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Recursos Hídricos

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Prévia do material em texto

Português 
 
 
PLANEJAMENTO 
PARA A GESTÃO 
INTEGRADA DE 
RECURSOS 
HÍDRICOS 
 
Manual de Capacitação 
e Guia Operacional 
 
Março 2005 
 
 
 
 
Traduzido de inglês, agosto 2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
1
 
PLANEJAMENTO PARA A GESTÃO 
INTEGRADA DE RECURSOS 
HÍDRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manual de Capacitação e Guia 
Operacional 
 
Março 2005 
 
 
Este documento é uma publicação financiada pela Agência Canadense de 
Desenvolvimento Internacional (Canadian International Development Agency, 
CIDA), no contexto do programa de Parceria para o desenvolvimento dos Recursos 
Hídricos Africanos (Partnership for African Waters Development, PAWD). 
 
 
 
 
Plano de trabalho
ƒ Conscientização
ƒ Participação dos 
atores 
ƒ Compromisso 
 político. 
Visão/política
Compromisso 
com a GIRH 
Análise de situações
Problemas, 
Situação da GIRH. 
Identificação 
de metas. 
Escolha
Estratégica. 
Metas priorizadas 
Estratégia 
selecionada 
Minuta de Plano 
de GIRH 
Aprovação política e 
dos atores 
Implementação 
Ação legal, 
institucional e 
de gestão. 
Capacitação 
 
Avaliação 
Avaliação do 
progresso. 
Revisão do plano 
 
Início. 
Compromisso do 
Governo. 
Equipe formada 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
2
Índice do Conteúdo 
 
PREFÁCIO......……………………………….………………………………………………………….......................…………………………………….......4 
 
 
PARTE 1. Material de Capacitação. 
 
1. INTRODUÇÃO A GIRH ................................................................................................................................................................7 
1.1. O QUE É A GESTÃO INTEGRADA DE RECURSOS HÍDRICOS?.............................................................................7 
1.2. POR QUE A GIRH?..............................................................................................................................................................7 
1.3. TEMAS CHAVES PARA GESTÃO INTEGRADA DE RECURSOS HÍDRICOS.......................................................8 
1.4. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ............................................................................................10 
1.5. USOS DA ÁGUA, IMPACTOS E BENEFÍCIOS ............................................................................................................12 
1.6. IMPLANTANDO A GIRH .................................................................................................................................................14 
2. PROCESSO DE PLANEJAMENTO PARA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS: UMA INTRODUÇÃO...................18 
2.1. POR QUE PLANEJAR A GIRH? .....................................................................................................................................18 
2.2. O QUE ESPERAMOS ALCANÇAR?...............................................................................................................................18 
2.3. ASSUMA UMA ABORDAGEM ESTRATÉGICA..........................................................................................................18 
2.4. O CICLO DE PLANEJAMENTO .....................................................................................................................................19 
3. INICIANDO O PROCESSO DE PLANEJAMENTO .................................................................................................................23 
3.1. QUAIS SÃO OS PRODUTOS ESPERADOS...................................................................................................................23 
3.2. INÍCIO ..................................................................................................................................................................................23 
4. DESENVOLVENDO O PLANO DE TRABALHO......................................................................................................................29 
4.1. QUAIS SÃO OS PRODUTOS ESPERADOS?.................................................................................................................29 
4.2. MOBILIZAÇÃO..................................................................................................................................................................30 
4.3. COMPROMISSO POLÍITICO..........................................................................................................................................31 
4.4. PARTICIPAÇÃO DE ATORES ........................................................................................................................................33 
4.5 CAPACITAÇÃO...................................................................................................................................................................37 
5. ESTABELECENDO UMA VISÃO ESTRATÉGICA ..................................................................................................................39 
5.1. QUAIS SÃO OS RESULTADOS ESPERADOS?............................................................................................................39 
5.2. POR QUE É IMPORTANTE UMA VISÃO DE ÁGUA? ..............................................................................................39 
5.3. ETAPAS NA ELABORAÇÃO DE UMA VISÃO DE RECURSOS HÍDRICOS .........................................................41 
6. ANÁLISE DA SITUAÇÃO............................................................................................................................................................44 
6.1. QUAIS SÃO OS RESULTADOS ESPERADOS?............................................................................................................44 
6.2. O QUE É NECESSÁRIO SER ALCANÇADO................................................................................................................44 
6.3. ETAPAS NA REALIZAÇÃO DE UMA ANÁLISE DA SITUAÇÃO ...........................................................................45 
6.4. ANÁLISE DA SITUAÇÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS ...........................................................................................47 
6.5. QUESTÕES DE INTERESSE PARA OS ATORES........................................................................................................49 
7. OPÇÕES ESTRATÉGIAS IDENTIFICADAS PARA DE.............................................................................................................53 
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ..............................................................................................................................................53 
7.1. QUAIS SÃO OS RESULTADOS ESPERADOS?............................................................................................................53 
7.2. ONDE COMEÇAR. .............................................................................................................................................................53 
7.3. ESCOPO DAS DECISÕES SOBRE ESTRATÉGIA.......................................................................................................54 
7.4. ESTRUTURA PARA TOMADA DE DECISÕES SOBRE ESTRATÉGIA. ...............................................................56 
7.5. ÁREAS DE MUDANÇA DE GIRH..................................................................................................................................58 
8. O PLANO DE GIRH PRONTO E APROVADO..........................................................................................................................64 
8.1. QUAIS SÃO OS RESULTADOS ESPERADOS?............................................................................................................64 
8.2. QUATRO QUESTÕES .......................................................................................................................................................64 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
3
8.3.APROVAÇÃO DE PLANOS..............................................................................................................................................67 
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................................................................69 
ANEXO 1 ............................................................................................................................................................................................71 
ANEXO 2 EXEMPLO DE ESTRATÉGIA DE RECURSOS HÍDRICOS ....................................................................................73 
 
PARTE 2. Guia Operacional 
 
1. ANOTAÇÕES DOS FACILITADORES ......................................................................................................................................76 
INTRODUZINDO O CURSO. ..................................................................................................................................................76 
SEÇÃO 1. INTRODUÇÃO A GIRH ......................................................................................................................................77 
SEÇÃO 2. PROCESSO DE PLANEJAMENTO PARA A GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS, UMA 
INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................................78 
SEÇÃO 3. INICIANDO O PROCESSO DE PLANEJAMENTO .........................................................................................80 
SEÇÃO 4. ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO. .................................................................................................82 
SEÇÃO 5. ESTABELEÇA A VISÃO ESTRATÉGICA........................................................................................................84 
SEÇÃO 6. ANÁLISE DE SITUAÇÃO. ....................................................................................................................................86 
SEÇÃO 8. O PLANO DE GIRH PRONTO E APROVADO .................................................................................................90 
ESTIMULANTES.......................................................................................................................................................................93 
2. AMOSTRA DE UM PROGRAMA DE CURSO...........................................................................................................................98 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
4
 
 
 
 
Nota 
 
Este material de capacitação destina-se a um curso de 3 a 4 dias sobre como elaborar 
um plano de gestão de recursos hídricos que atenda aos princípios de GIRH. O curso 
tem limitações de tempo que afetam o aprofundamento sobre o conteúdo, e a 
focalização está voltada para o processo. O que se deseja é que esta introdução 
limitada possa trazer também uma visão de outras ferramentas e técnicas que serão 
necessárias. Estão identificadas as ferramentas úteis para apoiar o processo de 
planejamento, em cada uma das etapas. 
 
Embora este material esteja orientado para planos nacionais de GIRH, pode ser 
adaptado facilmente para o planejamento em nível de bacia. Os capacitadores são 
encorajados a serem criativos para adaptar o material deste Manual para atender às 
condições específicas. 
 
 
Agradecimentos 
 
O material de referência listado tem sido usado intensamente e algumas vezes é usado 
integralmente. Os autores são da rede CAP-NET e GWP e incluem Paul Taylor, 
Lewis Jonker, Emmanuel Donkor, Diana Guio, Ibrahima Mbodji, Charles Mlingi da 
CAP-NET e Jan Hassing e Daniel Lopez da GWP. Material adicional vem sendo 
incorporado a partir das atividades de capacitação subseqüentes e o documento 
continuará sendo atualizado sempre que oportuno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material de capacitação pode ser obtido na: 
http://www.cap-net.org/captrainingmaterialsearchdetail.php?TM_ID=67 e 
www.gwpforum.org 
ou solicitado em CD com todas as referências de apoio pelo info@cap-net.org 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
5
 
Prefácio 
 
Respondendo a solicitações internacionais por ações ou reconhecendo simplesmente a 
necessidade urgente de resolver os problemas da água em escala nacional e local, 
muitos de nós confrontamos com a necessidade de nos envolver em planejamento 
para a ação. A meta principal de trazer a gestão de recursos hídricos é a 
sustentatibilidade, mas deve vir acompanhada também da eqüidade social e eficiência 
econômica. A abordagem adotada para melhorar a gestão de recursos hídricos é 
baseada no envolvimento dos atores no planejamento e no processo de tomada de 
decisão. Conseqüentemente, a preparação dos planos de gestão de recursos hídricos 
pode exigir mais envolvimento do que o planejamento governamental convencional. 
 
A formulação de uma estratégia de recursos hídricos é uma etapa inicial na maneira 
de elaborar um plano onde as metas básicas e os objetivos precisam ser estabelecidos 
e a definição das principais mudanças acordada antes de entrar no detalhamento do 
plano. 
 
