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TEORIA E HISTÓRIA DATEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO -ARQUITETURA E URBANISMO - ANTIGUIDADE AO SÉCULO XVIIIANTIGUIDADE AO SÉCULO XVIII ARQUITETURA NOARQUITETURA NO BRASIL: ORIGENS EBRASIL: ORIGENS E EXPANSÃOEXPANSÃO Autor: Dra. Katia Maria de Souza Revisor : José Adr iano Pere ira IN IC IAR introdução Introdução Nesta unidade, conheceremos a formação da arquitetura brasileira, que foi construída a partir das diversidades que caracterizam a nossa própria sociedade. A in�uência portuguesa foi importante, mas também houve a contribuição dos africanos e dos indígenas, seja pelo seu conhecimento em relação às técnicas construtivas com o uso da terra, seja pelo domínio do espaço territorial. Nesse sentido, constataremos que a arquitetura brasileira incorporou e reinterpretou algumas in�uências estrangeiras já traduzidas e trabalhadas pelos próprios portugueses, mas que ganharam novas con�gurações ao serem instaladas no país. Compreender as regiões e os materiais disponíveis no Brasil ajudou na construção das primeiras edi�cações. Após o período de �xação da população em território nacional, foi preciso pensar na defesa, com a construção de forti�cações para garantir o desenvolvimento do país. Nesse período, a contribuição das ordens religiosas foi primordial e garantiu que, nos anos seguintes, fosse produzida uma arquitetura que caracterizasse o próprio território brasileiro, a sua população, o seu clima e a sua geogra�a. Assim, foram formadas as cidades e iniciado o processo de produção da economia nacional. No Brasil, a produção artística começou a se desenvolver quando Portugal decidiu efetivamente colonizar as terras descobertas e lutar contra as invasões que ameaçavam o seu domínio sobre a colônia. Assegurada a posse de terra, foram estabelecidos os poderes civis e religiosos. Jesuítas, beneditinos, franciscanos e carmelitas chegaram à terra nova com a missão de catequizar o “gentio”. Diante disso, surgiram as primeiras manifestações artísticas. Não podemos estudar a arquitetura no Brasil sem falarmos da in�uência portuguesa. No entanto, também não podemos falar de Portugal sem expormos as in�uências que a própria arquitetura portuguesa sofreu para se constituir. A região de Portugal fez parte do vasto Império Romano, que deixou o seu legado no território. O maior deles talvez tenha sido o modo de engendrar as Arquitetura noArquitetura no Brasil: A In�uênciaBrasil: A In�uência Portuguesa e aPortuguesa e a ColonizaçãoColonização cidades com o seu traçado regular quadriculado que continha uma praça principal em que eram construídos os edifícios mais signi�cativos. Além da herança romana, Portugal passou por ocupações árabe e moura. Essas populações também deixaram alguns legados para a arquitetura do local, tais como os azulejos, as gelosias, os pátios, as capelas e os vestíbulos. Figura 4.1 - Padrão de um plano urbanístico para uma cidade romana com a marcação do Fórum ao centro, uma espécie de praça principal Fonte: Laverock~commonswiki / Wikimedia Commons. #PraCegoVer : na �gura, há um desenho esquemático do plano de uma cidade romana. Trata-se de um desenho que mostra as quadras e as ruas dispostas em uma ordem quadriculada com o Fórum, uma espécie de praça principal que está no centro. Também são indicadas as principais edi�cações que formam a cidade. No Brasil, as primeiras cidades e, consequentemente, a arquitetura surgiram depois de Portugal perceber a necessidade de ocupação das terras descobertas, com o objetivo de inibir a ocorrência de invasões. Nesse contexto, em 1534, foram criadas as capitanias hereditárias. As invasões francesas que aconteceram por volta de 1550 levaram à constituição de algumas cidades, tais como Rio de Janeiro, em 1565, São Paulo, a partir do Colégio dos Jesuítas, em 1554, e a cidade de Filipéia, na Paraíba, em 1584. Durante a formação dos núcleos populacionais no Brasil, não podemos ignorar a forte contribuição dos jesuítas e das demais ordens religiosas. Desse modo, somam-se as in�uências negra e indígena à herança portuguesa, a �m de constituir uma arquitetura efetivamente brasileira: Em relação à ocupação territorial e mesmo ao processo de surgimento de núcleos populacionais é indispensável registrar a Figura 4.2 - Desenhos de um padrão de azulejo árabe e de uma gelosia ou muxarabi Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer : na �gura, há uma imagem que representa um padrão de desenho geométrico usado na azulejaria árabe. Ao lado, há o desenho de um balcão com uma janela treliçada que é conhecido como “gelosia” ou “muxarabi”. importância da obra dos jesuítas. Além da fundação do Colégio de São Paulo, algumas reduções foram fundadas nos primeiros anos do século XVII. As duas primeiras - São Lourenço e Santo Inácio - localizavam-se no atual estado do Paraná (MENDES; VERÍSSIMO; BITTAR, 2007, p. 29). No processo de interiorização do país, novos núcleos foram criados, principalmente