Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sérgio Barbosa Rahde PUCRS – Faculdade de Engenharia Engenharia Mecânica 25 de janeiro de 2009 FLUIDOTÉRMICA PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 2 CAPITULO 01 PSICOMETRIA ALGUMAS DEFINIÇÕES DA TERMODINÂMICA PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 3 PSICOMETRIA: Preocupa-se com a determinação das propriedades termodinâmicas do ar úmido e o uso destas propriedades na análise das condições e processos que envolvem o ar úmido. DEFINIÇÕES: 1. Ar seco: mistura de diversos componentes gasosos com a seguinte composição percentual aproximada em volume: 2. Ar úmido: mistura binária (dois componentes) de ar seco e vapor d’água. 3. Ar atmosférico: mistura de ar úmido mais contaminantes que podem ser: fumaça, pólen, poluentes gasosos, pó, poeira... A temperatura e a pressão barométrica do ar atmosférico variam consideravelmente tanto com a altitude como com as condições climáticas e geográficas do local. A atmosfera padrão é uma referência para estimar as propriedades do ar úmido a várias altitudes. Ao nível do mar, a temperatura e a pressão padrão é de 15ºC e 101,325 kPa, respectivamente. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 4 PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS DO AR ÚMIDO 1. Temperatura de bulbo seco: (tbs ºC) é a temperatura que um termômetro marca em contato com o ar. 2. Fator de umidade: (F) gramas de vapor de água em quilogramas de ar seco: define a massa de vapor de água dispersa em um quilograma de ar seco. Umidade relativa: (UR %) é a relação entre a quantidade de água que o ar contém e a máxima quantidade de água que este ar pode conter na mesma temperatura. (Obs.: esta é uma visão prática e aproximada) Entalpia: (h kJ/kg AS) define a quantidade de energia contida pela massa de ar seco. Temperatura de bulbo úmido: (tbu ºC) define com que temperatura a água evapora no ar, em processo adiabático. Temperatura de orvalho: (to ºC) é a temperatura na qual, por resfriamento, o vapor de água contido no ar inicia a condensação. Volume específico: (v m3/kg AS) define o volume ocupado por um quilograma de ar seco. DIAGRAMA PSICROMÉTRICO As propriedades termodinâmicas da mistura ar seco – vapor d’água que constituem o ar atmosférico podem ser convenientemente apresentadas em forma de diagramas, denominados Diagramas Psicrométricos (Cartas Psicrométricas). Estes são construídos para determinada pressão atmosférica, embora, às vezes, hajam curvas de correção disponível para outras pressões. Há diferentes diagramas psicrométricos em uso. Os gráficos diferem com respeito à pressão barométrica, faixa de temperaturas, número de propriedades incluídas, escolha das coordenadas e temperatura de referência para a entalpia. Diagrama de Carrier (Usado na América) Diagrama de Mollier (Usado na Europa) LEIS DE DALTON A pressão total de uma mistura de gases é igual a soma das pressões parciais de cada componente na mesma temperatura da mistura”. Define-se pressão parcial de cada componente como a pressão que ele exerceria se ocupasse sozinho o volume da mistura, na temperatura da mistura. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 5 VOLUME ESPECÍFICO E CALOR ESPECÍFICO PARA O AR SECO E O VAPOR D’ÁGUA PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 6 ALGUMAS DEFINIÇÕES DA TERMODINÂMICA TRABALHO O trabalho é usualmente definido como uma força F agindo através de um deslocamento x, o deslocamento sendo na direção da força. Isto é: 𝑊 = 𝐹 𝑑𝑥 2 1 Em vista de estar-se tratando de termodinâmica de um ponto de vista macroscópico, é vantajoso relacionar a definição de trabalho com os conceitos de sistemas, propriedades e processos. Define-se, portanto, o trabalho como se segue: um sistema realiza trabalho se o único efeito sobre o meio (tudo externo ao sistema) puder ser o levantamento de um peso. Note-se que o levantamento de um peso, é, realmente, uma força que age através de uma distância. Note-se, também, que a definição não afirma que um peso foi realmente levantado ou que uma força agiu realmente através de uma distância dada, mas que o único efeito externo ao sistema poderia ser o levantamento de um peso. O trabalho realizado por um sistema é considerado positivo e o trabalho realizado sobre o sistema é considerado negativo. O símbolo W designa o trabalho realizado por um sistema. CALOR O calor é definido como sendo a forma de energia transferida através da fronteira de um sistema, numa dada temperatura, a outro sistema (ou o meio) numa temperatura inferior, em virtude da diferença de temperatura entre os dois sistemas. Isto é, o calor é transferido do sistema de temperatura superior ao sistema de temperatura inferior, e a transferência de calor decorre unicamente devido à diferença de temperatura entre os dois sistemas. Outro aspecto dessa definição de calor é que um corpo nunca contém calor. Ou melhor, o calor só pode ser identificado quando atravessa a fronteira. Assim, o calor é um fenômeno transitório. COMPARAÇÃO ENTRE CALOR E TRABALHO 1. O calor e o trabalho são ambos, fenômenos transitórios.Os sistemas nunca possuem calor ou trabalho, porém qualquer um deles ou ambos atravessam a fronteira do sistema quando um sistema sofre uma mudança de estado. 2. Tanto o calor como o trabalho são fenômenos de fronteira. Ambos são observados somente nas fronteiras do sistema, e ambos representam energia que atravessa a fronteira do sistema. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 7 PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS Se considerarmos uma massa de água, reconhecemos que ela pode existir sob várias formas. Se ela é inicialmente líquida pode-se tornar vapor, depois de aquecida e sólida, quando resfriada. Assim nos referimos às diferentes fases de uma substância; uma fase é definida como uma quantidade de matéria totalmente homogênea. Em cada fase a substância pode existir a várias pressões e temperaturas, ou usando a terminologia termodinâmica, em vários estados. O estado pode ser identificado ou descrito por certas propriedades macroscópicas observáveis; algumas mais familiares são: Temperatura Pressão Volume Entalpia Entropia Obs.: Entropia - A entropia é uma propriedade extensiva e a entropia por unidade de massa é representada por s. É importante observar que a entropia é definida em função de um processo reversível. (kcal/kg ºK) Desta forma pode-se definir propriedade como uma quantidade que depende do estado do sistema e é independente do caminho pelo qual o sistema chegou ao estado considerado. As propriedades termodinâmicas podem ser divididas em: Intensivas: é independente da massa. Ex.: temperatura, pressão, densidade.... Extensivas: varia diretamente com a massa. Ex.: volume, entropia... PROCESSO Quando uma ou mais propriedades de um sistema mudam, diz-se que ocorreu uma mudança de estado. O caminho definido pela sucessão de estados através dos quais o sistema passa é chamado processo. Vários processos são descritos pelo fato de uma propriedade se mantém constante. O prefixo iso é usado para tal. Isotérmico Isométrico Isobárico PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 8 CICLO Quando um sistema, em dado estado inicial, passa por certo número de mudanças de estado ou processos e finalmente retorna ao estado inicial, o sistema executa um ciclo. Dessa forma, nofinal do ciclo, todas as propriedades termodinâmicas têm o mesmo valor inicial. O vapor de água que circula através de uma instalação a vapor executa um ciclo. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 9 CAPITULO 02 VENTILAÇÃO PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 10 VENTILAÇÃO FORÇADA E NATURAL DEFINIÇÃO Alteração das condições ambientais (temperatura e pressão) através do ar. VENTILAÇÃO FORÇADA Sistemas destinados a aumentar a energia utilizável do ar (fluido elástico) pelo aumento de sua pressão dinâmica ou cinética. TIPOS: Ventiladores centrífugos Ventiladores axiais VENTILADORES CENTRÍFUGOS Os ventiladores centrífugos, também conhecidos como radiais, são o tipo de ventilador mais utilizado hoje em dia. O princípio de operação, embora relativamente simples, evoluiu ao longo dos anos com máquinas agora capazes de alta eficiência aerodinâmica e com potências significativas. Num ventilador centrífugo (ou radial) a rotação do rotor faz com que o ar escoe através dele numa direção radial, desenvolvendo pressão enquanto isto se dá. O rotor, que realiza a maior parte do trabalho no ventilador, localizado no centro da carcaça, tem sempre uma forma similar. Um esboço de um ventilador centrífugo com pá em aerofólio é mostrado abaixo. Os ventiladores centrífugos podem ser de entrada simples ou dupla. Um rotor de entrada dupla consiste de dois rotores de entrada simples montados dorso contra dorso no eixo, compartilhando uma chapa de apoio comum, proporcionando quase o dobro da vazão de um ventilador de entrada simples. O desempenho pode ser controlado por meio de aletas variáveis na carcaça, perto da entrada do rotor - controle de veneziana na entrada de admissão, ou por um difusor de veneziana na caixa de admissão do ventilador – controle veneziana na entrada da caixa. Quando de único estágio (rotor único); destinam-se a produzir diferenças de pressão inferiores a 700 kgf/m2. CLASSIFICAÇÃO: Baixa pressão: pressões inferiores a 150 kgf/m2 Ex.: instalações de ventilação ou ar condicionado PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 11 Média pressão: pressões entre 150 a 250 kgf/m2 Ex.: instalações industriais Alta pressão: pressões superiores a 250 kgf/m2 Ex.: forjas, fornos de fundição, queimadores. PARTES Distribuidor (D): Tem a finalidade de guiar o fluido de maneira uniforme para os canais do rotor. Sua forma é troncônica, sendo o raio da base menor, igual ao raio interno do rotor. Rotor (R): É constituído de uma série de canais fixos entre si que giram em torno de um eixo. Difusor (C): Tem a finalidade de transformar a energia cinética atribuída ao fluido pelo rotor em entalpia, com o que se consegue redução de sua velocidade de saída e aumento de sua pressão dinâmica. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 12 RUÍDO: Constitui característica de funcionamento importante dos ventiladores, o nível de ruído originado pelo deslocamento do fluido. Assim sendo, dependendo da aplicação, deverá ser relevado o nível de ruído, conforme tabela a seguir: VENTILADORES AXIAIS São máquinas de fluxo nas quais a compressão é obtida por aceleração axial do fluido. Portanto, nesses compressores, o fluxo do fluido é paralelo ao seu eixo. CLASSIFICAÇÃO: Ventiladores helicoidais: São constituídos por uma simples hélice destinada a movimentar o ar ambiente. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 13 Ventiladores tubo-axiais: São providos de um envoltório que permite a canalização do fluido, tanto à entrada como à saída do rotor. Podem ser de um ou mais estágios de acordo com aplicação. Turbocompressores axiais: Funcionam como ventiladores, mas são constituídos de vários estágios de compressão. Para isto eles dispõem de uma série de pás móveis (rotor), PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 14 intercaladas entre pás fixas, que servem de difusor para o rotor precedente e de distribuidor para o seguinte. VENTILAÇÃO NATURAL: Como seu nome mostra, ventilação natural é baseada na movimentação do ar por forças naturais, particularmente na movimentação do ar pelo interior da construção. A fluência de ar por um edifício depende dos seguintes fatores: A diferença de temperatura entre o ar e gases quentes dentro de fora do edifício A diferença da altura entre a entrada de ar e as aberturas de exaustão A convecção do calor ascendente A velocidade e direção do vento. Há várias vantagens em usar ventilação natural diariamente, conjugada com a ventilação de incêndio: Ventilação silenciosa Praticamente livre de manutenção Custos baixos (pneumático ou elétrico) Funcionamento livre de falhas Duplo propósito – diariamente e para incêndio Apelo psicológico visão do céu grande e clara Grande área aberta permitindo a perda de calor por radiação Fácil instalação Baixo peso Podem combinar esteticamente com a estrutura Aumento automático da capacidade de insuflação com a elevação da temperatura interna Permite a separação em zonas PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 15 Há também algumas desvantagens: As condições de fluência do ar podem ser afetadas pela pressão e direção do vento. A topografia local é assim um fator importante a ser considerado. A ventilação natural não pode não funcionar eficientemente nos momentos iniciais do incêndio, a menos que ocorra uma ventilação prévia. A ventilação natural pode ser feita através de 2 processos: pelo efeito chaminé, e usando as forças do vento dominante. Efeito chaminé: É um movimento de convecção natural. É gerado pela alternância de zonas de pressão e depressão, as quais são criadas pelo vento ao encontrar um obstáculo. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 16 Uso de ventos dominantes: É o sistema que aproveita entradas e saídas de ar. A velocidade dos ventos é dependente do tamanho da entrada e da saída do ar. Então se o objetivo é aumentar a velocidade do ar, deve-se criar entradas de ar menores que as saídas. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 17 PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 18 CAPITULO 03 AQUECIMENTO AMBIENTAL CALEFAÇÃO PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 19 AQUECIMENTO AMBIENTAL O sistema de aquecimento ambiental está geralmente dividido em 4 subsistemas: Gerador de calor (unidade de produção de calor); Sistema de distribuição de calor (água ou ar); Unidades de calefação (radiadores, convectores, tubos, etc.); Sistema de controle (válvulas, etc.). RENDIMENTO: Está definido como o produto da eficácia dos componentes do sistema. O rendimento do gerador térmico e do sistema de distribuição de calor pode ser definido claramente como as propriedades termodinâmicas de seus componentes. GERAÇÃO DE CALOR: Um combustível ou eletricidade é transformada em calor em um dispositivo chamada gerador de calor, cuja a construção depende do tipo de energético utilizadoe do meio usado para a distribuição do calor. SISTEMAS DE CALEFAÇÃO PARA AMBIENTES Ar forçado Hídrico Por zona Energia primária Gás Óleo Combustível Sólidos Eletricidades: Resistência Bomba térmica Gás Óleo Combustível Sólidos Eletricidades: Resistência Bomba térmica Gás Óleo Combustível Sólidos Eletricidades: Resistência Bomba térmica Meio de distribuição Ar Água Vapor Sistema de distribuição de calor Condução Tubulação Dispositivos terminais Difusores Registradores Radiadores Serpentinas Calefação do solo Incluindo com o produto PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 20 ENERGÉTICOS UTILIZADOS EM GERADORES DE CALOR Introduzindo as seguintes quantidades relativas de calor ao processo de transformação de energia em uma caldeira com combustível carburante, tem-se: Qt = quantidade de calor do combustível QL = perdas de calor ha = entalpia do ar que entra na caldeira hf = entalpia dos gases hi = entalpia do fluido aquecido que entra na caldeira ho = entalpia do fluido que deixa a caldeira Assim, a Lei da Conservação de Energia pode ser expressa como: 𝑄𝑡 − 𝑄𝐿 + 𝑎 − 𝑓 − 𝑜 + 𝑖 = 0 Pode-se definir o rendimento da caldeira de acordo com as formas de energia mencionadas. As definições mais comuns deste rendimento correspondem tanto ao rendimento estático da caldeira quando funciona em condições de estado estático ou também ao rendimento de um tempo médio. As caldeiras elétricas são quase 100% eficientes na transmissão de calor. As perdas são relativas ao calor que se perde na superfície externa da caldeira e na tubulação de distribuição. O coeficiente de produção (COP) é a relação entre a produção de calor e a demanda de energia (geralmente eletricidade). Uma definição teórica de COP é a denominada Carnot COP, que se define como: 𝐶𝑂𝑃(𝐶𝑎𝑟𝑛𝑜𝑡) = 𝑇 (𝑐𝑜𝑛𝑑. ) 𝑥 ( 𝑇 (𝑐𝑜𝑛𝑑. ) − 𝑇 (𝑒𝑣𝑎𝑝. )) PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 21 em que, T (cond.) = temperatura de condensação, K T (evap.) = temperatura de evaporação, K MOVIMENTO DA ENERGIA EM UMA CALDEIRA QT = conteúdo de energia fornecida = McH (Mc = massa de carburante, H = valor térmico do combustível) QL = perdas de calor por convecção e radiação HA = entalpia do ar HF = entalpia dos gases H = entalpia do fluido primário (i = no interior, 0 = no exterior) Na prática, se pode alcançar valores de 45 a 60% de COP (Carnot), mas deve-se ter em conta que a temperatura de condensação deve ser mais alta que a do termodispersor, e a temperatura e evaporação deve ser mais baixa que a do fluido, e isto se traduz em um aumento da diferença total de temperatura. DISTRIBUIÇÃO DO CALOR Nos sistemas com água podem ser do tipo forçado, nos quais a água circula por meio de uma bomba, ou por sistemas de gravidade (em desuso). O fluido aquecido se distribui pela instalação através de um sistema de tubulações, pelos radiadores, pelos convectores e serpentinas instalados nos ambientes. TIPOS DE CONFIGURAÇÕES: Anel; Um tubo; Dois tubos com retorno invertido; PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 22 Dois tubos com retorno direto. ANÉL UM TUBO DOIS TUBOS COM RETORNO INVERTIDO DOIS TUBOS COM RETORNO DIRETO PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 23 PERDAS São comuns as perdas de energia causadas pelas fugas de água. Pode-se aumentar a economia de energia isolando as superfícies de todos os componentes do sistema de calefação, que estão a uma temperatura muito mais alta que o ambiente circundante. Em um sistema de distribuição de calor a energia aparece como: H0 = entalpia do fluido quente que sai do gerador de calor; Hi = entalpia do fluido quente de entra no gerador de calor; Qh = produção de energia que sai das unidades de calefação em relação ao volume aquecido no ambiente total; Qd = perdas de energia nas tubulações. O rendimento do sistema de distribuição de calor pode ser definido