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Concursos CESPE - 7000 Questões Comentadas ( PDFDrive )_removed-79

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Questões resolvidas

Com respeito a temas da história econômica brasileira, julgue C ou E.

(1) A reforma monetária promovida por Rui Barbosa resultou em intenso processo de especulação financeira, obrigando o governo de Deodoro da Fonseca a adotar um conjunto de medidas conhecido como encilhamento.
(2) O Plano SALTE foi adotado por Getúlio Vargas, no seu período de governo, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia.
(3) Pode-se considerar que o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado por equipe liderada por Celso Furtado, fracassou em sua meta de reduzir a inflação e estimular o crescimento econômico.
(4) As sistemáticas valorizações cambiais da moeda brasileira, nos anos 80 do século passado, foram o principal instrumento do governo para produzir os superavit comerciais necessários ao equilíbrio do balanço de pagamentos, dado que a conta de transações correntes era fortemente deficitária em razão dos pagamentos associados à dívida externa.

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Questões resolvidas

Com respeito a temas da história econômica brasileira, julgue C ou E.

(1) A reforma monetária promovida por Rui Barbosa resultou em intenso processo de especulação financeira, obrigando o governo de Deodoro da Fonseca a adotar um conjunto de medidas conhecido como encilhamento.
(2) O Plano SALTE foi adotado por Getúlio Vargas, no seu período de governo, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento nas áreas de saúde, alimentação, transporte e energia.
(3) Pode-se considerar que o Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social, elaborado por equipe liderada por Celso Furtado, fracassou em sua meta de reduzir a inflação e estimular o crescimento econômico.
(4) As sistemáticas valorizações cambiais da moeda brasileira, nos anos 80 do século passado, foram o principal instrumento do governo para produzir os superavit comerciais necessários ao equilíbrio do balanço de pagamentos, dado que a conta de transações correntes era fortemente deficitária em razão dos pagamentos associados à dívida externa.

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39712. ecOnOMIA
(3) No ano considerado, a Renda Nacional de Alfa foi inferior 
à Renda Disponível Bruta desse país. 
1: Incorreta. Por definição, o investimento é igual à poupança bruta 
doméstica. Neste caso, a poupança é insuficiente para suprir as neces-
sidades de financiamento agregado do investimento, uma vez que o 
país sofre uma perda de poupança resultante do envio de rendas para 
o exterior por parte de não residentes (10) maior do que o recebimento 
de renda por parte de emigrantes do país Alfa. 
2: Incorreta. A diferença entre Renda Nacional Bruta e Renda Interna 
Bruta é a renda líquida enviada ao exterior. Em termos matemáticos,
Renda Nacional Bruta = Renda Interna Bruta – Renda Enviada ao 
Exterior + Renda Recebida do Exterior
Como a renda enviada (pagamentos de salários a não residentes por 
empresas do país Alfa) é maior do que a renda recebida do exterior 
(remessas financeiras de emigrantes a seus familiares residentes no 
país Alfa), a Renda líquida enviada ao exterior é positiva, isto é, o envio 
é maior do que o recebimento. Com efeito, a renda nacional bruta é 
menor do que a renda interna bruta. 
3: Incorreta. A renda disponível está associada a impostos diretos, 
desconto de lucros retidos, contribuições previdenciárias e transferên-
cias governamentais às famílias, dados que o problema não oferece ao 
candidato, inviabilizando a conclusão da afirmativa.
Gabarito 1E, 2E, 3E
3. economIa InternacIonal
(Diplomacia – 2012 – CESPE) No que se refere à economia 
internacional e a questões a ela relacionadas, assinale a 
opção correta. 
(A) Em economias que privilegiam a produção, tarifas são 
preferíveis a quotas, porque, embora reduzam o excedente 
do consumidor, deixam o do produtor inalterado.
(B) No modelo ricardiano das vantagens comparativas, os 
ganhos do comércio são explicados pelas diferenças da 
produtividade marginal relativa do fator trabalho entre os 
países.
(C) Considere que uma empresa mineradora brasileira compre 
empresa da área de mineração na Tailândia. Nessa situ-
ação, a transação deve ser registrada na conta capital da 
CCF (conta capital e financeira) do balanço de pagamentos 
brasileiro.
(D) Políticas fiscais expansionistas contribuem para a depre-
ciação da moeda e para o aumento do investimento e das 
exportações líquidas.
(E) Como o contágio que caracterizou as crises de câmbio 
do período 1980-2000 deveu-se ao canal financeiro, não 
houve deterioração da balança comercial dos países 
afetados por esse fenômeno.
A alternativa correta é a afirmativa (B). O modelo ricardiano das 
vantagens comparativas busca mostrar que a diversificação da pauta 
exportadora é uma solução inferior aos países, uma vez que o comér-
cio internacional permite um aumento da produtividade dos países 
que concentrarem sua produção nos bens em que apresentam maior 
capacidade produtiva, isto é, nos bens que custam menos horas de 
trabalho por unidade. A falha fundamental do modelo ricardiano está 
na desconsideração do (ou falta de ênfase no) fator tecnologia. Com 
efeito, o país deve produzir aquilo que lhe custa menos e importar 
o bem que apresentar maiores custos. Podemos usar o termo “cus-
tos comparativos” para sintetizar o problema, porque se trata das 
diferenças entre os custos comparativos dos países na produção 
de bens que os motivam a especializar-se em tal ou tal produto. 
