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TEORIA E HISTÓRIA DATEORIA E HISTÓRIA DA
ARQUITETURA E URBANISMO -ARQUITETURA E URBANISMO -
ANTIGUIDADE AO SÉCULO XVIIIANTIGUIDADE AO SÉCULO XVIII
ARQUITETURA NOARQUITETURA NO
BRASIL: ORIGENS EBRASIL: ORIGENS E
EXPANSÃOEXPANSÃO
Autor: Dra. Katia Maria de Souza
Revisor : José Adr iano Pere ira
IN IC IAR
introdução
Introdução
Nesta unidade, conheceremos a formação da arquitetura brasileira, que foi
construída a partir das diversidades que caracterizam a nossa própria
sociedade. A in�uência portuguesa foi importante, mas também houve a
contribuição dos africanos e dos indígenas, seja pelo seu conhecimento em
relação às técnicas construtivas com o uso da terra, seja pelo domínio do
espaço territorial.
Nesse sentido, constataremos que a arquitetura brasileira incorporou e
reinterpretou algumas in�uências estrangeiras já traduzidas e trabalhadas
pelos próprios portugueses, mas que ganharam novas con�gurações ao
serem instaladas no país.
Compreender as regiões e os materiais disponíveis no Brasil ajudou na
construção das primeiras edi�cações. Após o período de �xação da população
em território nacional, foi preciso pensar na defesa, com a construção de
forti�cações para garantir o desenvolvimento do país.
Nesse período, a contribuição das ordens religiosas foi primordial e garantiu
que, nos anos seguintes, fosse produzida uma arquitetura que caracterizasse
o próprio território brasileiro, a sua população, o seu clima e a sua geogra�a.
Assim, foram formadas as cidades e iniciado o processo de produção da
economia nacional.
No Brasil, a produção artística começou a se desenvolver quando Portugal
decidiu efetivamente colonizar as terras descobertas e lutar contra as
invasões que ameaçavam o seu domínio sobre a colônia.
Assegurada a posse de terra, foram estabelecidos os poderes civis e
religiosos. Jesuítas, beneditinos, franciscanos e carmelitas chegaram à terra
nova com a missão de catequizar o “gentio”. Diante disso, surgiram as
primeiras manifestações artísticas.
Não podemos estudar a arquitetura no Brasil sem falarmos da in�uência
portuguesa. No entanto, também não podemos falar de Portugal sem
expormos as in�uências que a própria arquitetura portuguesa sofreu para se
constituir.
A região de Portugal fez parte do vasto Império Romano, que deixou o seu
legado no território. O maior deles talvez tenha sido o modo de engendrar as
Arquitetura noArquitetura no
Brasil: A In�uênciaBrasil: A In�uência
Portuguesa e aPortuguesa e a
ColonizaçãoColonização
cidades com o seu traçado regular quadriculado que continha uma praça
principal em que eram construídos os edifícios mais signi�cativos.
Além da herança romana, Portugal passou por ocupações árabe e moura.
Essas populações também deixaram alguns legados para a arquitetura do
local, tais como os azulejos, as gelosias, os pátios, as capelas e os vestíbulos.
Figura 4.1 - Padrão de um plano urbanístico para uma cidade romana com a
marcação do Fórum ao centro, uma espécie de praça principal 
Fonte: Laverock~commonswiki / Wikimedia Commons.
#PraCegoVer : na �gura, há um desenho esquemático do plano de uma cidade
romana. Trata-se de um desenho que mostra as quadras e as ruas dispostas em
uma ordem quadriculada com o Fórum, uma espécie de praça principal que está
no centro. Também são indicadas as principais edi�cações que formam a cidade.
No Brasil, as primeiras cidades e, consequentemente, a arquitetura surgiram
depois de Portugal perceber a necessidade de ocupação das terras
descobertas, com o objetivo de inibir a ocorrência de invasões. Nesse
contexto, em 1534, foram criadas as capitanias hereditárias. As invasões
francesas que aconteceram por volta de 1550 levaram à constituição de
algumas cidades, tais como Rio de Janeiro, em 1565, São Paulo, a partir do
Colégio dos Jesuítas, em 1554, e a cidade de Filipéia, na Paraíba, em 1584.
Durante a formação dos núcleos populacionais no Brasil, não podemos
ignorar a forte contribuição dos jesuítas e das demais ordens religiosas. Desse
modo, somam-se as in�uências negra e indígena à herança portuguesa, a �m
de constituir uma arquitetura efetivamente brasileira:
Em relação à ocupação territorial e mesmo ao processo de
surgimento de núcleos populacionais é indispensável registrar a
Figura 4.2 - Desenhos de um padrão de azulejo árabe e de uma gelosia ou
muxarabi 
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : na �gura, há uma imagem que representa um padrão de desenho
geométrico usado na azulejaria árabe. Ao lado, há o desenho de um balcão com
uma janela treliçada que é conhecido como “gelosia” ou “muxarabi”.
importância da obra dos jesuítas. Além da fundação do Colégio de
São Paulo, algumas reduções foram fundadas nos primeiros anos
do século XVII. As duas primeiras - São Lourenço e Santo Inácio -
localizavam-se no atual estado do Paraná (MENDES; VERÍSSIMO;
BITTAR, 2007, p. 29).
