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Objetivos
Módulo 1
A nova pirâmide etária
Analisar o envelhecimento e a nova
pirâmide etária, assim como seus
aspectos relacionados à expectativa
de vida e aos direitos do idoso.
Acessar módulo
Módulo 2
Autonomia do idoso
Relacionar a autonomia e a
capacidade funcional do idoso.
Acessar módulo
Envelhecimento,
autonomia e
capacidade
funcional
Aline Monteiro
Descrição A geriatria como forma preventiva ao
envelhecimento, a autonomia e a capacidade
funcional dos idosos.
Propósito Os conceitos de geriatria e sua aplicação para
melhoria da capacidade funcional dos idosos estão
intimamente relacionados com a saúde, o bem-
estar e o direito à cidadania do idoso e trazem
importantes discussões a respeito da autonomia e
da criação de políticas públicas para a terceira
idade.
Introdução
Neste conteúdo, vamos conhecer o processo de envelhecimento, a
autonomia do idoso, seus direitos e também a avaliação funcional,
partindo do princípio de que o envelhecimento é um processo natural,
progressivo e irreversível, que traz alterações fisiológicas,
comportamentais, morfológicas, bioquímicas, além do aparecimento de
algumas doenças.
Vale ressaltar que o desempenho funcional do indivíduo declina de forma
progressiva após os 30 anos de idade, visto que há alterações no processo
fisiológico do próprio envelhecimento.
Ainda, é importante lembrar que a população vem vivenciando o processo
de envelhecimento em todos os países desenvolvidos e em
desenvolvimento, ou seja, ao estudar esses países verificamos que estão
passando por uma transição demográfica importante com o aumento
considerável da população idosa. Quando falamos em população idosa,
estamos nos referindo aos indivíduos com mais de 65 anos de idade nos
países desenvolvidos e com mais de 60 nos países em desenvolvimento,
como é o caso do Brasil.
Neste conteúdo também será abordada a política de atenção prioritária ao
idoso e sua expectativa de vida.
Vamos iniciar falando sobre o conceito de envelhecimento. Bom estudo!
1
A nova pirâmide etária
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar o envelhecimento e a nova pirâmide etária, assim como seus aspectos relacionados à expectativa de vida e
aos direitos do idoso.

Envelhecimento
O envelhecimento é inevitável e ocorre em todas as pessoas por meio de um
processo natural e dinâmico que se dá de forma contínua e progressiva.
Podemos afirmar que o
envelhecimento humano é uma
característica marcada pela presença
de algumas alterações. As mais
comuns são as comportamentais,
psicológicas, morfológicas,
fisiológicas e bioquímicas, que podem
levar a uma diminuição na adaptação
do idoso ao ambiente em que está
inserido.
Quer ver um exemplo de como a adaptação pode interferir na vida do idoso?
A redução do consumo de alimentos pode gerar sérias complicações como o
surgimento de deficiências nutricionais que, por sua vez, desencadeiam o
comprometimento do estado nutricional, tornando o idoso mais fragilizado.
Nesse cenário, o papel do nutricionista é de grande importância não apenas no
manejo da doença ou na terapia nutricional clínica, mas também no foco no
estilo de vida saudável e na atuação na prevenção de doenças.
Sabe-se que as necessidades de nutrientes mudam com o envelhecimento. Veja
alguns exemplos.
Importante ressaltar que existem outros exemplos relacionados às
necessidades de nutrientes no envelhecimento.
Quando se estuda o processo de envelhecer, observa-se a existência de várias
explicações para o que chamamos de teorias do envelhecimento, sendo que a
mais utilizada é a teoria do telômero.
Exemplo
Essa adaptação está relacionada a um simples
processo de conseguir, por exemplo, alimentar-se
sozinho, pois quando o idoso não consegue fazer
isso fica mais vulnerável à perda de peso, podendo
evoluir para um quadro de desnutrição, além de
contribuir para o aparecimento de doenças.

Energia 
Proteínas 
Vitaminas 
Saiba mais
Essa teoria é baseada, especificamente, no
funcionamento dos telômeros: quanto maior o

O envelhecimento também traz desafios relacionados ao planejamento das
políticas públicas e ao próprio envelhecimento populacional, visto que, segundo
a Organização Mundial da Saúde, haverá no século XXI um aumento
considerável das demandas sociais e econômicas em todo o mundo.
De�nição de gerontologia e geriatria
Quando se estuda o envelhecimento, duas palavras são muito abordadas: a
gerontologia e a geriatria. Você sabe o significado de cada uma delas? Vamos
ver a seguir.
Gerontologia
É o estudo do
envelhecimento natural e
abrange os aspectos
biológicos, sociológicos e
psicológicos.
Geriatria
É a área que estuda
doenças crônicas que estão
intimamente relacionadas
com o processo de
envelhecimento,
abrangendo o diagnóstico e
o tratamento.
Veremos agora com mais detalhes cada um desses conceitos.
Gerontologia
Gerontologia, no campo científico e profissional, relaciona-se às questões do
envelhecimento com o objetivo de explicar todo o processo de envelhecer, nos
comprimento dos telômeros, menos acelerado será o
processo de envelhecimento, e quanto menor o
comprimento dos telômeros, mais rápido será esse
processo.

mais diversos aspectos, oferecendo um olhar multi e interdisciplinar.
A atuação de cada um deles tem como meta a prevenção dos problemas
comuns que afetam direta ou indiretamente o idoso por meio de várias medidas
de intervenção que detectam tais problemas precocemente.
Além disso, esses especialistas atuam
em favor de condições adequadas
para um melhor envelhecimento,
auxiliando na criação de condições
ambientais que ofereçam mais
qualidade de vida ao idoso e
propondo, quando necessário,
intervenções e cuidados para
promover a dignidade do indivíduo até
o último dia de sua vida.
Entre as áreas dos profissionais que se especializam em Gerontologia, constam
também a área de ensino, pesquisa, educação comunitária, promoção de saúde,
controle e tratamento de doenças, reabilitação, apoio psicológico, educação,
segurança e defesa de direitos.
Geriatria
Geriatra é o profissional médico que
fez a especialização para cuidar de
pessoas idosas. É considerada uma
especialidade médica que se integra à
área de Gerontologia, cujo principal
objetivo é atender às necessidades de
Curiosidade
A Gerontologia visa prevenir e garantir a melhor
qualidade de vida para o paciente idoso e, por isso,
diversos profissionais, além do médico, podem se
especializar em Gerontologia: profissionais da área
de terapia ocupacional, nutrição, direito, psicologia e
serviço social.

