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ATIVIDADES LOGÍSTICAS Aula 1 TRANSPORTE Transportes Olá, estudante! Nesta videoaula exploraremos uma das atividades de maior importância para o contexto logístico: as operações de transporte. Nesse contexto, trataremos de conceitos fundamentais e investigaremos os diversos tipos de modais de transportes. Você aprenderá estratégias eficazes para a otimização do transporte, uma habilidade fundamental para melhorar a eficiência e a sustentabilidade em sua prática profissional. Este conhecimento é essencial para quem busca excelência e inovação no campo da logística e gestão de cadeias de suprimentos. Prepare-se para uma jornada enriquecedora de aprendizagem! Ponto de Partida Olá, estudante! Tudo bem? Você sabia que o transporte é uma das atividades mais críticas dentre todas as operações logísticas? Por isso tal atividade deve ser criteriosamente gerida, a fim de que possa contribuir para o atingimento dos objetivos organizacionais, tanto no que se refere à entrega de um elevado nível de serviço e qualidade quanto em termos de lucratividade e competitividade. Considerando esse contexto, esta aula tem o objetivo principal de apresentar a você os conceitos fundamentais relacionados aos procedimentos de transportes, bem como as particularidades inerentes a cada um dos tipos de modais disponíveis. Por fim, também conheceremos algumas estratégias que são comumente utilizadas pelas organizações contemporâneas para otimizar seus processos de transportes. Para que possamos colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você atua junto aos gestores de uma empresa de manufatura, a qual integra um mercado altamente competitivo e globalizado, que enfrenta desafios significativos em suas operações de transporte. Isso vem afetando negativamente sua eficiência operacional, custos logísticos e satisfação do cliente. A empresa utiliza predominantemente o transporte rodoviário para distribuir seus produtos acabados a varejistas em todo o território nacional. No entanto, tem enfrentado problemas como atrasos frequentes nas entregas, altos custos de frete em função do estado precário das rodovias e dos roubos de carga, além de impactos ambientais negativos por causa das emissões de CO2. Esses empecilhos têm interferido diretamente nos níveis de serviço ao cliente e na lucratividade da empresa. Diante disso, quais estratégias podem ser implementadas pela empresa a fim de solucionar esses problemas? E então, preparado? Vamos lá! Vamos Começar! Operações de transporte: conceitos fundamentais No cenário empresarial atual, caracterizado por mercados globalizados e altamente competitivos, a logística e, em particular, as operações de transporte assumem um papel estratégico na determinação do sucesso organizacional. O transporte é um dos principais componentes da logística empresarial, afetando diretamente a eficiência da cadeia de suprimentos, os níveis de serviço ao cliente, os custos operacionais e, por consequência, a lucratividade das empresas. O transporte de materiais, sejam eles matérias-primas, produtos em processamento ou produtos acabados, e as operações de transportes inerentes à logística reversa sempre receberam grande atenção por parte dos gestores organizacionais e profissionais da logística, não apenas em decorrência da sua relevância para os níveis de eficiência em transporte, mas também por serem elementos decisivos para os índices de produtividade, de qualidade, de segurança, para os custos da operação logística e, consequentemente, para que a empresa disponha de vantagem competitiva frente ao mercado em que atua. A eficiência nas operações de transporte pode ser entendida como a capacidade de minimizar os custos e otimizar os tempos de entrega, mantendo ou melhorando os níveis de serviço. Empresas que conseguem excelência em suas operações de transporte podem reduzir significativamente seus custos logísticos, oferecendo preços mais competitivos ao mercado ou aprimorando suas margens de lucro. Além disso, a eficiência em transporte permite uma maior flexibilidade e agilidade nas respostas às demandas do mercado, características cada vez mais valorizadas em um ambiente de negócios que exige rapidez e personalização. Essa capacidade de resposta rápida pode ser um diferencial importante, contribuindo para a construção de uma vantagem competitiva sustentável. As atividades de transporte de materiais fazem parte do conjunto de operações da função de movimentação e têm como objetivo principal garantir que o serviço de transporte seja realizado de modo eficiente e eficaz. Para organizar um sistema de transporte, é preciso ter uma visão sistêmica, que envolve planejamento. Nesse caso, torna-se crucial conhecer os seguintes fatores: Os fluxos de materiais nas diversas ligações da rede logística. O nível de serviço atual. O nível de serviço desejado. As características ou parâmetros sobre a composição da carga. Os tipos de equipamentos disponíveis e suas características (capacidade, fabricante, etc.). Dessa forma, os transportes estão integrados aos processos de produção, distribuição e consumo das organizações. Para promover essa vinculação, os sistemas de transporte são pensados como uma parte integrante da cadeia de suprimentos e submetem-se aos objetivos de otimização de processos logísticos a um custo reduzido. Nos últimos anos, para a geração de altos níveis de eficiência dos transportes, foram incorporados aspectos que respondem à era da globalização, como maior sensibilidade ao tempo gasto nas operações de embarque e desembarque, maior confiabilidade nas redes de comunicação e de computadores, velocidade nos movimentos e nas transações, e padronização de equipamentos e procedimentos. Assim, o gerenciamento das atividades de transporte não pode ser executado como um elemento isolado, mas como parte integrante do processo produtivo e logístico de uma empresa. No aspecto qualitativo, os sistemas de transporte devem disponibilizar serviços que superem as expectativas dos clientes. Além de ser um diferencial competitivo, o aprimoramento da qualidade no transporte pode ser revertido em redução do custo do produto final, bem como em diminuição dos custos de transação ou das perdas, por exemplo. Vale destacar, ainda, que o transporte tem sua relevância associada não apenas à participação na composição do produto interno bruto (PIB) de um país, mas também à crescente influência que a transferência, coleta e distribuição de carga têm no desempenho dos segmentos econômicos, produtivos e no bem-estar da sociedade. Diversos estudos e pesquisas apontam que os gastos com transporte podem representar algo em torno de 6,8% do PIB de um país como o Brasil. No que se refere ao objetivo principal do transporte de cargas, pode-se seguramente afirmar que consiste na movimentação de bens para atender às necessidades dos clientes sob custos economicamente viáveis. Desse modo, para que cumpram esse objetivo, impreterivelmente as operações de transportes devem também cumprir a sua missão, que é garantir a eficiência no escoamento das produções de bens de consumo, contribuindo para o crescimento econômico das organizações e da sociedade. Nesse contexto, a principal decisão relativa ao transporte de cargas, tanto no âmbito das políticas públicas de investimento em infraestrutura quanto no aspecto gerencial de empresas privadas e estatais, é a escolha do tipo ou modal de transporte dentre as cinco opções possíveis: rodoviário, ferroviário, aéreo, aquaviário e dutoviário. Cada alternativa possui estrutura de custos e características operacionais específicas que a tornam mais adequada para determinados tipos de produtos e operações. Tipos de modais de transportes O transporte rodoviário é o mais utilizado no território nacional, sendo responsável por aproximadamente 62% da distribuição de insumos e produtos industrializados em todo o país. Entretanto, algumas rodovias ainda apresentam um péssimo estado de conservação, o que, consequentemente, aumenta de forma considerávelobrigado a ligar para o cliente e informá-lo de que não conseguirá atender ao seu pedido com a urgência prometida. Portanto, é imperativo que as empresas tenham acesso a informações de estoque confiáveis. Uma das ferramentas utilizadas nesse sentido é o inventário físico, que consiste na contagem física dos itens em estoque, para que as diferenças sejam verificadas em relação ao estoque contábil e, assim, os ajustes necessários sejam executados. Existem diversas formas de desenvolver um inventário. Fica a critério da empresa selecionar a melhor maneira de conferir e garantir a confiabilidade dos dados. Os principais tipos de inventário são: Inventário geral: é o processo de contagem física de todos os itens da empresa em uma data prefixada. É utilizado usualmente no fechamento contábil do exercício anual ou em inventários mensais/trimestrais, para “fechamento” dos custos. Inventário dinâmico: é o processo de contagem física de um item sempre que este atinge alguma situação predefinida. Exemplo: a contagem pode acontecer quando o estoque de um determinado item ficar zerado. Inventário rotativo: é a contagem física, feita de maneira contínua, dos itens em estoque, programada de modo que os itens sejam contados, de acordo com sua importância, a uma frequência predeterminada. Essas contagens são efetuadas, de modo geral, diariamente. Inventário por amostragem: é empregado em procedimentos de auditoria, valendo-se de uma abordagem estatística. Nesse caso, são contados apenas alguns itens que representam uma boa amostra do universo de produtos da empresa. Assim, pelo resultado da amostragem, pode-se verificar se os métodos de controle estão sendo bem executados. Vamos Exercitar? Então, vamos lá! Para solucionar os problemas apresentados anteriormente, a empresa pode adotar como estratégia a implementação de um sistema de gestão de estoque dinâmico, direcionado a uma abordagem Just in Time e à integração de tecnologias de análise de dados avançadas. Esse sistema tem o objetivo de otimizar os níveis de estoque, mantendo-os alinhados com as tendências de demanda em tempo real e minimizando o capital imobilizado por estoques excessivos. Nesse contexto, para que a instauração desse sistema atinja os seus objetivos, a empresa deve começar a agir pela integração dos dados de vendas em tempo real, informações