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Instrumentação 9a edição Marco Antônio Ribeiro Instrumentação 9a edição Marco Antônio Ribeiro Dedicado a Marcelina e Arthur, meus pais, sem os quais este trabalho não teria sido possível, em todos os sentidos. Quem pensa claramente e domina a fundo aquilo de que fala, exprime-se claramente e de modo compreensível. Quem se exprime de modo obscuro e pretensioso mostra logo que não entende muito bem o assunto em questão ou então, que tem razão para evitar falar claramente (Rosa Luxemburg) © 1978, 1982, 1986, 1989, 1992, 1995, 1997, 1999, 2002, Tek Treinamento & Consultoria Ltda Salvador, Outono 2002 Prefácio Qualquer planta nova, bem projetada para produzir determinado produto, sempre requer sistemas de instrumentação para fazer a medição, controle, monitoração e alarme das variáveis. A escolha correta dos sistemas pode ser a diferença entre sucesso e fracasso para uma unidade, planta ou toda a companhia. Também, como há uma rápida evolução das tecnologias e conseqüente obsolescência, periodicamente toda planta requer ampliações e modificações radicais que incluem a atualização dos seus instrumentos e seus sistemas de controle. Assim, técnicos e engenheiros que trabalham com o projeto, especificação, operação e manutenção de plantas de processo devem estar atualizados com a instrumentação e as recentes tecnologias envolvidas. O presente trabalho foi escrito como suporte de um curso ministrado a engenheiros e técnicos ligados, de algum modo, a estas atividades. Este trabalho de Instrumentação e um outro de Controle de processo constituem um conjunto completo para estudo e consulta. Neste trabalho, dá-se ênfase aos equipamentos e instrumentos e são apresentados três grandes temas: Fundamentos, Funções dos Instrumentos e Medição das Variáveis. Na primeira parte, de Fundamentos de Instrumentação, são apresentados os conceitos relacionados com Instrumentação, Terminologia, Símbolos e Identificação dos instrumentos analógicos e digitais; vistos os instrumentos sob a óptica de sistemas; mostradas a evolução e as ondas da instrumentação. São apresentados os parâmetros para a Especificação correta do instrumento individual, considerando o processo, ambiente, risco e corrosão. Na parte de Funções de instrumentos, são estudados individualmente os instrumentos, tais como sensor, transmissor, condicionador de sinal, indicador, registrador, totalizador, controlador e válvula de controle. Finalmente na terceira parte, são mostradas as tecnologias empregadas para medir as principais Variáveis de Processo, como pressão, temperatura, vazão nível, pH, condutividade e cromatografia, que são as variáveis mais encontradas nas indústrias químicas, petroquímicas e de petróleo. Sugestões e críticas destrutivas são benvidas, no endereço: Rua Carmen Miranda 52, A 903, CEP 41820-230, Fone (071) 452-3195 e Fax (071) 452-3058 e no e-mail: marcotek@uol.com.br . Marco Antônio Ribeiro Salvador, verão 1999 Autor Marco Antônio Ribeiro se formou no ITA, em 1969, em Engenharia de Eletrônica Durante quase 14 anos foi Gerente Regional da Foxboro, em Salvador, BA, período da implantação do polo petroquímico de Camaçari . Fez vários cursos no exterior e possui dezenas de artigos publicados nas áreas de Instrumentação, Controle de Processo, Automação, Segurança, Vazão e . Desde 1987, é diretor da Tek Treinamento & Consultoria Ltda. á, firma que presta serviços nas áreas de Instrumentação e Controle de Processo. i Conteúdo Fundamentos 1. Instrumentação Objetivos de Ensino 2 1. Instrumentação 2 1.1. Conceito e aplicações 2 1.2. Disciplinas relacionadas 2 2. Vantagens e Aplicações 3 2.1. Qualidade do Produto 3 2.2. Quantidade do Produto 3 2.3. Economia do Processo 4 2.4. Ecologia 4 2.5. Segurança da Planta 4 2.6. Proteção do Processo 4 2. Símbolos e Identificação 1. Introdução 1 2. Aplicações 1 3. Roteiro da identificação 1 3.1. Geral 1 3.2. Número de tag típico 1 3.3. Identificação funcional 1 3.4. Identificação da malha 2 4. Simbologia de Instrumentos 3 4.1. Parâmetros do Símbolo 3 4.2. Alimentação 3 4.3. Linhas entre os Instrumentos 6 4.4. Balão do Instrumento 6 5. Malha de controle 13 6. Sistemas completos 13 7. Referências bibliográficas 16 3. Sistemas de Instrumentação 1. Classes de Instrumentos 1 2. Manual e Automático 1 3. Alimentação dos Instrumentos 1 4. Pneumático ou Eletrônico 2 4.1. Instrumento pneumático 3 4.2. Instrumento eletrônico 3 5. Analógico ou Digital 4 5.1. Sinal 4 5.2. Display 5 5.3. Tecnologia 5 5.4. Função Matemática 5 5.5. Analógica Versus Digital 6 6. Burro ou inteligente 7 7. Campo ou sala de controle 8 7.1. Instrumento de campo 8 7.2. Instrumentos na sala 9 8. Modular ou integral 11 8.1. Painel de leitura 11 8.2. Instrumentos cegos 12 9. Dedicado ou compartilhado 13 10. Centralizado ou distribuído 13 11. Real ou Virtual 14 11.1. Instrumento real 14 11.2. Instrumento virtual 15 11.3. Controlador virtual comercial 15 4. Terminologia 5.1. Introdução 5.2. Definições e Conceitos Funções dos Instrumentos 0. Funções dos Instrumentos 1. Instrumentos de Medição 1.1. Introdução 1 1.2. Tipos de Medição 1 2. Aplicações da Medição 3 2.1. Controle 3 2.2. Monitoração 4 2.3. Alarme 4 3. Sistema de Medição 4 1. Elemento Sensor 1. Conceito 1 2. Terminologia 1 3. Modificadores 2 3. Princípios de transdução 3 4. Sensores Mecânicos 3 5. Sensores Eletrônicos 3 5.1. Sensor capacitivo 4 5.2. Sensor indutivo 4 5.3. Sensor relutivo 5 5.4. Sensor eletromagnético 5 5.5. Sensor piezoelétrico 5 5.6. Sensor resistivo 5 5.7. Sensor potenciométrico 6 5.8. Sensor strain-gage 6 5.9. Sensor fotocondutivo 6 5.10. Sensor fotovoltáico 6 5.11. Sensor termoelétrico 6 5.12. Sensor iônico 7 6. Escolha do sensor 7 7. Características Desejáveis 7 2. Transmissor 1. Conceitos básicos 1 1.1. Introdução 1 1.2. Justificativas do Transmissor 1 1.3. Terminologia 2 1.4. Transmissão do sinal 4 1.5. Sinais padrão de transmissão 4 2. Natureza do transmissor 5 2.1. Transmissor pneumático 5 2.2. Transmissor eletrônico 7 3. Transmissor e manutenção 11 3.1. Transmissor descartável 11 3.2. Transmissor convencional 12 3.3. Transmissor digital 12 3.4. Transmissor híbrido 14 4. Receptores associados 14 4.1. Instrumentos associados 14 4.2. Alimentação 14 4.3. Transmissor como controlador 15 5. Serviços associados 15 5.1. Especificação 15 5.2. Instalação 15 5.3. Configuração 16 5.4. Operação 16 5.5. Calibração 16 5.6. Manutenção 18 3. Condicionadores de Sinal 1. Conceito 1 2. Aplicações 1 3. Funções desenvolvidas 2 4. Linearização da Vazão 4 4.1. Introdução 4 4.2. Lineares e Não-lineares 5 5. Compensação 6 5.1. Introdução 6 5.2. Condições normal, padrão e real 7 5.3. Compensação da Temperatura 8 5.4. Tomadas 8 6. Totalização da Vazão 9 7. Serviços associados 10 4. Indicador 1. Conceito 1 2. Variável Medida 1 3. Local de Montagem 2 4. Tipo da Indicação 2 5. Rangeabilidade da Indicação 3 6. Associação a Outra Função 4 7. Serviços Associados 5 5. Registrador 1. Introdução 1 2. Topografia 1 3. Acionamento do Gráfico 2 4. Penas 2 5. Gráficos 3 6. Associação a Outra Função 4 7. Serviços Associados 5 6. Computador de Vazão 1. Conceito 1 2. Programáveis 1 3. Dedicado 2 4. Aplicações Clássicas 2 4.1. Vazão de liquido 2 4.2. Vazão de gás 3 4.3. Sistema com 2 transmissores 3 4.5. Vazão de massa de gás 3 5. Seleção do Computador 4 6. Planímetro 4 6.1. Histórico 4 6.2. Cálculo matemático 5 6.3. Método do corte e peso 5 6.4. Método0% e 100 kPa a 100%. 2. Sinal padrão eletrônico de 4-20 mA cc, onde o 4 mA cc corresponde a 0% e 20 mA a 100%. 3. As variáveis de processo são analógicas. Uma temperatura pode variar de 20 a 50 oC, assumindo todos os infinitos valores intermediários. Uma pressão de processo pode variar de 20 a 100 kPa, de modo contínuo. Sinal binário ou discreto é aquele que só pode assumir valores descontínuos. O sinal digital é constituído de pulsos ou de bits. Pulsos só podem ser contados; bits podem ser manipulados. Sistemas de Instrumentação 26 A saída de pulsos da turbina medidora de vazão, onde cada pulso escalonada pode corresponder, por exemplo, a 1 litro/segundo de vazão é um sinal binário. Um sinal digital de 8 bits pode ser 10011101. 5.2. Display O display ou readout é a apresentação visual dos dados. Ele pode ser analógico ou digital. Display analógico é aquele constituído, geralmente, de uma escala fixa e um ponteiro móvel (pode haver escala móvel e ponteiro fixo). O ponteiro se move continuamente sobre a escala graduada, possibilitando a leitura do valor medido. Display digital é aquele constituído por números ou dígitos. Os números variam de modo discreto, descontinuo, possibilitando a leitura do valor medido. O fator mais importante favorecendo o instrumento digital, quando comparado com o analógico, é a facilidade de leitura. Quando o operador lê um instrumento analógico, ele deve se posicionar corretamente, fazer interpolação, usar espelho da escala, ou seja, ter um bom olho. A leitura analógica é suscetível a erro, subjetiva e demorada. (a) (b) Fig. 1.3.7. Display (a) analógico e (b) digital 5.3. Tecnologia A tecnologia eletrônica pode ser analógica ou digital. A base dos circuitos analógicos é o amplificador operacional, que manipula e computada variáveis analógicas (corrente e voltagem). Os componentes passivos (resistência, capacitor e indutor) servem para polarizar os circuitos. Os componentes ativos (transistores, amplificadores operacionais) operam na região de amplificação linear. Instrumento digital usa circuitos e técnicas lógicas para fazer a medição ou para processar os dados. Basicamente, um instrumento digital pode ser visto como um arranjo de portas lógicas que mudam os estados em velocidades muito elevadas para fazer a medição. A base dos circuitos digitais são os circuitos integrados digitais, constituídos de portas lógicas (AND, OR, NAND, NOR, NOT), multivibradores (flip- flop), contadores e temporizadores. Atualmente, todos estes circuitos e lógicas estão integradas no microprocessador. Os circuitos digitais podem também executar as tarefas analógicas de amplificar e filtrar. Necessariamente, eles devem ter um estágio de conversão analógico-digital e eventualmente, de digital-analógico. Fig. 1.3.8. Totalização (digital) por meio analógico 5.4. Função Matemática Há funções ou tarefas que são tipicamente analógicas, como registro e controle de processo. Só é possível registrar um sinal analógico. Por exemplo, quando se quer registrar a vazão, tendo-se uma turbina medidora com saída de pulsos, deve-se converter o sinal de pulsos em analógico. O controle é também uma função analógica. O seu algoritmo fundamental, PID, é matematicamente analógico e continuo. O controle liga-desliga é um caso particular, com uma saída discreta (digital). Um controlador digital envolve uma tecnologia digital para executar a função analógica de controle. Funções tipicamente digitais são alarme, contagem de eventos e totalização de vazão. Quando se totalizam pulsos Sistemas de Instrumentação 27 escalonados de medição de vazão, basta contá-los. Quando se totaliza um sinal analógico proporcional à vazão, é necessário converter o sinal para digital e depois contar os pulsos correspondentes. Um exemplo relacionando todos estes conceitos é a medição do tempo pelo relógio. O tempo é uma grandeza analógica. O tempo pode ser medido por um relógio mecânico, com tecnologia analógica e mostrador analógico. Tem-se engrenagens, molas, pinos acionando um ponteiro que percorre uma escala circular graduada. O ponteiro se move continuamente. Este mesmo tempo pode ser medido por um relógio eletrônico, com tecnologia digital mas com mostrador analógico. A tecnologia do relógio é digital pois tem um microprocessador e um cristal oscilante. A indicação é analógica, pois é constituída de escala e ponteiro. Porem, o ponteiro se move com pequenos saltos, mostrando que está sendo acionado por pulsos. Finalmente, o tempo pode ser indicado por um relógio digital. A tecnologia do relógio é digital e o indicador é também digital. O display são números que variam discretamente. Resumindo: a variável analógica tempo pode ser indicada através de relógio analógico (mecânico) ou digital (eletrônico) com display analógico (escala e ponteiro) ou digital (números). 5.5. Comparação Analógica Versus Digital Deve-se diferenciar um instrumento digital e um instrumento com display digital. Instrumento digital é aquele em que o circuito necessário para obter a medição é de projeto digital. Um instrumento com display digital é aquele que o circuito de medição é de projeto analógico e somente a indicação é de projeto digital. Um instrumento analógico com leitura digital geralmente não é mais preciso que o mesmo instrumento analógico com leitura analógica. A principal vantagem do display digital é a conveniência de leitura, quando não se tem a preocupação de cometer erro de paralaxe, quando se posiciona erradamente em relação ao instrumento de leitura. Os psicólogos garantem que se cansa menos quando se fazem múltiplas leituras digitais. Porém, a leitura de instrumento analógico é de mais rápida e fácil interpretação, principalmente quando se tem comparações entre duas medições. Por isso, mesmo a instrumentação eletrônica sofisticada com tecnologia digital possui medidores que simulam indicações analógicas. Por exemplo, o controlador single loop possui indicações da medição e do ponto de ajuste feitas através de gráfico de barras. Os relógios digitais foram muito populares na década de 80, porque eles eram novidade e mais baratos. Atualmente, há o reaparecimento de relógios com display analógico, com ponteiros e escala, porque sua leitura é mais rápida e fácil, pois se sabe o significado de certas posições dos ponteiros das horas e dos minutos. A precisão é uma segunda vantagem do instrumento digital sobre o analógico. Embora a precisão dependa da qualidade e do projeto do instrumento, em geral, o instrumento digital é mais preciso que o analógico de mesmo custo. Tipicamente, a precisão do digital é de 0,1% e do analógico é de 1%. A exatidão de qualquer instrumento está relacionada com a calibração. Como a precisão de um instrumento digital depende da percentagem do valor medido e de mais ou menos alguns dígitos menos significativos (erro de quantização), o instrumento digital requer calibrações mais freqüentes que o instrumento analógico, cuja precisão depende apenas da percentagem do fundo de escala. Os instrumentos digitais fornecem melhor resolução que os analógicos. A maior resolução dos instrumentos digitais reduz o número de faixas necessárias para cobrir a faixa de medição. Fig. 1.3.9. Instrumentos inteligentes (Foxboro) Sistemas de Instrumentação 28 6. Burro ou inteligente Os instrumentos convencionais de leitura apresentam os resultados para o operador, que deve interpretá-los. Esta interpretação envolve o uso da unidade de engenharia apropriada, linearização, alguma computação matemática e a conclusão final. Obviamente, para isso se requer um operador esperto ou inteligente. Com o uso intensivo e extensivo do microprocessador na instrumentação, tornou-se possível passar para o instrumento esta capacidade humana de computação matemática e interpretaçãode resultados. Em 1983 apareceu o primeiro transmissor microprocessado, lançado pela Honeywell e foi chamado de inteligente. Este é outro de muitos exemplos de nomes escolhidos estupidamente para instrumentos de processo. Não há nada particularmente inteligente nos medidores inteligentes. Porém, eles possuem características acima e além das de seus predecessores e estas capacidades devem ser entendidas. Como estes instrumentos foram chamados de inteligentes, por contraposição, os já existentes são considerados burros (dumb). Atualmente, há o sabido (smart) e o inteligente (intelligent), onde o inteligente tem maiores recursos que o sabido, embora ambos sejam microprocessados. Atualmente, quando se fala indistintamente que um instrumento é inteligente quer se referir a um instrumento a base de microprocessador, com a capacidade inerente de computação matemática, lógica, seqüencial, intertravamento. A capacidade adicional tornou-se possível pelo desenvolvimento da microprocessador e a inclusão deste componente admirável nos instrumentos de medição. Isto significa que um transmissor inteligente possui um pequeno computador em seu interior que geralmente lhe dá a habilidade de fazer duas coisas: 1. modificar sua saída para compensar os efeitos de erros 2. ser interrogado pelo instrumento receptor da malha. As capacidades peculiares dos instrumentos inteligentes são: 1. habilidade de transmitir medições do processo, usando um sinal digital que é inerentemente um método mais preciso do que o sinal analógico. O principal obstáculo é a falta de padronização deste sinal digital e seu respectivo protocolo. Algum dia isto será resolvido. 2. Todos os instrumentos de medição industriais contem componentes como foles, diafragmas e elos que exibem comportamento não linear ou cujo comportamento pode ser alterado por variações de temperatura, umidade, pressão, vibração, alimentação ou outros efeitos externos. Em outros casos, os efeitos não lineares aparecem por causa dos princípios de medição, como a medição de vazão com placa de orifício. A estratégia, até hoje, era usar outros instrumentos para compensar estes efeitos. Como os instrumentos inteligentes possuem uma grande capacidade computacional, estas compensações, correções e linearizações são mais facilmente conseguidas através de circuitos embutidos no microprocessador. 3. Além de transmitir a informação, o transmissor inteligente pode também ouvir. Um benefício prático disto é em verificação de pré partida. Da sala de controle, o instrumentista pode perguntar ao transmissor que está no campo qual é o seu número de identificação. 4. Um transmissor inteligente pode ter sua faixa de calibração facilmente alterada através de comandos de reprogramação em vez de ter ajustes mecânicos locais. Na medição de vazão com placa de orifício, as verificações de zero do instrumento requerem a abertura e fechamento das válvulas do distribuidor no transmissor. Fig. 1.3.10. Área externa Sistemas de Instrumentação 29 7. Campo ou sala de controle Os primeiros instrumentos de medição e controle, desenvolvidos até a década de 1940, eram de montagem local ou no campo, próximos ao processo. Apenas com o advento do transmissor, pneumático ou eletrônico, que possibilitou o envio das informações até distancias de centenas de metros (pneumático) ou alguns kilômetros (eletrônico), tornou-se possível a opção de se montar os indicadores, registradores e controladores em painéis centralizados e localizados em salas de controle. Outro fato que concorreu para o uso de painéis centralizados em salas de controle foi a complexidade crescente dos processos, que requer a leitura e a monitorização simultânea de muitas variáveis simultâneas. Com o uso cada vez mais intensivo da instrumentação eletrônica, até com técnicas digitais de controle distribuído, a tendência é a de se usar instrumentos centralizados em salas de controle, distribuídas em toda a extensão da planta. 7.1. Instrumento de campo Há instrumentos, que pela sua própria função desempenhada, só podem ser montados no campo, próximos ou em contato direto com o processo. Os sensores (parte dos instrumentos) e as válvulas de controle são necessariamente montados no campo. Na maioria dos casos mas nem sempre, o transmissor é montado no campo. Em uma minoria dos casos, por questão de segurança ou de integridade, o transmissor é montado no painel cego da sala de controle. Os outros instrumentos, tais como indicadores, registradores, controladores, totalizadores, transdutores e conversores podem ser montados tanto no campo como no painel da sala de controle. Embora funcionalmente os instrumentos sejam os mesmos, suas características externas, relacionadas com robustez, segurança, funcionamento são diferentes. E como conseqüência, também os custos são diferentes. Fig. 1.3.11. Instrumentos em área industrial De um modo simplista, um instrumento especificado e construído para ser montado no campo é mais robusto, mais resistente à corrosão e maior do que o seu correspondente montado no painel da sala de controle. A sua pintura e o seu acabamento são normalmente especiais e específicos para cada atmosfera. Atualmente, se aplicam cada vez mais materiais plásticos (p. ex., epoxy) e fibra de vidro, que são altamente resistente e não sofrem corrosão nem ferrugem. A montagem padrão dos instrumentos de campo é em tubo de 2" (50 mm) de diâmetro. Os instrumentos de medição ou registro de vazão, que utilizam o diafragma de pressão diferencial (câmara Barton) são montados em pedestal (yoke), que é levemente diferente da montagem em tubo de 2". Na montagem em tubo, o instrumento é preso lateralmente ao tubo, através de uma braçadeira. Na montagem em pedestal, o instrumento é colocado sobre o tubo, pois não há espaço lateral para ser fixado. Os instrumentos de campo que apresenta portas, geralmente são trancados com chave, de modo que apenas as pessoas categorizadas lhe tenham acesso ao interior. As portas e janelas de vidro, normalmente, são anti estilhaço, ou seja, quando se quebram não produzem estilhaços, que seriam perigosos aos operadores. Quando não há restrições de segurança, por causa da presença de gases inflamáveis no meio circundante, os instrumentos são iluminados internamente. As luzes são acesas manualmente pelo operador ou pelo instrumento de manutenção, facilitando a operação noturna. Sistemas de Instrumentação 30 Os instrumentos de campo devem ser montados em lugares de fácil acesso, para possibilitar abertura, troca de gráficos, calibração e manutenção. Fig. 1.3.12. Instrumentos montados no campo Os instrumentos de campo são chamados também de "caixa grande". São tipicamente de formato retangular. Os registradores tem o formato retangular, porém, seus gráficos são circulares, com diâmetro de 12". 7.2. Instrumentos montados na sala de controle Com a complexidade dos processos industriais, apareceu a necessidade de maior número de instrumentos para a manipulação dos sinais de informação. Para que os painéis não se tornassem proibitivamente grandes, o que implicaria em maiores custos e maiores dificuldades para os operadores, os fabricantes foram forcados a diminuir os tamanhos dos instrumentos. Esta miniaturização dos instrumentos foi auxiliada pelo advento da eletrônica e pelo uso de circuitos impressos pneumáticos. As características comuns aos instrumentos montados em painel são: 1. Os instrumentos são montados em estantes padronizadas, através de cabos de engate rápido. Esta filosofia, valida para os instrumentos pneumáticos e eletrônicos, torna fácil a substituição a manutenção dos instrumentos. (a) Instrumentos soltos (b) Instrumentos montados nas estantes Fig.4.13. Instrumentos em painel de leitura (Foxboro) 2. Os instrumentos depainel são mais padronizados, pois manipulam sinais padronizados provenientes dos transmissores de campo. A maioria dos instrumentos de painel recebe o sinal de transmissores do campo, por questão de padronização, de segurança e de técnica. Não seria seguro nem praticável trazer, por exemplo, um sinal de pressão de 100 kg/cm2 do campo para o painel diretamente. Como conseqüência, usa-se um transmissor, eletrônico ou pneumático, de pressão para trazer essa informação para a sala de controle. E o sinal recebido pelo instrumento de painel é um sinal padrão, de 4 a 20 mA se eletrônico ou 20 a 100 kPa se pneumático. 3. A padronização maior dos instrumentos implica em menor número de instrumentos reservas. Como conseqüência dessa padronização, por exemplo, todos os controladores são iguais, quaisquer que sejam as variáveis controladas. O controlador do painel recebe um sinal padrão do transmissor de campo e remete para a válvula de controle outro sinal padrão. Para facilitar ainda mais, os instrumentos de painel são fornecidos com escalas Sistemas de Instrumentação 31 intercambiáveis, de fácil substituição. Assim, em vez de se ter um controlador para cada variável de processo, tem-se um único controlador para todas as variáveis. Apenas são trocadas as escalas dos instrumentos (a) Portátil (b) Painel (c) Área industrial Fig. 1.3.14. Locais de montagem 4. Os únicos instrumentos de painel que recebem sinais diretamente do processo são os indicadores e registradores de temperatura, com elementos sensores a termopar ou a bulbo de resistência. Também nessa situação, os instrumentos continuam sendo padronizados. Obviamente um registrador de temperatura, com termopar, não poderá receber sinal de um transmissor eletrônico de pressão. Porém, poderá ser ajustado para receber sinal de outro termopar, desde que sejam modificadas as junções de compensação. 5. Os instrumentos de painel são estruturalmente mais frágeis que os instrumentos de campo, pois suas condições ambientais são mais favoráveis e porque as estantes de montagem os protegem. 6. Os instrumentos elétricos montados nos painéis são de uso geral. Ou seja, mesmo que a sala de controle seja de uma industria cuja área do campo seja perigosa por manipular produtos com gases inflamáveis e explosivos, ela é um local seguro. 7. Os tamanhos físicos dos instrumentos de painel são menores, para que os painéis sejam menores, as salas de controle sejam menores. A diminuição do tamanho dos instrumentos não prejudica a operação, pois na sala de controle os operadores podem se aproximar facilmente dos instrumentos de leitura. Fig. 13.15. Painel de leitura e armário cego Sistemas de Instrumentação 32 8. Modular ou integral Os primeiros instrumentos agrupavam em seu invólucro todos os circuitos funcionais e são chamados de integrais. Como resultado, eram pouco flexíveis e praticamente não era possível fazer modificações em sua operação. Fig. 1.3.15. Instrumento integral Ainda na instrumentação analógica apareceu a filosofia de separar os instrumentos em módulos independentes fisicamente e separados geograficamente; tem-se a instrumentação modular. Nesta configuração, um controlador era constituído por: 1. módulo de entrada, que recebe o sinal de medição da variável de processo, vindo do campo, 2. módulo de processamento de sinal, que pode opcionalmente alterar o sinal recebido, por exemplo, linearizando-o, 3. módulo de controle, onde está alojados os circuitos de controle, com pontos de teste e ajuste de sintonia, 4. módulo de saída, que envia o sinal de controle de volta para o campo, para o elemento final de controle, 5. estação de controle, que constitui a interface com o operador de processo, 6. cabo de ligação entre o módulo e a estação de controle. Todos estes instrumentos são montados na sala de controle. Porém, somente as estações de controle tem informação para o operador. Os instrumentos de painel foram divididos em duas grandes categorias e segregados, para economia de espaço e para simplificação da operação: 1. instrumentos de leitura (display) 2. instrumentos cegos (rack) 8.1. Painel de leitura A parte frontal do painel é o espaço nobre e portanto deve ser ocupada apenas por instrumentos que apresentem indicação em escalas, mostradores, gráficos e contadores. Na parte da frente do painel devem ser montados apenas os instrumentos que exijam leitura ou cuidados do operador: indicador, registrador, controlador, estação manual de controle, anunciador de alarme e contador- totalizador. Os indicadores são lidos e eventualmente, suas leituras anotadas. Os registradores informam os valores registrados. Os seus gráficos são periodicamente trocados. Tipicamente um gráfico tipo tira, de rolo, tem duração de 30 dias; os gráficos tipo tira, sanfonados, tem duração de 16 dias. Raramente há gráficos circulares de registradores caixa grande na sala de controle, cuja duração típica é de 24 horas, ou menos comum, de 7 dias. Os controladores apresentam a situação do processo, mostrando o valor da medição, do ponto de ajuste e do sinal de saída e como conseqüência, a abertura da válvula de controle. O operador pode variar o ponto de ajuste, conforme orientação do processo. Quando requerido, deve atuar direta e manualmente no processo, através da estação manual de controle acoplada ao controlador automático, depois de fazer a conveniente transferência auto-manual. Fig. 1.3.16. Sistema modular (Foxboro) Além dos instrumentos de indicação, registro e controle, na parte frontal do painel de leitura, estão colocadas as botoeiras de liga-desliga ou de múltiplas posições, que podem ser acionadas pelo operador, dependendo da situação do processo. Sistemas de Instrumentação 33 Fig. 1.3.17. Estação de operação de SDCD Na parte superior do painel, logo acima dos instrumentos convencionais de leitura está localizado o painel anunciador de alarme. Esse painel consiste de uma associação de som (buzina) e luzes e seu objetivo é o de informar ao operador quando os níveis de segurança e funcionamento do processo estão sendo alcançados. Quando ocorre uma situação de alarme, a buzina soa e a luz se acende. Nessa situação, o operador deve acionar o botão de conhecimento do alarme, de modo a desligar o som (que é irritante, de propósito). A luz continua acesa, podendo ficar piscando, para indicar que a situação do processo que provocou o alarme continua ocorrendo. O operador deve providenciar uma atuação no processo, através da manipulação manual da estação de controle, através do ligamento ou desligamento de algum equipamento, de modo que a variável alarmada retorne à sua condição normal. Quando ocorre a normalidade, a luz de alarme se apaga. Ainda acima do anunciador, há o painel sinóptico, onde está esquematizado em um fluxograma, o processo da planta. Ela facilita a tarefa do operador pois mostra as ligações lógicas dos instrumentos e indica os tags de identificação dos instrumentos envolvidos. Há painéis semigráficos que possuem lâmpadas de sinalização de alarme. 8.2. Armário de instrumentos cegos Há instrumentos na sala de controle que executam funções inteligentes, porém não apresentam nenhuma informação em forma de indicação ou registro. São os instrumentos auxiliares que condicionam e processam os sinais de informação: extratores de raiz quadrada (linearizam o sinal quadrático proveniente do transmissor de vazão, associado à placa de orifício), multiplicador/divisor de sinais (associado à medição de vazão com compensação de temperatura ambiente e pressão estática), integrador (cuja saída pulsada alimenta o contador, que está localizado na parte frontal do painel, porque possui uma indicação digital) somador, seletor de sinais. Esses instrumentos,geralmente chamados de computadores analógicos, são montados ou atras do painel de leitura ou em outro painel, colocado atras do painel de leitura. Quando montados em outro painel, esse painel é chamado de armário (ou rack). Os operadores de processo não necessitam ter acesso a esse armário, desde que não há nenhuma informação a ser lida nesses instrumentos. Como esses instrumentos não apresentam nenhuma leitura são chamados de instrumentos cegos. Fig. 1.3. Painel cego de instrumentos Sistemas de Instrumentação 34 Em sistema de arquitetura modular ou arquitetura dividida, a separação e o conceito de painel de leitura e armário de instrumentos cegos são mais nítidos. Atualmente existe um consenso que todas as funções de leitura podem e devem ser separadas fisicamente das funções de processamento e computação matemática. Essa separação ocorre não apenas na instrumentação eletrônica, mas também na instrumentação pneumática. Fig. 1.3.19. Registrador de 4 penas (Foxboro) 9. Dedicado ou compartilhado Instrumento dedicado é aquele que executa uma função relacionada com uma única variável de processo. Um instrumento corresponde a uma malha e uma malha corresponde a um instrumento. Os primeiros instrumentos analógicos eram dedicados. Atualmente, há instrumentos digitais microprocessados que também são dedicados a uma ou duas malhas de controle; são os instrumentos single loop. Instrumento compartilhado é aquele que executa a mesma função, (indicação, registro ou controle), de um grande número de variáveis, simultaneamente. É possível se ter o compartilhamento de várias malhas com um único instrumento mecânico analógico, como o registrador multiponto, quando um instrumento registra até 24 pontos de temperatura (tag TJR . Fig. 1.3.20. Registro compartilhado de temperatura Porém, o mais comum, é o compartilhamento do instrumento eletrônico digital. A interface para o compartilhamento é o multiplexador, que é o instrumento que converte várias entradas em uma única saída. Depois de multiplexar os sinais, há a conversão dos sinais analógicos para digital; (A/D). Quando há controle, o sinal digital deve ser reconvertido para analógico e voltar para o elemento final de controle. Usam-se o conversor digital-para-analógico e o de-multiplexador. O conjunto destas funções de multiplexar, converter e demultiplexar é feito por um único instrumento chamado de modem (MODulador-DEModulador). 10. Centralizado ou distribuído O sistema de controle centralizado é aquele que converte todas as funções de interface com o campo (unidades de E/S), interface com operador, unidades de controle analógico e digital e gerenciamento em um único instrumento. O sistema de controle distribuído executa as funções de controle estabelecidas e permite a transmissão dos sinais de controle e de medição. As diferentes funções de interface com o campo (unidades de E/S), interface com operador, unidades de controle analógico e digital, gerenciamento são distribuídas geograficamente e interligadas pelo elo de comunicação. Os primeiros sistemas de instrumentação analógico possuíam uma sala de controle centralizada, para onde convergiam todos os sinais de informação do processo. Na sala de controle havia Sistemas de Instrumentação 35 ainda a tomada de decisão do controle. As primeiras aplicações de controle digital incluíam um único computador centralizado para fazer a coleta de dados e o controle do processo. O alto custo do equipamento permitia a existência de apenas um (ou dois computadores, quando havia reserva). O uso intensivo e extensivo de microprocessadores devido a grande redução de seu custo e do equipamento de processamento de dados permitiu a distribuição da inteligência entre as diferentes fases do processo de coletar dados, condicionar sinais, tomar decisões e fornecer informação ao operador. Inicialmente houve a aplicação com muitos pontos de controle indo para um painel centralizado, depois com o sistema digital distribuído, voltou-se a distribuir as funções de controle na área industrial. A distribuição de equipamentos de controle diminui o número e o custo das fiações entre cada sensor e a sala de controle e requer um sistema de multiplexagem confiável e um sistema de comunicação de dados. No controle digital distribuído, as funções de monitoração e controle são distribuídas em vários painéis locais, cada um com seu próprio sistema digital, todos interligados por um sistema de comunicação. As operações são distribuídas funcional e fisicamente entre os vários processos da planta. Fig. 1.3.21. Estação de Operação Centralizada A tendência atual não é mais a de eliminar o operador, mas assisti-lo melhor, fornecer-lhe ferramentas mais eficientes e dar-lhe mais informações acerca do comportamento do processo, para que ele possa intervir na operação, nas situações de emergência, de modo mais eficiente e seguro. O ênfase é colocado no desenvolvimento dos equipamentos de comunicação homem-máquina, com aquisição de dados e telas de vídeo dando a possibilidade de estabelecer um dialogo entre os operadores e o processo. Atualmente, os sistemas de controle distribuído proporcionam uma grande quantidade de informação que deve ser passada gradualmente aos computadores periféricos com o fim de prover controles avançados, otimizar o controle da planta e gerenciar a sua eficiência. O êxito e eficiência destas decisões, independente do seu nível, se baseiam na informação exata disponível e na existência de um sistema padronizado de comunicação entre o sistema de controle distribuído e os computadores que se acoplam a rede. 11. Real ou Virtual 11.1. Instrumento real Instrumento real ou convencional é o equipamento físico que executa a função para o qual ele foi projetado, construído e instalado. Ele deve ser especificado com detalhe para a função a ser executada, pois ele é pouco flexível. Um controlador convencional deve ser especificado e comprado com as ações de controle necessárias. É muito difícil e quase impossível fazer atualização (upgrade) de um controlador convencional, para acrescentar alguma característica opcional, não prevista na época de sua compra. Como já visto, o instrumento real pode ser montado no campo ou na sala de controle, pode ser pneumático ou eletrônico, pode ser dedicado ou compartilhado por várias malhas de medição e controle. Atualmente, por causa do uso intensivo e extensivo do computador pessoal na medição e controle de processo, há uma tendência universal de substituir o instrumento real de painel pelo instrumento virtual. Porém, nem tudo pode ser virtual. Os sensores e transmissores, que são a interface com o processo, certamente Sistemas de Instrumentação 36 continuarão a ser físicos, reais, convencionais. 11.2. Instrumento virtual Um instrumento virtual é definido como uma camada de software, hardware ou de ambos, colocada em um computador de uso geral, de modo que o usuário possa interagir com o computador como se fosse um instrumento eletrônico tradicional projetado pelo próprio usuário. Controlador virtual é aquele construído dentro de um computador pessoal. Atualmente, são disponíveis aplicativos para desenvolver a face do controlador (template), seu bloco funcional PID e os programas intermediários para interligar imagens, layouts, blocos e sinais externos. Do ponto de vista do operador usuário, é muito difícil ver rapidamente as diferenças entre um instrumento virtual, constituído de programa e equipamento e um real, que é apenas equipamento. O que se vê na tela do computador não dá imediatamente um entendimento da filosofia de base. Diferente de um hardware, em que se pode abrir a caixa e olhar dentro, a arquitetura no software é abstrata e não é imediatamente visível para um olho nu.Fig. 1.3.22. Controlador virtual na tela do monitor Para dar um exemplo, quando se tem um computador pessoal com um circuito de aquisição de dados embutido, para um instrumentista ou operador de processo, o instrumento pode funcionar como indicador, registrador, controlador ou chave de atuação. A única diferença entre o instrumento convencional e o virtual é o software e por isso tem se a idéia que o software é o instrumento. Através do monitor de vídeo, teclado e mouse, o operador pode fazer tudo no processo industrial que é feito com o instrumento convencional, como: 1. alterar ponto de ajuste do controlador, 2. passar de automático para manual e vice-versa e em modo manual, atuar diretamente no elemento final de controle 3. estabelecer pontos de alarme de máximo e de mínimo 4. alterar os parâmetros da sintonia (ganho, tempo integral e tempo derivativo) Adicionalmente, como o instrumento dentro do computador possui muito mais recursos, o operador pode: 5. ver a curva de resposta do controlador para atestar o resultado da sintonia 6. ver a curva de tendência histórica Fig. 1.3.23. Vista frontal de um controlador virtual 11.3. Controlador virtual comercial Como visto, o controlador é um instrumento que recebe um sinal de medição da variável controlada (PV), recebe um ponto de ajuste estabelecido pelo operador (SP) e gera um sinal de saída (MV), que é uma função matemática específica da diferença entre a medição e o Sistemas de Instrumentação 37 ponto de ajuste. Tipicamente, o sinal de saída vai para uma válvula de controle. O ponto de ajuste pode ser 1. local, estabelecido pelo operador 2. remoto, determinado por um outro sinal, por exemplo saída de outro controlador 3. remoto ou local, selecionado por uma chave Todo controlador possui uma chave seletora para definir o modo de operação: 1. automático, quando a saída é determinada apenas pelo controlador, em função das ações e da diferença entre a medição e o ponto de ajuste 2. manual, quando a saída é gerada diretamente pelo operador O controlador pode ter ou não ter alarme. O alarme pode ser de baixa, de alta ou ambos. Como nos indicadores, o controlador sem alarme possui uma linha do balão preta e o controlador com alarme, linha vermelha. Todo controlador possui um balão com cinza escuro, para permitir a chamada da sua face frontal, através de um gatilho. A seqüência do alarme do controlador é idêntica à do indicador. Fig. 1.3.24.Face frontal do controlador, com ponto de ajuste apenas local Face frontal do controlador O balão cinza escura do controlador indica que há um gatilho nele. Quando o operador coloca o cursor sobre este balão, aparece a mãozinha vermelha. Quando ele clica sobre o balão, aparece ao lado e acima do balão a face frontal do controlador, permitindo ao operador ter mais informações sobre o controlador e atuar no processo através do controlador. A face do controlador virtual é similar a de um controlador convencional, possuindo: 1. barra gráfica verde da variável medida (PV) 2. barra gráfica azul do ponto de ajuste (SP) 3. barra gráfica vermelha da saída do controlador (MV), 4. chave seletora A/M (automático/manual). Quando está em automático, aparece a chave Auto e quando está em manual, a chave Manual. 5. Chaves (4) de atuação manual da saída do controlador, atuável somente quando o controlador está em modo manual: uma lenta e outra rápida, uma subir e outra para descer. Estas chaves não estão habilitadas quando o controlador está em automático. 6. Chave seletora Remoto ou Local do ponto de ajuste (chave opcional) 7. Chaves (4) de atuação manual do ponto de ajuste local, atuável somente quando o controlador está com ponto de ajuste local: uma lenta e outra rápida, uma subir e outra para descer. Esta chave não está habilitada quando o controlador está em ponto de ajuste remoto. 8. Indicações digitais dos valores do ponto de ajuste (SP), variável medida (PV) e saída do controlador (MV), logo abaixo das barras gráficas. 9. Botão (ícone parecido com gráfico) para chamar a tela de tendência da variável controlada. 10. Indicação do status da abertura da válvula: A para aberta e F para fechada. 11. Botão para chamado das telas de sintonias P, I e D. Sistemas de Instrumentação 38 Ação Automática ou Manual Todos os controladores possuem a opção de modo Automático ou Manual. Fig. 1.3.25. Frontais do controlador: operação do controlador em modo Automático ou Manual Em modo automático (Auto), a chave de alteração da saída não está habilitada. O operador pode alterar o ponto de ajuste local, atuando nas chaves à esquerda (SP), para aumentar ou diminuir, de modo rápido ou lento. Em modo Manual, a chave de alteração do ponto de ajuste não está habilitada. Através das chaves de atuação da saída, o operador pode atuar diretamente no processo, para aumentar ou diminuir, de modo rápido ou lento. Quando o operador clica na chave virtual Manual ou Auto do frontal, aparece uma janela para confirmar ou cancelar a mudança. Fig.1.3.26. Imagem que aparece para confirmar ou canelar a transferência Auto-Manual da saída do controlador Se o operador clicar em Auto, a ação muda ou continua em automático; se clicar em Manual, a ação muda ou continua em manual e se clicar em Cancel, a ação continua como está (nada é alterado). Ponto de ajuste Remoto ou Local Há controladores com ponto de ajuste local e controladores com ponto de ajuste local ou remoto (p. ex., controlador de relação de vazões). Em modo Manual, a chave de alteração do ponto de ajuste não está habilitada. Em modo automático (Auto) e com o ponto de ajuste selecionado para Local, a chave de alteração do ponto de ajuste fica habilitada: o operador pode alterar o ponto de ajuste local, atuando nas chaves à esquerda (SP), para aumentar ou diminuir, de modo rápido ou lento. Enquanto o controlador estiver em modo Auto e com a chave de ponto de ajuste em Remoto, as chaves de alteração do ponto de ajuste desaparecem. Neste caso, o ponto de ajuste é alterado automaticamente, através de algum sinal externo que chegue ao controlador (tipicamente é a saída de outro controlador, quando os dois estão em controle cascata). Fig. 1.3.27. Frontais do controlador Local ou Remoto Sistemas de Instrumentação 39 Fig. 1.3.28. Frontais do controlador Local ou Remoto Quando o operador clica na chave virtual Local ou Remoto do frontal do controlador, aparece uma janela para confirmar ou cancelar a mudança. Fig. 1.3.29. Imagem que aparece para confirmar ou canelar a transferência Local-Remoto do ponto de ajuste Se o operador clicar em Local, a ação muda ou continua em local; se clicar em Remoto, a ação muda ou continua em remoto e se clicar em Cancel, a ação continua como está (nada é alterado). Controle de relação Há malhas com controle de relação de vazões de HCN e Propanona. A saída do controlador de vazão de Propanona vai para o ponto de ajuste do controlador de vazão de HCN, passando por uma estação de relação (FFC). Esta relação pode ser ajustada pelo controlador, que clica no botão Relação Fig.1.3.30. Frontal de controlador com ponto de ajuste Remoto ou Local e modo de operação Manual e Automático. Quando o operador clica na janela da indicação digital da Relação, aparece a janela para a alteração desta relação. Fig. 1.3.31. Janela para entrar com novo valor da relação Sintonia do Controlador Quando o operador clica na tecla virtual PID aparece uma nova face frontal dos ajustes de sintonia do controlador. Fig. 1.3.32. Janela para sintonia do controlador Sistemas de Instrumentação 40 Clicando no botão X, na parte superior direita da janela de sintonia, ela é fechada (desaparece da tela). Quando o operadorclica na janela com a indicação digital do ganho proporcional (kp), aparece a tela para ajuste do ganho do controlador. Fig. 1.3.33. Janela para entrar com o novo valor do ganho Quando o operador clica na janela com a indicação digital do ganho integral (ki), aparece a tela para ajuste do ganho do controlador. Fig. 1.3.34. Janela para entrar com novo valor do ganho integral Quando o operador clica na janela com a indicação digital do ganho derivativo (kd), aparece a tela para ajuste da ação derivativa do controlador. Fig. 1.3.35. Janela para entrar com novo valor do ganho derivativo A sintonia do controlador (ajustes do ganho proporcional, ganho integral e ganho derivativo) é relativamente complexa e por isso, por enquanto, é feita apenas pelo Supervisor ou por instrumentista experiente. Clicando no botão X, na parte superior direita da imagem, a face frontal do controlador é fechada (desaparece da tela). Tela de ajuda Quando operador clica na tecla virtual ATUALIZA, o novo valor entra e foi feita a alteração. Quando o operador clica na tecla virtual AJUDA, aparece a tela de ajuda. Janelas de modificação de ajustes Em todas as telas de modificação de ajustes (Modify Tag Value), há as seguintes informações: 1. Nome do tag (Tag Name) 2. Descrição do parâmetro alterado 3. Valor corrente 4. Novo valor a ser ajustado 5. Janela com o novo valor 6. Teclas para confirmar (OK), Cancelar (Cancel) ou de Ajuda (Help). Se operador clica em OK, o novo valor é confirmado; se clica em Cancel, o antigo valor é mantido. Quando ele clica em Help, aparece a janela de ajuda. Se o valor entrado está fora da faixa aceitável, aparece uma janela informando o fato e o operador tem que entrar com um valor aceitável. Fig. 1.3.36. Janela de alerta para entrada de valor inválido de qualquer parâmetro Sistemas de Instrumentação 41 Tendência do controlador Quando o operador clica na chave virtual com um ícone de gráfico, aparece a tela com a tendência (real ou histórica) da variável controlada. Fig. 1.3.37. Imagem do gráfico de tendência do controlador FQC-210-1A No menu e em Modes, pode-se escolher a tendência real ou tendência histórica. Em tendência real, o gráfico mostra a variável em tempo real, a partir do instante zero. Em tendência real, o gráfico mostra o histórico da variável controlada. Clicando na barra de rolamento, pode-se andar para trás ou para frente no tempo. Apostila\Instrumentação Sistemas.doc 03 SET 00 (Substitui 10 DEZ 98) 42 1.4 Terminologia 2.1. Introdução Deve haver uma uniformidade de termos e nomenclatura no campo da instrumentação de processo. Aqui estão definidos os principais termos especializados da Instrumentação, que podem ser levemente ou totalmente diferentes do uso comum. Os termos definidos são convenientes para o uso do pessoal envolvido de algum modo com a Instrumentação, incluindo projeto, fabricação, montagem, operação, manutenção, teste e venda. Os tipos de indústrias de processo incluem: química, petróleo, gás e óleo, petroquímica, geração de energia, siderúrgica, metalúrgica, alimentícia, têxtil, farmacêutica, papel e celulose e mineração. 