Prévia do material em texto
1 Centro Universitário Leonardo Da Vinci FRANCISCO WILLIAM ALVES LETRAS (FLC26754LED) PROJETO DE ESTÁGIO I O ENSINO DA LITERATURA NA SALA DE AULA E A FORMAÇÃO DE LEITORES MORRINHOS-CE 2024 2 SUMÁRIO 1 PARTE I: PESQUISA ..................................................................................... 3 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 3 1.2 OBJETIVOS ..................................................................................... 5 1.3 O ENSINO DA LITERATURA NA SALA DE AULA E A FORMAÇÃO DE LEITORES .................................................................................................. 6 2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO .............................................. 14 2.1 METODOLOGIA ............................................................................. 14 2.2 CRONOGRAMA ............................................................................. 18 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 19 APÊNDICES I ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO - ESTÁGIO I .......................... 21 APÊNDICES II PLANOS DE AULA - ............................................................. 26 3 1 PARTE I: PESQUISA 1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E JUSTIFICATIVA Área de concentração: Ensino da Literatura Tema: O Ensino Da Literatura Na Sala De Aula E A Formação De Leitores A sociedade atual é um espaço dinâmico, diverso e até mesmo virtual, mas também um local de formação e de complexidade. A sociedade e a escola estão inseridas neste contexto. O ensino da Leitura, Interpretação e Produção de Textos não tem sido suficiente para o bom desempenho dos alunos, não só na escola, mas em qualquer outro lugar, seja no mercado de trabalho, no exercício da cidadania ou até mesmo para a sua autonomia. Tendo observado no decorrer do curso de letras que é no Ensino Médio que a literatura assume um status privilegiado não só da leitura de textos literários, mas da aquisição de metalinguagens, convenções e dimensões que a caracterizam. A formação de alunos leitores é um dos principais objetivos do ensino médio, e o contato intenso com textos literários contribui para que se alcance esse objetivo. Desta forma a área de concentração escolhida para esta pesquisa “O Ensino de Literatura no Ensino Médio”, optou-se por estudar “O Ensino da Literatura na sala de Aula e a Formação de Leitores”. Quanto maior a diversidade dos textos apresentados aos alunos, maior será a experiência que ele terá com o universo da beleza, da magia e da emoção que os textos literários nos proporcionam. Trabalhar a literatura em sala de aula é adentrar num mundo de subjetividade, um lugar de encantamento e mágica onde o aluno encontra a possibilidade de quanto maior for à diversificação dos textos literários apresentados aos alunos, maior será a experiência que ele terá com este universo de singular beleza, magia e emoção. Entre tantos conceitos disponíveis, vamos citar a definição de Literatura disponível no Novo Dicionário Aurélio: Literatura (Do lat. Literatura.) S.f. 1. Arte de compor ou escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso. 2. O conjunto de trabalhos literários dum país ou duma época. 3. Os homens das letras: A 4 literatura brasileira faz-se representar no colóquio de Lisboa. 4. A vida literária. 5. A carreira das letras. 6. Conjunto de conhecimentos relativos às obras ou aos autores literários: estudante de literatura brasileira; manual de literatura portuguesa. 7. Qualquer dos usos estéticos da linguagem: literatura oral [p.v.] 8. Fam. Irrealidade, ficção: Sonhador, tudo quanto diz é literatura. 9. Bibliografia: Já é bem extensa a literatura da física nuclear. 10. Conjunto de escritores de propaganda de um produto industrial. (FERREIRA, 1999, p.1040). Trabalhar a literatura em sala de aula é, antes de tudo, mergulhar num mundo de subjetividade e encantamento, um mundo onde os leitores podem expressar seus sentimentos, descobrir e compreender melhor suas próprias emoções. O ensino da Literatura está integrado à área de leitura e dos estudos dos gêneros discursivos, dialogando com resenhas, sinopses, sínteses, reportagens, ensaios entre outros que falam sobre a Literatura e que são imprescindíveis para o leitor do Ensino Médio compreender alguns aspectos teóricos em relação à forma como os autores escrevem. Com os avanços tecnológicos, é impossível falar de Literatura, sem associá-la ao computador, tablets, jogos eletrônicos, internet, smartphones, etc. As tecnologias digitais estão incorporadas às atuais práticas de leitura, ajudam a formar jovens leitores, pois o livro impresso deixou de ser o único objeto de leitura, podemos citar a existência dos e-books, jogos eletrônicos que utilizam a literatura como base histórica, como por exemplo a mitologia grega e romana, guerras nórdicas e suas histórias e personagens, a literatura fantástica como Harry Potter, entre outras. Através da Literatura entramos em contato com os temas da sociedade de qualquer época, que de certa forma se tornam complexos, e que não pertencem aos livros gramaticais, como por exemplo, a paixão, o ciúme, o autoconhecimento, a angústia, a luta do velho contra o novo, a confusão entre realidade e fantasia, a mentira, a existência de diferentes pontos de vista sobre um mesmo assunto. A leitura literária contribui para o desenvolvimento da educação, da sensibilidade, da concentração, dos aspectos cognitivos e linguísticos, da imaginação, favorece o acesso aos diferentes saberes sobre a cultura de povos e lugares desconhecidos, seja do universo fictício ou real. 5 Este estágio se propõe a dar uma contribuição aos estudos literários no ensino médio e a formação de leitores, partindo dos desafios das práticas docentes que este conteúdo apresenta ao professor de língua portuguesa. Conforme os documentos oficiais, como as orientações curriculares do ensino médio, o ensino da literatura é imprescindível para formação plena dos cidadãos, uma vez que estimula exercita os componentes sensíveis e emocionais inerentes ao sujeito, geralmente negligenciados pelo ensino tecnicista. O aluno, através do estudo literário terá uma formação que estimula a subjetividade, não limitando e restringindo suas capacidades e potencialidades de interpretação. Texto com Letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo de parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. Texto com Letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo de parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. Texto com Letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo de parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. Texto com Letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo de parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. 1.2 OBJETIVOS • Analisar a importância dos estudos Literários no ensino médio para a formação de leitores. • Mostrar a importância da Literatura no que diz respeito à leitura e a interpretação de textos, analisar a competência discursiva do leitor/escritor, se ele é capaz de utilizar a língua de modo variado, adequando a linguagem aos diferentes gêneros textuais. • Analisar as competências estilísticas, se a escolha dos recursos expressivos da língua é adequada, conforme a destinação, finalidade e objetivos do texto, socializando-os e politizando-os de diversas maneiras. 6 1.3 O ENSINO DA LITERATURA NA SALA DE AULA E A FORMAÇÃO DE LEITORES A pedra triunfa na escultura, humilha-se na escada. A cor resplandece no quadro: o movimento, no corpo, na dança. A matéria, vencida ou deformada no utensílio, recupera seu esplendor na obramesmo, infeliz amorosamente, acha que amar é um inferno). Idealização do passado - época em que não amava, e por isso não sofria, apenas sonhava com o amo r. Liberdade de criação - versos livres. 35 PLANO DE AULA 3 Dados de identificação da Instituição Concedente Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL Turma/Ano: 1° ANO A e B Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES Disciplinas: Literatura Conteúdo: Romantismo em Portugal: Segunda Geração, ultrarromântica, de 1840 a 1860. Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, Principais Autores, Biografia e obras de Camilo Castelo Branco e Soares de Passos Objetivos: • Apropriar-se dos conceitos da Segunda Geração do Romantismo em Portugal (ultrarromantismo). • Realizar análises de poesias; • Experienciar a estética por meio de poesias; • Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. Recursos: lousa, textos impressos, apostila. Sequência didática: 1 - Desenvolvimento da aula: Continuação dos estudos do Romantismo em Portugal - segunda fase e principais autores entregar as folhas impressas com o conteúdo sobre a segunda fase do Romantismo em Portugal, efetuar a leitura e a explicação de todo conteúdo. 2 - Durante a explicação iniciaremos estudo de algumas poesias e vamos dar uma atenção especial a dois autores: Camilo Castelo Branco e Soares de Passos. Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através 36 da participação em sala de aula por meio de observação e análise do envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. Referências: PASSOS, Soares de. In: MOISÉS, Massaud. Presença da literatura portuguesa. São Paulo: Difel, 1970 SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 29 de marco de 2019. SUZART, Hemilly. Mundo louco da literatura: Segunda geração romântica português mundo louco da literatura. Disponível em: blogspot.com/.../segunda-geracao-romantica-portuguesa.html. Acesso em 01.04.2019. Anexos: Folhas impressas com o conteúdo e poemas. Folha impressa para os alunos com conteúdo e exercícios SEGUNDA GERAÇÃO ROMÂNTICA PORTUGUESA ULTRARROMANTISMO (1840 - 1860) A segunda geração romântica em Portugal, também conhecida como ultrarromântica foi marcada pelo pessimismo, desejo de evasão, vontade de morrer. Devido à péssima condição de vida em que vivia os autores dessa geração, e pelas manifestações realizadas através dos poemas, moldadas pelo amor platônico e idealizado e a crítica sarcástica à sociedade, foram acometidos como o “Mal do Século”. Na segunda geração romântica já estão intensificadas as características românticas. Por expressarem os seus sentimentos livremente e entregarem se a seus devaneios os autores dessa geração ficarem conhecidos como ultrarromânticos. Os temas dessas gerações são: à época medieval, o tédio, a melancolia, o desespero, a morte, a enfermidade da vida, entre outros. Há nessa geração uma forte tendência do escapismo, a vontade de fugir das insatisfações que o mundo real provoca. Assim, a morte passa a ser vista de forma positiva, por significar o fim da agonia de viver. Nos poemas ultrarromânticos, a mulher é 37 idealizada e inatingível, são características como: pálida, branca, virginal, lânguida, aérea, adormecida. Os cenários descritos nos poemas são geralmente, noturnos e funéreos, como um cemitério à noite ou a praia sob a luz da lua, mostra a natureza turbulenta com tempestades, vendavais. Esses cenários podem ser entendidos como um mundo interior do artista, que transfere para a natureza o estado de sua alma. “Ficou conhecido como “o mal do século” o culto da melancolia e do tédio e o estilo destrutivo de vida dos poetas ultrarromânticos”. Muitos deles se entregavam ao ópio e ao absinto e era comum morrem cedo, muitas vezes de doenças contagiosas, como tuberculose e sífilis. Principais autores: 1. Camilo Castelo Branco escreveu Inspirações, um livro, Ao Anoitecer da Vida, Pundonores Desagravados, Delitos da Mocidade, Murraça, Esboços de Apreciações Literárias, Curso de Literatura Portuguesa, O Eco Nacional, O Nacional, Amor de Perdição, Queda de Um Anjo, A Bruxa do Monte Córdova, A Mulher fatal. 