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CIMENTOS ODONTOLÓGICOS
-DEFINIÇÕES E APLICAÇÃO-
São materiais que tomam presa na cavidade oral e que são
comumente utilizados para unir o dente a uma peça
protética definitiva ou provisória, para proteção de do
complexo dentino-pulpar e restaurações provisórias.
O que são os cimentos?
Formas de apresentação
São apresentados como conjunto de pó e líquido ou em
forma de duas pastas, e que ao misturar os dois
componentes, se inicia a reação de presa química.
Os líquidos são geralmente ácidos doadores de prótons, já o
pó são de natureza básica (alcalinos), geralmente compostos
de vidros ou óxidos metálicos. Quando se trata da
apresentação em duas pastas, uma será base e outra
catalizadora.
As reações do pó e líquido são chamadas de reação ácido-
base, porem para cimentos como o resinoso, não depende
desse tipo de reação, em vez disso tomam presa por meio de
polimerização ativada por luz ou quimicamente.
Após a mistura dos dois componentes dos cimentos, eles
iniciam um processo chamado de presa, sendo o ato de se
tornarem endurecidos, em um intervalo de tempo que
possibilite a manipulação, variando de marcas e tipo de
cimento.
Os cimentos após a presa, apresenta a capacidade e
resistência para serem usados como base de restauração
(esse uso vem diminuindo com o tempo), em proteção
pulpar, restaurações provisórias ou como agente de
cimentação.
Funções dos cimentos
Os cimentos podem ter a função de cimentação de peças
protéticas definitivas ou provisórias, bem como alguns
podem ser usados também como restauração provisória.
Também podem desempenhar papel forradores, sendo
utilizado para revestir a superfície interna de uma cavidade
dentária preparada antes da aplicação do material
restaurador principal, como uma resina composta ou
amálgama. Sua principal função é proteger a polpa dentária
(nervo e vasos sanguíneos) de irritações e sensibilidade
resultantes de estímulos térmicos, químicos ou mecânicos.
Além disso, o cimento forrador pode ajudar a selar a dentina
e proteger contra a penetração de fluidos, prevenindo assim
a sensibilidade pós-operatória. Materiais comuns utilizados
como cimento forrador incluem hidróxido de cálcio e
ionômero de vidro.
O cimento também pode ser base, onde desempenha um
papel essencial na preparação de cavidades dentárias para
restaurações. Colocado no fundo da cavidade, ele preenche
pequenos espaços e irregularidades, proporcionando uma
base sólida para o material restaurador principal. 
Além de aumentar a resistência da restauração, o cimento
de base atua como uma barreira protetora entre a
restauração e a polpa dentária, minimizando o risco de
lesões e irritações. Materiais comuns, como ionômero de
vidro e resina composta modificada com ionômero de vidro,
são frequentemente utilizados devido às suas propriedades
de adesão e capacidade de liberação de flúor, contribuindo
para a saúde a longo prazo do dente restaurado.
Cimentos para proteção pulpar
A dentina, por meio de sua estrutura tubular, estabelece
uma conexão direta com a polpa dental, através dos
prolongamentos dos odontoblastos. Ao entrar em contato
com a dentina, seja através de processos cariosos,
preparações cavitárias, lesões não cariosas ou anomalias
dentárias, estamos diretamente envolvidos com o complexo
dentino-pulpar, implicando na vitalidade do dente.
Alguns dos cimentos conseguem proteger a polpa contra
irritantes térmicos ou químicos vindos do meio externo ou
de materiais restauradores, esses materiais podem ser os
que desempenham o papel de forradores, bases e ainda
vernizes cavitários.
Como exemplo de material restaurador condutor de
sensação térmica, temos o amálgama que é formado por
uma mistura de metais. O metal sendo um ótimo condutor,
favorece que a temperatura dos alimentos que o paciente
consome consiga se propagar até o fundo da cavidade
podendo ser irritando à polpa. Então
1# Verniz cavitário
São compostos de gomas naturais como o copal e/ou resina
sintética, dissolvidos em solventes orgânicos como a
acetona, clorofórmio ou éter.
