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HÉLICE TRIPLA Desenvolvido por Henry Etzkowitz (EUA), aborda a relação entre empresas (ou indústria, incluindo startups de tecnologias avançadas e empresas multinacionais), governo (em seus vários níveis) e universidades (e outras instituições produtoras de conhecimento) na geração de conhecimento e inovação para o mercado. Esse modelo contrasta com o modelo tradicional do fluxo de conhecimento num sentido único – da pesquisa básica para a inovação – ou do tipo horizontal, para um modelo baseado numa forma de espiral onde o fluxo de conhecimento flui também no sentido inverso, da indústria para a universidade. O modelo da hélice tripla tenta ainda justificar uma nova configuração das forças institucionais emergentes no seio dos sistemas de inovação. Enquanto as empresas participam com conhecimento de mercado e demanda de novas criações, as universidades apresentam conhecimento latente aguardando oportunidades de uso e desenvolvimento. O governo entraria nesta relação fornecendo suporte, seja político ou financeiro, para a realização de projetos. Uma das principais formas de apoio disponíveis para o governo é financiando com venture capital a criação das empresas oriundas das cadeiras universitárias e dos experimentos que foram realizados, principalmente daqueles que romperam fronteiras da ciência. O modelo da hélice tripla sobreu evolução ao longo do tempo, motivada pelas idéias incrementais ao modelo. Além disso, as interações entre os agentes também estão em constante evolução, exigindo assim, novas formas de representação geométrica do processo. À medida que o conhecimento se torna uma parte cada vez mais importante e crucial da inovação, a universidade, como instituição de produção e disseminação de conhecimento científico e técnico, tem um papel mais importante na inovação industrial. Esta função de inovação era uma atividade, em grande parte, exclusiva da indústria ou do governo. Numa economia baseada no conhecimento, a universidade torna-se elemento-chave no sistema de inovação, tanto como fornecedor de capital humano, como de criador/incubador de novas empresas. O objetivo, segundo Etzkowitz, é realizar um ambiente inovador, que consiste em fomentar e criar condições gerais para o empreendedorismo, tais como: • Criação de empresas spin-offs das universidades; • Empreender iniciativas trilaterais para o desenvolvimento econômico baseado no conhecimento, como é o caso da criação de parque de Ciência & Teconologia (C&T) e de incubadoras de empresas; • Celebração de alianças estratégicas entre as empresas (grandes e pequenas) que operam em áreas diferentes e com diferentes níveis de tecnologia; • Criação de insitituições híbridas, com funções de interface sem fins lucrativos; e • Celebração de contratos de Inovação & Desenvolvimento (I&D) com laboratórios governamentais e grupos acadêmicos de investigação. Na figura 1, o governo envolve a academia e a indústria e tem o papel central no processo. Numa relação tridimensional, o governo engloba a universidade e a indústria e conduz as relações entre os dois. A inovação tem um caráter normativo, fruto das diretrizes e autoridades do governo e não da dinâmica e relação entre universidade e indústria. Esse modelo foi superado pelas condições econômicas mundiais impostas pelo sistema capitalista, onde os três agentes têm liberdade. Na figura 2, os agentes estão interligados por uma pequena interação, em que cada um tem um papel bem definido, recorrendo apenas quando necessário. A partir da figura 1, pode-se perceber uma redução na relevância do governo na determinação e autoritarismo na direção da inovação e, numa perspectiva liberalizante, deixa o papel de condutor para os demais agentes. Isto nã significa a redução das inovações, mas um novo arranjo institucional onde o governo possui outra dinâmica. Na figura 3, as estruturas estão sobrepostas para exemplificar a interação forte e até mesmo mostrar que, no encontra das hélices, pode haver uma certa atuação de um agente na área do outro, exatamente naquele espaço de intersecção, como, por exemplo, quando as universidades registram patentes ou as empresas realizam treinamentos. Nesse modelo, é previsto a existência de uma infra- estrutura de conhecimento em que as instâncias envolvidas se sobrepõem, originando organizações híbridas em que todas assumem as mesmas funções relativas à inovação.Esta não-divisão e sobreposição, proporcionam o surgimento da interação