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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP RELATÓRIO DE AULAS PRÁTICAS CURSO: ENFERMAGEM DISCIPLINA: PROPEDÊUTICA E PROCESSOS DE CUIDAR DA SAÚDE DA MULHER NOME DO ALUNO: CRISTIANE MIZAEL VICENTE RA: 2200163 POLO: SÃO JOSÉ DO RIO PARDO DATA: 14/05/2024 TÍTULO DO ROTEIRO: AULAS PRÁTICAS INTRODUÇÃO: O presente relatório visa descrever as aulas práticas dos roteiros da disciplina Propedêutica e Processos de Cuidar da Saúde da Mulher ministradas em laboratório da UNIP de São José do Rio Pardo no curso de Enfermagem pela docente Micheli Patrícia de Fátima Magri, foram utilzados modelos anatômicos sintéticos para demonstração e exemplificação dos temas propostos que foram: Anatomia e fisiologia do aparelho reprodutor feminino; Exame clínico das mamas; Exame clínico dos órgãos genitais externos; Coleta de material para citologia oncológica cervical; Desenvolvimento fetal; Exame físico da gestante; Cálculo de datas; Períodos clínicos do trabalho de parto e parto normal; Mecanismos do parto e cuidados imediatos ao recém nascido na sala de parto. O exame físico representa um importante instrumento para processo de enfermagem, possibilitando a desenvoltura de identificar problemas, definir diagnóstico de enfermagem, planejar ações de enfermagem, acompanhar a evolução do paciente. Sendo que sua execução é uma fase essencial da assistência sistematizada que deve ser executada de forma criteriosa pelo profissional de enfermagem (CONACIS). ROTEIRO 1 – ANATOMIA E FISIOLOGIA DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO 1.1 Mamas A mama é considerada uma glândula sudorípara modificada coberta por pele e por tecido subcutâneo, e seu desenvolvimento inicia precocemente na vida embrionária, engloba toda anatomia interna e externa. A glândula mamária refere-se à anatomia interna. Na mulher, ao nascer, estão presentes apenas os ductos lactíferos principais. Na puberdade e adolescência, a hipófise determina a liberação de hormônios para estimular a maturação dos folículos ovarianos. As mamas são órgãos pares, formadas por: pele tecido subcutâneo, tecido mamário: parênquima e estroma. Situa-se entre a 2ª e a 6ª costela no eixo vertical entre o bordo externo do esterno e a linha médioaxilar no eixo horizontal, prolongando-se para a axila através do prolongamento axilar de Spence Sua forma varia de acordo com as características pessoais e genéticas. O processo de desenvolvimento da mama ocorre na sexta semana da fase embrionária. Após 12 semanas, o embrião se transforma em feto, nesta ocasião há a formação de uma linha que se origina nas axilas, caminha até a raiz das coxas, na região inguinal, e se chama linha (ou crista) láctea. A maior parte dessa linha regride, permanecendo apenas a sua porção torácica ficando então apenas 2 mamilos. 1.1.1 Estruturas da mama • Ligamentos suspensores de Cooper • Cristas de Duret • Glândulas areolares ou Tubérculos de Montgomery • Tubérculos de Morgagni • Aréola • Mamilo ou papila • Ductos lactíferos / lactóferos • Ampola ou Seio lactífero • Tecido adiposo ou gordura • Lobos • Lóbulo • Alvéolos mamários (ácinos) • Músculo peitoral maior • Musculo peitoral menor • Músculo obliquo externo do abdome • Músculo serrátil anterior 1.1.2 Anomalias Congénitas • Politelia • Polimastia • Hipoplasia • Amastia • Atelia • Amazia 1.1.3 Puberdade e fase adulta Puberdade - O volume e a elasticidade do tecido conectivo ao redor dos ductos aumentam, assim como a vascularização e a deposição de gorduras. A ação combinada de estrógeno e progesterona determina o desenvolvimento completo da glândula e a pigmentação da aréola. O desenvolvimento mamário, nessa fase, foi dividido por Tanner em cinco etapas, conforme as características morfológicas e sua relação com marcos importantes do desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. M1 corresponde à elevação somente da papila, não se palpando tecido glandular, nem havendo pigmentação areolar; M2 ocorre o aparecimento do broto ou botão mamário (telarca), que corresponde à elevação discreta da mama e da papila, com aumento do diâmetro areolar; M3 há aumento do tecido glandular palpável e do diâmetro e da pigmentação da aréola, mantendo-se os contornos da aréola e da mama. Sendo que a menarca ocorrerá dentro de um ano; M4 à faixa dos 12 aos 13 anos, há aumento da aréola e de sua pigmentação. O complexo areolomamilar (CAM) projeta-se e separa-se do contorno da mama; M5 é a fase de desenvolvimento final, em que há o nivelamento do CAM ao contorno da mama, com projeção exclusiva do mamilo. O que determina a forma e a consistência da mama é a quantidade de tecido adiposo. 1.2 Órgãos genitais externos A vulva faz parte do sistema reprodutor feminino e possui entre suas estruturas púbis, grandes lábios, pequenos lábios e clitóris, entre outros. A vulva corresponde ao conjunto de órgãos genitais femininos externos e visíveis. Faz parte do sistema reprodutor e possui as seguintes estruturas: • Púbis ou monte de Vênus; • Grandes lábios ou lábios maiores; • Pequenos lábios ou lábios menores; • Vestíbulo vulvar; • Clitóris; • Óstio da uretra ou meato uretral; • Introito vaginal; • Períneo; • Púbis ou monte de Vênus O púbis é uma proeminência constituída por tecido adiposo e recoberta de pelos que começam a surgir na adolescência. Serve como proteção do osso púbico. Os grandes lábios são dobras formadas por tecido adiposo e conjuntivo, cobertas por pele e pelos. Estendem-se do púbis até o períneo e ajudam a proteger a abertura da vagina e da uretra contra agentes infecciosos, como fungos e bactérias. Em sua parte interna, há glândulas sebáceas e sudoríparas. Pequenos Lábios são duas pregas finas constituídas de mucosa que se localizam no