na região de Minas Gerais, em consequência da descoberta do ouro. Vila Rica, atual Ouro Preto, foi fundada em 1711 e, nesse processo, novas cidades foram construídas e a ocupação em malha foi se ajustando no terreno. A marca de muitas cidades, tais como Ouro Preto, é a igreja. A primeira ermida era erigida a partir da criação do município. As ermidas eram uma Figura 4.3 - Cidade de Ouro Preto em 1870, com destaque para a igreja e para a Casa de Câmara e Cadeia presentes no ponto mais alto do terreno Fonte: Tetraktys / Wikimedia Commons. #PraCegoVer : a �gura é uma fotogra�a em preto e branco da cidade de Ouro Preto. Nela, há um destaque para a igreja do Carmo e para os prédios da Casa de Câmara e Cadeia. Na fotogra�a, o terreno acidentado e o telhado das casas que se espalham pelas ruas da cidade também são visíveis. espécie de cabana coberta de palha. Tinham um tosco altar e permaneciam ao lado do cruzeiro. Surgiam, assim, as capelinhas de taipa, que originaram as igrejas. Técnicas Construtivas das Igrejas Primitivas O partido das primeiras igrejas era muito simples e seguia uma forma geométrica quadrangular ou retangular. Não eram usados os materiais em abundância no Brasil, visto que era mantida a tradição lusa, uma solução que, ao longo dos anos, sofreu variações. Uma técnica básica da qual foram provenientes as variações realizadas era constituída de esteios de madeira toscamente cavados, �ncados no solo com a ponta carbonizada e ligados entre si por meio de baldrames e percintas. O fechamento era feito com paredes de taipa e revestimentos de argamassa de cal. As soluções poderiam alternar técnicas de origem portuguesa, indígena ou africana. Um componente que in�uenciou bastante na tomada de decisão quanto à solução adotada foi o fator regional/geográ�co. Sendo assim, existem diferenças entre as fundações diretas, os apoios e os materiais, que variam entre pedras, tijolos e adobe. As paredes podem ser estruturais. Dessa forma, os elementos verticais são uma espécie de autoportantes, tendo em vista que suportam o peso e os empuxos da cobertura. Além disso, funcionam como um elemento de vedação. Figura 4.4 - Desenho da estrutura típica da arquitetura colonial brasileira, composta de uma trama de madeira preenchida por taipa de mão, adobe ou pedras Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer : a �gura ilustra a estrutura típica da arquitetura colonial brasileira. Assim, há a estrutura de uma parede, que é constituída por uma grade de madeira com estruturas mais robustas (também de madeira) nas extremidades e que são �ncadas ao solo. Depois, a grade será preenchida com uma massa feita de barro. No desenho, estão indicados o nome de cada elemento de madeira que formam a grade, a saber: amarração (embira), pau roliço, nabo, sapata, burro, falso esteio, vão, trave, percinta, varas e baldrame. A vedação poderia ser feita por taipa de pilão, que é uma parede formada por barro compactado (por intermédio de um pilão) em uma caixa de madeira. Depoisde retiradas as taipas, a parede era desempenhada e, na maioria das vezes, pintada com cal. As paredes eram levantadas com a superposição de diversas camadas apiloadas, alternando-se as �adas. As suas espessuras variavam entre 0,50 m a 1 m. Figura 4.5 - Desenhos a mão livre que representam modelos de paredes autoportantes Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer : a �gura é composta por desenhos que retratam os modelos de parede autoportantes e por desenhos que reproduzem as formas e o pilão onde era prensado o barro. Assim, há a representação de uma parte da parede que é feita com pedras unidas por argamassa. Ao lado, há um desenho de uma parte da parede de adobe. Abaixo, há o desenho de um trecho da parede feita com taipa de pilão e, abaixo dele, estão os desenhos do caixote e do pilão, que eram usados para fazer os blocos de taipa. Outro tipo de taipa é a de mão, também conhecida como de sebe, pau a pique ou sopapo. Diz respeito ao barro prensado na trama de madeira e jogado por duas pessoas que estão em lados distintos da parede. A alvenaria de pedra concorria com as taipas de pilão e de mão. Além disso, nessas construções, era comum o emprego da cantaria em ombreiras, vergas, cunhais, peitorais e soleiras. Sobre essa estrutura, apoiavam-se os telhados em tesouras de madeira que terminavam em beirais. Figura 4.6 - Estrutura das paredes que poderiam ser preenchidas com adobe ou pedra Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer : a �gura representa uma estrutura de madeira para o preenchimento com adobe ou pedra. Há dois desenhos. O desenho da parte superior mostra uma estrutura que usa travessas de madeira que delimitam as áreas as quais podem ser preenchidas com adobe ou pedra. As travessas de madeira também delimitam os espaços destinados às janelas e às portas. Já o desenho presente na parte inferior ilustra outra solução muito semelhante e que é chamada de enxaimel. Figura 4.7 - Modelos de coberturas utilizadas