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Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Processo de Urbanização Brasileiro 3
..............................................................................................................................................................................................2) A Dinâmica Metropolitana no Brasil 11
..............................................................................................................................................................................................3) Rede Urbana Brasileira 16
..............................................................................................................................................................................................4) Problemas Urbanos 23
..............................................................................................................................................................................................5) Resumo - Desenvolvimento Urbano Brasileiro 28
..............................................................................................................................................................................................6) Questões Comentadas - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - Cesgranrio 32
..............................................................................................................................................................................................7) Questões Comentadas - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - FGV 50
..............................................................................................................................................................................................8) Questões Comentadas - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - IBFC 55
..............................................................................................................................................................................................9) Questões Comentadas - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - Vunesp 64
..............................................................................................................................................................................................10) Questões Comentadas - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - Multibancas 66
..............................................................................................................................................................................................11) Lista de Questões - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - Cesgranrio 77
..............................................................................................................................................................................................12) Lista de Questões - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - FGV 88
..............................................................................................................................................................................................13) Lista de Questões - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - IBFC 92
..............................................................................................................................................................................................14) Lista de Questões - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - Vunesp 96
..............................................................................................................................................................................................15) Lista de Questões - Desenvolvimento Urbano Brasileiro - Multibancas 97
2
103
 
 
O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO BRASILEIRO 
Antes de iniciarmos o nosso estudo, é importante que você entenda e diferencie os seguintes conceitos, que 
serão bastante utilizados nessa aula: 
Entendendo os conceitos 
 Município 
Unidade política da República Federativa do Brasil (assim como os estados e 
o Distrito Federal). Divisão legalmente realizada de um território. São as 
várias partes que compõem um mesmo estado. Um município tem uma sede 
e distritos. Uma zona urbana (cidade) e rural (campo) ou somente zona 
urbana. 
Cidade 
Área urbana de um município, delimitada por um perímetro urbano 
legalmente estabelecido, que separa a cidade do campo. 
Espaço urbano Porção do espaço geográfico ocupada por área urbana. 
Aglomeração urbana 
Área urbana que perpassa mais de um município, em que o urbano se 
processa em um conjunto mais complexo e extenso. 
Muito cuidado para não confundir cidade com município! Quando estamos falando em cidade, estamos 
falando de uma área urbana qualquer, trata-se de um termo genérico. Já quando falamos de município, 
estamos falando de uma unidade da divisão político-administrativa do Brasil. Um município pode ser tanto 
urbano quanto rural. Feita essa introdução, vamos ao estudo! 
De modo geral, o termo "urbanização" se refere ao processo pelo qual a população urbana de uma 
determinada localidade cresce em um ritmo mais acelerado que o da população rural. 
Portanto, a urbanização consiste no processo de transformação de uma determinada localidade de rural para 
urbano. No caso de um país, de rural para urbano. Dessa maneira, uma sociedade é considerada urbana 
quando a população das cidades supera a população rural. 
A urbanização é um dos traços fundamentais da sociedade moderna. É um fenômeno recente, iniciado com 
a Revolução Industrial, há pouco mais de 200 anos – um período muito pequeno da história da humanidade. 
O processo de urbanização se iniciou há mais de dois séculos na Europa e adquiriu contornos mundiais ao 
longo do século XX. Em termos globais, apenas 3% da população era urbana em 1800, passando para 6%, em 
1850, 14%, em 1900, 28%, em 1950, 38%, em 1970 e 50% em 2008. Observamos, com base nos índices, que, 
há pouco mais de 15 anos, a maioria da população mundial ainda vivia no campo. 
O processo de urbanização decorre da intensificação da divisão social do trabalho. Nas sociedades 
essencialmente rurais, a economia se baseia na agricultura familiar ou coletiva voltada para o autoconsumo, 
e a circulação de mercadorias é um elemento periférico, de importância menor. O desenvolvimento do 
comércio e da indústria – ou seja, o intercâmbio de bens e serviços – rompe o isolamento das populações 
3
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rurais e configura mercados consumidores cada vez mais amplos. A multiplicação de cidades e o crescimento 
dos centros urbanos são frutos dessa transformação geral da economia e da sociedade. 
No Brasil, a urbanização é um processo recente. A integração econômica do território brasileiro, a partir 
da década de 1930, acelerou o processo de urbanização. Na moldura de um vertiginoso crescimento 
demográfico, a população urbana aumentou em um ritmo muito mais rápido do que a população rural. 
Em 1950, quase dois terços dos brasileiros habitavam o meio rural, mas, 20 anos depois, a população urbana 
já era maioria. Foi em 1965 que a população urbana superou a população rural no Brasil. Em 2010, 
84% habitavam o meio urbano. O gráfico a seguir mostra a evolução percentual das populações urbana e 
rural no Brasil, de 1940 a 2010. 
 
Fonte: IBGE 
 
O IBGE ainda não divulgou os dados sobre a população urbana e rural do Censo 
Demográfico de 2022. Por isso que utilizamos dados de 2010 no gráfico anterior. 
A urbanização brasileira ocorreu de forma acelerada e correspondeu ao período de intensa industrialização, 
ocorrido após a Segunda Guerra Mundial, com a formação de um mercado interno integrado, principalmente 
na região Sudeste. 
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Esse processo de urbanização apoiou-se, essencialmente, no êxodo rural, associado a dois condicionantes 
que se interligam: 
• a repulsão da força de trabalho do campo, e 
• a atração dessa forçaurbana, como o Programa 
Cidades+Verdes. 
(C) orientem a gestão ambiental com foco na disposição final ambientalmente adequada, como o Programa 
Lixão Zero. 
(D) garantam o ambiente atmosférico limpo nas cidades, como a Rede Nacional de Monitoramento da 
Qualidade do Ar. 
(E) viabilizem a transferência de renda para os segmentos mais pobres da população, como o Programa Bolsa 
Família. 
COMENTÁRIOS: 
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103
 
 
Resíduos sólidos são materiais descartados que resultam de atividades humanas e processos naturais, 
encontrados no estado sólido, abrangendo uma grande variedade de itens, como plásticos, metais, papel, 
vidro e resíduos orgânicos. A gestão adequada desses resíduos é essencial para reduzir impactos ambientais 
negativos e promover práticas sustentáveis. Isso inclui estratégias de reciclagem, reutilização e redução, 
além de políticas de conscientização e regulamentações governamentais para uma economia circular. 
Portanto, no contexto da Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana, o gabarito da questão é a 
alternativa “C”. O Programa Lixão Zero, do Governo Federal, é uma das iniciativas nesse sentido. O programa 
visa à eliminação dos lixões e à promoção de uma destinação ambientalmente adequada para os resíduos 
sólidos urbanos. 
As alternativas “B” e “D” estão relacionadas à Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana nas áreas 
dos recursos hídricos, da fauna e da qualidade do ar. 
O Programa Pé-de-Meia está relacionado à área educacional e o Bolsa Família à área social. 
Gabarito: C. 
3. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre a urbanização brasileira. 
O atual estágio da urbanização brasileira, processo horizontal e inacabado, caracteriza-se por 
transformações expressivas na configuração espacial e na natureza das cidades. Nesse estágio, a 
metropolização é um processo que apreende na sua essência as dinâmicas de concentração e expansão 
urbana e seus resultados espaciais mais expressivos. Corresponde a uma etapa avançada da urbanização no 
atual modelo de acumulação e divisão internacional do trabalho, expresso na forma espacial do crescimento 
urbano, devido ao rápido e concentrado crescimento econômico, à elevada imigração sobre centros urbanos 
constituídos, à existência de meios de mobilidade e ao papel do país na economia mundial. Na 
metropolização contemporânea, todos os artefatos e os sistemas de objetos da globalização provocam a 
expansão física e a fragmentação do espaço urbanizado para áreas cada vez mais distantes dos antigos 
limites urbanos, avançando em todo o território nacional. 
MOURA, R. et al. Rede urbana brasileira como agenda de pesquisa no Ipea: retrospecto e perspectivas. Relatório de pesquisa. 
Brasília, DF: Ipea, 2016, p. 9. Adaptado. 
O estágio contemporâneo do processo de metropolização brasileiro apresenta a seguinte característica: 
(A) arrefecimento dos movimentos pendulares intrametropolitanos. 
(B) redução da segregação socioespacial na transição rural-urbano. 
(C) diminuição relativa do crescimento demográfico da cidade central. 
(D) retração do processo de conurbação com polinucleação de fluxos. 
(E) formação de ampla região urbana com limites estáveis e definidos. 
COMENTÁRIOS: 
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==b59==
 
 
Dentre as alternativas, a única que apresenta uma característica atual verificada no espaço urbano 
metropolitano brasileiro é a “C”, que descreve o processo de desmetropolização. A cidade central da área 
metropolitana passa a ter um crescimento demográfico relativamente menor em relação a outras cidades 
da sua área metropolitana. Essas cidades da periferia metropolitana crescem em importância demográfica e 
econômica em relação à metrópole. 
Vários são os fatores que influenciam na desmetropolização, como a saturação do espaço disponível na 
cidade central, custos mais elevados de moradia e transporte, e políticas de incentivo ao desenvolvimento 
em áreas suburbanas ou periurbanas. Os elevados custos de produção nas metrópoles também fazem com 
que muitas indústrias se desloquem para áreas periféricas, onde os custos costumam ser menores. 
Gabarito: C. 
4. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o Texto I e o Texto II sobre a agenda urbana. 
Texto I 
O modelo de desenvolvimento urbano atual tem promovido a mercantilização da cidade que privilegia os 
grupos financeiros e de investidores em detrimento dos interesses e das necessidades da maioria da 
população urbana. Os efeitos do padrão de urbanização, tais como a privatização dos espaços públicos e dos 
serviços básicos, a segregação urbana, a precarização dos bairros da população pobre, o aumento dos 
assentamentos informais, a utilização de investimentos públicos para promover projetos de infraestrutura 
que atendem aos interesses econômicos dos negócios imobiliários, apontam que novos caminhos de vida e 
desenvolvimento nas cidades precisam ser adotados na nova agenda urbana. Por essa razão, a nova agenda 
urbana deve abraçar uma mudança no padrão predominante, a fim de aumentar a equidade, a inclusão 
social, a participação política e dar uma vida digna para a população urbana. 
SAULE JR., N. O direito à cidade como centro da nova agenda urbana. In: IPEA. Boletim Regional, Urbano e Ambiental. Brasília, DF: 
Ipea, n. 15, jul.-dez. 2016, p. 73. Adaptado. 
Texto II 
No contexto específico das áreas centrais das cidades, ao renovar o conjunto da vizinhança e concretizar 
uma demanda que anteriormente estava reprimida, os novos usos e/ou os novos moradores substituem os 
moradores anteriores. Para esses antigos moradores valerá mais a pena vender seus imóveis e realizar o 
lucro com a valorização do bairro, e morar em outra vizinhança que lhes atendam as preferências por 
amenidades urbanas. Parte do lucro da venda do imóvel valorizado é utilizado na compra de imóvel de menor 
valor, parte utilizada em outras compras, ou poupança. Ambos os movimentos são mais valorizados pelo 
antigo morador do que permanecer no centro e usufruir das amenidades urbanas do centro renovado. No 
caso de moradores de aluguel, a situação é mais precária, pois não conseguirão arcar com os custos dos 
aluguéis mais altos e não se beneficiarão em nada com a valorização do imóvel. 
NADALIN, V. Revitalização das áreas centrais nas cidades brasileiras por meio da mobilização de investimentos privados. Brasília, 
DF: Ipea, mar. 2023 (Textos para Discussão, n. 2862). Adaptado. 
Considerando-se os efeitos do padrão de urbanização, na comparação entre os Textos I e II, conclui-se que 
(A) o Texto II complementa o Texto I, especificando aspectos do processo de gentrificação. 
(B) o Texto II contesta o Texto I, relativizando a precarização dos bairros da população pobre. 
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103
 
 
(C) o Texto I retifica o Texto II, enfatizando o processo de verticalização das áreas centrais. 
(D) o Texto I contradiz o Texto II, considerando inclusivo o modelo atual de desenvolvimento urbano. 
(E) ambos os textos se excluem mutuamente, abordando diferentes problemáticas da agenda urbana. 
COMENTÁRIOS: 
A questão aborda a comparação entre dois textos relacionados à agenda urbana, explorando diferentes 
aspectos do desenvolvimento urbano contemporâneo. Vamos analisar cada texto para entender como eles 
se relacionam: 
No Texto I, destaca-se a crítica ao modelo de desenvolvimento urbano atual, caracterizado pela 
mercantilização da cidade em detrimento dos interesses da maioria da população urbana. São apontados 
diversos efeitos negativos desse modelo, como a privatização dos espaços públicos, a segregação urbana e 
a precarização dos bairros habitados pela população de baixa renda. O texto defende a necessidade de uma 
nova agenda urbana que promova a equidade, a inclusão social e a participação política, visando a garantir 
uma vida digna para todos na cidade. 
Já o Texto II aborda especificamente a dinâmica das áreas centrais das cidades, destacando como a 
revitalização dessas áreas pode levar à substituição dos antigos moradores por novos, devido à valorização 
imobiliáriadecorrente das transformações. O texto ressalta que os antigos moradores podem preferir vender 
seus imóveis e se mudar para outras regiões que atendam melhor suas preferências urbanas, especialmente 
devido ao aumento dos custos de moradia nas áreas centrais renovadas. 
Diante dessa análise, podemos concluir que o Texto II complementa o Texto I ao especificar aspectos do 
processo de gentrificação, que é uma das consequências do modelo de desenvolvimento urbano criticado 
no Texto I. A gentrificação envolve a valorização de determinadas áreas urbanas, muitas vezes resultando na 
expulsão ou marginalização dos moradores de baixa renda. 
Gabarito: A. 
5. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre as escalas da urbanização no Brasil. 
A urbanização corresponde a um processo que promove a reorganização das bases econômica, social e 
política dos países, transformando os padrões de renda, consumo e produção, o exercício do poder e a 
própria percepção da identidade cultural e nacional a partir da perspectiva urbana. Distintas dimensões 
desse mesmo processo resultam em diferentes escalas da urbanização. O sistema urbano, como uma 
totalidade, é movido por condições e ritmos desiguais, por meio dos quais as diferentes partes se ajustam às 
mudanças exigidas pela economia e sociedade, motivadas pela inserção regional na divisão social do 
trabalho. Assim, foram demarcadas quatro classes de municípios, caracterizando quatro dimensões da 
urbanização brasileira, correspondentes a escalas diferenciadas do mesmo processo, a saber: i) municípios 
em estágio mais avançado da urbanização ou em processo de metropolização, que formam grandes manchas 
contínuas no território, particularmente no Sudeste e Sul do país; ii) municípios urbanizados; iii) municípios 
fortemente urbanizados, que, em continuidade àquelas manchas e juntamente com os da categoria 
imediatamente anterior, formam extensas regiões urbanas; e iv) municípios em transição ou sob influência 
do urbano, que conferem sentido a conceitos basilares da urbanização, como o de tecido urbano ou o de 
urbanização extensiva. 
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103
 
 
MOURA, R.; OLIVEIRA, S.; PÊGO, B. Escalas da urbanização brasileira. Brasília, DF: Ipea. 2018. p. 8-14. (Texto para Discussão, n. 
2372). Adaptado. 
A análise comparativa das principais características dessas escalas da urbanização conduz à seguinte 
conclusão: 
(A) escala dos municípios fortemente urbanizados possui o maior número de municípios, a maior 
concentração de população e a segunda maior participação no Produto Interno Bruto. 
(B) a escala dos municípios em processo de metropolização configura arranjos espaciais de natureza urbano-
regional e apresenta as proporções mais elevadas de fluxos pendulares de saída. 
(C) as escalas de municípios urbanizados e daqueles em transição ou sob influência do urbano detêm a 
menor proporção de municípios com menos de 50% das ocupações em atividades não agrícolas. 
(D) nas escalas dos municípios urbanizados e dos municípios em transição ou sob influência do urbano 
encontram-se predominantemente os baixos e mais baixos índices de vulnerabilidade social. 
(E) na escala de municípios urbanizados predominam áreas de elevada concentração populacional em 
aglomerações urbanas que configuram unidades expandidas e multipolarizadas, algumas em processo de 
megalopolização. 
COMENTÁRIOS: 
Essa é uma questão com nível de dificuldade muito elevado, pois utilizou como referência um estudo 
específico do Ipea, de excelente conteúdo, mas pouca visibilidade, que até então nunca havia aparecido em 
provas de concurso. Para entender melhor a questão, devemos ir ao estudo mencionado, que classifica os 
municípios brasileiros em quatro escalas da urbanização da seguinte forma: 
• Municípios em estágio mais avançado da urbanização ou em processo de metropolização cujo conjunto 
alcançava, em 2010, um grau de urbanização de 93,8%, perfazendo 32% do total dos municípios brasileiros, 
abrigando 137.854.402 habitantes, ou 72,3% da população, assim como registrando 87,6% do total do PIB 
nacional e o mais elevado PIB per capita entre as escalas: R$ 24,7 mil. 
• Municípios urbanizados: detinham escala que detinha o maior número de municípios (42,2% do total), a 
segunda maior proporção de população (19,7%) e do PIB (9,7%). 
• Municípios fortemente urbanizados: contendo 12,4% do total de municípios brasileiros e 3,2% do total da 
população e 1,6% do total do PIB. 
• Municípios em transição ou sob influência do urbano: com participações relativamente próximas à escala 
anterior, com 13,3% do número dos municípios do Brasil, 4,9% do total da população e 1,4% do total do PIB. 
Ainda sem saber disso, era possível resolver a questão analisando os pequenos detalhes que o enunciado 
fornece e com nossos conhecimentos prévios. Vamos analisar as alternativas: 
(A) Incorreta. A descrição do enunciado deixa clara que os municípios em estágio mais avançado da 
urbanização ou em processo de metropolização estão nas áreas metropolitanas e nos grandes aglomerados 
urbanos, ao dizer que esses “formam grandes manchas contínuas no território, particularmente no Sudeste 
37
103
 
 
e Sul do país”. Nessa categoria é onde reside a maior concentração de população no país e é gerada maior 
parcela do PIB. Estão nessa escala 32% dos municípios brasileiros. 
(B) Correta. Nos municípios em processo de metropolização, que são aqueles que compõem as grandes 
regiões metropolitanas brasileiras, as Rides e os grandes aglomerados urbanos, o processo de movimento 
pendular é muito intenso. Portanto, é nessa categoria que ocorrem as proporções mais elevadas de fluxos 
pendulares de saída. 
(C) Incorreta. O nome da categoria “municípios em transição ou sob influência do urbano” já nos leva a 
entender que essa é a categoria menos urbanizada dentre as quatro, sendo, portanto, a que apresenta maior 
participação de atividades agrícolas. Por outro lado, a maior participação de atividades não agrícolas está 
presente na primeira categoria, nos municípios em estágio mais avançado da urbanização ou em processo 
de metropolização, sendo, desse modo, essa a categoria que apresenta menor proporção de municípios com 
menos de 50% das ocupações em atividades não agrícolas. 
(D) Incorreta. Os maiores índices de vulnerabilidade social ocorrem na primeira categoria, dos municípios 
em estágio mais avançado da urbanização ou em processo de metropolização, relacionado principalmente 
às periferias metropolitanas, aglomerados subnormais e favelas. Nas demais categorias, os índices de 
vulnerabilidade social são menores. 
(E) Incorreta. A categoria de municípios que apresentam “áreas de elevada concentração populacional em 
aglomerações urbanas que configuram unidades expandidas e multipolarizadas, algumas em processo de 
megalopolização” é a que corresponde aos municípios em estágio mais avançado da urbanização ou em 
processo de metropolização. 
Gabarito: B. 
6. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre os assentamentos urbanos precários no Brasil. 
A precariedade da moradia popular tem alta visibilidade material e simbólica na sociedade brasileira. Os 
assentamentos precários apresentam várias configurações, como favelas, loteamentos irregulares ou 
clandestinos, cortiços, conjuntos habitacionais degradados, etc., correspondendo cada denominação a uma 
forma específica de processo de produção desses assentamentos. [...] Os mecanismos formais de acesso à 
terra e à moradia, seja pela via do mercado, seja pela via das políticas públicas, sempre foram insuficientes, 
atendendo, quando muito, apenas parte das necessidades reais da população e usualmente por meio de 
soluções habitacionais de baixa qualidade e com um escasso grau de acesso e de integração à infraestrutura 
e aos equipamentos urbanos. Nesse contexto, o acesso à habitação só se viabilizou através de terras ociosas 
e de autoconstrução da moradia, gerando assentamentos insalubres, frequentemente ocupando áreas de 
risco e com a sua segurançafísica comprometida pela ausência de técnicas e de materiais adequados para a 
construção. [...] O tamanho e o crescimento das favelas aparecem então como os mais importantes 
indicadores da gravidade da situação urbana no Brasil. 
CARDOSO, A. Assentamentos precários no Brasil: discutindo conceitos. In: MORAES, M. Krause, C. LIMA NETO, V. (ed.). 
Caracterização e tipologia de assentamentos: estudo de casos brasileiros. Brasília, DF: Ipea, 2016. p. 29-30. 
Adaptado. 
O problema da precarização dos assentamentos urbanos decorre fundamentalmente do seguinte fator: 
38
103
 
 
(A) a oferta contínua de unidades habitacionais novas por meio dos setores formais, o mercado ou o Estado, 
para famílias de baixa renda. 
(B) a expansão progressiva do licenciamento de empreendimentos imobiliários em loteamentos com 
registro oficial do poder municipal. 
(C) a dilatação do mercado fundiário e do sistema financeiro com oferta de crédito e de juros subsidiados 
pelo governo federal em favelas. 
(D) a ocupação espontânea, organizada ou não, de terras ou de imóveis vazios, por meio de mecanismo 
informal de mercado. 
(E) o excesso de terra urbanizada com provisão adequada de infraestrutura, de equipamentos e serviços 
básicos nas periferias. 
COMENTÁRIOS: 
A questão aborda o problema da precarização dos assentamentos urbanos no Brasil, que incluem favelas, 
loteamentos irregulares, cortiços e conjuntos habitacionais degradados e são caracterizados por condições 
habitacionais inadequadas, falta de acesso a serviços básicos e infraestrutura precária. 
Historicamente, o acesso à terra e à moradia no Brasil foi desigual, e os mecanismos formais de acesso, como 
o mercado imobiliário formal e as políticas públicas habitacionais, não foram suficientes para atender às 
necessidades da população de baixa renda. Como resultado, muitas pessoas recorreram à ocupação 
espontânea de terras ou imóveis vazios, por meio de mecanismos informais de mercado, como a 
autoconstrução. 
A alternativa correta, portanto, é a letra “D”: a ocupação espontânea, organizada ou não, de terras ou de 
imóveis vazios, por meio de mecanismo informal de mercado. Esse é o principal fator responsável pela 
precarização dos assentamentos urbanos. Esse processo de ocupação informal muitas vezes resulta em 
assentamentos insalubres, localizados em áreas de risco, com infraestrutura inadequada e acesso limitado a 
serviços básicos. 
Gabarito: D. 
7. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre a realidade urbana brasileira. 
Durante os anos 1990, a realidade urbana brasileira apresentava uma nova divisão territorial do trabalho. 
Evidências empíricas permitiram identificar um processo socioespacial devido, em grande medida, à 
capacidade de atração dos pobres pela metrópole, onde vem engrossando uma demanda de empregos 
formais e de serviços urbanos que a cidade do capital monopolista não atende. Nesse contexto, identifica-
se uma situação constatada por três indicadores: i) o PIB cresce menos nas metrópoles que no país como um 
todo e em certas áreas de sua região de influência; ii) nas áreas onde o capitalismo amadurece, há tendências 
à reversão do leque salarial, com certas ocupações menos bem remuneradas envolvendo um maior 
percentual de trabalhadores na metrópole que no campo; e iii) certos índices de qualidade de vida tendem 
a ser melhores no interior do que nas regiões metropolitanas. A metrópole não para de crescer. Mas outras 
regiões crescem mais depressa. 
SANTOS, M. Por uma Economia Política da Cidade. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 75. Adaptado. 
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No período referido, por meio dos indicadores mencionados, constata-se o seguinte processo socioespacial: 
(A) rurbanização. 
(B) urbanismo rural. 
(C) ruralização urbana. 
(D) involução metropolitana. 
(E) conurbação metropolitana. 
COMENTÁRIOS: 
O texto discute a realidade urbana brasileira nos anos 1990, destacando uma nova divisão territorial do 
trabalho e um processo socioespacial em curso. Esse processo, conforme descreve o texto, é caracterizado 
pelo crescimento das metrópoles, que atraem os pobres em busca de empregos formais e serviços urbanos, 
resultando em uma demanda não atendida pela cidade dominada pelo capital monopolista. No entanto, o 
texto também destaca que, mesmo com o crescimento contínuo das metrópoles, outras regiões do país 
crescem mais rapidamente. Essas “outras regiões” mencionadas são as regiões adjacentes ao centro 
metropolitano, isto é, os municípios médios e até pequenos que fazem parte das regiões metropolitanas. 
A alternativa que corresponde a interpretação do texto é a “D”. Conforme o professor Milton Santos, a 
“involução metropolitana” se caracteriza por um crescimento maior das cidades de uma área metropolitana 
em relação à metrópole, à cidade central. Conforme o texto: “A metrópole não para de crescer. Mas outras 
regiões crescem mais depressa”. 
O conceito de “rurbanização”, ou ruralização do urbano e urbanização do rural, se caracteriza pela formação 
de um espaço de transição entre o meio urbano e o rural, em que as formas do habitat urbano se misturam 
com as tipicamente rurais. A paisagem traduz essa transição, sendo que as casas rurais surgem 
simultaneamente com as urbanas. 
O urbanismo rural foi uma teoria aplicada na colonização da Amazônia ao longo da Rodovia Transamazônica 
entre os anos de 1970 a 1974. No entanto, o ideal teórico desenvolvido por seu autor, o arquiteto José 
Geraldo da Cunha Camargo, não foi o modelo utilizado pelo Instituto Brasileiro de Colonização e Reforma 
Agrária (INCRA). 
A conurbação significa a expansão das malhas urbanas das cidades de diferentes municípios que acabam se 
encontrando e formando uma malha urbana contínua perpassando vários municípios. Assim, a conurbação 
metropolitana, reflete o processo de expansão das regiões metropolitanas e a fusão física e socioeconômica 
entre diferentes áreas urbanas próximas, formando uma grande área urbana contínua. 
Gabarito: D. 
8. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre a rede urbana brasileira. 
No estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado em 2018, a rede urbana 
brasileira está estruturada em duas dimensões: a hierarquia dos centros urbanos, dividida em cinco níveis; e 
as regiões de influência, identificadas pela ligação das cidades de menor para as de maior hierarquia urbana. 
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A unidade urbana de análise e exposição dos resultados da pesquisa Regiões de Influência das Cidades é o 
conjunto formado por Municípios e Arranjos Populacionais. Isto se deve ao fato de que a unidade funcional 
cidade pode vir a ser composta não apenas por um, mas por vários municípios que são indissociáveis como 
unidade urbana. Trata-se de municípios conurbados ou que possuem forte movimento pendular para estudo 
e trabalho, com tamanha integração que justifica considerá-los como um único nó da rede urbana. 
IBGE. Regiões de Influência das Cidades: 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. p.13. Adaptado. 
De acordo com o estudo do IBGE, considerando-se a classificação dos centros urbanos, identifica-se a 
abrangência da região de influência de 
(A) Goiânia, como metrópole, nos estados de Goiás e de Tocantins. 
(B) Belém, como capital regional, nos estados do Pará e do Amapá. 
(C) Salvador, como capital regional, nos estados da Bahia e de Sergipe. 
(D) Manaus, como capital regional, nos estados do Amazonas e de Roraima. 
(E) Fortaleza, como metrópole, nos estados do Ceará, de Pernambuco e da Bahia. 
COMENTÁRIOS: 
Essa questão utiliza como base o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as 
Regiões de Influência das Cidades. Esse estudo classifica as cidades brasileiras em cinco grandes níveis. O 
primeiro nível é o das metrópoles. Sabendo isso, podemos resolver três das cinco alternativas, que estão 
incorretas: “B”, “C” e “D”. 
As metrópoles, que estão no primeiro nível, são os 15 principais centros urbanos dos quaistodas as cidades 
existentes no país recebem influência direta, seja de uma ou mais metrópoles simultaneamente. A região de 
influência dessas centralidades é ampla e cobre toda a extensão territorial do país, com áreas de 
sobreposição em determinados contatos. São os arranjos populacionais de São Paulo (SP), Brasília (DF), Rio 
de Janeiro (RJ), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza 
(CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), Vitória (ES) e o município de Manaus (AM). 
Vejamos cada afirmativa: 
a) Correta. Goiânia, de fato, é classificada como uma metrópole. A sua rede de influência abrange os estados 
de Goiás e Tocantins, além de uma pequena parcela do Sudoeste paraense e do Leste do Mato Grosso. 
b) Incorreta. Belém é classificada como uma metrópole, não como uma capital regional. De fato, a sua área 
de influência abrange o estado do Pará e Amapá, além de uma pequena parte do Maranhão e Tocantins. 
c) Incorreta. Salvador é classificada como uma metrópole, não como uma capital regional. A sua área de 
influência abrange o estado da Bahia e uma pequena parcela de Minas Gerais. 
d) Incorreta. Manaus é classificada como uma metrópole, não como uma capital regional. A sua área de 
influência abrange o estado do Amazonas e Roraima. 
41
103
 
