Buscar

Aula 07 SIA - Civil II - 2013

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

�PAGE �
Curso de Direito Civil II 
Prof. Ciro Ferreira dos Santos
Aula 07 – Obrigação Solidária Ativa. Conceito. Reflexos jurídicos
 Obrigação Solidária Passiva. Conceito. Reflexos jurídicos
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS (Continuação)
São espécies de obrigações solidárias (8):
a)     Solidariedade ativa (arts. 267 a 274, CC): pluralidade de credores, cada um com direito à integralidade da dívida.
b)     Solidariedade passiva (arts. 275 a 285, CC): pluralidade de devedores, cada um respondendo pela integralidade da dívida.
c)     Solidariedade mista: pluralidade de credores e devedores.
A doutrina aponta a existência de solidariedade simples (ou imperfeita) e a correalidade (perfeita). Ensina Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 106) que existe solidariedade simples ou imperfeita quando a obrigação de cada devedor e respectivamente o direito de cada credor procedem de causas independentes, e constituem outras tantas relações obrigatórias distintas. Existe solidariedade perfeita ou correalidade (correalidade vem de co-réus) quando a obrigação de cada devedor ou o direito de cada credor tem origem em um só e mesmo ato, constituindo uma relação obrigatória única?. Distinção que parece não ter sido acolhida pelo Direito brasileiro.
Obrigações Solidárias Ativas
Solidariedade ativa, conceituam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 186), ?traduz um concurso de dois ou mais credores na mesma obrigação, cada um com direito a exigir a dívida por inteiro, bem como promover as medidas assecuratórias do crédito, como a constituição do devedor em mora e a interrupção da prescrição (art. 267, CC)?. São exemplos de obrigações solidárias ativas: conta bancária conjunta; cofres de segurança quando permitida a abertura a qualquer dos locatários individualmente.
Do ponto de vista do credor a solidariedade ativa é instituto pouco utilizado uma vez que traz consigo um elevado risco dos co-credores não receberem suas respectivas cotas do credor que recebeu o pagamento. Por isso, é facilmente substituída pelo mandato, por exemplo. Já do ponto de vista do devedor é instituto que apresenta evidentes vantagens, como a possibilidade de pagar a integralidade a qualquer dos credores, obtendo a respectiva quitação (art. 269, CC).
São características das obrigações solidárias ativas:
Cada um dos credores solidários pode exigir do devedor o cumprimento integral da obrigação (art. 267, CC), não sendo permitido ao devedor opor exceção de divisão.
O devedor pode realizar o pagamento a qualquer um dos credores, desde que ainda nenhum deles tenha lhe demandado (art. 268, CC - princípio da prevenção). Apenas aquele que demandar em juízo poderá executar a sentença.
Qualquer um dos credores pode promover medidas assecuratórias de seu crédito e conservação de seus direitos. Portanto, os efeitos da mora constituída por um dos credores, a todos aproveitará.
A interrupção da prescrição promovida por um dos credores, a todos aproveita (art. 204, §1º., CC). No entanto, as causas suspensivas, por terem caráter personalíssimo, não se comunicam aos co-credores, exceto se o objeto for indivisível (art. 201, CC).
Se um dos concredores se torna incapaz, nenhum reflexo haverá sobre a solidariedade.
São efeitos das obrigações solidárias ativas:
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um deles só poderá exigir e receber sua quota proporcional ao quinhão hereditário, salvo no caso de prestações indivisíveis (art. 270, CC ? refração do crédito). Havendo apenas um herdeiro ou se todos agirem conjuntamente, poderão exigir a prestação por inteiro.
Convertendo-se a obrigação em perdas e danos, subsiste a solidariedade (art. 271, CC).
A um dos credores solidários não pode o devedor opor exceções pessoais oponíveis aos outros (art. 273, CC); pode apenas opor as exceções objetivas. Exemplifica Carlos Roberto Gonçalves: se o devedor está sendo cobrado em juízo por um credor plenamente capaz, não pode alegar, em seu benefício, e em detrimento daquele, defeito na representação ou na assistência de outro credor solidário.
O julgamento contrário a um dos credores não atinge os demais; o julgamento favorável a todos aproveita (art. 274, CC - extensão “ultra partes” da coisa julgada “secundum eventum litis”), exceto se se fundar em exceção pessoal.
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante que foi pago (art. 269, CC), mas não extingue a solidariedade com relação ao restante.
A confusão operada na pessoa do credor solidário só extingue a obrigação até a concorrência da respectiva parte do crédito (art. 383, CC).
O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes cabia (art. 272, CC).
O credor que remitiu a dívida (integral ou parcialmente) responderá aos demais credores pela parte remitida.
Se a obrigação for nula quanto a um dos concredores, sua parte será deduzida do todo.
Obrigações Solidárias Passivas
Ao contrário das obrigações solidárias ativas que possuem pouca utilidade prática atualmente, as obrigações solidárias passivas são de grande utilização, permitindo aumento das garantias em relações obrigacionais.
A obrigação solidária passiva pode ser conceituada como a relação obrigacional, oriunda da lei [arts. 154; 585; 1.003 parágrafo único, CC...] ou da vontade das partes, com multiplicidade de devedores, sendo que cada um responde “in totum et totaliter” pelo cumprimento da prestação como se fosse o único devedor (Carlos Roberto Gonçalves, 2010, p. 136). Portanto, todos os devedores respondem igualmente pela integralidade da dívida.
São características das obrigações solidárias passivas:
O credor pode exigir a integralidade do crédito de qualquer um dos devedores (art. 275, CC). Se o pagamento foi parcial subsiste para todos os devedores a solidariedade quanto ao saldo, ficando os devedores liberados até a concorrência da importância paga.