Este módulo de capacitação e guia operacional é destinado a auxiliar às pessoas 
daqueles países que estão desenvolvendo uma estratégia de gestão de recursos 
hídricos ou um plano de gestão de recursos hídricos. Os materiais estão associados, 
particularmente às iniciativas que sendo tomadas pela Associação Mundial pela Água 
(“Global Water Partnership (GWP)”) em vários países e podem ser usadas 
conjuntamente com a publicação “Catalyzing Change (GWP, 2004)” (Catalizando 
Mudanças) para informações adicionais e discussões . 
 
Nós apoiamos fortemente a idéia de que planejar não é um exercício linear, mas, um 
exercício circular e precisa ser acompanhado por uma avaliação periódica, avaliação 
do progresso e re-planejamento. O material é apresentado com essa visão; embora ele 
não se estenda até implementação do plano. A implantação é abordada em vários 
outros materiais de capacitação da Cap-Net. 
 
Esperamos que a utilização deste manual de capacitação possa ajudar a fazer a 
diferença e catalisar mudanças positivas para o desenvolvimento sustentável Estes 
materiais constituem uma base para a capacitação, mas precisa ser adaptado às 
circunstâncias, ao idioma, à cultura e à experiência locais Por isso, nós apoiamos 
fortemente o conceito de promoção de capacitação por instituições locais. Embora 
dirigida ao planejamento nacional para a gestão integrada de recursos hídricos, o 
material é facilmente adaptável para o planejamento em nível mais baixo como da 
bacia ou planejamento de captação, no âmbito de uma estrutura político legal nacional 
que adote os princípios da gestão integrada de recursos hídricos. 
 
PAUL TAYLOR 
DIRETOR EXECUTIVO 
CAP-NET 
www.cap-net.org 
EMILIO GABRIELLI
SECRETÁRIO EXECUTIVO
ASSOCIAÇÃO MUNDIAL PELA ÁGUA
www.gwpforum.org
 
 
 
 
 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
6
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE 1 
 
Manual de Capacitação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
7
1. INTRODUÇÃO A GIRH 
 
1.1. O QUE É A GESTÃO INTEGRADA DE RECURSOS HÍDRICOS? 
 
De maneira simples, a gestão integrada de recursos hídricos é um conceito lógico e 
atrativo. A sua base considera que os múltiplos usos dos recursos hídricos são 
interdependentes. O que é evidente para todos nós. Demandas elevadas de irrigação e 
efluentes agrícolas poluídos significam que haverá menos água potável e para uso 
industrial: efluentes municipais e industriais contaminados poluem rios e ameaçam 
aos ecossistemas; se água tem que ser deixada em um rio para proteger a pesca e o 
ecossistema, uma menor quantidade poderá ser desviada para cultivo agrícola. Existe 
uma grande variedade de exemplos de que a utilização não regulada dos escassosrecursos hídricos causa desperdícios e é inerentemente insustentável. 
 
Gestão integrada significa que todos os diversos usos de recursos hídricos são 
considerados em conjunto. As alocações de água e decisões de gestão consideram 
que os efeitos de cada uso sobre os demais. Essas decisões são capazes de levar em 
conta todas as metas sociais e econômicas, inclusive alcançar o desenvolvimento 
sustentável. Isto significa também assegurar a implantação de uma política coerente 
em relação a todos os setores. Como veremos, o conceito básico da GIRH foi 
estendido para incorporar à tomada de decisão participativa. Diferentes grupos de 
usuários (fazendeiros, comunidades, ambientalistas…) podem influenciar nas 
estratégias para o desenvolvimento e a gestão de recursos hídricos. Isto traz benefícios 
adicionais, como os usuários informados aplicam auto-regulamentação em relação a 
questões tais como conservação da água e proteção de áreas de captação mais efetiva 
do que podem realizar uma regulamentação e supervisão centralizada.. 
 
Gestão é usada em seu sentido mais amplo. Ela enfatiza que não devemos focalizar 
somente na exploração de recursos hídricos, mas que devemos gerir conscientemente 
a exploração de recursos hídricos de uma forma que assegure uma utilização 
sustentável para atender as futuras gerações. 
 
A gestão integrada de recurso hídricos é, portanto, um processo 
sistemático para a desenvolvimento sustentável, alocação e 
monitoramento dos usos de recursos hídricos, tendo em conta os 
objetivos sociais, econômicos e ambientais. Contrasta com o 
enfoque setorial aplicado em muitos países. Quando a 
responsabilidade pela água potavel é de uma agência, a água para 
irrigação está sob a responsabilidade de outro órgão e para o 
meio ambiente ainda por uma outra, falta a ligação intersetorial que conduz a um 
desenvolvimento e gestão descoordenada, dando origem a conflitos, desperdícios e 
sistemas insustentáveis. 
 
1.2. POR QUE A GIRH? 
 
A água é vital para a sobrevivência, saúde e dignidade do ser humano e uma fonte 
fundamental para o seu desenvolvimento. As reservas de água potável no mundo estão 
sob pressão constante embora muitos seres humanos ainda não tenham acesso a um 
suprimento adequado de água para atender às necessidades básicas. O crescimento 
 
Você poderia dar 
mais exemplos 
onde a integração 
pode ser 
benéfica? 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
8
populacional, o aumento da atividade econômica e as demandas de qualidade de vida 
conduzem a um aumento da competição pelos recursos hídricos, e conflitos pela 
pouca disponibilidade de água potável. Estas são algumas razões porque muitas 
pessoas afirmam que o mundo enfrenta uma iminente crise da água: 
 
ƒ Os recursos hídricos estão sob pressão 
constante pelo aumento da população, atividade 
econômica e a competição crescente entre os 
usuários de água; 
ƒ O consumo de água cresceu duas vezes mais 
rápido do que o crescimento da população e 
atualmente um terço da população mundial vive 
em países que sofrem restrição de água 
variando de um nível médio a elevado; 
ƒ A poluição está aumentando ainda mais a 
escassez de água pela redução de utilização de 
água à jusante; 
ƒ Queda na qualidade da gestão da água, um foco 
na exploração de novas fontes ao invés de 
melhor gestão das existentes e modelo de 
gestão fragmentada e controlada de cima para 
baixo, resultará em desenvolvimento e gestão 
não coordenados do recurso; 
ƒ Cada vez mais, exploração significa maiores 
impactos no meio ambiente; 
ƒ Preocupações atuais sobre as variabilidades 
mudanças climáticas demandam uma gestão 
melhorada dos recursos hídricos para lidar com 
enchentes e secas mais intensas. 
 
1.3. TEMAS CHAVES PARA GESTÃO INTEGRADA DE RECURSOS 
HÍDRICOS 
 
1.3.1. Crise na governança da água 
 
No passado, nas abordagens setoriais para a gestão de recursos hídricos dominaram e 
ainda prevalecem. Esse procedimento conduz à utilização e a gestão fragmentada e 
não controlada sobre os recursos hídricos. Além disso, a gestão da água está 
usualmente nas mãos de instituições, cuja legitimidade e eficiência vêm sendo 
continuamente questionada. Assim, uma administração fraca, agrava a crescente 
competição pelo recurso finito. A GIRH traz coordenação e colaboração entre cada 
um dos setores, mais o fortalecimento da participação dos atores, transparência e 
gestão local rentável. 
 
1.3.2. Garantindo água para as pessoas 
 
Embora a maioria dos países dê prioridade ao atendimento das necessidades básicas 
dos seres humanos, um quinto da população mundial permanece sem acesso à água 
potável segura e a metade da população permanece sem acesso a saneamento 
adequado. Essas deficiências de serviço afetam prioritariamente os segmentos mais 
pobres da população nos países em desenvolvimento. Nesses países, atender às 
QUADRO 1. A CRISE DA ÁGUA – 
FAT OS 
 
ƒ Somente 0.4% da água total 
existente no mundo estão 
disponíveis para os seres 
humanos. 
ƒ Atualmente mais de 2 bilhões de 
pessoas são afetadas pela falta de 
água, em mais de 40 países. 
ƒ 263 bacias de rios são 
compartilhadas por duas ou mais 
nações. 
ƒ 2 milhões de toneladas de rejeitos 
humanos são depositados nos 
cursos d’água. 
ƒ Metade da população do mundo 
em desenvolvimento está exposta 
a fontes de água poluída que 
aumentam a incidência de 
doenças. 
ƒ A partir da década de 90, 90% dos 
desastres naturais são 
relacionados à água. 
ƒ O aumento do número de 
habitantes de 6 bilhões para 9 
bilhões será o principal fator que 
orientará a gestão de recursos 
hídricos nos próximos 50 anos. 
 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
9
necessidades de suprimento de água e saneamento para as áreas urbanas e rurais 
representa um dos mais sérios desafios para os próximos anos. Reduzir pela metade a 
proporção da população sem acesso aos serviços de água e saneamento até 2015 é 
uma das Metas de Desenvolvimento do Milênio1. Para atingir essa meta, será 
necessária uma re-orientação substancial quanto à prioridade nos investimentos, o que 
será alcançado mais facilmente pelos países que estão também implementando a 
gestão integrada de recursos hídricos. 
 
1.3.3. Garantindo água para produção de alimentos 
 
As projeções sobre a população indicam que nos próximos 25 anos serão necessários 
alimentos para mais 2 ou 3 bilhões de seres humanos. A escassez de água está sendo 
vista como uma limitação chave para a produção de alimentos, e mesmo mais crucial, 
do que a escassez de terras. A agricultura irrigada já é responsável por mais de 70% 
de toda a água captada (mais do que 90% do todos demais usuários de água). Mesmo 
com uma necessidade estimada de um adicional de 15-20% de água para irrigação 
para os próximos 25 anos – o que é provavelmente uma estimativa baixa – 
provavelmente conflitos sérios acontecerão entre o uso da água para a agricultura 
irrigada e os usos para consumo humano e para o meio ambiente. A GIRH oferece 
uma perspectiva de maior eficiência, gestão da conservação e demanda de água 
compartilhada eqüitativamente entre os usuários, e da crescente reciclagem e re-uso 
de águas servidas para suplementar o suprimento de água como um novo recurso. 
 
