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1 
 
 
 
 
 Centro Universitário Leonardo Da Vinci 
 
 
 
FRANCISCO WILLIAM ALVES 
 
LETRAS (FLC26754LED) 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE ESTÁGIO I 
O ENSINO DA LITERATURA NA SALA DE AULA E A FORMAÇÃO DE 
LEITORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MORRINHOS-CE 
2024 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 PARTE I: PESQUISA ..................................................................................... 3 
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E 
JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 3 
1.2 OBJETIVOS ..................................................................................... 5 
1.3 O ENSINO DA LITERATURA NA SALA DE AULA E A FORMAÇÃO 
DE LEITORES .................................................................................................. 6 
2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO .............................................. 14 
2.1 METODOLOGIA ............................................................................. 14 
2.2 CRONOGRAMA ............................................................................. 18 
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 19 
APÊNDICES I ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO - ESTÁGIO I .......................... 21 
APÊNDICES II PLANOS DE AULA - ............................................................. 26 
 
 
 
3 
 
1 PARTE I: PESQUISA 
 
1.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA: ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E 
JUSTIFICATIVA 
Área de concentração: Ensino da Literatura 
Tema: O Ensino Da Literatura Na Sala De Aula E A Formação De 
Leitores 
A sociedade atual é um espaço dinâmico, diverso e até mesmo virtual, 
mas também um local de formação e de complexidade. A sociedade e a escola 
estão inseridas neste contexto. O ensino da Leitura, Interpretação e Produção 
de Textos não tem sido suficiente para o bom desempenho dos alunos, não só 
na escola, mas em qualquer outro lugar, seja no mercado de trabalho, no 
exercício da cidadania ou até mesmo para a sua autonomia. Tendo observado 
no decorrer do curso de letras que é no Ensino Médio que a literatura assume 
um status privilegiado não só da leitura de textos literários, mas da aquisição 
de metalinguagens, convenções e dimensões que a caracterizam. A formação 
de alunos leitores é um dos principais objetivos do ensino médio, e o contato 
intenso com textos literários contribui para que se alcance esse objetivo. 
Desta forma a área de concentração escolhida para esta pesquisa “O 
Ensino de Literatura no Ensino Médio”, optou-se por estudar “O Ensino da 
Literatura na sala de Aula e a Formação de Leitores”. Quanto maior a 
diversidade dos textos apresentados aos alunos, maior será a experiência que 
ele terá com o universo da beleza, da magia e da emoção que os textos 
literários nos proporcionam. Trabalhar a literatura em sala de aula é adentrar 
num mundo de subjetividade, um lugar de encantamento e mágica onde o 
aluno encontra a possibilidade de quanto maior for à diversificação dos textos 
literários apresentados aos alunos, maior será a experiência que ele terá com 
este universo de singular beleza, magia e emoção. Entre tantos conceitos 
disponíveis, vamos citar a definição de Literatura disponível no Novo Dicionário 
Aurélio: 
Literatura (Do lat. Literatura.) S.f. 1. Arte de compor ou escrever 
trabalhos artísticos em prosa ou verso. 2. O conjunto de trabalhos 
literários dum país ou duma época. 3. Os homens das letras: A 
4 
 
literatura brasileira faz-se representar no colóquio de Lisboa. 4. A vida 
literária. 5. A carreira das letras. 6. Conjunto de conhecimentos 
relativos às obras ou aos autores literários: estudante de literatura 
brasileira; manual de literatura portuguesa. 7. Qualquer dos usos 
estéticos da linguagem: literatura oral [p.v.] 8. Fam. Irrealidade, ficção: 
Sonhador, tudo quanto diz é literatura. 9. Bibliografia: Já é bem extensa 
a literatura da física nuclear. 10. Conjunto de escritores de propaganda 
de um produto industrial. (FERREIRA, 1999, p.1040). 
 
Trabalhar a literatura em sala de aula é, antes de tudo, mergulhar num 
mundo de subjetividade e encantamento, um mundo onde os leitores podem 
expressar seus sentimentos, descobrir e compreender melhor suas próprias 
emoções. O ensino da Literatura está integrado à área de leitura e dos estudos 
dos gêneros discursivos, dialogando com resenhas, sinopses, sínteses, 
reportagens, ensaios entre outros que falam sobre a Literatura e que são 
imprescindíveis para o leitor do Ensino Médio compreender alguns aspectos 
teóricos em relação à forma como os autores escrevem. 
Com os avanços tecnológicos, é impossível falar de Literatura, sem 
associá-la ao computador, tablets, jogos eletrônicos, internet, smartphones, etc. 
As tecnologias digitais estão incorporadas às atuais práticas de leitura, ajudam 
a formar jovens leitores, pois o livro impresso deixou de ser o único objeto de 
leitura, podemos citar a existência dos e-books, jogos eletrônicos que utilizam a 
literatura como base histórica, como por exemplo a mitologia grega e romana, 
guerras nórdicas e suas histórias e personagens, a literatura fantástica como 
Harry Potter, entre outras. 
Através da Literatura entramos em contato com os temas da sociedade 
de qualquer época, que de certa forma se tornam complexos, e que não 
pertencem aos livros gramaticais, como por exemplo, a paixão, o ciúme, o 
autoconhecimento, a angústia, a luta do velho contra o novo, a confusão entre 
realidade e fantasia, a mentira, a existência de diferentes pontos de vista sobre 
um mesmo assunto. A leitura literária contribui para o desenvolvimento da 
educação, da sensibilidade, da concentração, dos aspectos cognitivos e 
linguísticos, da imaginação, favorece o acesso aos diferentes saberes sobre a 
cultura de povos e lugares desconhecidos, seja do universo fictício ou real. 
5 
 
Este estágio se propõe a dar uma contribuição aos estudos literários no 
ensino médio e a formação de leitores, partindo dos desafios das práticas 
docentes que este conteúdo apresenta ao professor de língua portuguesa. 
Conforme os documentos oficiais, como as orientações curriculares do ensino 
médio, o ensino da literatura é imprescindível para formação plena dos 
cidadãos, uma vez que estimula exercita os componentes sensíveis e 
emocionais inerentes ao sujeito, geralmente negligenciados pelo ensino 
tecnicista. O aluno, através do estudo literário terá uma formação que estimula 
a subjetividade, não limitando e restringindo suas capacidades e 
potencialidades de interpretação. 
Texto com Letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo 
de parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. Texto com Letra Arial, tamanho 12, 
espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo de parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. 
Texto com Letra Arial, tamanho 12, espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo de 
parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. Texto com Letra Arial, tamanho 12, 
espaçamento 1,5 entrelinhas, recuo de parágrafo na primeira linha de 1,25 cm. 
 
1.2 OBJETIVOS 
• Analisar a importância dos estudos Literários no ensino médio 
para a formação de leitores. 
• Mostrar a importância da Literatura no que diz respeito à leitura e 
a interpretação de textos, analisar a competência discursiva do 
leitor/escritor, se ele é capaz de utilizar a língua de modo variado, 
adequando a linguagem aos diferentes gêneros textuais. 
• Analisar as competências estilísticas, se a escolha dos recursos 
expressivos da língua é adequada, conforme a destinação, 
finalidade e objetivos do texto, socializando-os e politizando-os de 
diversas maneiras. 
6 
 
1.3 O ENSINO DA LITERATURA NA SALA DE AULA E A FORMAÇÃO DE 
LEITORES 
 
 A pedra triunfa na escultura, humilha-se na escada. A cor resplandece 
no quadro: o movimento, no corpo, na dança. A matéria, vencida ou 
deformada no utensílio, recupera seu esplendor na obramesmo, infeliz 
amorosamente, acha que amar é um inferno). 
Idealização do passado - época em que não amava, e por isso não sofria, 
apenas sonhava com o amo r. 
Liberdade de criação - versos livres. 
35 
 
PLANO DE AULA 3 
 
Dados de identificação da Instituição Concedente 
Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS 
Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO 
Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES 
Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL 
Turma/Ano: 1° ANO A e B 
Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES 
 
Disciplinas: Literatura 
 
Conteúdo: Romantismo em Portugal: Segunda Geração, ultrarromântica, de 
1840 a 1860. Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, 
Principais Autores, Biografia e obras de Camilo Castelo Branco e Soares de 
Passos 
 
Objetivos: 
• Apropriar-se dos conceitos da Segunda Geração do Romantismo em Portugal 
(ultrarromantismo). 
• Realizar análises de poesias; 
• Experienciar a estética por meio de poesias; 
• Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. 
 
Recursos: lousa, textos impressos, apostila. 
 
Sequência didática: 
1 - Desenvolvimento da aula: Continuação dos estudos do Romantismo em 
Portugal - segunda fase e principais autores entregar as folhas impressas com 
o conteúdo sobre a segunda fase do Romantismo em Portugal, efetuar a leitura 
e a explicação de todo conteúdo. 
2 - Durante a explicação iniciaremos estudo de algumas poesias e vamos dar 
uma atenção especial a dois autores: Camilo Castelo Branco e Soares de 
Passos. 
 
Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através 
36 
 
da participação em sala de aula por meio de observação e análise do 
envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. 
 
Referências: 
PASSOS, Soares de. In: MOISÉS, Massaud. Presença da literatura 
portuguesa. São Paulo: Difel, 1970 
 
SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro 
Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. 
 
SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. 
Disponível em . Acesso em 29 de marco de 2019. 
 
SUZART, Hemilly. Mundo louco da literatura: Segunda geração romântica 
português mundo louco da literatura. Disponível em: 
blogspot.com/.../segunda-geracao-romantica-portuguesa.html. Acesso em 
01.04.2019. 
 
Anexos: Folhas impressas com o conteúdo e poemas. 
 
Folha impressa para os alunos com conteúdo e exercícios 
SEGUNDA GERAÇÃO ROMÂNTICA PORTUGUESA 
ULTRARROMANTISMO (1840 - 1860) 
 A segunda geração romântica em Portugal, também conhecida como 
ultrarromântica foi marcada pelo pessimismo, desejo de evasão, vontade de 
morrer. Devido à péssima condição de vida em que vivia os autores dessa 
geração, e pelas manifestações realizadas através dos poemas, moldadas pelo 
amor platônico e idealizado e a crítica sarcástica à sociedade, foram 
acometidos como o “Mal do Século”. Na segunda geração romântica já estão 
intensificadas as características românticas. Por expressarem os seus 
sentimentos livremente e entregarem se a seus devaneios os autores dessa 
geração ficarem conhecidos como ultrarromânticos. 
 Os temas dessas gerações são: à época medieval, o tédio, a melancolia, o 
desespero, a morte, a enfermidade da vida, entre outros. Há nessa geração 
uma forte tendência do escapismo, a vontade de fugir das insatisfações que o 
mundo real provoca. Assim, a morte passa a ser vista de forma positiva, por 
significar o fim da agonia de viver. Nos poemas ultrarromânticos, a mulher é 
37 
 
idealizada e inatingível, são características como: pálida, branca, virginal, 
lânguida, aérea, adormecida. Os cenários descritos nos poemas são 
geralmente, noturnos e funéreos, como um cemitério à noite ou a praia sob a 
luz da lua, mostra a natureza turbulenta com tempestades, vendavais. Esses 
cenários podem ser entendidos como um mundo interior do artista, que 
transfere para a natureza o estado de sua alma. 
 “Ficou conhecido como “o mal do século” o culto da melancolia e do tédio e o 
estilo destrutivo de vida dos poetas ultrarromânticos”. Muitos deles se 
entregavam ao ópio e ao absinto e era comum morrem cedo, muitas vezes de 
doenças contagiosas, como tuberculose e sífilis. 
 Principais autores: 1. Camilo Castelo Branco escreveu Inspirações, um livro, 
Ao Anoitecer da Vida, Pundonores Desagravados, Delitos da Mocidade, 
Murraça, Esboços de Apreciações Literárias, Curso de Literatura Portuguesa, 
O Eco Nacional, O Nacional, Amor de Perdição, Queda de Um Anjo, A Bruxa 
do Monte Córdova, A Mulher fatal. 2. Soares de Passos - Poesias. 
 RESUMO: as características românticas estão definidas e 
amadurecidas. Segunda geração consolida o movimento romântico em 
Portugal. Caracteriza-se pelas ideias do “mal do século”: negativismo, 
morbidez e sentimentalismo exagerado. O principal autor dessa tendência 
é o romancista Camilo Castelo Branco, autor de estilo passional e 
pitoresco. 
 
