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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE EXTENSÃO DE NACALA TRABALHO DA DISCIPLINA DE DIREITO ADMINISTRATIVO II Temaꓽ A invalidade, extinção e modificação do acto administrativo DISCENTEꓽ Deise Armando sambo Nacala-porto UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE EXTENSÃO DE NACALA 20 ANO-DIREITO PÓS-LABORAL DiscenteTrabalho de caracter avaliativo a ser entregue referente a cadeira de Direito Administrativo II, 20ano, período pós-laboral, sob orientação da Mestre Lieda Masanga. Deise Aramando Sambo Docenteꓽ Lieda masanga NACALA, AGOSTO DE 2024 INTRODUÇÃO A administração publica realiza sua função executiva por meio de actos jurídicos que recebem denominação especial de actos administrativos, tais actos, por sua natureza, conteúdo e forma, diferenciam-se dos que emanam do legislativo (leis) e do judiciário (decisões judicias), quando desempenham suas atribuições especificas de legislação e de judiciário. No decorrer da elaboração do trabalho falarei da extinção e modificação dos actos administrativos, e da finalidade dessa extinção. Objectivo Geral Este trabalho tem como objectivo principal analisar os processos e invalidades na modificação dos actos administrativos. Objectivos específicos Analisar a relevância da modificação dos actos administrativos e sua invalidade; Investigar de forma ampla a essência da extinção dos actos administrativos Metodologia A metodologia deste trabalho consistiu em uma abordagem qualitativa, com enfase na pesquisa bibliográfica e na analise documental. Atos administrativos Segundo Godinho os actos administrativos são manifestações unilaterais da administração publica que tem por objectivo a produção de efeitos jurídicos. Eles podem se dar de diversas formas e possuem características especificas. Onde estão destacados aꓽ unilateralidade, tipicidade, auto executoriedade, imperatividade e a presunção de legitimidade. Todas essas características fazem parte dos actos da administração publica. Para alem de destacarmos essas características, os actos administrativos possuem tambémꓽ a invalidade, extinção e modificação. A saber irei destacar de uma forma suscita a respeito desses pontos. A invalidade dos actos administrativos refere-se à condição em que um acto praticado pela administração publica não possui validade jurídica. Um acto administrativo pode padecer de diferentes vícios, cujas consequências correspondem as varias formas de invalidade. Essa invalidade pode correr por diversos motivos, sendo as principais categorias a destacarꓽ •se o acto for enviado de vícios que conduzem a anulabilidade, esse acto será anulável ou revogável; •se o acto padecer de vicio que conduzem a nulidade, esse acto será declarado nulo; Ilegalidade, incompetência, nulidade, anulabilidade •Ilegalidade O acto administrativo pode ser invalido se for contrario a lei. Isso inclui actos que não seguem os procedimentos legais ou que extrapolam os limites da autoridade. Os vícios do acto administrativo A ilegalidade do acto administrativo pode assumir varias formas essas formas chamam-se vícios do Acto administrativo. A usurpação do poder A usurpação do poder é o vicio que consiste na pratica por um órgão administrativo de um acto incluído nas atribuições do poder legislativo do poder moderador, ou do poder judicial. Trata-se de um vicio que se traduz na violação do poder do principio de separação de poderes cite in (constituição, artg 20. E 1110). A sua autonomia, no entanto, tem uma causa histórica que esta ligada a origem do próprio direito administrativo moderno. Este surgiu em franca a partir do momento em que na sequencia da revolução de 1789, se consagrou o principio da separação de poderes. • Incompetência A incompetência pode ser definida o vicio que consiste na pratica, por um órgão administrativo de um acto incluindo nas atribuições ou nas competências de outros órgãos administrativos. Repara-se a distinção entre esse vicio e o anterior para que haja usurpação de poder é preciso que o poder executivo invada a esfera, de outro poder do estado. Quando o acto é praticado por uma autoridade que não possui competência para tal. A incompetência pode ser absoluta onde verificamos a falta total de atribuições, ou a relativo acto praticado fora das atribuições legais. Vícios de forma O vicio de forma é o vicio que consiste na preterição de forma de formalidades essenciais (vícios procidemental) ou na carência de forma legal (vicio de forma em sentido restrito). Esses vícios apresentam 3 modalidade em destacarꓽ √ preterição de formalidades anteriores a pratica do acto. por exemploꓽ a falta de audiência previa dos interessados nos procedimentos administrativos