 
e) Incorreta. Fortaleza, de fato, é classificada como uma metrópole. A sua área de influência abrange o 
estado do Ceará, Piauí e Maranhão, chegando à parte do Oeste pernambucano, Tocantins e Pará. Não chega 
ao estado da Bahia, o que torna essa alternativa incorreta. 
Gabarito: A. 
9. (CESGRANRIO/IPEA/2024) O texto abaixo discute a questão das cidades e da estrutura produtiva. 
As cidades integrantes de uma rede urbana se diferenciam pelos seus tamanhos populacionais, mas também, 
e sobretudo, em razão da oferta e da qualidade dos serviços que oferecem, como escolas, hospitais, bancos, 
comércio e universidades. O avanço da transição urbana a partir dos anos 1980, juntamente com a 
progressão da transição demográfica, diminuiu as taxas de crescimento da população. Muitas regiões e 
cidades, porém, aumentaram seu peso demográfico por causa dos fluxos migratórios. O contexto da crise 
econômica abriu então alternativas para cidades de menor porte, especialmente em razão da periferização 
dos centros urbanos. 
CARMO, R.; CAMARGO, K. Dinâmica demográfica brasileira recente: padrões regionais de diferenciação. Rio de Janeiro: Ipea, 2018. 
p. 51. (Texto para Discussão n. 2.415). Adaptado. 
Nesse contexto de transição, a partir da década de 1990, identifica-se o seguinte processo socioespacial 
específico: 
A) extinção de tecnopolos no Centro-Sul. 
B) estagnação da fronteira agrícola no Norte. 
C) contração do dinamismo das capitais regionais. 
D) desconcentração industrial de regiões metropolitanas. 
E) retração demográfica e produtiva das cidades médias. 
COMENTÁRIOS: 
Um fenômeno socioespacial amplamente debatido e evidenciado no que diz respeito aos processos urbanos 
do Brasil é a desmetropolização ou a desconcentração metropolitana, caracterizada pela redução nas taxas 
de crescimento das grandes metrópoles e no aumento do crescimento de suas áreas periféricas, das cidades 
que formam a região metropolitana. 
O texto aborda esse fenômeno, ao dizer que ocorre uma periferização dos centros urbanos e uma abertura 
de alternativas para cidades de menor porte, sugerindo uma desconcentração industrial das regiões 
metropolitanas. Portanto, está correta a alternativa "D". 
Esse processo pode ser atribuído a fatores como custos de produção mais baixos, infraestrutura disponível 
e incentivos fiscais oferecidos em áreas fora das regiões metropolitanas, além da busca da população por 
locais menos aglomerados e saturados. 
Gabarito: D. 
42
103
 
 
10. (CESGRANRIO/IPEA/2024) O texto a seguir trata da urbanização brasileira. 
No Brasil, verificam-se recentes transformações ocorridas nas relações entre os territórios urbanos, bem 
como no perfil demográfico, produtivo e funcional dos municípios. Além das áreas de concentração de 
população, o IBGE também identifica os chamados arranjos populacionais, agrupamentos de dois ou mais 
municípios com forte integração populacional, assim como municípios isolados, com população superior a 
100 mil habitantes, que, juntos, conformam concentrações urbanas. O Ipea define aglomerações urbanas 
como aquelas “formadas por áreas urbanizadas integradas – logo funcionalmente complementares” e que 
podem ser constituídas por espaços urbanizados contínuos e descontínuos. Constatam-se mudanças na 
morfologia urbana, apoiadas no predomínio do automóvel, nas tecnologias de informação e na localização 
de empresas e moradias em locais mais distantes, que vêm provocando uma “metropolização expandida”, 
ou seja, uma expansão territorial metropolitana que resulta em mudança completa na estrutura, forma e 
função das metrópoles. 
MOURA, R.; PÊGO, B. Aglomerações urbanas no Brasil e na América do Sul: trajetórias e novas configurações. Rio de Janeiro: Ipea, 
2016. p. 8. (Texto para Discussão n. 2.203). Adaptado. 
Essa metropolização expandida é comprovada pela configuração de: 
A) capitais regionais que controlam os movimentos pendulares. 
B) cidades conurbadas que respondem por forte rede de fluxos. 
C) centros locais que atendem à expansão da fronteira agrícola. 
D) cidades médias que apresentam decrescimento demográfico. 
E) metrópoles nacionais que inibem a segregação socioespacial. 
COMENTÁRIOS: 
O conceito de "metropolização expandida" é descrito pelo texto como "uma expansão territorial 
metropolitana que resulta em mudança completa na estrutura, forma e função das metrópoles". 
Por sua vez, essas mudanças na morfologia urbana são caracterizadas "pelo predomínio do automóvel, nas 
tecnologias de informação e na localização de empresas e moradias em locais mais distantes". 
O enunciado nos questiona o que comprova esse processo. A resposta está no próprio texto, que indica que 
a metropolização expandida é caracterizada pela formação de cidades conurbadas, ou seja, áreas 
urbanizadas contíguas que se fundem e respondem por uma forte rede de fluxos de pessoas, mercadorias e 
informações entre elas. Essa configuração reflete a integração funcional e populacional entre os municípios, 
típica da metropolização expandida. 
Gabarito: B. 
11. (CESGRANRIO/IBGE/2016) No gráfico a seguir, é apresentada a evolução das populações urbana e 
rural no Brasil. 
43
103
 
 
 
A partir da década de 1970, verifica-se a ultrapassagem do contingente de população urbana em relação à 
rural, que decorre do seguinte fator estrutural: 
(A) Expansão da agroecologia 
(B) Redução do analfabetismo 
(C) Regressão do rodoviarismo 
(D) Avanço da industrialização 
(E) Realização de megaeventos 
COMENTÁRIOS: 
Na década de 1970, o Brasil passou a ser um país predominantemente urbano. Nessa década, a população 
urbana ultrapassou a população rural. Isso ocorreu sobretudo devido ao êxodo rural, isto é, a migração do 
campo para as cidades, e ao crescimento vegetativo natural nas grandes cidades. 
O êxodo rural está associado a dois condicionantes que se interligam: a repulsão da força de trabalho do 
campo e a atração dessa força de trabalho para as cidades. 
Dentre as alternativas apresentadas, a que apresenta corretamente um fator que efetivamente contribuiu 
no crescimento da população urbana de forma mais acelerada em relação à população rural foi o avanço da 
industrialização. 
O crescimento da produção industrial nos grandes centros urbanos representou uma força de atração para 
as cidades, pois necessitavam de trabalhadores para as fábricas. Ao mesmo tempo, a mecanização do campo 
foi uma força de repulsão do campo, ao substituir o trabalho braçal pelo trabalho da máquina. Esses dois 
fatores foram as principais causas do movimento de êxodo rural no Brasil, que influenciou decisivamente no 
seu rápido processo de urbanização.Gabarito: D 
12. (CESGRANRIO/IBGE/2016) Se você vive em uma cidade, é provável que o ar que respira não esteja 
dentro dos padrões considerados saudáveis. Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde 
44
103
 
 
aponta que 80% da população urbana mundial estão expostos a poluentes em quantidade superior aos 
limites recomendados. No Brasil, das 45 cidades estudadas, 40 têm poluentes no ar em níveis maiores que 
os recomendados. A cidade brasileira com maiores níveis de poluição atmosférica é Santa Gertrudes, a 
cerca de 170 quilômetros da capital paulista. Segundo a prefeitura de Santa Gertrudes, a principal fonte 
de poluição no município vem da indústria de cerâmica, precisamente no transporte de material. 
MATSUURA, S.; BAIMA, C. Poluição fatal. O Globo. Sociedade, 13 maio 2016. Adaptado. 
Esse problema ambiental provoca um dano direto à vida cotidiana dos cidadãos, que é a(o) 
(A) ampliação da violência intraurbana 
(B) diminuição dos incentivos fiscais municipais 
(C) implantação do setor informal da economia 
(D) incremento de doenças cardiovasculares 
(E) decréscimo do número de leitos hospitalares 
COMENTÁRIOS: 
O texto da questão está falando sobre poluição atmosférica (do ar) nos centros urbanos. Esse é um dos 
principais problemas ambientais nas cidades, e representa grandes riscos à saúde humana. Automóveis e 
fábricas são os principais responsáveis pela poluição atmosférica nas cidades. Soma-se a isso a ausência ou 
baixa quantidade de árvores e vegetação, que atuam como “filtros” para purificar o ar. 
A poluição atmosférica é responsável por muitos problemas respiratórios e cardiovasculares. 
Não há nenhuma relação da poluição do ar com as demais alternativas da questão. 
Gabarito: D 
13. (CESGRANRIO/IBGE/2016) No Censo do IBGE de 2010, o país possuía uma população de 
aproximadamente 191 milhões de habitantes. Desses, cerca de 161 milhões viviam nas zonas urbanas, 
enquanto apenas 29 milhões viviam na zona rural. Mas nem sempre foi assim. Até a década de 1960, a 
maioria da população morava no campo e a quantidade de cidades era bem menor do que a atual. [...] Na 
década de 1970, o número de habitantes morando nas cidades foi, pela primeira vez, maior do que a 
população que vivia na zona rural. Esse crescimento do meio urbano proporcionalmente maior do que o 
do meio rural recebe o nome de Urbanização [...] 
A partir de 1990, especialmente, há novas tendências no processo de urbanização brasileiro. Uma dessas 
tendências é a(o) 
(A) redução do custo de vida nas metrópoles 
(B) retração das áreas de ocupação irregular 
45
103
 
 
(C) alteração do ritmo de crescimento das grandes cidades 
(D) aumento na velocidade das migrações inter-regionais 
(E) colapso das políticas de planejamento urbano a favor das classes média e alta 
COMENTÁRIOS: 
A partir da década de 1990, uma nova tendência verificada no processo de urbanização brasileiro é a 
alteração no ritmo de crescimento das grandes cidades. Após algumas décadas de acelerada expansão, o 
crescimento nas grandes cidades se tornou mais lento do que era verificado no passado. 
Isso não significa que as grandes cidades pararam de crescer, ou que seu crescimento está negativo, mas que 
as taxas de crescimento estão menores. 
Ao mesmo tempo, as cidades médias (cidades que possuem entre 100 mil a 500 mil habitantes) passaram a 
se expandir no país, o que tem relação com a alteração no ritmo de crescimento das cidades grandes. 
Gabarito: C 
14. (CESGRANRIO/IBGE/2016) 
 
Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2016. 
Na Figura, as áreas urbanas destacadas nos estados do Nordeste correspondem, exclusivamente, a 
A) regiões administrativas 
B) centros regionais 
C) regiões metropolitanas 
46
103
 
 
D) capitais estaduais 
E) regiões de integração 
COMENTÁRIOS: 
As áreas destacadas no mapa correspondem as regiões metropolitanas da região Nordeste. Fica fácil de 
distinguir quando vemos que das 10 áreas destacadas, oito estão em capitais estaduais. As capitais 
brasileiras, em sua grande maioria, formaram, ao longo do tempo, grandes centros urbanos, que, devido ao 
seu crescimento, acabaram consolidando regiões metropolitanas. Exceção feita ao estado do Piauí, que não 
possui região metropolitana, mas possui a Região Integrada de Desenvolvimento da Grande Teresina, e, por 
isso, não consta na figura. Seu objetivo é semelhante ao de uma região metropolitana, mas abrange 
municípios de estados diferentes. 
Além disso, no mapa há duas regiões metropolitanas que não se situam em capitais: a Região Metropolitana 
do Sudoeste Maranhense e a Região Metropolitana do Cariri. 
Gabarito: C 
15. (CESGRANRIO/IBGE/2014) As capitais estaduais brasileiras podem ser analisadas de acordo com o 
seu crescimento populacional, desde o primeiro censo brasileiro em 1872 até o censo de 2000. Entre as 
capitais mais antigas, opõem-se aquelas que tinham certo avanço à época do primeiro recenseamento e 
que, gradualmente, o perderam, como Salvador, e aquelas que conheceram um crescimento mais rápido. 
Finalmente, outras capitais conheceram um crescimento regular, ou seja, as capitais regionais que crescem 
com a região sobre a qual exercem atração, como Manaus. 
THÉRY, H. e MELLO, N. Atlas do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2008, p. 174. Adaptado. 
Com base no texto, qual a capital regional que conheceu, nesse período, um crescimento regular? 
a) Rio de Janeiro 
b) Recife 
c) Porto Alegre 
d) Fortaleza 
e) São Paulo 
COMENTÁRIOS: 
Pessoal, cuidado para não fazerem confusão. Nesta questão, o examinador não está utilizando como 
referência a classificação das cidades da REGIC do IBGE. Observem que, no início do fragmento textual, está 
escrito “capitais estaduais brasileiras”. Depois, na pergunta, o examinador vai escrever “capitais regionais”. 
Ele chamou as capitais estaduais brasileiras de capitais regionais. Segundo o Atlas do Brasil, no período de 
1872 a 2010, Manaus, Belém e Porto Alegre conheceram um crescimento regular, ou seja, são capitais 
estaduais que cresceram com a região sobre a qual exercem atração. 
47
103
 
 
Gabarito: C 
16. (CESGRANRIO/IBGE/2014) Com o avanço da urbanização do território brasileiro, nas áreas 
metropolitanas, surgiu um processo demográfico caracterizado pela migração diária de população 
trabalhadora entre municípios próximos, dependente, em grande medida, dos transportes coletivos e de 
massa. 
Esse movimento de população é denominado 
a) imigração 
b) migração de retorno 
c) transmigração 
d) migração pendular 
e) transumância 
COMENTÁRIOS: 
Migração pendular é um movimento populacional regular em que as pessoas viajam da cidade em que 
residem para outra cidade onde trabalham ou estudam em tempo integral. A rigor, não se trata de uma 
migração, já que o tempo de permanência não é longo e os movimentos definidos como migração são 
entendidos como movimentos definitivos ou de longa duração. 
Gabarito: D 
17. (CESGRANRIO/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO RN/2011) A metropolização corresponde ao processo de 
formação de metrópoles, que é acompanhado do crescimento acelerado de certas cidades, como reflexo 
da modernização e da concentração econômica em alguns pontos do território. Há, contudo, uma 
tendência atual de reversão no crescimento das grandes metrópoles porque indústrias e empresas do 
setor de serviços passam a escolher localizações geográficas alternativas às saturadas metrópoles, 
provocando redução nos índices de crescimento das grandes cidades e aumento dos índices de 
crescimento das cidades médias. 
Qual o nome desse fenômeno? 
(A) Megalópole 
(B) Desmetropolização 
(C) Metrópole expandida 
(D) Macrocefalia urbana 
(E) Região metropolitana 
48
103
 
 
COMENTÁRIOS: 
A desmetropolização é um fenômeno recente que consiste na “fuga” de pessoas e empresas dos grandes 
centros inchados e saturados para cidades de pequeno e médio porte. 
Gabarito: B49
103
 
 
QUESTÕES COMENTADAS – FGV 
1. (FGV/IBGE/2016) A tabela abaixo apresenta os dados sobre a mobilidade pendular nas regiões 
metropolitanas do estado de São Paulo, nos anos de 2000 e 2010: 
 
As pesquisas sobre deslocamentos pendulares são de fundamental importância para subsidiar o 
planejamento urbano e regional, pois fornecem um indicador da integração funcional entre localidades. 
Compreende-se como mobilidade pendular e considera-se um dos efeitos de seu incremento para as regiões 
metropolitanas, respectivamente: 
(A) o deslocamento regular de pessoas para outros municípios, para fins de trabalho e/ou estudo, e de 
retorno aos seus domicílios; o aumento do contingente de passageiros nos transportes intermunicipais; 
(B) a circulação periódica de trabalhadores da casa para o trabalho e do trabalho para a casa; a melhoria da 
qualidade de vida dos trabalhadores residentes nos municípios da periferia da região metropolitana; 
(C) a transferência sazonal de trabalhadores das cidades médias para as grandes metrópoles em busca de 
emprego, lazer e moradia; a sobrecarga dos serviços de uso coletivo nas áreas centrais das regiões 
metropolitanas; 
(D) a migração interna e temporária de trabalhadores, consumidores e estudantes para as periferias 
metropolitanas; a diminuição do preço da terra no núcleo metropolitano; 
(E) o movimento estacional de pessoas em busca de serviços públicos na área core da metrópole; o aumento 
do custo de transporte para as pessoas que realizam deslocamentos intermunicipais. 
COMENTÁRIOS: 
Mobilidade pendular é o movimento populacional regular em que as pessoas viajam da cidade em que 
residem para outra cidade onde trabalham ou estudam em tempo integral. Também é conhecida por 
50
103
 
 
migração pendular. Como é um movimento populacional regular, ocasiona o aumento do contingente de 
passageiros nos transportes intermunicipais. As pessoas se deslocam para municípios diferentes dos que 
residem. 
Gabarito: A 
2. (FGV/IBGE/2016) A teoria das localidades centrais considera os núcleos de povoamento, sejam 
grandes cidades ou núcleos semirrurais, como localidades centrais. Estas, por sua vez, são dotadas de 
funções centrais, que são atividades de distribuição de bens e serviços para uma população externa, 
residente da área de influência, em relação à qual a localidade central tem uma posição central. 
O quadro abaixo apresenta as cidades de uma rede urbana hipotética e suas funções. 
 
Adaptado de: Corrêa, Roberto Lobato. A rede urbana. São Paulo: Ática, 1989. 
A partir da análise do quadro e da teoria das localidades centrais, é correto afirmar que: 
(A) dentre os bens ou serviços distribuídos na rede urbana hipotética, X é o consumido com menor 
frequência; 
(B) dentre os bens ou serviços distribuídos na rede urbana hipotética, R é o consumido com maior 
frequência; 
(C) dentre as cidades da rede urbana hipotética, a cidade 1 possui a menor área de influência; 
(D) dentre as cidades da rede urbana hipotética, a cidade 3 possui a maior centralidade; 
(E) dentre as cidades da rede urbana hipotética, a cidade 5 possui a menor centralidade. 
COMENTÁRIOS: 
Não precisa se apavorar com esta questão. A FGV é uma banca difícil mesmo. Com calma e atenção, pode-
se resolver tranquilamente. São cinco cidades – 1, 2, 3, 4 e 5. E cinco tipos de bens e serviços – R, W, Z, Y e 
X. Vejamos cada alternativa: 
(A) Incorreta. O bem e serviço X é consumido nas cinco cidades, é o consumido com maior frequência. 
51
103
 
 
(B) Incorreta. “R” só é consumido na cidade 1, é o bem e serviço consumido com menor frequência. 
(C) Incorreta. A cidade 1 está no topo da hierarquia urbana, sua área de influência é a maior, abrange as 
cidades 2, 3, 4 e 5. 
(D) Incorreta. A cidade 3 está no terceiro nível da hierarquia urbana. As cidades 1 e depois a 2 possuem mais 
centralidade que a 3. 
(E) Correta. A cidade 5 não exerce influência nas demais cidades, é a de menor centralidade. 
Gabarito: E 
3. (FGV/IBGE/2016) O texto a seguir descreve duas fases do processo de urbanização do território 
brasileiro após a década de 1950. 
“Desde a revolução urbana brasileira, consecutiva à revolução demográfica dos anos 1950, tivemos, 
primeiro, uma urbanização aglomerada, com o aumento do número - e da respectiva população - dos núcleos 
com mais de 20 mil habitantes, e em seguida, uma urbanização concentrada, com a multiplicação de cidades 
de tamanho intermédio [...].” 
Fonte: SANTOS, M. e SILVEIRA, M. Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001: 202. 
Mapa 1 Mapa 2 
Cidades com mais de 500 mil habitantes – 1960 Cidades com mais de 500 mil habitantes – 1996 
 
Fonte: SANTOS, M. e SILVEIRA, M. Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. 
A terceira fase, representada nos mapas, caracterizou-se pela: 
(A) urbanização difusa; 
(B) reurbanização; 
52
103
==b59==
 