interior dos grandes lábios. São bastante enervadas e vascularizadas, por isso são áreas bastante sensíveis que aumentam de volume quando a mulher está sexualmente excitada. Delimitam a região do vestíbulo, onde se situam as aberturas da vagina e da uretra. Têm grande quantidade de glândulas sudoríparas e sebáceas, mas não possuem pelos. Na parte superior, formam o prepúcio do clitóris; na inferior, sob o intróito vaginal (extremidade inferior da vagina), formam a fúrcula ou comissura posterior. Vestíbulo Vulvar é o espaço circundado pelos pequenos lábios. A parte superior do vestíbulo é formada pelo clitóris e a base, pela fúrcula. Em seu interior se localizam o meato uretral, o introito vaginal e as glândulas de Bartholin, que produzem a lubrificação vaginal. Clitóris é constituído de tecido erétil, o clitóris se localiza na parte superior da vulva, próximo à uretra e perto da junção dos pequenos lábios. As partes visíveis do clitóris são relativamente pequenas, semelhantes a um grão de feijão, e correspondem ao prepúcio e à glande, área extremamente sensível. No entanto, o restante do órgão se estende no interior do corpo. Possui inúmeras terminações nervosas e, por isso, tem função importante no prazer sexual feminino. Meato uretral é o orifício por onde sai a urina. Localiza-se entre a entrada da vagina e o clitóris e não faz parte dos órgãos genitais femininos, sendo descrito apenas por sua localização anatômica. Introito vaginal localiza-se na parte inferior do vestíbulo e é parcialmente coberto pelo hímen, tecido membranoso que em geral se rompe quando a mulher tem a primeira relação sexual. Períneo inicia-se na parte inferior da vulva e estende-se até o ânus. 1.3 Órgãos genitais internos Os órgãos internos são o útero, os ovários, as tubas uterinas e a vagina. Fisiologia dos ovários, parte crucial do sistema reprodutivofeminino, desempenham funções vitais na produção de óvulos e na regulação hormonal. A ovogênese, processo de formação de óvulos, ocorre periodicamente, resultando na maturação de um óvulo maduro durante cada ciclo menstrual. O ciclo menstrual, intrinsecamente ligado aos ovários, é governado por flutuações hormonais. Estrogênio e progesterona, os principais hormônios sexuais femininos, são liberados pelos ovários em diferentes fases do ciclo. O momento crucial é a ovulação, quando um óvulo é liberado de um dos ovários, estimulado pelo hormônio luteinizante (LH). Após a ovulação, o folículo transforma-se no corpo lúteo, que secreta progesterona e estrogênio. Esses hormônios preparam o útero para a possível implantação de um óvulo fertilizado. Se a gravidez não ocorre, o corpo lúteo degenera, diminuindo os níveis de progesterona e iniciando um novo ciclo menstrual. Os ovários, portanto, são centrais na orquestração de eventos hormonais e reprodutivos. Seu papel na produção de óvulos e regulação hormonal é essencial para a saúde e a fertilidade femininas. O útero, também conhecido como matriz, é um órgão fundamental no sistema reprodutivo feminino. Sua forma é semelhante à de uma pera, e sua localização na pelve torna-o central para o processo reprodutivo. O útero é composto por três camadas distintas. A camada interna, chamada endométrio, é vital durante o ciclo menstrual. Ao longo desse ciclo, o endométrio passa por mudanças cíclicas, espessando-se e se tornando mais vascularizado em preparação para a possível implantação de um óvulo fertilizado. No cenário de uma gravidez bem-sucedida, o útero é o local onde o embrião se implanta e se desenvolve. O miométrio, a camada muscular do útero, desempenha um papel crucial nas contrações uterinas durante o parto. Além disso, o útero está conectado ao colo do útero, que se abre para a vagina. O colo do útero é um ponto-chave na saúde reprodutiva, sendo o local onde ocorre a coleta de células para exames como o Papanicolau, importante na detecção precoce de condições como o câncer cervical. Tubas uterinas: estrutura essencial no sistema reprodutor feminino, também conhecidas como trompas de Falópio, são estruturas tubulares essenciais no sistema reprodutivo feminino. Elas conectam os ovários ao útero, desempenhando um papel crucial no processo de fertilização. Essas tubas têm aproximadamente 10 a 12 centímetros de comprimento e são compostas por três partes principais: a infundíbulo, o amplo e o ístmo. O infundíbulo é a parte alargada próximo ao ovário, e sua extremidade tem projeções em forma de dedos chamadas fímbrias, que ajudam a capturar o óvulo liberado durante a ovulação. Quando um óvulo é liberado de um dos ovários, as fímbrias ajudam a guiá- lo para o interior da tuba uterina. A fertilização geralmente ocorre na ampola, a parte média da tuba, onde o óvulo pode encontrar um espermatozoide. As tubas uterinas desempenham um papel crucial na fertilização, mas também têm funções adicionais. Elas proporcionam um ambiente propício para a fertilização, facilitando a união dos gametas masculino e feminino. Além disso, as células ciliadas ao longo das tubas ajudam a transportar o óvulo fertilizado em direção ao útero. É importante notar que, em casos de obstrução ou danos às tubas uterinas, a fertilidade pode ser afetada, dificultando a ocorrência natural da gravidez. Portanto, a saúde e a funcionalidade das tubas uterinas são cruciais para o sucesso do processo reprodutivo feminino. A vagina é um órgão tubular e muscular do sistema reprodutivo feminino, localizado entre a vulva e o colo do útero. Este canal flexível é responsável por várias funções, incluindo o ato sexual, a passagem do fluxo menstrual e a via de parto durante o parto. Anatomicamente, a vagina é constituída por tecidos musculares e membranas mucosas. Sua elasticidade permite acomodar mudanças de tamanho durante