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HÉLICE TRIPLA Desenvolvido por Henry Etzkowitz (EUA), aborda a relação entre empresas (ou indústria, incluindo startups de tecnologias avançadas e empresas multinacionais), governo (em seus vários níveis) e universidades (e outras instituições produtoras de conhecimento) na geração de conhecimento e inovação para o mercado. Esse modelo contrasta com o modelo tradicional do fluxo de conhecimento num sentido único – da pesquisa básica para a inovação – ou do tipo horizontal, para um modelo baseado numa forma de espiral onde o fluxo de conhecimento flui também no sentido inverso, da indústria para a universidade. O modelo da hélice tripla tenta ainda justificar uma nova configuração das forças institucionais emergentes no seio dos sistemas de inovação. Enquanto as empresas participam com conhecimento de mercado e demanda de novas criações, as universidades apresentam conhecimento latente aguardando oportunidades de uso e desenvolvimento. O governo entraria nesta relação fornecendo suporte, seja político ou financeiro, para a realização de projetos. Uma das principais formas de apoio disponíveis para o governo é financiando com venture capital a criação das empresas oriundas das cadeiras universitárias e dos experimentos que foram realizados, principalmente daqueles que romperam fronteiras da ciência. O modelo da hélice tripla sobreu evolução ao longo do tempo, motivada pelas idéias incrementais ao modelo. Além disso, as interações entre os agentes também estão em constante evolução, exigindo assim, novas formas de representação geométrica do processo. À medida que o conhecimento se torna uma parte cada vez mais importante e crucial da inovação, a universidade, como instituição de produção e disseminação de conhecimento científico e técnico, tem um papel mais importante na inovação industrial. Esta função de inovação era uma atividade, em grande parte, exclusiva da indústria ou do governo. Numa economia baseada no conhecimento, a universidade torna-se elemento-chave no sistema de inovação, tanto como fornecedor de capital humano, como de criador/incubador de novas empresas. O objetivo, segundo Etzkowitz, é realizar um ambiente inovador, que consiste em fomentar e criar condições gerais para o empreendedorismo, tais como: • Criação de empresas spin-offs das universidades; • Empreender iniciativas trilaterais para o desenvolvimento econômico baseado no conhecimento, como é o caso da criação de parque de Ciência & Teconologia (C&T) e de incubadoras de empresas; • Celebração de alianças estratégicas entre as empresas (grandes e pequenas) que operam em áreas diferentes e com diferentes níveis de tecnologia; • Criação de insitituições híbridas, com funções de interface sem fins lucrativos; e • Celebração de contratos de Inovação & Desenvolvimento (I&D) com laboratórios governamentais e grupos acadêmicos de investigação. Na figura 1, o governo envolve a academia e a indústria e tem o papel central no processo. Numa relação tridimensional, o governo engloba a universidade e a indústria e conduz as relações entre os dois. A inovação tem um caráter normativo, fruto das diretrizes e autoridades do governo e não da dinâmica e relação entre universidade e indústria. Esse modelo foi superado pelas condições econômicas mundiais impostas pelo sistema capitalista, onde os três agentes têm liberdade. Na figura 2, os agentes estão interligados por uma pequena interação, em que cada um tem um papel bem definido, recorrendo apenas quando necessário. A partir da figura 1, pode-se perceber uma redução na relevância do governo na determinação e autoritarismo na direção da inovação e, numa perspectiva liberalizante, deixa o papel de condutor para os demais agentes. Isto nã significa a redução das inovações, mas um novo arranjo institucional onde o governo possui outra dinâmica. Na figura 3, as estruturas estão sobrepostas para exemplificar a interação forte e até mesmo mostrar que, no encontra das hélices, pode haver uma certa atuação de um agente na área do outro, exatamente naquele espaço de intersecção, como, por exemplo, quando as universidades registram patentes ou as empresas realizam treinamentos. Nesse modelo, é previsto a existência de uma infra- estrutura de conhecimento em que as instâncias envolvidas se sobrepõem, originando organizações híbridas em que todas assumem as mesmas funções relativas à inovação.Esta não-divisão e sobreposição, proporcionam o surgimento da interação dinâmica entre os agentes e os processos inovativos são intensificados, surgindo spin-offs entre os agentes. A expectativa, neste caso, é de que a interação seja intensa e constante, levando aos mais diversos arranjos institucionais. Seguindo as imposições da competição econômica internacional, a universidade deve ser empreendedora, as empresas cada vez mais pautadas pela inovação tecnológica como garantia da competitividade, e o governo deve ser participativo, com metas claras e bem definidas, visando à interação dos agentes para o desenvolvimento econômico. FONTES: CARDOSO, H. Hélice tripla: parceria empresa, governo e universidade pela inovação. Disponível em: <http://www.facadiferente.sebrae.com.br/2011/10/10/helice-tripla-parceria- entre-empresa-governo-e-universidade-pela-inovacao>. CUNHA, S. NEVES, P. Aprendizagem Tecnológica e a Teoria da Hélic