1.3.4. Proteção de ecossistemas vitais 
 
As áreas dos ecossistemas terrestres à montante de uma bacia são importantes para a 
infiltração de água da chuva, recarga de águas subterrâneas, e regime de vazão de rios. 
Os ecossistemas produzem uma variedade de benefícios econômicos, incluindo 
produtos como madeira, lenha e plantas medicinais; fornecem o habitat para a vida 
selvagem e berçário – local de procriação das espécies vivas. Os ecossistemas 
dependem de cursos de água, sazonabilidade, variações de nível de água e estão 
ameaçados pela falta de qualidade da água. A gestão do solo e dos recursos hídricos 
deve assegurar que os ecossistemas vitais sejam mantidos, que efeitos adversos sobre 
outros recursos naturaissejam considerados, e onde possível, reduzidos quando as 
decisões de gestão forem tomadas. A GIRH pode ajudar a proteger uma “reserva para 
a natureza” de água compatível com o valor dos ecossistemas para o desenvolvimento 
humano. 
 
1.3.5. Desigualdades de gênero 
 
A gestão formal dos recursos hídricos é dominada pelos homens. Embora o número 
de mulheres esteja começando a crescer, a sua representação nas instituições do setor 
de recursos hídricos é ainda muito pequena. Isto é importante, porque as formas com 
que os recursos hídricos são geridos, afetam diferentemente às mulheres e aos 
homens. Como guardiãs da saúde e higiene das famílias e provedoras de água para as 
necessidades domésticas e supridoras de alimento, as mulheres são as primeiras 
responsáveis pela água e pelo saneamento. Ainda assim, as decisões sobre tecnologias 
 
1 As Metas de Desenvolvimento do Milênio são uma ambiciosa agenda para redução da pobreza e melhoria da 
qualidade de vida, que os líderes mundiais acordarão na Cúpula do Milênio em setembro de 2000. Cada meta e 
uma ou mais ações tem sido indicadas, principalmente para 2015, usando 1990 como um ponto de partida. Mais 
informações poderá ser encontradas no sítio virtual da UNDP(PNUD) – http://www.undp.org/mdg/. 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
10
de suprimento de água e saneamento, localização dos pontos de distribuição de água e 
sistemas de manutenção são em sua maioria feitas pelo homem. A Aliança para o 
Gênero e a Água (Gender and Water Alliance) cita o exemplo de uma ONG bem 
intencionada que ajudou aos habitantes de uma vila a instalar latrinas com descargas 
para melhorar o saneamento e a higiene, sem antes perguntar às mulheres sobre os 
dois litros extras de água que elas teriam que carregar de fontes distantes para cada 
atender à descarga. Um elemento crucial da filosofia da GIRH é que os usuários da 
água, homem ou mulher, são capazes de influenciar as decisões que possam afetar o 
cotidiano de suas vidas. 
 
1.4. PRINCÍPIOS DA GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS 
 
A conferência em Dublin em 19922 deu origem a quatro princípios que têm sido a 
base para a maioria das reformas em curso no setor de recursos hídricos. 
 
Princípio 1. A água doce é um recurso finito e vulnerável, essencial para manter a 
vida, o desenvolvimento e o meio ambiente. 
 
A noção de que a água doce é um recurso finito surge do fato que o ciclo hidrológico 
circula em média em uma quantidade fixa de água por um mesmo período de tempo. 
Essa quantidade total não pode ainda ser alterada significativamente por ações 
humanas, embora possa ser, e freqüentemente é, diminuída pela poluição provocada 
pelos seres humanos. Os recursos de água doce são um bem natural que deve ser 
mantido para garantir que os serviços demandados sejam fornecidos de modo 
sustentável. Este princípio reconhece que a água é necessária para vários propósitos 
diferentes, funções e serviços; conseqüentemente a gestão tem que ser integrada e 
envolve considerações das demandas colocadas sobre os recursos e as ameaças sobre 
esses recursos. 
 
A abordagem integrada para a gestão dos recursos hídricos requer coordenação do 
alcance das atividades humanas que criam as demandas de água, determinam o uso do 
solo e geração de efluentes. Este princípio também reconhece a área de captação ou 
bacia hidrográfica como uma unidade lógica para a gestão de recursos hídricos. 
 
Princípio 2. O desenvolvimento e a gestão integrada de recursos hídricos devem ser 
participativos, envolvendo usuários, planejadores e formuladores de 
políticas em todos os níveis. 
 
Água é um objeto do qual cada um é tomador de decisão. A real participação somente 
acontece quando os atores são parte do processo de tomada de decisão. O tipo de 
participação dependerá da escala espacial relevante para a gestão de recursos hídricos 
e investimentos específicos. Será afetado também pela natureza do ambiente político 
no qual as decisões acontecem. Uma abordagem participativa é o melhor meio para 
alcançar um consenso profundo e firme, com um acordo comum. Participar é assumir 
responsabilidades, reconhecer o efeito de ações setoriais sobre outros usuários e 
ecossistemas aquáticos e aceitar a necessidade de mudanças para melhorar a eficiência 
dos usos da água e permitir um desenvolvimento sustentável do recurso. A 
participação nem sempre alcança o consenso, assim processo de arbitragem ou outros 
mecanismos de resolução de conflitos também devem ser considerado. 
 
2 Conferência Internacional sobre Água e Meio Ambiente, Dublin, Irlanda, janeiro de 1992. 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
11
 
Os governos têm que ajudar a criar a oportunidade e a capacidade de participação, 
particularmente entre as mulheres e outros grupos sociais marginalizados. É 
necessário ser reconhecido que criando simplesmente oportunidades de participação 
não se fará nada para os atuais grupos desfavorecidos, a não ser que a capacidade de 
participação desses grupos possa ser ampliada. Descentralizando a tomada de decisão 
para o nível mais baixo conveniente, é uma estratégia para aumentar a participação. 
 
Princípio 3. As mulheres desempenham papel principal no abastecimento doméstico, 
da gestão e da proteção da água. 
 
O papel principal das mulheres como provedores e usuárias da água e como guardiãs 
do ambiente em que vivem, têm sido freqüentemente refletido nos arranjos 
institucionais para desenvolvimento e gestão de recursos hídricos. É amplamente 
reconhecido que as mulheres têm um papel chave na coleta e proteção de água para 
usos domésticos – em muitos casos – também na agricultura. Todavia, as mulheres 
desempenham um papel muito menos influente do que os homens na gestão, análise 
do problema e no processo de tomada de decisão relacionados aos recursos hídricos. 
 
A GIRH requer a conscientização sobre a incorporação da perspectiva de gênero. No 
desenvolvimento de uma participação plena e efetiva das mulheres em todos os níveis 
de tomada de decisão, considerações devem ser feitas pelas formas como diferentes 
sociedades estabelecem os respectivos papéis social, econômico e cultural específicos 
para os homens e as mulheres. Há uma sinergia importante entre eqüidade de gênero e 
de gestão sustentável da água. Envolver homens e mulheres em papéis influentes em 
todos os níveis da gestão de recursos hídricos pode acelerar o processo para alcançar a 
sustentabilidade. Gerir os recursos hídricos de maneira integrada e sustentável 
contribui significativamente para eqüidade de gênero pela melhoria do acesso de 
mulheres e homens à água e aos serviços relacionados, para atender às suas 
necessidades essenciais. 
 
Princípio 4. A água tem um valor econômico em todos os seus usos competitivos e 
deve ser reconhecida como um bem econômico assim como um bem 
social. 
 
De acordo com esse princípio, é vital reconhecer primeiramente o direito básico de 
todos os seres humanos de acesso à água em qualidade e quantidade adequadas e 
serviços de saneamento a um preço acessível. Valorar economicamente recursos 
hídricos é uma maneira importante de alcançar os objetivos sociais, tais como a 
utilização eficiente e eqüitativa, e de encorajar a conservação e a proteção de recursos 
hídricos. A água tem valor como um bem econômico assim como um bem social. 
Muitos dos fracassos do passado, na gestão de recursos hídricos são atribuídos ao fato 
de que o valor integral da água não tem sido reconhecido. 
 
 
Valor e cobrança são duas coisas diferentes e nós temos que fazer essa diferenciação 
claramente. O valor da água em usos alternativos é importante para a alocação 
racional de água como um recurso escasso, seja por meios regulatórios ou 
econômicos. Cobrar (ou não cobrar) pela água é aplicar um instrumento econômico 
para apoiar os grupos menos favorecidos, afetar o comportamentoem relação à 
conservação e uso eficiente da água, dar incentivos para a gestão da demanda, garantir 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
12
retorno de custos e despertar o interesse dos usuários para pagar por investimentos 
adicionais em serviços relacionados ao uso da água. 
 
Tratar a água como um bem de valor econômico é um meio importante para a tomada 
de decisão sobre sua alocação entre os diferentes setores de usuários e entre diferentes 
usos dentro de um mesmo setor. Isto é particularmente importante quando a oferta de 
água não é uma opção possível. 
 
1.5. USOS DA ÁGUA, IMPACTOS E BENEFÍCIOS 
 
1.5.1. Impactos 
 
A maioria dos usos da água traz benefícios para a sociedade, mas a maioria tem 
também impactos negativos que podem se tornar piores pelas práticas deficientes de 
gestão, falta de regulamentação ou falta de motivação devida aos regimes adotados 
para a governança em aplicação. 
 