2.2. Definições e Conceitos Ação do Controlador Modo como a saída do controlador varia em função da variável medida. O controlador possui ação direta quando o valor do sinal de saída aumenta quando o valor da entrada (variável medida) aumenta. O controlador possui ação inversa quando o valor do sinal de saída aumenta quando o valor da entrada (variável medida) diminui. Ação de Controle Ação do controlador ou de um sistema de controle é a natureza matemática (função) da variação da saída provocada pela entrada. A saída pode ser um sinal ou um valor da variável manipulada. A entrada pode ser o sinal de realimentação negativa da malha quando o ponto de ajuste é constante, um sinal de erro real ou a saída de outro controlador. Ação é também chamada de modo. Ação Derivativa (Rate) é a ação de controle em que a saída é proporcional à taxa de variação da entrada. A ação derivativa é expressa em tempo (s). Ação Flutuante(Floating) é a ação de controle em que a taxa de variação da saída é uma função pré determinada da entrada. Um erro na variável controlada faz a saída do controlador variar em uma taxa constante. O erro deve exceder limites predeterminados antes do controlador começar a variar. Ação Integral (Reset) é a ação de controle em que a saída é proporcional à integral no tempo da entrada. A taxa de variação da saída é proporcional à entrada. A ação integral é expressa em repetições por tempo (s). Ação Liga-Desliga é a ação de controle em que a saída é 0 ou 100% e o elemento final de controle está ligado ou desligado. Ação Proporcional é a ação de controle em que há uma relação linear contínua entre a saída e a entrada. Acessível Instrumento visível pelo operador de processo, que apresenta sinais visuais de indicação e registro de valores da variável de processo ou requer a atuação do operador, para estabelecer ponto de ajuste, transferir de automático para manual e vice-versa, atuar manualmente Terminologia 43 no processo, acionar chaves liga-desliga. Instrumento acessível ao operador é montado no painel de leitura ou display; instrumento não acessível é montado em armário cego ou rack. Fig. 1.4.1. Conceitos de Display e Armário (Rack) Ajuste Operação no instrumento para torná-lo exato ou eliminar seus erros sistemáticos. Geralmente o ajuste é feito depois da calibração. Quando o instrumento não fica exato depois de vários ajustes, ele requer manutenção. Cfr. calibração. Os principais ajustes de calibração do instrumento são o de zero e o de amplitude de faixa (span). Alarme Alarme é a indicação da existência de uma condição normal ou anormal através de um sinal sonoro, visual ou ambos. A condição anormal geralmente consiste em o valor de uma variável de processo atingir um valor limite, alto ou baixo, predeterminado. O alarme geralmente requer a atuação ou atenção do operador. Amortecimento Redução progressiva ou supressão da oscilação em um instrumento ou sistema. A resposta a um degrau é chamada de criticamente amortecida quando o tempo de resposta é tão rápido quanto possível sem overshoot. É sub amortecida quando ocorre overshoot ou superamortecida quando a resposta é mais lenta que a crítica. Amortecimento viscoso usa a viscosidade dos fluidos para fazer o amortecimento. Amortecimento magnético usa a corrente induzida nos condutores elétricos pelas variações no fluxo magnético para fazer o amortecimento. Amplificador Dispositivo que possibilita um sinal de entrada controlar a potência de uma fonte independe de sinal e assim ser capaz de entregar uma saída que suporta alguma relação com, e é geralmente maior que o sinal de entrada. Analisador Nome incorreto atribuído a instrumento usado para medir pH, concentração, composição, condutividade ou densidade. Os nomes corretos são sensor de análise, transmissor de análise, indicador de análise ou registrador de análise. Análise Variável de processo que consiste na determinação da composição de uma substancia, em percentagem (%) ou partes por milhão (ppm). Também é incluída como análise o pH (potencial de H+), pIon (potencial de íon), ORP (potencial de óxido redução), condutividade elétrica, densidade. Análise é uma quantidade física e não uma função de instrumento e por isso deve ser preferida a forma de sensor de análise (AE), transmissor de análise (AT), indicador de análise (AI) ou registrador de análise (AR) Terminologia 44 Analógico Propriedade que se refere ao sinal, função, tecnologia e display. Sinal analógico é aquele que pode assumirinfinito número de níveis, entre 0 a 100%. O sinal de comunicação de 4 a 20 mA cc é exemplo de um sinal analógico. Função analógica é aquela que envolve medição, como controle ou registro. Tecnologia analógica é a baseada no amplificador operacional (amp op). Display analógico é baseado em escala e ponteiro, onde um é móvel e outro é fixo. O instrumento que manipula sinais analógicos na sua entrada ou saída é chamado de analógico. Cfr. Digital. Aquecimento (warm up) Período de tempo necessário para o instrumento eletrônico se estabilizar e operar normalmente, depois de ligado. O instrumento pode apresentar erros grosseiros ou não operar corretamente durante o período de aquecimento. Área de ambiente Local qualificado na planta com condições ambientais especificadas de conformidade com a severidade. As áreas possíveis são: área de ar condicionado, área de sala de controle, área externa e área protegida Área de ar condicionado é um local com temperatura mantida constante em um valor nominal dentro de uma tolerância estreita e igual a um valor confortável típico. A umidade é também mantida dentro de uma faixa estreita. Áreas com ar condicionado possuem circulação de ar limpo e são tipicamente usadas para instrumentação como computador ou outro equipamento requerendo ambiente controlado. Área de sala de controle é um local com facilidade de aquecer ou resfriar o ambiente. As condições são mantidas dentro de limites especificados. Pode haver ou não controle automático de temperatura e umidade. As áreas da sala de controle são comumente apropriadas para a operação do sistema de controle, havendo a presença continua de operadores. Área externa é um local em que o equipamento está exposto a condições ambientais sem proteção, incluindo temperatura, umidade, raio de sol direto, vento, chuva e sereno. Área protegida é um local de processo industrial com proteção contra exposição direta dos elementos, como luz do sol direta, chuva, vento e sereno. As temperatura e umidade podem ser as mesmas da área externa. Pode haver condensação. A ventilação é natural. Fig. 1.4.2. Diferentes áreas de processo Armário (Rack) Painel sem indicações que não fornece informação e nem requer atenção do operador. Pode ser considerado, também, a parte traseira de um painel de leitura. Cfr. Painel. Atenuador Dispositivo que diminui o tamanho do sinal entre dois pontos ou entre duas freqüências. Atenuação é o inverso do ganho. A atenuação pode ser expressa como uma relação adimensional, relação escalar ou em decibel (dB). Atenuação 4:1 é um critério de sintonia de controlador de processo onde a amplitude do desvio (erro) da variável controlada, seguindo um distúrbio, é cíclica, de modo que a amplitude de cada pico é ¼ do pico anterior. Atraso (delay) O intervalo de tempo entre um sinal variando e sua repetição para alguma Terminologia 45 duração especificada em um ponto a jusante do caminho do sinal. Atuador Parte do elemento final de controle que translada o sinal de controle em ação do equipamento final de controle no processo. A válvula de controle geralmente possui um diafragma acionado pneumaticamente como atuador. Auto – aquecimento Aquecimento interno resultante da dissipação da energia elétrica no sensor. Fenômeno indesejável que ocorre na medição de temperatura com resistência. Auto - regulação A propriedade de algumas variáveis no processo adotarem um valor estável sob dadas condições de carga, mesmo sem um sistema de controle. Por exemplo, a temperatura de fervura da água é de 100 oC, à pressão atmosférica padrão (103,1 kPa) Auto - sintonia A propriedade de alguns controladores microprocessados adotarem automaticamente os melhores valores de sintonia (ganho, tempo integral e tempo derivativo), sempre que as condições de carga do processo variarem. Backlash Um movimento relativo entre partes mecânicas que interagem, resultando em folga, quando o movimento é invertido. Banda Proporcional A variação na entrada de um controlador Proporcional requerida para produzir uma variação total na saída. Assim, se 10% de variação no erro causa uma variação de 100% na saída do controlador, então é banda proporcional é de 10. Banda proporcional é a relação da variação de entrada sobre a da saída. Banda proporcional é o inverso do ganho. Banda proporcional é a região onde há controle automático. Bourdon C Um sensor de pressão que converte a pressão em um pequeno deslocamento aproximadamente linear. Ele é chamado de bourdon por causa de seu inventor e C, por causa de seu formato encurvado. Seu funcionamento se baseia na deformação elástica do elemento. Outros elementos similares são: diafragma, fole, espiral e helicoidal. Fig. 1.4.3. Bourdon C Banda morta A faixa através da qual uma entrada pode ser variada sem provocar resposta detectável. A banda morta é geralmente expressa em percentagem da amplitude de faixa. Base de numeração O número cujas potências determinam o valor de cada posição no número. O mais usado no dia a dia é o decimal ou base 10. Em computação, o sistema padrão é o binário ou base 2. Em configuração de sistemas digitais, é comum se encontrar as bases octal (base 8) e hexadecimal (base 16). A base hexadecimal é útil em casos onde as palavras são compostas de múltiplos de 4 bits (palavras de 4, 8, 16, 32 bits). A base octal é mais útil onde as palavras são compostas de múltiplos de 3 bits (3, 6, 9 ou 12 bits) Terminologia 46 Binário Um sistema de representação de números de base 2, onde só existem os dígitos 0 e 1. É o sistema de trabalho dos computadores digitais. O binário pode ser considerado um caso especial de digital, quando se tem apenas um bit. A saída de uma chave é um sinal binário, pois a chave só pode estar ligada ou desligada. Cfr. Digital. Bico-Palheta Peça fundamental de todo instrumento pneumático que transmite, manipula ou controla sinais. Basicamente, o conjunto converte um pequeno deslocamento da palheta no sinal padrão pneumático de 20 a 100 kPa (0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psi). Bocal Tipo especial de restrição usada para medir vazão de fluidos, gerando uma pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão. É usado em sistema de calibração de medidores de vazão de gases, pois ocorre nele o fenômeno da vazão crítica. Fig. 1.4.4. Bocal de vazão Bode, Diagrama de Um gráfico de função de transferência versus freqüência, onde o ganho (geralmente em dB) e fase (em graus) são plotados contra a freqüência em uma escala logarítmica. Bulbo Parte sensível do elemento primário de temperatura. Invólucro que protege o termopar ou o fio de resistência detectora de temperatura ou que contem o fluido de enchimento do elemento termal. O bulbo não é o elemento sensor. Bypass Caminho alternativo em torno de outro componente, tubulação, ligação ou sistema, usado principalmente para permitir a manutenção do equipamento colocado no caminho principal. Fig. 1.4.5. Calibração a seco Calibração Operação de verificar a exatidão de um instrumento através da comparação com outro padrão rastreado. Determinação dos pontos em que as graduações da escala estão colocados. Também chamada de aferição ou verificação. Cfr. Ajuste. Calibração a seco de transmissor é aquela feita contornando o seu elemento sensor; gerando valores internos como padrão, não requerendo o padrão da variável sendo medida. Ciclo de Calibração é a aplicação de valores conhecidos da variável medida e o registro dos valores correspondentes das leituras de saída, sobre a faixa do instrumento, nos sentidos de subida e descida. Curva de Calibração é a representação gráfica do relatório de calibração. Rastreabilidade da Calibração é a relação da calibração de um instrumento com um instrumento calibrado e certificado por um LaboratórioNacional, através de um processo passo a passo. Relatório de Calibração é a tabela ou gráfico da relação medida de um instrumento comparado com um padrão, em toda sua faixa. Terminologia 47 Campo Área industrial, off site limit bateries, área externa, local. Cfr. Sala de controle. Fig. 1.4.6. Estado de instrumento de campo Carga Carga do processo expressa os valores nominais de todas as variáveis em um processo que afetam a variável controlada, exceto a variável manipulada e a controlada. Cavitação Fenômeno indesejável da evaporação do líquido e a implosão de bolhas quando o vapor volta ao estado líquido, que ocorre em interior de tubulações quando há diminuição da pressão ou aumento da temperatura. A cavitação pode ocorrer no interior de elementos sensores de vazão, bombas, restrições e válvulas. A cavitação pode destruir internos de válvulas e sensores colocados na tubulação. Cfr. flacheamento (flashing). Célula de carga Sensor elétrico para medição de pressão ou peso. A ação é baseada em strain gauges montados dentro da célula em uma barra de força. Também chamada de célula extensiométrica. É o elemento sensor padrão da balança eletrônica. Cfr. cristal piezoelétrico e strain gauge. Centro de Controle Uma estrutura de equipamentos para medir, controlar ou monitorar um processo. Também pode se referir à sala de controle da planta. Fig. 1.4.7. Operador em Centro de Controle Chave Dispositivo que liga, desliga ou seleciona um determinado circuito elétrico. A chave pode ser manual ou automática. Chave automática é acionada quando a variável de processo atinge um valor predeterminado. Chaves automáticas clássicas são: pressão (pressostato), temperatura (termostato), nível, vazão, posição (chave fim de curso). Choque mecânico Aplicação momentânea de uma força de aceleração a um equipamento. É geralmente expresso em número de acelerações da gravidade (g). Cíclico Uma condição de estado permanente ou oscilação transiente de um sinal em relação ao valor nominal Condições de Operação Condições em que um instrumento ou equipamento está sujeito, não incluindo a variável medida por ele. As condições de operação incluem: temperatura ambiente, pressão ambiente, força gravitacional, campos eletromagnéticos, inclinação, variações da alimentação (tensão, freqüência, harmônicas), choque e vibração. As condições de operação normais são a faixa de condições de operação dentro da qual o instrumento é projetado para operar e para a qual são estabelecidas as influências de operação. As condições de operação de referência são a faixa de condições de operação dentro da qual as influências de Terminologia 48 operação são desprezíveis. As condições de referência são usualmente estreitas. Por exemplo, a condição de referência de operação típica de um instrumento é de 24 ± 2 oC . Fig. 1.4.8. Diagrama das condições de operação As condições de transporte e armazenamento são a faixa de condições em que um instrumento ou equipamento está sujeito entre o tempo de construção e o tempo de instalação, incluindo o tempo em que ele estiver desligado. Não deve ocorrer nenhum dano físico ou defeito de operação durante este período, porem, pode ser necessário se fazer pequenos ajustes e calibração para restaurar sua condição de operação normal. Fig. 1.4.9. Instrumento montado no campo Condutância Em circuito de corrente contínua, é o inverso da resistência e portanto é a medida da habilidade de um circuito conduzir a corrente. Em corrente alternada, é a parte real da admitância, quando a impedância não contem reatância. Sua unidade SI é o siemens (S) e não é mho. Condutividade (elétrica) Variável de processo ou grandeza física que consiste na relação da densidade de corrente elétrica para o campo elétrico no material. Também conhecida como condutância específica. Condutividade é diferente de condutância. Também existe condutividade termal, condutividade acústica Confiabilidade Probabilidade que uma parte componente, instrumento ou sistema funcione satisfatoriamente, sob condições, determinadas sem manutenção, durante determinado período de tempo. Conhecimento (Acknowledgement) Chave do sistema de intertravamento ou alarme utilizada para silenciar o sistema sonoro, depois que o sistema é acionado. Compartilhado Um único instrumento executa a mesma função, geralmente indicação, registro ou controle, de um grande numero de variáveis, simultaneamente; é o instrumento associado a muitas malhas. Cfr. Dedicado. Compensação Provisão de uma construção especial, equipamento suplementar, circuito ou materiais especiais para contrabalançar fontes de erro devidas às variações em condições de operação específicas. Eliminação de erros variáveis provocadas por modificação. Transporte e Armazenamento Limites de operação Operação normal Limites de referência Condição de referência Limites de referência Operação normal Limites de operação Transporte e Armazenamento Terminologia 49 Compensador Equipamento que converte um sinal em alguma função que direciona o elemento final de controle para reduzir desvios na variável diretamente controlada. Computador Analógico Computador analógico é o instrumento que 1. faz operações matemáticas (soma, multiplicação, divisão e integração) 2. seleciona sinais de máximo ou mínimo 3. lineariza sinais, p. ex.., extração da raiz quadrada e caracterização de sinal. O computador analógico é também chamado de relé pneumático ou pelo nome específico, p. ex., somador, extrator de raiz quadrada. Fig. 1.4.10. Computador analógico pneumático Computador Digital Sistema baseado no circuito integrado microprocessador. O computador inteiro geralmente está embutido em uma única placa de circuito impresso e trabalha com palavras de dados com 8, 16 e 32 bits. Configuração Seleção através de comandos do teclado da estrutura básica do algoritmo de controle, do formato da leitura e das terminações de entrada e saída. Configurar por programação é fazer as ligações de blocos funcionais através de programação de computador (software). A configuração por programação é lógica e não física. Cfr. Fiação física Fig. 1.4.11. Instrumento configurável Conformidade Conformidade é o grau de aproximação de uma curva a outra específica (e.g., linear, logarítmica, parabólica, cúbica). Geralmente é medida em conformidade e expressa em não conformidade. É um dos parâmetros da exatidão especificada do instrumento. A conformidade pode ser independente, baseada no terminal e baseada no zero. Constante de Tempo Um número caracterizando o tempo necessário para a saída de um equipamento atingir aproximadamente 63% do valor final, em resposta a um degrau aplicado na entrada. A constante de tempo é também chamada de tempo característico. Consumo de ar A máxima taxa em que o ar comprimido é consumido por um instrumento pneumático, dentro de sua faixa de operação e durante condições de sinal constante. Geralmente expressa em m3/hr, a temperatura e pressão especificadas. Controlador Instrumento que opera automaticamente para regular uma variável controlada. O controlador a realimentação negativa recebe um sinal proporcional à variável medida, compara-o com um valor de referência estabelecido pelo operador e gera um sinal padrão na saída que é função matemática da diferença entre a medição e a referência. O sinal de saída tende a manter a variável controlada igual ou em torno do valor desejado. O controlador pode ter o nome das ações de controle embutidas; tem-se controlador liga-desliga (on-off), controlador proporcional (P), controlador Terminologia 50 proporcional mais integral (PI), controlador proporcional mais derivativa (PD), controlador mais integral mais derivativa (PID).Fig. 1.4.12. Controladores single loop Controlador Single Loop é um instrumento microprocessado, configurável e dedicado ao controle de uma, duas ou até quatro malhas de controle. Alguns modelos podem ser reconfigurados para computador de vazão. O controlador pode também ser auto- operado; chama-se regulador. Controle Compartilhado Controle em que um único controlador divide seu tempo de computação e controle entre várias malhas de controle. Em vez de ser dedicado a uma única malha, ele é compartilhado por todas as malhas da planta e assume o controle de cada malha, uma por vez, de modo cíclico, em uma varredura predeterminada. Controle Digital Direto Controle feito por um dispositivo digital que executa todas as funções de detecção de erro e atuação no elemento final de controle. Controle Liga-Desliga Um sistema de controle com duas posições, em que um dos dois valores discretos é zero. É um sistema simples de controle onde a saída do controlador só pode estar ligada (alta) ou desligada (baixa) e consequentemente o elemento final de controle está totalmente aberto (100%) ou fechado (0%). O controle liga- desliga pode ser realizado através de chave. No controle liga-desliga convencional um único ponto serve para ligar e desligar o sistema. O Controle com Intervalo (Gap) Diferencial é um controlador liga- desliga, com dois pontos de atuação: um para ligar e outro para desligar. A vantagem é que o elemento final de controle atua menor número de vezes e a desvantagem é que a amplitude de variação da variável é maior. Controle Lógico Programável Sistema digital, compartilhado, aplicado principalmente para controle lógico de processos com muita operação de liga- desliga. Como não possui interface Homem-Máquina, geralmente é associado a um sistema de computador onde roda um aplicativo para controle supervisório. É chamado abreviadamente de CLP. Controle Multivariável Sistema de controle mais elaborado, onde estão envolvidas duas ou mais malhas de controle ou duas ou mais variáveis de processo. Controle Adaptativo é aquele em que os meios automáticos são usados para variar o tipo ou influência (ou ambos) dos parâmetros de controle, de modo a melhorar o desempenho do sistema de controle. Controle Auto-seletor é um sistema de controle com dois ou mais controladores, em que apenas um é selecionado para executar o controle, enquanto todos os outros ficam em espera. É mandatório o uso de um seletor de sinais. É também chamado de controle override. Controle Cascata é um sistema de controle com duas malhas fechadas, em que a saída de um controlador (primário) é o ponto de ajuste de outro controlador (secundário). Controle Faixa Dividida é um sistema de controle em que o controlador atua em dois ou mais elementos finais de controle. É também chamado de split range. Terminologia 51 Controle Relação de Vazões é um sistema de controle em que o controlador recebe n medições de vazão e atua em (n – 1) elementos finais de controle para manter constante a relação entre as vazões. Controle Processo O controle de processo é a regulação ou manipulação das variáveis que afetam a operação do processo, de modo a obter um produto com qualidade desejada em quantidade eficiente. É o balanço dos fluxos de energia (pressão e temperatura) e de material (vazão e nível). Fig. 1.4.13. Terminologia da malha de controle Controle Preditivo Antecipatório Controle em que a informação referente a uma ou mais condições que podem afetar a variável controlada são convertidas, fora de qualquer malha de realimentação negativa, em ação corretiva para minimizar os desvios da variável controlada. O uso do controle preditivo antecipatório não afeta a estabilidade do sistema, pois ele não é parte da malha de realimentação negativa que determina a estabilidade. Controle Realimentação Negativa Controle em que a variável medida é comparada com seu valor desejado para produzir um sinal de erro de atuação que age de tal modo a reduzir o tamanho do erro. Controle Supervisório Controle em que as malhas de controle operam independentemente, sujeitas a ações corretivas intermitentes. Exemplo de controle supervisório é o sistema com os pontos de ajustes variados por uma fonte externa. Conversor Instrumento que transforma uma forma de energia elétrica em outra. Conversor A/D que transforma um a tensão ou corrente de entrada analógica em um sinal digital proporcional. Conversor D/A que transforma um sinal digital, geralmente de um computador, em uma tensão ou corrente de saída analógica proporcional. Coriolis Força Coriolis é uma pseudoforça dependente da velocidade em relação a um sistema que está em rotação com relação a um sistema inercial de referência; é igual e oposta ao produto da massa da partícula onde a forma age e sua aceleração de Coriolis. Efeito Coriolis é a deflexão relativa à superfície da terra a qualquer objeto movendo acima da terra, causada pela força Coriolis. Um objeto se movendo horizontalmente é defletido para a esquerda, no hemisfério Sul. O medidor de vazão tipo Coriolis determina a vazão mássica a partir do torque em um tubo que sofre uma vibração externa. Fig. 1.4.14. Medidor de vazão Coriolis Variável não controlada TT TC TE Variável controlada Temperatura ambiente Carga Saída Vapor Variável manipulada Produto Distúrbio Condensado Terminologia 52 Correção Diferença algébrica entre o valor ideal e a indicação do valor medido. É a quantidade que adicionada algebricamente à indicação dá o valor ideal. Correção positiva denota que a indicação do instrumento é menor que o valor ideal. correção = valor ideal – indicação Corpo Negro Um corpo ideal que absorve toda a radiação incidente e não emite nenhuma. (Conceito utilizado na medição de temperatura com radiação) Correlação A interdependência ou associação entre duas variáveis de natureza quantitativa ou qualitativa. A correlação pode variar de –1 (correlação inversa), 0 (não há) a 1 (correlação total). Corrosão Destruição gradual de um metal ou liga devido a processos químicos como oxidação ou a ação de agente químico. A corrosão pode ser eliminada ou diminuída pela escolha criteriosa dos materiais em contato. Erosão é a perda de material ou desgaste de uma superfície provocada pela alta velocidade de um fluido. A corrosão é de origem química; a erosão é física. Cristal piezoelétrico Um sensor elétrico de pressão que gera uma tensão proporcional à pressão aplicada na entrada. Cfr. strain gage. Característica, Curva Uma curva (gráfico) que mostra os valores ideais em regime ou uma saída de um sistema como função de uma entrada, com as outras entradas sendo mantidas em valores constantes especificados. Característica de Válvula Relação em percentagem da vazão e abertura correspondente da válvula. As características mais comuns são: linear, abertura rápida e igual percentagem. Dedicado Um instrumento executa uma função relacionada com uma única variável de processo; um instrumento corresponde a uma malha e uma malha corresponde a um instrumento. Cfr. Compartilhado. Default Um valor automaticamente usado, a não ser que seja especificado outro diferente. Densidade Variável de processo ou grandeza física que consiste na relação da massa sobre volume. A unidade SI é kg/m3 . Embora exista instrumento que meça diretamente densidade, na prática de Instrumentação é mais comum medir densidade através da pressão e temperatura do fluido do processo. Desvio (drift) Uma variação indesejável na relação saída-entrada durante um período de tempo. O ponto de desvio é a variação na saída durante um período especificado de tempo para uma entrada constante, em determinada condição de operação de referência. Os pontos de desvio clássicos são os de zero e de amplitudede faixa. Expressão típica: o desvio no meio da escala para a temperatura ambiente (24 ± 1 oC ), para um período de 48 horas, é de ±0,1% da amplitude de faixa da saída. Desvio permanente (offset) é a diferença estável entre o ponto de ajuste e a medição de um controlador Proporcional, quando há alteração da carga do processo ou do ponto de ajuste do controlador. O desvio permanente pode ser eliminado manualmente ou automaticamente, através da ação integral. Detector Dispositivo para usado para sentir a presença de um objeto, radiação ou composto químico; chamado de elemento sensor. Terminologia 53 Dew Point A temperatura e pressão em que um gás começa a se condensar em líquido. A temperatura de dew point é aquela em que o ar se torna saturado quando resfriado sem adição de umidade ou mudança de pressão; qualquer resfriamento adicional causa a condensação. Diafragma Um sensor de pressão que converte a pressão em um pequeno deslocamento aproximadamente linear. Diagrama ladder Diagrama consistindo de combinação de entradas (contatos NA e NF de chaves manuais, chaves automáticas, relés) e de saídas (bobinas de relés e de solenóides, lâmpadas piloto, sirenes) colocados em forma de degraus de uma escada, mostrando uma seqüência lógica de eventos e para ser rodado em um CLP. Cfr. CLP. Fig. 1.4.15. Diagrama ladder típico Digital Propriedade que se refere ao sinal, função, tecnologia e display. Sinal digital é aquele que só pode assumir determinados níveis, geralmente dois: 0 ou 1. O sinal digital de comunicação (protocolo) é um conjunto de bits (0 ou 1). HART é exemplo de um sinal digital. Função digital é aquela que envolve contagem ou manipulação de pulsos. Tecnologia digital é a baseada em portas lógicas. Display digital é baseada em dígitos, que substitui a escala e o ponteiro. O instrumento que manipula sinais digitais na sua entrada ou saída é chamado de instrumento digital. Cfr. Analógico. Display Representação visível da informação, em palavras, números, desenhos, monitores ou consoles de computador. Imagem da informação. Instrumento ou painel acessível ao operador, para apresentar alguma indicação, registro ou contagem. Também chamado de read out. Distúrbio Uma variação indesejável que ocorre em um processo que tende a afetar nocivamente o valor da variável controlada. dp Cell Um sensor de pressão que responde à diferença na pressão entre duas fontes, geralmente usado para medir vazão pela pressão diferencial através de uma restrição na tubulação. O transmissor d/p cell possui um diafragma dp cell. Fig. 1.4.16. Aplicação típica do d/p cell saída 2 Vin-1 S saída 1 Partida CR1 Parada CR1-1 CR1-2 Vin saída 3 Vout-2 LSL Vout TR1-2 saída 6 Vout-1 LSH Vin-2 TR1 saída 4 CR1-3 H Vin-3 saída 5 TR1-2 T 1800 Terminologia 54 Driver Uma seqüência de instruções de programa que controla um equipamento de entrada-saída, como um acionador de disco. Às vezes, chamado de interface. Elemento Final Elemento que varia diretamente o valor da variável manipulada. Equipamento da malha de controle que está em contato com o processo, recebendo o sinal do controlador. Normalmente, é a válvula de controle com atuador pneumático; pode ser, também, cilindro, damper, válvula solenóide. Cfr. Elemento sensor. Eletrônico Instrumento cuja alimentação é a tensão elétrica e cujo sinal padrão de transmissão de corrente é padronizado de 4 a 20 mA cc. Cfr. Analógico, Digital e Pneumático Elo de Comunicação Circuito físico para ligar equipamentos com a finalidade de transmitir e receber dados. Equipamento Um aparato para fazer uma determinada função. Também chamado de dispositivo. Erro A diferença algébrica entre o valor medido de uma variável e seu valor ideal. Neste caso é também chamado de incerteza, desvio ou tolerância. Um erro positivo denota que a indicação do instrumento é maior que o valor ideal. erro = indicação – valor ideal Em controle de processo, é o sinal de diferença entre a medição e o ponto de ajuste do controlador. Erro aleatório é aquele que varia seu pequeno valor e sinal, quando se faz um grande número de medições nas mesmas condições e do mesmo valor de dada quantidade. O erro aleatório nunca pode ser eliminado e o seu tratamento estatístico determina seus limites. Erro ambiental é o causado pela variação na condição de operação especificada da condição de referência . Erro de amplitude de faixa é a diferença entre a amplitude real e a ideal. Um instrumento apresenta erro de amplitude de faixa quando sua curva de calibração tem inclinação diferente da ideal. Erro de atrito é devido à resistência ao movimento apresentado pelas superfícies em contato. Erro de inclinação é a mudança na saída causada somente pela inclinação do instrumento de sua posição normal de operação. Erro de tensão de montagem é resultante da deformação de um instrumento causada pela montagem e conexões do instrumento. Erro sistemático é aquele constante em valor absoluto e sinal, quando se faz um grande número de medições nas mesmas condições e do mesmo valor de uma dada quantidade. O erro sistemático pode ser eliminado ou diminuído pela calibração. Erro de zero é o apresentado pelo instrumento operando sob condições determinadas de uso quando sua saída está no valor inferior da faixa. instrumento apresenta erro de zero quando sua curva de calibração não passa pela origem. Fig. 1.4.17. Sensores de pressão Espiral Um sensor de pressão que converte a pressão em um pequeno deslocamento aproximadamente linear. Elemento sensor mecânico que funciona sob deformação elástica. Terminologia 55 Estação Automático-Manual Dispositivo que possibilita ao operador selecionar um sinal automático ou um sinal manual, como a entrada para um elemento de controle. O sinal automático é normalmente a saída do controlador, enquanto o sinal manual é saída de um dispositivo operado manualmente pelo operador. É também chamada pelo seu tag: HIC. Estação Manual de Controle Instrumento cujo sinal de saída é gerado arbitrariamente pelo operador. Pode ser independente do controlador automático ou pode estar acoplado a ele. Cfr. Controlador. Fig. 1.4.18. Estação manual de controle (HIC) Exatidão (accuracy) Grau de conformidade de um valor indicado com um valor padrão aceito reconhecidamente (valor ideal). Cfr. Precisão Exatidão Especificada é o número que define um limite que os erros não excederão quando um equipamento é usado sob condições de operação especificadas. Quando as condições de operação não são especificadas, devem ser assumidas as condições de operação de referência. Como especificação de desempenho, a exatidão (ou a exatidão de referência) deve ser assumida para significar a exatidão especificada do instrumento, quando usado nas condições de operação de referência. A exatidão especificada inclui os efeitos combinados de conformidade, histerese, banda morta e repetitividade. A inexatidão pode ser expressa por: a) percentagem do valor medido real. A expressão típica é ±1% do valor medido. b) percentagem do fundo de escala. A expressão típica é ±1% do fundo da escala ou limite superior da escala (URL – upper range limit). c) percentagem da amplitude de faixa (span). A expressão típica é ±1% amplitude de faixa. d) percentagem do comprimento da escala. A expressão típica é ±1% oC. Exatidão Medida é o desvio máximo positivo e negativo observado no teste de um equipamento sob condições especificadas e por um procedimento específico. Geralmente é medida como uma inexatidão e expresso como exatidão. É tipicamente expressa em termos da percentagem do valor medido ou percentagem do fundo de escala. Excitação Alimentação externa aplicada a um equipamento para sua operação.do planímetro 5 6.5. Gráficos Circulares Uniformes6 6.6. Seleção e Especificação 6 7. Controlador 1. Conceito 1 2. Componentes Básicos 1 2.1. Medição 1 2.2. Ponto de Ajuste 1 2.3. Estação Manual Integral 2 2.4. Balanço Automático 2 2.5. Malha Aberta ou Fechada 3 2.6. Ação Direta ou Inversa 3 3. Especificação do Controlador 5 3.1. Controlador Liga-Desliga 5 3.2. Controlador com Intervalo Diferencial 5 3.3. Controlador Proporcional 6 3.4. Controlador P + I 7 3.5. Controlador P + D 8 3.6. Controlador P + I + D 10 3.7. Controlador Tipo Batelada 10 3.8. Controlador Analógico 12 3.9. Controlador Digital 13 4. Controlador Microprocessado 14 4.1. Conceito 14 4.2. Características 14 4.3. Controladores comerciais 15 4. Controlador SPEC 200 16 4.1. Descrição e Funções 16 5. Estação Manual de Controle 18 5.1. Estação Manual 18 5.2. Estação de Chaveamento A/M 18 5.3. Estação A/M e Polarização 19 5.4. Serviços Associados 20 8. Válvula de Controle 1. Introdução 1 2. Elemento Final de Controle 1 3. Válvula de Controle 2 4. Corpo 3 4.1. Conceito 3 4.2. Sede 3 4.3. Plug 3 5. Castelo 4 6. Atuador 4 6.1. Operação 4 6.2. Atuador Pneumático 5 6.3. Ações do Atuador 5 6.4. Escolha da Ação 6 6.5. Mudança da Ação 7 6.6. Dimensionamento 7 6.7. Outro Elemento Final 7 7. Acessórios 8 7.1. Volante 8 7.2. Posicionador 8 7.3. Booster 9 8. Característica da Válvula 10 8.1. Conceito 10 8.2. Válvula e Processo 10 8.3. Escolha de Características 12 9. Operação da Válvula 13 9.1. Aplicação da Válvula 13 9.2. Desempenho 13 9.3. Rangeabilidade 14 10. Vedação e Estanqueidade 15 10.1. Classificação 15 10.2. Fatores do Vazamento 15 10.3. Válvulas de Bloqueio 15 11. Dimensionamento 16 11.1. Filosofia 16 11.2. Válvulas para Líquidos 17 11.3. Válvulas para Gases 17 11.4. Queda de Pressão 17 12. Instalação 18 12.1. Introdução 18 12.2. Localização da Válvula 18 12.3. Comissionamento 18 12.4. Tensões da Tabulação 19 12.5. Redutores 19 12.6. Instalação da Válvula 19 13. Parâmetros de Seleção 20 13.1. Função da Válvula 20 13.2. Fluido do Processo 20 13.3. Perdas de Atrito do Fluido 20 13.4. Condições de Operação 21 13.5. Vedação 21 13.6. Materiais de Construção 21 13.7. Elemento de Controle 21 14. Tipos de Válvulas 22 14.1. Válvula Gaveta 23 14.2. Válvula Esfera 24 14.3. Válvula Borboleta 25 14.4. Válvula Globo 27 14.5. Válvula Auto-regulada 28 15. Válvulas Especiais 30 15.1. Válvula Retenção 30 15.2. Tipo Levantamento 31 15.3. Retenção Esfera 31 15.4. Retenção Borboleta 31 15.5. Retenção e Bloqueio 32 16. Válvula de Alívio de Pressão 32 16.1. Função do Equipamento 32 16.2. Definições e Conceitos 32 16.3. Sobrepressão 33 16.4. Válvula de Segurança 34 17. Válvulas Solenóides 36 17.1. Solenóide 36 17.2. Válvula Solenóide 36 17.3. Operação e Ação 37 18. Válvula Redutora de Pressão 38 18.1. Conceito 38 18.2. Precisão da Regulação 38 18.3. Sensibilidade 38 18.4. Seleção 39 18.5. Instalação 39 18.6. Operação 40 5. Especificação de Instrumentos 1. Informação do Produto 1 1.1. Propriedade (feature) 1 1.2. Especificação 1 1.3. Característica 2 2. Propriedades do Instrumento 2 2.1. Funcionalidade 2 2.2. Estabilidade 6 2.3. Integridade 6 2.4. Robustez 10 2.5. Confiabilidade 11 2.6. Disponibilidade 15 2.7. Calibração 16 2.8. Manutenção 17 2.9. Resposta dinâmica 18 3. Especificações do instrumento 20 3.1. Especificações de Operação 20 Característica 20 3.2. Especificação de desempenho 20 3.3. Especificações funcionais 30 3.4. Especificações físicas 31 3.5. Especificação de segurança 32 4. Corrosão dos Instrumentos 41 4.1. Tipos de Corrosão 41 4.2. Corrosão nos instrumentos 41 4.3. Partes molhadas 42 4.4. Materiais de revestimento 42 4.5. Partes expostas ao ambiente 43 4.6. Instrumentos pneumáticos 43 4.7. Instrumentos eletrônicos 43 4.8. Processos Marginais 45 5 Terminologia 2.1. Introdução 1 2.2. Definições e Conceitos 1 2.3. Referências Bibliográficas 31 Medição das Variáveis Objetivos de Ensino 1 1. Variáveis de Processo 2 1.1. Introdução 2 1.2. Conceito 2 1.3. Dimensões 2 2. Tipos das Quantidades 3 2.1. Energia e Propriedade 3 2.2. Extensivas e Intensivas 3 2.3. Pervariáveis e Transvariáveis 3 2.4. Variáveis e Constantes 4 2.5. Contínuas e Discretas 4 2.6. Mecânicas e Elétricas 4 3. Faixa das Variáveis 6 3.1. Faixa e Amplitude de Faixa 6 3.2. Limites de Faixa 6 3.3. Faixa e Desempenho 6 4. Função Matemática 7 4.1. Conceito 7 4.2. Notação 7 4.3. Função Linear 7 4.4. Correlação 8 1. Pressão 1. Conceitos Básicos 1 1.1. Definição 1 1.2. Unidades 1 1.3. Tipos 2 2. Medição da Pressão 3 2.1. Objetivos da medição 3 2.2. Padrões de calibração 4 2.3. Sensores Mecânicos 6 2.4. Sensores Elétricos 9 2.5. Seleção do Sensor 9 3. Acessórios 9 3.1. Selo Químico 9 3.2. Pressostato 10 2. Temperatura 1. Conceitos Básicos 1 1.1. Definições 1 1.2. Unidades 2 1.3. Escalas 2 1.4. EPIT 3 2. Medição da Temperatura 5 2.1. Introdução 5 2.2. Sensores 5 2.3. Termômetros de vidro 6 2.4. Bimetal 7 2.5. Enchimento Termal 8 2.6. Termopar 9 2.7. Resistência detectora de temperatura (RTD) 14 3. Acessórios 27 3.1. Bulbo 27 3.2. Capilar 28 3.3. Poço de temperatura 29 4. Referências Bibliográficas 30 3. Vazão 1. Fundamentos 1 1.1. Conceito de vazão 1 1.2. Unidades 2 1.3. Funções Associadas 2 1.4. Dificuldades da Vazão 3 2. Medidores de Vazão 4 2.1. Sistema de Medição 4 2.2. Tipos de Medidores 4 2.3. Quantidade ou Instantânea 4 2.4. Relação Matemática 5 2.5. Diâmetros Totais e Parciais 5 2.6. Com e Sem Fator K 5 2.7. Volumétricos ou Mássicos 6 2.8. Energia Extrativa ou Aditiva 6 2.9. Medidor Universal Ideal 6 2.10. Medidores Favoritos 7 3. Geradores de ∆p 8 3.1. Elemento Gerador 9 4. Placa de Orifício 9 4.1. Conceito 9 4.2. Características Físicas 9 4.3. Tomadas da Pressão 10 4.4. Dimensionamento 10 4.5. Vantagens 11 4.6. Desvantagens e Limitações 11 4.7. Orifício Integral 12 4.8. Tubo Venturi 12 4.9. Outros Geradores da Pressão13 4.10.Seleção do Elemento 13 4.11. Medidor do ∆p 13 5. Medidor Tipo Alvo (Target) 14 6. Rotâmetro de Área Variável 15 7. Deslocamento Positivo 16 8. Medidor Magnético 17 8.1. Princípio de funcionamento 17 8.2. Sistema de Medição 17 8.3. Tubo Medidor 17 8.4. Transmissor de Vazão 18 8.5. Vantagens 18 8.6. Desvantagens e limitações 19 9. Turbina 19 9.1. Princípio de funcionamento 19 9.2. Construção 19 9.3. Vantagens 20 9.4. Desvantagens e limitações 20 10. Medidor tipo Vortex 21 11. Medidor Coriolis 23 11.1. Introdução 23 11.2. Efeito Coriolis 23 11.3. Calibração 24 11.4. Medidor Industrial 24 11.5. Características 25 11.6. Aplicações 25 11.7. Limitações 26 12. Medidor termal 26 12.1. Princípio de Funcionamento 26 12.2. Medidor a Calor 26 13. Medidor ultra-sônico 28 13.1. Introdução 28 13.2. Diferença de Tempo 28 13.3. Diferença de Freqüência 29 13.4. Efeito Doppler 29 4. Nível 1. Conceitos Básicos 1 1.1. Introdução 1 1.2. Conceito 1 1.3. Unidades 2 1.4. Aplicações 2 2. Medição de Interface 3 3. Medição de Nível 4 4. Visor de nível 4 4.1. Medidor com Bóia 5 4.2. Pressão Diferencial 6 4.3. Medição a borbulhamento 9 4.4. Medição com Deslocador 11 4.5. Medição Radioativa 13 4.6. Sistema com radar 20 4.7. Medidor sônico e ultra-sônico 25 Instrumentação 1. Fundamentos 2. Funções 3. Variáveis 1. Fundamentos 1. Instrumentação 2. Símbolos e Identificação 3. Sistemas de Instrumentação 4. Terminologia 1 1.1 InstrumentaçãoA excitação sempre tem valores máximo e mínimo, acima e abaixo do qual pode se danificar ou degradar o desempenho do instrumento. Faixa Faixa é a região entre os limites dentro da qual uma variável é medida. A faixa é definida por dois números: limite inferior e limite superior. Assim, a temperatura é para ser medida entre 20 e 100 oC , define a faixa da medição de temperatura. Amplitude de faixa é a diferença algébrica entre o limite superior e o inferior. Assim, a temperatura na faixa de 10 a 100 oC possui amplitude de faixa de 80 oC. Faixa com zero elevado é aquela cujo início (valor inferior) é menor que zero (negativo); por exemplo de –20 a 100 oC, -100 a 0 oC ou -100 a –20 oC. Faixa com zero suprimido é aquela cujo início é maior que zero (positivo); por exemplo de 20 a 100 oC. Terminologia 56 Falha Condição causada pelo colapso, quebra ou encurvamento, de modo que o instrumento ou equipamento não mais desempenhe sua função. Sistema de falha segura (failsafe) é aquele que vai naturalmente para uma condição segura, quando há falha no sistema. Válvula com falha fechada (FC - fail close) é aquela com ação ar para abrir; em caso de falha a válvula fica totalmente fechada. Válvula com falha aberta (FO - fail open) é aquela com ação ar para fechar; em caso de falha a válvula fica totalmente aberta. Fator de Escala O fator pelo qual o número de divisões da escala do indicador ou do registrador deve ser multiplicado para se obter o valor da variável medida. Fibra óptica Cabo (fio) de comunicação longo, fino, de sílica fundida ou de outra substancia transparente, usado para transmitir a luz. Também conhecido como guia de luz. Sensor de fibra óptica é um dispositivo em que a quantidade física a ser medida é feita para modular a intensidade, espectro, fase ou polarização da luz de um diodo emissor de luz (LED) ou diodo laser viajando através de uma fibra óptica. A luz modulada é detectada por um fotodiodo. Fieldbus Protocolo digital para comunicação de instrumentos de campo, atualmente suportado pela Fieldbus Foundation. Fio Condutor elétrico com resistência teoricamente zero usado para interligar instrumentos ou componentes de circuito. Também chamado de cabo. A configuração mais usada em Instrumentação é com dois fios trançados, onde são transportados simultaneamente o sinal analógico, a alimentação e o digital. Na medição de temperatura com RTD é comum se usar três fios de ligação. Flacheamento (flashing) Fenômeno indesejável da evaporação do líquido (formação de bolhas de vapor), que ocorre em interior de tubulações quando há diminuição da pressão ou aumento da temperatura. O flacheamento pode ocorrer no interior de elementos sensores de vazão, bombas, restrições e válvulas. Cfr. cavitação. Fole Um sensor de pressão que converte a pressão em um pequeno deslocamento aproximadamente linear. Foreground/background Um sistema de controle que usa dois computadores, uma para fazer as funções de controle e o outro para aquisição de dados, avaliação do desempenho off-line, operações financeiras, programações de produção. Qualquer um dos dois computadores pode fazer as funções de controle. Freqüência Número de ciclos completados por uma quantidade periódica na unidade de tempo. A unidade SI de freqüência é hertz, que é o inverso de segundo. Período é o inverso de freqüência. Freqüência também é o número de vezes um evento ocorre, durante determinado intervalo de tempo. Por exemplo, a freqüência de calibração de um instrumento é de duas vezes por ano. Função Uma regra matemática entre duas grandezas físicas, de modo que um valor da primeira grandeza corresponda exatamente um valor da segunda. Por exemplo, a saída de um sensor deve ser função de sua entrada (variável medida). Em instrumentação, a função do instrumento está relacionada com seu objetivo na malha de medição. As funções clássicas são: detecção, transmissão, condicionamento, indicação, registro, Terminologia 57 contagem, alarme, intertravamento e controle. Função de Transferência é a resposta de um elemento da malha de controle de processo que especifica como a saída do equipamento é determinada pela entrada. Ganho Ganho é a relação da variação da saída sobre a variação da entrada. Pode- se definir ganho de instrumento individual, do processo, da malha fechada ou fechada de controle. Um sistema linear possui ganho constante; o ganho é variável no sistema não linear. Ganho é o inverso da banda proporcional O ganho pode ser adimensional ou ter qualquer dimensão. Um controlador possui ganhos ajustáveis das ações Proporcional, Integral e Derivativa Hardware (HD) No contexto da informática, hardware se refere ao equipamento físico associado com o computador, como CI (circuito integrado), placa de circuito impresso, cabos, terminais. Cfr. software (SW). HART Acróstico de Highway Adressable Remote Transducer. É um protocolo de comunicação digital para instrumentos de campo. Hidrômetro Genericamente, instrumento que mede vazão de líquidos. Em instrumentação, se aplica geralmente a indicador local de vazão de água; às vezes o líquido não é água. Histerese A tendência de um instrumento dar uma saída diferente uma dada entrada, dependendo se a entrada resulta de um aumento ou diminuição do valor anterior. Histerese é diferente de banda morta. Hot Standby (Reserva a quente) Sistema onde um equipamento digital é reserva do outro, onde o reserva acompanha o status do principal, podendo assumir a função imediata e automaticamente. Embora apenas um dos equipamentos esteja na função, o outro está idêntico ao primeiro, podendo assumir o comando a qualquer momento. Impedância Impedância elétrica é a oposição total que um circuito apresenta a uma corrente alternada; possui uma parte resistiva (resistência) e outra reativa (que pode ser capacitiva ou indutiva). Em circuito de corrente contínua, impedância equivale à resistência. Indicador Instrumento que sente uma variável de processo e mostra o seu valor através do conjunto escala e ponteiro (analógico) ou de dígitos (digital). No indicador, apenas o valor instantâneo da variável medida é visualmente mostrado. Tag do indicador da variável X é XI. Fig. 1.4.19. Indicadores analógicos Interface Alguma forma de dispositivo que permite dois instrumentos incompatíveis se comunicarem um com o outro. Instrumentos compatíveis são ligados diretamente, sem interface. Interfaces clássicas: transdutor i/p, e transdutor p/i, que permitem a ligação de um instrumento pneumático a um eletrônico. Também chamada de driver. Terminologia 58 Interferência eletromagnética Qualquer efeito espúrio produzido no circuito por campos eletromagnéticos externos. A interferência pode ser eliminada ou diminuída pela nova posição dos equipamento ou por blindagem elétrica. Intertravamento Sistema lógico implementado em hardware ou software para coordenar a atividade de dois ou mais dispositivos, onde a ocorrência de um evento depende da existência prévia de outros eventos, de ações do operador e da lógica instalada. O intertravamento deve garantir a operação segura da planta. O intertravamento é feito por controle lógico. Cfr. Alarme. Instrumentação Coleção de instrumentos ou sua aplicação com objetivo de observação, medição ou controle. Área da Engenharia que trata dos equipamentos usados na detecção, transmissão, indicação, registro, controle, alarme e intertravamento das variáveis de processo. Instrumento inteligente Instrumento a base de microprocessador, assim chamado porque condiciona e manipula os sinais e apresenta os resultados numa forma amigável. A inteligência é aplicada a sensores, transmissores, controladores e posicionadores de válvula. Instrumento virtual Instrumento configurado e construídodentro de um computador através de um programa aplicativo específico. Sua operação e características são idênticas a de um instrumento convencional, porém ele só existe dentro do computador. Fig. 1.4.20. Face de um instrumento virtual Invólucro Estrutura que envolve os circuitos constituintes de um instrumento, garantindo sua integridade física e funcional. Há normas relacionadas com a escolha do invólucro, relacionadas com sua integridade e a segurança do local. IPTS Escala Prática Internacional de Temperatura é a escala baseada em seis pontos, tomados em oC : a) Ponto triplo da água b) ponto de ebulição da água c) ponto de ebulição do oxigênio d) ponto de ebulição do enxofre e) ponto de solidificação da prata f) ponto de solidificação do ouro Isolação Separação física entre partes de um circuito ou sistema. A isolação evita a interação entre as duas partes. A isolação pode ser galvânica (transformador), relé ou óptica (isolador óptico). Por exemplo, o módulo de entrada do CLP possui isolação entre sua entrada e sua saída. Junta Ponto de ligação entre dois fios ou dois caminhos condutores de corrente. O termopar possui duas juntas: 1. junta de medição ou junta quente, que é o ponto onde quer medir a temperatura desconhecida. 