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HIPODERMÓCLISE 
E PROCTÓLISE
Simone Machado Kühn 
de Oliveira
Técnicas de punção
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever a técnica de punção com cateter sobre agulha (flexível) e 
cateter agulhado (scalp).
 � Identificar os locais de punção.
 � Explicar os cuidados necessários para manutenção da via de 
hipodermóclise.
Introdução
A punção venosa se trata de uma parte fundamental no cuidado do 
paciente internado. Com finalidades diferentes que podem variar da 
simples coleta de sangue para exames até a infusão de medicamentos 
ou grandes volumes de soluções por via endovenosa, a punção venosa 
periférica é uma atribuição dos profissionais de enfermagem e um 
procedimento que exige conhecimento técnico-científico para sua 
realização, na medida em que são adotados protocolos técnicos que 
permitem sua execução com maior segurança, diminuindo o risco de 
danos ou complicações.
Neste capítulo, você estudará as técnicas de punção venosa com o 
cateter sobre agulha e o agulhado, os principais locais de punção venosa 
periférica e central, bem como os cuidados necessários para manutenção 
da via de hipodermóclise.
Punção venosa periférica 
A punção venosa periférica pode ser feita com o objetivo de coletar sangue para 
a realização de exames laboratoriais ou para a administração de medicamentos 
ou soluções por via endovenosa. Trata-se de um procedimento invasivo que 
exige conhecimento técnico-científico, porque apresenta riscos relacionados 
à sua técnica ou possíveis reações decorrentes da sua realização.
De acordo com Potter et al. (2009), a punção é realizada por meio do 
dispositivo do tipo cateter sobre agulha ( jelco ou abocath), quando o paciente 
necessitar de uso prolongado (dias), ou do cateter agulhado (scalp ou butterfly), 
quando ele fizer uso por curto período (realização de coletas, medicação em 
bólus ou por horas).
O cateter sobre agulha é um dispositivo constituído de uma cânula flexível 
feita de polímero policloreto de vinila ou polímero poliuretano, com uma agulha 
de aço inoxidável interna, com bisel trifacetado, que permite a perfuração 
da pele e do vaso sanguíneo, sem que o dispositivo seja danificado — após 
a punção venosa, retira-se a agulha, ficando na veia apenas esse cateter. Seu 
calibre pode variar do 14G até o 24G, sendo que sua escolha é realizada de 
acordo com as condições da rede venosa do paciente e a finalidade da punção.
Na Figura 1, você pode ver exemplos de cateter não agulhado flexível; já 
no Quadro 1, estão elencados seus padrões de números e cores, bem como 
suas indicações de uso.
Figura 1. Cateter não agulhado (flexível).
Fonte: Cateter... (2017, documento on-line).
Técnicas de punção2
Existe um padrão de cores referente ao tipo de calibre do cateter não agulhado (flexível), 
e sua escolha adequada à punção depende da idade do paciente, das condições 
da sua rede venosa e da indicação de uso, conforme mostra o Quadro 1. A relação 
número (calibre) e tamanho do cateter é inversamente proporcional, quanto menor 
for o número desse dispositivo, maior será o seu tamanho.
Fonte: Elaborado pela autora.
Número Cor Indicação de uso
14G Laranja Ressuscitação, cirurgias, emergências, transfusões
16G Cinza Cirurgia vascular, emergências, transfusões
18G Verde Contraste, transfusões, cirurgias
20G Rosa Adulto, enfermaria, medicamentos
22G Azul Pediatria, oncologia, adulto, geriatria, medicamentos
24G Amarelo Bebês, crianças, oncologia, adultos 
com rede venosa frágil, geriatria
Quadro 1. Padrão de números e cores do cateter flexível
Já o cateter agulhado (scalp ou butterfly) é composto de uma agulha de aço 
inoxidável biocompatível, não flexível, e tem duas abas de plástico ou borracha 
presas a haste (agulha) e um tubo flexível (extensor) curto transparente, veja a 
Figura 2. Sua classificação é feita a partir dos números 19 (menos calibroso), 
21, 23, 25 e 27 (mais calibroso).
O primeiro passo para a realização da punção venosa é a escolha do dispo-
sitivo adequado à prescrição médica. Para isso, avalia-se as condições clínicas 
do paciente, sua rede venosa e a finalidade da punção. Potter et al. (2009) 
ressaltam que a avaliação é fundamental para que a pessoa seja puncionada 
de forma segura e, assim, se diminuam os riscos de danos relacionados ao 
procedimento.