2. Soares de Passos - Poesias. RESUMO: as características românticas estão definidas e amadurecidas. Segunda geração consolida o movimento romântico em Portugal. Caracteriza-se pelas ideias do “mal do século”: negativismo, morbidez e sentimentalismo exagerado. O principal autor dessa tendência é o romancista Camilo Castelo Branco, autor de estilo passional e pitoresco. PRINCIPAIS AUTORES ROMÂNTICOS DESSA GERAÇÃO: 1 - CAMILO CASTELO BRANCO Camilo Castelo Branco (1825-1890) é o maior representante da novela passional em língua portuguesa. Seus personagens são obsessivos, senhores de atos extremos, sempre movidos por grandes paixões. Sua linguagem é fácil e a fidelidade aos costumes populares está entre suas maiores qualidades: foi hábil narrador de histórias românticas ou romanescas, aliando as peripécias quase rocambolescas de suas novelas a explicações psicológicas, sempre contido pela tradição literária e pelos cânones clássicos. Foi o maior nome da literatura ultrarromântica portuguesa. Entre as suas 137 obras conhecidas, “Amor de perdição” é considerado sua obra-prima e um dos romances mais populares da língua portuguesa. Boêmio emérito, sua vida desregrada foi dominada por paixões avassaladoras que acabaram por levá-lo ao cárcere por ter assumido uma relação com uma mulher casada. Um ano e meio depois saiu da prisão doente e, em pouco tempo, estava cego. Quase três décadas mais tarde, desesperado pela doença e pelos revezes da vida, construiu um fim digno de sua personalidade ultrarromântica: suicidou-se com um tiro no ouvido. 38 1 - Obras - Mistérios de Lisboa (1854), Duas épocas na vida (1854), O livro negro do padre Dinis (1855), Vingança (1858), Carlota Ângela (1858), A morta (1860), O romance de um homem rico (1861), Amor de perdição (1862), Amor de salvação (1864), O olho de vidro (1866), O retrato de Ricardina (1868), A mulher fatal (1870), Doze casamentos felizes (1861), Estrelas funestas (1861), Estrelas propícias (1863), Coração, cabeça e estômago (1862). 2 - Estilo Literário - As novelas passionais de Camilo Castelo Branco fizeram dele o representante típico do Ultra Romantismo em Portugal. Sua produção literária é extensa, com mais de uma centena de obras. Produziu poesia, teatro, historiografia, contos, romances e novelas históricas, de aventuras e passionais. Com as novelas passionais tornou-se uma destacada figura literária, chegando ao auge de sua carreira de escritor. Camilo Castelo Branco foi um dos primeiros escritores portugueses a viver exclusivamente do que escrevia. 3 - Amor de Perdição (Novela Passional) - Em 1862, Camilo publica "Amor de Perdição", onde se encontram todos os ingredientes da novela passional (tem traços shakespearianos) desequilíbrio: sentimental de seus personagens; amor proibido, adultério, preconceitos entre outros. Os heróis em conflito enfrentam a fatalidade do destino, conduzindo sua existência ao drama e à Tragédia. Resumo do enredo da obra – ‘Amor de perdição” tem traços shakespearianos: as nobres famílias Botelho e Albuquerque veem o ódio mútuo ameaçado pelo amor entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Simão o herói romântico,cujos erros passados são redimidos pelo amor, Teresa ––– a heroína firme e resoluta em seu sentimento de devoção ao amado e Mariana -, a mais romântica das personagens, tendo em vista a abnegação, representam a dimensão amorosa, o sentimento da paixão, ao qual se opõe o mundo exterior, a sociedade com sua hipocrisia. Trechos da obra: “Não posso ser o que tu querias que eu fosse. A minha paixão não se conforma com a desgraça. Eras a minha vida: tinha a certeza de que as contrariedades me não privariam de ti. Só o receio de perder-te me mata.” (Simão, p. 123) “Que mal fariam a Deus os nossos inocentes desejos?!… Por que não 39 merecemos nós o que tanta gente tem?! (…) O pior são as saudades. (…) Ao menos morrer é esquecer.” (Teresa em carta para Simão, p. 153) 2 - SOARES DE PASSOS Antônio Augusto Soares de Passos nasceu em 27 de novembro de 1826, em Porto, Portugal. Em 1856, pública sua única obra sob o título de Poesias. Este trabalho reúne praticamente toda sua produção literária e revela um autor angustiado, soturno e extremamente pessimista. Seu único trabalho, Poesias, tornou-se aos olhos da crítica daquele tempo, mais um compilado de versos piegas do que uma obra autêntica que expressava com fidelidade a forma com que o autor via e sentia o mundo ao seu redor. Dessa forma, o trabalho ficou renegado a um esquecimento crítico e cruel, sendo até mesmo, posteriormente a sua morte, alvo de notas levianas e críticas irônicas. Sua breve biografia, bem como sua curta e impactante obra, constitui um exemplo nítido e legítimo do ultrarromantismo português. O noivado do sepulcro Vai alta a lua! na mansão da morte Já meia-noite com vagar soou; Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte Só tem descanso quem ali baixou. Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe Funérea campa com fragor rangeu; Branco fantasma semelhante a um monge, Dentre os sepulcros a cabeça ergueu. Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste Campeia a lua com sinistra luz; O vento geme no feral cipreste, O mocho pia na marmórea cruz. [...] PASSOS, Soares de. In: MOISÉS, Massaud. Presença da literatura portuguesa. São Paulo: Difel, 1970 40 PLANO DE AULA 4 Dados de identificação da Instituição Concedente Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL Turma/Ano: 1° ANO A e D Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES Disciplina: Literatura Conteúdo: Romantismo em Portugal: Segunda Geração, ultrarromântica, de 1840 a 1860. Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, Principais Autores, Biografia e obras de Camilo Castelo Branco e Soares de Passos Objetivos: • Apropriar-se dos conceitos da Segunda Fase do Romantismo em Portugal (ultrarromantismo). • Realizar análises de poesias; • Experienciar a estética por meio de poesias; • Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. Recursos: Lousa, textos impressos, apostila. Sequência didática: 1 - Desenvolvimento da aula: (aula de continuidade da aula III) - Continuação dos estudos do Romantismo em Portugal - segunda fase e principais autores. 2 - Passar exercícios no quadro aguardar um tempo para que os alunos realizem as atividades e depois fazer a correção. Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através 41 da participação em sala de aula por meio de observação e análise do envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. Referências: PASSOS, Soares de. In: MOISÉS, Massaud. Presença da literatura portuguesa. São Paulo: Difel, 1970. SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. Disponível em. Acesso em 29 de marco de 2019. Anexos: Lousa, Folhas impressas com o conteúdo e poemas. Exercícios sobre a segunda fase do Romantismo em Portugal: (gabarito em vermelho) 1 - O conhecido “Mal-do-século” representa uma das características que demarcam a segunda geração romântica. Dessa forma, teça um comentário procurando relacionar esse aspecto com a morte prematura de quase todos os representantes que pertenceram à época em questão (ultrarromântica). Resposta esperada - Como dito no enunciado, a maioria dos representantes do ultrarromantismo tiveram suas vidas ceifadas de forma bastante precoce. Ao contrário do que muitos pensam, ao conceberem esse fato como se fosse uma epidemia propriamente dita, as mortes eram provocadas justamente pelo estilo de vida que tais representantes escolhiam para si mesmos. Assim, em virtude de trazerem consigo alguns traços ideológicos marcantes, tais como: fuga à realidade, egocentrismo, desejo de solidão, evocação à morte, pessimismo, entre outros, levavam uma vida totalmente boêmia, frequentando lugares sombrios, úmidos, como uma espécie de refúgio, acima de tudo. Tais ambientes eram significativamente convidativos para a proliferação de bactérias, de patologias diversas, sobretudo a tuberculose, diagnosticada como a causadora destas mortes, tão precocemente materializadas. 2 - Cite algumas características do ultrarromantismo. Respostas esperadas a) Romantismo, como estilo de época, consistiu basicamente num fenômeno estético-literário desenvolvido em oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII. 42 b) Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Pode-se creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários. c) Romantismo caracterizou-se por um complexo de características, como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o culto da natureza e o escapismo. d) Uma das principais características da 2ª geração Romântica é a individualidade, o egocentrismo propagado pelo eu lírico para expressar seus sentimentos na poesia. Além disso, pode-se observar uma carga predominante nas poesias sobre a função emotiva da linguagem, que se sobrepõe à estrutura romântica da época. 3 - Assinale a alternativa falsa: Amor de perdição é uma obra tipicamente romântica porque nela Camilo Castelo Branco valoriza: a) O sentimento nativista, presentes na recusa de Simão e Teresa em fugirem de Portugal, apesar de perseguidos pela justiça. b) As naturezas, como fonte de vida e inspiração, em que Simão se refugia, no final da obra, quando não pode mais ter acesso a Teresa. c) Os valores espirituais de Cristianismo, a que Simão se apega quando é condenado ao degredo. d) O mundo das paixões, o excesso de sentimentos, evidentes no modo violento como Simão assassina Baltazar Coutinho. 4 - Os versos abaixo são de Soares de Passos: Vai alta a lua! na mansão da morte Já meia-noite com vagar soou. Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte Só tem descanso quem ali baixou. Que paz tranquila! ... mas eis longe, ao longe Funérea campa com fragor rangeu; Branco fantasma semelhante a um monge, Dentre os sepulcros a cabeça ergueu. Caracterizam o ultrarromantismo devido: a) À introspecção subjetiva. b) À predestinação para a grandeza. c) À beleza estética. d) Ao gosto pelo fúnebre e ao tom melodramático. e) À relação entre Deus e o homem. 43 PLANO DE AULA 5 Dados de identificação da Instituição Concedente Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES Tempo da aula: 45 MINUTOS Período:INTEGRAL Turma/Ano: 1° ANO A e C Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES Disciplina: Literatura Conteúdo: Romantismo em Portugal: Terceira Geração, Pré-Realista, de 1860 a 1870. Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, Principais Autores, Biografia e obras de João de Deus e Júlio Diniz. Objetivos: • Apropriar-se dos conceitos da Terceira Geração do Romantismo em Portugal (ultrarromantismo). • Realizar análises de poesias; • Experienciar a estética por meio de poesias; • Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. Recursos: lousa, textos impressos, apostila. Sequência didática: 1 - Desenvolvimento da aula: estudos dos materiais impressos, leitura e explicação. 