promoção da saúde e prevenção e
tratamento de doenças, incluindo a
reabilitação funcional e os cuidados
paliativos.
A geriatria envolve desde a promoção de um envelhecer de forma saudável até o
tratamento e a reabilitação do idoso.
O Geriatra procura trabalhar sempre com uma equipe multidisciplinar,
proporcionando à população idosa longevidade com qualidade de vida melhor.
Demogra�a - estrutura da pirâmide etária
Atualmente, sabe-se que a população mundial vem passando por um processo
de envelhecimento, sendo que nos países em desenvolvimento, como o Brasil,
essa taxa vem crescendo de forma bem acelerada. Isso revela uma importante
mudança no perfil demográfico e na estrutura etária populacional brasileira,
atrelada à elevação da expectativa de vida da população.
Até o ano de 1970, o Brasil tinha um perfil bem diferente do atual: a sociedade
estava mudando e passando de uma composição familiar rural e bastante
numerosa, com alto risco de morte na infância, para uma sociedade mais urbana
e com menor número de filhos.
A partir de 1970, a população passou a ser predominantemente jovem, bem
diferente dos dias atuais.
Saiba mais
O médico que se especializa nessa área aprende a
lidar com diversos tipos de doenças do idoso, por
exemplo, demência, diabetes, osteoporose, bem
como tontura, tendência a quedas, incontinência
urinária etc., oferecendo inclusive cuidadospaliativos
para pacientes com doença incurável.

Entre 2008 e 2009, a população com mais de 60 anos apresentou crescimento
em torno de 3,3%, representando cerca de 697 mil pessoas.
Segundo o censo brasileiro (IBGE, 2011) do ano de 2010, a população brasileira
idosa deve passar de 14,9 milhões (em torno de 7,4% do total) para 58,4 milhões
(em torno de 26,7% do total) em 2060.
O cenário atual é de aumento da taxa
de crescimento da população adulta,
com destaque para a população idosa,
e redução das taxas de coeficientes
de fecundidade e mortalidade, cuja
explicação está no controle das taxas
de natalidade, com o uso de pílulas
anticoncepcionais, bem como na
melhoria das condições de vida em
virtude da alimentação, da moradia e
de avanços da medicina, com novas
técnicas de diagnóstico, tratamentos
precoces, vacinas e medicamentos.
Os fatores citados contribuem para o aumento da expectativa de vida e para a
alteração na estrutura etária da população, representada com uma base da
pirâmide mais estreita que vai se alargando para cima, em comparação com os
anos anteriores.
Comentário
A transição demográfica se iniciou com a redução de
taxas de mortalidade e progressão das taxas de
natalidade, resultando, assim, em um impacto
significativo na estrutura etária da população.

Gráfico: População brasileira idosa e muito idosa por sexo, Brasil, 1940, 1960, 1980 e 2000.
Quando comparados os sexos masculino e feminino, observa-se que as
mulheres apresentam expectativa de vida maior do que os homens, resultando
em um número maior de mulheres idosas. Uma das explicações está na taxa
mais elevada de mortes na população jovem do sexo masculino.
O artigo de Brito (2008) menciona uma projeção da
população brasileira para o ano de 2050 de 253 milhões de
habitantes, ou seja, a quinta maior população do planeta,
ficando abaixo somente de Índia, China, Estados Unidos e
Indonésia.
Conforme a população vai envelhecendo, traz consigo um aumento de
problemas de saúde. Esse é um dos grandes desafios que os sistemas de saúde
e previdência social devem lidar.
Dados do IBGE demonstram que havia no país, no ano de 2010, cerca de 20,5
milhões de idosos, sendo 39 para cada grupo de 100 jovens. Com o crescimento
Comentário
Vale lembrar que envelhecer não significa adoecer
necessariamente. O país deve buscar cada vez mais
a compreensão do envelhecimento populacional para
manter a população idosa independente e integrada
nos âmbitos social e econômico.

do número de idosos em relação à população jovem, a relação estimada é de
153 idosos para cada 100 pessoas com menos de 15 anos.
Mais um estudo, de Miranda et al. (2016), demonstra o aumento do número de
idosos brasileiros: evidenciou-se um crescimento em torno de 40,3% entre os
anos de 2002 e 2012, conforme mostra a tabela a seguir.
ANO Idosos
População Benefícios ativos
Valor atualizado
(R$)*
2002 14.887.348 10.112.887 5,52
2003 15.050.492 10.526.480 6,27
2004 15.212.532 11.184.357 6,68
2005 15.581.260 11.652.478 7,29
2006 15.769.169 12.165.960 8,18
2007 18.204.829 12.674.963 8,74
2008 18.761.039 13.288.644 9,31
2009 19.428.086 13.890.631 10,25
2010 20.590.599 14.495.960 11,73
2011 20.742.226 15.045.858 12,33
2012 20.889.849 15.707.685 13,57
* Valor atualizado em bilhões
Tabela: Evolução da população, número e valor atualizado dos benefícios ativos de idosos brasileiros entre
2002 e 2012.
Adaptado de: Miranda et al., 2016.
Nesse mesmo período, o estudo revelou também um acréscimo significativo no
número de benefícios ativos, cujo percentual aumentou em 55,3%, apresentando
crescimento significativo em valores, que representa quase 146% nos gastos
públicos.
Conforme o número de idosos cresce, surge uma nova realidade demográfica,
que exige do sistema de saúde uma capacidade de resposta às demandas
atuais e futuras. Além disso, os idosos podem adquirir doenças, incapacidades e
até sequelas fazendo com que o sistema de saúde tome ações.
A tabela seguir aponta os resultados relacionados às taxas de morbidade e
mortalidade do perfil epidemiológico da sociedade brasileira. Nela, constam as
causas responsáveis pela morbidade no âmbito hospitalar da rede pública entre
os idosos no Brasil.
Capítulo CID-10 1998 2001
Doença do
aparelho
circulatório
4.704,5 4.429,7
Neoplasias
(tumores)
767,7 754,4
D. do aparelho
respiratório
3.639,1 2.908,8
D. endócrinas
Nutricionais e
metabólicas
773,8 805,2
Causas externas 632,1 653,7
*Taxas padronizadas por 100.000 idosos. Calculada com base nas internações realizadas no Sistema Único
de Saúde. CID-10 = 10ª Revisão da Classificação Internacional de doenças.
Tabela: Taxas* de mortalidade dos idosos brasileiros segundo capítulos da CID-10 entre 1998 e 2013.
Adaptado de: Miranda et al., 2016.
Observamos que houve redução do número de internações hospitalares quando
relacionadas aos aparelhos circulatório, respiratório e doenças endócrinas,
nutricionais e metabólicas.
Por que será que isso acontece?
Mas quando se avalia o número de pacientes com câncer/neoplasia e outras
causas externas, observa-se um aumento importante, o que reforça um quadro
heterogêneo no nosso país. Atualmente, a prioridade do Brasil está nas doenças
Resposta
A explicação para esses resultados pode estar na
ampliação dos serviços de atenção básica no Brasil e
na melhora de sua qualidade.