No processo de interiorização do país, novos núcleos foram criados,
principalmente na região de Minas Gerais, em consequência da descoberta do
ouro. Vila Rica, atual Ouro Preto, foi fundada em 1711 e, nesse processo,
novas cidades foram construídas e a ocupação em malha foi se ajustando no
terreno.
A marca de muitas cidades, tais como Ouro Preto, é a igreja. A primeira
ermida era erigida a partir da criação do município. As ermidas eram uma
Figura 4.3 - Cidade de Ouro Preto em 1870, com destaque para a igreja e
para a Casa de Câmara e Cadeia presentes no ponto mais alto do terreno 
Fonte: Tetraktys / Wikimedia Commons.
#PraCegoVer : a �gura é uma fotogra�a em preto e branco da cidade de Ouro
Preto. Nela, há um destaque para a igreja do Carmo e para os prédios da Casa de
Câmara e Cadeia. Na fotogra�a, o terreno acidentado e o telhado das casas que
se espalham pelas ruas da cidade também são visíveis.
espécie de cabana coberta de palha. Tinham um tosco altar e permaneciam
ao lado do cruzeiro. Surgiam, assim, as capelinhas de taipa, que originaram as
igrejas.
Técnicas Construtivas das Igrejas
Primitivas
O partido das primeiras igrejas era muito simples e seguia uma forma
geométrica quadrangular ou retangular. Não eram usados os materiais em
abundância no Brasil, visto que era mantida a tradição lusa, uma solução que,
ao longo dos anos, sofreu variações.
Uma técnica básica da qual foram provenientes as variações realizadas era
constituída de esteios de madeira toscamente cavados, �ncados no solo com
a ponta carbonizada e ligados entre si por meio de baldrames e percintas. O
fechamento era feito com paredes de taipa e revestimentos de argamassa de
cal.
As soluções poderiam alternar técnicas de origem portuguesa, indígena ou
africana. Um componente que in�uenciou bastante na tomada de decisão
quanto à solução adotada foi o fator regional/geográ�co. Sendo assim,
existem diferenças entre as fundações diretas, os apoios e os materiais, que
variam entre pedras, tijolos e adobe.
As paredes podem ser estruturais. Dessa forma, os elementos verticais são
uma espécie de autoportantes, tendo em vista que suportam o peso e os
empuxos da cobertura. Além disso, funcionam como um elemento de
vedação.
Figura 4.4 - Desenho da estrutura típica da arquitetura colonial brasileira,
composta de uma trama de madeira preenchida por taipa de mão, adobe ou
pedras 
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : a �gura ilustra a estrutura típica da arquitetura colonial brasileira.
Assim, há a estrutura de uma parede, que é constituída por uma grade de
madeira com estruturas mais robustas (também de madeira) nas extremidades e
que são �ncadas ao solo. Depois, a grade será preenchida com uma massa feita
de barro. No desenho, estão indicados o nome de cada elemento de madeira que
formam a grade, a saber: amarração (embira), pau roliço, nabo, sapata, burro,
falso esteio, vão, trave, percinta, varas e baldrame.
A vedação poderia ser feita por taipa de pilão, que é uma parede formada por
barro compactado (por intermédio de um pilão) em uma caixa de madeira.
Depoisde retiradas as taipas, a parede era desempenhada e, na maioria das
vezes, pintada com cal. As paredes eram levantadas com a superposição de
diversas camadas apiloadas, alternando-se as �adas. As suas espessuras
variavam entre 0,50 m a 1 m.
Figura 4.5 - Desenhos a mão livre que representam modelos de paredes
autoportantes 
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : a �gura é composta por desenhos que retratam os modelos de
parede autoportantes e por desenhos que reproduzem as formas e o pilão onde
era prensado o barro. Assim, há a representação de uma parte da parede que é
feita com pedras unidas por argamassa. Ao lado, há um desenho de uma parte da
parede de adobe. Abaixo, há o desenho de um trecho da parede feita com taipa
de pilão e, abaixo dele, estão os desenhos do caixote e do pilão, que eram usados
para fazer os blocos de taipa.
Outro tipo de taipa é a de mão, também conhecida como de sebe, pau a
pique ou sopapo. Diz respeito ao barro prensado na trama de madeira e
jogado por duas pessoas que estão em lados distintos da parede.
A alvenaria de pedra concorria com as taipas de pilão e de mão. Além disso,
nessas construções, era comum o emprego da cantaria em ombreiras, vergas,
cunhais, peitorais e soleiras. Sobre essa estrutura, apoiavam-se os telhados
em tesouras de madeira que terminavam em beirais.
Figura 4.6 - Estrutura das paredes que poderiam ser preenchidas com adobe
ou pedra 
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : a �gura representa uma estrutura de madeira para o
preenchimento com adobe ou pedra. Há dois desenhos. O desenho da parte
superior mostra uma estrutura que usa travessas de madeira que delimitam as
áreas as quais podem ser preenchidas com adobe ou pedra. As travessas de
madeira também delimitam os espaços destinados às janelas e às portas. Já o
desenho presente na parte inferior ilustra outra solução muito semelhante e que
é chamada de enxaimel.