dinâmica entre os agentes e os processos inovativos são intensificados, surgindo spin-offs entre os agentes. A expectativa, neste caso, é de que a interação seja intensa e constante, levando aos mais diversos arranjos institucionais. Seguindo as imposições da competição econômica internacional, a universidade deve ser empreendedora, as empresas cada vez mais pautadas pela inovação tecnológica como garantia da competitividade, e o governo deve ser participativo, com metas claras e bem definidas, visando à interação dos agentes para o desenvolvimento econômico. FONTES: CARDOSO, H. Hélice tripla: parceria empresa, governo e universidade pela inovação. Disponível em: <http://www.facadiferente.sebrae.com.br/2011/10/10/helice-tripla-parceria- entre-empresa-governo-e-universidade-pela-inovacao>. CUNHA, S. NEVES, P. Aprendizagem Tecnológica e a Teoria da Hélic Tripla. Disponível em <http://www.revistarai.org/rai/article/view/195/124>. MARQUES, J.P. A dinâmica da universidade moderna: a hélice tripla de relações universidade-indústria-governo e o empreendedorismo acadêmico. Disponível em: <http://www.iscac.pt/files/docentes/85.pdf>. HÉLICE SOCIAL A hélice social está relacionada com o empreendedorismo social, que é um negócio lucrativo e que, ao mesmo tempo, traz desenvolvimento para a sociedade. Empresas sociais utilizam mecanismos de mercado para, por meio de sua atividade principal, buscar soluções de problemas sociais. O termo foi criado por Bill Drayton ao perceber a existência de indivíduos que combinam pragmatismo, compromisso com resultados e visão de futuro para realziar profundas transformações sociais. O empreendedor social aponta tendências e traz soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais, seja por enxergar um problema que ainda não é reconhecido pela sociedade e/ou por vê-lo por meio de uma perspectiva diferenciada. Por meio de sua atuação, acelera o processo de mudanças e inspira outros atores a se engajarem em torno de uma causa comum. Negócios sociais integram a lógica dos diferentes setores setores econômicos e oferecem produtos e serviços de qualidade à população excluída do mercado tradicional, ajudando a combater a pobreza e diminuir a desigualdade. Inclusão digital, geração de renda e qualidade de vida são os objetivos principais dos negócios sociais, que também são economicamente rentáveis. Tiveram início com Muhhamad Yumus, Nobel da Paz de 2006, que pretende acabar com a pobreza através de um banco em Bangladesh, o Grammen Bank, que oferece ativamente microcrédito para milhões de famílias. Em 1976, constatou as dificuldades de pessoas carentes em obter empréstimos devido ao fato de não poderem dar garantias aos bancos. Criou então o Grammen Bank, que empresta dinheiro para, principalmente, mulheres, baseando-se na premissa de que os pobres têm habilidades profissionais não utilizadas ou subutilizadas. Yunus acredita que a pobreza não é criada pelos pobres, é criada pelas instituições e políticas que o cercam. O Grammen Bank criou uma metodologia e uma instituição para atender às necessidades financeiras dos pobres e criou condições razoáveis de acesso a crédito, capacitando os pobres a desenvolverem suas habilidades profissionais para obter uma renda maior a cada ciclo de empréstimos. O microcrédito é a concessão de empréstimos de pequeno valor a microempreendedores formais e informais, normalmente semacesso ao sistema financeiro tradicional, mas que querem desenvolver uma atividade econômica por conta própria. Os pressupostos de um crédito para ser considerado um microcrédito são: • Seus destinatários são os mais desfavorecidos • A iniciativa de investimento pode vir a se tornar uma atividade sustentável • Crédito de confiança depositado nos empreendedores O processo de incubação é um dos mecanismos mais eficazes para lançar e desenvolver novos empreendimentos. A incubadora de empresas estimula o empreendedorismo na medida em que fortalece as empresas em seus primeiros anos de existência e as prepara para sobreviver no mercado. Normalmente atreladas a alguma instituição de ensino, oferecem uma série de facilidades, como: • Espaço físico • Assessoria para gestão técnica e empresarial • Infraestrutura e serviços compartilhados • Acesso a mecanismos de financiamento • Possibilidade de ampliar mercados e networking • Processo de acompanhamento, avaliação e orientação Para participar de uma incubadora, é preciso que o negócio tenha viabilidade econômica e técnica e devolvam um produto, serviço ou processo com diferencial competitivo, inovador e que se destaque das soluções existentes no mercado. FONTES: ANDC. O que é um microcrédito? Disponível em: < http://www.microcredito.com.pt/#conteudos/oQueMicro.htm>. ASHOKA. Empreendedorismo Social. Disponível em: < http://www.ashoka.org.br/visao/empreendedorismosocial/>. BNDES. Programa BNDES de Microcrédito. Disponível em: < http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financ eiro/Programas_e_Fundos/Microcredito/>. GOVERNO FEDERAL. Empreendedorismo Social. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/empreendedor/profissionalizacao/empreendedorismo- social>. GOVERNO FEDERAL. Incubadoras. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/empreendedor/primeiros-passos>. WIKIPÉDIA. Muhhamad Yunus. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Muhammad_Yunus/>. HÉLICE DAS IDEIAS A hélice das ideias está relacionada com a geração de novos projetos, seja a partir de problemas do país, da sociedade ou da comunidade, que são as oportunidades típicas de países mais pobres. Novos projetos advindos de pesquisas ocorrem mais em países desenvolvidos, quais seus principais problemas estruturais de governo já foram resolvidos. Engelmann defende que, em ambiente de inovação tecnológica, deve-se introduzir uma quarta hélice a hélice tripla de Etzkowitz. A quarta hélice estaria voltada pela segurança dos direitos humanos, sustentando eticamente a movimentação das outras três hélices, assegurando a necessária integração da inovação com a preocupação com o ser humano e o meio ambiente. Problemas sociais são, por natureza, complexos, pelo que necessitam de respostas inovadoras. A inovação social não resolve todos os problemas da sociedade, surge apenas porque deve surgir e não pela situação em que vivemos. A Lei de Inovação define inovação como a “introdução de novidade ou aperfeiçoamento no ambiente produtivo ou social (empresa ou mercado) que resulte em novos produtos, processos ou serviços.” Departamentos ou áreas de P&D&I normalmente possuem o objetivo de alcançar resultados voltados para a inovação tecnológica. Atividades de inovação tecnológica são o conjunto de etapas científicas, tecnológicas, organizativas, financeiras e comerciais, incluindo os investimentos em novos conhecimentos, que levam ou tentam levar à implementação de produtos e de processos novos ou melhorados. O critério básico que permite distinguir a P&D de atividades afins é a existência no seio da P&D de um elemneto apreciável de novidade e a resolução de uma incerteza científica e/ou tecnológica; ou sej, a P&D aparece quando a resolução de um problema não é evidente para alguém que tenha o conjunto básico de conhecimentos da área e conheça as técnicas habitualmente utilizadas nesse setor. A novidade, a resolução de uma incerteza na ciênia e tencologia (C&T), e destinação do resultado para atividades empresariais, são os elementos-chave do conceito de P&D&I. É um processo que pode envolver: • pesquisa básica (científica): consiste em trabalhos experimentais ou teóricos iniciados principalmente para obter novos conhecimentos sobre os fundamentos dos fenômenos e fatos observáveis, sem ter em vista qualquer aplicação ou utilização particular; • pesquisa aplicada (tecnológica): consiste em trabalhos originais realizados para adquirir novos conhecimentos, dirigida fundamentalmente para um objetivo prático específico; • desenvolvimento experimental: consiste em trabalhaos sistemáticos baseados nos conhecimentos existentes obtidos pela pesquisa e/ou pela experiência prática, e dirige-se à produção de novos materiais, produtos ou dispositivos, à instalação de novos processos, sistemas e serviços, ou à melhoria substancial dos já existentes. Visionário é aquele que consegue ver para além do momento presente, consegue prever uma necessidade que outros dificilmente vislumbram. São pessoas com ambição e que acreditam que podem mudar o mundo. Steve Jobs, Mark Zuckerberg, Thomas Watson, Henry Ford. Akio Morita, Barão de Mauá, Matarazzo. FONTES: CARVALHO, N. O Visionário. Disponível em: < http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/nuno_carvalho/detalhe/o_visi onario.html>. CIS PORTO. Fórum Center for Social Innovation. Disponível em < http://cisporto.pt/p/iniciativas/2>. FORTEC. Manual Básico de Acordos de Parceria de PD&I. Disponível em: < http://www.fortec-br.org/MANUAL%20BASICO%20ACORDOS.pdf>. VALE DA MORTE O chamado Vale da Morte é o árduo período entre a prova de