Cada país tem as suas prioridades de desenvolvimento e metas econômicas 
estabelecidas, de acordo com as respectivas realidades ambiental, social e política. 
Problemas e restrições aparecem em todos os usos de água, mas a disposição e 
habilidade para abordar essas questões em todos os setores usuários da água de 
maneira coordenada são diretamente afetadas pela estrutura de governança da água. 
Reconhecer a natureza inter-relacionada de diferentes fontes de água e 
conseqüentemente reconhecer também a natureza inter-relacionada e os impactos dos 
diferentes usos da água é uma etapa essencial para a introdução da GIRH. 
 
1.5.2. Benefícios da GIRH 
 
Benefícios ambientais 
 
ƒ Os ecossistemas podem ser beneficiados pela aplicação de uma abordagem 
integrada para a gestão da água, dando especial espaço para as necessidades 
 
 TABELA 1. IMPACTOS SOBRE A ÁGUA PELOS SET ORES D E USO 
 
 
 
Impactos positivos Impactos negativos 
 
Meio ambiente 
 
ƒ Purificação 
ƒ Estocagem 
ƒ Ciclo hidrológico 
 
Agricultura 
 
ƒ Correntes de retorno 
ƒ Infiltração aumentada 
ƒ Erosão diminuída 
ƒ Recarga de águas 
subterrâneas 
ƒ Reciclagem de 
nutrientes 
ƒ Esvaziamento 
ƒ Poluição 
ƒ Salinização 
ƒ Transferência de água 
ƒ Erosão 
Abastecimento 
de água e 
saneamento 
ƒ Reciclagem de 
nutrientes 
ƒ Necessidade de garantia 
de alta qualidade da água 
ƒ Poluição de águas 
superficiais e subterrâneas 
 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
13
ambientais no debate de alocação de água. No presente, tais necessidades não 
estão representadas com freqüência nas negociações. 
 
ƒ A GIRH pode auxiliar ao setor contribuindo para a tomada de consciência dos 
outros usuários das necessidades dos ecossistemas e dos benefícios que isto pode 
gerar para todos. Com freqüência, estes benefícios são subvalorizados e não são 
incorporados ao planejamento e na tomada de decisão. 
 
ƒ A abordagem de ecossistema proporciona uma nova estrutura para a GIRH que 
focaliza mais atenção numa abordagem de sistema para a gestão de recursos 
hídricos: proteção de captações à montante (p.e. reflorestamento, conservação 
terras rurais , controle de erosão do solo), controle da poluição (p.e. redução de 
pontos de captação, não incentivo à captação, proteção das águas subterrâneas) e 
fluxo de água para o meio ambiente. A GIRH proporciona uma alternativa para 
uma perspectiva de competição de um sub-setor que pode unir os atores na 
elaboração de uma visão compartilhada e uma ação conjunta. 
 
Benefícios para a agricultura 
 
ƒ A agricultura tem uma imagem ruim como o maior usuário de água e principal 
fonte de poluição difusa das águas de superfície e subterrâneas . Levar em conta 
o baixo valor agregado à produção agrícola, freqüentemente significa que, 
especialmente em situações de escassez de água, esta será desviada da 
agricultura para outros fins. No entanto, redução indiscriminada na alocação de 
água para a agricultura pode ter conseqüências econômicas e sociais graves. Com 
a GIRH, os planejadores são encorajados a olhar além do setor econômico e 
considerar as implicações das decisões de gestão da água sobre o emprego, o 
meio ambiente e a eqüidade social. 
 
ƒ Trazendo todos os setores e todos os usuários para dentro do processo de tomada 
de decisão, a GIRH é capaz de considerar o “valor” ajustado para a água como 
um todo nas decisões difíceis sobre a alocação de água. Isto pode significar que a 
contribuição da produção de alimentos para a saúde, redução da pobreza e 
eqüidade de gênero, por exemplo, pode superar comparações de ordem 
estritamente econômicas quanto às taxas de retorno de cada metro cúbico de 
água. Da mesma forma, a GIRH pode incluir na equação, o potencial de reuso de 
fluxos de retorno agrícolas para outros setores e a aplicação de reuso de efluentes 
industriais na agricultura. 
 
ƒ A GIRH clama para o planejamento integrado, de modo que a água, o solo e os 
outros recursos sejam utilizados de maneira sustentável. Para o setor da 
agricultura, a GIRH procura aumentar a produtividade da água (p.e. mais 
colheita por gota de água) de acordo com as restrições impostas pelos contextos 
econômico, social e ecológico de uma particular região ou país. 
 
Benefícios para o abastecimento de água e saneamento 
 
ƒ Acima de tudo, a GIRH aplicada apropriadamente fará com que seja assegurado 
aos pobres e aos vulneráveis, em todo o mundo, o acesso à água com qualidade. 
A implementação de políticas baseadas na GIRH deve significar aumento de 
qualidade dos abastecimentos de água domésticos, com custos reduzidos de 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
14
tratamento além do combate à poluição mais efetivamente. 
 
ƒ Reconhecer o direito das pessoas, particularmente mulheres e pobres, a uma 
parcela justa dos recursos hídricos para atender aos usos domésticos e à produção 
agrícola familiar, conduz, inevitavelmente, a necessidade de assegurar a 
representação apropriada desses grupos em órgãos coletivos que tomam as 
decisões sobre a alocação de água. 
 
ƒ O foco em gestão integrada e uso eficiente deve ser um estímulo para o setor 
exigir a reciclagem, o reuso e a redução do desperdício. Multas elevadas pela 
poluição, apoiadas em fiscalização rígida, têm levado a avanços impressionantes 
na eficiência do uso industrial de água nos países industrializados, com 
benefícios para o abastecimento primário e o meio ambiente. 
 
ƒ No passado, os sistemas de saneamento eram concentrados freqüentemente na 
remoção dos rejeitos das áreas de ocupação humana, mantendo desta forma, os 
territórios habitados limpos e saudáveis, com freqüência em detrimento de 
efeitos ambientais, em outro lugar. A introdução da GIRH aumentará a 
oportunidade para a introdução de soluções de saneamento sustentáveis que 
almejam minimizar os insumos geradores e da redução da descarga de rejeitos, a 
resolver problemas de saneamento em local tão próximo quanto possível de onde 
são gerados. 
 
ƒ Na prática e em nível local, a integração sustentável da gestão de recursos 
hídricos poderia levar à redução dos custos de suprimentos do abastecimento 
doméstico de água. Por exemplo, se tecnologias de irrigação fossem concebidas 
tendo um componente de uso doméstico da água, explicitamente incluído no 
projeto. 
 
1.6. IMPLANTANDO A GIRH 
 
As vantagens para implantar a gestão integrada de recursos hídricos são fortes – 
muitos diriam incontestáveis. O problema para a maioria dos países é a longa história 
de desenvolvimentos setorializados. A Associação Mundial pela Água (Global Water 
Partnership) coloca: 
 
“A GIRH é um desafio às práticas convencionais, atitudes e certezas 
profissionais. Confronta interesses setoriais arraigados e requer que os 
recursos hídricos sejam geridos holisticamente para o benefício de todos. 
Ninguém tem a pretensão de considerar que o desafio da GIRH será fácil. 
Mas é vital que seja dada a partida agora para prevenir a crise que está 
despontando.” 
 
A GIRHé antes de tudo uma filosofia. Como tal, oferece uma abordagem conceitual 
orientadora com o objetivo da gestão e uso sustentável dos recursos hídricos. Exige 
que as pessoas tentem mudar suas práticas de trabalho para observar o universo mais 
amplo que englobe suas ações e descubra que os seus procedimentos de trabalho não 
ocorrem independentemente de outras ações. A GIRH também procura introduzir 
elementos de democracia descentralizada na gestão da água, com ênfase na 
participação dos atores no nível mais baixo que for possível. 
 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
15
Tudo isto implica em mudança, que traz ameaças como também oportunidades. Há 
ameaças para o poder das pessoas e posições; e ameaças deles próprios como 
profissionais. A GIRH requer o desenvolvimento de plataformas que permitam a 
atores muito diferentes, freqüentemente com diferenças aparentemente 
irreconciliáveis, possam, de alguma forma trabalharem juntos . 
 
Em consequência dos arcabouços institucionais e legislativos existentes, a 
implantação da GIRH exigirá provalvelmente reformas em todas as etapas do ciclo de 
planejamento e gestão dos recursos hídricos. Um plano abrangente é necessário 
para prever como a transformação pode ser alcançada. Isto terá início provavelmente 
com uma nova política para a água que reflita os princípios de gestão sustentável de 
recursos hídricos. Para colocar a política em prática provavelmente será necessária 
uma reforma das leis sobre a água e das instituições de recursos hídricos. Este pode 
ser um processo longo e necessita envolver uma consulta profunda, incluído a 
sociedade, as agências envolvidas e a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A implementação da GIRH é mais bem realizada em um processo passo-a-passo, com 
algumas mudanças acontecendo imediatamente e outras necessitando vários anos de 
planejamento e capacitação. 
 
 
1.6.1. Estrutura política e legal 
 
As atitudes estão mudando com a conscientização das autoridades sobre as 
necessidades de gerir os recursos naturais mais eficientemente. Também entendem 
que a construção de uma nova infra-estrutura tem que levar em conta os impactos 
socioambientais, satisfazendo às necessidades fundamentais para que os sistemas 
sejam economicamente viáveis para manutenção dos propósitos. 
 
 
FIGURA 1. A GIRH E SUAS LI GAÇÕES COM OS SUB-SET ORES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: GWP TEC Documento 4 (2000) 
Água e
Agricultura 
Gestão integrada
Instrumentos 
de gestão Suprimento de
Água e efluentes 
líquidos 
Saneamento 
Básico 
Estrutura 
político e legal 
Estrutura 
institucional 
Infra-estrutura 
Água e
Meio 
ambiente 
Água para 
outros usos 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
16
No entanto, o sistema pode ser ainda inibido pelas implicações políticas decorrentes 
da mudança. O processo de revisão da política de águas é conseqüentemente um passo 
chave, exigindo uma extensa consulta e demandando compromissos políticos. 
 