2 - Passar os exercícios no quadro, aguardar a realização dos mesmos pelos alunos. 3 - Realização de exercícios que serão passados no quadro. Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através da participação em sala de aula por meio de observação e análise do envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. 44 Referências: SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. Disponível em. Acesso em 29 de marco de 2019. LISBOA, Corolina. Romantismo em Portugal. Disponível ht tps ://w ww.coladaw eb.co m/literat ura /romant is mo -em-portugal. Acesso em: 08.04.2019. Anexos: Lousa, Folhas impressas com o conteúdo e poemas. Folha impressa com material para ser entregue aos alunos TERCEIRA GERAÇÃO - PRÉ-REALISMO A terceira geração romântica (1860 a 1870 é considerada um período de transição para o Realismo por ser uma fase mais equilibrada, livre dos exageros ultrarromânticos apresenta espontaneidade lírica e musical. Podemos afirmar que as principais características desta geração são: temas ligados às questões sociais, a diluição das características românticas e o pré-realismo, ou seja, ela deixa os traços exagerados da supervalorização do amor e começa a se encontrar mais com a realidade. Sobressaem-se nesse período a poesia de João de Deus e a prosa de Júlio Dinis. PRINCIPAIS AUTORES: Júlio Dinis Joaquim Guilherme Gomes Coelho (1839-1871), conhecido como Júlio Dinis, nasceu em Porto, ficou órfão de mãe aos seis anos, estudou na Academia Politécnica a partir de 1853, um dos mais importantes ficcionistas românticos de Portugal De uma família de tuberculosos (a mãe e os irmãos morreram com essa doença) Júlio Dinis contrai a doença e parte numa cura para a Madeira, cura esta que de pouco lhe valeu, falecendo ainda muito jovem. Sua obra representou uma verdadeira análise da sociedade burguesa da segunda metade do século XIX. É considerado como um escritor de transição, situado entre o fim do Romantismo e o início do Realismo. Longe do 45 passionalismo de Camilo, Júlio Dinis em suas obras mostra um amor movido mais pela espiritualidade e não leva necessariamente à tragédia, por ser baseado em princípios éticos e na pureza dos sentimentos. Em seus romances há: tensões sociais, onde todos os conflitos podem ser resolvidos pela razão, pelo trabalho e pela ciência. As personagens são idealizadas: angelicais, bondosas, de uma moral firme e sólida. É autor de poesias, peças de teatro, textos de teorização literária, mas destaca-se sobre tudo como romancista, deixando em pouco mais de trinta e dois anos de vida uma produção original e inovadora, que contribuiu grandemente para a criação do romance moderno em Portugal. Obras: Pupilas do Senhor Reitor (1869), A Morgadinha dos Canaviais (1868), Uma Família Inglesa (1868), Serões da Província (1870), Os Fidalgos da Casa Mourisca (1871), Poesias (1873), Inéditos e Dispersos (1910), Teatro Inédito (1946-1947) As Pupilas do Senhor Reitor - enredo da obra - "As Pupilas do Senhor Reitor", de Júlio Dinis, foi publicado inicialmente em 1866 em forma de folhetim. O romance, ambientado na segunda metade do século XIX em uma aldeia portuguesa, conta a história de Margarina, Clara e seus romances com os filhos do fazendeiro José das Dornas: Daniel e Pedro. O romance gira em torno da tese segundo a qual a vida simples e natural torna as pessoas alegres e felizes. Júlio Diniz descreve o campo, os tipos humanos, os hábitos e as ideais, desenvolvendo toda uma problemática pequeno-burguesa, com o "propósito de pregar uma moralização de costumes pela vida rural e pela influência de um clero convertido ao liberalismo". Foco narrativo - terceira pessoa. Tempo / Espaço - O tempo histórico é o presente, neste caso, é o início da segunda metade do século XIX. (alguns anos). João de Deus João de Deus Ramos nasceu em S. Bartolomeu de Messines em 1830. Depois duma estada em Beja, em 1869 é eleito deputado a contragosto e vai para Lisboa: nesse mesmo ano estreia em poesia com Flores do Campo. Em 1876, publica a Cartilha Maternal, e inicia uma incessante ação pedagógica. As 46 marcas da lírica amorosa de João de Deus são a simplicidade, a espontaneidade e a musicalidade, que lembram Camões e a poesia trovadoresca. Poeta emocional por excelência, é sensível às sutilezas do trato amoroso, espécie de lírico puro, João de Deus é a voz mais límpida do Romantismo português. A Vida A vida é o dia de hoje, a vida é ai que mal soa, a vida é sombra que foge, a vida é nuvem que voa; a vida é sonho tão leve que se desfaz como a neve e como o fumo se esvai: A vida dura um momento, mais leve que o pensamento, a vida leva-a o vento, a vida é folha que cai! A vida é flor na corrente, a vida é sopro suave, a vida é estrela cadente, voa mais leve que a ave: Nuvem que o vento nos ares, onda que o vento nos mares uma após outra lançou, a vida pena caída da asa de ave ferida - de vale em vale impelida, a vida o vento a levou! 47 PLANO DE AULA 6 Dados de identificação da Instituição Concedente Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL Turma/Ano: 1° ANO A, e B Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES Disciplina: Literatura Conteúdo: (aula de continuidade à aula de número V) - Romantismo em Portugal: Terceira Geração, Pré-Realista, de 1860 a 1870. Exercícios do conteúdo exposto na aula anterior Objetivos: • Apropriar-se dos conceitos da Terceira Geração do Romantismo em Portugal (ultrarromantismo). • Realizar análises de obras e poesias; • Experienciar a estética por meio de poesias; • Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. Recursos: lousa, textos impressos, apostila. Sequência didática: 1 - Estudo do conteúdo da aula anterior. Passar os exercícios no quadro. 2 - Aguardar a realização dos mesmos pelos alunos. 3 - Correção dos exercícios que foram passados no quadro. Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através da participação em sala de aula por meio de observação e análise do envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. Referências: 48 SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 29 de marco de 2019. LISBOA, Corolina. Romantismo em Portugal. Disponível https ://w ww.coladaw eb.co m/literat ura/romant ismo - em-portugal. Acesso em: 08.04.2019. Anexos: Folhas impressas com o conteúdo e poemas. Exercícios Para passar no quadro: (com o gabarito) 1 - Quais as principais características das obras da Terceira Geração Romântica em Portugal? As principais características desta geração são: temas ligados às questões sociais, a diluição das características românticas e o pré-realismo, ou seja, ela deixa os traços exagerados da supervalorização do amor e começa a se encontrar mais com a realidade. 2 - Quais são as principais características da obra de Júlio Dinis? Júlio Dinis em suas obras mostra um amor movido mais pela espiritualidade e não leva necessariamente à tragédia, por ser baseado em princípios éticos e na pureza dos sentimentos. Em seus romances há: tensões sociais, onde todos os conflitos podem ser resolvidos pela razão, pelo trabalho e pela ciência. As personagens são idealizadas: angelicais, bondosas, de uma moral firme e sólida. 3 -. “Com o amor dá-se o mesmo que com o vinho. Perdoem-me as leitoras o pouco delicado da confrontação; mas bem veem que ambos embriagam.” No trecho anterior de Júlio Dinis percebe-se uma tendência de sua obra. Para qual público alvo a obra é principalmente direcionada? a) Principalmente as Mulheres b) Filósofos Gregos c) Padres e Reitores Portugueses d) Principalmente aos Nobres, já que só eles sabiam ler 4 - Quais as características da lírica amorosa de João de Deus? As marcas da lírica amorosa de João de Deus são a simplicidade, a espontaneidade e a musicalidade, que lembram Camões e a poesia trovadoresca. Poeta emocional por excelência, é sensível às sutilezas do trato 49 amoroso, espécie de lírico puro, João de Deus é a voz mais límpida do Romantismo português. 5 - Relacione autores e obras: a) Almeida Garrett b) Alexandre Herculano c) Soares de Passos d) Camilo Castelo Branco e) João de Deus f) Júlio Dinis • ( d ) Amor de Salvação • ( b ) Eurico, o Presbítero • ( e ) Campo de Flores • ( a ) Folhas Caídas • ( f ) Pupilas do Senhor Reitor • ( c ) O Noivado do Sepulcrode arte. A operação poética é de signo contrário à manipulação técnica. [...] Por outro lado, a pedra da estátua, o vermelho do quadro, a palavra do poema, não são pura e simplesmente pedra, cor, palavra: encarnam algo que os transcende e ultrapassa. Sem perder seus valores primários, seu peso original, são também como pontes que nos levam à outra margem, portas que se abrem para o outro mundo de significados impossíveis de serem ditos pela mera linguagem. Ser ambivalente, a palavra poética é plenamente o que é ritmo, cor, significado - e, ainda assim, é outra coisa: imagem. (PAZ, 1982, p.26- 27). Originalmente a Literatura de todos os tempos foi oral. Literatura etimologicamente origina-se da palavra letra (do latim, littera, letra). Com o surgimento da escrita, as paredes das cavernas começaram a registrar a tradição oral e mais tarde surgiram as tabuletas, óstracos, papiros e pergaminhos, que passaram a registrar as primeiras obras literárias. É difícil delimitar uma data para o surgimento da primeira obra literária, pois os textos antigos foram sumindo com o passar do tempo. Pode-se afirmar que a linguagem e a escrita chegaram antes, uma vez que os primeiros registros de palavras não estavam relacionados a significados literários, possuíam um significado denotativo. Histórias de milhares de anos, transmitidas oralmente, podem ser consideradas como as primeiras obras literárias. Origina-se no primórdio dos tempos, quando não havia a escrita e/ou os materiais que pudessem manter e circular os registros históricos. A tradição oral tem sido muito valorizada pelos eruditos que se dedicam ao seu estudo e compilação (os contos dos Irmãos Grimm, por exemplo), ao considerarem que é na tradição oral que se fundamenta a identidade cultural mais profunda de um povo. Supõe-se, por exemplo, que a Ilíada e a Odisseia de Homero foram, inicialmente, longos poemas recitados de memória. No romantismo, voltou-se a valorizar estes temas, como é visível, por exemplo, nas Lendas e Narrativas, de Alexandre Herculano, em Portugal. 