de mercado e feedback dos clientes, a fim de prever mais precisamente as necessidades de estoque futuras. Isso permitirá ajustes rápidos nos níveis de estoque, reduzindo tanto o excesso quanto a falta de produtos. A empresa também deverá buscar melhorias na comunicação interna, estabelecendo um diálogo mais eficiente entre os departamentos, para garantir que as informações sobre demanda e estoque sejam compartilhadas em tempo real. Isso facilitará o planejamento integrado e a reposição coordenada de estoque. Outras medidas interessantes são: Adoção de sistemas puxados e empurrados de forma estratégica: a empresa poderá usar uma abordagem híbrida, utilizando sistemas puxados para produtos de alta demanda e variabilidade, e sistemas empurrados para itens de demanda previsível e estável. Isso gerará um equilíbrio entre eficiência operacional e satisfação do cliente. Implementação de inventário rotativo: para assegurar a precisão dos dados de estoque, a empresa pode adotar a prática do inventário rotativo, permitindo a identificação e correção de discrepâncias de forma contínua, sem a necessidade de interromper as operações para inventários gerais. Capacitação e treinamento de equipe: seria válido realizar um investimento significativo na capacitação da equipe, ensinando sobre as melhores práticas de gestão de estoque e o uso eficiente do novo sistema. Isso pode assegurar que todos os envolvidos compreendam seu papel na otimização dos processos de estoque. Com a implementação do sistema de gestão de estoque dinâmico, a empresa será capaz de observar uma melhoria significativa na eficiência operacional. O capital imobilizado por estoques poderá ser reduzido, liberando recursos para outras áreas de investimento. Além disso, a satisfação do cliente poderá apresentar melhorias em virtude da disponibilidade consistente de produtos de alta demanda, resultando em um aumento nas vendas e na fidelidade dos consumidores. A estratégia adotada pela empresa serve como um exemplo prático de como a gestão de estoque, quando alinhada com as tecnologias e práticas modernas, pode transformar desafios operacionais em oportunidades de crescimento e vantagem competitiva. Saiba Mais Você sabia que uma previsão de demanda mais acurada contribui substancialmente para transformar a gestão de estoques em um diferencial competitivo para seu negócio? Para enriquecer seus estudos sobre gestão de estoques, sobretudo no que se refere à utilização da previsão da demanda como ferramenta e aos aspectos relacionados a esse tema, sugiro que você leia o artigo a seguir. Previsão de demanda e gestão de estoque: um estudo realizado em uma empresa de polpas de fruta. Referências Bibliográficas CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. https://abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_291_1641_37429.pdf https://abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_291_1641_37429.pdf https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/ CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024. POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024. WILVERT, J. E. Previsão de demanda e gestão de estoque: um estudo realizado em uma empresa de polpas de fruta. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 39., 2019, Santos, SP. Anais... Santos, SP: Enegep, 2019. Disponível em: https://abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_291_1641_37429.pdf. Acesso em: 3 fev. 2024. Encerramento da Unidade ATIVIDADES LOGÍSTICAS Videoaula de Encerramento Olá, estudante! Nesta videoaula retomaremos nossa análise sobre os pilares fundamentais da logística: transporte, armazenagem, movimentação e gestão de estoques. Esses temas são cruciais para a eficiência operacional em qualquer setor produtivo, pois garantem que os recursos certos estejam no lugar certo, na hora certa. Dominar esses conceitos ampliará sua capacidade de minimizar custos e maximizar a satisfação do cliente em sua prática profissional. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/ https://abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_291_1641_37429.pdf Embarque nesta imersão estratégica e eleve sua habilidade de planejar e executar com excelência. Está pronto para a viagem? Vamos lá! Ponto de Chegada Olá, estudante! Para desenvolver as competências associadas a esta unidade de aprendizagem, que são “Compreender a importância das operações de transportes no que tange à competitividade e lucratividade de uma organização no mercado, aplicando as técnicas necessárias para a gestão eficiente dessa atividade; Projetar e gerenciar espaços de armazenamento, maximizando a utilização desses ambientes e garantindo a segurança dos produtos; Assimilar conhecimentos para aplicar as técnicas de gerenciamento, a fim de otimizar a movimentação interna de mercadorias, entendendo a importância da ergonomia e da segurança no trabalho; Adquirir as competências necessárias para implementar sistemas eficazes de controle de estoque, equilibrando a demanda e a oferta de produtos, bem como minimizando custose evitando a obsolescência ou a falta de produtos”, é importante que você tenha iniciado sua trajetória de estudos pela aquisição de conhecimentos sobre os conceitos básicos inerentes a operações logísticas de transporte, armazenagem, movimentação de mercadorias e gestão de estoques. Nesta unidade de aprendizagem, tratamos da essência da logística e da gestão de operações de transportes, atividades essenciais para a competitividade e lucratividade de uma organização no mercado. A compreensão profunda desses saberes oportuniza a aplicação das técnicas necessárias para uma gestão eficiente, garantindo que cada etapa, desde o planejamento até a execução, contribua significativamente para os objetivos da empresa. Primeiro, descobrimos como projetar e gerenciar espaços de armazenamento para maximizar a utilização do ambiente disponível, sem comprometer a segurança e integridade dos produtos. A capacidade de organizar e adaptar esses espaços é crucial para responder dinamicamente às demandas do mercado e às variações de estoque. Em seguida, direcionamos nossa atenção à movimentação interna de mercadorias, sublinhando a importância da ergonomia e da segurança no trabalho. Esses fatores não apenas protegem os profissionais, mas também aumentam a eficiência operacional. Ao entender e aplicar princípios ergonômicos, é possível reduzir a fadiga e os erros, otimizando o fluxo de trabalho e a produtividade. Por fim, discutimos sobre a gestão de estoques, enfatizando a necessidade de sistemas eficazes de controle para equilibrar a demanda e a oferta de produtos. Uma gestão de estoque competente minimiza custos, evita a obsolescência e a falta de produtos, garantindo que a organização possa atender às necessidades dos clientes de maneira eficiente e oportuna. Esses conceitos e técnicas são fundamentais não apenas para a operação diária de uma organização, mas também para sua estratégia de longo prazo. A capacidade de integrar eficazmente gestão de transportes, armazenamento e estoques se reflete diretamente na satisfação do cliente, na redução de custos e no sucesso sustentável do negócio. É Hora de Praticar! Uma empresa de médio porte especializada em e-commerce de produtos eletrônicos enfrenta desafios logísticos significativos. Frente a um crescimento exponencial nas vendas on-line, a demanda por uma gestão eficiente de operações de transporte e armazenagem tornou-se crítica. A ineficiência nos modais de transporte utilizados resultou em altos custos de transporte, atrasos nas entregas e clientes insatisfeitos. Além disso, a armazenagem e a estocagem não estão otimizadas, levando a uma rotatividade de estoque lenta e à obsolescência de produtos de alta tecnologia. A empresa utiliza um armazém centralizado que não está aproveitando ao máximo os tipos de equipamentos de armazenagem disponíveis, dando origem a uma movimentação interna ineficaz. Quais sugestões e estratégias podem ser apontadas a fim de que esses problemas sejam resolvidos? Reflita Para que você possa solidificar seu entendimento sobre os assuntos estudados nesta etapa de aprendizagem, considere as seguintes perguntas: Como a eficiência na gestão de armazenamento e movimentação interna de mercadorias pode impactar a competitividade de uma organização no mercado? De que maneira a implementação de sistemas eficazes de controle de estoque contribui para minimizar custos e evitar a obsolescência de produtos? Qual a importância da ergonomia e da segurança no trabalho para a gestão logística e como esses fatores afetam a produtividade e a satisfação dos colaboradores? Resolução do estudo de caso Para solucionar o caso descrito anteriormente, primeiro é necessário desenvolver um estudo minucioso dos conceitos fundamentais relativos às operações de transporte, com o intuito de identificar os modais mais eficientes e econômicos para a realidade da empresa. Um aspecto importante nesse contexto é a análise detalhada dos custos de transportes, pois isso permitirá a detecção de oportunidades para a redução de despesas, talvez por meio de negociações de tarifas ou consolidação de cargas. Em relação à armazenagem e estocagem, um reprojeto dos objetivos da armazenagem deve ser realizado, direcionando o foco à rapidez de acesso aos produtos mais vendidos e à eficiência do uso do espaço. Isso pode incluir a reestruturação dos tipos de armazéns e a implementação de novos equipamentos de armazenagem, como sistemas automatizados. As funções da movimentação interna também precisam ser revistas, selecionando tipos de movimentação que beneficiem o fluxo de produtos. Para os estoques, deve-se adotar uma classificação estratégica que diferencie produtos com alta e baixa rotatividade, aplicando uma tipologia de estoques que permita um manejo mais eficaz dos inventários. Além disso, é crucial a implantação de sistemas de gestão de estoque que forneçam dados em tempo real, facilitando a tomada de decisões rápidas e informadas. Dê o play! Assimile Referências CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/ CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024. POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/o custo logístico do modal rodoviário. Outro ponto a ser destacado é o roubo de cargas, pois, de acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), esse tipo de infração