2. junta de compensação, referência ou junta fria, que deve estar em uma temperatura constante e conhecida e onde os fios estão ligados ao instrumento de display. Terminologia 59 Lâmpada Piloto Dispositivo que indica os estados de operação de um sistema parado, operação, alarme, automático, manual . LASER Acróstico de Amplificação de Luz por Emissão de Radiação Estimulada (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation). Fonte de radiação, geralmente nas faixas infravermelho, visível e ultravioleta, caracterizada pela pequena divergência, coerência, monocromacidade e alta colimação e potência. Linear Instrumento é linear quando sua saída varia na proporção direta da entrada. Grandeza linear possui apenas uma dimensão. Curva linear é aquela que se aproxima ou é igual a uma linha reta, definida por dois pontos. Sistema linear possui um desempenho uniforme. Escala linear é aquela com divisões distribuídas uniformemente. Linearidade Proximidade de uma curva relacionada com duas variáveis com uma linha reta. A linearidade é expressa em não linearidade. É um dos parâmetros da exatidão especificada do instrumento. A linearidade pode ser independente, baseada no terminal e baseada no zero. Fig. 1.4.21. Área de risco ou classificada Local de Risco (classificado) Porção da planta onde líquidos combustíveis ou flamáveis, vapores, gases ou pós podem estar presentes no ar em quantidades suficientes para provocar misturas explosivas ou ignitáveis. Classificar uma área é lhe atribuir atributos relacionados com a Classe, Grupo e Zona. Classe está relacionada com o tipo físico do material: 1. Gás 2. Pó 3. Fibra Grupo está relacionado com as características químicas do material. Por exemplo, a Classe 1 possui os Grupos A, B, C e D. Zona está relacionada com probabilidade de ocorrência do material no local. 1. Zona 0 é 100% de probabilidade 2. Zona 1 é alta probabilidade relativa 3. Zona 2 é baixa probabilidade relativa. LVDT Transformador Diferencial Variável Linear que mede deslocamento pela conversão para uma tensão linearmente proporcional. Malha Conjunto de instrumentos interligados, fisicamente ou por programação. A malha pode aberta ou fechada, ativa ou passiva. A malha aberta é sem realimentação. Exemplos: indicação ou registro de uma variável (passivas). Outro exemplo: atuação manual no processo (ativa). A malha fechada tem um caminho de sinal que inclui a malha de instrumentos e o processo, onde o processo fecha a malha. A malha de realimentação negativa é sempre fechada. Magnético, Medidor de Vazão Sistema de medição de vazão de fluido eletricamente condutor baseado na geração de uma força eletromotriz com amplitude linearmente proporcional à vazão volumétrica. O sistema consiste em um tubo medidor e um transmissor de Terminologia 60 vazão. O tubo medidor metálico possui um revestimento isolante, bobinas de excitação e eletrodos de detecção. Fig. 1.4.22. Medidor magnético de vazão Manômetro Genericamente, instrumento que mede pressão. Em instrumentação, se aplica geralmente a indicador local de pressão. Fig. 1.4.23. Manômetro Medição Medição é a aquisição de informação na forma de resultado, acerca de estado, característica ou fenômeno do mundo externo, observado com auxílio de instrumentos. A medição deve ser descritiva, seletiva e objetiva. A medição pode ser quantitativa ou qualitativa. A medição pode se aplicar à quantidade física e não física. Em Instrumentação, o termo medir é vago e deve ser usado um termo mais preciso como indicar, registrar ou totalizar. Microprocessador Um circuito integrado em larga escala que tem todas as funções de um computador exceto memória e sistemas de entrada e saída, tais como: conjunto de instrução, unidade lógica aritmética, registros e funções de controle. Modulação O processo ou resultado do processo, onde alguma característica de uma onda é variada de acordo com alguma característica de outra onda. Módulo Um conjunto de peças interligadas que constitui um equipamento ou instrumento identificável. Um módulo pode ser desligado, removido como uma unidade e substituído por um reserva. O módulo possui uma característica de desempenho definida, que permite que ele seja testado como unidade. Às vezes, o módulo é chamado de cartão. Exemplos de módulos: módulo de entrada e saída (I/O) de CLP ou de SDCD. Multiplexador Instrumento, circuito ou dispositivo que permite a seleção de um de vários canais de dados analógicos sob o controle do computador ou do sistema digital. O multiplexador é parte integrante de um sistema de aquisição de dados. O multiplexador é também chamado de modulador. O conjunto modulador- demodulador é chamado de MODDEM. Não incenditivo Equipamento que em sua condição normal de operação não provoca a ignição de uma atmosfera perigosa específica em sua concentração mais facilmente ignitável. Equipamento com classificação de não incenditivo só pode ser usado em área segura e de Zona 2; não pode ser usado em local de Zona 0 e Zona 1. Também chamado de não faiscador (no sparking) Esta classe de proteção é simbolizada como ex-n. Nível Variável de processo ou grandeza física que consiste na altura da coluna liquida ou de sólido no interior de um tanque ou vaso. O nível pode ser expresso em altura (m) ou percentagem. Terminologia 61 Normal Condições normal de temperatura e pressão (CNTP) são: Temperatura = 0,0 oC Pressão = 101,3 kPa Oscilação Qualquer efeito que varia periodicamente entre dois valores, subindo e descendo. Oscilar é o mesmo que ciclar. Um controlador oscila ou entra em oscilação quando sua saída varia periodicamente entre dois valores extremos. Um pulso espúrio pode provocar a oscilação, que se mantém indefinidamente na malha fechada. Otimização de Controle Controle que automaticamente procura e mantém o valor mais vantajoso de uma variável especificada, em vez de mantê-la igual ao ponto de ajuste. Padrão Equipamento (instrumento), receita (procedimento) ou material de referência certificada usado como referência para a calibração de uma quantidade física ou outro instrumento. Condição padrão (conforme ISO 5024): Temperatura = 15,0 oC Pressão = 760 mm Hg (101,3 kPa) Condição padrão (conforme AGA – American Gas Association): Temperatura = 60 oF (15,6 oC) Pressão = 762 mm Hg Condição padrão (conforme CGI – Compressed Gas Institute): Temperatura = 68 oF (20 oC) Pressão = 760 mm Hg Célula padrão (Weston): fornece uma tensão de 1,018 636 V, @ 20 oC Gravidadepadrão: 9,806 65 m/s2 Painel de Leitura (Display) Painel frontal, com acesso ao operador, com as escalas de indicações, registros e com os dispositivos de atuação, como botoeiras, chaves e teclados. P & I Acróstico de Process & Instruments (ou Piping & Instruments). É um diagrama esquemático que mostra os desenhos das tubulações e da instrumentação associada para medição e controle. Peso Variável de processo ou grandeza física derivada igual ao produto da massa pela aceleração da gravidade local. Peso é uma força, cuja unidade SI é o newton (N). O peso é medido através da balança. Bomba de peso morto é um instrumento usado como padrão para calibrar instrumentos de pressão em que a pressão hidráulica conhecida é gerada por meio de pesos livremente balanceados (mortos) colocados em um pistão calibrado. Pirômetro Um sensor de temperatura baseado na radiação eletromagnética emitida por um objeto, que é função da temperatura. Fig. 1.4.25. Exemplo de um P&I Pitot Tubo Pitot é um sensor que mede a vazão volumétrica a partir da pressão de Terminologia 62 estagnação e da estática de um fluido. Chamado também de tubo de impacto. pH Atividade do íon H+ de um sistema. É definido como –log aH+, onde aH+ é a atividade do íon hidrogênio. Em solução diluída, atividade é essencialmente igual à concentração. A solução de pH de 0 a 7 é ácida, igual a 7 é neutra e de 7 a 14 é básica ou alcalina. O potencial de óxido redução (ORP) ou potencial redox é a diferença de tensão em um eletrodo imerso em um sistema reversível de oxidação e redução. É a medição do estado de oxidação do sistema. Placa de orifício Tipo especial de restrição usada para medir vazão de fluidos, gerando uma pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão. É o elemento sensor de vazão mais usado, por causa da facilidade de calibração do sistema. Tag da placa: FE. Quando a placa de orifício é tão pequena (diâmetro menor que 2”), ela é colocada diretamente na tomada de processo do transmissor, quando é chamada de orifício integral. A placa de orifício pode ser usada para diminuir vazão ou pressão em um sistema, quando é chamada de orifício de restrição (tag RO). Fig. 1.4.26. Placas de orifício Pneumático Sistema que emprega gas, geralmente ar comprimido, como portador da informação e o meio para processar e avaliar a informação. Instrumento pneumático é alimentado com ar comprimido (120 a 140 kPa) e possui sinal padrão de transmissão de 20 a 100 kPa (0,1 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psig). Cfr. Eletrônico. Poço termal Receptáculo metálico onde é colocado o bulbo ou o elemento sensor de temperatura, para possibilitar a sua colocação e retirada sem interrupção do processo. Tag: TW. Fig. 1.4.27. Poços de temperatura Ponto de Ajuste Valor da variável que o operador estabelece no controlador como referência ou ponto ideal de controle. O ponto de ajuste é o valor desejado ou ideal para o controle. Também chamado de set point. Em controle a diferença entre o ponto de ajuste e a medição é chamada de erro. Posição Localização de determinado componente ou dispositivo. É comum a chave de posição ou chave fim de curso ou chave limite, que é acionada quando determinada peça mecânica atinge determinado ponto. Em Automação, é comum usar chave de posição para confirmar abertura ou fechamento de válvula de controle. Posicionador Dispositivo acoplado à haste da válvula de controle para garantir uma relação biunívoca entre o sinal de saída do controlador e a posição da válvula. Ele recebe na entrada o sinal do controlador, gera um sinal padrão na saída e está mecanicamente ligado à válvula. O posicionador é um controlador de posição. Terminologia 63 Pressão Grandeza física ou variável de processo definida como força por área e cuja unidade SI é o pascal (1 Pa = 1 N/1 m2) Pressão absoluta é a pressão cujo ponto de referência (zero) é o vácuo total. Pressão ambiente é a pressão que envolve um instrumento. Pressão atmosférica é a pressão exercida na superfície da Terra pelos gases que a circundam. A pressão atmosférica varia principalmente com a altura. Também chamada de pressão barométrica. Pressão diferencial é a diferença de pressão entre dois pontos. São clássicas as medições de nível de líquido e de vazão de fluidos através da pressão diferencial. Pressão dinâmica é a pressão que um fluido móvel possui se ele é levado ao repouso pela vazão isentrópica contra um gradiente de pressão. Também conhecida como pressão de impacto, pressão de estagnação ou pressão total. Pressão estática é a pressão em regime permanente aplicada a um equipamento ou tubulação. Na tubulação, é medida na parede interna, onde a velocidade do fluido é zero. No elemento de pressão diferencial, a pressão estática está aplicada igualmente às duas conexões. Pressão manométrica é a pressão cujo ponto de referência é a pressão atmosférica. Pressão máxima de trabalho (MWP – maximum working pressure) é a máxima permissível em um vaso ou equipamento, sob qualquer circunstância durante a operação, a uma dada temperatura. É a máxima pressão que pode ser aplicada a um processo ou equipamento. Por norma, se estabelece o limite seguro para uso regular. Pode-se chegar à MWP por dois métodos: 1. Projetada – por análise adequada do projeto, com um fator de segurança. 2. Testada – por teste de ruptura de amostras típicas. Pressão de operação é a pressão real (positiva ou negativa) em que um equipamento opera sob condições normais. Pressão de processo é a pressão em um ponto especificado no meio do processo. Pressão de projeto é a usada no projeto de um vaso ou instrumento para determinar a espessura mínima permissível ou característica física das peças para uma dada máxima pressão de trabalho (MWP), em uma dada temperatura. Pressão de ruptura, determinada por teste, é aquela em que o equipamento se rompe. O teste consiste em fazer o equipamento se romper. Pressão de suprimento é aquela aplicada à alimentação do instrumento pneumático para fazê-lo operar. Pressão de surge é um pico de pressão acima da pressão de operação que ocorre rapidamente em partidas de bombas, fechamentos de válvulas. Pressão de vapor de um líquido é aquela em que o líquido começa a se evaporar, a uma dada temperatura. Pressão de vazamento (leak) é aquela em que ocorre algum escape detectável em um equipamento. Fig. 1.4.28. Terminologia da pressão Pressurização Classe de proteção aplicada a ambiente, instrumento e equipamento elétrico, onde se aplica um gás inerte em uma pequena pressão positiva. A pressão positiva interna impede a entrada de gases Pressão Atmosférica Zero Absoluto Pressão manométrica Pressão absoluta Pressão atmosférica Pressão absoluta Vácuo ou pressão manométrica negativa Zero Relativo Terminologia 64 inflamáveis ou explosivos no interior. Também chamada de purga e é simbolizada por ex-p. Procedimento Uma seqüência de ações escritas que coletivamente mostram como uma determinada tarefa deve ser feita. Procedimento clássico: para calibração. Processo Qualquer sistema composto de variáveis dinâmicas, usualmente envolvidas em operações de fabricação ou produção. Qualquer mudança física ou química de matéria ou conversão de energia. Na prática, diz-se também do local onde ocorre a mudança ou conversão. Protocolo Um conjunto de regras semânticas e sintáticas (procedimentos) que permitem a comunicação digital entre dois instrumentos. Prova de explosão Equipamento, invólucro ou instrumento que evita que uma explosão ou chama interna se propague para o ambiente exterior, devido à sua estrutura mais robusta e a pequenos espaçamentos entre peças criticas. Também chamado de prova de chama. Classe de proteção tipo ex-d. Fig. 1.4.29. Invólucro à provade explosão Prover (lê-se prúver) Prover (lê-se prúver) é um sistema usado para calibrar medidor de vazão, in situ. Pode ser balístico ou esférico. Reação ao Processo Um método de determinação dos ajustes ótimos do controlador quando sintonizando uma malha de controle de processo. O método é baseado na reação de uma malha aberta a um distúrbio tipo degrau. Regime permanente Uma característica de uma condição, como valor, periodicidade, amplitude ou taxa de variação constante (com variação desprezível), durante longo período de tempo. É o contrário de transiente. Chamado steady-state. Registrador Instrumento que sente uma variável de processo e imprime o seu valor histórico em um gráfico. O registro pode ser analógico ou digital e pode ser visualmente indicado ou não. XR é o tag do registrador de X. Fig. 1.4.30. Instrumentos de leitura (Foxboro) Regulador Um controlador em que toda a energia necessária para operar o elemento final de controle é derivada do sistema controlado. É um conjunto de válvula (elemento final) com o mecanismo de controle (onde se tem o ajuste do ponto desejado de controle). Os reguladores clássicos são de pressão (o mais comum), temperatura e vazão. Relé Conjunto de bobina e contatores: os contatos se alteram quando a bobina é energizada. Dispositivo que liga, desliga ou transfere um ou mais circuitos elétricos. O relé serve para isolar sinais de alto e de baixo nível de potência. Em Terminologia 65 Instrumentação, relé é o nome alternativo para o computador analógico pneumático. Repetitividade A proximidade entre um número consecutivo de medições do mesmo valor de uma grandeza, sob as mesmas condições de operação. É usualmente medida como não repetitividade e expressa como repetitividade, em percentagem da amplitude de faixa. É um dos parâmetros da precisão do instrumento. Na atual terminologia do INMETRO, mesmo que precisão. Reprodutitividade A proximidade entre um número consecutivo de medições do mesmo valor de uma grandeza, sob as mesmas condições de operação, durante um período de tempo. É medida como não reprodutitividade e expressa como reprodutitividade, em percentagem da amplitude de faixa. É um dos parâmetros da precisão do instrumento e inclui histerese, banda morta, desvio e repetitividade. Reset Reset (rearme) é a restauração de um equipamento de memória ou estágio binário para um estado prescrito, usualmente zero. Chave do sistema de intertravamento ou alarme que habilita o sistema para voltar a funcionar. Nome alternativo para a ação integral, que elimina o desvio permanente do controlador. A condição reset de um circuito flip flop em que o estado interno é levado a zero. O modo reset é considerado o modo de condição inicial. Resolução A mínima variação detectável de alguma variável em um sistema de medição. O mínimo intervalo entre dois detalhes discretos adjacentes que podem ser distinguidos um do outro. Resposta O comportamento da saída de um instrumento em função da entrada, ambas relativas ao tempo. As entradas clássicas para se observar a saída são: rampa, degrau e senóide. A saída pode ter componentes em regime permanente (steady state) e transiente. Ressonância A ressonância de um sistema ou elemento é uma condição evidenciada por grande amplitude de oscilação, que resulta quando uma pequena amplitude de entrada periódica tem uma freqüência se aproximando da freqüência natural do sistema. Reynolds, número de Número adimensional que relaciona as forcas inerciais e viscosas de um escoamento de fluido. Está relacionado com o estado laminar ou turbulento da vazão. Na prática, é usado para verificar a aplicabilidade de determinado medidor de vazão. RTD Acróstico para Detector de Temperatura a Resistência. Sensor de temperatura de natureza elétrica que fornece informação da temperatura quando há variação na resistência de um fio metálico como uma função da temperatura. O metal default é a platina (Pt 100). Fig. 1.4.31. Sensor tipo RTD dentro do bulbo Terminologia 66 Rotâmetro Um medidor de vazão baseado na proporcionalidade da elevação de um deslocador em uma tubo graduado cônico, arranjado verticalmente. Genericamente (e erradamente), chama-se qualquer medidor de vazão de rotâmetro. Rotâmetro de purga é um indicador de presença ou não de vazão de ar, usado em medição de nível de líquido de tanque com borbulhamento de ar comprimido. Fig. 1.4.32. Rotâmetros de área variável Ruído Um componente indesejável de um sinal ou variável. O ruído deve ser da mesma natureza que a do sinal. O ruído pode ser expresso em unidades da saída ou em percentagem da saída. Saturação A condição de um sistema em que o aumento da entrada não produz mais aumento na saída, pois ela já atingiu seu limite físico. A saturação pode ocorrer no máximo (mais comum) ou no mínimo. Em controle de processo, um controlador com ação integral pode saturar quando o erro da medição for muito demorado. SI Símbolo do Sistema Internacional de Unidades, criado em 1960. SI é um sistema de unidades físicas em que as quantidades fundamentais são sete (com suas unidades): comprimento (metro), massa (kilograma), tempo (segundo), temperatura (kelvin), corrente elétrica (ampere), quantidade de substância (mol), intensidade luminosa (candela). A partir destas unidades de base, pode-se criar qualquer unidade derivada. O SI dá o estado oficial e recomendado para uso universal pela Conferência Geral de Pesos e Medidas. Sinal Variável física (visual, aural ou de outra natureza) que contem a informação acerca de outra variável. O sinal pode estar na entrada ou na saída do instrumento. Sinal analógico representa uma variável que pode ser continuamente observada e representada. O sinal analógico é medido. O sinal de 4 a 20 mA é analógico. Sinal digital representa uma variável através de um conjunto de valores discretos, de acordo com uma regra (protocolo). O protocolo HART é um sinal digital. Sinal binário representa uma variável através de um bit, que pode ser 0 ou 1. A saída de uma chave é um sinal binário, pois ela só pode estar aberta ou fechada. Sinal de pulsos representa uma variável através de um conjunto de pulsos, onde a informação pode estar na freqüência, amplitude, fase ou posição dos pulsos. Um pulso só pode ser contado e não medido. A relação sinal/ruído (S/N – signal – noise) expressa a qualidade do sinal; quanto maior a relação, melhor é o sinal. Em Instrumentação, existe um instrumento com a função de selecionar sinal (e.g., o maior, o menor, o do meio). Segurança intrínseca Classe de proteção em que o sistema e a fiação são incapazes de liberar energia elétrica ou termal, sob condições normais e anormais, para causar ignição de uma mistura atmosférica específica em sua concentração mais facilmente ignitável. A segurança intrínseca se baseia em colocação de barreiras de energia elétrica entre as áreas de risco e segura. Equipamento intrinsecamente seguro pode ser usado em área segura e de Zona 0 a 2. Esta classe de proteção é simbolizada como ex-ia e ex-ib. Terminologia 67 Segurança aumentada Equipamento ou instrumento que evita o aparecimento de faísca interna, através de um projeto e montagem especiais. Classe de proteção simbolizada como ex-e e só permitida em ambiente de Zona 2 (não pode ser usado em Zona 0 ou 1). Sensitividade Relação da variação da saída sobre a variação da entrada que causa a saída, depois que se atinge o estado de regime. Também conhecida com ganho. Sensor Um dispositivo que converte uma variável física, como pressão, vazão, nível, análise e temperatura em uma quantidade analógica mais amigável, geralmente mecânica (deslocamento) ou elétrica (tensão ou resistência elétrica). O sensor não é um instrumento, mas é um componente do instrumento,p. ex.., do indicador, registrador, transmissor e controlador. Geralmente o sensor está em contato com o processo para detectar o valor da variável. Também chamado de elemento sensor, elemento primário, probe, detector e transdutor. XE é o sensor da variável X. A entrada e saída do elemento sensor são ambas não padronizadas. Cfr. Elemento final. Servomecanismo Um dispositivo de controle automático em que a variável controlada é a posição mecânica ou qualquer uma de suas derivadas no tempo. Sistema de Aquisição de Dados Um sistema que faz a interface de muitos sinais analógicos, chamados canais, para um computador. Todas as chaves, controles e conversões estão incluídas no sistema. SCADA (Supervisory Control And Data Acquision) Acróstico para Controle Supervisório e Aquisição de Dados. Sistema digital para aquisição de dados (geralmente feita por Controladores Lógico Programáveis) e um sistema de computador digital de uso geral onde é rodado um programa aplicativo para o controle supervisório. SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído) Sistema digital de instrumentação que executa funções de controle estabelecidas e permite a transmissão dos sinais de controle e de medição. As diferentes funções: 1. interface com o campo, 2. interface com operador, 3. unidades de controle 4. gerenciamento do controle são distribuídas geograficamente e interligadas por um sistema de comunicação. Possui uma poderosa e amigável interface Homem-Máquina. Aplicado principalmente para controle de processos contínuos complexos. Fig. 1.4.33. Console de operação de um Sistema Digital de Controle Distribuído Sistema de Controle Um sistema em que a manipulação ou atuação é usada para conseguir uma valor predeterminado de uma variável. Sistema de Controle Automático é um sistema de controle que opera sem intervenção humana. Sistema de Controle Multivariável é um sistema de controle utilizando sinais de entrada derivados de duas ou mais variáveis de processo com o objetivo de afetar conjuntamente a ação do sistema de controle. Terminologia 68 Sistema de Controle Não Interativo é um sistema de controle com vários elementos projetado para evitar distúrbios em outras variáveis controladas por causa de ajustes na entrada do processo que são feitos com o objetivo de controlar uma determinada variável de processo. Software (SW) Em informática, o software se refere aos programas que fornecem as instruções para o computador nas operações e cálculos a serem feitos. Geralmente os softwares são disponíveis em disquete, disco rígido ou CD-ROM, de onde podem ser instalados e carregados no computador. Quando o programa está gravado permanentemente em um circuito, ele é chamado de firmware. Solenóide Bobina. A solenóide está geralmente associada a um conjunto de contatos (relé) ou a um corpo de válvula (válvula solenóide). Strain gage Ver Célula de Carga Tacômetro Instrumento que mede a velocidade angular de um eixo rotativo, em rotação por minuto. Telemetria Transmissão e recepção a distância de sinais, através do ar, por meio de ondas de rádio freqüência ou linha telefônica. Temperatura Uma propriedade de um objeto que determina o sentido do fluxo de calor quando o objeto é colocado em contato termal com outro objeto: o calor flui de uma região de mais alta temperatura para uma de mais baixa. Pode ser medida por uma escala experimental (baseada em alguma propriedade ou por um instrumento) ou por uma escala de temperatura absoluta. A temperatura é uma das sete grandezas de base do SI. Temperatura absoluta é aquela mensurável em teoria na escala de temperatura termodinâmica. A unidade SI é o kelvin (K). É a escala cujo 0 K corresponde a –273,16 oC. Temperatura ambiente é a temperatura do meio envolvendo um equipamento. 1. Para equipamento que não gera calor, é a mesma que a temperatura do meio envolvendo o equipamento quando o equipamento não está presente. 2. Para equipamento que gera calor, é a mesma que a temperatura do meio envolvendo o equipamento quando o equipamento está presente e dissipando calor. 3. Os limites da máxima temperatura ambiente permissível são baseados na hipótese que o equipamento em questão não esteja exposto a fonte de energia radiante significativa. Temperatura do processo é a do meio do processo no elemento sensor. Temperatura relativa é aquela obtida de pontos notáveis de mudança de estado de substância pura. As escalas clássicas são a Celsius (não usar grau centígrado!) e a Farenheit. Estas escalas valem em relação ao zero absoluto: 0 K = -273,16 oC 0 oR = -459,69 oF Tempo Dimensão do universo físico, em um dado local, que ordena a seqüência de eventos. É uma das sete unidades de base do SI, cuja unidade é o segundo (s). Tempo característico é o atraso de reposta de um sistema, quando a saída leva para atingir aproximadamente 63% do valor final, em resposta a um degrau aplicado na entrada. O tempo característico é também chamado de constante de tempo do sistema. Tempo derivativo é o tempo que a ação derivativa de um controlador PD se adianta da ação proporcional, quando se aplica uma rampa na entrada. O tempo derivativo é igual à ação integral. Cfr. Controle, ação derivativa. Tempo integral é o tempo que a ação integral de um controlador PI leva para repetir a ação proporcional, quando se Terminologia 69 aplica um degrau na entrada. O tempo integral é o inverso da ação integral. Cfr. Controle, ação integral. Tempo morto é o intervalo de tempo entre uma variação no sinal de entrada para um sistema de controle e a resposta para o sinal. Durante o tempo morto o processo está incapaz de responder a qualquer estímulo na entrada. Termistor Sensor de temperatura a semicondutor, que converte a temperatura em resistência, geralmente não linear e com coeficiente termal negativo. Termômetro Genericamente, instrumento que mede temperatura. Em instrumentação, se aplica geralmente a indicador local de temperatura. Termopar Sensor de temperatura de natureza elétrica que produz uma tensão aproximadamente linear e proporcional à diferença da temperatura medida e uma temperatura de referência conhecida. Fig. 1.4.37. Sensores tipo termopar Teste, Ponto de Pontos acessíveis para a instalação temporária e intermitente de instrumento de medição, para fins de manutenção. Teste, Chave de Chave do sistema de intertravamento e alarme que, quando acionada, evidenciam- se as falhas de lâmpadas e verifica a lógica do sistema. Torque Produto vetorial de uma força por uma distancia. Também conhecido como momento da força ou momento de rotação. A unidade SI é newton x metro (N.m). O produto escalar força x distância = trabalho (N x m = J) Transdutor Em Engenharia, qualquer dispositivo que converte um sinal de entrada em um sinal de saída de forma diferente. Em Instrumentação, é o instrumento que converte o sinal padrão pneumático em sinal eletrônico (P/I) ou vice-versa (I/P). Incorretamente chamado de conversor. A entrada e saída do transdutor são ambas padrão. Tag: XY. Transferível Característica do sistema que permite ao operador canalizar ou dirigir um sinal de um instrumento para outro, sem necessidade de alterar a fiação. A transferência pode ser por chave ou por teclado. Transiente Comportamento de uma variável durante a transição entre dois estados em regime. Geralmente, o transiente é rápido. Transmissor Instrumento que sente uma variável de processo e gera um sinal padrão eletrônico ou pneumático proporcional ao valor da variável. A entrada do transmissor é não- padrão e a saída é padrão. Tag XT Transmissão é a transferência à distância de sinais padronizados, feita através de fio (eletrônico) ou tubo (pneumático). Os sinais padrão de transmissão são: 1. pneumático: 20 a 100 kPa 2. eletrônicoanalógico: 4 a 20 mA 3. eletrônico digital: HART (de facto) Transmissor inteligente é o transmissor a base de microprocessador e cuja saída única é um protocolo digital, como HART, Fieldbus ou FoxCom. Transmissor híbrido é aquele com duas saídas simultâneas: um protocolo digital e o sinal padrão de 4 a 20 mA cc. Terminologia 70 Fig. 1.4.35. Transmissor eletrônico Tubo de vazão (flow tube ou meter run) Tubo metálico, com acabamento especial e dimensões criteriosamente escolhidas, usado para alojar um elemento sensor de vazão, para melhorar a precisão da medição. Fig. 1.4.36. Tubo de vazão ou meter run Turbina medidora de vazão Instrumento medidor de vazão baseado na geração de um trem de pulsos cuja freqüência é linearmente proporcional à vazão volumétrica. Fig. 1.4.37. Turbina medidora de vazão Umidade Ar é uma mistura de oxigênio, nitrogênio e vapor d'água. Umidade é a quantidade de vapor d'água na atmosfera. As unidades de umidade são: 1. umidade relativa, de 0 a 100% 2. dew point (ponto de saturação) ou temperatura do bulbo seco e molhado 3. relação de volumes ou de massas Genericamente, o medidor de umidade é chamado de higrômetro. Válvula de Controle Equipamento usado para regular a vazão de fluidos em tubulações e máquinas, recebendo o sinal de saída do controlador e atuando na variável manipulada. É o elemento final de controle mais utilizado. Tag XV ou XCV. Fig. 1.4.38. Válvula de controle (Fisher) Válvula de segurança Válvula acionada por mola e atuada pela pressão que permite o fluido escapar do recipiente pressurizado em uma pressão ligeiramente acima do nível seguro de trabalho. Chamada de válvula de seguranca para líquido, quando abre continuamente ou válvula de alivio para gás, quando abre repentinamente. Tag: PSV. Vapor Vapor é um gás à temperatura abaixo da temperatura crítica, de modo que ele pode ser liqüefeito por compressão, sem baixar a temperatura. Sob o ponto de vista termodinâmico, gás e vapor possuem o mesmo significado prático. O vapor d'água, água no estado gasoso, é o fluido de trabalho mais usado na industria para aquecimento, limpeza e reação de processo. O vapor d'água é gerado na caldeira. Variável de Processo Qualquer grandeza física mensurável, como pressão, temperatura, nível, vazão e análise. Pode ser classificada como controlada, manipulada e carga do processo. Terminologia 71 Variável controlada é a regulada pela malha de controle. Variável manipulada é a atuada no elemento final de controle, através do controlador, para regular a controlada. Geralmente é a vazão de um fluido. Variável medida é a quantidade, propriedade ou condição que é medida. É também chamada de mensurando. Carga do processo são todas as variáveis envolvidas que afetam a controlada, exceto a controlada e manipulada. Vazão Variável de processo associada com volume ou massa de fluido que passa por um ponto durante determinado intervalo de tempo. Vazão é o movimento contínuo de fluido (gás, vapor ou líquido) através de uma tubulação fechada ou canal aberto. Vazão também pode ser o movimento discreto de objetos sólidos através de uma esteira. Em Instrumentação, a vazão pode ser detectada (FE), transmitida (FT), indicada (FI), registrada (FR), totalizada (FQ), alarmada (FA) ou chaveada (FS). Venturi Tubo venturi é um elemento sensor de vazão, com geometria definida, que produz uma pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão volumétrica. Fig. 1.4.39. Tubo medidor de vazão venturi Vibração Movimento periódico ou oscilação de um elemento, equipamento ou sistema. Variável de processo que é medida e monitorada em sistema de proteção de grandes máquinas rotativas. A vibração é causada por qualquer excitação que desloca algumas ou todas as massas de sua posição de equilíbrio. A vibração resultante é uma tentativa das forças agirem nas massas para equalizá- las. Viscosidade Variável de processo ou grandeza física que consiste na resistência que um gás ou líquido oferece para fluir quando é submetido a uma tensão de cisalhamento. Também conhecida como resistência à vazão ou atrito interno. Visor de nível Indicador local e direto de nível, através de uma escala transparente graduada. Tag do visor é LG (level glass). Vortex Medidor de vazão baseado na formação e medição da freqüência de vórtices provocados por um sensor de canto vivo colocado no fluxo do fluido. Fig. 1.4.40. Medidor de vazão tipo vortex Wheatstone, ponte de Circuito eletrônico consistindo de 4 resistências, de modo que, quando balanceado (corrente em D nula), são iguais os produtos das duas resistências opostas (R1 x R4 = R2 x R3). É o circuito default para medir resistências e pequenas tensões desconhecidas. Terminologia 72 Fig. 1.4.41. Circuito da ponte de Wheatstone Ziegler – Nichols Método de sintonia do controlador, onde a determinação dos ajustes ótimos se baseia na determinação do ganho proporcional que causa instabilidade na malha fechada. Fig. 1.4.42. Resposta de controlador bem sintonizado Apostilas\Instrumentação Terminologia.DOC 10 DEZ 98 E D R1 R2 R4 R3 Decaimento 4:1 73 2 Funções 0. Introdução 1. Elemento Sensor 2. Condicionadores de Sinal 3. Transmissor 4. Indicador 5. Registrador 6. Computador de Vazão 7. Controlador 8. Válvula de Controle 74 2.0 Funções dos Instrumentos Objetivos de Ensino 1. Relacionar as necessidades e aplicações das medições das variáveis, em controle, monitoração e alarme de processos industriais. 2. Apresentar as principais funções da medição e controle: deteção da variável, condicionamento do sinal, apresentação dos dados e atuação no processo. 3. Mostrar os principais tipos de instrumentos, pelo princípio de funcionamento, atuação, alimentação, natureza do sinal. 1. Instrumentos de Medição 1.1. Introdução Em Instrumentação, o termo medir é vago e ambíguo. Normalmente, quando se fala medir, se quer dizer indicar o valor de uma variável. Porém, o mesmo termo medir se refere a sentir. Mais ainda, medir pode incluir transmitir, registrar, totalizar, alarmar ou controlar. Embora a instrumentação trate dos instrumentos medidores, não existe símbolo (tag) para o medidor, mas para indicador (I), transmissor (T), registrador (R), totalizador (Q), alarme (A) e controlador (C) e condicionador (Y). Esta confusão aparece porque um sistema completo de medição envolve as funções básicas de 1. sentir a variável 2. condicionar o sinal 3. apresentar o valor da variável. Estas funções podem ser feitas por um ou vários módulos. 1.2. Tipos de Medição Há três procedimentos principais de medição: 1. medição direta 2. comparação 3. substituição Medição direta Como o nome sugere, esta é a forma mais simples de medição. Por exemplo, se mede a voltagem escolhendo um medidor com a faixa correta de voltagem, ligando-o nos terminais apropriados e lendo a voltagem diretamente da posição do ponteiro na escala ou nos dígitos do display. O método equivalente na pesagem é tomar uma balança com mola, com a faixa correta, colocar nela o peso desconhecido e ler o deslocamento na escala calibrada. Os dois métodos possuem várias coisas em comum. Ambos os métodos se baseiam no comportamento de algum sistema físico (sensor e processador do sinal) para converter a quantidade medida (sinal de entrada) em uma quantidade observável (sinal de saída). Para o voltímetro, o processo físico é a rotação da bobina móvel quando a corrente passa por ela. O balanço da mola se baseia no deslocamento causado pela força da gravidade no peso. Para os dois instrumentos, é necessária uma calibração inicial da posição do ponteiro, como uma funçãoda magnitude do sinal de entrada. Isto é feito somente em uma posição, tipicamente na deflexão de fundo de escala e a precisão da leitura em outros pontos depende da linearidade da resposta do sistema. A Funções dos Instrumentos 75 precisão contínua do instrumento entre as calibrações depende do valor pelo qual a resposta do sistema pode variar, devido ao envelhecimento e outros efeitos. A precisão da medição direta depende fundamentalmente do sistema físico escolhido como transdutor e processador do sinal, do número de vezes de calibração do sistema e da qualidade do equipamento usado. Fig. 2.1.1. Medição direta Medição comparativa - balanço de nulo O método comparativo de pesagem deve ser muito familiar a todos. Usam-se dois pratos da balança para comparar os pesos da massa desconhecida e da massa conhecida. Quando eles forem iguais, não haverá deflexão do ponteiro. Quando um for maior que o outro, haverá uma deflexão para algum dos lados da balança. Tudo se resume a uma questão de se ter pesos calibrados conhecidos para que se tenha a pesagem exata de qualquer massa desconhecida. Não há necessidade de calibração. Em cada medição, a quantidade desconhecida é comparada diretamente com uma quantidade conhecida. Uma situação similar pode ocorrer na medição elétrica. Pode-se produzir uma voltagem conhecida e então compará-la com uma voltagem desconhecida. A comparação real é feita usando- se um galvanômetro que detecta se há passagem ou não de corrente por ele. Quando as voltagens forem diferentes, haverá passagem de corrente em alguns dos dois sentidos, dependendo do valor relativo das voltagens. Quando elas forem iguais não haverá corrente pelo galvanômetro. Quando se obtém a posição zero (nulo), garante-se que as voltagens são exatamente iguais. Este método, chamado de balanço de nulo, é extremamente preciso porque ele não se baseia em qualquer outro sistema físico para se obter o valor da quantidade medida. Fig. 2.1.2. Medição por comparação É verdade que é necessário usar e se usa um sistema de medição para indicar a obtenção do balanço do nulo. O sistema necessita apenas da leitura do zero; ele não precisa ser calibrado nem precisa dar uma resposta linear. O sistema de medição deve ser calibrado ou ajustado somente quando as leituras estiverem fora do equilíbrio. Medição por substituição Como já visto, o método comparativo de medição é fundamentalmente mais preciso do que o método correspondente de medição direta, por que se elimina o sistema de medição como meio de interpretar o sinal de entrada sendo medido. Foi visto também que uma forma limitada de sistema de medição era usar o registro da posição do balanço do nulo. Um método mais preciso ainda de medição elimina qualquer efeito do sistema de medição. Como exemplo, seja a balança química com dois pratos, que fica balançada exatamente quando há a massa de 200 g em cada prato. Agora, se estes pesos forem removidos e um peso de apenas 1 g for colocado em cada prato, haverá ainda um balanço perfeito? Espera-se que sim. Porém, entre a primeira e a segunda medições foram removidas 398 g do sistema e isto afetará as tensões e resistências presentes nos braços, suportes e ponteiro. É bem possível que haja uma pequena variação no comportamento do sistema, dando um erro na medição da 1 g. Em uma balança mais precisa deveria haver uma garantia que o peso total no Funções dos Instrumentos 76 sistema não variasse, mesmo se forem medidos pesos de diferentes valores. Isto pode ser feito pelo método da substituição. Uma balança perfeita é obtida com os pesos calibrados de 200 g no prato B. Um peso desconhecido M é colocado no prato A. Para se consiga um novo balanço, agora é necessário remover pesos do prato B. Fig. 2.1.3. Medição por substituição O peso removido de B é igual ao peso desconhecido colocado no prato A, de modo que este peso foi medido. Porem, o que é significativo neste novo sistema é que o peso total na balança não foi alterado. Tudo que aconteceu foi a substituição de um peso desconhecido por um peso conhecido e as condições do sistema de medição (balança) não foram alteradas. Assim, a medição por substituição envolve a recolocação de algo de valor desconhecido por algo de valor conhecido, sem alterar as condições de medição. Por exemplo, seja a resistência de valor desconhecido em um circuito. Se ela é substituída por uma resistência de valor conhecido, R, de modo que a voltagem e a corrente no circuito continuem exatamente as mesmas, então o valor da resistência desconhecida é também igual a R. 2. Aplicações da Medição Os principais usos da medição em processos industriais e operações são: 1. controle 2. monitoração 3. alarme. 