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CURSO LIVRE ABORDAGENS PEDAGÓGICAS NA EAD MEDIADAS POR TIC
TIC COMO 
ALIADAS DA 
EDUCAÇÃO
E
T
A
P
A
1
2
1 INTRODUÇÃO 
Você já se imaginou vivendo em um mundo sem tecnologias? Pode até parecer 
estranho, para nossa realidade, atual imaginar-se vivendo em um tempo em que não havia 
disponibilidade de ferramentas tecnológicas digitais para auxiliar em nossas atividades 
diárias e laborais, não é mesmo? Todos aqueles nascidos a partir das décadas de 1980 
e 1990 são considerados os nativos digitais, ou seja, já cresceram em um mundo imerso 
em tecnologias inovadoras, sejam elas digitais ou não e, dessa forma, podem não ser 
íntimos de um mundo sem grandes inovações tecnológicas. 
Na área de comunicação e informação não é diferente. Nos dias atuais, já dispomos 
de ferramentas, como telefone, televisão, computadores, internet e mídias digitais que 
possibilitam um acesso quase imediato a fatos e informações. Devemos todas essas 
vantagens às TIC! 
Nas últimas décadas, o desenvolvimento de novas tecnologias avança a passos 
largos, de modo que podemos contar também com as tecnologias de Inteligência 
Artificial (IA), que, muitas vezes, encarregam-se de realizar algumas tarefas para nós, por 
exemplo, fazer uma busca em um site de busca virtual apenas pelo comando de voz. Em 
suas atualizações mais recentes, podemos até mesmo interagir diretamente e programar 
esses softwares para que se comuniquem conosco, citando como exemplo a Siri e a Alexa.
Estudaremos, inicialmente, o conceito de TIC e TIDC e aprenderemos sua 
importância como ferramenta para interação aluno-professor no processo ensino-
aprendizagem, com foco na implantação do ensino híbrido e das metodologias ativas.
2 OS CAMINHOS DAS TIC 
NA EDUCAÇÃO 
Vivemos na era pós-moderna, também conhecida como era digital, em que todas 
as ferramentas que fazemos uso em nosso dia a dia, não apenas são elaboradas com 
métodos altamente inovadores e tecnológicos, mas também funcionam a base de 
Curso livre sobre Abordagens pedagógicas na EAD mediadas por TIC
Conteudista: Tatiane Marques
3
tecnologias digitais. Na prática pedagógica e educacional não é diferente, mesmo um 
simples recurso, como o computador ou um projetor do tipo data show, frequentemente 
utilizado pelos professores em aulas presenciais já é um recurso educacional digital 
(MARTINES et al., 2018). 
Em aulas e cursos ofertados na modalidade EAD, o uso de tecnologias é indispensável 
e, ao contrário do que se pensa, não se restringe apenas ao uso de Ambientes Virtuais 
de Aprendizagem (AVA) ou aplicativos de videoconferência (CÂNDIDO, 2018). Então, caro 
aluno, convidamos você a uma reflexão antes de prosseguir o estudo deste material: qual 
a importância das TIC como ferramentas educacionais?
IMPORTANTE 
Você já ouviu falar em TIC e TIDC? Embora ambos os termos sejam erroneamente 
utilizados como sinônimos, neste curso, você aprenderá seus conceitos e sua aplicação 
como ferramentas para educação e interação com os alunos.
2.1 TIC OU TIDC? 
A sigla TIC refere-se à expressão Tecnologias da Informação e da Comunicação, ou 
seja, refere-se a todo e qualquer equipamento ou ferramenta criados para a comunicação 
interpessoal e a divulgação de informação. Desse modo, a partir do estudo deste material, 
você deve desassociar as TIC do meio digital, pois muito antes do surgimento da internet, 
já haviam sido criados instrumentos para comunicação e divulgação de informações. Vejas 
as ilustrações a seguir que trazem exemplares belíssimos dessas ferramentas: Figura 1 – 
a imprensa de Gutenberg; Figura 2 o telefone; Figura 3 – o rádio; e Figura 4 – a televisão. 
4
Figura 1 – Imprensa de Gutenberg: a primeira forma de reprodução em massa de informação escrita
Fonte: https://elements.envato.com/pt-br/old-wooden-printing-press-YDC3EBG. Acesso em: 18 out. 
2022.
Figura 2 – O telefone é uma tecnologia da comunicação que encurta distâncias e permite conversar 
em tempo real com outras pessoas
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/telefone-vintage-telefone-velho-1750817/. Acesso em: 18 
out. 2022.
5
Figura 3 – O desenvolvimento da comunicação via rádio encurtou distâncias e mostrou-se uma 
importante ferramenta tecnológica
Figura 4 – Muito mais que uma tecnologia para diversão, a televisão é também uma tecnologia de 
divulgação de informações
Fonte: https://elements.envato.com/pt-br/portable-radio-station-on-dashboard-in-cabin-of-fi-7U9Y-
QNC /. Acesso em: 18 out. 2022.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/tv-retro-antiga-ainda-e-vida-com-vasos-de-flo-
res_5896983.htm#query=TELEVIS%C3%83O%20ANTIGA&position=2&from_view=search. Acesso 
em: 18 out. 2022.
6
O que seriam as TIDC? Esta expressão, derivada do termo inicial TIC, acompanha 
a evolução tecnológica tão comum em nosso meio e refere-se à Tecnologias Digitais da 
Informação e da Comunicação. Simples assim! Veja que interessante, as TIDC também 
são tecnologias e ferramentas desenvolvidas para interação e comunicação, mas devem, 
obrigatoriamente, ser digitais. 
Podemos dizer então, em termos bem genéricos, que as TIDC são a evolução das 
TIC e baseiam-se na comunicação derivada do meio digital e da internet. Dessa forma, 
tornam-se inúmeras as possibilidades de interação e de comunicação entre as pessoas 
possibilitando um intercâmbio cultural, inclusive e, principalmente, entre aquelas que 
estão geograficamente distantes.
ATENÇÃO
Não confunda os conceitos de TIC e TIDC! 
TIC: Tecnologias da Informação e da Comunicação.
TIDC: Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação.
TIC é toda e qualquer ferramenta de interação e comunicação que não dependem 
de internet; as TIDC, por sua vez, obrigatoriamente requerem a internet para sua 
classificação e funcionamento.
Baseando exclusivamente na comunicação, divulgação, produção e disseminação 
de informações, poderiam ser citados como exemplos de TIDC os aparelhos celulares 
(Figura 5) e os computadores (Figura 6). Lembre-se de que as TIDC, figuram como 
ferramentas que, para seu correto funcionamento, necessitam de tecnologias e, nesse 
caso, nos referimos a aplicativos e softwares utilizados para a comunicação entre os 
pares. As fronteiras da comunicação e da acessibilidade expandem-se quase que 
infinitamente nesse sentido, pois as possibilidades aqui tornam-se infinitas. 
Inicialmente, a primeira ferramenta para comunicação e divulgação do conhecimento 
foi o e-mail, que basicamente representava uma carta que você envia por meio digital 
para alguém que está distante. A crescente necessidade de comunicação de divulgação 
de informações em massa resultou na expansão desse serviço de comunicação para o 
envio de dados em rede, o “World Wide Web” (WWW) que é o serviço de acesso de páginas 
da internet (Figura 7) que utilizamos atualmente. 
7
Figura 5 – O celular é uma TIDC desenvolvida para encurtar distâncias e barreiras na comunicação
Figura 6 – Os computadores podem ser considerados, atualmente, uma das mais importantes TIDC já 
criadas pelo homem
Figura 7 – A World Wide Web (WWW) revolucionou a forma de comunicação digital e interação entre 
as pessoas
Fonte: https://elements.envato.com/pt-br/old-cell-phone-PDNWRJV. Acesso em: 18 out. 2022.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/laptop-com-tela-em-branco_951866.htm#query=cOMPU-
TADOR%20DESKTOP&position=13&from_view=search. Acesso em: 18 out. 2022.
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-de-personagens-e-conceito-www_3207926.
htm#query=INTERNET%20WWW&position=12&from_view=search. Acesso em: 18 out. 2022.
8
O desenvolvimento de tecnologias digitais foi rapidamente cedendo espaço a 
outras tecnologias e, em pouco tempo, os celulares possibilitavam esta comunicação por 
meio do envio de mensagens com pequeno número de caracteres. Os primeiros aparelhos 
com essas tecnologias não possuíam teclado adaptado para o envio de mensagens 
SMS (Figura 8), mas nem isso impediu o avanço rápido para a comunicação por emojis e 
figurinhas. 