crônicas não transmissíveis, e o país vem realizando importantes políticas com
ações preventivas.
Os números mencionados na tabela demonstram quantos desafios o Brasil
ainda tem pela frente com o envelhecimento populacional, visto que o país já
apresenta número considerável de idosos e, nos próximos anos, esse número
ainda crescerá, demandando ainda mais do serviço público especializado.
O envelhecimento e a importância da
atuação do pro�ssional de nutrição
Com a palavra, a especialista Aline Monteiro, que abordará o envelhecimento e
destacará a importância da atuação do profissional de nutrição.
Saúde, direitos e cidadania do idoso
A proteção do idoso é um direito social, portanto, é obrigação da sociedade e do
Estado garantir a efetivação desse direito de forma digna, lembrando que ao
Resumindo
É de grande importância que haja intervenções
integradas para assegurar todo o cuidado
relacionado às doenças crônicas, levando em
consideração o fortalecimento e a promoção do
envelhecimento saudável da população.


Estado cabe a elaboração e implementação de políticas públicas. O artigo 8º da
Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, estabelece os direitos do idoso.
O artigo 2º do Estatuto do Idoso diz:
O idoso goza de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana,
sem prejuízo da proteção integral de que
trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei
ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para
preservação de sua saúde física e mental e
seu aperfeiçoamento moral, intelectual,
espiritual e social, em condições de
liberdade e dignidade.
(LEI Nº 10.741/2003)
Veja também o que dispõe o artigo 3º dessa lei:
É obrigação da família, da comunidade, da sociedade
e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta
prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
Atenção!
O Estatuto do Idoso visa regular e garantir os direitos
assegurados a todas as pessoas com idade igual ou
superior a 60 anos. Nele constam questões
familiares, violência contra o idoso e aspectos
relacionados à saúde.

alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao
lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
comunitária.
§ 1º A garantia de prioridade compreende: (Redação
dada pela Lei nº 13.466, de 2017):
I - atendimento preferencial imediato e individualizado
junto aos órgãos públicos e privados prestadores de
serviços à população;
II - preferência na formulação e na execução de
políticas sociais públicas específicas;
III - destinação privilegiada de recursos públicos nas
áreas relacionadascom a proteção ao idoso;
IV - viabilização de formas alternativas de
participação, ocupação e convívio do idoso com as
demais gerações;
V - priorização do atendimento do idoso por sua
própria família, em detrimento do atendimento asilar,
exceto dos que não a possuam ou careçam de
condições de manutenção da própria sobrevivência;
VI - capacitação e reciclagem dos recursos humanos
nas áreas de geriatria e gerontologia e na prestação
de serviços aos idosos;
VII - estabelecimento de mecanismos que favoreçam
a divulgação de informações de caráter educativo
sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento;
VIII - garantia de acesso à rede de serviços de saúde e
de assistência social locais e
IX - prioridade no recebimento da restituição do
Imposto de Renda. (Incluído pela Lei nº 11.765, de
2008).
§ 2º Dentre os idosos, é assegurada prioridade
especial aos maiores de 80 anos, atendendo-se suas
necessidades sempre preferencialmente em relação
aos demais idosos. (Incluído pela Lei nº 13.466, de
2017).
(LEI Nº 10.741/2003)
Os direitos fundamentais do idoso nos âmbitos mental, físico, financeiro, social e
de saúde são assegurados pela legislação, mas é de grande valia que os idosos
saibam quais são os seus direitos.
Um estudo publicado em 2010, realizado com 63 idosos em São Paulo, teve
como objetivo identificar o conhecimento dos idosos sobre seus próprios
direitos e verificar se esses direitos eram ainda respeitados. Como resultado,
temos:
31 idosos (49,2%) responderam que conheciam seus direitos.
11 idosos (17,5%) relataram que conheciam alguns direitos.
19 idosos (30,2%) afirmaram não conhecer seus direitos.
1 idoso (1,6%) não respondeu.
1 idoso (1,6%) não se lembrava.
Os direitos mais conhecidos pelos idosos nessa entrevista estão representados
na tabela a seguir.
Área Direitos citados n
Direitos relativos ao
transporte
Gratuidade 21
Assentos
preferenciais
12
Passagem
interestadual
4
Prioridade no
atendimento
Prioridade no
atendimento
16
Direito à saúde
Direito à saúde 9
Vacina da gripe 2
Direitos fundamentais
Respeito 6
Aposentadoria 5
Proteção contra
maus tratos
4
Meia entrada 3
Lazer 2
Educação 1
Alimentação 1
Liberdade 1
Participação nos
movimentos dos
idosos
1
Não responderam 1
Alguns idosos citaram mais de um direito.
Tabela: Direitos citados pelos 42 idosos (do estudo que abrangeu 63 idosos) que disseram conhecer os
seus direitos.
Adaptado de: Miranda et al., 2010.
A Cartilha do Idoso, documento que pode ser acessado pela internet, é como
uma ferramenta de apoio judicial para o idoso, pois é possível tirar muitas
dúvidas sobre os direitos desse público. Os principais objetivos da Cartilha são:
Garantir a efetiva aplicação e cumprimento do Estatuto do Idoso.
Prover a comunidade do Distrito Federal de informações sobre os
direitos dos idosos, com vistas a assegurar o seu cumprimento por
toda a sociedade.
Realizar pesquisas sociais, estatísticas, seminários e campanhas
educativas para prevenir a violência e os maus-tratos contra os idosos.
Promover a articulação com as diversas instituições governamentais e
não governamentais, visando a ações de parceria para o atendimento
das demandas apresentadas pela população idosa.
Assessorar as autoridades competentes nos encaminhamentos
oriundos dos juízes do TJDFT, do MPDFT e do CEAJUR, em que figurem
como parte idosos que sejam vítimas de violência e/ou em situação de
risco.
Para conhecer um pouco mais sobre os direitos dos idosos, consulte a Cartilha
Direitos Humanos das Pessoas Idosas, que tem como base as leis nº
13.466/2017 e nº 13.535/2017.
Alguns direitos do idoso são: direito à profissionalização, ao trabalho, à
previdência e assistência social, à habitação e ao transporte, entre outros. Todos
podem ser encontrados na íntegra na Cartilha Direitos Humanos das Pessoas
Idosas.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Envelhecimento
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Definição de gerontologia e geriatria
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Saúde, direitos e cidadania do idoso