apresentou um constante crescimento nos últimos anos. Por ser um modal com maior velocidade e planejamento de rota flexível, é recomendado para o transporte à curta distância de produtos acabados, com alto valor agregado. Além dessas características, é possível ressaltar algumas vantagens e desvantagens do modal rodoviário, como mostra o Quadro 1, a seguir. Quadro 1 | Vantagens e desvantagens do modal rodoviário. Fonte: elaborado pelo autor. Em 2022, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) apontou que 62,1% das principais rodovias do país apresentam problemas. A pesquisa avaliou 98.475 quilômetros (48,4% de todas as vias asfaltadas no Brasil) de estradas federais e estaduais, sob administração pública ou concessão (setor privado). Vantagens Desvantagens Acessibilidade, pois consegue chegar a quase todos os lugares do território brasileiro. Maior investimento do governo na infraestrutura das rodovias, em comparação aos outros modais. Flexibilidade para organizar a rota. Alto custo de frete por causa do impacto direto que pedágios e o alto valor do combustível exercem. Facilidade para contratar ou organizar o transporte. Maiores chances de extravio de carga por roubos e acidentes. Maior possibilidade de controle no tempo de entrega confiável. Muito poluente, com forte impacto ambiental. Integração de todos os estados brasileiros. Baixa capacidade de carga, com limitação de volume e peso. O estudo identificou que há uma diferença substancial entre as rodovias que estão sob os cuidados do governo federal e as que estão sob os cuidados do setor privado, uma vez que, no que se refere às vias sob concessão, os resultados indicaram que 48% são consideradas ótimas, 38,9% boas, 12% regulares e apenas 1,1% são vistas como vias ruins. Já nas rodovias sob gestão pública (federal ou estadual), somente 5,6% foram consideradas ótimas, 28,2% boas, 34,25% regulares, 21,5% ruins, e os que classificaram as vias como péssimas somaram 10,5%. Por sua vez, o modal ferroviário, quando comparado com o rodoviário, é mais eficaz para transportar cargas de baixo valor agregado e grandes volumes, como commodities. O modal ferroviário também se mostra mais apropriado para o transporte de mercadorias em longas distâncias, além de poder ser adaptado para transportar outros tipos de carga, como automóveis. Contudo, a movimentação de cargas pelas ferrovias no Brasil é baixa e direcionada a apenas alguns produtos, com destaque para o minério de ferro. A falta de integração da malha ferroviária com os portos e os principais centros consumidores deve ser sinalizada como ponto negativo e com grande influência para a baixa movimentação de cargas. Além dessas características, é possível apontar algumas vantagens e desvantagens do modal ferroviário, como indica o Quadro 2, a seguir. Quadro 2 | Vantagens e desvantagens do modal ferroviário. Fonte: elaborado pelo autor. O modal aquaviário é aquele em que se utiliza o meio aquático, natural ou artificial, para a movimentação de cargas ou passageiros. Entretanto, a participação desse modal na matriz de transportes brasileira é restringida por várias razões, o que exige o uso de outro modal de transporte, de forma combinada, ou seja, por meio da intermodalidade ou multimodalidade. Além disso, o transporte aquático é, na maior parte dos casos, mais lento que o modal ferroviário. Porém os custos de danos e perdas do transporte aquático são considerados baixos quando comparados aos de outros modais, pois não é dada maior importância a danos físicos em mercadorias de baixo valor, e as perdas decorrentes de atrasos não são grandes (compradores costumam manter grandes inventários). Queixas envolvendo o transporte de mercadorias de alto valor, como no caso do transporte oceânico, podem abranger valores elevados, mas a ocorrência desse tipo de situação é bastante baixa. Vantagens Desvantagens Baixo custo, porque tem pouca incidência de taxas e utiliza combustíveis mais baratos. Baixa velocidade com que os trens trafegam nas vias férreas. Grande capacidade de carga. Rotas fixas e inalteráveis. Menor risco de acidentes e maior segurança no transporte da carga. Necessita de outros modais para finalizar o processo de transporte. Nesse sentido, cabe destacar que o modal aquaviário tem potencial para ser um dos meios mais importantes para a logística nacional. Contudo, a infraestrutura precária e a falta de investimentos contribuem negativamente para que o Brasil não consiga explorar todo o seu potencial aquaviário. Para se ter uma ideia da relevância desse modal, atualmente o transporte aquaviário de cargas corresponde a 13,6% de toda a carga que é transportada no Brasil. O modelo de transporte aquaviário pode ser subdividido em três formas, como indica o Quadro 3, a seguir. Quadro 3 | Modal aquaviário.Fonte: elaborado pelo autor. Dando continuidade às especificidades inerentes aos modais de transportes, o modal aéreo, embora possua o maior valor de frete dentre todos os modais disponíveis, tem tido uma demanda crescente no segmento de cargas com serviço regular. A vantagem do modal aéreo reside em sua velocidade sem paralelo, principalmente para longas distâncias. A disponibilidade e a confiabilidade do serviço aéreo podem ser consideradas boas sob condições normais de operação, e a variabilidade do tempo de entrega é baixa em termos absolutos, apesar de o tráfego aéreo ser muito sensível a falhas mecânicas, condições meteorológicas e congestionamentos. Ao comparar sua variabilidade com seu tempo médio de entrega, a situação se inverte, pois o modal aéreo se apresenta como um dos menos confiáveis. Modal aquaviário Fluvial ou hidroviário Utilizando as hidrovias e rios navegáveis. Lacustre Transporte que se dá por meio de lagos. Marítimo Longa distância Transporte no mar entre diferentes países e/ou continentes. Cabotagem Navegação entre portos de um mesmo país ou a distâncias pequenas, dentro das águas costeiras. Entretanto, a capacidade do transporte aéreo foi sempre limitada pelas dimensões físicas dos porões e pela capacidade de carga dos aviões. Essas restrições passam a ser amenizadas à medida que aeronaves maiores entram em serviço. O transporte aéreo é vantajoso em termos de perdas e danos. Nesse contexto, para se medir a qualidade do serviço oferecido pelos diferentes modais de transporte, normalmente avaliam-se cinco dimensões principais: tempo de entrega médio (velocidade), variabilidade do tempo de entrega (consistência), capacidade de movimentação, disponibilidade e frequência, como pode ser observado na Figura 1, a seguir. Figura 1 | Comparativo entre modais. Fonte: elaborada pelo autor. Durante a escolha do modal, ainda existe a possibilidade de optar por mais de um tipo de transporte, a fim de que se possa buscar uma melhor flexibilidade e adequação ao produto e/ou processo. É essa abordagem que denominamos multimodalidade e intermodalidade. As duas estratégias, isto é, tanto a intermodalidade quanto a multimodalidade, consistem na utilização de mais de um tipo de modal para o transporte de uma determinada mercadoria. O que as difere é que na intermodalidade a emissão de documentos de transporte é independente. Ou seja, para cada modal de transporte usado, emite-se um conhecimento de transporte. Já na multimodalidade, emite-se apenas um conhecimento ou documento de transporte, que acompanhará a mercadoria até o seu destino. Tal documento é emitido pelo operador de transporte multimodal (OTM). Siga em Frente... Estratégias para a otimização do transporte Em relação ao aspecto qualitativo, os sistemas de transporte devem disponibilizar serviços que superem as expectativas dos clientes. Além de ser um diferencial competitivo, o aprimoramento da qualidade no transporte pode ser revertido em redução do custo do produto final, bem como em diminuiçãodos custos de transação ou das perdas, por exemplo. Entretanto, há uma série de fatores que comprometem o funcionamento adequado desse sistema. Dentre os principais problemas existentes na gestão de transporte de carga, podem-se destacar a demora na entrega de produtos, itens com defeitos gerados pelo mau acondicionamento da carga e o atraso no processo de expedição. Além disso, é possível apontar complicações nas estruturas para o escoamento da produção, como falta de rodovias com excelentes níveis de qualidade, falta de área de descanso para motoristas, frete baixo, risco iminente de roubos e assaltos, etc. De modo geral, há uma gama de fatores que provocam direta e indiretamente a falha de todo o processo logístico da atividade de transporte. Uma das possibilidades mais viáveis para minimizar o impacto desses problemas é a roteirização de transportes. A roteirização de transportes é um conjunto de métodos para estabelecer a melhor sequência de entrega e coleta de produtos. Outra estratégia plausível é a utilização da metodologia milk run. Nesse processo, os caminhões de entrega percorrem apenas um único trajeto diário, encaixando no início dessa rota os diversos fornecedores e, no final, os clientes. O milk run é entendido como um trabalho em conjunto entre o cliente e o fornecedor, com atividades coordenadas pela área de logística. Nessa abordagem, todo mundo ganha! O cliente possui um serviço programado, e os fornecedores mantêm e gerenciam estoques estrategicamente. Por fim, outra estratégia adotada para otimizar as operações de transportes é o outsourcing, ou seja, a desverticalização das operações de transporte. Funciona assim: imagine uma empresa que eventualmente não possua grande experiência em operações de transporte, ou que, para se tornar mais eficiente, precise aumentar sua frota. Nas duas situações, os gestores podem optar pela contratação de uma empresa terceirizada, isto é, de um prestador de serviços logísticos. Isso permite afirmar que a empresa descentralizará um centro de custo interno que vem lhe causando problemas (atrasos, avarias e insatisfação dos clientes) e o transformará em um centro de custo externo, por meio da utilização de serviços de empresas que possuam mais expertise nesse modelo de operação. Vamos Exercitar? Então, vamos lá! Para solucionar os problemas apresentados no nosso estudo de caso, você pode considerar as seguintes estratégias: Estratégia multimodal: para superar os desafios, a empresa decide implementar uma estratégia de transporte multimodal, combinando diferentes modais de