Um país pode ter custos absolutos menores em todos os produtos, 
mas comparativamente, é melhor especializar-se em alguns, o que 
lhe permite fazer trocas com outros países. Aí vale ressaltar que o 
custo comparativo é uma síntese entre custos absolutos de produzir 
um bem e custos de oportunidades. Com isso, os países ganham 
com uma maior produtividade da economia mundial, melhorando o 
bem-estar daqueles envolvidos no comércio internacional. De forma 
esquemática, podemos entender a teoria das vantagens comparativas 
da seguinte maneira:
A: Incorreta. Tarifa é um imposto cobrado pelo país importador 
quando um bem importado cruza sua fronteira. A aplicação de uma 
tarifa gera efeitos tanto sobre o excedente do consumidor quanto 
sobre o excedente do produtor, conforme a figura abaixo. A curva em 
vermelho representa a oferta da economia aberta. O triângulo retângulo 
mostra o excedente do consumidor, o qual pode consumir mais numa 
economia aberta, em que os produtores nacionais concorrem com os 
produtos importados, reduzindo os preços e permitindo um maior 
consumo por parte dos cidadãos. A imposição de uma tarifa, reduz o 
excedente do consumidor e aumenta o ganho do produtor (área verde 
do gráfico da direita).
C: Incorreta. A referida transação deve ser debitada (uma vez que se 
trata de divisa abandonando o país) na rubrica Investimento Direto de 
Empresas Brasileiras no Exterior, a qual consta da Conta Financeira do 
Balanço de Pagamentos e não na Conta Capital. 
AnDRÉ ROncAglIA De cARvAlHO 398
D: Incorreta. Uma política fiscal expansionista, em regime de câmbio 
flutuante, leva a um aumento da renda que amplia a demanda por 
investimentos e por importações, ou seja, levam a uma queda das 
exportações líquidas, uma vez que essas dependem da renda do 
restante do mundo e da elasticidade-preço das exportações. Assim, 
mantidas constantes as exportações, o aumento das importações faz 
com que haja pressão sobre a demanda por moeda estrangeira, levando 
à desvalorização do câmbio, a qual pode ou não levar a uma melhoria 
nas exportações líquidas, a depender dos fatores mencionados. Além 
disso, é válido mencionar que que políticas fiscais expansionistas não 
têm eficácia em regime de câmbio flutuante. O aumento dos gastos 
obriga o governo a aumentar os juros para financiar o déficit das suas 
contas. O aumento dos juros contribui para atrair moeda estrangeira, 
apreciando a taxa de câmbio, o que resulta em uma diminuição das 
exportações líquidas. 
E: Incorreta. Há uma solidariedade entre os fenômenos financeiros e 
comerciais do balanço de pagamentos, de maneira que se um é afetado, 
o outro deve ser ativado para compensar os desequilíbrios. Assim, 
o fato de as crises das décadas de 1980 e 2000 terem um caráter 
financeiro proeminente, a posição comercial do país é fundamental 
para que o mesmo consiga sair da crise, haja vista que é o comércio 
que provê as divisas que propiciarão o pagamento das dívidas, bem 
como garantirão a conversibilidade da moeda doméstica perante os 
demandantes de divisas. Nesse tocante, as crises financeiras geral-
mente têm antecedentes associados a uma abundância de influxos de 
capitais, os quais promovem uma forte valorização do câmbio, a qual 
induz a desequilíbrios comerciais e a um acúmulo de passivos perante 
o restante das economias do mundo. Quando é deflagrada a crise, 
esse passivo externo se realiza como restrição externa, obrigando as 
nações em crise a desvalorizar sua taxa de câmbio de forma a operar 
a transferência líquida de recursos ao exterior, uma vez que o valor 
relativo do trabalho naquele país sofre redução perante o exterior. 
Portanto, as crises financeiras estão intimamente relacionadas a 
desequilíbrios comerciais.Gabarito “B”
(Diplomacia – 2011 – CESPE) A regulação dos fluxos externos está 
associada à utilização de instrumentos — cambiais ou não — 
considerados mais ou menos eficazes, conforme seus objetivos 
e suas respectivas circunstâncias. A respeito da utilização de 
tais instrumentos, julgue (C ou E) os próximos itens. 
(1) A ausência de barreiras, em prol da liberalização das trocas 
externas, promove, entre outros benefícios, o aumento da 
autossuficiência dos países no que concerne à disponibili-
dade de bens e serviços e a redução dos riscos associados 
às oscilações nas quantidades produzidas e nos preços 
praticados. 
(2) A obtenção de economias crescentes de escala é um 
dos benefícios indiretos do estabelecimento de restrições 
fitossanitárias, o qual, em razão de sua natureza concreta 
e objetiva, propicia retaliações internacionais. 
(3) Um dos argumentos em favor da imposição de barreirasalfandegárias é o de que, com esse procedimento, se evita 
a exportação de empregos, que, igualmente, tende a ocorrer 
quando, por efeito da valorização do câmbio, as exportações 
de um país se tornam menos competitivas. 