PRINCIPAIS AUTORES ROMÂNTICOS DESSA GERAÇÃO: 
 
1 - CAMILO CASTELO BRANCO 
 Camilo Castelo Branco (1825-1890) é o maior representante da novela 
passional em língua portuguesa. Seus personagens são obsessivos, senhores 
de atos extremos, sempre movidos por grandes paixões. Sua linguagem é fácil 
e a fidelidade aos costumes populares está entre suas maiores qualidades: foi 
hábil narrador de histórias românticas ou romanescas, aliando as peripécias 
quase rocambolescas de suas novelas a explicações psicológicas, sempre 
contido pela tradição literária e pelos cânones clássicos. 
 Foi o maior nome da literatura ultrarromântica portuguesa. Entre as suas 137 
obras conhecidas, “Amor de perdição” é considerado sua obra-prima e um dos 
romances mais populares da língua portuguesa. Boêmio emérito, sua vida 
desregrada foi dominada por paixões avassaladoras que acabaram por levá-lo 
ao cárcere por ter assumido uma relação com uma mulher casada. Um ano e 
meio depois saiu da prisão doente e, em pouco tempo, estava cego. Quase 
três décadas mais tarde, desesperado pela doença e pelos revezes da vida, 
construiu um fim digno de sua personalidade ultrarromântica: suicidou-se com 
um tiro no ouvido. 
 
 
38 
 
1 - Obras - Mistérios de Lisboa (1854), Duas épocas na vida (1854), O livro 
negro do padre Dinis (1855), Vingança (1858), Carlota Ângela (1858), A morta 
(1860), O romance de um homem rico (1861), Amor de perdição (1862), Amor 
de salvação (1864), O olho de vidro (1866), O retrato de Ricardina (1868), A 
mulher fatal (1870), Doze casamentos felizes (1861), Estrelas funestas (1861), 
Estrelas propícias (1863), Coração, cabeça e estômago (1862). 
2 - Estilo Literário - As novelas passionais de Camilo Castelo Branco fizeram 
dele o representante típico do Ultra Romantismo em Portugal. Sua produção 
literária é extensa, com mais de uma centena de obras. Produziu poesia, 
teatro, historiografia, contos, romances e novelas históricas, de aventuras e 
passionais. Com as novelas passionais tornou-se uma destacada figura 
literária, chegando ao auge de sua carreira de escritor. Camilo Castelo Branco 
foi um dos primeiros escritores portugueses a viver exclusivamente do que 
escrevia. 
3 - Amor de Perdição (Novela Passional) - Em 1862, Camilo publica "Amor 
de Perdição", onde se encontram todos os ingredientes da novela passional 
(tem traços shakespearianos) desequilíbrio: sentimental de seus personagens; 
amor proibido, adultério, preconceitos entre outros. Os heróis em conflito 
enfrentam a fatalidade do destino, conduzindo sua existência ao drama e à 
Tragédia. 
Resumo do enredo da obra – ‘Amor de perdição” tem traços 
shakespearianos: as nobres famílias Botelho e Albuquerque veem o ódio 
mútuo ameaçado pelo amor entre Simão Botelho e Teresa Albuquerque. Simão 
o herói romântico,cujos erros passados são redimidos pelo amor, Teresa ––– a 
heroína firme e resoluta em seu sentimento de devoção ao amado e Mariana -, 
a mais romântica das personagens, tendo em vista a abnegação, representam 
a dimensão amorosa, o sentimento da paixão, ao qual se opõe o mundo 
exterior, a sociedade com sua hipocrisia. 
Trechos da obra: 
“Não posso ser o que tu querias que eu fosse. A minha paixão não se conforma 
com a desgraça. Eras a minha vida: tinha a certeza de que as contrariedades 
me não privariam de ti. Só o receio de perder-te me mata.” (Simão, p. 123) 
“Que mal fariam a Deus os nossos inocentes desejos?!… Por que não 
39 
 
merecemos nós o que tanta gente tem?! (…) O pior são as saudades. (…) Ao 
menos morrer é esquecer.” (Teresa em carta para Simão, p. 153) 
 
2 - SOARES DE PASSOS 
 Antônio Augusto Soares de Passos nasceu em 27 de novembro de 1826, em 
Porto, Portugal. Em 1856, pública sua única obra sob o título de Poesias. Este 
trabalho reúne praticamente toda sua produção literária e revela um autor 
angustiado, soturno e extremamente pessimista. Seu único trabalho, Poesias, 
tornou-se aos olhos da crítica daquele tempo, mais um compilado de versos 
piegas do que uma obra autêntica que expressava com fidelidade a forma com 
que o autor via e sentia o mundo ao seu redor. Dessa forma, o trabalho ficou 
renegado a um esquecimento crítico e cruel, sendo até mesmo, posteriormente 
a sua morte, alvo de notas levianas e críticas irônicas. Sua breve biografia, 
bem como sua curta e impactante obra, constitui um exemplo nítido e legítimo 
do ultrarromantismo português. 
 
O noivado do sepulcro 
Vai alta a lua! na mansão da morte 
Já meia-noite com vagar soou; 
Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte 
Só tem descanso quem ali baixou. 
 
Que paz tranquila!... mas eis longe, ao longe 
Funérea campa com fragor rangeu; 
Branco fantasma semelhante a um monge, 
Dentre os sepulcros a cabeça ergueu. 
 
Ergueu-se, ergueu-se!... na amplidão celeste 
Campeia a lua com sinistra luz; 
O vento geme no feral cipreste, 
O mocho pia na marmórea cruz. 
[...] 
PASSOS, Soares de. In: MOISÉS, Massaud. Presença da literatura 
portuguesa. São Paulo: Difel, 1970
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PLANO DE AULA 4 
 
Dados de identificação da Instituição Concedente 
Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS 
Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO 
Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES 
Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL 
Turma/Ano: 1° ANO A e D 
Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES 
 
Disciplina: Literatura 
 
Conteúdo: Romantismo em Portugal: Segunda Geração, ultrarromântica, de 
1840 a 1860. Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, 
Principais Autores, Biografia e obras de Camilo Castelo Branco e Soares de 
Passos 
 
Objetivos: 
• Apropriar-se dos conceitos da Segunda Fase do Romantismo em Portugal 
(ultrarromantismo). 
• Realizar análises de poesias; 
• Experienciar a estética por meio de poesias; 
• Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. 
 
Recursos: Lousa, textos impressos, apostila. 
 
Sequência didática: 
1 - Desenvolvimento da aula: (aula de continuidade da aula III) - Continuação 
dos estudos do Romantismo em Portugal - segunda fase e principais autores. 
2 - Passar exercícios no quadro aguardar um tempo para que os alunos 
realizem as atividades e depois fazer a correção. 
 
Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através 
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da participação em sala de aula por meio de observação e análise do 
envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. 
 
 
Referências: PASSOS, Soares de. In: MOISÉS, Massaud. Presença da 
literatura portuguesa. São Paulo: Difel, 1970. 
 
SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro 
Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. 
 
SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. 
Disponível em. Acesso em 29 de marco de 2019. 
 
Anexos: Lousa, Folhas impressas com o conteúdo e poemas. 
 
Exercícios sobre a segunda fase do Romantismo em Portugal: (gabarito em 
vermelho) 
 
1 - O conhecido “Mal-do-século” representa uma das características que 
demarcam a segunda geração romântica. Dessa forma, teça um comentário 
procurando relacionar esse aspecto com a morte prematura de quase todos os 
representantes que pertenceram à época em questão (ultrarromântica). 
 
Resposta esperada - Como dito no enunciado, a maioria dos representantes do 
ultrarromantismo tiveram suas vidas ceifadas de forma bastante precoce. Ao 
contrário do que muitos pensam, ao conceberem esse fato como se fosse uma 
epidemia propriamente dita, as mortes eram provocadas justamente pelo 
estilo de vida que tais representantes escolhiam para si mesmos. Assim, em 
virtude de trazerem consigo alguns traços ideológicos marcantes, tais como: 
fuga à realidade, egocentrismo, desejo de solidão, evocação à morte, 
pessimismo, entre outros, levavam uma vida totalmente boêmia, 
frequentando lugares sombrios, úmidos, como uma espécie de refúgio, 
acima de tudo. Tais ambientes eram significativamente convidativos para a 
proliferação de bactérias, de patologias diversas, sobretudo a tuberculose, 
diagnosticada como a causadora destas mortes, tão precocemente 
materializadas. 
 
2 - Cite algumas características do ultrarromantismo. 
Respostas esperadas 
a) Romantismo, como estilo de época, consistiu basicamente num fenômeno 
estético-literário desenvolvido em oposição ao intelectualismo e à tradição 
racionalista e clássica do século XVIII. 
42 
 
b) Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa 
única qualidade: a imaginação. Pode-se creditar à imaginação a capacidade 
extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários. 
c) Romantismo caracterizou-se por um complexo de características, como o 
subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o culto da natureza e 
o escapismo. 
d) Uma das principais características da 2ª geração Romântica é a 
individualidade, o egocentrismo propagado pelo eu lírico para expressar seus 
sentimentos na poesia. Além disso, pode-se observar uma carga predominante 
nas poesias sobre a função emotiva da linguagem, que se sobrepõe à estrutura 
romântica da época. 
 
3 - Assinale a alternativa falsa: Amor de perdição é uma obra tipicamente 
romântica porque nela Camilo Castelo Branco valoriza: 
a) O sentimento nativista, presentes na recusa de Simão e Teresa em fugirem 
de Portugal, apesar de perseguidos pela justiça. 
b) As naturezas, como fonte de vida e inspiração, em que Simão se refugia, no 
final da obra, quando não pode mais ter acesso a Teresa. 
c) Os valores espirituais de Cristianismo, a que Simão se apega quando é 
condenado ao degredo. 
d) O mundo das paixões, o excesso de sentimentos, evidentes no modo 
violento como Simão assassina Baltazar Coutinho. 
 
4 - Os versos abaixo são de Soares de Passos: 
 Vai alta a lua! na mansão da morte 
 Já meia-noite com vagar soou. 
 Que paz tranquila; dos vaivéns da sorte 
 Só tem descanso quem ali baixou. 
 Que paz tranquila! ... mas eis longe, ao longe 
 Funérea campa com fragor rangeu; 
 Branco fantasma semelhante a um monge, 
 Dentre os sepulcros a cabeça ergueu. 
 
Caracterizam o ultrarromantismo devido: 
a) À introspecção subjetiva. 
b) À predestinação para a grandeza. 
c) À beleza estética. 
d) Ao gosto pelo fúnebre e ao tom melodramático. 
e) À relação entre Deus e o homem. 
 
 
 
43 
 
PLANO DE AULA 5 
 
Dados de identificação da Instituição Concedente 
Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS 
Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO 
Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES 
Tempo da aula: 45 MINUTOS Período:INTEGRAL 
Turma/Ano: 1° ANO A e C 
Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES 
 
Disciplina: Literatura 
 
Conteúdo: Romantismo em Portugal: Terceira Geração, Pré-Realista, de 1860 
a 1870. Contexto Histórico e Cultural, Características do Período Literário, 
Principais Autores, Biografia e obras de João de Deus e Júlio Diniz. 
 
Objetivos: 
• Apropriar-se dos conceitos da Terceira Geração do Romantismo em Portugal 
(ultrarromantismo). 
• Realizar análises de poesias; 
• Experienciar a estética por meio de poesias; 
• Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. 
 
Recursos: lousa, textos impressos, apostila. 
 
Sequência didática: 
1 - Desenvolvimento da aula: estudos dos materiais impressos, leitura e 
explicação. 
2 - Passar os exercícios no quadro, aguardar a realização dos mesmos pelos 
alunos. 
3 - Realização de exercícios que serão passados no quadro. 
 
Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através 
da participação em sala de aula por meio de observação e análise do 
envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. 
 
44 
 
Referências: 
SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro 
Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. 
 
SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. 
Disponível em. Acesso em 29 de marco de 2019. 
 
LISBOA, Corolina. Romantismo em Portugal. Disponível ht tps ://w 
ww.coladaw eb.co m/literat ura /romant is mo -em-portugal. Acesso em: 
08.04.2019. 
 
