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Trabalho FINAL - Grupo A

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
DISCIPLINA: QUALIDADE DA ÁGUA I
PROFESSOR: WILLIAM GERSON MATIAS
 
 
ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA 
DO 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO TECNOLÓGICO 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL
DISCIPLINA: QUALIDADE DA ÁGUA I 
PROFESSOR: WILLIAM GERSON MATIAS 
 
 
 
ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA 
DO CÓRREGO DA UFSC 
 
 
 
 
Ademir Diego Degering 
Alessandra Schwertner Hoffmann 
Alexia Cristina Ruediger 
Alice Bianchi Trentini 
Ana Bárbara Zanella 
 
 
 
 
Florianópolis, novembro de 2012. 
1 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA 
 
2 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO TECNOLÓGICO 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL 
DISCIPLINA: QUALIDADE DA ÁGUA I 
PROFESSOR: WILLIAM GERSON MATIAS 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DE QUALIDADE DA ÁGUA DO CÓRREGO 
DA UFSC 
Trabalho feito por alunos do curso de 
Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC para 
a disciplina de Qualidade da Água I, ministrada 
pelo professor Prof. Dr. William Gerson Matias. 
 
 
 
Ademir Diego Degering 
Alessandra Schwertner Hoffmann 
Alexia Cristina Ruediger 
Alice Bianchi Trentini 
Ana Bárbara Zanella 
 
 
 
 
Florianópolis, dezembro de 2012 
 
3 
LISTA DE TABELAS 
1. CLASSE ESPECIAL ....................................................................................................... 20 
2. CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES ........................................................................ 21 
3. PADRÃO MICROBIOLÓGICO DE POTABILIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO ..... 23 
4. ANÁLISES: pH, TURBIDEZ, COR, CONDUTIVIDADE, FERRO .............................................. 31 
5. ANÁLISES: ACIDEZ, ALCALINIDADE, DUREZA, CLORETOS ............................................... 31 
6. ANÁLISES: COLIFORMES ................................................................................................. 31 
7. ANÁLISES: SÓLIDOS ........................................................................................................ 32 
8. RESULTADOS: pH, TURBIDEZ, COR, CONDUTIVIDADE, FERRO ........................................ 32 
9. RESULTADOS: ACIDEZ, ALCALINIDADE, DUREZA, CLORETOS ......................................... 32 
10. RESULTADOS: COLIFORMES ......................................................................................... 33 
11. RESULTADOS: SÓLIDOS ................................................................................................ 33 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ......................................................... 6 
1.2 PROBLEMÁTICA ................................................................................................. 7 
2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 8 
2.1 OBJETIVOS GERAIS ........................................................................................... 8 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 8 
3 GEOGRAFIA E CLIMA ............................................................................................ 9 
3.1 MORFOLOGIA ..................................................................................................... 9 
3.1.1 GEOLOGIA ....................................................................................................... 9 
3.1.2 VEGETAÇÃO .................................................................................................... 9 
3.1.2 GEOMORFOLOGIA ........................................................................................ 10 
3.2 CLIMA ................................................................................................................ 11 
3.3 ÁGUAS ............................................................................................................... 11 
4 PARÂMETROS ..................................................................................................... 12 
4.1 PH ...................................................................................................................... 12 
4.2 ALCALINIDADE ................................................................................................. 13 
4.3 ACIDEZ .............................................................................................................. 13 
4.4 CONDUTIVIDADE .............................................................................................. 14 
4.5 COR ................................................................................................................... 14 
4.6 TURBIDEZ ......................................................................................................... 15 
 
4 
4.7 CLORETO .......................................................................................................... 15 
4.8 DUREZA ............................................................................................................ 16 
4.9 FERRO ............................................................................................................... 16 
4.10 SOLIDOS ......................................................................................................... 16 
4.10.1 SOLIDOS TOTAIS (ST) ................................................................................ 18 
4.10.2 SOLIDOS TOTAIS FIXOS (STF) ................................................................... 18 
4.10.3 SÓLIDOS TOTAIS VOLATEIS (STV) ............................................................ 16 
4.11 COLIFORMES.................................................................................................. 17 
4.11.1 COLIFORMES TOTAIS ................................................................................. 17 
4.11.2 COLIFORMES FECAIS ................................................................................. 17 
5. LEGISLAÇÃO ...................................................................................................... 19 
5.1 POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS ....................................... 19 
5.1.1 DOS FUNDAMENTOS .................................................................................... 19 
5.1.2 DOS OBJETIVOS ........................................................................................... 20 
5.1.3 DAS DIRETRIZES ........................................................................................... 20 
5.1.4 DOS INSTRUMENTOS ................................................................................... 21 
5.1.5 DA AÇÃO DO PODER PÚBLICO ................................................................... 22 
5.2 PORTARIA Nº. 518/2004 - MINISTÉRIO DA SAÚDE ........................................ 23 
6 METODOLOGIA.................................................................................................... 24 
6.1 PH ...................................................................................................................... 24 
6.2 ALCALINIDADE ................................................................................................. 24 
6.3 ACIDEZ .............................................................................................................. 25 
6.4 CONDUTIVIDADE .............................................................................................. 14 
6.5 COR ................................................................................................................... 26 
6.6 TURBIDEZ ......................................................................................................... 26 
6.7 CLORETO .......................................................................................................... 15 
6.8 DUREZA ............................................................................................................27 
6.9 FERRO ............................................................................................................... 16 
6.10 SOLIDOS ......................................................................................................... 28 
6.10.1 SOLIDOS TOTAIS (ST) ................................................................................ 29 
6.10.2 SOLIDOS TOTAIS VOLATEIS (STV) ............................................................ 29 
6.10.3 SÓLIDOS TOTAIS FIXOS (STF) ................................................................... 29 
6.11 COLIFORMES.................................................................................................. 30 
7. ANÁLISES ............................................................................................................ 31 
 
5 
8. RESULTADOS CALCULADOS ............................................................................ 19 
9 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 34 
9.1 PH ...................................................................................................................... 34 
9.2 ALCALINIDADE ................................................................................................. 35 
9.3 ACIDEZ .............................................................................................................. 35 
9.4 CONDUTIVIDADE .............................................................................................. 36 
9.5 COR ................................................................................................................... 36 
9.6 TURBIDEZ ......................................................................................................... 36 
9.7 CLORETO .......................................................................................................... 37 
9.8 DUREZA ............................................................................................................ 37 
9.9 FERRO ............................................................................................................... 38 
9.10 SOLIDOS ......................................................................................................... 38 
9.11 COLIFORMES.................................................................................................. 39 
9.11.1 COLIFORMES TOTAIS ................................................................................. 39 
9.11.2 COLIFORMES FECAIS ................................................................................. 39 
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
1 INTRODUÇÃO 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA 
 A urbanização é uma característica do desenvolvimento econômico desde a 
Revolução Industrial. Países em desenvolvimento, como o Brasil, cresceram de 
forma desordenada ao redor dos centros urbanos, onde a oferta de empregos e a 
promessa de qualidade de vida era farta. Tal ocupação sem planejamento tornou-se 
responsável por alterações nas dinâmicas de clima, fauna e flora das regiões 
ocupadas, além de um aumento na exploração dos recursos naturais disponíveis. 
 Além dessas alterações, coube aos “migrantes” adaptarem-se ao aumento na 
produção de lixo e de efluentes. Esta adaptação, porém, também ocorreu de forma 
não planejada, e seus reflexos podem ser vistos ainda hoje, na precariedade das 
redes de coleta e tratamento de esgoto dos centros urbanos. A falta de 
infraestrutura e/ou de um sistema eficiente resulta no despejo ilegal de efluentes nos 
cursos d’água mais próximos, ocasionando situações de risco à saúde pública, por 
exemplo. 
 Em Florianópolis, é possível identificar claramente as tendências observadas 
em todo o país e no mundo. O processo de urbanização na cidade se intensificou a 
partir do século XX, quando a construção civil se desenvolveu. Também nessa 
época foram construídos e instalados os sistemas de abastecimento de água e 
esgoto, além da primeira usina hidrelétrica da cidade. Além disso, dois aspectos 
foram determinantes para o real crescimento populacional da ilha: a construção da 
Avenida Beira Mar Norte e a fundação da Universidade Federal de Santa Catarina, 
na década de 1960. 
 O processo de urbanização da Bacia do Itacorubi, onde hoje se localiza a 
Universidade Federal de Santa Catarina, teve forte influência da instalação da 
mesma no campus Trindade, em 1990. Com a vinda desta e de outras instituições 
para a região, ocorreu um aumento no número de habitantes, que buscavam a 
proximidade ao trabalho e ao local de estudo e compras. 
 A urbanização acima citada resulta, hoje, em grande risco ambiental ao 
manguezal, às encostas e aos cursos d’água que compõe a Bacia do Itacorubi. 
 