Esse verniz irá formar uma camada bem fina na superfície da
cavidade, conforme o solvente evapora. Por possuir grande
quantidade de solvente, é necessário passar duas camadas.
Teoricamente, como benefício, reduz a infiltração de
irritantes através de pequenas fendas marginais e diminui a
irritação pulpar, porém alguns esstudos in vivo não considera
conclusiva essa informação.
Tmabém promete proteger o dente contra a propagação de
produtos da corrosão do amálgama pelos túbulos
dentinários, principalmente quando falamos em ligas de
baixo teor de cobre.
Quando o tratamento é com resina composta, não se utiliza
o verniz, principalmente pela utilização dos sistemas
adesivos nesses casos.
2# Hidróxido de cálcio
O hidróxido de cálcio desempenha um papel central em
numerosos materiais para forramento e é um componente
fundamental em muitas formulações de cimentos.
Reconhecido por suas propriedades antimicrobianas e seu
pH básico, o hidróxido de cálcio também promove a
formação de dentina secundária (ou reacional) em resposta
a traumas pulpares.
Hidróxido de cálcio P.A (pró análise),
é a forma mais pura e se apresenta
como um pó branco e altamente
solúvel em água. Pode ser misturado
com soro fisiológico ou água destilada,
ambos em pequenas quantidades,
para obter a Pasta de hidróxido de
cálcio.
Essas pastas também podem ser
adquiridas prontas de fábrica e
contêm ingredientes adicionais, tais
como metil celulose, cloreto de cálcio
e sulfato de bário, entre outros. A metil
celulose atua como um espessante,
aumentando a viscosidade da pasta.
Já o cloreto de cálcio e o sulfato de
bário desempenham o papel de
radiopacificadores, facilitando a
identificação do material em
radiografias.
Esses materiais devem ser aplicados em casos de exposição
pulpar ou quando há suspeita de microexposição. O
hidróxido de cálcio (CaOH2), ao entrar em contato com a
polpa, se dissocia em íons cálcio (Ca2+) e íons hidroxila (OH-),
resultando na cauterização química superficial do tecido
pulpar devido ao seu alto pH (variando entre 12,5 e 12,8,
considerado uma base forte). O aumento do pH cria um
ambiente mais alcalino, promovendo a deposição de
minerais pela estimulação dos odontoblastos e inibindo a
proliferação de bactérias.
A solução de hidróxido de cálcio é
preparada misturando hidróxido de
cálcio P.A. com uma quantidade
maior de soro fisiológico ou água
destilada (na proporção de 10g para
200mL). Após a mistura, parte do pó
se deposita no fundo do frasco, e
apenas o líquido sobrenadante, que
fica acima da camada de pó, deve ser
utilizado para a limpeza de cavidades.
É importante ressaltar que não se deve
misturar novamente o pó decantado
antes de usar a solução. Após a
evaporação da água, uma fina película
de hidróxido de cálcio é formada.
Cimento de Hidróxido de Cálcio está
disponível em duas formas de
apresentação, sendo elas na forma pasta-
pasta ou pasta única.
Pasta-pasta: Composta por uma pasta-
base e uma pasta-catalisadora, este
cimento é ativado quimicamente, ou
seja, sua presa ocorre após uma reação
química resultante da mistura das duas
pastas. A pasta catalisadora contém íons
de cálcio e zinco, substâncias
responsáveis pela presa do cimento. Ao
ser misturada com a pasta base, esses
íons reagem com o salicilato, formando
um sal de dissalicilato devido à reação de
quelatação do óxido de zinco, resultando
em uma matriz cristalina dura.