3Técnicas de punção
Figura 2. Cateter agulhado (scalp).
Fonte: Andrew Rafalsky/Shutterstock.com.
Após essa avaliação inicial, você deve higienizar as mãos e separar o 
material necessário para punção, colocando-o em uma bandeja de aço inoxi-
dável devidamente higienizada com álcool a 70%. Veja a seguir o que usar 
na punção venosa periférica:
 � luvas de procedimentos;
 � óculos de proteção individual;
 � garrote.
Cateter flexível (abocath) e equipo extensor (Figura 3) ou dânula (torneira 
três vias, ver Figura 4) preenchido com soro fisiológico a 0,9% ou:
 � cateter agulhado (scalp) preenchido com soro fisiológico a 0,9%;
 � seringa de 5 mL com soro fisiológico a 0,9%;
 � algodão;
 � álcool a 70%;
 � fita adesiva (Micropore® ou esparadrapo) ou curativo transparente para 
acesso periférico;
 � equipo e soro (para o caso de infusão de medicações).
Técnicas de punção4
Figura 3. Equipo extensor.
Fonte: Equipo... (2016, documento on-line).
Figura 4. Dânula ou torneira três vias.
Fonte: Desobstrução... (2017, documento on-line).
5Técnicas de punção
Realização do procedimento
Após a separação do material, você deve explicar ao paciente como o procedi-
mento será realizado, bem como informar-lhe a justificativa para a realização 
da punção, avisando-o que sentirá uma leve dor local, os cuidados que ele 
deverá ter com o acesso venoso e os riscos relacionados à sua permanência.
A realização do procedimento precisa ser autorizada pelo paciente (princípio 
da autonomia do paciente) e, caso este não esteja em condições mentais de tomar 
suas próprias decisões, ele deve ser autorizado pelo seu familiar responsável. 
Quando a pessoa não for colaborativa e estiver confusa, solicita-se o auxílio 
de um colega ou do familiar para acalmá-la, ou usa-se a contenção mecânica 
para sua proteção (somente em último caso).
 Depois dessa etapa, posicione o paciente adequadamente e inspecione 
os locais de punção, avaliando a rede venosa para escolher uma veia que 
seja adequada à finalidade do procedimento. Em caso de acesso de longa 
permanência, evite puncionar na região das articulações, para conforto do 
paciente. Em seguida:
 � higienize as mãos, coloque os equipamentos de proteção individual 
(EPI) e posicione o paciente;
 � coloque o garrote (de 10 a 15 cm acima do local escolhido para punção);
 � peça para o paciente abrir e fechar a mão (favorece o retorno venoso, 
dilatando a veia, tornando-a aparente ou palpável) e não bata no local 
(isso provoca dor e não ajuda no enchimento da veia);
 � realize a antissepsia do local a ser puncionado;
 � fixe a veia com a mão dominante (veias bailarinas podem se deslocar 
no momento da punção, dificultando a penetração da agulha do cateter).
Já em caso de punção com cateter sobre agulha, flexível (abocath):
 � segure o cateter com a mão dominante;
 � aproxime-o da veia em ângulo de 10 a 30º (dependendo da sua posição, 
mais ou menos superficial);
 � avise o paciente que ele sentirá a picada e perfure a pele até atingir a veia;
 � perceba a presença de sangue na base plástica do cateter;
 � solte o garrote;
 � aperte delicadamente (com o dedo indicador) a base da cânula do ca-
teter — para que não reflua sangue — e retire bem devagar a agulha;
Técnicas de punção6
 � conecte o extensor ou a dânula e realize a fixação;
 � conecte a seringa na ponta do extensor ou da dânula, faça uma leve 
aspiração para ter certeza de que está dentro da veia e injete 3 mL de 
soro fisiológico para salinizar o acesso.
Em caso de punção com cateter agulhado (scalp):
 � segure o scalp pelas abas com a mão dominante, observando se o bisel 
está para cima;
 �aproxime da veia em ângulo de 10 a 30º (dependendo da sua posição, 
mais ou menos superficial);
 � avise o paciente que ele sentirá a picada e perfure a pele até atingir a veia;
 � perceba a presença de sangue no extensor do scalp;
 � progrida lentamente para posicionar o scalp dentro da veia, cuidando 
para não a transfixar;
 � solte o garrote;
 � fixe o scalp com a fita adesiva;
 � conecte a seringa na ponta do extensor do scalp, realize uma leve aspi-
ração para ter certeza de que está dentro da veia e injete 3 mL de soro 
fisiológico para salinizar o acesso.
