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Direito penal

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Direito Penal Prof. Almir
Princípio da Insignificância
Quando não há tipicidade (crime), quando a conduta do sujeito ofender minimamente o bem jurídico (patrimônio, vida, liberdade). Ex: furto de uma caixa de leite de um supermercado.
Quem aplica é o juiz, na hora da sentença. Isso acontece desde que seja criminoso primário, senão haver antecedente, valoração da atitude etc.. -> Só aplica em caso concreto
Acontece geralmente com o bem jurídico. Patrimônio.
Pode acontecer furto famélico – ferir o bem para proteger outro art. 24. Ex: furtar por necessidade
Principio da transcendentalidade (ou alteridade)
Uma conduta só será criminosa se ofender bem jurídico alheio. Ex: Se matar não é crime, porem instigar, dar auxilio ou dar ideia para alguém se matar, é crime.
A criminalização do uso de drogas vai contra o principio da transcendatalidade. ->pois isso que o crime é o porte e não o uso.
Principio do Non Bis in Idem
Ninguém pode ser condenado duas ou mais vezes pelo mesmo crime. (pode elastecer o conceito para ninguém pode ser processado)
Ex: pessoa é julgado inocente, portanto não pode reabri o processo, mesmo que a pessoa confesse o crime. Só é aceito se for pro-réu. 
Princípio da legalidade
Lei nova não retroage fatos anteriores.
Ex: uma nova lei entra em vigor hoje, o crime previsto nessa lei não pode ter validade ontem, apenas quando entrar em vigor.
Princípio da humanidade
O estado deve respeitar o direito dos presos. (vestuários, saúde, direito a visita intima, tratamento de saúde externo).
Art 41 da lei 7210/84 – não pode ter pena cruel, sem prisão perpetua.
Princípio da personalidade
 a pena não passa da pessoa do acusado (um pai não pode cumprir uma pena pelo filho) não passa diretamente mas indiretamente para outras pessoas normalmente familiares, dependente dos presos. 
Princípio da imputação pessoal 
Um crime só pode ser imputado a pessoa que no dia de sua pratica era capaz. Menores de idade não responder por crimes, assim como doentes mentais que matam, roubam não são capazes de responder por si, sendo assim não cometem crimes. 
Princípio do estado de inocência
Art. 5 inciso 57 CF ninguém pode ser considerado culpado ate o transitado julgado de sentença penal condenatória. A pessoa só pode receber o titulo de criminosa quando houver o transitado julgado. Art. 5, LVII- cf
Principio da intervenção mínima
O direito penal só pode elevar uma conduta a categoria de crime, quando um determinando ramo do direito não consegue agir sozinho. (exemplo antes de ser criado o código nacional de transito, não considerava como crimes, dirigir embriagado, direção perigosa, dirigir sem CNH etc. o direito penal entra para elevar essas infrações a crimes). É responsável tanto para a criação quanto a revogação de crimes. É o regulador do ordenamento jurídico, responsável por deixar de criar muitos crimes ou revogar muitos crimes. 
Principio da Intervenção Mínima
O direito penal só é usado em ultima instancia, porem não é assim que acontece.
Ex: antes de ser criado o código nacional de transito, não considerava como crimes, dirigir embriagado, direção perigo e etc.. O direito penal entra para elevar essas informações a crimes.
Relação do Direito Penal com outros ramos do direito e com as ciências auxiliares.
Direito Constitucional
Habbeas Corpus. Art 5, IXIII, cf/88 Nemo tenetur se detegere (não é permitido constituir provas contra si mesmo)
Direito Civil
Bigamia= já foi casado e o que prova é o direito civil
Processual penal 
Determina prisão, tempo de prisão, tempo de processo, testemunhas, júri popular. É o instrumento de aplicação de normas no direito penal.
Administrativo 
Processos
Tributário 
Taxas (iluminação, coleta de lixo, etc.) 
Medicina legal 
Intima ligação para identificar causa morte da pessoa. 
Classificação da norma penal
Norma penal incriminadora
É aquela que dispõe sobre um crime e comina (estabelece) uma pena. Ex: homicídio, latrocínio, roubo, estupro etc.
Norma penal não incriminadora
É aquela que tem conteúdo explicativo. Não tem pena.
Norma penal permissiva
Que permite a conduta. Ex. matar em legitima defesa. Art. 23 do código penal.
Norma penal incompleta ou norma penal em branco
É aquela que necessita de um complemento para poder ser aplicada em um caso concreto. Este complemento pode vir da própria lei ordinária ou de portarias e regulamentos expedidos pelo poder público. Art. 130 código penal: precisa de complemento, estabelecer quais as doenças venéreas (art. 130 é uma norma penal em branco).
33, lei 11.343/06 drogas (vide código) a ANVISA decreta as drogas. 
14- da lei 10.826/03 (pagina 1118) SINARM -> sistema nacional de armas e munições.