Pasta única: Fornecido em seringa, este cimento é ativado
por fotopolimerização, ou seja, depende da luz emitida pelo
fotopolimerizador para solidificar. Para isso, são adicionados
à composição monômeros resinosos de alto peso molecular
(UDMA / BisGMA).
Indicações: O hidróxido de cálcio P.A. e a pasta de hidróxido
de cálcio são comumente utilizados no processo de
capeamento pulpar direto, que é aplicado quando há
exposição da polpa ao meio externo. Além disso, a solução
de hidróxidode cálcio é empregada na limpeza de
cavidades após a remoção do tecido cariado. Quanto aos
cimentos de hidróxido de cálcio, estes são recomendados
para o forramento de cavidades profundas, proporcionando
uma camada protetora para a polpa dentária. O cimento
ainda pode ser utilizado como cimentação de prótese
provisória.
IMPORTANTE: A utilização deste cimento como forrador e no
capeamento pulpar está sendo reduzida, tendo em vistas
estudos que mostram que atrapalha na adesão dos adesivos
por causa da sua degradação com o tempo, bem como sua
falta de ligação com o sistema adesivo.
Manipulação: O pó (P.A.) do hidróxido de cálcio é aplicado
diretamente sobre o local da exposição pulpar, sem a
necessidade de manipulação adicional. Já a pasta é obtida
pela mistura com soro fisiológico ou água destilada
imediatamente antes do uso, adicionando o líquido
gradualmente até alcançar a consistência desejada,
facilitando a aplicação sobre a região da exposição da polpa.
As pastas comerciais são fornecidas em frascos individuais,
eliminando a necessidade de manipulação prévia.
Para o cimento quimicamente ativado do tipo pasta/pasta,
igual quantidade da pasta base e da pasta catalisadora são
misturadas com uma espátula até obter uma cor uniforme, e
então inseridas na cavidade com um aplicador apropriado
(aplicador dical). O tempo de trabalho é reduzido em
ambientes bucais úmidos, exigindo que a cavidade esteja
completamente seca antes da aplicação do cimento.
Propriedades: Para além da capacidade fundamental de
promover a remineralização da área afetada, é crucial
também reduzir a atividade bacteriana. Com esse propósito,
agentes bactericidas, como o glicol salicilato e o etileno
tolueno sulfonamida, são incorporados à composição dos
cimentos. Estes últimos, os cimentos, demonstram uma
resistência superior em comparação com a pasta e o pó de
hidróxido de cálcio, uma vez que estes últimos não
endurecem. Notavelmente, os cimentos fotoativados exibem
uma resistência ainda maior do que os cimentos
quimicamente ativados.
3# Cimento de ionômero de vidro
O cimento de ionômero de vidro (CIV) é uma substância
odontológica composta por um pó e um líquido. Quando
esses elementos são combinados, desencadeia-se uma
reação de presa de natureza ácido-base, originando uma
massa plástica que se solidifica após o processo de presa.
Os cimentos de ionômero de vidro são reconhecidos por
apresentarem diversas características vantajosas, incluindo a
capacidade de adesão à estrutura dentária, a liberação e
reincorporação de flúor do componente de vidro, um
coeficiente de expansão térmica linear similar ao do dente e
uma excelente biocompatibilidade. Essas propriedades
combinam aspectos adesivos dos cimentos de
policarboxilato de zinco com a liberação de flúor observada
nos cimentos de silicato.
Com o objetivo de aprimorar suas características, os
fabricantes têm realizado modificações no cimento de
ionômero de vidro, incluindo a incorporação de
componentes resinosos em sua composição. Essa
modificação permitiu que o material endurecesse mediante
ativação por luz ou por ativação química, sendo
denominados cimentos de ionômero de vidro modificados
por resina.