Como você deve estar imaginando, esse foiapenas o embrião de uma forma de 
comunicação que rapidamente mostrou-se muito prática e recebeu um número cada 
vez maior de adeptos e usuários, de modo que temos como evolução desse serviço, os 
aplicativos para celular especializados em conversas e trocas de mensagem, por exemplo, 
o WhatsApp e o Messenger, que estão listados dentre os dez aplicativos mais acessados 
pelos brasileiros no ano de 2020 (Figura 9). 
A nossa forma de comunicação também evoluiu, agora não temos mais um número 
limitado de caracteres para digitar em cada mensagem e as possibilidades também se 
expandiram: mensagens de voz, emojis, figurinhas, gifs, vídeos curtos, arquivos etc. e até 
dinheiro pode ser encaminhado por este aplicativo! 
Figura 8 – Os primeiros aparelhos de celular não eram adaptados para o envio em massa de mensa-
gens SMS, muito diferente da tecnologia atual
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/nova-ilustracao-do-conceito-de-mensagem_6183565.
htm#query=MENSAGEM%20SMS&position=4&from_view=search. Acesso em: 18 out. 2022.
9
Figura 9 – WhatsApp e Messenger estão listados entre os aplicativos mais acessados no celular 
pelos brasileiros
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/colecao-de-logotipo-de-midia-social_3909630.htm#-
query=WHATSAPP%20E%20MESSENGER&position=10&from_view=search. Acesso em: 18 out. 
2022.
O ser humano é um ser social e, como tal, não deixa de ser também um animal curioso 
e inteligente. Em se tratando do desenvolvimento de ferramentas tecnológicas, não 
mede esforços para suprir suas necessidades de comunicação e inovação. Digitalmente, 
seja pelo acesso ao computador seja pelo acesso ao celular, novas ferramentas são 
constantemente criadas e têm seu uso expandido. Para você, enquanto cidadão, qual o 
uso das redes sociais atualmente? Pare por um instante e reflita a esse respeito.
As primeiras redes sociais, criadas apenas para acesso pelos computadores e 
fazendo uso da internet, surgiram com a finalidade de aproximar as pessoas e formar 
grupos de amigos com afinidades em comum. As páginas eram fechadas e com um 
número até limitado de usuários que poderiam interagir com elas ou, como no caso do 
Orkut (uma das primeiras redes sociais a se tornar viral no Brasil), você precisava ser 
convidado para se tornar um usuário. 
Rapidamente, novas ferramentas surgiram e nos permitiram compartilhar fotos, 
depoimentos, mensagens em vídeo e até mesmo mandar um “body poke”, um boneco 
semelhante ao avatar do mundo de realidade virtual. Logo em seguida Facebook, 
Instagram, Flickr e tantas outras redes se popularizaram e se adaptaram para permitir o 
acesso também por celulares com o desenvolvimento da tecnologia android. 
10
Como já mencionado anteriormente, as redes sociais enquanto ferramentas de 
interação também passam por aprimoramentos e adaptações, conforme as necessidades 
crescentes de seus usuários. Um bom exemplo é o Instagram, criado como aplicativo para 
compartilhamento de fotos e vídeos curtos, foi considerado, no início da década de 2020, 
como uma importantíssima ferramenta de comércio e empreendedorismo no Brasil. 
Nesse sentido, podemos citar também o LinkedIn, o TikTok e tantas outras redes 
sociais que surgiram e se popularizaram nos últimos anos. Muito interessante pensar que, 
em nosso dia a dia, estamos cercados de TIC e TIDC e nem sempre nos damos conta, não 
é mesmo?
DICA
Ficou curioso para conhecer mais sobre a história das redes sociais? Não deixe de ler 
esta matéria superinteressante do site Techtudo: História das redes sociais: do tímido 
classmates até o boom do Facebook. Para acessar a matéria click no link: https://www.
techtudo.com.br/noticias/2012/07/historia-das-redes-sociais.ghtml. 
2.2 TIC E TIDC COMO FERRAMENTAS 
PEDAGÓGICAS 
Até aqui você leu sobre as TIC e aprendeu a diferenciá-las das TIDC e refletiu como 
elas estão inseridas em seu dia a dia pessoal e profissional. Você já refletiu sobre o uso e 
a aplicação dessas tecnologias em sala de aula? No ano de 2007, Fátima Debald, em seu 
trabalho TIC e prática pedagógica universitária, já refletia sobre o crescente avanço e 
desenvolvimento das tecnologias e observou que ele não era observado em sala de aula. 
Como está sua realidade em sala de aula atualmente? Pare e reflita se você concorda ou 
discorda com a autora. 
Seja na educação básica, seja no ensino universitário ou, ainda, em cursos livres e 
cursos de pós-graduação, vivenciamos atualmente um certo receio dos professores com 
relação ao uso e aplicação de determinadas tecnologias digitais em sala de aula. Seja por 
insegurança, seja por indisponibilidade de recursos ou até mesmo por acreditar que elas 
atrapalharão o aprendizado de seus alunos. 
11
Neste curso, convidamos você a abrir sua mente e ver as tecnologias como 
aliadas no processo de ensino-aprendizagem em suas aulas, em qualquer das esferas 
de educação. Você aprenderá que, em algumas situações, autorizar o uso do celular para 
uma pesquisa ou passar um vídeo animado para ilustrar um conceito pode ser um grande 
aliado no aprendizado de seus alunos. 
Indo um pouco além, você verá que até mesmo as redes sociais e a aplicação de 
tecnologias interativas para jogos e dinâmicas podem mudar sua forma de trabalhar 
determinados conteúdos em suas aulas e tornar o aprendizado mais atrativo para seus 
alunos. Lembre-se de que o professor deve ser o mediador do conhecimento e guiar seu 
aluno por meio de um caminho de inúmeras descobertas e aprendizado ativo.
ESTUDOS FUTUROS
Ansioso para aplicar as TIC e TIDC em suas aulas? Ainda, neste material, você receberá 
dicas para implantar as metodologias ativas de ensino em suas aulas. Não se preocupe, 
a Etapa 4 é dedicada exclusivamente para a apresentação de sites e softwares que 
você poderá utilizar para criar e planejar aulas mais dinâmicas e interativas.
Até aqui mencionamos apenas o ensino presencial e como as tecnologias podem 
ser (e são) valiosas aliadas para esse aprendizado. Assim, perguntamos: é possível existir 
ensino na modalidade a distância sem o uso de tecnologias digitais? Caso sua resposta 
tenha sido não, sentimos muito em dizer que a resposta é sim! 
É fato que o advento da internet, hoje em dia acessível à grande parcela da 
população, expandiu e até extinguiu fronteiras e possibilitou a chegada do ensino em 
regiões onde antes era impensável. No entanto, mesmo não recebendo a terminologia 
de EAD, ou seja, Educação a Distância, as TIC (e não as TIDC) há muito já foram utilizadas 
para possibilitar o ensino-aprendizagem fora da sala de aula física, seja em momentos 
síncronos ou seja em momentos assíncronos. 
12
DICA
O ensino na modalidade educação a distância ou educação não presencial pode receber 
diferentes classificações, conforme a presencialidade e a interação entre professor e 
aluno. A seguir, alguns conceitos importantes para o seu entendimento:
Educação a Distância (EAD): modalidade de ensino em que o aluno e o professor 
não interagem diretamente. Nessa modalidade, geralmente o material é previamente 
preparado pelo professor e disponibilizado no AVA em forma de apostilas, podcasts, 
videoaulas e exercícios.
Remoto: ensino na modalidade presencial virtual. Nesse modelo de aulas, adotado 
com autorização do MEC durante a pandemia da Covid-19, professor e aluno devem 
permanecer conectados e interagindo por aplicativos de videoconferência, fórum e AVA. 
Na impossibilidade de ambos estarem presentes no mesmo ambiente físico, durante o 
horário programado para a aula, ela será ministrada utilizando tecnologia digitais (TIDC). 
O ensino remoto pode combinar momentos síncronos e momentos assíncronos.
Síncrono: a interação entre o professor e o aluno deve ocorrer presencialmente ou de 
forma remota, em tempo real. No ensino presencial, o momento de interação síncrona 
corresponde ao ensino em sala de aula, no qual professor e aluno interagem de forma 
presencial. Basicamente, o professor ministra aulas e atividades da forma como estamos 
habituados. No ensino remotoou no ensino virtual, professor e aluno podem interagir 
por aplicativos de videoconferência, em que ambos se conectam e interagem, simulando 
um ambiente de aula presencial. Embora seja incomum no Brasil, esta modalidade de 
interação pode ocorrer também pelo AVA, em trocas de mensagens instantâneas por 
chats e fóruns de mensagens ou utilizando as redes sociais para comunicação. 