transporte (rodoviário, ferroviário e aquaviário) para otimizar a eficiência logística. Essa abordagem permite explorar as vantagens de cada modal, como o custo mais baixo e a capacidade de carga do transporte ferroviário para longas distâncias, e a flexibilidade e acessibilidade do transporte rodoviário para entregas finais. Otimização de rotas e roteirização: a empresa investe em tecnologias avançadas para a roteirização de transportes, utilizando um software de gestão logística para estabelecer as melhores sequências de entrega e coleta de produtos. Isso minimiza os tempos de viagem, reduz o risco de atrasos e otimiza o uso de recursos. Parcerias com prestadores de serviços logísticos: para aumentar a eficiência e reduzir os custos, a empresa opta por fazer o outsourcing de parte de suas operações de transporte para empresas terceirizadas especializadas. Tal medida permite acessar uma frota diversificada e adaptada às necessidades singulares dos diferentes tipos de cargas e destinos, além de aproveitar a expertise dessas empresas na gestão de riscos, como o roubo de cargas. Implementação do conceito de milk run: para otimizar ainda mais a coleta e entrega de produtos, a empresa adota a metodologia milk run, especialmente para gerenciar a coleta de matérias-primas de seus fornecedores. Isso reduz a necessidade de manter grandes estoques, diminui os custos de transporte e melhora a eficiência do processo de suprimento. Investimento em sustentabilidade: reconhecendo a importância de minimizar o impacto ambiental de suas operações, a empresa deseja incorporar veículos mais eficientes e com menores emissões de CO2, além de priorizar modais de transporte com menor impacto ambiental, como o ferroviário e o aquaviário, quando possível. Com a implementação dessas estratégias, espera-se que a empresa melhore significativamente a eficiência de suas operações de transporte, reduza os custos logísticos e minimize o impacto ambiental. Além disso, a adoção de uma abordagem multimodal e a parceria com prestadores de serviços logísticos especializados devem contribuir para um melhor nível de serviço ao cliente, aumentando a satisfação e a lealdade dos consumidores. Essas melhorias posicionarão a empresa de maneira mais competitiva no mercado, cooperando para sua lucratividade e crescimento sustentável. Saiba Mais Você já ouviu falar sobre uma estratégia de transporte de mercadorias chamada transit point? Essa metodologia envolve o transporte de produtos do fornecedor ou fabricante diretamente para o varejista ou cliente, com tempo mínimo de armazenamento. Em outras palavras, um “ponto de trânsito” é um local onde as mercadorias são recebidas, reagrupadas e enviadas sem que sejam armazenadas por um longo período. Para que você possa compreender melhor o funcionamento desse sistema, acesse o vídeo sugerido a seguir. O QUE é transit point? como funciona? Referências Bibliográficas CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E- book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024. O QUE é transit point? como funciona? [S. l.]: Ser Logístico, 8 fev. 2021. 1 vídeo (8min10s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?=MbVleJyntV8. Acesso em: 3 fev. 2024. POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024. https://www.youtube.com/watch?v=MbVleJyntV8 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/ https://www.youtube.com/watch?v=MbVleJyntV8 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/ Aula 2 ARMAZENAGEM Armazenagem Olá, estudante! Bem-vindo a esta videoaula em que investigaremos a armazenagem e seus consequentes processos e fluxos. Este conteúdo demonstrará como essa importante atividade logística é uma área dinâmica, que desafia constantemente os profissionais a inovarem e se adaptarem a novas tecnologias e metodologias. Seja na busca pela eficiência operacional, na redução de custos ou na melhoria da satisfação do cliente, os conhecimentos adquiridos nesta etapa de aprendizagem serão ferramentas valiosas em seu arsenal profissional. Encorajo você a se engajar ativamente nesta videoaula, entendendo como esses princípios podem ser aplicados a diferentes contextos e setores. Vamos juntos descobrir o impacto transformador que uma gestão de armazenagem eficaz pode ter sobre o mundo dos negócios. Ponto de Partida Olá, estudante! Você, em algum momento, já parou para pensar em como a armazenagem interfere diretamente no desempenho logístico e na satisfação do cliente? Como podemos otimizar o uso do espaço disponível? De que maneira os diferentes tipos de armazéns influenciam a eficiência dos processos logísticos? Como os fluxos de armazenagem podem ser organizados para maximizar a produtividade e minimizar os riscos?Nunca refletiu sobre essas questões? Então, seja bem-vindo a uma aula essencial para o seu processo de aprendizagem, a qual abordará temas fundamentais na área de armazenagem. Nesta etapa de estudos, vamos aprofundar nosso entendimento sobre os conceitos básicos de armazenagem, explorar os objetivos que orientam a organização dos armazéns, os diferentes tipos de armazéns disponíveis, o fluxo e os processos inerentes à armazenagem, além das estruturas físicas que suportam essas operações. Compreender esses elementos é crucial para qualquer profissional que busca excelência na gestão de operações logísticas, pois armazenagem não é apenas sobre guardar produtos; é sobre otimizar espaços e processos para alcançar eficiência, segurança e redução de custos. Para que você possa colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você auxiliará os proprietários de uma empresa de fabricação de eletrodomésticos que atualmente enfrenta desafios significativos na gestão de seu inventário e na eficiência de suas operações de armazenagem. Contando com uma ampla gama de produtos, os quais incluem itens de alta demanda e outros com demanda sazonal, a empresa luta para manter níveis de estoque adequados, sem incorrer em custos excessivos de armazenagem. Além disso, a localização geográfica de seus fornecedores e a variação no lead time de entrega complicam ainda mais a tarefa de alinhar o suprimento com a demanda de maneira eficiente. Como resultado, a empresa frequentemente lida com problemas relativos ao excesso de estoque de alguns itens, enquanto outros produtos ficam em falta, o que afeta a satisfação do cliente e a eficiência operacional. Como podemos resolver essas complicações? Quais estratégias podem ser sugeridas aos gestores para que tais desafios sejam solucionados? E então, preparado? Vamos lá! Vamos Começar! Armazenagem: conceitos fundamentais Olá! Você sabia que muitas organizações estão buscando a eliminação da operação de armazenagem por meio da aplicação da prática do Just in Time (JIT), alinhando as necessidades da empresa, a demanda em tempo e a quantidade? Contudo, nem sempre é possível trabalhar com essa estratégia por causa de algumas questões relativas a processos, produtos, fornecedores, localizações, lead time, entre outros fatores. As operações de armazenagem são fundamentais para o sucesso das empresas, especialmente aquelas que dependem de uma cadeia de suprimentos eficiente para movimentar produtos desde o fabricante até o consumidor final. A importância dessas operações pode ser observada em várias dimensões, incluindo a eficiência operacional, a satisfação do cliente, a gestão de estoques e a capacidade de resposta às flutuações do mercado. Nesse contexto, as organizações se utilizam desse processo com o objetivo de atender às necessidades dos clientes. Desse modo, pode- se afirmar que a armazenagem é uma estratégia adotada pelas empresas para que possam satisfazer e entregar o nível de serviço definido junto ao seu mercado. Porém, em um primeiro momento, é fundamental considerar que armazenagem é diferente de estocagem. Qual a diferença entre esses conceitos? A armazenagem inclui todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à distribuição de materiais. Como exemplo, podemos citar o arroz e o feijão que compramos no mercado e mantemos na despensa ou no armário da cozinha de nossa casa. Depois de concluir suas compras, você provavelmente verificará o produto, decidirá onde guardá-lo e como será acondicionado (na própria embalagem ou em um pote), e o levará ao local de guarda até o momento de sua utilização, sempre controlando a quantidade usada para que não falte na hora desejada. Todo esse processo faz parte da armazenagem. Já a estocagem consiste na guarda física dos produtos ou materiais. Ou seja, a estocagem é uma parte da armazenagem. Considerando o exemplo do arroz e feijão, esse processo é a guarda física (literalmente) do produto na despensa ou no armário da cozinha. De outro modo, podemos definir a armazenagem de forma genérica e ampla, de maneira que inclua todas as atividades de um ponto destinado à guarda temporária e à distribuição de materiais (depósitos, centros de distribuição, etc.). A estocagem, por sua vez, pode ser entendida como uma das atividades do fluxo de materiais no armazém e no ponto destinado à alocação estática dos materiais. Dentro de um armazém, podem existir vários pontos de estocagem. A armazenagem serve de apoio ao desempenho das atividades primárias da logística, abrangendo a administração dos espaços necessários para manter os materiais estocados, os quais podem ser representados tanto pela própria fábrica quanto por locais externos (centros de distribuição). Essa prática também envolve aspectos como localização, dimensionamento, arranjo físico, equipamentos e pessoal especializado, recuperação de estoque, projeto de docas ou baías de atracação, embalagens, manuseio, necessidade de recursos financeiros e humanos, entre outros elementos. Objetivos da armazenagem e tipos de armazéns Outro fator importante a ser considerado é o tipo de serviço ofertado, ou seja, a qual objetivo se destina o armazém, uma vez que essa informação orientará as estratégias de gestão do espaço de armazenagem e ajudará a definir quais equipamentos, estruturas e mão de obra serão necessários. Nesse contexto, os tipos de serviços, ou objetivos, a serem entregues pelos depósitos, ou armazéns, aos usuários são os seguintes: Abrigo de produto: armazéns providenciam proteção para as mercadorias, além de longas listas de serviços associados, como manutenção dos registros (inventário), rotação de estoques e