conceito e o início da produção em maior escala ou vendas significativas, é a dificuldade que os projetos científicos têm em chegar às empresas. O termo surgiu para descrever o período de transição a partir do momento que uma tecnologia em desenvolvimento é considerada promissora, mas muito nova para validar seu potencial comercial, até o momento que possa atrair o capital necessário para seu desenvolvimento continuado. A presença de tais assimetrias de informações significa que o valor tecnológico inerente não leva inevitavelmente à comercialização. A superação dessas lacunas de informações entre o pequeno empreendedor e um financiador potencial é o que faz ultrapassar o vale da morte e ainda encoraja a cooperação no ecossistema de inovação. O Vale da Morte seria o local onde jazem muitos projetos científicos com mérito e que poderiam dar origem a novas empresas ou produtos. Constitui uma espécie de limbo ou purgatório, formado por bibliotecas, computadores e outros “armazéns” de investigação. O “vale da morte das tecnologias das inovações” é a fase de introduzir novas tecnologias em escala comercial, que depende fundamentalmente da indústria. O maior problema é que, no Brasil, somente os empresários se responsabilizam por esses custos (sem participação do governo), ou seja, há uma aversão ao risco que, ou impede o empreendedor a dar esse “salto” ou que, se o processo der errado, a empresa fecha. Saindo da antiga classificação do empreendedor por necessidade e de oportunidade, é fato que o mercado ou o ambiente de negócios brasileiro trabalha contra os empreendedores, aumentando o tempo apra desenvolvimento e crescimento de startups. Uma das grandes barreiras no Brasil é a falta de planejamento da ação empreendedora. FONTES: BAPTISTA, A. O Vale da Morte do empreendedorismo português. Disponível em: <http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38770&op=all>. COUTO, F. O Vale da Morte das startups brasileiras é ainda maior. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/economia/empreender- pme/conteudo.phtml?id=1381445&tit=O-Vale-da-Morte-das-startups-brasileiras- e-ainda-maior>. SENADO. Indústria, governo e os riscos para investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/inovacao/orcamento-publico-ciencia-tecnologia-e-inovacao-investimento-bilhoes-governo-do- brasil/industria-governo-e-os-riscos-para-investimentos-em-ciencia-tecnologia-e- inovacao-o-plano-brasil-maior.aspx>. WESSNER, C. Colaboração Público-Privada – Inovação das Pequenas Empresas. Disponível em: <http://www.embaixada- americana.org.br/HTML/ijse1109p/wessner.htm>. VENTURE CAPITAL – CAPITAL DE RISCO Venture capital é a classificação que o capital de risco recebe. Capital de risco é uma forma de investimento que favorece um negócio através da compra de ações, que são compradas para que, após a valorização dessas, o comprador tenha lucros. O risco está em investir e apostar em empresas que especula-se grandes valorizações, entretanto não se sabe quando haverá retorno. Normalmente, essas empresas estão iniciando, em fase de expansão ou até mesmo em mudança de direção. Essa classificação é usada quando o investimento é feito em empresas em estágio inicial, com potencial de geração de receitas e lucros ainda incerto, e possivelmente dependente de um produto, tecnologia ou mercado que não tenha sido inteiramente testado como proposição de negócios. Neste investimento, o risco é bem maior, pois trata-se de algo novo. O capital de risco também pode incluir especialização gerencial e técnica. Em sua maioria, esse tipo de capital vem de um grupo de investidores ricos, bancos de investimento e outras instituições financeiras que reúnem tais investimentos ou parcerias. Os grandes investidores de capital de risco são investidores profissionais, geralmente com alcance internacional, importantes para a expansão empreendedorismo e seu suporte financeiro pode ser fundamental no momento de expansão do negócio. Em geral eles formam uma parceria operacional estreita com os fundadores e podem trazer gerentes profissionais que ocupação os cargos de diretor-executivo e diretor-financeiro. Além disso, têm certas expectativas habituais em termos de propriedade e controle da empresa, retorno esperado sobre o investimento (ROI) e necessidade de uma estratégia de saída claramente definida para seu capital. É uma importante fonte de financiamento para startups que não têm acesso aos mercados de capitais, não podendo captar recursos sem emissão