Questão 1
O que significa a palavra gerontologia?

Vamos praticar
alguns conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
A É a palavra que define o estudo do envelhecimento precoce.
Questão 2
Quando estudamos a população brasileira, observamos que ela vem
passando por diversas transformações. Assinale a resposta correta:
B
É a atuação do profissional nutricionista no tratamento de
doenças neurológicas.
C
É o estudo do envelhecimento natural nos aspectos
psicológicos, sociológicos e biológicos.
D É a relação com o estudo de doenças metabólicas.
E É a relação com o estudo de doenças crônicas.
Responder
A
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, as taxas de
envelhecimento estão estagnadas favorecendo assim um
aumento significativo das demandas sociais e econômicas em
todo o mundo no século XXI.
B
Quando se avalia os países em desenvolvimento, observa-se
uma demanda significativa no setor público de saúde, visto que
está ocorrendo redução do número de idosos nesses países,
diferentemente dos países já desenvolvidos.
C
Atualmente, a taxa de natalidade vem tendo aumento
significativo nos países em desenvolvimento e podemos definir
esta fase como baby boomers.
D
Os países em desenvolvimento como o Brasil vêm passando
por transformações que demandam mais do setor de saúde
pública devido ao aumento significativo da população idosa.
E
O Brasil está passando por diversas transformações como o
aumento do número de idosos e de recém-nascidos.
2
Autonomia do idoso
Ao final deste módulo, você será capaz de Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar a autonomia e a capacidade funcional do idoso.
Responder
Avaliação funcional
Sabe-se que após a terceira década de vida ocorre uma redução da capacidade
funcional dos indivíduos em virtude do aparecimento do próprio processo de
envelhecimento. Muitas vezes, limitações funcionais apresentam maior
repercussão na vida diária de um idoso do que as próprias doenças crônicas.
Diagnosticar e tratar as morbidades peculiares produz benefícios em qualquer
faixa etária, principalmente em idosos. Isso inclui detectar o mais precocemente
possível deficiências visuais e auditivas, disfunção de membros superiores e
inferiores com aumento do risco de quedas, sintomas depressivos, incontinência
urinária, déficits cognitivos e prejuízos nas atividades instrumentais e básicas da
vida diária.
O Ministério da Saúde (MS) elaborou um importante instrumento para a
avaliação do indivíduo idoso na Caderneta de Saúde da Pessoa Idosa: o
Vulnerable Elders Survey (VES-13), ou seja, pesquisa de idosos vulneráveis. Trata-
se de um instrumento simples e eficaz na identificação do indivíduo idoso que
apresenta risco aumentado de declínio funcional ou morte em um período de
dois anos.
A aplicação do VES-13 é de grande vantagem por ser
considerado curto e de fácil utilização, contemplando 13 itens
como: idade, saúde autorreferida, capacidade física e
também a capacidade funcional e seu score, que pode variar
entre 0 e 13 pontos. Uma pontuação igual ou maior que 3 é
Saiba mais
A capacidade funcional representa um indicador
muito importante, intimamente relacionada com o
grau de independência do indivíduo idoso. A
avaliação dessa capacidade se dá por meio da
competência em realizar atividades básicas da vida
diária, conhecidas pela sigla AVD, e atividades
instrumentais de vida diária, representadas por AIVD.
Os instrumentos utilizados para essas avaliações são
o índice de Katz e a escala de Lawton e Body.

definida como ponto de corte para classificar o indivíduo
como vulnerável (TAVARES et al., 2012).
A condição de vulnerabilidade da pessoa idosa e o sedentarismo contribuem
para um risco maior de desenvolvimento de incapacidades em atividades
instrumentais de vidadiária, uma vez que a inatividade física agrava a condição
de vulnerabilidade tornando o idoso menos apto em relação à condição
cardiorrespiratória, muscular, de saúde óssea e funcional.
A Organização Mundial de Saúde
aponta a importância da prática diária
de atividade física, que inclui também
atividades recreativas ou de lazer e de
transporte, como bicicleta e
caminhada. É relevante também o
envolvimento ocupacional (se o
indivíduo ainda trabalha ou não),
inclusive em tarefas domésticas, e a
realização de esportes e exercícios
planejados, no contexto das atividades
cotidianas, comunitárias e familiares
(TAVARES et al., 2012).
Vale destacar que, quanto mais ativo for o idoso, com maior frequência de
atividades físicas, menor o risco para o desenvolvimento de incapacidade em
atividades instrumentais de vida diária e atividades básicas da vida diária.
Aqueles que relatavam satisfação com a vida apresentaram reflexo nas
atividades instrumentais de vida diária, pois quanto mais satisfeitos estavam,
menor era a prevalência de incapacidade funcional. Outro fator que implica o
declínio funcional nas atividades instrumentais de vida diária da pessoa idosa é
a ocorrência de hospitalização.
Saiba mais
Estudos populacionais mencionam que idosos com
baixo nível socioeconômico e presença de fatores de
risco, como doenças crônicas, inatividade física, alto
consumo de álcool e tabaco, além da obesidade,
tiveram maior perda de capacidade funcional.