reparos. Consolidação: se as mercadorias são originárias de diversas fontes (locais diferentes), a empresa pode economizar no transporte caso as entregas sejam agregadas/consolidadas. Transferência e transbordo: significa desagregar ou fracionar quantidades transferidas em grandes volumes para as quantidades menores demandadas pelo cliente. Essa atividade é oposta à consolidação. Agrupamento: um uso especializado para depósitos é o agrupamento de itens por produto. Compreender os objetivos que os armazéns se destinam a cumprir é de fundamental importância, uma vez que alguns depósitos prestam apenas um ou outro tipo de serviço. Já alguns se dedicam a fornecer todos os serviços relacionados anteriormente. Entender quais objetivos devem ser satisfeitos é essencial tanto para o planejamento de toda a estrutura quanto para a sua gestão. Diante desse cenário, é preciso evidenciar, ainda, que existem cinco tipos básicos de armazéns, os quais são classificados em função dos produtos que abrigam da seguinte maneira: Armazéns de commodities: especializam-se no manuseio e na armazenagem de produtos-padrão (commodities), como madeira, algodão, tabaco, etc. Armazéns para granéis: concentram-se no manuseio e na armazenagem de produtos granelizados, como produtos químicos, xaropes, etc. Armazéns frigorificados: são depósitos refrigerados. Servem para guardar perecíveis, como frutas, vegetais, comidas refrigeradas e/ou congeladas, além de alguns produtos químicos e farmacêuticos. Armazéns para utilidades domésticas e mobiliários: seus principais clientes são empresas que distribuem miudezas de uso caseiro, e não os fabricantes de móveis. Armazéns de mercadorias em geral: acomodam um amplo leque de itens, não exigindo facilidades ou equipamentos especializados. Fluxo e processos da armazenagem E quais são os processos e as atividades existentes dentro da armazenagem? A Figura 1, a seguir, exibe um leiaute, em forma de “U”, que contempla os principais processos de um armazém. Figura 1 | Fluxo de operações versus processos do armazém. Fonte: elaborada pelo autor. Recebimento: compreende todas as atividades envolvidas na aceitação de materiais a serem armazenados, como: receber e atracar o veículo; fazer checklist e descarregar o veículo; receber o material físico e fiscal; conferir a carga; identificar e distribuiro material. Put away: abrange atividades de pre-packaging (paletização, repaletização, aplicação de filmes plásticos, colocação de etiquetas, etc.), leitura do código de barras, definição do local de endereçamento do material, movimentação do palete até a área de estocagem. Estocagem: consiste no ponto destinado à alocação estática dos materiais. Dentro de um armazém, podem existir vários pontos de estocagem. Separação ou picking: é a retirada dos itens em estoque para o atendimento de uma demanda específica. Inclui a coleta, separação e preparação de pedidos segundo a necessidade de cada cliente. Stage out: local destinado aos materiais ou produtos que estão em processo de expedição, com a finalidade de otimizar o uso dos equipamentos de movimentação, mão de obra e a capacidade de transporte do veículo de carga. Expedição: é a última fase do ciclo do armazém, executada antes do carregamento e embarque do produto para o cliente ou da entrega do material para a produção. Cross docking: operação de rápida movimentação de produtos acabados para a expedição entre fornecedores e clientes. Envolve o transbordo sem estocagem. Figura 2 | Estrutura específica para operações de cross docking. Fonte: elaborada pelo autor. Vamos detalhar algumas outras operações que estão relacionadas, principalmente, a modelos de operação em centros de distribuição (CDs). Para tanto, aprofundaremos nossa análise sobre o conceito de cross docking, que pode ser definido como uma operação de cruzamento de docas. Ou seja, nessa abordagem a mercadoria chega ao CD, e o produto não é estocado, mas sim separado em lotes menores e despachado, em uma operação também conhecida como baldeação. Essa técnica pode ser utilizada tanto para o fracionamento quanto para consolidar cargas. Também é válido mencionar o sistema merge in transit, em que o produto passa a ser montado ao longo da cadeia. Nesse caso, os componentes chegam separados, e o local físico (CD) é utilizado para o agrupamento desses itens e para posterior montagem, de acordo com o pedido dos clientes. Um exemplo que se encaixa nesse tipo de operação é o do segmento de computadores, que somente são montados momentos antes do despacho. Siga em Frente... Estruturas de armazenagem Agora, vamos conhecer algumas estruturas de armazenagem. Estrutura porta-paletes: é o sistema mais universal para o acesso direto e unitário a cada palete. Trata-se de uma solução ótima para armazéns nos quais é necessário armazenar produtos paletizados com uma grande variedade de referências. A distribuição e a altura das estantes são determinadas em função das características das empilhadeiras, dos elementos de armazenagem e das dimensões do local. Estrutura drive-in: a partir do drive-in, a armazenagem é feita por acumulação, o que facilita a máxima utilização do espaço disponível, tanto em superfície como em altura. São usadas estantes adequadas para produtos homogêneos com baixa rotação e grande quantidade de paletes por referência. Estrutura dinâmica: consiste em um sistema ideal para armazéns de produtos perecíveis, o qual é aplicável a qualquer setor da indústria ou da distribuição (alimentação, setor automobilístico, indústria farmacêutica, química, etc.). Suas estantes são constituídas por uma plataforma de roletes, com uma ligeira inclinação que permite o deslizamento dos paletes, por gravidade e com velocidade controlada, até o extremo oposto. Push back: é um sistema de armazenamento por acumulação que possibilita armazenar até quatro paletes em profundidade a cada nível. Todos os paletes de um mesmo nível, com exceção do último, se assentam sobre um conjunto de carros que se deslocam, por empurro, sobre os carros de rodagem. É um modelo ideal para a armazenagem de produtos de média rotação, com dois ou mais paletes por referência. Flow rack: sistema similar ao das estruturas dinâmicas, porém sua utilização não é direcionada para paletes, e sim para unidades menores, geralmente caixas. Cantilever: estrutura utilizada para a armazenagem de unidades de carga de grande longitude ou com medidas variadas. Caracteriza-se como uma estrutura muito simples, composta por colunas e uma série de braços em balanço, sobre os quais a carga é depositada. Em função da altura e do peso da mercadoria, pode- se eleger entre a estante leve ou a pesada. Ambas oferecem a possibilidade de situar os níveis de apenas um lado ou de ambos os lados da estrutura. A manipulação da carga pode acontecer manualmente, quando há pouco peso, ou mediante empilhadeira e meios de elevação apropriados, para cargas pesadas. Armazéns autoportantes: são grandes obras de engenharia nas quais as próprias estantes fazem parte do sistema construtivo do edifício, junto com as laterais e a cobertura. As estantes suportam as cargas das mercadorias e dos diversos elementos da construção. Além disso, há esforços gerados pelos meios de movimentação de carga e dos agentes externos: força do vento, sobrecarga da neve, movimentos sísmicos, etc. A altura desses armazéns somente é limitada pelas normas locais ou pela altura de elevação das empilhadeiras ou transelevadores. Vamos Exercitar? Então, vamos lá! Para solucionar os desafios apresentados anteriormente, a empresa deve implementar uma estratégia de armazenagem que incorpore os seguintes elementos: Análise e segmentação de inventário: é possível utilizar o princípio ABC para categorizar os itens de inventário com base em sua importância e demanda. Isso permitirá que a empresa direcione recursos de armazenagem aos itens mais críticos e de maior rotatividade, enquanto reduz o espaço e os recursos dedicados a itens menos demandados. Técnicas de Just in Time (JIT): embora a eliminação completa das operações de armazenagem não seja viável para a empresa por causa das complexidades mencionadas, a implementação de princípios JIT para itens de alta demanda e curto lead time pode reduzir significativamente a necessidade de espaço de armazenamento e custos associados. Para desenvolver essa proposta, será preciso estreitar a colaboração com fornecedores para garantir entregas mais frequentes e em quantidades alinhadas com a demanda real. Adoção de estratégias de cross docking: para itens com demanda previsível ou sazonal, a empresa pode se beneficiar da implementação de operações de cross docking. Isso minimizará a necessidade de armazenamento, permitindo que os produtos sejam redistribuídos diretamente para os clientes ou para as lojas de varejo assim que chegarem, o que também reduzirá o tempo de armazenagem e os custos. Investimento em tecnologia e automação: a empresa deve investir em sistemas de gestão de armazéns (WMS) e soluções de automação, como estruturas dinâmicas e porta-paletes, para otimizar a estocagem e recuperação de itens. Essas tecnologias podem melhorar a precisão do inventário, diminuir erros e aumentar a eficiência operacional. Flexibilização das estruturas de armazenagem: consiste em utilizar estruturas de armazenagem modulares e ajustáveis, como cantilever e estruturas drive-in, para acomodar a variação nos tipos e tamanhos de produtos. Isso permitirá uma adaptação rápida às mudanças na demanda e nos tipos de produtos armazenados. Capacitação e treinamento de equipe: deve-se investir no treinamento e desenvolvimento de equipes especializadas em operações de armazenagem e logística. Uma equipe bem treinada pode melhorar significativamente a eficiência das operações de armazenagem, desde o recebimento até a expedição. Ao implementar essas estratégias, a empresa pode aperfeiçoar significativamente a eficiência de suas operações de armazenagem, reduzir custos, melhorar a satisfação do cliente e aumentar sua capacidade de responder às flutuações do mercado de forma mais ágil e eficaz. Saiba Mais Você, para além da teoria, conhece as estruturas de armazenagem? Para que você possa aprender mais detalhes importantes sobre os elementos da armazenagem, suas principais características e aplicabilidades, assista ao conteúdo recomendado a seguir. ESTRUTURASde armazenagem logística (aula completa). Referências Bibliográficas CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. https://www.youtube.com/watch?v=9HUSHbV3Vbs/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/ CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/. Acesso em: 23 jan. 2024. ESTRUTURAS de armazenagem logística (aula completa). [S. l.]: SAC Logística, 29 maio 2021. 