de dívida. Envolve alto risco, pelo potencial de crescimento percebido a longo prazo, mas tem o potencial de retornos acima da média. A desvantagem para os empresários é que os capitalistas de risco costumam ter palavra nas decisões da empresa, além de uma parcela do capital social. A questão inicial pra qualquer investidor em capital de risco é a avaliação da empresa, sendo o primeiro desafio dos empresários entrar em acordo com o sinvestidores no que tange ao valor da empresa, já que este determina o valor de seu investimento e a extensão de sua participação acionária. Normalmente, os investidores em capital de risco exigem representação na diretoria e direitos de ações de veto relacionadas ao gerenciamento, financiamento e questões operacionais. Dependendo da avaliação quanto à competência administrativa dos fundadores, os investidores de capital de risco podem condicionar seu investimento à contratação de novos diretores-gerentes e podem requerer participação direta no gerenciamento das atividades diárias da Empresa. FONTE: E-COMMERCE. Capital de Risco. Disponível em: <http://www.e- commerce.org.br/venture-capital.php>. INVESTOPEDIA. Definição: venture capital. Disponível em: <http://www.investopedia.com/terms/v/venturecapital.asp>. VENTURE CAPITAL. Venture Capital – Risco para quem quer apostar alto. Disponível em: <http://www.venturecapital.com.br/>. PARADOXO DE RISCO Dentre os diversos segmentos de produtos financeiros, o venture capital é o mais arriscado e, ao mesmo tempo, mais cercado de oportunidades. Do lado dos investidores, muitos deles profissionais do mercado financeiro, as discrepâncias na hora de analisar empresas e novos projetos são enormes. O viés analítico com que se costuma olhar para novas empresas é o primeiro paradoxo desta indústria. A história mostra que novas empresas não podem ser estudadas somente através de critérios parametrizados de produto, mercado, marketing e capacidade de vendas, excluindo questões básicas como necessidade dos consumidores e a forma de suprí-las. A empresa tem que responder de forma clara e direta às necessidades básicas dos seus clientes. Isto é, antes de entrar no mérito de mercado, marketing e vendas, deve-se identificar que problema o produto ou serviço oferecido resolverá para o cliente. Entretanto, este tipo de flexibilidade não é normal. Ao contrário, foca-se no tamanho do mercado que a empresa irá atuar, no fato de ela ter ou não receitas recorrentes ou de existirem outras companhias exercendo atividade semelhante. Quando o investimento é feito visando o longo prazo, as questões mais importantes são as respondidas pela flexibilidade. No Brasil, existe muito espaço para investimento, tanto que os integrantes desse mercado precisam que existam mais fundos investindo em empresas. Estamos na fase em que investidores tratam empreendedores com desdém. E que empreendedores, por não terem opções viáveis de financiamento, ficam sem opção e se sujeitam a extensos prazos de análise e a exigências de investimento impossíveis de serem cumpridas. FONTE: LUIZ, F.C. Paradoxo de risco. Disponível em: <http://www.revistacapitalaberto.com.br/ler_artigo.php?pag=2&sec=3&i=243>. STARTUP E SPINOFFS O termo startup é comumente colocado como sinônimo de iniciar uma empresa e colocá-la em funcionamento. Muitos dizem que qualquer pequena empresa em seu período inicial pode ser considerada uma startup. Outros defendem que é uma empresa com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros cada vez maiores. Uma definição mais atual diz que uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza. Essa definição envolve vários conceitos. Um cenário de incerteza siginifica que não há como afirmar se aquela ideia e projeto de empresa irão realmente dar certo (ou ao menos se provarem sustentáveis). Um modelo de negócios é como a startup gera valor, como transforma seu trabalho em dinheiro. Ser repetível significa ser capaz de entregar o mesmo produto novamente em escala potencialmente ilimitada, sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente. Ser escalável é a chave de uma startup: significa crescer cada vez mais, sem que isso influencie no modelo de negócios. Crescer em receita, mas com custos crescendo bem mais lentamente, fazendo com que a margem seja cada vez maior, acumulando lucros e gerando cada vez mais riqueza. A Associação Brasileira de Startups entende que uma startup é “uma empresa de base tecnológica, com um modelo de negócios repetível e escalável, que