2.1. Controle Controlar uma variável de processo é mantê-la constante e igual a um valor desejado ou variando dentro de limites estreitos. Só se controla uma variável. Não se pode ou não há interesse em controlar grandeza que seja constante. O controle pode ser obtido manualmente, quando o operador atua no processo baseando-se nas medições e indicações de grandezas do sistema. O controle manual é de malha aberta e é matematicamente estável. Há várias técnicas e teorias para se obter o controle automático de processos industriais. A técnica básica e a mais usada é através da malha fechada com realimentação negativa (feedback), onde 1. mede se a variável controlada na saída do processo, 2. compara-a com um valor de referência e 3. atua na entrada do processo, 4. de modo a manter a variável controlada igual ao valor desejado ou variando em torno deste valor. O controle automático com realimentação negativa pode se tornar mais complexo, envolvendo muitas variáveis de processo simultaneamente. São casos particulares de controle a realimentação negativa multi variável: cascata, faixa dividida (split range) e auto-seletor. Outra técnica alternativa é o controle de malha fechada preditivo antecipatório (feedforward). Esta estratégia envolve 1. a medição de todos os distúrbios que afetam a variável controlada, 2. um modelo matemático do processo sob controle, 3. a atuação em uma variável manipulada, 4. no momento em que há previsão de variação na variável controlada e antecipando-se ao aparecimento do erro. 5. para manter a variável controlada constante e igual ao valor desejado, Um caso particular e elementar de controle preditivo antecipatório é o controle de relação de vazões. Atualmente, com a aplicação intensiva e extensiva de instrumentação digital a microprocessador e com computadores, há vários níveis de estratégias de controle, como: Funções dos Instrumentos 77 1. controle 2. coordenação 3. otimização 4. gerenciamento. Ao nível do processo, no chão de fábrica, há o controle de regulação automática, envolvendo as variáveis de processo, dados de engenharia e com alta freqüência de atuações. Acima do nível do controle de processo, há o controle de coordenação, quando são estabelecidos os pontos de ajustes dos controladores e é feita a supervisão do controle. Acima deste nível, tem-se a otimização do controle, quando são usados e analisados os dados do processo, para o controle estatístico. Finalmente, no topo da pirâmide, tem- se o controle de gerenciamento da planta. Quanto mais elevado o nível, maior o nível de administração e de complexidade. Quanto mais baixo e próximo do processo, mais engenharia e menos complexidade. 2.2. Monitoração Monitorar é supervisionar um sistema, processo ou operação de máquina, para verificar se ele opera corretamente durante sua operação. Em instrumentação, é comum usar instrumentos para medir continuamente ou em intervalos uma condição que deve ser mantida dentro de limites pré determinados. São exemplos clássicos de monitoração: 1. radioatividade emalgum ponto de uma planta nuclear, 2. deslocamento axial ou vibração radial de eixos de grandes máquinas rotativas, 3. reação química em reatores através da análise de composição dos seus produtos. Um sistema de monitoração é diferente de um sistema de controle automático porque não há atuação automática no sistema, ou por incapacidade física de atuação ou por causa dos grandes atrasos entre as amostragens, medições e atuações. No sistema de monitoração, todas as indicações e registros são avaliados continuamente, analisam-se as condições do processo e, em caso extremo, pode-se desligar o sistema, de modo automático ou manual, quando os limites críticos de segurança são atingidos. 2.3. Alarme Em sistemas de controle e de monitoração é comum se ter alarmes. Um sistema de alarme opera dispositivos de aviso (luminoso, sonoro) após a ocorrência de uma condição indesejável ou perigosa no processo. O sistema de alarme é usado para chamar a atenção do operador para condições anormais do processo, através de displays visuais e dispositivos sonoros. Os displays visuais geralmente piscam lâmpadas piloto para indicar condições anormais do processo e são codificados por cores para distinguir condições de alarme (tipicamente branca) e de desligamento (tipicamente vermelha). Diferentes tons audíveis também podem ser usados para diferenciar condições de alarme e de desligamento. Um sistema de alarme possui vários pontos de alarme que são alimentados por uma única fonte de alimentação. O anunciador de alarme apresenta a informação operando em seqüência. A seqüência descreve a ordem dos eventos, incluindo as ações das chaves de alarme, lógica do anunciador, sinal sonoro, display visual e ação do operador. Tipicamente, cada seqüência tem quatro objetivos: 1. alertar o operador para uma condição anormal, 2. indicar a natureza da condição anormal (alarme ou desligamento), 3. requerer a ação de conhecimento pelo operador 4. indicar quando o sistema retorna à condição normal. 3. Sistema de Medição Embora haja vários tipos de controle, vários níveis de complexidade, vários enfoques diferentes, há um parâmetro em comum no controle, monitoração e Funções dos Instrumentos 78 alarme do processo: a medição das variáveis e grandezas do processo. A medição é fundamental. A base de um controle correto é a medição precisa da variável controlada. (a) elemento sensor real desmontado (b) elemento e transmissor Fig. 2.1.4. Transmissor de temperatura com sistema de enchimento termal A instrumentação para fazer estas medições é vital para a indústria. O uso de instrumentação em sistemas como casa de força, indústrias de processo, máquinas de produção automática, com vários dispositivos de controle, manipulação e segurança revolucionou e substituiu velhos conceitos. Os instrumentos tem produzido uma grande economia de tempo e mão de obra envolvida. Os sistemas de instrumentos agem como extensões dos sentidos humanos e facilitam o armazenamento da informação de situações complexas. Por isso, a instrumentação se tornou um componente importante das atividades rotineiras da indústria e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da economia. Um sistema genérico de medição consiste dos seguintes elementos básicos, que fazem parte de todos instrumentos: 1. elemento sensor ou elemento transdutor, que detecta e converte a entrada desejada para uma forma mais conveniente e prática a ser manipulada pelo sistema de medição. O elemento sensor é também chamado de elemento primário ou transdutor. Ele constitui a interface do instrumento com o processo. 2. elemento condicionador do sinal, que manipula e processa a saída do sensor de forma conveniente. As principais funções do condicionador de sinal são as de amplificar, filtrar, integrar e converter sinal analógico- digital e digital-analógico. 3. o elemento de apresentação do dado, que dá a informação da variável medida na forma quantitativa. O elemento de apresentação de dado é também chamado de display ou readout. Ele constitui a interface do instrumento com o operador do processo. Os elementos auxiliares aparecem em alguns instrumentos, dependendo do tipo e da técnica envolvida. Eles são: 1. elemento de calibração para fornecer uma facilidade extra de calibração embutida no instrumento. Os transmissores inteligentes possuem esta capacidade de autocalibração incorporada ao seu circuito. 2. elemento de alimentação externa para facilitar ou possibilitar a operação do elemento sensor, do condicionador de sinal ou do elemento de display. 3. elemento de realimentação negativa para controlar a variação da quantidade física que está sendo medida. Este elemento possibilita o conjunto funcionar automaticamente, sem a interferência do operador. Funções dos Instrumentos 79 (a) instrumento desmontado (b) lateral (c) Vista frontal do instrumento Fig. 2.1.5. Indicador de pressão manométrica ou manômetro com bourdon C Por exemplo, no indicador analógico de pressão com bourdon C, o elemento sensor é o tubo metálico em forma de C. A pressão a ser medida é aplicada diretamente no sensor que sofre uma deformação elástica, produzindo um pequeno movimento mecânico. A entrada do sensor é a pressão e a saída é um movimento mecânico. Este pequeno movimento é mecanicamente amplificado por meio de engrenagens e alavancas, que constituem os elementos condicionadores do sinal. Finalmente, um ponteiro é fixado na engrenagem e executa uma excursão angular sobre uma escala graduada em unidade de pressão. O conjunto escala e ponteiro constitui o elemento de apresentação de dados. Este instrumento é analógico e seu funcionamento é mecânico. Ele não requer alimentação externa, pois utiliza a própria energia da pressão para funcionar. Fig. 2.1.6. Registro de temperatura a termopar ou RTD Em outro exemplo, no registro de temperatura com termopar ou RTD, o termopar ou o RTD (detector de temperatura a resistência) é o elemento sensor que detecta a temperatura a ser medida. A temperatura medida gera uma pequena tensão ou varia a resistência elétrica do RTD. Esta pequena tensão ou resistência é medida por um circuito eletrônico chamado de ponte de Wheatstone. A tensão ou a variação da resistência é linearmente proporcional à temperatura medida. A ponte de Wheatstone é um condicionador de sinal. Através de uma polarização externa e um balanço de nulo, é possível determinar a tensão gerada pelo termopar ou variação da resistência elétrica do RTD. O circuito da ponte também processa o sinal elétrico, amplificando-o, filtrando-o de ruídos externos e, no caso, convertendo- o para um sinal para o registro final da temperatura. Este instrumento é eletrônico e a indicação é digital. A apresentação de dados não é feita através do conjunto pena e gráfico do registrador. Apostilas\Instrumentação 20Ffunção.doc 11 DEZ 98 ( Substitui 26 ABR 97) Sensor 80 2.1 Elemento Sensor 1. Conceito O elemento sensor não é um instrumento mas faz parte integrante da maioria absoluta dos instrumentos. O elemento sensor é o componente do instrumento que converte a variável física de entrada para outra forma mais usável. A grandeza física da entrada geralmente é diferente grandeza da saída. O elemento sensor depende fundamentalmente da variável sendo medida. O elemento sensor geralmente está em contato direto com o processo e dá a saída que depende da variável a ser medida. Exemplos de sensores são: 1. o tubo bourdon que se deforma elasticamente quando submetido a uma pressão, 2. o strain gauge que varia a resistência elétrica em função da pressão exercida sobre ele; 3. o sensor bimetal que varia o formato em função da variaçãoda temperatura medida, 4. o termopar que gera uma militensão em função da diferença de temperatura entre dois pontos; 5. a placa de orifício que gera uma pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão volumétrica que passa no seu interior. Se há mais de um elemento sensor no sistema, o elemento em contato com o processo é chamado de elemento sensor primário, os outros, de elementos sensores secundários. Por exemplo, a placa de orifício é o elemento primário da vazão; o elemento que mede a pressão diferencial gerada pela placa é o secundário. Em alguns processos o elemento sensor pode estar protegido por algum outro dispositivo, de modo que ele não fica em contato direto com o processo. O selo de pressão e o poço de temperatura são exemplos de acessórios que evitam o contato direto do sensor com o processo. Os nomes alternativos para o sensor são: elemento transdutor, elemento primário, detector, probe, pickup ou pickoff. 2. Terminologia De um modo geral, transdutor é o elemento, dispositivo ou instrumento que recebe a informação na forma de uma quantidade e a converte para informação para esta mesma forma ou outra diferente. Aplicando este definição, são transdutores: elemento sensor, transmissor, transdutor corrente para pneumático (i/p) e pneumático para corrente (p/i), conversor eletrônico analógico para digital (A/D) e conversor digital para analógico (D/A). A norma ISA 37.1 (1982): Electrical Transducer Nomenclature and Terminology padroniza a terminologia e recomenda o seguinte: 1. elemento sensor ou elemento transdutor para o dispositivo onde a entrada e a saída são ambas não-padronizadas e de naturezas iguais ou diferentes. 2. transmissor para o instrumento onde a entrada é não-padronizada e a saída é padronizada e de naturezas iguais ou diferentes. 3. transdutor para o instrumento onde a entrada e a saída são ambas padronizadas e de naturezas diferentes. Sensor 81 4. conversor para o instrumento onde a entrada e a saída são ambas de natureza elétrica mas com características diferentes, como o conversor A/D (analógico para digital), D/A (digital para analógico), conversor I/F (corrente para freqüência), conversor i/v (corrente para voltagem). O nome correto e completo do elemento transdutor recomendado pela norma ISA 37.1 (1982) inclui: 1. o nome transdutor, 2. variável sendo medida, 3. modificadora restritiva da variável, 4. princípio de transdução, 5. faixa de medição, 6. unidade de engenharia. Exemplos de elementos sensores: 1. Transdutor, pressão, diferencial, 0 a 100 kPa, potenciométrico 2. Transdutor, pressão de som, capacitivo, 100 a 160 dB. 3. Transdutor, aceleração, relativa, ±3 g. 4. Transdutor de pressão absoluta a strain gauge amplificador, 0 a 500 MPa. 5. 0-300 oC, resistivo, superfície, temperatura, transdutor. 3. Modificadores Há quatro modificadores do sensor: 1. mensurando 2. tipo do mensurando 3. princípio elétrico 4. características especiais O mensurando ou quantidade medida determina o nome do elemento sensor. Embora as principais variáveis de processo sejam nível, pressão, temperatura e vazão, as possíveis variáveis medidas são: 1. Aceleração 2. Análise (composição, pH) 3. Atitude 4. Condutividade elétrica 5. Corrente elétrica 6. Deslocamento 7. Densidade 8. Força (peso) 9. Fluxo de calor 10. Freqüência 11. Luz 12. Nível de líquido 13. Número de Mach (velocidade relativa) 14. Posição 15. Potência 16. Pressão e vácuo 17. Queima (combustão) 18. Radiação nuclear 19. Temperatura 20. Tempo 21. Tensão elétrica 22. Torque 23. Umidade 24. Vazão 25. Velocidade 26. Vibração 27. Viscosidade O segundo modificador do sensor se refere ao tipo ou à restrição da quantidade medida. Os exemplos incluem: 1. Absoluta (temperatura, pressão) 2. Angular (velocidade) 3. Diferencial (pressão, tensão) 4. Escalar (velocidade) 5. Gauge (pressão) 6. Infravermelha (luz) 7. Intensidade 8. Linear 9. Mássica (vazão) 10. Radiante 11. Relativa (densidade, pressão) 12. Superfície 13. Total 14. Vetorial (velocidade) 15. Volumétrica (vazão) O terceiro modificador é o princípio de transdução elétrico envolvido, como: 1. Capacitivo 2. Eletromagnético 3. Indutivo 4. Ionizante 5. Fotocondutivo 6. Fotovoltáico 7. Piezoelétrico 8. Potenciométrico 9. Relutante 10. Resistivo 11. Strain gauge 12. Termelétrico O quarto modificador do sensor se refere a alguma característica especial ou propriedade relevante do sensor. Ele serve para dar mais detalhe ao nome. Exemplos: 1. Amplificador 2. Autogerador 3. Cápsula 4. Chave 5. Colado Sensor 82 6. Dobrável 7. Elemento exposto 8. Fole 9. Giro 10. Incremento discreto 11. Integrante 12. Saída ca (corrente alternada) 13. Saída cc (corrente contínua) 14. Saída digital 15. Saída dual 16. Saída freqüência 17. Semicondutor 18. Servo 19. Soldável 20. Tubo bourdon 21. Turbina 22. Ultra-sônico 23. Vibrante 3. Princípios de transdução Conforme a natureza do sinal de saída, os sensores podem ser classificados como: 1. mecânicos 2. eletrônicos Praticamente, toda variável de processo pode ser medida eletronicamente e nem toda variável pode ser medida mecanicamente. Por exemplo, o pH só pode ser medido por meio elétrico. As principais vantagens do sinal eletrônico sobre o mecânico são: 1. não há efeitos de inércia e atrito, 2. a amplificação é mais fácil de ser obtida 3. a indicação e o registro à distância são mais fáceis. Durante o estudo das variáveis de processo, serão vistos com profundidade os princípios mais comuns descritos adiante. 4. Sensores Mecânicos O elemento sensor mecânico recebe na entrada a variável de processo e gera na saída uma grandeza mecânica, como movimento, força ou deslocamento, proporcional à variável medida. 1. Espiral (b) Enchimento termal (c). Placas de orifício Fig. 1.1. Elemento sensores mecânicos O elemento sensor mecânico não necessita de nenhuma fonte de alimentação externa para funcionar; ele é acionado pela própria energia do processo ao qual está ligado. Exemplos de elementos sensores mecânicos: 1. Espiral, para a medição de pressão; 2. Enchimento termal, para temperatura; 3. Placa de orifício, para a vazão 5. Sensores Eletrônicos O elemento sensor eletrônico recebe na entrada a variável de processo e gera na saída uma grandeza elétrica, como tensão, corrente elétrica, variação de resistência, capacitância ou indutância, proporcional a esta variável. Há elementos sensores eletrônicos ativos e passivos. Os elementos ativos geram uma tensão ou uma corrente na saída, sem necessidade de alimentação externa. Exemplos: 1. cristal piezelétrico para a pressão 2. termopar para a temperatura 3. eletrodos para a medição de pH. Os circuitos que condicionam estes sinais necessitam de alimentação externa. Os elementos passivos necessitam de uma polarização elétrica externa para poder medir uma grandeza elétrica passiva para medir a variável de processo. As grandezas elétricas variáveis são: a resistência, a capacitância e a indutância. Sensor 83 Exemplo de elementos sensores passivos eletrônicos: 1. resistência detectora de temperatura 2. célula de carga (strain gauge) para a medição de pressão e de nível, 3. bobina detectora para a transdução do sinal de corrente para o sinal padrão pneumático. Fig. 1.2. Elemento sensor eletrônico de pH Os elementos sensores eletrônicos podem ser dos seguintes tipos: 1. capacitivo 2. indutivo 3. relutante 4. eletromagnético 5. piezoelétrico 6. resistivo 7. potenciométrico 8. strain gauge 9. fotocondutivo 10. fotovoltáico 11. termelétrico 12. ionizante 5.1. Sensor capacitivo O sensor capacitivo converte a variável de processo medida em uma variação da capacitância elétrica. Um capacitor consiste de duas placas condutorasde área A separadas por um dielétrico (ε) pela distância d, conforme a expressão matemática seguinte: d A C ε= Assim, a variação de capacitância pode ser causada 1. pelo movimento de um dos eletrodos (placas), alterando a distancia d 2. pela variação da área das placas 3. pela variação do dielétrico entre as duas placas fixas. Atualmente, a maioria dos transmissores eletrônicos usa cápsulas capacitivas para a medição de pressão manométrica, absoluta ou diferencial. (a) Placas móveis, dielétrico fixo (b) Placas fixas, dielétrico variável Fig. 1..3. Transdução capacitiva 5.2. Sensor indutivo O sensor indutivo converte a variável de processo medida em uma variação da auto-indutância elétrica de uma bobina. As variações da indutância podem ser causadas pelo movimento de um núcleo ferromagnético dentro da bobina ou pelas variações de fluxo introduzidas externamente na bobina com núcleo fixo. Há transmissores eletrônicos, a balanço de forças, que utilizam (ou utilizavam) bobinas detetoras para a medição da pressão. ∆C ∆C Sensor 84 Fig.2.4. Transdução indutiva 5.3. Sensor relutante O sensor relutante converte a variável de processo medida em uma variação da voltagem devida a uma variação na relutância entre duas ou mais bobinas separadas e excitadas por tensão alternada (ou de duas porções separadas de uma mesma bobina). Esta categoria de sensores inclui relutância variável, transformador diferencial e ponte de indutâncias. A variação na trajetória da relutância é usualmente feita pelo movimento de um núcleo magnético dentro da bobina. Fig. 1.4. Transdução relutiva por transformador diferencial 5.4. Sensor eletromagnético O sensor eletromagnético converte a variável de processo medida em uma força eletromotriz induzida em um condutor pela variação no fluxo magnético, na ausência de excitação. A variação no fluxo feita é usualmente pelo movimento relativo entre um eletromagneto e um magneto ou porção de material magnético. Fig. 1.6. Transdução eletromagnética 5.5. Sensor piezoelétrico O sensor piezoelétrico converte uma variável de processo medida em uma variação de carga eletrostática (Q) ou voltagem (E) gerada por certos materiais quando mecanicamente estressados. O stress é tipicamente de forças de compressão ou tração ou por forças de entortamento exercida no cristal diretamente por um elemento sensor ou por um elo mecânico ligado ao elemento sensor. Fig. 1.7. Transdução piezoelétrica (a) compressão ou tensão (b) força de entortamento 5.6. Sensor resistivo O sensor resistivo converte a variável de processo medida em uma variação de resistência elétrica. As variações de resistência podem ser causadas em condutores ou semicondutores (termistores) por meio de aquecimento, resfriamento, aplicação de tensão mecânica, molhação, secagem de certos sais eletrolíticos ou pelo movimento de um braço de reostato. ∆L ∆E Tap central ∆E ∆E ou ∆Q ∆E ou ∆Q Sensor 85 Fig. 1.8. Transdução resistiva 5.7. Sensor potenciométrico O sensor potenciométrico converte a variável de processo medida em uma variação de relação de voltagens pela variação da posição de um contato móvel (wiper) em um elemento resistivo, através do qual é aplicada uma excitação. A relação dada pela posição do elemento móvel é basicamente uma relação de resistências. Fig. 1.9. Transdução potenciométrica 5.8. Sensor strain gauge O sensor strain gauge converte a variável de processo medida em uma variação de resistência em dois ou quatro braços da ponte de Wheatstone. Este princípio de transdução é uma versão especial da transdução resistiva, porém, ela envolve dois ou quatro sensores strain gauges resistivos ligados em uma ponte de Wheatstone polarizada, de modo que a saída é uma variação de voltagem. Fig. 1.10. Transdução de strain gauge 5.9. Sensor fotocondutivo O sensor fotocondutivo converte a variável de processo medida em uma variação de resistência elétrica (ou condutância) de um material semicondutor devido à variação da quantidade de luz incidente neste material. Fig. 1.11. Transdução foto condutiva 5.10. Sensor fotovoltáico O sensor fotovoltáico converte a variável de processo medida em uma variação de tensão elétrica de um material semicondutor devido à variação da quantidade de luz incidente em junções de certos materiais semicondutores. ∆R ∆R ∆R ∆R - + L Ew Ex x w E E∆ Ex ∆E B D C A Luz ∆R Luz ∆E Sensor 86 Fig. 1.12. Transdução fotovoltáica 5.11. Sensor termoelétrico O sensor termoelétrico converte a variável de processo medida em uma variação de força eletromotriz gerada pela diferença de temperatura entre duas junções de dois materiais diferentes, devido ao efeito Seebeck. Fig. 1.13. Transdução termelétrica 5.12. Sensor iônico O sensor iônico converte a variável de processo medida em uma variação da corrente de ionização existente entre dois eletrodos. Fig. 1.14. Transdução ionizante 6. Escolha do sensor O objetivo de um sistema de controle é garantir uma correlação rigorosa entre a saída real e a saída desejada. A saída real é a variável de processo e a saída desejada é chamada de ponto de ajuste. Gasta se muita matemática, eletrônica e dinheiro para se obter e garantir o desempenho do sistema. Porém, por melhor que seja o projeto matemático ou a implementação eletrônica, o controle final não pode ser melhor que a percepção da variável do processo. A qualidade da medição da variável sendo controlada estabelece a linha de referência do desempenho global do sistema. É muito importante entender os princípios físicos que permitem o sensor converter a variável do processo em uma grandeza elétrica ou mecânica. É fundamental estabelecer a exatidão, precisão, resolução, linearidade, repetitividade e tempo de resposta do sensor para as necessidades do sistema. Um sensor especificado com precisão insuficiente pode comprometer o desempenho de todo o sistema. No outro extremo, selecionar um sensor com precisão exagerada e difícil de ser conseguida na prática, não é justificado para um controle que não requer tanta precisão. (a) Esquemático (b) Físico Fig. 1.15. Elemento de enchimento termal, com compensação de temperatura ambiente ∆E T1 T2 Sensor 87 7. Características Desejáveis do Sensor Em certos casos, o sensor do sinal de entrada pode aparecer discretamente em dois ou mais estágios, tendo-se o elemento primário, secundário e terciário. Em outros casos, o conjunto pode ser integrado em um único elemento. Algumas características desejáveis de um elemento sensor que devem ser consideradas em sua especificação e seleção para uma determinada aplicação são: 1. o elemento sensor deve reconhecer e detectar somente o sinal da variável a ser medida e deve ser insensível aos outros sinais presentes simultaneamente na medição. Por exemplo, o sensor de velocidade deve sentir a velocidade instantânea e deve ser insensível a pressão e temperatura locais. 2. o sensor não deve alterar a variável a ser medida. Por exemplo, a colocação da placa de orifício para sentir a vazão, introduz uma resistência à vazão, diminuindo-a. A vazão diminui quando se coloca a placa para medi-la. 3. o sinal de saída do sensor deve ser facilmente modificado para ser facilmente indicado, registrado, transmitido e controlado. Por isso, atualmente os sensores eletrônicos são mais preferidos que os mecânicos, pois são mais facilmente manipulados. 4. o sensor deve ter boa exatidão, conseguida por fácil calibração. 5. o sensor deve ter boa precisão, constituída de linearidade, repetitividade e reprodutibilidade. 6. o sensor deve ter linearidade de amplitude. 7. o sensor deve ter boa resposta dinâmica, respondendo rapidamenteFig. 1.1.1. Operador de campo, sala de controle centralizada e arrea industrial Instrumentação 2 Objetivos de Ensino 1. Definir o significado de instrumentação e listar as disciplinhas correlatas. 2. Descrever as aplicações e as vantagens do controle e da automação industrial. 3. Informar acerca do histórico e da evolução das tecnologias aplicadas: analógica e digital, pneumática e eletrônica, centralizada e distribuída, dedicada e compartilhada, real e virtual.. 1. Instrumentação 1.1. Conceito e aplicações A instrumentação é o ramo da engenharia que trata de instrumentos industriais. Os enfoques da Instrumentação podem ser de 1. Fabricação: construção de componentes e instrumento 2. Projeto: detalhamento básico e específico de sistemas equipamentos e instrumentos 3. Especificação: estabelecimento de características físicas, funcionais e de segurança dos instrumentos 4. Vendas: comercialização, marketing e promoção de instrumentos 5. Montagem: fixação correta dos instrumentos no local de trabalho, para que ele opere conforme o previsto 6. Operação: monitoração do desempenho do instrumento e atuação manual, quando necessário, para garantir segurança e eficiência 7. Manutenção dos instrumentos: reparo do instrumento quando inoperante, calibração e ajuste do instrumento quando o desempenho metrológico o exigir As principais funções dos instrumentos são: 1. sensor: detecção da variável medida 2. Indicação: apresentação do valor instantâneo da variavel 3. Condicionamento do sinal: operação de tornar mais amigável e tratável o sinal original 4. Registro: apresentação do valor histórico e em tempo real da variavel 5. Controle: garantir que o valor de uma variável permaneça igual, em torno ou próximo de um valor desejável 6. Alarme e intertravamento: geração de sinais para chamar a atenção do operador para condições que exijam sua interferência ou para atuar automaticamente no processo para mantê-lo seguro As variáveis envolvidas incluem mas não se limitam a 1. Pressão 2. Temperatura 3. Vazão 4. Nível 5. Análise Os instrumentos estão associados e aplicados aos seguintes equipamentos: 1. Caldeira: equipamento para gerar vapor 2. Reator: equipamento onde se realiza uma reação química ordenada 3. Compressor: equipamento para mover gases 4. Bomba: equipamento para mover liquidos 5. Coluna de destilação: equipamento para separar diferentes produtos com diferentes pontos de ebulição 6. Forno: equipamento para aquecer algum produto 7. Refrigerador: equipamento para esfriar algum produto 8. Condicionador de ar: equipamento para manter as condições do ar ambiente dentro de determinados limites As indústrias que utilizam os instrumentos de medição e de controle do processo, de modo intensivo e extensivo são: 1. Química 2. Petroquímica 3. Refinaria de petróleo 4. Gás e óleo 5. Dutos e Terminais 6. Têxtil 7. Fertilizante 8. Papel e celulose 9. Alimentícia 10. Farmacêutica 11. Cimento 12. Siderúrgica 13. Mineração 14. Nuclear Instrumentação 3 15. Hidrelétrica 16. Termelétrica 17. Tratamento d'água e de efluentes 1.2. Disciplinas relacionadas O projeto completo do sistema de controle de um processo envolve vários procedimentos e exige os conhecimentos dos mais diversos campos da engenharia, tais como: 1. Mecânica dos fluidos, para a especificação de bombas, dimensionamento de tubulações, disposição de bandejas da coluna de destilação, dimensionamento de trocadores de calor, especificação de bombas e compressores. 2. Transferência de calor, para a determinação da remoção do calor dos reatores químicos, pré- aquecedores, caldeiras de recuperação e dimensionamento de condensadores. 3. Cinética das reações químicas, para o dimensionamento dos reatores, escolha das condições de operação (pressão, temperatura e nível) e de catalizadores, 4. Termodinâmica, para o calculo da transferência de massa, do número e da relação das placas de refluxo e das condições de equilíbrio do reator. Esses conhecimentos auxiliam na escolha e na aplicação do sistema de controle automático associado ao processo. Os modelos matemáticos, as analogias e a simulação do processo são desenvolvidos e dirigidos para o entendimento do processo e sua dinâmica e finalmente para a escolha do melhor sistema de controle. A especificação dos instrumentos requer o conhecimento dos catálogos dos fabricantes e das funções a serem executadas, bem como das normas, leis e regulamentações aplicáveis. A manutenção dos instrumentos exige o conhecimento dos circuitos mecânicos, pneumáticos e eletrônicos dos instrumentos, geralmente fornecidos pelos fabricantes dos instrumentos. Para a manutenção da instrumentação pneumática exige-se a habilidade manual e uma paciência bovina para os ajustes de elos, alinhamento de foles, estabelecimento de ângulos retos entre alavancas, colocação de parafusos em locais quase inacessíveis. A manutenção dos instrumentos eletrônicos requer o conhecimento da eletrônica básica, do funcionamento dos amplificadores operacionais e atualmente das técnicas digitais. O fabricante correto fornece os circuitos eletrônicos e os diagramas de bloco esquemáticos dos instrumentos. Para a sintonia do controlador e o entendimento dos fenômenos relativos ao amortecimento, à oscilação e à saturação é útil o conhecimento rigoroso dos conceitos matemáticos da integral e da derivada. A analise teórica da estabilidade do processo requer uma matemática transcendental, envolvendo a função de transferência, os zeros e os pólos de diagramas, as equações diferenciais, a transformada de Laplace e os critérios de Routh-Hurwitz. 2. Vantagens e Aplicações Nem todas as vantagens da instrumentação podem ser listadas aqui. As principais estão relacionadas com a qualidade e com a quantidade dos produtos, fabricados com segurança e sem subprodutos nocivos. Há muitas outras vantagens. O controle automático possibilita a existência de processos extremamente complexos, impossíveis de existirem apenas com o controle manual. Um processo industrial típico envolve centenas e até milhares de sensores e de elementos finais de controle que devem ser operados e coordenados continuamente. Como vantagens, o instrumento de medição e controle 1. não fica aborrecido ou nervoso, 2. não reclama, 3. não fica distraído ou atraído por pessoas bonitas, 4. não assiste a um jogo de futebol na televisão nem o escuta pelo rádio, 5. não pára para almoçar ou ir ao banheiro, 6. não fica cansado de trabalhar, 7. não tem problemas emocionais, 8. não abusa seu corpos ou sua mente, 9. não tem sono, 10. não folga do fim de semana ou feriado, 11. não sai de férias, 12. não reivindica aumento de salário. Instrumentação 4 Porém, como desvantagens, o instrumento 1. sempre apresenta erro de medição 2. opera adequadamente somente quando estiver nas condições previstas pelo fabricante, 3. requer calibrações e ajustes periódicos, para se manter exato 4. requer manutenção corretiva, preventiva ou preditiva, para que sua precisão se mantenha dentro dos limites estabelecidos pelo fabricante 5. é provável que algum dia ele falhe e pela lei de Murphy, esta falha geralmente acontece na pior hora possível e pode acarretar grandes complicações. 2.1. Qualidade do Produto A maioria dos produtos industriais é fabricada para satisfazer determinadas propriedades físicas e químicas. Quanto melhor a qualidade do produto, menores devem ser as tolerâncias de suas propriedades. Quanto menor a tolerância, maior a necessidade dos instrumentos para a medição e o controle automático. Os fabricantes executam testes físicos e químicos em todos os produtos feitos ou, pelo menos, em amostras representativas tomadas aleatoriamente das linhas de produção, para verificar se as especificações estabelecidasàs variações da medição. 8. o sensor não deve induzir atraso entre os sinais de entrada e de saída, ou seja, não deve provocar distorção de fase. 9. o sensor deve suportar o ambiente hostil do processo sem se danificar e sem perder suas características. O sensor deve ser imune à corrosão, erosão, pressão, temperatura e umidade ambientes. 10. o sensor deve ser facilmente disponível e de preço razoável. D:\APOSTILA\INSTCONT 21Sensor.DOC 11 DEZ 98 (Substitui 15 ABR 95) 88 2.2 Transmissor 1. Conceitos básicos 1.1. Introdução Rigorosamente o transmissor não é necessário, nem sob o ponto de vista de medição, nem sob o ponto de vista de controle. A transmissão serve somente como uma conveniência de operação para tornar disponíveis os dados do processo em uma sala de controle centralizada, num formato padronizado. Na prática, por causa das grandes distâncias envolvidas, as funções de medição e de controle estão freqüentemente associadas aos sinais dos transmissores. O transmissor é geralmente montado no campo, próximo ao processo. Porém, ele também pode ser montado na sala de controle, como ocorre com o transmissor de temperatura com o termopar ou com a resistência elétrica. Fig. 2.1. Transmissores para medição de nível 1.2. Justificativas do Transmissor Antes do aparecimento do transmissor pneumático, circa 1930, o controlador era conectado diretamente ao processo. O controlador e o painel de controle deviam estar próximos ao processo. O transmissor oferece muitas vantagens em comparação com o uso do controlador ligado diretamente ao processo, tais como a segurança, a economia e a conveniência. 1. os transmissores eliminam a presença de fluidos flamáveis, corrosivos, tóxicos mal cheirosos e de alta pressão na sala de controle. 2. as salas de controle tornam-se mais práticas, com a ausência de tubos capilares compridos, protegidos, compensados e com grande tempo de atraso. 3. há uma padronização dos instrumentos receptores do painel; os indicadores, os registradores e os controladores recebem o mesmo sinal padrão dos transmissores de campo. Fig. 2.2. Transmissor montado em local hostil Transmissor 89 1.3. Terminologia O transmissor é também chamado erradamente de transdutor e de conversor. Transdutor é um termo genérico que designa um dispositivo que recebe informação na forma de uma ou mais quantidades físicas, modifica a informação, a sua forma ou ambas e envia um sinal de saída resultante. Este termo é genérico e segundo este conceito, o elemento primário, transmissor, relé, conversor de corrente elétrica para pneumático e a válvula de controle são transdutores. Há uma norma na instrumentação, ANSI/ISA S37.1-1978 (R1982) que estabelece uma nomenclatura uniforme e consistente entre si e para elemento sensor, transmissor, conversor, transdutor. Elemento sensor Elemento sensor é um dispositivo integrante de um instrumento que converte um sinal não-padrão em outro sinal não- padrão. Por exemplo, o bourdon C é um elemento sensor de pressão, que converte a pressão em um pequeno movimento proporcional. Nem a pressão de entrada e nem o deslocamento do sensor são padronizados. Todo transmissor possui um elemento sensor, que depende essencialmente da variável medida. Atualmente além do sensor da variável principal o transmissor inteligente possui outro sensor para medir a temperatura ambiente e fazer a compensação de suas variação sobre a variável principal. Já existe disponível comercialmente transmissor multivariável. No único invólucro do transmissor há vários sensores para medir simultaneamente a variável principal (vazão) e as secundárias (pressão e temperatura do processo), também para fins de compensação. Neste contexto, tem-se: 1. Sensor primário é o sensor que responde principalmente ao parâmetro físico a ser medido. 2. Sensor secundário é o sensor montado adjacente ao primário para medir o parâmetro físico que afeta de modo indesejável a característica básica do sensor primário (por exemplo, os efeitos da temperatura na medição de pressão). Fig. 2.3. Elementos sensores de pressão Transmissor O transmissor é o instrumento que converte um sinal não-padrão em um sinal padrão de natureza igual ou distinta. O transmissor sente a variável através de um sensor no ponto onde ele está montado e envia um sinal padrão, proporcional ao valor medido, para um instrumento receptor remoto. É desejável que a saída do transmissor seja linearmente proporcional à variável medida e nem sempre há esta linearidade. Por exemplo: o transmissor eletrônico de pressão sente um sinal de pressão, por exemplo, de 15 a 60 MPa, e o converte em um sinal padrão de corrente de 4 a 20 mA cc e o transmite. Outro exemplo: o transmissor pneumático de pressão manométrica converte um sinal de pressão, e.g., de 60 a 100 MPa, em um sinal padrão pneumático de 20 a 100 kPa (3 a 15 psi) e o transmite. Nos dois exemplos, as faixas da pressão de entrada são não padrão mas as saídas dos transmissores eletrônico (4 a 20 mA) e pneumático (20 a 100 kPa) o são. Transmissor sabido (smart) Transmissor sabido é um transmissor em que é usado um sistema microprocessador para corrigir os erros de não linearidade do sensor primário através da interpolação de dados de calibração mantidos na memória ou para compensar os efeitos de influência secundárias sobre o sensor primário incorporando um segundo sensor adjacente ao primário e Transmissor 90 interpolando dados de calibração armazenados dos sensores primário e secundário. Fig. 2.4. Transmissor eletrônico (Foxboro) Transmissor inteligente Transmissor inteligente é um transmissor em que as funções de um sistema microprocessador são compartilhadas entre 1. derivar o sinal de medição primário, 2. armazenar a informação referente ao transmissor em si, seus dados de aplicação e sua localização e 3. gerenciar um sistema de comunicação que possibilite uma comunicação de duas vias (transmissor para receptor e do receptor para o transmissor), superposta sobre o mesmo circuito que transporta o sinal de medição, a comunicação sendo entre o transmissor e qualquer unidade de interface ligada em qualquer ponto de acesso na malha de medição ou na sala de controle. O primeiro termo que apareceu foi smart (sabido), que foi traduzido como inteligente. Depois, apareceu o transmissor intelligent, com mais recursos que o anterior. Porém, já havia o termo inteligente e por isso, no presente trabalho, traduziu-se smart por sabido e intelligent por inteligente. Atualmente os dois termos, smart e inteligente, tem o mesmo significado prático. Por exemplo, Fisher Rosemount usa o termo smart e a Foxboro usa o termo intelligent para o transmissor com as mesmas características. Por consistência, o transmissor convencional não inteligente é burro (dumb). Transdutor O transdutor é o instrumento que converte um sinal padrão em outro sinal padrão de natureza distinta. Por exemplo: transdutor pressão-para-corrente ou P/I converte o sinal padrão pneumático de 20 a 100 kPa no sinal padrão de corrente de 4 a 20 mA cc e o transmite. O transdutor corrente-para-pressão ou I/P, converte o sinal padrão de corrente de 4-20mA cc no sinal padrão pneumático de 20 a 100 kPa e o transmite. O transdutor i/p compatibiliza o uso de um controlador eletrônico (saída 4 a 20 mA) com uma válvula com atuador pneumático (entrada 20 a 200 kPa). Elemento transdutor tem o mesmo significado que elemento sensor ou elemento primário. Fig. 2.5. Transdutor i/p, montado na válvula Conversor O conversor é o instrumento que transforma sinais de natureza elétrica para formas diferentes. Por exemplo: conversor analógico/digital: transforma sinais de natureza analógica (contínuo)em sinais digitais (pulso descontínuo). Mutatis mutandis, tem-se o conversor digital/analógico, que transforma sinal digital em analógico. Geralmente, o conversor A/D e D/A está associado ao multiplexador, que converte várias entradas em uma única saída e o demultiplexador, que converte uma entrada em várias saídas. O conjunto conversor A/D e D/A e multiplexador e demultiplexador é também chamado de Modem (MODulador DEModulador). Transmissor 91 O transmissor inteligente, por ser digital e receber um sinal analógico, tem necessariamente em um conversor A/D em sua entrada. O transmissor híbrido, que é digital e possui a saída analógica de 4 a 20 mA deve possuir em sua saída um conversor D/A. Fig. 2.6. Sinal analógico e digital 1.4. Transmissão do sinal O sinal de transmissão entre subsistemas ou dispositivos separados do sistema deve estar de conformidade com a norma ANSI/ISA SP 50.1 - 1982 (Compatibility of Analog Signals for Electronic Industrial Process Instruments) Esta norma estabelece, entre outras coisas, 1. a faixa de 4 a 20 mA, corrente continua, com largura de faixa de 16 mA, que corresponde a uma tensão de 1 a 5 V cc, com largura de faixa de 4 V 2. a impedância de carga deve estar entre 0 e um mínimo de 600 Ω. 3. o número de fios de transmissão, de 2, 3 ou 4. 4. a instalação elétrica 5. o conteúdo de ruído e ripple 6. as características do resistor de conversão de corrente para tensão, que deve ser de (250,00 ± 0,25) Ω e coeficiente termal de α ≤ 0,01%/oC, de modo que a tensão convertida esteja entre (1,000 a 5,000 ± 0,004) V 7. o resistor não deve se danificar quando a entrada for de 10 V ou de 40 mA. (a) Tipo. 2. Circuito com 2 fios (b) Tipo 3. Circuito com 3 fios (c) Tipo 4. Circuito com 4 fios Fig. 2.7. Consideração do tipo de transmissor 1.5. Sinais padrão de transmissão Sinal pneumático O sinal padrão da transmissão pneumática no SI é 20 a 100 kPa (kilopascal) e os seus equivalentes em unidades não SI: 3 a 15 psig e 0,2 a 1,0 kgf/cm2. Praticamente não há outro sinal pneumático de transmissão, embora em hidrelétricas onde se tem válvulas enormes, é comum o sinal de 40 a 200 kPa (6 a 30 psi). Sinal eletrônico O sinal padrão de transmissão eletrônico é o de 4 a 20 mA cc, recomendado pela International Electromechanical Commission (IEC), em Transmissor Fonte Receptor Transmissor Fonte Receptor Receptor Transmissor 92 maio de 1975. No inicio da instrumentação eletrônica, circa 1950, o primeiro sinal padrão de transmissão foi o de 10 a 50 mA cc, porque os circuitos eram pouco sensíveis e este nível de sinal não necessitava de amplificador para acionar certos mecanismos; hoje ele é raramente utilizado, por questão de segurança. Atualmente há uma tendência em padronizar sinais de baixo nível, para que se possa usar a tensão de polarização de 5 V comum aos circuitos digitais. Existe ainda o sinal de transmissão de 1 a 5 V cc, porém ele não é adequado pois há atenuação na transmissão da tensão. Usa-se a corrente na transmissão e a tensão para a manipulação e condicionamento do sinal localmente, dentro do instrumento. Relação 5:1 Todos os sinais de transmissão, pneumático e eletrônicos, mantém a mesma proporcionalidade entre os valores máximo e mínimo da faixa de 5:1, ou seja 5 V1 V5 psi 3 psi 15 mA 4 mA 20 kPa 20 kPa 100 ==== Esta proporcionalidade fixa facilita a conversão dos sinais padrão, pelos transdutores. Zero vivo Todas as faixas de sinais padrão de transmissão começam com números diferentes de zero, ou seja os sinais padrão são 20 a 100 kPa e não 0 a 80 kPa, 4 a 20 mA cc e não 0 a 16 mA cc. Diz-se que uma faixa com supressão de zero, ou seja partindo de número diferente de zero é detectora de erro. Por exemplo, seja o transmissor eletrônico de temperatura com faixa de medição de 20 a 200 oC. A sua saída vale: 4 mA, quando a medida é de 20 oC, 20 mA, quando a medida é de 200 oC e 0 mA, quando há problema no transmissor, como falta de alimentação ou fio partido . Se a saída do transmissor fosse um sinal de 0 a 20 mA não haveria meios de identificar o sinal correspondente ao valor mínimo da faixa com o sinal relativo às falhas no sistema, como falta de alimentação ou fio partido no transmissor eletrônico ou entupimento do tubo, quebra do tubo, falta de ar de suprimento no transmissor pneumático. Quando se manipula a tensão elétrica, pode-se ter e se medir a tensão negativa e portanto pode-se usar uma faixa de 0 a 10 V cc detectora de erro. Isto significa que o 0 V se refere ao valor mínimo da faixa medida e quando há algum problema o sinal assume um valor negativo, por exemplo, -2,5 V cc. Esta faixa possui o zero vivo. 2. Natureza do transmissor Como há dois sinais padrão na instrumentação, também há dois tipos de transmissores: pneumático e eletrônico 2.1. Transmissor pneumático O transmissor pneumático mede a variável do processo e transmite o sinal padrão de 20 a 100 kPa (3 a 15 psig), proporcional ao valor da medição. A sua alimentação é a pressão típica de 140 kPa (20 psig). O mecanismo básico para a geração do sinal pneumático é o conjunto bico-palheta, estabilizado pelo fole de realimentação. Para funcionar o transmissor pneumático requer a alimentação de ar comprimido, no valor típico de 140 kPa (22 psi). O transmissor é alimentado individualmente por um conjunto de filtro regulador. O regulador pode ser fixo (ajustável na oficina) ou regulável pelo operador, no local. Há dois princípios mecânicos básicos para o funcionamento do transmissor pneumático: 1. balanço de forças e 2. balanço de movimentos. Transmissor 93 Fig. 2.8. Esquema típico de um transmissor pneumático a balanço de forças (Foxboro) Balanço de forças O sistema é mantido estável, pelo equilíbrio das forças aplicadas a uma barra. A variação na medição desequilibra o sistema, alterando a posição da barra, variando proporcionalmente o sinal transmitido e retornando o sistema à condição de equilíbrio. Como a posição da barra está relacionada com o equilíbrio ou balanço das forças atuando nesta barra, este sistema é chamado de balanço de forças. O diafragma sente a pressão do processo e através de um flexor, transmite uma força a barra de força. A barra de força funciona como a palheta em relação ao bico. A variável do processo modula a distância entre o bico e a barra de forças. Através do mecanismo de transmissão pneumática (relé pneumático, fole de realimentação, mola de ajuste de zero) obtém-se uma saída padrão e estável de 20 a 100 kPa (3 a 15 psi), linearmente proporcional à pressão medida. Através do deslocamento do volante que serve como fulcro para o equilíbrio das forças e ajusta a largura de faixa de medição. Fig. 2.9. Transmissor pneumático a balanço de forças: (a) esquema e (b) vista externa As principais vantagens são: 1. a robustez e a precisão da operação, praticamente sem movimento e desgaste das peças, 2. a opção da supressão ou da elevação do zero, necessária medições de nível. As suas desvantagens são: 1. não há indicação local da variável transmitida, mas apenas a indicação opcional do sinal de saída do transmissor, 2. a velocidade da resposta é lenta Os transmissores a balanço de força são genericamente chamados de d/p cell, embora rigorosamente d/p cell seja uma marca registrada da Foxboro e se refira ao transmissor de pressão diferencial para medição de vazão e de nível. O transmissor pneumático a balanço de forças da Foxboro foi um dos mais bem sucedidos instrumentos da historia da instrumentação. O transmissor pneumático era tão estável e repetitivo que, a partir dele, foi projetado e construído o transmissor eletrônico, também a balanço de forças. Balanço de movimento No sistema a balanço de movimentos, amedição é sentida pelo elo mecânico, que desequilibra o sistema bico-palheta. Este desequilíbrio provoca variações no sinal transmitido, até haver novo equilíbrio. Na realidade há um balanço de posições mas o sistema é referido como balanço de movimentos. O transmissor a balanço de movimento permite a indicação local da medição; é naturalmente um transmissor-indicador. Transmissor 94 Fig. 2.10. Esquema de transmissor pneumático a balanço de movimentos (Foxboro) Fig. 2.11. Transmissor a balanço de movimento As principais vantagens do transmissor a balanço de movimentos são: 1. apresenta a indicação da medida, no local de transmissão 2. opera com grande variedade de elementos primários, pois a força necessária para atua-lo é pequena (cerca de 2 gramas). As suas desvantagens são: 1. não apresenta a opção de abaixamento e elevação de zero. 2. sua operação é mais delicada e sua calibração é mais difícil e menos estável, por causa dos elos mecânicos e das partes moveis. . 