 
(C) metropolização; 
(D) explosão demográfica; 
(E) periurbanização. 
COMENTÁRIOS: 
Letra A, incorreta. A urbanização brasileira foi acelerada, desigual e concentradora. Se foi concentradora, 
não poderia ter sido difusa. 
Letra B, incorreta. Reurbanização é dotar um espaço urbano degradado ou decadente com uma melhor 
infraestrutura para que se tenha uma melhor qualidade de vida e revalorização do espaço no meio urbano. 
Letra C, correta. A urbanização foi essencialmente concentradora. Em 1950, o Brasil tinha três cidades de 
grande porte: apenas Rio de Janeiro, São Paulo e Recife abrigavam mais de 500 mil habitantes. Em 2000, 
nada menos que 31 cidades já tinham ultrapassado essa marca, número que chega a 38 em 2010. A 
concentração espacial determinou a aglomeração espacial: o resultado foi a metropolização, ou seja, a 
formação das metrópoles. A fonte da questão é o livro Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI 
(Rio de Janeiro: Record, 2001: 202). Vejamos o que dizem os autores: Desde a revolução urbana brasileira, 
consecutiva à revolução demográfica, tivemos, primeiro, uma urbanização aglomerada, com o aumento do 
número – e da respectiva população – dos núcleos com mais de 20 mil habitantes, e em seguida, uma 
urbanização concentrada, com a multiplicação de cidades de tamanho intermédio, para alcançarmos, depois, 
o estágio da metropolização, com o aumento considerável de cidades milionárias e de grandes cidades 
médias. 
Letra D, incorreta. O conceito de explosão demográfica relaciona-se com um aumento elevado, acelerado e 
repentino da população. 
Letra E, incorreta. Periurbanização consiste no processo de expansão urbana para além dos subúrbios de 
uma cidade, caracterizando-se pelo desenvolvimento de atividades e estruturas urbanas misturadas com 
atividades rurais. 
Gabarito: C 
4. (FGV/PM-MA/2012) A estrutura das maiores metrópoles brasileiras apresenta situações e 
problemas que revelam a complexidade dos grandes espaços urbanos. 
As alternativas a seguir apresentam corretamente situações ou problemas relativos à organização interna 
das metrópoles brasileiras, à exceção de uma. Assinale-a. 
a) A segregação residencial exclui grupos de renda mais baixa dos espaços reservados para os grupos 
economicamente dominantes. 
b) O uso do solo urbano mostra grande diversidade – residencial, industrial, comercial, de serviços ou misto. 
c) A estrutura viária atende com eficiência os fluxos realizados pelos trabalhadores entre suas áreas de 
moradias e seus locais de trabalho. 
53
103
 
 
d) A área central corresponde, quase sempre, ao centro histórico e, em alguns casos, ao moderno centro de 
negócios. 
e) A proliferação de subcentros de comércio e de serviços resulta da expansão da metrópole em termos 
físicos e populacionais. 
COMENTÁRIOS: 
Ora pessoal, sabe-se que, nas metrópoles brasileiras, a estrutura viária não atende com eficiência os fluxos 
realizados pelos trabalhadores entre suas áreas de moradiase seus locais de trabalho. O trânsito é muitas 
vezes caótico, o transporte coletivo deficiente e os engarrafamentos são diários e às vezes atingem dezenas 
ou centenas de quilômetros, conforme a metrópole. 
Gabarito: C 
 
54
103
 
 
QUESTÕES COMENTADAS – IBFC 
1. (IBFC/IBGE/2023) De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2022, há 23,8 pessoas por 
quilômetro quadrado no país. Com o aumento da população entre 2010 e 2022, atingindo o total de 203,1 
milhões de pessoas, a ______ do país passou de 22,43 para 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²) 
no mesmo período. 
(Adaptado de IBGE, 2023). 
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. 
a) Concentração urbana. 
b) Taxa de natalidade. 
c) Taxa de fecundidade. 
d) Densidade demográfica. 
e) Crescimento vegetativo. 
COMENTÁRIOS: 
O enunciado se refere à densidade demográfica, conceito ligado à medida da população em relação à área 
territorial. Em outras palavras, é o número de habitantes por quilômetro quadrado (km²) de uma 
determinada região. A fórmula para calcular a densidade demográfica é bastante simples: divide-se a 
população total de uma área pela sua extensão territorial em km². 
No caso da questão, o Censo Demográfico de 2022 registrou que a densidade demográfica do país é de 23,8 
habitantes por km². Isso significa que, em média, há cerca de 23,8 pessoas vivendo em cada quilômetro 
quadrado do território brasileiro. 
A densidade demográfica é uma medida importante para compreender como a população está distribuída 
em uma área e pode variar significativamente de uma região para outra. Por exemplo, áreas urbanas têm 
uma densidade demográfica mais alta do que áreas rurais, onde a população é menos concentrada. 
“Concentração urbana” é um conceito utilizado pelo IBGE para designar arranjos populacionais acima de 100 
mil habitantes. 
“Taxa de natalidade” é o número de nascidos vivos em permilagem (número de crianças nascidas para cada 
mil habitantes) em uma região em um determinado período (geralmente um ano). 
“Taxa de fecundidade” é o número médio de filhos por mulher em idade fértil. 
“Crescimento vegetativo” é a diferença entre taxa de natalidade e taxa de mortalidade, ou seja, o 
crescimento natural da população. 
55
103
 
 
Gabarito: D 
2. (IBFC/IBGE/2023) O crescimento de regiões metropolitanas é um fato marcante da urbanização 
brasileira. 
(SCARLATO, 2011). 
Assinale a alternativa que não corresponde a Regiões Metropolitanas (RM) localizadas nas regiões Norte ou 
Nordeste do Brasil. 
a) RM de Belém. 
b) RM de Manaus. 
c) RM do Recife. 
d) RM de Salvador.    
e) RM de Goiânia. 
COMENTÁRIOS: 
As Regiões Metropolitanas de Belém e Manaus se localizam na região Norte. Já as Regiões Metropolitanas 
de Recife e Salvador estão na região Nordeste. Dessa forma, a única que não se localiza nessas duas regiões 
é a Região Metropolitana de Goiânia, que se encontra no estado de Goiás, na região Centro-oeste. 
Gabarito: E 
3. (IBFC/SEE-AC/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) Tal fenômeno fundamentalmente urbano 
consiste em uma série de melhorias físicas ou materiais e mudanças imateriais – econômicas, sociais e 
culturais – que ocorrem em alguns centros urbanos antigos, os quais experimentam uma apreciável 
elevação de seu status. Este processo tem se desenvolvido nos países industrializados basicamente ao 
longo da etapa chamada pós-industrial ou pós-moderna, iniciada com o declínio do modelo 
socioeconômico industrial tradicional a partir dos anos de 1970. Caracteriza-se normalmente pela 
ocupação dos centros das cidades por uma parte da classe média, de elevada remuneração, que desloca 
os habitantes da classe baixa, de menor remuneração, que viviam no centro urbano. O deslocamento vem 
acompanhado de investimentos e melhorias tanto nas moradias (que são renovadas ou reabilitadas) 
quanto em toda área afetada, tais como comércio, equipamentos e serviços. 
(adaptado de BATALLER, 2012). 
Assinale a alternativa correta quanto ao fenômeno urbano descrito no texto. 
A) Êxodo urbano 
B) Gentrificação 
C) Metropolização 
56
103
 
 
D) Transumância 
COMENTÁRIOS: 
O enunciado descreve o processo de gentrificação, um fenômeno urbano caracterizado pela valorização e 
pela renovação de áreas antigas das cidades, acompanhado pelo deslocamento da população de baixa renda 
e a chegada de moradores de maior poder aquisitivo. Esse processo está associado a melhorias físicas, 
econômicas e culturais nas áreas afetadas. 
O êxodo urbano se refere ao movimento de migração da população das áreas urbanas para áreas rurais. 
A metropolização diz respeito ao processo de concentração de população, de atividades econômicas e de 
serviços nas áreas metropolitanas. 
Por fim, a transumância é um movimento sazonal e periódico em que os migrantes passam alguns meses do 
ano em locais distintos de suas moradias. A motivação desse tipo de deslocamento está relacionada, na 
maioria das vezes, a determinantes naturais, como cheias e estiagem prolongada, e ao trabalho. Esse 
deslocamento é também conhecido como migração sazonal. 
Gabarito: B 
4. (IBFC/SEE-AC/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) “O fenômeno da mobilidade populacional vem, 
desde as últimas décadas do século XX, apresentando transformações significativas no seu 
comportamento, não só no Brasil como também em outras partes do mundo” (IBGE, 2011). 
No que se refere à migração pendular, assinale a alternativa correta. 
A) É protagonizada por famílias que mudam de forma permanente de uma cidade para outra 
B) É um fenômeno que só ocorre nos bairros centrais de cidades com população acima de 100.000 habitantes 
C) Só ocorre em países que possuem invernos rigorosos, como por exemplo no Hemisfério Norte 
D) É protagonizada por trabalhadores e estudantes que se deslocam diariamente para trabalhar e estudar 
em outra cidade e retornam às suas cidades de origem para dormir 
COMENTÁRIOS: 
A migração pendular é um fenômeno comum nas áreas metropolitanas e regiões urbanizadas, onde muitas 
pessoas optam por morar em cidades próximas de sua área de trabalho ou estudo. Esse deslocamento diário 
pode ocorrer por diversos motivos, como busca de melhores oportunidades de emprego, acesso a serviços 
especializados ou oferta educacional mais ampla. 
Dito isso, nosso gabarito é a letra “D”. Vejamos o erro das outras alternativas: 
a) Incorreta. A migração pendular não implica mudança permanente de uma cidade para outra, pois é um 
deslocamento diário. 
57
103
 
 
b) Incorreta. A migração pendular não está restrita apenas aos bairros centrais de cidades grandes. Na 
verdade, é mais comum que ocorra das áreas periféricas para as áreas centrais das cidades, porém, também 
ocorre em diferentes áreas urbanas, independentemente do tamanho da população, embora seja mais 
perceptível em grandes metrópoles. 
c) Incorreta. A migração pendular não está associada exclusivamente a países com invernos rigorosos. Esse 
fenômeno pode ocorrer em qualquer país, independentemente das condições climáticas. 
Gabarito: D 
5. (IBFC/SEED-PR/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) “Dados sobre a situação global das metrópoles, 
consolidados pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos (UNHabitat), revelam que, 
em 2020, havia 2,59 bilhões de pessoas vivendo em metrópoles, cerca de um terço da população mundial”. 
(BAPTISTA; DIAS, 2021). 
No que se refere às características das metrópoles brasileiras, assinale alternativa correta. 
A) Nas metrópoles, sob o ponto de vista econômico, desenvolvem-se redes interdependentes de 
fornecimento de bens, serviços, produção e distribuição de alimentos 
B) A expansão de duas cidades que compõem uma mesma região metropolitana pode ocorrer uma em 
direção à outra, de tal forma que os seus limites podem desaparecer, gerando uma megalópole 
C) No Brasil, as metrópoles se desenvolveram de forma planejada e ordenada, razão pela qual a 
infraestrutura e os serviços públicos oferecidos possuem melhorqualidade em relação às cidades menores 
D) São Paulo é a maior metrópole do país em relação ao tamanho da sua população, além de ser a terceira 
maior da América Latina, atrás apenas de Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile 
E) Brasília é considerada uma metrópole nacional brasileira, planejada para ser a Capital Federal e que 
recentemente foi reconhecida pelo status de megacidade 
COMENTÁRIOS: 
a) Correta. Nas metrópoles, há uma intensa interconexão econômica em que se estabelecem redes de 
fornecimento de diversos produtos e serviços, incluindo alimentos. 
b) Incorreta. A alternativa descreve o processo de conurbação, que é expansão de duas cidades uma em 
direção à outra, de tal forma que os seus limites físicos podem desaparecer. As megalópoles são formadas 
também pelo processo de conurbação, mas entre duas ou mais metrópoles ou regiões metropolitanas. 
c) Incorreta. O desenvolvimento das metrópoles no Brasil ocorreu de forma desordenada e não planejada. 
Por serem grandes cidades e pelas demandas populares, o poder público teve que se organizar para 
disponibilizar infraestrutura e serviços públicos à população. No geral, não atendem plenamente às 
necessidades dos seus habitantes. A realidade brasileira é variada; pequenas cidades podem ter uma oferta 
melhor de infraestrutura e qualidade de serviços públicos em relação às grandes cidades ou não. Isso vai 
depender de alguns fatores, tais como a localização da cidade, as condições econômicas e o número de 
58
103
==b59==
 
 
habitantes. Todavia, a diversidade de serviços públicos oferecidos nas grandes cidades é inegavelmente bem 
maior do que nas pequenas cidades. 
d) Incorreta. São Paulo de fato é a maior metrópole do país em relação ao tamanho da sua população, assim 
como é a maior metrópole da América Latina, seguida da Cidade do México e de Buenos Aires. 
e) Incorreta. Brasília é a Capital Federal e uma cidade importante no cenário político e econômico nacional, 
mas não é considerada uma “megacidade”. O termo "megacidade" refere-se a cidades com uma população 
superior a 10 milhões de habitantes, o que não se aplica à Brasília. Conforme o estudo REGIC do IBGE, Brasília 
é uma metrópole nacional. 
Gabarito: A 
6. (IBFC/SEC-BA/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) 
 
A fotografia aérea acima é do bairro Stella Maris, em Salvador - BA, e, ao fundo, pode-se observar o município 
de Lauro de Freitas - BA. Esses dois municípios cresceram um em direção ao outro, sendo atualmente difícil 
perceber onde é que um termina e onde o outro começa. Assinale a alternativa correspondente ao nome do 
processo descrito no texto, de forma correta 
A) Conurbação 
B) Megalopolização 
C) Rurbanização 
D) Verticalização 
E) Gentrificação 
COMENTÁRIOS: 
O processo urbano no qual a área urbana de um município cresce em direção ao outro, tornando difícil a 
percepção de onde termina uma e começa a outra, é denominado de conurbação, que se refere à unificação 
das malhas urbanas de dois municípios. É um processo muito comum em regiões metropolitanas, mas não 
significa que esteja restrito a essas áreas. A conurbação costuma ocorrer em municípios onde a 
interdependência econômica é muito forte. 
59
103
 
 
Portanto, o gabarito é a letra “A”. Vamos passar pelas outras alternativas: 
Megalopolização é o processo de crescimento e de expansão urbana que leva à formação de megalópoles. 
A megalópole é uma região formada por várias metrópoles interligadas entre si. No Brasil, não há uma 
megalópole bem definida e estabelecida, mas muitos autores entendem que entre Rio de Janeiro e São Paulo 
existe uma megalópole em formação. 
Rurbanização é o fenômeno que ocorre quando áreas rurais se tornam urbanizadas, apresentando 
características tanto urbanas quanto rurais. Nesse processo, ocorre a expansão das áreas urbanas para as 
zonas rurais, com a incorporação de atividades urbanas, como comércio e serviços em áreas anteriormente 
agrícolas. 
Verticalização é o processo de aumento da construção de edifícios nas áreas urbanas, marcado pelo 
adensamento vertical das construções. 
Gentrificação é o processo de transformação de áreas urbanas degradadas ou de baixa renda em áreas de 
classe média ou alta. Geralmente, ocorre por meio da reabilitação de edifícios antigos, investimentos em 
infraestrutura e atração de novos empreendimentos comerciais. A gentrificação pode levar à expulsão de 
moradores de baixa renda, devido ao aumento dos preços dos imóveis e do custo de vida na região. 
Gabarito: A 
7. (IBFC/SEC-BA/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) Jonas está cursando Geografia na Universidade 
Federal da Bahia (UFBA). Como ele mora com a família em Lauro de Freitas - BA, todos os dias ele se desloca 
para Salvador -BA e, após terminar as suas atividades, retorna para a cidade na qual reside. 
Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de migração realizada diariamente por Jonas, de forma 
correta. 
A) Transumância 
B) Êxodo urbano 
C) Migração pendular 
D) Migração intraurbana 
E) Nomadismo 
COMENTÁRIOS: 
A migração realizada por Jonas é denominada de migração pendular, caracterizada pelo deslocamento diário 
de pessoas entre sua cidade de residência e seu local de trabalho, estudo ou outras atividades. Nesse caso, 
Jonas se desloca diariamente de Lauro de Freitas para Salvador e retorna no final do dia, realizando um 
movimento pendular entre as duas cidades. Esse tipo de migração é comum em áreas metropolitanas, nas 
quais as pessoas buscam oportunidades de trabalho, de estudo ou de serviços que não estão disponíveis em 
sua cidade de residência. 
60
103
 
 
A transumância é um movimento sazonal e periódico em que os migrantes passam alguns meses do ano em 
locais distintos de suas moradias. A motivação desse tipo de deslocamento está relacionada, na maior parte 
das vezes, a determinantes naturais, como cheias e estiagem prolongada, e ao trabalho. Esse deslocamento 
é também conhecido como migração sazonal. 
O termo êxodo urbano é utilizado para explicar a migração de uma população da cidade para o campo, a 
zona rural. 
A migração intraurbana acontece quando o indivíduo se desloca dentro dos limites de um mesmo município 
ou área urbana. 
Utiliza-se o termo nomadismo para se referir as pessoas que não têm uma residência fixa e estão 
constantemente se deslocando de um local a outro. 
Gabarito: C 
8. (IBFC/SEED-RR/2021 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) “Um crescimento que expande a cidade, 
prolongando-a de dentro para fora de seu perímetro, e absorve aglomerados rurais e outras cidades. Estas, 
até então com vida autônoma, acabam comportando-se como parte integrante da metrópole. Com a 
expansão e a integração, desaparecem os limites físicos entre os diferentes núcleos urbanos – fenômeno 
chamado de ______________” 
(SCARLATTO, 2011). 
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. 
A) Cidades gêmeas 
B) Anisotropia 
C) Conurbação 
D) Megacidade 
COMENTÁRIOS: 
O enunciado retrata a conurbação, um fenômeno que ocorre quando áreas urbanas distintas se expandem 
e se integram, resultando na formação de uma única área contínua. Nesse processo, os limites físicos entre 
as cidades desaparecem e elas passam a se comportar como partes integrantes de uma mesma metrópole. 
É um fenômeno comum em regiões metropolitanas e representa uma forma de expansão urbana que vai 
além dos limites do perímetro original da cidade, incorporando aglomerados rurais e outras cidades. A 
conurbação implica a intensificação das relações socioeconômicas, culturais e de infraestrutura entre as 
áreas urbanas envolvidas. 
A anisotropia é um conceito utilizado na geografia para descrever a desigualdade na distribuição de 
características ou fenômenos em uma determinada área. Essa diferença pode ocorrer em relação ao espaço 
geográfico, aos recursos naturais, à infraestrutura, à densidade populacional e a outros aspectos. A 
61
103
 
 
anisotropia indica que essas características não estão distribuídas deforma uniforme, mas têm variações e 
disparidades em diferentes direções ou regiões. 
Cidades gêmeas são duas cidades localizadas próximas uma da outra, muitas vezes conurbadas, que têm 
interdependência e conexões significativas, mas se localizam em países diferentes, separadas por uma 
fronteira. 
Alguns exemplos de cidades gêmeas no Brasil: Aceguá (RS) e Acegua (Uruguai); Foz do Iguaçu (PR), Ciudad 
del Este (Paraguai) e Puerto Iguazú (Argentina); Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (Paraguai) e 
Tabatinga (AM) e Letícia (Colômbia). 
Uma megacidade é uma área urbana caracterizada por uma população expressiva, geralmente acima de 10 
milhões de habitantes. Essas cidades são caracterizadas pelo seu tamanho e densidade populacional intensa, 
bem como por sua importância econômica, política e cultural. As megacidades geralmente enfrentam 
desafios complexos, como infraestrutura sobrecarregada, problemas de moradia, transporte e gestão dos 
recursos naturais. São exemplos de megacidades São Paulo, Tóquio, Mumbai e Cidade do México. 
Gabarito: C 
9. (IBFC/MGS/2019) “Um fato marcante da urbanização brasileira nos últimos anos é o contínuo 
crescimento das regiões metropolitanas. Com exceção de São Paulo, todas as demais regiões cresceram 
mais do que seus respectivos estados” (SCARLATO, 2011). 
Assinale a alternativa correta quanto a uma consequência do processo de crescimento das regiões 
metropolitanas no Brasil: 
A) A expansão vertical das cidades em direção às áreas periféricas e de risco 
B) A redução da poluição sonora, do ar e visual e melhor distribuição de empregos formais 
C) A deterioração de muitas áreas do centro antigo e fuga da população de maior renda para condomínios 
fechados 
D) A desvalorização do solo urbano e a maior acessibilidade de moradias à população de baixa renda 
COMENTÁRIOS: 
a) Incorreta. Expansão vertical significa a construção de edifícios. Essa expansão vertical geralmente ocorre 
nas áreas centrais e próximas, com boa infraestrutura urbana e oferta de serviços públicos e privados. São 
áreas mais valorizadas e com escassos terrenos vazios, sem construções. No geral, casas, edificações em 
andares e prédios menores são demolidos para darem espaço à construção de altos edifícios bem valorizados 
no quesito imobiliário. As cidades se expandem em direção às suas periferias e áreas de risco, mas é uma 
expansão principalmente horizontal. 
b) Incorreta. O crescimento das regiões metropolitanas, em geral, não resulta automaticamente na redução 
da poluição e na melhoria na distribuição de empregos formais. O rápido crescimento urbano muitas vezes 
leva ao aumento da poluição e à concentração de empregos em determinadas áreas, gerando desigualdades 
socioespaciais. 
62
103
 
 
c) Correta. O crescimento das regiões metropolitanas pode resultar na deterioração de áreas do centro 
antigo das cidades, à medida que a população de maior renda migra para áreas mais periféricas, incluindo 
condomínios fechados. Isso pode levar ao abandono de áreas centrais e à exclusão socioespacial. 
d) Incorreta. O crescimento das regiões metropolitanas muitas vezes leva à valorização do solo urbano, 
especialmente em áreas mais centrais e bem localizadas. Isso pode resultar em dificuldades de acesso à 
moradia para a população de baixa renda, que acaba sendo deslocada para áreas mais periféricas e precárias. 
Gabarito: C 
 
63
103
 
 
QUESTÕES COMENTADAS – VUNESP 
1. (VUNESP/PM-SP/2019) Observe o gráfico para responder à questão. 
 
A leitura do gráfico e os conhecimentos sobre a urbanização brasileira permitem afirmar que a região 
A) 1 (Sudeste) apresentou uma expressiva urbanização devido a fatores como a industrialização e a atração 
de migrantes de outras regiões brasileiras. 
B) 2 (Norte) teve a urbanização fortemente atrelada aos grandes projetos de exploração mineral implantados 
em vários estados nortistas. 
C) 3 (Sul) apresentou uma urbanização mais lenta porque desde sua ocupação sempre teve sua economia 
baseada em atividades agropecuárias. 
D) 2 (Nordeste) apresentou rápida urbanização a partir dos anos de 1980 devido à industrialização das 
grandes cidades, promovida pela Sudene. 
E) 1 (Centro-Oeste) teve a urbanização acelerada devido à construção de Brasília e a partir dos anos 2000, à 
expansão da agroindústria. 
COMENTÁRIOS: 
A linha 1 é a região Sudeste. É a com maior percentual de população urbana (93% em 2010) e a primeira a 
ter população majoritariamente urbana (isso ocorreu por volta da primeira metade da década de 1950). 
A linha 2 é a região Sul. Em 2010, a sua população urbana era de 85%, a terceira mais urbanizada do país, 
atrás do Sudeste e Centro-Oeste. Foi na década de 1970 que passou a ter mais da metade da população 
urbana. 
64
103
 
 
A linha 3 é a região Nordeste. Em 2010, a sua população urbana era de 73%. Foi só na segunda metade da 
década de 1970 que passou a ter população majoritariamente urbana. 
a) Correto. A Região Sudeste é a região com a maior taxa de urbanização do país; o que pesou para isso foi 
o fato de ter sido o embrião industrial do Brasil, fazendo com que muitos habitantes de outras regiões, 
sobretudo, nordestinos, migrassem para cidades da região em busca de melhores oportunidades de vida. 
b) Incorreto. A região Norte tinha, em 2010, uma taxa de urbanização de 73,5%. Com essa informação, já 
poderíamos riscar essa alternativa. Na região Norte, foram implementados grandes projetos de exploração 
mineral. Contudo, não se inserem entre as principais causas de sua urbanização. Seu processo de 
urbanização foi impulsionado pela proliferação de cidades ao longo das rodovias, além do grande 
crescimento econômico de Belém e Manaus. 
c) Incorreto. A região Sul tinha, em 2010, uma taxa de urbanização de 85%. Com essa informação, já 
poderíamos riscar essa alternativa. Teve uma urbanização lenta e limitada até 1970. A estrutura agrária, 
baseada na propriedade familiar, restringia o êxodo rural. Contudo, nas décadas subsequentes do século XX, 
a mecanização acelerada da agricultura e a concentração da propriedade fundiária impulsionaram o êxodo 
rural. A região Sul tem, historicamente, uma economia com forte base agropecuária. As atividades 
agropecuárias, porém, se desenvolveram e se industrializaram. Além disso, a região conta com uma grande 
variedade e dinamismo econômico e industrial. 
d) Incorreto. A região Nordeste tem a menor taxa de urbanização do Brasil: 73%, em 2010. Não poderia 
estar, portanto, como o segundo elemento do gráfico. A urbanização do Nordeste permaneceu 
relativamente lenta, intensificando-se nos anos recentes. Um dos fatores para isso foram os projetos de 
industrialização da Sudene, que propiciaram a urbanização nas principais metrópoles da região. 
e) Incorreto. O Centro-Oeste é a segunda região com a maior taxa de urbanização do Brasil. Seu processo de 
urbanização começou a tomar forma com a construção de Brasília e as rodovias construídas para interligar a 
capital federal às demais regiões, e se consolidou entre as décadas de 60, 70 e 80, com a mecanização do 
campo, gerando rápido crescimento de cidades voltadas a oferecerem serviços às atividades rurais. 
Gabarito: A 
 