o ato sexual e, mais notavelmente, durante o parto, quando se expande para permitir a passagem do bebê. Esse órgão também desempenha um papel importante na autolimpeza. As glândulas na parede vaginal produzem um muco que ajuda a manter a umidade e o equilíbrio bacteriano adequado, contribuindo para a saúde geral da região. A flora vaginal, composta por bactérias benéficas, é uma parte fundamental do sistema imunológico local, ajudando a prevenir infecções. No entanto, desequilíbrios podem ocorrer, levando a infecções fúngicas ou bacterianas, destacando a importância da higiene adequada e do monitoramento da saúde vaginal. Em termos de saúde reprodutiva, a vagina serve como o canal de parto, permitindo que o bebê passe do útero para o mundo exterior. Durante o ciclo menstrual, ela também desempenha um papel na saída do fluxo menstrual. O monte do púbis é uma região rica em tecido adiposo, localizada à frente da sínfise púbica. Os grandes lábios são pregas cutâneas que protegem o óstio da uretra, o clitóris e a vagina. Os pequenos lábios circundam o vestíbulo da vagina, também como fator de proteção. O clitóris é um órgão erétil com grande quantidade de terminações nervosas sensitivas que atuam exclusivamente na estimulação sexual. Durante a puberdade, o hipotálamo inicia gradualmente a liberação do GnRH, que estimula a hipófise a secretar de hormônios gonadotróficos: LH e FSH. Esse hormônios estimulam os ovários a produzir os hormônios sexuais femininos, levando a menarca, a primeira menstruação de uma mulher, que marca o início de sua vida reprodutiva. A menarca pode ocorrer entre 9 e 16 anos, com idade média, no Brasil, de 12 anos e 4 meses. Os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares e podem permanecer assim por até 2 ou 3 anos. Chamamos de menacme o período fértil da mulher. Este intervalo de tempo ocorre entre a menarca e a menopausa. Durante o menacme acontecem os ciclos sexuais mensais femininos ou ciclos menstruais. A duração média do ciclo menstrual é de 28 dias, variando entre 25 e 35 dias. Nesse período de 28 dias, existem 2 diferentes ciclos que ocorrem ao mesmo tempo: o ciclo ovariano e o ciclo endometrial. ROTEIRO 2 – EXAME CLÍNICO DAS MAMAS A realização do exame clínico das mamas deve ser realizada por profissionais treinados, geralmente médicos e enfermeiros. É imprescindível na avaliação de lesões suspeitas de neoplasia mamária, bem como na diferenciação entre nódulos palpáveis e não palpáveis. 2.1 Etapas exame clínico das mamas A inspeção ocorre em dois momentos - estática e dinâmica. Inspeção estática: Realizada em local bem iluminado, com a paciente em pé ou sentada, com o tórax desnudo e com os braços relaxados ao longo do corpo ou levantados sobre a cabeça. • Avalie sinais sugestivos de câncer: • Alterações na simetria das mamas e do complexo aréolo-papilar; • Alterações no contorno da mama; • Abaulamentos ou retrações de pele; • Ulcerações cutâneas ou do complexo areolopapilar Inspeção dinâmica: Solicite que a paciente coloque as mãos no quadril e após eleve os braços, contraindo uma mão contra a outra, atrás da nuca. Verifique se há aparecimento de retrações e ou abaulamentos. Palpação: Realizada com a paciente sentada com os braços atrás da nuca e, após, deitada com os braços elevados. Com a paciente sentada, palpe as cadeias linfáticas supraclaviculares e axilares (o braço homolateral relaxado e o antebraço repousando sobre o antebraço homolateral do examinador). Com a paciente deitada, examine cada área aplicando três níveis de pressão: leve, média e profunda, realizar movimentos circulares com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos da mão. Avaliação da descarga papilar: A saída da secreção pode ser provocada pela compressão digital de um nódulo ou área de espessamento. Aplique compressão unidigital suave sobre a região areolar, em sentido radial,contornando a papila. Na descrição informar se é uni ou bilateral, uni ou multiductal, espontânea ou provocada pela compressão de algum ponto específico, coloração e relação com algum nódulo ou espessamento palpável. Pacientes com descarga papilar bilateral leitosa (alteração benigna): solicitar exames de prolactina e TSH para avaliar encaminhamento ao especialista. 2.2 Sinais e sintomas mamários altamente sugestivos de câncer de mama Nódulo palpável endurecido, imóvel, fixo ao tecido subjacente, sem margens definidas, linfonodos axilares aumentados, densos e confluentes. Descarga papilar abassuspeita: Sanguínea, serossanguínea ou cristalina “água de rocha”; espontânea; em mulher com idade superior a 50 anos. Alteração unilateral recente do mamilo, como retração ou distorção. Alteração unilateral na pele da mama, como edema cutâneo semelhante à “casca de laranja”, retração cutânea ou eczema que não responde a tratamentos tópicos. ROTEIRO 3 – EXAME CLÍNICO DOS ÓRGÃOS GENITAIS EXTERNOS Para dar início ao exame é necessário que a paciente adote a posição ginecológica ou litotômica. Inspeção estática - Distribuição de pelos Forma do períneo e da vulva, grandes e pequenos lábios Clitóris, uretra e hímen. Examina-se a pele da vulva, já que está é um local propício para proliferação de microrganismo que podem resultar em processos infecciosos totalmente desconfortáveis para mulher. Inspeção dinâmica -Tração dos grandes lábios com os dedos polegar e indicador em forma de pinça, solicita que o paciente faça esforço com o abdome simulando uma evacuação ou tosse. Consiste na avaliação de anomalias por meio da Manobra de Valsalva. Realiza-se a palpação de toda a vulva tentando identificar tumores, cistos e linfonodos. ROTEIRO 4 – COLETA DE MATERIAL PARA CITOLOGIA ONCÓTICA CERVICAL 4.1 Exame especular e citopatológico O exame especular irá avaliar os