1 vídeo (29min18s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=9HUSHbV3Vbs/. Acesso em: 3 fev. 2024. POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024. Aula 3 MOVIMENTAÇÃO Movimentação Olá, estudante! Nesta videoaula aprofundaremos nosso entendimento sobre conceitos fundamentais da movimentação, explorando seus benefícios e funções primordiais. Descobriremos quais são os diferentes tipos e equipamentos de movimentação, e saberemos como aplicá-los de forma eficaz em seu ambiente de trabalho. Este conteúdo é crucial para otimizar processos, garantir segurança e melhorar a eficiência operacional. Prepare-se para adquirir conhecimentos que elevarão sua prática profissional a um novo patamar. Não perca esta oportunidade de aprendizagem! https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/ https://www.youtube.com/watch?v=9HUSHbV3Vbs/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/ Ponto de Partida Olá, estudante! Tudo bem? Em algum momento, você já parou para pensar em como podemos otimizar a movimentação dentro das operações para alcançar máxima eficiência e segurança? E quais seriam os benefícios dessa otimização? Se você deseja saber quais são as respostas para esses questionamentos, seja bem-vindo a esta aula, na qual investigaremos os fundamentos e práticas essenciais da movimentação. Vamos explorar conceitos-chave que formam a base de uma movimentação eficaz, além de conhecer os inúmeros benefícios que ela traz não apenas para as operações logísticas, mas também para a eficiência e segurança no ambiente de trabalho. Discutiremos, ainda, sobre as diversas funções da movimentação dentro de uma organização e examinaremos os diferentes tipos e equipamentos de movimentação utilizados em variados contextos industriais e comerciais. Para trazer à prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você, que atua como consultor, foi contratado por um armazém de médio porte especializado na distribuição de componentes eletrônicos. Os gestores dessa instituição observaram um aumento significativo nos tempos de atendimento dos pedidos, o que impactou negativamente a satisfação do cliente e elevou os custos operacionais. A análise inicial apontou que o problema residia na ineficiente movimentação de mercadorias dentro do armazém. Identificou-se que a falta de planejamento na localização dos itens mais vendidos resultava em deslocamentos desnecessários dos funcionários, além de atrasos na preparação e expedição dos pedidos. Além disso, o uso predominante de movimentação manual contribuía para a ocorrência de erros e atrasos, bem como para o aumento do risco de lesões entre os trabalhadores. Diante desse cenário, quais seriam as suas sugestões para que a empresa possa resolver os desafios descritos? E então, preparado? Vamos lá! Vamos Começar! Movimentação: conceitos fundamentais Por movimentação entende-se o deslocamento de matérias-primas, materiais em processo, produtos acabados ou qualquer outro insumo demandado em decorrência da operacionalização da empresa em uma pequena ou média distância dentro de uma área delimitada, a qual, na maior parte dos casos, restringe-se a uma determinada planta produtiva. A movimentação de mercadorias em um armazém é uma atividade de importância substancial e que exerce impacto direto sobre a eficiência operacional e a competitividade de uma empresa no mercado. Essa relevância pode ser analisada sob várias perspectivas, incluindo a gestão de estoque, a satisfação do cliente, a otimização de custos e a capacidade de resposta às mudanças do mercado. Vamos analisar esses aspectos de maneira mais detalhada a seguir. Benefícios de uma movimentação eficaz Gestão de estoque: uma movimentação eficiente de mercadorias permite uma gestão de estoque mais precisa e eficaz. Uma das vantagens é saber exatamente o que está disponível, onde um item está localizado dentro do armazém e quanto do produto existe em estoque. Tal precisão minimiza os erros de estoque, reduz o excesso ou a falta de produtos e garante que os pedidos dos clientes sejam atendidos prontamente e sem atrasos. Satisfação do cliente: a capacidade de processar pedidos de modo rápido e com precisão é diretamente influenciada pela eficiência na movimentação de mercadorias. Quando os produtos são facilmente acessíveis e podem ser movimentados sem complicações, o tempo de preparação e envio de pedidos é reduzido. Isso eleva a satisfação dos consumidores, pois eles recebem suas encomendas no prazo prometido, o que é um fator crítico para a retenção de clientes e a atração de novos negócios. Otimização de custos: a movimentação eficiente de mercadorias também contribui para a otimização de custos operacionais. Ao reduzir o tempo necessário para mover produtos do estoque até a área de expedição, por exemplo, é possível diminuir a mão de obra requerida. Além disso, a minimização de danos aos produtos durante a movimentação pode resultar em economias significativas, evitando perdas e a necessidade de reposição de estoque. Capacidade de resposta às mudanças do mercado: em um ambiente de negócios que está sempre mudando, a habilidade de adaptar-se rapidamente às novas demandas do mercado é crucial para manter a competitividade. Uma movimentação de mercadorias eficiente permite a flexibilidade necessária para ajustar os níveis de estoque, introduzir novos produtos de maneira ágil e retirar os obsoletos de forma eficaz. Isso assegura que a empresa possa responder às tendências de mercado com velocidade, mantendo-se à frente da concorrência. Tecnologia e inovação: o uso de tecnologias avançadas, como sistemas de gerenciamento de armazéns (Warehouse Management Systems – WMS), robótica e soluções de automação, pode aprimorar significativamente a movimentação de mercadorias. Essas tecnologias aumentam a precisão, a velocidade e a eficiência, reduzindo erros humanos e otimizando o uso do espaço no armazém. Ou seja, as operações de movimentação de mercadorias em um armazém não apenas configuram uma questão de logística interna, mas também constituem-se como um componente crítico que afeta a competitividade de uma empresa. Desse modo, investir em práticas eficientes de movimentação de mercadorias e na adoção de tecnologias inovadoras pode levar a melhorias significativas em satisfação do cliente, eficiência operacional, redução de custos e adaptabilidade ao mercado. Portanto, empresas que priorizam e aprimoram continuamente suas operações de movimentação de mercadorias estão mais bem posicionadas para alcançar sucesso sustentável no mercado atual, marcado pela concorrência. Considerando os aspectos descritos anteriormente e a importância da movimentação dentro da organização, é evidente que essa atividade deve ser gerida de forma acertada e estratégica, na intenção de maximizar a utilização dos recursos nela empregados e, por outro lado, minimizar os custos resultantes desses processos, como também garantir a integridade das pessoas e materiais. Nesse sentido,os primeiros aspectos que devem ser observados são a continuidade das movimentações e a economia em escala em todo o armazém ou empresa. Isso significa que as movimentações não devem ocorrer de maneira aleatória ou arbitrária. Deve existir um planejamento das ações, a fim de utilizar os recursos do melhor modo, evitando desperdícios de tempo e dinheiro. Vamos considerar uma empresa que não planeja suas movimentações. Provavelmente existiriam funcionários andando de um lado para o outro aleatoriamente, rodinhas de conversas improdutivas ou, ainda, a movimentação de peças e produtos sem que existisse demanda para tal. Será que essas práticas agregariam valor à empresa? Dentro dos conceitos de gestão estratégica, esses procedimentos estariam corretos? É claro que não, não é? Entretanto, infelizmente essa atividade ainda não é planejada em boa parte das empresas, como costuma acontecer em processos produtivos (manufatureiros), que ficam parados, aguardando componentes para processar. Funções da movimentação Podemos apontar a movimentação como uma importante atividade de apoio, cujo princípio é facilitar outras atividades. Imagine uma movimentação que disponibilize um produto em uma localização não planejada e não identificada. No momento em que esse produto for requisitado, a sua procura gerará perda de tempo, e provavelmente teremos novas movimentações para corrigir e disponibilizar o item no local certo. Dessa forma, a movimentação de materiais (consideraremos como materiais qualquer objeto a ser movimentado) tem as seguintes funções: Movimento: deslocamento de peças, materiais e produtos acabados de maneira mais eficiente. Lugar: responsabilidade de verificar se o material desejado foi entregue no lugar certo. Tempo: os materiais devem chegar ao local de trabalho, fábrica ou cliente no momento exato. Quantidade: é preciso providenciar, para cada operação, a quantidade exata dos materiais necessários. Siga em Frente... Tipos e equipamentos de movimentação Mas como a movimentação dos materiais pode ser realizada? A movimentação pode ocorrer de três formas. Acontece manualmente quando as operações são executadas pelo homem, sem auxílio de qualquer equipamento motorizado ou não. Em alguns segmentos, ainda é comum encontrar esse tipo de movimentação. Porém deve-se considerar que o manuseio de cargas é responsável por grande parte dos traumas musculares entre os trabalhadores. Aproximadamente 60% dos problemas musculares são causados por levantamento de cargas e 20%, pela ação de puxar ou empurrar as mercadorias. A movimentação também pode ser mecanizada, quando as operações são efetuadas por equipamentos de movimentação de materiais e dirigidas por homens. A decisão de mecanizar (utilizar equipamentos) a movimentação é um dos principais pontos a serem planejados dentro de um armazém, pois pode promover ganhos em produtividade e criar uma condição ergonômica benéfica ao trabalhador. É importante conhecer os tipos de equipamentos usados para a movimentação e saber qual a sua relação com os equipamentos