7 
Entre os afluentes da Bacia, será estudado o Córrego do Meio, que reflete 
claramente as influências antrópicas resultantes de anos de ocupação e má gestão. 
 Atualmente, a região do Córrego, ao redor da qual se instalou a Universidade 
Federal de Santa Catarina, também abriga outras instituições, comércios, serviços e 
uma população que cresce anualmente, refletindo o crescimento da cidade de 
Florianópolis como um todo. 
 É com base neste contexto que se justifica este trabalho. Como engenheiros 
sanitaristas e ambientais, os membros deste grupo crêem que é papel do 
profissional da área analisar de forma crítica os aspectos de influência dos corpos 
hídricos, por exemplo. Objetivando uma gestão sustentável dos recursos hoje 
disponíveis, é possível promover o desenvolvimento econômico em consonância 
com a preservação e o equilíbrio do ambiente em que o mesmo está inserido. 
1.2 PROBLEMÁTICA 
Nos dias atuais a alteração no meio ambiente está causando as mudanças 
climáticas. O homem contribui para isso com o desmatamento, ocupação 
desordenada, falta de saneamento básico entre outros. Exemplos destas alterações 
são a lixiviação do solo que está desprotegido pelo desmatamento da mata ciliar e a 
poluição de bacias hidrográficas pelo despejo de efluentes domésticos e industriais. 
Neste trabalho será estudado o Córrego da Universidade Federal de Santa 
Catarina, o qual faz parte da bacia hidrográfica do Itacurubi. Essa se situa na Ilha de 
Santa Catarina, uma área densamente povoada e com muitas áreas de ocupação 
inapropriadas 
Esta grande urbanização tem causado uma série de problemas ao córrego e 
seu entorno. Alguns problemas são 
• O empobrecimento do solo devido à falta de vegetação, causando 
erosão; 
• A ausência de mata ciliar, causando assoreamento; 
• A pavimentação tanto do entorno quanto do próprio canal, que causa 
enxurradas; 
• Despejo inadequado de resíduos, descartados de qualquer maneira 
no próprio córrego ou próximos. 
 
8 
Todos estes fatores influenciam na qualidade da água. O desafio de 
descobrir o quanto esta urbanização realmente está afetando a qualidade da água 
cabe às análises de amostras. Elas serão coletadas ao longo do curso do Córrego, 
para entendermos como os problemas citados estão se desenvolvendo ao longo do 
curso de água. 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 OBJETIVOS GERAIS 
O trabalho visa avaliar a qualidade da água do córrego que passa nas 
dependências da Universidade Federal de Santa Catarina. Além disso, objetiva-se 
identificar os pontos, ao longo do córrego, onde a qualidade da água varia 
bruscamente, a fim de apontar os principais focos de contaminação. 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Coletar água do córrego em diferentes alturas do mesmo. Analisar os 
aspectos físico-químicos e biológicos com base nos parâmetros estabelecidos: pH, 
acidez, alcalinidade, dureza, coliformes fecais, coliformes fecais, condutividade, cor, 
turbidez, sólidos voláteis, sólidos totais, sólidos totais fixos, cloretos e ferro. Esses 
critérios determinarão a quantidade de impurezas na água, que, se passarem do 
valor máximo permitido para um rio de Classe Especial, comofoi estabelecido para 
o córrego, acusará a contaminação. 
Como a água será coletada em diferentes pontos do córrego, será possível 
analisar a variação do resultado das análises dos parâmetros para cada coleta. 
Desse modo, é possível saber quais tipos de poluentes contaminaram o córrego e 
em qual segmento – entre os pontos de coleta – foram despejados. 
 
 
 
9 
3 ASPECTOS FÍSICOS 
3.1 MORFOLOGIA 
3.1.1 Geologia 
A constituição da Ilha de Santa Catarina tem dois tipos de formação 
geológica: terrenos cristalinos e terrenos sedimentares de formação recente. Os 
terrenos cristalinos formam as partes mais elevadas da Ilha, destacando-se a cadeia 
central na direção norte/sul e os pontos rochosos que se sobressaem na periferia. 
Os terrenos sedimentares constituem as partes baixas, onde há a formação de 
dunas, restingas e manguezais (CARUSO, 1990). 
A Ilha de Santa Catarina situa-se entre as Latitudes 27022’S - 27050’S e 
abriga Florianópolis, a capital do Estado. De um modo geral, a Ilha forma um grande 
maciço costeiro que se alonga numa dorsal central, acompanhando a costa 
continental, com dimensões aproximadas de 54 km de comprimento por 18 km de 
largura. Sua área territorial abrange 424,40 km2, dos quais aproximadamente 29 
km2 são de rios e lagoas. 
Florianópolis se distingue de outras cidades brasileiras por vários motivos: 
característica insular, relevo acidentado e diversidade de ecossistemas. O 
aprofundamento de conhecimentos sobre o meio físico (geologia, relevo, etc.), 
torna-se então necessário para o planejamento de uma ocupação inteligente do 
espaço geográfico. Somente através destes conhecimentos básicos é que se 
poderá direcionar acertadamente o crescimento da cidade, integrando-a ao meio 
ambiente que a cerca, tirando proveito dos atributos naturais existentes e 
contribuindo para sua preservação. 
3.1.2 Vegetação 
A cobertura vegetal da Bacia do Itacorubi é formada predominantemente por 
vegetação secundária, que corresponde a uma área de 15 km², mas ainda existem 
remanescentes da floresta ombrófila densa, encontrados em áreas mais elevadas 
 
10 
na parte nordeste da bacia. Há também a presença de vegetação litorânea, onde 
está incluída a vegetação de manguezais. 
O município de Florianópolis possui apenas 2,96% de sua força produtiva 
no setor primário, devido ao seu foco ser turístico e de especulação imobiliária. Isso 
reduz o espaço para agropecuária que em 1985 ocupava 26% da área do município. 
É importante ressaltar ainda que a maior parte desta força de trabalho (do 
setor primário) está alocada na pesca. Portanto, o flagrante declínio da agricultura e 
da pecuária na Ilha, representa o abandono generalizado das terras para este fim, o 
que proporcionou a regeneração espontânea da vegetação que se encontra hoje em 
diferentes estágios. Frente a esta realidade, é possível mesmo afirmar que a Ilha 
possui hoje mais floresta "em pé" do que no período em que a agropecuária estava 
no seu auge. Entretanto, sabemos que esta atual "floresta em pé" está longe de ser 
a mesma, em termos de diversidade e estrutura, que a encontrada pelos primeiros 
colonizadores. 
3.1.3 Geomorfologia 
A Bacia Hidrográfica do Rio Itacorubi originalmente fazia parte de uma ilha 
isolada, que constituía parte de um conjunto de rochas cristalinas, hoje 
representadas pelos morros. Após longos anos passando por diversas mudanças e 
sofrendo interferências climáticas esse conjunto se transformou na Ilha de Santa 
Catarina, constituindo a parte insular do Município de Florianópolis. 
Essa bacia é formada por duas unidades geomorfológicas: o complexo 
cristalino e os depósitos sedimentares. O primeiro serve de apoio às áreas 
sedimentares que descrevem o atual contorno da Bacia, e faz parte da Unidade 
Geomorfológica Planícies Costeiras, representado principalmente por granitos e 
granodioritos. Já na planície sedimentar verifica-se a atuação de processos erosivos 
e deposicionais sob várias condições distintas de ambiente, onde o rio e o 
manguezal aí existente constituem a Unidade Geomorfológica Planície Costeira. 
 