aspectos do colo uterino, assim como presença de sangue e lesões Características da secreção vaginal. Para executar esse exame, o profissional de saúde deve ter em mãos o espéculo de tamanho adequado para cada mulher. A paciente deve estar despida e em posição ginecológica, o enfermeiro irá inserir delicadamente o espéculo na vagina, quando o espéculo estiver próximo ao colo do útero ocorrerá sua abertura. O profissional de saúde irá observar os aspectos, odores e secreções do útero. O exame citopatológico é realizado juntamente com o exame especular. Para finalizar o exame, o espéculo deverá ser retirado de maneira delicada. Os materiais utlizados para realização do exame são: Espéculo de Collins: é um dos instrumentos do exame ginecológico de composição plástica e descartável, ele afasta as paredes da vagina para facilitar a visualização do colo do útero. Espéculo pediátrico de Pederson: mesmo instrumento, porém em tamanho menor, utilizado em pacientes virgens. Espátula de Ayre: é um instrumento parecido com uma espátula de madeira utilizado para a obtenção do material do colo do útero. Escova endocervical: é uma escova utilizada para obtenção do material interno do colo do útero. A espátula de Ayre será encaixada no centro do colo do útero para a coleta da secreção, posteriormente, será introduzida a escova endocervical, para coletar uma amostra das substâncias internas do colo uterino. As amostras coletadas serão depositadas em uma lâmina de vidro, ao qual será analisada microscopicamente por um laboratório. Avalia-se a vagina; o colo e corpo do útero, em que se analisa a posição, volume, forma, mobilidade, consistência e simetria; os anexos, considerando as tubas uterinas e os ovários que, normalmente, não são palpáveis; e presença de dor durante o exame. ROTEIRO 5 – DESENVOLVIMENTO FETAL O desenvolvimento fetal é um dos processos essenciais da vida humana, marcado por uma série de etapas, que começam com a fertilização do óvulo pelo espermatozoide. Após a fertilização, ocorre uma rápida divisão celular, formando uma estrutura chamada blastocisto. Esse estágio inicial é importante para a formação dos tecidos básicos e a diferenciação dos principais sistemas do corpo humano. 5.1 Desenvolvimento fetal de 9 a 12 semanas: sinapses No início do período fetal, já é possível observar a formação das conexões entre as células nervosas, conhecidas como sinapses, no córtex cerebral, a camada mais externa do cérebro. Nesse estágio, também começamos a identificar o corpo caloso, uma estrutura vital que conecta os dois hemisférios cerebrais. Além do desenvolvimento do sistema nervoso central, o sistema nervoso periférico está em pleno crescimento. Portanto, caso fosse possível estimular a sola dos pés ou das mãos, o feto já responderia a esses estímulos, devido ao desenvolvimento de receptores nervosos na superfície da pele. Essas precoces respostas sensoriais destacam a rápida evolução do sistema nervoso durante o período fetal. Na imagem abaixo é possível visualizar um feto de aproximadamente 12 semanas: Fonte: ufrgs.br 5.1.1 Formação de lábios e nariz Os lábios e o nariz estão tomando sua forma final. Nesse estágio, as cordas vocais estão em desenvolvimento, permitindo que o feto realize movimentos como: • Bocejar • Chupar o dedo • Engolir • Líquido amniótico e se alongar. 5.1.2 Desenvolvimento intestinal A herniação intestinal fisiológica, que começou por volta da sexta semana de desenvolvimento, está agora resolvida. Assim, o intestino retorna completamente para a cavidade abdominal e já é capaz de absorver a glicose e a água presentes no líquido amniótico. Além disso, o feto começa a produzir sua própria urina, que é despejada no líquido amniótico. 5.1.3 Diferenciação da genitália No final do primeiro trimestre, a genitália externa masculina e feminina começa a se diferenciar. Nesse estágio, o feto já alcança cerca de 8,5 centímetros de comprimento. Destaca-se também o desenvolvimento do fêmur, que é o maior osso do corpo humano. 5.2 Hormônios na circulação fetal: 13 a 15 semanas Nesse estágio, as unhas dos pés começam a se formar. Nas meninas, os primeiros folículos ovarianos começam a se desenvolver um pouco antes da 13ª semana de gestação. Além disso, o pâncreas do feto já está secretando hormônios na circulação fetal, contribuindo para o desenvolvimento dos sistemas corporais. O pescoço do feto está mais alongado nesse período. Além disso, o crescimento é especialmente rápido nessa etapa, e o tamanho do feto pode chegar a cerca de 12 centímetros. Essas mudanças físicas indicam o progresso contínuo do desenvolvimento fetal durante o segundo trimestre de gestação. 5.3 Desenvolvimento fetal entre 19 a 21: formação de vérnix caseosa Nessa fase, as proporções corporais estão se tornando mais equilibradas, assim como as características faciais estão se desenvolvendo. A mãe já consegue perceber os movimentos do feto, o que é considerado uma das partes mais emocionantes da gestação. A película de vérnix caseosa começa a envolver a pele, proporcionando proteção contra o líquido amniótico. Fonte: ufrgs.br Além disso, o feto pode apresentar alguns cabelos além do lanugo. O ritmo de crescimento está diminuindo, e o feto atinge aproximadamente 27 centímetros de comprimento e 390 gramas de peso. 5.4 Os alvéolos pulmonares: 22 a 25 semanas A formação dos alvéolos pulmonares ocorre principalmente durante o terceiro trimestre da gestação, geralmente a partir da 24ª semana de gravidez. É neste período que os pulmões do feto amadurecem e desenvolvem as estruturas necessárias para a respiração fora do útero. Portanto, processo de formação dos alvéolos continua até o nascimento e mesmo após o nascimento, com os pulmões se adaptando gradualmente à respiração fora doambiente líquido amniótico. Além disso nos caso em que há um parto prematuro, a expectativa de sobrevivência é ampliada. Órgãos como os olhos já têm a movimentação típica durante o sono e o feto já responde a estímulos sonoros do ambiente externo. Em relação ao desenvolvimento cerebral, as conexões entre o sistema nervoso periférico e o central já estão sendo estabelecidas. 