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Direito Constitucional I – Aula 03 – 23 de fevereiro de 2012
Classificação das Constituições
Classificar = separar em grupos diversos de acordo com a semelhança de cada uma
Não existe tecnicamente uma classificação certa ou errada, pode-se dizer que uma classificação é útil para os meus estudos ou inútil para os meus estudos.
Classificação quanto a ORIGEM
Tenho que observar de que maneira que o documento constitucional surgiu; e em qual ambiente essa constituição veio ao mundo, monárquico, aristocrático, democrático.
	- Promulgada (popular, democrática ou votada): é aquela que decorre de um movimento político popular; é a mais democrática das constituições; não é imposta; o constitucionalismo brasileiro tem base em Portugal.
A constituição pode surgir de uma Assembléia Nacional Constituinte ou de um Congresso Nacional Constituinte (apesar do preâmbulo da Constituição Brasileira afirmar que esta se derivou de uma Assembléia Nacional Constituinte, esta afirmação é falsa, pois na verdade ela surgiu de um Congresso Nacional Constituinte, vide abaixo).
- Assembléia Nacional Constituinte: é criada única e exclusivamente para se formar uma constituição, e após o atingimento deste objetivo a assembléia é dissolvida.
- Congresso Nacional Constituinte: é o congresso, o poder legislativo bicameral da União, que se investe de poder constituinte originário, e após o atingimento deste objetivo não se dissolve, mas se mantêm no poder, e na função de reformar e mantê-la atualizada.
	
	- Outorgada (imposta): enquanto a Constituição promulgada era democrática, a Constituição outorgada é antidemocrática, contra a democracia, significa dizer que ela vai ser imposta de forma unilateral pelo detentor do poder, a época.
	- Cesarista: continua sendo outorgada, mas após a outorga necessita de uma “autorização” do povo através de uma consulta popular (referendo ou plebiscito). 
	- Pactuada: Rei João Sem Terra era o monarca à época, mas a força dominante eram os burgueses, deste jogo de poder surge um pacto; um pacto entre as forças dominantes de uma sociedade e o monarca; surge da vontade de poucos (CF/1824).
Histórico das Constituições
- 1824: A Constituição foi imposta por D. Pedro I, foi outorgada; criou o Estado-confessional, que trazia uma religião oficial no caso a Católica Apostólica Romana, hoje ainda existem estados-confecionais: Índia, China; nesta época o Estado era unitário (havia apenas um ente jurídico com capacidade de legislar), as províncias não tinham capacidade legislativa apenas a União legislava, no caso o Imperador; criou a monarquia-hereditária; criou-se um 4º poder, o poder moderador que era o poder do Imperador; não tratava em nenhum momento sobre o hábeas corpus; trazia elencada alguns direitos fundamentais, dentre eles falava-se em liberdade apesar da escravidão dominante à época; ela inspirou-se na Constituição Inglesa, constitucionalismo inglês, e no Constitucionalismo Francês.
- 1891: A Constituição foi promulgada; sua fonte inspiradora foi a Constituição Americana; ela criou, instaurou a República e a Federação; separou-se o Estado e a Igreja, com isso o Brasil passou a ser um Estado-laico ou não confessional; abandonou-se o poder moderador, e voltou-se a divisão orgânica de poder de Montesquieu (Executivo, Legislativo e Judiciário); pregava-se o sufrágio universal (direito de votar) apesar das mulheres não poderem votar; o hábeas corpus foi constitucionalizado (primeira vez em uma constituição, no código penal do Império já existia); Rui Barbosa foi praticamente o autor único desta constituição.
- 1934: A Constituição foi promulgada, decorreu de uma Assembléia Nacional Constituinte, a fonte inspiradora dela foi a Constituição de Weimar (Constituição Alemã de 1919); antes desta nenhuma constituição tratava de assuntos econômicos, esta foi a passagem para o constitucionalismo social-econômico, que é deixar de ter temas apenas políticos e passou a versar sobre direitos sociais; constitucionalizou o mandado de segurança; constitucionalizou o voto feminino; constitucionalizou a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral e a Justiça Militar.
- 1937: A Constituição foi outorgada por Getúlio Vargas de forma unilateral, apesar de seu último artigo que deveria haver uma consulta popular, esta nunca aconteceu, transformando-a em uma constituição outorgada e não uma constituição cesarista; quem redigiu o texto foi Francisco Campos, conhecido como Chico Ciência; essa constituição foi apelidada de “constituição polaca” por ter sua inspiração na Constituição Polonesa de 1935; tinha o hábeas corpus, mas limitado; durante esta constituição o poder era centralizado nas mãos de Getúlio, fechando o Congresso Nacional, daí infere-se que a constituição era autoritária, a partir daí surgiu o decreto-lei; o Estado era composto, mas apenas no papel, pois na regra apenas Getúlio legislava, transformando-o em estado unitário na prática.
- 1946: A Constituição foi promulgada, decorreu de uma Assembléia Nacional Constituinte, dizem que foi a constituição mais democrática que já teve no Brasil; havia eleições diretas para presidente; voltaram os direitos sociais de 1934.
1967: A Constituição foi promulgada, mas o Congresso Nacional estava fechado à época, daí sabe-se que a constituição tinha um tom autoritário; voltou a ter o três poderes, mas todos estes centralizados nas mãos do chefe do executivo da União.
Ato Constitucional nº 5 – de 13 de dezembro de 1968: diz-se que foi uma nova constituição, mas não foi de fato, pois não houve o poder constitucional originário; cassou os direitos políticos; fechou o Congresso Nacional; restringiu a utilização do hábeas corpus; decretou Estado de Sítio permanente; e suspendeu as garantias constitucionais da Constituição de 1967.
1969: A Constituição foi outorgada por uma Junta Militar; Constituição autoritária; fechou-se o Congresso Nacional; cassaram-se os partidos políticos juntamente com os direitos políticos; restringiu-se ainda mais o hábeas corpus; e o presidente da república poderia cassar direitos políticos.
 1988: A Constituição foi promulgada pelo Congresso Nacional Constituinte; o hábeas corpus foi ampliado; os direitos fundamentais voltaram.
Quanto a FORMA
	- Escrita: o texto constitucional é reduzido a um texto solene, cerimonioso. A CF/88 é um exemplo dessa forma; a cada constituição escrita há uma inauguração de uma nova ordem jurídica, um novo Estado.
- Constituição Escrita Legal: vários textos, esses vários textos têm força constitucional.
		- Constituição Escrita Codificada: um único texto; exemplo CF/88.
	- Não escrita (consuetudinária ou costumeira): constituição baseada e aplicada em usos, costumes, práticas reiteradas onde todos obedecem acreditando ser obrigatória; exemplo Constituição Inglesa, na verdade ela é mista, pois podem existir documentos escritos, com força constitucional.
Quanto a ESTABILIDADE, MUTABILIDADE, ALTERABILIDADE ou CONSISTÊNCIA
	- Rígida: é aquela que exige para a sua modificação ou alteração um processo mais trabalhoso, mais dificultoso, mais burocrático do que as leis infraconstitucionais; só é possível ter o controle de constitucionalidade em constituições rígidas; exemplo: CF/88.

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