Buscar

TEXTO VENCEDORES E PERDEDORES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

VENCEDORES E PERDEDORES
“Nada podes ensinar a um homem. Podes somente ajudá-lo
a descobrir as coisas dentro de si mesmo”. 
(GALILEU GALILEI, astrônomo italiano, 1564-1642)
Cada ser humano nasce com algo novo, algo que jamais existiu antes. Nasce com o que necessita para vencer na vida. Cada pessoa, à sua maneira, pode ver, ouvir, tocar, experimentar e pensar sozinha. Cada um tem suas próprias e únicas potencialidades – suas capacidades e limitações. Cada um pode ser uma pessoa importante, racional, consciente e criativamente produtiva por si mesma – um vencedor.
As palavras vencedor e perdedor têm muitos significados. Quando nos referimos a alguém como vencedor, não nos referimos à pessoa que vence outra pessoa, derrotando-a, fazendo-a perder. Para nós, o vencedor é o que reage de forma autêntica. Martin Buber exprime essa idéia quando conta mais uma vez a velha história de um rabino que, no leito de morte, se considera um derrotado. Lamenta que, no outro mundo, não lhe perguntarão porque não foi um Moisés; vão perguntar-lhe porque não foi ele mesmo.
Poucas pessoas são cem por cento vencedoras ou totalmente perdedoras. É uma questão de grau. Entretanto, uma vez no caminho da vitória, as chances de chegar a ser um vencedor são maiores(...).
VENCEDORES
	Os vencedores possuem potencialidades diferentes. A realização não é o mais importante. A autenticidade sim. A pessoa autêntica sente a sua própria realidade conhecendo a si mesma e tornando-se uma pessoa digna de crédito e receptiva. Tem consciência da sua singularidade sem precedentes e preza a singularidade dos outros.
	Não dedica sua vida à idéia do que imagina que ela deveria ser, prefere ser ela mesma e assim não gasta sua energia para aparentar um desempenho, manter aparência e manipular outros com seu jogo. O vencedor pode revelar-se, em vez de projetar imagens que agradam, provocam ou atraiam os outros. Tem consciência de que há diferença entre ser agradável e parecer agradável, entre ser estúpido e parecer estúpido, entre ser culto e parecer culto. Não precisará ocultar-se por trás de uma máscara. Desfaz-se das auto-imagens de inferioridade ou superioridade. A autonomia não assusta o vencedor.
	Todo mundo tem seus momentos de autonomia, ainda que efêmeros. O vencedor, entretanto, é capaz de manter a autonomia por períodos cada vez maiores. Poderá perder o pé ocasionalmente. Poderá até fracassar. Mas apesar dos reveses o vencedor mantém a confiança básica em si mesmo.
	O vencedor não receia raciocinar sozinho e usar o que sabe. Sabe distinguir os fatos e opiniões, e não pretende possuir todas as respostas. Sabe ouvir os outros, avaliar o que dizem, mas tira as próprias conclusões. Ainda que admire e respeite seus semelhantes, não se define, não se destrói, limita ou se atemoriza totalmente por eles.
	Um vencedor não faz papel de desamparado, nem fica apontando culpados. Ao contrário, assume a responsabilidade da própria vida. Não confere aos outros uma falsa autoridade sobre ele. 
	O senso de oportunidade do vencedor está certo. Responde apropriadamente à situação. Sua reação é adequada quando relacionada com a mensagem enviada, preservando o significado, o valor, o bem-estar e a dignidade dos que estão envolvidos. Sabe que para tudo há uma ocasião, e que cada atividade tem sua hora apropriada:
Hora para ser agressivo e hora para ser passivo,
Hora para estar junto e hora para estar só,
Hora para lutar e hora para amar,
Hora para trabalhar e hora para brincar,
Hora para chorar e hora para rir,
Hora para enfrentar e hora para fugir,
Hora para falar e hora para calar,
Hora para apressar e hora para esperar.
	Para o vencedor o tempo é precioso. Não o desperdiça. Vive-o aqui e agora. Viver no presente não significa que ignore estupidamente seu próprio passado ou que deixe de preparar o futuro. Ao contrário, conhece seu passado, está consciente e vivo no presente, e aguarda ansiosamente o futuro.