 
 
 
11 
3.2 CLIMA 
O clima de Florianópolis é definido, segundo NIMER, como Tropical 
Temparado subseqüente, super úmido, apresentando verão quente e inverno 
ameno. Não há grande oscilação térmica, e a presença de superfícies líquidas 
intensas é causa de ativo processo de evaporação. Quanto ás chuvas, em 
Florianópolis o índice de precipitação anual é de 1600 mm no norte da ilha e 1400 
ao sul, devido a isso esse clima possui uma umidade relativa anual de 85%. A 
temperatura média anual situa-se em torno de 20°C junto à orla marítima e 22°C 
mais no interior da ilha. E, a temperatura média mensal é de 24°C em janeiro e 16°C 
em julho. 
3.3 ÁGUAS 
A bacia do Itacorubi tem início no Parque Municipal do Maciço da Costeira, 
próximo ao Morro da Lagoa. O rio Itacorubi é o principal curso d’água desta bacia e 
nasce do encontro do rio Sertão e Três córregos. Esta bacia enfrenta graves 
problemas ambientais. Seus mangues estão comprometidos em decorrência dos 
impactos sofridos pela urbanização mal implantada e por deficiências de 
saneamento básico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
4 PARÂMETROS 
4.1 pH 
A água é considerada um eletrólito fraco; portanto, sempre conduz corrente 
elétrica em algum grau. Por isso, ioniza-se e os seus íons influenciam sobre as 
reações que ocorrem no meio. Assim, a molécula de água pode doar ou receber 
prótons e doar ou receber elétrons, caracterizando-se como ácido ou base, 
dependendo da situação. 
 As propriedades ácidas de uma solução aumentam ao elevar a 
concentração de íons hidrônio - [ H30+ ], assim, esse íon é uma medida da acidez 
ionizada das soluções. Entretanto, as concentrações do íon hidrônio podem ser 
muito pequenas. Para expressá-las de forma mais compreensível, criou-se uma 
escala logarítmica, o pH. Usa-se de um recurso matemático para se idealizar o 
conceito do parâmetro: 
�� = −����	 [�
�] 
 Assim, pH refere-se a uma ideia de concentração de hidrônio através de 
um valor numérico que é inversamente proporcional à concentração de íons H+. No 
caso, o H+ não tem existência própria, mas é capturado por uma molécula de água, 
resultando no hidrônio. 
Na água também há hidroxilas (OH⁻ ), que são responsáveis pela 
alcalinidade ionizada das soluções. A partir da medida do grau de ionização de uma 
solução, tem-se as concentrações dos íons [ H3O+ ] e [ OH- ] em tais soluções: 
��� =
[��][���]
[���]
 
Como a concentração da água numa solução aquosa é constante: a 25ºC é 
igual a 55,5 M, 
��� =
[��][���]
55,5�
→ �55,5����� = [�
�][���] → �� = [�
�][���] 
onde �� é o produto iônico da água. O valor de ��� também é conhecido 
como 1,8×10-16M, resultando em [��][���] = 1,0×10-14M. Assim, de acordo com a 
definição de pH, seu valor máximo pode ser 14 (não há concentração de hidrônio) 
ou 0 (há concentração máxima de hidrônio e não há concentração da hidroxila). 
 
13 
Quando [H+]=[OH-], a concentração de cada uma destas espécies é 
1,0×10-7M, a 25ºC. Nestas condições diz-se que a solução encontra-se a pH neutro. 
A medida do pH é um dos testes mais importantes para a caracterização 
físico-química da água e é utilizado praticamente em todas as fases do tratamento 
de água e/ou efluentes. O pH pode ser determinado de várias formas: utilizando-se 
indicadores e papéis indicadores, colorimetricamente ou potencialmente, sendo este 
último o mais utilizado. 
4.2 ALCALINIDADE 
 A alcalinidade é a medida de capacidade das águas em neutralizar 
ácidos a partir da captação e prótons. Essa capacidade geralmente é devida a 
presença de sais de ácidos fracos, como os bicarbonatos, carbonatos, boratos, 
silicatos, fosfatos e os humatos; e álcalis cáusticos livres. A alcalinidade é uma 
propriedade global da água, e só pode ser interpretada em termos de substâncias 
específicas conhecendo-se a composição da amostra. Por isso, costuma-se 
desprezar a contribuição dos outros sais à alcalinidadee considerá-la somente 
como devida a presença de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos, uma vez que 
estes são os principais responsáveis por essa característica da água. 
 Para a Engenharia Sanitária e Ambiental, a alcalinidade permite 
calcular a quantidade de reagente coagulante durante o processo de tratamento da 
água, as quantidades de cal e de carbonato necessárias ao abrandamento das 
águas, tem papel importante no controle da corrosão, no tratamento biológico de 
esgotos e na avaliação da capacidade tamponante dos esgotos domésticos, dos 
resíduos industriais e do logo dos digestores. 
4.3 ACIDEZ 
Acidez é a capacidade das águas de neutralizar bases e evitar grandes 
alterações no pH. Esta capacidade é devida a ácidos como H2CO3 e ácidos fortes. 
A acidez carbônica (pH > 4,5) é a acidez causada pelo CO2 , oriundo da absorção 
superficial da atmosfera e oxidação biológica da matéria orgânica, enquanto a 
acidez mineral é causada pelos ácidos minerais fortes oriundos de resíduos 
 
14 
industriais ou da lixiviação do solo em áreas de mineração, quando o pH for inferior 
a 4,5. 
O controle da acidez é utilizado para ajustar o pH em processos biológicos 
de tratamento de esgoto e evitar a corrosividade. Para a potabilidade da água, a 
acidez carbônica é importante para os processos de gaseificação e a acidez mineral 
é desagradável ao paladar. 
4.4 CONDUTIVIDADE 
A condutividade é a expressão numérica da capacidade de um sistema 
aquoso conduzir corrente elétrica. Depende das concentrações iônicas, da 
temperatura, varia com a mobilidade e com a valência dos íons. Indica a qualidade 
da água pois tem relação com o teor de sólidos dissolvidos e salinidade. Portanto, 
representa uma medida indireta da concentração de poluentes. Em geral, níveis 
superiores a 100 S/cm indicam ambientes impactados. 
4.5 COR 
A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de 
intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção de 
parte da radiação eletromagnética), devido à presença de sólidos dissolvidos, 
principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico. 
Dentre os colóides orgânicos, podem ser mencionados os ácidos húmico e 
fúlvico, substâncias naturais resultantes da decomposição parcial de compostos 
orgânicos presentes em folhas, dentre outros substratos. Também os esgotos 
domésticos se caracterizam por apresentarem predominantemente matéria orgânica 
em estado coloidal, além de diversos efluentes industriais, que contêm taninos 
(efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas (efluentes de indústrias têxteis, 
indústrias de pigmentos etc.), lignina e celulose (efluentes de indústrias de celulose 
e papel, da madeira etc.). Há também compostos inorgânicos capazes de causar 
cor na água. Os principais são os óxidos de ferro e manganês, que são abundantes 
em diversos tipos de solo. Alguns outros metais presentes em efluentes industriais 
 
15 
conferem-lhes cor, mas, em geral, íons dissolvidos pouco ou quase nada interferem 
na passagem da luz. O problema maior de cor na água é, em geral, o estético, já 
que causa um efeito repulsivo na população. É importante ressaltar que a coloração, 
realizada na rede de monitoramento, consiste basicamente na observação visual do 
técnico de coleta no instante da amostragem. Podemos caracterizar a cor em dois 
tipos: cor aparente e cor verdadeira. Na primeira, aparente, ela tem influencia direta 
da turbidez e na segunda não, sendo apenas materiais dissolvidos. 
4.6 TURBIDEZ 
A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de intensidade 
que um feixe de luz sofre ao atravessá-la (esta redução dá-se por absorção e 
espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez nas águas são 
maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à presença de sólidos 
em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e detritos 
orgânicos, tais como algas e bactérias, plâncton em geral etc. A erosão das 
margens dos rios em estações chuvosas, que é intensificada pelo mau uso do solo, 
é um exemplo de fenômeno que resulta em aumento da turbidez das águas e que 
exige manobras operacionais, tais como alterações nas dosagens de coagulantes e 
auxiliares, nas Estações de Tratamento de Águas. Este exemplo mostra também o 
caráter sistêmico da poluição, ocorrendo inter-relações ou transferência de 
problemas de um ambiente (água, ar ou solo) para outro. 
4.7 CLORETO 
O conhecimento da taxa de cloreto nas águas tem por finalidade obter 
informações sobre seu grau de mineralização ou indícios de poluição. O cloro, na 
forma de íon cloreto, é um dos principais ânions inorgânicos em águas naturais e 
residuárias, e pode ser originário do desequilíbrio hidrostático, da dissolução de 
minerais, de águas utilizadas para irrigação, e, principalmente, do despejo de 
esgotos domésticos e industriais. 
Segundo o ministério da saúde, em sua portaria 36/6M de 19/01/90, o teor 
máximo de cloreto permitido, em águas de abastecimento, é de 250 mg Cl-¹/L. 
 