Composição: A composição dos cimentos de ionômero de
vidro pode variar conforme o fabricante, mas geralmente
inclui três componentes principais: sílica (SiO2), alumina
(Al2O3) e fluoreto de cálcio (CaF2), que contribuem para a
resistência do material. A proporção entre sílica e alumina é
crucial para a reatividade com o ácido. A mistura, que
também pode conter fluoretos de sódio e alumínio, além de
fosfatos de cálcio ou alumínio como fluxos adicionais, é
fundida em alta temperatura e rapidamente resfriada antes
de ser finamente triturada para formar um pó utilizável. O
tamanho das partículas do pó varia de acordo com a
aplicação, sendo máximo de 50 μm para materiais
restauradores e inferior a 20 μm para materiais cimentantes
e para forramento.
A taxa de liberação de íons do vidro, importante para as
características de presa, solubilidade e liberação de flúor,
depende do tipo de vidro utilizado. Além disso, o vidro
desempenha um papel significativo na estética da
restauração devido ao seu índice de refração e à presença de
pigmentos.
Quanto aos poliácidos, os mais comuns nas formulações são
os copolímeros de ácido acrílico e itacônico ou ácido acrílico
e maleico.
A água desempenha um papel crucial na composição do
cimento de ionômero de vidro, sendo essencial para a
reação de presa e na estrutura do material. Ela hidrata
lentamente a matriz formada por ligações cruzadas,
permitindo a formação de uma estrutura gel mais estável e
menos suscetível à umidade. Além disso, a presença de
ácido tartárico na composição promove várias características
benéficas, como controle da taxa de reação, melhoria da
manipulação, ajuste da viscosidade, aumento do tempo de
trabalho e prolongamento do tempo de validade.
Forma de apresentação: No
mercado atual, o cimento de
ionômero de vidro (CIV) é
disponibilizado em duas formas: pó e
líquido ou em cápsulas. Quando os
componentes estão em frascos
separados, é crucial garantir a
proporção correta para obter as
propriedades desejadas do cimento.
No entanto, essa proporção pode
variar entre as diferentes marcas
comerciais.
Devido à importância do correto
proporcionamento e manipulação do
CIV, algumas marcas optam por
oferecê-lo em cápsulas. Nesse
sistema, o material é manipulado e
aplicado por meio de dispositivos
mecânicos após a ruptura da
membrana que separa o pó do
líquido.
Indicações: 
Dentre as principais aplicações do cimento de ionômero de
vidro em Odontologia, destacam-se:
Selamento de cicatrículas e fissuras dentárias.
Utilização como material de proteção, seja para
forramento ou base em procedimentos restauradores.
Restauração de dentes decíduos.
Confecção de restaurações provisórias.
Emprego em tratamentos expectantes.
Classificação: 
Quanto a composição:
Os cimentos de ionômero de vidro convencionais são
compostos por um pó de partículas de vidro
fluoralumíniossilicato e um líquido de ácidos polialcenóicos.
Já os cimentos de ionômero de vidro modificados por
resinas compostas contêm componentes resinosos e
iniciadores de polimerização. Nesse caso, parte do
componente líquido do CIV é substituído por monômeros
solúveis em água, como o hidroxietil metacrilato. Os
componentes resinosos podem ser ativados pela luz ou
polimerizados quimicamente, ou por ambos os métodos,
além da reação ácido-base. Isso implica que esse tipo de CIV
pode ter duas ou três fases de presa.
Quanto a indicação:
TIPO I: Os cimentos de ionômero de vidro tipo I são
recomendados para a cimentação de restaurações
inlay/onlay, coroas, próteses parciais fixas e brackets
ortodônticos. Possuem uma granulação de cerca de 20 μm.
TIPO II: Os cimentos de ionômero de vidro tipo II são
utilizados em restaurações e são subdivididos em dois
grupos: a) para restaurações estéticas em cavidades classe III
e V, e b) os reforçados com liga de prata ou cermet,
indicados para restaurações de cavidades classe I que não
estejam sujeitas a grandes tensões mastigatórias. A
granulação desses cimentos é de aproximadamente 45 μm.
