essa alteração do fluxo linfático 
ajuda a atingir o equilíbrio. 
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Linfoadenomegalia: aumento do linfonodo, pode acontecer sem que haja inflamação
 
 Nessa primeira fase predominam os mastócitos e os leucócitos (entre eles os 
macrófagos). Quando uma célula morre ou é destruída, seja pela ação de um vírus, toxina 
bacteriana ou trauma, a membrana plasmática da célula se rompe. Os seus fragmentos são ricos 
em fosfolipídios, então quando uma célula os fagocita, essas substâncias vão sofrer ação de uma 
enzima do macrófago. 
 Dentro do macrófago existe uma enzima que chama fosfolipase, que pega o fosfolipídio 
e converte em ácido araquidônico, que a partir dela, pode haver a ação da ciclo-oxigenase e da 
lipo-oxigenase. Desses dois grupos vão surgir todos os mediadores mencionados anteriormente. 
Da lipo-oxigenase vão surgir vários tipos de leucotrienos, cada um com funções básicas e 
importantes, relacionadas a quimiotaxia, mudança de permeabilidade. Da ciclo-oxigenase vão 
surgir as prostaglandinas, que é subdividida em tromboxanos e outras substâncias. 
Essa via do fosfolipídio ou do ácido araquidônico é muito conhecida e a maioria dos anti-
inflamatórios atuam nessa parte da ciclo-oxigenase. Existem os bloqueadores da lipo-oxigenase 
e os bloqueadores da fosfolipase, que impede a formação do ácido araquidônico e o restante 
das substâncias, conhecidos como corticoides/esteroides, que são anti-inflamatórios que 
bloqueiam o nascimento desses mediadores. Então se houver uma aplicação errônea de 
corticoide, é muito perigoso pois pode bloquear o processo de defesa do animal, tendo um 
impacto muito grande ao organismo. 
 
Fase celular 
 Os leucócitos no sangue são divididos em dois 
grandes grupos: os granulócitos (neutrófilo, eosinófilo e 
basófilo- caracterizados pela presença de grânulos) e os 
agranulócitos (linfócito e monócito). São as principais 
células da inflamação variando no processo agudo e 
crônico. O neutrófilo é a célula principal da reação 
inflamatória aguda e o linfócito da reação crônica 
principalmente. 
- Etapas: 
1. Recrutamento: 
 Quando uma agressão ocorre independente se é um agente infeccioso ou não, 
essa agressão tende a ativar os macrófagos, que podem ser divididos em dois tipos: 
derivados de monócitos e aqueles que residem nos tecidos, genericamente chamados 
de histiócitos, como a célula de Kupfer no fígado, a célula de Langherhan na pele, o 
macrófago alveolar no pulmão. Essas células tendem a ser o 1º ponto de percepção 
dessa agressão. 
 Supondo que uma célula tenha sofrido uma infecção bacteriana, o macrófago 
vai fagocitar essa bactéria e vai produzir mediadores inflamatórios que vão ser os 
iniciadores do processo inflamatório de modo geral, o TNF (fator de necrose tumoral) e 
IL-1 (interleucina 1). Esses mediadores vão direcionar os efeitos em dois grupos: efeitos 
locais que correspondem aonde os macrófagos estão e efeitos sistêmicos (no individuo 
como um todo). 
 Com relação aos efeitos locais, o 1º grupo de efeitos são aqueles relacionados 
aos vasos sanguíneos (visto na aula anterior) – hiperemia ativa. O mastócito é 
estimulado pelo TNF e IL-1, produzidos pelos macrófagos, e ele libera a histamina e 
facilita as alterações vasculares. Esses mesmos mediadores vão atuar no processo de 
ativação e recrutamento de leucócitos. Os efeitos sistêmicos serão comentados mais 
adiante, mas há mudanças no comportamento, aumento de proteínas de fase aguda, 
presença de febre. Deve-se entender a palavra recrutamento como um chamado que 
esses leucócitos recebem, especialmente o neutrófilo, na corrente sanguínea para 
chegar até um determinado órgão. 
 
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tem o papel de fagocitar dentro dos órgãos, percebem se algo ocorreu, se há lesão
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Por exemplo, um macrófago do pulmão que fagocitou um vírus, ele vai liberar TNF e IL-1, que vão fazer com que os leucócitos (em especial o neutrófilo) cheguem até o pulmão porque são recrutados pelos mediadores para este local
 Outro elemento que ajuda a recrutar leucócitos é o sistema complemento, que 
é um sistema de proteínas produzidas pelo fígado e presentes na corrente sanguínea. 
São estudadas por vias, como visto em imunologia, mas o interesse na patologia é saber 
como o SC faz o recrutamento. No 1º plano, há o agente infeccioso (bastonete com 
várias proteínas ou carboidratos na superfície) na via alternativa. Na via clássica, há 
anticorpos ligado a esses antígenos e na via da lecitina há ela ligada a manose (presente 
em organismos, principalmente bactérias). Independente da via, esse agente vai chegar 
e se ligar a uma molécula desse sistema enzimático chamada C3b. A partir dela, há 3 
possibilidades: 
 Criar um poro na bactéria, que altera o mecanismo de trocas dela e leva a sua 
destruição (complexo de ataque à membrana – MAC- ação direta da molécula 
na bactéria); 
 Facilitar através da molécula o reconhecimento por parte do macrófago e 
fagocitar esse microrganismo; 
 A mais importante no processo inflamatório:função de recrutamento. Dessa 
molécula C3b vai ser liberado um fragmento chamado C3a (ativado) e chega 
até o neutrófilo e o atrai até onde a inflamação está ocorrendo. Esse 
mecanismo de recrutamento usando as moléculas C3a e C5a são formas de 
recrutar neutrófilos para o ponto de inflamação. 
 
 
 Resumindo, o SC do ponto de vista de ação tem 3 atividades: direta através do 
MAC, a fagocitose do patógeno ou o recrutamento de leucócitos (neutrófilos*). Quanto 
mais vias ativadas, maior a atração de neutrófilos no local da inflamação. Essas 
substâncias que controlam o recrutamento vão definir muito a intensidade da resposta 
e a rapidez com que ela acontece, então quanto mais 
substâncias recrutadoras, mais rápido e intenso o 
processo será. Primeiramente ocorre o edema 
(transudato), a seguir nas primeiras 24 horas após a lesão 
ocorre um pico de neutrófilos e depois desse pico vai 
ocorrer o pico da chegada monócitos que vão se 
transformando em macrófagos. Quem define a chegada 
desses componentes são as substâncias recrutadoras. 
2. Marginação 
 Essa marginação é do leucócito, mais especificamente do neutrófilo, e tem a ver 
com a 1ª fase, dependendo assim da alteração vascular. Quando ocorre alteração de 
fluxo e calibre na fase vascular, altera as forças hemodinâmicas e uma das coisas que 
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acontecem na arteríola é a perda do padrão laminar do sangue. O leucócito transita no 
centro do vaso, então a marginação significa quando o neutrófilo sai do centro do vaso 
e se aproxima da periferia ou da célula endotelial. 
 
