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1 FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO ENSINO DE ATLETISMO Prof. Esp. Eduardo Torres Ribeiro 2 FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO ENSINO DE ATLETISMO PROF. DR. EDUARDO TORRES RIBEIRO 3 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Me. Cristiane Lelis dos Santos Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Me. Cristiane Lelis dos Santos Revisão Gramatical e Ortográfica: Profª. Elislaine Santos Profª Débora Rith Costa Teixeira Revisão Técnica: Prof. Dr. Victo Neiva Lavorato Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite Lorena Oliveira Silva Portugal Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva Daniel Guadalupe Reis Élen Cristina Teixeira Oliveira Maria Eliza Perboyre Campos © 2023, Editora Prominas. Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza- ção escrita do Editor. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 4 FUNDAMENTOS METODOLÓGICOS DO ENSINO DE ATLETISMO 1° edição Ipatinga, MG Editora Prominas 2023 5 LEGENDA DE Ícones Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas quais você precisa ficar atento. Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a seguir: São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro. Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, associando-os a suas ações. Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos conteúdos abordados no livro. Apresentação dos significados de um determinado termo ou palavras mostradas no decorrer do livro. FIQUE ATENTO BUSQUE POR MAIS VAMOS PENSAR? FIXANDO O CONTEÚDO GLOSSÁRIO 6 UNIDADE 1 UNIDADE 2 SUMÁRIO 1.1 ATLETISMO ESPORTE BASE................................................................................................................................................................................................................................................................10 1.2 O ATLETISMO NO BRASIL...................................................................................................................................................................................................................................................................13 1.3 CURIOSIDADES HISTÓRICAS...........................................................................................................................................................................................................................................................14 FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................................20 2.1 CORRIDAS DE VELOCIDADE............................................................................................................................................................................................................................................................24 2.2 CORRIDAS DE MEIO FUNDO...........................................................................................................................................................................................................................................................32 2.3 CORRIDAS DE FUNDO.......................................................................................................................................................................................................................................................................33 2.4 MARCHA ATLÉTICA............................................................................................................................................................................................................................................................................35 2.4.1 Técnica da marcha atlética...............................................................................................................................................................................................................................................36 FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................................39 HISTÓRICO DO ATLETISMO ATLETISMO CORRIDAS E MARCHA UNIDADE 3 3.1 SALTO EM DISTÂNCIA........................................................................................................................................................................................................................................................................43 3.2 SALTO TRIPLO........................................................................................................................................................................................................................................................................................46 3.3 SALTO EM ALTURA..............................................................................................................................................................................................................................................................................47 3.4 SALTO COM VARA.............................................................................................................................................................................................................................................................................50 FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................54 ATLETISMO SALTOS UNIDADE 4 4.1 ARREMESSO DE PESO.........................................................................................................................................................................................................................................................................58 4.1.1 Fases do Arremesso de Peso................................................................................................................................................................................................................................................60 4.1.2 Técnicas para o Arremesso de Peso................................................................................................................................................................................................................................61 4.2 LANÇAMENTO DE MARTELO..........................................................................................................................................................................................................................................................62 4.2.1com barreiras. 8. (Educopédia – 2019). Considere as afirmações: I. Levando-se em conta que a prova de maratona possui 42,2 km (42.195 metros), a prova de meia maratona possui 21,1 km. II. Qualquer prova com mais do que 42,2 Km é considerada uma ultramaratona. Marque a alternativa correta: a) Ambas as alternativas estão certas; b) Ambas as alternativas estão erradas; c) Só a alternativa II está correta, porque não existe meia maratona; d) Só a alternativa I está correta, porque não existe prova mais longa do que uma maratona. e) Só a alternativa II está correta, porque só existe a São Silvestre que é uma maratona com distância menor de 15 Km. 42 ATLETISMO - SALTOS 43 Diferente das corridas, que são provas que na sua realização são feitos registros de marcas em relação ao tempo, nos saltos ocorre nas provas os registros de marcas de distância ou altura. Como também os saltos são modalidades do atletismo que possuem as mesmas provas para atletas do sexo masculino e feminino. Os saltos no Atletismo são divididos em dois tipos, cada um com 2 modalidades. Saltos em que as marcas aferidas são as distâncias, salto em distância e salto triplo (Saltos Horizon- tais), e saltos em que as marcas aferidas são as alturas, o salto em altura e o salto com vara (Saltos Vesticais). FIQUE ATENTO 3.1 SALTO EM DISTÂNCIA Assim como outras provas do atletismo, as origens doas salto data-se da Antiguidade, com registros destas provas nos Jogos Olímpicos na Grécia antiga. Uma história contada sobre a realização desta prova, diz que um competidor espartano no ano 656 a.C. teria realizado um salto à distância de 7,05 metros, e que essa marca só foi igualada 2530 anos depois, por um irlandês chamado John Lane. O salto em distância é realizado após uma breve corrida para ganhar impulso, o atleta chega à tábua, que separa a pista da caixa de areia, o atleta deve saltar o mais longe possível. O Atleta não pode pisar na linha de impulsão que fica no ponto final da tábua de impulsão no momento do solto (queimar o salto). A marca deixada na areia é usada para medir o salto, sendo considerada a distância entre a linha de impulso e o ponto mais próximo da marcação na areia. Figura 37: Pista - salto em distância Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) A dinâmica de funcionamento do salto em distância é de fácil compreensão, porém é uma prova que exige dos atletas a combinação de habilidades motoras, a coordenação, qualidades físicas, a velocidade e a força, para que os melhores resultados sejam alcançados nas quatro diferentes fases do salto: A Corrida de aproximação: fase em que o atleta adquire velocidade para impulsionar o salto. Ao mesmo tempo, também deve coordenar suas passadas para que pise no espaço correto da tábua e não queime o salto. A distância da corrida pode variar entre 10 passadas até mais de 20 passadas, respeitando o limite de 40 metros da pista. A técnica da corrida é semelhante à técnica da corrida de velocidade e a velocidade deve ser aumentada progressivamente até a tabua de impulsão. 44 A Impulsão (Takecoff): corresponde ao momento de impulsão para o salto. Nessa fase, o atleta busca manter a velocidade horizontal decorrente da corrida e adquirir, também, velocidade vertical. Com isso, o salto é realizado em movimento angular parabólico que potencializa a distância saltada. Quanto maior for a velocidade de aproximação do atleta, e menor for o tempo de taekoff, maior será a distância do salto. A planta do pé deve fazer um contato com o solo rápido e ativo. O tempo do impulso deve ser minimizado através de uma flexão mínima da perna de impulso. O Voo (flutuação): essa fase define o estilo do salto, pois nela os atletas realizam técnicas complementares para aumentar a distância saltada. Entre os estilos estão, principalmente, os saltos grupado, arco e com passadas no ar, sendo este o de execução mais complexa. Também ocorre, nessa fase, a preparação para a queda. No salto grupado a perna livre é mantida na posição da fase de impulso, o tronco deve permanecer ereto e vertical. A perna de impulso está em constante movimento durante a maior parte do voo. A perna de impulso é fletida e lançada para frente e para cima perto da fase final de voo e ambas as pernas devem estender-se para frente na queda. No salto com arco, ocorre a extensão dorsal a perna livre baixa através da rotação da pelve que avança para frente. A perna de impulso deve estar paralela a perna livre e os braços devem vir de trás para frente. No salto com passada no ar ou tesoura, o atleta continua a fazer o movimento de corrida no ar, com movimento circular dos braços. O ritmo da passada da corrida de impulso não deve ser alterado. O movimento de corrida no ar deve terminar na queda com as duas pernas estendidas para frente. 45 A Queda: parte final do salto, em que o atleta aterrissa, ainda buscando a maior eficiência do movimento. Nessa fase, portanto, deve-se projetar o corpo para frente, de modo favorecer que os pés toquem o solo na posição mais distante possível. Os braços devem ser puxados para trás e o quadril deve ser puxado par frente em direção ao ponto de contato com o solo, minimizando a perda de distância. Essas quatro fases descritas compõem o movimento do salto em distância como um todo. Por fim, após a realização do salto, ocorre a medição da distância obtida pelo atleta para, assim, ser mensurada a marca obtida. Em uma competição de salto em distância, a sequência dos saltadores é sorteada e geralmente, os atletas têm direito a 6 saltos por competição. Embora esse número varie conforme o regulamento das competições. Os três primeiros saltos podem ser usados para a definição dos 8 finalistas, que terão direito a mais três tentativas para definir o vencedor, que será aquele que obtiver a melhor marca em toda a prova. Além dessas observações, uma normativa importante é quanto à liberdade do atleta para incrementar seu salto com ações (grupado, arco e passadas no ar) que lhe permitam alcançar uma boa marca, desde que no momento da impulsão, o realize com um pé apenas. O Brasil sempre obteve bons resultados nessa prova, inclusive a primeira medalha de ouro na história do país em modalidades femininas, aconteceu com a saltadora Maurren Maggi, alcançando a marca de 7,04 metros, em 2008, nas Olimpíadas de Pequim. Fi gu ra 3 8: M au rr en M ag gi n as O lim pí ad as d e Pe qu im ( 20 08 ) Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l d o au to r (2 02 2) 46 3.2 SALTO TRIPLO O salto triplo é uma combinação de três saltos sucessivos que terminam com a queda em uma caixa de areia. A prova inicia-se com uma corrida de impulso. Objetivo deste salto é atingir a maior distância possível, utilizando três impulsos durante o salto. O salto triplo surgiu nos antigos Jogos Olímpicos, na Grécia, quando não existiam regras e os atletas podiam dar dois pulos e um salto, ou três passos e um salto durante a competição. Para realizar o salto triplo, executa-se o impulso inicial, uma passada saltada e um salto final. O comprimento do salto é medido a partir da tábua de impulsão até onde aterrissar o salto (caixa de areia). O segundo salto deve ser dado com a mesma perna que o primeiro. O terceiro salto deve ser dado com a perna contrária ao do primeiro e segundo saltos. O pé inativo não pode tocar o solo, não se pode, ao saltar, cair fora da pista ou da caixa de areia e o salto é considerado nulo, se alguma parte dos pés ultrapassar a tábua de impulsão. O salto triplo é o resultado de uma combinação da força e da técnica. Os perigos de lesão surgem apenas naqueles atletas que consideram o salto triplo como um apêndice do salto em distância. A técnica moderna do salto triplo exige robustez e uma boa condição física, sendo o atleta do salto triplo um saltador versátil. Ele necessita de força de impulsão, resistência de impulsão e destreza em elevada medida, uma capacidade de sprint muito boa um forte sentido de equilíbrio.Entre o salto em distância e o salto triplo existe uma relação estreita de movimentos. No salto triplo o objetivo da corrida de aproximação é a obtenção da velocidade ideal e a preparação para a impulsão. O melhoramento do recorde nos últimos anos deve-se principalmente, a uma corrida de balanço maior e mais rápida. A distância da corrida de aproximação depende da capacidade do atleta de atingir a sua velocidade ideal (velocidade máxima). Os saltadores que alcançam a sua velocidade máxima rapidamente necessitam de uma corrida de aproximação mais curta do que aqueles que têm menor poder de aceleração. Como regra de força aplica-se: atletas de alta competição 35 até 42 metros que compreendem 18 a 22 passadas de corrida de aproximação, jovens de 10 a 15 passadas. O tronco endireita-se gradualmente nas últimas passadas (preparação para a impulsão através do relaxamento). A impulsão é uma transição ativa da corrida para a fase de voo. É discutível com que perna se deve iniciar o Hop. Pode partir-se de uma força de impulsão aproximada de ambas as pernas, de forma que, em regra, a perna com maior propensão (a perna de impulsão no salto em comprimento) efetuará os dois primeiros saltos (Hop e Step), determinando-se assim 2/3 do rendimento total no salto triplo. Enquanto o 1° salto Hop é um salto o mais baixo possível e a perna de impulsão é 47 movimentada rapidamente sob o corpo, através da qual o saltador garante uma maior velocidade horizontal possível. A queda dá-se através da antecipação extensa do pé de queda (perna de impulsão), a perna, neste caso, está quase esticada. O saltador continua nesta fase até atingir o solo. O centro de gravidade do corpo deve permanecer cerca de um pé atrás do pé da frente. A própria queda dá-se sobre a planta do pé. Os braços e a perna de balanço auxiliam através de uma oscilação intensa a impulsão para o 2º Salto Step é o que dá mais cuidados ao atleta do salto triplo. Os aumentos de rendimento também são atribuídos à extensão do Step. A perna de balanço é movimentada até a horizontal; os braços movimentam-se alternadamente ou simultaneamente. O tronco permanece também aqui direito. A perna de impulsão, primeiro esticada, é mais tarde fletida e o joelho da frente é levado até à altura da bacia. Uma extensão simultânea das pernas de balanço e de impulsão inicia a queda. O pé apoia-se sobre toda a planta; o centro de gravidade do corpo encontra-se mais ou menos sobre os calcanhares. A queda ativa no Step facilita a impulsão para o 3º salto O Jump, que é a única parte do salto triplo que pode ser designada como salto em distância, onde são possíveis a aplicação de todas as três variantes da técnica dele, o salto grupado, arco e com passadas no ar ou tesoura. Figura 39: Salto triplo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 3.3 SALTO EM ALTURA Não se sabe ao certo a origem do salto em altura, mas sabe-se que era praticado na Alemanha por volta do século XVIII, de uma forma diferente da que conhecemos hoje, O primeiro registro de um salto em altura data de 1854 e o primeiro evento da modalidade foi registrado no século XIX na Escócia, no qual a barra horizontal foi colocada até 1,68 metro de altura. O esporte começou a ser praticado nas Olimpíadas durante os Jogos de Atenas, em 1896, onde o americano Ellery Clark foi o vencedor. Na busca pela melhor maneira de saltar fez do salto em altura a prova que mais sofreu modificações desde que começou a ser disputada, melhorando muito suas marcas. O objetivo no salto em altura é ultrapassar um sarrafo sem derrubá-lo, sem qualquer auxílio e com a impulsão de um só pé de apoio, se a impulsão ocorrer com os dois pés, o salto é anulado. Em uma competição oficial, a altura mínima a ser saltada é determinada pelos organizadores e juízes. Cada atleta escolhe com qual altura quer iniciar a competição e tem três chances de ultrapassá-la sem derrubar o sarrafo. A cada salto realizado com sucesso, o atleta pode definir qual a próxima altura que será saltada por ele. Geralmente há o incremento de três a cinco centímetros. Após três tentativas fracassadas, o atleta é eliminado da competição. Quem atingir a maior altura sem derrubar o sarrafo é o vencedor. No caso de empate, se dois ou mais atletas 48 empatarem em uma altura final, os critérios para definir a melhor colocação são: o menor número de saltos na altura de empate e o menor número de saltos falhos ao longo de toda a prova. Uma exceção é aplicada caso o empate seja relativo ao primeiro lugar da prova. Nesse caso, aplica-se um salto extra para definir a melhor colocação. A barra horizontal, conhecida como sarrafo, é feita de fibra de vidro ou alumínio e possui aproximadamente quatro metros de comprimento. Geralmente circular, o sarrafo é sustentado por dois postes verticais que ficam posicionados entre a pista de corrida e o local da queda dos atletas, que é revestido por um material que visa amortecer a queda do saltador. A pista por onde o atleta corre tem aproximadamente 20 metros de comprimento. Declara-se como nulo o salto em que o atleta encosta no sarrafo e o derrubar após o salto, tocar o solo no momento do salto de modo a adquirir vantagem e/ou tocar o sarrafo, o colchão ou as barras de suporte quando correr sem saltar. Dentre as três chances de salto, o atleta pode abortá-lo a qualquer momento e, a partir de então, começa-se a contar um minuto para que ele efetue uma nova tentativa. Caso o tempo estipulado seja ultrapassado, o salto será considerado nulo e o atleta perderá uma chance de saltar. Figura 40: Salto em altura do atletismo Fonte: Wikipédia (2022) Dentre as mudanças nas regras dessa modalidade, as mais significativas referem- se às técnicas utilizadas para realizar os saltos, empreendidas por diferentes atletas ao longo da história do salto em altura. Mas, além dessas, podem ser citadas também alterações na área de queda (inclusão de colchão para melhor amortecimento) e nos calçados para prática da modalidade (proibição de calçados com solas de impulsão, molas ou similares). Apesar das mudanças muitos elementos das primeiras regras dessa modalidade se mantêm nas disputas atuais. As maneiras de saltar são variadas, entre elas pode-se citar as técnicas mais conhecidas: • Tesoura: essa técnica é utilizada como alternativa à técnica de impulsão com os dois pés juntos, que foi proibida para evitar que a modalidade se tornasse uma disciplina acrobática. Nela, o atleta deve levantar as pernas uma de cada vez, impulsionando-se para o salto com a perna externa (mais distante da estrutura do sarrafo). • Rolo ventral: também consiste na impulsão com a perna mais próxima à estrutura de salto, seguida da projeção da perna de fora por cima do sarrafo. Assim, o atleta a transpõe ventralmente, ou seja, circunda-a de frente durante a fase aérea do salto. • Fosbury flop: essa técnica, também conhecida como rolo dorsal, é majoritariamente utilizada pelos atletas atualmente. Ela consiste em um salto de 49 cosas para o sarrafo, em que o atleta passa primeiro sua cabeça sobre ela, seguido dos ombros e das pernas, arqueando o corpo na fase aérea. Os melhores resultados foram obtidos com o salto fosbury flop, nome dado em homenagem ao seu criador, o americano Dick Fosbury, que usando essa técnica venceu a prova do salto em altura nos Jogos Olímpicos de 1968, na cidade do México. Agora confira um pouco mais sobre Dick Fosbury o Americano que revolucionou a maneira de saltar em altura e fez história acessando o link a seguir, que mos- tra uma matéria realizada pelo ge.globo sobre o assunto. Disponível em: http://glo.bo/3dVXtak. Acesso em: 05 set. 2022. BUSQUE POR MAIS Figura 41: Salto tesoura/Salto rolo ventral/Salto fostbury flop Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Embora consista em uma ação humana fundamental (saltar), o salto em altura possui uma organização interna bastante complexa. Isso pode ser observado, por exemplo, a partir de suas regras e técnicas, descritas brevementeanteriormente. O salto em altura é dividido por diversas fases: CORRIDA DE APROXIMAÇÃO - A corrida de balanço é feita em forma de “J”, com uma primeira parte em reta (o atleta deve inclinar-se ligeiramente para frente para acelerar) e uma segunda parte em curva (o atleta deve inclinar-se para o lado de dentro da curva). A velocidade deve aumentar progressivamente durante a corrida até o atleta atingir uma velocidade ótima. CHAMADA - Na chamada o atleta deve fazer um apoio rápido e ativo do pé no solo, num movimento de patada. Esse apoio deve ser feito na linha da trajetória da corrida. No final da chamada o tronco deve estar ereto, a perna de impulsão em extensão completa e a coxa da perna livre deve subir até à horizontal. VÔO - Na primeira parte da fase de vôo (enquanto o atleta está subindo), a posição do final da chamada deve ser mantida e o braço do lado da perna livre é lançado para cima paralelamente ao sarrafo. Ao passar por cima do sarrafo o atleta deve arquear as costas e baixar as pernas e a cabeça, tentando ficar o mais descontraído possível. QUEDA - A queda é feita sobre as costas e o seu principal objetivo é evitar lesões. http://glo.bo/3dVXtak 50 Figura 42: Salto em altura Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 3.4 SALTO COM VARA Há registros dessa modalidade sendo praticada desde os Jogos da Grécia Antiga, por cretenses e celtas, embora tenha origens atribuídas aos britânicos do século XVII. No início do século XX a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) se filiou à Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). Isso resultou na participação do país em disputas internacionais de atletismo, incluindo as Olimpíadas e os Campeonatos Sul-Americanos. Com isso, atletas brasileiros foram ganhando destaques nas competições, a exemplo de Lúcio de Castro, que conquistou o sexto lugar em salto com vara nos Jogos Olímpicos de Los Angeles 1932. Essa modalidade já rendeu ao Brasil algumas medalhas nas disputas internacionais. Como exemplo podemos citar as conquistas de ouro Pan-Americano de Fábio Gomes da Silva, nos Jogos do Rio em 2007, assim como os bronzes conquistados em Caracas (1983), por Tomás Valdemar Hinthaus, e em Buenos Aires (1951), por Sinibaldo Gerbasi. Dentre esses atletas, mais recentes, destacam-se Thiago Braz, pela realização de saltos acima de 6 metros de altura, que conquistou o ouro e o recorde olímpico no salto com vara, durante os Jogos Olímpicos Rio 2016 e Fabiana Murer, única atleta feminina a conquistar um título mundial na disciplina. Figura 43: Thiago Braz e Fabiana Murer Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 51 Agora confira um pouco mais sobre Thiago Braz o Brasileiro e seu salto com vara na Olimpíada do Rio que fez história acessando o link a seguir, que mostra uma matéria sobre o atleta e seu feito. Disponível em: https://bit.ly/3fs0oHU. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS O salto com vara foi uma das últimas provas femininas a entrar no programa olímpico, em Sydney-2000, estreando ao lado do lançamento de martelo e oito anos dos 3.000 m com obstáculos, que só entraram em Pequim-2008. Atualmente é possível perceber a presença marcante das mulheres nas competições Olímpicas, mas historicamente as mulheres so- freram preconceito e não só no esporte, foram travadas várias batalhas femininas até que as mulheres conseguissem ser o que são hoje... Pense e pesquise sobre a participação das mulheres nos esportes desde a era primitiva até a era moderna. VAMOS PENSAR? No dia 17 de setembro de 2020 o sueco Mondo Duplantis estabeleceu um novo recorde mundial para a modalidade, atingindo a marca de 6,15 metros. Essa marca foi alcançada durante uma das etapas da Dimond League de atletismo, realizada em Roma. O recorde superado por Mondo foi estabelecido pelo ucraniano Sergey Bubka em 31 de julho de 1994, com marca de 6,14 metros. O salto com vara é uma das provas do atletismo, onde o atleta deve saltar por cima de um obstáculo, que é chamado de sarrafo, utilizando uma vara. Seu objetivo é alcançar a maior altura possível, passando pelo sarrafo sem derrubá-lo. A pista em que o atleta inicia a preparação para o salto deve medir ao menos 45 metros, devendo apresentar o obstáculo ao final dessa distância. O sarrafo deve medir 4,5 metros de comprimento, podendo pesar no máximo 2,260 kg e devendo ser sustentado por duas traves laterais com regulagem de altura de fixação. Deve haver uma caixa de apoio, feita de metal ou madeira, imediatamente após o fim da pista de corrida, medindo 1 metro de comprimento, 60 centímetros de largura e 15 centímetros de proximidade em relação ao obstáculo. Cada atleta possui três tentativas para saltar as alturas determinadas pelos árbitros. Contudo, podem se recusar a saltar uma determinada altura e esperar outra mais elevada. Caso o atleta não consiga superar o obstáculo após suas três tentativas é eliminado da disputa. O mesmo ocorre caso derrube o sarrafo durante as tentativas. Em caso de empate, o número menor de tentativas na altura em questão é utilizado como critério de desempate, definindo assim o vencedor. Entretanto, caso não seja suficiente para defini-lo, o segundo critério é o número menor de tentativas durante toda a disputa. Para sua realização o atleta inicia uma corrida em uma pista de 45 metros até chegar ao obstáculo, carregando a vara para o salto, cujo tamanho é variável conforme sua estatura. Então, apoia sua vara no solo e se impulsiona para passar por cima do sarrafo (barra horizontal apoiada em dois postes), e cair do outro lado. Se conseguir, a altura aumenta e o atleta possui três novas tentativas para saltá-la. Sendo assim, podemos dividir o salto com vara nas seguintes fases: Corrida: corresponde ao momento em que o atleta se desloca até o obstáculo a https://bit.ly/3fs0oHU 52 ser saltado e se prepara para o salto. Desse modo, essa fase compreende à busca por aceleração para a impulsão do salto sobre o sarrafo. Impulsão: refere-se ao momento em que o atleta encaixa a vara na caixa de apoio e se prepara para se projetar para próximo do sarrafo. Voo: essa fase compreende ao momento em que o atleta se projeta por cima do sarrafo, utilizando-se da flexibilidade da vara e do impulso obtido para isso. Queda: essa fase do salto com vara refere-se ao momento em que, tendo superado o sarrafo, o atleta se prepara para amortecer a queda. Figura 44: Salto com vara Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) O salto com vara é o mais complexo de todos os saltos, por causa do implemento, que necessita de uma técnica específica para seu manuseio. Assim, é importante que o atleta leve em consideração na execução do salto com vara, a perfeita utilização da técnica, tendo o máximo de concentração e observando todos os detalhes da técnica em cada fase do salto. Empunhadura: o atleta deve carregar a vara na horizontal, com a ponta levemente elevada, posicionando-a na altura do quadril. Assim, na empunhadura, a palma da mão posterior deve estar voltada para cima, enquanto a da mão anterior se posiciona para baixo, com o braço um pouco à frente do corpo. Corrida de aproximação: durante a corrida, a vara deve ser mantida do lado contrário ao da perna de impulsão do atleta e a velocidade deve ser progressiva. Desse modo, as passadas devem ser ritmadas e o atleta deve abaixar a vara aos poucos durante o percurso, preparando-a para o encaixe. Encaixe: durante o contato com o pé de impulsão no solo, na última passada do atleta, o atleta também deve realizar o encaixe da vara na caixa de apoio, utilizando-a, portanto, para impulsionar o salto. Impulsão e pêndulo: a impulsão deve ser realizada pela perna correspondente à mão da frente do atleta. Desse modo, nesse momento, o atleta utiliza a energia elástica adquirida com a deformação da vara para formar um pêndulo que gerará uma força propulsora, impulsionando-o para cima e para a frente. Elevação e giro: com a impulsão, o atleta adquire a posição de “verticalização invertida”,ou seja, ele fica de ponta cabeça e de costas para o sarrafo. Assim, ao atingir essa postura, deve realizar um giro de 180°, de modo a ficar de frente para o sarrafo e o transpor. 53 Transposição e queda: a transposição corresponde ao momento em que o atleta passa as pernas por cima do sarrafo, seguido da região do quadril. Com isso, desloca o centro de gravidade acima da barra, assumindo uma posição curvada que possibilita ultrapassá-la. Desse modo, a movimentação deve ser completada puxando os braços e o tórax para trás/cima e preparando-se para a queda. Embora sejam descritas de modo fragmentado, as fases e técnicas do salto com vara constituem um movimento único e integrado, a partir do qual a eficiência do movimento é configurada. Portanto, é fundamental se atentar para como cada parte se relaciona com o todo para a eficiência do salto. Agora leia a unidade 4 do livro “Metodologia do atletismo”, de Juliano Vieira da Silva D. e Fernando Guilherme Priess para conhecer mais sobre as provas de salto, suas técnicas. Disponível em: https://bit.ly/3SCYDGD. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS https://bit.ly/3SCYDGD 54 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Leia as afirmativas a seguir: I. No atletismo, a prova de salto pode ser feita em duas modalidades: em salto vertical e em salto horizontal. II. O salto em distância e o salto triplo, são exemplos de saltos realizados de forma vertical. III. O salto em altura e o salto com vara, são exemplos de saltos realizados de forma horizontal. Marque a alternativa correta: a) As três afirmativas são verdadeiras. b) A afirmativa I é verdadeira, e a II e III são falsas. c) A afirmativa II é verdadeira, e a I e III são falsas. d) A afirmativa III é verdadeira, e a I e II são falsas. e) As três afirmativas são falsas. 2. (IFB – 2017). Uma das provas clássicas do atletismo é o salto em distância que, independentemente do estilo de salto adotado, apresenta uma fase de preparação, envolvendo a concentração inicial do atleta e a corrida de aproximação; o impulso, que deverá ser realizado com a perna de impulsão; uma fase de deslocamento ou flutuação, que é diferenciada de acordo com a técnica de movimento empregada; a queda, que concluirá o salto em distância (MATTHIESEN, 2010). Segundo a referida autora, é correto na execução do salto em distância o seguinte movimento: a) utilização do movimento dos braços no momento da elevação e flutuação; b) chegada na tábua com inversão da perna de impulsão; c) última passada da corrida que antecede a impulsão, demasiadamente ampla; d) na queda, cair para trás, apoiando os braços ou outras partes do corpo para além da marca registrada pelos pés; e) impulsão lenta ou impulsão realizada com impacto demasiadamente acentuado do pé de impulso. 3. (GERCON - 2016). A área para o salto em distância e/ou o salto triplo é composta pelo corredor de salto e pela caixa de areia. No corredor de salto ficam duas tábuas de impulsão. O salto será inválido ou nulo caso o atleta: a) Não toque na segunda tábua de impulsão. b) Se o atleta realizar o segundo salto com a perna contrária ao primeiro salto. c) Se o atleta realizar o terceiro salto com a perna contrária aos dois primeiros saltos. d) Se o atleta não queimar o salto no momento da impulsão na primeira tábua de 55 impulsão. e) Se o atleta ao cair sair pelo lado do fundo da caixa de areia. 4. (UFRJ - 2015). Uma das considerações sobre o salto é que saltar é elevar-se procurando transpor maior distância ou maior altura. Na modalidade do atletismo, existem, por exemplo, o salto em altura, o salto em distância, o salto com vara e o salto triplo. Sendo assim, para um bom desempenho no salto triplo, o atleta deve aprimorar os componentes básicos de: a) Velocidade, força, coordenação, equilíbrio e flexibilidade. b) Velocidade, potência, coordenação, equilíbrio e flexibilidade. c) Velocidade, potência, elasticidade, equilíbrio e flexibilidade. d) Velocidade, potência, coordenação, resistência e elasticidade. e) Força, potência, coordenação, equilíbrio e flexibilidade. 5. (CEPERJ – 2013). Como prova oficial de salto no atletismo, o salto em altura, ao longo dos anos, desenvolveu técnicas e estilos que contribuíram significativamente para a superação de marcas antes impensáveis para o ser humano. Darido e Souza Jr. (2007), indicam que a técnica do salto em altura divide-se nas seguintes fases: a) corrida de aproximação; chamada; suspensão; recepção. b) chamada; pêndulo; transposição do sarrafo; queda. c) corrida de aproximação; chamada; transposição do sarrafo; recepção. d) chamada; transposição do sarrafo; recepção; queda. e) corrida de aproximação; pêndulo, extensão; queda. 6. (CONSULPLAN – 2010). Os empates nas provas de salto em altura e salto com vara no atletismo, serão decididos da seguinte forma: a) O competidor com o menor número de salto em altura, em que ocorrer o empate, será considerado vencedor. b) O competidor com o maior número total de saltos falhos em toda prova, incluindo a última altura ultrapassada, será considerado o de melhor colocação. c) Relacionado ao primeiro lugar, os competidores empatados devem ter mais um salto na altura mais alta, em que quaisquer dos competidores empatados tenha perdido o direito de continuar saltando. d) Fará elevar ou abaixar a barra, se os competidores passarem ou falharem respectivamente, 5cm no salto em altura e 2cm no salto com vara, devendo existir uma tentativa em cada altura até que o empate seja decidido. e) Os árbitros devem oferecer aos competidores envelopes fechados, onde o competidor que escolher o envelope que tenha o maior número vencerá a competição. 7. (IF/PA – 2015). De acordo com as regras oficiais de competição 2014-2015, da Confederação Brasileira de Atletismo – CBAt, analise as afirmativas seguintes acerca da prova salto com vara e marque a opção CORRETA: I. Os atletas podem usar suas próprias varas. 56 II. O atleta tem permissão para usar a vara de outro atleta, sem o consentimento dele. III. A vara pode ser feita de qualquer material ou combinação de materiais e de qualquer comprimento ou diâmetro, mas a superfície básica deve ser lisa. IV. Se, ao efetuar uma tentativa, a vara do atleta quebrar, isso não será considerado como um salto falho e uma nova tentativa deve ser concedida ao saltador. a) As afirmativas I e II estão corretas. b) As afirmativas I, II e III estão corretas. c) As afirmativas II, III e IV estão corretas. d) As afirmativas I, III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 8. (GUALIMP – 2019). Sobre as modalidades de salto no atletismo considere os itens a seguir: I. Salto em distância; II. Salto triplo; III. Salto em altura; IV. Salto com vara. São saltos verticais os citados em: a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I e IV, apenas. e) II e IV apenas. 57 ATLETISMO ARREMESSO E LANÇAMENTOS 58 Já tivemos a oportunidade de conhecer e compreender as provas de corrida e de saltos do atletismo nas unidades anteriores. Agora, nessa unidade, vamos apresentar alguns conhecimentos a respeito dos arremessos e dos lançamentos no atletismo. Essas são chamadas provas de força, os arremessos e lançamentos no atletismo se dividem entre: dardo, disco, peso e martelo. As competições são disputadas na parte interior do campo do estádio, por atletas de qualquer sexo, com variação de peso dos objetos usados. Quem registrar a maior distância de arremesso ou lançamento será o vencedor. Segundo o Dicionário Aurélio (FERREIRA, 2004, p.197), arremessar e atirar têm a mesma de- finição, ou seja, é o ato de atirar, lançar com força para longe: arrojar. No atletismo, o lan- çamento caracteriza-se como o ato de soltar ou desprender-se do objeto. O arremesso caracteriza-se como o ato de empurrar o objeto. Ambas as ações têm em comum o fato de tentarem jogar o objeto o mais longe possível. FIQUE ATENTO 4.1 ARREMESSO DE PESO A prática do arremesso de peso tem origem atribuída aos povos celtas, que possuíamrituais em que arremessavam pedras e troncos de árvores. Posteriormente, sobretudo no século XVII, o arremesso de peso começou a ser praticado como modalidade esportiva nos “Highland Games”, na Escócia, quando os atletas arremessavam pedras. Essa modalidade do atletismo passou a fazer parte dos Jogos Olímpicos em Atenas, em 1896. Além dos povos celtas, a história do arremesso de peso é marcada por competições de força realizadas entre soldados ingleses. Nessas competições, eram utilizadas balas de canhões de guerra, exercendo grande influência na formação esportiva da modalidade como é conhecida atualmente. Essa influência se traduz, por exemplo, na padronização dos pesos das bolas utilizadas, decorrente de torneios disputados entre universitários ingleses no século XIX. É possível observar a necessidade de um atleta desempenhar grande força para realizar essa prova em competições oficiais, uma vez que o objeto a ser arremessado é uma esfera, que deve possuir medidas de 7,26 kg e de 110 a 130 mm (masculino) ou de 4 kg e de 95 a 110 mm (feminino). Fi gu ra 4 5: E sf er a pa ra Ar re m es so d e pe so n as ca te go ria s M as cu lin o e Fe m in in o Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l d o au to r ( 20 22 ) 59 O arremesso é feito a partir de uma área circular, com diâmetro de 2,135 metros. A regra determina que o arremesso deve ser sempre feito acima da linha do ombro e o atleta só pode deixar o círculo de lançamento depois de a bola tocar o chão. Caso contrário, o arremesso será invalidado. Figura 46: Área de arremesso e setor pré-determinado de queda do peso Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) A marca obtida em cada arremesso é medida a partir do primeiro lugar onde o peso bate no chão, dentro de um setor pré-determinado com 35° de abertura. Em disputas com 8 competidores, cada atleta tem direito a 6 tentativas. Se houver mais do que 8 participantes, as três primeiras tentativas são usadas como classificação dos 8 finalistas. Na fase decisiva, serão mais três arremessos. O arremesso do peso deve ser feito com a região calosa da mão e dos dedos, portanto sem que haja contato entre o implemento (peso) e a palma da mão do atleta. As movimentações técnicas para a realização do arremesso devem ser feitas no espaço circular delimitado, chamado de área de arremesso, sem ultrapassá-lo. Esse espaço mede 2,135 m de diâmetro. Figura 47: Arremesso de peso Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Durante as provas, o atleta não pode pisar ou ultrapassar a marca da área de arremesso. Além disso, não pode deixar o peso cair, sendo que ambas as situações geram a anulação do arremesso (ou da tentativa). Além disso, durante as provas, o atleta deve entrar e sair da área de arremesso por trás do círculo (área específica), estando sujeito a penalização caso descumpra esse protocolo. 60 Figura 48: Arremesso de peso Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 4.1.1 Fases do Arremesso de Peso Preparação (empunhadura): a fase de preparação também se refere à empunhadura do implemento, sendo caracterizada pelo contato afastado entre ele e a palma da mão do atleta. Desse modo, o implemento é ligeiramente apoiado na lateral do polegar e nas falanges dos demais dedos da mão. Preparação (postura inicial): essa fase refere-se ao posicionamento do atleta em relação ao setor de lançamento (de costas ou lateralmente), variando conforme seu estilo técnico de arremesso. Refere-se também ao posicionamento do peso, que deve ser “encaixado” na região do pescoço, com a palma da mão voltada para o queixo e o cotovelo formando um ângulo aproximado de 45° em relação ao tronco. Deslocamento: o deslocamento diz respeito à transição da postura inicial da preparação até o momento da posição de força (projeção) do arremesso em si. Vale destacar que há diferentes formas de deslocamento, que pode ser linear, em rotação ou apenas com inclinação de tronco, também variando conforme a técnica de arremesso. Arremesso: desdobrando-se do deslocamento, tem-se início a fase de arremesso. Nessa fase, há a projeção da força do corpo para o implemento a ser arremessado, de modo a lançá-lo. Com isso, a trajetória do implemento é impulsionada pelo movimento técnico, seguindo da extensão total do braço de arremesso e progressiva extensão dos dedos e abrindo-se a mão para a soltura do peso. Recuperação: essa fase refere-se à finalização do arremesso. Nesse momento, o atleta busca reorganizar sua postura, após a soltura do implemento, para recuperar o equilíbrio. O intuito, nessa fase, é que o atleta finalize o lançamento sem que seus pés saiam da área de arremesso. Caso ele exceda o limite do perímetro, o arremesso é invalidado. Do contrário, considera-se finalizado e é mensurada a distância alcançada. Figura 49: Fases do Arremesso de Peso Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 61 4.1.2 Técnicas para o Arremesso de Peso Arremesso lateral sem deslocamento: nessa técnica, o atleta inicia posicionado na metade anterior da área de arremesso, com o corpo lateralmente disposto em relação ao setor de lançamento. Assim, realiza uma ligeira inclinação de tronco para trás, acentuando o apoio na perna posterior, que deve estar semiflexionada. Na sequência, desloca o peso para a perna anterior e impulsiona o arremesso, soltando o implemento ao estender o braço de arremesso. Figura 50: Técnica do Arremesso Lateral sem Deslocamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Arremesso lateral com deslocamento: o atleta inicia posicionado de costas para o setor de lançamento. Dessa posição, inclina ligeiramente o tronco, acentuando o apoio na perna anterior e deslocando-o para a posterior. Nessa transição, posiciona-se de frente para o setor de lançamento em um giro (180°) e desloca a perna em que se apoiava inicialmente em direção ao anteparo no chão. Assim, apoia-se nela novamente e realiza a extensão de braço para a soltura do implemento. Figura 51: Técnica do Arremesso Lateral com Deslocamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Arremesso O’Brien: inicialmente de costas para o setor de lançamento, o atleta inclina ligeiramente o tronco para frente, aproximando os joelhos e elevando e estendendo para trás a perna contrária à de apoio na sequência. Com isso, realiza um pequeno salto para deslocamento, mantendo a perna de apoio. A partir desse ponto, a execução do movimento segue a mesma descrição do arremesso lateral com deslocamento. Figura 52: Técnica do Arremesso O’Brien Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 62 Arremesso rotacional: o atleta inicia de costas para o setor de lançamento, realizando um balanceio a partir do qual efetua os giros, deslocando-se para trás. Os giros são realizados no lugar e nas pontas dos pés, possuindo uma fase em que, de frente para o setor de lançamento, o atleta salta para o centro da área de arremesso, apoiando-se na perna contrária à de apoio para o arremesso e transferindo o peso para a perna de apoio para finalizar o movimento. Figura 53: Técnica do Arremesso Rotacional Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) É importante destacar que, independentemente da técnica de arremesso utilizada, há constantes nos movimentos. Por exemplo: o atleta deve sempre manter o peso posicionado próximo ao pescoço, respeitando a empunhadura e o limite da área de arremesso, como descrito anteriormente. Agora confira um pouco mais sobre o arremesso de peso acessando o link a seguir, que mostra uma matéria realizada sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3M1pAkJ. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS 4.2 LANÇAMENTO DE MARTELO O lançamento de martelo é uma modalidade cuja origens remetem à antigos jogos de povos celtas. Além de lendas, a mitologia celta atribui a um herói mitológico (Cuchulain), o arremesso de uma roda de carruagem, girando-a por cima de sua cabeça. Posteriormente, a roda de carruagem fora substituída por uma pedra presa a uma alça de madeira e, depois, por martelos de ferreiros. NaIrlanda e na Escócia, por vol6a do século XIII, o lançamento de martelo foi valorizado pelo rei Henrique VIII, um entusiasta lançador de martelo. Na época, era uma prática de diversão e demonstração de técnica. Em algumas tribos germânicas (povos teutões), o lançamento de martelo compunha festivais religiosos, sendo praticado em homenagem ao Deus Thor. Além disso, estátuas e desenhos indicam que a prática era comum entre irlandeses da Idade Média e do século XVI. A partir do século XVII a modalidade já era regularmente praticada como prova https://bit.ly/3M1pAkJ 63 de atletismo em países como Inglaterra, Irlanda e Escócia. No entanto, suas regras ainda não eram bem delimitadas. Por exemplo, os martelos utilizados, forjados em ferro, não possuíam medidas de peso e comprimento do cabo prescritas. A padronização desses e de outros aspectos ocorreram em 1875, encabeçadas por praticantes ingleses. A participação olímpica dessa modalidade ocorreu, pela primeira vez, na edição de Paris 1900. Contudo, a modalidade foi disputada apenas por homens até 2000, quando a categoria feminina foi inserida nos Jogos Olímpicos de Sydney. Atualmente, o martelo utilizado nas competições de atletismo é composto de três partes: cabeça, cabo e empunhadura (manopla). Hoje, o martelo masculino pesa 7,26 kg e ter o comprimento variando entre 1,17 m e 1,21 m e o feminino pesa 4 kg e deve ter entre 1,16 m e 1,19 m. Figura 54: Martelo utilizado nas competições de atletismo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) A cabeça deve ser feita de ferro sólido, latão ou outro metal menos maciço que o latão. O cabo deve ser de arame de aço com pelo menos 3 mm de diâmetro. Já a manopla deve ser rígida e articulada ao cabo por um anel, de modo a não permitir ações giratórias nessa articulação. O lançamento é iniciado dentro de uma base circular de concreto (círculo de lançamento com 2,13 m de diâmetro) e é considerado válido quando o martelo cai no setor de lançamento (ângulo de 34,92° em relação ao centro do círculo). Além disso, o atleta não pode ultrapassar o limite do círculo antes de o martelo tocar o solo e deve sempre sair do círculo por sua parte posterior. Figura 55: Setor de Lançamento do Martelo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Cada atleta tem 6 tentativas. Após as três primeiras, continuam na competição somente os 8 primeiros na classificação. Na fase final, são feitas outras três tentativas. Como resultado, considera-se a melhor marca entre os seis lançamentos feitos. Assim, o atleta inicia o arremesso com os pés inertes e suas mãos segurando a alça do martelo. Então, gira o martelo cerca de três a quatro vezes sobre o próprio corpo 64 e, na sequência, inicia os giros em torno do próprio eixo, cerca de duas a três vezes. Com isso, alcança velocidade para, enfim, soltar o martelo, lançando-o para frente e para cima. O objetivo dessa prova do atletismo é lançar o martelo o mais longe possível, aterrando-o nos limites definidos. Não é considerado falha se qualquer parte do martelo atingir a gaiola após ter sido lançado e cair na área de queda fora da gaiola. É considerado falha se a cabeça do martelo, no primeiro contato com o solo, tocar a linha do setor de lançamento ou qualquer parte/objeto fora dela. A gaiola de proteção é obrigatória em provas realizadas em estádios concomitantemente com outras provas ou fora de estádios e com espectadores presentes. Ela deve ser projetada em forma de “U”, posicionada a 7 metros de distância do centro do círculo de lançamento, possuir abertura de 6 metros de largura e alturas mínimas de 7 m a 10 m, conforme a disposição dos painéis. A gaiola também deve ser disposta de modo a não oferecer risco de ricochete sobre o atleta ou acima dela mesma. Além disso, não deve permitir que o martelo a atravesse ou passe por baixo de seus painéis. O local em que o martelo toca o solo é demarcado e verificado em relação ao ângulo permitido para validar o lançamento. Com base na distância verificada pelos árbitros é feita a classificação dos atletas para definir o vencedor, a partir da maior distância alcançada. 