Para finalizar, nos dois tipos de cateteres:
 � fixe o acesso com a fita adesiva ou o curativo transparente;
 � escreva no curativo a data da punção, o calibre do cateter e o seu nome;
 � conecte o equipo do soro e instale a medicação conforme a prescrição 
médica.
Após a realização do procedimento, você deve recolher o material, cer-
tificando-se de que não deixou nada no leito do paciente, o qual precisa ser 
orientado quanto aos cuidados com o acesso, para que este permaneça per-
meável, evitando novas punções desnecessárias.
Antes de você retornar ao posto de enfermagem, acomode o paciente de 
forma confortável e realize a higiene das mãos. Ao chegar ao seu posto, realize 
o descarte do material utilizado nos locais apropriados e organize a unidade, 
bem como registre o procedimento no prontuário.
Segundo Harada e Pedreira (2011), o procedimento de punção venosa 
periférica deve ser realizado em local adequado, com o paciente devidamente 
7Técnicas de punção
posicionado. Quando você não conseguir puncionar a veia na primeira tenta-
tiva, tranquilize-o e faça outra tentativa, procurando uma veia mais calibrosa. 
Caso não tenha sucesso na segunda, peça auxílio a um colega para que este 
realize uma nova tentativa.
Os acessos venosos periféricos têm um tempo determinado de permanência, que pode 
variar de acordo com a instituição. Contudo, ele não deve ser superior a 72 horas, no 
caso de cateter sobre agulha, e 24 horas, em cateter agulhado, devido aos riscos de 
danos à rede venosa do paciente, como a flebite.
O profissional de enfermagem deve estar sempre atento às condições de higiene do 
curativo e do local de inserção e ao aparecimento de sinais de inflamação ou infecção 
(flogísticos), por exemplo, dor, calor, rubor, hiperemia e edema local. 
No caso de aparecimento de sinais flogísticos, retira-se o acesso imediatamente 
e registra-se no prontuário do paciente quaisquer intercorrências relacionadas ao 
acesso venoso periférico.
Locais de punção venosa 
Os locais de punção venosa variam de acordo com a finalidade do procedi-
mento, as condições clínicas do paciente e da sua rede venosa — esses fatores 
determinam se ele receberá um acesso venoso periférico ou central. A punção 
periférica é um procedimento de competência do enfermeiro, podendo ser de-
legada ao profissional técnico de enfermagem sob sua orientação e supervisão. 
Já a colocação de cateter venoso central (CVC) é de competência do médico 
e não pode ser realizada por enfermeiros ou técnicos de enfermagem, mas os 
cuidados com esse acesso devem ser realizados pelo enfermeiro.
Locais para punção venosa periférica
O acesso venoso periférico deve ser colocado em um local que proporcione 
a facilidade de manuseio, em veia de calibre que comporte a manipulação 
e a administração de soluções e medicamentos, bem como, de preferência, 
provoque o mínimo de desconforto ao paciente.
Técnicas de punção8
As regiões cefálica e cervical podem ser utilizadas para realização da 
punção venosa, mas não são a via preferencial. A cefálica é muito usada para 
função venosa em bebês e exige treinamento específico. Já na cervical está 
localizada a veia jugular, de grande calibre, sendo utilizada quando não há 
mais condições de acesso em membros superiores por fragilidade da rede 
venosa, mas somente o médico ou o enfermeiro possuem a competência 
técnico-científica para a realização de punção na jugular. Veja na Figura 5 a 
rede venosa dessas duas regiões.
Figura 5. Rede venosa nas regiões cefálica e cervical.
Fonte: Martini (2009, p. 595).
Nos membros superiores, como braço, antebraço e mãos, estão localizadas 
as veias mais indicadas para a realização da punção venosa periférica (LYNN, 
2012). Neles, encontra-se:
9Técnicas de punção
 � veia cefálica;
 � veia basílica;
 � veia mediana cubital;
 � veia mediana cefálica;
 � veia longitudinal (antebraquial);
 � veia mediana basílica;
 � veia do dorso da mão (metacarpianas dorsais);
 � veia marginal da mão.