 No corte histológico acima, é possível ver o tecido conjuntivo bem dispenso 
(fibras róseas), derivadas de edema e há neutrófilos já fora do vaso. Com isso, já tem 
infiltrado e formação de exsudato. Além disso, é possível ver a marginação dos 
leucocitos às células endoteliais. 
3. Rolamento 
O sangue flui de forma unidirecional, sai do coração em direção à microcirculação. 
Há uma força que empurra esse sangue de forma que as células rolem/girem durante a 
movimentação do sangue. Quando ocorre as alterações vasculares, a velocidade é menor 
e as células começam a marginar, rolando sobre as células endoteliais. O rolamento 
significa que essas células precisam reduzir a sua velocidade gradualmente e para que 
ocorra o rolamento mais lento, é necessário que haja interação entre o leucócito e a célula 
endotelial. 
Lembrando que no recrutamento, o macrófago quando libera IL e TNF busca atrair 
o neutrófilo para o local, além disso essas substancias fazem com que tanto o leucócito 
quanto as células endoteliais passem a expressar essas proteínas que vão interagir entre 
elas para começar a freiar esse rolamento. Tanto o leucócito quanto a célula endotelial 
vão apresentar dois receptores que são glicoproteínas, com um grupo chamado Selectina 
(L - leucócito, E – célula endotelial, P - vem de plaqueta, mas é apresentada pela célula 
endotelial) e outro chamado Sialyl Lewis 
(proteína formada de ácido siálico. Essa 
interação é muito fraca, se o fluxo mudar 
(aumentar), a tendência é desfazer essa ligação. 
4. Adesão 
Também ocorre graças a ação do TNF e IL1 iniciados pelo macrófago e tem duas 
etapas, sendo a 1ª uma aderência mais fraca e a posterior mais forte. Vai ocorrer a 
mesma situação do rolamento, então tanto o leucócito quanto a célula endotelial vão 
apresentar receptores de membrana que vai permitir a interação entre os dois. O 
leucócito vai apresentar uma glicoproteína chamada Integrina na sua membrana e a 
célula endotelial vai apresentar um conjunto de moléculas chamadas de CAMs 
(moléculas de adesão celular). Então, 
vai haver da mesma forma que no 
rolamento, essa interação entre 
integrina e essas CAMs de modo a 
parar totalmente a célula que está 
rolando sobre o endotélio. 
Essa ligação entre os dois a princípio é de baixa/fraca afinidade, posteriormente 
vai se transformar de alta/forte afinidade, que ocorre porque vai ter um auxílio de uma 
outra combinação de uma molécula proteoglicana ou uma quimiocina, como pode ser 
observado no esquema anterior. A adesão é tão forte que se torna uma adesão estável, 
devido ao ICAM e VCAM ligados a integrina de alta afinidade, fazendo com que a célula 
parasse seu movimento. Essa parada vai ser a ultima etapa antes da diapedese. 
 
Esquema para entender as etapas de rolamento, adesão, diapedese e quimiotaxia. 
 
5. Transmigração/Diapedese 
 É a etapa em que a célula atravessa a parede do vaso. Lembrando a aula anterior 
que a 2ª fase da alteração vascular é o aumento da permeabilidade, então para essa 
etapa de diapedese aconteça, é necessário que tenha ocorrido esse aumento seja por 
contração da célula endotelial ou por lesão do próprio neutrófilo. 
 Para que isso ocorra é necessário também proteínas chamadas de PECAM-1 
(Molécula de adesão de células endoteliais de plaquetas) ou imunoglobulina CD31, 
porque o formato e as características estruturais são muito parecidos com anticorpo, 
tem um nível de ligação muito forte, como IgG e IgM. Essa molécula vai ser expressada 
tanto pelo leucócito quanto pela célula endotelial, então os mediadores vão estimular 
essas duas células a apresentarem a mesma proteína, que tenha a mesma afinidade 
uma pela outra e vai permitir a diapedese. O leucócito vai sofrer mais mudanças na sua 
estrutura para poder atravessar o espaço que existe ou destruir a célula endotelial, mas 
de qualquer forma terá que alterar seu citoesqueleto para permitir a diapedese e ganhar 
a capacidade de movimentação celular ao local em que está sendo recrutada. Essa célula 
passa a ser capaz de liberar alguns tipos de substancias, no geral chamadas de 
proteinases, e nesse grupo principalmente as colagenases, que é um tipo de enzima que 
degrada/acelera a degradação do colágeno da membrana basal e permitir a passagem. 
 
 
6. Quimiotaxia 
 É o movimento que o leucócito/neutrófilo faz desde que atravessou a parede 
até o local onde a agressão aconteceu. Essa movimentação precisa ser muito organizada 
e direcionada, pois não pode perder tempo, o neutrófilo é uma célula de ação muito 
rápida. Isso ocorre graças a presença de algumas substâncias que criam um gradiente 
de concentração, como fragmentos de 
bactérias, vírus ou algum agente 
agressor; a presença de citocinas ou 
quimiocinas; o C5a do SC pode estar 
concentrado ou livre no tecido e isso 
orientar o neutrófilo; presença do 
leucotrieno B4 (derivado do ácido 
araquidônico). 
 É importante ressaltar que 
esses eventos tendem a ocorrer paralelamente, são simultâneos em sua maioria. A 
seguir, um quadro com os principais mediadores inflamatórios e eventos celulares. 
 
 
Mecanismos efetores (ação) 
 Quando os leucócitos chegam ao local de agressão, é necessário que ocorra dois eventos 
para que os neutrófilos possam agir: reconhecimento e a partir dele, a ativação leucocitária, 
que é o processo que diz ao neutrófilo que ele deve agir. 
 