Anexos: Lousa, Folhas impressas com o conteúdo e poemas. 
 
Folha impressa com material para ser entregue aos alunos 
TERCEIRA GERAÇÃO - PRÉ-REALISMO 
A terceira geração romântica (1860 a 1870 é considerada um período de 
transição para o Realismo por ser uma fase mais equilibrada, livre dos 
exageros ultrarromânticos apresenta espontaneidade lírica e musical. Podemos 
afirmar que as principais características desta geração são: temas ligados às 
questões sociais, a diluição das características românticas e o pré-realismo, ou 
seja, ela deixa os traços exagerados da supervalorização do amor e começa a 
se encontrar mais com a realidade. Sobressaem-se nesse período a poesia de 
João de Deus e a prosa de Júlio Dinis. 
PRINCIPAIS AUTORES: 
Júlio Dinis 
 Joaquim Guilherme Gomes Coelho (1839-1871), conhecido como Júlio 
Dinis, nasceu em Porto, ficou órfão de mãe aos seis anos, estudou na 
Academia Politécnica a partir de 1853, um dos mais importantes ficcionistas 
românticos de Portugal De uma família de tuberculosos (a mãe e os irmãos 
morreram com essa doença) Júlio Dinis contrai a doença e parte numa cura 
para a Madeira, cura esta que de pouco lhe valeu, falecendo ainda muito 
jovem. Sua obra representou uma verdadeira análise da sociedade burguesa 
da segunda metade do século XIX. É considerado como um escritor de 
transição, situado entre o fim do Romantismo e o início do Realismo. Longe do 
45 
 
passionalismo de Camilo, Júlio Dinis em suas obras mostra um amor movido 
mais pela espiritualidade e não leva necessariamente à tragédia, por ser 
baseado em princípios éticos e na pureza dos sentimentos. Em seus romances 
há: tensões sociais, onde todos os conflitos podem ser resolvidos pela razão, 
pelo trabalho e pela ciência. As personagens são idealizadas: angelicais, 
bondosas, de uma moral firme e sólida. É autor de poesias, peças de teatro, 
textos de teorização literária, mas destaca-se sobre tudo como romancista, 
deixando em pouco mais de trinta e dois anos de vida uma produção original e 
inovadora, que contribuiu grandemente para a criação do romance moderno 
em Portugal. 
 
Obras: Pupilas do Senhor Reitor (1869), A Morgadinha dos Canaviais (1868), 
Uma Família Inglesa (1868), Serões da Província (1870), Os Fidalgos da Casa 
Mourisca (1871), Poesias (1873), Inéditos e Dispersos (1910), Teatro Inédito 
(1946-1947) 
 
As Pupilas do Senhor Reitor - enredo da obra - "As Pupilas do Senhor 
Reitor", de Júlio Dinis, foi publicado inicialmente em 1866 em forma de folhetim. 
O romance, ambientado na segunda metade do século XIX em uma aldeia 
portuguesa, conta a história de Margarina, Clara e seus romances com os 
filhos do fazendeiro José das Dornas: Daniel e Pedro. O romance gira em torno 
da tese segundo a qual a vida simples e natural torna as pessoas alegres e 
felizes. Júlio Diniz descreve o campo, os tipos humanos, os hábitos e as ideais, 
desenvolvendo toda uma problemática pequeno-burguesa, com o "propósito de 
pregar uma moralização de costumes pela vida rural e pela influência de um 
clero convertido ao liberalismo". Foco narrativo - terceira pessoa. Tempo / 
Espaço - O tempo histórico é o presente, neste caso, é o início da segunda 
metade do século XIX. (alguns anos). 
 
João de Deus 
 João de Deus Ramos nasceu em S. Bartolomeu de Messines em 1830. 
Depois duma estada em Beja, em 1869 é eleito deputado a contragosto e vai 
para Lisboa: nesse mesmo ano estreia em poesia com Flores do Campo. Em 
1876, publica a Cartilha Maternal, e inicia uma incessante ação pedagógica. As 
46 
 
marcas da lírica amorosa de João de Deus são a simplicidade, a 
espontaneidade e a musicalidade, que lembram Camões e a poesia 
trovadoresca. Poeta emocional por excelência, é sensível às sutilezas do trato 
amoroso, espécie de lírico puro, João de Deus é a voz mais límpida do 
Romantismo português. 
 
A Vida 
 
A vida é o dia de hoje, 
a vida é ai que mal soa, 
a vida é sombra que foge, 
a vida é nuvem que voa; 
 
a vida é sonho tão leve 
que se desfaz como a neve 
e como o fumo se esvai: 
 
A vida dura um momento, 
mais leve que o pensamento, 
a vida leva-a o vento, 
a vida é folha que cai! A vida é flor na corrente, 
a vida é sopro suave, 
a vida é estrela cadente, 
voa mais leve que a ave: 
 
Nuvem que o vento nos ares, 
onda que o vento nos mares 
uma após outra lançou, 
 
a vida pena caída 
da asa de ave ferida - 
de vale em vale impelida, 
a vida o vento a levou! 
 
47 
 
 
PLANO DE AULA 6 
 
Dados de identificação da Instituição Concedente 
Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS 
Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO 
Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES 
Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL 
Turma/Ano: 1° ANO A, e B 
Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES 
 
Disciplina: Literatura 
 
Conteúdo: (aula de continuidade à aula de número V) - Romantismo em 
Portugal: Terceira Geração, Pré-Realista, de 1860 a 1870. Exercícios do 
conteúdo exposto na aula anterior 
 
Objetivos: 
• Apropriar-se dos conceitos da Terceira Geração do Romantismo em Portugal 
(ultrarromantismo). 
• Realizar análises de obras e poesias; 
• Experienciar a estética por meio de poesias; 
• Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. 
 
Recursos: lousa, textos impressos, apostila. 
 
Sequência didática: 
1 - Estudo do conteúdo da aula anterior. Passar os exercícios no quadro. 
2 - Aguardar a realização dos mesmos pelos alunos. 
3 - Correção dos exercícios que foram passados no quadro. 
 
Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através 
da participação em sala de aula por meio de observação e análise do 
envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência. 
Referências: 
48 
 
SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro 
Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. 
 
SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. 
Disponível em . Acesso em 29 de marco de 2019. 
 
LISBOA, Corolina. Romantismo em Portugal. Disponível https ://w 
ww.coladaw eb.co m/literat ura/romant ismo - em-portugal. Acesso em: 
08.04.2019. 
 
Anexos: Folhas impressas com o conteúdo e poemas. 
Exercícios Para passar no quadro: (com o gabarito) 
1 - Quais as principais características das obras da Terceira Geração 
Romântica em Portugal? 
As principais características desta geração são: temas ligados às questões 
sociais, a diluição das características românticas e o pré-realismo, ou seja, ela 
deixa os traços exagerados da supervalorização do amor e começa a se 
encontrar mais com a realidade. 
 
2 - Quais são as principais características da obra de Júlio Dinis? 
Júlio Dinis em suas obras mostra um amor movido mais pela espiritualidade e 
não leva necessariamente à tragédia, por ser baseado em princípios éticos e 
na pureza dos sentimentos. Em seus romances há: tensões sociais, onde todos 
os conflitos podem ser resolvidos pela razão, pelo trabalho e pela ciência. As 
personagens são idealizadas: angelicais, bondosas, de uma moral firme e 
sólida. 
 
3 -. “Com o amor dá-se o mesmo que com o vinho. Perdoem-me as leitoras o 
pouco delicado da confrontação; mas bem veem que ambos embriagam.” No 
trecho anterior de Júlio Dinis percebe-se uma tendência de sua obra. Para qual 
público alvo a obra é principalmente direcionada? 
a) Principalmente as Mulheres 
b) Filósofos Gregos 
c) Padres e Reitores Portugueses 
d) Principalmente aos Nobres, já que só eles sabiam ler 
 
4 - Quais as características da lírica amorosa de João de Deus? 
As marcas da lírica amorosa de João de Deus são a simplicidade, a 
espontaneidade e a musicalidade, que lembram Camões e a poesia 
trovadoresca. Poeta emocional por excelência, é sensível às sutilezas do trato 
49 
 
amoroso, espécie de lírico puro, João de Deus é a voz mais límpida do 
Romantismo português. 
 
5 - Relacione autores e obras: 
a) Almeida Garrett 
b) Alexandre Herculano 
c) Soares de Passos 
d) Camilo Castelo Branco 
e) João de Deus 
f) Júlio Dinis 
 
• ( d ) Amor de Salvação 
• ( b ) Eurico, o Presbítero 
• ( e ) Campo de Flores 
• ( a ) Folhas Caídas 
• ( f ) Pupilas do Senhor Reitor 
• ( c ) O Noivado do Sepulcrode arte. A 
operação poética é de signo contrário à manipulação técnica. [...] Por 
outro lado, a pedra da estátua, o vermelho do quadro, a palavra do 
poema, não são pura e simplesmente pedra, cor, palavra: encarnam 
algo que os transcende e ultrapassa. Sem perder seus valores 
primários, seu peso original, são também como pontes que nos levam 
à outra margem, portas que se abrem para o outro mundo de 
significados impossíveis de serem ditos pela mera linguagem. Ser 
ambivalente, a palavra poética é plenamente o que é ritmo, cor, 
significado - e, ainda assim, é outra coisa: imagem. (PAZ, 1982, p.26-
27). 
 Originalmente a Literatura de todos os tempos foi oral. Literatura 
etimologicamente origina-se da palavra letra (do latim, littera, letra). Com o 
surgimento da escrita, as paredes das cavernas começaram a registrar a 
tradição oral e mais tarde surgiram as tabuletas, óstracos, papiros e 
pergaminhos, que passaram a registrar as primeiras obras literárias. É difícil 
delimitar uma data para o surgimento da primeira obra literária, pois os textos 
antigos foram sumindo com o passar do tempo. Pode-se afirmar que a 
linguagem e a escrita chegaram antes, uma vez que os primeiros registros de 
palavras não estavam relacionados a significados literários, possuíam um 
significado denotativo. Histórias de milhares de anos, transmitidas oralmente, 
podem ser consideradas como as primeiras obras literárias. Origina-se no 
primórdio dos tempos, quando não havia a escrita e/ou os materiais que 
pudessem manter e circular os registros históricos. 
 A tradição oral tem sido muito valorizada pelos eruditos que se dedicam ao 
seu estudo e compilação (os contos dos Irmãos Grimm, por exemplo), ao 
considerarem que é na tradição oral que se fundamenta a identidade cultural 
mais profunda de um povo. Supõe-se, por exemplo, que a Ilíada e a Odisseia 
de Homero foram, inicialmente, longos poemas recitados de memória. No 
romantismo, voltou-se a valorizar estes temas, como é visível, por exemplo, 
nas Lendas e Narrativas, de Alexandre Herculano, em Portugal. 
7 
 
 A importância social da narrativa oral gerou muitas maneiras de contar uma 
história. Isso criou vários gêneros de narrativas como o conto (popular, 
maravilhoso, de fadas), as fábulas, os apólogos, as parábolas, as lendas e os 
mitos... 
 Não existe um consenso entre os estudiosos de textos literários, mas a 
maioria menciona os Poemas de Gilgámesh, cuja data de origem é de 2.000 a. 
C. como sendo a primeira obra literária de que se tem confirmação, pois os 
papiros e pergaminhos dos gregos e romanos não preservaram nada anterior 
ao século IV a. C. As tabuinhas de argila da Mesopotâmia se provaram bem 
mais duráveis: guardaram textos escritos no início do terceiro milênio antes de 
Cristo. 
A história de Gilgámesh é o mais antigo poema épico de que se 
tem notícia, o primeiro grande clássico do mundo, com 
inúmeras versões em sumério e acadiano, várias traduções 
para além de sua origem mesopotâmica. A primeira versão do 
que se poderia considerar a Epopeia de Gilgámesh data do 
século XX a. C. A versão mais completa e clássica do poema, 
em que se baseia a edição brasileira, é do século XII a. C. 
(PRELORENTZOU, 2018). 
 