TIPO III: Os cimentos de ionômero de vidro tipo III são
recomendados para forramento, base e selamento de
cicatrículas e fissuras. Apresentam uma granulação média
que varia de 25 a 35 μm.
Manipulação: 
Para garantir o melhor desempenho do material, é
importante adotar cuidados específicos durante o
armazenamento e manipulação do cimento de ionômero de
vidro (CIV). Devido à capacidade do CIV de absorver ou
liberar água para o ambiente, o frasco contendo o pó deve
ser hermeticamente fechado, enquanto o líquido não deve
ser armazenado na geladeira para evitar a sua solidificação.
A técnica de manipulação envolve a aglutinação, que
consiste em adicionar o pó ao líquido gradualmente, sem
aplicar pressão excessiva,até obter uma massa homogênea
e com aspecto brilhante. Para isso, é recomendado o uso de
uma placa de vidro de 20 mm, que mantém a temperatura
ideal, ou um bloco de papel descartável, juntamente com
uma espátula de teflon.
O proporcionamento do pó e do líquido deve seguir as
instruções do fabricante, com a leitura atenta da bula. Após
agitar o pó para homogeneizar as partículas, deve-se retirar
o excesso do dosador com a espátula e dividir o pó em duas
porções, adicionando o líquido próximo a ele.
O frasco do líquido deve ser mantido na posição vertical, a
uma distância da placa que permita a dispensação da gota
livremente. Inicia-se a mistura aglutinando a primeira porção
do pó ao líquido por cerca de 10 a 15 segundos, utilizando
uma pequena área da placa. Em seguida, incorpora-se a
porção restante por mais 20 segundos, ou conforme
indicado pelo fabricante.
Ao alcançar uma massa lisa, brilhante e que forma um fio, a
consistência estará ideal para aplicação.
Propriedades: 
Biologicamente o cimento de ionômero de vidro (CIV) é
amplamente utilizado devido à sua capacidade de liberação
de flúor, que ocorre de forma intensa nas primeiras 24 a 48
horas e permanece por um longo período em menor
concentração, podendo ser recarregado com a exposição a
materiais ou dentifrícios contendo flúor. Além disso, o CIV
apresenta um baixo pH inicial, o que reduz a penetração
bacteriana, e possui uma união química com a estrutura
dental, conferindo-lhe capacidade de inserção em cavidades
com mínimo preparo. Sua compatibilidade biológica é outro
destaque, embora a acidez inicial após a mistura exija
precauções, como a aplicação de cimento de hidróxido de
cálcio em cavidades profundas para evitar
comprometimento pulpar.
Por parte física o cimento de ionômero de vidro (CIV)
apresenta alta solubilidade e desintegração, tornando-o
adequado apenas para usos temporários, não sendo
indicado para restaurações definitivas. Além disso, o material
possui a capacidade de perder água para o meio, conhecida
como sinérese, e também de ganhar água do meio, processo
denominado embebição.
Já em relação a mecânica demonstra menor resistência à
compressão e à tração, sendo necessário precaução em
restaurações das classes I e II. É recomendável deixar a
restauração em infra-oclusão nessas situações, minimizando
o contato com a arcada antagonista e contribuindo para a
durabilidade do material restaurador.
4# Cimento de fosfáto de Zinco
O cimento fosfato de zinco é um dos agentes cimentantes
odontológicos mais antigos e ainda é amplamente utilizado
devido à sua eficácia comprovada ao longo do tempo. Sua
longa história de sucesso clínico o torna uma referência para
comparação com novos sistemas cimentantes disponíveis no
mercado odontológico.
Composição: Os principais elementos constituintes do
cimento fosfato de zinco são o óxido de zinco no pó e o
ácido fosfórico no líquido. Esses elementos reativos
desencadeiam uma reação ácido-base que resulta na presa
do material. Além disso, o alumínio desempenha um papel
na formação da matriz de aluminiofosfato de zinco. A cor
branca do cimento é atribuída ao óxido de magnésio, que
também atua como retardador. A água presente no líquido
controla a ionização do ácido, afetando a velocidade da
reação ácido-base entre o líquido e o pó.