 A imagem anterior mostra a membrana plasmática de um neutrófilo e na superfície há 
dois receptores que nos interessa no momento: o receptor do tipo Toll e o receptor fagócito. 
Em ambos há um microrganismo em forma de bastão laranja com seus antígenos na superfície. 
O reconhecimento é o fato desse neutrófilo conseguir fazer essa ligação com o microrganismo. 
Então esse neutrófilo chegou por quimiotaxia ao local da agressão e através das proteínas tanto 
o receptor fagócito quanto o Toll conseguem identificar o agente. 
 A partir do momento em que o agente infeccioso se liga a um desses receptores ou em 
ambos, inicia o mecanismo de segundo mensageiro dentro do citoplasma dessa célula, dando 
início a vários mecanismos. Então o grande objetivo deles é por um lado gerar os mediadores 
inflamatórios, mediante essa conexão, e ativar alguns mecanismos intracelulares para que esse 
neutrófilo possa defender o organismo. Isso é feito através da atividade microbicida dos 
leucócitos e assim a morte dos microrganismos. 
Mecanismo de ação 
 A fagocitose é umprocesso que tem 3 passos básicos sequenciais, o primeiro coincide 
com o processo de reconhecimento (01) por parte do neutrófilo através dos receptores Toll e 
fagócito. No caso do receptor fagócito, ele vai ser importante para esse passo. Se houver a 
ligação do agente infeccioso com o receptor fagocito, o que inicia a partir dessa 
ligação/reconhecimento? O neutrófilo de forma geral começa a mudar seu citoesqueleto a partir 
dessa ativação, onde ele vai criar essas estruturas em que vão abraçar o microrganismo, os 
pseudópodes, que nascem de um rearranjo do citoesqueleto na tentativa de englobar esse 
agente infeccioso. A partir do momento em que ele consegue fazer isso, ele consegue fazer um 
processo chamado engolfamento (02) ou englobamento 
do microrganismo. Na imagem é possível ver que esse 
processo gera um vacúolo no qual está o microrganismo 
dentro, chamado de fagossomo, o qual vai migrar dentro 
do citoplasma do neutrófilo e aí iniciará o 3º passo da 
fagocitose, que é a destruição (03). Para isso acontecer, é 
necessário que esse fagossomo se una às bolinhas verdes 
(organelas lisossomais), gerando a estrutura última 
denominada fagolisossomo. Para que ocorra a destruição 
intracelular vai ser necessária uma combinação de 
algumas substâncias: 
1) Enzimas lisossomais: 
ß Grânulos maiores (azurófilos ou primários): composto por enzimas como a 
Mieloperoxidase, que possui fatores bactericidas (defensinas), hidrolases ácidas 
e proteases neutras (elastase). 
ß Grânulos menores (específicos ou secundários): composto por lisozima, 
colagenase, lactoferrina, histaminase e fosfatase alcalina. 
ß Grânulos terciários: são mais específicos, como a catepsina, gelatinase e 
colagenase. 
2) Espécies reativas de oxigênio (ERO): 
ß Na membrana do fagolisossomo existe uma enzima chamada oxidase do NADPH/ 
oxidase de fagócitos, que é importante pois cria uma oxidação, vai roubar elétrons 
da molécula de oxigênio, criando uma outra molécula que é uma espécie reativa 
ao O2 chamada ânion superóxido (o2-). Essa substância vai ser convertida em 
peroxido de hidrogênio (H2O2) pela superóxido dismutase, ainda no 
fagolisossomo. Por fim, o H2O2 é convertido em hipoclorito (OCl2-) pela 
mieloperoxidase. Portanto, essa transformação gera uma substância 
extremamente bactericida. O hipoclorito possui capacidade maior que o peróxido 
e o peróxido maior que o ânion, mas as 3 fazem a mesma coisa. Também são 
conhecidas como radicais livres, roubam elétrons da estrutura do agente 
infeccioso (parede ou membrana celular), o que leva à desestabilização da 
estrutura microbiana, conhecido como estresse oxidativo. 
3) Espécies reativas de nitrogênio 
ß Ocorre algo muito parecido, na membrana do fagolisossomo, existe uma enzima 
chamada óxido nítrico sintase (NOS), que faz uma conversão ou acelera ela, de 
arginina em óxido nítrico (ON). Em seguida, esse ON reage com ânion 
superóxido (O2-) criando a molécula peroxinitrito (ONOO-). 
ß Os derivados de nitrogênio vão criar um mecanismo semelhante ao do oxigênio, 
no qual eles vão agredir a membrana/parede celular de bactérias, fungos, vírus 
e com isso vao conseguir destruir esses elementos. Em síntese, ambos tem essa 
ação catalisadora de oxidação da membrana de microrganismos. 
 
 
 Outro mecanismo é extracelular, tudo que vai ocorrer na tentativa de destruir o 
microrganismo vai ser fora da célula. É conhecido como armadilha (NET). Foi descoberto 
inicialmente no neutrófilo no ano de 2004, é relativamente novo. O neutrófilo gera uma 
espécie de uma rede com objetivo de que essa rede contenha ou se prenda ao 
microrganismo e possa de alguma forma segurá-lo ou contê-lo. Parte da estrutura do 
DNA é jogado para o meio extracelular e a partir disso vão se prender ao microrganismo. 
Essa ligação entre o agente e a fibra do DNA vai permitir que o 
neutrófilo possa liberar/secretar para o meio externo os grânulos 
enzimáticos. Lembrando que esse mecanismo da armadilha só 
ocorre porque o neutrófilo não conseguiu fagocitar o agente 
infeccioso. 
 A foto ao lado é uma micrografia que mostra bactérias 
(estafilococos) nas NETs, que estão presas para que as enzimas 
lisossomais e as espécies reativas de O2 e N2 possam atingir essas 
bactérias. Esse mecanismo em inglês é conhecido como NETose. A 
seguir, há um esquema que representa bem esse mecanismo. 
 
 A diferença entre a degranulação e a armadilha é justamente a presença da armadilha. 
A degranulação já ocorreu na etapa anterior, onde as enzimas/espécies do O2 foram liberadas 
no meio extracelular. Aqui na degranulação vai ocorrer da mesma forma, mas sem a rede, 
geralmente ocorre pelo fenômeno conhecido como fagocitose “frustrada”. 
 Esse caso da degranulação é mais grave que o evento da rede, pois ocorreu o processo 
de reconhecimento, ativou e falhou o processo de colocar o agente na célula (falha no 
engolfamento); ou houve o reconhecimento, a ativação, a formação dos pseudópodes, formou 
fagossomo, mas ele rompeu e a célula morreu, consequentemente o neutrófilo e o agente 
saíram dessa célula (ruptura fagossomo). Ambas hipóteses se tratam da fagocitose “frustrada”. 
Mediante essa situação, vai ocorrer a degranulação. Tanto as enzimas lisossomais, quanto as 
enzimas que controlam o surto oxidativo do O2 e N2 são liberadas no meio externo. 
 
Essas enzimas são liberadas, diferentemente do mecanismo da rede, não há rede de 
contenção, são liberadas no meio extracelular e esse processo é de alto risco, porque tem a 
chance de que essas enzimas e substancias ajam por contato. Caso acerte correta e diretamente 
o organismo, será benéfico, mas se esse alvo for errado as substancias vão entrar em contato 
com tecido normal do indivíduo e isso vai simbolizar destruição. A rede é um mecanismo muito 
bom porque ele segura o microrganismo para que as enzimas atuem diretamente, mas se não 
há a rede, as enzimas são liberadas em torno desse neutrófilo e é uma tentativa de acerto e 
erro, podendo ocasionar a destruição de uma célula do pulmão, fígado, surgindo a possibilidade 
de necrose derivada do processo inflamatório. 
A enzima proveniente do lisossomo, conhecida como mieloperoxidase, tem ação 
catalisadora de liquefação muito alta, então é muito comum, quando liberada em grande 
quantidade pelo neutrófilo, liquefazer os tecidos. 
 