A legislação sobre águas converte as políticas em lei e deveria: 
 
ƒ Regular as titularidades e as responsabilidades dos usuários e dos fornecedores 
de água; 
ƒ Definir os papéis do Estado em relação aos outros atores; 
ƒ Formalizar a transferência de alocações de água; 
ƒ Definir em lei as instituições gestoras governamentais e grupos de usuários; 
ƒ Assegurar o uso sustentável do recurso. 
 
É um desafio aplicar os princípios de GIRH em uma política setorial de águas e 
conseguir apoio político, principalmente quando decisões difíceis têm que ser 
tomadas. No entanto, não é surpresa que as principais reformas legais e institucionais 
são estimuladas somente quando existem problemas sérios na gestão da água. 
 
1.6.2. Estrutura institucional 
 
Por muitas razões, os governos de países em desenvolvimento consideram o 
planejamento e a gestão de recursos hídricos como sendo uma parte central das 
responsabilidades do governo. Esse entendimento está consistente com o consenso 
internacional que promove o conceito de governo como um facilitador e regulador, ao 
invés de executor de projetos. O desafio é alcançar o acordo mútuo sobre o nível no 
qual, em qualquer instância específica, a responsabilidade do governo deve cessar ou 
ser compartilhada com entes autônomos de gestão de serviços de água e/ou 
organizações de base comunitária. 
 
O conceito de gestão integrada de recursos hídricos vem acompanhado da definição 
de bacia hidrográfica como a unidade geográfica lógica para suas aplicações práticas. 
A bacia hidrográfica oferece muitas vantagens para o planejamento estratégico, 
principalmente nos escalões mais elevados do governo, embora as dificuldades não 
devam ser subestimadas. Aqüíferos atravessam com freqüência as fronteiras das áreas 
de captação e, mais problematicamente, as bacias hidrográficas raramente se 
enquadram dentro da entidade ou estrutura administrativa existente3. 
 
Para tornar a GIRH efetiva, é necessário alcançar acordos institucionais, permitindo: 
 
ƒ A instalação de um consórcio de atores envolvidos no processo decisório, com 
representação de todos os setores da sociedade, e um bom equilíbrio de gênero; 
ƒ A gestão de recursos hídricos baseada em fronteiras hidrológicas; 
ƒ Estruturas organizacionais em nível de bacia e sub-bacias para possibilitar a 
tomada de decisão no nível mais baixo que for possível; 
ƒ O Governo coordenando a gestão nacional de recursos hídricos, feita através dos 
setores usuários de água. 
 
 
 
 
3 Lei nº 9433/97 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
17
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUEST ÕES 
 
Tendo lido sobre os princípios básicos da GIRH você provavelmente será 
capaz de avaliar a situação no seu próprio país quando a GIRH for 
implantada. Algumas das questões que você pode querer responder, são: 
 
‰ Qual é a evidência de compromisso para a gestão integrada de 
recursos hidricos em seu país? 
 
‰ Considerando a estrutura de gestão de recursos hídricos em seu 
país, que reformas institucionais e legais são necessárias para 
implantar a GIRH? 
 
‰ Existe urgência para a gestão de recursos hídricos de maneira 
integrada e como isto pode ser feita da melhor forma? Quais serão 
os benefícios para os diferentes setores? 
 
‰ Qual a diferença entre a forma com que os homens e as mulheres 
são afetados pelas mudanças na gestão de recursos hídricos em 
seu país? 
 
FONTES E FERRAMENTAS ÚTEIS ACESSÍVEIS NA INTERNET 
 
‰ PÁGINA NA WEB DA CAP-NET 
o Tutorial da Cap-Net: http://www.cap-net.org/iwrm_tutorial/mainmenu.htm 
 
‰ PÁGINA NA WEB DA GWP 
o Publicações da GWP: 
http://www.gwpforum.org/servlet/PSP?iNodeID=231&iFromeNodeID=102 
o GWP Toolbox: www.gwpforum.org 
 
 
 
 
1 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
18
 
2. PROCESSO DE PLANEJAMENTO PARA A 
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS: UMA 
INTRODUÇÃO 
 
 
2.1. POR QUE PLANEJAR A GIRH? 
 
Como nós vimos, os problemas dos recursos hídricos são muitos e as soluções 
urgentes. No entanto, as soluções devem considerar basicamente as forças sociais, 
econômicas e políticas envolvidas e requererem mudanças que não são fáceis de 
alcançar. 
 
O planejamento para introduzir o modelo de GIRH para a gestão e desenvolvimento 
sustentável de recursos hídricos pode ser feito de várias formas. A racionalização mais 
poderosa é a de avaliar quais os principais problemas referentes à água que afetam a 
sociedade. Isto pode resultar em ação gradual progressiva focalizada na GIRH. Em 
geral, o reconhecimento de que o problema da água é sintomático de um profundo 
fracasso do sistema de gestão, nos leva ao planejamento de longo prazo com uma 
agenda para o uso mais sustentável dos recursos hídricos. A identificação da água 
como um fator chave na redução da pobreza e para desenvolvimento sustentável 
também direcionam o planejamento nacional de recursos hídricos.2.2. O QUE ESPERAMOS ALCANÇAR? 
 
Um dos resultados do processo será um plano de GIRH, endossado e implementado 
pelo governo. No processo, os atores e os políticos se tornarão mais informados sobre 
as questões da água, a importância e os benefícios, a partir do direcionamento para a 
gestão e desenvolvimento sustentável dos recursos hídricos. O plano pode ser mais ou 
menos detalhado dependendo da situação do país no momento, mas mostrará etapas 
de longo prazo que deverão continuar ao longo de uma trajetória para a 
sustentabilidade, eqüidade social e uso eficiente. 
 
2.3. ASSUMA UMA ABORDAGEM ESTRATÉGICA 
 
Ser estratégico significa procurar as soluções que ataquem as causas dos problemas de 
uso da água ao invés dos sintomas. Isto requer uma visão de longo prazo. 
 
Entender as forças básicas que causam os problemas relacionados com a água ajuda a 
construir uma visão compartilhada, assumindo o compromisso de tornar essa visão 
uma realidade. Neste sentido uma estratégia estabelece a estrutura de longo prazo para 
uma ação crescente na direção do uso sustentável de recursos hídricos aplicando os 
princípios de GIRH. 
 
Outra característica para estratégia da água é considerar os conflitos. Gestão de 
recursos hídricos é um processo caracterizado pelos confrontos e competição entre 
interesses conflitantes e pontos de vista. A abordagem integrada da gestão de recursos 
hídricos proporciona mecanismos de aumento de diálogo, negociação e mecanismos 
 
 
 
2 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
19
de participação. A aplicação desses princípios na estratégia e no subseqüente processo 
de planejamento colabora na transparência para a tomada de decisão, reconhece a 
negociação e comprometimento para a implantação do plano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4. O CICLO DE PLANEJAMENTO 
 
O planejamento é um processo lógico que é mais eficaz quando visualizado como 
ciclo (Figura 2): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por que o 
planejamento 
é importante 
para você? 
 
QUADRO 2. PL A N E J A M E N T O D E G I R H S I G N I F I C A 
 
ƒ Mover-se de uma visão em que o Estado como único responsável pela gestão de 
recursos hídricos para aquela que considera a responsabilidade da sociedade como 
um todo. 
 
ƒ Mover-se de uma tomada de decisão centralizada e controlada para uma gestão por 
resultados e oportunidades compartilhadas, negociação transparente, cooperação e 
ação concertada. 
 
ƒ Mover-se de um planejamento setorial para um planejamento coordenado ou 
totalmente integrado de recursos hídricos. 
 
FI G U R A 2 . O C I C L O P A R A D E S E N V O L V E R E A J U S T A R U M P L A N O D E GIRH 
 
Plano de trabalho
 
ƒ Conscientização; 
ƒ Participação dos 
ƒ atores; 
ƒ Compromisso político
Visão/Política
Compromisso para 
a GIRH 
 
Análise da 
Situação 
Problemas, 
Situação da GIRH; 
Metas identificadas. 
Escolha de 
estratégia 
Metas priorizadas; 
Estratégia escolhida. 
 
O plano de GIRH
Minuta, 
Aprovação dos atores e 
políticos. 
Implementação 
Ações de gestão 
legais e institucionais; 
Capacitação. 
 
 
Avaliação 
Avaliação dos avanços; 
Revisão do plano 
Início 
Compromisso 
governamental; 
Equipe formada 
 
 
 
2 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
20
O ciclo de planejamento é uma seqüência lógica de fases 
dirigidas e apoiadas por eventos contínuos de apoio à gestão e de 
consulta, mostrados aqui no centro da figura 2. 
 
2.4.1. Início (Módulo 3) 
 
O desencadeamento do processo de planejamento pode ser interno ou externo ou a 
combinação de ambos. Contudo, uma vez acordado que a gestão e desenvolvimento 
dos recursos hídricos melhorada é importante, a pergunta feita imediatamente é: como 
fazer o plano funcionar para alcançar esses objetivos? Este é propósito do curso. 
 
O planejamento da GIRH requer uma equipe para organisar e coordenar esforços e 
facilitar a consulta regular aos atores e a comunidade. Um ponto de partida importante 
para o comprometimento do governo, é um entendimento da GIRH e dos princípios 
de gestão de recursos hídricos para o desenvolvimento sustentável. 
 
