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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
Trabalho em grupo - Q1
Alice Melo Campos
Daniel Medeiros Mendonça Diamantino
Pedro Vasconcellos Diaz
Belo Horizonte - MG
30 de junho de 2024
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
Trabalho em grupo - Q1
Alice Melo Campos
Daniel Medeiros Mendonça Diamantino
Pedro Vasconcellos Diaz
Documento apresentado ao curso de
Engenharia Civil da Universidade Federal
de Minas Gerais, Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas, Departamento de
Ciências Políticas, como requisito parcial
para obtenção de pontuação na disciplina
de Estado Moderno e Capitalismo.
Professor: Danilo Buscatto Medeiros
Belo Horizonte - MG
30 de junho de 2024
Sumário
INTRODUÇÃO………………………………………………...……………………………. 4
DESENVOLVIMENTO…………………………..…………………………………………. 5
CONCLUSÃO……………………………………………………………………………….. 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ……………………………………………………….. 8
1. INTRODUÇÃO
O tema da pacificação das relações sociais é central em muitos textos sociológicos e
filosóficos, especialmente porque reflete uma aspiração humana fundamental por harmonia e
coexistência pacífica. Georg Simmel, um dos principais sociólogos do século XX, aborda essa
questão de maneira única em seus escritos.
Simmel analisa as interações sociais e as dinâmicas que as permeiam, questionando a natureza
das relações humanas em contextos diversos. Em seus estudos, ele destaca a complexidade
das interações sociais, reconhecendo que, apesar da busca pela pacificação, os conflitos e as
tensões são inevitáveis e, em certa medida, até necessários para a evolução e a manutenção
das relações sociais.
Uma das contribuições mais significativas de Simmel para essa discussão é sua abordagem da
sociabilidade como uma forma de equilíbrio entre a integração e a diferenciação. Ele
argumenta que, para que a sociedade funcione de maneira harmoniosa, é necessário um certo
grau de integração, onde os indivíduos compartilham normas, valores e objetivos comuns. No
entanto, essa integração também deve permitir espaço para a diferenciação, a individualidade
e a diversidade, evitando a uniformidade e a homogeneização que podem levar à estagnação
social.
Portanto, ao questionar algumas das expectativas em torno da pacificação das relações sociais,
Simmel destaca a importância de reconhecer e lidar com as tensões e os conflitos inevitáveis
na vida em sociedade. Ele sugere que, em vez de buscar uma pacificação absoluta, devemos
entender e gerenciar essas tensões de forma construtiva, reconhecendo que são parte
intrínseca da vida social e podem até mesmo impulsionar o progresso e a mudança. Assim,
sua obra desafia visões simplistas ou idealizadas da pacificação social, oferecendo uma
perspectiva mais complexa e realista sobre as dinâmicas sociais.
2. DESENVOLVIMENTO
A expectativa de que as relações entre os indivíduos nas sociedades modernas, especialmente
nas grandes cidades, serão mais civilizadas e pacíficas é amplamente fundamentada em
diversas suposições que refletem ideais de progresso social e cultural. Uma dessas suposições
é a crença de que o avanço da sociedade leva a uma maior civilização e pacificação das
relações sociais. Nesse sentido, espera-se que o desenvolvimento humano e tecnológico
contribua para a criação de ambientes mais seguros e harmoniosos, onde a convivência entre
as pessoas seja marcada pela tolerância e pelo respeito mútuo.
Além disso, há a percepção de que a diversidade étnica e cultural nas grandes cidades
promove a tolerância e o entendimento entre diferentes grupos sociais. A exposição a uma
variedade de perspectivas e experiências de vida é vista como uma oportunidade para
diminuir preconceitos e estereótipos, contribuindo para uma convivência mais pacífica e
enriquecedora.