Resposta inflamatória sistêmica 
 Se um microrganismo entrou no pulmão e a partir dele, começa a disseminar pela 
corrente sanguínea, o termo utilizado é septicemia. Esse é um dos itens que ativa 
principalmente a resposta inflamatória sistêmica, pode ocorrer apenas localmente, mas muitas 
vezes o microrganismo acaba se disseminando pelo individuo como um todo, facilitando a 
resposta sistêmica. O termo septicemia vem de septi = microrganismo e emia = sangue. Na 
clínica é usado o termo sepse que é relativamente um sinônimo de septicemia. Se o agente 
infeccioso for uma bactéria, trata-se de uma bacteremia; se for vírus, uma viremia; se for fungos, 
uma fungemia. 
 Um evento que pode ocorrer a partir disso é o conjunto de possibilidades de sinais 
clínicos que caracterizam choque septicêmico. São sinais ou alterações clinicas que podem 
ocorrer nos indivíduos a partir de uma inflamação sistêmica: 
 Diminuição da eliminação de urina (oliguria x anuria) 
 Diminuição no nº de plaquetas (trombocitopenia) 
 Dificuldade de respiração (dispneia) 
 Dor abdominal 
 Alterações comportamentais 
 Alteração na taxa cardíaca (bradicardia a taquicardia) 
 Pressão arterial (hipertensão > hipotensão) 
 Temperatura corporal (hipertermia x hipotermia) 
 Em resumo, vimos que a inflamação aguda se inicia com uma agressão, que produz uma 
lesão, que iniciou com a produção de TNF e IL1, produzidas principalmente pelo macrófago 
tecidual, o que desencadeou mecanismo vasculares como a vasodilatação e a permeabilidade e 
facilitou o processo de recrutação e quimotaxia, gerando a migração dessas células e a 
possibilidade de gerar a resposta sistêmica. 
 
Um dos destinos após ainflamação acontecer é: a resolução, ou seja, a partir de todo o 
mecanismo inflamatório de natureza aguda, esse mecanismo todo conseguiu destruir o agente 
infeccioso e a tendencia é a recuperação e o retorno das funções normais desse local. Essa seria 
a situação mais desejável na qual houve a resolução da situação. 
A 2ª possibilidade é o reparo, após o termino da inflamação, houve a destruição do 
agente, no entanto houve algum grau de prejuízo que se caracteriza pela substituição do tecido 
original por um tecido fibroso. Há um certo grau de perda, caracterizando um grau de prejuízo 
em relação à destruição do agente. 
A 3ª possibilidade é que o agente não seja eliminado. Nesse caso, se forma um abcesso, 
que é um mecanismo no qual há o isolamento do local da agressão, formado por uma capsula 
fibrosa. A doença é de certa forma controlada por essa formação da parede fibrosa que isola o 
agente infeccioso. 
A 4ª possibilidade é a chamada progressão, ou seja, aquela inflamação aguda continua 
ao longo do tempo porque o agente infeccioso não foi destruído e isso inicia a inflamação 
crônica. 
 
 
Exsudato – Infiltrado inflamatório 
A partir do momento que ocorre agressão, os 
mecanismos relacionados a entrada de substancias, seja 
pela fase vascular ou celular, vão originar um produto 
denominado exsudato, que apresenta uma variedade de 
tipos para realizar o diagnostico morfológico. Para tanto, 
é importante compreender as características 
microscópicas e macroscópicas. 
Esse diagnóstico morfológico serve tanto para 
reação aguda quanto crônica. Pode-se utilizar até 06 
componentes para realizar o diagnóstico: 
 Órgão: onde o processo inflamatório ocorre. 
 Exsudato: o tipo de exsudato que compõe e que vai caracterizar verdadeiramente o 
processo inflamatório. 
 Modificador (adicional): se há algum elemento que é distinto ou que tenha relação 
à inflamação. 
 Distribuição do exsudato dentro de um órgão 
 
 
 Severidade: pode começar de um leve, moderado ou acentuado (1 a 3). 
 Duração do processo. 
Nomenclatura das lesões inflamatórias 
 Nome do órgão + sufixo “ite”. Lembrar que: fígado – hepatite, pele - dermatite. 
Classificação – diagnostico morfológico 
 Obs: supurativo = purulento 
 