Assíncrono: a interação entre o professor e o aluno não ocorre em tempo real. Essa 
forma de interação, mais associada ao ensino EAD, pode ocorrer também com o ensino 
presencial que, então, torna-se híbrido. A interação assíncrona obrigatoriamente requer 
que professor e aluno não estejam no mesmo ambiente físico e utilizem tecnologias 
digitais para sua comunicação, como o AVA. No ensino presencial, os momentos 
assíncronos são representados por aquelas atividades desenvolvidas fora da sala de aula, 
por exemplo, realizar uma tarefa de casa. O aluno trabalha e desenvolve seu aprendizado 
ativamente na ausência do acompanhamento do professor. O ensino a distância, por 
sua vez, é realizado de forma totalmente assíncrona, uma vez que, por essa modalidade, 
13
professor e aluno não interagem em tempo real. O professor elabora seu material de aula, 
posta no AVA e o aluno estuda em locais e horários que for mais conveniente a ele. Em 
determinadas situações, como em cursos de formação, pode nem mesmo haver interação 
entre o professor e o aluno. 
Então, já descobriu como é possível ter um modelo de educação a distância sem 
o uso de tecnologias digitais de ensino? Vivendo em uma sociedade hiperconectada 
e quase totalmente dependente de tecnologias digitais, essa parece mesmo ser uma 
realidade improvável. Faça uma viagem no tempo e imagine como seria estudar antes 
do advento da internet? Quais seriam as possibilidades de aprendizado para aqueles que 
não poderiam estar presencialmente em uma sala de aula? 
Um ensino EAD sem TIDC é sim uma possibilidade, mas não um ensino sem TIC! É 
bem provável que, em algum momento de sua formação, você tenha feito um curso de 
língua estrangeira, tenha aprendido a tocar um instrumento musical ou até feito aulas 
de artesanato a distância! Muito antes do advento da internet, em bancas de jornais e 
revistas ou encomendando pelos correios, podíamos comprar cursos de aprendizado por 
“revistinhas” e manuais que recebíamos em casa. Se formos rever o significado da sigla 
EAD, temos que é uma modalidade de Ensino a Distância, ou seja, sem a presença física 
e a interação direta com o professor. 
Portanto, ao comprar aquelas coleções de cursos de inglês (Figura 10) ou de violão, 
por exemplo, que você contratava o serviço e recebia os livros com instruções, conteúdo 
teórico e exercícios para estudo, você estava desfrutando de um ensino EAD. Em alguns 
casos, você deveria inclusive responder à prova e postar pelos correios para correção 
do professor, para só então receber sua certificação. Da mesma forma, várias pessoas 
aprenderam técnicas de pintura, costura, carpintaria e tantos outros trabalhos manuais.
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Figura 10 – Antes da criação de cursos EAD pela internet, você podia aprender uma nova língua 
comprando coleções em bancas de revista e estudando em casa
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/livro-de-ingles-descansando-na-mesa-do-espaco-de-tra-
balho_27301331.htm#page=3&query=curso%20de%20ingles%20livros&position=28&from_
view=search. Acesso em: 18 out. 2022.
Mencionamos até agora apenas cursos de formação complementar. Será que esta 
realidade poderia ser aplicada também ao ensino básico (Ensino Fundamental e Ensino 
Médio) e ao Ensino Superior? Sabemos que hoje podemos cursar o Ensino Superior e a 
pós-graduação na modalidade 100% EAD e, antes disso, também era possível com o uso 
das TIC. 
Um bom exemplo é o programa denominado Telecurso 2000 (Figura 11), em 
que o aluno matriculado tinha a possibilidade de estudar pelos livros que recebia em 
casa, lendo o material e resolvendo as atividades propostas. Ao final de cada módulo, ele 
respondia a uma prova e, caso atingisse a pontuação necessária, recebia o certificado de 
aprovação. 
Figura 11 – Em parceria com organizações governamentais e emissoras de TV, o Telecurso 2000 
possibilitou a jovens e adultos que retomassem os estudos fora do ambiente escolar
Fonte: http://www.fmserranegra.net/upload/noticia/593/01_telecurso2000.jpg. Acesso em: 18 
out. 2022.
15
Figura 12 – O canal Futura é um exemplo de canais de TV dedicados exclusivamente à transmissão 
de conteúdos educacionais
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Futura_3d_claro_png.png. Acesso em: 18 out. 
2022.
Fazendo um bom uso das TIC, esse programa, assim como outros que foram criados 
nesta época, também possibilitava ao aluno acompanhar aulas dinâmicas gravadas por 
professores contratados, que passavam em canais específicos da TV e em horários 
alternativos. 
Você poderia tomar seu café da manhã assistindo a uma aula de Física, às 6h e, 
após o jantar, acompanhar a aula de História, transmitida às 22h! Esses programas foram 
essenciais para formação e qualificação profissional de inúmeros jovens e adultos que, 
por precisarem trabalhar, não tinham tempo para frequentar a sala de aula. 
Indo um pouco além, o desenvolvimento de antenas parabólicas e da transmissão 
via rádio e TV levou o ensino a regiões mais remotas e pequenas comunidades, que 
igualmente não teriam a mesma possibilidade ofertada nos grandes centros. À noite 
as escolas abriam suas portas aos jovens e adultos que assistiam a essas aulas pela 
televisão e ainda contavam com a presença de um professor tutor, com o qual poderiam 
interagir e tirar dúvidas em tempo real. 
Essa modalidade se assemelha bastante ao ensino do Educação de Jovens e 
Adultos (EJA) que é adotado atualmente. Um projeto de tanto sucesso resultou na 
criação, desenvolvimento e expansão de canais dedicados a esse contexto educativo, 
por exemplo, o Canal Futura (Figura 12), que é um dos pioneiros nesta modalidade.
Muito interessante, não é mesmo? Então se prepare que a partir de agora você 
estudará um pouco mais a fundo essas novas ferramentas e metodologias de ensino 
para, em seguida, aprender como aplicá-las em suas aulas.
16
DICA
As TIC dominam a educação muito antes do surgimento da internet. Elas estão presentes 
na TV e no vídeo cassete que eram utilizados para passar um filme em sala de aula, no 
projetor de slides, no computador e em qualquer outra tecnologia que utilizamos. Para 
entender mais sobre o uso das TIC na educação, assista ao vídeo TIC educação – conexão 
futura no canal Futura no YouTube.
Nesse vídeo, a apresentadora Larissa Werneck entrevista a coordenadora da pesquisa 
TIC Educação, Daniela Costa, e André Ferreira, coordenador pedagógico da Escola Sesc de 
Ensino Médio. Os entrevistados comentam sobre a pesquisa TIC Educação 2015, realizada 
pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, que avaliou a incorporação de ferramentas 
tecnológicas nas escolas públicas e privada e sua aplicação como ferramenta pedagógica. 
Assista ao vídeo clicando no link: https://www.youtube.com/watch?v=n4BXfVCh9J4. 
3 O ENSINO HÍBRIDO COMO 
METODOLOGIA
O ensino híbrido, metodologia que já é intensamente aplicada no Ensino Superior, 
ocorre quando uma determinada disciplina mescla períodos presenciais com períodos 
on-line em sua metodologia de ensino (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015). 
Não confunda o ensino híbrido com o ensino remoto, pois, na primeira modalidade, 
obrigatoriamente, parte do conteúdo de determinada disciplina deve ser ministrado na 
modalidade EAD. Para que o ensino híbrido seja desenvolvido corretamente, é necessário 
que a instituição de ensino (escola ou universidade) invistam não apenas na qualificação 
de seus professores, mas também na aquisição e no desenvolvimento de ferramentas de 
ensino-aprendizagem, além da disponibilização de recursos materiais para professores e 
estudantes (BARCELOS; BATISTA, 2019). 
A implantação dessa modalidade de ensino requerum rigoroso suporte tecnológico 
para professores e alunos e a formação profissional em tecnologias e educação para 
professores e demais profissionais envolvidos no processo ensino-aprendizagem. O uso 
17
dessas tecnologias promove mudanças no tempo e no espaço, além de imergir o aluno 
em uma modalidade na qual ele deve ser o protagonista de sua história, ou seja, cada vez 
ele constrói o seu aprendizado de forma autônoma. 
Com relação ao professor, qual é o seu papel? Não se engane achando que se 
tornará dispensável, muito pelo contrário, assumirá a importante tarefa de guiar o 
aluno, mostrando e ensinando a ele o uso das principais ferramentas e esclarecendo 
suas dúvidas. Mais que isso, podemos dizer que o professor construirá suas aulas e sua 
metodologia de ensino, a partir das dúvidas trazidas pelo aluno após o aprendizado de 
forma autônoma em seus momentos assíncronos.