Qualquer uma dessas veias pode ser utilizada para a punção, porém, deve-se 
priorizar as localizadas no dorso da mão e no antebraço, conforme mostram 
as Figuras 6 e 7, respectivamente.
Nos membros inferiores, principalmente nos pés, podem ser encon-
tradas veias de calibre que poderiam ser utilizadas para punção, porém, 
devido ao alto risco de danos circulatórios, entre eles, a tromboflebite, não 
é recomendada a utilização dessas veias. Na Figura 8, você pode ver a rede 
venosa dos pés.
Figura 6. Rede venosa no dorso da mão.
Fonte: Tortora (2017, p. 410).
Técnicas de punção10
Figura 7. Rede venosa no membro superior, antebraço.
Fonte: Tortora (2017, p. 410).
Figura 8. Rede venosa dos pés.
Fonte: Martini (2009, p. 598).
11Técnicas de punção
Perry e Potter (2015) reforçam que, na escolha do local de punção, é im-
portante estar atento às alterações que podem impedir a realização do proce-
dimento. Você deve inspecionar o local escolhido, verificando:
 � presença de lesões, hematomas, cicatrizes, escoriações, queimaduras 
e tatuagens;
 � hiperemia local e edema;
 � flebite.
Há, ainda, outras condições do paciente que podem impedir o procedimento 
em um determinado local, por exemplo:
 � paralisia (plegia) no membro a ser puncionado;
 � mastectomia prévia, pois pacientes que a fizeram (realizaram cirurgia 
para a retirada da mama) não devem ser puncionadas no lado em que 
a mama foi retirada;
 � membros em que existam fístulas arteriovenosas ou veia esclerosada.
Não se deve realizar venopunção consecutiva em local puncionado pre-
viamente ou que tenha uma veia lesionada. Dê preferência aos locais que não 
interfiram nas atividades do paciente ou em procedimentos já planejados.
Locais para punção venosa central
A terapia endovenosa pode ser realizada com o auxílio de dispositivos de 
acesso venoso central (DAVC), que são utilizados para administração de me-
dicamentos, soluções e nutrição parenteral. Há muitos fatores que determinam 
a necessidade e o tipo de CVC adotado, por exemplo, o tipo de medicação, a 
duração da terapia, o estado clínico do paciente e a osmolaridade das soluções 
são decisivos na escolha do dispositivo ideal. De acordo com Perry e Potter 
(2015), existem quatro modelos de CVC:
 � CVC percutâneo não tunelizado;
 � CVC tunelizado;
 � cateter venoso central de inserção periférica (PICC);
 � cateter totalmente implantável (port-a-cath).
O CVC percutâneo não tunelizado é colocado diretamente na pele, no 
interior da veia jugular interna ou externa, da veia subclávia ou das femorais. 
Técnicas de punção12
A extremidade do cateter deve ficar localizada na veia cava superior, podendo 
ter dimensões que variam de 15 a 20 cm de comprimento e ter de 1 a 4 lúmens.
Já o CVC tunelizado é colocado cirurgicamente por meio de um túnel no 
tecido subcutâneo, em geral, entre a clavícula e o mamilo, continuamente na 
veia jugular interna ou subclávia, tendo sua extremidade distal localizada na 
veia cava superior. O PICC, por sua vez, pode variar de espessura (calibre 
16 a 24) e possui comprimentos entre 40 a 65 cm — você pode visualizá-lo 
na Figura 9.
Figura 9. Cateter venoso central de inserção periférica.
Fonte: Peripherally... (2011, documento on-line).
O cateter totalmente implantável (port-a-cath) possui corpo central, mem-
brana central, reservatório e cateter, mas existem modelos diferentes com 
uma ou duas divisões no reservatório. Seu corpo central está implantadono tecido subcutâneo do tórax, braço, antebraço ou na parede abdominal; e 
a extremidade do cateter é disposta na veia cava superior. Já o reservatório, 
situado no corpo do cateter, deve ser facilmente palpável para que se possa 
13Técnicas de punção
localizá-lo. Quando sua utilização for necessária, ele será agulhado, com uma 
agulha especial inserida por entre a pele até o reservatório, o qual tem uma 
membrana autosselante. Você pode ver o port-a-cath na Figura 10.
Figura 10. Port-a-cath.
Fonte: Ades e Padilha (2016, documento on-line).