4.2.1 Fases do Lançamento do Martelo Empunhadura e posição de partida: a empunhadura corresponde à pegada na manopla, apoiando-a nas falanges distais e sobrepondo a mão esquerda pela direita. A empunhadura é feita em posição de partida, ou seja, de costas para o setor de lançamento. Figura 56: Empunhadura e posição de partida Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Balanceios para os molinetes: são dois tipos. Um inicia pela direita e para trás do corpo, partindo de uma flexão seguida de uma extensão lateral de tronco para o início do molinete. Já o outro inicia com uma elevação do martelo à frente do corpo, seguida de uma oscilação para trás, entre as pernas, e do impulso para cima e para a direita, seguindo conforme o primeiro descrito. 65 Figura 57: Fases do Lançamento do Martelo - Movimento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Molinetes (Moinho): consistem em movimentos de rotação do tronco com os braços em extensão total. Nesses movimentos, o corpo é arqueado de modo a transferir o peso do corpo para o lado contrário ao do martelo. Isso se dá com o deslocamento do quadril para o lado oposto ao do martelo. Figura 58: Fases do Lançamento do Martelo - Moinho Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Giros: os giros aumentam a força centrífuga gerada pelos molinetes. Para isso, após o último molinete, o atleta transfere o peso para a perna esquerda, que servirá de pivô para os giros. Assim, os giros são feitos externamente sentido ao setor de lançamento, em velocidade crescente e sobre o calcanhar esquerdo, enquanto o pé direito gira sobre a planta, em meios giros. Figura 59: Fases do Lançamento do Martelo - Giro Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Lançamento: o lançamento em si parte das pernas, em continuidade aos giros, impulsionado o quadril e o tronco. O atleta deve, então, manter os braços estendidos, o tronco inclinado e tracionar o martelo, levando-o para trás e para cima na continuidade do giro e soltando-o na sequência, na altura dos ombros. 66 Figura 60: Fases do Lançamento do Martelo - Lançamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Reversão: refere-se a um momento de inversão das pernas com o intuito de não transpor o limite do círculo de lançamento. Assim, o atleta pode levar a perna esquerda para trás no lançamento, flexionar a perna direita ou mesmo continuar girando sentido ao centro do círculo. Figura 61: Fases do Lançamento do Martelo - Reversão Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Agora confira um pouco mais sobre o lançamento de martelo acessando o link a seguir, que mostra uma matéria realizada sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3fshplg. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS 4.3 LANÇAMENTO DE DISCO O lançamento de disco é uma modalidade muito tradicional do atletismo, compunha o pentatlo dos Jogos Olímpicos da Antiguidade e é representada pela estátua de Discóbolo, uma obra do escultor grego Míron datada do século V a.C. Estima- se que o lançamento de disco tenha surgido como representação do ato de pescadores atirarem pedras sobre a superfície dos rios, fazendo-as deslizar. https://bit.ly/3fshplg 67 Figura 62: Estátua de Discóbolo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) As suas origens modernas remetem à Alemanha da década de 1870. Assim, a modalidade masculina integra os Jogos Olímpicos da Era Moderna desde a edição de Atenas 1896 e a feminina desde a edição de Amsterdã 1928. O lançamento de disco é uma das provas de campo do atletismo, cujo objetivo consiste em lançar um disco de metal ou material semelhante à maior distância possível. Essa prova se caracteriza, principalmente, pela realização técnica do lançamento, que ocorre a partir da empunhadura do disco com apenas uma mão e da realização de um giro completo para o lançamento. Nesse esporte, o implemento utilizado é um disco (ou prato) de metal em formato circular, cujas medidas,na prova feminina, variam entre 37 e 39 mm de espessura e entre 180 e 182 mm de diâmetro, com peso de 1 kg. Já na prova masculina, o peso é de 2 kg, com medidas entre 44 a 46 mm de espessura e entre 219 e 221 mm de diâmetro. Figura 63: Discos (ou pratos) de metal Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) O atleta deve segurar o disco entre os dedos da mão dominante e lança-lo a partir de uma posição estacionária. O lançamento deve ser realizado dentro de um círculo de concreto com 2,5 m de diâmetro, disposto no campo de lançamento dessa prova, margeado por um anteparo de concreto com 2 cm de altura. Cada atleta possui três tentativas de lançamento para obter a maior pontuação em relação aos demais competidores. O atleta que ultrapassar o limite do círculo de lançamento perde (“queima”) a oportunidade de pontuar, ou seja, tem a tentativa anulada. A medição da distância alcançada com o lançamento ocorre do primeiro ponto de contato feito pela queda do disco até o interior da circunferência do círculo de lançamento. Para o lançamento ser considerado válido, além do atleta não queimá-lo, o disco precisa cair (ou “aterrar”) dentro do setor de lançamento. O setor de lançamento 68 é uma área de referência demarcada no campo em um ângulo de aproximadamente 35º em relação ao centro do círculo de lançamento; O atleta deve deixar o círculo de lançamento somente após a queda do disco no setor, e sempre pela parte posterior do círculo, em observância às regras da prova. Além das regras do lançamento de disco, os atletas devem observar a execução técnica do movimento. Figura 64: Fases do lançamento de disco Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 4.3.1 Fases do lançamento de disco Figura 65: Fases do lançamento de disco Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Empunhadura: o disco deve ser segurado de forma descontraída (flexível) e sem que caia da mão do atleta. Para isso, precisa ser apoiado entre as falanges distais dos dedos (com exceção do polegar) e o antebraço. Assim, para possibilitar esse apoio no antebraço, é preciso que o atleta realize uma leve flexão de punho. Figura 66: Empunhadura Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Posição inicial: posição estacionária da qual parte o atleta, com pés afastados à largura dos ombros, formando uma base. Essa postura deve ser realizada na parte posterior do círculo e de costas para o setor de lançamento. Após esse posicionamento, 69 realizam-se balanceios (geralmente três) para quebrar a inércia e iniciar o movimento de giro, auxiliando na impulsão. Figura 67: Posição inicial Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Figura 68: “BALANCEIOS" Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Giro ou deslocamento: o atleta gira em torno do próprio eixo, gerando uma força de aceleração centrífuga. Logo, inicia deslocando uma perna (em geral, a esquerda) para trás, apoiando-se sobre ela e deslocando o corpo para o centro do círculo, onde se apoia sobre a outra perna. Após esse apoio, a perna inicial é projetada à parte anterior do círculo e o atleta se encontrará, então, em posição de lançamento. Figura 69: Giro ou deslocamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 70 Posição final ou de lançamento: nesse momento, o atleta se encontrará com ambos os pés apoiados no solo, em afastamento anteroposterior, e com o braço que empunha o disco atrás do corpo. Além disso, o troco também se encontrará levemente flexionado para trás, pois ambos (tronco e braço) estarão acompanhados o movimento centrífugo. Figura 70: Posição final ou de lançamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Lançamento: momento em que o movimento de giro é parado pela perna projetada à frente e se desenvolve em uma impulsão a partir da qual ocorre o lançamento do disco em si. Portanto, a força e a velocidade geradas com o deslocamento impulsionam o lançamento do disco, por meio de sua transferência ao quadril, ao troco e ao braço de lançamento, continuamente. Figura 71: Lançamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Reversão: é realizado em oposição à tendência do corpo ao desequilíbrio para a frente, em função da progressão do movimento. Com isso, o atleta recupera o equilíbrio imediatamente após lançar o disco e evita anular a tentativa. Portanto, a reversão consiste em movimentos compensatórios, que podem ser pequenos saltos, outros giros ou a alternância de pernas voltando-se ao centro do círculo e/ou evitando tocar sua borda. Fi gu ra 7 2: R ev er sã o Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l d o au to r (2 02 2) 71 Agora confira um pouco mais sobre o lançamento de disco acessando o link a seguir, que mostra uma matéria realizada sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3fswh36. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS 4.4 LANÇAMENTO DE DARDO As origens do lançamento de dardo remetem à pré-história da humanidade, em que instrumentos similares (sobretudo lanças) eram utilizados tanto para a caça quanto para guerrilhas entre os povos. Contudo, sua história enquanto prática esportiva remonta aos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga. Na Grécia antiga, os dardos eram feitos de madeira de oliveira e as provas ocorriam em dois formatos específicos: um visando acertar um alvo específico e outro tentando lançá-lo o mais longe possível. Entretanto, essa prática foi aperfeiçoada pelos povos escandinavos durante o século XIX, por quem as características do dardo lançado foram alteradas. A forma com que a prova é realizada na atualidade teve a primeira aparição nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 1906. Essa edição dos Jogos Olímpicos não é considerada oficial, pois aconteceu em um período entre olímpiadas, como evento comemorativo dos 10 anos dos Jogos Olímpicos da era Moderna. No decorrer da história, a distância que os atletas participantes dessa modalidade lançavam o dardo só aumentava, até que o húngaro Miklós Nemeth obteve notável marca de 94,58 m, no ano de 1976, em Montreal. Desde então, iniciou-se uma discussão a respeito da segurança e da viabilidade do esporte, uma vez que se necessitava de espaços cada vez maiores para a sua realização. Por isso, houve mudanças no equipamento (dardo), de forma que possibilitasse uma descida mais rápida do dardo, alcançando uma distância menor. Quando o húngaro Miklós Nemeth obteve em Montreal 1976, a marca de 94,58 m, uma dis- cussão a respeito da segurança e da viabilidade do esporte, buscou-se alternativas para a sua realização. Por isso, houve mudanças no equipamento (dardo), de forma que possibili- tasse uma descida mais rápida do dardo, alcançando uma distância menor. Pense e pes- quise sobre quais mudança no equipamento (dardo) foram feitas para garantir a descida rápida do dardo, a menor distância a ser alcançada e garantir a segurança de sua prática. VAMOS PENSAR? O lançamento de dardo é iniciado por uma corrida de aproximação, realizada de modo retilíneo e com aceleração progressiva em uma pista de 34,9 x 4 metros. Durante essa corrida, o atleta deve empunhar o dardo e carregá-lo na altura da cabeça. Assim, ao aproximar-se da marcação, inicia a preparação para o lançamento do dardo. https://bit.ly/3fswh36 72 Figura 73: Área de lançamento de dardo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) A preparação para o lançamento corresponde ao posicionamento do dardo atrás da linha dos ombros. Essa ação é realizada junto com a inclinação do tronco para trás e para a frente, respectivamente, combinada com um giro rápido. Essas ações integradas correspondem ao movimento que impulsiona o lançamento do dardo. O objetivo do lançamento é fazer com que o dardo alcance a maior distância possível quanto ao ponto em que foi lançado. No entanto, o lançamento também intenta que o dardo caia em uma angulação perfeita, inclinado entre 30° e 40° em relação ao solo. O dardo deve medir entre 2,60 e 2,80 metros nas categorias masculinas e entre 2,20 e 2,30 metros nas categorias femininas. Além disso, deve pesar 800 e 600 gramas para essas duas categorias, respectivamente. Figura74: Dardo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Cada atleta tem direito a realizar três lançamentos. Onde, os oito melhores resultados da competição são classificados para a realização dos lançamentos finais. Assim, os atletas têm direito a três lançamentos cada durante essa etapa. É proibido que o atleta saia/ultrapasse a zona de lançamento antes, durante ou mesmo após o lançamento do dardo. Caso isso ocorra ele é desclassificado. O atleta também é desclassificado caso a ponta do dardo a tocar o solo após o lançamento não seja aquela posicionada para a frente nos momentos precedentes a essa ação. Figura 75: Atleta realizando lançamento de dardo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 73 4.4.1 Fases do lançamento de dardo Preparação: essa fase corresponde ao momento de empunhadura ou pega. Nesse momento, o atleta pega o dardo de forma confortável e descontraída, em posição diagonal e com a palma da mão voltada para cima. Após realizar a pega, ele deve se dirigir para o corredor de lançamento para iniciar a corrida de balanço. Existem três tipos de empunhadura mais comuns. Fi gu ra 7 6: O s tr ês ti po s de e m pu nh ad ur a m ai s co m un s Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l d o au to r ( 20 22 ) Corrida de balanço: essa fase é subdividida nas fases frontal e lateral. Figura 77: Corrida de aproximação Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 74 Fase de corrida frontal: na fase frontal o atleta realiza uma corrida lenta e ritmada em direção à zona de lançamento. Nesse momento, o dardo deve estar paralelo ao solo, podendo estar levemente arqueado para cima. Fase de corrida lateral: a fase lateral progride da frontal, quando o atleta inicia o “ritmo dos 5 passos”. Portanto, nesta fase, ele avança com o lado esquerdo do corpo ao sentido do lançamento e, em seguida, realiza uma torção de tronco para a direita, a qual precede o lançamento. Assim, ao realizar o 5° passo com o pé de apoio ele prepara a impulsão para o lançamento. Figura 78: Corrida preparatória Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Lançamento: nessa fase ocorre o posicionamento do pé esquerdo (de apoio) no solo de modo firme, estabelecendo a base do lançamento. Com isso, há uma movimentação em efeito de desdobramento, partindo do quadril para o peito, em que o atleta mobiliza o corpo para a ação. Com isso, o braço lançador é o último a ser acionado, mantendo-se estendido até a soltura do dardo, dando continuidade à ação. Figura 79: Lançamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Recuperação: ao finalizar a ação de lançamento, com a soltura do dardo, o atleta deve travar o movimento, evitando perturbações no percurso do implemento e ações nulas na prova. Logo, ele realiza de um a três passos para organizar a fase de recuperação do movimento. Por essa razão, é fundamental que o atleta não lance o implemento no limite da zona de lançamento, evitando sua desclassificação. 75 Figura 80: Lançamento e recuperação Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Confira um pouco mais sobre o lançamento do dardo acessando o link a seguir, que mostra uma matéria realizada sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3roDt3d. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS Agora leia o capítulo quatro do livro “Aspectos Pedagógicos do Atletismo”, de Paola Neiza Camacho Rojas para compreender um pouco mais sobre o arre- messo e lançamentos no Atletismo e as possibilidades que ele apresenta a sua área de estudos e futura profissão de Educador Físico. Disponível em: https://bit.ly/3ydNowh. Acesso em: 04 set. 2022. https://bit.ly/3roDt3d https://bit.ly/3ydNowh 76 FIXANDO O CONTEÚDO 1. O arremesso de peso é uma das modalidades do atletismo. Arremessar o peso é transformar a velocidade horizontal, adquirida durante o deslocamento, em velocidade de arremesso, perspectivando o alcance da maior distância possível. Em outras palavras, é empurrar um objeto, qualquer, acima da linha dos ombros para frente. Com relação à regulamentação da prova do arremesso de peso, assinale a alternativa correta. a) O peso deve ser arremessado partindo do ombro com uma ou com as duas mãos, a critério do praticante. O peso não deve ser arremessado de trás da linha dos ombros. b) No momento em que o competidor assumir uma posição no círculo e começar um arremesso, o peso deverá tocar ou estar bem próximo do queixo, e a mão não deverá ser arriada abaixo dessa posição durante a ação do arremesso. c) Para que uma tentativa seja válida, o peso deve cair completamente fora dos limites internos do setor de queda. A medição deve ser feita imediatamente após cada arremesso. d) Durante as provas, o atleta pode pisar ou ultrapassar a marca da área de arremesso. Além disso, pode deixar o peso cair, sendo que ambas as situações o arremesso será validado. e) A mediação ocorre a partir da marca mais longe que o peso chegar após a queda até à parte interna do aro de arremesso, por meio de uma reta que passa pela marca e pelo centro do círculo. 2. (FAFIPA – 2009). Os povos antigos praticavam o arremesso com pesadas pedras, que foram substituídas por bolas de ferro. Com a mudança do implemento, vieram as evoluções técnicas. No arremesso de peso: a) após o peso ser arremessado, o atleta pode sair do círculo de arremesso por qualquer lugar. b) as fases do arremesso do peso são: empunhadura, posição inicial, deslocamento, posição final, arremesso propriamente dito, reversão. c) o peso deve ser apoiado sobre a palma da mão e deve ficar longe do pescoço. d) durante todo o arremesso, as pernas do atleta devem permanecer estendidas. e) se o peso cair sobre a linha demarcatória do setor de queda, a tentativa será válida. 3. (UECE – 2018). O Atletismo se insere no conteúdo Esportes e deve ser apresentado aos alunos nas aulas de Educação Física Escolar. São provas de atletismo apresentadas no conteúdo Esportes: a) Arremesso de disco e lançamento de dardo. b) Arremesso de martelo e lançamento de peso. c) Arremesso de peso e lançamento de martelo. d) Arremesso de dardo e lançamento de disco. e) Arremesso de peso e arremesso de martelo. 77 4. As fases do lançamento de martelo são descritas conforme características fundamentais de cada momento que compõe as ações do lançamento. Desse modo, assinale a alternativa que apresenta as fases do lançamento de martelo, conforme apresentadas na matéria: a) Empunhadura, posição de balancete, balancete, giros, aceleração, lançamento e reversão. b) Empunhadura, posição de partida, reversão, balancete, molinete, giro e lançamento. c) Empunhadura, posição de partida, balancete, giro, lançamento, molinete e reversão. d) Empunhadura, posição de partida, balancete, molinete, giro, lançamento e reversão. e) Empunhadura, posição de balancete, balancete, giro, lançamento e reversão. 5. (IE Osvaldo Cruz – 2017). Sobre as provas oficiais do atletismo, assinale a alternativa correta que condiz com a prova adulto masculino de Arremesso e Lançamento: a) Peso (4kg), Disco (1,0kg), Dardo (600g), Martelo (4kg). b) Peso (7,26kg), Disco (2,0kg), Dardo (800g), Martelo (7,26kg). c) Peso (6,36kg), Disco (2,5kg), Dardo (700g), Martelo (8,26kg). d) Peso (8,36kg), Disco (4kg), Dardo (800g), Martelo (8,26kg). e) Peso (5,36kg), Disco (2,5kg), Dardo (600g), Martelo (5,26kg). 6. (SEDUC/AM – 2014). Assinale a opção que apresenta modalidades de atletismo que são consideradas de lançamento. a) Dardo, martelo e disco. b) Peso, dardo e maça. c) Martelo, disco e peso. d) Disco, maça e fita. e) Maça, disco e dardo. 7. Acerca dos detalhes técnicos relacionados à prova de Lançamento de Dardo no atletismo, marque a alternativa correta: a) A corrida para o lançamento deve ser crescente em velocidade, sendo veloz até o ponto em que atrapalhe um pouco a coordenação para o lançamento. b) O número de passos da corrida para o lançamento depende da condição do lançador. Pode variar de 18 a 22 passos, antes do 15 a 17 passos finais, que já correspondem à tomada de posição e lançamento. c) Os passos finais,utilizados para a tomada de posição e lançamento, devem ser realizados com desaceleração e com movimentos de baixa amplitude. d) A puxada do dardo deve ser feita com o aproveitamento mínimo do arco de lançamento. A puxada inicia-se sobre a cabeça, em ponto cuja projeção coincide com o pé de trás. e) As ações do lançamento devem somar forças que devem ser aplicadas no eixo longitudinal do dardo. 78 8. (CONSULPAN – 2012). Relacione corretamente as provas do atletismo com suas respectivas descrições. 1. Lançamento de dardo. 2. Lançamento de disco. 3. Lançamento de martelo. 4. Arremesso de peso. ( ) O atleta lança uma peça formada por um cabo com um peso na ponta. ( ) Consiste no lançamento de uma haste metálica, que é feita de uma pista, na qual o lançador corre cerca de 15 passadas. ( ) São bolas maciças de metal com diâmetros e pesos diferentes para homens e mulheres. ( ) A peça lembra uma nave espacial feita de metal e possui pesos diferentes para homens e mulheres. A sequência está correta em a) 1, 2, 4, 3 b) 2, 4, 1, 3 c) 4, 3, 1, 2 d) 3, 1, 4, 2 e) 2, 4, 3, 1 79 OUTRAS PROVAS, COMPETIÇÕES E TREINAMENTOS 80 No atletismo existem algumas competições que reúnem diversas provas para serem praticadas pelo mesmo atleta em dois dias seguidos: são as chamadas provas combinadas, que exigem do atleta versatilidade, velocidade, força e resistência, além de técnica em diversas modalidades diferentes. Apenas duas provas consideradas oficiais, tanto pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) quanto pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), que são o heptatlo (que consiste em sete provas) feminino e o decatlo (com dez provas) masculino. Há em algumas competições, que podem apresentar outra provas combinadas como o tetratlo (com quatro provas) e o pentatlo (com cinco provas), que são praticadas por ambos sexos e são realizadas apenas nas categorias iniciais, a partir dos 12 anos. 5.1 PROVAS COMBINADAS O decatlo é o melhor exemplo da antiga busca grega por um atleta completo. Nessa prova combinada, não aparecem os melhores de cada modalidade, mas sim atletas que conseguem uma regularidade em todas elas. O formato praticado atualmente tem sua formatação realizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) desde 1912. Nessa formatação, no primeiro dia de competição são realizadas as cinco primeiras provas (corrida de 100 m, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e corrida de 400 m). No segundo dia, são realizadas as últimas cinco provas (corrida de 110 m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e corrida de 1.500 m). Para se definir o vencedor, são utilizadas pontuações baseadas em fórmulas e tabelas, que sempre geraram problemas no decatlo. Em 1912 foi usada a tabela sueca. Desde 1952 utiliza-se a tabela evolutiva da IAAF (modificada em 1964 e 1986), mas que até hoje gera muita reclamação. As regras utilizadas são as mesmas oficiais das modalidades disputadas, acrescidas de mais algumas como: 30 minutos de intervalo entre uma prova e outra (no mesmo dia) e, caso o atleta não faça uma saída ou uma tentativa em uma das provas, ele será desclassificado nas provas seguintes e será considerado abandono de competição. Há também pequenas modificações, como no caso do salto em distância e das provas de arremesso/lançamentos, em que os atletas só têm três tentativas cada; e nos saltos verticais, com elevação uniforme do sarrafo (3 cm para salto em altura e 10 cm no salto com vara). Figura 81: Decatlo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 81 O heptatlo combina sete provas do atletismo e é comumente praticado na categoria feminina. Faz parte do programa olímpico desde as Olimpíadas de 1964, em Tóquio, embora tenha surgido como pentatlo e apenas em Los Angeles, em 1984, tenham sido adicionados a corrida de 800 m e o lançamento de dardo, chegando na mesma configuração atual. No primeiro dia de provas são realizadas a corrida de 100 m com barreira, o salto em altura, o arremesso de peso e a corrida de 200 m. Já no segundo dia, seguem as disputas de salto em distância, lançamento de dardo e corrida de 800 m. Para saber o vencedor da prova, assim como no decatlo, é seguida determinada pontuação, baseada em fórmulas. Essas fórmulas são expressas em tabelas, que apresentam também um mínimo para se alcançar, que corresponde a zero pontos. Por exemplo, no salto em altura, o mínimo aceitável é de 0,75 m de altura (o que atribui ao atleta zero ponto, enquanto que ao saltar 1,82m, lhe são atribuídos 1.000 pontos. Figura 82: Hepatlo Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) 5.2 PEDESTRIANISMO E CROSS COUNTRY Fechando o extenso hall de provas do atletismo, vamos destacar ainda o pedestrianismo e do cross country. Entendemos como pedestrianismo as provas com percursos pedestres, também conhecidas como corridas rústicas, que são as corridas a pé em ruas e estradas. É uma atividade esportiva muito popular e uma das modalidades mais tradicionais do atletismo. Sua prática, realizada principalmente no meio natural, proporciona uma interação e sensibilização entre os atletas e o meio