 A Literatura Grega foi influenciada pelos mitos religiosos da Mesopotâmia, 
da Anatólia e do Egito, mas não apresenta antecedentes diretos. Acredita-se 
que se originou em si mesma, mas serviu de inspiração para a Literatura 
Romana. 
A chamada literatura clássica, que engloba toda a produção 
greco-romana entre os séculos V a.C. e V d.C., vai influenciar 
toda a literatura do Ocidente. Preservadas, transformadas, 
absorvidas pela tradição latina e difundidas pelo cristianismo, 
as obras da Grécia antiga e de Roma foram transmitidas para 
as línguas vernáculas da Europa e das regiões colonizadas 
pelos europeus. Todos os gêneros importantes de literatura - 
épica, lírica, tragédia, comédia, sátira, história, biografia e prosa 
narrativa - foram criados pelos gregos e romanos, e as 
evoluções posteriores são, na maioria, extensões secundárias. 
(GARGANTA DA SERPENTE, 2017). 
 
 Literatura é uma área de conhecimento de suma importância para a 
formação e desenvolvimento humano. A literatura é um fator indispensável de 
humanização permitindo que os sentimentos humanos passem de simples 
emoções para uma forma mais concreta, atuando na memória da sociedade. A 
Literatura através do entretenimento que a ficção proporciona aos leitores 
8 
 
vivências de situações que são da ficção, mas que se inspiram na condição 
humana, na vida real, nas experiências do cotidiano, reflete no mundo a nossa 
volta. 
No século XVIII, o termo literatura foi criado para diferenciar os textos de 
escrita imaginativa das demais produções escritas. 
Madame de Staël (1766-1817), escritora francesa, procurou 
demonstrar que, enquanto os textos científicos descrevem 
racionalmente a realidade, os textos literários se ocupam de 
invenção de uma realidade, os textos literários se ocupam da 
invenção de uma realidade paralela pelo viés da imaginação. 
Assim, a literatura - em seu sentido amplo - jurídica ou médica 
formada de textos científicos, ao passo que a literatura literária 
traz marcas de invenção, imaginação e arte da palavra. 
(QUADROS, 2019, p.18-19). 
 
 Esta distinção entre textos científicos e textos literários proposta por 
Madame Staël, atravessou os séculos e ainda se mantém. Os textos técnicos 
científicos se utilizam de palavras com e sentidos denotativos, termos técnicos 
e precisos. Por outro lado, os textos literários usam palavras com sentidos 
conotativos, figuras de linguagem, textos marcados pela imaginação, histórias 
lúdicas. Mas apesar de serem fictícios, narrativos e poemas, oriundos da 
tradição oral ou da criação artística, estabelecem correspondência com a 
realidade, pois representam a natureza humana através de elementos 
simbólicos. 
 O filósofo grego Aristóteles (apud PORTAL SÃO FRANCISCO, 2019), que 
viveu no século IV a.C., assim se manifestou: “Arte literária é mimese 
(imitação); é a arte que imita pela palavra.” Louis Bonald (apud PORTAL SÃO 
FRANCISCO, 2019), pensador e crítico do Romantismo francês, do início do 
século XIX, afirmou que “A Literatura é a expressão da sociedade, como a 
palavra é a expressão do homem”. Segundo o crítico e historiador literário José 
Veríssimo, várias são as acepções do termo literatura: 
“conjunto da produção intelectual humana escrita; 
conjunto de obras especialmente literárias; conjunto (e 
este sentido, creio, nos velos da Alemanha) das obras 
sobre um dado assunto, ao que chamamos mais 
vernaculamente bibliografia de um assunto ou matéria; 
boas letras; e, além de outros derivados secundários 
um ramo especial daquela produção, uma variedade de 
Arte, a arte literária”. (apud PORTAL SÃO 
FRANCISCO, 2019). 
9 
 
 Jean- Paul Sartre, filósofo francês, afirmou que “O Poeta sente as palavras 
ou frases como coisas e não como sinais, e a sua obra como um fim e não 
como um meio; como uma arma de combate.” (SARTRE, 1994, p.67). 
Podemos então afirmar que algumas produções literárias expressam a posição 
que seus autores assumem diante de determinados problemas, expressam 
suas posições em mensagens éticas, políticas, religiosas ou sociais. 
 Assim temos a confirmação da humanização do homem, e da importância da 
Literatura para a educação no decorrer da história da humanidade. Os 
fenômenos literários ocorrem sempre em situações histórico-espaço-temporal 
bem definidos, os textos influenciam a sociedade através da formação das 
consciências humanas. A literatura assume um papel histórico-social como 
elemento indispensável na cultura dos povos, explicando a aliança entre a 
escola e a literatura, esta aliança ajuda o leitor a conhecer o mundo ao 
estimular o diálogo entre a realidade e a fantasia, entre palavras e imagens,entre as vozes do texto e as que o leitor desperta em si. 
 Nesse sentido, consideramos pertinente citar as palavras de Antônio 
Cândido; sobre a Literatura como fator indispensável de humanização: 
Entendo aqui por humanização [...] o processo que confirma no 
homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o 
exercício da reflexão, a aquisição do saber, a boa disposição 
para com o próximo, o afinamento das emoções, a capacidade 
de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a 
percepção da complexidade do mundo e dos seres, o cultivo do 
humor. A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade 
na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos 
para a natureza, a sociedade, o semelhante (CÂNDIDO, 1995, 
p. 249). 
 
 Os PCNs inserem-se em uma abordagem funcionalista, privilegiando a 
língua em uso. Estão voltados para a ampliação do domínio da linguagem e da 
língua para o exercício da cidadania. O domínio da Linguagem, como o sistema 
simbólico utilizado por uma comunidade linguística, são condições de 
possibilidades de plena participação social. 
[...] a fruição de um texto literário diz respeito à apropriação que dele 
faz o leitor, concomitante à participação do mesmo leitor na construção 
dos significados desse mesmo texto. Quanto mais profundamente o 
receptor se apropriar do texto e a ele se entregar, mais rica será a 
10 
 
experiência estética, isto é, quanto, mais letrado literariamente o leitor, 
mais crítico, autônomo e humanizado será. (BRASIL, 2006, p.58). 
 
 A concepção de Literatura conforme as Orientações Curriculares para o 
Ensino Médio, consiste em conceber a obra literária como um tipo de texto cuja 
linguagem é organizada de maneira especifica, alheia a fins pragmáticos 
imediatos, e capaz de suscitar o prazer estético. “Recuperar, pelo estudo do 
texto literário as formas instituídas de construção do imaginário coletivo, o 
patrimônio representativo da cultura e as classificações preservadas e 
divulgadas, no eixo temporal e espacial” (PCN, 2002, p.145). 
 Segundo os Parâmetros curriculares Nacionais para o Ensino Médio 
(PCNEM), o ensino deve buscar desenvolver no aluno seu potencial crítico, sua 
capacidade como leitor proficiente dos diversos textos que circulam na sua 
cultura, suas competências na produção textual, avaliar seus textos e os textos 
de outros autores. “O aluno deve ter meios para ampliar e articular 
conhecimentos e competências que possam ser mobilizados nas inúmeras 
situações de uso da língua com que se depara na família, entre amigos, na 
escola, no mundo do trabalho” (PCN+, 2002; p. 55). 
 As OCNEM sugerem um conceito de literatura capaz de embasar as 
atividades em sala de aula. Segundo o documento, esse conceito compreende 
“as criações poéticas, dramáticas e ficcionais da cultura letrada” (BRASIL, 
2006, p. 60), que representam a “arte em palavras” (BRASIL, 2006, p. 55), isso 
significa que se deve desenvolver o trabalho a partir de narrativas ficcionais, 
dramas e poesias, que por sua forma peculiar de organização da linguagem, 
podem despertar no leitor o prazer estético. 
É a literatura, como linguagem e como instituição, que se 
confiam os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, 
valores e comportamentos através dos quais uma sociedade 
expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus 
desejos, suas utopias. Por isso a literatura é importante no 
currículo escolar: o cidadão, para exercer, plenamente sua 
cidadania, precisa apossar-se da linguagem literárias, 
alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente, mesmo 
que nunca vá escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. 
(LAJOLO, 2008, p.106). 
Para trabalhar com literatura, conforme determina o currículo escolar, é 
importante que o professor tenha formação especifica para atuar nesta área. 
11 
 
Numa escola cada vez mais prática, reconhecer o direito à Literatura implica 
que os professores que se dedicarão ao ensino e formação dos leitores tenham 
compreendido que a literatura é indispensável, reconheçam o patrimônio 
cultural e artístico, conheçam a história de nossa literatura, conheçam nossos 
grandes autores, possam refletir sobre um tempo histórico através de 
manifestações artísticas e literárias. 
O professor deve realizar a seleção dos textos literários, tendo em vista os 
interesses e a capacidade interpretativa dos alunos. É importante que o aluno 
tenha a liberdade de selecionar seus próprios textos, a partir de suas 
experiências prévias de leitura, no sentido de descobrir o prazer de ler. O aluno 
deve ser orientado para compreender o papel estético da literatura, bem como 
sua função social. O aluno deve conseguir perceber a relação entre o texto 
literário e o seu cotidiano, o aluno deve perceber a literatura como espaço de 
construção de mundos possíveis que dialogam com a realidade. 
No Ensino Médio a seleção de textos segue o cânone, conforme a sequência 
dos “estilos de época” definidos no currículo de cada ano, são lidos os textos 
consagrados pela tradição literária. Mesmo com todas as mudanças 
impulsionadas pelos parâmetros e pelas orientações curriculares nacionais e 
com o fim dos vestibulares que enfatizavam a memorização, que vem sendo 
substituídos pelo Enem, o ensino da Literatura continua preso a tradição 
canônica, como sugerem os livros didáticos e as práticas pedagógicas 
vigentes. 
[...] a imposição da leitura do livro didático e das leituras 
“prontas”, idealizadas pelo professor, sufocam a descoberta da 
leitura por prazer. Tais fatores certamente inibem o aluno, 
direcionam sua compreensão no sentido de ver a literatura 
como fenômeno que se pode decorar para se fazer um teste, 
um exercício, ou para responder às questões objetivas do 
vestibular. Os alunos afastam-se, assim, dos textos literários, 
encaram a literatura como algo antiquado, complexo, distante 
de sua realidade. (SILVA, 2003, p. 518). 
 
A escola e os livros didáticos enfatizam uma literatura mais clássica, para 
facilitar o contato do aluno com obras canônicas, o que para os alunos torna a 
leitura mais difícil, complexa e inacessível, até mesmo enfadonha. Pois eles 
têm muito mais interesse em conteúdos midiáticos. 
12 
 
 Por outro lado, os textos produzidos contemporaneamente, que 
correspondem a outros horizontes de expectativa e representam práticas de 
leitura literária divergentes, são excluídos e rotulados como subliteratura, 
literatura de massa, literatura popular, literatura infantil, etc. A inclusão destas 
obras que apresentam uma estruturação pouco linear torna-se praticas que 
ainda precisam ser mais valorizadas em sala de aula. 
 Silva (2003), a literatura deveria ser trabalhada na escola mais livremente, 
isto é, podendo ser recriada, reinventada e até reestruturada, de acordo com o 
ponto de vista de cada aluno. Isso porque, a leitura de textos literários se 
coloca como “uma janela para o mundo”. Por isso é importante que essa janela 
esteja aberta, possibilitando desafios cada vez maiores para a compreensão e 
decisão do leitor. (SILVA, 1998 Apud SILVA, 2003, p.517). 
 A formação de um leitor literário significa a formação de um leitor que saiba 
escolher suas leituras, que aprecie construções e significações verbais de 
cunho artístico. Esse leitor tem de saber usar estratégias de leitura adequada 
aos textos literários, aceitando o pacto ficcional, com reconhecimento de 
marcas linguísticas de subjetividade, intertextualidade, interdiscursividade, 
recuperando a criação de linguagem, realizada em aspectos fonológicos, 
sintáticos, semânticos e situando adequadamente o texto em seu momento 
histórico de produção. 
Ser autônomo é ser capaz de pensar e atuar criticamente, por 
si mesmo, levando em consideração vários pontos de vista, 
tanto no terreno moral e social quanto no intelectual. Em outras 
palavras, ser autônomo significa ser governado por simesmo 
[...] O leitor autônomo intelectualmente é capas de construir um 
significado do texto, tendo em conta o ponto de vista do autor e 
seu próprio (experiência pessoal, conhecimentos prévios). Isso 
supõe que ele saia do esquema de ideias do autor para chegar 
as suas próprias ideias na construção (ALONSO; GOMES, 
1993, p.13, tradução minha). 
 