Por estarem inseridos em um vaso de grande calibre, os DAVC tornam-se 
mais seguros que o acesso venoso periférico, pois o risco de extravasamento 
da medicação é muito baixo. Contudo, o acesso central pode acarretar outros 
problemas, como infecções, sangramentos, hematomas, arritmia cardíaca, 
trombose venosa ou perfuração do pulmão (pneumotórax). Trata-se de um 
procedimento médico, do qual o enfermeiro participa prestando auxílio no 
momento da inserção e realizando os cuidados necessários à sua manutenção 
e retirada.
Técnicas de punção14
Conforme Lynn (2012), as veias utilizadas para a punção venosa central são:
 � veia jugular;
 � veia subclávia; 
 � veia femoral.
A escolha do local deve ser feita por um médico, que considera o fator 
risco-benefício nessa tomada de decisão. Após ele inserir o cateter e fixá-lo, 
o enfermeiro pode realizar os cuidados finais, o curativo e sua troca. Nas 
primeiras 24 horas, a troca é realizada com gaze e Micropore®, para a melhor 
absorção de um possível sangramento. Depois dessas 24 horas, coloca-se um 
curativo transparente que permita a melhor visualização do local de inserção, 
que precisa ser inspecionado e avaliado diariamente para que se possa identi-
ficar quaisquer sinais flogísticos. Caso apresente alguma infecção, o médico 
deve ser comunicado imediatamente para decidir qual conduta será adotada.
Manutenção da via de hipodermóclise
A hipodermóclise é uma importante via alternativa para a administração de 
medicamentos em pacientes que estão em cuidados paliativos e não possuem 
mais condições clínicas para a utilização da via oral ou intravenosa, devido à 
fragilidade vascular (GODINHO; SILVEIRA, 2017). Trata-se de uma técnica 
de simplicidade evidente e fácil manipulação, que possui uma relação risco-
-benefício favorável quando comparada à via intravenosa. Por ser uma via 
subcutânea de fácil acesso, ela é implementada tanto em ambiente hospitalar 
como domiciliar.
A manipulação dessa via exige do profissional de saúde um treinamento 
específico, porque deve-se ter conhecimento técnico-científico e prática para 
garantir seu manuseio seguro, evitando danos tissulares ou mecânicos e pro-
movendo a diminuição do sofrimento do paciente.
Os cuidados de enfermagem na punção e manutenção da via da hipoder-
móclise são fundamentais para evitar qualquer tipo de dano. Além disso, o 
profissional deve estar atento aos fatores que podem impedir sua utilização 
ou provocar dor e desconforto no paciente.
É preciso avaliar cuidadosamente os locais que podem ser utilizados para 
a hipodermóclise, conforme apresenta a Figura 11, observando a integridade 
da pele no local e o estado nutricional do paciente. Em pessoas com caquexia, 
a região torácica não deverá ser utilizada.
15Técnicas de punção
Figura 11. Locais de punção subcutânea.
Fonte: Aragão (2015, documento on-line).
Interescapular
(até 1000 mL/24h)
Subclavicular
(até 250 mL/24h)
Abdominal
(até 1000 mL/24h)
Anterolateral da coxa
(até 1500 mL/24h)
Anterolateral da coxa
(até 250 mL/24h)
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), deve-se fazer o 
rodízio do sítio de punção subcutânea, observando-se as condições da pele do 
paciente, bem como seu desconforto. O ideal é que ele seja realizado a cada 96 
horas, mas você pode puncionar o local novamente antes desse período, desde 
que respeite uma distância mínima de 5 cm da área puncionada anteriormente 
(BRASIL, 2009, p. 29).
Segundo Godinho e Silveira (2017), o calibre do dispositivo escolhido 
para a infusão de soluções ou medicações deve ser compatível com o volume 
infundido e as condições do tecido subcutâneo do local. Para a infusão contínua, 
utiliza-se uma bomba de infusão.
Deve-se proteger o local de inserção do cateter com curativo transparente 
que permita sua visualização e, no momento do banho do paciente, com 
material impermeável, evitando que ele fique molhado, o que pode favorecer 
o desenvolvimento de infecções.
Técnicas de punção16
Aplica-se 1 mL de soro fisiológico a 0,9%, para ter certeza de que todo o 
conteúdo da solução prescrita foi infundida no tecido subcutâneo e, caso você 
observe edema local, deve-se reduzir o gotejamento ou interromper a infusão.