65
103
==b59==
 
 
QUESTÕES COMENTADAS – MULTIBANCAS 
1. (SELECON/PREFEITURA DE NOVA MUTUM – MT/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) Na cidade de 
Nova Mutum (MT), segundo o relatório do Plano Municipal de Saneamento Básico (2017), a ocorrência de 
alagamentos se dá anualmente no período de chuva entre os meses de novembro e abril, gerando 
transtornos, dada a grande quantidade de água escoada pelas vias. 
(Plano de Desenvolvimento Territorial do Turismo. Nova Mutum - MT, 2020) 
Tais ocorrências devem-se: 
A) ao aumento das áreas verdes. 
B) à ocupação regular do solo urbano. 
C) à acentuada impermeabilização do solo urbano. 
D) ao alto investimento em educação ambiental da população. 
COMENTÁRIOS: 
O enunciado descreve um cenário de alagamentos ocasionais na cidade de NovaMutum (MT). Dentre as 
opções, a única que se apresenta corretamente possível é a alternativa “C”, a acentuada impermeabilização 
do solo urbano. Essa é uma das principais causas de alagamentos em áreas urbanas no país. 
Quando o solo é impermeabilizado por construções, calçadas, asfalto e outras superfícies impermeáveis, a 
água da chuva não consegue ser absorvida e escoa superficialmente para a rede de drenagem pluvial, 
aumentando o risco de alagamentos. 
a) Incorreta. O aumento das áreas verdes contribui para a redução do escoamento superficial da água. A 
vegetação ameniza o impacto do contato da água da chuva com o solo, contribui para a retenção do solo e 
para a infiltração dá água nesse solo, diminuindo a possibilidade de alagamentos e de escoamento superficial 
da água da chuva. 
b) Incorreta. A ocupação regular do solo urbano não necessariamente está ligada às ocorrências de 
alagamentos. Ocupação regular significa que houve planejamento adequado da sua ocupação, considerando 
os aspectos urbanos e ambientais, como a preservação de áreas verdes, a proteção de cursos d’água e a 
implantação de infraestruturas adequadas, a exemplo dos sistemas de drenagem da água pluvial. 
c) Correta. O investimento em educação ambiental é fundamental para a conscientização sobre o uso 
responsável da água e práticas de conservação ambiental. Se a conscientização ambiental fosse maior, com 
certeza, as cidades teriam menos problemas urbanos-ambientais, como os associados ao enunciado da 
questão. 
Gabarito: C 
66
103
 
 
2. (FEPESE/PREFEITURA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC/2021) Sobre o processo de metropolização do 
Brasil, é correto afirmar: 
1. Em um primeiro momento, a urbanização brasileira caracterizou-se pelo crescimento dos maiores centros 
urbanos, que correspondiam, na maioria das vezes, às capitais estaduais ou aos centros industriais de maior 
expressão, como por exemplo, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, entre 
outros. 
2. O forte incremento populacional urbano fez nascer as principais metrópoles de nosso país, cidades com 
mais de um milhão de habitantes, caracterizadas pela concentração de capitais e da produção e por uma 
diversificada infraestrutura de serviços como saúde, educação e lazer. 
3. O grande afluxo de migrantes em direção às metrópoles brasileiras gerou um processo de crescimento 
exagerado e desordenado de suas áreas urbanas, que em muitos casos uniram-se às áreas urbanas de 
cidades próximas, criando grandes aglomerações. 
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. 
A) É correta apenas a afirmativa 1. 
B) É correta apenas a afirmativa 3. 
C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. 
D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. 
E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. 
COMENTÁRIOS: 
1 - Correta. Até meados dos anos 1960, a população brasileira era predominantemente rural. Entre as 
décadas de 1950 e 1980, houve um intenso crescimento da população urbana, com milhões de pessoas que 
migraram do campo para as cidades. Isso levou ao crescimento dos maiores centros urbanos, que 
correspondiam, na maioria das vezes, às capitais estaduais ou aos centros industriais de maior expressão, 
como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, entre outros. 
2 - Correta. O intenso crescimento populacional, concentrado em algumas cidades do território, fez nascer 
as principais metrópoles brasileiras. Não há uma definição única e absoluta sobre o conceito de metrópole. 
Então, para ser considerada metrópole, não é necessário que tenha mais de um milhão de habitantes, no 
entanto, na maioria dos casos, são cidades com grande população, que passam de um milhão de habitantes. 
A principal característica que define uma metrópole é a influência e a polarização que essas exercem a uma 
rede de municípios, influência essa de ordem econômica, política e sociocultural. Essa polarização é 
resultado de uma concentração de capitais e da produção, além de uma diversificada infraestrutura de 
serviços como saúde, educação e lazer. 
3 - Correta. O grande afluxo migratório em direção às cidades foi o principal responsável pelo crescimento 
das metrópoles brasileiras. Foi um crescimento rápido, exagerado e desordenado de suas áreas urbanas. À 
67
103
 
 
medida que as cidades vão se expandindo horizontalmente, o seu crescimento extrapola às suas áreas 
municipais, unindo-se e aglomerando-se à área urbana dos municípios próximos. A esse processo dá-se o 
nome de conurbação. 
Gabarito: E 
3. (FCC/METRO SP/2015) Considere as seguintes afirmações: 
I. A falta de moradias ou déficit habitacional é uma das consequências do rápido crescimento da metrópole 
paulista. 
II. A região metropolitana de São Paulo tem como uma de suas características a pequena desigualdade 
socioeconômica entre seus habitantes. 
III. Um dos grandes desafios da metrópole paulista é ampliar a mobilidade urbana. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I. 
b) I e III. 
c) I e II. 
d) II. 
e) II e III. 
COMENTÁRIOS: 
I. Correta. O crescimento rápido e desordenado da cidade de São Paulo ocasionou vários problemas urbanos, 
sendo um deles a falta de moradias ou déficit habitacional. 
II. Incorreta. São grandes as desigualdades econômicas, sociais e geográficas na região metropolitana de São 
Paulo. 
III. Correta. Um dos grandes desafios da metrópole paulista é ampliar a mobilidade urbana. Ampliar os meios 
de transporte coletivo; torná-los mais rápidos, confortáveis e baratos; transportar mais passageiros por 
metrô; promover a intermodalidade; dar mais fluidez ao trânsito e mais acessibilidade para quem anda a pé 
pela cidade são grandes desafios para a mobilidade urbana de São Paulo. 
Gabarito: B 
4. (CONSULPLAN/PREFEITURA DE NATIVIDADE/2014) De acordo com informações da Organização das 
Nações Unidas (ONU), no ano de 2005, o Brasil registrava uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo 
com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos 
deve saltar para 93,6%. Em termos absolutos serão 237,751 milhões de pessoas morando nas cidades do 
país na metade deste século, como mostra a figura a seguir. 
68
103
 
 
 
Sobre a urbanização no Brasil, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
( ) A urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional, concentrando‐se, 
principalmente, na região Sudeste, formada pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e 
Espírito Santo. 
( ) Apenas no início do século XXI é que a população rural declinou de forma acentuada, tornando‐se grande 
minoria, o que caracterizou o país como uma nação intensamente urbanizada. 
( ) O processo de urbanização no Brasil se assemelha ao europeu pela forma lenta que se deu, diferenciando 
apenas do fato de que na Europa foi menos volumosa e acompanhada pela oferta de empregos urbanos, 
moradias, escolas, saneamento básico etc. 
( ) A urbanização vem ocorrendo de maneira desordenada, de forma que os municípios encontram‐se 
despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, gerando uma série de problemas sociais 
e ambientais, dentre os quais destacam‐se o desemprego, a criminalidade e a favelização. 
A sequência está correta em 
a) F, F, V, V. 
b) F, V, V, F. 
c) V, F, V, F. 
d) V, F, F, V. 
COMENTÁRIOS: 
69
103
 
 
Primeira alternativa – Verdadeira. A urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o 
território nacional, concentrando‐se, principalmente, na região Sudeste, formada pelos estados de São 
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. 
Segunda Alternativa – Falsa. O Censo de 1960 indicou que 55% da população era rural. No Censo seguinte, 
de 1970, a população rural já passou a ser minoria, com 44%. Em 2000, 81% da população era urbana. Até a 
década de 1960, a população rural cresceu em números absolutos. A partir daí, passou a diminuir. 
Terceira Alternativade trabalho para as cidades. 
 
Êxodo rural é o processo de migração de pessoas da zona rural para a urbana, ou seja, a 
saída de moradores do campo com destino às grandes cidades. 
Guarde bem esse conceito, ele será muito utilizado daqui para frente. É um conceito básico 
no estudo da urbanização. 
O êxodo rural se constitui no deslocamento massivo de pessoas do campo para a cidade. De um lado, ocorria 
a modernização técnica do trabalho rural, substituindo o trabalho braçal e manual do homem pela 
mecanização agrícola. Dispensado das fazendas, esse trabalhador rural não tinha acesso a uma terra própria 
para produzir, pois a estrutura fundiária brasileira sempre foi muito concentradora de terras. O 
monopólio por uma elite resulta na carência de terras para a maioria dos trabalhadores rurais. 
Ao mesmo tempo, ocorria a industrialização brasileira, com as fábricas necessitando de mão de obra, e as 
cidades cresciam pela própria dinâmica da industrialização que leva a uma expansão do setor de serviços, 
também necessitando de força de trabalho. Esse fator atraia fortemente a população rural para o espaço 
urbano. 
 
(CESGRANRIO/IBGE/2016) No gráfico a seguir, é apresentada a evolução das populações urbana e rural no 
Brasil. 
 
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A partir da década de 1970, verifica-se a ultrapassagem do contingente de população urbana em relação à 
rural, que decorre do seguinte fator estrutural: 
(A) Expansão da agroecologia 
(B) Redução do analfabetismo 
(C) Regressão do rodoviarismo 
(D) Avanço da industrialização 
(E) Realização de megaeventos 
COMENTÁRIOS: 
Na década de 1970, o Brasil passou a ser um país predominantemente urbano. Nessa década, a população 
urbana ultrapassou a população rural. Isso ocorreu sobretudo devido ao êxodo rural, isto é, a migração do 
campo para as cidades, e ao crescimento vegetativo natural nas grandes cidades. 
O êxodo rural está associado a dois condicionantes que se interligam: a repulsão da força de trabalho do 
campo e a atração dessa força de trabalho para as cidades. 
Dentre as alternativas apresentadas, a que apresenta corretamente um fator que efetivamente contribuiu 
no crescimento da população urbana de forma mais acelerada em relação à população rural foi o avanço da 
industrialização. 
O crescimento da produção industrial nos grandes centros urbanos representou uma força de atração para 
as cidades, pois necessitavam de trabalhadores para as fábricas. Ao mesmo tempo, a mecanização do campo 
foi uma força de repulsão do campo, ao substituir o trabalho braçal pelo trabalho da máquina. Esses dois 
fatores foram as principais causas do movimento de êxodo rural no Brasil, que influenciou decisivamente no 
seu rápido processo de urbanização. 
Gabarito: D 
A urbanização brasileira aconteceu sem a implementação de políticas indispensáveis para a 
inserção urbana digna da massa que abandonou o meio rural brasileiro. As cidades não tiveram 
tempo de se preparar e não desenvolveram um planejamento urbano adequado e quando havia esse 
planejamento, não conseguiram implantá-lo adequadamente. O resultado foi a formação das periferias, das 
favelas, os grandes bolsões de sub-habitação, com carência de infraestrutura e de serviços públicos básicos. 
Foi também uma urbanização essencialmente concentradora. A população que migrou do campo, 
concentrou-se em um número pequeno de cidades, como as capitais e as suas regiões metropolitanas, como 
São Paulo e Rio de Janeiro. 
 
Tendências e características atuais da urbanização brasileira 
A concentração urbana espelha as condições em que ocorreu a modernização da economia do país. Desde a 
década de 1930, a industrialização baseou-se em investimentos volumosos de capital, realizados pelo Estado, 
pelas multinacionais e por conglomerados privados nacionais. Esses investimentos concentraram-se em 
cidades e regiões mais desenvolvidas economicamente, o que levou à concentração dos recursos produtivos 
e à oferta de empregos em determinados pontos do território. Um número reduzido de cidades que 
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apresentavam vantagens prévias tornou-se alvo dos investimentos. Essas aglomerações evoluíram como 
polos de atração demográfica e de grandes mercados consumidores. A concentração espacial determinou a 
aglomeração espacial: o resultado foi a metropolização, ou seja, a formação das metrópoles, grandes 
cidades, geralmente com mais de 1 milhão de habitantes, que concentram boa parte dos serviços, empregos 
e infraestruturas. 
Contudo, a partir da década de 1990, intensificou-se o fenômeno conhecido como desmetropolização, que 
é a diminuição do ritmo de crescimento das metrópoles em benefício das cidades menores, sobretudo as 
cidades médias. Esse fenômeno está acompanhado da desconcentração industrial, em que as grandes 
empresas e fábricas – antes concentradas nos grandes centros urbanos – passam a se deslocar para cidades 
menores em busca, principalmente, de menores impostos (ou até a isenção de boa parte deles). 
Contudo, os processos urbanos recentes são complexos. Ao mesmo tempo em que se detecta a diminuição 
do crescimento populacional das metrópoles, observa-se um crescimento da periferia metropolitana. 
Ou seja, a população das cidades que compõe as regiões metropolitanas está crescendo mais que a das 
metrópoles. Nessa periferia estão muitas das cidades médias de grande crescimento no Brasil. 
 
Cidades pequenas: até 100 mil habitantes. 
Cidades médias: de 100 mil a 500 mil habitantes. 
Cidades grandes: mais de 500 mil habitantes. 
As cidades médias corresponderam a 67,5% (8,3 milhões) do crescimento populacional do Brasil entre 2010 
e 2022, que foi de 12,3 milhões de habitantes. Em 2010, essas cidades tinham 25,4% da população. Já em 
2022, concentravam 27,96% do total. 
O percentual da população brasileira que mora nesses municípios foi o único que cresceu no período entre 
os dois últimos censos demográficos. As cidades pequenas e grandes perderam relevância proporcional. Em 
comparação com o Censo de 2010, a concentração populacional em cidades grandes registrou uma leve 
queda. 
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A rede urbana está mais consolidada e menos concentrada. A concentração populacional ainda é muito 
grande na faixa litorânea e em porções interioranas do Sul e Sudeste. Todavia, importantes centros regionais 
se consolidaram ou estão em fase de consolidação no Centro-Oeste, no Norte e no interior do Nordeste. 
Certamente, quando fazemos essa afirmação, não estamos nos referindo às metrópoles consolidadas há 
décadas nessas regiões, como Belém, Manaus, Brasília e Goiânia. 
Outro processo que já acontece há algumas décadas no país é a redução da população em pequenas 
cidades. Em algumas regiões do Brasil, essa redução é mais evidente, como a metade oeste do Rio Grande 
do Sul e o semiárido nordestino. Os dados do Censo Demográfico de 2022 confirmam essa análise: a faixa de 
cidades que mais perdeu espaço entre 2010 a 2022 foi a das cidades com entre 10 mil e 20 mil habitantes. 
Esses municípios representavam 10,31% da população, em 2010. Agora, concentram 9,47% do total. 
O território brasileiro continua sendo ocupado por meio da expansão da fronteira agrícola, ou seja, do 
avanço da produção agropecuária sobre o meio natural. A Amazônia e o Cerrado são os biomas nos quais a 
fronteira agrícola segue avançado sobre áreas de vegetação natural. Novos núcleos de povoamento 
continuam surgindo nas zonas de expansão, embriões de futuras cidades. A chegada da agricultura moderna 
faz pequenos núcleos crescerem, com a atração de imigrantes. 
 
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Urbanização e desigualdades regionais 
Do ponto de vista regional, verificam-se diferenças marcantes na urbanização brasileira, que refletem as 
disparidades econômicas regionais e a diferenciada inserção de cada região na economia nacional. 
No Sudeste, a população urbana ultrapassou– Falsa. A urbanização brasileira foi acelerada. Em poucas décadas, o Brasil alcançou um 
alto percentual de população urbana. Foi um processo desordenado, sem a implementação de políticas 
indispensáveis para a inserção urbana digna da massa que abandonou o meio rural brasileiro. 
Quarta Alternativa – Verdadeira. A urbanização vem ocorrendo de maneira desordenada, de forma que os 
municípios encontram‐se despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, gerando uma 
série de problemas sociais e ambientais, dentre os quais destacam‐se o desemprego, a criminalidade e a 
favelização. 
Gabarito: D (V, F, F, V) 
5. (CONSULPLAN/IBGE/2009) À medida que ocorre o crescimento espacial surgem alguns fenômenos 
urbanos. A partir desta afirmativa, relacione o fenômeno urbano (Conurbação, Megalópole e Região 
Metropolitana) com sua respectiva definição: 
1. Conurbação. 
2. Megalópole. 
3. Região Metropolitana. 
( ) Trata-se da união espacial (combinação) de várias grandes cidades (metrópoles), formando uma 
gigantesca área urbanizada. 
( ) É uma união espacial de cidades vizinhas, devido ao crescimento horizontal. 
( ) É o conjunto de municípios contíguos e interligados socioeconomicamente a uma cidade principal 
(metrópole) com serviços públicos e infraestrutura comum 
A sequência está correta em: 
A) 1, 2, 3 
B) 3, 2, 1 
C) 2, 3, 1 
D) 2, 1, 3 
E) 1, 3, 2 
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103
 
 
COMENTÁRIOS: 
Megalópole é o conjunto de metrópoles interligadas, formando uma gigantesca área urbanizada. 
Conurbação é o conjunto formado por duas ou mais cidades próximas em que ocorre interação física e 
funcional entre elas, como São Paulo o Osasco, por exemplo, duas cidades do estado de São Paulo. Regiões 
metropolitanas correspondem a grandes espaços urbanizados, formados por municípios adjacentes, 
integrados funcional e socioeconomicamente a uma metrópole. 
Gabarito: D (2,1,3) 
6. (CONSULPLAN/IBGE/2009) Considerando a atuação do Estado no processo de urbanização no 
Brasil, pode-se afirmar que: 
A) A ação do Estado deu-se sempre no sentido de intervir para “ajustar a desordem”, por meio do 
planejamento urbano. 
B) Um dos melhores exemplos para expressar a histórica capacidade do Estado brasileiro de sustentar 
qualquer processo de planejamento urbano são as experiências de cidades projetadas, como Belo Horizonte, 
em 1987; Goiânia, em 1935 e Brasília, em 1960. 
C) Brasília e sua periferia são a comprovação da consistência do planejamento urbano no Brasil. 
D) O poder público sempre buscou controlar a reprodução da segregação espacial. 
E) O poder público ao longo do processo de urbanização no Brasil age de forma paternalista ao urbanizar 
favelas, legitimando movimentos sociais urbanos como dos sem-terra, dos pró-favelas e dos cortiços, dando 
títulos de posse para terrenos irregulares, asfaltando e urbanizando loteamentos com ruas e casas em 
desalinho. 
COMENTÁRIOS: 
A) Errada. A regra tem sido essa, o Estado brasileiro atua para fazer o planejamento urbano possível em 
cidades e zonas urbanas de urbanização consolidada. Claro que o Estado brasileiro tem atuado em prol de 
melhorar e planejar a expansão urbana das cidades brasileiras. Há muitos esforços e programas recentes 
nesse sentido. Mas foram raros os casos em que atuou para planejar a construção de cidades, como Brasília, 
Palmas, Goiânia e Belo Horizonte. 
B) Errada. Não existiu e não existe essa capacidade histórica de o Estado brasileiro sustentar “qualquer” 
processo de planejamento urbano. Belo Horizonte foi projeta no século XIX e inaugurada em 1897. 
C) Errada. A fundação e o crescimento de Brasília produziram o entorno, periferia que fica na divisa do 
Distrito Federal com Goiás. São cidades não planejadas e com grandes problemas urbanos e sociais. Também 
a população do Distrito Federal é várias vezes maior do que a prevista quando do seu planejamento. 
Portanto, comprovações da fragilidade do planejamento urbano no Brasil. 
D) Errada. Historicamente, o poder público não demonstra capacidade de controlar a segregação espacial. 
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103
 
 
E) Certa. Este é o gabarito, mas é complicado dizer que, ao longo do processo de urbanização no Brasil, o 
poder público tem agido de forma paternalista ao urbanizar favelas. A urbanização de favelas e 
assentamentos precários é, em regra, conquista dos movimentos sociais urbanos. Claro que eram terrenos 
irregulares e a urbanização se processa sobre uma ocupação já consolidada com muitas ruas e casas em 
desalinho. 
Gabarito: E 
7. (CONSULPLAN/IBGE/2009) Analise as afirmativas acerca dos problemas sociais e urbanos 
brasileiros: 
1. É muito comum ainda, nas cidades brasileiras, a morte de crianças por doenças transmissíveis, 
principalmente quando a elas se junta a desnutrição. 
2. A ampliação da infraestrutura urbana como água encanada, pavimentação de ruas, iluminação, 
transportes, redes de esgotos, tem acompanhado a periferia, beneficiando grande contingente populacional. 
3. Nos terrenos muito inclinados, os moradores veem colocadas em perigo suas próprias vidas quando as 
chuvas fortes provocam erosão, deslizamentos e desmoronamentos. 
É (são) verdadeira(s) apenas a(s) afirmativa(s): 
A) 1, 3 
B) 1, 2 
C) 2, 3 
D) 1 
E) 2 
COMENTÁRIOS: 
1. VERDADEIRA. É muito comum esse tipo de morte de crianças no Brasil. 
2. FALSA. Cabe destacar que os investimentos em infraestrutura urbana, como água encanada, 
pavimentação de ruas, iluminação, transportes e redes de esgotos cresceram muito no Brasil nos últimos 
anos, beneficiando milhões de pessoas. No entanto, ainda são insuficientes para atender ao déficit desses 
serviços que abrange grande contingente populacional das cidades e das suas periferias. 
3. VERDADEIRA. Nos últimos anos, o Brasil, infelizmente, tem convivido com notícias de tragédias de erosão, 
deslizamentos e desmoronamentos, como as da região serrana do Rio de Janeiro. Em todas elas, havia a 
presença de moradores e moradias em terrenos muito inclinados, em áreas de risco, impróprias para a 
ocupação humana. 
Gabarito: A (1,3) 
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103
 
 
8. (CONSULPLAN/IBGE/2008) Sobre as regiões metropolitanas brasileiras pode-se afirmar que, 
EXCETO: 
a) As regiões metropolitanas do Brasil, criadas em 1973, por lei aprovada no Congresso Nacional, são 
definidas como um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade 
central, com serviços públicos e infraestrutura comum. 
b) No Brasil, são legalmente reconhecidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) treze 
regiões metropolitanas, as quais localizam-se no entorno das capitais brasileiras. 
c) As regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro são consideradas nacionais, pois polarizam o país 
inteiro e as demais, são consideradas regionais ou locais, devido à abrangência da rede de polarização. 
d) Existem regiões metropolitanas que constam de aglomerações urbanas constituídas de duas ou mais 
cidades médias ou pequenas, nas quais a polarização de uma cidade de destaque pode ocorrer apenas em 
nível local. 
e) A metrópole paulista localizada em uma região metropolitana nacional é também considerada uma cidade 
global, pois está integrada aos fluxos mundiais. 
COMENTÁRIOS: 
a) Correto. As primeiras regiões metropolitanas do Brasil foram criadas em 1973, por meio de uma lei federal. 
Com a Constituição Federal de 1988, a criação de regiões metropolitanas passou a ser de competência dos 
estados. Pode-se definir regiões metropolitanas como um conjunto de municípios contíguos e integrados 
socioeconomicamente a uma cidade central, com serviços públicos e infraestrutura comum. 
b) Incorreta. O IBGE não tem o poder legal de reconhecer ou não regiões metropolitanas, pois estas são 
criadas por leis estaduais. 
c) Correta. As regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro são consideradas nacionais, pois 
polarizam o país inteiro e as demais, são consideradas regionais ou locais, devido à abrangência da rede de 
polarização.d) Correta. A Constituição de 1988 atribuiu aos estados a competência para criação de regiões 
metropolitanas e aglomerações urbanas. Cada estado define seus critérios para a criação de regiões 
metropolitanas. Isso fez com que esse instituto fosse bastante desvirtuado por alguns estados, como Paraíba, 
Santa Catarina e Alagoas, que contam com 12, 10 e 6 regiões metropolitanas respectivamente. Sim, 
acreditem! E há no Brasil regiões metropolitanas com dois municípios e menos de trinta mil habitantes. Uma 
completa aberração! 
e) Correta. São Paulo está no topo da hierarquia urbana brasileira, é a grande metrópole nacional. 
Juntamente com o Rio de Janeiro, integra o seleto grupo das 40 cidades mais importantes do mundo, as 
cidades globais, na classificação de Saskia Sassen. O conceito de cidades globais está diretamente ligado à 
noção de poder. Essas cidades funcionam como centros de gestão de redes mundiais que desempenham 
funções políticas e econômicas de primeira grandeza. As cidades globais são centros de tomadas de decisões 
que afetam profundamente a vida das nações do mundo inteiro. Nessas cidades situam-se os principais 
73
103
 
 
mercados financeiros, as grandes instituições multilaterais, as sedes das mais poderosas empresas 
transnacionais. 
Gabarito: B 
9. (CONSULPLAN/IBGE/2008) Observe a tabela abaixo e responda à questão: 
Taxa de Urbanização Brasileira Por Regiões (%) Brasil, 1950-1996 
 Região 1950 1970 1996 
Sudeste 44,5 72,7 89,3 
Sul 29,5 44,3 77,2 
Nordeste 26,4 41,8 65,2 
Centro-Oeste 24,4 48,0 84,4 
Norte 31,5 45,1 62,4 
Brasil 36,2 55,9 78,4 
FONTE: Anuário Estatístico do Brasil, 1997. 
A tabela demonstra que o processo de urbanização da população brasileira se intensificou com o passar dos 
anos. Assinale a alternativa que contenha as regiões brasileiras nas quais esse processo ocorreu de forma 
mais intensa e menos intensa no período de 1970/1996, respectivamente: 
a) Sul e Centro-Oeste. 
b) Centro-Oeste e Sudeste. 
c) Nordeste e Norte. 
d) Sul e Norte. 
e) Sudeste e Nordeste. 
COMENTÁRIOS: 
Pessoal, é só comparar as taxas de urbanização em 1970 com as de 1996. Diminuir o percentual de 1996 em 
relação ao de 1970. Assim, temos: 
Sudeste: 89,3% - 72,7% = 16,6% 
Sul: 77,2 - 44,3 = 32,9 
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==b59==
 