2.4.2. Plano de trabalho e participação de atores (Módulo 4) 
 
O planejamento da GIRH necessita de um forte compromisso com o futuro, com uma 
gestão sustentável de recursos hídricos. Isso implica em vontade política e a liderança 
de mais alto escalão e dos principais atores.. 
 
O compromisso dos atores é necessário porque são eles que influenciam fortemente a 
gestão dos recursos hídricos por meio de esforços conjuntos e/ou mudando os seus 
comportamentos. Assim, o planejamento precisa do reconhecimento e da mobilização 
dos atores importantes, apesar de seus múltiplos objetivos e objetivos freqüentemente 
conflitantes. 
 
Os políticos formam um grupo especial de atores porque são ao mesmo tempo 
responsáveis por aprovar um plano e ainda por acompanhar sua adequada 
implementação, tendo também que responder pelo seu sucesso ou fracasso. Assim: 
 
ƒ Gestão do processo; 
ƒ Manutenção do compromisso político; 
ƒ Assegurar a participação efetiva dos atores 
ƒ Promover a conscientização sobre princípios da GIRH 
 
São pontos essenciais para o todo o processo de planejamento 
 
2.4.3. Construindo uma visão estratégica (Módulo 5) 
 
Uma visão nacional da água capta sonhos, aspirações e 
esperanças compartilhadas sobre o estado, uso e gestão dos 
recursos hídricos de um país. Neste sentido, uma visão fornece 
princípios orientadores e diretrizes para as futuras ações sobre os 
recursos hídricos e, em particular, orienta o processo de 
planejamento. A visão pode ou não ser transformada em uma 
política de água, mas espera se, pelo menos, uma abordagem de 
uso sustentável dos recursos hídricos. 
 
 
O que nós 
entendemos por 
gestão 
sustentável e uso 
de água? 
Por que devemos 
ter um ciclo e não 
uma linha reta? 
 
 
 
2 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
21
2.4.4. Análise da situação (Módulo 6) 
 
É importante conhecer a situação existente para definir a ação necessária para atingir 
aos propósitos descritos. A consulta aos atores e às diversas entidades do governo, é 
vital para o processo de entendimento das necessidades concorrentes e das metas em 
relação à disponibilidade dos recursos hídricos. Os problemas que aparecem durante a 
análise, quando vistos em confronto com a visão da água ou dos princípios da GIRH, 
indicam imediatamente os tipos de soluções que podem ser necessárias ou possíveis. 
 
Essa fase identifica as forças e as fragilidades da gestão integrada de recursos 
hídricos, da mesma forma que revela os pontos que devem se considerados para 
melhorar a situação e o caminho a seguir para alcançar a visão. Como um produto 
final, as metas devem ser propostas de acordo com os problemas e os temas 
identificados, assim como as prioridades nacionais. 
 
2.4.5. Estratégias de gestão de recursos hídricos (Módulo 7) 
 
As soluções possíveis vêm simultaneamente ou após a definição dos problemas. Tais 
soluções têm que ser analisadas, levando em conta os requisitos, as vantagens e as 
desvantagens envolvidas e a sua viabilidade. 
 
No estágio em que a extensão dos problemas e os obstáculos a serem enfrentados são 
conhecidos, é importante estabelecer as metas para o plano de GIRH. Para cada meta, 
a estratégia para viabilização mais apropriada é escolhida e definida, assim como a 
sua conformidade com a meta geral de gestão sustentável. O âmbito para a ação 
técnica e gerencial é muito amplo tendo em conta a complexidade do setor de recursos 
hídricos. Já nesse estágio, devem ser identificadas as áreas prioritárias para a ação. 
 
2.4.6. O plano de GIRH pronto e aprovado (Módulo 8) 
 
Um plano de GIRH pode ser construído com base na visão, na análise da situação e na 
estratégia de recursos hídricos. Podem ser necessárias várias propostas, não só para 
alcançar a viabilidade, bem como atividades e orçamentos realistas. Mas também 
obtera concordância dos políticos e atores nas diversas negociações realizadas e 
decisões tomadas. A aprovação pelo governo é essencial para mobilização de 
recursos e implementação. 
 
2.4.7. Implementação e avaliação 
 
A implementação e avaliação não são consideradas neste material de capacitação. 
Construir um plano de GIRH é um marco, mas não é um fim em si mesmo. Com 
freqüência, os planos não são implementados, então é importante identificar as 
principais razões, e eliminá-las: 
 
ƒ Falta de compromisso político com o processo. Usualmente, devido a diretrizes 
ditadas por fontes externas ou falta de engajamento de tomadores de decisão que 
são decisivos para dar início ao processo. 
ƒ Planejamento fora da realidade, requerendo recursos que vão além das 
possibilidades do Governo. 
ƒ Planos inaceitáveis. Planos rejeitados por um ou mais grupos de influência, 
resultante de uma consulta inadequada ou expectativas irreais de compromisso. 
 
 
 
2 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
22
Em questão da água, onde benefícios econômicos e relações de poder podem ser 
afetados, é vital que a consulta seja feita adequadamente. 
 
Alcançar uma gestão e desenvolvimento sustentável de recursos hídricos é um 
compromisso de longo prazo. Portanto, o plano deve ser visto como dinâmico com 
possibilidades de avaliação e reformulação, em intervalos periódicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
 
Em grupos pequenos copiem as atividades para cada etapa do ciclo de 
planejamento que considerem necessárias em seus países ou região. †
 
FONTES E FERRAMENTAS ÚTEIS ACESSÍVEIS NA INTERNET 
 
‰ National Strategies for Sustainable Development: A resource book 
http://www.nssd.net/res_book.html#contents 
‰ UNESCAP - Strategic Planning and Management of Water Resources 
http://www.unescap.org/esd/water/spm/ 
 
 
 
 
2 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
23
 
3. INICIANDO O PROCESSO DE 
PLANEJAMENTO 
 
 
 
 
3.1. QUAIS SÃO OS PRODUTOS ESPERADOS 
 
Esta seção é dedicada ao início e a mobilização do processo de planejamento, por essa 
razão, os resultados esperados neste estágio seriam: 
 
ƒ O interesse de Governo em uma gestão melhorada de recursos hídricos é traduzido 
no compromisso e na criação de uma estrutura de gestão para desenvolver o plano. 
 
 
 
3.2. INÍCIO 
 
O início do processo de planejamento da GIRH pode ocorrer de diversas fontes. 
Representantes de governos, na Conferência de Cúpula sobre Desenvolvimento 
Sustentável assumiram compromissos de adotar planos de gestão e desenvolvimento 
sustentável dos recursos hídricos até 2005. Este objetivo vem sendo perseguido com o 
apoio da comunidade internacional e doadores. Como resultado, a orientação para os 
planos GIRH pode parecer vir de fora do país, por intermédio de doadores e agências 
internacionais, oferecendo assistência para alcançar essa meta de construir seus Planos 
Nacionais. 
 
Muitos governos estão conscientes dos problemas que os seus respectivos setores de 
água estão enfrentando por questões tais como poluição, escassez, emergências, 
competição pelos usos e têm identificado a ação como prioritária. Muitos governos já 
deram o primeiro passo para estabelecer uma política ou têm contribuído para o 
 
FIGURA 3. FA S E I NI CIAL – DIRETRIZ ES, RESULT ADOS E ATIVID ADES 
Resultados Atividades 
Forças Internas 
Água 
Visão/Política 
INÍCIO 
 
Forças Externas 
Compromisso 
do Governo 
Formação de equipe
Conscientização 
da GIRH 
 
 
 
3 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
24
desenvolvimento de tais visões em suas região. O foco sobre problemas específicos de 
água ou áreas problemas são ainda estímulos adequados para os governos agirem, 
mesmo que isto resulte em um plano de ação mais restrito para resolver uma questão 
específica, pode conduzir a um desenvolvimento gradual de uma abordagem 
completamente integrada da gestão de recursos hídricos. 
 
O processo para a elaboração de um plano de GIRH requer um processo diferente 
daqueles usados no caso em planejamento de governo. As principais diferenças são: 
 
ƒ Abordagem multi-setorial: Gerenciar recursos hídricos de maneira integrada 
significa criar ligações e estruturas para gestão entre setores. Para esta estratégia 
ser bem sucedida, os principais setores de uso da água devem ser envolvidos 
desde o início no planejamento e na elaboração da estratégia. 
ƒ Processo dinâmico: A elaboração de um sistema de gestão sustentável de 
recursos hídricos e uma abordagem integrada é um processo longo. Esse 
procedimento exige uma revisão periódica, adaptação e possível reformulação 
dos planos para que permaneçam efetivos. 
ƒ Participação dos atores: Devido ao fato de que, em sua maioria, os problemas 
com a gestão de recursos hídricos são percebidos nos níveis mais baixos e as 
mudanças na gestão de recursos hídricos exigem ações até ao nível individual. O 
processo de formulação de uma estratégia requer uma consulta ampla dos atores. 
 
Existem pontos importantes para o governo considerar a sua participação em um 
exercício de planejamento de GIRH, qualquer que seja a razão. 
 
ƒ Compromisso do governo; 
ƒ Conscientização sobre os princípios para alcançar a gestão integrada de recursos 
hídricos (GIRH); 
ƒ Organização da equipe de gestão. 
 
3.2.1. Obtendo o compromisso do governo 
 
Um plano, para ser aceito e implementado tem que 
envolver o governo, e estar acolhido em sua estrutura, 
desde o início. O compromisso firmado pelo governo deve 
ir além de um determinado ministro quando as mudanças 
esperadas são muito amplas. A revisão dos sistemas de 
gestão de recursos hídricos afeta todos os usuários de água, 
ameaçando o poder de alguns ministros influentes. A 
obtenção do compromisso desses ministros deve ser logo 
no início ou, pelo menos, ser uma das principais atividades 
para o lançamento do plano de trabalho. 
 