16 
Águas com alta concentração desse íon apresentam sabor salgado, e para a saúde 
humana ele não é prejudicial, porém não é recomendado que se use para a 
irrigação. 
4.8 DUREZA 
A dureza de uma água remete à capacidade que ela tem de precipitar 
sabão, ou seja, de resistir à formação de espuma conforme o grau de sua dureza. É 
causada pela presença de íons cálcio e magnésio, principalmente, além de outros 
cátions como ferro, manganês, estrôncio, zinco, alumínio, associados a ânions 
carbonato e sulfato. 
A principal fonte da dureza nas águas é devido à dissolução da rocha 
calcária pelo gás carbônico da água, isso acontece devido a passagem da água 
pelo solo. Portanto, as águas subterrâneas são mais facilmente encontradas com 
dureza elevada do que águas superficiais. Além disso, águas com uma uma alta 
taxa de dureza são impróprias para a alimentação e para a lavagem de roupas. 
4.9 FERRO 
O ferro pode ter sua origem devido à dissolução de compostos ferrosos em 
solos arenosos, terrenos de aluvião ou pântanos, ou até devido à presença de 
despejos industriais. Encontra-se na forma insolúvel de óxido férrico (Fe+2) e 
carbono ferroso (Fe+3). 
E uma determinada amostra o ferro torna-se notável quando há o contato 
com uma grande quantidade de O2, que irá oxidar os íons de ferro, e então a água 
adquire uma cor marrom. Além disso, o ferro pode ainda alterar o paladar da água. 
4.10 SÓLIDOS 
Na água existem três classificações de impurezas: características físicas, 
químicas e biológicas. Os sólidos são substâncias orgânicas e inorgânicas 
dissolvidas e em suspensão, um tipo de impureza física. É toda matéria que 
permanece como resíduo após evaporação, calcinação ou secagem da amostra. 
 
17 
Quantidades elevadas de sólido na água revelam a contaminação da 
mesma. Os sólidos são provenientes de efluentes domésticos e industriais e da 
erosão do solo. 
4.10.1 Sólidos Totais (ST) 
Resíduo que resta na cápsula após parcial evaporação da água em banho-
maria e posterior secagem em estufa em temperatura escolhida, geralmente em 
torno de 100˚C - geralmente 104˚C - até a massa permanecer constante. 
4.10.2 Sólidos Fixos 
 Parte dos sólidos totais, em suspensão ou dissolvidos, que resta após 
calcinação da amostra a aproximadamente 550˚C por uma hora. São sólidos 
inorgânicos, que devem ser tratados de acordo com a sua natureza. 
4.10.3 Sólidos Voláteis 
Parte dos sólidos totais, em suspensão ou dissolvidos, que se perde após 
calcinação da amostra a aproximadamente 550˚C por uma hora. É composto de 
sólidos orgânicos, facilmente tratado por ação biológica. 
 
 
 
 
 
 
18 
4.11 COLIFORMES 
4.11.1 Coliformes Totais 
Os coliformes totais são bactérias dos gêneros Enterobacter, Citrobacter e 
Klebsiella, que vivem no solo, na água e em vegetais. O índice de coliformes totais é 
utilizado para avaliar as condições higiênicas (DELAZARI, 1998), sendo que altas 
contagens significam contaminaçãopós-processamento, limpezas e sanificações 
deficientes, tratamentos térmicos ineficientes ou multiplicação durante o 
processamento ou estocagem (MATIAS, 2011). 
O procedimento é feito para fornecer a quantidade bacteriológica existente 
em 100ml de amostra usando para isso reagentes. 
Acrescente o reagente à amostra, devidamente misturado na cartela 
quadriculada, passe pela seladora e incube por 24 horas no caso de água doce ou 
18 horas se for água salgada a uma temperatura de 350 C. após contar o numero de 
positivos (amarelos) pequenos e grandes e utilizar a tabela NMP para o determinar 
o numero mais provável de coliformes totais em 100ml da amostra 
4.11.2 Coliformes Fecais 
Os coliformes podem fecais, não-fecais. Os fecais são um grupo de 
bactérias, Escherichia coli, originárias do trato intestinal humano e de outros animais 
de sangue quente. O índice de coliformes fecais empregado como indicador de 
contaminação fecal, ou seja, de condições higiênico-sanitárias deficientes levando-
se em conta que a população deste grupo é constituída de uma alta população de 
E. coli (Pardi et al., 1995), pode indicar outros patógenos internos (Siqueira, 1995). 
O procedimento para coliformes fecais é a sequencia de coliformes totais 
onde as cartelas utilizadas para contagem de coliformes totais e exposta a uma 
lâmpada de UV que indica o numero de coliformes fecais pela fluorescência das 
quadriculas que deverão ser contadas. 
 
 
 
19 
5. LEGISLAÇÃO 
 O presente trabalho considera as resoluções do CONAMA, embasadas na 
Política Nacional de Recursos Hídricos, para uso, classificação e condições e 
padrões de lançamento de efluentes em corpos de água. A água do córrego em 
estudo é classificada segundo a Resolução N.º 357/05, do CONAMA, como Classe 
Especial. 
O trabalho também considera a Portaria N.º 518, de 25 de março de 2004 do 
Ministério da Saúde, que estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos 
ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano. 
5.1 POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS 
Lei Federal n.º 9.433, de 08 de janeiro de 1997. 
5.1.1 Dos Fundamentos 
O artigo 1º da PNRH se refere aos fundamentos. 
 
• São eles que a água é um bem de domínio público e é um recurso 
natural limitado, dotado de valor econômico; 
• Em situações de escassez, o consumo humano e dessedentação de 
animais são as prioridades do uso da água; 
• A gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada, usada pelo 
poder público e privado para irrigação, transporte, manutenção da 
biota e consumo animal e humano: o uso múltiplo das águas; 
• A bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da 
PNRH e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos; 
 
 
 
20 
5.1.2 Dos Objetivos 
São objetivos da PNRH, assegurar a disponibilidade de água, em padrões 
de qualidade adequada a diferentes usos, à atual e às futuras gerações. Também 
de prevenir e defender os recursos naturais contra eventos hidrológicos críticos de 
origem natural ou decorrentes do uso inadequado dos recursos naturais. Além de 
integrar a utilização dos recursos hídricos com vistas ao desenvolvimento 
SUSTENTÁVEL. Esse último objetivo é uma das bases para a Resolução N.º 
357/05, do CONAMA, referente ao uso da água e suas alterações. 
 