(4) De acordo com a teoria cambial básica, com taxas flutuantes 
e mercado similar ao de concorrência perfeita, os déficits 
no balanço de pagamentos provocariam apreciação real 
da taxa de câmbio, e os superávits, depreciação, o que 
conduziria ao equilíbrio do balanço de pagamentos. 
1: Incorreta. A proliferação do comércio internacional tende a elevar 
a especialização produtiva nos países e, como consequência, a inter-
dependência entre eles, de maneira que se aprofunda a necessidade 
de coordenação nas ações produtivas para que se evitem crises de 
abastecimento de bens específicos, tais como energia, alimentos, 
minérios etc. 
2: Incorreta. As restrições fitossanitárias geram apenas reservas de 
mercado, as quais são, por definição, resultados ineficientes do ponto de 
vista econômico, por impedirem a livre concorrência e gerarem estrati-
ficação do mercado mundial pelo critério de adequação a essas normas. 
3: Correta. Quando as exportações de um país se tornam menos 
competitivas, sua demanda agregada é reduzida, destruindo empregos 
na economia. Simultaneamente, outro país que produz o mesmo bem 
recebe uma demanda maior por ter custos de produção mais baixos, 
o que leva ao aumento de sua demanda agregada e, por conseguinte, 
à multiplicação de empregos nesse país. No caso das barreiras, deve-
-se considerar a exportação de empregos por meio da importação de 
bens, que ocorre quando se compram mais bens produzidos em outros 
países e deixa-se de comprar dos produtores nacionais. Isso desloca 
a demanda do mercado interno para o mercado externo, transferindo, 
portanto, impulso econômico para o exterior, com o que se desfazem 
empregos aqui e se criam novas vagas no país de onde se importa. 
4: Incorreta. Sob taxas de câmbio flutuantes e livre comércio, o déficit 
comercial tende a elevar a taxa de câmbio nominal e, mantidos os preços 
internos e externos constantes, a aumentar a taxa de câmbio real. No 
caso de superávit comercial, ocorre o inverso.
Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E
(Diplomacia – 2011 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens subsequen-
tes, relativos a conceitos da economia internacional. 
(1) Os aumentos do imposto sobre operações financeiras 
incidente sobre os investimentos estrangeiros constituem 
exemplos de controles de capitais de curto prazo, cujo obje-
tivo é neutralizar os impactos decorrentes da volatilidade 
dos fluxos desse tipo de capital sobre os mercados cambial 
e de capitais. 
(2) A imposição de tarifas, além de transferir recursos dos con-
sumidores para o governo, conduz ao aumento dos preços 
dos bens domésticos e eleva a ineficiência na economia. 
(3) Nos sistemas de câmbio fixo, as políticas monetárias 
expansionistas são particularmente eficazes para elevar 
a demanda agregada porque, nesses sistemas, o efeito 
deslocamento é minimizado. 
(4) Por elevar o custo de oportunidade do consumo, a especia-
lização constitui uma das bases do comércio internacional, 
o que contradiz a lei das vantagens comparativas. 
1: Correta. Os fluxos de capitais podem ser divididos entre os de curto 
prazo (operações com títulos de renda fixa, contratos no mercado 
futuro, ações e bônus no mercado secundário) e os de longo prazo, 
estes geralmente associados a investimentos na produção, tais como 
compra de participação societária em empresas e investimentos 
diretos. A entrada desmedida de capitais de curto prazo tende a ins-
tabilizar o mercado de câmbio, pressionando a taxa de câmbio para 
baixo e dificultando as vendas de bens no exterior. O IOF permite que 
se discipline essa entrada por dar preferência ao capital produtivo de 
médio e longo prazos. 
2: Correta. As tarifas de importação têm o efeito de favorecer o produtor 
nacional às custas do consumidor, pois criam um preço artificial para 
os bens protegidos contra a concorrência externa. Nesse sentido, a 
economia se torna menos eficiente, uma vez que o custo de vida se eleva 
sem gerar estímulos suficientes para melhorias na esfera da produção, 
tais como investimentos em tecnologia, treinamento da mão de obra, 
pesquisa e desenvolvimento etc.; 
3: Incorreta, pois em um regime de câmbio fixo, a política monetária 
é passiva, ou seja, depende do comportamento das reservas interna-
cionais que dão lastro à moeda doméstica. Com efeito, uma política 
monetária expansionista apenas pode ocorrer se houver um saldo posi-
tivo nas contas externas. Ademais, o efeito deslocamento é resultante 
da política de expansão de gastos públicos, os quais, mantido o nível 
de poupança agregada, geram uma elevação da taxa de juros, por meio 
da qual se “expulsa” o setor privado do consumo e do investimento, 
cuja poupança é destinada ao financiamento dos gastos do governo. 
4: Incorreta em dois pontos: a especialização não aumenta o custo de 
oportunidade do consumo; isso é feito pela taxa de juros, cuja elevação 
implica disponibilizar ao consumidor uma alternativa ao consumo pre-
sente, desincentivando o consumo. O segundo erro se refere à doutrina 
das vantagens comparativas, em que é exatamente a especialização que 
permite aos países obter ganhos de produtividade, reduzindo custos e 
ampliando a produção mundial de bens, a qual aprimoraria o bem-estar 
mundial por meio do comércio entre nações.
