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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DO BRASIL – IESB FACULDADE MONTENEGRO – FAM CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM EDUCAÇÃO FÍSICA ANATOMIA I APOSTILA DE ANATOMIA APLICADA A EDUCAÇÃO FÍSICA I Leonardo Delgado Barra do Corda/MA 2010 APRESENTAÇÃO Prezado Aluno. Fruto de um trabalho de anos de pesquisa e da evolução tecnológica e que atualmente, poderemos usufruir das novas formas de aprendizado, um exemplo disso é a nossa disciplina Anatomia Aplicada a Educação Física I, que tem a função de acompanhar a evolução do mundo virtual. A disciplina terá um momento presencial, e o segundo momento será virtual através da utilização da ferramenta moodle, onde o aluno irá realizar seus estudo e enviará as atividades propostas pelo professor. Além disso, para ler e compreender a forma e a estrutura do corpo humano é de fundamental importância acompanhar a leitura em Atlas de Anatomia, que permite a visualização de todas as partes do corpo que foram objetos do estudo. Para isso utilizaremos o Atlas Interativo de Anatomia Humana, de Frank H. Netter, que traz imagens com detalhes de ossos, músculos e outras estruturas com a nova nomenclatura anatômica, anexo em forma de CD na apostila. A disciplina será concluída com exame presencial aonde o aluno irá comprovar seus conhecimentos. Para tanto, é importante saber o que é necessário para que você alcance o êxito em todas as etapas que serão apresentadas durante o período de vigência do curso. Não esqueça que este apostila, apesar de todo o nosso esforço é um caminho de estudo a ser percorrido e que se completa com as aulas práticas e com a sua dedicação em pesquisar e estudar as referências citadas. Esperamos que você o leia com cuidado e atenção, uma vez que este conteúdo será vivenciado na prática! Afirmo que se você tiver alguma dúvida, não hesite em entrar em contato com o seu tutor para saná-la. Além disso, procure discutir as temáticas apresentadas neste material com os seus colegas de curso, seja no ambiente de aprendizagem, seja no pólo de sua cidade. Essa prática certamente lhe trará ganhos, pois você poderá ter acesso a diferentes pontos de vista. Leonardo Delgado aquabarra@sapo.pt Índice Unidade I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA 01 Quando começou o estudo da Anatomia? 02 Conceitos 04 Divisão da anatomia 05 Normal e Variação Anatômica 08 Anomalias X Monstruosidade 08 Fatores Gerais das Variações Anatômicas 08 Divisão do Corpo Humano 10 Nomenclatura Anatômica 13 Estudos dos Planos Anatômicos – Planimetria 15 Unidade II: OSTEOLOGIA 25 Conceito Etimólogo 26 Conceito Anatômico 26 Ossos 26 Número de Ossos no Corpo Humano 26 Esqueleto 27 As Funções do Esqueleto são 27 Classificação dos Ossos 28 Estrutura dos Ossos 30 Descrição das Superfícies Ósseas 33 Ossos da Cabeça 37 Ossos do Crânio Neural 38 Frontal 38 Etmóide 38 Occipital 39 Temporal 39 Parietal 39 Ossos da Face ou Viscerocrânio 39 Mandíbula ou Osso Maxilar Inferior 39 Vômer 40 Maxila 40 Conchas Nasais Inferiores 40 Zigomáticos 41 Palatinos 41 Nasais 41 Lacrimais 41 Suturas do Crânio 42 O Osso Hióide 42 Coluna Vertebral 43 Constituição da Coluna Vertebral 43 Curvaturas da Coluna Vertebral 43 Funções da Coluna Vertebral 44 Características dos Ossos da Coluna Vertebral 44 Características Gerais 44 Vértebras Cervicais 45 Atlas 45 Áxis 46 Vértebras Torácicas 46 Vértebras Lombares 47 Vértebras Sacrais 48 Vértebras Coccígeas 49 Esterno 49 Costela 50 Esqueleto Apendicular 51 Esqueleto dos Membros Superiores 51 Cintura Escapular 52 Clavícula 52 Escápula 53 Braço 55 Úmero 55 Antebraço 58 Rádio 59 Ulna 60 Mão 61 Ossos do Carpo 61 Ossos do Metacarpo 61 Ossos dos Dedos da Mão 61 Esqueleto dos Membros Inferiores 62 Cintura Pélvica (ou Quadril) 62 Funções do Osso do Quadril 64 Coxa (Fêmur) 64 Joelho (Patela) 65 Tíbia 66 Fíbula 67 Ossos do pé 68 Metatarso 69 Dedos do Pé 69 Unidade III: INTRODUÇÃO A ARTROLOGIA OU SINDESMOLOGIA 70 Conceitos 71 Ponto de Contato 71 Artrologia 71 Articulações ou Junturas 71 Funções das Articulações 71 Classificações 72 Junturas Fibrosas (Sinartroses ou art. Imóveis) 74 Suturas 74 Sindesmoses 76 Gonfose 77 Junturas Cartilaginosas 77 Sincondroses 77 Fontanelas 78 Sínfises 78 Junturas Sinoviais 79 Componentes Essenciais 79 Componentes Acessórios 80 Classificação das Junturas Sinoviais 81 Algumas entidades patológicas do sistema articular 84 Unidade IV: MIOLOGIA 86 Definições de Músculos 86 Funções dos Músculos 87 Propriedades dos Músculos 87 Variedades do Tecido Muscular 88 Músculos Esqueléticos 90 Composição Química dos Músculos Esqueléticos 90 Componentes Anatômicos 91 Classificação 91 Fáscia Muscular 95 Noções Histológicas dos Músculos Esqueléticos 95 Contração Muscular 99 Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 1 UNIDADE I: INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE ANATOMIA Você, caro aluno, nesta unidade, ira realizar uma breve introdução ao estudo da anatomia. Serão apresentados os conceitos de Anatomia Humana e seu histórico. Fatores de variação. Biótipo. Termos de posição para se proceder à localização das partes do corpo humano. Planos de secção e delimitação do corpo humano. Designações genéricas básicas em Anatomia. Competência - Conhecimento introdutório de Anatomia Humana, suas divisões, posições e partes do corpo humano. Objetivo - Conceituar Anatomia, normal e variação anatômica; - Descrever a “posição de descrição anatômica”, os planos de delimitação e secção, bem como ser capaz de definir os termos de posição e direção. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 2 Quando começou o estudo da Anatomia? Começou nos primórdios da história humana. O homem pré-histórico já observava à sua volta a existência de seres diferentes de seu corpo, os animais. Com isso, passou a gravar nas paredes das cavernas e fazer esculturas das formas que via. Com isso passou a notar detalhes, que hoje nos permite identificar as espécies animais descritas. A história da anatomia inicia-se na Mesopotâmia e Egito. Mesopotâmia era o nome dado a uma longa faixa de terra localizada entre os rios Tigre e Eufrates, atualmente parte do Iraque. Cerca de 4.000 anos atrás, povos dessa região, conhecida como Berço da Civilização, faziam investigações voltadas em tentativas de descrever as forças básicas da vida, por exemplo, as pessoas desejavam descobrir em qual órgão se alojava a alma humana. O fígado era considerado o “guardião da alma e dos sentimentos que nos fazem homens”, uma suposição lógica visto o seu tamanho e pela íntima associação com o sangue, considerado essencial para a vida. Algum tempo depois, Menes, sobre o qual paira uma antigadiscussão: seria ele o lendário primeiro faraó (chamado de Narmer) ou médico do rei da primeira dinastia egípcia cerca de 3.400 a.C., foi fundador de Mênfis como capital egípcia. Escreveu o que é considerado o primeiro manual em anatomia. Porém, foi na Grécia antiga que a anatomia, inicialmente, ganhou maior aceitação como ciência. As escritas de vários filósofos gregos tiveram um forte impacto no pensamento científico futuro. Homero, em Ilíada, descreveu com precisão a anatomia das feridas ocorridas em batalhas, aproximadamente 800 a.C. Aristóteles (384-322 a.C) é considerado o criador do termo “Anatome”, uma palavra grega significando “cortar em pedaços, separa”. A palavra latina “Dissecare” tem um significado idêntico. Hipócrates, o mais famoso médico grego e considerado o “pai da medicina” por seus princípios éticos pregados em seus ensinamentos, teve seu nome imortalizado no juramento Hipocrático que muitos estudantes, ao se formarem em medicina, repetem como compromisso de exercício profissional e dever perante a sociedade. Seguia a doutrina dos quatro humores, cada um associado a um órgão em particular: sangue com o fígado; cólera, ou bile amarela, com a vesícula biliar; fleuma com os pulmões; e melancolia, ou bile preta, com o baço. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 3 Imaginava-se que uma pessoa teria saúde com o equilíbrio desses quatro humores, princípio esse seguido por mais de 2.000 anos. Aristóteles, discípulo de Platão, contratado pelo Rei Filipe da Macedônia para ensinar seu filho, Alexandre, conhecido como Alexandre, o Grande. Apesar de suas extraordinárias realizações, cultuava teorias errôneas como a sede da inteligência no coração e citava que a função do cérebro, banhado em líquido, era esfriar o sanguebombeado pelo coração para manutenção da temperatura corporal. Foi o fundador da Anatomia Comparada, 384 a 322 a.C. Vieram os períodos Alexandrino e Romano, com os pensadores Herófilo e Erasistrato, Celsus e Galeno, este último cujas escritas perduraram cerca de 1.500 anos, foi um dos escritores médicos mais influentes de todos os tempos. O Renascimento, período posterior à Idade Média, é marcado como o período do renascimento da ciência, visto que durante a Idade Média a forte pressão da Igreja Cristã estagnou as atividades médicas, cultuando a “fé” como centro das respostas. Introduzido nas grandes universidades européias, reativou a busca pelo conhecimento e engrenou os estudos da anatomia humana, centralizando o interesse nos métodos e técnicas de dessecação em lugar de avançar no conhecimento do corpo humano. Surgiram grandes personagens daquele tempo, Leonardo da Vinci e Andréas Vesalius, cada qual com estudos monumentais da forma humana. O primeiro produziu desenhos anatômicos de qualidade sem precedente baseado em dessecações de cadáveres humanos. O segundo refutou os falsos conceitos do passado sobre estrutura e função do corpo por observação direta e experiências; é chamado o “pai da anatomia moderna”. Durante os séculos XVII e XVIII, a anatomia atingiu uma aceitação inigualável. Duas das contribuições mais importantes foram a explicação da circulação sanguínea e o desenvolvimento do microscópio. Harvey, em 1628, com a obra “Sobre o Movimento do Coração e do Sangue nos Animais”, provando a circulação contínua do sangue no interior dos vasos, e Leeuwenhoek, aperfeiçoando o microscópio, desenvolvendo técnicas para examinar tecidos e descrição de células sanguíneas, músculo esquelético e a lente do olho. Malpighi, lembrado como “pai da histologia”, primeiro a confirmar a existência dos capilares. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 4 A principal contribuição científica do século XIX foi a formulação da teoria celular. Princípio creditado a dois cientistas alemães, Matthias Schleiden e Theodor Schwann. O objetivo desse tópico é definir, conceituar e abordar aspectos históricos da Anatomia. A Posição, planos e termos anatômicos. CONCEITOS Segundo DANGELO & FATTINI (1984, p.1) no seu conceito mais amplo anatomia (ana = em partes; tomein = cortar) é a ciência que estuda macro e microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. Anatomia é a ciência da estrutura e função do corpo. Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981, pela American Association of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e ambientais. Tem como metas principais à compreensão dos princípios arquitetônicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças em longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. Agora que você conhece o conceito de Anatomia, antes de aprofundar seus estudos, é conveniente também conhecer os conceitos básicos de biologia e fisiologia. O termo biologia é conceituado como o conjunto de leis que regulam os fenômenos relacionados aos seres vivos, ao passo que a fisiologia é a ciência que estuda as funções dos organismos vivos. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 5 DIVISÃO DA ANATOMIA A anatomia pode ser dividida em: Segundo o Método de Observação: Anatomia Microscópica (Histologia): Necessita para o seu estudo a utilização de um aparelho que aumente as dimensões das estruturas para uma melhor observação (microscópio). Com a descoberta do microscópio desenvolveram-se ciências que, embora constituam especializações, são ramos da anatomia: - Citologia: estudo das células; - Histologia: estudo dos tecidos e como estes se organizam para a formação de órgãos; - Embriologia: estudo do crescimento e desenvolvimento do ser humano. Anatomia Macroscópica: Não necessita para o seu estudo o uso de aparelhos especiais. As estruturas são observadas a olho nu, pela dissecação de peças previamente fixadas por soluções apropriadas. A onde se pode observar os seguintes tipos de anatomia macroscópica: - Anatomia antropológica: que estuda os tipos raciais; - Anatomia biotipológica: que se ocupa dos tipos morfológicos constitucionais; - Anatomia comparativa: que se refere ao estudo comparado dos órgãos de indivíduos de espécies diferentes; - Anatomia superficial: estudo dos relevos morfológicos na superfície do corpo humano. O estudo do corpo humano macroscopicamente ainda pode ser dividido com relação a região estudada e quanto ao tipo de sistema. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 6 Quanto a Região Estudada Porção Axial: cabeça; tronco. Na cabeça, são estudados o crânio e a face. No tronco, são estudados o pescoço, o tórax e o abdome. Porção Apendicular: membros superiores; membros inferiores. Nos membros superiores: cintura escapular ou ombro, braço, antebraço, mão; e nos membros inferiores: cintura pélvica ou quadril, coxa, perna e pé. Quanto ao Tipo de Sistema: - Osteologia: parte da anatomia que estuda os ossos. - Sindesmologia ou Artrologia: parte da anatomia queestuda as articulações. - Miologia: parte da anatomia que estuda os músculos. - Angiologia: parte da anatomia que estuda o coração e os grandes vasos. - Neuroanatomia: parte da anatomia que estuda o sistema nervoso central e o periférico. - Estesiologia: parte da anatomia que estuda os órgãos que se destinam à captação das sensações. - Esplancnologia: parte da anatomia que estuda as vísceras que se agrupam para o desempenho de uma determinada função como: fonação, digestão, respiração, reprodução e urinária. - Endocrinologia: parte da anatomia que estuda as glândulas sem ducto, que segregam hormônios, os quais são drenados diretamente na corrente sanguínea. - Tegumento comum: parte da anatomia que estuda a pele e os seus anexos. Anatomia Mesoscópica: Necessita para o seu estudo do uso de um aparelho que aumente as dimensões das estruturas, para uma melhor observação de forma tridimensional. Segundo o Método de Estudo: Anatomia Sistemática ou Descritiva: Estuda o corpo mediante uma divisão por sistemas orgânicos isoladamente. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 7 Anatomia Topográfica ou Regional: Estuda o corpo mediante uma divisão por segmentos ou regiões. Anatomia por Rádio-imagem: Estuda o corpo mediante o uso de imagens (Raios X) , tomografias, ressonâncias magnéticas. Anatomia de Superfície: Estuda o corpo mediante os relevos e as depressões existentes em sua superfície. Anatomia em Cortes Segmentados: Estuda o corpo mediante o uso de cortes seriados para ser associado aos estudos de tomografias e ressonâncias magnéticas. Segundo a Aplicação Prática - Anatomia orientada para clínica: da ênfase a estruturas e funções relacionadas à prática médica e a outras ciências da saúde. - Anatomia patológica: estuda as mudanças estruturais causadas por doenças. - Anatomia do desenvolvimento: estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até o nascimento. Você imagina como o corpo humano é organizado e como ele funciona? Ao estudar os sistemas do corpo, você notará, por exemplo, que as células do corpo humano se reúnem formando os tecidos que, por sua vez, constituem os órgãos; os órgãos formam os sistemas que são reunidos nos diversos aparelhos. Para exemplificar, citamos o aparelho locomotor que é formado pelos sistemas ósseos, articular e muscular. Você consegue perceber a função de cada parte específica do corpo e sua relação com as estruturas? Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 8 Normal e Variação Anatômica De acordo com DANGELO & FATTINI (op.cit) variações anatômicas são as diferenças morfológicas, externas ou internas, entre os elementos que compõe um grupo, ou no mesmo indivíduo onde se comparam dois lados, que se apresentam sem prejuízo funcional para o indivíduo. Segundo esses autores, o conceito de normal para o anatomista é o que ocorre com mais freqüência e para o médico é o que é sadio, ou não doente. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda funcional esta é uma variação. Anomalias X Monstruosidade Anomalias são variações morfológicas que determinam perturbações funcionais. Por exemplo, um indivíduo pode nascer com um dedo a menos na mão direita. Monstruosidade é uma anomalia acentuada de modo a deformar profundamente a conformação corporal do indivíduo, sendo, em geral, incompatível com a vida: por exemplo, a agenesia (não formação) do encéfalo. Fatores Gerais das Variações Anatômicas - Idade: é o tempo decorrido ou a duração da vida. Notáveis modificações anatômicas ocorrem nas fases da vida intra e extra -uterina do mamífero, bem como nos principais períodos em que cada fase, se subdividem em: Fase intra-uterina (ou embrionária) Célula ovo ou zigoto: quinze primeiros dias. Embrião: até o 2º ano, Feto : até o 9º mês. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 9 Fase extra-uterina Recém-nascido: até 1 mês após o nascimento. Infante: até o fim do 2º ano. Menino: até o fim do 10° ano. Pré-púbere: até a puberdade, Púbere: dos 12 anos aos 14 anos, corresponde à maturidade sexual que é variável nos limites da fase e nos sexos. Jovem: até os 21 anos no sexo feminino e 25 anos no sexo masculino. Adulto: até a menopausa feminina ( cerca de 50 anos ) e ao processo correspondente no homem (cerca do 60 anos). Velho: além dos 60 anos . - Sexo: é o caráter de masculinidade ou feminilidade. É possível reconhecer órgãos de um e de outro sexo, graças a características especiais, mesmo fora da esfera genital. - Raça: é a denominação a cada agrupamento humano que possui caracteres físicos comuns, externa e internamente, pelos quais se distinguem dos demais. Conhecem-se, por exemplo, representantes das raças branca, negra e amarela e seus mestiços, ou seja, "o produto do seu entrecruzamento". - Biótipo: é a resultante da soma dos caracteres herdados e dos caracteres adquiridos por influência do meio e da sua inter-relação. Os biótipos constitucionais existem em cada grupo racial. São três tipos principais reconhecidos: Brevilíneo: é o indivíduo baixo e forte, com o tronco prevalecendo sobre os membros. É o tipo pícnico com seus contornos externos bem arredondados e grandes cavidades corporais. Apresenta o ângulo de encontro entre costelas e apêndice xifóide maior que 90º. Longilíneo: é o indivíduo alto e magro, com os membros prevalecendo sobre o tronco. É o tipo leptossômico. Apresenta o ângulo de encontro entre costelas e apêndice xifóide menor que 90º. Normilíneo: é o indivíduo atlético que mostra proporções intermediárias entre os dois tipos referidos. Apresenta o ângulo de encontro entre costelas e apêndice xifóide igual a 90º. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 10 DIVISÃO DO CORPO HUMANO Por segmentos: - Cabeça. - Pescoço. - Tronco: o Tórax. o Abdome. o Pelve. - Membros Superiores: o Raiz (ombro). o Parte livre: a. braço. b. cotovelo. c. antebraço. d. punho. e. mão. - Membros Inferiores: o Raiz (quadril). o Parte livre: a. coxa. b. joelho. c. perna. d. tornozelo. e. pé. Por Sistemas: De acordo com a anatomia macroscópica os sistemas que, em conjunto formam o organismo são: - Sistema tegumentar: estuda o tegumento e suas estruturas derivadas (pelas unhas e glândulas sudoríparas e sebáceas). Sua função é proteger o corpo, regular sua temperatura, eliminar resíduos e receber certos estímulos (tátil, calor, dor etc.); - Aparelho Locomotor: o Sistema Ósseo ou esquelético: composto de ossos e partes cartilaginosas, cuja sua função é fornecer suporte e proteção ao corpo, permitir movimento, produzir células sanguíneas (hemopiese) e armazenar minerais;. o Sistema Articular: composto de articulações, seus ossos e ligamentos associados. Sua função é unir qualquer parte rígida do esqueleto proporcionar ou não movimento entre eles. o Sistema Muscular: constituído de músculos e seus ligamentos. Sua função é efetuar movimentos, manter a postura e produzir calor. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 11 - Sistema Circulatório: compreendendo o coração e os vasos sanguíneos (artérias, veias e capilares), inclui o “sistema linfático”, composto por linfonodos e vasos. O sistema cardiovascular refere-se aocoração e vasos sanguíneos. o Sistema Sangüíneo. o Sistema Linfático. o Órgãos Hematopoiéticos. - Sistema Digestório: composto pela cavidade da boca, faringe e intestinos, estende-se da boca ao ânus. Associados a ele estão glândulas (fígado e pâncreas). O sistema está relacionado à assimilação de alimento.. - Sistema Respiratório: compreende os pulmões e o sistema de tubos pelo qual o ar os atinge e se relaciona com a troca de oxigênio e dióxido de carbono.. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 12 - Aparelhos Urogenitais: compreende vários órgãos que estão relacionados com a reprodução. Por causa de sua íntima associação, especialmente no homem adulto, os sistemas urinário e genital são freqüentemente referidos como sistema urogenital. o Sistema Urinário. o Sistema Genital Masculino. o Sistema Genital Feminino. - Sistema Endócrino: consistem em glândulas sem ducto produtoras de secreções chamadas hormônios que são levadas pelo sistema circulatório para todas as partes do corpo. - Sistema nervoso: é o grande sistema que controla e coordena as atividades de todos os outros sistemas. É formando pelo cérebro, medula espinhal (sistema nervoso e periférico) e órgãos dos sentidos, como os olhos e os ouvidos (sistema nervoso autônomo). Tem como função detectar e responder às mudanças do meio interno e externo, capacitar o raciocínio e a memória e regular as atividades do corpo. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 13 NOMENCLATURA ANATÔMICA Como toda ciência, a anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dar-se o nome de nomenclatura anatômica. Embora você esteja familiarizado com os nomes comuns de muitas partes e regiões do corpo, deve aprender a utilizar a nomenclatura anatômica adotada internacionalmente: por exemplo, use a palavra axila ao invés de “sovaco” e clavícula ao invés de osso do “colarinho”. Contudo, trate de aprender as palavras que os alunos podem usar na descrição de suas queixas. Além disto, você deve usar nomes que eles possam entender quando recebem explicações sobre seus problemas. Com o extraordinário acúmulo de conhecimento, foi estimado que, em fins do século XIX, aproximadamente 50.000 nomes anatômicos estavam em uso para cerca de 5.000 formações do corpo humano. A primeira tentativa de uniformizar e criar uma nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895, contudo, uma lista de cerca de 4.500 termos foi preparada e aceita em Brasiléia. Este sistema de nomenclatura é conhecido como Basle Nomina Anatômica (ABN) e é em latim. Em sucessivos congressos de anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi aprovada oficialmente a nomenclatura anatômica, conhecida sob a sigla de PNA (Paris Momina Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 14 Anatômica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em Congressos Internacionais de Anatomia, realizados de cinco em cinco anos. A língua oficialmente adotada é o latim (por ser “língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais para a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura. Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto, há nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo uso. 1. Conceituar anatomia em sentido amplo e em sentido restrito; 2. Citar os sistemas e os aparelhos do organismo; 3. Conceituar normal em Anatomia, variação anatômica, anomalia e monstruosidade; 4. Citar os fatores gerais de variação anatômica: 5. Definir Biótipo: 6. Definir longilínio, brevelínio e mediolínio e citar suas características morfológicas: 7. Definir nomenclatura Anatômica: 8. Citar os princípios fundamentais da nomenclatura Anatômica usado para designar estruturas do corpo humano, exemplificando: Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 15 ESTUDOS DOS PLANOS ANATÔMICOS – PLANIMETRIA A necessidade de se colocar o corpo humano em uma posição padrão existiu e, a partir daí, com o auxílio de planos geométricos foi elaborado um estudo que ficou conhecido como Planimetria Todos os termos apreendidos nesta aula serão utilizados durante todo o curso de Anatomia. Para entender os Estudos dos Planos Anatômicos é importante conhecermos alguns conceitos, termos e divisões. Assim temos: Planimetria É um método convencional aplicado em Anatomia, visando o estudo do indivíduo como um todo ou por meio de peças anatômicas isoladas. Posição Anatômica A posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado aos termos direcionais utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta, sua postura ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa posição específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA. Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 16 descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada. A posição anatômica pode ser descrita da seguinte forma, com o indivíduo em posição ereta (de pé, posição ortostática ou bípede), com a face voltada para frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores estendidos, aplicados ao tronco e com palmas voltadas para frente, membros inferiores unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. Posição SUPINA e PRONA são expressões utilizadas na descrição da posição do corpo, quando este não se encontra na posição anatômica. Posição Supina ou Decúbito Dorsal O corpo está deitado com a face voltada para cima. Posição Prona ou Decúbito Ventral O corpo está deitado com a face voltada para baixo. Decúbito Lateral O corpo está deitado de lado. Posição de Litotomia O corpo está deitado com a face voltada para cima, com flexão de 90° de quadril e joelho, expondo o períneo. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 17 Posição de Trendelemburg O corpo está deitado com a face voltada para cima, com a cabeça sobre a maca inclinada para baixo cerca de 40°. Pontos de Referência São estruturas do corpo humano que servem como base para estudo dos planos anatômicos. São referenciados: osso frontal, osso occipital, suturas sagital e coronal, ventre, dorso, coluna vertebral, apêndice caudal e superfície plantar. Eixos do Corpo Humano São linhas imaginárias que se projetam no corpo, indo do centro de um pólo anatômico a outro. - Eixo longitudinal, crânio-caudal ou céfalo- podálico: é um eixo heteropolar que vai do centro do pólo cefálico ao centro do podálico. - Eixo sagital ou antero-posterior: é um eixoheteropolar que vai do centro do plano anterior ou ventral ao centro do plano posterior ou dorsal. - Eixo transversal ou latero-lateral: é um eixo homopolar que vai do centro do pólo lateral direito ao centro do pólo lateral esquerdo. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 18 Os deslocamentos destes eixos nos permitem realizar os cortes que vão dar origem aos planos de divisão que nos levam as secções básicas do corpo humano: - Corte sagital mediano, obtido pelo deslocamento do eixo céfalo- podálico ao longo do plano mediano (no sentido antero-posterior), divide o indivíduo em metade direita e esquerda. - Corte transversal, se consegue ao deslocar o eixo antero-posterior em 180 graus, tendo como resultado uma metade superior e outra inferior. - Corte coronal, se consegue com o deslocamento do eixo latero- lateral no sentido céfalo-podálico, divide o indivíduo em metade anterior e posterior. Planos Anatômicos São planos imaginários que tangenciam ou seccionam a superfície corporal do indivíduo. Têm o objetivo de separar o corpo em partes para facilitar o estudo e nomear as estruturas anatômicas com relação espacial. Ou seja, através dos planos anatômicos podemos dividir o corpo humano em 3 dimensões e assim podemos localizar e posicionar todas as estruturas. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 19 Planos Fundamentais, Tangenciais ou de Enquadramento Tangenciam a superfície corporal. Pela interseção dos planos obtemos a formação de um sólido geométrico – paralelepípedo –, dentro do qual estaria o indivíduo. Podem ser horizontais e verticais. - Verticais: o Dorsal ou posterior. o Ventral ou anterior. o Laterais. - Horizontais: o Cefálico, cranial ou superior. o Podálico ou inferior. Planos Seccionais ou de Divisão Neste estudo quatro planos são fundamentais: a. Plano Mediano: Plano vertical que passa longitudinalmente através do corpo, dividindo-o em metades direita e esquerda. Parassagital, usado pelos neuroanatomistas e neurologistas é desnecessário porque qualquer plano paralelo ao plano mediano é sagital por definição. Um plano próximo do mediano é um Plano Paramediano. b. Planos Sagitais: São planos verticais que passam através do corpo, paralelos ao plano mediano. c. Planos Frontais (Coronais): São plano verticais que passam através do corpo em ângulos retos com o plano mediano, dividindo-o em partes anterior (frente) e posterior (de trás). Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 20 d. Planos Transversos (Horizontais): São planos que passam através do corpo em ângulos retos com os planos coronais e mediano. Divide o corpo em partes superior e inferior. TERMOS DE RELAÇÃO Vários adjetivos são usados para descrever a relação de partes do corpo na posição anatômica. Anterior: Significa “próximo da frente” do corpo. Ventral é um substituto de anterior comumente empregado em neuroanatomia, onde é vantajoso porque igualmente aplicável a seres humanos e animais, que são com freqüência usados em pesquisa. Posterior: Significa “próximo ao dorso” do corpo, por exemplo, a região glútea (nádegas) está na superfície posterior. Dorsal é um substituto de posterior. Quando se descreve a face posterior ou dorsal da mão ou do pé. Superior: Significa “próximo a cabeça”. Cranial e cefálico são adjetivos correspondentes. Costal é amiúde usado ao invés de anterior quando se descreve partes do encéfalo, e significa “mais próximo da extremidade da frente”, por exemplo, o lobo frontal é costal ao cerebelo. Inferior: Significa “em direção ao pé” ou parte mais baixa do corpo; um exemplo: o diafragma é inferior ao coração. O termo caudal, uma palavra latina, adjetiva “cauda”. Corresponde a inferior, mas é mais comumente usada em descrições de embriões. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 21 Medial: Significa “em direção ao plano mediano” do corpo; as narinas, por exemplo:, são mediais aos olhos. Em odontologia o termo mesial (g. mesos, meio) é equivalente a medial e significa “me direção a linha média do arco dental”. Lateral: Significa “mais distante do plano mediano” do corpo. Os ligamentos colaterais do joelho. O ligamento colateral fibular está localizado lateralmente enquanto que o ligamento colateral tibial está localizado medialmente, ou seja, mais próximo à linha sagital mediana. Intermédio: Significa “entre duas estruturas”, uma das quais é medial e a outra lateral, por exemplo: o quarto dedo da mão (anular) é intermédio ao quinto (dedo mínimo) e terceiro (dedo médio). Médio: Estrutura ou órgão interposto entre outro superior e inferior ou entre anterior e posterior. Mediano: Estrutura situada exatamente sobre o eixo sagital mediano. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 22 Termos de Comparação Estes termos comparam as posições relativas de duas estruturas entre si. - Proximal: significa “mais próximo ao tronco”. - Distal: significa “mais distante do tronco”. - Superficial: significa “mais próximo da” ou “na superfície”. - Profundo: significa “mais distante da superfície”. - Interno: significa “em direção ou no interior de um órgão ou cavidade”. - Externo: significa “em direção” ou “no exterior de um órgão ou cavidade”. - Ipsilateral: significa “no mesmo lado do corpo”. - Contralateral: significa “no lado oposto do corpo”. Termos de Movimento: Flexão: Curvatura ou diminuição do ângulo entre os ossos ou partes do corpo. Extensão: Endireitar ou aumentar o ângulo entre os ossos ou partes do corpo. Adução: Movimento na direção do plano mediano em um plano coronal. Abdução: Afastar-se do plano mediano no plano coronal. Rotação Medial: Traz a face anterior de um membro para mais perto do plano mediano. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 23 Rotação Lateral: Leva a face anterior para longe do plano mediano. Retrusão: Movimento de retração (para trás) como ocorre na retrusão da mandíbula e no ombro. Protrusão: Movimento dianteiro (para frente) como ocorre na protrusão da mandíbula e no ombro. Oclusão: Movimento em que ocorre o contato da arcada dentário superior com a arcada dentária inferior. Abertura: Movimento em que ocorre o afastamento dos dentes no sentido súpero-inferior. Rotação Inferior da Escápula: Movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se medialmente e a cavidade glenóide move-se caudalmente. Rotação Superior da Escápula: Movimento em torno de um eixo sagital no qual o ângulo inferior da escápula move-se lateralmente e a cavidade glenóide move-se cranialmente. Elevação: Elevar ou mover uma parte para cima, como elevar os ombros. Abaixamento: Abaixar ou mover uma parte para baixo, como baixar os ombros. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 24 Retroversão: Posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é posterior ao plano vertical através da sínfise púbica. Anteroversão: Posição da pelve na qual o plano vertical através das espinhas ântero-superiores é anterior ao planovertical através da sínfise púbica. Pronação: Movimento do antebraço e mão que gira o rádio medialmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha posteriormente. e no ombro. Supinação: Movimento do antebraço e mão que gira o rádio lateralmente em torno de seu eixo longitudinal de modo que a palma da mão olha anteriormente. e no ombro. Inversão: Movimento da sola do pé em direção ao plano mediano. Quando o pé está totalmente invertido, ele também está plantifletido. Eversão: Movimento da sola do pé para longe do plano mediano. Quando o pé está totalmente evertido, ele também está dorsifletido. Dorsi-flexão (flexão dorsal): Movimento de flexão na articulação do tornozelo, como acontece quando se caminha morro acima ou se levantam os dedos do solo. Planti-flexão (flexão plantar): Dobra o pé ou dedos em direção à face plantar, quando se fica em pé na ponta dos dedos. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 25 1. Citar as abreviaturas utilizadas em Anatomia, para os termos gerais: 2. Citar as partes constituintes do corpo humano: 3. Descrever a "Posição de Designação Anatômica" no homem e nos mamíferos quadrúpedes: 4. Descrever os "planos de delimitação e secção" do corpo humano e dos mamíferos quadrúpedes: 5. Citar os eixos do corpo humano descrevendo seu trajeto: 6. Definir os termos de posição e direção: medial, lateral, mediano, superior, inferior, anterior, posterior, ventral, dorsal, caudal, médio, intermédio, distal, 7. Definir os princípios de construção do corpo humano: estratificação, antimeria, metameria e paquimeria, e citar exemplos: 8. Demonstrar, com exemplos, que a simetria bilateral é apenas aparente: Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 25 UNIDADE II: OSTEOLOGIA Com esta unidade você iniciará o estudo da Osteologia que significa, o estudo dos ossos. Apesar de sua aparência simples, o osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico, formado por um conjunto de tecidos distintos e especializados que contribuem para o seu arranjo final sendo então, constituintes da porção ativa do aparelho locomotor. Competências - Conhecimento do esqueleto e suas divisões. - Compreensão da classificação dos ossos. - Descrição dos principais acidentes dos ossos do esqueleto axial e apendicular Objetivos - Descrever as funções, as formas, os tipos, as estruturas, as propriedades e os números dos ossos do corpo humano. - Reconhecer e diferenciar os ossos do esqueleto axial e do apendicular, e das cinturas escapular e pélvica; - Citar e reconhecer os principais acidentes anatômicos dos ossos do esqueleto. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 26 Conceito Etimólogo: Osteologia é derivada das palavras ósteon que significa “osso”, e logos, que significa um “ramo de conhecimento”. Conceito Anatômico: É o estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com os ossos, com eles formando um todo (esqueleto). Ossos: Ossos são como peças rijas, de número, coloração e forma variáveis, que quando unidos de forma apropriada formam o esqueleto, quanto a constituição são formados por vários tecidos, entre os quais predomina um tecido conectivo especializado (osteócitos), que em conjunto constituem o esqueleto. Os ossos são muito fortes, o que é surpreendente se levarmos em conta a sua leveza, constituem apenas 14% do peso total do corpo, relativamente ao próprio peso, são mais fortes do que o aço ou concreto armado. Um único filamento de colágeno, com apenas 1mm de espessura, é capaz de suportar um peso de até 10 kg. Número de Ossos no Corpo Humano: No individuo adulto, idade na qual se considera completa o desenvolvimento orgânico, o número de ossos é de 206, o que pode varia se levarmos em consideração os seguintes fatores: - Idade: o número de ossos diminui do nascimento à senilidade. - Fatores Individuais: persistência da divisão do osso frontal e ossos extranumerários. - Critério de contagem: varia de autor para autor. Cabeça = 22 Crânio = 08 Face = 14 Pescoço = 8 Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 27 Tórax = 37 24 costelas 12 vértebras 1 esterno Abdômen = 7 5 vértebras lombares 1 sacro 1 cóccix Membro Superior = 32 Cintura Escapular = 2 Braço = 1 Antebraço = 2 Mão = 27 Membro Inferior = 31 Cintura Pélvica = 1 Coxa = 1 Joelho = 1 Perna = 2 Pé = 26 Ossículos do Ouvido Médio = 3 Esqueleto: O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o arcabouço do corpo. Pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana, formando o eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco, o esqueleto axial (aproximadamente 80 ossos); outra, composta pelos ossos das extremidades superior e inferior, e as cinturas que ancoram estas extremidades ao esqueleto axial, constituindo o esqueleto apendicular(aproximadamente 126 ossos). A união entre estas duas porções se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica), constituída pela escápula e clavícula e pélvica constituída pelos ossos do quadril. As Funções do Esqueleto são: - Proteção de órgãos internos de eventuais choques ou lesões: a caixa craniana protege o encéfalo; a caixa torácica protege o coração e os pulmões; a espinha dorsal protege o a medula espinhal e etc. - Sustentação e conformação do corpo: servem de apoio aos órgãos. - Suporte flexível de um complexo sistema de alavancas: que movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo, no todo ou em parte. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 28 - Local de produção de certas células do sangue: no interior dos ossos são produzidas as células sanguíneas (glóbulos vermelhos e brancos) e as plaquetas, que são elementos importantes do sangue. Hemoptise é a produção de todos os três tipos de células sanguíneas, eritrócitos (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e trombócitos (plaquetas). Eritropoiese refere-se especificamente a produção de eritrócitos. - Armazenamento de minerais: nos ossos são armazenados sais minerais como cálcio, potássio, magnésio e etc. CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Quanto a sua Posição Topográfica Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá- los por sua posição topográfica, reconhecendo-se: - Ossos axiais (ou esqueleto axial): são formados pelo crânio, esterno, costelas, caixa torácica, coluna vertebral e osso hióide. - Ossos apendiculares (ou esqueleto apendicular): são formados por estruturas ósseas em torno das quais os membros (inclusive mãos e pés) e suas cinturas são fixadas. Quanto à Forma dos Ossos Esta é a classificação mais difundida leva em consideração a forma dos ossos, classificando-os segundo a relação entre suas dimensões lineares (comprimento, largura ou espessura), em ossos longos, curtos, laminares e irregulares. Ossos longos: Seu comprimento é consideravelmente maior que a largura e a espessura. Consiste em um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal medular, que alojaa medula óssea. Exemplos típicos são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges. Ossos laminares: Seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 29 demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos ou chatos. Ossos curtos: Apresenta equivalência das três dimensões. São encontrados nas mãos e nos pés em grupos, os ossos do carpo e do tarso são excelentes exemplos. Ossos irregulares: Apresent a uma morfologia complexa não encontrando correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos marcantes Estas quatro categorias são as categorias principais de se classificar um osso quanto à sua forma. Elas, contudo, podem ser complementadas por duas outras: Ossos pneumáticos: Apresenta uma ou mais cavidades, de volume variável, revestidas de mucosa e contendo ar. Estas cavidades recebem o nome de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão situados no crânio: frontal, maxilar, temporal, etmóide e esfenóide; Ossos sesamóides: Que se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros são chamados intratendíneos e os segundos periarticulares. A patela é um exemplo típico de osso sesamóide intratendíneo. Ossos Alongados: São ossos longos, porém achatados e não apresentam canal central. Exemplo: Costelas. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 30 Ossos Suturais: São pequenos ossos localizados dentro de articulações, chamadas de suturas, entre alguns ossos do crânio. Seu número varia muito de pessoa para pessoa. Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro principais: o osso frontal, por exemplo, é um osso laminar, mas também pneumático; o maxilar é irregular, mas também pneumático, a patela é um osso curto, mas é, também um sesamóide (por sinal, o maior sesamóide do corpo). ESTRUTURA DOS OSSOS Os ossos são formados essencialmente pelo tecido ósseo (tecido conjuntivo duro, com 1,87% de fosfato e cálcio). O estudo microscópico do tecido ósseo distingue a substância óssea compacta e a esponjosa. Embora os elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos de substância óssea, eles dispõem-se diferentemente conforme o tipo considerado e seu aspecto macroscópico também diferem. Na substância óssea compacta, as lamínulas de tecido ósseo encontram-se fortemente unidas umas às outras pelas suas faces, sem que haja espaço livre interposto. Por esta razão, este tipo é mais denso e rijo. Na substância óssea esponjosa as lamínulas ósseas, mais irregulares em forma e tamanho, se arranjam de forma a deixar entre si espaços ou lacunas que se comunicam umas com as outras e que, a semelhança do canal medular, contém medula. Gênese Óssea Os ossos se formam no embrião de um esboço constituído por tecido cartilaginoso e por tecido membranoso que representam o osso primário e secundário. Com o tempo, tais esboços começam a se ossificar e o processo de ossificação inicia-se em pontos particulares, os centros de ossificação. Desses centros o processo se estende. Por ocasião do nascimento, os ossos estão quase inteiramente no estado cartilaginoso. A ossificação se processa durante toda a infância e adolescência e só está completa depois do 24º ano de idade. Então todo o esqueleto tornou-se ósseo. Nos ossos longos forma-se um centro de ossificação na diáfise e um em cada epífise; desses três pontos o tecido ósseo começa a estender-se até que o tecido proveniente de um centro se funde com Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 31 aquele que provém dos outros centros. Nos ossos chatos, o centro de ossificação é na parte mediana e daqui o processo se irradia para a periferia. A ossificação se processa de modo diverso conforme o esboço originário é de natureza cartilaginosa ou membranosa. Nos ossos de origem cartilaginosa, o processo se inicia na membrana que reveste a cartilagem e que se chama pericôndrio. O pericôndrio se transforma pouco a pouco em periósteo, no qual se distinguem células particulares, os osteoblastos, que estão encarregadas de produzir o osso: revestem eles a cartilagem formando um fino estrato ósseo (lâmina fundamental) e, multiplicando-se, dão origem a uma nova substância óssea, a qual se acumula primeiramente de modo irregular e depois em delgadas lâminas ósseas estratificadas de modo bastante regular. Começada assim a ossificação, ela se estende. Do tecido ósseo apenas formado se destacam os osteoblastos que emigram para a cartilagem restante; são eles acompanhados de ramificações de vasos sanguíneos. No território invadido, os osteoblastos retomam a sua função, formam novo tecido ósseo, até que a cartilagem esteja inteiramente transformada em osso. A completa transformação da cartilagem em osso só tem lugar na idade adulta; até os 20 ou 25 anos ficam sempre, entre a diáfise e as epífises, uma linha de cartilagem que faz crescer o osso em comprimento. Pode-se demonstrar que o osso se alonga justamente graças à cartilagem de conjugação: se inserir uma bolinha de chumbo na epífise (logo além da cartilagem) e outra na diáfise (apenas um pouco para cá da cartilagem) em um osso em via de crescimento (por exemplo, em um animal jovem), constatar-se- á, radiografando o osso depois de um período de tempo suficiente, que à distância entre as duas bolinhas aumentou. O mesmo se pode fazer para demonstrar que o crescimento em espessura é devido ao periósteo. Sempre no animal jovem, se cerca um osso com um fio metálico, ou então se insere uma bolinha de chumbo no periósteo. Depois de um certo tempo notar-se-á que o fio ou a bolinha não estão mais na extrema periferia do osso mas no seu interior: evidentemente, o periósteo, produzindo novo osso pela sua parte interna, afastou-se perifericamente, enquanto os corpos estranhos ficaram onde estavam. Nos ossos secundários, derivados não de uma cartilagem mas de um esboço de tecido membranoso, a ossificação tem lugar assim: as células embrionárias se transformam em osteoblastos e estes iniciam a sua proliferação do centro para a periferia, até que se complete a formação do tecido ósseo. Estruturas dos Ossos Longos A diáfise é formada por tecido ósseo compacto e é percorrido longitudinalmente por um canal interno, chamado canal medular, ocupado pela medula. A medula do osso desempenha uma função importantíssima: fabrica os glóbulos do sangue, sejam os vermelhos ou brancos. As epífises são formadas por tecido ósseo esponjoso, que, na superfície, é revestido por uma camada de tecido ósseo compacto. No osso esponjoso, a medula enche as cavidades formadas pelo interpenetrar-se das trabéculas. Até a idade adulta, a Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 32 diáfise e as epífises são separadas entre si, ou, melhor, estão unidas somente por um tecido cartilaginoso; é esta a cartilagem de conjugação ou diafisiária que permite o desenvolvimento do osso em comprimento, e permanece até que o indivíduo complete o seu desenvolvimento esquelético. Depois, constitui a chamada comissura diafisiária. Os ossos longos estão presentes, sobretudo nos membros (osso do braço: úmero; osso da coxa: fêmur). Periósteo No vivente e no cadáver o osso se encontra sempre revestido por delicada membrana conjuntiva, com exceção das superfícies articulares. Esta membrana é denominadaperiósteo e apresenta dois folhetos: um superficial e outro profundo, este em contato direto com a superfície óssea. A camada profunda é chamada osteogênica pelo fato de suas células se transformarem em células ósseas, que são incorporadas à superfície do osso, promovendo assim o seu espessamento. Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Por esta razão, desprovido do seu periósteo o osso deixa de ser nutrido e morre. Cartilagem Articular A cartilagem articular é uma forma de tecido de suporte firme e resistente, mas não tanto como o osso. Não tem vasos sangüíneos nem linfáticos e não recebe nervos. Três tipos são conhecidos - cartilagem hialina, fibrocartilagem e cartilagem elástica. A cartilagem hialina: Tem uma aparência translúcida, branco- azulada. É o tipo de mais larga distribuição e aparece no modelo cartilagíneo dos ossos em desenvolvimento. Ela persiste, na vida adulta, como cartilagem articular, nas extremidades dos ossos; como cartilagens costais, da traquéia, do nariz, septo nasal dos brônquios e como as maiores cartilagens da laringe. Os representantes não- articulares da cartilagem hialina têm tendência a se ossificar mais tarde na vida. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 33 A fibrocartilagem: Consiste em coleções densas de fibras colágenas nas quais está misturada uma matriz cartilagínea. Ela é menos homogênea que a cartilagem hialina, porém é mais resistente e mais flexível. Ocorre nos discos intervertebrais e articulares e nas orlas glenoidais de certas articulações. Está presente na sínfise púbica e cobre tendões onde estes têm relação com ossos. A cartilagem elástica: É atravessada por uma rica rede de fibras elásticas, o que lhe dá, além de uma aparência amarelada, a capacidade de retornar rapidamente a sua forma original, quando tracionada ou torcida. A cartilagem elástica ocorre somente nas partes móveis do ouvido externo, no nariz e na epiglote. DESCRIÇÃO DAS SUPERFÍCIES ÓSSEAS Termos Utilizados Saliências Servem para articular os ossos entre si (superfícies articulares) e para a fixação de músculos, ligamentos, cartilagens e etc. Podemos então dividi-las em saliências de superfícies de articulação e proeminências não articulares. Saliências de superfícies de articulação Côndilo: Uma projeção articular grande arredondada. Ex.: Côndilo occipital do osso occipital. Cabeça: Uma extremidade articular proximal proeminente, arredondada. Ex.: Cabeça do Fêmur. Face: Uma superfície articular achatada ou pouco profunda. Ex.: Face costal de uma vértebra. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 34 Saliências de proeminências não articulares Processo: Qualquer proeminência acentuada do osso. Ex.: Processo mastóideo do osso temporal. Tubérculo: Um pequeno processo arredondado. Ex. : Tubérculo maior do úmero . Tuberosidade: Um grande processo áspero. Ex. : Tuberosidade da ulna . Trocanter: Processo maciço encontrado apenas no fêmur. Ex.: Trocanter maior do fêmur. Espinha: Processo agudo, fino. Ex. : Espinha da escápula . Crista: Projeção em aresta estreita. Ex. : Crista ilíaca do osso do quadril. Epicôndilo: Projeção acima do côndilo. Ex. : Epicôndilo medial do fêmur . Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 35 Depressões As depressões podem ser articulares ou não e as aberturas, em geral servem para a passagem de nervos ou vasos. Fossa: Uma vala rasa. Ex.: Fossa mandibular do osso temporal. Sulco: Goteira que acomoda um vaso, nervo ou tendão. Ex.: Sulco intertubercular do úmero. Fissura: Abertura em fenda estreita. Ex.: Meato acústico do osso temporal. Alvéolo: Soquete ou escavação profunda. Ex.: Alvéolos dentários da maxila. Aberturas Forame: Abertura circular que atravessa o osso. Ex.: Forame magno do occipital. Seio: Cavidade ou espaço oco. Ex.: Seio frontal do osso frontal. Fóvea: Pequena cavidade ou depressão. Ex.: Fóvea da cabeça do fêmur. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 36 Veja a seguir a localização, segmento, região e o total de ossos do esqueleto. ESQUELETO AXIAL SEGMENTO REGIÃO OSSO NÚMERO TOTAL CABEÇA e PESCOÇO CRÂNIO Frontal Occipital Etmóide Esfenóide Temporais Parietais 01 01 01 01 02 02 08 FACE Vômer Mandíbula Conchas nasais inferior Lacrimais Palatinos Maxilares Zigomáticos Nasais 01 01 02 02 02 02 02 02 14 ORELHA Martelo Estribo Bigorna 02 02 02 06 CERVICAL Hióide Vértebras 01 07 08 TRONCO TORÁCICA Esterno Vértebras Costelas 01 12 24 37 ABDOMINAL Vértebras Sacro Cóccix 05 01 01 07 ESQUELETO APENDICULAR SEGMENTO REGIÃO OSSO Número TOTAL MEMBRO SUPERIOR Cintura escapular Clavícula Escápula 02 02 54 Braço Úmero 02 Antebraço Rádio Ulna 02 02 Mão Escafóide, Semilunar, Piramidal e Pisciforme 08 Trapézio Trapezóide Capitato Hamato 08 Metacarpianos 10 Falange proximal, média e distal 28 MEMBRO INFERIOR Cintura pélvica Ilíacos 02 02 Coxa Fêmur Patela 02 02 04 Perna Tíbia Fíbula 02 02 04 Pé Calcâneo, Talus, Navicular, Cubóide, Cuneiformes Metatarsianos Falanges proximal, média e distal 02 de cada(10) 10 28 52 Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 37 OSSOS DA CABEÇA Na realidade o termo crânio propriamente dito, é comumente utilizado para identificar a parte que contém o encéfalo (crânio neural), o restante do crânio (os ossos maxilares, orbitais e as cavidades nasais) forma o esqueleto facial (crânio visceral). O crânio ou esqueleto da cabeça é considerado a estrutura mais complexa do corpo, pois: - Abriga e protege o encéfalo (cujo formato é irregular); - Abrigam os órgãos dos sentidos especiais para a visão, audição, gustação e olfato; - Envolve as aberturas dos tractos digestório e respiratório; - Abriga órgãos responsáveis pela mastigação. A caixa craniana está constituída por 22 ossos dos quais apenas um, a mandíbula, é móvel, concentrando-se como o restante do crânio através da articulação tempero mandibular (ATM), os outros ossos articulam-se entre si através de junturas praticamente imóveis (suturas). Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 38 Ossos do Crânio Neural (8) - É o revestimento ósseo do encéfalo e dos seus revestimentos membranáceos: as meninges cranianas; - Contém partes proximais dos nervos cranianos e a rede vascular do encéfalo; - Tem um tecto em forma de cúpula, a calvária ou calota craniana e um assoalho ou base do crânio. - Nos adultos, é formado por uma série de 8 ossos: o 4 ossos ímpares centralizados na linha mediana: frontal, etmóide, esfenóide e occipital; o 2 conjuntos de ossos pares e bilaterais: temporal e parietal. Frontal: O osso frontal é um osso largo ou chato, situado para frente e para cima e apresenta duas porções: uma vertical, a escama, e uma horizontal, os tectos das cavidades orbitais e nasais. O frontal articula-se com doze ossos: esfenóide, etmóide, parietais (2), nasais (2), maxilares (2), lacrimais (2) e zigomáticos (2). Etmóide: É o osso mais leve do crânio e consiste predominantemente de tecido esponjoso.O etmóide é um osso irregular e é a principal estrutura de suporte da cavidade nasal e contribui para a formação das órbitas. Esfenoide É um osso irregular, forma a porção anterior da base do crânio, articula-se anteriormente com o etmóide e o frontal, e posteriormente com o occipital. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 39 Occipital: É um osso plano que forma a base do crânio, articula-se anteriormente com os ossos parietais formando a sutura lambdóide. A porção inferior possui uma grande abertura, o forame magno, por onde passa a medula espinhal. Temporal: Os dois ossos temporais são irregulares, auxiliam na formação dos lados e da base do crânio. Cada um inclui a orelha e forma a fossa para a articulação da mandíbula. Parietal: Os dois ossos parietais formam os lados e o tecto do crânio e articulam-se na linha mediana formando a sutura sagital. Ossos da Face ou Viscerocrânio (14) - É o esqueleto facial formado pelos ossos da face; - É formado por ossos irregulares: - 3 ossos ímpares centralizados na linha mediana: mandíbula, etmóide e vômer; - 6 ossos pares e bilaterais: maxilas, conchas nasais inferiores, zigomáticos, palatinos, ossos nasais e lacrimais. - As maxilas e mandíbula, são ossos que circundam a boca e abrigam os dentes. Mandíbula ou Osso Maxilar Inferior: É um osso ímpar que contém a arcada dentária inferior. Consiste de uma porção horizontal, o corpo, e duas porções perpendiculares, os ramos, que se unem ao corpo em um ângulo quase reto. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 40 Vômer: É um osso ímpar. Forma as porções posteriores e inferiores do septo nasal. O osso vômer articula-se com 6 ossos: esfenóide, etmóide, maxilares (2) e palatinos (2). Maxila: É um osso plano e irregular. Forma quatro cavidades: o tecto da cavidade bucal, o soalho e a parede lateral do nariz, o soalho da órbita e o seio maxilar, Cada osso apresenta um corpo e quatro processos. Conchas Nasais Inferiores: As duas conchas nasais inferiores, são ossos independentes que se localizam, um em cada cavidade nasal, na porção lateral. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 41 Zigomáticos: Estes dois ossos formam a proeminência das maças do rosto, localizam-se sobre as maxilas, articulando-se com os seus processos zigomáticos. Palatinos: Os ossos palatinos formam o tecto da boca, o palato duro. Parte dos ossos palatinos estende-se para cima e auxilia na formação da parede externa da cavidade nasal. Nasais: Os dois ossos nasais articulam-se para formar a ponte do nariz. Superiormente, esses ossos achatados articulam-se com o osso frontal e constituem uma pequena porção do tecto da cavidade nasal. Lacrimais: Os dois ossos lacrimais compõem parte da órbita no ângulo interno do olho. Esses ossos dispõem-se imediatamente atrás do processo frontal da maxila. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 42 Suturas do Crânio A região superior do crânio é designada por cúpula do crânio e é atravessada por três suturas (ligações que não permitem mobilidade): 1 – Sutura Coronal – separa o osso frontal dos parietais. 2 – Sutura Sagital – separa os dois ossos parietais (linha sagital mediana). 3 – Sutura Lambdóide – separa os ossos parietais do osso occipital. O ponto de encontro das suturas coronal e sagital é designado de Bregma. O ponto de encontro das suturas sagital e lambdóide é chamado de Lambda. O Osso Hióide - Este osso não possui articulação; - É suspenso a partir do processo estilóide do osso temporal por dois ligamentos estilóideos; - Externamente, a sua posição, é observada no pescoço, entre a mandíbula e a laringe; - Tem uma forma semelhante a ferradura com duas projecções laterais; - O osso hióide funciona como suporte para a língua. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 43 COLUNA VERTEBRAL Constituição da Coluna Vertebral A coluna vertebral, também chamada de espinha dorsal, estende-se do crânio até a pelve. Ela é responsável por dois quintos do peso corporal total e é composta por tecido conjuntivo e por uma série de ossos, chamados vértebras, as quais estão sobrepostas em forma de uma coluna, daí o termo coluna vertebral. A coluna vertebral é constituída por 24 vértebras + sacro + cóccix e constitui, junto com a cabeça, esterno e costelas, o esqueleto axial. Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio); inferiormente, articula-se com o osso do quadril ( Ilíaco ). A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar e Sacro-Coccígea. São 7 vértebras cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas. Curvaturas da Coluna Vertebral Numa vista lateral, a coluna apresenta várias curvaturas consideradas fisiológicas. São elas: cervical (convexa ventralmente - LORDOSE), torácica (côncava ventralmente - CIFOSE), lombar (convexa ventralmente - LORDOSE) e pélvica (côncava ventralmente - CIFOSE). Quando uma destas curvaturas está aumentada, chamamos de HIPERCIFOSE (Região dorsal e pélvica) ou HIPERLORDOSE Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 44 (Região cervical e lombar). Numa vista anterior ou posterior, a coluna vertebral não apresenta nenhuma curvatura. Quando ocorre alguma curvatura neste plano chamamos de ESCOLIOSE. Funções da Coluna Vertebral - Protege a medula espinhal e os nervos espinhais; - Suporta o peso do corpo; - Fornece um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e um pivô para a cabeça; - Exerce um papel importante na postura e locomoção; - Serve de ponto de fixação para as costelas, a cintura pélvica e os músculos do dorso; - Proporciona flexibilidade para o corpo, podendo fletir-se para frente, para trás e para os lados e ainda girar sobre seu eixo maior. Características dos Ossos da Coluna Vertebral As vértebras podem ser estudadas sobre três aspectos: características gerais, regionais e individuais. Características Gerais São encontradas em quase todas as vértebras (com excessão da 1ª e da 2ª vértebras cervicais) e servem como meio de diferenciação destas com os demais ossos do esqueleto. Todas as vértebras apresentam 7 elementos básicos: 1. Corpo: É a maior parte da vértebra. É único e mediano e está voltado para frente é representado por um segmento cilindro, apresentando uma face superior e outra inferior. FUNÇÃO: Sustentação. 