na arquitetura colonial brasileira Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer : na �gura, há desenhos que mostram diferentes tipos de madeiramento para o telhado usado na arquitetura colonial brasileira. Assim, um desenho apresenta três soluções de madeiramento para o telhado feito com tesouras de madeira: um mais simples, apenas com ripas sobre a tesoura; outro que utiliza demais elementos de madeira, tais como terças e caibros; e o último, que representa um modelo de tesoura que cruza as peças de madeira para formar a base da cumieira. Ao lado, há outro desenho que mostra um trecho do beiral do telhado, a �m de expressar o modo como as madeiras são inseridas para fazer um beiral um pouco inclinado para cima. Nas paredes autoportantes, eram empregados dois frechais presos uns aos outros por intermédio de tarugos. De acordo com a espessura da parede e a extensão da construção, essas coberturas podiam variar. Essa foi a estrutura que se manteve na arquitetura brasileira por muitos anos. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) A arquitetura do período colonial brasileiro empregou diversos sistemas construtivos, tais como paredes em enxaimel, alvenaria de pedras, de tijolos e de adobe, e taipa de mão ou de pilão. Nas coberturas, poderiam ser empregadas as estruturas de madeiras recobertas com palha ou telhas cerâmicas. Nos pisos elevados do solo, predominavam os assoalhos de madeira, enquanto, nos pisos térreos, havia tijolos ou lajotas de barro. O processo chamado de taipa de sebe ou taipa de mão é caracterizado por: a) Construção da parede a partir de um bloco de cimento feito em forma de madeira que, depois, era regularizado com cal e areia. b) Construção da parede a partir de uma grade feita com varas de madeira estruturadas na extremidade e preenchidas por uma massa de barro. c) Construção da parede a partir de um bloco de barro que foi socado com pilão dentro de uma forma de madeira. d) Construção da parede a partir de uma malha de madeira que, depois, recebe o preenchimento de uma massa de cimento e areia. e) Construção da parede a partir de uma alvenaria de pedra, cujos vazios eram preenchidos com uma argamassa à base de cal. No processo de ocupação e domínio do território brasileiro, dois tipos de arquitetura se destacaram: a militar e a religiosa. A arquitetura militar foi importante, visto que protegia a terra das invasões que eram comuns na época. Nesse contexto, normalmente, os fortes, os fortins e as reduções eram posicionadas em pontos estratégicos do território, de forma a salvaguardar as terras conquistadas, ao mesmo tempo em que ajudavam a estabelecer a formação dos primeiros povoamentos. Já a arquitetura religiosa também ajudou a ocupar e a estabelecer as primeiras cidades. Motivadas pela propagação da fé cristã no novo mundo, as ordens religiosas se estabeleceram nas principais áreas do território brasileiro e contribuíram para a formação dos primeiros núcleos habitacionais. A ArquiteturaA Arquitetura Militar e aMilitar e a Arquitetura dasArquitetura das Ordens ReligiosasOrdens Religiosas A Arquitetura Militar Os engenheiros militares formados pelas escolas militares portuguesas representavam a �gura do pro�ssional que detinha conhecimento em relação às modernas técnicas construtivas. Formados pelas escolas europeias, eram dotados de conhecimento no que diz respeito aos tratados de arquitetura e aos conceitos trabalhados em seu período. Assim, demonstravam as características maneiristas que antecedem ao barroco. No entanto, os engenheiros militares portugueses seguiam as orientações de tratadistas, tais como Vignola, e as aplicavam tanto nas construções de fortes quanto na edi�cação das primeiras igrejas. A atuação desses pro�ssionais em outros exemplares arquitetônicos se deve ao fato de que, nos primeiros anos de colonização, eram as pessoas que conheciam e dominavam o ofício da construção. Um nome importante nesse cenário é o do engenheiro militar Francisco Frias de Mesquita. Ele projetou e construiu fortalezas, igrejas e conventos em uma área que abrange desde o Rio de Janeiro até a costa do Nordeste brasileiro: Obra de maior signi�cado na arquitetura religiosa de Francisco de Frias, como também era conhecido, é o mosteiro e igreja de São Bento, no Rio. A partir dele e de recomendações que deixou sobre novas técnicas construtivas é longa a história de sucessivos engenheiros militares ajudando aos colonos levantar paredes, cobri-las e pintá-las com maestria. Devido a isso, por exemplo, em São Paulo, o engenheiro militar João da Costa Ferreira foi elogiado pelo governador-general Bernardo José de Lorena, que mencionou ter sido ele amado pelo povo devido à sua atuação ensinando a todos como construir bem com as disponibilidades locais (LEMOS, 2012, on-line). Os fortes eram construídos com base em formas geométricas que se adaptavam às características do terreno. Nesse sentido, podiam variar entre quadrados dispostos na diagonal e/ou em estrelas, de