Tripla. Disponível em <http://www.revistarai.org/rai/article/view/195/124>. MARQUES, J.P. A dinâmica da universidade moderna: a hélice tripla de relações universidade-indústria-governo e o empreendedorismo acadêmico. Disponível em: <http://www.iscac.pt/files/docentes/85.pdf>. HÉLICE SOCIAL A hélice social está relacionada com o empreendedorismo social, que é um negócio lucrativo e que, ao mesmo tempo, traz desenvolvimento para a sociedade. Empresas sociais utilizam mecanismos de mercado para, por meio de sua atividade principal, buscar soluções de problemas sociais. O termo foi criado por Bill Drayton ao perceber a existência de indivíduos que combinam pragmatismo, compromisso com resultados e visão de futuro para realziar profundas transformações sociais. O empreendedor social aponta tendências e traz soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais, seja por enxergar um problema que ainda não é reconhecido pela sociedade e/ou por vê-lo por meio de uma perspectiva diferenciada. Por meio de sua atuação, acelera o processo de mudanças e inspira outros atores a se engajarem em torno de uma causa comum. Negócios sociais integram a lógica dos diferentes setores setores econômicos e oferecem produtos e serviços de qualidade à população excluída do mercado tradicional, ajudando a combater a pobreza e diminuir a desigualdade. Inclusão digital, geração de renda e qualidade de vida são os objetivos principais dos negócios sociais, que também são economicamente rentáveis. Tiveram início com Muhhamad Yumus, Nobel da Paz de 2006, que pretende acabar com a pobreza através de um banco em Bangladesh, o Grammen Bank, que oferece ativamente microcrédito para milhões de famílias. Em 1976, constatou as dificuldades de pessoas carentes em obter empréstimos devido ao fato de não poderem dar garantias aos bancos. Criou então o Grammen Bank, que empresta dinheiro para, principalmente, mulheres, baseando-se na premissa de que os pobres têm habilidades profissionais não utilizadas ou subutilizadas. Yunus acredita que a pobreza não é criada pelos pobres, é criada pelas instituições e políticas que o cercam. O Grammen Bank criou uma metodologia e uma instituição para atender às necessidades financeiras dos pobres e criou condições razoáveis de acesso a crédito, capacitando os pobres a desenvolverem suas habilidades profissionais para obter uma renda maior a cada ciclo de empréstimos. O microcrédito é a concessão de empréstimos de pequeno valor a microempreendedores formais e informais, normalmente semacesso ao sistema financeiro tradicional, mas que querem desenvolver uma atividade econômica por conta própria. Os pressupostos de um crédito para ser considerado um microcrédito são: • Seus destinatários são os mais desfavorecidos • A iniciativa de investimento pode vir a se tornar uma atividade sustentável • Crédito de confiança depositado nos empreendedores O processo de incubação é um dos mecanismos mais eficazes para lançar e desenvolver novos empreendimentos. A incubadora de empresas estimula o empreendedorismo na medida em que fortalece as empresas em seus primeiros anos de existência e as prepara para sobreviver no mercado. Normalmente atreladas a alguma instituição de ensino, oferecem uma série de facilidades, como: • Espaço físico • Assessoria para gestão técnica e empresarial • Infraestrutura e serviços compartilhados • Acesso a mecanismos de financiamento • Possibilidade de ampliar mercados e networking • Processo de acompanhamento, avaliação e orientação Para participar de uma incubadora, é preciso que o negócio tenha viabilidade econômica e técnica e devolvam um produto, serviço ou processo com diferencial competitivo, inovador e que se destaque das soluções existentes no mercado. FONTES: ANDC. O que é um microcrédito? Disponível em: < http://www.microcredito.com.pt/#conteudos/oQueMicro.htm>. ASHOKA. Empreendedorismo Social. Disponível em: < http://www.ashoka.org.br/visao/empreendedorismosocial/>. BNDES. Programa BNDES de Microcrédito. Disponível em: < http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financ eiro/Programas_e_Fundos/Microcredito/>. GOVERNO FEDERAL. Empreendedorismo Social. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/empreendedor/profissionalizacao/empreendedorismo- social>. GOVERNO FEDERAL. Incubadoras. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/empreendedor/primeiros-passos>. WIKIPÉDIA. Muhhamad Yunus. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Muhammad_Yunus/>. HÉLICE DAS IDEIAS A hélice das ideias está relacionada com a geração de novos projetos, seja a partir de problemas do país, da sociedade ou da comunidade, que são as oportunidades típicas de países mais pobres. Novos projetos advindos de pesquisas ocorrem mais em países desenvolvidos, quais seus principais problemas estruturais de governo já foram resolvidos. Engelmann defende que, em ambiente de inovação tecnológica, deve-se introduzir uma quarta hélice a hélice tripla de Etzkowitz. A quarta hélice estaria voltada pela segurança dos direitos humanos, sustentando eticamente a movimentação das outras três hélices, assegurando a necessária integração da inovação com a preocupação com o ser humano e o meio ambiente. Problemas sociais são, por natureza, complexos, pelo que necessitam de respostas inovadoras. A inovação social não resolve todos os problemas da sociedade, surge