7 A importância social da narrativa oral gerou muitas maneiras de contar uma história. Isso criou vários gêneros de narrativas como o conto (popular, maravilhoso, de fadas), as fábulas, os apólogos, as parábolas, as lendas e os mitos... Não existe um consenso entre os estudiosos de textos literários, mas a maioria menciona os Poemas de Gilgámesh, cuja data de origem é de 2.000 a. C. como sendo a primeira obra literária de que se tem confirmação, pois os papiros e pergaminhos dos gregos e romanos não preservaram nada anterior ao século IV a. C. As tabuinhas de argila da Mesopotâmia se provaram bem mais duráveis: guardaram textos escritos no início do terceiro milênio antes de Cristo. A história de Gilgámesh é o mais antigo poema épico de que se tem notícia, o primeiro grande clássico do mundo, com inúmeras versões em sumério e acadiano, várias traduções para além de sua origem mesopotâmica. A primeira versão do que se poderia considerar a Epopeia de Gilgámesh data do século XX a. C. A versão mais completa e clássica do poema, em que se baseia a edição brasileira, é do século XII a. C. (PRELORENTZOU, 2018). A Literatura Grega foi influenciada pelos mitos religiosos da Mesopotâmia, da Anatólia e do Egito, mas não apresenta antecedentes diretos. Acredita-se que se originou em si mesma, mas serviu de inspiração para a Literatura Romana. A chamada literatura clássica, que engloba toda a produção greco-romana entre os séculos V a.C. e V d.C., vai influenciar toda a literatura do Ocidente. Preservadas, transformadas, absorvidas pela tradição latina e difundidas pelo cristianismo, as obras da Grécia antiga e de Roma foram transmitidas para as línguas vernáculas da Europa e das regiões colonizadas pelos europeus. Todos os gêneros importantes de literatura - épica, lírica, tragédia, comédia, sátira, história, biografia e prosa narrativa - foram criados pelos gregos e romanos, e as evoluções posteriores são, na maioria, extensões secundárias. (GARGANTA DA SERPENTE, 2017). Literatura é uma área de conhecimento de suma importância para a formação e desenvolvimento humano. A literatura é um fator indispensável de humanização permitindo que os sentimentos humanos passem de simples emoções para uma forma mais concreta, atuando na memória da sociedade. A Literatura através do entretenimento que a ficção proporciona aos leitores 8 vivências de situações que são da ficção, mas que se inspiram na condição humana, na vida real, nas experiências do cotidiano, reflete no mundo a nossa volta. No século XVIII, o termo literatura foi criado para diferenciar os textos de escrita imaginativa das demais produções escritas. Madame de Staël (1766-1817), escritora francesa, procurou demonstrar que, enquanto os textos científicos descrevem racionalmente a realidade, os textos literários se ocupam de invenção de uma realidade, os textos literários se ocupam da invenção de uma realidade paralela pelo viés da imaginação. Assim, a literatura - em seu sentido amplo - jurídica ou médica formada de textos científicos, ao passo que a literatura literária traz marcas de invenção, imaginação e arte da palavra. (QUADROS, 2019, p.18-19). Esta distinção entre textos científicos e textos literários proposta por Madame Staël, atravessou os séculos e ainda se mantém. Os textos técnicos científicos se utilizam de palavras com e sentidos denotativos, termos técnicos e precisos. Por outro lado, os textos literários usam palavras com sentidos conotativos, figuras de linguagem, textos marcados pela imaginação, histórias lúdicas. Mas apesar de serem fictícios, narrativos e poemas, oriundos da tradição oral ou da criação artística, estabelecem correspondência com a realidade, pois representam a natureza humana através de elementos simbólicos. O filósofo grego Aristóteles (apud PORTAL SÃO FRANCISCO, 2019), que viveu no século IV a.C., assim se manifestou: “Arte literária é mimese (imitação); é a arte que imita pela palavra.” Louis Bonald (apud PORTAL SÃO FRANCISCO, 2019), pensador e crítico do Romantismo francês, do início do século XIX, afirmou que “A Literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem”. Segundo o crítico e historiador literário José Veríssimo, várias são as acepções do termo literatura: “conjunto da produção intelectual humana escrita; conjunto de obras especialmente literárias; conjunto (e este sentido, creio, nos velos da Alemanha) das obras sobre um dado assunto, ao que chamamos mais vernaculamente bibliografia de um assunto ou matéria; boas letras; e, além de outros derivados secundários um ramo especial daquela produção, uma variedade de Arte, a arte literária”. (apud PORTAL SÃO FRANCISCO, 2019). 9 Jean- Paul Sartre, filósofo francês, afirmou que “O Poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais, e a sua obra como um fim e não como um meio; como uma arma de combate.” (SARTRE, 1994, p.67). Podemos então afirmar que algumas produções literárias expressam a posição que seus autores assumem diante de determinados problemas, expressam suas posições em mensagens éticas, políticas, religiosas ou sociais. Assim temos a confirmação da humanização do homem, e da importância da Literatura para a educação no decorrer da história da humanidade. Os fenômenos literários ocorrem sempre em situações histórico-espaço-temporal bem definidos, os textos influenciam a sociedade através da formação das consciências humanas. A literatura assume um papel histórico-social como elemento indispensável na cultura dos povos, explicando a aliança entre a escola e a literatura, esta aliança ajuda o leitor a conhecer o mundo ao estimular o diálogo entre a realidade e a fantasia, entre palavras e imagens,entre as vozes do texto e as que o leitor desperta em si. Nesse sentido, consideramos pertinente citar as palavras de Antônio Cândido; sobre a Literatura como fator indispensável de humanização: Entendo aqui por humanização [...] o processo que confirma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante (CÂNDIDO, 1995, p. 249). Os PCNs inserem-se em uma abordagem funcionalista, privilegiando a língua em uso. Estão voltados para a ampliação do domínio da linguagem e da língua para o exercício da cidadania. O domínio da Linguagem, como o sistema simbólico utilizado por uma comunidade linguística, são condições de possibilidades de plena participação social. [...] a fruição de um texto literário diz respeito à apropriação que dele faz o leitor, concomitante à participação do mesmo leitor na construção dos significados desse mesmo texto. Quanto mais profundamente o receptor se apropriar do texto e a ele se entregar, mais rica será a 10 experiência estética, isto é, quanto, mais letrado literariamente o leitor, mais crítico, autônomo e humanizado será. (BRASIL, 2006, p.58). A concepção de Literatura conforme as Orientações Curriculares para o Ensino Médio, consiste em conceber a obra literária como um tipo de texto cuja linguagem é organizada de maneira especifica, alheia a fins pragmáticos imediatos, e capaz de suscitar o prazer estético. “Recuperar, pelo estudo do texto literário as formas instituídas de construção do imaginário coletivo, o patrimônio representativo da cultura e as classificações preservadas e divulgadas, no eixo temporal e espacial” (PCN, 2002, p.145). Segundo os Parâmetros curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), o ensino deve buscar desenvolver no aluno seu potencial crítico, sua capacidade como leitor proficiente dos diversos textos que circulam na sua cultura, suas competências na produção textual, avaliar seus textos e os textos de outros autores. “O aluno deve ter meios para ampliar e articular conhecimentos e competências que possam ser mobilizados nas inúmeras situações de uso da língua com que se depara na família, entre amigos, na escola, no mundo do trabalho” (PCN+, 2002; p. 55). As OCNEM sugerem um conceito de literatura capaz de embasar as atividades em sala de aula. Segundo o documento, esse conceito compreende “as criações poéticas, dramáticas e ficcionais da cultura letrada” (BRASIL, 2006, p. 60), que representam a “arte em palavras” (BRASIL, 2006, p. 55), isso significa que se deve desenvolver o trabalho a partir de narrativas ficcionais, dramas e poesias, que por sua forma peculiar de organização da linguagem, podem despertar no leitor o prazer estético. É a literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer, plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literárias, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (LAJOLO, 2008, p.106). Para trabalhar com literatura, conforme determina o currículo escolar, é importante que o professor tenha formação especifica para atuar nesta área. 11 Numa escola cada vez mais prática, reconhecer o direito à Literatura implica que os professores que se dedicarão ao ensino e formação dos leitores tenham compreendido que a literatura é indispensável, reconheçam o patrimônio cultural e artístico, conheçam a história de nossa literatura, conheçam nossos grandes autores, possam refletir sobre um tempo histórico através de manifestações artísticas e literárias. O professor deve realizar a seleção dos textos literários, tendo em vista os interesses e a capacidade interpretativa dos alunos. É importante que o aluno tenha a liberdade de selecionar seus próprios textos, a partir de suas experiências prévias de leitura, no sentido de descobrir o prazer de ler. O aluno deve ser orientado para compreender o papel estético da literatura, bem como sua função social. O aluno deve conseguir perceber a relação entre o texto literário e o seu cotidiano, o aluno deve perceber a literatura como espaço de construção de mundos possíveis que dialogam com a realidade. No Ensino Médio a seleção de textos segue o cânone, conforme a sequência dos “estilos de época” definidos no currículo de cada ano, são lidos os textos consagrados pela tradição literária. Mesmo com todas as mudanças impulsionadas pelos parâmetros e pelas orientações curriculares nacionais e com o fim dos vestibulares que enfatizavam a memorização, que vem sendo substituídos pelo Enem, o ensino da Literatura continua preso a tradição canônica, como sugerem os livros didáticos e as práticas pedagógicas vigentes. [...] a imposição da leitura do livro didático e das leituras “prontas”, idealizadas pelo professor, sufocam a descoberta da leitura por prazer. Tais fatores certamente inibem o aluno, direcionam sua compreensão no sentido de ver a literatura como fenômeno que se pode decorar para se fazer um teste, um exercício, ou para responder às questões objetivas do vestibular. Os alunos afastam-se, assim, dos textos literários, encaram a literatura como algo antiquado, complexo, distante de sua realidade. (SILVA, 2003, p. 518). A escola e os livros didáticos enfatizam uma literatura mais clássica, para facilitar o contato do aluno com obras canônicas, o que para os alunos torna a leitura mais difícil, complexa e inacessível, até mesmo enfadonha. Pois eles têm muito mais interesse em conteúdos midiáticos. 