modo a posicionar as pontas da �gura geométrica nos extremos do terreno, local em que se colocava a sentinela. Normalmente construídos por pedras habilmente aparelhadas, os fortes eram formados por cômodos que compreendiam desde as celas e os calabouços até as capelas e as baterias. Os canhões eram quase sempre apontados para o mar. saibamais Saiba mais O estudo da história da arquitetura no Brasil é um re�exo da constituição de nossa própria cultura, que foi formada por múltiplas in�uências que se alternaram ao longo dos anos de acordo com os interesses dos grupos dominantes em cada momento da história. É um campo de conhecimento amplo e, por mais que tenhamos contribuições de historiadores importantes, ainda precisa ser estudado e pesquisado, de forma a atualizar a nossa própria história. Nesse contexto, o artigo do historiador Carlos Alberto Cerqueira Lemos é uma boa fonte de re�exão e de conhecimento. Ele se encontra disponível no link a seguir: ACESSAR https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/12.141/4214Figura 4.8 - Foto aérea da Fortaleza de Santa Cruz, localizada em Niterói, no Rio de Janeiro Fonte: Sheilinha1 / Wikimedia Commons. #PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida e aérea da Fortaleza de Santa Cruz, que está localizada na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Faz-se presente na entrada da Baía de Guanabara, com o objetivo de proteger as terras cariocas. Com ela, é possível observar a construção em forma geométrica e com pontas. As linhas retas e quadrangulares conferem à edi�cação a solidez necessária a um edifício, a �m de proteger o território. Contudo, o conhecimento dos engenheiros militares substituiu os fortes primitivos por edi�cações estrategicamente pensadas tanto em relação ao seu plano e sítio quanto no que diz respeito aos materiais adequados, à inclinação, à espessura e à disposição dos baluartes, de modo a acomodar as novas armas. A Arquitetura Religiosa Assegurada a posse da terra, foram estabelecidos os poderes civis e religiosos. Assim, jesuítas, beneditinos, franciscanos e carmelitas chegaram à terra nova com a missão de catequizar o “gentio”. A partir disso, surgiram as primeiras manifestações artísticas. Os edifícios públicos e religiosos construídos no Brasil do século XVI eram, geralmente, dotados de características do maneirismo, mesmo adaptados ao clima e aos materiais locais. No Brasil, o maneirismo foi o padrão adotado pelos arquitetos das ordens religiosas. Entretanto, é preciso ressaltar que havia certa diferença em suas formas, devido à distância das capitais europeias, à adaptação dos materiais e ao uso da mão de obra local. A in�uência maneirista no Brasil Colônia é notada, de modo geral, nas igrejas, mas essa leitura recebe uma nova interpretação. O maneirismo é evidente sobretudo nos interiores e nas decorações dos púlpitos e dos altares, além de estar presente nas pinturas de forro no teto das igrejas. Contudo, na arquitetura brasileira, não foi explorado e difundido, pois as produções artísticas começaram a se desenvolver já no �nal do século XVI. O século XVI, no Brasil, pode ser compreendido como um período de transição. Assim, algumas obras de caráter maneirista foram realizadas e reinterpretadas, com o objetivo de se adequarem ao barroco. As principais contribuições maneiristas são provenientes das ordens religiosas, que, dentre as características relevantes, é �gurada a ausência de cúpulas e de transeptos, e demarcada a predominância de naves únicas, o que confere simplicidade e nitidez ao volume arquitetônico. No interior das obras, é destacada a suntuosidade da decoração em talha dourada, já de inspiração barroca. O principal exemplo desse tipo de solução é o Mosteiro de São Bento, localizado no Rio de Janeiro. É importante destacarmos a contribuição das demais ordens religiosas e a principal delas é a ordem jesuítica. Os jesuítas tinham, por princípio, a difusão dos fundamentos da igreja católica, ao catequizarem o maior número de pessoas na terra nova. A ordem jesuítica se colocava como uma espécie de “soldado” e seguia os mandamentos de Santo Inácio de Loyola, que a fundou em 1534. Figura 4.9 - Planta baixa do Mosteiro de São Bento, localizado no Rio de Janeiro Fonte: Mendes, Veríssimo e Bittar (2007, p. 191). #PraCegoVer : a �gura mostra um desenho da planta baixa do Mosteiro de São Bento. A sua forma é retangular, há uma nave única no centro e existem capelas laterais. Ao fundo, há a capela-mor, que foi, originalmente, a primeira construção da igreja. Dentro de uma postura um pouco militar, a arquitetura das igrejas jesuítas era composta de uma forma mais severa, simples e objetiva. O programa construtivo do colégio obedecia às regras gerais da ordem e deveria ressaltar a solidez, a sobriedade religiosa, a funcionalidade e a higiene. O aspecto decorativo era tratado em segundo plano. Figura 4.10 - Fotogra�a do colégio e igreja dos jesuítas em São Paulo Fonte: Halley Pacheco de Oliveira / Wikimedia Commons. #PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida do antigo colégio e igreja dos jesuítas em São Paulo. A imagem mostra uma construção marcada pela igreja. Em sua ponta, há um frontão triangular e uma torre sineira ao lado esquerdo. Já ao lado direito da igreja, há o prédio do colégio, que é constituído por dois pavimentos. À frente do conjunto arquitetônico, o calçamento é em pedra de granito preto e cinza. reflita Re�ita Quanto às construções ditas de "pedra e barro", por exemplo, a igreja do Colégio de São Paulo, representavam, de certo modo, um compromisso entre essa técnica e a de pedra e cal. Ao contrário do que se tem categoricamente a�rmado, as edi�cações em alvenaria de pedra – tanto religiosas como civis – já eram bastante comuns na segunda metade do primeiro século. Foram várias as construções jesuíticas, igrejas e colégios, então feitas com essa técnica. Fonte: Costa (2010). Além disso, devemos destacar as contribuições dos franciscanos e dos carmelitas. Logo após o domínio do território brasileiro, vieram ao Brasil com o objetivo de auxiliar na construção dos marcos importantes para a arquitetura brasileira. Menos austeros e conservadores que os jesuítas, as ordens beneditina, franciscana e carmelita construíram igrejas e conventos importantes, ousaram na decoração dos seus interiores e exploraram os efeitos dramáticos do barroco em um primeiro momento e os tons mais elegantes e decorativos do rococó. Conhecimento Teste seus Conhecimentos (Atividade não pontuada) Leia o trecho a seguir: “A posse da terra fora implementada através de feitorias, arremedos de fortins construídos com materiais locais, sem adoção de qualquer padrão culto. [...] Gradativamente, engenheiros militares, mestres-de-obras ou soldados iniciaram a construção de fortins, fortes e fortalezas, o novo modelo de proteção e defesa, inspirado nas propostas de Vauban. [...] As construções precárias de taipa foram substituídas por complexos defensivos capazes de sustentar ataques e cercos prolongados de inimigos melhor armados e com esquadras mais poderosas, fossem eles invasores ou simplesmente corsários em suas pilhagens”. MENDES, C.; VERÍSSIMO, C.; BITTAR, W. Arquitetura no Brasil : de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. p. 107-108. #PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida de parte da fortaleza de São João, que mostra a parede de pedra de uma escadaria que desce para uma parte inferior do terreno à beira do mar. Com baseno texto e na imagem apresentados, é possível a�rmar que um dos fatoresimportantes ao desenvolvimento de um projeto nas forti�cações no BrasilColonial era: Figura - Fortaleza de São João localizada na Urca, no Rio de Janeiro Fonte: Elaborada pela autora. a) a vegetação. b) a argamassa. c) a cantaria. d) o armamento. e) o sítio ou localização. No Brasil, o barroco desabrocha praticamente um século depois em relação à Europa. Na arquitetura, ele se manifesta principalmente no interior das igrejas e é acompanhado pelo descobrimento do ouro, que foi largamente usado na decoração. O barroco brasileiro se enriqueceu das mitologias naturalistas e fez uso de elementos da terra. É nesse período que Portugal consolida a integridade territorial do Brasil frente às investidas das potências europeias. Além do mais, no Brasil, assim como foi na Europa, o barroco foi a arte do movimento teatral e sentimental. Deveria ser visto como um todo, mas não se atendo aos detalhes. A Bahia, sede do governo e cortada pelo Rio São Francisco, que escoava a produção mineira, fez do ouro o seu principal revestimento na decoração. Desse modo, começou a edi�car as maiores igrejas do barroco brasileiro, ação que foi seguida por outras cidades da colônia. O complexo arquitetônico mais famoso e representativo desse período é presente na igreja e convento O Barroco naO Barroco na ArquiteturaArquitetura BrasileiraBrasileira de São Francisco. Na igreja, as paredes foram totalmente decoradas com talhadourada e de acordo com o ideal da época. Os artistas brasileiros foram in�uenciados não apenas pela arte europeia, mas também pelos artistas portugueses, que traziam, em sua bagagem, características da arte desenvolvida no Oriente. Tanto os pintores quanto os escultores faziam uso de todas essas in�uências e aproveitavam a fauna e a �ora brasileira para serem elementos decorativos. No Rio de Janeiro, a igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro foi o primeiro exemplo nacional de solução barroca em planta poligonal. O uso de Figura 4.11 - Interior da igreja de São Francisco em Salvador, na Bahia Fonte: Fernando Dallacqua / Wikimedia Commons. #PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida do interior da igreja de São Francisco, localizada em Salvador, na Bahia. A imagem mostra, ao fundo, a capela principal e as paredes laterais totalmente cobertas por uma decoração feita de madeira. Há muitos desenhos curvos, arabescos e colunas recobertas por um douramento