2.2. Transmissor eletrônico O transmissor eletrônico mede a variável do processo e transmite o sinal padrão de corrente de 4 a 20 mA cc proporcional ao valor da medição. Ele requer a alimentação, geralmente a tensão contínua. Normalmente esta alimentação é feita da sala de controle, através do instrumento receptor (indicador, controlador ou registrador), onde está a fonte de alimentação. A alimentação é feita pelo mesmo fio que porta o sinal transmitido de 4 a 20 mA. Os conceitos de fonte de tensão e de fonte de corrente explicam porque se pode utilizar apenas um par de fios para transportar tanto o sinal de corrente como a alimentação de tensão. A corrente só deve depender da variável medida e não deve depender da tensão de polarização. A tensão de alimentação não pode ser afetada pelo valor da corrente gerada. A tensão de alimentação pode variar, dentro de limites convenientes e depende principalmente do valor do sinal transmitido e do valor da resistência total da malha de controle. Fig. 2.12. Tensão de alimentação e impedância da malha de transmissão eletrônica Transmissor indutivo No transmissor eletrônico a balanço de forças, o pequeno movimento provocado na barra de força é amplificado e posiciona o núcleo móvel de uma bobina. Quando a pressão varia, a barra de força se movimenta e altera a posição do núcleo da bobina, variando a indutância. Através da variação da indutância um circuito condicionador gera o sinal padrão de 4 a 20 mA cc, proporcional a pressão medida. Este transmissor é chamado de indutivo, pois se baseia na variação do núcleo de uma bobina detectora. Atualmente, este transmissor foi substituído por outros Transmissor 95 menores e melhores, como capacitivo, com fio ressonante e sensor CI. Fig. 2.13. Transmissor a balanço de forças indutivo Transmissor capacitivo No inicio dos anos 80, a Rosemount lançou o transmissor eletrônico capacitivo, que se tornou um dos tipos de instrumentos mais vendidos na instrumentação. O princípio de operação básico é a medição da capacitância resultante do movimento de um elemento elástico. O elemento elástico mais usado é um diafragma de aço inoxidável ou de Inconel, ou Ni-Span C ou um elemento de quartzo revestido de metal exposto à pressão do processo de um lado e uma pressão de referência no outro. Dependendo da referência, pode-se medir pressão absoluta (vácuo), manométrica (atmosférica) ou diferencial. A capacitância de um capacitor de placas paralelas, é dada simplificadamente por: C A d = ε onde C é a capacitância ε é a constante dielétrica do isolante entre as placas A é a área das placas d é a distância entre as placas. Como a pressão pode provocar um deslocamento, ela pode ser inferida através da capacitância, que também depende de um deslocamento. Os diafragmas isolantes detectam e transmitem a pressão do processo para o fluido de enchimento (óleo de silicone). O fluido transmite a pressão de processo para o diafragma sensor no centro da célula de pressão diferencial. O diafragma sensor funciona como um elemento de mola que deflete em resposta à pressão diferencial aplicada através dele. O deslocamento do diafragma sensor, um movimento máximo de 0,10 mm, é proporcional à pressão diferencial. As placas de capacitor em ambos os lados do diafragma sensor detectam a posição do diafragma sensor. A capacitância diferencial entre o diafragma sensor e as placas do capacitor é então proporcional linearmente à pressão diferencial aplicada aos diafragma isolantes. A capacitância é detectada por um circuito ponte e é convertida e amplificada para o sinal padrão, linear, a dois fios de 4 a 20 mA cc. Fig. 2.14. Célula δ capacitiva (Rosemount) O sensor capacitivo tem precisão típica de 0,1 a 0,2% da largura de faixa e com a seleção de diafragmas, pode medir faixas de 0,08 kPa a 35 MPa (3 in H20 a 5000 psi). Os transmissores capacitivos perdem em popularidade apenas para os com strain gauge e tem-se as seguintes vantagens 1. alta robustez e 2. grande estabilidade 3. excelente linearidade 4. resposta rápida 5. deslocamento volumétrico menor que 0,16 cm3 elimina a necessidade de câmaras de condensação e potes de nível Suas limitações, principalmente dos transmissores capacitivos mais antigos, são: 1. sensitividade à temperatura 2. alta impedância de saída Transmissor 96 3. sensitividade à capacitância parasita 4. sensitividade a vibração 5. pequena capacidade de resistir à sobrepressão O transmissor eletrônico capacitivo da Rosemount foi outro instrumento best seller da instrumentação. Transmissor fio ressonante O transmissor com sensor a fio ressonante foi lançado no fim da década de 1970, pela Foxboro, que gosta muito de fio, pois já havia aplicado o fio Nitinol, com memória mecânica, para acionar ponteiros e penas dos instrumentos de display do sistema SPEC 200. Neste projeto, um circuito oscilador faz um fio oscilar em sua freqüência de ressonância, enquanto a tensão do fio é variada como uma função da pressão do processo. As pressões do processo são detectadas pelos diafragmas de alta e baixa pressão, nos lados direito e esquerdo do sensor. Quando a pressão diferencial aumenta, o fluido de enchimento transmite uma força correspondente ao fio, excitado por um campo magnético. O dano por sobrepressão é evitado pelos diafragmas sendo suportados por placas reservas. A variação na tensão do fio modifica a freqüência de ressonância do fio, que é então digitalmente medida. Configurações semelhantes são usadas na medição de pressão absoluta e manométrica. Quando usado para medir pressão absoluta, o lado de baixa é coberto por uma capa e faz-se vácuo na cavidade da ordem de 0,52 Pa (0,004 mm Hg). Fig. 2.15. Sensor de pressão a fio ressonante (Foxboro) As vantagens deste transmissor são: 1. boa repetitividade 2. alta precisão 3. boa estabilidade 4. baixa histerese 5. alta resolução 6. sinal de saída forte 7. geração de um sinal digital. As limitações incluem: 1. sensitividade à temperatura ambiente, requerendo compensação embutida. 2. sinal de saída não linear 3. alguma sensitividade à vibração e choque. Transmissor com sensor a CI Os transmissores mais recentes utilizam o estado da arte da tecnologia eletrônica, com um sensor a circuito integrado, com um chip de silício piezo- resistivo difuso. Na fabricação deste sensor, boro é difundido em uma estrutura de cristal de silício para formar uma ponte de Wheatstone totalmente ativa. Neste processo de difusão, o boro e o silício são unidos a um nível molecular, eliminado a necessidade de métodos mecânicos de solda, como usado nos sensores convencionais de strain gauge. Este processo resulta em sensores com altíssima repetitividade e estabilidade,somente conseguidas em instrumentos de laboratório. Fig. 2.16. Circuito da ponte de Wheatstone Transmissor 97 A faixa de pressão de cada sensor de silício é determinada pela espessura do silício diretamente sob a ponte de Wheatstone. A espessura do diafragma de silício é determinada ataque químico na parte traseira de cada chip sob a ponte para uma profundidade específica. O chip acabado é então colada a uma placa de pyrex ou alumina com suporte e isolação do chip. Para medição de pressão manométrica ou diferencial, faz-se um buraco através do pyrex para acessar a cavidade na parte traseira do chip. Isto fornece uma referência da pressão atmosférica para o sensor de pressão manométrica e uma passagem para o lado da baixa pressão do sistema de enchimento de fluido para o d/p cell. Para a medição de pressão absoluta, a cavidade do chip é evacuada antes de colar a placa de pyrex, fornecendo uma referência de pressão absoluta. O chip é então montado em um extrato de cerâmica ou aço inoxidável selado a vidro. Conexões com fio de ouro completam o conjunto, que é juntado ao pacote completo do sensor. Diafragmas de isolação de vários materiais resistentes a corrosão são soldados no lugar, sobre o chip sensor e as cavidades entre o chip são cheias sob vácuo com óleo silicone DC-200 ou Fluorinert FC/B. Este processo isola totalmente o sensor de silício do meio da pressão sem um link mecânico. O diafragma de isolação também fornece a proteção de sobrefaixa para o sensor de silício no d/p cell. Transmissor com sensor piezoelétrico O sensor é um cristal de quartzo ou turmalina que, quando exposto a pressão ou força em torno do seu eixo, é elasticamente deformado. A deformação produz uma força eletromotriz proporcional. As vantagens do transmissor com sensor piezoelétrico são: 1. pequeno tamanho 2. robustez 3. alta velocidade de resposta 4. autogeração do sinal. As desvantagens são: 1. limitado à medição dinâmica 2. sensitividade à temperatura 3. necessidade de cabeamento especial entre sensor e circuito amplificador. A aplicação típica do sensor piezoelétrico é no medidor de vazão vortex. É piezoelétrico o sensor que detecta a freqüência criada pelos vórtices de De Karmann. Fig. 2.17. Transmissor de vazão tipo vortex (Foxboro) 3. Transmissor e manutenção Quanto à manutenção e independente do princípio de funcionamento ou da variável medida, há quatro tipos básicos de transmissores eletrônicos disponíveis atualmente: 1. analógico descartável 2. analógico reparável 3. digital híbrido 4. digital inteligente 3.1. Transmissor analógico descartável O transmissor analógico descartável possui saída analógica de 4 a 20mA cc e um circuito encapsulado irrecuperável quando estragado. Quando o transmissor se danifica (o que os fabricantes asseguram ser raro) é integralmente substituído por outro. Sua confiabilidade é expressa não em MTBF (tempo médio entre falhas) mas em MTFF (tempo médio para a primeira falha). Como vantagens, tem-se: 1. Baixo custo de aquisição, com preços típicos entre US$50 a US$350, Transmissor 98 2. Baixo custo de reposição, pois é mais barato substituir prontamente um transmissor do que mandar um instrumentista de manutenção a um local distante para retirar do processo um transmissor defeituoso, levá-lo para a oficina, repará-lo, levá-lo de volta para o processo e reinstalá-lo. A substituição pré- configurada pode ser feita na primeira ida ao local do processo, 3. Pequeno tamanho, simplicidade e transmissão a dois fios, 4. Facilidade de implementar técnica de proteção, como segurança intrínseca e não incenditivo, pois o encapsulamento favorece a conformidade com exigências de normas. Fig. 2.18. Transmissor descartável de pressão (Dynisco) Fig. 2.19. Transmissor de temperatura descartável (Eckardt) As principais desvantagens e limitações são: 1. A precisão é pior do que a dos outros tipos, pois o transmissor deve ter baixo custo, 2. Pequena flexibilidade, pois o transmissor tem somente uma única entrada e faixa fixa de calibração e não são convenientes para aplicações que requerem alterações freqüentes do processo, 3. Geralmente são mais frágeis e menos resistentes a ambientes hostis, o bloco terminal podendo se quebrar quando submetido a abuso; 4. Menos confiável, pois são usados projetos e circuitos mais baratos para torná-los mais competitivos. 3.2. Transmissor analógico convencional O transmissor analógico convencional possui saída padrão de 4 a 20 mA cc e circuitos acessíveis para sua calibração e manutenção. Eles podem ser reparados e ter suas faixas de calibração alteradas no campo ou na oficina, pelo usuário final. Os seus preços variam de US$300 a US$500,00. Fig. 2.20. transmissor convencional (Foxboro) As suas principais vantagens são: 1. O transmissor convencional é reparável, possuindo um invólucro que protege os circuitos e permitindo o seu acesso fácil e seguro aos circuitos. Seus circuitos analógicos são simples e é fácil achar os defeitos e repará-los. A possibilidade de ser reparado torna o transmissor convencional mais seguro e menos caro para serviço em longo prazo. 2. O transmissor é robusto, suportando bem os rigores do processo, grande vibração mecânica, alto calor e atmosfera agressiva 3. O transmissor convencional pode ter sua faixa alterada dentro de grandes limites. O transmissor de temperatura pode aceitar todos os tipos de termopares ou RTD de vários valores. Tipicamente as alterações de parâmetros são feitas mecanicamente no campo ou na Transmissor 99 oficina, ajustando-se potenciômetros, alterando-se posições de jumpers ou mudando chaves DIP. 4. O transmissor analógico tem melhor tempo de resposta que o do transmissor digital e também se recupera mais rapidamente, depois de uma interrupção de alimentação. 5. Possui precisão melhor do que a do transmissor descartável e pior do que a do digital. Como desvantagens, tem-se: 1. Menos estável e requer mais calibração do que o transmissor digital, pois os ajustes mecânicos feitos através de potenciômetros de fio são pouco estáveis. 2. Não são adequados para aplicações com operação e comunicação digitais, porém, para a maioria das aplicações o alto custo da substituição dos transmissores analógicos convencionais por digitais não se justifica 3.3. Transmissor inteligente digital O transmissor inteligente digital tem um microprocessador embutido em seu circuito e possui saída digital, apropriada para se comunicar com outros dispositivos digitais com o mesmo protocolo. Ele não possui a saída padrão de 4 a 20 mA cc. Suas vantagens são: 1. Recalibração remota: o transmissor digital pode ser recalibrado sobre o elo de dados digitais da sala de controle, através da estação de operação, de um computador digital ou de um terminal portátil proprietário. Porém, isso é útil somente em plantas envolvendo grandes distâncias e com variações freqüentes no processo. Ele permite alterações imediatas de parâmetros, sem perda de tempo e custo para mandar um técnico a cada ponto de medição para fazer uma alteração manual. Fig. 2.21. Instrumentação inteligente 2. Mínimo de reserva: uma grande variedade de parâmetros de operação pode ser armazenadas na memória do microprocessador do transmissor digital. Um único transmissor pode ser eletronicamente programado para substituir qualquer outro transmissor do sistema. Facilidades com vários tipos de sensores e faixas de medição permitem um menor número de instrumentos reservas para reposição ou adição. 3. Altíssima precisão: melhor do que qualquer outro transmissor. Tipicamente, da ordem de 0,05 a 0,1% do fundo de escala. 4. Autodiagnose: a maioria dos transmissores digitais possui um programa de autodiagnoseem sua memória interna que automaticamente identifica falhas do sensor e do transmissor. O pessoal de manutenção de instrumentos pode usar a informação fornecida pelas mensagens de erro enviadas do transmissor no campo para a sala de controle para preparar a substituição e reparo do instrumento. O benefício é o menor tempo de malha parada. 5. Segurança de comunicação: diferente do transmissor convencional que tem um par de fios para transportar o sinal seguro e a perigosa alimentação, o sinal digital pode ser comunicado através de fibra óptica ou links de luz Transmissor 100 infravermelha, que são seguros por natureza. Fig. 2.22. Transmissor inteligente (Foxboro) As principais desvantagens do transmissor digital inteligente são: 1. Custo: embora os preços tendem a cair e se comparar aos do transmissor convencional, o preço de aquisição do digital ainda é um pouco maior do que o do convencional 2. Não padronização do sinal digital: este é o maior obstáculo técnico para o uso extensivo do transmissor digital. Atualmente ainda existem vários protocolos de comunicação digital proprietários, como HART, Foxcom, Fieldbus. Até que se chegue a um consenso acerca do protocolo de comunicação digital, muitos usuários preferirão não usar o transmissor digital. 3. Tempo de resposta: o transmissor de campo operando em baixa potência tem dificuldade de operar rapidamente a comunicação digital. A resposta demorada é inerente para começar e completar uma transação de comunicação digital. Além disso, alguns transmissores inteligentes tem grande tempo de recuperação após a perda da alimentação, durante o que os transmissores excedem a faixa por cima ou por baixo, acionando erradamente alarmes e causando problemas para outros instrumentos no sistema. 3.4. Transmissor híbrido analógico digital Como ainda hoje a maioria das aplicações envolve o sinal padrão de corrente de 4 a 20 mA cc e também por causa da ausência de uma padronização do sinal digital, muitos transmissores digitais possuem simultaneamente os dois sinais de transmissão: 1. analógico de 4 a 20 mA cc e 2. digital O transmissor é simultaneamente analógico e digital e o usuário experiente pode tirar proveito das vantagens isoladas de cada tipo, como as vantagens de padronização e resposta rápida da transmissão analógica e as vantagens de autodiagnose, facilidade de recalibração e alteração de parâmetros da parte digital do transmissor. O planejamento correto da aquisição de transmissores híbridos pode economizar investimentos quando se implanta uma instrumentação digital do sistema global. O transmissor híbrido pode substituir tanto um transmissor analógico como um digital existente sem necessidade de qualquer componente adicional. Também é necessário pouco treinamento de operadores e instrumentistas, quando de sua integração no sistema. 4. Receptores associados 4.1. Instrumentos associados A transmissão é uma função auxiliar, opcional. Usa-se o transmissor quando se quer a indicação, o registro ou o controle da variável de processo em um local remoto do processo, geralmente na sala de controle. Como conseqüência, o transmissor sempre requer outro instrumento para completar sua função: indicador, registrador, controlador, alarme ou integrador de vazão. Fig. 2.23. Controladores de painel Transmissor 101 Alguns transmissores podem ter uma indicação local da variável medida. Outros transmissores podem, opcionalmente, ter a indicação de sua saída, que é proporcional ao valor da variável medida. Há transmissores que podem medir simultaneamente várias variáveis de processo e para tanto, eles possuem os vários sensores destas variáveis embutidos em seu corpo. A aplicação clássica é na medição de vazão compensada, onde e quanto se quer medir simultaneamente o sinal proporcional à vazão (pressão diferencial), pressão estática e temperatura. O instrumento receptor associado a este transmissor é o computador de vazão. Todos estes instrumentos envolvidos são microprocessados. 4.2. Alimentação O transmissor eletrônico montado no campo sempre necessita de uma alimentação. Raramente esta alimentação é fornecida por bateria integral, por questão de economia e de segurança. O comum é a alimentação do transmissor ser fornecida por um instrumento montado na sala de controle. Assim, além de receber o sinal do transmissor, o instrumento receptor também alimenta o transmissor. Alguns fabricantes possuem fontes de alimentação separadas, montadas na sala de controle, para alimentar os transmissores de campo, separadas e independentes de outros instrumentos. Fig. 2.24. Fiação do transmissor, receptor e fonte 4.3. Transmissor como controlador Em alguns casos raros e simples, o próprio transmissor pode funcionar como um controlador limitado. Para que a saída típica do controlador s s K m sp K edt K de dto p i d= + − + +∫( ) fique igual a do transmissor s Km= s Km= tem-se 1. com bias igual a zero, (so = 0) 2. com banda proporcional fixa e igual a 100% (Kp = 1) 3. com ponto de ajuste igual a zero (sp = 0), 4. apenas com o modo proporcional (Ki = Kd = 0). 5. Serviços associados Como os outros instrumentos, o transmissor deve ser especificado, montado, calibrado rotineiramente e mantido em perfeitas condições de funcionamento. 5.1. Especificação Na especificação do transmissor, devem ser fornecidos os seguintes parâmetros ao fabricante: 1. a variável do processo a ser transmitida, 2. o elemento sensor desejado, em função da faixa, do processo, da variável e do material, 3. o sinal padrão de transmissão e a alimentação, como 20 a 100 kPa ou 3 a 15 psig (rigorosamente são sinais diferentes, quanto a calibração), 4. os materiais do corpo do transmissor, dos parafusos, da tampa e do elemento sensor, 5. a montagem: tubo de 2" (pipe), pedestal (yoke), superfície ou painel, 6. a faixa calibrada da variável, 7. a conexão ao processo: rosca 1/2" NPT, flange 150 psi, selo. 8. quando há contato direto com o fluido do processo: tipo do material Transmissor 102 quanto à corrosão, erosão, sujeira, temperatura e pressão estática, 9. identificação da malha do processo, 10. a classificação mecânica do invólucro: NEMA ou IEC IP, 11. a classificação elétrica do instrumento, se elétrico e se montado em área classificada: prova de explosão, purgado ou intrinsecamente seguro, entidade de aprovação, 12. acessórios: conjunto filtro regulador, conjunto distribuidor (manifold), indicação do sinal de saída ou da variável medida, 13. opções extras, como materiais especiais em contato com o processo (Monel, Hastelloy, tântalo, preparação para manipular oxigênio, cloro, hidrogênio, aplicação em serviço nuclear, amortecimento maior que o normal, saída reversa, aquecimento elétrico para evitar o congelamento, alta temperatura do processo, selo de proteção, pontos de teste, proteção de sobre faixa. 5.2. Instalação A montagem do transmissor deve ser feita conforme as recomendações do fabricante, diagramas do projetista e normas de engenharia aplicáveis, quanto aos aspectos de corrosão, segurança, localização e funcionamento. A partida e comissionamento do transmissor de pressão diferencial para vazão e nível envolve algumas operações seqüenciais recomendadas pelo fabricante, que se não forem seguidas corretamente podem danificar o transmissor ou descalibrá-lo. Fig. 2.25. Transmissor para vazão de gás 5.3. Configuração 5.4. Operação O transmissor é geralmente um instrumento cego, montado no campo, que não requer a atenção do operador. Quando possui indicação da variável medida, ele pode requerer a leitura periódica para comparação com a indicação do painel. 5.5. Calibração A calibração do transmissor garante sua exatidão. O transmissor é calibradoantes de ser montado. Depois, ele deve ser calibrado 1. quando programado pelo plano da qualidade (ISO 9000), 2. depois da manutenção ou 3. quando requisitado pela operação. Calibrar um transmissor requer 1. local adequado, 2. procedimento claro 3. padrões rastreados 4. técnico treinado 5. registro documentado 6. prazo de validade Fig. 2.26. Calibração de transmissor (Rosemount) Ambiente Como o transmissor opera em condições muito pouco exigentes (-40 a +60 oC), raramente ele requer um ambiente de calibração controlado. Porém, o ambiente deve ser conhecido e as condições de calibração (pressão, temperatura e umidade relativa ambientes) devem ser registradas no relatório de calibração. Transmissor 103 Procedimento Procedimento de calibração não é simplesmente o manual do fabricante, mas algo mais abrangente que inclui o manual do fabricante. O procedimento deve ser escrito pelo executante e pode ser copidescado (feita revisão para uniformizar linguagem, arrumar estilo, eliminar erros vernáculos) pelo chefe. O procedimento tem o objetivo de garantir que a mesma pessoa, em tempos diferentes ou pessoas diferentes ao mesmo tempo, façam a mesma calibração exatamente do mesmo modo. Procedimento que é usado geralmente sofre revisões periódicas. Quando algo deve ser mudado, primeiro se muda o procedimento, com o consenso de todos os envolvidos, e depois de muda o comportamento. Padrões Todos os padrões usados na calibração devem ser rastreados, ou seja, calibrados contra outros padrões superiores e dentro do prazo de validade. A rastreabilidade do padrão é que lhe dá a garantia que ele está confiável e fornece o valor verdadeiro convencional. Se o padrão não estiver rastreado e sua calibração estiver vencida, a calibração que ele faz não é confiável e portanto é inútil. Técnico treinado O executante da calibração deve conhecer o instrumento que vai calibrar e todos os cuidados e procedimentos envolvidos. Enfim, deve estar treinado especificamente para fazer a calibração. Calibração feita por pessoa não habilitada não é confiável. Registro Toda calibração deve ser registrada e os registros devem ser guardados por algum período estabelecido pelo executante. Os registros referentes ao programa de qualidade (ISO 9000) devem ser disponíveis e acessíveis ao auditor. Outros registros podem ser acessíveis ao cliente comprador (transferência de custódia) ou algum fiscal do governo. Calibração sem registro escrito é inútil. Prazo de validade Toda calibração possui um prazo de validade, depois do qual o instrumento se torna não confiável. O prazo de validade é estabelecido pelo usuário, pois somente ele tem o domínio completo de todas as informações e dados do instrumento e do processo. Este prazo considera o tipo de instrumento, recomendações do seu fabricante, severidade do processo, precisão do instrumento e penalidade da não conformidade. Programa consistente de calibração sempre prevê critério para administrar os prazos, aumentando e diminuindo os intervalos, para que se trabalhe o mínimo necessário com o máximo possível de eficiência. Há vários critérios de alteração de prazos de validade de calibração; os mais conhecidos são o de Schumacher e o de Grasmann. Realização A calibração do transmissor geralmente consiste em 1. Simular a variável sentida, não a necessariamente a medida. Por exemplo, simula-se a militensão do termopar e não a temperatura medida. Tipicamente são simulados os pontos correspondentes a 0, 25, 50, 75, 100, 75, 50, 25 e 0% da faixa. Sobe-se e desce-se para verificar histerese do transmissor. 2. Comparar os valores lidos com os valores pré-estabelecidos no relatório, conforme precisão do transmissor, 3. Quando os valores lidos estiverem fora dos limites, ajustar o transmissor nos pontos de zero e de largura de faixa (span). Com os ajustes, a saída do transmissor deve ser igual a 20 kPa ou 4 mA cc para 0% da entrada e 100 kPa ou 20 mA cc, quando a variável assumir 100% do valor do processo (ou vice-versa, quando a saída do transmissor for invertida). Os pontos intermediários devem seguir a curva de calibração, geralmente uma reta. 4. Quando os valores estiverem dentro dos limites, não se faz nada, a não ser desmontar o circo, arrumar o transmissor e voltá-lo para o Transmissor 104 processo. As pessoas não resistem e geralmente fazem pequenos ajustes, o que não está de conformidade com o procedimento. 5. Quando o transmissor não gera os sinais dentro dos limites, depois de um (ou dois, ou quantos o executante definir) ajuste, o transmissor está com problema e requer manutenção. 6. Depois de qualquer manutenção, todo instrumento deve ser calibrado. Além destes pontos, que se aplicam a todo transmissor, ainda se deve tomar os seguintes cuidados: 1. A calibração dos transmissores a balanço de movimentos exige também os ajustes de angularidade. 2. Os transmissores de nível e de vazão, quando operaram em pressões diferentes da atmosférica, devem ser alinhados dinamicamente. 3. A calibração do transmissor deve ser feita na posição real de trabalho. 4. Transmissor inteligente requer calibrador especial proprietário (também chamado de configurador, comunicador, terminal portátil), que também deve ser periodicamente rastreado. Fig. 2.27. Calibração de transmissor inteligente através do Comunicador Hart (Rosemount) 5.6. Manutenção Quando o transmissor apresenta algum problema evidente de operação, ele deve ser submetido à manutenção. Alguns transmissores também podem ser submetidos a programas de manutenção preventiva. A manutenção tem os objetivos principais de garantir: 1. a continuidade operacional do instrumento, e como resultado, do processo 2. a precisão nominal do transmissor. Com o tempo, o transmissor sofre desvios que o fazem se afastar de seu desempenho nominal e a manutenção correta elimina estes desvios. Calibrar e fazer manutenção do transmissor são operações totalmente diferentes, embora haja algumas correlações como: 1. Se um transmissor não consegue ser calibrado, ele requer manutenção. 2. Depois de qualquer manutenção, o transmissor necessita ser calibrado. Apostila\Instrumentação 22Transmissor. Doc 11 DEZ 98 (Substitui 20 SET 96) 105 2.3 Condicionadores de Sinal 1. Conceito Há necessidade de se ter instrumentos com funções auxiliares para alterar o sinal gerado pelo sensor e combinar matematicamente vários sinais padrão. Como o sinal gerado pelo elemento sensor pode ser inadequado para ser usado pelo instrumento de display, é necessário utilizar um instrumento para alterar este sinal para torná-lo mais conveniente para o uso no instrumento display. Esta alteração pode ser linearização do sinal, filtro dos ruídos, amplificação do sinal. O computador analógico é o instrumento que executa as operações matemáticas, a seleção dos sinais, o alarme, o condicionamento e a geração de sinais analógicos. Ele pode ser pneumático ou eletrônico. Quando pneumático é também chamado de relé pneumático ou relé computador. O computador analógico pneumático é mais limitado e pode manipular apenas um ou dois sinais de entrada. Quando eletrônico, ele pode manipular até quatro sinais analógicos ao mesmo tempo. 2. Aplicações O computador analógico processa os sinais de informação para desempenhar as funções matemáticas requeridas pelo processo. A aplicação típica dos computadores analógicos é na medição compensada da vazão. A medição volumétrica dos gases só tem significado prático quando se faz a compensação da pressão estática e da temperatura do processo. Compensar a medição da vazão significa medir os sinais analógicos proporcionais à vazão, à pressão e à temperatura e continuamenteexecutar a seguinte equação matemática: Como o volume do gás é diretamente proporcional à temperatura e inversamente proporcional à pressão, na compensação fazem-se as operações inversas, ou seja: T P FF mc = onde Fc é a vazão compensada Fm é a vazão medida, sem compensação P é proporcional à pressão absoluta T é proporcional à temperatura absoluta Quando o sistema de medição inclui a placa de orifício, o sinal é proporcional ao quadrado da vazão e a relação acima fica T P FF mc = Quando se usam computadores pneumáticos, são necessários três instrumentos: 1. extrator de raiz quadrada 2. divisor 3. multiplicador Condicionadores de Sinal 106 Fig. 3.1. Computador analógico pneumático Na teoria, é indiferente a ordem das operações, mas na prática as operações devem ser feitas na seguinte ordem: 1. No sistema com pequena variação da pressão estática e grande variação na temperatura: primeiro se faz a multiplicação F.P e depois a divisão por T. 2. No sistema com grande variação da pressão estática e pequena variação na temperatura: primeiro se faz a divisão F/T e depois a multiplicação por P. A regra mnemônica é: a variável que sofre pequenas variações é manipulada duas vezes e a que varia muito é operada apenas uma vez, de modo que os erros resultantes são os menores possíveis. O multiplicador e o divisor podem ser usados também no sistema de controle de relação de vazões, quando os computadores servem para determinar o ponto de ajuste ou para modificar a vazão medida. O seletor de sinais é o instrumento chave para o controle auto-seletor; o computador seleciona automaticamente a variável cujo valor está mais próximo do valor critico de segurança. 3. Funções desenvolvidas Os principais computadores analógicos que desenvolvem operações matemáticas são: 3.1. Multiplicador/divisor A sua função matemática genérica é: D = A.B/C onde D é a saída e A, B e C são as entradas. Quando pneumático, o computador analógico só pode receber dois sinais de entrada e portanto, ele só pode executar uma única operação, por vez. Através da alteração da posição do relé pneumático ele pode ser : multiplicador: BAD ×= divisor: C A D = extrator de raiz quadrada: AD = elevador ao quadrado: 2AD = Quando eletrônico, ele pode executar as operações simultaneamente e através da alteração das entradas, realimentações da saída e colocação de jumpers, pode-se ter a combinação das operações de multiplicação, divisão, extração de raiz quadrada e elevação ao quadrado. 3.2. Somador/subtrator A saída do instrumento vale: D = aA +- bB +-cC +-eE, onde A, B, C e E são os sinais de entrada, D é o sinal de saída, a, b, c e e são os ganhos das entradas. 3.3. Extrator de raiz quadrada É o instrumento tipicamente aplicado para linearizar o sinal de saída do transmissor de vazão associado a placa de orifício, quando se tem a saída do transmissor proporcional ao quadrado da vazão. Como visto, a extração da raiz quadrada pode ser executada pelo Condicionadores de Sinal 107 multiplicador/divisor, porem, 'e mais econômico o uso do instrumento especifico. A saída do extrator vale: AD = Fig. 3.2. Sinal linear e quadrático 3.4. Caracterizador do sinal É um instrumento que aproxima qualquer função matemática para vários segmentos de reta, com os pontos de inflexão e as inclinações dos segmentos ajustáveis. Sua aplicação pratica é a linearização dos níveis de tanques de formatos não lineares. Exemplos de tanques com formatos lineares: quadrados, retangulares, cilíndrico em pé; exemplos de não-lineares: esféricos, cônicos e cilíndricos deitados. A curva (nível x quantidade estocada) de um tanque esférico tem um formato de S e pode ser aproximada para vários segmentos de reta através do caracterizador de sinal. Através da medição do nível e do caracterizador, pode-se determinar diretamente a quantidade estocada. 3.5. Seletor de sinais Este instrumento recebe de duas a quatro entradas e seleciona automaticamente apenas um sinal de entrada. Os seletores mais usados são o de máximo ou mínimo e o de valor intermediário. O seletor de valor intermediário recebe três sinais de entrada e seleciona o sinal do meio. O valor intermediário entre três sinais não deve ser confundido com o valor médio de dois a quatro sinais. Por exemplo, o somador pode ser ajustado para dar a media dos sinais. 3.6. Alarme O alarme pode ser acionado diretamente pela ação do ponteiro do indicador e da pena do registrador em microswitches ou pode ser realizado pelo computador analógico, que recebe o sinal analógico na entrada e muda o contato elétrico da saída, quando o valor do sinal atingir os limites críticos predeterminados. Pode haver três tipos diferentes de alarme: 1. alarme absoluto, de máximo e/ou de mínimo. A saída do modulo de alarme muda de estado quando o sinal de entrada atinge um valor pré-ajustado, de máximo ou de mínimo. 2. alarme de desvio, aciona o contato de saída quando os dois sinais variáveis da entrada se desviam de um valor predeterminado. Este tipo de alarme se aplica principalmente em controle, quando os dois sinais alarmados são a medição e o ponto de ajuste; quando os sinais se afastam de uma valor ajustado, o alarme é acionado. 3. alarme de diferença é acionado quando o sinal se afasta de um sinal de referencia ajustável de um valor determinado. Condicionadores de Sinal 108 3.7. Compensador dinâmico O compensador dinâmico possui a função de adiantar ou atrasar o sinal aplicado a entrada. Ele é chamado de lead/lag e se aplica no controle preditivo antecipatório (feedforward). 3.8. Gerador de sinais O computador analógico pode gerar sinal na saída, sem sinal aplicado na entrada. A sua saída gera um sinal com característica conhecida e ajustável, como a rampa universal, a tensão ajustável, o temporizador. 3.9. Transdutor Genericamente, transdutor é qualquer dispositivo que altera a natureza do sinal recebido na entrada com o gerado na saída. Deste ponto de vista, o elemento sensor, o transmissor, o conversor são considerados transdutores. Em instrumentação, transdutor é o instrumento que converte o sinal padrão pneumático no sinal padrão de corrente eletrônica (P/I) ou vice versa (I/P). Ele possibilita a utilização de instrumentos pneumáticos e eletrônicos na mesma malha. Eles são chamados incorretamente de conversores. Resumidamente, tem-se: 1. elemento sensor, onde a entrada e a saída são ambas não-padronizadas, 2. transmissor, onde a entrada é não- padronizada e a saída é padronizada, 3. transdutor, onde a entrada e a saída são ambas padronizadas, 4. conversor, onde a entrada e a saída são ambas de natureza elétrica; tem-se conversor A/D (analógico para digital), D/A (digital para analógico), conversor I/F (corrente para freqüência). O transdutor serve de interface entre a instrumentação pneumática e a eletrônica. Como o elemento final de controle mais usado é a válvula com atuador pneumático, o transdutor I/P é usado principalmente para casar a instrumentação eletrônica de painel com a válvula com atuador pneumático. 4. Linearização da Vazão 4.1. Introdução Linearizar um sinal não-linear é torna-lo linear. Só se lineariza sinais não lineares, aplicando-se a função matemática inversa. Por exemplo, lineariza-se o sinal quadrático, extraindo a sua raiz quadrada; lineariza-se o sinal exponencial, aplicando seu logaritmo. A linearização pode ser feita de vários modos diferentes, tais como: 1. escolha da porção linear da curva, como na aplicação de medição de temperatura por termopares. Cada tipo de termopar apresenta uma região linear para determinada faixa de temperatura. 2. uso de uma escala não-linear, como na aplicação de medição de vazão por placa de orifício. Como a placa de orifíciogera uma pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão, usa-se uma escala do indicador ou um gráfico do registrador do tipo raiz quadrática, podendo ler diretamente o valor da vazão em unidades de engenharia. Quando se usam termopares para medições de temperatura que incluem regiões não-lineares, usam-se as escalas especificas para cada termopar, tipo J, K, R, S, T, E. 3. uso de instrumentos linearizadores, como o extrator de raiz quadrada do sinal de pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão, gerado pela placa de orifício. 4. uso de circuitos linearizadores, incorporados no transmissor (por exemplo, transmissor inteligente) ou no instrumento receptor (registrador de temperatura a termopar). 5. uso de pontos de curva de linearização, armazenados em ROMs ou PROMs, como nos sistemas de linearização de baixa vazão em sistemas com turbinas medidoras de vazão. A não linearidade da medição é devida a viscosidade e densidade do fluido Condicionadores de Sinal 109 (numero de Reynolds) e do tipo de detecção-geração de pulsos. 6. uso de programas (software) de linearização em sistemas digitais, como nos computadores de vazão ou sistemas digitais de aquisição de dados. Durante a configuração do sistema, tecla-se o tipo de não- linearidade do sinal de entrada e o sistema automaticamente lineariza o sinal. 