Podemos observar a importância de se conhecer a condição de vulnerabilidade
dos indivíduos idosos, visto que há um impacto na saúde e consequentemente
no declínio funcional, que poderá contribuir para o isolamento social do idoso e
para maior dependência em relação a cuidados, a limitações físicas, ao
financeiro, entre outras situações.
De�nição de capacidade funcional
Veja neste vídeo a apresentação e explicação da especialista Aline Monteiro
sobre capacidade funcional.
Qualidade de vida
Qualidade de vida pode ser definida como uma sensação de felicidade e
satisfação pela vida e o meio onde se vive. A qualidade de vida está envolvida
Resumindo
Como já foi dito, o envelhecimento é uma alteração
que ocorre em todos os indivíduos, trata-se de um
processo biológico natural que envolve alguns
declínios nas funções fisiológicas, orgânicas e
metabólicas e que, muitas vezes, as limitações
funcionais apresentam maior repercussão na vida
cotidiana de um idoso do que as próprias doenças
crônicas.


diretamente com a saúde e a sensação de saúde mental e física, juntamente
com a habilidade de interagir com o ambiente e outros fatores físicos e sociais.
Como podemos avaliar essa qualidade de vida?
Outros fatores importantes associados à qualidade de vida são a funcionalidade
e o estado funcional. Tais quesitos se referem às habilidades e limitações físicas
que a pessoa idosa apresenta, considerando sua capacidade em realizar seus
cuidados pessoais e atividade física, o que está diretamente relacionado com a
independência. Avalia-se, por exemplo, se o indivíduo é capaz de andar sozinho
ou não.
A função física de um indivíduo precisa ser monitorada. Como
fazer isso?
Para monitorá-la, usa-se a avaliação das limitações em dois momentos:
Nas atividades da vida diária (AVD) como tomar banho, usar o banheiro,
alimentar-se e vestir-se.
Nas atividades instrumentais de vida diária (AIVD), que contemplam
administrar as finanças, realizar compras, utilizar aparelho telefônico,
participar de eventos com a comunidade, realizar limpeza na casa,
cozinhar, administrar medicamentos, entre outras.
Importante destacar que muitas doenças podem estar relacionadas com a má
alimentação e maus hábitos de vida que, por sua vez, afetarão o estado
funcional dos indivíduos idosos como o consumo inadequado de nutrientes, por
exemplo. O baixo consumo de alguns nutrientes em pacientes idosos colaborará
para uma perda de massa muscular e, consequentemente, da força, que poderá
causar impacto negativo nas atividades da vida diária.
Resposta
A qualidade de vida pode ser avaliada pela saúde, por
meio de escalas e medidas. Existem fatores que
podem ter impactos importantes na qualidade de
vida, como a alimentação e nutrição, pois contribuem
para a qualidade de vida psicológica, fisiológica e
social.

Capacidade funcional e morbidades
Conforme já mencionado, no Brasil, o número de idosos vem aumentando
consideravelmente e, como consequência, há aumento na incidência de doenças
crônico-degenerativas, que podem trazer sequelas e limitar o desempenho
funcional dos idosos, tornando-os dependentes. A estimativa de aparecimento
de pelo menos uma doença crônica na fase idosa, acima de 65 anos, é de 80%, e
as AVD podem ser afetadas com a presença de dessas doenças.
Cerca de 26,8% dos indivíduos idosos apresentam
dependência para a execução das atividades de vida diária,
sendo que a mais comum é simplesmente a de tomar banho e
colocar a roupa sozinho.
Nesse sentido, a capacidade funcional é um indicador de grande importância
para o grau de independência, que considera as condições do indivíduo em
realizar as atividades sozinho.
Para a garantia da capacidade funcional e, portanto, da independência da pessoa
idosa, é fundamental a instituição de medidas de prevenção e ações
terapêuticas.
O impacto gerado pelo aparecimento de doenças no idoso interfere não somente
nele mesmo, como em toda a família e no sistema de saúde. Por esse motivo, é
essencial garantir a longevidade com autonomia, independência e maior
qualidade de vida, de modo que os impactos possam ser minimizados.
Atenção!
As medidas preventivas são de grande valia, já que
contribuem para a redução de mecanismos que
interferem no declínio da habilidade do indivíduo em
exercer múltiplas atividades mentais e físicas no seu
dia a dia.