A observação das condições da pele no local de punção é realizada exaus-
tivamente pelo profissional de enfermagem, sendo fundamental a avaliação 
de sinais de irritação local, edema, hiperemia, dor, calor, rubor, hematoma, 
rigidez ou endurecimento e necrose tecidual. Na presença de sinais flogísticos, 
ele pode aplicar calor local para o alívio dos sintomas, utilizando bolsa de 
água quente e proporcionando conforto ao paciente.
Segundo Azevedo e Barbosa (2012), deve-se realizar, ainda, a avaliação 
das condições gerais do paciente, pois a análise de sinais vitais e condições 
clínicas é fundamental para se identificar possíveis complicações. Por isso, 
você precisa se atentar a:
 � ansiedade, agitação;
 � queixas de dor;
 � febre e calafrios;
 � cefaleia;
 � arritmia cardíaca, taquicardia;
 � hipertensão arterial;
 � turgência de jugular;
 � dispneia, tosse.
A identificação de quaisquer sinais de infecção ou a piora clínica do pa-
ciente devem ser comunicadas imediatamente ao médico que o assiste, para se 
determinar a próxima conduta. Recomenda-se conversar com o paciente e os 
familiares sobre os cuidados necessários à manutenção da via e a orientação 
quanto aos sinais que podem indicar uma possível complicação.
Assim, a comunicação com o paciente e seus familiares é muito importante 
na prática de enfermagem, principalmente em cuidados paliativos. Quando 
efetiva, com escuta atenta e carinhosa, ela forma vínculos e promove uma 
maior adesão às orientações e aos tratamentos propostos.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de aprender sobre diferentes 
técnicas de punção venosa, bem como um pouco mais acerca dos cuidados 
necessários à manutenção da via de hipodermóclise. Lembre-se que todo 
conhecimento técnico-científico deve ser complementado com a prática, para 
se desenvolver as habilidades necessárias à realização do cuidado eficiente 
e eficaz.
17Técnicas de punção
A hipodermóclise é um procedimento de baixa complexidade e, segundo o Conselho 
Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN):
“Os estudos afirmam que a punção e a administração de fluidos na hipodermóclise 
são procedimentos de menor complexidade, quando comparado à administração pela 
via intravenosa. Por isso, tanto a punção quanto a administração de fluidos poderão 
ser delegados pelo Enfermeiro aos membros da equipe de enfermagem, desde que 
os profissionais sejam treinados, habilitados e capacitados para tais procedimentos” 
(CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO, 2014).
Você pode ler o parecer na íntegra no link a seguir.
https://goo.gl/MXFWF6
ADES, F.; PADILHA, G. Conheça o Port-a-cath® ou cateter totalmente implantado, uma 
importante ferramenta no tratamento com quimioterapia. Dr. Felipe Ades, São Paulo, 24 
maio 2016. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018.
ARAGÃO, H. Administração por Via Subcutânea – SC. Enfermagem Bio, [s.l.], 18 fev. 2015. 
Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018.
AZEVEDO, E. L.; BARBOSA, M. F. Via subcutânea: a via parenteral de escolha para ad-ministração de medicamentos e soluções de reidratação em Cuidados Paliativos. In: 
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Paulo: Academia Nacional de Cuidados Paliativos, 2012. p. 259-269. Disponível em: 
. Acesso em: 12 nov. 2018.
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avançado. Rio de Janeiro: INCA, 2009. 32 p. (Série Cuidados Paliativos). Disponível em: 
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em 15 nov. 2018.
CATETER Intravenoso Periférico TKL. TKL Brasil, Curitiba, set. 2017. Disponível em: 
. Acesso em: 15 
nov. 2018.
Técnicas de punção18
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO. Parecer COREN-SP 031/2014 – CT. 
São Paulo, 23 jul. 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018.
DESOBSTRUÇÃO de PICC / CCIP em Adulto. Kah Enfermagem, [s.l.], 23 nov. 2017. Disponível 
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dual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; Faculdade de Medicina de Botucatu; Hospital das 
Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, 2017. 30 p. Disponível em: . Acesso em: 15 nov.
GONÇALVES, N. Veias do membro superior. Anatomia Simples: Membros Superiores, 
[s.l.], 10 jun. 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 nov. 2018.
HARADA, M. J. C. S.; PEDREIRA, M. L. G. (Orgs.). Terapia intravenosa e infusões. São Caetano 
do Sul: Yendis, 2011. 562 p.
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