à base de folha de ouro. Também é possível ver o teto, que é composto por formas quadradas, octogonais e estrelas, e tem o centro preenchido por pinturas e ornamentos dourados. formas geométricas nas plantas das igrejas demonstra uma característica tipicamente barroca e empregada de maneira expressiva na Europa. Com o desenvolvimento da colônia, a sociedade brasileira começou a se estruturar. Assim, era constituída por escravos, comerciantes e pela aristocracia, que era aliada ao poder da igreja. Nesse contexto, a igreja paroquial e as irmandades religiosas foram as principais impulsionadoras da arte barroca. As irmandades foram as responsáveis pela construção das igrejas barrocas brasileiras mais signi�cativas em muitas províncias do país, em especial, em Minas Gerais, cujo maior exemplo é a igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Ouro Preto. A sua planta é composta de duas grandes elipses que se juntam para formar a abside. Além do mais, a nave cria um espaço que remonta ao movimento das igrejas italianas. Figura 4.12 - Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Ouro Preto - século XVIII Fonte: Bury (2006, p. 146). #PraCegoVer : a �gura mostra a fachada da igreja de Nossa Senhora do Rosário, em Ouro Preto, em conjunto com o desenho de sua planta baixa ao lado. A foto é antiga e extraída de um livro, mas é possível visualizar as formas curvas que aparecem na planta baixa. A igreja é formada pela interseção de um círculo menor na entrada e duas elipses, que formam o corpo principal da igreja. A igreja de Nossa Senhora do Rosário é considerada um exemplo perfeito de planta barroca em relação ao modelo italiano, ao fazer a interseção de formas geométricas, a �m de gerar um espaço difuso e movimentado. Esse espaço seria complementado por uma decoração intensa e movimentada. Contudo, essa ideia não se concretiza na igreja de Nossa Senhora do Rosário, mas a sua arquitetura não deixa de ser uma representação da época. A construção da igreja foi exigida pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, o que era comum no século XVIII: Entre as características especiais da igreja do Rosário destaca-se em primeiríssimo lugar sua planta-baixa de grande originalidade, na qual a fachada arqueada e as torres redondas combinam com a nave e capela-mor elípticas. A elevação condiz inteiramente com a planta baixa e há uma correspondência lógica entre o exterior e o interior (BURY, 2006, p. 146-147). Na verdade, o barroco brasileiro foi desenvolvido em uma época em que se alternavam o maneirismo, o barroco e o rococó, provavelmente, devido ao tempo que se levava para a construção das edi�cações. Todavia, esse fato fazia com que fossem assimiladas as novidades formais de outros estilos. praticar Vamos Praticar Considere o processo de formação da arquitetura no Brasil. Ele desponta e deslancha a partir do século XVII, com a formação de cidades importantes, o desenvolvimento do cultivo de açúcar no Nordeste, a exploração do ouro no Sudeste, a cultura do café, a exploração da borracha no Norte, a conquista do território e a exploração do gado no Sul do país. Nesse contexto, as referências e as in�uências aconteciam no Brasil e eram reinterpretadas, o que gerou um panorama arquitetônico com características eminentemente nacionais. No Brasil, a arquitetura se expande a partir do século XVII e a construção das igrejas foi um fator importante para a produção arquitetônica nacional. Diante disso, pesquise outros exemplares da arquitetura considerada barroca no Brasil, ressaltando o partido adotado e os seus elementos compositivos em relação à planta, à decoração de interior ou à fachada. A arquitetura civil no Brasil se desenvolveu a partir da formação dos primeiros núcleos habitacionais. A princípio, era muito precária e fazia uso das técnicas tradicionais, tais como a taipa e as alvenarias de pedra. Entretanto, com o crescimento dos municípios, novas edi�cações precisaram ser construídas, tais como as casas de câmara e a cadeia, que eram a sede administrativa das cidades primitivas: Na primeira metade do século 18, alterações profundas socioeconômicas ocorreram no Brasil. Até então, apenas a faixa litorânea era ocupada pela população luso-brasileira, e a cana de açúcar era o propulsionador da economia e da civilização. Agora, em decorrência das entradas pelo interior do continente, por meio das denominadas “bandeiras”, ocorreu a descoberta do ouro, e depois dos diamantes. Assim, a civilização interiorizadas-e, com a fundação de arraiais e vilas, os locais onde o ouro e as pedras foram sendo encontradas (TELES, 2014, p. 67). Arquitetura Civil noArquitetura Civil no Brasil: O Rural e oBrasil: O Rural e o UrbanoUrbano Caminhos e arruamentos precariamente abertos recebiam a construção de habitações simples, que também poderiam funcionar como comércio. As famílias mais abastadas procuraram as áreas mais afastadas dos centros para construir as suas chácaras. De modo geral, na cidade, predominavam-se