 
Nordeste: 65,2 - 41,8 = 23,4 
Centro-Oeste: 84,4 - 48,0 = 36,4 
Norte: 62,4 - 45,1 = 17,4 
No período de 1970 a 1996, o processo de urbanização ocorreu de forma mais intensa no Centro-Oeste e 
menos intensa no Sudeste. 
Gabarito: B 
10. (NCE RJ/IBGE/2005) O processo de urbanização acelerou-se no Brasil a partir da década de 1960, 
resultando no crescimento da população urbana e na extensão da rede urbana por todo o território. No 
entanto, esse processo não foi equilibrado e teve como consequência: 
(A) o esvaziamento populacional das cidades médias; 
(B) o esvaziamento das Regiões Metropolitanas; 
(C) a concentração de população nas cidades médias e pequenas; 
(D) a concentração de população nas Regiões Metropolitanas; 
(E) a expansão das cidades pequenas e o esvaziamento das capitais. 
COMENTÁRIOS: 
O processo de urbanização brasileira não foi planejado, foi rápido e desordenado. Uma das consequências 
de como o processo se deu foi a concentração de população nas Regiões Metropolitanas, que ofereciam as 
melhores condições de trabalho e maior diversidade de serviços urbanos. 
Gabarito: D 
11. (NCE RJ/IBGE/2005) O Brasil nunca deixou de ter pobres, eles mudaram de lugar. Até a primeira 
metade do século XX, a população de menor renda do país estava localizada, em sua maioria, no campo. 
Na atualidade, a grande concentração de população de baixa renda encontra-se: 
(A) nas áreas centrais das cidades; 
(B) na Região Amazônica; 
(C) nos municípios da periferia das Zonas Metropolitanas; 
(D) nos estados da Região Centro-Oeste; 
(E) nos pequenos municípios do Sudeste e do Sul. 
COMENTÁRIOS: 
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Com 84% da população vivendo nas cidades, os municípios da periferia das regiões metropolitanas passaram 
a concentrar o maior contingente de população de baixa renda no Brasil. 
Gabarito: C 
 
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LISTA DE QUESTÕES – CESGRANRIO 
1. (CESGRANRIO/CNU-BLOCO 8/2024) A letra a seguir foi composta por Chico Science e a banda Nação 
Zumbi, para a canção “Manguetown”. 
To enfiado na lama 
É um bairro sujo 
Onde os urubus têm casas 
E eu não tenho asas 
Mas estou aqui em minha casa 
Onde os urubus têm asas 
Vou pintando, segurando a parede 
No mangue do meu quintal Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge ao cheiro sujo 
Da lama da Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge à vida suja 
Dos dias da Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge ao cheiro sujo 
Da lama da Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge à vida suja 
Dos dias da Manguetown 
MANGUETOWN. Intérpretes: Chico Science e Nação Zumbi. Compositores: A. Costa, F. França e L. Maia. Disponível em 
https://www.deezer.com/en/track/15419803. Acesso em: 3 mar. 2024. 
Considerando-se as condições típicas das grandes cidades brasileiras e, especificamente, dos mangues na 
grande Recife, a expressão Manguetown se refere à(ao) 
(A) região urbana de descarte de lixos orgânicos. 
(B) segregação das áreas de moradia da população pobre. 
(C) estética da juventude sem uma referência espacial específica. 
(D) ambiente de vida mais rural próximo à metrópole. 
(E) ecossistema do estuário dos rios da cidade de Recife. 
2. (CESGRANRIO/CNU-BLOCO 8/2024) Considere o texto sobre sustentabilidade ambiental. 
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103
 
 
No Brasil, a Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana é uma estratégia definida com o objetivo de 
melhorar os indicadores da boa qualidade ambiental nas cidades. Com foco na população residente nas 
grandes metrópoles, a Agenda Nacional orienta políticas públicas urgentes, mais efetivas e eficientes, que 
integrem condutas nos diferentes níveis de tomadas de decisão. Após a consolidação de diversos 
diagnósticos, linhas de ação foram estabelecidas como metas iniciais desta Agenda Ambiental Urbana, 
dentre elas: Lixo no Mar, Resíduos Sólidos, Saneamento e Qualidade das Águas, e Áreas Contaminadas. 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana. Brasília, DF: Ministério do Meio 
Ambiente. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/agenda-ambiental-urbana.html. Acesso em: 30 jan. 2024. Adaptado. 
No contexto dessa Agenda Nacional, a linha referente a resíduos sólidos está diretamente associada a ações 
que 
(A) evitem a evasão escolar de estudantes regulares da educação básica, como o Programa Pé-de-Meia. 
(B) promovam a proteção de nascentes e mananciais e o abrigo da fauna urbana, como o Programa 
Cidades+Verdes. 
(C) orientem a gestão ambiental com foco na disposição final ambientalmente adequada, como o Programa 
Lixão Zero. 
(D) garantam o ambiente atmosférico limpo nas cidades, como a Rede Nacional de Monitoramento da 
Qualidade do Ar. 
(E) viabilizem a transferência de renda para os segmentos mais pobres da população, como o Programa Bolsa 
Família. 
3. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre a urbanização brasileira. 
O atual estágio da urbanização brasileira, processo horizontal e inacabado, caracteriza-se por 
transformações expressivas na configuração espacial e na natureza das cidades. Nesse estágio, a 
metropolização é um processo que apreende na sua essência as dinâmicas de concentração e expansão 
urbana e seus resultados espaciais mais expressivos. Corresponde a uma etapa avançada da urbanização no 
atual modelo de acumulação e divisão internacional do trabalho, expresso na forma espacial do crescimento 
urbano, devido ao rápido e concentrado crescimento econômico, à elevada imigração sobre centros urbanos 
constituídos, à existência de meios de mobilidade e ao papel do país na economia mundial. Na 
metropolização contemporânea, todosos artefatos e os sistemas de objetos da globalização provocam a 
expansão física e a fragmentação do espaço urbanizado para áreas cada vez mais distantes dos antigos 
limites urbanos, avançando em todo o território nacional. 
MOURA, R. et al. Rede urbana brasileira como agenda de pesquisa no Ipea: retrospecto e perspectivas. Relatório de pesquisa. 
Brasília, DF: Ipea, 2016, p. 9. Adaptado. 
O estágio contemporâneo do processo de metropolização brasileiro apresenta a seguinte característica: 
(A) arrefecimento dos movimentos pendulares intrametropolitanos. 
(B) redução da segregação socioespacial na transição rural-urbano. 
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(C) diminuição relativa do crescimento demográfico da cidade central. 
(D) retração do processo de conurbação com polinucleação de fluxos. 
(E) formação de ampla região urbana com limites estáveis e definidos. 
4. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o Texto I e o Texto II sobre a agenda urbana. 
Texto I 
O modelo de desenvolvimento urbano atual tem promovido a mercantilização da cidade que privilegia os 
grupos financeiros e de investidores em detrimento dos interesses e das necessidades da maioria da 
população urbana. Os efeitos do padrão de urbanização, tais como a privatização dos espaços públicos e dos 
serviços básicos, a segregação urbana, a precarização dos bairros da população pobre, o aumento dos 
assentamentos informais, a utilização de investimentos públicos para promover projetos de infraestrutura 
que atendem aos interesses econômicos dos negócios imobiliários, apontam que novos caminhos de vida e 
desenvolvimento nas cidades precisam ser adotados na nova agenda urbana. Por essa razão, a nova agenda 
urbana deve abraçar uma mudança no padrão predominante, a fim de aumentar a equidade, a inclusão 
social, a participação política e dar uma vida digna para a população urbana. 
SAULE JR., N. O direito à cidade como centro da nova agenda urbana. In: IPEA. Boletim Regional, Urbano e Ambiental. Brasília, DF: 
Ipea, n. 15, jul.-dez. 2016, p. 73. Adaptado. 
Texto II 
No contexto específico das áreas centrais das cidades, ao renovar o conjunto da vizinhança e concretizar 
uma demanda que anteriormente estava reprimida, os novos usos e/ou os novos moradores substituem os 
moradores anteriores. Para esses antigos moradores valerá mais a pena vender seus imóveis e realizar o 
lucro com a valorização do bairro, e morar em outra vizinhança que lhes atendam as preferências por 
amenidades urbanas. Parte do lucro da venda do imóvel valorizado é utilizado na compra de imóvel de menor 
valor, parte utilizada em outras compras, ou poupança. Ambos os movimentos são mais valorizados pelo 
antigo morador do que permanecer no centro e usufruir das amenidades urbanas do centro renovado. No 
caso de moradores de aluguel, a situação é mais precária, pois não conseguirão arcar com os custos dos 
aluguéis mais altos e não se beneficiarão em nada com a valorização do imóvel. 
NADALIN, V. Revitalização das áreas centrais nas cidades brasileiras por meio da mobilização de investimentos privados. Brasília, 
DF: Ipea, mar. 2023 (Textos para Discussão, n. 2862). Adaptado. 
Considerando-se os efeitos do padrão de urbanização, na comparação entre os Textos I e II, conclui-se que 
(A) o Texto II complementa o Texto I, especificando aspectos do processo de gentrificação. 
(B) o Texto II contesta o Texto I, relativizando a precarização dos bairros da população pobre. 
(C) o Texto I retifica o Texto II, enfatizando o processo de verticalização das áreas centrais. 
(D) o Texto I contradiz o Texto II, considerando inclusivo o modelo atual de desenvolvimento urbano. 
(E) ambos os textos se excluem mutuamente, abordando diferentes problemáticas da agenda urbana. 
79
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==b59==
 
 
5. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre as escalas da urbanização no Brasil. 
A urbanização corresponde a um processo que promove a reorganização das bases econômica, social e 
política dos países, transformando os padrões de renda, consumo e produção, o exercício do poder e a 
própria percepção da identidade cultural e nacional a partir da perspectiva urbana. Distintas dimensões 
desse mesmo processo resultam em diferentes escalas da urbanização. O sistema urbano, como uma 
totalidade, é movido por condições e ritmos desiguais, por meio dos quais as diferentes partes se ajustam às 
mudanças exigidas pela economia e sociedade, motivadas pela inserção regional na divisão social do 
trabalho. Assim, foram demarcadas quatro classes de municípios, caracterizando quatro dimensões da 
urbanização brasileira, correspondentes a escalas diferenciadas do mesmo processo, a saber: i) municípios 
em estágio mais avançado da urbanização ou em processo de metropolização, que formam grandes manchas 
contínuas no território, particularmente no Sudeste e Sul do país; ii) municípios urbanizados; iii) municípios 
fortemente urbanizados, que, em continuidade àquelas manchas e juntamente com os da categoria 
imediatamente anterior, formam extensas regiões urbanas; e iv) municípios em transição ou sob influência 
do urbano, que conferem sentido a conceitos basilares da urbanização, como o de tecido urbano ou o de 
urbanização extensiva. 
MOURA, R.; OLIVEIRA, S.; PÊGO, B. Escalas da urbanização brasileira. Brasília, DF: Ipea. 2018. p. 8-14. (Texto para Discussão, n. 
2372). Adaptado. 
A análise comparativa das principais características dessas escalas da urbanização conduz à seguinte 
conclusão: 
(A) escala dos municípios fortemente urbanizados possui o maior número de municípios, a maior 
concentração de população e a segunda maior participação no Produto Interno Bruto. 
(B) a escala dos municípios em processo de metropolização configura arranjos espaciais de natureza urbano-
regional e apresenta as proporções mais elevadas de fluxos pendulares de saída. 
(C) as escalas de municípios urbanizados e daqueles em transição ou sob influência do urbano detêm a 
menor proporção de municípios com menos de 50% das ocupações em atividades não agrícolas. 
(D) nas escalas dos municípios urbanizados e dos municípios em transição ou sob influência do urbano 
encontram-se predominantemente os baixos e mais baixos índices de vulnerabilidade social. 
(E) na escala de municípios urbanizados predominam áreas de elevada concentração populacional em 
aglomerações urbanas que configuram unidades expandidas e multipolarizadas, algumas em processo de 
megalopolização. 
6. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre os assentamentos urbanos precários no Brasil. 
A precariedade da moradia popular tem alta visibilidade material e simbólica na sociedade brasileira. Os 
assentamentos precários apresentam várias configurações, como favelas, loteamentos irregulares ou 
clandestinos, cortiços, conjuntos habitacionais degradados, etc., correspondendo cada denominação a uma 
forma específica de processo de produção desses assentamentos. [...] Os mecanismos formais de acesso à 
terra e à moradia, seja pela via do mercado, seja pela via das políticas públicas, sempre foram insuficientes, 
atendendo, quando muito, apenas parte das necessidades reais da população e usualmente por meio de 
soluções habitacionais de baixa qualidade e com um escasso grau de acesso e de integração à infraestrutura 
e aos equipamentos urbanos. Nesse contexto, o acesso à habitação só se viabilizou através de terras ociosas 
80
103
 
 
e de autoconstrução da moradia, gerando assentamentos insalubres, frequentemente ocupando áreas de 
risco e com a sua segurança física comprometida pela ausência de técnicas e de materiais adequados para a 
construção. [...] O tamanho e o crescimento das favelas aparecem então como os mais importantes 
indicadores da gravidade da situação urbana no Brasil. 
CARDOSO, A. Assentamentos precários no Brasil: discutindo conceitos. In: MORAES, M. Krause, C. LIMA NETO, V. (ed.). 
Caracterização e tipologia de assentamentos: estudo de casos brasileiros. Brasília, DF: Ipea, 2016. p. 29-30. 
Adaptado.O problema da precarização dos assentamentos urbanos decorre fundamentalmente do seguinte fator: 
(A) a oferta contínua de unidades habitacionais novas por meio dos setores formais, o mercado ou o Estado, 
para famílias de baixa renda. 
(B) a expansão progressiva do licenciamento de empreendimentos imobiliários em loteamentos com 
registro oficial do poder municipal. 
(C) a dilatação do mercado fundiário e do sistema financeiro com oferta de crédito e de juros subsidiados 
pelo governo federal em favelas. 
(D) a ocupação espontânea, organizada ou não, de terras ou de imóveis vazios, por meio de mecanismo 
informal de mercado. 
(E) o excesso de terra urbanizada com provisão adequada de infraestrutura, de equipamentos e serviços 
básicos nas periferias. 
7. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre a realidade urbana brasileira. 
Durante os anos 1990, a realidade urbana brasileira apresentava uma nova divisão territorial do trabalho. 
Evidências empíricas permitiram identificar um processo socioespacial devido, em grande medida, à 
capacidade de atração dos pobres pela metrópole, onde vem engrossando uma demanda de empregos 
formais e de serviços urbanos que a cidade do capital monopolista não atende. Nesse contexto, identifica-
se uma situação constatada por três indicadores: i) o PIB cresce menos nas metrópoles que no país como um 
todo e em certas áreas de sua região de influência; ii) nas áreas onde o capitalismo amadurece, há tendências 
à reversão do leque salarial, com certas ocupações menos bem remuneradas envolvendo um maior 
percentual de trabalhadores na metrópole que no campo; e iii) certos índices de qualidade de vida tendem 
a ser melhores no interior do que nas regiões metropolitanas. A metrópole não para de crescer. Mas outras 
regiões crescem mais depressa. 
SANTOS, M. Por uma Economia Política da Cidade. São Paulo: Hucitec, 1994. p. 75. Adaptado. 
No período referido, por meio dos indicadores mencionados, constata-se o seguinte processo socioespacial: 
(A) rurbanização. 
(B) urbanismo rural. 
(C) ruralização urbana. 
81
103
 
 
(D) involução metropolitana. 
(E) conurbação metropolitana. 
8. (CESGRANRIO/IPEA/2024) Considere o texto sobre a rede urbana brasileira. 
No estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), publicado em 2018, a rede urbana 
brasileira está estruturada em duas dimensões: a hierarquia dos centros urbanos, dividida em cinco níveis; e 
as regiões de influência, identificadas pela ligação das cidades de menor para as de maior hierarquia urbana. 
A unidade urbana de análise e exposição dos resultados da pesquisa Regiões de Influência das Cidades é o 
conjunto formado por Municípios e Arranjos Populacionais. Isto se deve ao fato de que a unidade funcional 
cidade pode vir a ser composta não apenas por um, mas por vários municípios que são indissociáveis como 
unidade urbana. Trata-se de municípios conurbados ou que possuem forte movimento pendular para estudo 
e trabalho, com tamanha integração que justifica considerá-los como um único nó da rede urbana. 
IBGE. Regiões de Influência das Cidades: 2018. Rio de Janeiro: IBGE, 2020. p.13. Adaptado. 
De acordo com o estudo do IBGE, considerando-se a classificação dos centros urbanos, identifica-se a 
abrangência da região de influência de 
(A) Goiânia, como metrópole, nos estados de Goiás e de Tocantins. 
(B) Belém, como capital regional, nos estados do Pará e do Amapá. 
(C) Salvador, como capital regional, nos estados da Bahia e de Sergipe. 
(D) Manaus, como capital regional, nos estados do Amazonas e de Roraima. 
(E) Fortaleza, como metrópole, nos estados do Ceará, de Pernambuco e da Bahia. 
9. (CESGRANRIO/IPEA/2024) O texto abaixo discute a questão das cidades e da estrutura produtiva. 
As cidades integrantes de uma rede urbana se diferenciam pelos seus tamanhos populacionais, mas também, 
e sobretudo, em razão da oferta e da qualidade dos serviços que oferecem, como escolas, hospitais, bancos, 
comércio e universidades. O avanço da transição urbana a partir dos anos 1980, juntamente com a 
progressão da transição demográfica, diminuiu as taxas de crescimento da população. Muitas regiões e 
cidades, porém, aumentaram seu peso demográfico por causa dos fluxos migratórios. O contexto da crise 
econômica abriu então alternativas para cidades de menor porte, especialmente em razão da periferização 
dos centros urbanos. 
CARMO, R.; CAMARGO, K. Dinâmica demográfica brasileira recente: padrões regionais de diferenciação. Rio de Janeiro: Ipea, 2018. 
p. 51. (Texto para Discussão n. 2.415). Adaptado. 
Nesse contexto de transição, a partir da década de 1990, identifica-se o seguinte processo socioespacial 
específico: 
A) extinção de tecnopolos no Centro-Sul. 
B) estagnação da fronteira agrícola no Norte. 
82
103
 
 
C) contração do dinamismo das capitais regionais. 
D) desconcentração industrial de regiões metropolitanas. 
E) retração demográfica e produtiva das cidades médias. 
10. (CESGRANRIO/IPEA/2024) O texto a seguir trata da urbanização brasileira. 
No Brasil, verificam-se recentes transformações ocorridas nas relações entre os territórios urbanos, bem 
como no perfil demográfico, produtivo e funcional dos municípios. Além das áreas de concentração de 
população, o IBGE também identifica os chamados arranjos populacionais, agrupamentos de dois ou mais 
municípios com forte integração populacional, assim como municípios isolados, com população superior a 
100 mil habitantes, que, juntos, conformam concentrações urbanas. O Ipea define aglomerações urbanas 
como aquelas “formadas por áreas urbanizadas integradas – logo funcionalmente complementares” e que 
podem ser constituídas por espaços urbanizados contínuos e descontínuos. Constatam-se mudanças na 
morfologia urbana, apoiadas no predomínio do automóvel, nas tecnologias de informação e na localização 
de empresas e moradias em locais mais distantes, que vêm provocando uma “metropolização expandida”, 
ou seja, uma expansão territorial metropolitana que resulta em mudança completa na estrutura, forma e 
função das metrópoles. 
MOURA, R.; PÊGO, B. Aglomerações urbanas no Brasil e na América do Sul: trajetórias e novas configurações. Rio de Janeiro: Ipea, 
2016. p. 8. (Texto para Discussão n. 2.203). Adaptado. 
Essa metropolização expandida é comprovada pela configuração de: 
A) capitais regionais que controlam os movimentos pendulares. 
B) cidades conurbadas que respondem por forte rede de fluxos. 
C) centros locais que atendem à expansão da fronteira agrícola. 
D) cidades médias que apresentam decrescimento demográfico. 
E) metrópoles nacionais que inibem a segregação socioespacial. 
11. (CESGRANRIO/IBGE/2016) No gráfico a seguir, é apresentada a evolução das populações urbana e 
rural no Brasil. 
83
103
 
 
 
A partir da década de 1970, verifica-se a ultrapassagem do contingente de população urbana em relação à 
rural, que decorre do seguinte fator estrutural: 
(A) Expansão da agroecologia 
(B) Redução do analfabetismo 
(C) Regressão do rodoviarismo 
(D) Avanço da industrialização 
(E) Realização de megaeventos 
12. (CESGRANRIO/IBGE/2016) Se você vive em uma cidade, é provável que o ar que respira não esteja 
dentro dos padrões considerados saudáveis. Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde 
aponta que 80% da população urbana mundial estão expostos a poluentes em quantidade superior aos 
limites recomendados. No Brasil, das 45 cidades estudadas, 40 têm poluentes no ar em níveis maiores que 
os recomendados. A cidade brasileira com maiores níveis de poluição atmosférica é Santa Gertrudes, a 
cerca de 170 quilômetros da capital paulista. Segundo a prefeitura de Santa Gertrudes, a principal fonte 
de poluição no município vem da indústria de cerâmica, precisamente no transporte de material. 
MATSUURA, S.; BAIMA, C. Poluição fatal. O Globo. Sociedade, 13 maio 2016. Adaptado. 
Esse problema ambiental provoca um dano direto à vida cotidianados cidadãos, que é a(o) 
(A) ampliação da violência intraurbana 
(B) diminuição dos incentivos fiscais municipais 
(C) implantação do setor informal da economia 
(D) incremento de doenças cardiovasculares 
(E) decréscimo do número de leitos hospitalares 
84
103
 
 
13. (CESGRANRIO/IBGE/2016) No Censo do IBGE de 2010, o país possuía uma população de 
aproximadamente 191 milhões de habitantes. Desses, cerca de 161 milhões viviam nas zonas urbanas, 
enquanto apenas 29 milhões viviam na zona rural. Mas nem sempre foi assim. Até a década de 1960, a 
maioria da população morava no campo e a quantidade de cidades era bem menor do que a atual. [...] Na 
década de 1970, o número de habitantes morando nas cidades foi, pela primeira vez, maior do que a 
população que vivia na zona rural. Esse crescimento do meio urbano proporcionalmente maior do que o 
do meio rural recebe o nome de Urbanização [...] 
A partir de 1990, especialmente, há novas tendências no processo de urbanização brasileiro. Uma dessas 
tendências é a(o) 
(A) redução do custo de vida nas metrópoles 
(B) retração das áreas de ocupação irregular 
(C) alteração do ritmo de crescimento das grandes cidades 
(D) aumento na velocidade das migrações inter-regionais 
(E) colapso das políticas de planejamento urbano a favor das classes média e alta 
14. (CESGRANRIO/IBGE/2016) 
 
Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2016. 
Na Figura, as áreas urbanas destacadas nos estados do Nordeste correspondem, exclusivamente, a 
A) regiões administrativas 
B) centros regionais 
C) regiões metropolitanas 
85
103
 
 
D) capitais estaduais 
E) regiões de integração 
15. (CESGRANRIO/IBGE/2014) As capitais estaduais brasileiras podem ser analisadas de acordo com o 
seu crescimento populacional, desde o primeiro censo brasileiro em 1872 até o censo de 2000. Entre as 
capitais mais antigas, opõem-se aquelas que tinham certo avanço à época do primeiro recenseamento e 
que, gradualmente, o perderam, como Salvador, e aquelas que conheceram um crescimento mais rápido. 
Finalmente, outras capitais conheceram um crescimento regular, ou seja, as capitais regionais que crescem 
com a região sobre a qual exercem atração, como Manaus. 
THÉRY, H. e MELLO, N. Atlas do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2008, p. 174. Adaptado. 
Com base no texto, qual a capital regional que conheceu, nesse período, um crescimento regular? 
a) Rio de Janeiro 
b) Recife 
c) Porto Alegre 
d) Fortaleza 
e) São Paulo 
16. (CESGRANRIO/IBGE/2014) Com o avanço da urbanização do território brasileiro, nas áreas 
metropolitanas, surgiu um processo demográfico caracterizado pela migração diária de população 
trabalhadora entre municípios próximos, dependente, em grande medida, dos transportes coletivos e de 
massa. 
Esse movimento de população é denominado 
a) imigração 
b) migração de retorno 
c) transmigração 
d) migração pendular 
e) transumância 
17. (CESGRANRIO/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO RN/2011) A metropolização corresponde ao processo de 
formação de metrópoles, que é acompanhado do crescimento acelerado de certas cidades, como reflexo 
da modernização e da concentração econômica em alguns pontos do território. Há, contudo, uma 
tendência atual de reversão no crescimento das grandes metrópoles porque indústrias e empresas do 
setor de serviços passam a escolher localizações geográficas alternativas às saturadas metrópoles, 
86
103
 
 
provocando redução nos índices de crescimento das grandes cidades e aumento dos índices de 
crescimento das cidades médias. 
Qual o nome desse fenômeno? 
(A) Megalópole 
(B) Desmetropolização 
(C) Metrópole expandida 
(D) Macrocefalia urbana 
(E) Região metropolitana 
 
1. B 
2. C 
3. C 
4. A 
5. B 
6. D 
7. D 
8. A 
9. D 
10. B 
11. D 
12. D 
13. C 
14. C 
15. C 
16. D 
17. B 
 
87
103
 
 
LISTA DE QUESTÕES – FGV 
1. (FGV/IBGE/2016) A tabela abaixo apresenta os dados sobre a mobilidade pendular nas regiões 
metropolitanas do estado de São Paulo, nos anos de 2000 e 2010: 
 
As pesquisas sobre deslocamentos pendulares são de fundamental importância para subsidiar o 
planejamento urbano e regional, pois fornecem um indicador da integração funcional entre localidades. 
Compreende-se como mobilidade pendular e considera-se um dos efeitos de seu incremento para as regiões 
metropolitanas, respectivamente: 
(A) o deslocamento regular de pessoas para outros municípios, para fins de trabalho e/ou estudo, e de 
retorno aos seus domicílios; o aumento do contingente de passageiros nos transportes intermunicipais; 
(B) a circulação periódica de trabalhadores da casa para o trabalho e do trabalho para a casa; a melhoria da 
qualidade de vida dos trabalhadores residentes nos municípios da periferia da região metropolitana; 
(C) a transferência sazonal de trabalhadores das cidades médias para as grandes metrópoles em busca de 
emprego, lazer e moradia; a sobrecarga dos serviços de uso coletivo nas áreas centrais das regiões 
metropolitanas; 
(D) a migração interna e temporária de trabalhadores, consumidores e estudantes para as periferias 
metropolitanas; a diminuição do preço da terra no núcleo metropolitano; 
(E) o movimento estacional de pessoas em busca de serviços públicos na área core da metrópole; o aumento 
do custo de transporte para as pessoas que realizam deslocamentos intermunicipais. 
2. (FGV/IBGE/2016) A teoria das localidades centrais considera os núcleos de povoamento, sejam 
grandes cidades ou núcleos semirrurais, como localidades centrais. Estas, por sua vez, são dotadas de 
funções centrais, que são atividades de distribuição de bens e serviços para uma população externa, 
residente da área de influência, em relação à qual a localidade central tem uma posição central. 
88
103
 
 
O quadro abaixo apresenta as cidades de uma rede urbana hipotética e suas funções. 
 