possui elementos de inovação e trabalha em condições de extrema incerteza.” Atualmente, o brasil conta com mais de 10 mil empresas de inovação tecnológica que levantaram em aportes cerca de R$1,7 bilhão em 2012. E já apresenta negócios representativos no mercado internacional como Instagram, Samba Tech, BooBox, Buscapé. Spinoffs (ou derivagem) é um termo utilizado para designar aquilo que foi derivado de algo já desenvolvido ou pesquisado anteriormente. Em negócios, o termo é utilizado para designar o processo de cisão entre empresas e o surgimento de uma nova empresa a partir de um grupo que já existe. Neste caso, acontece spinoff quando as organizações exploram um novo produto ou serviço a partir de um já existente. Pode ser concebido como um conjunto de atividades implementadas por uma empresa, a fim de ajudar um de seus assalariados ou grupo de empregados interessados em criar uma nova empresa. Assim, a empresa-mãe apóia um empregado com um conjunto de atividades, mais freqüentemente, uma ajuda técnica, conselhosde negócios, direção e gestão, às vezes, apoios financeiros. Chama-se empresa derivada (ou spin-off em Inglês) a empresa que se beneficiou de um apoio da parte de sua empresa de origem. O spinoff pode ser uma poderosa alavanca de dinamização dos recursos humanos da empresa-mãe, através da preservação ou da criação de empregos, e de desenvolvimento econômico nas localidades ou regiões. FONTE: ABSTARTUPS. O que é uma Startup? Disponível em: <http://www.abstartups.com.br/o-que-e-uma-startup/>. EXAME. O que é uma startup? Dsiponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/o-que-e-uma- startup>. FILLION, L. J. Guia de Spin-Off de Empresas. Disponível em: <http://www.inf.furb.br/~dalfovo/EdmilsonLima/FILION-e-colaboradores-Spin- off.pdf>. SIGNIFICADOS. O que é SpinOff. Disponível em: <http://www.significados.com.br/spin-off/>. COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS A ONU realizou uma pesquisa para descobrir as comeptências mais comuns entre os empreendedores de sucesso, sendo elas: 1. Busca de oportunidades e iniciativa: O novo empreendedor deve buscar aproveitar oportunidades fora do comum, inovar, fazer diferente do seu concorrente, começando pequeno mas agindo para crescer; 2. Correr riscos calculados: A diferença entre o sucesso e o fracasso pode estar na avaliação prévia que o empreendedor faz do seu novo negócio. Uma ferramenta fundamental para avaliar os riscos é sem dúvida o Plano de Negócios. Nele, o empreendedor poderá observar previamente as informações de todos os aspectos mercadológicos, financeiros e operacionais de sua empresa, antes do início das atividades, evitando riscos desnecessários e perdas financeiras; 3. Exigências de qualidade e eficiência: Para ter sucesso, é preciso que o empreendedor encontre uma maneira de fazer mais rápido, melhor e mais barato, estabelecendo padrões de qualidade que satisfaçam e excedam as expectativas do cliente; 4. Persistência: Agir diante dos obstáculos que se apresentam no dia-a-dia, mudando a estratégia se necessário. Leva-se algum tempo para o retorno financeiro chegar, por isso não se deve perder o foco e traçar sempre metas e objetivos realistas; 5. Comprometimento: O empreendedor deve assumir pessoalmente o compromisso com o desempenho da empresa. Deve antes de tudo colaborar com os empregados e participar ativamente da rotina de sua empresa, sem centralizar demais, nem delegar de menos; 6. Busca de informações: Quanto mais informações o empresário obter sobre o ramo em que vai atuar, maiores serão as chances de sucesso. Por esta razão, é importante dedicar tempo para buscar informações no mercado, pensar em novos produtos, analisar como anda a concorrência e os preços praticados e como anda a economia do país e da região. Também é interessante procurar ajuda de especialistas para obter dados técnicos, utilizando dados estatísticos, comparando resultados, buscando sempre a melhoria; 7. Estabelecer metas: Uma forma de conduzir a gestão da empresa é traçar e buscar metas, quais devem ser mensuráveis e realistas. Metas precisam também ter significados pessoais, serem parte de uma visão de longo prazo; 8. Planejamento e monitoramento sistemático: Planejar e monitorar devem ser uma constante na vida do empreendedor. Ao planejar, ele procura visualizar situações que podem lhe causar prejuízos ou vislumbrar oportunidades a serem aproveitadas. Monitoramento tem por objetivo identificar desvios do que foi planejado e com isso