Figura 4.7 - Modelos de coberturas utilizadas na arquitetura colonial
brasileira 
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : na �gura, há desenhos que mostram diferentes tipos de
madeiramento para o telhado usado na arquitetura colonial brasileira. Assim, um
desenho apresenta três soluções de madeiramento para o telhado feito com
tesouras de madeira: um mais simples, apenas com ripas sobre a tesoura; outro
que utiliza demais elementos de madeira, tais como terças e caibros; e o último,
que representa um modelo de tesoura que cruza as peças de madeira para
formar a base da cumieira. Ao lado, há outro desenho que mostra um trecho do
beiral do telhado, a �m de expressar o modo como as madeiras são inseridas
para fazer um beiral um pouco inclinado para cima.
Nas paredes autoportantes, eram empregados dois frechais presos uns aos
outros por intermédio de tarugos. De acordo com a espessura da parede e a
extensão da construção, essas coberturas podiam variar. Essa foi a estrutura
que se manteve na arquitetura brasileira por muitos anos.
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos 
(Atividade não pontuada) 
A arquitetura do período colonial brasileiro empregou diversos sistemas
construtivos, tais como paredes em enxaimel, alvenaria de pedras, de tijolos e de
adobe, e taipa de mão ou de pilão. Nas coberturas, poderiam ser empregadas as
estruturas de madeiras recobertas com palha ou telhas cerâmicas. Nos pisos
elevados do solo, predominavam os assoalhos de madeira, enquanto, nos pisos
térreos, havia tijolos ou lajotas de barro.
O processo chamado de taipa de sebe ou taipa de mão é caracterizado por:
a) Construção da parede a partir de um bloco de cimento feito em forma de
madeira que, depois, era regularizado com cal e areia.
b) Construção da parede a partir de uma grade feita com varas de madeira
estruturadas na extremidade e preenchidas por uma massa de barro.
c) Construção da parede a partir de um bloco de barro que foi socado com
pilão dentro de uma forma de madeira.
d) Construção da parede a partir de uma malha de madeira que, depois,
recebe o preenchimento de uma massa de cimento e areia.
e) Construção da parede a partir de uma alvenaria de pedra, cujos vazios
eram preenchidos com uma argamassa à base de cal.
No processo de ocupação e domínio do território brasileiro, dois tipos de
arquitetura se destacaram: a militar e a religiosa.
A arquitetura militar foi importante, visto que protegia a terra das invasões
que eram comuns na época. Nesse contexto, normalmente, os fortes, os
fortins e as reduções eram posicionadas em pontos estratégicos do território,
de forma a salvaguardar as terras conquistadas, ao mesmo tempo em que
ajudavam a estabelecer a formação dos primeiros povoamentos.
Já a arquitetura religiosa também ajudou a ocupar e a estabelecer as
primeiras cidades. Motivadas pela propagação da fé cristã no novo mundo, as
ordens religiosas se estabeleceram nas principais áreas do território brasileiro
e contribuíram para a formação dos primeiros núcleos habitacionais.
A ArquiteturaA Arquitetura
Militar e aMilitar e a
Arquitetura dasArquitetura das
Ordens ReligiosasOrdens Religiosas
A Arquitetura Militar
Os engenheiros militares formados pelas escolas militares portuguesas
representavam a �gura do pro�ssional que detinha conhecimento em relação
às modernas técnicas construtivas. Formados pelas escolas europeias, eram
dotados de conhecimento no que diz respeito aos tratados de arquitetura e
aos conceitos trabalhados em seu período. Assim, demonstravam as
características maneiristas que antecedem ao barroco.
No entanto, os engenheiros militares portugueses seguiam as orientações de
tratadistas, tais como Vignola, e as aplicavam tanto nas construções de fortes
quanto na edi�cação das primeiras igrejas. A atuação desses pro�ssionais em
outros exemplares arquitetônicos se deve ao fato de que, nos primeiros anos
de colonização, eram as pessoas que conheciam e dominavam o ofício da
construção.
Um nome importante nesse cenário é o do engenheiro militar Francisco Frias
de Mesquita. Ele projetou e construiu fortalezas, igrejas e conventos em uma
área que abrange desde o Rio de Janeiro até a costa do Nordeste brasileiro:
Obra de maior signi�cado na arquitetura religiosa de Francisco de
Frias, como também era conhecido, é o mosteiro e igreja de São
Bento, no Rio. A partir dele e de recomendações que deixou sobre
novas técnicas construtivas é longa a história de sucessivos
engenheiros militares ajudando aos colonos levantar paredes,
cobri-las e pintá-las com maestria. Devido a isso, por exemplo, em
São Paulo, o engenheiro militar João da Costa Ferreira foi elogiado
pelo governador-general Bernardo José de Lorena, que mencionou
ter sido ele amado pelo povo devido à sua atuação ensinando a
todos como construir bem com as disponibilidades locais (LEMOS,
2012, on-line).
Os fortes eram construídos com base em formas geométricas que se
adaptavam às características do terreno. Nesse sentido, podiam variar entre
quadrados dispostos na diagonal e/ou em estrelas, de modo a posicionar as
pontas da �gura geométrica nos extremos do terreno, local em que se
colocava a sentinela. 