Até aqui ficou bem claro que a implantação da modalidade híbrida de ensino 
requer o investimento maciço em tecnologias digitais de educação, as TIDC. Isso não 
significa que, simplesmente implementar o uso dessas tecnológicas aliada à alteração 
da carga horária presencial de ensino já será o suficiente para que a instituição de ensino 
(escola ou universidade) tenha sucesso na implementação do ensino híbrido. A seguir, 
você aprenderá as metodologias de implementação com sucesso do ensino híbrido como 
modalidade de ensino, assim como suas vantagens e desvantagens.
3.1 ENSINO HÍBRIDO
O ensino híbrido é uma modalidade de ensino que mescla momentos de interação 
síncrona com o professor e momentos assíncronos, em que o aluno é protagonista de seu 
próprio aprendizado (SALES et al., 2021). Até o início da década de 2020, com suporte e 
incentivo do MEC, o ensino híbrido era uma realidade quase exclusiva de instituições de 
Ensino Superior.
 
No entanto, em março de 2020, com a rápida disseminação da pandemia da 
Covid-19 no Brasil, o ensino remoto foi implementado em caráter emergencial e, em 
consequência dessa adaptação, algumas escolas adotaram também a metodologia de 
educação híbrida. Segundo Maria Helena Guimarães (2021), presidente do Conselho 
Nacional de Educação, este cenário apenas abreviou um processo que já acontecia muito 
lentamente e, uma vez retomado o ensino presencial, é grande a possibilidade de o ensino 
híbrido permanecer como metodologia implementada em sala de aula.
18
DICA
Maria Helena Guimarães, presidente do Conselho Nacional de Educação, em entrevista 
ao canal Conexia, traz dicas, informações e esclarecimentos para gestores e educadores 
sobre o ensino híbrido com excelência. Não deixe de assistir. 
Para ter acesso ao vídeo, clique no link: https://www.youtube.com/watch?v=u97E0T4a31c. 
A educação no século XXI deve acompanhar um processo que já vivenciamos 
em nossas vidas diariamente e, inclusive, em nossas atividades laborais, a imersão em 
um mundo tecnológico. As crianças e os jovens nascidos a partir da década de 1990 
são chamados nativos digitais, o que é bastante apropriado para sua realidade, pois já 
nasceram na era da internet e do desenvolvimento tecnológico digital. 
Para eles, portanto, é bastante natural fazer uso de tecnologias para brincar, 
descansar, vivenciar momentos em família e, por que não para estudar? Nesse sentido, a 
implementação de dispositivos e ferramentas tecnológicas de ensino, aliando momentos 
educacionais presenciais e a distância, pode vir a suprir essa crescente necessidade de 
imersão digital. 
A implantação do ensino híbrido em escolas e universidades deve ser um processo 
colaborativo entre gestores e professores, não apenas no que tange ao treinamento, 
mas principalmente com relação ao planejamento das atividades pedagógicas. Essa 
metodologia de ensino não deve se restringir a dividir o conteúdo em partes a serem 
ministradas presencialmente e partes a serem estudadas na modalidade a distância. 
Além disso, ao contrário do que foi implementado em várias escolas, também não 
se restringe a dividir os alunos em grupos que acompanharão as aulas presencialmente 
ou na modalidade on-line. Obviamente, em decorrência da pandemia de Covid-19, isso se 
fez necessário em várias escolas, mas também ficou claro o prejuízo ao entendimento e 
aproveitamento dos alunos.
Segundo Bacich, Tanzi Neto e Trevisani (2015), o sucesso da metodologia 
híbrida de ensino requer, acima de tudo, engajamento e comprometimento dos alunos 
em estudarem e desenvolverem as atividades nos momentos de interação on-line 
ou utilizando as ferramentas assíncronas. Por outro lado, é importante frisar que os 
19
gestores das instituições devem incentivar seus professores a adotarem as ferramentas 
tecnológicas para aplicação nesses momentos de interação. A escola, por sua vez, 
deve comprometer-se a fornecer o acesso a essas tecnologias e oferecer treinamento 
adequado a seus professores, inclusive contando com um profissional da área de TI que 
possa oferecer o suporte adequado. Cabe ao professor, enquanto gestor de sua sala 
de aula e de seu conteúdo, decidir em seu planejamento de aula, qual conteúdo poderá 
ser explorado com ferramentas virtuais e tecnológicas e qual o conteúdo que requer, 
obrigatoriamente, que seja trabalhado de forma presencial.
IMPORTANTE
O ensino híbrido e a educação tecnológica não requerem, necessariamente, o investimento 
em tecnologias de ponta e a formação acadêmica em áreas específicas. Eles podem ser 
implementados em qualquer interface de ensino, do básico à pós-graduação e, muitas 
vezes, utilizando recursos que você tem em mãos em sua sala de aula. Veja a seguir 
alguns exemplos:
Laboratório de Informática: uma aula realizada no laboratório de informática já é uma 
implementação de um ensino híbrido, pois, neste momento, o aluno será transportado 
para fora da sala de aula presencial. Utilize um site interativo para revisão de um conteúdo 
com resolução de questões, faça uma visita a um museu virtual ou libere o acesso a redes 
sociais educacionais para que o aluno procure seu próprio material de estudo.
Celular: a ferramenta QR Code tornou-se bastante popular entre produtos, restaurantes, 
comerciais etc., e por que não fazer uso dela na escola? Disponibilize ao final de uma 
aula expositiva um QR Code em que os alunos poderão ter acesso a um conteúdo 
complementar, em texto ou vídeo. Isso estimulará seu acesso e o estudo em um momento 
fora da sala de aula.
Redes sociais: você conhece ou é usuário de uma rede social profissional? Sabia que 
elas podem ser grandes aliados no aprendizado de seus alunos? LinkedIn e YouTube 
Edu são listadas como aquelas mais acessadas nos últimos anos. No YouTube Edu, você 
encontra animações, videoaulas, palestras, entrevistas e vários conteúdos que podem 
ser sugeridos aos alunos como forma de complementar seus estudos. O LinkedIn, muito 
utilizado como rede social profissional, tem muito mais que ofertas de empregos, nele 
também são divulgados eventos e cursos, ideais para o ensino universitário. Essas 
ferramentas são grandes aliados para o professor e para o aluno. 
20
Compreender todos os processos que envolvem o ensino híbrido e, mais que 
isso, as diversas possibilidades de ferramentas educacionais que podem ser exploradas 
nessas metodologias são essenciais para o sucesso do processo ensino-aprendizagem. 
Em parte, o sucesso dessa metodologia concentra-se na atratividade para o aluno, que 
passa encarar as aulas e a instituição de ensino, como um ambiente mais atrativo e o 
aprendizado se torna divertido. E quanto ao professor? Disciplinas híbridas não precisam, 
necessariamente, significar disciplinas com sobrecarga de trabalho e atividades a corrigir, 
elas podem representar também para você momentos de maior aprendizado e diversão 
na interação com o aluno em atividades dinâmicas. 
3.2 VANTAGENS, DESVANTAGENS E 
PONTOS DE ATENÇÃO NA IMPLEMENTAÇÃO
Como você aprendeu até o momento, a modalidade de ensino híbrido não é algo 
engessado e que deva seguir um padrão obrigatório.Na verdade, uma de suas vantagens 
é que o professor passa ter maior liberdade no planejamento de suas aulas, dispondo, 
dessa forma, de uma variedade maior de ferramentas que pode adotar na condução de 
suas aulas e no aprendizado de seus alunos. 
Embora não seja necessariamente uma metodologia de ensino nova, Sales et 
al. (2021) destaca que o ensino híbrido se popularizou nos anos 2020, em virtude da 
implementação emergencial do ensino remoto. Usando essa situação em particular 
como exemplo, percebemos uma das maiores vantagens do ensino híbrido, que é a 
sua flexibilidade de acompanhamento do aluno. Utilizando as ferramentas digitais e 
educacionais, é possível realizar o ensino de forma remota síncrona, ou seja, por meio 
de videoconferências, utilizando aplicativos desenvolvidos especificamente para este 
fim. Desse modo, estudantes de uma mesma turma ou até mesmo de escolas e cidades 
diferentes podem interagir em tempo real. 
Outro ponto positivo a ser destacado é que alunos e professores, mesmo 
quando distantes fisicamente, podem interagir em tempo real e tirar suas dúvidas ou 
realizar atividades colaborativas em grupo, incentivando a participação ativa do aluno 
(CELESTINO; NORONHA, 2021). Nas metodologias de ensino atuais, há uma tendência 
cada vez mais crescente de mudança no paradigma da educação tradicional, quando o 
aluno era um sujeito passivo em seu processo de aprendizagem. 
