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ErgMétodosTécnicas II

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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Atividades Preliminares à Pesquisa
São aquelas realizadas antes de começar a pesquisa. Se bem elaboradas, proporcionam economias de tempo, esforço e dinheiro. Se forem mal elaboradas, a pesquisa poderá chegar ao término sem contudo obter resultados significativos.
Objetivos - o que pretende fazer/conhecer; escrever; pode ser alterado durante o decorrer da pesquisa;
Levantamento do “estado da arte” – verificar se os resultados pretendidos pela pesquisa ainda não estão disponíveis; fazer revisão bibliográfica;
Metodologia – planejamento e execução da pesquisa; variáveis medidas; tipos de medida ou controle;
Equipamento – tipo de instrumental utilizado;
Indivíduos – como foram selecionados; características;
Análises e conclusões – tratamento das informações coletadas;
Elaboração do projeto de pesquisa – graus de detalhe de acordo c/ a complexidade e duração dos mesmos, ou determinadas exigências. 
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Escolha das variáveis
Em ergonomia geralmente consiste estabelecer relacionamento entre variáveis. Exemplo: temperatura ambiental versus erros cometidos na leitura de um painel; dimensões de uma cadeira versus conforto do usuário. 
As variáveis usadas em ergonomia geralmente referem-se ao homem, à máquina, ao ambiente e ao sistema.
Variáveis independentes ou entradas (“inputs”)
Podem ser manipuladas p/ verificar como influem no desempenho de um sistema.
Ex.: altura mesa de trabalho; níveis de iluminação; mostradores digitais,etc.
Em um experimento pode haver mais de uma variável independente.
Variáveis dependentes ou de saída (“outputs”)
Relacionam-se com os resultados de um sistema.
Ex.: Tempo, erros ou conseqüência fisiológica.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Experimentos em Ergonomia
Experimentos de Laboratório
Experimento em condições artificialmente construídas e controladas.
O experimento de laboratório só será válido se for capaz de reproduzir efetivamente as condições reais de uso ou operação do sistema.
Ex.: “Stress” psicológico difícil de produzir em laboratório.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Experimentos de campo
Verificam as condições do projeto nas condições reais de uso. São feitos ainda em condições controladas para sanar problemas, antes que o sistema seja colocado em uso efetivo.
Por razões econômicas, às vezes, apenas uma parte do sistema operacional é submetida ao experimento de campo. Neste caso, ela deve ser apresentada de forma mais realista possível ao usuário. 
Os procedimentos operacionais devem ser cuidadosamente desenvolvidos para:
 realizar a tarefa que se está pesquisando;
 permitir a realização de medidas;
 ser compatível com o resto do sistema que está em desenvolvimento. 
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Experimentos de laboratório versus experimentos de campo
Não há preferência absoluta entre um tipo ou outro de experimento, pois ambos apresentam certas vantagens e desvantagens. 
O experimento de laboratório tem a vantagem de ser mais facilmente controlado, além de produzir resultados a custos menores e tempo mais curto. A observação em condições reais é mais difícil, demorada e pode sofrer diversos tipos de interferências externas.
Condição ideal: fazer o experimento em laboratório (situação controlada) e depois partir para um teste de campo (situação real) com o objetivo de validar ou confirmar os resultados obtidos em laboratório.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Controle das condições experimentais
Eliminar todos os ruídos que tendem a mascarar os verdadeiros efeitos pretendidos.
Experimento bem controlado = todas as variáveis foram examinadas e as variáveis dependentes e independentes foram mantidas constantes ou o experimento foi planejado de tal forma que a influência delas pudesse ser neutralizada.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Controle das condições experimentais
Variáveis a serem controladas
Quando se referem à maquina ou ao ambiente físico, são controladas com facilidade.
Controlar o ser humano já é uma tarefa mais difícil.
 diferenças individuais – estatura, peso, compleição física, resistência à fadiga, capacidade auditiva, acuidade visual, memória, habilidade motora, etc.