Adaptado de: Corrêa, Roberto Lobato. A rede urbana. São Paulo: Ática, 1989. 
A partir da análise do quadro e da teoria das localidades centrais, é correto afirmar que: 
(A) dentre os bens ou serviços distribuídos na rede urbana hipotética, X é o consumido com menor 
frequência; 
(B) dentre os bens ou serviços distribuídos na rede urbana hipotética, R é o consumido com maior 
frequência; 
(C) dentre as cidades da rede urbana hipotética, a cidade 1 possui a menor área de influência; 
(D) dentre as cidades da rede urbana hipotética, a cidade 3 possui a maior centralidade; 
(E) dentre as cidades da rede urbana hipotética, a cidade 5 possui a menor centralidade. 
3. (FGV/IBGE/2016) O texto a seguir descreve duas fases do processo de urbanização do território 
brasileiro após a década de 1950. 
“Desde a revolução urbana brasileira, consecutiva à revolução demográfica dos anos 1950, tivemos, 
primeiro, uma urbanização aglomerada, com o aumento do número - e da respectiva população - dos núcleos 
com mais de 20 mil habitantes, e em seguida, uma urbanização concentrada, com a multiplicação de cidades 
de tamanho intermédio [...].” 
Fonte: SANTOS, M. e SILVEIRA, M. Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001: 202. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
89
103
==b59==
 
 
Mapa 1 Mapa 2 
Cidades com mais de 500 mil habitantes – 1960 Cidades com mais de 500 mil habitantes – 1996 
 
Fonte: SANTOS, M. e SILVEIRA, M. Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. 
A terceira fase, representada nos mapas, caracterizou-se pela: 
(A) urbanização difusa; 
(B) reurbanização; 
(C) metropolização; 
(D) explosão demográfica; 
(E) periurbanização. 
4. (FGV/PM-MA/2012) A estrutura das maiores metrópoles brasileiras apresenta situações e 
problemas que revelam a complexidade dos grandes espaços urbanos. 
As alternativas a seguir apresentam corretamente situações ou problemas relativos à organização interna 
das metrópoles brasileiras, à exceção deuma. Assinale-a. 
a) A segregação residencial exclui grupos de renda mais baixa dos espaços reservados para os grupos 
economicamente dominantes. 
b) O uso do solo urbano mostra grande diversidade – residencial, industrial, comercial, de serviços ou misto. 
c) A estrutura viária atende com eficiência os fluxos realizados pelos trabalhadores entre suas áreas de 
moradias e seus locais de trabalho. 
90
103
 
 
d) A área central corresponde, quase sempre, ao centro histórico e, em alguns casos, ao moderno centro de 
negócios. 
e) A proliferação de subcentros de comércio e de serviços resulta da expansão da metrópole em termos 
físicos e populacionais. 
 
1. A 
2. E 
3. C 
4. C 
 
91
103
 
 
LISTA DE QUESTÕES – IBFC 
1. (IBFC/IBGE/2023) De acordo com os resultados do Censo Demográfico de 2022, há 23,8 pessoas por 
quilômetro quadrado no país. Com o aumento da população entre 2010 e 2022, atingindo o total de 203,1 
milhões de pessoas, a ______ do país passou de 22,43 para 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²) 
no mesmo período. 
(Adaptado de IBGE, 2023). 
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. 
a) Concentração urbana. 
b) Taxa de natalidade. 
c) Taxa de fecundidade. 
d) Densidade demográfica. 
e) Crescimento vegetativo. 
2. (IBFC/IBGE/2023) O crescimento de regiões metropolitanas é um fato marcante da urbanização 
brasileira. 
(SCARLATO, 2011). 
Assinale a alternativa que não corresponde a Regiões Metropolitanas (RM) localizadas nas regiões Norte ou 
Nordeste do Brasil. 
a) RM de Belém. 
b) RM de Manaus. 
c) RM do Recife. 
d) RM de Salvador.    
e) RM de Goiânia. 
3. (IBFC/SEE-AC/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) Tal fenômeno fundamentalmente urbano 
consiste em uma série de melhorias físicas ou materiais e mudanças imateriais – econômicas, sociais e 
culturais – que ocorrem em alguns centros urbanos antigos, os quais experimentam uma apreciável 
elevação de seu status. Este processo tem se desenvolvido nos países industrializados basicamente ao 
longo da etapa chamada pós-industrial ou pós-moderna, iniciada com o declínio do modelo 
socioeconômico industrial tradicional a partir dos anos de 1970. Caracteriza-se normalmente pela 
ocupação dos centros das cidades por uma parte da classe média, de elevada remuneração, que desloca 
os habitantes da classe baixa, de menor remuneração, que viviam no centro urbano. O deslocamento vem 
92
103
 
 
acompanhado de investimentos e melhorias tanto nas moradias (que são renovadas ou reabilitadas) 
quanto em toda área afetada, tais como comércio, equipamentos e serviços. 
(adaptado de BATALLER, 2012). 
Assinale a alternativa correta quanto ao fenômeno urbano descrito no texto. 
A) Êxodo urbano 
B) Gentrificação 
C) Metropolização 
D) Transumância 
4. (IBFC/SEE-AC/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) “O fenômeno da mobilidade populacional vem, 
desde as últimas décadas do século XX, apresentando transformações significativas no seu 
comportamento, não só no Brasil como também em outras partes do mundo” (IBGE, 2011). 
No que se refere à migração pendular, assinale a alternativa correta. 
A) É protagonizada por famílias que mudam de forma permanente de uma cidade para outra 
B) É um fenômeno que só ocorre nos bairros centrais de cidades com população acima de 100.000 habitantes 
C) Só ocorre em países que possuem invernos rigorosos, como por exemplo no Hemisfério Norte 
D) É protagonizada por trabalhadores e estudantes que se deslocam diariamente para trabalhar e estudar 
em outra cidade e retornam às suas cidades de origem para dormir 
5. (IBFC/SEED-PR/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) “Dados sobre a situação global das metrópoles, 
consolidados pelo Programa das Nações Unidas para Assentamentos Urbanos (UNHabitat), revelam que, 
em 2020, havia 2,59 bilhões de pessoas vivendo em metrópoles, cerca de um terço da população mundial”. 
(BAPTISTA; DIAS, 2021). 
No que se refere às características das metrópoles brasileiras, assinale alternativa correta. 
A) Nas metrópoles, sob o ponto de vista econômico, desenvolvem-se redes interdependentes de 
fornecimento de bens, serviços, produção e distribuição de alimentos 
B) A expansão de duas cidades que compõem uma mesma região metropolitana pode ocorrer uma em 
direção à outra, de tal forma que os seus limites podem desaparecer, gerando uma megalópole 
C) No Brasil, as metrópoles se desenvolveram de forma planejada e ordenada, razão pela qual a 
infraestrutura e os serviços públicos oferecidos possuem melhor qualidade em relação às cidades menores 
93
103
==b59==
 
 
D) São Paulo é a maior metrópole do país em relação ao tamanho da sua população, além de ser a terceira 
maior da América Latina, atrás apenas de Buenos Aires, na Argentina, e Santiago, no Chile 
E) Brasília é considerada uma metrópole nacional brasileira, planejada para ser a Capital Federal e que 
recentemente foi reconhecida pelo status de megacidade 
6. (IBFC/SEC-BA/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) 
 
A fotografia aérea acima é do bairro Stella Maris, em Salvador - BA, e, ao fundo, pode-se observar o município 
de Lauro de Freitas - BA. Esses dois municípios cresceram um em direção ao outro, sendo atualmente difícil 
perceber onde é que um termina e onde o outro começa. Assinale a alternativa correspondente ao nome do 
processo descrito no texto, de forma correta 
A) Conurbação 
B) Megalopolização 
C) Rurbanização 
D) Verticalização 
E) Gentrificação 
7. (IBFC/SEC-BA/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) Jonas está cursando Geografia na Universidade 
Federal da Bahia (UFBA). Como ele mora com a família em Lauro de Freitas - BA, todos os dias ele se desloca 
para Salvador -BA e, após terminar as suas atividades, retorna para a cidade na qual reside. 
Assinale a alternativa que corresponde ao tipo de migração realizada diariamente por Jonas, de forma 
correta. 
A) Transumância 
B) Êxodo urbano 
C) Migração pendular 
D) Migração intraurbana 
94
103
 
 
E) Nomadismo 
8. (IBFC/SEED-RR/2021 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) “Um crescimento que expande a cidade, 
prolongando-a de dentro para fora de seu perímetro, e absorve aglomerados rurais e outras cidades. Estas, 
até então com vida autônoma, acabam comportando-se como parte integrante da metrópole. Com a 
expansão e a integração, desaparecem os limites físicos entre os diferentes núcleos urbanos – fenômeno 
chamado de ______________” 
(SCARLATTO, 2011). 
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna. 
A) Cidades gêmeas 
B) Anisotropia 
C) Conurbação 
D) Megacidade 
9. (IBFC/MGS/2019) “Um fato marcante da urbanização brasileira nos últimos anos é o contínuo 
crescimento das regiões metropolitanas. Com exceção de São Paulo, todas as demais regiões cresceram 
mais do que seus respectivos estados” (SCARLATO, 2011). 
Assinale a alternativa correta quanto a uma consequência do processo de crescimento das regiões 
metropolitanas no Brasil: 
A) A expansão vertical das cidades em direção às áreas periféricas e de risco 
B) A redução da poluição sonora, do ar e visual e melhor distribuição de empregos formais 
C) A deterioração de muitas áreas do centro antigo e fuga da população de maior renda para condomínios 
fechados 
D) A desvalorização do solo urbano e a maior acessibilidade de moradias à população de baixa renda 
 
 
1. D 
2. E 
3. B 
4. D 
5. A 
6. A 
7. C 
8. C 
9. C 
 
95
103
 
 
LISTA DE QUESTÕES – VUNESP 
1. (VUNESP/PM-SP/2019) Observe o gráfico para responder à questão. 
 
A leitura do gráfico e os conhecimentos sobre a urbanização brasileira permitem afirmar que a região 
A) 1 (Sudeste) apresentou uma expressiva urbanização devido a fatores como a industrialização e a atração 
de migrantes de outras regiões brasileiras. 
B) 2 (Norte) teve a urbanização fortemente atrelada aos grandes projetos de exploração mineral implantados 
em vários estados nortistas. 
C) 3 (Sul) apresentou uma urbanização mais lenta porque desde sua ocupação sempre teve sua economiabaseada em atividades agropecuárias. 
D) 2 (Nordeste) apresentou rápida urbanização a partir dos anos de 1980 devido à industrialização das 
grandes cidades, promovida pela Sudene. 
E) 1 (Centro-Oeste) teve a urbanização acelerada devido à construção de Brasília e a partir dos anos 2000, à 
expansão da agroindústria. 
96
103
 
 
LISTA DE QUESTÕES – MULTIBANCAS 
1. (SELECON/PREFEITURA DE NOVA MUTUM – MT/2023 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA) Na cidade de 
Nova Mutum (MT), segundo o relatório do Plano Municipal de Saneamento Básico (2017), a ocorrência de 
alagamentos se dá anualmente no período de chuva entre os meses de novembro e abril, gerando 
transtornos, dada a grande quantidade de água escoada pelas vias. 
(Plano de Desenvolvimento Territorial do Turismo. Nova Mutum - MT, 2020) 
Tais ocorrências devem-se: 
A) ao aumento das áreas verdes. 
B) à ocupação regular do solo urbano. 
C) à acentuada impermeabilização do solo urbano. 
D) ao alto investimento em educação ambiental da população. 
2. (FEPESE/PREFEITURA DE BALNEÁRIO CAMBORIÚ-SC/2021) Sobre o processo de metropolização do 
Brasil, é correto afirmar: 
1. Em um primeiro momento, a urbanização brasileira caracterizou-se pelo crescimento dos maiores centros 
urbanos, que correspondiam, na maioria das vezes, às capitais estaduais ou aos centros industriais de maior 
expressão, como por exemplo, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, entre 
outros. 
2. O forte incremento populacional urbano fez nascer as principais metrópoles de nosso país, cidades com 
mais de um milhão de habitantes, caracterizadas pela concentração de capitais e da produção e por uma 
diversificada infraestrutura de serviços como saúde, educação e lazer. 
3. O grande afluxo de migrantes em direção às metrópoles brasileiras gerou um processo de crescimento 
exagerado e desordenado de suas áreas urbanas, que em muitos casos uniram-se às áreas urbanas de 
cidades próximas, criando grandes aglomerações. 
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. 
A) É correta apenas a afirmativa 1. 
B) É correta apenas a afirmativa 3. 
C) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. 
D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. 
E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. 
97
103
 
 
3. (FCC/METRO SP/2015) Considere as seguintes afirmações: 
I. A falta de moradias ou déficit habitacional é uma das consequências do rápido crescimento da metrópole 
paulista. 
II. A região metropolitana de São Paulo tem como uma de suas características a pequena desigualdade 
socioeconômica entre seus habitantes. 
III. Um dos grandes desafios da metrópole paulista é ampliar a mobilidade urbana. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
a) I. 
b) I e III. 
c) I e II. 
d) II. 
e) II e III. 
4. (CONSULPLAN/PREFEITURA DE NATIVIDADE/2014) De acordo com informações da Organização das 
Nações Unidas (ONU), no ano de 2005, o Brasil registrava uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo 
com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos 
deve saltar para 93,6%. Em termos absolutos serão 237,751 milhões de pessoas morando nas cidades do 
país na metade deste século, como mostra a figura a seguir. 
 
Sobre a urbanização no Brasil, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
98
103
 
 
( ) A urbanização do país não se distribui igualitariamente por todo o território nacional, concentrando‐se, 
principalmente, na região Sudeste, formada pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e 
Espírito Santo. 
( ) Apenas no início do século XXI é que a população rural declinou de forma acentuada, tornando‐se grande 
minoria, o que caracterizou o país como uma nação intensamente urbanizada. 
( ) O processo de urbanização no Brasil se assemelha ao europeu pela forma lenta que se deu, diferenciando 
apenas do fato de que na Europa foi menos volumosa e acompanhada pela oferta de empregos urbanos, 
moradias, escolas, saneamento básico etc. 
( ) A urbanização vem ocorrendo de maneira desordenada, de forma que os municípios encontram‐se 
despreparados para atender às necessidades básicas dos migrantes, gerando uma série de problemas sociais 
e ambientais, dentre os quais destacam‐se o desemprego, a criminalidade e a favelização. 
A sequência está correta em 
a) F, F, V, V. 
b) F, V, V, F. 
c) V, F, V, F. 
d) V, F, F, V. 
5. (CONSULPLAN/IBGE/2009) À medida que ocorre o crescimento espacial surgem alguns fenômenos 
urbanos. A partir desta afirmativa, relacione o fenômeno urbano (Conurbação, Megalópole e Região 
Metropolitana) com sua respectiva definição: 
1. Conurbação. 
2. Megalópole. 
3. Região Metropolitana. 
( ) Trata-se da união espacial (combinação) de várias grandes cidades (metrópoles), formando uma 
gigantesca área urbanizada. 
( ) É uma união espacial de cidades vizinhas, devido ao crescimento horizontal. 
( ) É o conjunto de municípios contíguos e interligados socioeconomicamente a uma cidade principal 
(metrópole) com serviços públicos e infraestrutura comum 
A sequência está correta em: 
A) 1, 2, 3 
B) 3, 2, 1 
99
103
 
 
C) 2, 3, 1 
D) 2, 1, 3 
E) 1, 3, 2 
6. (CONSULPLAN/IBGE/2009) Considerando a atuação do Estado no processo de urbanização no 
Brasil, pode-se afirmar que: 
A) A ação do Estado deu-se sempre no sentido de intervir para “ajustar a desordem”, por meio do 
planejamento urbano. 
B) Um dos melhores exemplos para expressar a histórica capacidade do Estado brasileiro de sustentar 
qualquer processo de planejamento urbano são as experiências de cidades projetadas, como Belo Horizonte, 
em 1987; Goiânia, em 1935 e Brasília, em 1960. 
C) Brasília e sua periferia são a comprovação da consistência do planejamento urbano no Brasil. 
D) O poder público sempre buscou controlar a reprodução da segregação espacial. 
E) O poder público ao longo do processo de urbanização no Brasil age de forma paternalista ao urbanizar 
favelas, legitimando movimentos sociais urbanos como dos sem-terra, dos pró-favelas e dos cortiços, dando 
títulos de posse para terrenos irregulares, asfaltando e urbanizando loteamentos com ruas e casas em 
desalinho. 
7. (CONSULPLAN/IBGE/2009) Analise as afirmativas acerca dos problemas sociais e urbanos 
brasileiros: 
1. É muito comum ainda, nas cidades brasileiras, a morte de crianças por doenças transmissíveis, 
principalmente quando a elas se junta a desnutrição. 
2. A ampliação da infraestrutura urbana como água encanada, pavimentação de ruas, iluminação, 
transportes, redes de esgotos, tem acompanhado a periferia, beneficiando grande contingente populacional. 
3. Nos terrenos muito inclinados, os moradores veem colocadas em perigo suas próprias vidas quando as 
chuvas fortes provocam erosão, deslizamentos e desmoronamentos. 
É (são) verdadeira(s) apenas a(s) afirmativa(s): 
A) 1, 3 
B) 1, 2 
C) 2, 3 
D) 1 
E) 2 
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8. (CONSULPLAN/IBGE/2008) Sobre as regiões metropolitanas brasileiras pode-se afirmar que, 
EXCETO: 
a) As regiões metropolitanas do Brasil, criadas em 1973, por lei aprovada no Congresso Nacional, são 
definidas como um conjunto de municípios contíguos e integrados socioeconomicamente a uma cidade 
central, com serviços públicos e infraestrutura comum. 
b) No Brasil, são legalmente reconhecidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) treze 
regiões metropolitanas, as quais localizam-se no entorno das capitais brasileiras. 
c) As regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro são consideradas nacionais, pois polarizam o país 
inteiro e as demais, são consideradas regionais ou locais, devido à abrangência da rede de polarização. 
d) Existem regiões metropolitanas que constam de aglomerações urbanas constituídas de duas ou mais 
cidades médias ou pequenas, nas quais a polarização de uma cidade de destaque pode ocorrer apenas em 
nível local. 
e) A metrópole paulista localizada em uma região metropolitana nacional é também consideradauma cidade 
global, pois está integrada aos fluxos mundiais. 
9. (CONSULPLAN/IBGE/2008) Observe a tabela abaixo e responda à questão: 
Taxa de Urbanização Brasileira Por Regiões (%) Brasil, 1950-1996 
 Região 1950 1970 1996 
Sudeste 44,5 72,7 89,3 
Sul 29,5 44,3 77,2 
Nordeste 26,4 41,8 65,2 
Centro-Oeste 24,4 48,0 84,4 
Norte 31,5 45,1 62,4 
Brasil 36,2 55,9 78,4 
FONTE: Anuário Estatístico do Brasil, 1997. 
A tabela demonstra que o processo de urbanização da população brasileira se intensificou com o passar dos 
anos. Assinale a alternativa que contenha as regiões brasileiras nas quais esse processo ocorreu de forma 
mais intensa e menos intensa no período de 1970/1996, respectivamente: 
a) Sul e Centro-Oeste. 
b) Centro-Oeste e Sudeste. 
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103
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c) Nordeste e Norte. 
d) Sul e Norte. 
e) Sudeste e Nordeste. 
10. (NCE RJ/IBGE/2005) O processo de urbanização acelerou-se no Brasil a partir da década de 1960, 
resultando no crescimento da população urbana e na extensão da rede urbana por todo o território. No 
entanto, esse processo não foi equilibrado e teve como consequência: 
(A) o esvaziamento populacional das cidades médias; 
(B) o esvaziamento das Regiões Metropolitanas; 
(C) a concentração de população nas cidades médias e pequenas; 
(D) a concentração de população nas Regiões Metropolitanas; 
(E) a expansão das cidades pequenas e o esvaziamento das capitais. 
11. (NCE RJ/IBGE/2005) O Brasil nunca deixou de ter pobres, eles mudaram de lugar. Até a primeira 
metade do século XX, a população de menor renda do país estava localizada, em sua maioria, no campo. 
Na atualidade, a grande concentração de população de baixa renda encontra-se: 
(A) nas áreas centrais das cidades; 
(B) na Região Amazônica; 
(C) nos municípios da periferia das Zonas Metropolitanas; 
(D) nos estados da Região Centro-Oeste; 
(E) nos pequenos municípios do Sudeste e do Sul. 
 
1. C 
2. E 
3. B 
4. D 
5. D 
6. E 
7. A 
8. B 
9. B 
10. D 
11. C 
 
102
103a rural na década de 1950, sendo que a fase de urbanização 
acelerada se encerrou na década de 1990. A população urbana predomina amplamente sobre a rural, o que 
revela um elevado desenvolvimento econômico e a subordinação da agropecuária à indústria, além de 
refletir o peso que a economia urbana tem na produção da riqueza. 
A região Sul teve uma urbanização lenta e limitada até 1970. A estrutura agrária, baseada na propriedade 
familiar, restringia o êxodo rural. Contudo, nas décadas subsequentes do século XX, a mecanização acelerada 
da agricultura e a concentração da propriedade fundiária impulsionaram o êxodo rural. 
No Nordeste, a trajetória da urbanização permaneceu relativamente lenta. A estrutura agrária assentada 
sobre minifúndios familiares, na faixa do Agreste, contribuiu para evitar forte êxodo rural. Além disso, o 
insuficiente desenvolvimento do mercado regional reduziu a atração exercida pelas cidades. Ainda assim, 
durante décadas, houve intensa migração do Nordeste para o Sudeste. Hoje, no entanto, no Nordeste, não 
há perdas populacionais significativas para outras regiões. Atualmente, a região Nordeste é a que apresenta 
menor taxa de urbanização no Brasil: 73,4% (IBGE, 2010). 
A urbanização do Centro-Oeste foi impulsionada pela fundação de Brasília, em 1960, e pelas rodovias de 
integração nacional que interligaram a nova capital ao Sudeste, de um lado, e à Amazônia, de outro. A 
ocupação do interior do Brasil por grandes propriedades voltadas para a pecuária e por culturas mecanizadas 
de soja e cereais acentuou a tendência à urbanização. Desde o final da década de 1960, o Centro-Oeste 
tornou-se a segunda região mais urbanizada do país. 
A região Norte, por sua vez, conheceu um processo vigoroso de urbanização nas últimas décadas, 
impulsionado pela proliferação de cidades ao longo das rodovias. Entretanto, a urbanização dessa região é 
bastante concentrada em dois grandes centros urbanos: Manaus e Belém. 
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103
 
 
 
 
Apesar das disparidades regionais, Norte e Centro-Oeste foram as regiões brasileiras que 
mais se urbanizaram no período entre 2000 e 2010. 
 