Classe 1 – Águas Doces 
PARÂMETROS VALOR MÁXIMO 
Sólidos dissolvidos totais 500 mg/L 
Cloreto total 250 mg/L Cl 
Ferro dissolvido 0,3 mg/L Fe 
Sulfato total 250 mg/L SO₄ 
TABELA 1 – CLASSE ESPECIAL 
FONTE: CONAMA, Resolução N.º 357/05 
5.1.3 Das Diretrizes 
Para o alcance dos objetivos dados, o artigo 3º normaliza a importância da 
gestão integrada dos recursos hídricos, associando aspectos de quantidade e 
qualidade, inclusive na gestão ambiental. Também trás a articulação do 
planejamento de recursos hídricos com o dos setores públicos e privados. 
São diretrizes também: 
• A articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo; 
• A integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas 
estuarinos – ambiente aquático de transição entre um rio e o mar – e 
zonas costeiras; 
 
21 
• A adequação da gestão das águas às diversidades físicas, bióticas, 
demográficas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do 
País. 
5.1.4 Dos Instrumentos 
As diretrizes devem ser cumpridas através de alguns instrumentos. Um 
deles é o enquadramentos dos corpos de água em classes, segundo os usos 
preponderantes da água, que é feita pela Resolução N.º 396/08. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES 
I – Classe Especial Águas destinadas 
a) ao abastecimento doméstico sem prévia ou com 
simples desinfecção 
b) à preservação do equilíbrio natural das 
comunidades aquáticas 
II – Classe 1 Águas destinadas 
a) ao abastecimento doméstico após tratamento 
simplificado; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário (natação, esqui 
aquático e mergulho); 
d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas 
e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que 
ingeridas cruas sem remoção de película; 
e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de 
espécies destinadas à alimentação humana. 
III – Classe 2 Águas destinadas 
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento 
convencional; 
b) à proteção das comunidades aquáticas; 
c) à recreação de contato primário (esqui aquático, 
 
22 
natação e mergulho); 
d) à irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; 
e) à criação natural e/ou intensiva (aqüicultura) de 
espécies destinadas à alimentação humana; 
IV – Classe 3 Águas destinadas 
a) ao abastecimento doméstico, após tratamento 
convencional; 
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e 
forrageiras; 
c) à dessedentação de animais. 
V – Classe 4 Águas destinadas 
a) à navegação: 
b) à harmonia paisagística; 
c) aos usos menos exigentes 
TABELA 2 – CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS DOCES 
FONTE: www.uniagua.org.br/public_html/website/default.asp?tp=3&pag=classe.htm 
 
Outros instrumentos são Planos de Recursos Hídricos, outorga dos direitos 
de uso de recursos hídricos, cobrança pelo uso da água, compensação a municípios 
e o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. 
 
5.1.5 Da Ação do Poder Público 
O poder público deve tomar as providências necessárias à implementação e 
ao funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
Deve também outorgar os direitos, regulamentar e fiscalizar o uso das águas. Além 
de promover a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão ambiental. 
 
 
 
23 
5.2 PORTARIA Nº. 518/2004 - MINISTÉRIO DA SAÚDE 
Série E. Legislação da Saúde 
 
TABELA 3 – PADRÃO MICROBIOLÓGICO DE POTABILIDADE DA ÁGUA PARA CONSUMO 
HUMANO 
FONTE: Portaria 518/04 MS 
 
 
 
 
 
 
 
24 
6. METODOLOGIA 
6.1 pH 
O pH-metro é o instrumento utilizado para aferição do pH, através do 
método potenciométrico. Para determinação do pH, são necessários um béquer, o 
pH-metro e uma pissete com água destilada. É necessária a calibração do 
equipamento; calibra-se primeiramente com uma solução tampão pH 7, lava-se o 
eletrodo do aparelho com água destilada, calibra-se então com solução tampão pH 
4, realizando novamente a lavagem do eletrodo com água destilada. 
Com o instrumento calibrado e pronto para o uso, é possível medir o pH das 
amostras coletadas, lavando-se o eletrodo com água destilada após cada medida. 
6.2 ALCALINIDADE 
A alcalinidade à fenolftaleína ou alcalinidade à carbonato (decorrente da 
presença de OH- e CO3- 2) é determinada em amostras com pH superior à 8,3, 
indicado pela viragem do indicador fenolftaleína, rosa choque em solução básica 
(pH>8,3) e incolor em solução ácida (pH<8,3). 
A alcalinidade a methil orange (decorrente da presença de HCO3-), é 
determinada em amostras com pH inferior à 8,3. O indicador utilizado é o alaranjado 
de metila/methil Orange, sendo seu ponto de titulação pH aproximadamente igual a 
4,5, quando a coloração vira de amarelo para amarelo róseo.O material e reagentes utilizados são: erlenmeyer 125mL; proveta graduada 
50mL; suporte universal; bureta com torneira de teflon; ácido sulfúrico 0,02N; 
indicadores: fenolftaleína e alaranjado de metila (methil orange). 
Para determinação da alcalinidade à fenolftaleína, coloca-se num 
erlenmeyer 50mL da amostra, medidos com a proveta graduada. Não foi necessário 
descloração. Adiciona-se três gotas do indicador fenolftaleína e titula-se a amostra 
com ácido sulfúrico 0,02N. Observa-se o ponto de viragem (passagem do indicador 
de rosa choque para incolor) e anota-se a quantidade de ácido que foi gasto. 
Para determinação da alcalinidade à alaranjado de metila/methil orange, 
toma-se uma nova amostra e realiza-se a titulação da mesma forma que 
 
25 
anteriormente. Adiciona-se três gotas do indicador alaranjado de metila (em vez da 
fenolftaleína) e titula-se com ácido sulfúrico até o ponto de viragem (amostra adquire 
coloração amarelo róseo). Anota-se novamente a quantidade de ácido gasto. 
O cálculo da alcalinidade é feito através da fórmula: 
�������� � ! �"�/$ ! %�%�&� = 
"� ! ��'�( ��)*� × , á�� � × 50000
./01234/�"��
 
6.3 ACIDEZ 
A determinação da acidez é realizada titulando-se a amostra com uma 
quantidade estequiométrica de OH- (base). 
O material e reagentes utilizados são: erlenmeyer 125mL; bureta com 
torneira de teflon; proveta graduada 50mL; Hidróxido de Sódio 0,02N; e indicador 
fenolftaleína. 
Para determinação da acidez, coloca-se 50mL de amostra em um 
erlenmeyer de 125mL, adiciona-se três gotas do indicador fenolftaleína e titula-se a 
amostra com NaOH 0,02N, até o ponto de viragem, quando a solução tona-se rosa 
choque. Não foi necessária a descloração. Anota-se o volume de NaOH utilizado. 
O cálculo da acidez é feito através da fórmula: 
 
��� !5 �"�/$ ! %�%�&� = 
"� ! ,��� ��)*� × , 6�)! × 50000
./01234/�"��
 
6.4 CONDUTIVIDADE 
O método utilizado para determinar-se a condutividade da amostra é o 
Condutivímetro, composto de uma Ponte de Wheatstone e uma cela de 
condutividade, que serve para aferir a resistência da amostra. 
O material utilizado para a determinação da condutividade é um béquer de 
300mL e um medidor de condutividade (Condutivímetro). 
Para realizar a medição da condutividade, lava-se a célula de condutividade 
com água destilada. Mergulha-se a sonda na amostra, rodando levemente para 
 
26 
expelir bolhas de ar. Liga-se o Condutivímetro e faz-se a leitura direta da 
condutividade da amostra. 
6.5 COR 
Utiliza-se o método espectrofotométrico para medição da cor da amostra. 
Coloca-se 200mL de amostra em um béquer de 400mL. No espectrofotômetro, 
selecionamos a curva de cor Hach Program: 1670 Color 455nm. É necessário zerar 
o aparelho com uma amostra em branco (água destilada na cubeta). Para efetuar a 
leitura das amostras, colocam-se as mesmas na cubeta a insere-se no 
espectrofotômetro. 
 