quando não tenha sido nem, esteja dispensada; √ pretensão de formalidade relativa a pratica do acto. Por exemploꓽ regras sobre votação em órgãos colegiais; Violação da lei Em quatro lugares temos a considerar a violação da lei que é o vicio que consiste na discrepância entre o conteúdo ou objecto do acto e as normas jurídicas que lhes são aplicáveis. O vicio de violação da lei, assim definido, configura uma ilegalidade de natureza materialꓽ neste caso, é a propiá substancia do acto administrativo, a decisão em que o acto consiste contraria a lei. A ofensa não se verifica aqui nem na competência do órgão, nas formalidades ou na forma que o acto reveste, nem no fim tido em vista, mas no próprio conteúdo ou no objectivo do acto. • Nulidade São actos que possuem vícios insanáveis são considerados nulos. Por exemplo, um acto que fere os direitos fundamentais ou que não atende aos requisitos legais estabelecidos. O regime de nulidade esta regulado nos artigos 129 e 130 da LPA. A nulidade constitui um regime excepcional dai a preocupação do legislador de enumerar todas as circunstâncias que podem conduzir a nulidade. São nulos os actos a que falte qualquer dos elementos essências ou para os quais a lei imponha expressamente essa forma de invalidade. •Anulabilidade A anulabilidade constituí o regime regra. Se a lei não cominar com a forma de invalidade deve entender-se que se trata de anulabilidade. Com tudo, o artigo 131 da LPA traça o devido regime é dai onde vamos. Atos que tem vícios sanáveis podem ser anuláveis. Isso ocorre, por exemplo, em casos onde há erro material, vicio de forma ou outra irregularidade que podem ser corrigidos. São anuláveis os actos administrativos designados como ofensa dos princípios ou normas jurídicas aplicáveis e no caso de violação, não esteja prevista outra execução. O acto só e reconhecido pêlos tribunais administrativos quando alegado pêlos órgãos administrativos competentes. A invalidade dos actos administrativos pode ser declarada pela própria administração, ou por meio de decisão judicial. É importante ressaltar que, caso um acto administrativo seja considerado invalido, suas consequências jurídicas podem ser revistas, e ele pode ser afastado do ordenamento jurídico. Extinção e modificação do acto administrativo. Revogação e anulação administrativa Os efeitos jurídicos do acto administrativo podem ser extintos ou modificados por variados modos. A destacar a extinção A extinção dos actos administrativos refere-se ao fim da vigência desses actos podendo ocorrer por diversasrazoes. Em certos casos, esses efeitos cessam imediatamente com a pratica do actoꓽ é o que se passa com os actos de execução instantânea cujos efeitos jurídicos se esgotam ou consomem num só momento, numa aplicação insolada. Noutros casos os efeitos do acto administrativo perduram no tempo só se extinguindo uma vez decorrendo um certo períodoꓽ é o que acontece comos actos de execução continuada, de que se constituem exemplos a concessão de utilização privativa de um bem do domínio publico ou autorização dada pela administração para a pratica de um horário de elaboração continua numa empresa fabril. Temos como destacar outras formas de extinção dos actos administrativos tais como Revogação, fundação, anulação, fundamento. A revogação, incluindo a revogação sancionatória e a anulação administrativa • Revogação Segundo Diogo Freitas a revogação é um acto administrativo que decide extinguir, por razoes de mérito de conveniência ou oportunidade no todo ou em parte., os efeitos de um acto administrativo anterior. O autor do acto revogatório exerce uma competência. Fundamentoꓽ a revogação pode ocorrer quando o acto não é, mas útil ou tornou-se desnecessário. O acto administrativo pode cessar de vigência por três vias essenciais. A destacarꓽ caducidade, a anulação, e a revogação. • Anulação A anulação é o afastamento de um acto administrativo que contem vícios jurídicos tornando-o inválido desde a sua origem. A anulação consiste na destruição dos efeitos do acto administrativo anterior com o fundamento num dos vícios que o afectam, que tem por consequência a anulabilidade. São designados actos anulados os que estejam sujeitosꓽ os actos praticados com ofensa dos princípios ou normas jurídicas aplicáveis e, no caso de violação, não esteja prevista outra sanção. exemplosꓽ •os vícios por incompetência relativa; •os actos viciados por outros vícios de forma que não estejam a carência absoluta da forma legam, deliberações tomadas tumultuosamente, deliberações tomadas sem quórum ou sem a maioria legalmente exigida, falta de fundamentação e violação das formalidades essências; Fundamentoꓽ A anulação administrativa é da competência de um órgão