5.5 Desenvolvimento fetal entre as semanas 26 a 30 A gordura subcutânea começa a se acumular, além disso, o peso aumenta consideravelmente, alcançando quase 2 quilos, enquanto medem cerca de 43 centímetros. Neste estágio, os músculos abdominais da mulher estão bastante alongados. Eles têm uma capacidade reduzida de contração e de manter a região lombar adequadamente alinhada, o que pode resultar em desconforto nas costas. 5.5.1 Impacto sobre os órgãos da mulher Com o considerável crescimento fetal durante o terceiro trimestre, a parede uterina se torna mais fina, chegando a cerca de 5 milímetros ao final da gestação. À medida que a gravidez avança, o útero, que anteriormente se localizava na cavidade pélvica, agora ocupa quase toda a cavidade abdominal. Este deslocamento pressiona os intestinos, o fígado e o estômago maternos para cima, elevando o diafragma e consequentemente expandindo a cavidade torácica. Dessa forma, com toda essa pressão, o conteúdo estomacal pode ser empurrado para cima até o esôfago, resultando na conhecida azia da gestação. Assim, na pelve, a bexiga comprimida provoca um aumento na frequência urinária e, em alguns casos, pode até levar à incontinência urinária. 5.6 Fase final do desenvolvimento fetal Durante o terceiro trimestre da gravidez, o desenvolvimento do bebê atinge marcos que merecem atenção. Por exemplo, os olhos do feto atingem cerca de 75% do tamanho que terão na vida adulta, destacando a incrível jornada do crescimento ocular. Portanto, é importante compreender os termos utilizados para descrever o estágio de desenvolvimento fetal. Este é um momento onde o feto já demonstra uma capacidade pulmonar e de deglutição significativa, sinalizando que o momento do nascimento está se aproximando rapidamente. Entretanto, mesmo após o nascimento, o desenvolvimento do bebê está longe de ser concluído. Nos meses e anos seguintes, inúmeras transformações continuarão a acontecer. Alguns sistemas corporais, como o cardiovascular, respiratório e urinário, finalizam sua diferenciação apenas após o nascimento. Além disso, o desenvolvimento cerebral continua ativamente durante a vida pós-natal, estendendo-se até a adolescência, ressaltando a importância de cuidados e estímulos adequados durante essa fase crucial da vida. ROTEIRO 6 – EXAME FÍSICO DA GESTANTE Idealmente, as mulheres que estiverem planejando uma gestação devem procurar um médico antes da concepção; assim, elas podem aprender sobre os riscos da gestação e maneiras de reduzir os riscos. Uma vez grávida, as mulheres necessitam de cuidados pré-natais rotineiros para ajudar a salvaguardar sua saúde e a do feto. Além disso, é necessária a avaliação dos sinais e sintomas de doenças. Sintomas comuns que frequentemente estão relacionados à gestação incluem: • Sangramento vaginal; • Dor pélvica; • Vômitos; • Edema nos membros inferiores A consulta inicial do pré-natal deve ocorrer entre a 6ª e a 8ª semana de gestação. Consultas de acompanhamento devem ocorrer em intervalos de cerca de 4 semanas até a 28ª semana. Durante a consulta inicial, deve-se obter a história clínica completa da paciente, incluindo: • Doenças anteriores e atuais; • Uso de fármacos (terapêuticas, sociais e ilícitas); • Fatores de risco de complicações na gestação; • História obstétrica, incluindo os resultados de todas as gestações anteriores e complicações maternas e fetais (p. ex., diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, malformações congênitas, feto natimorto); • A história familiar deve incluir doenças crônicas em familiares para identificar possíveis fatores hereditários; Durante as consultas subsequentes, as perguntas devem focar a ocorrência de problemas recentes, em particular, sangramento vaginal ou perda de líquido, cefaleia, alterações visuais, edema facial ou digital e alterações na frequência ou intensidade dos movimentos fetais. 6.1 Gestação e paridade A gestação é o número de gestações confirmadas; uma gestante é considerada uma grávida. Paridade é o número de partos depois da 20ª semana. A gestação multifetal é considerada como uma, em termos de gestação e paridade. Aborto é o número de gestações perdidas (abortos) antes da 20ª semana, não importando a causa (p. ex., aborto espontâneo, terapêutico ou eletivo; gestação ectópica). A soma de paridade e abortos é igual ao número de gestaçãoes. 6.2 Exame físico Em geral o exame físico é detalhado, incluindo pressão arterial (PA), altura e peso, é realizado primeiro. Deve-se calcular e registrar o índice de massa corporal (IMC). Deve-se aferir a PA e o peso em cada consulta pré-natal. No exame obstétrico inicial, deve-se fazer exame pélvico bimanual e especular pelas seguintes razões: • Verificar para presença de lesões ou corrimento; • Notar coloração e a consistência do colo; • Obter amostras cervicais para testes; Além disso, deve-se avaliar os batimentos cardíacos fetais e, em pacientes em estado mais avançado de gestação, a posição do feto, a capacidade pélvica pode ser estimada clinicamente por avaliação de várias medidas realizadas durante o toque bimanual. Durante as consultas subsequentes, é importante a avaliação da PA e do peso. O exame obstétrico deve focar a altura uterina, a altura do fundo (em cm acima da sínfise púbica), os batimentos cardíacos fetais, a dieta e o ganho de peso materno e o bem-estar geral. O toque bimanual e o exame