 O papel da escola é o de formar leitores críticos e autônomos capazes de 
desenvolver uma leitura crítica do mundo que aprimorem as relações 
interpessoais, praticas que motivem os alunos a produzirem suas leituras; e 
muitas e diferentes leituras podem ser feitas de um mesmo texto. Diante da 
demanda de nossos os tempos, o trabalho do professor é incluir, agregar, 
somar. Literatura clássica, literatura de entretenimento, textos intermídias e 
13 
 
interartes, intertextos, as mais diversas combinações e nomenclaturas 
merecem acolhimento em nossa pratica pedagógica. 
 É preciso analisar os paradigmas que dão suporte às diferentes estratégias 
de ensino com que trabalhamos em sala de aula, afim de que, a importância da 
literatura na formação plena do indivíduo, constituído igualmente pela razão e 
emoção, seja amplamente explorada pelo aluno. Pode-se enfatizar a 
necessidade de uma formação mais ampla, onde a realidade do aluno é 
constituída de elementos concretos como também de elementos sentimentais. 
A literatura é capaz de modificar ou desestabilizar costumes arraigados, 
tradições que condicionam a percepção do mundo, das coisas e até de si 
mesmo. Isso acontece quando o leitor se aproxima da realidade dos narradores 
e personagens cujos posicionamentos são diferentes dos dele. 
 Formar um leitor é um processo longo e subjetivo, marcado por escolhas e 
recusas, gostos e desgostos. Acredita-se que a literatura vem solidificar o 
espaço da leitura na escola enquanto a formação de leitores, sendo assim, 
torna-se importante que o educador ao trabalhar com a literatura literária, 
oriente seus alunos para a função ideológica dos textos literários pois a 
literatura se alimenta na fonte de valores culturais. 
[...] o desafio do professor é ajudar os alunos a elaborar ou 
rever suas interpretações iniciais, sem descartar totalmente 
suas primeiras leituras. O professor deve colaborar com os 
alunos, visando à construção/reconstrução de interpretação, e 
não simplesmente apresentando leituras já prontas (BEACH, 
MARSHALL, 1991 apud SILVA, 2003, p. 520). 
 
 O leitor deve desenvolver aptidões como a capacidade de reconhecer a 
linguagem literária e sistematizar seu entendimento de acordo com o seu 
conhecimento de mundo. A qualidade dessa formação pode ser medida pelo 
grau de complexidade e organização das interpretações apresentadas. Ao 
trabalhar o texto literário deve-se deixar de lado o preconceito linguístico e as 
diferenças culturais. O papel da escola e do professor neste contexto, é 
estimular a reflexão de diversas culturas presentes no ambiente social, desta 
forma o aluno/leitor desenvolverá sua capacidade comunicativa e poderá 
desempenhar seu papel na sociedade com segurança e discernimento. 
 
14 
 
 
 
 
 
 
2 PARTE II: PROCEDIMENTOS DE ESTÁGIO 
 
2.1 METODOLOGIA 
A metodologia inicial desta pesquisa reside no método descritivo, pois 
esta fase inicial da realização do Estágio III, inclui o Roteiro de Observação 
com o acompanhamento do professor titular da turma a ser observada. Neste 
momento da pesquisa, que visa descrever algo, e fazer uma análise descritiva 
do objeto de estudo, o pesquisador não pode interferir em momento algum no 
objeto de estudo. 
A observação é uma técnica de coleta de dados, que para conseguir se 
utiliza de ver e ouvir, além examinar fenômenos que se deseja estudar. 
Segundo Gil o método observacional é um dos mais utilizados nas ciências 
sociais e apresenta alguns aspectos interessantes. “Por um lado, pode ser 
considerado como o mais primitivo e, consequentemente, o mais impreciso. 
Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos mais modernos visto ser o que 
possibilita o mais elevado grau de precisão nas ciências sociais”. (GIL, 2008, 
p.18). 
Usar-se-á a técnica da observação não estruturada ou assistemática, ou 
seja, uma observação espontânea, informal, simples, livre, que consiste em 
recolher e registrar os fatos da realidade sem que o pesquisador utilize meios 
técnicos especiais, ou precise fazer perguntas diretas. É mais empregada em 
estudos exploratórios e não tem planejamento e controle previamente 
elaborados. 
“A observação ajuda o pesquisador a identificar e a obter 
provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivíduos não 
têm consciência, mas que orientam seu comportamento. 
Desempenha papel importante no contexto da descoberta e 
obriga o investigador a um contato mais direto com a realidade. 
15 
 
É o ponto de partida da investigação social.” (MARCONI & 
LAKATOS, 2018, p.83) 
 
 Para Ander-Egg (1978, p. 97), a observação assistemática “não é totalmente 
espontânea ou casual, porque um mínimo de interação, de sistema e de 
controle se impõe em todos os casos, para chegar a resultados válidos”. O 
pesquisador vai observar uma parte da realidade, a partir de sua proposta de 
trabalho e das próprias relações que se estabelecem entre os fatos reais. 
 Este Roteiro de Observação consiste em 20 horas aula, em duas turmas do 
segundo e terceiro anos respectivamente, do Ensino Médio. Esta fase inicial da 
pesquisa descritiva serve para relatar fatos observados, características ou 
técnicas padronizadas utilizadas em sala de aula pela professora de literatura, 
e tem como principais fontes de pesquisa a observação das aulas ministradas 
pelo professor titular e a análise do Projeto Político Pedagógico e do 
Regimento Escolar. 
 A pesquisa será realizada nas aulas de Literatura, na Escola Estadual de 
Ensino Médio Galópolis, onde serão assistidas 20 horas aula em duas turmas 
do segundo e terceiro anos respectivamente, do turno da noite. Serão 
observados os métodos e técnicas de ensino utilizados pelo professor, 
conteúdos, principais dificuldades encontradas pelos alunos, etc. 
 Desta forma visando descrever as características da população pesquisa, o 
estabelecimento das relações entre os alunos e professores e demais 
personagens da comunidade escolar, a observação permitirá uma descrição da 
situação no momento da pesquisa. Esta metodologia é denominada pesquisa 
Descritiva. 
 Segundo Prodanov e Freitas, a pesquisa descritiva: 
Observa, registra, analisa e ordena dado, sem manipulá-los, 
isto é, sem interferência do pesquisador. Procura descobrir a 
frequência com que um fato ocorre, sua natureza, suas 
características, causas, relações com outros fatos. Assim, para 
coletar tais dados, utiliza-se de técnicas específicas, dentre as 
quais se destacam a entrevista, o formulário, o questionário, o 
teste e a observação (PRODANOV e FREITAS, 2013, p. 52). 
 Dando continuidade a pesquisa, do ponto de vista dos procedimentos 
técnicos, será utilizada a pesquisa bibliográfica, de referências teóricas 
16 
 
analisadas e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos 
científicos, páginas da web, sites, etc. sempre incluído materiais pertinentes a 
metodologia das aulas de Literatura no Ensino Médio, PCNs, Legislação sobre 
a educação básica, etc. 
 A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento dos dados não é 
mera repetição do que foi escrito e dito, mas o pesquisador procura um novo 
enfoque, novas conclusões, ideias inovadoras. À medida que a pesquisa 
avança o pesquisador reúne sistematicamente referências, informações, 
transcrevem dados, anota o essencial e vai desenvolvendo seu trabalho. 
Segundo Oliveira: 
A técnica bibliográfica busca encontrar as fontes primárias e 
secundárias e os materiais científicos e tecnológicos 
necessários para a realização do trabalho científicoou técnico-
cientifico. Pode realizar-se em bibliotecas públicas, faculdades, 
universidades e, atualmente, nos acervos que fazem parte de 
catálogos coletivos e das bibliotecas virtuais. (OLIVEIRA, 
2002). 
 
 Marconi & Lakatos, afirmam que toda pesquisa bibliográfica deve basear-se 
em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação bem 
sucedida de problemas. Para ser válida, apoiando-se em fatos observados e 
aprovados, resultantes da pesquisa. (MARCONI & LAKATOS, 1990, p. 17). 
Portanto é procurar uma informação que não se sabe e que se precisa saber. 
Pesquisa pode ser sinônimo de busca, investigação, de indagação. 
 A Pesquisa bibliográfica a localização e consulta de diversas fontes de 
informações escritas ou não para coletar dados gerais ou específicos a respeito 
de determinado tema. Sua vantagem é proporcionar ao pesquisador uma gama 
muito ampla de informações para a realização do trabalho de pesquisa. Ao final 
da pesquisa, realizaremos uma análise qualitativa dos resultados que 
obtivermos, com o objetivo de analisar e compreender os dados coletados no 
decorrer da realização deste trabalho. Neste momento da pesquisa faremos 
uma análise interpretativa dos materiais observados nas aulas de Literatura, 
dos dados levantados junto à escola, das informações, pesquisadas nas 
bibliografias, etc. 
17 
 
A pesquisa qualitativa não se preocupa com a 
representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento 
da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc. 
Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa apõem 
se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa 
para todas as ciências, já que as ciências sociais têm sua 
especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. 
(GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 31). 
 
 Através da realização da pesquisa qualitativa, buscaremos compreender e 
analisar as aulas de Literatura e a utilização do Texto, da leitura, da 
interpretação textual e da criação de textos, sempre observando como os 
alunos sofrem as influências deste processo de aprendizagem, se suas 
experiências e se suas realidades interferem neste processo. Vamos tecer 
comentários acerca dos conteúdos propostos e de que forma foram propostos, 
e também analisar o PPP da escola e sua relação com os PCNs. 
 A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no 
processo de pesquisa qualitativa. Ela não se utiliza de métodos e técnicas 
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o 
pesquisador é o instrumento chave. (GIL, 2008). A pesquisa qualitativa é um 
método de investigação cientifica que se foca no caráter subjetivo do objeto 
analisado, ela está mais relacionada no levantamento de dados sobre 
motivações de um grupo, em compreender e interpretar determinados 
comportamentos. 
 E por último realizar-se-á a análise e interpretação de dados, neste caso, 
deve-se analisar os dados a partir dos pontos de divergência e dos eventuais 
pontos de convergência encontrados. A interpretação procura dar significado 
ao material pesquisado, a fundamentação teórica, a revisão da literatura, 
pontuando-os com as ideias com as quais encontramos durante a realização 
da observação em relação aos objetivos propostos e ao tema. 
 Segundo Dencker, “o objetivo da análise é reunir as informações de forma 
coerente e organizada, visando responder o problema de pesquisa. A 
interpretação proporciona um sentido mais amplo aos dados coletados, 
fazendo a relação entre eles.” (DENCKER, 2000). 
18 
 
2.2 CRONOGRAMA 
Todo trabalho de pesquisa requer uma disciplina intelectual, sendo 
absolutamente necessário que se organize um cronograma de trabalho, 
sequencial, onde se possa avaliar o estágio do processo de desenvolvimento 
da pesquisa. A falta de organização do tempo disponível para a realização das 
inúmeras tarefas que a vida acadêmica requer muitas vezes geram dificuldades 
de execução do processo sugerido pela instituição de ensino ao qual o aluno 
está vinculado. O cronograma de uma pesquisa é uma previsão ou estimativa 
do tempo necessário para cada etapa do trabalho. Esse planejamento garante 
um ritmo constante de atividades, livre de sobressaltos. Na prática geralmente 
é um gráfico, planilha, lista ou texto corrido no qual estão marcadas as datas de 
início e fim de cada momento da pesquisa. O cronograma é uma projeção. 
Cada pesquisa tem seu tempo. O tempo é proporcional a profundidade 
esperada de cada trabalho de pesquisa. Abaixo segue o cronograma de 
atividades na Escola Estadual de Ensino Médio Carminha Vasconcelos. As 
atividades de estágio serão desenvolvidas conforme o cronograma a seguir: 
Escola: EEMTI Carminha Vasconcelos 
Disciplina: Língua Portuguesa 
Data Turno e Horário Detalhamento das Atividades 
13/05/2024 Manhã – 7h30 às 12h Diálogo com a direção da escola. 
Leitura do PPC e Regimento 
escolar. 
14/05/2024 
 
Manhã – 7h30 às 12h 
 
Observação de 2 aulas de Língua 
Portuguesa na Turma 1° ano A e 3 
Língua Portuguesa na Turma 1° ano 
B 
15/05/2024 Tarde 12:30 às 14:10h Observação de 2 aulas de Língua 
Portuguesa na Turma 1° ano A 
16/05/2024 Tarde 14:30 às 16:10h Observação de 2 aulas de Língua 
Portuguesa na Turma 1° ano C 
17/05/2024 Tarde 14:30 às 16:10h Observação de 2 aulas de Língua 
Portuguesa na Turma 1° ano D 
20/05/2024 
 
Manhã – 7h30 às 9h10 
 
Entrevista com o professor de 
Língua Portuguesa das turmas do 1° 
ano do ensino médio. 
21/05/2024 
 
Manhã – 7h30 às 12:30h 
 
Entrevista com a diretora sobre os 
projetos de leitura na escola. 
21/05/2024 
 
Tarde – 12h30 às 16:10h 
 
Entrevista com a regente do centro 
de multimeios da escola sobre os 
projetos de leitura na escola. 
 