6.6 TURBIDEZ 
O método nefelométrico é um método indireto de medição da turbidez de 
uma amostra. Baseia-se na leitura da dispersão da luz incidente na amostra em 
relação à dispersão em uma solução padrão. 
Com o Turbidímetro já calibrado, a amostra é colocada, após agitação, em 
uma das cubetas e inserida no aparelho, realizando-se a leitura direta da turbidez na 
escala adotada, em NTU (Unidade de Turbidez). 
6.7 CLORETO 
O método de determinação de cloretos, chamado Método de Mohr, baseia-
se na precipitação fracionada, explorando a diferença entre os reagentes envolvidos 
na reação. Segundo este método, o haleto é titulado com uma solução padrão de 
nitrato de prata, tendo como indicador o cromato de potássio. 
Os materiais e soluções utilizados são: erlenmeyer 250mL; pipeta 
volumétrica 1mL; bureta com torneira de teflon; potenciômetro; proveta graduada de 
100mL; indicador: cromato de potássio; e titulante: nitrato de prata 0,0141N. 
Para a determinação do parâmetro cloretos da amostra, coloca-se 100mL 
da mesma em um erlenmeyer de 250mL. Não é necessário o ajuste de pH da 
 
27 
amostra. Adiciona-se 1mL do indicador cromato de potássio e titula-se a amostra 
com o nitrato de prata 0,0141N, até o ponto de titulação, quando a solução torna-se 
avermelhada. 
O cálculo da concentração de cloretos é feito através da fórmula: 
Cloretos (mg Cl/L) = (A - B) x N x 35,45 x 103 
 Vamostra(mL) 
A: mL gasto para titular a amostra 
B: mL gasto para titular o branco 
6.8 DUREZA 
A dureza de uma amostra de água é causada, principalmente, pela 
presença dos íons Ca2+ e Mg2+. Na determinação da dureza, estes íons formam um 
complexo vermelho-vinho com o corante Eriocromo Black T, em pH 
aproximadamente igual a 10. Pela adição de EDTA a esta solução, há a formação 
de um complexo mais estável entre os íons Ca2+ e Mg2+ com o mesmo, separando-
os do Eriocromo Black T. Quando a quantidade de EDTA adicionada for suficiente 
para complexar todo o cálcio e magnésio, a solução torna-se azul (cor original do 
Eriocromo), indicando o fim da titulação. 
O material e as soluções necessárias para a determinação da dureza são: 
erlenmeyer 125mL; proveta graduada de 50mL; bureta com torneira de teflon; 
solução tampão Cloreto de Amônio-Hidróxido de Amônio; Solução EDTA – sal 
dissódico 0,02N; e indicador Eriocromo Black T. 
Coloca-se 50mL de amostra em análise, medidos na proveta graduada. 
Adiciona-se três gotas de solução tampão e agita-se. Então, adiciona-se uma 
porção de Eriocromo Black T e agita-se. A solução é titulada com o EDTA, em 
agitação constante, até o ponto de viragem, quando a solução passa de vermelho 
vinho para azul. 
O cálculo da dureza é feito através da fórmula: 
789!5� �"�/$ ! %�%�&� = 
"� ! :7;� ��)*� × , :7;� × !<. �. ! %�%�& × 50000
./01234/�"��
 
 
28 
6.9 FERRO 
O método utilizado foi o da 1,1-fenantrolina. O método depende da 
formação de um íon vermelho-alaranjado a partir da relação entre a 1,1-fenantrolina 
e o Fe2+. A medida da concentração de ferro da amostra é feita através da leitura no 
espectrofotômetro a um comprimento de onde de 510 nm. 
Os materiais e as soluções utilizadas são: erlenmeyer de 125mL; pipetas 
volumétricas de 1mL, 2mL e 10mL; proveta graduada de 50mL; pérolas de vidro; 
ácido clorídrico concentrado; solução de hidroxilamina; solução tampão de acetato 
de amônio; e solução de 1,1-fenantrolina. 
Para a determinação do Ferro Total, coloca-se 50mL de amostra em um 
erlenmeyer e as pérolas de vidro para ebulição. Adiciona-se 2mL de ácido clorídrico 
concentrado e 1mL de solução de hidroxilamina. Coloca-se a solução para evaporar 
na chapa de aquecimento, para que ocorra a redução do Fe3+, até que reste 
aproximadamente 10mL. Transfere-se o volume restante para uma proveta de 
50mL, lavando as pérolas de vidro no mínimo três vezes com água destilada. 
Acrescenta-se 10mL de solução tampão de acetato de amônio e 2mL de 1,1-
fenantrolina, além de água destilada para completar 50mL de amostra. Após 
homogeneização, deixa-se 10 minutos em repouso e efetua-se a leitura no 
espectrofotômetro, comparando com o branco. 
6.10 SÓLIDOS 
A análise feita das substâncias sólidas em suspensão e/ou dissolvidas na 
amostra determinam classes de substâncias que têm propriedades físicas e 
respostas à secagem e ignição semelhantes. 
O equipamento utilizado para realizar a análise dos sólidos (não filtráveis) é: 
proveta de 100mL; cadinhos de porcelana com capacidade para 100mL; chapa de 
aquecimento; estufa até 105ºC; mufla até 550ºC; balança analítica; bomba de 
vácuo; e dessecador. 
Realiza-se primeiramente a preparação dos cadinhos. Lavam-se os 
mesmos com sabão e enxagua-se com água destilada em abundância. Aquece-se o 
cadinho na mufla a 550ºC por 15 minutos, deixando-o esfriar primeiro parcialmente 
 
29 
e depois em um dessecador para resfriamento completo. Realiza-se, após o 
resfriamento completo, a pesagem do cadinho, aferindo P1. 
6.10.1 Sólidos Totais (ST) 
Coloca-se a amostra em uma proveta após agitação. Transfere-sea 
amostra da proveta para o cadinho (previamente pesado) e seca-se na chapa de 
aquecimento. A amostra seca na estufa à aproximadamente 104ºC durante uma 
hora. Resfria-se o cadinho em um dessecador e obtém-se P2. 
O cálculo de Sólidos Totais é feito por: 
'; �"�/$� = �>2 − >1�"� × 1000 / .�"�� 
 
6.10.2 Sólidos Totais Voláteis (STV) 
Aquece-se o mesmo cadinho, após a pesagem de P2, na mufla a 550ºC 
durante 30 minutos. Resfria-se o cadinho parcialmente e depois em um dessecador 
até resfriamento completo. Pesa-se novamente o cadinho e obtém-se P3. 
O cálculo de Sólidos Totais Voláteis é feito por: 
';. �"�/$� = �>2 − >3�"� × 1000 / .�"�� 
 
6.10.3 Sólidos Totais Fixos (STF) 
Utilizam-se os dados encontrados anteriormente, através da fórmula: 
';B = '; − ';. 
 
 
 
30 
6.11 COLIFORMES 
O método utilizado para a determinação do número mais provável de 
coliformes (totais e fecais) é a Colimetria, com a utilização do Colilert. O Colilert usa 
uma tecnologia chamada Defined Substrate Tecnology (DST) para analisar 
simultaneamente Coliformes Totais e E. coli (coliformes fecais), com a utilização de 
nutrientes específicos que sofrem degradação por enzimas específicas de cada tipo 
de coliforme. 
Os materiais utilizados são: cartela; meio de cultura; erlenmeyer de 125mL. 
Toda a vidraria e frascos de coleta utilizados em análises bacteriológicas devem 
estar autoclavados por 15 minutos a 121,7ºC. 
Mede-se então 100mL de amostra, coloca-se no erlenmeyer e adiciona-se o 
meio de cultura (que contém os nutrientes específicos); a amostra é homogeneizada 
com bastão de vidro até total dissolução do meio de cultura. 
Coloca-se cuidadosamente a amostra na cartela, evitando o contato com a 
parte interna da mesma. Encaixa-se a cartela no suporte de borracha e passa-se a 
mesma na seladora, com a parte plástica voltada para baixo. Após a selagem da 
cartela, coloca-se a mesma na estufa a uma temperatura de 35ºC por 24 horas 
(água doce). 
A leitura para coliformes totais é efetuada contando-se o número de 
quadrículas grandes e pequenas positivas (amarelas). Utiliza-se a tabela NMP para 
cruzar os valores e obter o resultado mais provável. Para coliformes fecais, utiliza-se 
a lâmpada UV incidindo sobre a cartela. Conta-se as quadrículas grandes e 
pequenas positivas (fluorescentes). Novamente, usa-se a cartela NMP para cruzar 
os dados e obter o resultado mais provável para este parâmetro. 
 
 
 
 
 
31 
7. ANÁLISES 
Análises dos parâmetros definidos anteriormente. As amostras foram 
coletadas na nascente (P1), perto do prédio INE da UFSC (P2) e próximo à saída da 
UFSC, no CCS (P3). 
 