Microscópicas + macroscópicas = 4 categorias de respostas teciduais: 
ß Inflamação Serosa: não é literalmente um tipo de exsudato, mas é importante porque 
muitas vezes representa processos muito agudos de mecanismos inflamatórios em 
geral, sendo importante entender como ocorre e qual sua participação na maioria dos 
eventos. 
-> É o extravasamento/acumulação de fluido, bem transparente, lembra muito um 
transudato (liquido com baixa concentração de proteínas e leucócitos). 
-> É um processo muito inicial na maioria das doenças porque representa resposta 
biológica muito rápida, não precisam de elaboração já que se caracterizam basicamente 
pela produção de liquido através das glândulas serosas, presentes em superfícies 
mucosas. 
-> Esse liquido que tem as características de um transudato também pode ocorrer na 
pele como um todo, principalmente na epiderme, na forma de bolhas ou vesículas. 
Exemplo disso ocorre na febre aftosa, em que o vírus invade a epiderme e produz a 
formação de vesículas, com liquido seroso. O lúpus eritematoso também forma bolhas, 
gerando acumulo de liquido seroso. 
-> Alguns exemplos dessa eliminação de liquido seroso: 
ß Quando inala alguma substância irritante, algum pó ou material particulado no 
ar, pode levar ao aumento da secreção das glândulas serosas. 
ß Infecção por vírus, como Influenza A, também leva a secreção. A ação do vírus 
causa uma resposta inflamatória na qual os mediadores agem sobre as 
glândulas serosas. Comum nos animais, principalmente aves, suínos e equinos. 
ß Infecção por bactérias, como a Mannheimia haemolytica, comum em 
ruminantes. Causa uma doença chamada febre dos transportes, caracterizada 
por uma broncopneumonia no qual essa bactéria inicia o processo de 
patogenia na cavidade nasal e vai migrando até chegar ao pulmão. Durante o 
processo, ela irrita a mucosa nasal e induz a uma hiperprodução de secreção. 
Geralmente causa pneumonia. 
ß Animais que tem fotossensibilização tem 
maior produção de reação vascular nessa 
região próxima ao focinho por exemplo, 
gerando um edema na região. Há excesso 
de secreção serosa extravasando e 
criando uma crosta na superfície da pele. 
ß Inflamação catarral (mucoide): se trata de secreção ou acúmulo de fluido com uma 
substância mais próxima a gelatina (viscoso), graças a quantidade de mucina. Tem o 
objetivo de se aderir/agregar às estruturas em que há lesão. 
-> Geralmente a secreção mucoide ocorre pela excessiva produção das células 
caliciformes e/ou glândulas mucosas. Isso ocorre por hiperplasia, em que há um 
aumento no número de células, e hipertrofia (aumento do volume), caracterizando uma 
maior produção desse líquido chamado exsudato ou inflamação catarral. 
-> Esse liquido não contem leucócitos, nem contem muita proteína. É uma resposta 
tecidual muito rápida visando impedir que algum microrganismo ou substancia irritante 
possa ter algum sucesso no início de alguma doença. 
-> Um exemplo de excesso de produção desse conteúdo são os casos em que há um 
aumento da produção de HCl no estômago ou inicio do duodeno, como em animais que 
apresentam distúrbios alimentares, recebem rações ou dietas que irritem o estômago. 
-> Outro exemplo comum é a presença do parasito Toxocara sp, que se prolifera muito 
rápido e vive dentro do intestino, irritando a mucosa, produzindo assim muito muco e 
podendo ter diarreia com conteúdo viscoso e 
aderente. Geralmente não tem presença de 
sangue. 
-> Infecção por bactérias como Escherichia coli 
(ruminantes, suínos) estimula a produção de 
conteúdo catarral. 
ß Exsudato fibrinoso: é um fluido com alta concentração de proteína e leucócitos. 
-> O 1º passo para que ele ocorra é a existência de lesão endotelial, seja por vírus, 
bactéria, toxina de bactéria. Essa lesão tem que ser suficiente para permitir a passagem 
pelo leito vascular do fibrinogênio. Essa proteína participa da cascata de coagulação e, 
quando sai pro espaço intersticial ou pro interior de alguma cavidade, é transformada 
em fibrina (que se solidifica em uma rede fibrilar extremamente aderente), daí a origem 
do nome do exsudato. 
-> Um dos lugares mais comuns de ocorreram é na membrana serosa (pleura, pericárdio, 
peritônio, meninges), em que a presença da fibrina é mais visível que em outras regiões. 
-> Etiologia: infecção viral ou bacteriana. Um exemplo é a peritonite infecciosa felina, 
causada por um coronavírus felino (intestinal), que causa lesão no peritônio; um dos 
elementos que chama bastante atenção na fase exsudativa dessa doença é a presença 
de boa quantidade de fibrina; pode ocorrer em várias regiões, como a cavidade torácica. 
Uma bactéria já mencionada e que pode causar esse exsudato também é a Mannheimia 
haemolytica, que causa além da inflamação serosa, quando progride e chega ao pulmão, 
ocasiona lesão pulmonar intensa e com o passar dos dias pode liberar grande 
quantidade de fibrina na superfície pleural. Essa infecção acomete bovinos, sendo muito 
comum principalmente em época de mudança de temperatura. Outra bactéria que 
causa lesão semelhante é a Glaesserella parasuis, que causa doença de Glaesser em 
suínos, é uma causa bem comum de exsudato fibrinoso. 
-> Macroscopicamente é fácil diferenciar esse exsudato, tem um aspecto mais 
brancacento a amarelado (quando associado a exsudato purulento), pode ter um 
aspecto leve acinzentado. No exame post-mortem 
é possível notar um aspecto elástico, pegajoso e 
espesso. Quando ocorre sobre área de necrose 
(úlcera), pode ser recoberta por uma 
pseudomembrana fibrinosa (diftérica); existe uma 
doença bacteriana causada pela Fusobacterium 
necrophorum (ruminantes) que pode ser inoculada 
por alguma gramínea fibrosa e penetrar a mucosa 
oral, estimulando a lesão endotelial com necrose. 
->Lembrar que fibrinoso é diferente de fibroso. A palavra ‘fibroso’ vem de tecido 
conjuntivo, relacionada a produção de colágeno, substâncias conjuntivas pelo 
fibroblasto. O termo fibrinoso não tem nada a ver com fibroblasto. 
ß Exsudato purulento (supurativo): é o mais importante ou o mais comum tipo de 
exsudato que ocorre no processo de inflamação aguda. Também é caracterizado por 
uma alta concentração de proteínas, sendo uma delas a fibrina (ocorre associação de 
exsudatos, podendo ser fibrino purulento), e de neutrófilos. Vulgarmente chamado de 
pus, mas o termo melhor é exsudato. 
-> Etiologia: geralmente associado a presença de bactérias, como Staphylococcus, 
Streptococcus, Escherichia coli; vírus é mais raro pois geram um exsudato neutrofílico 
que é rapidamente substituído por linfócitos, então é difícil ter um exsudato purulento. 
-> Macroscopia: é uma substância principalmente amarelada, mas pode variar entre 
branco, cinza, esverdeada. A densidade desse material pode variar muito, desde uma 
substancia mais aquosa, viscosa até semi-sólida; o que define isso é o quanto de liquido 
extravasa para aqueles locais nas alterações vasculares e principalmente do quanto de 
necrose vai existir. Esse exsudato pode estar contido por uma cápsula fibrosa e quando 
isso ocorre é denominado abscesso, que é uma característica mais crônica que aguda. 
-> Microscopia: o elemento mais observado e que caracteriza esse processo é a presença 
do neutrófilo dessa célula chamada polimorfonuclear. 
 
A foto a seguir à esquerda retrata endocardite purulenta, em que geralmente a bactéria invade 
circulação sanguínea, causando septicemia, deposita-se sobre a válvula, colonizando e 
crescendo. Assim, gera uma resposta inflamatória na válvula. Além disso, essa massa 
bacteriana junto com exsudato pode descolar e virar êmbolos bacterianos e gerar mais 
septicemia com o tempo. A foto do meio retrata empiema abdominal, peritonite; observa-se 
o intestino banhado em conteúdo amarelo, reação inflamatória muito intensa. Esse exsudato 
ocupando a cavidade é chamado de empiema ou peritonite. A foto à direita é de um encéfalo 
na vista inferior, observando bem o tronco encefálico e na sua lateral e na parte occipital, uma 
área de malacia/liquefação. 
 
 
 
 
 