ambiente. Dentre outros benefícios, essas provas são muito usadas para fugir do estresse e do sedentarismo propiciados pela vida urbana agitada de hoje em dia. É uma atividade muito praticada por não apresentar grandes dificuldades técnicas, e poder ser realizada em diversos ritmos. Apesar de serem provas individuais, podem ser praticadas por grupos de diversos tamanhos. No pedestrianismo temos as corridas de rua, as corridas em campo e as corridas em montanha. A prova de rua mais conhecida é a maratona, uma corrida com percurso de 42,195 km. Porém, existem diversas outras distâncias, como a meia maratona (21 km), provas de 10 km, de 7 km, de 5 km dentre outras), além de provas específicas de caminhada, que são realizadas juntamente com essas corridas de rua. 82 Figura 83: Corrida de rua Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) A corrida de rua é um dos esportes mais praticados atualmente. É considerado um esporte democrático, pois pode ser praticado por pessoas de várias idades (exigindo uma capacidade física mínima) sem a necessidade de equipamentos caros e de instalações específicas. A maioria dessas corridas possuem percursos que vão de 4 km a 16 km. As principais provas de rua no Brasil são: Corrida de São Sebastião (10 km - Rio de Janeiro, RJ), Dez Milhas Garoto (16 km - Vila Velha, ES), Corrida da Lua Cheia (4,6 km e 8,6 km - Curitiba, PR), Integração (5km e 10 km – Campinas, SP) e as diversas etapas do Circuito Sesc (3 km, 5 km e 10 km – em diversas cidades do Brasil). A maioria dessas corridas oferece também a possibilidade de caminhada, para agradar aos adeptos dessa modalidade e também àqueles que não estão preparados suficientemente para correr certas distâncias. O caminhar, inclusive, é a primeira etapa para os iniciantes, seguida do trote e depois da corrida propriamente dita. Devido às distâncias, o que conta nessas corridas de rua é a resistência e a determinação. Pelo fato de o movimento de caminhar ser um movimento natural do homem, é comum escutarmos que a corrida é a expressão atlética mais pura do ser humano. Sua prática traz diversos benefícios à saúde, por exemplo: o aumento da capacidade cardiorrespiratória, a regulação da taxa de açúcar no sangue, um melhor controle da pressão arterial e dos níveis de colesterol, uma melhoria na qualidade do sono, a redução do peso corporal e dos riscos de infarto e a diminuição do estresse. Além de a corrida trazer benefícios que favoreçam uma melhor qualidade de vida do praticante, existem outras vantagens, como a diversidade de possibilidades de locais para sua prática, ou seja, não há necessidade de instalações específicas. Também é uma prática esportiva que não necessita de equipamentos e suas vestes limitam-se a tecidos leves, um bom par de tênis e talvez um boné. Nas provas de campo, também conhecidas como crosscountry, os atletas deparam com obstáculos (na maioria das vezes naturais) durante o percurso, algo semelhante ao que ocorre com as provas de corrida em montanha, com a diferença de que necessariamente esta última ocorre de fato em uma montanha, quer seja na neve, no deserto ou na floresta. O cross country é uma corrida de equipe, composta por cinco a sete corredores, realizada em terreno não pavimentado: grama ou terra. Apenas em 1960 a IAAF permitiu a participação de mulheres nessa modalidade. A distância percorrida por homens é de 12 km e, pelas mulheres, 10 km. Originou-se de um esporte inglês do início do século XIX que consistia em um grupo de corredores que seguia um percurso aleatório deixando cair papéis no chão para que o grupo oponente seguisse esse rastro. Era praticado 83 principalmente por universidades como Cambridge e Oxford. As corridas de cross country entraram no programa dos Jogos Olímpicos em três edições: Estocolmo (1912), Antuérpia (1920) e Paris (1924). Pelo fato de as corridas possuírem percursos, distâncias e os obstáculos naturais sempre diferentes, os tempos dos atletas não são comparados entre uma prova e outra e, por isso, também não há registros de recordes. As provas de corridas em campo começaram a ser disputadas no nosso país entre 1975 e 1985, quando a prefeitura de São Paulo investiu nessa modalidade, principalmente para crianças e jovens. Figura 84: Cross country Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Confira um pouco mais sobre Pedestrianismo e Cross Country acessando o link da Confederação Brasileira de Atletismo. Disponível em: https://bit.ly/3y8YW3W. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS 5.3 COMPETIÇÕES DE ATLETISMO Conhecido por ser uma modalidade esportiva disputada desde os Jogos Olímpicos da Antiguidade, o atletismo, atualmente, é composto por: ‘provas de pista’ (corridas) e ‘provas de campo’ (saltos/arremesso/lançamentos); ‘corridas de rua’, também denominada como pedestrianismo, marcha atlética (de rua e de pista); ‘cross country’ ou corridas através do campo e ‘corridas em montanhas’. Atualmente, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), criada em 1977, é a responsável pelo gerenciamento do atletismo no Brasil, tendo a ela filiadas as Federações Estaduais. Internacionalmente, é a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), a responsável pelo gerenciamento dessa modalidade, cujas provas são disputadas em diferentes categorias, de acordo com a faixa etária, nos gêneros masculino e feminino. A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) organiza o esporte em categorias https://bit.ly/3y8YW3W 84 a partir da idade no ano da competição. As modalidades são: • Categoria Sub-14 – Pré-Mirim: atletas com 12 e 13 anos; • Categoria Sub-16 - Mirins: atletas com 14 e 15 anos; • Categoria Sub-18 - Menores: atletas com 16 e 17 anos; • Categoria Sub-20 - Juvenil: atletas com 16, 17, 18 e 19 anos; • Categoria Sub-23: atletas com 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 22 anos; • Categoria de Adultos: atletas a partir de 16 anos em diante; • Categoria de Masters: atletas a partir de 40 anos em diante. A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) é a responsável por supervisionar um sistema global de competições em coordenação com as associações de área. A IAAF coordenará seu calendário de competição e os das 85 respectivas associações de área com a finalidade de evitar ou minimizar conflitos. Todas as competições internacionais devem ser autorizadas pela IAAF ou por uma associação de área de acordo esta regra. São consideradas competições internacionais: • Competições inclusas nas Séries Mundiais de Atletismo. • O programa do Atletismo nos Jogos Olímpicos. • O programa do Atletismo em jogos de área, regionais ou de grupos não limitados a participantes de uma única área onde a IAAF não tem controle exclusivo. • Competições de Atletismo regionais ou de grupos não limitados a participantes de uma única área. • Torneios entre equipes de diferentes áreas representando Filiadas ou Áreas ou uma combinação destas. • Torneios Internacionais a Convite, que são categorizados pela IAAF como partes da estrutura global e são aprovados pelo Conselho. • Campeonatos de área ou outras competições intra-áreas organizadas por uma associação de área. • Programa de Atletismo de área, regional ou jogos de grupos e campeonatos de Atletismo regionais ou de grupos limitados à participação de uma única área. • Torneios entre equipes representando duas ou mais filiadas ou uma combinação destas dentro de uma mesma área, com exceção das competições das categorias Sub-18 e Sub-20. • Competições e Torneios Internacionais a Convite. Somente a IAAF tem o direito de organizar a competição de Atletismo dos Jogos Olímpicos e as competições que integram as Séries Mundiais de Atletismo. A IAAF organizará os Campeonatos Mundiais em anos ímpares. As associações de área terão o direito de organizar campeonatos de área e podem organizar outras competições intra-áreas como julgarem apropriado. “Área” referida aqui, é a área geográfica que abrange todos os países e territórios filiados a uma das seis associações de área (continentes). FIQUE ATENTO Em qualquer tipo de competição, nacional ou internacional, regras regidas pela IFFA devem ser aplicadas como nos casos citados a seguir: • Elegibilidade - Definição de atleta elegível - Um atleta é elegível para competir se ele concordar em obedecer às Regras e se não foi declarado inelegível. • Procedimentos disciplinares - Controvérsias e procedimentos disciplinares Regra ou Regulamento, surgidas sob estas Regras serão decididas, e todos os procedimentos disciplinares, conduzidos, serão de acordo com as disposições estabelecidas pela IFFA. • Regras Técnicas - Todas as competições internacionais serão realizadas sob as Regras da IAAF, e isso deverá constar em todos os anúncios, propagandas, programas e material impresso. Em todas as competições, exceto os Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos, os eventos podem ser realizados em formato diferente daquele constante 86 nas Regras Técnicas da IAAF, além daquele que tenham obtido na aplicação das Regras atuais, mas as Regras dando mais direitos aos atletas, não podem ser aplicadas. Esses formatos serão decididos pelos respectivos órgãos que tenham o controle sobre a competição. • Regras médicas e antidoping - Devem ser aplicadas em todas as competições internacionais, exceto naquelas em que o COI ou outra organização internacional reconhecida pela IAAF, por proposta desta, realize o controle de antidopagem em uma competição segundo suas regras, como os Jogos Olímpicos. ADAMS – Sistema de Administração e Gerenciamento Antidoping é uma ferramenta de gerenciamento de banco de dados baseada na internet para inserção de dados, armazenamento, compartilhamento e relatórios, destinada a prestar assistência a partes interessadas e à Agência Mundial Antidoping (World Anti-doping Agency – WADA) em suas operações antidoping, em conformidade com a legislação de proteção de dados. O doping é condenado em todas as modalidades esportivas, inclusive no atletismo, porque, em primeiro lugar, faz mal à saúde e, em segundo lugar, porque traz um ou mais benefícios (de forma desigual e desleal) aos atletas, tornando-os mais fortes ou mais resistentes, diferentemente de atletas que não fizeram uso destas substâncias, consideradas proibidas. O doping esportivo é a utilização, por um atleta, de substâncias não naturais ao corpo para melhorar seu desempenho de forma artificial. Atualmente, durante competições esportivas internacionais, os jornais publicam escândalos envolvendo técnicos e atletas pegos no exame antidoping. A notícia mais recente desse tipo foi no Mundial de Atletismo da Alemanha, no início de agosto, envolvendo esportistas brasileiros. O uso ilícito de substâncias, medicamentos e hormônios, como artifício para ganhar competições esportivas é muito antigo. Já nos Jogos OlímpicosFases do Lançamento do Martelo....................................................................................................................................................................................................................................64 4.3 LANÇAMENTO DE DISCO................................................................................................................................................................................................................................................................66 4.3.1 Fases do lançamento de disco..........................................................................................................................................................................................................................................68 4.4 LANÇAMENTO DE DARDO................................................................................................................................................................................................................................................................71 4.4.1 Fases do lançamento de dardo........................................................................................................................................................................................................................................73 FIXANDO O CONTEÚDO..........................................................................................................................................................................................................................................................................76 ATLETISMO ARREMESSO E LANÇAMENTOS 5.1 PROVAS COMBINADAS....................................................................................................................................................................................................................................................................80 5.2 PEDESTRIANISMO E CROSS COUNTRY.....................................................................................................................................................................................................................................81 5.3 COMPETIÇÕES DE ATLETISMO....................................................................................................................................................................................................................................................83 5.4 TREINAMENTO E PREPARAÇÃO FÍSICA...................................................................................................................................................................................................................................86 FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................90 OUTRAS PROVAS, COMPETIÇÕES E TREINAMENTOS UNIDADE 5 6.1 ATLETISMO E SUAS POSSIBILIDADES.........................................................................................................................................................................................................................................94 6.2 ABORDAGEM ESPORTIVA / PEDAGOGIA DO ESPORTE.................................................................................................................................................................................................95 6.3 ABORDAGEM LÚDICA.......................................................................................................................................................................................................................................................................98 6.4 ATLETISMO ESCOLAR......................................................................................................................................................................................................................................................................100 FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................................................................................................................................................................................106 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................................................................................................110 REFERÊNCIAS.........................................................................................................................................................................................................................................111 ATLETISMO - ASPECTOS METODOLÓGICOS UNIDADE 6 7 UNIDADE 1 Nesta unidade iremos falar sobre a história do atletismo como um esporte de base, vamos falar um pouco sobre o atletismo no Brasil e algumas curiosidades históricas. UNIDADE 2 Nesta unidade falaremos sobre o atletismo nas corridas de velocidade, de meio fundo, de fundo e na marcha atlética. UNIDADE 3 Nesta unidade falaremos do atletismo em salto em distância, salto triplo, em altura e com vara. UNIDADE 4 A unidade IV falaremos sobre os arremessos de peso, lançamentos de martelo, disco e de dardo. C O NF IR A NO LI VR O UNIDADE 5 Nessa unidade falaremos sobre outros estilos de provas como provas combinas, pedestrianismo e Cross Country, assim como competições de atletismo e treinamentos e preparações físicas. UNIDADE 6 A unidade VI abordaremos os aspectos metodológicos, no atletismo e suas possibilidades, algumas abordagem esportiva e a pedagogia do esporte, utilizando uma abordagem lúdica no atletismo escolar 8 INTRODUÇÃO Desde os primórdios de nossa civilização, o homem de forma natural, praticava uma série de movimentos, por sobrevivência, por questões culturais de lazer, prática esportiva ou diferentes outras finalidades. O atletismo que conhecemos hoje sob a forma de competição, teve sua origem na Grécia. A palavra atletismo foi derivada da raiz grega, “ATHI, competição”, o princípio do heroísmo sagrado grego, o espírito de disputa, o ideal do belo etc. A história do atletismo em muitos momentos se confunde com a história dos Jogos Olímpicos. Compreender o atletismo como modalidade esportiva é importante para o ensino do mesmo não só nas aulas de educação física escolar na formação educacional das crianças, como também é essencial para a formação e o trabalho do professor de Educação Física. Objetivos Conhecer e compreender a história do atletismo, sua evolução e técnica de execução das provas de corridas e marcha, das provas de lançamentos em suas diferentes modalidades, disco, peso, dardo e martelo, como também as provas de saltos e respectivos estilos, elementos básicos princípios mecânicos. Compreender os fundamentos e processos de pedagógicos do ensino da modalidade esportiva atletismo em nossa sociedade e os desafios deste conteúdo na educação física escolar, bem como a regulamentação e aplicação aos diversos níveis de ensino. 9 HISTÓRICO DO ATLETISMO 10 1.1 ATLETISMO: ESPORTE-BASE O atletismo é chamado de esporte-base de todos demais, pois nasceu da necessidade natural de correr, saltar e lançar objetos, desde a antiguidade, ajudando a sobrevivência de nossos ancestrais. Inicialmente, essa prática era de preservação da espécie, com o passar do tempo o homem adotou esses movimentos no lazer, medindo velocidade (rapidez), destreza e força com seus semelhantes. A Grécia é citada como berço da atividade esportiva, onde, por registros, verifica- se que mulheres, crianças e homens maduros normalmente praticavam atletismo, sendo pioneiros da condição esportiva, programando corridas curtas na pista que chamavamda Grécia, cerca de três séculos antes de Cristo, havia uma regulamentação para evitar que os competidores tivessem o baço arrancado. Acreditava-se que com o esforço físico dos maratonistas, este órgão poderia endurecer e prejudicar o resultado. Agora leia o livro “Atletismo Regras Oficiais de Competição” 2016-2017 para com- preender um pouco mais sobre as regras oficiais que regem as competições de atletismo. Disponível em: https://bit.ly/3SA4lcr. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS 5.4 TREINAMENTO E PREPARAÇÃO FÍSICA O desempenho atlético nas provas de Atletismo progrediu muito nos últimos anos. Níveis de desempenho inimagináveis hoje são comuns, e o número de atletas capazes de alcançar resultados e recordes surpreendentes cresce a cada dia. A que se deve esse aumento surpreendente nesses resultados? Não há uma https://bit.ly/3SA4lcr 87 resposta simples. O desempenho atlético é desafiador porque encorajam os atletas a longas e severas horas de trabalho. A ciência passou da fase meramente descritiva para a científica, com o auxílio de especialistas e de cientistas de várias áreas, com um amplo conhecimento que se reflete em metodologias mais sofisticadas de treinamento dos atletas. Além da grande diversidade de materiais e tecnologia usados na confecção de equipamentos de competição como: pistas mais rápidas, implementos e até mesmo vestuário e calçados. A capacidade de adaptação ou adaptabilidade é o nome que se dá à diferente assimi- lação dos estímulos, frente à mesma qualidade e quantidade de exercícios ou carga de treinamento Bompa (2002). FIQUE ATENTO A periodização constitui uma parte do processo de confecção e elaboração do plano e procura responder a necessidade de integrar todas as variáveis que constituem o programa de preparação dos atletas. Tubino e Moreira (2003) definem a periodização do treinamento desportivo como sendo a divisão do mesmo, em etapas, para se atingir objetivos específicos. Já para Dantas (2003) periodização é o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para o treinamento de acordo com os objetivos intermediários perfeitamente estabelecidos, respeitando-se os princípios científicos do exercício desportivo. Segundo Matveiev (1990) a periodização tem como objetivo proporcionar a um atleta em competições a forma desportiva, ou seja, o estado no qual ele está preparado para a obtenção de resultados desportivos. Segundo Gomes (2002), ela pode ser atribuída à correlação organismo ambiente, sob o ponto de vista da predisposição hereditária e sua expressão genética. Os principais objetivos do treinamento físico são o desenvolvimento do potencial fisiológico e das habilidades motoras Bompa (2001). De acordo com o Dicionário de Ciências do Esporte, talento é um “termo usual da lingua- gem para determinar indivíduos que possuem aptidões específicas melhores do que a média para um determinado domínio, porém, ainda não totalmente desenvolvidas”. Pense e pesquise, com este contexto, sobre a importância da periodização para que o potencial talento possa alcançar o seu mais alto nível. VAMOS PENSAR? Para que um treinador possa planificar o treino dos seus atletas, é fundamental que estejam reunidas algumas condições: • Um conhecimento profundo dos princípios elementares do treino desportivo; • Estar familiarizado com as regras da programação e planificação do treino; • Ser capaz de elaborar todo o planejamento desde o macrociclo até a cada uma das sessões de treino ao longo do período; • Os atletas devem ter ao seu dispor todas as infraestruturas necessárias para 88 poderem realizar todo o tipo de trabalho programado pelo treinador; • Ter capacidade de poder utilizar meios de controle e avaliação do treino ao longo de todo o período; • Todo trabalho deve ser focado em desenvolver o máximo das potencialidades e que os atletas venham ter grande disciplinas e foco na realização das etapas de treinamento. No que se refere ao treinamento físico de um atleta, alguns aspectos são fundamentais e baseados nas obras autores como Bompa (2002), Alvarenga e Pantaleão (2008) Barbosa (2008), Ereira et al (2009) e Farto (2002) pode-se chegar a algumas conclusões sobre quais são os aspectos fundamentais no treinamento. • É fundamental conhecer de forma muito objetiva qual o nível físico dos seus atletas (controle das diferentes capacidades físicas) e qual o seu nível desportivo (recorde pessoal) e os objetivos que se pretendem alcançar a curto, médio e longo prazo. • Outro aspecto fundamental é a motivação do atleta, sendo o treinador o principal responsável por conseguir motivar os seus atletas. • É fundamental ao treinador conhecer a capacidade do organismo de cada um dos seus atletas para se adaptarem aos diferentes estímulos de treino, assim como a capacidade de cada atleta para evoluir graças ao treino. • O treinador tem de conseguir prever o aparecimento das lesões, algumas são inevitáveis durante o processo de treino, mas devem ser evitadas as que podem prejudicar seriamente os níveis físicos e psíquicos dos atletas e comprometer a sua evolução. • O treinador deve estar atento e mudar o planejamento do treino da altura certa (Fox et al, 1994) evitando a estagnação em termos de evolução da forma desportiva. • O treinador deve ir variando as percentagens de treino dedicadas a cada um dos sistemas energéticos (aeróbio e anaeróbio), aumentando progressivamente o trabalho. Dependendo do tipo de prova e tipo de período de preparação, a influência dos diferentes sistemas energéticos, vai-se alterando. • O treino da força deve estar sempre diretamente relacionado com o objetivo que se pretende atingir em função das exigências da prova e das características de cada atleta. O trabalho de força mais importante deve efetuar-se um mês e meio antes das primeiras competições. • O mecanismo aeróbio é essencial para a melhoria de rendimento dos atletas, sendo muito fácil tanto o seu desenvolvimento com a manutenção desta capacidade. Já o mecanismo anaeróbio depende mais das características genéticas de cada atleta. • É sempre preferível que o atleta atinja a sua forma competitiva de modo gradual, do que depressa, evitando que ele possa estagnar e começar a perder forma antes das competições mais importantes. • Ao longo do período sempre que aumenta o treino aeróbio diminui o anaeróbio e vice-versa. Um programa de treinamento organizado, o treinamento físico deve respeitar seguinte sequência para ser desenvolvido: 1. Treinamento físico geral (TFG) – Este treinamento tem o objetivo de melhorar a capacidade de trabalho. Quanto mais alto o potencial de trabalho, mais facilmente 89 o organismo adapta-se à elevação contínua das exigências físicas e psicológicas do treinamento (Bompa, 2002; Rushton, 1990). 