apenas porque deve surgir e não pela situação em que vivemos. A Lei de Inovação define inovação como a “introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social (empresa ou mercado) que resulte em novos produtos, processos ou serviços.” Departamentos ou áreas de P&D&I normalmente possuem o objetivo de alcançar resultados voltados para a inovação tecnológica. Atividades de inovação tecnológica são o conjunto de etapas científicas, tecnológicas, organizativas, financeiras e comerciais, incluindo os investimentos em novos conhecimentos, que levam ou tentam levar à implementação de produtos e de processos novos ou melhorados. O critério básico que permite distinguir a P&D de atividades afins é a existência no seio da P&D de um elemneto apreciável de novidade e a resolução de uma incerteza científica e/ou tecnológica; ou sej, a P&D aparece quando a resolução de um problema não é evidente para alguém que tenha o conjunto básico de conhecimentos da área e conheça as técnicas habitualmente utilizadas nesse setor. A novidade, a resolução de uma incerteza na ciênia e tencologia (C&T), e destinação do resultado para atividades empresariais, são os elementos-chave do conceito de P&D&I. É um processo que pode envolver: • pesquisa básica (científica): consiste em trabalhos experimentais ou teóricos iniciados principalmente para obter novos conhecimentos sobre os fundamentos dos fenômenos e fatos observáveis, sem ter em vista qualquer aplicação ou utilização particular; • pesquisa aplicada (tecnológica): consiste em trabalhos originais realizados para adquirir novos conhecimentos, dirigida fundamentalmente para um objetivo prático específico; • desenvolvimento experimental: consiste em trabalhaos sistemáticos baseados nos conhecimentos existentes obtidos pela pesquisa e/ou pela experiência prática, e dirige-se à produção de novos materiais, produtos ou dispositivos, à instalação de novos processos, sistemas e serviços, ou à melhoria substancial dos já existentes. Visionário é aquele que consegue ver para além do momento presente, consegue prever uma necessidade que outros dificilmente vislumbram. São pessoas com ambição e que acreditam que podem mudar o mundo. Steve Jobs, Mark Zuckerberg, Thomas Watson, Henry Ford. Akio Morita, Barão de Mauá, Matarazzo. FONTES: CARVALHO, N. O Visionário. Disponível em: < http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/nuno_carvalho/detalhe/o_visi onario.html>. CIS PORTO. Fórum Center for Social Innovation. Disponível em < http://cisporto.pt/p/iniciativas/2>. FORTEC. Manual Básico de Acordos de Parceria de PD&I. Disponível em: < http://www.fortec-br.org/MANUAL%20BASICO%20ACORDOS.pdf>. VALE DA MORTE O chamado Vale da Morte é o árduo período entre a prova de conceito e o início da produção em maior escala ou vendas significativas, é a dificuldade que os projetos científicos têm em chegar às empresas. O termo surgiu para descrever o período de transição a partir do momento que uma tecnologia em desenvolvimento é considerada promissora, mas muito nova para validar seu potencial comercial, até o momento que possa atrair o capital necessário para seu desenvolvimento continuado. A presença de tais assimetrias de informações significa que o valor tecnológico inerente não leva inevitavelmente à comercialização. A superação dessas lacunas de informações entre o pequeno empreendedor e um financiador potencial é o que faz ultrapassar o vale da morte e ainda encoraja a cooperação no ecossistema de inovação. O Vale da Morte seria o local onde jazem muitos projetos científicos com mérito e que poderiam dar origem a novas empresas ou produtos. Constitui uma espécie de limbo ou purgatório, formado por bibliotecas, computadores e outros “armazéns” de investigação. O “vale da morte das tecnologias das inovações” é a fase de introduzir novas tecnologias em escala comercial, que depende fundamentalmente da indústria. O maior problema é que, no Brasil, somente os empresários se responsabilizam por esses custos (sem participação do governo), ou seja, há uma aversão ao risco que, ou impede o empreendedor a dar esse “salto” ou que, se o processo der errado, a empresa fecha. Saindo da antiga classificação do empreendedor por necessidade e de oportunidade, é fato que o mercado ou o ambiente de negócios brasileiro trabalha contra os empreendedores, aumentando o tempo apra desenvolvimento e crescimento de startups. Uma das grandes barreiras no Brasil é a falta de planejamento da ação empreendedora. FONTES: BAPTISTA, A. O Vale da Morte do empreendedorismo português. Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38770&op=all>. COUTO, F. O Vale da Morte das startups brasileiras é ainda maior. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/empreender- pme/conteudo.phtml?id=1381445&tit=O-Vale-da-Morte-das-startups-brasileiras- e-ainda-maior>. SENADO. Indústria, governo e os riscos para investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/inovacao/orcamento-publico-ciencia-tecnologia-e-inovacao-investimento-bilhoes-governo-do- brasil/industria-governo-e-os-riscos-para-investimentos-em-ciencia-tecnologia-e- inovacao-o-plano-brasil-maior.aspx>. WESSNER, C. Colaboração Público-Privada – Inovação das Pequenas Empresas. Disponível em: <http://www.embaixada- americana.org.br/HTML/ijse1109p/wessner.htm>.
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