Quando se fala em qualidade de vida,
segundo a Organização Mundial de
Saúde (TAVARES et al., 2012), isso
envolve o indivíduo no contexto
cultural e no sistema de valores nos
quais ele vive, considerando seus
próprios objetivos, expectativas,
padrões e preocupações. Há relação
entre a incapacidade funcional e
menores scores de qualidade de vida,
apontando que o idoso que sofre com
um maior número de doenças
apresenta pior qualidade de vida.
Um estudo realizado em Uberaba-MG com 2.142 idosos por Tavares e Dias,
publicado em 2012, teve como objetivo descrever o perfil sociodemográfico, a
capacidade funcional e as morbidades de idosos, bem como verificar a
associação da qualidade de vida com o número de incapacidade funcional e de
morbidades.
Foi veri�cado que os idosos do sexo feminino viviam cerca de 7
anos a mais do que os do sexo masculino.
Há ainda outro dado que vale destacar: 26,7% dos idosos apresentavam
incapacidade funcional para a realização das atividades básicas da vida diária.
Dentre as atividades que não conseguiam realizar, destacamos algumas
atividades básicas:
25,1% não conseguiam cortar as unhas.
6,7% não conseguiam subir e descer as escadas.
4,8% dos idosos andavam perto de casa.
Importante mencionar que 98,3% dos idosos apresentavam alguma morbidade.
Dentre as morbidades relatadas pelos idosos da pesquisa, a maioria falou
apresentou problemas relacionados à visão, cujo percentual foi de 78,1%, e de
coluna, com percentual de 63,3%. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) atingiu
percentual de 60,9%, enquanto que o de varizes foi 53,1%.
Comparando com outro estudo (FARINASSO et al., 2006), observa-se que, dentre
os problemas de saúde que mais interferem no cotidiano dos idosos, temos:
Problemas relacionados à coluna apresentam percentual de 54,9%, ou
seja, mais da metade dos indivíduos participantes do estudo.
Os casos de constipação intestinal têm percentual de 38,7%, um dos
problemas mais comuns nos idosos.
Varizes apresentaram percentual de 38%.
Os casos de hipertensão arterial sistêmica acometem 16,3% dos
entrevistados.
Todas essas morbidades apresentaram maiorprevalência de interferência na
vida diária dos idosos.
Visto esses percentuais, percebemos a importância que os profissionais de
saúde têm na promoção de medidas voltadas para o cuidado do idoso, no
enfrentamento de inúmeros desafios gerados pelas morbidades.
Quando a qualidade de vida foi
avaliada, observou-se maior score
para o domínio das relações sociais
enquanto que o domínio físico
apresentou o menor score. Verificou-
se que o idoso com incapacidade
funcional apresenta maior
necessidade de suporte social para a
realização de suas atividades diárias.
Na tabela a seguir, encontra-se a distribuição dos scores de qualidade de vida de
acordo com o número de incapacidade funcional da população estudada
(TAVARES et al., 2012). Nesse estudo, a distribuição dos scores foi baseada num
instrumento chamado WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD. Os scores variam de 0 a
100; quanto mais alto o valor, melhor é a qualidade de vida do idoso.
Número de incapac
Scores de
qualidade de vida
SEM Ͱ3
WHOQOL
Físico 63,69 50,9
Psicológico 68,38 62,71
Relações Sociais 69,68 66,93
Meio Ambiente 63,57 59,43
WHOQO
Funcionamento 82,85 72,52
Número de incapac
Scores de
qualidade de vida
SEM Ͱ3
dos Sentidos
Autonomia 62,36 56,07
Atividades
passadas,
presentes e futuras
66,67 62,97
Participação Social 67,07 59,2
Morte e Morrer 76,3 73,87
Intimidade 69,04 66,78
*ANOVA-F
Tabela: Distribuição dos scores de qualidade de vida WHOQOL-BREF e WHOQOL-OLD, segundo número de
incapacidade funcional. Uberaba-MG, 2010.
Adaptado de: Tavares e Dias, 2012.
Os dados apresentados mostram resultados interessantes, veja a seguir.
Nesse mesmo trabalho, foi verificada também a distribuição dos scores de
qualidade de vida, WHOQOL-BREF WHOQOL-OLD, agora segundo o número de
morbidades da população analisada.
Foi detectado menor score no componente físico entre idosos com mais de uma
doença crônica quando comparados àqueles que não apresentavam nenhuma
doença. Também verificou-se que o maior número de morbidade poderia estar
relacionado à dor, ao desconforto, à dependência no uso dos medicamentos e à
necessidade de fazer um tratamento da doença nos serviços de saúde.
Domínio físico 
Domínio psicológico 
Relações sociais 
Autonomia 
Todo suporte ao idoso é de grande importância para que ele se sinta amparado
diante das adversidades relacionadas às doenças.
Quanto à análise do ponto relacionado à autonomia, ainda nos scores de
qualidade de vida, os idosos que apresentaram maior número de morbidades
tinham também um menor score de qualidade de vida. Isso significa que a
manutenção da autonomia está sendo dificultada pelo maior número de
doenças.
Outro ponto analisado: o maior número de morbidades entre os idosos estava
associado ao menor score de qualidade de vida no âmbito da participação
social, o que mostra justamente que as morbidades podem afetar a qualidade de
vida à medida que o idoso encontra restrições nas suas atividades diárias
juntamente com a comunidade.
Diante de todos esses resultados, demonstra-se a
necessidade de atenção e de direcionamento para
manutenção da funcionalidade e morbidades da população
idosa.
Resumindo o estudo, o maior número de morbidades dos idosos esteve
associado ao menor score de qualidade de vida no aspecto psicológico da
pesquisa: quanto maior o número de morbidades nos idosos, mais sentimentos
negativos surgirão. Portanto, é de grande valia a promoção de ações educativas
que possam gerar, de forma efetiva, oportunidades de aprendizado, auxiliando-os
a desenvolverem habilidades e confiança em si próprios para que possam se
adaptar ao quadro da doença.
As intervenções devem ser realizadas
pelos profissionais envolvidos no
tratamento dos idosos, pois podem
contribuir para minimizar o impacto
das incapacidades e morbidades na
qualidade de vida do idoso. Os
serviços de saúde também têm o seu
Comentário
Como a população idosa vem aumentando de forma
significativa, faz-se necessário uma reestruturação e
uma reorganização de serviços ligados à saúde, para
que possam lidar com a demanda desse público.

papel de responsabilidade nesse
aspecto.
Base legal para a política de atenção
prioritária ao idoso
O rápido cenário de envelhecimento da população brasileira tem despertado uma
pressão sobre a previdência e a aposentadoria. A alteração que vem ocorrendo
na pirâmide demográfica do nosso país gera considerável pressão sobre os
sistemas de proteção social, principalmente em razão da desproporcionalidade
entre o número de pessoas que contribui e o número daqueles que se
aposentam.
A Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu, em 1982, em Viena, na
Áustria, a primeira Assembleia Mundial sobre Envelhecimento. Esse fórum foi
um marco mundial, voltado especialmente para o público idoso, com a
participação de 124 países, inclusive o Brasil. Nesse encontro foi criado um
Plano de Ação para o Envelhecimento, publicado em 1983, em Nova York.
A criação desse Plano de Ação para o Envelhecimento foi considerada
fundamental para amparar estratégias e recomendações em diversos aspectos,
tais como: culturais, sociais e econômicos.
Cada país teve seus princípios
estipulados, destacando alguns
pontos, como a determinação da
família como parte fundamental no
cuidado e proteção do idoso, além da
criação de políticas sociais para
preparar a população para as fases
mais tardias da vida, assegurando
Saiba mais
O Plano de Ação para o Envelhecimento tinha o
objetivo de sensibilizar os governos e sociedade para
a necessidade de direcionar as políticas do setor
público especialmente para os idosos, bem como
incentivar mais estudos relacionados a esse assunto,
dado o aumento crescente dessa população.