19 
 
REFERÊNCIAS 
ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a las técnicas de investigación social: 
para trabajadores sociales . 7. ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978. 
 
ALONSO, Maria Elvira Charría de; GÓMEZ, Ana González. Hacia una nueva 
pedagogia de la lectura. 2. ed. Santafé de Bogotá: Procultura: Cerlalc, 1993. 
 
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: 
MEC/Semetec. 2002. http://portal.mec.gov./seb/arquivos//pdf/blegais.pdf-último 
acesso em 22/03/2019. 
 
CABRAL, Sara Regina Scotta. CAVALCANTE, Moema. PEREIRA, Mara Elisa 
Matos. Metodologia de ensino da Literatura. Curitiba: Intersaberes, 2012. - 
(Série por Dentro da Literatura). 
 
CÂNDIDO, Antonio. O Direito a Literatura. Vários Escritos 3 ed. São Paulo: 
Duas Cidades, 1995. 
 
CAVALCANTE, Mônica Magalhães. Os Sentidos do texto. São Paulo: 
Contexto, 2012. 
 
 
DENCKER, Ada de Freitas M. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 
4. ed. São Paulo: Futura, 2000. 
 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua 
Portuguesa. São Paulo: Nova Fronteira, 1999. 
 
GARGANTA DA SERPENTE. História Da Literatura. Disponível 
http://gargantadaserpente.com/historia/index.shtml. Acesso em: 20 de marco 
de 2019. em: 
 
GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa. 
Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009. 
 
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 6 ed. São Paulo: 
Atlas, 2008. 
 
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6 ed. 13ª 
impressão. São Paulo: Editora Ática, 2008. MARCONI, Marina de Andrade. 
LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: Planejamento e execução de 
pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e 
interpretação de dados. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1990. 
 
MARCONI, Marina de Andrade. LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 
8. ed. Reimpr.]. - São Paulo: Atlas, 2018. [2. 
 
20 
 
OLIVEIRA, Sílvio Luiz de. Metodologia cientifica aplicada ao direito. São 
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. 
 
PAULA, Laura da Silveira. Teoria da Literatura. Curitiba: Intersaberes, 2012. - 
(Série Literatura de foco). 
 
PAZ, Octavio. O arco e a Lira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1982.PEREIRA, Cilene da Cunha. NEVES, Janete dos Santos Bessa. 
Ler/falar/escrever. Práticas discursivas no ensino Médio: uma proposta 
teórico-metodológica. Rio de Janeiro: Lexikon, 2012. 
 
PORTOLOMEOS, Andréa. Márcio Rogério de Oliveira Cano (org.). Literatura e 
subjetividade: aspectos da formação do sujeito nas práticas do Ensino 
Médio. São Paulo: Blucher, 2018. 
 
PRELORENTZOU, Renato. Gilgámesh: A História mais antiga do mundo. 
Disponível 
em:https://cultura.estadao.com.br/blogs/renatoprelorentzou/gilgamesh-a-
historia-mais-antiga-do- mundo/Renato Prelorentzou - 27 de abril de 2018. 
Acesso em: 19.03.2019. 
 
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. D. Metodologia do Trabalho Científico: 
Métodos e técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. 2 ed. Novo 
Hamburgo: Universidade Feevale, 2013. 
 
PROENÇA FILHO, Domício. A Linguagem Literária. 8. Ed. São Paulo: Ática, 
2007. 
 
QUADROS, Deisily de. Metodologia de ensino da Literatura Juvenil. 
Curitiba: Editora Intersaberes, 2019. 
 
RAMOS, Flávia Brocchetto. VOLMER, Lovani. COSTA, Maraísa Mendes. 
(Orgs). Vivências de Literatura no Ensino Médio [recurso eletrônico]. Caxias 
do Sul: Educs, 2014. 
 
SARTRE, Jean-Paul. Em defesa dos intelectuais. Textos comentados. São 
Paulo: Marco, 1979. 
 
SILVA, Daniel Neves. "O que é a Epopeia de Gilgamesh?"; Brasil Escola. 
Disponível em . Acesso em: 20 de marco de 2019. 
 
SILVA, I. M. M.Literatura em sala de aula: da teoria literária à prática escolar. 
Anais do Evento PG Letras 30 anos, v. I, n. 1, p5, 2003 514-527. Disponível 
em :www.pgletras.com.br/Anais-30 anos /Doc s/ Artigos /5%20Me lhores 
%20teses%20%e%20d isser ta%C 3%A7%C3%B5es /5.2_Iva nda.pd f . 
Acesso em: 22.03.2019. 
 
PORTAL SÃO FRANCISCO. Alguns Conceitos sobre literatura. Disponível 
em: . Acesso em: 21.03.2019. 
21 
 
APÊNDICES 
APÊNDICE I - ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO 
 
1. Caracterização da Instituição em relação à Educação Básica 
Organização: 
A Escola Estadual de Ensino Médio Carminha Vasconcelos, situa-se à Rua 
Nossa Senhora de Fátima, número 309, no Bairro São José, no município de 
Morrinhos - CE. Atualmente a escola atende em torno de 380 alunos com 
modalidade de ensino integral de turnos, com idades variadas entre 15 e 18 
anos. São na maioria de classe baixa e baixa renda. A escola tem um quadro 
de funcionários que compreende 38 professores e auxiliares gerais. Atualmente 
o Estado não disponibiliza psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos ou 
qualquer tipo de equipe de apoio. A escola possui uma equipe Diretiva formada 
pela Diretora e vice-diretoras, 2 Coordenadores Pedagógicos. Estes por sua 
vez exercem a função de articular, elaborar, propor, problematizar, mediar e 
operacionalizar e acompanhar a Proposta Pedagógica da escola, a partir das 
deliberações e encaminhamentos do Conselho Escolar, bem como coordenar, 
observar e zelar pelo respeito às normas regimentais. Os pais e/ou 
responsáveis participam das atividades da escola, entretanto percebe-se um 
crescimento da participação efetiva dos pais no decorrer do ano letivo. 
Percebe-se, que a responsabilidade na maioria das vezes está sendo 
transferida para a escola, assim o trabalho torna-se mais evasivo sem o apoio 
dos responsáveis. se A escola preocupa- com o crescimento integral do aluno, 
proporcionando atividades diferenciadas ao longo do ano letivo, as quais visam 
a integração entre professores, alunos e comunidade. Isso tudo levando o 
aluno a vivenciar situações de pesquisa, criatividade, desenvolvimento de 
habilidades, de compromisso com a formação crítica e consciente de valores. 
Infraestrutura: A instituição possui um prédio em alvenaria, possui 12 salas de 
aula, biblioteca, laboratório de ciências, laboratório de informática, sala de 
professores, secretaria, sala se coordenação pedagógica, cozinha, área de 
serviço, depósito e banheiros. A escola conta com equipamentos de Datashow 
em todas as salas de aula, notebooks com internet, notebooks e recursos 
humanos qualificados para a utilização dos mesmos. As salas de Recursos, 
Sala Recursos AAE constituem-se de mobiliários, materiais didáticos e 
22 
 
pedagógicos de acessibilidade e equipamentos específicos os quais são 
utilizados recursos e procedimentos metodológicos adequados às 
necessidades do estudante, contribuindo para a construção do conhecimento, 
da autonomia, da independência, e da cidadania. 
Infraestrutura: 
Na inexistência da Sala de Recursos para Atendimento Educacional 
Especializado - AEE, Segundo o PPP da escola, deveria ser ofertado o 
atendimento do professor de Educação Especial sob a forma de itinerância, 
com professores especializados que fariam visitas periódicas às escolas para 
trabalhar com os estudantes, público alvo da educação especial e com seus 
respectivos professores de classe da rede regular de ensino, mas como 
comentado anteriormente neste ano a escola ainda não possui equipe de apoio 
itinerante. A escola possui um pátio grande, possui também uma quadra de 
poliesportiva, onde alunos praticam atividades nas aulas de Educação Física, 
pois a escola não possui quadra de esportes coberta. 
 
Projeto Político-Pedagógico e Regimento Escolar 
A Escola Estadual de Ensino Médio Carminha Vasconcelos, tem por base uma 
educação democrática e humanística, partindo da realidade onde está inserida, 
numa proposta pedagógica que favoreça a construção de aprendizagens 
significativas, para que o educando adquira espírito crítico e participativo, o que 
o torna um cidadão consciente, capaz de interagir e intervir na sociedade e no 
mundo do trabalho. A proposta metodológica da escola privilegia o ensino 
enquanto construção do conhecimento, o desenvolvimento pleno das 
potencialidades do estudante e sua inserção no ambiente social, utilizando 
para isso os conteúdos curriculares da base nacional comum e os temas 
transversais, trabalhados em sua contextualização, valorizando a cultura da 
comunidade e propiciando o acesso ao saber local, regional e universal da 
humanidade. No que diz respeito à relação ensino aprendizagem cabe ao 
professor ensinar, analisar crítica e profissionalmente as relações, estudante x 
professor e estudante x estudante, compreendendo o seu estudante parceiro, 
atendendo-o nas suas necessidades. Desta forma é de competência do 
professor buscar identificar as necessidades educacionais evidenciadas pelo 
estudante, planejando, intervindo, implantando e reajustando os passos, em 
23 
 
função das observações feitas no desenvolvimento do processo de ensino 
aprendizagem, priorizando ao atendimento aos estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, 
propondo suporte que atenda o processo do sujeito, como agente de seu 
conhecimento a partir de sua singularidade, tendo como parâmetro as 
construções do próprio estudante. A concepção da inclusão educacional 
expressa o conceito de sociedade inclusiva como aquela que não elege, não 
classifica e nem segrega indivíduos, mas modifica seus ambientes, atitudes e 
estruturas para tornar-se acessível a todos. A ação pedagógica pressupõe a 
interação dos componentes curriculares nas áreas do conhecimento, através 
da interdisciplinaridade e contextualização com situações de aprendizagem que 
atendem aos compromissos científicos e filosóficos da Escola. A escola tem 
por objetivos: valorizar o estudante; reconstruir o fazer didático e pedagógico 
em um processo coletivo; proporcionar ao estudante condições de 
aprendizagem, proporcionar ao estudante condições para desenvolver as 
habilidades e competências cognitivas, acompanhar as atitudes previstas na 
Proposta Pedagógica e avaliá-la continuamente, incentivar os educadores na 
busca de qualificação, proporcionar a todo educando inclusão sendo ele 
deficiente ou não. A escola tem como filosofia a democratização da gestão, 
como direito de todos à Educação, representa a garantia de acesso à escola, 
ao conhecimentocom qualidade social, permanência com aprendizagem ao 
patrimônio cultural e, especificamente, à cidadania. A avaliação do rendimento 
escolar do estudante é parte integrante do processo ensino aprendizagem. É 
um processo global, contínuo, progressivo e sistemático sobre os 
desempenhos evidenciados no decorrer do processo de ensino e 
aprendizagem, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos. 
Sendo assim, são observados o domínio das habilidades e competências 
envolvendo as áreas de conhecimento, utilizando métodos e instrumentos 
diversificados, coerentes com as concepções e finalidades educativas 
expressas no PPP da Escola. 
A avaliação é processual, diagnóstica, formativa e somativa. A escola salienta 
que entre estes preceitos a importância da interdisciplinaridade e a ênfase no 
trabalho das áreas do conhecimento. A finalidade da avaliação é diagnosticar 
avanços e entraves, para intervir, agir, problematizar e redefinir rumos a serem 
24 
 