Normalmente construídos por pedras habilmente aparelhadas, os fortes
eram formados por cômodos que compreendiam desde as celas e os
calabouços até as capelas e as baterias. Os canhões eram quase sempre
apontados para o mar.
saibamais
Saiba mais
O estudo da história da arquitetura no Brasil
é um re�exo da constituição de nossa
própria cultura, que foi formada por
múltiplas in�uências que se alternaram ao
longo dos anos de acordo com os interesses
dos grupos dominantes em cada momento
da história. É um campo de conhecimento
amplo e, por mais que tenhamos
contribuições de historiadores importantes,
ainda precisa ser estudado e pesquisado, de
forma a atualizar a nossa própria história.
Nesse contexto, o artigo do historiador
Carlos Alberto Cerqueira Lemos é uma boa
fonte de re�exão e de conhecimento. Ele se
encontra disponível no link a seguir:
ACESSAR
https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/12.141/4214Figura 4.8 - Foto aérea da Fortaleza de Santa Cruz, localizada em Niterói, no
Rio de Janeiro 
Fonte: Sheilinha1 / Wikimedia Commons.
#PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida e aérea da Fortaleza de Santa Cruz, que
está localizada na cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Faz-se presente
na entrada da Baía de Guanabara, com o objetivo de proteger as terras cariocas.
Com ela, é possível observar a construção em forma geométrica e com pontas.
As linhas retas e quadrangulares conferem à edi�cação a solidez necessária a
um edifício, a �m de proteger o território. Contudo, o conhecimento dos
engenheiros militares substituiu os fortes primitivos por edi�cações
estrategicamente pensadas tanto em relação ao seu plano e sítio quanto no
que diz respeito aos materiais adequados, à inclinação, à espessura e à
disposição dos baluartes, de modo a acomodar as novas armas.
A Arquitetura Religiosa
Assegurada a posse da terra, foram estabelecidos os poderes civis e
religiosos. Assim, jesuítas, beneditinos, franciscanos e carmelitas chegaram à
terra nova com a missão de catequizar o “gentio”. A partir disso, surgiram as
primeiras manifestações artísticas. Os edifícios públicos e religiosos
construídos no Brasil do século XVI eram, geralmente, dotados de
características do maneirismo, mesmo adaptados ao clima e aos materiais
locais.
No Brasil, o maneirismo foi o padrão adotado pelos arquitetos das ordens
religiosas. Entretanto, é preciso ressaltar que havia certa diferença em suas
formas, devido à distância das capitais europeias, à adaptação dos materiais e
ao uso da mão de obra local. A in�uência maneirista no Brasil Colônia é
notada, de modo geral, nas igrejas, mas essa leitura recebe uma nova
interpretação. O maneirismo é evidente sobretudo nos interiores e nas
decorações dos púlpitos e dos altares, além de estar presente nas pinturas de
forro no teto das igrejas. Contudo, na arquitetura brasileira, não foi explorado
e difundido, pois as produções artísticas começaram a se desenvolver já no
�nal do século XVI.
O século XVI, no Brasil, pode ser compreendido como um período de
transição. Assim, algumas obras de caráter maneirista foram realizadas e
reinterpretadas, com o objetivo de se adequarem ao barroco. As principais
contribuições maneiristas são provenientes das ordens religiosas, que, dentre
as características relevantes, é �gurada a ausência de cúpulas e de
transeptos, e demarcada a predominância de naves únicas, o que confere
simplicidade e nitidez ao volume arquitetônico. No interior das obras, é
destacada a suntuosidade da decoração em talha dourada, já de inspiração
barroca. O principal exemplo desse tipo de solução é o Mosteiro de São
Bento, localizado no Rio de Janeiro.
É importante destacarmos a contribuição das demais ordens religiosas e a
principal delas é a ordem jesuítica. Os jesuítas tinham, por princípio, a difusão
dos fundamentos da igreja católica, ao catequizarem o maior número de
pessoas na terra nova. A ordem jesuítica se colocava como uma espécie de
“soldado” e seguia os mandamentos de Santo Inácio de Loyola, que a fundou
em 1534.
Figura 4.9 - Planta baixa do Mosteiro de São Bento, localizado no Rio de
Janeiro 
Fonte: Mendes, Veríssimo e Bittar (2007, p. 191).
#PraCegoVer : a �gura mostra um desenho da planta baixa do Mosteiro de São
Bento. A sua forma é retangular, há uma nave única no centro e existem capelas
laterais. Ao fundo, há a capela-mor, que foi, originalmente, a primeira construção
da igreja.
Dentro de uma postura um pouco militar, a arquitetura das igrejas jesuítas
era composta de uma forma mais severa, simples e objetiva. O programa
construtivo do colégio obedecia às regras gerais da ordem e deveria ressaltar
a solidez, a sobriedade religiosa, a funcionalidade e a higiene. O aspecto
decorativo era tratado em segundo plano.
Figura 4.10 - Fotogra�a do colégio e igreja dos jesuítas em São Paulo 
Fonte: Halley Pacheco de Oliveira / Wikimedia Commons.
#PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida do antigo colégio e igreja dos jesuítas
em São Paulo. A imagem mostra uma construção marcada pela igreja. Em sua
ponta, há um frontão triangular e uma torre sineira ao lado esquerdo. Já ao lado
direito da igreja, há o prédio do colégio, que é constituído por dois pavimentos. À
frente do conjunto arquitetônico, o calçamento é em pedra de granito preto e
cinza.
reflita
Re�ita
Quanto às construções ditas de
"pedra e barro", por exemplo, a igreja
do Colégio de São Paulo,
representavam, de certo modo, um
compromisso entre essa técnica e a
de pedra e cal.
Ao contrário do que se tem
categoricamente a�rmado, as
edi�cações em alvenaria de pedra –
tanto religiosas como civis – já eram
bastante comuns na segunda metade
do primeiro século. Foram várias as
construções jesuíticas, igrejas e
colégios, então feitas com essa
técnica.
Fonte: Costa (2010).
Além disso, devemos destacar as contribuições dos franciscanos e dos
carmelitas. Logo após o domínio do território brasileiro, vieram ao Brasil com
o objetivo de auxiliar na construção dos marcos importantes para a
arquitetura brasileira. Menos austeros e conservadores que os jesuítas, as
ordens beneditina, franciscana e carmelita construíram igrejas e conventos
importantes, ousaram na decoração dos seus interiores e exploraram os
efeitos dramáticos do barroco em um primeiro momento e os tons mais
elegantes e decorativos do rococó.
Conhecimento
Teste seus Conhecimentos 
(Atividade não pontuada) 
Leia o trecho a seguir:
“A posse da terra fora implementada através de feitorias, arremedos de fortins
construídos com materiais locais, sem adoção de qualquer padrão culto. [...]
Gradativamente, engenheiros militares, mestres-de-obras ou soldados iniciaram a
construção de fortins, fortes e fortalezas, o novo modelo de proteção e defesa,
inspirado nas propostas de Vauban. [...] As construções precárias de taipa foram
substituídas por complexos defensivos capazes de sustentar ataques e cercos
prolongados de inimigos melhor armados e com esquadras mais poderosas, fossem
eles invasores ou simplesmente corsários em suas pilhagens”.
MENDES, C.; VERÍSSIMO, C.; BITTAR, W. Arquitetura no Brasil : de Cabral a Dom
João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007. p. 107-108.
#PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida de parte da fortaleza de São João, que
mostra a parede de pedra de uma escadaria que desce para uma parte inferior do
terreno à beira do mar.
Com baseno texto e na imagem apresentados, é possível a�rmar que um dos
fatoresimportantes ao desenvolvimento de um projeto nas forti�cações no
BrasilColonial era:
Figura - Fortaleza de São João localizada na Urca, no Rio de Janeiro 
Fonte: Elaborada pela autora.
a) a vegetação.
b) a argamassa.
c) a cantaria.
d) o armamento.
e) o sítio ou localização.
No Brasil, o barroco desabrocha praticamente um século depois em relação à
Europa. Na arquitetura, ele se manifesta principalmente no interior das
igrejas e é acompanhado pelo descobrimento do ouro, que foi largamente
usado na decoração.
O barroco brasileiro se enriqueceu das mitologias naturalistas e fez uso de
elementos da terra. É nesse período que Portugal consolida a integridade
territorial do Brasil frente às investidas das potências europeias.
Além do mais, no Brasil, assim como foi na Europa, o barroco foi a arte do
movimento teatral e sentimental. Deveria ser visto como um todo, mas não se
atendo aos detalhes.
A Bahia, sede do governo e cortada pelo Rio São Francisco, que escoava a
produção mineira, fez do ouro o seu principal revestimento na decoração.
Desse modo, começou a edi�car as maiores igrejas do barroco brasileiro,
ação que foi seguida por outras cidades da colônia. O complexo arquitetônico
mais famoso e representativo desse período é presente na igreja e convento
O Barroco naO Barroco na
ArquiteturaArquitetura
BrasileiraBrasileira
de São Francisco. Na igreja, as paredes foram totalmente decoradas com
talhadourada e de acordo com o ideal da época. 
Os artistas brasileiros foram in�uenciados não apenas pela arte europeia,
mas também pelos artistas portugueses, que traziam, em sua bagagem,
características da arte desenvolvida no Oriente. Tanto os pintores quanto os
escultores faziam uso de todas essas in�uências e aproveitavam a fauna e a
�ora brasileira para serem elementos decorativos.
No Rio de Janeiro, a igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro foi o
primeiro exemplo nacional de solução barroca em planta poligonal. O uso de
Figura 4.11 - Interior da igreja de São Francisco em Salvador, na Bahia 
Fonte: Fernando Dallacqua / Wikimedia Commons.
#PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida do interior da igreja de São Francisco,
localizada em Salvador, na Bahia. A imagem mostra, ao fundo, a capela principal e
as paredes laterais totalmente cobertas por uma decoração feita de madeira. Há
muitos desenhos curvos, arabescos e colunas recobertas por um douramento à
base de folha de ouro. Também é possível ver o teto, que é composto por formas
quadradas, octogonais e estrelas, e tem o centro preenchido por pinturas e
ornamentos dourados.
formas geométricas nas plantas das igrejas demonstra uma característica
tipicamente barroca e empregada de maneira expressiva na Europa.