	O vencedor aprende a conhecer seus sentimentos e limitações e não os teme. Não é detido pelas próprias contradições e ambivalências. Sabe quando está furioso e sabe ouvir quando os outros se enfurecem com ele. É capaz de dar e receber afeição. Sabe amar e ser amado.
	O vencedor pode ser espontâneo, não precisa reagir de forma fixa e determinada. Pode mudar seus planos quando a situação assim o exigir. O vencedor tem prazer de viver. Gosta do trabalho, da diversão, de se alimentar, dos outros, do sexo e da Natureza. Sem se sentir culpado, aprecia as próprias realizações. Sem invejas, sente prazer com o que os outros realizam.
	Ainda que um vencedor possa livremente divertir-se, será capaz também de adiar o divertimento. Pode se conter no presente para ampliar o divertimento no futuro. Não teme procurar o que pretende, mas só o faz de maneira adequada. Não atinge a sua segurança controlando os outros. Não se predispõe a perder.
	O vencedor preocupa-se com o mundo e com os que o habitam. Não se isola dos problemas gerais da sociedade. Preocupa-se, solidariza-se e empenha-se em melhorar a natureza da vida. Mesmo em face de adversidade nacional ou internacional não se sente totalmente impotente. Faz o que lhe é possível para tornar o mundo melhor.
PERDEDORES
	Ainda que existam os que nascem para vencer, também existem os que nascem desamparados e totalmente dependentes dos que os cercam. Os vencedores fazem com sucesso a transição do completo desamparo para a independência, e depois para a interdependência. Os perdedores não. Em algum lugar, ao longo do caminho, começam a evitar tornar-se auto-responsáveis.
	Como já dissemos, poucos são totalmente vencedores ou perdedores. A maioria são vencedores em algumas áreas da própria vida e perdedores em outras. A vitória ou derrota é influenciada pelo que lhes aconteceu na infância.
	A falta de reação à necessidade de dependência, desnutrição, brutalidade, relacionamentos infelizes, doença, desapontamentos contínuos, cuidados físicos inadequados e acontecimentos traumáticos estão incluídos entre as várias experiências que contribuem para as pessoas se tornarem perdedoras. Tais experiências interrompem, detém ou impedem o progresso normal em direção da autonomia e da auto-realização. Ao lutar com as experiências negativas a criança aprende a tornar-se maleável e a manipular os outros. Estas tendências de manipulação são difíceis de ser abandonadas mais tarde e freqüentemente se transformam em padrões estabelecidos. Um vencedor procura mudá-los. Um perdedor apega-se a eles.
	Alguns perdedores referem-se a si mesmos como bem sucedidos, mas ansiosos; bem sucedidos, mas enganados, ou, bem sucedidos mas infelizes. Outros revelam-se totalmente derrotados, sem nenhuma direção, incapazes de mudar, semi-mortos ou extremamente aborrecidos. Um perdedor poderá não perceber que, na maioria dos casos, esteve construindo a própria jaula e cavando a própria sepultura e é um chato consigo mesmo.
	O perdedor raramente vive no presente. Destrói o presente ocupando a mente com memórias do passado ou expectativas quanto ao futuro. 
	Quando o perdedor vive no passado, mergulha nos seus bons velhos tempos e nos infortúnios que sofreu. Nostalgicamente, ele se apega à maneira como as coisas costumavam ser ou lamenta a falta de sorte. Sente pena de si mesmo e transfere a responsabilidade da sua vida não satisfatória para os outros. Culpar o próximo e excluir-se é o que faz parte do seu jogo, freqüentemente. Um perdedor que vive o passado pode lamentar:
Se ao menos tivesse me casado com outra pessoa...
			Se ao menos tivesse um emprego diferente...
			Se ao menos tivesse terminado os estudos...
			Se ao menos fosse simpático (bonito, bonita)...
			Se ao menos meu marido (minha mulher) parasse de beber...
			Se ao menos tivesse nascido rico...
			Se ao menos tivesse melhores pais...
	Quando alguém vive no futuro pode sonhar com algum milagre depois do qual poderá “viver feliz para sempre”. Em vez de prosseguir na própria vida, ele espera – espera que venha a salvação mágica. Comoa vida será maravilhosa:
Quando eu terminar os estudos...