percorridos. Propicia a mudança e a transformação, desta forma, não se reduz 
a uma atribuição de notas e conceitos ou pareceres para a aprovação ou 
reprovação, já que o processo educacional não pode ser tratado nem reduzido 
a esses aspectos. A expressão de Resultados na Construção da Aprendizagem 
do 1º ao 3º ano do Ensino Médio decorre da análise do desenvolvimento do 
trabalho escolar durante e ao final do período letivo, construídos pelos 
professores nas reuniões de Conselho de Classe. Como síntese desta 
construção coletiva das Áreas do Conhecimento, em interface com a auto 
avaliação do estudante, após o planejamento, a execução e avaliação do 
desempenho do estudante e seu processo de construção do conhecimento, 
estabelece por consenso, como expressão do resultado parcial trimestral e final 
para o ensino médio, a seguinte formulação: Construção Excelente da 
Aprendizagem (CEA) - resulta na aprovação do aluno Construção Satisfatória 
da Aprendizagem (CSA) - l resulta na Aprovação do Estudante. Construção 
Parcial da Aprendizagem (CPA), ao final do período letivo o estudante que 
recebe como resultado final o conceito CPA em uma área do conhecimento 
está aprovado devendo realizar o PPDA. Ao final do ano letivo estudante que 
receber CPA, em mais de uma área de conhecimento é considerado com CPA 
está reprovado. Construção Restrita da Aprendizagem (CRA) - expressa a 
restrição circunstancial. No final do ano, se o conceito CRA for atribuído ao 
estudante em mais de uma área de conhecimento, determina a retenção, e o 
estudante está reprovado. A avaliação dos estudantes com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, é 
construída de forma articulada com os profissionais que realizam o 
Atendimento Educacional Especializado - AEE e com o coletivo dos 
professores da escola. Nesta instituição os estudos de recuperação acontecem 
paralelos ao ano letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, mediante o 
acompanhamento do professor. Os estudos de recuperação podem ser 
realizados de forma individual ou coletiva, através de novas situações e 
atividades, descritas no PPDA e devidamente registradas no Diário de Classe. 
Em casos de acentuada necessidade de investigação e intervenção 
pedagógica no processo de construção do conhecimento do estudante, será 
ofertado atendimento específico e, nas situações de estudantes com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
25 
 
habilidades/superdotação, será ofertado o Atendimento Educacional 
Especializado - AEE. Para os alunos considerados reprovados, ao final do ano, 
será elaborado um planejamento de atividades pedagógicas presenciais, com 
nova avaliação e conselho de classe que serão desenvolvidas pelos 
professores logo após o final do ano letivo, respeitando o calendário escolar. 
2. Caracterização do corpo docente 
 A escola possui 35 professores, todos possuem formação acadêmica em 
suas respectivas áreas. Desses, dois estão na biblioteca, um como regente do 
Laboratório de Informática na Direção Escolar, dois na Coordenação 
Pedagógica. Desses dez são concursados os demais são contratos 
temporários. Desses, Oitos residem em localidades e os demais na sede. Os 
professores tem suas cargas horarias de acordo com suas respectivas 
formações. 
3. Caracterização do professor regente 
Aspectos gerais 
A professora regente é formada em Letras pela Universidade do Vale Acaraú, 
pós graduada em libras, Língua Inglesa. A professora possui experiencia e está 
na escola desde 2021 com vinculo temporário. A professora é adepta da 
tecnologia, sempre usando recursos tecnológicos para melhorar a 
aprendizagens dos discentes. A professora possui um excelente vinculo afetivo 
com os alunos. A professora reside próximo a escola. E a mesma está sempre 
fazendo cursos para melhorar o ainda mais a sua formação. 
Planejamento didático-pedagógico 
 Os planejamentos ocorrem semanalmente nas terças-feiras, de forma 
coletiva com troca de experiencias e supervisão do PCA. No planejamento é 
pensado em estratégias para aqueles alunos com dificuldade para melhor 
interação dos mesmos. Há um horário para a recomposição das 
aprendizagens, e em uma aula de 50 minutos a o projeto da Crede 3 – Circulo 
de Leitura. 
4. Caracterização das turmas em que realizará regência 
Aspectos gerais 
As turmas as quais farei observação, tem o número de alunos de variam de 35 
á 46 alunos. Os alunos tem faixa etária entre 14 e 16 anos. As salas possuem 
26 
 
recursos tecnológicos como Tvs em cada sala e Internet Wi-Fi em cada sala, á 
espaço na escola que promove uma educação com equidade. 
 
 
APÊNDICE II - PLANO DE AULA 1 
Dados de identificação da Instituição Concedente 
Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS 
Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO 
Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES 
Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL 
Turma/Ano: 1° ANO A 
Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES 
 
Disciplinas: Literatura 
 
Conteúdo: Romantismo em Portugal: Contexto Histórico e Cultural, 
Características do Período Literário, Principais Autores, Primeira Geração 
Romântica Portuguesa, Biografia e obras de Almeida Garrett.: 
 
Objetivos: 
• Identificar o conhecimento prévio dos alunos sobre Romantismo; 
• Apropriar-se dos conceitos do Período Literário do Romantismo; 
• Realizar análises de poesias; 
• Experienciar a estética por meio de poesias; 
• Identificar e diferenciar obras literárias românticas e não românticas; 
• Estimular a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. 
 
Recursos: lousa, textos impressos. 
 
Sequência didática: 
1 - Introdução ao tema: Perguntar aos alunos se eles já amaram alguém e não 
foram correspondidos? E se não existisse outra forma de comunicar-se com 
esse amor a não ser uma caneta e um papel, o que vocês escreveriam? 
Comentários! 
2 - Desenvolvimento da aula: Pergunte aos alunos se já aprenderam sobre a 
época do rompimento do Brasil-colônia com Portugal nas aulas de História e 
27 
 
peça que lhe diga o que sabem/lembram sobre o assunto. Depois de ouvir os 
alunos, completar o que foi dito com o contexto histórico da época e a 
literatura. Entregar as folhas impressas com o conteúdo sobre o Romantismo 
em Portugal, efetuar a leitura e a explicação de todo conteúdo. 
3 - Durante a explicação iniciaremos estudo da Primeira Geração do 
Romantismo em Portugal, e vamos dar uma atenção especial ao autor que 
marca o início do romantismo em Portugal: Almeida Garrett. Vamos realizar a 
leitura de dois poemas do autor presentes no material impresso, analisar e 
comentar os poemas. 
Avaliação: 
A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os aspectos 
qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através da 
participação em sala de aula por meio de observação e análise do 
envolvimento dos estudantes com as atividadesrealizadas durante a regência. 
Referências: 
 
GARRETT, Almeida. Seus Olhos. Disponível em: 
http://www.citador.pt/poemas/seus-olhos-almeida garrett. Acesso em 
29.03.2019. 
 
FRAZÃO, Dilva. Almeida Garrett. Disponível em: 
https://www.ebiografia.com/almeida_garrett/. Acesso em 29.03.2019. 
 
SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos Centro 
Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. 
 
SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. 
Disponível em . Acesso em 29 de marco de 2019. 
 
Anexos: Folhas impressas com o conteúdo e poemas. 
 
Material impresso para ser entregue aos alunos: 
O ESPÍRITO CRIADOR E LIVRE - PERÍODO ROMÂNTICO 
 
28 
 
Romantismo floresceu em todos os países ocidentais (Alemanha, Inglaterra, 
França, Irlanda, etc.) Fatos históricos importantes. O Romantismo está ligado à 
Revolução Industrial e à Revolução Francesa, dois acontecimentos que 
mudaram a história da Europa e colocaram em evidência valores burgueses 
como o individualismo e a desobediência aos valores pré-estabelecidos. 
 
ROMANTISMO EM PORTUGAL 
 
CONTEXTO HISTÓRICO PORTUGUÊS - Em Portugal, a tendência se 
desenvolveu a partir de 1836, nessa época o país passava por uma profunda 
crise econômica, política e social. A situação do país se agravava com a 
invasão napoleônica e a independência econômica do Brasil, em 1820, iniciou-
se uma revolução liberal para a modernização do país. Em 1836, levadas da 
França e da Inglaterra pelos emigrados durante a revolução, as ideias 
românticas começaram a fluir e se desenvolver em Portugal. Em Portugal, o 
Romantismo começou com a publicação do poema Camões, de João de 
Almeida Garrett. Escrito no momento em que o país se encontrava sob domínio 
inglês e enfrentava graves perturbações políticas, o poema tenta resgatar o 
passado e o orgulho do povo português. 
 
PRINCIPAIS ESCRITORES PORTUGUESES - Alexandre Herculano (A Voz do 
Profeta, O Panorama, A Harpa do Crente, Eurico, Presbítero, A História de 
Portugal) e Almeida Garrett (Camões, Dona Branca, Viagens na Minha Terra, 
Flores sem fruto, Folhas Caídas). Antonio Feliciano de Castilho, Oliveira 
Marreca. 
 
ESTÉTICA DA POESIA E DA PROSA ROMÂNTICA - Opunha-se aos 
clássicos, às regras e modelos fixos, desejando certa liberdade na maneira de 
criar, liberdade de expressão (linguagem coloquial). Centra-se na Valorização 
do Eu e da Liberdade. 
 
CARACTERÍSTICAS - Libertação Estilística (Oposição ao classicismo), 
Exacerbação, Subjetivismo (sonho, devaneio, atitude emotiva, melancolia), 
Idealização da mulher Sentimentalismo, Idealização, Nacionalismo ou 
Patriotismo Culto ao Fantástico Culto à Natureza, Saudosismo. 
 
GERAÇÕES ROMÂNTICAS EM PORTUGAL - PRIMEIRA GERAÇÃO - 
empenhada em implantar o Romantismo em Portugal, apresenta ainda 
influências neoclássicas e certa preocupação com questões históricas e 
políticas. Entre seus autores, destacam-se João de Almeida Garret e Alexandre 
Herculano cujas produções tendem ao subjetivismo extremado, ao 
medievalismo, ao nacionalismo e à idealização da mulher. 
 
PRINCIPAIS AUTORES: 
29 
 
1. Almeida Garrett escreveu teatros (O Alfageme de Santarém, D.Filipa de 
Vilhena, A Sobrinha do Marquês, Frei Luís de Sousa) novelas (O Arco de 
Sant’Ana e Viagens na Minha Terra) e poesias (Camões, Lírica de João 
Mínimo, Flores sem Fruto, Folhas Caídas). 
2. Alexandre Herculano escreveu poesias (O Soldado, A Vitória e a Piedade, 
Tristezas do Desterro, O Mosteiro Deserto, A volta do Proscrito), romances (O 
Bobo; Eurico, o Presbítero; O Monge de Cister), lendas e narrativas (A 
Abóbada, O Bispo Negro, Dama Pé de Cabra), historiografia (Apontamentos 
para a História dos Bens da Coroa e Forais, História de Portugal). 
3. Antônio Feliciano de Castilho escreveu Escavações Poéticas, Crônica 
Certa e Muito Verdadeira da Maria da Fonte, Tosquia de um Camelo, Ajuste de 
Contas. 
4. Oliveira Marreca, economista, escreveu um dos primeiros tratados de 
economia em Portugal, intitulado Noções elementares de Economia Política, 
entre outros vários artigos sobre a mesma ciência. 
 