21
A educação na era pós-moderna requer que o aluno seja protagonista de sua história 
e contribui para formar cidadãos ativos, com voz e pensamento crítico. As metodologias 
ativas e o modelo de ensino híbrido são ideais para trabalhar esses parâmetros dentro e 
fora da sala de aula, inclusive no ensino infantil, contribuindo para a formação do aluno 
enquanto acadêmico e enquanto cidadão (CELESTINO; NORONHA, 2021). O ensino 
híbrido promove a autonomia do aluno e estimula sua busca ativa pelo conhecimento e, 
mais que isso, cabe ao estudante a definição de quando, onde e com quem estudará o 
conteúdo ofertado de modo assíncrono (BARCELOS; BATISTA, 2019). 
Finalizando o escopo de vantagens dessa metodologia, ela pode suprir uma 
falha constantemente elencada pelos professores em salas de aula presenciais e, 
principalmente, que trabalham a metodologia tradicional de ensino: o “ensino padrão” 
para todos os alunos. Sabemos, como docentes, que nem todos os alunos aprendem 
de forma homogênea a todos os conteúdos ministrados e, além disso, que há alguns 
alunos que requerem maior atenção e cuidado na avaliação de seu aprendizado. O ensino 
híbrido possibilita ao professor que implemente, em sala de aula, diferentes ferramentas 
educativas e, mais que isso, avaliativas, conforme a disciplina ou o conteúdo ministrado. 
Como resultado, ele desenvolve uma educação personalizada, conforme as necessidades 
de sua disciplina, da faixa etária de seu aluno e, essencialmente, de suas deficiências de 
aprendizado (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015). 
A identificação de pontos carenciais no aprendizado dos alunos permite a 
definição e implantação de ferramentas pedagógicas, tecnológicas e sociais, elaboradas 
especificamente para o perfil de cada turma. Uma vez identificado o déficit de um 
conteúdo ministrado anteriormente, por exemplo, o professor pode elaborar um material 
de apoio e disponibilizar como atividade a ser desenvolvida como parte do ensino EAD 
de sua disciplina. Outra possibilidade é solicitar que ele estude um conteúdo teórico e, no 
momento do encontro presencial, o professor se encontra com este aluno no laboratório 
para realização de experimentos práticos e, então, trabalhe os conteúdos teóricos já 
estudados. 
Obviamente, nem tudo são flores na implementação do ensino híbrido e, em 
grande parte, os obstáculos podem surgir em consequência da realidade vivenciada 
por cada escola ou instituição. É preciso ressaltar, além disso, que uma metodologia 
mal implementada ou mal aplicada pode surtir efeito contrário e desestimular o aluno 
em seu processo de aprendizagem. Estudos diversos relatam, por parte de professores 
da educação básica e do Ensino Superior, que se sentem despreparados para o uso 
de tecnologias em suas aulas, por acreditarem que não serão capazes de ministrar o 
conteúdo de forma adequada (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015; SALES et al., 
22
2021, BARCELOS; BATISTA, 2019; CELESTINO; NORONHA, 2021). No entanto, o que 
se observa na prática, é uma deficiência no uso da ferramenta por falta de aptidão ou 
ausência de treinamento. Como contornar este problema? Torne o aluno o seu aliado e 
solicite a ele que auxilie com o uso do computador ou do aplicativo ou que procure um 
tutorial, além de aproximar professor e aluno, você incentivará seu protagonismo. 
O estudante, por sua vez, também pode demonstrar receio e até falta de aptidão 
por essa nova forma de ensino, o que nem sempre será culpa dele. Tendo participado de 
uma formação essencialmente tradicionalista, ele habituou-se a receber todo o conteúdo 
pronto e apenas absorvê-lo, como um indivíduo passivo. Ao receber a proposta de tornar-
se sujeito ativo de seu aprendizado, ele pode mostrar-se receoso e pouco receptivo 
ou, em alguns casos, julgar-se incapaz (BARCELOS; BATISTA, 2019). Então, cabe ao 
professor, em um diálogo aberto com seus alunos, mostrar que sempre se fará presente 
como guia de seu aprendizado e só então iniciar a implementação dessas ferramentas e 
metodologias.
A implementação de novas formas de ensino, mantendo as velhas formas de 
avaliação, não devem surtir os efeitos desejados, não é mesmo? Por isso, na Etapa 3 
deste curso, você aprenderá novas formas de avaliação formativa e diagnóstica ideais 
para implementação com as metodologias ativas e o ensino híbrido. Você aprenderá 
também as competências socioemocionais e educacionais que devem ser desenvolvidas 
por seus alunos durante seu processo de ensino-aprendizagem.
Agora que você já compreendeu como funciona o ensino empregando a 
metodologia híbrida, deve ter percebido que ele envolve diretamente o emprego de 
metodologias ativas de ensino. Por isso, preste atenção na dica a seguir e, em seguida, 
iniciaremos o estudo das metodologias ativas.
DICA
Neste webinar, a Drª Lilian Bachich conversa com outros professores em um debate 
superinteressante sobre metodologias ativas e ensino híbrido na prática. Assista ao vídeo 
e acompanhe os resultados da implementação dessa metodologia de ensino pelo Grupo 
de Experimentação em Ensino Híbrido, parceria entre a Fundação Lemann e o Instituto 
Península, em colaboração com Clayton Christensen Institute. Para ter acesso ao vídeo, 
clique no link: https://www.youtube.com/watch?v=m4SkWESZuPc. 
23
4 METODOLOGIAS ATIVAS
O uso das TIC e TIDC em sala de aula revolucionou a forma de ensino-aprendizagem, 
principalmente para os alunos nativos digitais. Aliado a isto, a implantação do ensino 
híbrido e de novos paradigmas da educação, somados à necessidade de formação 
de sujeitos ativos e com pensamento crítico, revolucionou também as formas de 
aprendizagem e fez cair por terra a “educação tradicional”. As novas formas de ensinar 
e de aprender requerem, cada vez mais, a implementação de novas metodologias ativas 
de aprendizagem, que incentivam a participação ativa do aluno e a interação aluno-
professor.
ESTUDOS FUTUROS
Muito se tem comentado sobre a educação do futuro e as quebras nos padrões 
tradicionalistas de ensino e no papel do aluno como protagonista de seu aprendizado. 
Não raro, os professores podem se sentir apreensivos com essas mudanças e seu 
significado. Ainda, neste material, abordaremos a temática Professor do futuro: quais 
suas características e qualificações e, além disso, traremos dicas e tutoriais de ferramenta 
que você poderá utilizar em suas aulas.
4.1 METODOLOGIAS ATIVAS: CONCEITO E 
IMPORTÂNCIA
O que seriam metodologias ativas? Embora muitos professores nem sempre se deem 
conta, todos nós aplicamos sabiamente essas ferramentas de aprendizagem em nossasaulas, sempre que colocamos o aluno como protagonista em sala de aula. Em outras palavras, 
qualquer abordagem que incentive a participação ativa do aluno, seja em um debate seja na 
apresentação de um seminário, por si só já constitui uma metodologia ativa de aprendizagem. 
De acordo com os professores Charles Bonwell e James Eison, no livro Active 
learning: creating excitment in the classroom, lançado em 1991 (MARTINS, 2020), 
metodologias ativas de aprendizagem são técnicas pedagógicas baseadas em atividades 
instrucionais que tenham por objetivo engajarem os estudantes a participarem 
ativamente e serem os protagonistas na construção de seu conhecimento. 
24
Como assim protagonista? O aluno deve ser o ponto central do aprendizado 
e deve buscar ativamente por construir seus próprios conceitos e desenvolver suas 
habilidades. Talvez esse seja o maior diferencial e relação ao “ensino tradicional”, pois não 
é recomendado que o aluno receba o conteúdo pronto de seus professores, mas sim que 
este o guie em um processo de construção em conjunto. 
A sala de aula também adquire um novo formato no qual, ao invés de carteiras 
expostas em filas, os alunos são incentivados a sentarem frente a frente em círculos ou 
em pequenos grupos e interagirem diretamente (Figura 13). Os conceitos são assimilados 
por atividades práticas e experimentais e utilizando como exemplos situações que façam 
parte de sua cultura e de seu aprendizado. 
Outro ponto importante a ser considerado refere-se ao retorno que o aluno dá ao 
seu professor, que, nessa metodologia, é um feedback imediato, pois há estímulo para 
que essa interação ocorra. Na forma tradicional de ensino, o aprendizado será avaliado 
apenas durante as avaliações e não há incentivos para o feedback.