Forma de apresentação: O cimento fosfato de zinco é
disponibilizado em dois componentes separados: um pó de
cor branca e um líquido transparente.
Indicações: O cimento fosfato de zinco é versátil, podendo
ser empregado tanto para cimentação definitiva quanto
para restaurações provisórias. A proporção pó/líquido varia
conforme a aplicação, sendo menor para cimentação e
maior para uso provisório. As indicações incluem cimentação
de núcleos metálicos, próteses metalocerâmicas, coroas
totais metálicas e bandas ortodônticas. Deve-se evitar seu
uso em pacientes com sensibilidade dentinária, pouca
dentina remanescente, alto risco de cárie ou problemas
digestivos.
Características: O cimento fosfato de zinco não adere
quimicamente à estrutura dentária, ao metal ou à cerâmica.
Sua adesão ocorre por meio do embricamento
micromecânico entre as interfaces de união.
Manipulação: Para manipular o cimento fosfato de zinco
adequadamente, é recomendado resfriar a placa de vidro e a
espátula para dissipar o calor gerado pela reação
exotérmica. A dosagem do pó e do líquido deve seguir a
proporção recomendada pelo fabricante, com cuidado para
evitar evaporação do líquido. A manipulação deve ser
realizada em seis etapas, incorporando o pó ao líquido de
forma sequencial e vigorosa. A consistência ideal para
cimentação é quando o cimento forma um fio de
aproximadamente 2 mm que se rompe ao tocar a espátula.
Essas práticas garantem uma boa cimentação e aumentam
o tempo de presa do material.
Reação de presa: A reação de presa do cimento fosfato de
zinco é uma reação ácido-base exotérmica. Quando o pó é
misturado ao líquido, ocorre a formação de fosfato de zinco
e água, seguida pela formação de uma matriz de
aluminiofosfato de zinco sobre as partículas não reagidas.
Propriedades: Quanto a biológica, apresença inicial de
ácido fosfórico provoca alta acidez no cimento fosfato de
zinco, podendo causar sensibilidade e inflamação na polpa.
Após 24 horas, o pH aumenta para cerca de 5,5, levando até
28 horas para se tornar neutro. A sensibilidade pós-
operatória pode ocorrer, mas geralmente é transitória e
diminui após algumas horas. Além disso, o cimento não
possui propriedades antibacterianas.
Na física, após a presa completa, o cimento de ionômero de
vidro apresenta baixa solubilidade em água, mas é mais
solúvel em ácidos orgânicos como ácido lático, acético e
cítrico. Quanto à condutibilidade térmica e elétrica, é baixa.
Por fim, na mecânica, quando manipulado corretamente, o
cimento fosfato de zinco demonstra alta resistência à
compressão, o que o torna capaz de suportar consideráveis
forças mastigatórias. No entanto, é importante observar que
o material é frágil e tem baixa resistência à tração. Seu
módulo de elasticidade é comparável ao da dentina.
5# Óxido de Zinco e Eugenol
Composição: O cimento de óxido de zinco e eugenol (OZE)
é composto por óxido de zinco no pó e eugenol no líquido,
os quais reagem na presença de umidade para formar a
pasta. Além disso, o pó contém acetato de zinco e estearato
de zinco, enquanto o líquido contém ácido acético, que
atuam como aceleradores de presa. O óleo de oliva é
adicionado como plastificador, e a água inicia a reação. Para
evitar interferências na polimerização das resinas compostas
devido ao eugenol residual, podem ser utilizados ácidos
carboxílicos para produzir um cimento sem eugenol,
conhecido como cimento de óxido de zinco sem eugenol.