4.2. Medidores Lineares e Não- lineares O medidor de vazão linear é aquele cuja saída varia diretamente com a vazão. Isto significa que uma dada percentagem da saída corresponde `a mesma percentagem de vazão. Matematicamente, tem-se: vazão = K x saída São exemplos de medidores lineares: 1. turbina, cuja freqüência de pulsos é linearmente proporcional `a vazão volumétrica instantânea, 2. medidor magnético, cuja amplitude da tensão variável é linearmente proporcional `a vazão volumétrica instantânea, 3. vortex, cuja freqüência de pulsos é linearmente proporcional `a vazão volumétrica instantânea, 4. mássico, tipo Coriolis, cuja freqüência de precessão é linearmente proporcional `a vazão mássica instantânea, Quando a saída do medidor não corresponde linearmente `a vazão, o medidor é não-linear. O medidor não-linear mais comum é a placa de orifício, que produz uma pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão. Tem- se as seguintes equações: saída K = vazão × saída = K' (vazão)2 Quando a vazão medida dobra de valor, a pressão diferencial gerada aumenta de 4 vezes. Como resultado, em baixas vazões, pequenas variações da saída correspondem a grandes variações na vazão e em altas vazões, grandes variações da saída correspondem a pequenas variações na vazão. Tab. 3.1. ∆p x saídas Medidor vazão Saída linear Saída raiz quad. % saída % vazão % vazão 0,0 0,0 0,0 1,0 1,0 10,0 10,0 10,0 31,6 25,0 25,0 50,0 50,0 50,0 70,7 75,0 75,0 86,6 100,0 100,0 100,0 A linearização do sinal quadrático é feita pelo computador analógico chamado extrator de raiz quadrada, onde é valida a seguinte relação: entrada % = saída % O extrator de raiz quadrada possui alto ganho em pequenas vazões e pequeno ganho em grandes vazões. Para contornar a grande instabilidade do instrumento em manipular os pequenos sinais, são usados vários macetes: 1. a saída fica zero quando a entrada é pequena (menor que 10%), 2. a saída fica igual a entrada quando a entrada é pequena (menor que 10%), 3. calibra-se o extrator com o zero levemente abaixo do zero verdadeiro, eliminando o erro em baixas vazões e tendo pequeno erro em grandes vazões. Condicionadores de Sinal 110 5. Compensação 5.1. Introdução Em serviços de medição de gás, a maioria dos medidores de vazão mede o volume real ou infere o volume real, tomando como referência a vazão volumétrica nas condições nominais de operação. Quando as condições reais do processo se afastam das condições nominais de projeto de operação, ocorrem grandes variações no volume real, resultando em grande incerteza na medição da vazão. Um modo de resolver este problema seria manipular a vazão mássica, medindo-se a vazão volumétrica e a densidade do fluido e usar a relação W = r x Q onde W é a vazão mássica Q é a vazão volumétrica r é a densidade. A medição da densidade de um fluido vazando é relativamente cara, demorada e pouco confiável e a prática mais comum é inferir o valor da densidade a partir dos valores da pressão estática absoluta e da temperatura do processo, aplicando-se a lei do gás real. Tem-se: n f f n n f nf T T P P Z Z V=V ou quando as condições nominais de operação são conhecidas e podem ser resumidas em uma constante matemática, a equação fica simplificada como: ×× f ff nf P TZ VK=V Fazer a compensação da temperatura e pressão reais do processo, que se afastaram da temperatura e pressão nominais é justamente multiplicar por ff f TZ P × onde o fator simplificado (P/ZT) compensa a variação da pressão e temperatura (que determinam a densidade), variando das condições nominais de projeto para as reais de operação e calcula o volume requerido nas condições nominais para provocar o efeito da mesma vazão nas condições reais. Isto significa, por exemplo, que se P/ZT for 1,10, o gás nas condições reais é 1,10 mais denso do que o gás nas condições nominais e 10% mais de gás vaza realmente através do medidor linear do que está medido, assumindo as condições nominais de operação. Nas condições nominais de operação, o fator (P/ZT) é usado para corrigir o volume real antes que as não linearidades sejam compensadas. Assim, estes fatores são tratados do mesmo modo que a densidade, nas equações do medidor. Quando a vazão variar não linearmente com a densidade do gás, a vazão também vai variar não linearmente com o fator P/ZT. Para o sistema com placa de orifício, portanto, o fator de compensação é a raiz quadrada de P/ZT, pois a vazão volumétrica é proporcional `a raiz quadrada da densidade. A compensação da pressão e temperatura usa a hipótese de o fator de compressibilidade Z ser constante nas condições de operação próximas das condições nominais e despreza os efeitos da compressibilidade. Para se medir a vazão volumétrica compensada usa-se a equação, para o medidor linear: f n n f f n nf T T P P Z Z V=V e quando o fator de compressibilidade nas condições reais não se afasta do fator nas condições nominais: f n n f nf T T P P V=V Para um medidor com saída proporcional ao quadrado da vazão, tem-se a equação: f n n f nf T T P P V=V Condicionadores de Sinal 111 Note-se que a equação da vazão compensada é o inverso da equação da lei dos gases, justamente para eliminar os efeitos da pressão e da temperatura. Ou seja, como a vazão volumétrica depende da pressão e temperatura de um fator (ZT/P), deve-se multiplicá-la por um fator de compensação (P/ZT) para se ter uma vazão volumétrica compensada. A operação de corrigir um erro fixo é chamada de polarização (bias) e a compensação é a correção de um erro variável. Quando somente se quer a compensação da pressão, pois a temperatura é se afasta pouco de seu valor nominal, assume-se um valor constante igual ou diferente do nominal e o incorpora `a constante. Quando a temperatura for constante e diferente do valor nominal, em lugar de usar um medidor de temperatura para fazer a compensação continua, aplica-se um fator de correção na leitura do medidor. A compensação da pressão é implementada, multiplicando-se a pressão absoluta pela vazão medida e uma constante, antes de linearizar a saída do medidor. De modo análogo, quando a pressão é assumida constante e diferente do valor nominal, se aplica um fator para a leitura do medidorem lugar de usar um medidor de pressão para a compensação. A compensação da temperatura é implementada, multiplicando-se a temperatura absoluta pela vazão medida e uma constante, antes de linearizar a saída do medidor. Tab. 3.2. Erros da medição do gás sem compensação de T Temperatura (oC) Erro (%) -20 -13 -10 -11 -5 -7 0 -6 5 -4 10 -2 15 0 20 +2 25 +4 30 +6 40 +8 45 +9 50 +10 * Condição padrão (standard) (Cfr. Industrial Flow Measurement, D.W. Spitzer) Tab. 3.3. Erros da medição do gás sem compensação da P Pressão, psig Tolerância em torno da pressão nominal Psig 0,25 0,50 1 2 3 0,25 1,7% NA NA NA NA 2,0 1,5% 3,0% 6,1% 12,2% NA 5,0 1,3% 2,6% 5,2% 10,3% 25,8% 10 1,0% 2,0% 4,1% 8,2% 20,5% 20 0,7% 1,5% 2,9% 5,8% 14,5% 50 0,4% 0,8% 1,6% 3,1% 7,8% 75 0,3% 0,6% 1,1% 2,2% 5,6% 100 0,2% 0,4% 0,9% 1,7% 4,4% 125 0,2% 0,4% 0,7% 1,4% 3,6% (Cfr. Industrial Flow Measurement, D.W. Spitzer) 5.2. Condições normal, padrão e real Na medição do fluido compreensível, é mandatório definir as condições sob as quais está sendo medida sua vazão volumétrica. A mesma vazão de um fluido compreensível pode ser expressa por valores totalmente diferentes, em função das condições especificadas. Condicionadores de Sinal 112 As condições normal de pressão e temperatura (CNPT) são: Temperatura : 0,0 oC (273,2 K) Pressão : 760 mm Hg (14,6959 psi) Umidade relativa: 0% Pela norma ISO 5024 (1976), as condições padrão (standard) são: Temperatura : 15,0 oC (59 oF, 288,2 K) Pressão : 101, 3250 kPa (14,6959 psi) umidade relativa: 0% Constante Universal: 8,3144 J/(g.mol.K) Há autores que assumem a temperatura padrão (standard) igual a 15.56 oC (60 oF). Para líquidos, a temperatura padrão base é também igual a 15,0 oC, na indústria; em laboratório é comum usar a temperatura de 20,0 oC. As condições de operação, de trabalho ou reais são aquelas efetivamente presentes no processo. Por exemplo, seja a vazão volumétrica de ar igual a 100 m3/h, nas condições reais de 30 oC e 2,0 kgf/cm2A. Esta vazão pode ser expressa como: 100 m3/h real, (30 oC e 2,0 kgf/cm2) 180 Nm3/h, (0 oC e 1,0 kgf/cm2 A) 190 Sm3/h, (15,0 oC e 1,0 kgf/cm2 Absoluta) Em inglês, as unidades e abreviações comuns são: ACFM (actual cubic foot/minute) e SCFM (standard cubic foot/minute). Propriedades do Ar nas Condições Padrão: Compressibilidade (Z) 0,999 582 4 Densidade 1,225 42 kg/m3 Peso molecular 28,962 4 5.3. Compensação da Temperatura de Líquidos As necessidades da precisão que requerem compensação para as variações de densidade causadas pelas variações da temperatura do liquido são poucas (por exemplo, amônia). Neste caso, deve-se medir a temperatura do liquido e compensar segundo a formula: Vf = Vn /T 5.4. Tomadas de Pressão e Temperatura As tomadas da pressão e da temperatura devem ser localizadas corretamente para cada tipo de medidor de vazão, para minimizar o erro na medida final. A tomada da pressão é mais critica que a da temperatura, pois há uma grande variação da pressão local no medidor de vazão. Na prática, há uma pequena diferença entre a pressão a montante (maior) e a jusante (menor) do medidor, quando o medidor provoca uma perda de carga. É comum se tomar a pressão a montante do medidor. Qualquer que seja a localização, a pressão deve corresponder a vazão não perturbada, em pontos sem flutuações ou pulsações. Alguns medidores de vazão já possuem a tomada de pressão no seu corpo. No sistema com placa de orifício, é comum se usar a mesma tomada a montante da placa usada medir a pressão diferencial. Nos programas de computador de cálculo de placa, o menu apresenta as opções de tomadas a montante ou a jusante da placa. A tomada de temperatura é menos critica, desde que há pouca variação da temperatura ao longo do medidor de vazão. As tomadas de temperatura estão tipicamente localizadas a cerca de 10 diâmetros depois do medidor, para não causar turbulência na entrada do medidor. Deve-se destacar que os sensores de vazão e de temperatura são tem necessidades opostas, quanto ao local de montagem: os sensores de vazão requerem local tranqüilo, sem distúrbios; os de temperatura devem ser usados em local com turbulência, para homogeneizar a temperatura. Condicionadores de Sinal 113 Na implementação da compensação da pressão e temperatura na medição de vazão, é interessante investigar se já existem medições da pressão e da temperatura do processo, a jusante ou a montante do medidor de vazão, pois se elas já existirem em locais corretos, estas medições podem ser usadas para a compensação, sem necessidade de instrumentos adicionais. Fig. .3.3. Malha de compensação e linearização de medição de gás com placa de orifício 6. Totalização da Vazão O totalizador de vazão é um instrumento completo que detecta, totaliza e indica, através de um contador digital, a quantidade total do produto, que passa por um ponto, durante um determinado intervalo de tempo. O totalizador de vazão é também chamado de integrador, de FQ, de quantificador e, erradamente, de contador. O contador é apenas o display ou o readout do totalizador. Os totalizadores são calibrados para fornecer a leitura direta, em unidades de volume ou de massa do produto. Ele pode possuir uma constante de multiplicação, que é o numero que deve multiplicar pela indicação para se ter o valor totalizado em unidades de engenharia. Este fator de multiplicação do totalizador depende da vazão máxima e da velocidade de contagem desejada pelo operador. O contador só pode ter mostrador digital. Em alguns contadores, os dígitos podem ser mostrados analogicamente, como os indicadores de consumo de energia elétrica caseiros. O totalizador pode receber sinais analógicos ou digitais. Quando o sinal de entrada é analógico, o totalizador o converte, internamente, em pulsos e os conta na saída. Quando o sinal de entrada já é em pulsos, o totalizador os escalona e os conta. Quando os pulsos já são escalonados, o totalizador os conta diretamente. Pulso escalonado é aquele que já possui uma relação definida com a unidade de engenharia de vazão, volume ou massa. Há uma certa confusão entre o integrador e o contador. O integrador pode receber sinais analógicos e os integra. Na operação de integração, o sinal analógico é convertido para pulsos que são finalmente contados. Todo integrador de vazão possui um contador; ou seja, o contador é o display do integrador. O contador é também chamado de acumulador. Os contadores podem ser eletromecânicos ou eletrônicos. Os contadores eletromecânicos custam mais caro e requerem maior energia de alimentação, porem, quando há falta da tensão de alimentação, o ultimo valor totalizado permanece indicado. Os contadores puramente eletrônicos são mais econômicos, requerem menor nível de tensão de alimentação e consomem muito menos energia. Porem, na falta da tensão de alimentação eles perdem a indicação. Para solucionar este problema, são utilizados contadores eletrônicos alimentados com bateria com vida útil de 5 a 10 anos. Deste modo, quando há perda da alimentação principal, o contador não zera o valor totalizado. FCV FE FT TT PT FY FY FIC x/÷ √ multiplicador - divisor extrator raiz quadrada controlador de vazão si nal sin al Condicionadores de Sinal 114 (a) Pneumático (b) Eletrônico Fig. 3..4. Totalizador de vazão Fig. 3..5. Indicação e totalização de vazão Há contador com predeterminador: há um contador normal e um contador onde se estabelece o valor determinado. Quando o contador atinge o valor pré-ajustado, ele para de contar e o processo é interrompido. 7. Serviços associados O computador analógico é especificado, escalonado, montado e mantido para desempenhar a função desejada. A especificação do computador analógicoé simples e envolve: 1. a escolha da função a ser executada, 2. a determinação dos sinais de entrada e de saída, 3. o fornecimento da alimentação compatível com os sinais manipulados, 4. a identificação na malha.. O escalonamento (scaling) do computador analógico é a adequação do instrumento à função matemática requerida. Escalonar o somador universal é ajustar os ganhos e polarizações dos sinais de entrada para ele fazer a soma especifica do processo. O escalonamento depende da função matemática, dos dados do processo, dos sinais manipulados e dos circuitos internos do instrumento. A partir da equação genérica do processo, desenvolve-se a equação normalizada e chega-se a equação da tensão. A partir da equação da tensão se constrói a tabela de ajuste, atribuindo valores notáveis para as entradas e determinando teoricamente os valores da saída. Fisicamente, ajustando-se os ganhos e as polarizações do computador, obtém-se as saídas teóricas. Os limitadores de sinais e de alarme possuem ajustes que possibilitam a determinação do valor de acionamento. A montagem dos computadores deve ser feita de conformidade com a literatura do fabricante e com os diagramas de ligação do projeto. As ligações da entrada podem determinar a função desempenhada pelo computador. Realimentações, curto circuitos e ligações adequadas do mesmo instrumento podem determinar funções totalmente diferentes do multiplicador/divisor. Apostila\Instrumentação 23Condicionador. doc 11 DEZ 98 (Substitui 18 FEV 98) 0 1 3 5 0 FT FI FQ FE 115 2.4 Indicador 1. Conceito O indicador é o instrumento que sente a variável do processo e apresenta o seu valor instantâneo. É freqüentemente chamado de medidor, receptor, repetidor, gauge, mas estes termos são desaconselháveis por serem ambíguos e imprecisos. Indicador específico de pressão é chamado de manômetro; de temperatura é chamado de termômetro e o de vazão, rotâmetro. Estes nomes também não são recomendados, embora sejam muito usados. O recomendado é chamar respectivamente de indicador de pressão, de temperatura e de vazão. O indicador sente a variável a ser medida através do elemento primário e mostra o seu valor através do conjunto escala + ponteiro ou de dígitos. O tag de um indicador da variável X é XI; de um indicador selecionável XJI. O indicador pode ser estudado considerando os seguintes parâmetros 1. a variável medida 2. o local de montagem 3. o formato exterior 4. natureza do sinal 5. o tipo de indicação 2. Variável Medida Dependendo da variável a ser indicada, há diferenças básicas no elemento sensor, nas unidades da escala e pode haver nomes específicos para o indicador. O indicador de pressão é também chamado de manômetro. Na prática, se chama de manômetro apenas o indicador local de pressão. Em algumas convenções se simboliza o indicador local de pressão como PG (pressure gauge). O elemento sensor do indicador de pressão pode ser o tubo Bourdon, o helicoidal, o fole, a espiral, o strain gauge . As escalas possuem unidades de kgf/cm2, Pa (pascal) ou psig. O indicador de temperatura é também chamado de termômetro. Na prática, se chama de termômetro apenas o indicador local de temperatura. Em algumas convenções se simboliza o indicador local de temperatura como TG (temperature gauge). O elemento sensor do indicador de temperatura pode ser o bimetal, o enchimento termal, a resistência elétrica e o termopar. As escalas possuem unidades de oC e K. O indicador de vazão é também chamado de rotâmetro. Na prática, se chama de rotâmetro apenas o indicador de vazão de área variável. O símbolo FG significa visor de vazão (flow glass) e é usado em sistemas onde se quer verificar a presença da vazão e não necessariamente o seu valor, como na medição de nível com borbulhamento de gás inerte. O elemento sensor de vazão mais usado é a placa de orifício; quando a escala do indicador é raiz quadrática, pois a pressão diferencial gerada pela placa é proporcional ao quadrado da vazão. Os outros indicadores da vazão estão associados à turbina, ao tubo medidor magnético e ao medidor com deslocamento positivo . As escalas possuem unidades de volume/tempo ou massa/tempo. Adicionalmente, a vazão pode ser totalizada e o valor final é indicado através de dígitos do contador. Não existe contador analógico para a totalização da vazão. Indicador 116 Fig. 4. 1. Manômetro ou indicador local de pressão (Foxboro) O indicador local de nível é chamado de visor e possui o tag LG (level glass). A maioria dos sistemas de medição de nível de líquidos se baseia na pressão diferencial. A escala típica para a medição de nível é de 0 a 100% , sem unidade. 3. Local de Montagem Os indicadores podem ser montados em dois lugares distintos no campo ou na sala de controle. Os indicadores de campo ou locais são montados próximos ao processo, muitas vezes diretamente na tabulação ou vaso do processo. Os indicadores de campo normalmente são formato grande, tipicamente circulares, que é o formato mais resistente. Quando usados ao relento devem ser a prova de tempo e quando montados em locais perigosos devem possuir classificação elétrica especial compatível com a classificação da área. Fig. 4. 2. Indicador de painel (Foxboro) Os indicadores de painel geralmente são retangulares pois é mais fácil se fazer uma abertura retangular numa chapa de aço do que uma abertura circular. São tipicamente miniaturizados e pequenos, para economia de espaço. Para ainda maior economia de espaço é comum se ter indicadores com 1, 2 ou 3 ponteiros, para indicar simultaneamente 2 ou 3 variáveis independentes. Para facilitar a leitura, neste caso de leituras múltiplas, cada ponteiro tem uma cor diferente. O indicador de painel possui geralmente escala vertical, percorrida por ponteiros horizontais. 4. Tipo da Indicação A indicação da leitura pode ser analógica, feita através de um posicionamento contínuo do ponteiro na escala ou digital, através da amostragem de um dígito. O instrumento analógico usa um fenômeno físico para indicar uma outra grandeza, por analogia. Ele mede um sinal que varia continuamente e como conseqüência, a posição do ponteiro varia continuamente assumindo todas as posições intermediários entre o 0 e 100%. Pode-se ter escala fixa e ponteiro móvel e mais raramente, escala móvel e ponteiro fixo. Fig. 4. 3. Indicadores com escala vertical e horizontal (Foxboro) Quando a leitura é através de um número, o indicador é digital. Ele conta os pulsos do sinal digital e indica o valor através de dígitos que mudam discretamente. Para cada valor da variável medida, há um número indicado. Atualmente já existem instrumentos pneumáticos digitais, embora o mais difundido seja o indicador eletrônico digital. Indicador 117 Fig. 4. 4. Indicador digital de pressão (HBM) Atualmente, são disponíveis indicadores eletrônicos com barra de gráfico (bargraph), que possuem técnicas e circuitos digitais para a manipulação do sinal, porém, com a indicação final em forma de barra de LEDs (diodo emissor de luz) como se fosse analógica. Uma indicação digital, pelo fato apenas de ser digital não é necessariamente mais precisa ou confiável que uma indicação analógica. Decididamente é mais fácil fazer uma leitura digital do que uma com ponteiro-escala, se cansa menos e há menor probabilidade de cometer erros quando se fazem inúmeras leituras digitais. A precisão e a confiabilidade dependem ainda da qualidade dos componentes, do projeto, do mecanismo, da calibração e de vários outros fatores. Os indicadores de painel normalmente são montados em estantes apropriadas que já possuem conectores pneumáticos e eletrônicos de encaixe rápido para facilitar a substituiçãoforam atingidas pela produção. Para isso, são usados instrumentos tais como indicadores de densidade e viscosidade, espectrômetros de massa, analisadores de infravermelho, cromatógrafos e outros. Fig. 1.1.1. Transmissor de pH Os instrumentos possibilitam a verificação, a garantia e a repetibilidade da qualidade dos produtos. Atualmente, o conjunto de normas ISO 9000 exige que os instrumentos que impactam a qualidade do produto tenham um sistema de monitoração, onde estão incluídas a manutenção e calibração documentada deles. 2.2. Quantidade do Produto As quantidades das matérias primas, dos produtos finais e das utilidades devem ser medidas e controladas para fins de balanço do custo e do rendimento do processo. Também é freqüente a medição de produtos para venda e compra entre plantas diferentes. Os instrumentos de indicação, registro e totalização da vazão e do nível fazem a aquisição confiável dos dados através das medições de modo continuo e preciso. Os instrumentos asseguram a quantidade desejada das substâncias. Fig. 1.1.2. Instrumentos de medição de nível 2.3. Economia do Processo O controle automático economiza a energia, pois elimina o superaquecimento de fornos, de fornalhas e de secadores. O controle de calor está baseado geralmente na medição de temperatura e não existe nenhum operador humano que consiga sentir a temperatura com a precisão e a sensitividade do termopar ou da resistência. Os instrumentos garantem a conservação da energia e a economia do processo . Instrumentação 5 Fig. 1.1.3. Instrumentação aplicada à indústria 2.4. Ecologia Na maioria dos processos, os produtos que não são aproveitáveis e devem ser jogados fora, são prejudiciais às vidas animal e vegetal. A fim de evitar este resultado nocivo, devem ser adicionados agentes corretivos para neutralizar estes efeitos. Pela medição do pH dos efluentes, pode se economizar a quantidade do agente corretivo a ser usado e pode se assegurar que o efluente esteja não agressivo. Os instrumentos garantem efluentes limpos e inofensivos. Fig. 1.1.2. Incêndio em área industrial 2.5. Segurança da Planta Muitas plantas possuem uma ou várias áreas onde podem estar vários perigos, tais como o fogo, a explosão, a liberação de produtos tóxicos. Haverá problema, a não ser que sejam tomados cuidados especiais na observação e no controle destes fenômenos. Hoje são disponíveis instrumentos que podem detectar a presença de concentrações perigosas de gases e vapores e o aparecimento de chama em unidades de combustão. Os instrumentos protegem equipamentos e vidas humanas. 2.6. Proteção do Processo O processo deve ter alarme e proteção associados ao sistema de medição e controle. O alarme é realizado através das mudanças de contatos elétricos, monitoradas pelos valores máximo e mínimo das variáveis do processo. Os contatos dos alarmes podem atuar (ligar ou desligar) equipamentos elétricos, dispositivos sonoros e luminosos. Os alarmes podem ser do valor absoluto do sinal, do desvio entre um sinal e uma referência fixa e da diferença entre dois sinais variáveis. É útil o uso do sistema de desligamento automático ou de trip do processo. Deve-se proteger o processo, através de um sistema lógico e seqüencial que sinta as variáveis do processo e mantenha os seus valores dentro dos limites de segurança, ligando ou desligando os equipamentos e evitando qualquer seqüência indevida que produza condição perigosa. Os primeiros sistemas de intertravamento utilizavam contatos de reles, contadores, temporizadores e integradores. Hoje, são utilizados os Controladores Lógicos Programáveis (CLP), a base de microprocessadores, que possuem grande eficiência em computação matemática, seqüencial e lógica, que são os parâmetros básicos do desligamento para garantir a segurança da planta. Apostilas\Instrumentação. 11 Introdução.doc 23 MAR 01 (Substitui 03 SET 00) 6 1.2 Símbolos e Identificação 1. Introdução A simbologia de instrumentação analógica e digital, compartilhada e integral, distribuída e centralizada se baseia nas seguintes normas americanas (geralmente traduzidas para o português) : 1. ISA S5.1, Instrumentation Symbols and Identification, 1984 2. ISA S5.3, Graphic Symbols for Distributed Control/Shared Display Instrumentation, Logic and Computer Systems, 1983 2. Aplicações Os símbolos de instrumentação são encontrados principalmente em 1. fluxogramas de processo e de engenharia, 2. desenhos de detalhamento de instrumentação instalação, diagramas de ligação, plantas de localização, diagramas lógicos de controle, listagem de instrumentos, 3. painéis sinópticos e semigráficos na sala de controle, 4. diagramas de telas de vídeo de estações de controle. 3. Roteiro da identificação 3.1. Geral Cada instrumento ou função a ser identificada é designado por um conjunto alfanumérico, chamado de tag. A parte de identificação da malha correspondente ao número é comum a todos os instrumentos da mesma malha. O tag pode ainda ter sufixo para completar a identificação. 3.2. Tag completo típico TIC 103 Identificação do instrumento ou tag do instrumento T... Primeira letra: variável da malha, Temperatura ...C Última letra: identificação funcional: Controlador ...I... Modificador ou complemento da função: Indicador 103 Número da malha de temperatura O número da malha do instrumento pode incluir o código da informação da área . Por exemplo, o TIC 500-103, TIC 500-104, aos dois controladores indicadores de temperatura, ambos da área 500 e os números seqüenciais são 103 e 104. 3.3. Identificação funcional A identificação funcional do instrumento ou seu equivalente funcional consiste de Símbolos e Identificação 7 letras da Tab. 1.2.5 e inclui uma primeira letra, que é a variável do processo medida ou de inicialização. A primeira letra pode ter um modificador opcional. Por exemplo, PT é o transmissor de pressão e PDT é o transmissor de pressão diferencial. A identificação funcional do instrumento é feita de acordo com sua função e não de sua construção. Assim, um transmissor de pressão diferencial para medir nível tem o tag LT (transmissor de nível) e não o de PDT, transmissor de pressão diferencial. Embora o transmissor seja construído e realmente meça pressão diferencial, seu tag depende de sua aplicação e por isso pode ser LT, quando mede nível ou FT, quando mede vazão. Outro exemplo, uma chave atuada por pressão ligada à saída de um transmissor pneumático de nível tem tag LS, chave de nível e não PS, chave de pressão. O tag também não depende da variável manipulada, mas sempre da variável inicializada ou medida. Assim, uma válvula que manipula a vazão de saída de um tanque para controlar nível, tem tag de LV ou LCV e não de FV ou FCV. A segunda letra tipicamente é a função do instrumento. FT é o tag de um transmissor (T) de vazão (F). Também a segunda letra pode ter um ou mais modificadores. FIA é o tag de um indicador de vazão, com alarme. Alarme é o modificador da função indicação. Também pode se detalhar o tipo de alarme, p. ex., FIAL é o tag de um indicador de vazão com alarme de baixa. O tag pode ter modificador da variável (primeira letra) e da função (segunda letra). Por exemplo, PDIAL é um indicador de pressão diferencial (modificador de pressão) com alarme (modificador do indicador) de baixa (modificador do alarme). Quando o tag possuir várias letras, pode-se dividi-lo em dois tags. O instrumento é simbolizado por dois balões se tangenciando e o tag por ser, por exemplo, TIC-3 para o controlador indicador de temperatura e TSH-3 para a chave manual associadapara a manutenção. Na eletrônica são comuns as indicações através de LEDs e quartzo liquido. Atualmente. há pesquisa e desenvolvimento com tecnologias baseadas na ionização de plasma e fluorescência no vácuo. O objetivo final de qualquer projeto é a obtenção de uma indicação visível à distância e de pequeno consumo de energia elétrica. Nos sistemas com computador digital, as indicações são feitas através de monitores de vídeo e as telas também simulam as escalas dos instrumentos, com leituras analógicas. Fig. 4. 5. Transmissor e indicador de pressão (Foxboro) 5. Rangeabilidade da Indicação Tão importante quanto à precisão e exatidão do instrumento, é sua rangeabilidade. Em inglês, há duas palavras, rangeability e turndown para expressar aproximadamente a extensão de faixa que um instrumento pode medir dentro de uma determinada especificação. Usamos o neologismo de rangeabilidade para expressar esta propriedade. Fig. 4. 6. Escalas de indicação Para expressar a faixa de medição adequada do instrumento define-se o parâmetro rangeabilidade. Rangeabilidade é a relação da máxima medição sobre a mínima medição, dentro uma determinada precisão. Na prática, a rangeabilidade estabelece a menor medição a ser feita, depois que a máxima é determinada. A rangeabilidade está ligada à relação matemática entre a saída do medidor e a variável medida. Instrumentos lineares Indicador 118 possuem maior rangeabilidade que os medidores quadráticos (saída do medidor proporcional ao quadrado da medição). Na medição de qualquer quantidade se escolhe um instrumento pensando que ele tem o mesmo desempenho em toda a faixa. Na prática, isso não acontece, pois o comportamento do instrumento depende do valor medido. A maioria dos instrumentos tem um desempenho pior na medição de pequenos valores. Sempre há um limite inferior da medição, abaixo do qual é possível se fazer a medição, porém, a precisão se degrada e aumenta muito. Por exemplo, o instrumento com precisão expressa em percentagem do fundo de escala tem o erro relativo aumentando quando se diminui o valor medido. Para estabelecer a faixa aceitável de medição, associa-se a precisão do instrumento com sua rangeabilidade. Por exemplo, a medição de vazão com placa de orifício, tem precisão de ±3% com rangeabilidade de 3:1. Ou seja, a precisão da medição é igual ao menor que 3% apenas nas medições acima de 30% e até 100% da medição. Pode-se medir valores abaixo de 30%, porém, o erro é maior que ±,3%. Por exemplo, o erro é de 10% quando se mede 10% do valor máximo; o erro é de 100% quando se mede 1% do valor máximo. Fig. 4.7. Precisão em percentagem do fundo de escala Não se pode medir em toda a faixa por que o instrumento é não linear e tem um comportamento diferenciado no início e no fim da faixa de medição. Geralmente, a dificuldade está na medição de pequenos valores. Um instrumento com pequena rangeabilidade é incapaz de fazer medições de pequenos valores da variável. A sua faixa útil de trabalho é acima de determinado valor; por exemplo, acima de 10% (rangeabilidade 10:1), ou de 33% (3:1). Em medição, a rangeabilidade se aplica principalmente a medidores de vazão. Sempre que se dimensiona um medidor de vazão e se determina a vazão máxima, automaticamente há um limite de vazão mínima medida, abaixo do qual é possível fazer medição, porém, com precisão degradada. Em controle de processo, o conceito de rangeabilidade é também muito usado em válvulas de controle. De modo análogo, define-se rangeabilidade da válvula de controle a relação matemática entre a máxima vazão controlada sobre a mínima vazão controlada, com o mesmo desempenho. A rangeabilidade da válvula está associada à sua característica inerente. Na válvula linear, cujo ganho é uniforme em toda a faixa de abertura da válvula, sua rangeabilidade é cerca de 10:1. Ou seja, a mesma dificuldade e precisão que se tem para medir e controlar 100% da vazão, tem se em 10%. A válvula de abertura rápida tem uma ganho muito grande em vazão pequena, logo é instável o controle para vazão baixa. Sua rangeabilidade vale 3:1. A válvula com igual percentagem, cujo ganho em vazão baixa é pequeno, tem rangeabilidade de 100:1. 6. Associação a Outra Função A indicação é uma função passiva e sua malha é aberta. A indicação pode estar associada com as outras funções, como a transmissão, o controle, o registro e a totalização. O transmissor a balanço de movimento é naturalmente um indicador local da variável transmitida. Há transmissores que possuem o indicador do sinal de saída e como conseqüência a indicação indireta da variável transmitida. Toda malha de controle a realimentação negativa requer a indicação da variável medida e do ponto de ajuste. Quando o controlador é disponível na Indicador 119 arquitetura modular, com a estação de leitura e separada do controlador cego, a indicação fica somente na estação de leitura. O registrador é naturalmente um indicador onde a escala é o gráfico e o ponteiro é a pena. Mesmo assim, o registrador possui também a escala auxiliar de indicação. A indicação correta do registrador é dada pela posição da pena em relação a escala do gráfico. O indicador pode possuir alarme, normalmente acionado pela posição do ponteiro. 7. Serviços Associados O indicador deve ser especificado, montado, calibrado, operado e mantido de modo a apresentar as leituras corretas e com a precisão determinada pelo fabricante. Para a especificação do indicador, devem ser considerados os seguintes parâmetros: 1. a variável do processo associada, 2. o elemento sensor, que é função da variável, da faixa de medição, do fluido e das condições de operação e segurança do processo. 3. a faixa calibrada, importante para a definição do elemento sensor e da escala, 4. a escala, com os valores mínimo e máximo, o formato e a unidade da variável, 5. a plaqueta gravada, com a indicação útil para o operador, 6. a identificação da malha (tag), 7. o tipo de montagem campo, painel, superfície, tubo de 2" ou pedestal (yoke). 8. o local de montagem e como conseqüência, a classificação elétrica e mecânica do invólucro. 9. as opções extras, com alarme, acabamento especial, proteção contra sobrefaixa. A montagem do indicador deve ser feita conforme a literatura recomendada do fornecedor, dos diagramas do projeto e das normas existentes. Para que a leitura fornecida pelo indicador seja confiável, é necessário que ele seja calibrado, antes da montagem (mesmo que já venha calibrado de fábrica) e periodicamente, depois que entra em operação. Os períodos de calibração são determinados principalmente pelos seguintes parâmetros: 1. recomendação do fabricante, 2. classe de precisão do indicador 3. agressividade do meio onde está montado 4. penalidade pela não conformidade da indicação A calibração do indicador pode também ser determinada e requerida pelo pessoal da operação, quando há desconfiança ou certeza de que a sua indicação não é confiável. Calibrar um indicador significa 1. simular a variável medida 2. medi-la com um padrão rastreado 3. comparar o valor do padrão com o indicado pelo instrumento Quando necessário, deve-se ajustar a posição do ponteiro na escala, de modo que a indicação fique conforme um padrão de referência, dentro dos limites de tolerância estabelecidos pela precisão do indicador. O ajuste do indicador consiste na atuação nos mecanismos de zero, largura de faixa, balanço ou linearidade (quando há interação entre zero e largura de faixa) e angularidade (se balanço de movimentos). Operar um indicador é fazer a sua leitura periodicamente. Quando o operador perceber alguma anormalidade no indicador, ele deve requerer um instrumentista para fazer a sua manutenção. O indicador é retirado pelo instrumentista e é feita a manutençãona oficina. 120 2.5 Registrador 1. Introdução O registrador é o instrumento que sente uma ou muitas variáveis do processo e imprime o seu valor no gráfico, de modo contínuo ou descontinuo, mas permanente. Ele fornece o comportamento histórico da variável. O registro é feito através de pena com tintas em gráfico móvel. O gráfico é também chamado de carta (influencia do inglês, chart). O tag de um registrador da variável X é XR; de um registrador multivariável UR e de um registrador selecionável XJR. O registrador é diferente do instrumento chamado impressora. A impressora imprime apenas os valores indicados, quando acionada ou programada. O registrador imprime os valores de modo automático e contínuo. Atualmente, há outros mecanismos mais eficientes e de maior capacidade para o armazenamento das informações, tais como os disquetes e as fitas magnéticas dos computadores digitais. O registrador pode ser estudado considerando os seguintes parâmetros: 1. a topografia 2. acionamento do gráfico 3. a pena e 4. o gráfico. 2. Topografia Por topografia deve-se entender a forma e o local de montagem do registrador. Em função do formato, os registradores são divididos em circulares e em tira. O registrador circular possui gráfico circular e sua caixa não necessariamente é do formato circular. O registrador circular geralmente é montado no campo, próximo ao processo e ligado diretamente ao elementos primário, não necessitando do uso do transmissor. O gráfico possui o diâmetro externo típico de 12" e com rotação de 24 horas ou de 7 dias. Diariamente ou semanalmente o operador deve trocar o gráfico. O registrador montado no painel possui o gráfico em tira. Embora o tamanho físico do registrador de painel (largura de 4") seja menor que o circular de campo (12" de diâmetro) e ocupe um terço do espaço, a área útil de registro no gráfico de tira é a mesma que a do circular (4"). Normalmente o percurso da pena é no sentido horizontal, mas existe registrador cuja pena tem uma excursão vertical. O gráfico do registrador de painel pode ser do tipo rolo (duração de 30 dias) ou sanfonado (duração de 16 dias). Na parte superior do registrador está colocada a escala, que preferivelmente deve ser igual a do gráfico. Quando houver mais de um registro, o registrador continua com uma única escala e o gráfico possui várias escalas em gomos diferentes. A função da escala do registrador é a de dar a ordem de grandeza do registro e geralmente é de 0 a 100, linear, indicando percentagem. Para fins de leitura e de Calibração, o que deve ser lido é a posição da pena em relação ao gráfico. O registrador pode possuir as unidades de controle. Tem-se assim o instrumento registrador-controlador. Ele possui um único elemento receptor, que está acoplado mecanicamente ao sistema de Registrador 2.5.121 registro (pena) e ao sistema de controle (conjunto bico-palheta). Fig. 5. 1. Registrador de vazão e pressão (Foxboro) 3. Acionamento do Gráfico A pena do registrador só se move numa direção e sua posição depende do valor da variável registrada. para haver um registro contínuo, o gráfico deve se mover em relação a pena. O acionamento do gráfico é conseguido por um motor que move engrenagens, que por sua vez movem o gráfico, desenrolando-o ou desdobrando-o de um lado e enrolando-o do outro lado. O motor de acionamento do gráfico pode ser elétrico, mecânico ou pneumático. No painel e em áreas seguras usam-se motores elétricos com tensão de alimentação de 24 V ca, 110 V ca ou 220 V ca. Quando o registrador é montado no campo, em área classificada ou em local sem energia elétrica, o acionamento do motor deve ser através de mola mecânica; a corda deste acionamento pode durar cerca de uma semana. Alternativamente o registrador com acionamento elétrico pode ser montado em área classificada, porém, deve ter a classificação elétrica compatível com o grau de perigo do local. O gráfico pode ser acionado e movido em diferentes velocidades. A velocidade mais comum para o registrador retangular de painel é de 20 mm/hora, considerada lenta. Em partida de unidades, em laboratórios, em plantas piloto, em demonstrações didáticas e na sintonia do controlador é desejável uma velocidade maior. Tipicamente há durações de gráficos circulares desde 1 minuto até 30 dias. 4. Penas O registrador contínuo possui de 1 a 4 penas de registro. Quando o registrador possui mais de uma pena, os tamanhos e os modelos destas penas são diferentes, para que não haja interferência mútua dos registros. Isto deve ser considerado ao se especificar as penas de reposição especificar a posição da pena em questão externa, intermediária, interna, primeira, segunda. O registrador multiponto possui uma única pena ou dispositivo impressor associado a um sistema de seleção de entradas. Há um sistema de varredura das entradas, de modo que todas as leituras são lidas e registradas, uma de cada vez, consecutivamente e numa ordem bem estabelecida. Para identificar a entrada ou a variável registrada, usam-se cores de tintas diferentes ou então o próprio dispositivo impressor possui diferentes marcas de identificação. Fig. 5. 2. Registrador de painel (Foxboro) Há ainda os registradores de tendência ou trend recorder. São registradores que possuem 4 penas registradoras e recebem na entrada até 20 sinais diferentes e independentes para serem registrados. Um sistema adequado de seleção escolhe 4 entradas particulares e as registra simultaneamente. Este tipo de registrador faz o registro contínuo de multipontos e é muito útil em partidas de unidades ou testes, quando se está interessado na Registrador 2.5.122 tendência e na variação das grandezas apenas durante o transiente. O registrador de painel geralmente é montado em estante apropriada e ocupa duas posições, quando o movimento da pena é horizontal; ele ocupa uma única posição quando a pena se movimenta verticalmente. A pena pode ter formato em V ou em caixa (box). A pena V requer a coloco freqüente da tinta. Na pena tipo caixa, o período de colocação de tinta é maior. Como isso não é muito pratico, atualmente a maioria dos registradores usa o sistema de tubo capilar. A tinta é acondicionada em pequeno reservatório e um sistema de tubo capilar a leva para a pena. Deve-se tomar cuidado especial com estes registradores durante seu transporte para manutenção. No inicio da operação é necessário se apertar o reservatório de tinta - com cuidado - de modo que se encha todo o capilar de tinta, expulse as bolhas de ar e a tinta chegue até a pena. É uma boa idéia colocar um pedaço de papel absorvente debaixo da pena quando se faz esta operação para prevenir borrões. O registrador de painel deve ser montado na posição horizontal, preferivelmente. Existem inclinações máximas permissíveis, além das quais não há registro. As cores das penas são iguais as cores da tinta de registro. As tintas não devem ser misturadas, pois a cor da mistura é totalmente diferente da cor dos componentes, e.g., o verde misturado com o vermelho dá o marrom. O movimento da pena é linear, no registrador de painel com gráfico de tira e é um arco de circulo, no registrador com gráfico circular. Fig. 5.3. Registrador microprocessado (Yokogawa) Opcionalmente o registrador de painel possui uma lâmpada piloto e contatos de alarme acionados fisicamente pela posição da pena. O conhecimento do alarme consiste em abrir a porta do registrador. 5. Gráficos O registro das variáveis, feito pela pena, é conservado no gráfico. O gráfico deve ser de papel absorvente, de boa qualidade, de modo que não estrague nem entupa a pena. O traçado deve ser contínuo, nítido e sem borrão. A analise do registro da variável pode indicar o horário dos distúrbios do processo. Para isso, assume-seque o gráfico esteja corretamente instalado, ajustado para o tempo real do dia e que o registrador esteja calibrado. A tinta deve fluir pela pena, de modo contínuo, conseguido pela pressão mecânica adequada entre a pena e o gráfico. Se a pressão da pena é excessiva pode haver rasgos no gráfico e desgaste excessivo da pena, se é insuficiente, pode haver deslizamentos e saltos da pena. O comprimento de um gráfico de tira varia de 30 a 70 metros de comprimento. Normalmente o de rolo tem o dobro do tamanho do gráfico sanfonado. O último meio metro do gráfico de tira, quando faltam cerca de 18 horas de registro, é marcado com uma faixa vermelha, para advertência da proximidade da troca do gráfico. O gráfico possui duas coordenadas o valor registrado da variável e o tempo. O movimento da pena é linear em uma direção, normalmente transversal. O Registrador 2.5.123 movimento mecânico do gráfico é regular e longitudinal. A maioria dos gráficos usa coordenadas cartesianas, geralmente retangulares com as linhas retas se cruzando perpendicularmente. Quando pelo menos uma das linhas de referência é um arco de circulo, as coordenadas são curvilíneas. De pouco uso, porém existentes, são as coordenadas polares uma distância e um ângulo. (a) Rolo (b) Sanfonado Fig. 5.4. Enrolamento do gráfico Existe uma grande quantidade de gráficos diferentes. As diferenças estão no tamanho físico, no tamanho da área útil de registro, nas escalas, nos furos de fixação, no sistema de enrolamento. Para a especificação correta de um gráfico deve se fornecer nome do fabricante do registrador. Obviamente o fabricante do registrado fornece gráficos somente para uso em instrumentos de sua marca. Mesmo que a escala seja a mesma, as dimensões do gráfico e da área útil de registro sejam idênticas, pode haver diferenças na função lateral, no sistema de acionamento. Normalmente os fabricantes de registradores fornecem inicialmente uma quantidade de gráficos suficiente para 6 meses de operação. formato e tipo de acionamento. Há gráficos circulares de 10" e 12" de diâmetro e gráficos em carta tipo rolo ou sanfonado, de 4". faixa de medição. Deve-se informar a faixa ou as diferentes faixas e suas características matemáticas. Por exemplo, 0-100 uniforme ou linear, 0 a 10 raiz quadrática. Quando se trata do registro da temperatura, o tipo da curva, além da faixa de medição. Por exemplo, RTD de Pt, termopar tipo J, K. 6. Associação a Outra Função O registro é uma função passiva que armazena os valores históricos da variável do processo. A malha de registro é aberta, iniciada no elemento sensor, ligado ao processo e terminada no registrador. O registrador ligado diretamente ao processo pode alojar a unidade de controle automático. No painel, as funções de controle e de registro são sempre independentes e executadas por instrumentos separados. O registrador pode ter, opcionalmente, os contatos elétricos para alarme, que são acionados pela posição da pena e podem ser atuados pelo valor mínimo, máximo ou diferencial. Cada pena possui os seus contatos de alarme independentes. O gráfico do registro da vazão instantânea pode ser utilizado para a sua totalização. A partir do registro da pressão diferencial proporcional ao quadrado da vazão pode-se determinar a quantidade total da vazão, numa operação manual ou através do planímetro. Embora raro, é possível se associar a transmissão ao registrador local. Fig. 5.5. Registrador com ações de controle (Foxboro) Registrador 2.5.124 7. Serviços Associados O registrador deve ser especificado, montado, operado e mantido de modo correto, para que não se danifique e que registro os valores das variáveis com o mínimo erro especificado pelo fabricante. Na especificação do registrador, devem ser conhecidos os seguintes parâmetros: 1. a variável do processo P, T, F, L. 2. o elemento sensor desejado 3. a montagem tubo 2", painel, estante especial, ângulo de inclinação. 4. o número e o tipo das penas, de acordo com o número das variáveis registradas 1 a 4 penas continuas ou 6, 12 ou 24 pontos 5. o acionamento do gráfico elétrico (tensão e freqüência), e mecânico (duração da corda), 6. o enrolamento do gráfico, 7. a escala do registrador valor e tipo (faixa de medição, linear, raiz quadrática), 8. a escala do gráfico valor e tipo (faixa de medição, marcação do tempo, dupla, tripla, linear), 9. a plaqueta gravada dados úteis para o operador do processo, como a correspondência das penas com as variáveis registradas. 10. a identificação das malhas, como TR 2O4. 11. o suprimento de gráfico e de tinta, 12. as opções extras, como alarme, iluminação interna, acabamento especial, unidade de controle, contador-integrador. 13. a classificação mecânica do invólucro e classificação elétrica, se há alimentação elétrica e se a área é perigosa. A montagem do registrador deve seguir as instruções do fabricante, os diagramas de ligação do projeto detalhado e as normas existentes. O pessoal da operação é responsável pela leitura dos registros, pelo armazenamento organizado dos gráficos para consulta posterior, pelo enchimento ou troca dos recipientes de tinta e pela troca dos gráficos. Quando os gráficos são usados para a totalização, via planímetro, o pessoal da operação se responsabiliza por esta tarefa. A calibração do registrador deve ser feita pelo instrumentista. Calibrar um registrador é verificar se o sinal de entrada correspondente. Quando estiver fora, o registrador deve ser ajustado. Ajustar o registrador é posicionar pena em relação ao gráfico (e não em relação a escala do registrador) de conformidade com os sinais de entrada. 125 2.6 Computador de Vazão 1. Conceito O computador de vazão é projetado para a solução instantânea e contínua das equações de vazão dos elementos geradores de pressão diferencial (placa, venturi, bocal) e dos medidores lineares de vazão (turbina, medidor magnético, vortex). O computador de vazão recebe sinais analógicos proporcionais à pressão diferencial, temperatura, pressão estática, densidade, viscosidade e pulsos proporcionais à vazão e os utiliza para computar, totalizar e indicar a vazão volumétrica compensada ou não- compensada e a vazão mássica. Fig. 6.1. Aplicação típica de computador de vazão A vazão instantânea e a sua totalização são indicadas nos painéis frontais do computador de vazão, na forma de indicadores digitais, contadores eletromecânicos ou eletrônicos. O computador provê ainda saídas analógicas e contatos de reles para fins de controle e monitoração da vazão. O computador de vazão é um instrumento a base de microprocessador que pode ser montado em painel da sala de controle ou diretamente no campo, onde é alojado em caixa para uso industrial, com classificação mecânica do invólucro à prova de tempo e, quando requerido, com classificação elétrica da caixa à prova de explosão ou à prova de chama. O computador é programado e as constantes são entradas através de um teclado, colocado na frente ou no lado do instrumento. Os computadores de vazão sofreram uma grande evolução, desde o seu lançamento no mercado, no inicio dos anos 1960. Eles foram originalmente projetados para manipular as equações da AGA (American Gás Association) para vazão mássica de gás e foram construídos em torno de multiplicadores, divisores e extratores de raiz quadrada. Atualmente, os computadores são principalmente dispositivos digitais que podem ser classificados em dois tipos 1. programável, que faz quase qualquer cálculo desejado que está programado nele e 2. pré-programado ou dedicado, que manipula apenas uma aplicação selecionada. 2. Programáveis As unidades programáveis são os computadores de vazão mais avançados do mercado. Eles custam mais, quando comparadoscom os computadores dedicados. Dependendo da programação, eles calculam a vazão de gases ou líquidos usando as equações da AGA, API (American Petroleum Institute e outras Computador de Vazão 126 relações. Eles também fazem cálculos de vazão volumétrica. A compensação, de massa , molar e media, energia, BTU, eficiência, trabalham com níveis de tanque, manipulam vazões em canais abertos, executam o algoritmo de controle PID, fazem cálculos de transferência de custódia e muitas outras coisas. Fig. 6. 