Figura 13 – Um diferencial da implementação de metodologias ativas é que os alunos e o professor 
podem sentar-se em círculos e interagir para a construção colaborativa do conhecimento
Fonte: https://elements.envato.com/pt-br/young-teacher-during-the-lesson-with-pupils-in-the-B-
CAKCND. Acesso em: 18 out. 2022.
25
Caso você esteja se perguntando como aplicar isso em seu dia a dia da sala de 
aula, não se preocupe que, neste curso, você descobrirá como é simples. Suponha que 
você precisa ensinar um contexto histórico importante, por exemplo, a independência do 
Brasil em uma aula de história. Nesse caso, você pode adotar o Story telling. Convide o 
aluno a se tornar um personagem dessa história e imaginar que ele estava às margens 
do Ipiranga, no exato momento em que ouviu Independência ou Morte. 
Incentive seus alunos a lerem a esse respeito e encenarem essa passagem em 
sala de aula. Temos certeza de que será uma experiência muito divertida para alunos e 
professor, principalmente se aliarmos às aulas de Artes, por exemplo, para confecção dos 
artefatos que serão utilizados na encenação. A construção do conhecimento acontecerá 
naturalmente, de forma espontânea e divertida.
Lembre-se de que, qualquer que seja a ferramenta adotada para aplicação das 
metodologias ativas, o importante é que o professor não pode ser o centro do ensino e 
detentor de todo o conhecimento. O aluno é o centro de todo o aprendizado e, portanto, 
deve participar ativamente das aulas e das atividades e construir ou seu conhecimento 
e desenvolver uma opinião própria a este respeito. Um dos grandes diferenciais da 
aprendizagem ativa, segundo Santos (2019), é que esta dá um salto na relação professor-
aluno, que passam a ser vistos como iguais e a criação de laços ou vínculos entre eles é 
incentivada. 
O professor não é mais visualizado como aquela figura autoritária e sem 
sentimentos que está acima do aluno e este, por sua vez, não é uma “caixa vazia” que se 
encherá de informações prontas. Professor e aluno são seres humanos com suas emoções 
e personalidades e, como tal, podem desenvolver relações afetuosas e de amizade. 
Essa mudança comportamental dá ao aluno liberdade e conforto para maior interação e 
independência e, pouco a pouco, ele se torna protagonista de seu aprendizado.
O papel do professor seria o de mediador do conhecimento, orientando e 
conduzindo seus alunos em sua trilha de aprendizado dentro e fora da sala de aula, com 
atividades baseadas na solução de problemas cotidianos. O aluno, como sujeito ativo, 
deve contribuir com ideias, soluções, argumentos e experiências já vivenciados (BACICH; 
MORAN, 2017). Considerando a escola ou universidade como um local não apenas de 
aquisição de conhecimentos acadêmicos, mas de formação de um sujeito social, essas 
interações são importantes para a formação de seu caráter, tornando-o uma pessoa 
independente, responsável, proativa e ética.
26
A implementação das metodologias ativas de ensino, seja na modalidade presencial 
ou na modalidade de educação a distância, possibilita a implantação de um ambiente de 
igual oportunidade de aprendizagem para todos os alunos (MARTINS, 2020). Por meio 
dessa interação direta com seus alunos, o professor pode identificar os pontos de maior 
dificuldade em seus conteúdos e suas turmas e, dessa forma, adaptar sua metodologia 
conforme a necessidade de seus alunos. Outro ponto bastante vantajoso a ser destacado 
é que, ao interagir uns com os outros, os próprios alunos auxiliam no aprendizado de seus 
pares e, ao ensinar, podem aprender também (Figura 14).
Figura 14 – A aprendizagem colaborativa, marcada principalmente pelas atividades desenvolvidas 
em grupo, torna as aulas divertidas e atrativas quando implementada junto à cultura maker
Fonte: https://elements.envato.com/pt-br/classroom-for-group-of-multiracial-schoolkids-on-s-VV5L-
FRH. Acesso em: 18 out. 2022.
INTERESSANTE
Agora que você já constatou que a implantação de metodologias ativas em sala de aula 
pode ser um processo divertido e dinâmico, veja quais os benefícios de sua implantação 
em sala de aula, segundo Diesel, Baldez e Martins (2017):
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Envolvimento e engajamento: alunos e professores sentem-se mais estimulados 
e o processo de ensino-aprendizagem tornar-se mais prazeroso e atrativo. Diversos 
estudos comprovam que, ao se sentirem mais valorizados, os alunos dedicam-se mais 
aos estudos, resultando em menores índices de evasão e reprovação.
Autonomia: o aluno, vendo-se como protagonista e único responsável por seu 
aprendizado, sente-se mais comprometido com seus estudos. Além de desenvolver 
responsabilidade, ele interage com seus pares e o aprendizado pode ser construído de 
forma individual ou coletiva, conforme a metodologia empregada.
Pensamento crítico: o aluno aprende a relacionar-se com diferentes temáticas e a 
conviver com as diferenças, observando situações de seu dia a dia e de sua comunidade 
sobre perspectivas diversas. Ao construir e expor suas ideias e opiniões, torna-se um 
indivíduo crítico perante a sociedade.
Criatividade: atividades experimentais e resolução de situações-problema exigem dos 
alunos que saiam de sua zona de conforto e façam suas próprias escolhas, enfrentando 
situações de erros e tentativas. Baseado em seus erros, o professor medeia a construção 
de novas soluções e, assim, passo a passo, vai sendo construído o aprendizado.
Inovação: a implementação de metodologias ativas pode utilizar as TIDC como um aliado, 
mas não requer esta obrigatoriedade. O importante, neste caso, é que ela acompanhe a 
realidade sociocultural do aluno e o desenvolvimento de novas ferramentas e formas de 
ensino. 
4.2 METODOLOGIAS ATIVAS DE 
APRENDIZAGEM
As metodologias ativas de aprendizagem não precisam, necessariamente, seguir 
um roteiro ou padrão para sua implantação. No entanto, existem algumas modalidades já 
desenvolvidas que podem facilmente auxiliar em sua implementação nas instituições de 
ensino. Veja a seguir as principais metodologias ativas e a definição de sua implantação 
(MARTINS, 2020; BACICH; MORAN, 2017; SANTOS, 2019).
28
• Gamificação: quem não adora uma boa disputa entre equipes ou pares, não 
mesmo? As técnicas de gaming podem ser implementadascom ou sem o uso de 
tecnologias digitais e, por serem tão flexíveis, permitem ao professor inclusive criar 
seus próprios jogos. Você pode utilizar sites interativos que já vêm as atividades pré-
elaboradas, pode promover um debate, uma gincana ou até mesmo utilizar softwares 
de programação, como o minecraft, por exemplo. Aliando à disputa ao Story telling, 
os alunos desenvolvem soluções para os problemas propostos e devem desenvolvê-
los individualmente ou em grupos. Essa metodologia estimula o ensino lúdico e o 
pensamento analítico.
• Design thinking: metodologia que tem por foco o design e as pessoas (Figura 
15). Desenvolvida inicialmente para o mundo corporativo, pouco a pouco tem sido 
implementada em sala de aula para trabalhar com os alunos a resolução de problemas 
da comunidade de forma criativa, inovadora e eficiente. Essa metodologia trabalha o 
desenvolvimento de raciocínio lógico, imaginação e intuição, além de materialização, 
prototipagem e testagem. 
Figura 15 – A metodologia do design thinking estimula o desenvolvimento de atividades colaborati-
vas para, em conjunto, encontrar uma solução para o problema proposto
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-inovacao-colorido-desenhado-a-
-mao_20286053.htm#query=design%20thinking&from_query=design%20thiking&position=18&-
from_view=search. Acesso em: 18 out. 2022.
• Problem Based Learning (PBL) – Aprendizagem Baseada em Problemas: 
esta metodologia é trabalhada com a proposição de problemas aos alunos, com 
desafios relativos ao conteúdo estudado (Figura 16). Em grupos, os alunos devem 
estudar, fazer ativamente suas pesquisas, buscar soluções e propor soluções para 
o desafio proposto. Essa metodologia estimula o trabalho colaborativo em equipe, 
criatividade, reflexão, espírito de liderança e ainda trabalha o “lidar com as diferenças”. 
29
Figura 16 – Na metodologia baseada em problemas, o professor expõe aos alunos um problema de 
sua região ou sociedade e, juntos, os alunos devem buscar uma solução
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-do-projeto-da-faculda-
de_29808758.htm#query=pbl&position=24&from_view=search&track=ais. Acesso em: 18 out. 