especular geralmente não são necessários, a menos que haja corrimento ou sangramento vaginal, perda de líquido ou dor. 6.3 Exames laboratoriais A avaliação pré natal envolve testes de urina e exames de sangue. A avaliação laboratorial inicial dever ser minuciosa; alguns componentes são repetidos durante as consultas de acompanhamento pré-natal . Se uma mulher tem sangue Rh negativo, ela pode ter o risco de desenvolver anticorpos para Rho(D) e, se o pai tem sangue Rh -positivo, o feto pode ter o risco de desenvolver eritroblastose fetal. Deve-se medir os níveis de anticorpos para Rh(D) em gestantes na consulta pré-natal inicial e novamente em torno da 26ª à 28ª semana. Nesse momento, mulheres com sangue Rh-negativo recebem uma dose profilática de imunoglobulina Rho(D). Medições adicionais podem ser necessárias para prevenir o desenvolvimento de anticorpos anti -Rh maternos. Também é testado se há proteínas na urina. Proteinúria antes de 20 semanas de gestação sugere doença renal. Proteinúria após 20 semanas de gestação pode indicar pré eclâmpsia. Em geral, as mulheres passam rotineiramente por triagem para detectar diabetes gestacional entre a 24ª e 28ª semana, utilizando o se a gestante tiver fatores de risco significativos para a doença, ela deve fazer o teste de triagem no 1º trimestre. Esses fatores de risco incluem: • Diabetes gestacional ou um recém-nascido macrossômico (peso > 4.500 g ao nascer) em uma gestação anterior • Perdas fetais inexplicáveis • Forte história familiar de diabetes em parentes de 1º grau • História de glicosuria persistente • Índice de massa corporal (IMC) > 30 kg/m2 • Síndrome do ovário policístico com resistência à insulina Se o teste no 1º trimestre é normal, o teste de 50 g deve ser repetido em 24 a 28 semanas, seguido, se anormal, por um teste de 3 horas. Resultados anormais em ambos os testes confirmam o diagnóstico de diabetes gestacional. Mulheres com alto risco de aneuploidia (p.ex., aquelas com > 35 anos, aquelas que tiveram filho com síndrome de Down) devem passar por triagem com DNA livre de células séricas maternas. A maioria dos obstetras recomenda pelo menos um exame de ultrassom durante a gestação, idealmente entre a 16ª e a 20ª semana, quando a DPP ainda pode ser confirmada com bastante exatidão e é possível avaliar a localização da placenta e a anatomia fetal. A estimativa da idade gestacional baseia-se nas medidas fetais da circunferência da cabeça, do diâmetro biparietal, da circunferência abdominal e do comprimento do fêmur. A medição do comprimento cabeça-nádega fetal durante o 1º trimestre é particularmente precisa para definir a DPP; a DPP pode variar em cerca de 5 dias quando se obtém as medições em 1,4 kg/mês nos primeiros meses) ou inadequado (intensidade e frequência das contrações. 8.2 Estágios do trabalho de parto São 3 as fases do parto. A 1ª fase — do início do trabalho de parto até a dilatação total do colo (cerca de 10 cm) — compreende 2 períodos, latente e ativo. Durante a fase latente, as contrações irregulares tornam-se progressivamente coordenadas, o desconforto é mínimo e o colo se apaga e dilata até 4 cm. O período latente é variável, sendo difícil precisar o tempo de duração, variando, em média, 8 horas em nulíparas e 5 horas em multíparas; a duração é considerada anormal se for > 20 horas em nulíparas e > 12 horas em multíparas. Durante a fase ativa, o colo se torna plenamente dilatado e a apresentação fetal insinua-se na pelve média. Em média, a fase ativa dura de 5 a 7 horas em nulíparas e de 2 a 4 horas em multíparas. O exame pélvico é feito a cada 2 a 3 horas a fim de se avaliar o progresso do trabalho de parto. A falta de progresso da dilatação e a descida da apresentação podem indicar distocia (desproporção cefalopélvica). Se as membranas não se romperem de modo espontâneo, alguns médicos utilizam rotineiramente amniotomia (ruptura artificial das membranas) durante a fase ativa. Como resultado, o trabalho de parto pode evoluir mais rápido e o líquido amniótico meconial pode ser detectado precocemente. Nesse período, a amniotomia pode ser necessária para monitorar o feto e confirmar o seu bem- estar. Durante a 1ª fase do trabalho de parto, deve-se verificar a frequência cardíaca materna e a pressão arterial e frequência cardíaca fetais continuamente por monitoramento eletrônico ou por ausculta intermitente, geralmente com um dispositivo de ultrassom portátil com Doppler. A 2ª fase vai da dilatação total do colo até o desprendimento do feto. Dura até 2 horas em nulíparas (em média 50 minutos) e 1 hora em multíparas (em média 20 minutos). Esse processo pode durar outra hora ou mais se for conduzido com o uso de analgesia (epidural) ou sedação intensa com opioide. Para o parto espontâneo, a mulher deve suplementar as contrações uterinas por meio da força de expulsão. Na 2ª fase, as mulheres devem ser examinadas constantemente e os batimentos cardíacos fetais devem ser checados de modo contínuo ou após cada contração. As contrações uterinas podem ser monitoradas pela palpação ou eletronicamente. Durante o 2º estágio (em comparação com o 1º estágio), a posição da mãe não afeta a duração ou o modo do parto, nem o desfecho materno ou neonatal nos partos sem anestesia peridural. Além disso, a técnica de empurrar (espontânea versus direcionada e tardia versus imediata) não afeta o modo do parto nem o desfecho materno ou neonatal. O uso de anestesia peridural atrasa a expulsão e pode prolongar o 2º estágio em uma hora . A 3ª fase do parto começa após a retirada do lactente e termina com a retirada da placenta. Essa fase geralmente dura apenas poucos minutos, mas pode durar até 30 minutos. ROTEIRO 9 – MECANISMOS DO PARTO Tempos do mecanismo do parto é algo totalmente fisiológico, e