Gabarito 1C, 2C, 3E, 4E
39912. ecOnOMIA
(Diplomacia – 2010 – CESPE) A globalização do espaço econô-
mico torna o estudo da economia internacional cada vez mais 
relevante para o entendimento das relações de comércio entre 
as nações. A esse respeito, assinale a opção correta.
(A) De acordo com o princípio das vantagens comparativas, a 
produção mundial total será maximizada se cada bem for 
produzido pelo país capaz de fazê-lo com os menores custos.
(B) De acordo com a visão de Prebisch, as recorrentes cri-
ses, nas nações periféricas, causadas pelo desequilíbrio 
dos balanços de pagamentos, decorreram, em parte, do 
fato de às elevadas elasticidades-renda da demanda de 
importações terem-se contraposto as baixas elasticidades-
-renda das exportações da periferia, o que contribuía para 
a deterioração dos termos de trocas desses países.
(C) Consoante a teoria da paridade do poder de compra, país 
cuja taxa de inflação é mais elevada que a que prevalece 
nas demais nações enfrenta pressões para apreciar a 
moeda nacional.
(D) O modelo clássico de comércio internacional, formulado no 
começo do século XIX, não pode ser aplicado ao comércio 
de serviços.
(E) No longo prazo, a adoção de barreiras comerciais, como, 
por exemplo, tarifas e quotas à importação, conduz ao 
aumento da taxa de câmbio real, o que favorece o aumento 
das exportações líquidas da economia e a redução do deficit 
de conta-corrente na economia.
A: Incorreta. O princípio das vantagens comparativas alega não que 
a produção mundial será maximizada, o que dependeria do avanço 
tecnológico em geral (premissa não adotada pelo modelo), mas sim 
que o bem-estar de todos aqueles envolvidos no comércio internacional 
é aprimorado pelos ganhos advindos da especialização produtiva, que 
reduz os custos em termos comparativos (custo absoluto + custo de 
oportunidade) e aumenta a produção mundial.
B: Correta. O problema dos termos de troca entre as nações do centro 
e da periferia estavam associados ao problema das elasticidades-renda 
dos produtos exportados e importados pelas nações periféricas. A 
exportação de bens primários é inelástica à renda, ou seja, conforme 
melhora o nível de renda no mundo, a demanda tende a se deslocar para 
os bens manufaturados. Estes, porém, eram importados pelos países 
periféricos, e não exportados. Assim, a melhoria do padrão de vida 
tenderia a implicar déficits estruturais cada vez maiores, dada a cres-
cente demanda por bens manufaturados importados. Eis um traço da 
dependência da periferia em relação ao centro,abordados por Prebisch.
C: Incorreta. Segundo a teoria da paridade do poder de compra, um 
país que enfrenta inflação tem um custo de vida mais elevado e, por-
tanto, tende a demandar mais bens comercializáveis do exterior. No 
entanto, nada sugere uma valorização do câmbio. Tudo o que a PPC 
faz é ponderar os indicadores de um país com relação ao custo de vida, 
ou seja, ao patamar de preços vigente em cada país, de forma que a 
comparação entre as nações seja mais precisa.
D: Incorreta. O princípio do livre comércio poderá ser aplicado a ser-
viços como transporte, seguro, educação e hospedagem virtual, entre 
outros, se houver mobilidade de recursos e de fatores de produção. 
No entanto, nem todos os serviços podem ser transacionados (como 
os de cabeleireiro, manicure, pedreiro etc.), pois enfrentam barreiras 
geográficas à sua comercialização.
E: Incorreta. A adoção de barreiras comerciais implica uma elevação dos 
níveis dos preços internos abarcados pelas medidas de proteção. Com 
efeito, o que se nota é uma apreciação da taxa de câmbio real [câmbio 
nominal x (preços no exterior/preços domésticos)], a qual aumenta as 
importações e, por conseguinte, deteriora a balança comercial.Gabarito “B”
(Diplomacia – 2010 – CESPE) No que concerne à Comissão 
Econômica para a América Latina (CEPAL), julgue C ou E.
(1) A criação, pela ONU, da CEPAL — que depois inclui também 
a região do Caribe — contou, desde o início, com o decidido 
apoio dos EUA.
(2) As ideias de Raul Prebisch — o grande mentor da CEPAL 
— tiveram grande influência e contribuíram decisivamente 
para a convocação da Conferência das Nações Unidas 
sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em 
inglês).
(3) Prebisch advogou para a América Latina um modelo de 
industrialização agressivamente voltado para a exportação, 
de modo a corrigir a deterioração dos termos de troca entre 
os países do Norte e do Sul.
(4) No Brasil, entre os economistas que trabalharam na CEPAL 
e foram influenciados por Prebisch, cabe mencionar Celso 
Furtado.
1: Incorreta. Criada em 1948, com a liderança do economista argentino 
Raúl Prebisch, a Cepal nasceu como uma proposta de emancipar 
economicamente os países da América Latina em relação aos países 
industrializados. Embora posteriormente tivessem aderido ao corpo 
de Estados-membros, os EUA dispensaram apoio ao projeto no início, 
muito embora a Comissão nascesse como resposta ao predomínio dos 
interesses comerciais dos EUA sobre os de seus vizinhos de continente. 