Além do OZE tradicional, existem os cimentos de óxido de
zinco e eugenol modificados, que podem ser alterados de
duas maneiras. Primeiro, adicionando polimetacrilato de
metila ao pó, ou segundo, incorporando ácido etoxibenzoico
(ETA) ao líquido, juntamente com alumina ou quartzo ao pó.
Essas modificações visam reduzir a solubilidade do cimento
e aumentar sua resistência mecânica, especialmente em
termos de resistência à compressão.
Forma de apresentação: Os cimentos de óxido de zinco e
eugenol são geralmente disponibilizados em duas formas:
pó básico e líquido ácido, armazenados em recipientes
separados, ou como duas pastas diferentes - base e
catalisadora. Quando esses componentes são combinados
durante a mistura, ocorre uma reação ácido-base.
Indicações: Os cimentos de óxido de zinco e eugenol têm
aplicações variadas, incluindo cimentação provisória,
restaurações provisórias e uso em procedimentos
odontopediátricos, como material obturador em
tratamentos endodônticos. É importante evitar o uso desses
cimentos sob materiais restauradores resinosos, pois o
eugenol presente pode interferir na polimerização das
resinas compostas e causar mudanças na cor.
Características:Os cimentos de óxido de zinco e eugenol
possuem propriedades mecânicas limitadas e alta
solubilidade, além de não aderirem bem à estrutura dental.
No entanto, eles têm propriedades bacteriostáticas, são
biocompatíveis e o eugenol presente pode proporcionar
efeito sedativo. Também são considerados os cimentos
menos irritantes à polpa.
Manipulação: A técnica
de espatulação do
cimento de óxido de zinco
e eugenol (OZE) pode ser
realizada em bloco de
papel para mistura ou em
placa de vidro, seguindo as
orientações do fabricante
para a dosagem correta do
pó e do líquido. 
Com uma espátula de aço inoxidável, o pó é adicionado
gradualmente ao líquido, sendo o tempo de espatulação de
aproximadamente 1 minuto. A consistência ideal para
restauração temporária é aquela em que a massa se
desprende da espátula, assemelhando-se à massa de
vidraceiro., a gente também consegue enrolar a massa com
facilidade.
A reação de presa dos cimentos de OZE é do tipo ácido-
base, iniciada pela água e não tão exotérmica quanto a do
cimento de fosfato de zinco. Ao misturar o pó com o líquido,
o óxido de zinco reage com a água, formando hidróxido de
zinco, seguido pela reação com o eugenol, produzindo
eugenolato de zinco. Assim, após a presa, os cimentos de
OZE consistem em uma matriz salina de eugenolato de
zinco com partículas não reagidas de pó.
O tempo médio de trabalho do cimento de OZE é longo,
entre 8 a 10 minutos, embora na boca, a temperatura mais
elevada possa diminuir o tempo de presa. Fatores como
umidade, temperatura, tamanho das partículas, uso de
aceleradores e proporção pó/líquido influenciam no tempo
de presa dos cimentos de OZE. A presença de umidade e
temperaturas mais altas aceleram a presa, enquanto o
resfriamento da placa de vidro e da espátula de
manipulação pode retardá-la. Um aumento na proporção
pó/líquido, a redução do tamanho das partículas e o uso de
aceleradores também podem diminuir o tempo de presa.
Propriedades: O cimento de óxido de zinco e eugenol (OZE)
possui um pH neutro, aproximadamente 7, durante a
aplicação, tornando-o menos agressivo à polpa e
apresentando propriedades sedativas que reduzem a
sensibilidade pós-operatória, além de ser bacteriostático. Em
relação às propriedades físicas, é altamente solúvel em meio
bucal devido à hidrólise do eugenolato de zinco e tem baixa
condutibilidade térmica e elétrica. Quanto às propriedades
mecânicas, os cimentos de OZE têm baixa resistência à
compressão e à tração, embora as versões modificadas
possam apresentar alta resistência à compressão.