os partos eutócicos (que não necessitam de intervenção), 96% ocorrem nas apresentações cefálicas fletidas, e é claro que vai ser o mais queridinho das bancas. São 6 tempos: • Insinuação ou primeiro tempo; • Descida ou segundo tempo; • Rotação interna da cabeça ou terceiro tempo; • Desprendimento da cabeça fetal, extensão ou quarto tempo; • Rotação externa da cabeça ou quinto tempo 9.1 Período do trabalho de parto Insinuação ou primeiro tempo, passagem do diâmetro biparietal (cabeça do feto) pelo estreito superior, quando se “encaixa”. O ápice da cabeça fetal se encontra em nível das espinhas isquiáticas (plano 0 de De Lee). Geralmente, ocorre uma variedade de posição transversa (occipital voltada para o ilíaco direito ou esquerdo); Descida ou segundo tempo, progressão do polo cefálico do estreito superior para o inferior. Começa no início do trabalho de parto e termina com expulsão total do feto. Durante a insinuação e descida, ocorre o assinclitismo, que são movimentos de inclinação lateral da apresentação. O sinclitismo é quando a sutura sagital está na equidistante do promontório e da sínfise púbica. O assinclitismo posterior (mais comum) é quando a sutura sagital está mais próxima do pube, o anterior é quando a sutura sagital está mais próxima do sacro. Geralmente, o assinclitismo se corrige espontaneamente, mas, se não corrige, é considerado uma distócia; Rotação interna da cabeça ou terceiro tempo, quando polo cefálico entra em contato com o assoalho pélvico, a circunferência máxima da cabeça fetal se encontra no plano 0 de De Lee. Tem como objetivo colocar a linha de orientação no diâmetro anteroposterior do estreito inferior da bacia materna. No geral, há rotação para a posição occipitopúbica, sempre no sentido da menor circunferência a percorrer; Desprendimento da cabeça fetal ou extensão ou quarto tempo, quando a cabeça fetal chega a nível do períneo, ela desprende com auxílio da retropulsão o cóccix, o movimento é por deflexão. É mais rápido na occípito pública; Rotação externa da cabeça ou quinto tempo, esse é o período que não requer intervenção do obstetra. É a volta do occipício à orientação observada antes da rotação interna. Geralmente, o ombro anterior fica voltado para o pube; Desprendimento das espáduas, desprendimento da cintura escapular e do polo pélvico. A liberação do ombro anterior ocorre primeiro, após o posterior e liberação do feto. Nessa fase, pode ocorrer distocia de ombro (1 a 4% dos partos). ROTEIRO 10 – CUIDADOS IMEDIATOS AO RECÉM NASCIDONA SALA DE PARTO Os recém-nascidos têm habilidades incríveis de adaptação no momento do parto. No entanto, eles dependem de outros para alimentação, calor e conforto. Mudanças físicas surpreendentes ocorrem com o nascimento, quando o bebê nasce, o cordão umbilical é clampeado e cortado próximo ao umbigo. Isso acaba com a dependência do bebê da placenta para oxigênio e nutrição. Quando o bebê respira pela primeira vez, o ar se move para os pulmões. Antes do nascimento, os pulmões não são usados para trocar oxigênio e dióxido de carbono e precisam de menos suprimento sanguíneo. A circulação fetal envia a maior parte do suprimento de sangue para fora dos pulmões por meio de conexões especiais no coração e nos grandes vasos sanguíneos. Quando um bebê começa a respirar ar ao nascer, a mudança na pressão nos pulmões ajuda a fechar as conexões fetais e redirecionar o fluxo sanguíneo, agora o sangue é bombeado para os pulmões para ajudar na troca de oxigênio e dióxido de carbono. Alguns bebês têm muito líquido nos pulmões, estimular o bebê a chorar por meio de massagem e acariciando a pele pode ajudar a trazer o fluido para cima, onde pode ser aspirado do nariz e da boca. É preciso fornecer calor para o recém-nascido, um bebê recém-nascido está molhado do líquido amniótico e pode facilmente ficar frio. É necessário: Secar o bebê e usar cobertores quentes e lâmpadas de aquecimento pode ajudar a evitar a perda de calor; Muitas vezes, um gorro de malha é colocado na cabeça do bebê; Colocar um bebê pele a pele no peito ou no abdômen também ajuda a manter o bebê aquecido. Esse contato pele a pele precoce também reduz o choro, melhora sua interação com o bebê e ajuda a mãe a amamentar com sucesso. 10.1 Cuidados imediatos com o recém-nascido As avaliações de saúde do novo bebê começam imediatamente, uma das primeiras verificações é o teste de Apgar. O teste de Apgar é um sistema de pontuação para avaliar a condição do recém-nascido em 1 minuto e 5 minutos após o nascimento, o profissional de saúde ou a parteira e as enfermeiras avaliarão esses sinais e darão um valor em pontos: • Atividade; • Tônus muscular; • Taxa de pulso; • Careta; • Irritabilidade; • Aparência;• Cor da pele; • Respiração Uma pontuação de 7 a 10 é considerada normal, entre 4 à 6 pode significar que o bebê precisa de algumas medidas de respiração de resgate (oxigênio) e monitoramento cuidadoso. Já se for uma pontuação de 3 ou menos significa que o bebê precisa de respiração de resgate e técnicas de salvamento. 10.2 Score de Apgar Um breve exame físico é feito para verificar se há sinais óbvios de que o bebê está saudável. Outros procedimentos serão feitos nos próximos minutos e horas. Isso pode ser feito na sala de parto, no berçário ou no seu quarto, dependendo da política do hospital e da condição do bebê. Alguns desses procedimentos incluem: • Medição da temperatura; • Frequência cardíaca e frequência respiratória; • Medição de peso, comprimento e perímetro cefálico Essas medidas ajudam a descobrir se o peso e as medidas de um bebê são normais para o número de semanas de gravidez, bebês pequenos ou com baixo peso e bebês muito grandes podem precisar de atenção e cuidados especiais. 