Portanto, o processo de escolha de um grupo de pessoas para um experimento, pode introduzir sérias distorções, se não for bem controlado. Em alguns casos, uma certa tendência é procurada deliberadamente. Ex.: Equipamento de mergulho.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
 atitudes e expectativas – cada pessoa que participa de um experimento tem atitudes e expectativas próprias que podem influenciar no resultado. “Torcem” por determinados resultados.
Ex.: Teste de um novo posto de trabalho, se os trabalhadores desconfiarem que esse novo posto trará algum tipo de prejuízo para as suas carreiras, podem falsear os resultados, colocando defeitos que, na realidade não existem.
 instruções – procedimentos claramente estabelecidos; devem ser apresentados, preferencialmente, na forma escrita e padronizada, utilizando-se linguagem simples e direta, eliminando-se a influência pessoal do pesquisador sobre os indivíduos. 
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
 motivação – fazer com que os indivíduos da amostra tenham o mesmo grau de motivação; importância do experimento e recompensas (dinheiro ou dias de folga);
 fatores sociais – os indivíduos fazem parte da sociedade e o contato entre eles ou deles com o pesquisador pode influir nos resultados.
Verificação do controle
Existem diversas técnicas experimentais para se saber até que ponto as variáveis independentes estão influenciando os resultados do experimento.
Em ergonomia, geralmente se usa a técnica do grupo de controle e do placebo.
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Grupo de controle Todas as vezes que um grupo é observado ou medido, apresenta uma mudança de comportamento pelos simples fato de estar recebendo uma atenção especial. Nessas condições, surgem dúvidas se a mudança na variável dependente é provocada realmente pela variável independente ou se os resultados não seriam conseqüências simplesmente pelo fato dos indivíduos estarem sob observação.
Experiência de Elton Mayo – isolou um grupo de moças de uma empresa industrial em uma sala, para medir a influência do nível de iluminação sobre a produtividade. À medida que os níveis de iluminação foram aumentando, a produtividade foi subindo. Porém, após certo período, invertendo a variável independente, ou seja, reduzindo o nível de iluminação, observou-se que a produtividade, estranhamente, continuava a crescer. Concluiu-se que não era propriamente o nível de iluminação que fazia a produtividade crescer, mas o fato das moças receberem atenção especial e saberem que a produção delas estava sendo constantemente medida.
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
O grupo de
controle é mantido em condições semelhantes ao do grupo experimental, exceto na variável independente. Se os resultados forem semelhantes para os dois grupos, pode-se supor que esta variável não produziu o efeito suposto e este foi devido a algum outro fator não controlado.
Uso de placebo
Placebo é uma substância inerte que é dado ao grupo de controle quando se quer investigar, por exemplo, o efeito de um medicamento sobre o grupo experimental. Evidentemente, o placebo tem o mesmo aspecto do medicamento, e nenhum dos dois grupos é informado se está tomando o placebo ou não. O grupo de controle submete-se ao mesmo experimento do grupo experimental, sem saber que está participando nesta condição. O tratamento atribuído aos dois grupos é idêntico, assim como, as medidas tomadas, a não ser que, no grupo experimental introduz-se a variável independente (droga) que está sendo pesquisada.
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Definição da Amostra
As diferenças individuais entre as pessoas, tanto nos seus aspectos físicos como nas características intelectuais e comportamentais, podem assumir valores consideráveis. Se não forem tomados os devidos cuidados, essas variáveis individuais podem ser maiores que as variáveis do experimento, mascarando os resultados.
 caracterização dos indivíduos – em ergonomia, certos experimentos podem ser direcionados para determinados tipos de pessoas que possuam características semelhantes aos dos futuros usuários.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
As principais características humanas, a serem consideradas na escolha de indivíduos para testes em ergonomia:
 características gerais – sexo, idade, origem (local do nascimento, urbano ou rural);
 características físicas – dimensões corporais (estatura, peso, envergadura); características sensoriais (acuidade visual, acuidade auditiva, percepção de cores); características psicomotoras (força, coordenação motora, tempo de reação);
 características psicossociais – inteligência; habilidades ( numérica, espacial, motivação, cooperação);
 experiência – nível de instrução; conhecimentos específicos (mecânica, eletricidade, plotagem); experiências especiais (operação de máquinas; trabalho em turnos).