16- da lei 10.826/03 precisa de complemento também vem do SINARM
Analogia no direito penal
Somente para beneficiar o réu, o direito penal não aceita analogia para prejudicar o réu 
Art. 61 inciso II alínea E; Art. 235 ; Art. 128 (analogia pró réu) , Art. 348 (esconde criminoso)
Infrações penais 
Crime (homicídio etc.) CP
Contravenção penal decreto 2688/41 (vias de fato, atrapalhar evento cívico, atrapalhar sossego alheio, bater palma após o hino nacional etc.)(punição leve)
Art. 349 (esconde produto do crime) 
Lei penal no tempo 
Abolitio cimmis
É quando a lei nova deixa de considerar determinado fato como crime. A lei retroage, e a pessoas não pode ser punida(art 2). 
Ex: art 240 adultério: revogado – retroage para beneficiar o réu
Atinge coisa julgada.
Ato juridico perfeito; direito adquirido; coisa julgada. (santíssima trindade)
Novatio legis in melius 
Ocorre quando a lei nova trás algum beneficio em relação a velha (parágrafo único art. 2 CP) a lei retroage
Novatio legis IN pejus
(lei que piora uma situação do réu) – irretroativa -> ela só pode ser aplicada aos fatos ocorridos durante sua vigência.
Ultratividade: A lei velha mais benéfica continua sendo aplicada a fatos ocorridos durante sua vigência.
Novatio legis incriminadora 
Lei nova identifica crime. IRRETROATIVA ocorre quando a lei nova eleva determinado fato a categoria de crime.
311 - A do CP – lei de 15/dez 2001
Lei temporária ou excepcional: 
Lei criada para reger por determinado tempo ou em situação de anormalidade. Tem ata para iniciar e terminar, auto-revoga. Ex: entra em vigor 12/12/2012 revoga 05/03/2013 é temporária pois tem data exata para terminar
Art. 3 CP: A LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORARIA CONTINUARA SENDO APLICADA AOS FATOS OCORRIDOS DURANTE SUA VIGENCIA. AMBAS SÃO ULTRATIVAS – (mesmo depois de revogada continua sendo aplicada aos fatos ocorridos durante sua vigência). 
Tempo do crime
Teorias do tempo do crime
a) teoria da atividade: considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja um momento do resultado. (considera o crime no dia em que praticou a ação) 
b) teoria do resultado: considera-se praticado crime no momento do resultado, ainda que outro seja o momento da ação ou omissão.
c) teoria da ubiquidade: considera-se praticado crime tanto no momento da ação ou omissão quanto no momento do resultado.
Lei penal no espaço
D. da territorialidade (art.5º CP) 
A. Principio da territorialidade absoluta : aplica-se a lei brasileira a todo crime ocorrido no Brasil
b. Principio da territorialidade temperada: aplica-se na lei brasileira ao crime cometido no Brasil, salvo exceções oriundas de convenções, tratados e regras de direito internacional. 
Convenção de Viena: Diplomata só responde pelo país dele, não pelo país que ele esta. Essa imunidade estende-se a esposa e filhos.
Cônsules: desde que sejam de carreira(concursado)
Chefe de estado e sua comitiva.
c. Imunidade material: Não constituem crimes seus gestos palavras e opiniões e que tenham ligação com seu mandato (art. 53 caput CF/88).
Ex: vereadores, dep. Estadual, dep. Federal, senador.
Deputados federais e senadores: imunidade formal: só podem ser presos em flagrante delito se o crime for inafiançável (53 § 2 CF/88)
Toda embarcação ou aeronave publica, ou a serviço do governo brasileiro, no mundo todo, onde quer que ele esteja, será considerada uma extensãodo Brasil.
Privado/mercantil: depende do país de origem e da localização 
d. Imunidade Formal: só pode ser preso flagrante delito se o crime for inafiançável (art. 53, SS 2) Racismo, trafico, crimes hediondos, terrorismo.
Extraterritorialidade da lei penal 
(art. 7º CP) possibilidade de aplicação da nossa lei ao crime cometido no exterior.
Extraterritorialidade incondicionada:
Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no estrangeiro independente de qualquer requisito. As hipóteses de territorialidade condicionada estão previstas no art. 7º inciso I do CP.
Extraterritorialidade condicionada:
Aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no estrangeiro se houver a reunião dos requisitos dispostos no § 2º no artigo 7º no CP. As hipóteses estão dispostas no art. 7º inciso II e § 3 no CP.
Princípios da extraterritorialidade: 
a) princípio da defesa: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no estrangeiro que ofenda o interesse nacional. 
b) principio da nacionalidade ATIVA: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no estrangeiro por brasileiro. 
c) principio da nacionalidade PASSIVA: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no estrangeiro contra brasileiro (vitima brasileira).
d) princípio da justiça universal ou cosmopolita: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no estrangeiro que ofenda o interesse mundial ou dos povos.
e) princípio da representação: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido no estrangeiro abordo de aeronaves e embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e ai não sejam julgados.
Art. 7º inciso I alínea A -> artigo 8º CP 
Quando a pena exterior é idêntica no Brasil: DESCONTADA
Quando a pena exterior for diferente: ATENUADA (diminuir valor)
Art. 7º alínea B e C aplica-se o princípio da defesa 
Ne bis in idem- ninguém pode ser condenador duas ou mais vezes para o mesmo crime.