Com o desenvolvimento da colônia, a sociedade brasileira começou a se
estruturar. Assim, era constituída por escravos, comerciantes e pela
aristocracia, que era aliada ao poder da igreja. Nesse contexto, a igreja
paroquial e as irmandades religiosas foram as principais impulsionadoras da
arte barroca.
As irmandades foram as responsáveis pela construção das igrejas barrocas
brasileiras mais signi�cativas em muitas províncias do país, em especial, em
Minas Gerais, cujo maior exemplo é a igreja de Nossa Senhora do Rosário, em
Ouro Preto. A sua planta é composta de duas grandes elipses que se juntam
para formar a abside. Além do mais, a nave cria um espaço que remonta ao
movimento das igrejas italianas.
Figura 4.12 - Igreja de Nossa Senhora do Rosário em Ouro Preto - século XVIII 
Fonte: Bury (2006, p. 146).
#PraCegoVer : a �gura mostra a fachada da igreja de Nossa Senhora do Rosário,
em Ouro Preto, em conjunto com o desenho de sua planta baixa ao lado. A foto é
antiga e extraída de um livro, mas é possível visualizar as formas curvas que
aparecem na planta baixa. A igreja é formada pela interseção de um círculo
menor na entrada e duas elipses, que formam o corpo principal da igreja.
A igreja de Nossa Senhora do Rosário é considerada um exemplo perfeito de
planta barroca em relação ao modelo italiano, ao fazer a interseção de formas
geométricas, a �m de gerar um espaço difuso e movimentado. Esse espaço
seria complementado por uma decoração intensa e movimentada. Contudo,
essa ideia não se concretiza na igreja de Nossa Senhora do Rosário, mas a sua
arquitetura não deixa de ser uma representação da época.
A construção da igreja foi exigida pela Irmandade de Nossa Senhora do
Rosário dos Homens Pretos, o que era comum no século XVIII:
Entre as características especiais da igreja do Rosário destaca-se
em primeiríssimo lugar sua planta-baixa de grande originalidade,
na qual a fachada arqueada e as torres redondas combinam com
a nave e capela-mor elípticas. A elevação condiz inteiramente com
a planta baixa e há uma correspondência lógica entre o exterior e
o interior (BURY, 2006, p. 146-147).
Na verdade, o barroco brasileiro foi desenvolvido em uma época em que se
alternavam o maneirismo, o barroco e o rococó, provavelmente, devido ao
tempo que se levava para a construção das edi�cações. Todavia, esse fato
fazia com que fossem assimiladas as novidades formais de outros estilos.
praticar
Vamos Praticar
Considere o processo de formação da arquitetura no Brasil. Ele desponta e
deslancha a partir do século XVII, com a formação de cidades importantes, o
desenvolvimento do cultivo de açúcar no Nordeste, a exploração do ouro no
Sudeste, a cultura do café, a exploração da borracha no Norte, a conquista do
território e a exploração do gado no Sul do país. Nesse contexto, as referências e as
in�uências aconteciam no Brasil e eram reinterpretadas, o que gerou um panorama
arquitetônico com características eminentemente nacionais.
No Brasil, a arquitetura se expande a partir do século XVII e a construção das igrejas
foi um fator importante para a produção arquitetônica nacional. Diante disso,
pesquise outros exemplares da arquitetura considerada barroca no Brasil,
ressaltando o partido adotado e os seus elementos compositivos em relação à
planta, à decoração de interior ou à fachada.
A arquitetura civil no Brasil se desenvolveu a partir da formação dos primeiros
núcleos habitacionais. A princípio, era muito precária e fazia uso das técnicas
tradicionais, tais como a taipa e as alvenarias de pedra. Entretanto, com o
crescimento dos municípios, novas edi�cações precisaram ser construídas,
tais como as casas de câmara e a cadeia, que eram a sede administrativa das
cidades primitivas:
Na primeira metade do século 18, alterações profundas
socioeconômicas ocorreram no Brasil. Até então, apenas a faixa
litorânea era ocupada pela população luso-brasileira, e a cana de
açúcar era o propulsionador da economia e da civilização. Agora,
em decorrência das entradas pelo interior do continente, por meio
das denominadas “bandeiras”, ocorreu a descoberta do ouro, e
depois dos diamantes. Assim, a civilização interiorizadas-e, com a
fundação de arraiais e vilas, os locais onde o ouro e as pedras
foram sendo encontradas (TELES, 2014, p. 67).
Arquitetura Civil noArquitetura Civil no
Brasil: O Rural e oBrasil: O Rural e o
UrbanoUrbano
Caminhos e arruamentos precariamente abertos recebiam a construção de
habitações simples, que também poderiam funcionar como comércio. As
famílias mais abastadas procuraram as áreas mais afastadas dos centros para
construir as suas chácaras.
De modo geral, na cidade, predominavam-se as casas térreas e os sobrados.
Eram raras as casas que tinham três ou quatro pavimentos. Os terrenos eram
estreitos e as casas eram de frente para a rua. Geralmente, tinham duas ou
três aberturas destinadas ao comércio e à moradia. Também eram
encontradas casas em que o comércio se localizava no térreo, enquanto a
moradia integrava o sobrado. As lojas abrigavam o comércio, o varejo e as
o�cinas.