administrativo, nomeadamente, (art,138 da LPA). •O autor do acto; O superior hierárquico do autor do acto, desde que este (autor do acto) não tenha emanado o acto no âmbito de uma competência exclusiva, porque se assim for somente ele pode anular o seu acto, sem prejuízo de anulação contenciosa. A anulação pode ser realizada por razoes comoꓽ ilegalidade, irregularidade, ou vícios de forma. Exemplo anulação de um acto administrativo que foi praticado sem observância das exigências legais. Revogação do acto administrativo Diz-se revogação do acto administrativo secundário do tipo reintegrativo que se designa a destruir ou fazer cessar, no todo os em partes, os efeitos de um acto administrativo anterior praticado pelo mesmo órgão, ou seu subalterno ou pelo órgão tutelado. A revogação tem sempre natureza negativa ou destrutiva dos efeitos do acto revogado, consistindo na extensão dos efeitos do acto anterior, sem que nada se faca em sua substituição. Podemos destacar as seguintes espécies de revogaçãoꓽ • quanto ao conteúdo, podem terꓽ ‣uma revogação total, que é aquela que estingue em todos efeitos do acto, acto administrativo; ‣uma revogação parcial, que abrange parte do conteúdo do acto; •quanto a iniciativa podemos terꓽ ‣revogação espontânea ou oficiosa, isto é, da iniciativa dos ór.gãos da administração publica nomeadamente o autor do acto (chamada retractação) nos casos de delegação de poderes e a provação tutelar expressamente por lei. • quanto ao fundamento, podemos terꓽ ‣revogação baseada na ilegalidade, o que se traduz na anulação graciosa ou administrativa; ‣ revogação baseada na inconveniência ou inoportunidade do acto, esta assenta num critério discricionário da administração publica. Visando a prossecução do interesse publico. ‣ revogação baseada numa sanção administrativa, pelo incumprimento pêlo particular, de clasusulas, deveres ou obrigações que o acto primário lhe impusera. •quanto aos efeitos pode terꓽ ‣revogação ex. nunc, que é aquela que consiste na extinção dos efeitos do acto administrativo para o futuro, isto é, uma mera cessação de efeitos do acto se que destrua os efeitos já produzida revogação ab-rogatória; ‣ revogação ex. tunc, aquela que impede a produção de efeitos para o futuro, e destrói os já anteriormente produzidos desse a data da sua emanação – revogação anulatória. ‣ revogação repristinatória, quando implica o renascimento de um acto anteriormente revogado em consequência da revogação do acto que o revogara. É sempre determinada expressamente por lei ou pelo autor da revogação. Actos administrativos insusceptíveis a revogação Segundo o artigo 135 da LPA podemos verificar um conjunto de actos insusceptíveis de revogação, nomeadamenteꓽ • os actos nulos, incluindo inexistentes dissemos que a revogação destrói ou faz cessar os efeitos de um acto administrativo primário. O acto nulo não produz nenhum efeito ab initio, o que quer dizer que nada existe para ser revogado; • actos anulados contenciosamenteꓽ resulta do facto de que os tribunais administrativos dizem a ultima palavra em matéria administrativa, em caso de recurso. Assim as decisões são obrigatórias para todos os sujeitos de direito. • actos revogados com eficácia retroactivaꓽ trata-se de actos cujos efeitos já produzidos foram destruídos pela revogação do acto primário. Ou o particular que se tinha beneficiado de um acto por meio de revogação; •actos cujo os efeitos encontram-se caducados ou se encontrem produzidos ou esgotados não são objecto de revogação ex nunc, mas podem ser revogados; •quando dos actos resultarem para administração obrigações legais ou direitos irrenunciáveisꓽ se o acto emanado em cumprimento de uma obrigação por parte da administração for revogado significaria a violação da lei ou em caso de direitos irrenunciáveis, renuncia de tal direito, seria uma renuncia ilegal. Revogação de actos anuláveis Essa matéria foi tratada supra 329.2, a propósito da anulação administrativa e remetemos para esse lugar. Forma e formalidade dos actos de revogação Em termos do n .0os actos devem revestir-se de forma ou formalidade legalmente para o acto revogado. No n02 estabelece-se princípios da identidade ou de paralelismo, segundo o qual o acto revogado deve revesti-as mesmas formas e formalidade que tiverem sido utilizadas na pratica do acto revogado. Efeitos da revogação • tratando-se de actos ilegais, ou inválidos, a revogação anulatória produz efeitos retroactivos (n.0 2). Isto é destruição dos efeitos do acto administrativo ocorre ex. tunc; • quando o autor da revogação entender atribuir-lhes efeitos retroactivos, contando que seja favorável aos interessados e no caso de todos os interessados terem concordado expressamente com a retroactividade