Amostra pH Turbidez (NTU) Cor Condutividade Ferro (mg/L) 
P1 8,45 2,14 14 39,5 µS 0,18 
P2 7,32 10,8 48 0,268 mS 2,86 
P3 6,96 10,3 77 0,325 mS 1,76 
TABELA 4 – ANÁLISES: pH, TURBIDEZ, COR, CONDUTIVIDADE, FERRO 
FONTE: Os alunos 
 
 
 
Amostra Acidez (ml) Alcalinidade (ml) Dureza (ml) Cloretos (ml) 
P1 1 1,1 0,2 3,5 
P2 3 4,1 2,6 5,5 
P3 3,2 6,1 2,8 6,2 
Branco: 2,2 ml 
TABELA 5 – ANÁLISES: ACIDEZ, ALCALINIDADE, DUREZA, CLORETOS 
FONTE: Os alunos 
 
 
 
Amostra Colif.totais* Colif.fecais* 
P1 365,4 15,8 
P2 >2419,2 >2419,2 
P3 >2419,2 >2419,2 
*(número mais provável de coliformes por 100 ml de amostra) 
TABELA 6 – ANÁLISES: COLIFORMES 
FONTE: Os alunos 
 
 
 
 
 
32 
Amostra P1 (limpos mufla 15 min) P2 (pós-estufa 1h) P3 (pós-mufla 30 min) 
P1 83,6618 g 83,6747 g 83,6742 g 
P2 94,5367 g 94,5585 g 94,5561 g 
P3 90,2414 g 90,2651 g 90,2618 g 
TABELA 7 – ANÁLISES: SÓLIDOS 
FONTE: Os alunos 
 
 
8. RESULTADOS CALCULADOS 
Resultados calculados de cada parâmetro, a partir das análises e das 
formulas citadas anteriormente nas metodologias. 
 
 
Amostra pH Turbidez Cor (UC) Condutividade Ferro (mg/L) 
P1 8,45 2,14 NTU 14 39,5 µS 0,18 
P2 7,32 10,8 NTU 48 0,268 mS 2,86 
P3 6,96 10,3 NTU 77 0,325 mS 1,76 
TABELA 8 – RESULTADOS: pH, TURBIDEZ, COR, CONDUTIVIDADE, FERRO 
FONTE: Os alunos 
 
 
 
 
Amostra Acidez* Alcalinidade* Dureza* Cloretos ( mg de Cl/L) 
P1 20 22 4 6,5 
P2 60 82 52 16,5 
P3 64 122 56 20,0 
*(mg de CaCO3/L) 
TABELA 9 – RESULTADOS: ACIDEZ, ALCALINIDADE, DUREZA, CLORETOS 
FONTE: Os alunos 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Amostra Colif.totais* Colif.fecais* 
P1 365,4 15,8 
P2 >2419,2 >2419,2 
P3 >2419,2 >2419,2 
*(número mais provável de coliformes por 100 ml de amostra) 
TABELA 10 – RESULTADOS: COLIFORMES 
FONTE: Os alunos 
 
 
Sólidos 
Amostra Sólidos Totais (ST)* 
 
Sólidos Totais 
Voláteis (STV)* 
Sólidos Totais 
Fixos (STF)* 
P1 129 5 124 
P2 218 24 194 
P3 237 33 204 
*(mg/L) 
TABELA 11 – RESULTADOS: SÓLIDOS 
FONTE: Os alunos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
9. CONCLUSÕES 
Atualmente, o Córrego do Meio é classificado como corpo d’água Classe 
Especial, ou seja, águas destinadas ao abastecimento doméstico sem prévia ou 
simples desinfecção e/ou a preservação do equilíbrio natural das comunidades 
aquáticas. Ele é assim classificado visando sua proteção e não poluição. Porém, a 
partir das análises feitas neste trabalho, conclui-se que o Córrego deveria ser 
classificado como Classe 4 – Águas destinadas (à navegação, à harmonia 
paisagística e) aos usos menos exigentes. 
O grupo chegou a esta conclusão analisando as variações bruscas dos 
parâmetros percebidas entre os pontos de coleta, aferições pontuais (como a 
presença de coliformes fecais na nascente e o resultado máximo para este 
parâmetro nos outros dois pontos). E também levando em consideração a influência 
da urbanização às margens do Córrego e a falta de infraestrutura nas redes de 
coleta de efluentes. 
A mudança de classe do Córrego é apenas um dos reflexos do descaso do 
poder público para com os recursos naturais na Ilha de Santa Catarina, uma vez 
que a classificação inicial visava à preservação deste curso d’água e, claramente, 
nada foi feito para que tal preservação ocorresse de fato. Pode-se pontuar também 
a lacuna no que diz respeito a estudos referentes ao Córrego e propostas de 
revitalização. 
O grupo propõe a realização de campanhas de conscientização nas escolas 
e comunidades do bairro, a atuação eficiente do poder público no âmbito da 
fiscalização e adequação dos atuais pontos de descarga de efluentes ao longo do 
Córrego e a conscientização da comunidade universitária em relação a este 
personagem que corre ao nosso lado de forma tão despercebida. 
9.1 pH 
Em relação aos valores de pH encontrados, conclui-se que a água do 
Córrego varia de relativamente alcalina na nascente à neutra nos dois pontos 
restantes. Os valores encontrados estão dentro dos padrões estabelecidos pela 
 
35 
Portaria MS-518/2004 para potabilidade e dos limites estabelecidos pela resolução 
CONAMA 357/2005, entre 6,0 e 9,0. 
O maior valor encontrado, 8,45 na nascente, pode ser explicado pela 
ocorrência de fotossíntese, uma vez que esse processo reduz a concentração de 
ácido carbônico na água, aumentando o pH. Lei Federal n.º 9.433, de 8 de janeiro 
de 1997. 
9.2 ALCALINIDADE 
Não existem padrões para potabilidade do CONAMA ou do Ministério da 
Saúde referentes à alcalinidade, uma vez que ela tem pouco significado sanitário. 
Levando-se em consideração os valores de pH constatados, podemos 
concluir que a alcalinidade no Córrego é causada pela presença de bicarbonatos. 
A variação visualizada em relação aos três pontos de coleta, aumentando 
gradativamente da nascente ao CCS, pode ser explicada pela descarga de despejos 
de diversas origens ao longo do córrego, ocasionada pela ocupação humana e 
urbanização. 
9.3 ACIDEZ 
A acidez nos três pontos de coleta é carbônica, devido ao pH maior que 4,5. 
O gás carbônico presente na água é normal e no córrego é causada pela oxidação e 
decomposição da matéria orgânica e conseqüente desprendimento de CO₂. 
Entre a nascente e o segundo ponto há um aumento considerável na 
acidez, o que não ocorre entre o segundo ponto e o terceiro.Isso se deve ao 
aumento de matéria orgânica desde a nascente até perto da Biblioteca Central, 
causado pela mata ciliar, que acompanha o córrego ao longo da rua Rosa e por 
despejos domésticos, ocasionados devido à presença de residências e da 
universidade. 
Não há normas vigentes que delegam o valor máximo de acidez nas águas 
potáveis, pois não causam problemas à saúde humana. A acidez carbônica também 
não oferece riscos do ponto de vista sanitário, sendo corrosiva somente a acidez 
mineral, que não foi encontrada no córrego. 
 
36 
9.4 CONDUTIVIDADE 
O aumento observado na condutividade, da nascente aos dois pontos 
restantes, pode ser explicado pelo aumento na concentração de íons no meio 
aquoso, ocasionada provavelmente pelo despejo de resíduos diversos no curso do 
Córrego. A condutividade também pode ser relacionada com o teor de sólidos 
dissolvidos, o que justifica a tendência crescente de cor em relação aos pontos de 
coleta. Para a condutividade, não há parâmetros do CONAMA ou do Ministério da 
Saúde. 
9.5 COR 
A cor pode ser verdadeira ou aparente. A verdadeira se deve a extratos 
orgânicos animais ou vegetais e de substâncias coloidais ou dissolvidas, como íons 
metálicos. A aparente é aquela que contem a cor verdadeira só que podemos ter 
interferências neste resultado devido à matéria em suspensão, geralmente, 
produzida pela drenagem exercida pelos rios, áreas de solos de argila. 
Os resultados obtidos pelas analises feitas no laboratório são referente à cor 
aparente, logo podemos ter algum nível de interferência. Eles demonstram um 
aumento crescente na coloração da água durante o seu percurso. 
9.6 TURBIDEZ 
O parâmetro turbidez consiste na quantificação da matéria orgânica e 
inorgânica em suspensão finamente diluída ou em estado coloidal e de 
microorganismos. Esse nível é caracterizado pela resistência que amostra tem 
sobre a passagem de luz. Com a maior quantidade destas substâncias na amostra 
temos uma redução em sua transparência, pois são relacionadas diretamente e 
proporcionalmente. 
A turbidez é proveniente do desmatamento, através da erosão do solo, da 
ação biológica, das partículas de rocha, do despejo de esgotos domésticos e 
industriais. Por isso conforme tabela de analises podemos perceber a grande 
diferença entre a turbidez encontrada em P1(nascente) em relação à P2 e P3. 
 