as casas térreas e os sobrados. Eram raras as casas que tinham três ou quatro pavimentos. Os terrenos eram estreitos e as casas eram de frente para a rua. Geralmente, tinham duas ou três aberturas destinadas ao comércio e à moradia. Também eram encontradas casas em que o comércio se localizava no térreo, enquanto a moradia integrava o sobrado. As lojas abrigavam o comércio, o varejo e as o�cinas. Figura 4.13 - Casa do Bispo, um modelo de casa de chácara de meados do século XVIII localizada no Rio de Janeiro Fonte: Ivokory / Wikimedia Commons. #PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida que mostra uma casa de estilo colonial com dois pavimentos e uma escadaria ao centro. Há sete janelas com as suas partes pintadas de cor azul, o que gera um destaque em relação às paredes brancas da edi�cação. Figura 4.14 - Desenho de um modelo de casa colonial com dois pavimentos: no primeiro, haveria um comércio, enquanto a residência se localizaria no segundo pavimento Fonte: Reis Filho (1985, p. 29). #PraCegoVer : há o desenho de um modelo de casa colonial com dois pavimentos. No primeiro, seria estabelecido um comércio, enquanto a residência estaria no segundo pavimento. O desenho também mostra o quintal da casa. Um fator que se mantinha nas casas, independentemente de serem térreas ou sobrados, era a divisão dos setores. Eles eram bem de�nidos e variavam de acordo com o costume da época. Assim, apesar de não ser um comércio, o dono da casa podia atender alguns clientes para negociar em seu setor de trabalho/social. O setor íntimo era reservado à família, às mulheres, às crianças e a alguns escravos. Já o setor de serviços era destinado ao preparo de alimentos. Figura 4.15 - Desenho de uma casa térrea colonial com a delimitação dos setores sociais, íntimo e de serviço Fonte: Mendes, Veríssimo e Bittar (2007, p. 122). #PraCegoVer : na �gura, há um desenho de uma casa térrea colonial com a delimitação dos setores social, íntimo e de serviço. Na imagem, também é possívelobservar a rua em conjunto com outras casas térreas. As casas térreas tinham uma sala de visitas ou quartos à frente. Também havia um corredor ladeado de alcovas, uma sala de jantar que atingia as divisas e chegava até o pátio, que tinha uma copa ao lado. Ao fundo, �cavam a cozinha e o quarto dos negros. No quintal, havia telheiros. Figura 4.16 - Modelo de cidade no Brasil Colonial Fonte: Mendes, Veríssimo e Bittar (2007, p. 122). #PraCegoVer : na �gura, há um desenho em uma perspectiva aérea que mostra os tipos de casas e as ruas de uma típica cidade do período colonial. Assim, a imagem ilustra os telhados em duas águas, os quintais e as ruas. Nos lotes estreitos, as casas se distribuíam de maneira uniforme e tinham porta e janelas em arco ou em verga reta. Todavia, as pessoas que tinham mais posses poderiam adquirir dois lotes, para que construíssem uma casa maior, com mais portas e janelas. Portanto, muitas vezes, a moradia indicava as condições �nanceiras de algumas famílias. A Arquitetura Rural A arquitetura rural se desenvolveu no Brasil com base no aprimoramento da produção de diversas monoculturas em diferentes regiões do país. No Nordeste, desde o século XVI, o engenho de cana de açúcar já ocupava e explorava as terras. A arquitetura rural apresentava um padrão semelhante em quase todo território nacional. No entanto, carregava algumas especi�cidades que eram ajustadas de acordo com as condições climáticas, geográ�cas e territoriais. Além do mais, poderia idealizar a implantação de outras edi�cações auxiliares conforme a cultura agrícola que era produzida. Assim, a casa de fazenda era construída na parte mais alta do terreno, de forma que �casse protegida e propiciasse uma ampla visão do terreno. Figura 4.17 - Pintura de Frans Post, que retrata uma típica casa de engenho em Pernambuco, em 1667 Fonte: Fundação Maria Luisa e Oscar Americano / Wikimedia Commons. #PraCegoVer : há uma pintura que retrata um engenho de açúcar em Pernambuco. Assim, há um engenho na parte baixa do terreno e uma capela no ponto mais alto. Na pintura, predominam-se os tons terrosos e, ao fundo, são observáveis uma vegetação baixa e o leito de um rio. As casas de fazenda obedeciam a um padrão em que as divisões dos setores sociais, íntimos e de serviços eram bem demarcados, de forma a cercear o acesso de estranhos à intimidade da família. Desse modo, algumas alcovas e quartos pequenos sem janelas, localizados entre outros cômodos da casa, eram espaços destinados ao descanso. Eles eram dispostos na parte da frente da casa e abrigavam viajantes. A preocupação com a intimidade da família também fazia com que as capelas fossem construídas em conjunto às casas. Assim, poderia ser realizada uma construção isolada, mas unida à casa, ou a edi�cação de um cômodo disposto logo no acesso à casa. Somente a família e os escravos autorizados penetravam nos espaços íntimos da casa. Figura 4.18 - Desenho de uma planta baixa de uma típica casa rural Fonte: Elaborada pela autora. #PraCegoVer : na �gura, há um desenho de uma planta baixa de uma casa rural ou casa de fazenda. A planta expõe a disposição dos cômodos. A alcova e a capela estão frente a frente e são separadas por uma varanda. O partido quadrangular representado foi, por muito tempo, adotado. Entretanto, com o decorrer dos anos e de acordo com as funções de cada fazenda e as posses de seus donos, novas con�gurações surgiram e provocaram variações, ao permitirem plantas em L ou em U e a construção de outras localidades, tais como senzalas, cozinhas, depósitos e galpões. Com o passar dos anos, a arquitetura do século XVIII foi a base para as novas concepções das casas de fazenda, que ganharam, ao longo do desenvolvimento da economia brasileira, novos cômodos, infraestruturas e decorações, a �m de que se tornassem verdadeiras casas senhoriais. praticar Vamos Praticar A arquitetura rural brasileira deixou importantes exemplares espalhados pelo território nacional. Eles são marcos da ocupação e da conquista das terras brasileiras. Sabemos que, de acordo com o tipo da região e da cultura agrícola praticada, os seus partidos arquitetônicos poderiam variar para atender às necessidades locais, da família e da produção. Dessa forma, pesquise partidos e soluções de plantas praticadas no Brasil do século XVIII nas casas de fazenda. Procure um exemplar do Nordeste e outro do Sudeste ou do Sul e veri�que as semelhanças e as diferenças entre as soluções de planta e a disposição dos espaços. indicações Material Complementar FILME Xica da Silva Ano: 1976 Comentário: baseado no livro de mesmo título e de autoria de João Felício dos Santos, o �lme conta a história do relacionamento de uma mulher escravizada com o intendente da cidade de Diamantina no período da descoberta de diamantes na região. No �lme, é possível analisar não apenas as relações entre os homens brancos e os escravizados, mas também como eram as cidades e a arquitetura do Brasil do século XVIII. Para saber mais sobre o �lme, assista ao seu trailer, disponível em: TRA ILER LIVRO Arquitetura na formação do Brasil Editora: Unesco/Iphan Autores: Briane Elisabeth Panitz Bicca e Paulo Renato Silveira Bicca ISBN: 9798576520657 Comentário: o livro é parte da produção do projeto Monumenta, apoiado pela Unesco, e foi escrito por importantes pesquisadores da arquitetura brasileira. É dividido em seções que tratam a arquitetura produzida no Brasil a partir das bases econômicas e das produções que ajudaram no desenvolvimento do país. conclusão Conclusão A formação de uma arquitetura brasileira está intimamente ligada à ocupação do território. Desde as primeiras forti�cações e construções de igrejas, mosteiros e conventos, a contribuição foi vasta e signi�cativa. A herança deixada pelos primeiros habitantes estrangeiros se uniu ao conhecimento voltado aos materiais do povo indígena, que, em conjunto com homens e mulheres escravizados, construíram e reinterpretam as referências estrangeiras, para que fosse formulada uma arquitetura efetivamente nacional. Com o passar dos anos, o papel das igrejas na ocupação do território brasileiro se tornou um agente importante para o desenvolvimento de uma arquitetura mais erudita. Assim, foram trazidas as linguagens desenvolvidas na Europa, a �m de que fossem trabalhadas de forma autônoma e auxiliassem no estabelecimento dos principais núcleos habitacionais. Ao �nal do século XVIII, as principais cidades brasileiras já estavam completamente estabelecidas e já eram centros importantes para o desenvolvimento da nação. referências Referências Bibliográ�cas BICCA, B. E. P.; BICCA, P. R. S. (org.). Arquitetura na formação do Brasil . Brasília: Unesco/Iphan, 2006. BURY, J. Arquitetura e arte no Brasil Colonial . Brasília: IPHAN/MONUMENTA, 2006. COSTA, L. A arquitetura dos jesuítas no Brasil. ARS , São Paulo, v. 8, n. 16, p. 127-195, 2010. LEMOS, C. A. C. Uma nova proposta de abordagem da história da arquitetura brasileira. Arquitextos , 2012. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4214 . Acesso em: 16 fev. 2021. MENDES, C.; VERÍSSIMO, C.; BITTAR, W. Arquitetura no Brasil : de Cabral a Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. REIS FILHO, N. G. Quadro da arquitetura no Brasil . São Paulo: Perspectiva, 1985. TELES, A. C. da S. Brasil: arquitetura religiosa barroca. Iphan , nov. 2014. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ck�nder/arquivos/14-11- 2014%20Artigo%20-%20Brasil%20- %20arquitetura%20religiosa%20barroca.pdf . Acesso em: 16 fev. 2021. XICA DA SILVA - Trailer. [S. l.: s. n.], 2012. 1 vídeo (1 min 54 s). Publicado pelo canal Mostra Internacional de Cinema. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wTrlXi-2ncc . Acesso em: 16 fev. 2021. https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4214 http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/14-11-2014%20Artigo%20-%20Brasil%20-%20arquitetura%20religiosa%20barroca.pdfhttps://www.youtube.com/watch?v=wTrlXi-2ncc