 
Mecanismo inflamatório - Inflamação crônica 
 É um processo de duração prolongada (semanas, meses ou até anos) em que ocorre 
reação inflamatória (infiltração de fase celular) + lesão tecidual bem mais acentuada 
(característica menos comum da reação comum) + reparação tecidual (principal característica 
de diferenciação). Esses processos coexistem em variadas combinações, às vezes pode ter mais 
reação inflamatória que lesão tecidual, mas tendem a ocorrer no mesmo período de tempo. Nâo 
há reparação durante a fase aguda, pode até ocorrer no final quando já estiver destruído. 
Quais os motivos para que ocorra uma inflamação crônica? 
1) Quando a inflamação aguda falha em eliminar o agente agressor, ou seja, ele 
permanece ativo, multiplicando no local/órgão em que se encontra, resistente. Essa 
é a característica que mais motiva uma reação aguda se prolongar para reação 
crônica. 
2) Casos em que ocorre recidivas de processos inflamatórios agudos, sendo estimulada 
constantemente e, com o passar do tempo, essa resposta repetida vai se tornando 
mais difícil de controlar o agente infeccioso, chegando a um ponto em que a doença 
acaba se transformando em uma reação inflamatória crônica. Isso é comum em 
agentes infecciosos da pele, a partir de um grau de tolerância da pele, causam micro 
reações inflamatórias, podendo virar inflamação crônica. 
3) Alguns tipos de agentes infecciosos que possuem alguns elementos bioquímicos na 
sua parede ou em seus lipídios que são indutores a longo prazo de uma resposta 
inflamatória ou algum outro fator de virulência da estrutura que possa desencadear 
uma resposta mais lenta e demorada em virtude dessas características que 
pertencem ao agente infeccioso. Lembrando que fator de virulência é aquela 
característica que o agente infeccioso possui e o torna mais agressivo que outros, 
geralmente algum elemento estrutural que o torna mais resistente no processo de 
defesa. 
Causas da inflamação crônica 
 A Brucella spp. Causa doença no sistema reprodutor, principalmente no útero, podendo 
causar infertilidade, no qual a fêmea (sobretudo vacas) desenvolve quadro de metrite, que é um 
processo inflamatório na parede do útero que consequentemente dura durante longos períodos 
(crônico). É uma doença muito importante de notificação da produção animal e que também 
pode ser considerada uma zoonose caso tenha contato com o animal e venha a adquirir essa 
bactéria. 
 O Mycobacterium é o agente causador da tuberculose, é uma doença muito conhecida 
e descrita há muito tempo. Causa um quadro de lesão granulomatosa, um exsudato 
granulomatoso e afeta diversos órgãos, desde o sistema respiratório, digestivo, tegumentar. O 
pulmão é o local mais comum. 
 O Rhodococcus equi geralmente atinge animais com algum problema de imunidade, é 
um microrganismo ambiental que pode afetar qualquer animal, com essa natureza de lesão 
crônica. Em suínos, existe o circovirus que produz uma doença inflamatória crônica e que 
debilita bastante a capacidade de defesa do suíno. Geralmente essa lesão ocorre nos linfonodos, 
onde ocorre a reação inflamatória crônica. 
 A leishmaniose tanto cutânea como visceral é uma importante zoonose, que ocorre 
principalmente em cães, é uma doença causada pelo protozoário Leishmania que causa uma 
reação inflamatória crônica. Tem ciclo intracelular então se esconde da resposta e tem forma 
de reprodução que garante a permanência dele dentro do indivíduo por longos períodos, o 
sistema inflamatório não consegue eliminar facilmente esse protozoário e acabam surgindo 
reações contra esse tipo de agente. 
 Outro exemplo comum é o Habronema que é um parasito intestinal, pode ocorrer o ciclo 
errático quando estão no solo e algum inseto, principalmente a mosca dos estábulos ou mosca 
doméstica, pega o parasita na forma de larva no solo e acaba colocando ele em alguma região 
distante da cavidade oral, como a pele principalmente, e acaba invadindo-a e produzindo um 
ciclo errático e o parasita acaba morrendo no local, produzindo uma reação inflamatória crônica 
grave nos animais. 
 As doenças autoimunes são caracterizadas pela alta resposta crônica, o organismo 
produz uma resposta contra ele mesmo e para isso produz autoantígenos. Exemplos: lúpus 
eritematoso e dermatite de contato. 
 Outra categoria de causadores de reação crônica é a presença de algum corpo estranho, 
como fio de sutura, fibra vegetal, sílica, amianto, metal/arame. Podem ter causa desconhecida, 
uma doença que ocorre em cães é o granuloma por lambedura, granuloma eosinofílico (muito 
comum em felinos na cavidade oral. 
 
 Então essas motivações são caracterizadas basicamente em 4 mecanismos: situações 
que há persistência ou resistência do agente infeccioso, ausência de resposta adequada, falta 
de imunidade e mecanismos desconhecidos. Esses 4 mecanismos são responsáveis por conduzir 
o seguinte padrão. 
 O principal tipo celular responsável pela reação inflamatória crônica é caracterizado pelo 
macrófago e linfócito, sendo os dois elementos celulares mais importantes da reação crônica. 
Há destruição/necrose tecidual combinados com a parte de produção de tecido conjuntivo 
conhecido como fibroplasia (aumento do conjunto fibroso). 
 
 
Etapas da reação inflamatória crônica: 
1) Fase celular 
2) Destruição tecidual 
3) Reparação 
Lembrar que esses processos vão ocorrer ao mesmo tempo!!! 
Fase celular 
 Na reação aguda, o neutrófilo é chamado de célula polimorfonuclear, pois o núcleo 
apresenta características bem distintas, formando lóbulos nucleares. No caso das células que 
vão compor a reação crônica, os monócitos/macrófagos e linfócitos são denominados como 
células mononucleares, pois possuem um formato mais solido e definido quandocomparado 
com o neutrófilo. Pode ter um formato mais arredondado ou menos regular no caso do 
monócito/macrófago. 
 Dentro do linfócito, há uma subdivisão importante: o linfócito T tem papel importante 
na produção de mediadores inflamatórios, na amplificação e propagação a inflamação crônica 
e pela capacidade de fazer citotoxicidade (secretar para o meio extracelular uma grande 
quantidade de enzimas intracelulares similares ao que foi visto para o neutrófilo). Outra célula 
importante (um pouco menor que o T), é o linfócito B que quando ativado se transforma em 
plasmócito, uma célula produtora de anticorpos; ocorre principalmente nas hipersensibilidades. 
 Há células como os eosinófilos que são especificas para alguns tipos de lesões/causas, 
principalmente aquelas que tem uma maior produção de IgE (doenças de natureza alérgena) e 
em infecções parasitárias (principalmente helmintos). Existe também a possibilidade da 
presença de neutrófilo, podendo ser mais ou menos abundante dependente do agente causador 
da reação inflamatória. 
 Monócito/macrófago: dentro da parte de formação do indivíduo (tanto embrião como 
feto) existe a formação do sistema fagocitário mononuclear. As células de origem 
mieloide que formam as células fagocitárias migram para os órgãos, formando 
macrófagos residentes ou teciduais, que em conjunto são denominados sistema 
fagocitário mononuclear. Começa na parte embrionária a partir da produção dessas 
células pelo saco vitelino e continua o desenvolvimento durante a parte fetal 
principalmente pelas células do fígado. Essas células são conhecidas de acordo com seus 
órgãos (ver na foto a seguir). Após o nascimento começa a surgir a produção na medula 
óssea dessa linhagem de células no monócito. As células tronco iniciais que formam o 
monócito vivem na medula, produzem os precursores do monócito, se evoluem até 
chegar no monócito que passa a viver no sangue e a partir daí aguardar os mediadores 
inflamatórios para recrutar essa célula no caso de inflamação crônica principalmente. 
Esse monócito que está na corrente sanguínea, ao atravessar a parede vascular, mudará 
o nome para macrófago. Importante lembrar que no sangue será monócito e ao sair do 
vaso e entrar no tecido será macrófago!! 
 