12 Por outro lado, os textos produzidos contemporaneamente, que correspondem a outros horizontes de expectativa e representam práticas de leitura literária divergentes, são excluídos e rotulados como subliteratura, literatura de massa, literatura popular, literatura infantil, etc. A inclusão destas obras que apresentam uma estruturação pouco linear torna-se praticas que ainda precisam ser mais valorizadas em sala de aula. Silva (2003), a literatura deveria ser trabalhada na escola mais livremente, isto é, podendo ser recriada, reinventada e até reestruturada, de acordo com o ponto de vista de cada aluno. Isso porque, a leitura de textos literários se coloca como “uma janela para o mundo”. Por isso é importante que essa janela esteja aberta, possibilitando desafios cada vez maiores para a compreensão e decisão do leitor. (SILVA, 1998 Apud SILVA, 2003, p.517). A formação de um leitor literário significa a formação de um leitor que saiba escolher suas leituras, que aprecie construções e significações verbais de cunho artístico. Esse leitor tem de saber usar estratégias de leitura adequada aos textos literários, aceitando o pacto ficcional, com reconhecimento de marcas linguísticas de subjetividade, intertextualidade, interdiscursividade, recuperando a criação de linguagem, realizada em aspectos fonológicos, sintáticos, semânticos e situando adequadamente o texto em seu momento histórico de produção. Ser autônomo é ser capaz de pensar e atuar criticamente, por si mesmo, levando em consideração vários pontos de vista, tanto no terreno moral e social quanto no intelectual. Em outras palavras, ser autônomo significa ser governado por simesmo [...] O leitor autônomo intelectualmente é capas de construir um significado do texto, tendo em conta o ponto de vista do autor e seu próprio (experiência pessoal, conhecimentos prévios). Isso supõe que ele saia do esquema de ideias do autor para chegar as suas próprias ideias na construção (ALONSO; GOMES, 1993, p.13, tradução minha). O papel da escola é o de formar leitores críticos e autônomos capazes de desenvolver uma leitura crítica do mundo que aprimorem as relações interpessoais, praticas que motivem os alunos a produzirem suas leituras; e muitas e diferentes leituras podem ser feitas de um mesmo texto. Diante da demanda de nossos os tempos, o trabalho do professor é incluir, agregar, somar. Literatura clássica, literatura de entretenimento, textos intermídias e 13 interartes, intertextos, as mais diversas combinações e nomenclaturas merecem acolhimento em nossa pratica pedagógica. É preciso analisar os paradigmas que dão suporte às diferentes estratégias de ensino com que trabalhamos em sala de aula, afim de que, a importância da literatura na formação plena do indivíduo, constituído igualmente pela razão e emoção, seja amplamente explorada pelo aluno. Pode-se enfatizar a necessidade de uma formação mais ampla, onde a realidade do aluno é constituída de elementos concretos como também de elementos sentimentais. A literatura é capaz de modificar ou desestabilizar costumes arraigados, tradições que condicionam a percepção do mundo, das coisas e até de si mesmo. Isso acontece quando o leitor se aproxima da realidade dos narradores e personagens cujos posicionamentos são diferentes dos dele. Formar um leitor é um processo longo e subjetivo, marcado por escolhas e recusas, gostos e desgostos. Acredita-se que a literatura vem solidificar o espaço da leitura na escola enquanto a formação de leitores, sendo assim, torna-se importante que o educador ao trabalhar com a literatura literária, oriente seus alunos para a função ideológica dos textos literários pois a literatura se alimenta na fonte de valores culturais. [...] o desafio do professor é ajudar os alunos a elaborar ou rever suas interpretações iniciais, sem descartar totalmente suas primeiras leituras. O professor deve colaborar com os alunos, visando à construção/reconstrução de interpretação, e não simplesmente apresentando leituras já prontas (BEACH, MARSHALL, 1991 apud SILVA, 2003, p. 520). O leitor deve desenvolver aptidões como a capacidade de reconhecer a linguagem literária e sistematizar seu entendimento de acordo com o seu conhecimento de mundo. A qualidade dessa formação pode ser medida pelo grau de complexidade e organização das interpretações apresentadas. Ao trabalhar o texto literário deve-se deixar de lado o preconceito linguístico e as diferenças culturais. O papel da escola e do professor neste contexto, é estimular a reflexão de diversas culturas presentes no ambiente social, desta forma o aluno/leitor desenvolverá sua capacidade comunicativa e poderá desempenhar seu papel na sociedade com segurança e discernimento. 14 2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO 2.1 METODOLOGIA A metodologia inicial desta pesquisa reside no método descritivo, pois esta fase inicial da realização do Estágio III, inclui o Roteiro de Observação com o acompanhamento do professor titular da turma a ser observada. Neste momento da pesquisa, que visa descrever algo, e fazer uma análise descritiva do objeto de estudo, o pesquisador não pode interferir em momento algum no objeto de estudo. A observação é uma técnica de coleta de dados, que para conseguir se utiliza de ver e ouvir, além examinar fenômenos que se deseja estudar. Segundo Gil o método observacional é um dos mais utilizados nas ciências sociais e apresenta alguns aspectos interessantes. “Por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e, consequentemente, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais modernos visto ser o que possibilita o mais elevado grau de precisão nas ciências sociais”. (GIL, 2008, p.18). Usar-se-á a técnica da observação não estruturada ou assistemática, ou seja, uma observação espontânea, informal, simples, livre, que consiste em recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios técnicos especiais, ou precise fazer perguntas diretas. É mais empregada em estudos exploratórios e não tem planejamento e controle previamente elaborados. “A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu comportamento. Desempenha papel importante no contexto da descoberta e obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade. 15 É o ponto de partida da investigação social.” (MARCONI & LAKATOS, 2018, p.83) Para Ander-Egg (1978, p. 97), a observação assistemática “não é totalmente espontânea ou casual, porque um mínimo de interação, de sistema e de controle se impõe em todos os casos, para chegar a resultados válidos”. O pesquisador vai observar uma parte da realidade, a partir de sua proposta de trabalho e das próprias relações que se estabelecem entre os fatos reais. Este Roteiro de Observação consiste em 20 horas aula, em duas turmas do segundo e terceiro anos respectivamente, do Ensino Médio. Esta fase inicial da pesquisa descritiva serve para relatar fatos observados, características ou técnicas padronizadas utilizadas em sala de aula pela professora de literatura, e tem como principais fontes de pesquisa a observação das aulas ministradas pelo professor titular e a análise do Projeto Político Pedagógico e do Regimento Escolar. A pesquisa será realizada nas aulas de Literatura, na Escola Estadual de Ensino Médio Galópolis, onde serão assistidas 20 horas aula em duas turmas do segundo e terceiro anos respectivamente, do turno da noite. Serão observados os métodos e técnicas de ensino utilizados pelo professor, conteúdos, principais dificuldades encontradas pelos alunos, etc. Desta forma visando descrever as características da população pesquisa, o estabelecimento das relações entre os alunos e professores e demais personagens da comunidade escolar, a observação permitirá uma descrição da situação no momento da pesquisa. Esta metodologia é denominada pesquisa Descritiva. Segundo Prodanov e Freitas, a pesquisa descritiva: Observa, registra, analisa e ordena dado, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza, suas características, causas, relações com outros fatos. Assim, para coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, dentre as quais se destacam a entrevista, o formulário, o questionário, o teste e a observação (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 52). Dando continuidade a pesquisa, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, será utilizada a pesquisa bibliográfica, de referências teóricas 16 analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas da web, sites, etc. sempre incluído materiais pertinentes a metodologia das aulas de Literatura no Ensino Médio, PCNs, Legislação sobre a educação básica, etc. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento dos dados não é mera repetição do que foi escrito e dito, mas o pesquisador procura um novo enfoque, novas conclusões, ideias inovadoras. À medida que a pesquisa avança o pesquisador reúne sistematicamente referências, informações, transcrevem dados, anota o essencial e vai desenvolvendo seu trabalho. Segundo Oliveira: A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e secundárias e os materiais científicos e tecnológicos necessários para a realização do trabalho científicoou técnico- cientifico. Pode realizar-se em bibliotecas públicas, faculdades, universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de catálogos coletivos e das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 2002). Marconi & Lakatos, afirmam que toda pesquisa bibliográfica deve basear-se em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação bem sucedida de problemas. Para ser válida, apoiando-se em fatos observados e aprovados, resultantes da pesquisa. (MARCONI & LAKATOS, 1990, p. 17). Portanto é procurar uma informação que não se sabe e que se precisa saber. Pesquisa pode ser sinônimo de busca, investigação, de indagação. A Pesquisa bibliográfica a localização e consulta de diversas fontes de informações escritas ou não para coletar dados gerais ou específicos a respeito de determinado tema. Sua vantagem é proporcionar ao pesquisador uma gama muito ampla de informações para a realização do trabalho de pesquisa. Ao final da pesquisa, realizaremos uma análise qualitativa dos resultados que obtivermos, com o objetivo de analisar e compreender os dados coletados no decorrer da realização deste trabalho. Neste momento da pesquisa faremos uma análise interpretativa dos materiais observados nas aulas de Literatura, dos dados levantados junto à escola, das informações, pesquisadas nas bibliografias, etc. 17 A pesquisa qualitativa não se preocupa com a representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa apõem se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. (GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 31). Através da realização da pesquisa qualitativa, buscaremos compreender e analisar as aulas de Literatura e a utilização do Texto, da leitura, da interpretação textual e da criação de textos, sempre observando como os alunos sofrem as influências deste processo de aprendizagem, se suas experiências e se suas realidades interferem neste processo. Vamos tecer comentários acerca dos conteúdos propostos e de que forma foram propostos, e também analisar o PPP da escola e sua relação com os PCNs. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Ela não se utiliza de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o pesquisador é o instrumento chave. (GIL, 2008). A pesquisa qualitativa é um método de investigação cientifica que se foca no caráter subjetivo do objeto analisado, ela está mais relacionada no levantamento de dados sobre motivações de um grupo, em compreender e interpretar determinados comportamentos. E por último realizar-se-á a análise e interpretação de dados, neste caso, deve-se analisar os dados a partir dos pontos de divergência e dos eventuais pontos de convergência encontrados. A interpretação procura dar significado ao material pesquisado, a fundamentação teórica, a revisão da literatura, pontuando-os com as ideias com as quais encontramos durante a realização da observação em relação aos objetivos propostos e ao tema. Segundo Dencker, “o objetivo da análise é reunir as informações de forma coerente e organizada, visando responder o problema de pesquisa. A interpretação proporciona um sentido mais amplo aos dados coletados, fazendo a relação entre eles.” (DENCKER, 2000). 