2. Treinamento físico especifico (TFE) - Este treinamento tem o objetivo de elevar o desenvolvimento das características fisiológicas e metodológicas do desporto. Além disso, a capacidade fisiológica mais alta auxilia a rápida recuperação dos atletas. 3. Aperfeiçoamento das capacidades biomotoras (CB). - O objetivo nesta fase do treinamento é aperfeiçoar a capacidade bimotora especificas do desporto praticado. A intensidade de um exercício pode ser igual à exigência da competição levemente mais baixa quando as cargas estão diminuídas ou levemente mais altas, para exercícios em que existe um aumento de carga (Miglinas et al, 2009). Além dos treinamentos físicos, o treinador deve se preocupar e atentar também com outros dois treinamentos de grande importância para o sucesso do mesmo e do atleta. Um é o treinamento técnico, pois quanto mais próximo da perfeição técnica estiver, menor será a energia despendida pra atingir um dado resultado e o outro treinamento tático que é o meio pelo qual os atletas absorvem métodos impossíveis, meios de preparação e de organização, a fim de cumprir o objetivo, como alcançar certo desempenho ou obter a vitória. Agora leia o livro Teoria e práticado treinamento esportivo – 2° Edição de Valdiir J. Barbanti para compreender um pouco mais sobre treinamento, seus compo- nentes, planejamento e seus métodos básicos. Disponível em: https://bit.ly/3fEqaZv. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS https://bit.ly/3fEqaZv 90 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Uma das características do esporte é ser subordinado a algum órgão oficial, que, dentre outras coisas, organiza eventos esportivos da modalidade e regulamenta as regras dessa prática. 1 - No país. ( ) IAAF. 2 - No continente sul-americano. ( ) CONSUDATLE. 3 - No mundo todo ( ) CBAt. Associe as colunas de acordo com a área de abrangência dos órgãos oficiais. a) 1 – 2 – 3. b) 1 – 3 – 2. c) 2 – 1 – 3. d) 2 – 3 – 1. e) 3 – 2 – 1. 2. Existem diversas provas oficiais no atletismo. Como podemos classificá-las? Aponte as opções como verdadeiras (V) ou falsas (F): ( ) Pela dificuldade de execução do movimento. ( ) Por ser mais popular. ( ) Pela habilidade principal. ( ) Pelo local da prova. ( ) Pelas distâncias a serem percorridas. Agora, selecione a alternativa que apresenta a ordem correta: a) F – V – V – V – V. b) F – F – V – V – V. c) F – F – F – V – V. d) F – F – F – F– V. e) F – F – F – F– F. 3. Muitas pessoas praticam o atletismo e existem diversas formas mais eficientes e justas de categorizar as provas. Um dos principais objetivos dessa divisão seria buscar o equilíbrio, principalmente no que diz respeito às características físicas, cognitivas e motoras. Ao separar as provas do atletismo em categorias, quais critérios devem ser usados? a) Número de participantes e altura. b) Classificação olímpica e idade. c) Gênero e faixa etária. d) Patrocínio e potencial de TV. e) Peso e circunferência. 91 4. No decatlo são combinadas dez provas do atletismo. Dentre as principais estão: as corridas, os saltos e os arremesso/lançamentos. Um atleta deve participar de todas as provas, que são divididas em dois dias de competição. A definição do vencedor se dá através da soma da pontuação obtida em todas as provas. ( ) Corrida de 110 m com barreira. ( ) Salto em altura. ( ) Arremesso de peso. ( ) Corrida de 1.500 m. ( ) Lançamento de martelo. Marque verdadeiro (V) ou falso (F) para algumas das provas que compõem o decatlo. a) V – V – V – V – V. b) V – V – V – V – F. c) F – V – F – V – F. d) V – F – F – F – F. e) F – F – F – F – F. 5. O heptatlo combina sete provas do atletismo, dentre corridas, saltos e arremesso/ lançamentos. Geralmente, é praticado por mulheres e faz parte dos Jogos Olímpicos desde 1964, embora apenas em 1984 é que foi formatado com as mesmas características que tem é hoje. Como era disputado o heptatlo nas olimpíadas antes de 1984? a) Decatlo. b) Duatlo. c) Octatlo. d) Tetratlo. e) Pentatlo. 6. Entendemos como pedestrianismo as provas com percursos pedestres, também conhecidos como corridas rústicas, que são as corridas a pé em ruas e estradas. Marque verdadeiro (V) ou falso (F) para as corridas pertencentes ao pedestrianismo. ( ) Corridas de pista. ( ) Corridas de rua. ( ) Corridas em campo. ( ) Corridas em montanha. Agora, assinale a alternativa que apresenta a ordem correta: a) V - V - V - F. b) V - V - F - F. c) F - F - F - V. d) F - V - F - V. e) F - V - V - V. 92 7. Existem alguns movimentos que são naturais ao ser humano, movimentos que o homem usa em seu dia a dia e não precisam fazer grandes esforços para aprendê- los. Qual atividade esportiva é conhecida como "a expressão atlética mais pura do ser humano"? a) Peteca. b) Natação. c) Corrida. d) Lançamento. e) Salto. 8. Em um programa de treinamento organizado, o treinamento físico deve respeitar uma sequência para ser desenvolvido. Marque a opção correta. a) Treinamento físico geral e aperfeiçoamento das capacidades motoras. b) Treinamento físico específico e aperfeiçoamento das capacidades motoras. c) Treinamento físico geral e treinamento físico específico das capacidades motoras. d) Treinamento físico geral, específico e aperfeiçoamento das capacidades biomotoras. e) Treinamento físico específico e aperfeiçoamento das capacidades biomotoras. 93 ATLETISMO - ASPECTOS METODOLÓGICOS 94 O atletismo é classificado como um esporte de marca, que possui a características de buscar a melhora dos resultados, da superação de tempos (segundos, minutos, horas), de marcas (centímetros, metros) e de recordes. A superação de uma marca anteriormente estabelecida, muitas vezes, é mais importante que a classificação obtida pelo atleta na competição. Exemplo disto, que as vezes para um atleta, a superação de uma marca estabelecida em uma determinada prova, pode significar mais do que o lugar mais alto do pódio, pois pôde superar seus próprios limites. Sendo assim, durante uma aula, o aluno deve ser incentivado a superar seus próprios resultados, ao invés de rotular em comparação aos colegas de turma, sendo que cada um tem seu próprio potencial. “Superar seus próprios limites é (didaticamente) muito mais proveitoso!” Nesse sentido, o registro de conquistas, marcas individuais do aluno em uma ficha de avaliação ou em um caderno de aula, serve para que perceba que a cada dia seus resultados são diferentes e que um dia não é igual ao outro e seus resultados também não serão, poderão ser melhores ou piores dependendo das situações do dia. No que diz respeito as diversas provas do atletismo, é importante que ‘todos alunos’ possam vivenciar ‘todas as provas” do atletismo, para que assim tenham um conhecimento amplo da modalidade e não restrito. Assim, no futuro poderá optar por uma determinada prova para especializar, tornar-se um atleta, quem sabe. 6.1 ATLETISMO E SUAS POSSIBILIDADES Quando falamos de atletismo, abrimos uma gama enorme de possibilidades de trabalho a ser desenvolvido como os alunos, haja vista a grande quantidade de provas nessa modalidade, como já visto anteriormente. Embora algumas pessoas possam achar impossível de trabalhar com o atletismo, jugando que para isso precisam de um espaço e equipamentos adequados, isso não se reflete na prática. A realidade de ter uma pista oficial de 400m com raias para as corridas e marcha, com um campo de provas para os saltos, arremesso e lançamentos, realmente é para poucos. Mas o ensino do atletismo não se limita ou tem uma dependência de instalações ou implementos oficiais. Até mesmo que na iniciação, dependendo da idade dos alunos, os implementos oficiais estarão fora do padrão didaticamente apropriado pelo peso e tamanho dos mesmos, como também as distâncias a serem percorridas serão menores. Neste contexto, podemos trabalhar atletismo, principalmente na iniciação, em uma quadra de escola ou bairro, num campo de futebol, em um terreno de terra ou até mesmo em praças e ruas. Um exemplo marcante, é o do atleta Brasileiro Darlan Romani, que é um atleta especializado no arremesso de peso, campeão mundial indoor em 2022. Além disso, também terminou em 4°lugar nos Jogos Olímpicos de 2020, 4°lugar no Mundial de 2019, e foi campeão no Pan de 2019. Darlan teve que superar as adversidades do pouco apoio dado e da pandemia, foi para Tóquio sem técnico por causa da pandemia e precisou improvisar treinos num terreno ao lado de sua casa em Bragança Paulista. Na ocasião, ele compartilhou um vídeo nas redes sociais em que mostrava a preparação do local do treino. - “A gente é consciente, coronavírus... 95 Estamos organizando um lugarzinho para poder treinar aqui do lado de casa, vamos dar uma limpada no terreno aqui para poder começar as atividades. Treinar em casa. Valeu, forte abraço a todos” - disse na época. Figura 85: Darlan em terreno baldio no início da pandemia Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Claro que, em se tratando de uma pratica voltada para o auto rendimento, realmente o espaço e o implemento oficial e um dos fatores, não o único, responsáveis para levar um atleta ao máximo das suas potencialidades. Um outro ponto muito importante é o foco em seu objetivo, como o demonstradopelo próprio atleta Darlan, que ao ser entrevistado em Tóquio após o quarto lugar disse: “Se eu já dava 200%, agora vou dar 300%". Sendo recompensado com o título mundial Indoor em 2022. Agora, em se tratando de trabalhar a iniciação, podemos faze-lo em espaços e implementos construídos, utilizando materiais alternativos. O professor deve então pensar em alternativas na sua realidade de espaços e criatividade no desenvolvimento das modalidades do atletismo. Cabe também ao professor, compreender o objetivo e o caráter ou abordagem a se utilizar: se será uma abordagem lúdica ou esportiva, que será fundamental no seu planejamento e na metodologia a ser usada. 6.2 ABORDAGEM ESPORTIVA / PEDAGOGIA DO ESPORTE A pedagogia do esporte ou abordagem esportiva, segundo BARBANTI, 2003, P.222, pode ser definida como: “[...] um campo do conhecimento que trata do relacionamento entre o Esporte e a Educação. A Pedagogia do Esporte é direcionada para dar os fundamentos teóricos para a prática dos esportes com o objetivo de melhorar o desenvolvimento do homem e enriquecer a qualidade de vida. Área acadêmica de estudo que focaliza as intervenções educacionais no domínio do Esporte e do movimento humano”. O objeto da pedagogia do esporte é composto pela interação entre os inúmeros fatores envolvidos no processo de iniciação esportiva e tendo como tarefa ensinar técnicas, táticas e valores sociais indispensáveis para o desenvolvimento da criança, jovem ou adolescente (PAES; BALBINO, 2009). 96 Nessa perspectiva, o trabalho a ser desenvolvido, envolve não só o conhecimento pedagógico, mas também da técnica de execução, regras, tática, capacidades motoras e físicas inerentes a cada uma das provas do atletismo. Como vimos nos capítulos 2, 3 e 4 anteriormente, cada tipo de prova tem suas próprias exigências motoras, físicas e técnicas, conhecer a biomecânica do movimento técnico é fundamental, pois na iniciação aperfeiçoar a capacidade bimotora especificas é essencial. Para exemplificarmos o processo adequado vamos utilizar as corridas, por serem mais simples e naturais. A biomecânica do movimento da corrida, possui duas fases: Apoio (contato do pé com o solo) e Suspensão (elevação e projeção do corpo para a frente), mas entre as duas há um momento em que o corpo permanece no ar sem contato com o solo (fase aérea). Exercícios de biomecânica (educativos) podem auxiliar na melhora da técnica de corrida, melhorando a performance, sem desgaste de energia desnecessária. Segue, três exemplos destes exercícios que podem ser úteis e eficientes: • Skipping Alto (Elevação dos joelhos) – deslocar aproximadamente 20 metros levantando os joelhos até a altura da cintura, com os braços perpendiculares ao corpo e num ângulo de 90 graus, por 2 ou 3 repetições. Figura 86: Skipping Alto Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) • Skipping Atrás ou Anfersen (Elevação dos calcanhares) – repita o movimento anterior, mas dessa vez encostando os calcanhares nos glúteos. Figura 87: Skipping Atrás ou Anfersen Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) • Dribling - os pés paralelos e os cotovelos semiflexionados, elevar os pés o mínimo possível e realizando o exercício o mais rápido que puder sem puder, coordenando a movimentação dos braços e braços alternados, concentra a força nos tornozelos. 97 Figura 88: Dribling Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Trabalhar a técnica, ou seja, a biomecânica do movimento de qualquer uma das provas do atletismo é essencial, para o aprendizado e aperfeiçoamento de- las. Acesse o link para conhecer um pouco mais destas possibilidades - Treino Técnico - Educativos com corrida Ideal para todos os corredores. Disponível em: https://bit.ly/3fGoHC4. Acesso em: 05 set. 2022 BUSQUE POR MAIS Conhecer e trabalhar as capacidades físicas exigidas em cada prova, também é papel do professor e de muita importância tanto na iniciação como no aperfeiçoamento. Um planejamento ou programa de treinamento físico organizado. Como visto no capítulo 5 anteriormente, ele passa pelas etapas: treinamento físico geral (TFG), treinamento físico específico (TFE), aperfeiçoamento das capacidades biomotoras (CB). Enquanto os treinamentos técnicos procuram chegar o mais próximo da perfeição técnica do movimento, para se ter menor energia despendida no mesmo. O trabalho físico, busca dar uma base para que o esforço mais próximo do máximo possa ser realizado, sem comprometer a integridade física dos músculos envolvidos, evitando lesões, como também o desenvolvimento das capacidades fisiológicas envolvidas em cada prova. Neste contexto, conhecer os métodos de treinamento para melhorar o desempenho dos sistemas aeróbio e anaeróbio, de treino da força, de treino de velocidade e treino da preparação especial anaeróbia, é fundamental para o desenvolvimento de um bom trabalho. A frequência e duração de treinos, são fatores também a ser considerados, pois depende muito da idade e do interesse dos praticantes. A tabela a seguir traz um exemplo de distribuição da frequência e duração, levando-se em conta a idade dos iniciantes. Idade Duração do Treino Frequência Semanal Total Horas/Semana Até 10 anos 1 hora 3 – 4 dias 3 – 4 horas Até 14 anos 1 hora e 30 min. 5 – 6 dias 6 – 7h30min 15 anos acima 2 horas 6 dias 12 horas Tabela 1: Exemplo de distribuição da frequência e duração de treinos Fonte: Elaborado pelo autor (2022) https://bit.ly/3fGoHC4 98 Nesse contexto, vamos pensar se a concepção de: "Sem dor, sem ganho" realmente é vá- lida? Pense e pesquise sobre métodos que respeitem os limites do corpo e que também promovam o ganho esperado ou objetivo a ser alcançado, debata se essa ideia. VAMOS PENSAR? Conhecer e respeitar os limites físicos de cada aluno é importante para dosar o esforço no nível ideal de seu condicionamento. No trecho final de uma longa corrida, pernas e braços parecem fracos, parecem não mais obedecerem aos comandos do cérebro. Músculos cansados pedem para parar, estão fadigados. No dia seguinte, com o grande esforço, a dor entra em ação. Com a sensação de coxas e pernas pesadas, os músculos "reclamam" a cada movimento, deixando a pessoa prostrada. Ao contrário do que normalmente se pensa, esse quadro durar pouco, basta voltar a exercitar o grupo muscular afetado depois de um período de pelo menos 24 horas de descanso. Todo mundo que faz ou já fez atividade física já sentiu essa dor e fadiga, são sensações normais neste caso. São um sinal, um alarme do organismo, que informa que nosso corpo está sendo exigido na sua capacidade máxima e precisa de descanso. Ignorar esse alerta biológico é perigoso, geralmente acaba levando a uma lesão séria, que pode não só comprometer a integridade dos músculos, mas toda planificação e desempenho, dependendo do tempo que pode demorar para a recuperação e volta aos treinos. 6.3 ABORDAGEM LÚDICA Neste contexto, o estímulo para prática, o despertar do interesse pelo atletismo, a cada aula, fundamental para o interesse pela modalidade atletismo é o foco. Isso é possível por meio de variadas atividades de caráter lúdico e exercícios educativos. O professor tem um papel importante para criar nos alunos competências motoras desportiva, num mundo em um ritmo acelerado, que precisa de cidadãos capazes de assumir o protagonismo de suas vidas, dentro da sociedade em geral. O fornecimento de recursos e informação, estimulantes do trabalho pedagógico e do desenvolvimento de hábitos desportivos e do prazer da prática nos alunos, é peça central de trabalho nessa abordagem. Como aqui já mencionado, é importante que ‘todos alunos’ possam vivenciar ‘todas as provas” do atletismo, para que assim tenham um conhecimento amplo da modalidade e não restrito. Como também possam ter suas capacidades motoras desenvolvidas de forma completa, rica em vivencias que estimularam ao máximo o desenvolvimento e o aprimoramento destas capacidades que serão a base para um bom desempenho técnico em qualquer prova ou desporto quequeiram continuar praticando. Em um modelo pedagógico de educação física dentro de uma abordagem desenvolvimentista, com base na aquisição de habilidades motoras é um processo contínuo e demorado. Assim sendo, para Gallahue e Donnelly (2008) o principal objetivo da Educação Física é proporcionar vivências e experiências de movimento adequadas 99 ao nível de crescimento e desenvolvimento das crianças e jovens, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja obtida. Criança confrontadas com desafios motores variados, com atividades variadas, com o desenvolvimento de seu repertório motor, melhoram suas ações diárias, elas aprendem a se mover (domínio motor) e por meio do movimento tem uma aprendizagem cognitiva e afetiva bem trabalhada. As atividades de estafetas são recomentadas, pois as mesmas possuem um grande potencial formativo, quer seja pelo domínio sobre si mesmo e domínio de uma técnica ou por uma atividade de equipe em que todos são importantes e estimulem o espírito de grupo. Observe a seguir, alguns exemplos destas atividades de estafetas: • Estafetas ida e volta: dividir os alunos em duas equipes em fila indiana. Ao sinal do professor, o primeiro aluno corre o mais rapidamente possível, indo buscar um objeto a uma distância entre 10 e 15 metros, buscando-o para entregar ao segundo corredor. O segundo corredor irá colocar novamente o objeto no lugar demarcado onde estava, voltando para que o terceiro aluno ir e assim sucessivamente, até todos percorrerem o seu percurso. Figura 89: Atividades de estafetas Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Semelhante ao anterior, só que dividindo a equipe em duas filas, uma de frente para outra. O aluno pega uma bola e corre o mais rápido possível, deixa ficar a bola na caixa central e correndo até a outra fila, toca na mão do colega do outro lado do campo, que faz o percurso inversamente, com uma bola na mão, e assim sucessivamente, até todos trocarem de lado no campo. Figura 90: Atividades de estafetas Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) No mesmo sentido, estafetas com corrida moderada transpondo obstáculos variados e a ritmos variados, com modificação da estrutura cíclica da corrida podem ser trabalhadas. 100 As atividades de estafetas, como visto possui grande potencial formativo, tor- nando-as essenciais neste processo. Acesse o link para conhecer um pouco mais dessas atividades – Educação Física – Corridas de Estafetas. Disponível em: https://bit.ly/3egcBiM. Acesso em: 15 jan 2024. BUSQUE POR MAIS Figura 91: Atividades de estafetas Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) As possibilidades são muitas e podem atenderem e contemplarem as mais diversas capacidades motoras e físicas do aluno, dentro de um processo amplo de aquisição. Dependendo apenas da criatividade e da busca de atividades estimulantes e desafiadoras que iram ajudar bastante no interesse em continuar a prática do atletismo. 6.4 ATLETISMO ESCOLAR No âmbito escolar, tanto o atletismo, como as demais práticas inseridas no contexto da educação física escolar, necessitam que a proposta de trabalho e a metodologia do professor esteja em consonância com os documentos oficiais da educação. Como o documento da Base Nacional Comum Curricular apresentada no ano de 2018 (BNCC). Dentro da BNCC, podemos ver que os objetivos da educação, de forma geral, buscam utili- zar, desfrutar e apreciar diferentes vivências corporais, tendo como principais pilares do en- sino-aprendizagem nesta área de conhecimento “as diferentes brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas, e práticas corporais de aventura, valorizando o trabalho coletivo e o protagonismo” (BRASIL, 2018) FIQUE ATENTO O atletismo, se enquadra como visto anteriormente dentro do pilar dos esportes, mais especificamente o de esporte de marca, pois possui a características de buscar a melhora dos resultados, da superação de tempos (segundos, minutos, horas), de marcas (centímetros, metros) e de recordes. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os https://bit.ly/3egcBiM 101 alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. No que se refere a prática de esportes de marca, entre eles o atletismo traz as orientações quanto a unidade temática, objetos de conhecimento e habilidades, assim distribuídos: Tabela 2: Anos Iniciais (alunos do 1° Ao 5° ano) – Ensino Fundamental I Fonte: Elaborado pelo autor (2022) Tabela 3: As habilidades pretendidas para a temática esportes 1° e 2° anos Fonte: Elaborado pelo autor (2022) Aqui, podemos ver que o brinca com os colegas, as crianças estão desenvolvendo diferentes habilidades físicas, correndo para disputar um brinquedo, brincando de pega- pega, saltando diferentes tipos de obstáculos ou arremessando bolas ou outros objetos de pesos, tamanhos e formas diferentes, vão proporcionar novas aprendizagens. O professor de Educação Física, deve aproveitar o fascínio das crianças pelas brincadeiras para ensinar o atletismo de forma lúdica e prazerosa. Para Moyles (2002), [...] a utilização do lúdico no processo de ensino aprendizagem do atletismo ganha dimensão em importância no contexto escolar por possibilitar a participação de todos, independentemente do seu atual desenvolvimento motor e por se caracterizar como sendo uma atividade prazerosa, que possibilita alegria e prazer na sua realização. Enquanto brincam, as crianças aprendem a ouvir a opinião do outro, esperar a vez de falar ou de jogar, a ceder, a ganhar e a perder, respeitar o grupo, cumprir regras, a cooperar, a resolver conflitos e respeitar limites. Alguns exemplos de brincadeiras e sua relação com o atletismo: 102 • Pique ajuda – onde um dos alunos escolhido para ser o pegador, deve correr atras dos colegas e quando conseguir pegar algum esse o ajudará a pegar os demais até que todos sejam pegos. Essa brincadeira tem o objetivo de desenvolver a coordenação motora, agilidade e destreza e podem ser relacionados ao trabalho para desenvolver a corrida de velocidade e de resistência no atletismo. Figura 92: Pique ajuda Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) • Estafeta de revezamento – com os alunos dispostos em filas com números iguais de participantes. O primeiro de cada coluna deverá, ao sinal, fazer o percurso saltando, contornar e voltar para tocar a mão do próximo jogador, e ir para o final da coluna. Podendo ter a variação de utilizar diferentes habilidades motoras para a corrida, como saltando com o pé direito; com as mãos na cabeça; com obstáculos no percurso como bancos, cones, colchão etc. Essa brincadeira pode ser trabalhada para desenvolver a habilidade motora como saltar, trabalhando a projeção do corpo durante os saltos e desenvolver a impulsão vertical, importante para os saltos no atletismo. Figura 93: Estafeta de revezamento Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) • Aumentadinha - Os alunos deverão ser dispostos em fila unica, para saltar uma corda estendida e segura por dois colegas, ao final quando todos tiverem saltado, gradativamente, o professor solicita que altura da corda seja levantada, asim sucessivamente até a altura qua a maioria conseguir saltar com segurança. Essa brincadeira trabalhada tanto a habilidade motora como saltar e desenvolve a impulsão vertical, como pode ser usado para iniciar o salto em altura do atletismo. Importante para os saltos no atletismo. 