A concordância em receber o pagamento parcial não importa renúncia à solidariedade ou ao restante da dívida. O mesmo ocorre quando a demanda é proposta apenas em face de um dos devedores uma vez que o litisconsórcio é facultativo ou voluntário. 
No entanto, destacam Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias (2008, p. 191-192) que sempre levará em consideração a necessidade da preservação do princípio da boa-fé objetiva. O credor não poderá exercer o seu direito subjetivo de agira em face de qualquer credor, de maneira desproporcional, excessiva e caprichosa, pois incidirá em abuso de direito (art. 187 do CC). 
Cabe ao magistrado avaliar com precisão se o exercício de lides diversas em face dos co-devedores não representa uma violação da lealdade e uma infração do dever lateral de cooperação entre as partes da relação obrigacional.
O devedor demandado não pode invocar o benefício de divisão pretendo pagar apenas a sua quota.
Paga a integralidade por um só dos devedores, a obrigação fica extinta. Mas aquele que pagou tem direito de exigir as respectivas cotas dos demais co-devedores (arts. 277 e 283, CC).
Não se compreende a solidariedade nas obrigações de fazer personalíssimas.
São efeitos das obrigações solidárias passivas:
A morte de um dos devedores solidários transmite aos herdeiros apenas o débito referente ao seu quinhão hereditário e limitado às forças da herança; salvo se a obrigação for indivisível (arts. 276 e 1.792, CC).
O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveita aos demais devedores senão até a concorrência da quantia paga ou relevada (arts. 277 e 388, CC).
O credor pode renunciar (expressa ou tacitamente) à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá quanto aos demais (art. 282, CC). O beneficiado pela renúncia passa a ser devedor ?pro rata?.
Os devedores exonerados da solidariedade contribuirão pela parte da obrigação que incumbir ao insolvente(art. 284, CC).
É ineficaz a estipulação adicional mais gravosa aos co-devedores que não participaram da avença (art. 278, CC). Ninguém pode ser obrigado a mais do que consentiu ou desejou.
Impossibilitada a prestação por culpa de um dos devedores, subsiste para todos o dever de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado (art. 279, CC).
Todos os co-devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida (art. 280, CC).
O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoas de outros co-devedores (art. 281, CC).
Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar (art. 285, CC).
É importante que a cada regra exposta para as espécies obrigacionais o professor vá construindo exemplos juntamente com a turma.
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos abordados. Após, deve realizar breve síntese dos principais aspectos abordados nesta semana dando ênfase especial aos exemplos trabalhados, preparando o aluno para o próximo tópico: transmissão das obrigações.
Caso Concreto 1
(CESCRANRIO – BNDES – 2010 – adaptada) Caio e Trício formalizaram contrato de conta-corrente com um Banco, tendo recebido talões de cheque para movimentação da conta. Trício emitiu um cheque no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) sem a devida provisão de fundos. Aduzindo existir solidariedade passiva entre os correntistas, o Banco comunicou o evento aos órgãos de proteção ao crédito, com inscrição de Caio e Trício como devedores. Inconformado, Caio postulou ao Banco a retirada do seu nome dos citados órgãos de proteção ao crédito, o que foi indeferido administrativamente. Observando o instituto da solidariedade identifique quem tem razão o Banco ou Caio? Explique sua resposta.
Gabarito: Solidariedade não se presume, decorre da lei ou da vontade das partes. Portanto, neste caso, o simples fato de terem aberto conjuntamente a conta-corrente não os torna devedores solidários. Segundo a jurisprudência, em contratos de conta-corrente conjunta apenas o emissor do cheque responde pela dívida contraída. Já com relação a eventuais créditos desta conta, consideram-se solidariamente credores.
Caso Concreto 2
(CESPE – Promotor – MPE-ES/2010) Carlos, Pedro e Gustavo, irmãos, maiores de idade, casados e com filhos, contrataram os serviços de uma empresa para o fornecimento das bebidas a serem servidas na festa de aniversário de seu pai. Pagaram metade do valor combinado no ato da contratação, ficando acertado que o restante seria pago após a prestação do serviço, convencionando-se a solidariedade dos devedores. Com base na situação hipotética acima apresentada, a morte de um dos irmãos terá o poder de romper a solidariedade.
Gabarito: Errado. A solidariedade não se rompe conforme art. 276, CC.
Questão Objetiva 1
(FCC – TJMS 2009) Na solidariedade ativa,
a) se um dos credores falecer deixando herdeiros, cada um destes terá direito a receber a integralidade do crédito do finado.
b) mais de um credor está obrigado à divida toda.
c) mais de um devedor pode exigir a dívida toda.
d) convertendo-se a prestação em perdas e danos não mais subsiste a solidariedade.
e) cada um dos credores tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Gabarito: Letra “E” conforme art. 267, CC.
Questão Objetiva 2
(TJ/SP - 2003) Tornando-se impossível a prestação por culpa de um dos devedores solidários:
a) subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente e as perdas e danos decorrentes da impossibilidade. 
b) os devedores solidários não culpados respondem somente pelo encargo de pagar o equivalente. 
c) fica insubsistente a solidariedade passiva, passando o devedor que impossibilitou a prestação a responder isoladamente pelo encargo de pagar o equivalente e pelas perdas e danos decorrentes. 
d) os devedores solidários não culpados respondem somente por perdas e danos decorrentes da impossibilidade.
Gabarito: Letra “B” conforme art. 279, CC.
�PAGE �
_1033206012.doc

Outros materiais