18 2.2 CRONOGRAMA Todo trabalho de pesquisa requer uma disciplina intelectual, sendo absolutamente necessário que se organize um cronograma de trabalho, sequencial, onde se possa avaliar o estágio do processo de desenvolvimento da pesquisa. A falta de organização do tempo disponível para a realização das inúmeras tarefas que a vida acadêmica requer muitas vezes geram dificuldades de execução do processo sugerido pela instituição de ensino ao qual o aluno está vinculado. O cronograma de uma pesquisa é uma previsão ou estimativa do tempo necessário para cada etapa do trabalho. Esse planejamento garante um ritmo constante de atividades, livre de sobressaltos. Na prática geralmente é um gráfico, planilha, lista ou texto corrido no qual estão marcadas as datas de início e fim de cada momento da pesquisa. O cronograma é uma projeção. Cada pesquisa tem seu tempo. O tempo é proporcional a profundidade esperada de cada trabalho de pesquisa. Abaixo segue o cronograma de atividades na Escola Estadual de Ensino Médio Carminha Vasconcelos. As atividades de estágio serão desenvolvidas conforme o cronograma a seguir: Escola: EEMTI Carminha Vasconcelos Disciplina: Língua Portuguesa Data Turno e Horário Detalhamento das Atividades 13/05/2024 Manhã – 7h30 às 12h Diálogo com a direção da escola. Leitura do PPC e Regimento escolar. 14/05/2024 Manhã – 7h30 às 12h Observação de 2 aulas de Língua Portuguesa na Turma 1° ano A e 3 Língua Portuguesa na Turma 1° ano B 15/05/2024 Tarde 12:30 às 14:10h Observação de 2 aulas de Língua Portuguesa na Turma 1° ano A 16/05/2024 Tarde 14:30 às 16:10h Observação de 2 aulas de Língua Portuguesa na Turma 1° ano C 17/05/2024 Tarde 14:30 às 16:10h Observação de 2 aulas de Língua Portuguesa na Turma 1° ano D 20/05/2024 Manhã – 7h30 às 9h10 Entrevista com o professor de Língua Portuguesa das turmas do 1° ano do ensino médio. 21/05/2024 Manhã – 7h30 às 12:30h Entrevista com a diretora sobre os projetos de leitura na escola. 21/05/2024 Tarde – 12h30 às 16:10h Entrevista com a regente do centro de multimeios da escola sobre os projetos de leitura na escola. 19 REFERÊNCIAS ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a las técnicas de investigación social: para trabajadores sociales . 7. ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978. ALONSO, Maria Elvira Charría de; GÓMEZ, Ana González. Hacia una nueva pedagogia de la lectura. 2. ed. Santafé de Bogotá: Procultura: Cerlalc, 1993. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC/Semetec. 2002. http://portal.mec.gov./seb/arquivos//pdf/blegais.pdf-último acesso em 22/03/2019. CABRAL, Sara Regina Scotta. CAVALCANTE, Moema. PEREIRA, Mara Elisa Matos. Metodologia de ensino da Literatura. Curitiba: Intersaberes, 2012. - (Série por Dentro da Literatura). CÂNDIDO, Antonio. O Direito a Literatura. Vários Escritos 3 ed. São Paulo: Duas Cidades, 1995. CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os Sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2012. DENCKER, Ada de Freitas M. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 4. ed. São Paulo: Futura, 2000. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: Nova Fronteira, 1999. GARGANTA DA SERPENTE. História Da Literatura. Disponível http://gargantadaserpente.com/historia/index.shtml. Acesso em: 20 de marco de 2019. em: GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2008. LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6 ed. 13ª impressão. São Paulo: Editora Ática, 2008. MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: Planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1990. MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 8. ed. Reimpr.]. - São Paulo: Atlas, 2018. [2. 20 OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Metodologia cientifica aplicada ao direito. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. PAULA, Laura da Silveira. Teoria da Literatura. Curitiba: Intersaberes, 2012. - (Série Literatura de foco). PAZ, Octavio. O arco e a Lira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.PEREIRA, Cilene da Cunha. NEVES, Janete dos Santos Bessa. Ler/falar/escrever. Práticas discursivas no ensino Médio: uma proposta teórico-metodológica. Rio de Janeiro: Lexikon, 2012. PORTOLOMEOS, Andréa. Márcio Rogério de Oliveira Cano (org.). Literatura e subjetividade: aspectos da formação do sujeito nas práticas do Ensino Médio. São Paulo: Blucher, 2018. PRELORENTZOU, Renato. Gilgámesh: A História mais antiga do mundo. Disponível em:https://cultura.estadao.com.br/blogs/renatoprelorentzou/gilgamesh-a- historia-mais-antiga-do- mundo/Renato Prelorentzou - 27 de abril de 2018. Acesso em: 19.03.2019. PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. D. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Universidade Feevale, 2013. PROENÇA FILHO, Domício. A Linguagem Literária. 8. Ed. São Paulo: Ática, 2007. QUADROS, Deisily de. Metodologia de ensino da Literatura Juvenil. Curitiba: Editora Intersaberes, 2019. RAMOS, Flávia Brocchetto. VOLMER, Lovani. COSTA, Maraísa Mendes. (Orgs). Vivências de Literatura no Ensino Médio [recurso eletrônico]. Caxias do Sul: Educs, 2014. SARTRE, Jean-Paul. Em defesa dos intelectuais. Textos comentados. São Paulo: Marco, 1979. SILVA, Daniel Neves. "O que é a Epopeia de Gilgamesh?"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em: 20 de marco de 2019. SILVA, I. M. M.Literatura em sala de aula: da teoria literária à prática escolar. Anais do Evento PG Letras 30 anos, v. I, n. 1, p5, 2003 514-527. Disponível em :www.pgletras.com.br/Anais-30 anos /Doc s/ Artigos /5%20Me lhores %20teses%20%e%20d isser ta%C 3%A7%C3%B5es /5.2_Iva nda.pd f . Acesso em: 22.03.2019. PORTAL SÃO FRANCISCO. Alguns Conceitos sobre literatura. Disponível em: . Acesso em: 21.03.2019. 21 APÊNDICES APÊNDICE I - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO 1. Caracterização da Instituição em relação à Educação Básica Organização: A Escola Estadual de Ensino Médio Carminha Vasconcelos, situa-se à Rua Nossa Senhora de Fátima, número 309, no Bairro São José, no município de Morrinhos - CE. Atualmente a escola atende em torno de 380 alunos com modalidade de ensino integral de turnos, com idades variadas entre 15 e 18 anos. São na maioria de classe baixa e baixa renda. A escola tem um quadro de funcionários que compreende 38 professores e auxiliares gerais. Atualmente o Estado não disponibiliza psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou qualquer tipo de equipe de apoio. A escola possui uma equipe Diretiva formada pela Diretora e vice-diretoras, 2 Coordenadores Pedagógicos. Estes por sua vez exercem a função de articular, elaborar, propor, problematizar, mediar e operacionalizar e acompanhar a Proposta Pedagógica da escola, a partir das deliberações e encaminhamentos do Conselho Escolar, bem como coordenar, observar e zelar pelo respeito às normas regimentais. Os pais e/ou responsáveis participam das atividades da escola, entretanto percebe-se um crescimento da participação efetiva dos pais no decorrer do ano letivo. Percebe-se, que a responsabilidade na maioria das vezes está sendo transferida para a escola, assim o trabalho torna-se mais evasivo sem o apoio dos responsáveis. se A escola preocupa- com o crescimento integral do aluno, proporcionando atividades diferenciadas ao longo do ano letivo, as quais visam a integração entre professores, alunos e comunidade. Isso tudo levando o aluno a vivenciar situações de pesquisa, criatividade, desenvolvimento de habilidades, de compromisso com a formação crítica e consciente de valores. Infraestrutura: A instituição possui um prédio em alvenaria, possui 12 salas de aula, biblioteca, laboratório de ciências, laboratório de informática, sala de professores, secretaria, sala se coordenação pedagógica, cozinha, área de serviço, depósito e banheiros. A escola conta com equipamentos de Datashow em todas as salas de aula, notebooks com internet, notebooks e recursos humanos qualificados para a utilização dos mesmos. As salas de Recursos, Sala Recursos AAE constituem-se de mobiliários, materiais didáticos e 22 pedagógicos de acessibilidade e equipamentos específicos os quais são utilizados recursos e procedimentos metodológicos adequados às necessidades do estudante, contribuindo para a construção do conhecimento, da autonomia, da independência, e da cidadania. Infraestrutura: Na inexistência da Sala de Recursos para Atendimento Educacional Especializado - AEE, Segundo o PPP da escola, deveria ser ofertado o atendimento do professor de Educação Especial sob a forma de itinerância, com professores especializados que fariam visitas periódicas às escolas para trabalhar com os estudantes, público alvo da educação especial e com seus respectivos professores de classe da rede regular de ensino, mas como comentado anteriormente neste ano a escola ainda não possui equipe de apoio itinerante. A escola possui um pátio grande, possui também uma quadra de poliesportiva, onde alunos praticam atividades nas aulas de Educação Física, pois a escola não possui quadra de esportes coberta. Projeto Político-Pedagógico e Regimento Escolar A Escola Estadual de Ensino Médio Carminha Vasconcelos, tem por base uma educação democrática e humanística, partindo da realidade onde está inserida, numa proposta pedagógica que favoreça a construção de aprendizagens significativas, para que o educando adquira espírito crítico e participativo, o que o torna um cidadão consciente, capaz de interagir e intervir na sociedade e no mundo do trabalho. A proposta metodológica da escola privilegia o ensino enquanto construção do conhecimento, o desenvolvimento pleno das potencialidades do estudante e sua inserção no ambiente social, utilizando para isso os conteúdos curriculares da base nacional comum e os temas transversais, trabalhados em sua contextualização, valorizando a cultura da comunidade e propiciando o acesso ao saber local, regional e universal da humanidade. No que diz respeito à relação ensino aprendizagem cabe ao professor ensinar, analisar crítica e profissionalmente as relações, estudante x professor e estudante x estudante, compreendendo o seu estudante parceiro, atendendo-o nas suas necessidades. Desta forma é de competência do professor buscar identificar as necessidades educacionais evidenciadas pelo estudante, planejando, intervindo, implantando e reajustando os passos, em 23 função das observações feitas no desenvolvimento do processo de ensino aprendizagem, priorizando ao atendimento aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, propondo suporte que atenda o processo do sujeito, como agente de seu conhecimento a partir de sua singularidade, tendo como parâmetro as construções do próprio estudante. A concepção da inclusão educacional expressa o conceito de sociedade inclusiva como aquela que não elege, não classifica e nem segrega indivíduos, mas modifica seus ambientes, atitudes e estruturas para tornar-se acessível a todos. A ação pedagógica pressupõe a interação dos componentes curriculares nas áreas do conhecimento, através da interdisciplinaridade e contextualização com situações de aprendizagem que atendem aos compromissos científicos e filosóficos da Escola. A escola tem por objetivos: valorizar o estudante; reconstruir o fazer didático e pedagógico em um processo coletivo; proporcionar ao estudante condições de aprendizagem, proporcionar ao estudante condições para desenvolver as habilidades e competências cognitivas, acompanhar as atitudes previstas na Proposta