dos efeitos da revogação e não respeitem a direito ou interesses indisponíveis. Competência revogatória A anulação administrativa é da competência dos órgãos administrativos, nomeadamente (artig.138 da LPA). • o autor do acto; •O superior hierárquico do autor do acto, desde que este autor (autor do acto) não tenha emanado o acto no âmbito de uma competência exclusiva, porque se assim for somente ele pode anular o seu acto, sem prejuízo de anulação contenciosa. • o delegante ou subdelegante, nos casos de actos praticados no âmbito da delegação ou subdelegação de poderes enquanto vigorar a delegação ou subdelegação. • Caducidade A caducidade ocorre quando um acto administrativo perde a sua eficácia em virtude de uma mudança na situação fática ou jurídica. Segundo Ana prata caduca o acto subordinado a certo prazo ou facto jurídico estrito sensu; anula-se o acto ilegal ou invalido e revoga-se o acto inconveniente ou inoportuno para a prossecução do interesse publico. Fundamentoꓽ pode ocorrer por alteração de normas que regem a matéria ou por superveniência de um acto posterior que o torna absoluto. exemploꓽ um alvarralque perde a validade apos a revogação da lei que embasava. • Decadência A extinção do acto em razão do transcurso do tempo quando este tiver prazo, quando este tiver um prazo estabelecido na legislação. fundamentoꓽ a decadência se aplica a actos administrativos que vigoram por prazos determinados, e seu não exercício dentro desse prazo resulta em extinção. exemploꓽ a validade de uma autorização que espira apos um determinado período se não for utilizada. A extinção dos actos administrativos tem implicações directas no funcionamento da administração publica e na relação com os administrados. É fundamental que a extinção seja feita de acordo com as normas legais garantindo a transparência e a segurança jurídica nas acções da administração. Modificação dos actos administrativos É um procedimento que permite a administração publica alterar actos previamente emitidos. Essa alteração pode ocorrer por diversos motivos e administração possuem o poder de modificar suas decisões dentro dos limites legais. Os principais aspectos relacionados a modificação dos actos administrativos incluemꓽ Motivos para modificação do acto administrativo •encontramos a modificação por conveniência administrativa A administração pode modificar actos administrativos em razão de mudança nas circunstâncias que justificarão a sua edição. Isso inclui adaptação as novas necessidades da administração ou aos interesses públicos. Modificação para ajustes Essas modificações podem ocorrer para adequar o acto administrativo a novos critérios técnicos legais ou regulamentares. Limites da modificação A modificação deve respeitar a legalidade e os direitos adquiridos por terceiros. Não é possível alterar um acto administrativo para prejudicar direitos já estabelecidos A modificação não pode ser feita de forma arbitraria. Devendo sempre ser fundamentada e justificada pela administração. Modalidade de modificaçãoꓽ A alteraçãoꓽ mudança nos elementos do acto, mantendo sua essência. Por exemplo, alteração de um prazo determinado em um contracto administrativo. Revogação A revogação quando a administração decide retirar um acto administrativo do ordenamento jurídico, por motivos de conveniência ou oportunidade. A revogação é um tipo especifico de modificação que extingue o acto. PROCEDIMENTOS PARA MODIFICAÇÃO A modificação deve seguir um procedimento administrativo que pode incluir a publicação do acto, modificando e a comunicação aos interessados, dependendo do tipo de acto e da legislação correspondente. Efeitos da modificação A modificação pode gerar efeitos imediatos, ou pode haver a necessidade de prazos específicos, especialmente em casos de actos que afectam direitos de terceiros. A modificação dos actos administrativos é uma ferramenta importante para administração publica, permitindo que ela se adapte as mudanças e continue a atender aos interesses publico. Conclusão A extinção dos actos administrativos é um aspecto crucial da actuação da administração publica reflectindo a dinamicidade do estado em atender ao interesse publico, ao mesmo tempo em que protege os direitos dos cidadãos. É um mecanismo que, quando aplicado correctamente, contribui para construção de uma administração mais, responsável, eficiente e justa. Referencias bibliográfica Diogo Freitas, curso de Direito Administrativo-I edição Abril, 1986 Albano Macie de Direito Administrativo Moçambicano- volume III, 2015, Actividades e garantias administrativas. Legislações Constituição da republica de Moçambique, Lei n0 14/2011, de 10 de Agosto. Que regula a formação da vontade da administração publica.