de armazenagem, avaliando sua real necessidade e o custo-benefício. Vamos conhecer, a seguir, alguns equipamentos de movimentação (mecanização do processo). Equipamento Descrição Principais equipamentos Veículos industriais Veículos, motorizados ou não, empregados para mover cargas mistas ou uniformes, em caminhos variados com superfície adequada, com as funções principais de manobrar e movimentar. Empilhadeiras (frontal, lateral, patola) Carrinhos industriais Paleteira manual Transpaleteira elétrica Equipamento s de elevação e transporte Dispositivos aéreos utilizados para movimentar cargas que variam, de maneira intermitente, entre dois pontos dentro de uma área limitada. Sua função principal é transferir. Guindastes Talhas Ponte rolante Monovia Transportado res contínuos Dispositivos motorizados ou transportadores que operam por meio da gravidade. São instalados em rotas fixas e de movimento contínuo. Sua Transportadores de esteira Transportadores de rolo Transportadores de Quadro 1 | Equipamentos de movimentação. Fonte: elaborado pelo autor. Por fim, a movimentação ainda pode ser automatizada, quando é operada por computador. Esse tipo de movimentação possui como característica principal o fato de existir pouca ou nenhuma interação humana, o que contribui para reduzir significativamente os custos relacionados a erros humanos, lesões e contaminações dos produtos, além de otimizar o tempo de trabalho. Por essa razão, tal tipo de movimentação é comumente utilizado por empresas que produzem produtos alimentícios ou bebidas. Vamos Exercitar? Então, vamos lá! Para solucionar os problemas apresentados anteriormente, os gestores podem recorrer às seguintes estratégias: Reorganização do leiaute do armazém, priorizando a alocação dos itens de maior rotatividade perto das áreas de embalagem e expedição. Isso minimizaria o tempo de deslocamento dos funcionários e a manipulação dos produtos, agilizando o processo de preparação dos pedidos. Adoção de tecnologia de movimentação mecanizada e automatizada, a partir da implementação de equipamentos de movimentação mecanizada, como empilhadeiras elétricas e transpaleteiras, para o manuseio de cargas mais pesadas e volumosas, reduzindo o esforço físico e o risco de lesões entre os trabalhadores. Para itens de alta demanda e movimentação função principal é transportar. caçamba Plano inclinado Elevador de canecas constante, deve-se considerar a introdução de sistemas automatizados, como transportadores contínuos e sistemas de sortimento automatizado, que podem otimizar ainda mais a movimentação interna, aumentando a eficiência e precisão na manipulação dos produtos. Implementação de um Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS) que integre as operações de movimentação com a gestão de estoque, proporcionando uma visão em tempo real da localização e da quantidade de produtos disponíveis. Isso facilitaria a rápida localização dos itens, otimizando o processo de picking e reduzindo os erros de expedição. Capacitação da equipe e melhoria contínua, investindo na capacitação dos colaboradores e fornecendo treinamento específico sobre as novas tecnologias e equipamentos introduzidos, bem como sobre as melhores práticas em movimentação de mercadorias. Isso garantiria não apenas a eficácia na utilização dos recursos, mas também a segurança no trabalho. Estabelecer um programa de melhoria contínua, que inclua a revisão periódica dos processos de movimentação e uma atualização sobre as tecnologias e equipamentos usados, conforme necessário, garantindo que o armazém permaneça competitivo e eficiente. Ao implementar essas soluções, espera-se uma melhoria significativa na eficiência operacional do armazém, o que se refletirá positivamente na satisfação do cliente e na redução dos custos operacionais, além de proporcionar um ambiente de trabalho mais seguro e ergonômico para os funcionários. Saiba Mais Embora equipamentos de movimentação sejam comumente utilizados no interior das empresas, alguns extrapolam esses limites (e muito!). A cidade de Barroso-MG recebeu a maior correia transportadora suspensa do mundo, que tem 7,2 quilômetros de extensão e capacidade para deslocar 1.500 toneladas de calcário por hora. Uma fábrica de cimento da cidade decidiu adotar esse sistema de transporte com o objetivo de reduzir os impactos ambientais da região. Saiba mais acessando a matéria. Referências Bibliográficas CAXITO, F. (Coord.). Logística: um enfoque prático. 3. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/. Acesso em: 23 jan. 2024. CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operações. 4. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. CORRÊA, H. L. Administração de cadeias de suprimentos e logística: integração na era da indústria 4.0. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/.Acesso em: 23 jan. 2024. POZO, H. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: uma introdução. São Paulo: Grupo GEN, 2019. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/. Acesso em: 23 jan. 2024. Aula 4 GESTÃO DE ESTOQUES https://revistaminerios.com/maior-correia-transportadora-suspensa-do-mundo-ira-deslocar-1-500-th/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788571440043/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023022/ https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597023220/ Gestão de estoques Olá, estudante! Nesta videoaula adentraremos o universo da gestão de estoque, explorando os motivos que justificam a existência de estoques, seus diferentes tipos e a importância do entendimento da demanda para uma gestão eficaz. Também aprofundaremos nossa análise sobre os modelos de inventários, que representam uma peça fundamental na otimização de recursos e maximização da eficiência operacional. Este conhecimento é vital para sua prática profissional, pois permite aprimorar a tomada de decisão e a sustentabilidade dos negócios. Prepare-se para adquirir insights valiosos e habilidades práticas. Não perca esta oportunidade de crescimento profissional. Vamos lá! Ponto de Partida Olá, estudante! Tudo bem? Bem-vindo à nossa aula sobre gestão de estoques, um tema fundamental não apenas para aqueles que buscam excelência no ambiente corporativo, mas também para qualquer profissional interessado em compreender como as organizações mantêm suas operações eficientes e seus clientes satisfeitos. Em decorrência da importância do gerenciamento eficaz dos níveis de estoques para a entrega de um nível de serviço elevado, bem como para a competitividade e lucratividade da organização, esta aula tem o objetivo principal de apresentar a você não apenas os aspectos conceituais sobre a gestão de estoques, mas também quais são os motivos centrais que justificam a existência desses ativos nas empresas, os diferentes tipos de estoques, a relevância de entender a demanda na gestão de estoques e, por fim, os variados modelos de inventários. Para que você possa colocar em prática esses aprendizados, imagine a seguinte situação: você auxiliará os gestores de uma empresa de varejo cuja gestão de estoque vem enfrentando desafios significativos, marcados por dois problemas principais: o excesso de estoque de alguns produtos e a falta recorrente de outros. Esse cenário tem provocado um desequilíbrio financeiro, com grande parte do capital da empresa sendo imobilizado por produtos de baixa rotatividade, enquanto a ausência de itens de alta demanda resulta em oportunidades de venda perdidas e insatisfação dos clientes. A empresa utiliza um sistema de gestão de estoque tradicional, que opera com base em previsões de vendas históricas e não leva em conta as flutuações sazonais ou tendências de mercado emergentes. Além disso, há pouca comunicação entre os departamentos de compras, vendas e logística, o que dá origem a decisões de reposição de estoque que não estão alinhadas com a realidade da demanda atual. Como tais problemas podem ser resolvidos? E então, preparado? Vamos lá! Vamos Começar! Gestão de estoques Os estoques representam uma parcela significativa dos ativos das organizações, desempenhando um papel crucial tanto na operacionalização quanto na estratégia financeira. A gestão eficaz dos estoques é indispensável para o equilíbrio entre a maximização da eficiência operacional e a minimização dos custos associados à manutenção de inventários. A importância dos estoques para as organizações reside em sua capacidade de assegurar a continuidade das operações. Eles atuam como um amortecedor entre a produção e as demandas do mercado, garantindo que os produtos estejam disponíveis para atender aos pedidos dos clientes de forma oportuna. Isso é essencial para manter a satisfação e a fidelidade do cliente, aspectos que são vitais no ambiente competitivo atual. Por outro lado, a gestão ineficaz dos estoques pode levar a diversos problemas, como o excesso de estoque, que imobiliza capital desnecessariamente e aumenta os custos de armazenamento, ou a falta de estoque, que culmina em perda de vendas e danos à reputação da empresa. Portanto, a gestão de estoques precisa ser cuidadosamente balanceada para evitar esses extremos. Mas o que é estoque? Em uma definição mais ampla, podemos conceituar os estoques como acúmulos de matérias-primas, insumos, componentes, produtos em processo e produtos acabados que aparecem em numerosos pontos por todos os canais logísticos e de produção na empresa. Já em uma definição mais específica e criteriosa, os estoques podem ser entendidos como uma certa quantidade de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para produzir lucros (provenientes das vendas) e serviços (pelo fato de os estoques permitirem a continuidade do processo produtivo das empresas). Considerando essas definições, qual o objetivo de se gerenciar estrategicamente os níveis de estoques? O grande propósito do gerenciamento dos estoques é otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos recursos financeiros e minimizando as necessidades de capital investido em estoques. Neste mundo globalizado, permeado por uma competição cada vez mais acirrada, os estoques passam a ser um fator estratégico e um diferencial, ou seja, uma vantagem competitiva de uma empresa sobre os seus concorrentes. Motivos que justificam a existência de estoques Há uma grande discussão nas organizações em relação aos estoques, sobretudo por causa do seu alto