Pedagógica e avaliá-la continuamente, incentivar os educadores na busca de qualificação, proporcionar a todo educando inclusão sendo ele deficiente ou não. A escola tem como filosofia a democratização da gestão, como direito de todos à Educação, representa a garantia de acesso à escola, ao conhecimentocom qualidade social, permanência com aprendizagem ao patrimônio cultural e, especificamente, à cidadania. A avaliação do rendimento escolar do estudante é parte integrante do processo ensino aprendizagem. É um processo global, contínuo, progressivo e sistemático sobre os desempenhos evidenciados no decorrer do processo de ensino e aprendizagem, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. Sendo assim, são observados o domínio das habilidades e competências envolvendo as áreas de conhecimento, utilizando métodos e instrumentos diversificados, coerentes com as concepções e finalidades educativas expressas no PPP da Escola. A avaliação é processual, diagnóstica, formativa e somativa. A escola salienta que entre estes preceitos a importância da interdisciplinaridade e a ênfase no trabalho das áreas do conhecimento. A finalidade da avaliação é diagnosticar avanços e entraves, para intervir, agir, problematizar e redefinir rumos a serem 24 percorridos. Propicia a mudança e a transformação, desta forma, não se reduz a uma atribuição de notas e conceitos ou pareceres para a aprovação ou reprovação, já que o processo educacional não pode ser tratado nem reduzido a esses aspectos. A expressão de Resultados na Construção da Aprendizagem do 1º ao 3º ano do Ensino Médio decorre da análise do desenvolvimento do trabalho escolar durante e ao final do período letivo, construídos pelos professores nas reuniões de Conselho de Classe. Como síntese desta construção coletiva das Áreas do Conhecimento, em interface com a auto avaliação do estudante, após o planejamento, a execução e avaliação do desempenho do estudante e seu processo de construção do conhecimento, estabelece por consenso, como expressão do resultado parcial trimestral e final para o ensino médio, a seguinte formulação: Construção Excelente da Aprendizagem (CEA) - resulta na aprovação do aluno Construção Satisfatória da Aprendizagem (CSA) - l resulta na Aprovação do Estudante. Construção Parcial da Aprendizagem (CPA), ao final do período letivo o estudante que recebe como resultado final o conceito CPA em uma área do conhecimento está aprovado devendo realizar o PPDA. Ao final do ano letivo estudante que receber CPA, em mais de uma área de conhecimento é considerado com CPA está reprovado. Construção Restrita da Aprendizagem (CRA) - expressa a restrição circunstancial. No final do ano, se o conceito CRA for atribuído ao estudante em mais de uma área de conhecimento, determina a retenção, e o estudante está reprovado. A avaliação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, é construída de forma articulada com os profissionais que realizam o Atendimento Educacional Especializado - AEE e com o coletivo dos professores da escola. Nesta instituição os estudos de recuperação acontecem paralelos ao ano letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, mediante o acompanhamento do professor. Os estudos de recuperação podem ser realizados de forma individual ou coletiva, através de novas situações e atividades, descritas no PPDA e devidamente registradas no Diário de Classe. Em casos de acentuada necessidade de investigação e intervenção pedagógica no processo de construção do conhecimento do estudante, será ofertado atendimento específico e, nas situações de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 25 habilidades/superdotação, será ofertado o Atendimento Educacional Especializado - AEE. Para os alunos considerados reprovados, ao final do ano, será elaborado um planejamento de atividades pedagógicas presenciais, com nova avaliação e conselho de classe que serão desenvolvidas pelos professores logo após o final do ano letivo, respeitando o calendário escolar. 2. Caracterização do corpo docente A escola possui 35 professores, todos possuem formação acadêmica em suas respectivas áreas. Desses, dois estão na biblioteca, um como regente do Laboratório de Informática na Direção Escolar, dois na Coordenação Pedagógica. Desses dez são concursados os demais são contratos temporários. Desses, Oitos residem em localidades e os demais na sede. Os professores tem suas cargas horarias de acordo com suas respectivas formações. 3. Caracterização do professor regente Aspectos gerais A professora regente é formada em Letras pela Universidade do Vale Acaraú, pós graduada em libras, Língua Inglesa. A professora possui experiencia e está na escola desde 2021 com vinculo temporário. A professora é adepta da tecnologia, sempre usando recursos tecnológicos para melhorar a aprendizagens dos discentes. A professora possui um excelente vinculo afetivo com os alunos. A professora reside próximo a escola. E a mesma está sempre fazendo cursos para melhorar o ainda mais a sua formação. Planejamento didático-pedagógico Os planejamentos ocorrem semanalmente nas terças-feiras, de forma coletiva com troca de experiencias e supervisão do PCA. No planejamento é pensado em estratégias para aqueles alunos com dificuldade para melhor interação dos mesmos. Há um horário para a recomposição das aprendizagens, e em uma aula de 50 minutos a o projeto da Crede 3 – Circulo de Leitura. 4. Caracterização das turmas em que realizará regência Aspectos gerais As turmas as quais farei observação, tem o número de alunos de variam de 35 á 46 alunos. Os alunos tem faixa etária entre 14 e 16 anos. As salas possuem 26 recursos tecnológicos como Tvs em cada sala e Internet Wi-Fi em cada sala, á espaço na escola que promove uma educação com equidade. APÊNDICE II - PLANO DE AULA 1 Dados de identificação da Instituição Concedente Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL Turma/Ano: 1° ANO A Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES Disciplinas: Literatura Conteúdo: Romantismo em Portugal: Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, Principais Autores, Primeira Geração Romântica Portuguesa, Biografia e obras de Almeida Garrett.: Objetivos: • Identificar o conhecimento prévio dos alunos sobre Romantismo; • Apropriar-se dos conceitos do Período Literário do Romantismo; • Realizar análises de poesias; • Experienciar a estética por meio de poesias; • Identificar e diferenciar obras literárias românticas e não românticas; • Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. Recursos: lousa, textos impressos. Sequência didática: 1 - Introdução ao tema: Perguntar aos alunos se eles já amaram alguém e não foram correspondidos? E se não existisse outra forma de comunicar-se com esse amor a não ser uma caneta e um papel, o que vocês escreveriam? Comentários! 2 - Desenvolvimento da aula: Pergunte aos alunos se já aprenderam sobre a época do rompimento do Brasil-colônia com Portugal nas aulas de História e 27 peça que lhe diga o que sabem/lembram sobre o assunto. Depois de ouvir os alunos, completar o que foi dito com o contexto histórico da época e a literatura. Entregar as folhas impressas com o conteúdo sobre o Romantismo em Portugal, efetuar a leitura e a explicação de todo conteúdo. 3 - Durante a explicação iniciaremos estudo da Primeira Geração do Romantismo em Portugal, e vamos dar uma atenção especial ao autor que marca o início do romantismo em Portugal: Almeida Garrett. Vamos realizar a leitura de dois poemas do autor presentes no material impresso, analisar e comentar os poemas. Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através da participação em sala de aula por meio de observação e análise do envolvimento dos estudantes com as atividadesrealizadas durante a regência. Referências: GARRETT, Almeida. Seus Olhos. Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/seus-olhos-almeida garrett. Acesso em 29.03.2019. FRAZÃO, Dilva. Almeida Garrett. Disponível em: https://www.ebiografia.com/almeida_garrett/. Acesso em 29.03.2019. SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. Disponível em . Acesso em 29 de marco de 2019. Anexos: Folhas impressas com o conteúdo e poemas. Material impresso para ser entregue aos alunos: O ESPÍRITO CRIADOR E LIVRE - PERÍODO ROMÂNTICO 28 Romantismo floresceu em todos os países ocidentais (Alemanha, Inglaterra, França, Irlanda, etc.) Fatos históricos importantes. O Romantismo está ligado à Revolução Industrial e à Revolução Francesa, dois acontecimentos que mudaram a história da Europa e colocaram em evidência valores burgueses como o individualismo e a desobediência aos valores pré-estabelecidos. ROMANTISMO EM PORTUGAL CONTEXTO HISTÓRICO PORTUGUÊS - Em Portugal, a tendência se desenvolveu a partir de 1836, nessa época o país passava por uma profunda crise econômica, política e social. A situação do país se agravava com a invasão napoleônica e a independência econômica do Brasil, em 1820, iniciou- se uma revolução liberal para a modernização do país. Em 1836, levadas da França e da Inglaterra pelos emigrados durante a revolução, as ideias românticas começaram a fluir e se desenvolver em Portugal. Em Portugal, o Romantismo começou com a publicação do poema Camões, de João de Almeida Garrett. Escrito no momento em que o país se encontrava sob domínio inglês e enfrentava graves perturbações políticas, o poema tenta resgatar o passado e o orgulho do povo português. PRINCIPAIS ESCRITORES PORTUGUESES - Alexandre Herculano (A Voz do Profeta, O Panorama, A Harpa do Crente, Eurico, Presbítero, A História de Portugal) e Almeida Garrett (Camões, Dona Branca, Viagens na Minha Terra, Flores sem fruto, Folhas Caídas). Antonio Feliciano de Castilho, Oliveira Marreca. ESTÉTICA DA POESIA E DA PROSA ROMÂNTICA - Opunha-se aos clássicos, às regras e modelos fixos, desejando certa liberdade na maneira de criar, liberdade de expressão (linguagem coloquial). Centra-se na Valorização do Eu e da Liberdade. CARACTERÍSTICAS - Libertação Estilística (Oposição ao classicismo), Exacerbação, Subjetivismo (sonho, devaneio, atitude emotiva, melancolia), Idealização da mulher Sentimentalismo, Idealização, Nacionalismo ou Patriotismo Culto ao Fantástico Culto à Natureza, Saudosismo. GERAÇÕES ROMÂNTICAS EM PORTUGAL - PRIMEIRA GERAÇÃO - empenhada em implantar o Romantismo em Portugal, apresenta ainda influências neoclássicas e certa preocupação com questões históricas e políticas. Entre seus autores, destacam-se João de Almeida Garret e Alexandre Herculano cujas produções tendem ao subjetivismo extremado, ao medievalismo, ao nacionalismo e à idealização da mulher. PRINCIPAIS AUTORES: 29 1. Almeida Garrett escreveu teatros (O Alfageme de Santarém, D.Filipa de Vilhena, A Sobrinha do Marquês, Frei Luís de Sousa) novelas (O Arco de Sant’Ana e Viagens na Minha Terra) e poesias (Camões, Lírica de João Mínimo, Flores sem Fruto, Folhas Caídas). 2. Alexandre Herculano escreveu poesias (O Soldado, A Vitória e a Piedade, Tristezas do Desterro, O Mosteiro Deserto, A volta do Proscrito), romances (O Bobo; Eurico, o Presbítero; O Monge de Cister), lendas e narrativas (A Abóbada, O Bispo Negro, Dama Pé de Cabra), historiografia (Apontamentos para a História dos Bens da Coroa e Forais, História de Portugal). 