assistência integral no que diz
respeito às ordens física,
religiosa/espiritual, econômica,
cultural, psicológica e de saúde.
Uma vez que a população Brasileira está envelhecendo de forma progressiva,
temos urgência no cumprimento das leis que protegem e auxiliam a população
idosa, como a Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994, que estabelece a Política
Nacional do Idoso, posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 1.948, de 3 de
julho de 1996.
A Lei nº 8.842/1994 determinou a articulação e integração de vários setores
para a elaboração de um Plano de Ação Nacional do Idoso, conhecido como PNI.
Esse plano foi formado por nove órgãos: Ministério da Previdência e Assistência
Social; Ministério da Educação e Desporto; Ministério da Justiça; Ministério da
Cultura; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Saúde; Ministério do
Esporte e Turismo; Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; e
Secretaria de Desenvolvimento Urbano.
Foram traçadas as seguintes diretrizes:
Saiba mais
O objetivo dessa lei é assegurar direitos sociais que
garantam a promoção da autonomia, da integração e
da participação efetiva do idoso na sociedade, de
modo a exercer sua cidadania. Como previsto na lei,
considera-se como idosos aqueles com 60 anos ou
mais.

 Viabilizar formas alternativas de participação, ocupação e
convívio do idoso, proporcionando-lhe integração às demais
gerações.
 Promover a participação e a integração do idoso, por
intermédio de suas organizações representativas na
f l ã i l t ã li ã d líti
formulação, implementação e avaliação das políticas,
planos, programas e projetos a serem desenvolvidos.
 Priorizar o atendimento ao idoso por intermédio de suas
próprias famílias, em detrimento do atendimento asilar, à
exceção dos idosos que não tenham condições de garantir
sua sobrevivência.
 Descentralizar as ações político-administrativas.
 Capacitar e reciclar os recursos humanos nas áreas de
geriatria e gerontologia.
 Implementar o sistema de informações com vistas à
divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos e
dos programas em cada nível de governo.
 Estabelecer mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos
biopsicossociaisdo envelhecimento.
 Priorizar o atendimento ao idoso em órgãos públicos e
privados e prestadores de serviço.
 Apoiar estudos e pesquisas sobre as questões do
envelhecimento.
O modelo de saúde considera todos os níveis de cuidado, que vai desde a
prevenção até o tratamento das doenças crônicas que podem atingir os
indivíduos idosos. Sendo assim, do ponto de vista da política de saúde, é
fundamental uma reformulação no sistema, para que o idoso possa ter seus
direitos assegurados.
Cabe lembrar que a estrutura familiar é de grande importância para dar o suporte
aos idosos, assim como é essencial a participação do Estado para providenciar
políticas específicas para todo o funcionamento de apoio e monitoramento das
atividades relacionadas ao idoso. Com isso, estabeleceu-se para as próximas
décadas um grande desafio para a sociedade e para o Estado.
Esse documento discute os direitos fundamentais do idoso relacionados aos
seguintes aspectos: à vida, à liberdade, ao respeito e à dignidade, assim como à
alimentação, à saúde, à educação, à cultura, ao esporte e lazer, à
profissionalização do trabalho, à previdência social, à assistência social, à
habitação e ao transporte. Contempla, ainda, as medidas de proteção, a política
de atendimento ao idoso, o acesso à justiça e os crimes contra o idoso.
Essa mudança demográfica que vem ocorrendo no Brasil traz para todos nós, e,
principalmente, para os gestores e políticos brasileiros, a necessidade de se
discutir as políticas públicas de atenção ao idoso em diferentes aspectos e exige
que os profissionais da saúde estejam preparados para receber esse número
crescente de idosos.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do
conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Avaliação funcional
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Qualidade de vida
Comentário
O Estatuto do Idoso é considerado um dos principais
instrumentos de direito do idoso e sua aprovação é
tida como um marco importante na legislação
brasileira para o amparo e respeito aos idosos.


Questão 1
O envelhecimento é uma alteração que ocorre em todos os indivíduos, sendo
um processo biológico natural, que envolve alguns declínios nas funções
fisiológicas, orgânicas e metabólicas. Muitas vezes, as limitações funcionais
apresentam maior repercussão na vida cotidiana de um idoso do que as
próprias doenças crônicas. Marque a resposta correta:

Vamos praticar
alguns conceitos?
Falta pouco
para atingir
seus
objetivos.
A
Considerada um indicador, a capacidade funcional está
relacionada com o grau de dependência do indivíduo idoso.
B
A capacidade funcional anual é o termo utilizado como
protocolo para avaliar a dependência do idoso mensalmente.
C
Estima-se que o aparecimento de pelo menos uma doença
crônica na fase idosa acima de 65 anos é em torno de 10%.
D
As atividades de vida diária (AVD) dos idosos não sofrem
interferência com a presença das doenças crônicas.
E
A capacidade funcional deve ser avaliada em idosos pela
condição de realizar atividades básicas da vida diária e
atividades instrumentais de vida diária.
Responder
Questão 2
A Lei nº 8.842/1994, que estabelece a Política Nacional do Idoso, foi
posteriormente regulamentada pelo Decreto nº 1.948/1996, que tem por
finalidade assegurar direitos sociais que garantam a promoção da
autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade, de
modo a exercer sua cidadania. Marque a resposta que não está de acordo
com as diretrizes desse decreto:
Considerações �nais
Vimos que o envelhecimento é uma característica humana e que a população
idosa em nosso país vem crescendo, fazendo com que tenhamos um grande
desafio pela frente. O Brasil nunca esteve preparado para lidar com esse
processo acelerado de envelhecimento, o que pode causar muitos problemas em
diferentes áreas, tais como: social, psicológica, econômica e assistencial e,
principalmente, na área de saúde pública.
A
Viabilizar formas alternativas de redução do convívio do idoso
para protegê-lo de riscos à saúde.
B
Promover a participação e a integração do idoso, por
intermédio de suas organizações representativas, na
formulação, implementação e avaliação de políticas, planos,
programas e projetos a serem desenvolvidos.
C
Implementar o sistema de informações com vistas à
divulgação da política, dos serviços oferecidos, dos planos e
dos programas em cada nível de governo.
D
Estabelecer mecanismos que favoreçam a divulgação de
informações de caráter educativo sobre os aspectos
biopsicossociais do envelhecimento.
E
Priorizar o atendimento ao idoso em órgãos públicos e privados
prestadores de serviço.
Responder
Nossos órgãos governamentais têm um papel importante na reformulação dos
tratamentos de saúde para receber esse número crescente de idosos. Será
necessário também inovar e avaliar as experiências dos países desenvolvidos,
que já vivenciaram esse processo.
Há uma necessidade urgente de formação da equipe de saúde para atender à
alta demanda de atenção que essa população requer no sistema de saúde. Um
dos nossos principais desafios é a luta para fazer valer os direitos sociais e
humanos do idoso e a construção da sua cidadania.
É válido que as políticas de intervenções integradas possam assegurar o
cuidado às doenças crônicas, desde que fortaleçam também a promoção de um
envelhecimento saudável. Sendo assim, é de grande importância conhecer as
características dos indivíduos idosos e as condições de saúde relacionadas à
alimentação para que haja uma intervenção, quando necessária, de modo a
promover a saúde com melhor qualidade de vida. Essas intervenções poderão
contribuir para reduzir o impacto das incapacidades e morbidades na qualidade
de vida de um idoso.
Ainda, não podemos deixar de destacar o papel fundamental desempenhados
por familiares no suporte necessário ao idoso, uma vez que o idoso pode
apresentar dependência para as atividades simples do cotidiano.
Podcast
Agora, a especialista Aline Monteiro encerra o tema falando sobre os
impactos do envelhecimento na saúde pública brasileira.
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Para aumentar seus conhecimentos sobre o envelhecimento populacional
no Brasil, leia o artigo Envelhecimento populacional: uma realidade
brasileira, elaborado por Luiz Roberto Ramos, Renato P. Veras e Alexandre
Kalache, publicado na Revista de Saúde Pública, v. 21, n. 3, em 1987.
Disponível no portal SciELO.
Outra sugestão para incrementar o estudo é conferir o artigo
Envelhecimento populacional e os desafios para a saúde pública: análise da
produção científica, elaborado por Maria da Conceição Coelho Brito, Cibelly
Aliny Siqueira Lima Freitas, Karina Oliveira de Mesquita e Gleiciane Kélen


https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03049/index.html
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/03049/index.html
Lima, publicado na Revista Kairós Gerontologia, v. 16, n. 3, em 2013.
Disponível no portal da revista. Vale a busca!
Para saber mais sobre capacidade funcional do idoso, leia o artigo
Capacidade funcional para atividades da vida diária de idosos da Estratégia
de Saúde da Família da zona rural, elaborado por Andressa Hoffmann Pinto,
Celmira Lange, Carla Albereci Pastore, Patricia Mirapalheta Pereira de Llano,
Denise Przylynski Castro e Fernanda dos Santos, publicado na revista
Ciência & Saúde Coletiva, em 2016, v. 21, n. 11 Disponível no portal SciELO.
Para ampliar seus conhecimentos sobre A transição da estrutura etária da
população brasileira na primeira metade do século XXI, a sugestão fica por
conta do artigo elaborado por José Alberto Magno de Carvalho e Laura L.
Rodríguez-Wong, publicado no Cadernos de Saúde Pública, v. 24, n. 3, em
2008. Você pode encontrá-lo no portal SciELO.
Referências
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Nutrição. 2. ed. Salvador: Sanar, 1998.
BRITO, F. Transição demográfica e desigualdadessociais no Brasil. Revista
Brasileira de Estudos de População, v. 25, n. 1, p. 5-26, 2008.
CARTILHA Direitos Humanos das Pessoas Idosas. Mar, 2018. Consultado na
internet em: out. 2021.
FARINASSO, A. L. C. et al. Capacidade funcional e morbidades referidas de
idosos em uma área de abrangência do PSF. Revista Gaúcha de Enfermagem, v.
27, n. 1, p. 45-52, mar. 2006.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Censo
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KALACHE, A.; VERAS, R. P.; RAMOS, L. R. O envelhecimento da população
mundial: um desafio novo. Revista Saúde Pública, v. 21, n. 3, jun. 1987.
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. RAYMOND, L. J. Krause Alimentos, Nutrição e
Dietoterapia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
MARTINS, M. S.; MASSAROLLO, M. C. K. B. Conhecimento de idosos sobre seus
direitos. Acta Paulista de Enfermagem, v. 23, n. 4, p. 79-85, 2010.
MIRANDA, G. M. D.; MENDES, A. C. G. M.; SILVA, A. L. A. O envelhecimento
populacional brasileiro: desafios e consequências atuais e futuras. Revista
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, n. 3, p. 507-519, 2016.
PILGER, C.; MENON, M. H.; MATHIAS, T. A. F. Características sociodemográficas
e de saúde de idosos: contribuições para os serviços de saúde. Revista Latino-
Americana de Enfermagem, v. 19, n. 5, 9 telas, set./out., 2011.
PLANO de Ação Internacional sobre o Envelhecimento. Brasília, 2013.
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SCHNEIDER, R. H.; MARCOLIN, D.; DALACORTE, R. R. Avaliação funcional de
idosos. ScientiaMedica, v. 18, n. 1, p. 4-9, jan./mar., 2008.
SILVA, S. M. C; MURA, J. D. P. Tratado de alimentação, nutrição & dietoterapia. 3.
ed. São Paulo: Payá, 2016.
TAVARES, D. M. S.; DIAS, F. A. Capacidade funcional, morbidades e qualidade de
vida de idosos. Texto e Contexto Enfermagem, v. 21, n. 1, p. 112-20, jan./mar.
2012.
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