Quando o príncipe encantado ou a mulher ideal finalmente aparecer...
Quando as crianças crescerem...
Quando começar um novo trabalho...
Quando morrer o patrão...
Quando chegar a minha vez...
	Em contraste com os que vivem com a desilusão da salvação mágica, algum perdedores vivem constantemente com o temor da catástrofe. Evocam as expectativas do:
			E se eu perder o emprego...
			E seu eu perder a razão...
			E se alguma coisa me acontecer...
			E se quebrar a perna...
			E se não gostarem de mim...
			E se eu fizer algo errado...
	Focalizando sempre o futuro, sente ansiedade no presente. Fica ansioso em relação ao que é antecipado – tanto real como imaginado – exames, contas a pagar, um caso de amor, crise, doença, aposentadoria, o tempo, e assim por diante. A pessoa superenvolvida com coisas imaginárias faz com que as possibilidades reais do momento não sejam percebidas. Ocupa a mente com o que é irrelevante para a situação em curso. Sua ansiedade tira a sintonia da realidade que está acontecendo. Conseqüentemente, não é capaz de resolver sozinho, ouvir sozinho, sentir sozinho, ou provar, tocar ou pensar sozinho.
	Incapaz de conduzir a potencialidade total dos seus sentidos para a situação imediata, as percepções de um perdedor são incorretas ou incompletas. Vê a si mesmo e aos outros através de um prisma que distorce. Sua habilidade em se ocupar de maneira eficaz com o mundo real é tolhida.
	O perdedor passa boa parte do tempo representando. Finge, manipula e perpetua velhos papéis do tempo em que era criança. Emprega sua energia na manutenção das suas máscaras, projetando uma fachada aparente. Karen Horney escreve: “a adoção de uma imagem falsa para si mesmo é sempre feita às custas da imagem real, sendo a última tratada com desdém, no máximo como se fosse um parente pobre”. Para o perdedor que representa, seu desempenho é muitas vezes mais importante do que a realidade.
	Um perdedor reprime sua capacidade de exprimir espontaneamente e apropriadamente todo o seu campo de comportamento possível. Pode não ter consciência de outras ações para sua vida se o caminho que escolher não conduzir a nada. Tem medo de coisas novas. Conserva o próprio “status quo”. É um reincidente. Repete não só os próprios erros; muitas vezes repete os da sua família ou de sua cultura.
	O perdedor tem dificuldade em dar e receber afeição. Não entra em relacionamentos íntimos, honestos e diretos com os outros. Em vez disso, tenta levá-los a corresponder às suas expectativas e canaliza as próprias energias em corresponder às expectativas dos outros.
	Quando alguém está sendo um perdedor, não usa sua inteligência apropriadamente. Faz um mau uso raciocinando e intelectualizando. Quando intelectualiza, tenta tapear os outros com sua verbosidade. Quando racionaliza, há razões para tornar as suas ações aparentemente plausíveis. Conseqüentemente, muito do seu potencial permanece dormente, irrealizado e irreconhecido. Como o príncipe-sapo do conto de fadas, está enfeitiçado e vive a vida sendo algo que não pretendia ser.
SUMÁRIO
	Alguém que não esteja consciente de como age ou do que sente, está empobrecido. Faltando a essência da confiança, flutuará entre suas forças íntimas conflitantes. Não está inteiro porque alienou partes de si mesmo. Poderá estar alienado da sua inteligência, de suas emoções, sua criatividade, suas sensações corporais ou algo do seu comportamento. Quando alguém se torna consciente e procura se tornar um pessoa integral, está enriquecido.
	Alguém que decide chegar a ser mais um vencedor do que um perdedor admite estas penetrações. Através delas descobre que é possível, cada vez mais, contar com suas próprias capacidades para sentir e julgar. Continua a descobrir-se e a renovar-se. Para ele a vida consiste não em conseguir mais, mas em ser mais. Um vencedor sente-se feliz em viver!
JONGEWARD, James E. Nascido para vencer, ed. Brasiliense, SP, 1975, 3ª ed. p. 17-22 e 27.
Professor Bona, (Antônio Bonanomi Neto) Reg. MEC 064/82
Mestre em Gestão da Qualidade e Produtividade
bonaneto2@gmail.com
�PAGE �1�
�PAGE �4�

Outros materiais