103 Figura 94: Aumentadinha Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Figura 95: Anos Finais (alunos do 6° Ao 9° ano) – Ensino Fundamental II Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Figura 96: As habilidades pretendidas para a temática esportes 6° e 7° anos Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Já nesta fase do 6° e 7° anos as atividades podem ser direcionadas para realização, as vezes se necessário adaptadas, das práticas do atletismo. Sendo aqui importante reforçar que, o interesse, o conhecimento,a boa vontade e a criatividade do professor de Educação Física são essenciais para o desenvolvimento da prática do atletismo na escola que é essencial e possível. Um exemplo prático dos procedimentos metodológicos para estruturar um plano 104 de aula de atletismo nessa fase, pode ser dividida nos seguintes passos: • Tema: Corridas • 1° Passo: Roda de conversa - apresentação do tema da aula e fazer o levantamento prévio dos alunos sobre ele ou em relação a modalidade (Atletismo). • 2° Passo: Aquecimento (Jogos preliminares) – uso de movimentos em jogos que contemplem elementos do tema, um momento lúdico e interativo, com tarefas elementares, orientadas utilizando habilidades básicas necessárias ao tema. Exemplos: Pega-pega, Bate e corre, barra manteiga etc. • 3° Passo: Educativos – atividades voltadas para os elementos da modalidade. Exemplos: Trotar (corrida lenta) de um lado até o outro lado da quadra, executando o ritmo a ser empregado em corridas longas. Depois corrida em velocidade, mantendo a distância do colega que está atrás, tentando pegar o que está à frente. Por fim executar exercícios de aperfeiçoamento técnico como Skip, Anfersen, Dribling e o Hope. • 4° Passo: Vivências da modalidade: prática dos movimentos técnicos da modalidade, para que os alunos possam vivenciar a modalidade. Exemplos: corridas na ponta dos pés, com saída baixa de curtas distâncias, correr mantendo o tronco inclinado à frente e correr executando passadas largas. • 5° Passo: Troca de ideias: avaliação da aula, levantar dificuldades e facilidades encontradas na aula, possibilidades de transformação, adaptação ou ampliação das atividades. Para MATTHIESEN et al, [...] o atletismo a ser utilizado na escola deve ser considerado como o "pré-atletismo", onde, numa primeira fase, faz-se através dos gestos motores básicos que são correr, saltar e lançar; e numa segunda fase, mantêm-se os da primeira, avançando-se para as tarefas que exigem uma maior codificação dos gestos motores básicos, aproximando progressivamente a criança do Atletismo. (2003). Sendo assim, no 6° ano é aconselhável, dentro de um aprendizado progressivo, trabalhar a história do atletismo e suas provas, dando prioridade na prática das provas de corrida e suas diferentes manifestações e suas regras de execução. No 7° ano partindo então para as provas de saltos, arremesso e lançamentos, suas regras e técnicas de execução. Pode-se perceber nessa fase observando os alunos, por exemplo, quais são os mais velozes, os mais fortes, os mais habilidosos com os obstáculos, os mais resistentes e os que apresentam melhor impulsão. Lembrando sempre que o esporte na escola, de acordo com a LDB é um projeto social e humano, procurando o preparo para a cidadania, comprometido com um projeto de uma sociedade mais humana e dedicado à promoção de valores humanos. Sendo o esporte, um excelente recurso para trabalhar as questões físicas e emocionais dos alunos, uma vez que lida com os sentimentos como: luta, dedicação, garra, determinação, foco, qualidade de vida, objetivos, ganhos, perdas etc., que tendem a torná-los pessoas melhores. Agora, pensar no planejamento escolar do Novo Ensino Médio é fundamental para se adequar às mudanças propostas para a educação brasileira. A partir de agora será necessário dividir as disciplinas em áreas de conhecimento e oferecer itinerários formativos, o que traz mais flexibilidade aos alunos e também gera uma série de desafios para as escolas e educadores. Soma-se a isso a necessidade de oferecer projetos integrados e trabalhar o Projeto de Vida de forma estruturada. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a Educação Física faz parte do bloco Conhecimento sobre o Corpo. De forma a permitir a cada aluno gerenciar suas 105 atividades corporais de maneira autônoma, escolhendo as mais saudáveis, e perceber o organismo como uma estrutura integrada, que ganha força com os estímulos corretos, que pode se lesionar quando a atividade não é adequada e que precisa se nutrir para funcionar a contento. Nessa perspectiva, o atletismo, sobretudo as corridas de rua e as outras provas devem ser trabalhadas com foco na prática de atividades físicas com regularidade, nos benefícios ao corpo e à mente de qualquer pessoa, na melhora do condicionamento, da saúde, da flexibilidade e do funcionamento dos órgãos vitais, além de cuidar também dos relacionamentos sociais, tornando-a mais acessível e comunicativa. Assim sendo, a educação física escolar deve incluir, entre seus objetivos: tornar o aluno capaz de dominar um repertório grande de movimentos, exibir um estilo de vida ativo e de utilizar a atividade física como fator de preservação da saúde física e mental, como fonte de prazer, autoestima e interação social. Mesmo sendo o conteúdo preferido de 10 a cada 10 alunos, principalmente pela prática de atividades físicas, tanto que os alunos esperam apenas aulas práticas na educação física, é importante que o professor desta disciplina no ensino médio aborde a teoria, das capacidades fisiológicas inerente as provas do atletismo, de forma a conscientizar e dar autonomia de escolha e prática de alguma delas, de forma a incorporar no seu estilo de vida. Por fim, priorizar a qualidade de vida é buscar a consciência e a mudança de comportamento diante da vida e das coisas que não nos fazem bem. Ter saúde e ser feliz, fazendo o que a gente gosta, não tem preço, mas exige de nós certa dose de sacrifício. Nossa saúde e qualidade de vida também dependem da forma como encaramos nosso corpo e nossos hábitos, saudáveis ou não. 106 1. O atletismo está presente nos Jogos Olímpicos desde a sua criação. Quando o Barão de Coubertin restabeleceu os Jogos Olímpicos em 1896, estes foram realizados no Estádio de Atenas, na Grécia. O reinício dos jogos foi muito importante para o atletismo e para todos os demais esportes, que consequentemente foram evoluindo nos anos seguintes e nas demais edições, até os tempos atuais. Por que esta evolução no atletismo ocorreu? a) Porque os avanços nos estudos possibilitaram o aprimoramento das técnicas dos movimentos e do treinamento, e a melhora da qualidade das pistas de atletismo e dos materiais esportivos. b) Porque as guerras que aconteciam no mundo eram interrompidas para celebrar os jogos. c) Porque um período de tempo maior entre os jogos, de quatro em quatro anos, permitia que os países preparassem melhor seus atletas. d) Porque os vencedores das provas nos jogos passaram a receber benefícios, como pensões vitalícias e isenção dos impostos. e) Porque com o passar do tempo vem nascendo pessoas mais talentosas e assim atletas melhores. 2. O ensino do atletismo pode ser utilizado em todas as idades do período escolar e com os mais variados objetivos. Embora seja uma modalidade esportiva na qual a maioria das provas são disputadas individualmente, há a possibilidade de trabalhar o espírito esportivo, a cooperação, o respeito ao próximo e também a coletividade. Sobre as provas do atletismo, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) As provas de revezamento são realizadas em equipe . ( ) As provas de maratona nos jogos olímpicos são realizadas por equipes. ( ) As provas de fundo são realizadas individualmente . ( ) As provas com barreiras são realizadas em equipe . Agora marque a alternativa que contempla a sequência correta do V ou F. a) F, F, V e V b) F, V, F e V c) V, F, V e F d) V, V, F e F e) V, V, V e V 3. Um dos motivos que faz com que o atletismo seja um esporte com muitos praticantes são a diversidade de provas e inúmeras possibilidades de prática. As provas de atletismo são divididas em provas de campo, de pista e de rua. Cada tipo de prova possui características e regras específicas. De acordo Com as características das provas de atletismo, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: FIXANDO O CONTEÚDO 107 ( ) A prova mais longa do atletismo é a marcha atléticade 50 km. ( ) Os 100m, 200m, 400m e 800m rasos e os revezamentos 4x100m e 4x400m são exemplos de corridas totalmente raiadas. ( ) As provas de campo são compostas pelo arremesso, lançamentos e saltos. ( ) As provas do decatlo e heptatlo, em competições oficiais adultas, são realizadas por homens e mulheres, respectivamente. ( ) Os jogos de perseguição podem ser usados como iniciação lúdica às corridas de velocidade. Agora marque a alternativa que contempla a sequência correta do V ou F. a) F, F, V, V e V b) F, V, F, F e V c) V, F, V, V e F d) V, F, V, V e V e) V, V, V, F e V 4. A Educação Física apresenta-se na BNCC como: "O componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos, produzidas por diversos grupos sociais no de correr da história" (BRASIL, 2018, p.213). Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir sobre a forma como o atletismo é contemplado pela BNCC. I. O atletismo é contemplado na unidade temática Esportes que reúne tanto as manifestações mais formais dessa prática quanto as derivadas. Como toda prática social, o esporte é passível de recriação por quem se envolve com ele. II. O atletismo é contemplado na unidade temática Ginásticas, onde são propostas práticas com formas de organização e significados muito diferentes: ginástica geral; ginásticas de condicionamento físico; e ginásticas de conscientização corporal. III. O atletismo é contemplado na unidade temática Brincadeiras e jogos, explora aquelas atividades voluntárias exercidas dentro de determinados limites de tempo e espaço, caracterizadas pela criação e alteração de regras, pela obediência de cada participante ao que foi combinado coletivamente, bem como pela apreciação do ato de brincar em si. IV. O atletismo é contemplado na unidade temática Práticas corporais de aventura, onde exploram-se expressões e formas de experimentação corporal centradas nas perícias e proezas provocadas pelas situações de imprevisibilidade que se apresentam quando o praticante interage com um ambiente desafiador. É correto apenas o afirmado em: a) II. b) I, III e IV. 108 c) I. d) I, II e III. e) II e IV. 5. Quando falamos no ambiente no qual o atletismo pode ser praticado, nos vem à cabeça as estruturas oficiais das práticas, principalmente a pista e o campo de atletismo. Também sabemos que oficialmente temos provas que acontecem nas ruas, em montanhas e em meio a trilhas. Mas o atletismo também pode ser praticado em outros lugares. Marque verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmativas a seguir referente aos locais de prática do atletismo. ( ) Campo de futebol. ( ) Piscina. ( ) Quadra poliesportiva. ( ) Tanque de areia. Agora, assinale a alternativa que apresenta a ordem correta. a) F – F – V – V. b) V – V – F – F. c) V – F – V – F. d) V – V – V – V. e) V – F – V – V. 6. O objeto da pedagogia do esporte é composto pela interação entre os inúmeros fatores envolvidos no processo de iniciação esportiva e tendo como tarefa ensinar técnicas, táticas e valores sociais indispensáveis para o desenvolvimento da criança, jovem ou adolescente. (PAES; BALBINO, 2009). Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir e marque a alternativa que apresenta uma afirmativa correta. a) Nessa perspectiva, o trabalho a ser desenvolvido, envolve só o conhecimento pedagógico. b) Na pedagogia do esporte só o conhecimento das técnicas de execução e as regras são importantes c) As capacidades motoras e físicas inerentes a cada uma das provas do atletismo são dispensáveis dentro da pedagogia esportiva. d) Não só o conhecimento pedagógico, mas também da técnica de execução, regras, tática, capacidades motoras e físicas inerentes a cada uma das provas do atletismo, são importantes neste contexto. e) Nesta perspectiva, o estímulo para prática, o despertar do interesse pelo atletismo, a cada aula, fundamental para o interesse pela modalidade atletismo é o foco. 7. Dentro de uma abordagem lúdica para se trabalhar o atletismo, as atividades de estafetas são recomentadas, pois as mesmas possuem um grande potencial formativo, quer seja pelo domínio sobre si mesmo e domínio de uma técnica ou por uma atividade de equipe em que todos são importantes e estimulem o espírito de grupo. 109 Com base na afirmativa acima, marque a alternativa correta. a) As atividades de estafetas, só se apresenta como possibilidades quando não há espaços e equipamentos adequados para a prática. b) As atividades de estafetas, são apropriadas para trabalhos com objetivo de trabalhar as corridas de velocidade. c) As atividades de estafetas não apresentam possibilidades de trabalhar corridas moderadas transpondo obstáculos variados e a ritmos variados. d) As atividades de estafetas apresentam muitas possibilidades e podem atender e contemplar as mais diversas capacidades motoras e físicas do aluno. e) As atividades de estafetas são práticas apenas criativas, mas pouco estimulantes e desafiadoras que não ajudam no interesse em continuar a prática do atletismo. 8. No âmbito escolar, tanto o atletismo, como as demais práticas inseridas no contexto da educação física escolar, necessitam que a proposta de trabalho e a metodologia do professor esteja em consonância com os documentos oficiais da educação. Como o documento da Base Nacional Comum Curricular apresentada no ano de 2018 (BNCC). Considerando o texto acima, avalie as afirmações a seguir e marque a alternativa que apresenta uma afirmativa correta. a) O professor de Educação Física, deve aproveitar o fascínio das crianças pelas brincadeiras para ensinar o atletismo de forma lúdica e prazerosa. b) A prática competitiva no processo de ensino aprendizagem do atletismo ganha dimensão em importância no contexto escolar por possibilitar a participação de todos. c) As brincadeiras não são possibilidades para desenvolver a coordenação motora, agilidade e destreza e não se relacionam ao trabalho da prática do atletismo. d) O atletismo na escola deve ser considerado como o "pré-atletismo", onde deve-se trabalhar apenas os gestos motores básicos (correr, saltar e lançar). e) No planejamento escolar dentro do Novo Ensino Médio é fundamental trabalhar o atletismo de forma sistematizada a especialização e o treinamento, para se adequar às mudanças propostas para a educação brasileira. 110 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO UNIDADE 1 UNIDADE 3 UNIDADE 5 UNIDADE 2 UNIDADE 4 UNIDADE 6 QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 C QUESTÃO 5 A QUESTÃO 6 A QUESTÃO 7 A QUESTÃO 8 D QUESTÃO 1 C QUESTÃO 2 D QUESTÃO 3 C QUESTÃO 4 C QUESTÃO 5 B QUESTÃO 6 C QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 A QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 B QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 C QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 D QUESTÃO 8 C QUESTÃO 1 B QUESTÃO 2 B QUESTÃO 3 C QUESTÃO 4 D QUESTÃO 5 B QUESTÃO 6 A QUESTÃO 7 E QUESTÃO 8 D QUESTÃO 1 E QUESTÃO 2 A QUESTÃO 3 C QUESTÃO 4 B QUESTÃO 5 E QUESTÃO 6 E QUESTÃO 7 C QUESTÃO 8 D QUESTÃO 1 A QUESTÃO 2 C QUESTÃO 3 D QUESTÃO 4 C QUESTÃO 5 E QUESTÃO 6 D QUESTÃO 7 D QUESTÃO 8 A 111 ALVARENGA, R.; PANTALEÃO, D. (2008). Análise de modelos de periodização para o futebol. EFDeportes.com, RevistaDigital. Buenos Aires, nº 119. Associação Internacional de Federações de Atletismo [online] – Disponível em: https:// bit.ly/3SKacM9. Acesso em: 04 mar. 2021. BALBINO, H. F. Jogos desportivos coletivos e os estímulos das inteligências múltiplas: bases para uma proposta em pedagogia do esporte. 2001. 142f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. BARBANTI, V. J. Dicionário de Educação Física e do Esporte. São Paulo: Manole, 2003. BARBANTI, V. J. Teoria e Prática do Treinamento Esportivo. 2. ed. São Paulo: Edgar Blücher, 1979. BARBOSA, A. (2008). Diferenças entre periodização convencional, periodização táctica e treino integrado. EFDeportes.com, Revista Digital. BuenosAires, nº 122. BÖHME, M. T. S. (Org.). Esporte Infantojuvenil: treinamento a longo prazo e talento esportivo. São Paulo: Phorte, 2011. BOMPA, T. O. A (2001) Periodização no treinamento desportivo. São Paulo: Manole. BOMPA, T. O. A. (2002) Periodização: Teoria e metodologia do treinamento. São Paulo: Phorte Editora. BRAVO, J. et al. Atletismo I: Carreras y Marcha. Spain: Comité Olímpico Español, 1990. BROTO, F. O. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. 1999. 197f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. BRUNIEIRA, C. A. V. Análise biomecânica da locomoção humana: andar e correr. Treinamento Desportivo/UEL, v. 3, n. 3, p. 54-61, 1998. CARR, G. Biomecânica dos Esportes: Um guia prático. São Paulo. Editora Manole Ltda. 1998. CBAt, Confederação Brasileira de Atletismo. Atletismo: Regras Oficiais de Competição. Sport Training: São Paulo: Phorte, 2014. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO. Regras oficiais de atletismo: 2012-2013. São Paulo: Phorte, 2012. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://bit.ly/3SKacM9 https://bit.ly/3SKacM9 112 COSTA, P. R M da; A história do arremesso de peso como subsídio para o seu ensino em aulas de educação física (2012). DANTAS, E. H. M. (2003) A prática da preparação física. 5 ed. Rio de Janeiro: Shape. EREIRA, B.; VENTURIM, F.; MIGLINAS, L. (2009). A prática metodológica de periodização utilizada no treinamento por técnicos da categoria juvenil da natação competitiva brasileira. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, nº 139. FARTO, E. (2002). Estrutura e planificação do treinamento desportivo. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, nº 48 Federação Pernambucana de Atletismo [online] – Disponível em: https://bit.ly/3Cg3nv2. Acesso em: 03 mar. 2021. FERNANDES, J. L. Atletismo: Corridas. São Paulo. EPU. 1979. FOX, E.; BOWERS, R.; FOSS, M. (1994) Bases fisiológicas da educação física e dos desportos. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. GALATTI, L. R. Pedagogia do esporte: o livro didático como um mediador no processo de ensino e aprendizagem de jogos esportivos coletivos. 2006. 139f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. GALATTI, L. R.; PAES, R. R. Fundamentos da pedagogia do esporte no cenário escolar. Revista Movimento & Percepção. Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 6, n. 9, jul./dez. 2006, p.16- 25. GALLAHUE, D. L.; DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008. GOMES, A. C. (2002) Treinamento desportivo: estruturação e periodização. Porto Alegre: Artmed. GOMES, A. C., SOUZA J. (2008) Futebol: treinamento desportivo de alto rendimento. Porto Alegre: Artmed. GRANELL, J. C.; CERVERA, V. R. (2003) Teoria e planejamento do treinamento desportivo. Porto Alegre: Artmed. HAY, J. G. Biomecânica das Técnicas Desportivas. 2.ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981. ILHO, H.; BARBANTI, V. (2010). A periodização do treinamento desportivo: histórico e perspectivas actuais. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, nº 142. https://bit.ly/3Cg3nv2 113 JONATH, U. et al. Atletismo / 1: Corrida e Salto. Lisboa: Casa do Livro, 1983. MARTINS, C. M. L.; FEITOSA P. M.; DA SILVA, F. M. (1999) As principais tendências de planejamento do treino: uma revisão bibliográfica. Rev. Treinamento Desportivo, v.6, n. 2. MATTHIESEN, Profa. Dra. Quenzer, Atletismo para crianças e jovens. Relato de uma experiência educacional na UNESP-Rio Claro (2005). Disponível em: https://bit.ly/3Ent9QA. Acesso em: 28 ago. 2021. MATTHIESEN, S. Q. Corridas. In: Atletismo: teoria e prática. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007, p.35-107. MATVÉIEV, L. (1990). O Processo de Treino Desportivo. Cultura Física - 2ª edição, Lisboa, Livros Horizontes MIGLINAS, L.; VENTURIM, F.; PEREIRA, B. (2009). Modelos de periodização: uma breve revisão. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, nº 138. MOYLES, Janet R. 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Acesso em: 14 de jun. de 2021. https://bit.ly/3Ent9QA https://bit.ly/3rungcJ 114 graduacaoead.faculdadeunica.com.br http://graduacaoead.faculdadeunica.com.brde DIALUS, corridas mais longas que chamavam de DOLIKOS, saltos em distância sem impulso e diversos arremessos de peso, dardo e disco em um formato rudimentar e variável. Foi em 776 a.C., ainda na Grécia Antiga, que o atletismo ganhou destaque, pois neste ano, foi realizada a primeira Olimpíada da história na cidade de Olímpia. A primeira disputa oficial foi uma corrida de aproximadamente 192 metros, que recebeu o nome de “stadium”. A prova foi vencida por Coroebus, que se consagrou como o primeiro campeão olímpico da história. Figura 1: Ruínas do “stadion”, no alto do Santuário de Apolo em Delfos Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, a competição significava um período de trégua num mundo recheado de guerras e conflitos. Só podiam participar dos Jogos Olímpicos cidadãos nascidos em alguma das cidades-estados que formavam a Grécia Antiga. Eram proibidos de competir os estrangeiros, chamados de bárbaros, os escravos e as mulheres. Assim como acontece nos dias de hoje, os jogos eram disputados de quatro em quatro anos, período a que se dá o nome de Olimpíada. A competição sempre foi marcada pela celebração de uma trégua entre as cidades-estados gregas, que viviam em conflito. Mas diferente dos tempos atuais, apenas o campeão era premiado. 11 OLIMPÍADA corresponde ao período (intervalo) de quatro em quatro anos existente entre o fim de uma realização de Jogos Olímpicos e o começo de outra, também chamado de Ciclo Olímpico. FIQUE ATENTO Dois meses antes de cada edição, uma espécie de Senado Olímpico decretava a trégua, que era comunicada por mensageiros escolhidos entre os cidadãos de Élis, reino responsável pela organização dos Jogos. A partir deste momento, atletas, juízes, artistas e familiares podiam viajar em segurança e tinha direito a um mês de preparação para as competições. Por volta de 456 a.C., com a invasão romana, a competição foi perdendo força. Sem a tenacidade dos gregos, dedicaram-se mais à corrida de “Bigas” ou a arte da esgrima, com espada, o escudo e a lança, do que pelas provas atléticas. Até que em 396 a.C., o Imperador Teodósio I – Romano, decidiu acabar com todas as atividades esportivas pagãs para buscar apoio da igreja, desta forma acabando com os Jogos Olímpicos da antiguidade. Figura 2: Corridas de Bigas Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) No século XVIII, A Inglaterra dá o primeiro passo introduzindo a prática do atletismo nas escolas primarias públicas em seus programas educacionais. Em 1828 Thomas Arnold codifica as corridas, os saltos e os arremessos, nascendo aí o espírito competitivo do atletismo, não só em escolas, mas também nas universidades, associações e clubes, difundindo seus benefícios para muitos outros países. Dessa forma, por volta de 1840, na Inglaterra, foram realizadas as primeiras competições que remetem ao atletismo moderno. Em 1850, à chegada de navios Ingleses nos portos do Rio de Janeiro e de São Paulo, há o registro dos primeiros movimentos de corridas atléticas no Brasil, como compensação do longo período no mar. Já em 1880, a prática já era comum nos Estados Unidos e em diversas outras nações europeias. Inspirado nas Olimpíadas da Grécia Antiga, Barão de Coubertin foi o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Foi ele o responsável por colocar no papel os ideais do Olimpismo como um estilo de vida associado ao esporte, à cultura e à educação. Apesar disso, não via com bons olhos a presença de esportes coletivos na programação 12 e era contra a participação de mulheres como atletas nas competições. Figura 3: Pierre de Frédy - O Barão de Coubertin Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Em 1892, Coubertin fez uma apresentação, na Universidade de Sorbonne, em Paris, de um estudo sobre os exercícios físicos no mundo moderno e sobre o desejo de reviver os Jogos Olímpicos. Mas o apoio, para valer, só veio dois anos depois, quando foi realizado o que foi considerado o primeiro Congresso Olímpico. Era o dia 23 de junho de 1894, data em que nasceram os Jogos Olímpicos da Era Moderna e o seu criador foi presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), que ele mesmo fundou, de 1896 até 1925. Em 1896, aconteceu a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas – Grécia, sob a tutela do Barão de Coubertin, nascendo a ideia de que: “É possível fazer-se uma Olimpíada só com provas de atletismo; porém, é impossível com todos os outros desportos, sem o atletismo”. Com a participação de 13 países, 311 atletas masculinos, 9 modalidades e não houve a participação do Brasil. Figura 4: Atenas-1896 Fonte: Getty Images (online, 2022) A partir daí, a prática do esporte foi ganhando cada vez mais força, pois o mundo já estava despertando para à importância da pratica esportiva na formação da juventude. Destacando cada vez mais o valor do atletismo, até a fundação da Federação 13 Internacional de Atletismo Amador (IAAF) em 1912, tendo como fundadores 16 países: Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Chile, Dinamarca, Estados Unidos da América do Norte (USA), Egito, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Noruega, Reino Unido (Inglaterra), União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e Suécia. Agora leia o capítulo um do livro “Aspectos Pedagógicos do Atletismo”, de Paola Neiza Camacho Rojas para compreender o Atletismo em sua organização atual e as possibilidades que ele apresenta a sua área de estudos e futura profissão de Educador Físico. Disponível em: https://bit.ly/3ByxuNP. Acesso em: 08 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS 1.2 O ATLETISMO NO BRASIL Relato das primeiras corridas atléticas no Brasil são de 1850, quando viajantes Ingleses de navios desembarcaram nos portos do Rio de Janeiro e São Paulo. Com atletismo com destaque nas escolas públicas inglesas no final do século XIX, naturalmente com a chegada destes imigrantes tenham trazido essa prática esportiva. Já no início do século XX, o atletismo no Brasil passou a ser disseminado e se consolidou, vinculada à então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) até 1977. No ano de 1914 o Brasil se filiou a IAAF, no entanto, a primeira prova de expressão ocorreu em 1918, com um duodecatlo (12 provas) promovido pelo jornal O Estado de São Paulo. Nesta época, muitos atletas representaram o País em competições internacionais, mesmo em condições de precariedade, como foi o caso do 1.