 
Quando o macrófago chegou ao local da inflamação por quimiotaxia, é necessário que 
ele seja ativado. No processo crônico há dois caminhos, dependendo da quantidade de 
microrganismos e IFN-gama ou IL-13 e IL-4. 
Quanto mais microrganismos e IFN-gama tiver, podem ativar positivamente, 
convertendo-os em macrófagos classicamente ativado (M1). Por outro lado, se houver 
a presença de IL-13 e IL-4, elas vão ativar positivamente, transformando esse macrófago 
em M2 (macrófago ativado alternativamente). No M1, pode eliminar as enzimas 
lisossômicas, as espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, além de poder fagocitar e 
fazer a produção de outros mediadores inflamatórios (IL-1, IL-12, IL-23, quimiocinas), 
que aumentam o processo inflamatório. No M2, sua ação é totalmente diferente, tem 
natureza anti-inflamatória, ou seja, fagocita o tecido necrótico e as proteínas destruídas 
e vai iniciar a liberação de alguns fatores de crescimento (TGF-beta) e vai iniciar o 
processo de fibroplasia. Além disso, produz outras substâncias como IL-10 e a ação de 
TGF-beta no processo de diminuição da inflamação. 
 
 
 
Então as funções do macrófago são: 
ß Fagocitam e eliminam os microrganismos e os tecidos destruídos. 
ß Iniciam o processo de reparo tecidual (fibrose) 
ß Secretam mediadores da inflamação (TNF, IL-1) - Iniciação e a propagação das 
reações inflamatórias 
ß Apresentam antígenos para os linfócitos T e respondem a sinais das células T – 
mecanismo de retroalimentação. 
Macroscopia 
ß Aspecto: superfície nodular, ulcerada a irregular, com áreas de necrose bem evidentes. 
ß Exemplo de estrutura nodular – abscesso: muitas vezes inicia na inflamação aguda, mas 
se prolonga durante muito tempo. Um dos objetivos do processo agudo é muitas vezes 
conter o agente infeccioso, mas quando não consegue destruir determinado agente, a 
resposta inflamatória direciona a proteção na formação de um abscesso. 
ß A foto a seguir é de um fígado e na parte inferior, observa-se uma estrutura elevada, 
nodular, focal e do interior surgiu um conteúdo amarelado bem viscoso/grumoso. Esse 
material é um exsudato purulento e a bactéria presente se manteve isolada por causa 
dessa estrutura branca, que é uma parede de tecido fibroso. Esse microrganismo se 
alimenta das células inflamatórias e materiais destruídos dentro do abscesso e pode 
viver durante anos. 
ß Existe uma doença que ocorre em equinos que vivem em locais de muita concentração, 
produzida pelo Streptococcus equi, chamada de garrotilho. Muitas vezes esse 
microrganismo entra pela cavidade oral, é drenado pelos vasos linfáticos e chegam para 
os linfonodos parotídeos, principalmente os submandibulares. Essa bactéria entra e 
começa a desenvolver uma linfadenite, que com o passar do tempo acaba formando 
uma cápsula em torno dessa reação, formando um abscesso que gradativamente irá 
crescer e poderá fistular (conteúdo purulento extravasa) por conta da grande pressão. 
No manejo do nascimento, bactérias podem entrar pelo cordão umbilical, por conta do 
processo de cura do cordão malfeito, chegar até o fígado e começar a produzir uma 
inflamação aguda. Forma-se uma cápsula em torno da bactéria e ela fica isolada. 
Conteve-se a bactéria dentro do abcesso e esse animal segue a vida e anos depois que 
se encontra o abscesso. 
 
ß A microscopia à direita é de um fígado e a região central mais escura é o exsudato 
neutrofílico e em torno dele, há um halo branco que está iniciando a formação de uma 
parede/cápsula fibroso em torno desse abscesso. 
ß Outra estrutura muito parecida com abscesso é granuloma, que também é um nódulo 
que se forma muitas vezes no pulmão, na pele, no fígado; é uma estrutura geralmente 
nodular, podendo ser levemente arredondado e o tamanho pode variar de alguns 
centímetros até tamanhos maiores. Também é uma característica macroscópica de uma 
reação crônica que lembra muito um abscesso. O que vai diferenciar ele de um abscesso, 
é que o abscesso é um exsudato purulento, basicamente com neutrófilo, enquanto que 
no granuloma, o que vai se caracterizar é por uma reação inflamatória crônica típica, 
com as células típicas dessa reação tais como macrófagos e linfócitos, dentro das 
características de exsudatos. Geralmente também possui a capsula fibrosa e por dentro 
um exsudato bem caseoso, com aspecto bastante granular. 
 
ß Macroscopicamente, pode-se ter nódulos com características bem típicas como 
abscesso e granuloma, mas pode ter superfícies com manchas e áreas de necrose, com 
várias características de um processo típico de destruição tecidual. Todos esses locais 
vão apresentar uma textura bem mais firme que o normal. A cor pode variar bastante, 
de acinzentada a brancacenta. 
ß O Mycobacterium, bactéria causadora da tuberculose, é um tipo de agente que 
geralmente se esconde dentro do macrófago, não dificultando a sua fagocitose. Dentro 
do macrófago, essa bactéria impede ou tem uma grande resistência na fusão do 
lisossoma, que também é impedido de liberar suas enzimas junto desse fagossoma e a 
bactéria deixa de ser destruída a partir desse processo, ficando escondida dentro do 
macrófago e conseguindo se proliferar. Essas lesões progridem nos órgãos, tendendo a 
perder a função e causar insuficiência, tornando o animal caquético e chegar até a 
morte. 
 
ß A foto anterior é da parte ventral de um equino, com doença chamada Pitiose e é bem 
comum em equinos, especialmente no Pantanal, quando ficam submersos ou tem 
constante contato com a água. O fungo causador penetra na pele e causa o processo 
inflamatório, que também é típico de uma reação crônica, em que o animal desenvolve 
áreas necróticas, podendo se observar pontos brancos (kankers), que são áreas de 
necrose com conteúdo inflamatóriodo tipo granulomatoso, que é típico dessa doença. 
É muito confundida com a Habromemose, que causa lesão parecida. É importante ter 
cuidado no processo de diagnostico, que se baseia em biópsia dessa região para poder 
identificar o processo inflamatório e do Pythium. 
ß À esquerda na próxima figura, há lesões nodulares de tamanhos variados na superfície 
do pulmão de um potro, ou seja, granulomas produzidos pelo Rhodococcus equi. 
ß À direita, há um corte desse pulmão mostrando alguns granulomas, com aspecto 
caseoso com infiltrado. 
 
Classificação de acordo com exsudato: 
 Inflamação crônica linfocítico/linfohistiocítica: é possível observar na foto a seguir à 
direita com vários macrófagos com citoplasmas maiores e as que têm núcleos mais 
arredondados são os linfócitos. À esquerda, retrata infecção por Leishmania. 
 
 Inflamação granulomatosa: caracterizada por um conjunto de macrófagos ativos, 
frequentemente com linfócitos T, e associada à necrose. Macrófagos ativos 
compreendem macrófagos, células epitelioides (derivada morfologicamente do 
macrófago para se parecer com célula epitelial – que é pavimentosa – para compactar 
e criar uma parede para tentar conter ou facilitar o contato com o agente infeccioso). É 
um mecanismo que facilita sua ação. 
 