Art. 7 I-b- incondicional(p da defesa)
Art. 7 I –c- peculato, julga em ambos países (p. da defesa)
1-João, 20 anos, em viagem aos EUA resolveu furtar a pres. Da rep. Br. Neste caso, onde ele será julgado? 
Será julgado nos EUA, pois é crime de patrimônio contra bens e não vida.
2- Pedro, português, em viagem ao Paraguai, matou o pres. Da republica do Uruguai, que estava a passeio naquele pais. Indique onde sele será julgado.
Respondera crime por homicídio no Paraguai e Uruguai.
3- Juan, brasileiro, em viagem a França violou o art. 146, CP, tendo como vitima a pres. Da rep. Do BR. Indique onde ele será julgado.
Será julgado na França e no Brasil
4- Wagner, venezuelano, violou o art. 155, CP, tendo como vitima, uma empresa publica brasileira, com filial na Venezuela. Imagine que neste país furto não seja crime. Neste caso, haverá algum processo contra ele? justifique
Sim, pois a empresa é publica brasileira, sendo assim, é como se fosse uma extensão do território brasileiro.
Extra. Condicionada
A) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (ex: trafico de órgãos e tecidos). (adota o principio da justiça universal ou cosmopolita)
B) praticados por brasileiro; (nacionalidade ativa)
C) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e ai não sejam julgados. 
Condições de extrat. Condicionada (ver art. 5, LI CF/88)
§ 2º- nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:
Entrar o agente no território nacional;
Ser o fato punível também no país em que foi praticado; 
Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza extradição; (menos os crimes políticos)
 Não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
Não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou por outro motivo, não estar extinta a punibilidade seguindo a lei mais favorável.
Extraterritorialidade do § 3, do art. 7, CP
§ 3º - a lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
Não foi pedida ou foi negada a extradição;
houve requisição do ministro da justiça.
Advogados
Art. 7, da lei 8.906/94.
Art. 7º São direitos do advogado: 
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.
§ 3º O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. 
Eficácia de sentença estrangeira (art. 9 CP)
Indenização. Execução de indenização pode ser feita no pais onde possuir os bens. 
Contagem do prazo penal (art. 10 CP)
Contra honra, 6 meses a partir do dia de conhecimento. 
Inclui o primeiro dia e exclui o ultimo (PROVA)
Ex:Pena de 2 dias, 2 meses e 5 anos - Dia 20 mês 3 ano 2013, 22 dia 5 mês 2018, Ultimo dia é excluído: resposta 21/05/2018
Sentença, conta a partir do dia da prisão.
Lugar do crime
Teoria do lugar do crime
a) Teoria da atividade: Considera-se praticado o crime no local da ação ou omissão ainda que outro seja o lugar do resultado. 
b) teoria do resultado: considera-se praticado o crime no local em que ocorreu o resultado, ainda que outro seja o lugar da ação ou omissão. (o art. 70 CPP adota essa teoria) 
c) teoria da ubiquidade: considera-se praticado o crime tanto o local da ação ou omissão quanto o lugar do resultado. (o artigo 6º adota essa teoria)
O Brasil adota a teoria do resultado e da ubiquidade em situações diferentes.
Nos adotamos a teoria do resultado para os crimes plurilocais (são aqueles cuja ação ou omissão se da em uma comarca e o resultado em outra comarca brasileira). Nos adotamos a teoria da ubiquidade para os crimes a distancia (são aqueles cuja ação ou omissão se da em um país e o resultado em outro país). 
Nos crimes de sequestro que envolva mais de uma comarca o foro competente será qualquer uma delas.
Teoria do Resultado para crimes plurilocais: plurilocais:
São aqueles cuja ação ou omissão se da em uma comarca e o resultado em outra comarca brasileira.
Teoria da Ubiquidade para os crimes a distancia: 
Crimes à distancia: são aqueles cuja ação ou omissão se da em pais e o resultado em outro pais. 
Exceção (art. 71 – CPP)
Nos crimes de sequestros que envolva mais de uma cidade ou comarca o for competente será qualquer uma delas.
Teoria do crime (13 ao 28 CP)
Conceito de crime 
A) conceito formal: crime é toda conduta contraria ao direito (não é adotado o conselho formal)
b) conceito matéria: crime é toda conduta contraria ao direito (bem jurídico) (também não é adotada)
c) conceito analítico: crime é um fato típico, antijurídico e culpável. (conceito adotado pelo direito penal). 
Teorias que explicam o crime
a) teoria casualista: é necessária uma conduta comissiva (ação) ou omissiva (omissão) revestida apenas de voluntariedade.
b) teoria finalista: é necessária uma conduta comissiva ou omissiva revestida de voluntariedade e vontade.
c) Teoria Social: crime é toda conduta que ofende o interesse social.
Fato típico- a) conduta: deve ser praticada de forma voluntaria e com vontade (comissiva ou omissiva) com dolo ou culpa.
VIAS DE FATO: deixar vermelho
CRIME: tirar sangue

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