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Siemens aposta na geração eólica no Brasil 
Josette Goulart, de São Paulo 
Valor Econômico de 27/02/2009 
 
A Siemens vai começar a produzir este ano, no Brasil, peças internas de 
aerogeradores que são usados para geração de energia eólica. A fábrica de 
Jundiaí (SP) está sendo preparada para iniciar a produção e a decisão faz 
parte dos planos da companhia de participar do leilão de energia eólica que 
acontece em meados deste ano. Ela está estudando dez empreendimentos em 
que pretende ser a principal fornecedora de equipamentos. A aposta da 
empresa é de que desta vez o Brasil tenha um programa de longo prazo para 
geração de energia a partir dos ventos. 
A Siemens já rondou o mercado brasileiro quando o governo lançou o Proinfra 
(programa de incentivo à geração de energias alternativas), mas não fechou 
nenhum negócio. Poucas fornecedoras mundiais importantes fecharam 
parcerias no Brasil nessa época, mas agora todas elas estão de olho no 
mercado brasileiro de geração eólica. Nomes como Vestas, GE, Villares 
Metals, Impsa e a própria Siemens chegaram a patrocinar recentemente um 
seminário sobre energia eólica, em busca de negócios. 
Não é à toa o interesse, já que existe uma forte pressão ambiental sobre o 
governo, principalmente depois dos leilões de energia nova realizados no ano 
passado em que as usinas termelétricas movidas a óleo diesel reinaram 
absolutas, alterando drasticamente a matriz energética brasileira e elevando o 
potencial de emissão de gás carbônico. 
Além disso, estudos recentes mostram que o país tem um potencial de geração 
eólica de 60 mil megawatts, ou dez vezes mais do que terão as usinas do Rio 
Madeira. E especialistas acreditam que esse potencial está subestimado. 
Apesar do preço da energia eólica ser mais cara que a hídrica, as empresas 
acreditam que a complementariedade que os ventos trazem será um fator 
decisivo para que o país invista nesse segmento. 
O diretor de energias renováveis da Siemens, Alan Rodriguez, acredita que 
haverá um projeto governamental de longo prazo para a geração eólica e por 
isso a empresa mostra agora tanto interesse no Brasil. Rodriguez conta que a 
empresa está em conversas com diversos empreendimentos para poder 
trabalhar em projetos que saiam vencedores no leilão de meados do ano. Um 
vez vencida a disputa, os projetos podem sair do papel em até dois anos. A 
rapidez vai gerar grande quantidade de negócios para os fornecedores. 
Um dos incentivos de trazer parte da produção das peças para o Brasil, 
segundo Rodriguez, é também o atual patamar do câmbio. O diretor diz que até 
o período anterior à crise econômica e financeira era impossível se pensar em 
abrir novas plataformas de exportação a partir do Brasil. O projeto da Siemens 
é centralizar a produção de peças que integram os aerogeradores no país, já 
que a fabricação em grandes quantidades permite corte de custos. As pás 
eólicas são produzidas em fábricas da empresa que ficam nos Estados Unidos 
e Dinamarca, e por isso serão todas importadas . Já as torres devem ser 
adquiridas aqui mesmo no Brasil, de fornecedores locais como Jaraguá, Dedini 
ou Usiminas Mecânica. "Não há razão de importar torres", diz Rodriguez, 
lembrando que a logística de transporte é bastante complexa. 
Assim como também é complexa a própria instalação dos equipamentos. A 
Siemens prevê a contratação de novo pessoal para a instalação dos 
aerogeradores e também a importação de mão-de-obra especializada que 
possa treinar e prestar consultoria. 
	Siemens aposta na geração eólica no Brasil

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