2022.
Habilidades mais específicas na área de exatas, linguagens e ciências da natureza 
ou ciências humanas são trabalhadas conforme o problema técnico proposto na 
situação trabalhada pelo professor. Ao final da interação, o professor avalia os alunos 
por seu comprometimento e participação e os erros são a base para a construção do 
conhecimento em que, juntos, professor e aluno buscarão novas soluções. Também é 
trabalhado o feedback entre professores e alunos.
•	 Estudo de caso: os alunos são expostos a problemas reais da sociedade ou de sua 
comunidade e devem buscar propostas de soluções ou até a causa do problema. O 
caso a ser estudado pode ser verídico ou fictício, a critério do professor, o importante 
é que sua história seja bem estruturada e todos os detalhes importantes fiquem 
claros para os alunos. Em grupos, eles devem discutir entre si, fazer suas pesquisas 
e buscar sugestões de como solucionar o problema. Em um momento de interação 
entre todos da turma, as soluções são propostas e, então, em uma segunda etapa, 
os alunos partem para o “mão na massa”, que seria efetivamente resolver o problema. 
Posteriormente, é aplicada uma avaliação discursiva e é dado o feedback para o 
30
professor e para os alunos. Essa metodologia trabalha o espírito de liderança, trabalho 
em equipe, pensamento crítico, autonomia e criatividade.
• Aprendizagem por projetos: não confunda esta metodologia com o PBL, pois, 
nesse caso, não necessariamente deve haver um problema. A aprendizagem por 
projetos pode ser trabalhada em situações em que há vontade de modificar ou 
melhorar uma situação que afete sua realidade ou sua comunidade. Ao propor o 
projeto, o professor incentiva a participação em grupo, criando uma linha de raciocínio 
que deverá responder às seguintes perguntas: o quê? para quem? para quê? De que 
forma? O projeto pode envolver um grupo de alunos, uma turma inteira, a instituição 
inteira ou a comunidade como um todo e, sua resolução, dependerá do trabalho em 
equipe e da criatividade dos alunos. Essa metodologia é ideal para o desenvolvimento 
de tecnologias e ciências exatas, assim como soluções para problemas de ciências da 
natureza. Também pode despertar aptidões para o empreendedorismo e o mercado 
de trabalho. 
• Sala de aula invertida: recurso muito utilizado no ensino híbrido, a sala de 
aula invertida requer, obrigatoriamente, o uso de TIDC para sua implementação. 
Metodologia aplicada em etapas, ela requer um planejamento delicado do professor 
e o comprometimento do aluno em sua implementação. Inicialmente, o professor 
disponibiliza material teórico para estudo de seus alunos em um momento assíncrono, 
no qual o aluno terá o primeiro momento de seu aprendizado. Posteriormente, em 
um momento presencial, professor e alunos discutem sobre o assunto, elencando 
os pontos mais importantes para construção de seu conhecimento e esclarecendo 
as dúvidas. Neste momento, se julgar necessário, o professor também pode realizar 
experimentos práticos e a resolução de exercícios. Posteriormente, o aluno é avaliado 
por meio de questões discursivas e formativas, seguido do momento de feedback, 
cujo professor trabalhará a construção do conhecimento em cima dos erros de seus 
alunos. Nessa metodologia, o erro é valorizado pois, a partir dele, o professor guiará o 
aluno em sua busca por novos conceitos e na construção de seu aprendizado.
• Aprendizagem por pares: também conhecida como aprendizagem por times, 
essa metodologia já é naturalmente empregada em escolas e instituições de Ensino 
Superior. Consiste na divisão dos alunos em pequenos grupos que irão se sentar em 
círculo e, juntos, estudarão determinado conteúdo. O ponto principal dessa forma 
de aprendizado reside no fato de que os alunos devem interagir e discutir entre si o 
conteúdo estudado, construindo mutuamente seu conhecimento quando esclarecem 
as dúvidas uns dos outros. A forma de avaliação pode ser individual ou coletiva, 
mas o professor deve optar sempre pela formação colaborativa. Pontos essenciais 
trabalhados nessa metodologia envolvem o espírito de liderança, a delegação de 
tarefas, colaboração, empatia, soft skills e competências socioemocionais, por 
exemplo, lidar com as diferenças.
31
• Rotação por estações: considerada parte da estratégia de aplicação do ensino 
híbrido, essa metodologia pode ser aplicada em um ou mais encontros, conforme 
definição do professor e necessidades do conteúdo ministrado. O professor divide sua 
turma em pequenos grupos e a sala (ou espaço de estudo) será dividida nas seguintes 
estações de aprendizado: leitura teoria do tema; exibição de uma videoaula sobre o 
assunto (autoral ou não); discussão em grupo; visita a campo ou atividade prática (se 
necessário); e avaliação formativa (redação ou resolução de questões discursivas). 
Os alunos alternam individualmente entre as estações, na ordem estabelecida pelo 
professor (Figura 17). 
Figura 17 – Na metodologia de rotação por estações, o aprendizado ocorre em etapas e o aluno deve 
passar sequencialmente em cada etapa para concretizar seu aprendizado
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/etapas-do-processo-criativo-de-design-grafi-
co_4105835.htm#query=pbl&position=7&from_view=search&track=ais. Acesso em: 18 out. 2022.
• Story telling: a contação de histórias é uma prática já bastante adotada no ensino 
infantil, principalmente para crianças na fase de alfabetização. Ao contrário do que 
se pensa, essa metodologia pode ser aplicada em qualquer esfera de ensino e, em 
determinadas situações, é bastante lúdica e didática para explanação de conteúdos 
mais complexos. Seguida ou não de uma encenação, ela baseia-se na narração de 
um conteúdo convidando os alunos a engajarem-se como personagens da narrativa 
e a construção do conteúdo ocorreráde forma natural. Essa metodologia é ideal para 
incentivar a participação dos alunos e incentivar sua imaginação e criatividade. 
32
DICA DE LEITURA
Caro aluno, existe uma vastíssima literatura entre livros, e-books e cartilhas que abordam 
em maior detalhamento as metodologias ativas e, inclusive, com alguns tutoriais ou 
passo a passo de como aplicá-los em sala de aulas do Ensino Básico e do Ensino Superior. 
Confira algumas dicas a seguir:
Metodologias ativas: métodos e práticas para uma educação inovadora no Século 
XXI – Gercimar Martins – Editora IGM.
Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática 
– Lilian Bacich; José Moran – Editora Penso.
Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem – Jonathan Bergmann 
e Aaron Sams – Editora LTC. 
5 COMO AS TIC AUXILIAM O 
PROFESSOR NA EAD
Caro aluno, como você aprendeu até aqui, as TIC e TIDC estão cada vez presentes 
na educação, seja no ensino presencial, no ensino híbrido ou na modalidade EAD. No 
entanto, é preciso entender que usar as TIC e TIDC como aliadas no processo educacional 
não necessariamente significa um investimento maciço em tecnologias modernas 
e equipamentos de última geração. Atualmente, há disponível na internet, diversas 
ferramentas e plataformas gratuitas que podem ser utilizadas em sala de aula para 
implementação de metodologias ativas e novas práticas de ensino.
Neste tópico, vamos conversar especificamente sobre o uso dessas ferramentas 
na modalidade EAD e como elas podem ser suas aliadas no processo de aprendizagem. 
Na educação a distância, como você já aprendeu neste curso, necessariamente você 
deve acessar um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) seja para acesso ao material 
seja para realizar as atividades de seu curso ou até para entrar em contato com o seu 
professor tutor e esclarecer dúvidas. 
33
Podemos dizer, de forma bem genérica, que o AVA é a sala de aula do ensino EAD 
(Figura 18), uma vez que, é neste ambiente digital que ocorrerá todo o aprendizado do 
aluno. Ao se inscrever em um determinado curso na modalidade on-line, você recebe um 
login e senha que te dará acesso a todo o seu material de estudo, às ferramentas de 
comunicação com seu tutor, às suas avaliações e aos setores financeiro e secretaria.
Figura 18 – O AVA representa a sala de aula na EAD, pois ao realizar o login, o aluno tem acesso ao 
seu material de estudo, às ferramentas de interação com o tutor e as suas avaliações.
Fonte: https://gioconda.uniasselvi.com.br/. Acesso em: 18 out. 2022.
Obs.: Peço à equipe de edição, se possível, que acrescente uma imagem também da página inicial 
do AVA após o login, para que fique bem representativa a figura.