corrigir eventuais problemas. Utilizar ferramentas de informática para controlar, por exemplo, o fluxo diário de caixa, o volume de vendas, o giro do estoque e os índices de inadimplência são fundamentais para a tomada de decisões; 9. Persuasão e rede de contatos: Manter uma boa lista de contatos ajuda e em muito, a encontrar e aproveitar oportunidades de negócios. É importante então manter relações comerciais saudáveis com os fornecedores, clientes, funcionários e quem mais possa contribuir com a empresa. Também é importante desenvolver o poder de negociação, utilizar estratégias para influenciar positivamente os contatos, utilizando as peças chave para atingir objetivos; 10. Independência e auto confiança: O empreendedor deve expressar confiança em sua própria capacidade de realização, estar seguro de suas decisões, mantendo seu ponto de vista diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores. FONTE: ADMINISTRADORES. As 10 competências empreendedoras. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/as-10- competencias-empreendedoras/53480/>. PLANO DE NEGÓCIOS Plano de negócios é um documento formal que contém informações sobre o conceito do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil da clientela, as estratégias de marketing, bem como todo o plano financeiro que viabilizará o novo negócio. Descreve por escrito os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócios permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. É o projeto da empresa, no qual cada questão sobre vendas, mercado, produção, compra de materiais, mão de obra, formato de administração, entre outras será esmiuçada, estudada, compreendida e dominada, para que o empreendedor seja hábil o suficiente para tomar decisões acertadas. Pode ser entendido como um conjunto de respostas que define o produto ou serviço a ser comercializado, o formato da empresa adequado, o modelo de operação da empresa que viabilize a disponibilização desses produtos ou serviço e o conhecimento, as habilidades e atitudes que os responsáveis pela empresa deverão possuir e desenvolver. Além de ser um ótimo instrumento de apresentação do negócio para o empreendedor que procura sócio ou um investidor. FONTE: BECO COM SAÍDA. O início de um novo negócio. Disponível em: <http://www.becocomsaida.blog.br/2009/05/plano-de-negocios-como-fazer-2/>. SEBRAE. Como elaborar um plano de negócios? Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/index.php/157-produtos- online/planejamento/aplicativos/1577-como-elaborar-um-plano-de-negocios> e <http://www.sebraesp.com.br/arquivos_site/biblioteca/guias_cartilhas/Como_ela borar_um_plano_de_negocios.pdf>. AMBIENTE BRASILEIRO DO EMPREENDEDORISMO Muito tem se falado em empreendedorismo, tendo em vista o peso que as pequenas e médias empresas possuem no contexto econômico e social do brasil, gerando empregos, oferecendo variados produtos, diversos serviços, contribuindo na arrecadação de impostos e no desenvolvimento do país. EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO – OECD A pesquisa realizada pela OECD (Organization for Economic Cooperation and Development) ou OCDE (Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento) oferece uma ferramenta ao governos para entender as necessidades de financiamento das pequenas e médias empresas e fornece referências para apoiar o desenho de medidas e políticas e reformas no acesso ao financiamento. O acesso ao crédito é um dos maiores desafios para o crescimento dos pequenos negócios. O estudo estabele um quadro internacional que monitora o acesso ao crédito ao longo do tempo. Embora as grandes empresas tendam a introduzir inovações pioneiras mais do que pequenas e médias empresas, estas últimas, que são bem mais numerosas, desempenham um papel fundamental na difusão de conhecimento e das inovações. De acordo com a OCDE, a contribuição das pequenas e médias empresas (PMEs) é mais significativa em inovação de marketing ou organizacional do que na inovação tecnológica. FONTE: IEDI. Principais Tendências nas Políticas Científicas, Tecnológicas e de Inovação, segundo a OCDE. Disponível em: <http://www.iedi.org.br/cartas/carta_iedi_n_452_principais_tendencias_nas_poli ticas_cientificas_tecnologicas_inovacao.html>. SEBRAE. Financiamento para Pequenas Empresas e Empreendedores (OCDE,2012). Disponível em: <http://ois.sebrae.com.br/publicacoes/financiamento- para-pequenas-empresas-e-empreendedores-ocde-2012/>.
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