ALMEIDA GARRETT (1799 - 1854) 
 
 Nascido João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett, conhecido como 
Visconde de Almeida Garrett, nasceu em Porto em 1799 e faleceu em Lisboa 
em 1854, vítima de câncer. Destacou-se como escritor romântico, orador e 
Secretário de Estado Honorário Português. Estuda Direito, mas atua como 
jornalista, escreve poesias, prosas de ficção e teatro. Teve uma vida amorosa 
atribulada, tendo em vista seu romance adúltero com a Viscondessa da Luz, a 
qual serviu de inspiração para os seus poemas mais importantes. 
 Fundador do estilo romântico em Portugal, Almeida Garrett foi o criador do 
lirismo e da prosa moderna. É considerado por muitos autores, como o escritor 
português mais completo de todo o século XIX. Suas obras são as mais lidas e 
seu estilo influencia até os dias atuais gerações de artistas e escritores. Seus 
textos são marcados pela temática patriótica com forte caráter dramático, 
típicos dos escritores românticos. 
 Em 1823, Almeida Garrett exila-se na Inglaterra devido sua participação na 
Revolução Liberal do Porto. Em 1824, segue para a França, onde trabalha 
como correspondente comercial em Havre. Nesse período, influenciado por 
Shakespeare, começa a escrever poemas dentro do novo estilo romântico. Em 
Paris, publica o poema “Camões” (1825), marco inicial do Romantismo 
português. O tema do poema é a vida do poeta Luís Vaz de Camões e a 
composição de seu poema épico Os Lusíadas. Em 1826 publica “Dona 
Branca”, poema narrativo, de feição novelesca, em que as personagens e o 
assunto são nacionais. 
 Regressa para Portugal em 1826, e com a vitória da causa liberal é 
nomeado Ministro dos negócios estrangeiros. Em 1828 volta para a Inglaterra, 
devido ao restabelecimento do regime absolutista por D. Miguel. Em 1832, 
regressa ao Porto, como combatente da causa liberal. Em Portugal exerceu 
30 
 
diversos cargos políticos, trabalha na construção de teatros e continua 
publicando diversas obras. 
 A obra literária de Garret é considera como uma das mais importantes, 
inferior apenas à de Camões. A sua obra terá para sempre, no cânone da 
literatura portuguesa, o seu lugar de destaque. 
 
ALEXANDRE HERCULANO 
 
Alexandre Herculano (1810-1870) foi um escritor, historiador e jornalista 
português, um dos principais autores do Romantismo em Portugal. Alexandre 
Herculano de Carvalho e Araújo nasceu em Lisboa, e faleceu em Santarém. 
Foi historiador, romancista e poeta, e a ele se atribui a introdução do 
Romantismo em Portugal. Como historiador, foi um líder liberal, desfrutando de 
um prestígio nacional comparável ao de Victor Hugo na França. Alexandre 
Herculano publicou “Eurico, o Presbítero” (1844), é uma de suas obras mais 
importantes, tem como fundo a invasão de Portugal pelos árabes durante a 
Idade Média. O enredo baseia-se no amor de Eurico por Hermengarda. 
Recusado pela família dela, por ser de classe social diferente, Eurico entrega-
se à vida religiosa. Herculano analisa o tema de celibato clerical, mostrando 
sua incompatibilidade com a liberdade da paixão amorosa. 
 
Faça um comparativo entre duas obras de Almeida Garrett: socialização 
(anote os principais comentários): 
 
Retrato de Vênus 
Vénus, Vénus gentil! Mais doce, e 
meigo soa este nome, Ó Natureza 
augusta. Amores, graças, revoai-lhe 
em torno, Cingi-lhe a zona, que 
enfeitiça os olhos; Que inflama os 
corações, que as almas rende. Vem, 
ó Cipria formosa, oh! Vem do Olimpo, 
Vem com mago sorriso, com terno 
beijo, Fazer-me vate, endeusar-me a 
lira. (...) 
 
Almeida Garrett, 1821. 
Seus olhos 
Seus olhos - se eu sei pintar 
O que os meus olhos cegaram - 
Não tinham luz de brilhar, 
Era chama de queimar; 
E o fogo que a ateou 
Vivaz, elemo, divino,Como facho do Destino. 
Divino, eterno! - e suave 
Ao mesmo tempo: mas grave 
E de tão fatal poder, 
Que, um só momento que a vi, 
Queimar toda alma senti... 
Nem ficou mais de meu ser, 
31 
 
Senão a cinza em que ardi. 
 
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas' 
 
ANÁLISE DOS POEMAS - (gabarito para socialização) 
1. Retrato de Vênus - “materialista, ateu e imoral”. - Poema com 
características arcadistas, presença de musas, figuras da mitologia, 
idealização da mulher, compromisso com a beleza, retorno ao 
classicismo. 
2. Seus olhos - Caracteriza-se pela idealização da figura feminina, o eu 
poético ficou apaixonado. O tema da obra literária é o amor não 
correspondido. Nas duas estrofes: 
a) rima é interpolada e emparelhada - rima ABAABCC / DDEFFEF 
emparelhada. 
b) estrofes - sétimas (constituídas por sete versos). 
c) métrica - hexassilábico - (a contagem termina na última sílaba tônica). 
cruzada, interpolada, 
"Se eu sei pintar/o que os meus olhos chegaram”. A entidade que originou o 
estado emocional do poeta é uma figura feminina, como se pode comprovar 
pelo recurso ao pronome pessoal - “um só momento que a vi”. 
Assunto do poema - O sujeito poético viu os olhos de uma mulher e sentiu-
se completamente enamorado por ela, sentindo que os olhos dela o 
dominavam e aniquilaram. 
 
Tema –O amor - o eu lírico se apaixona por uma certa pessoa, dizendo que 
essa pessoa exerceu sobre ele um grande impacto, atração e sedução. Os 
olhos da amada, de acordo com o eu poético, não tinham “luz de vilhar,/ Era 
chama de queimar”. Ou seja, o que provoca no sujeito poético um 
deslumbramento tal que impossibilita uma relação amorosa feliz. Assim, a 
“chama” que caracteriza a “luz” dos seus olhos provoca no sujeito poético 
uma paixão destruidora. 
 
CARACTERÍSTICAS DO ROMANTISMO (Para dúvidas) 
Libertação Estilística - O Romantismo é oposição ao Classicismo dada a 
liberdade da criação existente nesse novo estilo que dispensa as regras 
exaltadas pelos clássicos e, inclusive, faz uso de uma linguagem muito 
próxima à coloquial. 
Exacerbação - manifestação exagerada das emoções, dos sentimentos, da 
figura do herói, do vilão, na separação entre o bem e o mal. 
Subjetivismo - Valorização de opiniões e expressão de pensamento de 
acordo com as percepções individuais em detrimento da objetividade. 
Idealização da mulher - a figura da mulher é criada pela idealização do 
artista. 
Sentimentalismo - Exaltação dos sentimentos, em detrimento do 
racionalismo. Há uma forte expressão de tristeza, melancolia e saudade. 
32 
 
Idealização - Visão ideal das coisas, que não são vistas de forma 
verdadeira, mas idealizadas, perfeitas. 
Nacionalismo ou Patriotismo - Como uma forma de recuperar o orgulho 
português e os seus valores, a pátria é exaltada, destacando-se apenas 
suas qualidades. 
Culto ao Fantástico - Forte tendência para a fantasia, para os sonhos, em 
detrimento à razão. 
Culto à Natureza - Forte tendência para expressar sentimentos situando-os 
em ambientes naturais. 
Saudosismo - Necessidade de refugiar-se no passado, com forte expressão 
de melancolia e saudade. 
 
PLANO DE AULA 2 
 
Dados de identificação da Instituição Concedente 
Nome da escola: EEMTI CARMINHA VASCONCELOS 
Diretor(a): LUÍZA AMÉLIA ARCANJO 
Coordenador(a): MARIA SUELI SOARES 
Tempo da aula: 45 MINUTOS Período: INTEGRAL 
Turma/Ano: 1° ANO A 
Nome do(a) Estagiário(a): FRANCISCO WILLIAM ALVES 
 
Disciplina: Literatura 
 
Conteúdo: Romantismo em Portugal: Contexto Histórico e Cultural, 
Características do Período Literário, Principais Autores, Primeira Geração 
Romântica Portuguesa, Almeida Garrett, Exercícios sobre o poema “Este 
inferno de amar!” de Almeida Garrett. 
 
Objetivos: 
• Apropriar-se dos conceitos do Período Literário do Romantismo; 
• Realizar análises de poesias; 
• Experienciar a estética por meio de poesias; 
• Identificar e diferenciar obras literárias românticas e não românticas; 
• Incentivar a leitura, formar jovens leitores e aumentar o vocabulário. 
 
Recursos: Lousa, textos impressos. 
 
Sequência didática: 
1 - Desenvolvimento da aula: (continuação da aula 1 - segundo período) - 
entrega da folha impressa 
33 
 
com o poema e com o questionário para realização de atividades em sala de 
aula 
2 - Inicialmente os alunos lerão a poesia e posteriormente realizarão as 
questões. 
3 - Depois de uns 25 minutos realizarei a conferência dos exercícios. 
 
Avaliação: A avaliação deverá ser continua e abrangente, priorizando os 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos. A avalição será realizada através 
da participação em sala de aula por meio de observação e análise do 
envolvimento dos estudantes com as atividades realizadas durante a regência 
 
 
Referências: 
GARRETT, Almeida. Este inferno de amar. Disponível em: 
http://www.citador.pt/poemas/este-inferno-de-amar-almeida-garrett.Acesso em: 
29.03.2019. 
 
SARDAGNA, Célio Antonio. Literatura Portuguesa/Caderno de Estudos 
Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial, SC: Grupo Uniasselvi, 2010. 
 
SILVA, Marina Cabral da. "O Romantismo em Portugal"; Brasil Escola. 
Disponível em. Acesso em 29 de marco de 2019. 
 
Anexos: Folhas impressas com o poema e o questionário. 
 
Folha impressa para entrega aos alunos 
EXERCÍCIOS DE LITERATURA - 2º ANO - (PRIMEIRA GERAÇÃO 
ROMANTISMO) 
Este Inferno de Amar 
Este inferno de amar - como eu amo! - 
Quem mo pôs aqui n'alma... quem foi? 
Esta chama que alenta e consome, 
Que é a vida - e que a vida destrói - 
Como é que se veio a atear, 
Quando - ai quando se há-de ela apagar? 
Eu não sei, não me lembra: o passado, 
A outra vida que dantes vivi 
Era um sonho talvez... - foi um sonho - 
Em que paz tão serena a dormi! 
34 
 
Oh! que doce era aquele sonhar... 
Quem me veio, ai de mim! despertar? 
 
Só me lembra que um dia formoso 
Eu passei... dava o sol tanta luz! 
E os meus olhos, que vagos giravam, 
Em seus olhos ardentes os pus. 
Que fez ela? eu que fiz? - Não no sei; 
Mas nessa hora a viver comecei... 
 
Almeida Garrett, in 'Folhas Caídas' 
 
1. A que episódio da biografia de Garrett parece estar associado o poema? 
2. A qual característica romântica corresponde a associação entre biografia e 
obra? 
3. O poema exprime a confusão dos sentimentos do amante. 
a) Comente a confusão de sentimentos no título do poema. 
b) Localize na primeira estrofe dois paradoxos que exprimem a confusão dos 
sentimentos. 
4. O sujeito Lírico evoca o tempo em que o amor era apenas um sonho. Os 
olhos de uma mulher despertaram-no, tornando sonho realidade. 
a) Qual é a diferença entre o sonho e a realidade do amor? 
b) Apesar dessa diferença, o poema termina com uma defesa do amor. 
Explique. 
5. Aponte as características do romantismo presentes no texto, exemplifique 
com palavras ou expressões nele constante. 
 
Gabarito de respostas 
GABARITO: 
1. O poema parece estar associado ao caso amoroso de Garrett com a 
Viscondessa da Luz. 
2. Corresponde ao confessionalíssimo, à preocupação em produzir uma obra 
lírica que seja a expressão sincera dos sentimentos do autor. 
3. a) O título já exprime as contradições do sentimento, que é o tema do 
poema: o amor, condição da felicidade, é causa de sofrimentos é um 
verdadeiro inferno para o sujeito lírico. 
3. b) “Esta chama que alenta e consome”, “e” “Que é a vida - e que a Vida 
destrói”. 
4. a) O sonho era doce e nele havia a paz; a realidade é o sofrimento, o 
“inferno”. 
4. b) A pesar dos sofrimentos que causa, o amor é a condição da “Vida”; o 
sujeito lírico afirma que só começou a viver quando o amor despertou. 
5. Subjetivismo - expressão do mundo interior do eu-lírico, de seus sentimentos 
em relação ao que é amar, esse traço é identificado na escrita em primeira 
pessoa ao uso da exclamação: Este inferno de amar - como eu amo! 
Eu-lírico romântico, egocêntrico e individualista (pensa nele

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