O AVA por si só já é uma tecnologia digital de informação e comunicação, ou seja, 
uma TIDC. Cada instituição possui sua própria plataforma de acesso ao ensino virtual, que 
pode ser personalizada e editada conforme as configurações de seu curso. No entanto, 
existem plataformas gratuitas que podem ser utilizadas também para esta finalidade, 
que possibilitam ao gestor de um curso configurar e criar cursos com baixo investimento. 
Para algumas instituições, durante a determinação de ensino remoto pelo MEC 
nos anos de 2020 a 2021, o uso dessas plataformas foi a melhor alternativa para a 
não interrupção do ensino em escolas e instituições de Ensino Superior ou em cursos de 
idioma e cursos de música, por exemplo. A seguir, conheça as principais plataformas que 
podem ser utilizadas como recursos para implantação de um curso EAD:
34
• Moodle: uma das plataformas para ensino EAD mais utilizada por instituições públicas 
e privadas, devido à facilidade de acesso, design simples e interface fácil. Outra 
vantagem que torna esta plataforma tão popular é o código-fonte livre que possibilita 
ao responsável pelo curso ou instituição alterar e redistribuir seu conteúdo, modificar 
suas cores e demais configurações. O Moodle também apresenta a vantagem de 
permitir gravação de vídeo, áudio e captura de imagens pela própria ferramenta, além 
de dispor de uma ampla diversidade de ferramentas de avaliação. Além de tudo, é uma 
ferramenta inteiramente gratuita! Você pode conhecer esta plataforma acessando o 
link: https://moodle.org/?lang=pt_br.
• LMS estúdio: plataforma paga que apresenta como vantagem, para quem está 
iniciando, a disponibilidade de um plano gratuito para até 20 alunos ativos. Esse 
modelo de plataforma de ensino virtual, assim como as outras, possui visual interativo 
e de fácil configuração, com diversos recursos de ensino: vídeos, arquivos, podcasts e 
questionários. É ideal para quem deseja criar, vender e ensinar cursos 100% on-line e 
de curta duração. Conheça esta plataforma clicando no link: www.lmsestudio.com.br.
• e-Proinfo: criada pelo MEC como parte do Programada Nacional de Tecnologia 
Educacional (ProInfo), pela Portaria nº 522/MEC de 1997, o e-ProInfo é um ambiente 
virtual colaborativo de aprendizagem. Ele permite a criação, administração e 
desenvolvimento de cursos a distância, complemento de cursos presenciais, projetos 
de pesquisa, projetos colaborativos e outras formas de apoio ao ensino híbrido e 
EAD. Essa plataforma é direcionada especificamente ao ensino básico, nos níveis 
fundamental e médio. Você pode conhecer a plataforma acessando o link: eproinfo.
mec.gov.br.
• Google Classroom: o Google, por meio do programa Google for Education, criou um 
AVA que se popularizou muito nos anos 2020, uma vez que foi oferecido gratuitamente 
para as escolas e demais instituições de ensino públicas e privadas para implementação 
do ensino remoto emergencial. A plataforma também dispõe de um pacote pago 
que pode ser contratado pela instituição com um número maior de benefícios. Essa 
plataforma foi criada com o intuito de levar a sala de aula para a nuvem, dispondo de 
ferramentas para comunicação, armazenamento e gestão de turmas, centralizando 
em um único espaço o processo de ensino-aprendizagem. As ferramentas disponíveis 
nessa plataforma incluem: Gmail; drive (armazenamento em nuvem); Agenda 
(programar alertas, agendar prazos e videoconferências); documentos, planilhas e 
apresentações (semelhante ao pacote office, que pode ser editado por diversos 
usuários em nuvem); Forms (formulários para resolução de exercícios, atividades 
avaliativas e pesquisas); Sites; Meet (aplicativo de videoconferência que possibilita 
gravação das aulas); Groups (grupos de discussão para atividades colaborativas). Você 
pode conhecer a plataforma acessando: https://classroom.google.com.
https://moodle.org/?lang=pt_br
http://www.lmsestudio.com.br
https://classroom.google.com
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• Microsoft Teams: desenvolvido inicialmente como Skype Teams e, posteriormente, 
renomeado para Microsoft Teams, essa plataforma engloba todos os serviços 
oferecidos pela Microsoft. Segundo a própria Microsoft, é um espaço de trabalho on-
line, baseado em interação via chat para integrar pessoas, conteúdos e ferramentas de 
uma equipe. Esses serviços foram desenvolvidos para uso, inicialmente, no ambiente 
corporativo com o objetivo de facilitar a comunicação e promover a colaboração entre 
funcionários de uma empresa. Adotado então por instituições de ensino para gerir 
a equipe de professores e colaboradores da área administrativa, essa ferramenta 
mostrou-se também bastante aplicável para o ensino remoto, híbrido e EAD, devido 
a recursos como SharePoint, PowerPoint, OneNote, Word e Excel, além da ferramenta 
de videoconferência. Embora o serviço seja pago e possa ter alto custo, a assinatura 
ainda oferece acesso a todas as ferramentas do Pacote Office. Conheça melhor essa 
plataforma e suas ferramentas acessando: https://www.microsoft.com/.
• Hotmart: plataforma direcionada para venda, distribuição e consumo de produtos 
digitais, é bastante utilizada para comercialização de cursos livres e pessoas que 
buscam comercializar produtos educacionais, como cursos on-line 100% EAD e 
e-books. O diferencial dessa plataforma para ossites que funcionam especificamente 
como AVA é que a Hotmart não apenas hospeda os cursos e produtos, mas também 
oferece a possibilidade de lucrar com a divulgação de seus produtos. Conforme descrito 
no site da própria plataforma, qualquer um pode se inscrever gratuitamente e tornar-
se um produtor de conteúdo ou afiliado, contando com a plataforma para hospedagem 
e divulgação. Todos os produtores e afiliados recebem uma comissão pela venda de 
cada produto, e a Hotmart retém parte da receita, com taxas que variam conforme o 
preço do produto. Caso não haja registro de vendas pelos produtos hospedados, não 
é necessário pagamento. Você também dispõe, na própria plataforma, de ferramentas 
analíticas para que produtores e afiliados possam saber quem é seu público de alcance 
e recursos para impulsionar suas vendas. Conheça a plataforma acessando seu site: 
https://hotmart.com/pt-br.
https://www.microsoft.com/
https://hotmart.com/pt-br
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DICA
Gostou de conhecer plataformas e ambientes interativos que você poderá utilizar para 
estudar e produzir próprios cursos on-line? Para incentivar seus usuários, várias dessas 
plataformas oferecem cursos gratuitos de treinamento e qualificação. 
A plataforma Google, por exemplo, por meio do Google for Education, oferta gratuitamente 
um curso de formação e qualificação para seus usuários, oferecendo certificado ao final 
de sua conclusão. O Microsoft Teams, do mesmo modo, também oferta treinamento em 
sua própria plataforma.
O Moodle, por ser uma ferramenta mais versátil e muito utilizada por universidades 
públicas, além de contar com treinamentos e tutoriais disponíveis em sua própria 
plataforma, é também tema de criação de cursos livres. Confira, no site do Instituto 
Federal do Rio Grande do Sul, nos cursos de extensão, os cursos de formação em Moodle 
Básico e Moodle Avançado para professores. Nesses cursos, você poderá editar o AVA e 
conhecer todos os seus recursos. 
Estamos chegando ao final do estudo desta etapa, em que você aprendeu a 
diferença entre TIC e TIDC e como elas se encaixam no contexto educacional, seja na 
modalidade presencial ou na modalidade EAD. Você se inteirou sobre o ensino híbrido, 
suas vantagens e desvantagens para o processo educacional e descobriu que ele pode 
ser implementado com apoio de gestores e professores. 
Outro importante ponto que você estudou neste material foram as metodologias 
ativas de ensino e como você pode aplicá-las para tornar suas aulas mais didáticas e 
atrativas para seus alunos. Finalmente, para fecharmos o estudo desta etapa com 
chave de ouro, você conheceu diversas plataformas que são utilizadas para a criação 
de ambientes de aprendizagem para cursos EAD. Na próxima etapa, estudaremos o 
Professor na era digital. 
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REFERÊNCIAS 
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abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
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tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015.
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Hibrido_aspectos_teoricos_e_analise_de_duas_experiencias_pedagogicas_com_Sala_
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bc.unicamp.br/inpec/index.php/inovaeduc/article/view/15175. Acesso em: 18 out. 
2022.
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vantagens e desvantagens na percepção dos alunos e impactos nas instituições 
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n. 1 p. 33-67, 2021. Disponível em: https://raep.emnuvens.com.br/raep/article/
view/1915#:~:text=Resumo,%C3%A0%20utiliza%C3%A7%C3%A3o%20do%20
blended%20learning. Acesso em: 18 out. 2022.
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