º Campeonato Sul- americano, que aconteceu no Uruguai em 1919. A primeira participação do atletismo Brasileiro em Olímpiadas foi em 1924, nos Jogos de Paris, só masculino.; só em 1952, em Helsinque, o Brasil teve suas primeiras medalhas Olímpicas, conquistada por Adhemar Ferreira da Silva ouro no Salto Triplo (16,22m) e José Telles da Conceição bronze no salto em altura (1,98m). Figura 5: Adhemar Ferreira da Silva e José Telles da Conceição Fonte: CBAt (online, 2022) Adhemar Ferreira da Silva, quatro anos depois, em 1956, em Melbourne, na Austrália, repetiu o feito, sendo medalhista de ouro no salto triplo, se tornando o único brasileiro no Hall da Fama da IAAF, que exalta os maiores atletas de todos os tempos. Adhemar estabeleceu o recorde mundial do salto triplo por 5vezes, chegando aos 16,56 metros https://bit.ly/3ByxuNP 14 em 1955; no seu primeiro recorde, derrubou uma que durava 14 anos. Já José Telles da Conceição, foi um atleta de muitas aptidões e chegou a estabelecer 21 recordes em cinco provas diferentes, destacando-se no salto em altura e 200 metros. Outro atleta brasileiro que ganhou destaque internacional em jogos olímpicos chama-se João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, nas Olimpíadas de Montreal em 1976 e Moscou 1980, ganhando a medalha de bronze e seu recorde mundial no salto triplo de 17,89 metros no Mexico, em 1975, permaneceu por quase dez anos. Figura 6: João Carlos de Oliveira, o João do Pulo Fonte: CBAt (online, 2022) A Confederação Brasileira de Atletismo só foi criada oficialmente no ano de 1977. Desde então, a modalidade só vem crescendo no País,mas ainda em condições precárias de treinamento para os atletas. Mesmo assim, os atletas brasileiros possuem uma pequena hegemonia em âmbito continental. Em competições oficiais, o país vem se destacando nas provas de velocidade, no salto triplo, no salto com vara feminino e nas provas de revezamento. Agora acesse o site oficial da Confederação Brasileira de Atletismo para co- nhecer um pouco da sua organização, sobre as competições, recorde e atletas brasileiros em destaque. Disponível em: https://bit.ly/3SpGYBS. Acesso em: 08 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS 1.3 CURIOSIDADES HISTÓRICAS A prova dos 100 metros rasos é a mais nobre do atletismo, talvez por definir quem é o homem mais veloz na competição em disputa, quer seja em Mundial ou Olímpiada, dura menos de 10 segundos. No percurso, o atleta dá 45 passadas e chega ao final a 36 km/h. Um homem comum faria isso em 55 passadas, e a no máximo 22,5 km/h. Talvez a prova dos 100 metros rasos mais marcante não só na história do atletismo e dos Jogos Olímpicos, mas também na da humanidade, tenha acontecido em 1936, nas Olimpíadas de Berlim, na Alemanha, com o ditador Adolf Hitler no poder. Mesmo 15 sendo contra o evento esportivo no país, Hitler aceitou sediar a cerimônia com o objetivo de fazer propaganda do nazismo e confirmar o que chamava de “supremacia ariana”, conceito que induziu muitos alemães a se considerarem superiores a pessoas de outros países ou judeus, por exemplo. Nesse contexto que apareceu o atleta negro Jesse Cleveland Owens, com então 22 anos, nascido em Alabama, nos Estados Unidos. Ele se tornou o primeiro atleta a vencer quatro ouros em uma Olimpíada e, com a sua vitória, desafiou diretamente a crença na superiori- dade da raça ariana. Ele ganhou as medalhas nos 100m, 200m, revezamento 4×100 e salto em distância. A vitória de Jesse Owens entrou para a história pelo momento simbólico: ele foi o homem negro que subiu ao pódio em pleno regime nazista. Pense e pesquise sobre a importância deste feito para luta racial. VAMOS PENSAR? Figura 7: Jesse Cleveland Owens Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) Não só de momentos de glória aprova dos 100 metros rasos foi marcada na história. O atleta canadense Ben Johnson ficou quase uma hora e meia tomando líquido para conseguir fazer xixi depois da vitória nos 100 metros, em Seul, na Coreia do Sul. No dia seguinte, os dois minúsculos frascos marcados com o número 1237 mostraram a presença de estanozolol, substância que aumenta artificialmente a massa muscular e a competitividade do atleta. Havia entre os atletas na época a suposição de que o estanozolol seria indetectável pelos exames. Na verdade, em Seul, foi a primeira vez que ele acabou sendo percebido. Ben Johnson foi excluído dos registros da Olimpíada de Seul - seu nome e suas marcas não constarão de qualquer estatística oficial dos Jogos. Ele também ficou proibido de disputar qualquer competição internacional por dois anos. Sendo só lembrado pela tentativa frustrada de trapaça e pelo vexame mundial, fora totalmente do espírito Olímpico. Fi gu ra 8 : B em J oh ns on x Us ai n Bo lt Fo nt e: D is po ní ve l e m : ht tp s: // bi t.l y/ 3f bk 8z j. Ac es so e m : 0 8 ab r. 20 22 . https://bit.ly/3fbk8zj 16 Em contrapartida, hoje não tem como falar em 100 metros rasos e nos 200 metros rasos e não ter em mente ou falar de Usain Bolt. O jamaicano se tornou o primeiro corredor a bater os recordes de 100 metros, 200 metros e 4×100 metros nos mesmos Jogos Olímpicos, em Pequim, na China, em 2008. Um dia antes de completar 23 anos, em 2009, Bolt quebrou o recorde dos 200 metros mais uma vez. Com 19s19, o corredor se tornou o primeiro a ser campeão olímpico e mundial das provas de 100 e 200 metros. Mesmo assim, esnobou: “Não foi uma boa prova, mas foi veloz”. Exatamente um ano depois da vitória em Pequim, em 16 de agosto de 2009, durante o Campeonato Mundial de Atletismo, Usain Bolt quebrou mais um recorde nos 100 metros. Marcou 9s58. Foi a maior diferença registrada de um recorde para outro desde 1968. Quando quebrou o recorde dos 100 metros pela terceira vez, em Berlim, Bolt deu 42 passadas. Isso equivale a aproximadamente 2,30 metros por passo. Na prova, ele manteve uma velocidade média de 37,6 km/h, e chegou a 41,8 km/h. Várias universidades dos Estados Unidos ofereceram bolsas de estudos quando jovem para Bolt treinar em suas dependências. Ele recusou todas e resolveu treinar em Kingston, capital da Jamaica, seu país natal. Bolt foi o mais jovem corredor a ganhar um Campeonato Mundial Júnior. Aconteceu em 2002, quando ele tinha 15 anos. Seu patrocinador de material esportivo, a Puma, fechou o contrato com ele em 2003, aos 16 anos. Bolt foi o mais jovem atleta a assinar com a Puma. Bolt quebrou o recorde dos 100 metros pela primeira vez em 31 de maio de 2008, no Reebok Grand Prix, em Nova York, nos Estados Unidos. Ele fez o percurso em 9s72, batendo o recorde de seu compatriota Asafa Powell. Já a Maratona é a corrida mais longa do atletismo. São 42,195 km de muito esforço, desgaste, dificuldade e resistência, é a última e mais emocionante prova dos Jogos Olímpicos. Sendo disputada desde os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, sendo que o percurso a princípio era de 40 km. Segundo a lenda, no ano 490 a.C. Pheidippides correu aproximadamente 40 km fazendo o percurso da Planície de Maratona até Atenas, para dar uma boa notícia. Os persas haviam jurado aos gregos que, caso vencessem a batalha, invadiriam Atenas, violariam suas mulheres e matariam seus filhos. Temendo tal violência, ficou combinado que as mulheres matariam seus filhos e cometeriam suicídio, caso não tivessem notícias sobre a vitória dentro de 24 h. Como os atenienses venceram os persas, Pheidippides foi incumbido de correr todo o Vale de Maratona até Atenas para impedir a desgraça. Segundo a história, Pheidippides ao chegar só teve fôlego para pronunciar a palavra “vencemos”, e caiu morto. Se a lenda é verdadeira não se sabe, mas o fato é que na primeira Olimpíada da era moderna, em 1896, Pheidippides foi homenageado com a criação da prova da Maratona, ainda com um percurso de 40 km. Sendo que, Pheidippides não foi o único a perder a vida nessas condições. Em 1912, em uma Maratona em Estocolmo, um português chamado Francisco Lázaro morreu durante a prova. O percurso aumentou por outro fato curioso. Em 1948, quando os Jogos Olímpicos foram sediados na Inglaterra, o percurso foi aumentado em 2,195 m, para que a família Real pudesse assistir à largada da prova sem sair do Palácio de Windsor. A primeira maratona olímpica feminina foi realizada em 1984, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A vencedora foi a norte-americana, Joan Benoit Samuelson com 2h24min52. Dezessete dias antes da maratona olímpica, Benoit fez uma cirurgia no 17 joelho e se recuperou fazendo o deep-running (corrida na piscina com flutuador sem impacto). Mas o fato que mais chamou atenção do mundo foi à chegada da suíça Gabrielle Andersen-Scheiss, na época com 39 anos. Devido ao forte calor, mais de 30 graus, ela se desidratou, teve câimbras, cambaleou nos últimos 200 metros, já dentro do estádio olímpico. Por ser uma atleta experiente, os médicos a acompanharam até cruzar a linha de chegada na 37a. colocação com 2h48min42. Muitos acham que ela foi a última. Logo depois veio a Eleonora Mendonça, única representante do Brasil. Aí sim, vieram outras mulheres com tempos acima das 3 horas. 44 corredoras completaram a maratona. Outros acham que ela teve sequelas, morreu, mais que nada. Gabrielle aos 76 anos continua – correndo. Gabrielle Andersen-Scheiss, é um exemplo de garra, perseverança, determinação e espírito olímpico. Figura 9: Gabrielle Andersen-Scheiss Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Agora confira um pouco mais sobre a história de Gabriele Andersen acessando o link a seguir, que mostra uma matéria do ge.globo realizada sobre o assunto. Disponível em:https://bit.ly/3R3lQQL. Acesso em: 08 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS Em Atenas, em 2004, um fato curioso colocou o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima na galeria dos heróis olímpicos mundiais. Ele corria pelas ruas de Atenas, no percurso da maratona, e estava em primeiro lugar, no km 36,5, a 1h52min de prova, quando foi vítima da agressão. Já tinha corrido 86% da prova, estava a seis quilômetros do fim e na frente – se aproximava do ouro. De repente, um ex-padre irlandês, manifestante de ações confusas, invadiu a prova, agarrou e empurrou Vanderlei por metros em direção a calçada. Ajudado por um popular, Vanderlei se reequilibrou e retornou para a corrida. Mas restaram a perda de tempo, de ritmo de corrida e da concentração. Um pouco a frente perdeu a liderança, mas seguiu até o fim em direção ao pódio. https://bit.ly/3R3lQQL 18 Figura 10: Wanderlei Cordeiro de Lima, Atenas 2004 Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Agora confira um pouco mais sobre o ocorrido com Wanderlei Cordeiro de Lima acessando o link a seguir, que mostra uma matéria realizada sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3R4PCEw. Acesso em: 08 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS Cruzou a linha de chegada no histórico Estádio Panatinaiko, em terceiro lugar, em 2h12min11. E comemorou a seu modo, com o “aviãozinho” (o italiano Stefabi Baldini ganhou o ouro, em 2h10min55, e o norte-americano Meb Keflezighi a prata, em 2h11min29). Vanderlei foi muito aplaudido pelo público e nas entrevistas ao fim da maratona, ainda no estádio na zona mista e logo depois na sala de imprensa, com jornalistas do mundo todo, foi o centro das atenções, competidor para o qual foram dirigidas a maioria das perguntas. E surpreendeu ao valorizar a sua conquista e a dos adversários também. Comemorou muito o pódio olímpico, apesar de todo o prejuízo causado por uma falha de segurança da prova. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) apresentaram recurso. Mas os organizadores da Olimpíada e o Comitê Olímpico Internacional (COI) não revisaram o resultado da maratona. Em contrapartida, e pela atitude diante da adversidade sofrida, Vanderlei foi agraciado com a medalha Pierre de Coubertain, uma honraria esportiva-humanitária do COI a atletas e pessoas envolvidas com o esporte que demonstrem alto grau de esportividade e espírito olímpico durante a disputa dos Jogos. Atualmente são várias as provas de Maratona espalhadas pelo mundo, inclusive no Brasil. A prova anual de Maratona mais antiga acontece desde 1897, no Dia do Patriota, em Boston, nos Estados Unidos. https://bit.ly/3R4PCEw 19 Agora leia a unidade 1 do livro “Metodologia do atletismo”, de Juliano Vieira da Silva para conhecer mais sobre os atletas de atletismo que realizaram feitos históricos em competições e suas marcas, encontrado nas páginas de 20 a 25. Disponível em: https://bit.ly/3C2zUG2. Acesso em: 10 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS https://bit.ly/3C2zUG2 20 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (UEM–PR). Sobre o atletismo, analise as seguintes afirmativas: I. O Atletismo existe desde o surgimento do homem, pois o mais antigo dos ancestrais humanos já andava, corria, saltava e lançava objetos. II. Na moderna definição, o Atletismo é um esporte com provas de pista (corridas), de campo (Saltos e Lançamentos), provas combinadas, como o Decatlo e o Heptatlo (provas de pista e campo), o Pedestrianismo (corridas de rua, como a Maratona), corridas de campo (Cross Country), corridas em montanha e Marcha Atlética. III. A primeira competição esportiva de que se tem notícia foi uma corrida, nos Jogos de 776 a.C., na cidade de Olímpia, na Grécia, o que impulsionou o surgimento das Olimpíadas. IV. Adhemar Ferreira da Silva foi o primeiro saltador de triplo do Brasil a estabelecer o recorde mundial na prova. São corretas as alternativas: a) Afirmativas I, II e III b) Afirmativas I, II e IV c) Afirmativas I, III e IV d) Afirmativas II, III e IV e) Afirmativas III e IV 2. O atletismo é chamado de esporte-base de todos demais, por quê? a) Nasceu da necessidade natural de correr, saltar e lançar objetos, que são habilidades inerentes a todos os outros esportes. b) Na antiguidade, prejudicava a sobrevivência de nossos ancestrais, já que, essa prática era de preservação da espécie c) Com o passar do tempo o homem abandonou esses movimentos no lazer, por causa da tecnologia. d) Medindo velocidade (rapidez), destreza, força com seus semelhantes, o homem se mostra um ser superior e espiritualizado. e) Todo atleta profissional praticou atletismo na infância, só por isso conseguiram sucesso em seus esportes. 3. Em relação aos Jogos Olímpicos da Antiguidade é correto afirmar que: a) Nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, a competição significava um período no mundo recheado de guerras e conflitos, sendo realizados em meio ao campo de batalha. b) Só podiam participar dos Jogos Olímpicos cidadãos nascidos em alguma das cidades estado que formavam a Grécia Antiga. c) Eram permitidos competir os estrangeiros, chamados de bárbaros, os escravos e as mulheres, desde que convertidos as crenças Gregas. 21 d) Os Jogos eram disputados diferentemente do que acontece hoje de dois em dois anos, período a que se dá o nome de Olimpíada. e) A competição sempre foi marcada pela celebração de uma vitória das cidades estado gregas em um conflito e diferente dos tempos atuais, todos eram premiados. 4. Inspirado nas Olimpíadas da Grécia Antiga, Barão de Coubertin foi o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Foi ele o responsável por colocar no papel os ideais do Olimpismo como um estilo de vida associado ao esporte, à cultura e à educação. Com base nisto, sobre o Barão de Coubertin é correto afirmar que: a) Via com bons olhos a presença de esportes coletivos na programação e era a favor da participação de mulheres como atletas nas competições. b) Em 1892, apresentou, na Universidade de Sorbonne, em Paris, um estudo sobre os exercícios físicos no mundo antigo e o desejo de encerrar definitivamente os Jogos Olímpicos. c) Em 1894 foi realizado o que foi considerado o primeiro Congresso Olímpico e o dia 23 de junho de 1894, foi a data em que nasceram os Jogos Olímpicos da Era Moderna. d) Coubertin fundou o COI (Comitê Olímpico Internacional), mas nunca foi presidente da instituição que ele mesmo fundou em 1896. e) Para Coubertin só era possível fazer-se uma Olimpíada com todos os outros desportos, porém, era impossível só com as provas do atletismo. 5. No início do século XX, o atletismo no Brasil passou a ser disseminado e se consolidou, vinculada à então Confederação Brasileira de Desportos (CBD) até 1977. No ano de 1914 o Brasil se filiou a IAAF, no entanto, a primeira prova de expressão ocorreu em 1918, com um duodecatlo (12 provas) promovido pelo jornal O Estado de São Paulo. Baseado no texto, julgue as afirmações a seguir: I. Nesta época, muitos atletas representaram o País em competições internacionais, mesmo em condições de precariedade, como foi o caso do 1.º Campeonato Sul- americano, que aconteceu no Uruguai em 1919. II. A primeira participação do atletismo Brasileiro em Olímpiadas foi em 1934, nos Jogos de Paris, no masculino e feminino. III. Só em 1952, em Helsinque, o Brasil teve suas primeiras medalhas Olímpicas, conquistada por Adhemar Ferreira da Silva ouro no Salto Triplo e Wanderley Cordeiro de Lima bronze no salto em altura. Estão corretas somente: a) Só a I b) I e II c) I e III d) II e III e) I, II e III 6. Qual a modalidade de salto que o atleta João Carlos de Oliveira, o “João do Pulo” 22 disputou e foi recordista? a) Salto triplo. b) Salto com vara. c) Salto em altura. d) Salto em distância. e) Sato ornamentais. 7. Trata-se de uma corrida do atletismo, em que o atleta executa a largada com o auxílio de um bloco de partida. É considerada a prova mais rápida do atletismo. Estamos falando dos ___________________. a) 100 metros rasos b) 200 metros rasos c) 400 metros rasos d) 100 metros com barreiras. e)110 metros com barreiras. 8. [Educopédia/2019] Desde as Olimpíadas de Londres, em 1908, a maratona tem uma distância específica. Marque a opção que mostra a distância correta em metros. a) 40 quilômetros; b) 42.030 quilômetros; c) 42.185 quilômetros; d) 42.195 quilômetros; e) 42 quilômetros. 23 ATLETISMO - CORRIDAS E MARCHAS 24 Em sua essência, o atletismo é uma competição para provar quem é o mais rápido, o que salta mais alto ou quem tem a capacidade de arremessar um objeto mais distante. Ele é composto por uma série de provas, que podem ser realizadas em pista, campo ou rua. A pista de atletismo é utilizada para as provas de corrida, ela é oval, mede 400 metros e tem nove raias. Já o campo, ou parte interna do estádio, é usado para as provas de arremesso ou lançamento. Nessas competições, os atletas lançam dardos, discos e martelos, além de arremessarem pesos. A prova mais tradicional de rua é a maratona, em que os atletas percorrem a distância de 42,195 km. 2.1 CORRIDAS DE VELOCIDADE Figura 11: Pista de atletismo Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3fbOBgI. Acesso em: 08 abr. 2022. As corridas de velocidade ou de curta distância estão entre as mais antigas de que se tem registro. A corrida de velocidade, conhecida com o nome de Stadium, com aproximadamente 200 metros, foi realizada nos Jogos Olímpicos de 776 a.C., na Grécia. Atualmente, as corridas de velocidade ou curta distância são compostas por 100 metros, 200 metros e 400 metros rasos (masculino e feminino), os revezamentos 4 x 100 metros e 4 x 4000 metros (masculino e feminino), as corridas sobre barreiras em 100 metros e 400 metros (feminino) e 110 metros e 400 metros(masculino). As prova dos 100 metros, 200 metros e 400 metros são as provas que definem os atletas mais rápidos. Nessas disputas, os corredores são separados por raias de 1,22m de largura e não podem interferir no espaço de outro competidor. Os atletas largam de blocos de partida fixados no chão ao som de um sinal de partida. Nos 200 metros e 400 metros as posições de largada não são alinhadas, para compensar as curvas. Caso tenha tempo de reação inferior a 0,1s, o competidor será desclassificado por largada falsa. O vencedor será aquele cujo torso cruzar primeiro a linha de chegada, pernas e braços são desconsiderados. Caso não seja possível determinar o vencedor a olho nu, é usado o sistema chamado photo finish para determinar o campeão. Se a prova for disputada com uma velocidade de vento favorável maior que 2 m/s, os tempos https://bit.ly/3fbOBgI 25 registrados não são aceitos para a homologação de recordes. Blocos de Largada ou Partida: podem ser construídos de madeira ou metal; são utilizados pelo atleta na partida somente nas corridas de velocidade intensa e prolongada; devem ser ancorados atrás da linha de largada; a finalidade é de fazer com que o atleta alcance maior velocidade num menor intervalo de tempo ou espaço percorrido – aceleração mais rápida do corpo; são fixados na pista e devem ser ajustáveis para que o atleta consiga beneficiar-se ao máximo ao se posicionar para a largada.; os locais de apoio dos pés possuem uma inclinação – melhor apoio para os pés – apoio dianteiro com menor inclinação que o traseiro. Figura 12: Blocos de Largada ou Partida Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Segundo Hay (1981), “o sucesso da corrida depende da habilidade do atleta em combinar os movimentos de suas pernas, braços e tronco formado um todo suavemente coordenado.” O movimento das pernas é cíclico e dividido em três partes: Fase de apoio: começa com o pé tocando o solo e termina, quando o centro de gravidade do atleta o ultrapassa; Fase de propulsão: começa quando a fase de apoio termina e quando o pé deixa o solo; Fase de recuperação, durante a qual o pé está fora do solo e está sendo levado à frente preparando-se para tocar novamente o solo; A corrida é uma atividade natural, mas a técnica deve ser um fator muito preocupante quando se trata de competições, é preciso preocupar-se com vários aspectos que podem influenciar a técnica. Preocupação com a técnica das passadas. Na passada a maior preocupação é com a velocidade instantânea, melhora-se a velocidade aumentando a frequência e a amplitude da passada. Fi gu ra 13 : B io m ec ân ic a da C or rid a - Pa ss ad as de V el oc is ta s (U sa in B ol t) Fo nt e: J ou rn al o f H um an K in et ic s, 2 01 3 26 O tempo de apoio da passada é de 0,15 s e o tempo de suspensão é de 0,25 s a 0,75 s. Quando ocorre o amortecimento no solo a planta do pé tem um leve predomínio e o apoio ligeiramente adiante da vertical do joelho. No apoio, os ombros estão baixos, o tronco está na vertical, os braços em ângulo de 90º, a perna de apoio em leve flexão, o calcanhar da perna livre próximo ao glúteo. A impulsão para a próxima passada deve ser de máxima intensidade, o joelho da perna livre deverá estar elevado quase na horizontal. Figura 14: Apoio na passada de corrida de velocidade Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Ação dos braços na corrida de velocidade devem estar flexionados a 90º, levando os cotovelos para trás na movimentação, em alguns momentos o atleta varia um pouco o ângulo. Esta variação é comum ocorrer, pois o principal fator dessa variação é o tamanho da passada, os movimentos efetuados pelos braços devem corresponder à sequência de movimentos efetuados pelas pernas. Os principais aspectos a serem observados na técnica de corrida de velocidade: Pontos positivos: Elevação da coxa na horizontal, colocando-se paralelamente ao solo, na finalidade de aumentar a amplitude da passada; Grande ação do tornozelo, tocando o pé suavemente no solo; Inclinação do corpo no ângulo de 30º, para que os movimentos tendam para frente. Figura 15: Técnica de corrida de velocidade - Pontos positivos Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Pontos negativos: Excessivo cruzamento dos braços na frente do tronco, o que provoca num desequilíbrio do corredor; Falta de extensão das pernas, colocação dos pés planos na pista, ombros muito altos. Fi gu ra 16 : T éc ni ca d e co rr id a de v el oc id ad e - Po nt os n eg at iv os Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l do A ut or ( 20 22 ) 27 A técnica de um corredor muda quanto mais rápido ele corre, velocistas gastam mais tempo no ar do que corredores de fundo, balançam e flexionam seus braços mais vigorosamente, elevam mais os joelhos, impulsionam mais a perna, e flexionam mais o joelho. A tensão é prejudicial ao atleta, que despende energia desnecessária; velocistas tentam correr explosivamente, porém relaxando seu rosto, pescoço, ombros e mãos. Figura 17: Exemplo de técnica da corrida em velocidade Fonte: CARR (1998) Entre