Atrelada ao ECOSOC, constitui uma agência especializada da ONU.
2: Correta. Como já dito, Prebisch é o grande idealizador e teórico da 
deterioração dos termos de troca que prejudicam os países latino-
-americanos em razão de sua estrutura econômica centrada em 
bens primários. Ao dividir o mundo em países centrais e periferia 
do sistema, Prebisch defendeu a importância das políticas regionais 
− mais adequadas às realidades sociais e econômicas dos países −, 
em contraposição à proposta de que o livre comércio, por si só, con-
duziria o mundo a uma convergência de padrões de vida, argumento 
ratificado pela UNCTAD.
3: Incorreta. Em seu famoso ensaio “O desenvolvimento econômico 
da América Latina e seus principais problemas”, Prebisch critica a 
falsa universalidade da ciência econômica, a qual se manifestaria 
na tentativa de aplicar na periferia categorias analíticas adequadas 
apenas à realidade socioeconômica dos países centrais. Dada essa 
inadequação, a Cepal defende a atuação deliberada do Estado como 
agente promotor do desenvolvimento econômico, por meio da for-
mulação de políticas de desenvolvimento econômico (industrialização 
voltada ao mercado interno por meio da substituição de importações) 
que busquem diminuir o hiato entre centro e periferia. Para tanto, o 
Estado deveria dispor de um corpo técnico eficiente, sendo crucial, 
nesse tocante, a formação de um corpo de economistas atentos aos 
desafios peculiares ao desenvolvimento latino-americano. 
4: Correta. Celso Furtado, contemporâneo de Raúl Prebisch, foi um 
ávido debatedor das ideias do economista argentino e com ele formou 
a dupla mais original em termos de pensamento sobre a América Latina. 
O debate igualmente fecundo e conflituoso entre os dois economistas 
coloca-os em equiparado grau de importância na história do pensa-
mento econômico latino-americano.
Gabarito 1E, 2C, 3E, 4C
(Diplomacia – 2009 – CESPE) Julgue (C ou E) os itens que se 
seguem, relativos a regimes cambiais. 
(1) Em regime de câmbio fixo, o mercado define o valor da taxa 
de câmbio, e a autoridade monetária determina o nível das 
reservas internacionais do país. 
(2) Em regime de câmbio fixo, a autoridade monetária tem 
poder limitado na determinação da política monetária. 
(3) Em regime de câmbio flutuante, a oferta de divisas é deter-
minada pelas exportações do país. 
(4) Nos anos 90 do século XX, em alguns países da América 
Latina, foram usadas âncoras cambiais como instrumento 
de estabilização de preços. 
1: Incorreta. A alternativa seria correta se indicasse o funcionamento 
do regime de câmbio flutuante. Em regime de câmbio fixo, cabe à 
autoridade monetária ofertar qualquer quantidade de divisas demandada 
pelo mercado à taxa vigente.
2: Correta. Nesse caso, a política monetária depende da quantidade de 
divisas internacionais, uma vez que são estas que determinam o lastro 
da moeda doméstica. Assim, o governo não pode expandir os meios 
de pagamentos autonomamente, porque isso implicaria uma alteração 
entre as quantidades de moeda nacional e internacional, levaria a uma 
desvalorização do câmbio e romperia, portanto, o regime de câmbio fixo.
3: Anulada, pois é parcialmente verdadeira. Além das exportações, os 
fluxos de capitais de curto e longo prazos também determinam a oferta 
de divisas internacionais no país em questão.
AnDRÉ ROncAglIA De cARvAlHO 400
4: Correta. Argentina, México e Brasil são exemplos de países que 
utilizaram âncoras cambiais para promover planos de estabilização, 
muito embora o formato e os mecanismos adotados difiram entre as 
experiências. Por exemplo, a Argentina adotou o currency board, ou 
conselho da moeda, em que a moeda argentina tornou-se plenamente 
conversível ao dólar, resultando em um forte atrelamento da quanti-
dade da atividade econômica à disponibilidade de divisas estrangeiras, 
que passaram a complementar a base monetária doméstica. A taxa de 
câmbio passou, portanto, a regular a política monetária, retirando do 
país um amplo espaço de manobra em termos de política econômica 
doméstica.
Gabarito 1E, 2C, 3ANULADA, 4C
4. HIstórIa econômIca do brasIl
(Diplomacia – 2011 – CESPE) Celso Furtado, ao analisar o desen-
volvimento brasileiro da primeira metade do século XX, afirmou 
que houve um processo de articulação das distintas regiões do 
país em um sistema com um mínimo de integração. De acordo 
com esse autor, 
(A) o processo de integração, subsequente ao de articulação, 
deveria ter-se orientado no sentido de exportar produtos 
antes absorvidos pelas regiões mais prósperas. 
(B) o processo de industrialização teve início em períodos dife-
rentes nas várias regiões brasileiras, tendo-se dispersado 
fortemente principalmente no pós-guerra. 
(C) o fluxo de mão de obra da região de mais baixa produtivi-
dade para outra região de produtividade mais alta tendeu 
a pressionar os níveis salariais desta última, que se manti-
veram, então, aquém da elevação da produtividade. 