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A DINÂMICA METROPOLITANA NO BRASIL 
Denomina-se de conurbação o crescimento de cidades próximas nas quais as suas malhas urbanas se 
encontram e há o estabelecimento de uma inter-relação funcional entre elas. Além de estarem fisicamente 
ligadas, as cidades estabelecem uma ligação funcional por meio de fluxos de pessoas, de mercadorias, de 
informações e de serviços. 
A conurbação de duas ou mais cidades pode formar uma área metropolitana, com uma cidade central que 
recebe o nome de metrópole (junção de duas palavras gregas: mater, mãe, e polis, cidade). A sua influência 
se estende de forma acentuada às cidades vizinhas, funcionando como polos de prestação de serviços 
sofisticados. Dessa forma, as metrópoles influenciam no crescimento urbano de cidades vizinhas ou próximas 
à metrópole. 
Para a gestão desses grandes e complexos espaços urbanos são criadas pelos Estados as regiões 
metropolitanas. A instituição de uma região metropolitana se dá por meio de lei estadual, trata-se de uma 
região administrativa, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções 
públicas de interesse comum. Assim, a região metropolitana tem uma cidade-central, que polariza as demais 
cidades da área metropolitana. 
Vejamos na imagem a seguir, a grande conurbação da área metropolitana de São Paulo e/ou região 
metropolitana de São Paulo. A mancha urbana contínua é identificada na cor acinzentada-amarronzada. 
Observem que não é possível visualizar separadamente a área urbana de cada um dos diversos municípios. 
 
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Já nesta outra imagem podemos ver os municípios que formam a Região Metropolitana de São Paulo 
(RMSP) com os respectivos limites políticos entre eles. 
 
 
O termo metrópole possui diferentes utilizações. 
Metrópole pode ser utilizado para se referir a cidade central de uma área metropolitana e 
região metropolitana. Ou como sendo toda a mancha urbana contínua e conurbada de 
cidades de vários municípios. Não há uma regra científica para discernir isso. Vai ser por 
meio da leitura e análise do texto da questão que vai se poder interpretar a que o 
examinador se refere. 
No estudo Região de Influência das Cidades (REGIC), do IBGE, o termo é utilizado para se 
referir as cidades que estão no primeiro nível de hierarquia da rede urbana brasileira. 
Por fim, a metrópole era o país que colonizava outros territórios. Exemplo: O Brasil era 
colônia de Portugal, a metrópole. 
As primeiras regiões metropolitanas do Brasil foram criadas pelo Governo Federal por meio da Lei 
Complementar nº 14, de 1973. São elas: São Paulo, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, 
Recife, Rio de Janeiro e Salvador. Essas nove regiões foram definidas pelo porte populacional e pela presença 
de funções urbanas diversificadas e especializadas e, ainda, pela existência de uma área de influência, 
configurada pelo conjunto de municípios a elas integrados econômica e socialmente, com os quais elas 
dividiam uma estrutura ocupacional e uma forma de organização do espaço características. 
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A Constituição de 1988 atribuiu aos estados a competência para criação de regiões metropolitanas, que 
devem ser constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o 
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Cada estado define seus critérios para 
a criação de regiões metropolitanas, o que fez com que esse instituto fosse bastante desvirtuado por alguns 
estados, como Santa Catarina, Paraíba e Alagoas, que contam com 14, 12 e 9 regiões metropolitanas, 
respectivamente. Atualmente, há no Brasil 83 regiões metropolitanas criadas por leis estaduais. 
Além das regiões metropolitanas, existem também as Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs) 
constituídas por aglomerações urbanas que perpassam o território de dois ou mais estados. Por serem 
constituídas por municípios pertencentes a estados distintos, são criadas por lei complementar federal e 
administradas pelo Governo Federal. 
Atualmente há três RIDEs no Brasil: Distrito Federal e Entorno, formada pelo Distrito Federal e municípios 
de Goiás e Minas Gerais; Petrolina-Juazeiro, formada por municípios de Pernambuco e da Bahia, e Grande 
Teresina, formada por municípios do Piauí e do Maranhão. 
No mapa a seguir, pode ser visualizada a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno, 
formada pelo Distrito Federal e por 33 municípios, sendo 29 de Goiás e quatro de Minas Gerais. 
 
13
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As 10 maiores regiões metropolitanas abrigavam, em 2022, nada menos que 32% da população total do país. 
Na região metropolitana de São Paulo, a maior de todas, residem 10% dos brasileiros. Observa-se que, na 
última década, as maiores aglomerações urbanas cresceram menos do que a média do país. 
 
Nem toda conurbação conforma uma região metropolitana, e nem toda metrópole é 
conurbada, por isso, são conceitos que, embora sejam complementares, são distintos entre 
si. Na Região Metropolitana de Manaus (AM) e na Região Metropolitana de Ribeirão Preto 
(SP), por exemplo, não há conurbação entre os municípios. Nesses casos, a caracterização 
da metrópole ocorre não por causa da extensão da mancha urbana física, mas sim pela 
interdependência de fluxos e serviços. 
POPULAÇÃO DAS 10 REGIÕES METROPOLITANAS E REGIÕES INTEGRADAS DE DESENVOLVIMENTO MAIS 
POPULOSAS DO BRASIL - IBGE 
ORDEM REGIÕES METROPOLITANAS e RIDE POPULAÇÃO 2022 
1º RM de São Paulo 20.744.087 
2º RM do Rio de Janeiro 12.022.110 
3º RM de Belo Horizonte 5.733.075 
4º RIDE do Distrito Federal e Entorno 4.465.006 
5º RM de Porto Alegre 4.318.013 
6º RM de Fortaleza 3.903.924 
7º RM de Recife 3.726.442 
8º RM de Salvador 3.559.366 
9º RM de Curitiba 3.413.48110º RM de Campinas 3.178.864 
 
A megalópole brasileira 
Se as cidades de uma metrópole interagem entre si, é correto dizer que as metrópoles também têm graus 
de conexão externa, seja essa econômica, política ou cultural, formando áreas ainda maiores. Sendo assim, 
o conjunto de duas ou mais metrópoles interligadas física e funcionalmente é denominado megalópole. 
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Alguns estudiosos de geografia urbana defendem a existência de uma megalópole brasileira, devido aos 
intensos fluxos de mercadorias, capitais, serviços e pessoas em uma região que tem como principais áreas 
urbanas as regiões metropolitanas de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), além das regiões metropolitanas 
de Campinas (SP), Baixada Santista (SP), Vale do Paraíba e Litoral Norte (SP) e a aglomeração urbana de 
Jundiaí (SP). Outros estudiosos afirmam que há certo vazio urbano entre as duas grandes metrópoles, e, 
devido a isso, não há uma conurbação, nem mesmo infraestrutura de transporte e de comunicação suficiente 
para caracterizar a megalópole. 
A megalópole seria formada por 232 municípios dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, 
tendo como principais eixos de ligação a rodovia Presidente Dutra (BR-116) e as vias Bandeirantes e 
Anhanguera. Em termos de extensão geográfica, é uma área de 82.616 km², equivalentes a 0,97% do 
território brasileiro. Nessa parcela relativamente pequena do território brasileiro vivem em torno de 45 
milhões de pessoa. É também um território marcado por uma forte urbanização: 96% da população reside 
em áreas urbanas, enquanto no Brasil a taxa de urbanização é de 81%. Além disso, esse pequeno pedaço de 
terra é responsável por 35% do PIB nacional, haja vista que há um grande cinturão de indústrias, de 
universidades e de objetos de reprodução do capital. 
Megalópole Brasileira 
 
 
 
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REDE URBANA BRASILEIRA 
O conjunto de cidades de um determinado território forma uma rede urbana. Uma rede é um sistema 
constituído por arcos de transmissão e nós de bifurcação pelos quais circulam fluxos materiais ou imateriais. 
Na rede urbana, as cidades funcionam como nós de bifurcação. As cidades são centros de distribuição de 
bens e serviços. Elas mantêm, entre si, fluxos materiais, constituídos por mercadorias e pessoas, e fluxos 
imateriais, ou seja, intercâmbios de informação. Os primeiros circulam por infraestruturas como rodovias, 
ferrovias, hidrovias, aerovias e dutos. Os segundos, por sistemas de telecomunicações que possibilitam 
transferências de capital e intercâmbios políticos e culturais. 
A influência de cada cidade no conjunto da rede depende de sua capacidade de oferecer bens e 
serviços. As cidades que exercem influência sobre todo o território ocupam os postos mais altos na 
hierarquia urbana. Os postos mais baixos cabem aos pequenos centros urbanos, cuja influência resume-se 
aos arredores. 
Os centros urbanos de nível mais elevado influenciam os de níveis inferiores. As cidades também 
mantêm relações de interdependência, que se manifestam pelo intercâmbio de bens e serviços. Mantêm, 
ainda, relações de complementaridade, pois diversos centros urbanos se especializam na produção de 
determinados bens ou serviços para todo o mercado nacional e, em certos casos, para mercados externos. 
A imagem a seguir mostra duas tipologias de rede urbana. Na hierarquia clássica, os fluxos estabelecidos por 
uma vila eram quase que exclusivamente com a cidade local, que estava em um patamar superior da 
hierarquia. A cidade local com o centro regional, esse com a metrópole regional, a qual, por fim, estabelecia 
fluxos com a metrópole nacional, isso em um período no qual as comunicações e a infraestrutura de 
transportes não conheciam todo o desenvolvimento da atualidade. 
 
Na hierarquia urbana atual, continua havendo níveis de importância, de polarização e de comando. 
Entretanto, todos os níveis estabelecem fluxos entre si. É possível morar em uma vila e, por meio da internet, 
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comprar uma roupa sofisticada e cara de uma empresa sediada em uma metrópole nacional, que será 
entregue no endereço de origem da compra. Antes da internet, as opções eram bem mais limitadas. Para 
comprar algo que não tinha na vila, era necessário deslocar-se para uma cidade local, no nível superior da 
hierarquia urbana. E as opções para aquisição de algo seriam bem mais limitadas do que pode encontrar 
hoje na internet ou em um centro regional e níveis superiores da hierarquia urbana. O avanço tecnológico 
dos transportes e da infraestrutura facilitam os deslocamentos. 
O estudo Regiões de Influência das Cidades (REGIC), do IBGE, é uma publicação de referência sobre a 
rede urbana brasileira. A última atualização foi divulgada no ano de 2020, com base na realidade do ano de 
2018. 
Nesse estudo, a noção de cidade ou de centro urbano utilizada para análise dos dados foi operacionalizada 
por meio de duas unidades territoriais: os municípios e os arranjos populacionais. Os últimos são 
constituídos por agrupamentos de municípios muito integrados e por terem deslocamentos 
frequentes de populações para trabalho e estudo. 
Os dois componentes fundamentais para o estabelecimento da hierarquia e da região de influência das 
cidades são a atração exercida entre as cidades próximas e as ligações de longa distância realizadas pela 
atuação de instituições públicas e privadas presentes nos centros urbanos. 
As relações de longa distância entre os centros urbanos são geradas por relações de comando e gestão, como 
as relações entre sedes e filiais de empresas localizadas em cidades diferentes. 
A REGIC classifica as cidades em cinco grandes níveis: 
Metrópoles – são os 15 principais centros urbanos dos quais todas as cidades existentes no país recebem 
influência direta, seja de uma ou mais metrópoles simultaneamente. A região de influência dessas 
centralidades é ampla e cobre toda a extensão territorial do país, com áreas de sobreposição em 
determinados contatos. As metrópoles se subdividem em três níveis: 
a. Grande metrópole nacional – o arranjo populacional de São Paulo (SP) ocupa, isoladamente, a posição de 
maior hierarquia urbana do país; 
b. Metrópole nacional – os arranjos populacionais de Brasília (DF) e do Rio de Janeiro (RJ) ocupam a segunda 
colocação hierárquica, também com forte presença nacional; 
c. Metrópole – os arranjos populacionais de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Curitiba (PR), 
Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), Vitória (ES) e o 
município de Manaus (AM) são as 12 cidades identificadas como metrópoles. 
Campinas, Florianópolis e Vitória não constavam como metrópoles no estudo anterior da REGIC, de 2007. 
Foram elevadas a esse nível no estudo atual. Campinas é a única cidade que não é capital estadual a ser 
classificada como metrópole. 
Capital regional – são os centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com alcance 
menor em termos de região de influência em comparação com as metrópoles. Integram esse nível 97 
cidades, subdivididas em capitais regionais A, B e C. 
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Centro sub-regional – neste terceiro nível hierárquico estão 352 cidades que têm atividades de gestão menos 
complexas, com áreas de influência de menor extensão que as das capitais regionais. São também cidades 
de menor porte populacional, com média nacional de 85 mil habitantes, maiores na região Sudeste (100 mil) 
e menores nas regiões Sul e Centro-Oeste (75 mil). Esse nível divide-se em dois grupos: centros sub-regionais 
A e B. 
Centro de zona – as cidades classificadas no quarto nível da hierarquia urbana caracterizam-se por menores 
níveis de atividades de gestão, polarizando um número inferior de cidades vizinhas em virtude da atração 
direta da população por comércio e serviços baseada nas relaçõesde proximidade. São 398 cidades com 
média populacional de 30 mil habitantes. Subdividem-se em centros de zona A e B. 
Centro local – o último nível hierárquico define-se pelas cidades que exercem influência restrita aos seus 
próprios limites territoriais, podendo atrair alguma população moradora de outras cidades para temas 
específicos, mas não sendo destino principal de nenhuma outra cidade. São 4.037 centros urbanos que 
apresentam fraca centralidade em suas atividades empresariais e de gestão pública, geralmente tendo 
outros centros urbanos de maior hierarquia como referência para atividades cotidianas de compras e 
serviços de sua população, bem como acesso a atividades do poder público e dinâmica empresarial. A média 
populacional dos centros locais é de apenas 12,5 mil habitantes, com maiores médias na região Norte (quase 
20 mil habitantes) e menores na região Sul (7,5 mil pessoas em 2018). 
O mapa a seguir ilustra a rede urbana da REGIC 2018. 
 
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Fonte: REGIC – IBGE. 
A tabela a seguir traz dados da dimensão das redes de primeiro nível de grandeza, das metrópoles, relativos 
à extensão territorial, população e economia da rede urbana abrangida por cada metrópole. 
 
 
 
 
 
 
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Dimensão das redes de primeiro nível - 2018 
 
Fonte: REGIC – IBGE. 
Esse estudo do IBGE é uma referência e um subsídio para o planejamento de políticas públicas. Não é 
nenhuma classificação oficial da rede urbana brasileira. Aliás, não há classificação oficial, tampouco uma 
política pública coordenada voltada para o desenvolvimento, para a consolidação e para a desconcentração 
da rede brasileira. 
No Brasil, a rede de cidades reflete as profundas desigualdades de seu processo de industrialização. Esse 
processo, com forte concentração na região Sudeste, deu origem a uma hierarquia urbano-industrial 
extremamente desigual, com profunda desarticulação intra e inter-regional, configurando um território com 
grandes vazios demográficos e acentuadas polarizações de riqueza. 
Nas regiões Sul e Sudeste, emerge uma rede de cidades relativamente integrada, com peso crescente de 
cidades médias. Nas demais regiões, observa-se uma dinâmica populacional e econômica bastante 
concentrada nas capitais. Contudo, verificam-se, também, importantes diferenças inter e intrarregional 
nesses espaços mais periféricos. 
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No Nordeste, mais densamente povoado, evidencia-se uma concentração populacional nas capitais e em sua 
faixa litorânea, com uma população rural relativamente mais importante, sobretudo, em sua área semiárida. 
Bahia, Pernambuco e Ceará revelam maior interiorização de sua economia e população, com a presença de 
algumas cidades importantes. Nos demais estados, é muito maior a concentração nas capitais, com 
baixíssima atividade no interior. 
Nas regiões de expansão da fronteira agrícola e mineral, no Centro-Oeste e no Norte, verifica-se a 
emergência de alguns centros urbanos médios no interior acompanhando as áreas mais dinâmicas. Na região 
Amazônica, as enormes distâncias, a baixíssima ocupação e o isolamento imposto pelo bioma dão origem a 
uma rede de cidades muito específica, com alguns bolsões urbano-industriais, nos quais o principal elemento 
de organização do espaço é a oferta urbano-regional de serviços, especialmente de transporte. 
São Paulo também é considerada uma cidade global. O conceito de cidades globais está diretamente 
ligado à noção de poder. Essas cidades funcionam como centros de gestão de redes mundiais que 
desempenham funções políticas e econômicas de primeira grandeza. 
As cidades globais são centro de tomadas de decisões que afetam profundamente a vida das nações do 
mundo inteiro. Nessas cidades situam-se os principais mercados financeiros, as grandes instituições 
multilaterais e as sedes das mais poderosas empresas transnacionais. 
As atividades das cidades globais abrangem amplos setores de suporte aos negócios mundiais. Nelas se 
aglomeram escritórios de advocacia que cuidam de fusões e de aquisições, firmas de auditorias que 
fiscalizam os balanços das empresas transnacionais, agências de publicidade que elaboram campanhas de 
impacto internacional. Em torno dessas atividades circulam altos executivos e profissionais especializados 
oriundos de diferentes países. Para atendê-los, as economias urbanas desenvolvem serviços de classe 
mundial, nos campos aeroportuário, de telecomunicações, de hotelaria e de lazer. 
 
O crescimento das cidades médias 
Cidades médias são aquelas que contam uma população correspondente a esse porte e desempenham, na 
rede urbana, claros papéis intermediários entre as cidades pequenas e as metrópoles. A população das 
cidades pequenas, polarizadas por uma cidade média, realiza parte do consumo de bens e serviços 
necessários à produção e à vida nessas cidades. 
São cidades que apresentam boas condições para abrigarem novas unidades de produção. Cumprem, assim, 
não somente o papel de atendimento ao mercado regional, mas desempenham importantes funções como 
elos de um sistema produtivo global. 
As cidades médias ganham importância qualitativa e quantitativa na rede urbana brasileira. Todavia, tal 
ganho não significaria o enfraquecimento das metrópoles, mas sim a consolidação da rede urbana brasileira, 
com o fortalecimento tanto das metrópoles quanto das cidades médias. 
As cidades médias, com o avanço das redes técnicas, passam, crescentemente, a integrar os circuitos mais 
avançados da economia. Com isso, a sua integração com as metrópoles se torna mais forte. São as conexões 
com redes produtivas superiores aliadas à oferta de bens e de serviços para a sua área de influência que 
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promovem a dinâmica das cidades médias. Esse processo ocorre, sobretudo, em detrimento das pequenas 
cidades e de maneira complementar às metrópoles. 
Em 1950, existiam no Brasil 35 cidades de porte médio, no intervalo de 100 mil a 500 mil habitantes. 
Cinquenta anos depois, em 2000, já eram 193; em 2010, 245; chegando a 278 cidades nessa faixa 
populacional em 2022. 
Atualmente, as cidades médias são os grandes polos de desconcentração populacional no Brasil. Elas têm 
recebido um número crescente de serviços e indústrias oriundas das grandes regiões metropolitanas, onde 
é notória a saturação da infraestrutura. 
Entre as vantagens competitivas que essas cidades oferecem às novas empresas destacam-se as isenções 
fiscais e a mão de obra mais barata. Além disso, têm vias de circulação mais transitáveis, que podem escoar 
a produção com maior eficiência. Também são particularmente atrativas para a classe média de centros 
urbanos caóticos, nos quais a perspectiva de progresso pessoal e de melhor qualidade de vida torna-se mais 
difícil, dado o elevado custo de vida. 
 