A estrutura da Equipe de gestão para o planejamento e formação da consciência sobre 
gestão de recursos hídricos estão ambos ligados à obtenção e manutenção do 
compromisso do governo. O tópico de “Apoio Político” será retomado mais à frente 
em módulos específicos. 
 
Indicadores do comprometimento do governo incluem: alocação de verbas para o 
processo de planejamento, liderança da equipe de planejamento, número de ministros 
e órgãos ambientais envolvidos na decisão de desenvolver um plano. 
 
Quais são os ministérios 
mais influentes em seu 
país com relação aos 
recursos hídricos? 
 
Que ministério ou 
instituição deveria 
liderar o processo de 
planejamento? 
 
 
 
 
3 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
25
 
3.2.2. Conscientização sobre gestão de recursos hídricos 
 
O processo de planejamento de GIRH tem que ser respostas 
diretas e incluir os problemas e questões nacionais de recursos 
hídricos. A GIRH tem que ser apresentada como um meio 
realístico para promover a mudança e abordar alguns dos 
problemas que o país esteja enfrentando. A conscientização 
continuará durante o processo de planejamento, mas esse ponto é 
dirigido aos servidores públicos principais do governo que 
precisam ser alertados do potencial para o impacto e o sucesso da 
proposta antes de assumirem o compromisso com o exercício de 
planejamento baseado nos princípios da GIRH. 
 
A equipe de gestão, uma vez formada, deve ter a oportunidade de ser informada sobre 
a GIRH, sendo capaz de explicar com clareza e convicção as estratégicas e opções 
disponíveis para melhorar a gestão dos recursos hídricos. 
 
Para membros da alta administração do governo, uma explicação objetiva e precisa 
talvez seja o possível. Um evento ou a preocupação em alto nível da comunidade 
internacional pode também estimular o interesse do governo. Um evento de alto 
nível de âmbito nacional ou a manifestação da comunidade internacional pode 
estimular o interesse do governo. 
 
3.2.3. Estabelecendo uma equipe de gestão 
 
O envolvimentode todas as partes deve acontecer dentro de um contexto claro de 
gestão e com um acordo sobre as funções e responsabilidades. 
 
Com organizações importantes para conduzir o processo de planejamento de GIRH 
incluem-se, por exemplo: 
 
ƒ Governo Nacional; 
ƒ Um Comitê Diretor de Processo; 
ƒ Equipe de Gestão; 
ƒ Onde for apropriado a GWP pode atuar como facilitadora. 
 
Desde as etapas iniciais, o papel das diversas organizações tem que ser definido e 
consensado. (Tabela 2). 
 
Em razão da diversidade de situações encontradas nos diferentes países e níveis 
variáveis de maturidade dos processos de planejamento, não existe uma fórmula para 
uma estrutura de gestão de programa efetiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que estratégia 
poderia ser usada 
para envolver as 
figuras políticas 
chaves e os 
governantes 
superiores para 
explicar a GIRH? 
 
 
 
 
3 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
26
 
Comitê Diretor 
 
Se criado Comitê Diretor para dirigir a 
iniciativa de planejamento estratégico, 
conduzirá o plano ao longo de todas as etapas 
de preparação para assegurar que a iniciativa 
esteja funcionando eficazmente e fornecendo 
o máximo de benefícios. O Comitê deve 
incluir autoridades e instituições envolvidas 
no processo decisório do setor de recursos 
hídricos, com um grupo escolhido de atores. 
A composição do Comitê deve ser 
cuidadosamente balanceada. É fundamental o 
compromisso, desde o início, que todas as 
organizações participantes (governo, setor 
privado e sociedade civil) aceitáveis para 
atores. 
 
Criando uma Equipe de Gestão do Processo 
 
A chave para o desempenho eficiente é a 
criação de um secretariado/órgão de 
coordenação/equipe de gestão aceito pelos 
atores, com autoridade e recursos para 
coordenar as atividades. A equipe inclui 
geralmente planejadores experientes de 
agências setoriais relevantes com a função de 
trazer diferentes perspectivas para assegurar o 
processo de planejamento, porém também 
pode incluir consultores ou pessoal auxiliar. 
 
 
QUADRO 4.MEMBROS POTENCIAI S 
DE UM COMITÊ DIRETOR 
 
ƒ Sugere-se um político experiente como 
presidente; 
ƒ Pelo menos um membro da equipe de 
gestão; 
ƒ Servidores de ministérios e secretarias 
envolvidos na gestão das águas; 
ƒ Representantes de agências reguladoras; 
ƒ Representantes dos tomadores de decisão 
e sociedade civil; 
ƒ Especialistas selecionados; 
ƒ Representantes de agências externas de 
apoio. 
QUADRO 3. TAREFAS CHAVES D O 
COMITÊ DIRETOR 
 
ƒ Prover a equipe de gestão com 
orientação e apoio geral; 
 
ƒ Rever as propostas e relatórios 
preparados pela equipe de gestão; 
 
ƒ Rever regularmente o progresso da 
implementação; 
 
ƒ Apoiar a equipe de gestão na obtenção 
de dados preliminares e informações; 
 
ƒ Ser responsável por coordenar o 
supervisionar a implementação de 
atividades relevantes com as suas 
respectivas agências, organizações e 
comunidades; 
 
ƒ Decidir sobre a composição da equipe 
de gestão e indicar seus membros. 
 
 
 
 
3 
 
 TABELA 2. SUGESTÃO DE DISTRI BUIÇÃO DE FUNÇÕES E RESPONSABI LIDADES 
 
 FUNÇÃO 
GOVERNO NACIONAL 
ƒ Liderança, “dono” do processo; 
ƒ Mobilização de financiamentos; 
ƒ Estabelecimento de um ambiente de política macro-
econômica. 
COMITÊ DIRETOR 
ƒ Conduzir o processo (grupo com ampla representação); 
ƒ Mobilização do apoio entre os setores de interesse; 
ƒ Garantia da qualidade dos resultados; 
ƒ Monitoramento do processo de implantação. 
EQUIPE DE GESTÃO 
Grupo de profissionais qualificados 
ƒ Gerência do processo diário para o desenvolvimento da 
estratégia, implantação e capacitação. 
INSTITUIÇÃO FACILITADORA 
Onde for apropriado, 
por exemplo, ONGs nacionais, GWP, 
parcerias nacionais ou regionais ou 
equipes locais da ONU. 
 
ƒ Promoção de um ambiente neutro para o diálogo; 
ƒ Apoio ao processo de desenvolvimento de estratégia 
dando conselhos e compartilhando conhecimentos; 
ƒ Adoção de processos de capacitação e o treinamento 
de pessoas. 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
27
A função da equipe é traduzir decisões do 
Comitê Diretor em medidas práticas de ação, 
ao mesmo temp o que informa o Comitê 
Diretor do progresso e as questões principais 
levantadas. A equipe será responsável pela 
gestão do processo de planejamento 
participativo e por conduzir as atividades 
necessárias para a preparação do plano de 
GIRH. As tarefas específicas da equipe são as 
seguintes: 
 
ƒ Organizar e coordenar todo o processo 
estratégico; 
ƒ Planejar atividades e reuniões específicas; 
ƒ Aportar expertise e recursos; 
ƒ Apoiar grupos de trabalho e outros 
comitês; 
ƒ Atuar como ponto focal de comunicação. 
 
A composição da Equipe pode variar e dependerá da dimensão de cada tarefa e a 
dimensão dos resultados esperados. Da mesma forma a localização da equipe pode 
variar. No entanto, a experiência mostra que funcionará melhor se estabelecida dentro 
de um departamento governamental. Se o resultado estiver longe de ser atingido, 
então poderá ser mais bem colocada em um escritório centralizado que tenha funções 
interligadas tais como Finanças e Planejamento. Instalada dentro de um organismo 
independente aceitável para, e respeitado pelo governo, também é uma possibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PLATAFORMA DE MULTI-ATORES: A VALORIZAÇÃO ADICIONAL DA GWP 
 
A Associação Mundial pela Água (Global Water Partnership (GWP) utiliza plataformas multi-atores 
em nível regional e nacional – na forma de Parceria Regional ou Nacional Pela Água (Regional and 
Country Water Partnerships (CWP) – como um meio para auxiliar no desenvolvimento de planos 
nacionais de GIRH e de uso eficiente da água. 
 
Estes CWP são plataformas neutras que permitem congregar atores para discussão como podem 
contribuir de modo concreto, no sentido de estabelecer estratégias, planos e implantação de ações 
que levem a uma gestão e uso sustentáveis da água. Tais Parceiras, por exemplo, são fórum para 
inovação e melhor entendimento de como a mudança pode ser implementada – tornado-as assim 
mais efetiva – e pressionar pela reformas necessárias na legislação e nos acordos institucionais. 
 
Ao facilitar a preparação de planos nacionais de GIRH – o qual tem o apoio de todos os de atores 
importantes e são aprovados pelos governos respectivos - A Parceria Nacional pela Água objetiva 
assegurar ampla apropriação dos Planos, assim facilitando a mobilização de recursos para apoiar a 
sua implementação 
 
Assim a Parceria pela Água : 
 
ƒ Fornece uma plataforma neutra para o diálogo e a troca de informações; 
ƒ Apóia o processo de desenvolvimento de estratégia e planejamento de GIRH dando orientação e 
compartilhando conhecimento e lições aprendidas de outras regiões e países; 
ƒ Apóia a capacitação e treinamento fornecendo as ligações e coordenações com redes de 
capacitação. 
QUADRO 5. EQUI PE QUALI FICADA 
EM GESTÃO 
 
QUALIFICAÇÃO MÍNIMA DA EQUIPE 
 
ƒ Liderança de equipe e gestão de 
projetos. 
ƒ Habilidade em comunicação e 
negociação. 
ƒ Apoio administrativo. 
 