(D) os preços dos produtos essenciais eram relativamente bai-
xos nas regiões de mais baixa produtividade, o que resultou 
em salários monetários relativamente baixos em função da 
produtividade. 
(E) o rápido crescimento da economia cafeeira no período 
entre 1880 e 1930 reduziu significativamente as diferenças 
regionais de renda per capita. 
A: Incorreta. Celso Furtado não destina grande atenção ao processo 
de articulação voltado para a exportação de excedentes. Além disso, 
é a exportação que dinamiza o desenvolvimento econômico, de formaque o crescimento voltado para fora tende a atrasar a articulação e a 
integração da economia brasileira em um mercado interno sólido e 
dotado de motores próprios.
B: Incorreta. A afirmativa é verdadeira quanto aos diferentes momen-
tos de industrialização das regiões brasileiras. No entanto, mesmo 
com a criação da SUDENE em 1959 e os esforços empreendidos no 
desenvolvimento regional, foi apenas a partir de 1970 que se iniciou 
efetivamente uma distribuição espacial do investimento, na esteira 
do II Plano Nacional do Desenvolvimento, no governo Geisel. Assim, 
o fenômeno de desconcentração espacial da indústria se iniciou 
tardiamente no Brasil e continua em movimento, com resultados 
ainda tímidos.
C: Correta. Segundo Furtado, havia uma dinâmica de transferência 
interna da mão de obra disponível para o crescimento da economia. 
Conforme a produção do Sudeste crescia, dinamizada fundamental-
mente pelo rápido avanço da lavoura cafeeira no oeste paulista, os 
salários tendiam a subir, atraindo fluxos migratórios dos engenhos 
do Nordeste e da decadente economia extrativa de Minas Gerais e do 
Rio de Janeiro. Com efeito, o salário médio aumentava, muito embora 
houvesse substancial diferença entre os salários pagos em São Paulo 
e os do restante do Brasil.
D: Incorreta. Ao contrário do que é afirmado, a baixa produtividade 
elevava os preços, implicando perda de poder aquisitivo por parte das 
camadas assalariadas. 
E: Incorreta. O crescimento acelerado do setor cafeeiro, espacialmente 
concentrado em São Paulo, orquestrou uma forte tendência à con-
centração de renda e do poder político no eixo Rio-São Paulo, a qual 
perdura até os dias de hoje.
Gabarito “C”
(Diplomacia – 2010 – CESPE) Com respeito a temas da história 
econômica brasileira, julgue C ou E.
(1) A reforma monetária promovida por Rui Barbosa resultou 
em intenso processo de especulação financeira, obrigando 
o governo de Deodoro da Fonseca a adotar um conjunto 
de medidas conhecido como encilhamento.
(2) O Plano SALTE foi adotado por Getúlio Vargas, no seu 
período de governo, com o objetivo de fomentar o desen-
volvimento nas áreas de saúde, alimentação, transporte e 
energia.
(3) Pode-se considerar que o Plano Trienal de Desenvolvimento 
Econômico e Social, elaborado por equipe liderada por 
Celso Furtado, fracassou em sua meta de reduzir a inflação 
e estimular o crescimento econômico.
(4) As sistemáticas valorizações cambiais da moeda brasileira, 
nos anos 80 do século passado, foram o principal instru-
mento do governo para produzir os superavit comerciais 
necessários ao equilíbrio do balanço de pagamentos, 
dado que a conta de transações correntes era fortemente 
deficitária em razão dos pagamentos associados à dívida 
externa.
1: Incorreta. O encilhamento não foi um conjunto de medidas, mas 
o resultado da política monetária de Rui Barbosa, que promulgou a 
abertura de quatro regiões bancárias facultadas a emitir moeda. Com 
efeito, a excitação tomou conta do mercado acionário, configurando 
o fenômeno do encilhamento, termo extraído das corridas de cavalo, 
em que a ansiedade que precede a largada acirra os ânimos tanto dos 
jóqueis quanto dos apostadores. 
2: Incorreta. O Plano Salte foi formulado em 1949 pelo governo Eurico 
Gaspar Dutra e, por falta de recursos orçamentários, não chegou a ser 
implementado. 
3: Correta. O Plano Trienal pretendia reduzir a inflação a 25% ao ano 
e manter o crescimento econômico de 7% ao ano, mas fracassou 
em ambas as frentes. Ao final de 1963, a inflação já beirava 40% e o 
crescimento econômico havia sido contraído de 6,3% em 1962 para 
0,6%, mostrando a ineficácia do plano em meio ao conturbado período 
político vivido pelo país. 
