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Binômio entre trabalho e comunicação

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UFRRJ - IM
JONATHAN MATOS DE FARIA – 201368015-3
O elemento comunicação é um dos fatores mais importantes para a compreensão e diferenciação dos seres humanos com os demais seres vivos, uma vez que, as relações de nossa espécie possuem caráter ímpar, sendo marcadas por gamas de trocas complexas e diversificadas. No entanto, pode-se dizer que a estrutura comunicativa do homem permaneceu com seus parâmetros inalterados durante anos, até que, em meados do século XIX e XX ocorreu certa reforma. A comunicação sofreu diretamente com as revoluções que ocorriam nesta época, especialmente, as tecnológicas. A respectiva metamorfose permitiu que a comunicação se tornasse global e que fosse realizada em questões de segundos. Esta conjuntura emerge dois aspectos relevantes para a compreensão da comunicação moderna: as tecnologias e teorias de comunicação.
O primeiro, diz respeito, as invenções e inovações tecnológicas (a priori a informática e robótica) que foram desenvolvidas ao longo dos últimos dois séculos. Produtos como o rádio, telégrafo, cinema, jornais em massa, televisão, computador, internet, entre outros, contribuíram para uma mudança social no meio de vida da população e, consequentemente, na forma em que é realizada a atividade humana. Cabe ressaltar que a transformação ocorrida na sociedade não se restringe aos meios tecnológicos, mas sim, a toda uma conjuntura decorrente desde a Revolução Francesa que por sua vez introduziu um conceito de comunicação ligado ao mercado e sua concepção liberal. Este ensejo encontra seu ponto derradeiro no recurso comunicação global, caracterizado pelo fim dos inventos, em virtude da era de pesquisas e desenvolvimento das estruturas já criadas. Em síntese, os recursos tecnológicos foram um dos principais agentes transformadores da comunicação, levando tal a adquirir um caráter sistemático e informatizado.
 Contudo, as abordagens científicas foram o fator determinante que propiciaram a simbiose entre trabalho e comunicação. Seus primeiros teóricos entenderam a comunicação como um conceito limitado de transferência de informações entre um ponto de origem e um destino receptor. Podemos argumentar que, configurava-se como um sistema mecânico e linear. Este pensamento de vanguarda apresenta tais doutrinas, uma vez que, foi fomentado em um período onde a comunicação era exercida através de telégrafos e rádio, logo se entende quanto às tecnologias estão interligadas as análises da comunicação social e, também, o porquê da comunicação reduzida a apenas a transmissão de dados. Este modelo encontra seu elemento chave nos fatores que afetam o envio de informações. Não obstante, o caráter simples de estudo não pode ser aplicado aos gamas de situações de comunicação, pois deixa de fora os fatores psicossociais. Somente a partir de novas análises foi agregada a comunicação outros moldes, enfatizando as ações e consequências causadas pela comunicação. 
Todavia, é perceptível que as teorias de comunicação foram desenvolvidas em torno do termo trabalho como atividade remunerada. Conquanto, o labor não se restringe a isto. Karl Marx, por exemplo, conceitua dois tipos de trabalho: um considerado como atividade vital para o homem e outro sendo o trabalho vendido a terceiros, em favor de um salário. Ao vender o produto de sua atividade, o trabalhador deixa de lado o que é essencial para a expressão de sua vida, já que, aliena sua existência a fim de obter os meios de sua subsistência. Em outras palavras, o indivíduo vende sua mão-de-obra em prol da sobrevivência. O tema alienação é outro aspecto interessante para a compreensão do significado atual de trabalho e a maneira em que a comunicação interage com este ensejo. Inicialmente, Marx contextualiza que o trabalho em si é estranho para o povo, pois os produtos e serviços gerados por tais assumem funções externas de suas vidas. O mercado de trabalho assalariado, portanto, tenta amenizar esse problema. No entanto, os salários das pessoas em sua essência, resultantes de seu gênero de trabalho, de acordo com Marx, não seriam compatíveis ou mesmo proporcionais. 	
Independente da análise capitalista ou das tendências marxista, a comunicação exerce uma função de sustentáculo nas relações humanas. Em sentido papalvo, os trabalhadores utilizam-na no enfrentamento de situações do cotidiano, adversas ou não, e a partir disto, recorrem à cooperação para atingir o escopo almejado. Nas relações de comunicação, os indivíduos administram a si mesmos e também aos outros. Este processo é pautado por limites, como o respeito, as regras ou mesmo as leis. Um interessante aspecto a ser citado é que a comunicação pode se dá de maneira escrita, verbal, e não menos importante, a não verbal, que se manifesta através de gestos e símbolos. Outro fator considerável é que se comunicar significa fazer escolhas. Ética, valores, resolução de problemas entre outros, os quais influenciam diretamente nos resultados da atividade de trabalho, devem ser tratados com atenção.
Por fim, a ergologia entra na discussão sobre o binômio trabalho e comunicação. O conceito deste dispositivo de três polos estruturado por Yves Schwartz, em resumo, considera-se que as situações podem ser tratadas com a reunião dos três elementos de forma organizada: A divisão dos atores de trabalho, o polo de especialistas multidisciplinares de disciplinas acadêmicas que estão interessados ​​em trabalhar, como por exemplo, os psicólogos, filósofos, sociólogos, economistas, gestores e, o conjunto de valores que leva a cada um dos envolvidos, para explicar e discutir os valores intrínsecos no trabalho e gestão. Atualmente, a abordagem ergológica pode lançar luz sobre muitos debates sociais em torno do valor e do significado que damos ao trabalho, tais como o desemprego, o assédio, a alienação, a flexibilidade, a globalização da economia e o sofrimento no trabalho.

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