Outra suposição subjacente é a ideia de interdependência e integração social, na qual se
acredita que, em sociedades modernas altamente interconectadas, os indivíduos dependem uns
dos outros para alcançar seus objetivos e satisfazer suas necessidades. Essa interdependência
pode incentivar a cooperação e a resolução pacífica de conflitos, uma vez que o bem-estar de
cada indivíduo está ligado ao bem-estar coletivo.
Além disso, há confiança nas instituições sociais, como o governo, a aplicação da lei e os
sistemas judiciais, para garantir a ordem e a segurança nas grandes cidades. A presença dessas
instituições é vista como uma salvaguarda contra o caos e a violência, proporcionando um
ambiente propício para interações pacíficas e uma convivência civilizada.
Por fim, acredita-se que os avanços tecnológicos e os meios de comunicação facilitam a
disseminação de informações, o diálogo e a resolução de conflitos de maneira mais eficiente e
pacífica. A conectividade digital pode promover a conscientização sobre questões sociais e
estimular a solidariedade entre os membros da comunidade, contribuindo para uma cultura de
paz e cooperação.
No entanto, é importante reconhecer que essas suposições podem ser simplistas e idealizadas.
A realidade das grandes cidades modernas é complexa e multifacetada, e a pacificação das
relações sociais não é garantida apenas pelo desenvolvimento social, cultural ou tecnológico.
Conflitos, desigualdades, exclusões e injustiças ainda persistem em muitos contextos urbanos,
desafiando a noção de que a modernidade automaticamente conduz à civilização e à paz.
Portanto, uma compreensão mais crítica e contextualizada das dinâmicas sociais é necessária
para entender verdadeiramente a natureza das relações humanas nas sociedades
contemporâneas.
3. CONCLUSÃO
Ao analisar a expectativa de que as relações entre os indivíduos nas sociedades modernas
serão mais civilizadas e pacíficas, é essencial considerar perspectivas oferecidas por obras
clássicas da sociologia, como "Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos" de
Benjamin Constant e as Lições de Sociologia de Émile Durkheim.
Constant, em sua obra, destaca a diferença entre a liberdade dos antigos, centrada na
participação política direta, e a liberdade dos modernos, que enfatiza a proteção dos direitos
individuais pelo Estado. Essa distinção revela uma mudança na natureza das relações entre o
Estado e o indivíduo ao longo do tempo. Nas sociedades modernas, a liberdade individual é
protegida pelo Estado, o que pode contribuir para a percepção de que as relações sociais serão
mais pacíficas devido à garantia dos direitos individuais.
Porém, Durkheim, em suas Lições de Sociologia, oferece uma visão mais complexa sobre a
natureza das relações sociais. Ele destaca a importância da moral cívica na integração social e
na manutenção da ordem. Segundo Durkheim, o Estado desempenha um papel crucial na
promoção dessa moral cívica, estabelecendo normas e valores compartilhados que orientam o
comportamento dos indivíduos na sociedade. Assim, a pacificação das relações sociais não é
apenas uma questão de proteção dos direitos individuais, mas também de solidariedade e
coesão social promovidas pela moral cívica.
Portanto, ao considerar as contribuições de Constant e Durkheim, podemos entender que a
expectativa de que as relações sociais nas sociedades modernas serão mais civilizadas e
pacíficas é influenciada não apenas pelo desenvolvimento social e tecnológico, mas também
pela evolução das concepções de liberdade e pela construção de uma moral cívica que
promova a integração e a solidariedade entre os membros da comunidade. No entanto, essa
expectativa deve ser examinada criticamente à luz das complexidades e desafios enfrentados
pelas sociedades contemporâneas, como apontado por Durkheim, para uma compreensão mais
profunda da natureza das relações humanas na era moderna.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Vandenberghe, F. (2018). As sociologias de Georg Simmel
Elias, N. (1994). O Processo Civilizador: Uma história dos costumes.
Constant, B. (1819).Da liberdade dos antigos comparada à dos modernos.
Durkheim, É. (1912). Lições de Sociologia: Física dos Costumes e do Direito.

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