Figura 4.13 - Casa do Bispo, um modelo de casa de chácara de meados do
século XVIII localizada no Rio de Janeiro 
Fonte: Ivokory / Wikimedia Commons.
#PraCegoVer : há uma fotogra�a colorida que mostra uma casa de estilo colonial
com dois pavimentos e uma escadaria ao centro. Há sete janelas com as suas
partes pintadas de cor azul, o que gera um destaque em relação às paredes
brancas da edi�cação.
Figura 4.14 - Desenho de um modelo de casa colonial com dois pavimentos:
no primeiro, haveria um comércio, enquanto a residência se localizaria no
segundo pavimento 
Fonte: Reis Filho (1985, p. 29).
#PraCegoVer : há o desenho de um modelo de casa colonial com dois
pavimentos. No primeiro, seria estabelecido um comércio, enquanto a residência
estaria no segundo pavimento. O desenho também mostra o quintal da casa.
Um fator que se mantinha nas casas, independentemente de serem térreas
ou sobrados, era a divisão dos setores. Eles eram bem de�nidos e variavam
de acordo com o costume da época. Assim, apesar de não ser um comércio, o
dono da casa podia atender alguns clientes para negociar em seu setor de
trabalho/social. O setor íntimo era reservado à família, às mulheres, às
crianças e a alguns escravos. Já o setor de serviços era destinado ao preparo
de alimentos.
Figura 4.15 - Desenho de uma casa térrea colonial com a delimitação dos
setores sociais, íntimo e de serviço 
Fonte: Mendes, Veríssimo e Bittar (2007, p. 122).
#PraCegoVer : na �gura, há um desenho de uma casa térrea colonial com a
delimitação dos setores social, íntimo e de serviço. Na imagem, também é
possívelobservar a rua em conjunto com outras casas térreas.
As casas térreas tinham uma sala de visitas ou quartos à frente. Também
havia um corredor ladeado de alcovas, uma sala de jantar que atingia as
divisas e chegava até o pátio, que tinha uma copa ao lado. Ao fundo, �cavam a
cozinha e o quarto dos negros. No quintal, havia telheiros.
Figura 4.16 - Modelo de cidade no Brasil Colonial 
Fonte: Mendes, Veríssimo e Bittar (2007, p. 122).
#PraCegoVer : na �gura, há um desenho em uma perspectiva aérea que mostra
os tipos de casas e as ruas de uma típica cidade do período colonial. Assim, a
imagem ilustra os telhados em duas águas, os quintais e as ruas.
Nos lotes estreitos, as casas se distribuíam de maneira uniforme e tinham
porta e janelas em arco ou em verga reta. Todavia, as pessoas que tinham
mais posses poderiam adquirir dois lotes, para que construíssem uma casa
maior, com mais portas e janelas. Portanto, muitas vezes, a moradia indicava
as condições �nanceiras de algumas famílias.
A Arquitetura Rural
A arquitetura rural se desenvolveu no Brasil com base no aprimoramento da
produção de diversas monoculturas em diferentes regiões do país. No
Nordeste, desde o século XVI, o engenho de cana de açúcar já ocupava e
explorava as terras.
A arquitetura rural apresentava um padrão semelhante em quase todo
território nacional. No entanto, carregava algumas especi�cidades que eram
ajustadas de acordo com as condições climáticas, geográ�cas e territoriais.
Além do mais, poderia idealizar a implantação de outras edi�cações auxiliares
conforme a cultura agrícola que era produzida.
Assim, a casa de fazenda era construída na parte mais alta do terreno, de
forma que �casse protegida e propiciasse uma ampla visão do terreno.
Figura 4.17 - Pintura de Frans Post, que retrata uma típica casa de engenho
em Pernambuco, em 1667 
Fonte: Fundação Maria Luisa e Oscar Americano / Wikimedia Commons.
#PraCegoVer : há uma pintura que retrata um engenho de açúcar em
Pernambuco. Assim, há um engenho na parte baixa do terreno e uma capela no
ponto mais alto. Na pintura, predominam-se os tons terrosos e, ao fundo, são
observáveis uma vegetação baixa e o leito de um rio.
As casas de fazenda obedeciam a um padrão em que as divisões dos setores
sociais, íntimos e de serviços eram bem demarcados, de forma a cercear o
acesso de estranhos à intimidade da família. Desse modo, algumas alcovas e
quartos pequenos sem janelas, localizados entre outros cômodos da casa,
eram espaços destinados ao descanso. Eles eram dispostos na parte da frente
da casa e abrigavam viajantes. A preocupação com a intimidade da família
também fazia com que as capelas fossem construídas em conjunto às casas.
Assim, poderia ser realizada uma construção isolada, mas unida à casa, ou a
edi�cação de um cômodo disposto logo no acesso à casa. Somente a família e
os escravos autorizados penetravam nos espaços íntimos da casa.
Figura 4.18 - Desenho de uma planta baixa de uma típica casa rural 
Fonte: Elaborada pela autora.
#PraCegoVer : na �gura, há um desenho de uma planta baixa de uma casa rural
ou casa de fazenda. A planta expõe a disposição dos cômodos. A alcova e a capela
estão frente a frente e são separadas por uma varanda.