as corridas de velocidade no atletismo, há as provas que são disputadas com barreiras: 100 metros com barreiras (feminino) e 110 metros (masculino). A prova é disputada na reta da pista de atletismo e cada atleta deve respeitar sua raia. A largada é feita a partir de blocos de partida no chão da pista. Nos 100 metros de extensão da prova, são dispostas 10 barreiras, a serem saltadas pelos atletas. A primeira barreira é colocada a 13 metros da linha de partida, enquanto as seguintes têm 8,5 metros de distância entre si. Depois da última barreira, há um percurso de 10,5 metros até à linha de chegada. As barreiras têm 83,8 centímetros de altura e são colocadas de forma que caiam para a frente caso sejam tocadas pela corredora. O toque ou mesmo a derrubada de barreiras não desclassifica a atleta já que, geralmente, afeta de forma negativa o tempo final na prova. A competidora pode ser desclassificada caso invada a raia de outra atleta ou tenha um tempo de reação ao sinal de largada inferior a 0,1s, considerado uma largada falsa. Figura 18: Corridas com barreiras Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Assim como nos 100 metros com barreiras, que são uma disputa feminina, a prova de 110 metros sãouma disputa masculina, realizada na reta da pista de atletismo e cada atleta deve respeitar sua raia. Nos 110 metros de extensão, são dispostas 10 barreiras, que devem ser saltadas. A primeira barreira é colocada a 13,72 metros da linha de partida. As seguintes têm 9,14 metros de distância entre si. Depois da última barreira, há um percurso livre de 14,02 metros até à linha de chegada. As barreiras têm 1,067 metros de altura. Seu posicionamento é feito para que a barreira caia para a frente se for tocada por um atleta. Caso ocorra o toque ou mesmo derrube barreiras, o atleta 28 não é desclassificado, já que, geralmente, essa falha técnica afetará de forma negativa o seu tempo na prova. A desclassificação ocorre se o atleta invadir a raia de outro competidor ou se tiver uma largada falsa. A barreira deve ser feita de tal forma que para derrubá-la seja necessário, uma força equivalente a aproximadamente 4kg aplicada no centro da borda de cima da barra superior. Neste sentido, a barreira dispõe de contrapesos. A barreira de competição deve ser ajustável quanto à altura exigida para cada prova. Barreiras de treinamento podem ser desmontáveis ou projetadas para cair com facilidade. Figura 19: barreira de competição Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Os 400 metros com barreiras são disputados tanto por homens quanto por mulheres. Nessa prova, é dada uma volta completa na pista de atletismo, onde são colocadas 10 barreiras. Os atletas devem permanecer dentro de suas raias durante todo o percurso. Todas as barreiras têm largura idêntica à da raia de corrida e são projetadas para cair para frente, caso sejam tocadas. Na prova masculina, as barreiras têm 94,1 centímetros de altura. Já na disputa feminina, têm altura de 76,2 centímetros. Os atletas não são desclassificados se tocarem ou mesmo derrubarem as barreiras. A eliminação acontece se invadirem a raia de outro competidor ou tiverem tempo de reação inferior a 0,1s, o que é considerado uma largada falsa. Figura 20: Os 400 metros com barreiras Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Quando um(a) barreirista perde contato com o solo, após o ataque, a trajetória do seu CG (centro de gravidade) já está definida. Assim sendo, a posição do corpo no momento do ataque será fundamental para a definição da trajetória do CG do(a) corredor(a). Se ele(a) inclina o tronco à frente no momento do ataque à barreira, a trajetória do seu CG será mais rasante, pois será maior o componente horizontal da força exercida contra o solo. Por outro lado, se seu tronco se mantém ereto no momento do ataque (ação bastante comum entre iniciantes), a trajetória será mais verticalizada. 29 Figura 21: Influência da posição do tronco na trajetória do CG do corredor Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Se na fase aérea da passagem da barreira o(a) corredor(a) eleva seu tronco, ele(a) leva sua massa corporal para cima e, por conseguinte, seu CG. Em outras palavras, o corpo desce em relação à trajetória do CG, o que acaba sendo prejudicial à passagem da barreira. Por outro lado, se o(a) corredor(a) inclina o tronco à frente, seu CG abaixa em relação ao corpo, ou seja, o corpo sobe em relação à trajetória do CG. Por isso, a inclinação do tronco é imprescindível para uma ótima passagem da barreira. Além de facilitar a passagem do membro inferior (MI) de recuperação e reduzir a resistência do ar, a inclinação do tronco permite que o(a) corredor(a) possa horizontalizar sua impulsão sem que isso implique, necessariamente, o choque com a barreira. Ou seja, possibilita minimizar a oscilação do CG do(a) barreirista no plano sagital. Figura 22: Ação do tronco na posição relativa do CG do(a) barreirista Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Seguindo o mesmo raciocínio, se o(a) barreirista mantiver seus membros superiores (MS) e o membro inferior (MI) de recuperação elevados logo após a passagem da barreira, seu membro inferior de ataque tocará o solo mais cedo, o que acelerará a retomada de sua corrida. Obviamente, essa elevação não pode ser exagerada a ponto de descaracterizar os movimentos da corrida de velocidade, o que poderia anular a vantagem obtida com a aproximação do corpo do(a) barreirista em direção ao solo. Figura 23: Posição de MS e MI de ataque na posição relativa do CG Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) 30 Já os revezamentos do atletismo são as provas de velocidade disputadas por equipes, formadas por quatro atletas. Há competições tanto masculinas quanto femininas, além dos revezamentos mistos, em que as equipes são compostas por dois atletas de cada sexo. Os Jogos de Tóquio, em 2020, são a primeira edição das Olimpíadas em que há a disputa do revezamento misto 4 x 400 metros no atletismo. Figura 24: Revezamento misto 4 x 400 metros Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) A passagem do bastão ao próximo corredor deve ser feita dentro de uma faixa de troca de 20 metros marcada no chão, 10 metros antes e 10 metros depois da linha de partida do próximo corredor. Caso a passagem de bastão seja feita fora da área delimitada, a equipe será eliminada. Já se houver a queda do bastão, o atleta deve retornar para pegá-lo. O objetivo da corrida de revezamento é percorrer o trajeto da prova no menor tempo possível ou na maior velocidade possível. A largada segue os comandos tradicionais das provas de corrida (“às suas marcas”, “prontos” e o aviso sonoro) e deve partir do bloco de saída, em posição abaixada. Caso o atleta queime a saída a equipe é desclassificada. Cada equipe de revezamento é composta por quatro atletas, que devem definir a ordem da corrida previamente à execução da prova. Sendo assim, ocorrerão três passagens de bastão durante a prova. O atleta ao iniciar a prova deve fazê-lo já em posse do bastão de revezamento. Desse modo, na dinâmica da corrida, os membros 31 seguintes da equipe podem prosseguir somente quando estiverem de posse do bastão. Figura 25. Atleta em posse do bastão de revezamento Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) O bastão deve ser um tubo liso oco circular de madeira ou metal. Além disso, deve ser colorido, de cor visivelmente distinta dos demais, composto por peça única, com peso mínimo de 50 g, diâmetro de 40 mm (com variação de 2 mm para mais ou para menos) e comprimento entre 0.28 mm e 0.30 mm. Não é permitido o uso de luvas, colas ou quaisquer outros materiais a fim de melhorar a pegada do bastão. A passagem visual é aquela em que o receptor espera olhando para o seu companheiro e bastão e é utilizada nos revezamentos longos. Normalmente a prova que utiliza esta forma de passagem é a prova de 4x400m. Já a Passagem não visual em que é realizada a passagem sem que o receptor esteja olhando para o transmissor é normalmente utilizada em revezamentos curtos, como é a prova de 4x100m. A passagem não visual é empregada com uma velocidade intensa, nela o recebedor, após iniciar a corrida não olha para o bastão a fim de não perder velocidade com o movimento de cabeça, sendo assim a responsabilidade maior de passagem de bastão do entregador. Existem duas formas de passagem de bastão: a passagem de bastão ascendente (Alemão), feita se colocando o braço para trás semiflexionado e esperando que o bastão venha de baixo para cima; e a passagem de bastão descendente (francês) é feita se colocando o braço para trás semiflexionado esperando que o bastão venha de cima para baixo e exige uma voz de comando do parceiro que venha em corrida. Figura 26: Passagem de bastão descendente e passagem de bastão ascendente Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) 32 Agora confira um pouco mais sobre os revezamentos acessando o link a seguir, que mostra uma matéria realizada pelo Jornal da Globo sobre o assunto Disponível em: https://bit.ly/3ydzkCR. Acesso em: 08 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS 2.2 CORRIDAS DE MEIO FUNDO As corridas de meio fundo ou meia distância, são as de 800 metros 1500 metros e 3000 com obstáculo. As provas de 800 e 1.500 metros são chamadas de corridasrasos são provas de característica de resistência a velocidade. As provas são disputadas com os competidores largando em pé e não são obrigados a permanecer em suas raias, sendo permitido passar pelo espaço de outro competidor. Ambas as provas são disputadas na pista de atletismo. Nos 800 metros rasos, os atletas devem dar duas voltas completas e já nos 1.500 metros rasos, são realizadas três voltas completas e mais ¾ da pista. Figura 27: Corrida de meio fundo Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Já as provas de 3000 metros com obstáculos são uma prova disputada na pista de atletismo, em que os atletas devem correr e saltar barreiras e fossos d’água. Na largada, os atletas não são divididos em raias, mas não são obrigados a permanecer em suas raias, sendo permitido passar pelo espaço de outro competidor. Ao longo do percurso, eles devem saltar 28 barreiras e sete fossos d'água. Na prova masculina, as barreiras têm 94,1 centímetros de altura. Já na disputa feminina, têm altura de 76,2 centímetros. O fosso d'água de superfície inclinada tem 3,66 metros de comprimento. Na parte mais funda, exatamente embaixo da barreira, a profundidade atinge 70 centímetros. Nas extremidades, ele é mais raso, o que favorece os atletas que saltam melhor. Ao contrário das provas com barreiras, em que elas são projetadas para cair caso sejam tocadas, os obstáculos nesta prova são mais firmes. Por muitas vezes, os atletas os utilizam como impulso ao saltá-los. https://bit.ly/3ydzkCR 33 Figura 28: Provas de 3000 metros com obstáculos Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) 2.3 CORRIDAS DE FUNDO As provas de 5000 metros e 10000 metros são as corridas de fundo do atletismo ou de longa distância. As corridas de longa distância exigem vigor físico dos atletas, alcançado a custas de muito treinamento da resistência e da velocidade para manter um ritmo forte na realização do percurso. Assim como nas corridas de meio fundo, os atletas não precisam permanecer em suas raias durante a prova. Nos 5000 metros rasos, são realizados 12 voltas e meia na pista de atletismo. Já os 10000 metros têm 25 voltas. Já aprova mais tradicional do atletismo, a maratona é disputada em ruas ou estradas. Seu percurso tem 42 quilômetros e 195 metros, distância oficial estabelecida em 1921. Nas maratonas sob chancela da Federação Internacional de Atletismo, é obrigatório que o percurso tenha marcações da distância percorrida a cada quilômetro. Assim, os corredores podem saber em que ponto se encontram. Quando a maratona é realizada nos Jogos Olímpicos, normalmente quase todo o percurso se desenvolve nas ruas, somente a largada e a chegada acontecem dentro do estádio olímpico. 34 Figura 29: Eliud Kipchoge - O primeiro homem a correr uma maratona em menos de 2 horas Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) Somente provas de corrida com a distância de 42,195 km são consideradas e devem ser chamadas de MARATONA. Sendo que provas de corridas superiores a essa distância são consideradas e chamadas de Ultramaratonas. Existem também provas de corridas cuja distância corresponde a 21,100 km que são con- sideradas e chamadas de Meia Maratona. A prova de São Silvestre realizada todo final de ano no Brasil onde sua distância corresponde a 15 km é incorretamente chamada e con- siderada por muitos desinformados como uma Maratona, sendo que está longe de ser até considerada até mesmo uma Meia Maratona. FIQUE ATENTO A técnica de um corredor muda dependendo do tipo de prova a ser realizada, como já vimos antes, os velocistas gastam mais tempo no ar do que corredores de fundo, balançam e flexionam seus braços mais vigorosamente, elevam mais os joelhos, impulsionam mais a perna, e flexionam mais o joelho. Já um corredor de longa distância (fundista) balançam e flexionam menos os seus braços, elevam menos e flexionam menos os joelhos e principalmente não suportaria correr apoiando apenas dos dedos dos pés como os velocistas. Teria consequências desastrosas para seus tendões e articulações e teria muitas lesões, o certo para corredores de grandes distancias é o apoio dos pés, aterrissando com apoio nos calcanhares ou ante pé. Fi gu ra 3 0: B io m ec ân ic a da c or rid a – Pa ss ad as d e fu nd is ta s Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l d o Au to r (2 02 2) 35 Agora leia o capítulo dois do livro “Aspectos Pedagógicos do Atletismo”, de Paola Neiza Camacho Rojas para compreender um pouco mais da prática do atletis- mo e as corridas, bem como sua prática adaptada. Físico. Disponível em: https://bit.ly/3RupCmf. Acesso em: 08 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS Uma pista rápida e novos avanços no design de tênis de corrida podem ter ajudado nos vários recordes quebrados nas Olimpíadas de Tóquio. Atletas têm comentado sobre a pis- ta rápida, enquanto outros dizem que os chamados “super spikes” desenvolvidos pela Nike dão uma vantagem aos atletas que usam os sapatos da marca. Sua introdução reduziu significativamente os tempos de corrida em estrada e, embora seu efeito na pista seja menos pronunciado, ainda dá uma vantagem estimada de 1% a 2% para corredores de média e longa distância. Alguns críticos argumentam que os desenvolvimentos tecnoló- gicos são semelhantes ao uso de medicamentos para melhorar o desempenho. “Estamos falando sobre integridade de desempenho”, disse o cientista esportivo Ross Tucker à CNN em 2019, enquanto refletia sobre os desenvolvimentos na tecnologia de calçados. “Esses sapatos criam os mesmos problemas que o doping gera.” Já outros, como Geoff Burns, cientista esportivo da Universidade de Michigan, apontam para o fato de que os sapatos não quebram nenhuma regra. “Não é doping mecânico no sentido de que todos esses sapatos são legais”, disse ele. “Eles não estão trapaceando.” Pense e pesquise sobre a im- portância de novas tecnologias para os equipamentos esportivos na busca da melhoria da performance e sua legalidade na busca de quebra de recordes. VAMOS PENSAR? 2.4 MARCHA ATLÉTICA A marcha atlética é uma modalidade não muito divulgada do atletismo, desde sua inclusão no programa olímpico em 1908, a marcha sofreu modificações nas distancias. Hoje na marcha atlética, os homens competem em percursos de 20 e 50km. Já as mulheres têm somente a disputa de 20km. Essa prova não se enquadra na categoria de corrida por não haver faze aérea e é uma prova que testa dos limites dos atletas, pois exige além de uma resistência enorme, pois solicita muito de todas as cadeias musculares do corpo, muita concentração e foco para não abandonar o movimento de marcha. As regras da marcha atlética determinam que os atletas não podem tirar os dois pés do chão ao mesmo tempo. Ou seja, o atleta tem de estar sempre em contato com o solo. Além disso, o joelho da perna que dá a passada não pode ser flexionado até que seja realizado o movimento completo, desde o momento do primeiro contato com o solo até que se encontre em posição vertical. Há diversos árbitros espalhados pelo percurso para verificar se os atletas estão seguindo as regras da marcha. Caso um competidor deixe de tocar o solo em algum momento, ele será advertido. O acúmulo de três advertências resulta em eliminação. https://bit.ly/3RupCmf 36 Figura 31: Marcha Atlética feminina Fonte: Acervo pessoal do Autor (2022) 2.4.1 Técnica da marcha atlética A técnica é única para todos os atletas, pois por mecânica humana, os movimentos que geram as forças positivas da marcha têm que ser iguais, variando somente as formas peculiares que cada pessoa tem de realizar os gestos de acordo com sua morfologia e qualidades físicas e mentais, o que constitui o estilo de cada um. (BRAVO et al. 1990; UK ATHLETICS, 2002). Figura 32: Diferenças entre marcha e corrida Fonte: Newfeel Os braços e ombros de acordo têm a função de equilibrar e coordenar as forças da inércia geradas pelas pernas e o quadril, contrabalanceando os movimentos de ambos sendo colaboradores das forças positivas, mesmo que não seja uma forçaque projete o corpo à frente como as pernas. Os braços devem estar flexionados a um ângulo de 90º graus e devem estar relaxados até os ombros, convergindo até o eixo longitudinal do corpo; as mãos devem 37 ficar em igual postura, com os dedos flexionados de forma cômoda e os polegares retos. A ação dos braços devem ser pendular e realizada no plano triangular como mostra a figura abaixo. As mãos não devem passar a altura dos peitorais nem o eixo longitudinal do corpo. Figura 33: A oscilação dos braços no plano triangular Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) As pernas produzem o movimento gerado por forças positivas, através de duas fases; uma fase de tração e outra de impulsão. A perna deve chegar ao solo estendida como mostra a figura abaixo, o pé deve fazer um contato suave com a parte externa do calcanhar formando com a perna um ângulo aproximado de 90º graus. Figura 34: Fase de tração e de impulsão Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) A Perna deve chegar em completa extensão ao solo e deve flexionar no momento de contato como o solo. Quando a perna chega estendida ao solo a sua amplitude de passada é maior do que quando ela chega em flexão e o ângulo do pé com o solo também é maior com a perna em extensão, o que facilita o movimento de tração realizado pela perna ser maior. A ação completa do impulso unida ao movimento horizontal do quadril resulta em uma maior amplitude natural da passada (marcha em linha reta), pois na fase de duplo apoio os pés situam-se sobre uma linha imaginária reta traçada do calcanhar a ponta dos pés. Fi gu ra 3 5: Li nh a im ag in ár ia tr aç ad a. Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l d o au to r ( 20 22 ) 38 É indispensável que o atleta caminhe com os dois pés sobre uma única linha. A posição correta; B e C, posições defeituosas. A forma correta utilizará os movimentos (forças) que são gerados pelas pernas, quadris, braços e ombros; e ao marchar em linhas paralelas ele desviará essas forças. Uma boa flexibilidade da articulação coxofemoral é decisiva para a suavidade e regularidade do ritmo da marcha. A cada passada, quando a perna de trás avança, o quadril deve executar um movimento de desvio para o outro lado. O quadril tem uma dupla função, fazer um movimento horizontal, acompanhado para diante da perna atrasada e outra função seria de cima-baixo, ao descer ao lado da perna que se impulsiona e ao se elevar ao lado da perna que se traciona, tudo isso forma um movimento rotatório das articulações do quadril. Figura 36: Movimento horizontal de subida e descida do quadril no ciclo completo de cada perna Fonte: Acervo pessoal do autor (2022) A cabeça é uma parte relativamente pesada e por isso deixá-la inclinada em qualquer direção fora do eixo do corpo provoca fadiga, incliná-la para frente é como convidar ao corpo para fazer uma inclinação à frente também. A cabeça deve ficar comodamente sobre os ombros assim como o corpo deve ficar confortável sobre o quadril, não se deve fazer nenhuma tensão em seus músculos, nenhuma rotação, deve- se sempre olhar para frente. A prática da marcha atlética exige muita coordenação entre os membros superiores, inferiores e o tronco, necessitando desta forma, que os treinadores, professores e atletas tenham com bastante clareza o gesto técnico correto de execução dos movimentos, para que suas correções sejam eficientes e promovam uma melhor performance diante à complexidade desta prova que é considerada uma das mais difíceis do atletismo. Agora confira um pouco mais sobre a marcha atlética acessando o link a seguir, que mostra uma matéria realizada pelo Jornal da Globo sobre o assunto. Disponível em: https://bit.ly/3e24RAI. Acesso em: 08 abr. 2022 BUSQUE POR MAIS https://bit.ly/3e24RAI 39 FIXANDO O CONTEÚDO 1. (IFB-DF — Adaptado). Em relação às provas que compõem o atletismo, analise as afirmativas abaixo. I. As provas de corridas rasas de velocidade são compostas exclusivamente pelas disputas dos 100m, 200m e 400m. II. Salto em altura, salto triplo e salto em distância são as únicas provas existentes do programa de saltos no atletismo. III. Os lançamentos compreendem as provas de lançamento de disco, lançamento de martelo e lançamento de peso. IV. As provas combinadas são representadas pelas disputas do heptatlo, no feminino, e decatlo, no masculino. V. A prova de 1.500 m é considerada uma prova de corrida de meio fundo. São corretas: a) Afirmativas I, II e V b) Afirmativas I, III e V c) Afirmativas I, IV e V d) Afirmativas II e III e) Afirmativas IV e V 2. (UFPA - 2008). Considere o texto a seguir e a figura mostrada abaixo. "Na semana passada, foram exatos 3 centésimos de segundo que permitiram ao jamaicano Asafa Powell, de 24 anos, bater o novo recorde mundial na corrida de 100 m rasos e se confirmar no posto de corredor mais veloz do planeta. Powell percorreu a pista do estádio de Rieti, na Itália, em 9,74 s, atingin- do a velocidade média de 37 km/h. Anteriormente, Powell dividia o recorde mundial, de 9,77 s, com o americano Justin Gatlin, afastado das pistas por suspeita de doping.” (revista Veja, edição de 19 de setembro de 2007) Baseado no texto e na figura, julgue as afirmações a seguir: I. O movimento do atleta é acelerado durante toda a corrida. II. A aceleração do atleta é negativa no trecho entre 60 m e 100 m. III. A máxima velocidade atingida pelo atleta é da ordem de 11,9 m/s. IV. No trecho entre 50 m e 60 m, o movimento do atleta é uniforme. 40 Estão corretas somente: a) I e II b) II e III c) III e IV d) II, III e IV e) I, II e IV 3. (IMA-2016). Sobre as corridas de revezamento no atletismo é correto afirmar, EXCETO: a) O bastão deve ser mantido na mão durante toda a corrida. b) É o bastão que é cronometrado, e não o corredor. c) O bastão deve ser transmitido de mão em mão, onde o atleta conseguir passar. d) Se o bastão cair, o atleta deve pegá-lo de volta. 4. (CONSULPAN – 2015). Sobre as corridas de revezamento, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. ( ) A prova de revezamento 4 x 100 m e, onde possível, a de 4 x 200 m serão corridas inteiramente em raias. ( ) Linhas de 5 m de largura devem ser pintadas na pista para marcar as distâncias das zonas de passagem e a linha central. ( ) O bastão deve ser carregado na mão durante toda a prova. Se derrubado, deverá ser recuperado pelo atleta que o derrubou. Nesse caso, o atleta pode deixar sua raia para recuperar o bastão desde que, fazendo isso, ele não diminua a distância a ser percorrida. ( ) Cada zona de passagem deve ser de 20 m de comprimento, da qual a linha central é o centro. A sequência está correta em: a) F, V, F, F. b) V, F, V, V. c) V, F, V, F. d) V, V, V, V. e) F, V, F, V. 5. (IMA – 2018). Na prova do Atletismo Corrida com Obstáculos, as distâncias padrão serão 2.000m e 3.000m. Em uma prova oficial de 3.000m, haverá quantos saltos sobre obstáculos? a) 18 saltos sobre obstáculos. b) 28 saltos sobre obstáculos. c) 7 saltos sobre obstáculos. d) 12 saltos sobre obstáculos. e) 17 saltos sobre obstáculos. 41 6. A respeito da corrida com obstáculos, avalie as afirmações a seguir: I. Nas corridas com obstáculo, não é permitido bloco de partida no momento da largada. II. As corridas com obstáculos e com barreiras se diferem somente nas distâncias a serem percorridas. III. Se um atleta cair em um obstáculo ou derrubá-lo durante a prova é desclassificado. IV. A prova de corrida com obstáculos possui duas configurações: 2.000 m e 3.000 m, alterando-se a quantidade de obstáculos a serem transpostos no percurso. Estão incorretas as afirmações: a) I e II. b) II e IV. c) II e III. d) I e III. e) III e IV. 7. (Educopédia – 2019). A maratona é uma prova de corrida do atletismo. Tendo isso em vista, marque a alternativa correta. a) É uma prova de corrida com obstáculos. b) É uma prova de corrida de curta distância. c) É uma prova de corrida de longa distância. d) É uma prova de corrida de média distância. e) É uma prova de corrida