3. Antônio Feliciano de Castilho escreveu Escavações Poéticas, Crônica Certa e Muito Verdadeira da Maria da Fonte, Tosquia de um Camelo, Ajuste de Contas. 4. Oliveira Marreca, economista, escreveu um dos primeiros tratados de economia em Portugal, intitulado Noções elementares de Economia Política, entre outros vários artigos sobre a mesma ciência. ALMEIDA GARRETT (1799 - 1854) Nascido João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, conhecido como Visconde de Almeida Garrett, nasceu em Porto em 1799 e faleceu em Lisboa em 1854, vítima de câncer. Destacou-se como escritor romântico, orador e Secretário de Estado Honorário Português. Estuda Direito, mas atua como jornalista, escreve poesias, prosas de ficção e teatro. Teve uma vida amorosa atribulada, tendo em vista seu romance adúltero com a Viscondessa da Luz, a qual serviu de inspiração para os seus poemas mais importantes. Fundador do estilo romântico em Portugal, Almeida Garrett foi o criador do lirismo e da prosa moderna. É considerado por muitos autores, como o escritor português mais completo de todo o século XIX. Suas obras são as mais lidas e seu estilo influencia até os dias atuais gerações de artistas e escritores. Seus textos são marcados pela temática patriótica com forte caráter dramático, típicos dos escritores românticos. Em 1823, Almeida Garrett exila-se na Inglaterra devido sua participação na Revolução Liberal do Porto. Em 1824, segue para a França, onde trabalha como correspondente comercial em Havre. Nesse período, influenciado por Shakespeare, começa a escrever poemas dentro do novo estilo romântico. Em Paris, publica o poema “Camões” (1825), marco inicial do Romantismo português. O tema do poema é a vida do poeta Luís Vaz de Camões e a composição de seu poema épico Os Lusíadas. Em 1826 publica “Dona Branca”, poema narrativo, de feição novelesca, em que as personagens e o assunto são nacionais. Regressa para Portugal em 1826, e com a vitória da causa liberal é nomeado Ministro dos negócios estrangeiros. Em 1828 volta para a Inglaterra, devido ao restabelecimento do regime absolutista por D. Miguel. Em 1832, regressa ao Porto, como combatente da causa liberal. Em Portugal exerceu 30 diversos cargos políticos, trabalha na construção de teatros e continua publicando diversas obras. A obra literária de Garret é considera como uma das mais importantes, inferior apenas à de Camões. A sua obra terá para sempre, no cânone da literatura portuguesa, o seu lugar de destaque. ALEXANDRE HERCULANO Alexandre Herculano (1810-1870) foi um escritor, historiador e jornalista português, um dos principais autores do Romantismo em Portugal. Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa, e faleceu em Santarém. Foi historiador, romancista e poeta, e a ele se atribui a introdução do Romantismo em Portugal. Como historiador, foi um líder liberal, desfrutando de um prestígio nacional comparável ao de Victor Hugo na França. Alexandre Herculano publicou “Eurico, o Presbítero” (1844), é uma de suas obras mais importantes, tem como fundo a invasão de Portugal pelos árabes durante a Idade Média. O enredo baseia-se no amor de Eurico por Hermengarda. Recusado pela família dela, por ser de classe social diferente, Eurico entrega- se à vida religiosa. Herculano analisa o tema de celibato clerical, mostrando sua incompatibilidade com a liberdade da paixão amorosa. Faça um comparativo entre duas obras de Almeida Garrett: socialização (anote os principais comentários): Retrato de Vênus Vénus, Vénus gentil! Mais doce, e meigo soa este nome, Ó Natureza augusta. Amores, graças, revoai-lhe em torno, Cingi-lhe a zona, que enfeitiça os olhos; Que inflama os corações, que as almas rende. Vem, ó Cipria formosa, oh! Vem do Olimpo, Vem com mago sorriso, com terno beijo, Fazer-me vate, endeusar-me a lira. (...) Almeida Garrett, 1821. Seus olhos Seus olhos - se eu sei pintar O que os meus olhos cegaram - Não tinham luz de brilhar, Era chama de queimar; E o fogo que a ateou Vivaz, elemo, divino,Como facho do Destino. Divino, eterno! - e suave Ao mesmo tempo: mas grave E de tão fatal poder, Que, um só momento que a vi, Queimar toda alma senti... Nem ficou mais de meu ser, 31 Senão a cinza em que ardi. Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas' ANÁLISE DOS POEMAS - (gabarito para socialização) 1. Retrato de Vênus - “materialista, ateu e imoral”. - Poema com características arcadistas, presença de musas, figuras da mitologia, idealização da mulher, compromisso com a beleza, retorno ao classicismo. 2. Seus olhos - Caracteriza-se pela idealização da figura feminina, o eu poético ficou apaixonado. O tema da obra literária é o amor não correspondido. Nas duas estrofes: a) rima é interpolada e emparelhada - rima ABAABCC / DDEFFEF emparelhada. b) estrofes - sétimas (constituídas por sete versos). c) métrica - hexassilábico - (a contagem termina na última sílaba tônica). cruzada, interpolada, "Se eu sei pintar/o que os meus olhos chegaram”. A entidade que originou o estado emocional do poeta é uma figura feminina, como se pode comprovar pelo recurso ao pronome pessoal - “um só momento que a vi”. Assunto do poema - O sujeito poético viu os olhos de uma mulher e sentiu- se completamente enamorado por ela, sentindo que os olhos dela o dominavam e aniquilaram. Tema –O amor - o eu lírico se apaixona por uma certa pessoa, dizendo que essa pessoa exerceu sobre ele um grande impacto, atração e sedução. Os olhos da amada, de acordo com o eu poético, não tinham “luz de vilhar,/ Era chama de queimar”. Ou seja, o que provoca no sujeito poético um deslumbramento tal que impossibilita uma relação amorosa feliz. Assim, a “chama” que caracteriza a “luz” dos seus olhos provoca no sujeito poético uma paixão destruidora. CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO (Para dúvidas) Libertação Estilística - O Romantismo é oposição ao Classicismo dada a liberdade da criação existente nesse novo estilo que dispensa as regras exaltadas pelos clássicos e, inclusive, faz uso de uma linguagem muito próxima à coloquial. Exacerbação - manifestação exagerada das emoções, dos sentimentos, da figura do herói, do vilão, na separação entre o bem e o mal. Subjetivismo - Valorização de opiniões e expressão de pensamento de acordo com as percepções individuais em detrimento da objetividade. Idealização da mulher - a figura da mulher é criada pela idealização do artista. Sentimentalismo - Exaltação dos sentimentos, em detrimento do racionalismo. Há uma forte expressão de tristeza, melancolia e saudade. 32 Idealização - Visão ideal das coisas, que não são vistas de forma verdadeira, mas idealizadas, perfeitas. Nacionalismo ou Patriotismo - Como uma forma de recuperar o orgulho português e os seus valores, a pátria é exaltada, destacando-se apenas suas qualidades. Culto ao Fantástico - Forte tendência para a fantasia, para os sonhos, em detrimento à razão. Culto à Natureza - Forte tendência para expressar sentimentos situando-os em ambientes naturais. Saudosismo - Necessidade de refugiar-se no passado, com forte expressão de melancolia e saudade. PLANO DE AULA 2 Dados de identificação da Instituição Concedente Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL Turma/Ano: 1° ANO A Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES Disciplina: Literatura Conteúdo: Romantismo em Portugal: Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, Principais Autores, Primeira Geração Romântica Portuguesa, Almeida Garrett, Exercícios sobre o poema “Este inferno de amar!” de Almeida Garrett. Objetivos: • Apropriar-se dos conceitos do Período Literário do Romantismo; • Realizar análises de poesias; • Experienciar a estética por meio de poesias; • Identificar e diferenciar obras literárias românticas e não românticas; • Incentivar a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. Recursos: Lousa, textos impressos. Sequência didática: 1 - Desenvolvimento da aula: (continuação da aula 1 - segundo período) - entrega da folha impressa 33 com o poema e com o questionário para realização de atividades em sala de aula 2 - Inicialmente os alunos lerão a poesia e posteriormente realizarão as questões. 3 - Depois de uns 25 minutos realizarei a conferência dos exercícios. Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através da participação em sala de aula por meio de observação e análise do envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência Referências: GARRETT, Almeida. Este inferno de amar. Disponível em: http://www.citador.pt/poemas/este-inferno-de-amar-almeida-garrett.Acesso em: 29.03.2019. SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. Disponível em. Acesso em 29 de marco de 2019. Anexos: Folhas impressas com o poema e o questionário. Folha impressa para entrega aos alunos EXERCÍCIOS DE LITERATURA - 2º ANO - (PRIMEIRA GERAÇÃO ROMANTISMO) Este Inferno de Amar Este inferno de amar - como eu amo! - Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi? Esta chama que alenta e consome, Que é a vida - e que a vida destrói - Como é que se veio a atear, Quando - ai quando se há-de ela apagar? Eu não sei, não me lembra: o passado, A outra vida que dantes vivi Era um sonho talvez... - foi um sonho - Em que paz tão serena a dormi! 34 Oh! que doce era aquele sonhar... Quem me veio, ai de mim! despertar? Só me lembra que um dia formoso Eu passei... dava o sol tanta luz! E os meus olhos, que vagos giravam, Em seus olhos ardentes os pus. Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei; Mas nessa hora a viver comecei... Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas' 1. A que episódio da biografia de Garrett parece estar associado o poema? 2. A qual característica romântica corresponde a associação entre biografia e obra? 3. O poema exprime a confusão dos sentimentos do amante. a) Comente a confusão de sentimentos no título do poema. b) Localize na primeira estrofe dois paradoxos que exprimem a confusão dos sentimentos. 4. O sujeito Lírico evoca o tempo em que o amor era apenas um sonho. Os olhos de uma mulher despertaram-no, tornando sonho realidade. a) Qual é a diferença entre o sonho e a realidade do amor? b) Apesar dessa diferença, o poema termina com uma defesa do amor. Explique. 5. Aponte as características do romantismo presentes no texto, exemplifique com palavras ou expressões nele constante. Gabarito de respostas GABARITO: 1. O poema parece estar associado ao caso amoroso de Garrett com a Viscondessa da Luz. 2. Corresponde ao confessionalíssimo, à preocupação em produzir uma obra lírica que seja a expressão sincera dos sentimentos do autor. 3. a) O título já exprime as contradições do sentimento, que é o tema do poema: o amor, condição da felicidade, é causa de sofrimentos é um verdadeiro inferno para o sujeito lírico. 3. b) “Esta chama que alenta e consome”, “e” “Que é a vida - e que a Vida destrói”. 4. a) O sonho era doce e nele havia a paz; a realidade é o sofrimento, o “inferno”. 4. b) A pesar dos sofrimentos que causa, o amor é a condição da “Vida”; o sujeito lírico afirma que só começou a viver quando o amor despertou. 5. Subjetivismo - expressão do mundo interior do eu-lírico, de seus sentimentos em relação ao que é amar, esse traço é identificado na escrita em primeira pessoa ao uso da exclamação: Este inferno de amar - como eu amo! Eu-lírico romântico, egocêntrico e individualista (pensa nele