O partido quadrangular representado foi, por muito tempo, adotado.
Entretanto, com o decorrer dos anos e de acordo com as funções de cada
fazenda e as posses de seus donos, novas con�gurações surgiram e
provocaram variações, ao permitirem plantas em L ou em U e a construção de
outras localidades, tais como senzalas, cozinhas, depósitos e galpões.
Com o passar dos anos, a arquitetura do século XVIII foi a base para as novas
concepções das casas de fazenda, que ganharam, ao longo do
desenvolvimento da economia brasileira, novos cômodos, infraestruturas e
decorações, a �m de que se tornassem verdadeiras casas senhoriais.
praticar
Vamos Praticar
A arquitetura rural brasileira deixou importantes exemplares espalhados pelo
território nacional. Eles são marcos da ocupação e da conquista das terras
brasileiras. Sabemos que, de acordo com o tipo da região e da cultura agrícola
praticada, os seus partidos arquitetônicos poderiam variar para atender às
necessidades locais, da família e da produção.
Dessa forma, pesquise partidos e soluções de plantas praticadas no Brasil do século
XVIII nas casas de fazenda. Procure um exemplar do Nordeste e outro do Sudeste
ou do Sul e veri�que as semelhanças e as diferenças entre as soluções de planta e a
disposição dos espaços.
indicações
Material
Complementar
FILME
Xica da Silva
Ano: 1976
Comentário: baseado no livro de mesmo título e de
autoria de João Felício dos Santos, o �lme conta a
história do relacionamento de uma mulher escravizada
com o intendente da cidade de Diamantina no período
da descoberta de diamantes na região. No �lme, é
possível analisar não apenas as relações entre os
homens brancos e os escravizados, mas também como
eram as cidades e a arquitetura do Brasil do século
XVIII.
Para saber mais sobre o �lme, assista ao seu trailer,
disponível em:
TRA ILER
LIVRO
Arquitetura na formação do Brasil
Editora: Unesco/Iphan
Autores: Briane Elisabeth Panitz Bicca e Paulo Renato
Silveira Bicca
ISBN: 9798576520657
Comentário: o livro é parte da produção do projeto
Monumenta, apoiado pela Unesco, e foi escrito por
importantes pesquisadores da arquitetura brasileira. É
dividido em seções que tratam a arquitetura produzida
no Brasil a partir das bases econômicas e das
produções que ajudaram no desenvolvimento do país.
conclusão
Conclusão
A formação de uma arquitetura brasileira está intimamente ligada à ocupação
do território. Desde as primeiras forti�cações e construções de igrejas,
mosteiros e conventos, a contribuição foi vasta e signi�cativa.
A herança deixada pelos primeiros habitantes estrangeiros se uniu ao
conhecimento voltado aos materiais do povo indígena, que, em conjunto com
homens e mulheres escravizados, construíram e reinterpretam as referências
estrangeiras, para que fosse formulada uma arquitetura efetivamente
nacional.
Com o passar dos anos, o papel das igrejas na ocupação do território
brasileiro se tornou um agente importante para o desenvolvimento de uma
arquitetura mais erudita. Assim, foram trazidas as linguagens desenvolvidas
na Europa, a �m de que fossem trabalhadas de forma autônoma e
auxiliassem no estabelecimento dos principais núcleos habitacionais. Ao �nal
do século XVIII, as principais cidades brasileiras já estavam completamente
estabelecidas e já eram centros importantes para o desenvolvimento da
nação.
referências
Referências
Bibliográ�cas
BICCA, B. E. P.; BICCA, P. R. S. (org.). Arquitetura na formação do Brasil .
Brasília: Unesco/Iphan, 2006.
BURY, J. Arquitetura e arte no Brasil Colonial . Brasília:
IPHAN/MONUMENTA, 2006.
COSTA, L. A arquitetura dos jesuítas no Brasil. ARS , São Paulo, v. 8, n. 16, p.
127-195, 2010.
LEMOS, C. A. C. Uma nova proposta de abordagem da história da arquitetura
brasileira. Arquitextos , 2012. Disponível em:
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4214 . Acesso em:
16 fev. 2021.
MENDES, C.; VERÍSSIMO, C.; BITTAR, W. Arquitetura no Brasil : de Cabral a
Dom João VI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2007.
REIS FILHO, N. G. Quadro da arquitetura no Brasil . São Paulo: Perspectiva,
1985.
TELES, A. C. da S. Brasil: arquitetura religiosa barroca. Iphan , nov. 2014.
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ck�nder/arquivos/14-11-
2014%20Artigo%20-%20Brasil%20-
%20arquitetura%20religiosa%20barroca.pdf .  Acesso em: 16 fev. 2021.
XICA DA SILVA - Trailer. [S. l.: s. n.], 2012. 1 vídeo (1 min 54 s). Publicado pelo
canal Mostra Internacional de Cinema. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=wTrlXi-2ncc . Acesso em: 16 fev. 2021.
https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.141/4214
http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/14-11-2014%20Artigo%20-%20Brasil%20-%20arquitetura%20religiosa%20barroca.pdfhttps://www.youtube.com/watch?v=wTrlXi-2ncc

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