Prévia do material em texto
Morfofisiologia VIII - Sistema Respiratório Maria Heloísa Vilhena Sistema Respiratório O sistema respiratório é totalmente voltado para uma única função: as trocas gasosas. Nesse processo, temos um sistema muito importante de limpeza, de modo que ar que entra nas vias é diferente do que chega nos alvéolos. Ocorre a condução do ar, a filtração e, por fim, as trocas gasosas. A nasofaringe é a parte da faringe que pertence ao sistema respiratório; a laringe produz o som e promove o fechamento das vias respiratórias ao deglutir algo. O sistema respiratório é dividido em duas regiões: o início das vias respiratórias vai desde as fossas nasais, faringe, laringe, traquéia, brônquios e bronquíolos e bronquíolos terminais, onde conduzimos o ar - limpar, aquecer e umedecer. Depois, o ar passa pela porção respiratória, onde ocorrem as trocas gasosas, formadas pelos bronquíolos respiratórios, dutos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. A traqueia se ramifica em brônquios primários, que se ramificam em brônquios secundários ou lobares - o direito são 3 secundários e no esquerdo, apenas 2. A porção condutora limpa, aquece e umedece, a partir de glândulas mucosas, serosas e seromucosas. Glândulas exócrinas são muito abundantes nas vias respiratórias. • A glândula mucosa tem o duto e a porção secretora e apresenta núcleos achatados e periféricos e uma coloração clara do citoplasma e produz muco, que serve para aderir. • As glândulas serosas apresentam um núcleo mais arredondado, mais volumoso e o citoplasma bem corado de hematoxilina; produzem proteínas, que solubilizam mais o muco e favorecem a eliminação pelas vias. • As glândulas seromucosas têm uma porção secretora, com células mucosas (núcleo achatado e periférico) e células serosas. Nas cavidades nasais, ocorre o aquecimento e a umidificação do ar: os pelos grossos do nariz funcionam de peneira para filtrar as partículas mais grossas das vias respiratórias, além de secretar muco por esses pelos. É separada pelo septo nasal e apresenta o vestíbulo, uma área respiratória e uma pequena área olfatória na parte superior da cavidade, onde fica o bulbo olfatório, com seus receptores - essas duas regiões não têm uma separação física, apenas sabemos que a partir do bulbo olfatório partem vários prolongamentos, sendo esses os receptores do bulbo olfatório. Na parte interna das fossas nasais, há 3 projeções ósseas, chamadas de conchas nasais, que têm um papel importante na condução do ar, pois limpam, aquecem e umedecem - estão conectadas aos seios paranasais, cavidades conectadas com essas conchas e, quando espiramos, o ar passa por todos os locais, aumentando a superfície de contato e melhorando a função de aquecer, limpar e umedecer. Do bulbo olfatório, parte um neurônio bipolar que tem os dendritos voltados para baixo e o axônio voltado para o bulbo. O epitélio do olfato é um neuroepitelio e os receptores são neurônios bipolares. O dendrito do neurônio se volta para a cavidade nasal e ele é o receptor. A área olfatória não se separa fisicamente da área respiratória. O vestíbulo é a região mais anterior e dilatada da cavidade nasal, temos a presença de pelos (vibrissas) e glândulas sebáceas. Há um epitélio estratificado pavimentoso e um plexo venoso muito desenvolvido, superficial e esse plexo é um tecido erétil. A área respiratória é formada por um epitélio respiratório que produz muco, seu epitélio é classificado em epitélio pseudo-estratificado cilíndrico, ciliado com células caliciformes (epitélio respiratório), apresenta duas células: ciliadas e caliciformes; abaixo, apresenta uma lâmina própria (tecido conjuntivo abaixo dele), muito vascularizada, rica em linfócitos, plasmócitos, macrófagos e presença de MALT (nódulos). Ela é a maior parte das fossas nasais. Seu epitélio se estende até os brônquios, assim, a mudança de epitélio acontece nos bronquíolos. No epitélio respiratório, predominantemente, temos células ciliadas e caliciformes, estas são glândulas produtoras de muco; as células ciliadas têm o papel de movimento, impulsionando o muco através das vias respiratórias, empurrando até a região do vestíbulo. Há também as células basais, que são células mitoticamente ativas, regeneradoras do epitélio; células glandulares pequenas, que são enteroendócrinas; além de células escovas, que têm projeções, sendo uma célula receptora. Morfofisiologia VIII - Sistema Respiratório Maria Heloísa Vilhena O cigarro agride o epitélio de forma física, assim o epitélio vai se modificar, tendo um epitélio de proteção, ao invés de limpeza, ou seja, a pessoa perde os cílios, perde o transporte do muco, por isso a tosse do fumante é tão forte. Na área olfatória, temos um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico (epitélio olfatório), com células de sustentação (microvilos), células basais e células olfatórias, que são neurônios bipolares com cílios (quimiorreceptores). Apresenta a glândula de