QUALIFICAÇÃO DESEJADA. 
 
ƒ Organização e planejamento em 
recursos hídricos. 
ƒ Habilidade política, institucional e 
legal. 
ƒ Habilidade técnica: hidrologia, 
avaliação de demanda, etc. 
ƒ Análise sócio - econômica. 
ƒ Economia e finanças. 
 
 
 
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Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
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FONTES E FERRAMENTAS ÚTEIS ACESSÍVEIS NA INTERNET 
 
‰ Getting in Step: Engaging and Involving Stakeholders in Your Watershed 
o http://www.epa.gov/owow/watershed/outreach/documents/stakeholderguide.pdf 
 
‰ The How-to of Communications Planning. Social Change media. 
o http://media.socialchange.net.au/planning_comms/10steps.html 
 
‰ Advocacy Sourcebook. A Guide to advocacy for WSSCC co-ordinators working on the WASH campaign 
o http://www.wsscc.org/download/Advocacy_Sourcebook.pdf‰ Manual Advocacy for Gender & Water Ambassadors. Gender and Water Alliance. 
o http://www.genderandwateralliance.org/reports/GWA%20Advocacy%20manual.pdf 
 
‰ The partnership handbook. Government of Canada 
o http://www.hrsdc.gc.ca/en/epb/sid/cia/partnership/partnerhb_e.pdf 
 
‰ Working on Teams. Articles and Tools. MIT. 
o http://web.mit.edu/hr/oed/learn/teams/articles.html 
 
 
 
 
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Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
29
 
 
 4. DESENVOLVENDO O PLANO DE 
TRABALHO 
 
 
 
4.1. QUAIS SÃO OS PRODUTOS ESPERADOS? 
 
Esta etapa do ciclo de planejamento enfoca a preparação para a tarefa de produzir um 
plano de GIRH e, portanto, os produtos esperados nessa etapa poderiam ser: 
 
ƒ Um programa de ação com um plano de trabalho detalhado e meios de 
financiamento definidos; 
ƒ Vontade política e apoio para o processo de planejamento construído; 
ƒ Uma estrutura para ampla participação dos atores formada 
ƒ Atividades de capacitação em apoio ao processo de planejamento identificadas. 
 
As seções seguintes abordam as áreas de produção. 
 
 
 
 
 FI GURA 4. FASE DE MOBILIZAÇÃO – DIRETRI ZES, PROD UT OS E ATIVID ADES 
Diretrizes existentes Produtos Atividades 
PLANO DE TRABALHO 
COM CONTÍNUA 
 
 
 
 
 
Compromisso 
político 
Concordância 
no processo 
Compromisso 
dos atores e 
sociedade 
Análise dos 
atores 
Compromisso 
político 
Capacitação 
Equipe formada 
Participação de 
atores 
 
 
 
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Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
30
4.2. MOBILIZAÇÃO 
 
São componentes do lançamento do processo de planejamento: a mobilização da 
equipe, o desenvolvimento do plano de trabalho, envolvimento dos atores e a garantia 
do compromisso político de todos os componentes. As ações da equipe e de outras 
estruturas de gestão do processo devem ser formadas ao longo do ciclo de 
planejamento e são os meios para manter o ciclo em movimento. 
 
Os esforços de mobilização devem também procurar construir a confiança de todos 
com respeito ao processo. A confiança é um capital social não percebido que emula a 
coesão pela redução das incertezas. A confiança reduz os conflitos, facilita o processo 
de consulta e melhora a aceitação dos resultados. A perda da confiança tem um efeito 
deletério sobre o Plano. 
 
4.2.1. Formulando plano de trabalho 
 
Definição dos Termos de Referência 
 
Uma das etapas cruciais em todo o processo de planejamento é a fase de mobilização, 
durante o qual os Termos de Referência (TRs) para o próprio Plano de GIRH serão 
definidos. É importante que os principais temas a serem incluídos devam ser pensados 
cuidadosamente, em termos de áreas de interesse, recursos, inclusive financeiros, para 
adotar o plano de GIRH e para implementar suas recomendações. Os TRs precisam 
ser baseados nessas considerações e fornecer uma estrutura clara para atividades 
adicionais. 
 
Os TRs podem ser desenvolvidos em paralelo com a formação da Equipe de Gestão 
ou como tarefa principal da Equipe. Freqüentemente, as atividades da Equipe são 
definidas nos TRs. É importante lembrar que os TRs têm a intenção de ser um 
documento de referência, fornecendo subsídios claros das necessidades, abrangência e 
objetivos. Desta forma, os TRs consolidam as regras fundamentais que regem todo o 
processo. Os componentes típicos dos TRs incluem: antecedentes, objetivos do 
planejamento estratégico, divisão de responsabilidades, abrangência de 
trabalho/tarefas, plano de trabalho, exigência de relatórios, estrutura do processo de 
gestão, orçamento e recursos necessários; dados, materiais e informações de apoio. Os 
resultados obtidos e um cronograma são parâmetros de controle importantes para a 
Equipe. 
 
Levantando recursos e financiamento 
 
A condução do processo de planejamento está, também, limitado pelo orçamento 
alocado. O plano de trabalho, o número de reuniões, oficinas, utilização de 
consultores estão limitados pelos recursos financeiros, assim como por outros fatores. 
A Equipe pode ter a expectativa de contar com orçamento. Mas é mais provável que a 
Equipe seja formada somente se houver uma garantia de quantia definida e destinada 
ao processo na fase inicial. Recursos humanos e outros recursos que serão necessários 
e as condições para contratação de consultores devem ser bem definidos. 
 
O plano de trabalho 
 
 
 
 
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Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
31
O estágio final do processo de mobilização é construir o Plano de Trabalho. Baseado 
nos requisitos estabelecidos nos TRs. Esses TRs integrarão as necessidades do Plano 
de GIRH com recursos que forem alocados e fornecerá um esquema detalhado das 
ações específicas e atividades. O plano de trabalho pode ser estruturado com base nas 
etapas identificadas nesse material de capacitação e tem que ser preparado pela 
Equipe e/ou ou qualquer consultor contratado para este propósito, constituindo-se em 
um dos principais produtos da primeira etapa. As áreas típicas abordadas pelo plano 
de trabalho são: 
 
ƒ Sumário sobre as tarefas solicitadas; 
ƒ Plano de trabalho e metodologia a ser aplicada; 
ƒ Gestão e responsabilidades qualificadas; 
ƒ Abordagem dos pontos importantes; 
ƒ Mecanismos claros de reuniões/seminários/ 
comunicação. 
 
4.3. COMPROMISSO POLÍTICO 
 
Apoio político e compromisso são 
essenciais para o sucesso de qualquer 
processo de mudança. É necessário o 
compromisso desde o nível mais elevado 
(gabinete, chefe de estado) caso o plano 
elaborado preveja mudanças em 
ministérios ou em estruturas legais e 
institucionais. 
 
Uma primeira etapa importante, é acordar 
com os líderes políticos a necessidade da 
gestão e desenvolvimento sustentável dos 
recursos hídricos com enfoque em GIRH. 
Um líder político ou social como defensor 
do plano pode auxiliar na conscientização e 
canalização de apoio para o processo. 
 
Algumas das razões para forte apoio 
político são: 
 
ƒ assegurar que os problemas e questões prioritárias dos recursos hídricos possam 
ser enfocados a partir de uma dimensão multi-institucional; 
ƒ possibilitar que o sistema de coordenação estratégica funcione (o secretariado e o 
comitê diretor dependerão do apoio político para a sua formação e operação); 
ƒ garantir que a visão e objetivos de recursos hídricos incorporem objetivos 
políticos consistentes com outros objetivos nacionais; 
ƒ assegurar, por outro lado, que a visão e objetivos dos recursos hídricos sejam 
refletidos nas aspirações políticas; 
ƒ assegurar que abordagens sustentáveis para a gestão de recursos hídricos sejam 
incluídas no desenvolvimento, planos e compromissos políticos de outros 
setores; 
ƒ assegurar que implicações políticas da estratégia sejam acompanhadas e 
consideradas ao longo do processo, e não meramente em algum ponto final 
QUADRO 6. SOBRE O COMPROMI SSO 
POLÍTI CO 
 
ALGUMAS COISAS PARA MEDIR 
 
ƒ Alocação financeira para o processo de 
planejamento 
ƒ Liderança da equipe de planejamento 
ƒ Número de Ministérios e agências 
envolvidas na decisão de desenvolver um 
plano. 
ƒ Oficinas/atividades com políticos 
 
ALGUMAS COISAS PARA CONSIDERAR 
 
ƒ A existência de uma política oficial ou 
decisão do governo não garante uma ação 
efetiva 
ƒ O governo tem usado freqüentemente 
uma abordagem de cima para baixo e não 
considera os atores desde o início 
ƒ Compromisso político deve ser de longo 
prazo e portanto supra partidário 
ƒ As ONGs têm tido participação importante 
em projetos de uso de recursos hídricos. 
 
Você acha que o 
trabalho deve ser 
realizado pela equipe ou 
que deve somente ser 
coordenado por ela? 
 
 
4 
Cap-Net. Planejamento de GIRH, Módulo de Capacitação 
 
32
formal (para permitir que funcione uma abordagem de aperfeiçoamento 
contínuo); 
ƒ tomar decisões sobre as mudanças políticas, legais e institucionais 
recomendadas; 
ƒ assegurar que o plano seja adotado e tenha continuidade em seu 
acompanhamento; 
ƒ alocar fundos governamentais (se necessário, também mobilizar

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