2. Totalizador de vazão (Foxboro) 3. Dedicado Os computadores de vazão dedicados são relativamente mais simples, mais fáceis de usar, montados no campo e mais baratos que os programáveis. Como desvantagem, eles só fazem uma tarefa, manipulam apenas uma malha e sua capacidade gráfica é limitada. Tipicamente, eles computam as vazões de gases ou líquidos baseados nas várias equações AGA ou API. Alguns, porém, calculam vazões de vários estados de vapor e outros são dedicados a cálculos de vazão para canais abertos, vertedores e calhas. Muitos destes computadores são reprogramáveis . Porém, o programa pode ser modificado no campo pelo operador, que responde a perguntas do seu menu. 4. Aplicações Clássicas 4.1. Vazão de liquido Quando usado com a placa de orifício, o computador recebe o sinal analógico de 4 a 20 mA cc do transmissor de vazão d/p cell, proporcional ao quadrado da vazão medida, lineariza-o, extraindo a raiz quadrada e o escalona em unidade de engenharia. Como os líquidos com composição constante são considerados não compressíveis, não se é necessária a compensação da pressão e da temperatura e a vazão é proporcional à raiz quadrada da pressão diferencial, ∆P. Q = C ∆P Esta constante C é calculada dos dados relacionados com o tipo do fluido e dos parâmetros mecânicos da instalação do medidor, tais como beta da placa, faixa do transmissor, tipo de tomadas da pressão diferencial. Esta constante é colocado no computador como um fator do sistema digital e escalona a saída para a unidade de vazão desejada. Fig. 6.3. Computador, com bateria solar (Daniel) Computador de Vazão 127 4.2. Vazão de gás com compensação Como os gases são compressíveis, é necessário fazer a compensação da pressão estática e da temperatura do processo. Nesta aplicação, o computador recebe três sinais analógicos o sinal de 4 a 20 mA cc do transmissor de vazão, proporcional ao quadrado da vazão medida, o sinal de 4 a 20 mA cc do transmissor de pressão, proporcional à pressão absoluta estática do processo. Mesmo que seja usado o valor da pressão absoluta, normalmente se usa um transmissor de pressão manométrica e acrescenta-se 1 kgf/cm2 de polarização. o sinal de 4 a 20 mA cc do transmissor de temperatura, proporcional à temperatura absoluta do processo. Opcionalmente, pode-se recebe o sinal de resistência de um RTD ou a militensão de um termopar. Também deve ser usado o valor da temperatura absoluta, em K; basta somar 273,2 à escala Celsius. opcionalmente, pode receber o sinal de 4 a 20 mA cc de um transmissor de densidade, para corrigir a densidade do gás. O computador executa a seguinte equação: Q C p p T G = × × ∆ Se a densidade relativa do gás é aproximadamente constante com o tempo, um fator médio 1/G pode entrar como parte da constante C 4.3. Sistema com 2 transmissores e uma placa Existem computadores de vazão duais que podem receber sinais de sistemas de medição de vazão com uma placa e dois transmissores ou com duas placas e dois transmissores. É comum se usar dois transmissores associados a uma única placa de orifício para aumentar a rangeabilidade da medição; por exemplo, um calibrado de 0 a 20" c.a. e o outro de 0 a 200" c.a. O computador de vazão seleciona automaticamente a pressão diferencial correta e aplica o fator de escalonamento certo. Quando a vazão sobe, o chaveamento para o transmissor de 200" ocorre em 98% da faixa do transmissor de 30"; quando a vazão desce, o chaveamento para o transmissor de 20" se dá em 96% desta faixa. Esta diferença de chaveamento é para evitar a oscilação contínua entre os dois transmissores, quando a vazão estiver marginalmente próxima do fundo de escala do transmissor de 20". Fig. 6.4. Sistema com uma placa e dois transmissores de vazão 4.5. Vazão de massa de gás Qualquer gás pode ser medido em termos de sua massa ou peso, usando-se a entrada de um medidor de densidade do gás, corrigindo-se a compressibilidade e a composição do gás. pkW ∆= FQI FY 2 TT PT FT2- 1 TW+TE FE FT1- 1 Computador de Vazão 128 5. Seleção do Computador Quando selecionando um computador de vazão, deve-se primeiro decidir o que o computador vai fazer, se é necessário um instrumento de precisão ou um sistema de controle, lembrando-se que o controle preciso começa com uma medição precisa e de alta resolução. A resolução do computador de vazão é dada pelo número de bits de seu conversor A/D, por exemplo um computador com conversor de 18 bits possui resolução de 0,01%. Porém, quando se considera a precisão, deve-se tomar o elo mais fraco do sistema, o elemento sensor de vazão. A precisão do sistema nunca ficará melhor que a do sensor do sistema, mesmo com conversor A/D de 18 bits. Também deve se considerar a necessidade da compensação de pressão, temperatura, densidade e/ou viscosidade e quais os sensores e transmissores usados para as medições destas variáveis. As questões que devem ser consideradas acerca do computador de vazão são Desempenho da medição resolução, capacidade de linearização, indicação da vazão instantânea, totalização, alarme, intertravamento, pré-determinação. Condições ambientais e local de montagem sala de controle, que é um ambiente excelente ou no campo, que requer caixa à prova de tempo e se for área classificada, requer uma classificação elétrica especial. Quantidade de malhas manipuladas possibilidade de se usar um computador de vazão com canal dual. Tipos de sinais de entrada e saída analógicos eletrônicos de 4 a 20 mA cc e pneumáticos de 3 a 15 psig, sinal de resistência elétrica (RTD) e militensão de termopar, militensão de tubo magnético de vazão, ou sinal de freqüência (turbina, vortex, deslocamento positivo, ultra- sônico). Possibilidade de saída analógica para uso em outro equipamento. Comunicações definir a metodologia de contatos de entrada/saída, sinais analógicos, sinais de pulso, portas de comunicação, por exemplo serial RS 232 C, RS 422 . Interfaces de comunicação definir os tipos de interfaces para Controlador Lógico Programável, para Sistemas Digitais de Controle Distribuído, para impressoras . Aplicações definir as equações matemáticas a serem executadas como da AGA-3, AGA-5, AGA-7, ANSI/API 2530, ANSI/API 2540, NX-19, ISO 5167, NIST 1045 e equações de vapor ASME 9.2. Software entrada da configuração simples de somente alguns parâmetros. As modificações podem ser feitas pelo usuário ou apenas pelo fabricante. Serviço no campo partida do sistema, reparo no campo e disponibilidade de peças de reposição. 6. Planímetro Muitas indústrias armazenam os gráficos com os registros permanentes dos valores instantâneos da vazão para a observação visual das vazões instantâneas e das suas tendências, para fins de cobrança e para levantamento de balanços. A totalização da vazão pode ser obtida ou por cálculos manuais ou através do planímetro. 6.1. Histórico O planímetro é um instrumento de precisão usado para a avaliação rápida e exata de áreas planas de qualquer formato ou contorno. Na medição de vazão, o planímetro é usado especialmente para totalizar a vazão, a partir de registros da vazão instantânea, da pressão estática e da temperatura em gráficos circulares ou de tira. A integração pode ser feita por um planímetro de mesa operado manualmente,automaticamente ou por um sistema incluindo um computador pessoal. O primeiro planímetro foi desenvolvido pelo matemático suíço James Laffon, em 1854. Ele chamou-o de "Integrador Scheiben". Trabalhando de modo independente, o professor austríaco A. Miller Hauenfels inventou o planímetro polar, em 1855. Os fabricantes mais conhecidos são: LASICO (Los Angeles Scientific Instrument Co.), Flow Measurement (Tulsa, OK), UGC Industries e Ott. Computador de Vazão 129 Há três métodos básicos para medir as áreas planas de registros de vazões instantâneas: 1. cálculo matemático, 2. método do corte e peso e 3. método do planímetro. Fig. 6.5. Planímetro para gráfico circular (Lasico) 6.2. Cálculo matemático ou aritmético Embora lento, o cálculo aritmético funciona bem, quando são envolvidas áreas de formato regular, como o quadrado, retângulo, triângulo e círculo. Quando a figura é mais complicada, como o trapézio, ou composta de várias outras regulares, como o retângulo com extremidades circulares, demora-se mais, pois ela deve ser subdividida em figuras regulares e suas seções são avaliadas separadamente e somadas ao final. Quando a figura é completamente irregular, é necessário subdividir a área em quadrados de tamanho conhecido. Os quadrados devem ser contados e as seções dos quadrados estimados em tamanho e somadas. Neste caso, não é mais eficiente usar o método do cálculo matemático, pois o método seria muito lento e impreciso. 6.3. Método do corte e peso As áreas a serem calculadas devem ser cortadas com uma tesoura, colocadas em uma balança de precisão e pesadas. O peso total é dividido pelo peso de um pedaço do mesmo material de tamanho conhecido. Este método é lento, destrutivo e impreciso. Pequenas variações na umidade do ar ambiente pode alterar significativamente o peso do material, provocando grandes erros. Uma balança de precisão é tão cara e difícil de ser obtida quanto um planímetro. 6.4. Método do planímetro O método do planímetro é o mais profissional, rápido, preciso, eficiente e consistente método para medir áreas planas. Não se requer nenhuma habilidade matemática para operar um planímetro, simplesmente deve-se seguir o contorno da área com um traçador e o resultado é diretamente indicado, por contadores digitais, mecânicos ou eletrônicos. Atualmente, os planímetros possuem várias funções, como as de: 1. computação automática da área na escala e unidade corretas, 2. processamento dos resultados através de calculadoras embutidas, 3. programação para qualquer relação de escala plausível, 4. acumulação de resultados na memória, para processamento posterior, 5. conversão rápida entre unidades de vários sistemas, 6. programação para medições em volume (m3, ft3) ou $/volume. A precisão típica do planímetro é de ± 0,1 a ±0,5% do fundo de escala. Computador de Vazão 130 6.5. Gráficos Circulares Uniformes Os gráficos uniformes são divididos em segmentos iguais, entre o raio interno e o externo. Ao longo de um arco sobre o qual a pena registrou, os gráficos podem ser marcados em percentagem do fundo de escala ou em unidades das variáveis medidas, como oC, psia, m3/h.) Fig. 6.6. Planímetro para gráfico de tira Para um planímetro que integra radialmente, deve-se usar um fator de correção, porque o planímetro radial considera as distancias radiais médias e os gráficos uniformes empregam incrementos iguais ao longo do arco. Este fator pode ser obtido de curvas disponíveis na literatura técnica. A não ser que as pressões diferencial e estática permaneçam constantes ou seja usado um extrator de raiz quadrada, os planímetros radiais não devem ser usados para achar a média dos registros das pressões diferencial e estática. Nos cálculos deve-se achar a média da raiz quadrada e não a raiz quadrada da média. 6.6. Seleção e Especificação do Planímetro A seleção e especificação do planímetro incluem: 1. formato e tamanho do gráfico, circular de 10", circular de 12", tira de 4" tipo rolo, tira de 4" tipo sanfona. 2. relação matemática da saída com relação a vazão: linear, quadrática. 3. tipo do totalizador/contador, mecânico ou eletrônico, com ou sem escalonador. Apostilas\Instrumetnacao Display.doc 11 DEZ 98 (Substitui 27 ABR 97) 131 2.7 Controlador 1. Conceito O principal componente da malha de controle é o controlador, que pode ser considerado um amplificador ou um computador. O controlador automático é o instrumento que recebe dois sinais a medição da variável e o ponto de ajuste, compara-os e gera automaticamente um sinal de saída para atuar a válvula, de modo a diminuir ou eliminar a diferença entre a medição e o ponto de ajuste. O controlador detecta os erros infinitésimas entre o valor da variável de processo e o ponto de ajuste e responde, instantaneamente, de acordo com os modos de controle e seus ajustes. O sinal de saída é a função matemática canônica do erro entre a medição e o valor ajustado, que inclui as três ações de controle proporcional, integral e derivativa. A combinação dessas três ações e os seus ajuste adequados são suficientes para o controle satisfatório e aceitável da maioria absoluta das aplicações práticas. 2. Componentes Básicos Para executar estas tarefas, o controlador deve possuir os seguintes blocos funcionais 1. a medição, 2. o ponto de ajuste 2. a comparação 3. a geração do sinal de saída 4. a atuação manual opcional 5. a fonte de alimentação 6. as escalas de indicação 2.1. Medição No controlador a realimentação negativa, a variável controlada sempre deve ser medida. O controlador pode estar ligado diretamente ao processo, quando possui um elemento sensor determinado pela variável medida. O controlador de painel recebe o sinal padrão proporcional a medição do transmissor e deve possuir circuitos de entrada que condicionam o sinal de medição. O controlador pneumático possui o fole receptor de 3 a 15 psig e o controlador eletrônico possui o circuito receptor, que pode ser a ponte de Wheatstone, o galvanômetro, o circuito potenciométrico. A medição é indicada na escala principal do controlador. 2.2. Ponto de Ajuste Quanto ao ponto de ajuste, há três modelos de controladores 1. com o ponto de ajuste manual, 2. com o ponto de ajuste remoto, 3. com o ponto de ajuste manual ou remoto. O controlador com o ponto de ajuste manual possui um botão na parte frontal, facilmente acessível ao operador de processo, para que ele possa estabelecer manualmente o valor do ponto de referência. Quando o operador aciona o botão, ele posiciona o ponteiro do ponto de ajuste na escala e gera um sinal de mesma natureza que o sinal da medição. Controlador 132 Fig. 7. 1. Controlador analógico de painel (Foxboro) O controlador com o ponto de ajuste remoto não possui nenhum botão na parte frontal. O sinal correspondente ao ponto de ajuste entra na parte traseira do controlador e é indicado na escala principal. O sinal pode ser proveniente da saída de outro controlador ou de uma estação manual. O controlador com os pontos de ajuste remoto e local possui um botão para o operador estabelecer manualmente o ponto de ajuste e recebe o ponto de ajuste remoto. Ambos os sinais são indicados na escala principal. O controlador possui também a chave seletora R/L (remoto- local) do ponto de ajuste. É fundamental que a medição e o ponto de ajuste sejam de mesma natureza, ambos pneumáticos, mecânicos, de corrente ou de tensão elétrica, para que seja possível a comparação entre eles. O ponto de ajuste e a medição são indicados na mesma escala principal do controlador e a posição relativa dos ponteiros fornece o valor do erro entre os dois sinais. Fig. 7. 2. Controladores e registrador (Foxboro) 2.3. Estação ManualIntegral A maioria absoluta dos controladores possui a estação manual de controle integralizada ao seu circuito. Sob o ponto de vista do controle, as situações mais comuns que requerem a intervenção manual do operador de processo são 1. na partida do processo, quando a banda proporcional é menor que 100%. Neste caso, quando a medição está em 0% e o ponto de ajuste está acima de 50%, a variável controlada está fora da banda proporcional. 2. quando o processo entra em oscilação, ou seja, quando o ganho da malha fechada de controle fica igual a 1. Quando se coloca o controlador em manual, abre se a malha de controle e se pode estabilizar o processo. Assim, para as partidas e emergências, o controlador deve incluir um gerador de manual do sinal de saída acionado diretamente pelo operador do processo. Quando a saída vem do circuito PID, diz-se que o controlador está em automático; quando vem do gerador manual, o controlador está em manual. 2.4. Unidade de Balanço Automático A maioria dos controladores com a estação manual possui a estação de balanço automático que permite a passagem de automático para manual e vice versa, de modo contínuo, sem provocar distúrbio no processo e sem a necessidade de se fazer o balanço manual da saída do controlador. Erradamente se pensa que esta transferência requer a igualdade entre a medição e o ponto de ajuste (?!). Quando o controlador não possui a estação de transferência automática, o operador deve garantir que o sinal inicial da saída manual seja igual ao sinal final da saída automática de modo que o processo não perceba esta mudança de automático para manual. No mínimo, o controlador possui um dispositivo de comparação que possibilita o balanço prévio entre os sinais de saída automático e manual. O fundamental é não provocar uma descontinuidade no sinal de saída Controlador 133 quando da transferência de automático para manual ou manual para automático. 2.5. Malha Aberta ou Fechada Assim que o controlador é instalado em um processo e colocado em automático, cria-se uma malha fechada. A saída do controlador afeta a medição e vice-versa. Quando este efeito é quebrado em qualquer uma das direções, a malha é chamada de aberta e não mais existe o controle a realimentação negativa. Vários eventos podem abrir a malha fechada a realimentação negativa 1. a colocação do controlador em manual. Isto causa a saída se manter constante, mesmo que haja variação da medição, a não ser que o operador a modifique. 2. a falha do sensor ou do transmissor. Isto elimina a habilidade do controlador observar a variável controlada. 3. a saturação da saída do controlador em 0 ou 100% da escala. Isto elimina a habilidade do controlador atuar no processo. 4. a falha do atuador da válvula, por causa de atrito ou falha na válvula. Quando uma malha de controle não está operando corretamente, a primeira coisa a verificar é se a malha continua fechada. Muitas vezes, se perde muito tempo tentando sintonizar um controlador quando o problema está em outro local da malha de controle. 2.6. Ação Direta ou Inversa O controlador possui a chave seletora para ação direta e ação inversa. A ação direta significa que o aumento da medição implica no aumento da saída do controlador. A ação inversa significa que o aumento da medição provoca a diminuição da saída do controlador. A escolha da ação do controlador depende da ação da válvula de controle e da lógica do processo. A atuação da válvula de controle pode ser ar-para-abrir ou ar-para-fechar deve ser escolhida em função da segurança do processo. Fig. 7. 3. Controlador pneumático de campo (Foxboro) A regra básica para a seleção das ações do controlador e da válvula é a seguinte: 1. a partir da segurança do processo, determina-se a ação da válvula de controle. 2. depois de definida a ação da válvula e partir da lógica do processo, determina-se a ação do controlador. Por, exemplo, seja o controle do nível de um tanque. As alternativas são a segurança do tanque cheio ou vazio, a ação do controlador direta ou inversa, a atuação da válvula ar-para-abrir ou ar- para-fechar e a válvula de controle esta na entrada ou na saída do tanque. Combinando-se estas situações, chega-se a quatro configurações possíveis Tanque vazio seguro e válvula na saída. A partir da segurança, obtida com o tanque vazio, a válvula deve ser ar-para- fechar na falta de ar, a válvula abre e o tanque se esvazia, levando o sistema para a segurança. A válvula está a 100% com 3 psig e a 0% com 15 psig. A ação do controlador, como conseqüência, deve ser inversa quando o nível aumenta, a válvula deve abrir mais para faze-lo diminuir e a saída do controlador deve diminuir, abrindo mais a válvula. Controlador 134 Tanque vazio seguro e válvula na entrada. A partir da segurança, obtida com o tanque vazio, a válvula deve ser ar-para- abrir na falta de ar, a válvula fecha e o tanque se esvazia, levando o sistema para a segurança. A válvula está a 0% com 3 psig e a 100% com 15 psig. A ação do controlador, como conseqüência, deve ser inversa quando o nível aumenta, a válvula deve fechar mais para faze-lo diminuir e a saída do controlador deve diminuir, fechando mais a válvula. Tanque cheio seguro e válvula na saída. A partir da segurança, obtida com o tanque cheio, a válvula deve ser ar-para- abrir na falta de ar, a válvula fecha e o tanque se enche, levando o sistema para a segurança. A válvula está a 0% com 3 psig e a 100% com 15 psig. A ação do controlador, como conseqüência, deve ser direta quando o nível aumenta, a válvula deve abrir mais para faze-lo diminuir e a saída do controlador deve aumentar, abrindo mais a válvula. Tanque cheio seguro e válvula na entrada. A partir da segurança, obtida com o tanque cheio, a válvula deve ser ar-para- fechar na falta de ar, a válvula abre e o tanque se enche, levando o sistema para a segurança. A válvula está a 100% com 3 psig e a 0% com 15 psig. A ação do controlador, como conseqüência, deve ser direta quando o nível aumenta, a válvula deve fechar mais para faze-lo diminuir e a saída do controlador deve aumentar, fechando mais a válvula. Um controlador que é retirado da malha para a manutenção e é reinstalado pode ter sua ação de controle invertida. Muitas vezes, o posicionador da válvula pode reverter a resposta da válvula. Enfim, a ação do controlador, a ação da válvula, a posição do atuador, a ação do posicionador, tudo deve ser considerado e coerente para se obter o controle desejado. Fig. 7.4. Ação inversa do controlador Tanque Tanque vazio é seguro. Falta de ar, válvula abre, tanque fica vazio, que é a condição segura. Atuador da válvula (Falha Aberta) Ação do atuador: ar para fechar. Com 20 kPa (3 psi) válvula aberta; com 100 psi (15 psi), válvula fechada. Em caso de falha, válvula fica aberta. Controlador Ação inversa (inc/dec) Quando nível aumenta, controlador atua na válvula para abrir mais, fazendo nível diminuir Quando válvula abre mais, saída diminui. Ação inversa porque aumento do nível produz diminuição da saída do controlador. Esta configuração apresenta o inconveniente de demorar a esvaziar o tanque, quando ele estiver cheio e necessitar ir para a posição segura de vazio. Por isso, a configuração mais conveniente é: 1. Tanque vazio seguro 2. Ação do atuador: ar para abrir 3. Controlador atuando na válvula de entrada do tanque 4. Ação do controlador: direta. LC saída 15 psi ã100% 0 3 Controlador 135 Fig. 7. 5. Ação direta do controlador Tanque Tanque cheio é seguro. Falta de ar, válvula fecha, tanque fica cheio, que é a condição segura. Atuador da válvula (Falha Fechada) Ação do atuador: ar para abrir. Com 20 kPa (3 psi) válvula fechada; com 100 psi (15 psi), válvula aberta. Em caso de falha, válvula fica fechada.Controlador Ação direta (inc/inc) Quando nível aumenta, controlador atua na válvula para abrir mais, fazendo nível diminuir Quando válvula abre mais, saída aumenta. Ação direta porque aumento do nível produz aumento da saída do controlador. Esta é a configuração preferida para a condição de tanque cheio seguro. Outra configuração possível, mas que apresenta o inconveniente de demorar a encher o tanque, quando ele estiver vazio e necessitar ir para a posição segura de cheio, é: 1. Tanque cheio seguro 2. Ação do atuador: ar para fechar 3. Controlador atuando na válvula de entrada do tanque 4. Ação do controlador: inversa. 3. Especificação do Controlador As dificuldades de controle do processo variam muito e por isso são disponíveis controladores comerciais de vários tipos e modos de controle. Existem características padronizadas e existem aquelas especiais, fornecidas somente quando explicitamente solicitado. Não especificar todas as necessidades requeridas implica em se ter um controle de processo insatisfatório e até impossível. Especificar o equipamento com características extras que não terão utilidade é, no mínimo, um desperdício de dinheiro. Constitui também uma inutilidade a especificação do instrumento com características especiais, sem entende-las e sem ajusta-lo de modo apropriado. 3.1. Controlador Liga-Desliga O controlador liga-desliga é instável, por construção, pois não possui o circuito de realimentação negativa para diminuir seu ganho, que é, infinito. A sua construção é a mais simples e o controlador pneumático consiste de 1. fole de medição 2. fole de ponto de ajuste 3. conjunto bico-palheta Como não se precisa estabilizar o sistema, não se usa o fole de realimentação negativa. O controlador liga- desliga pode ser obtido a partir do controlador proporcional, retirando-se o conjunto fole de realimentação proporcional e a mola. A saída do controlador pneumático liga- desliga é igual a 0 psig ou 20 psig, que é o valor da alimentação. O controlador liga-desliga pode sofrer pequenas modificações que melhoram o desempenho do circuito convencional. 3.2. Controlador de Intervalo Diferencial O controlador de intervalo diferencial é análogo ao liga-desliga, porém, em vez de ter um único ponto de referência, possui dois pontos de atuação um para ligar o LC saída 15 psi ã100% 0 3 Controlador 136 elemento e outro para desligar. Entre os dois pontos há um intervalo. O principal objetivo do controle de intervalo diferencial é evitar as operações freqüentes de partida e parada do operador final. A amplitude de oscilação é aumentada, porém, a freqüência de oscilação é melhorada e o elemento final de controle é acionado um menor número de vezes. A principal aplicação do controle de intervalo diferencial é em sistema de medição de nível, quando não se quer o controle exato do nível, mas se deseja apenas evitar que o tanque vaze ou fique vazio. O motor da bomba de enchimento é ligado no nível mínimo e desligado no nível máximo. Entre os dois níveis o motor permanece numa situação estável ligado quando estiver subindo e desligado quando estiver descendo. Deste modo, o motor da bomba de enchimento é ligado poucas vezes. Fig. 7. 6. Banda proporcional 3.3. Controlador Proporcional A relação matemática da saída do controlador proporcional puro é a seguinte: s s BP e= +0 100% Pelo enfoque do presente trabalho, não serão vistos os circuitos interiores dos instrumentos. Esse assunto será tratado com maior rigor e cuidado nos trabalhos sobre a Instrumentação Pneumática e sobre a Instrumentação Eletrônica. Porém, para fixar idéia e para se entender os princípios básicos, será visto aqui o circuito básico do controlador proporcional. Por simplicidade e por exigir menos pré- requisítos, será mostrado o esquema simplificado do controlador pneumático. Será admitido que seja sabido o funcionamento do conjunto bico-palheta- relé pneumático. O conjunto bico-palheta gera um sinal pneumático padrão de 3 a 15 psig, proporcional a distância relativa entre o bico que sopra e a palheta que obstruí. O bico é alimentado pela alimentação pneumática de 20 psig. O relé serve para amplificar pneumaticamente a pressão e o volume de ar comprimido. Os foles pneumáticos exercem forças que são proporcionais aos sinais de pressão recebidos. Assim, quando se falar do fole de medição, pode se estar referindo indistintamente ao valor da medição, a pressão exercida no fole, ou na força exercida pelo fole. Foi considerado o sistema a balanço de forças, quando poderia ter sido escolhido o de balanço de movimentos. O circuito básico do controlador pneumático com ação proporcional é constituído dos seguintes elementos 1. fole de medição, que recebe o sinal da medição da variável do processo 2. fole de ponto de ajuste, estabelecido manualmente ou de modo remoto. Esse fole sempre está em oposição ao fole de medição, a fim de que seja detectado o erro ou o desvio entre ambos os valores. 3. conjunto bico-palheta-relé, para gerar o sinal de saída do controlador. 4. A alimentação pneumática de 20 psig é aplicada ao bico, através do relé pneumático. 5. fole proporcional ou fole de realimentação negativa, que recebe o sinal de saída do relé, que é a própria saída do controlador. A finalidade do fole proporcional é a de estabilizar o sistema em uma posição intermediária. A realimentação negativa é a 0% 20% 40% 60% 80% 100% 0% 100% Temperatura saída Banda larga Banda estreita Controlador 137 responsável pela estabilidade do sistema. 6. mola, usada para contrabalançar a força do fole proporcional. Normalmente a mola é ajustada para prover a polarização do controlador. Ela é ajustada para o controlador produzir uma saída de 9 psig, quando o erro for igual a zero. 7. o fulcro ou ponto em torno do qual as forças se equilibram. O deslocamento desse ponto em torno da barra de forças é que estabelece o valor da banda proporcional do controlador. Quanto mais próximo o ponto estiver dos foles medição-ponto de ajuste, mais larga é a banda proporcional, menor é o ganho e menos sensível é o controlador. Quanto mais próximo estiver o ponto de apoio do conjunto fole proporcional-mola, mais estreita é a banda proporcional, maior é o ganho e mais sensível é o controlador. No caso extremo do fulcro estar no ponto de contato dos foles de medição e de ponto de ajuste, o controlador não responde a nenhuma variação; não há controle. Quando o fulcro coincidir com o fole proporcional e a mola, não há realimentação negativa, o sistema é instável e o controlador é liga-desliga, a ser visto depois. Fig. 7. 7. Circuito pneumático com as ações de controle (Foxboro) O fole proporcional é um dispositivo que fornece a realimentação negativa ao controlador antes que a medição o faça através do processo. A realimentação interna do controlador é mais rápida que a realimentação externa do processo. O fole proporcional dosa a correção do controlador, evitando uma correção exagerada para uma determinada variação do processo. Se houvesse apenas a realimentação externa, provida pela medição do processo, a correção seria muito demorada e sempre haveria sobrepico (overshoot) de correção. Enquanto houver erro entre a medição e o ponto de ajuste, os seus foles tem pressões diferentes e o fole de realimentação atua. Quando a medição fica igual ao ponto de ajuste, a saída do controlador se estabiliza. Quando aparece algum erro, a saída do controlador irá também variar, para corrigir o erro. Desse modo, como a saída do controlador está realimentada ao fole proporcional, o fole irá atuar até conseguir uma nova estabilização entre a medição o ponto de ajuste. Porém, desde que a medição se afastou do ponto de ajuste, ele volta a ficar igual a ele, porém, diferentedo valor anterior ajustado. O controlador pneumático proporcional possui os três foles de medição, de ponto de ajuste e de realimentação negativa. Para completar o balanço das forças exercidas por estes foles é introduzida uma quarta força fixa, exercida por uma mola, geralmente ajustada para fornecer uma força equivalente a pressão de 9 psi (50% de 3 a 15 psi). Como a força da mola é fixa, só existe um ponto para a medição ser igual ao ponto de ajuste, que é exatamente o ponto correspondente a 9 psi. Em todos os outros pontos, o controlador consegue estabilizar o processo, porém com a medição diferente do ponto de ajuste. Este é o modo físico de mostrar porque o controlador proporcional não consegue eliminar o desvio permanente entre medição e ponto de ajuste, exceto quando ambos são iguais a 9 psi. 3.4. Controlador Proporcional mais Integral A relação matemática da saída do controlador proporcional mais integral é a seguinte: ∫++= edt T 1 e BP %100 ss i 0 Controlador 138 Raramente se utiliza a ação integral isolada. Em compensação, o controlador com as duas ações, proporcional e integral, é utilizado em cerca de 70% das malhas de controle de processo. O controlador proporcional mais integral possui as duas ações independentes e com objetivos diferentes e complementares 1. a ação proporcional é estática e serve para estabilizar o processo. Porém, a ação isolada é insuficiente para manter a medição igual ao ponto de ajuste e deixa um desvio permanente. 2. ação integral é dinâmica e serve para eliminar o desvio permanente deixado pela ação proporcional. A ação integral é uma correção adicional e atua depois da ação proporcional. No controlador pneumático proporcional e integral, acrescenta-se um fole junto à mola. Em vez de se ter uma força fixa, tem se uma força variável, que pode equilibrar as forças proporcionais às pressões da a medição, do ponto de ajuste e da realimentação negativa. O controlador pneumático P + I possui os seguintes componentes circuito 1. fole de medição, 2. fole de ponto de ajuste, em oposição ao fole de medição, 3. fole de realimentação negativa ou fole proporcional, 4. fole integral, que se superpõe à mola e em oposição ao fole de realimentação. Ele também recebe a realimentação da saída do controlador, atrasada e em oposição ao fole proporcional. A realimentação positiva da saída do controlador ao fole integral é feita através de uma restrição pneumática. O objetivo desta restrição ajustável é o de atrasar o sinal realimentada determinando a ação integral. Ela pode ficar totalmente fechada, de modo que ela corta a realimentação e elimina a ação integral ou totalmente aberta, quando não produz nenhuma restrição, nenhum atraso e a ação integral é a máxima possível. Na prática, o circuito pneumático completo da unidade integral possui o fole, o tanque integral e a restrição. Aqui, por simplicidade, supõe-se que o próprio fole integral possui uma capacidade suficiente. O controlador proporcional mais integral possui duas realimentações da sua saída 1. a realimentação negativa, aplicada diretamente ao fole proporcional, 2. a realimentação positiva, aplicada ao fole integral através de uma restrição pneumática ajustável. Com a restrição numa posição intermediária, as pressões do fole proporcional e do fole integral não podem ser simultâneas. A ação proporcional é imediata e a ação integral é atrasada; imediatamente após o aparecimento do erro há a realimentação negativa e depois de um intervalo ajustável, atrasada, há a realimentação positiva. Quando o processo se estabiliza, tem- se o circuito do controlador equilibrado a força da medição é igual a do ponto de ajuste e a força do fole proporcional é igual a do integral. Quando aparece um distúrbio no processo e a medição se afasta do ponto de ajuste, o controlador P + I faz uma correção proporcional ao erro, imediatamente. Esta atuação deixa um desvio entre a medição e o ponto de ajuste. Logo depois da ação proporcional e enquanto persistir alguma diferença entre a medição e o ponto de ajuste, a ação integral irá atuar, até que a medição fique novamente igual ao ponto de ajuste. A ação integral irá atuar no processo até que se tenha novamente outro equilíbrio entre a medição e o ponto de ajuste. 3.5. Controlador Proporcional mais Derivativo A relação matemática da saída do controlador proporcional mais derivativa é a seguinte: s s BP e T de dto d= + +100% No controlador pneumático proporcional e derivativo, acrescenta se Controlador 139 uma restrição no circuito de realimentação negativa. Em vez de se ter uma realimentação instantânea, tem-se uma realimentação com um atraso ajustável. O controlador proporcional mais derivativo possui o seguinte desempenho a ação proporcional estabiliza estaticamente o processo corrigindo os erros proporcionalmente as suas amplitudes, a ação derivativa adiciona uma componente corretiva para cuidar principalmente dos erros com variação rápida. Fig. 7. 8. Circuito eletrônico esquemático do controlador PID Note se que o controlador P + D deixa o desvio permanente entre a medição e o ponto de ajuste. A ação derivativa é incapaz de corrigir o desvio permanente, pois ele é constante com o tempo. O circuito do controlador proporcional mais derivativo é constituído de 1. o fole de medição, 2. o fole de ponto de ajuste, em oposição ao fole de medição, 3. o fole proporcional, sendo realimentada negativamente da saída e através da 4. restrição derivativa. Na prática, o circuito pneumático completo da unidade derivativa possui o fole, o tanque derivativo e a restrição. Aqui, por simplicidade, supõe-se que o próprio fole integral possui uma capacidade suficiente. O objetivo da restrição é o de atrasar a realimentação negativa. Como a realimentação negativa atrasa a resposta do controlador, atrasar o atraso equivale a adiantar a resposta, para os desvios rápidos do processo lento. Por esse motivo, a ação derivativa é também chamada de ação antecipatória O controlador proporcional mais derivativo possui o seguinte funcionamento: 1. imediatamente após a variação rápida do processo não há realimentação negativa, pois há uma restrição pneumática. O controlador se comporta como um controlador liga-desliga ou com uma banda proporcional muito estreita, 2. com o passar do tempo, a realimentação negativa vai se processando e pressurizando o fole proporcional e tornando o controlador estável. 3. quando a variação do processo é muito lenta, praticamente a ação derivativa não atua, pois lentamente também está havendo a realimentação negativa. 4. Desse modo, quanto mais brusca for a variação na medição, menor será a ação imediata da realimentação negativa e mais ação corretiva será transmitida a válvula, pela ação derivativa. 5. Quando se coloca o circuito derivativo no elo da realimentação negativa do fole proporcional há alguns inconvenientes 6. há a interação entre os modos proporcional e derivativo. Quando o controlador possui o modo integral, a ação derivativa interfere também no modo integral. 7. a ação derivativa segue a ação proporcional 8. a ação derivativa modifica a saída do controlador quando há variação do ponto de ajuste, provocado pelo operador. Se esta variação for muito rápida, e geralmente o é, a saída do controlador produz um pico, podendo fazer o processo oscilar. R - + R RD - + R R RI - + R R R - + R - + R Ve CI CD Vo Controlador 140 A solução prática para eliminar esses problemas é colocar o circuito derivativo antes das ações proporcional e integral e atuando apenas na medição. Fig. 7. 9. Circuito pneumático do controlador PI 3.6. Proporcional + Integral + Derivativo A relação matemática da saída do controlador proporcionalmais integral mais derivativa ou do controlador PID é a seguinte: ∫ +++= dt de Tedt T 1 e BP %100 ss d i 0 ou, no caso pratico onde a ação derivativa só atua na medição m da variável, ∫ +++= dt dm Tedt T 1 e BP %100 ss d i 0 O controlador proporcional mais integral mais derivativo possui as três ações de controle e é o mais completo possível. Repetindo os objetivos das ações 1. a ação proporcional estabiliza o processo, provocando uma correção proporcional ao valor do erro, instantaneamente, 2. a integral é uma ação auxiliar que elimina o desvio permanente, produzindo uma correção proporcional à duração do erro, depois da ação proporcional, 3. a derivativa é uma ação adicional que apressa a correção, gerando uma ação proporcional à velocidade da variação do erro, antes da ação proporcional. O modo proporcional é o modo básico e é sempre utilizado nos controladores analógicos. Ele é o principal responsável pela estabilidade do processo. O modo integral deve ser usado para eliminar o desvio permanente entre a medição e o ponto de ajuste. Ele deve ser evitado quando há possibilidade de saturação. Ou, o que é mais inteligente, devem ser tomados cuidados especiais para se evitar que a ação integral leve o controlador para a saturação. O modo derivativo de ser usado em processos com grande inércia e que sofrem variações bruscas, que seriam vagarosamente corrigidas, em o modo derivativo. Porém, a ação derivativa deve ser em processos com muito ruído, que são pequenas e numerosas variações bruscas. A ação derivativa iria amplificar esses ruídos, tornando o desempenho do controle do processo prejudicado. O modo proporcional desempenha uma realimentação negativa no interior do controlador, tornando-o mais estável. A ação integral executa uma realimentação positiva, se opondo à ação proporcional. A ação derivativa, geralmente separada e anterior às outras duas ações, retarda a realimentação negativa, apressando a correção. 3.7. Controlador Tipo Batelada O processo batelada ou descontinuo é ciclicamente ligado, controlado e desligado. É sempre desejável que todo o controle seja feito em automático, sem o envolvimento direto e manual do operador. Quando se utiliza um controlador convencional, contendo modos proporcional e integral, para o controle de processo batelada, os períodos de tempo em que o processo fica desligado e o controlador continua ligado podem causar a saturação do modo integral e, portanto, do controlador. Quando o processo está desligado, o controlador continua integrando o desvio entre a medição e o ponto de ajuste e certamente fica saturado. Controlador 141 Também, a banda proporcional do controlador se desloca para o fim de escala superior. Quando o processo é restabelecido, a medição irá subir e o controlador ainda continua inoperante, pois a medição está totalmente fora da banda proporcional. O controlador só irá começar a atuar quando o desvio mudar de sentido. A medição precisará ultrapassar o ponto de ajuste para se começar o controle do processo. Basta haver uma pequena capacidade no processo, a maioria dos processos a tem, para haver uma ultrapassagem grande da medição em relação ao ponto de ajuste. Há um grande overshoot (é inevitável, outra vez, o uso da palavra em inglês). Para eliminar a saturação e a conseqüente ultrapassagem da medição usa-se a chave batelada, desenvolvida especificamente para essa aplicação. Na prática, usa-se controlador batelada, que é um controlador convencional com uma chave batelada incorporada a seu circuito. O controlador batelada, disponível com dois modos proporcional e integral e com três modos, proporcional, integral e derivativo, é linear, contínuo, com ajustes adicionais de batelada e de precária, feitos na chave batelada. A função exercida pela chave é a de pressurizar o fole integral do controlador pneumático. No controlador eletrônico, é a de carregar artificialmente a uma determinada tensão, o capacitor integral do circuito. Nessa nova condição, o controlador não satura em valor elevado e a banda proporcional não é deslocada para o limite superior da faixa de medição. Quando a saída do controlador alcançar um valor pré-determinado, ajustado na chave de batelada, o circuito integral fica grampeado em um valor artificial. Isso força a banda proporcional a mudar de sentido. Como resultado desse deslocamento, a medição entra mais cedo dentro da banda proporcional. Na partida automática do processo de batelada, a medição começa a subir e logo entra na banda proporcional, fazendo a saída do controlador atuar cedo no processo, bem antes da medição alcançar o ponto de ajuste. Essa aproximação suave da medição para o ponto de ajuste evita a ultrapassagem, melhorando a resposta do processo. Embora sejam fenômenos interligados e dependentes, há basicamente dois ajustes na chave batelada ajuste de batelada, que determina o valor da saída onde a chave atua, grampeando a saída. Esse é o ponto de atuação (trip). ajuste de precarga, que regula o valor da ação batelada, que é o valor do deslocamento da banda proporcional para baixo, após a atuação da chave. Esse é o valor de precarga (preload) Existem chaves bateladas para valor máximo e para valor mínimo. Tipicamente, para batelada de máximo, o ponto ajustado é 15,2 psig e o valor de precarga é ajustado em 3,0 psig. Mutatis mutandi, para batelada de mínimo, normalmente se ajusta o ponto de batelada em 2,8 psig e o ponto de precarga em 15,0 psig. Obviamente, outros valores podem ser reajustado e os fabricantes de instrumentos fornecem a literatura técnica explicativa para a adequada Calibração em bancada. Mas, normalmente, ambos os ajustes são feitos na fábrica e não se requer verificação ou mudança posteriores. A chave batelada atua na pressão de saída do controlador, cuja faixa é de 3 a 15 psig. O ajuste batelada, que determina o ponto de atuação, é estabelecido em, p. ex., 15,2 psig. O ajuste pode ser feito por uma mola ou pode ser o valor de um sinal pneumático remoto. Quando a saída do controlador está abaixo de 15 psig, a pressão exercida do lado da mola é maior e o sinal de saída do controlador passa livremente pela chave e vai realimentar o circuito integral do controlador. Isso permite que, em operação normal, o controlador atue sem interferência da chave de batelada. Quando a saída atingir o valor de batelada ajustado na chave, assumido de 15,2 psig, a força do diagrama da chave é menor no lado da mola. A chave batelada atua, cortando o sinal de saída que era realimentada ao controlador. A pressão do circuito integral do controlador é, então, aliviada para a atmosfera (quando não há ajuste de precarga) e cai, até atingir 0 psig. Quando utilizado o conceito de precarga, a pressão do circuito integral cai até esse valor, Controlador 142 previamente ajustado na chave batelada. Essa situação permanece, enquanto o sinal de saída do controlador continuar maior que o valor batelada ajustado. Como o sinal do modo integral diminui, a banda proporcional é deslocada para baixo do ponto de ajuste do controlador. O ajuste de precarga evita que a banda proporcional caia muito aquém do ponto de ajuste, tornando muito longo o período que o controlador permanece inativo na malha. Com o ajuste de precarga, durante a partida do processo, a medição entra logo na banda proporcional e o controlador começa a atuar mais cedo. Como conseqüência, a medição não ultrapassa o ponto de ajuste e a resposta dinâmica do processo é ideal. Na versão eletrônica, a filosofia de operação é a mesma, porém os equipamentos são diferentes. Não há chave batelada eletrônica. O controlador eletrônico batelada acrescenta à configuração convencional um circuito de realimentação contendo amplificadores operacionais e o circuito de polarização. Os ajustes de batelada ede precarga são feitos em potenciômetros e o acesso se dá pela parte frontal do controlador. Os limites de batelada e de precarga são atuantes mesmo em operação manual. Referente a saturação do modo integral do controlador devem ser tomadas as seguintes precauções 1. controladores de processo, especialmente os eletrônicos, que possuem limitadores do sinal de saída, podem ser usados sem nenhum cuidado extra em controle de malhas simples. Os limitadores da saída certamente impedirão a saturação do modo integral, que poderia ser provocada pela realimentação interna normal. 2. para os sistemas de controle que exijam apenas a realimentação externa, como no caso de controle em cascata e auto-seletor, especificam-se controladores padrão com a opção extra de realimentação externa. Normalmente, essa opção de realimentação externa do controlador implica também em pequenas modificações no conector, na estante e nos módulos de encaixe. Não é necessário especificar um controlador batelada que certamente custa mais caro e fica superdimensionado. 3. para controle de processo tipo batelada, deve-se especificar o controlador especial, também tipo batelada. Além de evitar a saturação do modo integral, ele torna possível a partida automática do processo, sem ultrapassagem da medição em relação ao ponto de ajuste. Nessa especificação é importante definir qual a lógica do sistema, se batelada máxima ou batelada mínima. E, também, consultando a literatura dos fabricantes disponível, determinar o valor dos ajustes de batelada e de precarga requeridos. 3.8. Controlador Analógico Historicamente, até a década de 1970 foi usado principalmente o controlador analógico pneumático, até a década de 1980, o controlador analógico eletrônico e a partir da década de 1980, o controlador digital eletrônico. O controlador analógico usa sinais contínuos para computar a saída do controlador. Testes feitos em controlador analógico industrial eletrônico revelaram os seguintes resultados 1. a banda proporcional medida era de 0 a 25% maior que a marcação do dial, 2. o tempo integral medido era cerca de 100% maior que a marcação do dial, 3. o tempo derivativo marcado era cerca de 40% a 70% menor que a marcação do dial, 4. o tempo integral medido não se alterava com a variação do ajuste do tempo derivativo. Teoricamente, para o controlador série, o tempo integral deveria aumentar com o aumento do tempo derivativo. 5. o tempo derivativo e a banda proporcional medidos obedeceram aproximadamente as equações teóricas, exceto que a variação Controlador 143 medida foi menor que a calculada para os ajustes grandes do dial. 6. a saída do controlador medida mostrou um pico sempre que um ajuste derivativo de qualquer valor era feito. O algoritmo teórico do controlador série fornece somente um pico se o tempo derivativo fosse ajustado em valores maiores que 1/4 Ti. Fig. 7. 