10.3 Cuidados com o cordão O coto do cordão umbilical do bebê terá uma pinça, ele precisa ser mantido limpo e seco. Uma vez que a temperatura do bebê se estabilize, o primeiro banho pode ser dado. 10.4 Cuidados com os olhos Bactérias no canal do parto podem infectar os olhos de um bebê, o bebê receberá colírios ou pomadas com antibióticos ou antissépticos logo após o parto ou mais tarde no berçário para prevenir infecção ocular. 10.5 Pegadas Estas são muitas vezes tomadas e registradas no prontuário médico, antes de um bebê sair da sala de parto, pulseiras de identificação com números correspondentes são colocadas no bebê e na mãe. Os bebês geralmente têm 2, no pulso e no tornozelo, estes devem ser verificados cada vez que o bebê entra ou sai do seu quarto. 10.6 Cuidados com o recém-nascido após um parto vaginal Bebês saudáveis nascidos de parto vaginal geralmente podem ficar com a mãe, em muitos hospitais, as avaliações imediatas do recém-nascido incluem peso, comprimento e medicamentos. Até o primeiro banho é feito no seu quarto. O mais rápido possível, o bebê é colocado nos braços da mãe, muitas vezes, o bebê é colocado pele a pele com a mãe logo após o nascimento. Alguns bebês vão amamentar imediatamente, na primeira ou duas horas após o nascimento, a maioria dos bebês está em uma fase alerta e bem acordada. Isso oferece uma chance para os pais conhecerem seu novo bebê. O foco de visão de um bebê é melhor em cerca de 8 a 12 polegadas – apenas a distância do bebê embalado entre os braços e o rosto da mãe. Esta primeira hora ou 2 após o nascimento também é o melhor momento para começar a amamentar. Os bebês têm uma capacidade inata de começar a amamentar logo após o nascimento. Alguns medicamentos e anestesia administrados durante o trabalho de parto podem afetar a capacidade de sucção do bebê, mas a maioria dos bebês saudáveis conseguem mamar nessas primeiras horas. Esta primeira mamada ajuda a estimular a produção de leite materno, também faz com que seu útero se contraia. Isso pode ajudar a evitar muito sangramento. 10.7 Cuidados com o recém-nascido após uma cesariana Os bebês nascidos por cesariana geralmente são examinados por uma enfermeira ou profissional de saúde logo após o parto. Isso geralmente é feito perto da mãe na sala de cirurgia. Como os bebês nascidos por cesariana podem ter problemas para limpar parte do fluido e muco pulmonar, eles geralmente precisam de sucção extra do nariz, boca e garganta. Em alguns casos, eles podem precisar de sucção mais profunda na traqueia. Uma vez que um bebê é examinado, uma enfermeira irá embrulhar o bebê calorosamente e trazê-lo para mãe ver e tocar. Todos os procedimentos usuais, como pesagem e medicamentos, são feitos lá. A amamentação pode começar nas primeiras horas logo na sala de recuperação, assim como no parto vaginal. 10.8 Quando um bebê tem problemas após o nascimento Todos os sistemas do corpo do bebê devem trabalhar juntos de uma nova maneira após o nascimento. Às vezes, um bebê tem problemas para fazer a transição. Avaliações de saúde, como o teste de Apgar feito logo após o nascimento, podem ajudar a descobrir se o bebê está bem ou com problemas. Se houver sinais de que o bebê não está bem, o tratamento pode ser feito na sala de parto. O profissional de saúde ou a parteira e outros membros da equipe de saúde trabalham juntos para ajudar o bebê a eliminar o excesso de líquido e começar a respirar. Os bebês recém-nascidos que precisam de cuidados médicos intensivos são frequentemente admitidos em uma área especial do hospital. Essa área é chamada unidade de terapia intensiva neonatal (UTIN). A UTIN combina tecnologia avançada e equipe de saúde treinada para dar atendimento especial aos menores pacientes, elas também podem ter áreas de cuidados intermediários ou contínuos para bebês que não estão tão doentes, mas precisam de cuidados especiais de enfermagem. RESULTADOS E DISCUSSÃO Um dos grandes cuidados que se deve ter é não focar somente na queixa pela qual a mulher busca atendimento, o profissional não deve trabalhar somente a partir das queixas, sinais e sintomas, doenças, síndromes, mas fazer uma consulta integral, com escuta e acolhimento. Importante observar a chegada da mulher na Unidade como uma oportunidade de promover autocuidado. A consulta de enfermagem é um espaço privilegiado de escuta, de atenção, de promoção da saúde para além do tratamento de doenças. Essa é uma forma de tornar a mulher protagonista da sua vida, do seu cuidado. É um processo importante de autonomia e empoderamento. A principal contribuição do profissional de saúde para o atendimento da população feminina é prestar diariamente uma assistência humana e que considera os diferentes perfis de mulheres e suas necessidades. A falta de acesso à informação sobre os estágios do parto, cuidados necessários e possibilidades de atendimento também é um problema, a dedicação do profissional de saúde em esclarecer as dúvidas da mulher é muito importante para garantir que o parto seja um momento especial na vida da paciente. REFERÊNCIAS Barros ALS, Lima DNO, Azevedo MD, Oliveira ML. Caderno de referência 1: Citopatologia Ginecológica. 1. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2012. Botelho NM. et al. Manual de habilidades profissionais: atenção à saúde da mulher e gestante. 1. ed. Belém: EDUEPA; 2018. Dawes, G. Birth Asphyxia, Reusucitation and Brain Damage. in Foetal and Neonatal Physiology 151–159 (Year Book Publisher, 1968). Exame físico ginecológico [Internet] . E-disciplina USP acesso em 01 de maio de 2024. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4543092/mod_page/intro/EXAME%20GIN ECOLOGICO.pd Exame ginecológico na perspectiva das usuárias de um serviço de saúde. 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