4: Incorreta. É bem verdade que os saldos negativos da conta corrente 
eram devidos ao pagamento dos serviços de juros da dívida externa, 
a qual havia assumido proporções insustentáveis após o segundo 
choque do petróleo em 1979 e na esteira da moratória mexicana de 
1982. Porém, a política cambial do governo Figueiredo foi um ajuste 
externo recessivo, com duas maxidesvalorizações cambiais de 30% 
(1979 e 1983) acompanhadas de uma forte contração da demanda 
interna, a qual tinha o efeito de reduzir as importações. Somados 
esses fatores, verificou-se a retomada dos superávits comerciais já 
em 1981. Deve-se dividir o período em três etapas, a partir das orien-
tações da política econômica, a saber: (1) Biênio 79-80: não houve 
ajuste recessivo. A maxidesvalorização do câmbio de 30% buscava 
atenuar os desequilíbrios no Balanço de Pagamentos, enquanto a 
inflação galopava. Ocorre uma expansão da fronteira agrícola, com 
base no programa “Plante que o João garante”. Para Delfim Netto, 
então ministro do planejamento, o binômio formado pela desvalori-
zação cambial e investimento agrícola seria suficiente para garantir 
crescimento com queda da inflação. Com efeito, evita recessão, mas 
ao custo de perda das reservas internacionais, agravando a situação. 
(2) Biênio 81-82: reservas internacionais esgotam-se e o Brasil flerta 
com um iminente colapso. O governo recua e adota ajuste recessivo, 
pautado pelo contracionismo fiscal (aumenta impostos e queda de 
subsídios) e arrocho monetário (aumento juros e compulsório). Em 
1982, o FMI, por pressão de banqueiros privados dos EUA (parti-
cularmente, Rockfeller), socorre o Brasil. A essa altura, é aberta a 
recessão vivida no Brasil, com uma inflação fora de controle e sérios 
problemas nas contas externas. Por fim, (3) Biênio 83-84: nota-se 
uma recuperação do crescimento e melhoria das contas externas, 
com o fim do aperto monetário presidido pelo Banco Central norte-
-americano (Fed). Observa-se um amadurecimento dos investimentos 
do II PND (ex: Itaipu pronta em 1974, queda da dependência com o 
petróleo), o qual, somado ao ajuste recessivo precedente, inaugura 
substanciosos superávits comerciais até 1986, quando é implemen-
tado o Plano Cruzado.
Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E
40112. ecOnOMIA
(Diplomacia – 2009 – CESPE) No que se refere à industrialização 
brasileira antes da Segunda Guerra Mundial, julgue (C ou E) 
os itens subsequentes. 
(1) Há consenso entre os historiadores econômicos a respeito 
dos efeitos favoráveis do encilhamento sobre a indústria 
brasileira. 
(2) A produção industrial cresceu significativamente entre os 
anos 1915 e 1917 a despeito das dificuldades enfrentadas, 
pelo país, na importação de máquinas e equipamentos, em 
razão da Primeira Guerra Mundial. 
(3) A crise de 1929 proporcionou maior influxo de investimentos 
estrangeiros no Brasil. 
(4) A desvalorização cambial provocada pela crise de 1929 
encareceu as importações de máquinas e equipamentos, 
o que resultou em declínio considerável da produção da 
indústria brasileira na década de 30 do século XX. 
1: Incorreta. O encilhamento é um dos temas mais controversos na 
historiografia brasileira, dadas as múltiplas dimensões da realidade 
histórica em que se insere. Todavia, é razoavelmente estabelecido 
que o encilhamento implicou uma forte especulação financeira, a 
qual ocasionou posteriormente a falência de numerosas empresas, a 
maioria associada à nascente indústria brasileira. Deve-se ressaltar que 
o encilhamento se segue à Lei Bancária, de 1890, de Rui Barbosa, que 
outorgava aos bancos o direito de emitir moeda. A terceirização do meio 
circulante, malgrado os tetos de emissão e o lastro em títulos públicos, 
teriam redundado na crise do encilhamento. Rui Barbosa via na multipli-
cação monetária um meio de industrializar o país. Entretanto, é quanto 
aos resultados dessa política que vigora a divergência historiográfica.
2: Correta. A economia de guerra teve efeitos ambíguos sobre a 
indústria. Dadas as restrições para importar, a indústria expandiu-se 
com base em sua capacidade instalada, construída no período prévio 
de forte crescimento da economia mundial, entre 1906 e 1913, quando 
intensos investimentos foram efetuados no setor. 
3: Incorreta. O estouro da bolha financeira em Wall Street em outubrode 1929 acarretou uma virulenta fuga de divisas estrangeiras do Brasil, 
levando à completa drenagem de nossas reservas já no início do ano 
de 1930. Por adotar o regime do padrão-ouro, por intermédio de caixa 
de estabilização, o governo Washington Luís se viu impotente diante 
da força dos eventos (interrupção dos fluxos de capital estrangeiro e 
brusca queda do preço do café no mercado internacional). Os des-
dobramentos forçaram o governo revolucionário de Getúlio Vargas a 
abdicar do regime de câmbio fixo no final de 1930. 
4: Incorreta. A desvalorização cambial efetuada pelo novo governo 
empossado encareceu todos os produtos importados, entre os quais 
estavam as máquinas e os equipamentos industriais. Contudo, a política 
econômica desempenhou um papel mais importante, haja vista que, 
ao fomentar a produção interna por meio da defesa dos interesses 
cafeeiros, dinamizou a demanda interna que levou a indústria a utilizar 
a ampla margem de capacidade ociosa do ainda incipiente parque 
industrial brasileiro. Com efeito, a indústria cresceu substancialmente 
na década de 1930, apoiada pelo protagonismo estatal no planejamento 
da economia, ainda que de forma pouco sistemática.Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E
(Diplomacia – 2009 – CESPE) Em Formação Econômica do 
Brasil, Celso Furtado analisa os efeitos diretos e indiretos da 
crise de 1929 sobre a economia brasileira. Segundo o autor, a 
política de defesa do setor cafeeiro implementada no período 
teria favorecido a rápida recuperação da economia: “É, portanto, 
perfeitamente claro que a recuperação da economia brasileira 
que se manifesta a partir de 1933 não se deve a nenhum fator 
externo e sim à política de fomento seguida inconscientemente 
no país e que era um subproduto da defesa dos interesses 
cafeeiros”. 