 
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PROBLEMAS URBANOS 
Nesta parte do nosso curso, vamos estudar os problemas das cidades brasileiras, que não são recentes e 
decorrem da urbanização acelerada pela qual o Brasil passou, pelas profundas desigualdades 
socioeconômicas do nosso país, pela insuficiência do planejamento urbano e pela carência de recursos. 
Moradia urbana 
O Brasil carece de mais de 6,3 milhões de moradias, o equivalente a cerca de 7% de todos os domicílios 
existentes no país. A maior parte do déficit - 5,6 milhões de moradias - está nas zonas urbanas e 30% nas 
regiões metropolitanas. 
O déficit habitacional é a falta de moradias dignas para a população. Existem diferentes métodos e critérios 
para estimar esse déficit. A Fundação João Pinheiro (FJP), cujos números foram adotados pelo extinto 
Ministério das Cidades, considera para o cálculo famílias que ocupam imóveis em pelo menos uma das 
seguintes condições: 
• Habitação precária: construções rústicas (com paredes sem alvenaria ou de madeira sem tratamento, 
que favorecem a proliferação de vetores de doenças, como a de Chagas) eas improvisadas (locais sem fins 
residenciais usados como moradia, como imóveis comerciais e os debaixo de pontes e viadutos); 
• Coabitação: imóveis e cômodos compartilhados por famílias diferentes; 
• Adensamento excessivo: número médio de moradores superior a três pessoas por dormitório em 
casas e apartamentos alugados; e 
• Ônus excessivo com aluguel urbano: comprometimento de mais de 30% da renda familiar com o 
aluguel, em famílias que ganham até três salários mínimos. 
Contraditoriamente, em paralelo à carência de moradias, o Brasil apresenta imóveis vagos em número 
suficiente para zerar o déficit habitacional. Segundo o IBGE, em 2022, havia 11,4 milhões de domicílios 
permanentemente vagos, ou seja, são imóveis ociosos que não estão sendo utilizados para a moradia de 
famílias. Parte expressiva desses imóveis está vaga em função da especulação imobiliária, que consiste na 
aquisição de imóveis, por pessoas ou empresas, sem nenhuma intenção de utilizá-los para fins produtivos 
ou habitacionais, mas para vendê-los ou alugá-los mais tarde por um preço mais alto. 
O ônus excessivo com aluguel é o principal fator a contribuir para o déficit habitacional – sozinho responde 
por 50% da carência de moradias. Sem condições de pagar o aluguel, muitas famílias são forçadas a deixar 
suas casas ou apartamentos e se mudar para bairros periféricos. 
A periferização também abre margem para o debate de direito à cidade, isto é, a possibilidade de todos os 
cidadãos de uma determinada área urbana terem acesso a bens e serviços de qualidade e ao espaço público. 
Quando isso não ocorre, a desigualdade social urbana se manifesta de diferentes formas. Uma das mais 
visíveis é a segregação socioespacial (espacial ou residencial), ou seja, a separação das áreas habitáveis de 
acordo com faixa de renda. Os que têm maior poder aquisitivo ocupam as regiões mais centrais e com maior 
disponibilidade de serviços públicos, enquanto os mais pobres são empurrados para os bairros periféricos, 
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muitas vezes em moradias precárias. As desigualdades, por sua vez, acarretam no aumento da violência. 
Sendo assim, é necessário planejar uma cidade onde não exista segregação e todos os grupos e classes sociais 
tenham acesso aos espaços públicos. 
A nossa urbanização também produziu um outro tipo de segmentação e separação conhecida como 
autossegregação urbana, em que pessoas de classes sociais de alto poder aquisitivo agrupam-se em 
condomínios fechados apartados da vida urbana e com uma utilização seletiva dos equipamentos urbanos. 
Normalmente distantes dos centros urbanos, esses condomínios são dotados de infraestrutura urbana, 
como escolas, mercados, farmácias etc. Por não ser imposta, mas uma escolha pessoal, utiliza-se o termo 
“auto” segregação. 
A expansão desenfreada das cidades muitas vezes ocorre em áreas de risco ou de proteção ambiental, 
como é o caso de áreas próximas ou às margens de mananciais e de encostas de morros, que geralmente 
são ocupadas por pessoas da classe mais pobre, devido a toda questão da segregação socioespacial e da 
especulação imobiliária. 
O deslizamento de encostas, isto é, o escorregamento de grandes massas de terra pela força da gravidade 
em áreas de maior declividade, é um fenômeno natural. Entretanto, quando as encostas são ocupadas, a 
vegetação é retirada, deixando o solo exposto, o que faz com que as águas das chuvas atinjam o solo com 
mais força, retirando e transportando a terra. Nessa situação, quando as chuvas são muito fortes, há grandes 
movimentos de massa, podendo ocasionar tragédias com perda de casas e, muitas vezes, de vidas. 
Pelo fato do Brasil ser um país tropical, com altos níveis de pluviosidade na maior parte de seu território, os 
deslizamentos são frequentes. No entanto, a ocupação de áreas irregulares muitas vezes se apresenta como 
a única opção viável para famílias que não têm alternativa de moradia. A remoção e a transferência para 
áreas mais estáveis devem ser incentivadas pelos governos, além da efetiva fiscalização quanto às condições 
geológicas das áreas ocupadas para o controle de seus riscos. 
A problemática habitacional das grandes cidades brasileiras levou à formação de “movimentos sociais” 
urbanos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que reivindicam uma ampla reforma 
urbana, de forma a possibilitar o acesso mais igualitário à habitação de qualidade, principalmente para os 
que residem em áreas de risco ou em condição de rua. Pautada principalmente na invasão de imóveis, a 
atuação do MTST costuma ser bastante polêmica, o que faz com que se acirrem as discussões sobre os 
conflitantes direitos à propriedade privada e ao usufruto da cidade. 
Vale ressaltar, no entanto, que a “reforma urbana”, dependendo do modo que é realizada, acentua ainda 
mais as desigualdades socioespaciais. Quando uma determinada área, de baixo valor imobiliário, recebe 
equipamentos como estações de metrô, shoppings centers, ou unidades culturais, o seu valor aumenta, o 
que acaba expulsando as populações que nela residem, as quais, impossibilitadas de arcarem com custos 
(aluguéis, impostos etc.), vão para regiões mais baratas e/ou periféricas. Esse fenômeno é conhecido como 
gentrificação, ou seja, a expulsão da população local pelo aumento do valor dos imóveis. 
Mobilidade urbana 
O trânsito caótico, as muitas horas perdidas nos deslocamentos e os transportes coletivos lotados, 
principalmente nos horários de pico, fazem parte da rotina dos moradores das grandes cidades brasileiras. 
O movimento diário de pessoas que se deslocam de casa para o trabalho e vice-versa, ou da residência para 
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o local de estudo e vice-versa, de uma cidade para outra é chamado de movimento pendular, migração 
diária ou migração pendular. 
Essa situação gera sérios prejuízos ambientais, sociais e econômicos às cidades e a seus habitantes, pois 
provoca intensa poluição do ar e sonora, eleva o gasto com combustíveis e o custo do frete do transporte de 
carga, resultando no aumento do preço das mercadorias comercializadas. Além disso, provoca uma retração 
de investimentos na cadeia produtiva, em virtude do alto custo arcado pelas empresas com o transporte de 
mercadorias. 
O tempo perdido nos deslocamentos e nos congestionamentos aumenta o cansaço dos habitantes das áreas 
urbanas e pode ocasionar uma redução do tempo destinado à convivência familiar e social, ao estudo e ao 
lazer. Por isso, muitas pessoas procuram morar em bairros próximos a estações de trem ou metrô, ônibus e 
terminais de grandes vias de circulação para reduzir o tempo de deslocamento. Isso faz com que os terrenos 
e as construções existentes nessas áreas tenham uma valorização econômica expressiva. 
Diferentes medidas vêm sendo adotadas para solucionar o problema do trânsito nas grandes cidades. Entre 
elas está o sistema de rodízio de veículos, introduzido, por exemplo, na cidade de São Paulo. Nesse sistema, 
os carros são proibidos, sob pena de multa, de circular no centro expandido da cidade uma vez por semana 
nos horários de pico. Outra medida é a ampliação das vias de circulação. Essas ações, no entanto, surtem 
pouco efeito no trânsito das cidades, em virtude do crescimento constante da frota de veículos particulares. 
Para solucionar esse grave problema de mobilidade urbana de modo efetivo, é necessária a ampliação de 
investimentos no transporte coletivo. Aumentar a oferta desse tipo de transporte, sobretudo da malha 
metroviária, e investir na integração dos diferentes modais faz com que parte da população opte por esses 
meios de locomoção, em detrimento dos automóveis particulares. 
Saneamento básico 
Em seu sentido mais amplo, saneamento diz respeito às medidas adotadas sobre o meio ambiente, que 
têm como objetivo promover a saúde dos cidadãos, garantir a sua qualidade de vida e preservar os recursos 
naturais. 
O saneamento básico inclui o abastecimento de água, a coleta,o tratamento e o destino final dos esgotos 
domésticos, a coleta, o tratamento e o destino final adequado dos resíduos sólidos, a drenagem das águas 
da chuva e o controle de vetores. 
Os serviços de saneamento básico são ferramentas poderosas contra a disseminação de doenças por meio 
de águas contaminadas ou pelo contato direto com fezes e detritos, além de impedir a proliferação de 
animais transmissores de zoonoses. 
No Brasil, como na maioria dos países, o desenvolvimento das práticas e das estruturas de saneamento se 
confunde com crescimento das cidades. 
Infelizmente, as obras de saneamento não acompanharam o crescimento da população e das cidades ao 
longo das décadas. Segundo o Instituto Trata Brasil, durante as décadas de 1980 e 1990, não houve 
investimentos significativos nessas áreas, gerando um enorme déficit que ainda não foi recuperado. 
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Os prejuízos para o saneamento datados dessa época se refletem nos dias atuais, em que poucas cidades 
brasileiras têm excelentes índices na prestação desses serviços básicos. A falta ou a ineficiência de medidas 
de saneamento sobrecarrega o sistema de saúde com casos que poderiam ser evitados e que custariam 
menos se a prevenção fosse a política adotada. 
Os serviços de água tratada, de coleta e de tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vida 
das pessoas, sobretudo, na saúde infantil, com a redução da mortalidade, melhorias na educação, na 
expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios, na 
preservação dos recursos hídricos etc. 
Conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS/2018), mais de 16% da 
população não têm acesso à água tratada, 47% da população do Brasil continua sem acesso a sistemas de 
esgotamento sanitário e apenas 46% dos esgotos gerados nos país são tratados. As disparidades entre as 
regiões também chamam atenção, com os piores índices no Norte e Nordeste. 
A maior parte do esgoto não tratado é lançado in natura nos corpos d’água, poluindo os mananciais e 
tornando ainda mais caro o tratamento da água dos rios para o consumo humano. Como consequência, as 
companhias de abastecimento têm que buscar água cada vez mais longe dos centros urbanos, o que 
encarece o serviço. 
Apesar disso, as coberturas de água e de esgoto têm melhorado no Brasil nos últimos anos, ainda que em 
ritmo muito lento. 
Um estudo do BNDES estima que 65% das internações em hospitais de crianças com menos de 10 anos sejam 
provocadas por males oriundos da deficiência ou da inexistência de esgoto e água limpa, o que impacta 
também o desempenho escolar, pois crianças que vivem em áreas sem saneamento básico apresentam 18% 
a menos no rendimento escolar. 
É válido salientar que os índices de cobertura nacional dos serviços de saneamento básico são muito 
importantes na determinação do nível de desenvolvimento de um país, pois refletem a qualidade de vida e 
de saúde de seus habitantes. 
Já a falta de coleta de lixo provoca não apenas a contaminação das águas, mas também do solo, além de 
causar a proliferação de insetos e ratos e a transmissão da leptospirose pela urina do rato. No Brasil, há 
coleta de lixo, com alguma regularidade, em 90% dos municípios. Dados da Abrelpe (Associação Brasileira de 
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) revelam que 40,5% dos resíduos coletados em 2019 
foram despejados em lixões ou aterros controlados. Nesse tipo de aterro, há alguns procedimentos 
mínimos de cuidado, como o controle dos volumes e a deposição regular de cal ou terra para evitar a 
proliferação de insetos e diminuir o mau cheiro. 
Em 2010, o Governo Federal instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Entre outras medidas, 
a lei estabeleceu que o ano de 2014 seria o prazo final para as prefeituras erradicarem os lixões e passarem 
a depositar o lixo em aterros sanitários, considerados o destino mais adequado para o lixo urbano. No 
entanto, a legislação foi alterada e o prazo final passou para o período entre o final de 2020 a 2 de agosto de 
2024, conforme o porte populacional do município e outros critérios específicos. 
Os aterros sanitários são áreas nas quais os resíduos são compactados e cobertos por terra. Terrenos assim 
têm sistemas de drenagem que captam líquidos e gases resultantes da decomposição dos resíduos orgânicos. 
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Dessa forma, o solo e o lençol freático ficam protegidos da contaminação do chorume, e o metano é coletado 
para armazenamento, podendo ser utilizado para gerar energia em termelétricas. 
O principal fator que impede a criação de aterros sanitários é o seu alto custo. O compartilhamento de 
aterros sanitários entre municípios de uma mesma região é uma estratégia defendida por alguns 
pesquisadores. 
Violência urbana 
Até a metade da década de 1960, o Brasil era um país majoritariamente rural. A partir dessa data, passou 
por um processo de urbanização acelerada, que teve como causas um rápido processo de industrialização e 
o êxodo rural. 
A mecanização do campo liberou grandes contingentes de trabalhadores das suas atividades rurais. Esse 
fator, somado à histórica concentração de terras, às péssimas condições de vida no meio rural e à maior 
oferta de emprego nas cidades, levou milhões de trabalhadores a se deslocarem do campo para a cidade em 
um período de poucas décadas. 
As cidades não tiveram tempo nem condições de se adaptarem, ocasionando o surgimento de grandes 
problemas urbanos. Os migrantes do campo foram residir na periferia da periferia das cidades. Nesses 
lugares faltava quase tudo, infraestrutura, saneamento, áreas verdes e de lazer, saúde, educação, transporte 
de qualidade e moradia. Soma-se a isso tudo a carência de emprego, o que gera um ambiente propício para 
a explosão da violência e da criminalidade. E foi o que aconteceu. 
O Brasil é o país com o maior número de homicídios do mundo. A violência urbana tem como causas: 
- Ausência ou omissão do Estado (poder público), principalmente nas periferias: lembre-se sempre de que 
educação, saúde, trabalho, moradia, lazer e segurança são direitos sociais garantidos constitucionalmente 
aos cidadãos. Cabe ao Poder Público provê-los à coletividade; 
- Exclusão social, desigualdade social ou má distribuição de renda: observa-se que a pobreza é a principal 
causa da criminalidade, mas não a única. A relação não é direta, como causa e efeito, pois não se pode dizer 
que os ladrões surgem todos da pobreza. Aliás, sabemos disso muito bem no Brasil, considerando o grande 
número de larápios provenientes das classes mais abastadas; 
- Ação dos traficantes de drogas ilícitas: o narcotráfico contribui significativamente para o aumento da 
violência e da sensação de insegurança nas cidades brasileiras. 
 
 
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RESUMO 
Processo de urbanização brasileiro 
Urbanização é o processo de transformação de uma determinada localidade de rural para urbano. Uma 
sociedade é considerada urbana quando a população das cidades supera a população rural. 
A urbanização é um dos traços fundamentais da sociedade moderna. É um fenômeno recente, iniciado 
com a Revolução Industrial, há pouco mais de 200 anos 
No Brasil, a urbanização é um processo recente. Em 1950, quase dois terços dos brasileiros habitavam 
o meio rural, mas, 20 anos depois, a população urbana já era maioria. Foi em 1965 que a população 
urbana superou a população rural no Brasil. Em 2010, 84% habitavam o meio urbano. 
A urbanização brasileira ocorreu de forma acelerada e correspondeu ao período de intensa 
industrialização, ocorrido após a Segunda Guerra Mundial, com a formação de um mercado interno 
integrado, principalmente na região Sudeste. O processo de urbanização brasileira apoiou-se, 
essencialmente, no êxodo rural, associado a dois condicionantes que se interligam: a repulsão da força 
de trabalho do campoe a atração dessa força de trabalho para as cidades. 
Foi uma urbanização concentradora, a população que migrou do campo, concentrou-se em um número 
pequeno de cidades, como as capitais e as suas regiões metropolitanas, como São Paulo e Rio de 
Janeiro. Também não foi objeto de planejamento por parte do poder público. As cidades cresceram de 
forma rápida e desigual, ocasionando a formação de bolsões de miséria e pobreza, com moradias 
precárias e carência de serviços públicos, tais como saneamento, energia, saúde e transporte coletivo. 
Tendências e características atuais da urbanização brasileira: 
No processo de urbanização, um número reduzido de cidades que apresentavam vantagens prévias 
tornou-se alvo dos investimentos. Essas aglomerações evoluíram como polos de atração demográfica 
e de grandes mercados consumidores. A concentração espacial determinou a aglomeração espacial: o 
resultado foi a metropolização, ou seja, a formação das metrópoles. 
A partir da década de 1990, intensificou-se o fenômeno conhecido como desmetropolização, que é a 
diminuição do ritmo de crescimento das metrópoles em benefício das cidades menores, sobretudo as 
cidades médias, fenômeno que ocorre devido a desconcentração industrial e da formação de novos 
polos dinâmicos da economia brasileira. 
Há também um crescimento da periferia metropolitana. A população das cidades que compõe as 
regiões metropolitanas está crescendo mais que a das metrópoles. Nessa periferia estão muitas das 
cidades médias de grande crescimento no Brasil. 
Entre 2010 e 2022, as cidades médias foram as que mais cresceram populacionalmente, as metrópoles 
cresceram mais lentamente e acentuou-se a perda de população em parte das pequenas cidades. 
Uma das principais características urbanas do Brasil atualmente é o crescimento das cidades médias 
— municípios que possuem entre 100 mil e 500 mil habitantes. Os dados do Censo de 2022 mostraram 
que, dos mais de 12 milhões de habitantes que o Brasil ganhou entre 2010 e 2022, 8,3 milhões (67,5%) 
foram nessas cidades. 
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Essa tendência de reversão no crescimento das grandes metrópoles ocorre, dentro outros fatores, 
devido ao fato de as indústrias e empresas do setor de serviços buscarem localizações geográficas 
alternativas às saturadas metrópoles, provocando redução nos índices de crescimento das grandes 
cidades e aumento dos índices de crescimento das cidades médias, e é denominada de 
desmetropolização. 
A dinâmica metropolitana no Brasil 
A conurbação se caracteriza pela ligação física das malhas urbanas de duas ou mais cidades e com o 
estabelecimento de uma inter-relação funcional por meio de fluxos de pessoas, de mercadorias, de 
informações e de serviços. 
A conurbação de duas ou mais cidades pode formar uma área metropolitana, com uma cidade central 
que recebe o nome de metrópole. A influência da metrópole se estende de forma acentuada às cidades 
vizinhas, funcionando como polo de prestação de serviços sofisticados. Dessa forma, as metrópoles 
influenciam no crescimento urbano de cidades vizinhas ou próximas à metrópole. 
Para a gestão desses grandes e complexos espaços urbanos são criadas pelos Estados as regiões 
metropolitanas. 
Além das regiões metropolitanas, existem também as Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDEs) 
constituídas por aglomerações urbanas que perpassam o território de dois ou mais estados. Por serem 
constituídas por municípios pertencentes a estados distintos, são criadas por lei complementar federal 
e administradas pelo Governo Federal. Atualmente há três RIDEs no Brasil: Distrito Federal e Entorno, 
Petrolina-Juazeiro e Grande Teresina. 
O conjunto de duas ou mais metrópoles interligadas física e funcionalmente é denominado megalópole. 
No Brasil há uma megalópole em formação, interligando as metrópoles de São Paulo e Rio de Janeiro, 
ao longo das rodovias Presidente Dutra (BR-116), Bandeirantes e Anhanguera. 
Rede Urbana Brasileira 
O conjunto de cidades de um determinado território forma uma rede urbana. A influência de cada 
cidade no conjunto da rede depende de sua capacidade de oferecer bens e serviços. As cidades também 
mantêm relações de interdependência, que se manifestam pelo intercâmbio de bens e serviços e de 
complementaridade, pois diversos centros urbanos se especializam na produção de determinados bens 
ou serviços para todo o mercado nacional e, em certos casos, para mercados externos. 
O estudo Regiões de Influência das Cidades (REGIC), do IBGE classifica a rede urbana brasileira em 
cinco grandes níveis: 
Metrópoles – são os 15 principais centros urbanos dos quais todas as cidades existentes no país 
recebem influência direta, seja de uma ou mais metrópoles simultaneamente. A região de influência 
dessas centralidades é ampla e cobre toda a extensão territorial do país, com áreas de sobreposição em 
determinados contatos. As metrópoles se subdividem em três níveis: 
a. Grande metrópole nacional: o arranjo populacional de São Paulo (SP) ocupa, isoladamente, a 
posição de maior hierarquia urbana do país; 
b. Metrópole nacional – os arranjos populacionais de Brasília (DF) e do Rio de Janeiro (RJ) ocupam a 
segunda colocação hierárquica, também com forte presença nacional; 
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c. Metrópole – os arranjos populacionais de Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Curitiba 
(PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador (BA), Vitória 
(ES) e o município de Manaus (AM) são as 12 cidades identificadas como metrópoles. 
Campinas, Florianópolis e Vitória não constavam como metrópoles no estudo anterior da REGIC, de 
2007. Foram elevadas a esse nível no estudo atual. Campinas é a única cidade que não é capital estadual 
a ser classificada como metrópole. 
Capital regional – 97 centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com alcance 
menor em termos de região de influência em comparação com as metrópoles. Subdividem-se em 
capitais regionais A, B e C. 
Centro sub-regional – 352 cidades que têm atividades de gestão menos complexas, com áreas de 
influência de menor extensão que as das capitais regionais. Subdivide-se em centros sub-regionais A e 
B. Média populacional de 85 mil habitantes. 
Centro de zona – cidades com menor nível de atividades de gestão, polarizando um número inferior de 
cidades vizinhas em virtude da atração direta da população por comércio e serviços baseada nas 
relações de proximidade. São 398 cidades com média populacional de 30 mil habitantes. Subdividem-
se em centros de zona A e B. 
Centro local – 4.037 cidades que exercem influência restrita aos seus próprios limites territoriais, com 
média populacional de 12,5 mil habitantes. 
São Paulo também é considerada uma cidade global, conceito que está diretamente ligado à noção de 
poder. As cidades globais funcionam como centros de gestão de redes mundiais que desempenham 
funções políticas e econômicas de primeira grandeza. 
Problemas Urbanos 
Os problemas das cidades brasileiras não são recentes e decorrem da urbanização acelerada pela qual 
o Brasil passou, pelas profundas desigualdades socioeconômicas do nosso país, pela insuficiência do 
planejamento urbano e pela carência de recursos. 
❑ Moradia urbana: O déficit habitacional é a falta de moradias dignas para a população. O Brasil 
carece de mais de 6,3 milhões de moradias, o equivalente a cerca de 7% de todos os domicílios 
existentes no país. Para calcular o seu quantitativo consideram-se a habitação precária, coabitação, 
adensamento excessivo e ônus excessivo com aluguel urbano. 
Segundo o IBGE, em 2022, havia 11,4 milhões de domicílios ociosos que não estão sendo utilizados para 
a moradia de famílias. Parte expressiva desses imóveis está vaga em função da especulação imobiliária, 
que consiste na aquisição de imóveis, por pessoas ou empresas, sem nenhuma intenção de utilizá-los 
para fins produtivos ou habitacionais, mas para vendê-los ou alugá-los maistarde por um preço mais 
alto. 
O direito à cidade consiste na possibilidade de todos os cidadãos de uma determinada área urbana 
terem acesso a bens e serviços de qualidade e ao espaço público. 
A segregação socioespacial (espacial ou residencial) é caracterizada pela separação das áreas habitáveis 
de acordo com faixa de renda. Os que têm maior poder aquisitivo ocupam as regiões mais centrais e 
com maior disponibilidade de serviços públicos, enquanto os mais pobres são empurrados para os 
bairros periféricos, muitas vezes em moradias precárias. 
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Na autossegregação urbana pessoas de classes sociais de alto poder aquisitivo agrupam-se em 
condomínios fechados apartados da vida urbana e com uma utilização seletiva dos equipamentos 
urbanos. Por não ser imposta, mas uma escolha pessoal, utiliza-se o termo “auto” segregação. 
A expansão desenfreada das cidades muitas vezes ocorre em áreas de risco ou de proteção ambiental, 
como é o caso de áreas próximas ou às margens de mananciais e de encostas de morros, que 
geralmente são ocupadas por pessoas da classe mais pobre, devido a toda questão da segregação 
socioespacial e da especulação imobiliária. 
A problemática habitacional das grandes cidades brasileiras levou à formação de “movimentos sociais” 
urbanos, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que reivindicam uma ampla reforma 
urbana, de forma a possibilitar o acesso mais igualitário à habitação de qualidade, principalmente para 
os que residem em áreas de risco ou em condição de rua. 
A gentrificação é um fenômeno urbano caracterizado pela valorização e pela renovação de áreas 
antigas das cidades, acompanhado pelo deslocamento da população de baixa renda e a chegada de 
moradores de maior poder aquisitivo. Esse processo está associado a melhorias físicas, econômicas e 
culturais nas áreas afetadas. 
❑ Mobilidade urbana: As deficiências do transporte coletivo, o trânsito caótico, os 
congestionamentos, a poluição do ar e sonora causada pelos veículos automotores fazem parte da 
rotina dos moradores das grandes cidades brasileiras. 
Para solucionar esse grave problema de mobilidade urbana de modo efetivo, é necessária a ampliação 
de investimentos no transporte coletivo. Aumentar a oferta desse tipo de transporte, sobretudo da 
malha metroviária, e investir na integração dos diferentes modais faz com que parte da população opte 
por esses meios de locomoção, em detrimento dos automóveis particulares. 
Movimento pendular (migração diária ou pendular) é o movimento diário de pessoas que se deslocam 
de casa para o trabalho e vice-versa, ou da residência para o local de estudo e vice-versa, de uma cidade 
para outra. 
❑ Saneamento básico: Em seu sentido mais amplo, saneamento diz respeito às medidas adotadas 
sobre o meio ambiente, que têm como objetivo promover a saúde dos cidadãos, garantir a sua 
qualidade de vida e preservar os recursos naturais. O saneamento básico inclui o abastecimento de 
água, a coleta, o tratamento e o destino final dos esgotos domésticos, a coleta, o tratamento e o destino 
final adequado dos resíduos sólidos, a drenagem das águas da chuva e o controle de vetores. 
Conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS/2018), mais de 16% 
da população não têm acesso à água tratada, 47% da população do Brasil continua sem acesso a 
sistemas de esgotamento sanitário e apenas 46% dos esgotos gerados nos país são tratados. Quase 
metade dos resíduos, porém, ainda é depositado em lixões, ou nos chamados aterros controlados. As 
disparidades entre as regiões também chamam atenção, com os piores índices no Norte e Nordeste. 
Apesar disso, as coberturas de água, de esgoto e de resíduos sólidos têm melhorado no Brasil nos 
últimos anos, ainda que em ritmo muito lento. 
❑ Violência urbana: O Brasil é o país com o maior número de homicídios do mundo. A violência 
urbana tem como causas a ausência ou omissão do Estado (poder público), principalmente nas 
periferias; a exclusão social, desigualdade social ou má distribuição de renda e a ação dos traficantes 
de drogas ilícitas. 
 
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QUESTÕES COMENTADAS – CESGRANRIO 
1. (CESGRANRIO/CNU-BLOCO 8/2024) A letra a seguir foi composta por Chico Science e a banda Nação 
Zumbi, para a canção “Manguetown”. 
To enfiado na lama 
É um bairro sujo 
Onde os urubus têm casas 
E eu não tenho asas 
Mas estou aqui em minha casa 
Onde os urubus têm asas 
Vou pintando, segurando a parede 
No mangue do meu quintal Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge ao cheiro sujo 
Da lama da Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge à vida suja 
Dos dias da Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge ao cheiro sujo 
Da lama da Manguetown 
Andando por entre os becos 
Andando em coletivos 
Ninguém foge à vida suja 
Dos dias da Manguetown 
MANGUETOWN. Intérpretes: Chico Science e Nação Zumbi. Compositores: A. Costa, F. França e L. Maia. Disponível em 
https://www.deezer.com/en/track/15419803. Acesso em: 3 mar. 2024. 
Considerando-se as condições típicas das grandes cidades brasileiras e, especificamente, dos mangues na 
grande Recife, a expressão Manguetown se refere à(ao) 
(A) região urbana de descarte de lixos orgânicos. 
(B) segregação das áreas de moradia da população pobre. 
(C) estética da juventude sem uma referência espacial específica. 
(D) ambiente de vida mais rural próximo à metrópole. 
(E) ecossistema do estuário dos rios da cidade de Recife. 
COMENTÁRIOS: 
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A palavra “town”, na língua inglesa, significa cidade. Assim, “Manguetown” está se referindo ao urbano. 
Trechos da música fazem referência à cidade, ao urbano, ao local de moradia, à casa de habitação - “É um 
bairro sujo”, “Mas estou aqui em minha casa”, “Andando por entre becos” e “Andando em coletivos” -, isso 
em um contexto de pobreza, de sujeira, de mau cheiro, de saneamento precário etc. Essa é uma situação de 
segregação socioespacial muito presente nas cidades brasileiras, em que há uma distribuição desigual de 
grupos sociais no espaço urbano, geralmente influenciada por fatores econômicos, sociais e políticos. 
Em Recife, a ocupação dos manguezais por populações de baixa renda é um exemplo dessa segregação. 
Devido à especulação imobiliária e à falta de políticas habitacionais inclusivas, essas comunidades muitas 
vezes se veem forçadas a habitar áreas ambientalmente frágeis e inadequadas para moradia, como os 
mangues. 
Esses ecossistemas são cruciais para a biodiversidade e para a proteção contra eventos climáticos extremos, 
mas a pressão urbana e a falta de alternativas de habitação acessíveis levam à degradação ambiental e à 
marginalização dessas populações. 
Gabarito: B. 
2. (CESGRANRIO/CNU-BLOCO 8/2024) Considere o texto sobre sustentabilidade ambiental. 
No Brasil, a Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana é uma estratégia definida com o objetivo de 
melhorar os indicadores da boa qualidade ambiental nas cidades. Com foco na população residente nas 
grandes metrópoles, a Agenda Nacional orienta políticas públicas urgentes, mais efetivas e eficientes, que 
integrem condutas nos diferentes níveis de tomadas de decisão. Após a consolidação de diversos 
diagnósticos, linhas de ação foram estabelecidas como metas iniciais desta Agenda Ambiental Urbana, 
dentre elas: Lixo no Mar, Resíduos Sólidos, Saneamento e Qualidade das Águas, e Áreas Contaminadas. 
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda Nacional de Qualidade Ambiental Urbana. Brasília, DF: Ministério do Meio 
Ambiente. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/agenda-ambiental-urbana.html. Acesso em: 30 jan. 2024. Adaptado. 
No contexto dessa Agenda Nacional, a linha referente a resíduos sólidos está diretamente associada a ações 
que 
(A) evitem a evasão escolar de estudantes regulares da educação básica, como o Programa Pé-de-Meia. 
(B) promovam a proteção de nascentes e mananciais e o abrigo da fauna

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