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Tipos de Amostragem
 amostragem casual – é a mais utilizada e também a que produz resultados mais duvidosos. Muitas vezes o próprio pesquisador se coloca no experimento ou escolhe seus alunos, colegas de trabalho ou amigos;
 amostragem aleatória – os indivíduos são escolhidos ao acaso;
 amostragem estratificada – é semelhante a aleatória, mas é feita de acordo com uma classificação prévia dos sujeitos e com características que poderão influir nos resultados. Todos os estratos comparecem com igual número de sujeitos;
 amostragem proporcional estratificada - a quantidade de elementos em cada estrato é proporcional à freqüência relativa de concorrência de cada um dos fatores da população. Há um conhecimento prévio da predominância de algum estrato sobre o outro.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
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Tamanho da amostra
A quantidade de indivíduos a ser utilizada no experimento, depende de dois fatores:
 da variabilidade (variância ou desvio-padrão) da variável que se quer medir. Quanto maior for a dispersão das medidas, maior deverá ser o tamanho da amostra e vice-versa. Caso esta variável seja uma constante, basta uma única medida, e o n° de medidas necessárias vai crescendo à medida que a dispersão for aumentando;
 da precisão das medidas.
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Realização de Medidas
As medidas do ser humano recaem em duas categorias gerais: objetivas e subjetivas.
 medidas objetivas – são realizadas com o auxílio de instrumentos de medida e resultam em determinado valor numérico. Ex.: medidas antropométricas.
 medidas subjetivas – dependem de julgamento do indivíduo. Ex.: fadiga, conforto.
As medidas subjetivas nem sempre podem ser quantificadas em números, mas apenas qualificadas ou classificadas. São baseadas geralmente em entrevistas e questionários.
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Elaboração de questionários
 Formular as perguntas e as opções de respostas corretamente, para que não haja dúvidas ou diferentes interpretações por parte de quem responde;
 Organizados para facilitar as análises estatísticas e a retirada de conclusões;
 As questões abertas devem ser evitadas porque são de difícil compilação, além de estarem sujeitas a diversos tipos de interpretações. Deve-se ter apenas uma ou duas questões abertas, no final do questionário, mais como um caráter verificador das outras respostas apresentadas.
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Pode-se construir uma escala com uma série de graus:
Péssimo – dores insuportáveis 
Bem desconfortável – dores regulares
Pouco confortável - razoavelmente confortável
Aceitável – pouco inconveniente
Pouco desconfortável – dores ocasionais
Bem confortável – quase sempre confortável
Excelente – perfeitamente confortável
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
A outra forma é construir simplesmente uma linha, com marcação de escala, ou marcar as duas extremidades, para que a pessoa possa assinalar o seu julgamento por interpolação.
Excelente – dez
Regular – cinco
Péssimo - zero
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Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
Análises e conclusões da pesquisa
A pesquisa termina quando os objetivos são alcançados. As medidas previstas foram efetuadas e, as mesmas foram submetidas às análises, das quais resultaram certas descobertas, originando um modelo.
Construção de modelos
 modelos verbais – são os modelos expressos por palavras. Ex.: o “stress” no trabalho contribui para aumentar a fadiga;
 modelos esquemáticos - são os modelos que apresentam, em representações visuais, o relacionamento entre os elementos de um sistema.
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Ergonomia: Cap. 2 – Métodos e técnicas em Ergonomia
Fonte: Iida, Itiro. Ergonomia: Projeto e Produção. Blücher, 2005.
 modelos analógicos – são os modelos que representam fisicamente o funcionamento de um sistema. Ex: alavanca ou mostre o funcionamento dos músculos; anel de benzeno.
 modelos matemáticos – são os modelos que apresentam o relacionamento entre variáveis, por meios de equações matemáticas.
 modelos de simulação – são usados em situações de alta complexidade, que não comportam descrições simples. Ex.: Simulações em computadores.
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