bowman (serosa), com a proteína OBP, que quebra a ligação do odorante com o receptor, ela se liga ao odorante, removendo as partículas odoríferas das células receptoras. A glândula de bowman produz uma secreção que libera os receptores em cima. A faringe tem uma parte muito curta na via respiratória; a nasofaringe é a parte mais superior da faringe, fica posterior às cavidades nasais, comunica-se com a orofaringe no palato mole, apresenta tonsilas faríngeas. A laringe funciona como o local onde o som é produzido (fonação), além de fechar a traquéia durante a deglutição. Ela se inicia na epiglote. É formada pelas cartilagens cricóide e tireóide, que são hialinas, e a epiglote, que é fibroelástica; tem músculos extrínsecos, que elevam a laringe na deglutição e intrínsecos, que promovem a tensão nas cordas vocais; apresenta a mucosa, de epitélio respiratório na maior parte da laringe, exceto nas cordas vocais e epiglote, onde o epitélio é estratificado pavimentoso, tem também glândulas seromucosas. A traquéia é o principal segmento da porção condutora e se ramifica em dois brônquios extra pulmonares (primários). Mucosa = epitélio + tecido conjuntivo (lâmina própria). Abaixo da camada mucosa, é normal ter uma camada submucosa, formada também por um tecido conjuntivo. Tem anéis sobrepostos um ao outro e ligados a esses anéis, temos o músculo traqueal, muito importante para a tosse, expulsando das vias respiratórias o que for importante; esse músculo está voltado para a região do esôfago, para trás. Mucosa, submucosa, anel de cartilagem e adventícia. A traquéia está presa ao esôfago, assim, essa última camada os dois é chamada de camada adventícia. A mucosa é epitélio respiratório com presença de glândulas mucosas, serosas e seromucosas, tecido conjuntivo rico em linfócitos e plasmócitos. A submucosa apresenta tecido conjuntivo propriamente dito e glândulas mucosas, serosas e seromucosas (mais concentradas). A cartilagem é um anel hialino em forma de C, suas pontas são unidas por ligamentos fibroelásticos e músculo liso (traqueal). A camada adventícia é a última camada, que também é a última camada do esôfago, por isso, estão conectados. O tronco da via é a traqueia, que se ramifica em galhos, os bronquios, que se ramificam em bronquilos e o final, a folha da via respiratória é o alvéolo pulmonar. A árvore retira água do solo pela raiz e tem que levar até as folhas da copa, isso é feito por ramificações. assim como o trajeto do ar pela via respiratória. A traqueia se ramifica em dois brônquios primários que penetram nos pumões, no direito, se ramificam em 3 lobos e no esquerdo, apenas em 2 lobos. Cada brônquio secundário se ramifica repetidas vezes (segmentação intrapulmonar), se ramificando em brônquios segmentares (terciários), brônquios subsegmentares maiores e menores. A diminuição do calibre vai ocorrer com a mudança de outras estruturas. O brônquio também tem uma mucosa e submucosa, mas, entre as duas, há uma camada de músculo liso,assim, o diferenciamos da traqueia, além de que a traqueia tem um anel de cartilagem em forma de C, enquanto o brônquio tem placas irregulares de cartilagem. Quando a cartilagem desaparece, encontramos o bronquíolo, que desemboca no bronquíolo terminal, que desemboca nas regiões das trocas gasosas (ácino pulmonar, formado pelo bronquíolo respiratório, dutos e sacos alveoláres). Cada brônquio subsegmentar menor é contínuo com um bronquíolo; os bronquíolos resultam em lóbulos e ácinos pulmonares, que é a região onde ocorrem as trocas gasosas. O lóbulo pulmonar é formado por um bronquíolo terminal e um ácino pulmonar. O ácino pulmonar é formado por bronquíolo respiratório, dutos alveolares, sacos alveolares e alvéolos pulmonares. No bronquíolo, não tem mais cartilagem, ele é formado por epitélio simples cúbico ciliado, não tem mais o epitélio respiratório. Vai começar a aparecer uma célula muito importante, se tornando cada vez mais predominante, chamada célula de clara, que produz uma substância chamada surfactante, um líquido que lubrifica os alvéolos, formando uma película úmida na superfície, diminuindo a tensão superfícial deles, além de impedir que eles grudem, favorecendo a troca gasosa. Quando começamos a observar as células de clara, estamos no bronquíolo terminal, que vai começar a abrir alvéolos pulmonares, onde vão ocorrer as trocas gasosas, Morfofisiologia VIII - Sistema Respiratório Maria Heloísa Vilhena quando já vemos os alvéolos pulmonares na região do epitélio, temos o bronquíolo respiratório (igual ao terminal, mas abre os alvéolos pulmonares), depois, começamos a ver apenas alvéolos pulmonares, esses canais são chamados de duto alveolar, que terminam em bolsas, chamadas de sacos alveolares. Duto e sacos são formados exclusivamente de alvéolos, mas os dutos são mais alongados, é o começo do agrupamento desses alvéolos. As trocas começam no bronquíolo respiratório, mas se torna mais desenvolvida nos dutos e sacos alveolares.