como a relação: 𝑄 𝐻0 – 𝐻𝑖 Os diferentes componentes da energia de um sistema de distribuição de calor são relativos a equação da Conservação de Energia: 𝐻0 − 𝐻𝑖 = 𝑄 + 𝑄𝑑 Deve-se levar em conta que as perdas de energia Qd podem contribuir para o aquecimento do ambiente. CALEFAÇÃO POR RADIADORES: A calefação por radiadores com água aquecida a gás ou a óleo é um sistema usado mundialmente, sendo comprovadamente econômico e durável. Está se firmando PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 24 rapidamente no Brasil como um diferencial importante para quem deseja qualidade de vida. O sistema é composto por uma caldeira responsável pelo aquecimento da água e radiadores instalados nos ambientes que serão climatizados. Os radiadores são encontrados em ferro fundido, alumínio e aço, em modelos horizontais e verticais, adaptando-se a qualquer ambiente ou estilo de decoração. A caldeira a gás é um equipamento compacto podendo ser instalada na cozinha, lavanderia ou mesmo na garagem já a óleo necessita um pouco mais de espaço. Todo o processo é feito de maneira completamente silenciosa, segura e sem prejudicar a estética do local. Uma quantidade estável de água passa pelos radiadores e sai novamente para ser aquecida através de um sistema coberto e oculto de canos, sem retirar a umidade natural do ar. Podem ser instalados em casas térreas, sobrados, apartamentos ou imóveis comerciais. A temperatura ambiente varia de 20ºC a 26ºC, podendo ser selecionada por controle remoto ou nos termostatos localizados na caldeira e nos radiadores, permitindo inclusive temperaturas diferenciadas em cada ambiente. Os modelos para banheiros, além de aquecer o ambiente também servem para manter as toalhas sempre secas, reduzindo os problemas com mofo e umidade comuns nesses cômodos. O calor proveniente de um radiador é em parte radiado e parte conveccionado. O calor que sai de um radiador depende: Superfície convectiva; Dimensões do radiador; Tipo de corrente de ar circundante; Tipo de fluxo de água e sua temperatura; PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 25 Temperaturas e das características de radiação das superfícies do ambiente; Objetos dispostos no ambiente; Cortinas; Posição do radiador; Distância do radiador das paredes e do solo; Isolamento das paredes. O calor emitido pelo radiador não é proporcional a diferença de temperatura entre a superfície do radiador e a temperatura ambiental, mas na prática pode ser proporcional a potência desta diferença de temperatura. O valor numérico deste expoente é geralmente 1,3. A temperatura da zona da parede localizada atrás do radiador é muito mais alta que a de outras zonas da mesma parede. As perdas de calor desta zona podem ser 3 vezes mais altas que as perdas em outras zonas. Assim como esta zona esta aquecida de sobremaneira por radiação, deve ser colocado um painel separador. CONVECTORES O calor que é liberado pelos convectores depende: Temperatura da água; Tipo de corrente de ar sobre as superfícies do convector; Contato entre a tubulação e das superfícies secundárias; Tamanho das aberturas interiores e exteriores. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 26 Existem outros tipos de unidades de calefação que estão projetadaspara serem instaladas na parte inferior das paredes. Funcionam mediante a convecção natural do ar no ambiente. Existem também sistemas de aquecem o solo ou o teto (água ou elétricos) através de um sistema de tubulações ou resistências elétricas que emitem calor mediante radiação. SISTEMAS DE CONTROLE A exigência funcional do controle de um sistema de calefação responde pela necessidade de modificar adequadamente as variáveis do sistema de tal forma que a capacidade da instalação corresponda a potência estabelecida previamente. TIPOS: Circuitos de controle aberto: é um sistema de regulação antecipada, porque antecipa o efeito que as características das variáveis externas produzem no sistema. Ex.: Um termostato colocado no exterior de um prédio. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 27 Circuitos de controle fechado: é um sistema central de retroação, isto é, um dispositivo de controle que mede as mudanças ambientais e ativa mecanismos para compensar as variações. Ex.: Um termostato colocado no interior de um prédio Nos sistemas modernos de controle existem termostatos internos e externos que controlam a distribuição e a quantidade de calor fornecido. Controle local automático: é um dispositivo que controla a temperatura interior somente de uma parte do ambiente (sala). Pode ser constituído de: Um termostato que controla a interrupção do sistema de calefação interno; Uma válvula termostática que controla o fluxo de água através do radiador e outras unidades de calefação; Um termostato que controla o sistema de vazão de água. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 28 CAPITULO 04 CONDICIONAMENTO AMBIENTAL PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 29 CONDICIONAMENTO AMBIENTAL (REFRIGERAÇÃO E AQUECIMENTO) INTRODUÇÃO Uma instalação de acondicionamento de ar (refrigeração) deve controlar os quatro parâmetros básicos no interior de um prédio, são eles: Temperatura; Umidade; Pureza; Número de trocas de ar (ventilação). A pureza e o número de trocas de ar estão também relacionados, já que a pureza do ar está determinada pela entrada do ar externo puro filtrado misturado adequadamente com uma determinada quantidade de ar recirculante na instalação de condicionamento ambiental, de forma a garantir as condições de conforto no interior do ambiente. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 30 Calor Sensível e Calor Latente Um corpo que cede ou recebe calor pode sofrer dois efeitos diferentes: variação de temperatura ou mudança de estado. Quando o efeito do calor é de variação de temperatura, o calor é chamado de Sensível. Se o efeito do calor é de mudança de estado, o calor é chamado Latente. Observe-se que enquanto ocorre a mudança de estado, a temperatura do corpo mantém-se constante. TIPOS DE TRATAMENTO DO AR Resfriamento sem troca da umidade absoluta; Resfriamento sem desumidificação; Umificação (isoentálpica); Aquecimento sem troca da umidade absoluta; Misturas das correntes de ar em condiçõestermohigramétricas diferentes. Obs.: Umidade absoluta é a quantidade, em kg, de vapor de água contido em uma determinada quantidade de ar. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 31 Umidade Relativa Umidade relativa é a relação entre a quantidade de vapor de água contido em uma determinada quantidade de ar, em relação ao vapor que satura o volume de ar (depende da temperatura do ar). AQUECIMENTO DO AR: Realiza-se mediante baterias espirais de aletas aquecidas por resistências elétricas que percorrem através delas e provém da instalação térmica. RESFRIAMENTO DO AR: Realiza-se graças a baterias espirais de aletas resfriadas com água gelada que corre através destas e provém do sistema de refrigeração ou diretamente esfriada pela evaporação do fluido refrigerante da instalação de refrigeração. SEÇÃO DE TRATAMENTO DE AR DE UMA UNIDADE DE AR CONDICIONADO Obs.: Se obtém a umidade adequada introduzindo no ar, água irrigada em uma superfície ampla em relação ao volume. Em uma unidade de ar condicionado são necessários ventiladores para distribuir o ar tratado nas diferentes zonas do prédio mediante condutos de ar. SEÇÃO DE TRATAMENTO DE AR DE UMA UNIDADE DE AR CONDICIONADO PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 32 SEÇÃO DE TRATAMENTO DE AR DE UMA UNIDADE DE AR CONDICIONADO CÁLCULO DAS NECESSIDADES DE ENERGIA DE UMA INSTALAÇÃO DE AR CONDICIONADO PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 33 Definir as condições de projeto; Calcular a carga térmica e estabelecer quais as condições sincrométricas do ar que entrará no ambiente; Escolher qual o tipo de instalação e realizar os cálculos sincrométricos baseados no diagrama de Mollier; Medir os componentes da instalação. As equações de conservação para o ambiente que se deseja acondicionar são: 𝑊𝑂 + 𝑚𝑜 = 𝑀 𝛥 1+𝑥 𝑚 = 𝑀 𝛥 𝑥 onde: M = massa de ar seco introduzido (kg/s) h 1+x = aumento de entalpia (diferença entre as entalpias do ar introduzido e o que está no ambiente; Wo = fluxo térmico (soma algébrica do calor que entra, proveniente e produzido pelo ambiente e o calor conveccionado pelo ar introduzido) m = quantidade de fluxo de massa (correspondente a quantidade de fluxo de vapor de água produzido pelo ambiente) ho = entalpia da água no ambiente. Chiller Trocador de calor no qual o refrigerante, à baixa pressão, se evapora, absorvendo o calor da área refrigerada CAPITULO 05 PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 34 CICLOS FRIGORÍFICOS PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 35 CICLO DE REFRIGERAÇÃO Pode-se chamar de Ciclo de Refrigeração, uma situação onde, em circuito fechado, o gás refrigerante, transformando-se sucessivamente em líquido e vapor, possa absorver calor a baixa temperatura e pressão pela sua evaporação e rejeitar calor a alta temperatura e pressão pela condensação. COMPOSIÇÃO 1. Compressor, que aspira e comprime o vapor refrigerante; 2. Condensador, onde o vapor refrigerante é condensado, passando ao estado líquido; 3. Tubo Capilar ou a Válvula de Expansão, que abaixa a pressão do sistema por meio de uma expansão teoricamente isoentálpica e controla o fluxo de refrigerante que chega ao evaporador e 4. Evaporador, onde o calor latente de vaporização é absorvido e enviado ao compressor, iniciando-se um novo ciclo. ESQUEMA SIMPLIFICADO DO CICLO DE REFRIGERAÇÃO CONDENSADOR Condensador são os elementos do sistema de refrigeração que têm a função de transformar o gás quente, que é descarregado do compressor a alta pressão, em líquido. Para isso, rejeita o calor contido no fluido refrigerante para alguma fonte de resfriamento. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 36 PROCESSO DE CONDENSAÇÃO Ao ser admitido no condensador, o fluido refrigerante está no mesmo estado que na descarga do compressor, ou seja, gás quente a alta pressão. Como em um sistema de refrigeração o objetivo é evaporar o refrigerante (para resfriar retirar calor de um ambiente e/ou produto), o refrigeranteno estado gasoso deve ser condensado antes de retornar ao evaporador. PROCESSO DE CONDENSAÇÃO O processo de condensação do fluido refrigerante se dá ao longo de um trocador de calor, denominado condensador, em três fases distintas que são: Dessuperaquecimento; Condensação e Sub-Resfriamento. TIPOS DE CONDENSADORES Condensadores de casco e tubos (shell and tube) Consiste de uma carcaça cilíndrica, na qual é instalada uma determinada quantidade de tubos horizontais e paralelos, conectados a duas placas de tubos dispostas em ambas as extremidades. Nos condensadores menores, a carcaça pode ser um tubo comum, mas, nos maiores, usam-se carcaças soldadas. O gás refrigerante flui dentro da carcaça, em volta dos tubos, ao passo que a água passa dentro dos tubos. Conjunto compacto, montado sobre base metálica, composto de: (1) um compressor para gás Freon-22, (2) um trocador de calor tipo casco-tubo (condensador), (3) uma válvula de expansão termostática, (4) dois trocadores de calor a placas brasados (evaporadores) e acessórios como tubulações, válvulas, visores de linha, etc. Utilizada para resfriar água a 7ºC e óleo mineral a 12ºC. Trabalha esfriando água e óleo por compressão, condensação (troca térmica com água a 30ºC da torre de resfriamento) e evaporação de gás Freon-22. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 37 Condensadores de casco e serpentina (shell and coil) Consistem de uma carcaça que contém uma serpentina de circulação de água. Não possuem flanges removíveis (como nos de casco e tubo) e a limpeza da água só pode ser feita por meios químicos. São normalmente usados para capacidades menores. Condensadores de tubos duplos O condensador de duplo tubo tem o tubo de água dentro do tubo de refrigerante. O refrigerante passa pelo espaço entre os dois tubos, enquanto que a água é bombeada pelo tubo interior. A água flui em direção oposta à do refrigerante, ficando a água mais fria em contato com o refrigerante mais frio e a água mais quente em contato com o refrigerante mais quente, evitando-se choques térmicos. São utilizados onde o refrigerante é a amônia. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 38 Condensadores atmosféricos Já foi muito popular em grandes instalações de amônia, porém está caindo em desuso. Ele é construído com muitos trechos de tubulação, tendo o vapor de amônia fluindo dentro dos tubos. A água de resfriamento é distribuída por uma calha de suprimento que a derrama sobre a superfície externa dos tubos. Da mesma forma que nas torres de resfriamento, o resfriamento é uma combinação da evaporação de parte da água com o aquecimento do restante. Condensadores evaporativos Os condensadores evaporativos combinam as funções de condensador e de torre de resfriamento. Consiste de um invólucro que contém uma seção de ventilador, separador de gotas, serpentina de condensação do refrigerante, reservatório de água, válvula de bóia e a bomba de pulverização do lado de fora do invólucro. A bomba de pulverização circula a água do reservatório, no fundo da unidade, para os bicos de pulverização, sobre a serpentina do refrigerante. Os ventiladores forçam a passagem do ar pela serpentina e pela água que está sendo pulverizada sobre a serpentina. O calor do refrigerante é transmitido através das paredes da serpentina à água que passa sobre ela. O ar remove o calor da água, pela evaporação de parte dela. Os separadores de gotas impedem que gotículas de água sejam levadas pelo ar. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 39 Condensadores resfriados a ar O condensador a ar é utilizado para unidades de refrigeração com potência fracionária, e.g., refrigeradores domésticos e comerciais. Por proporcionarem economia, pois não precisa de tubulação de água como os condensadores resfriados a água, por não tomarem muito espaço e ainda, dependendo da situação, poderem se utilizar apenas da transmissão de calor por convecção natural são muito utilizados em pequenas e médias instalações. EVAPORADOR Evaporador é a parte do sistema de refrigeração onde o fluido refrigerante sofre uma mudança de estado, saindo da fase líquida para a fase gasosa. É chamado, às vezes, de serpentina de resfriamento, resfriador da unidade, serpentina de congelamento, congelador, etc. Qualquer sistema de refrigeração é projetado, instalado e operado com o único fim de retirar calor de alguma substância. Como esse calor tem que ser absorvido pelo evaporador, a eficiência do sistema depende do projeto e da operação adequada do mesmo. A eficiência do evaporador depende: 1. Ter uma superfície suficiente para absorver a carga de calor necessária, sem uma diferença excessiva de temperatura entre o refrigerante e a substância a resfriar. 2. Deve apresentar espaço suficiente para o refrigerante líquido e também espaço adequado para que o vapor do refrigerante se separe do líquido. 3. Ter espaço suficiente para a circulação do refrigerante sem queda de pressão excessiva entre a entrada e a saída. PROCESSO DE EVAPORAÇÃO Após passar pela válvula de expansão, o fluido refrigerante é admitido no evaporador na forma líquida. Como a pressão no evaporador é baixa, o fluido refrigerante se evapora com uma temperatura baixa. No lado externo do evaporador há um fluxo de fluido a ser refrigerado (água, solução de etileno-glicol, ar). Como a temperatura desse fluido é maior que a do refrigerante, este se evapora. Após todo o refrigerante se evaporar, ele sofrerá um acréscimo de temperatura denominado superaquecimento. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 40 Esquema de um Evaporador de Superfície Estendida VÁLVULA DE EXPANSÃO É um dispositivo que tem a função de controlador de maneira precisa a quantidade de refrigerante que penetra no evaporador. Os principais tipos de válvulas de expansão são: PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 41 Válvula Manual; Válvula Automática; Válvula de Bóia; Válvula Elétrica; Válvula Termostática. VÁLVULAS DE EXPANSÃO ELÉTRICAS E ELETRÔNICAS A válvula de expansão elétrica utiliza um termistor para detectar a presença de refrigerante líquido na saída do evaporador. Quando não ocorre a presença de líquido, a temperatura do termistor se eleva, o que reduz sua resistência elétrica, permitindo uma corrente maior pelo aquecedor instalado na válvula. A válvula é assim aberta, permitindo um maior fluxo de refrigerante. TUBO CAPILAR Os tubos capilares normalmente são aplicados em sistemas de refrigeração de pequeno porte, como: condicionadores de ar residenciais, refrigeradores domésticos, vitrines para refrigeração comercial, freezers, bebedouros de água, etc. Ciclo de Refrigeração em uma geladeira residencial Compressores PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 42 O compressor é o coração do sistema de compressão de vapor. É usado por uma única razão: recuperar o líquido expandido para que ele possa tornar a ser usado inúmeras vezes (fechando o ciclo). Se um reservatório de amônia fosse expandido na serpentina de resfriamento e descarregado na atmosfera, o efeito refrigerante seria o mesmo, mas: Seria preciso repor o reservatório cada vez que se esgotasse; Como a amônia é um refrigerante de alta toxidade e inflamabilidade, ocorreriam problemas de intoxicação de pessoas e/ou incêndios nas proximidades da instalação; O custo de funcionamento do sistemaseria demasiadamente elevado. Os principais tipos de compressores frigoríficos são: Compressor Alternativo (de êmbolo) Compressor de Parafuso Compressor de Palheta Compressor Centrífugo Compressor Scroll. Refrigerante PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 43 É o fluido que absorve calor de uma substância do ambiente a ser resfriado. Não há um fluido refrigerante que reúna todas as propriedades desejáveis, de modo que, um refrigerante considerado bom para ser aplicado em determinado tipo de instalação frigorífica nem sempre é recomendado para ser utilizado em outra. O bom refrigerante é aquele que reúne o maior número possível de boas qualidades, relativamente a um determinado fim. As principais propriedades de um bom refrigerante são: Condensar-se a pressões moderadas; Evaporar-se a pressões acima da atmosférica; Ter pequeno volume específico; Ter elevado calor latente de vaporização; Ser quimicamente estável (não se altera apesar de suas repetidas mudanças de estado no circuito de refrigeração); Não ser corrosivo; Não ser inflamável; Não ser tóxico; Deve permitir fácil localização de vazamentos; Não deve atacar o óleo lubrificante ou ter qualquer efeito indesejável sobre os outros materiais da unidade; Não deve atacar ou deteriorar os alimentos, no caso de vazamentos. Não deve atacar a camada de ozônio, em caso de vazamentos. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 44 CAPITULO 06 GERAÇÃO DE VAPOR INTRODUÇÃO, GENERALIDADES E DEFINIÇÕES PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 45 INTRODUÇÃO, GENERALIDADES E DEFINIÇÕES INTRODUÇÃO Fornecendo calor à água, variamos a sua entalpia(quantidade de energia por kg de massa) e seu estado físico. Quanto mais aquecermos, mais aumentaremos sua temperatura e, conseqüentemente, sua densidade diminuirá, tornando-se mais “leve”. A medida que fornecermos calor ao líquido, suas moléculas vão adquirindo energia até conseguirem vencer às forças que as mantém ligadas (na forma líquida). A rapidez da formação do vapor será tal qual for a intensidade do calor fornecido. A pureza da água e a pressão absoluta exercida sobre ela são os fatores que irão impor a temperatura na qual se produz a ebulição. Assim, quanto menor for a pressão, menor será a temperatura de ebulição da água. DEFINIÇÕES Vapor Saturado: Vapor produzido na temperatura de ebulição à sua pressão absoluta. Vapor saturado úmido: quando contém partículas de água em suspensão; Vapor saturado seco: caso contrário. Calor Sensível (hs): A Adição de Entalpia do Líquido (calor sensível) é a quantidade de calorias necessárias para elevar 1 kg de água de 0 ºC até a sua temperatura de ebulição. Calor Latente (hlat): A Adição de Entalpia de Vaporização (calor latente) é a quantidade de calorias necessárias para converter 1 kg de água líquida em vapor seco à mesma temperatura e pressão (o calor latente decresce com o aumento da pressão absoluta do vapor). Entalpia Total (hTOT): Chama-se Entalpia Total do Vapor de Água, saturado, à soma do calor sensível e do calor latente: 𝑡𝑜𝑡 = 𝑠 + 𝑙𝑎𝑡 Quando não se consegue o vapor seco, têm-se: 𝑡𝑜𝑡 = 𝑠 + 𝑥 𝑙𝑎𝑡 onde x é o título (variando de 0,0 a 1,0). PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 46 GERADORES DE VAPOR É um aparelho térmico que produz vapor a partir do aquecimento de um fluido vaporizante. Na prática adotam-se alguns nomes, a saber: Caldeiras de Vapor: são os geradores de vapor mais simples, queimam algum tipo de combustível como fonte geradora de calor. Caldeiras de Recuperação: são aqueles geradores que não utilizam combustíveis como fonte geradora de calor, aproveitando o calor residual de processos industriais (gás de escape de motores, gás de alto forno, de turbinas, etc.). Caldeiras de Água Quente: são aqueles em que o fluido não vaporiza, sendo o mesmo aproveitado em fase líquida (calefação, processos químicos). Geradores Reatores Nucleares: são aqueles que produzem vapor utilizando fonte de calor a energia liberada por combustíveis nucleares (urânio enriquecido). CLASSIFICAÇÕES 1) Quanto à posição dos gases quentes e da água: Aquatubulares (Aquotubulares) Flamotubulares (Fogotubulares,Pirotubulares) 2) Quanto à posição dos tubos: Verticais Horizontais Inclinados 3) Quanto à forma dos tubos: Retos Curvos 4) Quanto à natureza da aplicação: Fixas Portáteis Locomóveis (geração de força e energia) Marítimas A escolha de um tipo de gerador de vapor se faz principalmente em função de: Tipo de serviço Tipo de combustível disponível PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 47 Equipamento de combustão Capacidade de produção Pressão e temperatura do vapor Outros fatores de caráter econômico Locomóvel Caldeira Aquatubular, Fixa e Vertical PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 48 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES 1) Pressão de Regime: a máxima pressão de vapor, considerada como limite superior quando do projeto. 2) Pressão de Prova: pressão de ensaio hidrostático a que deve ser submetido a caldeira (NR-13, item 13.10) 3) Capacidade de Evaporação: são as partes metálicas em contato, de um lado com a água e vapor da caldeira e, do outro, com os produtos da combustão. A medição desta área se faz pelo lado exposto às chamas. 4) Superfície de Grelhas ou Volume da Fornalha: juntamente com o item anterior, determina a potência da caldeira. Maior será a potência quanto maior for o volume da caldeira. 5) Outros: peso, superfície dos superaquecedores de vapor, economizadores de água de alimentação, aquecedores de ar, volume das câmaras de água e vapor, eficiência térmica desejável, variação da demanda, espaço necessário ou disponível, amortização do investimento. CARACTERÍSTICAS DE PROJETO 1. Projeto e Construção: sua forma e método de construção deverá ser simples, proporcionando elevada segurança em funcionamento. Todas as partes deverão ser de fácil acesso ou desmontagem para facilitar a limpeza interna e consertos ordinários. 2. Vaporização específica, grau de combustão e capacidade: deverão ser projetadas de forma que, com o mínimo peso e volume do gerador, seja obtida a máxima superfície de aquecimento. 3. Peso e espaço: estes fatores devem se combinar para que as caldeiras se adaptem ao espaço a elas destinado. 4. Flexibilidade de manobra e facilidade de condução: condições fundamentais em processos de variação rápida e freqüente, onde a caldeira possua grande flexibilidade para se adaptar imediatamente às modificações da carga. 5. Características do Vapor produzido: as caldeiras não deverão apresentar tendência a arrastar água com o vapor, especialmente na condição de sobrecarga, evitando o fornecimento de vapor úmido ou a redução do grau de superaquecimento. 6. Circulação de água e gases: a circulação de água no interior da caldeira, da mesma forma que o fluxo de gases do lado externo, deverá ser ativa, de direção e sentido bem definidos para toda e qualquer condição de funcionamento. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 49 7. Rendimento Térmico Total: deverá ter um rendimento elevado a fim de se obter uma economia apreciável de combustível. 8. Segurança: a caldeira e todos os seus elementos deverão ser projetados para obter o maiselevado fator de segurança. COMPONENTES Caldeira Flamotubular Vertical Aquecedor de Ar: aproveita o calor residual dos gases de combustão pré-aquecendo o ar utilizado na queima de combustível. Aquece o ar entre 120 e 300 ºC, dependendo do tipo de instalação e do tipo de combustível queimado. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 50 Câmara de Combustão: às vezes se confundem com a fornalha, sendo que, em outras é completamente independente. É um volume que tem a função de manter a chama numa temperatura elevada com duração suficiente para que o combustível queime totalmente antes dos produtos alcançarem os feixes (dutos) de troca de calor. Caldeira de Vapor (Tambor de Vapor): constituída por um vaso fechado à pressão contendo água que será transformada em vapor. Chaminé: tem função de retirar os gases da instalação lançando-os na atmosfera (tiragem). Cinzeiro: local de deposição das cinzas e restos de combustível que caem da fornalha. Condutos de Fumo: são canais que conduzem os gases da combustão até a chaminé. Economizador: O economizador é um trocador de calor tubular instalado na região de passagem dos gases de uma caldeira com a finalidade de propiciar o aproveitamento de energia térmica contida nesses gases, transferindo-a para a água de alimentação que está sendo introduzida no tambor. O aproveitamento desta energia constitui um aumento de rendimento para a caldeira, sendo calculado que a cada 10 °F de elevação na temperatura da água de alimentação representa o acréscimo de 1% na sua eficiência. Os economizadores são constituídos de feixes tubulares de aço que além de oferecer boa resistência mecânica, podem ser confeccionados com parede de espessura menor, reduzindo de forma acentuada o peso do equipamento e permitindo uma melhor transferência de calor. Como o coeficiente de troca de calor entre a água e os tubos é muito maior que o coeficiente entre o tubo e os gases da queima, a temperatura externa do tubo será muito próxima a da temperatura da água . Se esta temperatura estiver abaixo do ponto de orvalho haverá corrosão severa dos tubos. Para que isto não ocorra é necessário preaquecer a água em trocadores de calor a vapor. Fornalha: principal equipamento para a queima do combustível. Entre as suas funções estão incluídas: a mistura ar-combustível, a atomização e vaporização do combustível e a conservação de uma queima contínua da mistura. Grelhas: utilizadas para amparar o material dentro da fornalha, podendo ser fixas, rotativas e inclinadas. Queimadores: os queimadores utilizados em uma caldeira tem por finalidade converter o combustível líquido a ser queimado em gás, conversão esta que ocorre em alguns casos, no momento que se segue à entrada do combustível na fornalha e em outros casos, ainda no próprio queimador. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 51 Existem vários tipos de maçaricos utilizados na operação de uma caldeira: Fixos Retráteis Retráteis com inclinação Outros Os maçaricos fixos após serem colocados no tubo guiam da fornalha e parafusados, não sofrem nenhum deslocamento ou inclinação, permanecendo sempre na posição em que foram colocados. Os maçaricos retráteis após serem colocados no tubo guiam da fornalha e parafusados, sofrem um deslocamento axial, deslocamento este efetuado pelo operador para ajuste do cone da chama, na fornalha. Os maçaricos retráteis com inclinação, ao serem colocados no tubo guia da fornalha e parafusados, sofrem deslocamento axial e inclinação, sendo esta, em geral de 45º para cima e 45º para baixo. O deslocamento e a inclinação são comandados pelo operador, com a finalidade de ajustar a chama e melhorar as condições de temperatura do vapor principal. As caldeiras possuem ignitores cuja função é prover uma chama adequada para o acendimento (queima inicial) de um maçarico, seja ele de óleo diesel, gás, ou óleo combustível. Um maçarico nunca pode ser aceso com a chama de outro maçarico, mas somente com a chama do ignitor correspondente. O ignitor por sua vez, também necessita de uma fonte de calor para seu acendimento, que no caso é uma centelha proveniente de uma vela de ignição elétrica, que recebe tensão através de um transformador. Esta centelha não é constante, permanece por alguns segundos (10 a 15) quando o transformador é desenergizado. Caso o ignitor não acenda durante o período em que o transformador está energizado, nova operação para acendimento do mesmo terá que ocorrer. Normalmente os ignitores são instalados junto aos maçaricos ou tangenciais a eles. Reaquecedor: tem função equivalente a dos superaquecedores. A sua presença torna-se necessária quando se deseja elevar a temperatura do vapor proveniente de estágios intermediários de uma turbina. Retentor de Fuligem: tem como função separar a fuligem, resultante da queima não estequiométrica do combustível, dos gases antes dos mesmos saírem pela chaminé. Superaquecedor: Partindo do princípio que uma caldeira transforma água em vapor pela aplicação de calor, é fácil concluirmos que a área total da superfície de aquecimento e a maneira como esta é arranjada, afeta a sua eficiência e capacidade. Uma caldeira tem sua fornalha virtualmente circundada por uma superfície que retira calor, as paredes d’água. Estas representam apenas 9% da superfície total de PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 52 aquecimento da unidade, mas contribuem com cerca da metade (48%) da absorção total de calor. Esta alta eficiência em calor absorvido por unidade de área resulta da sua exposição ao calor radiante na zona de mais alta temperatura. Os superaquecedores são superfícies trocadoras de calor com a finalidade de elevar a temperatura do vapor produzido no tambor a um valor superior ao valor de saturação. O superaquecimento do vapor tem duas finalidades fundamentais: Aumentar o ganho termodinâmico da turbina, na qual o vapor irá se expandir. Tornar o vapor o mais isento de umidade possível, entretanto possíveis condensações no interior da turbina devido à queda de pressão e temperatura. Em condições normais, recomenda-se um superaquecimento mínimo de 55 °C no vapor na entrada da turbina. Os superaquecedores recebem o vapor saturado proveniente do tambor da caldeira e o superaquece aproveitando a alta temperatura dos gases que os atravessam, por estarem localizados logo acima da fornalha. O superaquecedor representa 9% da superfície total de aquecimento mas é responsável por apenas 16% do total do calor absorvido. Esta diferença em relação à fornalha deve-se ao fato de que a troca de calor é mais acentuadamente por convecção do que por radiação. O fluxo de vapor, no superaquecedor, deve ser suficientemente intenso, de forma a permitir a absorção de calor do tubo, evitando sua deformação por alta temperatura. Os superaquecedores podem ser classificados como de convecção ou de radiação. Nos superaquecedores de convecção, a temperatura do vapor aumenta quando a carga cresce, porque o fluxo de gases do lado da fornalha aumenta mais depressa do que o fluxo de vapor dentro do tubo. Podem ser do tipo horizontal ou pendente como nas caldeiras de Campos. A vantagem dos superaquecedores horizontais é que estes podem ser drenáveis, enquanto que os pendentes não podem. Os superaquecedores de radiação ficam localizados na parte superior da fornalha e recebem calor intenso por radiação direta. O vapor no seu interior sofrerá uma queda de temperatura com o aumento da carga, por causa da alta razão de absorção de calor nas paredes da fornalha quando a carga cresce. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 53 O calordisponível para o superaquecedor de radiação não acumula na mesma razão que a massa de vapor dentro dos tubos, e, desta maneira, a temperatura do vapor diminui. Para que a temperatura do vapor seja mantida razoavelmente uniforme com a variação da carga, superaquecedores são freqüentemente divididos em seções, geralmente primários e secundários. Algumas seções estão na fornalha e outras nas zonas de convecção. Sopradores de fuligem: Óleo combustível tem 0,5% a 1% de cinzas que são componentes minerais. As cinzas mais pesadas caem no fundo da fornalha para serem removidas durante as paradas da caldeira para revisão. Uma certa quantidade porém, fica depositada nas paredes dos tubos. Além disso, parte do carbono não queimado deposita-se nas paredes dos tubos sob a forma de fuligem ou negro de fumo. A camada de depósitos reduz a transferência de calor, estimando-se que uma camada de 3 mm de fuligem pode isolar tanto quanto uma de 15 mm de isolante térmico. A redução da transmissão de calor para os tubos da parede d’água provoca uma queda na produção de vapor. Para manter a produção, é necessário aumentar o fornecimento de combustível e ar. Se somente os tubos da fornalha estiverem sujos, maior quantidade de combustível e ar resultará num maior fluxo de gases passando pelo superaquecedor e reaquecedor, causando elevação da temperatura do vapor superaquecido e reaquecido. Se os tubos do superaquecedor ficam sujos, o efeito é o abaixamento da temperatura do vapor superaquecido. Estando sujos os tubos da fornalha e também do superaquecedor, o resultado será a saída dos gases com alta temperatura, traduzindo uma perda de rendimento da caldeira. Os sopradores de fuligem são equipamentos destinados a limpar as paredes externas dos tubos. Tais equipamentos utilizam como fluido de limpeza vapor ou ar que é direcionado diretamente sobre as superfícies dos tubos. O posicionamento e a quantidade de sopradores de fuligem variam de acordo com o tipo de caldeira e do combustível utilizado. Podem ser usados na fornalha, no superaquecedor e nos aquecedores de ar e nas zonas de convecção. No tipo fixo, os sopradores se caracterizam por possuir uma lança perfurada, que gira por acionamento manual, elétrico ou a ar. Sua ação é bastante efetiva na remoção de depósitos de baixa aderência., limpando a fuligem de toda a parede em volta. São limitados, devido ao contato direto contínuo com os gases de combustão, às regiões de baixa temperatura. Os sopradores retráteis se caracterizam por possuir um lança que permanece fora do contato com os gases da combustão quando estão fora de operação. Quando PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 54 acionado, a lança é inserida entre duas fileiras de tubos e pelo bocal na sua extremidade sopram vapor. A fuligem removida entra no fluxo dos gases e sai pela chaminé. Para que a fuligem soprada de certo lugar não se deposite em outras superfícies já limpas, operam-se os sopradores em seqüência conforme a orientação do fluxo dos gases. Assim os tubos da fornalha não devem ser limpos depois dos tubos do superaquecedor , e assim sucessivamente. O esquemático a seguir mostra o posicionamento dos sopradores nas caldeiras. OUTROS COMPONENTES Alarme de Falta D’água Controlador de Nível Fusível Térmico (tampão) Indicadores de Pressão (manômetros) Injetor de Água Pressostatos Purificadores de Vapor Válvulas de Segurança Outros Componentes Visor de Nível: é um tubo de vidro colocado no tambor de vapor, que tem por finalidade dar ao operador a noção exata da altura onde se encontra a água da caldeira. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 55 VÁLVULAS Tipos: De retenção: colocadas nas linhas de vapor e óleo para evitar o refluxo; De extração de fundo (dreno): permite a retirada de impurezas da água que se deposita no fundo do tambor de vapor; De descarga lenta: tem como função assegurar uma perfeita vedação no sistema; Solenóide: comandada eletricamente, abre ou fecha a passagem de um fluido; PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 56 De alívio: para retirar o excesso de pressão no aquecedor de óleo das caldeiras; Outros Tipos de Válvulas: De escape de ar: controla a saída ou entrada de ar na caldeira, no início e no fim das operações; De serviço: tem seção correspondente a 10% da válvula principal. Tem como função garantir o acionamento de órgãos da caldeira (injetor, aquecimento de óleo, água, etc.); PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO Em uma caldeira, no trajeto dos gases quentes, este cede calor para a água nos seguintes modos: aquecendo a água no economizador; vaporizando-a na caldeira; transformando o vapor saturado em vapor superaquecido no superaquecedor. A maior parcela da energia é absorvida nas superfícies expostas diretamente às chamas na câmara de combustão, onde predomina a troca de calor por radiação. Em caldeiras bem dimensionadas, as paredes d’água representam menos de 10% da superfície de troca de calor total e são capazes de absorver até 50% da energia liberada na combustão. Nas partes posteriores da caldeira, os gases fornecem calor por convecção e radiação gasosa. CAPACIDADE DE PRODUÇÃO DE VAPOR A capacidade de produção de vapor de uma instalação é expressa freqüentemente em quilogramas de vapor por hora (kg/h) e/ou seus múltiplos (kg/s, ton/h). Mas, para valores distintos de temperatura e pressão, o vapor possui quantidades diferentes de energia, por isso, expressa-se a capacidade de uma caldeira em forma de calor total transmitido por unidade de tempo (kcal/h). Assim: PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 57 𝑄 = 𝑚𝑣 𝑇𝑂𝑇 − 𝐿 (kcal/h) onde: Q = capacidade de produção de vapor mv = vazão mássica de vapor produzido (kg/h) hTOT = entalpia total do vapor (kcal/kg) hL = entalpia da água de alimentação (kcal/kg) RENDIMENTO GLOBAL É definido com a relação entre o calor transmitido e a energia produzida pelo combustível, em (%): 𝑛𝑔 = 𝑚𝑣 𝑇𝑂𝑇 − 𝐿 𝑚𝑐𝑃𝐶𝑆 100 onde: mc = vazão mássica de combustível queimado (kg/h) PCS = poder calorífico superior do combustível (kcal/kg) VELOCIDADE DE COMBUSTÃO A velocidade de combustão expressa: a quantidade (kg) de combustível queimado por metro quadrado (m2) de superfície de aquecimento por hora, ou a quantidade (kg) de combustível queimado por metro cúbico (m3) de volume de câmara por hora. FATOR DE VAPORIZAÇÃO É a relação entre o calor absorvido por 1 (kg) de água de alimentação nas condições da caldeira e o calor absorvido por 1 (kg) de água a 100 (ºC) ao vaporizar. VAPORIZAÇÃO EQUIVALENTE É definido como sendo a vazão de água a 100 (ºC), em (kg/h), que se vaporiza na caldeira, (kg/h): 𝑉𝐸 = 𝑚𝑣 𝑇𝑂𝑇 − 𝐿 543,4 PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 58 BALANÇO TÉRMICO Consiste na elaboração de uma tabela contendo o calor absorvido pelo gerador (desejado) e as perdas ocorridas na combustão. CALOR ABSORVIDO É a parcela da energia (calor) que a água e vapor absorveram (deseja-se maximizar). É calculado da seguinte forma, em kcal/kg: 𝐻𝐿 = 𝑚𝑣 𝑚𝑐 𝑇𝑂𝑇 − 𝐿 onde: HL = calor absorvido pela água e vapor por kg de combustível mv & mc = vazão mássica de vapor e combustível respectivamente (kg/h) PERDAS DE CALOR São parcelas de calor liberado na combustão não utilizadas na produção de vapor. As mesmas podem ser classificadas da seguinte forma: Ocasionais: perdasdevido a erros de projeto, de equipamento ou de operação (devem ser minimizadas). Exemplos: perdas no isolamento e nos ventiladores. Normais: perdas previstas pelo projeto. Exemplos: cinzas, porta da fornalha, etc. PERDAS DEVIDO À UMIDADE DO COMBUSTÍVEL PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 59 A umidade contida no combustível é vaporizada e deixa a caldeira na forma de vapor superaquecido. Admitindo a sua pressão parcial como sendo 0,07(kgf/cm2) e sua temperatura igual à dos gases resultantes da combustão, teremos: 𝐻2 = 𝑚𝑢 𝑔 " − 𝐿 ′ onde: H2 = perdas em (kcal/kgc) mu = peso da umidade em (kg/kgc) h”g = entalpia do vapor superaquecido (kcal/kg) h’L = entalpia da água na temperatura com que o combustível entra na fornalha (kcal/kg) PERDAS DEVIDO À ÁGUA - COMBUSTÃO DO H O hidrogênio do combustível ao reagir com o oxigênio forma água e esta, por sua vez, deixa a caldeira na forma de vapor superaquecido junto com os gases da combustão. 𝐻3 = 9𝜙𝐻2 𝑔 " − 𝐿 ′ onde: H3 = perdas em (kcal/kgc) 𝜙𝐻2 = composição graviométrica do hidrogênio (kg/kgc) PERDAS DEVIDO À UMIDADE DO AR ADMITIDO O ar admitido na caldeira, o comburente da combustão, não é seco. Carrega junto de si vapor de água. Dados sua temperatura de admissão (ta) e sua umidade relativa (), pode-se calcular (ou retirar de uma carta psicrométrica) a umidade absoluta (x) dada em gramas de água por quilogramas de ar seco (kgágua/kgar seco). Essa água é superaquecida e sai junto com os gases resultantes da combustão. É calculada por: 𝐻4 = 𝑚𝑠 0,46 (𝑡𝑔 − 𝑡𝑎) onde: H4 = perdas em (kcal/kg) PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 60 ms = é calculado multiplicando-se a umidade relativa () pelo peso de água necessário para saturar 01 (kg) de ar seco na temperatura ta, multiplicado pelo peso do ar seco (mas) gasto por quilograma de combustível (kgvapor/kgc) 𝑚𝑠 = 𝜙𝑚𝑠𝑎𝑡𝑚𝑎𝑠 sendo que: 𝑚𝑎𝑠 = 𝑚𝑠𝑔 − 𝐶1 + 8 𝜙𝐻2 − 𝜙𝑂2 8 𝑚𝑠𝑔 = 4𝜓𝐶𝑂2 + 𝜓𝑂2 + 7,0 3 𝜓𝐶𝑂2 + 𝜓𝐶𝑂 𝑚𝑐𝜙𝐶 −𝑚𝑟𝜙𝐶𝑟 𝑚𝑐 𝜙𝐶𝑟 = 𝑚𝑟 𝑚𝑐 − 𝐴 𝐶1 = 𝑚𝑐𝜙𝑐 −𝑚𝑟𝜙𝐶𝑟 𝑚𝑐 sendo: msg = peso dos gases secos na saída da caldeira (kcal/kg) mc = peso do combustível (kg) ou (kg/h) mr = peso das cinzas (kg) ou (kg/h) 𝜙 C = porcentagem de carbono no combustível (%) 𝜙 Cr = porcentagem de carbono sem queimar nas cinzas (%) C1 = peso do carbono queimado por quilograma de combustível A = porcentagem de cinzas 0,46 = calor específico médio do vapor desde tg até ta (kcal/kg °C) tg = temperatura dos gases na saída da caldeira (°C) ta = temperatura do ar ao entrar na fornalha (°C) PERDA DEVIDO AOS GASES SECOS DA CHAMINÉ É geralmente mais significativa e pode ser calculada: 𝐻5 = 𝑚𝑠𝑔𝑐𝑝(𝑡𝑔 − 𝑡𝑎) PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 61 onde: H5 = perdas em (kcal/kg) cp = calor específico médio dos gases (≈0,24 kcal/kg°C) PERDA DEVIDO AO COMB. GASOSO S/QUEIMAR Ocorre devido à falta de ar, ocasionando assim uma combustão incompleta. É, em proporções gerais pequena, em relação às outras. 𝐻6 = 𝜓𝐶𝑂 𝜓𝐶𝑂2 + 𝜓𝐶𝑂 5689,6𝐶1 H6 = kcal/kgc PERDA DEVIDO AO COMBUSTÍVEL S/ QUEIMAR CONTIDO NAS CINZAS Parte do carbono do combustível cai no cinzeiro sem queimar ou parcialmente queimado devido, principalmente ao tipo do carvão, da velocidade de combustão e do tipo de grelha. Assim: 𝐻7 = 8148𝑚𝑟𝑐𝑒 𝑚𝑐 onde: mr = peso das cinzas e escórias (kg) ce = peso do carbono não queimado (kg/kgcinzas) PERDA POR RADIAÇÃO, H E HIDROCARBONETOS SEM QUEIMAR Estas perdas se referem ao calor dissipado pelas paredes da câmara, ao calor sensível dos gases ao saírem para a atmosfera, ao calor sensível das cinzas, à variação de carga na caldeira, etc. Ela nada mais é do que a diferença entre o poder calorífico superior do combustível e o calor absorvido pela caldeira mais as perdas, i. e.: 𝐻8 = 𝑃𝐶𝑆 − (𝐻𝐿 + 𝐻2 + 𝐻3 + 𝐻4 + 𝐻5 + 𝐻6 + 𝐻7) PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 62 CAPITULO 07 CALDEIRAS FUMOTUBULARES CALDEIRAS AQUATUBULARES PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 63 CALDEIRAS FLAMOTUBULARES Também conhecidas como Pirotubulares, Fogotubulares ou, ainda, como Tubos de Fumaça, são aquelas nas quais os gases da combustão (fumos) atravessam a caldeira no interior de tubos que se encontram circundados por água, cedendo calor à mesma. CLASSIFICAÇÃO Existem vários métodos de classificação das caldeiras flamotubulares (segundo o uso, a capacidade, a pressão, a posição da fornalha, a posição dos tubos, os tamanhos, etc.). Verticais Horizontais CALDEIRA VERTICAL Com fornalha externa Com fornalha interna É do tipo monobloco, constituída por um corpo cilíndrico fechado nas extremidades por placas planas chamadas espelhos. São várias as suas aplicações por ser facilmente transportada e pelo pequeno espaço que ocupa, exigindo pequenas fundações. Apresenta, porém, baixa capacidade e baixo rendimento térmico. São construídas de 2 até 30 m2, com pressão máxima de 10 kg/cm2, sendo sua capacidade específica de 15 a 16 kg de vapor por m2 de superfície de aquecimento. Apresenta a vantagem de possuir seu interior bastante acessível para a limpeza, fornecendo um maior rendimento no tipo de fornalha interna. São mais utilizadas para combustíveis de baixo poder calorífico. CALDEIRA HORIZONTAL Podem possuir fornalha interna ou externa. Tipos: Com fornalha externa Multitubulares Com fornalha interna Com uma tubulação central (Cornovaglia) Com duas tubulações (Lancashire) Locomotivas e Locomóveis Escocesas PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 64 Marítimas Estacionárias Compactas CALDEIRA ESCOCESAS É o tipo mais moderno e evoluído de caldeiras flamotubulares. Não exige gastos com instalações especiais ou custosas colunas de aço ou alvenaria, bastando uma fundação simples e nivelada, as ligações com a fonte de água, eletricidade e esgoto para entrar imediatamente em serviço. Têm controle eletrônico de segurança e funcionamento automático arrancando tão logo sejam ligados os interruptores. A caldeira consta de um corpo cilíndrico que contém um tubulão sobre o qual existe um conjunto de tubos de pequeno diâmetro. Tem geralmente uma câmara de combustão de tijolos refratários na parte posterior, a que recebe os gases produtos da combustão, e os conduz para o espelho traseiro. Essas unidades operam com óleo ou gás (banha derretida), sendo a circulação garantida por ventiladores (tiragem mecânica). As unidades compactas alcançam elevado rendimento térmico, garantindo 83%. São construídas até a máxima produção de 10 tonv/h a uma pressão máxima de 18 kg/cm². Sua vaporização específica atinge valores da ordem de 30 a 34 kgv/m², dependendo da perda de carga oferecida pelo circuito. Os gases circulam com grande velocidade, 20 a 25 m/s, permitindo a obtenção de elevado índice de transmissão de calor. A perda por radiação é muito baixa, não ultrapassando 1%. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 65 CALDEIRAS AQUATUBULARES Também conhecidas como Caldeiras Tubos de Água ou Aquatubulares se caracterizam pelo fato dos tubos situarem-se fora dos tubulões da caldeira (tambor) constituindo com estesum feixe tubular. Diferenciam-se das Pirotubulares no fato da água circular no interior dos tubos e os gases quentes se acham em contato com sua superfície externa. São empregadas quando interessa obter pressões e rendimentos elevados, pois os esforços desenvolvidos nos tubos pelas altas pressões são de tração ao invés de compressão, como ocorre nas pirotubulares, e também pelo fato dos tubos estarem fora do corpo da caldeira obtemos superfícies de aquecimento praticamente ilimitadas. Os objetivos a que se propõe uma caldeira aquotubular abrangem uma grande faixa e em vista disto temos como resultado muitos tipos e modificações, tais como tubos retos, tubos curvos de um ou vários corpos cilíndricos, enfim a flexibilidade permitida possibilita vários arranjos. CLASSIFICAÇÃO As caldeiras aquotubulares podem ser classificadas de diversas maneiras, como por exemplo: Caldeiras de tubos retos Caldeiras de tubos curvos PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 66 Caldeiras de circulação forçada Caldeiras de Tubos Retos Podem possuir tambor transversal ou longitudinal, estas caldeiras são ainda bastante utilizadas devido, entre outras coisas, a possuírem fácil acesso aos tubos para fins de limpeza ou troca, causarem pequena perda de carga, exigirem chaminés pequenas, e porque também todos os tubos principais são iguais necessitando de poucas formas especiais. CALDEIRAS DE TUBOS CURVOS A utilização de vapor em centrais térmicas exigia geradores de grande capacidade de produção e com isto as caldeiras de tubos curvos, devido à sua ilimitada capacidade de produzir vapor, tomaram uma posição de grande importância para casos desta natureza. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 67 São compostas por tubos curvos ligados à tambores e suas concepções iniciais possuíam quatro e até cinco tambores, sendo revestidos completamente por alvenaria. Atualmente, por motivos de segurança, economia e para eliminar o uso de peças de grande diâmetro, o número de tambores foi reduzido a dois (2) e com um único tambor, sendo este último aplicado a unidade de altas pressões e capacidades. As paredes de refratário, representavam um custo enorme das instalações por isto desenvolveu-se estudos quanto a um melhor aproveitamento do calor irradiado, e a aplicação de paredes de água veio eliminar ouso destes custosos refratários. Com o maior proveito do calor gerado, alem de reduzir o tamanho da caldeira, promove- se uma vaporização mais rápida e aumenta-se a vida do revestimento das câmaras de combustão. Este tipo de caldeira encontra uma barreira para sua aceitação comercial no que se refere ao fato de exigirem um controle especial da água de alimentação (tratamento da água), embora apresente inúmeras vantagens, tais como, manutenção fácil para limpeza ou reparos, rápida vaporização, sendo o tipo que atinge maior vaporização especifica com valores de 28 a 30 kg.v/m² nas instalações normais, podendo atingir até 50 kg.v/m² nas caldeiras de tiragem forçada. CALDEIRAS COM CIRCULAÇÃO FORÇADA PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 68 A diferença de pesos específicos da água de alimentação fria, com a água aquecida e misturada com bolhas de vapor promove uma circulação natural da água no interior dos tubos. Fatores como incrustações, variações de carga, etc., acabam por tornar-se obstáculos a esta circulação, portanto, apesar de vários cuidados tomados, não se consegue uma circulação orientada, ou como é chamada, uma circulação positiva. Baseado nisto substituiu-se a circulação por gravidade pela circulação forçada por uma bomba de alimentação e com isto reduz-se o diâmetro dos tubos, aumenta-se o circuito de tubos e estes podem dispor-se em forma de uma serpentina contínua formando o revestimento da fornalha, melhorando-se a transmissão de calor e reduzindo-se o tamanho dos tambores, coletores e tornando mínimo o espaço requerido. Um gerador deste tipo produz aproximadamente 2.750 kg.v/h ocupando um espaço de 2,1 x 2,1 m. As caldeiras de circulação forçada devido, entre outras coisas, a serem mais leves, formarem vapor praticamente seco ou superaquecido e instantaneamente, ocuparem menor espaço e possuírem grandes coeficientes de transmissão de calor, pareciam tomar conta completamente do mercado, porém o seu uso apresentou certos inconvenientes como super sensibilidade, paradas constantes por mínimos problemas. A solução para estes problemas foi a construção de um outro tipo sem bomba de alimentação (circulação natural), porém com tubulão ligado à tubos de grande diâmetro que por sua vez se ligam ao feixe de troca de calor de tubos com diâmetros menores. Este tipo teve grande aceitação dos usuários pois aproveitou PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 69 as vantagens das caldeiras de circulação forçada e eliminou os defeitos das mesmas. APLICAÇÃO E UTILIZAÇÃO DAS CALDEIRAS AQUOTUBULARES As caldeiras tubos de água perseguem os mesmos objetivos de uma caldeira qualquer, isto é, custo reduzido, compactacidade, ser acessível, tubos com formas simples, boa circulação, coeficiente de transmissão de calor elevado e alta capacidade de produção de vapor. Poderia se dizer que este tipo atinge todos ou quase todos dos objetivos pretendidos como por exemplo a sua limpeza é facilmente realizada pois as incrustações são retiradas sem dificuldade utilizando um dispositivo limpa-tubo movido com água ou ar. Elas possuem as mais variadas aplicações industriais sendo também usadas para caldeiras de recuperação e aplicações marítimas, tipo este estudado com maiores detalhes por Engenheiros Navais porém destacamos sua utilização em centrais térmicas onde trabalham com elevadas pressões de até 200 kg/cm2 e capacidades atingindo valores de aproximadamente 800 t.v/h. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 70 Com respeito às grandes centrais térmicas, não e raro um alto consumo de combustível e por isto qualquer aumento de rendimento, por menor que seja, torna-se econômico mesmo se os investimentos aplicados forem grandes. Em caldeiras de pressões elevadas, devido aos grandes esforços aplicados, os tambores resultam um custo muito elevado por isto conclui-se que seu número e tamanho deva ser o menor possível, e isto é função dos seguintes fatores. Rendimento Tipo de combustível Natureza da carga Pressão de trabalho Ampliações futuras Espaço disponível e Condições do clima Em resumo, as caldeiras aquatubulares são empregadas quase exclusivamente quando interessa obter elevadas pressões grandes capacidades e altos rendimentos. GERADORES DE ÁGUA QUENTE De Passagem De Passagem com Acumulação Boiler Bomba de Calor DE PASSAGEM O aquecimento se dá através de passagem de água pelo aquecedor, utilizando calor dissipado por efeito Joule através de passagem da corrente pelo resistor. É utilizado para consumo imediato. PUCRS – FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA MECÂNICA e MECATRÔNICA FLUIDOTÉRMICA PROF. SÉRGIO BARBOSA RAHDE 71 PASSAGEM COM ACUMULAÇÃO O gerador de passagem com acumulação consiste no aquecimento da água através de um gerador de água quente de passagem e posterior acumulação dessa água quente num reservatório isolado termicamente. BOILER São geradores de água quente com acumulação própria. A água fria entra no Boiler, é aquecida quando passa pela fonte de calor e é acumulada no próprio dispositivo. BOMBA DE CALOR A bomba de calor consiste em aproveitar-se o calor
Compartilhar