Com relação à economia brasileira no período posterior à crise 
de 1929, assinale a opção que apresenta afirmativa consistente 
com a análise de Celso Furtado acima resumida. 
(A) As alterações na política de defesa do setor cafeeiro intro-
duzidas a partir da crise de 1929 tiveram como principal 
objetivo manter relativamente estável a demanda agregada 
pelos bens produzidos internamente, evitando-se, assim, 
a acumulação de estoques indesejados e a consequente 
redução nos níveis de produção. 
(B) Dificuldades de importação associadas à conjuntura de 
crise nos países industrializados impediram o crescimento 
da produção industrial brasileira nos anos 30 do século 
passado, retardando o processo de industrialização no 
Brasil. 
(C) A alta elasticidade-renda dos principais produtos brasilei-
ros de exportação, associada à recuperação dos países 
industrializados, promoveu crescimento significativo dos 
saldos positivos na Balança Comercial brasileira a partir 
de 1936. 
(D) De acordo com Celso Furtado, a alta elasticidade-preço 
da demanda pelo café permitiu aumento das receitas dos 
cafeicultores, a despeito de queda substancial nos preços 
do café. 
(E) Os efeitos da política de defesa dos cafeicultores sobre o 
mercado cambial provocaram aumento na demanda dos 
brasileiros por bens produzidos internamente, incentivando 
o processo de substituição de importações na década de 
30 do século passado. 
A: Incorreta. O propósito da política econômica pós-crise de 1929 era 
solucionar o problema das contas externas, resultante da drenagem de 
divisas sofrida pelo país quando da irrupção da crise. Como o café era 
o principal produto exportado pelo país, era necessário defender a sua 
produção, sob pena de criar uma crise generalizada de abastecimento 
interno, bem como a irradiação da queda da demanda efetiva para 
outros setores da economia.
B: Incorreta. De acordo com a tese de Furtado, a redução das importa-
ções dos países centrais gerou o estrangulamento externo da economia 
brasileira, a qual se valeu dos mecanismos de defesa da cafeicultura, 
como a desvalorização da taxa de câmbio. Esta teve o resultado de 
socializar as perdas dos cafeicultores e manter o nível interno da renda, 
o que, por sua vez, consolidou o mercado interno como centro dinâmico 
da economia, substituindo os estímulos advindos do setor externo. 
Com efeito, segundo o autor, foi a crise das exportações que propiciou 
as condições para a maturação de um eixo industrial na condução da 
matriz produtiva nacional.
C: Incorreta. Residia exatamente na baixa elasticidade-renda dos bens 
primários o principal problema da exportação brasileira, uma vez que 
os países de renda elevada já estavam no nível de saturação do café, 
deixando pouco espaço para o aumento das vendas externas do produto.
D: Incorreta. A elasticidade-preço do café era, para Furtado, muito baixa, 
de modo que uma queda dos preços não levaria a um maior consumo 
por parte das economias centrais. Essa é uma das formas que o autor 
encontra para justificar a política de sustentação dos preços do café 
por parte do governo de Getúlio Vargas.
E: Correta. Essa é exatamente a tese de Furtado quanto ao deslocamento 
do centro dinâmico da economia brasileira do setor externo para o 
mercado interno. É importante lembrar que Furtado menciona a trans-
ferência de capital não do setor externo para a indústria, mas daquele 
para o mercado interno, tanto para a produção de outras culturas 
agrícolas, como para o comércio, serviços e indústrias. 
Gabarito “E”
(Diplomacia – 2009 – CESPE) Graças ao crescimento acelerado 
dos preços na primeira metade dos anos 80 do século XX, o 
combate à inflação transformou-se em meta prioritária da polí-
tica econômica do governo Sarney (1985- 1989), dando origem 
a três planos de estabilização consecutivos: o Plano Cruzado, 
o Plano Bresser e o Plano Verão. Os três planos mostraram-se 
incapazes de reduzir as taxas de inflação, que apresentaram 
variação negativa somente no ano de 1986. A taxa anual de 
crescimento dos preços, medida pelo IGP, praticamente dobrou 
de 1985 a 1987 e de 1987 a 1988. O fracasso desses planos 
tem sido atribuído, em especial, a interpretações errôneas e(ou) 
incompletas das verdadeiras causas da inflação. 
Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção 
correta acerca dos planos econômicos citados. 
(A) Para os formuladores do Plano Cruzado, os aumentos de 
preço resultavam basicamente do excesso de oferta de 
moeda. Para reverter o processo inflacionário, avaliavam 
que a principal medida a ser tomada seria dotar o Banco 
Central de independência.

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