custo. No entanto, existem alguns benefícios que justificam a compreensão do estoque como uma vantagem competitiva: Atender às demandas variáveis dos clientes. Proteger contra incertezas na demanda e no tempo de reposição. Manter a independência das operações de produção. Estabilizar o nível de produção em seus diferentes ritmos e fases. Proteger-se de aumentos de preços e ciclos econômicos. Melhorar o nível de serviço. Servir como segurança contra contingências (greves). É preciso evidenciar que os estoques representam acúmulos de recursos materiais entre fases específicas de um processo de transformação. Esses acúmulos, por sua vez, produzem acréscimos nos custos para a organização e, por isso, devem ser criteriosamente gerenciados. Tipos de estoques Será que todos os estoques são iguais? Não estou falando sobre o espaço físico para guarda, mas sim sobre os materiais ou produtos que são armazenados para atender a uma certa demanda ou situação. Já posso adiantar que os estoques não são iguais e devem ser classificados segundo sua natureza. Os principais tipos são: Matérias-primas: são materiais e componentes comprados de fornecedores, armazenados na empresa compradora e que não sofreram nenhum tipo de processamento. Materiais em processo ou semiacabados: são materiais que sofrerão pelo menos um processamento no modo produtivo da empresa compradora e aguardam utilização posterior. Estão em fase de elaboração do produto acabado. Produtos auxiliares e manutenção: são peças de reposição, materiais de limpeza, de escritório, de segurança (EPIs), manutenção, etc. Produtos acabados: são produtos que passaram por todas as fases de processamento e estão prontos para a comercialização (venda, distribuição e transporte). Estoque de distribuição: são produtos acabados localizados no sistema de distribuição (externo). Estoques em trânsito: são todos os itens que foram despachados e ainda não chegaram ao seu destino final. Estoques em consignação: itens que continuam sendo propriedade do fornecedor até que sejam consumidos/vendidos ou devolvidos. Os estoques ainda podem ser classificados por sua estratégia diante da demanda, como mostra o Quadro 1, a seguir. Quadro 1 | Classificação de estoques segundo sua estratégia. Fonte: elaborado pelo autor. Classificação dos estoques de acordo com a sua situação momentânea A situação momentânea dos estoques refere-se àcondição na qual um determinado insumo ou mercadoria se encontra em um momento TIPO FUNÇÃO Estoque operacional Atende à demanda normal do item. Estoque de segurança Atende às variações de demanda e/ou atraso de fornecedores. Estoque de itens recuperáveis Abrange artigos que podem ser trocados com fornecedores ou recondicionados para uso. Estoque estratégico Formado para atender à demanda de períodos futuros (produtos sazonais). Estoque especulativo Formado para obter ganhos adicionais por aumento de preços. Estoque a ser descartado Comporta artigos obsoletos, estragados. específico. Para os gestores, trata-se de uma informação de suma importância, pois ajuda a evitar compras desnecessárias, sanções legais, como multas, ou falta de estoque. Nesse contexto, os estoques podem ser definidos como: Estoque disponível: consiste na quantidade de materiais que de fato constam fisicamente no armazém e que podem imediatamente ser requeridos para atender a uma certa demanda. Estoque ativo: são considerados ativos todos os insumos que apresentam rotineiramente movimentação de entradas e saídas, ou seja, itens que não enfrentam ociosidade pelo fato de estarem em constante fluxo. Estoque inativo: trata-se de itens que não apresentaram nenhum tipo de movimentação em um determinado período de tempo. Porém não é correto afirmar que os insumos momentaneamente classificados como inativos não possuem mais serventia para a empresa. É válido destacar que, no que se refere ao estoque inativo, essa condição não pode ser considerada imutável. Ou seja, um estoque que é categorizado como inativo em um certo momento, diante da entrada de um novo pedido que o requeira, passa a ser classificado como estoque ativo. Estoque empenhado: embora permaneçam no estoque, os itens classificados como estoque empenhado já foram previamente reservados para atender a uma demanda. Estoque físico: trata-se da quantidade de materiais armazenados sob a guarda do almoxarifado da empresa até que sua utilização seja solicitada. Compreende o estoque disponível e o estoque empenhado, ou seja, EF= EDisp + EEmp. Estoque em poder de terceiros: refere-se a insumos que já foram adquiridos, mas permanecem armazenados no fornecedor ou estão a caminho do cliente. Essa terminologia momentânea é bastante utilizada para fins de inventários (contagem dos estoques) ou em casos de auditorias fiscais inesperadas, nas quais há a necessidade de comprovação dos níveis de estoques. Estoque pulmão: para exemplificar esse tipo de estoque, podemos imaginar uma empresa fabricante de roupas de ginástica que produz peças tanto para o verão quanto para o inverno. As peças criadas para atender às estações mais quentes são produzidas no inverno, e as peças elaboradas para atender às estações mais frias são desenvolvidas no verão, gerando assim um estoque pulmão. Estoque regulador: é bastante comum em organizações que possuem diversas filiais. Com o objetivo de suprir faltas de mercadorias ou insumos em toda a rede, a empresa elege uma das filiais como um centro de distribuição (CD) que possui um estoque mais elevado, para que, quando necessário, abasteça as demais. Estoque sazonal: trata-se de uma quantidade de insumos ou mercadorias previamente adquiridos a fim de se antecipar a uma variação na demanda que possa ocorrer no futuro, fazendo com que a produção, venda ou consumo não sejam prejudicados. É o que acontece com as fabricantes de chocolates, que precisam adquirir quantidades maiores de seus insumos para não sofrer com a falta de produtos na Páscoa. A importância do entendimento da demanda para a gestão dos estoques Dentro do processo de gerenciamento do estoque, é importante contemplar a gestão da demanda, tendo em vista a relevância da orientação dos estoques no que diz respeito à demanda e necessidade do consumidor final. Compreender as demandas é uma prática fundamental para descobrir o que deve ser estocado (quais itens, produtos ou mercadorias), como também a quantidade apropriada dos materiais a serem alocados. Nesse sentido, umas das estratégias que pode ser considerada genérica (por causa de sua amplitude) relaciona-se aos sistemas puxados (pull) e sistemas empurrados (push). Você tem alguma ideia do que eles sejam? Sistema puxado: a execução da operação é iniciada com base nos pedidos dos clientes. Nesse sistema, a demanda é conhecida. A venda de uma pizza é um bom exemplo de produção puxada, pois a pizza só é feita quando a pizzaria tem o pedido em mãos. Além disso, é comum que haja estoques menores de produtos acabados. Sistema empurrado: a execução da operação antecipa os pedidos dos clientes. Nesse sistema, a demanda não é conhecida; opera- se com uma previsão. Exemplo de um sistema assim é um buffet ou restaurante self-service, que se programa (e produz) de acordo com a necessidade de comida para um determinado período e/ou estimativa. Geralmente existem grandes estoques no decorrer da cadeia. É comum ouvir que estoque é “dinheiro parado” e, por isso, deve-se comprar e produzir somente o que será vendido. No entanto, o tipo de produto, de negócio e de estratégia empresarial será o fator decisório na hora de escolher entre sistema puxado ou empurrado. Um exemplo claro da necessidade de um sistema empurrado envolve os bens de consumo, como refrigerantes, sucos, chocolates, palha de aço, etc. Esses produtos geralmente são vendidos em varejos e, se não estiverem disponíveis ao consumidor, provavelmente serão substituídos por opções dos concorrentes no momento da compra. Qual é a sua opinião sobre estoque? Ele é bom ou ruim? Tente mensurar quanto a disponibilidade de um estoque custa para uma organização. Agora, pense no quão custosa seria a falta de estoque para uma linha de produção ou o não atendimento de um cliente. Os estoques em excesso são “dinheiro parado”, mas a ausência de um produto pode gerar perdas de vendas e do próprio cliente. Por esse motivo, independentemente do sistema escolhido (puxado ou empurrado), existem algumas técnicas e ferramentas que auxiliam na gestão de estoques no decorrer da cadeia de suprimentos. Essa premissa demonstra a importância de se gerenciar os estoques, com um foco voltado ao atendimento aos clientes na hora certa, com a quantidade correta e requerida. Esse tem sido o objetivo das empresas. Dessa forma, fazer a distribuição de maneira rápida e eficaz se transforma na oportunidade de obter uma vantagem competitiva poderosa. O planejamento é um dos principais instrumentos usados para a definição de uma política de estoque que vá ao encontro dos objetivos macros da empresa e, de maneira geral, pode abranger metas de níveis (quantidade) de estoque, de giro de estoque, metodologia de inventários, metas de acuracidade (confiabilidade/assertividade) dos inventários, políticas exclusivas (específicas) para itens importados e metas de níveis de atendimento aos clientes (definir o nível de serviço próprio para cada cliente). Logo, a melhor política de estoque é aquela que atende aos clientes dentro da meta estabelecida, ao menor nível de estoque possível e ao maior giro de estoque praticável. Este é o grande desafio das empresas: buscar a excelência, atender aos clientes da melhor maneira possível e com níveis de estoque cada vez menores, o que, por si só, já representa uma missão altamente complexa. Essa fórmula se reflete em resultados positivos para uma organização, pois ajuda significativamente na positivação do fluxo de caixa e permite que a empresa aloque recursos em outros investimentos. Siga em Frente... Tipos de inventários É fundamental que uma empresa tenha informações de estoque confiáveis para dar fluxo a todas as operações. Considere o seguinte exemplo: um determinado cliente solicita um produto com urgência. O vendedor consulta o sistema e verifica se possui o produto, como também se pode atender à necessidade desse consumidor prontamente. No momento em que envia para o armazém a ordem de separação, o produto não é encontrado fisicamente. O vendedor é, então,