2. Processo Espinhoso: É a parte do arco ósseo que se situa medialmente e posteriormente. FUNÇÃO: Movimentação. 3. Processo Transverso: São 2 prolongamento laterais, direito e esquerdo, que se projetam transversalmente de cada lado do ponto de união do pedículo com a lâmina. FUNÇÃO: Movimentação. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 45 4. Processos Articulares: São em número de quatro, dois superiores e dois inferiores. São saliências que se destinam à articulação das vértebras entre si. FUNÇÃO: Obstrução. 5. Lâminas: São duas lâminas, uma direita e outra esquerda, que ligam o processo espinhoso ao processo transverso. FUNÇÃO: Proteção. 6. Pedículos: São partes mais estreitadas, que ligam o processo transverso ao corpo vertebral. FUNÇÃO: Proteção. 7. ForameVertebral: Situado posteriormente ao corpo e limitado lateral e posteriormente pelo arco ósseo. FUNÇÃO: Proteção Vértebras Cervicais Possuem um corpo pequeno exceto a primeira e a segunda vértebra. Em geral apresentam processo espinhal bífido e horizontalizado e seus processo transversos possuem forames transversos (passagem de artérias e veias vertebrais). Atlas: A principal diferenciação desta para as outras vértebras é de não possuir corpo. Além disso, esta vértebra apresenta outras estruturas: - Arco Anterior - forma cerca de 1/5 do anel. - Tubérculo Anterior - Fóvea Dental - articula-se com o Dente do áxis (processo odontóide) Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 46 - Arco Posterior - forma cerca de 2/5 do anel. - Tubérculo Posterior - Massas Laterais - partes mais volumosas e sólidas do atlas e suportam o peso da cabeça. - Face Articular Superior - articula-se com os condilos do occipital. - Face Articular Inferior - articula-se com os processos articulares superiores da 2ª vértebra cervical (Áxis). - Processos Transversos - encontram-se os forames transversos. Áxis: É a segunda vértebra cervical. Apresenta um processo ósseo forte denominado Dente (Processo Odontóide)que localiza-se superiormente e articula-se com o arco anterior do Atlas. Vértebras Torácicas As vértebras torácicas localizam-se inferiormente às vértebras cervicais e superiormente às vértebras lombares. São em número de doze, uma para cada uma das doze costelas. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 47 O que mais evidentemente diferencia estas vértebras das outras são as fóveas costais, que são locais de articulações sinoviais entre as costelas e as vértebras. Normalmente há seis fóveas para cada vértebra, quatro no corpo vertebral e duas no processo transverso. As do processo transverso articulam-se com os tubérculos costais, enquanto as do corpo vertebral articulam-se com as cabeças das costelas. O corpo vertebral dessas vértebras é maior que o das cervicais, pois precisa sustentar mais peso, enquanto o forame vertebral é menor e mais arredondado. O processo transverso é mais desenvolvido também, mas não possui o forame transverso. O processo espinhoso costuma ser longo, apontando quase que inferiormente. Vértebras Lombares As vértebras lombares são os maiores segmentos da porção móvel da coluna vertebral, e pode ser diferenciadas pela ausência do forame (orifício) nos processos transversos, e pela ausência das facetas nas laterais do corpo da vértebra. Particularidades: processos mamilares, corpo em forma de rim, forame vertebral triangular e processo espinhoso quadrangular. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 48 Vértebras Sacrais São 5, com tamanho decrescente. Durante a infância, são independentes, mas na idade adulta apresentam-se fundidas, formando o Osso Sacro. Entre as vértebras fundidas não existem Discos Intervertebrais (o último disco fica entre o Sacro e o Cóccix). Tem formato triangular de ápice inferior Face pélvica: linhas transversas, forames sacrais ventrais e promontório. Face dorsal: cristas sacrais mediana, intermédias e laterais, forames sacrais dorsais, hiato sacral, cornos sacrais, tuberosidade sacral e superfícies auriculares. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 49 Vértebras Coccígeas O cóccix (pronuncia-se "có-kcis") é um pequeno osso da parte inferior da coluna vertebral. É constituído por quatro ou cinco vértebras coccígeas, soldadas entre si, sendo as inferiores progressivamente menores. A vértebra superior apresenta uma faceta elíptica que se articula com o sacro. Atrás desta localizam-se duas saliências verticais denominadas pequenos cornos do cóccix. De cada lado encontram-se dois prolongamentos transversais denominados grandes cornos do cóccix. ESTERNO O osso esterno, nos seres humanos, é um osso chato, localizado na parte anterior do tórax, composto de três partes: o manúbrio, o corpo e a apófise xifóide, ou o processo xifóide. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 50 O esterno serve para sustentação das costelas e da clavícula, formando a caixa torácica onde ficam protegidos os pulmões, coração e os grandes vasos (aorta, veia cava, artérias e veias pulmonares). As sete primeiras costelas, também chamadas de costelas verdadeiras, se unem ao esterno, as três seguintes, conhecidas como costelas falsas, se juntam para depois se unirem ao esterno, e as duas últimas costelas, chamadas de flutuantes, não se unem ao esterno. As costelas na parte posterior do tórax se prendem as vértebras torácicas. O esterno, bem como toda a caixa torácica e a musculatura, tem papel fundamental no processo respiratório, através dos movimentos de inspiração e expiração. O esterno tem superiormente as incisuras claviculares; onde articula com as claviculas; e a incisura jugular,e nas bordas laterais incisuras costais, onde estão fixados as cartilagens costais. É formado superiormente pelo manubrio, ao centro tem se o corpo do esterno e inferiormente o processo xifóide, onde se liga o diafragma dentre outros músculos importantes. COSTELAS As costelas são ossos alongados, comparáveis a arcos, que se estendem da coluna vertebral até o esterno, ao qual se unem através das cartilagens costais. No Homem, há doze de cada lado (sendo que o número é variável com a espécie animal). As sete primeiras articulam-se na frente com o esterno por meio de uma cartilagem, que lhes é própria (costelas verdadeiras). Da oitava à décima costela elas se unem através de suas cartilagens a uma cartilagem comum, que se articula com o esterno (costelas falsas). A décima-primeira e a décima-segunda costela não se articulam com o esterno (costelas flutuantes). São formadas por cabeças com duas faces articulares para o processo transverso, colo, tubérculo, ângulo costal, sulco da costela, face interna, face externa, margem superior, margem inferior, cartilagens costais. Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 51 ESQUELETO APENDICULAR O esqueleto dos membros superiores e o dos inferiores apresentam características análogas. Em ambos podemos distinguir três segmentos: o primeiro formado por um osso único; o segundo, por dois ossos, e o terceiro por uma série de pequenos ossos; vêm depois os ossos das falanges. O membro superior é dotado de maior amplitude de movimentos; de outro lado, os ossos do membro inferior são mais fortes. Isto é evidente levando em consideração as funções: o membro superior desenvolve determinadas atividades de trabalho, enquanto o membro inferior tem de sustentar o peso do corpo. Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o nome de cintura ou de cinta. A cintura superior se chama cintura torácica ou escapular; a inferior se chama cintura Pélvica. A primeira sustenta o úmero e com ele todo o braço; a segunda dá apoio ao fêmur e a toda a perna. Esqueleto dos Membros Superiores Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em quatro segmentos: - Cintura Escapular - Clavícula e Escápula - Braço - Úmero - Antebraço - Rádio e Ulna - Mão - Ossos da Mão Anatomia Aplicada a Educação Física I Professor: Leonardo Delgado 52 Cintura Escapular A cintura torácica ou escapular é formada de dois ossos: a clavícula e a escápula. Este complexo está unido ao tórax somente mediante a articulação que a clavícula
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