10. Ajustes do controlador analógico (Foxboro) 3.9. Controlador Digital Hoje se vive em um mundo analógico cercado por um universo de tecnologia digital. O computador digital é usado de modo intensivo e extensivo na instrumentação, no controle digital distribuído, no controle lógico programado de processos repetitivos, no controle a realimentação negativa de uma única malha (single loop), em computação analógica de medição de vazão, na transmissão . Embora o processo seja contínuo no tempo, o controlador digital existe em um mundo discreto porque ele tem conhecimento das saídas do processo somente em pontos discretos no tempo, quando são obtidos os valores de amostragem. Em geral, o controlador digital: 1. obtém um valor amostrado da saída do processo, 2. calcula o erro entre a medida e o ponto de referência armazenado no computador, 3. computa o valor apropriado para a entrada manipulada do processo, 4. gera um sinal de saída para o elemento final de controle, 5. continua a mesma operação com a próxima variável controlada. O tempo requerido para conseguir um novo nível da variável manipulada é curto comparado com o tempo entre as amostragens. Pode-se assumir que a entrada para o processo é uma seqüência de valores constantes que variam instantaneamente no inicio de cada período de amostragem. Fig. 7. 11. Painel de programação do single loop Deve-se ter um algoritmo de controle para o cálculo dos valores das variáveis manipuladas. O prosaico algoritmo PID é ainda utilizado. Esta operação discreta é repetitiva e o período é chamado de sample e hold. A grande desvantagem do controlador digital é a introdução de vários tipos de tempo morto devido ao tempo de amostragem, a computação matemática, a filtragem analógica das harmônicas da freqüência de amostragem e a caracterização do modo derivativo. Por causa deste tempo morto adicional, o controlador digital não pode ser usado indiscriminadamente em malha de controle de processo critico e rápido, como para o controle de surge de compressor ou controle de pressão de forno em faixa estreita. O controlador digital aumentou a capacidade de computação para o controle e para a caracterização das ações de controle, sendo adequado para estratégias de controle avançadas, como o controle preditivo antecipatório (feedforward). Tipicamente, o controlador digital é superior ao analógico na precisão e resolução dos ajustes dos modos de controle; na precisão da computação adicional, linearização e caracterização de sinal; na flexibilidade em função da Controlador 144 programação e da comunicação. Porém, o aumento da flexibilidade resulta em um aumento da responsabilidade do instrumentista, desde que maior leque de escolha implica em maior probabilidade de cometer erros. O controlador digital usa sinais discretos para computar a saída do controlador. Geralmente, o controlador digital é baseado em microprocessador. O controlador digital emula o algoritmo analógico PID. 4. Controlador Microprocessado 4.1. Conceito O controlador single loop é o instrumento microprocessado com todas as vantagens relacionadas acima inerentes à sua natureza que pode ser usado para controlar uma única malha (daí o nome, single loop). É também chamado de single station. O controlador single loop resolve o algoritmo de controle para produzir uma única saída controlada. O seu baixo custo permite que ele seja dedicado a uma única malha. Por questão de marketing e por causa de sua grande capacidade, um único invólucro pode ter dois e até quatro controladores, porém, com o aumento de dificuldade da operação. O microprocessador pode ter qualquer função configurável e por isso, um mesmo instrumento pode funcionar como controlador, controlador cascata, controlador auto-seletor ou como computador de vazão com compensação de pressão e temperatura. A configuração pode ser feita através de teclados acoplados ao instrumento ou através de programadores separados (stand alone). Como a tecnologia do single loop é moderna, o instrumento incorpora todos os avanços da tecnologia eletrônica, microprocessadores, displays novos e programas criativos. 4.2. Características Tamanho Tem tamanho pequeno ou muito pequeno (menor que as dimensões DIN). Não necessariamente a mais importante, mas um das características mais notável da presente geração de controladores single loop é seu pequeno tamanho físico. A maioria dos controladores segue as dimensões européias DIN (Deutche Industrie Norm) para aberturas de painel. Funções de controle Muitos controladores chamados de single loop são dual loops. Através de microprocessadores no circuito, muitos controladores oferecem os formatos de liga-desliga e PID. Outros controladores incorporam funções matemáticas, ou no próprio circuito ou através de módulos funcionais opcionais incorporados na caixa. Estas funções matemáticas incluem: 1. Somador - subtratorao controlador. Todas as letras de identificação de instrumentos são maiúsculas. Por isso, deve-se evitar usar FrC para controlador de relação de vazões e usar FFC, controlador de fração de vazões. As funções de computação (+. -, x, ÷, √), seleção (), lógica e covnersão (i/p, p/i) deve ter os símbolos ao lado do balão, para esclarecer a função executada. 3.4. Identificação da malha A identificação da malha geralmente é feita por um número, colocado ao final da identificação funcional do instrumento associado a uma variável de processo. A numeração pode ser serial ou paralela. Numeração paralela começa de 0 ou para cada variável, TIC-100, FIC-100, LIC-100 e AI-100. Numeração serial usa uma única seqüência de números, de modo que se tem TIC-100, FIC-101, LIC-102 e AI-103. A numeração pode começar de 1 ou qualquer outro número conveniente, como 101, 1001, 1201. Quando a malha tem mais um instrumento com a mesma função, geralmente a função de condicionamento, deve-se usar apêndice ou sufixo ao número. Por exemplo, se a mesma malha de vazão tem um extrator de raiz quadrada e um transdutor corrente para pneumático, o primeiro pode ser FY-101-A e o segundo FY-101-B. Quando se tem um registrador multiponto, com n pontos, é comum numerar as malhas como TE-18-1, TE-18- 2, TE-18-3 até TE-18-n. Quando um registrador tem penas dedicadas para vazão, pressão, temperatura, seu tag pode ser FR-2, PR-5 e TR-13. Se ele registra três temperaturas diferentes, seu tag pode ser TR-7/8/9. Acessórios de instrumentos, como medidores de purga, regulador de pressão, pote de selagem e poço de temperatura, que às vezes nem é mostrado explicitamente no diagrama, precisam ser identificados e ter um tag, de acordo com sua função e deve ter o mesmo número da malha onde é utilizado. Esta identificação não implica que o acessório deva ser representado no diagrama. Também pode usar o mesmo tag da malha e colocando- se a palavra de sua função, como SELO, POÇO, FLANGE, PURGA. Há acessório que possui letra correspondente, como W para poço termal. Símbolos e Identificação 8 Pode haver diferenças de detalhes de identificação. Por exemplo, para a malha 301 de controle de temperatura, pode-se ter a seguinte identificação: TE-301 sensor de temperatura TT – 301 transmissor de temperatura TIC-301 controlador de temperatura TCV-301 válvula controladora (ou de controle) de temperatura Porém, há quem prefira e use: TIC-301-E sensor de temperatura TIC – 301-T transmissor de temperatura TIC-301-C controlador de temperatura TIC-301-V válvula controladora (ou de controle) de temperatura Também é possível encontrar em diagramas o tag de TIC ou TC para o controlador de temperatura. Como praticamente todo controlador é também indicador, é comum simplificar e usar TC. Alguns projetistas usam pequenas diferenças de tag para distinguir válvulas auto controladas (reguladoras) de válvulas convencionais que recebem o sinal do controlador. Assim, a válvula auto controlada de temperatura tem tag de TCV e a válvula convencional de TV. 4. Simbologia de Instrumentos A normalização dos símbolos e identificações dos instrumentos de medição e controle do processo, que inclui símbolos e códigos alfa numéricos, torna possível e mais eficiente a comunicação do pessoal envolvido nas diferentes áreas de uma planta manutenção, operação, projeto e processo. Mesmo os não especialistas em instrumentação devem saber a identificação dos instrumentos. 4.1. Parâmetros do Símbolo A simbologia correta da instrumentação deve conter os seguintes parâmetros 1. identificação das linhas de interligação dos instrumentos, p. ex.., eletrônica física , eletrônica por configuração, pneumática. 2. determinação do local de instalação dos instrumentos, acessível ou não acessível ao operador de processo. 3. filosofia da instrumentação, quanto ao instrumento ser dedicado a cada malha ou compartilhado por um conjunto de malhas de processo 4. identificação (tag) do instrumento, envolvendo a variável do processo, a função do instrumento e o numero da malha do processo. 5. outras informações adicionais. 4.2. Alimentação dos instrumentos A maioria absoluta dos instrumentos de medição e de controle requer alguma fonte de alimentação, que lhe forneça algum tipo de energia para seu funcionamento. Os tipos mais comuns de alimentação são a elétrica e a pneumática, porém há muitas outras disponíveis. As seguintes abreviações são sugeridas para denotar os tipos de alimentação. Opcionalmente, elas podem indicar também tipos de purga. AS Suprimento de ar (Air supply) ES Suprimento elétrico (Electric supply) GS Suprimento de gás (Gas supply) HS Suprimento hidráulico NS Suprimento de Nitrogênio SS Suprimento de Vapor (Steam supply) WS Suprimento de água (Water supply) O nível de alimentação pode ser adicionado à linha de alimentação do instrumento. Por exemplo, AS 100 kPa (alimentação pneumática de 100 kPa), ES 24 V cc (alimentação de 24 V cc para instrumento elétrico). Símbolos e Identificação 9 Tab. 1.2.1. Válvulas de controle Válvula de controle com atuador pneumático Válvula atuada por cilindro (ação dupla) Válvula auto regulada ou reguladora Reguladora com tomada de pressão externa Reguladora de vazão autocontida Válvula solenóide com três vias com reset Atuada por diafragma com pressão balanceada Válvula com atuador a diafragma e posicionador Ação da válvula FC – Falha fechada FO – Falha aberta Válvula de controle com atuador manual Tab. 1.2.2. Válvulas manuais (*) Válvula gaveta (*) Pode ser acoplado atuador ao corpo (*) Válvula globo Válvula retenção Válvula plug Válvula controle manual (*) Válvula esfera (*) Válvula borboleta ou damper Válvula de retenção e bloqueio Válvula de blowdown (*) Válvula diafragma (*) Válvula ângulo (*) Válvula três vias Válvula quatro vias Corpo de válvula isolado Válvula agulha Outras válvulas com abreviatura sob o corpo S R FO ou FC IhV NV TSO Símbolos e Identificação 10 Tab. 1.2.3. Miscelânea Válvula de segurança de pressão, ajuste em 100 kPa Válvula de segurança de vácuo, ajuste em 50 mm H2O vácuo Disco de ruptura (pressão) Disco de ruptura (vácuo) C = selo químico P = amortecedor de pulsação S = sifão Plug Mangueira Filtro, tipo Y Purgador de vapor Dreno contínuo Código item #1234 Funil de dreno (Ver abreviaturas) Instrumento de nível tipo deslocador, montado externamente ao tanque Filtro tipo T Placa de orifício com flange Totalizador indicador de vazão a DP Indicador de vazão tipo área variável Tubo venturi ou bocal medidor de vazão Turbina medidora de vazão ou elemento propelente Placa de orifício em porta placa Tubo pitot ou Annubar Espetáculo cego instalado com anel em linha (passagem livre) Espetáculo cego instalado com disco em linha (bloqueado) Transmissor de nível a pressão diferencial PSV PSV PSE PSE C T LSV T LSV o LT FE FQI FI FE FE FE FE LT Símbolos e Identificação 11 4.3. Linhas entre os Instrumentos As linhas de ligações entre os instrumentos devem ser mais finas que as linhas de processo e são simbolizadas como mostrado a seguir. Sinal indefinido: conexão com processo, elo mecânico ou alimentação2. Ganho ajustável com polarização 3. Multiplicador - divisor 4. Compensador lead/lag (avanço/atraso) 5. Filtro dual 6. Limitador de rampa 7. Limitador de sinal 8. Rastreamento (tracking) analógico 9. Extrator de raiz quadrada 10. Seletor de sinal (alto/baixo) 11. Seletor de sinal (médio 12. Conversor de sinal (termopares, RTD) 13. Potenciômetro (não isolado e isolado) Auto-sintonia Esta propriedade é disponível na maioria dos controladores single loop, exceto nos de baixo custo. Seqüencial e programação de tempo A maioria dos controladores single loop possui capacidade de programação temporal e sequenciamento de operações. A programação envolve quaisquer duas variáveis, porém o mais comum é se ter o tempo e a temperatura. Em siderurgias, é comum a aplicação de programas de temperatura, onde se tem uma rampa de Controlador 145 aquecimento, a manutenção da temperatura em um patamar durante um determinado tempo e o abaixamento em vários degraus. Outras propriedades Os controladores single loop possuem ainda capacidade de auto/manual, ponto de ajuste múltiplo, autodiagnose e memória. São construídos de conformidade com normas para ser facilmente incorporado e acionado por sistemas SDCD. As aplicações típicas do single loop são em plantas pequenas e médias que não podem ou não querem operar, em futuro próximo, em ambiente com controle digital distribuído. Mesmo em sistemas de SDCD, há malhas críticas que, por motivo de segurança, são controladas por controladores single loop. 4.3. Controladores comerciais Controlador Foxboro O controlador single station Foxboro inclui: 1. display analógico fluorescente para mostrar através de barra de gráfico o valor da variável, do ponto de ajuste e da saída do controlador 2. display digital para indicar através de dígitos os valores e unidades de engenharia 3. display alfanumérico para indicar tag da malha selecionada 4. painel da estação de trabalho, para indicar status de operação (computador ou local), status do ponto de ajuste (remoto, local ou relação), status da saída (automático ou manual) e status de alarme (ligado ou desligado) 5. teclado com 8 teclas para configuração e operação para selecionar, configurar e sintonizar o controlador Fig. 7. 12. Controladores single loop (Foxboro) Suas especificações funcionais são: 1. sinais de entrada proporcionais, qualquer combinação não excedendo 4 analógicas (4 a 20 mA, 1 a 5 V, voltagem de termopar ou resistência de RTD) e 2 entradas de freqüência. Todos os sinais de entrada são convertidos e podem ser caracterizados em uma variedade de cálculos. 2. cada controlador possui duas funções de controle independentes que podem ser configuradas como um único controladores, dois controladores em cascata ou em seleção automática. Os algoritmos padrão para cada controlador são P, I, PD, PI, PID e controle EXACT 3. duas saídas analógicas não isolados e duas saídas discretas 4. outras funções de controle como caracterização, linearizadores, portas lógicas, condicionadores de sinal 5. alarmes 6. computações matemáticas 7. alimentação do transmissor de campo 8. memória para armazenar todos os parâmetros de configuração e operação 9. filtros de entrada (Butterworth) 10. distribuição de sinais (até 30 sinais para roteamento interno) Controlador 146 Controlador Yokogawa O controlador single loop da Yokogawa incorporam funções computacionais e de controle que podem ser combinadas do mesmo modo que uma calculadora de bolso. A função de auto-sintonia para otimizar o controle é útil principalmente em aplicações de batelada de multiprodutos, onde as características do processo podem variar de produto para produto. Suas características incluem: 1. controle feedforward, com computações de ganho e polarização, 2. processamento de sinais 3. entradas analógicas (4 pontos de 1 a 5 V cc) 4. saídas analógicas (3 pontos de 1 a 5 V cc, 1 ponto de 4 a 20 mA cc) 5. estação de computação programável com display de dados, processamento de sinal e sequenciamento 6. 10 pontos de status de entrada/saída definidos pelo usuário 7. quatro chaves funcionais no painel frontal para iniciar as seqüências de controle 8. quatro lâmpadas associadas para indicar o progresso da seqüência ou servir como cursor 9. 43 funções computacionais Fig. 7. 13. Controladores single loop (Yokogawa) 4. Controlador SPEC 200 4.1. Descrição e Funções A estação de controle automático fornece a interface para a interação normal do operador com a malha de controle, de modo automático ou manual. A estação indica os valores da medição (ponteiro vermelho) e ponto de ajuste (ponteiro preto e branco) em uma escala de 100 mm de altura, vertical, intercambiável com a escala do indicador ou estação manual. A precisão dessas indicações é de 0,5% da largura de faixa. Há indicação também do sinal de saída, em uma escala horizontal, com precisão de 2,5% da largura de faixa. Fig. 25. Estação de controle automático Na parte frontal, a estação de controle possui a chave de transferência de duas posições AUTOMÁTICO ou MANUAL, que fornece a transferência sem necessidade de balanço e sem provocar descontinuidade ao processo. Logo abaixo dessa chave há o botão de comando manual, que gera um sinal de 0 a 10 V cc, em duas velocidades distintas. Há uma seta indicando o sentido de abertura ou fechamento da válvula de controle, bem como dois índices de memória para indicar os limites de trabalho do operador final. Quando a estação é do modelo com ponto de ajuste manual, há um botão, na parte frontal da estação, para prover o seu ajuste. Quando a estação tem ponto de ajuste ou manual ou remoto, além desse botão de ajuste manual, há uma chave seletora com duas posiçÕes REMOTO/LOCAL. Opcionalmente, pode haver lâmpadas de alarmes, colocadas na parte superior da estação. Nesse caso há Controlador 147 um pequeno botão de reconhecimento e teste do alarme, entre os dois botões ajuste manual e seleção R/L. Quando não há alarme é possível se encontrar o furo, porém com uma tampinha plástica. A identificação da estação é feita no visor, na parte superior e frontal. Fig. 26. Estação de controle ligada ao armário Fig. 27. Bloco terminal no módulo de controle Fig. 28. Estação com tomada para o cabo A estação de controle automático é montada na estante do painel de leitura. Cada estação ocupa um espaço de estante. É ligada à estante através de um cabo padrão, com 42 polegadas de comprimento, preso à estante por uma braçadeira e com a tomada fixa à parede da estante por 4 parafusos. Esse conjunto de ligação é igual, tanto para o indicador, registrador, estação manual ou estação automática. A estação de controle automático é ligada à área do armário ao módulo de controle, por um cabo padrão, de tamanho variável, 2AK. Normalmente a estação é ligado ao módulo padrão 2AC. Porém, quando há características especiais, p.ex., sistema auto-seletor, a estação de controle deve ser ligada também a um módulo especial, p.ex., 2AC-R3. Ainda, quando há opções extras para a estação de controle, p.ex., indicação do estado AUTO/MANUAL, ajuste externo do modo AUTO/MANUAL, as estações exigem também um módulo de distribuição de sinais com acesso à função de controle (2AX+DFA). Nesse caso, a estação de controle recebe alimentação das duas áreas painel de leitura e armário. Finalmente, em casos extremos pode se exigir o uso de módulo especial de controle, p.ex., 2AC+R3 e módulo de distribuição especial, p.ex., 2AX+DFC. Os fusíveis, disponíveis no módulo de controle protegem o sistema SPEC200 de curto circuito eventualmente provocados pela estação de controle e sua fiação. Geralmente a sintonia dos circuitos eletrônicos, ajustes de calibração são encontráveis e feitosdo instrumento Sinal pneumático, típico de 20 a 100 kPa (3 a 15 psi) Sinal eletrônico, típico de 4 a 20 mA cc Sinal de ligação por programação ou elo de comunicação Elo mecânico ~ ~ ~ Sinal eletromagnético ou sônico (guiado) ~ ~ ~ Sinal eletromagnético ou sônico (não guiado) L L L Sinal hidráulico Tubo capilar Linha de processo 4.4. Balão do Instrumento O instrumento completo é simbolizado por um pequeno balão circular, com diâmetro aproximado de 12 mm. Porem, os avanços nos sistemas de controle com instrumentação aplicando microprocessador, computador digital, que permitem funções compartilhadas em um único instrumento e que utilizam ligações por programação ou por elo de comunicação, fizeram surgir outros símbolos de instrumentos e de interligações. Tab. 1.2.4. Representação dos instrumentos em Diagramas P&I Sala de Controle Central Local Auxiliar Campo Acessível ao operador Atras do painel ou inacessível ao operador Acessível ao operador Atras do painel ou inacessível ao operador Montado no campo Equipamento Instrumento discreto Equipamento compartilhado Instrumento compartilhado Software Função de computador Lógica compartilhada Controle Lógico Programável Instrumentos compartilhando o mesmo invólucro. Não é mandatório mostrar uma caixa comum. Tab. 1.2.5. Letras de Identificação Símbolos e Identificação 12 Primeira letra Letras subsequentes Variável Modificador Função display Função saída Modificador A Análise (5,19) Alarme B Queimador Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1) C Escolha (1) Controle (13) D Escolha (1) Diferencial E Tensão (f.e.m.) Elemento sensor F Vazão (flow) Fração ou relação (4) G Escolha (1) Visor (9) ou indicador local H Manual (hand) Alto (high) (7, 15, 16) I Corrente Indicação (10) J Potência Varredura (scan) (7) K Tempo Tempo de mudança (4, 21) Estação controle (22) L Nível (level) Lâmpada (11) Baixo (low) (7, 15, 16) M Escolha (1) Momentâneo Médio (7, 15) N Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1) O Escolha (1) Orifício ou Restrição P Pressão, Vácuo Ponto de teste Q Quantidade Integral, Total (4) R Radiação Registro (17) S Velocidade ou Freqüência Segurança (8) Chave (13) T Temperatura Transmissão (18) U Multivariável (6) Multifunção (12) Multifunção (12) Multifunção (12) V Vibração, Análise mecânica Válvula, damper (13) W Peso, Força Poço (well) X Não classificado (2) Variável a definir Eixo X Não classificado (2) Não classificado (2) Não classificado (2) Y Evento, Estado Função a definir Eixo Y Relé, computação (13, 14, 18) Z Posição ou Dimensão Eixo Z Elemento final Símbolos e Identificação 13 Notas para a Tabela das Letras de Identificação 1. Uma letra de escolha do usuário tem o objetivo de cobrir significado não listado que é necessário em uma determinada aplicação. Se usada, a letra pode ter um significado como de primeira letra ou de letras subsequentes. O significado precisa ser definido uma única vez em uma legenda. Por exemplo, a letra N pode ser definida como módulo de elasticidade como uma primeira letra ou como osciloscópio como letra subsequente. 2. A letra X não classificada tem o objetivo de cobrir significado não listado que será usado somente uma vez ou usado em um significado limitado. Se usada, a letra pode ter qualquer número de significados como primeira letra ou como letra subsequente. O significado da letra X deve ser definido do lado de fora do círculo do diagrama. Por exemplo, XR pode ser registrador de consistência e XX pode ser um osciloscópio de consistência. 3. A forma gramatical do significado das letras subsequentes pode ser modificado livremente. Por exemplo, I pode significar indicador, ou indicação; T pode significar transmissão ou transmissor. 4. Qualquer primeira letra combinada com as letras modificadoras D (diferencial), F (relação), M (momentâneo), K (tempo de alteração) e Q (integração ou totalização) representa uma variável nova e separada e a combinação é tratada como uma entidade de primeira letra. Assim, os instrumentos TDI e TI indicam duas variáveis diferentes: diferença de temperatura e temperatura. As letras modificadoras são usadas quando aplicável. 5. A letra A (análise) cobre todas as análises não descritas como uma escolha do usuário. O tipo de análise deve ser especificado fora do circulo de identificação. Por exemplo, análise de pH, análise de O2. Análise é variável de processo e não função de instrumento, como muitos pensam principalmente por causa do uso inadequado do termo analisador. 6. O uso de U como primeira letra para multivariável em lugar de uma combinação de outras primeiras letras é opcional. É recomendável usar as primeiras letras especificas em lugar da letra U, que deve ser usada apenas quando o número de letras for muito grande. Por exemplo, é preferível usar PR/TR para indicar um registrador de pressão e temperatura em vez de UR. Porém, quando se tem um registrador multiponto, com 24 pontos e muitas variáveis diferentes, deve-se usar UR. 7. O uso dos termos modificadores alto (H), baixo (L), médio (M) e varredura (J) é opcional. 8. O termo segurança se aplica a elementos primários e finais de proteção de emergência. Assim, uma válvula auto atuada que evita a operação de um sistema de fluido atingir valores elevados, aliviando o fluido do sistema tem um tag PCV (válvula controladora de pressão). Porém, o tag desta válvula deve ser PSV (válvula de segurança de pressão) se ela protege o sistema contra condições de emergência, ou seja, condições que são perigosas para o pessoal ou o equipamento e que são raras de aparecer. A designação PSV se aplica a todas as válvulas de proteção contra condições de alta pressão de emergência, independente de sua construção, modo de operação, local de montagem, categoria de segurança, válvula de alívio ou de segurança. Um disco de ruptura tem o tag PSE (elemento de segurança de pressão). 9. A função passiva G se aplica a instrumentos ou equipamentos que fornecem uma indicação não calibrada, como visor de vidro ou monitor de televisão. Costuma-se aplicar TG para termômetro e PG para manômetro, o que não é previsto por esta norma. 10. A indicação normalmente se aplica a displays analógicos ou digitais de uma medição instantânea. No caso de uma estação manual, a indicação pode ser usada para o dial ou indicador do ajuste. 11. Uma lâmpada piloto que é parte de uma malha de instrumento deve ser designada por uma primeira letra seguida pela letra subsequente L. Por exemplo, uma lâmpada piloto que indica o tempo expirado deve ter o tag KQL (lâmpada de totalização de tempo). A lâmpada para indicar o funcionamento de um motor tem o tag EL (lâmpada de voltagem), pois a voltagem é a variável medida conveniente para indicar a operação do motor ou YL (lâmpada de evento) assumindo que o estado de operação está sendo monitorado. Não se deve usar a letra genérica X, como XL 12. O uso da letra U para multifunção, vem vez da combinação de outras letras funcionais é opcional. Este designador não específico deve ser usado raramente. 13. Um dispositivo que liga, desliga ou transfere um ou mais circuitos pode ser uma chave, um relé, um controlador liga-desliga ou uma válvula de controle, dependendo da aplicação. Se o equipamento manipula uma vazão de fluido do processo e não é uma válvula manual de bloqueio liga-desliga, ela é projetada como válvula de controle. É incorreto usar o tag CV para qualquer coisa que não seja uma válvula de controle auto atuada. Para todas as aplicações que não tenham vazão de fluido de processo, o equipamento é projetado como: a) Chave, se for atuada manualmente. b) Chave ou controlador liga-desliga, se for automático e for o primeiro dispositivo na malha. O termochave é geralmente usado se o dispositivo é aplicado para alarme, lâmpada piloto, seleção, intertravamento ou segurança. O termo controlador é usado se o dispositivo é aplicado para o controle de operação normal. c) Relé, se for automático e não for o primeiro dispositivo na malha, mas atuado por uma chave ou por um controlador liga-desliga. 14. As funções associadas com o uso de letras subsequentes Y devem ser definidas do lado de fora do circulo de identificação. Por exemplo, FY pode ser o extrator de raiz quadrada na malha de vazão; TY pode ser o conversor corrente para pneumático em uma malha de controle de temperatura. Quando a função é evidente como para uma válvula solenóide ou um conversor corrente para pneumático ou pneumático para corrente a definição pode não ser obrigatória. 15. Os termos modificadores alto, baixo, médio ou intermediário correspondem aos valores da variável medida e não aos valores do sinal. Por exemplo, um alarme de nível alto proveniente de um transmissor de nível com ação inversa deve ser LAH, mesmo que fisicamente o alarme seja atuado quando o sinal atinge um valor mínimo crítico. 16. Os termos alto e baixo quando aplicados a posições de válvulas e outras dispositivos de abrir e fechar são assim definidos: a) alto significa que a válvula está totalmente aberta b) baixo significa que a válvula está totalmente fechada 17. O termo registrador se aplica a qualquer forma de armazenar permanentemente a informação que permita a sua recuperação por qualquer modo. 18. Elemento sensor, transdutor, transmissor e conversor são dispositivos com funções diferentes, conforme ISA S37.1. 19. A primeira letra V, vibração ou análise mecânica, destina-se a executar as tarefas em monitoração de máquinas que a letra A executa em uma análise mais geral. Exceto para vibração, é esperado que a variável de interesse seja definida fora das letras de tag. 20. A primeira letra Y se destina ao uso quando as respostas de controle ou monitoração são acionadas por evento e não acionadas pelo tempo. A letra Y, nesta posição, pode também significar presença ou estado. 21. A letra modificadora K, em combinação com uma primeira letra como L, T ou W, significa uma variação de taxa de tempo da quantidade medida ou de inicialização. A variável WKIC, por exemplo, pode representar um controlador de taxa de perda de peso. 22. A letra K como modificador é uma opção do usuário para designar uma estação de controle, enquanto a letra C seguinte é usada para descrever controlador automático ou manual. Símbolos e Identificação 14 (a) Representação detalhada (b) Representação simplificada Fig. 1.2.1. Representação detalhada de uma malha de controle de pressão (a) e a equivalente, simplificada (b). PIC 211 PT 211 ½" 0-300 PIC 211 S.P. C-#2 (PI) PAH dp/dt AO-21 AI- PY 211 AS AS P PCV 211 FC Símbolos e Identificação 15 Fig. 1.2.2. Simbologia total Fig. 1.2.3. Simbologia de modo simplificado Fluido do trocador de calor PT 2 FT 1 PR FR FY TV 3 RTD TRC 21 1 3 TAL TSL 3 3 Fluido do trocador de calor PR 2 FR 1 TV 3 TRC 3 TAL 4 Símbolos e Identificação 16 Fig. 1.2.4. Diagrama funcional detalhado típico de malha de controle ∆ Σ Τ ∫ K I T A I FE FT FR I/P ELEMENTO DE VAZÃO TRANSMISSOR DE VAZÃO CAMPO PAINEL REGISTRADOR PAINE L CAMPO EXTRATOR DE RAIZ QUADRADA MEDIÇÃO FEEDFORWARD CONTROLADOR ESTAÇÃO AUTO-MANUAL TRANSDUTOR I/P VÁLVULA COM ATUADOR PNEUMÁTICO DIFERENÇA (ERRO) PONTO DE AJUSTE AÇÃO INTEGRAL AÇÃO PROPORCIONAL RELÉ TRANSFERÊNCIA A/M LIMITADOR AJUSTÁVEL H e L SOMADOR TRANSFERÊNCI MANUAL SAÍDA MANUAL EMERGÊNCIA K Símbolos e Identificação 17 Tab. 1.2.6. Elementos do Diagrama Funcional Transmissor de vazão Transmissor de nível Transmissor de pressão Transmissor de temperatura Transmissor de análise Lâmpada de painel Indicador da variável X Registrador da variável X Bobina de relé Chave de transferência Relé de transferência ou trip Seletor de sinal alto Seletor de sinal baixo Conversor analógico/digital Conversor digital/analógico Operador motorizado Operador não especificado Extrator de raiz quadrada Multiplicador Divisor Polarização, adição ou subtração Comparador, diferença Adicionador, somador Tirador de média Integrador Contato normalmente aberto Contato normalmente fechado Gerador de sinal analógico Gerador de sinal manual Atuador solenoide Limitador de sinal alto Limitador de sinal baixo Transdutor ar pneumático para corrente Válvula com atuador pneumático Ação de controle proporcional Ação de controle integral Ação de controle derivativa 5. Malha de controle A Fig. 1.2.1 (a). ilustra como os símbolos anteriores são combinados para descrever uma determinada malha de controle. Há vários níveis de detalhamento. À esquerda, tem-se a malha com todos os detalhes e à direita, a malha simplificada. FT LT PT AT TT XI XR T T T > com duas penas, uma para a vazão (FR-1) e outra para a pressão (PR-2), montado no painel de leitura. O registro da pressão é obtido de 1. transmissor de pressão, PT-2, montado no campo. A tomada da pressão usa a tomada de alta ou de baixa da placa de orifício. Todos os sinais envolvidos são pneumáticos, padrão de 20 a 100 kPa. A temperatura da saída do gás é medida por um detector de temperatura a resistência (RTD), montada em um poço, ligado diretamente ao registrador e controlador de temperatura (TRC-3). A saída elétrica do controlador (4 a 20 mA cc) modula a abertura de uma válvula esfera (TV-3), com atuador a cilindro. O controlador registrador de temperatura tem uma chave de temperatura (termostato TSL-3), que atua um alarme no painel (TAL-3), com a temperatura baixa. A Fig. 1.2.3 usa uma simbologia simplificada para mostrar que um gás é aquecido e sua temperatura é controlada por um controlador de painel. O fluido de aquecimento é modulado por uma válvula de controle e registra a vazão do gás, pressão e temperatura de saída e há um alarme que atua com temperatura baixa. 19 Fig. 1.2.5. Instrumentação para um sistema de distilação Alimentação Símbolos e Identificação 20 Fig. 1.2.6. Instrumentação para um sistema de reação Sistemas de Instrumentação 21 A Fig. 1.2.5. mostra a descrição simbólica completa de um processo de distilação. A vazão de alimentação é medida (FE-3, FT-3) e registrada (FR-3), mas não controlada A taxa de entrada de calor é proporcional à taxa de alimentação vezes um ganho de relé (FY-3B), que ajusta o ponto de ajuste do controlador de vazão do óleo quente (FRC-1). O produto leve da torre é condensado, com a temperatura do condensado controlada mantendo-se constante a pressão da coluna (PRC-11). A saída do produto leve tem vazão controlada (FRC-4). O ponto de ajuste do controlador é ajustado por um relé divisor (UY-6), cujas entradas são a vazão de alimentação, como modificada pelo relé função (FY-3A) e a saída do controlador de análise dos produtos leves (ARC-5). O controlador de análise recebe a análise do produto de seu transmissor, que também transmite o sinal para uma chave de análise dual (alta/baixa), que por sua vez, atua em alarmes correspondentes. O nível do acumulador é mantido constante (LIC-7) através da manipulação da vazão de refluxo (LV-7), que é uma válvula com falha aberta (FO). Uma chave de nível separada atua um alarme de nível do acumulador em alta e baixa (LSH/L 9). Há uma indicação de nível local através de visor (LG 10). São medidas temperaturas em vários pontos do processo e os valores são registrados (6 pontos - TJR 8-1 a 8-6) e indicados (3 pontos - TJI 9-1 a 9-3). Alguns dos pontos de registro possuem chaves de acionamento de temperatura baixa e alta (por exemplo, TJSH 8-2, TAH 8-2 e TJSL 9-5 e TAL 8-5), com respectivos alarmes A Fig. 1.2.6. ilustra o sistema de controle para um reator químico. O reagente A é alimentado com vazão controlada (FC-1). As vazões de A e B são controladas com razão constante, através do relé de ganho (FY-1), ajustando o ponto de ajuste do controlador de vazão B (FIC-2). O nível do reator é mantido constante (LIC-3) modulando a saída dos produtos pesados (LC-3). Se o nível é alto, ele automaticamente fecha as válvulas de alimentação dos reagentes (FV- 1 e FV-2) através de válvulas solenóides (UY-7A e UY-7B) e atua um alarme de nível alto (LSH-3 e LAH-3). Um alarme separado é atuado por nível baixo do reator (LSL-3 e LAL3). A reação é exotérmica e a temperatura é controlada (T4) modulando a pressão do refrigerante na jaqueta do reator. Isto é feito pelo controlador de temperatura do reator ajustando o ponto de ajuste do controlador de pressão da jaqueta (PRC-5), que controla a pressão do vapor gerado pela transferência de calor para a água de refrigeração. A temperatura do reator, se alta, atua um alarme. Se a temperatura fica muito alta, ela fecha as válvulas de alimentação A (FV-1) e B (FV-2) e a de pressão (PV-5), enquanto abre a alimentação d'água e as válvulas de retorno através de válvulas piloto solenóides de intertravamento (UY-7A, B, C, D). Estas válvulas de alta temperatura podem também ser atuadas por uma chave manual (HS-6). Um nível constante do refrigerante é mantido na jaqueta modulando a alimentação de água e o nível baixo da jaqueta atua um alarme (LSL-11 e LAL-11). A pressão do reator é controlada modulando o venting dos não condensáveis formados na reação enquanto um disco de ruptura protege o reator contra altas pressões perigosas (PSE-10). Apostilas\Automação SimbologiaISA.DOC 24 NOV 98 (Substitui 01 SET 96) 22 1.3 Sistemas de Instrumentação 1. Classes de Instrumentos Os instrumentos de medição e controle de processo podem ser classificados de acordo com a seguinte dialética: 1. manual ou automático 2. alimentado ou sem alimentação externa 3. pneumático ou eletrônico 4. analógico ou digital 5. burro ou inteligente 6. montado no campo ou na sala de controle 7. modular ou integral 8. dedicado ou compartilhado 9. centralizado ou distribuído 2. Manual e Automático Com relação à intervenção humana, a medição instrumento pode ser manual ou automática. A medição mais simples é feita manualmente, com a interferência direta de um operador. A medição manual geralmente é feita por um instrumento portátil. Exemplos de medição manual: medição de um comprimento por uma régua, medição de uma resistência elétrica através de um ohmímetro, medição de uma voltagem com um voltímetro. As medições feitas manualmente geralmente são anotadas pelo operador, para uso posterior. A medição pode ser feita de modo automático e continuo, sem interferência humana direta. O instrumento fica ligado diretamente ao processo, sentindo a variável e indicando continuamente o seu valor instantâneo. Quando o operador quiser saber o valor medido, ele se aproxima adequadamente do instrumento e faz a leitura. Também neste caso, ele pode anotar a leitura feita para uso posterior. Quando se necessita do registro continuo da variável, usa-se um registrador, que opera continuamente. Atualmente é possível, num sistema de aquisição de dados, a medição contínua de muitas variáveis e a emissão de relatórios de medição através de impressoras de computador. Fig. 1.3.1. Instrumentos portáteis (HP) 3. Alimentação dos Instrumentos A energia está associada aos instrumentos de dois modos: através da alimentação e do método de transdução. Qualquer instrumento para funcionar necessita de uma fonte de energia. Esta fonte de energia pode ser externa e explícita, quando o instrumento é alimentado. As duas fontes clássicas de alimentação de instrumentos são a eletrônica e a pneumática. Instrumentos eletrônicos são alimentados por uma fonte externa de voltagem, típica de 24 V cc. Esta alimentação geralmente é feita por um único Sistemas de Instrumentação 23 par de fios que simultaneamente conduz a informação e a alimentação. Por questão econômica e de segurança, raramente se usa um instrumento de medição no campo alimentado com uma bateria integral (colocado no seu interior). Fig. 1.3.2. Alimentação do transmissor eletrônico Instrumentos pneumáticos são alimentados por uma fonte externa de ar comprimido, típica de 140 kPa (20 psi). Cada instrumento pneumático montado no campo é alimentado individualmente através de um conjunto filtro-regulador ajustável ou fixo. O filtro elimina, num estágio final, as impurezas, umidade e óleo contaminantes do ar comprimido. O regulador, ajustável ou fixo, geralmente abaixa a pressão mais elevada de distribuição para o valor típico de 140 kPa. O sinal padrão de transmissão pneumática é de 20 a 100 kPa. Existem aindainstrumentos de montagem local que não necessitam de nenhuma alimentação externa para seu funcionamento. Eles são chamados de auto- alimentados. Eles utilizam a própria energia do processo para seu funcionamento. Exemplos de indicadores e registradores que não necessitam de alimentação externa são: 1. indicador local de pressão, com elemento sensor tipo bourdon C, helicoidal, espiral, helicoidal ou fole. 2. indicador local de temperatura com elemento sensor tipo bimetal. 3. indicador ou registrador local de vazão com elemento sensor de pressão diferencial (diafragma). Fig. 1.3.3. Manômetro, sem alimentação externa 4. Pneumático ou Eletrônico Os instrumentos de medição e controle necessitam de uma fonte de energia externa para o seu funcionamento adequado. Dependendo da natureza desta fonte de energia, os instrumentos podem ser classificados em: 1. pneumáticos, onde estão incluídos os puramente mecânicos. 2. eletrônicos, ou também chamados de elétricos. Ambos os tipos de instrumentos podem executar as mesmas funções, apresentando vantagens e desvantagens, quando comparados. Esta comparação já foi clássica, na década de 1970, mas hoje há uma predominância da instrumentação eletrônica sobre a analógica. A escolha entre pneumático ou eletrônico não é apenas a escolha de um instrumento isolado, mas de todo um sistema de instrumentação de controle do processo. A escolha pode depender do tipo de processo e das variáveis envolvidas. A escolha do sistema de instrumentação influi e implica na definição de outros equipamentos e sistemas. Ou seja, quando se escolhe uma instrumentação pneumática, há a necessidade de se ter um compressor de ar de instrumento, de capacidade adequada à quantidade de instrumentos, com filtros, secadores, estágios de redução e todo um sistema de interligações e distribuição através de tubos plásticos ou de cobre. Quando se escolhe uma instrumentação eletrônica, deve-se considerar o sistema de alimentação elétrica, com eventual opção de reserva de bateria para suprir a energia na falta da alimentação alternada principal. Mesmo com toda a instrumentação eletrônica, deve ser considerado o uso do compressor de ar de instrumento, para alimentar, no mínimo, os transdutores I/P, pois as válvulas de controle são atuadas pneumaticamente. Sistemas de Instrumentação 24 4.1. Instrumento pneumático O instrumento pneumático é aquele que necessita, para seu funcionamento, da alimentação de ar comprimido, pressão típica de 120 kPa (20 psig). O sinal padrão de informação pneumática é o de 20 a 100 kPa (0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psi). O dispositivo para gerar o sinal padrão é o conjunto bico palheta. A distância entre o bico que sopra e a palheta que se move em função da variável medida modula o sinal de saída entre 20 e 100 kPa. O dispositivo para detectar o sinal padrão é o fole receptor. Fig. 1.3.4. Transmissor pneumático (Foxboro) Mesmo com o uso intensivo e extensivo de instrumentos eletrônicos, ainda hoje se usa muito a válvula de controle com atuador pneumático. Por sua simplicidade, confiabilidade e economia, a válvula de controle com atuador pneumático ainda será usada como elemento final de controle padrão por muitos anos. 4.2. Instrumento eletrônico O instrumento eletrônico é alimentado por energia elétrica, geralmente de 24 V cc. Mesmo quando ele é alimentado pela linha alternada de 120 V ca, seus circuitos internos a semicondutores necessitam de corrente contínua para sua polarização e portanto todos os instrumentos possuem uma fonte de alimentação integralizada. O sinal padrão para a transmissão de corrente eletrônica é 4 a 20 mA cc. Já foi usado o sinal de 10-50 mA cc, porém, por causa da segurança e compatibilidade com computadores digitais, ele desapareceu. Existe também o sinal padrão de transmissão de 1 a 5 V cc, porém ele não é adequado para grandes distancias, pois a resistência parasita da fiação atenua o sinal transmitido. A alimentação dos instrumentos eletrônicos de campo é feita através do mesmo par de fios que conduz o sinal padrão de informação. Tais transmissores são chamados de 2-fios. Pretendeu-se diminuir o sinal padrão para faixa menor que 4 a 20 mA, para que a alimentação fosse de 5 V cc, porém, isso não se realizou. Fig. 1.3.5. Medidor vortex, eletrônico (Foxboro) Atualmente, quando se tem todo o sistema digital, a transmissão é feita digitalmente. Ainda não há um protocolo padrão de transmissão digital e os fabricantes usam os seus protocolos proprietários, como HART, da Fisher- Rosemount, FOXCOM, da Foxboro. Em outubro de 1996 deverá ser assinado uma tentativa de padronização do Fieldbus. O instrumento eletrônico pode ser uma fonte de energia e por isso ele não é seguro, a não ser que sejam tomados cuidados especiais de fabricação e instalação. Ele deve possuir uma classificação elétrica especial, compatível com a classificação de área do local onde ele vai operar. Há basicamente dois tipos de instrumentos eletrônicos: à base de corrente e à base de tensão. Sistemas de Instrumentação 25 Fig. 1.3.6. Instrumentos eletrônicos As características dos instrumentos à base de corrente são: 1. todos os instrumentos devem ser ligados em serie. Para garantir a integridade do sistema, devem existir dispositivos de proteção que possibilitem a retirada ou colocação de componentes da malha, sem interrupção ou interferência de funcionamento. Caso não haja essa proteção, quando um instrumento da malha é retirado, ou mesmo se estraga, toda a malha fica desligada. 2. a ligação em serie também influi no valor máximo da impedância da malha. A malha de instrumentos à base de corrente, onde todos são ligados em serie, a soma das impedâncias de entrada de todos os instrumentos é limitada por um valor máximo, que é função geralmente do nível de alimentação da malha. Desse modo, é limitado o número de instrumentos ligados em serie numa malha. Quando esse limite é ultrapassado, a solução é usar o instrumento repetidor de corrente, também chamados, casadores de impedância. 3. as impedâncias de entrada dos instrumentos são baixas (dezenas a centenas de ohms) e portanto as correntes circulares são relativamente elevadas (mA). Isso eqüivale a dizer que o consumo de energia é elevado e há grande dissipação de calor. As características dos instrumentos à base de tensão são: 1. todos os instrumentos são ligados em paralelo. Os diagramas de ligação, como conseqüência, são mais simples, pois podem ser unifilares. 2. os componentes apresentam alta impedância de entrada, de modo que a retirada, colocação ou defeito dos instrumentos do sistema não interferem no seu funcionamento normal. 3. como os instrumentos possuem altíssimas impedâncias de entrada (MΩ) as correntes circulantes são baixíssimas (µA ou pA). O nível de energia dissipada é baixo e o calor dissipado é desprezível. Como recomendação: utiliza-se instrumento à base de corrente para a transmissão de sinais, pois não há problemas de atenuação com as distancias envolvidas e utiliza-se o sistema com instrumentos à base de tensão para a manipulação local dos sinais, dentro do painel, para usufruir das vantagens de baixo consumo, baixa dissipação de calor, facilidade de ligações, flexibilidade de conexões. 5. Analógico ou Digital O conceito de analógico e digital se refere a 1. sinal 2. tecnologia 3. display 4. função matemática. 5.1. Sinal Sinal é uma indicação visual, audível ou de outra forma que contem informação. Sinal analógico é aquele que vária de modo continuo, suave, sem saltos em degrau. O parâmetro fundamental do sinal analógico é sua amplitude. Medir um sinal analógico é determinar o valor de sua amplitude. São exemplos de sinal analógico: 1. Sinal padrão pneumático de 20-100 kPa, onde o 20 kPa corresponde a