 Células gigantes multinucleares (Langhans): a célula gigante está demonstrada na foto 
à direita, é bem basofílica, em sua periferia há vários núcleos dos macrófagos. As células 
epitelioides vão se fusionando, criando uma estrutura arredondada, composta por 
muitos núcleos. Acima, observa-se vários linfócitos e ao se comparar, nota-se como a 
célula é realmente gigante. Essas células podem estar organizadas de uma forma bem 
definida, bem circunscrita e ser chamada de granuloma. 
 
No centro dessa estrutura, observar que existe um centro necrótico e as estruturas azuis 
são as bactérias. Em volta do tecido destruído, há macrófagos, alguns fagocitando as 
bactérias. Em torno desses, há células marrons que tem formação de estrutura 
interdigital ou intercelular, que faz uma interdigitação entre as células que são os 
macrófagos epitelioides ou as células epitelioides. A célula roxa com 3 núcleos 
representa a célula gigante. Em volta, as células azuis e laranjas representam os 
linfócitos. Para completar, há uma capsula fibrosa circunscrita em torno da estrutura. 
Quando existe essa organização, a utilização do termo granuloma fica mais fácil de ser 
realizado. 
 Tipos de granulomas: 
ß Granulomas de corpos estranhos: sutura, gaze e outros... 
ß Granulomas imunes: microrganismo persistente ou autoantígeno. 
 
 
 Os granulomas tem como característica a necrose caseosa, geralmente bem 
centralizada, podem apresentar também principalmente na região de necrose uma calcificação 
distrófica, pode ter uma capsula fibrosa que são elementos adicionais dessa estrutura chamada 
granuloma. A inflamação granulomatosa é um tipo de exsudato caracterizado pelo macrófago, 
a organização dessa reação é que pode definir se vai ser granuloma ou não. 
Esses granulomas ou a reação granulomatosa têm a característica de produzir grandes 
quantidades de fator de necrose tumoral alfa (TNFα), que é uma substancia caquetizante, os 
animais tendem a emagrecer bastante. 
Portanto, há dois grandes tipos de processo inflamatório importantes, tanto o exsudato 
formado por linfócitos, caracterizado por uma combinação de linfócitos e histiócitos, e o 
exsudato granulomatoso, que basicamente acontece pelas variações do macrófago, podendo 
ser organizada ou não. Há uma terceira situação que é a reação inflamatória piogranulomatosa 
que é aquela que contem esse infiltrado granulomatoso junto com infiltrado de neutrófilos (une 
os dois tipos de exsudato). 
 
Destruição tecidual 
 Caracteriza-se pela forma a qual as células agem, tanto o macrófago como o linfócito, 
que tem o mesmo objetivo do neutrófilo (fazer com que o mecanismo de ação seja pela 
fagocitose ou degranulação). O processo de fagocitose é um processo menos lesivo porque a 
célula coloca no interior o agente agressor. Já a degranulação coincide com a possibilidade de 
destruir células normais e tecido conjuntivo que está em volta. 
 Tanto o macrófago como o linfócito têm grande capacidade de degranulação, portanto 
acabam produzindo grande quantidade de morte de células normais associado a uma grande 
quantidade de tecido estromal destruído. Então a combinação desses dois elementos é que 
causa tanta destruição tecidual. Como na inflamação aguda não foi possível eliminar o agente, 
a resposta inflamatória deverá ser mais acentuada na reação crônica, por meio da quantidade e 
qualidade das enzimas e espécies de radicais livres 
liberados. O mecanismo funcional é o mesmo, o que 
muda é o tipo da substância. 
 A estrutura representada na foto é de um 
linfonodo com conteúdo amarelado caseoso, firme, 
friável, tornando-o irreconhecível, destruição muito 
intensa, com certeza deve ter um infiltrado 
granulomatoso, causada por Mycobacterium. 
 
Reparação 
 Esse processo ocorre concomitantemente com a fase celular e de destruição. Lembrar 
que, na aguda, a reparação ocorre em 3 momentos, sendo um deles a formação do abscesso. 
Nesse caso, a reparação é em torno do processo inflamatório, formando a cápsula de um 
abscesso. A 2ª possibilidade é a substituição do tecido que foi destruído durante uma inflamação 
aguda, formando uma fibrose. O 3º será mencionado a seguir que ocorre durante a inflamação 
crônica. (imagem na página seguinte) 
 A reparação tem por objetivo a restauração da arquitetura e da função dos tecidos após 
a lesão. Para isso, há duas formas dependendo em como a destruição ocorreu, tendo os 
seguintes fatores envolvidos: 
 Arquitetura: como a estrutura de tecido conjuntivo/parte estromal foi afetada. Então 
quando se pensa no fígado, rim, pulmão; todos os órgãos tem microscopicamente um 
arcabouço de tecido conjuntivo que dá suporte para as células criarem a forma do fígado 
 Tipo de célula envolvida: que se diferenciam pelo nível de divisão celular ou 
multiplicação celular. 
ß Lábeis: fazem multiplicação constante. Ex: células epiteliais. 
ß Estáveis: fazem eventualmente em uma velocidade muito menor de 
multiplicação. Ex: fígado, osso. 
ß Permanentes: não se multiplicam. Ex: SNC e coração. 
 
 A reparação, de acordo com o tipo de lesão nesses locais, vai envolver dois mecanismos: 
ß Regeneração (muito desejável) 
ß Fibroplasia (cicatrização) 
 
A partir do tecido normal, há duas lesões, sendo uma leve e superficial na qual as células 
foram destruídas, mas a estrutura abaixo delas (o tecido estromal conjuntivo) foi mantida e 
outra com uma lesão mais grave, que destruiu as células superficiais e se aprofundou para a 
parte conjuntiva. Essa diferença vai ajudar a compreender que tipo de mecanismo vai estar 
envolvido à reparação. 
Fibroplasia (cicatrização): 
É baseada em 4 fases (progressão em diferentes velocidades) 
1) Hemostasia: consiste no processo de conter hemorragia 
2) Inflamação (aguda x crônica): destruição tecidual – fagocitose (M1) 
3) Proliferação: estimulada pelo M2 de células importantes para a fibroplasia, denominada 
fibroblasto, que é fusiforme, de núcleo alongado e tem papel de fabricar e produzir tecido 
conjuntivo. A partir do macrófago, ele envia mediadores inflamatórios para estimular a 
proliferação desse fibroblasto. Vai ter dois papeis importantes: produzir volume de tecido 
conjuntivo, principalmente uma rede de colágeno nesse local e será a 1ª estrutura formada 
pelo fibroblasto no local onde está o tecido necrótico, e a produção de novos vasos, 
angiogênese. A combinação dos novos vasos e dessa rede de colágeno é chamado tecido de 
granulação. Em algumas doenças como ptiose, habronemose podem produzir muito tecido 
de granulação. 
 
4) Remodelamento 
- Maturação 
- Contração 
 
Imunopatologia (desordens inflamatórias) 
 Essas desordens da resposta imune são classificadas em 3 possibilidades: a 
hipersensibilidade (exagerado),

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