6# Cimento resinoso
Alguns procedimentos odontológicos requerem a
cimentação de peças e sua adesão às estruturas dentárias. A
escolha do tipo de cimento resinoso depende da
necessidade estética e do grau de fixação necessário. Devido
à sua baixa viscosidade e capacidade de adesão a diferentes
materiais, como metal, resina e porcelana, esses cimentos
são amplamente utilizados na cimentação de peças
protéticas, restaurações, bráquetes ortodônticos, entre
outros, proporcionando resultados duradouros e satisfatórios.
Química e presa: Os cimentos resinosos são variantes de
baixa viscosidade das resinas compostas e apresentam
considerável variação entre as marcas comerciais. Eles são
virtualmente insolúveis nos fluidos bucais e contêm
organosilanos para garantir a ligação covalente das
partículas de carga à matriz orgânica, resultando em um
material durável. Um agente de união dentinário é
necessário para promover a adesão à dentina, e diversos
monômeros adesivos são incorporados ao agente de união e
ao cimento resinoso. Alguns sistemas não exigem um
adesivo separado, e há aqueles que não incluem partículas
de carga inorgânica, utilizando pérolas de polímeros pré-
formados para ajustar a viscosidade. Recentemente,
desenvolvimentos buscam simplificar os passos de
aplicação, permitindo a utilização de um único cimento
resinoso. Esses sistemas contêm monômeros modificados
com ácido fosfórico, que estabelecem adesão à estrutura
dental. A polimerização do cimento pode ser ativada
quimicamente, por fotoativação ou por um mecanismo de
ativação dupla. Na manipulação clínica, é crucial proteger a
polpa contra os irritantes componentes monoméricos,
especialmente quando a espessura de dentina
remanescente é menor que 0,5 mm.
Tipos de cimento: os Autopolimerizáveis, também
conhecidos como cimentos quimicamente ativados, esses
materiais são ativados por meio de uma reação química
durante a mistura de suas duas partes durante a preparação.
Isso resulta em uma secagem rápida, diminuindo o tempo
de trabalho do profissional. Esses cimentos são
especialmente eficazes na cimentação de peças
metalocerâmicas, restaurações metálicas-fundidas e peças
indiretas, pois a fotopolimerização não seria eficaz nesses
casos. No entanto, uma desvantagem é a limitada variedade
de cores disponíveis, o que pode afetar o resultado estético
final.
Os cimentos fotopolimerizáveis são ativados pela exposição
à luz ultravioleta de cor azul, o que permite um controle do
tempo de trabalho, já que só endurecem após essa
exposição. Por essa razão, são mais indicados para
cimentações que requerem um tempo prolongado. É
importante que as estruturas tenham uma espessura
máxima de 1 milímetro para permitir a passagem adequada
da luz e garantir a polimerização do cimento. Esses
cimentos são frequentemente utilizados na cimentação de
facetas de porcelana, restaurações indiretas e bandas
ortodônticas, oferecendo boa adesão e estabilidade de cor
ao longo do tempo.
Os cimentos resinosos duais combinam características dos
tipos fotopolimerizáveis e quimicamente ativados. Essa
combinação permite a polimerização tanto por exposição à
luz ultravioleta quanto por reação química. Para uma
cimentação completa, é necessário empregar ambas as
formas de ativação. Com um tempo de trabalho razoável,
esses cimentos são recomendados para peças com
espessura de até 3 milímetros, sendo particularmente úteis
na cimentação de pinos de vidro e restaurações opacas.
Manipulação: O cimente vem, geralmente, em uma seringa
dividida em duas partes que ao acionar o êmbolo, a pasta
base e catalizadora vão ser dispensadas na dosagem
adequada para a presa. Pode ser dispensada em uma placa
de vidro para manipular com uma espátula, ou pode-se
acoplar uma ponta misturadora que mistura as duas partes
imediatamente, então o cimento pode ser levado até a peça.

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