37 
Sendo que podemos supor que P2 pode estar recebendo uma concentração maior 
de efluentes. 
A limpidez da água é importante não só para o consumo humano, seja para 
uso potável principalmente no que diz respeito a dimensionamento ETA's. Na 
agrícola ou na área industrial. Mas a no casso do córrego da UFSC os mais 
prejudicados são os organismos aquáticos, pois sem uma transparência ideal da 
água, a penetração da luz torna-se menor, dificultando a realização da fotossíntese. 
9.7 CLORETO 
Os valores de cloretos encontrados são diferentes nas 3 regiões. O menor 
valor foi o encontrado na nascente, e à medida que o percurso do córrego se dá 
esse valor foi aumentando. Isto se deve ao fato de que há mais interferência do 
meio ao longo do córrego. Por exemplo, despejos industriais e domésticos 
aumentam a quantidade desse íon nas águas. Além disso, a altitude do primeiro 
local é maior que as demais. 
 Conforme a taxa estabelecida pelo Ministério da Saúde e pela CONAMA, a 
concentração de cloretos no córrego está abaixo do limite máximo, que é de 
250mg/L de Cl. 
9.8 DUREZA 
Os três pontos de coleta de água apresentam valores relativamente baixos 
de dureza. Todos são menores que 75mg/L de CaCO3, portanto consideradas 
águas brandas. A água da nascente apresentou um valor bastante inferior das 
demais, que se deve ao fato também de não haver muito contato com despejos 
industriais. 
Estes valores estão abaixo do estipulado pelo Ministério da saúde, o qual 
seria de 500mg/L CaCO3. Não há parâmetro da CONAMA para o quesito dureza. 
 
 
 
38 
9.9 FERRO 
A presença de íons de ferro em águas naturais pode simbolizar ações 
antrópicas, porém também pode ser de origem natural pela formação geológica e 
tipo de solo da região. O resultado de ferro encontrado para a nascente foi de 0,18 
mg/L bem abaixo do máximo permitido (0,3 mg/L). Observamos também que a 
quantidade de ferro aumentou no ponto próximo ao ENS (2,86 mg/L) devido a maior 
concentração populacional nesse espaço, podendo sofrer maior poluição e diminuiu 
no ponto próximo ao CCS (1,76 mg/L), fato que pode ser explicado pelo 
recebimento de outras águas de córregos secundários que não tem as mesmas 
características do tido como principal. 
. 
 
9.10 SÓLIDOS 
Pelas análises, fica claro um aumento de sólidos totais ao longo do córrego. 
Há uma diferença mais significativa entre a nascente e o segundo ponto de coleta, 
aumentando em 89 mg/L os sólidos totais encontrados na água. Isso se deve à 
proximidade que o segundo ponto de coleta tem com a universidade e residências. 
Esse fato ocasiona a poluição do córrego por lançamento de efluentes e resíduos 
pelos moradores e pessoas que passam por esses locais. 
Em todos os pontos, há uma maior quantidade de matéria inorgânica, 
observada pela quantidade de sólidos fixos. Esses representam 96% dos sólidos na 
nascente, 89% no segundo ponto e 86% no terceiro ponto. 
Entre o segundo e o terceiro pontos de coleta o aumento dos sólidos totais 
se deve principalmente à matéria orgânica adicionada à água – os sólidos voláteis 
passam de 24 mg/L para 33 mg/L. 
Como os três pontos possuem valores menores que 500 mg/L de sólidos 
totais, estão dentro das normas do CONAMA. Também estão de acordo com os 
padrões de potabilidade da Portaria MS-518/04, que exige valores menores de 1000 
mg/L. 
 
 
39 
9.11 COLIFORMES 
9.11.1 Coliformes Totais 
Os resultados de coliformes totais para a nascente foi de 365,4 NMP, 
indicando a presença de coliformes oriundos do solo, água e vegetação circundante. 
Para os pontos do ENS e CCS os resultados foram >2419,2 NMP indicando uma 
grande presença de coliformes que pode ter sido aumentada, se comparada a 
nascente, devido ao despejo de esgoto doméstico e outros tipos de intervenções 
antrópicas. Pela Resolução 357/05 do CONAMA não há um valor máximo 
determinado para este tipo de análise visto que este rio é classificado como 
especial. Para fins de potabilidade, essa água deveria apresentar ausência de 
coliformes totais. 
9.11.1 Coliformes Totais 
Os coliformes fecais encontrados na nascente estão dentro do que é 
permitido pelo CONAMA para rios de classe especial, sendo que o resultado 
encontrado foi de 15,8 NMP dos 200 UFC/100ml permitidos. Podemos dizer que é 
um resultado bom, pois sabe-se que a origem desses coliformes fecais pode ser 
também dos animais que habitam os arredores da nascente, e também se 
compararmos aos resultados obtidos nos pontos ENS e CCS ( >2419,2 NMP) 
observando que nesses pontos a influência do homem é muito maior, interferindo 
nas condições higiênicas do ambiente. Para fins de potabilidade exige-se (portaria 
MS-518/04) que a presença de coliformes fecais seja ausente. 
 
 
 
 
 
40 
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
− CASA CIVIL. LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997, Política Nacional 
dos Recursos Hídricos. 
− CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE-CONAMA. Resolução Nº 
357, de 17 de março 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes 
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de 
lançamento de efluentes, e dá outras providências. 
− BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS n.º 518/2004 / Ministério da 
Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, CoordenaçãoGeral de Vigilância em Saúde 
Ambiental – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2005. 
− DUTRA, S. J. A Bacia Hidrográfica do Córrego Grande, Ilha de Santa 
Catarina, Brasil. In: Soriano-. Sierra, E. J. & Sierra de Ledo (Eds). Ecologia e 
Gerenciamento do Manguezal de Itacorubi. NEMAR/CCB/UFSC. SDM/FEPEMA. 
Florianópolis, Brasil. p. 31-46, 1998. 
− VONSPERLING, Marcos. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento 
de esgotos. – 3 ed. – Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental; 
Universidade Federal de Minas Gerais; 2005. 
− CETESB WEBSITE. Normas Técnicas Vigentes. Disponível em: 
<http://www.cetesb.sp.gov.br/servicos/normas---cetesb/43-normas-tecnicas---cetesb> 
Acesso em 22 de novembro de 2012. 
− ELETROSUL WEBSITE. Caracterização Climática de Florianópolis. 
Disponível em: <http://www.eletrosul.gov.br/casaeficiente/br/home/conteudo.php?cd=32> 
Acesso em 20 de novembro de 2012. 
− CARUSO, Mariléa M. Leal. O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 
1500 aos dias atuais. 
Florianópolis, Editora da UFSC, 1983. 
− CARVALHO. Raquel. Vulnerabilidade Socioambiental a desastres na bacia 
Hidrográfica do Rio Itacorubi, Florianópolis SC. Disponível em 
<http://www.grupoge.ufsc.br/publica/dissertacao-raquel-carvalho.pdf> Acesso em 20 de 
novembro de 2012. 
− UNESP WEBSITE. Determinação de Cloretos Método Argentométrico ou 
Método de Mohr. Disponível em: <http://www.rc.unesp.br/ib/bioquimica/ana.pdf> Acesso em 
20 de novembro de 2012.

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